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8 DE MAIO DE 2019

36ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: GILMACI SANTOS e CAUÊ MACRIS

 

Secretaria: CORONEL TELHADA

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - GILMACI SANTOS

Assume a Presidência e abre a sessão. Anuncia a visita de alunos do curso de Direito da PUC-SP.

 

2 - CORONEL TELHADA

Parabeniza as cidades de Itapecerica da Serra e São Luiz do Paraitinga por seu aniversário. Informa que participou de solenidade relacionada à comemoração do fim da Segunda Guerra Mundial, no dia de hoje. Relata ocorrência durante a qual um policial militar foi baleado por criminosos.

 

3 - CARLOS GIANNAZI

Discorre sobre problemas que afetam o Iamspe. Alude a projeto de lei referente ao órgão, de autoria do Executivo. Propõe que a matéria, que recebeu diversas emendas parlamentares, seja debatida. Lamenta que o Iamspe seja financiado somente pelos servidores, sem contrapartida do Governo.

 

4 - SARGENTO NERI

Cobra do governo estadual a concessão de reajuste salarial às forças de Segurança. Dá conhecimento do caso de um policial militar que não consegue se aposentar, embora tenha sofrido sequelas físicas e psicológicas por conta de uma agressão. Fala sobre os índices de suicídio entre policiais militares.

 

5 - ANALICE FERNANDES

Para comunicação, cumprimenta o município de Itapecerica da Serra pelos seus 142 anos. Faz breve histórico da cidade. Tece elogios ao prefeito e aos vereadores do município.

 

6 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Faz coro às palavras da deputada Analice Fernandes.

 

7 - MAJOR MECCA

Cita casos de suicídio envolvendo policiais, bem como a situação referida pelo deputado Sargento Neri. Exige que o governo estadual tome medidas em prol dos agentes da Segurança Pública, das quais dá exemplos. Destaca os riscos inerentes à profissão de policial.

 

8 - CORONEL TELHADA

Para comunicação, anuncia a presença de alunos do curso de Direito do Centro Universitário Eurípides de Marília.

 

9 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Deseja boas-vindas aos visitantes.

 

10 - PAULO LULA FIORILO

Informa que propôs, na Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento, que o secretário estadual da Fazenda, Henrique Meirelles, venha a esta Casa prestar contas sobre a situação fiscal do Estado. Avalia que tratar do assunto é responsabilidade dos deputados. Critica o governador João Doria.

 

11 - CARLOS CEZAR

Expressa sua expectativa de que aconteça, neste mês, a votação de projetos de lei importantes para o País. Tece considerações a respeito de problemas enfrentados em Sorocaba, sobretudo no âmbito da Saúde. Pede ao Executivo que ajude os municípios no financiamento das áreas sociais.

 

12 - DOUGLAS GARCIA

Acusa as bancadas do PT e do PSOL de divulgarem notícias falsas acerca do presidente Jair Bolsonaro. Defende o contingenciamento, feito pelo governo federal, das verbas destinadas ao ensino superior. Apoia a priorização da Educação básica, que, a seu ver, atende os mais pobres.

 

13 - CARLA MORANDO

Agradece pelas manifestações de solidariedade que recebeu, relativas a episódio envolvendo o deputado Luiz Fernando Lula da Silva. Explica os motivos que a levaram a se candidatar ao cargo de parlamentar. Elogia programa, na área da Educação, criado em São Bernardo do Campo.

 

14 - CORONEL NISHIKAWA

Relata conversa com o governador João Doria sobre diversos pleitos da Polícia. Comenta o índice de suicídio entre policiais. Cobra do governo estadual a valorização dos agentes da Segurança. Comunica que a Polícia Militar de São Paulo participará de missão de paz em Moçambique.

 

GRANDE EXPEDIENTE

15 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Anuncia a presença do vereador de Santa Bárbara do Oeste Alex Becker.

 

16 - PAULO LULA FIORILO

Informa ser membro suplente da CPI das Universidades, que iniciou hoje os seus trabalhos. Diz que foram feitos convites aos reitores das universidades estaduais. Preocupa-se com a difícil situação das universidades. Relata que propôs que o Tribunal de Contas encaminhe relatórios financeiros das universidades dos últimos oito anos para avaliação. Discorre sobre os graves problemas das escolas estaduais. Considera necessária a CPI da Educação estadual. Lamenta matéria publicada no jornal "O Estado de S. Paulo" sobre o congelamento de recursos para a Educação básica. Lê e comenta parte da notícia. Critica a falta de prioridade dada à Educação infantil. Comenta a lista de pessoas que podem andar armadas, divulgada em decreto do presidente.

 

17 - SARGENTO NERI

Para comunicação, defende o porte de armas por pais de família e mulheres, para que tenham possibilidade de defender suas famílias e suas vidas.

 

18 - CONTE LOPES

Esclarece que, enquanto os cidadãos de bem não podem ter armas, os bandidos andam armados com fuzis. Comenta morte de policiais da Rota. Discorre sobre o assassinato do policial Fernando, morto com mais de 60 tiros pelo PCC. Comenta sobre as dificuldades enfrentadas pela viúva e os três filhos deste policial. Lê mensagem recebida, solicitando ajuda financeira para esta família. Diz que a família demora cerca de três meses para receber o salário do policial falecido (aparteado pelo deputado Barros Munhoz).

 

19 - SARGENTO NERI

Para reclamação, considera que a regra para uso da comunicação está sendo utilizada de maneira diferente para cada um dos partidos. Pede que seja a mesma regra para todos. Pede respeito, da mesma forma como respeita os outros deputados.

 

20 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Esclarece que a Presidência está tentando dar dinâmica para os trabalhos, já que a comunicação não está sendo usada de maneira correta. Afirma que está tentando seguir o Regimento Interno.

 

21 - CARLOS GIANNAZI

Demonstra sua perplexidade e indignação com a questão da Segurança Pública no Brasil. Questiona o pacote apresentado pelo ministro da Justiça, por não atacar as milícias como crime organizado. Combate a proposta do presidente Jair Bolsonaro de armar a população, por meio de um decreto que facilita o acesso às armas por diversas pessoas. Ressalta que a indústria de armas foi beneficiada com esta política. Considera este decreto uma contradição, já que os servidores da Segurança Pública orientam a população a não reagir a assaltos. Discorre sobre o sucateamento das universidades públicas e institutos de pesquisa, com um corte de 30% dos recursos investidos. Cita o corte de três bilhões de reais na Educação Básica. Informa que as pesquisas são feitas somente por universidades públicas. Lamenta o que considera a destruição da Previdência Social no País. Critica a contribuição somente pelos funcionários.

 

22 - JANAINA PASCHOAL

Para comunicação, afirma que o crime de milícia já consta no Código Penal, com pena de quatro a oito anos de reclusão.

 

23 - ADALBERTO FREITAS

Registra sua insatisfação com o seu tempo remanescente de cinco minutos. Informa que seu pronunciamento havia sido interrompido por outras pessoas. Pede esclarecimentos sobre o assunto. Comenta sua participação da criação, na Câmara dos Vereadores, da Frente Parlamentar Brasil, China, Coréia e Japão, pela vereadora Soninha Francine. Agradece o convite para sua participação. Informa que participou hoje, na Secretaria de Habitação, da formalização da entrega de escrituras da CDHU para a cidade de Lorena, que esperavam por isto há 40 anos. Parabeniza o presidente Jair Bolsonaro pela publicação do decreto referente ao porte de armas para os cidadãos. Menciona as alterações deste decreto.

 

24 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Assume a Presidência.

 

25 - DOUGLAS GARCIA

Para comunicação, comenta o investimento em pesquisa nas universidades. Convida o deputado Carlos Giannazi para conhecer o trabalho de pesquisa desenvolvido pelo Mackenzie.

 

26 - SARGENTO NERI

Para comunicação, faz agradecimento ao deputado Campos Machado. Informa ter participado, junto com este deputado, em 2015 quando ainda começava sua vida política, da elaboração de projeto de lei para incentivar o esporte para crianças e adolescentes, tirando os mesmos do caminho das drogas. Diz estar o projeto pronto para votação. Elogia a atuação do deputado Campos Machado, que considera um político brilhante. Demonstra a felicidade e honra em estar ao seu lado na tribuna.

 

27 - ERICA MALUNGUINHO

Informa que o assunto relacionado à violência sofrida por ela nesta Casa, durante o pronunciamento do deputado Douglas Garcia, já foi encaminhado ao Conselho de Ética. Diz esperar que este conselho determine um novo marco civilizatório, para mostrar ao País que a violência não será reproduzida aqui. Solidariza-se com a deputada Carla Morando, que disse ter sido ofendida e que teve sua presença nesta Casa questionada. Esclarece que a sua luta é contra a violência estrutural. Afirma que a lei de Estadualização da Transcidadania diz respeito à melhoria da sociedade para parte da população com condições de vida precarizadas. Diz ser necessário pensar como o estado de São Paulo e esta Casa respondem à sociedade para o rompimento de estruturas violentas. Considera que hoje o Brasil vive uma catástrofe em termos de humanidade. Convida os deputados a pensarem em novos tempos nesta Casa, com o objetivo de defender ideias que melhorem a vida das pessoas.

 

28 - PAULO LULA FIORILO

Para comunicação, destaca a necessidade de discussão de temas muito importantes para o Estado, como a Educação, Saúde, Transporte e Segurança Pública. Menciona o caixa do Estado de 33 bilhões de reais. Informa que o secretário da Fazenda Henrique Meirelles não irá à Comissão de Finanças para discutir o Orçamento do Estado, em razão do pedido de vistas da deputada Carla Morando. Esclarece que o secretário virá a esta Casa no próximo dia 29 para falar sobre o quadrimestre.

 

29 - PAULO LULA FIORILO

Pelo art. 82, elogia decisão da Câmara Municipal de São Paulo que propõe a cassação de vereador que usar arma de fogo dentro do prédio da Câmara. Critica decreto do presidente Jair Bolsonaro que flexibiliza o uso de armas de fogo para diversas categorias.

 

30 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Informa que discorda da decisão do presidente da Câmara Municipal de São Paulo sobre o porte de armas dentro do Legislativo municipal.

 

31 - CARLA MORANDO

Para comunicação, parabeniza a primeira dama do Estado, Bia Doria, por seu aniversário no dia de hoje.

 

32 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, questiona se a Presidência vai publicar algum ato administrativo proibindo o uso de armas dentro deste plenário.

 

33 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Considera que não há necessidade de publicação escrita, pois houve acordo entre os deputados.

 

34 - CAMPOS MACHADO

Para comunicação, rebate o pronunciamento do deputado Paulo Lula Fiorilo.

 

35 - PAULO LULA FIORILO

Para comunicação, considera que a decisão do presidente da Câmara Municipal de São Paulo sobre a proibição de armas dentro do Parlamento foi acertada.

 

36 - CAMPOS MACHADO

Para comunicação, critica a fala do deputado Paulo Lula Fiorilo.

 

37 - MARINA HELOU

Para comunicação, parabeniza o presidente Cauê Macris pela decisão em proibir o uso de armas dentro deste plenário. Repudia a necessidade de haver controle de entrada e saída nesta Casa por temer que isso seja um obstáculo à presença popular.

 

38 - CARLÃO PIGNATARI

Para comunicação, defende o controle de entrada e saída neste Parlamento em nome da segurança dos deputados e funcionários.

 

39 - GIL DINIZ

Pelo art. 82, comenta casos de suicídio de policiais militares. Defende reajuste salarial dos membros desta categoria. Critica política de Segurança Pública do governo do estado de São Paulo. Comemora a edição de decreto que amplia o acesso às armas de fogo para a população.

 

40 - MAJOR MECCA

Para comunicação, considera que casos de suicídio e execução de policiais militares são sintomas das péssimas condições de trabalho dos soldados da Polícia Militar.

 

41 - EMIDIO LULA DE SOUZA

Pelo art. 82, defende-se de acusações de ter conclamado populares a pressionar deputados federais sobre a reforma da Previdência. Lembra de episódio em que o então candidato à Presidência Jair Bolsonaro fez apologia à violência. Critica o uso de armas por parlamentares dentro desta Casa.

 

42 - LETICIA AGUIAR

Para reclamação, faz coro ao pronunciamento do deputado Major Mecca sobre as condições de trabalho dos policiais militares. Defende o armamento da população para defesa pessoal.

 

43 - PROFESSORA BEBEL LULA

Para reclamação, defende o direito ao debate parlamentar nesta Casa. Faz considerações sobre o Plano Estadual de Educação.

 

44 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Considera que as comunicações e reclamações não são instrumentos regimentais para estabelecer o debate.

 

45 - CAMPOS MACHADO

Pelo art. 82, defende a constitucionalidade da PEC 3/18, de sua autoria.

 

46 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, informa que a bancada federal do PSOL no Congresso Nacional está acionando a Procuradoria Geral da República contra o corte do orçamento das universidades federais e institutos federais de ensino e pesquisa. Comunica que os estudantes estão se manifestando espontaneamente contra o corte de orçamento. Discorre sobre manifesto de mais de mil intelectuais e professores de todo o mundo contrários ao sucateamento da educação de nível superior no Brasil.

 

47 - WELLINGTON MOURA

Pelo art. 82, comunica que hoje ocorreu reunião da CPI das universidades, nesta Casa. Apresenta vídeo sobre o tema. Faz questionamentos a respeito da falta de prestação de contas da USP, Unesp e Unicamp. Critica atitudes do deputado Barros Munhoz em reunião desta CPI.

 

48 - WELLINGTON MOURA

Pelo art. 82, apresenta vídeo de reunião da CPI das universidades estaduais, ocorrida hoje nesta Casa. Critica o comportamento do deputado Barros Munhoz em relação à deputada Carla Morando na ocasião.

 

49 - VALERIA BOLSONARO

Para comunicação, faz críticas ao posicionamento do deputado Barros Munhoz em reunião da CPI das universidades estaduais, nesta Casa.

 

50 - BARROS MUNHOZ

Pelo art. 82, defende-se de acusações sobre sua atuação em reunião da CPI das universidades estaduais, nesta Casa. Faz esclarecimentos sobre a prestação de contas das universidades públicas. Tece considerações sobre o papel das CPIs no Parlamento.

 

ORDEM DO DIA

51 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Coloca em votação e declara aprovado requerimento, da deputada Marina Helou, de constituição de comissão de representação com a finalidade de participar de evento no município de Sobral, na Assembleia Legislativa do Ceará nos dias 9 e 10/5/19. Encerra a discussão, coloca em votação e declara aprovado requerimento de urgência ao PL 1136/15. Encerra a discussão do requerimento de urgência ao PR 15/19.

 

52 - TEONILIO BARBA LULA

Encaminha a votação do requerimento de urgência ao PR 15/19, em nome do PT.

 

53 - CAMPOS MACHADO

Encaminha a votação do requerimento de urgência ao PR 15/19, em nome do PTB.

 

54 - MAJOR MECCA

Para comunicação, responde o pronunciamento do deputado Campos Machado sobre as definições dos termos velha e nova política.

 

55 - JANAINA PASCHOAL

Para comunicação, pede ao deputado Campos Machado que não a cumprimente mais em virtude de ter se sentido desrespeitada por seu pronunciamento.

 

56 - CAMPOS MACHADO

Para comunicação, rebate a fala da deputada Janaina Paschoal.

 

57 - PROFESSORA BEBEL LULA

Encaminha a votação do requerimento de urgência ao PR 15/19, pela liderança da Minoria.

 

58 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Coloca em votação e declara aprovado o requerimento de urgência ao PR 15/19.

 

59 - SEBASTIÃO SANTOS

Para comunicação, anuncia a presença nesta Casa da vereadora Marlene Mira, da Câmara Municipal de Araçatuba.

 

60 - APRÍGIO

Para comunicação, cumprimenta o prefeito Jorge Costa, de Itapecerica da Serra, pelo aniversário da cidade, comemorado hoje.

 

61 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Coloca em votação o Item I de requerimento de método aprovado em 24/04/19, referente ao PLC 4/19.

 

62 - BARROS MUNHOZ

Encaminha a votação do requerimento de urgência ao PR 15/19, em nome do PSB.

 

63 - TEONILIO BARBA LULA

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

64 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão de 09/05, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia. Levanta a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Gilmaci Santos.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e convida o nobre deputado Coronel Telhada para a leitura da resenha do expediente.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Sr. Presidente, nós temos duas indicações. A primeira indicação do prezado deputado Cezar, indicando, nos termos regimentais, ao governador do estado para que determine aos órgãos competentes a elaboração de estudos e adoção de providências visando a liberação de recursos para aquisição de equipamentos ao pronto-socorro do bairro Vila Doutor Cardoso, em Itapevi.

Temos também uma indicação do prezado deputado Rafa Zimbaldi, indicando, nos termos regimentais, ao Sr. Governador do estado a liberação da verba no valor de R$ 250.000,00, que serão destinados à Santa Casa de Misericórdia, no município de Jales, verba essa que será utilizada para orçamento de custeio.

Somente isso, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado, nobre deputado. Vamos iniciar os nossos trabalhos então com o Pequeno Expediente convidando os Srs. Deputados e Sras. Deputadas para uso da palavra.

Convidamos neste instante o nobre deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Roberto Engler. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Deputado Marcio da Farmácia. (Pausa.) Deputado Vinícius Camarinha. (Pausa.) Deputada Janaina Paschoal. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Castello Branco. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Coronel Nishikawa. (Pausa.) Deputada Isa Penna. (Pausa.) Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Nobre deputado Coronel Telhada. Tem V. Exa. o tempo regimental.

Enquanto V. Exa. se dirige à tribuna, esta Presidência tem a grata satisfação de anunciar que estão visitando esta Assembleia nesta tarde os alunos do curso de Direito da PUC São Paulo. A responsável pelos alunos na tarde de hoje é a professora Elga Klug Doim Vieira. Sejam todos bem-vindos à Assembleia Legislativa. Esta Casa é de vocês. Sintam-se à vontade e obrigado pela presença.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Sr. Presidente, Srs. Deputados, assessores, funcionários aqui presentes, senhores e senhoras presentes aqui no plenário, sejam bem-vindos, em especial os alunos da PUC aqui de São Paulo, de Direito, é um prazer recebê-los. Quero saudar a todos que nos assistem pela TV Assembleia e também quero saudar aqui a nossa Assistência Policial Militar, na figura do cabo Sérgio, da cabo Flávia e do cabo Funchal, que faz a parte de bombeiro, que sempre guarda a nossa Assembleia aqui. Obrigado pela presença dos senhores e senhora.

Quero começar a minha fala sempre saudando os municípios aniversariantes. Nosso muito obrigado e parabéns vai para os municípios de Itapecerica da Serra e São Luiz do Paraitinga. São dois municípios bem conhecidos, Itapecerica da Serra, próximo a São Paulo, e São Luiz do Paraitinga, lá no Vale do Paraíba, cidade em que eu servi também quando eu era aspirante, em 1984. Um abraço a todos os amigos e amigas dessas queridas cidades.

Para quem curte história, história militar em específico, hoje se comemora o final da Segunda Guerra Mundial na Europa. Hoje é comemorado o Dia da Vitória na Europa. No dia 8 de maio de 1945, portanto há 74 anos, era assinada a rendição. Praticamente foi um dia antes que foi assinada, mas, no dia 8 de maio, cessaram-se as hostilidades na Europa, terminando, portanto, a Segunda Guerra Mundial.

O Brasil participou com mais de 25 mil homens e mulheres, fazendo parte da Força Expedicionária Brasileira, a FEB. O símbolo está ali em cima, se o nosso câmera puxar um pouquinho, tanto na direita quanto na esquerda, para cima, está o símbolo da Força Expedicionária Brasileira, a cobra fumando. O pessoal que era derrotista falava que era mais fácil uma cobra fumar do que a Força Expedicionária Brasileira ir para a Europa lutar contra os nazistas. A cobra fumou, os brasileiros foram e participaram da vitória aliada na Segunda Guerra Mundial.

Sempre falo aqui de policiais militares mortos em decorrência da violência do crime, e nós temos muitos policiais militares que são feridos em ação. Infelizmente, na data de ontem, nós tivemos mais um policial militar ferido, o policial militar sargento Everton Silva Dias, 42 anos. Ele estava em uma operação ontem na região do 39º Batalhão, quando foram fazer uma varredura na área dos diques das Caxetas e do Piçarro, 39º BPM-I, lá no litoral.

Ele foi baleado na cabeça, porque aquela região é dominada por traficantes de drogas. O sargento Everton Silva Dias foi baleado na cabeça, socorrido ao Hospital Municipal de São Vicente, passou por cirurgia e está em estado estável. Os dois malditos que atiraram no sargento, Wagner Antônio Azevedo Júnior, de 22 anos, e um maldito adolescente de 16 anos, graças a Deus morreram e não farão falta nenhuma.

Como sempre, um menor de idade está envolvido nessas situações, e, pasmem, o menor de idade estava armado com uma pistola .40, que pertencia à Polícia Militar. Portanto, era uma arma roubada de policial militar. Como ela estava com a numeração raspada, tem que se levantar qual a procedência dessa arma. O outro vagabundo morto também estava com um revólver calibre 38, além de drogas e R$ 2.100,00 em dinheiro.

Então essa é a realidade da Polícia Militar, infelizmente. Diariamente nós temos homens e mulheres baleados nas ações policiais militares, e infelizmente hoje nós temos aqui a lamentar o sargento Everton, que está baleado na cabeça em estado grave. Nós temos inúmeros policiais militares com sequelas gravíssimas decorrentes de acidentes, de tiroteio. O pessoal da nossa APMDFESP - Associação de Policiais Militares Deficientes Físicos do Estado de São Paulo - cuida desse pessoal e faz um trabalho muito bonito, já que o estado, infelizmente, deixa muito a desejar no amparo aos seus policiais.

Eu quero aproveitar também e agradecer porque hoje pela manhã, comemorando o Dia da Vitória, na Praça Carlos Gardel, foi feita uma solenidade cívico-militar em homenagem ao final da Segunda Guerra Mundial. Então quero agradecer ao general Novaes, que estava presidindo a cerimônia, e a todos que estiveram presentes.

Também quero comunicar esta Casa que neste final de semana nós estivemos em Itapeva, na querida cidade de Itapeva, onde participamos de um evento junto à Polícia Militar. Quero mandar um abraço aqui para a minha querida amiga Vanda Cerdeira, e também para o vereador Margarido, que esteve conosco lá.

Quero agradecer a todos que estiveram no evento - políticos, autoridades, delegados, policiais, enfim, quero agradecer a todos que participaram. Contem com o nosso trabalho aqui na Assembleia Legislativa, estamos aqui para poder servir à população que nos elegeu para trabalhar pela população. Então eu agradeço presença de todos que participaram do evento lá na cidade de Itapeva.

Sr. Presidente, eu agradeço o tempo decorrido e solicito que as minhas palavras com referência ao ferimento do sargento Éverton Silva Dias, por gentileza, nossa Taquigrafia, sejam encaminhadas ao Sr. Comandante do 39º Batalhão de Polícia Militar do Interior, na região do Litoral, ali na região da Praia Grande.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado, nobre deputado Coronel Telhada. Dando continuidade à nossa lista do Pequeno Expediente, convidamos agora o nobre deputado Emidio de Souza. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. Tem V. Exa. o tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público aqui presente e telespectador da TV Assembleia, tenho acompanhado constantemente o que vem acontecendo no Iamspe, Hospital do Servidor Público Estadual. A situação lá é de calamidade pública, Sr. Presidente.

Existe um projeto de lei tramitando aqui na Assembleia Legislativa que transforma o Iamspe em uma autarquia estadual. Porém, o projeto não foi aprovado ainda. É um projeto do próprio Executivo.

É um projeto ruim, o projeto não é bom, porém nós apresentamos muitas emendas. O deputado Edmir Chedid apresentou também, o deputado Gilmaci Santos, vários deputados apresentaram emendas para melhorar o projeto.

No entanto, o governo Doria não se esforça nem um pouco para que o projeto seja ao menos debatido aqui no plenário, porque os nossos servidores públicos estão totalmente abandonados do ponto de vista do atendimento à saúde. São filas e mais filas, dificuldades imensas para marcar uma consulta, uma cirurgia, um exame, até mesmo já existe falta de remédio no Iamspe.

Tudo isso porque não há investimento. O governo estadual não investe no Iamspe, não investe no seu, talvez, principal hospital, que dá atendimento aos servidores da Educação, da Segurança Pública, da própria Saúde, de várias secretarias, que precisam, exatamente, desse hospital e dos convênios, que são precarizados também em todo o interior de São Paulo, os convênios com as Santas Casas, com as clínicas que são conveniadas, com os hospitais regionais que têm cotas.

Às vezes, um professor, por exemplo, vai a uma clínica em uma cidade do interior que tem convênio com o Iamspe. Ele chega lá e é informado que já terminou a cota do Iamspe, então ele fica sem atendimento. Muitos dos servidores que moram no interior, na Baixada Santista ou mesmo na Grande São Paulo são obrigados a se deslocar, deputado Neri, até a cidade de São Paulo, até o Ibirapuera, até o Hospital do Servidor Público, enfrentando esse calvário que eu acabei de citar agora, superlotação, macas, pessoas praticamente abandonadas nas macas do pronto-socorro. A situação lá, como eu disse, é de calamidade pública.

Eu já tomei várias providências. Criei um disque-denúncia contra o mau atendimento no Iamspe, já acionei o Ministério Público Estadual, já acionei o Tribunal de Contas do Estado, acionei a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa. Estou encaminhando, inclusive, um dossiê para a Organização Mundial da Saúde, para que haja uma denúncia internacional contra o governo estadual, tamanha a gravidade da situação, do abandono do Iamspe.

Tudo isso porque o governo não investe. Quem sustenta o Iamspe é o servidor público, através do desconto praticamente compulsório, no seu holerite, de dois por cento. O governo deveria dar uma contrapartida também de 2% por servidor público, mas ele não contribui. Tem aí uma grande contradição. O hospital é do servidor público, o servidor público financia o hospital, o governo não ajuda e, no entanto, quem administra é o governo, e administra mal, faz uma péssima gestão.

Quero ressaltar que o problema não é em relação aos servidores, ao atendimento dos servidores, porque os servidores atendem muito bem os servidores públicos que procuram o Hospital do Servidor Público e o Iamspe. Acontece que eles são poucos; não tem contratação de novos servidores. Quando um médico se aposenta, não há contratação de um novo, não tem concurso para médico, para os profissionais da Saúde. Então, não tem reposição de servidores; não há contratação via concurso público. O hospital vai sendo esvaziado.

Então, os poucos servidores não dão conta de atender uma demanda imensa, que é a do estado de São Paulo. Por isso que nós temos essa situação de calamidade pública no hospital, além da falta de investimento na estrutura do prédio, dos equipamentos. Então, é isso que vem acontecendo no Hospital do Servidor Público.

Nós estamos exigindo a contrapartida do financiamento de 2% do estado e gestão democrática, com a participação dos servidores que trabalham lá dentro, que estão sem plano de carreira, com salários arrochados há muitos anos, sem vida funcional adequada, trabalhando em precárias condições, Sr. Presidente. Essa é a situação, hoje, do Iamspe.

Nós vamos continuar denunciando e cobrando o governo do estado para que haja investimento no Iamspe e os nossos servidores sejam atendidos com dignidade no Hospital do Servidor Público e no Iamspe como um todo: nos Ceamas, nas clínicas conveniadas, nas Santas Casas conveniadas e também nos hospitais regionais conveniados, em todo o estado de São Paulo. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado, nobre deputado Carlos Giannazi. Convidamos agora o nobre deputado Sargento Neri.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, demais deputados e todos os presentes na Assembleia Legislativa. Desde o primeiro dia do mandato, nós estamos aqui cobrando o governador para que faça o reajuste salarial. E que também essa Casa prestigie o trabalho da CEPM, colocando em pauta a PEC 02. Muitos estão engajados nessa luta. Nós estamos sempre defendendo a Polícia Militar, a Polícia Civil, agentes de Segurança Pública em geral; e nós sabemos das dificuldades desses agentes, seja policial militar, seja policial civil.

Mas hoje eu recebi uma visita de um policial, Major Mecca, um cabo da PM. Por trabalhar na zona leste, na Rocam, sequestraram-no, agrediram-no, e ele perdeu o globo ocular do olho direito. Além disso, morderam a orelha dele. Ele teve um pedaço da orelha arrancado. E o que eu venho fazer aqui é um apelo ao nosso comandante geral. Porque nós defendemos e nós temos que cobrar, major. Cobrar daquele que é o nosso comandante, que veste a farda. O governador Doria nunca colocou a farda da Polícia Militar, então ele não sabe o peso que é colocar a farda da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Mas o nosso comandante geral tem esse peso, porque está na corporação há mais de 30 anos.

Então, eu estou aqui com o laudo. Quero que mostre. O psiquiatra desse policial... Ele está com a Cid F-33. Para quem não conhece, é uma depressão profunda. Não enxerga, e a família tem que levá-lo para trabalhar. E a Polícia insiste em deixá-lo no quadro de ativos. Hoje, ele chorou na minha mesa. Ele não consegue sair para trabalhar. Ele não consegue ter uma vida social, de tanto pânico que é o estado emocional dele.

E o que o HPM faz? Nega a aposentadoria desse policial de forma covarde, porque tem o laudo do psiquiatra, pedindo e sugerindo a aposentadoria dele.

O que eu venho clamar para o nosso comandante geral? Comece a verificar. O nosso recurso humano, ele já teve três tentativas de suicídio. Nós vamos esperar esse policial dar um tiro no ouvido ou se enforcar no quarto dele para resolver o problema? Então, eu venho fazer aqui não só uma defesa pela Polícia Militar, mas venho cobrar aquele que tem a responsabilidade de lutar pela nossa tropa, operacionalmente e funcionalmente, principalmente na parte humanitária, que é o nosso comandante geral, coronel Salles.

Então, venho fazer uma cobrança a ele, que tome providências nesse caso do cabo Navarro. Fiquei indignado de ver ele e a mãe dele chorarem na minha sala e dizer: “Perdi meu globo ocular por ser um policial militar. Hoje eu não consigo sair de casa sozinho, por ser um policial militar”. E o que Polícia Militar e o nosso comandante fazem? Viram as costas para esse policial. O que o nosso HPM faz? Nada! Ele tem que pagar o psiquiatra particular, porque hoje nós não temos mais a tão famosa 1ª enfermaria.

A psiquiatria da Polícia Militar não tem mais funcionabilidade, mas com isso nós estamos perdendo os policiais, Coronel Telhada, de suicídio, que é um índice alto. Então, hoje, se matou mais um. E esse cabo pode ser, mas só que é o seguinte: eu não sei se cabe, pode ser que a professora Janaina até entenda, porque é uma professora de Direito, existe homicídio omissivo, porque aquele que tem a obrigação de impedir tem que o fazer, porque se não fizer, ele concorre por homicídio omissivo.

  Eu vou mandar para o comandante geral. Se esse policial realmente cometer suicídio, juridicamente, eu vou tentar imputar responsabilidade a ele. Eu estou falando em matéria de Direito, não estou mais falando em apelação, porque não é possível nós termos tantos policiais tentando suicídio, e a nossa corporação, através do comando, não fazer nada.

Então, não adianta, vou defender a minha corporação sempre, mas o que tiver que ser cobrado, irei cobrar sempre também, principalmente a favor desses homens que estão na rua, lutando pela sociedade. O senhor sabe por que o Fernando morreu? Porque ele estava na ponta, é ele que prende, é ele que troca tiro. Então, os que estão na frente são o que mais sofrem. Quem está na retaguarda, nos gabinetes, no ar-condicionado, tomando café, não corre o risco dos nossos operacionais. E esses que estão nos gabinetes, tomando café, têm que ter a preocupação com aqueles que estão no fronte.

Obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - O próximo orador é o deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Deputado Major Mecca. Tem V. Exa. o tempo regimental.

 

A SRA. ANALICE FERNANDES - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Rapidamente, presidente Gilmaci, quero, na tarde de hoje, cumprimentar a cidade de Itapecerica da Serra pelos seus 142 anos de emancipação político-administrativa. São 142 anos de luta, uma cidade conhecida como a cidade mãe, a cidade que acabou adotando todas as nossas cidades, Taboão da Serra, Embu das Artes, Embu-Guaçu, São Lourenço e a cidade de Juquitiba.

Eram todas, em 1877, distritos de Itapecerica. Então, na tarde de hoje, sinto-me bastante feliz, visitei a cidade. Quero, da tribuna desta Casa, cumprimentar e parabenizar o prefeito daquela cidade, nosso amigo, e amigo também de de V. Exa., o prefeito Jorge Costa e, nesta oportunidade, cumprimentar, pelo belíssimo trabalho, os vereadores da Câmara Municipal daquela cidade, parceiros nossos.

O vereador Ramon Corsini, o vereador Carlinhos, do São Pedro, o vereador Allan Dias, o Cepacol, do Branca Flor e o Professor Marcelo. Parabéns a todos os itapecericanos, e contem sempre com esta deputada aqui nesta Casa, fazendo a interlocução dessa cidade com nosso governador João Doria.

Muito obrigada pela oportunidade.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado, nobre deputada. Eu me solidarizo e me junto a V. Exa. também para parabenizar a cidade de Itapecerica, parabenizar o prefeito Jorge, todos os vereadores e toda a população de Itapecerica da Serra. Que Deus abençoe muito essa cidade, e que ela continue sendo, mesmo agora separada, essa mãe ainda. Obrigado. Parabéns.

Com a palavra o nobre deputado Major Mecca.

 

O SR. MAJOR MECCA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Uma boa tarde aos deputados, aos nobres integrantes da Mesa, aos nossos funcionários, que dão suporte ao nosso trabalho, aos nossos irmãos que encontram-se na galeria, aos nossos irmãos da CEPM. PEC 02, nós estamos juntos nessa luta, e vamos vencer.

Ontem e antes de ontem nós falamos aqui de dois policiais militares executados. Agora, de ontem para hoje, o cabo Benedito Carlos Borges praticou suicídio no município de Avaré, com disparo de arma de fogo na cabeça. O soldado Thiago Emanuel parou o veículo em um viaduto do Rodoanel, desceu do carro e saltou do viaduto, praticou suicídio.

Dois suicídios, uma tentativa de suicídio, tenente Leonardo Chaves, por ingestão de medicamento. Encontra-se na UTI. De ontem para hoje, o Coronel Telhada citou aqui o sargento Everton, em uma operação, disparo de arma de fogo na cabeça, está internado em uma UTI no litoral paulista.

O que nós fazemos? Será que tudo está normal? Será que tudo está transcorrendo da maneira como deve ser? Será que está tudo bem nas nossas polícias? Não está. A cobrança ao comandante-geral, ao secretário de Segurança Pública, ao governador João Doria nós estamos fazendo porque nós estamos vendo, estamos trazendo os fatos, nominando. O Sargento Neri acabou de descer daqui e nominou um cabo na zona leste que tem síndrome do pânico. Foi vítima de um sequestro, foi até a beira da morte e está aqui pedindo socorro.

O que o governo está fazendo em prol desses policiais? O que o governador, o secretário e o comandante-geral estão fazendo? Nós estamos cobrando, e vamos continuar cobrando, e vamos tomar outras medidas. Vamos convocar, Neri, na Comissão de Segurança Pública, para sabatinar sobre as medidas que estão sendo adotadas em prol desses homens e mulheres que trabalham pelo cidadão de bem de São Paulo.

Nós estamos morrendo, e parece que a medida que o governo adota é fazer festa. Não pode continuar do jeito que está. Não pode. Hoje pela manhã teve o “Policial Nota 10”. Governador, entregar diploma para os nossos policiais, Delegado Olim, o comandante de companhia já faz. O comandante-geral já faz o café da manhã com os policiais.

O governador precisa dar salário. O governador precisa isentar os nossos patrulheiros de impostos, para que eles possam adquirir casas através de financiamento público, para que o policial possa fazer o traslado da casa dele para o quartel sem farda, porque já está ameaçado pelo crime organizado. “É o polícia”. Tem que sair fardado já, ir fardado para o quartel. Retorna, depois de 20 horas de serviço, dentro do transporte público, fardado, sozinho, correndo risco.

É isso que o governador tem que fazer. Não adianta entregar diploma no Palácio dos Bandeirantes. Diploma nós já entregamos. O comandante de companhia já o faz. O comandante de batalhão, o comandante do CPA, o comandante-geral, o governador, precisam tomar outras medidas. Precisam reformar o HPM, o Hospital da Polícia Militar. A nossa profissão é a única profissão que tem cemitério, tem presídio. Hoje tem um asilo, o Cenassi, lá no fundo do HPM, que é um asilo para policial militar. Alguma outra profissão tem cemitério, tem presídio? Nenhuma profissão tem. E isso existe por conta dos riscos que corremos, o risco inerente à nossa atividade.

Qual outra profissão que o trabalhador, tirando o carro da garagem, às 6 e 20 da manhã, é executado, como o Brasil inteiro e o mundo inteiro testemunhou no último sábado? Qual é a profissão? Como pode? Dois policiais executados no final de semana. Uma tentativa de suicídio e dois suicídios. O sargento na UTI com um tiro na cabeça. O que os senhores querem que façamos?

Alguma providência precisa ser adotada, e nós aumentaremos o nosso grau de cobrança. Uso progressivo da força foi o que aprendemos na rua. Estamos verbalizando. O próximo passo será diferente. Que Deus abençoe a todos e nos proteja.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado, nobre deputado. Convidamos agora o nobre deputado Tenente Coimbra. (Pausa.) Deputado Enio Lula Tatto. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando Lula da Silva. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. Tem V. Exa. o tempo regimental.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Pela ordem, o nobre deputado Coronel Telhada.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Com a aquiescência do deputado Paulo Fiorilo, eu queria fazer uma Comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Tem V. Exa. o tempo para fazer a Comunicação.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigado, Sr. Presidente. Quero agradecer ao Paulo Fiorilo e anunciar a visita de 45 alunos do curso de Direito do Centro Universitário Eurípides de Marília, Univem. É isso? Sejam todos bem-vindos. Professor Luciano, cadê o Luciano? O professor Luciano está ali no cantinho. Obrigado, Luciano, por trazer o pessoal mais uma vez.

Sejam bem-vindos. Espero que estejam aproveitando a Assembleia, conhecer um pouco a Casa que é dos senhores e senhoras. Obrigado, deputado. É o curso de Direito do Centro Universitário Eurípides de Marília, Univem. Muito obrigado, Sr. Deputado. Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Muito obrigado, Coronel Telhada. Sejam bem-vindos os alunos do curso de Direito de Marília. Esta Casa é dos senhores.

Com a palavra, o nobre deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Sr. Presidente. Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, boa tarde. Aos alunos do curso de Direito lá de Marília, sejam bem-vindos, junto com o professor. E os que nos acompanham, das empresas que correm o risco de serem extintas, fundidas, confundidas, e assim por diante, segundo esse governador que ninguém entende direito.

Quero aproveitar o Pequeno Expediente para trazer o debate sobre a Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento que se reuniu hoje. Sou membro. E lá fizemos um convite ao secretário Meirelles, secretário de Finanças e Planejamento. É um secretário que tem uma responsabilidade grande.

Reparem que um orçamento de 260 bilhões, com uma desoneração que beira os 20 bilhões, e com a informação de que tivemos um congelamento de mais de 6 bilhões e que tem um rombo de 10 bilhões no Orçamento, é mais do que justo que o secretário Meirelles viesse à Comissão para poder explicar qual é a situação real das Finanças do Estado.

Deputado Gil Diniz, do PSL, pasme! Não foi possível convidar o secretário. Porque a deputada líder da bancada do PSDB, deputada Carla Morando, pediu vistas, porque o secretário tem muita coisa para fazer na Secretaria. E como ele já vem aqui no dia 29 de maio, para tratar do quadrimestre do ano passado, em que nem eu, nem o senhor, nem muitos outros aqui eram deputados, nós vamos ter que adiar a discussão sobre a execução orçamentária de 2019, essa, que cabe a cada um de nós fiscalizar.

Aqui eu ouvi o discurso do Major Mecca, do Sargento Neri, sobre a situação dos policiais que têm sofrido muito com o ataque do crime organizado, com mortes e que sofrem porque têm um salário muito abaixo do que é necessário. E o secretário que podia vir, inclusive para a gente discutir aqui a PEC 2, independente de ser constitucional ou inconstitucional, qual é a possibilidade do Estado reajustar os salários dos policiais? A questão dos servidores da Educação. Qual é a capacidade do Estado para discutir o aumento? Aliás, no caso dos policiais, a informação que eu tive - depois vocês podem confirmar ou não - é de que só no final do ano o governador vai tomar uma posição. Só no final do ano o governador vai tomar uma posição.

Eu fico pensando, Coronel Telhada, meu colega de Câmara e agora de Assembleia, será que os policiais, os professores, os médicos, os agentes do Metrô vão aguentar até o final do ano? A inflação é galopante e não tem reajuste.

Estamos vivendo num momento tão delicado que essa Assembleia precisa chamar para ela a responsabilidade desse debate. Do debate salarial dos funcionários públicos, da questão da Segurança Pública, da questão da Educação, da moradia, da questão do transporte sobre trilhos, porque senão nós acabamos num debate sobre temas que estão à margem do centro e perdemos a oportunidade de contribuir para que a gente melhore a Educação, para que a gente discuta a Saúde, para que a gente discuta a Segurança Pública, que são os temas desta Assembleia. Não podemos abrir mãos das nossas prerrogativas. Por isso eu insisto, e vou continuar insistindo na Comissão de Finanças, na Comissão de Fiscalização e Controle que nós queremos ouvir o secretário.

Na questão da privatização, eu queria muito que o secretário, vice-governador, viesse a esta Casa para falar com os deputados; pode até ser uma reunião do Colégio de Líderes. Mas, que viesse aqui para explicar o que ele quer com o PL nº 01, projeto que extingue, fundi seis empresas e que, agora, tem aglutinativa; podem ser só três.

Estamos vivendo um momento em que nós abrimos mão do que é central, do que é fulcral da nossa pauta, das nossas responsabilidades para discutir o que não interessa do ponto de vista da mudança da qualidade de vida, da melhora de salários. Estamos vivendo uma situação no Estado que é horrível. Enquanto isso o governador grava “live”, o governador faz propaganda. Ou a gente muda essa lógica, ou a gente vai continuar soldado ser morto, trans ser morta à paulada, o que é inadmissível. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado, nobre deputado. Convidamos agora a nobre deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputada Beth Lula Sahão. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar, pelo tempo regimental de cinco minutos, no Pequeno Expediente.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos acompanha aqui nas galerias da Assembleia, a todos que nos assistem pela TV Legislativa.

Nós estamos iniciando este mês de maio com uma expectativa muito grande de que votações importantes aconteçam, não apenas no cenário nacional, mas, sobretudo, aqui no estado de São Paulo também, para que o nosso país possa avançar e esta situação que nós estamos vivendo com perto de 14 milhões de desempregados venha a ser superada.

Sobretudo, Sr. Presidente, eu gostaria de falar com respeito à minha cidade, a cidade de Sorocaba, uma das cidades mais importantes do estado de São Paulo. Estamos com mais de 700 mil habitantes, e vivendo momentos difíceis politicamente.

Mas, a gente tem uma expectativa de que os números, principalmente na área da Saúde, possam efetivamente melhorar. Então, quero aqui enfatizar as gestões que estão sendo feitas em hospitais importantes da cidade de Sorocaba, como a Santa Casa de Sorocaba, na pessoa do padre Flávio, que tem feito um grande trabalho.

Nós reconhecemos e temos ajudado não apenas a Santa Casa de Sorocaba, mas temos ajudado o Gpaci, que é o Grupo de Apoio à Pesquisa de Crianças com Câncer na cidade de Sorocaba, que faz um grande trabalho. Nós temos ajudado essas entidades, esses hospitais.

Recentemente, também, tivemos a inauguração do novo Hospital Regional em Sorocaba, que é um hospital de referência, hospital público, 100% do estado, que presta um serviço de extrema relevância, com qualidade que não perde para nenhum hospital privado de renome que nós temos sobretudo aqui na cidade de São Paulo, onde pessoas de todos os lugares do Brasil e do mundo acabam chegando aqui para ser atendidas na sua saúde.

Então, aqui, quero enfatizar nosso desejo e nosso empenho de continuar a lutar pela Saúde, de continuar a lutar para que essa epidemia, essa endemia, de dengue venha a ser vencida, para que as pessoas possam ter condições de fazer a sua consulta.

E, mais ainda: o seu médico de especialidade. Não é justo nós vermos pessoas que acabam ficando seis meses, até um ano, esperando ser atendidas por uma especialidade, e, aí, para marcar a sua cirurgia, com essa demora, a pessoa acaba indo a óbito.

Então, quero aqui fazer um apelo ao Governo do Estado, ao secretário estadual de Saúde, que possa olhar para os municípios e para as cidades que carecem efetivamente de Sorocaba.

A exigência constitucional é que cada município gaste 25% na Educação e 15% na área da Saúde. Em Sorocaba, há muito tempo nós gastamos perto, o Orçamento, perto de 30% vai para a Saúde, e mais 25%, ou mais que isso, para a Educação.

Enfim, e aí sobram poucos recursos para investimentos em infraestrutura. Mas, é uma área extremamente necessária. Quem precisa da Saúde, dos equipamentos públicos é, principalmente, a população mais carente.

Então, está aqui. Quero deixar empenhado todo o meu esforço, para continuar a contribuir, não apenas com Gpaci, não apenas com Santa Casa, mas também Hospital Oftalmológico. Enfim, com todas as unidades de Saúde, que são importantes, que prestam um grande trabalho, como o Instituto Arnaldo Pereira; como o Instituto IBCC, que também presta um grande trabalho; como, também, o hospital de Jaú.

Enfim, lugares de referências que toda a nossa população utiliza. Então, quero aqui, mais uma vez, repetir, mais uma vez, Sr. Presidente, o nosso empenho pela Saúde no estado de São Paulo.

Apenas isso. Que Deus abençoe.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado, nobre deputado Carlos Cezar.

Convidamos agora, então, a nobre deputada Márcia Lula Lia. (Pausa.) Nobre deputado Wellington Moura. (Pausa.) Deputado Teonilio Barba Lula. (Pausa.) Deputado Dirceu Dalben. (Pausa.) Deputada Adriana Borgo. (Pausa.)

Vamos então, agora, iniciar, passar para a Lista Suplementar.

Convidamos o nobre deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Nobre deputada Márcia Lula Lia. (Pausa.) Nobre deputado Douglas Garcia.

Tem V. Exa. o tempo regimental no Pequeno Expediente.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, caros pares aqui presentes, muito boa tarde a todos, aos servidores da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, a todos os que nos assistem na galeria e aos que nos assistem também na TV Alesp. É um prazer muito grande para mim estar aqui mais uma vez representando a população paulista.

Senhores, eu gostaria de fazer um desabafo. Durante essa semana a gente teve muitas fake news veiculadas, principalmente aqui no plenário, por parte principalmente da bancada do PT e da bancada do PSOL. É uma mentira aquilo que está sendo veiculado, tanto nas redes sociais, como nos plenários a respeito do presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, ter cortado verbas para a Educação. Qualquer deputado que sobe a esta tribuna ou pede uma comunicação, para dizer que Bolsonaro cortou verbas para a Educação, está mentindo. O PT foi o governo que mais cortou verbas para a Educação, entre todos os governos que estiveram na gestão do nosso país. Foi o governo Dilma, foi o governo do Partido dos Trabalhadores e não o  governo de Jair Messias Bolsonaro. O que nós tivemos, por parte do Ministério da Educação, foi um contingenciamento. E mais, os 30% bloqueados das universidades são direcionados para a educação básica. A educação básica, no nosso país, está um verdadeiro caos. A criança sai do Ensino Fundamental sem saber ler, sem saber escrever, e vai para o Ensino Médio. Chega ao Ensino Médio com uma dificuldade tremenda, e ainda assim consegue concluir, sem poder resolver uma equação de 2º grau, sem saber o que é uma Fórmula de Bhaskara, Teorema de Tales, Teorema de Pitágoras, e assim sucessivamente.

Então, a educação básica, no nosso País, é que precisa ser priorizada. Um aluno, de acordo com o Ministério da Educação, um aluno em graduação custa 30 mil reais por ano, e o aluno em uma creche custa três mil reais por ano. O nosso ministro da Educação disse em seu Twitter: "Para cada aluno de graduação que eu coloco na faculdade, eu poderia trazer 10 crianças para uma creche, crianças que geralmente são mais humildes, mais pobres, mais carentes, e que hoje não tem creche para elas. O que você faria no meu lugar?”

E aí, cadê aquela galera que tanto fala: “Nossa, vamos lutar aqui pelos mais pobres, vamos lutar pelos mais necessitados.” Não é isso o que o governo Bolsonaro está fazendo? Vamos comparar aqui: quem é que precisa de mais prioridade no atendimento à Educação? É o filho da faxineira que não tem... É a faxineira que não tem condições de pagar uma creche para o filho dela, ou é o playboyzinho mimado, o socialista de iPhone que estuda numa universidade de São Paulo da vida, que estuda na USP, que tem seu carro próprio, de classe média alta e que vive esbravejando contra o governo Jair Bolsonaro? O governo Jair Bolsonaro está priorizando aqueles que mais necessitam, neste caso na educação básica. Então, não houve cortes na Educação, não da mesma forma que foi feito durante o governo do Partido dos Trabalhadores. E digo mais: se, de fato, tivesse havido cortes, nós teríamos matérias que justificassem aquilo que o governo Bolsonaro está fazendo nas universidades federais. Universidade federal, e não só na universidade federal, mas também nas universidades estaduais, fazendo exposições como aquela do macaquinho, em que alunos estavam nus, correndo um atrás do outro, cheirando-se. Teve o outro ali que eu abri uma matéria, outro dia, e me assustei, senhores, eu fiquei estarrecido, porque aconteceu numa universidade de São Paulo, na USP: um estudante, com camisa preta, ele estava em pé, e outra estudante, toda pintada de preto, agachada, debruçada no chão, enquanto o estudante que estava de pé urinava em cima da estudante que estava agachada. E, pasme, capitão Conte Lopes, eu descobri que isso é uma exposição artística, que era uma forma de protesto.

Eu me pergunto: o que está acontecendo com a educação superior brasileira? É nisso que a gente está investindo? É no emburrecimento coletivo, é na idiotização coletiva? Dou razão, sim, para o ministro da Educação, para que esses 30% sejam retirados das universidades e passados para a educação básica. Inclusive eu peço para que o governo do Estado de São Paulo também faça o mesmo. Eu quero saber o que vai sair dessa CPI das Universidades.

Hoje tivemos a reunião. Estive presente como suplente e cobrei, sim, para que sejam investigados - eu e a professora Valéria Bolsonaro - os altos cargos, os altos salários que estão recebendo na Universidade de São Paulo, que estão muito acima do teto constitucional. Para concluir, Sr. Presidente: 70 mil reais. E você vê a galera do lacre indo para a reunião da CPI dizendo que quer mais autonomia universitária.

Vamos ter autonomia universitária no dia em que a UNE deixar de ser da UJS. Vamos ter autonomia universitária no dia em que acabar esse aparelhamento nas universidades. Vamos ter autonomia universitária quando esses militantes travestidos de estudantes aprenderem a respeitar o ambiente público.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado, nobre deputado Douglas Garcia. Convidamos agora a nobre deputada Carla Morando. Tem V. Exa. o tempo regimental do Pequeno Expediente, nobre deputada.

 

A SRA. CARLA MORANDO - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Srs. e Sras. Deputadas; boa tarde, presidente Gilmaci; boa tarde a todos os presentes, a todo o pessoal que está na galeria.

Em primeiro lugar, eu gostaria de realmente agradecer por todas as manifestações de solidariedade a mim, ontem, no momento em que tivemos aquele triste episódio do deputado Luiz Fernando, fazendo uma agressão a todas as mulheres, como foi, na verdade, o meu maior entendimento.

Não levei isso como uma ofensa pessoal e sim como uma ofensa às mulheres, porque nós, mulheres, temos uma tripla jornada. Cuidamos de casa, de filhos. E aí você ainda tem que escutar que você está aqui porque o seu marido te pôs. Aquilo me deixou bastante surpresa.

Realmente, eu fui candidata a deputada estadual por conta de o meu marido já estar engajado na política e por conta de tentar trazer de volta o que o PT tirou da nossa cidade, São Bernardo do Campo, em que ele fez uma devassa. Foi um dos motivos pelos quais eu realmente aceitei ser candidata, para que pudesse trazer e ajudar o Orlando em sua jornada na Prefeitura de São Bernardo.

Então, não só pelo motivo de ele ter me ajudado, mas eu corri bastante para isso. Fiz muito esforço e muita campanha. Não foi uma campanha fácil, ainda tendo uma adversária... “Adversária” entre aspas, Janaina, mas que levou um monte de votos. Tenho só que te parabenizar e acho que você mereceu cada um deles. Fiz uma corrida muito grande para poder, hoje, estar aqui; para poder, hoje, conseguir ajudar o município de São Bernardo do Campo e o Grande ABC, que realmente ficaram bastante desfalcados.

Mas todas as mulheres trabalham bastante e elas estarem em um quarto turno não é fácil, principalmente quando se tem crianças pequenas. Eu tenho dois filhos: o Orlandinho, de dez anos, e a Antonella, de oito. E eles ficam, muitas vezes, com a minha mãe, muitas vezes com a vizinha ou com a moça que, às vezes, fica um pouco mais tempo lá na minha casa me esperando. Mas eles não estão com o pai e com a mãe, porque os dois estão correndo e tentando arrumar essa cidade.

Então, quero muito agradecer a todos pelo gesto que vocês fizeram. Fiquei muito honrada, muito feliz. Podem ter certeza de que... Não falem de mulheres, pois nós, mulheres, trabalhamos muito, temos muito valor e não é isso que a gente espera de uma Casa de Leis, com pessoas aqui para defender a população. Então, muito obrigada a todos.

Gostaria também de parabenizar o prefeito Orlando Morando, de São Bernardo, porque ele lançou um programa municipal na rede de ensino do município de São Bernardo em que as mães que têm baixa renda e filhos especiais vão se tornar membros das escolas, cuidadoras dos filhos, em horário de trabalho, e receberão por isso.

Achei que isso foi de uma grandiosidade muito grande. Eu acho que se isso realmente funcionar, que eu acredito e eu tenho certeza que funcionará muito bem, as crianças estarão muito bem assistidas porque ninguém melhor do que a mãe para conhecer cada filho e ajudar no que for preciso dentro da sala de aula, trazendo esse bem-estar tanto para a mãe quanto para a criança. Além de tudo, podendo ter um valor a receber por esse trabalho que ela estará prestando para a Prefeitura de São Bernardo.

Então, acho muito legal se for realmente um projeto que funciona e que dá certo a gente tem que trazer para o estado, tentar instituir em todas as escolas de ensino municipal e estadual para as crianças que tenham qualquer tipo de deficiência.

Então, gostaria muito de parabenizar o prefeito de São Bernardo do Campo, a secretária Silvia Donnini, que também fez parte desse projeto e gostaria muito também de parabenizar todas as mães de crianças com deficiência que hoje poderão estar junto com seus filhos na escola ganhando para estar lá. Parabéns, muito obrigada a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado, nobre deputado. Convidamos agora o deputado Enio Lula Tatto. (Pausa.) Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputada Edna Macedo. (Pausa.) Deputado Frederico d’Avila. (Pausa.) Deputado Daniel José. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Vinícius Camarinha. (Pausa.) Deputado Coronel Nishikawa. Tem V. Exa. o tempo regimental.

 

O SR. CORONEL NISHIKAWA - PSL - Boa tarde a todos, assessorias, colegas deputados, Sr. Presidente Gilmaci. Primeiramente, eu gostaria de parabenizar a luta incessante do pessoal da CEPM. Podem contar conosco nessa incessante luta. O pessoal de Marília que aí esteve presente, eu sou de uma cidade vizinha chamada Vera Cruz. Pessoal da Emplasa, nós estamos juntos.

Eu quero dizer que nem tudo que vem do governo é ruim. Hoje, até por homenagear os policiais que estavam lá recebendo um diploma, eu estive presente no Policial Nota 10. Evidentemente que policiais preferem aumento a esse tipo de homenagem. Já foi dito aqui pelo Major Mecca, Sargento Neri. Reforço tudo o que foi dito aqui.

O Hospital Militar precisa de uma grande reforma. Eu já tive a oportunidade de utilizar. Na época que eu utilizei, infelizmente, eu tive que levar coisas de casa para poder ficar internado lá. Então, seria de bom alvitre olhar melhor o nosso hospital lá.

Hoje, de manhã, depois da cerimônia de Policial Nota 10 nós conversamos com o governador João Doria. Eu fui solicitar que ele liberasse imediatamente o salário dos policiais mortos em serviço. Ele falou que já estava tomando providência e que isso será uma rotina.

Antigamente, para quem não sabe, policiais militares mortos em serviço demoravam dois, três meses para começarem a receber ou os familiares começarem receber o salário do policial que caiu em combate. Então, nós fizemos esse pleito. O governador falou que vai resolver ou que já está resolvido.

É uma das coisas que o pessoal da Polícia Militar vinha me procurar aqui no nosso gabinete. Então, é uma etapa vencida.

Outra coisa, policiais que se suicidam - já foi dito aqui, quero apenas corroborar o que foi dito - é por pressão, às vezes por mau salário. Apesar de o governador dizer que o nosso salário será um dos melhores do Brasil, hoje não é Brasília que tem o maior salário. Tem estado que tem salário maior que o de Brasília. Ele fala que o nosso salário não vai ser maior que o de Brasília. Tem que ser maior que o de Brasília, sim, porque o de Brasília não é o maior salário.

Isso vai fazer com que haja o resgate da autoestima. Esses suicídios não são em vão. Houve óbito de dois policiais que se suicidaram e mais uma tentativa de um oficial, de um tenente. Então, essas coisas têm que acabar. Nós temos que valorizar policiais, valorizar com salários dignos, decentes, para que possam exercer efetivamente a sua profissão.

É uma das profissões de maior risco. Como diz o Mecca, é o único que tem cemitério. Policiais mortos no serviço são enterrados no cemitério, em mausoléus. Também, nós temos hospitais próprios e tratamento psiquiátrico ou psicológico. Mas eu entendo que esse tratamento psicológico não está resolvendo, senão nós não teríamos esses suicídios que ocorrem frequentemente. 

Por favor, Sr. governador João Doria, olhe melhor a nossa tropa, olhe com carinho para que possamos ter realmente a melhor polícia do nosso País.

Aliás, gostaria de comunicar aqui que a Polícia Militar do estado de São Paulo, representado pelo major que agora não me recordo o nome, mas eu cheguei a falar pessoalmente com ele, eles estão indo a Moçambique em uma missão de paz para apoiar aqueles que foram atingidos pela tragédia de intempéries que ocorreu por lá.

Muito obrigado. Uma boa tarde.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado, nobre deputado Coronel Nishikawa.

Neste momento nós estamos encerrando o Pequeno Expediente e vamos dar início ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Convido, por permuta, o nobre deputado Paulo Fiorilo.

Enquanto V. Exa. se dirige à tribuna, eu queria anunciar que está nos visitando nesta Assembleia, nesta tarde, o nobre vereador da cidade de Santa Bárbara d’Oeste, nobre vereador Alex Backer, do PRB, visitando esta tarde a nossa Assembleia Legislativa, vereador que tem feito um grande trabalho naquela cidade. Seja bem-vindo a esta Casa. É uma alegria tê-lo aqui visitando nesta tarde a nossa Assembleia. Um abraço. Seja bem-vindo, vereador Alex Backer.

Com a palavra o nobre deputado Paulo Fiorilo. 

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Alesp, público presente, queria, antes de mais nada, agradecer aqui à deputada Erica, que me cedeu o tempo no Grande Expediente.

Eu volto ao Grande Expediente com o tema da Educação. Eu também sou membro suplente da CPI das universidades, que iniciou hoje também os seus trabalhos com vários convites aos reitores das universidades estaduais. A deputada Carla Morando é a vice-presidente da comissão. Tem desempenhado o seu papel. 

A grande preocupação da bancada do PT, em especial, é que a comissão possa dar uma ajuda, se pode se dizer dessa forma, às universidades, que vivem uma situação difícil, muitas vezes de penúria. Eu acho que a comissão pode cumprir esse papel, deputada Carla Morando, porque vai poder colocar luz nesse debate, um debate importante.

Agora, nós precisamos tomar um cuidado, em minha opinião. A CPI tem um escopo. O escopo é a discussão sobre as questões financeiras das universidades, a prestação de contas. Por isso, hoje, eu propus que o Tribunal de Contas do Estado pudesse encaminhar relatórios dos últimos oito anos de qual tem sido o papel das universidades na prestação de contas. Isso ajuda muito na discussão do que é o recurso público, mas também da qualidade de ensino.

A gente está falando das universidades, mas a gente, aqui no estado, tem um problema gravíssimo com as escolas estaduais. Eu tenho impressão de que na cidade da senhora não é diferente. Eu visitei várias escolas da cidade: fui à zona leste, à zona sul; estou indo à zona norte, à zona noroeste. E as reclamações são as mesmas: as escolas precisam de uma reforma. A estrutura da escola é antiga. Em alguns casos, a casa do caseiro está detonada. Não mora um caseiro, o que deixa uma brecha grande para o vandalismo. Quando você tem um caseiro morando na escola, de certa forma tem uma pessoa ali permanentemente acompanhando o dia-a-dia da escola.

Mas você tem um problema com as quadras. Eu tive a oportunidade de visitar escolas em que as quadras estão impraticáveis. Em alguns casos, o governo do estado optou por destruir a quadra. Ao contrário de fazer a reforma, ele resolveu tirar a quadra, para não ter uso. Uma das escolas nessa situação é uma da zona sul que passou, inclusive, por denúncias quando caíram as árvores, e a escola ficou sem luz e tal. Eu fui lá: a quadra foi retirada e não foi recolocada no lugar.

Eu fui numa escola na zona leste, na Vila Bela, em que eles tiraram a quadra coberta para construir uma outra escola e não fizeram a quadra coberta para a escola. Então, eu acho que tem um problema grave no estado, por conta dessa situação de reforma. Sr. Presidente, só por dúvida: o meu tempo era de 10 ou de cinco?

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Dez minutos, Excelência. Nós vamos corrigir já o seu tempo.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Eu estou esperto porque o deputado Conte Lopes...

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Já foi corrigido, Excelência.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Porque não é possível; não falei seis minutos. Deputado, muito obrigado por alertar esse deputado iniciante que tinham tirado o meu tempo.

Então, eu queria dizer que as escolas aqui do estado também carecem de um olhar. Talvez a gente devesse ter uma CPI da Educação estadual, para poder ajudar nesse debate. E eu queria dizer aos deputados que eu tenho uma lógica de que o Parlamento é o espaço democrático para a gente ouvir o Executivo. Inclusive, para poder ajudar o Executivo com sugestões, com propostas. Nunca para fazer a disputa ideológica. Disputa ideológica a gente fez nas urnas. A disputa aqui dentro é a disputa administrativa, é a disputa de políticas públicas, em que nós temos uma concepção e eles têm outra.

Por exemplo, nós entendemos que é fundamental ter recurso para a Educação. O governo federal entende de outro jeito. Eu vou aqui fazer a contraposição ao deputado Douglas, em que pese ele não esteja presente. Saiu uma matéria, publicada no “Estadão” em 06 de maio. O Ministério da Educação congelou mais recursos da Educação Básica do que das universidades federais. É estranho porque eu entendi que o presidente Bolsonaro está preocupado com os que mais precisam.

E aí, diz lá a matéria: “Apesar do discurso do governo federal de dar prioridade à base do ensino público, ao menos 2,4 bilhões” - vou repetir, 2,4 bilhões - “que estavam previstos para investimentos em programas de educação infantil ao ensino médio foram bloqueados”. As universidades federais estão sem 2,2 bilhões: 2,2 bilhões para as universidades federais; 2,4 para ensino público infantil e médio. É estranho, deputado Gil... Aliás, deputado Gil, que tem sido um militante do governo Bolsonaro em todos os aspectos. Queria parabenizá-lo pela sua postura combativa de defender o presidente Bolsonaro, inclusive de contribuir com proposituras, que depois nós vamos poder debater.

O contingenciamento vai na contramão do que defende Jair Bolsonaro desde a campanha eleitoral: o aumento de investimento para a Educação Básica em detrimento do ensino superior. É estranho, porque se ele diz isso... Aliás, é estranho porque normalmente, deputado Conte Lopes, o candidato fala uma coisa, ganha e não aplica. O Major Neri vai concordar comigo. Desculpe, sargento, já o promovi para major, porque o senhor está precisando de aumento.

Repare só: o governador Doria, enquanto candidato, fez uma promessa, aumentar o salário dos policiais. Ganhou e fez o quê? Nada! Então, nesse caso, é a mesma coisa, o presidente Jair Bolsonaro disse, na campanha, que ia priorizar a educação infantil; ganhou e tirou dinheiro. Ele fez um congelamento, o Governo do Estado também congelou recurso.

Uma coisa é quando você congela, você pode descongelar. Agora, pior, porque o ministro está dizendo que só descongela se aprovar a Previdência. Parece uma coisa meio de troca de coisas distintas, uma coisa é priorizar a educação infantil, outra coisa é aprovar a Previdência. Como é que a gente troca as coisas? E o governo precisa priorizar a Educação.

Diz lá a matéria: “anteontem, o presidente, em entrevista ao SBT, reafirmou a prioridade de seu governo. ‘A gente não vai cortar recursos por cortar. A ideia é pegar e investir na educação básica’. Dois dias antes, o ministro Abraham Weintraub publicou um vídeo no Twitter, também defendendo a mudança de prioridades, ‘para cada aluno de graduação que eu coloco na faculdade, eu poderia trazer mais dez crianças para uma creche’”.

Aqui tem um outro problema que eu queria levantar. A responsabilidade pela educação infantil é do município, não é do governo federal. O governo federal deveria ser responsável pelas universidades, que é a área de atuação dele. Ele tem o Fundeb, ele contribui com os municípios, mas a prioridade é outra. Agora, o ministro quer mudar a prioridade, ajuda os municípios.

Levantamento feito a pedido do jornal “O Estado de S. Paulo”, pela Associação Nacional de Dirigentes das Instituições de Ensino Superior, com dados públicos no Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento do Ministério da Economia, mostra que os bloqueios nas pastas não pouparam nenhuma das etapas da Educação. O MEC, por exemplo, 146 milhões dos 265 milhões previstos inicialmente para a construção ou obras em unidades do ensino básico.

O valor poderia, por exemplo, ser destinado aos municípios para construir creches. Foram retidos recursos até mesmo para a modalidade definida pelo presidente e pela equipe que comanda o ministério como ensino técnico e educação a distância. O presidente fala uma coisa, o ministro fala outra. Ou pior, talvez nem o ministro.

Tem uma expressão que o deputado Carlos Giannazi conhece. Se não conhece, agora vou apresentá-la, que é mais ou menos assim: “Roma ‘locuta’, brasileiro não escuta.” Jair Bolsonaro ‘locuta’, o ministro não escuta, porque o presidente fala uma coisa, e o ministro faz outra. Eu vou salvar o presidente, porque a culpa deve ser do ministro, porque o presidente nunca vai errar, está sempre certo.

Ontem, ele fez uma declaração, dizendo que estava liberando armas para o pessoal de tiro ao alvo e tal. Aí sai a publicação, e é uma lista. Aliás, até deputado pode andar armado. Espero que não andem, espero. Jornalista que cobre área policial também pode andar armado.

Então, assim, a gente precisar toma muito cuidado com que ele fala e com que ele escreve. Portanto, Sr. Presidente, está ok, eu vou terminar aqui, mas nós precisamos ficar de olho.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Convidamos, agora, por permuta, o nobre deputado Conte Lopes.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - PARA COMUNICAÇÃO - É uma comunicação sobre esse projeto do presidente Bolsonaro. Eu acho que ele foi feliz. Nós precisamos prestigiar o governo federal quanto à posse da arma, para que os pais de família tenham a possibilidade de defender as suas famílias.

Espero que ele não tenha se esquecido das mulheres, das donas de casa, para que elas tenham a possibilidade de defender as suas vidas, até porque hoje o homicídio contra a mulher é muito grande, então, nós precisamos fazer esse trabalho.

 

O SR. CONTE LOPES - PP - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, faço minhas as palavras do Sargento Neri. Na verdade, a gente percebe que, enquanto o cidadão de bem não pode ter uma arma no Brasil, os bandidos têm fuzis, e com os fuzis matam policiais.

Ontem eu tive oportunidade de falar nesta Casa. Eu fiquei meio revoltado, porque é tanto discurso em cima do cabo Fernando, que morreu, e aquele outro cabo da Rota que morreu lá em Santos, ambos da Rota, que foram atacados dentro de suas casas, o cabo Fernando por tiro de fuzil.

Vi vários discursos. O policial não foi enterrado no Mausoléu da Polícia Militar,  porque para ser enterrado no Mausoléu da Polícia Militar, administrativamente, a burocracia só permite se nós formos mortos fardados, dentro da viatura, senão não, aí não serve e não vira herói.

Esse policial Fernando, por exemplo, que eu vou citar mais aqui, saiu da sua casa para ir para o trabalho. O PCC precisava matar um policial da Rota, e sabiam que o Fernando morava ali. Esse policial vai subir na sua Doblò, não é nenhuma Mercedes, nenhum carro importado, para ir para o trabalho, quando chega um carro com três caras armados de fuzis.

Eles dão pelo menos 60 tiros, e o policial foi, evidentemente, condenado à morte. No Brasil não tem pena de morte. Devia ter. Tanto é que, quando eu era da Rota, eu sempre dizia aos policiais: “não morram. Matem, mas não morram”. Depois a gente arruma uma advogada, como a Dra. Janaina, para nos defender. Agora, você morto ninguém defende mais. Tem cara que no enterro já fica de olho na viúva.

Eu falava para os policiais. É duro, é triste, mas eu falava. Não deixa de ser uma realidade, infelizmente. “Esse cara é louco”. Não, eu não sou louco, não. Vi o governador João Doria falar sobre a morte do policial. Falou que os Direitos Humanos não falam nada, e não falam mesmo. Direitos Humanos não fala nada, só protege bandidos. Essa é uma verdade também. Direitos Humanos só defende bandidos, e o governador falou.

Agora vamos ao cerne da questão. Não sei se é a expressão correta, Dra. Janaina. O âmago da questão. Vamos à verdade, a verdade dos fatos. O que acontece com o policial quando ele morre. Isso que o Doria tem que ouvir.

Eu falei ontem aqui. PCC, seja inteligente, meu. Vocês ficam matando coitados de soldados, que já estão em uma caca desgraçada. Tem que matar coronel, deputado, igual nós - menos eu, quebrem o meu galho. Matem deputados, matem o governador, secretário. É que secretário anda com segurança, mas com o quê? Com uma pistolinha quarenta? Se vocês forem de fuzis, oito, nove, dez fuzis, como vocês fazem no interior, vocês chegam em 30, 40, e cercam a cidade, e dominam a cidade, dominam a Polícia e roubam os bancos. De 100 que eu vi, perderam uma, com a Rota agora, onde vocês morreram em 11, mas então vocês veem o que vocês estão fazendo. Agora, matar um soldado não adianta nada, PCC.

A gente fica revoltado. Diz que tiraram o comandante da Rota agora, Araújo, porque ele era bom. Reformou o quartel, com a ajuda do Frederico d'Avila e outros empresários. Foram lá e tiraram. Então, eu vou ao âmago da questão. Vamos lá. São esses negócios que todo mundo usa. Eu sou meio velho, mas estamos aqui.

“Boa noite a todos, no começo desta noite, estive no Batalhão Tobias de Aguiar, conversando com o capitão PM Virgílio, que comandava o falecido o cabo Fernando. Ele relatou algumas das dificuldades que a viúva e os três filhos de dez, de 11 e 12 anos de idade estão enfrentando.

A viúva não sabe a senha da conta corrente do banco, para receber o salário do falecido e fazer as compras do mês, pagar inúmeras dívidas e escolas dos filhos. Coloquei o capitão Virgílio em contato com dirigentes do Banco do Brasil e Bradesco,  os quais irão auxiliar a viúva, identificando as dívidas de empréstimos e cartões de crédito.

Porém, a conta-corrente onde vem o salário não poderá ser movimentada sem ordem judicial, pois não é conta conjunta. A família está totalmente sem dinheiro e mantimentos. Dessa forma, entrei em contato com o Bioto e, juntamente com o capitão Virgílio, pedimos autorização de solicitar a todos os integrantes do grupo a ajudar com doações financeiras, com a finalidade de ajudar naquilo que for possível para diminuir o sofrimento da família.

O veículo Fiat Doblò, no qual cabo Fernando foi vitimado, está extremamente danificado, e amanhã será levado para o batalhão da Rota, onde os mecânicos e funileiros vão avaliar se há condições de reforma ou se deverá ser vendido como sucata. Pois os projéteis de fuzis perfuraram porta, teto, painel, bancos, parte eletrônica, etc. Além de possuir dívidas e multas acima de 2 mil reais.

Todas as doações serão depositadas na conta corrente do capitão. Ele receberá as doações e fará um recibo com os demonstrativos, que será assinado pela viúva. Uma cópia do recibo ficará com ela. Outra será anexada na pasta do policial falecido, no batalhão. E a terceira via será entregue para a minha pessoa, e divulgada no grupo. Diante do acordado, e devidamente autorizado, seguem abaixo os dados da conta do capitão Virgílio.

Minha gente, é um policial que morreu porque era policial. Porque pertencia à Rota e combatia o crime organizado. O policial foi caçado na sua casa. O Doria faz discurso bonito, fala bem, e manda WhatsApp.  Governador, mas isso não adianta. Tem que ajudar a família do cara e de outros policiais.

Começa a matar coronel. Começa a matar coronel no ninho, na casa. Começa a matar secretário e governador. Se o PCC quiser matar governador, mata. Se quiser matar o Bolsonaro, mata. Aliás, o Bolsonaro, quase mataram com uma faca. Um pé-de-breque, quase matou. Com 20 seguranças.

Porque os seguranças de hoje são tudo bonito. Usam óculos escuros, tudo bonitão. Para prender o Temer eles são bons pra caramba. Para prender o Lula, aí são tudo bom. Não sou contra prender. Só que, como policial velho, isso é um cara que, você chama, o cara vem. Vem cá, venha aqui. No meu tempo chamava “vem no piu”: “Ô Temer, vem cá, você vai ser ouvido.” Ele vai. “Ô, Lula!” Ele vai. “Ô, Zé Dirceu, você vai!” Ele vai.

Fazem uma baita duma festa e, contra os bandidos, ninguém vai. Agora, deixar a família de um policial nesse estado, sem ter o que comer? Esperar três meses - o Neri sabe melhor do que eu esse negócio aí - para a Administração configurar que ele morreu mesmo, que está morto, para a família começar a receber o salário dele? É o fim do mundo que a gente viva uma situação dessa, que nos causa revolta mesmo. Podem falar e me xingar, não tem problema não.

Cheguei nesta Casa, como deputado, trocando tiro com bandido. Quando cheguei, deputado, aqui, trocando tiro com bandido. Dois que estavam com uma menininha de 60 dias. Eu matei os dois.

Eu matei, como deputado, aqui na 23 de Maio, vindo com o carro da Assembleia para cá. Troquei tiro com bandido porque estavam sequestrando um engenheiro. Também morreu o bandido, no começo do PCC aqui em São Paulo, Neguinho do Asfalto, e outros.

Então não adianta vir com conversa mole. Agora, a gente fica triste, né? Começou tudo errado de novo. Todo mundo faz discurso. E a família do policial numa situação dessa, de não ter o que comer em casa? Morreu com um tiro de fuzil. Porque você não tem defesa. Se me atacarem com três ou quatro fuzis, vou me defender como? Quem, é que se defende? O cara encosta um carro com um fuzil e te enche de bala. Como morreu a Marielle, morre qualquer um.

Mas aqui no Brasil não tem pena de morte. Só tem para o bandido: se ele te escalar para morrer, você vai morrer. Agora, fica pegando um soldado aqui e ali. Pega o coitado do soldado: “Como é que sabem onde ele mora?” Todo mundo sabe onde ele mora. Qualquer bandido sabe onde um policial mora. O soldado mora na periferia, como eu morei. E todo mundo mora na periferia. Se precisar dar o endereço, dão.

Agora, é aquilo: ou mudamos essa situação, ou vamos de mal a pior. Fazer discursinho barato, discursinho banal, e deixar o policial e a família à mercê da sorte? Como nesse caso, de ter que fazer vaquinha: você ter que fazer vaquinha para contratar advogado? No meu tempo, não. Quando eu estava na Rota, não: a Polícia te dava advogado. Tive duas promoções por bravura, na Rota, por trocar tiro com bandido. E o Coronel Telhada teve uma.

Hoje não, o policial vai para o Proar e é afastado das ruas. Ele enfrenta o PCC com fuzil, com canhão, com tudo, e mesmo assim é punido, sai da rua. Aqueles que nunca deram um tiro, esses vão ficar bem na Polícia: vão ser comando, vão ser não-sei-o-quê, vão ser não-sei-o-que-lá. Estão sempre na boa. E o outro não: é só processo, cacete e bala nele. Não vai para lugar nenhum.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - Um aparte muito rápido.

 

O SR. CONTE LOPES - PP - Faz favor.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Foi por isso que, quando fui escolhido candidato a presidente da Assembleia, eu escolhi o deputado Conte Lopes para ser o meu vice.

 

O SR. CONTE LOPES - PP - Obrigado, obrigado.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - Sr. Presidente, para uma reclamação, por gentileza.

 

O SR. CONTE LOPES - PP - Então, só para terminar, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Estamos com um orador na tribuna.

 

O SR. CONTE LOPES - PP - Está aí o Frederico d’Avila que sabe do que eu estou falando, que sempre acompanhou a Polícia.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Para encerrar, nobre deputado.

  

O SR. CONTE LOPES - PP - Então, só para terminar. Infelizmente é isso. Se a gente muda o comando da Rota, porque o comando que é bom não está satisfazendo ao governador, será? Ou o governador não sabe? Então o governador está perdido. Amanhã ele deve vir aqui às 11 horas, nós vamos cobrar dele, não é? Obrigado, Sr. Presidente.

O policial não tem o que comer e defendendo a sociedade, defendendo o estado... Fazer discurso bonito todo mundo faz. Aí não dá.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado, nobre deputado. Convidamos agora por permuta o nobre deputado Carlos Giannazi. Tem V. Exa. o tempo regimental. Antes porém, para uma reclamação, tem a palavra o deputado Sargento Neri.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - PARA RECLAMAÇÃO - Sim, inclusive da vossa Presidência, e da Presidência da Mesa. Sr. Presidente, tem partidos que têm dez, 15 deputados e vêm aqui pedir comunicação. Eu sou o único deputado do meu partido. Se é debate ou não, eu nunca reclamei de deputado nenhum de vir aqui e fazer debate. Então, se é para usar essa regra com o AVANTE, com o Sargento Neri, que use com todos os deputados.

Ontem mesmo, todos vieram aqui fazer comunicação e entrou por briga ideológica. Eu peço a comunicação e não posso.

É injusto que eu, como um deputado, quando vou fazer comunicação, às vezes a Presidência é até dura, tentando cercear o que eu faço. E vem dez, 15 deputados do PT, PSL, PR vem todo mundo faz comunicação e fica livre para fazer a comunicação e nada é falado a esses deputados.

Então, com todo o respeito que eu tenho a V. Exa., ao deputado Cauê Macris, nosso presidente, que também essa Presidência respeite este deputado, como respeita e dá oportunidade para os demais. Obriga, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Nobre deputado, tanto V. Exa. é respeitado que V. Exa. fez a comunicação, agora está fazendo uma reclamação. Mas sempre cobramos V. Exa. porque nós estamos aqui tentando dar uma dinâmica para os trabalhos. E lembrando que comunicação, que muitas vezes V. Exa. , não V. Exa. mas alguns deputados usam o microfone de aparte era para se fazer uma comunicação e muitas vezes é feito o debate. Não vamos entrar em debate agora com V. Exa. porque temos um orador na tribuna. Estou só respondendo a V. Exa. porque V. Exa. reclamou. Então, muitas vezes é usado para fazer o debate de um tema.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - Mas sou só eu?

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Não, nós usamos esse expediente com todos os deputados. Quando esta Presidência está aqui no comando dos trabalhos eu faço isso.

Tanto é que V. Exa. não foi cerceado que falou para comunicação e agora para uma reclamação. Estamos aqui tentando é fazer valer o Regimento Interno. Se é para usar para uma comunicação é para usar para uma comunicação e não é para debate do tema que o deputado esteja falando na tribuna. Muito obrigado. Com a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público aqui presente, eu gostaria primeiro de manifestar a minha perplexidade aqui, a minha indignação com essa questão que foi colocada e que nós estamos acompanhando, da Segurança Pública ou da insegurança pública no Brasil, que já não vem de hoje. O Brasil não tem Política de Segurança Pública e nem vai ter pelo jeito. As propostas apresentadas até agora, que praticamente são duas, foi o pacote do ministro da Justiça, do Moro, que por exemplo, é um pacote altamente questionável que, por exemplo, não ataca as milícias. Não considera as milícias como crime organizado. Não tem nenhuma linha sobre as milícias. E essa proposta do presidente Bolsonaro de armar a população.

Ontem foi publicado um decreto facilitando o acesso às armas para caçadores, atiradores, colecionadores para importação de armas. Ou seja, acho que a Taurus agradece. Tanto é que eu ouvi uma notícia de que a Taurus, hoje mesmo as ações da Taurus cresceram bastante, aumentaram na Bolsa de Valores. A indústria de armas está comemorando, soltando fogos de artifícios com essa política do Bolsonaro de armar a população. Ou seja, não tem política de Segurança Pública. O Governo não tem nenhuma proposta. O governo federal, o governo Bolsonaro não tem proposta para a Segurança Pública no Brasil. Essa é a grande verdade. Ele está dizendo o seguinte: “Olha, população, não tenho”. Não haverá política de Segurança Pública neste País. Esse Governo não vai oferecer Segurança Pública. Quem quiser Segurança que compre uma arma. Político vai ter porte de arma com facilidade, jornalista, é o que diz o decreto. Colecionadores, atiradores. Ou seja, cada vez mais o governo Bolsonaro vai facilitando o acesso às armas para a população.

Agora, é engraçado, que há uma contradição, que os próprios servidores da Segurança Pública recomendam o seguinte: “Olha, num assalto, não reaja. Não reaja mesmo que você esteja armado”. São as orientações da própria Polícia Militar aqui em São Paulo.

Constantemente, nós temos, a população é orientada a não reagir num assalto. É uma contradição enorme. Agora, essa falta de Segurança Pública, essa falta de política de Segurança Pública penaliza até mesmo os próprios servidores da Segurança Pública, da Polícia Civil e da Polícia Militar, que estão sendo também, que são vítimas dessa falta, dessa insegurança pública.

Então, queria manifestar aqui a minha indignação, porque o Bolsonaro está armando a população porque ele não vai oferecer Segurança Pública, não tem projeto de Segurança Pública.

Isso acontece também nas outras áreas. Nós estamos acompanhando aqui, ao mesmo tempo em que ele facilita o acesso às armas, repito, a Taurus agradece, a Taurus está comemorando. E as outras empresas também, do ramo de armamento.

Mas nós acompanhamos, ao mesmo tempo, o sucateamento, a destruição da universidade pública. O ministro da Educação está cortando 30% do financiamento das universidades federais, dos institutos federais, institutos de pesquisa. É uma contradição enorme, é um desmonte da Educação, do ensino superior, da pesquisa científica, da extensão, do ensino no Brasil. E não é só na área do ensino superior. A área da Educação Básica também foi atacada agora, com o corte de quase três bilhões de reais, que foram cortados, também, pelo MEC.

É um absurdo total, que é um desmonte da Educação, que não afeta só o ensino, mas, sobretudo, a pesquisa - 95% da pesquisa realizada no Brasil é feita pelas universidades públicas, pelas federais, pela USP, pela Unicamp, pela Unesp, pelas estaduais.

São essas universidades que realizam pesquisa científica no Brasil. A universidade privada não faz pesquisa. Tem exceções, mas, em geral, não, porque pesquisa não dá lucro imediato. Pesquisa é a longo prazo. Então, as universidades privadas não realizam pesquisas.

Eu já trabalhei muito tempo como professor universitário em várias universidades aqui em São Paulo, e não tinha pesquisa. Não existe pesquisa. Quem faz pesquisa é o Estado, é a universidade pública, seja ela estadual ou federal.

Mas há um desmonte deliberado, um ataque brutal às nossas universidades. Mas há reação. Os alunos estão reagindo, os professores, a comunidade científica. Agora mesmo está sendo realizada uma grande manifestação na Avenida Paulista, no vão livre do Masp, contra esse desmonte das nossa universidades.

O Governo está dizendo, também, na área da Educação, o seguinte: “Olha, nós não vamos, o Estado não vai oferecer Educação mais para o povo brasileiro. Quem quiser Educação, que ensine na sua casa”. É por isso que ele aprova o ensino domiciliar. Então, você não vai ter Segurança Pública, deputado Fiorilo, porque você pode comprar sua arma e você faz sua segurança, o senhor faz sua segurança.

O senhor não vai mais ter acesso à escola pública, à universidade pública, porque V. Exa. vai dar educação na sua casa, através do ensino domiciliar. Não vai ter mais a aposentadoria também. Acabou a aposentadoria no Brasil com essa PEC 6, com essa reforma nefasta, perversa, do Bolsonaro, de reforma de destruição da Previdência Social.

Acabou a aposentadoria. Acabou a Previdência Social. Você quer se aposentar? Que pague a sua aposentadoria através daquele projeto, através daquela armadilha que está embutida na PEC 6, que o Paulo Guedes está importando do Chile, que é uma experiência altamente mal sucedida, que é a capitalização, onde só o trabalhador contribui, a poupança forçada que ele faz. O Estado não vai contribuir mais, nem a empresa. É um absurdo, não tem aposentadoria, você que pague. Acaba o conceito de seguridade social. Isso desaparece completamente do projeto da PEC 6. E isso também acontece na área da Saúde, até porque nós já tivemos um ataque criminoso às áreas sociais com a Emenda 95 do Temer, que foi aprovada em 2016, a famosa PEC da Morte, que congelou os investimentos nas áreas sociais por 20 anos, sobretudo na área da Saúde e da Educação. Mas como se não bastasse isso, eu pensei, chegamos já no inferno; não, tem um degrau abaixo do inferno agora com o governo Bolsonaro, porque o Paulo Guedes, o ministro da Economia, da Fazenda, está dizendo o seguinte: “Nós vamos apresentar uma PEC desvinculando as receitas obrigatórias da Educação e da Saúde.” Se hoje a União é obrigada, por lei, pela Constituição Federal, a investir no mínimo 18% do Orçamento em Educação pública, estados e municípios 25%, no mínimo, ou o que constarem nas suas respectivas constituições estaduais e leis orgânicas, e na área da Saúde também, tem vinculação obrigatória: estados devem aplicar no mínimo 12%, e os municípios no mínimo 15% em Saúde. A proposta do Bolsonaro, através do seu ministro da Economia, o neoliberal selvagem, Paulo Guedes, é de acabar com isso: “Vamos, não; não vai ter mais vinculação obrigatória”. Cada um investe o que bem entender. Eu fico imaginando: se a Educação já está falida no Brasil, a Educação pública por falta de investimento e a Saúde, eu fico imaginando sem a obrigatoriedade do investimento.

Então, é isso o que está acontecendo no Brasil, uma verdadeira tragédia. Estamos indo para um grande abismo social de precarização. Nós vamos entrar num verdadeiro inferno social com essas políticas do Bolsonaro. Não tem política de Segurança pública, não tem política, alias há a destruição; o pouco que existe de seguridade social, esse estado de bem-estar social do altamente raquítico Brasil, que foi construído precariamente, nem isso vai existir mais, porque ele vai ser destruído com a reforma da Previdência, com aqui a possibilidade agora do fim do Fundeb, com a Emenda 95 do Temer, que foi mantida, que tem que ser revogada imediatamente.

É isso que eu queria colocar. Eu estou chocado com todas essas medidas que nos levam para um grande abismo social de miséria, de violência. Vai aumentar a fome e a desgraça no  Brasil, mas o que mais me deixa chocado é que tem gente que defende isso. Tem quem defenda, inclusive no Parlamento. Isso que é um verdadeiro absurdo, que me deixa mais perplexo ainda. Até o governante apresentar proposta, ele apresenta, agora, ter apoio na sociedade é o que me deixa mais triste e muito preocupado.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Muito obrigado, nobre deputado.

Convidamos agora, para o tempo remanescente de cinco minutos, o nobre deputado Adalberto Freitas.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Uma comunicação bem rápida, Excelência?

 

 O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Também, até para ser justo, que realmente... pedimos que seja realmente uma comunicação, deputada.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Muito rápida. Eu só gostaria de comunicar, em virtude da fala do deputado Giannazi, que o crime de milícia já consta do Código Penal, no Art. 288-A, com uma pena de quatro a oito anos de reclusão, e que o crime organizado é previsto numa lei autônoma, com pena menor. Então, não teria por que o ministro Moro tratar o crime de milícia como crime organizado, porque o crime de milícia, no ordenamento vigente, já é um crime mais grave, e nada impede que haja situações que venham a aumentar a pena já prevista.

É só esse esclarecimento, Excelência.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Muito obrigado.

Com a palavra então o nobre deputado Adalberto Freitas, pelo tempo remanescente de cinco minutos.

 

O SR. ADALBERTO FREITAS - PSL - Boa tarde a todos. Cumprimento a Presidência, os componentes da Mesa, os assessores parlamentares de ambos os lados, os deputados e deputadas, aqui presentes, o pessoal da galeria, batalhadores, estão sempre aqui em busca de seus direitos; pessoal da nossa segurança, da Polícia Militar e da Polícia Civil, que garantem aqui nossa liberdade.

Presidente, eu gostaria de fazer só uma reclamação antes de iniciar, uma reclamação leve. No dia 2, o senhor estava aqui presidindo a Mesa, houve aquele problema e eu não pude falar, fui cerceado por outras pessoas. Eu gostaria de saber o seguinte: agora eu só tenho cinco minutos para falar, porque alguém me impediu de falar.

Então, eu gostaria de entender como funciona isso, porque eu estou aqui com a liberdade que tenho, como parlamentar, de falar por dez minutos, alguém invade o plenário, pega o microfone, não permite que eu continue a minha fala e aí a Mesa levanta os trabalhos, por conta do que aconteceu e só tenho cinco minutos a mais para falar. Olha, eu não sou contra. Se for uma norma da Casa, eu respeito às normas da Casa. Só queria entender, porque não fui eu que provoquei a situação, mas estou sendo penalizado por ela. Só queria deixar isso registrado, presidente.

Pessoal, quero deixar registrada uma participação nossa, como parlamentar. Participamos, ontem, da criação, na Câmara Municipal de São Paulo, da Frente Parlamentar de Cooperação Política e Cultural entre Brasil, China, Coreia e Japão. Pela amizade que tenho, com o pessoal dessas áreas, fui convidado, como único parlamentar deputado estadual, a participar dessa frente. A frente foi idealizada pela vereadora Soninha Francine, que me convidou para participar, e também alguns vereadores. Estiveram presentes ao evento o cônsul da Coreia em São Paulo, o cônsul-adjunto do Japão e o cônsul-adjunto da China, aos quais eu, também, agradeço o convite para participar.

Quero deixar registrado, também que, nesta manhã, estive na Secretaria de Habitação, onde fui muito bem recebido pelo secretário, Dr. Flávio Amary, juntamente com o Édson Marcuso e o Eric Romero, que são assessores da Secretaria de Habitação. Na ocasião, formalizamos a entrega de 1.417 escrituras de casas do CDHU, para moradores da cidade de Lorena, que estavam esperando há 40 anos. Essa foi uma conquista. Há vários anos não estavam conseguindo, mas conseguimos as escrituras. Devemos entregar as escrituras, nos próximos 90 dias, para essas pessoas que estavam aguardando, na cidade de Lorena. Agradeço muito a gentileza do secretário, de ter me recebido e de ter prontamente atendido um pedido deste parlamentar.

Quero deixar registrado, também, um agradecimento ao deputado Caio França, que é presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Hoje, às 13 horas, fizemos a primeira reunião da nossa comissão. A reunião foi muito bem sucedida. O deputado Caio França, dentro daquela educação que ele sempre teve, do conhecimento que ele tem como parlamentar, conduziu muito bem a reunião. Deixou aberto, também, para quem quiser participar dessa comissão.

Por último, quero parabenizar o nosso presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, pelo Decreto nº 9.785, de sete de maio de 2019. Ele fez algumas alterações para as pessoas, para os cidadãos de bem que queiram portar armas. Como tenho aqui ainda um minuto e meio, vou falar as principais alterações.

Foi decretado o fim da restrição da importação de armas. Quem quiser importar, vai importar arma. A permissão para cada cidadão comprar até cinco mil munições por ano, para usar nas armas. Os morados rurais terão a posse de arma de fogo, já existente, ampliando a residência fixa para todo o perímetro de sua propriedade.

O porte de arma está vinculado à pessoa e não à arma. Com a mudança, o cidadão não precisará mais tirar um porte para cada arma em sua propriedade, bastando apresentar o porte com certificado, que já estará válido. O certificado de registro passará a ter validade de dez anos. Na antiga situação, eram cinco anos.

A permissão expressa para que estabelecimento credenciado pelo Comando do Exército possa vender armas, munições e acessórios. O fim da limitação de quantidade e qualidade que instituição de segurança pública pode comprar.

Garantia de porte de arma para o praça das Forças Armadas com pelo menos 10 anos de serviço. Simplificação dos processos com a comunicação das Forças de Segurança Pública com o Comando do Exército.

A Polícia Federal passa a necessitar comprovar documentalmente que existem impedimentos para dar o porte de arma.

Passam, também, a ter direito ao porte de arma: o profissional de imprensa que atua na cobertura policial, o motorista de empresa de transportes autônomos de carga, agente público inativo, detentor de mandato eletivo nos Poderes Executivo e Legislativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; Segurança Pública; Abin; Administração Penitenciária, Sistema Socioeducativo, órgãos policiais das Assembleias Legislativas do Estado e da Câmara Legislativa do Distrito Federal, advogado; que exerça a profissão de oficial de justiça; instrutor de tiro ou armeiro; colecionador ou caçador; proprietário de estabelecimento que comercialize armas de fogo ou de escolas de tiro; dirigente de clube de tiro; residente em área rural; conselheiro tutelar; agente de trânsito; e funcionários de empresas de segurança privada de transporte de valores.

Eu fico muito contente com esse projeto de lei que foi aprovado, que agora é lei que todo cidadão de bem que queira se defender terá direito. Muito obrigado, presidente.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Cauê Macris.

 

* * *

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Pela ordem, Sr. Presidente, para uma breve comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem a palavra.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigado, Sr. Presidente. Sr. Presidente, eu apenas gostaria de fazer uma retificação ao que foi falado na tribuna, ao nobre deputado Carlos Giannazi, quanto ao investimento em pesquisa que é feito aqui nas universidades. Eu gostaria muito de convidar o deputado Carlos Giannazi para visitar a Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Eles têm um ótimo trabalho com a pesquisa da questão do grafeno. Então, a Universidade Presbiteriana Mackenzie muito tem orgulhado não só a população do estado de São Paulo, como a brasileira também através dessas iniciativas.

Eu entendo que o deputado adora um estado, é estatizante, quer estatizar tudo. “Ai meu Deus do céu, nada fora do estado é bom”. Porém, eu convido o senhor a conhecer uma nova realidade. Então, em respeito à nobre Universidade Presbiteriana Mackenzie venho aqui defender que eles têm um ótimo trabalho nesse trabalho de fazer pesquisa, de incentivo à pesquisa tecnológica e aqui no Brasil é um campo muito fértil onde deve ser investido. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - Presidente, pela ordem.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, Sargento Neri.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - Para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para uma comunicação. Só lembrando que nós temos já o próximo orador que seria o deputado Rogério Nogueira, que trocou por permuta com a deputada Erica Malunguinho. Deputado Neri.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, eu queria fazer um agradecimento aqui a um grande amigo, Campos Machado, que está aqui do meu lado. Ao Roquinho também. O Roquinho é um grande amigo também e está ao lado de outro grande amigo. Em 2015, eu ainda começava a minha vida política e fui até o escritório do Campos. Sem marcar hora, não é, Campos? Como sempre.

E ele recebeu para que juntos fizéssemos um projeto de lei para uma garotada que faz o esporte de “wheeling bike”. E é um esporte que tira a molecada das drogas, que incentiva a molecada para um bom caminho e o Campos colocou esse projeto que eu criei em 2015. Já passou por todas as comissões e agora está pronto para votação. Então, Campos, quero agradecer você em nome de toda essa garotada. Você é um político brilhante, uma pessoa humilde, que sempre me atendeu mesmo sem marcar hora, como foi feito com essa garotada.

Então, se esse projeto realmente for votado e passar, você leva nos braços milhares de crianças, milhares de adolescentes, que não vão se envolver com drogas ou com o mau caminho. Parabéns pelo seu mandato. Parabéns pela sua carreira política e tenho a maior felicidade e a honra de estar ao seu lado aqui na tribuna. Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Com a palavra a deputada Erica.

 

A SRA. ERICA MALUNGUINHO - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a “todxs”. Boa tarde, plateia. Boa tarde, assessoria. Ontem, mais uma vez nós retomamos um assunto que eu já tinha dado por superado pelo menos aqui no plenário, o assunto da violência que me que me foi acometida pelo deputado Douglas por meio de hipérbole ou metáfora, esqueci o nome da figura de linguagem.

O fato é que essa situação já foi encaminhada para o Conselho de Ética e é lá que as medidas e tudo que disser respeito a esse caso deverá ser tratado. Obviamente, o Conselho de Ética, nestes tempos em que vivemos, em qual a classe política e os políticos enfrentam um grau de descredibilidade generalizada, o Conselho de Ética será o lugar onde se determinará um novo marco civilizatório. A Assembleia Legislativa de São Paulo tem um papel fundamental nesse processo, para mostrar para o Brasil e dar uma resposta à sociedade de que a classe política pode agir, trabalhar e se movimentar por outros pressupostos que não sejam os de reproduzir as violências estruturais com que todo mundo já não aguenta conviver no cotidiano.

Quero me solidarizar com a deputada Carla Morando, que foi, sim, gravemente ofendida ontem neste plenário, uma vez que ela foi colocada no lugar em que historicamente se tem colocado as mulheres, de apagamento, de submissão, de incapacidade, questionando a sua elegibilidade, a sua presença aqui. Solidarizo-me com você e sei que isso faz parte de um conjunto de violências estruturais que são praticadas compulsoriamente por diversas pessoas.

Por isso, quando eu disse ontem que, entre esquerda e direita, eu sou negra, eu estou falando que a esquerda também pratica racismo, assim como a direita; pratica machismo, assim como a direita; e todas as outras violências estruturais. Meu papel aqui, embora eu esteja em um partido de esquerda e acredite que o PSOL seja o melhor para acomodar uma candidatura como a minha neste momento... Eu digo que a minha luta é contra as violências estruturais, e é por elas que eu me movo, absolutamente por elas que eu me movo.

E tenho mais a dizer: não é inteligente determinar-me dentro desses lugares das minhas condições étnicas. Não é porque eu sou negra, sou transexual e nordestina que esses são os únicos temas que me acometem. É importante afirmar essas identidades porque eu sei que é aí que incidem as maiores violências. Por exemplo, quando protocolamos o projeto de lei de estadualização do Transcidadania, isso não diz respeito apenas a transexuais, diz respeito à sociedade, diz respeito a nós melhorarmos a sociedade para pessoas que estão na parte mais precarizada em termos de construção social, e da mesma forma que essas pessoas não respondam à precariedade que lhes foi imposta com outras violências.

Quando penso sobre negritude, é a mesma coisa. Então, de pouco adianta falar que é gay e negro - no meu caso, eu sou trans e negra -, se isso não está atrelado a entender o que significa essa construção histórica. Dizer-se negro no Brasil diz respeito a entender como se constrói o racismo, inclusive porque você precisou se determinar com uma pessoa negra, porque não deveria precisar. Não deveria precisar se determinar como uma pessoa gay, mas precisou. Isso significa que existe um processo de violência construída estruturalmente que te obriga a se posicionar dessa forma, que nos obriga a nos posicionarmos dessa forma, e, uma vez que nós compreendemos isso, eu acho que é muito salutar que pensemos nisso de forma propositiva, para que outras pessoas não precisem passar por esse processo.

Isso é pensar em estrutura e institucionalidade, é pensar como o estado de São Paulo e esta Assembleia Legislativa respondem à sociedade a partir do rompimento dessas estruturas violentas. São Paulo tem muito a apresentar para o Brasil. São Paulo tem o maior Parlamento do Brasil, mas, infelizmente, infelizmente, continua a reproduzir os mesmos parâmetros dos outros parlamentos, continua a reproduzir o que há em Brasília, continua a reproduzir um discurso de violência como o do presidente que governa este país.

Isso não sou eu que estou falando, isso não sou eu que estou falando. O prefeito de Nova York fala, a comunidade científica internacional fala. Se não basta a fala de nós, brasileiras e brasileiros, então que ouçam as grandes referências do mundo em termos de economia e de intelectualidade, dizendo e afirmando para a gente que o que a gente está vivendo é uma catástrofe em termos de humanidade, em termos de elaboração política, em termos de construção de pensamento, em termos do essencial, do essencial, que é a pactuação de um marco civilizatório onde as pessoas possam ter direito essencial à vida.

Estamos aqui constantemente debatendo sobre armas. Se o tempo que dedicássemos e cada tiro que sai de cada lado fossem dedicados a pensar em uma proposta, em um pacto para a Educação, eu garanto que este estado seria outro daqui a menos de cinco anos. Mas não, nós precisamos retroalimentar constantemente essas máquinas de violência, que estão em armas físicas e armas simbólicas, que estão nos discursos de muita gente aqui.

Por que não tratamos e olhamos com coragem, com coerência e com verdade para a vida das pessoas? Entender que as pessoas que estão em condição de maior precarização têm cor, têm gênero. Por que nós não fazemos um pacto para observar essas pessoas, para pensar onde o Estado se exime de agir? Por que não dedicamos o tempo desse falar para essas pessoas, com ideias, propostas, sugestões de PL e todos os dispositivos do Regimento voltados a essas pessoas? 

Mas não. A lógica é como diria Foucault, que imagino que a deputada Janaina Paschoal deva ter estudado bastante, vigiar e punir, apenas isso. Não se pensa em proposição, não se pensa em práticas desconstrutivas, não se pensa em liberdades individuais, não se pensa em emancipação. É uma lógica constante de punitivismo, de genocídio, de morte, toma lá, dá cá, violência se combate com violência. 

É realmente assim que se avança enquanto sociedade? É realmente assim que se produz humanidade? É realmente assim?

Convido e nos responsabilizo, deputadas e deputados, a pensarmos um novo tempo nesta Assembleia, em que nós possamos debater efetivamente ideias que melhorem a vida das pessoas, sobretudo das que mais precisam, que é a população negra, a população LGBT, as mulheres e os povos indígenas.

Axé.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Para falar pelo Art. 82, como vice-líder da Minoria. 

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Na verdade, nós não entramos ainda... Nós temos mais um inscrito. Só correr a lista aqui para passar os próximos...

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Desculpe-me. Achei que já tivesse concluído.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Esse relógio ainda está com “delay”. Faltam três minutos.

A próxima inscrita é a deputada Analice Fernandes. Há uma permuta com o deputado Gil Diniz.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Sr. Presidente, tem como preservar o tempo para amanhã? Só tem quatro minutos. Já pedi o Art. 82.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência vai falar pelo tempo remanescente de um minuto, a não ser que V. Exa. peça uma comunicação, aí não dará tempo de V. Exa. chegar à tribuna.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Eu já pedi. 

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Na verdade, V. Exa. pediu para falar pelo Art. 82. Passo uma comunicação em um primeiro momento para V. Exa. e, depois, cedo a palavra pelo Art. 82. 

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigado, Sr. Presidente.

Na realidade, Sr. Presidente, eu gostaria muito de usar depois o meu tempo seguinte para fazer uma referência ao presidente da Câmara Municipal de São Paulo, do partido do presidente da Assembleia Legislativa, do PSDB, que tomou uma decisão interessante e importante. Depois eu farei, no 82, na tribuna.

Mas eu queria aqui aproveitar o discurso da deputada Erica Malunguinho, que chama atenção desta Assembleia para que a gente possa debater temas que são da maior importância para o estado. Aliás, já tinha dito isso quando fiz uso da palavra no Grande Expediente, no Pequeno Expediente, que é preciso discutir a questão da Educação no estado, a questão da Saúde,  do Transporte, da Segurança, em especial aquilo que o estado, infelizmente, deixa de fazer.

Aqui a gente tem acompanhado várias reclamações: salários de professores, salários de policiais. O estado não consegue dar resposta. Quando a gente vai olhar o Orçamento, deputado Gil, o estado tem hoje, em caixa, 33 bilhões.

Eu aproveitei porque o deputado Carlão chegou, e eu queria aproveitar para fazer esse debate. E dizer ao deputado Carlão que infelizmente o secretário Meirelles não vai à comissão para falar sobre o Orçamento, porque a deputada Carla Morando pediu vistas à minha solicitação, entendendo que o secretário já irá no próximo dia 29. E, como tem um problema de mobilidade, que eu preciso depois entender, nós vamos ter que aguardar o secretário para ouvi-lo no próximo dia 29, para falar sobre o quadrimestre. Nem é sobre o Orçamento, o que é uma pena, porque nós temos muito a entender do Orçamento, inclusive os 33 bilhões que estão em caixa. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem V. Exa. agora a palavra pelo Art. 82.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, queria aproveitar a minha fala pelo Art. 82, pela liderança da Minoria, para trazer um assunto que foi motivo, aqui, de debate ao longo do Grande Expediente e do Pequeno Expediente. Eu só quero usar o texto para não ser injusto.

Eu vou ler o texto publicado pelo jornalista Pedro Duran, da CBN, que diz o seguinte: “A Câmara de São Paulo vai cassar o mandato do vereador que usar arma de fogo dentro do prédio. A decisão foi antecipada à CBN pelo presidente da Casa, Eduardo Tuma. O projeto que será apresentado pela Mesa Diretora cita um dispositivo que já existe em resolução interna da Casa proibindo a entrada de armamentos na Câmara. Mas que a partir de agora vai punir o vereador que descumprir a ordem com a cassação imediata do mandato. A proposta foi elaborada logo depois da assinatura do decreto que facilita o porte de armas para 20 categorias, entre elas políticos eleitos. Para Eduardo Tuma, a Câmara não pode silenciar diante dessa medida, já que o plenário não é lugar de arma de fogo. O decreto dá porte de armas para vereadores, por exemplo. A ideia é reforçar a proibição de entrada de pessoas armadas no edifício da Câmara e nos plenários. E mais do que isso: colocar no Regimento Interno a perda de mandato para aquele que descumprir a norma. ‘Ou seja, entrou armado, vai perder o mandato’, disse o presidente da Câmara. A decisão de Tuma” - que é do PSDB, o mesmo partido do presidente Cauê Macris - “revela uma tentativa do partido de se afastar de algumas medidas do presidente Jair Bolsonaro e ficar mais aliado ao centro, mantendo distância de decisões polêmicas do Planalto”.

Bom, independente de o PSDB querer se afastar ou não do Bolsonaro, eu acho que a decisão do presidente da Câmara poderia ser uma referência para o presidente da Assembleia, para o presidente de outras Câmaras. Evitaria um problema gravíssimo, que é o uso de armas por parlamentares, conforme o decreto assinado pelo presidente Bolsonaro, com a ajuda e participação, inclusive, de deputados que contribuíram com a elaboração do decreto. Portanto, acho que a medida adotada pelo presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Eduardo Tuma, do PSDB, traz luz para esse debate que está na escuridão, deputado Barba, líder da minha bancada.

O presidente da Câmara é do PDSB, e ele toma uma decisão que o deputado Barba levou para o Colégio de Líderes, que é essa questão das armas na Assembleia Legislativa. Lá, diferente daqui, o presidente foi mais rápido. Vai colocar no Regimento Interno, com a possibilidade de cassação do mandato do parlamentar que portar a arma, contra a norma estabelecida.

O Emidio de Souza, que foi prefeito de Osasco por duas vezes e já foi deputado, sabe da importância que tem esse debate neste momento em que as relações estão extremadas, em que as pessoas perderam a racionalidade. Parece, como disse o deputado Carlos Giannazi, que o presidente Bolsonaro quer que cada cidadão se proteja, tendo uma arma para evitar o pior.

O problema é que vai contra a orientação dos técnicos e dos especialistas em Segurança Pública, que pedem para que não haja reação em caso de assalto, em caso de tentativa de roubo, ou coisas do tipo. Então, nós precisamos entender a importância da decisão da Câmara Municipal de São Paulo. Eu peço, Sr. Presidente, que encaminhe o meu discurso ao presidente da Câmara Municipal de São Paulo, com os parabéns à decisão do presidente.

Espero que ela possa contribuir para decisões acertadas deste Legislativo, que tem uma importância e é uma referência para o País. Esta Assembleia é a maior Assembleia do País e pode ajudar nesse debate.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Paulo Fiorilo, assim como a sua solicitação será encaminhada, o discurso, mas eu preciso me manifestar antes de abrir a palavra. Foi objeto de discussão do Colégio de Líderes desta semana, no que pese o respeito que eu tenho pelo vereador e presidente da Câmara Tuma, meu correligionário, eu discordo da posição dele.

Tive a oportunidade de me manifestar aqui. A minha posição clara sobre a administração do prédio da Casa se ateve à proibição de armas dentro do plenário, então, é proibido portar ou entrar armado dentro do plenário, qualquer parlamentar. Essa é a decisão que foi tomada. Dentro do prédio da Assembleia Legislativa, poderão entrar armadas as pessoas que detêm o porte legal de arma.

Então, dentro dessa posição, foi a decisão que eu tomei como presidente da Assembleia Legislativa. O que nós vamos fazer, porque o momento determina isso, é reorganizar o sistema de entrada e de acesso da Assembleia, com detectores de metais, com controle de entrada.

É claro que todas as pessoas serão liberadas, todos poderão ter acesso, mas deverão se registrar devidamente, nos moldes que são feitos na Câmara Federal e no Senado Federal. Acho que é importante a gente se resguardar. O momento é um momento diferente daquilo que a gente já viveu. Graças a Deus, até hoje, nunca tivemos nenhum problema mais grave com relação a pessoas armadas, porém, discordando do presidente da Câmara Municipal, a Assembleia Legislativa será, enquanto eu for presidente, conduzida dessa maneira.

A responsabilidade pelo acontece dentro do prédio, inclusive a segurança das pessoas que frequentam o prédio, dos parlamentares, dos assessores que trabalham aqui, ela é minha, como presidente da Assembleia. Eu assumo essa responsabilidade, dividindo essa responsabilidade, claro, com as forças de segurança aqui estabelecidas.

Então, foi essa a decisão que eu tomei. Acho que não é o momento de se causar polêmica. A posição do presidente Bolsonaro é dele. Não estou dizendo que concordo nem discordo do decreto que foi colocado, mas essa posição, inclusive, tinha sido tomada antes da edição desse decreto. Foi comunicado, não tinha nem sido notificado do decreto ainda. Eu notifiquei ontem, inclusive, os deputados e os líderes no Colégio de Líderes acerca da posição que foi tomada.

Então, é assim que nós vamos proceder, no Legislativo.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Sr. Presidente, para falar pelo Art. 82.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem a palavra para falar pelo Art. 82.

 

A SRA. CARLA MORANDO - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Só para fazer o registro de aniversário hoje da primeira-dama do estado, Bia Doria. Gostaria de cumprimentá-la pelo aniversário. Feliz aniversário e parabéns.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, na verdade, é uma pergunta a Vossa Excelência. Quero parabenizá-lo pela postura ontem em relação à questão da entrada de armas aqui dentro do plenário, mas eu gostaria de saber se V. Exa. vai publicar um ato administrativo, alguma portaria, proibindo, porque eu não vi nenhuma publicação ainda sobre essa decisão importante que V. Exa. tomou ontem na reunião de líderes.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Neste momento, dentro do plenário não há necessidade de publicar nenhum ato administrativo, porque eu não tive nenhum caso de deputados que descumpram. Inclusive, aqueles deputados que são de forças segurança, que detém porte de arma e podem entrar, todos eles, procuraram-me e disseram que vão cumprir a minha posição.

Então, neste momento não existe ainda essa necessidade, porque eu não vi e ainda não soube de nenhum caso a respeito disso dentro do plenário. Essa decisão, inclusive, deputado Carlos Giannazi, não foi uma decisão de hoje, e nem de ontem. Essa decisão tinha sido tomada já há um bom tempo.

Conversei com todos os deputados que detém porte de arma, com todos eles foi conversado. Todos eles se comprometeram a não vir para o plenário armados. Diante disso, não vejo essa necessidade. É claro que se houver qualquer descumprimento nós vamos, aí sim, formalizar essa proibição.

O deputado Campos Machado pergunta se existe anuência do deputado Gil. Com a palavra o deputado Campos Machado.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, desculpe-me o deputado Paulo Fiorilo. Acho que ele fez uma intervenção sem sentido aqui nesta tarde. Se esqueceu da expressão “non ducor duco”. Não sou conduzido, conduzo.

A Assembleia Legislativa de São Paulo é a maior da América Latina. O que faz o deputado Paulo Fiorilo? Relembrando seus tempos de vereança, indo lá para o Viaduto Jacareí. Emocionado, foi tocado por uma decisão do presidente da Câmara Municipal. Como se V. Exa. fosse obrigado a seguir a decisão do presidente da Câmara Municipal, onde ele foi vereador duas vezes.

Acho que houve aqui uma inversão de valores, Sr. Presidente. Desculpe-me. Não cheguei às raias da indignação, mas fiquei surpreso. Desculpe-me. Vossa Excelência, sempre certeiro, hoje derrapou na história. Por isso, Sr. Presidente, não posso aceitar que V. Exa. se louve na decisão do presidente da Câmara Municipal de São Paulo, meu amigo Tuma, para que V. Exa. siga orientação, uma seta, uma indicação. Não.

Por isso, eu quero dizer a V. Exa. da minha solidariedade. Se esta Casa entender de tomar uma decisão que proíba, que seja nos moldes da decisão de quem quer que seja, é uma coisa, mas V. Exa. se orientar pelo correligionário não é passível de compreensão. Desculpe, deputado Paulo Fiorilo. Tem horas na vida em que a gente dá um passo para frente e dois para trás. Desculpe-me. Hoje não foi um dia feliz para Vossa Excelência.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Temos um orador na tribuna.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Se me permitir, só uma comunicação, com todo o respeito que tenho pelo deputado Campos Machado.

Deputado eu li Lênin, como li Trotski e como li Marx, e é verdade. Às vezes, é preciso dar dois passos para trás para um passo à frente. Nesse caso, eu jamais propus ao presidente que ele seguisse a orientação do presidente da Câmara. Eu disse, vou repetir, que o presidente da Câmara tomou uma decisão que, na minha opinião, é acertada, e que poderia orientar várias outras decisões nesse sentido, orientar várias outras decisões.

A prerrogativa de decidir é do presidente, que é, por acaso, correligionário do presidente da Câmara Municipal de São Paulo. Eu não tenho uma visão saudosista da Câmara, eu tenho um respeito pela edilidade, como o senhor o tem. Eu posso derrapar, como o senhor pode derrapar. Todos nós podemos derrapar, mas  eu sei o meu limite da derrapagem. Jamais imporia ao presidente desta Casa que ele seguisse uma decisão de outra Casa.

Agora, vou reafirmar aqui, deputado Campos Machado. A decisão do presidente daquela Casa está acertadíssima, na minha opinião, que respeita a sua, mas é preciso deixar público aqui. Por quê? Porque a decisão de ontem do presidente Bolsonaro é que o senhor, eu, o deputado Barba, qualquer um aqui, poderia andar armado. É a decisão.

Aliás, liberou para mais gente. Liberou inclusive para aqueles que o presidente não tinha dito que estava liberado. Como aqui tem um debate que foi travado, segundo o deputado Carlão e o deputado Barba, por três horas, no Colégio de Líderes.

A minha humilde sugestão - humilde - foi a de observar a decisão do presidente da Câmara, que propõe uma punição dura ao parlamentar que andar armado no plenário. Parece-me que o senhor deve concordar com isso: se o parlamentar entrar armado no plenário, como disse aqui o presidente, está proibido. E, se está proibido, ele não pode usar.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Pela ordem, Sr. Presidente. Com a paciência do deputado Gil Diniz.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Gil? Está bonzinho o deputado Gil, hoje. Com a palavra, o deputado Campos Machado.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PARA COMUNICAÇÃO - Bonzinho não. Está sendo elegante, respeitando a união e o coleguismo entre parlamentares. Deputado Paulo Fiorilo, V. Exa. deturpou tudo, deputado Paulo Fiorilo. O que é isso? Vossa Excelência recuou no que disse. O que é pior ainda. Isso não é derrapagem. Isso é andar na contramão da História.

Vossa Excelência foi claro dizendo que, por ser correligionário, o presidente da Assembleia deveria seguir pelo caminho tomado pelo presidente da Câmara Municipal. Correligionário, doutor Tuma. Agora, dizer que não falou, que falou? Não dá. Não quero discutir o mérito. Não é o mérito. Não vou entrar no mérito. Não é o momento, não é apropriado e não tem sentido. O que eu quis dizer é uma questão lógica e racional.

Eu me senti numa situação de diminuição quando precisa vir um ex-vereador - brilhante vereador - e hoje deputado, dizer que aquilo que o presidente da Câmara Municipal tinha decidido, que essa orientação tivesse o aval e fosse o caminho seguido pelo presidente. Portanto, Sr. Presidente Cauê Macris... Desculpe-me, deputado Gil Diniz, estamos atravessando os temas.

O que eu quis dizer foi simplesmente que não tem como o nosso presidente ficar seguindo luz de outros presidentes de outros legislativos quando tem opinião diferente.

 

A SRA. MARINA HELOU - REDE - Pela ordem, Sr. Presidente. É bem rápido, Gil, eu prometo.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Gil?

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Sim senhor.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputada Marina.

 

A SRA. MARINA HELOU - REDE - PARA COMUNICAÇÃO - Ainda que eu admire, e muito, a oratória do excelente deputado Campos Machado e do Paulo Fiorilo, a minha Comunicação é muito mais rápida e direta. Ao Sr. Presidente, quero parabenizá-lo pela condução da discussão e pela rápida definição de como a gente segue com a questão de porte de armas. Mas eu não poderia me furtar de representar o meu repúdio ao registro de presença e registro de entrada na Casa.

Acho que esta Casa deve estar sempre aberta ao povo. E a participação política tem que sempre crescer e aumentar nesta Casa. E a gente não poderia colocar mais empecilhos na entrada da população nesta Casa.

Então eu queria registrar não ó o meu repúdio como o meu pedido para que, com o tempo, a gente verifique se essa é a melhor prática e se a gente não pode se ater ao sistema de câmeras, ao sistema de detector de metais. E manter a Casa com livre entrada, como ela sempre foi até hoje e não teve nenhum problema. E como é um mérito desta Casa Legislativa - como a mais importante e a maior e da nação, e super importante no estado - de ser realmente a Casa do povo.

Obrigada, Gil.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado, deputada Marina. Só lembrando que em todas as assembleias legislativas do Brasil, Câmara dos Deputados e Senado Federal é dessa maneira. Ninguém vai controlar a entrada das pessoas, apenas registrar as pessoas que têm acesso ao Legislativo. Acho que esse é o principal intuito nesse sentido, diante do cenário que estamos vivendo.

Deputado Gil.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pela ordem, presidente. Uma breve Comunicação. Com a anuência do orador.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Gil? Tem a palavra.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - É uma discussão antiga, essa. Acho que o controle de entrada, temos que ter. É de extrema urgência. Vou lembrar: no meu primeiro mandato, tínhamos uma deputada do MDB, que depois ela até foi cassada, não lembro o nome dela. Vanessa Damo. Ela estava grávida e foi ameaçada dentro do gabinete dela. Então isso é muito sério, é um risco enorme.

Ontem saí daqui era 11 e pouco da noite. É um deserto. Então acho que temos que ter... Não é restringir a entrada das pessoas. É controlar a entrada das pessoas, apenas isso. Acho que é de extrema importância que o senhor toque esse projeto seu. Acho que é um projeto que vai dar certo. Para a gente poder ter uma segurança de poder ficar. Porque não sabemos quem entra aqui dentro, hoje. Não sabemos.

Pode entrar um sujeito que não gosta de mim, ou não gosta do Roque, ou não gosta do Aprígio e vai lá e vai nas vias de fato com a gente que não temos nada com isso. Temos um exemplo enorme na campanha eleitoral do que fizeram com o presidente Bolsonaro. Um sujeito que deve ter algum problema mental e tomou uma atitude drástica que quase tirou a vida de um homem. Então, acho que é muito importante a gente conseguir fazer isso.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Com a palavra o deputado Gil.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL – PELO ART. 82 - Obrigado ai a obstrução feita rapidamente aqui na tribuna - brincadeira.

Presidente, queria comentar sobre o Decreto nº 9785, mas antes não poderia deixar de concordar com o Sargento Neri, Major Mecca e todos que vieram aqui nesta tribuna para lamentar a política de Segurança Pública, capitão Conte Lopes veio aqui também à tribuna e deixou esse recado, nossos policiais militares e civis, nossos agentes de segurança estão morrendo nas mãos dos criminosos. E agora estão se suicidando. Ontem - chegou o registro hoje para a gente aqui - dois policiais, Coronel Telhada, dois policiais cometeram suicídio e um cometeu uma tentativa de suicídio, Coronel Nishikawa. Policial aqui no Rodoanel parou o carro, subiu no viaduto e se jogou, tirando ali a sua vida. Os nossos policiais estão doentes. Os os nossos policiais estão numa situação de penúria. Precisamos falar sobre isso, Major Mecca. Precisamos alertar sobre isso. Estivemos com o governador na semana passada. Alertamos o governador mais uma vez. Dessa vez presencialmente. E qual foi a resposta que ele nos deu? Que somente no fim do ano terá uma projeção de quando vai ter esse aumento. Não tem nenhuma sinalização. É lamentável. É lamentável.

Eu oriento a minha bancada e vou continuar orientando a votar contra os projetos do governo de São Paulo, contra o governo do Sr. João Doria enquanto não tiver uma mínima solução para esses policiais militares e civis. Não é possível, não é possível ver um policial de Rota do 1º Batalhão de Choque ser assassinado às seis horas da manhã e depois o governador jogando bola e comendo pizza às cinco horas da tarde. Não dá! Não dá! É um tapa na cara das nossas forças de segurança. Não dá!

Agora, nós entramos aqui na discussão sobre armas. Ótimo, deputado Campos Machado. Excelente essa discussão. Mas estão discutindo deputado entrar armado no plenário enquanto estão matando nossos policiais com fuzis. Ninguém sobe aqui nesta tribuna para falar sobre o armamento dos nossos policiais, para falar sobre as políticas de Segurança Pública contra esses marginais. Estão preocupados com arma na mão de quem tem porte. Eu estou preocupado com as armas nas mãos desses facínoras que matam, não só o policial, mas as suas famílias também. Como a esposa do cabo Fernando que está passando por dificuldades, por necessidade.

Deixo aqui esse registro do meu repúdio contra a política de Segurança Pública do Governo do Estado de São Paulo.

E entrando aqui na situação do decreto, parabéns presidente Jair Messias Bolsonaro; parabéns. Era um  compromisso de campanha. Vencemos as eleições falando isso, pregando isso, dizendo que nós iríamos fazer isso. E eu tenho muito orgulho de ter ajudado a escrever esse decreto. Minha bancada na semana passada, deputada Leticia Aguiar, estivemos lá em Brasília e falamos para o presidente sobre isso e fizemos sugestões até a sexta-feira. Parabéns, Major Jorge, Jorge Oliveira do Distrito Federal, Major da PM do Distrito Federal, que trabalha ali na Casa Civil, subchefe de assuntos jurídicos da Casa Civil. Parabéns. O problema não é arma de fogo nas mãos de pessoas de bem, nas mãos de pessoas que têm o devido treinamento. Ninguém vai na loja botar o seu RG, ninguém vai no stand de tiro fazer o treinamento, ninguém vai pagar três mil, quatro mil, cinco mil reais numa arma para cometer crime. Ladrão está matando policial de fuzil. Essa arma é registrada? Não é. Vamos parar de hipocrisia. Vamos parar de hipocrisia. Parabéns ao meu amigo Fabrício Rebelo, ao meu amigo Benê Barbosa. O referendo do desarmamento, em 2005, nós votamos no “não”, nós votamos contra desarmar a população brasileira.

Estamos devolvendo o legítimo direito de defesa aos pais e às mães de família. A defesa sempre será legítima. Sempre será legítima. Eu não abro mão de defender a minha família, o meu patrimônio, se necessário for, utilizando uma arma de fogo devidamente registrada. É o meu direito.

Se não quer ter arma de fogo, não tenha, mas não vão tirar o meu direito. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, deputado Barba.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Para indicar o deputado Emidio para falar pelo Art. 82, em nome da bancada do PT.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra o nobre deputado Emidio, pelo Art. 82.

 

O SR. MAJOR MECCA - PSL - Pela ordem, Sr. Presidente, para um comunicado.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Major Mecca, tem direito a um comunicado enquanto o deputado Emidio sobre à tribuna.

 

O SR. MAJOR MECCA - PSL - PARA COMUNICAÇÃO – Sr. Governador João Doria, o senhor é gestor. Eu sou comandante, e como comandante também sou gestor. Nem todo gestor é comandante.

Se esses dois suicídios de policiais militares hoje, mais uma tentativa de suicídio, as duas execuções do final de semana não forem um sintoma grave de um tumor na Segurança Pública, na nossa corporação, eu não sei mais o que é.

Eu vou dar um outro exemplo: este holerite aqui é do cabo Alessandro, que trabalhou na Rota comigo e está na Rota até hoje. Seis consignados. Mostra aqui.

 

* * *

 

- É feita exibição de imagem.

 

* * *

 

Eu mostrei o holerite de um soldado que ganha 2800. Mas a maioria dos soldados é isso aqui: 1700 reais, líquido, e seis consignados no holerite.

Então, governador, não é possível que um gestor não saiba identificar o momento em que é necessária uma pronta resposta, para socorrer homens e mulheres que estão passando por uma situação caótica.

Nós precisamos de ajuda. Precisamos de ajuda. Não temos tempo de esperar. São vidas que estão sendo levadas pelo crime, pela situação de penúria. Eu retorno a dizer ao senhor: estamos pedindo socorro.

Sinalize a recomposição salarial. Os nossos policiais, ameaçados pelo Primeiro Comando da Capital, ainda têm que se deslocar de casa para o trabalho fardados. Não pode. Eles precisam ter um auxílio-transporte. Nós indicamos aqui, já, para que eles possam fazê-lo paisano, com maior segurança.

O nosso HPM está sucateado. O policial precisa de uma linha de crédito para aquisição de casa própria, para sair das comunidades, que são áreas de alto risco.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Com a palavra o deputado Emidio.

 

O SR. EMIDIO LULA DE SOUZA - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, eu queria agradecer, primeiro, ao deputado Barba por me nomear para falar pelo Art. 82, em nome da liderança do PT. Queria cumprimentar todos os deputados e deputadas.

Deputada Bebel, minha querida deputada e presidente da Apeoesp, eu queria abordar um tema, que ontem... Eu queria, primeiro, agradecer à bancada do PSL, especialmente as deputadas Janaina Paschoal e deputada Bolsonaro, Valeria, que têm prestado seguidas homenagens a mim e a V. Exa. nas páginas de mídia social delas.

Acho que não devem ter problema mais importante, porque gastar tanto tempo comigo para falar do que eu represento... Passaram até filme meu ontem, eu soube aqui. Eu fiquei impressionado de estrelar um filme na minha ausência.

Deputado Barba, nessas colocações, tanto da deputada Janaina quanto da deputada Valeria, há uma acusação sobre mim, que eu teria feito agitação e conclamado populares a pressionar deputados, ou constranger deputados.

Eu vim aqui dizer primeiro que com relação aos deputados federais, deputada Janaina, sim, sim. Ao contrário do que disse V. Exa., eu reafirmo cada uma das palavras que fiz lá. E fiz porque eu acho que deputado, todos eles, nós do PT e vocês do PSL, todos, devem satisfação ao eleitorado. E o eleitor, pela Constituição Brasileira, tem o direito a participar e fiscalizar os atos dos deputados e pressionar aquilo que deve ser pressionado. Ninguém, ninguém aqui fez campanha, nem o Sr. Bolsonaro fez campanha dizendo que iria acabar com a aposentadoria dos trabalhadores, como está fazendo.

Então, ao não cumprir com o programa, abriu, sim, o direito do eleitor de pressionar o seu deputado pela votação que vai ter agora. Então, não se preocupe, eu não vou... as aulas de V. Exa. com relação a Direito não me servem. Desculpe-me, respeito V. Exa., mas não me serve. Eu gostaria de ver a bravura de V. Exa., porque induzir à violência...

Presidente...

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Gostaria de pedir, eu gostaria de pedir que os convidados não se manifestem. Não é lícita a manifestação das galerias da Assembleia Legislativa, sob pena de eu ter que pedir para que os convidados se retirem das galerias, caso isso aconteça. Parlamentar tem o direito...

 

O SR. EMIDIO LULA DE SOUZA - PT - Nós não podemos trabalhar?

Deputada Janaina, com dois pesos e duas medidas. A senhora tem se revelado e tem falado que é uma pessoa de diálogo. Eu estou estabelecendo com V. Exa. um diálogo respeitoso. Ora, ameaça eu considero o que o presidente Bolsonaro fez na campanha ao ir a um comício, no Acre, fazer o sinal de arma, pegar um equipamento,  fazer o sinal de arma e falar: “Vamos metralhar a petralhada aqui do Acre”. A senhora se lembra disso? Eu queria saber se a indignação de V. Exa. alcança o presidente Bolsonaro, nesse sentido. Queria saber se aquele deputado do Rio, que não me lembro o nome, na campanha quebrou, junto com o Eduardo Bolsonaro, a placa da Marielle, dizendo que era ela, se ele merece a sua indignação. Ou se é apenas comigo, que estou apenas convidando o povo e defendendo o direito do povo de protestar contra os deputados que não cumprem o que deveriam cumprir no seu mandato.

As pessoas não estão tratando, vamos dizer, abstratamente dos seus direitos. O direito à aposentadoria, deputada, é um direito consagrado na Constituição Brasileira. E mais do que isso: vamos debater esse assunto com tranquilidade. A maior parte das cidades brasileiras e dos pobres brasileiros e dos aposentados e dos idosos não sobrevive se não fosse a aposentadoria. Isso aqui não tem partido. Aposentadoria não tem, ou melhor, não poderia ter. Agora estou vendo que tem um partido que é contra a aposentadoria, que quer, deputado Barba, parece que não reconhece o direito, sabe, deputado Giannazi, das pessoas que se dedicaram durante tantos anos a ter um direito à aposentadoria, à renda na sua velhice. Se tirar, deputado Barba, se nós tirarmos, o Barbiere sabe, o Roque Barbiere sabe, se tirar o direito dos aposentados, a maior parte das cidades brasileiras e paulistas, especialmente as pequenas, desaparece. Não adianta esbravejar contra o direito de quem está na ativa e depois acabar quando ele sair da ativa. Não adianta querer nos jogar contra categorias, porque não vão conseguir. Os policiais militares e os civis sabem que o PT - pode criticar como for -, mas o PT, na hora que tem direito em jogo aqui, nós jamais nos colocamos contra direito de qualquer um; ao contrário.

Então, vamos colocar as coisas como elas são, e vamos debater as coisas. Eu apelo, o deputado Campos tem falado isso, falou de novo na Comissão de Ética, no Conselho de Ética, hoje: “Vamos apelar para que o Conselho de Ética não seja a principal comissão desta Assembleia, para que seja a Comissão de Educação, para que seja a do Emprego, das Relações do Trabalho, a de Transporte, e não isso”. Expor figuras aqui, eu não vou mesmo admitir. Algumas coisas aqui, agressão a deputado, o presidente disse, eu vou encerrar dizendo isso: ele comunicou, ontem, no Colégio de Líderes, que ia tomar essa medida. Eu falei: eu vou continuar me dando o direito de achar que a Assembleia não é lugar de ninguém armado, nem deputado e nem assessor. Não é. Assessor vem aqui para assessorar o deputado. Quem deve fazer a segurança da Assembleia? O corpo da Polícia Militar e Polícia Civil que está destacado para essa função.

Se pegar aqui, deputado Roque, 20 ou 30 deputados que tenham assessores com porte de armas, o senhor sabe quantos homens ou mulheres armados haverá dentro deste Palácio 9 de Julho? Teremos 200 ou 300 homens, além daqueles que têm direito.

Aqui é um lugar de contenda, aqui é um lugar de debate político. O debate vai ser assim, como estamos fazendo, ou, quando não concordar, vai ser resolvido na bala? E se um assessor achar que seu deputado foi ofendido por outro? Vai ter o direito à legítima defesa do quê? Legítima defesa é quando você é agredido. Eu, por exemplo, se alguém for ao meu gabinete e tentar me agredir...

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para concluir, deputado Emidio.

 

O SR. EMIDIO LULA DE SOUZA - PT - Como não sou de briga, não ando armado, não tenho arma e não sei atirar, eu sei como vou me defender: vou à Comissão de Ética, se for deputado...

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Emídio, para concluir. Vossa Excelência já passou dois minutos.

 

O SR. EMIDIO LULA DE SOUZA - PT - Vou ao Ministério Público, se for civil. Mas achar essa ameaça, que é uma ameaça, de chegar e falar: “Olha, agora, se vier ao meu gabinete assim, vai ser recebido assim”. Pergunto: um grupo de professores vai ser considerado baderneiro ou vai ser considerado trabalhador reivindicando seu direito?

 

A SRA. LETICIA AGUIAR - PSL - Presidente, uma breve reclamação?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para uma breve reclamação, V. Exa. tem a palavra.

 

A SRA. LETICIA AGUIAR - PSL - PARA RECLAMAÇÃO - Bom, eu gostaria de endossar as palavras do Major Mecca, a preocupação a respeito de nossa Polícia Militar, que precisa ser valorizada.

Estivemos recentemente com o governador João Doria, que prometeu dar todo esse respaldo que a Polícia Militar precisa. Nós iremos acompanhar de perto, para que, de fato, esse bônus seja pago, para que nossas polícias sejam valorizadas, para que tenham respaldo jurídico e que, de fato, a promessa de campanha dele se cumpra. Ele diz que tem palavra e iremos acompanhar para que a palavra dele seja, de fato, concretizada.

Paralelo a isso, temos o decreto do presidente Bolsonaro. Eu, que sou mulher e armamentista, entendo que o direito à vida é o mais sagrado que tem. O direito à propriedade, o direito a defender a minha família. Quero perguntar para o pessoal da esquerda, que é contra o armamento civil, se, quando um ladrão pular o muro deles, se eles vão entregar livros ou flores ou pombinhas da paz?

O que defende, de fato, um cidadão contra outro cidadão armado é outra pessoa armada. Se alguém quiser fazer o mal, não é a arma que faz o mal. Quem atira é uma pessoa. Se eu quiser matar, mato até com um cadarço de um tênis. Então, é preciso ter bom senso.

Quem não quiser portar uma arma, que não porte, mas me permita ter o direito a andar armada, devidamente qualificada, de acordo com os critérios da Polícia Federal para que eu possa andar armada e agir em legítima defesa, tanto da minha vida quanto da vida da minha família e da minha propriedade.

Paralelo a isso, Sr. Presidente, gostaria de ressaltar que esta Casa custa caro para os cofres públicos: os servidores que aqui estão, os salários que são pagos, a energia que é paga aqui. E nós estamos improdutivos. A gente precisa trabalhar. Fomos eleitos para produzir, para dar resultados para a população, para aprovar projetos importantes que mudem a vida das pessoas. (Manifestação nas galerias.) Enquanto fica todo mundo aqui brigando, A e B, A e B, as coisas não andam, não produzem. Quero dar resultado para as pessoas que me colocaram aqui, para o meu eleitorado e para o povo paulista, que assim eu represento.

Fica aqui minha reclamação pela improdutividade desta Casa. Esta Casa precisa andar, precisa trabalhar e precisa dar resultado. Obrigada, Sr. Presidente.

 

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É exatamente isso que estamos tentando, deputada Leticia. Se os deputados parassem de fazer esses debates no plenário, que não são a pauta pré-estabelecida, ajudaria muito para que a Casa pudesse participar e fazer as votações que são pré-estabelecidas.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Para uma reclamação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem a palavra para uma reclamação.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - PARA RECLAMAÇÃO - Primeiro, deputado, com todo o respeito que tenho quando alguém preside os trabalhos, é prerrogativa do deputado fazer o debate. Acho que o senhor tem entendimento disso, tanto que o senhor dá a palavra. Isso é tranquilo entre nós.

Mas quero me ater a uma questão que é o que disse o deputado Emidio. É muito tempo em cima de questões pessoais. Pega a Professora Bebel, pega o deputado Emidio. Quando vim fazer a minha fala na quinta-feira, foi nesse sentido, no sentido de entender por que, diante de tanta coisa acontecendo no estado...

Vou me referir à minha área, a Educação. Professor sendo pago abaixo do piso salarial profissional nacional. Profissionais da Segurança mortos. Salários de fome para ambas as partes, tanto para os profissionais da Segurança quanto para os professores. Escolas com infraestrutura... Um horror! Eu não vejo ninguém pautar isso, deputado, não vejo. Aliás, eu vejo. Quando nós pautamos o Plano Estadual de Educação lá na Comissão de Educação o que está havendo na verdade é tentativa. Vou chamar atenção para quem quer... Tentativa de não levar o trabalho para frente. Vamos ver mesmo, vamos ver. Não é ameaça.

É porque é tão sincero o que nós estamos tentando fazer, é tão sincera, é tão verdadeira a questão do Plano Estadual de Educação. Eu reconheço que foi uma grande joia que esta Casa produziu, que fez, que não colocá-lo em prática, deputado Daniel José, que tem contribuído para obstruir os trabalhos, está certo? Eu quero dizer que é um desserviço que um jovem como o senhor está prestando à comissão.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputada Bebel, antes de passar a palavra ao deputado Campos Machado, só deixar claro que esse não é o objetivo da reclamação e nem é o objetivo da comunicação. Eu tenho tido tolerância com os deputados, mas os deputados estão abusando do instrumento de comunicação e reclamação.

O debate não é feito por reclamação e o debate não é feito por comunicação. Este presidente nunca cerceou o debate de nenhum deputado aqui.  Aqui, não me interessa se é direita, esquerda, centro. Este não é o meu papel, mas eu preciso zelar para que os trabalhos andem de maneira correta.

O que está acontecendo na Assembleia e eu tenho alertado, tenho tentado, porque existem muitos novos deputados e tenho uma tolerância, mas já já essa tolerância vai terminar porque estão utilizando de instrumentos regimentais de maneira equivocada. Então, só para deixar isso claro porque é importante colocar.

A comunicação e a reclamação não são objetivo de debate e sim para reclamar sobre algum fato determinado ou para comunicar algum fato determinado. O regimento é muito claro quanto a isso. O que eu tenho feito aqui é ter sido tolerante e logo mais nós vamos diminuir essa tolerância porque o debate em si... Nós não conseguimos nem entrar na Ordem do Dia.

Faz 40 minutos que nós estamos aqui fazendo o debate sem entrar na Ordem do Dia e um debate que não é o debate que este plenário vai fazer no dia de hoje. Deputado Campos Machado.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Presidente, pelo Art. 82.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem a palavra.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presidente, eu queria me inscrever após o deputado Campos Machado, pelo Art. 82.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Não cabe inscrição. Vossa Excelência retorna ao microfone no momento oportuno.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, eu não entendi a colocação da nobre deputada Leticia Aguiar. Ela falou na palavra “improdutiva”. Quem é que tem culpa se só se discute armas aqui neste plenário? Quem é que tem culpa? Quem é que tem culpa se a Comissão de Ética está sendo a mais festejada desta Casa?

Nem a Comissão de Justiça tem tanta força como vai ter a Comissão de Ética. Hoje, os deputados foram todos e a plateia estava totalmente, deputado Conte Lopes, lotada. Se o plenário está improdutivo eu preciso verificar de quem é a culpa, de quem é a responsabilidade. Mas eu vim aqui na tribuna para dizer o seguinte.

Passei os últimos dias, deputado Roque Barbiere, estudando se a PEC 03 é constitucional ou não. Aquela que estabelece que delegados de polícia e defensores públicos têm que ser equiparados. Consultei advogados, promotores públicos, magistrados, e a semana passada me reuni por duas horas com o desembargador aposentado Aloísio Toledo César, o mestre do jornalismo.

Que conclusão chegamos, deputado Roque Barbiere? Simples. A Defensoria Pública tem natureza jurídica, deputado Telhada.

Sr. Presidente, assim não dá para continuar com tanto barulho aqui na Casa, não dá. Preserve meu tempo, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Preservado seu tempo. Vou pedir aos deputados que se atenham aqui à discussão.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Não é possível. Com o devido respeito, eu não consigo encaminhar o meu raciocínio. O que eu dizia, deputado? Olhe meu tempo, presidente. Eu dizia que a Defensoria Jurídica por votação desta Casa e natureza jurídica. Os delegados de polícia, votação desta Casa, natureza jurídica. 

Aí diz o nobre desembargador Aloísio César: “São braços do Executivo, pertencem ao mesmo poder, têm atividades semelhantes.”. Ou, como se diz no povo, um prende, outro solta.

Quem está se atrevendo falar que é inconstitucional não entende nada de Constituição. Eu vou apresentar aqui um parecer de um jurista reafirmando essa tese que estou defendendo, deputado Roque Barbiere. Onde é que está a tal da inconstitucionalidade? Onde? Onde reside? 

Eu nunca vi tanto professor de Direito como tem aqui. Todo mundo aqui diz que entende de Direito, que entende de Constituição. Não entende nada, deputado Roque Barbiere. Não entende nada. 

Eu estou trazendo aqui a palavra de magistrados, promotores públicos, advogados renomados. A coisa mais fácil do mundo é dizer “é inconstitucional”. Eu nem estou argumentando que a PEC foi aprovada no começo do ano na Comissão de Justiça. Não estou nem dizendo isso. Será que a Comissão de Justiça é formada por quem, por ignorantes? Será que eles decidiram no quê? No palitinho, se é constitucional ou não? Isso é inadmissível, deputado Roque Barbiere. 

Eu faço questão que esta Casa se manifeste, “sim” ou “não”, mas não se omita. Quem achar que a PEC 03 é constitucional e é justa, vote “sim”; quem achar que a PEC 03 é inconstitucional e injusta, vote “não”, mas vote. 

Alguém que venha aqui a esta tribuna, mostre-me que essa PEC é inconstitucional. Traga-me um parecer de qualquer jurista. Um só serve. Não quero dois, não. Eu quero ver se o jurista tem caráter, dignidade de assinar um parecer contra a evidência. 

Portanto, Sr. Presidente, reitero aqui a minha solicitação para que V. Exa., com a concordância do deputado Barros Munhoz, paute essa PEC, veja se é constitucional ou não nos pareceres. Não podemos deixar que pessoas que não conhecem nada de Direito Constitucional cheguem e simplesmente digam “é inconstitucional”. Então demonstrem que é. 

Quero fazer um apelo - para terminar, Sr. Presidente - aos delegados de polícia desta Casa, ao delegado Nico, ao delegado Bruno e à minha querida delegada, pré-candidata à prefeita de Franca, que não deixem de apoiar esse projeto. Ao mesmo tempo, quero dizer que estamos começando uma caminhada para fazer valer o nível universitário que nós aprovamos aqui, deputado Roque Barbiere, para investigador de polícia e escrivão de polícia. Não sou eu que estou dizendo. Nós vamos à Justiça para aprovar, para demonstrar que aquele projeto aprovado nesta Casa, de autoria não só minha, vem depois do Executivo, não é para ficar dormindo nas prateleiras. Nível universitário não tem meia gravidez. Ou é ou não é.

Com a palavra os Srs. Deputados.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Gostaria de utilizar a tribuna pelo Art. 82 do Regimento Interno, pela liderança do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem a palavra.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público aqui presente e telespectador da TV Assembleia, em primeiro lugar, eu gostaria de comunicar a todos e a todas que a nossa bancada federal do PSOL no Congresso Nacional está acionando a PGR, a Procuradoria Geral da República, contra esse perverso corte no orçamento das universidades federais e dos institutos federais de Educação.

Esse corte imposto pelo MEC, pelo atual sinistro da Educação do governo Bolsonaro e pelo próprio presidente Bolsonaro, que ataca a universidade pública, ataca os institutos federais de educação, solapando, destruindo não só o ensino universitário, destruindo não só a extensão, mas sobretudo, também, a pesquisa que é realizada por essas universidades.

Registro aqui que 95% da pesquisa científica no Brasil é feita pelos centros universitários: pelas universidades estaduais e federais, pelos centros universitários, todos públicos, institutos públicos de pesquisa. E a pesquisa será - está sendo - duramente golpeada no Brasil. Logicamente que tem exceções - raras exceções - no ensino privado, e eu conheço profundamente, porque já lecionei muito tempo em universidades privadas no estado de São Paulo. Mas no geral são as instituições públicas de ensino que sustentam a pesquisa no Brasil.

Então, é por isso que nós estamos acionando a Procuradoria Geral da República contra esses cortes criminosos, que atacam, mais uma vez, a universidade pública brasileira - as universidades federais e também os institutos federais. E isso é tão grave, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, que nós temos dois adventos: o primeiro é que há já uma grande mobilização de estudantes, de comunidades acadêmicas em todo o Brasil. Grandes manifestações de estudantes, manifestações de universitários, protestando contra os cortes.

E manifestações espontâneas, inclusive sem a participação dos partidos políticos, sem a participação dos nossos partidos, como o PSOL, PT, PCdoB; os partidos que defendem a universidade pública. São manifestações espontâneas, que estão assustando o governo. Nem tem como falar que é coisa da esquerda. E também, agora, saiu um grande manifesto, que foi assinado por mais de 1000 pesquisadores internacionais, das principais universidades do mundo, do planeta. Esses pesquisadores, esses professores, intelectuais do mundo inteiro, estão assinando um manifesto contra esses cortes, contra a destruição das nossas universidades, sobretudo dessa medida de ataque às ciências humanas, principalmente à filosofia e à sociologia.

Então, é tão grave a situação que já há uma mobilização internacional, porque os efeitos nefastos dos ataques à educação pública na área do ensino superior são tão graves que já estão repercutindo negativamente do ponto de vista internacional. Levando mais de 1000 intelectuais, pesquisadores e professores universitários de peso, das principais universidades, a se manifestar contrariamente a esse ataque.

Logicamente que tem ataque também na Educação Básica. O Fundeb, deputada Bebel, está em risco. Eles não querem renovar o Fundeb. Nós estamos com uma paralisia total no financiamento da Educação, por conta da Emenda 95, que congelou os investimentos no financiamento da Educação Básica no Brasil. Nós não estamos com o piso nacional salarial comprometido. Nós estamos com todas as 20 metas do plano nacional praticamente congeladas. O nosso plano estadual... Aliás, todos os planos estaduais aprovados e os planos municipais estão inviabilizados por conta da atual política econômica do governo federal e da aprovação da Emenda 95.

E agora o ministro da Economia, Paulo Guedes, pretende acabar com as vinculações obrigatórias, para piorar ainda a situação da Educação Pública brasileira. Então, eu quero fazer esse registro, Sr. Presidente, de que nós do PSOL já fomos à Justiça através da PGR para impedir os cortes criminosos, de destruição da universidade pública brasileira.

 

O SR. WELLINGTON MOURA - PRB - Com a anuência, peço para falar pelo Art. 82, pela vice-liderança do Governo.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pergunto ao deputado Carlão Pignatari se dá anuência para o deputado Wellington Moura falar em nome da liderança do Governo. Tem anuência. Tem a palavra.

 

O SR. WELLINGTON MOURA - PRB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, público aqui presente, nós hoje fizemos a primeira reunião da CPI das Universidades, aqui na Assembleia Legislativa.

Nós entramos numa questão que é em relação ao Requerimento nº 15, que eu apresentei a esta CPI, que solicita ao Tribunal de Contas “nos termos regimentais, para que sejam indicados todos os contratos terceirizados que se encontram irregulares, que já tenham sido reincididos, bem como os que se encontram em vigor nas universidades da USP, Unicamp e da Unesp, para prestar informações nesta comissão parlamentar de inquérito”.

Gostaria de colocar o primeiro vídeo, que mostra o deputado Barros Munhoz, que se encontra até presente. Acho importante isso.

 

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- É exibido vídeo.

 

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O deputado Barros Munhoz não permitiu o aparte para mim, como autor. Eu gostaria que colocasse no Juris Brasil, sobre a Lei 4.595, porque, segundo o deputado Barros Munhoz, essa lei não abrange autarquias. Mas eu gostaria de mostrar, deputado Barros Munhoz e todos que estão presente, que, primeiro, “dispõe sobre a fiscalização pela Assembleia Legislativa dos atos do Poder Executivo, inclusive os da Administração Indireta”.

 

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- É exibida legislação.

 

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No Art. 2º, ‘b’, diz assim: “quando se tratar de Administração Indireta, que para os efeitos desta lei compreende as autarquias, as sociedades de economia mista, as empresas públicas e as fundações, sobre os atos de gestão administrativa”. O Art. 3º diz assim: “as empresas estatais ficam obrigadas a encaminhar à Comissão de Fiscalização e Controle até 30 (trinta) dias antes da data marcada para a realização da assembleia geral ordinária, os documentos e informações relacionados a seguir: I - o relatório da administração sobre os negócios sociais (...); II - cópia das demonstrações financeiras acompanhadas do respectivo parecer (...); III - suas políticas e diretrizes, notadamente seus programas de investimento e a forma de captação de recursos para sua consecução; seus projetos de expansão, de modernização e de diversificação, inclusive a criação de subsidiárias, informações sobre o grau de endividamento da empresa e sobre sua estrutura patrimonial; informações sobre suas políticas (...)”.

É a Lei 4.596. Segundo o deputado Barros Munhoz, não cabe à Comissão de Fiscalização e Controle fiscalizar as autarquias, como está relacionado. Eu gostaria até que mostrasse o site do Governo, por favor.

 

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- É exibido site.

 

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No site do Governo, vá a autarquias. As autarquias estão lá: Unesp, Unicamp e USP. Está comprovado que é uma autarquia, e como está na lei, ela está acoplada a essa lei, ela está demonstrada nessa lei que ela tem...

Mas eu gostaria de ouvir depois do próprio procurador da Casa essa resposta em relação a isso, porque eu questionei a Comissão de Fiscalização e Controle. No Art. 3, está dizendo que, em 2012, eles prestaram contas de 2010. Em 2014, eles prestaram conta de 2013. De 2014 em diante, nem a USP, nem a Unesp, nem a Unicamp entregaram algum relatório à Comissão de Fiscalização e Controle.

Em outras palavras, eles já estão cometendo, infelizmente, um crime de não entregar a esta Assembleia as contas, as prestações de contas das universidades. É por isso que nós estamos fazendo. Eu tenho uma pasta que está aproximadamente assim de denúncias que já chegaram à minha pessoa, e o deputado ainda, me desculpe, deputado Barros Munhoz, mas o que V. Exa. fez hoje na comissão com as mulheres, isso para mim é inadmissível. Gostaria que jogasse o vídeo, por gentileza.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Wellington, encerrou o tempo. Para V. Exa. concluir.

 

O SR. WELLINGTON MOURA - PRB - Eu vou passar amanhã, deputado. Eu vou passar na CPI. Como deputado, eu vou passar para mostrar a indelicadeza para com as mulheres, gritando, obrigando a deputada Carla Morando a fazer uma ordem sua. Não é assim que se faz com deputados, não, deputado Barros Munhoz.

Nenhum Deputado aqui na casa vai ser tratado por ordem de alguém. Eu fui eleito para não ser tratado no grito. Ninguém vai me ganhar no grito aqui, não. Vai ter que me ganhar com provas, e provas são o que eu mais eu estou recebendo das denúncias das universidades.

 

O SR. ALTAIR MORAES - PRB - Pela ordem, Sr. Presidente. Para indicar o deputado Wellington Moura, pela liderança do partido, pelo Art. 82.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Tem a palavra o deputado Wellington Moura.

 

O SR. WELLINGTON MOURA - PRB - PELO ART. 82 - Obrigado, deputado Altair Moraes. Como ele disse que eu poderia falar depois, em um momento oportuno, acho que este momento é oportuno. Joga agora, por favor, o vídeo.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

* * *

 

Me desculpe, deputado Barros Munhoz. Tenho um respeito por V. Exa. muito grande. Nós estamos debatendo a questão da CPI, CPI esta que já foi instaurada na Casa e está agora em andamento, só que eu acho que nem deputado tem que ser tratado da forma que V. Exa. tratou a deputada Carla Morando, ou qualquer outra mulher.

Então, acho que as mulheres aqui têm que ter respeito. Acho que nós temos aqui, todos os deputados, que entrar em discussão, debater, mas nunca levar uma questão como foi levada, infelizmente, para essa CPI, uma questão de obrigação, e o que mais tem nessa CPI são mulheres. A própria relatora da CPI, a deputada Valeria Bolsonaro, é mulher.

Acho que tem que ter um respeito. Então, eu deixo transparente porque isso aconteceu na TV Assembleia, não estou passando nada do que... E eu gostaria até que a deputada Carla Morando apresentasse à Procuradoria, sem dúvida, esse questionamento que V. Exa. disse em relação às empresas terceirizadas, que não é competência da Assembleia, e, principalmente, da Fiscalização e Controle.

O deputado Rodrigo Moraes, que é o presidente, é uma pessoa responsável, que eu tenho certeza que vai apresentar, no momento oportuno, essa resposta também, que eu questionei a própria Comissão de Fiscalização e Controle.

 

A SRA. VALERIA BOLSONARO - PSL - O senhor me concede um aparte, por gentileza?

 

O SR. WELLINGTON MOURA - PRB - Eu não posso conceder aparte neste momento, mas a senhora pode entrar com um “pela ordem” depois.

Mas então deixar registrado aqui que essa CPI nós não vamos... Nenhum deputado vai ganhar no grito. Nenhum deputado aqui vai ganhar gritando mais alto ou impondo seu poder político, porque o poder político é no voto e nas questões, em debatermos, em discutirmos, mas apresentando também... Como apresentei. Apresentei os questionamentos, apresentei o porquê, e está na lei. Só se nós estivermos acima da lei, e acredito que isso não ocorra com nenhum deputado.

 

O SR. ED THOMAS - PSB - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, deputado Ed Thomas.

 

O SR. ED THOMAS - PSB - Gostaria de pedir para o deputado Barros para que ele possa usar a tribuna. E estou indicando ele para um encaminhamento pelo Art. 82, presidente. Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pelo Art. 82? Vossa Excelência tem a palavra, deputado Barros Munhoz, em nome da liderança.

 

A SRA. VALERIA BOLSONARO - PSL - O senhor me concede uma comunicação, por gentileza?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem uma comunicação enquanto o deputado Barros Munhoz se dirige à tribuna.

 

A SRA. VALERIA BOLSONARO - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Só para complementar o que o deputado Wellington falou. Também achei uma situação muito indelicada. Inclusive, questionei o deputado Barros Munhoz, depois: se, quando ele grita, os mais novos também podem gritar. Porque não acho justo o deputado, porque é mais velho, poder gritar e destratar as pessoas. E, quando alguém o trata da mesma forma, essa pessoa é atingida.

Então eu pediria: assim como tenho certeza de que o senhor gosta de respeito, nós, mulheres, também gostamos de respeito. Como o senhor falou, o senhor está fazendo a sua brincadeira com a doutora Janaina. Mas toda brincadeira tem um limite. A gente pode conversar numa situação calma, bem mais tranquila.

O que o senhor fez com a deputada, eu não gostaria que fosse feito comigo e nem com mulher nenhuma. Nem aqui nesta tribuna, e nem em lugar nenhum. Então, peço a sua consideração. Por gentileza, um pouco mais de delicadeza. Não só com nós mulheres, mas com todos. Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Com a palavra o deputado Barros Munhoz.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSB – PELO ART. 82 - Sr. Presidente, estamos assistindo a uma tentativa de criminalização de tudo o que se possa ser utilizado em beneficio de causas indefensáveis.

Eu gostei que foi passado o filme. Porque todo mundo que me conhece sabe que não em excedi nada. Todo mundo viu que foi uma coisa absolutamente natural. Falei num tom de voz que falo nesta Casa desde 1987. Fui até apelidado de Berros Munhoz. É um defeito que tenho e que eu gostaria de não ter. Mas nunca ofendi quem quer que seja, e muito menos mulher. Tenho uma história, deputada. E essa história, ninguém muda.

Precisa ter 43 anos - olha como estou falando alto de novo, vou me policiar - 43 anos de vida pública. Precisa ter disputado 10 eleições e ter passado pelo crivo das urnas. Sobretudo, do povo, que te viu nascer, crescer, casar, constituir família. E do qual fui eleito três vezes prefeito. Para formar um juízo. Tenho um juízo formado a meu repeito. Eu respeito o da senhora. Mas não me abala absolutamente nada. E a deputada Carla Morando sabe disso.

O deputado Wellington Moura ficou muito contrariado porque pedi que a deputada Carla Morando ouvisse o procurador. Por que o procurador fica à deposição da CPI? De enfeite? De vaso? Não. Ele está lá exatamente para esclarecer as duvidas. A lei que o deputado leu é claríssima. Não têm absolutamente obrigação, as universidades, de mandar todos aqueles... Não estão sujeitas a esses controles dessa lei.

Essa lei é clara, é claríssima. Ela se refere às empresas do Estado e às fundações do Estado. E universidade não é empresa nem fundação. Mas eu diria que isso é uma tentativa de enrolar e justificar posições indefensáveis. Porque é muito importante o que vou falar agora, é muito importante.

Sabe para quem as universidades têm que prestar contas? Para o Tribunal de Contas do Estado. E sabe para quem o Tribunal de Contas do Estado tem que mandar as prestações de contas das universidades? Para a Comissão de Fiscalização e Controle da Assembleia. 

O deputado Wellington não deixou o procurador falar, através da deputada Carla, porque o procurador ia dizer: essa lei não se aplica. Porque eu falei com ele: “Beneton, você sabe que essa lei não se aplica.” Ele falou: “Não. Mas pode servir como justificativa.” Então agora, ganhando tempo, ele quer justificar o injustificável. Mas não precisa pedir para o Tribunal, não precisa pedir para as universidades.

Pode até pedir para as universidades, mas não para o Tribunal. Pede para a Comissão de Fiscalização e Controle da Assembleia, meu Deus do céu! Estamos ignorando a Constituição do Estado de São Paulo e o Regimento Interno desta Casa. Eu, infelizmente, a minha assessoria não teve tempo de fazer ainda, eu vou ler aqui os dispositivos. Eu fui o presidente que encontrei esta Casa, presidente Cauê, com dois mil pareceres PDLs parados dez, 15 anos, porque era no plenário que tinha que se votar. Se aqui a gente demora dois meses para votar dois projetos, imagine parecer de Tribunal de Contas o que seria? Então, nós encaminhamos para a Comissão de Fiscalização e Controle. Se tiver alguma irregularidade, é essa comissão que apura, decide.  Agora, eu vou pedir licença para falar uma coisa. O mais cômico de tudo é que eu conheço como ninguém para que se usa CPI nesta Casa. Eu classifico CPI para isso, CPI para aquilo, CPI para aquilo outro e CPI para aquilo outro, que algumas pessoas bolam e depois algumas pessoas, ingenuamente, engrossam o caldo sem saber quais são as reais intenções.

Mas eu queria dizer que é cômico. Hoje, onde estão essas coisas? Pedir para o Ministério Público mandar para a CPI documentos de irregularidades. Sabe para onde vai esse documento se for realmente irregular? Sabe o cômico, deputada Janaina, eu pediria a sua atenção. Vamos pedir ao Tribunal de Contas, viu deputado Daniel, o senhor que é muito bem intencionado, para mandar aqui para a CPI os documentos sobre irregularidades. Se nós concluirmos que houve tal, tal e tal irregularidade, que quem cometeu foi fulano, fulano e fulano, que deu prejuízo disso, disso, disso e daquilo, sabe o que é que a gente faz com isso? Manda para o Ministério Público.

Então, é uma brincadeira, minha gente. Vamos parar de enganar o povo. Vamos trabalhar. Vamos votar nos projetos que interessam ao povo de São Paulo, minha gente. Vamos parar de fazer de conta. Qual foi a CPI desta Casa que deu resultado de verdade? Eu posso falar porque eu presidi duas CPIs que deram resultados razoáveis, que preconizaram leis aqui aprovadas, que consertaram situações. Agora, pegar irregularidade do Ministério Público para depois, se for verdade, mandar para o Ministério Público? Vamos parar de brincadeira, minha gente. Mas eu vou pegar mais tempo para fazer uma exposição a respeito das balelas que são.

Eu fiz questão de estar nessa CPI porque eu senti o cheiro dela; eu senti o cheiro. Quando eu vi a sua composição eu falei: “epa, epa! Deixa eu fazer parte dessa CPI, porque eu sei como esse pessoal joga”.

Então, minha gente, não tem sentido. Não adianta ficar fazendo desculpinha. Essa CPI não vai dar em nada; absolutamente nada!

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para concluir, deputado Barros.

 

 O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - Obrigado, presidente. Eu vou voltar bastante a esse tema. E esse tema vai dar bastante coisa. Para a gente ver quem tem intenção de ajudar São Paulo e quem tem intenção de denegrir e fazer politicalha na Assembleia Legislativa de São Paulo.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, vamos passar à Ordem do Dia.

                       

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, há sobre a mesa um requerimento da nobre deputada Marina Helou, com o número regimental de assinaturas, nos termos do Art. 35 do Regimento Interno, para a constituição de uma Comissão de Representação, com a finalidade de se apreciar a visita ao município de Sobral e a Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, entre os dias nove e dez de maio de 2019. Em votação. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.

Há sobre a mesa o requerimento de urgência do PL 1136/15, de autoria do nobre deputado Campos Machado. Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas, e os Srs. Deputados que forem favoráveis permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, há sobre a mesa requerimento de urgência que requer urgência ao Projeto de Resolução nº 15/19, que dispõe sobre a criação de cargos de comissões do quadro de servidores da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Em discussão.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, deputado Barba.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Para encaminhar pela liderança do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem a palavra.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA – PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, fiquem tranquilos, presidente, que eu não sou... Presidente, vou pedir para... Sua atenção, presidente. Vou pedir para parar meu tempo aí.

Presidente, só para afirmar, porque o projeto de urgência que está aí, eu não sou contra ele, que é o projeto que vai criar dois cargos adicionais em função de ter aumentado a quantidade de líderes nesta Casa, não é isso?

Nós éramos 22 líderes antes, agora somos 24 líderes. Tem partidos que precisam dos cargos de chefia de gabinete das lideranças. Não sou contra isso, acho que é correto. Tem que aprovar, não tenho óbices sobre isso. Só para deixar claro, que esses instrumentos são importantes, presidente, porque daqui a pouco alguém pode sair dizendo: “Olha, estão criando cargo na Assembleia”.

Então, é necessário, é do instrumento das lideranças, dos líderes de cada partido, ter um chefe de gabinete. Como aumentou dois partidos, não deu para atender a todos. Tem que se criar os dois cargos, e vai ter o apoio da bancada do Partido dos Trabalhadores, porque nós não temos problema com isso, deputado Barros Munhoz. Porque tem gente que poderia estar aqui fazendo demagogia com este debate.

Mas eu queria voltar a um outro debate, Sr. Presidente, que eu vim a esta Assembleia novamente. Quero cumprimentar o pessoal da Emplasa, parabenizar pela luta que vocês fizeram durante todo esse período, desde a hora em que o governador mandou para cá o Projeto 01, cumprimentar o pessoal da Epaesp, Antonio Blim, o pessoal dos executivos da administração penitenciária, cumprimentar os policiais militares que estavam aí. Nós vamos continuar defendendo a PEC 2 de vocês, não tem problema com isso.

Cumprimentar os agentes fiscais, se estiverem aí, também, que estão aí acompanhando a votação do 04. Mas venho a esta tribuna, deputado Barros Munhoz, porque nós encerramos um debate ontem aqui, deputado Campos Machado, que foi importante, que é o debate do monstrengo que entrou nesta Casa, que é o Projeto 01, e nós fizemos seis horas de debate sobre esse projeto.

E esse projeto é o próximo ponto hoje, depois do item 4. Mas, vamos ver como é que a gente trata ele na hora em que chegar o momento dele. Mas, para dizer e cobrar aqui uma posição do líder Carlão Pignatari, do Governo, que se quiser encontrar uma saída - e estão dizendo que o deputado Barros Munhoz vai ajudar a formular uma aglutinativa - se quiser ajudar a encontrar uma saída justa, tem que pegar e separar: primeiro, o que nós vamos fazer com os trabalhadores e as trabalhadoras da Codasp, da Emplasa e da CPOS.

O que vai acontecer com a extinção dessas três empresas? Uma coisa é  verificar quem está aposentado, se vai num PDV, quem falta pouco tempo para aposentar, e quem falta muito tempo para aposentar, aonde é que esse pessoal vai ser reaproveitado.

Esse é o debate que tem que ser feito. Se quiser fazer uma coisa séria, tem que chamar a associação dos trabalhadores que representa a Emplasa, tem que chamar o pessoal da CPOS e tem que chamar o pessoal da Codasp.

Os representantes dos trabalhadores - não é os da empresa; os da empresa nós já sabemos o que eles querem: cumprir a ordem do governador, que é extinguir.

Depois, tem um outro debate, que é discutir a Dersa e a junção da Emplasa com a Prodesp. Aí, também, eu quero ver, se quiser fazer um debate sério, chama o sindicato das duas empresas, representantes dos trabalhadores, bota na mesa os trabalhadores e os empresários, e vamos discutir qual é a saída.

Porque, na junção, Campos Machado, deputado Campos, eu que já trabalhei na Volks e na Ford: quando juntou as duas, nós perdemos 20% da mão de obra. Quando separou as duas, nós perdemos 30% da mão de obra. Junção e separação é isso, acaba acontecendo esse tipo de coisa.

Então, o debate que eu quero fazer é esse: porque nós vamos ter um tempo para discutir essa parte do projeto que envolve vocês, e eu, como trabalhador que sempre fui, sindicalista, estou muito preocupado com isso.

Recebi vocês o tempo todo, a medida, no que deu, nos corredores, na sala, na correria. Então, queria dizer isso.

A outra questão que eu queria, se o presidente garantisse a minha fala...

A outra questão que eu queria debater é a banalização. Deputado Campos Machado, deputado Barros Munhoz, aprendi muito com vocês dois aqui. Com todas as divergências, com todas as brigas que nós fizemos aqui, e vou aprender com os novos também, é a banalização que estão tentando fazer com a política. E a outra coisa é a banalização que estão tentando fazer com a esquerda e a direita. A esquerda e a direita, gente, são históricas no mundo. São histórias centenárias; são centenas aí, são três, quatro, 400 anos de debate, desde a Queda da Bastilha. É um debate da onde nasce, e são questões ideológicas.

O que eu quero dizer com isso? Aqui têm vários juristas, têm professoras, aqui têm empresários, aqui têm sindicalistas, como eu, aqui têm delegadas e delegados, aqui tem força de Segurança, têm os policiais - Polícia Militar, Polícia Civil - que representam alguns setores. E no mundo você tem várias ciências que são importantes. Fico imaginando, deputado Barros Munhoz, um médico que estuda lá Medicina seis anos, depois mais dois de residência, que vai fazer um transplante de pulmão, de coração, não é uma ciência importante? Muito importante, vai salvar uma vida. Quem estuda o Direito... Eu que estudei Economia, preciso assinar muita coisa, tenho que fazer expectativa, traçar conjuntura. Um engenheiro, quando ele manda fazer um prédio, ele bota uma assinatura. Se aquele prédio cair, ele pode ser condenado, ou a Barragem de Brumadinho. São todas profissões, ciências importantes. Ciências, deputado Estevam Galvão. Mas tem uma ciência para mim que é a mais importante do mundo, que é a ciência política, que é aonde você disputa interesses. Nesta Casa aqui, nós representamos grupos de interesses. Quem defende os empresários, que defenda. Eu sou de esquerda e vou defender os trabalhadores e vou defender as pastas sociais. Eu vou defender a luta das mulheres e apoiar toda a luta contra a violência que se pratica contra as mulheres. Eu vou lutar e defender o LGBT a minha vida inteira. A fala da deputada Erica Malunguinho aqui hoje, ela disse: “Olha, não posso ser discutida só porque sou negra, porque sou trans e porque sou nordestina.” É um ser humano, ela existe, existe de um jeito que não é o nosso jeito. É o jeito dela e de um segmento dela.

Então, isso é defesa. Eu vou sempre defender do lado de lá, vou defender do lado de cá os trabalhadores. Quem quiser defender os empresários lá, que defenda. Barros Munhoz, eu já cansei de defender aqui nesta tribuna os empresários do setor de máquinas deste País. São empresários sérios. São empresários que estão preocupados em discutir o Brasil, indústria nacional, conteúdo nacional.

A política, gente, é uma arte, e ela é uma arte da guerra, inclusive. A política é a arte de disputar quem eu vou representar. E quem eu represento, não significa que eu estou instrumentalizando, se não vou começar a dizer para o Sargento Neri, para o Major Mecca, para o Nishikawa, para o coronel Conte: ó, vocês estão instrumentalizando a Polícia Militar aqui, como deputado. Não. É obrigação de vocês defender o direito da Polícia Militar. Se vocês não defenderem, vocês não estão cumprindo o seu papel. É obrigação da companheira deputada Bebel defender os trabalhadores e as trabalhadoras da Educação. E aí acusam de que ela está instrumentalizando a Comissão de Finanças, em função da Apeoesp. Eu conheço a Apeoesp há mais de 30 anos, Giannazi. Você não era nem vereador do PT ainda, porque eu sou mais velho que você. Eu e a Bebel, eu sou mais velho que a Bebel também. Conheço há mais de 30 anos. É tarefa. Quem não está acostumado a lidar com movimento social, com movimento sindical, vai achar estranhas essas coisas. Eu, não. Pode ir à porta do meu gabinete que eu recebo com tranquilidade qualquer... Recebi, Delegada Graciela, deputada Delegada Graciela, eu recebi a Associação dos Policiais Militares, eu recebi o o pessoal da CEPM, recebi os delegados, como líder da bancada do Partido dos Trabalhadores.  Recebi a Dra. Raquel, recebi o presidente da associação dos delegados. Um delegado me mostrou que ganha oito mil e 800 reais de salário líquido.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para concluir, deputado Barba.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Eu recebo toda e qualquer manifestação no meu gabinete, porque é da minha origem. Aqueles que têm medo de qualquer manifestação, acho que escolheram a tarefa errada. A tarefa de ser representante na democracia, de maneira representativa, é isso, é estar submetido a várias pressões. A gente só exige respeito.

Obrigado pela tolerância, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Obrigado.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, para encaminhar em nome do PTB.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem a palavra.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, Srs. Deputados, se eu não estiver atrapalhando as conversas paralelas aqui no plenário, eu gostaria de usar o meu tempo, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Peço aos deputados atenção ao orador na tribuna.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Olhem quanta alegria do deputado Carlão Pignatari, expressa no seu largo sorriso.

Srs. Deputados, hoje foi um dia difícil para mim. Sabe, deputado André? Perguntaram-me: “O que o senhor acha da velha política e da nova política?”.

Fiquei pensando no que dizer ao repórter da Rádio Botucatu a esse respeito. O que é a velha política, Srs. Deputados? Quanta animação no plenário. O que é a velha política? Somos os deputados que se encontram há mais tempo aqui, deputado Barros Munhoz, estamos aqui há anos. Essa é a velha política? E o que é a nova política? Quem sabe definir o que é nova política? Quem sabe definir, volto a dizer, o que é nova política? Não tem política velha... (Fala fora do microfone.)

Desculpe, deputado Major Mecca. Vossa Excelência me desculpe, mas não está sabendo do que está falando. Não, V. Exa. não está sabendo do que está falando. Primeiro, está interrompendo o que não tem que interromper. Segundo, V. Exa. nunca vai definir o que é velho e o que é novo. Você acha que a nova política é boa? Você está respondendo o quê? Vossa Excelência deveria dar aula em uma faculdade, como professor. O que é isso? Não tem nova política, deputado. Essa é a nova política que estamos vendo aqui: é laranjal para cá, é plantação de laranja para lá. Essa é a nova política. É isso que existe.

Enquanto isso, deputado Barros Munhoz, somos chamados de veteranos, de velhos políticos. Reconheço, deputado Barros Munhoz, que somos velhos, sim, mas não somos hipócritas, não somos marginais, não somos delinquentes, não somos estelionatários, não somos estupradores, não somos pedólogos. Não somos isso, deputado Barros Munhoz. Nós simplesmente acreditamos no velho poeta inglês que disse que os anos sabem de coisas que os dias não sabem.

Prosseguindo, deputado Barros Munhoz, quero contar aqui, com a devida permissão dos Srs. Deputados, novamente... Quero que preserve o meu tempo, Sr. Presidente. (O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

Há uma pequena história, deputado Barba, que diz - já contei várias vezes aqui - que um grande incêndio havia ocorrido em uma floresta. Um incêndio de proporções gigantescas, que nenhuma tempestade conseguia apagar. Aí, deputado José Américo, apareceu um beija-flor. Foi a um regato, com seu biquinho pegou um pouquinho d’água. Lá vai e joga no incêndio. Lá vai de novo o beija-flor, pega um pouquinho d’água, incêndio. Na quarta vez, apareceu um grande leão e disse: “Beija-flor, você é pretensioso. Se nenhuma tempestade consegue apagar o incêndio, você vai apagar com um pouquinho d’água?”.

Ele falou: “Eu sei, senhor leão, que eu vou apagar o incêndio, mas eu estou cumprindo a minha parte”. E a minha parte eu estou cumprindo aqui para dizer que nós somos frontalmente contrários a esse projeto monstrengo. Esse Projeto 01,  um projeto que eu não posso concordar com esse pacotaço de seis empresas de uma vez só para serem ou vendidas ou incorporadas ou cindidas ou sei lá o que acontece. Mas a deputada Janaina ontem de uma maneira leviana, vou repetir.

A deputada Janaina, de uma maneira leviana, ontem em plenário, insinuou que a minha defesa de que viesse cada projeto, cada empresa dentro de um projeto fosse... Olhe a ilação que a deputada Janaina fez. Não sei aonde que ela viajou para isso. “Será que os deputados querem uma por uma para poderem negociar com empresa por empresa?”.

Olhe, deputado Barros Munhoz, onde chegou a deputada Janaina. Somos sim contrários, deputado Roque Barbiere. Não é possível que esta Casa possa de uma vez só ou fatiada de três em três discutir sobre o futuro de uma empresa. O governo está brincando com esta Casa e agora tem uma emenda aglutinativa correndo por aí. Precisa de 63 assinaturas. O que é que diz essa emenda? Nada, é uma repetição do artigo de três em três. Será que nós vamos assinar essa aglutinativa?

Os líderes têm que ter responsabilidade de não assinar essa aglutinativa, nem os deputados. Isso é um estelionato regimental, deputado Estevam Galvão. Não é justo. Não é possível que numa altura dessa... Já não chega essa discussão de arma que começa... Ninguém sabe mais. Aqui, parece o Iraque de tanta arma que tem aqui. E nós estamos agora discutindo o quê? As palavras da deputada Janaina, que não respeitou os deputados, que fez ilações?

Quando eu quero dizer que a Assembleia tem que discutir projeto por projeto é para analisar os aspectos econômicos, financeiros e funcionais de vida e quando a deputada Janaina diz: “Os deputados que estão defendendo que seja uma por uma pode ter vantagem”. Vantagem aonde? Me diga, deputada Janaina, onde estão as vantagens? Leviandade tem que ser muito bem aplicada. Não se pode pautar a conduta alheia pela própria.

Eu vou reiterar uma vez mais, quer goste, quer não goste a deputada Janaina. Nós somos contra, visceralmente contra que se vote de uma vez só as seis empresas ou se fatie em duas. O deputado Gil Diniz tem uma posição. Ele afirmou aqui de maneira taxativa que ele tem colocações outras frente ao governo que ele espera soluções referentes à polícia, à justiça que se faz aos militares. Parabéns, deputado. O senhor tem sido coerente. Deputado Major Mecca, com todo respeito, V. Exa. vai falar, e eu seguramente vou ter que retrucar Vossa Excelência. Eu quero que V. Exa. diga para mim o que é nova política, diga para mim quais são os integrantes da nova política, diga para mim no que ela difere da velha política.

Não existe velha política nem nova política, existe boa política. O que existe é boa política, não velha política. Não existe - reitero aqui - diferenciação entre velha política e nova política, existe a boa política, que é o que não está acontecendo aqui nesta Casa. Nós seguramente, daqui a pouco, vamos ocupar os microfones de aparte para nos defender das indelicadezas e dos impropérios que tenho ouvido todo santo dia nesta Casa.

Eu me atrevo a dizer novamente: esta legislatura caminha para ser a pior legislatura na história desta Casa. Na história da Assembleia, a pior legislatura é esta aqui. Se for representada pela nova política, que me desculpem, mas a nova política é uma política imprestável, absurda e que não pode subsistir.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Sr. Presidente, para falar pela vice-liderança da Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Na verdade, V. Exa. quer encaminhar. Vossa Excelência tem a palavra para encaminhar, nobre deputada.

 

O SR. MAJOR MECCA - PSL - Sr. Presidente, para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem a palavra enquanto a deputada Bebel se encaminha à tribuna.

 

O SR. MAJOR MECCA - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Antes de tudo, deputado Campos Machado, eu queria me desculpar com o senhor. Na verdade, quando o senhor fazia a colocação, o senhor fez a pergunta e deu um lapso de tempo, e eu entendi como se o senhor estivesse aguardando alguma manifestação. Desculpe-me, eu não quis interromper a fala do senhor. O Regimento dá ao senhor, e a gente entende e respeita o Regimento. O senhor me desculpe pela interrupção, não foi a intenção interromper a fala do senhor.

Eu só quero dizer que o entendimento dos cidadãos de bem em relação à velha e à nova política é que o cidadão espera que todos nós que estamos aqui - eu não posso ousar indicar o nome de ninguém, porque todos aqui foram votados democraticamente e representam uma parcela da sociedade - façamos política em benefício daqueles que mais precisam, para os policiais, para os professores, para o trabalhador que ganha salário mínimo e pela manhã pega um ônibus lotado, um trem lotado, para o jovem que trabalha o dia inteiro e estuda à noite.

A política nova o povo entende como isso. Não vou indicar um ou outro, todos nós estamos aqui para praticar essa política. O povo entende que até hoje a política foi praticada em benefício dos próprios políticos, e o povo quer que os políticos façam uma política para o povo que mais precisa. Eu não posso ser leviano de indicar quem é o novo e quem é o velho, nós somos todos iguais aqui, todos trabalhamos para atender o que a população declinou no pleito eleitoral no final do ano passado. É responsabilidade de todos nós.

Todos nós somos iguais, cada um defende o seu setor. Eu ministro aula em estabelecimento de ensino superior, a Academia de Polícia Militar do Barro Branco, e nós levamos os anseios do povo, para que todos nós, policiais, possamos atender o povo. Muito obrigado.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Sr. Presidente, para uma comunicação. É mesmo uma comunicação.  

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pergunto se existe anuência da oradora.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Tem anuência, Sr. Presidente.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Gostaria de comunicar ao plenário e ao deputado Campos... A comunicação é a seguinte: que V. Exa. não mais me cumprimente, porque eu não estou acostumada a quem fala que eu sou leviana no púlpito e vem me dar beijinho na hora que chega, com sorrisinho. Então Vossa Excelência, pelos quatro anos, não me cumprimente. Muito obrigada.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, para uma comunicação, com a anuência da oradora.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputada Bebel?

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Tem anuência.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PARA COMUNICAÇÃO - Quanto melindre, quanta sensibilidade, quanta falta de respeito com esta Casa. Há 28 anos estou aqui, mas eu quero responder à nobre deputada Sra. Paschoal. Vou me recusar a dizer o primeiro nome dela. Tenha certeza absoluta de que eu nunca mais vou me dirigir a V. Exa., primeiro porque não aceito o que a senhora fez e segundo porque eu tinha outra imagem da senhora. Não vou mais repetir o nome dessa senhora, a não ser que tenha que mostrar algumas verdades aqui nesta Casa, verdades a respeito das pessoas. 

Sr. Presidente, eu vou até parar de falar, porque nós estamos entrando em um lenga-lenga. É velha política, nova política. Se essa for a nova política, eu pergunto: o que é política? Eu vou parar aqui, Sr. Presidente, porque eu acho que não estou trazendo nenhuma novidade, nenhuma ajuda a esta Casa. Nós estamos complicando esta Casa e a nossa história, com deputados como a deputada Pascoal. 

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Com a palavra a deputada Bebel. 

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Agradeço a palavra, Sr. Presidente, Mesa Diretora dos trabalhos, cumprimento toda a assessoria...

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - Deputada Bebel, a senhora me permitiria? Sr. Presidente, eu precisaria fazer um pedido de esclarecimento.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É que, na verdade, tem uma oradora. Ela já começou a falar, deputado Barros. 

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - Desculpe-me.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Eu dou uma espécie de aparte.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Não cabe aparte. Vossa Excelência está em encaminhamento.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Cumprimento também os funcionários da direita, da esquerda, a assessoria, que estão sentados. Eu estou me corrigindo, porque neste momento a gente tem que ter um pouco de cuidado de como coloca as coisas, não porque não deve dizer; deve dizer, mas há de ter um momento em que as pessoas vão, acho que tudo vai se acertar. Eu aposto muito no diálogo. 

É por isso que às vezes, presidente, quando a gente pede uma comunicação, não é, eu gostaria que V. Exa. entendesse, não é no sentido de tergiversar, mas, às vezes, a gente até fala um pouco como um complemento daquilo que a gente gostaria de dizer, mas não de tergiversar, porque eu sei onde é meu palco de briga. Não é aqui. Eu sei onde é. O senhor conhece e também deve saber onde eu ando por aí, assim, por conta de saber um pouco da trajetória que eu já enfrentei aqui neste plenário e tantas outras.

Eu quero colocar em questão a Ordem do Dia, que é o regime de urgência com relação à criação dos dois cargos. Eu tenho concordância. Eu acho que é muito importante, é uma questão estrutural e que tem que ser estendida para mim, independente de sigla partidária. É uma questão de ter um olhar igualitário.

Eu quero aproveitar este momento em que eu estou na tribuna. Eu vou me dirigir ao senhor, deputado Barros Munhoz, de uma forma fraterna. Você sabe que eu tenho muito carinho pelo senhor e respeito, sobretudo. Disse lá na comissão que aprendo muito com o senhor, com a deputada Leci Brandão, com outros deputados aqui, a minha bancada, bancada do Partido dos Trabalhadores, do PSOL.

Deputado Machado, quantas coisas absorvi, às vezes, do que o senhor fala. Nós temos diferenças, mas são diferenças que levam também a gente a refletir, porque a diferença não necessariamente aniquila ideias. Não é isso. A diferença, às vezes, é reformular ideias. Eu sempre estou pronta para isso. Se eu tiver que rever uma posição, ainda que eu tenha que passar por cima, eu passo por cima. Não há problema para mim. Passo por cima de qualquer margem de orgulho. 

Eu acho que o papel da política, você perguntava... Eu pergunto o que é a política. A política é a arte da convivência, mas também de produzir juntos propostas, construir ideias, construir projetos. É um pouco disso que eu entendo como é a política, principalmente num espaço proporcional como este, que exige de nós, sim, tolerância um com o outro. Ninguém aqui nasceu... Aliás, nós somos eleitos de forma a mostrar que nós não somos mesmo iguais, não seremos. Mas ninguém contamina ninguém, essa é que é a questão. A gente pode aprimorar.

Bom, eu quero me dirigir também aos trabalhadores da Emplasa, da Imesp, da CPOS; a todos os que estão presentes nesse plenário. (Manifestação nas galerias.) Dizer que é lamentável que o início de governo já demarque com a “privataria” tucana. Isso é lamentável. Mas mais que lamentar, é chamar a atenção para a importância desses órgãos que estão sendo apresentados para serem leiloados. Eu uso esse termo. É leilão, é fatura de campanha.

Esse é o preço que pagam vocês, esse é o custo de uma eleição. “Eu ganhei, agora vou cumprir a minha fatura de campanha.” É isso que pensa o PSDB nesses 24 anos em que está na governança do estado. E agora ganhou mais quatro anos, e nós vamos ter que fazer o papel nosso aqui, de fiscalizadores, no caso do Legislativo, e vocês... Aí é que a gente tem que tomar cuidado.

Olha, falou-se tanto em mulher e é verdade: quando um homem fala, todo mundo fica quietinho ali. Quando a gente vem para cá, é um burburinho geral. Mas tudo bem, eu não me atrapalho com as falações. Eu vou continuar falando.

Mas eu quero dizer que essa questão da privatização, para mim, que sou da bancada que sou, do partido que sou, é uma questão cara, porque a gente defende o quê? Cada vez mais o Estado atendendo as questões sociais. Eu dizia dos papéis que cumprem os poderes Legislativo - legislar e fiscalizar -, mas o de vocês, como sociedade civil, no caso, dentro de uma entidade, é pressionar. Agora, pressionar aqui, nesta Casa, virou motivo de criminalização. Não pode ser criminalização. É direito de cada trabalhador e trabalhadora que tem seus direitos retirados, tem a sua segurança, enfim, o seu emprego. É direito de fazer a sua reivindicação, a sua luta e a sua pressão.

Por isso, os senhores são baderneiros? Não, não são baderneiros. Estão no justo direito de reivindicar, de lutar e oxalá chegar à vitória de não ter essa privatização, que na minha opinião é uma resposta indevida que esse governador está dando num primeiro momento de mandato. (Manifestação nas galerias.) Eu quero dizer para os senhores e senhoras, Srs. Deputados, Sras. Deputadas: fatiado ou não, qual foi o debate de profundidade que foi feito com relação a essa privatização? Qual foi o debate?

Fomos informados. Isso é ruim. Nós estamos em pleno século XXI, com o avanço da democracia no mundo, e a gente está aqui, ainda, sendo informados. Informados, como os professores foram informados, no dia de ontem, que tinha uma nova educação. Nova no que mesmo, deputado Barba? Inovou o que mesmo? Inovou que vai ter contratação dentro das escolas. Então, coronelismo total, quando a gente defende contratação através de concurso público. Esta é a forma mais s lícita que tem de uma contratação. Inovou porque ofereceu mais salários para os professores? Não! Não tem dinheiro? Não é verdade. O Fundeb aqui do estado de São Paulo tem, acumulados, dois bilhões e 500 milhões de reais. Não dá salário por quê? Por que não dá salário?

É uma política, deputado Carlão Pignatari. Eu acredito que o senhor tem um papel fundamental em intermediar não só para os professores, mas o funcionalismo público ter direito a uma política ou, então, para conseguir salário, nós vamos ter que ir às ruas? É isso? Vão pagar para ver? Verão, que foi o que aconteceu em 2000. Quem se esqueceu daquela greve? Não acredito que alguém tenha se esquecido. Pagaram para ver e viram.

Eu lamento até que, naquele momento, o governador estivesse doente. A Apeoesp foi culpabilizada, inclusive, da morte do governador, mas ele já estava doente. Então, é lamentável. Quero dizer que deixo aqui o meu posicionamento e digo para vocês - do Imesp, da Emplasa, da CPOS e de todas as entidades presentes neste plenário - que podem contar, sim, com a bancada do Partido dos Trabalhadores e com o meu mandato, mas com a bancada como um todo, para essa luta, que vai ser muito difícil, mas nós vamos conseguir.

Um forte abraço. Muito obrigada. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

O SR. SEBASTIÃO SANTOS - PRB - PARA COMUNICAÇÃO - Só para comunicar a esta Casa que nós estamos recebendo, nesta tarde, a nossa vereadora de Araçatuba Marlene Mira, para quem eu quero pedir uma salva de palmas. Hoje, ela nos visita aqui, conhecendo a Assembleia Legislativa. (Palmas.)

Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Em nome do Legislativo, agradecemos a presença da vereadora.

 

O SR. APRÍGIO - PODE - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, quero parabenizar hoje o prefeito Jorge Costa, de Itapecerica da Serra. Hoje a cidade está fazendo 142 anos. Itapecerica da Serra é uma cidade mãe de cinco cidades vizinhas. Taboão da Serra, que é a minha cidade, nasceu de uma parte de Itapecerica da Serra. Embu das Artes também nasceu também de Itapecerica da Serra. Embu-Guaçu nasceu de Itapecerica da Serra. Juquitiba também nasceu de Itapecerica da Serra. São Lourenço da Serra também nasceu de Itapecerica da Serra.

Então, uma cidade acabou ficando mãe de mais cinco cidades, que são essas cidades que eu já citei o nome. Eu quero aqui parabenizar Itapecerica da Serra, todos os seus moradores e parabenizar todos os moradores dessas cidades que eu citei o nome.

Muito obrigado, prefeito Jorge Costa.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Item nº 1 - Em votação o item 1 do método de votação aprovado em 24/04/2019.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - Sr. Presidente, para encaminhar em nome do PSB.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência pode encaminhar em nome da liderança do PSB.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, senhores e senhoras que nos honram com a sua presença, colaboradores da Assembleia Legislativa, telespectadores da TV Assembleia, eu venho aqui pedir que o deputado Campos Machado continuasse um pouquinho só no plenário, e fazer uma coisa que o meu coração manda fazer.

Eu já estou aqui há bastante tempo, já estou sendo chamado, para meu orgulho, de velho, decano. O mais jovem decano da história da Assembleia, mas eu estou muito preocupado, sinceramente muito preocupado.

Eu já não estou sentindo mais aquela alegria que eu sentia - ouvi isso agora também de um colega - quando eu vinha para a Assembleia. Eu venho preocupado, eu venho triste, eu venho realmente decepcionado, às vezes.

Eu quero dizer que vejo um sangue novo aqui extremamente saudável. Estou vendo o interesse dos jovens na política, e isso é extremamente saudável para uma nação como a nossa, mas estou vendo, de parte a parte, exageros. Eu mesmo também me penitencio por ter cometido alguns exageros, e isso reflete um pouco, a meu ver, um clima que está se instalando gradativamente, não só no Brasil, mas em diversos países do mundo, mas o que interessa a cada país ele que resolva.

O que interessa a nós, nós precisamos resolver, e o que interessa a esta Casa também. Nós precisamos baixar a bola. Nós precisamos acalmar, nós precisamos serenar os ânimos. Eu, quando vejo um deputado do jaez do Campos Machado passar por situações difíceis, me sensibilizo. Quando eu vejo uma deputada como a Janaina Paschoal passar por situações difíceis, eu me sensibilizo.

Eu conheço pouco a deputada Janaina, mas o suficiente para colocar minha mão no fogo de que ela é uma pessoa bem intencionada, uma pessoa capacitada, e uma pessoa que merece todo nosso respeito. Quando eu vejo o Campos, eu tenho um dado histórico. Desde 1987 nós temos um convívio fraternal.

Eu acho que houve exagero de parte a parte. Eu acho que isso devia ser evitado, mas aconteceu, mas o que eu acho importante, minha gente, até para marcar, talvez, o início de uma nova fase no começo dessa nossa legislatura, de mais calma, de mais tranquilidade, de mais objetividade, de mais respeito, de mais alegria, inclusive - por que não? -, de mais confraternização, de mais solidariedade, tudo aquilo que é possível, mesmo no embate político...

Eu gostaria de ver que aquilo que o Campos falou, que aquilo que a Janaina falou, não se concretize. Eu gostaria. Eu sei que pode não ser hoje, mas que seja amanhã, que seja breve, que haja um entendimento entre eles, até para que haja um entendimento entre nós todos da Casa.

Eu queria exibir, se não for abusar da paciência de vocês - e pedir desculpa àqueles que já assistiram - um programa do Bial com o presidente de Portugal. Esse presidente, o Marcelo Rebelo, é um fenômeno político. Ele está com 82% de popularidade, enfrentando todas as crises possíveis e imagináveis que Portugal enfrentou. Eu gostaria de tomar o tempo. É muito rápido, não vai dar três minutos. Por favor.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Acho que já está bom. Focando o exemplo do presidente de Portugal, quero dizer que podemos adotar esse tipo de política. Quem é governo, é governo. Respeita quem é oposição. Quem é oposição, é oposição. Respeita quem é governo.

Acima de tudo, essas duas figuras extraordinárias, extremamente importantes na vida do Parlamento de São Paulo, nesse momento, no ano de 2019, deputado Campos Machado e deputada Janaina Paschoal, precisam restabelecer o entendimento que sempre tiveram. É o apelo que faço. Tenho certeza de que é o desejo de todos os deputados desta Casa.

Muito obrigado.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, o deputado Barba.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Havendo acordo entre as lideranças, peço o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Questiono as lideranças presentes no plenário se concordam com a solicitação do deputado Barba, para levantar a sessão. Havendo concordância... Antes, porém, esta Presidência convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 18 horas e 34 minutos.

           

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