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14 DE MAIO DE 2019

40ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: CORONEL TELHADA, CORONEL NISHIKAWA e CAUÊ MACRIS

 

Secretaria: CASTELLO BRANCO

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - CORONEL NISHIKAWA

Anuncia sua presença, ontem, em cerimônia realizada no auditório Teotônio Vilela desta Casa, em que foi homenageado com medalha por sua atuação policial. Considera desproporcional resposta do governador João Doria ao deputado Major Mecca. Demonstra convicção de que o presidente Jair Bolsonaro fará um bom governo.

 

3 - CASTELLO BRANCO

Lamenta as consequências da violência e do narcotráfico. Apresenta vídeo institucional do Simpósio Nacional de Vitimização Policial, que ocorre hoje no Rio de Janeiro. Considera que a situação da Segurança Pública no Rio de Janeiro é considerada calamitosa e semelhante a cenários de guerra. Homenageia os policiais civis e militares. Propõe a realização de evento similar ao Simpósio que está ocorrendo no Rio de Janeiro no estado de São Paulo.

 

4 - JANAINA PASCHOAL

Faz comentários sobre projeto de lei de autoria do deputado Frederico d'Avila e o critica por fazer distinção entre defensores dos direitos humanos e policiais. Defende que os direitos fundamentais não podem ser circunscritos a apenas uma categoria, mas pertencem a todos os seres humanos.

 

5 - CORONEL NISHIKAWA

Assume a Presidência.

 

6 - CORONEL TELHADA

Saúda a Esquadrilha da Fumaça por seus 67 anos de atividade. Lembra que hoje faz 223 anos que foi criada a vacina. Parabeniza os funcionários do Instituto Dante Pazzanese. Apresenta matéria jornalística sobre a letalidade policial no Rio de Janeiro ser a maior dos últimos 21 anos. Considera que a Polícia Militar é uma grande defensora dos Direitos Humanos.

 

7 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência.

 

8 - CONTE LOPES

Lembra episódio de visita do chefe da polícia de Nova York, William Bratton, à São Paulo no governo de Paulo Maluf. Considera que a diferença entre as condições de trabalho dos policiais nova-iorquinos e dos paulistas é muito grande. Lamenta execução de policiais militares em serviço. Cobra reajuste salarial para a categoria.

 

9 - ENIO LULA TATTO

Anuncia o reinício das obras da linha da CPTM que liga Osasco até o Grajaú. Informa que a estação Mendes deverá ser entregue em novembro do próximo ano, e a estação Varginha em 2021. Destaca a importância destas estações de metrô para a população que vive nos locais afetados. Comunica a realização de audiência pública no dia 31/05, às 18 horas, no Jardim Ângela, para debater o cronograma da entrega de estações de metrô da linha Lilás. Destaca que estas obras beneficiarão mais de um milhão de pessoas.

 

10 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA

Reforça o comprometimento de seu mandato com a Educação. Faz críticas ao presidente Jair Bolsonaro por corte de orçamento que afetará desde o ensino básico até o ensino universitário. Lembra que 99% das pesquisas no Brasil ocorrem nas universidades públicas. Anuncia a realização de greve geral anunciada para amanhã em defesa da Educação.

 

11 - WELLINGTON MOURA

Apresenta video do Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande, que enfrenta situação precária. Lembra que as emendas impositivas são instrumentos para que os deputados possam indicar para quais municípios enviar seus recursos. Demonstra indignação, pois, emenda parlamentar, de sua autoria, em benefício do Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande, não chegou até o estabelecimento de saúde por impedimentos técnicos. Pede providências.

 

12 - APRÍGIO

Reforça o pronunciamento do deputado Enio Lula Tatto em relação à entrega de linhas de metrô em São Paulo. Defende que a Linha 4 Amarela do Metrô alcance Taboão da Serra e região. Lamenta que as condições de água e esgoto estão precárias e sem tratamento em diversas localidades. Denuncia a Sabesp por não respeitar contrato feito com municípios sobre tratamento de esgoto. Pede apoio do governador João Doria quanto ao caso.

 

GRANDE EXPEDIENTE

13 - ED THOMAS

Discorre acerca de visita ao 18º Batalhão da Polícia Militar, em Presidente Prudente. Valoriza projeto de sua autoria em prol da equoterapia. Destaca a importância da Cavalaria. Tece considerações sobre melhoras na saúde de crianças e de adolescentes que se submetem ao convívio de cavalos. Lembra donativos feitos por Ayrton Senna à Lumen Et Fides, entidade filantrópica da referida cidade. Assevera que há fila de espera, para o uso da equoterapia. Cita especificidades dos equinos destinados a tal fim. Lembra benefícios a crianças autistas. Clama ao Governo do Estado que valorize a Polícia Militar.

 

14 - JANAINA PASCHOAL

Noticia visita a Santa Bárbara d´Oeste, para verificar pontes de conexão entre bairros, os quais cita. Clama à Defesa Civil que avalie tecnicamente as localidades, pois há risco de desabamento. Argumenta que dialogara com autoridades e famílias entusiastas do ensino domiciliar. Discorre acerca do tema. Tece considerações sobre o crime de abandono intelectual. Defende a pluralidade de ideias no país. Manifesta preocupação com a clandestinidade de famílias insatisfeitas com o ambiente escolar e com políticas educacionais vigentes.

 

15 - DIRCEU DALBEN

Comenta a precariedade de delegacias de polícia, na região metropolitana de Campinas, especialmente. Discorre acerca da precariedade de hospital público na Baixada Santista. Lê e comenta matéria do jornal "Correio Popular", de Campinas, a respeito de suspensão de atividades médicas em hospitais, os quais lista. Clama por medidas efetivas capazes de solucionar os problemas evidenciados. Lembra falha documental que impossibilitara o envio de emenda parlamentar para entidade hospitalar. Tece considerações sobre cadastro no Cadin, a impossibilitar a aquisição de recursos, por municípios devedores. Opina pelo cumprimento de envio de emendas orçamentárias, no prazo. Defende a liberação ágil de recursos para áreas sociais.

 

16 - MAJOR MECCA

Saúda visitantes presentes nas galerias. Agradece ao deputado Ed Thomas por elogios à Cavalaria da Polícia Militar. Discorre acerca de benefícios da equoterapia. Cita o programa Proerd. Informa que o cabo De Paula veste-se de Capitão América, em seu horário de folga, para alegrar crianças hospitalizadas. Revela preocupação com suicídios de policiais militares. Lamenta a remuneração dos profissionais da categoria. Informa que estivera em reunião com servidores da Fundação Casa. Narra experiência de patrulhamento na zona norte desta capital com chefe da polícia de Dallas, em 2015. Acrescenta que a autoridade surpreendera-se com a quantidade de policiais militares mortos em São Paulo. Revela que o policial americano, em início de carreira, recebe cinco mil dólares, além do amparo da lei. Critica a legislação penal do Brasil.

 

17 - LETICIA AGUIAR

Para comunicação, registra a importância de investimentos em Saúde. Afirma que devem ser aplicados 920 mil reais no AME - Ambulatório Médico de Especialidades, em Taubaté. Clama ao Governo do Estado que o Vale Histórico seja contemplado com hospital regional.

 

18 - PROFESSORA BEBEL LULA

Saúda visitantes presentes nas galerias. Critica o ensino domiciliar. Assevera acreditar na escola como espaço de socialização, conquista histórica da sociedade. Afirma que há o risco de desmonte da escola pública. Defende a democratização do ensino. Clama pelo fortalecimento de todos os serviços públicos. Valoriza o enfrentamento de ideias nas escolas. Afirma que compreendera, em tenra idade, o valor do estudo. Critica o projeto Escola sem Partido. Acrescenta que professores não são doutrinadores. Defende o não isolamento estudantil de filhos. Manifesta-se a favor de coletividades. Afirma que amanhã deve ser realizada manifestação, na Av. Paulista, contra a reforma da Previdência e o corte de verbas das universidades públicas. Defende a implantação do Plano Estadual da Educação.

 

19 - RAFA ZIMBALDI

Informa que estivera com funcionários do Ceagesp, para tratar da proposta Ceasa Legal, em benefício de carregadores. Anuncia que é de sua autoria projeto a respeito do tema. Manifesta que a intenção do Governo do Estado de alterar a localização do Ceagesp preocupa os profissionais do setor. Informa dados sobre movimentações financeiras da central de abastecimento. Afirma-se contrário à privatização da entidade. Clama pela manutenção das atividades na localidade atual.

 

20 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA

Suspende a sessão até as 17 horas, às 16h32min.

 

21 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Assume a Presidência e reabre a sessão às 17h01min.

 

22 - TEONILIO BARBA LULA

Pelo art. 82, presta solidariedade à deputada Márcia Lula Lia, por agressão sofrida num restaurante. Afirma que projetos de parlamentares do PT têm sido obstruídos em algumas comissões desta Casa. Expressa apoio à greve dos profissionais da Educação, a ser realizada em 15/05.

 

23 - DOUGLAS GARCIA

Pelo art. 82, informa que recebeu mensagens de estudantes e professores universitários que não desejam participar da greve da categoria, marcada para o dia 15/05, mas temem ser impedidos de entrar nas salas de aula. Pede que lhe sejam encaminhadas denúncias acerca do assunto.

 

24 - MÁRCIA LULA LIA

Pelo art. 82, relata que sofreu agressões verbais num restaurante, no final de semana, de um apoiador do presidente Jair Bolsonaro. Avalia que o Brasil vive tempos de intolerância. Diz que é preciso combater o problema. Lê poema de Bertolt Brecht.

 

25 - CAMPOS MACHADO

Para comunicação, solidariza-se com a deputada Márcia Lula Lia por conta da agressão relatada. Considera que esta Casa tem culpa na disseminação da intolerância.

 

26 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Convoca uma sessão extraordinária, a ter início dez minutos após o término da presente sessão.

 

27 - CAMPOS MACHADO

Pelo art. 82, comunica que enviará ao presidente Jair Bolsonaro um manifesto contrário à legalização da maconha. Pede o apoio de todos à campanha de oposição às drogas. Argumenta que isso é necessário para promover a defesa das famílias.

 

28 - ESTEVAM GALVÃO

Para comunicação, concorda com o posicionamento do deputado Campos Machado. Informa que assinará a moção a ser enviada ao presidente Jair Bolsonaro.

 

29 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA

Para comunicação, declara que a paralisação estudantil prevista para o dia 15/05 é espontânea. Pede que os alunos denunciem as escolas públicas em más condições.

 

ORDEM DO DIA

30 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Coloca em votação o PLC 4/19.

 

31 - TEONILIO BARBA LULA

Encaminha a votação do PLC 4/19, em nome do PT.

 

32 - DOUGLAS GARCIA

Para comunicação, anuncia a presença de sua mãe e de seus irmãos.

 

33 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Deseja boas-vindas aos familiares do deputado Douglas Garcia.

 

34 - RAFAEL SILVA

Para comunicação, relata assassinato cometido por um usuário de drogas. Argumenta que a legalização do comércio de drogas no País seria um erro.

 

35 - DELEGADO OLIM

Para comunicação, cumprimenta o deputado Conte Lopes pelo seu aniversário.

 

36 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Após consulta às lideranças, coloca em votação e declara aprovados requerimentos: do deputado Frederico d'Avila, para criação de comissão de representação para participar da 47ª Exposição da Feira Agropecuária, Industrial e Comercial de Maringá, em 14/05, em Maringá, PR; e do deputado Gilmaci Santos, para criação de comissão de representação com a finalidade de participar, como vice-presidente desta Casa, do Encontro dos Presidentes das Assembleias Legislativas, da União dos Legisladores Estaduais - Unale, em 17/05, em Belo Horizonte, MG. Faz aditamento à Ordem do Dia da sessão extraordinária anteriormente convocada.

 

37 - PAULO LULA FIORILO

Encaminha a votação do PLC 4/19, em nome da Minoria.

 

38 - SARGENTO NERI

Para comunicação, agradece ao secretário estadual da Saúde por garantir que resolverá problemas que afetam o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto.

 

39 - GIL DINIZ

Para comunicação, parabeniza o deputado Conte Lopes pelo seu aniversário. Saúda os familiares do deputado Douglas Garcia, em visita a esta Casa.

 

40 - GIL DINIZ

Solicita o levantamento dos trabalhos, por acordo de lideranças.

 

41 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Defere o pedido. Convoca uma reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Redação e de Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se às 18 horas e 10 minutos de hoje. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 15/05, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra a realização de sessão extraordinária, a ter início às 19 horas de hoje. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Telhada.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Presente o número regimental de assinaturas de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da ata da sessão anterior e convida o nobre deputado Capitão Castello Branco para ler a resenha do expediente.

 

O SR. CASTELLO BRANCO - PSL - Indicação do deputado Professor Kenny, a liberação de recursos financeiros destinados à aquisição e instalação de aparelhos de ar-condicionado para todas as salas de aula da Escola Estadual Emílio Justo, localizada no município de Santos. Também indicação da deputada Dra. Damaris Moura ao Exmo. Sr. Governador que determine aos órgãos competentes a implantação da Delegacia de Defesa da Mulher - DDM, com funcionamento de 24 horas, no município de Ribeirão Preto. Está lida a resenha, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr.  Deputado. Pequeno Expediente, oradores inscritos. O primeiro orador inscrito é o deputado Coronel Nishikawa. Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CORONEL NISHIKAWA - PSL - Boa tarde a todos. Sr. Presidente, Castello Branco e demais assessorias aqui presentes nesta Casa, eu gostaria primeiro de falar que ontem nós estivemos aqui na Assembleia,  no auditório Teotônio Vilela, onde foram concedidas medalhas para algumas personalidades, entre as quais eu fui contemplado e agraciado.

O Instituto Histórico Militar concedeu a medalha Força Pública, que para nós foi motivo de grande orgulho, honra. A maioria são policiais militares que se destacam nas suas unidades sendo homenageados nesta Casa, e, para nós, que trabalhamos durante 30 anos na Polícia Militar, é satisfatório, é honroso. Não tenho palavras de agradecimento para as pessoas que fizeram essas homenagens aos policiais militares.

Dito isso, eu acho que, de certa forma, governador João Doria, o senhor foi desproporcional na resposta ao nosso colega Major Mecca. Eu acho que nós temos várias formas de nos tratarmos. Eu tenho aqui utilizado a tribuna com a maior tranquilidade, com a maior... Não entro em embates político-ideológicos, já cansei de falar isso aqui.

Nós, do Partido Social Liberal, estamos aqui para ajudar a sociedade, nós estamos aqui para votar em projetos que estejam de acordo com o nosso livre pensamento republicano, para que possamos fazer progredir o nosso País, que nós tanto queremos.

Então, gostaria de deixar aqui o nosso, não vou dizer que é um protesto, mas a nossa palavra de desconforto. O Major Mecca é lutador, que fala pela nossa categoria. Talvez eu não tenha o mesmo entusiasmo, da forma como ele utiliza a tribuna para isso, mas nós estamos aqui, vou repetir, para podermos contribuir com a nossa sociedade.

Dito isso, eu digo que hoje nós temos cada vez mais a convicção de que o governo Jair Bolsonaro trará progresso para o nosso País por todas as medidas que ele tem colocado em prática. Apesar dos embates ideológicos que existem aqui, nós confiamos no nosso presidente.

Então, fica aqui o nosso apelo para que todos deem oportunidade para que ele possa trabalhar. Quatro meses de governo, um governo que veio conturbado, 24 anos sob a predominância da esquerda. A turma fala “direita extrema”. Não tem ninguém extremo aqui. Nós somos, disse, republicanos e legalistas.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, deputado Coronel Nishikawa. O próximo deputado inscrito é o deputado capitão Castello Branco.

 

O SR. CASTELLO BRANCO - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Exmo. Sr. Presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, agora presidindo, Coronel Telhada, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, público presente e telespectadores da Assembleia Legislativa, boa tarde.

Nesses cinco minutos que me cabem no Pequeno Expediente, eu farei uso desta tribuna hoje para tratar de um assunto de extrema importância e ainda não tratado devidamente pelos governos anteriores, o binômio defesa nacional e Segurança Pública, o narcoterrorismo, o tráfico de drogas e os seus reflexos negativos na nossa sociedade.

Muito poderíamos falar sobre isso, mas, neste momento, eu gostaria de destacar o 1º Simpósio Nacional de Vitimização Policial, que está acontecendo agora no Rio de Janeiro. Neste exato momento, três dias de atividades estão ocorrendo na cidade do Rio de Janeiro, no Centro de Convenções SulAmérica, na Cidade Nova, em que comandantes-gerais e representantes de comando de 27 polícias militares do País, entre outras autoridades e especialistas no assunto, estão reunidos para tratar do case Rio de Janeiro.

É um case internacional. As estatísticas são de guerra. Estamos entre os oito piores índices do mundo, considerando inclusive índices de países que estão em conflito aberto, em guerra declarada. Para que vocês possam entender o que eu estou falando, nós vamos ver agora um vídeo institucional de três minutos, chamado “Heróis do Rio de Janeiro”, que foi produzido para alertar a sociedade sobre a dura realidade enfrentada pelos policiais militares.

 

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- É exibido vídeo.

 

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O documentário revelou histórias reais de policiais militares que trabalham num ambiente de guerra urbana, vitimizados em ação. Esses policiais sofreram letalidades absurdas, com sequelas físicas e psíquicas gravíssimas, algumas irreversíveis. É por essa razão que eu gostaria de lembrar e homenagear os heróis de todas as Polícias Militares do Brasil, neste caso a do Rio de Janeiro, e em especial a de São Paulo também, que, não longe, está enfrentando os mesmos problemas aqui, no maior estado da nação, com 44 milhões de habitantes. E sede de importantes facções criminosas organizadas. Esses policiais diariamente cumprem a sua missão, muitas vezes deixando de lado as suas famílias em prol da nossa.

Como parlamentar, a nossa bancada do PSL, entre outros parlamentares sensíveis a esta causa, estamos unidos, solidários, em ações a favor da Polícia Civil e da Polícia Militar do Estado de São Paulo. E eu finalizo com a proposta de realizar um evento similar a esse que está sendo realizado agora no Rio de Janeiro, aqui no estado de São Paulo, que com certeza é um estado que também tem casos gravíssimos, como as estatísticas mostradas no slide anterior.

Muito obrigado. Brasil acima de tudo; Deus acima de todos. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr. Deputado. O próximo deputado é o deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Marcio da Farmácia. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Paulo Lula Fiorilo. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge Lula do Carmo. (Pausa.) Deputado Alex de Madureira. (Pausa.) Deputada Janaina Paschoal. Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, Sr. Presidente. Na verdade, tenho tantos temas que com certeza terei que deixar uma parte para o Grande Expediente. Mas eu gostaria de aproveitar a bela apresentação feita pelo meu colega Castello Branco para fazer aqui umas considerações sobre alguns temas que estão em debate dentro da Casa. E até posso fazer referência a um PL específico, do colega Frederico d’Avila, que trata do Conselho de Direitos Humanos.

Na redação e na justificativa, o colega faz a seguinte consideração: que os representantes da sociedade civil serão apontados por representantes dos direitos humanos - alguma coisa nesse sentido - e pela Polícia Militar. Eu estou falando de maneira genérica porque o objeto não é este PL. O objeto são os debates que vêm sendo feitos dentro da Casa.

O projeto do colega é bom. Até alguns jornalistas me perguntaram o que eu achava do PL; o projeto é bom. Mas padece - e eu falo isso de maneira respeitosa - de um equívoco. É um equívoco que se reitera, se repete no nosso país: faz uma oposição entre defensores dos direitos humanos e policiais.

Por que eu digo isso? Porque, na medida em que os policiais trabalham para prevenir a prática de crimes, são também eles defensores dos direitos fundamentais. Nós precisamos, de uma vez por todas, sair desta equivocada polarização entre defensores dos direitos humanos e defensores da Segurança Pública. A Segurança Pública é um pressuposto para o exercício dos direitos fundamentais.

Então, quando nós insistimos nessa oposição entre defensores dos direitos humanos e defensores da Segurança Pública, caímos num equívoco, estejamos à direita, estejamos à esquerda, porque o que acontece, muitas vezes, é: ao lado da esquerda, identificar como defensores dos direitos humanos apenas aqueles que se preocupam com os direitos fundamentais de acusados, sejam esses acusados culpados ou inocentes, os direitos fundamentais dos presos.

Entretanto, na direita também ocorre um equívoco, porque existe uma preocupação exclusiva com os direitos fundamentais das vítimas e dos agentes de Segurança. Ocorre que, tecnicamente, direitos fundamentais pertencem a todos nós, sejamos apontados como autores de crimes, autores efetivos de crimes, presos, agentes de Segurança, vítimas.

O equívoco reside em circunscrever os direitos fundamentais a determinadas categorias. Aí está o equívoco, e eu vejo todo santo dia, nesta Assembleia, repetir-se o erro que eu, infelizmente, testemunhei ocorrer todo santo dia, dentro da Universidade de São Paulo, de circunscrever-se os direitos fundamentais.

Eu insisto, como insistia nas minhas aulas: os direitos fundamentais são de todos nós. Quando alguém se intitula defensor dos direitos fundamentais, mas não se preocupa quando uma pessoa é alvejada, quando uma pessoa é estuprada, quando uma pessoa é roubada de maneira violenta, no ponto de ônibus indo para o trabalho, essa pessoa não pode ser, efetivamente, considerada defensora de direitos fundamentais.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Coronel Nishikawa.

 

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Da mesma forma, quando alguém se apresenta como defensor de direitos fundamentais e não se importa que alguém que tem a sua liberdade privada por força de uma ação estatal, ainda que legítima, venha sofrer uma violência dentro do cárcere, uma tortura, por exemplo, também não pode se dizer defensor dos direitos fundamentais.

Então, é chegado o momento de nós ultrapassarmos esse estado de coisas que ainda nos deixa num período de barbárie. Eu falo pela primeira vez nesse assunto, já tive o desejo de falar outras tantas vezes, mas são tantos os temas que nos atropelam na Casa.

Mas eu voltarei a insistir: os direitos fundamentais são de todos os seres humanos, independentemente de categorias. Enquanto nós não enxergarmos essa realidade jurídica e histórica, nós não conseguiremos evoluir no verdadeiro diálogo.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL NISHIKAWA - PSL - O próximo orador inscrito é o deputado Coronel Telhada. Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Sr. Presidente, assessores, deputados aqui presentes, funcionários, público aqui presente, todos que nos assistem pela TV Alesp, quero saudar a nossa assessoria policial militar, na figura do cabo Porto, da cabo Flávia e do nosso bombeiro, cabo Funchal. É um prazer tê-los conosco aqui.

Sr. Presidente, quero iniciar as minhas palavras hoje, saudando uma grande entidade que completa 67 anos. A Esquadrilha da Fumaça completa hoje 67 anos de atividade. A Esquadrilha é praticamente um ícone, é uma referência dentro das Forças Armadas Brasileiras, aqui no Brasil. Na foto, temos o velho guerreiro T-6 em uma sobreposição com o Super Tucano.

Então, parabéns a todos amigos e amigas da Força Aérea Brasileira, em especial aos amigos da Esquadrilha da Fumaça, que tiveram seu primeiro voo no dia 14 de maio de 1952 e, ao longo desses 67 anos, realizaram eventos por todo o Brasil, trazendo alegria ao povo e mostrando a perícia dos nossos pilotos militares da querida Força Aérea Brasileira. Parabéns a todos da Esquadrilha da Fumaça.

Também quero lembrar uma coisa que pode parecer insignificante, mas que tem a ver com Saúde. Hoje se completam 223 anos que foi criada a vacina. Muita gente passa por isso diariamente, é uma coisa que já faz parte do nosso dia a dia, mas as pessoas não dão a devida atenção.

A vacina salvou muitas vidas ao longo desses anos, e ela foi inventada por Edward Jenner, um famoso pesquisador e médico, que observou que pessoas que ordenavam vacas não contraíam a varíola, e extraiu o pus da mão de uma ordenhadora, para inocular em um menino saudável, no dia 14 de maio de 1796. O menino contraiu a doença de forma branda, e logo ficou curado.

Era descoberta a vacina, uma das maneiras mais eficientes de curar doenças. O nome “vacina” vem de vaca, animal que enfraqueceu a doença. Eu estou lembrando isso sobre Saúde porque hoje pela manhã estive no instituto cardiológico Dante Pazzanese também. Estive lá com o Dr. Fausto, que é o presidente daquela entidade. Quero parabenizar aqui todos homens e mulheres trabalhadores do Dante Pazzanese, que têm trabalhado com muita dificuldade, mas têm feito o melhor para poder trazer mais Saúde e uma melhor atenção a todos cidadãos de São Paulo.

Finalmente, Sr. Presidente, quero trazer aqui uma notícia que está no jornal de hoje, e que me causa... Não vou falar nem mais indignação, porque eu não sei onde vai parar o nosso Brasil. Me causa tristeza. Essa notícia é o seguinte, ela fala da letalidade no Rio de Janeiro, da letalidade policial.

“Letalidade policial no Rio de Janeiro é a maior dos últimos 21 anos”. Olha o tamanho da matéria que o jornal dedicou à letalidade policial. Interessante que no Rio de Janeiro este ano morreram vários policiais. Salvo engano, mais de 20 policiais. No ano passado, passou de 100 policiais mortos, só no Rio de Janeiro, e eu não vejo nenhum jornal fazer uma matéria sobre a letalidade contra o policial.

Aqui é letalidade policial no Rio dos últimos... Ele fala o seguinte: “as Polícias Militar e Civil do Rio de Janeiro mataram 434 pessoas”. Vamos supor que uma, duas, cinco, de repente, morreram em um entrevero, com uma bala perdida, alguma coisa, mas o resto é bandido, é vagabundo, foi o cara que procurou a própria situação contra si. A Polícia não sai para matar ninguém, a Polícia sai para trabalhar. Aliás, a Polícia está sendo alvejada diariamente nas favelas, nas ruas do Rio de Janeiro, e nenhum jornal mostra isso.

Quando morre um policial, ou é preso um assassino de policial, o jornal ainda mostra como suspeito. Então, eu queria aqui lembrar a todos. Até quando nós vamos ter essa situação da imprensa defendendo o crime? Você falou há pouco dos Direitos Humanos. Não existe maior defensora dos Direitos Humanos no Brasil do que a Polícia Militar, porque quando qualquer homem ou mulher ingressa na Polícia Militar, nas Forças Armadas, ele jura, se necessário, sacrificar a própria vida.

Você quer uma maior mostra de Direitos Humanos do que essa, o homem ou a mulher dar a sua vida para outra pessoa que nem conhece? Não tem, e, no entanto, se insiste em falar em letalidade policial. É interessante essa postura, porque parece que o pessoal gosta de ver bandido matar polícia, porque quando morre polícia, quando morre pai de família, não se faz uma manchete dessa. Agora, para alisar bandido, passar a mão na cabeça do bandido, fica se colocando matérias desse tipo, dizendo que a Polícia é violenta.

A polícia não é violenta. A polícia é obrigada a reagir à altura da violência do crime que impera em todo estado brasileiro. Então, trago aqui com tristeza essa notícia, mais uma notícia mostrando que o coitadinho do bandido está sendo morto pela violenta Polícia Militar. Enquanto perdurar isso, nós não vamos ter paz no nosso Brasil. Enquanto perdurar isso, o crime vai crescer, como tem crescido diariamente, e as vítimas não serão só os policiais e os pais de família. As vítimas serão todos os brasileiros decentes.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Coronel Telhada.

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado. Agradeço ao deputado Coronel Nishikawa por ter assumido a Presidência.

O próximo deputado inscrito é o deputado Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Dirceu Dalben. (Pausa.)  Deputado Conte Lopes. (Pausa.)  Deputado e capitão Conte Lopes, V. Exa. tem cinco minutos regimentais.

 

O SR. CONTE LOPES - PP - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados...

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Um minutinho só, deputado. Eu conservo o tempo do deputado. Eu queria dar ciência, à Casa, que hoje é o aniversário do capitão conte Lopes. (Palmas.) Parabéns, capitão.

 

O SR. CONTE LOPES - PP - Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Parabéns, saúde, Deus abençoe. Muita saúde para o senhor e para toda a família. Novamente, o senhor com a palavra.

 

O SR. CONTE LOPES - PP - Depois de um certo tempo, é duro até de lembrar. Mas vamos tocar o barco.  Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, boa tarde. O governador João Doria está lá em Nova York, visitando a polícia de Nova York. Aproveitando o nosso aniversário: aqui, há 25 anos atrás - aproximadamente - o chefe da policia de Nova York esteve aqui em São Paulo numa campanha. Se não me falha a memória, no governo de Paulo Maluf. William Bratton.

Tivemos a oportunidade de acompanhá-lo naquela visita pela cidade de São Paulo, para ele trazer algumas ideias para a Polícia de São Paulo. Obviamente, Maluf foi eleito governador. E o acompanhamos na época. Visitamos algumas delegacias. Lembro que visitamos a Delegacia de Guaianases. E lá tinha ocorrido uma fuga de bandidos. Mais de 100 bandidos fugiram. E o William Bratton chegou lá e perguntou: “E os caras que fugiram?” Tinha bandidos na delegacia e fugiam. “Cadê a fotografia?”

O delegado, coitado, não tinha fotografia de ninguém. Não tinha nada na internet, não tinha coisa alguma. Ele ficou surpreso com aquilo.

Depois fomos até Cidade Tiradentes - acho que é o 54º DP - onde um criminoso fora preso assaltando um motorista de praça. Ele perguntou: “Você não tem as fotografias para passar para outras delegacias e outros lugares, para saber se ele cometeu outros crimes?”

Também não havia essa possibilidade porque os computadores das delegacias de polícia eram, simplesmente, uma máquina de datilografia para fazer os flagrantes e ouvir alguém. Então não estava ligado a nada. Acho que, até hoje, não deve estar ligado a coisa nenhuma. O que mudou de lá para cá? Acho que pouca coisa.

Talvez tenhamos menos policiais civis nas delegacias, pela queda do número de policiais que entram. Mesmo tendo aprovado nesta Casa, que, para ser investigador de policia, é necessário curso superior, ele ganha 3 mil reais. O William Bratton nos deu uma ideia do quanto ganhava o inicial de um policial lá de Nova York. O inicial era 3 mil dólares. Hoje, o inicial de um policial aqui é 2 mil e 700 reais. Então é importante a gente ver isso.

Obviamente que, lá, a polícia é coordenada por polícia. Aqui, já não sei mais. Porque, há um tempo atrás, era. Agora já não sei mais. Então a gente vai acompanhando. Não é que a gente está criticando. A gente tem que cobrar, não é verdade? Como a gente vai cobrar, todos os dias, a morte do cabo Fernando e daquele outro policial que foi morto em Santos.

Porque, na nossa época, a gente ia buscar o bandido que matou o policial. Era serviço da policia. Não é que a gente é mais macho que ninguém, ou melhor que ninguém. É serviço da gente. Se um comandado nosso é morto em serviço, é morto dentro de casa, na frente da família, cabe aos policiais em serviço cuidar da ocorrência  e não é ir ao enterro  levar bandeira para a viúva. Isso, qualquer um faz. É buscar o bandido que fez aquilo.

Volto a repetir: nos meus tempos de serviço, quando morria um policial civil ou militar, nós buscávamos o bandido . Se voltava em pé ou deitado, era problema dele.  Então é isso que a gente está cobrando do governador. O governador não gosta que a gente cobre daqui. Mas aqui é o lugar de cobrar. Não posso ficar lá no Palácio.

O governador foi a Nova York. Esperamos que ele traga algumas ideias boas para a Polícia de São Paulo. Inclusive, com relação ao aumento que estamos esperando. Todo mundo cobrando, e vamos continuar cobrando, que é a função do deputado. A função do deputado é justamente essa: é cobrar, é fiscalizar o Executivo.

Às vezes eu vejo a meninada, nas Internets de hoje, cobrando “e as leis?”. Que lei que vai se fazer, minha gente? Eu estou nesta Casa aqui, já cheguei aqui há 32 anos. Qual a lei que esse povo tem para fazer para a polícia? Alguém lembra alguma? Lembra alguma, Coronel Telhada? Qual a lei? Então, o cara acha que você vai virar mágico, Einstein, inventar uma lei que você vai melhorar a vida de todo mundo porque você é deputado.

  Primeiro, para os professores, a gente aqui é um noventa e quatro avos, não é isso na matemática? Então você vale por um. Tem 94 deputados aqui.

  É importante colocar isso. A nossa obrigação, como eu fiz nos meus seis primeiros mandatos, é cobrar e apoiar os policiais, que é a minha área de Segurança Pública, para que tenham melhores condições.

  Agora, já fica aí, governador, o inicial lá - pode perguntar - se não é acima de três mil dólares. Aqui, infelizmente, nós estamos capengando para o policial militar, inclusive para o policial civil. Aprovamos o curso superior, mas não se paga por ele prestar concurso e ter o curso superior, e ele fica batalhando para ir embora para a Federal porque lá ele ganha mais. Pode até xingar o Lula. Mas que o Lula deu um salário melhor para a Federal do que o pessoal aqui do PSDB, Enio Lula Tatto, sou obrigado a dar a mão à palmatória porque é verdade. Obrigado.

 

  O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr. Deputado. Próximo inscrito, deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Deputado Frederico d’Avila. (Pausa.) Deputado Emidio Lula de Souza. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi (Pausa.). Pela lista suplementar, deputada Professora Bebel Lula. (Pausa.) Deputado Marcio Nakashima. (Pausa.) Deputado Coronel Telhada. Presidindo os trabalhos. Deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputado Enio Lula Tatto. Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Sr. Presidente em exercício, nobre deputado Coronel Telhada, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público que nos assiste e telespectador da TV Assembleia. Mais uma vez venho falar sobre transporte público e comunicar que depois de muita luta, muita exigência, muitos inícios e paradas da obra da linha da CPTM que liga Osasco até o Grajaú, a CPTM anunciou, junto com o governador, em grande festa no último sábado, o reinício das obras. Tomara que realmente termine, porque faz mais de dez anos que existe essa promessa de entregar essa extensão do Grajaú até o Terminal Varginha.

A promessa é a de que a extensão até a Estação Mendes, que fica no Jardim São Bernardo, seja entregue em novembro do ano que vem. E a última estação, a Estação Varginha, interligando com o terminal de ônibus local, seja entregue em 2021. Esperamos que seja esse o último prazo que o Governo do Estado, pois todos os prazos e promessas feitas pelo governo tucano não foram cumpridos. Esperamos que dessa vez realmente entreguem três duas estações. A população de lá precisa muito. Só para se ter uma ideia quem sai de Parelheiros, Marsilac ou do Bairro Colônia pode demorar até duas horas para chegar ao centro da cidade e mais duas horas para voltar. Então, são quatro horas dentro de ônibus, de trem. É um sofrimento enorme.

  Mas subo aqui para falar de outra luta que a gente tem na região, na Zona Sul da Capital, que é sobre a linha “5” – Lilás do Metrô. Vou colocar o cartaz aqui para focalizar. Essa também é uma grande novela. Ela começou na época do Mário Covas, em 1998 - faz 20 anos - e foram prazos e mais prazos. Só para se ter uma ideia: já duplicou, quase triplicou o valor da obra. Enfim, entregaram as linhas do Brooklin até Santa Cruz.

O que falta agora e a luta nossa é para a gente fazer a extensão para o fundão, para aquela região que mais precisa. E para isso a gente já está marcando aqui a terceira Audiência Pública, deputada. Fizemos duas aqui na Assembleia, reivindicando, pedindo agilidade. E eles sempre colocaram o seguinte: olha, nós temos que terminar da estação Capão Redondo até a estação Klabin, para depois a gente pensar nas estações até o Jardim Ângela, que são mais três estações. A última estação foi inaugurada há poucos dias no Campo Belo. Ficou tudo bem, tudo bonito. Agora falta a retomada para beneficiar aqueles que mais precisam. Todo mundo precisa de Metrô. A região central tem que ter metrô, os bairros melhores, com mais infraestrutura têm que ter metrô também, mas quem precisa mesmo de transporte de massa, de metrô e de trem, é a periferia. É lá, o pessoal do fundão.

Então, essa Audiência Pública, que ocorrerá no dia 31 de maio, às 18 horas, na Paróquia Santos Mártires, que fica no Jardim Ângela, a famosa paróquia do padre Jaime, grande lutador daquela região, é para a gente levar o presidente do Metrô, o secretário de Transportes, levar o subprefeito, levar autoridades do governo municipal para a gente ouvir deles qual é o cronograma. Agora que é para atender o povo da periferia, qual é a vontade deles, qual é o empenho deles de realmente construir essas três estações que faltam a partir do Capão Redondo: Comendador Sant’Anna, M’Boi Mirim e o Terminal Jardim Ângela?

Só para se ter uma ideia, deputado Aprígio, que conhece muito bem lá, essas três estações irão beneficiar em torno de um milhão e 100 mil pessoas. Beneficiará também  o pessoal de Embu das Artes, de Itapecerica e de Embu-Guaçu. Então temos a promessa do governador Doria na campanha, mas que vem há 20 anos vem sendo prometida pelo governo do PSDB. E a luta agora é para que recomecem essas obras. Foi aprovada e liberada a licença ambiental. A Audiência Pública do dia 31 de maio, às 18 horas, lá no Jardim Ângela, é para lutar, para revindicar, para cobrar o início das obras e o término dessa estação que vai atender muita gente. Mais uma vez: aquele pessoal que sai de madrugada e chega tarde da noite, aquele pessoal que passa quatro a cinco horas dentro de um trem, dentro dos ônibus lotados no trânsito e que mais precisa.

Vou voltar a falar desse assunto outras vezes. Aproveito para s convidar toda a população, principalmente daquela região, do M’Boi, Jardim Ângela, Campo Limpo para participarem no dia 31, às 18 horas.

Era isso, Sr. Presidente. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr.  Deputado.

Próximo deputado, deputado federal, perdão, deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Vinícius Camarinha. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Altair Moraes. (Pausa.) Deputada Monica da Bancada Ativista. Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente; boa tarde a todos os que acompanham aqui na galeria; quem assiste de casa; o que me traz à tribuna, hoje, é demonstrar apoio do nosso mandato e o comprometimento do nosso mandato, que deveria ser um comprometimento de todos, com a Educação.

Muito além das universidades públicas, que sofrem ataque esta semana, a gente está falando de toda a Educação, do ensino básico à pesquisa e à pós-graduação, que sofreram grandes cortes, semana passada. O governo Bolsonaro, que está numa situação bastante complicada, já que não aponta solução para a economia, já que a inflação consome na alimentação boa parte dos salários dos trabalhadores, sobretudo dos mais pobres, a gente não vê nenhuma saída ao desemprego, e ninguém debate, avança sobre o preço do diesel, e a gente vive aí a iminência de nova greve dos caminhoneiros.

Mas para não falar disso tudo, Bolsonaro, que ainda não saiu das eleições de 2018, ataca o campo inimigo sistematicamente para ele. E ele tem explicitado que o inimigo dele é a intelectualidade, que o inimigo dele é o saber, que o inimigo dele é o que ele considera campo fértil do opositor. E aí ele usa uma técnica militar que a gente conhece bem, a técnica militar da terra arrasada. Ele quer destruir o campo inimigo, mas, para destruir o campo inimigo, está cortando dinheiro da educação básica, do ensino fundamental de nossos filhos, dos institutos federais que levam tecnologia para todos os cantos deste país, para as cidades menores, para as regiões metropolitanas.

Estamos falando em 99% da pesquisa deste país, seja em ciência, medicina, humanas e tecnologia. Noventa e nove por cento da pesquisa brasileira acontece nas universidades públicas. A gente está falando de desenvolvimento de vacinas, de desenvolvimento de medicamentos para tratamento de doenças; a gente está falando de neurociência, a gente está falando da pesquisa. A pesquisa teve um corte brutal nesta semana.

Se Bolsonaro não saiu da eleição de 2018, o estado de São Paulo já está na eleição de 2022. Doria tenta embarcar na pauta de costumes, na falácia da pauta de costumes, criminalizando as universidades também. É por isso que estamos vivendo uma CPI das Universidades nesta Casa, que não quer saber que a USP é uma das maiores pesquisadoras do país, que não quer saber que a universidade está se pintando de povo, que a gente está a dois anos de viver uma universidade com 50% de oriundos da escola pública.

O meu lugar de fala aqui, como militante de esquerda, é quem não acessou a universidade pública, mas tenho uma colega aqui, de direita, que foi professora da universidade pública. Por quê? Porque a pluralidade de pensamento faz parte da educação.

É por isso que se ataca Paulo Freire, justamente. Patrono da Educação Brasileira, Paulo Freire defende a pluralidade de pensamento. É claro, a criticidade é uma ameaça ao autoritarismo. Queria ler um trecho de Paulo Freire para convocar para a greve geral da Educação de amanhã, que é o início do levante dos livros, porque a população, muito ao contrário do que o presidente acreditou, apoia a Educação. É por isso que famílias, educadores, estudantes e todos os cidadãos vão às ruas amanhã, para garantir a Educação Pública no país.

Paulo Freire disse: “A educação é um ato de amor e, por isso, um ato de coragem. Não pode temer o debate e a análise da realidade. Não pode fugir à discussão criadora, sob a pena de ser uma farsa”. Não vai entender Paulo Freire quem tem como guru Olavo de Carvalho.

Amanhã, todos às ruas para a greve da Educação.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sra. Deputada. O próximo deputado é o deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Finalmente, o meu amigo deputado Wellington Moura. Vossa Excelência tem os cincos minutos regimentais.

Se algum dos deputados quiser fazer uso do Pequeno Expediente, não há mais ninguém inscrito.

 

O SR. WELLINGTON MOURA - PRB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Srs. Deputados, boa tarde a todos. Boa tarde a todos os que nos acompanham pela TV Assembleia e ao público aqui presente.

Venho, neste momento, no Pequeno Expediente, falar sobre um fato que tem acontecido em Praia Grande, que é a situação em que se encontra hoje o Hospital Irmã Dulce. Diante disso, vou mostrar a situação por que os deputados da Assembleia Legislativa também passam em relação a suas emendas impositivas.

Primeiro, gostaria de mostrar o vídeo, para que a gente possa entender.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Agradeço a turma do som. E o que eu quero mostrar diante disso? No ano de 2017 para 2018, nós, deputados estaduais, lutamos para passar a emenda impositiva, que nos garante 0,3% do Orçamento para que nós pudéssemos então indicar os municípios aonde nós vamos mandar recurso. Um dos lugares que eu enviei recurso foi para Praia Grande e foi para o Hospital Irmã Dulce, esse que vocês acabam de ver que está aí repleto de baratas.

Uma situação que me desculpe, eu acho que nem a pior pessoa do planeta poderia estar no estado de saúde e estar com o hospital que recebe verba do governo estadual e está daquela forma. Nós fizemos um pedido à DRS, que é a Diretoria Regional de Saúde da Baixada Santista, pedindo explicações pela nossa emenda que nós viemos de um milhão, sabe para quê? Para melhorar o serviço da Praia Grande.

E essa emenda, durante o ano de 2018, deveria ter chegado o recurso destinado lá na Praia Grande. Não chegou. Fui questionar a Diretoria Regional. Sabe o que eles me disseram? “Quanto à emenda para o Hospital Irmã Dulce da Praia Grande, no valor de um milhão de reais, informamos que a referida emenda parlamentar não teve o seu prosseguimento devido à pendência de vários documentos”. Sabe quando eu recebi isso da diretora técnica Paula Covas Borges Calipo? No dia 2 de maio de 2019, neste ano.

Agora, eu pergunto para vocês: qual foi o impedimento de ordem técnica que eles alegam aqui? Porque segundo a LDO de 2018 que aprovamos para 2019, que era para ter sido pago o recurso, Art. 28 diz o seguinte: “As programações orçamentárias previstas no Art. 27 - que fala que as nossas emendas impositivas - não serão de execução obrigatória nos casos de impedimento de ordem técnica e até 90 dias após a publicação da lei orçamentária, o Poder Executivo - no caso o Governo do Estado - enviará ao Poder Legislativo - que no caso é a Assembleia Legislativa - as justificativas de impedimento”.

Pergunte se nós recebemos alguma justificativa do governo em relação às nossas emendas parlamentares? Eu não recebi nenhuma. Nós, deputados, não fomos informados de qualquer impedimento de ordem técnica, mas eu recebo da Diretoria da Saúde que a emenda não foi paga e só me responderam sabe quando? Em 2019, só neste ano.

Quer dizer, passou um ano, em 90 dias, no caso, em março, eles deveriam estar nos apresentando a justificativa. Não nos apresentaram e deixou-se passar, deixou-se passar, simplesmente, não nos pagaram. Olhe a situação que está o hospital, o hospital precisando... O hospital está lá numa situação precária: ar-condicionado quebrado; cirurgias que eram para serem feitas para crianças não está podendo se fazer porque não há ar-condicionado; as salas cirúrgicas não estão com a situação própria para fazerem cirurgias; gente morrendo no hospital.

E ainda assim não são pagas as nossas emendas impositivas. Por isso eu trago aqui essa reclamação à tribuna e vou trazer hoje durante o dia todo. Vou usar depois o Grande Expediente, vou usar pelo Art. 82, porque eu acho um absurdo.

Nós, deputados desta Casa, precisamos ser respeitados e eu sou vice-líder do governo. “O senhor é vice-líder do governo, o senhor tem que defender o governo”. A gente é aliado, a gente não é alienado. O que diz respeito à Saúde, às melhorias na Saúde e às emendas parlamentares, que eu acredito que não sou só eu que estou passando por isso, deputada Janaina Paschoal.

Vários deputados talvez estejam passando pelo mesmo e se nós não tomarmos medidas - todos nós aqui - os deputados novos também irão passar. Então, eu deixo claro que eu vou me manifestar em relação até a Comissão de Finanças e Orçamento para que a gente possa tomar providências e os deputados que estiverem acompanhando, por favor, tomem providências em relação às suas emendas impositivas.

Agora, o que não pode? É nós ficarmos assim sem receber, sem justificativa, porque nós não recebemos justificativa, e a população nos cobra. A população vai nos cobrar este ano, os prefeitos vão nos cobrar, os vereadores vão nos cobrar e estão fazendo o seu papel.

Agora, nós temos que fazer o nosso papel, que é também de cobrar o Governo do Estado para que melhorias aconteçam, para que situações como essa, baratas no Hospital Irmã Dulce... Uma vergonha isso que está acontecendo.

Isso é até um alerta para o prefeito de Praia Grande. Por favor, prefeito, tome uma medida, porque V. Exa. mesmo não quis correr atrás nem da emenda para a documentação, para chegar um milhão, enquanto vários municípios não receberam.

Deixo a minha reclamação, a minha insatisfação, para que o Governo do Estado possa tomar medidas para ajudar essas entidades.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr. Deputado. Próximo deputado é o deputado Aprígio. Vossa Excelência tem os cinco minutos regimentais.

 

O SR. APRÍGIO - PODE - Sr. Presidente, público presente, boa tarde. Sr. Presidente, eu venho aqui também para reforçar as palavras do deputado Enio. É verdade que na região de que ele está falando, para o lado de Capão Redondo, o moradores estão há muito tempo esperando o metrô. Já era para, pelo menos, a obra estar no final, pelo tempo que eles estão esperando lá.

É uma região muito populosa, é uma região que precisa muito desse meio de transporte. Como ele disse aqui, vai beneficiar Embu-Guaçu, Itapecerica, até São Lourenço, Campo Limpo, aquela região toda. Vai beneficiar essa população.

Eu quero dizer para o deputado Enio que eu estarei na audiência pública, ao lado dele, para defender esse meio de transporte para a população daquela região.

Mas eu quero também falar aqui hoje para Taboão da Serra, quero falar para Embu, para Itapecerica, também para a região de Campo Limpo, até uma parte de Osasco. Nós temos o metrô Butantã. Há mais de 20 anos iniciou-se a obra do metrô. Essa linha iria até Taboão da Serra. Passou esse tempo todo, construíram uma parte dessa linha até a estação Butantã e a estação Morumbi. Hoje estão trabalhando ainda na estação Vila Sônia. Está faltando uma decisão, se vai ou não para Taboão da Serra.

Então tem muita gente ali cobrando da gente uma posição. “Você sabe se o metrô vem até Taboão ou não?”. Alguns políticos dizem: “Vem, garanto que vem.”. Outros dizem: “Não sei.”. Eu, pelo menos, falo para eles: “Eu vou tentar buscar informação e vou falar para vocês se vem ou não vem até Taboão da Serra.”. E quero aqui avisar para os moradores de Taboão da Serra que estou empenhado e que vou buscar informação, vou levar para eles essa informação de até quando o metrô vai chegar a Taboão da Serra. Taboão da Serra e, de repente, até um pouco mais para frente. Tem muita população e o meio de transporte é muito precário. Eu vou informar, logo, logo, à população de Taboão da Serra e região.

Mas quero também falar para vocês sobre água e esgoto. Hoje, todo mundo sabe a condição da água e do esgoto. Está muito precária. O fornecimento de água está muito precário. Esgoto não é tratado. Esgoto nos é cobrado e não é tratado.

Ou seja, a Sabesp - eu já denunciei aqui - está lesando, não é de hoje, há muito tempo, a nossa população. A Sabesp fez um contrato com o Estado, com as prefeituras do estado de São Paulo e com outros estados, dizendo que ela ia captar o esgoto, tratar o esgoto e dar destinação final para o esgoto. Eles não fazem isso. A Sabesp só capta o esgoto e joga dentro do primeiro córrego que ela encontra, próximo da sua e da minha residência. Eles não estão cumprindo o contrato que eles assinaram.

Só que, também no contrato, eles dizem que o mesmo valor que você paga pela água, você paga pelo esgoto. Eles até costumam usar uma meia piada, porque o que entra, sai. Então você tem que pagar o mesmo valor. Só que tem uma coisa: a água vem e vem poluída, e a gente está pagando. O esgoto tira da nossa porta, mas não é tratado. Então, já que ele tinha que dar o destino final e fazer o tratamento, mas não está fazendo, está recebendo esse dinheiro indevido. Eu já fiz um projeto, quando era vereador em Taboão da Serra, suspendendo os pagamentos de esgoto da Sabesp, porque eles estão recebendo um dinheiro que não é devido.

Então, por isso, eu peço que vocês me ajudem, e já fiz isso aqui também... Para o estado de São Paulo corrigir - a Sabesp - esse trabalho tão ruim que eles estão fazendo para a nossa população. Mas acredito muito e espero muito que o nosso governador faça em São Paulo o que ele fez na empresa dele, quando começou numa empresa pequena, uma empresa privada, e fez dela uma grande empresa.

Então, acredito que ele, por ser um bom administrador, vai dar o aumento para os policiais, para os professores; vai dar aumento para os trabalhadores, porque é uma vergonha o trabalhador ficar 20 anos, 15 anos num cargo público e não receber aumento, com a inflação tão galopante do jeito que a gente vê no estado de São Paulo e no Brasil inteiro. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado. Encerrado, portanto, o Pequeno Expediente. Grande Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE  EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Deputados inscritos. O primeiro deputado é o deputado Ed Thomas. Tem V. Exa. o tempo regimental de 10 minutos.

 

O SR. ED THOMAS - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, digno Coronel Telhada, da nossa Polícia Militar do Estado de São Paulo; Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público que nos assiste e cidadãos e cidadãs do estado de São Paulo que visitam a Assembleia Legislativa, sempre em busca de um pleito de justiça e, acima de tudo, de respeito.

Sr. Presidente, o senhor está conduzindo os nossos trabalhos e fico feliz com isso, até porque a minha referência, aqui no Grande Expediente, foi um dia muito especial vivido ontem, lá de onde venho, que é Presidente Prudente. É a capital regional do oeste paulista, capital de 53 municípios, onde começa o Estado, lá no Rio Paraná, do lado do Rio Paranapanema. Há quem diga que é o fim; eu sempre vou dizer que é o começo do Estado.

Mas foi um dia muito, mas muito especial, porque eu estive no 18o Batalhão da Polícia Militar e fiz um pedido para que pudesse, ali no batalhão, mostrar um grande projeto. Projeto que já apresentei aqui na Assembleia, transformando a equoterapia num método de saúde, não somente para as nossas crianças com síndrome de down, com autismo, com alguma situação de paraplegia, de deficiência, mas também acidentes vividos por centenas de milhares de pessoas, todos os dias, e que necessitam da equoterapia, que tem provocado verdadeiros milagres na vida das pessoas.

Não é um método tão conhecido por todos, porque é algo que não dá para se inaugurar. Quando você consegue fazer uma grande obra, quando você consegue usar muito concreto, muito ferro, muito cimento, muito asfalto, aí tem festa, aí pode-se inaugurar, pode-se cortar a faixa e tudo mais. Mas a política em benefício, para melhorar a vida das pessoas, essa não tem como, de forma nenhuma.

Mas para mim é uma vocação, é algo grandioso, um dos projetos que... É minha obrigação apresentar projetos, como qualquer outro deputado e deputada. Nem todos têm a aceitação, mas todos têm que ter, realmente, um debate. De repente, depois de debatido, votado, aprovado, muitas vezes é votado, e o Governo não entende dessa forma. Mas o Governo tem avançado muito, principalmente na equoterapia.

E quem pensa e analisa que a polícia é só a repreensão, é a prisão, é o cumprimento das leis, fazendo aquilo a que foi pautada... E faz bem feito a Polícia Militar do Estado de São Paulo. Quem puder conhecer a equoterapia da Polícia Militar, é um projeto grandioso, em especial a polícia montada, a Cavalaria. No dia de ontem, com policiais puxando pelas rédeas o animal, acompanhado de psicólogos, de fisioterapeutas, de fonoaudiólogos, essa criança ou adolescente, em cima do animal. E aí você conversa com uma mãe, conversa com os pais e pergunta qual a melhora. Você ouve de uma mãe: “em 60 dias, ele já consegue segurar o alimento, ele já consegue manusear a colher”. Ele está dando os primeiros passos, de repente aos cinco, seis, dez anos de idade, dependendo da síndrome que esteja vivendo e que esteja passando.

Então, eu não poderia deixar de usar o microfone deste maior Parlamento, que é a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Sabemos que existem muitas entidades, uma delas, que é referência, também é da minha cidade, onde também estive no dia de ontem, mostrando a Equoterapia, a Lumen Et Fides. Essa entidade recebeu ajuda do maior campeão deste país, o Ayrton Senna, que fazia um tratamento. Foi quando ele conheceu a Lumen Et Fides, em Presidente Prudente.

Para lá ele direcionou donativos e doações, para que outras crianças tivessem o uso do mesmo equipamento que ele fazia uso no seu treinamento para as corridas. E a Lumen Et Fides é uma entidade maravilhosa. De lá a gente rumou para a Polícia Militar. É grandioso o policial ou a policial ou os policiais, naquele momento de parada, direcionando o animal, e uma criança sendo recuperada.

Você vê a alegria das mães e dos pais e uma fila enorme de pessoas e de crianças esperando para ter a oportunidade de também passar pelo tratamento, não somente síndromes, mas acidentes de motocicleta, de veículos, acidentes de trânsito, que o cavalo traz a recuperação de membros que pareciam perdidos, de uma musculatura que parecia atrofiada. Por quê?

Porque o cavalo não tem couro como os outros animais, o cavalo tem pele, é tão sensível quanto nós. Um inseto ou uma mosca, ao se sentar, ele vai perceber e vai espantá-la, aí nasceu a equoterapia. É um cavalo especial, em que a pata traseira tem que bater no rastro da pata dianteira. Esse andar, que não é trotar e não é correr, há uma energia que passa pelo dorso, pelo lombo do animal, e é disparada na coluna da pessoa que precisa do tratamento, explodindo no cérebro e trazendo movimentos de volta.

Então, Coronel Telhada e bancada da Segurança que está aqui, de dignos policiais, de trabalhadores da nossa Segurança, seja da Polícia Militar, da Civil, da Federal, e a gente se orgulha realmente de estar perto de todos os senhores, eu não poderia deixar de colocar aqui hoje esse momento que eu vivi, e que eu já conhecia. Foi um dos primeiros projetos que eu apresentei aqui no meu primeiro mandato, eu estou indo ao quarto mandato, que ainda não se evidenciou como deveria.

O Estado tem instrumento suficiente, tem a Polícia Militar e demais entidades para fazer esse investimento, para que pessoas voltem a andar, para que crianças possam ter novamente os seus movimentos, para que pais tenham um caminho para levar o seu filho e ter a esperança de ver os primeiros passos.

Então, ali eu encontrei o Pedro e o Arthur, gêmeos com autismo. Foi fantástico ver os dois andando a cavalo, sendo puxados por um policial, e a mãe dizendo “eles se acalmaram, eles encontraram o equilíbrio”. Porque há vários graus de autismo, do espectro autista, e o cavalo provocar isso em uma hora de caminhada, em giro, uma ou duas vezes na semana, e é feito pela nossa Polícia Militar do estado de São Paulo.

Eu venho pedir, neste instante, para o nosso governador João Doria, o fortalecimento, não somente da instituição, que a gente sabe o que vive, o que passa. Falar do salário aqui é chover no molhado, mas a gente precisa acreditar que vai melhorar, até porque, se não melhorar, o policial continua sendo policial do mesmo jeito, porque é vocação, e ele precisa cuidar dos seus filhos, da sua família.

A gente tem que perceber que policial também tem família, e muitas vezes desprotegida, porque ele abre a mão da proteção da sua para proteger a nossa, mas que o governador fizesse esse investimento, porque a equoterapia da Polícia Militar é um método de saúde fantástico, que tem melhorado a vida das pessoas, e é um investimento tão simples. E ver cada policial, seja policial feminino, masculino, naquele momento que ele dá uma parada, puxando as rédeas e transportando em uma cela uma criança, e abraçando, e pegando no colo, e colocando no carrinho, e entregando para a mãe é de uma dignidade, é algo que é inesquecível.

Então, aproveito este momento para agradecer a Polícia Montada, em especial de Presidente Prudente, do 18º Batalhão, junto ao Baep. Muito, mas muito obrigado. Muito, mas muito obrigado. Gravei algo especial, um documentário especial sobre equoterapia, em especial da nossa Polícia Militar.

Aproveitando a bancada da Segurança que está aqui, estendo esse obrigado a todos vocês, àqueles que já trabalharam, àqueles que continuam trabalhando, porque polícia vai ser sempre polícia. Muito mais do que repreensão, acima de tudo, de acolhimento, é o que a Polícia Militar tem feito.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, senhor deputado. O próximo deputado inscrito é o deputado Gil Diniz, que, por permuta, passa o tempo à deputada Janaina Paschoal. Vossa Excelência tem o tempo regimental de dez minutos.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigada, Sr. Presidente. Eu gostaria, primeiro, de noticiar que na data de ontem eu, o deputado Gil Diniz, o deputado Freitas, juntamente com a secretária nacional da Família, Dra. Angela Gandra, estivemos na cidade de Santa Bárbara d’Oeste.

Dois assessores meus foram um pouco antes, para visitar algumas áreas que haviam sido apontadas por vereadores que visitaram o gabinete, e, dentre essas áreas, os assessores visitaram duas pontes. Uma ponte que fica nas proximidades, na Rua Elias Fausto, na altura do número 50, e liga os bairros de São Joaquim e Jardim Batagin, e uma outra ponte que fica na Rua Cachoeira, ligando os bairros São Joaquim e Jardim Barão.

Então, na verdade, são pontes que fazem a conexão do bairro de São Joaquim com dois outros na cidade de Santa Bárbara d’Oeste. Os vereadores nos procuraram pedindo emendas para ajudar com essas pontes. Porém, muito embora eles ainda não tenham enviado o orçamento fechado, já falaram em um montante de dois milhões e meio de reais, e eu expliquei para os vereadores que seria absolutamente impossível, pelo menos um deputado, sozinho, enviar um valor desses, com fulcro em emendas.

Então, eu tomo a liberdade de fazer, Excelência, a solicitação que a minha fala seja encaminhada para a Defesa Civil - pode ser, Excelência? Sim? -, para que faça uma verificação local dessas duas pontes que ligam o bairro de São Joaquim, na cidade de Santa Bárbara d’Oeste, porque eu e os meus assessores entendemos que a população está correndo riscos.

Porém, é necessário que seja feita uma avaliação por técnicos  em segurança. Eles estão com problemas sérios, porque a parte de baixo das pontes é de madeira. Eles temem que as pontes caiam, efetivamente. Como os carros têm que passar numa velocidade muito diminuída, pelo risco que as pontes apresentam, as pessoas têm sido assaltadas ao passarem por essas pequenas pontes. Então, faço uma solicitação pública.

Já falei com o presidente da Câmara dos Vereadores - que nos recebeu muito bem ontem - que seria impossível mandar emendas dessa monta. Mas que poderíamos solicitar, às autoridades competentes, a verificação. E, quiçá, o envio dos recursos necessários para que as cidades pudessem tomar as medidas cabíveis.

Nesta mesma visita, conversamos com autoridades locais e com muitas famílias que são entusiastas do sistema de ensino domiciliar, ou homeschooling, como normalmente se diz. O convite foi feito à secretária nacional da Família, doutora Angela Gandra, justamente porque ela participou ativamente da construção do projeto de lei, encaminhado ao Congresso Nacional, objetivando regularizar o ensino domiciliar, ou homeschooling. É um tema extremamente polêmico.

Encontrei essas famílias com o intuito de ouvi-las, os pais, os estudantes, e as autoridades de várias cidades que se reuniram em Santa Barbara, ontem, para conversar sobre o assunto. O tema é polêmico, inclusive, entre os entusiastas, defensores ou praticantes desse mesmo ensino domiciliar.

Por que o tema é polêmico? Porque há pessoas que defendem o homeschooling que não querem nenhum tipo de avaliação periódica. Algumas admitem a avaliação periódica, mas não querem que essa avaliação seja realizada em consonância com as avaliações que ocorrem nas escolas.

Existem defensores do homeschooling que admitem - ou sustentam - que é necessário que essas crianças frequentem a escola, de tempo em tempo, para que sejam acompanhadas. Por exemplo, que façam parte de uma atividade esportiva na escola. Para quê? Para que essas crianças sejam vistas, para que sejam ouvidas e se integrem no ambiente escolar. Alguns defensores desta modalidade de ensino não admitem sequer esta frequência.

Estabelecemos um diálogo muito democrático com todos os participantes. Ouvimos as sugestões de todos, as críticas de todos. O que me preocupou muito foi o fato destas famílias - não digo aqueles com as quais conversei, mas as famílias que praticam o ensino domiciliar no nosso País - viverem numa situação de clandestinidade.

Esse é o termo. Porque eles falavam muito assim: “Doutora, precisa descriminalizar o homeschooling.” Expliquei para eles que, juridicamente, já não é crime. Porque não se pode falar em abandono intelectual quando existe ensino, quando existe instrução.

O crime de abandono intelectual é deixar crianças e adolescentes sem Educação, independentemente desta Educação ser feita num ambiente escolar ou não. Em regras, estes pais educam. E, não raras vezes, educam até melhor do que algumas escolas. O problema é que eles vivem numa situação de clandestinidade, com medo.

O que me chamou muito a atenção foram relatos no sentido de que, com medo de sofrerem perseguições, com medo de sofrerem processos, com medo de, eventualmente, terem as guardas - o poder familiar - questionadas judicialmente, estas famílias não levam as crianças para as atividades culturais e esportivas que as crianças querem frequentar, para não serem - vamos dizer assim - perseguidas, processadas. Têm medo, até, de serem presas. Porque alguns deles acreditam que é crime.

Chegamos ao seguinte impasse: os detratores do ensino domiciliar ou do ensino do homeschooling, utilizam como princípio a necessidade das crianças se socializarem. No entanto, a perseguição que as famílias sofrem faz com que as famílias tenham medo de socializarem as crianças nos ambientes que elas querem frequentar.

Eu deixei muito claro - eu não gosto de mentir; eu não sei mentir - eu deixei muito claro, que eu não sou uma entusiasta do homeschooling, nem do ensino domiciliar; eu, particularmente, não sou. Entretanto, eu tenho consciência de que o nosso País, é um país plural e que outros tantos países lidam com esta realidade de maneira mais respeitosa, de maneira a conferir às famílias um arcabouço jurídico, para que elas não se sintam e não sejam tratadas como criminosas. E eu fiquei muito preocupada com o fato dessas famílias estarem sendo colocadas na clandestinidade, dessas crianças estarem sendo colocadas na clandestinidade, e entendo que é necessário ouvir esses grupos de maneira séria, de maneira não preconceituosa e buscar uma solução.

Paralelamente a isso me chamou muito a atenção o fato de famílias que não são culturalmente adeptas do ensino domiciliar estarem retirando as suas crianças das escolas. Chamou ainda mais atenção o fato de famílias estarem retirando das escolas públicas e das escolas privadas. As críticas que eu ouvi não foram exclusivamente as escolas públicas.

E por que eu estou fazendo esse relato? Primeiro, porque eu gosto de dividir com os colegas, com a população as atividades que nós procuramos fazer dentro e fora da Casa, mas também, porque eu identifiquei um problema: uma insatisfação com o ambiente escolar, com as políticas educacionais vigentes; um desejo de mudança. Desejo esse que está fazendo com que as famílias tomem a iniciativa de educar seus filhos elas próprias. Algumas das pessoas que eu ouvi deixaram empregos promissores para educarem seus filhos, porque entendem que desta maneira estão fazendo um bem para os seus filhos. Eu quero que todos compreendam que eu não estou aqui defendendo essa prática. Estou apenas indicando que existe uma situação. Situação essa que eu desconhecia em termos quantitativos, no estado de São Paulo, e que precisa ser olhada com seriedade para que nós possamos dar uma solução a essas famílias. Talvez melhorar o ambiente educacional, público e privado, para que essas famílias tenham o estímulo de manter os seus filhos nas escolas. Muito obrigada, Sr. Presidente.   

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, deputada. A próxima deputada inscrita, deputada Carla Morando, que passa o tempo para o deputado Dirceu Dalben. Vossa Excelência tem o tempo regimental de dez minutos.

 

  O SR. DIRCEU DALBEN - PR - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, em primeiro lugar sempre agradecendo a Deus pela vida, pela saúde e agradecendo aos colaboradores desta Casa que sem vocês nós não poderíamos desenvolver nosso trabalho aqui com a presteza que é necessária.

Sr. Presidente, deputado Coronel Telhada, ontem usei aqui este espaço para comentar sobre a questão da precariedade dos distritos policiais e nas delegacias de Polícia da grande região metropolitana de Campinas, onde eu estou mais acostumado, mais atuando, como não é diferente em todo o estado de São Paulo. Comentei aqui da falta de estrutura de RH, de pessoas, de delegados, de delegadas para a Delegacia da Mulher, como também a questão da manutenção dos prédios. Comentei que tem delegacia que o forro desabou em cima de arquivo, em cima de material, em cima de pessoas; delegacia que tem apenas o delegado e um funcionário emprestado pela prefeitura; delegacias que não têm nenhum AVCB, o termo de referência de bombeiros para funcionar. Isso tudo não acontece de hoje, vem de algum tempo, deputado Aprígio. E sei que muitos deputados aqui, muito antes de eu estar aqui, já têm levantado a questão e têm cobrado.

Mas volto aqui, agora, nesse momento, para comentar sobre outra área, que até colegas que me antecederam aqui, o deputado Wellington Moura colocou aqui até um vídeo de uma unidade hospitalar na Baixada Santista, em que mostra o estado deplorável de um hospital público, onde as pessoas, ao fazer atendimento médico, estão convivendo lá com insetos. Sem contar a falta de profissionais, a falta de médicos, insumos.

Mas aqui eu quero também reportar a situação que não é diferente nos hospitais em outras regiões. Estou aqui com matéria do jornal “Correio Popular”, da cidade de Campinas, região metropolitana, que trata aqui: “Hospital da PUC suspende atendimento”; “CAISM suspende internação de gestante de bebês”; “Hospital Mario Gatti suspende cirurgias eletivas”; “Hospital Estadual de Sumaré tem dificuldade no atendimento”; Hospital de Bauru já foi tema aqui, no início do mandato, recentemente, e estamos aguardando soluções.

Mas o que me leva aqui, Sr. Presidente, a usar a tribuna e reforçar a fala de outros colegas, é de que há a necessidade urgente desta Casa, das comissões, dos parlamentares de a gente cobrar medidas efetivas do Governo, no sentido de solucionar essas situações. E o que me deixou chateado, e me deixa até numa situação de impotência de ver a fala aqui do nobre deputado Wellington Moura, que foi presidente da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento, que é presidente atual, onde eu sou vice-presidente da Comissão, onde estamos aí para analisar as peças orçamentárias e analisar as emendas dos parlamentares e cobrar a aplicação das emendas impositivas, dizer, e até em tom de desabafo aqui ao deputado, com todo o cabedal de autoridade que tem no seu mandato, que um milhão de reais de emenda, que foi destinado do próprio parlamentar à unidade hospitalar da cidade de Santos, em que ele apresentou aqui o vídeo, infelizmente não foi colocada em prática por falhas documentais.

E mais do que isso, deputada Janaina, que é da Comissão de Justiça e Redação, foi intempestiva a apuração da falta de documentos, que colocou após os 90 dias, que é o prazo regimental e a legislação determina para que o deputado possa suprir algo que possa estar faltando, que não é nem obrigação do parlamentar.

Então, eu coloco isso, deputada Bebel, deputados aqui presentes, Major Mecca, da necessidade de nós estarmos mais apreensivos no cumprimento do Orçamento aqui na Casa. Além do Orçamento geral, que tem que ter o investimento, as emendas, não chegando ao destino para onde é destinado, isso provoca o que nós estamos vendo aqui, o caos na Saúde, na Segurança, na Educação, onde o dinheiro já é pouco, os recursos são ínfimos. E quando algum parlamentar coloca a emenda para atender a necessidade, infelizmente, muitas vezes, por uma burocracia ou uma inércia de algum órgão do governo, ela acaba perdendo a sua eficácia.

É o caso de alguns municípios. Tenho colocado aqui uma emenda à lei que criou o Cadin, de 2008. Ela impossibilita que municípios tenham acesso a emendas, a recursos, a convênios, por conta estarem cadastrados no Cadin. Muitas vezes, não é nem o município mais que tem que resolver a questão; isso já fugiu das mãos dos entes municipais, do prefeito, dos vereadores, no sentido de resolverem com uma legislação ou com um pagamento, no caso de um município que deve. Isso já se tornou uma discussão judicial, um litígio, que já transitou em julgado e, em muitos casos, já virou precatório. Não tem mais o que fazer, é apenas esperar na lista para receber. É o caso de alguns municípios que têm dívidas com algumas estatais, como a Sabesp, entre outros casos.

Isso tem prejudicado muito os municípios a receberem verbas, assim como outros casos que já foram ditos aqui por outro parlamentar, como a questão das emendas impositivas, que são obrigadas a serem cumpridas e acabam não chegando ao seu destino pela falha de alguém que não cumpre o tempo determinado na legislação. Após o tempo passado, vem a comunicação de que não se pôde aplicar aquele recurso.

Então, quero aqui fazer a minha afirmação e o meu apoio no sentido das comissões, no sentido das emendas parlamentares. Não tenho nenhuma ainda, vão ser colocadas a partir de agora, mas dos colegas que já as têm, que possam ser cumpridas dentro do prazo, independente de partido, independente de bancada. E que as próximas emendas tenham condições de chegar aos seus destinos.

Peço, Sr. Presidente, que a Mesa analise, que as comissões analisem com celeridade a proposta de emenda a essa lei do Cadin, para que possamos aprová-la o mais rápido possível, para que, dessa forma, possamos agilizar a liberação de recursos para os municípios, para as entidades, para que assim possamos fazer frente a essa demanda.

Essa demanda não é finita, ela é infinita. A Saúde não para de requerer investimentos. Uma unidade de Saúde, quando começa a funcionar bem, começa a aumentar ainda mais a produção de serviços, porque as pessoas começam a frequentá-la. Quando está ruim, uma mãe fala para outra mãe: “Nem leva àquele hospital, não funciona”. Quando funciona: “Olha, leva lá que funciona bem.” E aí um vai falando para o outro, que vai falando para o outro, e a demanda, que era de dez, passa a ser de 20; que era de 20, passa a ser de trinta. A gente sempre fala que é infinito. Por isso, é importante estarmos sempre direcionando recursos e verbas para atender essas áreas sociais.

Era isso, Sr. Presidente, que eu tinha para o momento. Agradeço a atenção dos nobres colegas e da Presidência. Muito obrigado e que Deus abençoe a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado. O próximo deputado inscrito é o deputado Major Mecca. Vossa Excelência tem o tempo regimental de dez minutos.

 

 O SR. MAJOR MECCA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente, integrantes da Mesa, nossos funcionários que nos dão o suporte para nossa missão, deputados e deputadas presentes, nossos amigos da galeria, estamos aqui trabalhando por todos vocês. Os nossos policiais militares, policiais civis, agentes de segurança penitenciária, os nossos agentes de apoio socioeducativo da Fundação Casa, o pessoal da Emplasa. Contem sempre com o nosso apoio. Nós estamos aqui trabalhando preocupados com seres humanos e as pessoas que estão aí postadas esperando um resultado e um trabalho nosso.

Eu gostaria de agradecer ao Exmo. Deputado Ed Thomas, que em sua fala aqui anteriormente citou o Regimento de Cavalaria 9 de Julho, que um dos serviços que presta é a equoterapia. Gostaria de citar que os benefícios e a beleza do trabalho que parte desses nossos soldados da Polícia Militar presta na equoterapia salva muitas vidas, salva muita família, faz com que muitas pessoas voltem a caminhar e terem o prazer de viver. É um dos vários trabalhos que os nossos soldado da Polícia Militar desempenham em São Paulo.

Nós poderíamos falar muito aqui sobre o Proerd, o Programa de Resistência às Drogas, que os nossos soldados, as nossas praças e oficiais da Polícia Militar desenvolvem dentro das escolas junto aos alunos e aos pais desses alunos, tirando muitos jovens das mãos do tráfico de droga.

Eu gostaria de citar aqui um policial nosso, o cabo De Paula, do 1º Batalhão da zona sul de São Paulo, que no seu horário de folga coloca o uniforme do Capitão América e vai para os hospitais visitar crianças doentes e brincar com essas crianças para recuperar a autoestima, trazer força e energia na recuperação dessas crianças.

Um trabalho magnífico, cabo De Paula. Parabéns, meu irmão, por mais esse trabalho que os nossos soldados prestam para São Paulo. E tudo isso, professora Bebel, no seu horário de folga. Tudo isso após trocar tiro defendendo o cidadão de bem. Tudo isso após salvar crianças engasgadas, pessoas presas em ferragens, após expor a sua vida, após sofrer um ataque, que hoje em São Paulo é fora do comum o número de policiais mortos, executados.

O número de suicídio é um número exorbitante que fere e machuca muitos os nossos soldados. São esses soldados que eu sempre falo aqui e mostro o holerite, que ganham 1.700 reais líquidos com meia dúzia de consignados na sua folha, porque faz um empréstimo, aí faz o outro empréstimo para cobrir o outro, aí faz outro para cobrir outro. Um subtenente da Polícia Militar com 22 anos de serviço ganhando 3.200 reais.

Essa é a nossa Polícia Militar do Estado de São Paulo. Esses são os nossos bravos soldados, que ganhando um salário de miséria como estão ganhando ainda desenvolvem todas essas atividades para estenderem a mão ao ser humano e nós estamos esperando que algum ser humano estenda a mão para esses soldados.

Hoje, eu estive com o pessoal do Sindicato da Socioeducação de São Paulo, que são justamente os agentes de apoio socioeducativo da Fundação Casa, que estiveram comigo em meu gabinete e são profissionais que desempenham as mesmas atividades que os agentes de segurança penitenciária, mas na Fundação Casa, com adolescentes até 21 anos. Passam por todas as dificuldades. Estão há um bom tempo sem reajuste salarial, têm um salário líquido de 1.900 reais, também passando por inúmeras dificuldades. Se nós fôssemos falar das dificuldades do funcionalismo público, dos professores, professora Bebel, que fazem um trabalho fantástico dentro das escolas para através de vocação procurar educar as nossas crianças, sem estrutura física, porque as instalações das nossas escolas estão abandonadas, estou visitando algumas. Ganham salários baixíssimos, mas com muito amor e vocação são firmes na sua missão, educando as nossas crianças.

Queria citar também que eu, como comandante da Escola de Formação de Oficiais, em 2015 ou 2016, se não me engano, recebi, aqui na Academia de Polícia Militar do Barro Branco, um dos chefes de Polícia de Dallas, do Texas, nos Estados Unidos. No dia em que eu o recebi, nós estávamos em uma operação na zona norte, a operação Batalhão Acadêmico, na qual empregamos o nosso aluno oficial na atividade operacional, para que ele vá já se familiarizando, né? O que ele aprende na teoria, como se desenvolve na prática.

Eu levei comigo esse chefe de Polícia de Dallas na minha viatura, e pela zona norte fizemos um patrulhamento. Fomos a alguns pontos extremos ali da zona norte, já divisa com Guarulhos, e falo para o senhor, Coronel Telhada, ele ficou abismado com o trabalho que a Polícia Militar desenvolve em São Paulo com os recursos que tem, o salário que tem. Naquela época, em 2015, ele não acreditou quando eu falei para ele o número de policiais que são executados no Brasil e em São Paulo. Ele ainda falou para mim: “Major, isso é número de guerra, vocês estão em guerra”. Eu falei: “Na verdade, estamos, o governo só não admite, mas nós estamos em guerra”.

 Durante as férias dos nossos alunos, um grupo de mais ou menos seis alunos, durante as férias, por conta própria, foi visitar a Polícia de Dallas, lá nos Estados Unidos. Eles foram recebidos por policiais de Dallas no aeroporto e entraram em um restaurante para se alimentar. Eles acabaram de fazer a alimentação - estavam fardados com a farda da Polícia Militar de São Paulo - e choraram, porque foram aplaudidos no restaurante, quando se levantaram, Coronel Telhada.

Eles se levantaram após a refeição, e todos que estavam no restaurante começaram a aplaudir os nossos alunos, e aplaudiram porque falaram que os militares, os homens fardados, é que garantem a paz no nosso Planeta. Um aluno, em pleno restaurante, começou a chorar de emoção.

Visitaram instalações da Polícia lá em Dallas, realidades muito distintas das que nós temos aqui em termos de instalações, e principalmente de salários. Lá um policial inicia a sua carreira ganhando 5 mil dólares. Lá uma pessoa com 5 mil dólares vive de forma extremamente digna, vai morar numa casa boa, vai ter um carro bom para andar. Ela vai poder, no seu horário de folga, levar sua família para passear, vai poder descontrair, recompor a sua fadiga, o seu estresse psicológico, físico. Lá tem um conjunto de leis que o ampara para exercer a sua atividade, e o crime de desacato é inafiançável, não é como aqui, Coronel Telhada.

Estão no WhatsApp as imagens de uns policiais que foram atender uma perturbação do sossego, e as pessoas todas foram para cima dos dois policiais da Rádio Patrulha que lá chegaram. Um estava filmando e mostrando tudo. Os policiais tiveram que praticamente correr do local, porque várias pessoas, desordeiros, bandidos, estavam indo para cima dos policiais. Os policiais estavam naquela postura: “E agora? Eu faço uso da arma de fogo? Não faço?”.

Eles sabem que a lei no Brasil favorece o criminoso, e não o policial. Na dúvida, que o policial vá para a cadeia e o criminoso seja solto já na audiência de custódia, como aconteceu de um criminoso tomar a arma do policial num posto de gasolina, dar um tiro no rosto do policial, o tiro arrancar metade da face, e esse criminoso ficar solto na audiência de custódia.

Então essa é a realidade que vivem os nossos operadores de Segurança Pública em São Paulo, uma situação triste, de penúria. Nós continuaremos cobrando aqui em plenário e mostrando o nosso posicionamento em favor dos nossos bravos soldados de Polícia.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, deputado. A próxima deputada inscrita é a deputada Professora Bebel Lula. Vossa Excelência tem o tempo regimental de dez minutos.

 

A SRA. LETICIA AGUIAR - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Eu gostaria de registrar a importância dos investimentos em Saúde. A gente sabe que os municípios, todos os municípios do estado de São Paulo sofrem, carecem de recursos para a área da Saúde. Eu, como uma deputada não só do estado de São Paulo, mas, principalmente, do Vale do Paraíba, tenho recebido constantes solicitações, demandas para a área da Saúde.

É com alegria que eu venho anunciar que o Governo do Estado de São Paulo está destinando, já está assinado, já saiu no Diário Oficial, mais 920 mil reais para o AME da cidade de Taubaté. Nossa querida cidade de Taubaté, cidade do nosso querido escritor Monteiro Lobato, vai receber esse aporte de recursos para o AME, que é um ambulatório médico de especialidades, para a reforma, a ampliação desse espaço para melhor atender a população taubateana. Então, é com alegria que eu trago essa notícia para a população do Vale do Paraíba. 

Ressalto que iremos acompanhar, para que, de fato, esse recurso chegue aos cofres da prefeitura municipal, chegue ao destino, que é atender melhor a população a partir de junho, que é a previsão.

Paralelo a isso, gostaria de ressaltar, pedir ao governador do estado de São Paulo que olhe pelo Vale Histórico do estado de São Paulo, pela região de Cruzeiro, todas aquelas 17 cidades do Vale da Fé, Vale Histórico, que precisa, urgentemente, de um hospital regional. Eu já fiz essa demanda com ele pessoalmente, mas já que estamos falando de saúde, venho a público reforçar esse pedido para que o Vale Histórico seja contemplado com um hospital regional, já que nunca teve essa possibilidade, mas quem sabe agora, nesses próximos quatro anos, a gente consiga atender a população também do Vale Histórico.

Obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sra. Deputada. Professora Bebel, por gentileza.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente. Cumprimento-o, assim como cumprimento também a Mesa de trabalho, cumprimento a assessoria, os que estão sentados à direita e à esquerda. Cumprimento o público presente. Tem professores hoje aqui na plateia. Cumprimento a Emplasa, também presente, cumprimento os policiais, enfim, todo o público presente nessa plateia. É sempre uma satisfação. A Imesp também está aqui. É sempre uma satisfação muito grande ver esse plenário com gente, com pessoas do povo, porque nós somos eleitos para isso também, para dizer que esta Casa não é somente de deputados e deputadas eleitas, mas, também, de toda a população paulista, que tem que fazer jus e tem que ocupar esse espaço que lhe é de direito para cobrar de nós, sim, aquilo que lhe é de direito. Cumprimento também a todos que me assistem através da TV Assembleia. É sempre uma satisfação muito grande entrar na casa das pessoas e deixar o meu recado.

Quero dizer para vocês o seguinte. Eu ouvi atentamente todas as falas aqui, a fala da deputada Janaina Paschoal no que diz respeito ao ensino domiciliar. Eu acho que a minha posição já foi claramente explicitada quando eu, pela primeira vez, a coloquei aqui. Teve um movimento muito rápido no plenário no que diz respeito. Há um lado que concorda com o ensino domiciliar e outro que não concorda.

Eu quero dizer que eu não concordo. Não concordo pela razão básica, do que é Educação de fato. Eu acredito na escola como um espaço de socialização. Eu acredito que a escola pública foi uma conquista da sociedade, nas décadas de 70, 80, quando, no processo constituinte, nós conseguimos vincular verbas para a Educação Pública.

O que pode acontecer com o ensino domiciliar? Um desmonte da escola pública. É um ensino elitista, é um ensino em que quem puder pagar professor em casa vai ter e quem não puder, que se dane. Aí, as vagas nas escolas públicas vão ser fechadas. Quero dizer que isso, para mim, é fugir daquilo que, historicamente, nós sempre lutamos pela democratização do ensino público de qualidade para toda a sociedade. E para mim, eu não tenho essa de ser...

Eu me lembro: quando a gente estuda a história da educação, nós vamos ver que as melhores escolas eram as escolas públicas. Quem não era bom aluno ia para a escola privada. Agora, está invertido. Hoje, a gente inverte a pirâmide e faz o seguinte: quem vai para a escola privada é quem chega à universidade pública. E quem vai para a escola pública paga universidade. (Manifestação nas galerias.) Isso é uma injustiça.

Por isso, nós temos, Coronel Telhada, que lutar juntos pelo fortalecimento do atendimento em todos os serviços públicos, seja a Segurança, num conceito correto, que tem que ser a proteção ao cidadão; seja a Saúde, como disse a deputada Leticia Aguiar; seja a Educação. Porque não dá para ficar tergiversando, buscando propostas de um jeito e de outro para a gente fugir daquilo que é necessário: atender à maioria da sociedade brasileira.

Não posso concordar com o ensino domiciliar, por conta de princípio, por conta de que primeiramente, do ponto de vista filosófico até, está vencido. Sociologicamente falando, também está vencido. Porque essa tese está vencida? Porque Jean-Jacques Rousseau defendia a seguinte tese: de que tinha que deixar as crianças viverem no campo para não terem contato com a cidade, porque se não seriam contaminadas. Olha que absurdo. Aprendizagem - de que forma? Através da sociabilidade, do contato um com o outro, com as diferenças. Em contrastes é que a gente consegue, sim, chegar a ensinar. O resultado da aprendizagem é o resultado do enfrentamento das ideias. É assim que eu aprendi.

Eu não aprendi com o meu pai, até porque meu pai não tinha condições de me ensinar. Ele me colocou na escola; e minha mãe também. Eu tinha que trabalhar; essa é minha vida. Eu tinha que trabalhar e estudar. E ela dizia: “vocês só arrumem emprego onde vocês consigam trabalhar e estudar”. Isso foi para mim, foi para o meu irmão, foi para as minhas irmãs. E eu tive oportunidade de estudar. Eu não tenho nenhum problema psicológico porque a minha família não teve condições de pagar ou condições de me deixar só estudar. Eu compreendi, como criança, já aos 10 anos de idade, quando eu comecei a trabalhar em casas de pessoas; eu aprendi muito com aquelas famílias.

A gente tem que ir para a escola, porque a escola é o espaço onde a gente encontra o colega; você troca ideia. A escola também é um espaço de proteção, deputado Marcio da Farmácia. Por quê? Tem muitos casos de agressão em casa que chegam à escola.

Eles têm um professor como o seu grande guia, a despeito dessa coisa do Escola sem Partido, que é uma farsa, na minha opinião. (Manifestação nas galerias.) Na verdade, é dizer que professores são doutrinadores, e não são. A gente não tem tempo para isso. No nosso tempo, nós temos: a lousa, o giz, o apagador. Não temos mais nada além disso na escola. Ora, aí vem falar de Escola Sem Partido. Isso é inverter pauta, inverter lógica, inverter, na verdade, o princípio da educação, que não é senão a relação do aluno com o seu professor e seus amiguinhos da classe. É assim que eu fui formada.

E eu quero que a minha filha, a Maria Manuela, negra, adotada por mim... Eu tenho orgulho de dizer isso: eu escolhi a Maria Manuela para ser minha filha. Ela tem a relação com os outros amigos, no sentido positivo da questão, de trocar ideias, de trocar opiniões, de dizer para mim: “mamãe, eu concordo ou eu discordo de tal coisa”.

Mas eu não quero a minha filha isolada em casa, me aguentando, mais uma vez, com o papel de mãe e papel de professora, embora eu seja professora, eu vou ter metodologia, mas e os outros filhos e filhas da classe trabalhadora? Eles vão ter condições de pagar professores? Com que metodologia? Pergunto, deputado, para o senhor: tem? Não tem!

É para isso que nós estamos aqui? Para defender individualidades e não coletividades? Primeiro, eu considero que nós temos um estado democrático de direito, está na Constituição Federal. Lá está escrito educação pública, saúde pública. Estão querendo acabar agora, com essa reforma da Previdência, mas quero lamentar que amanhã nós tenhamos que ir para a rua. Por que a gente vai para a rua amanhã, deputado Marcio da Farmácia?

Nós vamos para a rua contra a reforma da Previdência, que acaba com os direitos da classe trabalhadora, dos professores. (Manifestação nas galerias.) Nós vamos para a rua amanhã, e vai ter milhares de professores, tanto da rede pública, quanto da privada, município e estado. Eles estarão na Avenida Paulista para dizer não ao corte das verbas, que é da educação infantil até as universidades.

Ou nós entendemos que isso faz sentido ou nós vamos individualizar a educação, nós vamos transformar a educação em: “se quiser estudar, tenha a sorte de ter um pai que consiga ensinar, senão se vire e tente a vida”. É isso que nós queremos para os cidadãos e cidadãs paulistas? Não, eu não quero isso. Eu quero a implantação do Plano Estadual da Educação, e sonho com isso, apesar dos reveses que tem tido na comissão. De cabeça erguida, digo que se não for agora, esse plano virará realidade no estado de São Paulo.

Muito obrigada. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sra. Deputada. A próxima deputada inscrita é a deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando Lula da Silva. (Pausa.) Deputado Enio Lula Tatto. (Pausa.) Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Deputado Rafa Zimbaldi. Vossa Excelência tem quatro minutos, sendo que será preservado o tempo de seis minutos para a próxima sessão, no Grande Expediente.

 

O SR. RAFA ZIMBALDI - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente Coronel Telhada, nobres deputados e deputadas, público aqui presente, semana passada, tive o prazer de estar junto com os trabalhadores da Ceagesp, os carregadores, apresentando um projeto nosso, falando um pouquinho da nossa proposta apresentada aqui na Assembleia Legislativa.

É o projeto Ceasa Legal, que regulamenta a profissão dos carregadores autônomos, dentro de todas as Ceasas, projeto este que já aprovamos lá na cidade de Campinas, dando condição e regularidade a todos os carregadores da Ceasa Campinas. Quando assumimos aqui o cargo de deputado estadual, logo na primeira semana, protocolamos esse importante projeto aqui na Assembleia Legislativa, deputado Marcio, até para expandir esse projeto e dar regularidade para todos os carregadores autônomos do estado de São Paulo, de todas as Ceasas, as Centrais de Abastecimento.

Para a minha surpresa, além desta pauta, a pauta mais importante e preocupante dos trabalhadores, deputado Aprígio, é o anúncio que o governador fez em retirar a Ceagesp de onde está e levá-la para uma região mais afastada, uma região onde passa uma estrada, provavelmente no Rodoanel ou na própria Bandeirantes, dando a possibilidade de fazer uma parceria público-privada.

Isso preocupa não só os carregadores e os trabalhadores, mas os funcionários de uma maneira geral. Essa questão da privatização que o governador vem tanto defendendo, acaba preocupando bastante, porque uma central de abastecimento como a Ceagesp, a maior central de abastecimento do nosso País...

Fiquei impressionado com o movimento financeiro e econômico que gera só Ceagesp daqui da cidade de São Paulo. Para vocês terem ideia, tem uma movimentação financeira de 28 bilhões de reais, só central de abastecimento aqui da cidade de São Paulo, e o presidente Bolsonaro está entregando a central de abastecimento ao governo estadual.

Isso preocupa, porque passar a administração de uma central de abastecimento para um ente privado é muito preocupante, porque o ente privado, logicamente, e com toda razão, tem a preocupação somente financeira, mas nós temos que nos preocupar com a distribuição, com a segurança alimentar.

Portanto, nós fizemos um debate bastante grande lá, não só com os carregadores, com os trabalhadores, mas com os permissionários, com os comerciantes, que mostraram essa preocupação com essa mudança e essa privatização. Você tirar uma distribuição alimentar, que é dever e obrigação do estado, e passar para um ente privado, que seriam poucos empresários que iriam administrar essa distribuição, é muito preocupante.

Portanto, Sr. Presidente, senhores deputados, eu assumi esse compromisso com os trabalhadores, com os comerciantes e empresários, e vamos brigar para que nós possamos ter o Ceagesp, a manutenção, onde está. Que mantenha aquele prédio onde está, até porque o bairro cresceu em trono do Ceagesp, e não o Ceagesp que veio em torno do bairro, e que nós possamos aí conservar essa movimentação financeira que nós temos, de 28 bilhões de reais, que é uma movimentação econômica importante para o estado. Então, assumi o compromisso de trazer essa pauta junto a todos outros deputados.

Obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP -  Muito obrigado, senhor deputado. Alerto à assessoria que ficam reservados seis minutos do tempo do deputado Rafa Zimbaldi para a próxima sessão com Grande Expediente.

Está encerrado o Grande Expediente.

Senhores deputados, o Colégio de Líderes prossegue. Se houver a anuência de todos, eu vou suspender os trabalhos até as 17 horas. A sessão está suspensa até as 17 horas.

 

* * *

 

- Suspensa às 16 horas e 32 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e 01 minuto, sob a Presidência do Sr. Cauê Macris.

 

* * *

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Para falar pelo Art. 82.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra V. Exa. para falar pelo Art. 82.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, pessoal da Emplasa, na luta, mais uma vez está presente aqui, todo o público que nos acompanha.

Sr. Presidente, primeiro, queria fazer uma fala de solidariedade à deputada Márcia Lia. A deputada Márcia Lia, nesse final de semana, foi com a sua família a um restaurante para poder jantar e novamente foi atacada por grupos. Ela já foi atacada no passado e novamente foi atacada. A gente achou que isso já tinha acabado com o fim da disputa política, mas não acabou. Um grupo de pessoas que ofendeu a deputada e a sua família, ameaçou a família da deputada de agressão. Estavam a deputada, o marido, o sobrinho. A deputada foi obrigada a pedir intervenção da polícia, chamar a polícia para poder garantir o direito de estar e entrar em qualquer lugar, como cidadã e como deputada.

Márcia Lia, toda a nossa solidariedade. Vamos continuar com serenidade, combatendo esse tipo de pessoas, que, a qualquer momento, tentam nos agredir pelo estado afora, nos nossos locais de atuação. Essa é a primeira coisa que eu queria deixar aqui, esse meu apoio e solidariedade à deputada Márcia Lia. 

Segunda coisa, Sr. Presidente. Tenho recebido da minha bancada várias reclamações das comissões. Vários deputados estão preocupados só em tentar impedir que os projetos do PT, dos deputados do PT, avancem.

Isso é um problema gravíssimo, porque a depender do projeto dos deputados, se não tiver polêmica, a nossa orientação para a nossa bancada é que a gente acabe não obstruindo projetos de deputados, porque é importante para os deputados apresentar projeto. 

Mas parece que em algumas comissões está havendo um processo de marcação cerrada contra qualquer tipo de projeto do PT. Estou fazendo este comunicado aqui da tribuna, porque eu quero dizer para todos os deputados, é bom os deputados ouvirem isso, vou pedir atenção dos deputados, porque se foi esse o procedimento, nós vamos começar a obstruir todos os projetos de deputados, viu, deputado Campos Machado? O que está ocorrendo? Estão marcando, acirrando, de maneira acirrada, projeto de qualquer deputado do PT.

Esta Casa não tem a tradição... A não ser que seja um projeto polêmico, a gente acaba travando ali, obstrui. Mas se essa for uma tese utilizada por alguns partidos, eu vou ser obrigado a começar a orientar minha bancada a obstruir todos os projetos de deputados, porque só assim nós vamos conseguir garantir o debate dos nossos projetos.

Tem projetos nossos que são projetos bons ou interessantes. O que for ruim, o pessoal tem que ir lá e realmente intervir, obstruir. Não tem problema. Agora parece que são todos os projetos. Eu tenho orientado a minha bancada a fazer o quê? Nas comissões, vamos evitar ficar pedindo, protelando, obstruindo projetos de deputados, porque é muito ruim fazer isso.

Agora, se esta Casa, se os deputados de alguns partidos começarem a manter essa ação para poder modificar o debate, eu vou ter que obstruir todos os projetos de deputados nesta Casa. Começar a discutir até comissão de representação, obstruir até comissão de representação, se for necessário.

Então, antes de fazer qualquer coisa, estou aqui nesse plenário pedindo a compreensão de todos os deputados. Projetos de deputado a gente não tem que obstruir nas comissões; deixar o projeto ser aprovado, passar pelas comissões. Se tiver algum problema,  procurem-nos para conversar, ver se a gente ajusta o projeto, se faz uma emenda, se conserta, entendeu? Mas estou fazendo esse pedido da tribuna, porque acho que ele é muito importante. E eu não gostaria de ter que começar a obstruir projeto de deputado, porque acho que é muito deselegante. E não é boa para o Parlamento essa coisa de obstruir os projetos de deputados. Então, eu queria fazer essa fala, aqui, afirmando isso.

E a segunda e última coisa - ainda vou voltar a esse plenário hoje novamente - é desde já apoiar a luta, amanhã, de todos os trabalhadores da Educação nesse país. Eles vão fazer uma grande luta amanhã, inclusive com a adesão das universidades, dos reitores, em função do corte de 30% que o presidente Bolsonaro fez na área das universidades, direcionado para algumas matérias, na área de filosofia e sociologia, alegando que ali tem uma balbúrdia, porque se discute a história da humanidade.

E aí eles acabam fazendo isso, então nós vamos ter, no mês de junho, uma greve geral nesse país. Foi convocado um dia de luta nacional pelas centrais sindicais. E amanhã tem o dia de luta dos trabalhadores da Educação, com concentração no vão do Masp. Estarei lá com os trabalhadores da Educação a partir das 14 horas. A nossa bancada do PT vai estar todinha lá para apoiar essa luta dos trabalhadores da Educação. Obrigado pela tolerância, presidente.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Presidente, para indicar o deputado Douglas Garcia para falar pelo Art. 82.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra o deputado Douglas Garcia, pelo Art. 82., em nome da liderança do PSL.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - PELO ART. 82 - Muito boa tarde, Sr. Presidente, caros pares aqui presentes, público que nos assiste na galeria da Assembleia Legislativa e também na TV Alesp. Senhores, eu recebi uma denúncia por parte de muitos estudantes, principalmente da Faculdade do Largo de São Francisco, que faz parte da Universidade de São Paulo, com relação à greve que ocorrerá amanhã. Greve estudantil. Eu pergunto aos senhores o que é uma greve estudantil? No que impactará no Brasil, principalmente na área econômica, uma greve vinda por parte dos estudantes, principalmente em se tratando de estudantes de sociologia e de filosofia? No que eles, relacionados aqui à questão do desenvolvimento econômico do país, vão impactar fazendo uma greve estudantil?

Mas a minha denúncia vai muito além disso. Se você quiser fazer greve estudantil, faça; se você não quiser estudar, não estude. Porém, o que está acontecendo é que muitos estudantes e professores estão me procurando desesperados. Estudantes da Faculdade de Direito da USP - Largo de São Francisco. Estudantes, também, da Universidade de São Paulo, na Cidade Universitária; Unesp; Unicamp. Desesperados. Sabe por quê? Porque eles estão preparando o “trancaço” nessas universidades.

É inaceitável que os nossos estudantes não possam entrar na sala de aula para estudar. É inaceitável que meia dúzia de militantes, que não representam os estudantes, tranquem as frentes das faculdades e não deixem os nossos estudantes estudarem. É inaceitável o que eles estão fazendo com a vida universitária no nosso país. Se você não quer estudar, não estude. Se você não quer aproveitar a universidade, que é a melhor fase da vida de um jovem, não aproveite. Porém, você não tem o direito de tirar de outros estudantes a possibilidade de se libertarem.

Eu deixei as portas do meu gabinete abertas. Eu gostaria, aqui, de anunciar a todos os professores, a todos os estudantes que se sentirem ameaçados e àqueles que puderem capturar, mesmo produzindo provas... Se quiser filmar, pode filmar; se quiser escrever o que eles estão falando... Pode gravar o áudio, pode filmar, pode fazer o que quiser para a produção de provas. Enviem ao meu gabinete, nesse email que está aparecendo para os senhores na TV Alesp.

Eu vou representar ao Ministério Público do Estado de São Paulo, para cada professor travestido de doutrinador que tentar utilizar da sua autoridade como professor para impedir o estudante de assistir à aula, porque as coisas não funcionam assim.

Eu me lembro de que fui à Universidade de São Paulo ainda no ano de 2016. Os estudantes foram praticamente expulsos por 30 ou 40 militantes que estavam à porta da faculdade e não deixavam ninguém entrar. Amanhã, está sendo ameaçado de acontecer exatamente a mesma coisa. Esses militantes de DCE, essa galera do lacre, essa galera que quer atrapalhar todo mundo de estudar e de aproveitar a faculdade não quer fazer nada, só quer vagabundear por aí e acha que os estudantes também são obrigados a fazer exatamente a mesma coisa, seguir exatamente a mesma linha.

Repito: caso eu receba qualquer prova material de qualquer agente do Estado influenciando uma paralisação, influenciando os alunos a pararem, a entrarem em greve, eu vou abrir uma denúncia formal no Ministério Público do Estado de São Paulo e não vou descansar até que seja aberta uma sindicância e processo administrativo disciplinar sobre cada professor que incentivar esse absurdo de acontecer.

Não pode o estudante ser impedido de entrar na faculdade. Não pode o estudante ser impedido de entrar na sala de aula, porque as faculdades não são diretórios de partidos políticos. Se você quer exigir a sua causa, exija, mas não venha fazer com que o direito de estudar dos estudantes seja obstruído. O seu direito de ser um idiota acaba quando você intervém no direito do estudante de poder participar de uma aula, de poder assistir a uma aula. E é isso o que acontece nas universidades brasileiras.

Universidade de São Paulo: professor sendo carregado da sala de aula por querer dar aula, e estudante sendo impedido de estudar. Isso é um absurdo, senhores. Esta Assembleia precisa legislar sobre esse tema e deixar livre o ambiente da sala de aula, para que haja liberdade de pensamento, para que haja liberdade de ideias, e não essa chafurdaria que acontece todo santo dia, que é promovida, sim, por partidos políticos e seus militantes.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Sr. Presidente, para falar pelo Art. 82.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem a palavra para falar pelo Art. 82.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - PELO ART. 82 - Muito boa tarde a todos que se encontram na Assembleia Legislativa, aos deputados, à Mesa, aos servidores. O que me traz aqui, neste plenário, hoje, é para conversar um pouquinho com as pessoas que, inclusive, nos assistem pela TV Alesp, sobre a intolerância, o ódio e sobre a pauta que hoje está disseminada na sociedade brasileira.

Eu tenho 61 anos de idade e nunca imaginei, na minha vida, que eu fosse viver o que eu vivi, Sr. Presidente, no último sábado. Junto com a minha família, eu adentrei um restaurante, na cidade de Araraquara, para me alimentar e também conversar um pouco com o meu marido e o meu sobrinho que estavam junto comigo, quando, de repente, alguém levanta de uma mesa, vem em minha direção e começa a desferir palavras de baixo calão.

Eu não vou repetir as palavras que dirigiram à minha pessoa, porque são palavras extremamente indelicadas até para as pessoas ouvirem. Então, eu quero dizer que nós vivemos e viveremos momentos muito difíceis na sociedade brasileira, porque as pessoas estavam com ódio, elas estavam com raiva.

Agora, isso dobrou, isso se multiplicou, isso se transformou numa pauta em que as pessoas estão, cada dia mais, odiando umas às outras, independentemente do que a pessoa significa, da história de vida que a pessoa tem, da história de família que a pessoa tem, e nós vivemos em Araraquara, no último sábado, uma situação extremamente constrangedora.

Eu chamei a polícia, fiz um boletim de ocorrência e vou para a Justiça, mas eu quero dizer que as pessoas que me ofenderam são os “bolsominions” lá de Araraquara, são ligados, infelizmente, Gil, infelizmente. Eu abri o Facebook da pessoa, e a pessoa é carregada de ódio.

Não obstante isso, o rapaz veio para cima, querendo agredir o meu marido, que é um homem de 71 anos de idade. Tenho testemunhas, os garçons, a garçonete, o pessoal do restaurante foi testemunha, e a gente então está vivendo esse momento na sociedade brasileira, onde as pessoas não conseguem se enxergar no outro e respeitar as demais pessoas.

Então, eu vou pedir para vocês que a gente possa compartilhar com vocês uma poesia do Bertold Brecht. “Aos que virão depois de nós” chama a poesia.

 

“Realmente, vivemos tempos muito sombrios!

A inocência é loucura. Uma fronte sem rugas

denota insensibilidade. Aquele que ri

ainda não recebeu a terrível notícia

que está para chegar.

 

Que tempos são estes, em que

é quase um delito

falar de coisas inocentes.

Pois implica silenciar tantos horrores!

Esse que cruza tranquilamente a rua

não poderá jamais ser encontrado

pelos amigos que precisam de ajuda?

 

É certo: ganho o meu pão ainda,

Mas acreditai-me: é pura casualidade.

Nada do que faço justifica

que eu possa comer até fartar-me.

Por enquanto as coisas me correm bem

(se a sorte me abandonar estou perdido).

E dizem-me: ‘Bebe, come! Alegra-te, pois tens o quê!’

 

Mas como posso comer e beber,

se ao faminto arrebato o que como,

se o copo de água falta ao sedento?

E todavia continuo comendo e bebendo.

 

Também gostaria de ser um sábio.

Os livros antigos nos falam da sabedoria:

é quedar-se afastado das lutas do mundo

e, sem temores,

deixar correr o breve tempo. Mas

evitar a violência,

retribuir o mal com o bem,

não satisfazer os desejos, antes esquecê-los

é o que chamam sabedoria.

E eu não posso fazê-lo. Realmente,

vivemos tempos sombrios.”

 

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Questão de ordem do nobre deputado Campos Machado.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, gostaria de também pedir para falar pelo Art. 82.

 

 O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pois não. Tem uma questão de ordem, e depois passo a palavra.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PARA COMUNICAÇÃO - A questão de ordem, Sr. Presidente, aliás, uma comunicação... Eu quero me solidarizar com a deputada Márcia Lia. É um absurdo o que aconteceu com ela e o marido dela sábado à noite em um restaurante.

Nós estamos plantando aqui, Sr. Presidente, sementes de ódio. O que está acontecendo na Assembleia Legislativa está refletindo em outras cidades do interior. Nunca aconteceu isso. O esposo da deputada Márcia Lia é um médico conceituado na cidade. Como é que é possível que a pessoa atravesse o restaurante inteiro para ofender, com palavras baixíssimas, a deputada Márcia Lia, em uma demonstração de ódio no coração?

Não é possível. Está nascendo aqui, deputada Márcia Lula Lia, é o ódio nascendo nesta Casa, que está correndo todo o estado. É live para lá, live para cá, Youtube para cá, Youtube para lá. É isso que está acontecendo, e as redes sociais disseminando esse ódio. Eu não posso admitir, de maneira alguma, o que aconteceu com a deputada Márcia Lula Lia. “Mas ela lavrou um boletim de ocorrência”. Mas apaga a dor dela? Apaga o sofrimento dela? Apaga a tristeza dela? Não. E somos responsáveis. Estamos sendo responsáveis por isso. Uma pessoa atravessa o salão inteiro, desvia das mesas, para ofender a deputada Márcia Lia com palavras debaixo calão? Acho que estamos ultrapassando os limites.

Tenha certeza, Sr. Presidente, que está nascendo, aqui nesta Casa, uma cachoeira de ódio. Deputada Márcia Lia, deputada há dois mandatos, e nunca aconteceu isso com ela. Por que, exatamente agora, quando o ódio corre por todos os lugares do Estado?

Sr. Presidente, para usar o Art. 82.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra pelo Art. 82.

Antes, porém, do deputado Campos Machado se dirigir à tribuna, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma sessão extraordinária a realizar-se hoje, 10 minutos após o termino da presente sessão, ou às 19 horas, caso a sessão não atinja o tempo limite. Com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia: Projeto de lei nº 91, de 2019.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, nobre deputado Cauê Macris, boa tarde. Posso não concordar, pontualmente, com o presidente Jair Bolsonaro. Evidente que temos pontos divergentes. Mas não posso deixar de reconhecer que o presidente é um defensor das famílias brasileiras. É sim. Ele defende a família. E defender a família é empunhar a bandeira em defesa da nossa sociedade.

Por isso que eu, na condição de coordenador da Frente Nacional contra a Liberação da Maconha e da Cocaína, estou enviando, ao Sr. Presidente Bolsonaro, um manifesto pedindo o seu apoio.

Porque estamos na iminência de ter um julgamento, no dia 5 de junho, pelo Supremo Tribunal Federal, que pode reconhecer que a maconha, por exemplo, não faz mal. O que é isso, minha gente? Vai ser votado no Congresso Nacional um projeto do atual ministro, Osmar Terra, que vai endurecer as penas do tráfico de entorpecente.

Mas, enquanto isso, pastores e bispos... Tem mais de 40 bispos da Igreja Católica e mais de 50 pastores e bispos, de todo o Estado. E todos são frontalmente contrários. Por isso vim aqui, hoje, deputado Gil, para dizer a V. Exa., líder da bancada do PSL, que estou encaminhando não só uma moção ao presidente, mas um manifesto. Na volta dele dos Estados Unidos vamos entregar, nas mãos dele, um manifesto na defesa da família brasileira.

Não é mais possível se admitir que a maconha faz bem. O que é isso, minha gente? Sempre digo: é um círculo vicioso. Do álcool, se anda um quilômetro e se chega à maconha. Da maconha, se caminha mais um quilômetro e meio, se chega à cocaína. E da cocaína, em 10 metros cai no crack. E ninguém saiu do crack até hoje. Vá à cracolândia e veja se alguém conseguiu se reabilitar, ficar bom. Não.

É por isso que estou apelando para o presidente. Não importa se somos divergentes em questões pontuais. Mas somos coerentes na defesa das nossas famílias. Tenho certeza absoluta que, pela sua história, o presidente Bolsonaro vai se empenhar profundamente para evitar essa cachoeira de desmandos contra a nossa família. Tenho certeza absoluta. Por isso quero pedir o apoio dos senhores.

Não é uma luta minha, como disse a Leci há 20 dias. Não é uma luta minha. É uma luta de todos nós. Tem quase 15 estados lá, representados. E todos eles apoiando, totalmente e literalmente, essa campanha. Já enviamos 600 mil assinaturas ao Supremo Tribunal Federal. Estamos reiterando os pedidos de apoio aos senhores bispos da Igreja Católica, aos senhores bispos das igrejas evangélicas, a todas as religiões, para que nos ajudem, deputado Estevam Galvão, nessa luta em defesa da família.

Hoje, a coisa mais fácil do mundo é ser traficante, porque as portas estão abertas;  baladas da noite. Vá a uma balada da noite, entre na fila e espere dez, 15 minutos para saber se não se aproxima de você uma pessoa que lhe pergunta “quer um pacotinho, quer alguma coisa?”. E as famílias em casa imaginando que os filhos, deputado Barros Munhoz, que os netos estão se divertindo e não sabem que eles estão se perdendo nessa maldição chamada droga.

Um dia desses eu ouvi de um pastor evangélico “na minha igreja, eu faço questão de recuperar aquelas pessoas viciadas; eu recupero famílias”.

Portanto, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, eu volto a dizer: “nada se caminha sozinho, tudo se caminha em grupo, com ideais, com objetivos e com sonhos”. Não é, deputado Camarinha? Temos aquilo que as pessoas falam que temos. Coragem para enfrentar essa máfia das drogas e do tráfico.

Sr. Presidente, gostaria, se possível, de requerer a V. Exa. que nós possamos fazer futuramente aqui na Assembleia um grande evento com mestres professores para mostrar como a família brasileira está sendo atingida pelas drogas.

 

O SR. ESTEVAM GALVÃO - DEM - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, deputado Estevam Galvão.

 

O SR. ESTEVAM GALVÃO - DEM - Para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem a palavra.

 

O SR. ESTEVAM GALVÃO - DEM - PARA COMUNICAÇÃO - Quero cumprimentar o deputado Campos Machado pelo pronunciamento a respeito da maconha. Eu sou totalmente, frontalmente contra a maconha, porque entendo que, além de outros males, a maconha é a porta principal, a porta de entrada para outras drogas mais pesadas.

Deputado Campos Machado, eu faço questão de assinar esse manifesto proposto por Vossa Excelência. E acrescento que há três semanas, não sei se V. Exa. ou algum outro colega teve a oportunidade de ler na revista Veja, uma matéria que mostra cientificamente que o usuário de maconha tem três vezes mais chances de chegar ao suicídio. Bem por isso, o papel nosso, nós que somos políticos parlamentares é exatamente trabalhar em favor da família brasileira. Parabéns, Campos.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, deputada Monica.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - Para uma comunicação.

 

 O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem a palavra para uma comunicação.

 

 A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Muito rapidamente para relembrar que amanhã é sim a greve nacional dos estudantes, mas uma greve espontânea proclamada pelos estudantes que em assembleia de milhares, Brasil afora, aprovou a paralisação de amanhã. A paralisação de amanhã que diz respeito ao futuro de 99% da pesquisa, não só em ciências humanas, mas nas ciências biológicas, em farmacológicas, em atividades que dizem respeito à cura de doenças, mas também sobre ensino básico, sobre a Educação Fundamental.

Então, se tem setores que convidam a denunciar, quero mesmo que denunciem porque vão ser humilhados. Vem da alta organização da sociedade, porque as famílias aderiram todos pela Educação.

Eu convoco os estudantes também a filmar as péssimas condições das escolas públicas estaduais e a mandarem fotos e vídeos para o meu gabinete. Esse, sim, é um tema que deve ser tratado por esta Casa: a péssima condição de estudo e de permanência dos estudantes do estado de São Paulo.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, vamos passar à Ordem do Dia.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Item nº 1. Em votação o Item 1 do método de votação, aprovado em 24/04/19.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, deputado Barba.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Para encaminhar pela bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem a palavra, deputado Barba.

 

  O SR. TEONILIO BARBA LULA – PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, este é o Projeto 04 que vamos debater agora, que só cabe encaminhamento, já não tem mais discussão sobre o projeto, que trata do pagamento mensal da participação nos resultados para os agentes fiscais do estado de São Paulo.

É um projeto do governo que já teve duas ou três vezes a votação aqui e não atingiu os 48 votos. E eu recebi os agentes fiscais lá no meu gabinete, lá no meu escritório; eles pediram o apoio nosso para votar esse projeto, para a gente votar favorável. Primeiro, ele ainda não implica em nenhum prejuízo para os agentes fiscais, porque essa PLR dos agentes fiscais é paga apenas para quem ganha até o teto do salário do governador, segundo os agentes fiscais me informaram. Disseram que quem ganha acima do teto do governador não recebe. E ele é pago trimestralmente, hoje.

Então, eu estou obstruindo esse projeto, porque é um projeto do governador, não é em função da categoria dos agentes fiscais; é em função de que eu estou numa disputa nesta Casa para a instalação da sexta CPI e vou obstruir todos os projetos do governo que vierem aqui a este plenário, que for discutido no Colégio de Líderes, que trouxer para cá.

Segundo, agora, como estão todos os deputados mais ou menos prestando atenção, porque na minha fala pelo Art. 82 eu disse que em várias comissões, deputada Márcia Lia, deputado Paulo Fiorilo, tem gente obstruindo sistematicamente os projetos, só porque são do PT, projetos de deputados. Eu afirmei, e vou reafirmar agora, novamente: nós... tenho orientado a nossa bancada para que não obstrua projeto de deputados nas comissões, a não ser que ele seja muito polêmico, a gente tenta dialogar, conversar. Mas se estão fazendo isso conosco, eu vou ser obrigado a passar a obstruir todos os projetos de deputados, qualquer projeto que vier a esta Casa, inclusive comissão de representação, inclusive qualquer projeto, se o método for esse. Não é esse o método que eu gostaria, deputado Barros Munhoz. O método que eu gostaria é o método de a gente respeitar os projetos de deputados e olhar aqueles que têm polêmica e realmente não deixar debater. Então, quero ratificar isso.

Segundo, esse Projeto 04, o governo é que tem que botar 48 votos, não é a bancada do Partido dos Trabalhadores que tem que botar voto a favor do governo. Aqui nós somos oposição ao governo João Doria, governo que até agora só mandou para esta Casa projetos de privatização. Tem o Projeto 01, que nós vamos discutir daqui a pouco, ainda na Ordem do Dia, diz que tem uma tal de uma emenda aglutinativa, mas ela é só apresentada para os amigos do rei, os amigos do governador, dos quais nós estamos cansados de falar aqui. E o projeto exatamente prevê a extinção da CPOS, da Emplasa e da Codasp. Prevê a extinção dessas três; prevê a extinção de quatro, aí tiraram a Dersa de lá. Diz que vai ter outro caminho para a Dersa, vamos ver qual é. E na tal da emenda aglutinativa, lá no § 2º, lá no Art. 2º, fala que as atividades feitas por essas empresas, com a extinção delas não poderão parar as atividades, e que órgãos administrativos do Estado terão que continuar tocando as atividades. Que órgãos são esses? Quais órgãos? Onde é? Para lá vai o pessoal da Emplasa? Para lá vai o pessoal da Codasp? Para lá vai o pessoal da CPOS? Aliás, vocês são todos celetistas, então já trabalham com a tese da demissão, demissão curta e seca e grossa, e querem que os deputados aprovem isso. Meu sentimento, meu sentimento é que os deputados aqui, uma boa parte quer votar a favor. Já manifestaram. Precisa de 48 votos para isso. Então, tem um problemaço aqui para a gente poder debater.

Segundo, as outras três... Na emenda aglutinativa está dizendo o seguinte - eu recebi porque peguei um rascunho nos corredores: a Imesp será incorporada pela Prodesp. Junta as duas, uma incorpora a outra e aí vai sobrar gente, de 30 a 40 por cento. Não explica direito o que se faz com o patrimônio, se vai ser alienado, se vai ser vendido, quanto vale cada patrimônio.

Esse é o debate que está posto aqui. Os deputados, alguns demonstram ansiedade e vontade de votar a favor desse projeto. Querem votar a favor, mas não sobem à tribuna para dizer como votam. Eu sou contra e estou dizendo por que sou contra. Quem é a favor tem que subir aqui e dizer por que é a favor da privatização, por que é a favor da extinção, por que é a favor da incorporação, que, nesse caso, é menos pior do que a extinção, mas ainda é um malefício.

Com certeza sobrarão trabalhadores e trabalhadoras da Imesp. Com certeza sobrarão trabalhadores e trabalhadoras da Prodesp. Alguém vai dançar, alguém vai perder o emprego. O estado de São Paulo já conta com dois milhões e 800 mil desempregados. O estado, o governador do estado de São Paulo e mais uma parte da bancada de deputados e deputadas, que vai votar a favor, vão contribuir para aumentar esse desemprego.

Deputados que são a favor da máquina enxuta, do estado mínimo, há vários aqui. Quero ver o Novo subir aqui e defender o estado mínimo. Tem que subir e defender que tem que enxugar a máquina pública. Eles são a favor, mas não falam por que o são.

Eu sou contra, acho que o estado deve ter um papel importante na condução econômica do estado e nos vários serviços que tem que oferecer para o público menos favorecido e para as cidades menores. Essa é a tarefa do estado. Por isso, somos contrários à privatização; por isso, somos contrários à extinção.

E olha que no governo do presidente Lula e no governo da presidenta Dilma nós discutimos concessões, discutimos PPPs, discutimos várias questões nesse sentido, mas com o maior cuidado para gerar emprego, e não para gerar desemprego, que é o que faz o Governo do Estado de São Paulo.

Então, estamos em um momento crucial para vocês que estão acompanhando esse debate. Esse governo gosta tanto de privatizar que, daqui a pouco, vai propor privatizar o prédio da Assembleia Legislativa. E é perigoso os deputados que são a favor da privatização votarem a favor de privatizar. Eles gostam de pegar e dar dinheiro para os empresários. É o compromisso deles de eleição. Foi o compromisso do João Doria na eleição e é um compromisso antigo do PSDB, que é abençoar os abençoados. Quem são os abençoados? São os abastados, os empresários.

Então, quando pega a CPOS e fala: “Olha, nós vamos extinguir”... Não, alguém vai fazer essa atividade da CPOS, alguém vai cumprir essa obrigação. E sobre a CPOS, eu já falei várias vezes. Nossa assessoria fez um levantamento: em 2017, ela realizou 54 contratos, o que rendeu 67 milhões de reais para os cofres públicos. Então, essa é a questão, é isso que está acontecendo nesta Casa.

Eu gostaria de ver os deputados que são a favor da privatização subirem a esta tribuna e defenderem a privatização, defenderem a extinção, defenderem que vão assinar embaixo para vocês serem demitidos. Vocês não são concursados, vocês são celetistas. Vocês são CLT, podem ser contratados e demitidos a interesse do governador, a interesse e à revelia do governador.

Então, estamos nesse debate e vamos continuar nesse debate. Hoje, aqui, vamos tentar segurar o máximo possível, mas o sentimento que tenho... Como não será hoje a votação, vocês vão ter hoje e amanhã para visitar os gabinetes dos deputados, exigir dos deputados que votem contra esse projeto. É um direito de vocês fazer isso. Vocês têm o direito de passar em cada gabinete. No meu, vocês já vão direto mesmo, vão lá, eu recebo vocês.

Eu gosto de receber vocês, mas vocês têm que ir nos gabinetes dos deputados desta Casa e pedir para que eles votem contra o 01 e votem contra a emenda aglutinativa que ainda não chegou para nós, mas nós vamos pedir a publicação dela na hora que ela for anunciada aqui hoje. Muito obrigado, presidente.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, deputado Douglas.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Para uma brevíssima comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem a palavra para uma comunicação.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigado, Sr. Presidente. Senhor Presidente, a minha comunicação é para anunciar a esta Casa que hoje a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo recebe as pessoas mais importantes da minha vida e que, se não fosse por eles, hoje eu não estaria aqui.

Estão presentes ali em cima minha mãe, Dona Cilene, meu irmão, Seu Gleison, Deivid, Emilly e Seu Almir. Se eu estou aqui hoje, é por causa de vocês. Eu amo vocês. Vocês são as coisas mais importantes para mim. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Obrigado, deputado Douglas. Cumprimentamos, em nome da Assembleia Legislativa, os familiares do deputado Douglas Garcia.

 

O SR. RAFAEL SILVA - PSB - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, nobre deputado Rafael Silva.

 

O SR. RAFAEL SILVA - PSB - Para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem a palavra.

 

O SR. RAFAEL SILVA - PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Eu estava ouvindo o deputado Campos Machado falando sobre a droga. Ontem, eu participava de um programa de rádio em Ribeirão Preto - participava pelo telefone até. E aí, no meio da minha participação, veio a notícia de que um indivíduo havia assassinado uma criança de dez anos.

Esse camarada foi companheiro de uma mulher por cinco anos e quando aquela menininha era bem pequena. Aí depois eles se largaram, ele foi para um lado e ela para o outro. E ele entrou de madrugada na casa dessa mulher, que estava trabalhando como cuidadora de idosos, e abusou da menina de dez anos e matou a menina de dez anos com facadas no pescoço. E ali pela cena do crime ficou demonstrado que a criança quis se desvencilhar, queria escapar e ele praticou esse ato terrível, essa ação. E aí naquele momento ainda participando eu falei: “Certamente existe droga no meio disso tudo”.

Resumindo: cara drogado, usuário de vários tipos de droga, drogado. Já era procurado pela polícia por um outro problema e acabou matando uma garotinha que completaria 11 anos dia 30 de agosto próximo. Ou seja, a droga foi responsável pela morte de uma criança de dez anos.

O Brasil tem problemas sociais gravíssimos. O Brasil tem uma extensão territorial diferente de países pequenos e com controle social mais perfeito. O Brasil não tem esse controle social. Aqui, quando uma vaca nasce num pasto de um camarada rico, essa vaca é cuidada, é cadastrada, toma vacina, é acompanhada em seu desenvolvimento.

Aqui, o ser humano não tem esse acompanhamento. O Brasil não tem essa estrutura. Então, liberar a droga aqui? Eu quero fazer um convite para quem tem esse pensamento. Vá lá na cracolândia e leve meia dúzia de drogados para casa ou vá num outro bairro qualquer e pegue um drogado e leve lá para conviver com os seus filhos. Não, aí não pode.

Agora, liberar a droga e liberar a ação de assassino como esse ontem cedo em Ribeirão Preto... Repito: estuprou, matou uma menininha de dez anos que lutou muito para escapar. É a realidade da droga. Agora, quem quiser pensar que pense. Quem não quiser pensar, repito: leve meia dúzia de drogados para casa.

 

O SR. DELEGADO OLIM - PP - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado...

 

O SR. DELEGADO OLIM - PP - PARA COMUNICAÇÃO - Só para cumprimentar o deputado Conte Lopes, que é aniversário dele hoje. Eu gostaria aqui de cumprimentá-lo. Obrigado.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, deputada Márcia Lia.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Para indicar o deputado Paulo Fiorilo para falar...

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Só antes, porém, eu cometi um pequeno lapso aqui e não votei as comissões de representação e iniciei aqui o processo de encaminhamento. Queria pedir autorização dos Srs. Líderes para que pudesse votar as comissões de representação, inclusive nós temos um deputado do PSL que está em viagem.

Eu acho que é justo com o deputado que fez a solicitação nos prazos regimentais. Gostaria de pedir autorização do plenário se os líderes aqui presentes concordam com esse lapso. Peço escusas aqui pelo lapso que eu acabei cometendo, havendo concordância então dos líderes.

Há sobre a mesa requerimento do nobre deputado Frederico d’Avila, com número regimental de assinaturas, nos termos do Art. 35 do Regimento Interno, para a constituição de uma comissão de representação com a finalidade de participar da 47ª exposição da Feira Agropecuária e Industrial de Comércio Maringá, no dia 14 de maio 2019, em Maringá, no Paraná.

Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.

 Há sobre a mesa também um requerimento do nobre deputado Gilmaci Santos, com número regimental de assinaturas, nos termos do Art. 35 do Regimento Interno, para a constituição de uma comissão de representação com a finalidade de participar, na qualidade de vice-presidente da Assembleia, do Encontro dos Presidentes das Assembleias Legislativas, União dos Legisladores Estaduais, Unale, no dia 17 de maio de 2019, em Belo Horizonte, Minas Gerais, lembrando que ele está indo por solicitação minha como presidente da Assembleia para uma reunião com todos os presidentes de assembleias legislativas, representando o estado de São Paulo.

Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.

Adito à Ordem do Dia da sessão extraordinária o Projeto de lei nº 1, de 2019.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Sr. Presidente, indico o deputado Paulo Fiorilo para encaminhar.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Agora sim, o deputado Paulo Fiorilo para encaminhar o item 1 do método de votação aprovado em 24/04/19.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, boa noite. Caro deputado Conte Lopes, que acabou de ser aqui homenageado pelo deputado Olim, apesar das nossas divergências - que não são poucas -, saiba que tenho pelo senhor respeito grande, mas temos divergências políticas maiores ainda.

Indicado pela deputada Márcia Lia, líder da Minoria, para encaminhar o item 1, eu antes queria aqui me solidarizar com a deputada Márcia Lia. O deputado Barba fez o relato aqui da deputada Márcia Lia, e eu tenho a certeza de que nenhum dos Srs. Deputados e das Sras. Deputadas compactuam com aquilo que a nossa deputada Márcia Lia sofreu em um restaurante em Araraquara.

Nós não podemos permitir que a intolerância chegue a esse nível em qualquer lugar deste estado, é inadmissível. Portanto, deputada Márcia Lia, deixo aqui não só a minha solidariedade, mas o meu repúdio a esse tipo de atitude. Aliás, nós deveríamos aqui trabalhar para que esses atos fossem repudiados constantemente, até para que a gente tivesse uma cultura contra a violência e pela paz, o que me parece ser a melhor medida para combater atos de violência como o que a senhora sofreu.

O item 1 da pauta é o item 04, o Projeto de lei 04, que já teve aqui aprovado o encaminhamento de votação, método de votação. É importante que a gente saiba que esse item é o item que deve ser apreciado nesta sessão ou na sessão extraordinária, e cabe ao governo apresentar os seus 48 votos.

Esse projeto é o que faz com que o auditor deixe de receber trimestralmente e passe a receber mensalmente. É um projeto, junto com o 05, que trouxe uma polêmica grande para o plenário, polêmica já debatida aqui, já debatida em outros espaços, e que deve passar pelo crivo dos votos dos deputados. Tem emendas de deputados, emendas que serão apreciadas como item 2 e item 3, sendo o item 2 uma emenda específica e o item 3 um conjunto de emendas.

É importante que cada um aqui, como nós não temos mais tempo de debate, faça a sua escolha na hora do voto.

Uma segunda questão que eu queria aproveitar aqui neste encaminhamento de votação é dizer que nós estamos esperando o tsunami. Eu não sei se será um grande tsunami, com ondas gigantes, ou se só teremos tremores. Em todo caso, o governador Doria está aproveitando esse momento de tsunami para, em Nova Iorque, se colocar como um grande estadista, falando das privatizações, procurando parceiros para investimento no Estado, ações que ele já fez como prefeito outrora, mas que, infelizmente, não tiveram absolutamente nenhum resultado.

Aliás, todas as propostas de privatização, de parceria, de concessões, tirando o mercado de Santo Amaro, que pegou fogo, nenhuma delas vingou, com todas as dificuldades que tem uma cidade como São Paulo para fazer parceria, concessão, privatização e assim por diante.

Agora, a gente está às vésperas de discutir o Projeto 01, com uma aglutinativa construída pela liderança do Governo, deputado Carlão Pignatari, com toda a sua capacidade e com a sua articulação política. Este plenário também vai ter que decidir sobre esse projeto, que pode mexer com a vida de 3.607 funcionários, que têm acompanhado esse debate aqui já ao longo desses 57 dias que o governo não conseguiu ainda vencer para aprovar. Aliás, hoje nós completamos 57 dias sem que o governo tenha aprovado esse projeto.

A aglutinativa, já foi dito aqui por outros deputados, inclusive pelo líder da minha bancada, deputado Barba, que a proposta foi tirar a Dersa desse pacote, mas manter as outras cinco empresas, ainda na opinião do Partido dos Trabalhadores, da pior forma possível, por falta de clareza, por falta de aprofundamento no debate e, pior, porque o governador foge desse debate e transfere a responsabilidade para os parlamentares, o que me parece ser muito temerário, até por falta de conhecimento e de profundidade dessas empresas.

Aliás, o governador falta com a responsabilidade, deputado Mecca, não só no projeto, mas quando quer tratar os deputados com puxões de orelha. Eu vi o vídeo, deputado Mecca, da posição do governador com relação às críticas que o senhor tem feito a ele e fiquei me perguntando: qual é a moral que tem o governador para puxar a orelha do senhor em público, num evento no Palácio? Aliás, de puxar a orelha de qualquer um dos deputados aqui. 

São dois eventos, deputado Gil, dois. Aliás, eu vou aproveitar. O primeiro foi no Palácio, com testemunha. Não sei se o deputado Mecca foi informado, mas tinha testemunha. E o segundo aqui, na reunião com os deputados, que também está gravado. É impressionante. O governador foi eleito para executar, para cumprir as normas do estado, para respeitar a Constituição, não para advertir deputados.

Aliás, essa tribuna é sagrada, porque aqui o deputado tem a imunidade da palavra. O senhor pode continuar criticando o governador, principalmente quando ele não cumpre aquilo que declarou na campanha, que era a questão de pagar melhores salários para os profissionais da Segurança Pública, da Educação, da Saúde, quando disse que ia cuidar do Estado. 

O que eu tenho visto, na realidade, é ele pintar o Palácio de preto para tentar matar cupim que não consegue, tem tentado privatizar seis empresas e depois de 57 dias ainda não conseguiu. Eu sei do esforço que faz o líder do Governo, o deputado Carlão Pignatari, para tentar aprovar essa emenda aglutinativa.

Agora, por outro lado, nós temos resistido, porque a bancada do Partido dos Trabalhadores decidiu obstruir os projetos do governo. Primeiro, porque nós temos interesse muito grande em discutir a CPI da Dersa; e tem aqui, inclusive, compromisso público do líder do Governo de que essa CPI será aprovada como a sexta CPI. Segundo, porque é fundamental trazer o debate para a Assembleia Legislativa de uma empresa que, ao longo de anos, virou um foco gravíssimo de corrupção.

E se, por um lado, o governador não tem nenhuma responsabilidade pelo que aconteceu, por outro, a Assembleia tem toda a responsabilidade de aprofundar o debate, de ouvir as partes, de discutir o que está acontecendo ou o que aconteceu ao longo desses anos naquela empresa. Inclusive, esclarecendo fatos que ainda não foram esclarecidos.

Por isso, a bancada do PT está em obstrução aos projetos do governo, para que a gente possa avançar no debate da CPI e também ampliar esse debate sobre a extinção, liquidação e fusão das empresas que foram apresentadas no Projeto 01. E já tem uma aglutinativa, de que nós não tivemos ainda conhecimento. Quem sabe, ao longo do dia de amanhã, a gente possa conhecer essa aglutinativa, que parece que existe, mas ainda não foi dada publicidade.

Por isso, a bancada do PT tem feito a obstrução necessária e espera, claro, contar com os outros parlamentares que entendem a importância de fazer um amplo debate com relação ao 01. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, eu visitei Ribeirão Preto nesse final de semana. Me vi reunido, lá, com os médicos do HC, que passa por uma situação muito difícil, devido às contratações de médicos, enfermeiros. E o secretário Henrique, da Secretaria da Saúde, através de assessoria, informou que devido a um decreto do governo Alckmin, autarquia não pode estar contratando. Mas que em 20 dias ele vai tentar fazer a contratação provisória e depois, aí sim, fazer os concursos públicos, para que o HC de Ribeirão Preto continue com o belo trabalho de transplante de fígado, que é referência no Estado.

Então, Carlão, obrigado ao secretário; parabéns a ele. E aguardamos, então, que realmente o secretário resolva esse problema. Obrigado, presidente.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, queria saudar, cumprimentar e dar meus parabéns ao deputado Conte Lopes. Fui seu eleitor na vereança da cidade de São Paulo. Em nome da bancada do PSL, nossos sinceros parabéns, comandante. Envergou a Farda Cinza Bandeirante, da Polícia Militar, e é motivo de orgulho para nós.

E não podia deixar passar batido, também... Em nome da bancada do PSL, saudar o senhor Almir e a dona Cilene, e os irmãos do Douglas Garcia. Conhecia onde vocês moravam, no Buraco do Sapo, ali na zona sul. Eu tenho certeza de que o Douglas Garcia é motivo de orgulho para a nossa bancada. E com toda a certeza é motivo de orgulho para a família de vocês. Meus parabéns.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Sr. Presidente, com anuência dos demais líderes, pedir o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Convocação: Srs. Deputados, Sras. Deputadas, nos termos do disposto no Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos do Regimento Interno, convoco reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Redação e Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje, às 18 horas e 10 minutos, no salão nobre da Presidência, com a finalidade  de apreciar o Projeto de Resolução no 15, de 2019.

Questiono os líderes do plenário se concordam com o levantamento da presente sessão. Havendo concordância das lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje, lembrando-os ainda da sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 19 horas.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 17 horas e 59 minutos.

 

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