15 DE MAIO DE 2019
41ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CORONEL TELHADA e CASTELLO BRANCO
Secretaria: CASTELLO BRANCO
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência e abre a sessão. Convoca sessão
extraordinária a ser realizada hoje, às 19 horas. Anuncia correção da redação
final do PL 1145/17.
2 - CASTELLO BRANCO
Informa que a Escola Estadual Giuseppe Formigoni, de Santa
Adélia, fora eleita a melhor do Estado, segundo o Idesp, indicador de qualidade
do ensino. Lista características da escola. Parabeniza a comunidade escolar.
Afirma-se formado em pedagogia. Valoriza a Educação, como meio de transformação
da sociedade.
3 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Anuncia a visita de alunos de Direito da PUC/São Paulo.
Cancela sessão solene anteriormente convocada para o dia 20/05, às 20 horas,
para "Homenagem ao Dia da Comunidade Turca", por solicitação do
deputado Carlão Pignatari.
4 - CASTELLO BRANCO
Assume a Presidência.
5 - CORONEL TELHADA
Parabeniza a cidade de Monte Alto pela data comemorativa de
seu aniversário. Informa que em 15 de maio de 1975 mulher japonesa alcançou o
cume do Everest. Anuncia o assassinato de policial militar, em Belém, no Pará.
Transmite condolências à Polícia Militar do citado estado. Defende a derrubada
do veto a projeto, de sua autoria, que visa à colocação de câmeras de segurança
em transporte coletivo. Comenta artigo jornalístico sobre o acesso da polícia
ao sistema de câmeras de condomínios, a favor da Segurança. Clama por reajuste
salarial para o funcionalismo público, especialmente para policiais militares.
6 - ENIO LULA TATTO
Discorre a respeito da paralisação de universidades contra o
corte de recursos para o ensino superior, anunciado pelo governo federal.
Critica o presidente Jair Bolsonaro. Estabelece relação entre a Educação e o
desenvolvimento do País. Lembra mandamento constitucional sobre a citada Pasta.
Parabeniza os estudantes e reitores envolvidos nas manifestações desta data.
7 - CAIO FRANÇA
Manifesta preocupação com a degradação das rodovias SP 226 e
SP 193, no Vale do Ribeira. Lamenta episódio de vandalismo na Escola Estadual
José Vicente Bertoli, em Pariquera-Açu. Clama pela punição dos criminosos. Defende
políticas públicas que favoreçam a segurança no entorno de escolas públicas.
8 - LECI BRANDÃO
Saúda visitantes presentes nas galerias. Comenta discussão em
reunião para tratar da CPI das Universidades, nesta Casa. Anuncia o lançamento
da Frente Parlamentar Privatização e Defesa do Patrimônio e dos Serviços
Públicos de Qualidade. Comenta paralisação em curso hoje, em todo o país, em
prol da Educação, contra medida do governo federal. Enaltece o valor do ensino
e da sabedoria. Defende a liberdade de expressão e o respeito entre os
parlamentares.
9 - CONTE LOPES
Comenta opinião do Ministério Público sobre o trabalho da
Polícia Militar, informada pelo jornal "Folha de S. Paulo", hoje.
Argumenta que há baixo efetivo. Lamenta a não realização de concursos públicos
para o setor. Acrescenta que há demanda por infraestrutura, inclusive para a
Polícia Civil. Clama pela valorização salarial das forças de Segurança.
10 - ISA PENNA
Critica o PL 1/19. Elogia as empresas listadas no projeto.
Lamenta o corte no ensino, anunciado pelo governo federal. Assevera que há
monopólio na educação privada. Manifesta-se contra o regime de capitalização da
Previdência, pretendida pelo governo federal, por favorecer o enriquecimento de
instituições financeiras. Defende a Educação e greve geral contra o governo
Jair Bolsonaro.
11 - DR. JORGE LULA DO CARMO
Saúda visitantes presentes nas galerias. Manifesta-se contra
o PL 1/19. Afirma que há um processo de desmonte de programas sociais. Elogia o
programa Minha Casa Minha Vida, criado no governo Lula. Comunica que o governo
Doria pretende reduzir para 3% o subsídio para a construção de casas populares.
Acrescenta que o déficit habitacional no país é de 7,8 milhões de unidades
habitacionais.
12 - CORONEL NISHIKAWA
Informa que hoje recebera o presidente do Sindicato dos
Peritos Criminais, para tratar de reivindicação da categoria, quanto à nomeação
de servidores. Enaltece a relevância da equoterapia. Exibe vídeo sobre resgate
de criança, levado a efeito por policial militar. Comenta serviços prestados
pela Polícia Militar.
GRANDE EXPEDIENTE
13 - RAFA ZIMBALDI
Comemora a nomeação de Dom João Inácio Müller para a
Arquidiocese de Campinas. Parabeniza os estudantes brasileiros pelos atos em
oposição aos cortes orçamentários na Educação, realizados no dia de hoje. Tece
considerações sobre o andamento, a seu ver demorado, dos trabalhos nesta Casa.
14 - SARGENTO NERI
Exibe e comenta vídeo de ocorrência durante a qual dois
policiais foram agredidos. Cobra do governador João Doria a concessão de
reajuste salarial aos agentes da Segurança. Acusa a legislação e o regulamento
da Polícia Militar de dificultar o trabalho policial. Exige que o comando da
Polícia leve em consideração a realidade dos agentes que atuam nas ruas. Alude
ao vídeo mostrado pelo deputado Coronel Nishikawa.
15 - ADRIANA BORGO
Discorre sobre reunião, que considera produtiva, da Comissão
de Segurança Pública. Pede a seus pares que se unam em prol de matérias do
interesse da população. Declara voto contrário ao PL 1/19. Menciona a entrega
da medalha "Eterno Herói", realizada no dia 10/05, nesta Casa. Cobra
do Governo o atendimento às demandas dos agentes da Segurança. Comenta a
situação dos policiais presos e de suas famílias.
16 - RICARDO MELLÃO
Faz reflexão sobre o papel do Estado, que, a seu ver, deveria
concentrar sua atuação apenas em setores essenciais. Avalia que, nesta Casa,
não existe representação das demandas da maioria da população contribuinte.
Apresenta dados financeiros das empresas afetadas pelo PL 1/19, ressaltando o
prejuízo acumulado por elas ao longo dos anos.
17 - DANIEL JOSÉ
Critica a justificativa política dos atos realizados por
estudantes no dia de hoje. Argumenta que a reforma da Previdência é necessária
para solucionar os problemas orçamentários enfrentados pelo País.
18 - GIL DINIZ
Lamenta que não sejam mais comemorados o Dia das Mães e o Dia
dos Pais em algumas escolas públicas. Defende que as datas sejam incluídas no
calendário oficial do Estado. Relata episódio, relacionado ao assunto, na
escola em que seus filhos estudam. Afirma que a família está sendo afastada do
convívio escolar. Critica o prefeito da Capital, Bruno Covas. Informa sua
presença em comemoração da Polícia Militar.
19 - DOUGLAS GARCIA
Parabeniza o presidente Jair Bolsonaro por alterações na Lei
Maria da Penha. Tece críticas aos atos estudantis no dia de hoje, que considera
ilegítimos. Declara ter recebido diversas denúncias de alunos e professores que
foram impedidos de entrar nas escolas. Afirma que as entidades estudantis foram
aparelhadas por grupos de esquerda. Defende o projeto Escola sem Partido (aparteado
pelo deputado Agente Federal Danilo Balas).
20 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência.
21 - GIL DINIZ
Solicita o levantamento dos trabalhos, por acordo de
lideranças.
22 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Defere o pedido. Lembra a realização da sessão
extraordinária, com início previsto para as 19 horas de hoje. Convoca os Srs.
Deputados para a sessão ordinária do dia 16/05, à hora regimental, com Ordem do
Dia. Levanta a sessão.
*
* *
-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Telhada.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Presente o
número regimental de assinaturas, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, sob a
proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a
leitura da Ata da sessão anterior e convida o nobre deputado capitão Castello
Branco para ler a resenha do expediente.
O SR. CASTELLO
BRANCO - PSL - Leitura do expediente: indicação do deputado Sargento Neri. Nos termos do
Regimento Interno, determina que a Secretaria de Segurança Pública do Estado
tome as providências necessárias a fim de viabilizar o aumento do efetivo de
policiais civis no município de Tupã.
Indicação do deputado Rodrigo Gambale, nos termos
regimentais. Através dos órgãos competentes, disponibilizar uma unidade de
Poupatempo para o município de Itaquaquecetuba. Está lida a resenha, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, Sr. Deputado. Antes de iniciarmos o Pequeno Expediente, eu tenho
alguns ofícios para dar ciência à Casa.
Primeira comunicação: Sras. Deputadas e
Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco
V. Exas. para uma sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 19 horas, com a
finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:
Item 1 - Projeto de lei no
01, de 2019, de autoria do Sr. Governador, que autoriza o Poder Executivo a
adotar providências relacionadas à inclusão das sociedades que especifica no
Programa Estadual de Desestatização.
Também temos aqui um outro documento,
assinado pelo presidente da Casa, deputado Cauê Macris: “Srs. Deputados, Sras.
Deputadas, esta Presidência faz saber ao plenário que a Mesa, com fundamento no
Art. 218, parágrafo 3o, do Regimento Interno, procedeu à correção da
redação final do Projeto de lei nº 1.145, de 2017, de autoria do nobre deputado
Campos Machado, que dá a denominação de Nelson Foresto ao dispositivo de acesso
com o viaduto localizado no Km 157 da Rodovia Marechal Rondon - SP 300, em
Tietê, aprovado conclusivamente pela Comissão de Transportes e Comunicações em
30 de abril, último passado”.
A
correção em questão consiste nas seguintes redações para a ementa e para o Art.
1º. Ementa: “denomina-se Nelson Foresto o dispositivo de acesso e retorno com o
viaduto SPD 157/300, localizado no Km 157, 200 da Via Rondon, SP 300, em Tietê.
Art. 1º - Passa a denominar-se Nelson Foresto o dispositivo de acesso e retorno
com o viaduto - SPD 157/300, localizado no km 157,200, da Via Rondon - SP 300,
em Tietê. Sala das Sessões, em 13 de Maio de 2019”. Assina o deputado
presidente Cauê Macris.
Vamos,
portanto, ingressar no Pequeno Expediente. Dos oradores inscritos, o primeiro
orador é o deputado Castello Branco. Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco
minutos.
O
SR. CASTELLO BRANCO - PSL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Veneráveis amigos que estão hoje aqui no plenário e na
galeria, bem-vindos. Deputados, Sr. Presidente da Mesa, parlamentares,
telespectadores da TV Alesp, hoje trazemos uma notícia muito feliz, um “case”
de sucesso. Não é sempre que a gente pode aqui compartilhar com vocês momentos
de alegria, desta vez na área da Educação.
Trata-se da Escola
Estadual Giuseppe Formigoni, na cidade de Santa Adélia, uma cidade de 15 mil
habitantes, na região de Catanduva e São José do Rio Preto, cerca de 350
quilômetros de São Paulo, que foi eleita a melhor escola do estado de São
Paulo. Para vocês terem uma ideia, no ano de 2011, o ensino médio dessa escola
era considerado o pior do estado; hoje, em 2019, a melhor de toda a rede
pública, segundo o Idesp.
Idesp é o Índice de
Desenvolvimento da Educação no Estado de São Paulo, um indicador que avalia a
rede pública, segundo critérios de qualidade. Na avaliação destes critérios de
qualidade, a escola é considerada - é um critério bastante rígido, inclusive -
uma escola de altíssimo desempenho, principalmente dos alunos que prestaram os
exames no Saresp, bem como o fluxo escolar.
Ainda na retrospectiva
desse caso de sucesso, em 2011, a escola ficou entre as piores do ensino médio,
com índice de nota 2,8. Agora, atingiu o total de 6. A nota máxima nesse
indicador é 7. A escola atingiu, então, entre todas as escolas paulistas, o seu
melhor rendimento. A pergunta é: como eles conseguiram?
Nós havíamos trazido um
vídeo, que é uma reportagem da Rede Globo, que, infelizmente, por problemas
técnicos, não poderá ser apresentado. Ficará para um outro expediente, mas eu
resumiria, basicamente, em três fatores, entre outros: qualificação do
professor, motivação, novas tecnologias e metodologias que foram usadas, o novo
olhar sobre o processo educativo.
Eles adotaram a lousa
integrativa, chamada lousa inteligente, a “Smart Table”, melhorias na sala de
aula, aquisição de novos livros, o estímulo a frequentar a biblioteca. O
interessante é que essa escola possui classes de inclusão com alunos autistas e
outras síndromes, alunos que têm dificuldade de aprendizagem, ou seja, a escola
se tornou um modelo a ser seguido, não só na aula regular, como também no seu
reforço visando os exames do Enem e outros exames vestibulares.
Nossos parabéns à sua
diretora, Sra. Maria Jandira Cason, a todos os professores, funcionários de
apoio e, principalmente, aos alunos e à comunidade escolar que, como um todo,
contribuíram para o sucesso da Escola Giuseppe Formigoni.
Giuseppe
Formigoni foi um imigrante italiano, que, por si só, valeria uma outra inserção
neste plenário, que deu um grande exemplo na sua época, doando grandes
quantidades de terra e sendo um grande fomentador da Cultura na sua região. Que
essa conquista sirva de exemplo para outros segmentos.
Vocês sabem
que, além de militar do Exército, sou oriundo da área de Educação? Professora
Janaína e Coronel Telhada, foram 22 anos na área de Educação, tenho formação em
pedagogia, orientação educacional, psicopedagogia, supervisão escolar, atuei
bastante nesses segmentos, sou um fã de Educação, e acredito que é o único meio
capaz e sustentável de transformar a Nação.
Quem dera um
dia o Brasil tenha um projeto de Educação, um Plano Nacional de Educação de 100
anos que, independente de qualquer partido político, possa ser implantado com
sucesso. Isso nos garantiria um novo País, uma nova geração.
Novamente,
parabéns a Santa Adélia, parabéns a escola Giuseppe Formigoni. Brasil acima de
tudo. Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado,
senhor deputado. Solicito que o senhor permaneça junto comigo aqui para assumir
posteriormente a Presidência, para que eu possa falar.
Tenho duas comunicações a fazer aqui à
Casa. A primeira comunicação, quero aqui dizer aos senhores e senhoras
deputados que nós estamos recebendo os alunos do curso de direito da PUC São Paulo.
São os senhores e senhoras aí? Sejam bem vindos. A responsável é a professora
Helga Klug Doin Vieira. É isso? A professora Helga quem é? Está presente? Não?
Mesmo assim, sejam bem-vindos. É um prazer recebê-los aqui nesta Casa. Espero
que tenham uma ótima permanência aqui. Deus abençoe a todos.
Senhoras deputadas e senhores
deputados, esta Presidência, atendendo solicitação do nobre deputado Carlão
Pignatari, cancela a sessão solene convocada para o dia 20 de maio, às 20
horas, com a finalidade de homenagear o Dia da Comunidade Turca.
Solicito que o deputado capitão
Castello Branco assuma, por gentileza, a presidência dos trabalhos.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Castello
Branco.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PSL - Seguindo a
ordem dos oradores inscritos. Sr. Paulo Lula Fiorilo. (Pausa.) Professora Bebel
Lula. (Pausa.) Coronel Nishikawa. (Pausa.) Deputado Rafa Zimbaldi. (Pausa.)
Coronel Telhada. Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.
O
SR. CORONEL TELHADA - PP -
Muito obrigado, Sr. Presidente,
quero saudar os senhores e senhoras deputadas aqui presentes, os assessores e
funcionários presentes também, todos que estão aqui no plenário, sejam
bem-vindos, é um prazer recebê-los.
Quero saudar
aqui a cabo Eliane, em nome de quem saúdo nossa Assistência Policial Militar.
Agradecer o trabalho de vocês. A todos que nos assistem pela TV Assembleia,
saudar hoje a cidade de Monte Alto, que é a cidade aniversariante. A cidade de
Monte Alto hoje completa mais um aniversário. Um abraço, então, a todos amigos
e amigas dessa querida cidade. Contem com o nosso trabalho aqui na Assembleia Legislativa.
Hoje também,
dia 16 de maio, se completa para as mulheres... Fazer um elogio às mulheres,
porque muita gente gosta de criticar e bater em mulher. Ao contrário, nós não
só valorizamos, como elogiamos e trazemos os fatos das mulheres também. Então,
hoje, para quem não sabe, no dia 16 de maio de 1975, foi a primeira vez que uma
mulher conquistou o Monte Everest.
Mulher brava.
Eu não tenho a manha, não. Tem, capitão? Conquistar o Monte Everest? A mulher
não é fraca, não. Foi alpinista japonesa Junko Tabei. Ela entrou para a
história no dia 16 de maio de 75, como a primeira mulher a atingir o cume da
montanha mais alta do mundo, o Monte Everest, no Nepal com 8.848 metros de
altura.
Quero saudar
todas as mulheres aqui. Domingo passado foi o Dia das Mães, e nós valorizamos
sim as nossas mulheres. Eu tenho quatro mulheres, minha mãe, minha mulher,
minha filha e minha neta. Então, minha vida é complicada com essas quatro
mulheres. Um beijo para todas aí.
Infelizmente,
nós temos mais uma fatalidade a comunicar. Mais um policial militar morto,
negro, pobre, da periferia. Bem negro. Negro, pobre, da periferia. É o sargento
da Polícia Militar Josivaldo Andrade da Silva, de 49 anos. Foi assassinado
terça-feira, ontem, lá no distrito de Outeiro, em Belém do Pará.
O que aconteceu
com o Josivaldo foi justamente o que aconteceu comigo no dia 31 de julho de
2010, ele sofreu um atentado. Só que, infelizmente, ele não deu a sorte que eu
dei, porque estou vivo ainda. Ele estava chegando na residência dele, no
distrito de Outeiro, em Belém, na rua Tucumaera, quando vários homens armados
se aproximaram e efetuaram diversos disparos de arma de fogo contra ele. Ele
chegou a ser socorrido, mas faleceu. Ele tinha 49 anos de idade, estava na
Polícia Militar há 28 anos e trabalhava na Polícia Militar Ambiental.
Nossos
sentimentos à Polícia Militar de Belém do Pará pela grave ocorrência,
resultando na morte do sargento Josivaldo Andrade da Silva, de 49 anos. Mais
uma fatalidade.
Para fechar eu
queria mostrar só mais uma notícia que legitima as nossas ações e,
principalmente, os nossos projetos. Tenho um projeto nesta Casa que foi votado
por todos os deputados. Foi para a mão do governador e não foi sancionado pelo
governador Geraldo Alckmin. Até hoje não sei por quê.
Era o projeto
de câmeras em transporte coletivo. Visando não só evitar o absurdo que as
mulheres passam no transporte coletivo: as violências, as humilhações que essas
mulheres passam, no transporte coletivo, por covardes que depois fogem ou
acabam se aproveitando do anonimato. As câmeras evitariam ou, pelo menos,
diminuiriam esse tipo de problema, as câmeras de vídeo e monitoramento.
Também para
problemas de roubo a ônibus, motorista que excede na velocidade. Pessoas que
querem tocar fogo no ônibus seriam identificadas. Mas, infelizmente, o nosso
projeto foi vetado pelo governador. Estamos tentando derrubar o veto. Só para
mostrar a necessidade disso aqui. É o que acontece na cidade de São Paulo.
Você consegue
filmar aqui para mim, por favor?
Sobre
videomonitoramento: a Polícia terá acesso ao sistema de câmeras de condomínios.
Aqui fala do projeto da cidade de São Paulo, o City Câmeras, com o projeto SP
Mais Segura. Está fazendo um intercâmbio com todos os condomínios, com a
Associação dos Condomínios. Onde serão usadas as câmeras de videomonitoramento
para a identificação de criminosos e para ajudar na Segurança Pública na cidade
de São Paulo.
É necessário
porque a participação de todos é muito importante. Não só a Polícia combate a
criminalidade. Mas todos os cidadãos conseguem ajudar a Polícia nesse combate.
Aqui fala que
essa representação da associação, a AABIC, congrega aproximadamente 16 mil
condomínios que serão acrescentados no Projeto City Câmeras, da Prefeitura de
São Paulo. Mais 25 mil câmeras que, com certeza, ajudarão a inibir o crime.
Aqui a gente
faz projeto para colocar câmeras de videomonitoramento em ônibus e transporte
coletivo. É recusado. Temos um projeto, também, de se colocar
videomonitoramento na porta das escolas, para evitar o absurdo que acontece na
porta das escolas: criminosos, tráfico de entorpecentes, violência.
E, também, a
gente não consegue fazer prosperar esses projetos. Porque parece que a turma
não quer ajudar o povo. A gente faz projeto para ajudar o povo, mas parece que
não há interesse em ajudar o povo.
Fechando.
Somente solicitando ao governador João Doria que não esqueça os funcionários
públicos estaduais. Em especial da nossa Polícia Militar. Para que seja feito
um reajuste ainda nesse ano de 2019. É necessário que se faça um reajuste a
todo o funcionalismo nesse 2019. Principalmente para a nossa Polícia Militar.
Sr. Presidente,
desculpe o tempo excedido. Solicito ao serviço taquigráfico que, por gentileza,
mande cópias das minhas falas ao comandante geral da Polícia Militar do Pará
tendo em vista o falecimento do sargento na data de ontem.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PSL - Ainda no
Pequeno Expediente, dando continuidade à chamada dos oradores inscritos. Senhor
Emidio Lula de Souza. (Pausa.) Deputado Marcio da Farmácia. (Pausa.) Deputada
Carla Morando. (Pausa.) Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputado Enio Lula
Tatto. Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.
O
SR. ENIO LULA TATTO – PT -
Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público que nos assiste,
pessoal que nos acompanha, boa tarde. Quero cumprimentar todos os alunos que
estão presentes e seguem na luta, todos os dias, fazendo suas justas
reivindicações. Saibam que podem contar sempre com o apoio da gente.
Sr. Presidente,
subo à tribuna para falar sobre a paralisação, no dia de hoje, das
universidades e das escolas, contra o corte absurdo do governo Bolsonaro na
Educação. Ele não imaginava que ia acontecer isso. No Brasil todo, uma
manifestação maior que a outra.
Terminando esta
fala também vou me dirigir para a Av. Paulista, lá no Masp, onde começará a manifestação
aqui de São Paulo, já que nas escolas e nas faculdades isso aconteceu, e em
muitos locais, hoje de manhã.
É um absurdo o
que está acontecendo no País. Este governo é uma tragédia; uma tragédia que
afeta o Brasil. O cara que tem na cabeça que cortando 30% da Educação das
universidades... Esse é um cara que não
quer ver um país desenvolvido, é um cara que não quer ver um país avançado. E a
resposta é isso o que está acontecendo no dia de hoje no Brasil todo.
Manifestações enormes dos estudantes. E estudantes não só das universidades,
mas também das escolas públicas e das particulares, porque isso é um absurdo.
Você não tem desenvolvimento, você não tem pesquisas se você não investir em
Educação. E ele escolheu justamente a Educação para precarizar a situação do
Brasil em todos os aspectos.
Com Educação,
você tem a possibilidade de ter uma indústria mais forte, de você ter um
comércio mais forte, de você ter a agricultura mais forte. Isso tudo porque
você depende de pesquisa, de tecnologia. E como é que você vai tirar dinheiro?
Você vai esvaziar a área da Educação? Realmente, é um governo que não pensa, é
um governo que não tem projeto para o País. Eu tenho certeza de que isso que
está acontecendo hoje vai aumentar a cada dia se ele não recuar. Infelizmente,
é isso que vai acontecer.
Vivemos uma
bagunça... É como o presidente Lula
falou: é um bando de loucos que está no governo federal. Ontem houve 12
deputados que pediram audiência com ele. O presidente, na frente dos deputados,
ligou para o ministro falando que ia recuar, que ia voltar atrás, que não ia
fazer mais esse corte. Os deputados saíram de lá contentes. E não eram
deputados do PT, do PCdoB, do PSOL, não. Eram deputados da base aliada,
inclusive do PSL. Chegaram lá, avisaram, comunicaram o Congresso todo, a
Câmara, o Senado; e imediatamente chegou uma outra notícia que a deputada
Joice, aqui de São Paulo, falou que não era nada daquilo, que aquilo que o
governo falou, que o Bolsonaro falou não ia acontecer.
Estamos assim,
em meio a uma bagunça que a cada dia tem uma novidade negativa para o povo
brasileiro. Cortar 30% da Educação é um absurdo. E não adianta vir aqui na
tribuna, não adianta vir justificar que não é um corte, mas sim um
contingenciamento.
Deputado Jorge,
você acha que a economia do jeito que está, que todos os dias só apresenta
índices negativos, você acha que nessas condições faz sentido esse corte de
30%? Além disso, é cortar onde não pode, onde é constitucional. A Constituição
de 88 determinou que você não pode tirar dinheiro da Educação. E ele está
fazendo justamente isso.
Esse governo é
despreparado, desqualificado, um bando de incompetentes que a cada dia tem uma
notícia negativa, notícias geradas pelo próprio governo. Ou são da família, ou
do ideólogo deles que nem mora no Brasil, ou dos seus ministros. Infelizmente,
é essa a situação que o Brasil está vivendo. E agora ele mexeu naquilo que
jamais deveria mexer que é na questão da Educação. E a resposta que ele está
tendo no dia de hoje, e pode ter certeza de que isso vai aumentar todos os
dias, vai crescer. É o povo na rua. Todo mundo contra essa atitude. E ele se
engana numa coisa: você pode ter certeza que esse povo que o elegeu, esse povo
que ia para a Paulista, vestido de camisa do Brasil, pode ter certeza de que esse
pessoal não vai lá defendê-lo. Então, ele está muito enganado de que os que o
elegeram por conta de uma tragédia e por conta do ódio vão defender o que ele
está fazendo no Brasil e, principalmente, o que ele está fazendo com a Educação
no Brasil.
Não aos cortes
na Educação. Parabéns à greve, parabéns aos estudantes, aos universitários, aos
reitores, parabéns ao povo, que está se mobilizando para evitar o corte de
recursos da Educação.
O
SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PSL - Muito
obrigado, deputado Enio Lula Tatto.
Prosseguindo na lista de oradores
inscritos no Pequeno Expediente, Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Delegado
Bruno Lima. (Pausa.) Deputado Frederico d'Avila. (Pausa.) Deputado Edmir
Chedid. (Pausa.) Deputado Caio França. Vossa Excelência tem o tempo regimental
de cinco minutos.
O
SR. CAIO FRANÇA - PSB
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, fazer uma saudação
aqui a todos os servidores que nos acompanham pelas galerias desta Casa,
presidente, o que me traz à tribuna hoje são algumas situações preocupantes
aqui no Vale do Ribeira, uma região bem distante aqui dos grandes centros, mas
que eu, claro, tenho muito carinho e sou muito grato.
Primeiro, de
duas estradas vicinais. Eu tive a oportunidade ontem de falar com o secretário
Marco Vinholi, numa reunião com os prefeitos do Codivar, que reúne os prefeitos
do Vale do Ribeira.
A primeira
delas, da SP-226, que liga Pariquera-Açu até a cidade de Cananéia. Cananéia, em
especial, é uma cidade que depende muito do turismo, do setor de serviços. E a
SP-226, que faz essa ligação, está numa situação caótica.
No feriado da
Páscoa, um movimento de moradores paralisou a estrada durante algumas horas
pelas condições nas quais ela estava. Eu tenho usado a internet para poder
mostrar as condições da estrada; são lamentáveis, com buracos. E que havia já uma
licitação, que foi deixada do governo anterior, e que até o momento não foi
dado sequência.
Uma obra de
mais ou menos dez milhões de reais para fazer a revitalização de toda essa
estrada. O que é fundamental, porque as prefeituras, todos aqui sabem, não têm
a menor condição de dar uma manutenção a essas estradas como elas merecem.
Então, o
primeiro pedido é para a SP-226. Eu reitero aqui o que já falei com o
secretário Vinholi, falei com representantes da Secretaria de Estradas e
Rodagem, com o DER. Enfim, já falei com todo mundo que é responsável.
Mas, reitero
esse pedido da tribuna desta Casa. E também quero fazer a solicitação da
SP-193, que liga Jacupiranga a Eldorado, que também é uma estrada que está numa
situação catastrófica.
Não é de hoje
que a gente faz o pedido aqui para o Governo do Estado.
E para
concluir, presidente, ontem, um episódio muito lamentável, numa escola
estadual, na Escola José Vicente Bertoli, na zona rural da cidade de Pariquera,
no bairro de Angatuba. Infelizmente, a escola foi vítima de mais um episódio de
vândalos, que acabaram incendiando parte da escola e deixando toda a parte de
professores, funcionários, alunos e pais de alunos numa preocupação tremenda.
Então, fica
aqui a nossa preocupação e o nosso pedido para que as escolas estaduais tenham
mais segurança no seu entorno. A gente precisa criar alguma maneira, ou de as
prefeituras em parceria com o Governo do Estado, ou o Governo do Estado, por si
só ... até porque não dá para exigir das prefeituras, em especial, das menores
cidades, segurança, enfim, porque as prefeituras mal têm condições de já bancar
os seus servidores, e não podemos pensar em dar mais despesa para eles.
Então, o
Governo do Estado tem que pensar em como dar mais segurança, seja através de
câmeras de monitoramento na frente das escolas, seja através de rondas
escolares mais frequentes nas escolas, seja através de parceria para poder,
através de convênio, conseguir fazer a contratação de novos funcionários, que
possam fazer a entrada e saída das escolas.
Enfim, o
governo tem que dar uma solução, porque, mais uma vez, a escola estadual foi
vítima de vândalos que incendiaram parte da escola e que lamentavelmente a
biblioteca da escola, hoje, encontra-se numa situação deplorável, sem condições
de uso. Menos mal que foi uma pequena parte da escola, mas a gente lamenta
mesmo assim, porque é um local de ensino, um local em que as pessoas vão
trabalhar. Pariquera é uma cidade tranquila, no que diz respeito a assaltos,
pequenos furtos. É claro que já chegou para lá também o crime organizado, mas
em relação a grandes centros urbanos o Vale do Ribeira ainda é menos
problemático que os grandes centros urbanos. Mesmo assim já preocupa a
população do Vale do Ribeira as condições de segurança pública que acontecem, e
esse episódio, esse lamentável episódio acabou acontecendo.
Então, eu trago
aqui à tribuna desta Casa para também ajudar a não só elucidar o caso e que os
criminosos possam ser severamente punidos, mas que também o governo do Estado
possa dar uma solução. Nós tivemos aquele fatídico episódio ocorrido em Suzano,
que acabou tirando a vida de muitos inocentes. No Vale do Ribeira acontece
algo, claro em menores proporções, mas que demonstra a fragilidade do ambiente
escolar em que se encontram as escolas estaduais.
É isso, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PSL - Muito obrigado,
deputado Caio França.
Dando sequência à inscrição dos
oradores inscritos no Pequeno Expediente, nobre deputado Marcos Damasio.
(Pausa.) Deputado Vinícius Camarinha. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.)
Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Excelentíssima deputada Leci Brandão. Vossa
Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.
A
SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Excelentíssimo Sr. Presidente, deputado Castello Branco,
Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, público que nos
assiste pela nossa TV Alesp, público da galeria, queria primeiramente até
cumprimentar as pessoas que vêm a essa galeria diariamente para poder trazer as
suas demandas. São pessoas corajosas e que têm fé. A gente fica sempre torcendo
para que chegue o dia, não é nem da vitória, é o dia do merecimento, do direito
que as pessoas têm para poder ter um resultado positivo desta Casa. E a gente
está precisando ter resultados positivos, até porque a Casa passa por um
momento muito delicado. Ainda hoje, lá na CPI das Universidades, nós tivemos
mais uma vez momentos de discussão, momentos de estresse. E eu tomei a palavra,
hoje, só para tentar equalizar, tentar ver se os ânimos ficam mais calmos e se
as pessoas conseguem começar a CPI, porque a CPI até agora não foi iniciada.
Ela está tendo discussões políticas, presença de estudantes que estão para um
lado e para o outro; então, fica um dá vaia, outro bate palma. Está desse jeito
a Casa.
Bom, mas eu
queria dizer o seguinte: hoje finalmente é o lançamento da Frente Parlamentar
para discutir a questão da privatização e também para defender os serviços
públicos de qualidade. A gente entende que essa coisa do estado mínimo, umas
pessoas acham que isso vai trazer muitos benefícios para o Estado e para o
País, enfim, mas eu continuo ainda acreditando na importância do serviço
público. Acho que as pessoas têm que ser respeitadas e ouvidas, porque tem
gente que já trabalha há 30, 40 anos e não pode, de uma hora para outra, perder
o seu emprego.
Mas hoje o dia
é da educação. Todo mundo está falando na educação, e com muita justiça porque
é um dia em defesa da educação, é o início da greve da educação. Alunos,
professores, pais de alunos, diretores, inspetores, as pessoas estão tomando
muitos lugares em todo o Brasil para poder discutir e enfrentar essa posição do
ministro da Educação, que resolveu, é claro que com toda a permissão do
governo, tirar os 30% das universidades, atingindo principalmente não só
professores, mas principalmente pesquisadores. E a gente sabe que a pesquisa é
fundamental, a gente precisa disso para poder realmente fortalecer este País.
Eu fiquei surpreendida, inclusive, com o número de estados que estão fazendo
essas manifestações. Elas começaram com um número pela manhã, estão aumentando
agora no início da tarde e eu espero em Deus que aumente esse movimento, porque
ninguém pode começar a fazer coisas sem nenhuma responsabilidade e achar que
está tudo bem. Não é por aí.
Acredito que
esse governo, que foi eleito legitimamente pelo povo brasileiro, tem que
entender que as coisas não podem acontecer da forma que um filho quer e o outro
também. A gente não pode misturar a família nessa situação. Tudo que tem sido
dito é tão irresponsável, são coisas tão inaceitáveis que a gente fica
pensando: “Gente, será que estou mesmo no Brasil? Será que o Brasil está sendo
governado de verdade?”. Eu acho que não. Acho que o país está sendo desmontado.
Quem mexe para prejudicar a Educação não está pensando no futuro do país.
A educação e a
sabedoria são as únicas coisas que ninguém tira de você. Você pode perder
qualquer coisa material, mas o ensino, a sabedoria, isso vai com você. Você
morre com isso. A gente não pode prejudicar.
Acredito,
inclusive, que muita gente que está na rua hoje também votou no presidente. Não
adianta agora querer esconder e mudar a opinião, pois é inaceitável isso
também. Votaram e agora têm que discutir. Está indo para rua? Ótimo, que as
ruas fiquem lotadas, mas que a gente possa, dentro do símbolo da democracia,
fazer um exercício de poder falar, de poder discursar, porque já tem gente
dizendo que o aparato bélico tem que entrar em ação.
Não é por aí. A
gente não quer guerra. O Brasil não é um país que odeia as pessoas.
Transformaram o país nesse aspecto, todo mundo odiando todo mundo, famílias se
separando, vizinhos não se falando por causa de política.
Isso,
infelizmente, também está acontecendo aqui na nossa Casa. Em razão da questão
política, em razão das siglas, em razão das bandeiras, tem muita gente aqui que
perdeu o rumo. Estão faltando, inclusive, com respeito ao seu colega. São 94
parlamentares e todos eles têm que ser respeitados, todos eles têm que ter o
seu direito de falar e de defender a sua respectiva ideologia.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PSL - Muito
obrigado, nobre deputada Leci Brandão. Dando sequência à lista de oradores: deputado
Altair Moraes. (Pausa.) Deputada Monica da Bancada Ativista. (Pausa.) Deputado
Adalberto Freitas. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor.
(Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputada Erica Malunguinho.
(Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.)
Deputado Sargento Neri. (Pausa.) Deputado capitão Conte Lopes. Vossa Senhoria
tem o tempo regimental de cinco minutos.
O
SR. CONTE LOPES - PP - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, povo que nos acompanha da tribuna da Assembleia, hoje eu acompanhava
por meio do jornal “Folha de S. Paulo” o Ministério Público se pronunciando a
respeito do baixo rendimento da Polícia Civil com relação aos boletins de
ocorrência. Somente 14% virariam inquérito policial.
É importante
colocar que, nos últimos 20 ou 30 anos que estamos nesta Casa, a Secretaria da
Segurança Pública foi comandada pelo Ministério Público. A última pessoa ligada
à polícia, aos militares, de que me recordo foi o Erasmo Dias. Agora, está o general
Campos, mas nesse interregno, depois do Michel Temer, vieram sucessivos
promotores públicos ocupando a Secretaria da Segurança Pública.
Então, essa é
uma realidade, mas não podemos deixar de ver também o que aconteceu na polícia.
Um número baixo de policiais, não se abre concurso. No meu tempo, quando eu
estava na Rota ainda, você chegava a uma delegacia de polícia na zona norte,
sul, leste, oeste, centro. Tinha uma equipe de investigadores que pegavam a
ocorrência e trabalhavam a partir dali. Por baixo de efetivo, por número
pequeno de efetivo isso aí praticamente não existe. Quando tem alguma
ocorrência de destaque a gente vê a atuação do Deic, que são as especializadas.
Se for o caso
de homicídio, vai lá o DHPP ou o Denarc. Então, na verdade as delegacias estão
sem infraestrutura alguma, a maior parte até fecha a noite. Parece piada, mas
em São Paulo as delegacias fecham à noite.
Como eu disse,
quando o pessoal lá de Nova York esteve aqui em São Paulo e nós tivemos
oportunidade de acompanhá-los, o Bratton, que era comissário de Nova York, não
conseguia entender também como é que algumas delegacias fechavam. Porque
delegacia é igual a pronto-socorro. O cidadão precisa ele vai à delegacia, mas
chega lá na delegacia está fechada, por quê? Falta de efetivo.
Então, na
verdade não houve investimento na Polícia Civil. Não houve investimento, então
obviamente tem dificuldade de apurar os inquéritos policiais. Então, é uma
defasagem na Polícia Militar e também na Polícia Civil, sem falar no lado
salarial, porque como está o governador Doria lá em Nova York, só que o inicial
deles lá são três, quatro mil dólares. Aqui, são R$ 2.700,00. Então, existe uma
diferença muito grande de uma polícia para outra em termos salariais.
Essa é uma
grande verdade. Até aprovamos nesta Casa que o investigador de polícia, o
escrivão, precisam ter curso superior para ingressar na Polícia Civil. Ora, só
que o salário não é de curso superior, então não adianta nada. O que foi
aprovado aqui não adiantou nada.
Em
contrapartida, a gente viu que outras classes foram favorecidas, como os
defensores públicos, que nós aprovamos também aqui nesta Casa a criação da
Defensoria Pública, que acaba defendendo os bandidos, que os delegados e os
policiais prendem.
Hoje, os defensores
públicos têm o mesmo salário dos promotores e juízes, iniciando sua carreira
com 18, 20 mil reais, enquanto o policial R$ 2.500,00. Existe uma diferença
muito grande para aquele que prende e aquele que defende. Então, é importante a
gente colocar isso aí. A nossa luta aqui é continuar batalhando para que o
governador João Doria venha realmente pagar os salários melhores para a Polícia
Civil e Militar e também que aumente efetivo e dê condição de trabalho.
Obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PSL - Muito
obrigado, nobre deputado Conte Lopes. Dando sequência à lista de oradores
inscritos, deputado Dirceu Dalben. (Pausa.) Sra. Deputada Janaina Paschoal.
(Pausa.) Deputado Wellington Moura. (Pausa.) Deputado Ed Thomas. (Pausa.)
Deputado Major Mecca. (Pausa.) Nobre deputada Isa Penna. Vossa Excelência tem o
tempo regimental de cinco minutos.
A
SRA. ISA PENNA - PSOL -
Excelência, todas e todos os presentes, eu venho aqui hoje a esta tribuna
lamentar profundamente e fazer uma denúncia porque hoje, no dia em que um
tsunami da educação invadiu as ruas do Brasil clamando por acesso a direitos
públicos, a serviços públicos, na surdina, na covardia, o governo João Doria
coloca para votar a extinção de empresas públicas que vão fazer com que
milhares de famílias paulistas percam seus empregos.
Queria saudar
os trabalhadores da Emplasa que estão aqui presentes. Queria saudar os
militantes da Codasp. Para você que está me assistindo aí de casa, a Codasp
cuida de barragens. Aliás, agora mesmo inclusive tem um alerta em Belo
Horizonte de mais uma barragem que pode estourar e causar um massacre e um
desastre ambiental.
Portanto,
extinguir nesse momento empresas como a Emplasa, que tem informações que podem
ser estratégicas para o desenvolvimento econômico de São Paulo, que gera
empregos para o estado de São Paulo, extinguir a Codasp, que tem esse trabalho
que é tão essencial que a gente já viu o preço que se paga quando é mal feito.
Num dia como o de hoje, só poderia vir mesmo do Bolsodoria, só poderia vir do
Bolsodoria.
É lamentável,
Excelência, o anúncio de corte - e depois o desanúncio, esse governo que cada
vez mais vai demonstrando suas fragilidades -, de 30% do ensino. Esses cortes,
para quem não sabe, implicam em um corte de 914 milhões de reais na Educação
Básica, e, no geral, 5.714 bilhões no total cortados para a Educação. São quase
3.500 bolsas de mestrado e doutorado cortadas.
Aí eu me pergunto: sabe
quem é que lucra com isso, deputados e deputadas? As ações da Estácio e da
Kroton, que são os grandes grupos econômicos que monopolizam hoje a educação
privada no Brasil. Nós estamos falando do 1% que cuida da educação privada no
Brasil. O valor das suas ações na bolsa aumentou, e a cereja do bolo é que a
irmã do Paulo Guedes é vice-presidente da Associação das Universidades
Privadas.
Isso é muito parecido,
inclusive, com o que o João Doria fez na Prefeitura de São Paulo, de colocar o
amigo dele, que era presidente da Lide, grupo que ele fundou, para cuidar do
processo de desestatização da cidade. Muito conveniente, né? Para quem será que
vai? Quem será que lucra com isso?
Assim como, quando se
avança na reforma da Previdência, quem sobe na bolsa de valores são os bancos,
porque, prejudicando o INSS, toda família trabalhadora de classe média, toda
família trabalhadora que precisa hoje vai buscar o quê? A previdência privada,
e isso sobe as ações dos bancos. É por isso que o regime de capitalização da
reforma da Previdência dá lucro aos bancos.
É por isso que é
lastimável que esta Casa e que estes deputados aqui hoje não venham a esta
tribuna defender o desmonte da Educação Pública no Brasil. É lastimável que
hoje nós tenhamos... Eu era a 37ª inscrita, e ninguém veio falar aqui sobre os
cortes na Educação brasileira. Um povo que não tem Educação é um é um povo
alienado, é um povo que não tem memória e, portanto, fica refém das narrativas
de quem tem mais dinheiro para contar a história. É isso que acontece hoje no
Brasil, que não tem memória sobre a sua própria história, uma história de desigualdades,
de violência, de reparações que precisam ser feitas.
Por isso, viva a
Educação Pública! Que esse tsunami da Educação vá até o dia 14 de junho, quando
vai ser a greve geral. Aí sim, eu quero ver a classe trabalhadora, as
trabalhadoras, as mulheres, negras e negros, LGBTs nas ruas contra esse
projeto, porque é preciso parar Bolsonaro. Obrigada.
O SR. PRESIDENTE -
CASTELLO BRANCO - PSL - Muito obrigado, nobre deputada Isa
Penna. O próximo orador inscrito é o deputado Teonilio Barba Lula. (Pausa.)
Deputada Márcia Lula Lia. (Pausa.) Deputada Dra. Damaris Moura. (Pausa.)
Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputada Adriana Borgo. (Pausa.)
Terminada
a lista principal, entramos agora na Lista Suplementar. Deputado Ricardo
Madalena. (Pausa.) Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputado Delegado Olim.
(Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.)
Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado
Daniel José. (Pausa.) Deputado Coronel Nishikawa... Perdão, o Dr. Jorge Lula do
Carmo está na frente.
O SR. DR. JORGE LULA DO CARMO -
PT - Foi o
presidente que... Brincadeira, presidente. Boa tarde ao nosso presidente. Boa
tarde aos colegas aqui. Quero saudar, inicialmente, o pessoal da galeria e
reiterar: todas as vezes que subir a este plenário vou dizer que nós, da
bancada do Partido dos Trabalhadores, e este deputado votaremos contrários ao
PL 01/19. Não tenham dúvida disso, porque da maneira como foi proposto, nós não
iríamos mesmo... Estivemos aqui tentando - vocês são testemunhas disso -, mas
não dava para...
Parece-me
que soprou ao lado do Palácio dos Bandeirantes um vento favorável. Agora, salvo
melhor juízo, parece que votarão esse projeto com, registro, voto contrário da
bancada do Partido dos Trabalhadores.
Quero
saudar os servidores que, com muita competência, sempre nos assessoram
aqui. Quero saudar também todos os ouvintes da TV Alesp. Subi nesta
tribuna hoje, Sr. Presidente, não diferente dos colegas que me antecederam,
para falar, mais uma vez aqui, da escalada do desmonte dos programas
sociais. A deputada que me antecedeu falava exatamente, a Isa Penna, falava do
desmonte da Educação do governo federal e do governo estadual. Não é
diferente, Sr. Presidente.
Quem vê
essa matéria aqui, dá a entender que o governo vai investir na Habitação.
Governo quer mais FGTS no programa “Minha Casa Minha Vida”. Quem lê essa
matéria, só a manchete, a impressão que dá é de que o governo federal vai
colocar mais dinheiro, mas não é isso que de fato acontece, Srs. Deputados.
O
programa “Minha Casa Minha Vida” foi criado há dez anos, pelo então governo
Lula. Todos nós sabemos o quanto esse programa deu dignidade para muitas
famílias do Brasil inteiro. Só com um programa dessa magnitude e dessa natureza
se poderia alcançar a sua casa. Muitos que pagavam aluguel, muitos que moravam
em palafitas, muitos que moravam em áreas de risco, só com um programa dessa
grandeza social conseguimos reduzir o déficit habitacional, contratar cinco
milhões e meio de unidades. Dessas cinco milhões e meio, quatro milhões
foram entregues no programa “Minha Casa Minha Vida”.
Naquela
época, o subsídio, ou seja, o aporte do governo federal, o recurso que o
governo federal poderia colocar e deveria, se tivesse decisão política, como
fez, era de 25% do Tesouro, fora os outros recursos. Pós-golpe, Srs.
Deputados, esse aporte caiu para 17%, depois para 10% e hoje o governo Bolsodoria
reduz, quer reduzir para 3% apenas do recurso do governo, do Tesouro Nacional.
Isso é
um desmonte, é mais um desmonte. Digo mais: dos quatro milhões previstos para
Habitação de interesse social, 39% estão contingenciados. Ou seja, não
quer fazer casa popular, não tem esse interesse, não tem isso como política
pública social, inclusive. Nós não podemos nos calar. Nós temos que
entender que, de fato, o que significa isso é sacrificar cada vez mais as
pessoas que tinham esperança de um dia ter sua casa própria.
Então,
quero dizer que todos nós não podemos assistir e ver que realmente o governo
não tem, está guinando para entregar o patrimônio público, seja sucateando a
Educação, seja sucateando serviços sociais, seja sucateando o programa “Minha
Casa Minha Vida”.
O Sr.
João Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção,
diz que o programa “Minha Casa Minha Vida” está fora do script desse governo. Por isso, a
gente tem que dizer para vocês que não é possível que a gente ouça - veja a
escalada do desmonte dos programas sociais - e a gente não suba a essa tribuna
para falar e demonstrar a nossa indignação.
E para
concluir, Sr. Presidente, é preciso dizer: o déficit habitacional no Brasil, e
principalmente em São Paulo, que é o maior estado do Brasil, é de 7,8 milhões
de unidades habitacionais. Então, quando você vê um governo que vai na
contramão das necessidades do povo brasileiro, é exatamente para repudiar.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PSL - Muito
obrigado, nobre deputado Dr. Jorge Lula do Carmo. Convidamos agora, na sequência,
o deputado Coronel Nishikawa. Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco
minutos.
O
SR. CORONEL NISHIKAWA - PSL - Boa
tarde a todos: assessorias, nobres deputados presentes nesse plenário, pessoal
da Polícia Militar, Emplasa. Sempre estaremos juntos, unidos. Apesar de muita
gente falar que eu sou bombeiro, eu sou Polícia Militar. O meu partido, em
princípio: Polícia Militar do Estado de São Paulo. Nós iremos trabalhar por
todas as forças públicas, seja Polícia Civil, Polícia Técnico-Científica,
agentes penitenciários e guardas municipais.
Dito isto,
hoje, nós recebemos o presidente do Sindicato dos Peritos Criminais. A
reivindicação deles é: que os 648 peritos remanescentes de concursos
anteriores, já prorrogados pela segunda vez, sejam reaproveitados. Devem ter,
pelo informativo que eu recebi, 240 vagas ainda, que poderiam ser completadas.
Tanto a Polícia Militar, a Polícia Civil, os ASP - agentes penitenciários -
precisam de reposição. Todos os dias, tem gente se aposentando. E essa reposição
tem sido lenta, de forma que tem prejudicado o serviço operacional das polícias
e também de outros segmentos de Segurança Pública.
Hoje nós
assistimos, com grata satisfação... Ontem, foi falado sobre a equoterapia. E a
Polícia Militar foi uma das primeiras que adotaram essas medidas para recuperar
pessoas, até deficientes, que passaram por lá. Tiveram uma recuperação
gradativa, porém houve a recuperação. Se, por gentileza, puderem passar o nosso
vídeo aqui. Hoje, nós vamos falar sobre o resgate que policiais militares
realizam no seu cotidiano, no seu dia-a-dia.
* * *
- É feita a
exibição de vídeo.
* * *
Essa é a missão
da Polícia Militar; é estar na rua, enobrecendo e enaltecendo a nossa
organização. Esse é um dos serviços que nós prestamos. Tem o PROERD, tem vários
outros serviços no segmento. Tem os cães que, de forma muito positiva, ajudam
na localização de vítimas, como aconteceu em Brumadinho.
Então, a Polícia
Militar tem uma gama de bons serviços prestados à população. A população
deveria olhar com outros olhos os nossos policiais militares. É o que, neste
momento, nós tínhamos que fazer.
Muito obrigado, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE -
CASTELLO BRANCO - PSL - Muito obrigado, nobre deputado
Coronel Nishikawa.
Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente,
vamos passar ao Grande Expediente.
*
* *
- Passa-se ao
GRANDE
EXPEDIENTE
*
* *
O SR. PRESIDENTE -
CASTELLO BRANCO – PSL - Vamos dar abertura, neste momento,
aos oradores inscritos no Grande Expediente. O primeiro orador inscrito é o
deputado Rafa Zimbaldi. Vossa Excelência tem o tempo remanescente de seis
minutos.
O SR. SARGENTO
NERI - AVANTE - Sr. Presidente, pelo Art.
82, após o orador.
O SR.
PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PSL - É regimental somente após os oradores inscritos.
O SR. RAFA ZIMBALDI -
PSB - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente Castello Branco, é um prazer estar nesta
tribuna, falando sob a sua presidência. É um prazer estar aqui e ver V. Exa.
como presidente. Nobres deputados, Sra. Deputada Adriana Borgo, eu quero
abordar alguns assuntos: primeiro, um assunto de felicidade e de alegria muito
grande para a nossa Arquidiocese de Campinas.
Nós recebemos
hoje o anúncio do nosso novo bispo, dom João Inácio Müller, que assume a
Arquidiocese de Campinas. Ele é o atual bispo da Diocese de Lorena, no Vale do
Paraíba, e agora foi nomeado como bispo da nossa Arquidiocese de Campinas. Ele
está sucedendo dom Airton, que fez um trabalho muito importante lá. Antes de
dom Airton ainda, dom Bruno, falecido, fez um trabalho de pastor mesmo,
agregando todas as paróquias, fazendo um trabalho nas comunidades de base,
sendo aí sucedido pelo dom Airton.
Dom Airton está
num novo desafio, está na Diocese de Mariana, Minas Gerais, após toda aquela
situação, aquele acidente. Então, é um desafio muito grande para dom Airton que
já assumiu a Diocese de Mariana. Agora, dom João Inácio Müller assume a Arquidiocese
de Campinas.
Então, em nome
da Assembleia, como deputado estadual da cidade e de toda a região, tenho
certeza também que em nome da nossa deputada Adriana Borgo, quero dar as
boas-vindas ao dom Müller. Que ele tenha um trabalho abençoado à frente da
arquidiocese.
Sr. Presidente,
o outro assunto que eu quero falar aqui é para parabenizar os estudantes, no
dia de hoje, pela movimentação sobre o posicionamento do corte dos 30% da
Educação, principalmente, como a deputada Leci Brandão posicionou aqui, os
cortes na área de pesquisas.
E aí não é uma
crítica direcionada ao presidente da República, ao Bolsonaro, mas a importância
desse movimento. Que esse movimento não tenha uma bandeira. Não pode ser
apontado como um movimento de esquerda, assim como, nas movimentações de
combate à corrupção, nós não podíamos apontar como um movimento de direita.
O que nós
precisamos é exatamente de pessoas comprometidas, neste caso e neste momento,
pessoas comprometidas com a Educação, pelo interesse maior, pelo interesse do
País. Então, cumprimentar aqui os jovens e os estudantes. Na cidade de
Campinas, teve uma movimentação muito bonita, pacífica, dos estudantes da
Unicamp. Embora seja uma universidade estadual, também está fazendo essa
movimentação contra o corte dos 30 por cento.
Presidente, um
último assunto que queria colocar aqui. Coloquei, no início do mandato,
deputado Sargento Neri... Na primeira semana, disse aqui do meu
descontentamento em ver o funcionamento da Assembleia Legislativa. Naquela primeira semana, eu não me esqueço
de que eu estive nesta tribuna, falando aqui que nós estávamos numa semana toda
discutindo um veto.
O deputado
Sargento Neri também se posicionou, alguns outros deputados. A deputada Leci
Brandão também tem sido uma deputada que tem apontado muito essa questão. Aí,
lógico que, no decorrer das semanas, a gente abordando vários assuntos, ouvi
falar que com as comissões as coisas melhorariam, entrariam aí em uma situação
mais de debate, de discutir importantes projetos.
Hoje eu tive a
oportunidade de presidir a nossa primeira reunião da Comissão de Assuntos
Metropolitanos. Muito bem. Nós tínhamos nove itens para serem votados. A
comissão, como um todo, os deputados, logicamente, e é um direito regimental de
cada deputado... Dos nove documentos que seriam votados, oito foram tirados,
por pedidos de vistas.
Isso me causa
uma preocupação muito grande, porque nós estamos aqui para discutir e debater
projetos que sejam importantes para o estado, mas eu estou vendo que, cada
semana que passa, nós estamos patinando. Nós não estamos votando os projetos
que são importantes para o estado de São Paulo.
Nós votamos
pouquíssimas coisas desde o início do mandato. Nós estamos há dois meses, 60
dias, praticamente. Aliás, 60 dias hoje, que nós estamos no mandato. Nós
estamos vendo que a coisa vai patinando, e aí, para a minha surpresa, a
comissão também... Tem, logicamente, o direito regimental, mas, por exemplo,
até com pedido de vista em requerimento de convite nós tivemos problema hoje.
Pediram vistas de um requerimento de convite, por exemplo, que foi acertado
junto na Secretaria de Transportes Metropolitanos.
Então, assim,
colocar aqui a minha preocupação, não no sentido de agredir os deputados, no
sentido de criticar os deputados - eu acho que, logicamente, cada deputado tem
o seu papel aqui, tem o seu compromisso com o seu eleitor - mas no sentido de
conscientizar os deputados de nós debatermos os projetos nas comissões, para
que essas comissões realmente possam trazer os debates nas comissões
permanentes, que a gente tanto luta aqui para fazer parte, para presidir. Aí,
em uma primeira reunião, a gente recebe esse impacto.
Então, deixar
aqui registrado, presidente, só o nosso protesto aqui, e pedir a ajuda dos
nobres colegas. Obrigado, presidente Castello Branco.
O
SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PSL - Muito obrigado,
nobre deputado Rafa Zimbaldi. Dando sequência à lista de oradores inscritos do
Grande Expediente, deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Por permuta, nobre
deputado Sargento Neri. Vossa Excelência tem o tempo regimental de dez minutos.
O
SR. SARGENTO NERI - AVANTE -
Boa tarde, Sr. Presidente, boa
tarde a todos os deputados, boa tarde a todos no plenário, funcionários da
assembleia, nosso amigo Ed
Carlos, representando a Polícia Militar.
Presidente, o Coronel
Nishikawa mostrou um
vídeo aqui simplesmente muito bonito, maravilhoso, e tem uma frase que exprime
muito bem quando as pessoas estão em risco, em perigo. “Algumas pessoas, quando
estão em perigo, clamam a Deus e chamam a Polícia. Quando estão bem, se
esquecem de Deus e ignoram a Polícia”.
Então, esse
vídeo que foi mostrado mostrou a capacidade dos nossos homens de salvar vidas.
Por que eu estou falando isso? Porque eu vou passar um vídeo para vocês
assistirem como algumas pessoas tratam o policial militar. Essa ocorrência é
uma perturbação de sossego. Onde pessoas que queriam trabalhar no outro dia
chamaram a Polícia porque o som do carro dos rapazes estava muito alto. E
pediram à Polícia para que fosse lá e colocasse a ordem no local. Vocês vão
ficar de bocas abertas ao verem essas imagens. Eu tenho uma postura totalmente
diferente. Depois vou falar sobre o vídeo.
Por gentileza.
* * *
- É feita a
exibição de vídeo.
* * *
Obrigado. Olha
só, pela imagem se percebe que é um policial novo, um recruta. Se pega um
veterano como eu, aquele que deu o chute nunca mais ia andar direito na vida,
porque ia levar um tiro de .40 na rótula. Verdade. Ele nunca mais ia esquecer
da Polícia Militar e de uma .40. É inadmissível os nossos policiais estarem
apanhando na rua, por essa legislação fraca, por esse sistema de Segurança
Pública frágil.
Mandei para a
assessoria do governador e pedi que se manifestasse a favor dos policiais. Os
nossos soldados, que ganham 2 mil e 700 reais líquidos, são obrigados a passar
por isso. Por isso venho insistindo com o governo. Até falei para ele: acredito
muito que ele vai transformar a nossa Polícia na melhor bem paga. Sou obrigado
a acreditar nele porque é o nosso governador. Mas que dê, para nós, um
planejamento disso. Porque está difícil aguentar essas coisas com 2 mil e 700
reais.
Felizmente,
para esses indivíduos, eram policiais novos, recrutas. Por que o novato, o
recruta, tem medo. Porque o nosso regulamento, por vezes, é inconstitucional.
Se um desgraçado desse for no batalhão, vão puxar a cadeira para ele. Vão dar
cafezinho, ele vai tomar, vai reclamar. E o policial? Provavelmente será aberto
um procedimento, Adriana. Você conhece bem isso. E o policial vai ser punido.
O policial vai
para a rua trabalhar, é agredido, e a corporação, por vezes, ainda pune o nosso
soldado. Por uma declaração de um lixo humano como esse aí. E olha só: se vocês
perceberem a imagem, estamos falando que poderia acontecer uma tragédia.
Porque eram
quatro indivíduos e os dois policiais. Uma ocorrência rotineira, de ir lá,
chegar para o cidadão e falar: “Ó, você está incomodando várias pessoas. Abaixa
o som.” E eles partiram para cima dos policiais. Se um cidadão desse pega uma
arma, teria matado um policial nosso. Por isso que falo: o policial não tem que
ter medo de puxar a arma - muito menos nesses momentos - e dar um tiro na
rótula do indivíduo. É risco de morte iminente se o indivíduo pegar a arma.
E nós
precisamos, sim, dar um apoio aos nossos policiais nesse momento. Aos
patrulheiros que, diuturnamente, estão nas periferias e no centro de São Paulo,
trabalhando para defender ou para preservar o sono do cidadão. Venho pedindo
para o governo: “Reconheça esses homens.” Pelo vídeo anterior, que salvam
vidas. E pelo vídeo que mostrei agora, que suportam todas as agressões e xingos
da nossa sociedade. Não toda, mas uma parte dela.
Os nossos
homens, por vezes, são formados para defender. Hoje, a formação da Polícia
Militar é cercar, conter e negociar. Ao inferno com isso daí. Eu fui formado
para meter o pé na porta e trazer o ladrão arrastado. O que não pode acontecer
mais é isso.
E ainda temos um regulamento totalmente
arcaico, inconstitucional que por vezes pune nosso policial por ele trabalhar
corretamente por uma simples denúncia de um cidadão como esse aí.
A nossa
corporação precisa acordar. Os nossos comandantes de Batalhões de Companhias
precisam acordar para essas ocorrências.
E por que às
vezes eu venho à tribuna cobrar os oficiais, os comandantes dos Batalhões,
comandantes de Companhias? Porque os responsáveis por esses procedimentos, quem
preside esses procedimentos são os capitães, são os coronéis. E eu vou falar
para o senhor, presidente, o senhor que é oficial do Exército, eu tenho 26 anos
de Polícia, 26 anos na rua. Se o senhor pegar um oficial que entrou na mesma
época que eu, se ele trabalhou três anos na rua é muito. Mas é demérito para
ele? Não. A formação dele é para comandar. Então, ele tem que ir para o
gabinete para comandar. O que ele não pode esquecer é que nós estamos na rua,
os policiais estão na rua. E ele está no gabinete, às vezes, para dar respaldo
ao policial.
Então, nós não
podemos mais sacrificar nossos policiais com tantos procedimentos que tira ele
da família. Só mudou o nome, mas a prisão é a mesma. Quando você deixa uma
pessoa confinada no quartel, que ele não tem acesso à sua família, à sua casa
ele está preso; só mudaram o termo. Então, nós precisamos mudar.
Eu mandei um
ofício lá para a Procuradoria Geral do Estado, para que faça um estudo no
regulamento da Polícia Militar do Estado de São Paulo, para que aponte as
inconstitucionalidades existentes nesse regulamento; eu já vi e são muitos. Não
se pode trazer a realidade da Polícia Militar com o mesmo regulamento que o
senhor usa no Exército. Por exemplo, a vida castrense do militar federal em
Forças Armadas é totalmente diferente da vida castrense do policial militar. Os
policiais militares, trabalhamos com o humor das pessoas, nós trabalhamos com a
violência das pessoas, nós trabalhamos muitas vezes por desprezo às leis do
nosso País, coisa que o Exército não tem esse embate no dia-a-dia nas ruas da
cidade. Só quando é colocado, por exemplo, no Rio de Janeiro. Agora, nós
policiais militares enfrentamos isso diariamente. E qual é o respaldo legal que
o policial militar tem para dar um tiro no joelho daquele indivíduo, se tivesse
que dar? Nenhum. Não tem respaldo nenhum. E às vezes não tem o respaldo nem do
comandante, porque ele não está no local. E essa ainda foi filmada. Quando não
tem filmagem, o cidadão vai lá denunciar e o policial fica preso. Quanto ao que
filmou, o policial deveria ter feito ele pelo menos engolir o celular. Já que
não usou para a prova, não foi apreendido, que fizesse isso. “Ah, mas você está
incentivando a violência policial?” Não. Eu estou falando para a população de
São Paulo. Atrás de uma farda existe um homem. Atrás de uma farda existe um pai
de família. E jamais, na minha vida, eu permiti que alguém desse um tapa na
minha cara, porque se assim o fizesse, pode ter certeza de que eu estaria
respondendo ao Tribunal do Juri. Obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARTELLO BRANCO - PSL - Obrigado, nobre
deputado Sargento Neri. Dando sequência à lista, nobre deputada Adriana Borgo.
Vossa Excelência tem o tempo regimental de dez minutos.
A
SRA. ADRIANA BORGO - PROS - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos. Sr. Presidente, boa tarde, Srs.
Deputados, pessoal da galeria, meu abraço à CETM, aos Asps, ao sindicato, o
Jabá, que está aqui, com a galera toda, o pessoal da Emplasa, todos os
funcionários da Casa, os nossos policiais militares aqui presentes e aqui da
Casa.
Sargento, é
difícil, não é fácil falar de Polícia, não, e de Segurança Pública. Mas, hoje
eu fiquei muito feliz na Comissão de Segurança Pública, porque acho que nós
estamos sintonizados, viu, deputado?
Acho que a
nossa comissão vai bem. Saí de lá muito feliz. Nós aprendemos que é através de
leis que nós mudamos, haja vista o meu lema "a luta muda a lei". Mas,
quando nós temos um grupo de parlamentares que votam politicamente, sem ao
menos se importar com aquilo, com o assunto, que está sendo colocado, ou se
importar com as pessoas que estão envolvidas nesse processo, é muito feio, é muito
doloroso.
E por muitos
dias, muitas sessões nesta Casa, a gente tem visto isso: "Não voto porque
eu sou contra, porque eu sou contra, porque o governo é quem apresentou";
"eu não voto porque foi a esquerda que apresentou"; "eu não voto
porque foi a direita que apresentou", e nisso quem perde é o povo de São
Paulo.
Então, hoje, na
Comissão de Segurança Pública, nós pudemos ter ali a certeza de que São Paulo
vai ganhar. Foi uma primeira reunião bastante acirrada. Já deu para sentir que
serão reuniões tensas, mas que dali surgirão frutos não só para a Segurança
Pública, mas também para o cidadão paulista.
Quanto ao PL
01, deixo aqui registrado o meu voto contrário. Sou a favor dos senhores. Eu
não sou a favor da privatização nem da SAP, nem das penitenciárias - aí, os
meninos do Jabá. Não sou a favor também da privatização da Emplasa e das outras
empresas.
Deixo muito
claro aqui porque eu não tenho culpa e vocês não têm culpa da má gestão do
governo. Se ela causa prejuízo, isso não é um problema do funcionário; isso é
um problema de incompetência.
E a gente não
pode atribuir isso aos senhores funcionários dessas empresas. Então, contem
sempre com o meu apoio para que vocês sejam alocados. A minha preocupação é o
que será de vocês.
Se o governo
responder o que será de vocês e cumprir, colocar no papel, de uma forma que nós
possamos cobrar e acompanhar, a história muda. Mas, eles não têm coragem, são
covardes, não colocam isso no papel.
Então, não vão
ter o meu apoio, e eu deixo isso bem claro.
Pessoal da CEPM,
PEC 02: gente, a Comissão de Segurança Pública decidiu trazer agora, nos
próximos dias, o secretário de Segurança Pública aqui. O mesmo secretário que
recebeu a mim, aos senhores, ao presidente da Casa, Cauê.
E aí vai ser o
dia em que vocês terão que estar presentes aqui para perguntar: "E aí,
qual é o andamento disso? Já se passou quanto tempo e não temos uma
resposta?"
Então, eu
convoco os senhores. A gente vai fazer contato para que os senhores estejam
presentes aqui. Porque, senão, fica muito vago, e parece que o que a gente pede
entra por um ouvido e sai pelo outro. E, na verdade, nós estamos trabalhando
aqui. É que o sistema é lento, sabe? Tem deputado preguiçoso. Tem secretários
que não estão nem aí, acham que a bagunça de sempre vai continuar, e é uma nova
legislatura.
Nós não estamos
aqui para brincar, então, nós vamos comunicar os senhores. Nós fizemos, nessa
última sexta-feira, um grande evento da PM aqui. A medalha Eterno Herói, do
Alberto Mendes Júnior, na verdade, numa gratidão a todos os nossos policiais
que foram mortos em serviço ou em razão da profissão policial militar, o
policial civil, os profissionais de Segurança Pública; e também a todos os
policiais que foram feridos em serviço.
E foi uma
cerimônia, talvez, a maior aqui da Casa em público militar, e isso nos deixou
muito felizes, porque nós somos bastante iniciantes aqui. Eu sou uma novata, e
tinha muita gente aqui. Foi muito emocionante ver todas aquelas lágrimas
daquelas esposas, toda a alegria dos policiais agraciados.
Mas, isso é muito
pouco. Eu gostaria de, nesse lugar, daquela medalha, estar trazendo uma grande
notícia: "Olha só, vocês vão ter 40%, 50% de reajuste até o final do meu
mandato. Eu, governador, darei um aumento salarial."
Mas, não é isso
que eu pude trazer. E isso está gritante. Nós sabemos da promessa dele. Eu,
particularmente, não desacredito, como o Sargento Neri falou. Mas, a fome do
policial é agora, a dor da viúva é agora, é agora, é agora. Os nossos agentes
penitenciários, os nossos AVPs precisam agora ter o seu porte de arma. Eles
precisam agora ter uma seguridade, uma estabilidade.
Tivemos uma
audiência pública na SAP para discutir, seria para discutir se haveria ou não
privatização. Chegamos lá, o plano completo de privatização, de como seria
aplicada a privatização, quais são as empresas que já estão entrando no sistema
penitenciário, sem ouvir os meninos, sem ouvir a opinião pública, sem ouvir os
parlamentares, porque foi feita uma manobra tão sórdida, que não precisa passar
por esta Casa para que isso seja aprovado.
E eles estão
aí, sentados na bancada, correndo atrás dos deputados, falaram no Colégio de
Líderes, e o governo? Nem aí, não respeita a gente, não os respeita, e a gente
não está aqui para falar mal do governo, porque eu respeito a autoridade que
ele é, eu admiro o governador em muitas coisas, mas têm coisas que talvez ou
não cheguem, ou talvez ele tenha que ouvir o ser humano profissional que exerce
a função, porque quando a gente fala, parece uma coisa muito mecânica, mas só
quem sabe da nossa dor é a gente. Quem sabe das nossas dificuldades é a gente.
Então, eu peço
a todos os parlamentares que se compadeçam. Na verdade não é nem para se
solidarizar; é para se compadecer não só da SAP, mas de todos os funcionários
aí da Emplasa e das outras empresas do Projeto 01. Que os senhores pensem que
nessas empresas, nesse sistema penitenciário poderiam ter, e podem ter pessoas
que deram muito de si para levantar, para ser o melhor profissional, e agora
simplesmente são descartadas como lixo.
Fica aqui toda
a minha gratidão por vocês, viu Jabá? Sei do seu trabalho, do Sindasp também,
de outros sindicatos que estão firmes aí, e não vai ser fácil. Ele pode até
achar que vai ser fácil, mas não vai ser fácil. Mesmo que não passe por esta
Casa, nós sabemos que nós paramos o sistema penitenciário. Eu acho que nenhum
governador quer isso, mas se caminhar para isso, a gente não tem medo, porque
nós já fizemos no passado. Para fazer de novo é simples. Nós não gostaríamos
que chegue a isso. Então, vamos torcer por um bom senso aí, mas isso está
difícil.
Senhores,
amanhã, às 10 horas, eu vou receber um grupo de esposas de policiais que estão
presos no Presídio Romão Gomes. E, assim, é “horrorizante” o número de
denúncias que nós estamos recebendo de maus tratos desses policiais que estão
presos lá, de policiais que foram condenados e transferidos para presídios
comuns e que estão presos na mesma cela, ou ao lado de celas dos próprios
bandidos que eles prenderam. Isso é muito sério, isso é uma violação de
direitos humanos.
Como
vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos estou me empenhando para que
isso seja contido, para que a gente possa intervir e ajudar essas esposas, que
vai desde alimentação até estar preso lá, com uma morosidade imensa na conclusão
dos processos para que seja tida uma decisão. Então, eu gostaria de convidar os
senhores, que na próxima reunião da Comissão de Direitos Humanos que prestigiem
essas esposas de policiais que estarão presentes ali, porque a coisa está
séria, a coisa é muito triste, e a maioria dos nossos policiais que estão
presos ali foi cumprindo o seu dever, como uma extensão do Estado. E já são
pré-julgados e condenados antes mesmo da Justiça.
Então, fica
aqui o meu apelo, meu agradecimento a todo profissional de Segurança Pública, a
todo funcionário público de São Paulo, que mesmo com tanto descaso tem se
mantido firme, tem se mantido em seus ideais, no seu amor pela profissão. E
dizer aqui que vocês têm uma fiel parlamentar que não se importa com o jogo
político, e, sim, tem um compromisso com o ser humano.
Muito obrigada.
(Manifestação nas galerias.)
O
SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PSL - Muito obrigado,
nobre deputada Adriana Borgo.
Continuando a lista de oradores
inscritos no Grande Expediente, chamamos, neste momento, por permuta, o nobre
deputado Ricardo Mellão. Vossa Excelência tem o tempo regimental de 10 minutos.
O
SR. RICARDO MELLÃO - NOVO - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos; boa tarde, Srs. Deputados, Sr.
Presidente, pessoal da galeria aí, todos os que estão aqui nesta Casa; queria
iniciar o meu discurso com uma frase que eu considero fantástica: todos querem
viver às custas do estado, mas se esquecem que o estado vive às custas de todo
mundo. Quem sustenta o estado? Vejo diversos setores aqui representados,
sindicatos, associações, uma série de representações. Não vejo aqui
representada a grande maioria silenciosa do nosso estado, que são os pagadores
de impostos. É quem mantém o estado funcionando. Eles que trabalham, com seu
suor, com seu esforço, com os riscos que eles correm para manter essa estrutura
toda funcionando.
Relembrando:
estado não produz riquezas, quem produz riquezas é a sociedade. O estado tira
parte da riqueza da sociedade para fazer aquilo que deveria ser essencial. O
que é essencial, gente? O que a população quer? Melhor segurança, melhor
educação, melhor saúde, sobretudo. É questão de foco e prioridade.
Infelizmente, nós não temos isso.
Hoje, temos
aqui uma discussão muito importante relativa ao PL 01, de 2019, que discute o
destino de seis empresas estatais; para algumas delas, a previsão é a extinção.
Vi poucos discursos aqui em relação a dados, fatos e números. Vi muito jogo
para a plateia, vi muito oba-oba, vi uma série de manifestações, mas não vi se
discutirem dados, fatos e números. Por isso, pedi para a minha equipe fazer um
levantamento baseado no balanço financeiro do ano passado dessas empresas, que
foi devidamente auditado. Quero pedir para o Machado colocar no telão.
Vamos começar
com a Codasp. Todo o meu respeito aos servidores, à própria empresa e ao
serviço que ela prestou durante um momento, mas é importante destacar aqui que,
no ano passado, em 2018, ela teve uma receita de 36,200 milhões de reais e um
gasto de 63 milhões de reais. Isso está no balanço financeiro, transparência
pública. Qualquer um pode acessar, não estou inventando. Isso dá um resultado
operacional de menos 26 milhões e 800 mil reais.
Vamos passar
para a CPOS: receita de 57 milhões e 200 mil reais; teve um gasto de 68 milhões
de reais. Resultado operacional: um prejuízo, um déficit para o pagador de
impostos - afinal, é ele que vai arcar com essa conta - de menos 10,800 milhões
de reais.
Dersa: 74,5
milhões de receita. Prejuízo: 450 milhões de reais. Foi o gasto que teve. O
prejuízo: menos 375 milhões e 700 mil reais.
Emplasa: 4,8
milhões de receita e um gasto de 44 milhões e meio. Teve um prejuízo de menos
39 milhões e 700 mil reais.
Muita gente diz
aqui que essas empresas são superavitárias, que estão mentindo aqui sobre os
números. Aí tentei descobrir por que se argumenta tanto isso.
Aqui está o
prejuízo da Codasp. Pode passar o slide. Olha aí: subvenção governamental de 28
milhões e 600 mil reais para que ela pudesse fechar as contas no azul. Na CPOS
não houve subvenção do governo, CPOS ficou de fora disso, continuou com
prejuízo. Dersa, subvenção do governo: 405 milhões de reais, resultado da venda
de um terreno. Está aqui, aí ficou com resultado operacional positivo de 29
milhões e 300 mil reais. Dados públicos do balanço financeiro publicado.
Ou seja, essa é
a mágica que se faz para dizer que essas empresas são superavitárias. Em
relação a isso, somando todo o prejuízo acumulado de anos dessas empresas, qual
é o total? Quinhentos e noventa e um milhões e 600 mil reais. Esse é o total
acumulado de prejuízo dessas empresas nos anos todos de existência. Um prejuízo
que é arcado por quem? Pelo pagador de impostos.
Como discutimos
prioridades aqui, eu gostaria e fiz um comparativo através da minha equipe, um
estudo como esse dinheiro poderia ter sido gasto nesses anos todos.
* * *
- São exibidas
as imagens.
* * *
Poderiam ter
sido construídos 70 hospitais como o Hospital de Mairiporã, ou seja, dinheiro
gasto na Saúde, com uma prioridade clara que a população deseja. Oito mil e
setecentas viaturas policiais. Toda a turma aqui da bancada policial, olhem o
que vocês estão perdendo de viaturas por manter a situação do jeito que está.
Duzentas e quarenta e uma escolas do Programa Creche na Escola.
Daniel José,
meu colega de partido aqui presente, que tem Valeria Bolsonaro também, que têm
Educação como prioridade. Olhem o que poderia ter sido construído com o
dinheiro do prejuízo acumulado que essas empresas dão. E por último, eu deixei
aqui em especial para a bancada petista, que tem uma luta aí em favor da
moradia.
Quatro mil,
quinhentos e cinquenta e um apartamentos da CDHU, ou seja, esse dinheiro não
está indo para isso, não está indo para prioridades que eles mesmos defendem. E
como é que eles vêm aqui dizer que defendem tudo isso se querem manter a
situação do jeito que está e não querem discutir nada disso? Isso é inadmissível.
O Novo defende o pagador de impostos e vamos continuar defendendo aqui. Muito
obrigado, gente.
O
SR. DANIEL JOSÉ - NOVO - Pela ordem. Se o
deputado Ricardo Mellão puder me ceder um pouquinho do seu tempo.
O
SR. RICARDO MELLÃO - NOVO - Com certeza. Aliás,
quanto tempo resta?
O
SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PSL - É regimental.
O
SR. RICARDO MELLÃO - NOVO - Três minutos. Então,
por favor.
O
SR. DANIEL JOSÉ - NOVO -
Obrigado, deputado Ricardo Mellão. Obrigado, presidente, por conceder esse
tempo final aqui do Grande Expediente. Muita gente tem me
perguntado qual é o meu posicionamento sobre as greves nas escolas que estão
acontecendo hoje. Isso eu acho que é um assunto muito importante que não pode
passar batido. Não pode passar batido, primeiro, por eu ser um defensor da
Educação.
Foi assim que
eu cheguei aqui, foi assim que eu tive um apoio bastante amplo de 183 mil
pessoas que confiaram no meu trabalho e poder representá-los aqui na Assembleia
Legislativa. E também por conta da minha história de vida. Quem me conhece sabe
que eu vim de uma condição tipicamente brasileira, mais novo de 11 irmãos,
minha mãe trabalhou a vida inteira como diarista e eu tive que encontrar as
oportunidades através da educação.
Foi estudando
que eu consegui fazer as coisas que eu fiz ao longo da minha vida e foi
estudando que eu acabei chegando aqui na Assembleia. Agora, essa greve que está
sendo discutida hoje e que está sendo realizada é uma greve que tem duas
justificativas. A primeira delas é o corte na Educação, sobretudo na Educação
Superior e a segunda delas é a reforma da Previdência. E aí eu acho que é muito
interessante a gente abordar esse tema porque existe uma contradição em termos
já na justificativa da própria greve. Por quê?
Qual que foi o
corte realizado no orçamento do governo federal para as instituições do ensino
superior? Foi na verdade um contingenciamento de 30% das verbas discricionárias
das universidades. O que são as verbas discricionárias? São verbas que não
envolvem salários e aposentadorias. A gente sabe que salários e aposentadorias
no final de contas representam aproximadamente 90% dos orçamentos da maior
parte das universidades federais e estaduais. A gente vê o mesmo aqui no estado
de São Paulo: na USP, Unesp e Unicamp.
A Unicamp com
94% do orçamento e a professora Valeria Bolsonaro sabe disso muito bem, tem uma
experiência muito longa ali dentro da Unicamp e sabe o quanto que é gasto com
folha de pagamento, com aposentadoria, vis-à-vis aquelas outras despesas
importantes para a instituição conseguir se manter.
E aí o que
acontece? No final de contas esse contingenciamento de 30% das verbas
discricionárias, como essas verbas discricionárias correspondem a
aproximadamente dez, nove por cento em média dos orçamentos das universidades
federais, correspondem a cortes de 3,4%, 3,5% dos orçamentos. Então, a gente
está paralisando milhares de escolas ao redor do Brasil por conta de um corte
de 3% nas universidades. Agora, por que esses contingenciamentos estão sendo
feitos? Por conta de restrição orçamentária.
Dinheiro não
nasce em árvore e o dinheiro que o estado utiliza é o dinheiro do pagador de
impostos, como o meu colega de bancada Ricardo Mellão acabou aqui de defender
muito bem e a gente no Novo defende o dinheiro do pagador de impostos porque
são as economias da sociedade, é aquilo que gente que produz contribui.
Agora, como
resolver o problema orçamentário que a gente vê e que existe e que não tem como
esconder? Através da reforma da Previdência. Através da reforma da
Previdência, que é a segunda justificativa que os sindicalistas e os movimentos
de esquerda estão usando para criar essa própria greve. Isso é muito engraçado.
É cômico, porque eles querem combater um problema e a solução do problema ao
mesmo tempo.
Isso, para mim,
é um negócio inadmissível e que, por conta da desinformação que existe na
sociedade, acaba fazendo com que as pessoas sejam usadas como massa de
manobra. Eu queria fazer aqui um convite a todo mundo que está assistindo,
para não serem massa de manobra, para não irem às ruas hoje e defendam que as
escolas continuem funcionando.
A justificativa
política para essa greve de hoje é inaceitável. A gente não pode, deputado Gil,
a gente não pode politizar o que é matemática, é orçamento, aritmética. A
gente não pode levar em conta, a fins políticos, todas essas questões que, no
final de contas, são números.
Muito obrigado,
presidente. Muito obrigado, deputado Ricardo Mellão por me ceder um pouquinho
do seu tempo.
O
SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PSL - Muito
obrigado, nobre deputado Daniel José. Na sequência da lista de oradores de
inscritos, convidamos agora o deputado Marcio da Farmácia. (Pausa.)
Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Por permuta, deputado Gil Diniz. Vossa
excelência tem o tempo regimental de dez minutos.
O
SR. GIL DINIZ - PSL -
Obrigado, Sr. Presidente. Boa tarde. Boa tarde à Mesa. Boa tarde aos deputados
presentes aqui no Grande Expediente. Boa tarde aos nossos assessores,
assessoria militar e civil, àqueles que nos acompanham aqui na galeria do
plenário.
Gostaria de
começar falando aqui sobre o “Dia das Mães”, que acabou passando
batido, professora Valeria Bolsonaro. Para quem não sabe, em algumas
escolas municipais da cidade de São Paulo acabou, deputado Altair, o “Dia das
Mães”. Não se comemora mais o “Dia das Mães”. Agora é o “Dia do
Cuidador”, é o dia de quem cuida de mim.
Veja lá, você,
mãe que me assiste, você, pai que me assiste. Não se pode mais ir à escola
celebrar o dia da mãe e o dia do pai com o seu filho. Agora é o dia do
passarinho, do periquito, do papagaio, de qualquer coisa, menos da mãe, menos
do pai. O que essa galera tem contra a figura materna e a figura paterna?
Será que a gente não pode mais tratar dessa maneira? “Não, veja bem.”
Em 2014,
deputado Freitas, eu ainda era carteiro na periferia de São Paulo, lá em São
Mateus. A mãe dos meninos foi à reunião e voltou para casa desesperada. “Olha,
acabou o ‘Dia das Mães’. Agora é o ‘Dia do Cuidador’.” Eu falei: “Poxa, você
não falou nada, você não reclamou, não fez nada?”. “Não, fiquei com medo dos
professores, dos pais.” Falei: “Então, amanhã, eu vou lá e vou conversar com
professores.”.
Só que tinha,
deputado Altair, reunião na escola do mais novo, que era ao lado. Então,
primeiro, eu ia passar ali na escola do mais novo, reunião, depois ia
argumentar ali na escola do mais velho. Para minha surpresa, a mesma coisa.
“Senhores pais, não tem mais o dia da mãe. Inclusive, não terá mais o dia do
pai, vai ser o dia de quem cuida de mim.” Eu abaixei a cabeça em tom
negativo. “Olha, aquele pai ali não gostou.” Eu falei: “Realmente, eu não
concordo.”. “Então o senhor fale para a diretora.” Eu falei: “Pode chamar
a diretora aqui.”. Ela: “Pai, por que o senhor não gostou?”. Eu falei: “Veja
bem, quem tem que explicar alguma coisa aqui é a senhora, não sou eu.”.
Porque todos os
anos eu sempre fui ao dia do pai e a mãe dos meninos também vai ao dia da
mãe. Quando ela não pode ir, eu vou. E quando eu não posso ir, ela vai. É
normal, é natural. Mas não. Para minha surpresa, a coordenadora pedagógica,
deputado Douglas, grávida de oito meses à época, disse: “pai, o senhor tem que
entender que a família tradicional acabou”. Eu falei: “opa, calma; vai com
calma aí, que o santo é de barro nesse andor. Não vem, não.” A minha família é
tradicional: meu pai, minha mãe, eu e meu irmão. A minha família também é
tradicional. Se há novas configurações familiares, nós respeitamos. Mas isso a
gente não aceita.
Levaram para a
coordenação pedagógica, e o que me explicaram? Que há crianças - olha só,
deputada Valeria - que não têm pai, não têm mãe. E olha como eu sou cruel: eu
quero expor essas crianças que não têm pai, que não têm mãe, que moram num
abrigo. Eu quero expor a minha felicidade, a minha alegria de estar junto com
meu filho naquele dia na escola. Eu quero expor essas crianças. Eu falei: “veja
bem, coordenadora. Essa criança não sabe que ela não tem pai, não tem mãe, que
ela mora num abrigo; só no dia do pai, no dia da mãe ela vai saber disso? Será
que a gente não pode ter um trabalho pedagógico aqui na escola?”. Se ela tem
alguma dificuldade... E a gente sabe que essas crianças têm. A gente precisa
ajudá-las, a gente precisa de algum projeto pedagógico, ali, para auxiliá-las.
Agora, eliminar
o dia da mãe, eliminar o dia do pai... E eu achei, deputado Castello Branco,
que isso estava resolvido ali no governo do prefeito Fernando Haddad, que para
mim, então, era o pior prefeito da cidade de São Paulo. E eu falei isso para
ele quando ele foi criar a subprefeitura de Sapopemba. Mas o Bruno Covas está
dando com pau nele. O pior prefeito da cidade de São Paulo se chama Bruno
Covas. E o que eu puder fazer para que ele não seja reeleito, eu vou fazer. Por
quê? Porque no comando da prefeitura de São Paulo há escolas municipais que
eliminaram mais uma vez, deputado Balas, o dia da mãe e o dia do pai.
E a minha briga
lá atrás: carteiro indignado da periferia de São Paulo, fui na Câmara dos
Vereadores reclamar. E conseguimos, deputado Aprígio, colocar, via projeto de
lei - dois projetos de lei -, o dia da mãe e o dia do pai no calendário oficial
do município. E conseguimos aprovar. Então, é lei municipal. Mas nem isso
respeitam. Protocolizei aqui na Assembleia a mesma coisa: colocar no calendário
oficial do estado o dia da mãe e o dia do pai.
Nós queremos
respeitar todas as configurações familiares; nós queremos respeitar x, y, z.
Mas pelo amor de Deus, nos respeitem! Eu sou pai. Eu não sou cuidador. Eu sou
pai e eu tenho esse meu direito. Querem afastar, deputada Adriana Borgo, a
família do convívio escolar. Eu pedi para colocar a terceira data. “Vamos fazer
o seguinte: dia da mãe, dia do pai e dia da família?”. Não, não quiseram. Agora,
em algumas escolas, é apenas uma data, ou seja, em vez de a família estar lá no
mínimo duas vezes, agora é só uma. Premiaram o pai vagabundo, aquele pai que
fala: “não vou”. Nós sabemos que há pais que não comparecem porque não podem
ir, porque trabalham. Minha mãe e meu pai sempre trabalharam: minha mãe,
diarista; meu pai, porteiro. Quando conseguiam ir... E como eu ficava feliz de
ver a minha mãe na escola, meu Deus! Como eu ficava feliz.
Então, deputado
Freitas, nem essa possibilidade nós temos mais. Estão afastando a família do
ambiente escolar, quando, na verdade, era o contrário. E o primeiro responsável
pela educação dos meninos somos nós, os pais, os avós, a família. Não é o
Estado. Pelo amor de Deus, tirem as mãos dos nossos filhos! Tirem as mãos dos
nossos filhos.
Estivemos
agora, deputado Freitas, em Santa Bárbara d’Oeste, conversando sobre a educação
familiar. E nós vimos, ali, várias famílias com várias crianças que têm
educação domiciliar, deputada Valeria, como projeto pedagógico também - por que
não? E qual foi o principal pedido deles? “Não nos tratem como criminosos; nós
amamos os nossos filhos, nós queremos o melhor para os nossos filhos. E como eu
vou mandar o meu filho para uma escola onde ele acaba emburrecendo, por vários
motivos?”.
Nós sabemos que
muitas escolas estão sucateadas. E por que não dar oportunidade para esses
pais, que em muitas escolas não podem nem celebrar os seus dias, educarem os
seus filhos em casa?
Então, deixo aqui o meu
repúdio. Eu peço, presidente, que envie ao prefeito da cidade de São Paulo o
nosso repúdio, esse discurso, para que parem com esse absurdo na nossa cidade.
Respeitem as famílias paulistas e paulistanas, respeitem as famílias
brasileiras. Os pais e as crianças não merecem isso. Não afastem as crianças
dos seus pais, e não afastem os pais do convívio familiar dentro da escola.
Presidente, só para
finalizar, queria deixar registrado o meu agradecimento ao Major Herbert, da
Polícia Militar, que me convidou. Eu compareci ao 23º Batalhão. Hoje foi aniversário
do 23º, 30 anos de batalhão. Estivemos lá com o coronel Salles,
comandante-geral da Polícia Militar. Estive lá com o sargento Marcelo Melo, da
gloriosa Polícia Militar do Estado de São Paulo, que serviu lá no 16, e é
sempre uma honra, é sempre um orgulho ver a tropa perfilada, ver o desfile,
cantar a canção da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Falei lá para os
policiais. Eu esperava toda quinta-feira, às oito horas da manhã; era o dia que
eu não atrasava no batalhão. Por quê? Porque tinha o desfile, tinha a
solenidade, e todos os policiais efetivos e temporários desfilavam e marchavam
lá, em continência à comandante da época, coronel Eurídice. Então, meus
parabéns ao 23º Batalhão. Muito obrigado, major Herbert, coronel Salles e toda
a Polícia Militar por nos dar a honra de comparecer a esta solenidade.
Muito obrigado, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE -
CASTELLO BRANCO - PSL - Muito obrigado, nobre deputado Gil
Diniz. Convidamos, por permuta, na sequência dos oradores inscritos, o nobre
deputado Douglas Garcia no lugar do Agente Federal Danilo Balas. Vossa
Excelência terá o tempo regimental restante para o final do Grande Expediente.
O SR. AGENTE FEDERAL
DANILO BALAS - PSL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Uso a
palavra, rapidamente, para trazer aos nobres deputados e àqueles que nos
acompanham que, ontem, o presidente Jair Messias Bolsonaro publicou alterações,
sancionou a legislação que modifica a Lei Maria da Penha e dá maior proteção às
mulheres ameaçadas em suas residências e aos seus dependentes.
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* *
- Assume a Presidência o Sr. Coronel
Telhada.
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Naqueles
municípios onde não há juiz para determinar o afastamento do agressor, o
delegado de polícia ou o policial militar que atendeu a ocorrência - e não há o
juiz para determinar esse afastamento -, a própria autoridade policial no local
pode afastar o agressor naquele momento, protegendo a mulher e protegendo os seus
dependentes. Colocamos aqui duas imagens, rapidamente:
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- São exibidas imagens.
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“Mudança na lei assegura agilidade na
liberação de medidas de proteção às mulheres.” E Jair Bolsonaro: “sancionamos,
no dia ontem, projeto de lei que dá permissão às autoridades policiais de
conceder medidas protetivas de urgência a mulheres com vida ou integridade
física ameaçadas, na ausência de um juiz de plantão ou na indisponibilidade de
delegacia de polícia no município”. Então, é uma moção aqui, neste momento, no
plenário, de apoio ao presidente e à ministra que, com coragem, modificam a Lei
Maria da Penha.
Muito
obrigado, deputado Douglas, pelo aparte.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PSL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, deputado Danilo Balas. Parabenizo
também o nosso presidente da República, que sempre vem trabalhando em defesa
das nossas mulheres. A deputada Valéria Bolsonaro está aqui e não me deixa
mentir.
Senhores, hoje é um dia
extremamente triste para o povo brasileiro, é um dia de horror, principalmente
para os estudantes. Infelizmente, nós não estamos assistindo a um tsunami pela
Educação, nós estamos vendo um tsunami da doutrinação, a galera entrando em
peso dentro da sala de aula. Quando eu falar galera aqui, eu estou dizendo os
professores, principalmente de alguns sindicatos, entrando em peso na sala de
aula e convidando os estudantes para aderirem à greve e à paralisação, que está
ocorrendo hoje em diversas cidades do nosso país. Principalmente se tratando
aqui no estado de São Paulo, eu abri as portas do meu gabinete para receber
denúncias por parte dos alunos que querem ter aula, mas não conseguem entrar
dentro da faculdade, não conseguem entrar dentro da escola, e adivinhem só,
tenho recebido dezenas e mais dezenas de denúncias.
Então, gostaria
aqui apenas de sinalizar para todos esses professores que estão incentivando os
estudantes a aderirem à greve. Uma coisa é você participar, não tem problema
nenhum, você como professor, você como trabalhador, se quiser fazer greve,
faça, é a sua causa legítima, que faça. O que você não pode fazer é utilizar da
sua condição de professor, da sua autoridade na sala de aula, para querer
incentivar o aluno “B”, ou o aluno “C” de poder participar dessa greve.
Isso é errado,
porque você, como professor, detém autoridade, detém audiência cativa desses
alunos, e o agente estatal não pode agir com parcialidade no trato com o
serviço público. Vou representar, sim, no Ministério Público, vou solicitar,
sim, a abertura de sindicância e
processo administrativo disciplinar, porque eu quero deixar aqui muito bem
separado. Uma coisa é o professor, outra coisa é um militante travestido de professor. Doutrinador, que não
tem vergonha na cara de entrar dentro de uma sala de aula com adolescentes,
crianças, ensino fundamental.
É a galera do
ensino fundamental sendo chamada para ir para Avenida Paulista. A galera do
ensino fundamental sendo chamada para utilizar coquetel molotov. Eles não têm
vergonha de entrar dentro da sala de aula e chamar as crianças para irem na
Avenida Paulista com uma faixa escrito “Lula livre”. “Lula livre”, o que isso
tem a ver com Educação? Estudantes brasileiros, vocês estão sendo feitos de
idiotas. Vocês, que estão aderindo à greve, vocês estão sendo utilizados como
bucha de canhão, vocês estão sendo utilizados como ponta de lança, para fazer
as vontades de partidos políticos.
Cadê a galera
aqui? Estão todos na Avenida Paulista, garantindo votos para a próxima eleição
aqui na Assembleia. Cadê a galera aqui? Inclusive, que tanto eles dizem “vamos
aderir à greve”, “vamos chamar os estudantes para aderir à greve”. Hoje à noite
tem sessão extraordinária. Se vier algum deputado de esquerda que é favorável a
essa greve, vou tratar de falar para todos os sindicatos que é mentira, porque
não deveriam vir trabalhar também. Se é favorável à greve, o que estava fazendo
na comissão? Se é favorável à greve, o que estava fazendo na CPI? Vamos ser
favoráveis à greve com um pouco de coerência. Deixar de trabalhar, pelo menos.
O negócio é o
seguinte. O que está acontecendo hoje nas salas de aula é um verdadeiro
absurdo, e nós não vamos nos calar, não vamos nos silenciar. O estudante tem o
direito de ir para a faculdade, tem o direito de estudar, tem o direito de
poder frequentar uma sala de aula. Eu recebi relatos de professores que dão
aula, por exemplo, na Universidade do Largo Francisco, que tentaram entrar, mas
foram arrastados por militantes, tiveram que dar aula no corredor da faculdade.
Eu não estou
falando ou de coisas que acontecem no Acre, ou de coisas que acontecem no
Nordeste. Aqui, na Universidade de São Paulo, professor não consegue dar aula
porque tem meia dúzia de militantes que impedem, acham que eles detém todo o
poder, acham que eles mandam em tudo.
Aparelharam a
União Nacional dos Estudantes, através do PCdoB, que não serve aos estudantes,
serve à UJS. Aparelharam a União Paulista dos Estudantes Secundaristas, a União
Brasileira dos Estudantes Secundaristas. E agora, eles querem fazer o quê?
Impedir a galera que quer estudar de poder frequentar as aulas.
Não representam
os estudantes brasileiros. Eu, como estudante, não me sinto representado, e
você, estudante, que teve o seu direito de estudar violado, transgredido, saiba
que nós vamos lutar sim para que aqueles que fizeram isso sejam devidamente punidos,
porque não é possível que essa galera militante de internet, essa galera que
gosta de ficar lacrando, ache que tem total poder para fazer o que simplesmente
quiser.
Não, não tem.
Existe lei, e ela é para ser seguida. Sindicato fazendo “trancaço” na Universidade
de São Paulo, fazendo “trancaço”, impedindo estudante de entrar. Tudo isso por
uma pauta que eles não entendem. Hoje, nas ruas, existem dois tipos de pessoas.
Aquele estudante que não sabe a diferença de corte para contingenciamento e
aqueles que não são estudantes. Cinquenta por cento não sabe a definição e 50%
não é estudante.
O Gleisi
Hoffman está fazendo em Brasília, no meio dos estudantes? O que o Guilherme
Boulos está fazendo na Avenida Paulista, no meio dos estudantes? Então, é só
você olhar para quem está aderindo à greve, para quem está lá gritando, vendo
as faixas “Lula livre”, que você vê que isso não tem legitimidade nenhuma. Só
veio para atrapalhar quem quer estudar. Só veio para atrapalhar quem quer
desenvolver, quem quer trazer conhecimento de fato. Isso só vai mudar no dia
que esta Casa puder legislar no sentido de defender esses estudantes e aprovar
projetos como o SOS Liberdade, que tem o objetivo de receber denúncias de
doutrinação ideológica e abuso da liberdade de ensinar. Aprovar projetos como o
Escola sem Partido. É para isso que precisamos trabalhar.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Palmas.)
O SR. PRESIDENTE -
CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado,
deputado. Deputado Gil Diniz troca com o coronel Nishikawa. Não está presente.
Deputado Sebastião Santos. Não está presente. Encerrado o Grande Expediente.
O SR. GIL DINIZ - PSL
- Pela ordem, Sr. Presidente
O SR. PRESIDENTE -
CORONEL TELHADA - PP - Pela ordem, deputado.
O SR. GIL DINIZ - PSL
- Por acordo de lideranças, pedindo o
levantamento da sessão.
O SR. PRESIDENTE -
CORONEL TELHADA - PP - É regimental, Sr.
Deputado.
Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, havendo
acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os
trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora
regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje. Lembrando-os, ainda, da sessão
extraordinária a realizar-se hoje às 19 horas.
Está levantada
a sessão.
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- Levanta-se a
sessão às 16 horas e 31 minutos.
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