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21 DE MAIO DE 2019

15ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

 

Presidência: CAUÊ MACRIS e GILMACI SANTOS

 

Secretaria: BRUNO GANEM e GILMACI SANTOS

 

RESUMO

 

ORDEM DO DIA

1 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Abre a sessão. Coloca em discussão o PL 91/19.

 

2 - BETH LULA SAHÃO

Solicita verificação de presença.

 

3 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe quando observado quórum.

 

4 - BARROS MUNHOZ

Discute o PL 91/19.

 

5 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Expressa concordância com o pronunciamento do deputado Barros Munhoz.

 

6 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, anuncia a presença de atletas contrários ao PL 91/19. Destaca a importância do Conjunto Desportivo Constâncio Vaz Guimarães para as políticas públicas na área do esporte.

 

7 - BETH LULA SAHÃO

Discute o PL 91/19.

 

8 - GILMACI SANTOS

Assume a Presidência.

 

9 - PAULO LULA FIORILO

Discute o PL 91/19.

 

10 - MÁRCIA LULA LIA

Discute o PL 91/19.

 

11 - PROFESSORA BEBEL LULA

Discute o PL 91/19 (aparteada pelo deputado Emidio Lula de Souza).

 

12 - ENIO LULA TATTO

Discute o PL 91/19.

 

13 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Assume a Presidência.

 

14 - LETICIA AGUIAR

Para comunicação, discorre sobre o posicionamento da bancada do PSL a respeito do PL 91/19. Tece críticas aos governos do PT, os quais acusa de corrupção.

 

15 - BETH LULA SAHÃO

Para comunicação, responde às críticas da deputada Leticia Aguiar ao PT. Alude a denúncias envolvendo políticos do PSL e a família do presidente Jair Bolsonaro.

 

16 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Solicita que os deputados não usem as comunicações para debates paralelos à discussão do projeto em tela.

 

17 - JANAINA PASCHOAL

Para comunicação, critica o pronunciamento do deputado Enio Lula Tatto. Pede que os debates sejam conduzidos com respeito.

 

18 - ENIO LULA TATTO

Para comunicação, reitera seu posicionamento anterior. Afirma que a prática da base do Governo nesta Casa é evitar participar das discussões.

 

19 - DOUGLAS GARCIA

Discute o PL 91/19 (aparteado pelo deputado Paulo Lula Fiorilo).

 

20 - CARLOS GIANNAZI

Discute o PL 91/19.

 

21 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Convoca uma sessão extraordinária, a ter início dez minutos após o término da presente sessão.

 

22 - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA

Para comunicação, combate o PL 91/19. Cumprimenta os atletas presentes nas galerias, contrários à propositura.

 

23 - DR. JORGE LULA DO CARMO

Discute o PL 91/19.

 

24 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Lembra a realização da próxima sessão extraordinária, a ter início às 21 horas e 40 minutos. Encerra a sessão.

 

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- Abre a sessão o Sr. Cauê Macris.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.

Ordem do Dia: Discussão e votação do Projeto de lei nº 91, de 2019.

Para falar...

 

A SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - Sr. Presidente, para uma verificação de presença.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Convido o nobre deputado Bruno Ganem e o nobre deputado Gilmaci Santos para auxiliarem esta Presidência na verificação de presença.

 

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- É feita a chamada.

 

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O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Constatado o quórum regimental, dou a palavra, para falar a favor do projeto, ao deputado Barros Munhoz.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputadas, Sras. Deputados, senhores e senhoras que nos dão a honra de suas presenças, colaboradores da Assembleia e senhores telespectadores da TV Assembleia.

Eu vou falar menos de meio minuto sobre o projeto, que serei a favor, e terei oportunidade mais para frente de dizer por quê.

Mas eu quero abordar hoje um tema muito aflitivo para a região do Circuito das Águas, que foi abordado essa semana, pela nobre deputada Janaina Paschoal, que eu respeito e admiro. Ela, com muita propriedade, abordou o assunto. Essa ponte, chamada Ponte dos Arcos, é de 1935. Erroneamente, se pensa que é a ponte de Lindóia. Não é. Ela é uma ponte situada em Lindóia, mas ela é uma ligação entre o Circuito das Águas, desde Amparo e Serra Negra, passando por Lindóia e indo até Águas de Lindóia e Monte Sião.

Quem vem por Socorro, vem pela região Bragantina toda; quem vem por Itapira, vem do sul de Minas e de outras regiões do Estado. Então, é uma ponte que é uma estrada. Muito bem. Em 2013, essa ponte foi pleiteada ao governador Geraldo Alckmin, e, em 10 de abril de 2013, o prefeito Luiz Carlos Scarpioni Zambolim solicitou informações ao Condephaat, se a ponte era tombada ou não, ou se poderia ser tombada.

O Condephaat, no dia 19 de abril, respondeu, pelo seu técnico e pela sua Coordenadoria de Unidade de Preservação do Patrimônio Histórico, que “até o presente momento, não se encontrava tombada a ponte, não está inserida em área envoltória de bem tombado”, por esse Condephaat, e também “não está em estudo de tombamento”.

Minha gente, é como você pedir autorização para construir uma casa ou um prédio. Pede informação, e a pessoa diz: “olhe, não tem nada que impeça, não está tombado, não tem processo de tombamento, não tem nada em área envoltória”, ou seja, está liberado. Muito bem. Aí foi feito um estudo pelo DER. Quem solicitou essa ponte fui eu, como o deputado mais votado de Águas de Lindóia e de Lindóia nas últimas quatro eleições, em 2006, 2010, 2014 e 2018.

Então, eu sou representante da região. Quem pediu a ponte foram os prefeitos da região. O prefeito de Socorro assinou, os vereadores de Socorro assinaram o pedido ao governador. O prefeito de Águas de Lindóia e os vereadores assinaram, o prefeito de Itapira e os vereadores de Itapira assinaram, o prefeito de Serra Negra e os vereadores de Serra Negra também.

A ponte é do Circuito das Águas, não é de Lindóia. Olhe aqui o que um documento de 2000, não sei exatamente a data, mas vou ver. Disse que o DER elaborou estudos e projetos para a substituição da ponte localizada no Km 163, sobre o Rio do Peixe, no município de Lindóia.

Atualmente, essa ponte absorve, de modo precário, parte dos deslocamentos de veículos e pedestres que tramitam pelo centro de referência do município, principalmente o tráfego rodoviário, dimensionado rodovia, causando problemas aos seus usuários e à população residente.

Muito bem. Só que, em 2018, o DER fez um novo laudo, e olhe o que diz o DER, que é o dono da ponte, é o Estado através do DER, a ponte é deles: “para a construção da nova ponte sobre o Rio do Peixe, era necessária a demolição da atual ponte, que foi construída na década de 30 para atender a demanda da época. A drenagem que, atualmente, atende o local se encontra em estado precário de conservação”.

Vamos lá. Em 30 de outubro de 2018, foi dada a ordem de serviço do DER para a empresa que venceu a licitação, que é a Concrejato. Pode começar a obra, e o prazo de execução é de 18 meses.

Vamos lá, outra. O Condephaat tem um órgão técnico, tem engenheiros, tem historiadores, e esse órgão técnico deu o seguinte laudo sobre a ponte. “A observação in loco nos permite concluir que a ponte foi construída para suportar principalmente trânsito leve de carros de pequeno porte, carroças e gado, também de caminhões, embora esses não possam passar mais do que um por vez”.

Próximo. Mais uma afirmativa do Condephaat, do órgão técnico do Condephaat. “Analisando a situação atual, verificamos que a ponte em arco em Lindoia, construída na década de 30, há muito ficou estreita. Ela não serve mais intenso fluxo rodoviário. A impossibilidade de aumento em sua largura e altura tornou essa graciosa estrutura, mista de concreto e aço, obsoleta, um gargalo na via intermunicipal”.

Quando nós pedimos ao governador Alckmin, em 2013, nós pedimos o alargamento da ponte. Quem disse que não bastava alargar, que tinha que demolir e fazer uma nova foi o DER, com apoio do Condephaat.

Muito bem, vamos em frente. Próximo, por favor. O DER desenvolveu o projeto de remoção do conjunto existente, ponte e passarela, seguido de montagem de um novo apetrecho de travessia do local, nos moldes das pontes ferroviárias de rápida execução. Pelo exposto, vejam bem... Texto final do parecer do Condephaat. “Somos contrários ao empenho de perenizar esse bem, que já cumpriu seu papel, e agora deve ceder o lugar a outro, já em final de gestação”. A diretora histórica e a diretora de história e de arquitetura do Condephaat.

Muito bem. Próximo. Vamos ver se eu consigo no tempo. O desembargador que analisou uma medida judicial que foi impetrada, Camargo Pereira. Olha o que ele diz na decisão dele. “Por fim, outro ponto que merece destaque é que, consoante o relatório técnico elaborado pelo DER, há na Ponte Sebastião Edward Pinto da Cunha pontos de erosão, com sistemas de drenagem em estado precário, fato que, indubitavelmente, coloca em risco e compromete a segurança de todos os usuários da referida ponte”.

Muito bem. Próximo. Aí ele liberou a demolição da ponte e a construção de uma nova no local.

Próximo. Esse é o estágio atual da ponte, que está interrompida, porque eu vou explicar, a demolição começou e parou, e está sem a ponte hoje há quatro meses, totalmente parada.

Vamos lá, mais uma. Então, aqui, olha. Essa é a situação de extremo perigo da ponte, de extremo perigo.

Vamos lá, mais alguma coisa. Olha só como é que é. Em estrada - essa é uma determinação do DER... A largura mínima de uma estrada é sete metros e 60, em vicinais, sete metros. Em ruas, avenidas, de seis a sete metros. Vamos ver quanto tem essa ponte atual. Está lá, cinco metros e 20 de largura e quatro metros e 30 de largura.

Então, ela é estreita, ela é um afunilamento, ela não pode ser uma estrada, uma estrada em qualquer lugar do estado de São Paulo. Não pode ter essa dimensão, e ela está lá, afunilando o trânsito, porque ela é uma estrada, ela é parte da 360, ela é o quilômetro 163 e pouco da SP-360.

Muito bem, vamos lá. A nova ponte foi programada no mesmo estilo, só que com 12 metros de largura, e não mais sete e vinte. Um metro e 52 de passarela de cada lado, e nove metros para trânsito de veículos, e uma altura de cinco metros e 30 para que não haja enchente. Projeto de uma empresa conceituada que venceu a licitação. Demorou cinco anos para chegar a tudo isso. E nós lá, batalhando, batalhando. Os prefeitos da região, nós, a Engenharia do DER, a empresa, reuniões para cá, reuniões para lá. Aí chegamos no final. Vamos lá. Pode ser o próximo também.

 

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- É feita a exibição de foto.

 

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Aqui está mandando retomar as obras. Antes disso, foi dada a ordem de serviço. Lógico que havia uma pressa de que isso fosse feito no ano passado. Por quê? Porque no dia 1º de janeiro mudava o governo. E havia uma oposição na cidade que dizia que, se mudasse o governo, a obra não seria feita. Por quê? Porque, se essa obra for feita, a atual situação vai ganhar a eleição. É uma coisa baixa, rasteira, de um pessoalzinho que pensa pequeno. Depois vou mostrar a “grande multidão” de gente que lutou por isso.

Foi dada a ordem de serviço. Começou. Depois se paralisou. Sabe como? Um cidadão que nem mora em Lindoia foi arrumado para entrar com pedido de tombamento no Condephaat. Quando entra com tombamento, para a obra. Esqueça: vai demorar cinco anos, oito anos, 10 anos. Muito bem. Então pararam a obra por uma liminar que nós derrubamos. E aí foi autorizada a retomada das obras. Olha lá, 4 de janeiro.

 

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- É feita a exibição de foto.

 

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Vamos em frente. Aí começou a demolição da ponte. Vamos em frente.

 

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- É feita a exibição de foto.

 

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Olha como está o estado da ponte hoje. Vamos em frente.

 

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- É feita a exibição de foto.

 

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Aí, a Concrejato foi comunicada que devia ser suspenso o serviço. Sabe quando? 17 de janeiro. Mas a ordem para parar foi dada em 7 de janeiro. E parou. Não quero entrar no mérito, certo? Só quero deixar claro que isso é um crime contra a região. Isso é um crime contra São Paulo. Não pode, uma ponte que está numa estrada da importância da SP360, ter 5 metros de largura. Não pode, isso é contra as normas do Estado de São Paulo. Vamos lá, em seguida. Vamos lá.

 

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- É feita a exibição de fotos.

 

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Esse é o caos em Lindoia, hoje. Você não consegue andar, está destruindo a cidade inteira. Porque está sendo usada uma ponte municipal, e a cidade virou um inferno. E o prefeito está à base de remédio para poder não enfartar. Essa é a realidade. Vamos lá.

 

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- É feita a exibição de fotos.

 

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Esse é o trânsito. Essa é a multidão que pediu para parar a ponte. Tem quatro vereadores ali. Até tem um ali que é filho de um prefeito de lá, e é o presidente do PSDB de lá, por sinal. Olhem aqui, eu contei: uma, duas, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze, doze, treze, catorze, quinze, dezesseis pessoas, minha gente.

É o fim do mundo. E agora Águas de Lindoia vai fazer... Informaram a deputada Janaina que a ponte tem um custo milionário. Não é verdade. Foi feita uma licitação. E o custo da obra é oito milhões de reais. Para o tamanho da obra - tem 50 e tantos metros - está perfeitamente dentro dos preços normais. E até mais barato, talvez, do que os normais, porque a disputa em licitação está muito grande.

Muito bem. Vamos lá. Eu só queria dizer o seguinte, minha gente: agora, no Corpus Christi, Águas de Lindoia recebe mais de 100 mil veículos. Sabem quantos veículos passam por essa ponte, correndo risco de morte, muitos deles? Dois milhões de veículos por ano. Desde 2013, caminhando. Entenderam?

A gente pede autorização. Está tombado? Não. Vai ser tombado? Não. Tem pedido de tombamento? Não. Não tem nada, nem em volta. E daqui a pouco para a obra porque “vamos pedir um tombamento”. Tem uma certidão do Condephaat que não li, que mostra o seguinte: não tem nenhum razão para ser tombada. A primeira ponte desse gênero foi feita em Socorro, pela Companhia Mogiana de Estrada de Ferro. E tem dezenas de pontes assim no estado de São Paulo e em outros lugares do Brasil.

Então, eu quero deixar aqui essa colocação. E o que aconteceu agora? O governador João Doria, com toda razão - porque o Condephaat tem trinta e tantos membros - quis reduzir, colocar pessoas mais ligadas ao assunto, e agora entraram com uma liminar impedindo o governador de nomear os membros, porque não pediu autorização para a Assembleia para aprovar a nova composição, o que eu respeito e entendo.

Hoje, me procurou o prefeito de Águas, desesperado “como é que eu faço?”. Eu falei “você devia ter brigado um pouco mais a favor da liberação da ponte”, porque o ônus sobrou para o prefeito de Lindoia e para mim.

Mas não tem problema. Quem está na política é para enfrentar os desafios e para procurar com fé, com ânimo e entusiasmo, defender os interesses do povo. Eu fui eleito por Lindoia, eu fui eleito por Águas de Lindoia, eu fui eleito por Socorro, eu fui eleito por Amparo, eu fui eleito por Serra Negra, eu fui eleito por Itapira. Eu tenho a obrigação de lutar por essa ponte que é uma necessidade da nossa região.

Muito obrigado.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -  Só antes de passar a palavra para o deputado Giannazi, quero dizer o seguinte: deputado Barros Munhoz, sou testemunha da sua luta. Acompanhei boa parte dela. De fato a população de lá não tem culpa nenhuma desse problema. Está pagando um preço altíssimo por uma coisa que precisa ser feita. Em que pese as posições técnicas de órgãos e Secretarias, precisa se entender que acima das disputas políticas estão as vontades populares. E, naquele caso específico, a vontade popular é que se conclua a obra que não deveria nunca ter parado. Então, conte conosco. Sabemos da sua luta. Estamos empenhados nessa sua luta. E faço questão de fazer esse registro público aqui da certeza e segurança de que a sua luta, além de ser correta é muito justa. Está certo?

Para falar contra, deputado Paulo Lula Fiorilo. Já o convido para ir à tribuna. Ausente. A deputada Beth Sahão. Deputada Beth Sahão para falar contra. Tem a palavra a deputada Beth Sahão.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Para uma comunicação, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência já tem a palavra, deputada Beth Sahão. Para uma comunicação, deputado Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, quero registrar a honrosa presença aqui de mais atletas que chegaram agora recentemente, os atletas do judô do Ginásio do Ibirapuera. Inclusive, Sr. Presidente, eu estou aqui preocupado, vários deputados e deputadas, preocupados aqui com uma informação: que os moradores do Ginásio do Ibirapuera, porque lá dentro existe um alojamento. Como eu disse, o Ginásio do Ibirapuera é um celeiro de produção de vários atletas que se projetam no Brasil e no mundo. É um grande celeiro que produz grandes atletas. E muitos estão morando lá. E foram já notificados que terão que sair. Ou seja, haverá um desmonte de todos os programas na área do Esporte. Todos esses programas que têm caráter público serão desmontados e não há nada que reponha isso, Sr. Presidente.

Então, faço um apelo aqui em nome dos atletas do Ginásio do Ibirapuera, em nome dos moradores, em nome de todo o estado de São Paulo, porque essa luta não é só dos atletas. O Ginásio do Ibirapuera é um patrimônio da população do nosso Estado e ele não pode ser desmontado, privatizado. Sabemos que se o projeto for aprovado o Ginásio do Ibirapuera vai perder, com certeza, o seu caráter público de formação de atletas. Ele vai ter um caráter privado e vai beneficiar só a especulação imobiliária da cidade de São Paulo. É isso que está por de trás desse projeto, PL  91/19.

Então, registro aqui a honrosa presença dos atletas que estão fazendo um apelo a cada deputado e a cada deputada.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Com a palavra, a deputada Beth Sahão. 

 

A SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - Sr. Presidente...

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Só lembrando a todos os convidados no plenário, não é lícito qualquer tipo de manifestação durante a sessão ordinária.

Com a palavra a nobre Deputada Beth Sahão.

 

A SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - Sr. Presidente, deputadas e deputados desta Casa, telespectadores que nos assistem, executivos públicos que aqui estão, também, fazendo uma luta importante para poderem revitalizar suas carreiras, carreiras que ajudam muito na prestação de serviço do Estado, o pessoal atleta do Ibirapuera, esse tão tradicional ginásio e complexo aqui de São Paulo, que, aliás, está correndo um sério risco de ser privatizado, de ser concedido. Porque concessão, no caso do governo tucano, e privatização, para nós, do Partido dos Trabalhadores, são sinônimos. Quando se concede uma concessão que está sendo proposta aqui por 35 anos, não é?

Quer dizer, até lá, nem o governador João Doria, certamente, desejo que ele tenha muito tempo de vida, pode ser que nem esteja vivo quando - e nem nós, também -, quando essa concessão se encerrar.

Portanto, essa tem sido a tônica deste governo do PSDB ao longo de tantos anos à frente do Palácio dos Bandeirantes. A cada semana, a cada mês, a cada semestre, a cada ano, são dezenas de projetos que chegam a esta Casa propondo a concessão de áreas que são tão importantes para a vida do povo paulista.

No caso do Ibirapuera, especialmente, e de todo o seu complexo, do povo paulistano, principalmente, que faz uso daquela área, seja do ponto de vista esportivo, aqui temos o pessoal, acho que é judô.

É judô, é natação, é salto, é corrida, é atletismo. Enfim, é aquela quadra maravilhosa do ginásio, que tanta história tem, que tantos torneios de basquete, de vôlei, da seleção brasileira, dos times mais importantes, masculino, feminino, abrigaram ali.

E tanta gente recebeu o Ibirapuera, e não apenas para atividades esportivas, mas também para atividades culturais. São Paulo já é uma cidade que carece de espaços públicos culturais. E o Ibirapuera sempre teve também essa reserva.

Eu mesma lá estive para ver shows do André Rieu. Agora, nessas últimas semanas, tivemos aí apresentação do Cirque du Soleil, que muita gente do interior, que fez excursão para cá, para assistir a esse lindo espetáculo.

E o Ibirapuera, quantos e quantos eventos abrigou de forma gratuita? Eu pergunto para vocês: nas mãos do setor privado, quanto será pago para ingressar no Ibirapuera? Quanto as pessoas terão que gastar para assistir a um evento esportivo, que hoje pode ser feito de forma gratuita?

Quanto as pessoas terão que gastar para fazer uso das suas quadras, para fazer uso das suas pistas, para fazer uso das suas piscinas - que hoje é acessível para a grande maioria da população, sobretudo para aquelas pessoas que não têm, muitas vezes, não são sócias de clubes privados, e veem ali uma grande oportunidade de exercerem uma prática esportiva e, quiçá, e certamente, às vezes, alçarem um talento muito grande de poderem disputar pela seleção paulista na modalidade em que estão, de poderem disputar, pela seleção brasileira, na modalidade em que estão.

E este projeto, da forma como o governo nos envia é, mais uma vez, sem qualquer explicação, como foi semana passada com aquele que nós votamos contra, nossa bancada votou contra, com a venda, com a extinção da Emplasa, com a extinção da CPOS, com a venda da Codasp, empresas importantes para vocês que estão aqui, que prestam serviços na área de obras públicas, na área de planejamento urbano e na área de manutenção de estradas rurais. Todas elas foram absolutamente ignoradas e desprezadas pelo governador João Doria, com uma referência, com um referendo grande aqui de uma boa parcela de deputados e deputadas desta Casa, infelizmente.

Nós nos posicionamos contra, e vamos também, quero deixar claro para vocês que a nossa bancada de dez deputados e deputadas do Partido dos Trabalhadores vai votar contra a concessão do Ibirapuera e de todo o seu complexo esportivo e cultural. E vamos fazer essa defesa em tempo integral.

Dia dois, por exemplo, tem marcado, parece-me, salvo engano, uma audiência pública. E eu quero aqui, neste plenário, pedir ao presidente da Assembleia para que, no mínimo, no mínimo, presidente, o que V. Exa. tem que fazer é aguardar a realização dessa audiência, porque nessa audiência as pessoas vão poder se manifestar, vão poder ter um conhecimento melhor. Teremos lá, certamente, representantes dos atletas, representantes dos funcionários do Ibirapuera, da gerência ali, porque a audiência que foi feita lá, infelizmente não pude estar presente, mas o deputado Barba, que é o nosso líder, esteve presente e nos relatou que o desagrado é generalizado, que todos aqueles que participaram daquela audiência se colocaram frontalmente contrários à venda e à privatização e concessão do Ibirapuera.

O Ibirapuera tem um valor também simbólico para o povo de São Paulo. Ele é um marco na área esportiva, sobretudo para o povo de São Paulo. E o que fazer? Vamos desfazer..., o governo quer se desfazer do Ibirapuera como se desfaz, muitas vezes, de um saquinho de plástico? Não, ali tem função, ali tem trabalho, ali tem revelações importantes, como já disse, de talentos, principalmente no mundo dos esportes, com toda sua variedade.

Às vezes esse governo é tão contraditório, porque quando a gente quer fazer um enfrentamento, por exemplo, ao consumo de drogas, quando a gente quer dar novas oportunidades para gerações mais novas, é preciso que haja espaços, é preciso que o governo garanta espaços apropriados e adequados para que esses jovens possam ali experimentar as suas vocações. E os estudos demonstram que a prática esportiva é absolutamente incompatível com o consumo de drogas, com o consumo de álcool.

O governo do Estado deveria motivar, estimular e incentivar essas práticas, fazendo uma manutenção adequada do Ibirapuera, e também criando outros espaços públicos importantes que possam abrigar a nossa juventude, os nossos adolescentes, os nossos jovens, as nossas crianças.

E isso não ocorre. E sabe por quê? Porque o governo do Estado diz que esse complexo dá prejuízo, prejuízo em torno de 15 milhões. Agora, vou dizer uma coisa: um estado, como o estado de São Paulo, que tem uma arrecadação gigantesca, se comparado aos demais estados do País, não pode achar que a função do estado é lucrativa. Um estado que pensa que tem que dar lucro, é um estado falido, é um estado que abandona a sua população, é um estado que abandona a sua gente.

As principais obrigações de um governante se referem à boa qualidade da educação, em todos os seus níveis, da educação básica, passando pelo fundamental, o médio, superior e a pós-graduação. É um governo que garante aos usuários do sistema público de saúde um atendimento digno, respeitoso e de qualidade, sem falta de equipamentos, mantendo uma boa regularidade na realização de exames, na entrega de medicamentos. Um bom governante - e isso é papel do Estado - é aquele que garante também que haja espaço suficiente e incentivos para quem quiser fazer uso de práticas esportivas, de atividades culturais.

E o que faz o governo? Vira as costas para essas áreas. Não só vira as costas, mas abandona literalmente essas áreas. Coloca um projeto que não tem qualquer esclarecimento, que não tem detalhamento, que não aponta os pormenores da concessão, achando que aqui está lidando com pessoas que não têm conhecimento. Por quem esse governo toma esta Assembleia?

Na semana passada, eles aprovaram aqui uma emenda aglutinativa, como eu disse, feita na calada da noite, muito mal feita, sem qualquer detalhamento. E este projeto vai na mesma direção, porque esta é a prática dos sucessivos governos tucanos que passaram por este estado de São Paulo.

Portanto, cabe a vocês todos, que aqui estão, se mobilizarem, chamarem outros colegas que lá estão com vocês, que praticam esportes, chamarem os funcionários, chamarem seus familiares, para que a gente possa fazer uma grande mobilização aqui nesta Casa, fazer uma grande audiência pública que seja capaz, pelo menos, de tentar sensibilizar aqueles ou aquelas que pretendem votar favoravelmente a este projeto, como disse há pouco o deputado Barros Munhoz, que me antecedeu nesta tribuna. Ele já subiu aqui e disse que vai votar favoravelmente ao projeto. É isso que não podemos deixar acontecer. É preciso convencer esses deputados de que este projeto é nocivo para essa área da cidade, que ele vai deixar uma lacuna em um local que é tão histórico do ponto de vista das atividades que desenvolve, que vai deixar uma carência muito grande.

Mais do que isso, ao ser privatizado... Acompanhem meu raciocínio: se ele é deficitário, como eles dizem, se ele não arrecada a quantia suficiente para poder cobrir as suas despesas, ora, então, quando ele for para a iniciativa privada, ele vai continuar deficitário. E o que vai acontecer? A empresa ganhadora dessa licitação vai simplesmente aumentar, aumentar de forma vigorosa, o valor dos ingressos e do acesso àquele complexo esportivo. Disso vocês podem ter certeza. Nenhuma empresa privada vai se responsabilizar por essa concessão se não vislumbrar a possibilidade de ter uma lucratividade, de recuperar os investimentos que for fazer a curto e médio prazo. Disso vocês podem ter certeza, como dois e dois são quatro.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Gilmaci Santos.

 

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Portanto, quem vai pagar a conta, no final desse processo, mais uma vez, é a população, a população que faz uso daquele espaço. É em cima dessa população, em cima de todos vocês que aqui estão, que iremos continuar a nossa defesa contra a entrega de mais esse patrimônio público ao setor privado. Muitas vezes, não sabemos se é para atender amigos; amigos que não sabemos quais relações têm com o  governador João Doria.

Fica aqui a certeza para vocês de que estaremos firmes nessa luta, juntos para impedir que o Ibirapuera seja entregue aos amigos do governador.

Muito obrigada. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Em discussão o PL 91/19. Para falar a favor, o nobre deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, em especial os atletas que utilizam o complexo que está aqui em debate, o Conjunto Esportivo Constâncio Vaz Guimarães, telespectadores da TV Assembleia, aqueles que nos acompanham aqui na assessoria. Eu fui ler o projeto que o governador mandou para esta Casa sobre a concessão desse conjunto desportivo. Como de praxe, um projeto com quatro artigos, mais um cheque em branco para o governador. Ao ler o projeto se começa a perceber as falhas desse projeto que eu vou falar em seguida, mas antes eu preciso voltar o tempo.

O então prefeito João Doria encaminhou para a Câmara Municipal de São Paulo 55 projetos ou disse que teria 55 projetos de desestatização. Observe que essa é uma lógica do João Doria, já como prefeito fez esse debate. Dos 55 projetos, ele aprovou 11 projetos de lei e ele tem 25 projetos que têm algum andamento. Reparem que isso aqui é de 2017, nós estamos em 2019.

Dezesseis estão em andamento em estágios iniciais, nove em processo de licitação. Desses nove, só três em fase da assinatura contratual. A sanha do João Doria como prefeito agora veio para o estado e aqui ele tem adeptos que são favoráveis ao enxugamento do Estado.

Podia aqui dizer que deputados que estão iniciando a legislatura já declararam isso, de que o estado precisa ser mínimo. Nós precisamos nos desfazer de várias empresas, agora de conjuntos como esse aqui ao lado. E o que diz aqui o projeto? Ele diz que a concessão pode ser de até 35 anos. Eu queria dizer uma coisa que é pior do que os 35 anos, deputado José Américo. O projeto começou a ser discutido um dia antes da audiência pública.

É inadmissível, ou melhor, é desrespeitoso com os atletas, com a sociedade, com os parlamentares, que um projeto de lei possa ser discutido antes da gente ouvir aqueles que utilizam o espaço público, aqueles que se formaram no espaço público, aqueles que ganharam medalhas para o Brasil no espaço público. Como se não tivesse nenhum interesse ouvir quem utiliza aquele espaço. Atletas que moram, atletas que treinam e atletas que só estão lá porque esse espaço existe. É disso que a gente está falando aqui que o governador quer abrir mão para a iniciativa privada.

Pior, porque ele está dizendo que a ideia é ter uma arena multiuso que pode ser concedida até 35 anos e ele diz o seguinte: “A concessão de uso será precedida de procedimento licitatório na modalidade concorrência, e terá por finalidade a construção, instalação, manutenção e exploração de uma arena multiuso, bem como a construção, reforma, modernização, instalação, manutenção e exploração de outros equipamentos do local”.

Aliás, quando a gente lê isso, a gente volta ao passado. Quantas promessas os governos do PSDB não fizeram sobre a reforma, o melhoramento do espaço de treinamento dos atletas aqui no estado de São Paulo? E nunca cumpriram. Agora, a forma que o Doria quer para cumprir é fazer uma concessão e muitos deputados aqui vão concordar com a concessão porque acham que o estado tem que ser mínimo sem ouvi-los.

Quantos deputados estiveram até o final na audiência pública que foi feita agora a semana passada? Quantos passaram e foram embora sem poder ouvir o que os atletas disseram e as suas preocupações? Está na hora da gente mudar essa lógica. Reparem só, a próxima audiência pública pode acontecer no dia dois. Nós estamos caminhando para avançar no tempo de debate desse projeto. São seis horas de debate de um projeto antes de ele ser votado. Já foi uma hora e meia, agora estamos avançando, e a audiência pública está marcada para o dia 2 de junho.

Terceira questão aqui ainda quanto ao projeto: “a concessionária poderá realizar outras intervenções do imóvel e explorar as atividades decorrentes, bem como explorar os serviços associados”. Nós estamos dando um cheque em branco. A deputada Beth Sahão esteve aqui e disse o seguinte: “Se a empresa que ganhar precisa ter lucro, ela vai ter que explorar de outra forma ou vai ter que cobrar mais caro o uso do espaço”. Nós estamos falando de um espaço público que tem uma utilidade importantíssima para a comunidade esportiva.

O governador, nessa sanha de entregar as empresas e reduzir custo, tem três projetos que ele já mandou. Um já foi aprovado, que propôs adotar providências necessárias com vistas à dissolução, liquidação e extinção da Codasp, da CPOS e da Emplasa e a incorporação da Imprensa Oficial do Estado - Imesp - pela Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo. Três mil e cem funcionários serão afetados.

Aí, além desse, ainda tem o do Zoológico e o do Parque das Fontes, que também está na pauta. O governador do estado de São Paulo não está preocupado com o atendimento de serviços à comunidade, ele está preocupado em entregar o estado. Se a gente olhar o que ele fez na Prefeitura de São Paulo, a gente vai entender essa lógica, uma lógica predadora, uma lógica que não olha para quem precisa.

É possível impedir? É possível. Em 2017 - os atletas que estão aqui devem ter acompanhado e hoje conversando com a Maurren Maggi ela lembrou-se do fato -, o governo paulista publicou o Edital de chamamento nº 5, de 2007, que envolvia a concessão do Complexo Esportivo do Ibirapuera, que contém 110 m², abriga o Ginásio do Ibirapuera, o Estádio Ícaro de Castro Melo, o Conjunto Aquático Caio Pompeu Toledo, o Ginásio Mauro Pinheiro e o Palácio do Judô. O Alckmin, o Serra... O PSDB já pensou em fazer uma concessão daquele espaço, foi demovido dessa ideia pelos atletas, porque, se fosse pela Assembleia, a concessão já tinha sido aprovada.

Agora o governador tem uma dificuldade a mais: ele não tem uma base sólida ainda. Isso não significa que ele não pode aprovar. No projeto a que eu fiz referência, ele conseguiu 59 votos. Ele teve a capacidade de rachar um partido. Ele rachou o PSL, uma parte votou contra e uma parte votou a favor. Ele rachou, dividiu um partido e conseguiu unificar alguns partidos. Do NOVO, por exemplo, conseguiu os quatro votos; do PRB... Ele conseguiu unificar alguns partidos, mas rachou outros, e é assim que ele vai atuar, é assim que o líder do Governo vai atuar, vai tentar continuar rachando os partidos para poder aprovar esse Projeto 04.

Nós vamos deixar? Claro que não, nós vamos continuar brigando aqui. Agora nós precisamos também que vocês, os atletas, briguem aqui, dialogam com os deputados, mostrem para eles as preocupações de vocês e impeçam que a gente aqui volte a ser o puxadinho do Executivo, puxadinho porque o governador vem e diz assim: “Votem”.

Aliás, o governador não faz só isso, o pior é que o governador repreende deputado. Não está aqui o Major Mecca, do PSL, deve ter saído, mas o governador deu um puxão de orelha público, no Palácio e depois aqui, sabe por que, presidente Gilmaci? Porque o Major Mecca veio a esta tribuna dizer que os guardas, que os policiais militares precisavam de aumento, que era inadmissível o governador fazer o que estava fazendo, prometeu na campanha dar aumento e não deu.

O Major Mecca foi repreendido. Aqui, nós não podemos ficar em silêncio, porque, quando alguém repreende um deputado, está repreendendo a Assembleia, e nós não podemos permitir isso. O governador foi eleito para executar, e o Parlamento, os deputados foram eleitos para legislar, para fazer o debate político, para discutir os projetos de lei, para apresentar os seus projetos.

Agora, não para ser advertido. Nem pelo governador e nem por ninguém. O debate aqui tem que ser público. Cada um é dono do seu voto. Já disse isso no 01. E os votos foram dados, os 59 na primeira votação e depois mais 52 na aglutinativa.

Podemos impedir. Podemos ampliar o debate, podemos fazer audiência pública, trazer o secretário. Aliás, me disseram, o deputado Barba, que esteve na audiência, que o secretário ficou calado o tempo todo. Quem estava lá deve ter visto, os deputados que foram ou que ficaram até o final.

Nós precisamos fazer um debate amplo e, quem sabe, fazer com que o debate de 2017 possa influenciar no de 2019 e a gente mudar essa lógica perversa. Porque cheque em branco é lógica perversa. Não sabemos o que o governador vai fazer, porque vai ter edital, processo licitatório, sem a gente saber exatamente o que vai ser feito.

Hoje eles alegam que o conjunto dá prejuízo. Tem uma arrecadação de 2,5 e um gasto de 18. Agora, não é público. Por mais que a gente olhe no Cigeo, que é o sistema de acompanhamento orçamentário, a gente não tem como saber. Sabe por quê? Porque não está claro quanto entra lá de dinheiro quando, por exemplo, tem um evento que nem esse, do “Cirque du Soleil”. Quanto entra de dinheiro do estacionamento? Quanto entra de dinheiro das várias atividades que são feitas lá? Que são permitidas lá?

Ou o governador torna públicas essas informações ou a Assembleia, de novo, vai votar um cheque em branco. E vai mexer com a vida de milhares de pessoas - que podiam estar usando o espaço esportivo, cultural, recreativo - da pior forma possível.

E aqui eu queria dizer, não é uma questão de achar que é o estado mínimo que resolve o problema. Aqui nós precisamos discutir o que muda na vida das pessoas, daquelas que frequentam o espaço, daquelas que treinam. Ou os deputados aqui fazem isso, ou a gente vai considerar como tirar mais um entulho, diminuir mais um custo do estado.

Aqui não é custo, aqui é investimento. Quando o estado investe você busca resultados, e quantos resultados não foram obtidos com o investimento que o estado fez nos atletas? Quantas medalhas não foram conquistadas? Quantos títulos? E quantos ainda estão por vir? Agora, podemos jogar tudo fora de forma irresponsável. Irresponsável.

Então, queria dizer aos deputados e deputadas, que são donos dos seus votos, que antes de votar dialoguem com os atletas. Escutem quais são as suas preocupações para que na hora do voto nós, aqui, façamos a melhor escolha. Para quem? Para o governador? Não. Para o estado, para os atletas, para quem usa, para quem precisa.

No 01 eu disse aqui para vocês que o governador conseguiu uma base. Uma base que eu considero que ainda não é a base sólida, não é a base do Alckmin, do Serra, quando o PSDB tinha mais de 20 deputados. É uma base que pode ser convencida. É possível dialogar com essa base.

E queria dizer aqui que a bancada do PT vai fazer esse debate. Vai fazer esse debate aqui, nas comissões, vamos fazer o debate na audiência pública e vamos propor que não se dê um cheque em branco para o governador, como já demos no projeto 01.

A bancada do PSOL está solidária, a bancada do PCdoB, a bancada do PT e esperamos que outros deputados façam o mesmo movimento, para que a gente impeça uma grande injustiça com o esporte no estado de São Paulo.

Vamos estar juntos nessa luta. Muito obrigado, presidente. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Em discussão o Projeto de lei nº  91, de 2019, do Sr. Governador. Para falar contra, nobre deputada Márcia Lia.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Muito boa noite a todos, a todas, aos deputados, às deputadas, às pessoas do Esporte que estão aqui lutando conosco contra essa privatização, esse desmonte do estado.

Nós estamos vivenciando um desmonte no governo federal e um desmonte no Governo do Estado de São Paulo, porque os dois têm a mesma linha de atuação, tanto o Bolsonaro quanto o Doria.

Mas vamos ao projeto que nos traz até esta tribuna. Nós estamos falando do PL 91, que autoriza a Fazenda do Estado a conceder o uso da área do ginásio, do Conjunto Desportivo Constâncio Vaz Guimarães, que é o Ibirapuera.

Nós queremos, de pronto, já noticiar que a bancada do Partido dos Trabalhadores votará integralmente contra esse projeto de lei por várias razões. A primeira delas é porque um ginásio de esportes, e um espaço tão maravilhoso quanto o do Ibirapuera, tem que estar disponível para a população poder usar, sem que a população tenha que desembolsar recursos para adentrar o ginásio, uma vez que é para uso e benefício dos esportistas, das atividades culturais e daqueles que precisam de lazer. Nós discordamos, então, dessa concessão.

A discussão que se faz aqui é de que o prazo, olhe só, o prazo que estará inserido dentro do processo licitatório será o prazo de até 35 anos. Imagine eu daqui a 35 anos. Eu não estarei mais aqui, eu acho. Então 35 anos, até 35 anos o prazo de concessão de um ginásio de esportes é algo absurdo e inimaginável.

Já foi dito aqui e eu quero reafirmar que o Governo do Estado alega que vai conceder, vai entregar à iniciativa privada esse ginásio de esportes, porque esse ginásio de esportes seria deficitário. O seu orçamento seria deficitário, porque ele custa 18 milhões de reais, mas ele arrecada tão somente dois milhões e meio, então fica um déficit de 15 milhões de reais.

Eu pergunto a vocês que estão aí assistindo e que estão aqui junto com a gente para lutar contra essa privatização. Se ele for deficitário, de duas uma. Se ele for deficitário da ordem de 15 milhões de reais, como é que a empresa privada vai conseguir obter lucros? Quem é que está interessado nesse ginásio de esportes que é tão deficitário? E se ele for deficitário e ele tem condições de dar lucro, o Governo do Estado de São Paulo, o governo do PSDB está assumindo a sua condição de mau gestor desse espaço público, ele não tem condição de fazer com que esse espaço público seja superavitário. Ou então ele tem que entender que ginásio de esportes é para uso da população.

Aliás, nós pagamos tributos, nós pagamos impostos para que a população possa ter, em contrapartida, saúde, educação, lazer, cultura, esportes. O Governo do Estado de São Paulo assume, então, a sua ineficiência, a sua incapacidade de gerenciar esse ginásio de esportes tão importante, como disse a deputada Beth Sahão, para o povo da cidade de São Paulo e para o povo do estado de São Paulo todo, porque ele é utilizado não só pelos habitantes aqui da capital, mas também pelas pessoas que residem pelo estado de São Paulo, que muitas vezes vêm a esse espaço tão importante para poder aproveitar esse conjunto desportivo.

Outra questão que eu acho muito importante a gente colocar para as pessoas que nos ouvem e nos assistem pela TV Assembleia: o governo do estado de São Paulo alega que há um prejuízo de 15 milhões anuais. Agora, vocês sabem quanto é que o governo do estado de São Paulo concede de isenções para empresas? Quase 21 bilhões de reais. Vou repetir: o governo do estado de São Paulo concede isenções fiscais da ordem de quase 21 bilhões de reais. Isso não é benefício para a população, até porque não há transparência nessas isenções fiscais. Nós não sabemos, aqui nessa Casa, para quem são concedidas essas isenções fiscais da ordem - repito - de 21 bilhões de reais.

Se a gente for fazer um comparativo do que significa efetivamente essa concessão de isenção fiscal versus o prejuízo do Ginásio do Ibirapuera, sabe o quanto significa, em termos percentuais? É 0,07 por cento. Ou seja, significa quase nada. Significa uma pena diante... Significa absolutamente nada. (Manifestação nas galerias.) Então, qual é a conclusão a que a gente chega aqui? De que há interesses outros; há interesses de entregar tudo aquilo que é do povo paulista. E eles estão entregando, eles estão acabando com tudo, assim como o governo federal também está na mesma linha de entrega daquilo que é do povo brasileiro. Estão entregando a Petrobras, o pré-sal, o sistema elétrico. Estão entregando, aqui no estado de São Paulo, as empresas que são, inclusive, superavitárias.

Então, é uma grande balela essa discussão do prejuízo, porque se tem dinheiro para dar isenção fiscal, muito mais justo, mais honesto, mais correto com o povo de São Paulo seria a gente manter esse espaço público, para deleite, para utilização do povo paulista. Então, é um grande equívoco e uma grande falácia essa discussão de que é muito pesado, é muito oneroso. Se é pesado, tirem das isenções fiscais e não do povo mais pobre, que precisa utilizar o espaço para seu lazer, para seu entretenimento e para melhorar a condição das nossas equipes, que usam esse espaço. Agora a gente não sabe nem direito onde vão poder fazer os seus treinos, suas participações... E poder utilizar aquele espaço tão importante para o povo paulista.

Então, eu quero deixar consignado aqui o nosso repúdio, a nossa absoluta discordância desse projeto de lei. Junto com vocês que aqui se encontram, nós vamos discutir esse projeto, dizendo não a esse governo que infelizmente, assim como o governo federal... E hoje saiu uma pesquisa, não sei se vocês viram: o presidente Bolsonaro já tem mais desaprovação do que aprovação na pesquisa que saiu no dia de hoje. Foi mensurado nos dias 19 a 21. O povo está caindo na real. E o povo de São Paulo também vai cair na real do grande erro que foi a eleição do governador João Doria, porque ele vai destruir o patrimônio do povo paulista com essa política: Programa Estadual de Desestatização. Deveria chamar “Programa Estadual de Entrega do Patrimônio Público”, de entrega daquilo que é do povo paulista.

Eu quero aproveitar o ensejo de estar aqui falando com vocês, e no tempo que ainda me resta, para fazer uma moção pública de repúdio nesta sessão. No dia de ontem, nós fomos comunicados que, na cidade de Riversul, o sr. Salvador Gomes, conhecido como Nenê Gomes, que é pai do prefeito do município de Riversul, tentou, por duas vezes, disparar uma arma de fogo contra um trabalhador que estava, legitimamente, dentro das suas terras.

O ataque que ele fez ao líder do movimento dos trabalhadores que estavam na terra, porque a terra lhes foi entregue, lhes foi outorgada pelo Itesp. Ele desferiu dois tiros em um funcionário, lá na pessoa que estava na Fazenda Can Can. Só que a arma falhou, e ele não conseguiu matar o trabalhador, porque a espingarda do pai do prefeito de Riversul não funcionou, graças a Deus.

Mas nós estamos tomando todas as providências, inclusive, eu estou com uma cópia do boletim de ocorrência que foi lavrado, para que o Ministério Público possa, então, oferecer a denúncia dessa tentativa de homicídio, que foi praticada no dia de ontem, lá na Fazenda Can Can.

Essa fazenda pertencia à USP - Universidade de São Paulo, e o governador Geraldo Alckmin fez uma permuta dessa propriedade com outros prédios do Governo do Estado, para que essa área, que está, há 11 anos, sendo discutida na Justiça, e que tem decisão judicial favorável aos trabalhadores que lá se encontram.

Portanto, eles estão, legitimamente, na posse daquilo que lhes pertence e, mesmo assim, eles foram vítimas, porque a agressão se deu contra um, mas havia um conjunto de pessoas, inclusive crianças, inclusive idosos, inclusive pessoas com deficiência, porque é uma quantidade relativamente boa de pessoas que se encontram lá na Fazenda Can Can.

Não obstante a isso, esse senhor Nenê Gomes intentou contra a vida, contra a integridade física, contra a moralidade e contra tudo aquilo que alguém possa pensar. Então, nós exigimos do governador João Doria, exigimos do secretário de Segurança Pública, exigimos do secretário de Justiça e também do Itesp. Nós estamos encaminhando requerimentos para as autoridades, no sentido de que as autoridades tomem as providências necessárias, porque essa área está sob litígio há 11 anos, há 11 anos, e as pessoas vêm sendo vítimas de agressões.

Ontem, só não aconteceu o pior porque a espingarda do sujeito era uma porcaria, porque se ele já tivesse tido acesso a esse direito que o Bolsonaro permitiu, de que as pessoas possam se armar, de que as pessoas possam comprar fuzis, de que as pessoas possam comprar armas, de que as pessoas possam matar os outros, como foi feito lá na cidade de Santo André, por um ricaço, por um empresário milionário, que largou a sua Mercedes, desceu e matou um morador de rua, sem nenhuma dó, nenhuma piedade, sem nenhum sentimento com aquela pessoa que estava lá. Apesar de morar na rua, era uma pessoa, um ser humano.

Então, é disso que nós estamos falando, desse momento de intolerância, de ódio, de intransigência que estamos vivendo no nosso País, mas nós temos convicção que nós vamos superar tudo isso, e que as pessoas responsáveis por crimes serão punidas, na forma da lei.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado, nobre deputada. Continua em discussão o Projeto de lei nº 91, de 2019, do Sr. Governador. Para falar a favor, nobre deputada Professora Bebel.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT – SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa noite, Sr. Presidente, todos os componentes da Mesa, cumprimento também toda a assessoria do lado direito e do lado esquerdo, cumprimento as Sras. Deputadas e Srs. Deputados, cumprimento também todo o público aguerrido presente neste plenário.

Estou dizendo que é ou “a favor” ou “contra”. É só para a gente falar primeiro, então a gente põe “a favor”, para depois falar contra. Entenderam? Eu estou contra mais essa privatização aqui no estado de São Paulo. (Manifestação nas galerias.) Por uma questão de tática. O dia que o presidente se encher, a gente muda a tática, não tem problema.

Mas eu quero chamar atenção para o seguinte. Depois da semana passada, que teve um leilão em um bloco de seis empresas que prestavam e prestam serviço para o estado de São Paulo... Terem passado pelo processo de privatização da forma como passaram, eu até imaginava, colega Luiz Fernando, que a sanha do governador baixava a bola, ia baixar a bola. Entendeu? E entender que o povo paulista tem direito a tudo que é público, sobre tudo aquilo que é dele, povo paulista, mas não adiantou nada.

A sanha é tão grande, que agora vai para cima... Para um espaço valoroso, que é o Centro Desportivo Constâncio Vaz, que forma atletas, atletas para fazerem bonito aqui dentro e lá fora, e isso não toca o Sr. Governador. Eu costumo dizer que toda a forma de desporto... Eu tenho uma luta incansável - eu sou da Educação, professora - para sensibilizar os governantes, e de décadas, que, junto com a Educação, acompanhem o desporto, acompanhem a Cultura, acompanhem o lazer, acompanhem a tecnologia, acompanhem, enfim, toda forma de integração que a gente puder ter, para ter a formação de um ser humano por inteiro.

Esse seria, na verdade, um projeto de Educação dos nossos sonhos, e me parece... Me parece, não, com certeza os sucessivos governos do PSDB não têm outra preocupação, que senão privatizar, privatizar e privatizar. Aqui é colocado que vai para uma concessão, mas a gente também vê as estradas serem oferecidas para concessões, e a gente vê o preço do pedágio nas estradas. São caríssimos, o que significa que a concessão desse centro desportivo, no mínimo, será para que as concessionárias cobrem preços abusivos para aqueles que forem fazer uso desses espaços. Na verdade, é um complexo.

Eu quero dizer para todos e todas que a concessão é por 35 anos, conforme foi alertado aqui pelos meus colegas que me antecederam. Trinta e cinco anos. Isso é um negócio de pai para filho. Porque, em 35 anos, você investe, ganha e - como diz a minha mãe - “reganha”. Enche o bolso e, depois, a depender da diretriz política daqui a 35 anos, continua, de novo, esse processo vergonhoso de concessão.

A concessão, na verdade, não significa, necessariamente, melhorar a qualidade daquilo que está sendo “concedido”, entre aspas. Concedido, não no sentido de concedido. Mas passado para uma terceirizada para dizer que ela pode fazer melhor do que uma empresa pública pode fazer.

O que o governador tem que entender é o seguinte. Ele mostra números, diz que há um déficit de 11 a 12 milhões e que só há uma arrecadação de cerca de 2 milhões e 500 mil. Mas a pergunta que se faz é a seguinte: a gente está tratando de empresa privada, para ter lucros ou a gente está tratando de uma empresa pública que investe?

Porque, o que eles dizem “gastar”, na verdade é investir no desporto. E investir no desporto é desenvolvimento de uma nação e de um país. Não é outra coisa que senão isto. E fico preocupada porque a política de isenção fiscal, no sentido de desonerar empresas, no sentido de muitas empresas, uma lista de empresas, deixam de pagar impostos, como disse a deputada Márcia Lia, já está na casa de quase 21 bilhões. Se aplicado em 10 anos, vai para 115 bilhões de reais.

E pergunto: o que não faríamos com todo esse dinheiro se esse dinheiro viesse para o caixa do estado e o estado aplicasse em todas as questões sociais? Saúde, Educação, Esportes, Lazer, enfim, tudo aquilo que pode integrar o ser humano. Muitos hão de dizer: “Mas haverá saída para isso? Será que é possível a gente mudar esse estado de coisas?” Eu digo que sim.

Você fala: “Mas acabou de levar uma grande derrota na semana passada.” Vocês estão dando a demonstração de que estar aqui presente... Acho que tem que lotar esse plenário e dizer “não” à privatização, dizer que esse espaço é público, que esse espaço é de formação. (Palmas.) Que é um espaço de lazer, de cultura. E que pertence à sociedade paulista.

Não podemos nos calar mais. Tivemos exemplos na semana passada. Vocês acompanharam, tenho certeza. Vocês viram o que aconteceu quando o ministro da Educação falou em retirar as verbas públicas, desde a Educação infantil até a pós-graduação? Vocês viram o que aconteceu? Vocês foram para a avenida Paulista? Acompanharam os atos de 15 de maio? Tenho certeza que sim.

Vocês viram que aqui o governo Doria já fala em não mexer com as verbas das universidades públicas? Estou chamando a atenção de vocês no plenário. Estou dizendo para vocês o seguinte: vão para as ruas e contem com o nosso apoio. Contem com o apoio da bancada do Partido dos Trabalhadores. Contem com o apoio... Posso falar que o PSOL está conosco, o PCdoB, toda a ala progressista presente na Assembleia Legislativa.

Quero crer...

 

O SR. EMIDIO LULA DE SOUZA - PT – Dá-me um aparte, deputada?

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Só um instante, deputado Emidio. Darei, com muito prazer, o aparte para o senhor. Eu quero dialogar. Acho que a gente está em momento de diálogo, deputado. Eu vi movimentos interessantes na semana passada. Eu vi setores do PSL não votar a favor da privatização; não votaram. Votaram junto conosco também. E eu espero desses setores outra ação senão esta para a gente vencer esse estado permanente de entrega do que é nosso para a iniciativa privada. E com isso, então, ofereço aparte para o deputado Emidio, com muito prazer. Deputado, por favor.

 

O SR. EMIDIO LULA DE SOUZA - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Deputada Bebel, primeiro queria cumprimentar a V. Exa. pela intervenção. Vossa Excelência tem uma larga experiência no setor público, na área de Educação, mas conhece muito a importância do setor público em todas as áreas, não é? E no caso em discussão, que é a questão do Esporte, nós temos uma referência importante, fundamental mesmo, aqui no Ginásio do Ibirapuera.

Eu acho importante discutir isso agora, Bebel, porque nós vivemos um tempo que parece que tem muito gente que quer fazer crer, e o governador João Doria é um desses, o Bolsonaro é outro, quer fazer crer que nada que é público serve. Tudo que é público parece que tem problema. Mas na hora que, por exemplo, eles resolvem colocar um filho na Universidade, sabe qual a primeira universidade que se lembra? É a USP, é a Unicamp, é Unesp. Ele só vai para outra quando não tem o que fazer. Quando alguém pensa em lugar de referência para o coração, sabe o que se lembra, deputada? Ninguém se lembra de outros hospitais. Lembram-se do Incor, ou do Hospital das Clínicas. O tratamento do câncer também é para o Instituto do Câncer.

Na área do Esporte sabe o seguinte, tem lugares, equipamentos que fazem parte da própria cidade. Tudo que acontece de importante na esportiva na cidade de São Paulo, ou na área cultural, não é em ginásio particular. É no nosso bom e velho Ginásio do Ibirapuera.

Então, para a gente parar com essa historio do que é público não presta. É o contrário. O que é público é de todo mundo. Aí ficam se apegando às vezes “ah, mas deu prejuízo”. Bom, quer dar lucro monta uma empresa privada. O Doria sabe fazer bem isso; é a vida dele. A vida dele é gerenciar empresa privada, ganhar dinheiro. Aliás, ganhar dinheiro com o poder público também. Mas, gerir coisa pública não é fazer dar lucro. Gerir coisa pública também não é para dar prejuízo. Mas, evidentemente, a missão primeira de um equipamento público não é... porque se não daqui a pouco ele vai falar “bom, o Ginásio do Ibirapuera dá prejuízo”. E as escolas de São Paulo dão algum lucro? Claro que não. Qual o lucro de uma escola? O lucro de uma escola é você criar uma geração para o futuro, abrir avenidas para as pessoas se formarem profissionalmente, terem acesso ao conhecimento. Isso é a função do estado, que parece que até hoje ele não entendeu. E nós temos que trabalhar, de maneira determinada, para barrar esse projeto na Câmara, aqui na Assembleia e para que São Paulo continue atendo o patrimônio desse importante ginásio de esportes. 

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Obrigada, deputado Emidio. Ainda me restou um minuto e quarenta para dizer para vocês todos que estão aqui presentes que nós defendemos esporte também na escola. E defendemos a presença do esporte por quê? Porque ele é eficaz também na ajuda no combate à violência nas escolas, porque o esporte tem regra. Se o menino ou a menina convivem com regras sabe que vai conviver com regras na sala de aula, na sociedade, enfim em todo o lugar que estiver.

Então, esporte também é uma forma de socialização. Mas, mais que isso, é de formação pessoal, individual. Por essa razão a posição nossa é contra a privatização desse ginásio de esportes aqui do Ibirapuera.

E dizer para vocês o seguinte: muito firmes e fortes nessa luta. Nós vamos colocar gente, mais gente, neste plenário, conversar. Quando a gente fala para ir para os gabinetes, não entendam, vocês, deputados e deputadas, como invasão.

Mas, é uma conversa que a gente quer ter, e vocês podem ter, com cada um dos deputados para votar contrário a esse PL, que quer privatizar um ginásio que é muito importante e que tem história na sociedade paulista.

Um forte abraço e muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado, nobre deputada Bebel.

Continuamos em discussão do projeto PL 91/19.

Com a palavra agora o nobre deputado Enio Tatto.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, público que nos assiste, atletas do Constâncio Vaz Guimarães, sejam bem-vindos. Todo o apoio à luta de vocês, que é uma luta do estado de São Paulo, do povo do estado de São Paulo e do povo do Brasil.

Parabéns pela mobilização de vocês, pela audiência pública que vocês fizeram. Tem que se mobilizar, realmente, tanto aqui na Assembleia Legislativa do estado de São Paulo, como nas ruas também; chamar a sociedade para apoiá-los.

É interessante a gente começar a perceber, detectar, como que funciona a Casa do Povo, dos representantes eleitos pelo povo. Estamos discutindo um projeto de suma importância, que é a entrega de um bem público para a iniciativa privada.

Se vocês ficarem aqui hoje até o final da sessão, amanhã ou a semana que vem, vocês vão perceber que tem uma tática aqui do governo do Doria, organizada pelo líder do Governo, que é o deputado Carlão Pignatari, que fala em nome do Governo aqui na Assembleia, que é de não discutir o projeto. Deixa só a oposição discutir. Vocês vão ver que estão subindo aqui deputados só do PT. Vão subir deputados do PCdoB e do PSOL. O deputado Barros subiu aqui, mas falou de outro assunto; não falou do assunto que está em pauta e o assunto que interessa a vocês.

Para que isso? Para terminar a discussão, rapidinho, e depois colocar em votação. E já está tudo combinado, eles têm os votos necessários, como aconteceu na semana passada, para aprovar o projeto e, daí, aprovado, o ginásio de esportes aqui do Ibirapuera vai para a iniciativa privada.

É isso que está organizado pelo Palácio do Governo. O nome de quem organizou isso é João Doria. Talvez muitos de vocês até tenham votado nele. Mas, na hora do vamos ver, vocês vão verificar quem é que defende quem, e quem está do lado de quem.

E vocês podem ter certeza que os deputados do PT, do PSOL, do PCdoB, e alguns outros, vão ficar do lado de vocês e vão votar contra a privatização.

Agora, é bom vocês prestarem atenção e conhecerem bem a Assembleia Legislativa, para saber o comportamento de determinados partidos, partidos que defendem o estado pequeno, o estado mínimo.

Vocês sabem por quê? Porque muitas vezes os filhos de uma elite abonada, que tem dinheiro, não precisam vir treinar no Constâncio Vaz Guimarães. Eles vão treinar no Pinheiros, no Palmeiras, no Corinthians, no São Paulo e em algumas academias particulares e famosas. Então, eles não precisam do Poder Público, eles têm dinheiro para pagar. Eles não precisam ficar alojados num ginásio ou em outro espaço humilde. Eles têm dinheiro para pagar hotéis. Então, para eles não faz diferença. Vamos vender tudo o que é público, e como foi colocado aqui, que dá prejuízo, porque isso atende a população mais pobre, mais necessitada. Eles, por exemplo, não tiveram a ideia do presidente Lula de dar o bolsa-atleta, que passou, em 2005, de 13 milhões para 163 milhões, em 2014, 2016. Talvez algum de vocês tenha sido beneficiado. Isso foi acabando no Brasil. Por quê? Porque agora uma visão liberal, de direita, que não quer ver o filho do pobre ter benefícios, ter possibilidades, ter direito iguais àqueles que têm dinheiro.

Isso precisa ficar muito claro na cabeça de todo mundo. Nós estamos falando do ginásio, mas isso se reflete em todos os setores da economia. Quando se fala aqui das escolas públicas é só vocês verificarem, deputada Bebel, que falou aqui, que é presidente da Apeoesp; é só verificarem que à medida em que foram sendo reduzidos os investimentos na escola pública, cresceram as escolas particulares para os que podem pagar. Isso é óbvio. À medida que você investe pouco em saúde pública, aumentam os planos de saúde para atender quem tem dinheiro, e muitas vezes até o cara de classe média baixa é obrigado a ir a um plano de saúde porque não consegue ser atendido na rede pública.

Isso é uma visão de sociedade, isso é uma visão da sociedade como um todo. Quando você investe pouco na escola pública, quando há precarização, como tem acontecido, a intenção é a de as pessoas irem para a escola particular para pagar mensalidade. Isso é o capitalismo selvagem que a gente vive. Então, a gente precisa entender isso. Na área da Saúde é a mesma coisa, é para vender os planos de saúde, para a pessoa ir para lá, fazer um plano porque não é atendida nos hospitais públicos. E cada vez a precarização é maior.

Agora, qual a preocupação de um governador, como o João Doria, com vocês, por exemplo? Qual a preocupação? Nenhuma. Nenhuma. E quando ele estava no município de São Paulo, que foi prefeito por menos de dois anos, ele colocou tudo para vender, tudo o que era público. Por quê? O que interessa para eles? Interessa privilegiar os que tem condições de pagar uma mensalidade em todos os setores, em todos os setores.

Então, é isso que a gente precisa entender. Isso é um plano organizado. Na semana passada foram três, quatro empresas, e acabaram com elas; tem mais diversos órgãos públicos que estão pautados para serem privatizados. Por quê? Por falta de compromisso com a população que mais precisa. É o Estado pequeno, mas Estado pequeno para quem? Para poucas pessoas. Essa é a visão do governo Doria, e também a do Governo Bolsonaro, se é que ele tem alguma visão.

Isso está acontecendo no Brasil, como um todo, a precarização daquilo que é público, aquilo que atende mais a população que necessita, que é a grande maioria, em benefício de quem quer ganhar dinheiro com aquilo que é social. Infelizmente, é isso que a gente está vivendo.

A bancada do Partido dos Trabalhadores vai lutar até o final. Vocês vão verificar. Tem dez deputados. Os dez vão subir à tribuna para defender que não haja a venda, a entrega do ginásio. Agora, eu desafio: fiquem de olho em quantos deputados da base do Governo vão subir aqui para defender as reivindicações de vocês. Fica todo mundo quietinho. A tática aqui é a seguinte: “Não vamos nos inscrever para discutir”. Cada deputado tem o direito de discutir por 15 minutos. É para terminar logo a discussão, colocar em votação, entregar o ginásio e acabou. Essa é a tática, essa é a fórmula.

Vocês vão perceber que vão subir aqui deputados do PT, todos; vão subir aqui deputados do PSOL, do PCdoB e de alguns outros partidos. Os outros não vão nem se inscrever para discutir. Isso é a cabeça do Doria e não é diferente daquela do governo federal. Isso já está delineado. Os deputados não sobem aqui para fazer sua intervenção. A votação já está toda organizada para que eles tenham maioria e entreguem o Ginásio Constâncio Vaz Guimarães. Isso é o que está posto aqui.

O Doria, na prefeitura, quando ele ficou lá por um ano e meio, também colocou tudo à venda. Ele queria privatizar tudo. Aqueles equipamentos que atendem a população mais carente, a população que mais precisa, não foram do interesse dele. Seu interesse foi, e ainda é, o de entregar o que é público para a iniciativa privada obter lucro.

De alguns esportes de alto rendimento, só pode participar quem é abonado, que tem condições de pagar. Naquilo que é do poder público, em que se precisa bancar para tirar do ser humano aquilo que ele tem de melhor para o estado de São Paulo e para o país, para competir, para nos representar, nem todos vão ter a oportunidade. Por quê? Porque quem vai pagar um grande clube, quem vai pagar uma grande academia, é quem tem dinheiro.

Argumentam que o ginásio é deficitário. É óbvio. Se é público, o Estado tem de intervir, tem de pôr dinheiro. Se a pessoa não tem condições de pagar um ginásio ou uma academia, o estado tem que bancar. Mas na cabeça deles é diferente. Alguns têm o direito, outros não têm. A grande maioria não tem o direito. É isso que está colocado. Vendem o ginásio, depois vendem outro espaço e a cada dia fica mais difícil para a população, em sua grande maioria, participar, usufruir, competir, disputar e colocar o seu talento para o estado de São Paulo e para o Brasil.

Começa-se a criar uma elite de privilegiados e só eles podem participar de competições internacionais, de olimpíadas e de outras coisas. Essa é a visão deles. É a do estado pequeno, com poucas oportunidades para a grande maioria. Só usufrui disso quem tem dinheiro. É isso que está colocado.

A bancada do Partido dos Trabalhadores é contra, está junto com vocês, mas não está junto com vocês só porque são vocês. Está junto sempre contra a entrega dos bens públicos para a iniciativa privada e para aqueles que têm condições de pagar, porque a gente conhece a realidade das pessoas. Por que eles querem entregar, querem privatizar, querem vender tudo aquilo que atende a grande maioria do povo brasileiro e do povo do estado de São Paulo.

Querem restringir a possibilidade, a oportunidade de um filho de trabalhador, de um filho de uma família pobre de poder chegar ao auge de uma competição, ao auge da condição de atleta. Essa é a grande realidade. E o governador João Doria já demonstrou isso na prefeitura. Ele queria vender tudo, privatizar tudo. Aí saiu de lá, vem para o estado, aí quer fazer isso no estado todo. Agora, onde que você vê o João Doria fazendo alguma coisa de interesse para a maioria do povo de São Paulo?

Ele estava lá em Nova York , junto com o Bolsonaro, deixando o estado de São Paulo abandonado nas questões do Esporte, dos investimentos na área da Educação, Saúde, Meio Ambiente. Ele deveria estar aqui, governando em benefício de toda a população do Estado e, principalmente, para a mais necessitada, que inclui os que usam o Ginásio do Ibirapuera por não ter dinheiro para pagar uma mensalidade num clube importante ou numa academia importante.

Por isso a bancada do Partido dos Trabalhadores é contra esse projeto, mas não só contra esse projeto, mas contra essa história de achar que tem que vender tudo, tudo aquilo que beneficia a população mais carente, mais necessitada. Eles querem vender para quê? Para beneficiar apenas uma elite que tem dinheiro e que tem condições de pagar. Era isso, Sr. Presidente.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Cauê Macris.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Só antes, porém, já convido o deputado Douglas Garcia para se postar na tribuna e falar a favor. Deputada Letícia?

 

A SRA. LETICIA AGUIAR - PSL - Para uma breve comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem a palavra.

 

A SRA. LETICIA AGUIAR - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Nós do PSL, eu, Leticia Aguiar, nós apoiamos o esporte. A gente entende que o esporte é fundamental para a vida das pessoas, dos jovens em situação de vulnerabilidade. Na verdade, não há gasto no esporte. Há o incentivo, há o investimento.

A gente não gasta dinheiro, a gente investe em esporte. E quando se fala da possível privatização, do Projeto nº 91, que nós estamos estudando, amanhã nós estaremos a convite da Maurren, nós estaremos lá para acompanhar de perto, ver a realidade deles de perto, ver os atletas que lá estão para que a gente possa entender e olhar pela ótica deles.

Agora, ver o PT vindo aqui discursar tudo bonitinho, o politicamente correto, falam pelo povo, pelo trabalhador. Vocês são os responsáveis pelo grande saqueamento do País. Roubaram dinheiro do Esporte, roubaram dinheiro da Saúde, roubaram dinheiro da Educação.

Colocaram na meia, colocaram na cueca, colocaram na mala, colocaram no tríplex, colocaram no sítio. São verdadeiros criminosos. Uma facção criminosa que saqueou o País e agora vem discursar dizendo que é lindo, que é maravilhoso, que defendemos isso ou aquilo.

O PT é o grande responsável pelo caos da Segurança Pública; é o grande responsável pelos péssimos e baixos índices da Educação e agora a gente está tendo que levantar de novo uma Nação para combater tudo isso porque a gente não merece mais o PT no poder.

E o que depender de mim, da bancada do PSL, da Dra. Janaina e de tantos outros patriotas, o PT nunca mais volta ao poder. Chega desses sanguessugas, parasitas, corrompendo a Nação, corrompendo o País. Eles não querem dar nada para a iniciativa privada sabe por quê? Porque não vão poder lotear na iniciativa privada, porque não vão poder fazer o toma lá dá cá para os cargos da iniciativa privada. Então, está acabando todo tipo de mordomia.

Vocês quiseram entregar o Brasil para o foro de São Paulo, mas a Nação “bolsonariana” se levantou e, é melhor já ir se acostumando  que dia 26, domingo, agora, vai ter de novo.

Brasil acima de tudo e Deus acima de todos! Fora PT! (Manifestações nas galerias.)

 

A SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Temos um orador na tribuna. Para fazer a paridade...

 

A SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - Eu peço uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Eu vou dar uma comunicação a V. Exa. e depois vou passar a palavra ao orador na tribuna.

Primeiro eu queria dizer a essa senhora que aqui, nesta Assembleia, é a primeira vez que os partidos são, no caso do Partido dos Trabalhadores, agredidos de forma tão rasteira. Estou aqui há cinco mandatos e nunca vi esse tipo de agressão. Nem nas nossas mais profundas divergências com os tucanos eu vi uma fala tão rasteira como a sua. Sinceramente.

Dizendo que aqui é um bando de ladrão. A senhora tem que se informar. A senhora tem que provar isso que a senhora falou. A senhora tem que provar isso que a senhora falou. Eu não dou aparte para ninguém, estou na comunicação.

A senhora tem que provar. A senhora está falando muita bobagem. E os laranjas do PSL? A sua líder declarou na imprensa que vai, inclusive, deixar, porque não concorda com os encaminhamentos da incompetência do seu presidente. O seu presidente é um incompetente. Ele é um incompetente. Ele está vendendo o País, está entregando o País para o capital internacional. Esse é o seu presidente. Esse é o que a senhora defende.

A senhora tem que aprender o que foi colocar dezenas de universidades federais instaladas neste País para poder resolver o analfabetismo que historicamente a elite que a senhora representa sempre construiu neste País.

A senhora precisa saber dos institutos federais que foram instalados, quase 40 institutos federais neste Estado, antes de a senhora falar bobagem. A senhora precisa saber dos investimentos na Educação e na Saúde. Depois que o Partido dos Trabalhadores saiu de lá não teve mais um centavo de investimento na Saúde. Como as UPAs, Unidades de Pronto Atendimento, como os Samus, que são serviços que salvam vidas, como os recursos que o governo federal, na época do governo Lula, de forma republicana, redistribuiu para todo o País.

E mais do que isso, os índices que a senhora fala, onde a senhora leu isso? Onde é que a senhora leu isso? Eu quero saber, não é? Porque os índices mostram exatamente o contrário. Exatamente o contrário. Houve a maior redução de desigualdade socioeconômica durante aqueles governos. Essa é a realidade.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputada Beth, para concluir.

 

A SRA. BETH LULA SAHÃO - PT – PARA COMUNICAÇÃO - Então eu quero dizer uma coisa, esse tipo de declaração vai receber da bancada do Partido dos Trabalhadores uma representação na Comissão de Ética.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para concluir. É um direito de Vossa Excelência.

 

A SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - E se não for na Comissão de Ética vai para o Ministério Público, porque isso tem que provar. Nós nunca ofendemos o PSL aqui. Nunca ofendemos.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputada Beth, já encerrou o tempo. Vossa Excelência já concluiu. Eu gostaria de pedir, se eu abrir a palavra, o deputado Douglas já disse que vai conceder a comunicação à deputada Janaina. Eu vou ter que conceder também, mesmo que o deputado Douglas não queira, a comunicação também, para uma posição divergente.

E depois quero que esse assunto se encerre, porque não estamos debatendo o governo federal. Estamos no estado de São Paulo, discutindo sobre a questão da concessão do Ginásio do Ibirapuera e aqui não é o lugar de a gente fazer esse debate. Pelo menos não no momento da discussão do projeto.

Só essa posição que eu queria passar.

Para comunicação, a deputada Janaina.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigada, Sr. Presidente. Eu gostaria de, respeitosamente, fazer uma crítica construtiva ao deputado Enio. Por quê? Deputado Enio, V. Exa., quando sobe à tribuna para defender o ponto de vista do Partido dos Trabalhadores, que eu respeito, V. Exa., no lugar... É respeitosamente uma crítica construtiva de dizer, olha, o Partido dos Trabalhadores defende que se vote não a esse projeto por causa disso, disso e disso. Seria absolutamente legítimo.

Na discussão de ideias V. Exa. faz assim para as pessoas que estão assistindo: “Vocês observem quem é que vai subir aqui, vocês observem que seremos os dez do PT, mais o PCdoB, mais o PSOL. Reparem em todos eles de cabeça baixa, reparem em todos eles”. Quando V. Exa. faz isso, muito embora V. Exa. tenha um tom amável, conciliador, V. Exa. também está ofendendo. Então eu gostaria de falar... É um sentimento, entendeu? Porque nós ficamos com a sensação de que nós estamos sendo acusados de alguma coisa.

Enquanto V. Exa. estava falando, nós estávamos aqui levantando informações técnicas sobre a situação desses esportistas junto ao ginásio. Com que objetivo? Com o objetivo de fazer o que for melhor. Pode ser que ao final nós cheguemos a conclusões diferentes sobre o que seja melhor.

Mas é muito constrangedor, excelência, quando V. Exa. fica o tempo inteiro dizendo “vejam, vocês vão testemunhar”, porque é uma maneira também de nos constranger. Então a colega se magoou, veio aqui, tomou um tom exacerbado. A outra colega se magoou e isso virou uma bola de neve.

Então, o que eu gostaria de pedir aos colegas, no geral? Nós podemos debater as nossas ideias, expor os nossos pontos de vista, criticar pesadamente o ponto de vista do outro, mas não cobrar o que um deve ou não deve fazer, quem deve falar, quem não deve falar, porque é uma decisão de cada parlamentar. 

Mas eu falo isso... Excelência, eu não falo isso para... Eu falo isso respeitosamente, porque o que está acontecendo é isso. Muitas vezes o tom não é de ofensa, mas a argumentação é...

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para concluir, deputada Janaina.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Era só isso, excelência. Obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Agora eu passo ao deputado Enio Tatto e depois passo a palavra ao deputado Douglas Garcia, que veio aqui me perguntar se pode usar os 15 minutos, uma vez que nós estamos caminhando para o encerramento da sessão e ele vai ter que ter direito de falar pelos seus 15 minutos. Com a palavra o deputado Enio Tatto.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Deputada Janaina, com todo respeito, eu estou há 16 anos neste Parlamento. Eu estou no quinto mandato. Eu conheço um pouco como funciona este Parlamento. É só pegar a relação de inscritos, a gente percebe quem está inscrito para falar sobre o tema.

Aqui existe uma orientação do líder do Governo, deputado Carlão Pignatari, que eu conheço, que eu respeito, que é a seguinte: não vamos nos inscrever, para terminar a discussão rapidamente, votar, passar um trator e aprovar. É isso que está colocado.

Vocês vão ver aqui os deputados do PT se inscreverem para defender contra, vocês vão ver os do PSOL, vocês vão ver os do PCdoB, vocês vão ver de outros partidos, alguns. Agora, a maioria não vai se inscrever, porque há uma orientação do líder do Governo, do governador Doria, para discutir o mínimo possível, votar, passar um trator, aprovar a venda e acabou. É isso que está colocado. 

Então, quando a gente provoca, é para ter esse tipo de discussão, deputada Janaina. A gente quer ver vocês se inscrevendo, falando os 15 minutos e defendendo
a entrega, a venda do Ginásio do Ibirapuera. A gente quer ver vocês defendendo, e não simplesmente deixando de se inscrever para o tempo destinado à discussão passar mais rápido e entregarem, a toque de caixa, o resultado para o Doria.

Hoje vai ser o ginásio, semana passada foram algumas empresas estatais, amanhã vai ser outra coisa, e assim por diante. Então é uma tática - para vocês que estão aqui, aqueles que vêm aqui pela primeira vez. Não se inscrevem, para encurtar o tempo de discussão, para votar e, na hora do voto, já está tudo organizado; uma grande maioria para aprovar o projeto de acordo com a vontade do governador. É isso. 

Quando a gente discorda, nós, da oposição, a gente discorda se inscrevendo e discutindo. É só pegar a relação dos inscritos, dar uma olhadinha em quem está inscrito lá. Vocês vão ver deputados da oposição e alguns outros que também são contra a privatização. A grande maioria nem se inscreve, não discute para apressar a hora da votação, daí votar a toque de caixa para entregar o patrimônio público, um ginásio tão importante, histórico, para a iniciativa privada. Essa é a grande verdade. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Com a palavra o deputado Douglas Garcia.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Senhores, como os senhores sabem, eu não sou um deputado da oposição, também não sou um deputado da base do Governo. A bancada do PSL é uma bancada independente.

Quando chegou a esta Casa o PL 1, de 2019, eu disse que votaria contrário enquanto o Governo do Estado de São Paulo não enviasse medidas para que fosse explicado o que aconteceria e informado o que aconteceria com cada uma das empresas que estavam previstas no PL 1, de 2019. Foi a partir de então que surgiu nesta Assembleia uma aglutinativa que previa a extinção de três empresas e a mescla de outras duas. A partir daí, eu passei a ser favorável ao PL 01/19.

Quando o deputado Paulo Fiorilo vem aqui à tribuna e ataca os deputados que votaram favoráveis ao governo, dizendo que se nós votamos favoráveis ao PL 01/19, nós também faríamos assim com o PL 91/19, isso é mentira. Os deputados que foram favoráveis ao governo não votam em todos os projetos que o João Doria manda para essa Casa. Até porque, se o PSL não tivesse se posicionado contra o PLC 04, a bancada do PT não teria conseguido obstruir o projeto hoje, na sessão ordinária.

Então, senhores, com relação ao PL 91/19, diferentemente do PL 01, ele tem um impacto social enorme. Quando nós extinguimos aquelas empresas, nós estávamos falando de pessoas que recebem um valor extremamente acima do teto constitucional, cujo trabalho não estava atendendo às expectativas. E nenhuma dessas empresas era superavitária. Ou seja, era um peso para a população do estado de São Paulo, era um peso para o Brasil.

Porém, no projeto que prevê a concessão do Ginásio do Ibirapuera, existe sim um impacto social muito grande, porque aqui nós não estamos falando de funcionários que não estão dando resultado para o Estado. Nós estamos falando de crianças, adolescentes e jovens que fazem uma atividade esportiva e que, portanto, ao fazerem essas atividades esportivas, além de incentivar o esporte no estado de São Paulo, nós estamos afastando-os daquilo que não presta. É, sim, um projeto importantíssimo. O nome do projeto é Projeto Futuro. Inclusive, nós estamos recebendo aqui na Assembleia muitos que fazem parte dele; estão ali na galeria agora. (Manifestação nas galerias.)

E, assim como eu defendi com unhas e dentes o projeto Guri, porque eu fiz parte do projeto Guri.... Não aprendi a tocar nada, mas quando eu era criança eu fiz parte do coro do projeto Guri. Nem queira que eu cante aqui, Carlão. Eu defendo, sim, as artes marciais, porque tanto a música como as artes marciais fazem parte da Cultura.

Agora, muito me indigna... Eu tenho que infelizmente pedir desculpas à Dra. Janaina Pascoal, porque eu tenho que trazer esse assunto à tona. Porque subiram a essa tribuna diversas vezes para tentar trazer ilações de que o PSL ou qualquer outra pessoa que não seja do PT, do PSOL ou do PCdoB apoia acabar com a Cultura, acabar com as artes marciais, acabar com aquilo que traz benefício à população, incentivando que nossos jovens façam esse tipo de atividade.

Sabe por que muito me indigna? Porque o projeto Guri, que é um projeto voltado justamente para essa área de Cultura, é um projeto que hoje está na CCJ. E foram pedidas vistas por um deputado do PT. Eu estou esperando esse projeto sair até agora. É um projeto meu que faz com que o projeto Guri seja declarado patrimônio público imaterial, cultural do estado de São Paulo. Porém, o PT pegou esse projeto e pediu vistas. Só tinha um artigo, que era fazer a exaltação das crianças que fazem parte do projeto Guri, que é um projeto extremamente importante para o estado de São Paulo.

Então, se o PT defende tanto a Cultura, se o PT... No momento certo, eu dou um aparte ao deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Obrigado.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Se o PT defende tanto a Cultura, por que sentaram em cima do meu projeto? Tem que vir aqui explicar. Se o PT defende tanto as artes marciais, as lutas; se a esquerda em geral defende tanto o esporte... Espera aí: o esporte é extremamente o oposto das drogas. Drogas e esporte não andam juntos. Ou os deputados de esquerda apoiam o esporte ou os deputados de esquerda apoiam a legalização da maconha. E não é só a legalização da maconha que eles apoiam, como muitas outras. Ou os deputados de esquerda apoiam o esporte ou trazem para essa Casa um movimento que é o movimento antimanicomial, onde muitas pessoas que estão nesses manicômios acabaram chegando lá graças às drogas: ao crack, à heroína.

Então, alguma coisa não está fechando com a outra. E, principalmente, eu gostaria de dizer: quando nós tivemos, no Ministério dos Esportes, uma irregularidade, não foi sob o governo de Jair Bolsonaro, não foi sobre algum ministro indicado por um presidente de direita. Quem era ministro na época em que houve irregularidade no Ministério dos Esportes, no programa “Segundo Tempo”, para jovens carentes, era o Orlando Silva, do PCdoB, Partido Comunista do Brasil, deputado federal.

Aí eu pergunto: quem, de fato, está fechado com a causa esportiva? Então, antes de subir a esta tribuna para fazer discursos inflamados, “não, nós defendemos o esporte, nós defendemos as artes marciais”, reflitam sobre aquilo que acontece na realidade, porque as ações, na prática, não justificam os discursos que são ditos aqui.

Eu conversei com muitos deputados do PSL, conversei com alguns deputados do NOVO. Tenho conversado com outros deputados também, para nós pegarmos este projeto, que foi enviado para esta Casa... Outra coisa: quem deveria fazer isso era o Governo, quem deveria fazer isso era o PSDB, não era eu.

Agora que eu falei do PT, eu vou falar do PSDB também, porque eu fui eleito para falar, e eu vou falar. O negócio é o seguinte: o governador do estado de São Paulo não merece que nenhum deputado do PSL suba a esta tribuna para defendê-lo. Quem deve fazer isso são os deputados do PSDB. Eu votei favorável ao PL 1, de 2019, depois que vieram as aglutinativas, mas a forma com que o governador tratou um dos membros do PSL aqui, no Colégio de Líderes, é inaceitável.

Eu não aceito que o governador do estado de São Paulo, que durante a época da pré-campanha pega e fala para o jornalista: “Jamais aceitarei o apoio de Jair Messias Bolsonaro no eventual segundo turno, porque eu não sou radical”. Quando houve o segundo turno, o que aconteceu? Saiu correndo para Brasília, “pelo amor de Deus, faz um vídeo comigo”.

O que o Bolsonaro fez? Ignorou. Esse governador que hoje está no Palácio dos Bandeirantes só está lá por causa dos votos dos conservadores, só está lá por causa dos votos dos conservadores. E ele falou aqui, no Colégio de Líderes: “Não me tratem, pessoalmente, diferente do que vocês me tratariam dentro da Assembleia”.

Quando eu fui almoçar no Palácio dos Bandeirantes, a convite do governador, pela bancada do PSL, eu não o tratei da forma que eu trataria aqui na Assembleia por uma questão de educação, mas agora, depois dessa declaração do governador João Doria, eu torço para que ele nunca me encontre na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, porque a primeira coisa que eu vou perguntar para ele é por que ele não vai a público dizer para a população, que ele tanto falou durante a época da campanha, que era liberal, que apoiava o livre mercado, por que ele não fala para a população que foi ele que enviou o PLC 04 aqui para ser votado, por que ele não fala para a população que é ele que está querendo inchar o Estado e aumentar o salário de quem já recebe mais.

Ele tem que vir aqui explicar, é ele que tem que vir a público e explicar nas redes sociais essa situação. O pau que bate em Chico também bate em Francisco. Conversei com os deputados estaduais, malgrado quem deveria fazer isso era a base do Governo, conversei com os deputados estaduais do PSL e do NOVO, e chegamos a algumas conclusões.

Ainda não está nada acertado, porém, eu vou trabalhar nisso, para que nós criemos uma aglutinativa a esse projeto, fazendo com que o Projeto Futuro se mantenha mesmo com a concessão, que a empresa privada que vier a fazer parte dessa concessão venha a manter todos os trabalhos, inclusive nas instalações, onde os garotos e as garotas fazem esse tipo de atividade, porque eles atendem de 200 a 300 crianças. (Manifestação nas galerias.)

Então, fica aqui o meu compromisso de brigar por essa aglutinativa, para que a gente faça a concessão do Ginásio do Ibirapuera, mantendo todos os programas sociais que vêm da Secretaria do Esporte, porque o projeto deles vem da Secretaria do Esporte e precisa ser mantido. É um projeto extremamente importante.

Eu vim da favela, eu vim da periferia e sei o quanto é complicado quando os jovens não têm atividades. Se a gente os tira do esporte, infelizmente, o mundo do crime os toma. Então, eu defendo, sim, a manutenção do esporte, defendo as artes marciais e proponho essa aglutinativa entre todos os deputados para que a gente consiga trabalhar.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Obrigado, deputado Douglas. Eu queria fazer um reparo e, surpreendentemente, duas concordâncias. O primeiro reparo é que, na minha fala, eu disse que era necessário que cada deputado e deputada tivessem o seu voto expressado no debate público, que é natural.

Eu não disse que o PSL inteiro votaria assim ou assado, até porque, na votação do 01, o PSL rachou. Foi exatamente isso que eu constatei. Uma parte votou favorável à extinção de empresas e à fusão, e outra parte não votou. É do debate político. Aliás, a concordância que eu queria trazer aqui ao senhor é a seguinte. O senhor disse, quem deveria ter mudado o Projeto 01 não eram os deputados, era o governo, e o senhor sabe do meu discurso, desde o início, com relação a isso.

O governo mandou pra cá um projeto de três artigos, e aí pediu que os deputados dessem um jeito, e deram um jeito. Tiraram a Dersa, propuseram fundir duas e extinguir três. Qual é o problema para o PT nesse caso? É que faltou o debate com o governo. Os secretários responsáveis não vieram e a gente teve que fazer - a gente não, aqueles que deram o voto ou que fizeram a aglutinativa.

Por fim, eu quero dizer para o senhor que o PT tem concordância em defender os atletas. Foi isso que a gente fez aqui até agora. O problema é: que tipo de posição e de postura será discutida aqui com relação à aglutinativa? Porque o senhor falou, agora, muita gente não falou aqui. Esse é o grande problema. O senhor deve saber que a aglutinativa do 01 surgiu sem muita gente saber de onde ela surgiu.

Muito obrigado, Sr. Deputado.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - De nada. Fica aqui o meu compromisso com todos vocês. Eu vou trabalhar para que a aglutinativa venha a ser inserida nesse PL, e nenhum de vocês venha perder o direito de poder estar dentro do Ginásio do Ibirapuera exercendo essas atividades, porque são atividades essenciais, não só para a população do estado de São Paulo, com relação às artes marciais e à Saúde, como também em relação à Segurança Pública, uma vez que este tipo de projeto afasta os jovens do mundo do crime.

Então, a gente vai trabalhar para que haja sim a concessão do Ginásio do Ibirapuera, mantendo todos os programas sociais que já existem. Detalhe que nessa aglutinativa eu defendo que a manutenção do programa projeto Futuro venha a ser feita pelo estado, porque a empresa que for pegar a responsabilidade de trabalhar no Ginásio do Ibirapuera a partir de então não pode obrigada a tirar do próprio bolso essa questão.

Nós temos jovens que recebem um benefício estatal. Portanto, a responsabilidade deve vir do estado, e não da iniciativa privada. Vocês estão vendo como hoje está o Ginásio do Ibirapuera. Está completamente largado. O estado não tem competência para conseguir fazer, entregar um serviço 100% de qualidade. Por isso a ideia de se privatizar, por isso a ideia de fazer essa concessão.

Os deputados vêm aqui e falam “não, porque o serviço público é muito melhor, o serviço público é isso, é aquilo outro”. Pelo amor de Deus. Vamos comparar o Hospital Geral de Pedreira com o Hospital Albert Einstein. Vamos comparar a Escola Estadual Professor Alberto Levy, onde eu estudei e concluí o Ensino Médio com o Colégio Bandeirantes.

É claro que uma coisa não tem como comparar com a outra. Quando nós falamos de privatização, quando nós falamos de tirar do estado, é para fazer com que entreguemos um serviço de qualidade à população. É por isso que eu votarei favorável ao projeto do governador, ao projeto do governo, se tiver uma aglutinativa, uma cláusula no projeto, que garanta a continuidade do programa dos jovens que estão hoje aqui no plenário da Assembleia Legislativa.

Então, fica aqui o meu compromisso de lutar por isso, e eu gostaria de aproveitar os últimos 50 segundos para relembrar ao governador do estado de São Paulo que, até agora, eu ainda não tive uma resposta com relação à suspensão dos contratos daqueles eventos de temática LGBT, que estão sendo pagos 40 mil reais para cada tipo de projeto.

Peço também que o senhor faça o contingenciamento no Museu da Diversidade e no Museu da Resistência. São duas coisas que, culturalmente, não servem para nada no estado de São Paulo, e que a gente precisa sim trabalhar para conseguir reduzir ao máximo e entregar para a população o que, de fato, ela necessita, que é esporte, música e outras coisas do tipo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para falar contra, o nobre deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, público aqui presente. Eu quero, primeiramente, saudar aqui todos os atletas do Ginásio do Ibirapuera, registrando que são atletas, muitos da seleção brasileira. Nós temos aqui a presença da Maurren Maggi, que é campeã olímpica, do Henrique Guimarães do judô, do Sandro Viana, e de muitos outros, que são atletas, inclusive, que vão participar das próximas Olimpíadas, representando o Brasil. (Manifestação nas galerias.)

É um orgulho imenso tê-los aqui. É uma honra tê-los na Assembleia Legislativa, nesse movimento importante de resistência, de defesa do patrimônio público. Quero registrar, também, a presença dos professores e dos alunos da rede pública de ensino que acabaram de realizar uma audiência pública importante, em defesa das ciências humanas (Palmas.), em defesa da Filosofia, em defesa da Sociologia, áreas que estão sendo atacadas pelo “sinistro” da Educação.

Que, além de atacar essas áreas importantes, ataca o núcleo crítico do currículo escolar. Como fez Hitler na Alemanha nazista. Como fez a ditadura militar, que retirou as disciplinas críticas do currículo escolar, sobretudo a Filosofia e a Sociologia, e neutralizou História e Geografia. Como fez Temer na reforma do ensino médio. Agora o governo Bolsonaro tenta destruir o núcleo crítico do currículo escolar da Educação brasileira.

E atacando, também do ponto de vista lógico, tem todo o ataque ideológico: com o Escola sem Partido, com o ensino domiciliar e tantos outros projetos nessa linha. Mas tem o ataque financeiro, também: o ataque no financiamento da Educação, que tem inviabilizado o aumento dos recursos em Educação e inviabilizado o Plano Nacional de Educação, os planos estaduais, os planos municipais de Educação, que já foram aprovados em vários municípios e em vários estados.

Não temos mais nenhuma garantia de que haverá, minimamente, a universalização do acesso à Educação infantil, ao ensino fundamental, ao ensino médio, ao ensino técnico, ao ensino tecnológico, ao ensino superior, à pós-graduação. Nada mais disso está garantido. O Fundeb está ameaçado, o piso nacional salarial, por conta dessa política de cortes nos orçamentos da Educação, tanto no ensino superior como, também, na Educação básica.

O governo tenta confundir a população fazendo uma oposição entre ensino superior e Educação básica. E não há oposição alguma nesse sentido. Já fizemos exaustivamente esse debate, demostrando que não existe essa contradição, de que se investe mais em universidade pública do que na Educação básica. Então, parabéns pela mobilização que vocês fizeram hoje na Assembleia Legislativa, trazendo o debate.

Quero parabenizar, sobretudo, o professor Aldo Santos, que está sendo perseguido e criminalizado pela ação histórica que ele tem feito em defesa dos movimentos populares, em defesa do movimento de moradia.

Todo o nosso apoio, Aldo, a você, à sua militância, e aos colegas que estão ao seu lado.

Voltando à pauta do PL 91. Primeiro, que a nossa posição sempre foi clara, de que somos contra o PL 91. Estamos em obstrução a esse projeto, se ele entrar em votação. Tomara que não, tomara que a Assembleia Legislativa tome uma posição contrária a esse projeto. Mas, se ele entrar em votação, vamos votar contrariamente por vários motivos.

Esse projeto de lei entrega um patrimônio público, um patrimônio da população do estado de São Paulo, que cumpre um papel estratégico na formação de atletas. É um projeto que destrói um equipamento muito importante, também, na área da Cultura, na área da apresentação de grandes musicais e grandes eventos artísticos e culturais. Não é só na área do Esporte que o Ginásio do Ibirapuera tem a sua importância.

Mas o que eu queria dizer é o seguinte: conheço o Ginásio do Ibirapuera. Conheço bastante. Uma coisa é certa: o Ginásio do Ibirapuera está totalmente sucateado e degradado. O governo, ao invés de reformar o Ginásio do Ibirapuera, ele vai vender. Ele vai entregar para a iniciativa privada.

É a velha tática do PSDB aqui em São Paulo: ele vai sucateando e degradando os equipamentos públicos. Tudo aquilo que funciona bem, ele degrada e destrói para ter uma desculpa para entregar para a iniciativa privada. Essa é a velha tática conhecida por todos nós aqui no estado de São Paulo. Teve uma crítica que foi feita pela deputada Leticia Aguiar, do PSL, que fez uma crítica ao PT, mas aqui no estado de São Paulo o PT nunca foi governo. Longe de mim querer defender o PT aqui. Não estou defendendo o PT. Mas olha, quem governou e quem governa São Paulo de 1995 até agora é o PSDB. O PSDB tem destruído o estado de São Paulo, atacado os equipamentos sociais, privatizado, tanto é que foi cunhada aqui uma expressão: a “privataria tucana”. A privataria tucana nasceu e permanece viva, com muita profundidade, com muito vigor. Não é à toa que o primeiro projeto estratégico do Governo aprovado aqui foi o PL  01, projeto privatista.

O Governo apresentou vários projetos privatizando equipamentos públicos. Esse 91, o 183, do Jardim Zoológico, do Jardim Botânico, do antigo Simba Safári, agora Zoo Safári; tem os presídios que serão privatizados, temos as estradas, as rodovias que serão privatizadas. Mil e duzentos quilômetros serão pedagiados no estado de São Paulo, da região de Piracicaba até a região de Panorama; 1200 quilômetros de pedágios no estado de São Paulo. É a privataria tucana. É a única coisa que o PSDB sabe fazer no estado de São Paulo. Duas coisas: privatizar tudo, que às vezes ele chama de PPPs, de concessões, de parcerias, ou às vezes de privatizações. Isso o PSDB sabe fazer muito bem. Ou seja, dilapidar o patrimônio público. Tudo que funciona bem ele privatiza e entrega para as famosas ou organizações sociais de caráter privado ou diretamente para as empresas. Então, é uma coisa que funciona bem aqui. O PSDB faz muito bem; privatizar e dilapidar o patrimônio público.

E outra coisa que o PSDB faz bem, e agora eu percebo, deputada Bebel, que o PSDB está terceirizando para outros partidos aqui. Assistimos hoje na Comissão de Educação ataques aos servidores públicos da Educação, da Segurança Pública. Agora o PSDB não está mais sujando as suas mãos. Ele terceiriza para os outros partidos se colocarem contra projetos e ações que nós temos em defesa dos servidores públicos do estado de São Paulo. O PSDB encaminha muitos projetos aqui contra os servidores. E não cumpre a legislação que possa melhorar a situação da prestação de serviços públicos para a população através da valorização do servidor público, na ponta, que estão nas escolas, no hospital, nas delegacias de polícia do estado de São Paulo. Sem esses servidores não tem política pública, não tem atendimento à população.    

E quando o Governo ataca os servidores, como tem atacado historicamente no estado de São Paulo... Cito aqui alguns exemplos: não respeitando a data-base dos servidores, que venceu agora em março e nada. Não veio um centavo de reposição das perdas inflacionárias. E vários outros. Ficaria aqui citando vários exemplos de ataques aos nossos servidores. Então, duas coisas que o PSDB faz bem no estado de São Paulo: dilapidar o patrimônio público, destruir e entregar para a iniciativa privada o que funciona, sobretudo o que funciona bem - é o que ele está fazendo -, e também ataques, desvalorização de todas as carreiras dos servidores públicos, não é?

Infelizmente há uma base de sustentação, que continua aqui, embora tenha diminuído um pouco, mas ela continua consistente, essa base de sustentação do Governo só confirma o que historicamente sempre aconteceu. A Assembleia Legislativa continua sendo um puxadinho do Palácio dos Bandeirantes. Continua sendo, na verdade, um departamento, uma extensão ou um cartório da Casa Civil, agora do governo Doria. Ela apenas homologa as decisões, os projetos do governo. A Assembleia Legislativa é isso.

Mas, além disso, ela continua também sendo um puxadinho do poder econômico, do capital privado. A Assembleia Legislativa tem uma concepção pró-mercado, uma concepção privatista, que ataca servidores, entrega o patrimônio público.

Mas, aqui eu não vejo nenhum debate, a não ser o nosso, aqui, da oposição, do PSOL, do PT e do PCdoB, sobre a política de desoneração fiscal. Não vejo uma preocupação. Olha, nós estamos aqui com um problema sério para os defensores aqui do mercado, que é a famosa desoneração fiscal; mas, sobretudo, da dívida ativa do estado de São Paulo, das empresas devedora.

Por exemplo, a Sadia deve - eu tenho aqui alguns dados - um bilhão e quinhentos milhões de reais para o estado de São Paulo. É dívida ativa, já consolidada. A Sadia recorreu, não ganhou, perdeu. Ela tem que pagar um bilhão e quinhentos milhões de reais.

Eu não vejo aqui nenhuma preocupação dos deputados da base do governo cobrando essa dívida ativa. Agora, prestem atenção, deputados e deputadas, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia: a Sadia é beneficiada com a desoneração fiscal, ela recebe isenção fiscal dos nossos impostos, do ICMS; ela deixa de pagar uma parte do ICMS, e mesmo assim deve um bilhão e quinhentos milhões de reais.

Cadê? Onde estão os defensores dizendo que nós temos que desonerar o estado? Isso não é uma oneração para o estado? Onde estão os defensores aqui da desoneração do estado?

Mesmo, aqui, uma outra empresa distribuidora de carnes em São Paulo, deve um bilhão e duzentos milhões de reais para os cofres públicos.

Tem dinheiro, pessoal. Tem muito dinheiro nos cofres públicos. Acontece que a Assembleia Legislativa não se manifesta, até porque ela defende, me parece que na sua quase totalidade, essa política de entregar dinheiro público para as grandes empresas.

A Ambev está nessa lista, vários grupos econômicos do agronegócio que vocês conhecem estão na lista tanto de sonegadores, que sonegam para o estado, e são beneficiadas, ainda, e premiadas com a famosa desoneração fiscal.

Ou seja, 11% do Orçamento do estado de São Paulo é destinado exatamente para as empresas privadas.

Eles querem falar em "aliviar o peso do estado". Isso é pura demagogia, porque se estivessem preocupados mesmo em desonerar o estado, estariam combatendo a política de desoneração fiscal e ajudando a cobrar a bilionária dívida.

A dívida, hoje, dessas empresas com o estado de São Paulo é de aproximadamente 350 bilhões de reais. O Orçamento deste ano é de 230 bilhões. É quase o dobro do Orçamento. Então, é isso que tem que ser colocado.

A nossa posição, da bancada do PSOL, é totalmente contrária à aprovação do PL 91. Nós estamos aqui em obstrução. Faço um apelo aqui aos deputados e deputadas para que votem contrariamente e ajudem no processo de obstrução a esse projeto, porque nós não podemos perder o espaço importante de formação.

Eu falei que o Ginásio do Ibirapuera hoje é um celeiro que forma grandes atletas, não só para o estado de São Paulo, mas para todo o Brasil. Nós temos vários exemplos aqui. Então, faço esse apelo.

É uma denúncia grave, porque o projeto nem foi aprovado. Quem faz parte do Projeto Futuro e mora no Ibirapuera levanta a mão. (Manifestação nas galerias.) Quem já recebeu a notificação de que tem que sair já do ginásio, levanta a mão. (Manifestação nas galerias.)

Olha, eles foram notificados, deputado Cauê Macris, presidente da Assembleia Legislativa do estado de São Paulo, deputados e deputadas. O projeto nem foi aprovado e eles já estão desmontando; notificaram todos esses atletas que eles devem sair dos alojamentos do Ginásio do Ibirapuera.

Isso é o privatismo. A empresa está pensando em lucro. E ela sabe que formar atletas não dá, não é possível ter lucro com isso.

Então, o nosso voto é contrário ao PL 91.

Muito obrigado, Sr. Presidente. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para a segunda sessão extraordinária, a realizar-se hoje, dez minutos após o término da primeira sessão extraordinária, com a finalidade de apreciar a seguinte Ordem do Dia: Projeto de lei nº 91, de 2019.

Para falar contra o projeto, o nobre deputado Jorge do Carmo. Pelo tempo remanescente da sessão, temos cinco minutos.

Para uma comunicação, deputado Luiz Fernando.

 

O SR. LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, nobres deputados, quero saudar a todos que estão na tribuna, saudar a todos aqueles que estão para serem despejados, e serão despejados.

Quero dizer que essa luta, Sr. Presidente, foi uma luta que o nosso mandato, já no governo passado, adotou. E junto com o Sandro, que eu vejo ali, quero render minhas homenagens, Henrique, Álvaro e outros que conosco estiveram. Nós conseguimos, naquele momento, Dr. Jorge, segurar esse processo. Isso..., inclusive, nós somos autores de um projeto que tenta tombar aquele ginásio. Agora, uma coisa que não está sendo falada aqui, Dr. Jorge, que o que pretendem ali não é só acabar com o Ginásio do Ibirapuera. Eles pretendem fazer daquele local um local de espetáculo. É um local para que a iniciativa privada faça shows, espetáculos e que, definitivamente, sobretudo, o templo do judô brasileiro seja... e do atletismo seja acabado.

E eu quero dizer, sobretudo a vocês que estão hoje aqui na galeria: não deixem esta Casa. Só tem uma forma de a gente mudar esse resultado, uma única forma: é através da pressão de vocês, e nós precisamos encher essa galeria, porque os deputados são sensíveis ao apelo do povo. Nós temos que torcer, sim, não para fazer uma aglutinativa, e que os espaços serão... esqueçam isso. Primeiro que particular nenhum vai comprar aquilo ali com os atletas dentro, com projeto social dentro. A ideia deles é vender para alguém ganhar dinheiro com aquele local.

Então, nós precisamos pressionar, sim, os deputados desta Casa, que há poucos dias entregaram três empresas importantíssimas para São Paulo, e agora, se nós bobearmos, vão entregar o Conjunto Constâncio Vaz Guimarães.

Muito obrigado, Sr. Presidente. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pelo tempo remanescente de dois minutos e meio, passo a palavra ao deputado Jorge do Carmo.

 

O SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - Obrigado, Sr. Presidente.

Boa noite aos colegas aqui, deputadas e deputados. Eu gostaria de falar 15 minutos, mas não vai ser possível. Mas eu quero... não posso perder a oportunidade de falar mais uma vez, aqui, sobre o cheque em branco que o governador quer passar para esta Casa, que é achar que a gente vai assinar aqui um cheque em branco.

E quero saudar aqui os atletas do Ginásio do Ibirapuera, e reafirmar que nós não vamos assinar cheque em branco aqui para que o governador entregue o patrimônio público, sobretudo, e principalmente, o Conjunto Desportivo Constâncio Vaz Guimarães, que é o Ginásio do Ibirapuera.

E lembrando que, semana passada, nós tivemos aqui a aprovação do PL 01/19, que entregou o patrimônio público aqui, as empresas Emplasa, Cpoesp e Codasp. E tem outro projeto que vem para entregar a Dersa. E agora nós temos aqui, hoje, a entrega, a discussão para a entrega do Ginásio do Ibirapuera.

Nós somos contrários, porque o Doria, quando governador, quando prefeito da cidade de São Paulo, entregou o patrimônio público do município: o Autódromo de Interlagos, o Pacaembu, o Anhembi, os parques, ou seja, os vereadores da direita, os vereadores da base de apoio lá do Doria assinaram um cheque em branco para a entrega do patrimônio público. E aqui, no estado de São Paulo, não está sendo diferente, mas nós não podemos nos calar, deixar de vir a esta tribuna para denunciar esses desmandos, essa falta de compromisso com o povo paulista.

Por isso, Sr. Presidente, somos contrários ao PL 91/19 pela sua forma de ser, por querer achar que os deputados não têm compromisso com o povo paulista. Queremos que o patrimônio público seja preservado. O patrimônio público não pode ser para alguns, ele tem que ser para o público. E não é isso que estamos vendo aqui.

Para concluir, quero falar aqui dos legados. Ouvi a deputada falando dos legados dos governos do Partido dos Trabalhadores, que não foram poucos. Nós queremos, cada vez mais, defendê-los, porque nenhum partido governou tanto para o povo quanto o Partido dos Trabalhadores.

Por isso, quero conclamar aqui e dizer que nós...

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Jorge do Carmo, nós não temos mais sessão. Peço desculpas a Vossa Excelência. Vou devolver a palavra a V. Exa. logo no início da próxima sessão.

 

O SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Como nós demos o tempo já remanescente, esgotado o objeto da presente sessão, lembro os deputados que em dez minutos abriremos a segunda sessão extraordinária e devolverei a palavra a Vossa Excelência.

 

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- Encerra-se a sessão às 21 horas e 30 minutos.

 

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