21 DE MAIO DE 2019
16ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA
Presidência: CAUÊ MACRIS
RESUMO
1 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Abre a sessão. Anuncia a continuação da discussão do PL
91/19.
2 - CARLÃO PIGNATARI
Para comunicação, informa o Sr. Presidente Cauê Macris do
acordo entre as lideranças, que dará o projeto discutido por cinco horas,
restando apenas uma hora de discussão. Solicita o levantamento da sessão, por
acordo de lideranças, após o pronunciamento do deputado Campos Machado.
3 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Anota o pedido.
4 - CAMPOS MACHADO
Discute o PL 91/19.
5 - GIL DINIZ
Para comunicação, lembra que a bancada do PSL é formada por
15 deputados. Afirma que há liberdade dentro do partido e que não há um
pensamento único. Esclarece que a deputada Janaina Paschoal tem total liberdade
para ficar ou sair do partido. Pede que cada um cuide da sua própria bancada.
6 - CAMPOS MACHADO
Para comunicação, esclarece que o PSL não manda nesta Casa,
apesar dos 15 deputados. Diz não se importar com a opinião daqueles que o
antecederam. Considera uma agressão a Maurren Maggi a insinuação de que ela não
é mais atleta, e sim política.
7 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Registra a manifestação do deputado Carlão Pignatari,
relativa à discussão do projeto em tela. Defere o pedido do deputado Carlão
Pignatari. Levanta a sessão.
*
* *
-
Abre a sessão o Sr. Cauê Macris.
*
* *
- Passa-se à
ORDEM
DO DIA
*
* *
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Presente
o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de
Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata
da sessão anterior.
Devolvo a palavra ao deputado Jorge do
Carmo.
O
SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - PARA
COMUNICAÇÃO - Vou abrir mão do complemento da minha fala para ouvir aqui o
nosso deputado Campos Machado com o compromisso de eu continuar depois na outra
sessão.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Perfeito, V.
Exa. precisa de outra inscrição que passe o tempo a V. Exa. devido a sua
abertura de mão e lembrando que a inscrição precisa ser contra.
O
SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - Sim.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Com a palavra
para falar contra a deputada Adriana Borgo.
A SRA ADRIANA BORGO - PROS - PARA
COMUNICAÇÃO - Passo o meu tempo para o deputado Campos Machado.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É regimental o
pedido de Vossa Excelência. Passo o tempo então ao deputado Campos Machado.
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Para uma comunicação
com a anuência do orador.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para uma
comunicação, deputado Carlão Pignatari.
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Eu gostaria de convidar a deputada
Beth Sahão, que nós fizemos um acordo para após a fala do deputado Campos
Machado a gente levantar a sessão e dar o projeto por cinco horas discutidas,
faltando uma hora e que não vai pautar o projeto essa semana.
Então, eu gostaria de ouvir isso da
deputada e das pessoas para a gente poder ouvir o deputado Campos e encerrar
depois do deputado Campos, com acordo, com anuência do deputado Campos.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Só lembrando
que para esse acordo se firmar é importante unanimidade dos líderes concordarem
com o acordo e não... No que pese a importância da deputada Beth Sahão, que
representa o deputado Barba, líder do PT neste momento, só ela não é
suficiente.
Então, depois da fala do deputado
Campos Machado eu vou questionar todos os líderes no plenário. Se houver
acordo, aí sim a gente dá por levantada a sessão, perfeito?
A
SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - Então tá.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Campos
Machado tem a palavra para falar contra o projeto.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr.
Presidente, Srs. Deputados, quero cumprimentar a deputada Adriana Borgo, uma
super mulher, com esse rosto... A deputada Adriana Borgo, um exemplo de mulher.
Sempre sorridente, simpática. Ela tem nada menos que oito filhos e nove netos.
Agora, no
telefone, ela falava com o marido palavras de amor, sabendo que nada é mais
bonito no mundo do que o amor. Parabéns, deputada Adriana Borgo. A Sra. sabe
ser dona de casa, sabe ser esposa, sabe ser mãe e sabe ser avó.
Quero também
dizer, deputado José Américo, que está acontecendo um fato curioso, deputado
Roque Barbiere. Dá a impressão de que o PSL e o PT mandam na Casa, só eles
querem falar. Só querem protagonistas, só os dois partidos, não tem mais
ninguém aqui na Casa não?
E
ainda queriam que suspendessem os trabalhos sem que eu falasse. Já falou o PT,
já falou o PSL, para que falar mais? Está errado, deputado Enio. Tem mais
partidos nesta Casa. Não é correto, não é justo que queiram esses dois partidos
ser os protagonistas, os dois mocinhos de novela, e os outros que aplaudam, que
não percam os capítulos.
Quero
dizer, deputado Cauê Macris, que eu acordei esta manhã com Gonçalves Dias no
meu coração. Sabe, deputada Bebel, o que dizia Gonçalves Dias na Canção dos
Tamoios? “A vida é combate, que os fracos abate, que aos fortes, os bravos, só
faz exaltar”. Eu me sinto combatendo o bom combate, por isso nós vamos
continuar.
Agora,
Srs. Deputados, essa fúria privatista do governo... Não sou contra
privatização, eu sou contra a maneira como as coisas estão sendo feitas. Eu
estava lendo agora que até os presídios o governo quer privatizar. Quer criar o
quê? Mais organizações criminosas? Além da fúria privatista, eu sinto no ar o
perfume morumbiano, os ventos que vêm do Morumbi trazem o perfume palaciano
aqui a esta Casa, Casa cheia há até poucos minutos. Ninguém arredou o pé,
ninguém saiu, todos sentindo esse aroma no ar, o velho e querido perfume
palaciano.
Vamos
votar esse projeto? Quem é que garante que essa concessão vai servir aos
atletas, vai ajudar o Esporte? Hoje, a Maurren Maggi esteve visitando esta
Casa. Ao questionar, no Colégio de Líderes, que a grande campeã olímpica era
contra o projeto, ouço do deputado Carlão Pignatari: “Ela não é mais atleta,
ela é política”. Como? Um símbolo do esporte nacional, conhecida mundialmente!
O
deputado Carlão Pignatari, simplesmente, no meu entender, não foi justo com a
trajetória da Maurren Maggi. Será que ela perdeu o brilho? Será que ela jogou a
história fora só porque foi candidata a senadora? Será que política é lepra?
Não, meu caro amigo Giannazi, ela é e continua e vai continuar sendo sempre uma
referência para quem gosta de esporte, uma mulher atuante, vibrante, que esteve
nesta Casa hoje para defender o quê? O que nós estamos prestes a fazer:
entregar o ginásio de esportes para uma empresa privada.
Será
que existe algum ingênuo aqui na Assembleia? Será que existe alguém que
acredite em Papai Noel empresarial? Será que alguém acredita que todos os
atletas vão ter alojamentos, vão ter inspirações? Será que alguém acredita
nisso? Mas o governo falou. Olha, Srs. Deputados, nós aprovamos na semana
passada um monstrengo. De uma vez só, o governo mandou um projeto para seis
empresas. Depois, inspirado pelo presidente Cauê Macris, que se travestiu
novamente de líder do Governo, ele propôs esse pequeno monstro, que é a
repetição do mesmo projeto do governador. Só mudaram as vírgulas.
Emplasa? Já
foi. As outras empresas já foram. E qual é a proposta? Não se preocupem os
funcionários, porque o Governo poderá - poderá - recontratar os funcionários
das empresas que nós, desta Casa, entregamos de mãos beijadas ao empresariado.
Aí acena o
Governo de novo. Um PDV. Como? Se o projeto de lei, da minha autoria, aprovado
em dezembro do ano passado, um PDV, demissão voluntária para funcionários
estáveis, o governador entrou com uma Adin? Ele não conseguiu eliminar porque o
Judiciário não é capacho do Palácio do Morumbi e decidiu que se o projeto é
autorizativo, quem tem que dizer se vai aplicar ou não, não sou eu e nem nós, é
o Governo.
É por isso que
eu estou hoje aqui, para dizer que não sou oposição, que não tenho o perfil do
PT e do PSOL. Isso não é uma crítica, é um elogio. Também não sou situação. O
que eu não posso é fazer de conta que o nosso partido se deixou envolver
circunstancialmente pelos beijos e abraços do Governo.
Hoje venho a
esta tribuna como independente. Sinto-me bem, deputada Edna Macedo. O partido
em franca ascensão, temos um projeto grande de reestruturação do partido no
estado inteiro.
Aí eu verifico,
pergunto a mim mesmo, por que essa Assembleia aprovou aquela emenda
aglutinativa nascida da noite para o dia? E de onde surgiram as 63 assinaturas?
Que milagrosas assinaturas são essas, deputado Enio Tatto? Do céu? Das
estrelas? Ou vieram movidas pelos clarins do horizonte, anunciando uma nova
era, a era palaciana, a era governista?
Eu sempre apoiei
de Mário Covas a Geraldo Alckmin com muito orgulho e com muita honra. Mas eu me
sentia corresponsável pelo Governo. Fazer um acordo sem que eu tenha
responsabilidade, sem que meu partido seja responsável, só por misérias,
espaços, propostazinhas? Não. Ou nós somos companheiros, parceiros, mas não
somos súditos nem funcionários temporários.
É humanamente
impossível o que aconteceu aqui na emenda aglutinativa. Muitas deputadas...
infelizmente ela não está aqui e eu não posso falar na ausência dela. Um discurso
para cá, um discurso para lá e ninguém entende o que ela quer. Como ela não se
encontra aqui, eu vou fazer de conta que ela não está e eu não vou me referir.
Acho que é muita covardia falar de um deputado na ausência dele.
Mas a Sra.
Paschoal acaba de adentrar aqui ao plenário. Eu confesso que não entendi a
posição da Sra. Paschoal. Ela fica ao sabor dos ventos. O discurso dela não tem
nada a ver com a realidade. Ontem explodiu na rede social: a Sra. Paschoal
vai deixar o PSL, a Sra. Paschoal não quer mais ficar na bancada do PSL. A
Sra. Pascoal está fazendo um apelo público, chamando a atenção do seu
presidente. O que é que pensa a bancada dela? O que pensaria
eu? Mas são questões intestinas, deputado Gil, que não dizem respeito a
este deputado. Não me interessa. Não me interessa para onde vai o
vento. Dizia um pensador que os ventos não são constantes e, às vezes, são
mentirosos.
Antes que V.
Exa. peça um aparte, que eu não vou dar, é bom V. Exa. entender que eu não
estou interferindo em questões do PSL. Não é o meu partido. Eu fiz apenas uma
colocação, porque os políticos têm que ter uma visão só, um lado só, uma
posição só.
Eu estou louco
para verificar o que é que vai acontecer com os atletas, com o Esporte, se
porventura esse projeto for aprovado. Ouvimos discursos aqui maravilhosos.
Todos os liberais. Eu indago: qual é o futuro do Esporte neste
estado? Onde está a garantia de que as entidades esportivas vão receber o
apoio que merecem? Não é apenas a Cultura, não é apenas a Educação, a
Saúde e a Segurança que são importantes, não. O Esporte é fundamental. Ele
é inspirador da alma, é o aguçador de espíritos e é o alicerce do corpo.
Por isso, meu
caro líder do PSL, eu não poderia deixar de vir aqui, deputado Roque Barbiere,
desde o início manifestar, voltando um pouco o tema ao meu desacordo, ao ver
que o partido da esquerda, à minha esquerda, quer se impor, o partido à minha
direita quer se impor. E os outros partidos, como ficam? Estava sendo feito um
acordo aqui. Eu perguntei: e nós, os demais líderes? Somos subservientes?
Deputado Jorge, vamos fazer o quê? Aceitar que dois partidos, porque têm um
número de vagas, vão ditar regras aqui?
Semana passada
eu disse, citando um velho provérbio: “As águias voam sozinhas e os pombos voam
em bandos”. Não é o fato de nós sermos um partido com dois ou três
deputados, ou um deputado, que nós não precisamos ser ouvidos. Precisamos,
sim. E eu faço questão de ser ouvido. Nada nesta Casa pode acontecer
que eu, o líder do Novo, o líder do Podemos, nós possamos ser consultados. Pelo
menos consultados. Como tem um comentário...
Desculpe-me,
presidente, mas como tem gente que gosta de conversar aqui no plenário. O café
dos deputados é o lugar adequado para os deputados conversarem. Mas tem que ser
aqui, exatamente na hora em que eu estou falando, deputada Edna? Eu acho que
ele gosta de ouvir a voz dele. Sabe aquele deputado “eu falo para ser ouvido,
eu vou ao espelho para me ver”? (Palmas.)
Sr. Presidente,
eu vou encerrar manifestando a minha posição não contrária à apresentação, ao
método que está sendo utilizado. Esta Assembleia está agindo como se fosse
cordeiro. Isso é inaceitável para quem fala que é independente.
O
SR. GIL DINIZ - PSL -
PARA COMUNICAÇÃO - Deputado Campos, que bom que existe o PSL. A Casa
estava bem monótona nos últimos meses do último mandato, reparei. Vossa
Excelência lidera a sua bancada, com mais um deputado. No PSL, nós temos 15
deputados. E o PSL é bem plural; no PSL, nós não seguimos... Por mais que eu
seja líder da bancada - e todos aqui sabem -, nós não temos um pensamento
único. Eu não coloco - como diriam lá onde eu moro - goela abaixo o meu
pensamento. Não. Cada um tem a liberdade de pensar como quer.
Eu falei aqui,
da tribuna, que votaria contra o PL 01 e mantive. Outros deputados concordaram
comigo e outros discordaram, e tiveram a liberdade, dentro do partido, de votar
contrariamente. Deputada Janaina tem total liberdade, dentro do partido, para
permanecer ou para sair, se assim quiser. Mas do PSL, com todo o respeito a V.
Exa., cuidamos nós. Cuide da bancada do PTB, com todo o respeito. Tem mais um
deputado com V. Exa.; são dois. Nós somos quinze.
Nós sabemos que
o resultado eleitoral pode mudar na próxima eleição. Vossa Excelência pode ter
mais 15 deputados ao vosso lado, como já houve, em outros momentos aqui, uma
bancada do PSDB maior, do PT maior, do PTB maior. Mas hoje é uma realidade: o
PSL tem 15 deputados e também deve ser respeitado tanto quanto o PTB.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem.
Deputado Campos Machado quer falar no microfone da esquerda.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB – PARA
COMUNICAÇÃO - Eu comecei a imaginar
o que é que o deputado Gil Diniz queria dizer. Alguém entendeu a sua mensagem?
Quem é que se intrometeu no PSL? Longe disso. O deputado Gil Diniz armou um
palco para dizer que o partido dele tem 15 deputados. Está ali. Eu sei ler. Só
que esses 15 deputados não mandam nesta Casa. E, enquanto eu estiver aqui, não
vão mandar!
Deputado
Carlão, eu pedi a sua opinião? Então, por favor, se quiser falar, o senhor fale
no microfone.
Eu estou sendo
franco comigo mesmo. Não me importa o que o deputado Gil Diniz pense; pouco me
importa. Muito menos o que pensa o deputado Carlão Pignatari, que hoje fez uma
agressão sem sentido à Maurren Maggi. (Manifestação nas galerias.) Fez sim, ao
insinuar que ela não é mais atleta. Ela é política. E o seu passado glorioso? E
a bandeira que ela levou por todo o Estado e todo o País? Como é que fica essa
bandeira? Fica nas palavras do deputado Carlão Pignatari, de menosprezo,
deputado Enio Tatto, por uma grande atleta. O que aconteceu com a Maurren Maggi
hoje é o que vai acontecer com os senhores e senhoras depois de privatizar.
É isso que vai
acontecer, de acordo com o pensamento do líder do Governo, que expressou muito
bem no Colégio de Líderes o que eu estou dizendo: “ela não é mais atleta; ela é
política”. Como se isso fosse um câncer, como se isso fosse pecado. Sr.
Presidente, para não atrasar mais o acordo que fizemos, eu vou até deixar o
plenário, para não ter o desprazer de ouvir o deputado Carlão Pignatari.
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Não vou falar nada.
Não vou nem perder tempo para falar alguma coisa sobre isso.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pergunto aos
líderes presentes em plenário: até o presente momento, são três horas e 45
minutos de discussão. O acordo que foi proposto é dar o projeto por discutido
por mais uma hora e 15, totalizando cinco horas de discussão, faltando uma hora
para a sessão da semana que vem. Essa foi a proposta feita pelo deputado Carlão
Pignatari...
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Feita pela deputada
Beth...
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Consulto os
demais líderes se concordam com a proposta de dar esse projeto por discutido
por mais uma hora e 15 minutos. Havendo anuência dos líderes, está discutido
por cinco horas o projeto, faltando uma hora para o final da sessão.
Está levantada a sessão.
*
* *
- Levanta-se a
sessão às 22 horas e 04 minutos.
*
* *