http://www.al.sp.gov.br/web/images/LogoDTT.gif

 

29 DE MAIO DE 2019

51ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: CORONEL TELHADA, MARCOS DAMASIO e CAUÊ MACRIS

 

Secretaria: LECI BRANDÃO

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência e abre a sessão. Registra a visita dos alunos da Escola Estadual Homero Vaz do Amaral, do Jardim Kioto, acompanhados dos responsáveis Renato e Eduardo, a convite da deputada Mônica da Bancada Ativista.

 

2 - LECI BRANDÃO

Cumprimenta os alunos presentes nas galerias. Demonstra sua admiração pela deputada Monica da Bancada Ativista. Informa ter sido comemorado ontem o Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher e o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna. Considera os números alarmantes. Menciona projetos de lei, prontos para serem votados na Ordem do Dia, que dispõem sobre os assuntos. Convida todos a participarem, amanhã dia 30, de manifestação em defesa da Educação, das universidades públicas, da aposentadoria e dos direitos dos trabalhadores. Parabeniza os presentes em plenário, que defendem a aprovação da PEC 2, pela persistência.

 

3 - MARCOS DAMASIO

Discorre sobre sua visita à Secretaria de Desenvolvimento Social. Diz ter reivindicado ações do Governo do Estado, em relação à projetos da secretaria para moradores de rua, pessoas em condições de vulnerabilidade e idosos. Cita alguns destes programas. Informa ter visitado 17 secretários de Estado, que afirmaram que não há dinheiro para investimento. Lembra que o povo paulista espera ações, resultados, melhorias, investimentos e obras. Afirma que o Governo precisa apresentar resultados. Considera que o Orçamento para 2020 precisa ser bem discutido por esta Casa. Lamenta a paralisação da instalação de uma unidade do restaurante Bom Prato em sua cidade.

 

4 - MARCOS DAMASIO

Assume a Presidência.

 

5 - CORONEL TELHADA

Saúda a cidade de São Pedro do Turvo pelo seu aniversário. Exibe apresentação com números relativos à ação da Polícia Militar no estado de São Paulo, entre os meses de janeiro e abril. Informa ter protocolado hoje o PL 593/19, que institui o Dia da Conscientização dos Direitos Humanos dos Agentes Responsáveis pela Aplicação da Lei no Âmbito do Estado de São Paulo, no dia 10/05. Pede o apoio dos deputados para aprovação do mesmo. Solicita que sejam chamados os excedentes do concurso para policiais. Afirma ser hoje o Dia Internacional dos Peacekeepers, os pacificadores das Nações Unidas.

 

6 - CONTE LOPES

Faz coro ao pronunciamento do deputado Coronel Telhada. Ressalta que falta reconhecimento dos policiais por parte do Governo. Lembra a atuação da Polícia Militar em uma manifestação no Palácio dos Bandeirantes, onde tentavam invadir a residência do governador. Menciona pronunciamento do ex-presidente Lula, que de Curitiba, pediu que deixassem Bolsonaro governar.

 

7 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência.

 

8 - DOUGLAS GARCIA

Menciona discussão, ontem, sobre a concessão do Ginásio do Ibirapuera. Esclarece que é a favor da concessão, mas contra o desmonte do Projeto Futuro. Afirma ser conservador. Explica as diferenças entre liberais e conservadores. Menciona crítica ao seu pronunciamento, divulgada pelo deputado Daniel José nas redes sociais. Diz não entender o posicionamento contrário do deputado Daniel José ao Projeto Futuro, que já foi beneficiado com bolsas concedidas também pelo Estado. Considera que o Brasil precisa incentivar e investir no Esporte. Destaca que as crianças do Projeto Futuro não podem ser abandonadas.

 

9 - CORONEL NISHIKAWA

Afirma que sua luta não terminará enquanto os policiais não forem contemplados com aumento salarial. Parabeniza tenentes coronéis promovidos no 1º Batalhão Rodoviário. Faz coro ao pronunciamento do deputado Marcos Damasio, em relação à falta de dinheiro para investimentos no Estado. Diz ser a favor da concessão do Ginásio do Ibirapuera, mas contra o desmonte do Projeto Futuro. Lembra que a Seleção Brasileira de Judô treina neste complexo. Esclarece que o ginásio está em péssimas condições de conservação. Cita projeto de lei, de sua autoria, para o reaproveitamento do pessoal que está se aposentando agora.

 

10 - PROFESSORA BEBEL LULA

Cumprimenta os alunos da Universidade Anhembi Morumbi presentes nas galerias. Esclarece que tanto os conservadores como os liberais querem aprovar a privatização do Ginásio do Ibirapuera. Considera que se o complexo desse prejuízo, não haveria nenhuma concessionária interessada. Defende que o Governo deve gerir da melhor forma o patrimônio que pertence ao Estado e à sociedade. Lamenta a falta de reajuste salarial para os professores, policiais e funcionários públicos. Lembra a realização, amanhã, de manifestação para defender mais verbas para a Educação.

 

11 - ENIO LULA TATTO

Convida todos a participarem de audiência pública, sexta-feira às 18 horas, na Paróquia Santos Mártires, no Jardim Ângela, para discutir a extensão da Linha 5 do Metrô até este bairro. Afirma que a construção destas três estações beneficiará mais de um milhão de pessoas. Informa que a obra iniciou em 1998 e terminou somente este ano, com a entrega da estação do Campo Belo. Destaca a importância do metrô chegar até a periferia da cidade. Diz que esta região pode ser acessada somente de ônibus e pela estação que chega até o Capão Redondo. Discorre sobre os benefícios para o trânsito e a questão ambiental. Lamenta a falta de confirmação de presença do presidente do Metrô e do secretário de Transportes na audiência pública.

 

12 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA

Suspende a sessão às 15h26min.

 

13 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h35min.

 

14 - JANAINA PASCHOAL

Pelo art. 82, comenta audiência pública realizada na segunda-feira, nesta Casa, para tratar do Minhocão. Clama à população que acesse o link do evento, em rede social. Manifesta-se contra a construção de parque no citado local. Defende que a emenda aglutinativa ao PL 91/19 contemple a continuidade de atividades esportivas no Ginásio do Ibirapuera. Argumenta a favor da desestatização, mas com garantias para os atletas.

 

15 - CAMPOS MACHADO

Pelo art. 82, indaga como fora construída a emenda aglutinativa ao PL 91/19. Afirma que somente o PSL tomara conhecimento do conteúdo do documento. Questiona como devem ser estabelecidas garantias para os atletas usuários do Ginásio do Ibirapuera. Manifesta-se contrariamente ao citado projeto.

 

16 - TEONILIO BARBA LULA

Pelo art. 82, faz coro ao pronunciamento do deputado Campos Machado. Defende a preservação dos direitos dos esportistas. Tece considerações sobre a ideologia adotada pelo Governo do Estado. Lembra que na LDO a ser votada há a previsão de 15 bilhões de reais em renúncia fiscal. Manifesta-se contra a aprovação do PL 91/19.

 

17 - RAFA ZIMBALDI

Pelo art. 82, tece considerações sobre mazelas a afetar a Saúde, principalmente em Campinas. Lista hospitais da cidade tidos como referências na área, inclusive em âmbito mundial. Clama a seus pares e ao Governo do Estado que se mobilizem em defesa da Pasta. Informa dificuldades orçamentárias enfrentadas por instituições hospitalares. Defende a liberação de linhas de crédito para as Santas Casas. Acrescenta que faz-se necessário reajustar a tabela do SUS.

 

ORDEM DO DIA

18 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Suspende a sessão por dois minutos, às 17h03min, reabrindo-a às 17h04min. Coloca em votação e declara aprovados requerimentos de constituição de comissão de representação: da deputada Dra. Damaris Moura, com a finalidade de "participar de audiência sobre liberdade religiosa com o Excelentíssimo Senhor José Antonio Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal e com a Excelentíssima Senhora Damares Alves, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, nos dias 28 e 29 de maio de 2019, em Brasília, Distrito Federal", e da deputada Delegada Graciela, com a finalidade de "representar a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo no evento da Francal 2019, no período de 3 a 5 de junho de 2019, em São Paulo". Coloca em votação e declara aprovado requerimento, do deputado Fernando Cury, de retirada do PL 261/17. Coloca em votação o PLC 4/19. Convoca sessão extraordinária a ser realizada hoje, às 19 horas.

 

19 - CAMPOS MACHADO

Encaminha a votação do PLC 4/19, em nome do PTB.

 

20 - TEONILIO BARBA LULA

Encaminha a votação do PLC 4/19, em nome do PT.

 

21 - JANAINA PASCHOAL

Para comunicação, informa que solicitara receber a emenda aglutinativa ao PL 91/19. Rebate o pronunciamento do deputado Teonilio Barba Lula.

 

22 - CAMPOS MACHADO

Para questão de ordem, indaga à Presidência se é possível a realização de reunião de comissão, concomitantemente à sessão plenária.

 

23 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Dá resposta negativa à questão. Determina o encerramento de eventual reunião de comissão em andamento durante esta sessão plenária.

 

24 - TEONILIO BARBA LULA

Para comunicação, informa que não recebera a emenda aglutinativa ao PL 91/19.

 

25 - BRUNO GANEM

Encaminha a votação do PLC 4/19, em nome do PODE.

 

26 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Responde questão de ordem formulada pela deputada Beth Sahão na segunda sessão ordinária realizada em 19/03.

 

27 - CAMPOS MACHADO

Para comunicação, rebate o pronunciamento do deputado Bruno Ganem. Informa que aguarda o recebimento da emenda aglutinativa ao PL 91/19.

 

28 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Solicita ao líder do Governo que distribua cópias da emenda aglutinativa ao PL 91/19.

 

29 - TEONILIO BARBA LULA

Para comunicação, lamenta ter recebido emenda aglutinativa ao PL 91/19 com conteúdo não correto.

 

30 - CARLÃO PIGNATARI

Para comunicação, informa ter havido erro de digitação no documento. Acrescenta que deve entregar a seus pares, ainda nessa sessão, o documento.

 

31 - CARLA MORANDO

Para comunicação, justifica o não encaminhamento da emenda aglutinativa ao PL 91/19 ao deputado Teonilio Barba Lula.

 

32 - CAMPOS MACHADO

Para comunicação, informa que não recebera a visita da deputada Carla Morando. Anuncia retirada de assinatura da emenda aglutinativa ao PL 91/19.

 

33 - TEONILIO BARBA LULA

Para comunicação, informa à deputada Carla Morando que não assinaria a emenda aglutinativa, por ser contrário ao PL 91/19.

 

34 - DRA. DAMARIS MOURA

Para comunicação, comenta o êxito da sessão solene em homenagem à liberdade religiosa.

 

35 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Lamenta a ausência do deputado Campos Machado na sessão solene em homenagem à liberdade religiosa.

 

36 - CARLÃO PIGNATARI

Para comunicação, informa que o secretário da Justiça estivera presente na sessão solene em homenagem à liberdade religiosa, para homenagear o deputado Campos Machado.

 

37 - CARLÃO PIGNATARI

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

38 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 30/05, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra sessão extraordinária a ser realizada hoje, às 19 horas. Levanta a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Telhada.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos nossos trabalhos.

Esta Presidência dispensa a leitura da ata da sessão anterior e convida a nobre deputada Leci Brandão para ler a resenha do expediente.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - Excelentíssimo Presidente, temos aqui indicação do deputado Ed Thomas pedindo a elaboração de estudos e adoção de providências em caráter de urgência, para fins de aquisição de cadeiras de roda anfíbias destinadas a portadores de deficiência lá em Pereira Barreto.

Também há indicação do nobre deputado Jorge Caruso determinando aos órgãos competentes providências necessárias visando à liberação de recursos para infraestrutura no município de Piquete.

Está lida a resenha, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sras. Deputadas.

Antes de nós entrarmos no Pequeno Expediente, eu quero anunciar aos Srs. Deputados que nós estamos recebendo hoje os alunos da escola estadual Homero Vaz do Amaral, do Jardim Kyoto, em São Paulo. É isso?

Sejam bem-vindos. Os responsáveis: o professor Renato da Silva Gomes e o professor Eduardo Tavolaro. Muito obrigado, Srs. Professores. Aos alunos, também, muito obrigado.

A solicitante é a prezada deputada Monica da Bancada Ativista. Sejam todos bem-vindos aqui nesta Casa. Saudamos também os amigos da PEC 02. É um prazer recebê-los aqui. É muito bom ter vocês aqui, Torres e turma.

O Torres está ali, não? Estou sem óculos, fica difícil. Sejam bem-vindos.

Vamos entrar no Pequeno Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Deputados inscritos. O primeiro deputado é o deputado Castello Branco. (Pausa.) Deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Deputado Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Deputada Professora Bebel Lula. (Pausa.) Deputado Enio Lula Tatto. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Paulo Lula Fiorilo. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando Lula da Silva. (Pausa.) Deputado Roberto Engler. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Vinícius Camarinha. (Pausa.) Deputada Janaina Paschoal. (Pausa.) Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Excelentíssimo Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público que nos assiste, assessorias; e também quero cumprimentar, com muito prazer aqui, os alunos da Escola Estadual Homero Vaz do Amaral, lá do Jardim Kioto. Também os professores Renato da Silva Gomes, Eduardo Tavolaro. O solicitante foi a nossa querida deputada Monica da Bancada Ativista. Obrigada pela presença de vocês. É sempre bem-vindo aqui, o povo de São Paulo vir aqui; a gente gosta bastante. E a deputada que os convidou também é uma deputada que a gente admira muito, uma pessoa que entrou agora nesta Casa, mas tem tido assim um comportamento fantástico em termos políticos, em termos sociais também. Parabenizar o PSOL, na pessoa do Marcos.

Sr. Presidente, ontem foi o Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher e também Dia Nacional de Redução de Morte Materna. Os números da mortalidade materna são números assim, sabe, alarmantes. Tem uma coisa na Constituição que diz o seguinte: “Proteção à maternidade, especialmente às gestantes.” No entanto, no momento em que está se discutindo a reforma da crueldade, é importante que o povo saiba que essa reforma exclui do seu texto essa proteção. Isso é uma coisa inaceitável, mas isso está acontecendo. Mulheres têm dificuldade para se aposentar, elas recebem salários menores. São pessoas que, quando voltam da licença maternidade, na maioria das vezes são demitidas. Então, a gente tem que prestar muita atenção a essa questão da gestante. Nós sabemos que mais da metade das mortes maternas, no Brasil, coincidentemente são as mulheres negras. Os índices de mortalidade materna indicam não apenas a violência de gênero, mas também de raça. Às vezes as pessoas acham que a gente exagera, porque toda vez que venho aqui ao plenário, que uso a tribuna, toco na questão racial, mas é a realidade do nosso País, e a gente tem que estar sempre chamando a atenção para essas diferenças.

Nós temos aqui nesta Casa projetos de lei, o 440/2016 e o 1130/2017. Eles dispõem sobre a prevenção da violência obstétrica e também instituem a Semana Estadual de Conscientização sobre os Direitos das Gestantes. Esses projetos estão prontos para a Ordem do Dia, a gente espera que esses projetos sejam aprovados, mas até agora nada aconteceu.

Bom, para encerrar, eu quero chamar todas e todos os companheiros, camaradas, que amanhã, dia 30, em todo o País haverá manifestações em defesa da Educação, em defesa das universidades públicas, em defesa da Saúde, em defesa da aposentadoria e dos nossos direitos.

Mas também tenho que parabenizar aqui a permanente presença das pessoas ligadas à Polícia Militar com a questão da PEC 2. Isso se chama resistência, e resistência é o que mais a gente precisa no momento. A palavra de ordem agora é a resistência. Cumprimentar aqui a nobre deputada Professora Bebel, que está aí comandando a nossa Comissão de Educação, de uma forma muito boa, muito organizada. Eu acho que agora a gente vai ter, assim, muita oportunidade de poder debater todos aqueles temas que V. Exa. apresentou, e vai ficar bom, acho que o resultado está bom, até pela Presidência de Vossa Excelência.

Sr. Presidente, quero agradecer pela oportunidade e dizer que a gente continua na luta todos os dias: professores, gestores, deputados, deputadas e também os assessores. Ai de nós, se não fossem os nossos assessores.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sra. Deputada. O próximo é o deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. MARCOS DAMASIO - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Excelentíssimo presidente deputado Coronel Telhada, demais colegas deputados e deputadas, todos os que nos ouvem e nos assistem pela TV Assembleia, hoje, pela manhã, acompanhado do prefeito da cidade de Américo Brasiliense, tivemos a oportunidade de estar com a secretária Célia, nossa secretária estadual de Desenvolvimento Social.

Tivemos a oportunidade de discutir vários assuntos, os programas da secretaria. Em um momento econômico difícil que atravessa o nosso país, com milhões de desempregados, é lógico que a questão social vai se agravando. Tivemos a oportunidade de reivindicar algumas ações do Governo do Estado, alguns programas do Governo do Estado que já são conhecidos, que já fazem parte da Secretaria de Desenvolvimento Social, principalmente a questão dos moradores de rua, das pessoas que vivem em condições de vulnerabilidade, dos idosos.

Temos lá o Centro Dia do Idoso, temos o Centro de Convivência do Idoso, o programa “Vila Dignidade”, que tem oportunizado moradia para pessoas já com certa idade que estão sem aquele amparo familiar. Então, são vários os programas importantes, interessantes, que são administrados pela Secretaria de Desenvolvimento Social.

Mas uma questão é muito nítida. Eu tenho visitado e já visitei quase todos os secretários, porque todos foram alterados, todos foram mudados pelo novo governo. Tive a oportunidade de visitá-los, de me apresentar como deputado desta Casa, como representante de uma determinada região, de uma base eleitoral importante do estado de São Paulo. Já visitei 17 secretários. Ouvi de todos eles a seguinte frase: “Não tem dinheiro”.

Essa frase tem nos incomodado, porque o povo espera de nós ações, resultados, melhorias, investimentos, realização de obras. Nós temos que dar satisfação às nossas bases eleitorais, independente da questão legislativa, da apresentação de projetos de lei, que todos nós sabemos... A nossa colega Leci Brandão estava aqui, há pouco, falando sobre a dificuldade da tramitação desses projetos. Todos nós sabemos que isso é burocrático, é demorado, é lento. É angustiante você ter que se deparar com essa questão da tramitação de projetos aqui nesta Casa, mas o povo está impaciente.

Nós vivemos uma crise muito grave, muito profunda, uma desesperança, um descrédito muito grande da classe política. Nós precisamos realizar. Cinco meses já se passaram e a gente sabe que esse período de transição, essa mudança de equipe, de secretariado, isso tudo, para engrenar, para as coisas poderem acontecer, leva realmente certo tempo. É normal, é natural que isso aconteça, mas o tempo passa e passa muito rápido. Já estamos indo para o mês seis, a metade do ano, e o governo precisa apresentar resultados. A população espera esses resultados.

A última eleição trouxe um alento, uma esperança de renovação, de mudanças que pudessem resultar em melhorias da qualidade de vida da população. Agora, se for para ouvirmos em todos os cantos que a gente vá, em todas as secretarias, que não há dinheiro para realizar absolutamente nada, a gente fica realmente preocupado.

Eu até me dispus com a secretária que, no próximo Orçamento que virá... Porque agora tem essa questão: “Ah, o Orçamento atual não fomos nós que realizamos, esse Orçamento não é nosso”. Então, fica essa desculpa muito clara. O próximo orçamento para 2020 eu acho que esta Casa tem que se posicionar. A Assistência Social, por exemplo, nós estamos falando hoje. O programa Bom Prato, Coronel Telhada, que é um programa reconhecido, tem uma grande aceitação. É um programa que deu certo em todos os lugares que o Bom Prato foi instalado. Teve por parte da população uma aceitação muito grande não só na questão alimentar, mas na questão de geração de empregos também, que é o que o nosso País precisa. Veja bem, eu estou há quatro anos lutando pela instalação de uma nova unidade do Bom Prato na minha cidade. No final do ano passado, estava tudo certo.

O governador, inclusive, fez uma solenidade no Palácio dos Bandeirantes para assinar a autorização da implantação do Bom Prato. O local já tinha sido vistoriado, a prefeitura ia pagar a locação do espaço, tudo certo. “Agora, não tem dinheiro”. É o que a gente escuta, leva esse balde de água fria e isso realmente tem nos incomodado. Eu estou pontuando.

Eu tenho 300 coisas para pedir para o governo do estado de São Paulo, só que eu estou pontuando algumas que para mim são muito importantes: a instalação desse Bom Prato na minha cidade; a instalação do Baep, do Batalhão de Ações Especiais, que a prefeitura inclusive já disponibilizou o espaço e o secretário diz que não tem contingente, não tem efetivo para colocar. Nós temos lutado muito desde que chegamos nesta Casa pela construção de uma nova estação da CPTM lá na nossa cidade. São questões importantes para o nosso mandato.

Nós temos pontuado e até condicionado essas questões para o governo do estado de São Paulo, mas o que eu lanço o desafio desta Casa é que no próximo orçamento, deputada Bebel, a gente possa realmente discutir essa questão, porque uma secretaria tão importante de Assistência Social não ter recurso para nada; para instalar um Bom Prato; para instalar um programa de apoio aos idosos, às pessoas carentes, aos moradores de rua...

Se nem isso o governo tem recurso para fazer, eu acho que esta Casa tem que se posicionar e o grande desafio nosso vai ser a elaboração do próximo orçamento de 2020. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr. Deputado. Solicito que V. Exa. assuma a Presidência dos trabalhos.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Marcos Damasio.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - MARCOS DAMASIO - PL - Dando sequência à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, o próximo orador é o deputado Mauro Bragato. (Pausa). Deputado Alexandre Pereira. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Coronel Telhada. Tem V. Exa. cinco minutos para os seus pronunciamentos.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários, assessores presentes, ao pessoal da escola estadual, sejam todos bem-vindos, ao pessoal da PEC 02 também, sejam muito bem-vindos. Quero saudar a cabo Diekmann e o capitão Pontes, em nome de quem eu saúdo sempre a nossa Assistência Policial Militar.

Sr. Presidente, eu quero saudar inicialmente a cidade aniversariante na data de hoje. A cidade aniversariante é a cidade de São Pedro do Turvo. Mandar um abraço a todos amigos e amigas dessa querida cidade por mais um aniversário e contem com o nosso mandato, com os demais deputados na Assembleia Legislativa.

Também, trouxe um exemplo dos números da Polícia Militar de janeiro a abril agora de 2019. Muitas pessoas às vezes veem as viaturas na rua, veem o patrulheiro, mas não imaginam o serviço, então nós trouxemos um número. De janeiro a abril de 2019, a Polícia Militar em todo o estado de São Paulo atuou nas 645 cidades com 83 mil homens e mulheres.

Nós ou a Polícia Militar atendeu 65 mil ocorrências de salvamento. Boletins de ocorrência eletrônico - fora os boletins da Polícia Civil, só da Polícia Militar - 209 mil; 54 mil pessoas foram presas. Vejam bem, 35 mil pessoas em flagrante; sete mil adolescentes apreendidos e 12 mil procurados que foram recapturados. É um número expressivo.

Lembrando que essas 35 mil pessoas em flagrantes não quer dizer que elas tenham ido para a cadeia, porque muitas vezes, como nós temos a famigerada audiência de custódia, com certeza mais da metade dessas 35 mil não foram para a cadeia, foram liberadas. Mas é um número bem expressivo: 54 mil pessoas presas, lembrando que o estado de São Paulo é o estado com mais pessoas encarceradas no Brasil, com mais de 230 mil pessoas. Houve 11 milhões de intervenções policiais, ou seja, as ocorrências policiais chegaram ao número de 11 milhões; 8 milhões de chamadas 190; e 600 mil ocorrências registradas.

Foram 17 mil veículos recuperados; 3 mil armas de fogo apreendidas e 40 toneladas de drogas apreendidas só em ações da Polícia Militar em diversas ocorrências. Eu sempre chamo a atenção para o número de armas apreendidas: 3 mil armas apreendidas. Quando nós apreendemos uma arma, nós não temos como mensurar, como medir quantas vidas nós salvamos, quantas ocorrências foram evitadas, mas, com certeza, muitas vidas foram salvas com esse número de 3 mil armas apreendidas.

Também queria dar ciência aos Srs. Deputados e a quem nos assiste pela TV Assembleia que hoje nós ingressamos com o Projeto de lei nº 593, de 2019. Esse projeto de lei institui o Dia da Conscientização dos Direitos Humanos dos Agentes Responsáveis pela Aplicação da Lei no Âmbito do Estado de São Paulo.  Nós pedimos para que esse dia fosse registrado sempre no dia 10 de maio, porque é justamente o dia da morte do Alberto Mendes Júnior, que é o patrono da Polícia Militar de São Paulo, herói da Polícia Militar.

Esse projeto de lei que visa a criar esse Dia da Conscientização dos Direitos Humanos dos Agentes Responsáveis pela Aplicação da Lei é justamente para aqueles que exercem atividades de polícia judiciária, polícia repressiva, polícia ostensiva, polícia preventiva, polícia disciplinar, polícia penal e polícia sócio-educativa. No caso, não é só para a Polícia Militar, é para todos os homens e mulheres envolvidos não só na Segurança Pública como na Secretaria de Administração Penitenciária e na Fundação Casa.

Um dos motivos dessa data de conscientização é serem discutidas políticas públicas relacionadas, vinculadas e típicas do universo dos agentes responsáveis pela aplicação da lei. Portanto eu peço a aprovação e o apoio dos pares ao Projeto de lei nº 593, de 2019.

Nós também indicamos ao governo, através da Indicação nº 1550, que sejam chamados os excedentes do concurso para soldado de segunda classe da Polícia Militar, através do último edital, o Edital 01/321/2018, solicitando ao Sr. Governador e ao Sr.  Secretário de Segurança Pública que chamem os excedentes desse concurso. Com certeza a população precisa muito de mais policiais na rua.

Finalizando, Sr. Presidente, hoje, dia 29 de maio, é o Dia Internacional dos Peacekeepers. Os peacekeepers são os pacificadores da ONU, são aqueles soldados, homens e mulheres militares, que envergam a boina azul. Hoje foi feito um evento aqui no Comando Militar do Sudeste, e nós estivemos participando. Esta foto é de hoje, notem que estes militares estão todos com a boina azul da ONU, são militares do 4º Batalhão de Infantaria Blindada.

Eu queria lembrar a todos que nós temos uma jovem policial militar hoje no Sudão. Coloque a foto, por favor. Ela está lá no Sudão do Sul, na África, é a primeiro-tenente Natália Ique, do 1º Batalhão de Polícia de Trânsito, que está representando a nossa Polícia Militar lá no Sudão, um lugar muito sofrido, com muitas necessidades e uma população muito, mas muito carente. Lá, essa tenente, com outros militares de vários países, tem trabalhado na Força Internacional de Paz no Sudão do Sul, na África.

Então nosso abraço e nossos parabéns não só à tenente Natália Ique, mas a todos os peacekeepers no Dia Internacional dos Peacekeepers das Nações Unidas, dia 29 de maio. Parabéns a todos que têm procurado trazer um pouco mais de paz ao nosso tão conturbado planeta. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - MARCOS DAMASIO - PL - Dando sequência à lista de oradores do Pequeno Expediente, convido o deputado Sargento Neri. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CONTE LOPES – PP - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos acompanha pela TV Assembleia, eu queria seguir aqui as palavras do presidente, Coronel Telhada, sobre os números da Polícia Militar. Na verdade é isso, as Polícias Militar e Civil, diuturnamente, defendem a população, combatendo o crime, defendendo a população. E os números aí dizem tudo.

Só falta, agora, o reconhecimento por parte de nossos governantes. E é difícil, Coronel Telhada. É difícil. Chegamos nesta Casa há mais de 30 anos e as promessas são muitas. As promessas são muitas.

Lembro-me, quando eu exerci a Presidência desta Casa, eu era vice-presidente e, pelo afastamento do deputado Barros Munhoz, eu fiquei como presidente por um bom tempo, e houve aquela manifestação no Palácio dos Bandeirantes, quando policiais civis e militares batalharam por melhores salários. Tentaram, inclusive, invadir o Palácio dos Bandeirantes. Lá dentro estava o Governador José Serra. Um Coronel da Polícia Militar acabou sendo baleado naquele entrevero. Se não fosse a Tropa de Choque, o pessoal que estava ali na grade teria invadido o Palácio mesmo.

Fui cumprimentado pelo governador na época, Serra. Fui cumprimentado também pelo Aloysio Nunes, que era vice-governador, pelo trabalho da Polícia Militar, mas, no fim das contas, a Polícia Militar mesmo não levou vantagem nenhuma, apesar de impedir que os revoltosos naquele dia colocassem a faca no pescoço do governador Serra dentro do Palácio dos Bandeirantes. Mas assim mesmo a polícia não foi reconhecida. Como não é reconhecida até hoje. Fica só nas promessas. Vamos torcer para que alguma coisa mude, não é? Para que, talvez, a gente receba um “zap” aí do governador indicando aumento.

Mas eu queria também falar um pouco a respeito do que eu disse na semana passada, do presidente Lula. O presidente Lula, lá de Curitiba, falou “aí, gente, deixa o Bolsonaro governar, ele ganhou a eleição”. A própria Professora Bebel ontem falava isso desta tribuna. E é verdade. Se o cara vai bem ou vai mal, daqui a três anos a gente vai ver, ué. E é o povo que escolhe.

O povo não escolheu o Lula por duas vezes para presidente? Ganhou a primeira e ganhou a segunda. Ele deve ter feito muitas coisas para o povo escolher, não é? Eu não votei no Lula, mas um monte de gente votou, se não ele não ganharia a eleição.

Inclusive ele conseguiu eleger a Dilma também. E reelegeu a Dilma. Só que a Dilma, tendo 40 ministérios, não conseguiu 40 votos para não ser caçada. Porque hoje é assim, se você não tiver maioria aqui, lá em Brasília, em qualquer prefeitura, o cara é caçado no outro dia.

Porque, primeiro, político mete o pau nele mesmo. Um mete o pau no outro. Tudo é ladrão, tudo é bandido, então fica naquela, tudo é ladrão, tudo é aproveitador. O povo vai achar o que de nós? Então ficam aquelas manifestações a favor e contra. Acho que está muito bem colocado aqui pelo deputado Enio Tatto. Temos que começar a pensar no ano que vem. Quando chegar a agosto nesta Casa, vão começar a falar em eleição no ano que vem.

Estamos há muitos anos nisso daí, então já estão escolhendo quem vai ser o candidato a prefeito, não sei se é o Jilmar Tatto, pelo PT, não sei quem são os candidatos, mas cada um vai apresentar. Quem vai? O Bruno Covas também, não é? Também tem que fazer alguma coisa, o Bruno também não se mexe. Tem que se mexer também, não é? A gente estava na prefeitura todo dia e o negócio é empacado.

Aliás, os únicos caras que faziam alguma coisa estão presos. Foi o Lula de presidente e o Maluf de prefeito e governador. O Maluf fez muitas coisas por São Paulo, mas, no fim das contas, ficou velho, perdeu a força política e enfiaram na cadeia também. Foi até condenado porque ele deu dinheiro para ele mesmo. Em uma campanha aí ele deu dinheiro da Eucatex, que é dele, para ele mesmo e foi condenado.

Agora está lá, cumprindo pena, condenado. Mas a cidade toda, tudo foi o Maluf que fez. E o estado também. Aliás, ele voava para Santos, que não existia. Quando eu era jovem, a gente ia para Santos e não tinha água para beber e nem para tomar banho. Foi o Maluf que levou.

Então, só para a gente ter ideia. A Ponte do Mar Pequeno e outras coisas mais. Mas, quando o tempo vai passando, como um mata o outro na política, acho que está na hora de a gente entender esse lado, não é?

Várias manifestações, mas eu acho que é o momento de deixar pelo menos o presidente da República, o governador, trabalharem e exigir que eles trabalhem também, não é?

Essa é a grande verdade, o que eles vão fazer para o povo. Não é ficar só no discurso. Vamos fazer. Se as medidas que tomarem forem erradas, as do Bolsonaro, ora, quem assumir a Presidência daqui quatro anos, 22, vai lá e muda tudo de novo. É muito simples. Agora, já ficar querendo derrubar o presidente para entrar o vice, que é o Mourão, não dá para entender. Quer dizer, o Mourão é bom e o Bolsonaro não é bom, que ganhou a eleição?

Obrigado, Sr. Presidente.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Coronel Telhada.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr. Deputado. Próxima deputada é a deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputado Douglas Garcia. Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito boa tarde, Sr. Presidente, caros pares aqui presentes, público que nos assiste da galeria e pela TV Alesp, servidores, é motivo de muita alegria para mim estar aqui mais uma vez representando o estado de São Paulo.

Senhores, ontem, a discussão a respeito da privatização do Ginásio do Ibirapuera, ou melhor, concessão do espaço a respeito do Ginásio do Ibirapuera, gerou algumas polêmicas, principalmente para mim, nas redes sociais.

Então, gostaria de deixar uma coisa bem clara aos meus seguidores e também ao meu eleitorado, porque, infelizmente, algumas fake news têm sido propagadas na internet. Eu sou 100% favorável à concessão do Ginásio do Ibirapuera. A única coisa que eu sou contra é o desmonte do projeto Futuro. Eu vou lutar até o fim para que o projeto Futuro permaneça e seja menos impactado possível pela concessão do Ginásio do Ibirapuera.

O deputado Daniel José, deputado do Novo, fez um tuíte criticando ferozmente a minha fala aqui ontem na tribuna. Isso acabou viralizando nas redes sociais, dizendo que eu sou contra a concessão, perguntando se o L, de liberal, do PSL, de fato era liberal mesmo.

Eu não sou liberal. Como eu já disse aqui antes, sou conservador. Assim eu me identifico, assim eu sou. Existe uma diferença muito grande entre liberais e conservadores. A principal diferença é olhar para essas questões, questões que impactam na vida das pessoas, questões que detêm por valores. Os olhos de um liberal são diferentes dos olhos de um conservador. O conservador quer manter tudo aquilo que sempre deu certo. Um conservador quer conservar aquilo que a população tem por princípios e por valores.

Eu acho muito engraçado, deputado Daniel José. Eu respeito muito o trabalho que ele tem aqui nesta Casa. Ele se opõe à minha opinião, aparentemente, já que fez essas publicações contra mim nas redes sociais com relação ao projeto Futuro, que é um projeto que atende centenas e centenas de crianças, adolescentes e jovens. Se nós fecharmos as portas e lançarmos essas crianças, adolescentes e jovens nas ruas, é certeza de que não vai dar certo. Vai ser um fácil acesso à criminalidade. Isso são coisas que nós não podemos permitir que aconteçam, principalmente aqui, no estado de São Paulo.

O deputado Daniel José, pelo o que sei da sua vida pregressa, já viajou muitas vezes, já teve bolsas, inclusive. Essas bolsas foram concedidas ao próprio deputado, seja por intermédio do Estado ou pela iniciativa privada. De qualquer forma, ele teve acesso a essas bolsas. Não foi pago com o próprio dinheiro dele.

Então eu questiono: por que agir de forma tão ferrenha contra esses jovens que estão hoje no Ginásio do Ibirapuera recebendo o benefício de ter o projeto Futuro, se ele mesmo foi beneficiado quando era mais novo? O projeto Futuro é um projeto que precisa se manter. Não é um projeto que gasta 15 milhões. O que acaba pesando nas costas do povo, da população, sim, de fato, é o Ginásio do Ibirapuera, que precisa ser privatizado. Isso eu defendo, isso eu defenderei, porém o Brasil precisa olhar também a questão do Esporte.

Infelizmente, nós não estamos olhando para essa questão do Esporte como deveríamos. Inclusive, na própria ESPN saiu uma matéria que diz: “Estudo internacional mostra Brasil entre os países mais ineficientes na aplicação dos recursos destinados ao Esporte”. Nós também temos em outro jornal de grande circulação, que diz: “A Islândia sabe como acabar com as drogas entre adolescentes, mas o resto do mundo ainda não escuta”.

Nos últimos anos, o País reduziu drasticamente o consumo de tabaco, drogas e álcool entre os jovens, aplicando o quê? A política esportiva. Em Santa Catarina: “complexo esportivo cria projeto de incentivo ao esporte em parceria com empresas”.

Por que o Daniel José e a bancada do Novo, que estão me atacando, são tão radicalmente contra a ideia de a empresa poder, de forma livre, incentivar o esporte, principalmente se tratando das questões do Projeto Futuro, que são crianças que não podem ser abandonadas de forma alguma? E vêm dizer que conservador não pode pensar em liberdade de mercado porque o conservadorismo não pensa em liberdade de mercado.

Ora, isso é uma mentira, até porque se eles hoje têm total liberdade para poder falar, para poder se expor, é porque os conservadores sofreram muito no passado. Foram os conservadores que foram às ruas na Marcha da Família com Deus pela Liberdade, para que o Brasil não se tornasse uma Cuba, uma Venezuela. Foram os conservadores que derrubaram Dilma Rousseff do poder. Foram os conservadores que elegeram Jair Bolsonaro.

Então, antes de falar dos conservadores e dizer que eles não defendem a liberdade de mercado, saibam que hoje a sua corrente ideológica só existe graças aos conservadores. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado. Próxima deputada é a deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Cezar. (Pausa.) Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Deputado Dirceu Dalben. (Pausa.) Deputado Teonilio Barba. (Pausa.) Deputada Márcia Lula Lia. (Pausa.)

Pela Lista Suplementar, deputada Márcia Lula Lia. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Coronel Nishikawa. Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CORONEL NISHIKAWA - PSL - Boa tarde a todos, assessorias, Sr. Presidente, pessoal da PEC 02 - a nossa luta continua -, e a todos aqueles que estão na galeria nos assistindo.

Primeiramente, eu gostaria de colocar o seguinte: a nossa luta não terminou e nem vai terminar enquanto nós não formos contemplados com aumento. Enquanto não houver aumento aos nossos policiais militares e agentes de Segurança, eu, pelo menos, não vou votar em nenhum outro projeto de aumento. Podem ficar tranquilos quanto a isso. Eu tenho cumprido a minha palavra que tenho feito aqui nessa tribuna.

Ontem, nós estivemos no 1o Batalhão Rodoviário, onde eu tive a oportunidade de servir por um tempo. E saudar os tenentes-coronéis que foram promovidos e nos convidaram para o evento de comemoração da promoção. O Tenente-Coronel Alexandre, que vai assumir o 1o Batalhão Rodoviário, por onde eu passei; o Tenente-Coronel Menemilton, do 5o BPRV do Interior; e o Tenente-Coronel David, que vai assumir o 24o Batalhão Policial de Diadema. Tive a oportunidade de trabalhar com esses oficiais, brilhantes oficiais. Parabéns.

Já passei por uma secretaria e ouvi “não”. Então, não quero ter esse dissabor. Nós não estamos aqui para poder ficar ouvindo “não”. Então, Sr. Governador, nós estamos ainda aguardando o aumento para a nossa categoria. Estou fazendo esse pedido pacificamente, sem me exaltar. Então, fica aqui o nosso pedido, o nosso apelo, para que os policiais e membros da Segurança Pública sejam contemplados com aumento decente e digno.

O Douglas falou sobre o Ibirapuera. Nós também somos a favor da concessão, mas não do desmonte do programa Atletas do Futuro. Nós temos vários campeões formados pelo Ibirapuera. Dentre o pessoal que vem no movimento, aqui, tem o pessoal do judô e a Maurren Maggi, que é um símbolo de atleta aqui para o nosso País.

Aqui no Ibirapuera vem treinar a seleção brasileira de judô. Então, esse programa não pode ser desmontado. O estado tem o dever de cumprir com esses programas sociais, tirar pessoas que estejam, talvez, em situação de vulnerabilidade. Eu acho que é fundamental a participação do Governo nesse sentido. Que se conceda o Ibirapuera, que está em péssimas condições de conservação, mas que continue o programa de incentivo aos nossos atletas.

Eu fui atleta amador. Eu tinha que comprar tudo do meu bolso. Ninguém me deu um tostão para comprar sapatilha, para comprar quimono. Nada disso, muito pelo contrário. Se quiséssemos participar de qualquer competição, nós tínhamos que pôr do bolso, para a gente poder competir em nome da cidade, em nome do estado. Do estado eu não competia, mas pela cidade, sim.

Isso faz com que a gente possa... Assim, quando o Governo assume um tipo de programa dessa natureza, a gente ser contemplado com, pelo menos, uma pequena ajuda, e isso é de suma importância.

Então, pessoal da PEC 2 aí. Nós, aqui da bancada da Segurança, iremos ainda insistir para que haja um aumento gradativo, um aumento decente, para que nós possamos sobreviver. Nós temos ainda apresentado, e eu espero que seja aprovado nesta Casa, o reaproveitamento do pessoal que está aposentando agora, não tem atividade, e o pessoal que foi afastado por deficiência física de qualquer natureza, envolvido em ocorrência, para reaproveitamento desse pessoal no serviço administrativo.

Tem um PL sobre isso. Apresentamos para o governador e ele gostou da ideia. Espero que nós tenhamos o apoio de todos aqui da nossa Casa.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr. Deputado. Próximo deputado, Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputado Coronel Telhada. Presidindo os trabalhos. Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. Fará uso da palavra? Vossa Excelência, portanto, tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Deputado, presidente, Coronel Telhada. Cumprimento a Mesa que compõe o trabalho. Cumprimento também os assessores que estão à minha esquerda e também os assessores e assessoras que estão à minha direita. Cumprimento o público presente, cumprimento os deputados também presentes, e todos que nos assistem através da TV Alesp, uma possibilidade de nós podermos também dialogar com o público lá fora.

Eu sento aqui neste plenário e fico imaginando o que ficam pensando as pessoas quando ouvem tanta mistura de conceito. É conservador, é liberal. É não sei o que, não sei o quê. A verdade é uma só. Os dois lados aqui ditos, tanto o deputado Daniel José quanto o deputado Douglas Garcia, querem aprovar a privatização do Ginásio do Ibirapuera.

Isso aí tem que ficar explícito. Tem que parar de pôr cortina de fumaça e dizer “ah, mas eu sou favorável ao projeto”. Não existe isso. Ou você é favorável... Porque, para mim, o central nessa discussão não é ser favorável a um pontinho aqui e outro acolá. Central nessa discussão é o seguinte: quem é o gestor, neste momento, aqui do estado de São Paulo?      

É ele que não consegue vencer desafios, no sentido de ver saídas para, no caso, nesse momento agora, o espaço do Ibirapuera, mas fica apresentando propostas de terceirização, que é privatização. Porque, concessão por 35 anos, meu caro amigo, se isso não for um negócio de pai para filho, eu não sei o que é. Porque se desse prejuízo, não teria concessionária interessada. Teria? Não teria.

Claro, uai. Se essa coisa não rende nada, só dá prejuízo, por que as concessionárias se interessam? Porque elas sabem que vão poder cobrar pelos serviços, aquela coisa toda. Então, para mim, o grande desafio é esse: é como governar. E governar de forma que não seja entregar o que é público. Acho que é manter o que é público, que é da sociedade paulista. Por esta razão, sou do Partido dos Trabalhadores e tenho uma posição muito clara.

E isso aí, para mim... Esse debate: “Eu sou conservador, eu sou...” Não, não. Tenho um alinhamento político que é o seguinte: o que é do estado e que pertence ao estado, é da sociedade. E se pertence à sociedade, tem que ser gerido da melhor forma.

O Coronel Telhada fez uma prestação de contas dos serviços que a Polícia Militar presta à sociedade paulista, no sentido de dar proteção a ela. Pergunto se teve reajuste, Coronel? Nada. Zero. A gestão Doria, qual que é? Zero para os professores, zero para os policiais, zero para todos aqueles que são funcionários públicos.

Mas a gente vê dinheiro saindo de outras formas. Por exemplo: pego um projeto que é o projeto Inova Educação, melhoria de métodos e resultados. Se me perguntarem: é ruim? Bom, se for para dentro da escola, não. Mas, se for para pagar para a iniciativa privada avaliar, é ruim, porque está saindo dinheiro para pagar iniciativa privada. Então, acho ruim.

Então, acho que aqui tem estudantes, é isso? São estudantes de que escola? Não podem falar? Dá para perguntar que escola está presente ali, Coronel Telhada? Não entendi. Eu só queria cumprimentá-los. Mas, de qualquer forma, cumprimento os estudantes neste plenário. Sejam bem-vindos aqui. Ocupem esse espaço. É de vocês.  E acompanhem a política, porque a política faz parte da nossa vida.

Estamos assistindo e estamos vendo que a Educação, neste País, não é prioridade. Amanhã vamos para o Largo da Batata, lutar por mais verbas na Educação Pública.

Um forte abraço, e muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, deputada. Desculpe, não anotei o nome da escola, ainda, porque eles acabaram de chegar. Já vejo e já passo para a senhora, tá bom? Tinha o nome da outra escola, que era o pessoal da Homero, não é? É isso? A outra escola que estava aqui? Não?

Bom, o próximo deputado é o deputado Enio Tatto. Vossa Excelência tem os cinco minutos regimentais.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, deixa eu anexar aqui o meu cartaz. Quero cumprimentar o presidente, Coronel Telhada. Quero cumprimentar os nossos alunos, da escola que a gente não sabe o nome ainda. Mas, assim que souber, vamos anunciar. Quero cumprimentar os nossos amigos da PEC 2, que estão nessa luta, com muita persistência. O apoio da bancada do Partido dos Trabalhadores.

Sr. Presidente, subo à tribuna, mais uma vez, para divulgar a audiência pública, aliás, a terceira audiência pública que a gente vai fazer sobre a extensão da Linha 5 do Metro, a Linha Lilás, até o Jardim Ângela, uma luta antiga, uma luta de toda a população, de todas as entidades, de todos os parlamentares da região. A audiência acontecerá na próxima sexta-feira, às 18 horas, na paróquia Santo Mártires, conhecida lá como a paróquia do Padre Jaime, na Rua Luis Baldinato, número 9, Jardim Ângela. E a gente convida a todos daquela região: região do Menininha, região do Jardim Ângela, São Luiz, população de Itapecerica da Serra, que vai ser beneficiada, do Embu-Guaçu, São Lourenço, pessoal lá do fundão do Valo Velho, região do Campo Limpo, porque é muito importante. São mais de um milhão de pessoas que serão contempladas quando forem construídas essas três estações. Estação do Comendador Santana, que fica ali no Largo do Capão Redondo, a Estação Jardim Ângela e a Estação M’Boi Mirim, que eu chamo de Estação Menininha, que é na estrada do M’Boi Mirim.

A Linha 5 começou a ser construída em 98, na época do Mário Covas. Demorou tantos anos e foi terminada agora este ano, com a inauguração da última estação, deputada Bebel, que foi a Estação do Campo Belo. Sai lá do Capão Redondo e vai até Chácara Klabin, que é muito importante.

Mas eu acho muito importante quando o metrô avança e vai para a periferia, que vai para os fundões da capital de São Paulo. Infelizmente, não saiu da Capital ainda, não chegou a outros municípios. É ali onde as pessoas moram. É ali aonde as pessoas mais precisam. Ali aonde as pessoas levantam quatro, cinco horas da manhã para se deslocar para ir ao trabalho, em Santo Amaro, no Brooklin, na região central e outras regiões da cidade de São Paulo. E voltam às suas casas nove, dez horas da noite.

Essas pessoas, muitas vezes, não têm mais do que cinco horas para ficarem em casa. O metrô chegando a esses lugares tem o benefício enorme para essa população. Para os trabalhadores, para as pessoas que saem também para passear, para o seu lazer.

Mas, é uma região que tem pouco meio de transporte, pouca acessibilidade. Algumas regiões têm metrô, têm trem da CPTM. Lá não. Lá é só ônibus e a estação que chega até Capão Redondo. Então, é uma importância enorme.

Você leva o metrô até o Menininha, o Hospital do M’Boi Mirim, você vai tirar quantos carros da rua, da estrada de Itapecerica da Serra, da estrada do M'Boi Mirim. Você vai contribuir, inclusive, para a qualidade de vida, questão ambiental daquela região.

E essa audiência pública acontece dia 31, às 18 horas, sexta-feira agora, na igreja Santos Mártires.

As outras duas audiências públicas, deputada, foram feitas aqui na Assembleia Legislativa. Essa vez nós escolhemos, a iniciativa foi minha e do deputado Milton Leite Filho, que também é da região, escolhemos fazer essa audiência pública lá. Isso porque muitas vezes as pessoas têm dificuldade de chegar até aqui na Assembleia. Então, nós vamos discutir, vamos conversar e ouvir as pessoas que realmente necessitam e que vão utilizar o metrô; por isso que é importante.

A única reclamação que eu tenho - e acabei de falar aqui com o líder do Governo, deputado Carlão Pignatari - é que desde o dia 24 de abril - passou um mês - nós fizemos convite para todas as autoridades. Mas, duas em especial foram convidadas, que precisam estar presentes para falar com a população, que é o presidente do Metrô, o Sr. Silvani Alves Pereira, e o secretário de Transportes Metropolitano do Estado, que é o Alexandre Baldy. E hoje, nós estamos no dia 29, a dois dias da audiência pública e não tivemos respostas ainda sobre a presença deles.

Então, é de interesse deles e nós precisaremos da resposta e a presença do secretário de Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, e do presidente do Metrô, Silvani Alves Pereira.

É uma promessa de campanha de todos os candidatos, inclusive do atual governador Doria, que fez campanha lá, reuniu a multidão lá naquela região e prometeu lá que o metrô na sua gestão chegaria até o Jardim Ângela.

Então, era isso, Sr. Presidente.

A deputada Professora Bebel me mandou aqui o nome da escola presente. Que sejam todos bem-vindos. Não é escola, é a Universidade Anhembi-Morumbi. Sejam bem-vindos todos. Um grande abraço a vocês.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado. Sr. Deputado.

Está encerrada a lista de oradores inscritos. Se não houver oposição, eu vou suspender os trabalhos até as 16 horas e 30 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

* * *

 

- Suspensa às 15 horas e 26 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 35 minutos, sob a Presidência do Sr. Cauê Macris.

 

* * *

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Sr. Presidente, Art. 82, pelo PSL.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra V. Exa. para falar pelo Art. 82, em nome do PSL.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - PELO ART. 82 - Exmo. Sr. Presidente, Exmos. Srs. Deputados, senhores cidadãos que nos honram com suas presenças, funcionários da Casa, aqueles que nos acompanham a distância, muito rapidamente eu gostaria de dar notícia da audiência pública que nós realizamos aqui na Casa nesta segunda-feira, com a participação de vários deputados de vários partidos. Tivemos a participação de vereadores também e do secretário Chucre, da Prefeitura de São Paulo, para tratar do futuro do Minhocão.

Fizemos questão de convidar palestrantes com posicionamentos diversos, e, em termos de público, a maioria defendia o desmonte do Minhocão, mantendo ali a via para o trânsito. Eu ainda estou aguardando o link da audiência pública, mas colocarei nas minhas redes e peço firmemente que os cidadãos de São Paulo e também das cidades vizinhas que utilizam o Minhocão entrem nesse link e assistam à audiência pública.

O conteúdo foi muito bom, foi um debate muito importante. Respeitosamente àqueles que têm uma posição divergente, eu sigo entendendo que o projeto de construir um parque em cima do Minhocão não se justifica. Existem vícios legais, existe uma necessidade de investimento em outros parques já existentes, e nós estaremos matando uma via de trânsito importantíssima para construir um parque em cima do concreto, sendo que há parques de verdade a serem restaurados.

O início dessa obra ensejará um gasto de 36 milhões de reais. Então, com mais tempo, eu vou trazendo detalhes sobre a discussão que houve, mas eu peço que a TV Alesp disponibilize, se ainda não disponibilizou - não recebi ainda -, e que todos procurem assistir, porque esse debate é de todos nós. Esse parque está aceleradamente sendo implementado, e nós seremos surpreendidos com essa inovação que, até onde eu pude apurar, respeitosamente ao Sr. Prefeito, não é desejo de ninguém. Eu não recebi nenhuma mensagem apoiando a construção do parque.

Ao lado disso, gostaria de fazer alguma consideração com relação ao PL 91, que trata da questão da concessão do ginásio. Eu, particularmente, quando analisei o PL na sua origem, entendi que ele seria interessante. Diferentemente do que aconteceu com o PL 1, eu não vislumbrei os mesmos equívocos formais no PL 91, que é o que trata da concessão do ginásio.

Entretanto, numa das sessões, graças aos desportistas terem nos dado a honra da sua presença, eu descobri - confesso a minha ignorância anterior - que muitos esportistas moram no ginásio, praticam as suas atividades esportivas no ginásio. Muitos já fazem competições, inclusive profissionais, e são detentores de medalhas. Eu parabenizo os que têm medalhas e os que estão buscando medalhas.

E aí surgiu uma preocupação muito significativa, tanto para mim como para colegas de bancada - destaco aqui o Tenente Coimbra, o deputado Douglas, a deputada Valeria -, e nós decidimos conversar com o líder do Governo para pedirmos a tal da emenda aglutinativa para contemplar, por um lado, a concessão, porque somos ideologicamente, a princípio, favoráveis à desestatização, mas, por outro, a continuidade das atividades, a continuidade do projeto, e que esses jovens tenham instalações dignas, treinamento digno e a continuidade dos seus treinos seja assegurada.

Pois bem, ontem - presidente, posso pedir na sequência uma comunicação? Só para... - veio ao plenário a emenda aglutinativa, pelo menos uma primeira versão. Nós analisamos aqui e houve certa controvérsia em torno do teor da emenda.

Eu, particularmente, fiquei satisfeita com a emenda. Porque ficou previsto na emenda que o edital contemplará a manutenção das atividades esportivas dos jovens; que os alojamentos terão que ser mantidos; que o treinamento, ou seja, a equipe técnica para treinar os jovens terá que ser mantida; e que todas as modalidades de treinamento serão asseguradas. Então, me pareceu muito interessante a redação da emenda aglutinativa.

Ficou decidido que, quando da concessão, as partes convencionarão que parte da manutenção do projeto ficará para quem. Então existe uma solidariedade, digamos assim, entre a concessionária e o governo para a manutenção desse importante projeto.

Nós sentamos ali em conjunto, vários deputados, os colegas do Novo mostraram - se eu falar alguma coisa errada peço para o colega me corrigir - objeção à emenda aglutinativa porque eles preferem que não se passe esse ônus para a concessionária, que o governo desde logo assuma o dever de manter o projeto.

Eu gostaria de expor, claro, que estamos ainda debatendo, amadurecendo, hoje mesmo houve uma visita por parte de vários deputados - eu, como tinha reunião da CCJ, enviei um assessor - às instalações que receberiam ou receberão os nossos jovens. Eu, particularmente, gostei da saída trazida pela emenda aglutinativa porque fica claro que a manutenção do projeto tem que ser assegurada, seja pela concessionária, seja pelo governo.

Então, ao contrário da visão do Novo, e falo isso respeitosamente, me parece ser uma garantia maior para os jovens de que o projeto vai ser continuado. E eu até fiz a ponderação com os colegas do Novo de que eu não vejo ônus para a concessionária necessariamente, porque pode, também, a concessionária querer investir profissionalmente nesses esportistas e, inclusive, otimizar as carreiras desses mesmos esportistas.

Então, a maneira como o nosso PL está sendo encaminhado, se essa emenda aglutinativa vier a ser aprovada e for mantida com essa redação, me parece uma maneira vanguardista, moderna, democrática, porque permite a desestatização e, ao mesmo tempo, a manutenção com dupla segurança de um projeto muito importante.

Eu não sei ainda qual é a visão da deputada Valeria, que foi nessa comitiva visitar o estádio, estou aguardando a deputada chegar para poder ouvi-la, mas o meu assessor passou que encontrou ali uma estrutura bastante interessante, apta a receber os estudantes, os esportistas. Os alojamentos precisam mesmo ainda serem construídos, já tem a verba em um tal de um fundo que precisa ser liberado.

Então, toda a nossa briga, uma briga positiva, agora, vai ser para ter a garantia de que esse fundo será liberado e os alojamentos serão construídos. Então, assim, pelo que eu senti da bancada, essa minha visão, que apresento como pessoal, já não é tão pessoal. Estou externando aqui, a princípio, um apoio à emenda aglutinativa que foi trazida na data de ontem e trazendo os motivos do porque deste apoio, estando todos abertos à discussão pela manutenção do projeto com a desestatização.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, nobre deputado Campos Machado.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Para usar a tribuna pelo Art. 82.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem a palavra.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, nobre deputado Cauê Macris, deputado Barba, V. Exa., por ventura, foi agraciado com alguns itens da futura emenda aglutinativa anunciada há pouco pela bancada do PSL, alguns dados? Como é possível construir uma emenda aglutinativa? O que quer dizer a palavra aglutinativa? Aglutina posições, aglutina ideias.

Aí vem a bancada do PSL, pela deputada Sra. Paschoal, e diz o quê? Que a emenda aglutinativa mostrada ontem à tarde está sendo construída. Construída por quem? Será que só existe nesta Casa o PSDB...

Assim não dá para continuar, Sr. Presidente. Quem quiser conversar, converse fora do plenário. O que não pode é conversar aqui, para atrapalhar o orador. Eu não quero atenção, quero educação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pedir aos deputados que queiram se reunir e conversar, que se atentem ao orador na tribuna.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Alguma coisa, presidente? Alguma palavra ou observação?

Continuando, vamos lá. Deputado Emidio, veja se eu estou equivocado. Foram dissertadas desta tribuna, sagrada tribuna, emendas que ninguém conhece. É impossível nós aceitarmos uma emenda aglutinativa que só o PSL tomou conhecimento.

A minha preocupação é: quem vai garantir o Ginásio do Ibirapuera para as federações e para os atletas? Quem vai assegurar que o complexo não vai se transformar apenas em um multiuso, restaurantes, bares, lanchonetes, shows musicais? Quem vai garantir que não vai acontecer isso? Será que eu estou entendendo direito? Será que eu estou sendo iludido? Será que tem alguém tentando convencer os atletas de que nós vamos entregar uma realidade para esperar um sonho?

“Ah, mas foi uma deputada lá à tarde e viu tudo direitinho, que é possível”. Nós estamos tratando de uma coisa séria, deputado Emidio, de um patrimônio histórico. Eu não ia usar o Art. 82, mas me causa aflição. Eu fico perplexo quando vejo que esta Casa está na iminência de votar uma emenda aglutinativa que eu não sei quem são os aglutinados. E também não sei quem está aglutinando. Quem são os pais dessa aglutinativa, deputado Barba? Vossa Excelência conhece? E as mães? Será que não tem alguma influência divina, aérea, sobre isso?

Eu me manifesto frontalmente contrário à privatização do Ginásio do Ibirapuera. Vamos ser derrotados, sim, deputado Barba, quanto à emenda aglutinativa, porque ninguém resiste ao perfume morumbiano. Ninguém resiste. Perguntei ao deputado Camarinha, meu grande amigo: V. Exa. exalou desse perfume morumbiano? Sabe a força desse perfume? Até o Partido Novo, que, desculpe, de vez em quando de novo não tem nada. Ontem, foi feita uma exposição aqui que eu pensei que nós estivéssemos em Nova Iorque, Londres. A realidade ninguém quer ver.

Sr. Presidente, eu nem vou pedir mais dois minutos. Não vou pedir, porque me sinto constrangido com o que ouvi hoje nesta tribuna. Essa aglutinativa está sendo feita a três mãos, não a quatro mãos. E nós vamos ter que engolir. Eu não. Vou perder de pé. Eu sempre entendi que é melhor perder do lado certo, deputado Barba, do que ganhar do lado errado. Assim eu vou continuar essa noite.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Sr. Presidente, para falar pelo Art. 82 pela bancada do PT.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem a palavra.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público que nos acompanha pela TV Assembleia, atletas e esportistas aqui no auditório - nessa luta para garantir minimamente alguns direitos -, trabalhadores desta Casa. Campos Machado, realmente está se desenhando um novo formato nessa Casa. Você tem uma base aliada e agora você tem uma parcela de alguns partidos fazendo esse jogo de como construir a emenda aglutinativa. Eu espero que quem esteja fazendo, faça bem, de bom tamanho, para que possa preservar o direito dos atletas, dos esportistas.

Eu estou sabendo que já tem duas emendas agora. Diz que tem uma do governo e uma de outro deputado. Mas eu não recebi nenhuma das duas. E é natural que faça isso. O governo vai atuando para ir fatiando alguns partidos. Está atuando para fatiar o PSL. O Novo já levou, na minha avaliação, de cara. Ele tem pensamento ideológico mais ou menos igual. Do ponto de vista ideológico, estou dizendo, deputado Heni e deputado Sergio. É um modelo de liberalismo que vocês defendem. Estou dizendo sempre do ponto de vista político. E a semelhança política, de visão ideológica. Para que não haja confusão, e eu sei que V. Exa. tem a compreensão tranquila disso.

Então, é a maneira como o governo João Doria resistiu por quatro meses. Algumas bancadas resistiram por quatro meses. Na metade do quinto, veio uma brisa do Palácio dos Bandeirantes. Não foi nenhuma ventania, não; foi uma brisa. Imagina a hora em que vier a ventania. Imagina se vier um furacão. Então, a conformação vai juntando uma parte do Podemos aqui também, do ponto de vista ideológico. E é natural. Eu gosto da política assim: quando as pessoas se juntam por afinidade ideológica.

Agora, o que não pode é ficar negando essa afinidade ideológica. Tem que subir e dizer: “nós somos liberais; nós somos meio liberais...”. Então, acho que esse jogo não é ruim. E já sabe que vai ter oposição do PT no projeto de concessão do Ibirapuera, no projeto de privatizações. Duas semanas atrás, nós perdemos a votação: no roteiro, por 59 votos a 19; no mérito, na emenda, nós perdemos por 54 a 26. Faz parte do jogo político.

O que está me estranhando é que os deputados que vão concordando com o governo não sobem para defender. Ontem, pelo menos, eu tenho até que parabenizar o deputado Ricardo Mellão, que subiu aqui para defender a concessão. Teve coragem de subir para defender. Então, isso é importante. Onde está minha briga, deputado Rafa Zimbaldi? Nós vamos discutir, daqui a pouco, a LDO.

A LDO para 2019, deputado Vinícius Camarinha, tem 15 bilhões de renúncia para o setor privado. E o Meirelles está agora na Comissão de Finanças, e com certeza foi abordado nesse debate. São 15 bilhões de renúncia ao setor privado, e tem uma parte do setor privado que tem que ser... A renúncia fiscal é sigilosa. Nós não sabemos o porquê da renúncia. Não sabemos quem é o setor. Não sabemos quem é a empresa.

Quer dizer, 15 milhões de custo para o Ibirapuera não pode. Fazer investimento no Ibirapuera não pode, porque tem um custo de 15 milhões, que eu chamei aqui ontem de bagatela, e é uma bagatela, 15 milhões de reais, comparando que, no ano de 2018, o governo entregou para o setor privado 20 bilhões e 490 milhões de reais de renúncia. O governo do PSDB, do Geraldo Alckmin, e não pode investir no Ibirapuera 15 milhões por ano. Não é por mês. Quinze milhões por ano.

Veja bem, isso é 0,07, deputado Daniel José, que veio falar “Barba, você é louco de falar que isso é uma bagatela”. Comparado aos 20 bilhões e 490 milhões de reais que deram para os empresários do estado de São Paulo, isso é uma bagatela.

Então, não é o custo do Ibirapuera. O governo tem que vir aqui e dizer o seguinte: “É princípio, nós queremos não ter papel do Estado para fazer investimento nenhum. Nós queremos nos livrar de todos os equipamentos do Estado, e deixa o PT falar contra. Deixa a oposição falar contra.” Porque nós somos contra. Nós vamos lutar para que esse 91 não passe aqui, e vamos lutar para que a emenda aglutinativa não seja aqui vitoriosa. Se for vitoriosa, eu espero que aqueles que sentaram com os atletas ontem, que eu vi ali fora, no salão espelhado, se comprometendo com os atletas...

O governo não quer dizer o seguinte, na emenda aglutinativa, que não chegou para nós: “Olha, os atletas que estão no Ibirapuera hoje, que cumprem essas modalidades de esporte, ou de atletismo, terão garantido isso, isso e isso”. Eles estão dizendo: “Não pode escrever isso na emenda aglutinativa”. Se não pode escrever, é porque tem má intenção por trás.

Então, é isso. Essa é a disputa aqui. É quem é quem. Então, nós vamos lutar contra o noventa e um. Nós vamos lutar, e espero deputados e as deputadas que estão sentando com os atletas aí fora - eu vi ontem - saibam fazer um acordo que garanta...

Porque, quando o governo diz que não pode escrever na emenda qual será o destino de todo mundo, que só pode escrever no edital que será garantido, mas não diz qual o destino, pode haver alguma intenção por trás. Só para alertá-los.

Tenho dito, Sr. Presidente.

 

O SR. RAFA ZIMBALDI - PSB - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, deputado Rafa Zimbaldi.

 

O SR. RAFA ZIMBALDI - PSB - Artigo 82, PSB.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem a palavra. Pergunto ao deputado Vinícius Camarinha se anui. Com a anuência do líder, tem a palavra o nobre deputado Rafa Zimbaldi.

 

O SR. RAFA ZIMBALDI - PSB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Cauê Macris, Srs. e Sras. Deputados, público aqui presente, quero saudar aqui os esportistas aqui presentes.

Sr. Presidente, eu irei mudar aqui um pouco o foco e o tema aqui nesta tribuna. A nossa fala aqui será um pouco referente à problemática que nós estamos vivenciando na área da Saúde Pública. Nós sabemos que a Saúde Pública vai mal em todos os municípios brasileiros, e na nossa região, lá em Campinas, região metropolitana, não tem sido diferente.

Nós estamos vivendo essa problemática, só que, diferentemente de outras regiões, a região de Campinas é vista como uma referência hospitalar. Nós temos alguns hospitais lá que são referências mundiais. Citar aqui, por exemplo, a Unicamp, onde nós temos o Hospital das Clínicas, o Caism, nós temos Hospital de Combate ao Câncer, nós temos o Boldrini, nós temos o Sobrapar.

Nós temos vários hospitais que são referências no nosso município de Campinas, e eu tenho me preocupado muito, porque eu tenho, com muito cuidado, logicamente, até para que não pareça um movimento político, mas temos visitado os hospitais na cidade.

Visitamos o Mário Gatti, estivemos também no Caism, na Unicamp, visitamos a maternidade. Visitamos vários hospitais em Campinas: o hospital da PUC, o Celso Pierro, que é uma referência também. Só que estamos vivendo uma problemática que é: a Saúde pública não está aguentando mais. Todos os hospitais, eles não estão conseguindo se pagar.

Tivemos, recentemente, uma morte de um bebê de seis meses, na cidade, por falta de uma UTI neonatal. Tivemos o fechamento do pronto-atendimento do Caisme porque os leitos, por exemplo, da UTI neonatal, de 30 leitos, 38 bebês estão ocupando a UTI neonatal. Não suporta mais. A maternidade, estamos vivendo a mesma problemática.

Temos a Santa Casa. Tenho feito um trabalho junto com a Fehosp, que é a Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo. Mas precisamos fazer um apelo: esta Casa precisa se movimentar. Estamos falando de dinheiro, de recursos, de Lei de Diretrizes Orçamentárias, de Orçamento. Precisamos nos voltar na área da Saúde. Nada é mais importante, na vida das pessoas, do que a saúde.

Então quero fazer um apelo aos deputados, fazer um apelo ao secretário de Saúde, ao governador do Estado, para que enfoque um pouco mais na área da Saúde. Estamos debatendo vários temas nesta Casa. Mas a Saúde pública, que é importante, estamos deixando passar. E não abordamos esse assunto. Então, quero fazer um apelo a todos os deputados.

Estou trazendo uma problemática que estamos vivendo na cidade de Campinas. Estamos trabalhando junto. Já estivemos junto com o pessoal da Federação Paulista. Agora estamos marcando junto no Desenvolve SP, para ver a possibilidade do banco abrir uma linha de credito às Santas Casas.

As Santas Casas, que são referências, que são responsáveis por mais de 60% do atendimento SUS em todo o País, não estão sendo assistidas. O governo não está dando assistência. Quero puxar a problemática que estamos vivendo no governo federal. Já há muito tempo não estamos tendo o reajuste da tabela SUS. Por exemplo, o SUS paga, numa UTI neonatal, para os senhores terem uma ideia, 1.500 reais. Um mil e quinhentos reais custa um bebê nas três primeiras horas.

Ou seja, não é possível os nossos representantes, os nossos políticos, nós que estamos representando - seja na Assembleia Legislativa, seja no Congresso Nacional - que não se movimentem. Então quero fazer um apelo aos deputados, ao Governo do Estado, mas, também, ao governo federal e aos deputados federais para que possamos ter um reajuste urgente da tabela SUS. E que possamos arrumar algum jeito de buscar recursos para mais investimento na área da Saúde.

Era isso, Sr. Presidente. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Ordem do Dia... Deputado? Peço suspensão por dois minutos.

 

* * *

 

- Suspensa às 17 horas e 03 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e 04 minutos, sob a Presidência do Sr. Cauê Macris.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Reaberta a sessão.

Há sobre a mesa, requerimento da nobre deputada Dra. Damaris Moura, com o número regimental de assinaturas, nos termos do Art. 35 do Regimento Interno, para a constituição de uma comissão de representação, com a finalidade de participar de audiência sobre a liberdade religiosa, com o Exmo. Sr. José Antonio Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal, e com a Exma. Sra. Damares Alves, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, nos dias 28 e 29 de maio, em Brasília, no Distrito Federal.

Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo, permaneçam como se encontram. Aprovado o requerimento.

Há sobre a mesa, requerimento da nobre deputada Delegada Graciela, com o número regimental de assinaturas, nos termos do Art. 35 do Regimento Interno, para a constituição de uma comissão de representação, com a finalidade de representar a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, no evento da Francal 2019, no período de 3 a 5 de junho de 2019, em São Paulo.

Em votação. As Sras. Deputadas, e os Srs. Deputados que forem favoráveis permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.

Há sobre a mesa um requerimento de retirada do Projeto de lei nº 261/2017, de autoria do nobre deputado Fernando Cury. 

Em votação. As Sras. Deputadas, e os Srs. Deputados que forem favoráveis permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento de retirada.

Item 1 - Votação adiada do PLC nº 04/2019.

Em votação o Item 1.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, deputado Campos Machado.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Para encaminhar pela bancada do PTB.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem a palavra para encaminhar em nome da liderança do PTB. Antes, porém, do deputado Campos Machado dirigir-se à tribuna, esta Presidência convoca a sessão extraordinária: Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do Art. 6, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para a sessão extraordinária a realizar-se hoje, dez minutos após o término da presente sessão, ou às 19 horas, caso a sessão não atinja o seu tempo limite, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia: Projeto de lei nº 91/2019 e Projeto de lei nº 183/2019.

Com a palavra o deputado Campos Machado.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, eu conversava há pouco com o deputado Vinícius Camarinha e falávamos do grande absurdo essa brincadeira de mau gosto dessa carta feita à Nação com assinatura do presidente do Supremo Tribunal Federal. Nada contra essa carta de boas intenções, de apoio às medidas. Tudo em ordem: Executivo e Legislativo. Mas como é possível, deputado Camarinha, que o Judiciário, que vai ter que julgar uma série de questões, faça parte integrante dessa questão eminentemente política?

O ministro Fachin acabou de dar uma liminar suspendendo transações bilionárias da Petrobras. Qual é isenção que o nosso querido, meu amigo, presidente Toffoli pode pretender? E ainda vai ser ele que vai apresentar essa carta? Que caminho é o nosso Judiciário? Para onde vai? Que é que tem o Judiciário a ver com as questões do Executivo e Legislativo? Executivo existe para executar. Legislativo, teoricamente, deputado Roque Barbiere, dizem que é para legislar; dizem por aí. E o Judiciário, até prova em contrário, é para julgar.

Mas, deixando-se de lado, deputado Roque Barbiere, eu dizia ontem: Aonde está a coragem? Onde está, por exemplo, a bancada do PSDB? Onde estão aqueles partidos que hoje apoiam o governo?

 Nós estamos votando aqui, hoje, um projeto que até prova em contrário é de autoria do Sr. Governador, Sr. João Agripino Doria Filho. Não é de autoria de nenhum deputado. Diz respeito aos senhores fiscais de renda. Quem tem medo vá ao protocolo da Casa e renuncie ao mandato. Aqui não é lugar de covardes. Se nós decidimos há um tempo atrás que iríamos votar este projeto, - e eu que tenho posicionado aqui, uma posição independente, eu apoio que esse projeto seja votado.

Eu me sinto mal, deputado Roque Barbiere, quando vejo alguns deputados fugindo do plenário. Conclamo a bancada do Partido dos Trabalhadores, por exemplo, a votar esse projeto. Não são contra. Então, por que não vota? Ou a bancada do PT é contra? Não é.

Ah, mas apareceu um deputado aqui que disse, de maneira bastante leviana por sinal, "que alguns deputados teriam recebido doações de fiscais de renda". Aí, vem o tribunal e diz que são legais. E, aí, quem mandou para cá o projeto não foram os deputados que eventualmente poderiam ser agraciados com doações legais. Foi o governador, deputado Camarinha.

Foi o governador do estado. Ele que enviou esse projeto para cá. Quer apostar que daqui a pouquinho não vai ter número aqui? Quem é que duvida que não vai ter deputado aqui no plenário?

Será que porque o PSL é contra nós vamos temer o PSL? Ou o partido Novo é contra? E daí? O mundo vai cair por causa disso, deputado Sargento Neri? Nós vamos nos deixar guiar pelo PSL, pelo Novo? Será que na porta desta Casa está escrito Assembleia Legislativa do PSL e do Novo? Não está escrito. Pelo menos, eu não consegui ler isso.

Tantas quantas vezes for necessário eu virei aqui para repetir: não há porque temer nada. Não há, para recuar, nenhum motivo plausível. É preciso que os deputados tenham autonomia, tenham consciência, não se deixem levar pelas redes sociais.

As redes sociais não foram eleitas na Casa. Foram eleitos os deputados. Respeito muito as redes sociais como uma maneira de comunicação. Mas elas não podem ditar as regras da Casa.

"Mas, Campos Machado, será que não fica mal falar isso?" Mas, fica mal mesmo, nobre deputado Roque Barbiere? Está ali o protocolo. Renuncie o mandato, vá para casa, rapaz. O que você é? Quer atropelar a história? São 150 anos desta Casa, mais.

E eu quero repetir aqui: esta legislatura caminha para ser a pior legislatura da história da Assembleia. A pior. Guarde o que eu estou dizendo hoje: a pior legislatura da história da Assembleia.

Disseram-me um dia desses: "Mas por que, Campos Machado, você vai de novo defender o PLC 4?" Não é de novo. Aqui não tem novo nenhum. Não é nada. Ninguém me disse nada ao contrário; e se falar, eu não vou ouvir, já tenho a minha convicção.

É por isso, deputado Gilmaci, que eu estou aqui para reiterar uma vez mais. E não adianta sorriso sarcástico porque sorriso sarcástico não vota. Tem uma coisa que me deixa perplexo: são sorrisos sarcásticos. Ainda se fosse um belo sorriso, vamos lá. Mas, feios e sarcásticos?

Por isso, meus caros deputados e caras deputadas, se não estiver atrapalhando o diálogo entre o deputado Camarinha e o deputado Roque Barbiere, eu posso, se não tiver atrapalhando, eu faço absoluta questão de paralisar aqui a minha fala para que V. Exas. possam ter diálogos mais confortáveis e mais tranquilos.

Já que V. Exas. paralisaram esse diálogo que vai acabar com a guerra Iraque-Irã, eu posso continuar. Sabe, Sr. Presidente, quero aproveitar a oportunidade: não tenho pretensão à bajulância. Se eu tiver que me abaixar por alguém é para pegar alguma coisa podre que está no chão.

É por isso, deputado Roque Barbiere, que nós, eu tenho certeza que V. Exa. também, não vamos correr do plenário, não. Já noto que o PSDB não tem ninguém, estou verificando que do PSDB não tem ninguém para votar esse projeto, que é do governador deles, que é do Sr. Doria. Sumiram todos. Mas nós vamos voltar aqui, deputado Roque Barbiere, para votar conforme a nossa consciência, sem medo de ninguém. O medo não faz parte da história deste Poder.

Sr. Presidente, eu ia parar mesmo; eu quero só, não vou nem ouvir o que a deputada Beth Sahão está dizendo, mas eu só quero dizer a V. Exa. que eu, ontem, torci e orei pela Maria Luísa. Vossa Excelência ficou muito triste, ontem, e a sua tristeza abateu as pessoas que têm sensibilidade e coração. Que Deus proteja sua filha.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Obrigado. Agradeço, inclusive, gentilmente, Campos. Graças a Deus está bem melhor já, e já está em casa.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA – PT - Sr. Presidente, para falar... para encaminhar em nome da bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem a palavra.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA – PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, o deputado Campos Machado ontem... Deputado Campos Machado, ontem V. Exa., aqui desta tribuna, dizia da sua honra e do seu orgulho de no seu partido estar discutindo o setorial afro-brasileiro, fazendo toda uma reverência a seu partido, que realmente foi responsável pela criação da CLT.

Num país do tamanho do Brasil, a CLT foi uma carta, embora alguns queiram declarar como Carta del Lavoro, que era fascista, tal tudo, mas outros reconhecem a CLT como um grande instrumento de proteção social aos trabalhadores e às trabalhadoras. E essa CLT sofreu um ataque muito forte, ainda no Governo Michel Temer. O presidente Jair Bolsonaro, não contente, falou: “Olha, essa reforma trabalhista que foi aprovada no Governo Temer não aproxima os trabalhadores, de uma maneira melhor do mercado informal de trabalho”. Então, ele quer fazer uma nova reforma trabalhista para piorar as condições de trabalho.

E por que estou começando este debate hoje, por isso? Porque a semana passada o presidente anunciou que vai revogar várias normas regulamentadoras. Para quem não sabe a luta para a conquista das normas regulamentadoras, desde 1977, que nós lutamos neste País para ter novas normas regulamentadoras, e o doutor, companheiro deputado ali Vinícius Camarinha sabe disso, que é um advogado, as normas regulamentadoras são para combater as péssimas condições de trabalho, as condições insalubres, as condições periculosas, para poder criar... ter uma melhor condição de trabalho, saúde e meio ambiente, para ter Medicina do Trabalho. Isso, num setor privado... no setor público isso é importante, porque isso cuida da prevenção de doenças, de acidente, de combate a produtos químicos, a produtos que podem contaminar. E houve, no passado, deputado Bruno, você que ainda é um jovem, no passado nas empresas brasileiras eram muito difíceis as condições de trabalho. Eu trabalhei em duas grandes; trabalhei em várias pequenas, mas trabalhei na Volks e na Ford. São duas empresas grandes, e a gente tem que fazer ação de processos de insalubridade, de... ou de periculosidade para fazer a empresa gastar dinheiro? Não que a gente quisesse que ela gastasse o dinheiro. A gente queria que ela melhorasse as condições de trabalho no local de trabalho, porque isso ajuda a manter o trabalhador numa condição, expectativa de trabalhar por 30 ou 35 anos, conforme for o tamanho do cuidado da sua atividade econômica.

E o presidente anuncia, na semana passada... São 36 normas, hoje, que existem, normas regulamentadoras, o presidente anuncia a retirada de nove. Nove normas. Todas as nove - eu fui olhar uma a uma - tratam exatamente disso: Saúde, Segurança, Meio Ambiente, condições de trabalho, relações de trabalho. Ela media a Convenção de Prensas. Eu ajudei a discutir a Convenção de Prensas no estado de São Paulo. Eu era da Federação dos Metalúrgicos Filiados à CUT.

Tem o sistema de proteção individual de máquinas, tem o sistema de proteção coletiva de máquinas e tem o sistema de proteção individual do próprio trabalhador, com equipamentos como protetores auriculares, aqueles de fone ou de buchinha, luvas, mangotes, sapatos, uniformes. Tudo isso faz parte de uma composição. E ele anuncia simplesmente que vai revogar.

Tem uma coisa chamada CNTT, que é um contrato nacional de temas temáticos, que ajuda a regulamentar tudo isso. Essa CNTT é tripartite: ela é composta pelo governo, pelo setor da economia, os empresários, e pelos trabalhadores, cada um com suas representações. E tudo é homologado no Ministério do Trabalho.

Então, essa surpresa... Para mim não é surpresa, porque a quantidade de ataques  que ele vem fazendo ao movimento sindical... Já vem atacando com a Medida Provisória nº 873, que proíbe as empresas de arrecadarem o recolhimento da mensalidade sindical de que o trabalhador fica sócio, que é recolhido e entregue ao sindicato. Ele proíbe e fala que os trabalhadores têm que fazer isso por boleto bancário, para tentar dificultar a ação do movimento sindical.

Esse é o Bolsonaro, lá em Brasília. Não me surpreende. Aqui em São Paulo, o João Doria faz um decreto que muda a composição do Condephaat, que é responsável por discutir e tombar patrimônios aqui no estado de São Paulo. E onde é que ele faz a  alteração? Eu apresentei um projeto que susta o decreto dele. Ele propõe, na alteração do Condephaat, a saída das três universidades públicas, que não tem custo nenhum. As universidades fazem estudos, pesquisam ambiente, pesquisam tudo, pesquisam o que vamos tombar, o que é possível tombar.

Por exemplo, em Ribeirão Pires, teve um grande debate sobre o tombamento de uma fábrica, um moinho que foi um dos primeiros moinhos de café instalados no Brasil, lá no século XIX, lá em 1.800 e pouco. Teve um debate, mobilizou a sociedade, a Câmara lotava. Quem é que avalia se isso pode ser tombado ou não? É exatamente o Condephaat.

Mas ele tira a participação das universidades, elimina a participação de quem conhece e fala assim: “Nós vamos colocar gente de notório saber”. Bacana, legal, mas não fala quem é a gente de notório saber. Quem são as pessoas de notório saber? De onde vêm? São do Brasil? São do estado de São Paulo? Quer compor com gente de notório saber? Não tem problema, mas acrescente. Não tire as universidades.

Então, cada hora é um debate, um debate de ataques, de destruição ou de anulação da participação da sociedade civil organizada.

E aliás, uma das emendas... O deputado Campos Machado tem cinco emendas no projeto original do 91, que tratava do Ibirapuera; tem mais três emendas individuais de deputados, uma acho que é do deputado Altair, se não me engano; e tem oito emendas do PT. Nós discutimos, exatamente, para garantir que, se aquele projeto for aprovado, ou a aglutinativa, se for aprovada, que tenha um controle da sociedade, um acompanhamento, um conselho tripartite de nove pessoas, ou de doze ou de quinze - estamos sugerindo nove, mas, se acharem que tem que ser maior, pode ser -, para discutir a destinação do dinheiro da concessão e a destinação dos serviços, e as concessionárias que vão receber, como elas vão trabalhar com a sociedade civil organizada.

Eu, como não tive acesso, igual a deputada Janaina já teve, e ela acha que melhorou o projeto... Eu não tive acesso à emenda aglutinativa, então não consigo falar. Estou com o projeto original na cabeça. Eu não recebi. Ouvi dizer que tem uma outra emenda aglutinativa do deputado Caio França, mas que se não for protocolada primeiro, não cabe. Quando uma é protocolada primeiro, a outra não cabe. É assim que funciona aqui. Nós estamos discutindo o roteiro, o projeto, depois as emendas. Eu vou pedir a publicação da emenda aglutinativa.

Se eu não pedir, alguém vai pedir, mas eu vou pedir porque eu quero conhecer a emenda aglutinativa. Eu não posso ainda vir nesta tribuna. Se o projeto me garantisse que todos os atletas existentes hoje e os futuros têm a garantia de que terão as suas pistas de treinamento, as suas áreas de treinamento, as suas áreas de educação, as suas áreas de natação; a população tem garantida as suas áreas de caminhada... Eu não tenho garantido isso hoje.

O projeto não garante nada disso. Nem o projeto garante e nem o secretário conseguiu explicar ontem. Eu vi ontem alguns deputados e deputadas, não é segredo. A deputada Valeria Bolsonaro estava no Salão Espelhado, junto com o deputado Douglas. Não me lembro se a Janaina estava, mas estavam lá conversando com os atletas. Passei lá, cumprimentei os atletas.

Vocês que estão muito confiantes, eu não tenho essa mesma confiança porque uma coisa que eu vi alguém cobrando é por que não escreve na emenda aglutinativa o destino dos atletas, para onde eles vão. Nós não tivemos acesso, então nós vamos ter que esperar a publicação para a gente ver, mas só para garantir isso. Eu vim falar de vários debates em função disso.

Primeiro, das preocupações, porque tem essas coisas dos ataques. O Bolsonaro extinguiu mais de 30 conselhos criados na época do Sarney, na época do FHC, na época do Lula, na época da Dilma. São todos instrumentos da sociedade civil organizada.

Presidente, queria fazer esse registro de que o ataque à organização dos trabalhadores e da sociedade civil neste País está sendo muito grande lá em Brasília, como está sendo muito grande no estado de São Paulo quando ataca o Condephaat dessa maneira, retirando dele a USP, a Unesp e a Unicamp.

Olhe que os três membros dessas três universidades quem indica é o próprio governador. Muito obrigado pela paciência.

 

O SR. BRUNO GANEM - PODE - Presidente, eu tenho um encaminhamento de votação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem a palavra para fazer o encaminhamento. Enquanto isso, dou uma comunicação para a deputada Janaina.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Muito rapidamente, Sr. Presidente. Eu só gostaria de esclarecer, haja vista a fala do Exmo. Sr. Deputado Barba, que eu tive acesso à emenda porque eu solicitei. Não houve nenhum tipo de favorecimento. Eu solicitei, a emenda estava na mão de alguns colegas, aí eu tive acesso.

Vossa Excelência pode ter a primeira minuta, estou entregando na frente das câmeras a Vossa Excelência. E com relação ao local para onde os atletas serão encaminhados, hoje, a minha colega Valeria, junto com uma comitiva, fez a visita.

Eu estou só fazendo o esclarecimento porque passa a sensação com a fala de V. Exa. de que eu teria tido algum favorecimento ou de que nós estamos assinando uma carta em branco. Nós estamos fazendo as visitas, as conferências.

É importante também reconhecer isso, porque senão parece assim: “Estão assinando alguma coisa sem ter a certeza se os jovens continuarão com o projeto” e a continuidade está assegurada na minuta. Vossa Excelência pode dizer: “Mas não sei se cumprirão”. É uma verdade. Muitas coisas nós aprovamos na esperança de que sejam cumpridas e nós cuidamos de fiscalizar.

Nós aprovamos o 01 e eu recebi a notícia, por exemplo, de que o prédio da CPOS está sendo reformado. Eu mandei um ofício hoje para solicitar informações. Está sendo reformado para quê, se a empresa será extinta? É o nosso papel fiscalizador. É apenas um esclarecimento para não passar - eu tenho certeza de que não foi intenção de V. Exa. passar essa impressão, mas para que fique claro, eu tomo essa liberdade e a emenda está aqui, Excelência.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Eu verifico que a Ordem do Dia está sendo tocada, mas ao mesmo tempo tem uma comissão funcionando. Eu indago de Vossa Excelência: diz o Regimento que ou a comissão encerra os seus trabalhos ou a gente suspende a sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Eu determino o encerramento imediato de qualquer comissão da Casa que esteja funcionando e a ordem está dada para a Secretaria Geral Parlamentar. Cortem os microfones. Não pode qualquer comissão funcionar com a Ordem do Dia rolando.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Barba, uma comunicação. Tem anuência do orador?

 

O SR. BRUNO GANEM - PODE - Tem anuência.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigado, deputado Bruno.

Deputada Janaina, eu solicitei ao líder do Governo, minha assessoria solicitou à chefe de gabinete do líder do Governo, nos mandaram uma aglutinativa errada ainda. Tem uma palavra lá falando da não continuação da atividade. Disse que tem uma correção para fazer. Solicitei e até agora não chegou.

Não disse que a senhora está sendo privilegiada. Tenho muita tranquilidade, você sabe, tenho tido uma postura muito tranquila em relação a nossos debates. Só para deixar claro, o governo pode ter mais vontade com um ou mais vontade com outro. O governo olha, posso ter mais vontade com quem poderá ser um futuro aliado nesse tema.

Então, é da tratativa do governo. Tanto é que eu estou aqui atento para pedir, no momento da extra que for discutir o 91, a publicação da aglutinativa. Estou muito tranquilo em relação a isso, só para deixar claro para a senhora. Espero que não paire essa dúvida.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra o nobre deputado Bruno Ganem.

 

O SR. BRUNO GANEM - PODE - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Sr. Presidente.

Na minha fala eu quero, enfim, responder a alguns comentários do nobre deputado Barba, do nobre deputado Campos Machado, em relação, primeiro, ao PL 4. Eu me posicionei de uma maneira bastante favorável, bastante clara, e a ponderação que eu queria colocar... porque aqui na Casa a gente tem criado, aliás, não é aqui na Casa, é no País, enfim, aquela coisa de nova política, velha política, internet, casa e tudo mais.

Na verdade não é bem assim. Eu fiz uma defesa do PL 4 nas minhas redes sociais, e eu fui eleito através das redes sociais, e fui muito bem compreendido. Claro que o colega Arthur Mamãe Falei colocou o ponto de vista dele, fez aqui aquela situação que os senhores lembram e foi compreendido pelo público dele. Mas a rede social não é uma coisa só. A rede social tem pontos de vista e eu acho que cabe, sim, quando você tem uma convicção, não há que se dividir dessa forma.

E aí, dentro disso, eu queria fazer, também uma defesa. Esta Casa é bem diferente de todas as outras legislaturas, mas eu discordo do deputado Campos Machado quando ele diz que é a pior legislatura. Eu discordo. Por que eu discordo? Ela é totalmente diferente das demais, mas porque segue outros parâmetros. De fato, a rede social, queira a gente ou não, está muito presente na Casa.

Eu me baseio muito naquilo que as pessoas que me acompanham nas redes sociais acabam me passando. Às vezes eu levo um puxão de orelha das pessoas que me acompanham nas redes sociais, eu mudo de pontos de vista e, muitas vezes, ao contrário também, a gente consegue reforçar. E esse diálogo com a rede social é salutar.

Isso nos faz diferentes das legislaturas anteriores? Com certeza? Piores? De forma alguma. Eu acho muito interessante esse modelo de democracia em que o cidadão não deixa o voto ali no dia da eleição e vai esperar quatro anos para rever o seu representante.

Então, nesse sentido, respeitando cada mandato, eu entendo, sim, que a gente pode fazer um excelente mandato, uma excelente legislatura, e eu gostaria, sim, de registrar aqui essa defesa da nossa legislatura.

Quero colocar, também, aqui, o ponto de vista em relação ao Podemos com relação ao que o deputado Barba coloca, dos posicionamentos. Eu acho interessante essa provocação, a gente até conversa aqui embaixo. Acho que é positivo e eu queria, aqui, relatar como eu vejo a posição do Podemos, como tem sido a posição do Podemos.

O Podemos está, sim, simpático ao governo Doria. Isso não de uma maneira, e quero reforçar isso, não temos uma coleirinha. A gente não está preso, a gente não está amarrado ao governo. Estamos respeitando o governo no sentido de que o governo tem, efetivamente, se dado o respeito, digamos assim. Feito projetos consistentes.

E, para registrar, inclusive, a independência no sentido de que não é uma amarração, e sim uma questão de afinidade, enquanto ela existir, nós estamos participando, sim, da construção dos projetos através das aglutinativas.

Nós já tivemos, na nossa bancada, discordâncias, votos contrários ao Governo. Eu, particularmente, quero, inclusive, registrar que serei contrário ao projeto do Zoológico, sem nenhum problema. Agora, eu sou favorável a tantos outros e participo da construção de tantos outros.

Claro, cada mandato tem um foco. O meu foco, do ponto de vista regional, é Indaiatuba. Do ponto de vista temático, é meio ambiente e proteção animal. É nesse foco, evidentemente, que eu me aprofundo, no sentido de lutar, de brigar efetivamente para que a gente conquiste as melhorias que são tão necessárias. A gente tem agendas muito claras e nós vamos seguindo, lutando por elas.

Quer ver outra situação que também vai ter divergência? Aliás, essa divergência é geral. Eu falei com o secretário hoje sobre isso, que é a questão dos javalis, dos javaporcos, que é um problema gravíssimo. A gente entende que esteja fora do controle, mas, claro, a minha visão do ponto de vista de proteção animal é avessa a qualquer coisa que vá provocar sofrimento animal.

Então, nesse sentido, eu tenho buscado alternativa, soluções, mudanças, até porque a forma como tem sido propagandeada, e aí não é uma questão daqui, é uma questão nacional até, uma decisão horrível por parte do Ibama com relação à forma com que liberou a caça ao javali, utilizando cães, que muitas vezes são mortos nessas caçadas.

Isso daí não resolve o problema que está colocado. Existe um problema colocado, que é o descontrole do javali, esse descontrole que acaba, efetivamente, destruindo fauna, flora, nascentes. Isso está colocado, esse problema realmente existe. Agora, a forma de controlar é discutível.

Um exemplo: uma caça amadora, que entra em uma mata, encontra um grupo de 30, 50, 100 javalis, em que um caçador amador mata a fêmea alfa, o macho alfa. Esse grupo vai se dispersar e vai criar vários outros. Uma vez divididos, vão se multiplicar. Ou seja, acaba muito mais ampliando o descontrole do que efetivamente resolvendo a situação de ter o controle da situação dos javalis.

Então, nesse sentido, a gente quer colaborar. Eu estive na mata ciliar, inclusive no Cras, no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres, da mata ciliar, conversando com especialistas que estão passando essas questões, falando da importância de você criar, por exemplo, um bloqueio de fertilidade.

Como você cria um bloqueio de fertilidade? Agora é a hora em que muitos aqui vão rir, mas é verdade. Existem procedimentos como, por exemplo, a ligadura, a vasectomia, que é um procedimento que tem uma dificuldade técnica, porém, é mais efetivo, porque com um animal com uma capacidade reprodutiva do javali, enorme, esse processo, vamos dizer assim, deplorável, de sair matando bicho, não resolve, principalmente da maneira amadora como está sendo proposta, porque você mata um bicho, eles se reproduzem e vão ocupando espaço.

Você tem que ter um bloqueio de fertilidade. Isso você só vai fazer se você tiver, efetivamente, uma população significativa que ocupe espaço, fazendo esse bloqueio infértil através da laqueadura, que é um procedimento técnico - têm especialistas nisso no Brasil, quem me passou justamente foi na mata ciliar -, e a própria vasectomia. São procedimentos, apesar de ter essa complexidade, simples, de rápida recuperação, quase imediata. Enfim, é colocada essa questão.

Eu estou colocando essa questão da caça, que eu pude colocar hoje para o secretário Penido, que esteve na Casa, que, muito respeitosamente entendeu a ideia, explicou também as questões do Governo. Estive com o secretário da Educação. Também tenho um grande respeito pelo secretário da Educação. Assino embaixo o Projeto de Vida. Eu acho que a gente tem que defender a cultura de Educação. Ela é essencial, é fazer com que as crianças queiram, efetivamente, estudar, queiram buscar. O Projeto de Vida é muito importante nesse sentido. Estive com o secretário da Segurança Pública. Também me passou uma ótima impressão.

Nesse fechamento, o Podemos respeita a administração do atual governador. Enquanto houver esse respeito, nós vamos buscar sempre o entendimento. Quando não tiver entendimento, votaremos contrário sem nenhum problema. Está joia? Muito obrigado.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Antes de passar ao deputado Campos Machado, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, comunico ao plenário que nesta sessão estou respondendo à questão de ordem formulada pela nobre deputada Beth Sahão na segunda sessão ordinária, realizada no último dia 19 de março. Em prol do dinamismo dos trabalhos, não farei a leitura da resposta. Para dar a ela devida publicidade, determino que seja prontamente encaminhada à nobre autora a questão de ordem e que seja transcrita na íntegra nas notas taquigráficas:

 

Resposta à Questão de Ordem apresentada pela Sra. Deputada Beth Sahão na 2ª (segunda) Sessão Ordinária, realizada em 19 de março de 2019

Em 19 de março de 2019, no curso da 2ª (Segunda) Sessão Ordinária, a Sra. Deputada BETH SAHÃO formulou questão de ordem “com a finalidade de obter (...) esclarecimentos acerca da aplicação do disposto no artigo 34 do Regimento Interno, no tocante ao respeito à ordem cronológica de solicitação de criação de Comissão Parlamentar de Inquérito”.

Os fatos que motivaram a apresentação da questão de ordem assim foram expostos por Sua Excelência:

“Iniciada a 19ª Legislatura, com sessão preparatória e inaugural e a posse dos Deputados e Deputadas, na sexta-feira dia 15 e, por volta das 19 horas, se formou uma fila, por ordem de chegada, para protocolo dos requerimentos de Comissão Parlamentar, iniciada com o representante da Liderança do Governo, seguido por representantes dos seguintes partidos: PT, DEM, PDT, PSL, PSB, PMDB (sic), PP, Pode, Patriotas (sic), PSOL, PR e Novo.

Os representantes de diversos partidos ficaram posicionados, durante 63 horas, de acordo com a ordem de chegada para garantir o protocolo dos requerimentos que se efetivou com a abertura do protocolo às 8h30 da segunda-feira.

Após a abertura do local de protocolo, a representante da liderança de governo protocolou 11 requerimentos:

1. Deputado Roberto Morais - PPS - Barragens (sic) Salto Grande – Americana

2. Deputado Bruno Ganem - PODE - Apurar irregularidades na venda de animais

3. Deputado Edmir Chedid - DEM - FURP - Contas anuais

4. Deputado Wellington Moura - PRB - Irregularidades na gestão das universidades públicas

5. Deputado Rogério Nogueira - DEM - Irregularidades na prestação de serviços de táxi aéreo

6. Deputado Coronel Telhada - PP - Prestação de serviço de transporte escolar

7. Deputada Maria Lúcia Amary - PSDB - Violência sexual praticada contra estudantes de nível superior

8. Deputado Delegado Olim - PP - Instalação e segurança em alojamentos de clubes desportivos

9. Deputado Edmir Chedid - DEM - Contratos de quarteirização, convênios, parcerias na gestão das Organizações Sociais

10. Deputado Mauro Bragato - PSDB - Fake news nas eleições

11. Deputado Marcos Zerbini - PSDB - Investigar suposta cobrança de aluguéis em moradias irregulares.”

De acordo com a Sra. Deputada Beth Sahão, ter-se-ia configurado o que qualificou como “manobra” e “artifício”, consistente na protocolização, por quem ocupava o primeiro lugar da fila, de onze requerimentos, de diversos partidos. Isso representaria, nas palavras da insigne Parlamentar, “verdadeira tentativa de descumprimento” da regra regimental que impõe a observância, na criação das Comissões Parlamentares de Inquérito, da ordem cronológica de solicitação.

Aduziu, ainda, Sua Excelência: A CPI é um instrumento da Minoria e não da maioria, que não pode tentar inviabilizar por meios não previstos no regimento e portanto, todos os requerimentos protocolados pelo Governo (sic) devem ser rejeitados, uma vez que não representam a minoria e foram protocolados em desacordo com a regra de ordem de preferência cronológica, eis que uma só liderança, a de governo, protocolou requerimentos de diversos partidos.

Concluiu a questão de ordem com a seguinte indagação: Indago ao Presidente, se o protocolo de requerimentos de Comissão parlamentar respeitou o critério de preferência objetivado pela ordem de chegada de representantes dos partidos ou se houve tratamento privilegiado à liderança de Governo que protocolou 11 (onze) requerimentos de diversos partidos inclusive de parlamentares cujos representantes estavam na fila em posição posterior ao segundo lugar ocupado, pelo representante do PT e ainda de parlamentares que sequer estavam na fila.

A Presidência passa a responder a questão de ordem.

Apesar do esforço argumentativo empreendido pela Sra. Deputada Beth Sahão, não há como acolher o entendimento sustentado por Sua Excelência.

Desde logo, há que se ter presente a circunstância de que houve a formação de uma fila, conforme enfatizado na própria questão de ordem:

  “(...) por volta das 19 horas, se formou uma fila, por ordem de chegada, para protocolo dos requerimentos de Comissão Parlamentar, iniciada com o representante da Liderança do Governo, (...)” (grifou-se)

  “Os representantes de diversos partidos ficaram posicionados, durante 63 horas, de acordo com a ordem de chegada para garantir o protocolo dos requerimentos que se efetivou com a abertura do protocolo às 8h30 da segunda-feira.” (grifou-se)

Deu-se, então, o que normalmente se verifica no correto atendimento a pessoas organizadas em fila: a postada em primeiro lugar foi atendida antes da que estava na segunda posição, e assim sucessivamente.

Contudo, na ótica da Sra. Deputada Beth Sahão, o ocupante do primeiro lugar da fila, por ser, nas palavras de Sua Excelência, “representante da Liderança do Governo”, não poderia ter procedido à protocolização de requerimentos de Parlamentares de partidos “representados” na fila em posições posteriores, e de Parlamentares de partidos “que sequer tinham representantes na fila”.

À ilustre Parlamentar não assiste razão.

Não existe norma legal, regimental ou administrativa a disciplinar a formação de fila de Parlamentares ou servidores para fins de protocolização de proposições. Não existe, tampouco, norma legal, regimental ou administrativa a vedar que Parlamentar proceda à entrega, para protocolização, junto à unidade competente, de proposições subscritas por membros de bancadas que não a sua, nem, da mesma forma, a vedar que servidor da Casa proceda à entrega, para aquela providência, de proposições subscritas por Parlamentares cuja filiação partidária não coincida com a da Deputada ou Deputado com quem ele (servidor) trabalha diretamente.

A prevalecer a linha de argumentação trilhada pela nobre suscitante da questão de ordem, deveria ser checada, no momento da protocolização de proposições, a filiação partidária ou, conforme o caso, a unidade administrativa de lotação do respectivo portador. Tal procedimento, além de pouco razoável (para dizer o mínimo), seria arbitrário, à falta de norma legal, regimental ou administrativa que pudesse ampará-lo.

Assim, na manhã do último dia 18 de março, no momento em que a unidade responsável pela protocolização de proposituras iniciou o atendimento ao público, se a pessoa (Parlamentar ou servidor) que ocupava o primeiro lugar da fila portava onze requerimentos, contendo, cada qual, o número regimental de assinaturas, àquela unidade cabia recebê-los, praticar, pelos meios a tal fim destinados, os atos de registro do número de protocolo, e da data e hora da entrega, e dar às proposituras o devido encaminhamento, a fim de que viessem a ser despachadas por esta Presidência. E foi exatamente o que ocorreu.

É oportuno assinalar que, a despeito de a questão de ordem ter consignado apenas os nomes dos Parlamentares que figuram na condição de primeiro(a) signatário(a) de cada um dos requerimentos nela arrolados (isto é, os que vieram a tomar os nºs 281/19 a 291/19), a autoria dessas proposituras, considerada a totalidade dos subscritores, revela expressiva pluralidade, no que concerne às respectivas filiações partidárias.

Como se sabe, são 24 os partidos políticos que, na 19ª Legislatura, têm representação neste Parlamento.

Pois bem. A leitura dos onze requerimentos citados permite verificar, em relação à autoria de cada um deles, que há:

- um cujos subscritores pertencem a 13 diferentes partidos;

- cinco cujos subscritores pertencem a 14 diferentes partidos;

- três cujos subscritores pertencem a 15 diferentes partidos;

- um cujos subscritores pertencem a 16 diferentes partidos; e

- um cujos subscritores pertencem a 17 diferentes partidos.

Há mais: todos esses onze requerimentos têm, entre seus autores, membros da bancada do Partido dos Trabalhadores, à qual pertence a ilustre autora da questão de ordem. Ela própria, por sinal, é coautora de três deles.

Tais circunstâncias bem evidenciam que, para a gênese de cada um desses onze requerimentos, somaram-se vontades políticas plurais, não se podendo associar este ou aquele à Maioria ou à Minoria, tal como as define o artigo 81 do Regimento Interno.

Ainda, porém, que assim não fosse (ou seja, ainda que alguns ou mesmo todos esses onze requerimentos não tivessem contado com a participação, como autores ou apoiadores, de membros da Minoria, como a define o mencionado artigo do Regimento), não se configuraria desrespeito à garantia das minorias.

Isso porque o reconhecimento da criação de Comissões Parlamentares de Inquérito como garantia das minorias nem de longe tem a significação que lhe atribui a Sra. Deputada Beth Sahão, quando assevera, na questão de ordem, que “a CPI é um instrumento da Minoria e não da maioria”, e que “todos os requerimentos protocolados pelo Governo (sic) devem ser rejeitados, uma vez que não representam a minoria”. 

Por certo, a criação de CPIs constitui garantia das minorias. Não, todavia, no sentido que lhe pretende dar a ilustre proponente da questão de ordem, mas naquele estabelecido na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. Eis como ficou ementado o acórdão relativo a um dos julgamentos paradigmáticos sobre o tema:

“Ação Direta de Inconstitucionalidade. Artigos 34, § 1º, e 170, Inciso I, do Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Comissão Parlamentar de Inquérito. Criação. Deliberação do plenário da Assembleia Legislativa. Requisito que não encontra respaldo no texto da Constituição do Brasil. Simetria. Observância compulsória pelos estados-membros. Violação do artigo 58, § 3º, da Constituição do Brasil.

1. A Constituição do Brasil assegura a um terço dos membros da Câmara dos Deputados e a um terço dos membros do Senado Federal a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito, deixando, porém, ao próprio Parlamento o seu destino.

2. A garantia assegurada a um terço dos membros da Câmara ou do Senado estende-se aos membros das assembleias legislativas estaduais - garantia das minorias. O modelo federal de criação e instauração das comissões parlamentares de inquérito constitui matéria a ser compulsoriamente observada pelas casas legislativas estaduais.

3. A garantia da instalação da CPI independe de deliberação plenária, seja da Câmara, do Senado ou da Assembleia Legislativa.

4. Não há razão para a submissão do requerimento de constituição de CPI a qualquer órgão da Assembleia Legislativa. Os requisitos indispensáveis à criação das comissões parlamentares de inquérito estão dispostos, estritamente, no artigo 58 da CB/88.

5. Pedido julgado procedente para declarar inconstitucionais o trecho ‘só será submetido à discussão e votação decorridas 24 horas de sua apresentação, e’, constante do § 1º do artigo 34, e o inciso I do artigo 170, ambos da Consolidação do Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.”

(STF - Plenário - ADI nº 3.619-0-SP - Rel. Min. EROS GRAU - julg. 01/08/2006 - por maioria de votos, o Tribunal julgou a ação procedente, nos termos do voto do Relator - grifou-se)

É sob esse enfoque, portanto, que a criação de Comissões Parlamentares de Inquérito caracteriza-se como garantia das minorias; a sujeição do requerimento de criação de CPI à deliberação do Plenário equivaleria, conforme ressaltou o Ministro EROS GRAU (Relator), no julgamento acima referido, à “frustração da própria garantia”. Em seu primoroso voto, anotou Sua Excelência:

“As minorias - vale dizer, um terço dos membros da Assembleia Legislativa - já não mais deteriam o direito à criação da comissão parlamentar de inquérito, que passaria a depender de decisão da maioria, tal como expressa no plenário.”

(grifou-se)

Frise-se, por fim: na atual sistemática regimental, a única (e excepcionalíssima) hipótese em que se faz necessária a aprovação de proposição pelo Plenário desta Assembleia Legislativa a fim de se criar Comissão Parlamentar de Inquérito é a prevista no § 5º do artigo 34 do Regimento Interno.

À vista de todo o exposto, mostra-se totalmente descabida, com a devida vênia, a postulação formulada pela Sra. Deputada Beth Sahão, de “rejeição” dos onze requerimentos listados na questão de ordem (isto é, os que vieram a tomar os nºs 281/19 a 291/19).

São estas as considerações que cabia à Presidência fazer, em resposta à questão de ordem suscitada pela nobre Parlamentar.

Cauê Macris - Presidente”

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB – PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, eu tenho certeza de que o deputado Bruno Ganem não agiu com má-fé, porque conheço o seu caráter. Ele se equivocou e agiu, seguramente, com boa-fé. Eu quis dizer que essa legislatura caminha... Eu falei 100 vezes: caminha para ser a pior legislatura da história. Caminha. Deus queira que nesse caminho as coisas mudem.

Mas quero cumprimentar o deputado Barba. O deputado Barba pelo menos recebeu uma versão da aglutinativa. O mundo está ficando açulado mesmo. O senhor é um privilegiado, porque eu não recebi nem a emenda equivocada, nem a errada, deputado Barba. Eu estou aguardando que chegue a emenda; pode ser a errada, pode ser a que foi feita um mês atrás. Mas que chegue uma, pelas mãos do líder do Governo. Eu estou aguardando, Sr. Presidente.

Mas, nessa tarde, eu quero reconhecer o imenso prestígio que o deputado Barba tem, junto às bases do Governo, por ter recebido uma versão meio errada, com uma palavra meio equivocada; mas recebeu. E esse pobre líder não recebeu nem a emenda equivocada. Alguma coisa, deputada? A senhora quer falar alguma coisa? Eu sou ouvidos. Não, a senhora quer acrescentar alguma coisa, deputada? Eu sou todo ouvidos à senhora. Então, muito obrigado, deputada.

Eu estou só lamentando que eu infelizmente não tive a sorte que alguns líderes dessa Casa tiveram. Espero que na próxima vez eu tenha a sorte que alguns líderes tiveram e receba antecipadamente, Sr. Presidente, a cópia - errada ou certa - da emenda aglutinativa.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Requisito ao nobre líder do Governo, para o bom andamento dos trabalhos, que distribua uma cópia do trabalho da emenda aglutinativa para todos os líderes - 100% -, independente de ser situação ou oposição. Acho que sempre é positivo, para o bom andamento dos trabalhos. Deputado Barba.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Deputado Campos Machado, respondendo a V. Exa., que acha que eu tive um privilégio. Eu me senti, deputado Campos Machado, desrespeitado. Já sabiam que a emenda aglutinativa estava errada e mandaram mesmo assim, errada, para mim. Então, isso, deputado Campos Machado, não é um privilégio, é um desrespeito com um líder de qualquer bancada. Mandar uma emenda aglutinativa... Se está errada, não manda para ninguém; recolhe, corrige o erro e manda correto para todos os líderes.

Segundo, deputado Campos Machado: fui até indelicado com a deputada, eu acabei não agradecendo. A deputada Janaina acabou de disponibilizar a cópia que ela tinha para mim, aqui na frente, perto desse microfone. Eu que acabei não pegando, porque acho que o Governo tem que entregar para todos os líderes a cópia da emenda aglutinativa.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, apenas justificando o injustificável: houve um erro de digitação. E a que foi entregue para o deputado Barba estava com um erro de digitação, mas ele entende, eu expliquei para ele o que era. Lá, estava dizendo que ia descontinuar o serviço, e não é isso. Nós não queremos a descontinuação do serviço. Foi um erro de digitação. E nós estamos terminando de fazer a justificativa. Assim que estiver pronta... Deputado Campos Machado, o seu assessor, que é um mestre de direito aqui da nossa Casa, o Luciano, nos auxiliou, para poder trazer, aqui, junto com outros deputados.

Então, nós estamos terminando. Em mais cinco ou 10 minutos no máximo, estará aqui para que todos possam ler essa emenda, que vai solucionar os problemas que os atletas querem e que o Governo quer e que a Assembleia Legislativa de São Paulo quer.

 

A SRA. CARLA MORANDO - PSDB - Eu poderia fazer uma comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É para comunicação? Para comunicação, deputada Carla Morando.

 

A SRA. CARLA MORANDO - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Eu queria também deixar bem esclarecido aqui que ontem eu estive com todos os grupos. Passei, inclusive, com o deputado Barba. Mostrei a questão do erro, e falei com todas as pessoas. Mostrei a aglutinativa, conversei e avisei sobre as emendas que foram ali apresentadas.

Você mesmo, Barba, disse que não queria nem ver, porque não iria nem aprovar, e que você ia sempre estar contra. Então, por esse motivo também.

Não, mas também falou que seria contra o projeto. Então, por esse motivo é que, na verdade, eu não encaminhei para você, porque já falou que não queria, então pronto. Só para avisar que, assim, eu passei em todos os lugares avisando.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Pela ordem, Sr. Presidente, desculpe. Eu também não fui agraciado com a gentileza da deputada Carla Morando.

 

A SRA. CARLA MORANDO - PSDB - Foi sim. Eu falei com você também.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Não senhora.

 

A SRA. CARLA MORANDO - PSDB - Você assinou.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Só lembrando que uma comunicação não permite diálogo.  

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PARA COMUNICAÇÃO - Desculpe, Sr. Presidente, se eu assinei essa aglutinativa, eu assinei em confiança. Eu nem sabia o que era, ao contrário do que vocês fazem comigo, que querem levar para a ONU para poder examinar. Então, eu quero retirar minha assinatura dessa emenda aglutinativa, porque eu fui levado a engodo.

Estou retirando a minha assinatura, porque eu assinei em confiança da deputada. Se ela tivesse falado para mim que era isso aqui, eu não tinha assinado. “Assina aqui, Campos.” Eu assinei.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Barba.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Só para fazer um esclarecimento. Deputada Carla Morando, você realmente foi até a Mesa ali, pediu para eu ajudar V. Exa., para que atingisse o número de assinaturas suficiente. Eu falei, “deputada, eu não assino porque eu sou oposição a esse projeto”. Então, quando eu sou oposição, eu não posso assinar. Você tem que coletar assinaturas dos seus aliados.

Agora, o conteúdo da emenda eu quero conhecer, para debater com a mesma propriedade que a deputada Janaina debateu aqui. A deputada Janaina debateu aqui com propriedade porque ela está com um conhecimento que eu não estava. Não é que eu não quero ver. Eu quero ler, vou pedir para a assessoria preparar argumentação contrária, e a gente vai debater, com certeza a emenda aglutinativa. Só para deixar claro para Vossa Excelência.

 

A SRA. DRA. DAMARIS MOURA - PHS - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, deputada Damaris.

 

A SRA. DRA. DAMARIS MOURA - PHS - Para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem a palavra.

 

A SRA. DRA. DAMARIS MOURA - PHS - PARA COMUNICAÇÃO - Apenas para registrar a gratidão e o êxito da sessão solene que transcorreu aqui, há dois dias atrás, celebrando o Dia Estadual da Liberdade Religiosa, uma lei de autoria do deputado Campos Machado, e que nós propusemos celebrar este dia, contemplando a diversidade religiosa que esteve nesta Casa, ocupando todo este plenário, bem como ocupando outros plenários da Casa.

Agradecer a todos os servidores, ao povo que veio e entendeu a relevância de um direito tão caro e tão fundamental. Agradecer a V. Exa., também, por ter prestigiado conosco esse momento tão relevante para a sociedade de São Paulo.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Parabéns, deputada Damaris. Eu estive presente fazendo a abertura. A ausência do deputado Campos Machado... Viu, deputado Campos Machado? Só registrando que a ausência de V. Exa., que é o autor da lei do Dia da Liberdade Religiosa foi sentido aqui por todos os presentes, plenário lotado.

Cumprimentar a deputada Damaris e a V. Exa., que todos os anos - eu disse isso aqui na sessão - realiza esse belíssimo evento, e a deputada Damaris realizou nesta Legislatura, e a sua ausência foi muito sentida.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Carlão Pignatari.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Complementando esse assunto, deputado Campos, deputada Damaris, o secretário da Justiça ia ter um outro compromisso naquele dia. Eu liguei para ele porque eu fiquei sabendo que o deputado Campos iria ser homenageado.

O Dr. Paulo Dimas falou “então eu vou, além de prestigiar o evento, para a homenagem do deputado Campos Machado”. Aí que eu fiquei sabendo que ele não pôde vir por problemas de terceiros.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Quero pedir o levantamento da presente sessão, Sr. Presidente, e convidar todos os líderes, para que a gente vá agora na liderança do Governo, para poder fechar a aglutinativa e deixar ela pronta para que a gente possa ou publicar ou votar ela hoje.

A gente gostaria até de votar hoje, se tivesse anuência dos líderes, mas, se não houver, que peçam a publicação. E amanhã estamos com ela pronta para ser apreciada pelo plenário desta Casa.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pergunto aos líderes se existe anuência para o levantamento da presente sessão.

Havendo anuência de todas as lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje. Lembrando-os, ainda, da sessão extraordinária a realizar-se hoje às 19 horas.

Está levantada a sessão.

 

* * *

 

- Levanta-se a sessão às 17 horas e 50 minutos.

           

* * *