10 DE MAIO DE 2019
6ª SESSÃO SOLENE ALUSÃO À PRIMEIRA OUTORGA DA MEDALHA ETERNO HERÓI - CAPITÃO PM ALBERTO MENDES JR.
Presidência: ADRIANA BORGO e CORONEL TELHADA
RESUMO
1 - ADRIANA BORGO
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - IZABEL DE JESUS PINTO
Mestre de cerimônias, anuncia a composição da Mesa.
3 - PRESIDENTE ADRIANA BORGO
Informa que convocara a presente sessão solene, para realizar
a "Primeira Outorga da Medalha Eterno Herói - Capitão PM Alberto Mendes
Jr". Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional
Brasileiro".
4 - ADILSON CEZAR
Presidente do Conselho de Honrarias e Mérito do Governo do
Estado de São Paulo, profere palestra sobre o herói da Polícia Militar, capitão
Alberto Mendes Jr., que empresta seu nome a esta honraria, a Medalha Eterno
Herói. Discorre sobre o que torna alguém um herói.
5 - CORONEL TELHADA
Deputado estadual, parabeniza a deputada Adriana Borgo pela
criação desta comenda. Faz comentários sobre sua trajetória dentro da Polícia
Militar. Enaltece a figura do capitão Alberto Mendes Jr. Lembra a história do
seu assassinato por guerrilheiros em 1970. Considera que hoje há grande
representação policial neste Parlamento.
6 - TENENTE NASCIMENTO
Deputado estadual, saúda os demais parlamentares e
autoridades presentes. Pede salva de palmas à cabo Elaine de Melo, em homenagem
à importância das policiais femininas na Corporação. Discorre sobre os
sacrifícios dos policiais em benefício da sociedade, inclusive com a própria
vida.
7 - GIL DINIZ
Deputado estadual, lembra que foi soldado policial temporário
da Polícia Militar e, neste período, conheceu a história do capitão Alberto
Mendes Jr. Recorda o falecimento do policial militar Fernando Flavio Flores,
executado em São Paulo pelo crime organizado. Defende a união das polícias
Civil e Militar.
8 - FREDERICO D'AVILA
Deputado estadual, cumprimenta os demais deputados e
autoridades presentes nesta solenidade. Destaca que ouviu a história do capitão
Alberto Mendes Jr. em sua infância. Saúda os membros do Exército que prenderam
Carlos Lamarca. Lamenta que Carlos Lamarca tenha sido promovido enquanto membro
do Exército pelo ministro da Justiça Tarso Genro.
9 - PRESIDENTE ADRIANA BORGO
Anuncia homenagem "in memoriam" ao capitão PM
Alberto Mendes Jr., com a entrega da "Medalha Eterno Herói" ao Sr.
Adauto Mendes, irmão do homenageado, entregue pela deputada estadual Adriana
Borgo e demais autoridades policiais.
10 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência. Anuncia homenagens póstumas a cinco
integrantes da Polícia Militar e Civil que morreram em serviço: cabo PM Everton
dos Santos Jacinto, representado pela sua mãe Joélia e sua irmã Débora
Aparecida dos Santos; soldado PM Antonio Bezerra Costa, representado por sua
viúva Paula Luciana dos Santos; 2º sargento PM Swamy Welder Weigert,
representado por sua viúva Edirene Alves da Silva Weigert; 3º sargento PM
Daniel Gonçalves Palandi, representado por sua viúva Joyce Pacini Palandi; e
policial civil Marco Aurélio de Toledo, representado por sua mãe Suely Soares
de Toledo, tendo as homenagens sido entregues pela deputada estadual Adriana
Borgo. Solicita a todos que permaneçam em posição de respeito para o Toque de
Silêncio executado pelo soldado do Exército Brasileiro Mateus Xavier de Moraes,
do Hospital Militar de Área de São Paulo. Lembra que hoje, em conformidade com
a Lei estadual 13.026/08, comemora-se o "Dia do Herói Policial
Militar". Anuncia a outorga de medalhas e diplomas a diversos policiais
militares que sofreram lesões no cumprimento de suas missões, entregues pelas
seguintes autoridades: deputada estadual Adriana Borgo; coronel PM Mário
Fonseca Ventura, presidente da Sociedade Veteranos de 32; sargento Tarcísio Candido
de Aguiar, secretário municipal de Olímpia; sargento Vivaldo Marcos Borgo;
coronel PM Antonio Carlos Mendes; coronel PM Anderson Lima de Oliveira;
comendador Roberto Mendes, conselheiro da Ordem do Mérito da Secretaria de
Educação do Estado de São Paulo, chanceler; doutor Bruno Apolônio, presidente
da Real Proteção; doutor Alfredo Duarte dos Santos, policial civil; tenente
Marllon Roberto Ribeiro; e doutor Antônio Basile.
11 - ADRIANA BORGO
Assume a Presidência.
12 - ANTONIO CARLOS MENDES
Coronel da Polícia Militar, para falar em nome de todos os
homenageados, informa ser primo do capitão Alberto Mendes Jr e destaca seu
heroísmo. Agradece a deputada estadual Adriana Borgo pela homenagem.
13 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência.
14 - ANTONIO CARLOS MENDES
Coronel da Polícia Militar, convida a Sra. Dorotéia, esposa
de Adilson César, para prestar homenagem à deputada estadual Adriana Borgo com
flores.
15 - ADRIANA BORGO
Deputado estadual, manifesta sua emoção ao presidir esta
sessão solene. Convida seu esposo, sargento Vivaldo Marcos Borgo, para
acompanhá-la na tribuna. Discorre sobre a rotina de esposas e familiares dos
policiais militares. Defende a valorização dos membros da Polícia Militar. Pede
o apoio dos policiais em relação ao seu trabalho parlamentar. Esclarece que os
deputados precisam estar unidos em defesa dos direitos dos policiais. Agradece
o apoio recebido por sua equipe de assessores parlamentares. Lamenta as mortes
de policiais ocorridas no Brasil. Assume a Presidência. Faz agradecimentos
gerais. Encerra a sessão.
*
* *
- Assume a Presidência e abre a sessão
a Sra. Adriana Borgo.
*
* *
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO -
Sejam todos muito bem-vindos a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
Neste momento, daremos início à sessão solene alusiva à Primeira Outorga da
Medalha Eterno Herói - Capitão PM Alberto Mendes Júnior.
Comunicamos aos presentes que esta
sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp e será retransmitida
pela TV Alesp no domingo, dia 12 de maio, às 21 horas pela NET canal 7, pela TV
Vivo canal 9 e pela TV digital canal 61.2.
Convidamos para compor a Mesa a
deputada estadual Adriana Borgo; o deputado estadual Coronel Telhada; o
deputado estadual Tenente Nascimento; Cel. Rodrigo Lott de Moraes,
representando o comandante militar do Sudeste; general de Exército Luiz Eduardo
Ramos Baptista Pereira; Cel. Vanderlei Ramos, comandante do CPC, representando
o comandante-geral de Polícia Militar do Estado de São Paulo; Cel. PM Marcelo
Vieira Salles; Dr. Adriano Cardozo Neto, delegado de polícia supervisor do GOE;
Prof. Adilson Cezar, presidente do Conselho de Honrarias e Mérito do Governo do
Estado de São Paulo; a cabo PM Elaine de Melo Monteiro Ronchi. Podem se
acomodar, por favor.
Com a palavra a deputada estadual
Adriana Borgo. Gostaríamos de chamar à Mesa também o deputado estadual Gil
Diniz, por favor.
A
SRA. PRESIDENTE - ADRIANA BORGO - PROS - Boa noite a
todos, sob a proteção de Deus iniciamos os nossos trabalhos. Nos termos
regimentais, esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.
Sras. Deputadas, Srs. Deputados, minhas
senhoras e meus senhores, esta sessão solene foi convocada pelo presidente
desta Casa deputado Cauê Macris, atendendo à solicitação desta deputada com a
finalidade de conceder a Primeira Outorga da Medalha Eterno Herói – Capitão PM
Alberto Mendes Júnior.
Convido todos os presentes para, em
posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pelo
subtenente PM Eliseu Dias da Silva.
*
* *
- É executado o Hino Nacional Brasileiro.
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* *
A
SRA. PRESIDENTE - ADRIANA BORGO - PROS - Podemos sentar.
Essa presidente agradece a Banda da
Polícia Militar do Estado de São Paulo, agradecemos a presença também do
sargento Tarcísio, secretário municipal de Agricultura, Comércio e Indústria na
estância turística de Olímpia, ao Sr. Carlos Alberto Romagnoli, vice-presidente
da Diretoria Executiva da Sociedade dos Veteranos de 32-MMDC.
Convidamos agora o professor Adilson
Cezar, presidente do Conselho de Honrarias e Mérito do Governo do Estado de São
Paulo para proferir uma breve palavra sobre o herói da Polícia Militar que
empresta o seu nome a esta honraria, a Medalha Eterno Herói.
O
SR. PROFESSOR ADILSON CEZAR - Muito boa noite,
minhas senhoras, meus senhores. Cumprimento a Mesa na figura da deputada
Adriana Borgo, demais componentes dela, já anteriormente nominados. E, quero
dizer da minha satisfação, dessa oportunidade de me referir um pouco sobre este
herói que, em grande parte, bastante desconhecido ainda da nossa população. E
espero que este 49º aniversário do falecimento, 10 de maio, seja a oportunidade
de nos prepararmos para o cinquentenário da morte do capitão Alberto Mendes
Júnior.
Alguns dirão: “O que é um herói?” O que
se faz de um elemento, um herói?” Apenas a oportunidade é que faz dele, ou de
um de nós, herói, aquela atitude a ser tomada no momento certo, no momento
oportuno. Quando, em desprezo aos próprios interesses, nós partimos na defesa
da maioria ou na defesa dos ideais que defendemos.
Quando falamos, então, no tenente -
vejam que eu já reduzi o posto dele - do
tenente Alberto Mendes Júnior, porque foi como tenente, primeiro-tenente, que
ele faleceu, ele será elevado a capitão “post mortem”. Mas, era um jovem de uma
família modesta, alguém interessado e que voltava seus olhos aos componentes da
nossa Força Pública do Estado de São Paulo com admiração e desejava ser um
componente desta Força. Ingressa na Academia aos seus 18 anos e, em 1970, já
está se formando como segundo-tenente.
É transferido de batalhão e vai parar
como soldado do 1º Batalhão Rafael Tobias de Aguiar. E é nesta unidade que ele
será convocado para servir na região chamada Vale do Ribeira, que se nós
repararmos dentro do mapa do estado de São Paulo é uma das regiões mais
convulsas ou confusas, vamos dizer assim, em termos geográficos e de difícil
atitude ou localizações. Por que essa região? Porque dentro do regime militar
nessa época, nós soubemos que um capitão do Exército, Carlos Lamarca, que já
havia abandonado o Exército, estava formando ali uma escola preparatória de
terroristas. Em vez de enviarmos alguns dos nossos ideologicamente convertidos
para Cuba, fazíamos a escola aqui mesmo. Muito mais barato, muito mais
econômico e faríamos aí então um desastre especial dentro da nossa comunidade.
Era a resistência ao governo militar.
O jovem tenente vai comandar um pelotão
junto de outras forças, porque nós temos as nossas Forças Armadas, nós temos o
Exército, nós temos fuzileiros da Marinha, enfim, todos naquela área tentando
capturar esses terroristas e para encurtarmos a nossa narrativa, no dia 8 de
maio de 1970 nasce um confronto. Nesse confronto, o pelotão comandado pelo
tenente Alberto Mendes Júnior é inferior numericamente e as suas armas são
também inferiores a dos próprios terroristas.
Então, muitos dos componentes da nossa
Força Pública, naquela ocasião, hoje Polícia Militar, são feridos. Eles estão
cercados, quando, através de uma conversa existente entre os terroristas e os
policiais militares, o Alberto Mendes se dispõe a se tornar refém desde que
libertassem ou permitissem que fossem recolhidos os seus soldados feridos. E
isso acontece, ele se transforma em refém dos terroristas.
Eis o primeiro ato, que mostra de uma
maneira completamente significativa, a diferença entre qualquer um de nós e
aquele indivíduo, jovem, 23 anos de idade, com dois filhos. Então vocês
imaginem se entregar prontamente, mostra a sua capacidade de liderança, mostra
o seu desprendimento e mostra o seu envolvimento pela causa.
Prisioneiro dos terroristas, mas a luta
continua. Percorrem as matas aqui da região de Dourado, Xiririca, Ribeira de
Iguape, toda essa área, quando novos confrontos ocorrem. E aí os terroristas,
já bastante reduzidos, resolvem: “Olha, nós precisamos fazer um julgamento. E
precisamos eliminar esse indivíduo, esse oficial que está conosco, ou ele
poderá depois transmitir a outros uma série de detalhes que se tornará para nós
bastante inconvenientes”. Então, senhores, é feito o julgamento. No julgamento,
conclui-se que ele deve ser eliminado. Mas como eliminado? Um tiro de fuzil ou
revólver, de qualquer forma, o estampido seria ouvido e causaria problemas.
Então, da maneira mais simples amarraram as mãos às costas, o amordaçaram e foi
morto à base de coronhadas, o crânio foi esfacelado.
Então os senhores podem imaginar que
terrível esse acontecimento, enterrado numa vala comum. Tentaram fugir os
terroristas, foram presos posteriormente, e cinco meses depois, é encontrado e
recuperado o corpo do tenente Alberto Mendes Júnior. Posteriormente, ele foi
elevado à condição de herói. Porque todos nós percebemos quanto e quão significativo
foi para todos nós esse exemplo e hoje é considerado como um dos patronos da
nossa Polícia Militar do Estado de São Paulo.
É para todos nós significativo. Por
isso conclamo, aproveito esta primeira oportunidade, a conclamar que seja o
início, o passo primeiro, para que o ano que vem comemoremos o cinquentenário
do desaparecimento do capitão Alberto Mendes Júnior, porém de significativa
relevância para todos nós como líder, homem de ação, coragem e desprendimento.
O que deve representar a cada um dos senhores que põe uma farda da nossa
gloriosa Polícia Militar do Estado de São Paulo. O meu muito obrigado,
senhores.
A
SRA. PRESIDENTE - ADRIANA BORGO - PROS - Convidamos a
compor a Mesa o deputado Frederico d’Avila. Com a palavra, o deputado Coronel
Telhada.
O
SR. CORONEL TELHADA - PP - Sra. Presidente
deputada Adriana Borgo; senhores representantes; o deputado Tenente Nascimento;
o deputado Gil Diniz; o deputado Frederico d’Avila, que se aproxima; quero
saudar também o Dr. Adriano Neto, nosso amigo, representando aqui a Polícia
Civil; o Cel. Lott também representando o Gal. Ramos, comandante militar do
Sudeste; o Cel. Ramos também representando o comandante Cel. Salles da nossa
Polícia Militar; saudar a todos os senhores e senhoras presentes, em especial
os que serão homenageados hoje. Eu quero parabenizar a deputada Adriana Borgo,
que é presidente da Afapesp e criou essa comenda, essa homenagem muito própria
com o nome do nosso herói hoje, o capitão Alberto Mendes Júnior.
Quero dizer aos senhores e senhoras que
nós temos hoje aqui membros da família Mendes, nós temos aqui o Adauto Mendes.
Levanta, Adauto, por favor. O Adauto,
para quem não conhece, é irmão do Mendes Júnior, é o irmão mais novo, eles eram
dois irmãos, não é isso, Adauto? Dois irmãos. Está com a dona Beth também, cadê
a Beth? A Beth está sentada, está lá atrás também, esposa do Adauto. Devia
estar aqui na frente com a gente, mas está ali sentada.
O capitão Mendes também, que é
sobrinho, não é? Da família, não é, Mendes? Primo, capitão, está servindo onde?
No 3º de Choque, o capitão Mendes é da família e o Cel. Mendes, cadê o Cel.
Mendes? Cel. Mendes é primo também do nosso querido e saudoso Mendes Júnior, a
minha ligação. Muito obrigado, parabéns. É uma honra ter os senhores aqui,
Adauto, a família Mendes aqui conosco nessa noite. Estivemos de manhã lá no
Batalhão Tobias de Aguiar, onde foi feita uma homenagem também ao nosso herói,
e nós estamos aqui novamente.
Quero dizer que a minha relação com o
herói Mendes Júnior é uma relação muito interessante, porque ingressei na
Polícia Militar com 17 anos e, quando eu lá ingressei, já tinha aquela estátua
que tem em frente ao QG, aquele de busto que está em frente ao QG, estava lá na
Academia. E eu lembro que eu olhava para ela e falava: “Poxa, ele era tão velho
para mim”.
Ele tinha 23 anos, eu com 17, ele tinha
morrido em 70 e nós estávamos em 79. Era uma história tão antiga, não é? Então,
para mim era uma pessoa velha naquela época, não é? Mas o tempo passou, saí
aspirante com 22. De repente, eu estava com 23, 24, 25, então de repente era
alguém da minha idade e você começa a olhar a pessoa com a sua idade, é
diferente.
Mas, o tempo passou, hoje eu tenho um
filho com 32, que vai a capitão agora e o Mendes Júnior continua com 23 anos.
Então hoje eu vejo o nosso herói, o tenente Mendes Júnior, o capitão Mendes
Júnior, como se fosse o meu filho.
Isso me causa uma tristeza muito
grande, saber que um menino de 23 anos
sai de casa - ele sai aspirante no dia 21 de abril de 1969, vai para o 9º
Batalhão; do 9º Batalhão ele é classificado no Batalhão Tobias de Aguiar; chega
ao Batalhão Tobias de Aguiar quando já existia a Rota, estava começando. Estão
fazendo o patrulhamento de Rota, ele estava no Parque Dom Pedro com um jipe,
que naquela época eram aqueles jipões, aqueles “Chevrolet C15”, não era nem as
viaturas “Veraneio”, tinham duas “Veraneio” só. Ele é chamado ao quartel:
“Prepara a sua tropa que você está descendo”.
E desceu. E ficou uma semana lá no Vale
do Ribeira, uma semana caçando Lamarca e seus comparsas e, no dia 8 de maio,
toda a tropa reunida começa a voltar
para São Paulo. E a tropa dele, por ele ser o mais recruta, ficou por último
para acompanhar o rancho, escoltar a parte de manutenção de toda aquela tropa
e, quando eles estão se preparando para sair, chega a notícia de que o Lamarca
havia atacado uma vila ali no Vale do Ribeira - que é justamente onde o nosso
presidente Bolsonaro fala que quando ele era moleque, estava naquele ataque,
ele viu aquele ataque, porque ele era moleque naquela cidade.
E, quando aquele ataque, os guerrilheiros vão
para o meio do mato e justamente a tropa do Mendes é chamada para fazer aquele
embate, aquele cerco. Só que a experiência da Polícia Militar, na época, era
nenhuma. Nenhuma experiência em guerrilha; o Exército, também, era uma coisa
nova para gente aquilo, era guerra de guerrilha. Nós estávamos acostumados à
Força Pública. Fazia, como o Exército, a guerra convencional.
Então, de repente ele vai com uma tropa
de policiamento, um caminhão fechado, um caminhão lonado, vocês - talvez a
maioria - nem saibam o que é isso. Ainda
no Exército nós temos os caminhões lonados, ou seja, um caminhão que não tinha
saída. Estão numa chuva, no meio de uma estrada de terra, e de repente, o
Lamarca vendo aquele grupo chegando, monta uma emboscada e pega aquela tropa de
emboscada. A única saída para aquela tropa é pelo fundo do caminhão, porque do
lado tinha a lona.
Conclusão: eles iam saindo tomando
tiro, saindo e tomando tiro de fuzil e caiu um baleado, caiu outro baleado,
desespero total. Chuva, ninguém sabe o que faz e, de repente, aquela tropa é
aprisionada. O tenente, um jovem ainda - ele estava como aspirante, ele nem
sabia que tinha sido promovido a tenente ainda, só para vocês terem uma ideia.
E, de repente aquele menino comandando aquela tropa se vê numa situação: a
tropa metade baleada; ele tem que pedir, eles estão prisioneiros, ele pede para
os guerrilheiros socorrerem aquela tropa, e os guerrilheiros assim fazem.
Vamos socorrer a tropa, vamos socorrer
a tropa. Pegaram os dois, três homens que estavam feridos, puseram numa
“Veraneio” da PM que estava lá no vale e vão com aqueles. O Lamarca, um
guerrilheiro, o Mendes e os dois PMs feridos, vão encontrar a tropa para dar
socorro. Só que aquela tropa do Mendes que ficou, ela ficou na mão dos
guerrilheiros e o Lamarca falava: “Ó, se você aprontar alguma coisa, eu mato os
seus policiais, tá bom?” Chegou no meio do caminho, o Lamarca mandou o Mendes
dirigir a “Veraneio” até encontrar a tropa da PM, levando os feridos. E o
Lamarca ficou sozinho com os guerrilheiros e falou: “Se você não voltar, nós
vamos matar a sua tropa”.
E aí que vem o heroísmo do Mendes
Júnior. Tem muita gente que fala: “Pô,
mas ele foi preso”. E é aí que vem o heroísmo do Mendes Júnior, por quê? Porque
ele leva os dois homens, os três homens baleados até a tropa da PM que estava
numa barricada à frente, que não sabia de nada daquilo ainda, alguns
quilômetros à frente, e ele poderia ter ficado com aquela tropa, porque os
homens: “Tenente, não volta. Tenente, fica com a gente. Tenente, se o senhor
voltar, o senhor vai ser preso”. Não, mas ele sabia que a tropa dele estava nas
mãos dos guerrilheiros, se ele não voltasse, a tropa seria morta.
Só que aí que vem a história: nesse
meio-tempo, enquanto ele vai levar os PMs feridos, aquela tropa dele que estava
na mão dos guerrilheiros foi surpreendida por uma tropa do Exército que vinha
em apoio. Os guerrilheiros largam a tropa do Mendes e fogem, ou seja, quando o
Mendes Júnior volta para se entregar para os guerrilheiros, a tropa dele já
estava em liberdade. Se ele tivesse ficado lá, não ia dar nada, ninguém ia
saber.
A tropa está bem, está todo mundo bem,
mas não, ele cumpriu a palavra dele, ele fez o que ele cumpriu, o juramento que
fez quando ingressou na Polícia Militar. Ele voltou sozinho a pé, no meio de
uma estrada, debaixo de chuva para se entregar voluntariamente aos
guerrilheiros, para salvar a tropa dele, que para ele estava ainda nas mãos dos
criminosos.
Conclusão: no dia 8 saem com ele, ficam
dois dias com ele na mata, andando para lá e para cá. O pessoal sem comer, todo
mundo cansado; as tropas nesse meio tempo, o Exército, a PM voltou para lá,
então já era Polícia Militar, voltaram para lá, cercaram o local: eles estão
dentro de uma caverna. O guerrilheiro com medo que o Mendes vá gritar para
alertar a tropa, eles fazem um justiçamento, um julgamento e condenam.
Para quem acha que bandido é bonzinho,
que o pessoal de esquerda veio lutar pela liberdade do Brasil, tá aí: eles
fizeram um julgamento e condenaram um tenente à morte, condenaram um tenente à
morte. Quando ele está distraído, um deles vem por trás e dá um golpe de
coronha na cabeça dele com fuzil e ele cai e eles esmagam o crânio dele com um
fuzil.
Esse dia já era dia 10 de maio, que era
o Dia das Mães, no domingo, quando ele tinha prometido para a dona Angelina que
ele ia voltar para ver a mãe dele, e ele não voltou. Naquele dia 10 de maio, não sei se o Adauto
deve lembrar disso, mas deviam estar em polvorosa: “O que está acontecendo
naquele Dia das Mães?” E aquele dia ele já estava morto. O corpo dele foi
achado só em setembro, quando os guerrilheiros foram presos e alguns deles
levaram na caverna, desenterram o corpo dele, que já estava a ossada e
trouxeram e fizeram o funeral dele na Rota, no Batalhão e depois o levaram para
o Mausoléu.
Vocês podem falar: “Poxa, uma história
de muitos policiais, nós temos isso todo dia, policiais se sacrificando dessa
maneira, lutando, morrendo pela nossa sociedade”. Mas, ele é um exemplo que não
pode ser esquecido porque ele poderia ter se safado. Ele poderia estar vivo até
hoje com 60 e poucos anos, mas por causa do seu juramento de salvar a sua
tropa, de cuidar da sua tropa, de ser leal à sua corporação, ele sacrificou a
vida voluntariamente e, é por isso que nós não podemos esquecer o nome de
Alberto Mendes Júnior, hoje capitão da PM, que recebeu duas promoções “post
mortem”.
É uma pessoa que deve servir de exemplo
para os cadetes que estão aqui, para nós, que somos oficiais, para as praças,
enfim, para todos nós que somos policiais militares, porque hoje em dia
justamente o que está faltando é isso: a
gente valorizar as nossas tradições, valorizar o que nós fizemos de mais
sagrado, que foi voluntariar-se para a Polícia Militar e fazer um juramento, se
necessário, sacrificar a própria vida.
Vamos levar isso sempre em conta,
gente. A nossa missão é diferente de qualquer outra missão. A nossa missão é
uma missão de sacrifício. Nós aqui, quero cumprimentar a Adriana, o Nascimento,
o Gil, o Frederico, todos os deputados aqui, nós estamos lutando.
Hoje, nós temos seis deputados
policiais militares, três policiais civis, um agente federal, mais a Adriana e
inúmeros outros deputados que são afeitos da Polícia Militar e também brigam
pela Polícia Militar, nós estamos trabalhando muito aqui para valorizar não só
a Polícia Militar, a Polícia Civil, a Polícia Técnico-Científica, mas todos os
homens e mulheres das nossas forças de Segurança.
Tenho certeza que nós faríamos o melhor
para ter uma segurança muito melhor no estado de São Paulo e também ter uma
população muito mais segura e muito mais feliz no nosso estado de São Paulo.
Contem com o nosso trabalho.
Parabéns a todos senhores e senhoras
que têm feito diuturnamente a sua missão, têm cumprido a sua missão e, têm sido
um exemplo, para todos nós que agora estamos na reserva e confiamos nos
senhores.
Contem com o nosso trabalho. Adriana,
parabéns mais uma vez a você e a toda sua equipe. Deus abençoe a todos, minhas
continências. Muito obrigado.
A
SRA. PRESIDENTE - ADRIANA BORGO - PROS - Com a palavra o
deputado Tenente Nascimento.
O
SR. TENENTE NASCIMENTO - PSL - Uma boa noite a
todos. Quero cumprimentar também o pessoal que está ao vivo assistindo esta
cerimônia tão importante e não poderia ser melhor essa lembrança e essa aula de
história que nós tivemos aqui, Coronel Telhada.
Essa informação é importante porque
muitos não conhecem, mas que nós conhecemos,
e tivemos a felicidade de estarmos na corporação graças a homens como o
nosso capitão Alberto Mendes Júnior.
Quero saudar aqui Gil Diniz, você falou
seis, mas nós falamos sete. Porque Gil Diniz também pisou naquele pátio tão
importante do BTA, não é? Como soldado temporário, Gil, aquilo lá foi só um
treinamento para que você viesse para esta Casa, para que, juntos, viéssemos
realmente defender a família policial militar.
Também o nosso querido deputado
d’Ávila, nossa deputada Adriana Borgo, uma mulher de fibra, que foi muito feliz
nessa convocação. Você está de parabéns, nós temos muito orgulho de ter uma
mulher como você ao nosso lado, que briga pelos interesses dessa corporação.
Também, o nosso Rodrigo Lott, Cel.do Exército; o nosso Cel. Ramos,
representando aqui o nosso Comando Geral e, pelas mulheres, mais uma vez. cabo
Elaine Melo, à qual eu peço uma salva de palmas, que representa aqui as
policiais femininas que, tão brilhantemente, têm desempenhado um papel
importante na nossa corporação. (Palmas.)
Eu quero dizer que passaram-se quarenta
e nove anos. Quarenta e nove anos se
passaram dessa história tão bonita, mas triste, de um herói da corporação, de
um herói da Polícia Militar.
Eu quero dizer, Adauto, que, em
conversa com o nosso comandante-geral, eu perguntei para ele: “Comandante, qual
é a maior dificuldade que você tem ao comandar uma tropa, como a Polícia
Militar do Estado de São Paulo, a polícia mais bem preparada do Brasil, homens
de fibra que fazem aquele juramento com o sacrifício da própria vida?” Às vezes
alguém fala: “Mas, esse juramento?” E, assim que foi com o nosso capitão, com o
sacrifício da própria vida. O que é mais
difícil para você comandar, os nossos
soldos, os nossos salários, enfim, a estrutura?
Nós temos que realmente buscar e melhorar as condições do nosso policial
que está na rua. Ele não arreda, ele não recusa, ele não volta, ele vai em
frente, ele vai até o fim.
Ele me deixa o seguinte, Adauto: “A coisa mais
difícil que eu tenho enfrentado, que eu enfrento no comando...” - ou seja, não
é só o comandante-geral, é um comandante de guarnição, é um comandante ali de
tropa, um comandante como o Alberto - “... a coisa mais difícil é levar a
bandeira paulista como teve que ser feito a dona Angelina”. Essa é a função
mais difícil para um comandante. E nós estamos aqui diante de diversos
comandantes, o mais antigo é um comandante, e quando você tem que ir ao funeral
de um companheiro que tombou em defesa daquilo que fez aquele juramento é a
parte mais difícil. Então, hoje, nós estamos aqui, e essa homenagem é homenagem
para todos os policiais e para todos aqueles que tombaram em defesa do povo
paulista.
Eu quero aqui parabenizar mais uma vez
a Adriana, parabenizar aqui todos que aqui presentes, vocês fazem a diferença,
vocês realmente também são homenageados em nome do nosso herói Alberto Mendes
Júnior.
Muito obrigado, presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - ADRIANA BORGO - PROS - Com a palavra o
deputado Gil Diniz.
O
SR. GIL DINIZ - PSL - Boa noite a todos,
cumprimento aqui a nobre deputada Adriana Borgo, em nome de quem cumprimento
todas as autoridades aqui da Mesa já nominadas, prometo ser breve.
Como o Tenente Nascimento falou, eu fui
soldado PM temporário, estive no SAV 13, Serviço Auxiliar Voluntário. No
primeiro mês, foi no 1º Batalhão de Choque, onde eu aprendi a marchar, onde eu
aprendi ordem unida, onde eu aprendi os valores da lealdade, da
camaradagem que unem a tropa. E foi a
primeira vez que eu ouvi a história do capitão Alberto Mendes Júnior.
Vocês já conhecem o batalhão, e sabem
que lá tem um monumento em memória a ele. E lá, dentro das nossas curiosidades
sobre a Polícia Militar, nos foi dito
sobre a história desse herói, e é essa história que nós devemos contar e
preservar, tanto para a tropa, quanto para a sociedade lá fora, quanto para os
nossos filhos, porque é a história que se repete dia a dia no cotidiano dos
policiais militares e dos policiais civis que se fazem presentes aqui também.
Então, eu tenho muito orgulho de ter
sido soldado PM temporário, de ter envergado essa farda, de ter servido na
Escola Superior de Sargentos, servir nos serviços gerais e todo dia eu lembro
que eu ia verificar, Coronel Telhada, a caixa d’água para saber se tinha água
suficiente para atender os alunos-sargentos. Eu sentava lá em cima do telhado e
ficava olhando a Marginal Tietê e ficava pensando: “Ora, o meu trabalho é
importante”. O aluno-sargento que vai comandar, e tinha uma frase lá “o
sargento é o elo da tropa”, e comandar é tão nobre como obedecer.
Eu ficava tentando entender ali a
importância do meu trabalho e eu tentei, por muitas vezes, entrar na Polícia
Militar como soldado efetivo. Eu digo nos batalhões que eu sou um soldado
frustrado. Mas Deus sabe o que faz e por outros caminhos me colocou aqui na
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
Então as polícias Militar e Civil, os
agentes de Segurança Pública do nosso estado têm o nosso apoio, vocês têm um
amigo aqui. Na verdade, têm vários amigos na nossa bancada e nesse mandato e
contem conosco.
Na semana passada nós estivemos na
passagem de comando do 1º Batalhão de Choque, um momento feliz, alegre. Mas, no
sábado, estivemos também no velório do cabo Fernando e, no domingo,
no seu sepultamento. Fomos lá chorar com a tropa, com a família, dar o
nosso ombro à família policial. Eu fiquei triste por aquele momento, mas,
feliz, por ver a união entre as polícias Militar e Civil, vocês não têm noção
da força que têm!
E nós estamos aqui na Assembleia Legislativa
para lembrar e para honrar a memória do herói símbolo da Polícia Militar, o
capitão Alberto Mendes Júnior, mas para honrar cada um de vocês que veste a
farda cinza bandeirante, a farda da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Contem conosco e que Deus abençoe.
A SRA. PRESIDENTE - ADRIANA BORGO - PROS - Com
a palavra deputado Frederico d’Avila.
O
SR. FREDERICO D’AVILA - PSL - Boa noite a todos,
tive alegria hoje de estar no BTA, não a alegria, mas a satisfação de estar no
BTA rememorando a memória do capitão Alberto Mendes Júnior.
Queria parabenizar a deputada Adriana Borgo
pela iniciativa desta solenidade, cumprimentar o Coronel Telhada, meu amigo
dileto que me concedeu a medalha do BTA nos idos de 2012; deputado Gil Diniz,
meu líder; deputado Tenente Nascimento, meu colega de bancada, Cel. Rodrigo
Lott de Moraes, representado aqui o nosso querido Gal. Ramos; Cel Vanderlei
Ramos, do Comando de Policiamento da Capital, Dr. Adriano Cardozo Neto,
delegado de polícia, supervisor do glorioso GOE, professor Adilson Cezar Farias,
presidente das Honrarias e Mérito do Governo do Estado de São Paulo e a cabo
Elaine Melo Monteiro Ronchi.
Bom, hoje à tarde eu estive aqui
dizendo da minha participação na solenidade no BTA, o falecimento do capitão
Alberto Mendes Júnior. E desde criança eu ouço falar, queria me dirigir aqui ao
irmão do capitão, o Sr. Adauto Mendes, que meu pai contava essa história e eu
era criança ainda, porque poucas pessoas sabem, mas meu antecessor aqui dos
meus entes passados foi comandante do 2º Exército aqui e uma das missões dele,
o Gal. Ednardo d’Ávila Mello, era acabar com essa guerrilha terrível que
assolava o nosso Brasil.
E quero parabenizar aqui, rememorar os
que caçaram esse canalha desse Carlos Lamarca que eu falei hoje aqui. Caçaram,
não trouxeram o capitão Mendes Júnior de volta, mas caçaram e vingaram a morte
covarde que ele sofreu. Quero parabenizar aqui o chefe da 2ª Seção do
Estado-Maior do Exército Brasileiro, major Nilton Cerqueira, já falecido, que
caçou esse canalha no sertão da Bahia, junto com o delegado Sérgio Fleury. A
Polícia Militar, a Polícia Civil, recebam meu abraço, na figura do Dr. Sérgio
Paranhos Fleury; a Força Aérea Brasileira, o PARA-SAR, que também ajudou a
caçar esse canalha no sertão da Bahia.
E para quem não sabe, pouca gente
sabe, esse canalha desse Carlos Lamarca
foi promovido pelo seu ministro da Justiça, Tarso Genro, e o seu presidente da
República, Luiz Inácio Lula da Silva, ao posto de coronel. Dando subsídio de
general duas estrelas durante cinco anos para a família desse canalha que
vitimou o irmão do nosso querido Adauto Mendes, aqui. Graças a Deus, a Justiça
cassou essa promoção e eles não têm mais direito a essa situação.
Queria abraçar, na figura do capitão
Paladino, todo o 1º de Choque, que eu tenho muita honra de ajudar e abraçar
todos os seus oficiais.
Queria também abraçar a família Mendes
Júnior, a família Mendes na figura do seu irmão Adauto e de capitão para
capitão, hoje nós temos um presidente que reconhece que Lamarca é terrorista e
Mendes Júnior é herói. De capitão para capitão, recebam o abraço do presidente
Jair Bolsonaro e viva a memória do nosso capitão Alberto Mendes Júnior, herói
da Polícia Militar.
A
SRA. PRESIDENTE - ADRIANA BORGO - PROS - Iniciamos agora
as homenagens da Medalha Eterno Herói - Capitão Alberto Mendes Júnior. O
primeiro homenageado desta noite, “in memoriam”, é o capitão PM Alberto Mendes
Júnior. Convidamos para se colocar à frente o irmão do capitão PM Alberto
Mendes Júnior o Sr. Adauto Mendes e a sua esposa também, dona Beth.
Neste momento, eu passo a Presidência
para o Coronel Telhada para que eu possa fazer a impostação das medalhas.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Coronel
Telhada.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Eu solicito
para que acompanhe a entrega da medalha à família do Mendes Júnior, além da
deputada Adriana Borgo, o Cel. Antônio Carlos Mendes, tio, ou melhor, primo do
capitão Alberto Mendes Júnior; o Cel. Vanderlei Ramos também, Cel. Ramos, por
gentileza; Cel. Lott também por gentileza, coronel, e o Dr. Adriano Cardozo
Neto também, por favor, se postem à frente.
*
* *
- É entregue a homenagem.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Solicito a
todos que deem uma calorosa salva de palmas. (Palmas.)
Muito obrigado. Solicito que o Sr.
Adauto e a dona Beth retornem aos seus locais de origem. Parabéns e obrigado
pela presença de ambos. As autoridades permaneçam à frente, por gentileza, o
capitão Mendes que também é da família fique junto, capitão, por favor.
Neste momento serão prestadas
homenagens póstumas a cinco integrantes da Polícia Militar e da Polícia Civil
que morreram em serviço, são eles: cabo PM Everton dos Santos Jacinto; soldado
PM Antonio Bezerra Costa; 2º Sargento PM Swamy Welder Weigert; 3º Sargento PM
Daniel Gonçalves Palandi e o policial civil Marco Aurélio de Toledo. Nós
convidamos para vir à frente receber as homenagens em nome desses heróis a Sra.
Joélia dos Santos, que é mãe do cabo Everton, está presente? E a Débora
Aparecida dos Santos, que é irmã do cabo Everton dos Santos Jacinto, por
gentileza, fiquem aqui à direita, por favor.
Também convido para que venha à frente
a Sra. Paula Luciano dos Santos, viúva do soldado Antonio Bezerra dos Santos,
está presente, está? Por favor, venha à frente, senhora. Também convido para
que venha à frente a Sra. Edirene Alves da Silva Weigert, viúva do 2º Sargento
Swamy Welder Weigert, está presente? É a senhora? A Paula Luciana dos Santos
não está presente? Joyce Pacini Palandi, que é viúva do 3º
Sargento Daniel, por gentileza à frente e a Sra. Sueli Soares de Toledo, que é
a mãe do policial civil Marco Aurélio de Toledo, por gentileza, senhora.
Vai ter um vídeo que vai ser passado no
telão, é isso Cel. Lima, não?
Então eu solicito que a deputada
Adriana Borgo faça a impostação das condecorações acompanhada das autoridades
que se encontram à frente.
Eu quero convidar também o delegado Dr.
José Eduardo Zappi para que participe da homenagem, tendo em vista que o
policial civil Marco Aurélio de Toledo trabalhava sob seu comando, por
gentileza, doutor. Delegado de polícia titular do Serviço Aerotático da Polícia
Civil - SAT.
*
* *
- São entregues as homenagens.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Neste momento,
eu solicito que os parentes dos policiais falecidos fiquem à frente com os seus
representantes.
Neste instante, solicitamos a todos que
tiverem condições físicas que se posicionem em pé, em posição de respeito,
porque será dado um Toque de Silêncio que será executado pelo soldado do
Exército Brasileiro Mateus Xavier de Moura, perdão, Mateus Xavier de Moraes,
que serve no Hospital Militar da área de São Paulo.
*
* *
- É dado o Toque de Silêncio.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Agradeço o
soldado Mateus Xavier de Moraes, corneteiro do Exército. Quero agradecer e
convidar as autoridades que estão à Mesa que retornem à Mesa, deputada Adriana
Borgo permanece à frente. Agradecer a Sra. Joélia; Sra. Débora; Sra. Paula;
Sra. Edirene; a Sra. Joyce; a Sra. Sueli e dizer muito obrigado a elas pelo
sacrifício dos maridos e por essa dificuldade que elas levam daqui para a
frente. Não há o que dizer, só pedir a Deus para que Deus console essas
famílias. Deus abençoe.
Neste momento, nós realizaremos a
outorga aos heróis da Polícia Militar que sofreram lesões no cumprimento de
suas missões. Lembramos que hoje, em conformidade com a Lei estadual nº 13.026,
de 21 de maio de 2008, é o Dia do Herói Policial Militar.
Convidamos a deputada Adriana Borgo,
que já está postada à frente da Mesa de trabalho e os membros do Conselho de
Outorgas Conjunto para se posicionarem à frente. São eles: Cel. Mário Fonseca
Ventura, presidente da Sociedade Veteranos de 32; o sargento Tarcísio Cândido
de Aguiar, secretário municipal de Olímpia; o sargento Vivaldo Marcos Borgo; o
Cel. PM Antonio Carlos Mendes, que já está à frente; o Cel. Anderson Lima de
Oliveira, que também já está à frente.
O comendador Roberto C.T. Mendes,
conselheiro da Ordem do Mérito da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo;
o Dr. Bruno Apolônio, presidente da Real Proteção; o amigo Dr. Alfredo Duarte
dos Santos, policial civil; tenente Marllon Roberto Ribeiro. Quero citar a
presença também aqui do querido amigo, sempre amigo, sempre integrante desta
Casa de Leis, Dr. Antônio Basile, que vai permanecer em local de destaque.
Obrigado, Dr. Antônio pela sua presença.
Tem em vista o grande número de
homenageados, vamos chamá-los em três grupos distintos, já previamente
informados.
Convidamos para virem à frente os
integrantes, os primeiros integrantes deverão estar aqui à frente postados de
frente para o público, ok? Então, convidamos para virem à frente os integrantes
do primeiro grupo para receberem suas homenagens. À frente, por favor. Banda, é
com vocês.
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - Capitão
PM Rafael Palladino Filho.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Neste momento,
serão lidos os nomes dos policiais que estão à frente.
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - Capitão
PM Rafael Palladino Filho; capitão PM Wellington Ricardo Mendonça; 1º tenente
PM Raphael Cavalari Machado de Moraes; 1º tenente PM Leonardo Carneiro de
Oliveira; 2º Tenente PM Francisco Otacilio da Silva; aspirante a oficial PM
Diego Massumi Kato Cassiano de Lara; agente policial do 3º CI Fábio Roberto
Theodoro; 1º sargento PM Sidnei Marques de Barros.
Subtenente PM Eri Nepomuceno; 1º
sargento PM João Bosco da Silva; 1º sargento PM Paulo Cesar Arruda; 2º Sargento
PM Wagner Leite da Silva; 2º Sargento PM Wesley Carlos Turibio; 2º Sargento PM
Djalma da Silva Júnior; 3º sargento PM Christiano Vicentin de Souza; 3º PM Jeferson
Cândido da Silva; 3º Sargento PM José Uilton Silva Santos; 3º Sargento PM
Maurício da Fonseca Nascimento; 3º Sargento PM Wagner Galvão Abílio dos Santos
e 3º Sargento PM Adenauer Vano Zacarias.
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Quero
aproveitar e, se houver parentes desses policiais e quiserem vir à frente para
tirarem foto com seus parentes, venham à frente, por favor. Repetindo: se
tivermos parentes dos homenageados que queiram vir à frente, por favor.
Aproveitem que este é o momento para tirar foto.
*
* *
- São entregues as homenagens.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Aproveitando os
momentos finais para as fotos para nós chamarmos o segundo de grupo de
agraciados. Aproveitando para as fotos finais. Ana Ângela, tirando foto com o
pessoal. Já tirou? Então está bom. Agora sim senti firmeza da banda, “O Ardor
do Infante”.
Solicito a todos uma salva de palmas
aos nossos policiais feridos em serviço que merecem todas as nossas homenagens.
(Palmas.) Parabéns à deputada Adriana Borgo por essa homenagem a todos esses
homens, heróis da nossa Polícia Militar, da nossa Polícia Civil.
Solicito que os agraciados retornem aos
locais de origem para que possamos chamar - parabéns irmão, bom te ver.
Solicito que os nossos homenageados retornem aos seus locais de origem para que
possamos chamar o segundo grupo. Cel. Eri Nepomuceno, meu amigo aqui presente
também, bom te ver, Nepomuceno, prazer em vê-lo, meu amigo. Capitão Palladino,
parabéns, Palladino.
Aguardando as fotos finais. Solicito que
os homenageados retornem a seus locais de origem, por gentileza, para que
possamos continuar a homenagem.
Neste momento, convido para virem à
frente os integrantes do segundo grupo para receberem as suas homenagens. Por
gentileza, queiram se postar a frente da Mesa, voltados para o público. Venham
à frente, por gentileza. Também eu convido os familiares, tão logo sejam
empostadas as condecorações. Os familiares que quiserem participar das
fotografias após a impostação, se coloquem ao lado dos seus familiares.
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO -
3º sargento PM André Luiz Bezerra; cabo PM Genil de Jesus Silva; cabo PM
Marcelino Ramalho Carneiro; cabo PM Guilherme Massuia Nascimento; cabo PM
Clayton Oliveira Ribeiro; cabo PM Elaine de Melo Monteiro Ronchi; cabo PM
Rodrigo Daré Abra; cabo PM Rubens Santos de Souza; cabo PM Silmara Rosa da
Silva; cabo PM Francisco Dias de Figueiredo Junior; cabo PM Cristiane Carraro
Lourenço Gadelha; cabo PM Marcos César de Oliveira; cabo PM José Humberto de Souza;
cabo PM Ednilson Donizetti Perini; cabo PM José Roberto de Assis; cabo PM
Renato Taroco; cabo PM Nilson Marcio de Oliveira Filho; cabo PM Caio Castro de
Abreu; cabo PM Luiz Fernando Rocha e cabo PM Marco Aurélio Spadácio Maldonado
Morales.
*
* *
- São entregues as homenagens.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Vamos às fotos.
Parabéns a todos os policiais.
Solicito a todos os agraciados que, por
gentileza, retornem aos seus locais, aos seus assentos. Parabenizando a todos e
solicitando uma salva de palmas a todos os nossos agraciados. (Palmas.)
Parabéns a todos os policiais. Taroco, o homem do fogo. Parabéns, irmão. Sua
família está aí? Sua esposa, todo mundo?
Solicito aos agraciados que retornem
aos seus locais de origem para que possamos prosseguir no último grupo que será
homenageado. Parabéns a todos, senhores e senhoras. Solicito que os agraciados
retornem aos seus locais de origem para que possamos prosseguir na homenagem.
Eu quero fazer ciente à Casa antes, nós
temos vários comandantes de polícia aqui. Queria citar o nome deles, o primeiro
eu quero citar é o nome do Cel. PM Jefferson de Melo, comandante do Bombeiro
Metropolitano. Muito obrigado, comandante. O Cel. Alexandre Marcos de Oliveira,
comandante do CPA M-10. Muito obrigado, comandante. Coronel PM Leandro Gomes
Santana, comandante do CPA M-3, na zona norte; comandante Cel. PM Flávio de
Oliveira Martinez, comandante do CPA M-2, aqui na zona sul; Cel. Alexandre
Gomes Bento, comandante do CPA M-5, na zona oeste; o nosso comandante aqui da
Assessoria Policial Militar, Cel. PM Robinson Cabral de Oliveira.
Portanto, neste momento, eu convido
para virem à frente os integrantes do terceiro grupo de homenageados. Por
gentileza, venham à frente e se posicionem de frente ao público, junto à Mesa,
de frente ao público.
Os policiais que serão homenageados,
por gentileza, venham à frente, se posicionem de fronte à Mesa, voltados para o
público, ok? Todos aí? Citando também o nome do Cel. Gomes, que foi o nosso
antigo chefe da Assistência Militar aqui da Alesp.
Maestro.
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO -
Cabo PM Gustavo Henrique Hartung; cabo PM Emílio Rogério Alves da Silva; cabo
PM Luís Carlos Rodrigues da Silva; cabo PM Ariovaldo Siqueira de Paula Santos;
soldado PM Bruno Fernandes dos Santos; soldado PM Robson Silva de Lima; soldado
PM Henrique Eleotério da Silva; soldado PM Marcus Vinícius Pepeliascov Ponsoni;
soldado PM Evandro José da Silva; soldado PM Jefferson da Silva Soares; soldado
PM Wagner Luiz Sena; soldado PM Thiago Pedro de Lima; soldado PM Wellington
Duane de Moura Guerino; soldado PM Vinícius Franco Ferreira; soldado PM Ramon
Pereira da Silva Felippe; soldado PM Jenison Aparecido Pinto Reche; soldado PM
Fernando Gustavo de Souza.
*
* *
- São entregues as homenagens.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Convido os
familiares também que queiram vir à frente.
Solicito a todos os agraciados uma
calorosa salva de palmas. (Palmas.) E aproveito para convidar os senhores
agraciados, terminando as fotos, para que em seguida retornem aos seus locais
de origem.
Solicito aos senhores agraciados que
retornem aos seus locais de origem para que possamos prosseguir na solenidade.
Neste momento, eu convido os membros do
Conselho também para que retornem ao seu local de origem, aos homenageados
também para que se assentem, por gentileza, para que possamos prosseguir na
solenidade. Agradecendo aos coronéis presentes aqui já foram citados. Os
majores também. Obrigado, Alfredo. Obrigado, Cel. Marcos. Os comandantes aí,
muito obrigado.
Encerrando a solenidade quanto à
outorga, eu repasso a Presidência dos trabalhos à deputada Adriana Borgo.
*
* *
- Assume a Presidência a Sra. Adriana
Borgo.
*
* *
A
SRA. PRESIDENTE - ADRIANA BORGO - PROS - Convidamos o
Cel. Mendes para que fale em nome de todos os homenageados, coronel Antônio
Carlos Mendes, em nome da família.
O
SR. ANTONIO CARLOS MENDES - Minhas senhoras, meus
senhores, autoridades, membros do Conselho da Medalha, meus coronéis da Polícia
Militar, meus queridos irmãos da Polícia Civil do Estado de São Paulo, hoje
confesso que por várias vezes lágrimas saíram dos meus olhos. Quando o nosso
irmão do Exército tocou “Silêncio”, eu me senti em 1970, do lado do meu pai,
coronel Mendes, do tio Alberto, da tia Angelina, Maria de Lurdes, vendo o corpo
de Mendes Júnior sendo sepultado no Mausoléu da Polícia Militar.
Eu quero agradecer à minha querida
deputada pela iniciativa. Olha, 49 anos, primeira vez que eu vejo uma homenagem
dessas ao meu querido irmão, ao meu querido primo Mendes Júnior. Adauto, meu
irmão, meu amigo, meu companheiro, que desde a infância sempre convivemos
juntos.
Eu quero agradecer em meu nome, em nome
da família Mendes a homenagem que recebeu, e em nome de todos os agraciados.
Fiquei muito emocionado, várias vezes, condecorando o nosso querido irmão da
Polícia Civil, os nossos queridos irmãos e as viúvas e mães dos nossos heróis
que tombaram defendendo a nossa Pátria.
Meus queridos policiais militares, meus
queridos policiais civis, hoje vocês são os heróis, os heróis de 2019 e em nome
da família Mendes, em nome de todos os agraciados, eu agradeço à minha
deputada, agradeço a todas as autoridades presentes pela homenagem que todos
vocês receberam. Parabéns, Polícia Civil. Parabéns, Polícia Militar. Parabéns,
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. (Palmas.)
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Coronel
Telhada.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado,
coronel Mendes, que fala em nome dos homenageados. E eu reassumi para neste
momento... surpresa, Dorotéia, eu também não estava sabendo.
O
SR. ANTONIO CARLOS MENDES - Eu convidaria a Dra.
Dorotéia, esposa do meu querido mestre, amigo e irmão Adilson Cezar, para fazer
uma entrega de uma coroa de flores à nossa querida deputada.
*
* *
-
É feita a entrega de flores.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Parabéns à
deputada Adriana Borgo. Salva de
palmas. (Palmas.) Para quem não conhece, a dona Dorotéia é esposa do querido
amigo professor Adilson Cezar, uma das pessoas que mais homenageiam a Polícia
Militar, o Exército, enfim, as nossas forças de Segurança.
Obrigado a todos. Então neste momento
eu convido a deputada Adriana Borgo para que faça uso do microfone para fazer a
sua saudação, a sua homenagem a todos os homenageados e a todos os presentes.
A
SRA. ADRIANA BORGO - PROS - Boa noite a todos,
senhores, minha gratidão por estarem aqui hoje, todos vocês policiais
militares, civis, todos os profissionais de Segurança Pública, aos meus
comandantes, ao Conselho de Outorga, muito obrigada. Mas hoje eu queria quebrar
o protocolo, é minha primeira cerimônia, gente, eu nunca vi tantos policiais
juntos, estou muito feliz, muito feliz mesmo, porque quando a gente pensou
nesta homenagem, a gente pensou em cada dor da família que perde os seus entes
queridos.
Quantos Mendes Júnior não há aqui,
representados pelas minhas amigas aqui, que em cada enterro de um policial,
quando nós chegamos, nós abraçamos e nós acolhemos essa família, é um pedaço da
gente que morre junto? E hoje eu queria quebrar o protocolo, porque é um dia de
festa, e eu gostaria de chamar aqui a pessoa responsável por toda a minha luta
de 22 anos, não só pela Polícia Militar, depois se estendeu para os
profissionais de Segurança Pública, para mim, com todo o respeito aos demais, o
melhor policial da Polícia Militar de São Paulo, meu sargento Vivaldo, por
favor. Ele é tímido, gente, tão diferente de mim, já está vermelho. (Palmas)
Para quem não sabe, nós somos pais de
oito filhos. Eu tenho sete filhos adotivos, a última adotiva especial, e nós
sustentamos a nossa família graças à Polícia Militar do Estado de São Paulo,
com seus salários baixos, com os três bicos dele, mas não tem um prego na minha
casa que não foi colocado lá graças ao trabalho dele como policial. E quando eu
comecei a minha luta, há muitos anos, com meus filhos fechando batalhões,
fechando companhias e dizendo assim: “Olha, os nossos heróis precisam de
valorização”. Eu não dizia isso porque a gente queria se aparecer, porque a
gente era rebelde sem causa, porque uma mulher de polícia sabe exatamente, uma
mãe de polícia, um familiar de policial sabe exatamente o que é sobreviver como
policial.
Não foi uma, não foram duas, foram
muitas noites de joelho no chão, pedindo para que ele voltasse vivo. Quantas
perseguições, quantas perseguições porque ele queria só ser polícia; quantas
humilhações naqueles bancos, com empréstimos que nós pagamos até hoje; quanto
choro às vezes porque os nossos filhos estavam precisando de ajuda, mas ele
estava à noite, ajudando filhos de outras pessoas. Quantos Natais, quantos Anos
Novos, as escalinhas, não é? De aniversário. Nós escolhíamos um dia onde ele
estaria de folga, era um dia sim, um dia não, eu ia fazendo até que dava um
sábado. Naquele dia tinha um jogo de futebol e não estava mais ele aqui,
passava correndo de viatura, dava um beijo e ia embora.
Não sou só eu, são todas as esposas de
policiais, todas as mães de policiais. Então, eu quero dizer aos senhores que
quando eu venho aqui para dizer que eu amo os senhores, eu amo de verdade, isso
aqui não é politicagem, eu já estou eleita. É porque eu sinto na minha alma, é
porque eu sinto que vocês não são normais e nem pessoas comuns. Vocês pensam
que são. Vocês foram escolhidos por Deus, vocês foram selecionados quando
deixaram naquele concurso centenas de milhares de pessoas atrás de vocês. Então
vocês foram enviados, vocês dão a vida e morrem por quem vocês nem conhecem.
Eu só conheço uma pessoa na história do
mundo que fez isso, foi Jesus Cristo e vocês fazem isso. Então eu, não como uma
parlamentar que pretendo e quero ser a voz dos senhores, mas aqui como uma
mulher de policial que tem orgulho, porque eu estou deputada, mas eu sou mulher
de um policial e isso me enche de orgulho. Eu quero dizer aos senhores: muito
obrigada, muito obrigada, pela falta de valorização, que mesmo por tudo isso
que vocês passam, por baixos salários, por falta de dignidade humana que os
senhores encontram no sistema, não é? Mas os senhores todos os dias colocam aí
as suas fardas e saem para combater o crime, para dar a vida por todo mundo,
para cuidar de uma sociedade que muitas vezes é ingrata. E nós, como
familiares, sofremos duas vezes: o medo de perder quem nós amamos e a
ingratidão, que dói na alma da gente.
A gente como parlamentar, eu como
parlamentar, uma novata, não é? Sou uma debutante aqui. Cheguei com muita
vontade de fazer a diferença, mas infelizmente a classe policial não entende
algumas coisas, porque ela não aprendeu a ser politizada, e não aprendeu a ser
politizada porque ela tem que trabalhar na Dejem, na delegada, na polícia para
poder sobreviver e em outros bicos aí. Então eu quero dizer para os senhores:
não critiquem quem apoia os senhores, quem vive 24 horas em defesa dos
senhores, porque é muito fácil quando a gente joga pedra sem saber do que
acontece.
Um post com palavras mal ditas magoa,
dói a alma, quando vocês se dirigem falando coisas que não são verdade ou sem
entender, vocês não estão ferindo uma deputada ou um deputado, vocês estão
ferindo aqui a família da Segurança Pública, e vai ter dias, senhores, que nós
vamos precisar muito, muito do apoio dos senhores.
Esta Casa aqui, ela é uma Casa
presidencialista, é uma Casa que tem 94 pessoas que precisam pensar da mesma
forma para que um projeto ande. Nesta Casa aqui para se dar prosseguimento
precisamos de três assinaturas, e ela é do PT, ela é do PSDB, ela é do DEM e
ela é de todos os outros partidos. Então aqui não existe partido, aqui existe
um grupo de deputados que precisam andar nesta Casa.
Então tomem cuidado na hora de
criticar, porque eu vivo a minha vida brigando com quem critica os senhores, e
quando eu vejo a própria tropa que eu amo, que eu dedico a minha vida, me
criticando sem saber, ou criticando a bancada da Segurança Pública, o Coronel
Telhada, dói na alma e isso desanima e eu quero, sem dúvida, fazer o melhor. Eu
não tenho medo de internet, eu não tenho medo disso. Eu tenho medo de sair
daqui quatro anos sem ter feito nada pelos senhores.
Hoje nós falamos de Mendes Júnior, que morreu
dando sua vida, protegendo os seus companheiros, e eu quero dizer que há três
mortes na polícia: uma em serviço, uma fora de serviço e uma lentamente. Essa
lentamente é a pior, é quando a gente perde o sentido de vestir uma farda, é
quando os nossos governantes não entendem o que nós precisamos, é quando a
sociedade prefere os direitos dos manos dos que os direitos de quem tem direito
a ter direito, é quando os heróis, que são vocês, são trocados por vários
outros heróis para a sociedade, quando os valores são invertidos e quando o ser
humano policial não é reconhecido.
Então, eu agradeço a todos os senhores
aqui pela presença, de todo o meu coração, eu estou muito feliz. Eu nunca
imaginava que fosse estar tão lotado, eu estou muito emocionada. Quero dizer
aqui, agora especialmente para esta equipe, que está aqui, gente, esta equipe
aqui é a equipe que está 24 horas apoiando e protegendo todos os profissionais
de Segurança Pública. Sem esta equipe aqui eu não seria nada, esta equipe tem
coronel, esta equipe aqui tem sargento, tem subtenente, tem soldados, tem
paisano, tem psicólogo, tem tudo. Esta equipe aqui é uma equipe abençoada, que
usa “A luta muda a lei”. Porque eu acredito que só lutando muito, que só nos
unindo muito a gente vai conseguir mudar as leis. Elas existem, mas elas não
são cumpridas, e só a força, a nossa união, a nossa determinação e o nosso
amor, principalmente, vai fazer a diferença.
Então, equipe, minha gratidão por vocês
existirem. Coronel Lima, muito obrigada por tudo. Ao Tarcísio também, que não
faz parte da equipe, mas faz parte do coração, a todos os senhores, ao nosso
presidente. E eu quero dizer aos senhores: fiquem firmes. As minhas amigas
aqui, dona Jô, não é? Luana, a Poti e as outras viúvas, nós já passamos dias
difíceis, nós já passamos noites em cemitério, nós já sabemos o que é uma
esposa perder o marido e ficar abandonada; ninguém me contou, eu estava lá com
vocês e com todas as outras.
Coisa que ninguém sabe, que quando
acaba todo o funeral bonito, triste, a gente fica sozinha. Vocês ficam
sozinhas. Débora, fiquei na sua casa sete dias em uma agonia total ali, onde
nós tínhamos esperança de encontrar o Everton vivo, infelizmente não
encontramos ele vivo. A sua força, a força da dona Jô e de todas as outras
mulheres, da Poti, a Poti, a mulher mais apaixonada pelo sargento que eu já
conheci. Uma Poti, uma mulher guerreira estava lá, e ela falava para mim: “Dri,
quantos policiais morreram neste mês?” E eu dizia: “Poti, foram três. Poti,
foram dois”. Suicídio, morte em serviço, morte fora de serviço. E um dia eu
recebo uma ligação que era o sargento da Poti. A Poti, que me ajudava a cuidar
das outras esposas. E esse dia eu não tive palavras, a gente se abraçou e ela
me perguntou: “Qual é o número do ano?” Qual era o número, Poti? Sessenta e
seis policiais mortos em quatro meses do ano.
É assim, gente, os nossos heróis se
vão. Eles partem, muitos deles os senhores nem ficam sabendo. Os policiais
veteranos se aposentam para entrar em um quartel, o maior descaso. Para
revalidar um porte de arma, piorou. Onde está, não é? A nossa gratidão por quem
serviu, por quem deu a vida tantos anos? Onde estão as autoridades para cobrar,
para valorizar?
Nós temos aqui uma bancada na Casa
maravilhosa, nós vamos juntar todo mundo que gosta da polícia, quem é polícia e
quem é favorável à polícia. Nós temos quase 18 e aqui a gente não se entende, a
gente fica discutindo besteira aqui, brigando entre nós, sacaneando um ao outro
na internet, com posts que machucam a vida da gente, que destroem a gente,
enquanto nós deveríamos estar aqui unidos.
Então aqui, o Parlamento precisa
acordar, a Polícia Militar, a Polícia Civil, todos os agentes de Segurança
Pública precisam acordar e entender que só unidos a gente vai conseguir mudar,
e digo mais: isso aqui não é uma tribuna para a gente falar neste dia de festa
sobre isso, mas nós precisamos sim, de aumento salarial, eu sou contra o bônus,
já digo isso porque o bônus não incorpora, eu acho que a polícia tem que ganhar
bem para ficar em casa com a família, não tem que fazer Dejem nem delegada. Mas
já que foi prometido, tem que ser pago.
Então tudo isso são coisas que a gente
cobra todos os dias, mas não está nessas mãos aqui o poder de fazer o
governador ou qualquer outra autoridade decretar isso. Era o nosso desejo. Não
tem um dia aqui que nós, parlamentares que defendemos a Segurança, subimos aqui
e cobramos. Não tem um dia que nós não vamos ao Palácio, como o governador veio
aqui ontem e nós cobramos. Então, eu só peço uma coisa: continuem firmes, não
desistam, mas também nos apoiem, porque a gente precisa do apoio de vocês, da
consideração de vocês, para que a gente possa seguir.
Quando vocês forem criticar, lembrem
sempre, senhores, que vocês são a categoria mais criticada. E aqui está uma
pessoa que eu não quero nem saber se é certo ou errado, se o policial está
errado ou se foi sem querer. Eu não quero saber, eu o defendo. Então, faça isso
por nós, é um pedido de uma esposa de policial. Muito obrigada, fiquem com
Deus. A luta muda a lei! (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Parabéns à
deputada Adriana Borgo e convido a Adriana para reassumir a Presidência para
fazer o encerramento da sessão solene.
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- Assume a Presidência a Sra. Adriana
Borgo.
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A
SRA. PRESIDENTE - ADRIANA BORGO - PROS - Antes de
encerrar, nós comunicamos que esta audiência pública, na verdade esta
solenidade, será repercutida nos canais de TV Alesp, no canal 61.2, que ela já
tinha dito, na próxima segunda-feira. Os familiares que não puderam vir... no
canal 7 da NET, bem lembrado aqui pelo deputado, e os senhores que puderem
retransmitir, pedir para quem não assistiu assistir, é muito importante. Eu sei
que é pouco, viu, gente? A gente gostaria de dar muito mais para vocês, a gente
gostaria de dar boas notícias aqui, mas isso é de todo o coração. Isso aqui é
um pedacinho da nossa gratidão por tudo que vocês fazem e são. Muito obrigada
por vocês existirem.
Esgotado o objeto da presente sessão, a
Presidência agradece às autoridades, à minha equipe, ao sereníssimo grão-mestre
Pascoal, ao Mauro Caloi, todos os irmãos do GOPE, aos funcionários dos serviços
de Som, da Taquigrafia, de Atas, do Cerimonial, da Secretaria Geral
Parlamentar, da Imprensa da Casa, da TV Legislativa e das assessorias policiais
Civil e Militar, bem como todos que, com as suas presenças, colaboraram para o
êxito desta solenidade. E convido a todos para o coquetel que será servido no
Salão Waldemar Lopes Ferraz, o conhecido Salão dos Espelhos. Um feliz Dia das
Mães e feliz Dia da Policial Feminina. Um abraço, fiquem com Deus. Um beijo.
Está encerrada a sessão.
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- Encerra-se a sessão às 22 horas e 07
minutos.
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