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17 DE MAIO DE 2019

7ª SESSÃO SOLENE HOMENAGEM AO DIA ESTADUAL DO TRABALHADOR DA SAÚDE

 

Presidência: RAFAEL SILVA

 

RESUMO

 

1 - RAFAEL SILVA

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - SIRLENE NOGUEIRA

Mestre de cerimônias, nomeia a Mesa e demais autoridades presentes. Tece considerações sobre o SinSaúde - Sindicato da Saúde de Campinas e Região.

 

3 - PRESIDENTE RAFAEL SILVA

Informa que a Presidência efetiva convocara a presente sessão solene para "Homenagem ao Dia Estadual do Trabalhador da Saúde", por solicitação deste deputado. Saúda os presentes. Manifesta preocupação com a reforma da Previdência. Elogia membros da Mesa e assessores. Enaltece o valor da Banda da Polícia Militar presente na solenidade. Assevera que a Saúde é primordial. Ressalta que a função do trabalhador da área se assemelha ao sacerdócio. Convida o público para ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro". Afirma que acompanha a Banda o orgulho de policiais militares que exercem suas funções nas ruas. Clama pela valorização da categoria. Lamenta o falecimento de profissionais do setor, durante o trabalho. Agradece à instituição. Valoriza o acesso à informação. Discorre filosoficamente acerca do tema. Questiona mudanças na reforma da Previdência, a envolver trabalhadores comuns, inclusive da Saúde. Argumenta que em 10 anos o Brasil deve pagar mais de três trilhões de reais em juros relativos à dívida pública. Citou René Descartes sobre a importância da conscientização. Critica especuladores e banqueiros. Defende melhor aplicação dos recursos orçamentários. Assevera que na Mesa há pessoas comprometidas com os trabalhadores da Saúde, os quais valoriza. Acrescenta que a presença nas galerias homenageia esta Casa.

 

4 - TENENTE NASCIMENTO

Deputado estadual, saúda os presentes. Elogia o deputado Rafael Silva. Enaltece o trabalho dos profissionais da Saúde, pelo compromisso com a vida. Informa que sua vida fora salva no Hospital das Clínicas, aos 8 anos, quando acometido por febre reumática. Lembra-se da enfermeira Celina. Discorre acerca do atendimento prestado a seus familiares, quando doentes. Informa que hoje é o Dia Internacional da Hipertensão. Faz agradecimentos gerais. Clama pelo reconhecimento salarial da categoria.

 

5 - RICARDO PATAH

Presidente da UGT - União Geral dos Trabalhadores - saúda os presentes. Parabeniza o deputado Rafael Silva pela solenidade. Tece considerações sobre o trabalho em defesa da vida. Defende a transparência na gestão e a igualdade. Critica a reforma da Previdência em curso. Manifesta indignação com a reforma Trabalhista, a afetar sindicatos. Tece considerações sobre o desemprego e sua relação com avanços tecnológicos. Clama por solidariedade e por medidas efetivas de crescimento no país. Lamenta o corte de verbas na Educação.

 

6 - SIRLENE NOGUEIRA

Mestre de cerimônias, anuncia a homenagem a 12 profissionais de Sáude atuantes em enfermagem, administração e apoio, a representar cerca de um milhão de trabalhadores, no estado de São Paulo.

 

7 - EDISON LAÉRCIO DE OLIVEIRA

Diretor presidente da Federação dos Trabalhadores da Saúde de São Paulo, saúda os presentes. Agradece ao deputado Rafael Silva pela iniciativa da solenidade. Comenta o pedido de Pedro Tolentino, ao deputado Rafael Silva, a favor do dia em homenagem aos trabalhadores da Saúde. Enaltece a lealdade e a cordialidade do citado deputado estadual. Ressalta a presença de cerca de 400 pessoas, de diversas regiões do estado, nas galerias desta Casa, a quem agradece. Valoriza o sindicalismo. Critica política contra o movimento sindical brasileiro e a reforma da Previdência. Clama por igualdade. Defende a manutenção da aposentadoria especial para trabalhadores da Saúde. Solicita aos eleitores que cobrem dos deputados federais a manutenção de direitos. Reitera elogios à categoria homenageada.

 

8 - PRESIDENTE RAFAEL SILVA

Elogia membros componentes da Mesa. Comenta o exercício da vereança em Ribeirão Preto e movimento contra aposentadoria de vereadores após 8 anos de mandato e aposentadoria especial de deputado estadual. Critica privilégios. Tece considerações sobre a jornada de trabalho durante a Revolução Industrial e movimentos de trabalhadores. Valoriza o sindicalismo. Clamou por seriedade. Coloca-se à disposição da categoria, nesta Casa. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Rafael Silva.

 

* * *

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE NOGUEIRA - Bom dia, senhoras e senhores, dirigentes sindicais. É um prazer a gente se encontrar mais uma vez aqui na sessão solene da Assembleia Legislativa de São Paulo. Relembrando o porquê deste evento, vamos relembrar que a valorização do trabalho do profissional da Saúde é uma luta iniciada lá no Sindicato da Saúde de Campinas, há 21 anos. A primeira conquista foi registrada em 1990, quando a diretoria sindical negociou com os estabelecimentos de Saúde a instituição desta data como o feriado para os trabalhadores, e a partir de 2002 diversas Câmaras de Vereadores aprovaram o 12 de maio como o Dia Municipal do Trabalhador da Saúde.

Em janeiro de 2004 o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, sancionou a Lei 11.665, proposta pelo deputado, nosso amigo, Rafael Silva, institucionalizando o 12 de maio como o Dia Estadual do Trabalhador da Saúde. Desde então a Assembleia Legislativa de São Paulo homenageia os trabalhadores da área com esta sessão solene.

Para formar a Mesa, já está aqui conosco o deputado estadual Rafael Silva. Convido também para compor esta sessão solene o Sr. Edison Laércio de Oliveira, que é o presidente da Federação dos Trabalhadores da Saúde do Estado de São Paulo, e também o Sr. Canindé Pegado, que é o secretário-geral da União Geral dos Trabalhadores – a UGT. Convido também o Sr. Claudinei da Rocha, que é vereador de Franca, representando o presidente da Câmara Municipal, o vereador Donizete da Farmácia.

Eu passo a palavra agora ao deputado Rafael Silva para a abertura dos trabalhos.

 

 O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PSB - Sob a proteção de Deus, declaramos abertos os nossos trabalhos desta sessão solene, que é uma sessão oficial da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, convocada e determinada pelo presidente desta Casa, Cauê Macris, a pedido deste deputado, Rafael Silva. Nós abrimos mão da leitura da Ata da sessão anterior.

 Bom, está presente aqui com a gente o presidente da Federação, Edison Laércio de Oliveira, que tem um trabalho maravilhoso em favor do pessoal da Saúde do estado de São Paulo. Canindé Pegado – o Canindé Pegado é amigo antigo, está presente em todas as sessões solenes –, ele vive realmente por uma causa bonita em favor do trabalhador. O trabalhador é a parte mais fraca que existe na estrutura da sociedade como um todo. E nós temos também o Claudinei Rocha à Mesa, mas quem é – parece que não enxergo, não é, Edison? –, quem mais está aqui à Mesa com a gente? O Claudinei Rocha, que é vereador em Franca.

Eu estava com o Luiz Vergara agora, e o Luiz Vergara me lembrava de toda essa realidade vivida pelo trabalhador, a preocupação que ele tem com essa mudança que devemos ter na Previdência Social, então a gente tem uma preocupação muito grande. E hoje nós vamos falar um pouquinho desse assunto, embora o principal aqui seja comemorar essa data, que para mim é maravilhosa.

 Eu agradeço na Isabel, que está nos assessorando também aqui, da Casa, o Marcos, que faz um trabalho maravilhoso levando para as pessoas a informação, a imagem e a voz de quem aqui está presente. A Sirlene, a Sirlene está há muito tempo também, competente, lá da Federação, a Sirlene nos dá essa assessoria e fica aqui como mestre de cerimônias.

Eu tenho a Sueli, do gabinete, a Sueli e a Cássia, que são duas pessoas maravilhosas do meu gabinete, que vivem também essa realidade e entendem essa data e esta sessão, tudo isso com muita importância. Nós temos aqui a Banda também da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Eu não sou tão antigo não, mas eu me lembro de muito tempo já da Banda. Eu entendo que ela dá uma roupagem especial para uma solenidade tão importante como esta, ela valoriza na solenidade, porque a cidadania, o patriotismo, tudo isso tem que estar presente na cabeça das pessoas.

 A minha esposa Maria Clara, que me acompanha também e que gosta muito, muito da sessão solene. Ela fica imensamente feliz quando nós realizamos esta sessão, e isso graças a Deus tem acontecido todos os anos. A Saúde, Edison, Canindé, Claudinei, não digo que é importante, não, é primordial. Hoje, por exemplo, eu vim aqui e eu estou com um pouco de dor no nervo ciático – e eu sou jovem, isso não é coisa de velho, não, ouviu, Canindé Pegado?

Então nós precisamos realmente é desse carinho do pessoal da Saúde, e esse carinho é demonstrado todos os dias. Eu já passei por atendimentos em hospitais, hospitais filantrópicos e hospitais particulares, e, olha, esse povo que está lá trabalhando, eles desempenham um verdadeiro sacerdócio. Não é um trabalho, não é uma função profissional apenas, é uma dedicação de vida, de amor, de carinho, e as pessoas que mais precisam, numa hora em que se encontram fragilizadas, elas encontram esse carinho. Então essa data para mim é de muita importância, de importância fantástica, gigantesca, porque é um pouco que nós damos de nós, de reconhecimento em favor de uma categoria que realmente merece.

 E agora nós ouviremos o Hino Nacional Brasileiro executado pela Banda da Polícia Militar. E, aqueles que puderem, devem ficar de pé.

 

* * *

 

- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PSB - A Banda da Polícia Militar está aqui, mas não está sozinha, não. Ela traz aqui com ela o orgulho de milhares de policiais militares que estão pelas ruas. Aí, de repente, de madrugada, acontece alguma coisa e lá está a Polícia Militar presente. E a Polícia Militar não é valorizada como deveria ser, não. Não é.

Nós vivemos uma realidade neste País em que é valorizado... É o maestro Eliseu, minha esposa veio me falar. Oi, Eliseu. O Eliseu desempenha um trabalho aqui com esse pessoal todo, com essa moçada toda, abrilhanta este evento. Então a Polícia Militar tomba e muitos policiais tombam nas ruas, morrem, outros ficam com problema físico para o resto da vida e não têm o reconhecimento, porque este País existe para valorizar aquele que tem todo poder. Nós temos a valorização aqui do banqueiro, do grande empresário, e do trabalhador não.

Então a vocês da Polícia Militar, o meu reconhecimento e o meu agradecimento em favor dessa população que muito precisa de vocês, principalmente um País com problemas sociais terríveis, onde a violência se agiganta. Então obrigado ao oficial Eliseu e a turma da Polícia Militar, e levem a seus companheiros os nossos agradecimentos por tudo aquilo que vocês representam.

Edison, eu sei que não é o assunto deste encontro, mas é muito bom nós termos consciência da realidade que nos cerca. É bom termos consciência, e a informação é a matéria-prima da consciência. Sem informação nós não formamos consciência. Canindé Pegado, que é estudioso de filosofia e amigo antigo, David Hume, que nasceu em 1711 e morreu em 1776, ele falava que o “eu”, a nossa mente, é um feixe de percepções. As informações vêm, fortalecem esse feixe e depois vão desaparecendo. Umas são reforçadas com informações que vêm e repetem no mesmo sentido. Então por isso, sem informação o nosso “eu” não se forma de maneira adequada.

Nós estamos aí às vésperas de uma mudança na Previdência. Todo mundo entende que a Previdência precisa de mudanças, mas qual mudança? Será que o que representa problema para este País é o trabalhador da Saúde, que ganha um salário miserável e trabalha muitos e muitos anos? Será que ele é o problema? Será que é o trabalhador simples? Ou será que o problema está em uma esfera mais alta, onde pouca gente ganha mais do que um universo daqueles que realmente deveriam ser valorizados? Vamos ter mudança, mas que tipo de mudança? Será que a mudança vem para garantir quem precisa de garantia? Será que ela vai acontecer de forma adequada?

Eu espero que o Congresso Nacional discuta com independência, não é se vendendo por cargos, por posições, por verbas, não. Tem que prevalecer a dignidade. O Canindé Pegado tem um trabalho muito forte em favor do trabalhador. O Edison também, ao longo da vida dele. Sempre que ele fala comigo eu sinto nele essa vontade de ver um dia o trabalhador sendo valorizado.

A mudança da Previdência, “olha, vai aposentar com 65 anos”, será que o trabalhador simples, será que todos os trabalhadores simples vão suportar essa jornada longa? E aquele que ficar desempregado com 55 anos, com 60? O que ele vai fazer para se aposentar? Aquele poderoso que está dentro do gabinete com todo o conforto, para ele isso aí não tem problema. E aquele que está na Saúde atendendo aqui, atendendo lá? Aqueles que trabalham ali limpando o hospital, lavando a roupa ali? Aqueles que trabalham na enfermaria, de noite, plantão, de madrugada? Qual a condição que eles terão com 65 anos?

E muitos são obrigados a ter dois empregos. Como é que fica essa realidade? Será que a realidade desses trabalhadores é a mesma realidade daquele que tem uma posição privilegiada e tem um salário maravilhoso – e com esse salário ele pode, inclusive, formar ali uma poupança que garanta a ele um final de vida muito mais feliz? O trabalhador comum não tem essa garantia, não tem essa estrutura, não consegue juntar ao longo da vida um patrimônio que dê a ele esse conforto. Não consegue.

Nós temos a alegria de receber também o Ricardo Patah, da UGT, que é companheiro antigo também, que vive e que sonha com a valorização do trabalhador. Então, uma salva de palmas para o Ricardo Patah. (Palmas.) Então, gente, apenas para que a gente possa entender e eu quero a atenção de todo mundo agora, aí vocês vão falar agora: “Mas por que isso não é discutido na televisão, nas grandes emissoras de rádio?” Por que será?

O Brasil paga de juros da dívida pública, hoje, mais de 250 bilhões por ano. Chegou a pagar mais, a taxa da Selic diminuiu. Em dez anos, nossos governantes falam, vamos economizar um trilhão de reais mudando a Previdência Social, vamos economizar um trilhão de reais. Eu quero dizer para todo mundo que está aqui me vendo e ouvindo agora, em dez anos o Brasil vai pagar mais de três trilhões de juros da dívida pública. Para os banqueiros, para os especuladores nacionais e internacionais, o Brasil vai pagar ou vai aumentar a dívida dele, Brasil, da nação, do povo. Vai aumentar a dívida em favor desse pessoal.

Então, na mudança da Previdência Social, eles esperam economizar, repito, um trilhão de reais. Nesse mesmo período nós pagaremos ou aumentaremos nossa dívida em mais de três trilhões de reais. Aí vocês poderão dizer: “Ah, mas isso a gente não ouve na televisão”. Por que será que não ouve? Dá para entender? Dá para pensar um pouco? Canindé, nós já falamos disso. René Descartes falou que quando você tem uma pessoa desenvolvida, outra pessoa também consciente, mais e mais pessoas conscientes, aí nós vamos ter uma sociedade consciente que não aceita ser enganada nem escravizada.

É muito importante nós termos a consciência da realidade brasileira, os especuladores financeiros, os banqueiros, eles têm todo o poder e por isso – você escuta o político falando lá em Brasília: “Não, vamos economizar um trilhão”. Eu escutei ainda agora de manhã. Mas precisamos de outras mudanças também. Mas quais mudanças são necessárias? Será que nós devemos pagar para meia dúzia de especuladores, de banqueiros, três trilhões de reais ao longo desse período? E a Previdência poderá dar no máximo um trilhão de reais de economia. Não vai dar não, porque esse projeto vai receber alterações no Congresso. Ou seja, vamos economizar um pouquinho sacrificando as pessoas humildes, sacrificando aquele que precisa do emprego, da aposentadoria. E os grandões?

Preste atenção no discurso dos deputados lá em Brasília. Eles falam: “Não, nós precisamos de outras mudanças, não é apenas a Previdência que deve ser alterada”. Mas quais mudanças? Por que eles não falam na mudança principal, que é esse carregamento de dinheiro, de recursos, do dinheiro que poderia ser usado para o desenvolvimento da indústria, do comércio, da Saúde, da Educação. Não, o dinheiro não vai para lá, o dinheiro vai para o bolso de pouca gente.

Aí alguém pode dizer: “Ah, mas o Brasil não está pagando juros, o Brasil para pagar teria que ter um superávit primário, e não tem”. Realmente ele não está pagando, não, mas eles são garantidos, porque a dívida do Brasil está aumentando e eles vão ter mais e mais dinheiro para receber. Estão garantidos, não é? O Brasil não é uma empresa que quebra, que vai à falência, é uma nação, tem toda uma estrutura e esse pessoal se garante. O trabalhador não tem como se garantir, esse pessoal poderoso tem.

Então, nós temos aqui pessoas realmente comprometidas com os trabalhadores, aqui nesta Mesa. E o Edison, o Ricardo Patah, o Canindé. O Ricardo não veio para a Mesa ainda? Vem para a Mesa com a gente, que para nós é motivo de orgulho tê-lo aqui. Então nós temos pessoas aqui que entendem que a valorização do trabalhador é a valorização da dignidade do povo brasileiro. E vocês, trabalhadores da Saúde, eu quero mandar para vocês o meu reconhecimento particular por tudo o que vocês fazem. Eu tenho 73, quase 74 anos, e a gente à medida que o tempo passa, a gente vai precisando mais e mais desse atendimento.

Eu quero dizer para vocês, vocês são pessoas maravilhosas, são verdadeiros anjos, que preparam – uns preparam toda a estrutura ali do atendimento no Hospital, nas Clínicas, os outros atendem diretamente baseados nessa estrutura, mas o que vocês fazem é algo maravilhoso. E esta sessão solene, esta homenagem, na realidade, não é uma homenagem, é o reconhecimento por tudo que vocês fazem. É um reconhecimento muito pequeno por tudo aquilo que vocês representam.

Então, de minha parte e da parte dos componentes desta Mesa, inclusive do Claudinei, vocês podem ter certeza, nós estamos aqui cumprindo uma obrigação, uma missão. E vocês realmente estão aqui porque vocês são pessoas maravilhosas. Vocês abandonaram seus lares agora de manhã, e, na realidade, não é a Assembleia que está homenageando vocês, com suas presenças vocês estão homenageando a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Vocês representam para nós realmente essa grande homenagem, e por isso nós agradecemos pela presença de vocês e por tudo aquilo que vocês fazem no dia a dia.

Bem, eu devolvo para a Sirlene agora, é ela que comanda aqui o acontecimento, para que ela determine, inclusive, o que teremos agora na sequência.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE NOGUEIRA - Obrigada, deputado.  Eu gostaria de registrar a presença, que já estão à Mesa, do deputado estadual Tenente Nascimento e do Sr. Ricardo Patah, que é presidente da UGT. Gostaria também de registrar a presença do Rodrigo Paula que está representando o prefeito de Franca, o Sr. Gilson de Souza.

E queria comunicar a todos os presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp, e será retransmitida pela TV Alesp neste sábado, dia 18 de maio, às 21 horas e pela NET canal 7, e pela Vivo canal 9, e pela TV Digital canal 61.2.

Sr. Deputado, o senhor gostaria de passar a palavra para os nossos convidados?

 

O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PSB - Sirlene, você é que comanda. Você assumiu o comando agora e pode indicar quem que vai usar a palavra.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE NOGUEIRA - Está bem. Então, eu vou passar a palavra para o deputado estadual Tenente Nascimento.

 

O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PSB - Obrigado Tenente Nascimento pela presença. Tenente Nascimento é amigo antigo também.

 

O SR. TENENTE NASCIMENTO - PSL - Um bom dia a todos. Bom dia aos nossos amigos que também estão nos acompanhando pela TV Alesp nesta manhã tão bonita. Eu quero aqui cumprimentar o meu amigo deputado Rafael Silva. Muitos falam assim “O Rafael, ele tem essa deficiência visual”, mas eu digo a vocês: o Rafael enxerga muito longe, porque ele enxerga com a alma e enxerga com o coração. Obrigado, Rafael.

Eu quero dizer a vocês, este plenário, esta tribuna, é de vocês profissionais da Saúde, porque vocês se dedicam, vocês trabalham, vocês usam o seu tempo – muitas vezes mais – em dedicação a pessoas que não são seus familiares, porque vocês têm um compromisso com a vida. É uma profissão nobre, é uma profissão de um dos mandamentos, que nós temos nos Dez Mandamentos, que quer dizer: “Amar o próximo como a ti mesmo”. Nós vemos assim a necessidade da cura, são longos plantões, noites a fim.

Eu quero aqui dizer que este que vos fala teve a vida salva naquele hospital, no Hospital das Clínicas. Eu tinha apenas oito anos de idade, ouviu, Rafael? E eu fui acometido de febre reumática. Naquela época, somente o Hospital das Clínicas tratava no Brasil dessa enfermidade. Então minha mãe descobriu, passei algumas noites em claro. Saudosa mamãe – a qual me emociona até – me pegou no colo, nós morávamos lá na zona leste, pegávamos três ônibus para chegar no Hospital das Clínicas, e eu com uma dor no pulso, “mas o que que é isso?”, e eu chorava e chorava. Aí encontrei um profissional que disse assim: “Olha, leva esse menino no Hospital das Clínicas, porque isso aí pode ser febre reumática”.

Havia uma semana com gritos e dor, e minha mãe ali foi também uma profissional de Saúde, porque ela pegou-me – eu já era um menino crescido – e andou comigo em ônibus, bonde, chegamos até o Hospital das Clínicas, e lá fomos atendidos por uma profissional de Saúde, dona Celina – ela era enfermeira. E minha mãe tinha outros filhos para ir em casa cuidar, era aquela correria. E quando cheguei ali já estava com uma válvula com pus no coração, aí ela disse – os médicos detectaram, fizeram os exames – e ela disse assim: “Ele vai ficar internado”. E aquela dona Celina, uma profissional que eu cito, disse para minha mãe – minha mãe disse: “Não, não vai ficar. Se for preciso, venho aqui quantas vezes forem necessárias, mas eu quero levar meu filho para a casa”.

E aí uma profissional como vocês, dona Celina, falou assim: “Deixa ele aqui comigo. Eu moro aqui na rua Bruxelas, em Sumaré. Eu levo ele para minha casa, e depois a senhora pode ir para casa cuidar dos seus afazeres. Nós vamos cuidar aqui do seu filho”. Veja bem que ato humanitário. Ela agiu não só profissionalmente, mas agiu com o coração. E digo a vocês, dez anos se passaram, eu tomava aquela famosa Benzetacil, um milhão e 200 unidades, de quinze em quinze dias – e vocês sabem muito bem o que é isso. Eu corria, e a dona Celina dizia assim: “Vem cá. Então você não vai poder vir aqui tomar no hospital, mas você vai levar para casa tantas unidades”.

Então estou citando aqui isso, Rafael, para que vocês saibam que aquilo salvou a minha vida, e hoje eu posso aqui dizer a vocês o meu muito obrigado. O que seria da sociedade sem vocês? O que seria de nós sem vocês? Mas aí nós falamos: “Às vezes, nós não temos realmente o reconhecimento salarial. Nós não temos o reconhecimento de incentivos”, mas nem por isso as senhoras e os senhores abandonam aquilo que é de melhor na sociedade, que é cuidar da vida.

Tive outros eventos de saúde na família. Eu tenho um filho que teve embolia pulmonar, ficou quatro meses dentro do hospital, parada respiratória, três hemorragias pulmonares, e nós chegávamos naquele hospital no desespero e tinha sempre um profissional ao nosso lado: “Olha aqui, nós estamos aqui, o que você precisa?” Diuturnamente acompanhando nossa família, minha esposa e a esposa dele, e esse filho também foi salvo. Teve um dia que ele teve hemorragia pulmonar, Rafael, e o Dr. José Rodrigues, ali no Hospital Oswaldo Cruz, saiu do primeiro andar até o quarto correndo. Chegou lá, aquela hemorragia, sangue para todo lado, nós no desespero, “o que que tinha que fazer?”, e ele: “Calma, vamos aqui impor os nossos trabalhos”.

 E, passado aquele período tão tortuoso, os profissionais, com a dedicação, trataram meu filho como um filho. A 39 quilos ele chegou. Hoje eu tenho prazer de falar aqui a vocês, profissionais, que ele me deu, depois de seis meses, uma neta. Eu tenho um casal de netos que são as coisas mais lindas – pensem em uns netos bonitos. Mas estavam ao nosso lado profissionais como vocês.

O amor está acima de tudo, e, tratando-se de saúde, eu quero lembrá-los que hoje é o Dia Internacional da Hipertensão – doença silenciosa que acomete muitas pessoas. Estima-se que 30% da população – vocês sabem muito bem disso – sofre de pressão alta, e metade desses 30% não sabe disso. Mas eu tenho certeza que vocês, com seu trabalho, possam, devem e fazem com todo carinho. Não poderia ser melhor a informação para que essas pessoas tenham também uma melhor condição de vida.

Eu quero dizer a vocês que eu estou aqui, e não poderia ser melhor lugar para fazer uma homenagem. Esta tribuna, este plenário hoje é de vocês, porque vocês merecem toda a dedicação, todo o amor, todo carinho do povo paulista, desse povo, do povo brasileiro – porque eu sei que vêm pessoas dos mais longes estados para virem aqui e tem sempre uma mão amiga para receber dentro das nossas áreas de Saúde. O meu muito obrigado.

Muito obrigado, Rafael, por nos dar a oportunidade de estarmos aqui juntamente com esses profissionais, para que venhamos a homenageá-los e agradecê-los, porque vocês são especiais. Muito obrigado a todos, muito obrigado, presidente. Que Deus abençoe e continue, e vamos aqui sim lutar para que vocês tenham melhores condições de trabalho, uma melhor condição e reconhecimento salarial, mas não podemos deixar de falar: o meu muito obrigado a vocês. Vocês realmente fazem parte da nossa família. Deus abençoe a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PSB - O nosso agradecimento ao deputado Tenente Nascimento pela participação, pelas palavras. Ele demonstra o reconhecimento que ele tem e que toda a população com certeza tem em razão daquilo que vocês fazem.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE NOGUEIRA - Gratidão, deputado Tenente Nascimento. E com a palavra o presidente da UGT, Sr. Ricardo Patah.

 

O SR. RICARDO PATAH - Bom dia, meus amigos e amigas. Quero cumprimentar o nosso deputado Rafael, que sempre está presente em atos, em ações muito sensíveis à nossa sociedade, e é um reconhecido deputado que labuta em prol de um São Paulo melhor; o deputado Nascimento, o vereador Claudinei; o meu companheiro e amigo, que ajuda a dirigir bem a nossa Central UGT ,o Canindé Pegado, que a meu ver é uma das pessoas mais leais do movimento sindical aos trabalhadores e trabalhadoras, que eu reconheço como uma das pessoas que carregam realmente a nossa querida UGT; e o nosso presidente Edison, que conhece profundamente o tema e, em todas as ações que fazemos e desenvolvemos na UGT, a Saúde é sempre colocada em primeiro lugar.

Quero parabenizar pela data a todos aqueles que hoje não só estão aqui, mas estão nos hospitais, em todas as áreas, e que cada um de nós – em especial aqui da Mesa – temos histórias importantes relativas às pessoas que tratam da Saúde, tratam da vida e nos disponibilizam a vida de vocês em prol de uma vida mais importante.

 Mas eu quero fazer dois rápidos comentários – porque hoje é um dia da valorização da função das pessoas que tratam da Saúde –, mas eu queria, duas questões importantes, tanto a questão da Previdência, deputado Rafael, que está aí em debate, em discussão, a Previdência que está sendo apresentada não é aquela que a UGT defende, mas a UGT até defende que haja algumas mudanças. Nós queremos transparência, nós queremos gestão e nós queremos igualdade, porque hoje há ainda – estava ouvindo do rádio –, tem ainda pessoas que têm aposentadoria de 60, 70, 80 mil reais, e nós, mortais simples, para termos uma aposentadoria de 1.200 ou 1.500 reais é muito difícil.

Em um Brasil de mais de 14 milhões de desempregados, cinco milhões de desalentados, a revolução 4.0 chegando por aí, batendo à porta, e tirando uma série de empregos, em especial na área de comércio e serviços.

Então, queremos que o Brasil faça mudanças, mas que valorize, em especial, e, no caso em tela aqui, os operadores da Saúde, porque cuidam muitas vezes da Saúde e, quando vão se aposentar, não conseguem ter uma aposentadoria digna. Então eu acho que nós temos que ter mudança, mas não essa que está por aí. E, principalmente, na questão, deputado, desde a reforma trabalhista feita no governo Temer e com a medida provisória feita no governo atual, com foco de acabar com a estrutura sindical do nosso País. Nós precisamos iniciar um processo – e já começamos – de mostrar indignação, porque a atividade sindical do nosso País ajudou a acabar com a ditadura no passado, ajudou a acabar com a inflação, construiu a política do salário mínimo.

 Num Brasil de mais de 14 milhões de desempregados, cinco milhões de desalentados, a revolução 4.0 chegando por aí, batendo à porta, e tirando uma série de empregos, em especial na área de comércio e serviços; na área da Saúde, a tecnologia é importante quando ela é utilizada nas operações, nos remédios, que realmente dão longevidade à nossa população. Mas não podemos permitir, sem que haja regramentos, de vir essa tecnologia desempregando, e daqui a pouco é só a máquina. E não sei como é que o Brasil vai viver para a máquina.

Na área do comércio – eu sou presidente do Sindicato dos Comerciários em São Paulo – nós temos hoje o caixa sem caixa, a venda pela internet, ou seja, está diminuindo maciçamente o número de trabalhadores, de postos de trabalho, sem ter outras oportunidades, sem ter a capacitação.

Hoje é um dia especial da Saúde, mas a Saúde é para todos nós. Em especial, logicamente, do operador da Saúde, porque é ele que dá a saúde para todos nós. O Brasil não tem na realidade, infelizmente, não tem o trato adequado ainda para a Saúde; não tem para a Educação; não tem para a distribuição de renda; não tem para a cidadania. Por isso, eu prego aqui, na valorização dos operadores da Saúde e na Casa Legislativa de São Paulo, que nós temos que ter solidariedade entre todos nós e, temos que buscar alternativas efetivas de ter um Brasil que inicia um processo de crescimento, porque o Brasil nos últimos anos está patinando. Este ano não vamos crescer mais de um por cento.

Nós estamos aí com um problema sério na Educação e na capacitação, e tiram as verbas da Educação. É possível nós tirarmos a verba da estrutura mais importante que nós temos? Porque nós todos precisamos de educação e capacitação para até melhorar a saúde. Eu dou aqui um testemunho de um pouco de indignação num momento de alegria, não há dúvida, num momento de reconhecimento de uma categoria fundamental, mas é justamente nesses momentos que nós precisamos nos unificarmos, estarmos solidários, porque todos nós queremos um Brasil diferente, um Brasil de emprego, um Brasil de educação, um Brasil de cidadania e um Brasil para todos os brasileiros. Viva os operadores da Saúde!

 

O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PSB - Nosso agradecimento pela participação e pelas palavras do Ricardo Patah. Ele comanda a UGT, tem o Canindé Pegado aqui dando todo o apoio e estrutura para ele, mas o principal é que ele tem um coração voltado realmente para a defesa do trabalhador. Na medida em que a gente tem mais e mais representantes dignos dos trabalhadores, nós valorizamos os trabalhadores. Então, obrigado, Ricardo, pelo seu trabalho, por tudo aquilo que você faz e por sua presença, por sua participação.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE NOGUEIRA - Deputado, eu gostaria de ressaltar que nesta sessão solene será prestada uma homenagem a 12 profissionais da Saúde que atuam nos setores de enfermagem, administração e apoio, e eles representam cerca de mais de um milhão de trabalhadores da Saúde que atuam no estado de São Paulo.

Então, agora eu gostaria de convidar o senhor e o presidente da Federação Paulista da Saúde, o Sr. Edison Laércio de Oliveira, para se colocarem à frente da Mesa para a gente fazer a homenagem a estes profissionais, pode ser?

 

O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PSB - Pode ser. E eu agradeço a presença do Alex de Madureira também, que vive também a realidade política em favor daqueles que mais precisam. Agora, doze homenageados, na realidade essa homenagem não é apenas para eles. Eles representam toda essa categoria, Sirlene, como você colocou. Então nossa homenagem, como nós não temos condições de homenagear a todos, pegamos dozes – e quem indicou, inclusive, foi a Federação dos Trabalhadores da Saúde. E, em nome dessas pessoas, rendemos nossa homenagem a todos que estão presentes e àqueles que também não estão presentes.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE NOGUEIRA - Exatamente. Eu vou chamar o homenageado e também o representante do sindicato que o indicou para que venham aqui à frente receber as homenagens.

Vamos começar pela região de Araçatuba. A homenageada daquela região é a Marcia Gomes Zaramelo de Freitas, ela é recepcionista na Santa Casa de Misericórdia de Birigui, e quem vai estar com ela, representando a região, é o Carlos Alberto Jacinto, que representa o SinSaúde de Araçatuba e Região.

Gostaria de convidar para receber as homenagens a Silvana Gibin, da Clínica Hemato Oncologia, onde ela atua como técnica em enfermagem. Ela será acompanhada pela presidente do SinSaúde de Jaú e Região, a Sra. Edna Alves.

Eu gostaria de convidar a Edna Alves. Por favor, que permaneça à frente, para que ela receba a homenagem da Sra. Maridete Aparecida Moura Bis, que é da Santa Casa de Rio Claro e que, por motivo de força maior, não pôde comparecer a esta sessão solene.

Por problema de um sério acidente na rodovia, a delegação de Rio Preto não pôde estar completa nesta sessão solene. Então, eu gostaria de convidar o diretor de comunicação da Federação Paulista da Saúde, Luiz Vergara, para fazer a entrega da homenagem ao Sr. Ubaldo Alves dos Santos Junior, que é o homenageado daquela região. Ele que é chefe do setor de recursos humanos do Instituto de Hematologia de São José do Rio Preto.

Gostaria de convidar a Sra. Vanessa Aparecida Cunha, que é técnica de enfermagem no Hospital Augusto de Oliveira Camargo, de Indaiatuba, para, junto com a presidente do SinSaúde de Campinas e Região, a Sra. Leide Mengatti, receber as homenagens desta Casa.

Esta Casa fará homenagem agora a Sra. Denise Cristina Ferreira, que é técnica de enfermagem do Hospital Pio XII. Ela será acompanhada pelo Sr. Carlos José Gonçalves, presidente do Sindicato da Saúde de São José dos Campos e Região.

Convidamos o Sr. Valdir Marcondes de Oliveira, que é da manutenção da Santa Casa de Misericórdia de Presidente Prudente, para que, junto com o presidente daquela entidade sindical, Sr. Sebastião Aparecido Matias, receba as homenagens da Alesp.

Convidamos, para que receba as homenagens desta Casa, a Sra. Irani de Fátima Caetano, que é técnica de enfermagem da Fundação da Santa Casa de Misericórdia de Franca. Ela está acompanhada pela presidente do SinSaúde em Franca e Região, a Sra. Elaine Amaral.

O próximo homenageado é o Sr. Weligton Alves de Brito, que é técnico de enfermagem do Hospital Ana Costa de Barros, do Sintrasaúde de Santos, que está sendo representado pelo Marcelo Cancio.

Eu gostaria de convidar para receber as homenagens a Cátia Regina Sotero, que é auxiliar de enfermagem na Santa Casa de Cerquilho. Ela vai ser acompanhada pela Lúcia Maria dos Reis Paula, que representa o Sindicato da Saúde de Piracicaba e Região.

Gostaríamos de convidar, para receber as homenagens da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, a Sra. Rosana Aparecida Fachini Pizzolato, ela que é técnica em enfermagem do Hospital Beneficente Santo Antônio, de Orlândia, na região de Ribeirão Preto. Ela está acompanhada pelo Alexandre, que representa o Sinsaúde de Ribeirão Preto e Região.

E por último, nós convidamos o Sr. Benedito Arão dos Santos, que foi funcionário da PUC e que será representado com o Sr. Milton Sanches, presidente do SinSaúde de Sorocaba e Região.

 

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- São entregues as homenagens.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE NOGUEIRA - Finalizadas as homenagens a esses profissionais, que representam mais de um milhão de trabalhadores da Saúde do Estado de São Paulo, passamos a palavra ao Sr. Edison Laércio de Oliveira, que é o diretor-presidente da Federação dos Trabalhadores da Saúde do Estado de São Paulo.

 

O SR. EDISON LAÉRCIO DE OLIVEIRA - Sr. Deputado Rafael Silva, em sua pessoa quero agradecer por mais esse ano de homenagem aos trabalhadores da Saúde, como autor da lei que preside a sessão solene nesta data.

Lembra-se, deputado, que há 15 anos atrás um diretor, que faz muita falta hoje ao seio da Diretoria da Saúde e aos trabalhadores da Federação, o companheiro Pedro Tolentino, o procurou para que o senhor acampasse ou encampasse uma homenagem. Lembro-me como se fosse hoje a sua delicadeza, a sua presteza em atender o companheiro Pedro Tolentino e dizendo: “Não só vou buscar a luta em cima disso, com a certeza que esta Casa aprovará um projeto de minha autoria por unanimidade”. E há 15 anos atrás, Tenente Nascimento, isso aconteceu, e hoje nós estamos aqui, neste dia, nesta data, buscando relembrar isso, porque infelizes são as pessoas que não têm história, que não conhecem a história e que não participam ativamente dela. Infeliz é a pessoa que não consegue enxergar isso.

Como lembrou o Tenente Nascimento, o Rafael pode não ter a sua visão dada como todos nós temos aqui. Mas, tem a visão do coração, tem a visão da emoção, a visão da lealdade, da cordialidade. É isso que faz todo esse povo que aqui está, Tenente Nascimento, de todos os rincões deste Estado, se fazer presente num momento de dificuldade imensa do movimento sindical.

Qual é a categoria que hoje reúne aqui dentro, ordeiramente, organizadamente, sem nenhum tipo de baderna, 400 pessoas, no mínimo? São pessoas que vieram de Prudente, de Dracena, de Tupã, de Rio Preto, Araçatuba, de todos os rincões, das cidades mais longínquas, e aqui se fazem presentes para buscarem, realmente, o reconhecimento do povo de São Paulo. Reconhecimento esse que é difícil vir no dia a dia.

E o Tenente Nascimento lembrou uma outra coisa: nós ganhamos muito pouco por aquilo que nós fazemos. Mas não deixamos de atender a ninguém, de estar todo dia à beira ou à cabeceira de um paciente. E muitas vezes vamos ao nosso local de trabalho ou doente ou com alguém de nossa família doente. Mas no dia de hoje é que há essa recompensa de ver realmente a Casa de Leis do estado homenageando-nos, e isso faz a cada dia, cada momento essa profissão ser engrandecida.

Nós só temos que agradecer a esta Casa, ao deputado Rafael Silva. Agradecer a vocês que vieram de todas essas cidades e, me permitam não dizer o nome de todas, porque eu posso esquecer, e o esquecimento nessa hora será trágico, porque alguém haverá de cobrar. Mas todos que aqui estão, vieram representar a sua região, o seu sindicato – sindicato hoje é palavra amaldiçoada na grande imprensa e boa parte dos políticos. O sindicato deixa a sua marca: a marca reivindicatória, a marca de defesas, a marca de busca de direitos ou de manutenção de direitos. Esse é o movimento sindical brasileiro.

É esse movimento que querem acabar, mas a grande mídia, o grande empresariado, a grande massa de políticos eleitos no vão de “Maria vai com as outras” e que não têm a decência de sentar, de conversar, de discutir e de ser questionado. Disse uma vez, na sede do Sindicato de Saúde de Campinas, do qual eu era presidente, e lá estava para recepcionar o grande homem público que São Paulo teve:  governador Mário Covas, que “Nenhuma democracia do mundo se faz sem um sindicato forte”, independente, briguento pelo seu direito. E brigando pelo seu direito briga pelo direito  da categoria que representa.

Agora querem acabar, querem achar que o movimento sindical é o mal de todos os percalços que nós estamos vivendo neste País, ou mesmo na reforma trabalhista, que 99% da classe trabalhadora aprovou, porque deixava de contribuir. Porque a parte mais sensível do povo, do ser humano, é o bolso. Então: “Não vou precisar mais de sindicato, não preciso pagar. Nós vamos deixar morrer”.

Mas, não contente com isso e vendo esse artifício, depois do povo entender, ler, participar, buscar informação - como lembrou o deputado Rafael Silva , é o esteio de toda sociedade: informação séria, bem dada, bem escrita, não provocativa, não jogada no ar, não colocada de forma mentirosa, mas informação sadia. Os trabalhadores começaram a entender: “Espera aí, se alguma coisa está errada, não é com o movimento sindical, é com quem fez a lei, com quem aprovou a lei”.

E, percebendo isso, o novo governo – que já foi intencionado na maldade – sabia que precisaria dar mais um tiro de misericórdia no movimento sindical e impedir, de uma forma sorrateira, de uma forma traiçoeira, uma matéria constitucional de não deixar descontar mensalidade social em folha: “já tiraram as contribuições, agora eu vou impedir que se associem aos sindicatos.”

E como se impede isso? Dando dinheiro para banqueiro, como está na Medida Provisória 873 – que cada boleto custa oito reais? Não. Não pensaram que o movimento sindical ia resistir. E a prova da resistência está aqui: com toda a dificuldade que nós estamos atravessando financeiramente desde 2017, este plenário está lotado. Da mesma forma dos últimos 14 anos, deputado. Palmas para vocês, que vieram e estão mostrando aos maus políticos que não adianta enganar. Vão enganar num primeiro momento, mas não enganarão para sempre.

 E a reforma da Previdência é outra enganação. A reforma que nós defendemos e todos devem defender é a igualdade, e essa reforma não tem nada de igualdade – os privilégios continuam a ser mantidos. Nós não queremos tirar de ninguém – quem ganha 60 mil, quem ganha 70 ou 80 –, nós queremos ganhar igual. Só isso. Isso é igualdade. Eu não vou brigar para que quem ganha 60 mil ganhe R$1.200,00, não. Eu quero ganhar R$1.200,00, está lá. Como vai fazer isso, o Sr. Ministro Paulo Guedes – um liberal de Chicago – deve saber fazê-lo. Como com certeza não o fará, que discuta a igualdade na forma de que todos possam ter os mesmos direitos, as mesmas obrigações.

E nós, trabalhadores da Saúde, de novo estaremos perdendo. Todos aqueles que trabalham dentro da estrutura da Saúde têm o direito de buscar uma aposentadoria especial, porque labutaram para isso durante 25 anos. E esse direito, que aliás, já estava sendo dificultado, agora morre na reforma da Previdência. Ele morre na reforma da Previdência.

Então, de novo, nós devemos buscar a informação, lermos, entendermos e fazermos mais. Uma lição de casa: todos os deputados federais eleitos por São Paulo têm base de votação na grande maioria da cidade. Isso já está sendo divulgado pelo movimento sindical, a UGT já está fazendo isso e as demais centrais também.

E, com certeza, todos aqui, ou a grande maioria, votaram em algum deputado federal. Pode não se lembrar, mas votou. Procure na mente, procure no consciente em quem votou e vá cobrar dele: “Deputado, como é que fica minha situação? Hoje eu tenho esse direito. Como é que pode discutir uma igualdade ou uma reforma que vai fazer o bem se eu não terei mais esse direito?” Este deve ser o momento de questionar e de buscar.

Quero, finalizando, agradecer meu companheiro Patah, por se fazer mais uma vez presente neste evento; o apoio do Canindé Pegado, que também, que eu me lembre, desses 15 anos, eu tenho certeza que ele participou de 16, porque é uma pessoa muito cara a essa categoria, e a gente tem toda uma dedicação e um carinho muito especial.

Quero agradecer, mais uma vez, o Tenente Nascimento, por se fazer presente; meu companheiro vereador de Franca, amigo também dos trabalhadores da Saúde. Agradecer a equipe do gabinete do deputado Rafael Silva pela ajuda, pela forma que nos atende toda vez que a gente busca o seu gabinete.

Agradecer a equipe de Cerimonial desta Casa na pessoa do Edson – que é gente boa, me parece; tem o mesmo nome que eu. A todos, aos da TV, ao câmera e ao jornalista que nos recepcionam sempre. Ao meu companheiro de diretoria, o diretor de comunicação, que é o Luiz Carlos Vergara, e toda a diretoria da Federação, que mais uma vez não faltou ao buscar todos os esforços possíveis para que a gente pudesse estar aqui hoje.

 Eu confesso que foi difícil, foi muito difícil. Mas não tem dificuldade que não se vença quando se tem persistência, quando se acredita no que faz, quando gosta do que faz; quando, acima de tudo, tem uma lealdade, uma fidelidade e um compromisso com os trabalhadores da Saúde.

Agradeço a vocês, homenageados – eu me lembro de ter ligado para o Augusto e falar: “Leva o homenageado”. A pessoa tem que receber, tem que sentir, ela tem que palpar algo que ela receba e que lhe dá essa sensação de ser, de fato e de direito, reconhecida. Vocês fizeram esse papel hoje, todos. E ao chegarem às suas cidades, às suas casas, aos seus locais de trabalho, divulguem isso. Esse é o verdadeiro movimento sindical, que tem uma preocupação diuturnamente em manter as reivindicações, em buscar melhorias para os trabalhadores da Saúde.

Agradecer a minha assessora de imprensa e toda a sua equipe por ter nos ajudado em mais esse evento. Agradecer por último – e não por ser último, mas por ser um agradecimento especial –, a Deus, que nos deu a oportunidade de nos vermos de novo. Um beijo no coração de todos e até a próxima.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE NOGUEIRA - Gostaria de avisar às delegações que ainda não fizeram a foto oficial do evento que o fotógrafo Gustavo vai estar no hall de entrada finalizando as fotos.

 

O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PSB - Sirlene, fala da TV Legislativa, que está transmitindo.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE NOGUEIRA - Eu já falei, mas eu vou repetir, deputado, está bem? Esta sessão está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp, neste sábado, dia 18 de maio, às 21 horas, e também pela Net canal 7, pela Vivo canal 9 e pela TV Digital canal 61.2. Então a gente pode rever a sessão solene neste sábado, às 21 horas, por esses canais. A palavra é sua, deputado.

 

O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PSB - Bom, agradecemos a Sirlene por esse trabalho que ela desempenha sempre, não apenas aqui fazendo toda essa apresentação, mas criando uma estrutura para que realmente tudo possa ser feito de forma adequada.

O Canindé Pegado é amigo antigo, o Ricardo Patah também, e é meu amigo, são meus amigos, porque eles são amigos dos trabalhadores. O Claudinei Rocha está todos os anos também, vereador em Franca. O Luiz Vergara – o Luiz Vergara, rapaz, vai lá no meu gabinete, conversa com todo mundo, muito competente. E o Luiz Vergara nos lembra do Pedro Tolentino, que se foi, teve um problema sério de saúde e está morando no andar superior – o Tolentino era uma figura maravilhosa. E o Edison tinha no Pedro Tolentino também todo esse trabalho. E hoje, o Luiz Vergara está aí, olha – hoje não, há muitos anos que o Luiz Vergara está nessa causa muito bonita.

Eu fui vereador oito anos em Ribeirão Preto – o Alexandre é de Ribeirão Preto, ele está aí e sabe disso. Quando eu comecei como vereador, eu fiquei sabendo que eu me aposentaria com oito anos de trabalho. Mas se o vereador fica quatro anos e depois recolhia mais quatro, completa oito, e ele pode se aposentar, proporcional, mas podia. Eu falei: “Gente, que coisa esquisita”. Aí eu fiz um movimento em Ribeirão Preto para acabar com isso, e nós acabamos com isso em Ribeirão Preto. Hoje, o vereador é como um trabalhador qualquer, paga lá 30 anos – não sei quantos anos, agora vai mudar a lei.

E lá de Ribeirão Preto, há mais de 20 e tantos anos, eu fiz um movimento contra a aposentadoria do deputado estadual. Eu não aceitava, ouviu, Nascimento – o Alex Madureira também passou por aqui –, eu falei: “Gente, o deputado...”. Existem muitos deputados aposentados, vereadores aposentados que se aposentaram antes da mudança. Hoje o deputado estadual não tem mais essa aposentadoria especial. Eu poderia ter duas aposentadorias, uma de vereador – que eu não sou mais vereador – e outra quando acabasse o meu mandato de deputado e teria já adquirida essa aposentadoria.

Mas eu não acho justo. Eu não acho, porque o trabalhador brasileiro é desamparado, ele fica abandonado à própria sorte. Então, por esse motivo, eu participei desses movimentos. Eu não recebo aposentadoria de vereador e não vou receber de deputado, mas eu tenho consciência tranquila do dever cumprido. E, na medida em que nós tivermos em todos os níveis da política deste País a preocupação que não existam privilégios, o Edison falou: “Não sou contra que ele ganhe 60 mil, quero ganhar igual”. Mas, como é impossível, nós não podemos aceitar as coisas absurdas que existem neste País. E tem gente que fica de nariz torcido, porque ele acha que ele tem o direito de ganhar 30, 40, 50 ou 60. Por quê? Será que nós temos essa diferença entre as pessoas no íntimo de cada um? Não, todo mundo é igual.

Eu quero manifestar o meu agradecimento àquele que está na lavanderia do hospital, da clínica, àquele que está no escritório, que está na portaria, que está na manutenção do equipamento, àqueles que atendem o doente ali de forma direta. A todos. Todos são muito importantes.

 E quero dizer também, Ricardo, Canindé, Edison, Claudinei, a Revolução Industrial, que aconteceu na Europa, principalmente na Inglaterra, ela fazia o indivíduo trabalhar 14 horas, 16 horas por dia. Crianças de seis, sete anos trabalhavam. Cansadas, elas dormiam. Vinha lá o sujeito e batia na criança para acordar, porque ela trabalhava – seis, sete, oito anos de idade. E trabalhava muitas horas. Aí aconteceram os movimentos dos trabalhadores, os sindicatos se organizaram e as conquistas vieram.

Mas, infelizmente, no Brasil, eu quero dizer para vocês, o Brasil vem sendo mal administrado há muito tempo. Por quê? Porque o eleitor não tem a informação adequada para saber quem é quem na política. O povo brasileiro é inteligente, mas a informação não chega como deveria chegar, e aí a gente se engana, a gente comete equívocos.

Mas o movimento sindical, o movimento que acontece em defesa dos trabalhadores é muito importante. É muito importante porque o trabalhador fica desamparado se não tiver essa atenção. Agora, é importante que a gente se conscientize e exija dos governantes mais seriedade.

Encerrando esta sessão, eu quero agradecer a todo mundo que se deslocou de pontos distantes, vocês vieram para cá. Repito o que eu já disse: a presença de vocês é uma homenagem para a Assembleia Legislativa. Ricardo Patah, Canindé Pegado, Claudinei Rocha, Edison.

Edison, eu tenho te acompanhado há muitos anos, a gente tem um contato próximo há muitos anos; em tanto tempo, eu teria condição de saber quem é você, eu tenho condição de saber qual é a sua intenção, qual a sua vontade, qual o seu ideal, por isso eu estou aqui, Edison. E estarei à sua disposição, à disposição da Federação, dos Sindicatos que aqui estão presentes, para poder levantar qualquer bandeira em favor da categoria, porque vocês representam a categoria com muita dignidade.

Sirlene, obrigado por tudo, viu? O pessoal da TV Alesp, a Cássia do meu gabinete, a Sueli do meu gabinete, o Isaías, a minha esposa Maria Clara, a todo mundo o meu agradecimento. Que Deus ilumine a todos e que vocês voltem com segurança para suas cidades. Muito obrigado de coração.

Queria agradecer aqui e, esgotado então objeto da presente sessão, a Presidência agradece as autoridades, a minha equipe, os funcionários dos serviços de Som, da Taquigrafia, de Atas, do Cerimonial, da Secretaria Geral Parlamentar, da Imprensa da Casa, da TV Legislativa e das assessorias policiais Civil e Militar, bem como a todos que, com as suas presenças, colaboraram para o êxito da solenidade.

Declaramos terminados, declaramos findados os nossos trabalhos de hoje.

Repito, que Deus ilumine a todos.

 

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- Encerra-se a sessão às 12 horas e 03 minutos.

 

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