10 DE JUNHO DE 2019
59ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: GILMACI SANTOS
Secretaria: LECI BRANDÃO
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - GILMACI SANTOS
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - LECI BRANDÃO
Discorre sobre o PL 435/19, que garante às gestantes a
possibilidade de optar pelo parto cesariano, sob determinadas condições.
Questiona a celeridade da tramitação da matéria. Propõe que se façam mais
debates a respeito da propositura, envolvendo toda a sociedade. Menciona
projetos, de sua autoria, que tratam do combate à violência obstétrica. Defende
o diálogo entre os parlamentares.
3 - CORONEL NISHIKAWA
Informa que representará esta Casa em visita do embaixador do
Quênia à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. Pede que o Poder
Público dê atenção às necessidades da região do Grande ABC, as quais apresenta.
Cobra do governo estadual a concessão de reajuste salarial aos policiais.
Expressa seu apoio ao PL 435/19. Rebate críticas feitas ao presidente Jair
Bolsonaro.
4 - MAJOR MECCA
Presta homenagem a um coronel, da Polícia Militar, falecido
recentemente, a cujo velório compareceu. Tece considerações sobre o índice de
suicídios entre os agentes da Segurança Pública. Descreve as dificuldades
financeiras e psicológicas enfrentadas por tais servidores. Exige que o governo
estadual dê maior atenção ao problema, sobretudo por meio da recomposição
salarial.
5 - ENIO LULA TATTO
Comenta reportagem acerca de mensagens eletrônicas atribuídas
ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, e a outros juízes e promotores da operação
Lava Jato. Argumenta que o fato comprova que o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva foi preso injustamente. Considera que a prisão teve por objetivo
impedi-lo de disputar as eleições majoritárias de 2018. Tece críticas ao
governo Bolsonaro.
6 - CORONEL NISHIKAWA
Para comunicação, rebate o pronunciamento do deputado Enio
Lula Tatto. Defende o presidente Jair Bolsonaro e o ministro Sérgio Moro.
Discorre sobre a história do PT.
7 - TENENTE NASCIMENTO
Pondera a respeito das consequências que a reforma da
Previdência, se aprovada, teria sobre a carreira dos policiais, impedindo a
averbação de tempo de contribuição na iniciativa privada. Dá conhecimento de
medidas que tomou, no âmbito de seu mandato nesta Casa, acerca do tema.
Ressalta que fez indicações ao governo estadual, apontando o problema e
sugerindo soluções.
8 - ADALBERTO FREITAS
Discorda do pronunciamento do deputado Enio Lula Tatto quanto
ao ministro Sérgio Moro, a quem defende. Afirma que os responsáveis pelo
vazamento das mensagens eletrônicas atribuídas a Moro e a procuradores da
operação Lava Jato têm o intento de desestabilizar o governo federal. Acusa o
PT de não estar aberto ao diálogo e de não respeitar a Justiça e as
instituições.
9 - GIL DINIZ
Faz coro às palavras do deputado Adalberto Freitas. Afirma
que o ministro Sérgio Moro e o promotor Deltan Dallagnol foram vítimas de
crime, ao ter mensagens eletrônicas vazadas. Acusa o jornalista Glenn
Greenwald, fundador do veículo responsável pela divulgação das mensagens, de
ser um agente político. Menciona escândalos de corrupção envolvendo o PT. Apoia
a operação Lava Jato.
10 - ENIO LULA TATTO
Reitera seu pronunciamento anterior sobre o ministro Sérgio
Moro. Diz que o PSL foi beneficiado pela prisão do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva. Lê e comenta reportagem acerca das mensagens trocadas entre Moro
e o promotor Deltan Dallagnol. Considera que houve uma articulação entre a
mídia e membros do Judiciário para tirar o PT do governo federal.
11 - GIL DINIZ
Para comunicação, responde ao deputado Enio Lula Tatto. Alude
a diversos escândalos de corrupção envolvendo o PT e o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
GRANDE EXPEDIENTE
12 - ENIO LULA TATTO
Para comunicação, rebate o pronunciamento do deputado Gil
Diniz. Tece elogios aos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
13 - JANAINA PASCHOAL
Faz referência às discussões em torno do PL 435/19, de sua
autoria, que garante às gestantes o direito de escolher a via de parto, em
certas circunstâncias. Lamenta que haja tentativas de convencê-la a retirar o
projeto de pauta. Discorre sobre algumas sugestões que recebeu, as quais, a seu
ver, fogem ao escopo da propositura. Questiona as razões das deputadas que são
contrárias à matéria. Afirma que ela tem a finalidade de garantir direitos
básicos às mulheres mais carentes. Cita mensagens, acerca do tema, que lhe
foram enviadas.
14 - GIL DINIZ
Pelo art. 82, manifesta seu apoio ao PL 435/19, de autoria da
deputada Janaina Paschoal. Lê e comenta reportagens sobre o assassinato de uma
criança, cometido no Distrito Federal pela mãe da vítima e sua companheira.
Apresenta detalhes do crime. Diz que a grande mídia evitou noticiar o fato.
15 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Relata episódio, ocorrido em escola no interior de São Paulo.
16 - JANAINA PASCHOAL
Para comunicação, comenta o caso citado pelo deputado Gil
Diniz. Avalia que a mídia não deu atenção ao crime por ele ter sido cometido
por um casal homossexual.
17 - GIL DINIZ
Para comunicação, ressalta que não fará generalizações por
conta do crime mencionado. Defende a punição severa das responsáveis pelo
assassinato.
18 - JANAINA PASCHOAL
Para comunicação, justifica emenda que apresentou ao PL
491/19, de autoria da deputada Erica Malunguinho. Declara que é preciso
respeitar a infância.
19 - GIL DINIZ
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
20 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão
ordinária de 11/06, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra a realização de
sessão solene, às 19 horas de hoje, para o "Lançamento da Frente
Parlamentar em Defesa dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+". Levanta a
sessão.
* * *
- Assume a Presidência e abre a
sessão o Sr. Gilmaci Santos.
* * *
-
Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
O SR. PRESIDENTE - GILMACI
SANTOS - PRB -
Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a
proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a
leitura da Ata da sessão anterior e convida a nobre deputada Leci Brandão para
ler a resenha do expediente.
A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - Sr. Presidente, temos aqui uma
indicação da deputada Valeria Bolsonaro para que se determine aos órgãos
competentes a prestação de ajuda e o envio de recursos ao município de São
Sebastião, em São Paulo, que declarou situação de emergência no dia 20 de maio
de 2019, Decreto nº 7.492, de 2019, devido às fortes chuvas que caíram naquele
município.
Há
também uma indicação do deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor para
determinar ao órgão competente a liberação de recursos financeiros no valor de
100 mil reais para reforma e investimento em equipamentos médico-hospitalares
para a Santa Casa de Misericórdia do município de Cesário Lange.
Apenas
isso, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI
SANTOS - PRB -
Muito obrigado, deputada Leci Brandão, pela leitura da resenha.
Vamos
iniciar o nosso Pequeno Expediente convidando para fazer uso da palavra o nobre
deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes.
(Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.)
Deputada Leci Brandão, com a palavra neste
Pequeno Expediente.
A SRA. LECI
BRANDÃO - PCdoB - SEM REVISÃO
DO ORADOR - Excelentíssimo Sr. Presidente Gilmaci, deputadas e deputados,
assessores desta Casa, público que nos assiste, assessoria militar, eu sei que
está na pauta desta Casa e tem sido bastante discutido nos últimos dias o
Projeto nº 435, de 2019, em regime de urgência, que tem sido tão debatido aqui.
Fiz questão de vir a esta tribuna para
falar sobre esse projeto, porque eu sempre prezei pelo diálogo. Acho que o
diálogo é fundamental. Como defensora das causas das mulheres, entre elas a Saúde
e a luta contra a violência obstétrica, não posso deixar de mostrar a minha
estranheza em relação a esse processo de discussão e ao debate desse projeto de
lei.
O projeto não passou pelas comissões de
Justiça, de Saúde e, em especial, pela Comissão das Mulheres, que foi
constituída justamente para debater a responsabilidade dos assuntos
tão importantes quanto esse. Além disso, pela importância e impacto na vida das
mulheres e de seus filhos, eu acredito ser necessária a discussão na sociedade.
Eu acho que as
coisas têm que ser mais debatidas. Temos que ouvir mais autoridades sobre essa
pauta porque o nosso mandato desde 2013 apresenta projetos relacionados a essa
temática. O primeiro foi o 250/2013, que dispõe que maternidades da rede
pública e privada do estado ficam obrigadas a permitir a presença das doulas
sempre que solicitadas pela parturiente.
Em 2015, nós
apresentamos os Projetos de lei nº 436 e nº 437. O primeiro dispõe sobre a
obrigatoriedade da universalização da aplicação de normas de saúde atinentes ao
parto e nascimento. O segundo institui o Pacto Social para Humanização da
Assistência ao Parto e Nascimento em todos os estabelecimentos de saúde.
Apresentamos,
ainda, o PL 440/2016, que institui a Semana Estadual de Conscientização sobre
os Direitos das Gestantes, e o PL 1130/2017, que dispõe sobre a prevenção da
violência obstétrica no âmbito da assistência perinatal. Esses projetos estão
tramitando nesta Casa há anos e eu pergunto por que não foram colocados para
serem votados? Estão todos na Ordem do Dia, todos que eu citei.
E veja bem, a
morosidade em relação a essas propostas que têm como objetivo garantir a saúde
e a segurança das mulheres e dos bebês na hora do parto ainda são propostas que
vão ao encontro do que orienta a Organização Mundial de Saúde, que vem
alertando quanto ao número excessivo de cesáreas em nosso País.
Eu quero
encerrar apenas ressaltando que temos muitos projetos importantes nesta Casa,
alguns deles relacionados a esse tema que está sendo tão discutido. Eu acho que
a gente precisa unir os nossos esforços para fazermos uma legislação que
realmente proteja as mulheres e seus filhos.
Eu sei que
existe um grande número de deputados desta Casa de todas as siglas partidárias
que estão querendo discutir o projeto de lei da nobre deputada Janaina Paschoal
e a gente evidentemente também está dentro desse grupo.
Vamos ter
reuniões ainda essa semana para podermos chegar a uma conclusão, chegar a um
consenso de que todos os projetos de lei têm que passar pelas comissões e não
pode ser uma coisa assim meio atabalhoada, apressada, regime de urgência,
enfim.
A gente quer
que todos os projetos tenham a mesma condução, o mesmo tratamento. Afinal de
contas, o nosso projeto de 2013, pronto para a Ordem do Dia, não foi colocado
ainda para votação. Será que é porque a minha bancada é pequena? Será que é
porque as pessoas não concordam com ele? A gente precisa saber e fica parecendo
que a gente não fez o dever de casa.
Fica parecendo
que estamos alheios a esta discussão, mas a gente está seguindo, respeitando o
regime da Casa. Eu só quero chamar atenção que eu não quero ser prejudicada
pelo fato de ter uma bancada... A bancada sou eu. O PCdoB só tem uma deputada.
Gostaria depois de saber, inclusive, a opinião das companheiras. Muito
obrigada, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado,
nobre deputada Leci Brandão. Convidamos agora o nobre deputado Gil Diniz.
(Pausa.) Deputado Coronel Nishikawa, tem V. Exa. o tempo regimental.
O
SR. CORONEL NISHIKAWA - PSL -
Boa tarde a todos, pessoal da galeria, assessorias, nobres deputados presentes
na Casa, Sr. Presidente. A primeira notícia que queremos dar é que amanhã
estarei representando a nossa Assembleia, acompanhando o embaixador do Quênia
lá na Esalq, a Escola Superior de Agricultura, em Piracicaba.
O desejo deles
é que haja um intercâmbio no agronegócio e me procuraram para que eu pudesse
representá-los. Com muita satisfação e honra, representaremos a nossa Casa
junto à embaixada do Quênia.
Dito isto, vou
repetir, novamente, tudo o que temos feito todos os santos dias aqui. Sobre o
metrô, Sr. Governador, hoje saiu no Diário do Grande ABC que o Estado já fez um
estudo sobre o modal adequado para a nossa região, que seria o monotrilho.
Então, eu acho que seria de bom alvitre escolher esse modal e implantar na
nossa região, que é o que deverá atender à demanda de passageiros, necessitando
um modal novo, um transporte novo para a gente escoar o trânsito de pessoas que
querem vir para a capital e vice-versa.
Outra coisa que
eu tenho insistido é sobre um heliporto do nosso Águia, do policiamento aéreo
no ABC. Lá, para quem não conhece, acho que é do conhecimento de todos, temos
corredores de trânsito, de rodovias, que cortam a nossa região, o sistema
Anchieta-Imigrantes, hoje acrescentado o Rodoanel. Acidentes constantes,
assaltos constantes. É uma região de importância vital para a nossa economia.
O ABC tem em
torno de três milhões de habitantes - dois milhões e 200 mil, mais ou menos,
eleitores - que pedem socorro na área de Segurança e Saúde, como todo mundo
deve estar preocupado com esse tipo de problema que surge no dia a dia.
Sobre o nosso
aumento, Sr. Governador, o pessoal tem me procurado para que, pelo menos, o
senhor anuncie o índice de aumento para o ano que vem, já que o senhor disse
que esse ano não tem condições de ser dado. Precisamos de uma resposta para que
possamos dar a nossa tropa, ao pessoal que pertence à Segurança Pública.
Outra coisa que
temos aqui discutido é a emancipação do Corpo de Bombeiros. Eu sou favorável à
emancipação do Corpo de Bombeiros, gostaria de deixar claro. Eu sei que existem
opiniões contrárias, porém, a minha é a de emancipação.
Outra coisa que
temos notado neste plenário é o pessoal falando do governo Jair Bolsonaro. A
gente só tem ouvido críticas, só que, em cinco meses de governo, não há o que
fazer. O que foi feito ou desfeito em 24 anos de governo... E a gente tem
notado que só tem crítica. Todo dia ou tem alguém fazendo crítica a respeito
das medidas, do que foi feito, ninguém está esperando resultado. Antes de ver o
resultado, o pessoal está criticando.
Então, gostaria
de deixar bem claro, é uma opinião particular minha, de que a gente deve dar
oportunidade para todos aqueles que assumem um cargo recentemente. Assim como
nós, aqui, estamos há três meses, três meses e pouco, não temos capacidade de
aprovar ou desaprovar qualquer lei.
Quanto à lei da
Dra. Janaina, eu sou a favor. A gente tem visto que é uma opção. E é o primeiro
projeto de deputado que está entrando nesta Casa. Respeito a opinião da
Deputada Leci, entretanto, esse tema é discutido quase que diariamente, há
muito tempo que a gente ouve.
Trabalhei na
Secretaria da Saúde, já tinha esse tipo de problema. É uma opção que está
tendo, que a mulher está tendo para escolher. Não é uma obrigação, não é uma
imposição. Não é uma coisa impositiva, muito pelo contrário. É uma opção que
todas as mulheres devem ter para a forma sobre como devem ter seu filho.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado, nobre
deputado. Convidamos agora o nobre deputado Castello Branco. (Pausa.) Deputado
Paulo Lula Fiorilo. (Pausa.) Deputada Janaina Paschoal. (Pausa.) Deputado Major
Mecca. Tem V. Exa. o tempo regimental.
O
SR. MAJOR MECCA - PSL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, integrantes da Mesa, Sras.
Deputadas e Srs. Deputados, nossos funcionários, que nos dão todo o suporte,
nossos amigos da galeria, telespectadores da TV Alesp, que nos acompanham, hoje
pela manhã nós estivemos no velório do coronel Valter Fernandes.
Esse foi um
grande amigo. Com 52 anos, o coronel Valter Fernandes, uma referência de todos
nós, patrulheiros da Polícia Militar, que defendemos e protegemos vida, sempre
foi um grande amigo, um policial expoente nas suas atividades, uma pessoa fora
do comum. Aos 52 anos de idade, faleceu na data de ontem, vitimado por
chikungunya. Morador da zona norte de São Paulo.
As nossas
homenagens, o nosso respeito ao coronel Valter Fernandes, uma pessoa muito
respeitada por toda a nossa polícia e pelos cidadãos de bem. Que Deus o acolha
e o receba em seu exército celestial. Nosso grande amigo coronel Valter
Fernandes.
Hoje tivemos
dois novos episódios: um policial, um sargento encontrado no interior de sua
residência, vítima de suicídio, e outra tentativa de suicídio, em Campinas, em
frente ao quartel, um tiro na cabeça. O policial foi socorrido e encontra-se
hospitalizado.
Nós sabemos que
existe um problema gravíssimo dentro das forças policiais, Polícia Militar,
Polícia Civil, Polícia Técnico-Científica. Entre os agentes de Segurança
Penitenciária, esse número também não é pequeno.
Semana passada,
na instalação da Frente Parlamentar de Segurança Pública e Cidadania - o
Tenente Nascimento, que se encontra aqui no plenário estava junto também, o
Coronel Nishikawa -, os agentes de Segurança Penitenciária nos traziam a
difícil situação que atravessam, tanto em termos de vencimento quanto a
dificuldade que têm para desenvolver a sua atividade, pelo número pequeno de
agentes.
Eles, para
desenvolver o turno de serviço, o efetivo é pequeno. Eles têm que cobrir vários
postos. Trabalham em turno de 12 horas para complementar a renda, que também é
baixa. Eles têm uma atividade, do horário de folga, por oito horas, idêntica à
nossa Dejem, na Polícia Militar, em que eles já emendam mais oito horas na
sequência das 12 horas. Então são profissionais.
Imaginem a
energia de uma cadeia, o desgaste. Além do desgaste físico, o desgaste
psicológico, o desgaste espiritual de todos esses profissionais. Nós sabemos
que é justamente esse desgaste que está causando esse problema, esse tumor nas
Forças de Segurança de São Paulo, motivo pelo qual nós cobramos incessantemente
o Governo do Estado de São Paulo para que acelere as medidas em termos de
recomposição salarial, porque esse problema financeiro traz um número de
separações conjugais hoje, dentro das nossas polícias, muito grande, porque o
policial não fica em casa. Ou ele está trabalhando, ou ele está no bico. Quando
chega em casa, ele está no nível de paciência zero, acaba tendo conflitos com a
esposa, por conta de contas pendentes, aluguel, acontece a separação, e daí a
vida particular dos nossos policiais acaba sendo um passo para frente e dois
para trás.
Esses homens e
mulheres merecem atenção do Estado, porque estão fazendo das tripas coração
para defender o cidadão de bem e manter os nossos indicadores criminais no
patamar em que se encontram hoje, fazendo de São Paulo a cidade mais segura do
nosso país. Eles merecem essa atenção especial por parte do governo.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Com a palavra, nobre deputada Dra. Damaris
Moura. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputada Erica Malunguinho.
(Pausa.) Deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.)
Deputado Daniel José. (Pausa.).
Passamos agora à Lista Suplementar.
Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputado
Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Enio Lula Tatto. Tem V. Exa. o tempo
regimental.
O
SR. ENIO LULA TATTO - PT -
Sr. Presidente, deputado Gilmaci
Santos, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público que nos assiste, assessores,
deputados presentes no plenário, deputado Nishikawa, deputado Nascimento, deputado
Mecca, subo à tribuna para falar sobre o noticiário do dia de hoje.
Eu acho que a
democracia está sendo bastante abalada, as instituições prejudicadas. Estou
falando da matéria publicada ontem à noite no site do “The Intercept Brasil”.
Lá encontramos mais ou menos aquilo que a gente vinha falando desde o início da
trama do golpe. Desde o início, houve atitudes combinadas, não pelo Judiciário,
não pelo Ministério Público, mas por alguns juízes e alguns promotores.
Me refiro,
especificamente, ao juiz Sérgio Moro, que hoje é ministro do governo Bolsonaro
e ao promotor Dallagnol. Quando a gente coloca o nome, Sr. Presidente, que V. Exa. acabou de usar para me chamar, Enio
Lula Tatto, a gente coloca esse nome porque a gente tem a certeza absoluta, e
cada vez mais, e as notícias de ontem e de hoje comprovam, que o Lula é um
preso político. Ele está preso injustamente e isso está começando a vir às
claras. Tudo aquilo que a gente falou,
tudo aquilo que os advogados de defesa do Lula vêm falando desde o início do
processo está aparecendo.
Uma grande
maracutaia organizada, engendrada, aqui no Brasil. Tudo para tirar Lula da
disputa pela Presidência da República. Isso era óbvio, e agora as coisas vêm à
tona, agora as coisas aparecem com mais clareza, e a cada dia vai ficar mais
claro para a população brasileira a armação que foi feita para impedir a
chegada do Partido dos Trabalhadores e do presidente Lula à Presidência da
República.
Esse governo -
se é que dá para chamar de governo - só está aí graças a essa armação, porque é
um governo que já demonstrou que não tem capacidade, não tem competência, não
tem projeto para o Brasil, e só está aí por conta dessa armação.
É um absurdo o
que foi relevado. Um juiz e um promotor combinando ações para impedir e
interferir nas eleições de 2018, não dá para aceitar. E não vamos aceitar.
Agora dá para entender muito bem o posicionamento firme do presidente Lula.
Muitas vezes as
pessoas cobravam: “Por que o Lula não faz um acordo e vai para o regime
semiaberto?” E o Lula falava que jamais iria perder a dignidade dele porque ele
era honesto, ele era inocente. E era injusto tudo aquilo que fizeram com ele. A
gente agora tem ainda mais certeza, mais reforço, que ele estava correto.
A safadeza, a
sem-vergonhice - falando no palavreado bem popular - que fizeram com este País!
Tudo para impedir a volta do Partido dos Trabalhadores, que junto com o
presidente Lula, foram os que mais fizeram para o povo brasileiro. Isso está
sendo revelado aos poucos.
Agilizar
processos, passar na frente de outros, para que dê tempo de julgar, condenar,
prender e impedir que Lula participasse das eleições? Por quê? Porque era óbvio
que a população brasileira iria reconduzir o presidente Lula à Presidência, e
no primeiro turno. A gente não tem dúvida disso. Agora a trama começa a se
revelar. E muita coisa vai surgir. Terminam as eleições, o presidente convida o
ministro - que armou tudo isso junto com o promotor - para ser ministro da
Justiça.
Se tivesse um
pouco de vergonha na cara, ontem à noite ou hoje pela manhã ele teria pedido
demissão. Mas, vergonha na cara, já está demonstrado, em todo esse processo,
que o ministro e ex-juiz Sergio Moro não tem.
Era isso, Sr.
Presidente.
O
SR. CORONEL NISHIKAWA - PSL - Para uma comunicação,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado,
nobre deputado Enio Tatto.
Para uma comunicação? Só um instante,
vou convidar o próximo orador. Deputado Itamar Borges (Pausa.) Deputada Carla
Morando. (Pausa.) Deputado Tenente Nascimento. Tem V. Exa., no Pequeno
Expediente, o tempo regimental.
Para uma comunicação, o nobre deputado
Coronel Nishikawa.
O
SR. CORONEL NISHIKAWA – PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Com
todo o respeito ao deputado Enio Tatto: ninguém planta flores e vai colher
espinhos. O nosso presidente tem, até agora, cinco meses de governo. Vocês
tiveram a oportunidade de governar por um bom período esse País. A população
escolheu quem deveria escolher, na minha opinião. E eu respeito a sua, como
sempre fiz neste plenário.
Estou sempre respeitando a opinião dos
adversários. Entretanto, existem tipos de críticas que não condizem com a
verdade. O ministro Moro é um juiz concursado, não foi nomeado. Depois aceitou
a nomeação a ministro. Mas duvido que seja muito mais cômodo ser ministro do
que ser juiz.
Um juiz concursado tem a vida inteira
ainda para poder se aposentar e chegar a desembargador, e tudo o mais. Ele
aceitou porque ele tinha condições de ser ministro, sim! Confiamos que ele
utilize todo o conhecimento que ele possui, todas as graduações que possui.
Sou morador do ABC e sei como começou
esse partido aí. Desde a época das grandes greves, esvaziaram todo o parque
industrial do ABC. Vai no ABC hoje: o senhor vai ver um monte de galpão vazio
lá. As indústrias saíram de São Bernardo do Campo.
A única indústria nacional que tínhamos
era a Brastemp, hoje vendida. E nós não temos orgulho de dizer que a gente
tinha uma indústria de grande porte, que nos orgulhava no ABC. Então, vamos
pensar nas águas que passaram e que ainda vão passar.
Eu ainda confio, com certeza, no
governo despojado do nosso Jair Bolsonaro. Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Tem a palavra o
nobre deputado Tenente Nascimento.
O
SR. TENENTE NASCIMENTO - PSL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a
todos. Boa tarde aos nossos amigos e companheiros dessa Alesp, nossos policiais,
aos quais eu cumprimento ali na pessoa do Cabo Ed Carlos, que lá está, o
Hércules, a nossa força está na nossa união, certo Hércules?
Sr. Presidente,
quero aqui colocar que estamos prestes a receber - esta Casa - a questão da
Reforma da Previdência o que atingirá, nobres deputados, deputado Gil, deputado
Coronel Nishikawa, deputado Adalberto de Freitas, meu amigo ao qual eu chamo de
índio, deputado Enio e nosso presidente, Gilmaci, os nossos policiais, os
nossos agentes de segurança.
Estive
analisando a PEC 6 no seu Art. 17 - e vi agora - que vem de encontro ao
benefício do qual nós já temos assegurado, que é a averbação do nosso trabalho
quando nós estamos na iniciativa privada.
Dentro da
corporação, hoje, é assegurado o direito de que nós podemos averbar até dez
anos fora. E isso é um direito adquirido.
Eu, por
exemplo, comecei a trabalhar aos 14 anos com carteira assinada. Tenho lá minha
carteira de menor com muito orgulho. Eu só ingressei na Polícia Militar depois
de dez anos de ter começado a trabalhar.
Então, é lícito
que o trabalho que ali está na minha carteira de menor ainda seja averbado. E
depois, quando fiz 18 anos, prontamente tirei aquela carteira azul, que é a
mesma até hoje, e ali se passaram os registros, e eu averbei imediatamente.
Hoje, tem uma
portaria administrativa, um ato administrativo dentro da corporação, em que no
Boletim Geral nº 80, de 2012, o Comando Geral, na época, então, pedia que só
poderíamos pedir averbação nos últimos cinco anos, ou quando você estiver
prestes a, realmente, passar para a reserva ou à sua aposentadoria.
Sr. Presidente,
fizemos hoje três ações simultâneas: primeiro pela Frente Parlamentar de
Segurança Pública. Comunicamos, fizemos o requerimento ao comandante geral para
que ele dê uma nova normativa dentro da corporação no ato administrativo em que
os nossos policiais, a qualquer tempo, possam pedir essa averbação, possam ter
esse direito adquirido assegurado, uma medida preventiva. E isso ele pode
fazer, sim, para que os nossos policiais que lá têm dois, três, quatro, cinco
ou seis anos possam realmente fazer essa averbação.
Tento em vista
que na PEC 6, Art. 17, ele poderá averbar apenas cinco anos e além do que
acrescentando de 30 para 35 anos. Se isso acontecer, eu não vou poder esperar
então para eu fazer averbação. Não obstante somente isso, fizemos uma indicação
também ao governo para que fique realmente assegurado, protocolamos nesta Casa
juntamente com a bancada do PSL, que os nossos policiais militares tenham
adquirido e que possam realmente ser preservado. E um projeto de lei, também,
para que isso, quando houve a reforma, não venha atingir os nossos policiais militares,
uma classe tão sofrida.
Porque
trabalhamos, sim, deputado Enio, nossos policiais trabalham desde a tenra
idade. E quando têm um direito, que estão querendo realmente nessas mudanças
nos tirar, venho aqui a esta tribuna dizer a todos os policiais militares que
estão nos ouvindo: "Vocês terão assegurado, sim, esse direito que já é
seu; esse direito que já é seu, que já é nosso". E que possamos, sim, ao
governador, ao comandante geral e a todos que nós estamos, junto à Frente
Parlamentar de Segurança Pública e Cidadania, assegurando os nossos direitos. E
quando chegar aqui a questão da reforma, nós possamos realmente discutir e verificar
o que é melhor para a nossa tropa, para a nossa corporação.
Muito obrigado,
presidente, pelos 42 segundos do qual me concedeu.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado,
nobre deputado.
Convidamos, agora, o nobre deputado
Adalberto Freitas.
Tem V. Exa. o tempo regimental.
O
SR. ADALBERTO FREITAS - PSL
- Boa tarde, à Mesa, presidente, pessoal da assessoria, que está dos dois
lados, pessoal da Polícia Militar, que está aqui nos servindo, como sempre, o
pouco pessoal da galeria e o pessoal que está nos assistindo em casa.
Deputado Enio
Tatto, meu amigo de muito tempo, da nossa região - somos da região de Santo
Amaro, Capela do Socorro. Em um passado bem distante, trabalhei com a família
dele. Como já fui do Partido dos Trabalhadores, tenho total respeito pelo
senhor, pela sua família, por tudo o que vocês já fizeram pelo nosso Estado.
Mas, aqui,
somos uma Casa de debates, e eu discordo, totalmente, do que o senhor falou no
momento, porque, eu mesmo, observando aqui o pessoal da sua bancada, a gente
percebe que tudo o que nós vamos falar aqui, para construir, não há construção
nenhuma. Simplesmente, eles rejeitam tudo o que é falado. Para nós, aqui, eles
vem aqui, falam bonito, gesticulam. "Não, vamos ter diálogo."
Mas, o nosso
presidente foi eleito democraticamente nas eleições; ganhou a eleição, e o seu
partido, em nenhum momento, quer dialogar com o governo, nem com o Governo
Federal, nem com o governo estadual.
Ou seja, se os
integrantes do seu partido vêm aqui na bancada e falam: "Estamos abertos
ao diálogo", por que não o fazem, então: "Presidente Bolsonaro, nós
temos aqui o modelo que achamos que é viável para o Brasil" e entreguem
para ele? E não, simplesmente, ficar na crítica.
E sobre o que
aconteceu com essas conversas com o ministro, que foi veiculado na imprensa,
neste final de semana, o que cabe a nós do partido é defender ao ministro,
porque, na realidade, interceptaram a conversa de um ministro da Justiça. Isso
é crime.
E nós temos que
ver até onde vai isso, porque essa pessoa, essa organização, que interceptou as
conversas, tem um único objetivo. Qual é o objetivo? Desestabilizar o Brasil,
que, diariamente, semanalmente e mensalmente, é o que o Partido dos
Trabalhadores quer: desestabilizar o Brasil.
Eu estive numa
reunião, na semana passada, sobre o Meio Ambiente. E dois integrantes do
Partido dos Trabalhadores que pelo simples fato de o presidente mandar algumas
alterações na questão de Meio Ambiente, já falaram em ir para as ruas, sem
saber o conteúdo.
Ou seja, então
é tudo ir para a rua, agora. A Educação vai para a rua, mas a gente sabe que lá
no fundo... O microfone não está muito bom aqui. O pessoal tem usado qualquer
movimentação para ir para as ruas.
E a gente sabe,
lá, não é? Lula livre. Eu concordo, eu acho que vocês devem realmente batalhar
para que o ex-presidente saia de onde ele está, mas, desde que respeite a
Justiça, respeite as autoridades.
Foi condenado,
está preso, vai cumprir outros processos, em que ele foi envolvido. E como
falou o nosso amigo Nishikawa, alguma coisa aconteceu para ele estar preso,
ninguém vai preso à toa.
Então, se ele
conseguir provar para a Justiça que ele, realmente, não tem culpa dos crimes em
que ele está sendo acusado, aí ele vai sair. Agora, usar meios de informação,
de internet, que são duvidosos, para poder desestabilizar o ministro e o
governo todo, querendo anular a eleição. Não existe essa possibilidade de
anular a eleição.
Então, com todo
o respeito que eu tenho, deputado, respeito a sua opinião, entendeu? A nossa
amizade é apolítica, mas eu tenho que falar. Acho que nós não temos que trazer
instabilidade para o Brasil. E eu vejo que o partido do senhor parece que
estava esperando um terceiro turno das eleições. A eleição acabou, o Bolsonaro
ganhou, e vocês, toda hora, querem ir para a rua, querem desestabilizar. Tudo é
motivo para ir para a rua e fazer bagunça. Qualquer coisa, vão para a rua.
Então, acho que
nós vamos continuar sempre... se continuarmos, aqui nesta Casa, qualquer motivo
é questão de ofender o governo. Ninguém do Partido dos Trabalhadores quer falar
com o governo federal, até mesmo com o Doria aqui. Eu acredito que nós temos
que respeitar as autoridades. O nosso partido deixou bem claro aqui, em uma
votação, em que... Somos 15: oito votaram a favor e seis contra um determinado
projeto. Então, nós temos, sim, no nosso partido, liberdade de expressão.
Infelizmente, o
Partido dos Trabalhadores não tem essa liberdade de expressão, que tanto prega.
Ou seja, o partido manda votar, é obrigado a votar no que o partido quer. E nós
sabemos, também, que tem um componente do partido, que toda semana vai para
Curitiba para receber ordens lá do ex-presidente, que está preso, e vem para
cá, para São Paulo, com o que tem que ser feito. Então, aí não há liberdade de
expressão, o partido assim dirigido por atos determinados.
Então, nós
temos que, realmente. esperar passar esse furor, essas informações, para depois
fazer julgamento, não querer desestabilizar um governo que, graças a Deus, está
indo muito bem.
Muito obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado, nobre
deputado.
Convidamos agora o nobre deputado Gil
Diniz. Tem V. Exa. o tempo regimental.
O
SR. GIL DINIZ - PSL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente; boa tarde a toda Mesa, boa tarde ao
público que nos assiste pela TV Assembleia, aos deputados presentes aqui no
Pequeno Expediente, ao público na galeria, aos nossos assessores, aos policiais
militares, policiais civis desta Casa.
Enio, vou ter
que descordar de V. Exa., concordar com o deputado que me antecedeu aqui, o
Freitas, Adalberto Freitas. Por quê? Já te convido de antemão a vir aqui à
tribuna para dizer qual foi o crime que o Moro cometeu, textualmente: Moro,
Dallagnol. Então, desafio-o aqui. A gente tem o Pequeno e o Grande Expediente para
conversar, dialogar, debater sobre o crime que o Dallagnol e que o Moro
cometeram. E digo mais: pode vir a bancada toda do PT também que a gente
dialoga.
Crime
aconteceu, deputado Nascimento, ao hackearem os procuradores da República.
Crime foi cometido ao hackearem um ministro, o ministro da Justiça. Isso, sim,
é crime. E se não bastasse esse crime, essa invasão no celular do ministro e
dos procuradores, divulgaram, deputado Freitas, divulgaram! O Greenwald, sei lá
como se fala o sobrenome dele, não é repórter, não é um simples repórter; ele é
um agente político. Ele é um agente político! Vejam só: o marido, o companheiro
dele, o David Miranda, deputado federal pelo PSOL, está lá em Brasília. Ele
assumiu o mandato no lugar do Jean Wyllys. Olha que interessante: a vítima vai
ser acusada de um crime que supostamente foi cometido, como se o ex-presidente
Lula não tivesse cometido vários crimes.
Vejam só, quem
nos assiste: se fosse aí dinheiro na cueca, como deputados do PT foram vistos,
“Ah, tudo bem, não tem problema.” Se fosse, se fosse Odebrecht com vários
políticos graúdos, por exemplo aí... Ah, o Palocci já falou que o ex-presidente
gostava de receber propina, deputado Conte, em caixa de uísque, aí tudo bem.
Agora, trocar WhatsApp entre o Dallagnol e o Moro, aí é crime. Crime foi
hackear o ministro, um ministro deste país. Crime é hackear o procurador e
divulgar! Meu Deus do céu! Estão invertendo novamente, estão defendendo
vagabundo, estão defendendo bandido e criminalizando a vítima! Não podemos deixar
que essa narrativa emplaque, que essa narrativa vença.
Eu apoio a Lava
Jato! Parabéns, Dallagnol! E olha só, eu tenho várias discordâncias com ele, de
como ele usa as redes sociais e tudo mais. O ministro Moro está fazendo um bom
trabalho, tem o pacote anticrime.
Então, tem um
grupo organizado que quer implantar uma narrativa criminalizando um ministro da
Justiça! É crime de segurança nacional. Meu Deus do céu!
Nos próximos
dias, o presidente Bolsonaro vai indicar o PGR. Tem a Dodge, dizem que ela tem
vontade de voltar para seguir no cargo de procuradora. Presidente, se eu puder
dar um simples conselho, sugerir alguma coisa: coloca o Dallagnol de PGR!
Coloca o Dallagnol de PGR! O povo brasileiro apoia a Lava Jato! A Lava Jato
mostrou as entranhas do poder no Brasil.
E o ministro
Moro - é outra sugestão e o presidente já sinalizou -, quem sabe, no STF. E não
é pagamento, não! É porque tem bagagem, tem currículo para isso.
Então, não
podemos ouvir calados aqui da tribuna... Lá na Câmara, tenho certeza de que vão
fazer um espetáculo lá. Na internet, já estão fazendo. A gente não pode
criminalizar a vítima, o Moro, o Dallagnol. Os procuradores da República são
vítimas de um grupo organizado que quer inverter a narrativa. Eu preciso falar,
eu preciso dizer: o Lula está preso! Está preso e vai ficar preso, e não é por
conta de conversa de WhatsApp, é porque cometeu diversos crimes que o povo
brasileiro abomina.
Muito obrigado,
Sr. Presidente. Eu apoio a Lava Jato!
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado,
nobre deputado. Convidamos para fazer uso da palavra o nobre deputado Enio Lula
Tatto.
O
SR. ENIO LULA TATTO - PT - Sr.
Presidente, Srs. Deputados, público que nos assiste, deputados presentes em
plenário, só faltava alguém do PSL vir a esta tribuna e não falar o que está
falando. É óbvio. Inclusive, foi o partido mais beneficiado por toda essa
maracutaia. É um partido que fez parte de todo o golpe, de tudo o que foi armado
neste país.
Agora, vamos
aos fatos, ao que está colocado: “Moro sugeriu ao Ministério Público Federal
trocar a ordem das fases da Lava Jato”. Moro sugeriu ao Ministério Público
Federal. Moro sugeriu ao Dallagnol trocar as fases, ou seja: “Passa na frente o
caso do Lula; passa na frente, dá agilidade, porque esse caso precisa ter um
fim imediato”. E o fim já estava determinado. Por quê? “Porque as eleições
estão chegando e o Lula tem que estar fora das eleições, porque senão ele ganha
as eleições.”
Vamos em
frente: “Cobrou a realização de novas operações, deu conselhos e pistas e
antecipou, ao menos, uma decisão judicial”. Gente, isso é um absurdo. Fazia um
mês que não tinha operação e ele cobrou do promotor, do Dallagnol, por que não
tinha operação da Lava Jato naquele mês. Por quê? Porque tinha uma ordem
cronológica e a todo o momento tinha que ter alguma coisa. A todo o momento, a
mídia tinha que noticiar; a todo o momento, a população tinha que ter uma
notícia na cabeça para poder ir às ruas protestar, induzida pelo juiz. Eu não
sou advogado, eu não entendo nada disso, mas um juiz dar conselho a um promotor
num processo me parece um absurdo e inaceitável.
Quando ele chama a
atenção do Dellagnol que as provas são poucas a respeito do triplex, combinam
que tem que ter uma armação e veio aquele circo que o Dellagnol montou. Na
gravação fica claro esse mecanismo: “A gente tem que ter uma narrativa que tem
que estar na ponta da língua para a gente se defender”.
Era tudo para tentar
justificar aquilo que era injustificável, aquilo que não tinha provas. E
quantos juristas neste Brasil não apontaram que o processo não tinha
consistência, que era um absurdo aquilo que estavam fazendo com o presidente
Lula?
Agora tudo está vindo à
tona. A mentira tem perna curta. Por isso o Lula tinha convicção plena em não
aceitar acordo algum e falava o tempo todo: “Eu sou honesto, eu não roubei. Eu
tenho meus filhos, meus netos. Quando a verdade vier, eles vão ficar tranquilos
com o avô e com o pai que têm.”
Disso ele tinha certeza
absoluta e nós do Partido dos Trabalhadores também. Por quê? O golpe, o
impeachment, foi uma coisa muito bem orquestrada, muito bem combinada com
setores da sociedade, com a mídia, e agora a gente fica sabendo e estão
chegando as provas dessa articulação, dessa sem-vergonhice.
Essa é a palavra para
todo mundo entender esse cambalacho, essa trama que membros do Judiciário e do
Ministério Público fizeram simplesmente para derrotar o Partido dos
Trabalhadores e derrotar o Lula, que ganharia no primeiro turno. E teve mais
conspiração, como mostra a conversa entre os dois: “Tem que ter mais ações, tem
que ter mais definições, porque senão o Haddad também vai ganhar”.
O que aconteceu quando
proibiram a jornalista Mônica Bergamo de fazer uma entrevista com o Lula?
Pediram: “Pelo amor de Deus, não podem deixar ela fazer entrevista, porque se
ele der entrevista, ele vira o jogo”, e essa era a verdade. E mesmo assim, com
tudo que fizeram, o Partido dos Trabalhadores foi o partido que mais elegeu
deputados federais.
Fez 45% em cima de um
turbilhão que foi preparado. No mais, deputados do PSL, vocês têm que defender o
presidente de vocês. Vocês têm que defender o juiz Sérgio Moro, porque eles são
responsáveis por muitos de vocês estarem na Assembleia Legislativa. Caso
contrário, vocês não estariam aqui.
Vocês têm que defender
mesmo, porque essa armação contribuiu em muito para a eleição do presidente, das
bancadas de deputados estaduais, federais e dos senadores do partido de vocês.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI
SANTOS - PRB - Deixe eu convidar a próxima oradora
inscrita porque, na verdade, estamos encerrando o nosso Pequeno Expediente. A
senhora fique à vontade se desejar falar no Pequeno Expediente, se inscrever
também, fazer uma permuta no Grande Expediente.
O
SR. GIL DINIZ - PSL -
PARA COMUNICAÇÃO - Só para continuar dialogando com o nobre deputado Enio
Tatto. Enio, então pelo que o senhor fala, parece que foi o Moro, o PSL, que
fizeram o Petrolão, que fizeram o Mensalão, que mandaram milhões de reais, bilhões,
via BNDES para ditaduras sanguinárias. Ditaduras dos seus amigos, financiando,
por exemplo, Foro de São Paulo, financiando, por exemplo, Nicolás Maduro.
Parece que o
PSL, o Moro e o Bolsonaro são responsáveis justamente por isso. Vários crimes.
E olha, são crimes ditos por petistas. Vamos lá para a declaração do
ex-ministro petista, o Palocci. Palocci. Ou o Palocci está mentindo? Um petista
de alto gabarito. E não só ele. Outros mais estão mentindo também. O PT é
responsável. O Partido dos Trabalhadores tem responsabilidade também. Sua
cúpula. Não é só o Lula não. Zé Dirceu. Zé Dirceu preso.
Ou o Zé Dirceu
também é inocente? O senhor vai vir ao microfone para dizer que a prisão do
Dirceu também foi um golpe, que fizeram isso e aquilo. Não. Olha só, o Partido
dos Trabalhadores é responsável pelos maiores escândalos de corrupção neste
País. É um fato. Não é o PSL que inventou.
Realmente, eu
tenho orgulho de estar aqui por conta do Bolsonaro. Eu tenho orgulho de
defender os mesmos valores que o ministro Sérgio Moro defende. Eu, realmente,
tenho orgulho. Se alguém votou em mim por defender o que o Moro defende, por
defender esses valores que o Moro defende, deixo aqui registrado o meu muito
obrigado.
Do PSL, do Moro
e do Bolsonaro eu me orgulho.
O
SR. ENIO LULA TATTO - PT - Pela Ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Um momento. Só
para encerrar. Neste momento, estamos encerrando o Pequeno Expediente.
* * *
- Passa-se ao
GRANDE
EXPEDIENTE
* * *
O
SR. ENIO LULA TATTO - PT -
PARA COMUNICAÇÃO - Apenas para dialogar com o deputado Gil Diniz, que é uma
revelação aqui na Assembleia Legislativa. É bom quando a pessoa vai para o
debate.
Mas, Sr.
Presidente, deputado Gil Diniz, primeiro, é inverdade que o problema da
Petrobras, o problema da corrupção, surgiu com o PT. Vossa Excelência deveria
ter um pouquinho de sensibilidade de saber que o PT assumiu o Governo Federal
em 2002. Só para o senhor saber, aqui no Estado, o que a gente debate, o que a
gente quer apurar são os escândalos do PSDB. Em 1998, a questão do Metrô e das
obras aqui já eram denunciadas e o Lula não era presidente da República. Os
problemas dos governos anteriores, Sarney, Collor, já vinham à tona e não eram
apurados.
A verdade é uma
só. Quem criou as condições para escândalos serem apurados, quem fortaleceu a
Polícia Federal, foi o Partido dos Trabalhadores, foram os governos Lula e
Dilma. Ninguém é contra apurar. A gente é contra, e eu usei a tribuna hoje para
falar sobre isso, o que aconteceu. Contra a parcialidade no processo, nas
apurações. É isso que a gente é contra. E está visível, está cada dia mais
claro que era uma trama que foi preparada pelo juiz Sérgio Moro, pelo Dallagnol,
por setores do Ministério Público e da Polícia Federal.
Agora, nós
temos um orgulho enorme do Partido dos Trabalhadores e dos governos Lula e
Dilma. E os brasileiros sabem disso. Não existe momento melhor para o povo
brasileiro, principalmente para as classes menos favorecidas deste País, do que
os governos Lula e Dilma. Foi quando o povo tinha alegria, tinha felicidade. O
povo tinha emprego, tinha renda. O filho do trabalhador começou a poder
estudar, fazer faculdade, se tornar doutor e engenheiro. O cara começou a ter
“Minha Casa Minha Vida”, a ter bens dentro de casa. Foi nesse período.
Se você sair
daqui e for para a sua região, Sapopemba, zona leste, São Mateus, Vila
Prudente, e perguntar para qualquer pessoa: Qual foi o melhor presidente do Brasil?
Qual foi o período que você esteve mais feliz na sua vida? Você e a sua
família?
Ela vai falar:
“Foi o período do Lula”. Por isso que armaram tudo isso para não deixar o Lula
concorrer à presidente da República, porque ganharia. E ganharia no primeiro
turno. Por isso fizeram de tudo para tirá-lo da disputa. Mesmo assim, o Haddad
quase chegou lá, quase ganhou. Se não fosse aquele acidente da facada, perderia
- aquela tragédia, aquele acidente, queira usar o nome que for -, o Haddad
seria o presidente da República.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Entrando no
Grande Expediente, convidamos, por permuta, a nobre deputada Janaina Paschoal,
para fazer uso da palavra no Grande Expediente.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, Sr. Presidente. Cumprimento os colegas
presentes, os servidores da Casa, as pessoas que nos honram com suas presenças
também, os que nos acompanham à distância.
Muito embora
esse seja o assunto mais momentoso, eu estou muito envolvida com as discussões
referentes ao PL 435/2019, que apresentei aqui na Casa para garantir às
mulheres o direito de escolher a via de parto, inclusive a cesárea.
Muito embora
tenha havido o final de semana, o meu final de semana foi bastante movimentado,
porque muitas pessoas entraram em contato, tentando me demover da ideia de
seguir com o meu projeto, solicitando que eu retire o meu projeto. Eu acho
muito intrigante esse tipo de solicitação, porque as pessoas que não concordam
com o projeto podem tentar colaborar com ele, com o intuito de melhorá-lo,
podem votar contra ele, podem trabalhar e apresentar um projeto que julguem
apropriado.
O que não me
parece compreensível é que pessoas que não propõem nada, muito embora
reconheçam que como está não pode ficar, queiram convencer uma colega a retirar
o seu projeto.
Vários pleitos
foram no sentido de eu acrescentar ao projeto o direito a levar consigo, ou
seja, a gestante, a parturiente levar consigo uma doula. Doulas são
profissionais que auxiliam no parto. Talvez, de maneira um pouco inadequada,
poderíamos chamá-las de atuais parteiras, ou não, porque, a bem da verdade, a
doula não participa efetivamente do ato do parto, ela fica ao lado, dando
conforto, dando apoio moral.
Eu tenho todo
respeito pelas Sras. Doulas, conheço doulas. Em nenhum momento no meu projeto
pretendi desmerecer esse mesmo trabalho. Entretanto, não me parece razoável que
um projeto de lei que visa conferir a mulheres carentes o básico em termos de
Saúde Pública, e eu considero anestesia o básico, que nesse mesmo projeto eu
faça uma previsão para garantir a presença da doula, porque, das duas, uma: ou
nós vamos partir do pressuposto de que uma mulher carente vai ter dinheiro para
contratar uma doula e levá-la consigo ou nós vamos trabalhar com a ideia de que
o Sistema Público de Saúde, que não consegue garantir anestesia para as
mulheres, vai pagar o trabalho de outra profissional.
Então, quero
deixar muito claro que eu não tenho nada contra as doulas, nem aquelas mulheres
que contratam as doulas para levarem essas mesmas doulas à maternidade. Mas o
meu projeto não tem nada a ver com isso. As colegas que insistem em me
pressionar para acrescentar as doulas no meu projeto talvez não tenham
compreendido que eu estou falando do básico. Eu estou falando de mulheres que
não têm o básico.
Também recebi
mensagens sugerindo que o meu projeto enfrente, de maneira mais ampla, o
problema vivenciado pelas mulheres carentes no nosso País. Essa sugestão era a
seguinte, que eu acrescentasse ao meu projeto o direito à curetagem. Para quem
não sabe direito, a curetagem é um eufemismo de aborto. Então, a sugestão para
apoiar o meu projeto, para votar no meu projeto, era de que eu fizesse uma
previsão do direito ao aborto, sendo que é sabido e consabido que eu defendo a
legislação vigente, e, por isso, desagrado muita gente, porque a legislação
vigente é criticada por aqueles que querem proibir o aborto em todas as situações,
inclusive quando tem risco de morte para a mulher, inclusive quando a gravidez
é decorrente de aborto, e é criticada por aqueles que querem banalizar o
aborto.
Eu defendo a
legislação vigente. Se eu defendo a legislação vigente, como é que eu vou fazer
um projeto de lei garantindo a curetagem? Eu gostaria de saber como é que
podem, as mesmas mulheres que se apegam à autonomia da mulher para defender o
aborto, para defender que o SUS pague o aborto, estarem contra um projeto que
dá autonomia para a mulher decidir se quer ter seu filho pelo parto normal ou
se quer ter seu filho pela cesariana.
Quer dizer
então que a autonomia vale para matar, mas não vale para escolher como nascer?
Como é que podem as colegas estarem levantando contra o meu projeto questões
orçamentárias, se estas mesmas colegas vêm brigando há anos para que o SUS
pague o aborto de maneira indiscriminada, bastando a solicitação da mulher nos
hospitais públicos, nos equipamentos da rede pública?
Então, alguma
incoerência há, porque não se pode defender a autonomia para o mais e ser
contra autonomia para o menos. Eu já falei, inclusive publicamente, que eu
estou disposta a acrescentar na placa que eu peço para colocar nas maternidades
no PL o parto normal na frente. Ou seja, a mulher poderá escolher a via de
parto, parto normal ou cesárea, mas não é suficiente, porque elas não querem
que se mencione a palavra cesárea, elas querem acrescentar direito à doula.
Ainda não
propuseram, mas, pelos eventos dos quais estou participando, talvez vão querer
colocar lá direito a fazer tatuagem com a própria placenta. Eu não tenho nada
contra fazer para tatuagem com a placenta, plantar a placenta. Eu tenho amigas
que são naturistas e que trabalham nessa linha. Eu respeito, mas eu estou
falando de mulheres que não têm o básico.
Nesse final de
semana, eu gravei vídeo, sim. Eu escrevi em redes sociais, sim. Não com o fim
de coibir, de constranger, de forçar qualquer colega aqui a votar de acordo com
o meu projeto. Eu fiz o que eu tinha que fazer, levei para o público a
discussão que está acontecendo aqui dentro, porque não é compreensível que
mulheres que defendem a autonomia para abortar possam estar contra autonomia
para eleger a via de parto, e o fato de eu gravar esse vídeo gerou uma
consequência, que eu confesso que eu nem esperava. Mulheres do Brasil inteiro
começaram a mandar os depoimentos do sofrimento que elas próprias
experimentaram.
Mulheres que
chegaram na rede pública, algumas com indicação de cesariana por pressão alta,
por compleição física, por idade, e foram submetidas ao protocolo do parto
normal. Mulheres que, por força da imposição do parto normal, perderam seus
bebês. Homens viúvos que perderam as suas mulheres, e uma infinidade de casos
de crianças que ficaram com sequelas, a pior delas a chamada paralisia
cerebral, em virtude da falta de oxigênio, pela insistência em um parto normal,
muitas vezes já sabidamente inviável.
Eu não estou
fazendo um projeto de lei para as mulheres - e aqui não tem nenhum preconceito,
é apenas uma constatação - que têm condições de utilizar a rede privada, que
têm o seu convênio ou que têm dinheiro para pagar por aquele parto que ela
escolheu. Eu também não estou fazendo o projeto de lei para aquelas mulheres
que vão para as melhores maternidades fazer os seus partos naturais - e eu acho
bonito - e têm uma equipe de médicos de plantão caso alguma coisa dê errado.
Algumas, até helicóptero para poderem ser transferidas numa eventualidade.
Com isso, não
estou falando para desmerecer. Estou falando daquelas mulheres que pegam
ônibus, vão para a maternidade e gritam por horas. Casos concretos que
acompanhei: mulheres gritando por 20 horas, implorando a cesariana. E a
insistência no parto normal, pela obstinação do parto normal, porque algumas
mulheres querem impor as suas convicções às outras, que não têm quem fale por
elas. É disso que estou falando, Sr. Presidente.
Para quem me
pressionou, durante o fim de semana, para eu tirar o PL: eu não tiro. Vou lutar
por esse PL até o fim. A deputada Carla Zambelli já apresentou em Brasília, e
vou ajudar a deputada a aprovar esse PL para o País inteiro. Porque esse PL vai
salvar vidas.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado,
nobre deputada.
O
SR. GIL DINIZ - PSL - Pela ordem, Sr. Presidente.
Pelo Art. 82, pela liderança do PSL.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - É regimental.
Vossa Excelência tem o tempo regimental para falar pelo Art. 82, pela liderança
do PSL.
O
SR. GIL DINIZ - PSL - PELO
ART. 82 - Obrigado, presidente. Mais uma vez aqui na tribuna. Deputada Janaina,
conte com o nosso apoio e conte com o apoio da bancada do PSL. O meu,
especialmente. Já dei o meu relato como pai pelo que vi numa maternidade
pública, o Hospital Maternidade Leonor Mendes de Barros, quando os meus filhos
foram lá nascer. Principalmente o segundo, que começou, depois de 12 horas de
trabalho de parto, a fazer cocô e a ficar bem roxinho.
Então, tenho
esse relato pessoal. Mas tenho certeza de que não foi só na minha família. Não
foi só com o meu filho. Tenho certeza de que milhares de outras famílias
passaram por isso. Dei sorte, graças a Deus: o meu filho tem oito anos e o mais
velho tem dez. Mas a gente sabe das tragédias que já aconteceram por aí. Então,
conte com o meu apoio e conte com o apoio da bancada do PSL.
Presidente, não
teria como deixar de falar. Está sendo noticiado nas redes sociais,
principalmente, mas a grande mídia parece que quer esconder por algum motivo.
Vou ler uma reportagem do “Metrópoles”, Distrito Federal: “Mãe e companheira
matam, degolam e esquartejam filho de 9 anos no DF”. E continua. Nem vou ler. Isso é uma desgraça
total.
Só para
resumir. Um menino de 9 anos, chamado Rhuan, filho de uma moça de 20 e poucos
anos, que se casou com outra moça, fugindo do Acre, passando pelo Nordeste e
depois parou no Distrito Federal. Há um ano atrás, o que ela fez? Disse que o
menino queria ser menina, e cortou o aparelho genital do menino. Cortou em
casa. Em casa. Porque queria que ele fosse menina.
Tá bom para
vocês? Horrível isso! Horrível, né? Deixem nossas crianças em paz, meu Deus do
céu! Queria que o menino fosse menina. Cortou o aparelho genital do menino, na
época com oito anos. Mas, como desgraça pouca é bobagem, agora, há duas semanas
atrás, resolveram dar fim ao menino. Menino de nove anos, meu Deus. Nove anos,
dormindo. Dormindo.
Quem relata
isso? A filha da companheira, de oito anos, que viu tudo e ficou com medo de
morrer também. Desculpem a palavra: como essa maldita matou essa criança?
Desculpa, deputada Janaina, por falar. Mas a gente tem que falar porque a mídia
não fala. Para falar do Moro e do Dallagnol, Jesus amado! Agora, para falar de
uma desgraça como essa, que está acontecendo, não falam. Deu uma facada no
peito da criança que estava dormindo; dormindo!
Você viu no
Fantástico ontem? Duvido. Você viu no Jornal Nacional essa semana? Não viu.
Você viu nos grandes veículos de Imprensa pelo Brasil? Dificilmente você viu.
Continuou dando facadas na criança. Repito: filho dela; filho; filho. E precisavam
dar cabo do corpo da criança, Gilmaci. Que fizeram? A mãe, a mãe! Que me
perdoem as mães. Essa mulher cortou a cabeça da criança; ela cortou a cabeça da
criança. E, junto com a companheira, cortaram os membros, botaram numa mala e
foram jogar no esgoto. Um transeunte viu e denunciou. As reportagens que ouvi
aqui dizem: “suspeitas de matar o filho...” ela é ré confessa; ela confessa.
Joguem aí no YouTube. Ela confessa. Ela e a companheira dizem como que foi. E
fala como foi. Meu Deus! A companheira dela lá diz: “nós queríamos tirar a pele
e fritar a pele”. É uma desgraça total. Deixem as nossas crianças! Deixem os
nossos meninos serem meninos, deixem as nossas meninas serem meninas!
A nossa
legislação não permite pena de morte. Mas, pena de morte seria pouco para duas
mulheres como essas.
Mas, eu tenho
certeza de que lá na penitenciária as próprias companheiras de cela, se é que
vão ficar, porque esse crime cometido, nem o pior criminoso, os próprios
criminosos ali abominam esse tipo de crime. Não vai ficar assim.
Então, nós
precisamos vir aqui à tribuna, divulgar nas redes sociais, porque o menino
Ruan, que Deus o tenha em sua glória, foi brutalmente assassinado por essas
duas covardes, por essas animais que não têm amor não só pela vida de um filho,
mas não têm apresso pela dignidade de um ser humano. Obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado,
deputado Gil.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Pela ordem, Sr.
Presidente, para uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Tem V. Exas. o
tempo regimental. Apenas para fazer um comentário a respeito disso também, se
me permite, aqui da Presidência. Visitando
hoje, nobre deputada Janaina, uma cidade, um vereador nos relatava que tiveram que
intervir, nobre deputado Gil, que um professor de Educação Física solicitou que
todas as crianças levassem um brinquedo para a escola. Daí os vereadores da
cidade quiseram saber por que a solicitação desse brinquedo. Foram lá e
descobriram que o professor disse o seguinte: “que as meninas estavam
reclamando das atividades físicas que eram feitas para homens”. Então, ele
queria ali trocar os brinquedos entre as crianças: o menino dar o brinquedo
para a menina, e vice-versa”. Formou-se um mal-estar. “ Não, não tem nada a ver”.
É mais ou menos nessa linha que nós estamos vivendo. Como diz V. Exa.: “deixem
as crianças serem crianças”.
Com a palavra a deputada Janaina.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - PARA
COMUNICAÇÃO - Muito obrigada, Sr. Presidente. Eu só queria noticiar que quando
o colega Gil contou esse caso eu confesso que duvidei. Eu duvidei porque houve,
infelizmente, situações de crianças mortas, pelas mãos dos próprios pais, em
regra o pai com uma companheira os últimos casos, e efetivamente os casos
tomaram horas dos noticiários, porque é compreensível. Todos os jornais,
telejornais, jornais impressos trataram. Eu vou, por respeito, não mencionar o
nome das crianças, mas foram casos muito noticiados. Psicólogos foram ouvidos,
psiquiatras foram ouvidos, professores daquela criança foram ouvidos. E eu
achei muito estranho quando o colega noticiou esse caso, porque eu não vi em
lugar nenhum. Se o deputado Gil não tivesse me contado da ocorrência do caso,
eu não saberia do caso, Sr. Presidente.
E por que eu
estou dizendo isso? Porque é nítido que houve, sim, um tratamento diferenciado.
É nítido que a vida desta criança foi considerada menos importante porque ela
foi morta por um casal homossexual.
Então, eu
reitero aqui a minha convicção pessoal de que pessoas não podem ser
discriminadas por serem homossexuais, nem transsexuais. Elas não podem ser
discriminadas, mas elas também não podem ter tratamento favorecido.
E a vida de uma
criança tem que estar acima de qualquer ideologia. Então, muitas vezes, nós
estamos aí em polos até afastados, não é, deputado? Muitas vezes a gente
diverge. Mas, nesta causa, nós estamos juntos.
Nós vamos lutar
pela vida, pela dignidade, pela integridade física, pela dignidade sexual das
nossas crianças. Não existe criança trans, não existe criança homo, não existe,
sequer, criança hétero; existe: criança. E tem que ser respeitada como tal.
É para isso que
nós vamos utilizar esses quatro anos que Deus nos deu para resgatar as coisas
como devem ser.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. GIL DINIZ - PSL - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Pela ordem,
nobre deputado.
O
SR. GIL DINIZ - PSL
- PARA COMUNICAÇÃO - Uma breve comunicação, antes de levantar a sessão.
Concordo com a
deputada Janaina. Janaina, jamais vou chegar a este microfone, e não vai ser
pagando pedágio para os grupos LGBT organizados, e tudo o mais. Jamais eu vou
responsabilizar as pessoas que tenham uma opção sexual diferente da minha por
essa morte.
Eu culpo, sim,
essa mãe e a sua companheira. Jamais vou fazer como deputados que vêm aqui a
este microfone dizer que um homossexual assassinado é culpa de todas as outras
pessoas que pensam diferente daquela pessoa. Jamais eu vou fazer isso.
Esse crime,
essa mulher e essa companheira dela têm que ser julgadas, condenadas e punidas
exemplarmente. Toda vida importa, mas as crianças? É duro. Eu, que sou pai de
um menino de oito anos e de um menino de dez anos, é duro, é triste, ler esse
tipo de matéria.
E dói mais
vê-la confessando sem nenhum remorso, sem nenhum trauma, falando naturalmente
de como agiu. É muito triste isso, Sr. Presidente. Então, deixo aqui registrado
o meu respeito. Tenho vários amigos homossexuais, e jamais - jamais - os
culparia por conta dessa dupla, ali, que resolveu dar cabo da vida do pobre
menino Juan.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Mais uma
comunicação, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Por favor.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL
- PARA COMUNICAÇÃO - É que o tema, realmente - eu até tenho um compromisso
agora numa das secretarias. Inclusive, eu gostaria de aproveitar o ensejo para
dizer, defender uma emenda que eu fiz num projeto da deputada Erica.
A deputada
Erica apresentou aqui na Casa o projeto da transcidadania, garantindo
tratamento hormonal para a comunidade LGBT; na verdade, para os transsexuais,
né, que eu acho que é o que cabe mais.
Eu fiz uma
emenda a esse artigo, dizendo que para menores de 18 anos, não. Por que eu decidi
fazer essa emenda? Porque eu conheço o ímpeto de olhar uma criança que
eventualmente brinca, um menininho, com a bonequinha da irmã, ou uma menininha
que quer jogar futebol, e já taxar essa criança de trans. E começar a tratar
essa criança como se trans fosse, sendo que criança é criança.
E existem
estudos, Sr. Presidente, defendendo que quando essa criança chega ali nos dez,
onze, anos, tem que tomar hormônio bloqueador do desenvolvimento da puberdade
conforme o sexo biológico; e, quando essa criança vira um adolescente, chega
ali na casa dos catorze, tem que tomar hormônio para estimular o sexo oposto.
Então, ao ver o
projeto da deputada, que não fala de criança e adolescente - quero ser justa
aqui com a deputada -, mas fala de tratamento hormonal, eu apresentei essa
emenda.
Na CCJ, o
deputado Emidio, do PT, deu parecer favorável ao projeto da deputada Erica, mas
deu parecer contrário à minha emenda. Então, o povo tem que saber que o
deputado do PT quer tratar nossas crianças com hormônio, para que elas sejam
transformadas em transsexuais quando crianças e adolescentes.
Nesta Casa,
não. Nesta Casa, não. O projeto só vai para frente se as crianças estiverem
protegidas.
O
SR. GIL DINIZ - PSL - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Pela ordem,
deputado.
O
SR. GIL DINIZ - PSL - Havendo acordo
entre as lideranças, pedir o levantamento da presente sessão.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - É
regimental.
Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os
trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora
regimental, com a mesma Ordem do Dia de quinta-feira. Lembrando-os ainda da
sessão solene a realizar-se hoje, às 19 horas, com a finalidade de realizar o
lançamento da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+.
Está levantada a presente sessão.
* * *
- Levanta-se a sessão às 16 horas.
* * *