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12 DE JUNHO DE 2019

23ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

 

Presidência: CAUÊ MACRIS, CORONEL TELHADA e GILMACI SANTOS

 

Secretaria: FREDERICO D'AVILA e CEZAR

 

RESUMO

 

ORDEM DO DIA

1 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Abre a sessão. Coloca em discussão o PL 494/19.

 

2 - CAMPOS MACHADO

Discute o PL 494/19.

 

3 - GIL DINIZ

Discute o PL 494/19 (aparteado pelas deputadas Janaina Paschoal e Carla Morando).

 

4 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência.

 

5 - CARLÃO PIGNATARI

Anuncia a presença do ex-jogador de futebol Dadá Maravilha. Solicita a suspensão dos trabalhos por três minutos, por acordo de lideranças.

 

6 - GILMACI SANTOS

Para comunicação, informa a presença do vereador Sidnei Luciano Gonçalves, da Câmara Municipal de Atibaia.

 

7 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA

Dá as boas-vindas aos visitantes. Defere o pedido do deputado Carlão Pignatari e suspende a sessão por três minutos, às 19h43min.

 

8 - GILMACI SANTOS

Assume a Presidência e reabre a sessão às 19h47min.

 

9 - CARLÃO PIGNATARI

Para comunicação, condena a obstrução à votação de requerimentos de urgência. Pede que haja maior entendimento entre os parlamentares.

 

10 - MÁRCIA LULA LIA

Discute o PL 494/19 (aparteada pelo deputado Campos Machado).

 

11 - DOUGLAS GARCIA

Para comunicação, rebate o pronunciamento da deputada Márcia Lula Lia. Tece elogios à operação Lava Jato. Faz críticas ao PT.

 

12 - SARGENTO NERI

Para comunicação, justifica seu voto contrário ao requerimento de urgência ao PL 435/19. Questiona o posicionamento do PSL com relação a projetos de sua autoria, nas comissões desta Casa.

 

13 - CASTELLO BRANCO

Discute o PL 494/19 (aparteado pelos deputados Adalberto Freitas, Frederico d'Avila, Paulo Lula Fiorilo e Carlão Pignatari).

 

14 - BETH LULA SAHÃO

Para comunicação, defende o PT das críticas feitas pelo deputado Douglas Garcia. Lamenta a demissão, por parte do governo federal, dos peritos de órgão de combate à tortura.

 

15 - MÁRCIA LULA LIA

Para comunicação, lê e comenta reportagem acerca da Lava Jato. Condena a conduta de juízes e promotores ligados à operação.

 

16 - TEONILIO BARBA LULA

Discute o PL 494/19 (aparteado pelos deputados Carlão Pignatari e Professora Bebel Lula).

 

17 - CAMPOS MACHADO

Solicita verificação de presença.

 

18 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe ao observar quórum.

 

19 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Assume a Presidência.

 

20 - CAMPOS MACHADO

Para questão de ordem, informa que houve entendimento entre as lideranças para dar o PL 494/19 por discutido por mais meia hora.

 

21 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Registra a manifestação.

 

22 - CARLÃO PIGNATARI

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças. Comunica a existência de entendimento entre os líderes partidários para que se dê por discutido, por mais trinta minutos, o PL 494/19.

 

23 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Registra a manifestação, informando que o tempo de discussão do PL 494/19, acrescido do tempo acordado entre as lideranças, somava o total de duas horas e 45 minutos.

 

24 - WELLINGTON MOURA

Faz questionamento acerca dos trabalhos da presente sessão.

 

25 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Presta esclarecimentos ao deputado Wellington Moura. Convoca, para hoje, reuniões extraordinárias da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento: a primeira a ter início dez minutos após o término da presente sessão, e a segunda a realizar-se um minuto após o fim da reunião anterior; e reuniões conjuntas: das Comissões de Constituição, Justiça e Redação, de Defesa e dos Direitos das Mulheres e de Finanças, Orçamento e Planejamento, com início um minuto depois do término da reunião precedente; das Comissões de Constituição, Justiça e Redação, de Administração Pública e Relações do Trabalho e de Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se um minuto após o término da reunião anterior; e das Comissões de Defesa e dos Direitos das Mulheres e de Finanças, Orçamento e Planejamento, a ter início um minuto após a conclusão da reunião precedente. Defere o pedido do deputado Carlão Pignatari. Levanta a sessão.

 

* * *

 

- Abre a sessão o Sr. Cauê Macris.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Ordem do dia. Discussão e votação do Projeto de lei no 494, de 2019, de autoria do Sr. Governador.

Para falar contra o projeto, o primeiro inscrito é o deputado Campos Machado. Tem a palavra.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Meu caro presidente, deputado Cauê Macris, Srs. Deputados, tem deputados no plenário que não souberam que estavam votando a possibilidade de o Congresso de Comissões, ainda hoje, aprovar o projeto da deputada Sra. Paschoal. Aí, algumas manifestações: “Vamos chamar autoridades”. Para quê? Se o projeto pode ficar pronto para votar amanhã, depois de amanhã. Tem mais de 20 deputados dizendo que não foi assim, que eles queriam discutir o projeto. Dessa maneira, deputado Ed Thomas, é difícil.

Por isso, Srs. Deputados, eu volto uma vez mais aqui. Mais uma tentativa do governo de destruir o pouco que essa Assembleia tem. Onde está a nossa dignidade? A emenda aglutinativa de que o deputado Barba falou, o governador João Agripino Doria Junior vetou. E agora nós vamos discutir o tal do querosene. Vamos lá.

Doze e meio de ICMS - para quê? Para atender às empresas de transporte aéreo. “Mas as passagens estão subindo, Campos Machado”. Eu falei: “É, o ICMS baixando e as passagens subindo”. Como é que se explica essa mágica, essa fórmula? Alega o governo: “O governo não quer guerra fiscal”. Ah, não quer guerra fiscal? É o que vai acontecer. E vai acabar prejudicando a economia desse estado. Não tem como.

Aí, entra um ponto importante, meu caro deputado Cezar. Por que os jatos não fazem parte desse ICMS - ou fazem parte? O querosene vai ficar mais baixo por causa do ICMS para as pessoas que têm jato de 60 pessoas, 70 pessoas, 80 lugares? Quem vai explicar esta situação? Quem vai dizer que se uma pessoa tem um jato particular, vai baixar o querosene para ela? Ou não vai baixar? É um meio de transporte regular. Basta chamar 10 pessoas para irem a uma cidade, que é transporte aéreo. Eu vou daqui a Brasília, convido 10 empresários, cinco sindicalistas, meu jato tem 80 lugares, eu tenho que ter isenção. Eu estou transportando.

Nós já tripudiamos em cima da Emplasa. Destruímos o Zoológico, vilipendiamos o Botânico. E hoje, deputado Barba, me dizia um amigo juiz de Direito: “Campos, lá na Assembleia tem muito deputado que entende de botânica?” Eu falei: “Ah, é o que não falta. Lá, se você perguntar para um deputado qual a diferença entre o espinho e a rosa, ele não sabe”. Mas e as plantas vivas e os pobres funcionários, que ontem lotaram esta galeria, os pesquisadores especialistas na botânica?

Não é, deputado Heni? Eu dizia há  pouco que ontem... Lá estou eu de novo. Não é implicância. Sabe, deputada Bebel? É que essa conversa paralela acaba trazendo para mim interferências ao meu raciocínio. Dá impressão que eu sou um cara chato, mas não é. Eu tenho o ouvido apurado. Conversou aqui já me interfere o raciocínio.

Eu já ia perguntar ao partido Novo o que eles acham desse querosene. Eu já sinto no ar o cheiro de querosene. O que eles acham de querosene? Acham que é um projeto justo? Eles acham que a votação do Botânico ontem foi um projeto justo? Ontem, a minha grande amiga, deputada Damaris, disse para mim: “Deputado Campos, o senhor é um homem justo”. Sabe, deputada Damaris, eu procuro ser justo, como estou sendo hoje neste plenário. Justo comigo mesmo.  Eu não sei ser justo com os outros.

Tem alguns deputados que hoje vieram ao microfone e não era razão para eles se solidarizarem com o presidente. Não havia nada. Aí eles vão: “Sr. Presidente, total solidariedade”. Como se eu tivesse feito aqui alguma ofensa ao deputado Cauê Macris. Nós temos divergências pontuais. Eu tenho divergências pontuais com o presidente Cauê Macris, mas trabalhei para ele, votei nele, e eu o apoio em todos os sentidos.

Temos divergências pontuais, como essas, por exemplo, que ontem o partido Novo votou. Afinal, todos são conhecedores profundos da botânica nacional. Alguém duvida que os deputados do Novo conhecem profundamente de botânica? Alguém duvida que o Novo conheça mais de botânica do que os pesquisadores científicos que estavam aqui?

Mas, enfim, nós aprovamos uma vez mais um filhote da injustiça. Quem é que vai assegurar os empregos, por exemplo - voltando um pouco ao passado - do pessoal da Emplasa? “Mas, Campos, na emenda aglutinativa está escrito que os funcionários poderão ser aproveitados.” Deputado Barba, olha o verbo “poderão ser aproveitados”. Poderão, mas não serão.  

Mais uma penca de funcionários que vão perder os seus cargos, e nós aqui discutindo o quê? “Eu voto ‘sim’ pela urgência, mas quero discutir o assunto com profundidade”. Só se for no oceano, porque o projeto, daqui a pouco, vai ter o congresso de comissões. Vai ficar prontinho para ser votado, deputada Bebel. Aí eu quero ver quem votou “sim” e está arrependido. Vai mudar o voto?

Tiraram o direito da Comissão de Justiça, ou da comissão temática. Pediram vista. Foi ignorada a vista. Por que não ouvir o presidente do Conselho Regional de Medicina? Chame o homem aqui. Deixe ele dar a sua opinião sobre o que ele acha, sobre o que o conselho pensa sobre esse projeto. Mas, pelo que eu senti hoje aqui, a comemoração tucana e pesselista, eu cheguei à conclusão de que teremos muitíssimas dificuldades para impedir a aprovação desse projeto.

Naquela foto histórica, justo que os deputados do PSL comemorassem aqui no plenário. Porque aqui é assim agora: junta um monte de gente, parece time de futebol, tiram fotografias. Todos juntos. E os tucanos dando risada, todos sorrindo. Aí tivemos o placar: 49 votos. Vamos ver, na votação desse projeto, para onde vão caminhar os votos dos deputados do PSL.

É difícil acreditar que um partido que elegeu o presidente da República, Jair Bolsonaro... Embora com todos os problemas que todos têm, é um defensor da família. Temos pontos em comum. Somos a favor da maioridade penal. Somos contra a liberação de maconha e cocaína. Somos contra. Aí fico indagando: o PSL, de repente, se dizimou, se dividiu. De repente, aquelas posições que eles tinham, não têm mais. Mas é um direito deles. Não cabe a mim me imiscuir em questões intestinas.

Mas o que me chama a atenção, o que me deixa preocupado, é que não estamos atentando para o que estamos votando. Já acabamos com a Emplasa, já acabamos com tudo. Ontem já foi o Zoológico, já foi o Botânico: elefante pra cá, galo pra lá. Acabou com tudo. Hoje estamos aqui, começando a discutir uma questão que todo mundo conhece: a questão do querosene. Todo mundo é especialista em ICMS.

Alguém já - volto a dizer - fez a indagação? Onde entram os grandes jatos? Onde entram outras grandes aeronaves que também transportam pessoas? O que justifica esse favorecimento de 12,5% no ICMS? A quem se quer atender? À população, não. Porque a passagem subiu.

A pergunta que se faz é obvia: a quem interessa? À Gol? À Latam? Qual é o beneficio que essas empresas aéreas podem fazer para o estado e para a população? “Ah! Mas eles assumiram que vão colocar mais voos!” Pode até ser, desde que o lucro aumente e desde que a passagem aumente.

É a mesma coisa que eu disse ontem à noite nesta Casa. Os empresários (só pode ser empresário) que vão ganhar a concessão do Jardim Botânico, digam para mim, que interesse essa gente (que só pensa em dólar, euro e libra esterlina) pode ter em relação à botânica? Digam para mim. Quem está preocupado com o verde, com o meio ambiente? Quem se preocupou com os animais, por exemplo, quando concedemos a alguma empresa que venha aí, o direito de explorar o Jardim Zoológico?

Quem garante a integridade dos animais? Quem garante? Quem garante que vamos ter um tratamento especializado, de profissionais de quilate, para tratar de botânica e dos animais? Quem garante? Estamos atirando no escuro, deputados. E há certas empresas que não existe para dar lucro, como nós aprovamos aqui o caso do ginásio do Ibirapuera. Assinamos aqui o atestado de óbito de atletas e de esportes. Vamos entrar para a história não como a legislatura que foi altiva, que pensou no povo. Não, nós vamos entrar na história como uma legislatura que só não está vendendo a própria roupa. Está autorizando tudo.

Sr. Presidente, sei que o meu tempo já está se encerrando. Saúdo a presença do deputado Roque Barbiere, a quem gentilmente eu peço que se inscreva para passar gentilmente o tempo para esse humilde deputado.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para falar a favor do projeto, o nobre deputado Gil Diniz.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa noite, Sr. Presidente, todos presentes aqui nesta sessão extraordinária, subindo aqui para colocar nossa posição, a princípio favorável a esse projeto, com algumas modificações, Frederico d’Avila, capitão Castello Branco também tem algumas sugestões a fazer, mas eu não poderia deixar de falar novamente que, desde os tempo que eu acompanho a TV Assembleia, esse plenário eu nunca vi uma obstrução a um requerimento de urgência; é a primeira vez. Entendemos a posição de cada deputado. Agora, sempre me disseram, desde o primeiro diz que o PSL não conversa com ninguém, não fala com ninguém, não conversa com ninguém e que por isso estava ali de cantinho. Agora, Dra. Janaina falou com todo mundo, estava aberta a todas as sugestões, só que não retirou o projeto. E fez o certo; mantivemos. A bancada votou junto ali.

Mas, gostei de ver aqui o espelho da votação. E falo isso para os nossos deputados do PSL. Com todo o respeito a quem votou contra da bancada do PSDB.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Coronel Telhada.

 

* * *

 

Mas, meu Deus do céu, o PSL vem ajudando. Aí, eu vou ter que reconhecer, Barba: a crítica que você faz a nós vem ajudando a aprovar os principais projetos do governador. O PL 01 foram oito votos, ajudou a votar ontem a concessão do Zoológico e tudo mais. Ajudamos na aglutinativa, Major Mecca, da concessão do ginásio. E no momento de votar o requerimento de urgência o PSDB não vota de forma unânime, respeitando, é claro, a consciência de cada deputado, mais um requerimento de urgência. Parabéns, Sr. Presidente, Governador. O senhor está de parabéns.

Agora é um momento de reflexão dentro da bancada. Por quê? Eu nunca vi, deputado Marcio, obstrução num requerimento de urgência. E parabéns à bancada do Partido dos Trabalhadores que não veio em bloco no “não”. Alguns obstruíram, outros também fizeram aí cara de paisagem; e passou batido.

A gente sabe, e deixo o recado para o PT e para todos os outros também: amanhã é outro dia. Amanhã é outro dia; nós temos 15 votos. Temos 15 votos. Podemos obstruir também, podemos obstruir também. E eu faço um apelo à bancada que obstruam qualquer tipo de requerimento. Caiu requerimento aqui obstruam. Peçam verificação, pede verificação de quórum, pede verificação de votação. É inimaginável que num projeto... Não era discussão do mérito. Não era discussão do mérito. Queríamos só diminuir de 12 para seis, vocês sabem disso.

Vocês são bastante experientes. Eu brinco aqui com os líderes. A maioria aqui é tudo faixa preta. O PSL é faixa branca, chegou agora, está começando a entender como funciona. E obstruir: pode ser contra o projeto, não tem problema. Não tem problema.

Mas, depois, não me chama de canto, aqui, para fazer acordo - acordo lícito, claro, mas, para fazer acordo. “Olha, vamos levantar a sessão, vamos fazer isso, vamos fazer aquilo.” Poxa.

Deputado Sargento Neri, está aqui. É uma indelicadeza não falar do deputado enquanto ele não está aqui, mas não tem jeito, também votou contra. Todos os requerimentos que ele me pediu para assinar, assinei.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Vossa Excelência me concede um aparte?

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Pode falar, Janaina.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Com relação ao Sargento Neri, eu só gostaria de falar publicamente que eu recebi mulheres policiais militares que me deram apoio expresso ao projeto porque são usuárias do SUS e sabem que eu não estou inventando nada, absolutamente nada.

Eu pedi um aparte, Excelência.

Então, é importante que as mulheres policiais militares que apoiaram o meu projeto saibam que o Sargento Neri votou contra o requerimento de urgência. Eu não consigo compreender.

Com relação ao PSDB, deputado Gil, só quero fazer aqui um... Que os colegas votaram em peso favoravelmente. Houve uma colega que votou contra. Eu estou aqui até dialogando com ela porque os argumentos que ela traz, para mim, são absolutamente incompreensíveis, porque hoje - e eu preciso fazer esse esclarecimento - o Conselho Federal de Medicina segue uma resolução permitindo à mulher fazer essa escolha, dando a liberdade para o médico de divergir, como eu prevejo na minha lei, no projeto de lei, que será nosso, se Deus assim permitir.

O Conselho Federal de Medicina segue exatamente o que eu estou propondo aqui. O que eu estou fazendo é transformar o que já é norma ética em norma jurídica. Por quê?

Porque na rede privada a resolução é observada, na rede conveniada a resolução é observada, na rede pública, onde as mulheres são mais vulneráveis, mais carentes, não têm voz, não têm condição de chamar a imprensa, nem advogado, nem têm amigo deputado, estas mulheres não têm a garantia que é dada para as demais na resolução do Conselho Federal de Medicina.

Então, eu quero deixar expresso aqui. Eu fotografei. Não é porque é um projeto meu; é porque é um projeto das pessoas mais carentes do nosso estado e da nossa Nação.

Muito obrigada.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Então, sem dúvida, deputada. Mas, era um requerimento de urgência, não era o mérito do projeto. Se fosse o mérito do projeto, tudo bem, todo mundo colocar aqui suas posições, favorável ou contrário.

Se tivesse a maioria para derrotar o projeto, também não tem problema, faz parte da democracia. Mas, repito: era uma praxe da Casa, era um gesto, deputado Mellão, da Casa, de votar os requerimentos. Agora, obstrução em requerimento de urgência, nunca vi. Mas, tudo bem. Como falei: amanhã é um outro dia. Não tem problema.

Mas, tenho que finalizar falando do deputado Sargento Neri, que, infelizmente, não está aqui. O pessoal estava presente aqui no Pequeno Expediente e no Grande Expediente, não tem como não responder. Hoje eu consegui ver o deputado Sargento Neri, sargento de Polícia Militar, elogiar o Sr. Governador.

Policiais militares que me ouvem: segundo ele, o governador foi o único nas reuniões de governadores, lá em Brasília, que defendeu a Polícia Militar. Vejam só. Governador que ontem eu vi passar sem cumprimentar, sem olhar na cara de um policial, defendendo a Polícia Militar, a Previdência. Vejam só.

E conseguiu, na mesma frase, Major Mecca, chamar o presidente da República de traidor. De traidor. Não é novidade, nós já discutimos outras vezes, ele já comparou o presidente da República ao Carlos Lamarca, esse, sim, um traidor da pátria, que roubou o Quartel de Quitaúna, no regime militar, e lutou contra, aí sim, as forças democráticas. Foi para a luta armada, foi para a guerrilha. Ele conseguiu comparar o presidente, numa discussão, ao Lamarca. E, hoje, aqui deste microfone, chamou o presidente de “traidor”.

Você, policial militar que me escuta, você: presidente traidor da força policial? Jesus amado! E na mesma frase em que elogia o governador do estado de São Paulo, pelo amor de Deus. Então, faça você a sua avaliação. Realmente estamos numa discussão da reforma da Previdência. Realmente há vídeos... que bom que o sargento voltou. Há vídeos em que o presidente falava, falava que não gostaria, não queria que entrassem os policiais na reforma da Previdência, mas todo mundo está cortando na carne, todo mundo. E a proposta, pelo que acompanho em Brasília, queriam que cortasse muito mais nas nossas forças policiais, principalmente na Polícia Militar, que tem por ordem a hierarquia e disciplina. E eu tenho certeza que o presidente olha por isso.

Agora, não dá para admitir, Sargento Neri, chamar aqui desta tribuna o presidente Jair Bolsonaro de traidor. E veja só: é justamente quem no dia 15 de março colocou a farda da Polícia Militar e veio aqui votar no PT, e veio aqui votar no PSDB, que hoje votou contra um requerimento de urgência da deputada Janaina Paschoal. Avaliem vocês, avaliem vocês.

E eu preciso falar para o deputado Campos Machado também: do PSL cuido eu, do PSL cuidamos nós. Cabem, numa foto, os 15 deputados do PSL, porque nós temos 15 deputados. Faz parte também, ou não podemos? Estão tão preocupados, estão tão preocupados com a bancada do PSL que não olham para suas bancadas. É incrível. E realmente eu tenho que concordar com o deputado: pode ser, sim, a pior legislatura para muitos, e eu tenho certeza que será talvez a última, talvez a última. Agora, para nós, do PSL, entramos pela porta da frente e sairemos, daqui a quatro anos, pela porta da frente, votando conforme a nossa consciência, votando conforme o nosso eleitor acredita.

Eu não vim aqui nesta Casa para me ajoelhar nem ao PSDB, nem ao PT, ou seja lá quem for. Defendo, sim, o governo Bolsonaro. Estava com ele, ontem, na Fiesp. Visitamos lá o presidente da Fiesp...

 

A SRA. CARLA MORANDO - PSDB - Gostaria de um aparte.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Só um momento, deputada.

Visitamos o presidente da Fiesp, Paulo Skaf. Recebemos o governador do estado de São Paulo, o João Doria. Agora, cada um aqui tem que vir à tribuna e falar: “Olha, eu defendi o presidente na eleição. Eu ajudei a elegê-lo”. Só que tem que falar também que foi beneficiado com isso, que teve voto por isso. Todo mundo aqui sabe: quando ia entregar o santinho, com a cara de outro candidato, principalmente do Alckmin ou do Haddad, se não fosse aí o pessoal da esquerda, teria dificuldade de entregar seu santinho. Então, teve o ônus, mas teve o bônus também. Ou não? Agora, é mole ser eleito na aba, na rabeira do presidente Bolsonaro, independente do partido que seja, e no momento do ônus, de discutir seriamente uma reforma da Previdência, que atinge a todos os brasileiros, vir aqui e chamar o presidente de traidor.

Novamente: fui soldado PM temporário por dois anos, e tenho muito orgulho disso, mas muito orgulho disso. E tenho orgulho também de visitar cada batalhão, cada companhia da Polícia Militar. Nem todos os deputados são bem-vindos lá. Nem todos vão entrar, por quê? Tem ordem, tem hierarquia, tem disciplina, serão recebidos como autoridades, mas o coração do policial sabe disso.

Eu amo a Polícia Militar. Eu sei que tem muitos aqui que amam a Polícia Militar também, mas tem muitos aqui, tem muitos aqui que eu não trocaria o meu brevê de temporário, o meu bolachão amarelo por divisa ou por alguma estrela no ombro. Não trocaria. Não trocaria lealdade, lealdade e constância.

Mas repito: amanhã é um novo dia, amanhã vai ter requerimento, amanhã vai ter votação e, com toda certeza, vão chamar o líder do PSL ou outros deputados do PSL novamente. Cabe uma reflexão novamente, mais uma vez. Estamos ajudando a aprovar vários projetos do interesse do estado de São Paulo, vários projetos de interesse do Governo, do Sr. Governador. E no momento de uma votação de um requerimento de urgência, nós não temos aí a boa vontade, a unanimidade também da bancada do Sr. Governador.

Então, fica aqui...

 

A SRA. CARLA MORANDO - PSDB - Gostaria de um aparte.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Pode terminar, pode terminar com o meu tempo. Finalizo aqui. Muito obrigado, Sr. Presidente. Obrigado por me escutarem nesse desabafo. Lealdade e constância.

 

A SRA. CARLA MORANDO - PSDB - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR -  Deputado Gil...

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - O senhor deu o aparte à deputada? Então, o senhor permanece na tribuna, por gentileza.

 

A SRA. CARLA MORANDO - PSDB - Deputado Gil, o que eu gostaria, na verdade, de te falar é assim: todos os deputados, tanto do PSL quanto do PSDB ou do PT e de qualquer outro partido, não são obrigados a votar por unanimidade.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Claro que não.

 

A SRA. CARLA MORANDO - PSDB - Da mesma forma, nos projetos do governador, o seu partido não votou em unanimidade. Foi livre.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Votamos o mérito, não o requerimento.

 

A SRA. CARLA MORANDO - PSDB - Calma, deixa só eu terminar. Independente de ser mérito ou requerimento, as pessoas têm a sua posição e a sua convicção e acho que a gente tem que preservar esse direito, que é o direito de democracia.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Foi o que eu defendi.

 

A SRA. CARLA MORANDO - PSDB - Você não está sendo justo em dizer que nós não estamos aqui ajudando ou apoiando, porque o partido tem total liberdade para votar, cada deputado da sua forma e com a sua convicção. Eu votei favorável, sim. Os deputados que votaram contra têm total legitimidade da sua convicção.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Eu nunca disse o contrário, deputada.

 

A SRA. CARLA MORANDO - PSDB - Então, não dá para a gente misturar esse tipo de... “Eu voto ou não voto.”

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Dá, sim. Dá, sim. Vai ser cobrado. Vai ser cobrado.

 

A SRA. CARLA MORANDO - PSDB - Deixa só eu terminar o aparte. Eu acho que isso é onde a gente encontra a democracia. A gente tem que tentar preservar a democracia aqui dentro, que é o que a gente tanto briga com outros partidos com opiniões diferentes. É democracia.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Exatamente. Foi justamente democracia que eu cobrei aqui.

 

A SRA. CARLA MORANDO - PSDB - Só isso. Eu gostaria de pedir para você ter essa paciência e essa compreensão. É a vontade de cada um de nós.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Para concluírem, Srs. Deputados.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Eu termino, presidente.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Um minutinho só, deputado Carlão. Srs. Deputados, uma orientação aqui: quando o deputado ceder um aparte a outro deputado, ele deve permanecer na tribuna, porque o tempo é dele, ok?

Deputado Carlão Pignatari.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, o deputado Gilmaci vai complementar, mas eu queria, após a fala do deputado Gilmaci, suspender por três minutos, porque temos hoje aqui o Dadá Maravilha, nosso grande atleta, nosso grande jogador de futebol, para que ele viesse até aqui. (Palmas.) Ele parava no ar, lembra, presidente? Dois minutinhos só.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Senhores, um minutinho só. Tendo em vista a presença...

 

O SR. GILMACI SANTOS - PRB - Pela ordem, presidente. Antes de suspender, pela ordem.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Pois não, deputado.

 

O SR. GILMACI SANTOS - PRB - PARA COMUNICAÇÃO - Apenas para comunicar também que está nos visitando nesta tarde o nosso vereador republicano Sidnei Guerreiro, da cidade de Atibaia. (Palmas.) É um vereador jovem e atuante da cidade de Atibaia, também republicano. Seja bem-vindo a esta Casa, Sidnei. É o maior prazer ter você aqui.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr. Deputado. Então, seja bem-vindo, vereador, e também o Dadá Maravilha. Atendendo ao pedido dos líderes, suspenderei a sessão por cinco minutos. Ok? Três minutos? Três minutos. Suspensa a sessão.

 

* * *

 

- Suspensa às 19 horas e 43 minutos, a sessão é reaberta às 19 horas e 47 minutos, sob a Presidência do Sr. Gilmaci Santos.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Com a palavra a nobre deputada Márcia Lia, para falar contra o projeto.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Eu acho que a questão de votar a favor ou contra, eu sou contra votar contra qualquer requerimento de urgência ou então nós vamos tirar a prática de pautar requerimento de urgência.

Eu acho que você obstruir requerimento de urgência, nós não podemos fazer isso. A pessoa pode ser favorável ou pode ser contra, mas ela tem que votar. Votando “não”, você também ajuda a votar porque são 48 votos e é maioria simples. Então, não há nenhuma dificuldade.

E dizer o seguinte: as pessoas que votaram “não”, não é por isso que são favoráveis ao aborto ou a qualquer outra coisa. Ela pode discordar do projeto ou não, aprovar ou não o projeto da deputada Janaina, mas eu acho que nós temos que ter respeito com todos os deputados e fazer com que a Casa entenda que nunca houve obstrução - pelo menos nos oitos anos que eu estou aqui - em requerimento de urgência. É muito ruim isso.

A partir de hoje, todos os requerimentos de urgência poderão ser questionados, o que é um direito do parlamentar. Não estou dizendo que não é um direito, mas nós temos que ter a serenidade de saber que cada hora e cada discussão nós temos que fazer nos horários certos e nos momentos certos.

Vamos discutir o projeto? Vamos discutir o projeto. Está aí, se inscrevam, vamos discutir a favor ou contra, mas não requerimento de urgência de qualquer projeto. Só isso. Obrigado, presidente.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Na verdade, o que nós queremos debater nesta Casa em relação ao Projeto nº 494, do Sr. Governador João Doria, que institui uma redução da alíquota de 25% para 12% no querosene para que ele possa fazer algumas benesses que pretende fazer a algumas companhias.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Eu quero dizer o seguinte: quanta arrogância desse deputado Gil Diniz, quanta prepotência. O que é que ele imagina que é? Uma estrela a cintilar no céu? Aí ele vem e diz: “Nós, do PSL, somos tanto”. Aí eu me lembro de um velho ditado que já disse 20 vezes: “As águias voam sozinhas, os pombos, em bando”. Por isso, desculpe-me o deputado Gil.

Ele vem aqui com essa arrogância, prepotência, ditar regras, dizendo, antevendo que tem deputados que não vão votar? Ele que talvez não vote, porque foi... O voto dele foi um voto contra o status antigo. Ele tem razão, ele tem só mérito, um moço simples, humilde. Agora, vir aqui e mostrar a prepotência, deputado Gilmaci, e a arrogância, não.

Eu quero dizer ao deputado Gil Diniz: Tem razão. Ele vai ditar regras no partido dele. Nunca, deputado Gil Diniz, paute a conduta alheia pela própria. Não vou aceitar que V. Exa. haja com essa prepotência e arrogância. Vossa Excelência tem o direito de ofender, por exemplo, o deputado Sargento Neri? Vossa Excelência acha que fala em nome do povo brasileiro. Deputada Márcia Lia, o tempo está correndo. Muito obrigado pelo aparte.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Obrigada. Bom, voltando ao Projeto 494, eu quero dizer que esse projeto é ilegal. Esse projeto veio para esta Casa desrespeitando a Lei de Responsabilidade Fiscal. Esse projeto desrespeitou o Art. 14 da Lei complementar 101, porque a Lei complementar 101 diz o seguinte no seu Art. 14, Seção II - Da Renúncia de Receita:

“A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada de estimativa de impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois exercícios seguintes, atender ao disposto na Lei de Diretrizes Orçamentárias e a pelo menos uma das seguintes condições: inciso I - Demonstração, pelo proponente...” - no caso, leia-se o governador do estado de São Paulo - “…de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da Lei Orçamentária, na forma do Art. 12, e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo próprio da lei de Diretrizes Orçamentárias”. Não atende a esse inciso.

O inciso II diz que a lei que propõe renúncia de receitas deve também “estar acompanhada de medidas de compensação no período mencionado no caput por meio de um aumento de receita proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação do tributo ou contribuição”. E assim vai o Art. 14.

Nós observamos que a Lei 494, quando do seu envio para esta Casa, não trouxe junto no seu bojo... No bojo da lei, não veio... Não vieram, aliás, porque não é um, são vários os demonstrativos de receita. Não atende aos dispositivos da Lei Complementar 101, portanto desrespeita uma lei federal, portanto é ilegal, é ilegal. Essa lei não pode ser considerada, não pode ser aprovada por esta Casa.

Eu quero considerar com os deputados que aqui se encontram uma questão: os nossos projetos, na sua grande maioria, quando são aprovados por esta Casa, são vetados pelo Sr. Governador por inconstitucionalidade, por ilegalidades, por uma série de situações. Agora como é que nós podemos aceitar um projeto de lei que desrespeita uma lei federal?

Então os deputados e deputadas que conhecem a legislação, que são juristas, que são advogados, que atentem para esse descumprimento da Lei 494.

Tem mais, nós estamos diante, também, de uma situação anômala. Por quê? Porque o Ministério Público do Tribunal de Contas enviou um ofício, o Ofício nº 036, de 2019, portanto recente, pedindo informações ao Governo do Estado de São Paulo - gostaria que os deputados prestassem atenção nisso -, informações sobre a renúncia de receitas, deputado Barba, pedindo informações sobre a renúncia de receitas na redução de alíquotas do ICMS sobre querosene da aviação.

O Ministério Público de Contas apontou as recomendações do Tribunal de Contas para 2017 e destacamos: “Aprimore o estudo financeiro que somente considera o quanto que o Estado deixará de arrecadar. Que preveja também o impacto da renúncia de receita das metas fiscais”.

Portanto, o Tribunal de Contas tem alertado desde 2017 que o Governo do Estado de São Paulo não tem cumprido com a Lei 101, a Lei Complementar 101, que é a lei que fala sobre a responsabilidade dos governantes, deputada Beth Sahão.

E fala também que, quando vem uma lei que aponta renúncia de receitas, a obrigatoriedade não é o poder discricionário do governador do estado de São Paulo em estabelecer o que vem ou não junto com a lei. É obrigatoriedade porque a Lei Complementar 101, Lei de Responsabilidade Fiscal, em seu Art. 14 estabelece essa obrigatoriedade.

Portanto, o Sr. Governador descumpriu a legislação. Então, que a gente possa atentar a esse detalhe grave, sério, e que é passível de nulidade desse processo legislativo.

Quero aproveitar o ensejo para discutir uma questão aqui que é extremamente grave, que foi a denúncia feita pelo portal Intercept Brasil, no último domingo, quando esse portal de notícias relata e coloca uma série de discussões, de conversas, de encaminhamentos, de sugestões e de, inclusive, orientações, o que é gravíssimo, entre o procurador e coordenador da Operação Lava Jato e o juiz Sérgio Moro.

Hoje, ainda estamos verificando a veracidade disso, mas está em vários sites de notícias, há também o vazamento de uma informação de que o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, também dialogava com o Deltan Dallagnol.

Parece-me que essa notícia saiu hoje, a gente precisa averiguar a veracidade disso, mas, se isso está acontecendo, está justificado - não é deputado José Américo? - por que eles prenderam o presidente Lula. Está justificado o conluio que fere a Constituição de morte. O conluio proibido pela nossa Constituição Federal. O desrespeito às nossas leis, o desrespeito aos princípios e garantias constitucionais de todo réu de que ele tem que ter equidade no tratamento, de que ele tem que ter justiça para ser julgado em um processo.

Se isso for, de fato, verídico, estamos diante de uma crise institucional sem precedentes neste País. A Ordem dos Advogados do Brasil, seção nacional, soltou uma matéria, soltou um comunicado dizendo que o juiz Sérgio Moro deve renunciar imediatamente, porque ele infringiu todas as possibilidades, todas as regras que regem o Direito brasileiro.

Nós estamos chocados com o que está acontecendo neste País. Demonstra, de fato, que foi uma orquestração para tirar o presidente Lula da eleição, uma vez que o presidente Lula era o primeiro nas pesquisas de intenção de voto antes de sua prisão.

Quero também fazer aqui uma menção à Associação de Juízes para a Democracia e à Associação Latino-Americana de Juízes do Trabalho, que soltaram uma nota dizendo que as conversas entre Deltan Dallagnol, juiz Sérgio Moro e todos aqueles que participaram, as procuradoras - eu não me lembro dos nomes agora - e todos aqueles que discutiram as condições objetivas daquele processo, de um processo que também se descobriu que a nota fiscal que embasou a condenação do presidente Lula, a nota fiscal de prestação de serviços de uma empresa que disse que instalou o elevador no triplex, é falsa. Nós já alertávamos sobre essa questão da falsidade da nota fiscal vários meses atrás. Agora, comprovou-se. Ela não atende aos requisitos e às características das notas fiscais de uma forma geral. Ela é uma nota fiscal construída dentro dos parâmetros da informalidade. Essa nota embasou uma condenação que foi uma farsa, que foi uma montagem, para que o presidente Jair Bolsonaro fosse eleito neste País.

Quero dizer mais. Nós estamos vivendo um caos neste País. Se vocês forem verificar uma matéria que saiu há pouco na imprensa, vocês vão verificar que as pessoas estão correndo atrás de caminhão de lixo, para pegar comida, lá em Pernambuco, porque nós estamos vivendo um absurdo na economia brasileira. Não tem emprego.

E o que fica fazendo o presidente Jair Bolsonaro? Brincando de equilibrar a goiabada em cima de lata de leite condensado. Ele acha que nós somos o quê? Idiotas? Ao invés de ele cuidar daquilo que de fato importa, que é descobrir onde está o Queiroz, que é descobrir como 117 armas do Exército americano foram parar na casa do vizinho dele, quantas laranjas se apoderaram do poder, no Rio de Janeiro, o que as milícias estão fazendo no Rio de Janeiro...

É disso que se trata, o momento que este País está vivendo. Do desemprego, da fome, do desmonte do Estado. É um absurdo o que está acontecendo no Brasil nos dias de hoje.

E nós queremos dizer que nós vamos enfrentar todo esse processo de desmonte do Estado lutando, enfrentando os debates e fazendo o que está sendo feito lá em Brasília. É um desmonte de todos os decretos do presidente da República. O Senado desmontou hoje o decreto das armas, desmontou o decreto dos conselhos.

Assim, nós vamos continuar essa luta, para demonstrar, para provar que houve um conluio, que houve uma parceria, que houve, de fato, um processo espúrio e que continua sendo dessa forma esse processo neste País. Tiraram a presidenta Dilma, eleita legitimamente, democraticamente neste País, para pôr esse cara que não tem a menor noção do que é governar um país.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Para uma brevíssima comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Antes, porém, deixe-me chamar o próximo orador inscrito para fazer uso da palavra, que é o nobre deputado Castello Branco, para falar a favor do projeto. Para uma comunicação, tem V. Exa. a palavra.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigado, Sr. Presidente. Gostaria apenas de comunicar a essa Casa que a Operação Lava Jato é, foi e sempre será um dos maiores orgulhos do país. Já que esta é uma Casa Legislativa, eu tenho certeza de que a Assembleia sempre trabalhará no combate ao crime organizado.

Nobre deputada Márcia Lia, não é juiz Sérgio Moro; a senhora está falando no passado. Hoje, ele é ministro. Então, por favor, trate-o com o devido respeito. Ministro Sérgio Moro, que faz parte de um governo legitimamente eleito. Se hoje o Jair Bolsonaro é presidente do Brasil, ele foi eleito...

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Não merece o meu respeito.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Deputada...

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - A senhora me respeite, porque eu estou falando. Aqui não é o diretório do PT para ser da forma que a senhora quiser, não! Respeite-me.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas...

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Peço, por gentileza, que o senhor reponha 30 segundos do meu tempo. Já que a senhora não tem educação, eu tenho. Jair Bolsonaro venceu as eleições não é porque o Lula está preso, não; é porque o povo sente repulsa do seu partido. Ninguém aguenta mais o Partido dos Trabalhadores. Se antes eu já respeitava e sentia orgulho do Sérgio Moro, eu hoje eu sinto muito mais. Inclusive, eu acredito que Sérgio Moro e todos os procuradores da Lava Jato têm que receber hora-extra, porque estavam trabalhando, sim, para prender corrupto, para prender bandido e colocar o bandido no seu devido lugar.

É isso que eles devem receber: respeito total da população brasileira. O maior repúdio que nós temos é o fato de nós termos, na nossa história, um ex-presidente que hoje está preso! Lula está preso! Não é presidente mais. É um preso, condenado, bandido, ladrão, e vai permanecer na cadeia enquanto esse país tiver justiça. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - Para uma comunicação, com anuência do orador...

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Temos um orador na tribuna. Eu vou permitir. Apenas, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, nós não vamos permitir esse tipo de debate aqui nos microfones de aparte. O Sargento Neri já tinha pedido uma comunicação há algum tempo. Vou permitir. Depois, não vamos permitir mais. Depois, você pede aparte.

E, quando o Sargento Neri falar, eu vou passar a palavra... (Fala fora do microfone.) Nobre deputada, deixe-me concluir. Eu vou passar a palavra para o deputado Castello Branco, assim que o Sargento Neri falar. E a senhora pede um aparte para ele ou espera-o terminar, para a gente poder dar continuidade a esse processo. Não vamos, aqui, admitir esse tipo de debate nos microfones de aparte. Para comunicação, o Sargento Neri.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigado, presidente. Sobre a votação, quero comunicar que eu recebi, após ter apoiado em relatório o projeto da Dra. Janaina, vários emails de associações médicas apontando irregularidades no projeto. Então, eu votei contra a urgência, para analisar esse projeto.

Mas, já que foi colocado em questão meu projeto sobre policiais militares... Olha só, presidente: nós tivemos, aí, o cabo Fernando morto, executado na porta da casa dele, porque os advogados têm o endereço do policial militar. Eu apresentei um projeto para que houvesse o sigilo do endereço de policiais. A Dra. Janaina foi contra esse projeto na CCJ, com relatório que - peço até desculpa a ela - um terceiranista faria melhor. Quero dar parabéns ao deputado Thiago Auricchio pelo relatório que ele fez, defendendo o projeto.

E como que ela vem falar de policiais militares, da policial militar? Minha esposa está grávida de sete meses. E eu quero conhecer o projeto. Eu coloquei no relatório, lá, para pautar o projeto dela. Só que eu vou analisar o projeto agora, por isso que eu votei contra a urgência, devido aos emails que eu recebi. Se quiser, apresento aqui os emails. Agora, falar de projeto que defende policiais femininos militares, para quem foi contrário a ter o sigilo do policial militar, para ele não ser executado na porta de casa... Faça-me o favor: sem demagogia. Obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Com a palavra o nobre deputado Castello Branco.

 

O SR. ADALBERTO FREITAS - PSL - Um aparte, por favor.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - O tempo de V. Exa. está correndo. Aí, é com o senhor, se quer dar o aparte ou não. Pode soltar o tempo do deputado Castello Branco.

 

O SR. ADALBERTO FREITAS - PSL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Com todo o respeito que eu tenho pela bancada do PT, foram falar aqui referente à questão da eleição do presidente Bolsonaro poderia ser fraudada, mas você tem que entender o seguinte. O partido de vocês ficou 13 anos no poder e o país está do jeito que está. A senhora precisa respeitar. A senhora está muito desrespeitosa com a gente. Está brava, mas aqui não é lugar de ficar bravo. Vai ficar brava na sua casa. Aqui tem que respeitar.

Então, vocês estiveram três anos no poder. Tiveram a oportunidade de governar o país, e o país está na situação que está. Não é porque o Bolsonaro está há cinco meses no poder que está desse jeito. Isso que vocês estão querendo alegar, que a eleição dele foi fraudada... E vocês, que ficaram no poder muito tempo com o mensalão, comprando votos de deputados lá em Brasília? Como é que vocês assumiram o poder? Comprando voto dos outros. Foi comprovado tudo isso.

Está lá, está investigado que você usaram dinheiro pago, dinheiro desviado de estatais, pagando o mensalão para poder continuar no poder, se perpetuar no poder comprando votos, e agora estão falando que o ministro, só porque  conversou com o cara - que é normal eles conversarem -, falam que o cara é perigoso. Falam que o cara não sei o que lá, tudo. Estão achando que não tem validade.

Então, isso é uma fumaça que vocês estão querendo colocar. Vocês sabem que isso aí não vai dar em nada, e que isso tudo que está acontecendo não vai mudar a condição do Lula, de réu, preso pelos crimes que ele cometeu. Não vai mudar nada. Vocês precisam cair na real, que ele está preso, está respondendo os processos dele, e que essa cortina de fumaça que vocês estão soltando não vai diminuir o tempo de cadeia que ele vai ter, porque ele vai ser condenado outras vezes. Eu penso até que vocês deveriam pensar em outro líder de vocês, porque aquele lá vocês vão ter que esquecer. Aquele lá vai apodrecer na cadeia.

Muito obrigado pelo aparte.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Preservando agora seu tempo. Apenas para lembrar os novos deputados que um aparte, segundo o Regimento, é um minuto. Apenas para lembrar. Com a palavra.

 

O SR. CASTELLO BRANCO - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR -  Obrigado, nobre presidente. Prezados colegas deputados, acalmando os ânimos e mudando completamente de assunto e de tônica, eu vou defender a redução da alíquota com uma apresentação muito rápida, e eu acredito que eu tenha me distinguido nesta Casa pelas minhas apresentações técnicas, pontuais, e não de cunho ideológico. Então, eu agradeço a atenção Barba, de sua presença, professor Américo, Luiz Fernando, professora Bebel, e todos os outros colegas que estão aqui hoje no plenário.

Bom, o tema é vasto. Eu não pretendo extingui-lo na apresentação de hoje, mas acredito que seja da maior importância. Hoje é uma apresentação preliminar, e prometo, na próxima sessão, trazer uma apresentação onde eu use os 15 minutos e faça uma exposição técnica sobre o assunto.

O cerne da questão é a redução tributária dos combustíveis de aviação. É um tema muito importante para a economia, e eu falo com propriedade, porque estou no meio da aviação desde 1978, quer na aviação militar, quer aviação civil. Então, conheço bastante o tema, e o projeto não é do governador Doria. Na verdade, ele ratificou isso. Esse projeto era muito mais antigo, e já era um anseio da categoria há muito tempo, e depois eu vou dizer porque eu acho que ele veio agora.

Então, os combustíveis atualmente usados na aviação são cinco. Nós temos a querosene de aviação, que se divide em dois tipos. Nós temos a gasolina de aviação, que é a avgas. Nós temos o álcool anidro carburante, que é o álcool usado para aviação, que hoje já tem a redução, e temos os biocombustíveis. Na gasolina de aviação, ela também tem suas subdivisões.

Na verdade, a aviação se divide em sete segmentos. Esta alíquota de redução beneficia apenas uma caixinha, uma parte do segmento. Então nós temos, por exemplo, a aviação de negócios, o táxi aéreo, o serviço aéreo especializado, a aviação agrícola, o transporte de valores, a ambulância aérea, o jornalismo aéreo, a aviação de instrução, a aviação experimental e temos a aviação comercial, que se divide em dois grupos, a aviação comercial de passageiros e aviação comercial de carga, que, realmente, é a que nós conhecemos mais e que tem um impacto na economia mais direto.

Aqui são alguns números que eu vou passar rapidamente, mas praticamente 90% de toda a frota de aviação do Brasil se abastece de gasolina de aviação, e não de querosene. E a gasolina de aviação, por exemplo, representa apenas 17,6 milhões. Ou seja, 0,27% do arrecadado com o querosene. Ou seja, o fato de você diminuir a alíquota não vai trazer renúncia fiscal nem prejuízo. Resumindo o tema, vou apresentar mais alguns slides.

Acreditamos que essa redução vai movimentar muito mais a Economia, porque vai gerar mais horas de voo em todos os outros segmentos. Vai gerar mais empregos, maior consumo de mecânicos e de peças, de valor agregado como a hotelaria e o consumo de alimentos, aeroclubes, etc. Essa conta já foi feita e vou apresentar na próxima semana.

Volta no último eslaide, por favor?

 

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- É feita a exibição de eslaide.

 

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Aqui, por exemplo, é uma proporção entre distribuição, revenda, perda por evaporação, o valor do ICMS, o que é realizado pela Petrobras. Hoje a exposição é muito rápida, mas apenas para mostrar. Oportunamente, se me derem a oportunidade fora do plenário, poderei fazer uma apresentação mais profunda. É uma questão matemática. O que interessa é: essa redução vai gerar mais emprego, vai aumentar a receita no final e vai movimentar mais a economia de São Paulo.

Pode ir.

 

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- É feita a exibição de eslaide.

 

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Aqui é o preço médio do litro. Isso é outra briga internacional. O Brasil tem o combustível de aviação mais caro do mundo. Muitas companhias, isso foi um dos motes que levou a aviação comercial a não estar mais abastecendo no Brasil. Além de não abastecer no Brasil, não querem abastecer em São Paulo. Dos 27 estados da União - os 26 mais o Distrito - 18 já têm uma redução do ICMS. Então, nessa guerra fiscal - que infelizmente existe - o estado de São Paulo está perdendo bastante.

E não só eles não estão abastecendo aqui, como estão indo abastecer em outros estados e estão pensando em mudar a sua matriz para lá. O senhor imagina o que é a gente saber que, daqui a pouco, Guarulhos não é mais o principal aeroporto do Brasil, por exemplo? Não vou me alongar. Mas as nossas aeronaves estão abastecendo no Paraguai, na Colômbia, no Equador, e não estão abastecendo aqui.

E não só da aviação grande, como também da aviação pequena - volto a reforçar o conceito - que não está nesse pacote, mas que sofre muito com o imposto alto, muito mais que a aviação comercial. Não vou cansá-los aqui. Hoje, a gasolina está 8,60 e já chegou a 10 reais. O que interessa? Hoje, o Brasil tem 15 mil aeronaves. Somos a segunda maior frota de aviação geral do mundo, 40% dessa frota está no estado de São Paulo e 60% dos aeródromos estão no estado de São Paulo.

E não estamos movimentando essa economia, porque o preço do combustível aqui no Estado é muito alto. Vou indo para o final. Eu gostaria de sensibilizar os deputados para esta questão. Vou voltar oportunamente para tratar do tema com maior profundidade.

A gente tem um número de aeronaves, helicópteros, avião pequeno, avião médio, avião grande. Quanto isso gera de emprego? Quantos pilotos estão desempregados? E a movimentação dos aeroclubes e da aviação experimental? Enfim, temos tudo isso planilhado.

O resumo da ópera: se essa redução não se aplicar apenas ao querosene de aviação, mas a todo o segmento de combustível (que é uma emenda: apenas alterar um artigo, dizendo que a redução é de 25 para 12, para todos os combustíveis) a gente tem, nobre deputado Campos Machado (faço questão de, oportunamente, explicar tecnicamente para o senhor, se o senhor permitir), uma comprovação de que o estado ganha.

Eu tive a oportunidade de fazer essa sustentação para o secretário Henrique Meirelles - ele dispensa apresentações - e ele concordou. Tanto concordou, que o “test drive” é na aviação comercial, que considero a ponta do iceberg.

Mas, embaixo dela, tem todo um setor que vai sair beneficiado com isso. Resumindo: sou a favor de que seja feita uma emenda nessa lei. De aprovar essa lei - o que acho saudável - com uma emenda de que aumente-se o escopo da redução para todo o segmento dos combustíveis de aviação. Porque isso vai movimentar brutalmente todo o segmento da aviação, que é 90% a mais do que hoje está sendo beneficiado.

Agradeço a atenção dos senhores e me ponho à disposição para fazer individualmente essa apresentação com mais detalhes. Inclusive, com planilhas financeiras atualizadas de 2015 para cá. E provar que isso traz benefícios para o estado de São Paulo sob qualquer análise. Apenas ressaltando que eu solicito que isso não contemple apenas a querosene de aviação mas, a gasolina de aviação, os biocombustíveis de aviação, o álcool da aviação, ou qualquer outro combustível que venha para o setor. Muito obrigado.

 

O SR. FREDERICO D’AVILA - PSL - Deputado Castello Branco, me concede um aparte?

 

O SR. CASTELLO BRANCO - PSL - Afirmativo.

 

O SR. FREDERICO D’AVILA - PSL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Queria dizer que concordo plenamente com o senhor. Essa apresentação está muito bem feita. Eu também, como piloto, não tão bom como o senhor, mas como piloto que sou também, digo que a minha linha de pensamento é exatamente o que o senhor falou. Já coloquei, em documento, para o governador João Doria, que estenda o benefício ao avgas. Além disso, o estado de São Paulo tem a maior quantidade de escolas de aviação civil do Brasil, e isso vai estimular ainda mais a formação de pilotos aqui em São Paulo.

Aproveitando a questão que o senhor colocou aqui do custo do avgas no Brasil, que é o mais alto do mundo, temos que lembrar que todos aqueles segmentos que o senhor colocou aqui são impactados pelo combustível do avgas. Principalmente a aviação agrícola, que a nossa agricultura paulista depende tanto desse segmento para manutenção das suas culturas no estado de São Paulo, bem como o álcool combustível que a Embraer desenvolveu a tecnologia de transformar os motores Lycoming Continental em álcool combustível. Obrigado.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Primeiro, deputado Castello Branco, dizer do conhecimento do conteúdo que o senhor tem quando traz aqui informações sobre essa área da aviação que eu, de fato, desconheço.

Mas o senhor disse que tinha outra informação que para mim era muito importante, quando o senhor afirmou que essa questão do governador João Doria não foi uma questão dele, mas é uma questão anterior. O senhor, nos dois minutos que restam, poderia contar para a gente.

 

O SR. CASTELLO BRANCO - PSL - Claro. A minha visão é de que o segmento da aviação comercial dá muita visibilidade. Ele transporta uma quantidade de pessoas e de carga muito grande.

O estado de São Paulo estava perdendo receita. O estado de São Paulo estava perdendo número de voos. Algumas companhias queriam parar de voar para cá porque - esqueci-me de falar - 30% do custo operacional de um voo é combustível, direto na veia. Ou seja, São Paulo estava perdendo o número de voos e isso ia repercutir na hotelaria, etc. O acordo foi: eu reduzo o querosene da aviação comercial, em contrapartida eu quero mais voos, eu quero mais saídas. Foi um pacote de compensação. Ok! Isso faz parte e eu entendo. Eu só entendo que esse benefício deva ser estendido também para toda a cadeia de aviação, para a matriz da aviação, desde o pequenininho da aviação agrícola, à escola de pilotos.

Para o senhor ter uma ideia, São Paulo podia ser o maior produtor de pilotos do mundo. Hoje, os nossos pilotos estão indo para fora do Brasil, ou no mínimo para outro estado voar lá porque é mais barato; a gente perde, etc.

Então, que o mesmo raciocínio aplicado ao grande seja aplicado também aos pequenos.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR – Primeiro, eu quero cumprimentá-lo. Pelo menos alguém hoje... cumprimentar o senhor e dizer que foi uma explanação muito bem feita. Eu tenho alguns números da aviação, entendo também que o “stop over” é um avanço para a aviação paulista. Hoje, no Brasil, você não consegue vir, por exemplo, de Londres, parar em São Paulo, ficar dois dias e voar para Buenos Aires, por exemplo, sem aumento de custo. E isso obriga a todas as empresas aéreas a fazer esse tipo. Quer dizer, nós vamos aumentar o turismo em São Paulo. Mas cumprimentá-lo pela sua explanação.

O senhor está dizendo aqui e fazendo corretamente. Ou seja, discutindo o projeto, o que é muito difícil a gente ver aqui nesta Casa. Então, parabéns ao senhor.

Quero dizer que, além disso, os aviões aqui que fazem as nossas linhas São Paulo-Rio, São Paulo-Curitiba, São Paulo-Porto Alegre estão voando de barriga vazia,  porque ele sai de São Paulo, vai em Belo Horizonte, reabastece o avião, volta para São Paulo com combustível suficiente para ir a Belo Horizonte de novo e para voltar, abastecer lá e vir aqui. Quer dizer, nós estamos perdendo receita. Esse é um sinônimo que São Paulo está deixando.

Por exemplo: Air Europa fixou a sede aqui no estado de São Paulo, pela expectativa que ela tinha da redução de querosene, fazia o seu hub aéreo para todo mundo. Então, parabéns, mais uma vez, ao senhor, que fez esse estudo especial sobre avgas, ou querosene, enfim, qualquer combustível de aviação.

 

O SR. CASTELLO BRANCO - PSL - Sr. Presidente, eu peço 30 segundos. Essa é uma pequena parte de uma explanação maior. Eu gostaria de apresentar o restante.

E, deputado Campos Machado, o senhor fez uma colocação. Os jatinhos executivos de alto luxo, que realmente pertencem a um segmento da sociedade muito pequeno, eles representam no máximo cinco por cento desse segmento.

Então, na verdade, a gente vai beneficiar com isso muitas outras pessoas, inclusive esse pequeno segmento, ainda que a gente considere que o segmento de alto luxo da aviação também gere empregos, também gere impostos, e etc.

Mas, o grande beneficiário é o usuário da aviação geral pequena.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado, nobre deputado.

Para falar contra, chamamos o nobre deputado Barba.

 

A SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Pela ordem, nobre deputada Beth Sahão. Para comunicação?

 

A SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - Para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Apenas para reforçar aqui: no outro intervalo, nós demos aqui duas comunicações. Vamos proceder da mesma forma, para que possamos dar continuidade à discussão do projeto propriamente dito.

Vamos proceder a apenas duas comunicações. Tem a palavra a senhora, com anuência do deputado na tribuna.

 

A SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Eu queria apenas dizer que a despeito das palavras ofensivas do deputado Douglas Garcia em relação ao Partido dos Trabalhadores e em relação ao ex-presidente Lula que a história não se apaga nunca.

Por mais que o presidente Lula tenha sido condenado de forma injusta - essa não é a nossa avaliação, é a avaliação, inclusive, de grandes juristas deste País -, ele jamais deixará de ser considerado, até hoje, mesmo tendo deixado o governo há nove anos, até hoje, o melhor presidente que este País já teve, obtendo resultados fantásticos, em vários segmentos, que eu poderia elencar aqui, mas vou deixar isso para uma oportunidade futura.

E eu queria, Sr. Presidente, lamentar, como presidente da Comissão de Direitos Humanos desta Casa, que o governo Bolsonaro ontem acabou de exonerar fiscais que faziam o enfrentamento e o combate à tortura no Brasil.

Infelizmente, nós não teremos mais esse trabalho sendo feito de forma profissional. O Brasil, que é um dos países que ainda tem na tortura, infelizmente, um expediente para poder, às vezes, retirar informações, para poder punir as pessoas. E, com esta decisão do presidente Bolsonaro, nós não teremos mais isso.

Lembrando que o Brasil tem mais de 720 mil apenados, 720 mil que não terão mais a oportunidade de receber fiscalização organizada, oficial, decente, que possa mostrar não só para o País, e exigir mudanças e transformações no interior dessas penitenciárias: a situação de desmando, de desprezo, de abandono, de negligência, de contração de doenças, etc.

Infelizmente, esta foi mais uma demonstração de que este presidente não tem compromisso com o valor da vida humana. Trata-se do valor da vida humana. O Supremo Tribunal, como disse o deputado Emidio, hoje retomou e fez o governo retomar mais de 2.500 conselhos.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Para a conclusão, deputada.

 

A SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - E deverá fazer o mesmo, porque, certamente, haverá ações no Supremo para que essas tarefas voltem a ser executadas.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, eu quero comunicar o que se encontra bombando nas redes sociais, na UOL, está bombando na Band News, em vários sites de notícias, e que aquilo que eu disse que não tinha certeza quando me pronunciei há pouco na tribuna, de fato é verídico.

Eu peço permissão para colocar o que foi dito aqui.

“Exclusivo: ‘Luiz Fux disse para Deltan Dallagnol, da Lava Jato, contar com ele’. “E, aí, tem uma série de informações aqui, onde consta que o ministro Luiz Fux estava em diálogo constante com os operadores da Lava Jato, o que demonstra, e o que para nosso sistema jurídico, é inaceitável. Isso fere todo o sistema, e a deputada Janaina Paschoal sabe muito bem o que eu estou falando, fere o nosso sistema jurídico, porque não pode haver comunicação entre quem acusa e quem vai julgar o processo, porque significaria mais ou menos a mesma coisa de que num jogo de futebol aquele que vai fazer o gol está sendo orientado pelo juiz da partida, que é quem vai decidir as questões que acontecerem durante a partida.

Portanto, esse conluio está vindo à tona, e tem muito mais para vir à tona para provar que o Supremo, o Supremo com tudo, o golpe foi idealizado, e a deputada Janaina fez parte disso, foi idealizado para que fosse derrubada uma mulher honesta, uma mulher que foi presidenta eleita legitimamente pelo povo, que não fez pedaladas fiscais, coisa nenhuma. E está começando aparecer aqui, porque um jornalista americano teve coragem de enfrentar o Supremo Tribunal Federal.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Uma comunicação, Sr. Presidente?

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Nobre deputada Janaina, como eu disse, já havia dito, nós iríamos dar uma a uma. Mas também houve solicitação da outra vez e eu não dei. Então, gostaria de seguir essa regra. Vossa Excelência falará logo após.

Com a palavra o deputado Barba.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Não, senhor.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Com a palavra o deputado Barba.

Se ele te der um aparte, é com ele.

O tempo de V. Exa. está correndo, Barba.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Já foi. Então, se for, eu também vou querer.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Deputado Barba com a palavra.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, estamos aqui no adiantado das horas, agora 20 horas e 30 minutos, e essa nova legislatura, deputado Marcio da Farmácia, os demais deputados novos, o primeiro projeto que essa legislatura aprovou do governo aqui nesta Casa foi o projeto de 2017, o Projeto 129, de 2017, que era o projeto que tratava da extinção do Fundo de Eletrificação Rural no Estado de São Paulo.

E houve um acordão aqui e nós fizemos uma emenda aglutinativa em que todos os deputados concordaram em aprovar o projeto, extinguindo o fundo e pegando o fundo, que era algo em torno de 10 bilhões e meio de reais, e distribuindo para Cultura, para Educação e uma parte para reformar uma casa aqui dos militares. E foi um acordo aqui nesta Casa, e vocês que fazem parte da base aliada do governo, porque você faz parte da base aliada, não tem problema nenhum isso. A deputada Janaina também já faz parte da base aliada do governo; já percebemos isso. Então, não tem nada demais. O PSB ali, que era independente, mas também ali já está compondo do centro para a direita.

Então, nós aprovamos, deputado Camarinha, deputado Barros Munhoz, um projeto nesta Casa para acabar com o Fundo de Eletrificação Rural no Estado de São Paulo, em que o dinheiro, ao invés de ir para as contas do Tesouro, no Estado, teria dois endereços. E foi um acordão aqui, inclusive a bancada do PT votou a favor, entendeu que era importante. Acho que tiveram os votos dos 93 deputados aqui. Aliás, foi uma votação por comando, não teve nem verificação, não teve nada. E o governador João Doria, ontem, vetou exatamente a parte da emenda aglutinativa, que dava o destino ao dinheiro.

Estou chamando a atenção de vocês, deputados, apoiadores do governo, porque senão a gente faz um acordo aqui, aprova alguma coisa aqui e vai para lá e ele veta aquela parte boa do acordo e mantém só o projeto original dele, deputado Bruno. Por isso que eu estou dizendo para vocês não terem tanta pressa de aprovar. Quando vocês fizerem um acordo com o líder do Governo para fazer uma emenda aglutinativa, vocês têm que começar a exigir do líder do Governo, do Carlão, e da Carla Morando, que é do PSDB, que é líder da bancada, que o governador cumpra o acordo feito aqui nesta Casa, senão vocês vão ficar com cara de tonto. Nós vamos ficar com cara de tonto nesse acordo. Até nós aprovamos, e ele vai lá e veta o acordo. Então, estou chamando atenção, porque vocês são da base aliada, não é? Vocês são da base aliada. Então, tomem muito cuidado com isso. Essa é a primeira questão que eu queria levantar.

A segunda questão é em relação ao projeto e à apresentação que o deputado Castello Branco fez aqui há pouco. Deputado Castello Branco, sua apresentação é muito boa. Você é do meio. Mas vou debater esse projeto agora do ponto de vista político.

Eu sou um dos deputados, já disse aqui, que discutem renúncia fiscal sem o menor problema, desde que a gente discuta essa renúncia fiscal e diga qual é a contrapartida dela. Até agora, não foi dito. A prática do PSDB de fazer renúncia fiscal, como vocês vão conhecer, é de fazer a renúncia fiscal para engordar o bolso do empresário, não é para ter contrapartida para a sociedade.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, com anuência do orador, uma questão de ordem.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Questão de ordem, nobre deputado Campos Machado.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Eu requeiro uma verificação de presença, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Vamos convidar para ajudar na verificação o nobre deputado Frederico d’Avila e o nobre deputado Jorge Wilson. O deputado Cezar está aqui, me perdoem. O deputado Cezar está aqui e vai nos ajudar na verificação de presença dos Srs. Deputados. Por favor.

 

* * *

 

- É iniciada a chamada.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Esta Presidência constata quórum regimental e devolve a palavra ao deputado Barba.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Cauê Macris.

 

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O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, novamente, então esse projeto do ponto de vista da renúncia fiscal...

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Só um minutinho, deputado Barba. Nós temos a presença de uma senhora no plenário que não é parlamentar. Só com autorização da Presidência e da Mesa na hora de filmar o orador da tribuna. Qualquer outra pessoa peço para que não entre no plenário. Tem a palavra.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Sr. Presidente, eu não tenho problema de discutir renúncia fiscal igual estava falando sobre o projeto, desde que haja uma contrapartida e para onde é que vai. A prática do PSDB, do governo João Doria principalmente, para fazer renúncia fiscal é para engordar o bolso dos empresários, deputado Campos Machado.

Porque até agora ele fez o decreto e o decreto reduz o ICMS do querosene de avião de 25% para 12% e nós recebemos a convite do deputado Vinícius Camarinha na Comissão de Transporte e Comunicação o pessoal da aviação e o presidente das empresas de aviação.

E lá ele explicava para nós que o avião que parte de São Paulo para Paris, para qualquer lugar do mundo, para Minas Gerais, parte pagando 25% de ICMS e o avião que vem lá de Paris para cá, como não tem essa história do querosene, não tem o ICMS sobre essa viagem para cá.

E a mesma coisa valia para Minas Gerais, para o Brasil inteiro, conforme uma parte da apresentação do deputado Castello Branco. Não tenho problema de discutir essa questão. O senhor está pedindo um aparte, deputado Campos Machado?

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Sim, deputado Barba. Se possível, eu gostaria regimentalmente de dizer que as lideranças chegaram a um acordo em plenário para dar mais meia hora por discutido e nós levantamos a sessão.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Cauê, só pedir para voltar meu tempo para oito minutos que está sendo feita uma proposta.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - A tolerância  de 30 segundos está devolvida para que Vossa Excelência possa ter oito minutos.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Eu quero saber se está sugerindo levantar desde já, preservado o meu tempo, é isso? Só para saber.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Seria importante a conclusão da fala de V. Exa. para depois concretizar o acordo.

 

 O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Fizemos o acordo, presidente. Levante já.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pelo que eu entendi do deputado Carlão Pignatari, será assim que ele concretizar a fala. Vossa Excelência tem oito minutos.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Retome meus oito minutos, por favor, então. Eu topo o acordo, não tem problema nenhum. É só eu encerrar meus oito minutos que eu preciso responder duas questões. É rapidinho.

Carlão, terça-feira eu vou trazer na reunião da bancada, estou mandando um projeto para ser avaliado para quem é do setor, para quem conhece, para ver qual a posição que nós do PT ainda vamos ter em relação ao projeto. É essa questão que eu queria levantar e com certeza eu voltarei para debater esse projeto novamente.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - É só uma contribuição rápida. Dizer ao senhor que eu fico feliz quando o deputado Teonilio Barba faz esse questionamento. Dizer que pediu para que alguém avaliasse o projeto. É ruim a gente ser contra por ser contra. Nós podemos ser contra com justificativa e é isso que o senhor está fazendo.

Quero cumprimentá-lo e dizer que esse é o caminho que nós temos que fazer no Parlamento. Eu ouvi muito bem a sua explicação e achei justo esse tipo de colocação, deputado Barba.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Está bom, muito obrigado. Então, é assim que eu trato essas coisas. Mas, viu, deputado Carlão, eu não posso deixar de registrar aqui que o modelo de vocês fazerem renúncia no estado de São Paulo é só para dar dinheiro para os empresários.

A Dilma fez muita renúncia, o Lula fez, mas a gente reduzia, por exemplo, 6% do IPI. O consumidor aqui em baixo tinha redução de 6% do IPI do carro. Vocês precisam aprender a fazer isso. Essa redução, se for aprovada aqui, tem que retornar. Uma parte dela tem que voltar para o valor das passagens. Tem que ser reduzido no valor das passagens, ser reduzido em competitividade, mais volume. É isso o que está faltando.

Por último, agora, quero entrar na questão política. Meu partido foi, aqui, veementemente atacado pelo deputado Douglas Garcia. Assim como vocês têm o Bolsonaro como herói, para vocês o Bolsonaro é um herói, para nós não é. Ganhou as eleições, está aparecendo agora a farsa que foi montada para ele ganhar as eleições.

Acho que não era nem para ele, viu deputada Janaina? A farsa montada era para outro candidato. O Bolsonaro não era o candidato dos meios de comunicação, nem do sistema financeiro e nem de nada. Caiu no colo dele. A farsa montada era para ser para o Geraldo Alckmin, o Meirelles ou, talvez, o Amoêdo. Caiu no colo do Bolsonaro.

Mas existiu uma trama orquestrada pelo juiz Sérgio Moro que, desta tribuna, eu falei que, se não fosse corrupto, era mal intencionado. Acho que estou partindo para que ele é corrupto. Mostra que a construção do que ele está fazendo, a partir das denúncias de agora... e não é só ele, também tem o Deltan Dallagnol, que também, quando atua dessa maneira, está praticando um ato de corrupção.

E agora entrou o Fux no jogo. Vai aparecer mais gente. Esse negócio tem mais de 1.600 horas de gravação e de denúncia. Quem fez isso não é gente boba. Quem fez isso é profissional. Os caras denunciaram lá fora e denunciaram, ao mesmo tempo, no Brasil, concomitantemente.

Porque, se denuncia só aqui no Brasil, ia ter busca e apreensão. Por isso que estão fazendo lá fora, em inglês, e aqui no Brasil, em português.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Eu não sei como vai estar aqui este plenário amanhã, mas eu gostaria, também, acho que um pouco à luz de tudo isso que aconteceu... O Telegram é um meio de comunicação russo, então já tentaram colocar coisas aí no meio, mas, de qualquer forma, a voz das pessoas é imbatível.

Mas não é sobre isso que eu quero falar, deputado. É com relação à greve geral do dia quatorze. Acho que, com tudo isso que está acontecendo, eu tenho certeza de que a população vai estar indignada e que a Avenida Paulista vai ser tomada, não só pela indignação contra a reforma da Previdência, que acaba com os direitos da classe trabalhadora, mas, sobretudo, contra esse estado de coisas por que passa o País neste momento.

Muito obrigada.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - De nada, deputada Bebel. É sempre uma honra ceder um aparte para a senhora.

Agora, essa questão ainda do STF, do Ministério Público. Eu me lembro de que na época o deputado Barros Munhoz, quando eu falei aqui, desta tribuna, deputado Daniel José, que o Sérgio Moro era corrupto ou mal intencionado, o deputado Barros Munhoz pediu para retirar a minha fala das notas taquigráficas e eu não aceitei, deputado Conte Lopes. Naquela época ele era juiz.

Eu mantive a minha fala, minhas palavras, nas notas taquigráficas porque eu tinha certeza. Estava escrito que ali tinha um conluio para poder cassar a candidatura do presidente Lula. Ali estava escrito. O golpe articulado desde quando o Aécio começou, no final do segundo turno, em 2014.

Na história do Brasil, foi a primeira vez que a elite política e econômica, o Poder Judiciário, Polícia Federal, se unem com a grande mídia e montam uma orquestra para dar um golpe na presidenta Dilma, que era a presidenta, deputado Conte Lopes, mas também para dar um golpe no ex-presidente, porque não podia “impeachmar” a Dilma, e a deputada Janaina fez parte desse golpe, e deixar o Lula solto. Seria burrice deixar o Lula solto, seria deixar o Lula ganhar as eleições.

O Lula está acima do PT. O Lula, vocês vão morrer de dor de cotovelo, mas é o único homem presidente brasileiro que tem um busto de bronze em Washington, ao lado de grandes presidentes dos Estados Unidos. O Lula representa a cara do povo pobre, do povo brasileiro, a cara do sertanejo, a cara do nordestino, a cara do trabalhador e da trabalhadora brasileiros. Não adianta, gente. Nós ainda vamos voltar a este debate aqui.

O deputado Carlão fala que o “deputado Barba, quando quer enrolar aqui, fala de números”, deputado Aprígio. Toda vez que eu falar de números aqui nesta tribuna, você pode saber que tem uma fonte.

Ou tem RAIS, que é a Relação Anual de Indicadores Sociais, que trata do emprego nas indústrias. Ou tem o Caged, Cadastro Geral de Empregos e Desempregos do Ministério do Trabalho, embora o Bolsonaro tenha acabado, para atacar os trabalhadores, com o Ministério do Trabalho. Tem dados do IBGE, que é da Fundação Getúlio Vargas, um ninho da burguesia, mas trabalha com dados que são importantes, e eu respeito dados, até pela minha formação. Eu estudei economia. Os números são importantes para você discutir políticas públicas.

Então, eu ainda vou voltar a esta tribuna para discutir, mas quero deixar ratificado aqui hoje nesta tribuna: eu até agora ainda não sei, Paulo Fiorilo, se o Moro é corrupto ou mal-intencionado. Essa foi a minha fala em 2015.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Se houver acordo entre as lideranças, Sr. Presidente, entre todos os líderes, gostaria de pedir na presente sessão, além do tempo que foi discutido hoje, mais 30 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Só para recapitular, já tinha sido discutido, ontem, 1 hora, mais 1 hora e 15 discutido hoje, mais 30 minutos de acordo proposto, totalizando 2 horas e 45 como discutido o projeto. Questiono os líderes...

 

O SR. WELLINGTON MOURA - PRB - Gostaria de saber sobre esse tema: caso não haja acordo, qual será a procedência? Vai haver segunda extra?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vou dar continuidade à discussão e vou convocar os congressos de comissões até o fim desta sessão. A segunda sessão não será o projeto do querosene. A segunda sessão, ao invés de sessão, eu convocarei os congressos de comissões.

 

O SR. WELLINGTON MOURA - PRB - Só os congressos?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sim, senhor.

 

O SR. WELLINGTON MOURA - PRB - Não vai ter mais pauta de nada então?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Hoje, não.

 

O SR. WELLINGTON MOURA - PRB - Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pergunto aos líderes se existe acordo para dar por 2 horas e 45 minutos como discutido esse projeto. Existindo acordo, antes de levantar a sessão, convocação.

Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do disposto no Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 45, § 5º, ambos do Regimento Interno, convoco reunião extraordinária  da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje, dez minutos após o término da sessão, no salão nobre da Presidência, para apreciar o Projeto de lei nº 1.363, de 2015, de autoria do nobre deputado Itamar Borges, para ciência do vencedor.

Convocação: Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do disposto no Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 45, § 5º, ambos do Regimento Interno, convoco reunião extraordinária da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se um minuto após o término da última convocação, no salão nobre da Presidência, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei nº 631, de 2018, de autoria do nobre deputado Rogério Nogueira.

Convocação: Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do disposto no Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos do Regimento Interno, convoco reunião conjunta  das comissões de Constituição, Justiça e Redação; Defesa e do Direito das Mulheres; e Finanças e Orçamento, a realizar-se um minuto após o término da reunião anterior, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei nº 325, de 2019, de autoria do nobre deputado Marcio Nakashima.

Convocação: Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do disposto no Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos do Regimento Interno, convoco reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Redação; Administração Pública e Relações do Trabalho; e Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje, um minuto após o término da convocação anterior, no salão nobre da Presidência, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei Complementar no 40, de 2019, de autoria do Sr. Deputado Sargento Neri.

Convocação: Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do disposto no Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos do Regimento Interno, convoco reunião conjunta das Comissões de Defesa e dos Direitos das Mulheres; e Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje, um minuto após o término da última sessão, no salão nobre da Presidência, com a finalidade de apreciar o Projeto no 435, de 2019, de autoria da nobre deputada Janaina Paschoal.

Havendo acordo de lideranças, estão levantados os nossos trabalhos. Boa noite a todos.

 

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- Levanta-se a sessão às 20 horas e 56 minutos.

 

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