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2 DE AGOSTO DE 2019

15ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AO PROJETO ESCULPIR

 

Presidência: DOUGLAS GARCIA

 

RESUMO

 

1 - DOUGLAS GARCIA

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - IZABEL DE JESUS PINTO

Mestre de cerimônias, anuncia a composição da Mesa.

 

3 - PRESIDENTE DOUGLAS GARCIA

Informa que a Presidência Efetiva convocara a presente sessão solene, a pedido deste deputado, para a "Homenagem ao Projeto Esculpir". Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro", executado pela Orquestra de Violão do Projeto Esculpir. Anuncia a apresentação de vídeo institucional sobre a Associação Esculpir. Esclarece que a Associação Esculpir tem convênio com a organização estudantil Aiesec.

 

4 - ROBERTO JURANDIR ANDREAZZA FILHO

Presidente do Projeto Esculpir, destaca a importância do Projeto Esculpir na vida dos jovens beneficiados e da sociedade local. Considera que esta homenagem tem efeito positivo na autoestima das crianças e jovens presentes. Esclarece que a associação funciona unicamente através de doações, não recebendo verbas públicas.

 

5 - EDSON SALOMÃO

Presidente do Instituto Conservador, elogia a valorização da cultura estabelecida pelo Projeto Esculpir. Manifesta o apoio do Instituto Conservador à associação em questão. Discorre acerca dos valores conservadores. Considera que a alta cultura é essencial para a formação de bons cidadãos.

 

6 - RICARDO FERNANDES DE ASSUMPÇÃO

Coronel-médico da Polícia Militar do Estado de São Paulo, rememora a criação do Projeto Esculpir a partir do trabalho de policiais militares. Considera que projetos favoráveis à Saúde, à Segurança Pública e à Cultura devem atuar conjuntamente.

 

7 - LÍDIA FREITAS DO NASCIMENTO

Segundo sargento da Polícia Militar do Estado de São Paulo, lembra as dificuldades pelas quais passou no início da criação do Projeto Esculpir. Agradece aos voluntários que abraçaram o projeto e deram o prosseguimento ao mesmo. Considera que os desafios fortalecem o caráter dos mais jovens.

 

8 - PRESIDENTE DOUGLAS GARCIA

Anuncia apresentação musical da Orquestra de Violão do Projeto Esculpir, com as músicas "As Pastorinhas" e "Brasileirinho". Destaca a extrema importância da valorização da música para a população brasileira. Considera que a cultura é a base dos sistemas político e religioso, e que pode afastar os jovens do mundo das drogas. Enaltece os moradores da Baixada Santista. Parabeniza o trabalho da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Douglas Garcia.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - ... Esta sessão solene tem a finalidade de homenagear o Projeto Esculpir.

Comunicamos aos presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp e será retransmitida pela TV Alesp no próximo dia três de agosto, às 21 horas, pela NET, canal sete; TV Vivo, canal nove e TV Digital, canal 61.2. Então, amanhã, dia três de agosto, às 21 horas.

Anunciamos para compor a Mesa o deputado estadual Douglas Garcia; Roberto Jurandir Andreazza Filho, presidente da Associação Esculpir; Ricardo Fernandes de Assumpção, coronel médico da Polícia Militar de São Paulo; Lídia Freitas do Nascimento, 2° sargento da Polícia Militar de São Paulo; Edson Salomão, presidente do Instituto Conservador.

Com a palavra, o deputado estadual Douglas Garcia.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PSL - Sob a proteção de Deus, iniciamos nossos trabalhos. Nos termos regimentais, esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, minhas senhoras e meus senhores, esta sessão solene foi convocada pelo presidente desta Casa, deputado Cauê Macris, atendendo a solicitação deste deputado, com a finalidade de homenagear o Projeto Esculpir.

Convido todos os presentes para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela Orquestra de Violão do Projeto Esculpir.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PSL - Agradecemos a presença dos nobres membros da Mesa: Sr. Roberto Jurandir Andreazza Filho, que é presidente da Associação Esculpir; Sr. Ricardo Fernandes de Assumpção, que é o coronel médico da Polícia Militar do Estado de São Paulo; Sra. Lídia Freitas do Nascimento, 2° sargento da Polícia Militar do Estado de São Paulo; e o Sr. Edson Salomão, presidente do Instituto Conservador. Eu também gostaria de fazer algumas citações, e agradecer a presença da Sra. Lílian Goulart, coordenadora do Movimento Direita São Paulo, núcleo da Baixada Santista; Sr. André Luiz Neiva, administrador da Associação Esculpir; e a Sra. Karina Nishi, que é voluntária do Projeto Esculpir.

Assistiremos agora um vídeo institucional.

 

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- É feita a exibição de vídeo.

 

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O SR. PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PSL - Gostaria de destacar também que o Projeto Esculpir tem convênio com a Aiesec - falei certinho? Maravilha -, que traz jovens intercambistas que permanecem por seis semanas no Brasil.

Eles vêm de várias partes do mundo. Estão aqui presentes alguns da Colômbia, México, Hungria, Costa Rica, Itália, Holanda e Turquia. Maravilha.

Senhores, gostaria de passar a palavra agora ao Sr. Roberto Jurandir Andreazza Filho, que fará uso da palavra. Peço que o senhor se encaminhe até à tribuna. Por favor, fica à vontade.

 

O SR. ROBERTO JURANDIR ANDREAZZA FILHO - Nobre deputado Garcia, demais membros da Mesa, Lídia, Ricardo, eu gostaria de agradecer a oportunidade que o Projeto Esculpir está tendo aqui de estar na Assembleia em São Paulo.

Para eles é um privilégio; não somente um privilégio, é uma honra, é um sonho, talvez, pela primeira vez o projeto subiu a serra, vamos dizer assim. É a primeira vez que eles estão aqui sendo homenageados. Para eles, isso é muito importante.

E, eu, como um dos diretores, nós estamos aqui  em vários diretores, nós somos todos voluntários. Estamos muito honrados em estar aqui recebendo essa homenagem, as crianças, isso para eles é bom, porque dá uma autoestima melhor para eles.

O Projeto Esculpir, felizmente, nasceu de mãos boas. Temos aqui, representado pelo Ricardo e pela Lídia, sabemos que eles tiveram uma brilhante ideia. E, nós, como voluntários, demos a continuidade desse trabalho deles.

Dispenso comentários a respeito de toda esta homenagem, que nós somos muito agradecidos. Nós queremos esperar... Esperamos retribuir para vocês com uma apresentação que eles fizeram com muito amor e carinho, que eles são dedicados a esse projeto, a esse trabalho.

A aula de violão é apenas uma parte daquilo que nós fazemos lá no Projeto Esculpir. Mas, graças ao maestro Manzione, isso ganhou um destaque. A gente tem tido a oportunidade de projetar o nome Esculpir para a sociedade. Vale destacar aqui para vocês que o Projeto Esculpir depende única e exclusivamente de boas pessoas, nós não recebemos verbas, nem municipal, nem estadual, nem federal.

Temos orgulho de dizer que estamos vivos. Damos quatro refeições muito bem reforçadas para eles, com ajuda de doações de empresários, de colaboradores, de voluntários, pessoas que estão fazendo isso por amor. E eles nos retribuem com esse mesmo amor, porque eles também nos ensinam muito.

Eu quero agradecer por esta oportunidade que vocês estão nos dando. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Destaco, senhores, que eu esqueci desse detalhe extremamente importante, de citar que o Sr. Roberto Jurandir Andreazza Filho é presidente da Associação Esculpir.

Com a palavra agora o Sr. Edson Salomão, presidente do Instituto Conservador. (Palmas.) 

 

O SR. EDSON SALOMÃO - Bom dia a todos. É uma honra poder acompanhar esta sessão solene. Quero cumprimentar o presidente, o Exmo. Deputado Douglas Garcia; o administrador do Projeto Esculpir, André Neiva; a vice-presidente da Associação, Karina Nishi; o presidente da Associação, Roberto Jurandir; o Sr. Ricardo Fernandes de Assumpção, coronel médico da PM e idealizador do Projeto Esculpir; bem como a Sra. Lídia Freitas do Nascimento.

Meu nome é Edson Salomão e eu sou presidente do Instituto Conservador. Venho hoje fortalecer e reconhecer um projeto cultural tão importante, pois foi fundado em 2001 por membros da Polícia Militar, com a ideia de oferecer um espaço de integração com a comunidade local nos bairros do entorno do Mercado Municipal de Santos.

Entre todas as dificuldades e desvinculações que o projeto enfrentou, tornou-se o Projeto Esculpir quando voluntários se reuniram para evitar o fechamento. Entre atividades de leitura, música e outros, o Projeto Esculpir nos dá a esperança da renovação e da valorização do indivíduo através da cultura, atendendo dezenas de crianças voluntariamente.

A cultura faz parte do nosso íntimo. Somos criadores e propagadores do que aprendemos, um fenômeno plural e por isso é tão importante salvar a cultura. Por isso um projeto como o Esculpir é essencial, pois transmite os mais básicos valores da alta cultura. Alta cultura é a autoconsciência de uma sociedade, e é uma conquista precária e só perdura se for sustentada pelo senso de tradição e pelo endosso amplo das normas sociais que a cercam.

O Instituto Conservador, por meu intermédio, vem manifestar o apoio amplo e irrestrito das iniciativas como a do Projeto Esculpir, pois ele propaga a alta cultura pelo meio da tradição. E estamos interessados em dar vida à criatividade na valorização do indivíduo por meio de suas manifestações, porque acreditamos que a base da sociedade também está calcada na caridade.

Para finalizar, eu gostaria de parafrasear Roger Scruton - é um grande escritor inglês - pois traduz aquilo que acreditamos e praticamos:  "O conservadorismo advém de um sentimento que toda pessoa madura compartilha com facilidade: a consciência de que as coisas admiráveis são facilmente destruídas, mas não são facilmente criadas. Isso é verdade, sobretudo, em relação às boas coisas que nos chegam como bens coletivos: paz, liberdade, lei, civilidade, espírito público, a segurança da propriedade e da vida familiar, tudo o que depende da cooperação com os demais, visto não termos meios de obtê-las isoladamente. Em relação a tais coisas, o trabalho de destruição é rápido, fácil e recreativo; o labor da criação é lento, árduo e maçante. Esta é uma das lições do século XX.”

Por isso, aproveito a oportunidade para não só para cumprimentar, mas também para parabenizar os idealizadores do Projeto Esculpir, que mais do que trabalham na restauração da alta cultura. Fazem isso desde a base, valorizando e cuidando das novas gerações.

Reforçando aqui: o trabalho que o Projeto Esculpir vem realizando é um desafio na sociedade, hoje. Sabemos que existe, por muito tempo e décadas, um trabalho da destruição da cultura. Sendo ignorado, por exemplo, um trabalho como esse, um trabalho que não só está levando música para a sociedade, mas sim trazendo valores intrínsecos da alta cultura, que forma o cidadão, que forma o bom caráter, que ele pode levar não só para o seu conhecimento musical, mas também para contribuir com a sociedade, para levar valores para a sua família, para a escola onde estuda, para o trabalho que um dia vai ter. É formação do cidadão.

Então, alta cultura, música clássica. O trabalho que está sendo resgatado através  do Projeto Esculpir não tem preço. Não tem preço, é um valor inestimável. Então, dou graças a Deus, louvo a Deus pelo projeto iniciado pelos caros colegas e por essas crianças, esses jovens que despertaram para isso.

Vemos, hoje, uma sociedade caminhando para outro caminho, destruindo a cultura, destruindo a dignidade, destruindo os valores familiares. Pode ser que muitas pessoas olhem e pensem: “São só crianças tocando música”. Não, gente. Estou formando cidadãos aqui, que vão transformar essa cidade, vão transformar o nosso país.

Então, vocês estão de parabéns. Sigam nesse caminho. Vocês são o futuro da Nação. Um bom dia a todos. (Palmas.)

 

 O SR. PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PSL - Muito obrigado, Sr. Edson, pelas palavras. Convido agora o nobre Sr. Ricardo Fernandes de Assumpção, coronel médico da Polícia Militar do Estado de São Paulo. (Palmas.)

 

O SR. RICARDO FERNANDES DE ASSUMPÇÃO - Nobre deputado Douglas Garcia; Sr. Edson Salomão, do Instituto Conservador; Roberto Andreazza, meu antigo amigo; Karina Nishi, a quem eu muito admiro; e Lídia Freitas, minha velha amiga de corporação.

O Esculpir é diferente, ele começou de uma ideia rápida, quando nós tínhamos pessoas fazendo laborterapia na Rua Sete de Setembro, lugar onde existia, naquela época, o maior número de mortalidade infantil da Baixada Santista. Era a antiga zona de prostituição, era um lugar de alta periculosidade, onde ninguém passava à noite. E tinha pessoas fazendo a laborterapia.

Nós não tínhamos dinheiro para pintar a enfermaria do quartel e tinha vários tipos de cores de tintas. E as crianças passavam, as pessoas que faziam laborterapia, que eram doentes psiquiátricos que não podiam estar trabalhando, mas também não estavam afastados do serviço. Então,  nós não tínhamos nada o que fazer com eles e eles iam pintar a enfermaria de várias cores: rosa, vermelho, verde, azul. Era o que nós tínhamos, a doação dada pelos empresários daquela região. Algumas crianças passaram e aquelas pessoas que estavam lá, os policiais em laborterapia, falaram: “Isso aqui vai ser um circo”.

E elas gostaram da ideia e começaram a ficar lá. E a Lídia e a Elizabete - que não está aqui - subiram e falaram assim: “Doutor, tem um monte de crianças lá embaixo. O que nós vamos fazer?” Subimos, descemos, vimos aquelas crianças. Eu fiquei preocupado, todos nós ficamos preocupados em olhar essa mistura. Imagine se fosse hoje o que não iriam falar da Polícia Militar.

Um deles era escultor; a Lídia era pintora, desenhista, professora, enfermeira; a Elizabete é professora; o Medeiros é professor; e descemos e começamos a ensinar escultura, a ler, a escrever, reforço escolar, computação - eu me meti a ensinar violão -, balé, um monte de coisa. E essas crianças começaram a chegar, as professoras começaram a achar estranho com algumas crianças lá e nós começamos a pedir doações.

As primeiras doações começaram a vir dos próprios policiais e depois começaram a vir da comunidade no nosso entorno. E essas crianças começaram a fazer uma diferença na escola e as professoras nos procuraram. Por que aconteceu? Porque nós tínhamos a necessidade da região e nós tínhamos uma equipe na enfermaria diferenciada, todos com faculdade, todos seguros, todos com outros empregos.

E o policial militar que trabalhava naquela enfermaria - que a gente chama de “Unidade Integrada de Saúde” - tinha, naquele momento, uma capacitação e uma percepção que, juntando o Social e a Segurança, nós poderíamos melhorar a Saúde e a Segurança. Juntando o Social e a Segurança nós poderíamos dar valores para essas crianças e melhorar eles e as famílias - como falou também o Sr. Edson Salomão -, e foi isso que nós fizemos.

Não somos só nós que fizemos isso há 14 anos. Hoje, existem muitos policiais que têm a possibilidade de fazer trabalhos voluntários ou trabalhos sociais, que têm essa visão que é atividade social, é atividade junto à comunidade, que vai fazer com que melhore a Segurança, com que melhore este País.

Ninguém trabalha sozinho. A Saúde não trabalha sozinha, longe da Segurança, que não trabalha longe da parte Social. Essa visão não atomizada, essa visão grande, maior, que vai fazer com que a sociedade melhore e que a gente possa ter mais paz e mais prosperidade em toda a sociedade.

Isso é uma visão pequenininha do que nós podemos fazer, do que esta Casa, por exemplo, pode ajudar todo esse estado a fazer. Se todo mundo se juntar, as visões são iguais, o País progride e prospera. Realmente, eu fico muito agradecido de ter essas crianças, de ter a Nishi e ter o Roberto, de terem sido aqui reconhecidos, nesta Casa, pelo trabalho maravilhoso que eles dois vêm fazendo.

Eu agradeço a oportunidade de ter vindo falar. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PSL - Agradeço as palavras do nobre coronel. Convido agora a Sra. Lídia Freitas do Nascimento, 2º sargento da Polícia Militar do Estado de São Paulo, para fazer uso da palavra. (Palmas.)

 

A SRA. LÍDIA FREITAS DO NASCIMENTO - Primeiramente, agradecer a todos pelo empenho em estar trazendo o Esculpir aqui para esta homenagem e a todos os envolvidos também nesse projeto.

Todos os meus colegas já falaram tudo que eu gostaria de falar sobre o Esculpir, então o que eu vou falar é do meu coração em relação a tudo isso. É um orgulho muito grande saber que essas crianças que estão aqui hoje são sementes que foram lançadas lá atrás, com muita dificuldade. Só quem estava com a gente nesse momento, no começo de tudo, sabe por quantas coisas a gente passou, quantas resistências a gente teve, mas isso só comprova, gente, que a persistência leva à vitória. É isso que a gente quer ensinar para esses meninos.

Dificuldades vocês vão ter muitas, viu? Como todos os nossos meninos lá de trás, que hoje, graças a Deus, a gente encontra por aí no caminho do bem, muitas sementes foram germinadas, frutificaram de uma forma maravilhosa. Então é isso que eles têm que aprender, através de tudo isso que é fornecido lá: dança, música. Isso tudo é para colocar para fora a essência que eles têm de verdade, que, muitas vezes, eles desconhecem.

Então eu agradeço muito ao grupo que abraçou a ideia quando nós a tivemos, sair desse espaço, porque, devido ao nosso trabalho da polícia, nós tivemos que sair desse espaço. Mas esse grupo de guerreiros mesmo que abraçou isso de uma forma tão maravilhosa e deu continuidade, continuou semeando esses frutos que vão também semear outros frutos, porque o que a gente está ensinando para eles, vocês estão ensinando para eles, é que todo mundo tem que dar um pouco de si, porque senão esse mundo não sobrevive a tanto caos que a gente está vivendo.

E eles já têm uma vida muito difícil, estão no meio de um caos. Eles têm que entender que do caos nasce o que é mais bonito. A gente vê as histórias por aí: muitas vezes tem que agir como fênix, a gente conhece a historiazinha de cada um, crianças tão pequenas aqui que têm histórias tão duras e a gente não tem consciência disso.

Então, gente, muito obrigada. Eu tenho que agradecer a uma pessoa que não está aqui também. É a sargento Lúcia. Ela foi meu braço direito em todos os momentos. Muitos momentos em que a gente chorava, chorava abraçadas, de tantas dificuldades. Ela não está aqui neste momento, mas ela é responsável por muito do sucesso do Esculpir.

Karina, muita gratidão para você, porque você sabe o que é isso. E você foi fantástica quando decidiu abraçar, tocar em frente. Eu só tenho a agradecer a vocês. Tenho muito orgulho de vocês, viu, gente?

Parabéns. Nunca desistam de lutar. É da dificuldade que nascem os fortes, está bom? Muito obrigada. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PSL - Agradeço às palavras da Sra.Sargento.

Senhoras e senhores, chegou o momento que todos aguardávamos. Assistiremos agora a uma apresentação musical da Orquestra de Violão do Projeto Esculpir, com a canção “As Pastorinhas” e “Brasileirinho”.

 

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- É feita apresentação musical.

 

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O SR. PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PSL - Senhoras e senhores, membros da Mesa presentes, é com muita alegria que eu venho agradecer a presença de todos nessa sessão solene. É com alegria redobrada que eu gostaria de dizer algumas palavras em homenagem ao Projeto Esculpir, que é um projeto de extrema importância para a população paulista e para a população brasileira em geral.

Em tempos em que a música precisa ser mais valorizada, no sentido da forma como nós compomos a música, porque tudo está relacionado à nossa cultura - e se tem algo que nós apreciamos bastante, valorizamos bastante, é a questão da alta cultura. Em tempos de depravação, onde aquilo que não deveria ser disseminado é visto como uma expressão de arte, nós temos crianças tocando na Baixada Santista, jovens trazendo para o nosso Brasil aquilo que realmente importa, que é a expressão máxima da alta cultura, a expressão máxima da música que toca em nossos corações.

Cada um de nós sentiu de perto, hoje, aquilo que é o Projeto Esculpir. Sentimos não só na pele, como também no coração, porque quando nós vemos crianças dessa idade, jovens empenhados em resgatar a nossa cultura, nós vemos que o nosso Brasil... Não em médio prazo, mas em curto prazo mesmo, nós temos uma chance de conseguir resgatar de volta aquilo que há muito tempo foi perdido. E eu digo isso não apenas na questão cultural, não apenas na questão artística, como também envolvendo muitas outras questões, porque a cultura é a base de tudo: ela é a base do sistema político, ela é a base do sistema religioso, ela é a base de tudo o que nós temos hoje.

Então, se nós ocuparmos o meio cultural, tudo o que está em nossa volta será transformado ou será resgatado. Então, quando nós vimos, por exemplo, crianças e jovens perdidos no mundo das drogas, perdidos naquilo que não presta, nós refletimos de que forma nós conseguimos atrair esses jovens àquilo que verdadeiramente vai transformar a sua vida. E a música tem um papel extremamente importante nisso.

É por isso que eu valorizo tanto o Projeto Esculpir, porque ele vai muito além de fazer com que as crianças se ocupem em alta cultura, mas afasta de tudo aquilo que não presta: afasta das drogas, afasta do tráfico, afasta da violência e da criminalidade. Então, projetos como esse é um sonho meu. Que saia também da Baixada Santista e vá para outras cidades do estado de São Paulo.

O curioso é que tudo que é bom, que acontece não só no estado de São Paulo, mas no Brasil, vem da Baixada Santista. Eu falo isso não é querendo puxar o saco, não, mas o melhor do Brasil vem da Baixada. Afinal de contas, nós tivemos aqui grandes nomes oriundos, principalmente, da cidade de Santos, como José Bonifácio.

Quando Camões escreveu: “Ó mar, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal?”, essas lágrimas, elas foram, sim, muito bem valorizadas quando os portugueses pisaram na Baixada Santista, porque trouxeram, a partir daquele momento até hoje, pessoas extremamente importantes, que marcaram a história do nosso Brasil.

Nós temos o Projeto Esculpir, hoje florescendo nessa mesma região. Eu tenho certeza absoluta de que o Projeto Esculpir vai, sim, marcar a história do nosso Brasil. Já está marcando. Eu não poderia deixar também de parabenizar o excelente trabalho da Polícia Militar do Estado de São Paulo, que é uma organização que sempre está presente em nossas vidas.

Para mim, perdoem-me os demais, é a melhor instituição do nosso Brasil, que não tem essa questão de divisão social, não tem essa questão de divisão racial, ela protege quem quer que seja, ela alcança quem quer que seja, tanto é que o Projeto Esculpir está aqui hoje graças à iniciativa de policiais militares.

Vejam só, senhores, que maravilha, policiais militares que se preocupam também com a questão social. Tanto dizem e tanto acusam os policiais de serem pessoas - infelizmente, nós temos uma minoria, que é escandalosa nesse sentido -  de serem pessoas que não valorizam aqueles que moram em periferias, de serem pessoas que querem exterminar aquelas crianças negras e de favela,  que precisam de um respaldo do Estado, quando é, na verdade, o contrário. Eles estão preocupados, sim.

Uma das provas infalíveis, uma das provas incontestáveis é que o Projeto Esculpir hoje é um dos projetos, em minha opinião, mais importantes, não só do estado de São Paulo, como também do nosso Brasil. Eu adoraria, claro, pedindo autorização daqueles fundadores do Projeto Esculpir, protocolar um projeto, nesta Assembleia Legislativa, para fazer com que o Projeto Esculpir se torne um patrimônio público e imaterial do estado de São Paulo, porque isso vai fazer não só que seja reconhecido nacionalmente, mas também cresça e venha a florescer em muitas outras cidades do nosso estado. Então, gostaria de agradecer a presença aqui de todos.

Queria agradecer aqui e, esgotado então objeto da presente sessão, a Presidência agradece as autoridades, a minha equipe, os funcionários dos serviços de Som, da Taquigrafia, de Atas, do Cerimonial, da Secretaria Geral Parlamentar, da Imprensa da Casa, da TV Legislativa e das assessorias policiais Civil e Militar, bem como a todos que, com as suas presenças, colaboraram para o êxito da solenidade.

Está encerrada a presente sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 11 horas e 15 minutos.

 

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