2 DE AGOSTO DE 2019
15ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AO PROJETO ESCULPIR
Presidência: DOUGLAS GARCIA
RESUMO
1 - DOUGLAS GARCIA
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - IZABEL DE JESUS PINTO
Mestre de cerimônias, anuncia a composição da Mesa.
3 - PRESIDENTE DOUGLAS GARCIA
Informa que a Presidência Efetiva convocara a presente sessão
solene, a pedido deste deputado, para a "Homenagem ao Projeto
Esculpir". Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional
Brasileiro", executado pela Orquestra de Violão do Projeto Esculpir.
Anuncia a apresentação de vídeo institucional sobre a Associação Esculpir.
Esclarece que a Associação Esculpir tem convênio com a organização estudantil
Aiesec.
4 - ROBERTO JURANDIR ANDREAZZA FILHO
Presidente do Projeto Esculpir, destaca a importância do
Projeto Esculpir na vida dos jovens beneficiados e da sociedade local.
Considera que esta homenagem tem efeito positivo na autoestima das crianças e
jovens presentes. Esclarece que a associação funciona unicamente através de
doações, não recebendo verbas públicas.
5 - EDSON SALOMÃO
Presidente do Instituto Conservador, elogia a valorização da
cultura estabelecida pelo Projeto Esculpir. Manifesta o apoio do Instituto
Conservador à associação em questão. Discorre acerca dos valores conservadores.
Considera que a alta cultura é essencial para a formação de bons cidadãos.
6 - RICARDO FERNANDES DE ASSUMPÇÃO
Coronel-médico da Polícia Militar do Estado de São Paulo,
rememora a criação do Projeto Esculpir a partir do trabalho de policiais
militares. Considera que projetos favoráveis à Saúde, à Segurança Pública e à
Cultura devem atuar conjuntamente.
7 - LÍDIA FREITAS DO NASCIMENTO
Segundo sargento da Polícia Militar do Estado de São Paulo,
lembra as dificuldades pelas quais passou no início da criação do Projeto
Esculpir. Agradece aos voluntários que abraçaram o projeto e deram o prosseguimento
ao mesmo. Considera que os desafios fortalecem o caráter dos mais jovens.
8 - PRESIDENTE DOUGLAS GARCIA
Anuncia apresentação musical da Orquestra de Violão do
Projeto Esculpir, com as músicas "As Pastorinhas" e
"Brasileirinho". Destaca a extrema importância da valorização da
música para a população brasileira. Considera que a cultura é a base dos
sistemas político e religioso, e que pode afastar os jovens do mundo das
drogas. Enaltece os moradores da Baixada Santista. Parabeniza o trabalho da Polícia
Militar do Estado de São Paulo. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.
* * *
- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Douglas
Garcia.
* * *
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - ...
Esta sessão solene tem a finalidade de homenagear o Projeto Esculpir.
Comunicamos aos presentes que esta sessão
solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp e será retransmitida pela
TV Alesp no próximo dia três de agosto, às 21 horas, pela NET, canal sete; TV Vivo,
canal nove e TV Digital, canal 61.2. Então, amanhã, dia três de agosto, às 21
horas.
Anunciamos para compor a Mesa o
deputado estadual Douglas Garcia; Roberto Jurandir Andreazza Filho, presidente
da Associação Esculpir; Ricardo Fernandes de Assumpção, coronel médico da
Polícia Militar de São Paulo; Lídia Freitas do Nascimento, 2° sargento da
Polícia Militar de São Paulo; Edson Salomão, presidente do Instituto
Conservador.
Com a palavra, o deputado estadual
Douglas Garcia.
O
SR. PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PSL - Sob
a proteção de Deus, iniciamos nossos trabalhos. Nos termos regimentais, esta
Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.
Sras. Deputadas, Srs. Deputados, minhas
senhoras e meus senhores, esta sessão solene foi convocada pelo presidente
desta Casa, deputado Cauê Macris, atendendo a solicitação deste deputado, com a
finalidade de homenagear o Projeto Esculpir.
Convido todos os presentes para, em posição
de respeito, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela Orquestra de Violão
do Projeto Esculpir.
* * *
- É executado o Hino Nacional Brasileiro.
* * *
O
SR PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PSL - Agradecemos a
presença dos nobres membros da Mesa: Sr. Roberto Jurandir Andreazza Filho, que
é presidente da Associação Esculpir; Sr. Ricardo Fernandes de Assumpção, que é
o coronel médico da Polícia Militar do Estado de São Paulo; Sra. Lídia Freitas
do Nascimento, 2° sargento da Polícia Militar do Estado de São Paulo; e o Sr.
Edson Salomão, presidente do Instituto Conservador. Eu também gostaria de fazer
algumas citações, e agradecer a presença da Sra. Lílian Goulart, coordenadora
do Movimento Direita São Paulo, núcleo da Baixada Santista; Sr. André Luiz
Neiva, administrador da Associação Esculpir; e a Sra. Karina Nishi, que é
voluntária do Projeto Esculpir.
Assistiremos agora um vídeo
institucional.
* * *
- É
feita a exibição de vídeo.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PSL - Gostaria de
destacar também que o Projeto Esculpir tem convênio com a Aiesec - falei
certinho? Maravilha -, que traz jovens intercambistas que permanecem por seis
semanas no Brasil.
Eles vêm de várias partes do mundo.
Estão aqui presentes alguns da Colômbia, México, Hungria, Costa Rica, Itália,
Holanda e Turquia. Maravilha.
Senhores, gostaria de passar a palavra
agora ao Sr. Roberto Jurandir Andreazza Filho, que fará uso da palavra. Peço
que o senhor se encaminhe até à tribuna. Por favor, fica à vontade.
O
SR. ROBERTO JURANDIR ANDREAZZA FILHO - Nobre
deputado Garcia, demais membros da Mesa, Lídia, Ricardo, eu gostaria de
agradecer a oportunidade que o Projeto Esculpir está tendo aqui de estar na
Assembleia em São Paulo.
Para eles é um privilégio; não somente
um privilégio, é uma honra, é um sonho, talvez, pela primeira vez o projeto
subiu a serra, vamos dizer assim. É a primeira vez que eles estão aqui sendo
homenageados. Para eles, isso é muito importante.
E, eu, como um dos diretores, nós
estamos aqui em vários diretores, nós
somos todos voluntários. Estamos muito honrados em estar aqui recebendo essa
homenagem, as crianças, isso para eles é bom, porque dá uma autoestima melhor
para eles.
O Projeto Esculpir, felizmente, nasceu
de mãos boas. Temos aqui, representado pelo Ricardo e pela Lídia, sabemos que
eles tiveram uma brilhante ideia. E, nós, como voluntários, demos a
continuidade desse trabalho deles.
Dispenso comentários a respeito de toda
esta homenagem, que nós somos muito agradecidos. Nós queremos esperar...
Esperamos retribuir para vocês com uma apresentação que eles fizeram com muito
amor e carinho, que eles são dedicados a esse projeto, a esse trabalho.
A aula de violão é apenas uma parte
daquilo que nós fazemos lá no Projeto Esculpir. Mas, graças ao maestro
Manzione, isso ganhou um destaque. A gente tem tido a oportunidade de projetar
o nome Esculpir para a sociedade. Vale destacar aqui para vocês que o Projeto
Esculpir depende única e exclusivamente de boas pessoas, nós não recebemos
verbas, nem municipal, nem estadual, nem federal.
Temos orgulho de dizer que estamos
vivos. Damos quatro refeições muito bem reforçadas para eles, com ajuda de
doações de empresários, de colaboradores, de voluntários, pessoas que estão
fazendo isso por amor. E eles nos retribuem com esse mesmo amor, porque eles
também nos ensinam muito.
Eu quero agradecer por esta
oportunidade que vocês estão nos dando. Muito obrigado. (Palmas.)
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Destaco, senhores,
que eu esqueci desse detalhe extremamente importante, de citar que o Sr.
Roberto Jurandir Andreazza Filho é presidente da Associação Esculpir.
Com a palavra agora o Sr. Edson
Salomão, presidente do Instituto Conservador. (Palmas.)
O
SR. EDSON SALOMÃO - Bom dia a todos. É uma
honra poder acompanhar esta sessão solene. Quero cumprimentar o presidente, o
Exmo. Deputado Douglas Garcia; o administrador do Projeto Esculpir, André
Neiva; a vice-presidente da Associação, Karina Nishi; o presidente da
Associação, Roberto Jurandir; o Sr. Ricardo Fernandes de Assumpção, coronel
médico da PM e idealizador do Projeto Esculpir; bem como a Sra. Lídia Freitas
do Nascimento.
Meu nome é Edson Salomão e eu sou
presidente do Instituto Conservador. Venho hoje fortalecer e reconhecer um
projeto cultural tão importante, pois foi fundado em 2001 por membros da
Polícia Militar, com a ideia de oferecer um espaço de integração com a
comunidade local nos bairros do entorno do Mercado Municipal de Santos.
Entre todas as dificuldades e
desvinculações que o projeto enfrentou, tornou-se o Projeto Esculpir quando
voluntários se reuniram para evitar o fechamento. Entre atividades de leitura,
música e outros, o Projeto Esculpir nos dá a esperança da renovação e da
valorização do indivíduo através da cultura, atendendo dezenas de crianças
voluntariamente.
A cultura faz parte do nosso íntimo.
Somos criadores e propagadores do que aprendemos, um fenômeno plural e por isso
é tão importante salvar a cultura. Por isso um projeto como o Esculpir é
essencial, pois transmite os mais básicos valores da alta cultura. Alta cultura
é a autoconsciência de uma sociedade, e é uma conquista precária e só perdura
se for sustentada pelo senso de tradição e pelo endosso amplo das normas
sociais que a cercam.
O Instituto Conservador, por meu
intermédio, vem manifestar o apoio amplo e irrestrito das iniciativas como a do
Projeto Esculpir, pois ele propaga a alta cultura pelo meio da tradição. E
estamos interessados em dar vida à criatividade na valorização do indivíduo por
meio de suas manifestações, porque acreditamos que a base da sociedade também
está calcada na caridade.
Para finalizar, eu gostaria de
parafrasear Roger Scruton - é um grande escritor inglês - pois traduz aquilo
que acreditamos e praticamos: "O
conservadorismo advém de um sentimento que toda pessoa madura compartilha com
facilidade: a consciência de que as coisas admiráveis são facilmente
destruídas, mas não são facilmente criadas. Isso é verdade, sobretudo, em
relação às boas coisas que nos chegam como bens coletivos: paz, liberdade, lei,
civilidade, espírito público, a segurança da propriedade e da vida familiar,
tudo o que depende da cooperação com os demais, visto não termos meios de
obtê-las isoladamente. Em relação a tais coisas, o trabalho de destruição é
rápido, fácil e recreativo; o labor da criação é lento, árduo e maçante. Esta é
uma das lições do século XX.”
Por isso, aproveito a oportunidade para
não só para cumprimentar, mas também para parabenizar os idealizadores do
Projeto Esculpir, que mais do que trabalham na restauração da alta cultura.
Fazem isso desde a base, valorizando e cuidando das novas gerações.
Reforçando aqui: o trabalho que o
Projeto Esculpir vem realizando é um desafio na sociedade, hoje. Sabemos que
existe, por muito tempo e décadas, um trabalho da destruição da cultura. Sendo
ignorado, por exemplo, um trabalho como esse, um trabalho que não só está
levando música para a sociedade, mas sim trazendo valores intrínsecos da alta
cultura, que forma o cidadão, que forma o bom caráter, que ele pode levar não
só para o seu conhecimento musical, mas também para contribuir com a sociedade,
para levar valores para a sua família, para a escola onde estuda, para o
trabalho que um dia vai ter. É formação do cidadão.
Então, alta cultura, música clássica. O
trabalho que está sendo resgatado através
do Projeto Esculpir não tem preço. Não tem preço, é um valor
inestimável. Então, dou graças a Deus, louvo a Deus pelo projeto iniciado pelos
caros colegas e por essas crianças, esses jovens que despertaram para isso.
Vemos, hoje, uma sociedade caminhando
para outro caminho, destruindo a cultura, destruindo a dignidade, destruindo os
valores familiares. Pode ser que muitas pessoas olhem e pensem: “São só
crianças tocando música”. Não, gente. Estou formando cidadãos aqui, que vão
transformar essa cidade, vão transformar o nosso país.
Então, vocês estão de parabéns. Sigam
nesse caminho. Vocês são o futuro da Nação. Um bom dia a todos. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PSL -
Muito obrigado, Sr. Edson, pelas palavras. Convido agora o nobre Sr. Ricardo
Fernandes de Assumpção, coronel médico da Polícia Militar do Estado de São
Paulo. (Palmas.)
O
SR. RICARDO FERNANDES DE ASSUMPÇÃO - Nobre deputado
Douglas Garcia; Sr. Edson Salomão, do Instituto Conservador; Roberto Andreazza,
meu antigo amigo; Karina Nishi, a quem eu muito admiro; e Lídia Freitas, minha
velha amiga de corporação.
O Esculpir é diferente, ele começou de
uma ideia rápida, quando nós tínhamos pessoas fazendo laborterapia na Rua Sete
de Setembro, lugar onde existia, naquela época, o maior número de mortalidade
infantil da Baixada Santista. Era a antiga zona de prostituição, era um lugar
de alta periculosidade, onde ninguém passava à noite. E tinha pessoas fazendo a
laborterapia.
Nós não tínhamos dinheiro para pintar a
enfermaria do quartel e tinha vários tipos de cores de tintas. E as crianças
passavam, as pessoas que faziam laborterapia, que eram doentes psiquiátricos
que não podiam estar trabalhando, mas também não estavam afastados do serviço.
Então, nós não tínhamos nada o que fazer
com eles e eles iam pintar a enfermaria de várias cores: rosa, vermelho, verde,
azul. Era o que nós tínhamos, a doação dada pelos empresários daquela região.
Algumas crianças passaram e aquelas pessoas que estavam lá, os policiais em
laborterapia, falaram: “Isso aqui vai ser um circo”.
E
elas gostaram da ideia e começaram a ficar lá. E a Lídia e a Elizabete - que
não está aqui - subiram e falaram assim: “Doutor, tem um monte de crianças lá embaixo.
O que nós vamos fazer?” Subimos, descemos, vimos aquelas crianças. Eu fiquei
preocupado, todos nós ficamos preocupados em olhar essa mistura. Imagine se
fosse hoje o que não iriam falar da Polícia Militar.
Um
deles era escultor; a Lídia era pintora, desenhista, professora, enfermeira; a Elizabete
é professora; o Medeiros é professor; e descemos e começamos a ensinar
escultura, a ler, a escrever, reforço escolar, computação - eu me meti a
ensinar violão -, balé, um monte de coisa. E essas crianças começaram a chegar,
as professoras começaram a achar estranho com algumas crianças lá e nós começamos
a pedir doações.
As
primeiras doações começaram a vir dos próprios policiais e depois começaram a
vir da comunidade no nosso entorno. E essas crianças começaram a fazer uma
diferença na escola e as professoras nos procuraram. Por que aconteceu? Porque
nós tínhamos a necessidade da região e nós tínhamos uma equipe na enfermaria
diferenciada, todos com faculdade, todos seguros, todos com outros empregos.
E
o policial militar que trabalhava naquela enfermaria - que a gente chama de “Unidade
Integrada de Saúde” - tinha, naquele momento, uma capacitação e uma percepção
que, juntando o Social e a Segurança, nós poderíamos melhorar a Saúde e a Segurança.
Juntando o Social e a Segurança nós poderíamos dar valores para essas crianças
e melhorar eles e as famílias - como falou também o Sr. Edson Salomão -, e foi
isso que nós fizemos.
Não
somos só nós que fizemos isso há 14 anos. Hoje, existem muitos policiais que têm
a possibilidade de fazer trabalhos voluntários ou trabalhos sociais, que têm essa
visão que é atividade social, é atividade junto à comunidade, que vai fazer com
que melhore a Segurança, com que melhore este País.
Ninguém
trabalha sozinho. A Saúde não trabalha sozinha, longe da Segurança, que não trabalha
longe da parte Social. Essa visão não atomizada, essa visão grande, maior, que
vai fazer com que a sociedade melhore e que a gente possa ter mais paz e mais
prosperidade em toda a sociedade.
Isso
é uma visão pequenininha do que nós podemos fazer, do que esta Casa, por
exemplo, pode ajudar todo esse estado a fazer. Se todo mundo se juntar, as
visões são iguais, o País progride e prospera. Realmente, eu fico muito agradecido
de ter essas crianças, de ter a Nishi e ter o Roberto, de terem sido aqui reconhecidos,
nesta Casa, pelo trabalho maravilhoso que eles dois vêm fazendo.
Eu
agradeço a oportunidade de ter vindo falar. Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE -
DOUGLAS GARCIA - PSL - Agradeço as palavras do nobre coronel.
Convido agora a Sra. Lídia Freitas do Nascimento, 2º sargento da Polícia
Militar do Estado de São Paulo, para fazer uso da palavra. (Palmas.)
A SRA. LÍDIA FREITAS DO
NASCIMENTO - Primeiramente, agradecer a todos pelo
empenho em estar trazendo o Esculpir aqui para esta homenagem e a todos os
envolvidos também nesse projeto.
Todos
os meus colegas já falaram tudo que eu gostaria de falar sobre o Esculpir, então
o que eu vou falar é do meu coração em relação a tudo isso. É um orgulho muito
grande saber que essas crianças que estão aqui hoje são sementes que foram
lançadas lá atrás, com muita dificuldade. Só quem estava com a gente nesse
momento, no começo de tudo, sabe por quantas coisas a gente passou, quantas
resistências a gente teve, mas isso só comprova, gente, que a persistência leva
à vitória. É isso que a gente quer ensinar para esses meninos.
Dificuldades
vocês vão ter muitas, viu? Como todos os nossos meninos lá de trás, que hoje,
graças a Deus, a gente encontra por aí no caminho do bem, muitas sementes foram
germinadas, frutificaram de uma forma maravilhosa. Então é isso que eles têm
que aprender, através de tudo isso que é fornecido lá: dança, música. Isso tudo
é para colocar para fora a essência que eles têm de verdade, que, muitas vezes,
eles desconhecem.
Então
eu agradeço muito ao grupo que abraçou a ideia quando nós a tivemos, sair desse
espaço, porque, devido ao nosso trabalho da polícia, nós tivemos que sair desse
espaço. Mas esse grupo de guerreiros mesmo que abraçou isso de uma forma tão
maravilhosa e deu continuidade, continuou semeando esses frutos que vão também
semear outros frutos, porque o que a gente está ensinando para eles, vocês
estão ensinando para eles, é que todo mundo tem que dar um pouco de si, porque senão
esse mundo não sobrevive a tanto caos que a gente está vivendo.
E
eles já têm uma vida muito difícil, estão no meio de um caos. Eles têm que
entender que do caos nasce o que é mais bonito. A gente vê as histórias por aí:
muitas vezes tem que agir como fênix, a gente conhece a historiazinha de cada
um, crianças tão pequenas aqui que têm histórias tão duras e a gente não tem
consciência disso.
Então,
gente, muito obrigada. Eu tenho que agradecer a uma pessoa que não está aqui
também. É a sargento Lúcia. Ela foi meu braço direito em todos os momentos. Muitos
momentos em que a gente chorava, chorava abraçadas, de tantas dificuldades. Ela
não está aqui neste momento, mas ela é responsável por muito do sucesso do
Esculpir.
Karina,
muita gratidão para você, porque você sabe o que é isso. E você foi fantástica
quando decidiu abraçar, tocar em frente. Eu só tenho a agradecer a vocês. Tenho
muito orgulho de vocês, viu, gente?
Parabéns. Nunca desistam de lutar. É da
dificuldade que nascem os fortes, está bom? Muito obrigada. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PSL - Agradeço às
palavras da Sra.Sargento.
Senhoras e senhores, chegou o momento
que todos aguardávamos. Assistiremos agora a uma apresentação musical da
Orquestra de Violão do Projeto Esculpir, com a canção “As Pastorinhas” e
“Brasileirinho”.
*
* *
- É feita apresentação musical.
*
* *
O SR. PRESIDENTE - DOUGLAS
GARCIA - PSL - Senhoras e senhores, membros da Mesa presentes, é com muita alegria que
eu venho agradecer a presença de todos nessa sessão solene. É com alegria
redobrada que eu gostaria de dizer algumas palavras em homenagem ao Projeto
Esculpir, que é um projeto de extrema importância para a população paulista e
para a população brasileira em geral.
Em
tempos em que a música precisa ser mais valorizada, no sentido da forma como
nós compomos a música, porque tudo está relacionado à nossa cultura - e se tem
algo que nós apreciamos bastante, valorizamos bastante, é a questão da alta
cultura. Em tempos de depravação, onde aquilo que não deveria ser disseminado é
visto como uma expressão de arte, nós temos crianças tocando na Baixada
Santista, jovens trazendo para o nosso Brasil aquilo que realmente importa, que
é a expressão máxima da alta cultura, a expressão máxima da música que toca em
nossos corações.
Cada
um de nós sentiu de perto, hoje, aquilo que é o Projeto Esculpir. Sentimos não
só na pele, como também no coração, porque quando nós vemos crianças dessa
idade, jovens empenhados em resgatar a nossa cultura, nós vemos que o nosso
Brasil... Não em médio prazo, mas em curto prazo mesmo, nós temos uma chance de
conseguir resgatar de volta aquilo que há muito tempo foi perdido. E eu digo
isso não apenas na questão cultural, não apenas na questão artística, como
também envolvendo muitas outras questões, porque a cultura é a base de tudo:
ela é a base do sistema político, ela é a base do sistema religioso, ela é a
base de tudo o que nós temos hoje.
Então,
se nós ocuparmos o meio cultural, tudo o que está em nossa volta será
transformado ou será resgatado. Então, quando nós vimos, por exemplo, crianças
e jovens perdidos no mundo das drogas, perdidos naquilo que não presta, nós refletimos
de que forma nós conseguimos atrair esses jovens àquilo que verdadeiramente vai
transformar a sua vida. E a música tem um papel extremamente importante nisso.
É
por isso que eu valorizo tanto o Projeto Esculpir, porque ele vai muito além de
fazer com que as crianças se ocupem em alta cultura, mas afasta de tudo aquilo
que não presta: afasta das drogas, afasta do tráfico, afasta da violência e da
criminalidade. Então, projetos como esse é um sonho
meu. Que saia também da Baixada Santista e vá para outras cidades do estado de
São Paulo.
O
curioso é que tudo que é bom, que acontece não só no estado de São Paulo, mas
no Brasil, vem da Baixada Santista. Eu falo isso não é querendo puxar o saco,
não, mas o melhor do Brasil vem da Baixada. Afinal de contas, nós tivemos aqui
grandes nomes oriundos, principalmente, da cidade de Santos, como José
Bonifácio.
Quando
Camões escreveu: “Ó mar, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal?”, essas
lágrimas, elas foram, sim, muito bem valorizadas quando os portugueses pisaram
na Baixada Santista, porque trouxeram, a partir daquele momento até hoje,
pessoas extremamente importantes, que marcaram a história do nosso Brasil.
Nós
temos o Projeto Esculpir, hoje florescendo nessa mesma região. Eu tenho certeza
absoluta de que o Projeto Esculpir vai, sim, marcar a história do nosso Brasil.
Já está marcando. Eu não poderia deixar também de parabenizar o excelente
trabalho da Polícia Militar do Estado de São Paulo, que é uma organização que
sempre está presente em nossas vidas.
Para
mim, perdoem-me os demais, é a melhor instituição do nosso Brasil, que não tem
essa questão de divisão social, não tem essa questão de divisão racial, ela
protege quem quer que seja, ela alcança quem quer que seja, tanto é que o Projeto
Esculpir está aqui hoje graças à iniciativa de policiais militares.
Vejam
só, senhores, que maravilha, policiais militares que se preocupam também com a
questão social. Tanto dizem e tanto acusam os policiais de serem pessoas - infelizmente,
nós temos uma minoria, que é escandalosa nesse sentido - de serem pessoas que não valorizam aqueles
que moram em periferias, de serem pessoas que querem exterminar aquelas
crianças negras e de favela, que
precisam de um respaldo do Estado, quando é, na verdade, o contrário. Eles
estão preocupados, sim.
Uma
das provas infalíveis, uma das provas incontestáveis é que o Projeto Esculpir hoje
é um dos projetos, em minha opinião, mais importantes, não só do estado de São
Paulo, como também do nosso Brasil. Eu adoraria, claro, pedindo autorização
daqueles fundadores do Projeto Esculpir, protocolar um projeto, nesta
Assembleia Legislativa, para fazer com que o Projeto Esculpir se torne um
patrimônio público e imaterial do estado de São Paulo, porque isso vai fazer
não só que seja reconhecido nacionalmente, mas também cresça e venha a florescer
em muitas outras cidades do nosso estado. Então, gostaria de agradecer a
presença aqui de todos.
Queria agradecer aqui e, esgotado então
objeto da presente sessão, a Presidência agradece as autoridades, a minha
equipe, os funcionários dos serviços de Som, da Taquigrafia, de Atas, do
Cerimonial, da Secretaria Geral Parlamentar, da Imprensa da Casa, da TV
Legislativa e das assessorias policiais Civil e Militar, bem como a todos que,
com as suas presenças, colaboraram para o êxito da solenidade.
Está
encerrada a presente sessão.
* * *
-
Encerra-se a sessão às 11 horas e 15 minutos.
* * *