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7 DE AGOSTO DE 2019

76ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: CORONEL TELHADA, CARLOS GIANNAZI, CASTELLO BRANCO, DOUGLAS GARCIA e CAUÊ MACRIS

 

Secretaria: ROBERTO MORAIS

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência e abre a sessão. Anuncia a presença do vereador Marquinho do Grêmio, de Cesário Lange.

 

2 - ROBERTO MORAIS

Menciona seu pronunciamento de ontem a respeito da entrega de viaturas da polícia para Piracicaba. Destaca importância da criação do Baep nesta cidade. Informa que ocorrerá amanhã a entrega oficial do documento, com a presença do vice-governador Rodrigo Garcia. Cita a necessidade da liberação de emendas para os municípios, que assim como o País, passam por uma situação difícil na economia. Comemora a aprovação da reforma da Previdência, ontem, na Câmara dos Deputados. Esclarece que esta aprovação pode alavancar investimentos no País. Diz esperar que seja votada também a reforma tributária. Cumprimenta o Congresso Nacional pela aprovação da reforma, que considera como um sonho daqueles que pensam no desenvolvimento do País.

 

3 - CONTE LOPES

Comenta toda a prévia preparação de Adélio Bispo, antes de atacar o então candidato à Presidência Jair Bolsonaro. Afirma que, em todos os seus anos na Polícia Militar, nunca viu algum criminoso ser considerado inimputável, o que Adélio Bispo conseguiu em seis meses. Discorre sobre seu conceito de pessoas que deveriam ser consideradas inimputáveis. Comenta a declaração de Adélio de que foi Deus quem mandou matar Jair Bolsonaro. Cita o caso do maníaco do parque, que não foi considerado como inimputável.

 

4 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA

Convoca os Srs. Deputados para uma sessão extraordinária, a realizar-se hoje, dez minutos após o término desta sessão.

 

5 - MÁRCIA LULA LIA

Demonstra sua preocupação com a decisão da Justiça, proferida hoje, de transferência do ex-presidente Lula para o presídio de Tremembé. Afirma que a defesa de Lula é contrária a esta transferência. Considera que esta mudança pode significar a morte do ex-presidente. Ressalta que não pode aceitar que o ex-presidente seja transferido para uma cela coletiva, ferindo os direitos de presidente da República. Discorre sobre a crise entre o Brasil e o Paraguai em torno de Itaipu, envolvendo o Governo Bolsonaro. Esclarece que a crise se dá em razão da compra de energia excedente de Itaipu, o que é proibido pelo acordo bilateral, podendo levar ao impeachment do presidente do Paraguai. Lembra os 13 anos da promulgação da Lei Maria da Penha.

 

6 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência.

 

7 - CORONEL TELHADA

Menciona sua participação, ontem em Vinhedo, em simpósio de guardas municipais. Cita a presença de diversas autoridades e de mais de 141 representações de diversos estados. Parabeniza os guardas municipais pelo trabalho. Exibe foto de ocorrência no Rio de Janeiro, com armamentos apreendidos. Destaca a presença de munição para canhão, metralhadoras e fuzis. Lamenta a saída do presídio de 2000 criminosos no Dia dos Pais. Ressalta a necessidade de alteração da legislação brasileira. Discorre sobre projeto de sua autoria, há três anos em tramitação nesta Casa, para proibir o uso, a posse, fabricação e a utilização de linhas de cerol. Comenta caso de dois jovens que amputaram suas pernas em razão da linha de cerol. Pede apoio dos líderes para que o mesmo seja colocado em votação.

 

8 - PROFESSORA BEBEL LULA

Concorda com o pronunciamento da deputada Márcia Lula Lia, referente à transferência de Lula para presídio em São Paulo. Diz ser este um desrespeito ao ex-presidente, que não é um preso comum. Informa que o advogado de Lula está agindo para reverter esta situação arbitrária. Lembra o aniversário da Lei Maria da Penha, que apresenta medidas preventivas para que as mulheres não sejam vítimas de tanta violência. Critica as apostilas, de escolas da rede pública, nas quais aparecem ações do Governo Doria. Repudia o novo procedimento da Secretaria da Educação, para que os professores sejam vigiados em salas de aula pelos coordenadores pedagógicos. Considera este procedimento como um ataque frontal à liberdade de cátedra.

 

9 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência.

 

10 - CARLOS GIANNAZI

Faz coro ao pronunciamento da deputada Professora Bebel Lula a respeito do novo procedimento da Secretaria da Educação. Lamenta a aprovação, ontem, na Câmara dos Deputados, da reforma da Previdência. Considera a aprovação como um atentado ao direito à aposentadoria do povo brasileiro. Lista as mudanças aprovadas com a reforma. Afirma que as mulheres serão as mais prejudicadas com esta reforma, que considera como a destruição da Previdência Social. Destaca que o projeto ainda não foi aprovado no Senado Federal.

 

11 - THIAGO AURICCHIO

Agradece o governador João Doria pela liberação de oito milhões de reais para a construção do Atende Fácil Saúde em São Caetano do Sul. Diz ser este um pleito antigo da cidade. Cita o início da descentralização da farmácia de alto custo na região do Grande ABC. Agradece o apoio do deputado Carlão Pignatari. Ressalta que as escolas da cidade serão contempladas com o programa Escola Mais Bonita. Informa que a instalação do Baep trará mais 300 homens no policiamento da região. Comenta o anúncio, pelo Governo do Estado, de que a linha 18 do ABC será BRT, a modernização dos trens da linha 10 e a criação da linha 20 do metrô, fazendo a ligação de São Bernardo com a Lapa. Discorre sobre a autorização do empréstimo de 300 milhões de reais para a construção de "piscinão" no ABC.

 

12 - LETICIA AGUIAR

Para comunicação, comenta a transferência do ex-presidente Lula para presídio em Tremembé. Discorre sobre as precárias condições da única delegacia desta cidade, que possui uma população de presidiários muito grande. Ressalta que os defensores do movimento Lula Livre passarão a frequentar os arredores do presídio. Esclarece que o curso superior fará falta para o ex-presidente Lula, que deverá ser transferido para uma cela comum.

 

13 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA

Solicita o comportamento regimental dos presentes nas galerias.

 

14 - PROFESSORA BEBEL LULA

Para comunicação, informa que a defesa de Lula está recorrendo da decisão de transferência para o estado de São Paulo. Concorda que aqueles que não concordam com a prisão do ex-presidente Lula estarão presentes em Tremembé para demonstrar seu apoio. Diz que Jair Bolsonaro só se elegeu presidente por Lula não ter sido candidato. Considera que Lula não é um preso comum.

 

15 - CARLÃO PIGNATARI

Para comunicação, considera a oportunidade de transferência de Lula para Tremembé única, para que ele possa trabalhar, o que disse nunca ter feito na vida.

 

GRANDE EXPEDIENTE

16 - CASTELLO BRANCO

Assume a Presidência.

 

17 - PROFESSORA BEBEL LULA

Rebate o pronunciamento do deputado Carlão Pignatari. Defende o ex-presidente Lula. Critica a Reforma Trabalhista. Argumenta que a corrente política majoritária deve saber exercer o seu papel, e não atacar a minoria. Lamenta ter sido desrespeitada em determinadas reuniões, nesta Casa. Tece considerações favoráveis ao Plano Estadual de Educação. Critica a presença de coordenadores pedagógicos em sala de aula, para a fiscalização de professores. Lamenta o posicionamento do governo federal contra o Inpe - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Enaltece o valor da civilidade. Afirma que pretende alterar voto a favor de projeto do deputado Coronel Telhada.

 

18 - CORONEL TELHADA

Para comunicação, agradece ao pronunciamento da deputada Professora Bebel Lula.

 

19 - CORONEL TELHADA

Pela ordem, solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

20 - PRESIDENTE CASTELLO BRANCO

Anota o pedido.

 

21 - CORONEL NISHIKAWA

Para comunicação, agradece o apoio de seus pares contra ataques por ele sofrido, a envolver inclusive familiares. Assevera que jamais desviara-se de conduta reta.

 

22 - DOUGLAS GARCIA

Manifesta-se a favor da transferência do ex-presidente Lula para o presídio de Tremembé. Critica políticas da esquerda a favor de Cuba e da Venezuela. Defende a cassação de membros que participaram do Foro de São Paulo. Estabelece relação entre as condições econômica e social do país a governos petistas. Rebate pronunciamento da deputada Professora Bebel Lula, a respeito da liberdade de cátedra. Assevera que tal direito não se confunde com a liberdade de expressão.

 

23 - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA

Faz breve relato de sua trajetória política. Rebate o pronunciamento do deputado Douglas Garcia. Informa que fora vítima do parlamentar, por mentira divulgada na Baixada Santista. Comenta decisão judicial que determinara a transferência do ex-presidente Lula para presídio de São Paulo. Considera uma farsa o impeachment de Dilma Rousseff. Lamenta o congelamento, por 20 anos, de investimentos no país. Critica o presidente Jair Bolsonaro. Argumenta que o ex-presidente Lula não cometera crime. Aduz que não deve se calar e aceitar tal situação. Manifesta-se contrariamente ao discurso do governador João Doria, a respeito do tratamento que deve ser dado ao ex-presidente Lula, em Tremembé.

 

24 - DOUGLAS GARCIA

Para comunicação, afirma que não é membro do MBL - Movimento Brasil Livre. Rebate o discurso do deputado Luiz Fernando Lula da Silva. Defende o presidente Jair Bolsonaro.

 

25 - DOUGLAS GARCIA

Assume a Presidência.

 

26 - JANAINA PASCHOAL

Defende o PL 435/19, de sua autoria. Clama a seus pares que votem favoravelmente ao projeto, em benefício de mulheres. Comenta Resolução do Conselho Federal de Medicina sobre o parto cesariano na rede privada. Defende o direito à analgesia, durante o trabalho de parto. Acrescenta que a matéria não ofende a decisão técnica, justificada, do médico responsável. Argumenta que é direito básico da mulher optar pelo tipo de parto. Comenta a paralisia cerebral, ocorrência em cerca de 10% dos casos de parto normal.

 

27 - ISA PENNA

Convoca a população para o que denomina resistência democrática. Argumenta que a Operação Lava Jato fora orquestrada, defende a separação entre os poderes. Critica o ministro Sergio Moro por articular-se a favor do mercado financeiro. Acrescenta que a autoridade objetivara condenar o candidato que possivelmente venceria as eleições presidenciais. Critica a transferência do ex-presidente Lula para o presídio de Tremembé. Informa que dia 08/08 deve ser realizado ato, a favor da liberdade de Lula, no Largo do São Francisco. Critica o presidente Jair Bolsonaro por pronunciamentos ofensivos. Manifesta-se contra a reforma da Presidência. Defende a construção de uma nova esquerda. Conclama a população para manifestação a ser realizada no dia 13/08, contra o programa "Future-se", que visa a transferir a administração de universidades públicas para agentes privados. Assevera que a política pretende privatizar a Educação. Acrescenta que é dever do cidadão exercer posição de protagonismo na política brasileira.

 

28 - CAMPOS MACHADO

Pelo art. 82, expressa sua oposição ao PL 435/19, da deputada Janaina Paschoal, que concede às gestantes o direito de optar pelo parto cesariano, em determinadas circunstâncias. Diz que a proposta contraria as orientações da OMS. Acusa a parlamentar de demagogia. Pede a seus pares que votem contra o projeto.

 

29 - TEONILIO BARBA LULA

Pelo art. 82, critica a Polícia Militar por entrar, sem mandado, em um evento do PSOL. Combate proposta de alteração do Código de Processo Penal, parte do pacote anticrime apresentado pelo ministro da Justiça, Sergio Moro. Menciona denúncias de corrupção envolvendo o governo federal. Presta solidariedade ao deputado Coronel Nishikawa.

 

30 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Assume a Presidência.

 

31 - DOUGLAS GARCIA

Pelo art. 82, propõe que algumas escolas estaduais sejam convertidas em colégios cívico-militares. Informa que tal medida foi tomada em outros estados, com resultados positivos, a seu ver. Ressalta que foi eleito para defender posições conservadoras nesta Casa. Concorda com pronunciamento do governador João Doria a respeito do ex-presidente Lula.

 

32 - CARLÃO PIGNATARI

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

33 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Defere o pedido. Retifica a convocação da sessão extraordinária, a ter início dez minutos após o término da presente sessão. Convoca uma segunda sessão extraordinária, a realizar-se dez minutos após o término da sessão precedente. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 08/08, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra a realização da primeira sessão extraordinária de hoje, com início previsto para as 19 horas. Levanta a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão, o Sr. Coronel Telhada.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Presente o número regimental de assinaturas de Sras. Deputadas e  Srs. Deputados, sob a proteção de Deus iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e convida o nobre deputado Roberto Morais para ler a resenha do Expediente.

 

O SR. ROBERTO MORAIS - PPS - Resenha de hoje, deputado Telhada - Indicação da deputada Leticia Aguiar, conforme o Regimento Interno, o Exmo. governador João Doria, que instale outras unidades da Delegacia da Defesa da Mulher, com funcionamento 24 horas, no município de são José dos Campos.

Indicação do nobre deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor, que indica ao governador do Estado, que determine aos órgãos competentes, no sentido da liberação de R$100.000,00, para custeio de construção, reforma da UBS, Hospital Ambulatório de Especialidades para o município de Itaquaquecetuba. Está lido o Expediente, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. deputado.

Eu, antes de ingressar no Pequeno Expediente, quero dar ciência aos senhores da presença do vereador Marquinho do Grêmio, lá da querida cidade de Cesário Lange.  Vereador, fique em pé, por favor. Vereador Marquinho do Grêmio é um conhecido nosso. Trabalha forte lá na cidade de Cesário Lange. Um abraço. Gostaria que a câmera filmasse. Isso. Um abraço ao prefeito Dinho, Marquinho, e a todo o pessoal de Cesário Lange. Parabéns pelo trabalho que o senhor tem executado na cidade. Deus o abençoe.

  Pequeno Expediente. Deputados inscritos. Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputado Rafael Silva Zimbaldi. (Pausa.) Deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Deputada Professora Bebel Lula. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Castello Branco. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Douglas Garcia. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Deputado Frederico d’Avila. (Pausa.) Deputado Tenente Coimbra. (Pausa.) Deputado Enio Lula Tatto. (Pausa.) Deputada Isa Penna. (Pausa.) Deputada Janaina Paschoal. (Pausa.) Deputado Coronel Telhada na Presidência dos trabalhos. Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Roberto Morais. Fará uso da palavra, nobre deputado? O senhor tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. ROBERTO MORAIS - PPS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Telhada, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, pessoas que nos acompanham através da TV Assembleia, ontem eu fiz uso aqui da tribuna e falei da ida do nosso governador em exercício, o nosso querido deputado Rodrigo, sempre deputado, que amanhã estará em Piracicaba fazendo a entrega das viaturas da polícia.

O senhor não tem noção, o senhor como policial militar, da importância que foi a criação do nosso Baep de Piracicaba, o ato assinado pelo governador João Doria no dia dois. Dia primeiro de agosto foi aniversário de Piracicaba.

Nós vamos ter então amanhã a entrega oficial desse documento. Como o governador está viajando, Rodrigo Garcia lá estará como nosso governador em exercício para fazer a entrega dessas viaturas. Pela manhã ele estará em São José do Rio Preto, acompanhado do nosso querido líder, deputado Carlão Pignatari, e depois irão para a nossa cidade, a cidade de Piracicaba.

Isso, para nós, realmente, é motivo de orgulho, receber o Rodrigo, com quem nós tivemos oportunidade de trabalhar aqui durante dois mandatos, ele como deputado estadual, nós também, e depois ser presidente desta Casa. Para nós, recebê-lo lá é muito importante.

Nós continuamos com algumas demandas. Hoje Malufinho estará aqui autorizando algumas emendas orçamentárias. A Casa, ano passado, conseguiu um avanço muito grande ao colocar as emendas impositivas. Os municípios passam por uma situação muito difícil.

Aliás, é a situação do próprio País. O País vive hoje um problema muito sério, que é a questão da nossa economia. Mas o avanço ontem à noite - eu esperava que a aprovação fosse hoje, da reforma previdenciária - eu entendo que pode dar e alavancar novamente a expectativa do investimento externo no País.

Temos mais outra reforma tão importante, que é a reforma tributária, que esperamos que seja votada ainda neste mês. Esperamos aqui na Assembleia Legislativa.

Agradeço a ligação do nosso governador. Amanhã estaremos em Piracicaba, juntos. Estamos aqui na tribuna da Assembleia, mas o nosso querido Rodrigo estará em Piracicaba amanhã. Estou recebendo a sua ligação e já darei o retorno.

Então nós esperamos que essa reforma que acontece, a reforma previdenciária, possa realmente alavancar o nosso País e depois a reforma tributária. É isso que nós queremos. A nossa região de Piracicaba, uma das regiões mais produtivas aqui do nosso País, onde nós recebemos investimento de multinacionais, temos hoje empresas fabricando automóveis na cidade, temos os nossos carros “caipiracicabanos”. Nós, que estamos aqui há seis mandatos defendendo aquela região, ficamos muito orgulhosos disso.

Nós esperamos que o Brasil volte a crescer, que não tenhamos mais 13 milhões de desempregados como hoje. É muito difícil para um pai de família chegar a casa e falar para o filho, falar para a esposa que não conseguiu seu emprego. Isso é triste, muito triste, realmente, meu querido deputado Conte Lopes, a gente viver neste momento.

Mas me parece que Brasília realmente criou outra visão do País. Tem a situação, tem a oposição, mas nós precisamos fazer com que o Brasil seja recolocado no seu rumo.

O estado de São Paulo tem feito o seu trabalho. O estado de São Paulo tem sido muito bem governado pelo PSDB durante mais de 20 anos. O estado de São Paulo tem ido buscar recursos, fazendo geração de emprego e renda, mas nós queremos que o Brasil todo viva o momento que vive o estado de São Paulo. Nós podemos dizer até que estamos em um estado privilegiado, estamos em uma região privilegiada, mas nós queremos que todo o País viva a emoção de ter essa tranquilidade da retomada da economia.

Por isso, cumprimento aqui o Congresso Nacional por ontem já ter aprovado. Eu, particularmente, entendi que não seria ontem. Talvez hoje ou amanhã, porque eu sei que, às vezes, às terças-feiras lá em Brasília pode não dar quórum, mas felizmente deu e tivemos aprovada, em segundo turno, a reforma da Previdência, que era o sonho, realmente, daqueles que pensam no desenvolvimento do País.

A gente entende que tem a situação, tem a oposição. Isso é salutar, faz parte da democracia. Mas, quando se fala em desenvolver o município - eu fui vereador na minha cidade, Piracicaba, por seis anos e estamos aqui há 21 anos -, quando se fala em desenvolvimento do município, do estado e da União, nós temos que ter, respeitando a democracia, temos que ter políticos, realmente, que pensem no desenvolvimento deste País.

É isso que eu penso, é isso que nós colocamos hoje nesta tarde.

Muito obrigado, nosso querido Coronel Telhada. Obrigado, Srs. Deputados, Sras. Deputadas e pessoas que nos acompanham através da TV Assembleia.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado. O próximo deputado é o deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Sra. Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. V. Exa. tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CONTE LOPES - PP - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Alesp, visitantes, funcionários desta Casa, vou voltar a falar do Adélio Bispo.

Adélio Bispo, aquele que bolou um ataque ao então candidato a presidente da República, Jair Bolsonaro, preparou o ataque, viajou, se hospedou, e, no meio de milhares de pessoas, e de dezenas de policiais, ele conseguiu, depois de vários intentos, atingiu o tórax do candidato a presidente Jair Bolsonaro.

Eu tenho mais de 50 anos de Polícia. Eu nunca vi na minha vida algum criminoso ser considerado inimputável. Eu nunca vi. Além do mais, até o Coronel Telhada, que preside esta sessão, alguns policiais envolvidos em homicídios, que nós, como policiais, fomos encarregados até de fazer a defesa, tentamos que esses policiais fossem considerados inimputáveis. Não conseguimos.

O Adélio Bispo, em menos de um ano,  já conseguiu que a Justiça o considerasse inimputável. Não estou falando de política, não. Estou falando de caso policial. Não é de política, não; é policial.

Quer dizer, a Justiça já achou que o cara é inimputável. Quer dizer, inimputável, eu volto a repetir, é aquele cara que come barro e rasga dinheiro. Inclusive, os manicômios não podem ter nem bacia lá porque eles se matam na bacia. Tem que ser latrina no chão para os loucos. É onde ele está.

Advogados caríssimos, que disseram que receberam em dinheiros, nos seus escritórios. Quer dizer, como é que um cara que é louco consegue vários advogados para defendê-lo? E advogados caros.

Agora, qual foi o princípio do advogado, o cara que configurou, "aquele é um débil mental", para ele não poder ser ouvido, para o que ele falar não valer. É só uma colocação, eu vou dando exemplo, falo como policial com mais de 50 anos na Polícia. Eu entrei na Polícia Militar em 67 como soldado. Eu nunca vi isso aí.

Em seis meses, praticamente, um camarada que, volto a repetir, persegue o candidato a presidente da República que estava em primeiro lugar da campanha, monta uma estratégia no meio de milhares de pessoas, e na frente de 20 seguranças ou mais da Polícia Federal, Polícia Militar, sei lá quem estava fazendo a segurança do candidato -, ele conseguiu esfaquear o candidato.

Foi preso, deu declaração clara a priori, e, depois, ele fez uma declaração simples: "Foi Deus que mandou eu matar". Isso aí já valeu.

Se todo mundo na cadeia, até aqueles que depois que ficam criminosos muito tempo, ainda começam a dar cabelo embaixo dos braços, falarem que foi Deus que mandou; ele cometeu o crime, obviamente...

Então, vamos encher o manicômio. Sai todo mundo da cadeia, só vamos criar manicômios. Volto a repetir: não estou falando de política, não. Estou falando de uma sentença judicial, do Poder Judiciário.

Quer dizer, não se analisou mais nada; o psicólogo vai lá e fala que o cara é louco ou está louco. Faz um examezinho, dois examezinhos, é o que basta.

Porque nós não conseguimos, estou falando. Eu nunca vi. E conheci, ajudei a prender o maníaco do parque. Com o meu programa de rádio, uma mulher foi me procurar lá um dia, que esse maníaco do parque chegou a ser entrevistado no programa do Ratinho. A maior audiência, e ele estava lá no Ratinho.

"Olha, estão falando que eu sou isso, sou aquilo, mas é um absurdo. Não é nada disso." Ela era patinadora, skate... A mulher que viu foi me procurar e falou: "Olha, esse cara é quem me pegou. Me pegou em determinado local, falou que precisava de uma pessoa do meu tipo para fazer uma filmagem, me levou até o Parque do Estado lá na zona sul. E lá, quando eu me vi sozinha... Eu subi na moto dele e fui, o cara tinha lábia, falava bem... Me levou. Precisava fazer uma filmagem urgente, ia pagar tudo certinho."

Não é como eu estou falando; como eles usam. E a partir daí ela começou a ser espancada, até que ela desfaleceu e foi quando ele chegou ao orgasmo com essa moça. E ela falou: “Eu o vi no programa, está lá.” Pediu apoio do DHPP, na época, e foi onde que se levantou, e ele foi preso mesmo, com vários cadáveres que foram encontrados lá. E esse cara não foi considerado inimputável. Ele foi condenado como estuprador homicida. Agora, no caso específico do candidato, de imediato a Justiça já o considerou inimputável, e a partir daí ele não é responsável por aquilo que faz. Em mais de 50 anos de Polícia é a primeira vez que eu vejo isso.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado.

Antes de chamarmos os próximos deputados, quero dar ciência à Casa:

Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma Sessão Extraordinária, a realizar-se hoje, 10 minutos após o término da presente sessão, ou às 19 horas, caso a sessão não atinja seu tempo limite, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia: Projeto de lei nº 435, de 2019, de autoria da nobre deputada Janaina Paschoal; Projeto de lei nº 226, de 2017, de autoria da nobre deputada Leci Brandão; Projeto de lei nº 511, de 2017, de autoria do nobre deputado Enio Tatto.

Está lido e convocados os deputados.

Próximo deputado, deputado Sargento Neri. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputada Márcia Lula Lia. Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Muito boa tarde a todos e todas, aos deputados, aos assessores, às pessoas que nos acompanham pela TV Alesp; eu trago aqui alguns assuntos muito preocupantes que estão aí nos jornais, que estão nas redes sociais.

Hoje nós tivemos uma decisão da Justiça, lá em Curitiba, no sentido da transferência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a cidade e para o estado de São Paulo. Isso nos deixou extremamente preocupados, porque a defesa do presidente é contrária a essa transferência. E nós também, deputada Bebel, estamos preocupadíssimos, porque isso pode significar a morte do nosso presidente, porque trazer uma pessoa que está vivendo esse momento na sociedade de tamanho ódio e intransigência para ocupar..., um presidente que já está mais do que comprovado pela Vaza Jato que foi submetido a uma verdadeira esculhambação jurídica, a uma verdadeira... um absurdo que foi feito, do ponto de vista legal, do ponto de vista do desrespeito aos princípios constitucionais, a tudo aquilo que é garantia de defesa, garantia do contraditório, garantia de direitos, o presidente Lula teve todos os seus direitos desrespeitados. E agora mais uma vez uma ação da Justiça, por meio da sucessora do Sergio Moro, que vai trazer, à revelia de todos, o presidente Lula para que ele vá para uma cela coletiva no Presídio de Tremembé.

Nós não podemos, deputada Bebel, aceitar essa situação, porque essa situação fere direitos de um presidente da República, que está comprovado que foi submetido a uma verdadeira execração pública.

Nós vamos juntar forças para que a gente possa impedir que essa... mais essa arbitrariedade seja cometida contra o presidente Lula.

Quero também trazer um assunto que está ocupando as redes sociais. Um assunto gravíssimo, que é uma notícia de que a família do presidente Bolsonaro, que o Sr. Alexandre - eu estou sem o nome dele aqui, agora -, que é o primeiro suplente do Major Olímpio, senador suplente, participou de uma negociação com o Paraguai, a mando do vice-presidente paraguaio, na perspectiva de que uma empresa, chamada Leros, pudesse estar comprando energia excedente do Paraguai, o que é proibido pelo acordo bilateral que existe quando da construção de Itaipu.

Essa denúncia está pipocando. Giordano. Alexandre Luiz Giordano, exatamente. Então, é uma denúncia o que está sendo veiculado. Ontem nós tivemos aí o pronunciamento de alguns deputados lá na Câmara Federal. Essa situação é muito grave, e inclusive pode levar ao impeachment do presidente do Paraguai.

Essas orquestrações têm sido feitas de forma extremamente sigilosa. Há uma ata que foi feita no dia 24 de maio deste ano, entre os nossos representantes, Brasil e Paraguai, e isso está afetando em cheio, porque esse Giordano usou a sua proximidade com a família do governo Bolsonaro, e também o vice-presidente do Paraguai esteve reunido com o Eduardo Bolsonaro, para que todas essas cláusulas, todas essas articulações se dessem sigilosamente, para que ninguém soubesse dessa irregularidade, dessa ilegalidade, desse absurdo que está acontecendo nos bastidores de Itaipu, nos bastidores da grande política do Paraguai e do Brasil.

Hoje também eu tive a possibilidade, a oportunidade de assistir um vídeo, onde os programas de televisão do Paraguai estão relatando esse assunto com todos os detalhes. Então as pessoas que quiserem assistir esse documentário que foi feito pela TV paraguaia, fiquem à vontade. É só acessar o site do “Diário do Centro do Mundo”. Está lá, e você pode ouvir com riqueza de detalhes essa corrupção, essa sujeira que está acontecendo na compra de energia excedente de Itaipu.

Só para vocês terem uma ideia, o excedente de energia do Paraguai só pode ser negociado com a Eletrobras. Essa empresa Leros jamais poderia ter se colocado como sendo uma empresa que compre energia do Paraguai, porque não há nenhuma possibilidade. Então, esse acordo é ilegal, e ele provavelmente levará ao impeachment do presidente do Paraguai, porque as forças de oposição ao governo estão mobilizadas nessa perspectiva.

Mais uma vez, o nosso governo Bolsonaro envolvido em crimes de corrupção, e a gente está vendo uma sucessão diária de palavras mal colocadas, de posturas indisciplinadas e de posturas de alguém que não tem a menor condição de ser presidente da República. Então, é isso.

Para finalizar, hoje nós comemoramos 13 anos da promulgação da Lei Maria da Penha. Que nós possamos, através dessa lei, combater de forma mais efetiva a violência contra as nossas mulheres.

Muito obrigada, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sra. Deputada. Próxima deputada, Adriano Borgo. (Pausa.) Deputado Teonilio Barba Lula. (Pausa.)  Deputado Luiz Fernando Lula da Silva. (Pausa.) Deputado Wellington Moura. (Pausa.) Deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Pela lista suplementar, os seguintes deputados. Deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Sargento Neri. (Pausa.) Deputado Léo Oliveira. (Pausa.) Deputado Enio Lula Tatto. (Pausa.) Deputado Alexandre Pereira. (Pausa.) Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Tenente Nascimento. (Pausa.) Deputado Cezar. (Pausa.) Deputado Coronel Nishikawa. (Pausa.)

Eu Solicito que o deputado Carlos Giannazi assuma a Presidência, para que eu possa fazer uso da palavra. Por gentileza, deputado.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando sequência à lista de oradores inscritos, com a palavra o nobre deputado Coronel Telhada.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Presidente. Sras. Deputadas aqui presentes, Srs. Assessores, funcionários e funcionárias, público aqui presente, todos os que nos assistem pela TV Assembleia, eu queria, primeiro, dar ciência de que ontem estivemos na cidade de Vinhedo, no V Simpósio Nacional de Guardas Municipais e Segurança Pública, que ocorreu naquela cidade.

Tivemos a presença do prefeito da cidade de Vinhedo, o Sr. Jaime Cruz; também tivemos a presença do general Theophilo, que é o secretário nacional de Segurança Pública e de várias outras personalidades, autoridades, além de mais de 141 representações de guardas municipais, não só de São Paulo, mas de outros estados.

Quero também parabenizar a todos os nossos guardas municipais pelo trabalho que têm feito, sempre colocando nosso mandato à disposição de todos. Quero dizer também que logo mais estaremos novamente em Vinhedo para continuar participando desse evento das guardas municipais do Brasil.

Sr. Presidente, nós sempre falamos que a polícia está em guerra contra o crime e muita gente não acredita, acha que a gente força a barra quando fala isso. Tenho uma foto aqui de uma ocorrência que aconteceu no Rio de Janeiro. Essa foto. É um armamento que foi apreendido na terça-feira, dia 6, ontem, na Baixada Fluminense. Vejam o armamento. É um armamento, espingardas, trabucos, fardas, mas uma coisa que chama atenção ali é a munição para canhão.

Então, vejam que estamos em guerra, não só contra criminosos armados com fuzis, com metralhadoras .30 e .50, explosivos, mas também contra munição de canhão. Alguém duvida de que estamos em guerra?

O interessante é que mudarmos a lei do país para botar ladrão na cadeia é a coisa mais difícil do mundo. Parece que as pessoas não querem botar ladrão na cadeia. Não entendo isso aqui no Brasil. Os caras estão andando armados de fuzis pelas ruas. É só lermos os jornais, ligarmos a televisão. Diariamente, são pais e mães, crianças e jovens sendo assassinados e todo mundo acha normal isso. Normal não é.

Não é normal também essa saidinha que vai ter agora no Dia dos Pais, em que mais de dois mil criminosos serão colocados nas ruas aqui em São Paulo. Serão liberados criminosos que mataram pai e mãe. Serão liberados no Dia dos Pais. Criminosos que mataram filhos vão ser liberados no Dia dos Pais. A outra que matou e cortou o marido em pedaços vai ser colocada em liberdade nesses dias para passar a folga com sua família.

Aí eu pergunto: que país é esse, onde temos pessoas que cometem horrendos crimes e são tratadas como vítimas? Matam uma pessoa, esquartejam e depois de três, quatro, cinco ou seis anos estão novamente nas ruas, em liberdade. Isso sem dizer daqueles criminosos que saem da cadeia com a missão de matar policiais para serem batizados no crime organizado. É só os senhores prestarem atenção ao que vai acontecer neste final de semana. Na segunda-feira, estaremos falando nisso aqui. É um absurdo. Precisamos mudar essa triste realidade da justiça, da legislação brasileira.

Eu tenho um projeto de lei aqui ao qual queria pedir o apoio de todos os Srs. Líderes de todos os 21 partidos desta Casa. É o Projeto de lei nº 765, de 2016, que já passou em todas as sessões e está pronto para ser trazido ao Plenário para votação. É um projeto que “proíbe o uso, a posse, a fabricação e a comercialização de linhas cortantes compostas conhecidas como ‘cerol’, bem como a importação de linha cortante e industrializada obtida através da combinação...”. Enfim, é a chamada Linha 10, a linha chilena.

Por que, gente? É um assunto que está na imprensa. Vejam bem: esse projeto é de 2016. Está, portanto, há três anos tramitando nesta Casa. Vai fazer três anos e o assunto continua. Hoje, por exemplo, fala-se disso direto. Eu estava vendo uma reportagem. Ontem, foi passada aqui pelo deputado Rodrigo Moraes, se não me engano. Dois jovens perderam a perna, a perna foi cortada. Tiveram que amputar a perna por causa de linha de cerol. E nem motociclistas são, estavam na rua. Sem dizer dos motociclistas que são decapitados, são amputados.

É uma realidade muito triste. Precisamos proibir que as pessoas passem por essa situação. Então, peço o apoio dos Srs. líderes e Sras. líderes de partido para que nos apoiem, para que esse projeto venha à votação no plenário.

Para os senhores terem uma ideia, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro criou até um disque-denúncia para receber informações - só para encerrar, Sr. Presidente -sobre a fabricação e a localização das linhas chilenas e com cerol, a ligação é gratuita. Então o Rio de Janeiro - eu estava lendo uma matéria outro dia - parece que até aprovou uma lei na Assembleia Legislativa já tornando ilegal o uso, a posse e a comercialização desse tipo de linha, bem como sua confecção. Então nós temos que fazer isso, é uma necessidade urgente para o estado de São Paulo. 

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando sequência à lista de oradores inscritos, com a palavra a nobre deputada Bebel.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Coronel Telhada.

 

* * *

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, Mesa Diretora dos trabalhos. Cumprimento a assessoria que está sentada à minha esquerda, à minha direita, o público presente e o Sr. Deputado que está presente aqui entre nós no plenário, Carlos Giannazi.

Subo a esta tribuna primeiro para corroborar a posição dita pela deputada Márcia Lia referente à transferência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva da Polícia Federal do Paraná, Curitiba, para o presídio de Tremembé, o que denota um desrespeito ao presidente. Primeiro, ele não é um preso comum, ele é um presidente, e tem que ser tratado como tal. Ele não é um preso comum, ele não matou, ainda não tem provas do que ele roubou, do que dizem que ele roubou. Então, quer dizer, é um presidente ainda que está sub judice.

É interessante a situação do presidente Lula. Quer dizer, é alguém que está preso, mas que não está tendo o direito de se defender, e não tem a prova daquilo que dizem que ele fez. Portanto, repudiar. Estive há poucos minutos com o advogado dele, o Greenhalgh, e ele disse estar já agindo no sentido de reverter essa situação arbitrária referente ao nosso presidente Lula.

Também congratulo todos a acompanharem o aniversário da Lei Maria da Penha, 13 anos. A Maria da Penha ficou paraplégica porque apanhou do marido, sofreu agressões e, a partir de então, criou essa lei. Essa lei tem medidas preventivas para que não mais as mulheres sejam vítimas de tanta violência, então isso é muito importante.

Também quero tocar no assunto da nossa a área da Educação, deputado Giannazi, que diz respeito, primeiro, às apostilas. Não se o senhor viu... Viu, com certeza, uma apostila que, para quem entendia que a farsa do escola sem partido tinha que existir para não ter partidarismo, desculpe. Se essa apostila que está nas nossas mãos e que foi para as mãos os professores não tiver partidarismo, não sei o que é.

É uma apostila que fala dos feitos do governador Doria e pergunta quem é o governador do estado de São Paulo. Até nem tenho problema com isso, viu, deputado Coronel Telhada, mas coloque também o contraditório. A questão não é ter nome, é o contraditório, que é o que a gente defende, porque aí vira, de fato, doutrinação. Aí vira, de fato, você trabalhar como foi na ditadura militar, que a gente decorava os nomes, mas houve outros presidentes, que a gente também tem que trabalhar.

Aquele assunto que estava sendo dito ali pelo governador Doria, foi, na verdade... Tratava de dirigir com responsabilidade, mas lembro que ele alterou, inclusive, a lei de Fernando Haddad, quando era prefeito daqui de São Paulo, quando reduziu a velocidade, que é dirigir com responsabilidade, né? Eu acho que foi um ataque que o governador fez, mas ali foi colocado meio que como questão positiva.

Outra questão, também, foi no que diz respeito... Não está na cartilha, mas um texto anexo, com relação à transposição do Rio São Francisco, colocado de forma negativa. Ora, a transposição do Rio São Francisco também tem que ser entendida como uma ação no sentido de dar água para os nordestinos, para o nordeste. Criar uma forma de que o nordeste tivesse água. Então, o contraditório também não foi colocado.

Mas, acertadamente, a Secretaria da Educação, face à denúncia, retirou isso e, de certa forma, não está previsto mais para impressão.

Mas aqui tem um ataque frontal, deputado Giannazi, à liberdade de cátedra. Não bastasse lutarmos tanto por isso, os professores estão sendo atacados em sua liberdade de cátedra, o que significa que coordenador pedagógico, ao invés de coordenar o projeto político-pedagógico, vai ficar vigiando, fiscalizando os professores na sala de aula.

Nós já temos uma vida difícil, temos autoridade, temos que ter autonomia do projeto político-pedagógico, e nós não aceitamos nenhuma ingerência nas salas de aula. Nós aceitamos que as salas de aula tenham condições de trabalho. Nós aceitaríamos, talvez, um segundo professor para trabalhar conosco, de tantos alunos que temos, mas, para ficar sentado, fiscalizando e dando notas para nós, não.

Até porque, deputado Telhada, o coordenador pedagógico é um professor na função de coordenador pedagógico, portanto, também sob avaliação. Acho complicada essa política instituída pela Secretaria da Educação e acharia de bom tom que o secretário da Educação voltasse atrás e tomasse uma decisão mais afeita àquilo que espera os professores que tanto têm reclamado dessa situação.

Nós não precisamos ser fiscalizados. O governo precisa ser fiscalizado. Nós precisamos de salários. Nós trabalhamos, como os senhores trabalham. A Polícia Militar do Estado de São Paulo trabalha, os professores do estado de São Paulo trabalham, aliás, quinta-feira Piracicaba fez 252 anos. Eu estive lá na homenagem feita à Piracicaba e, nessa homenagem, estava a Polícia Militar, a Guarda Civil Municipal, estava o prefeito de Piracicaba, estava, também, a Câmara de Vereadores de Piracicaba.

E ali, o que a gente entende? Podemos ter posições diferenciadas, mas todos trabalham para o bem da cidade. Todos trabalham para o bem do estado de São Paulo e para o bem do País e, para isso, precisam ter salário. Precisam ter condições de trabalho, que é o que os senhores, militares, reclamam, e nós, professores, também reclamamos.

É disso que a gente precisa: fiscalização. Quem tem que nos avaliar é o concurso público, tudo o que a gente já passa.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sra. Deputada Bebel.

Próximo deputado é o senhor deputado Carlos Giannazi. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, quero me associar ao que disse a deputada Bebel em relação a esse atentado criminoso da Secretaria da Educação, essa orientação perversa, deputada Bebel, de colocar os coordenadores pedagógicos para vigiar os professores em sala de aula. Isso é um absurdo total. Nós repudiamos totalmente essa orientação da Secretaria da Educação, que, talvez, seja até pior do que o Escola sem Partido, porque joga professor contra professor.

Mas, Sr. Presidente, eu gostaria de dizer que ontem a Câmara dos Deputados também cometeu um grande atentado terrorista e criminoso contra o direito à aposentadoria do povo brasileiro, dos trabalhadores e trabalhadoras, aprovando em segundo turno a PEC 6 da reforma da Previdência, a farsa da reforma da Previdência.

A aprovação da PEC 6 significa que o brasileiro não vai mais conseguir se aposentar; acabou a aposentadoria no Brasil, porque o projeto é extremamente perverso, primeiro, porque ele coloca que uma pessoa, para ter aposentadoria integral, no Brasil, ela terá que contribuir durante 40 anos. Quarenta anos de contribuição: isso é impossível, ainda mais na atual conjuntura, com o desemprego sistemático e estrutural e com a precarização da CLT e dos contratos de trabalho.

Os trabalhadores não terão como contribuir, mesmo trabalhando no contrato precarizado, e porque serão vítimas, cada vez mais, do desemprego. Então, será praticamente impossível a contribuição por 40 anos. Isso coloca um ponto final na aposentadoria para os trabalhadores no Brasil. E tem outras perversidades: mesmo quem se aposentar, vai se aposentar com o salário menor, com o provento bem menor, porque mudou a base de cálculo, da composição da média salarial, e ela puxa para baixo através da contemplação dos menores salários. Isso é um absurdo.

Então, o trabalhador vai receber menos, muito menos. Cai a base de cálculo, muda totalmente a base de cálculo, mas a mudança prejudica os trabalhadores. Esse é um outro absurdo, terrível. As viúvas são atingidas aqui. Quando o seu companheiro ou seu marido morre, aquela pessoa vai receber apenas 50% do salário que ele recebia, de pensão.

É um outro absurdo total, Sr. Presidente. Entre tantos outros, a aposentadoria especial fica praticamente prejudicada, para aquelas profissões insalubres, que colocam em risco a vida, a segurança e a saúde desses trabalhadores e dessas trabalhadoras, até porque eles aprovaram um dispositivo perverso, colocando idade mínima de 55, 58 e 60 anos. Isso prejudica frontalmente o Magistério. As professoras e os professores do Brasil, na prática, perdem a aposentadoria especial.

Se uma professora hoje se aposenta com 25 anos de contribuição e 50 anos de idade, com a nova lei aprovada na Câmara dos Deputados, a professora vai ter que contribuir agora com 25 anos, mas vai ter que ter idade mínima de 57 anos para poder se aposentar. Então, ela vai trabalhar sete anos a mais numa sala de aula superlotada. É um absurdo.

E tem mais aqui, Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas: mesmo os trabalhadores perdem aqui, porque houve um aumento do tempo mínimo de contribuição de 15 para 20 anos, e a idade mínima para a aposentadoria no Brasil subiu agora: para os homens, 65 anos; para as mulheres, 62 anos. Então, isso é um ataque frontal à Seguridade Social, à aposentadoria dos trabalhadores e das trabalhadoras. Os setores mais atingidos, sem dúvida nenhuma... As mulheres são as mais atingidas, as mulheres trabalhadoras perdem com essa proposta de ataque. Diria que não é uma reforma da Previdência, é a destruição da Previdência Social.

Porém, Sr. Presidente, eu teria aqui outros argumentos para mostrar a perversidade da reforma da Previdência, mas o que me interessa dizer é que nós continuamos lutando. O projeto, agora, segue para o Senado Federal. Ele tem que ser aprovado agora em dois turnos. Haverá, com certeza, uma ampla mobilização, porque o povo brasileiro está se dando conta da gravidade da situação.

Se esse projeto for aprovado no Senado, em duas votações, acabou a aposentadoria no Brasil. Mesmo quem já se aposentou terá os seus rendimentos diminuídos, porque o fundo previdenciário, com essa reforma, ele vai diminuindo ao longo dos anos. Então, é o momento de mobilização. No dia 13, nós estaremos nas ruas em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade, mas também na luta contra a farsa da reforma da Previdência.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr. Deputado. A próxima é a deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputado Thiago Auricchio. Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Pois não, deputado. Se for para uma comunicação...

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Eu vou dar depois do Thiago Auricchio falar, por gentileza.

 

O SR. THIAGO AURICCHIO - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos, boa tarde a todas, Sr. Presidente, telespectadores da TV Assembleia,  público presente na galeria, demais deputados. Queria na minha fala fazer um agradecimento ao governador João Doria, por entender a necessidade de mais um equipamento público de saúde em São Caetano do Sul.

Em nome da cidade, quero agradecer ao governador, que liberou pela Desenvolve São Paulo o valor de oito milhões de reais para a construção desse equipamento público, que se chama Atende Fácil Saúde. Eu não tenho dúvida de que o Atende Fácil Saúde será um divisor de águas no atendimento à saúde da cidade de São Caetano.

Contará com um Centro de Atenção Geriátrica, um Centro de Diagnósticos, um Centro de Especialidades Médicas e uma farmácia 24 horas. Foi um pleito antigo da cidade já no ano de 2017, quando ela solicitou o financiamento. Estive no começo do ano com o prefeito José Auricchio e com o vice-governador Rodrigo Garcia, que mostrou interesse em ajudar a cidade de São Caetano do Sul.

Em maio, estive com o secretário da Fazenda de São Caetano do Sul, o Jefferson Cirne; na Desenvolve São Paulo, junto ao diretor presidente, o Sr. Nelson, a quem quero agradecer; e também por toda a dedicação que o Governo do Estado, através do governador João Doria, tem tido com a região do Grande ABC.

No começo do ano, já iniciou a descentralização da farmácia de alto custo da região do Grande ABC. É um novo agradecimento também. É uma dificuldade antiga da região, cujos moradores tinham que se deslocar até a cidade de Santo André. Chegavam lá, uma enorme fila, enfim, uma enorme dificuldade.

A descentralização, Carlão Pignatari, a quem quero também agradecer por toda a força que nos traz, iniciou-se em São Bernardo. Acredito que a próxima cidade será São Caetano do Sul e depois as demais cidades. Também queria agradecer na área da Educação, na qual inúmeras escolas serão contempladas com o Programa Escola + Bonita.

Na questão da Segurança, que é uma questão muito importante, a qual o Coronel Telhada defende diariamente, o governador anunciou agora para setembro a instalação do Baep, no qual terão mais 300 homens para garantir a segurança da nossa região. Na questão do Transporte, também quero agradecer ao Governo do Estado, que fez o anúncio agora da Linha 18, anunciando o modal, que será o BRT.

Eu tenho certeza, tenho total confiança no governo, sempre falei na Assembleia, de que será o modal ideal para a região do Grande ABC, que desde 1976 acredita na chegada de um novo modal para a região do Grande ABC. O governador anunciou também a modernização dos trens da Linha 10, que agora terão padrão Metrô.

Eu acredito que a próxima etapa nesse sentido será a reforma das estações da CPTM da Linha 10 e o governador também anunciou a criação da Linha 20 do Metrô, uma linha também já antiga que sai de São Bernardo e chega até a Lapa. Também quero fazer uma menção que recentemente o governador João Doria decretou a utilidade pública do terreno onde será o Piscinão Jaboticabal.

Todo mundo sabe as dificuldades e os problemas que o ABC sofre com as enchentes e eu tenho certeza de que esse será mais um equipamento importante no combate às enchentes da nossa região. Eu quero mencionar também que fiz uma emenda ao projeto que autoriza o empréstimo de 300 milhões para a construção desse piscinão.

Eu fiz uma emenda ao projeto colocando o valor de 350 milhões, porque obra é sempre imprevisível, então a gente não pode trabalhar no limite. Todos os amigos do ABC podem ter certeza que a gente vai estar sempre lutando muito pela nossa região. Muito obrigado a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado. Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Deputada Leticia Aguiar.

 

A SRA. LETICIA AGUIAR - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigada, presidente Coronel Telhada, meu amigo, meu colega de Parlamento. Gostaria de deixar registrado que hoje recebemos uma notícia ali para o Vale do Paraíba, que é a minha região, de que o presidiário Lula será transferido da república de Curitiba para a cidade de Tremembé.

Antes de eu falar do mérito em si, eu gostaria de deixar registrado o meu pedido ao governo João Doria para que olhe por Tremembé; estive lá recentemente conversando com o delegado. Só temos uma única delegacia na cidade de Tremembé, com uma população de presidiários muito grande e que demanda muito investimento na Segurança Pública.

Lá, a delegacia está com estrutura precária, com falta de investimento, com falta de viaturas, de efetivo policial. E agora, mais do que nunca, o Lula, que está sendo transferido para lá. A cidade de Tremembé, agora, sim, precisa de mais investimentos, de mais gente.

Os baderneiros do “Lula Livre” certamente irão acampar em Tremembé, irão acampar na porta do presídio para poder fazer a sua baderna. Inclusive, o valor da mortadela vai até subir em Tremembé, depois dessa transferência do Lula. Até que enfim, finalmente... (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Um minutinho, deputada. Se o pessoal da galeria começar a se manifestar, vou convidar para que se retirem. Aqui é garantida a palavra do parlamentar. Que não aconteça novamente. Por gentileza, deputada.

 

A SRA. LETICIA AGUIAR - PSL - Muito obrigada, Sr. Presidente. Concluindo: até que enfim. Chega de mordomia para o Lula, que está lá sendo pago com o dinheiro público, na mordomia da Polícia Federal, dando todo o aparato para ele. Agora vai ser tratado como presidiário, em cela comum. Ele, que se gabava de não ter curso superior. Agora acho que esse curso superior faria falta para ele.

Então, chega de mordomia para quem corrompe a nação, para quem tira a esperança das pessoas. Uma pessoa como o Lula, que tinha o dever de fazer um bom trabalho, de não corromper a nação, de não saquear os cofres públicos, que foi o que ele fez, envergonhando o Brasil para o mundo inteiro. Então, justiça seja feita. Lula presidiário em cela comum.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sra. Deputada. Deputada Bebel, Comunicação? Por gentileza, deputada. A senhora tem dois minutos.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - É uma comunicação mesmo, deputada Leticia Aguiar, no sentido de que a defesa do presidente Lula está recorrendo, exatamente para não ir para Tremembé. E, se for, quero dizer que sim, estarão lá aqueles que não aceitam a prisão do presidente Lula. Porque ele é um preso político, deputada. Alias, o seu presidente só pôde ser presidente porque ele não foi candidato à Presidência da República. (Palmas.)

Senão, jamais Jair Bolsonaro teria sido presidente da República. Quero dizer o seguinte: aqui não cabe fazer o debate do mérito do que V. Exa. falou. Mas quero informar que a defesa do presidente Lula está recorrendo dessa decisão de mandar o presidente Lula para Tremembé.

Até porque, não é justo que ele vá para lá. Ele não é um preso comum. Ele é um preso político. Ele é um preso que não teve o direito de se defender. Teve outros que tiveram malas de dinheiro, e até agora ninguém viu nada, entendeu? Ninguém viu o que foi feito deles. Então, por essa razão, eu quis fazer essa comunicação.

Muito obrigada.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Pela ordem, Sr. Deputado.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Quero fazer uma... (Manifestação nas galerias.) Pode deixar, deixa eles. Quero fazer uma comunicação ao senhor, presidente; à deputada Bebel, que é uma pessoa que eu respeito; e aos apaniguados políticos do presidente Lula.

O presidente Lula, se ele está preso com direito ou não está, se ele é preso político ou não, não vou entrar nesse mérito porque não sou jurista. O tribunal de justiça federal disse que sim. Segundo momento: vai ser uma oportunidade ímpar para o presidente Lula se ele vier para Tremembé. Inclusive a oportunidade de trabalhar ele vai ter, porque ele nunca trabalhou na vida. Então é uma grande oportunidade que o presidente vai ter, deputada Bebel.

Então era isso, presidente. 

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado. Vamos, portanto, para o Grande Expediente, chamando os oradores inscritos.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE  EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputado Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. A senhora fará uso da palavra, deputada? Fará? Então a senhora tem o tempo regimental de 10 minutos. Nesse momento, passo a Presidência dos trabalhos ao Sr. Deputado Castello Branco.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Castello Branco.

 

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 A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde Sr. Presidente. Mais uma vez na tribuna, cumprimento mais uma vez, também, os que sentam à esquerda, e os assessores, à direita... Aliás, esqueci, hoje, agora, nesse momento, com o público presente. Boa tarde para todas e todos que estão presentes aqui.

É de suma importância a participação de todos nesta Casa. Esta Casa é a Casa do povo, tem que estar aberta para o povo se manifestar de forma democrática. Eu também cumprimento a todos os que nos assistem através da TV Assembleia; é muito importante.

Eu não vou ficar, aqui, fazendo um debate com o deputado Carlão. Depende do conceito de trabalho que ele tem, porque trabalhar... Por exemplo, ele pode dizer que ele está trabalhando aqui, mas muitos podem dizer que ele não está trabalhando. E eu entendo que ele está trabalhando: na função de deputado, na função de líder do Governo, quando foi prefeito de Votuporanga, enfim. Eu acho que isso, de certa forma, é uma maneira de a gente colocar que trabalha só quem for do meu lado; quem não é do meu lado não trabalha.

Mas o trabalho intelectual não é trabalho? O trabalho de dirigir um país, da forma como foi gerido pelo presidente Lula, não foi trabalho? Eu considero que sim. Aliás, além de trabalhar, ele gerou emprego, coisa que essa reforma da Previdência não fez. Aliás, o Jair Bolsonaro não criou emprego. Os empregos criados são aqueles de curto prazo, sem direito nenhum, porque teve a reforma trabalhista antes. Com a reforma trabalhista, direitos foram tirados. E aí, tem a jornada intermitente. Que mais? Ainda bem que a gente ganhou aquela luta de a mulher grávida trabalhar em condições insalubres. Mas até isto teve.

Então, eu acredito que a gente tem que fazer o bom debate e não pôr venda nos olhos. A gente tapar os olhos... Não é porque a pessoa é de um partido. Estou fazendo até um apelo. Eu apelo mesmo. Não é porque eu sou de um partido ou porque é de outro partido, então a gente tem que acabar, massacrar. Não é porque a gente é minoria que a gente tem que ser massacrado. Aliás, a grandeza de quem é maioria é saber ser maioria. A minha corrente política é maioria lá na Apeoesp, mas nós sabemos ser maioria. Nós não tratamos a minoria a pão e água e chute na cabeça. Nós tratamos a minoria com direito a voz e espaço na direção da Apeoesp. A gente faz isto.

Então, isso, para mim, é o entendimento da democracia representativa, democracia de forma proporcional. Eu gostaria de sentir isso aqui na Assembleia Legislativa. Eu quero dizer para vocês que eu aprendi muito nesses seis meses em que estive aqui. Mas saí, muitas vezes, humilhada de reuniões. Fui desrespeitada, sendo presidente de comissão. E não perdi, em nenhum momento, a razão, a forma de encaminhar os meus trabalhos, porque eu entendia que mais importante que eu era ver o trabalho encaminhado, ver pautado o Plano Estadual de Educação, que é uma meta a ser seguida pelo governo do estado de São Paulo. Aliás, aprovado pela legislatura anterior de forma quase majoritária; só o PSOL votou contrário. Mas hoje abraçou também essa luta pelo Plano Estadual de Educação.

Eu quero dizer o seguinte: eu falava aqui, anteriormente, com relação à presença do coordenador pedagógico nas escolas. E quero dizer: nas escolas, não está errado. Está errado tirá-lo da condição de articular, de coordenar projeto político pedagógico da escola, que foi elaborado junto com ele, coordenador pedagógico, e mais os demais professores, e colocá-lo numa situação de fiscal na sala de aula. É o que eu chamo de colocar na prática o programa Escola Sem Partido, tantas vezes dito aqui e que colocou o professor para fiscalizar o professor.

No Escola Sem Partido, colocavam a tarjeta na frente da escola e diziam que era para ensinar e pediam para os pais compararem isto. O que está sendo feito, não. Isso é um ataque à liberdade de cátedra. E eu quero ter certeza de que o secretário da Educação vai conferir o devido papel ao coordenador pedagógico, que não é esse. Isso é colocá-lo numa condição menor. Sempre lutamos para ter um coordenador pedagógico, mas não fiscalizadores. Na medida em que a gente passa num concurso público nós somos avaliados. Está lá porque passou no concurso público. E não está lá porque, enfim, colocaram.

Então, isso é muito difícil. No momento em que a democracia passa por momentos tão difíceis, não é? Eu observo. Falei: “meu Deus, será que a gente lutou anos a fio para ver o Brasil ir para trás e não ir para a frente?”.

Assisti, por exemplo, mudando até de assunto um pouco, o presidente do Inpe discordar do presidente da República. O que é o Inpe? É um órgão importantíssimo. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Poxa, não ter respeito com os dados que saem de lá! O presidente da República sai a peito dizendo que é tudo mentira, mas também não mostra quais são os verdadeiros dados.

Se isso continuar acontecendo, poxa vida, então nós vamos destruir todas as instituições. Supremo Tribunal Federal, a Câmara de deputados, esta Casa. Eu acho que não pode continuar acontecendo esse ataque à democracia, aos órgãos que sempre tiveram papel importantíssimo na produção de dados.

Então, quero acreditar que este segundo semestre, que ora se inaugura, vai se inaugurar de forma diferenciada, até porque as pessoas começaram a se conhecer, e cada um a respeitar o jeito do outro. Não tem jeito. Cada um tem o seu jeito, uai? Um rebate de forma mais elegante, o outro de forma mais dura. Mas, enfim, esperar que a gente consiga fazer um segundo semestre de forma mais madura entre nós. O primeiro semestre eu quero dizer que eu pessoalmente fui aviltada várias vezes aqui nesta tribuna. Mas - como é que eu falo - não soltei a toalha - como diz o outro.

E quero dizer que vou continuar lutando firmemente para que a  gente consiga trabalhar bem.

Eu, Coronel Telhada, hoje pela manhã, pedi para a minha assessoria ir atrás daquele projeto de lei que recebeu um parecer desfavorável meu, para eu mudar meu voto. Quando eu sou convencida, eu não tenho problema de mudar de posição. Eu mudo de posição e não quero nem saber de que partido o senhor é; não quero nem saber. Eu quero saber do conteúdo, eu quero saber da matéria. Aquilo é justo? É. Então eu mudo o meu voto. Até já mandei a minha assessoria procurar para eu mudar meu voto e contribuir lá na Comissão de Trabalho. Aliás, quero ver no dia de amanhã, se possível for, para tirar para eu poder na próxima já ir com o voto mudado favorável à posição de Vossa Excelência.

Eu quero dizer isso e agradeço, mais uma vez, a oportunidade  de subir a esta tribuna. Vamos ter matéria polêmica hoje na sessão ordinária, mas, com certeza, vamos trabalhar com o máximo de civilidade. Aqui não tem ladrão. Aqui tem pessoas que lutam e são sérias para levar esse mandato e ajudar o povo do estado de São Paulo.

Muito obrigada.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP -  PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, primeiramente quero agradecer à Professora Bebel. Obrigado Bebel. Estamos juntos aí. Parabéns pelo trabalho da senhora.

Sr. Presidente, tendo em vista que alguns deputados vão falar, mas eu, na condição de vice-líder, em  havendo acordo de lideranças, eu solicito, após a fala desses deputados, o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PSL - Estou ciente. É regimental. Dando sequência à lista de inscritos para o Grande Expediente de hoje, dia sete de agosto, chamamos a deputada Carla Morando.

 

O SR. CORONEL NISHIKAWA - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Vou usar este microfone para agradecer o apoio irrestrito que eu tenho recebido dos colegas, do capitão Castello Branco, Coronel Telhada, Campos Machado e tantos outros que têm me dado apoio contra ataques, que são injustos.

Eu estou tirando todos os extratos das minhas contas bancárias. Hoje, de manhã, ocupei o tempo indo atrás dos meus assentamentos individuais, de 30 anos de Polícia Militar, totalmente limpos. Não tenho punição, tenho elogios. Não punição.

O que me aborrece muito é que estão envolvendo meus familiares. Eu honro o nome do meu pai. Nishikawa é intocável. Agora estão começando a mexer com os meus filhos.

Aqueles detratores se preparem: eu vou para a ofensiva. Eu estou dando o recado: eu vou para a ofensiva. Assim que restar provada a minha inocência, vão pagar caro por isso. Podem esperar.

Eu jamais esperei entrar na política para a gente tentar mudar o quadro atual de pessoas que fazem o tal do rachadinho, do qual não faço parte, que venham me atacar dessa forma, atacando a minha família, a honra da minha família. Respeitem os meus pais, os meus filhos.

Seja lá quem for que está atacando, eu vou para o contra-ataque. Pode esperar. A vida inteira minha foi honrada na Polícia Militar. Jamais houve desvio de conduta da minha parte. Sinto-me extremamente atingido porque mexeram com meus filhos. Meus filhos e minha família. Em memória da minha falecida esposa, em memória dos meus pais, eu vou até o fim agora.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PSL - O senhor é um exemplo para nós, Coronel Nishikawa.

Próximo orador inscrito é o deputado Castello Branco, que, por permuta, passa a palavra para o deputado Douglas Garcia. Vossa Excelência tem o tempo regimental de dez minutos.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, caros pares aqui presentes, é com muita alegria que eu retorno a esta tribuna, desejando uma boa tarde a todos, a todos os deputados, servidores da Casa, policiais militares, público que nos assiste da TV Alesp e público que nos assiste daqui também, através da galeria da Assembleia.

Senhores, hoje é um dia de muita felicidade, é um dia que, de fato, nós podemos dizer que o Lula se tornou um presidiário, porque ele está indo para um presídio de fato, muito bem lembrado pela deputada que me antecedeu, a deputada Leticia Aguiar. Justiça está sendo feita no nosso País.

Eu quero acreditar que aquele título de Honoris Causa não servirá para isso. Eu quero acreditar que ele ficará em uma cela comum, já que irá para um presídio comum. Tem que compartilhar com seus amigos que ele tanto defendeu durante toda a sua vida e que os seus colegas do PT também defenderam durante toda a sua vida. Afinal de contas, quem defende bandido, tem que aprender a viver como bandido.

Então Lula, indo para esse presídio comum, é bom para ele sentir na pele aquele tipo de pessoa que ele defendeu durante todo o seu governo, através de políticas de, abre aspas, Direitos Humanos, que a Polícia Militar é assassina, é fascista, é aquilo outro, através de política desarmamentista, tirando as armas da população de bem e entregando as armas nas mãos dos bandidos, e o pior crime cometido por esse ladrão, que graças a Deus vai mofar na cadeia, foi ter entregado o Brasil nas mãos de interesses internacionais, foi ter vendido nosso País, foi ter vendido as políticas que foram empregadas no nosso País, durante o governo do PT, para Cuba, para Venezuela, para o Foro de São Paulo, que, olha só, durante muito tempo a imprensa negou que existia, que o Foro de São Paulo, como uma organização internacional criminosa, atuando em partidos políticos de esquerda no nosso Brasil. Neles incluído o PT, o PCdoB e muitos outros partidos de esquerda.

Portanto, esses partidos cometeram crime perante a lei brasileira e merecem ser extintos, merecem ser cassados. Cada um daqueles que participaram do Foro de São Paulo precisam ser cassados, e ter os seus partidos extintos.

Lula cometeu o maior crime contra a população por ter submetido o nosso País aos interesses de ditaduras comunistas, socialistas, e ele deve, sim, pagar por isso. Ora, vejam só: a deputada sobe aqui e diz que ele tirou milhões.

De fato, Lula tirou milhões da pobreza, tirou milhões dos pobres, e colocou no próprio bolso. Tirou milhões daqueles que realmente necessitam para enriquecer às custas desse povo que infelizmente ainda vai às ruas - pouca parcela, graças a
Deus -, vai às ruas para dizer "Lula Livre".

Cegos. Buchas de canhão. Pessoas que, infelizmente, não conhecem a realidade. E ainda vêm dizer: "Ah, é porque foi a reforma da Previdência do Bolsonaro não gerou nenhum emprego". A reforma da Previdência nem passou no Congresso Nacional. Como é que pode gerar emprego? Pelo amor de Deus, deputada. Preste atenção no que a senhora está falando.

Porque o Lula trouxe não sei quantas de benesses para o nosso Brasil. Bolsonaro pegou a Presidência da República neste País sendo um verdadeiro caos. O País está um verdadeiro caos, e não é culpa do presidente Bolsonaro. O País está assim graças ao Lula, graças à Dilma, graças à galera do PT, que durante muito tempo ficou no poder e destruiu o nosso País; que roubou; que trouxe do mal e do pior, que desarmou a população, que resolver descer guela abaixo da população brasileira, e também nas nossas escolas, ideologias nojentas, a exemplo da ideologia de gênero. E quer dizer que tudo isso foi culpa do Bolsonaro? Ah, pelo amor de Deus.

Raciocine o mínimo. O Brasil está quebrado graças ao Partido dos Trabalhadores. A Educação no nosso País está um caos graças ao Partido dos Trabalhadores. Não só graças ao PT, como a muitos outros partidos de esquerda também.

"Ah, porque nós precisamos lutar pela liberdade de cátedra, porque os nossos coordenadores pedagógicos estão sendo perseguidos." A presidente da Comissão de Educação, a nossa querida deputada Professora Bebel, através de um informe urgente da Apeoesp, está repassando para todos os professores abrirem um requerimento em suas escolas que estudam a favor da liberdade de cátedra, porque diz, supostamente, que está sendo atacada.

Ora, durante esse recesso, inclusive, deputado Gil Diniz vai saber comprovar, nós tivemos um dito coordenador pedagógico que, durante suas aulas, e mais, nas suas redes sociais, incentivava os seus alunos a lutar pela legalização da maconha, a lutar pelo “Ele Não”, a lutar por pautas que - pode gritar, pode gritar à vontade, eu já estou acostumado com o chororô de vocês -, a gritar por pautas que não representam a população.

Coordenadores pedagógicos da escola estadual aqui no estado de São Paulo. João Doria, pelo amor de Deus, governador do estado de São Paulo, poucas coisas eu já te pedi na vida, mas peço para que o senhor passe um pente fino nesse negócio de coordenação pedagógica, porque o que está passando nas nossas escolas é um absurdo.

E não adianta querer fazer requerimento protocolando nas diretorias pela liberdade de cátedra porque liberdade de cátedra não se confunde com liberdade de expressão. Já expliquei nesta tribuna uma, duas, vezes, mas eu vou ter que desenhar, porque é completamente impensável que uma professora de português não saiba diferenciar liberdade de cátedra de liberdade de expressão.

O professor não pode falar sobre política na sala de aula porque isso não é liberdade de cátedra, isso é liberdade de expressão. E o professor de português tem que dar aula de português; não pode falar sobre futebol, não pode falar sobre voleibol, não pode falar sobre física, não pode falar de coisas que vão além da sua matéria.

É difícil para uma professora de português entender isso? Não, não é. Mas, vindo de alguém que exalta Paulo Freire, que é um câncer na Educação brasileira, eu não duvido de mais nada, de mais absolutamente nada.

Então, antes de subir a esta tribuna para esbravejar contra o governo Bolsonaro, pensemos, raciocinemos: tudo isso que aconteceu no nosso Brasil, que acontece nos dias de hoje, foi graças a anos e anos de desmandos da esquerda, que destruiu o nosso País, que achincalhou com o estado, que aparelhou o estado, aparelhou a imprensa, aparelhou o Ministério Público, parte do Ministério Público, pelo menos, aparelhou todos os veículos de comunicação e querem sair como vítimas, por causa de uma reforma que é necessária, e que se não for aprovada vai quebrar o nosso País e querem sair como vítimas, graças a um projeto de poder que durante muito tempo eles disseminaram e trouxeram milhões e milhões à pobreza. A responsabilidade de existir no nosso País tantos pobres, tantas pessoas desempregadas, tantas pessoas precisando de emprego, tantas pessoas que, infelizmente, são analfabetas, é do PT, sim, que se preocupou muito mais em manter um projeto de poder, do que fazer com que as pessoas sejam autônomas, do que fazer com que as pessoas sejam independentes, do que fazer com que as pessoas aprendam a ler e a escrever. Eles querem fazer com que as pessoas sejam dependentes eternas desse estado, desse estado ineficiente, desse estado corrupto, desse estado ladrão que por muito tempo foi, sim, aparelhado ao PT.

Mas agora que perderam a boquinha, estão aí fazendo escândalo, gritando, dizendo que é um ataque aos direitos dos trabalhadores, das trabalhadoras. Ora, antes dos direitos vêm os deveres, e o trabalho não é um direito; trabalho é um dever. Todo cidadão trabalhador entende que o trabalho é um dever. E ele, sim, vem para conseguir fazer com que o nosso presidente Jair Bolsonaro, além de aprovar reformas como a reforma da Previdência, venha também aprovar o pacote anticrime, venha também aprovar muitas outras coisas que são de interesse da população e dos trabalhadores que de fato trabalham e não disseminam inverdades, e não disseminam mentiras.

Lula vem agora para Tremembé. A gente sabe que o chororô vai ser muito maior, porque nós estamos falando do estado de São Paulo, nós estamos falando de pessoas que, infelizmente, utilizam do dinheiro público para poder fazer caravana. E utilizam, sim, porque isso foi provado e comprovado. Estamos falando de pessoas que não pensariam duas vezes antes de ficar na porta da cela chorando por um bandido. Então, senhores, se preparem, porque o show vai ser gigantesco. Mas show é o que esse pessoal mais sabe fazer. Então, isso não me surpreende.

Muito obrigado, Sr. Presidente. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PSL - Muito obrigado, deputado Douglas Garcia.

Na sequência de oradores inscritos para o Grande Expediente, chamamos o deputado estadual Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Deputado Tenente Coimbra. (Pausa.) Deputado Enio Lula Tatto. (Pausa.) Por permuta, o deputado Luiz Fernando Lula da Silva.

Vossa Excelência tem o tempo regimental de 10 minutos.

 

O SR. LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT - Sr. Presidente, caros colegas deputados que aqui estão, quero saudar toda a assessoria das bancadas, servidores, pessoal da TV Alesp, pessoal que acompanha aqui das galerias, mas queria saudar, sobretudo, o pessoal que está na sua casa acompanhando a TV Alesp.

Eu sou deputado estadual, meu segundo mandato. Fui vereador ainda quando garoto, e pude ainda menino lutar pela liberdade, pela democracia, e sabia o que fazia, naquela época, e sabia que democracia também tem o lado obscuro, por exemplo o orador que me antecedeu. Isso é fruto da democracia.

Não tenho dúvida nenhuma que é deputado de um único mandato, e como investido no cargo fala o que quer. Ele tem 10 minutos aqui. E desde que esse moço chegou a esta Casa, assim como é o presidente da República, do partido dele, o presidente dele, o coiso, que nós chamamos de coiso, o mister veneno, o mister morte, o que esse deputado sabe muito bem fazer é subir aqui nessa esta tribuna e falar do Partido dos Trabalhadores, e trazer uma série de críticas, acusações. Diga-se de passagem, o deputado que me antecedeu é bom nisso. Ele tem um eleitorado das redes sociais. É um deputado que em alguns momentos é chamado de fake, porque eu, particularmente, fui vítima dele quando ele, através das redes sociais, mandou o grupelho do MBL disseminar na Baixada Santista uma mentira a meu respeito. Esse é o deputado que me antecedeu, mas eu já perdi muito tempo de falar de algo que sei lá se merece tanto tempo de consideração.

Eu queria falar sobre uma decisão que o Judiciário tomou hoje. Hoje de manhã uma pessoa me ligou e disse: “companheiro, deputado Luiz Fernando, eu queria dizer que estou feliz porque o Lula vem para São Paulo. É importante. Nós conseguimos isso”. Eu disse a ele que em momento algum nós conseguimos isso. Isso foi um golpe, mais um golpe daquele golpe que começou quando a presidente Dilma era presidente da República, e gente com muito espetáculo, em cima de grandes inverdades, em um golpe que reuniu a imprensa, o Judiciário e o capital para tirar uma presidente sem que ela tenha cometido um único crime. Eu não falo do crime tal ou qual, que não seria motivo. Ela não cometeu crime.

Diga-se de passagem, ela não foi condenada em absolutamente nada. Tudo aquilo foi uma grande farsa para se chegar aonde chegaram no dia de hoje. Ali, começou, não foi em 2016, começaram em 2013, naquelas manifestações. Aquele grupo de “black blocs”, que ninguém sabia de onde vinha, quebrando, enfrentando, e o que eles queriam? Mudar o status quo deste país, porque eles não aceitavam que o filho do trabalhador doméstico chegasse à universidade. Eles não aceitavam que o pobre pudesse ter carne todo dia na sua mesa.

Nós tivemos momentos de pleno emprego. Nunca os empresários ganharam tanto dinheiro neste país, mas é verdade que nunca a classe trabalhadora pôde experimentar um pouco do sucesso do nosso país, e aquilo que era deles. Isso foi aquilo que, à época, juristas inflamados foram e ocasionaram aquele golpe, mas é importante se lembrar que o PT, aquele que veio construindo um novo Brasil, já saiu do governo desde 2016.

Tão logo tiraram a Dilma, uma série de medidas começaram a ser tomadas neste país, e nós temos que lembrá-las, e é importante que você, que está na sua casa, se lembre das medidas que foram tomadas. Os golpistas, no dia seguinte, congelaram por 20 anos todos os investimentos neste país, em todas as áreas, na Saúde, na Educação, no Desenvolvimento do País, e ali um desemprego que uma crise trazia, e isso potencializou, e hoje o Brasil vive um momento de grande desemprego, e, infelizmente, elegemos um presidente muito parecido com esse orador que me antecedeu.

Assim, um presidente que nenhum conteúdo tem. Nada de política. Já faz sete meses que esse homem está na Presidência da República. Nenhuma única medida para gerar emprego, para gerar desenvolvimento econômico neste país. O que esse presidente sabe fazer é, diariamente, mostrar atitudes homofóbicas, atitudes racistas. O meio ambiente sendo degradado. O que já liberaram de agrotóxicos nesses sete meses, assim, eu acho que nos últimos 500 anos não tinham sido liberados.

Um presidente que tem compromisso com os Estados Unidos, que bate continência para a bandeira norte-americana, mas que já deu as costas para o povo brasileiro. Vem falar em moral? Quem são eles para falar em moral? Já sete meses e um monte de escândalo.

Mas, assim, eu não vim aqui para falar de Bolsonaro. Eu me nego a falar. Eu me nego a mencionar, mais uma vez, o nome desse moço, por um tempo legal. Eu queria trazer aqui o golpe que hoje o Judiciário deu, ao transferir o presidente Lula para São Paulo.

Primeiro que isso foi uma decisão... Foi um pedido da Polícia Federal do Paraná e a juíza que cuida da questão prisional no Paraná liberou para que o presidente Lula fosse transferido para São Paulo.

O que queriam? Na verdade, lá em Curitiba, o presidente Lula, que sequer deveria estar preso... Nenhum crime este homem cometeu, a não ser o crime de cuidar bem do nosso povo, de cuidar bem do país. O presidente está ali e, agora, com essas notícias que estão sendo trazidas à tona pelo site Intercept, fica claro que foi uma grande armação do Dallagnol, do Moro, da imprensa e de todo um sistema judicial para tirar Lula da Presidência da República. Se o Lula estivesse em liberdade, o Lula hoje seria o presidente deste país. E o Lula estaria trazendo dignidade, mais uma vez, ao povo do país, de norte a sul, de leste a oeste.

Isso foi Luiz Inácio Lula da Silva. Não um presidente comprometido com os americanos, com a elite, com os ruralistas, como é o Bolsonaro. Não um presidente comprometido com os banqueiros e com a elite, como foi o golpista do Temer. Tampouco um presidente que desfez de todo o patrimônio do nosso país, como foi o Fernando Henrique, mas um presidente que trouxe a dignidade ao povo brasileiro. Isso seria Lula se Lula estivesse solto.

E agora, o que fazem? Trazem o Lula para São Paulo como uma medida de afronta, porque o Lula está, hoje, em uma sala de Estado Maior. O que é isso? É um quartinho que tem um banheiro privativo para ele. E ele está em uma solitária. Um homem inocente, um homem que não cometeu um único crime. Nenhuma prova foi encontrada para acusar o Lula. Mas fica claro, o próprio Moro disse em uma de suas falas: “Olha, fala isso que eu condeno”. Esse é o Lula que estava em Curitiba e que estão trazendo para São Paulo e que está indo para Tremembé.

Quero dizer, primeiro, que nós não nos calaremos. Segundo, que não vamos aceitar essa situação. Hoje, lá da China, aquele que deveria ficar na China, aquele que vem desgovernando o nosso estado, disse que o Lula será tratado como um criminoso qualquer. Vou dizer uma coisa a você, Doria: se há alguém criminoso nesse jogo, é você, por ter feito essa afirmação. Nada prova que o presidente Lula tenha cometido crime, a não ser fake news e pessoas comprometidas com a mentira, pessoas que jogam, disputam o poder sem absolutamente nenhum conteúdo, que têm um discurso, uma retórica muito grande, eleitos pelas redes sociais. São pessoas que, com certeza, terão um único mandato. E a história vai nos dizer. 

Quero agradecer, Sr. Presidente, e apresentar o nosso protesto, o nosso repúdio a essa fala infeliz, como são todas as falas do governador, assim como são todas as falas desse indigno presidente da República, que está lá em Brasília e que, infelizmente, é representado nesta Casa.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

 O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Sr. Presidente, para uma breve comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PSL - É regulamentar.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigado, Sr. Presidente.

Eu não sei o que é pior: ser chamado de eleitor do deputado “Luiz Ferdinando” ou de membro do MBL. Eu não sei se o senhor tem uma paixão, um amor ou alguma coisa pelo MBL, mas eu não sou membro do MBL, nunca fiz parte do MBL. Faço parte do movimento conservador Direita São Paulo, que me colocou aqui como deputado estadual e eu vou trabalhar pelo Direita São Paulo.

Por mais que o senhor venha aqui ao meu ouvido falar coisas e impropérios para tirar a minha paciência, o senhor pode ficar tranquilo, pois já estou muito treinado nessa arte de ignorar petistas. Não sou da sua laia, jamais serei da sua laia, não me rebaixarei ao mesmo nível que o senhor e fico muito feliz que o senhor tenha parado de me chamar de moleque, porque eu disse que iria representá-lo no Conselho de Ética. Passou a me chamar de moço, mas, para mim, não é o suficiente: o senhor tem que me chamar de senhor, porque sou um deputado, assim como o senhor, está ok?

Apenas para encerrar, o meu presidente Bolsonaro não é homofóbico, ele não é racista, ele não é absolutamente nada disso que o senhor subiu à tribuna para falar.

Primeiro porque até hoje ele jamais me receberia no Palácio do Planalto se ele fosse essas coisas. Ele não teria ao seu lado um dos homens mais votados do Rio de Janeiro, que, inclusive, é negro. Não teria em seu partido uma pessoa que é gay. Pelo contrário, temos, sim, essa receptividade por parte do nosso presidente, Jair Bolsonaro.

O único que fala que tem que exportar esse tipo de gente de lá da... de uma cidade que fica no Rio Grande do Sul, se eu não me engano, é o Luiz Inácio Lula da Silva. Pois é, ele que, sim, agiu de forma completamente homofóbica. Ou quando ele chamou as mulheres do que mesmo? Grelo duro ou alguma coisa nesse sentido. Ele que agiu de forma machista. Bolsonaro, não.

Bolsonaro sempre defendeu as mulheres, sempre defendeu os gays, sempre defendeu os negros, sempre defendeu a todos nós. Quando ele quer fazer com que os negros, os gays e as mulheres possam portar armas de fogo para mandar o fascista, o machista, o homofóbico e o racista para o inferno.

Meu muito obrigado, Sr. Presidente.

 

A SRA. ISA PENNA - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente.

Eu gostaria de pedir a permuta da fala com a deputada Janaina, nós já combinamos.

 

O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PSL - É regimental.

Com a palavra a Sra. Deputada Janaina Paschoal. Vossa Excelência tem o tempo regulamentar de dez minutos.

Gostaria de, nesse interregno, passar a presidência da Mesa para o deputado Douglas Garcia.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Douglas Garcia.

 

* * *

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, senhores presidentes, porque agora está havendo uma troca de faixa. Obrigada, senhores presidentes, cumprimento todos os parlamentares presentes, as pessoas que vieram nos brindar com suas presenças, os funcionários da Casa.

Obviamente há muitos temas a serem tratados, mas não consigo esconder que o único tema que ocupa a minha mente hoje é o projeto 435/19, projeto de minha autoria, apresentado aqui na Casa logo no início da nossa legislatura, que confere à mulher o direito de escolher a via de parto. Tá?

O projeto está pautado para ser votado no dia de hoje, nas sessões extraordinárias, então eu sei que muitos colegas estão trabalhando nos seus gabinetes. Eu peço encarecidamente a esses colegas que estejam presentes, porque nós precisamos de quórum para poder votar e, obviamente, além da presença dos colegas, para que tenhamos quórum, peço voto favorável ao projeto. Tá?

É um projeto importante para a saúde da mulher, para a vida da mulher, para a saúde do bebê, para a vida do bebê, é um projeto importante para as famílias. É um projeto que não inova em relação à Resolução 2144/2016, do Conselho Federal de Medicina.

Então, é muito importante que isso seja dito. Algumas pessoas têm falado em ilegalidade, em inconstitucionalidade do projeto. Algumas pessoas têm falado que o projeto seria ruim para a saúde das mulheres e dos bebês, mas, se tais afirmações procedessem, teriam que dizer o mesmo com relação à Resolução do Conselho Federal de Medicina, que vigora há anos.

O problema é que essa resolução só tem efeito, só tem observância, na rede privada. Na rede pública a Resolução é absolutamente ignorada. Não tem sentido pessoas criticarem o projeto que eu apresentei aqui, nesta Casa, e que, digo com muita honra, outros parlamentares pelo País replicaram em assembleias legislativas e até mesmo na Câmara Federal e no Senado Federal.

Não tem sentido pessoas criticarem esses projetos e, ao mesmo tempo, se calarem diante da Resolução do Conselho Federal de Medicina. Porque só o que diferencia esse projeto da Resolução é que a Resolução favorece, não por ter sido uma escolha do Conselho, mas porque a realidade prática se impôs.

A Resolução favorece a rede privada e o Projeto de lei pelo qual estou lutando vai favorecer a mulher que depende da rede pública. Que fique muito claro, o projeto não obriga ninguém a fazer cesariana, muito pelo contrário. Além de garantir à mulher o direito de escolher a via de parto.

O projeto também garante que, querendo fazer parto normal, a mulher tenha direito à analgesia. Eu estive, inclusive, com o ministro da Saúde, pedindo que incentivos sejam conferidos aos hospitais para que contratem mais anestesistas, porque não tem sentindo as mulheres passarem horas de dor, sendo que a medicina já tem uma saída para essa situação.

Então, é um projeto que garante à mulher escolher a via de parto, que garante à mulher que quer fazer parto normal a analgesia, algo que hoje lhe é negado na rede pública de Saúde. É um projeto que respeita - em absoluto, absolutamente - a liberdade do profissional médico, por alguns motivos.

Primeiro motivo: se esse profissional médico não concordar com a mulher na sua escolha, ele tem o direito - isso está explícito na norma e no projeto, que eu peço encarecidamente que esta Casa aprove hoje -, de encaminhar essa paciente para um outro profissional. Se for ele o único profissional e for necessário tomar ali uma providência, naquele momento, e se ele entender que a escolha da mulher prejudica a própria saúde dela e/ou do bebê, a decisão técnica se sobrepõe.

Vou dar um exemplo: imaginem que uma senhora chegue à maternidade, já com muita dilatação, com metade do bebê para fora do corpo, dizendo: “Eu quero fazer cesária”. O médico não pode atender esse pedido. Ele segue com o parto normal e ele simplesmente tem o dever, conforme a lei, de justificar por qual razão não atendeu a vontade da mulher.

Aliás, se não atender a vontade da mulher também no parto normal, ele vai manifestar isso no prontuário. Então, o desejo da mulher é atendido, a autonomia do médico é atendida, a saúde da mãe e do filho será preservada. O que ocorre hoje - por força de cotas, metas e pressão dos formadores de opiniões e dos próprios dirigentes de instituições de Saúde que, infelizmente, precisam atender essas exigências todas - é que o médico, na ponta, não tem a liberdade de fazer os procedimentos que ele entende que são os devidos.

Hoje, um médico que quer fazer uma cesariana numa paciente que está com 41 semanas de gestação, pedindo a cesariana, não tem essa liberdade, porque os hospitais impõem cotas. Muitas vezes, o repasse de valores e de dinheiro para esses mesmos hospitais fica condicionado aos números de cesarianas. Infelizmente, é negado às nossas mulheres e às famílias um procedimento básico, porque a cesariana, ela já existe há muito tempo e é considerada uma evolução para aqueles casos de parto perigoso.

Esse procedimento básico é negado às mulheres, porque elas não têm condições de pagar. Essa realidade dá margem a toda sorte de situações. Infelizmente, com isso não estou generalizando, nem todo profissional é ético, e ocorre algumas vezes de o profissional negar a cesariana na rede pública e dizer que, se a parturiente quiser fazer, vai ter que pagar por fora. É uma situação explícita de corrupção.

Se nós fizermos uma lei conferindo à mulher o direito de escolher, esses profissionais de má-fé, que são minorias, não terão como agir, porque a mulher saberá que a orientação do médico em prol do parto normal ou em prol da cesariana, naquele caso concreto, atende, única e exclusivamente, à sua saúde e à saúde do seu bebê.

Hoje, para o médico poder fazer uma cesariana, ele tem que justificar, à exaustão, sob pena de o estabelecimento não receber os repasses com relação aos procedimentos. O que isso está gerando? Está gerando uma série de partos normais forçados, partos normais impostos, partos normais que levam essas mulheres à exaustão, sem contar a dor, e que levam o bebê ao sofrimento. Sofrimento, em termos de parto, tem a ver com falta de oxigênio.

Então, muitos são os casos, pela imposição do parto normal, de o bebê morrer durante o procedimento, e aí tem que cortar a barriga dessa mulher às pressas, não raras vezes na vertical, ou do bebê, por força da falta de oxigênio, vir a morrer logo depois da saída do corpo da mãe. Muitos são os casos de sequelas. Eu sei que muita gente está dizendo que eu estou mentindo, mas eu estou falando a verdade.

A insistência num parto normal difícil gera falta de oxigênio para o feto. A falta de oxigênio traz consequências neurológicas. As mais graves consequências neurológicas estão relacionadas à paralisia cerebral. Os profissionais que disseram que eu não estava correta vieram ao meu gabinete, deram entrevistas nas redes e nos jornais dizendo o seguinte: “Apenas dez por cento dos casos de paralisia cerebral têm a ver com anoxia de parto, têm a ver com insistência no parto normal”.

Ora, dez por cento eles acham pouco? É justo que uma mulher que chega num hospital implorando uma cesariana seja submetida a esse risco?  Se for o desejo dessa mulher um parto normal - e ela vai querer enfrentar todos os riscos - ok, todo procedimento tem riscos.

Agora, se ela implora uma cesariana, ela chega viva com o bebê vivo com 41 semanas, é forçada a um procedimento que ela não deseja, um procedimento que contraria as próprias regras éticas do Conselho Federal de Medicina, ela pode arcar com esse risco de perder o seu bebê asfixiado ou ficar com seu bebê sequelado? Entendo que não.

Eu encerro pleiteando aos colegas desta Casa, primeiro, que estejam presentes nas sessões extraordinárias e que, se possível, não por mim, porque esse projeto não é para mim, mas pela saúde das mulheres e pela vida dos bebês, votem favoravelmente à aprovação do projeto. Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PSL - Agradeço as palavras da nobre deputada. Continuando a lista dos oradores do Grande Expediente, gostaria de convidar a nobre deputada Isa Penna. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

A SRA. ISA PENNA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Olá a todas e todos, aos deputados e deputadas presentes, aos presentes na galeria. É sempre muito importante a gente ter a população acompanhando os debates do Legislativo. Eu queria falar um pouco e iniciar esse pós-recesso compartilhando com a população de São Paulo e convocando principalmente para a resistência democrática. Em primeiro lugar, nesse mês de julho, ficou provado que o processo da Lava Jato, que levou a uma alteração nas eleições, foi um processo orquestrado.

Vejam, é base da fundação do Estado Moderno na história da humanidade a separação entre os poderes, porque antes você não tinha separação entre os poderes, era um rei. Por que o rei é rei? Porque Deus quis. Porque acharam que precisava melhorar um pouco, falaram: “Não, o povo precisa participar. Vamos fazer as eleições, vamos separar os poderes”.

Por isso você garante um mecanismo de fiscalização e balanceamento dos poderes que estruturam a República. O que ficou comprovado no caso da Vaza Jato é que houve uma conduta absolutamente ilegal e imoral por parte de um juiz de Curitiba de primeira instância, o Sr. Sergio Moro, que é um infiltrado na política brasileira para comandar interesses e para articular interesses do mercado financeiro no Brasil; e por isso que ele vem para articular a aprovação da reforma da Previdência.

Ele vem ao Brasil para articular a aprovação da reforma trabalhista, e sabe como? Alterando o resultado das eleições de 2018, prendendo o candidato que poderia vencer e que hoje está preso. É um preso político. Aliás, não existem presos não políticos no País. Portanto, Lula é um preso político que está, agora, indo para a penitenciária de Tremembé. Isso expõe em risco não só a vida do ex-presidente, mas também expõe a risco a vida de todos os presos que estão ali com ele, já que isso coloca esse presídio no centro da conjuntura nacional.

Obviamente não é uma estrutura capacitada para aguentar a pressão política e tudo o que está envolto nessa circunstância e nesse cenário político tão instável do País. Dito isso, quero dizer claramente: Lula livre, já! (Palmas.)

Nós faremos um ato. Estão todas e todos - que estão me assistindo pela TV Alesp - convocados a lutar pela democracia no Brasil no dia 8, amanhã, no Largo São Francisco. Faremos um ato pelo Lula livre, já! (Palmas.)

 Também venho dizer aqui: sou do Partido Socialismo e Liberdade. Fiz... Quando vieram os programas que davam subsídio para os grandes grupos econômicos que hoje monopolizam o mercado da Educação (porque Educação não é mercadoria e não deveria ser tratada como tal), durante os governos do PT, quando discordávamos da lógica em que esses governos estavam dando acesso por meio do consumo, e não pelo viés do direito, nós, do PSOL, fizemos oposição democrática.

Argumentamos contra essas ideias. Então não há aqui uma defesa cega. Não há aqui uma defesa personalista. Há aqui uma clareza sobre o momento de resistência democrática pelo qual todos nós somos responsáveis no Brasil. Quero dizer, ao nosso “despresidente” Bolsonaro, que fale mais, Sr. Presidente.

Continue falando. Fale que não gosta de gay, chame nordestino de paraíba, faça as piadas ofensivas, fale mais. Fale que é para ninguém ter dúvida de que lado o senhor está. Porque o povo não vai deixar barato a reforma da Previdência tendo sido aprovada na calada da noite. Uma reforma da Previdência que sentencia milhares de brasileiros e brasileiras a morrerem de trabalhar.

O povo não vai deixar calado. Foram cometidos erros pelo PT, e é preciso que se diga isso. Isso dificulta na organização da resistência democrática. Mas nós, eu, como uma deputada que quero construir uma nova esquerda, que quero conquistar o povo para a luta real, para a gente superar essa forma de vida, quero chamar todas e todos para, no dia 13 de agosto, nós lutarmos contra esse programa que assola a Educação pública no Brasil, que se chama Future-se. (Palmas.)

O Future-se, para que não teve tempo de entender o que ele é, o Future-se na prática é transferir a administração de universidades públicas para agentes privados. Vou perguntar uma coisa para vocês.

Por exemplo: na Unicamp, você tem laboratório super bem equipado da Microsoft, tecnologia de ponta. Contudo, todos os estudantes que entram ali têm que assinar um termo: toda a tecnologia produzida nesse laboratório pertence à Microsoft, não fica para o Brasil.

E o problema da privatização do conhecimento é justamente isso. Porque nós, enquanto um país periférico, um país de Terceiro Mundo, um país dependente, ainda - infelizmente - das grandes potências, privatizar a gestão da Educação e a gestão das universidades públicas, entregar aquilo que nós temos de mais precioso, que é o que os nossos jovens produzem de conhecimento nas universidades. É por isso que o Future-se é uma belíssima forma de privatização da Educação. E nós, enquanto povo, temos que afirmar que Educação não é mercadoria! Educação não é mercadoria! Nós, população brasileira, estamos todas e todos já...

E não se enganem: é de propósito isso. É de propósito que a cada dia o presidente dá esse tipo de declaração, que é para vocês encherem o saco mesmo da política, que é para vocês acharem que todo político é igual. É para isso que ele faz, mesmo. Mas a gente, do PSOL, está aqui para dizer que é preciso de política. É preciso que todos nós assumamos o nosso lugar de protagonistas na história do país. E por isso é nosso dever - de todo mundo que está aqui - chamar mais um, chamar a tia, chamar a mãe, no ponto de ônibus; chamar todo o povo brasileiro para ir às ruas, no dia 13 de agosto, contra o Future-se, que é um projeto que quer privatizar a Educação brasileira. (Manifestação nas galerias.)

Nós vamos vencer essa guerra. Cinquenta e nove por cento dos brasileiros acham que o Brasil está indo para um rumo errado. Eu quero dizer que nós só vamos mudar esses indicadores quando nós tomarmos para nós a responsabilidade de sermos brasileiros e assumirmos um lado que não é o lado dos banqueiros, que não é o lado da Kroton. É o lado do povo; é o lado das mulheres; é o lado da juventude negra, que morre todos os dias; é o lado dos LGBTs, das mulheres trans e travestis, que têm uma expectativa de vida de 35 anos no Brasil; é dos trabalhadores e trabalhadoras que estavam contando os dias para se aposentar e que hoje não vão mais se aposentar. Que programaram toda uma vida e que hoje têm todo o sistema de seguridade social destruído nesse governo. Isso é revoltante.

Então, não vamos cair na armadilha. Não podemos encher o saco da política e parar de saber o que está acontecendo. É o contrário. É para isso que eles fazem isso. Precisamos de informação e, acima de tudo, de luta. Nenhum passo atrás! Fora Bolsonaro! (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PSL - Agradeço à nobre deputada pelas palavras.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, para falar pelo Art. 82, pelo PTB.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PSL - É regimental o pedido de Vossa Excelência.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PELO ART. 82 -  Sr. Presidente, Srs. Deputados. Deputado Douglas, que preside nesse momento a sessão, embora afônico e resfriado, eu não podia deixar de antecipar a minha posição desse projeto tresloucado que pode ser pautado nesta noite. Meditei muito, refleti. Esse mês de julho foi um mês difícil para mim. Mas usei a meditação, a reflexão para entender que esta Casa pode cometer o maior dos absurdos, a maior das loucuras se aprovar esse projeto sem pé nem cabeça.

É possível que eu esteja em outro mundo? Os professores de medicina com quem eu conversei, os médicos conceituados com quem eu conversei, entidades médicas - são todos contrários. Como é que se pode submeter uma mulher... Ela é quem vai decidir se vai seguir um caminho ou outro. Para que serve um médico? Alguém me responda: para que serve um médico? Para dirigir ambulância? Para dar atestado médico? Não. Eu vou lutar até o fim, porque esse projeto da deputada senhora Paschoal, sem argumentos, ela acolheu a opinião de algumas pessoas seguramente dirigidas para poder apresentar esse projeto. E qual é a minha preocupação, deputado Barba, é que esta Casa, dentro do que se acordou no primeiro semestre, um partido “x” vota pelo projeto do deputado “A”; “se votar no meu projeto eu voto no seu”. E aqui estamos nós à beira do precipício.

As mulheres sensatas são guerreiras. Eu tenho profundo respeito pelas mulheres. A tal ponto que o PTB tem hoje o maior movimento de mulheres do Brasil. Ou a deputada Sra. Paschoal tem um projeto mais audacioso no campo político, ou não entende nada, absolutamente nada desse projeto que ela mesma quer aprovar. Demagogia barata baseada em contradições, contra a Organização Mundial de Saúde, contra tudo! Como é, Srs. deputados? Ah, não estivesse eu afônico para falar com mais ênfase. Como é que pode deixar uma mulher, sem a orientação do médico, parir o seu filho? Quem é o responsável amanhã, se não tiver a orientação de um médico, se faz cesariana ou não? Para que serve o médico? Para ser eleitor da Sra. Paschoal? Não deputado Barba. É muita inconsequência.

Esta Casa, este Plenário, esses acordos, alguns um tanto quanto espúrios feito no Colégio de Líderes: “ nós apoiamos o seu projeto e você apoia o nosso”. O que é isso?

Deputado Barba, olha o suicídio moral que esta Casa vai cometer se por ventura aprovar esse projeto da Sra. Paschoal. Esse projeto, me desculpe presidente Douglas, todo empolgado na presidência interina da Casa, mas V. Exa. deveria apenas refletir, não como deputado da sua bancada, mas como o deputado que preside a maior Assembleia da América Latina; nós estamos caminhando para um precipício moral e para um assassinato coletivo de mulheres que não têm culpa porque o projeto da Deputada Sra. Paschoal, eventualmente poderá ser aprovado por acordos alicerçados em interesses pouco confessáveis desta Casa.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.   

 

O SR. PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA – PSL - Pela ordem, deputado Barba.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Para usar o Art. 82 e emendar com mais uma comunicação, já que o regimento permite isso. Estou falando com o presidente em exercício. O senhor está observando o quê? Estou falando com ele.

 

O SR. PRESIDENTE- DOUGLAS GARCIA – PSL - Vossa Excelência tem o tempo regimental. Passo a Presidência dos trabalhos para o deputado Cauê Macris, presidente efetivo desta Casa.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Cauê Macris.

 

* * *

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, povo que nos acompanha aqui nesta Casa, telespectador da TV Alesp, nossas assessorias de todas as bancadas, eu venho a esta tribuna e primeiramente quero ser solidário ao partido das companheiras e dos companheiros do PSOL, na declaração de solidariedade a ele e repúdio à ação da Polícia Militar no estado de São Paulo, porque no sábado o PSOL estava realizando encontro com mais ou menos 500 a 600 mulheres e, para o local do encontro, deputado Campos Machado, a polícia foi lá e adentrou para querer saber o que estava acontecendo.

Qualquer lugar para a polícia poder entrar, das 6 às 18 horas, tem que ter um mandado. Não é porque está havendo uma movimentação de pessoas que tem que chegar lá e querer entrar para saber o que está acontecendo. Eu estou dizendo isso porque já fizeram isso conosco, lá nos metalúrgicos do ABC, no ano de 2016, e nós botamos a polícia para fora. “Vocês não têm mandado, não entram aqui.” Não tem moleza.

É uma atividade, é uma reunião das companheiras do PSOL, do encontro de mulheres do PSOL que estava acontecendo. Então quero deixar aqui claro o meu repúdio à ação do governador, do secretário de Segurança Pública e da Polícia Militar, daqueles que realizaram lá essa ingerência no encontro que estava acontecendo. Essa é a primeira coisa.

Segunda coisa, deputado Campos Machado. Eu estava dando uma olhada, o deputado Douglas Garcia disse aqui do pacote anticrime do tendencioso ministro Sergio Moro. Desta tribuna, quando ele era juiz, eu disse que se ele não fosse corrupto, era, no mínimo, mal-intencionado. Hoje, depois do vazamento, da Lava Jato, eu tenho certeza de que ele é tendencioso e corrupto.

No governo Bolsonaro está cheio de corrupto. Vamos começar a discutir pelo caso do Queiroz. Sumiram com o Queiroz, ninguém aparece com o Queiroz.

Veja bem, olhe o item 57 do pacote anticrime do Moro, deputado Campos Machado. O que ele quer alterar? O senhor que é um jurista, como a deputada Janaina também é uma jurista, ele quer alterar o código 283 do Código de Processo Penal.

Qual seria a nova redação do Código de Processo Penal? Ficaria desse jeito: Art. 283 - Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de prisão cautelar ou em virtude de condenação criminal transitada em julgada ou exarada por órgão colegiado.

Você sabe o que é esse órgão colegiado, não é? TRF 4 do Rio Grande do Sul, porque a condenação que eles fizeram foi ano passado. A prisão do presidente Lula foi ano passado, mas ele tem segurança jurídica em relação ao Código de Processo Penal, por isso ele está propondo a alteração desse código. É isso que está fazendo a proposta de alteração de um dos itens do pacote anticrime do Sergio Moro.

O pacote, na verdade, esse item trata de dar legalidade à prisão do presidente Lula que ele condenou em nove anos e o TRF 4 prorrogou por doze anos e um mês. É um tribunal a serviço de impedir, com parte da Polícia Federal, parte da imprensa brasileira, parte do Poder Judiciário, parte do Tribunal Superior Eleitoral, o presidente Lula de disputar as eleições e de condenar o presidente Lula para que ele não ganhasse as eleições.

Hoje ainda vou voltar a esta tribuna para discutir aqui o monte de asneira que disse o deputado Douglas Garcia. Aqui tem o foro da palavra, todos os deputados têm. Chamou o presidente Lula de bandido, enquanto que o governo do Bolsonaro está cheio de problema. Sacode esse laranjal toda hora. (Palmas.) Toda hora tem laranjal aparecendo, a cada momento, a cada situação.

Um deputado desta Casa hoje conversou comigo, eu conversei com ele. Ele meio preocupado, eu, jamais. Vou dar uma palavra, neste momento, de solidariedade ao deputado Nishikawa pelas acusações que ele está sofrendo. Alguém me procurou, pediu para ajudá-lo, José Américo, para fazer uma fala. Falei: não vou fazer fala em favor dele; vou ser solidário, Campos Machado. Quem tem que se defender é ele. Nós não temos nada com isso, mas, enquanto nada se prova, nós somos solidários.

É assim que o PT trabalha e é assim que nós vamos disputar aqui desta tribuna. Mas, nós vamos discutir o Bolsonaro aqui hoje, o governo Bolsonaro. Nós vamos discutir o Sergio Moro, que quer uma medida para expulsar o jornalista Glenn Greenwald, que está fazendo as denúncias, através do Intercept, enfrentando todo tipo de debate.

Então, estão até passando em cima da Constituição, porque o direito de liberdade de expressão que o deputado Douglas Garcia usava aqui... Olha, direito de expressão, de liberdade de expressão é uma coisa; direito de liberdade de cátedra é outra coisa.

Então, professor não pode falar. Se ele é de educação de português, não pode falar de futebol. Que mordaça. Que infelicidade. Porque o advogado não pode falar de futebol, o professor não pode... Que história é essa?

 O cidadão e a cidadã são livres. Inclusive, nós vamos defender essa posição para expressar as suas posições, inclusive dentro das universidades, dentro das salas de aula, dentro das escolas. Porque é assim que nós pensamos.

A democracia tem um custo, e o custo dela é exatamente esse conflito que existe nas várias posições. Mas, só assim é que existe a democracia. E nós vamos defendê-la com unhas e dentes. Nós vamos lutar com unhas e dentes contra todo tipo de autoritarismo do governo Bolsonaro.

E, depois, eu vou falar do João Doria aqui no estado de São Paulo, na sessão que vai discutir os projetos da deputada Janaina, do Enio Tatto e da deputada Leci Brandão.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, deputada Janaina.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - O deputado Douglas, para falar pelo 82, pelo PSL.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra o deputado Douglas, em nome da liderança do PSL.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - PELO ART. 82 - Srs. Deputados, Sr. Presidente, retorno a esta tribuna com uma boa notícia. Eu havia indicado tanto ao Governo do Estado quanto à Secretaria de Segurança Pública a criação, ou melhor, a conversão de colégios estaduais, de escolas estaduais, piores avaliadas no Saresp, e as escolas públicas em situação de maior vulnerabilidade, para que sejam convertidas em escolas públicas cívico-militares.

E a Secretaria de Segurança Pública... Para quem está dando risada, é o seguinte: lá em Alagoas, em Amazonas, em Minas Gerais e em Goiás, esses quatro estados, principalmente no estado de Alagoas, nós temos uma escola estadual que era completamente degradada, a escola era sucateada, os estudantes infelizmente não conseguiam exercer o seu dever de estudar porque a escola estava completamente abandonada, largada, principalmente à violência e às drogas.

Após a conversão dessa escola para uma escola cívico-militar, ela se tornou a melhor escola pública do estado de Alagoas. Isso é engraçado? Isso é para dar risada? Então podem rir.

Se vocês não gostam da educação com qualidade, eu gosto, eu aprovo, e eu vou batalhar para que o estado de São Paulo também tenha esse nível, tenha esse modelo; e, não, esse falido sistema Paulo Freire, que já se mostrou que não serve para absolutamente nada.

Gostaria apenas de sinalizar que há uma luta, não só minha, mas de deputados como Tenente Coimbra, Leticia Aguiar, e muitos outros deputados, que fazem parte da bancada do PSL.

Tenho certeza de que muitos outros deputados também, como o deputado Coronel Telhada, dentre outros também, apoiam essa medida. Então, eu peço que façam parte da Frente Parlamentar criada pelo Tenente Coimbra em defesa da criação de colégios cívico-militares e para que nós consigamos fazer com que isso seja uma realidade aqui no estado de São Paulo.

E, para concluir, senhores, algo que eu tinha esquecido de falar na comunicação, é muito breve, principalmente quando você está sendo irritado. É um absurdo. Deputado, enquanto eu estava fazendo a minha comunicação, foi ao meu ouvido e falou impropérios que eu tenho a mais absoluta certeza, já que ele gosta tanto de falar em "se reeleito", eu não tenho sede nenhuma por poder, deputado. Eu não tenho sede nenhuma.

As pessoas que me elegeram como deputado estadual confiaram 100% em mim, e eu estou cumprindo meu papel, eu estou fazendo aquilo que eu prometi durante a minha campanha: eu estou sendo e defendendo um mandato conservador. Se o senhor não entende o que é isso, que o senhor vá estudar, mas não vá até o meu ouvido falar impropérios. Peço que o senhor faça isso no microfone, já que o senhor é tão corajoso assim, tão machão assim. Faça isso no microfone que eu quero ver qual será o resultado.

Não tenho sede de poder. Se a população do estado de São Paulo quiser me reeleger como deputado estadual, eu serei reeleito; caso não queira, não serei releito, mas eu estou aqui para trabalhar, estou aqui para lutar principalmente contra a bandidagem. E essa Casa, hoje, está num absurdo que eu vou lhe dizer. É um tal de “Lula livre para cá, Lula livre para lá”. Parece que aqui virou um ponto do PCC para fazer defesa de bandido, para fazer defesa de criminoso, para fazer defesa de ladrão. Pois é. Porém, graças a Deus, ainda temos a liberdade de dizer que lugar de bandido é na cadeia e que ele permanecerá na cadeia enquanto neste País existir ordem, enquanto neste País existir justiça.

Quer aqui parabenizar a atuação da Polícia Federal, na figura do ministro Sergio Moro, que tem exercido um ótimo trabalho como ministro. Já exercia um excelente trabalho como juiz, e agora, como ministro, nós estamos vendo os ratos completamente desesperados, os ratos saindo do bueiro, os ratos se esperneando, dizendo que estão sofrendo perseguição política, quando, na verdade, estão respondendo por tudo aquilo que eles fizeram no nosso País nos últimos anos.

Então, parabenizo novamente o ministro Sergio Moro. Endosso o discurso do governador do estado de São Paulo, porque o Lula, se tem uma coisa que ele nunca fez na vida foi trabalhar. Agora vai trabalhar de verdade. Meus parabéns, governador. Está na hora de a gente começar a mostrar para esse pessoal o que é trabalho. Eles entendem que trabalho é sinônimo de destruir o País. Você chega com uma política horrível, uma política estatizante, uma política ineficiente e chama isso de trabalho. A geração de desemprego é trabalho, a geração de pessoas analfabetas é trabalho, mas agora o Lula vai entender o que é trabalho de verdade, vai conviver perto daquelas pessoas que nunca gostaram de trabalhar, exatamente como ele.

Então, agradeço pela oportunidade, Sr. Presidente, e uma boa-tarde a todos.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Sr. Presidente, havendo acordo de lideranças, queria pedir o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Antes, porém, gostaria de retificar a sessão extraordinária:

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma Sessão Extraordinária, a realizar-se hoje, 19 horas, ou 10 minutos após o término da sessão, caso ela não atinja o seu tempo limite, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia: Projeto de lei nº 435, de 2019.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma segunda Sessão Extraordinária, a realizar-se hoje, 10 minutos após o término da sessão anterior, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia: Projeto de lei nº 226, de 2017; Projeto de lei nº 511, de 2017.

Pergunto aos líderes se existe acordo para o levantamento da sessão. (Pausa.)

Havendo acordo para o levantamento da sessão, antes de dar por levantados os trabalhos, convoco V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje, lembrando-os ainda da Sessão Extraordinária que será realizada às 19 horas.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 16 horas e 48 minutos.

           

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