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14 DE AGOSTO DE 2019

81ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: CORONEL TELHADA, DOUGLAS GARCIA e CAUÊ MACRIS

 

Secretaria: DOUGLAS GARCIA

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência e abre a sessão. Cancela, em nome da Presidência efetiva, sessão solene anteriormente convocada para o dia 23/09, às 20 horas, para "Homenagem aos 100 Anos de Nelson Gonçalves", por solicitação do deputado Campos Machado.

 

2 - DOUGLAS GARCIA

Assume a Presidência.

 

3 - CORONEL TELHADA

Cumprimenta a cidade de Apiaí pela data comemorativa de seu aniversário. Informa a visita do secretário estadual da Saúde, para tratar do repasse de emendas parlamentares para prefeituras. Tece considerações sobre a destinação de tais recursos. Assevera que deve encaminhar os valores para a AACD, para o IBCC, e para os municípios de Marília e Piracicaba. Anuncia que segurança da Câmara Municipal de Belo Horizonte fora encontrado morto, em lagoa de Minas Gerais. Discorre acerca da possibilidade do goleiro Bruno jogar futebol no Poços de Caldas Futebol Clube. Lamenta furto de estátua durante reforma no Vale do Anhangabaú.

 

4 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência.

 

5 - CARLOS GIANNAZI

Lamenta a aprovação da Medida Provisória da Liberdade Econômica, por restringir direitos trabalhistas. Exibe e comenta manchete do jornal "Folha de S.Paulo" sobre o tema. Afirma que o texto precariza o contrato de trabalho. Critica votos contrários a projeto de reposição salarial para servidores do estado. Acrescenta que a Lei de Diretrizes Orçamentárias vai beneficiar o setor econômico.

 

6 - LECI BRANDÃO

Declara apoio a manifestações ocorridas ontem, em todo país. Destaca a Marcha das Margaridas, realizada em Brasília. Parabeniza as pessoas que estiveram presentes no evento. Critica cortes no Orçamento da Educação. Acrescenta que os atos aconteceram em cerca de 200 municípios. Reflete sobre a intolerância e o desrespeito à democracia. Agradece a seus pares pelo apoio ao projeto de sua autoria. Reflete sobre o falecimento de sua mãe.

 

7 - JANAINA PASCHOAL

Clama a seus pares que estejam presentes em plenário, para a votação do PL 435/19. Acrescenta que a matéria está em consonância com a Resolução nº 2144, de 2016. Tece considerações a respeito da conformidade do projeto com princípios constitucionais e da bioética. Explica que o parto cesariano tem o mesmo valor do parto normal, no SUS.

 

8 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA

Anuncia a visita de jovens da entidade Aldeias Infantis SOS Brasil, de São Bernardo do Campo, acompanhados por Carlos Alberto da Silva, convidados da deputada Carla Morando.

 

9 - CONTE LOPES

Exibe e comenta assalto realizado na zona norte de São Paulo, durante o dia. Agradece aos policiais civis que prenderam os três meliantes. Critica o auxílio-reclusão. Lamenta a soltura de Suzane Richthofen e Alexandre Nardoni, beneficiados em comemoração ao Dia dos Pais.

 

10 - CORONEL NISHIKAWA

Manifesta-se sobre ataques a membros do PSL. Anuncia que em Diadema a residência de pré-candidato fora alvejada por arma de fogo. Defende a democracia e o tema "Cidade Inteligente". Informa visita a São José dos Campos, considerada modelo em Administração Pública. Defende a redução da jornada de trabalho da Polícia Militar. Clama pela aprovação de projeto que visa ao reaproveitamento de policiais da reserva, na área administrativa. Cumprimenta policiais militares que resgataram oficiais do Exército na comunidade de Paraisópolis.

 

11 - DOUGLAS GARCIA

Rebate o pronunciamento do deputado Carlos Giannazi. Afirma que a Medida Provisória da Liberdade Econômica fora aprovada com facilidade em razão da ausência da oposição. Critica os governos Lula e Dilma. Afirma que a geração de riqueza é promovida pelo empresariado. Defende a revogação da Consolidação das Leis Trabalhistas. Acrescenta que nesta Casa há a Frente Parlamentar pela Liberdade de Mercado.

 

12 - MÁRCIA LULA LIA

Lê e comenta artigo de 2018, a respeito do consumo, pelo Banco Central, de reservas internacionais do Brasil, acumulados pelos governos Lula e Dilma. Destaca programas sociais de governos petistas. Afirma que no governo Bolsonaro houve queda de 40% das exportações e aumento do desemprego, recessão e queda de indicadores econômicos. Critica pronunciamento, do presidente da República, sobre governadores de estados do Nordeste. Aduz que a ONU anunciara que deve penalizar o Brasil em razão da postura de seu governante. Lamenta a venda de 75% do Pré-Sal. Indaga o paradeiro de Fabrício Queiroz. Informa que o Ministério Público Federal deve investigar Alexandre Jordano, amigo da família Bolsonaro, por negociar a energia de Itaipu com a empresa Leros, no Paraguai. Defende a Amazônia.

 

13 - CASTELLO BRANCO

Tece considerações sobre a feira Labace, em realização no Aeroporto de Congonhas. Destaca a relevância da aviação. Exibe e comenta slides sobre o tema. Afirma que espera-se redução no preço das passagens aéreas, a favorecer a acessibilidade aos voos. Salienta que a revista Asas é especializada no segmento aeronáutico. Cita o Uber aéreo e drones para transporte de passageiros como avanços no setor.

 

GRANDE EXPEDIENTE

14 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, apela para que assistentes sociais, psicólogos e escreventes, aprovados em concurso do Tribunal de Justiça sejam chamados imediatamente para assumir seus cargos. Solicita que o governador João Doria faça uma suplementação orçamentária para que os aprovados possam ser chamados. Considera o trabalho deles como fundamental para o Tribunal de Justiça. Critica a liberação de recursos pelo Governo para isenções na compra de combustíveis e para grandes frigoríficos, mas não para a contratação de servidores.

 

15 - DOUGLAS GARCIA

Critica o pronunciamento da deputada Márcia Lula Lia. Afirma que a atual situação brasileira deve-se aos governos anteriores do PT. Considera que a Rede Globo, o "Estado de S.Paulo" e a "Folha de S.Paulo" tentam denegrir a imagem do presidente da República. Lamenta que a manifestação de ontem não tivesse sido a favor da Educação, mas sim de Lula livre. Combate a adoção de Paulo Freire como patrono da Educação paulista. Diz que a resposta será dada nas eleições de 2020, com a troca de políticos nas prefeituras e câmaras municipais.

 

16 - MÁRCIA LULA LIA

Cumprimenta o povo argentino pela resposta dada ao governo de Macri. Afirma que a resposta será a mesma dada pelo povo brasileiro nas próximas eleições a Jair Bolsonaro. Menciona o arrependimento dos eleitores de Bolsonaro em todo o estado de São Paulo. Cita pesquisas de avaliação do governo federal nos seis primeiros meses. Ressalta o uso das fake news durante a campanha para alimentar o ódio às pessoas. Comenta manifestação, realizada ontem em mais de 200 cidades, a favor da Educação e da devolução de um bilhão de reais aos cofres da pasta. Diz que foram tirados recursos da Educação para que fossem repassados aos deputados para votarem os projetos do governo. Discorre sobre a atuação do governo federal nas áreas de Segurança Pública e Saúde, casos de corrupção no governo Bolsonaro e a atual recessão da economia brasileira. Informa que tanto o tríplex, objeto da condenação de Lula, como o sítio de Atibaia já foram vendidos por seus verdadeiros donos.

 

17 - DOUGLAS GARCIA

Para comunicação, combate o pronunciamento da deputada Márcia Lula Lia a respeito da facada levada pelo presidente Jair Bolsonaro durante a sua campanha. Lembra que Adélio Bispo, responsável pela facada no presidente, era apoiador de Lula e Dilma. Pede que a deputada exibisse provas do suposto acordo do presidente com o ex-juiz Sergio Moro para prender o ex-presidente Lula e facilitar a sua eleição.

 

18 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA

Solicita que os deputados fizessem uso correto da comunicação, de acordo com o Regimento Interno.

 

19 - CARLOS GIANNAZI

Convida todos a participarem de audiência pública, a ser realizada hoje nesta Casa, para debater a precarização da rede estadual de ensino. Considera que a mesma está em situação de calamidade pública. Lamenta a falta de contratação de agentes de organização escolar pelo governo. Discorda das propostas apresentadas pelo governo, como a repartição das férias dos professores em quatro partes. Menciona a participação na audiência pública de diversas entidades, alunos, pais de alunos, entre outros, que defendem uma Educação pública e de qualidade. Discorre sobre a manifestação, ocorrida ontem na Avenida Paulista em defesa da Educação e contra a reforma da Previdência e da retirada dos direitos sociais e previdenciários da população. Cita o corte de seis bilhões de reais da Educação, inclusive no orçamento de livros didáticos já distribuídos nas escolas. Parabeniza o aniversário da cidade de Apiaí, que disse estar localizada em um paraíso ecológico. Destaca a falta de investimento na cidade, que apresenta uma situação financeira muito difícil e graves problemas sociais.

 

20 - CONTE LOPES

Considera que as discussões em plenário parecem o terceiro turno das eleições. Diz torcer para que o presidente Jair Bolsonaro faça um bom governo para o bem do País. Pede que este tipo de discussão seja retomada apenas nas próximas campanhas. Discorre sobre a necessidade de uma revisão do Regimento Interno desta Casa. Esclarece que as votações neste Parlamento iniciam-se muito tarde, impedindo o andamento dos trabalhos da Casa. Lembra estudo anterior, realizado pelo deputado Coronel Telhada sobre o assunto.

 

21 - PAULO LULA FIORILO

Saúda os moradores de Apiaí pelo aniversário da cidade. Ressalta as dificuldades enfrentadas pela região. Diz ser esta uma oportunidade para debater e promover as alterações necessárias no Regimento Interno. Agradece a direção da Dersa pelas visitas ao Rodoanel Norte e às obras do contorno. Exibe vídeo com imagens destas obras. Comenta o andamento destas obras, da construção dos túneis e as dificuldades encontradas. Informa que parte considerável das obras já estão prontas e poderia ser entregue para a população. Destaca a magnitude das obras e também dos recursos empregados. Esclarece que a entrega das partes já prontas ajudaria muito os moradores de Caraguatatuba e região. Pede esclarecimentos sobre a entrega das obras. Considera que a extinção da Dersa deve ser discutida.

 

22 - ENIO LULA TATTO

Discorre sobre evento da Unesp, iniciado hoje nesta Casa. Cita as autoridades presentes. Comenta a criação da universidade em 1976. Informa dados sobre da Unesp. Ressalta a grandeza da mesma para o ensino superior. Destaca o trabalho da Unesp em áreas sociais e a existência de bolsas de intercâmbio com diversas universidades no mundo. Afirma que a exposição percorrerá todo o estado de São Paulo.

 

23 - ENIO LULA TATTO

Pelo art. 82, comenta exposição da Unesp realizada nesta Casa. Expressa seu desejo de que outras universidades tomem iniciativas semelhantes. Apoia as manifestações, ocorridas em 13/08, contra os cortes na área da Educação promovidos pelo governo federal.

 

24 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Assume a Presidência.

 

ORDEM DO DIA

25 - CARLA MORANDO

Para comunicação, anuncia a presença da prefeita mirim do Parque Temático Cidade da Criança, em São Bernardo do Campo. Parabeniza a entidade Aldeias Infantis SOS Brasil, cujos representantes visitam este Parlamento na data de hoje.

 

26 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Dá conhecimento e coloca em votação requerimento, assinado pela maioria dos líderes partidários, de alteração da Ordem do Dia.

 

27 - CAMPOS MACHADO

Encaminha a votação do requerimento de alteração da Ordem do Dia, em nome do PTB.

 

28 - ENIO LULA TATTO

Encaminha a votação do requerimento de alteração da Ordem do Dia, em nome da Minoria.

 

29 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Anuncia a presença, em plenário, de diversas autoridades.

 

30 - TEONILIO BARBA LULA

Encaminha a votação do requerimento de alteração da Ordem do Dia, em nome do PT.

 

31 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Coloca em votação e declara aprovado o requerimento de alteração da Ordem do Dia.

 

32 - CAMPOS MACHADO

Solicita verificação de votação.

 

33 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Defere o pedido. Determina que seja feita a verificação de votação, pelo sistema eletrônico.

 

34 - CARLOS GIANNAZI

Declara obstrução do PSOL ao processo de votação.

 

35 - TEONILIO BARBA LULA

Declara obstrução do PT ao processo de votação.

 

36 - DANIEL SOARES

Declara obstrução do DEM ao processo de votação.

 

37 - SEBASTIÃO SANTOS

Declara obstrução do PRB ao processo de votação.

 

38 - CARLA MORANDO

Declara obstrução do PSDB ao processo de votação.

 

39 - MARCOS DAMASIO

Declara obstrução do PL ao processo de votação.

 

40 - MAJOR MECCA

Declara obstrução do PSL ao processo de votação.

 

41 - BRUNO GANEM

Declara obstrução do Pode ao processo de votação.

 

42 - HENI OZI CUKIER

Declara obstrução do Novo ao processo de votação.

 

43 - BARROS MUNHOZ

Declara obstrução do PSB ao processo de votação.

 

44 - JORGE CARUSO

Declara obstrução do MDB ao processo de votação.

 

45 - MARCIO NAKASHIMA

Declara obstrução do PDT ao processo de votação.

 

46 - CORONEL TELHADA

Declara obstrução do PP ao processo de votação.

 

47 - ROBERTO MORAIS

Declara obstrução do PPS ao processo de votação.

 

48 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Registra as manifestações. Dá conhecimento do resultado da verificação de votação, que confirma a aprovação do requerimento de alteração da Ordem do Dia. Coloca em votação o substitutivo ao PL 435/19.

 

49 - MÁRCIA LULA LIA

Encaminha a votação do substitutivo ao PL 435/19, em nome da Minoria.

 

50 - SARGENTO NERI

Para comunicação, agradece à ONG Ondhas pelo apoio ao PL 251/19, de sua autoria.

 

51 - BETH LULA SAHÃO

Encaminha a votação do substitutivo ao PL 435/19, em nome do PT.

 

52 - ERICA MALUNGUINHO

Encaminha a votação do substitutivo ao PL 435/19, em nome do PSOL.

 

53 - BARROS MUNHOZ

Encaminha a votação do substitutivo ao PL 435/19, em nome do PSB.

 

54 - CEZAR

Para comunicação, anuncia a presença do vereador Carlinhos do Açougue, da Câmara Municipal de Barueri.

 

55 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Saúda o visitante apresentado pelo deputado Cezar.

 

56 - CAMPOS MACHADO

Encaminha a votação do substitutivo ao PL 435/19, em nome do PTB.

 

57 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Presta esclarecimento ao deputado Campos Machado sobre o toque da campainha que indica o término do tempo regimental dedicado ao pronunciamento dos deputados.

 

58 - MARINA HELOU

Encaminha a votação do substitutivo ao PL 435/19, em nome da Rede.

 

59 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Coloca em votação e declara aprovado o substitutivo ao PL 435/19.

 

60 - CAMPOS MACHADO

Solicita verificação de votação.

 

61 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Defere o pedido. Determina que seja feita a verificação de votação, pelo sistema eletrônico.

 

62 - CARLOS GIANNAZI

Declara obstrução do PSOL ao processo de votação.

 

63 - ALTAIR MORAES

Declara obstrução do PRB ao processo de votação.

 

64 - GIL DINIZ

Declara obstrução do PSL ao processo de votação.

 

65 - BRUNO GANEM

Declara obstrução do Pode ao processo de votação.

 

66 - TEONILIO BARBA LULA

Declara obstrução do PT ao processo de votação.

 

67 - FERNANDO CURY

Declara obstrução do PPS ao processo de votação.

 

68 - THIAGO AURICCHIO

Declara obstrução do PL ao processo de votação.

 

69 - SARGENTO NERI

Declara obstrução do Avante ao processo de votação.

 

70 - HENI OZI CUKIER

Declara obstrução do Novo ao processo de votação.

 

71 - DANIEL SOARES

Declara obstrução do DEM ao processo de votação.

 

72 - BARROS MUNHOZ

Declara obstrução do PSB ao processo de votação.

 

73 - CARLA MORANDO

Declara obstrução do PSDB ao processo de votação.

 

74 - DELEGADO OLIM

Declara obstrução do PP ao processo de votação.

 

75 - REINALDO ALGUZ

Declara obstrução do PV ao processo de votação.

 

76 - JORGE CARUSO

Declara obstrução do MDB ao processo de votação.

 

77 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Registra as manifestações. Anuncia a visita do presidente da Câmara Municipal de São Paulo, vereador Eduardo Tuma. Dá conhecimento do resultado da verificação de votação, que confirma a aprovação do substitutivo ao PL 435/19, restando prejudicados o projeto e a emenda. Coloca em votação o PL 511/17, salvo emenda.

 

78 - DOUGLAS GARCIA

Encaminha a votação do PL 511/17, salvo emenda, em nome do PSL.

 

79 - CAMPOS MACHADO

Solicita a prorrogação dos trabalhos por 60 minutos.

 

80 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Anota o pedido. Pede que os parlamentares não se utilizem da tribuna para debates ideológicos durante a Ordem do Dia.

 

81 - CAMPOS MACHADO

Para comunicação, discorda das palavras do presidente Cauê Macris.

 

82 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Esclarece seu posicionamento quanto ao andamento dos trabalhos.

 

83 - ISA PENNA

Encaminha a votação do PL 511/17, salvo emenda, em nome da Minoria.

 

84 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Coloca em votação e declara rejeitado o requerimento, do deputado Campos Machado, de prorrogação da sessão por 60 minutos.

 

85 - TEONILIO BARBA LULA

Solicita verificação de votação.

 

86 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Defere o pedido. Determina que seja feita a verificação de votação, pelo sistema eletrônico.

 

87 - ALTAIR MORAES

Declara obstrução do PRB ao processo de votação.

 

88 - CARLOS GIANNAZI

Declara obstrução do PSOL ao processo de votação.

 

89 - CARLA MORANDO

Declara obstrução do PSDB ao processo de votação.

 

90 - TEONILIO BARBA LULA

Declara obstrução do PT ao processo de votação.

 

91 - MARTA COSTA

Declara obstrução do PSD ao processo de votação.

 

92 - DANIEL SOARES

Declara obstrução do DEM ao processo de votação.

 

93 - HENI OZI CUKIER

Declara obstrução do Novo ao processo de votação.

 

94 - MARCIO NAKASHIMA

Declara obstrução do PDT ao processo de votação.

 

95 - ED THOMAS

Declara obstrução do PSB ao processo de votação.

 

96 - CORONEL TELHADA

Declara obstrução do PP ao processo de votação.

 

97 - REINALDO ALGUZ

Declara obstrução do PV ao processo de votação.

 

98 - JORGE CARUSO

Declara obstrução do MDB ao processo de votação.

 

99 - ANDRÉ DO PRADO

Declara obstrução do PL ao processo de votação.

 

100 - FERNANDO CURY

Declara obstrução do PPS ao processo de votação.

 

101 - BRUNO GANEM

Declara obstrução do Pode ao processo de votação.

 

102 - SARGENTO NERI

Declara obstrução do Avante ao processo de votação.

 

103 - ADRIANA BORGO

Declara obstrução do PROS ao processo de votação.

 

104 - GIL DINIZ

Declara obstrução do PSL ao processo de votação.

 

105 - DRA. DAMARIS MOURA

Declara obstrução do PHS ao processo de votação.

 

106 - PAULO CORREA JR

Declara obstrução do Patriota ao processo de votação.

 

107 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Registra as manifestações. Dá conhecimento do resultado da verificação de votação, que não atinge número suficiente para aprovar a prorrogação dos trabalhos. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 15/08, à hora regimental, com Ordem do Dia. Encerra a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Telhada.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e convida o nobre deputado Douglas Garcia para ler a resenha do expediente.

 

 O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Muito obrigado, Sr. Presidente.

Está sobre a mesa indicação do nobre deputado Sr. Ed Thomas ao Exmo. Sr. Governador do estado para que determine aos órgãos competentes a adoção de dignas providências a fim da liberação de recursos no valor de 170 mil reais para aquisição de uma ambulância tipo van destinada ao município de Teodoro Sampaio.

Também está sobre a mesa uma indicação do Exmo. Sr. Deputado Alexandre Pereira ao governador do estado de São Paulo para que determine aos órgãos competentes que realizem estudos e adotem providências no sentido de liberar recursos para aquisição de insumos e medicamentos ao Hospital Filantrópico Stella Maris, no município de Guarulhos.

Está lida a resenha.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esta Presidência, atendendo solicitação do nobre deputado Campos Machado, cancela a sessão solene convocada para o dia 23 de setembro de 2019, às 20 horas, com a finalidade  de homenagear os 100 anos de Nélson Gonçalves.

Pequeno Expediente, deputados e deputadas inscritos. Primeira deputada, deputada Professora Bebel Lula. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Roberto Engler. (Pausa.) Deputado Enio Lula Tatto. (Pausa.) Deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Deputada Márcia Lula Lia. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Wellington Moura. (Pausa.) Deputado Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Deputado Castello Branco. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Deputado Paulo Lula Fiorilo. (Pausa.)

Solicito que o deputado Douglas Garcia assuma a Presidência dos trabalhos para que eu possa fazer uso da tribuna.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Douglas Garcia.

 

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 O SR. PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PSL - Assumindo a Presidência dos trabalhos e continuando a lista dos oradores inscritos no Pequeno Expediente, convido o nobre deputado Coronel Telhada. Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Presidente. Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários, assessores, policiais militares presentes, a quem saúdo em nome da nossa Assessoria Policial Militar, senhores e senhoras que nos acompanham pela TV Assembleia e também dos gabinetes da Assembleia Legislativa, quero iniciar a nossa saudação cumprimentando os senhores e senhoras amigos do município aniversariante.

Hoje, temos o município de Apiaí, que é o município que aniversaria hoje. Então, um abraço a todos os amigos e amigas dessa querida cidade.

Quero aqui também dizer aos senhores que hoje pela manhã, nesta quarta-feira, dia 14 de agosto, nós tivemos aqui na Assembleia Legislativa a visita do Sr. Secretário estadual de Saúde, Dr. José Henrique Germann Ferreira, com o qual nós e vários deputados recebemos algumas emendas parlamentares para encaminhar a senhores prefeitos presidentes de entidades.

No nosso caso, no caso do meu mandato, foi emenda para a AACD de São Paulo, para o Instituto Brasileiro de Combate ao Câncer de São Paulo e também para a Prefeitura Municipal de Marília e para a Prefeitura Municipal de Piracicaba. São emendas destinadas à Saúde, só para que todos fiquem sabendo. Muitas vezes o cidadão não entende o que é uma emenda parlamentar, ele acha que esse dinheiro vem para o bolso do deputado. Então é bom a gente sempre esclarecer, acho que esclarecimento nunca é demais, né? 

A emenda parlamentar é um valor destinado ao deputado para que ele faça a distribuição nas prefeituras, em órgãos com que tem contato. Na realidade, o dinheiro é do governo, e quem vai pagar essa emenda é o governo. Simplesmente os deputados fazem essa destinação para suas áreas de atuação, para os municípios da região em que atuam.

Então ninguém vá achar que o deputado recebeu quatro milhões de emenda. O pessoal acha que você ganha 4 milhões, mas não é assim que funciona, nós simplesmente destinamos. Essa emenda sai do governo diretamente para a entidade ou para o município e ela é sempre usada para o bem da população do estado de São Paulo.

Nesse caso, a nossa emenda propriamente dita será para a AACD, que é uma entidade superconhecida e valorizada aqui em São Paulo; para o Instituto Brasileiro de Combate ao Câncer, o IBCC, que é uma entidade acima de qualquer comentário pelo trabalho excelente que eles fazem; e no caso de hoje foi para Marília e Piracicaba. Nós estamos encaminhando para vários outros municípios, mais virão no tempo certo. Então muito obrigado ao secretário Germann pelo comparecimento e pela liberação dessas emendas.

 Nós também recebemos aqui a notícia de um segurança da Câmara Municipal de Belo Horizonte que estava desaparecido e foi encontrado morto. Ele tinha 41 anos, a foto dele está aí para a gente ver que infelizmente a violência está atingindo todos os estados, todos os níveis. Então ele fazia parte da segurança da Câmara Municipal de Belo Horizonte, era o agente José Rogério dos Santos, de 41 anos, que foi encontrado morto nesta terça-feira. Infelizmente ele morreu baleado na cabeça e foi localizado em uma lagoa em Minas Gerais.

É muito triste isso, porque a violência tem assolado todas as famílias, indistintamente em todos os estados. A gente que trabalha com Segurança Pública fica muito triste, porque a gente trabalha, combate o crime, prende bandidos, troca tiro com bandido e não vê uma melhora significativa na Segurança. É justamente o próximo assunto sobre o qual eu vou falar aqui.

 Não sei se tem foto do próximo assunto, acho que não tem.  É sobre um assunto que está em todos os jornais, eu acho que não tem foto. É sobre o goleiro Bruno, um assunto que o Brasil todo conheceu e acompanhou, quando houve aquela situação do desaparecimento da namorada dele, que estaria esperando um filho, enfim, uma história muito enrolada. Ele acabou sendo condenado, puxou cana.

Eu acho que, se a pessoa pagou a pena dela, ela tem que ser respeitada. Se ela pagou o que deve, foi condenada e pagou a pena, eu acho que tem que ser respeitada, mas aqui no Brasil é incrível, o criminoso, deputado Douglas, passa a ser encarado como herói.

No caso desse rapaz aqui é uma fatalidade o que aconteceu com ele, por ele ter feito ou ter praticado junto com outras pessoas esse crime e ter jogado a carreira dele no lixo. Ele tinha uma carreira promissora, era um goleiro muito famoso, estava ganhando bem, e infelizmente, com toda essa situação que aconteceu, ele jogou a vida dele no lixo.

Agora que ele está saindo da cadeia, ele está retornando ao futebol e retornando como herói. É muito interessante isso. Eu falei que não quero o mal de ninguém. Ele pagou o que devia, a dívida dele está paga, mas a pessoa retornar como herói é muito ruim, principalmente para os mais jovens. A pessoa mais jovem vê isso e pensa: “Está vendo? O cara matou, esquartejou, sumiu e agora volta como herói. Poxa, vale a pena ser criminoso”.

Então é muito triste quando eu vejo a imprensa noticiando essas coisas. Tudo bem, a obrigação da imprensa é noticiar as coisas, mas, quando faz uma coisa dessas, dando um caráter de heroísmo, uma ideia de que essa pessoa é uma pessoa que deve ser olhada com diferença das outras pessoas, isso é muito ruim, porque mostra que, infelizmente, no Brasil, sim, os criminosos são valorizados. É o caso, infelizmente, dessa situação do Bruno, que está sendo contratado pelo Poços de Caldas Futebol Clube e já está chegando lá como herói na cidade. Aqui no Brasil, não vale a pena trabalhar corretamente. Vale a pena ser bandido.

Se você é bandido, se você rouba dinheiro público, se você é preso e condenado em segunda instância, mesmo assim você é inocente. Aliás, eu vi uma notícia do Lula hoje, ele querendo que os desembargadores, as altas autoridades da Justiça que o condenaram, sejam colocadas em descrédito. Mas quem é o Lula para querer alguma coisa? É um presidiário e está condenado em segunda instância.

Só para fechar, uma notícia de hoje, de que foi furtada uma estátua durante a obra da reforma do Vale do Anhangabaú. O que mais falta? Roubaram a estátua “Diana, a Caçadora”. Ela foi furtada no dia 19 de julho de 2019, há um mês atrás. Essa estátua estava desde 1944 no Vale do Anhangabaú. Notem que interessante.

A gente fala em Cultura e a gente quando sai do Brasil e vê os outros países com jardins maravilhosos, estátuas, monumentos, fica abismado: “Que beleza, que lindo”. Aqui no Brasil, as pessoas roubam as estátuas.

Espero que seja levantado quem fez isso e que a prefeitura tome providências, porque não é lógico uma pessoa roubar uma estátua e passar batido. Nós temos que chegar a quem fez isso.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PSL - Agradeço ao nobre deputado pelas palavras e já convido V. Exa. para reassumir os trabalhos da Presidência.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Coronel Telhada

 

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 O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, deputado Douglas Garcia. Prosseguindo na lista dos oradores inscritos, o próximo é o deputado Cezar. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi, V. Exa. tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público presente, telespectador da TV Assembleia, nós estamos vivendo um momento muito difícil da história do Brasil, de vários ataques aos direitos trabalhistas, sociais, previdenciários, um verdadeiro desmonte do Estado brasileiro.

E ontem, nós tivemos o aprofundamento da retirada agora de direitos trabalhistas. Como se já não bastasse a criminosa reforma trabalhista feita no governo Temer, ontem a Câmara dos Deputados aprovou na surdina a medida provisória da liberdade econômica, atacando mais direitos trabalhistas.

Com esse nome bonito “liberdade econômica”, quem vê acha que é interessante, mas por detrás da medida provisória, por detrás da proposta, vários direitos trabalhistas foram atacados e sonegados para os trabalhadores e as trabalhadoras do Brasil.

Não é à toa que a própria manchete do jornal “Folha de S. Paulo” de hoje, que comunga desse pensamento liberal, que é domesticado também pelos princípios do mercado, até ele teve que reconhecer: “Câmara reduz burocracia e reduz também a proteção trabalhista”.

São os trabalhadores perdendo mais uma vez. Nós já perdemos imensamente com a reforma trabalhista do Temer e agora, com essa medida provisória da liberdade econômica que foi aprovada, nós perdemos mais ainda. Entre tantas outras perdas, nós perdemos agora os feriados e os domingos.

Qualquer empresa pode obrigar o trabalhador ou a trabalhadora a trabalhar no domingo ou no feriado. É um absurdo isso. É um retrocesso. Nós estamos voltando aos tempos da escravidão. Isso é medieval, mas isso foi aprovado ontem na Câmara dos Deputados.

É a intensificação desse processo de precarização do trabalho, de enfraquecimento do contrato de trabalho e da força da mão de obra do Brasil.

Ela está sendo precarizada e desvalorizada cada vez mais em nome de uma suposta modernização, de uma flexibilização. Isso é muito grave. Também fiquei chocado porque ontem foi aprovado um projeto de lei aqui que, basicamente, é aprovado quase que anualmente.

Trata do reajuste... Na verdade é uma certa reposição - nem é reajuste - das perdas inflacionárias do salário mínimo dos nossos servidores, que já é um salário mínimo extremamente defasado e arrochado. Aliás, é uma vergonha. Ontem foi aprovado o projeto. O Executivo enviou, fazendo um reajuste nos três níveis.

Tem, por exemplo, a jornada parcial: o salário era de 571,32 reais e foi para 600 reais com o projeto aprovado. A jornada comum de trabalho era de 856 e foi para 900. E a jornada integral era de 1142 e foi para 1200. Quer dizer, continua muito baixo. É humilhante para o trabalhador receber, com o reajuste, 600 reais. O estado mais rico da Federação.

O que me deixou mais chocado é que alguns deputados e alguns partidos votaram contra esse projeto. Fiquei chocado porque fizeram manifestações, no microfone, inclusive se orgulhando de votar contra um projeto como esse. Não entendo. Os mesmos partidos votaram, por exemplo, a favor dessa proposta que acabei de citar aqui.

Vou citar o Partido Novo, por exemplo, que de novo não tem nada. É muito velho, o Partido Novo. Ele votou a favor dessa medida que atacou direitos trabalhistas. E aqui votou contra um projeto que reajustava minimamente... Fazia a reposição, na verdade, das perdas salariais. Mas, mesmo assim: 600 reais para um servidor público do estado de São Paulo, numa jornada parcial? 900 reais para uma jornada comum? Isso é uma vergonha. O estado mais rico do Brasil.

Mas, quando é para canalizar dinheiro público para o empresariado, para setores econômicos como os grandes frigoríficos, as grandes mineradoras, a Ambev, daí eles votam a favor. É engraçado, né? Para o servidor público, para o trabalhador, nada: a miséria, a pobreza. Os servidores são marginalizados, criminalizados e satanizados. Para o empresariado, tudo.

Tanto é que, na LDO, que foi aprovada agora, votamos contra a LDO porque ela vai canalizar mais de 20 bilhões do Orçamento estadual para os empresários, para a JBS, para a Sadia, para a Volkswagen, para as grandes empresas do agronegócio.

Todos esses setores serão beneficiados. Para as empresas aéreas, que foram beneficiadas com um projeto de lei dando isenção fiscal. É um absurdo total: um massacre em cima dos trabalhadores, e tudo para o setor econômico. Então quero fazer esse registro, essa denúncia, Sr. Presidente.

E quero dizer vamos continuar lutando para que o dinheiro público do estado de São Paulo seja canalizado para as áreas sociais, para a Educação, para o Sistema Único de Saúde, para a Assistência Social, para a Segurança Pública, para a valorização dos servidores. E também para os setores estratégicos de desenvolvimento do estado de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente. 

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado. A próxima deputada é a deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Excelentíssimo Sr. Presidente Coronel Telhada, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, público que nos assiste pela nossa TV Alesp, boa tarde.

Sr. Presidente, vim a esta tribuna para manifestar o meu apoio às manifestações que aconteceram ontem, dia 13 de agosto, em todo o País, e uma dessas foi a sexta edição da Marcha das Margaridas. Essa manifestação foi inspirada na luta de Margarida Maria Alves, grande liderança rural da Paraíba que, por sua coragem e altivez, foi assassinada brutalmente por latifundiários no dia 12 de agosto de 1983. Era uma mulher símbolo da luta, símbolo da resistência. E uma mulher que representa a luta por justiça protagonizada por mulheres do campo, das águas, das florestas e do meio urbano.

A Marcha das Margaridas tomou as ruas de Brasília, pelo fim da violência no meio rural e também pela garantia dos direitos trabalhistas e direitos humanos e contra todas as formas de opressão. A gente quer parabenizar todas as pessoas que estiveram presentes e também expressar, aqui, o nosso respeito e a nossa reverência às pessoas que não puderam estar lá porque estavam trabalhando. Nós sabemos que todo mundo representa essas mulheres que não têm muita visibilidade, não têm voz, não têm condição de exercer uma cidadania plena.

Também tivemos manifestações contra cortes absurdos nos orçamentos da Educação, o que está prejudicando a juventude, a produção científica e tecnológica e, consequentemente, o futuro do país. Não é possível que nesse país, atualmente, haja tanto retrocesso, que persegue, principalmente, nossos pesquisadores, as pessoas que têm todo o interesse em fazer com que haja mais evolução na questão da ciência. Isso tudo é necessário.

Atos aconteceram em cerca de 200 cidades. Em todo o país, foram movimentos organizados pela UNE - União Nacional dos Estudantes - e diversas entidades e movimentos sociais, incluindo professores, que a gente respeita tanto, cientistas e pesquisadores.

Esse ambiente de intolerância entre os brasileiros tem se intensificado, porque depois do que aconteceu em relação às eleições nesse país, a gente vê que nós estamos tentando perder de vista a importância da democracia, o respeito à diversidade desse povo. O povo brasileiro, que é um povo tão bonito, um povo tão alegre, parece que está anestesiado. Realmente, eu não sei o que está acontecendo de fato no nosso país.

Eu quero também aproveitar - para encerrar, Sr. Presidente - para agradecer por todas as manifestações de solidariedade a minha pessoa. Quero agradecer ao deputado Carlos Giannazi, à deputada Erica Malunguinho, à deputada Monica; a todos os deputados que, na minha ausência, estiveram aqui defendendo o nosso projeto de forma veemente. Conseguiram fazer com que houvesse um pouco mais de entendimento em relação ao mérito do nosso projeto, que é a questão do respeito às religiões. Eu sempre deixo muito claro, aqui, que embora eu seja uma pessoa ligada a religiões de matriz africana, eu respeito absolutamente toda e qualquer religião.

Então, a gente precisa entender. E eu, agora, estou entendendo muito mais de vida e de respeito, porque acabei de perder a principal razão da minha vida, que era a minha mãe. Então, é o seguinte: eu talvez não seja mais uma pessoa tão agressiva. Por que não dizer assim? Às vezes eu também agrido as pessoas, porque não concordo com pontos de vista. Mas cheguei à conclusão de que isso tudo é inútil, porque a vida faz assim: vai embora, a gente fica aqui. É uma coisa que vai acontecer com todos nós, mas talvez eu não estivesse preparada para essa perda.

Portanto, eu quero, mais uma vez, agradecer por todas as condolências que recebi de deputados de todos os partidos desta Casa, mas quero agradecer principalmente àqueles que me defenderam na minha situação parlamentar. Quando a gente está ausente, a gente vê quem é, realmente, nosso amigo, nosso companheiro, nossa companheira. Agradecer à deputada Márcia Lia, que está aqui presente.

E dizer que nós, dos partidos progressistas, sabemos por que lutamos e para quem lutamos. Sabemos as demandas a que nós atendemos. Eu estou abalada nesse momento, mas podem ter certeza de que a nossa luta vai continuar  porque  o espírito da Dona Lecy Assumpção Brandão é um espírito muito iluminado. Ela tinha muito orgulho de ter uma filha parlamentar em São Paulo, embora carioca de Madureira, mas que defende o social, que é a favor da diversidade, que sempre foi contra todo o tipo de preconceito.

Essa sabedoria eu tenho que agradecer a ela e volto a agradecer aos deputados e deputadas de defenderam aqui as minhas questões durante a minha ausência. Agradecer também a todas as assessorias pela companhia, pela solidariedade, pela lealdade à nossa história. Muito obrigada. Que Deus Abençoe e proteja a todos.

Obrigada, Sr. Presidente. Perdoe por passar do tempo.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sra. deputada. Próximo deputado, é o deputado Tenente Coimbra. (Pausa.) Deputada Janaina Paschoal. Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, Sr. Presidente. Cumprimento todos os parlamentares presentes, funcionários da Casa, as pessoas que vieram nos visitar, honrar com suas presenças.

Eu sei que muitos colegas ficam nos seus gabinetes acompanhando a sessão à distância. Eu gostaria de pedir encarecidamente aos colegas que estiverem na Casa durante a Ordem do Dia, da sessão ordinária, que participem aqui da sessão na data de hoje. Porque hoje será votado o PL 435/19, que é justamente aquele projeto de lei que, se esta Casa aprovar na data de hoje - eu espero que assim ocorra - confere à mulher o direito de participar da decisão com relação ao seu próprio parto.

Esse projeto está em absoluta consonância com os princípios que informam a bioética, sobretudo o princípio da autonomia do paciente. É um projeto que está de acordo com a Resolução do Conselho Federal de Medicina, que disciplina a questão, que é a Resolução 2144/2016. E esse direito já é observado na rede privada de Saúde, que são aquelas instituições que aceitam convênios. Ele só não é observado na rede pública. Ou seja, apenas as famílias mais carentes não têm direito de participar da decisão sobre a maneira como seus bebês vão nascer, não é?

Então, é um projeto extremamente humanitário, que vai a favor das famílias. É um projeto importante e, acima de tudo, é um projeto que defende vidas. Por quê? Porque na atualidade muitas mulheres têm o pedido de cesariana negado por uma política importada de cima para baixo e muitos bebês acabam falecendo porque entram em sofrimento e não são retirados do corpo da mãe a tempo.

Esse projeto de lei segue a Resolução do Conselho Federal de Medicina que fala em 39 semanas. Então, eu tenho lido críticas ao projeto, pessoas dizendo que o projeto vai favorecer a prematuridade. Isso não é verdade porque com 39 semanas de gestação o bebê já está maduro. Tanto é assim que a Resolução do CFM também fala em 39 semanas.

Os casos que nós acompanhamos, em São Paulo e no Brasil afora, são casos em que mulheres chegam à maternidade com 41 semanas, ou seja, não tem dúvidas sobre a maturidade do bebê para nascer e são mandadas de volta para as suas casas, porque não tem dilatação. E muitas vezes, no percurso de ir para a casa e voltar para a maternidade o bebê morre por anóxia, falta de oxigênio.

Então é um projeto tão conforme com os princípios constitucionais, com os princípios da bioética, que chega até a causar certa estranheza a dificuldade que há em conceder a essas mulheres mais carentes esse direito.

Muitos colegas me procuraram nestes dias preocupados com a eventual despesa que esse projeto trará - vamos dizer assim - para os cofres públicos. E eu tenho explicado que essa ideia que nós temos, de que a cesariana é bem mais cara do que o parto normal, é uma ideia que já ficou no passado. Isso acontecia há 20 anos.  Hoje o Sistema Único de Saúde já paga exatamente os mesmos valores pelos procedimentos do parto normal e pela cesariana. Então, não haverá o impacto orçamentário por meio desse projeto, um projeto de acesso à Saúde, um projeto que traz equidade.

Ele foi à votação na semana passada, porém foi na segunda extra, quase meia-noite. Nós não conseguimos o quórum. Eu peço encarecidamente que os colegas venham à sessão, que os colegas votem. Até tem alguns que têm achado graça, porque às vezes eu falo assim, “venha e vote, mesmo que seja para votar ‘não’”. Se estiver em dúvida, vote “abstenção”.

Por quê? Para quem está em casa e precisa nos compreender, para um projeto ser deliberado, é necessário ter pelo menos 48 votos. Então, se não houver 48 votantes, nós não conseguimos deliberar um PL.

Então eu peço aos colegas que estiverem na Casa - a sessão provavelmente começa às quatro e meia e acredito que haverá alguns encaminhamentos - que no momento da votação estejam no plenário. Eu peço encarecidamente, para que nós possamos decidir, seja sim, seja não, mas eu espero, em nome dessas famílias que padecem, que seja pela aprovação do projeto.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sra. Deputada. O próximo deputado é o deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Deputado Conte Lopes.

Enquanto o deputado Conte Lopes se desloca à tribuna, quero dar ciência aos Srs. Deputados de que nós estamos recebendo visitantes hoje, que são jovens da entidade Aldeias Infantis SOS Brasil, de São Bernardo do Campo. É isso? Sejam bem-vindos. É um prazer recebê-los aqui. O responsável é o Sr. Carlos Alberto da Silva. Quem é? O senhor? Muito obrigado por trazer os jovens aqui. São sempre bem-vindos. São convidados da deputada Carla Morando. Fiquem à vontade. É um prazer recebê-los.

Deputado Conte Lopes. V. Exa. tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CONTE LOPES - PP -  Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, aqueles que nos acompanham da tribuna da Assembleia, quando acontecem alguns assaltos, as pessoas que nos conhecem começam a mandar vídeo, cobrando da gente. “Mas é que está acontecendo, os bandidos assaltando”.

É importante que, às vezes, a coisa acontece com o bandido que estava preso. O bandido que já estava preso. Mas como é Dia dos Pais, aqui no Brasil se solta até quem matou os pais, porque é Dia dos Pais. “Vamos soltar, solta todo mundo”. Na verdade é isso.

Então queria agradecer aqui ao Dr. Marco Antônio, da Seccional Norte, pelo trabalho dele, da equipe dele, a Dra. Gerame, o Marcos Luz, chefe de investigadores, na prisão de três assaltantes que estavam agindo na zona norte de São Paulo, na cara dura, em pleno dia.

Olhe aí, assaltando mulheres. Olhe a folga dos bandidos. “Não, não tem luz, não tem iluminação, é por isso que assaltam”. Não, olhe lá. Só que é importante dizer que eles foram colocados nas ruas. Eles foram soltos para cometer crime, na cara dura. O cara está durante o dia. Não esconde nem a cara.

E se cobra da Polícia Civil, da Militar, só que era um bandido que estava na prisão. Foram colocados nas ruas no Dia dos Pais. E, no Dia dos Pais, eles estão assaltando. O prêmio de consolação para assaltar no Dia dos Pais. Esse é o Brasil, que se paga também um salário-reclusão para aquele que nos assalta, que nos mata, que estupra. Eles recebem um salário, têm direito a um salário. É o Brasil.

Então eu queria agradecer aos policiais civis, em nome do Dr. Marco Antonio, colega nosso, amigo nosso, por essa prisão desses três bandidos. Eram dois homens e uma mulher, que estava dando cobertura com o carro.

Agora, é aquilo. Isso daí não poderia nem estar acontecendo se cumprisse a lei. O cara é bandido, está na cadeia, cumprindo a pena dele. Mas não, aqui é o contrário. A Suzane Richthofen é solta no Dia dos Pais, no Dia das Mães, porque ela matou o pai e a mãe. O Nardoni também, matou a filha e é solto no Dia dos Pais. É o prêmio que se dá aqui no Brasil.

E culpa-se a polícia, porque, como eu disse, as pessoas entram em contato conosco. “Olhe o que está acontecendo aí em Santana”. Esse assalto foi em Santana, durante o dia. E não foi só esse assalto, foram outros também.

Então, meus cumprimentos aos policiais do 20º Batalhão, Seccional Norte, ao Dr. Marco Antônio, à Dra. Gerame, pelo trabalho bonito. O Marcos Luz, chefe dos investigadores, e todos os investigadores trabalhando nesse caso.

Então, a gente queria, primeiro, agradecimento. Porque é como eu disse: a gente começa a receber os vídeos, as pessoas ligando, "olha aí o que está acontecendo". Porque, aí, as pessoas ficam aterrorizadas.

Então, felizmente, nesse caso os bandidos foram colocados detrás das grades. Então, volto a repetir: meus cumprimentos e o agradecimento aos policiais civis, que, combatendo o crime, voltaram a colocar na cadeia aquele que já estava preso.

Mas, pela benevolência das nossas leis, por passar a mão na cabeça dos criminosos, são soltos, porque é dia do pai, dia da mãe, e eles saem cometendo crimes. A população que se previna, que corra. Porque as ruas, infelizmente, são dos bandidos.

Agora, quando se cobra, cobra da Polícia. Mas, a Polícia já prendeu, já colocou detrás das grades. Era só deixar o criminoso lá. Mas, eles saem, também, eu estou na Polícia há 50 anos. Até hoje eu não sei como é que um cara sai, e quem escolhe quem vai sair. Até hoje eu não sei.

Eu só sei que saem, uma grande parte não volta, e continua cometendo crimes. E outros já saem cometendo crime.

Muito obrigado, Sr. Presidente e Srs. Deputados.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado. Obrigado, Sr. Deputado Conte Lopes.

Próximo deputado, deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando Lula da Silva. (Pausa.) Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Deputado Teonilio Barba Lula. (Pausa.) Deputado Emidio Lula de Souza. (Pausa.)

Pela lista suplementar, Deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputado Coronel Telhada, está presidindo os trabalhos. (Na Presidência.) Deputado Coronel Nishikawa. Fará uso da palavra, deputado?

Vossa Excelência, então, tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CORONEL NISHIKAWA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos, Sr. Presidente, assessorias, pessoal da galeria, pessoal de São Bernardo, a minha colega Carla Morando, nós somos de São Bernardo também.

Só para novamente repetir: parece que começaram uma campanha insidiosa contra o Partido Social Liberal. Já falei aqui outras vezes na tribuna, eles estão atacando de forma agressiva os nossos pré-candidatos.

Em Diadema, atiraram no apartamento onde reside o Johnny, que é um dos pretensos pré-candidatos a prefeito de Diadema. No ABC, já falei, eu sou o único deputado eleito pelo PSL, nós iremos compor todas as chapas de vereadores. Em todas as cidades tentaremos colocar candidatos a prefeito.

Nós não nos intimidamos nem com tiro, porque é uma atitude covarde. Por que não vem atirar de frente? Atirar na janela em que a pessoa já está dormindo é fácil. O difícil é você encarar de frente a frente para fazer isso. Então, fica o meu repúdio a esse tipo de ataque covarde, terrorista.

Porque nós não agimos dessa forma. Nós agimos pela democracia, de forma republicana. Nós tivemos aí a visita do secretário de assuntos das regionais da região metropolitana. Ele falou sobre cidade inteligente.

Nós estamos esperando que isso aconteça, para poder modernizar os sistemas de monitoramento, os sistemas de conversação entre população e Administração, ou seja, o Executivo, para facilitar a vida da população.

Nós estivemos em São José dos Campos, que é considerado modelo para o País de cidade inteligente. E isso, nós aprendemos bastante coisa sobre isso, sobre faróis inteligentes, sobre administração inteligente, em que o prefeito tem um smartphone na mão e controla praticamente toda a cidade, o movimento que existe na cidade, só pelo smartphone.

Casualmente, não sabia que o prefeito ia nos receber lá em São José dos Campos. Nós estivemos também na prefeitura de São José dos Campos, recebidos pelo prefeito lá. Então, foi muito boa a experiência de falarmos sobre essa modalidade, esse modal de atendimento público.

Eu quero repetir novamente, Coronel Telhada, sobre o horário e o regime de trabalho da Polícia Militar. É desumano trabalhar 12 horas dentro de uma viatura. O senhor trabalhou dessa forma, eu também, o capitão Conte também. É desumano um policial ficar 12 horas dentro de uma viatura, sob pressão, sob perigos constantes. Basta estar dentro de uma viatura, ou fardado ainda.

Hoje, a gente não pode nem andar fardado. Policiais que moram em periferias têm que esconder a farda. Lavar, levar, esconder, para poder sobreviver. É um absurdo. Fora o salário ridículo que nós temos aqui no estado de São Paulo. Então, tudo isso faz com que a gente fique lado a lado, nós da força pública, que aqui representa as nossas forças policiais, para poder dar uma força para eles.

Aqui também nós apresentamos... Eu rogo para que seja apresentado aqui para ser votado o PL de reaproveitamento do pessoal aposentado, o PL do pessoal com mobilidade reduzida, para que possam ser úteis novamente, trabalhar na área administrativa e liberar aqueles que se recolheram para poder fugir da marginalidade. Tem muitos que estão se recolhendo por não concordarem com 12 horas de trabalho em uma viatura. Estão todos indo para a administração.

Então, é um absurdo, Sr. Presidente. Só para concluir. Também, dentro dessa linha, nós estamos aqui lutando para que possa ter melhores condições de trabalho. Nós estamos sendo massacrados na rua. Eu gostaria de cumprimentar policiais militares - não tive a oportunidade de pegar os nomes - que resgataram, dentro de uma favela, Paraisópolis, oficiais do Exército. Polícia Militar resgatou oficiais do Exército dentro da comunidade Paraisópolis.

Obrigado, Sr. Presidente. Desculpe o passar um pouco do horário.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado. Próximo deputado é o deputado Enio Lula Tatto. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Daniel José. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Douglas Garcia. Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Pergunta diretamente ao deputado Carlos Giannazi. Aprovada a medida provisória da liberdade econômica na surdina? Como assim na surdina? Onde estava ontem a bancada de esquerda no Congresso Nacional? Aliás, é uma pergunta que eu faço também aqui na Assembleia Legislativa. Onde estava ontem a bancada de esquerda durante a Ordem do Dia?

Eu sei que existem muitos deputados, de forma legítima, eu respeito... Inclusive, é um trabalho que é feito fora da Assembleia, que muitas vezes, por impossibilidade de agenda, o deputado precisa servir ao seu estado em uma outra cidade em plena Ordem do Dia. Porém, não foi o caso. Enquanto nós estávamos aqui legislando, estava lá na Avenida Paulista, pulando o carnaval do “Ele não”, pulando o carnaval do “Lula livre”, e depois vem reclamar que foi aprovado na surdina.

Eu arrisco a dizer que foi aprovada essa MP com muita facilidade porque os deputados, ao invés de estarem no plenário, estavam lá, defendendo bandido, defendendo vagabundo em plena Avenida Paulista numa terça-feira. Pasmem os senhores.

No final de 2018, o Brasil atingiu 12 milhões de desempregados. Doze milhões de desempregados. Nós estamos ajustando os problemas, por meio da MP criada pelo governo Bolsonaro, que vocês lançaram no nosso país, que toda a esquerda construiu para conseguir desgraçar o nosso Brasil.

Enquanto o nosso país estava passando por esse processo, o que o Lula estava fazendo? O Lula estava roubando, a Dilma estava saudando a mandioca e estocando o vento, que é o que ela mais sabe fazer, o calote milionário feito na Venezuela, isso sem falar no financiamento da ditadura cubana por meio do programa “Mais Médicos”. Nós estamos arrumando os problemas que a esquerda trouxe ao país.

Aí sobe aqui na tribuna para querer falar: “Ai, o governo Bolsonaro está atacando os direitos dos pobres”. Nunca pensaram nos pobres. Não estão nem aí para os pobres. A única coisa que o PT fez para os pobres foi tirar do bolso deles para colocar no próprio bolso. A única coisa que a esquerda faz é isso, é tirar o dinheiro dos pobres, é se aproveitar.

Através da medida provisória que vê a liberdade econômica, aí sim vamos ter trabalho, emprego, riqueza, porque é o empresariado, aquele que empreende e também o trabalhador que vai até lá procurar emprego que geram riqueza para o país, e não o estado, não essa política fracassada.

É por isso que parabenizo o governo Bolsonaro pela aprovação da medida provisória da liberdade econômica lá na Câmara dos Deputados. E isso é só o início. É só o início! Se existe um câncer no desenvolvimento econômico brasileiro, é uma coisa chamada Consolidação das Leis do Trabalho. O Brasil vai se ver livre - livre! - e os trabalhadores vão conseguir respirar em paz no dia em que essa CLT for completamente revogada. A CLT, inclusive, que foi criada inspirada em uma carta feita por Benito Mussolini. Pois é, o regime fascista que vocês tanto pregam que é prejudicial, estão defendendo os pseudodireitos. É direito disso, é direito daquilo.

É esse mundo das maravilhas onde vocês vivem que trouxe o Brasil a esse verdadeiro caos. É esse mundo das maravilhas onde vocês vivem que trouxe o nosso país a essa insegurança econômica. Jair Messias Bolsonaro tem trabalhado, sim, para trazer a nós, ao povo brasileiro, essa liberdade que tanto defendemos e que continuaremos defendendo.

Aqui na Assembleia Legislativa temos a Frente Parlamentar pela Liberdade de Mercado. Estamos trabalhando em um “revogaço”, um pacote de leis para serem revogadas que só atrapalham o desenvolvimento econômico do nosso país e, consequentemente, os pobres. Principalmente os pobres, porque eles são os mais afetados.

Não é o estado que vai trazer riqueza. Não é o estado que vai trazer emprego. Não é o estado que vai trazer trabalho. O trabalho vem do trabalhador, o trabalho vem daquele que empreende, e não dessa política nojenta, não dessa política errada, não dessa política fracassada de querer aumentar o estado. É nisso que a gente vai trabalhar nos próximos anos, aqui na Assembleia e também no Congresso Nacional.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado. O próximo é o deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputada Márcia Lia. Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito boa tarde aos deputados, às deputadas, aos servidores e às pessoas que nos assistem pela TV Assembleia.

Eu gostaria de começar a minha fala lendo aqui um artigo de 2018, do final de 2018, que diz o seguinte: “Banco Central começa a queimar as reservas que Lula e Dilma fizeram. Sob o comando de Ilan Goldfajn, o Banco Central anunciou que vai começar a usar o dinheiro das reservas internacionais do Brasil, atualmente em 382 bilhões e meio de dólares e acumulados durante os governos Lula e Dilma no Banco Central”. Continua a matéria, é uma matéria bastante longa.

Quero dizer aqui que o país, sob o comando de Lula e Dilma, ele cresceu, se tornou a sexta economia do mundo, com programas sociais, com o “Minha Casa Minha Vida”, com programas que davam ao povo brasileiro sustentabilidade no seu dia a dia. E o que a gente vê hoje? Hoje, na imprensa é: queda de 40% nas exportações desde janeiro e o desemprego crescendo.

Ontem, o Banco Central anunciou que o Brasil encontra-se em recessão. A retirada de direitos, a economia em franca queda, milhões de pessoas desempregadas. E o nosso governador falando de cocô. Ele fala de cocô. O povo brasileiro precisa fazer cocô dia sim, dia não.

Acho que foi hoje de manhã, no Piauí, ele se referiu - pasmem - aos governadores do nordeste como se eles fossem cocô. Ele chamou os governadores do nordeste de cocô. É isso mesmo que vocês estão ouvindo. Ele não tem a menor condição de governar este País. Ele não tem a menor condição, porque não tem postura de um líder de nação.

E ontem, também a ONU, a Organização das Nações Unidas, anunciou que o Brasil será penalizado pelas besteiras, pelas idiotices, pela absurda postura de um líder - que de líder não tem nada -, que é o atual presidente da República, que não gera emprego, que não melhora a economia, que está destruindo o Brasil, está entregando o nosso patrimônio, está entregando 75% do Pré-Sal a preço de banana. É disso que se trata.

As nossas empresas estão indo embora a preços vis. Nós estamos vivendo um momento onde ninguém responde onde está o Queiroz; onde ninguém responde quem matou Marielle; onde ninguém responde de quem eram os 117 fuzis; onde ninguém responde por que aquele que estava com toda essa armação do governo norte-americano morava no mesmo condomínio do presidente da República na Barra da Tijuca. É disso que se trata. Quero saber dos milicianos; quero saber do dinheiro. E agora mais recentemente, Itaipu.

O Ministério Público Federal abriu e os senadores também abriram investigação para descobrir a participação de um rapaz chamado Alexandre Giordano, que é simplesmente amigo da família Bolsonaro e esteve no Paraguai junto com o Eduardo Bolsonaro para negociar energia de Itaipu, o que é proibido, é ilegal, mas eles foram lá negociar para a empresa Leros, uma empresa que tem estreita ligação com a família, com o clã Bolsonaro.

É disso que se trata o momento em que nós estamos vivendo no Brasil. E a mamata ia acabar, não era isso? Não ia acabar a mamata? Pois é, a mamata vai acabar com a indicação do deputado Eduardo Bolsonaro para ser chanceler dos Estados Unidos.

A mamata não acabou, os países não estão mais importando produtos brasileiros. O governo se diz o presidente “motosserra”, que está acabando com a Amazônia brasileira, que é o pulmão do mundo e as consequências para a nossa saúde, para o nosso povo, para o nosso clima, para o clima do mundo inteiro, será um verdadeiro desastre. Fora Bolsonaro!

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sra. Deputada. O próximo deputado é o deputado Castello Branco. Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CASTELLO BRANCO - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Veneráveis deputados, público, colegas da Assembleia Legislativa de São Paulo, boa tarde.

 

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- É feita a exibição de eslaide.

 

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O que nos traz hoje aqui é a divulgação de uma importante feira que está ocorrendo no Aeroporto de Congonhas. Trata-se da Labace, que é Latin American Business Aviation Conference and Exhibition. É uma feira que já está no seu décimo quinto ano e que trata do setor aeronáutico. Temos defendido a bandeira da aviação neste ano. É um segmento importante, estratégico. Entendemos que gera emprego, gera renda e, acima de tudo, integra o País.

A feira está ocorrendo. Começou ontem na abertura oficial e vai até a quinta-feira. Convido a todos os presentes para que conheçam o que está acontecendo lá. E desmistificar o conceito de que a aviação é coisa para rico, para uma pequena classe. Pelo contrário: entendemos que a aviação é o transporte do futuro. E, assim como em outros países, a tendência é que os preços das passagens aéreas venham a cair. Assim como a acessibilidade aos voos também.

Já vínhamos há algum tempo falando sobre isso, e solicitando a redução do ICMS de combustível de aviação como uma das medias necessárias para o incentivo ao setor. A gente vai poder observar na feira uma série de modelos de aeronaves. Principalmente aeronaves de pequeno porte. Está havendo um incentivo, atualmente, em vários estados brasileiros, inclusive no estado de São Paulo, para que haja mais capilaridade.

O estado de São Paulo tem aproximadamente 1500 aeroportos, dos quais 140 são considerados mais importantes. Os demais ainda carecem de infraestrutura. Está havendo um programa do governo estadual no sentido de melhorar 21 desses aeroportos, para que companhias de taxi aéreo de pequeno porte possam dar vazão.

As passagens aéreas, como já previsto, devem cair de valor. Hoje a gente já vai encontrar passagem por 132 reais na Azul. Há uma perspectiva de que, em alguns trechos, a passagem caia para 99 reais. Ou seja, a aviação vai se tornar um meio de transporte de massa e muito acessível. Vamos poder observar alguns modelos de aeronaves que vêm caindo de preço, que transportam pessoas.

Essa feira ocorre anualmente e sempre agora, no mês de agosto. Quem participa dela? Fabricantes, mecânicos, pilotos, pessoas quer têm interesse nesse segmento, agregados, fornecedores de peças. Enfim, é uma peça bastante eclética.

 

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- É feita a exibição de foto.

 

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Aqui é só para lembrar um pouco da história. O Demoiselle é o primeiro avião que voou no mundo. E tem uma maquete dele exposta na entrada desta feira. É um avião que Santos Dumont projetou em 1906.

 

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- É feita a exibição de foto.

 

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Muito bem. Algumas autoridades que estiveram presentes, principalmente do Ministério da Defesa, da Aeronáutica, empresários do setor. Aí o nosso brigadeiro Cury, do Comando-Geral de Apoio de São Paulo. Eu gostaria de salientar que a revista Asas - se pudesse dar um close aqui - é uma revista especializada neste segmento.

 

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- É feita a exibição de revista.

 

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Essa revista tem, já há muitos anos, se dedicado ao segmento aeronáutico. É uma edição especial, comemorativa aos 100 anos da aviação militar no Brasil. E essa revista também traz este mês uma matéria sobre a Labace e uma matéria sobre o capitão Castello Branco, que foi do setor da aviação.

É importante ressaltar que temos a Helibras, que é a maior montadora de helicópteros no mundo hoje. Tem sede em Itajubá e tem um escritório grande aqui em São Paulo. Gera renda aqui no estado. E, claro, a Embraer, que está com uma exposição maravilhosa. Inclusive, com o seu último jato, o Praetor 600, foi considerado o melhor jato do mundo na última feira, em Le Bourget.

 

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- É feita a exibição de foto.

 

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Aqui, alguns outros aviões de pequeno porte. O conceito do Airbnb, ou do Uber aéreo. Ou seja, o setor está passando por uma revolução. Já tem drones de capacidade de transporte de passageiros. A gente está numa barreira tecnológica interessante entre uma antiga geração de aviação e uma nova geração de aviação.

E, para terminar, aqui está o presidente da Helibras com o mais novo protótipo da Eurocopter, o EC-135, que é considerado, hoje, o melhor helicóptero para transporte aeromédico. Paralelo a esse evento de exposição, também existem painéis módulos de capacitação profissional e de discussão de temas ligados à aviação. Por fim, incentivamos a todos que estejam presentes, que prestigiem esse evento que tem novas perspectivas para o transporte aéreo brasileiro. Encerrado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado. Aproveitando para mandar um abraço para o nosso amigo Cláudio Lucchesi, da revista “Asas” também.

Encerrado o Pequeno Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, na verdade eu queria fazer um apelo, através do microfone, ao presidente do Tribunal de Justiça do estado de São Paulo, para que seja realizada a imediata chamada das assistentes sociais que foram aprovadas no concurso de 2017. Nós temos um déficit enorme de pessoas nessa área, não só na área da assistência social, mas também na área da psicologia, dos escreventes. E as nomeações, as chamadas estão praticamente paralisadas.

Nós estamos recebendo hoje, aqui, um grupo, uma comissão de assistentes sociais que foram aprovados. Parabéns pela mobilização de vocês, que estão defendendo uma causa justa; foram aprovadas e devem ser chamadas imediatamente. Até porque nós sabemos que há recursos, sim. O estado de São Paulo é o estado mais rico da federação. O governador Doria pode muito bem fazer uma suplementação orçamentária para que o TJ faça a chamada das assistentes sociais, das psicólogas e, sobretudo, também dos escreventes, porque o déficit é enorme no Tribunal de Justiça, no Poder Judiciário do estado de São Paulo.

Então, eu quero fazer novamente esse apelo, esse pedido ao presidente do Tribunal de Justiça, para que realize a chamada imediata de todas as pessoas aprovadas no concurso da assistência social, Sr. Presidente. Porque é uma área importante; são profissionais que prestam um trabalho fundamental no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Agora, é inconcebível que a chamada não seja feita. Nós já apresentamos emendas ao Orçamento no ano passado. Na LDO, nós debatemos isso, apresentamos também uma proposta, mas emergencialmente a situação pode ser resolvida através de uma suplementação orçamentária.

Então, eu faço aqui um apelo, também, ao governador Doria, para que faça uma intervenção nesse sentido, liberando recursos, porque o governo libera recursos para as empresas aéreas, dando isenção na compra do querosene, dá isenção para a JBS, isenção fiscal para os grandes frigoríficos, para empresas do agronegócio, mas não disponibiliza recursos para a contratação de servidores, principalmente no Tribunal de Justiça. Muito obrigado, Sr. Presidente. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado.

Grande expediente. Oradores inscritos. Primeiro deputado: deputado Dr. Jorge Lula do Carmo. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Paulo Lula Fiorilo. (Pausa.) Deputado Enio Lula Tatto. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Gil Diniz, que, através de cessão, cede seu tempo ao deputado Douglas Garcia.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Deputada Márcia Lia, a senhora falou tanto a palavra “cocô” que eu fiquei em dúvida se a senhora estava tentando expressar literalmente tudo o que sai da boca de V. Exa. ou se a senhora estava tentando fazer referência à fala de uma outra pessoa. A senhora diz que Bolsonaro está vendendo o Brasil; que 70% do pré-sal foi vendido etc. etc. e etc.

Mas que autoridade o PT tem para reclamar daquilo que é feito com a economia e com as empresas brasileiras, quando o partido de V. Exa. vendeu o nosso Brasil a Cuba, vendeu o nosso Brasil à Venezuela, entregou os interesses da nação a ditaduras latino-americanas, colocou os interesses do povo brasileiro abaixo de ditadores que hoje se mantêm no poder com a ajuda do PT? Não tem moral nenhuma; absolutamente nenhuma. O Brasil está um verdadeiro caos graças a anos e mais anos de desmando do Partido dos Trabalhadores e dessa esquerda imunda que tomou conta das faculdades, das universidades, dos jornais. E ainda quer subir aqui com ares de “olha só, a Imprensa, de forma completamente imparcial, a ‘foice de São Paulo’, disse que os direitos dos trabalhadores estão sendo reduzidos”.

Está tudo tomado! Absolutamente tomado! É “Globo”, é “O Estado de S. Paulo”, é “Folha de São Paulo”. Globo, principalmente, que vive dando voadora no presidente da República, que outrora, de acordo com a esquerda, era golpista, era fascista, que apoiou o golpe, e não sei o que, e aquela coisa toda. E agora, está fazendo até comunicação via telepatia, espiritismo, sei lá mais o que, baixou lá o caboclo do senhor Roberto Marinho. Não é possível! O espírito de Roberto Marinho descendo na Rede Globo de Televisão para redigir a história dizendo que a Globo não apoiou a subida dos militares ao poder.

Mas tudo que interessa é tentar denegrir a imagem de um homem que chegou à Presidência da República com segundos de televisão, porque não tinha a máquina na mão. Quem possui a máquina na mão são os senhores. Quem possui a imprensa são os senhores. E no dia em que a imprensa passar a falar bem do Bolsonaro, ah, aí tem alguma coisa de errado. No dia em que a imprensa brasileira passar a elogiar o governo Bolsonaro eu vou ter a mais absoluta certeza de que foram comprados, que não foram mais doutrinados durante a época em que faziam faculdade de jornalismo.

Se nós brigamos hoje tanto sobre essa questão de doutrinação ideológica é para que nós não tenhamos mais resultados como o que aconteceu ontem, o tsunami da doutrinação. Acho que nós estamos no tsunami da doutrinação 4.0 em que os estudantes que dizem sair às ruas para defenderem a Educação, saem para falar o quê? “Lula livre! Ele não!” - nada contra a Marielle - “ Marielle vive!”, mas nada relacionado à questão da Educação; absolutamente nada! E o que mais me impressiona senhores é que ontem resolveram ir com a bandeira verde-amarela. Estão tentando agora se camuflar. Estão fazendo igual fizeram no segundo turno do ano passado; eles têm ido com a bandeira do Brasil, tentando passar a perspectiva de que são estudantes indo protestar pela Educação, em defesa da Educação.

Nunca ligaram para a Educação de fato no nosso País. Investimento atrás de investimento sendo feito para quê? Para idiotizar os estudantes, para transformá-los em massa de manobra de partido político. É um projeto de lei que tramita nesta Assembleia Legislativa que graças a Deus, graças a Deus não foi pautado ontem na Comissão de Educação que transforma Paulo Freire em Patrono da Educação Paulista.

Olha, eu sou absolutamente contra esse projeto. Mas é real, é verdadeiro, deputado Carlos Giannazi, a bancada do PSOL. Paulo Freire é o Patrono da Educação Paulista, porque a Educação está um caos. Analfabetos funcionais, analfabetos políticos. Não conseguem chegar sequer no segundo anodo ensino médio e resolver uma fórmula de Bhaskara. Não conseguem passar da 9ª série para o ensino médio, sem conseguir a aprender a ler e escrever corretamente. Não conseguem! Tudo isso graças a quem? Ao falido método do Paulo Freire, que é o câncer na Educação brasileira.

E ontem nós tivemos isso nas ruas. Defendendo a Educação? Eu só acredito que vocês vão defender a Educação quando forem às ruas por uma escola de qualidade, por um método de qualidade para tirar de Paulo Freire o patronal da Educação brasileira, para tirar de dentro da escola essa politização exacerbada.

Senhores, se hoje o nosso País vive nesse sistema político imundo, nesse sistema econômico que infelizmente está sendo reajustado, e tem que ser reajustado. Afinal de contas é por culpa da bancada do Partido dos Trabalhadores, por culpa da bancada de esquerda, por culpa de todos vocês que surrupiaram a Nação, que aparelharam os veículos de comunicação, que destruíram o nosso País e vêm aqui dizer que o nosso presidente só fala cocô. Não, infelizmente quem expressa isso, literalmente, todo santo dia, são os senhores. E eu tenho que ouvir nessa tribuna, no mínimo 10, 15 minutos.

Mas eu prometo que daqui até o fim do meu mandato não haverá um dia em que eu não irei perder a oportunidade de mostrar a verdade, de falar a verdade, de fazer o contraponto. Porque durante muito tempo ficaram acomodados, sim, e muito bem acomodados, mas agora nós temos na Presidência da República deste País um homem conservador, que levou muitos outros conservadores para as Casas Legislativas. E os senhores terão que lidar com a realidade, a realidade de que a população brasileira não é mais idiota, a realidade de que a população brasileira não vai mais se submeter aos desmandos do PT, a realidade de que a população brasileira agora vai questionar e questionar tudo, e vai dizer “sim”, uma resposta muito forte nas urnas também, em 2020, expulsando tudo aquilo que não presta das Câmaras Municipais e das Prefeituras, colocando pessoas igualmente, que lutam contra a corrupção, que lutam contra os desmandos da esquerda no nosso País e que lutam para transformar o nosso País, ou melhor, para resgatar no nosso País os valores cívicos que há muito tempo foram perdidos. Para transformar e resgatar aquilo que Jair Messias Bolsonaro tem em sua política precípua, que é um Brasil acima de tudo e Deus acima de todos.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado. O próximo deputado é o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Coronel Telhada presidindo os trabalhos. (Pausa.) Deputada Professora Bebel Lula. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Deputada Márcia Lula Lia. Tem V. Exa. o tempo regimental de dez minutos.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Volto a esta tribuna para cumprimentar o povo argentino, que deu uma resposta ao governo do presidente Macri, uma resposta que, com certeza, será a mesma resposta que o povo brasileiro dará ao presidente Jair Bolsonaro. 

Quero dizer que por onde eu passo neste estado de São Paulo - e eu viajo muito, quem conhece meu trabalho sabe que eu viajo muito pelo estado de São Paulo -, as pessoas estão literalmente arrependidas, repito, arrependidas do voto que as levou a um grande equívoco da nação brasileira.

Não sou eu quem digo, são os institutos de pesquisa. Os institutos de pesquisa dão conta, e nós temos visto isso todas as semanas, que não teve até hoje, no Brasil, um presidente que fosse tão mal avaliado pelo povo brasileiro nos primeiros seis meses de governo como o Sr. Jair Messias Bolsonaro.

Esse sujeito, esse senhor está em franca decadência e o povo brasileiro se deu conta de que foi enganado, porque essa eleição se deu por conta de fake news, por conta de imensos recursos que foram destinados pelos empresários, que não, diga-se de passagem, fizeram a contabilidade ao TSE. O TSE fechou os olhos para isso também.

Foram fake news, robôs que reiteradamente foram alimentando o ódio, a intolerância, a intransigência das pessoas que, muitas vezes, seguram a Bíblia em uma mão e, na outra mão, fazem maldade contra o seu semelhante. É disso que se trata, Sebastião. Infelizmente é disso que se trata, de pessoas que não respeitam a palavra de Deus e que, em nome da palavra de Deus, muitas vezes cometem crimes de ódio, de intolerância, de intransigência com a população, com as pessoas, com os cidadãos. Eu quero falar um pouquinho do que foi o ato de ontem.

O ato de ontem, pelo Brasil afora, foram mais de 200 cidades deste país, como Curitiba, Belo Horizonte, São Paulo, Brasília, e Rio de Janeiro, fizeram uma manifestação imensa, onde milhares e milhares e milhares de pessoas foram às ruas para pedir que se devolva um bilhão de reais que se surrupiou, que se tirou, da Educação brasileira, para alimentar o toma lá, dá cá, que também ia acabar.

Uma das promessas do governo Bolsonaro, quando ele se colocou como presidente, era de que essa troca de favores, essa troca de "eu te dou dinheiro, você me dá projeto", "eu te dou cargo, você me dá tal coisa e tal coisa", ele foi, infelizmente, isso não acabou.

E ele tirou sabe da onde o dinheiro? Da Educação. Ele tirou um bilhão de reais da Educação para repassar esse recurso para os deputados que votassem nos projetos dele.

Na questão da Segurança Pública, eu estava lendo hoje, Coronel Telhada, sabe quanto do Orçamento da União foi gasto até agora? O governo Bolsonaro gastou tão somente seis e meio por cento em Segurança Pública, de todo o Orçamento da Segurança Pública.

Portanto, também não tem compromisso com a Segurança Pública. Não tem compromisso com a Educação. Acabou com o Programa Mais Médicos, que era um programa que atendia a população mais pobre e mais vulnerável deste país, e a população está sentindo isso no interior do estado de São Paulo.

Porque cidades que, às vezes, tinham sete, oito, dez, doze, médicos, hoje não têm mais médico para atender a população carente. E nós estamos vendo que aquela conversa de que a corrupção iria acabar, não acabou.

Veja Itaipu, veja a situação que nós temos no Rio de Janeiro, a situação onde as milícias governam a cidade do Rio de Janeiro; a corrupção de Itaipu, que vai ser investigada pelo Senado Federal - já tem manifestação do Ministério Público e já tem manifestação dos senadores de que vão investigar Itaipu.

E nós temos aí uma situação de mamata, de nepotismo. E, acabou de ser aprovado numa comissão lá no Congresso Nacional que indicar filhos - acabou de ser aprovado que indicar filhos - para embaixador é nepotismo.

Acabou de ser aprovado. Eu acabei de ver nas redes sociais de que o Congresso Nacional começa a reagir. O Supremo Tribunal Federal começa a reagir. E nós tivemos, também, a surpresa, através da “Vaza Jato”, de saber que o ministro Toffoli, aquele que é presidente lá do Supremo Tribunal Federal, ele declarou, declarou, claramente, que ele fez um acordo para manter Lula preso.

Ele fez um acordo para manter Lula preso, para que Bolsonaro não fosse deposto, para que Bolsonaro não caísse. Então, as coisas são muito além do que nós, que estamos por aqui, temos conhecimento. Há muita água ainda para rolar.

E, também, eu gostaria de lembrar da facada fake. A facada fake, ela foi um dos elementos que propulsionaram, que levaram o senhor Jair Messias Bolsonaro a ser eleito presidente da República.

Se ele tivesse participado de algum debate, com certeza, o povo brasileiro não teria caído nessa armadilha do presidente que só tem vistas para falar de cocô, para falar de coisas ruins, e para não tomar uma atitude, que seja, na perspectiva de melhorar a economia, que, como eu já disse, está em recessão.

A economia brasileira está em recessão. Quarenta por cento de queda nas exportações brasileiras de janeiro para cá, desemprego crescendo a olhos vistos, o povo voltando a morar na rua. A gente não tem programas sociais de acolhimento do povo pobre, e a gente está aí vendo que a “vaza jato” tem trazido todo o esquema, tudo aquilo que foi montado pelo Sergio Moro e pelo Deltan Dallagnol para condenar uma pessoa que não têm prova nenhuma de que tenha cometido crime.

Aliás, diga-se de passagem, o triplex, que foi o objeto que levou à condenação do presidente Lula, já foi vendido pelo seu verdadeiro dono. Porque ele estava hipotecado pela OAS na Caixa Econômica Federal. Portanto, uma propriedade não pode pertencer a duas pessoas. Se pertence a “a”, não pertence a “b”. Então, ele já foi vendido pelo verdadeiro dono, e também o sítio, o tal sítio de Atibaia, que é outra barbaridade que estão cometendo, também já foi liberado para que o verdadeiro dono possa vender. Como é que uma propriedade pertence ao mesmo tempo a duas pessoas?

Portanto, está mais do que provada a armação política que foi feita. Está mais do que provado que Lula é um preso político. Está mais do que provado que a Justiça... Eu aprendi uma coisa com a minha mãe. A verdade, ela pode até demorar.... Viu, Giannazi?  A verdade, muitas vezes, demora para aparecer, mas ela parece. Não há mentira que perdure para sempre.

Então, nós estamos aguardando que a lei do retorno, aquela lei que você faz e aqui você responde pelo que você fez... Ela vai, e já está fazendo. O Sergio Moro já está no descrédito, o presidente Bolsonaro já está no descrédito, caindo nas pesquisas vertiginosamente. O povo brasileiro enxergando. Por onde eu passo, os radialistas me dizem assim. Eu tive essa experiência esta semana, segunda-feira, duas vezes. Conversei com dois radialistas. Disseram: “eu votei no Jair Bolsonaro, arrependi-me”.

É assim o povo brasileiro como um todo. As pessoas que votaram nesse presidente que está aí, que não nos representa, que não acabou com a corrupção, que não acabou a mamata, que não responde onde está o Queiroz, que não responde onde foi parar o dinheiro das milícias no Rio de Janeiro, que não responde dos 117 fuzis, que não responde absolutamente nada do que o povo brasileiro quer saber... O povo está se arrependendo e, se Deus quiser, dentro de algum tempo, nós teremos a queda desse cidadão chamado Bozo.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sra. Deputada. Próximo deputado, deputado Wellington Moura. (Pausa.) Deputado Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Deputado Castello Branco. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputada Delegada Graciela. (Pausa.) Deputado Cezar. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. Fará uso da palavra, Giannazi? Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Pela ordem, Sr. Presidente, o senhor me permite uma comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - É regimental.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigado, Sr. Presidente. Deputada Márcia Lia, como é que a senhora pode mentir de forma tão descarada na tribuna? A senhora é uma deputada, senhora deputada. Não é possível. A senhora sobe ao microfone para dizer que Bolsonaro não levou facada?

Olha, muitas vezes eu já disse aqui na tribuna que os senhores defendem bandidos, mas agora a senhora conseguiu passar por todos os limites do aceitável. Meus parabéns. Adélio Bispo, aquele que esfaqueou, estava com uma faca na mão, que esfaqueou Bolsonaro, apoiava Lula, apoiava Dilma.

Isso. Pode sair. É assim que vocês fazem nas escolas também. Não aguentam ouvir a verdade. Quando não podem censurar, eles saem. É um absurdo. Diz que Bolsonaro fez um acordo com Sergio Moro para fazer com que o Lula fosse preso e ele eleito. Prova, deputada. Prova, coloca aqui no telão. Prova. Muita falação e pouca prova.

Mais de 300 páginas em processo para colocar o Lula no seu devido lugar, e por falar em apartamento triplex no Guarujá... É muita hipocrisia, sabe? Uma mesma propriedade não pode pertencer a duas pessoas? Fala isso para o MTST, fala isso pro MST, fala isso para todos os terroristas que ficam invadindo propriedade alheia, que os senhores defendem.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas...

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Srs. Deputados, queria informar aos senhores que a comunicação é para se falar de alguma coisa que esteja fora da sessão. A comunicação deve ser evitada para se fazer comentários de outros depoimentos ou algum outro tipo de crítica. Por gentileza, vamos nos ater a essa norma regimental. A comunicação é para se comunicar alguma coisa que tenha ocorrido na sessão que fuja à normalidade, mas não para se comentar ou se criticar comentários de outros deputados.

Deputado Giannazi, V. Exa. tem os dez minutos regimentais.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, de volta a esta tribuna no dia de hoje, gostaria de reforçar o convite que já tinha feito sobre a nossa audiência pública.

Nosso mandato está realizando um grande encontro aqui na Assembleia Legislativa que vai debater a questão da precarização da rede estadual de ensino, que está praticamente destruída, precarizada, sucateada. Estamos vivendo uma situação de calamidade pública hoje. Não tem nem papel higiênico nas escolas, não tem giz, falta merenda escolar, falta até iluminação em escolas da rede estadual, sem contar todo o processo de degradação dos salários, da vida funcional dos servidores, dos professores, dos agentes de organização escolar.

Por falar em agentes de organização escolar, eles hoje quase que não existem mais na rede estadual, porque o governo não contrata. Muitas escolas estão sem agentes de organização escolar. Recebi várias denúncias, tenho visitado as escolas da rede estadual e a situação realmente é de calamidade pública. Nunca vi uma rede tão sucateada como nesse governo Doria.

E o governo não investe, não tem proposta nenhuma. Ele tem factoides. Apresentou agora um projeto, um programa que se chama “Inova Educação”, que não tem nada de inovação, não tem nenhuma inovação. É um absurdo. Repartir férias em quatro vezes na rede estadual? Esse é o projeto do Doria para a Educação: as férias serão repartidas. Uma semana em abril, quinze dias no mês de julho, mais uma semana em outubro e o restante entre dezembro e janeiro.

Isso é um absurdo total e vai prejudicar a vida dos professores. Os professores que vivem do magistério trabalham em duas redes de ensino, muitos deles, nas redes municipais, na rede estadual, na rede particular. O deputado Roberto Engler sabe e conhece, pois é professor. O deputado Paulo Fiorilo, que também é professor da rede municipal de ensino, sabe que os professores, para sobreviver, trabalham em duas, três ou quatro escolas de duas ou três redes de ensino ao mesmo tempo, em um único dia. Então, ele vai ter férias na rede estadual e não vai ter férias na rede municipal.

E pior ainda: as famílias serão prejudicadas, pois as famílias também têm filhos na rede estadual e na rede municipal. Às vezes, uma criança, por exemplo, do primeiro ano do ensino fundamental estuda na rede municipal, mas o outro filho está na rede estadual, no ensino médio, no segundo ano do ensino médio.

Enfim, são medidas cosméticas que o governo vem anunciando, mas que não têm nenhum tipo de efeito na realidade prática, não atacam as principais causas dessa crise educacional.

Então, o debate vai girar em torno disso. Vamos debater a precarização da infraestrutura material da rede estadual e também da precarização da infraestrutura humana, a falta de funcionários, os salários aviltantes da rede estadual. O agente de organização escolar, que citei, recebe 900 reais por mês. É o salário, com desconto, de um trabalhador da Educação que é essencial para o funcionamento das nossas escolas.

Então, estou fazendo um convite aberto a todos os deputados e deputadas, ao telespectador que está acompanhando a programação da TV Assembleia. Faremos hoje esse debate com entidades, com pais de alunos, alunos, professores e pessoas que defendem uma educação pública gratuita e de qualidade.

E lembro também, Sr. Presidente, não posso deixar de fazer aqui um registro importante: ontem, estivemos na grande manifestação aqui em São Paulo, na Avenida Paulista, no vão livre do Masp; depois, fomos até a Praça da República, na mobilização em defesa da Educação pública gratuita e de qualidade, do movimento contra a farsa da reforma da Previdência e contra a retirada dos direitos sociais trabalhistas e previdenciários. Nós tivemos manifestações em todo o Brasil, milhares de pessoas foram às ruas ontem protestar contra o desmonte da Educação e de todas essas áreas que eu citei.

Foi um movimento puxado pelos estudantes universitários, secundaristas, professores, servidores da Educação, sobretudo esse núcleo da Educação. Um dos temas debatidos ontem durante as manifestações foi esse projeto de cortes no Orçamento da Educação. O governo Bolsonaro, Sr. Presidente, de janeiro até agora, já cortou 6 bilhões de reais da Educação brasileira, da Educação pública, prejudicando criminosamente não só as universidades federais e os institutos federais de Educação, mas toda a Educação Básica.

A Educação Infantil foi atingida, o Ensino Fundamental, o Ensino Médio e o Ensino Técnico e Tecnológico. A merenda escolar foi afetada, porque o governo federal faz repasses para os municípios e estados. A compra do livro didático, o transporte escolar foi reduzido no seu orçamento, ou seja, é um corte criminoso em uma área estratégica para o desenvolvimento humano, social e econômico do Brasil.

Esse é o governo Bolsonaro, o predador, o exterminador da Educação e do futuro de crianças, de adolescentes e de jovens que não terão mais acesso a uma Educação minimamente digna e de qualidade social, porque a Educação custa dinheiro. Tem que ter investimento, e o governo está cortando o investimento na Educação pública brasileira.

Nós estivemos nessa manifestação, e elas vão continuar. É uma grande mobilização que começa com a Educação, é fundamental dizer isso. Agora, recentemente, houve mais um corte orçamentário de 348 milhões de reais. O governo cortou uma boa parte do orçamento do livro didático que é distribuído nas escolas públicas. Então esse é o governo Bolsonaro, o governo da destruição da Educação, da aposentadoria, da infraestrutura do Brasil. Então, Sr. Presidente, queria fazer esse registro.

Não posso deixar também de parabenizar, como fez V. Exa. há pouco, o aniversário de Apiaí, uma cidade de que eu gosto muito, uma cidade que eu conheço,  que fica no Alto Vale do Ribeira. É uma cidade que está localizada em um verdadeiro paraíso ecológico e ambiental, só que ela não recebe investimento. Não tem investimento do governo estadual, não tem investimento do governo federal, é uma cidade que vive com um orçamento extremamente precarizado. É uma cidade que tem um grande potencial turístico, por exemplo, mas que vive em uma situação financeira também de calamidade pública e tem sérios problemas sociais de transporte, de mobilidade.

Eu tenho acompanhado muito a luta de Apiaí em relação à SP 249, que liga Apiaí à região de Itapeva, Sr. Presidente. A obra está parada lá há muitos anos, nós já fizemos vários movimentos, denunciamos no Tribunal de Contas, no Ministério Público. Até hoje a obra não foi concluída, e a população fica praticamente ilhada muitas vezes na cidade de Apiaí e em toda a região, dificultando o escoamento também da produção agrícola que é feita em várias cidades da região, não só em Apiaí.

 Então eu quero parabenizar o município de Apiaí, toda a população, e parabenizo primeiro na pessoa da professora Janice Corrêa Prestes, uma grande educadora da cidade. Parabenizo também a cidade de Apiaí na pessoa do João Prestes, que mantém lá a Tenda do Ferreiro, praticamente uma das pessoas mais antigas e mais conhecidas da cidade, que tem dado uma grande contribuição para a cultura, para a preservação cultura da cidade e da região. O professor Chico Barreto também é um grande militante em defesa da Educação pública. Ainda faço essa homenagem a essa cidade que tem cumprido um papel importante ali no Vale do Ribeira, mas repito, que tem que ter investimento.

Eu vou continuar cobrando a questão da SP-249 e mais investimento na cidade e em toda a região, porque aquela região é uma das regiões mais pobres do Brasil, uma das regiões que menos recebe investimentos tanto do governo estadual, como do governo federal.

E como lá é um lugar que não tem uma arrecadação consistente, as cidades da região, incluindo Apiaí, estão passando por uma necessidade terrível do ponto de vista orçamentário e, sobretudo na área do desenvolvimento e do investimento nas áreas sociais. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado. Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Tenente Coimbra. (Pausa.) Deputada Janaina Paschoal. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Deputado Conte Lopes, V. Exa. tem o tempo regimental de dez minutos.

 

O SR. CONTE LOPES - PP - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos acompanha no plenário da Assembleia,  parece que nós estamos aí no terceiro turno da campanha do ano passado com ataques ao Bolsonaro, em defesa do Bolsonaro.

Acho que está no momento, pelo meu modo de ver, de nós torcemos para que o Bolsonaro faça um bom governo, porque se ele fizer um bom governo, será bom para o Brasil, como se o Doria fizer um bom governo, será bom para o Brasil.

Se o governador da Bahia, do PT, fizer um bom governo lá para os baianos, será bom para os baianos, as pessoas que moram na Bahia, que votaram nele. Acho que está na hora de torcer para que as coisas andem bem. Vão disputar a política daqui a quatro anos. Aliás, no ano que vem nós já teremos eleições.

Eu até pensei que já iam começar a falar em eleições para a Prefeitura de São Paulo ou para a prefeitura das várias cidades de São Paulo, do Brasil. Haverá eleição para prefeitos e vereadores no ano que vem; seus partidos já começam a apresentar candidatos. Até o Enio Tatto já está com o irmão correndo, o Jilmar Tatto, como candidato a prefeito de São Paulo pelo PT. Da mesma forma, Bruno Covas e outros candidatos devem aparecer para a campanha do ano que vem.

No meu modo de ver, eu acho que a gente tem que torcer para que o presidente faça um bom mandato e obviamente depois, daqui quatro anos, se faz uma nova campanha se ele fica, se ele não fica. Porque começaram que ia ser o Mourão que ia tirar lugar dele, era o vice. “Agora o vice é mais inteligente”.

Ele é capitão - como eu sou capitão também da polícia e parei minha carreira como capitão na Polícia Militar. Da mesma forma o Bolsonaro, que parou como capitão do Exército. Aí a imprensa começou a jogar: “Se o Mourão é vice, mas ele é general, deve ser melhor que o Bolsonaro; então vamos começar a fazer um trabalho já para o impeachment dele. Ele já vai e entra o outro”.

O Brasil é uma coisa meio torta. A imprensa é de outro mundo. A imprensa, a gente vê determinados jornais, telejornais, que é só pau. Os caras só veem coisa errada; não veem nada de bom. Levanta até o que o cara faz e a partir daí eu não sei se isso aí é bom para o Brasil. Eu estou vendo uma briga entre esquerda e direita, mas eu acredito que é o momento da gente torcer para que o governo brasileiro ande nesses quatro anos e melhore.

Essa é a grande verdade. A gente não pode falar, por exemplo, que se o Lula foi reeleito, que ele foi um mau presidente da República, senão ele não teria sido reeleito. Eu sempre fui contra; é bom colocar aqui. Enfrento o PT desde 1986. Enfrentei o PT nesta Casa quando estava o José Dirceu, Clara Ant, Luiza Erundina. No nosso lado tinha Wadih Helú, Erasmo Dias, Afanásio.

A gente tinha os nossos enfrentamentos também. Agora, é lógico. Se a gente acaba uma eleição e a gente já começa a torcer para que seja pior o governo, mau para o povo brasileiro, mau para os eleitores.

Mas, Presidente, eu queria vir aqui porque V. Exa. falou que fez um estudo sobre o Regimento Interno desta Casa. E ontem o presidente Cauê Macris chegou a se referir a isso. Acho que está na hora, realmente, de mudar um pouco o Regimento Interno da Casa. Não é, como falou o líder do PT, impedir que a oposição fale. Mas está aí o deputado e ex-vereador Paulo Fiorilo que, na própria Câmara, sabe que a coisa andava mais. A coisa andava mais.

A gente fica aqui das duas e meia até as sete e meia para começar a votar um projeto. Ficamos cinco horas sentados no nosso gabinete para começar a discutir a coisa aqui na Casa. Ora, na Câmara Municipal... Fui deputado aqui seis vezes, é o meu sétimo mandato. Fui vereador duas vezes. Na Câmara Municipal anda a coisa. Por quê? Porque decide os projetos que vão ser votados, começa a discutir às três horas e vai até as oito, dez, a hora que for.

Não é como falou o líder do PT, o Barba, que a gente quer impedir que alguém discuta. Não. Só que, obviamente, ficar esperando das duas e meia, das 14 e 30, até as 19 horas, 19 e 30, para começar a discutir alguma coisa, é uma coisa de outro mundo. Estamos ultrapassados. Há 30 anos, aqui nesta Casa, a gente falava para o Diário Oficial. O cara subia e: “Olha, você, que é leitor do Diário Oficial.”

Já temos televisão há muito tempo aqui. Foi criado por nós, aqui, o painel. Foi criado por nós. Não sei se esse ou o outro, mas foi. Na época do Tripoli presidente, em que o Luizinho do PT era o 1º Secretário e eu era o 2º Secretário.

Como na Câmara, você coloca o seu nome e a sua presença está lá. Estamos chamando a pessoa aqui, quando vai fazer a chamada, 96 deputados. Em quatro minutos, que o presidente dá a ordem aqui, o camarada vem aqui e marca a presença dele. O funcionário diz que está presente. Quem está, está; quem não está, não está. Principalmente nas terças, quartas e quintas, que tem votação, que há votação aqui na Casa.

Então acho que o próprio presidente Cauê, está cobrando isso. Foi colocado alguns deputados para fazer uma análise do Regimento Interno. O próprio presidente, Coronel Telhada, no ano passado, fez um estudo sobre isso. Mas parece que a coisa trava. Então, enquanto a TV da Câmara está funcionando, a TV Senado está funcionando, a TV da Câmara Municipal está funcionando, a nossa fica fora do ar.

Porque estamos aguardando, às vezes, sete e meia ou oito horas para iniciar uma sessão. Então acho que algumas coisas têm que se mudar. É só uma colocação. Não é uma crítica destrutiva, nada. Simplesmente está no momento de não trazer coisas de 30 ou 40 anos atrás que estamos seguindo. Infelizmente é isso. E a Casa tem essa mania: vai tirando o que tem.

Então fica a nossa colocação. Espero que, realmente, como falou o presidente da Assembleia ontem, o Cauê, cobrando, que realmente a gente mude alguma coisa, para a coisa andar mais rápido aqui. Não é para impedir debates políticos. Muito pelo contrário. Porque, se começar um debate às três ou quatro horas, a coisa anda. O debate vai começar a partir das quatro e meia, 16 e 30 devem começar os debates. Das duas e meia até as quatro e meia a gente fica enchendo linguiça aqui.

Para falar o português claro, fica enchendo linguiça. Os debates vão começar a partir das 16 e 30. E olhe lá. Porque o presidente vai alterar. Porque senão ia começar às 19 e 30. Aí, quando chega 20 horas, 23 horas, nem a imprensa acompanha mais os trabalhos da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Essa é a nossa colocação. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado Conte Lopes.

O próximo deputado inscrito é o deputado Luiz Fernando Lula da Silva, que cede o seu horário, os 10 minutos, portanto, ao Sr. Deputado Paulo Fiorilo. Vossa Excelência, deputado Paulo Fiorilo, tem 10 minutos regimentais. Paulo Lula Fiorilo.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados,. Sras. Deputadas, público presente, telespectadores da TV Alesp, assessorias das bancadas, leitores do Diário Oficial, boa tarde.

Antes de falar do assunto que me traz à tribuna, eu queria fazer duas observações. A primeira, seguir os passos do deputado Coronel Telhada e do deputado Carlos Giannazi, e saudar os moradores de Apiaí. Tive o prazer de conhecer Apiaí. Tenho amigos lá. Eu queria fazer uma referência ao Jaderson e ao Alysson. O Alysson é professor. E sei das dificuldades que tem aquela região, não só do ponto de vista das estradas, mas principalmente se discutimos as questões econômicas de desenvolvimento regional. O deputado Enio Tatto também conhece a região, o Alto Vale, sabe das dificuldades para quem precisa usar a estrada para escoar a produção, mesmo para se locomover naquela região. Então, eu queria deixar, aqui, não só os parabéns aos moradores da cidade, mas também o nosso compromisso de debater as mudanças necessárias para aquela região.

E a segunda observação, se me permite o deputado Conte Lopes: eu acho que nós temos uma oportunidade grande, aqui, de debater o Regimento e promover alterações necessárias para que a gente faça o debate e para que a gente possa discutir, inclusive, mudanças que fortaleçam a oposição naquilo que lhe cabe, como também proporcione um debate amplo, geral e irrestrito.

Dito isso, Sr. Presidente, eu gostaria de exibir um vídeo. Mas antes de iniciar o vídeo, fazer um agradecimento à direção da Dersa, que possibilitou que eu fizesse duas visitas, uma ao Rodoanel Norte e outra às obras do Contorno. Então, eu queria iniciar esse vídeo, e depois faço as considerações que entendo ser necessárias.

 

* * *

 

- É feita a exibição de vídeo.

 

* * *

 

Bom, aqui a gente está vendo as obras, ainda, no trecho da serra. Essas obras estão em andamento. Elas não são tocadas pela Dersa. É uma PPP - Parceria Público-Privada - com a Queiroz Galvão. Reparem na magnitude das obras daquela região, que os deputados Conte Lopes e Enio Tatto devem conhecer, porque passam pela Rodovia dos Tamoios e já devem ter observado a quantidade de obras que a gente tem na serra, com os recortes.

Aqui, a gente tem, já, as obras do Contorno. Os dois túneis estão na região de Caraguá. Aqui, são os engenheiros que nos acompanharam; quero agradecer aos dois. Esses túneis ainda não estão concluídos. Esses são os túneis que vão dar acesso a Caraguá. E aqui a gente tem algumas áreas que nós visitamos. Tem partes da obra que estão inacessíveis, que ainda não têm as ligações necessárias, como o túnel. Mas tem partes que já estão concluídas; já está praticamente faltando apenas a sinalização vertical. Aqui, a gente está em Caraguá. Essa vai ser a alça para a entrada nos Contornos, que ligam o norte e o sul, e o porto de São Sebastião e Caraguá, o que facilitaria muito a vida das pessoas e também o transporte para o porto. São obras que ainda estão paralisadas.

Ali, era a construção de uma unidade de saúde, de zoonose. Nós tivemos a oportunidade de encontrar um santista que cuida de uma área que está sendo reparada, porque tem um problema, lá, com a chuva. Aqui, são as entradas dos túneis. Reparem que eles colocam portões para evitar o barulho. E aqui, ainda, os túneis sendo cavados. Aí, é o final. Ele parou; faltam cinco metros para abrir o túnel. Eles encontraram uma rocha - que eu vou depois dar o nome - que, com a água, cresce e se desfaz. Ela é muito resistente. Está aí: pedra de metagabro. Foi, inclusive, estudada pelo IPT, para poder entender essa pedra. Ela não pode sofrer o impacto de água; por isso, eles têm todo um funcionamento de retirada de água. Vocês estão vendo.

Eles mantêm, apesar de terem rompido o contrato, nesse lote, com a Queiroz Galvão... E esse é o túnel em que faltam cinco metros. No túnel do lado, falta um pouco mais: 25 metros para poder chegar em São Sebastião. As máquinas funcionam 24 horas para drenar a água do túnel, até para que não tenha problema com essa pedra, que é única e exclusivamente encontrada nessa escavação, nessa área do túnel. Ao lado, inclusive, dos tanques da Petrobras... A estrada que dá acesso aos túneis passa ao lado desses grandes tanques reservatórios da Petrobras.

Eu acho que está sem som, mas não importa; era só um registro do que a gente já tinha observado. O Contorno tem 34 quilômetros de extensão; 74% concluídos. O resto tem obras paradas, abertura de túneis, conclusão de pontes e assim por diante.

E uma outra coisa importante, que vale a pena ressaltar: ele foi dividido em quatro lotes. Os dois primeiros são lotes com poucas obras de arte. E os dois seguintes com a maior parte das obras de arte e os dois seguintes com a maior parte das obras de arte nessa extensão que é a parte que chega a São Sebastião. A gente tem uma vista - acho que não está aqui - mas muito bonita de Ilhabela, numa dessas pontes que foram construídas, uma delas está parada porque precisa implodir uma área que era de uma pedreira e agora houve uma mudança no traçado para evitar mais paralisações nessa obra.

O que vale a pena destacar e vale tanto para as obras do contorno como para as obras do Rodoanel é que uma parte considerável dessas obras elas estão prontas e que poderiam, inclusive, ser entregues para uso da população local.

No caso do Rodoanel o trecho que compreende da Rodovia Fernão Dias até Guarulhos é possível ser utilizado. Já está concluído. Precisa só fazer a demarcação de faixas e poderia ser entregue para a concessionária operar. E no caso dos contornos a mesma coisa. De Caraguá até o Shopping Serramar é possível utilizar.

Então eu queria aqui dizer que são obras de uma magnitude impressionante, tanto do ponto de vista da engenharia, como do ponto de vista de recursos, não sei se vocês perceberam, mas as obras do contorno já consumiram 3 bilhões de reais, é preciso mais um bilhão para terminar. E as obras do Rodoanel Norte precisam, também, de mais um bilhão para serem concluídas.

O governador tomou a decisão de contratar o IPT para verificar a situação do Rodoanel Norte e no caso das obras do contorno não contratou porque não há ali nenhum risco. Eles mantêm uma vigilância ao longo dos 34 quilômetros, mas não há risco ainda de deterioração. O que faltam mesmo são as obras para se concluírem os trechos que nós mostramos aqui.

Portanto, aqui cabe um questionamento à Dersa: porque não entregar os trechos concluídos, facilitando muito a vida das pessoas, principalmente nos feriados e no período de férias, tanto na questão do Rodoanel Norte, como nos contornos de Caraguá a São Sebastião. Não é ainda a obra total, o contorno tem 34 quilômetros, mas com certeza ajudaria muito aqueles que moram na região de Caraguá e essa parte aí do Shopping.

 A segunda questão que chamou a nossa atenção, é que quanto mais tempo demora, quanto mais tempo o governo demora para tomar uma decisão, maior é o risco de que o gasto se amplie para a manutenção, para a conservação dessas obras, tanto do Rodoanel Norte, como das obras do contorno. E pior: se as obras do trecho da serra se concluírem a parte de baixo sem ser entregue trará uma dificuldade muito maior para aqueles que descerem a serra, porque nós vamos ter um funil e vamos ter muito mais dificuldade.

Então, queria pedir à Presidência que encaminhe os agradecimentos à Dersa. Propusemos à Comissão de Fiscalização e Controle uma visita às obras. Infelizmente não houve tempo suficiente para que o meu requerimento fosse aprovado no primeiro semestre. Mas, eu tive a oportunidade de fazer as visitas e ser acompanhado pelos engenheiros responsáveis, tanto no Rodoanel Norte quanto no contorno. Queria que fossem transmitidos os agradecimentos. E o questionamento, na minha opinião, mais importante, que o Estado, que a Dersa pudesse informar a esta Casa porque não entrega os dois trechos, tanto do Rodoanel, como das obras do contorno que estão prontas e poderiam ajudar milhares de pessoas que transitam por essas áreas.

Por fim, não menos importante, Sr. Presidente, é preciso aproveitar esse momento para discutir o que será feito da Dersa. O governador quer extingui-la. Queremos discutir o papel da Dersa e a importância e principalmente as relações que foram estabelecidas entre a Dersa e alguns funcionários; um deles está preso. Tem outros que podem ser presos, com a corrupção aqui no Estado. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. deputado. Portanto, solicito à nossa assessoria que encaminhe as palavras do deputado Paulo Fiorilo ao presidente da Dersa. Próximo deputado. Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Deputado Teonilio Barba Lula. (Pausa.) Deputado Emidio Lula de Souza. (Pausa.) Desculpem. Um minutinho só, por gentileza.

Retomando aqui, o deputado Teonilio Barba Lula cede o tempo ao deputado Enio Tatto. Portanto, deputado, V. Exa. tem o tempo regimental de quatro minutos, porque o nosso horário se encerra às 16 horas e 30 minutos. Vossa Excelência fica com o tempo assegurado para o próximo dia.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Obrigado, presidente. É o suficiente.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público que nos assiste, eu subo à tribuna para divulgar e falar sobre importante evento realizado hoje na Assembleia Legislativa. Falo da inauguração da mostra “Unesp: a universidade de todo o Estado de São Paulo”. 

Estiveram presentes na abertura o presidente da Casa, deputado Cauê Macris; o professor reitor magnífico Sandro Roberto Valentini; o vice-reitor professor Dr. Sergio Nobre; o diretor da Faculdade de Engenharia do campus de Ilha Solteira, vice-presidente do Fórum de Diretores, professor Dr. Enes Furlani Junior. 

A Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho foi criada em 1976, com a incorporação dos Institutos Isolados de Ensino Superior do Estado de São Paulo. Hoje é a Unesp.

Hoje, é uma universidade grandiosa, como demonstram alguns dados que eu vou ler aqui para vocês. A Unesp tem 38.550 alunos de graduação. Tem 3.051 professores. Tem 136 cursos de graduação. Cinco mil quinhentos e vinte e sete profissionais formados anualmente. São 34 unidades em 24 municípios, 3 colégios técnicos, 1.900 laboratórios e 30 bibliotecas. Esses são apenas alguns dos números que atestam a grandeza da Unesp para o ensino superior, não só no estado de São Paulo, mas no Brasil.

A Unesp não é grande só nos números. Vale lembrar que ela tem um trabalho destacado na área de serviços sociais. Por exemplo, 50% das vagas oferecidas em cada curso são reservadas para estudantes de escolas públicas. Candidatos carentes financeiramente podem pleitear inscrições gratuitas para o vestibular. Além disso, fornece orientação sócio-jurídica à população em situação de vulnerabilidade socioeconômica, presta assistência odontológica e oftalmológica para a população carente, fornece à sociedade conhecimentos em editoração e oferece bolsas de estudo e intercâmbio com várias universidades no exterior. Aliás, a Unesp está trazendo à Assembleia Legislativa três carretas nessa exposição para prestar serviço de assistência jurídica, odontológica e oftalmológica.

Pela grandiosidade e amplitude de seu trabalho, nós gostaríamos que essa parceria entre a Assembleia Legislativa e a Unesp, por meio da mostra das universidades de todo o estado de São Paulo, prossiga em outras ocasiões. Vale registrar também que o reitor, hoje, comentou que a exposição vai circular por todo o estado de São Paulo.

Eu, imediatamente, quando tivemos essa ideia, junto com o professor Enes, decidi dar todo o apoio necessário para o evento acontecer na Assembleia.

Muito obrigado a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Sr. Deputado, por gentileza, eu sou obrigado a fechar o Pequeno Expediente, mas como V. Exa. é vice-líder, o senhor pode falar pelo 82, caso assim queira. Pode ser?

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Pode ser. Já estou encerrando.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Concedo, então, pelo Art. 82, mais cinco minutos a V. Exa., pelo PT.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - PELO ART. 82 - Então, a gente vai, inclusive, convidar as outras duas universidades, a Unicamp e a USP, para fazerem isso também, para mostrar sua produção acadêmica, cultural; para mostrar que as nossas universidades são centros de excelência, deputada Bebel, que prestam um grande serviço para o estado de São Paulo.

E eu fiz questão de registrar no meu discurso, no final, que ontem praticamente todo o Brasil se mobilizou na luta contra os cortes na Educação do governo Bolsonaro e de outros governos.

Corte de verbas da educação é inadmissível. Se tiver que ter corte orçamentário, que seja em outras pastas e não na da Educação. Não tire da Educação. O governo Bolsonaro, esse governo retrógrado, está tentando aniquilar o sistema público de ensino, incluindo as universidades.

Essa exposição, que vai ficar aqui por mais de uma semana mostrando a importância da universidade pública, é uma das respostas a esse cenário. Além disso, estão à disposição da população duas carretas da Unesp para prestar assistência odontológica, oftalmológica e jurídica. Temos aqui um momento importante para divulgar o trabalho essa grande universidade, uma universidade do interior, como a deputada Beth falou no dia de hoje.

Então, parabéns a todos os funcionários, os professores, os reitores, os funcionários da Unesp, e também os da Assembleia Legislativa, por essa iniciativa. E que a gente possa repetir isso em todo o estado de São Paulo, e que outras universidades, assim como o Centro Paula Souza, possam repetir isso aqui na Assembleia e, também, no Estado, para que a população possa conhecer sua relevante atuação.

Era isso, Sr. Presidente, muito obrigado, inclusive pela tolerância de tempo.

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Cauê Macris.

 

* * *

 

A SRA. CARLA MORANDO - PSDB - Posso fazer uma comunicação, presidente?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Comunicação? Então, eu vou abrir a Ordem do Dia.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Ordem do Dia.

Para uma comunicação, deputada Carla Morando.

 

A SRA. CARLA MORANDO - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Gostaria, aqui, de agradecer a presença da nossa prefeita mirim. Nós temos em São Bernardo do Campo o primeiro parque temático. Ele tem 50 anos.

E, nós temos, lá dentro dessa cidade das crianças, eleições para a prefeitura da cidade das crianças. E, agora, nós temos aqui a nossa prefeita mirim, que é a Giovanna Antonia Macedo, que foi eleita esse ano, toma posse agora no dia 12 outubro, e tem propostas maravilhosas, que seriam boas até para nós, aqui no estado.

E, estou muito feliz por você estar aqui, Giovanna. Desejo-lhe um bom mandato, e o que precisar aqui da Casa, estou à disposição. Também quero agradecer a presença do pessoal do Aldeias Infantis, em nome do Carlos, que preside essa entidade, que eu tenho lá em São Bernardo do Campo duas casas, e a gente tem uma proximidade muito grande, desde a época em que eu fiz parte da presidência do fundo social.

Então, estou aqui hoje com esse pessoal todo, participando, conhecendo a Assembleia. E pedir para que todos os deputados que quiserem fazer emendas parlamentares para as entidades e ajudar crianças que estão em acolhimento, seria bem legal, muito importante vocês estarem indo conhecer essa casa, que é de grande valor e de grande ajuda.

Muito obrigada a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Há sobre a mesa requerimento nos termos do Art. 120, parágrafo IV, do Regimento Interno, que a Ordem do Dia seja alterada nas seguintes conformidades:

Que o item 3 - Projeto de lei 435, de 2019, passe a figurar como item 1;

Que o item 2 - Projeto de lei 511, de 2017, figure como o item 2;

E que o item 4 - Projeto de lei 226, de 2017, figure como item 3, renumerando-se os dos demais, lembrando que esse requerimento é assinado pela maioria dos líderes da Casa.

Em votação.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, deputado Campos Machado.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Para encaminhar em nome da Bancada do PTB.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem a palavra.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, nobre deputado Cauê Macris. O meu tempo está sendo contado, Sr. Presidente? Porque eu posso ser incomodado no meu raciocínio. Já estou com sinusite, e querem agravar mais ainda?

Mas sabe, deputada Márcia Lula Lia, Frank Williams, psicólogo, dizia: “não importa onde estamos, importa para onde vamos”. Esta é pergunta que eu faço aqui nesta tarde. Para onde vamos, com esse malfadado e maluco Projeto nº 435, de 2019? Às vezes, me faltam palavras, nobre deputado Massafera.

São Paulo é o maior centro de experiências científicas, de livros didáticos, uma referência na América Latina e em todo mundo. Aí eu indago, faço questão de fazer algumas considerações a respeito desse malfadado projeto. Se eu não estiver atrapalhando, deputado. Se eu não estiver atrapalhando Vossa Excelência. Eu quero dizer que a sinusite me agrava mais o ouvido. Eu não posso perder o raciocínio. Vamos lá. Quero fazer algumas considerações.

Item primeiro. A USP, a Unifesp, a Unicamp, a Santa Casa de São Paulo e Osec  foram ouvidas por nós, deputados, para resolver a questão desse projeto? O que pensam as organizações sociais, como o Einstein, Santa Catarina, Santa Marcelina, Spdm, Oswaldo Cruz, entre dezenas de outros. O que será que esse pessoal pensa sobre esse projeto? Algum deputado conversou com alguma dessas entidades?

O que pensa a Sociedade Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia? O que esse pessoal pensa? Os nossos deputados estão pensando em emendas. Alguém aqui está pensando nessa situação? Deputado Carlos Giannazi, alguém pensou em conversar com as entidades, para saber exatamente o que pensa a USP, por exemplo? Não, não interessa.

Agora, a grande pergunta ao líder do Governo, que se encontra ausente. O que pensa o governo do estado em estar inserido no SUS? O que diz o governo João Doria sobre o SUS?

Não é possível. Confesso, sinceramente... Peço que preserve meu tempo. Não é possível continuar assim. Eu não consigo raciocinar, meus deputados. Eu tenho o raciocínio curto. Eu não tenho a inteligência de vocês. Se eu tivesse a inteligência e a sensibilidade, eu estaria ótimo, mas eu não tenho. Sabe, deputado Danilo, eu não tenho essa condição que eles têm, de falar com trinta pessoas ao mesmo tempo.

Mas eu vou... Meu nobre deputado, pai da princesinha Julia, eu vou repetir. O que pensa o governo do estado em estar inserido no SUS? O governo do estado vai descumprir as diretrizes da Organização Mundial de Saúde, que são repassados ao Serviço Nacional de Saúde? Vai? Qual a possibilidade das maternidades e paternidades, deputado Conte Lopes, de atenderem a eventualidade da aprovação desse malfadado projeto?

Dizem as autoridades. Dizem as entidades. Não os partidos desta Casa. Diz quem conhece, diz quem sabe, que é preciso sempre estimular o parto normal, em todos os aspectos. A escolha nunca deve ser opção da paciente, como recomenda iniciativa  conjunta da Agência Nacional da Saúde, do HE e do Hospital Albert Einstein.

Ou eu estou ficando transtornado, deputada Márcia Lula Lia, ou estou perdendo o sentido da lógica, da racionalidade, ou estou vendo uma Assembleia decidir um assunto que não conhece. Quem aqui já esteve em contato com a Organização Mundial da Saúde? Quem foi ao Hospital Albert Einstein para indagar os especialistas? Quem leu alguma matéria a respeito da parturiente? Quem já se preocupou em defender primeiro o parto normal para depois vir à questão da cesárea?

O médico tem que ser o primeiro a ser consultado. A vontade dela tem que se basear na palavra do médico. Aqui, é o contrário. Esse projeto, por questões de Guimarães Rosa... Quem sabe o que dizia Guimarães Rosa? “Não sei de nada, mas desconfio de muita coisa.” Não sou eu que estou falando, é Guimarães Rosa quem está falando: “Não sei de nada, mas desconfio de muita coisa”.

Como Guimarães Rosa era um simples poeta, quem sabe estivesse faltando com a verdade. Eu pergunto, me digam como é que, em um país como o nosso, uma mulher vai ter um filho, fruto natural, como é que ela pode ter a opção de dizer: “Eu quero cesárea”? E o médico nada diz? Será que existe alguma indústria de cesáreas por trás e eu não sei?

Estamos aptos, os deputados desta Casa, a votar esse projeto? Que venha um deputado desta Casa... A não ser a autora, a Sra. Paschoal, que, inteligentemente e dentro do que lhe compete, está percorrendo os corredores de Brasília e de outros estados para ter apoio, o que acabo de fazer hoje. Estou recomendando, como secretário-geral nacional, que os deputados federais, deputados estaduais do partido e as câmaras municipais se coloquem frontalmente contrários a essa agressão que está sendo feita neste projeto.

Quero ver o governador responder essas questões que coloquei aqui. Daqui a pouco vamos ver a votação. “Se você não votar no meu projeto, eu não voto no seu.” É isso que está acontecendo aqui. Vamos cometer um acinte.

Deputado Luiz Fernando, o senhor é meu amigo e meu irmão, mas me desculpe. O meu ouvido é um ouvido fraco. Não tenho o raciocínio lógico e racional que os Srs. Deputados têm.

Mas dizia eu: meu Deus do céu, será que estou em uma Casa Legislativa ou em um manicômio? Exceção feita a um ou dois deputados, ninguém está a par dessa monstruosidade que pode ser votada hoje. Vocês já pensaram em votar um projeto que contraria todas as organizações de saúde do país, da América Latina e do mundo?

Deputado Giannazi, sou um advogado criminalista, um simples advogado, mas começo a imaginar: estou vendo esse caso agora, fui obrigado a pedir opiniões de um e de outro. Mas ninguém se inteirou aqui. Espere a votação. É Guimarães Rosa. Volto a dizer de Guimarães Rosa: “Não sei de nada, mas desconfio de tantas coisas”.

Sr. Presidente, não estamos fortalecendo a Assembleia Legislativa. Estamos desmerecendo a Assembleia Legislativa ao votar um projeto dessa estirpe, dessa natureza. Sou frontalmente contrário e já disse ontem: caso aprovado e caso sancionado, o PTB vai arguir - por mim, secretário-geral nacional do partido - a inconstitucionalidade. Vou aos tribunais para demonstrar que esse projeto, antes de qualquer coisa, é totalmente inconstitucional.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Sr. Presidente, quero indicar o deputado Enio Tatto, pela liderança da Minoria, para encaminhar.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra o deputado Enio Tatto.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público que nos assiste e que nos visita, não costumo falar sobre discursos de deputados da Assembleia Legislativa, mas eu acho que o nosso deputado do PSL, Douglas Garcia, está passando, há muito, de todos os limites possíveis de convivência com deputados desta Casa. E hoje ele voltou novamente a atacar.

Eu não sei como uma pessoa pode se eleger com uma votação expressiva e vir para a Assembleia Legislativa com um norte que é atacar os outros, atacar o PT, atacar o governo Lula, atacar a esquerda. A gente não se preocupa com isso porque a sociedade sabe definir o papel de cada um.

Tanto é que o PT com todas as agressões, com toda a maracutaia que está aparecendo agora, envolvendo juízes e promotores foi para o segundo turno na eleição presidencial de 2018; fez 45% dos votos; elegeu a maior bancada federal.

O Lula está preso, mas a cada dia que passa, a população tem mais clareza de tudo que foi feito para tirá-lo da disputa. É óbvio que se o Haddad fez 45% com tudo o que aconteceu, o Lula ganharia no primeiro turno.

Ganharia no primeiro turno se ele fosse candidato e o PSL com certeza teria uma bancada bem menor na Assembleia Legislativa; teria uma bancada bem menor de senadores e deputados federais no Brasil todo. A gente não precisa se defender. A população sabe muito bem reconhecer o papel do PT, do Lula e da Dilma.

É só pegarem os dados do crescimento do Brasil nos anos em que o PT governou o Brasil e fazer uma pesquisa com a população sobre qual foi o momento mais feliz, em que ela se sentiu melhor em todos os governos que passaram pelo Planalto. Com o PT havia emprego, havia renda e as pessoas viviam mais felizes.

E aí eu me preocupo, deputado Douglas, porque V. Exa. é da zona sul, nasceu lá, se criou lá, onde eu moro há 40 anos,  e eu não vi até o presente momento V. Exa. subir na tribuna e defender o seu povo. O seu povo, sobre o qual eu falo, é o pessoal lá do Buraco do Sapo, do Joaniza, do Jardim Luso, do Miriam, do Jabaquara, do Parque América, do Americanópolis, daquela região.

E lá naquela região, na zona sul, precisa de muitas coisas. Não sei se V. Exa. já teve oportunidade de visitar as escolas estaduais daquela região, como elas estão. Se V. Exa. teve oportunidade de visitar e conversar com os funcionários, com os médicos do Hospital da Pedreira, que é daquela região, onde com certeza V. Exa. deve ter parentes, familiares, pessoas que votaram em Vossa Excelência.

Não se V. Exa. sabe que quando Fernando Haddad era prefeito concluiu dois piscinões lá do Córrego do Cordeiro, e que ainda é necessário construir mais três para acabar com as enchentes daquela região. Região onde V. Exa. morava e, não sei, ainda deve ter parentes, amigos morando lá.

Será, deputado, que é do seu conhecimento a questão do transporte naquela região, das cobranças ao governo do estado do tão sonhado ramal do metrô do Jabaquara até pelo menos Diadema, da luta para que se faça a canalização do córrego Zavuvus, que foi iniciada também no governo Haddad e que foi paralisada?

Estou falando tudo isso porque é uma área carente que necessita da ajuda de todos os deputados e vereadores daquela região. E eu nunca vi V. Exa. subir na tribuna para falar sobre os problemas que a população da zona sul sofre. O que faz é o contrário: vem aqui agredir deputados, agredir o Partido dos Trabalhadores, agredir o Lula e elogiar o Bolsonaro.

O Bolsonaro, a gente está vendo: está derretendo. Ele conseguiu vulgarizar o ridículo. É um governo ridículo, que é muito ruim. Cada frase dele, cada intervenção que faz, envergonha o povo brasileiro. Ele envergonha a todos nós, aqui no Brasil e no exterior. Duvido que os deputados do próprio PSL não se sintam envergonhados pelo presidente que ajudaram a eleger. Um cara que se mete onde não tem que se meter.

Um exemplo é a fala dele sobre política externa, tomando partido no caso da Argentina. Uma fala que ajuda a candidatura de quem ele não quer ver eleito lá; quanto mais ele faz comentários sobre o assunto, mais ajuda a chapa em que Cristina Kirchner é candidata a vice-presidenta.

É uma vergonha. O PSL é um partido que juntou pessoas na última hora, antes da eleição, e que agora está sofrendo, inclusive internamente. E ele vem agredir o Partido dos Trabalhadores, que é um partido que tem mais de 40 anos, organizado. Tem os seus defeitos, mas tem um legado muito maior. A balança pesa muito mais a favor do que esse partido fez para a população brasileira.

É só fazer uma pesquisa. Se você fizer uma pesquisa em qualquer canto deste País e perguntar “qual foi o melhor presidente para você?” vai ter como resultado, de longe, o presidente Lula. E se as perguntas forem: “qual é o partido que mais fez para a população brasileira, que mais reduziu a pobreza, que mais tirou gente da absoluta miséria?”, a resposta será que foi Partido dos Trabalhadores, foi o governo Lula.

Por isso, foi feito um esforço enorme, e isso está vindo às claras agora, para impedir que Lula concorresse a presidente, porque ganharia. Foi condenado sem provas. E, embora esteja preso, vai sair, e vai organizar a população. E você pode ter certeza: se for feita Justiça, vão ser canceladas todas as denúncias contra ele, suas condenações, e ele vai ficar prontinho para concorrer às eleições, ganhar as eleições novamente e governar este País. Tenho certeza que a grande maioria do povo brasileiro espera que aconteça isso.

A gente percebe que setores do Ministério Público e da Polícia Federal - não todos, não a instituição, mas setores, algumas pessoas - juntamente com o juiz Sergio Moro, simplesmente elegeram o Bolsonaro. Um mês depois da eleição presidencial, ele já tinha renunciado ao cargo de juiz para assumir o Ministério da Justiça. Aos poucos vai sendo desmascarado, juntamente com o Deltan. A população vai percebendo isso.

Deputado, estou no meu quinto mandato e sei o quanto a população tem expectativa da nossa atuação aqui. Você vai conviver com a cobrança dos que votaram confiando no seu trabalho. Então, procure trabalhar para o povo de São Paulo, para a população da zona sul, onde você morou, viveu e conhece bem.

A pior coisa do mundo é quando o cara nasce num lugar, vive num lugar, tem o seu povo e sabe a qualidade e a necessidade de seu povo, mas se elege com a cabeça do pessoal que mora nos Jardins, no Parque Europa. Você pode deixar que esse pessoal tem quem os defenda. O que nós precisamos é defender nosso povo, aquele povo sofrido que não tem Saúde, não tem Educação, não tem Transporte. Tem uma represa, lá, que precisa ser cuidada: a Billings, a Guarapiranga, que é na sua região.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para concluir, deputado Enio.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Concluindo. E nós viemos aqui para a Assembleia Legislativa, com certeza, para defender essas pautas, e não uma pauta odiosa, uma pauta de vingança, uma pauta contra alguém. Procure fazer um mandato a favor de alguém, que é o povo necessitado da sua região.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Sr. Presidente, para encaminhar em nome da bancada do PT.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Enquanto V. Exa. se encaminha à tribuna, eu queria agradecer a presença... Hoje, estamos recebendo o amigo deputado federal Guilherme Mussi. Muito obrigado, Mussi, pela sua presença aqui na Assembleia Legislativa. Um cumprimento nosso, de todos os deputados.

Quero agradecer também a presença do senador Pedro Simon. Agradecer, Pedro, em nome de toda a Assembleia Legislativa de São Paulo, a sua participação, a sua presença aqui com todos nós.

Agradecer também aos sempre deputados: ex-presidente desta Casa Tonico Ramos, acompanhado dos deputados Faria Lima, Tonca Falseti, Luiz Carlos Neves, Jacob Pedro Neves, Getúlio. Acho que não deixei nenhum... Deixei, Tonico? Esqueci de algum deputado que está lhe acompanhando? O cerimonial me passou. Se deixei, faço essa referência. E também nosso sempre deputado, amigo Roberto Massafera.

Peço uma salva de palmas de todos os deputados aos nossos convidados. (Palmas.) Muito obrigado pela presença de todos vocês.

Passo a palavra, nesse momento, ao deputado Teonilio Barba.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos acompanha na galeria, trabalhadores e trabalhadoras desta Casa, nosso grande senador da República, lá do Rio Grande do Sul, Pedro Simon.

Subo a esta tribuna hoje para discutir, desde já, um ponto que foi tratado ontem. E é bom que tenha um deputado federal aqui; eu acabei não guardando o nome dele. É Guilherme Mussi, né? É bom que tenha um deputado federal aqui, porque ontem, na Câmara dos Deputados, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, foi tratada uma medida provisória chamada liberdade econômica. Na verdade, o nome começa com uma grande mentira, porque não é liberdade econômica; é o aprofundamento da reforma trabalhista. Aquela conquista da CLT, de 76 anos atrás, que foi atacada com a reforma trabalhista de 2017 e que entrou em vigor em 11 de novembro de 2017... Ontem, ela foi aprofundada.

E olha, deputado Major Mecca, ainda não foi aprovada como a proposta que o governo Bolsonaro queria. Veja bem: no item 1, trata-se, por exemplo, de acabar com o descanso remunerado conquistado na CLT, senador, lá em 1943, dizendo que o trabalhador poderia ter um domingo remunerado depois de sete domingos trabalhados. O relator reduziu: agora, a cada quatro domingos trabalhados, ele pode ter o descanso remunerado de um domingo. Esse é o malabarismo do governo Bolsonaro para escravizar, para massacrar, para atacar a classe trabalhadora, e atender à vontade dos empresários.

Nós temos uma lei, no Brasil, que proíbe o trabalho dos bancos aos sábados. Vem lá outro ponto que vai tratar que está liberado o trabalho nos bancos aos sábados. E olha, ainda bem que ainda é em regime de hora extra, mas pode ser compensado com folgas. É estranho, porque quem saiu discutindo e teve mais de 50 milhões de votos, 57 milhões de votos, dizendo que ia defender os trabalhadores e trabalhadoras... É só massacre aos trabalhadores.

Nós lutamos muito, senador, e eu estou me dirigindo ao senhor com muita honra, porque eu sei que o senhor acompanhou esse debate no país. Inclusive, o senhor foi senador no período do governo do presidente Lula. E os direitos trabalhistas ali foram preservados, e no governo da presidenta Dilma os direitos trabalhistas foram preservados e a luta, por exemplo, para conquistar normas de segurança, as NNs foram duras, foram grandes. Nas fábricas - eu vou dar exemplo - trabalhei cinco anos na Volkswagen e 25 na Ford, aqui São Bernardo do Campo, os metalúrgicos do ABC, nós tínhamos que fazer processo de insalubridade e de periculosidade contra as fábricas para que elas melhorassem a condição de trabalho. Só mexendo no bolso das fábricas você conseguia fazer isso. Era com os processos. E aí você ganhava um processo de 40 mil, 50 mil, 100 mil. Aí as empresas começaram a investir na melhoria das condições de trabalho.

Nessa nova liberdade econômica, a grande mentira aprovada pelos deputados federais, com 345 votos, lá no passado foram 297 votos em 2017 a favor da Reforma Trabalhista, onde foi um roubo e um assalto ao direito dos trabalhadores para entregar na mão dos empresários. Mas agora precisa aprofundar na liberdade econômica. Então, está propondo revogar 25 normas que tratam de segurança dentro das fábricas, dentro dos locais de trabalho.

Eu fui do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, eu fui Cepeiro, senador, depois fui membro da Comissão de Fábrica, depois fui diretor do sindicato. No estado de São Paulo, em 2001 e 2002, nós conseguimos negociar com as indústrias de prensas aqui no estado de São Paulo uma convenção coletiva de prensas, de proteção individual e coletiva. Então, todas as empresas que assinam o acordo com as federações de trabalhadores aqui no estado de São Paulo, independentemente da central, elas assinam a convenção coletiva de prensas de proteção individual e coletiva, onde a mão do trabalhador não fique exposta. Isso evitou milhares e milhares de acidentes aqui no estado de São Paulo. Com certeza a liberdade econômica que estão dando  para os empresários é exatamente para ir retirando esses direitos.

Então, governo do Jair Bolsonaro, é um governo a serviço dos empresários, a serviço dos latifundiários, a serviço dos fazendeiros deste país. Está se aprovando aqui agora quase que uma coisa: a liberdade, uma liberdade de praticamente se escravizar o trabalho. Poucos trabalhadores neste país são organizados em sindicatos e sindicatos que são combativos, como os metalúrgicos do ABC que cria as condições de trabalho, que negocia as condições de saúde e meio ambiente, convenção coletiva, salários, planos de cargos e carreira e outras coisas mais.

A maioria dos trabalhadores do Brasil, dos 32.800.000 trabalhadores com carteira assinada no Brasil hoje, poucos deles têm organização sindical suficiente para se defender da força patronal. Não existe equilíbrio nas relações de trabalho, não existe quem media isso. O que vai prevalecer? O patrão vai convocar para trabalhar aos domingos e o trabalhador não pode dizer não, porque se disser não vai ser demitido. E nós vimos isso na Volkswagen, nós vimos isso na Ford, na Mercedes, na Scania, nós vimos isso no ABC, talvez, o polo sindical, o operário mais organizado do país. O trabalhador é convocado, deputado Estevam Galvão, para fazer a hora extra, para ficar das quatro horas até às oito horas. Se não ficasse, no outro dia estava demitido. O trabalhador era convocado para trabalhar no sábado em regime de hora extra. Se não fosse era demitido. E nós conseguimos romper isso romper isso, nós conseguimos derrotar isso no mesmo período em que nós lutamos para derrotar o período cinzento da Ditadura Militar.

O governo Bolsonaro, eu quero ver os deputados e as deputadas do PSL e os deputados e deputadas que votaram lá em Brasília, a favor dessa liberdade econômica, andar depois nas empresas para falar com os trabalhadores que os patrões estão certos, que tem que convocar eles para trabalhar aos domingos e eles têm que obedecer.

E dizer que é da base de apoio, deputado Freitas, do Bolsonaro. Como o PSL está virando base de apoio do governo João Doria aqui no estado de São Paulo. Não todos os deputados. Tem dois ou três aí que estão escapando, mas o restante está virando base governista do João Doria aqui no estado de São Paulo.

Então nós vamos ter muita denúncia para fazer. Esse governo Bolsonaro é um desastre. Ainda não estou nem entrando na questão do laranjal que se formou, não estou entrando no debate da Wal do açaí, da Nathalia Queiroz, a personal trainer. Não estou entrando no debate dos laranjais, dos laranjas.

Estou dizendo de uma coisa que ele encaminhou através do banqueiro Paulo Guedes, que está a serviço dos banqueiros. Aliás, escola atrasada, porque ele é formado em economia na Escola de Chicago, que é uma escola atrasada no mundo. Os economistas sabem disso. Existem outros modelos de escola muito mais avançados, progressistas que o modelo da Escola de Economia de Chicago.

A serviço de quem estão esses caras? A serviço de quem estão esses deputados? Trezentos e quarenta e cinco deputados. Aprovaram o conjunto de medidas de liberdade econômica, que tem quatro, oito artigos. Alguns eu diria que são discutíveis, acho que seria possível fazer. Mas a intenção clara era aprovar o número um.

Do que trata o Art. 1º, que foi aprovado ontem? Diz lá, de maneira muito clara, o Item nº 1. Mantém o repouso semanal remunerado de um domingo a cada quatro semanas. Você trabalha quatro domingos e, depois de quatro semanas, você descansa um domingo.

Essa vai ser a verdadeira escravidão do trabalho, dentro de uma norma legalizada por um presidente da República que mentiu não foi para 58 milhões, não. Dos 58, ele mentiu para uns 20 milhões de trabalhadores que votaram nele. Uma parte são os ricos mesmo, os empresários que votavam nele e querem tornar este País, ainda, um celeiro de trabalho análogo a trabalho escravo ou o próprio trabalho escravo.

Então nós vamos ficar denunciando aqui desta tribuna. Eu vou desafiar os deputados do PSL, que são do partido dele, para subir aqui para defendê-lo, para defender essas medidas, não para defender o Bolsonaro. Venham aqui, leiam ponto a ponto e defendam. Como vocês têm que defender no estado o governo João Doria. Porque aqui tem um vício...

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para concluir, deputado Barba.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Na Legislatura passada nós passamos quatro anos aqui. A oposição sobe todo dia na tribuna, fala, denuncia e a base aliada assiste quietinha, de maneira cordeira, ordeira, tranquilamente, todos eles afetados pelos perfumes do Palácio morumbiano, ficam quietinhos e dizem “sim” a tudo o que o governo do estado de São Paulo faz.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Em votação o requerimento. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Requerer uma verificação de votação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É regimental o pedido de Vossa Excelência. A partir deste momento vamos proceder à verificação de votação pelo sistema eletrônico. Estamos fazendo soar o sinal intermitente por quatro minutos para que as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que não se encontram em plenário tomem conhecimento da votação que se realizará.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, quero declarar obstrução da bancada do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSOL está em obstrução.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Sr. Presidente, para colocar o PT em obstrução.

 

 O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PT está em obstrução.

 

O SR. DANIEL SOARES - DEM - Sr. Presidente, colocar o Democratas em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Democratas está em obstrução.

 

O SR. SEBASTIÃO SANTOS - PRB - Sr. Presidente, para colocar o PRB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PRB está em obstrução.

 

A SRA. CARLA MORANDO - PSDB - Presidente, colocar o PSDB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSDB está em obstrução.

 

O SR. MARCOS DAMASIO - PL - Para colocar o PL em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PL está em obstrução.

 

O SR. MAJOR MECCA - PSL - Pala colocar a bancada do PSL em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - PSL está em obstrução.

 

O SR. BRUNO GANEM - PODE - Sr. Presidente, o Podemos está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Podemos está em obstrução.

 

O SR. HENI OZI CUKIER - NOVO - Sr. Presidente, para colocar o Novo em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Novo está em obstrução.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - Sr. Presidente, para colocar o PSB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSB está em obstrução.

Eu gostaria, neste momento, de abrir os terminais eletrônicos para que os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas possam registrar os seus votos.

 

O SR. JORGE CARUSO - MDB - Sr. Presidente, o MDB está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O MDB está em obstrução.

 

O SR. MARCIO NAKASHIMA - PDT - Sr. Presidente, o PDT em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PDT está em obstrução.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, Coronel Telhada.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Para colocar o Progressistas em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Progressistas está em obstrução.

 

O SR. ROBERTO MORAIS - PPS - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, Roberto Morais.

 

O SR. ROBERTO MORAIS - PPS - Para colocar o PPS em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PPS está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, participaram do processo de votação 69 Srs. Deputados, sendo 67 votos  “sim”, um “não”, este presidente não vota, quorum suficiente, que aprova o requerimento de inversão da Ordem do Dia.

Item nº 1 - Votação adiada do Projeto de lei nº 435, de 2019. Em votação.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Sr. Presidente, para encaminhar pela liderança da Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem a palavra para encaminhar a votação do substitutivo apresentado pelo congresso de comissões.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caros deputados, pessoas que nos assistem no plenário, pessoas que nos acompanham pela TV Assembleia, o que nos traz aqui, neste momento, é o debate do Projeto de lei nº 435, da deputada Janaina Paschoal.

É um projeto de lei que, aos nossos olhos e aos olhos de muitos juristas, é um projeto inconstitucional. Portanto... Sr. Presidente. (Pausa.)

 

* * *

 

- O Sr. Presidente faz soar a campainha.

 

* * *

 

É um projeto inconstitucional. Portanto, do nosso ponto de vista, em sendo esse projeto de lei aprovado no dia de hoje - e me parece que esse é o caminho que foi pavimentado pelos acordos que foram feitos e ele deve ser votado no dia de hoje -, ele será objeto de arguição por vários deputados e deputadas desta Casa. Inclusive, solicito que aqueles que não têm disposição de votar favoravelmente a esse projeto, depois se reúnam para que a gente possa deliberar, pois entendo que esse projeto de lei fere o ato médico, interfere no ato médico.

É um projeto de lei que diz para o médico o que ele tem que fazer. É como se eu chegasse diante de um médico gastroenterologista porque estou com dor na minha barriga - e meu marido é gastroenterologista -, eu chego e digo assim: “Olha, estou com dor na minha barriga”. Aí o médico diz: “A senhora está com apendicite”. Eu digo para ele: “Não, estou com pedra na vesícula. Quero que você me opere de pedra na vesícula e não de apendicite”. É isso que significa esse projeto de lei. A paciente vai chegar para o doutor e vai dizer o que ela quer que o doutor faça.

Então, do nosso ponto de vista, interfere no ato médico, interfere, viola o direito do médico de decidir o que ele vai fazer em relação à parturiente. Portanto, é um projeto que fere a lei, uma lei federal que se propõe a estabelecer que são os médicos que devem diagnosticar, indicar e trabalhar na perspectiva da cura dos seus pacientes. Neste caso, esse projeto de lei permite que a gestante opte pela cesárea independentemente de indicação médica.

Pode levar, inclusive, a um aumento de partos cesarianas pelo SUS, que já é extremamente alto no nosso País. O Brasil é o segundo país que mais realiza cesarianas. Enquanto a Organização Mundial da Saúde diz que temos que fazer em torno de 10% de cesarianas em relação aos partos normais, nós fazemos aqui no Brasil mais de 55% de partos cesarianas.

Portanto, vai totalmente na contramão do que estabelece a Organização Mundial de Saúde, do que estabelece... (Pausa.)

 

* * *

 

- O Sr. Presidente faz soar a campainha.

 

* * *

 

É totalmente contrário ao que estabelece os conselhos de medicina e também absolutamente contra o Ministério da Saúde. O Ministério da Saúde lançou uma campanha, há pouco tempo, parece-me que em março deste ano, pedindo que se reduza o número de intervenções cirúrgicas desnecessárias, porque entende o Ministério da Saúde que nós devemos garantir políticas que ampliem a assistência e garantam um atendimento adequado. As mulheres são as maiores usuárias do SUS, e precisamos garantir acesso integral.

Em relação à ação para coibir a realização de cesáreas desnecessárias - isso que eu estou lendo é a orientação do Ministério da Saúde, agora do dia 8 de março -, essa iniciativa vem ao encontro do fortalecimento de boas práticas para o parto normal. Portanto, nós estamos votando um projeto de lei que vai contrariamente ao que determina a Organização Mundial de Saúde, ao que determina o Ministério da Saúde, ao que determinam os conselhos regionais.

Não há ninguém que defenda que se faça uma intervenção cirúrgica desnecessária, repito, uma intervenção cirúrgica desnecessária. O correto seria que trabalhássemos na perspectiva da melhoria das condições da mulher, para que ela fizesse o parto humanizado, para que ela tivesse direito a anestesia, para que ela tivesse direito a um tratamento humanizado, para que ela fosse acolhida de forma correta, mas não.

No dia de hoje, nós estamos votando aqui um projeto de lei que vai na contramão da história, que vai na contramão dos países desenvolvidos, que vai na contramão do Ministério da Saúde, que vai na contramão da Organização Mundial da Saúde, que vai na contramão, deputado Enio Tatto, do que determinam as Comissões de Direitos Humanos da Mulher Advogada, da Igualdade Racial, da Diversidade Sexual e da Ordem dos Advogados Brasil.

 Foi divulgado um documento oficial a respeito desse Projeto de lei nº 435, demonstrando que o projeto não atende, repito, o projeto não atende as disposições do Art. 219 da Constituição do Estado de São Paulo, bem como do Art. 196 da Constituição Federal. Segundo as comissões, a proposta já está disciplinada pela Lei estadual nº15759, de 2015.

Portanto, esse projeto é inconstitucional e, sendo inconstitucional, ele será oportunamente submetido a uma ação direta de inconstitucionalidade. Nós faremos questão de protocolizar essa ação, para que a Justiça decida sobre a inconstitucionalidade ou não dessa lei que esta Casa está hoje... Que talvez seja aprovada, acredito eu que será aprovada.

Segundo as comissões da Ordem dos Advogados do Brasil, esse projeto de lei fere constitucionalmente o Princípio da Economicidade, pelo motivo de que a cesariana implica maior tempo de internação e prescrição de medicamentos, além de ser uma intervenção cirúrgica desnecessária. Portanto, todos os órgãos oficiais têm aí manifestado contrariedade à aprovação desse projeto de lei.

Além disso, esse projeto de lei também contraria o Princípio da Autonomia, porque limita a divulgação por placas nas maternidades de uma única opção de parto. Então, além de tudo aquilo que já foi dito pelas minhas antecessoras em dias anteriores ao dia de hoje, nós estamos diante de um projeto de lei que fere em vários quesitos a constitucionalidade, porque fere a Constituição Estadual e fere a Constituição Federal.

Fere também uma lei federal, porque interfere no ato médico, porque decide pelo médico o que o médico vai fazer. Não é mais o médico quem decide se aquela paciente precisa ou não fazer uma cesariana, agora a pessoa vai chegar, viu deputado Barba, e vai dizer assim: “Eu quero e ponto final, eu quero e acabou”. Vai fazer bonitinho, bater o pezinho e vai dizer “Eu quero”, e aí o médico vai ser obrigado, porque há uma lei ou ele será punido porque ele está descumprindo a lei. É disso que se trata esse projeto de lei, o PL 435, e nós somos absolutamente contrárias. Também o Conselho Regional de Enfermagem se manifestou contrariamente a esse projeto de lei.

A Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo também se manifestou contrária. O Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo, o Cosem/SP, também se manifestou contrário.

O Núcleo Especial da Defensoria Pública, o Nudem, também de manifestou contrário. Ou seja, todos aqueles que militam na questão do atendimento às mulheres, do atendimento obstétrico, são contrários a esse projeto de lei.

Portanto, eu rogo aos nossos colegas deputados que antes de decidirem pelo “sim”, que pensem o que significará esse projeto de lei para o estado de São Paulo, tanto do ponto de vista do aumento das despesas, quanto do ponto de vista da morte de muitas mulheres, que nós teremos por conta das consequências da desnecessidade de que as mulheres sejam submetidas a intervenções cirúrgicas desnecessárias. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Para indicar a deputada Beth Sahão para encaminhar em nome da liderança da bancada.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, eu quero agradecer a presença do Ondhas, cujo presidente é o Zacarias, que está em apoio ao PL 251, que defende o sigilo dos dados dos agentes de Segurança Pública. É imprescindível para que não se repita o que aconteceu com o cabo Fernando, que foi morto na porta de casa.

E só não morreram as filhas, porque naquele dia ele não as levou para a escola. Obrigado, Zacarias, todo o grupo do Ondhas. E pode ter certeza de que nós vamos lutar até o fim para conseguir passar esse projeto de lei, que é importantíssimo para a nossa categoria. Obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Com a palavra a deputada Beth.

 

A SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - Sr. Presidente, deputados e deputadas desta Casa, público da galeria, telespectadores que nos assistem. Antes de entrar nesse debate mais uma vez, nas inúmeras vezes que eu ocupei esta tribuna para falar sobre esse projeto, que não só no meu entendimento, mas no entendimento de médicos absolutamente especializados na área de Ginecologia, na área de Obstetrícia, enfermeiros obstetras, doulas, todos aqueles que lidam com essa realidade nos dia a dia das suas profissões, negando a possibilidade de que a realização do parto cesárea seria uma libertação da mulher; a realização do parto cesárea seria a autonomia da mulher.

E eu quero, antes de entrar nesse assunto, falar um pouco sobre as bobagens que às vezes são escritas em redes sociais. Logo que nós fizemos o debate na semana passada, no dia seguinte a autora do projeto colocou na sua rede social que as mulheres esquerdistas da Assembleia Legislativa eram mulheres que defendiam o aborto, fazendo uma afirmação que em absoluto não corresponde com a nossa trajetória e com a nossa história de vida.

A trajetória das mulheres de esquerda, desde quando eu me reconheço enquanto tal e que atuo também, é uma trajetória para lutar por instrumentos que sempre buscaram igualar a condição da mulher e do homem, entre eles posso citar alguns: a existência de creches no serviço público; a existência de creches na iniciativa privada; a instalação de delegacias de defesa da mulher, que foi uma luta que me lembro muito bem - ainda estudante participava para instalar em várias cidades do interior do estado; a elaboração de leis que pudessem garantir à mulher o recebimento do mesmo salário quando realiza as mesmas tarefas em relação aos homens; a denúncia de estupros; a denúncia de violência; a denúncia de agressão, inclusive a violência obstétrica, que é denunciada pelas mulheres de esquerda.

As mulheres de esquerda sempre foram responsáveis por lutas muito grandes e por avanços e conquistas importantíssimas em relação às mulheres em todos os aspectos. Inclusive na Saúde.

Portanto quero deixar o nosso protesto em relação a frases que são colocadas em redes sociais, de deputadas e deputados desta Casa muitas vezes, culpando e apontando o dedo de uma forma irresponsável por quem de fato está lutando para melhorar a condição da mulher como um todo. Em especial no momento do parto, da escolha do parto.

É uma grande ilusão achar que, quando a mulher entrar numa maternidade e encontrar uma placa escrita assim: “Nesta maternidade realiza-se cesariana através do serviço público de Saúde” - que isso vai dar uma grande autonomia da mulher.

A gente sabe que isso não é verdadeiro. A gente sabe que os números apontados por todos aqueles que fazem levantamento sobre as condições de parto e sobre o que acontece às mulheres que são submetidas à cesariana são muito ruins.

Só a questão da mortalidade de mulheres, há três vezes mais chances das mulheres morrerem quando são submetidas à cesárea sem necessidade. A cesariana é uma indicação médica, em caso de necessidade.

Ela não pode e não deve ser utilizada quando não há necessidade. Sabem por que as mulheres têm medo no momento do parto e ficam desesperadas para optar pela cesárea?

Porque há pouca orientação. Porque não há acompanhamento. Porque o pré-natal é deficiente na rede pública de Saúde. Porque não há humanização do período da gestação como deveria ser e como, inclusive, leis que foram aprovadas por esta Casa deveriam ter sido implementadas. Até hoje o Governo do PSDB não implantou.

Mas pode ter certeza que, por acordos feitos sei lá onde, esse projeto que passará aqui vai ser sim sancionado. Vocês não tenham dúvida disso.

Hoje, ainda, a presença do secretário estadual de Saúde, com quem conversei no período da manhã, na CPI da Furp. Pelo que entendi, pelo constrangimento quando ele foi me responder a respeito se esse projeto será sancionado ou não pelo governador, senti que será sancionado. Senti que será sancionado.

Mas espero que haja responsabilidade por parte dos técnicos da secretaria. E que, ao fazer a regulamentação da lei, que, pelo menos, levem em conta.

E consigam fazer uma unificação de uma lei que foi aprovada aqui, de humanização do parto, em 2015, com essa que, no nosso entendimento, é apenas uma lei que vai dar ainda mais poder ao ato médico, desconsiderando a vontade da mulher. Desconsiderando a vontade de profissionais - aliás, a vontade não, a orientação - de profissionais que são responsáveis com esse momento.

Que sabem que vão estar cuidando da Saúde da mulher e do futuro bebê. Que sabem que o bebê nascido de cesárea pode ter, na sua saúde futura, problemas muito maiores do que o nascido no parto normal. Entre eles, por exemplo, a asma. Entre eles, a possibilidade de pegar mais infecções do que no parto normal.

Porque, no parto vaginal, ele é imediatamente acompanhado do aleitamento. E o aleitamento, como eu já disse aqui em vezes anteriores, é importantíssimo. E, ao nascer do parto normal, a criança imediatamente já é colocada para fazer a sucção. E já recebe o primeiro alimento da sua vida que é o colostro, que é importantíssimo para a formação dos seus anticorpos.

Essa é a realidade. Não há nenhuma evidência científica. Nenhuma. Nenhum lugar, até hoje, nesses quase três meses que fizemos a discussão aqui... Aliás, uma discussão enviesada. Aliás, um projeto que nunca vi, na minha trajetória interna na Assembleia, um projeto que tramitou em regime de urgência e que desprezou, por exemplo, o debate na Comissão de Saúde. Que deveria ter tido um debate na Comissão de Saúde. Que deveria ter tido mais audiências públicas, chamado mais mulheres, com a presença, inclusive, da deputada que é autora desse projeto. Não é para não ter a presença; é para ter a presença, sim. Todos aqueles que vieram aqui, os poucos que vieram para defender esse projeto não conseguiram, em nenhum momento, apresentar números que fossem convincentes da realização do parto cesárea no que diz respeito à autonomia, à saúde da mulher e à saúde do seu bebê.

Portanto, nós temos, hoje, que dizer que nós vamos votar “não” a este projeto. Já sabemos que vamos perder; não temos dúvida a esse respeito. Mas sabemos também que lutamos e vamos cair em pé. E não caímos ainda porque nós temos vários procedimentos que poderão ser adotados para impedir que esse projeto possa ser implementado. Sabe por quê? Quero deixar muito claro: porque nós defendemos a soberania da mulher, porque nós defendemos a autonomia da mulher.

E, por isso mesmo, ao fazer essa defesa, entendemos que ao colocar a prática da cesárea para uma mulher que está no momento mais frágil da sua vida, que está no momento mais vulnerável da sua vida, que está sentindo dor e que o Sistema Único de Saúde, a rede pública de Saúde não lhe oferece nenhuma analgesia... O que nós deveríamos estar discutindo, aqui, seria a analgesia desse procedimento. Como que a gente pode fazer para ter médicos anestesistas 24 horas na rede pública de Saúde, para atender às parturientes.

Algo que a gente esquece: “Não, deixa para lá; vamos deixar a mulher dar à luz com aqueles profissionais que estiverem disponíveis na rede pública”. E não é assim; as mulheres não deveriam ser tratadas dessa forma, sobretudo as gestantes que precisam de um pré-natal decente, digno, com toda a orientação e informação possível. E a parturiente, no momento do nascimento, precisaria ter toda a estrutura adequada para o nascimento do seu filho.

Essa batalha não se encerra aqui. Nós teremos continuidade dela; nós teremos outros debates. Faremos novos debates, mesmo depois de aprovado esse projeto hoje, que nós, mais uma vez, eu digo que vamos votar contra. E vamos votar contra porque entendemos que somos responsáveis com a saúde da mulher. E vamos continuar nessa mesma batalha, nessa mesma luta para poder fazer com que a soberania da mulher possa encontrar, no sistema de Saúde Pública, todas as condições necessárias para ela poder ter um parto normal, um parto saudável que cuide dela e que cuide bem do seu bebê.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, quero indicar a deputada Erica Malunguinho para encaminhar pela liderança do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está indicada a deputada Erica. Tem a palavra.

 

A SRA. ERICA MALUNGUINHO - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a “todxs”. Primeiro, eu gostaria de pedir um minuto de silêncio pela morte da intelectualidade, da humanidade, a partir das palavras que a gente é obrigada a ouvir aqui nesse plenário. Coisas absurdas que são ditas, por exemplo, por deputados como Douglas Garcia.

 

* * *

 

- É respeitado um minuto de silêncio.

 

* * *

 

Infelizmente, é um show de horrores ter que ouvir coisas tão violentas, de qualquer lugar. É o mínimo de civilidade que se pede. É o mínimo de civilidade nas relações entre pessoas. Eu o ouvi simplesmente dizendo palavras que eu não tenho nem coragem de dizer aqui; que da boca da deputada Márcia Lia saíam fezes. Eu não acredito que eu ouvi isso aqui. Mas enfim, isso só justifica o comportamento agressivo, violento que essa pessoa insistentemente elabora aqui nesse plenário. Acho muito triste que tenhamos que conviver com isso. Acho mais triste ainda saber que existem pessoas que se sentem representadas desta forma. Tenho absoluta certeza que as pessoas que votaram neste cidadão desconhecem completamente essas atitudes violentas e absolutamente gratuitas. Enfim, sigamos...

Quero reiterar aqui que está aberto um processo por quebra de decoro parlamentar que corre nesta Casa no Conselho de Ética. Eu acho que isso tem que ser muito bem avaliado e outras falas correntes que acontecem aqui na hora de fazer esse tal julgamento.

Mas enfim, eu vim aqui falar a respeito do PL  da deputada Janaina Paschoal. Enfim, quero aqui dizer que não existe nenhum posicionamento contrário à pessoa, ou à figura da deputada, mas sim um posicionamento firme e contrário em relação a esse projeto de lei que é, sim, uma publicidade do parto cesário. E quero solicitar dos deputados, porque eu conversei com muita gente e sei que muita gente não tem, infelizmente, e não foi buscar conhecimento sobre o que significa esse projeto.

A gente já tem uma lei estadual nesta Casa que cobre absolutamente tudo que é necessário em relação ao parto. É o projeto do deputado Carlos Bezerra, PL 712/2013. Está aqui escrito num projeto do deputado Carlos Bezerra: “Garantir à gestante o direito de optar pelos procedimentos eletivos, resguardada a segurança do parto, lhe propicie maior conforto e bem-estar, incluindo procedimentos médicos para alivio da dor, a oportunidade de escolha dos métodos natais” – repito: a oportunidade de escolha dos métodos natais - por parte da parturiente, sempre que não implicar risco para a sua segurança ou do nascituro. O fornecimento de informação à gestante ou parturiente, assim como o pais, sempre que possível, dos métodos e procedimentos eletivos. Na hipótese de risco à saúde da gestante ou nascituro o médico responsável poderá restringir as opções de que se trata esse artigo.

As disposições de vontades, constantes do plano individual do parto, só poderão ser contrariadas quando assim o exigirem a segurança do parto, ou a saúde da mãe ou do recém-nascido.

A administração estadual publicará periodicamente dados estatísticos atualizados sobre as modalidades de partos e os procedimentos adotados por opção da gestante.”

Ou seja, deputada Janaina, o projeto que está em questão de escolha, já existe. Quando a deputada Damaris vem aqui nesse plenário para defender a escolha, porque é importante a escolha, e não traz números que demonstram esse lugar de escolha, há um equívoco absoluto, porque política pública se faz com números, sim. É necessário ter estatística, sim. E a estatística corrente é que no sistema público de saúde 40% dos partos são cesáreas e 60% são normais. Isto é, já existe a escolha. Essa lei que está em vigor já oferece a opção de escolha.

O projeto da deputada Janaina divulga e incentiva, sim, uma modalidade de parto que todos os organismos, todos os órgãos de Saúde querem reduzir. É desnecessário. A questão é que é desnecessário. Não há motivo pelo qual essa Casa aprove um projeto que não traz benefício algum à questão da natalidade em São Paulo, quiçá do Brasil.

Já existe uma lei que está vigente. Eu gostaria que nós aqui desta Casa olhássemos essa lei com atenção ao invés de achar que estamos inventando a roda. E muito pelo contrário, a mensagem que se dá, a partir desse PL, é sim, uma mensagem que aumentará e implicará num aumento de parto cesáreo, sim, que faz com que a mulher tenha mais riscos. Não há necessidade de este projeto passar por esta Casa.

Bom, era basicamente isso que eu queria dizer, deputada Janaina. Não é objetivamente contra você, mas é objetivamente contra esse posicionamento.

Acho muito triste também quando a gente acaba lendo nas redes sociais que se faz uma associação entre nós, que defendemos a escolha e a vida da mulher e da criança, se faz uma associação em relação ao aborto. Isso é uma desonestidade intelectual. Você, como intelectual e professora, deveria saber que alhos não se confundem com bugalhos. A discussão sobre aborto não caminha em nada pela discussão sobre o direito de escolha da mulher pela via de parto. Eu acho isso desonesto.

Acho também desonesto que, quando estava nas redes sociais, tenha dito lá “porque as deputadas do PT, do PSOL e do PCdoB não olham para as mulheres pobres”. Isso é um absurdo, porque, por mais que eu tenha dito constantemente aqui que entre esquerda e direita eu sou negra, eu posso dizer uma coisa para você: as deputadas e os deputados de esquerda são, sim, a favor da vida. Eu nunca vi ninguém aqui da esquerda falar sobre morte. Nunca vi ninguém aqui da esquerda ficar falando sobre o aumento de uso de armas, sobre práticas de violência, enfim, de assassinatos.

Acho que isso precisa ser reconfigurado, porque, inclusive, a noção de esquerda no Brasil é muito equivocada. A esquerda no Brasil, o que se pratica em termos de esquerda no Brasil, a direita internacional faz a mesma coisa. Então, assim, existe um descompasso.

A direita aqui no Brasil é um descalabro em relação ao que é a direita internacional. Um exemplo muito explícito disso é a Fox News, que é um veículo de extrema-direita que ajudou a eleger Trump e fala horrores do presidente eleito Bolsonaro, coisas que vocês deveriam ter vergonha de dizer aqui, coisas que a gente deveria ter vergonha de dizer aqui, mas que, felizmente, os olhos do mundo e de qualquer pessoa que tenha alguma racionalidade conseguem perceber que esse cara que foi eleito de forma equivocada, que é uma mente vazia e perversa não se configura nem com o que pode ser chamado de direita.

Aquilo ali está fora da casa, está fora de qualquer critério, de qualquer noção política, porque aquela prática bonachona de fala e de construção política não deveria estar em curso. Eu me sinto absolutamente uma coitada por ter que subir aqui para falar daquilo que nem significa política. Aquela coisa que está no poder nem significa política. Aquilo ali não significa absolutamente nada.

A pena é que esse nada, além de ser um sujeito vazio, é perverso. Além de ser vazio e perverso, é um orador extremamente equivocado, extremamente violento, que se configura no posicionamento de deputados como Douglas Garcia. Você olha uma figura como esse presidente eleito e observa o deputado Douglas, você encontra uma similaridade.

Mas tem uma coisa para dizer e finalizar isso. Por enquanto, ele pode ter as canetas. Por enquanto, muita gente de poder que é nefasta pode ter a caneta, mas o povo brasileiro, a população preta, as mulheres e o povo LGBT, a gente tem história. Eles têm as canetas, mas nós temos a história.

É isso.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - Para encaminhar em nome do PSB.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSB tem a palavra para encaminhar.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, prezados colaboradores da Assembleia, senhoras e senhores que nos honram com suas presenças, telespectadores da TV Assembleia, eu só queria dizer o seguinte: é um projeto difícil, defensável sob ambos os aspectos, mas é preciso que a gente esclareça definitivamente alguns pontos.

Eu vejo bastante incrédulo se dizer que nós precisamos defender a mulher e o direito de escolha da mulher impedindo que ela faça o pedido da cesariana.

Uai, eu não estou entendendo que autonomia é essa, que você proíbe a mulher de opinar a respeito da coisa mais importante da vida dela, que é quando ela vai dar à luz. Não tem nada mais importante do que isso para uma mulher.

Mas, nesse momento, ela tem que ficar caladinha, porque ela não entende nada. Quem entende são as associações de médicos, são as associações não sei de quê. Eu até gostaria que essas associações entendessem mesmo de alguma coisa para proibir os médicos fazerem o que fazer: cobrar, ganhar por trabalhar 80 horas, de trabalhar só dez, seis, e outras coisas mais.

Agora, o que eu cheguei à conclusão é o seguinte: aonde está dito que a mulher terá que fazer cesariana aqui? Não está. Pelo contrário, aqui está dito taxativamente: "a cesariana, a pedido da parturiente, só será realizada a partir de 39 semanas, após a parturiente ser conscientizada e informada acerca dos benefícios do parto normal e riscos de sucessivas cesarianas."

E, depois, diz o seguinte: "A decisão deverá ser registrada em termo de consentimento livre, esclarecido e elaborado em linguagem fácil, de fácil compreensão", e mais, "na eventualidade da opção da parturiente".

Então, a parturiente chega lá e fala: "Eu quero fazer parto normal". E o médico, ele é que vai dar a última palavra. Ele pode dizer: "Não vou fazer cesárea". Está dito aqui: "Na eventualidade de a opção da parturiente pela cesariana não ser observada...". Portanto, ela optou pela cesariana, e não vai ser feita a cesariana. "Ficará o médico obrigado a registrar as razões".

Foi dado um exemplo aqui que tem maternidade, que tem fio não sei do que, que tem isso, que não tem fio, que não tem, e pá, pá, pá, fazer a cesárea, e costurar. Ora, meu Deus do céu, se não tem, fala lá, "não fiz a cesariana porque não tinha condição de ser feita".

É fácil. O hospital que não tiver condição de fazer não faz. Agora, minha gente, sabe o que esse projeto me faz lembrar? Do seu Antônio Coraça. O seu Antônio Coraça era um cidadão muito forte, um italianão daqueles vermelhos, carregava os engradados de pinga que ele fabricava, tal, e ele era o ortopedista da cidade.

Todo mundo que quebrava a perna e que quebrava o braço ia ao Antônio Coraça. O médico ortopedista da cidade, coitado... Acho que nem tinha, porque, se tivesse, morria de fome. Todo mundo ia ao Antônio Coraça.

Aí, ele punha, meu caro Enio Tatto, uma "tauba" desse lado e uma "tauba" desse lado, que é tábua, não é? Uma "tauba". E amarrava. Como? Exatamente. E sarava a maioria dos pacientes.

É isso que nós queremos? É o não progresso? Será que a cesariana foi um retrocesso? Será que é mais gostoso, principalmente para a mulher que sofre, sofre, sofre, sofre, sofre, para dar à luz, do que fazer a cesariana?

Eu tenho três filhos que nasceram de cesariana, e são ótimos, felizes, maravilhosos, fantásticos. Eu acho que está havendo aqui um preconceito, minha gente. Nós estamos fazendo tempestade em copo d'água. Tem coisas muito mais importantes para se ver na Saúde do nosso País.

A Saúde do Brasil está falida, quebrada, arrebentada. São pouquíssimos os municípios que tratam convenientemente.

Então, para não me estender: a cesárea, inquestionavelmente, foi uma evolução. Ou foi uma involução? Ou é melhor só ter parto normal, mesmo em caso de verdadeiros suplícios a que a mulher é submetida?

Não é, minha gente. Não é. Esse projeto resguarda a palavra final do médico e assegura o respeito à mulher. Ela tem que ter esse direito, senão ela vai voltar ao tempo da escravidão: "Não, você não apita aqui. O que vai acontecer com a sua barriga, e com o seu filho que vai nascer, eu é que decido."

Está errado. Por isso, voto a favor desse projeto com muita tranquilidade, certo de que ele é uma evolução. (Palmas.)

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, deputado Campos Machado.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB -  Para encaminhar em nome do PTB.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra o deputado Campos Machado.

 

O SR. CEZAR - PSDB - Sr. Presidente, gostaria de fazer uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem a palavra enquanto o deputado Campos Machado se dirige à tribuna.

 

O SR. CEZAR - PSDB – PARA COMUNICAÇÃO - Ali se encontra o vereador, ex-presidente da Câmara de Barueri. Levanta aí, por favor, abençoado. Carlinhos.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Agradeço, em nome da Assembleia Legislativa, o convidado do deputado Cezar, o vereador. Peço uma salva de palmas aqui de todos os parlamentares e passo a palavra ao deputado Campos Machado. (Palmas.)

 

O SR. CAMPOS MACHADO – PTB – Sr. Presidente,  primeiro eu quero resguardar o meu tempo. Eu não começo enquanto eu não tiver silêncio aqui neste plenário aqui na frente.

Sr. Presidente, caminhando pela minha sinusite, eu quero lembrar uma vez mais o poeta Mário Quintana. Pena que o senador não esteja aqui agora. Diz o poeta Mário Quintana: “eu não sei de nada, mas desconfio de tudo” Ah, se Mário Quintana estivesse aqui, neste plenário, nesta tarde, caminhando para noite. Eu iria abraçá-lo, cumprimentá-lo pela profundidade do pensamento de Mário Quintana.

Sr. Presidente, eu fiquei um tanto quanto triste, depois que o meu irmão, o deputado Barros Munhoz fez, legitimamente, o seu pronunciamento. Pelo que diz o deputado Barros Munhoz, para que o projeto então? Não vai mudar nada. Se vai manter a autorização do médico, para que o projeto?

Mas vamos lá. Contrariando o meu irmão Barros Munhoz, eu fico perguntando, deputado Enio Tatto. Para que servem essas entidades? Para que serve a USP, Universidade de São Paulo? Para que serve a Unifesp, a Unicamp, a Santa Casa de São Paulo, Osec? Para que servem as organizações sociais, como Einstein, Santa Catarina, Osvaldo Cruz? Para que serve?

Desculpe, deputado. Eu estou atrapalhando V. Exa. aí na frente, deputado Carlos Cezar? Eu tenho meu ouvido muito sensível. Qualquer palavra... Eu não tenho a inteligência de Vossas Excelências. Afeta o meu raciocínio.

Então, eu dizia, deputada Bebel. Alguém ouviu aqui a Sociedade Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia? Na linha do Barros Munhoz eu fico vendo aqui o que escreveu Simony dos Anjos, sobre o PL das cesáreas. “Por que odiamos tanto a vagina?” É o pensamento de uma escritora.

Todas as entidades médicas são contrárias a esse projeto. Não se trata de retirar a liberdade da mulher. Pelo contrário, se trata de resguardar a saúde da mulher e do fruto que vem à vida, e esta casa, sem nenhum conhecimento, a não ser a poesia de Mário Quintana, vai votar daqui a pouco esse projeto.

Já vou avisar de novo aqui, para os bons entendedores. O PTB nacional, do qual sou secretário-geral, na remota possibilidade de o governador João Doria sancionar... Nós vamos entrar com uma Adin. As redes sociais estão dando dois por um. Dois para quem é contra o projeto e um que é favorável, e nós estamos aqui hoje cometendo um sacrilégio.

Existe algum médico aqui neste plenário? Existe algum médico nesse quadro de deputados estaduais? Existe algum enfermeiro? Aqui só tem advogado, como eu, trabalhadores. Eu também sou, mais os que vêm da indústria metalúrgica, professores. Tem todas as categorias. Médico, não vi nenhum.

E nós chamamos aqui para falar com a gente esses cientistas. Eu vou requerer a juntada... Presidente, se me permite o deputado Cury, estou querendo requerer a juntada, após o meu pronunciamento, de todas essas informações de autoridades. Não estou dizendo de “Zé Manés”. Estou dizendo de quem conhece. Estou dizendo da Organização Mundial da Saúde. Estou dizendo de entidades médicas, entidades que vivem para isso. Estamos cometendo - desculpem a palavra mais dura - um pré-assassinato. Estamos colocando as mães em risco. Como é que pode elas terem a própria vontade? E o médico?

Como diz o meu irmão deputado Barros Munhoz, a seguir a linha dele, eu volto a dizer: elas por elas, não vota projeto nenhum, é tudo igual.

Estamos querendo a manifestação, deputado Paulo Correa... Isso até tem um fundo religioso. As igrejas existem para pregar a fé, a religiosidade, o amor a Cristo e o amor às pessoas. Isso é amor às pessoas? Colocar em risco milhares de mulheres? Onde está isso na Bíblia? Diz para mim: qual religião... A começar pela Igreja Mundial; sou profundo amigo de seu fundador e fui seu advogado, o bispo Edir. A começar pela Igreja Mundial. Quero que os bispos venham aqui e digam que preservar a vida não é um dever das religiões.

Uma mulher chega a um consultório e é ela que vai dar a palavra final? E agora, parece-me que há uma proposta de colocar uma placa se referindo ao direito dela de cesárea. Será que não está sendo criada a indústria da cesárea? Será que não tem plano de saúde por trás disso? Não estou sendo leviano, estou fazendo indagações.

Se eu acreditar que este projeto faz bem à mulher, na minha consciência, eu só tenho um recurso: ir até aquele protocolo e renunciar ao meu mandato de deputado. Prefiro sempre estar do lado certo à vitória. Não me importa o que vai acontecer no plenário nesta tarde caminhando para noite. Eu vou votar pelo que acredito.

Consultei médicos. Consultei até o meu irmão, que o deputado Barros Munhoz conhece muito bem. Operou o José Serra, o Fernando Henrique Cardoso, operou outros presidentes. É professor da faculdade. Qual é a opinião dele? Não vou nem mencionar aqui, em respeito aos deputados que irão votar “sim”. E não me falem em liberdade, hein?

Vou sentar no plenário e ver a posição das pessoas religiosas, das que defendem a igreja, daquelas pessoas que têm aquele amor a Cristo acima de tudo. Quem tem amor a Cristo tem amor às pessoas.

O deputado Gil não tinha ouvido. Estou voltando, pois V. Exa. não ouviu a minha primeira fala. Sabe um tal de Mário Quintana, um poetazinho gaúcho, que diz: “Não sei de nada, mas desconfio de muita coisa”? É dessa maneira que estou saindo desta tribuna.

Reitero: o meu voto é “não”. Não preciso fazer acordos para decidir sobre a minha consciência. Não preciso ser padre, nem pastor, nem líder religioso para entender que preciso defender o ser humano, o que é vivo e está para nascer.

A não ser que a gente apresente um único projeto: os médicos não opinam mais sobre nenhum procedimento médico, hospitalar ou que seja obrigatória uma cirurgia. Esse projeto sendo aprovado, vou começar a pensar: para que médico? Para que serve o médico? Quem sabe para que serve o médico? Segundo o Projeto nº 435, para nada. Estamos à mercê das palavras de Mário Quintana.

Pensem, meditem, raciocinem. Eu não viria com a sinusite da qual estou tomado para defender aquilo que não acredito. Com os senhores, a palavra. O presidente toda vez é rigorosíssimo comigo e é condescendente com todos os demais. Comigo é um rigor, mas dentro do rigor de V. Exa. eu quero dizer que eu estranho uma vez mais a  convocação desta ordinária.

Quando V. Exa. chamou ao seu lado ontem de maneira carinhosa lá no Colégio de Líderes a Sra. Paschoal, eu entendi o seu carinho e o seu respeito pela autora deste projeto.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Campos, meu amigo, vou fazer requerer a juntada pelo SGP. Só lembrando que V. Exa. fala do rigor, mas a campainha é automática.

Quando encerra o tempo, o sinal soa de maneira automática sem a vontade deste presidente, mas seria condescendente como sou com todos os parlamentares se V. Exa. quiser concluir a sua linha de raciocínio.

 

A SRA. MARINA HELOU - REDE - Gostaria de encaminhar pela bancada da Rede.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra a deputada Marina.

 

A SRA. MARINA HELOU - REDE - Boa tarde a todos os nobres colegas, a todos os que nos assistem na tribuna, especialmente os mais queridos, a todos que estão nos assistindo pela TV Assembleia. Eu quero começar minha fala celebrando o fato de estarmos trabalhando, votando e discutindo na Ordem do Dia.

Acho muito importante a gente cada vez mais trazer isso como uma prática, porque é esse um horário decente de trabalho que condiz com a possibilidade de que todas as pessoas possam estar aqui ocupando a política e representando o povo. Desde a minha primeira fala nesta tribuna, eu sempre me dirigi de forma respeitosa a todos os colegas; sempre discuti o mérito; nunca levei nenhum ataque pessoal; nunca personalizei em nenhuma pessoa.

Sempre achei que era meu papel enquanto representante de um sistema democrático defender o que eu acredito, o ponto de vista que eu acredito, e nunca falando de alguém.

Inclusive reiterei diversas vezes que acredito que é, sim, positiva a intenção oriunda no início desse projeto, que é verdade um diagnóstico que ele traz e simplesmente, respeitosamente, discordo do encaminhamento colocado.

Discordo da solução que o projeto apresenta e o discuto, e fiquei muito triste em não receber o mesmo tratamento. Nesta tribuna, nas redes sociais e na mídia, fui atacada pessoalmente; foi atacado o meu partido, do qual eu sou a única representante. Então, claramente a fala diz respeito a mim. E fui claramente atacada várias vezes de forma inverídica e isso muito me decepcionou.

Inclusive acho que é importante - já falei para o Gil especificamente - que quando a gente discute, que é nosso papel legislativo, discutirmos o mérito, quando a gente é contra ou muito a favor, a gente está aqui para isso. A gente foi eleito para isso. Dentro de um Parlamento, é nosso papel.

E eu espero que vocês que foram eleitos contra a velha política façam isso. Se eu colocar um projeto de lei que proíba todas as armas no estado de São Paulo - o que eu adoraria fazer, inclusive - eu espero, Gil, que você suba aqui e obstrua. Eu espero que você seja contra. Eu espero que você dialogue, porque eu sei que isso é um projeto muito caro a você, é um tema caro e a gente vai discordar no mérito, mas nunca de forma pessoal.

Eu fiquei muito triste de ter que começar a minha fala trazendo pontos nos quais eu fui citada pessoalmente que não falam do mérito, mas essa parte é real para você, de que espero isso de você e da sua bancada: que discutam sempre o mérito. Então, o primeiro ponto que quero começar a trazer, do qual fui citada e que não é verdade, que “é uma ideologia de esquerda que não quer aprovar este projeto”.

 

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- É feita a exibição de eslaide.

 

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Isso não é verdade porque, durante todo o processo de obstrução e discussão, mais de 10 partidos se envolveram em algum momento, de todos os espectros políticos. Não é verdade que é uma atuação de esquerda contra um projeto, por conta do partido. Porque mais de 25 associações e instituições médicas ou governamentais, de diversos espectros ideológicos, de diversas ideologias, vieram e se colocaram contra a o projeto tecnicamente. Inclusive o Ministério da Saúde do governo Bolsonaro. Provando que isso não é direita contra esquerda.

 

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- É feita a exibição de eslaide.

 

* * *

 

Outro ponto que falaram é “o projeto não acarreta aumento de custos para o Estado”. Não é verdade. Sim, ele acarreta aumento de custos para o Estado. É importante que a bancada que defende isso assuma que é por outras razões legítimas que eles podem estar a favor do projeto. Mas não é verdade que não aumenta os custos. Porque, sim, é verdade que a tabela SUS remunera o mesmo tanto para o procedimento. Porém, as cesáreas têm maior tempo de internação: 72 horas versus 48 horas.

Tem maior número de medicamentos e profissionais que são utilizados. Isso aumenta em torno de 24% o custo. Isso sem contar as chances de maior risco de infecção, antibióticos e reinternação. Que acontece muito mais frequentemente: 600% maior o risco de infecção, de utilização de antibióticos. Isso já fala de qual é o risco que a gente está colocando essas mulheres e esses bebês, priorizando as cesáreas e estimulando um maior número de cesáreas.

 

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- É feita a exibição de eslaide.

 

* * *

 

“As mulheres que votaram ‘não’ a este projeto votaram contra a anestesia às parturientes na rede pública”. Isso nada mais é do que uma mentira que foi amplamente divulgada. Quando a gente fala que já é um direito a anestesia, feito por decreto nacional, no Ministério da Saúde. E já é uma lei aprovada por esta Casa, que diz explicitamente que as mulheres têm direito à anestesia. Inclusive, salienta a anestesia raquidiana, qual o tipo de anestesia, coloca todas as possibilidades. Então isso é má-fé e mentira.

 

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- É feita a exibição de eslaide.

 

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Também foi colocado que, “graças à obstrução feita pelo PT, PSOL e Rede - ou seja, me citando nominalmente - as mulheres não poderão escolher a via de parto”. Ou seja, falando que o projeto não foi aprovado por isso. Isso também não é verdade. Isso aconteceu na semana passada. Foi sim, partidos que discutiram e encaminharam. Ou seja, estenderam a discussão e fizeram ela ficar até tarde da noite, diversos partidos. Incluindo o PSL e o PSB, que estão a favor do projeto.

Mais do que isso. O quorum que foi colocado foi de 36 pessoas. Se todas as 36 pessoas que estavam contra o projeto tivessem votado, continuava não dando quorum. Então isso não é verdade. E um terço da bancada do PSL não compareceu. Então quando falam que é por culpa dessas pessoas específicas, e me citam nominalmente, me sinto pessoalmente atacada injustamente.

Agora, pior do que isso é quando a gente fala que esses partidos, nominalmente, colocaram que as mulheres não têm condições de decidir. Isso quer dizer que elas só tem condições de decidir na hora do voto. Isso é muito triste porque, ou é má-fé, ou incompreensão intelectual. E ambas me decepcionam. Porque em nenhum momento eu disse isso. E mais do que isso: as vezes que a gente disse que não existe a real condição de escolha, não é porque a mulher não tem competência. Isso está óbvio.

É simplesmente porque hoje já é direito a anestesia, e a anestesia não está colocada. Hoje já é direito o acompanhante, e o acompanhante não está colocado. Hoje já é direito da mulher ela ter a informação completa sobre o seu caso. E isso não está colocado. Quando a gente diz isso, quer dizer que é disso que a gente está falando. Não que ela não tenha competência para tomar essa escolha. Isso, fiquei muito, muito chateada.

 

* * *

 

- É feita a exibição de eslaide.

 

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A outra coisa, que quero direcionar diretamente ao Barros Munhoz, que é um deputado que super admiro, entendo, e parabenizo pela discussão no mérito do projeto que o senhor vem fazendo, quando o senhor traz que, sim, o médico que não quiser fazer, por procedimentos técnicos, uma cesárea, poderá simplesmente escrever no prontuário. Tem uma outra cláusula, que inclusive pedi para que fosse suprimida, e não foi, nem me foi respondido. Diz que o médico que não for fazer deve encaminhar a paciente para outro médico. Isso aumenta, em muito, o risco de judicialização do tema, que é o principal receio das maternidades. Maternidades essas que estão fechando no estado.

Nos últimos 10 anos, a gente fechou 20 maternidades, o que dificulta muito, às mulheres, terem pronto atendimento. E aumenta, sim, o risco de anoxia dos bebês, aumenta o risco de eles não serem atendidos, porque as maternidades não querem mais ser judicializadas. A questão obstétrica é uma das que tiveram maior aumento da judicialização no Brasil, e esse é o maior medo e risco que esse projeto vai proporcionar. Faltam leitos para gestantes, e isso é, realmente, o grande problema desse projeto, na minha visão.

E de novo: a gente não está falando de nada mais do que a segurança, a saúde e a proteção das mães e dos bebês. É disso que a gente está falando quando a gente diz que a cesárea, que é maravilhosa, que salvou milhares de vidas, deve ser uma orientação médica. Porque ela, nas maternidades que têm poucos leitos para cesárea, tem que estar disponível para a mulher que precisar de uma urgência. Ela tem que ser feita com respeito, porque são sete camadas que são cortadas; aumenta o risco de infecção. E aumenta em risco: 20% mais chances de mortalidade materna, maior risco de infecção puerperal, ferida cirúrgica, oito vezes mais chances de lesão no intestino.

Essa semana, uma mulher, em São Paulo, morreu por conta de uma cesárea que foi mal feita e cortou o intestino dela. Uma cesárea desnecessária, diga-se de passagem, num hospital em Itaquera. E também aumenta o risco do bebê: 37% maiores chances de ter anoxia em cesáreas, o dobro de chances de síndrome de desconforto respiratório e maior chance de desenvolver obesidade na infância.

Mas mais do que isso: a gente não falou dos benefícios do parto normal, que aumenta as chances de boa respiração, saúde e amamentação do bebê. Obrigada pela fala.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Em votação o substitutivo apresentado pelo congresso de comissões. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, para requerer uma verificação de votação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É regimental o pedido de Vossa Excelência. A partir desse momento, estamos soando o sinal intermitente por quatro minutos, para que as Sras. Deputadas e Srs. Deputados que não se encontram em plenário tomem conhecimento da votação que se realizará.

 

* * *

 

- É iniciada a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

* * *

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, quero declarar obstrução da bancada do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - PSOL está em obstrução.

 

O SR. ALTAIR MORAES - PRB - Sr. Presidente, colocar o PRB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O deputado Altair coloca o PRB em obstrução.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Sr. Presidente, colocar o PSL em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSL está em obstrução.

 

O SR. BRUNO GANEM - PODE - Sr. Presidente, para colocar o Podemos em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Podemos está em obstrução.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Sr. Presidente, botar o PT em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PT está em obstrução.

 

O SR. FERNANDO CURY - PPS - Sr. Presidente, colocar o PPS em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PPS está em obstrução.

 

O SR. THIAGO AURICCHIO - PL - Sr. Presidente, colocar o PL em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PL está em obstrução.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - Sr. Presidente, colocar o Avante em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Avante está em obstrução.

 

O SR. HENI OZI CUKIER - NOVO - Queria botar o Novo em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Novo está em obstrução.

 

O SR. DANIEL SOARES - DEM - Para colocar o Democratas em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -  O Democratas está em obstrução.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - Para colocar o PSB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -  O PSB está em obstrução.

 

A SRA. CARLA MORANDO - PSDB - Para colocar o PSDB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -  O PSDB está em obstrução.

 

O SR. DELEGADO OLIM - PP -  Para colocar o Progressista em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Progressista está em obstrução.

 

O SR. REINALDO ALGUZ - PV - Para colocar o PV em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PV está em obstrução.

 

O SR. JORGE CARUSO - MDB - MDB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O MDB está em obstrução.

Quero agradecer a presença do presidente da Câmara Municipal de São Paulo, vereador Tuma. Obrigado pela presença. Uma salva de palmas dos nobres deputados para o presidente da Câmara. (Palmas.)

 

* * *

 

- É feita a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está encerrado o processo de votação. Participaram desse processo 79 Sras. Deputadas. e Srs. Deputados, 58 votos  “sim”, 20 “não”, este presidente, que não vota, quorum suficiente para aprovar o substitutivo apresentado pelo Congresso de Comissões, e prejudicado o projeto e a emenda.

Parabéns, deputada Janaina.

Item nº 2. Votação adiada do Projeto de lei nº 511, de 2017. Em votação o projeto salvo emendas.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, deputado Gil Diniz.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Cabe encaminhamento?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Cabe encaminhamento.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Para indicar o deputado Douglas Garcia para encaminhar pela bancada do PSL.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Indica deputado Douglas Garcia para encaminhar o projeto.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Deputada Janaina Paschoal, meus parabéns, minha querida. Queria agradecer a todos os deputados aqui presentes.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, para um questão de ordem.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Tem anuência, Sr. Presidente.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Não, não precisa de anuência. É questão de ordem.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Só um minutinho. Neste momento, uma questão de ordem do deputado Campos Machado. Não cabe aparte. Vossa Excelência tem a palavra para uma questão de ordem.

 

O SR. CAMPOS MACHADO – PTB - Deixando a euforia de V. Exas. de lado, eu requeiro a prorrogação dos nossos trabalhos por 60 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É regimental. No momento oportuno colocaremos em votação a prorrogação dos nossos trabalhos por 60 minutos. Devolvo a palavra ao deputado Douglas Garcia.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Muito obrigado, Sr. Presidente. Meus parabéns deputada Janaina Paschoal. Meus parabéns a todos os deputados aqui presentes. Quero agradecer a presença de todos. Esse projeto é extremamente importante, principalmente à vida de todas as mulheres.

Senhores, eu também gostaria de agradecer a homenagem que foi feita a mim nesta tribuna agora há pouco tempo. Um minuto de silêncio pela morte da intelectualidade aqui no estado de São Paulo e no Brasil. Foi feito esse um minuto de silêncio, mas eu ofereço esse um minuto de silêncio pela morte da intelectualidade a Paulo Freire. Afinal de contas, eu fui educado pelo método do Paulo Freire na sala de aula.

Mas eu gostaria de anunciar aqui uma novidade. Daqui a sete dias, nesta Assembleia Legislativa, eu farei a missa do sétimo dia em homenagem a Paulo Freire, pela morte da intelectualidade brasileira, e quem está na frente dessa missa, quem vai rezar a missa vai ser a bancada do PSOL. Exatamente.

Então, eu já deixo aqui registrado meu pedido para que toda a bancada do PSOL faça parte, esteja na frente. Só não pedirei para que rezem em latim porque não conseguem sequer falar português. É um tal de “deputadxs” para lá, “deputadxs” para cá, que eu nunca vi na minha vida. Um português que eu jamais imaginaria que seria dito por algum deputado nesta Casa.

Mas enfim, é bom que a senhora está aqui, deputada Isa Penna, porque aconteceu algo nos últimos dias que me deixou em choque, e eu gostaria que todos os deputados desta Casa também ouvissem o relato que eu tenho a fazer. Senhores, em uma paróquia, a Senhora Paróquia São Francisco de Assis, localizada na região Ermelino Matarazzo, uma paróquia onde existe um grupo de pessoas que, supostamente, se dizem cristãs. Nessa paróquia, eles fizeram uma roda de conversa sobre cannabis medicinal.

Ou seja, aquela balela toda de legalização da maconha sendo feita dentro de uma igreja católica. Pasmem os senhores, conduzida pelo pároco Ticão, e a participação de uma organização lá de esquerda, “Católicas pelo Direito de Decidir”. E também uma palestra sobre gênero, ou seja, ideologia de gênero. Ideologia de gênero. Olha só o nível que chegou o aparelhamento, o nível que chegou o aprofundamento da esquerda dentro das instituições cristãs.

É um verdadeiro absurdo. Direitos sexuais, direitos reprodutivos, aborto. Os caras discutindo aborto dentro da igreja. Aí, o que acontece? Um grupo de jovens conservadores, cristãos de fato, os católicos que, de fato, lutam pela vida, que lutam por aquilo que é certo... Os grupos de jovens católicos daquela igreja resolveram fazer exatamente um evento, uma missa, uma reza, uma simples reza do terço, contra esse evento que havia acontecido, em um outro dia, e esses jovens foram até a igreja para poder rezar o terço.

Olha só, deputado Gil Diniz, o que foi que aconteceu dentro da igreja católica. Esses jovens conservadores, que foram até lá para se contrapor ao aborto, à legalização da maconha, enfim, todas essas pautas que jamais deveriam entrar na igreja, mas entraram, infelizmente, foram simplesmente achincalhados. E não pensem os senhores que foram achincalhados apenas no termo verbal. Foram agredidos fisicamente. Um bando de esquerdistas, a mando do PSOL - e eu tenho como provar isso -, simplesmente agrediu um grupo de jovens conservadores que estavam na igreja fazendo um terço contra o aborto, contra a ideologia de gênero. Ou seja, você pode usar a igreja para propagar tudo aquilo que é contra a igreja, mas não pode mais rezar o terço? A esquerda não quer mais que os jovens vão à igreja rezar o terço? Que intolerância é essa?

Eles foram até a paróquia - registro novamente, Paróquia São Francisco de Assis, localizada na região de Ermelino Matarazzo - e desceram a porrada nos jovens conservadores que estavam lá, porque eles estavam rezando o terço contra o aborto e contra a ideologia de gênero.

Poucos dias antes, a deputada que está aqui - e eu tenho como provar, vocês podem dar uma olhada -, Isa Penna, estava lá também. Eu pergunto à deputada: deputada, a senhora apoia esse tipo de agressão? E eu sou um rapaz violento? Sou acusado aqui o tempo todo de ser um rapaz violento. Os caras entraram dentro da igreja e desceram o cacete em todos os jovens conservadores que estavam rezando o terço contra o aborto. E eu sou o jovem violento.

E eles ainda, para se fazerem de vítimas... Temos aqui a deputada federal Sâmia Bomfim, que a deputada Isa Penna conhece muito bem. Ela fez um textão no Facebook: “Toda a nossa solidariedade ao padre Ticão e às ‘Católicas pelo Direito de Decidir’ diante da ameaça e calúnia propagadas pelo fundamentalismo religioso”.

Meu Deus do céu! Estou tremendo, deputada, sabe por quê? Porque é inaceitável a gente ouvir uma coisa dessas, ver uma coisa dessas e não se alterar, não ficar emocionalmente alterado. A turma de esquerda, que tanto diz defender a democracia, que tanto diz defender a tolerância, entrou na igreja e desceu a porrada nos jovens que utilizavam o mesmo espaço que eles estavam utilizando.

Pergunto: isso é democracia? Isso é certo, senhores? Não, não é. Fica aqui registrado o meu repúdio, principalmente se tratando de uma deputada estadual desta Casa, que fez parte de um evento odioso, um evento que infelizmente não deveria ter acontecido, uma ação por parte de uma deputada. Isso é um absurdo.

Senhores, vejam na prática o que acontece. Os senhores têm que analisar na prática. Acusam-me de ser um rapaz violento, mas quem pratica a violência são eles. Adélio Bispo não era filiado ao PSL. Adélio Bispo era filiado ao Partido Socialismo e Liberdade - PSOL. Daqui a pouco, vou acreditar que o nome do PSOL quer dizer Partido do Soco Livre, até porque, no final do ano passando, aqui nesta Assembleia Legislativa, no Auditório Franco Montoro, durante uma audiência pública contra o Escola Sem Partido, eu pedi a palavra ao deputado Carlos Giannazi. Ele me pegou pelo colarinho. Fui parar na delegacia. Pois é, um deputado daquela idade, professor, me pegou pelo colarinho e chacoalhou.

E eu sou um rapaz extremamente violento? Sou eu que propago o ódio? Eu que propago aquilo que não presta? “Nossa, o deputado Douglas Garcia precisa ser urgentemente cassado.” Ora, além de falar, eles aplicam na prática o seu discurso odioso e eu tenho que ser cassado?

Consigo provar por “a” mais “b” que o deputado do PSOL aqui pegou o microfone e tacou no braço de uma ativista pró-Escola Sem Partido. A mulher teve que ficar com o braço enfaixado durante uma semana. E o Bolsonaro é machista? O Bolsonaro que é machista? O deputado do PSOL agrediu uma mulher e o Bolsonaro é machista? Para ficar mais claro do que isso, só desenhando.

Então, pelo amor de Deus, senhores, não acreditem nesses discursos. Um minuto de silêncio, eles fizeram pela morte da minha intelectualidade. Mas a minha intelectualidade, a morte dela, o responsável principal é graças ao PSOL, graças aos partidos de esquerda em geral, que trouxeram para o nosso Brasil o Paulo Freire, o patronato da educação que destruiu a nossa educação, diga-se de passagem. Gerou essa horda de pessoas doutrinadas que não sabem conversar, não sabem dialogar. Sabem entrar na igreja e agredir os demais. Sabem descer a porrada em todo mundo, sabem fazer o que há de pior no nosso país, que é espalhar a intolerância.

Eu não espalho a intolerância, eu defendo a democracia, defendo, sim, que haja um diálogo, mas, a partir do PSOL, do PT e de todas as bancadas de esquerda que existem no nosso país, não é na base do diálogo não, é na base da porrada. Só sabem resolver na base da porrada, da cusparada, da facada, e depois querem falar que eu sou um rapaz odioso, que eu sou um rapaz que não tem tolerância. Ah, pelo amor de Deus!

Espero que os senhores tenham o mínimo do mínimo do mínimo de coerência,  menos hipocrisia e não subam a esta tribuna para mentir, para dizer inverdades, porque a única coisa que vocês sabem fazer, desde o dia em que foram eleitos até hoje, é dizer mentiras, espalhar fake news, espalhar inverdade. Mas, graças a Deus, esse tempo acabou, e, se os senhores estão achando ruim, é bom que achem mesmo.

Deputado Enio Tatto, que eu respeito, não é um deputado que vem a esta tribuna para me xingar, para me ofender. Também o respeito por isso, porém, deputado, todas as vezes que a bancada de esquerda vier aqui para falar mentiras, eu vou responder sim. E é melhor já ir se acostumando, porque será assim nos próximos quatro anos, até 2022. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Sr. Presidente, gostaria de indicar a deputada Isa Penna para encaminhar pela liderança da Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Só lembrando aos deputados que, se começar essa briga ideológica na tribuna, eu não vou convocar sessão extraordinária para votar os demais projetos e também não vou dar comando de aprovado na prorrogação dos nossos trabalhos. Eu acho que aqui nós temos um acordo e um entendimento. Existia uma polêmica da deputada Janaina Paschoal, existia uma polêmica. A polêmica foi colocada, todo mundo subiu. Agora, não dá para todos os 94 deputados ficarem aqui sentados assistindo à briga ideológica da tribuna, e do projeto ninguém está falando.

Então eu vou começar a ser mais duro e vamos falar do projeto. Se for para ter o encaminhamento para falar do projeto, nós vamos falar. Eu não estou falando nem para o PSL, nem para o PT, eu não estou falando nem de um lado, nem do outro, eu estou falando aqui para ambos. Inclusive, só para deixar claro, chamei aqui o deputado Gil Diniz e falei a mesma coisa para ele, a mesma coisa que estou dizendo para o PT.

Então, assim, nós queremos votar o projeto. Nós temos outros momentos, deputado Barba, para fazer esse embate. Nós temos o Pequeno Expediente, nós temos o Grande Expediente, nós queremos votar o projeto, que foi o acordado. Agora, eu não posso convocar... Desculpa, eu sou o presidente da Assembleia e tenho direito de me manifestar e colocar, e vou fazer isso, porque os deputados não ficar aqui três horas mais por conta desse processo de discussão.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente...

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Com a palavra o deputado Campos Machado.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, o PTB não tem projeto para ser votado, mas eu acho que não faz sentido toda essa euforia com o projeto da Sra. Paschoal e não pautar os projetos da deputada Leci e do deputado Enio Tatto. As provocações estão vindo de onde?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Dos dois lados. Eu não falei de lado nenhum.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Se eu não me engano, eles vão responder. Agora, quer dizer que os projetos do deputado Enio Tatto e da deputada Leci Brandão não vão ser votados porque um partido acha que manda na Casa? Não manda coisa nenhuma.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vão ser votados.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, não é justo, e eu quero me colocar aqui.

 

A SRA. ISA PENNA - PSOL - Pela ordem.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Com licença, eu quero me colocar aqui ao lado da justiça. Não faz sentido, nenhum sentido, os euforistas de plantão quererem fazer toda a alegria em cima de deputados que também têm projetos convocados para esta extra. Portanto, Sr. Presidente, justiça para todos. E não podemos esquecer - estou terminando - do poeta Mário Quintana: “Não sei de nada, mas desconfio de muitas coisas”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -  Deputado, só para deixar claro, depois passarei a palavra para todos. Não estou aqui direcionado à deputada Isa, que está na tribuna - ela tem o direito de estar lá - ou a qualquer deputado. Acho inclusive que a fala do deputado Douglas foi realmente muito provocativa, muito provocativa e sem nada a ver com o projeto que está sendo debatido.

Eu, como presidente, quero votar o projeto, e vou dizer mais: a partir deste momento, o projeto do deputado Enio Tatto e o projeto da deputada Leci terão o mesmo tratamento do projeto da deputada Janaina. Serão pautados todas as vezes, até serem votados. Agora, o que eu não vou - e aí é minha responsabilidade, porque quem convoca sessão extraordinária sou eu, e quem dá o comando de prorrogação ou não sou eu, como presidente - é fazer os 94 deputados ficarem aqui assistindo à briga ideológica PSL e PT, sem nada a ver com o projeto mais duas horas e meia por conta de um projeto que provavelmente vai ser aprovado, porque o tema é bom, o texto é bom, o projeto é bom. É essa ponderação que eu quero deixar a todos vocês. Eu vou passar agora...

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Pela ordem, presidente. Se tiver a anuência...

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - A deputada Isa pediu antes de Vossa Excelência.

 

A SRA. ISA PENNA - PSOL - Sr. Presidente, primeira coisa, eu acho que nós estamos numa Casa que se pretende democrática e se há uma fala que, como o senhor mesmo colocou, foi provocativa e mencionou inclusive deputados nominalmente, é absolutamente democrático e lógico que nós solicitemos o direito de responder a esse deputado.

Eu não vou gastar, contudo, nem muito do nosso tempo porque esse deputado que vem já proferindo uma série de absurdos, seja do ponto de vista da honestidade intelectual, seja do ponto de vista daqueles básicos conhecimentos que toda pessoa que quando vira deputado precisa ter, ele já vem proferindo esse tipo de ofensa há muito tempo.

Então, ele não merece muito do tempo desta Casa Parlamentar. Contudo, eu vou dizer algumas coisas, sim. A primeira é: o PSOL é e será solidário ao padre Ticão, que vem sofrendo ameaças de morte. O padre Ticão é responsável pela construção de UBS, pelo asfaltamento de ruas ali na região da paróquia. Ele é uma figura histórica daquela região e que vai ter, sim, o nosso apoio.

Eu estava presente no evento e ao contrário do que se diz, eu sei que eu sou grande, forte e muito musculosa e todos vocês têm muito medo de mim fisicamente, mas apesar desse potencial de agressividade que eu tenho, nós do PSOL, muito agressivas que nós somos, como o deputado disse, não agredimos ninguém. Muito pelo contrário, o que estava sendo feito ali era um ato ecumênico em solidariedade a uma liderança histórica de uma região.

O deputado Douglas pode ficar tranquilo. Eu não o acho violento e tampouco tenho medo da violência dele, muito pelo contrário. A gente está aqui e a gente tem medo do eco que as suas palavras de ódio e as suas palavras de preconceito produzem não para mim, Isa Penna, não para a Erica, mas para as pessoas que estão lá na ponta, para as pessoas que não têm a mínima visibilidade hoje na sociedade. Esse é o medo que nós temos.

Com o senhor eu acho que dava uma boa briga, eu e você. Em todo caso, a gente não vai pagar para ver. A gente está num plano de discussão democrático e que precisa ser mantido nesse nível. De resto, eu também afirmo o seguinte: Sr. Presidente, as provocações não estão vindo dos dois lados. Não é justo vir com “print” de Facebook, vir com “print” de Twitter.

É o mínimo de razoabilidade. Eu não faço política pela internet. Eu faço política com as pessoas de carne e osso que têm necessidades. Enquanto o povo está morrendo, as pessoas estão sem previdência, as pessoas estão desempregadas, voltaram a crescer os indicadores de fome, de miséria no País, esse senhor constrói a sua vida política em cima dessa pequenez, dessa mediocridade, dessa miséria política e humana.

A gente não tem medo, muito pelo contrário. A gente tem um pouco - eu pelo menos - de pena da pessoa que o senhor é, mas medo sim da política de ódio e dessa lógica de fazer política.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputada Isa, peço licença a Vossa Excelência. Em votação o pedido de prorrogação dos nossos trabalhos por 60 minutos feito pelo deputado Campos Machado.

Os contrários permaneçam como se encontram. (Pausa.) Rejeitado.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Para pedir uma verificação de votação e para mostrar como é que o presidente trata diferente...

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, vamos proceder a verificação de votação, a votação pelo sistema eletrônico. A partir desse momento, vou fazer soar o sinal intermitente por quatro minutos, para que as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que não se encontram em plenário tomem conhecimento da votação que se realizará.

 

* * *

 

- É feita a votação pelo sistema eletrônico.

 

* * *

 

Transcorridos os quatro minutos, neste momento estão abertos os tribunais eletrônicos para que os deputados votem “sim”, “não”, ou registrem abstenção.

 

O SR. ALTAIR MORAES - PRB - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, deputado Altair.

 

O SR. ALTAIR MORAES - PRB - Para colocar o PRB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PRB está em obstrução.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Para colocar o PSOL em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSOL está em obstrução. Carla Morando.

 

A SRA. CARLA MORANDO - PSDB - O PSDB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSDB está em obstrução. 

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Barba.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Para colocar o PT em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PT está em obstrução. Deputada Marta.

 

A SRA. MARTA COSTA - PSD - Para colocar o PSD em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSD está em obstrução.

 

O SR. DANIEL SOARES - DEM - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, deputado Daniel.

 

O SR. DANIEL SOARES - DEM - Para colocar o Democratas em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Democratas está em obstrução. Deputado Heni.

 

O SR. HENI OZI CUKIER - NOVO - Para colocar o Novo em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Novo está em obstrução. Deputado Marcio.

 

O SR. MARCIO NAKASHIMA - PDT - O PDT em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PDT está em obstrução.

 

O SR. ED THOMAS - PSB - Sr. Presidente, PSB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSB está em obstrução.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Sr. Presidente, com a anuência do meu líder, colocar o Progressistas em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Progressistas está em obstrução.

 

O SR. REINALDO ALGUZ - PV - Sr. Presidente, para colocar o PV em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PV está em obstrução.

 

O SR. JORGE CARUSO - MDB - Sr. Presidente, MDB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O MDB está em obstrução.

 

O SR. ANDRÉ DO PRADO - PL - Sr. Presidente, colocar o PL em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PL está em obstrução.

 

O SR. FERNANDO CURY - PPS - Sr. Presidente, colocar o PPS em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PPS está em obstrução.

 

O SR. BRUNO GANEM - PODE - Sr. Presidente, colocar o Podemos em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Podemos está em obstrução.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - Sr. Presidente, colocar o Avante em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Avante está em obstrução.

 

A SRA. ADRIANA BORGO - PROS - Sr. Presidente, colocar o Pros em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Pros está em obstrução.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Sr. Presidente, o PSL está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSL está em obstrução.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - Sr. Presidente, o PSB está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSB acho que já tinha sido colocado em obstrução... Já tinha sido colocado em obstrução.

 

A SRA. DRA. DAMARIS MOURA - PHS - Sr. Presidente, o PHS está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PHS está em obstrução.

Neste momento, abro os microfones de aparte para que os deputados que não conseguiram registrar seus votos nos terminais eletrônicos possam fazê-lo.

 

O SR. PAULO CORREA JR - PATRIOTA - Sr. Presidente, colocar o Patriota em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Patriota está em obstrução.

Pergunto se mais algum Sr. Deputado ou Sra. Deputada gostaria de registrar seu voto? Não havendo mais registros de votos, está encerrado o processo de votação.

Passamos à alteração dos votos. Pergunto se algum Sr. Deputado ou Sra. Deputada gostaria de alterar seu voto? Não havendo alterações de voto, participaram do processo 21 Sras. Deputadas e Srs. Deputados: 20 votos “sim”, este presidente que não vota, quórum insuficiente para prorrogar a sessão.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esgotado o tempo da presente sessão, antes de dar por encerrados os trabalhos, esta Presidência convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com o remanescente da Ordem do Dia de hoje.

Está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 19 horas e 08 minutos.

           

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