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28 DE AGOSTO DE 2019

91ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: CORONEL TELHADA, LECI BRANDÃO, GIL DINIZ, TENENTE NASCIMENTO, GILMACI SANTOS e CAUÊ MACRIS

 

Secretaria: LECI BRANDÃO

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - ISA PENNA

Pede apoio para o PL 113/19, de sua autoria, que cria o Dossiê Mulher Paulista. Discorre acerca das relações entre democracia e acesso à informação. Defende o combate à violência contra as mulheres. Fala sobre o lugar dos homens nessa luta.

 

3 - LECI BRANDÃO

Faz convite para audiência pública, hoje, sobre o fechamento do Oncocentro. Fala a respeito de profissionais, custos e atividades da instituição, cuja manutenção defende. Saúda a deputada Isa Penna pela propositura por ela anunciada.

 

4 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA

Anuncia a visita dos vereadores Marquinho do Grêmio, de Cesário Lange, e Joel Ruivo de Miranda e Neto Marques, de Pereiras, e do vice-prefeito de Pereiras, Osmar Júnior.

 

5 - LECI BRANDÃO

Assume a Presidência.

 

6 - CORONEL TELHADA

Parabeniza, por seu aniversário, os municípios de Tupi Paulista e Itararé. Lembra a celebração, hoje, da fundação da Harley-Davidson. Informa sua presença em solenidade da Câmara Municipal de São Paulo em comemoração ao aniversário da Freguesia do Ó. Narra ocorrência policial, em Sergipe, com morte de soldado, a cuja família presta condolências. Lamenta abordagem midiática acerca de queimadas na Amazônia e de suicídios entre policiais. Relaciona essas mortes ao amplo porte de armas de fogo por esses profissionais. Cumprimenta autoridades presentes.

 

7 - DOUGLAS GARCIA

Declara apoio à PEC 2/19. Reprova sentença do Supremo Tribunal Federal que derruba a condenação de Aldemir Bendine na Lava Jato. Defende a independência dos poderes e o respeito à Constituição. Critica a atuação dos ministros do STF.

 

8 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência.

 

9 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA

Altera, em nome da Presidência efeitiva, a finalidade, para "Homenagem ao Programa Educação e Sustentabilidade da Companhia Melhoramentos de São Paulo e sua história de 129 anos no Brasil", de sessão solene a ser realizada no dia 30/09, às 10 horas, a pedido do deputado Castello Branco.

 

10 - ROBERTO MORAIS

Declara apoio à PEC 2/19. Celebra a instalação de aparelhos de raio X em dois bairros de Piracicaba, por meio de emenda de sua autoria. Discorre sobre sua história política no município. Lista outras melhorias recebidas recentemente pela cidade. Faz convite à participação popular no Parlamento.

 

11 - GIL DINIZ

Informa a celebração, hoje, do Dia de Santo Agostinho, pela igreja católica. Deseja a pronta recuperação do ministro Ricardo Salles, por seu estado de saúde. Informa a realização de solenidade, nesta Casa, em homenagem ao político, junto a outras autoridades. Discorre acerca de decisões do PSL a respeito de candidaturas às prefeituras de São Paulo. Reprova criticas à sua relação com Eduardo Bolsonaro.

 

12 - DOUGLAS GARCIA

Para comunicação, saúda o deputado Gil Diniz por seu pronunciamento e sua atuação política, que considera democrática.

 

13 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA

Faz elogios ao deputado Gil Diniz.

 

14 - CAIO FRANÇA

Tece comentários sobre pronunciamento do deputado Gil Diniz acerca do PSL. Defende reforma célere da Ponte dos Barreiros, em São Vicente, independente do projeto de instalação de veículo leve sobre trilhos na região. Aborda o histórico dessas obras. Informa ações de seu gabinete a repeito da temática.

 

15 - ROQUE BARBIERE

Para comunicação, apresenta denúncias contra o presidente do Serasa, a quem critica.

 

16 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA

Responde à solicitação do parlamentar.

 

17 - CARLOS GIANNAZI

Reprova anúncio de transferência de estudantes de escolas estaduais para instituições municipais de ensino. Fala sobre dificuldades financeiras enfrentadas por cidades do estado de São Paulo. Aponta que não há verbas previstas no Fundeb para essa finalidade. Defende o debate do tema com a sociedade civil. Tece críticas a ações do governador João Doria na área de Educação. Compara sua atuação à do presidente Jair Bolsonaro.

 

18 - DOUGLAS GARCIA

Para comunicação, declara apoio ao pronunciamento do deputado Caio França sobre a Ponte dos Barreiros.

 

GRANDE EXPEDIENTE

19 - RAFA ZIMBALDI

Tece elogios ao Programa Mais Médicos. Critica o desemprego de cerca de oitenta médicos cubanos na região de Campinas após mudança de regras para a habilitação desses profissionais para atuarem no Brasil. Informa ações de seu gabinete acerca do tema.

 

20 - GIL DINIZ

Assume a Presidência.

 

21 - DR. JORGE LULA DO CARMO

Relata visita que fez ao entorno de Bauru, para tomar conhecimento da situação dos municípios. Responsabiliza o governo estadual pelos problemas que afetam a região. Descreve reuniões que teve com políticos do PT, durante as quais foram discutidas as perspectivas do partido nas eleições municipais de 2020. Cobra do Executivo o envio de verbas para a ampliação do Hospital Geral Santa Marcelina de Itaim Paulista. Defende maiores investimentos públicos na área da Saúde.

 

22 - TENENTE NASCIMENTO

Pelo art. 82, agradece à aviação agrícola pela ajuda no combate aos incêndios na Amazônia. Informa que realizou solenidade, nesta Casa, em que entregou o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo ao embaixador de Israel, Yossi Shelley, e prestou homenagem ao Hospital Israelita Albert Einstein. Exibe vídeo sobre as relações entre o Brasil e Israel.

 

23 - PRESIDENTE GIL DINIZ

Anuncia a visita do vereador Pedro Kawai, da Câmara Municipal de Piracicaba, a convite do deputado Roberto Morais.

 

24 - SARGENTO NERI

Pelo art. 82, considera que os policiais militares estão sendo prejudicados na reforma da Previdência. Defende que a Polícia tenha direitos previdenciários iguais aos das Forças Armadas. Ressalta a importância dos policiais para a Segurança Pública. Pede que os parlamentares do PSL intercedam junto ao presidente Jair Bolsonaro a favor das Polícias Militares.

 

25 - TENENTE NASCIMENTO

Para comunicação, responde ao pronunciamento do deputado Sargento Neri. Cita proposta de emenda constitucional, em tramitação no Senado, que trata da Previdência dos policiais militares.

 

26 - PAULO LULA FIORILO

Pelo art. 82, comenta as declarações elogiosas feitas pelo governador João Doria ao ministro da Justiça, Sergio Moro. Discorre sobre as possíveis intenções de Doria, a quem acusa de tomar medidas publicitárias. Faz críticas à execução orçamentária do governo estadual. Lamenta a postura do presidente Jair Bolsonaro acerca dos incêndios na Amazônia.

 

27 - CARLÃO PIGNATARI

Para comunicação, defende a resposta do presidente Jair Bolsonaro às declarações do presidente francês Emmanuel Macron. Contesta as afirmações do deputado Paulo Lula Fiorilo a respeito do governador João Doria. Critica os governos do PT.

 

28 - TENENTE NASCIMENTO

Assume a Presidência.

 

29 - PAULO LULA FIORILO

Para comunicação, questiona a defesa do presidente Jair Bolsonaro feita pelo deputado Carlão Pignatari, a quem tece críticas. Menciona denúncias de corrupção envolvendo o governo estadual.

 

30 - SARGENTO NERI

Para comunicação, parabeniza o presidente Jair Bolsonaro pelo seu posicionamento em relação aos incêndios na Amazônia e por sua postura frente às declarações do presidente francês Emmanuel Macron.

 

31 - GILMACI SANTOS

Assume a Presidência.

 

32 - MAJOR MECCA

Para comunicação, discorre sobre ações, tomadas em âmbito federal e estadual, que dizem respeito às Polícias Militares do País. Alude aos diversos problemas sociais e psicológicos dos quais os policiais são vítimas.

 

33 - CARLÃO PIGNATARI

Solicita a suspensão dos trabalhos até as 16 horas e 30 minutos, por acordo de lideranças.

 

34 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Defere o pedido do deputado Carlão Pignatari. Cancela a sessão solene convocada para o dia 30/08, às 10 horas, em "Homenagem ao Jurista Sepúlveda Pertence", por solicitação do deputado Emidio Lula de Souza. Suspende a sessão às 16h22min.

 

ORDEM DO DIA

35 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Assume a direção dos trabalhos e reabre a sessão às 16h32min. Coloca em votação e declara aprovado requerimento, do deputado Tenente Coimbra, de constituição de comissão de representação com a finalidade de participar de comitiva oficial em visita técnica ao porto de Cingapura, a realizar-se entre os dias 31/08 e 06/09. Convoca os Srs. Deputados para uma sessão extraordinária, a realizar-se hoje, dez minutos após o término desta sessão, ou às 19 horas, para apreciar a Ordem do Dia que anuncia. Anuncia a presença do presidente da Câmara Municipal de Itirapina, Dr. Fernando, junto com os vereadores jovens do município. Coloca em discussão requerimento de urgência ao PL 113/19.

 

36 - DOUGLAS GARCIA

Discute o requerimento de urgência ao PL 113/19.

 

37 - CAMPOS MACHADO

Discute o requerimento de urgência ao PL 113/19.

 

38 - TEONILIO BARBA LULA

Informa que reunião de comissão parlamentar de inquérito está ocorrendo paralelamente à Ordem do Dia neste plenário.

 

39 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Solicita que toda reunião de comissão parlamentar de inquérito ou comissão temática seja interrompida durante a realização da Ordem do Dia.

 

40 - LETICIA AGUIAR

Discute o requerimento de urgência ao PL 113/19.

 

41 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Encerra a discussão. Coloca em votação o requerimento de urgência ao PL 113/19.

 

42 - DOUGLAS GARCIA

Encaminha a votação do requerimento de urgência ao PL 113/19.

 

43 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Coloca em votação e declara aprovado requerimento de urgência ao PL 113/19.

 

44 - JANAINA PASCHOAL

Solicita verificação de votação.

 

45 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Defere o pedido. Determina que seja feita a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

46 - JANAINA PASCHOAL

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSL.

 

47 - HENI OZI CUKIER

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Novo.

 

48 - DRA. DAMARIS MOURA

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PHS.

 

49 - SEBASTIÃO SANTOS

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Republicanos.

 

50 - TEONILIO BARBA LULA

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PT.

 

51 - DANIEL SOARES

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do DEM.

 

52 - CARLA MORANDO

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSDB.

 

53 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSOL.

 

54 - SARGENTO NERI

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Avante.

 

55 - MARCIO NAKASHIMA

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PDT.

 

56 - RAFA ZIMBALDI

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSB.

 

57 - BRUNO GANEM

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PODE.

 

58 - ROBERTO MORAIS

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PPS.

 

59 - CORONEL TELHADA

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PP.

 

60 - MARTA COSTA

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSD.

 

61 - PAULO CORREA JR

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Patriota.

 

62 - JORGE CARUSO

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do MDB.

 

63 - MARCOS DAMASIO

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PL.

 

64 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Registra as manifestações.

 

65 - TEONILIO BARBA LULA

Para comunicação, solicita que os deputados votem favoravelmente ao requerimento de urgência ao PL 113/19.

 

66 - ISA PENNA

Para comunicação, defende a apreciação do PL 113/19, de sua autoria.

 

67 - GILMACI SANTOS

Para comunicação, informa que seu partido, o Republicanos, vai apresentar emenda no sentido de retirar do projeto trecho que inclui mulheres transgêneros.

 

68 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Anuncia o resultado da verificação de votação, que não atinge quórum regimental, ficando adiada a votação.

 

69 - CARLOS CEZAR

Para comunicação, anuncia a visita a este Casa do prefeito da cidade de Glicério.

 

70 - CARLÃO PIGNATARI

Para comunicação, sugere que se volte a discutir a apreciação do PL 113/19 no Colégio de Líderes oportunamente.

 

71 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Informa que a matéria continuará a entrar em pauta durante esta semana. Coloca em discussão o PL 521/19.

 

72 - TEONILIO BARBA LULA

Discute o PL 521/19.

 

73 - ERICA MALUNGUINHO

Discute o PL 521/19.

 

74 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA

Discute o PL 521/19.

 

75 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Suspende a sessão por dois minutos, às 18h10min, por conveniência da ordem; reabrindo-a às 18h13min.

 

76 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

77 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 29/08, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra a realização da sessão extraordinária de hoje, com início previsto para as 19 horas. Levanta a sessão.

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Telhada.

 

                                                             * * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

      * * *

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e convida a nobre deputada Leci Brandão para ler a resenha do expediente.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - Sr. Presidente, temos aqui duas indicações, uma do nobre deputado Rogério Nogueira, para que determine aos órgãos competentes do fornecimento da vacina antissarampo ao município de Valinhos. Também indicação do deputado Aprigio, para que haja adoção das medidas necessárias, junto aos órgãos competentes da administração estadual, objetivando a liberação de recursos para fins específicos de custeio para a Santa Casa de Misericórdia de Jales.

Está lida a resenha, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, senhora deputada. Pequeno Expediente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Oradores inscritos. Temos 35 deputados inscritos para o Pequeno Expediente. O primeiro deputado inscrito é o deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Deputado Castello Branco. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputado Coronel Nishikawa. (Pausa.) Deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Deputado Enio Lula Tatto. (Pausa.) Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Deputado Roberto Engler. (Pausa.) Deputada Isa Penna. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

A SRA. ISA PENNA - PSOL – Olá a todas e todos. Olá, presidente, presidenta. Olá a todos que me acompanham nas galerias, a todos que me acompanham na TV Alesp. Eu quero, em primeiro lugar, dizer que o tema sobre o qual é preciso falar hoje é um tema que diz respeito a todas as mulheres que estão me assistindo, independentemente de em quem você votou, independentemente da sua sigla partidária, das suas ideias.

Eu defendo uma sociedade com pluralidade de pensamentos, mas hoje todas as mulheres estão sendo chamadas a encamparem e se mobilizarem pela aprovação de um projeto de lei que é básico para que a gente comece a pensar, de fato, de forma séria, no combate à violência contra as mulheres como uma política pública, como uma política de estado.

Para a gente pensar, portanto, em uma política que procure defender as mulheres, que procure, desde cedo, ensinar às nossas crianças que amor e violência não têm nada a ver uma coisa com a outra, é preciso, em primeiro lugar, encarar a realidade. Para que a gente encare essa realidade, nós precisamos ter acesso à informação.

O projeto de lei Dossiê Mulher - quero dialogar com todos os meus colegas - trata sobre isso. Há dados valiosíssimos na Secretaria de Segurança Pública, na Secretaria de Saúde, na Secretaria de Educação. Esses dados já existem. Ocorre que, para que eles possam ser devidamente analisados, processados, e assim servirem de insumo para a elaboração de políticas públicas para o combate à violência contra as mulheres, é preciso que a gente tenha acesso a essas informações, em primeiro lugar, mas que também essas informações sejam compiladas, naquilo que nós denominamos de Dossiê Mulher, e por isso é o nome do projeto.

Senhoras e senhores, o momento político que a gente vive no Brasil é muito difícil. É um momento político de resistência democrática. Nós, enquanto membros do Legislativo, precisamos nos atentar àqueles que hoje desprezam a democracia, desprezam valores básicos como a busca por uma sociedade mais igualitária, mais justa, com mais oportunidades, com mais distribuição de renda.

É por isso que, para transformar essa realidade, nós só vamos conseguir realizar isso - a humanidade em conjunto -, se nós afirmarmos que a base de qualquer democracia é o acesso à informação. A base de qualquer política pública é a realidade, e essa realidade já existe a partir dos dados que estão nas secretarias. Portanto, não há custo orçamentário.

O projeto Dossiê Mulher trata de dados que já existem e que podem ser compilados e cruzados por servidores que já estão empregados. Então não há qualquer justificativa, seja do ponto de vista ideológico, seja do ponto de vista orçamentário, para que a gente seja contra esse projeto de lei, a não ser - e eu não quero acreditar -, que nesta Casa tenha alguém que seja contra o combate à violência contra as mulheres.

Seria de se espantar que no Legislativo, em pleno século 21, a gente tivesse algum deputado ou alguma deputada que fosse contra a ideia de a gente ter mais insumo para produzir e avançar na luta contra essa forma de violência que afeta todas as mulheres. Os homens, nesse sentido, não estão excluídos da nossa luta. Eles têm um lugar na nossa luta, precisam ser nossos parceiros, seja porque também têm irmãs, também têm amigas, também têm mães e sabem que nós, mulheres, somos seres pensantes que merecemos a igualdade, mas também porque nós somos seres humanos.

É por isso que eu peço a aprovação e o apoio dos deputados e das deputadas desta Casa ao Dossiê Mulher. Nós não vamos dar um passo atrás. Vamos seguir mobilizando, trazendo muitas mulheres para a galeria, fazendo uma ampla campanha nas redes sociais, porque a aprovação do Dossiê Mulher é o básico, o básico que precisa ser aprovado para a gente enfrentar essa realidade cruel que é a violência contra as mulheres, que é o feminicídio, que são os assédios, que é a cultura do estupro de uma forma geral.

Muito, muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sra. Deputada. A próxima deputada é a Sra. Deputada Leci Brandão. Tem V. Exa. o tempo regimental.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Excelentíssimo Sr. Presidente Coronel Telhada, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, assessores desta Casa, público que nos assiste, público da galeria, nossos cumprimentos. Sr. Presidente, hoje vai acontecer uma audiência pública da Fundação Oncocentro de São Paulo, é uma audiência que está inclusive sendo chamada pela nobre deputada Beth Sahão. Será às 18 horas lá no auditório... aqui não cita, deve ser no Kobayashi.

Os membros da Fundação Oncocentro estiveram lá no nosso gabinete na semana passada falando que eles já existem há alguns anos, fazendo um trabalho muito forte, um trabalho muito especial, com as pessoas que são portadoras de câncer. Mas, inexplicavelmente, a gente sabe que o Governo do Estado está querendo acabar com essa fundação, o que nos deixa bastante preocupados.

A gente sabe que é uma coisa que acontece há 45 anos. Eles fazem estudos e pesquisa em cancerologia, em novos métodos de prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer. A Fundação é conhecida, mas as pessoas não têm a dimensão da importância dos serviços prestados por aqueles profissionais. São profissionais que precisam desse emprego, são profissionais extremamente capacitados.

A gente sabe que essa questão de Saúde é fundamental, o estado tem obrigação de cuidar da saúde da população. E até tem outro detalhe: eles gastaram apenas 600 mil reais ao mês e têm apenas 89 pessoas trabalhando lá e esses 650 mil reais é 0,5% do orçamento para a Saúde. Não vai prejudicar no orçamento do estado de forma alguma.

A gente sabe que, por exemplo, no ano passado foram 540 unidades que atenderam às demandas; 2.000 testes ginecológicos; 13.000 biópsias de colo de útero, de mama e de pele. Fez a capacitação de mais de mil profissionais e a gente viu que é importante chegar nesta tribuna e falar sobre isso.

Eu não sou da Comissão de Saúde; sou da Comissão de Educação e Cultura, mas saúde é fundamental. O povo precisa da saúde inclusive para poder resolver as outras coisas. Eu também quero aproveitar o pouco tempo que me resta para cumprimentar as pessoas ligadas à PEC 2 que estão sempre na nossa galeria insistindo todos os dias para que essa PEC essa aprovada.

Eu quero repetir que hoje, às 18 horas, vai haver uma audiência para discutir essa medida do governo de querer não mais dar subsídios para a Fundação Oncocentro do Estado de São Paulo.

Queria também cumprimentar a deputada Isa Penna, que esteve aqui antes de mim fazendo um pronunciamento importante em relação à questão do Dossiê da Mulher. Como a gente não tem problema de elogiar quem quer que seja, a Isa Penna é uma deputada combativa nesta Casa, e que defende assim com muita consciência.

Ela é uma deputada que às vezes parece que é meio louca, mas não é não. É que ela é desse jeito mesmo. É o jeito da Isa que é assim. Ela não tem medo de enfrentamento e eu quero parabenizá-la por isso.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sra. Deputada. Antes de chamarmos os próximos deputados, queria informar à Casa que nós estamos recebendo a visita dos vereadores de Cesário Lange e de Pereiras.

 

* * *

 

- São exibidas as imagens.

 

* * *

 

O primeiro é o vereador Marquinho do Grêmio, meu amigo, meu irmão na fé, lá da querida cidade de Cesário Lange. Marquinho, obrigado pela visita. Temos também o vice-prefeito de Pereiras, o Sr. Osmar Junior. Muito obrigado, Osmar, pela presença.

E também os vereadores Joel Ruivo Miranda e Neto Marques, que são de Pereiras. Muito obrigado pela presença dos senhores. Parabéns pelo trabalho que têm executado lá em Cesário Lange e Pereiras e contem com os deputados desta Casa. É um prazer recebê-los. Solicito que a Sra. Deputada Leci Brandão assuma a Presidência dos trabalhos.

 

* * *

 

- Assume a Presidência a Sra. Leci Brandão.

 

* * *

 

A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Com a palavra o nobre deputado Coronel Telhada, pelo tempo regimental.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP – Muito obrigado. Sra. Presidente, Srs. Deputados, assessores, funcionários presentes. Quero saudar o soldado Pelegrini e a cabo Flavia, que fazem a nossa segurança e são da nossa Assistência Policial Militar da Assembleia. Saudar a todos os presentes, em especial os amigos, irmãos, da PEC 2. Sejam bem-vindos. É um prazer recebê-los; a todos que nos assistem pela TV Assembleia.

Quero começar como sempre saudando os municípios aniversariantes. Hoje, nós temos dois municípios aniversariantes: Tupi Paulista e Itararé. Lembrando que hoje, 28 de agosto, também é o dia em que foi fundada a Harley-Davidson, para quem é motociclista como eu, gosta de motocicleta, faz parte do assunto, pertence a moto clubes - apoio os nossos moto clubes em São Paulo.

No dia 28 de agosto de 1903, era fundada a Harley-Davidson, famosa marca de motos em todo os Estados Unidos e hoje em todo o mundo. Portanto, há 116 anos que nós temos a Harley-Davidson atuando em todo o planeta. Quero dar ciência a todos que ontem, terça-feira, dia 27 de agosto, nós estivemos na Freguesia do Ó, na Casa da Cultura Salvador Ligabue, onde foi comemorada a sessão solene da Câmara Municipal de São Paulo referente aos 439 anos da nossa querida Freguesia do Ó.

O evento foi proposto pelo amigo vereador Claudinho de Souza. O Claudinho é um vereador muito, muito atuante na região, vereador antigo e meu amigo há mais de 20 anos. Ontem presidiu essa sessão solene na Câmara Municipal. Tivemos a oportunidade de estar presentes, saudando todos os munícipes da região da Freguesia do Ó, bairro onde nasci e fui criado. Minha família toda mora lá e o pessoal da igreja.

Enfim, todos da querida Freguesia do Ó, um abraço a todos. Dia 29 de agosto, amanhã, se completam 439 anos. Portanto, um dos pontos mais antigos do nosso estado de São Paulo: 439 anos de fundação.

Infelizmente, temos também a lamentar hoje a morte de mais um policial militar. É a morte de um jovem policial militar de 30 anos de idade, que foi morto lá no Sergipe. É o soldado da Polícia Militar Genésio Monteiro da Cruz, de 30 anos, que foi enterrado na terça-feira, lá na saída de Lagarto para o município de Itabaiana, em Sergipe. O soldado Genésio era lotado na equipe Força Tática do 11º Batalhão de Polícia Militar. Estava na corporação desde 2014. Era casado e pai de dois filhos menores de idade.

Para os senhores e senhoras terem noção do que houve: eles estavam de serviço numa cavalgada no povoado de Pedrinhas, em Areia Branca, no Agreste Sergipano. Na noite de domingo, dia 25, ele notou que no meio das pessoas havia um indivíduo armado. Eles foram fazer a abordagem desse indivíduo armado. O indivíduo atirou contra a equipe, acertou um tiro no rosto do soldado Genésio, baleou outro policial e mais uma adolescente que se encontrava no local.

Foram todos socorridos. Infelizmente, o soldado Genésio faleceu. A adolescente e o outro policial estão fora de perigo. O criminoso infrator também ficou ferido, foi perseguido e preso em seguida. Mas, infelizmente, o soldado Genésio, pai de família, pai de duas crianças, 30 anos de idade, um jovem ainda, 30 anos de idade, morreu nessa triste ocorrência. Então, queremos mandar as nossas condolências para todos os irmãos policiais militares do Sergipe.

Eu gostaria, por gentileza, que a Taquigrafia enviasse as nossas palavras de abraço e consolo para o comandante geral da Polícia Militar do Sergipe e para todos os policiais militares que lá exercem essa nobre profissão.

Falando em profissão, hoje a imprensa fala sobre suicídios na Polícia Militar. Uma coisa muito grave, que não é novidade.

O pessoal descobriu que a Amazônia pega fogo. Desde que sou moleque... Sou moleque, né Nishikawa? Acho que você é um pouco mais velho que eu e você se lembra disso quando a gente era criança. Mas agora é novidade: a Amazônia começou a pegar fogo por culpa do Bolsonaro. Bolsonaro botou fogo na Amazônia.

O Jornal hoje está noticiando, infelizmente, o suicido na Polícia Militar. Que, infelizmente, é uma realidade desde que o meu pai ingressou na Polícia Militar em 1966, então Guarda Civil. Eu mesmo, a minha equipe, perdi policiais que se suicidaram, homens valorosos, pais de família. Infelizmente, não deram nem um sinal disso. Se tivessem dado um sinal, com certeza teríamos tentado agir preventivamente.

Mas é um mal que, infelizmente, está em toda a sociedade. É o mal da sociedade, o desprezo pela vida. Muitas vezes, a falta de Deus no coração dessas pessoas, falta de uma igreja, falta de uma religião, falta de crer em algo superior, que leva a pessoa a isso.

E o Polícia Militar também, por estar com arma de fogo, é um instrumento muito fácil para se cometer esse tipo de loucura que é o suicídio. Praticamente 90% dos suicídios de policiais militares são praticados com arma de fogo. É uma triste realidade.

Às vezes vejo alguns colegas falando sobre isso aqui e querendo botar culpa até no governo. Acho interessante isso. Querendo botar a culpa no governo, querendo botar a culpa no comandante geral. Só que essa é uma realidade, uma doença que tem que ser tratada com muita cautela. E a Polícia Militar tem sim - aqueles que não sabem - um centro psicológico que trabalha forte nisso.

Mas é uma realidade em todos os serviços. E na Polícia Militar, justamente por estar muito próxima ao crime, muita desgraça, o policial vê desgraça todo dia, acaba levando a pessoa a isso aí. Então, temos que trabalhar forte para expurgar isso do nosso meio.

Quero parabenizar e agradecer mais uma vez ao meu amigo, o vereador Marquinho do Grêmio, lá da querida cidade de Cesário Lange. Também o vice-prefeito Osmar Junior (Osmarzinho), e o Neto Marques de Pereiras. Um abraço a Pereiras, a todo o povo. Marquinho, logo mais estaremos em Cesário Lange, promovendo um evento de Segurança Pública. Obrigado pelo apoio, viu Marquinho!

Pessoal, é isso. Muito obrigado a todos. Contem comigo.

 

A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Seguindo a lista de oradores inscritos. Deputada Janaina Paschoal. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando Lula da Silva. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Coronel Telhada. (Pausa.) Deputado Paulo Lula Fiorilo. (Pausa.) Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Deputado Douglas Garcia. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

  O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, caros pares aqui presentes, servidores da Assembleia Legislativa do Estado São Paulo e público que nos assiste através da TV Alesp e também nas galerias da Assembleia Legislativa, queria saudar a todos da PEC 2, que Deus os abençoe, continuem nessa batalha, continuem nessa luta que tem o total apoio deste deputado que vos fala e acredito que a maior parte deste Parlamento é unânime à aprovação da PEC 2. Fica aqui registrado o meu pedido ao presidente Cauê Macris, de que possa ser pautada essa PEC e nós consigamos dar aos nossos policiais militares o seu devido respeito.

  Senhores, eu vim falar, infelizmente, do que aconteceu agora, de acordo com o STF, o entendimento da 2ª turma do STF, que anulou a sentença de Moro que condenou Bendine na Lava Jato. É a primeira vez, de acordo com o jornal Estadão, que o Supremo Tribunal Federal derruba uma condenação aplicada pelo ex-juiz federal, que impôs 11 anos de prisão ao ex-presidente da Petrobras. Ele chegou a ser condenado em 2ª instância pelo Tribunal Regional Federal, ou seja, não apenas o ministro Sérgio Moro, como também o TRF - 4 à prisão.

Temos aqui que em março de 2018 condenou o ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras, o Sr. Aldemir Bendine, a 11 de reclusão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Repito: corrupção passiva e lavagem de dinheiro; derrubou essa decisão. Simplesmente fez com que a impunidade no nosso País seja mais uma vez propagada.

Senhores, me desculpem, mas é impossível não se revoltar numa situação como essa. É impossível a gente não ficar nervoso numa situação dessas. Como pode a suprema corte, a maior corte de Justiça deste País, a cúpula do Poder Judiciário o tempo todo tomar decisões que vão contrárias à vontade da população? “Ah, mas é que o Poder Judiciário é diferente do Poder Legislativo e do Poder Executivo.” Ele não pode agir de acordo com a população.

O Poder Judiciário trabalha através de leis que foram promulgadas, operadas, criadas pelo Legislativo. Então, sim, existe uma regra geral que deve ser seguida. E a principal regra geral é não perdoar bandidos, não passar a mão na cabeça de vagabundos. E é isso que o Supremo Tribunal Federal tem feito durante todos esses anos. De que adianta nós lutarmos tanto contra a corrupção quando a cúpula do Poder Judiciário cospe, todo santo dia, na cara de milhões e milhões de brasileiros perdoando corrupção passiva, lavagem de dinheiro?

Como nós podemos cobrar aos juízes do Tribunal de Justiça do estado de São Paulo, que cumpra o seu papel mínimo de colocar o bandido pé de chinelo dentro da cadeia, quando nós temos 11 deuses de toga que acham que podem funcionar melhor do que remédio laxante e sair liberando todo mundo, e sair soltando geral?

Isso é um absurdo, senhores. Isso é nojento de se pensar que a Suprema Corte brasileira esteja tanto contra a própria população. É necessário que o Supremo Tribunal Federal encontre uma rédea. É necessário que alguém venha travá-los. É necessário que o Poder Legislativo venha cumprir o seu papel, porque os poderes são independentes e harmônicos e nós estamos vendo o Poder Judiciário, na figura do Supremo Tribunal Federal, acabar com essa harmonia e, portanto, desrespeitar a Constituição da República. O Supremo Tribunal Federal precisa encontrar um freio. E esse freio precisa vir através do Senado da República, através da Lava Toga, através do Congresso Nacional e “impeachmando”, se necessário, cada um dos 11 ministros. Temos lá um querendo legalizar o aborto via jurisprudência. O outro, querendo proibir projetos de lei que sempre são aprovados nas assembleias legislativas a respeito do Escola sem Partido e proibição à ideologia de gênero.

O outro, Gilmar Mendes, que só sabe soltar bandido. Inclusive, criticou veementemente a república de Curitiba, dizendo que se trata de uma ditadura. Ditadura é o que nós estamos vivendo hoje, é a ditadura do Judiciário, o Judiciário, que só protege vagabundo, o Judiciário, que só protege bandidos.

Mas eu tenho fé. Eu creio em Deus que um dia a hora desses ministros irá chegar. E não veja isso como uma ameaça, porque não é. A hora em que eles vão ter que prestar contas para a população. Porque o povo está chegando no limite. A revolta do povo está chegando no limite.

Para concluir, Sr. Presidente, eles vão ter que lidar, não é com um cabo e com um soldado, porque isso é o de menos. Tenho medo, sim, do povo nas ruas. E, um dia, o povo irá cobrar, batendo na porta do Supremo Tribunal Federal.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Coronel Telhada.

 

                                                             * * *

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado.

Antes de chamar o próximo deputado, eu queria dar ciência às Sras. Deputadas e aos Srs. Deputados que esta Presidência, atendendo solicitação do nobre deputado Castello Branco, altera a finalidade da sessão solene convocada para o dia 30 de setembro de 2019, às 10 horas, para sessão solene em menção honrosa com a finalidade de homenagear o Programa Educacional e Sustentabilidade da Companhia Melhoramentos de São Paulo e sua história de 129 anos no Brasil.

Lido.

Próximo deputado: deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Sargento Neri. (Pausa.) Deputado Tenente Nascimento. (Pausa.) Deputado Roberto Morais.

V. Exa. tem o tempo regimental.

 

O SR. ROBERTO MORAIS - PPS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, nossos amigos aqui da PM, da PEC 2, contem com o apoio do nosso partido, o PPS, na votação. Estamos aqui empenhados a tudo o que for em defesa do funcionalismo.

Coincidência ou não, eu tenho um irmão que já é um policial que já está na reserva, e tenho uma irmã professora do estado. Então, meus dois irmãos são funcionários públicos estaduais, e estão sempre na luta por melhoria de condições. Então, conte com nosso apoio.

Eu queria anunciar aqui duas emendas parlamentas que nós apresentamos para a prefeitura de Piracicaba no ano passado, no valor de 300 mil, para adquirir novos aparelhos de raios X para duas UPAs: Vila Resende e Piracicamirim.

Vila Resende é um dos maiores bairros de Piracicaba. Para se ter ideia, quem passa pelo centro de Piracicaba indo em direção para sair para São Pedro, quando passou o Rio Piracicaba, ali já é o grande bairro de Vila Resente. Depois, Santa Terezinha, que também é um dos maiores bairros. E o bairro do Piracicamirim, que é um bairro também tradicional.

Nós fizemos as emendas a pedido do Dr. Pedro Melo, que é nosso secretário de Saúde do município. Aliás, um brilhante médico, brilhante secretário, pessoa muito séria. E, também, através do pedido do prefeito Barjas Negri.

Esse dinheiro foi liberado. Nós vamos ter a instalação desses aparelhos de raios X para atender essas UPAs do bairro Piracicamirim, e, também, do bairro Vila Resende. Nós ficamos realmente satisfeitos, porque quando o deputado pede, não é, Caio França, o deputado não pede para ele; ele pede para o município, ele pede para a sua população. E nós, que temos a nossa história política ligada à cidade de Piracicaba, à região de Piracicaba, são 43 anos fazendo programa diário de rádio. São 26 anos de vida pública. Foram seis anos como vereador da nossa cidade. Há 20 anos aqui na Assembleia, no sexto mandato. Nós ficamos satisfeitos.

Essa é a função do Governo: atender, realmente, os seus deputados, que fazem as demandas que não são demandas pessoais, são demandas para os prefeitos, são demandas para os vereadores, são demandas para entidades médicas, são demandas para entidades assistenciais.

E nós precisamos isso. Nós tivemos, ano passado, quando o governador Márcio França foi a Piracicaba, liberou quatro milhões de reais para fazer a estrada do Ceasa, uma vicinal que estava abandonada há muitos anos. Esse dinheiro foi liberado, foi pago pelo Governo, essa estrada está pronta. Isso, para nós, realmente, é motivo de orgulho.

Estamos já praticamente com todas as nossas rodovias duplicadas. Estamos vivendo um novo momento, já disse ontem aqui o decreto que foi feito, foi assinado pelo governador Doria, do Baep, que vai ser instalado até novembro ou dezembro, lá em Piracicaba, que é o Baep 10. Ele ontem também assinou o Baep 11, que é da cidade de Ribeirão Preto.

Então, isso para nós é motivo de orgulho. Estamos aqui para defender o funcionalismo público, estamos aqui para defender a nossa região, para defender o estado de São Paulo. Os deputados são eleitos pela sua região, mas ele tem 645 municípios que ele tem que dar atenção, tem que efetivamente estar atento às demandas que ocorrem. A gente sabe da situação política difícil que está vivendo o País. Nós vivemos o pior momento da política nacional, momentos de ex-presidente preso, deputados presos, empresários presos. Então, nós aqui de São Paulo, do maior Parlamento do País, temos a obrigação de mostrar nosso trabalho com muita dignidade, com muita seriedade, acima de tudo com muita transparência. E é isso que nós defendemos no nosso dia a dia aqui na Assembleia Legislativa.

Ficamos felizes quando tem povo aqui na Assembleia. Nós gostaríamos que essa galeria estivesse sempre lotada. Esse momento do Pequeno e Grande Expediente, para que vocês entendam, são momentos que as comissões permanentes da Casa também estão reunidas, terças, quartas e quintas.

Às vezes, os deputados estão aqui, mas estão nas comissões, que ficam aqui no primeiro andar, ou estão nos seus gabinetes, atendendo as suas demandas, seus prefeitos, as suas lideranças, mas venham participar da vida do Parlamento, porque às vezes é fácil falar mal: “Ah, eu não gosto de política, político não presta”. Mas venham participar, venham conhecer o Parlamento.

Para nós, é um motivo realmente de orgulho receber as pessoas aqui na Assembleia Legislativa. Tem dificuldade, às vezes, de se locomover, cidades do interior ficam distantes, mas nós estamos aqui para recebê-los, e para nós sempre é um motivo de orgulho ter essa galeria repleta de pessoas. Venham reivindicar, venham conversar com seus deputados, venham conversar com suas lideranças.

Muito obrigado, nosso querido Coronel Telhada, que comanda a sessão. Muito obrigado aos telespectadores da TV Assembleia, aos nossos deputados, deputadas, e as pessoas que hoje nos acompanham aqui do plenário.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado.

Próxima deputada, deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Frederico d’Avila. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Gil Diniz.

Fará uso da palavra? Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente, boa tarde toda a Mesa, público presente aqui na galeria, nossos deputados, assessores, policiais militares e civis, a quem nos acompanha pela TV Assembleia.

Deixar registrado aqui, hoje, 28 de agosto, para quem é católico celebramos na igreja o Dia de Santo Agostinho, um dos 33 doutores da igreja, Agostinho, bispo de Hipona. Alguns conhecem como Agostinho de Hipona, e nós o celebramos na Igreja Católica na data de hoje.

Ato contínuo, queria deixar aqui minha solidariedade as maiores estimas e desejo de melhoras ao ministro Ricardo Salles, o ministro do Meio Ambiente, que foi internado hoje. Acabou de sair a notícia de que já recebeu alta, Coronel Nishikawa, ele que o senhor propôs aí o Colar do Mérito Legislativo a ser entregue no dia 2, aqui, às 10 da manhã, com outras autoridades: Smanio, o comandante Hamilton também. Estaremos presentes aqui nessa solenidade juntos. Esperamos a pronta recuperação do ministro Ricardo Salles, e vamos participar aqui dessa cerimônia.

Para terminar o meu tempo e para deixar algumas coisas mais esclarecidas aqui, nosso amigo França, que me questionou agora há pouco: ontem, nós da Executiva Estadual do PSL, emitimos uma nota dizendo que as candidaturas à prefeitura de 2020, tanto aqui na cidade de São Paulo, como por todo o Estado, ainda não estão definidas, deputado Douglas Garcia, e que se houver, principalmente nas maiores cidades, como São Paulo, capital paulista, que haja prévias, que haja um debate interno, que haja essa questão da democracia dentro do partido, de ouvir os filiados, de ouvir os deputados estaduais, federais, para que não tenha aquela questão da imposição, que um candidato se lance e diga que é o único, ou a única candidata, deputado Coronel Telhada, e que encare isso até como um castigo.

Olha, o abacaxi caiu na minha. Olha, eu estou carregando essa cruz. Eu acho que, para um parlamentar, ou para qualquer cidadão que vê candidato a uma prefeitura como a de São Paulo, acho que não é um abacaxi, não, nem uma cruz. É uma honra ser candidato, debater os assuntos aqui do município, Coronel Telhada, que o senhor conhece bem, foi vereador aqui nessa cidade.

Então, nós emitimos a nota, e já teve uma pronta resposta. Eu costumo dizer que o PSL tem que ter um candidato, Douglas, do PSL, e não uma linha auxiliar do PSDB dentro do PSL, e nós temos quadros para isso. E outra, não precisa ser um deputado eleito, alguém com mandato legislativo. Pode ser um filiado comum. Edson Salomão, do Direita São Paulo, hoje movimento conservador.

É um quadro, como há outros também. Cogitaram ali, o próprio Major Olímpio já falou, o nome do José Luiz Datena, que não tem, dentro da nossa militância, não tem um grande apoio, mas é um nome também, e, pelo que me consta, não é político. Está filiado a um partido, pode vir para o PSL, pode ir para outro partido também.

Então, a reação que aconteceu aí nas redes sociais, principalmente no Twitter, é até engraçada. A deputada Joice Hasselmann diz que eu sou papagaio de pirata, me referindo ao Eduardo Bolsonaro, aspone. Aspone, para quem não conhece, é assessor de poxa nenhuma, do deputado Eduardo Bolsonaro, e o Frota me chama de Louro José do Eduardo Bolsonaro.

Nessa conjuntura aí de aves, eu acho que me ofenderia se me chamasse de tucano, mas Louro José eu gosto. Papagaio de pirata, tudo bem, não tem problema. Eu gosto de sair na foto ali com o Eduardo Bolsonaro e com o Jair Bolsonaro. Não gosto de sair na foto com o governador João Doria. Não gosto de sair na foto com o presidente da Câmara Federal, o Rodrigo Maia, ou com as pessoas ali do centrão.

Teria vergonha. Teria vergonha, e é uma nota tranquila da executiva do PSL, que nós fizemos também, quando a mesma candidata se lançou ao governo de São Paulo sem autorização do partido. Então, novamente, nós defendemos aqui, Coronel Nishikawa, que  as nossas bases sejam ouvidas, que haja aí essa democracia dentro do partido, e que os quadros se apresentem, para serem candidatos na cidade de São Paulo, e não vai ser imposto, não. Pode ter um milhão de votos, pode ter voto nenhum. Nós vamos discutir sim e defender um melhor nome para a cidade de São Paulo, e, novamente, que seja um quadro do PSL, não uma linha auxiliar do PSDB dentro do nosso partido.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, deputado Douglas.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Uma breve comunicação, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Por gentileza.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL – PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigado, Sr. Presidente. Apenas para comunicar a esta Casa que eu tenho muito orgulho de ter o deputado Gil Diniz como líder da minha bancada. Queria parabenizar aqui a ação do meu líder, Gil Diniz, porque, afinal de contas, ele mostrou que existe democracia dentro e fora do partido.

É uma pessoa que briga pela democracia aqui no plenário da Assembleia e briga pela democracia dentro da estrutura do PSL. É bom que muitos vejam isso que está acontecendo, porque, diferente de muitos outros partidos, blocos, ou até mesmo coletivos, existe diversidade de pensamento, existe um bloco de pessoas que pensam de forma diferente, e isso é normal dentro de qualquer outra democracia.

Então, ficam aqui registrados os meus parabéns ao deputado Gil Diniz, pela atitude que teve em dizer que não existe nenhum candidato ou pré-candidato à prefeitura da cidade de São Paulo pelo nosso partido, e que existem prévias que precisam se realizadas, como existe em qualquer outro partido.

Já que o último que chamou o senhor de uma ave resolveu sair fora do partido, talvez outros que xingam também de aves queiram tomar o mesmo propósito, o mesmo sentido, a mesma influência, e resolver zarpar fora também, porque de pessoas para criticar a gente já tem muitos. Agora, para ajudar, para tomar o papel de liderança, para fazer o excelente trabalho que faz aqui na Assembleia Legislativa, refletindo-se no Congresso Nacional ou até mesmo levantando o braço quando necessário, não está fazendo. Queria parabenizar o deputado Gil Diniz pelo trabalho de liderança e que muitas outras pessoas venham também seguir esse mesmo exemplo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr. Deputado. Também tenho orgulho do deputado Gil Diniz. Estou meio bravo com ele porque ele quer levar um amigo, vereador de Campinas, para o PSL, mas depois a gente vai conversar.

A próxima é a deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputado Caio França, V. Exa. tem o tempo regimental.

 

O SR. CAIO FRANÇA - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, funcionários da Casa, meus colegas deputados, primeiro, quero fazer um comentário para enriquecer a fala do deputado Gil, um amigo que eu conheci na Casa também.

Dar os parabéns e que ele possa descascar esse abacaxi no PSL, que eu sei que não será uma tarefa fácil. A gente percebe que assim como em outros partidos também, tem muitas divergências internas, mas acho que você terá sabedoria suficiente para poder conduzir isso.

Confesso que tenho curiosidade para ver como é que vai ser a reação da população de São Paulo em relação à decisão da deputada Joyce em fazer a disputa, em disputar uma prefeitura de uma cidade tão importante quanto São Paulo, abrir mão do mandato, que é algo que a cidade de São Paulo já demonstrou na última eleição que não concorda, ainda mais com a votação que ela teve. Você abrir mão do mandato outorgado pelo povo para poder fazer uma disputa, eu sempre acho que é algo que tem que ser muito bem avaliado.

Mas eu subo à tribuna nesta Casa para tratar de um assunto que diz respeito à região da Baixada Santista, mais especificamente sobre São Vicente, a primeira cidade do Brasil. Para aqueles que não sabem, São Vicente é dividida por duas grandes regiões: a região insular, onde tem as praias, que é o centro da cidade, e a região do continente, que é a área continental onde vivem hoje mais de 150 mil pessoas.

Nós temos no meio desse caminho uma ponte, a Ponte dos Barreiros, que formalmente é a ponte A Tribuna. Acontece que essa ponte há muito tempo a gente vem alertando o Governo do Estado para que se possa fazer uma manutenção e até uma reforma de grande porte. O tempo foi passando, foi passando, foi passando e a ponte está numa condição muito precária.

Há interesse da EMTU em refazer a ponte porque ela é a continuação do projeto tão falado no estado de São Paulo inteiro, que é o VLT - Veículo Leve sobre Trilhos - que é um projeto que deu muito certo na Baixada, que hoje tem mais ou menos 11 quilômetros, que liga uma parte de São Vicente até uma parte de Santos. É a primeira fase do VLT.

A segunda fase do VLT é só na cidade de Santos. Vai ligar a Conselheiro Nébias até o Valongo, o centro da cidade. E a terceira fase, que já está iniciado o processo para licenciamento ambiental, inclusive com previsão orçamentária, é dos Barreiros até o Samaritá e no meio do caminho tem essa ponte.

Por isso no ano passado, na época ainda do governador Geraldo Alckmin e do governador Márcio França, foi contratado um projeto executivo pela EMTU - a vencedora foi a Maubertec - para se fazer o projeto executivo da recuperação da Ponte dos Barreiros.

Acontece que no meio desse caminho, o Ministério Público - com a sua razão - acionou o Judiciário para eventualmente até interditar a ponte por preocupação das condições físicas e para preservar a segurança do usuário. Acontece que, claro, você paralisar uma ponte que liga 150 mil pessoas de um lado para o outro, é um caos. Você só faz isso em última circunstância.

A gente conseguiu em conversa com o Judiciário reorganizar isso. Hoje, com vários problemas, mas tem um sistema de siga e pare que diminui um pouco o impacto na ponte, mas o principal é que nós precisamos convencer o Governo do Estado a dar continuidade a um projeto que já iniciou lá atrás, a um projeto que deu certo e que precisa continuar.

O que eu tenho conversado e já estive com os secretários de estado, é que o VLT é um projeto muito longo e é um projeto que demanda muita grana. A gente sabe que nem sempre há condições de se fazer. O que eu tenho insistido é que a reforma da ponte não pode depender do VLT. Nós precisamos reformar a Ponte dos Barreiros para que em algum momento a gente consiga ter o VLT.

Só que o problema é que a reforma da ponte é para ontem, é para já. Sinto que, infelizmente, há uma discussão de competência: quem tem que reformar, quem tem que fazer? Olha, é claro que é o governo do Estado. A ponte foi concluída em 95, num consórcio privado em parceria com o governo do Estado. Portanto, é natural que o governo faça uma obra prevista em mais ou menos 20 milhões de reais para a recuperação de suas estradas.

Tenho feito várias reuniões. Conheço o processo de cabo a rabo. Estive na Maubertec. Estive na MTU. A Maubertec já pediu a ampliação de prazo para a entrega do projeto executivo. Veja, se você contrata um projeto executivo e paga um milhão e meio para contratar o projeto, é óbvio que você tem interesse em fazer a obra. Ninguém gasta um milhão e meio sendo que não sabe direito se tem o interesse. Se gasta esse dinheiro todo, é porque tem interesse.

Então, quero fazer um apelo: que a gente tenha a oportunidade, em dezembro, de ter todos esses atores envolvidos, e a demonstração clara de que o governo do Estado olhe com carinho pela região da Baixada. Em dezembro votaremos o Orçamento do próximo ano. Lá tem que constar a reforma da Ponte dos Barreiros, que vai ficar mais ou menos esse valor.

Vamos ter o projeto executivo pronto, com o valor exato da obra, com todo o detalhamento da obra. Teremos condição de votar o Orçamento. E aí sim, vamos demonstrar que a cidade de São Vicente - falo São Vicente, mas é toda a Baixada Santista - é vista pelo governo do Estado como uma região que precisa de investimento. Estarei aqui para lutar e acompanhar que isso aconteça.

Eu já disse ao secretário: “Se não constar no Orçamento, vamos fazer uma emenda. E vou pedir para que os deputados possam me ajudar na aprovação, com a complementação do que falta, para a gente poder fazer a reforma da Ponte dos Barreiros. É uma oportunidade que tive de poder fazer essa reclamação aqui. Peço que todos os colegas possam ser solidários a essa situação.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado.

 

O SR. ROQUE BARBIERE - PTB - Presidente, para uma Comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Um minutinho só, vou chamar o próximo deputado. O senhor faz o seguinte: o próximo deputado é o deputado Carlos Giannazi. Enquanto se desloca à tribuna, V. Exa. tem uma comunicação.

 

O SR. ROQUE BARBIERE - PTB - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, saiu num site o escândalo do Panama Papers e o diretor presidente da Serasa. Tive várias discussões contra esse cidadão, na época que tinha um projeto do Rui Falcão, que dizia que, para negativar o nome da pessoa, para sujar sua honra, tinha que ser comunicado via AR.

Tivemos várias brigas aqui na Assembleia. Como o documento é extenso e esse presidente do Serasa está sendo citado numa série de coisas ilegais e ilícitas - o senhor José Luiz Teixeira Rossi, presidente da Serasa -, eu gostaria que fosse dado como lido, porque é muito extenso, e que fosse publicado, que ele se nega até a fornecer informações pelo site.

Ele, que detém e comercializa - sabemos como é feito esse comércio - informações cadastrais e financeiras de pessoas que ele não atendeu o pedido, não enviou documento... Logo ele, que tem em mãos dados cadastrais e econômicos de milhões de brasileiros, cujo objetivo é fornecer informações sobre o cumprimento de pagamentos, não pode apresentar tal documento.

Isso são alegações que esse cidadão, que preside o Serasa, que é mandado por irlandeses, fez com o consumidor brasileiro. Negativa o nome por email, por sinal de fumaça - como fazia o Tarzan -, de qualquer maneira. E nós, daqui da Assembleia, não conseguimos derrubar o veto do projeto do Rui Falcão.

Então, eu gostaria que isso fosse dado como lido e publicado.

 

* * *

 

- É inserido texto não lido em plenário.

 

* * *

 

“ ‘O escândalo do Panama Papers e o Diretor Presidente da Serasa’.

O Panama Papers é o nome dado a um dos maiores vazamentos de documentos e maiores colaborações de jornalistas da história. Publicado em 2016, o Panama Papers envolveu mais de 350 repórteres de 80 países e foi coordenado pelo International Consortium of Investigative Journalists. Desde então, dezenas de outros jornalistas foram adicionados à colaboração e a investigação continuou.

Fundada por Júrgen Mossack e Ramón Fonseca, a Mossack Fonseca era uma firma de advocacia pouco conhecida, mas poderosa, baseada no Panamá. O Panama Papers foi centrado em quase 40 anos de dados da empresa, que tinha 35 locais em todo o mundo. Foi um dos principais criadores de empresas de fachada e estruturas corporativas que podem ser usadas para ocultar a propriedade de ativos. A empresa fechou as portas em abril de 2018.

Os documentos do Panama Papers, combinados com um ano de reportagem, revelaram como 140 políticos, bem como celebridades, traficantes de drogas, supostos traficantes de armas e a elite global, obscureceram sua riqueza (legal e ilegalmente) e negócios questionáveis, empresas de trânsito e paraísos fiscais. Em última análise, os documentos forneceram uma visão sem precedentes da indústria secreta de finanças offshore e como ela foi usada para esconder todo tipo de comportamento nefasto.

A investigação da Panama Papers baseou-se em 11,4 milhões de documentos (e-mails, extratos bancários, fotos de passaporte e mais) da Mossack Fonseca. Dois jornalistas da Suddeutsche Zeitung, Bastian Obermayer e Frederik Obermaier (sem parentesco) obtiveram os documentos e os compartilharam com o ICIJ, que reuniu uma equipe de alguns dos melhores repórteres investigativos do mundo.

Um denunciante anônimo chamado "John Doe" emitiu uma declaração após a publicação dos Panama Papers. Doe escreveu: “Decidi expor a Mossack Fonseca porque achei que seus fundadores, funcionários e clientes deveriam responder por seus papéis nesses crimes, e apenas alguns deles vieram à tona até agora. Levará anos, possivelmente décadas, para que toda a extensão dos atos sórdidos da empresa se torne conhecida”.

Nos dias e semanas após a publicação das primeiras reportagens sobre os Panama Papers, o primeiro-ministro da Islândia e um ministro na Espanha renunciaram e a polícia no Panamá e na Suíça invadiu o escritório da Mossack Fonseca e da entidade de futebol UEFA respectivamente. O primeiro-ministro do Paquistão foi preso por corrupção, a Nova Zelândia mudou suas leis, o Reino Unido recuperou centenas de milhões de dólares em impostos e multas, a Argélia abriu uma investigação sobre um titã corporativo e a Colômbia dobrou sua arrecadação.

O escritório de advocacia foi fechado.

Em fevereiro de 2017, os investigadores do Panamá prenderam Fonseca e Mossack sob acusação de lavagem de dinheiro.

O promotor do Panamá anunciou um novo inquérito sobre lavagem de dinheiro no escritório de advocacia no início deste ano, segundo o jornal La Estrella de Panamá . Foram identificadas 214.844 pessoas jurídicas nos arquivos (entre offshores, fundações privadas, etc). Dessas, cerca de 1,7 mil pertencem a pessoas que informaram endereços no Brasil.

A base de dados engloba o período de 1977 a dez.2015. Foram descobertas 107 offshores relacionadas à Lava Jato na investigação. Também foram identificados que 17 bilionários brasileiros e políticos de 7 partidos tinham ou tiveram empresas offshore abertas por meio da Mossack Fonseca. Um dos nomes citados na lista é José Luiz Teixeira Rossi e esposa, Maria Teresa Baggio Rossi.

JOSÉ LUIZ TEIXEIRA ROSSI —- PRESIDENTE DA SERASA EXPERIAN

Diretor Presidente da Serasa Experian desde maio de 2014, José Luiz Teixeira Rossi é também Diretor Estatutário da Experian Holdings Limited (Anexo 1). José Luiz Teixeira Rossi e esposa, Maria Teresa Baggio Rossi, mantém ativa a TEJU Ltd desde 2009, conforme publicado no site Poder 360.

Embora seja presidente de empresa que detém e comercializa informações cadastrais e financeiras de pessoas e empresas, Rossi não atendeu ao pedido do site, sobre o envio de documento que comprove a devida declaração ao fisco e atuação da offshore, alegando ser de “foro íntimo”.

Ora, logo ele que têm em suas mãos os dados cadastrais e econômicos de milhões de brasileiros? Cujo principal objetivo é oferecer informações sobre cumprimento de pagamentos, não pode apresentar tal documento? Foro íntimo?

ANEXO I

Experian Holdings Limited

Directors" report for the year ended 31 March 2018 The directors present their report and the audited financial statements for the year ended 31 March 2018. The Company's registered number is 03478895. The Company is required to prepare a separate strategic report and that contains certain information equivalent tó that required in this directors” report. Likely future developments The directors anticipate that the Company will continue to hold investments. Directors and Company Secretary The directors holding office during the year and up to the date of signing this report were:

AJ W Bames

CL Butterworth

BJ Cassin

WJS Floydd (Resigned 19 April 2018)

M Pape (appointed 13 July 2018) M E Pepper

LM Pitchford DA Robert P JLT Rossi K L Williams The company secretary at the date of signing this report is C B Brown. Insurance and third party Indemnification During the year and up to the date of signing of this report the Company, through its parent group, maintained ii insurance and third party indemnification provisions for its directors and the company secretary, Financial risk management

The directors monitor the risks and uncertainties facing the Company with reference to exposures to price, credit, liquidity, cash flow, interest rate and exchange risks. They are confident that there are suitable policies in place and that all material risks are appropriately considered.

The Company has certain amounts payable denominated in the Colombian peso and the exchange rate risk arising from any volatility in the exchange rate of the Colombian peso against the US dollar has been mitigated by the use of a non- deliverable forward, a type of forward foreign exchange contract.

Statement of disclosure of information to auditor

As at-the date this report was signed, so far as each director is aware, there is no relevant audit information of which the auditor is unaware and each director has taken all steps that he ought to have taken as a director in order to make, himself aware of any relevant audit information and to establish that the auditor is aware of that information.

Events occurring after the end of the reporting period

192business Ltd and Experian Northem Ireland Limited shown as subsidiary undertakings at 31 March 2018 within note [9a) were dissolved on 12 May 2018 and 28 May 2018 respectively.

By order of the board

M E Pepper Director 24 September 2018

Registered office:

The Sir John Peace Building Experian Way

NG2 Business Park Nottingham

NG80 IZZ”

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Deputado Roque Barbiere, é regimental. Esta Presidência recebe o documento de Vossa Excelência. E o encaminhará à publicação após o seu exame, nos termos do Art. 18, inciso V do Regimento Interno. Muito obrigado.

Com a palavra, o deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, púbico aqui presente, telespectadores da TV Assembleia, boa tarde.

Sr. Presidente, fico indignado, cada vez mais, com o desgoverno Doria aqui em São Paulo. O Doria agora anunciou que pretende fazer uma transferência de 627 mil alunos do ensino fundamental, das séries iniciais do ensino fundamental, para os municípios de São Paulo, jogando a responsabilidade, que é do Estado também, como determina a lei, da manutenção, do desenvolvimento e do financiamento do ensino fundamental.

O ensino fundamental vai do primeiro ao nono ano. O Estado tem essa responsabilidade. Só que o Estado lava as suas mãos, de acordo com a intenção do governo Doria, e transfere essa responsabilidade para os municípios. Os municípios que estão quebrados, que estão passando, por conta da crise econômica e de arrecadação, por uma crise. Todos os municípios estão em crise no Brasil, sobretudo os pequenos e médios municípios do nosso Estado.

Sabemos aqui, os 94 deputados e deputadas acompanham a peregrinação de prefeitos e vereadores nos nossos gabinetes pedindo emendas parlamentares, porque muitos dos municípios dependem, basicamente, de emendas para viabilizar recursos para a Educação, Saúde e Assistência Social. Mas de uma forma irresponsável o Governo do Estado anuncia que fará, que pretende, pelo menos, transferir mais de 620 mil crianças para os municípios, como já aconteceu aqui no estado de São Paulo nos anos 90, a partir da famosa municipalização compulsória, que foi incentivada pelo governo Fernando Henrique, em nível federal, e também aqui no estado de São Paulo, principalmente, no governo Alckmin, quando a secretária da Educação era Rose Neubauer.

Tivemos uma intensificação da famosa municipalização que é uma farsa, porque você transfere a responsabilidade do financiamento para o município que não tem recursos. E numa crise que nós estamos vivendo hoje há todo um debate em torno do Fundeb. Não tem nenhum projeto ainda renovando o Fundeb, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica e valorização do Magistério. Tem que ser renovado agora no final do ano para o ano que vem. Então, temos que ter esse debate na sociedade.

Quero aqui manifestar a nossa preocupação e indignação. E que os prefeitos não aceitem essa responsabilidade. As prefeituras não dão conta hoje nem de atender a Educação infantil nas creches e na pré-escola, Sr. Presidente, que é função delas, e também do ensino fundamental.

  Agora, transferir a responsabilidade do financiamento, fazer uma municipalização dessa maneira, nesse momento de crise econômica, é de uma irresponsabilidade sem precedentes. Além de outros ataques que o Doria vem fazendo à Educação Pública do nosso Estado, como a farsa da escola de tempo integral, que ele tenta implantar na marra em algumas escolas, a farsa do Novotec também, a tentativa de vigilância de professores em sala de aula através da orientação de que os coordenadores façam avaliações de professores, com uma ficha na mão, dando nota de um a quatro.

São vários ataques à questão do financiamento aqui do estado de São Paulo da Educação, o não cumprimento do Plano Estadual de Educação, e tantas outras leis. Do Piso Nacional Salarial que não é respeitado no estado de São Paulo. O Estado mais rico da Federação paga um piso inferior ao piso nacional. A jornada do piso também está abaixo da lei federal aprovada no Congresso Nacional em 2008.

Então, são vários ataques à nossa Educação Estadual;  um ataque após o outro, Sr. Presidente.

Acho que o Doria está competindo com o Bolsonaro para ver quem é mais rude, quem mais destrói a Educação Pública. O Bolsonaro de um lado, atacando a Educação, cortando recursos, sucateando as universidades públicas, os institutos federais de Educação. Até agora, em oito meses de mandato, ele já cortou quase que 8 bilhões de reais do Orçamento Público da Educação, prejudicando, não só as universidades públicas e os institutos federais de Educação, mas sobretudo, a própria Educação Básica, que foi afetada em muitos municípios, na área do transporte, da merenda escolar da Educação Infantil, do ensino fundamental e do ensino médio.

Então, nós estamos atentos aqui, Sr. Presidente, e não vamos aceitar essa municipalização que vai prejudicar os municípios do estado de São Paulo e sobretudo as crianças que estão nas séries iniciais do ensino fundamental. Os municípios não estão preparados para financiar o ensino fundamental dessa maneira.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Pela ordem, Sr. Presidente.   

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Pela ordem, deputado Douglas.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, apenas para comunicar a esta Casa a importância das palavras do deputado Caio França a respeito da ponte dos Barreiros, na cidade de São Vicente. Deputado, o senhor pode contar com o meu total apoio em relação às assinaturas das emendas. Eu acredito que é uma competência, sim do Governo do Estado.

Eu visitei, faz pouco tempo, vivo visitando a cidade de V. Exa., gosto muito da região da Baixada Santista, nós temos excelentes deputados pela região, se eu esquecer de algum me perdoe aqui, Tenente Coimbra, Professor Kenny, sempre chamo de Márcio França, Caio França, é muito parecido com o pai, Paulo Correa, enfim, muitos outros deputados aqui, que são muito amigos nossos, que foram eleitos por esta região, para que nós consigamos, sim, assinar essas emendas, e fazer passar, para que o Orçamento do ano que vem venha contemplar a manutenção, a construção, eu não sei, o melhor método, para a gente atender a população daquela região.

Porque aquilo precisa vir do Governo do Estado. A gente sabe que a cidade de São Vicente precisa de muita ajuda, seja do governo estadual, seja do governo federal. E, se for o caso, nós podemos levar até a União. Converso aqui com a bancada do PSL, a gente conversa com o presidente, com o ministro da Infraestrutura, ou com o ministro dos Transportes, mas a gente precisa dar um jeito para conseguir ajudar essa questão que está vivendo a cidade de São Vicente hoje.

Nós não podemos abrir mão, porque, afinal de contas, é a primeira cidade, é a cidade berço, não só do estado de São Paulo, como do nosso Brasil. A gente precisa contemplá-los.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado.

Próximo deputado é o deputado Dirceu Dalben. (Pausa.) Deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.)

Pela lista suplementar, deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputado Enio Lula Tatto. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge Lula do Carmo. (Pausa.) Rafa Zimbaldi. (Pausa.) O senhor vai falar agora?

Então, o senhor tem cinco minutos, caso queira falar. Pois não. Falará no Grande Expediente.

Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputado Alexandre Pereira. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Coronel Telhada. (Na Presidência.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Falará novamente? Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.)

Está encerrado o Pequeno Expediente.

Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

Para o Grande Expediente, deputada Janaina Paschoal. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Roberto Morais, que permuta os seus dez minutos com o deputado Rafa Zimbaldi.

Portanto, deputado Rafa Zimbaldi, V. Exa. tem os dez minutos regimentais.

 

O SR. RAFA ZIMBALDI - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente Coronel Telhada, Srs. Deputados presentes, cumprimentar a todos.

Presidente, o que me traz a esta tribuna é para falar um pouco sobre o programa Mais Médicos.

Em 2013, nós tivemos o lançamento do programa Mais Médicos que, inclusive, trouxe de fora vários médicos venezuelanos, colombianos, e, também, cubanos. E, foram, no total, 18.240 médicos em todo o país que foram beneficiados por esse programa.

Mais de quatro mil municípios em todo o país, que foi beneficiado. E, aí, presidente, quero, independente do presidente da República à época, reconhecer que foi um programa muito importante para todo o país.

Saúde pública hoje é o maior calcanhar de Aquiles de todos os prefeitos, de todos os municípios, brasileiros. E, lá na região de Campinas, especificamente, vou falar um pouco da região de Campinas, mas, lembrando que nós temos isso no país todo.

Nós temos em torno de 80 cubanos, 80 médicos cubanos, que são da região, que atendiam, principalmente, a periferia, os postos de Saúde. Acontece que o atual presidente Jair Bolsonaro, ele mudou a política do Mais Médicos, criou um novo programa.

Porém, aqueles médicos cubanos, alguns deles ficaram aqui no nosso estado, aqui no nosso país. E, lá na nossa região, são mais de 80 médicos que ficaram desempregados.

E, aí, presidente, pela falta de reconhecimento do Governo Federal, do governo brasileiro, em reconhecer esses profissionais como médicos, como habilitados para prestar o serviço aqui no nosso país, eles estão totalmente isolados e muitos deles trabalhando, fazendo bico, alguns pedindo esmola. Então, é uma situação bastante delicada, visto que a nossa, o nosso País, a nossa Saúde Pública têm clamado aí por médicos para atender a nossa população.

Eu estou apresentando uma moção para o presidente da República, Jair Bolsonaro, e aí conversando um pouquinho com o líder do PSL, deputado Gil Diniz, pedindo ajuda já, Gil, não só de V. Exa., mas de toda a bancada do PSL para externar ao presidente, Jair Bolsonaro, da importância desses profissionais. Aqui, em todo o nosso País, nós temos os nossos médicos, nós temos os médicos que são formados aqui no nosso País, no Brasil, mas infelizmente os médicos que nós temos aqui ainda não são suficientes para atender a população, principalmente quando nós falamos em Saúde Pública.

Eu tenho a experiência, lá em Campinas, de ver vários concursos públicos serem abertos e que, infelizmente, por falta de interesse de muitos médicos, as vagas acabam não sendo preenchidas, principalmente aquelas vagas que são na periferia da cidade. E esses médicos cubanos cumpriram um papel muito importante para o nosso País. Eu estou falando da região de Campinas, mas isso nós podemos levar para o Brasil todo. Imagine em estados do Nordeste a situação que não deve ser, mas fazer um apelo aqui ao presidente Jair Bolsonaro, para que dê oportunidade a esses médicos estrangeiros que estão aqui, estão desempregados e por falta de oportunidade eles não podem atender a população.

Nós estamos apresentando também um requerimento na Comissão de Direitos Humanos para que a comissão possa atender, receber alguns médicos cubanos para que possam falar um pouco na Comissão de Direitos Humanos. Nós estamos fazendo também um apelo ao governador João Doria, ao vice-governador, Rodrigo Garcia, para que dê oportunidade pelo Estado. Nós temos universidades aqui importantes: a Unesp, a Unicamp, a USP, ou seja, são universidades que podem, de certa forma, ajudar não só os médicos a dar dignidade a essas pessoas, mas também fazer com que essas pessoas prestem um serviço ao nosso País, dando um atendimento a nossa população.

Então, deputado Gil Diniz, V. Exa. presidindo a nossa sessão, neste momento, - e é uma honra tê-lo como presidente, nesse momento - fazer um apelo aqui a V. Exa., à bancada do PSL, para que nos ajude, ajude-nos a fazer com que o presidente da República reconheça esses profissionais que estão aqui, que tanto prestaram serviço a nossa população, e tenho certeza de que esses médicos têm muito mais a oferecer a nossa população.

Nós estamos aqui, vários deputados aqui, nós estamos num momento de apresentar as emendas ao Orçamento, vários deputados destinando as emendas, principalmente na área da Saúde, que é a área que mais necessita no nosso Estado, no nosso País. Fazer um apelo para que esses profissionais sejam reconhecidos, sejam recolocados no mercado e possam atender a população. Volto a dizer, a população que mais precisa, a população que mais necessita.

Então, era isso, Sr. Presidente. Vou apresentar a moção, e convido V. Exa. também a assinar essa moção conosco, de apelo, uma moção de apelo ao presidente da República, que reconheça esses profissionais aqui no nosso País.

Obrigado, presidente.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Gil Diniz.

 

                                                             * * *

 

O SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PSL - Obrigado, deputado, e será encaminhada à Presidência da República essa moção.

Continua aqui a lista do Grande Expediente, chamamos o deputado Frederico d'Avila. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Deputada Delegada Graciela. (Pausa.) Deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando Lula da Silva. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputada Beth Lula Sahão. (Pausa.) Deputado Teonilio Barba Lula. (Pausa.) Deputado Daniel José. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Deputado Enio Lula Tatto. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputada Isa Penna. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Sargento Neri. (Pausa.) Deputado Coronel Telhada. (Pausa.) Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Deputado Cezar. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Paulo Lula Fiorilo. (Pausa.) Deputado Douglas Garcia. (Pausa.) Deputado Dirceu Dalben. (Pausa.) Deputado Tenente Nascimento. (Pausa.) Deputado Tenente Coimbra. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputada Professora Bebel Lula. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Delegado Bruno Lima. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge Lula do Carmo. O senhor tem o tempo regimental.

 

O SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, sob nova Presidência aqui hoje. Deputado, nosso líder do PSL presidindo a Mesa. Quero cumprimentar todos os deputados, o pessoal da galeria, os nossos assessores, cumprimentar o público da TV Alesp.

Sr. Presidente, vim a esta tribuna no dia de hoje para falar um pouco sobre uma visita que eu fiz no interior do estado, na região de Bauru, região adjacente ali de Bauru. Comecei a minha visita pelo Município de Bofete. Bofete é um município naquela região que, a exemplo dos demais, tem muitos problemas sociais. Problemas de infraestrutura, problemas de Saúde, problemas de saneamento básico.

Lá, conversei com o ex-prefeito, Toron, ex-prefeito por duas vezes, e com o vereador Nilton Sales, e eles reclamam muito das dificuldades, exatamente, que esse município tem, por falta de investimento do governador do estado. Inclusive, da cidade de Bofete fui até Botucatu e, na SP-147, são 26 quilômetros em que você tem que escolher o buraco menor para passar. É mais fácil ir por onde o buraco é menor, porque a estrada é totalmente esburacada. Isso por falta de investimento na infraestrutura do nosso governo do estado.

Em seguida, fui até Botucatu. Lá participei do encontro da macrorregião do meu partido, Partido dos Trabalhadores, e que reúne aproximadamente 50 municípios daquela região, para falar um pouco sobre os problemas da cidade, sobre a organização do nosso partido, sobre as pré-candidaturas a prefeito, sobre o PED, que é o Processo de Eleição Direta, que ocorrerá no próximo dia oito.  Ou seja, sobre a organização partidária, exatamente para definir um pouco as nossas estratégias, como nós vamos trabalhar naqueles municípios.

Então, a macro de Bauru é composta por mais de 50 municípios, e tem lá dentre os municípios importantes... O encontro ocorreu lá na cidade de Botucatu. Em seguida, fui até a cidade de Conchas, também naquela região, e conversei lá com o ex-prefeito e atual vereador, do Partido dos Trabalhadores, o Sr. Paulo Nunes, que é um pensador na política, é um professor, é uma pessoa que tem uma estratégia, um pensamento muito progressista para as políticas públicas daquela região, e ele está muito animado, até porque o governo local está indo muito mal. Ele está muito animado porque poderá ser pré-candidato a prefeito daquela região.

Em seguida, vindo de lá para cá, vim até Porto Feliz. Lá em Porto Feliz, eu participei de um encontro, ao meu entender, bastante interessante. Vários partidos, PT, PDT, PSOL, Rede, se reuniram lá para buscar um entendimento e a possibilidade de construir uma candidatura a prefeito daquele município, Porto Feliz. Lá estava também o meu amigo ex-vereador Sergio Caic e também o Urias, que é outro amigo e companheiro lá do Partido dos Trabalhadores.

Nós temos um trabalho naquela região, já elegemos um vereador e queremos que ele seja candidato novamente. Nós estamos muito animados com a possibilidade de ele ser candidato a vereador e ter uma candidatura a prefeito naquela cidade, onde o Partido dos Trabalhadores também já governou.

Ainda em Porto Feliz, participei de uma reunião também do assentamento Caic, que é um assentamento do Movimento Sem Terra, dos trabalhadores que têm sua terra e produzem lá. Fui agradecer os votos que eu tive, pois é a segunda vez que eles me apoiam, me apoiaram em 2014 e me apoiaram agora em 2018. Nós temos um trabalho lá e encerrei a minha visita naquele município.

Por fim, ainda na visita de sábado, encerrei lá em Itapevi, oportunidade que eu tive para conversar com as pessoas que me apoiaram e me ajudaram na última eleição, colocando o nosso mandato à disposição para ajudar nas políticas públicas e na construção de uma cidade melhor na Grande São Paulo, aqui já próximo da capital.

E ainda, Sr. Presidente, quero falar um pouco sobre outro problema que é tão corriqueiro nas nossas cidades, especialmente na cidade de São Paulo. Ontem, terça-feira, fiz uma visita a um hospital do Itaim Paulista, deputado Aprigio. No Itaim Paulista, tem um hospital que é o Hospital Santa Marcelina, que é gerido pela OS Santa Marcelina, e lá deu para perceber exatamente a falta de investimento do Governo do Estado com a nossa saúde.

Tem lá uma construção, ampliação e reforma do hospital que está orçada em aproximadamente 5 milhões, mas não tem esse recurso, o Governo do Estado não disponibilizou esse recurso. Então, tem um projeto muito bonito, e o diretor de lá, que nos atendeu muito bem, apresentou o projeto, mas, entre ter um projeto e acontecer a obra para melhorar o atendimento das pessoas que moram lá no fundão da zona leste - Itaim paulista, São Miguel, até Itaquaquecetuba, Poá e região... Até chegar esses 5 milhões para investir na ampliação daquele hospital...

Esperamos que o governador e o secretário de Saúde do Estado façam esse investimento, porque é necessário. Já andei pelo hospital, vi pessoas nos corredores do hospital. Estão todas sendo atendidas, mas estão sendo atendidas de uma forma desumana, porque ninguém vai para o hospital para ficar no corredor. As pessoas vão para o hospital na expectativa de ter um atendimento humanizado, decente, digno. Não é, infelizmente, o que acontece nos grandes hospitais, e lá no hospital do Itaim Paulista não está sendo diferente.

Eu, inclusive, já havia apresentado recurso para outros hospitais, de emenda parlamentar, mas me comprometi com a direção daquele hospital. Os próximos recursos que eu conseguir de emenda parlamentar aqui nesta Casa eu quero investir no Hospital Santa Marcelina, da Cidade Tiradentes, desculpe, do Itaim Paulista, porque é importante. Eu me lembrei da Cidade Tiradentes porque eu apresentei exatamente para o Santa Marcelina da Cidade Tiradentes.

Então, na região do Itaim, no fundão da zona leste, tem um hospital que é uma estrutura muito boa, mas falta investimento para ampliar, para atender com decência, para atender aquelas pessoas. Então, quero aqui conclamar o governador do Estado de São Paulo e pedir que ele e o secretário se sensibilizem em melhorar a Saúde Pública do nosso Estado, especialmente nos hospitais da periferia das cidades.

Outro dia fiquei sabendo que teve um incêndio lá de frente do hospital e de madrugada não tinha médico, segundo os telespectadores, que foi manchete de jornal dos telejornais. É lógico que a administração não confirma isso, mas da maneira como a gente viu lá, falta muito para melhorar a qualidade da Saúde Pública da nossa cidade, do nosso Estado.

Por isso, Sr. Governador João Doria, é preciso que, ao invés de fazer a política da privatização, faça a política de investir na qualidade de vida. Saúde é direito universal. Saúde é preciso que as pessoas tenham, senão a população vai morrer mais rápido, envelhece, fica com problema de saúde e é preciso que a gente tenha investimento em Saúde Pública.

Quero que o senhor saiba que eu vou fazer investimento lá, vou apresentar emenda parlamentar para o Hospital do Itaim Paulista, mas o que eu vou apresentar de emenda não será suficiente para resolver os problemas de Saúde Pública daquela região. Eu quero que a gente tenha esse olhar e eu me comprometi com os conselheiros gestores de lá.

Estive também com o vereador Senival Moura, que é vereador na capital por quatro mandatos e nós estamos construindo uma saúde melhor para a cidade e para o Estado, mas depende muito do investimento do Governo do Estado.

Concluindo, dizer que a Saúde Pública conclama e pede socorro para esta Casa. Eu quero pedir para cada deputado que das suas emendas parlamentares, dos seus investimentos, da sua atuação... Não dá para qualquer deputado, qualquer um dos colegas, não ter investimento, não pensar na Saúde, porque a Saúde, a Educação, o Transporte, a Moradia, as políticas públicas sociais, são necessárias para melhorar a qualidade de vida dos nossos moradores do nosso Estado e das nossas cidades.

Agradecer a oportunidade e dizer da importância que tem a gente fazer esse investimento e contar com o apoio de toda a bancada e do governador do estado e também do secretário de Saúde.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PSL - Como líder do PSL, eu indico o deputado Tenente Nascimento para falar pelo Art. 82.

 

O SR. TENENTE NASCIMENTO - PSL - PELO ART. 82 - Uma boa tarde a todos, ouvintes da TV Assembleia, Sr. Presidente deputado Gil Diniz, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, viemos a esta tribuna mais uma vez a fim de falarmos desse grande acontecimento que está acontecendo lá na nossa querida região da Amazônia.

Queremos ressaltar e agradecer ao Júnior Oliveira, secretário-executivo do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola, o qual mandou para a Amazônia dez aviões que estão combatendo as chamas a pedido do nosso presidente Jair Messias Bolsonaro. E queremos então agradecer que já temos mais outros 20 prontos para que possam dar combate a esse importante acontecimento que lá está havendo na Amazônia.

Mas eu quero aqui também ressaltar a solene que tivemos na segunda-feira passada, na qual tivemos a homenagem ao Hospital Israelita Albert Einstein, pelos seus cinco anos consecutivos como melhor hospital do estado de São Paulo e também pela condição de ser, nos últimos dez anos, o melhor hospital da América Latina; e onde tivemos um fato importante quando acolheu o nosso então candidato a presidente, o presidente Bolsonaro.

Ali ele foi acolhido como um ser humano. Foi acolhido ali como uma pessoa que precisava ter a sua vida salva. O bem que eles fizeram ao nosso presidente é um bem que foi feito à Nação brasileira, porque a partir daí se desenvolveu então um grande feito que foi elegermos o nosso presidente Jair Messias Bolsonaro.

E não poderia deixar de falar que foi entregue, nesta Casa Legislativa, o Colar de Honra ao Mérito Legislativo ao embaixador de Israel, o senhor Yossi Shelley. E aqui também fizemos um agradecimento ao povo de Israel, que foi quando, no domingo, nosso presidente, o deputado Gil Diniz, nosso líder que estava presente nessa sessão, fez um pedido para que viesse nos ajudar.

Israel, sem nenhuma condição, falou: “Estamos prontos, queremos ajudar sim. Não tem condição nenhuma, porque amamos o Brasil. Amamos o povo brasileiro. Quando, em 1948, numa grande articulação de Oswaldo Aranha na ONU, declarou o estado de Israel, e a sua origem. E o seu povo pôde retornar”. Ele disse, como foi em Brumadinho, aportou aqui em nossas terras um avião com 126 integrantes e 16 toneladas de equipamentos.

Lá, em apoio ao solo, no solo brasileiro, aos nossos mineiros, juntamente com as forças especiais aqui: os nossos bombeiros, o Exército e a Marinha. Enfim, todos prontos para ajudar naquele acidente que aconteceu naquela cidade. Então Israel novamente se apresentou dizendo: “Estamos com vocês e queremos sim ajudar”. E não colocou nenhuma condição.

Nosso presidente não somente solicitou ajuda. Não somente está agradecendo pela ajuda que está vindo dos países de fora, dos países europeus. Mas sim, determinou ao Exército Brasileiro (o nosso melhor que nós temos, os nossos soldados) para que fossem para a região que está sendo afetada por esses incêndios. E que lá desenvolvessem o melhor para coibir e conter aqueles acidentes que lá estão acontecendo.

Chamou todos os nossos ministros para que possamos, sim, combater com muita força, com muita autonomia, e sem ferir a nossa soberania. Quero mostrar um vídeo que colocamos para o nosso estado de Israel. Eu gostaria de apresentar esse vídeo, do que foi feito, e o agradecimento que temos ao povo de Israel, que é amigo do povo brasileiro.

 

* * *

 

- É feita a exibição de vídeo.

 

* * *

 

Finalizando, presidente, destaco aqui a nossa gratidão ao povo de Israel e também ao Sr. Embaixador Yossi Shelley, por essa importante cooperação ao povo brasileiro.

Muito obrigado.

           

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - Para falar pelo Art. 82, pela liderança do Avante.

 

O SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PSL - É regimental.  O senhor tem o tempo de cinco minutos.

Queria anunciar a presença do vereador Pedro Kawai, vereador de Piracicaba, acompanhado do deputado Roberto Morais. Seja bem vindo, vereador, à nossa Casa.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - PELO ART. 82 - Presidente, boa tarde, boa tarde a todos. Eu venho aqui, viu Nascimento, é importante que você como militar estadual ou policial militar, até por ser do PSL, fique atento aí aos problemas que nós estamos tendo na reforma da Previdência, Gil.

O que acontece? Em abril eu falei,  num evento do PSL,  que as Forças Armadas estavam nos usando como escudo para levar pancada social, a Polícia Militar, para ajeitar a casa deles. E agora descobriram que é verdade.

Eu não entrei aqui para defender partido, eu não entrei aqui para ter banda de lado nenhum. Eu entrei aqui para defender a sociedade e a minha tão amada Polícia Militar do Estado de São Paulo. E com isso deu a oportunidade a alguns governadores pedir para que envie à Previdência das Polícias Militares para o Estado.

Quero deixar bem claro: se é para mandar para o Estado, que nós somos militares aos olhos em nível federal, porque as Forças Armadas não são simpáticas com o que a gente permaneça na Previdência junto a eles, então, que tire o militarismo da polícia e nos dê a oportunidade de fazer greve, que nos pague fundo de garantia, que nos pague todos os atributos de um trabalhador. E pode ter certeza de que se mandar para o Estado eu vou ser o primeiro de fazer um levante por um direito à greve e que deixamos de ser militares.

Existe militar de primeira e segunda classe? Ora, o Exército mal pega no armamento para fazer guarda, e nós policiais estamos morrendo.

Com todo o respeito que eu tenho às Forças Armadas, com todo o apreço que eu tenho pelas Forças Armadas, o que ela representa a mais que a Polícia Militar representa para a sociedade? O que ela faz a mais que a Polícia Militar faz pela sociedade? Quantos soldados do Exército nós perdemos neste ano e quantos policiais militares nós perdemos em combate?  O que estão fazendo conosco é uma vergonha e tem que ser cobrado do governo federal.

Então,  eu peço ao Nascimento e ao Gil que, realmente, Gil, você que é bem próximo do nosso presidente, porque nós acreditamos nele, que ele faça um acordo com as Forças Armadas para que realmente a Polícia Militar entre na Previdência. O que não pode é querer classificar militar de primeira classe e de segunda classe. Se nós formos ver aquilo que beneficia a sociedade, a Polícia Militar é muito mais primeira classe do que as Forças Armadas, porque faz muito pouco. O que nós não podemos é ficar sendo colocados para escanteio.

Então, nos usaram como escudo para levar as pancadas da sociedade contra a Previdência, e arrumaram a casa deles. E, agora, querem nos classificar como militares de segunda classe.

Se mandar para o estado, eu falo para todas as Polícias Militares do Brasil. Faça como o Espírito Santo. Parem. Façam greve. Eu quero ver o que vai ser de cada estado se a Polícia Militar parar.

Isso foi comprovado no Espírito Santo. Não deixem que manipulem e acabem com o único direito trabalhista que nós temos, que é a nossa Previdência. Essa política de trabalhar com lobby e ficar escondendo a verdade do que acontece para os membros da instituição está errado.

Eu venho falando desde abril que as Forças Armadas vêm fazendo um trabalho para resolver a vida deles, e dane-se a Polícia Militar. Mas, não, lá nós temos generais, não vamos conversar, não vamos falar sobre isso.

Uma ova. Nós temos que falar. Só em São Paulo são 130 mil famílias. Como é que nós vamos deixar 130 mil famílias sobre a previdência? E eu não vejo um deputado vir aqui falar sobre isso. Eu não vejo um deputado vir aqui falar o que está acontecendo com o Governo Federal.

Eu apoiei e apoio o presidente Bolsonaro, Nascimento. Eu apoiei e apoio o governo dele, e quero que dê certo. Mas, que ele seja honesto conosco. Nós fizemos a campanha dele. Todas as Polícias Militares fizeram.

E, por que ele não pode negociar com as Forças Armadas para nos colocar na previdência? É um pedido, Gil. Não é uma crítica. É um pedido. O que não pode é nos levar à falência da nossa previdência.

Você conhece bem nossa instituição. Você sabe o quanto ela é honrada. E por que querem nos classificar como militares de segunda classe? O Exército, qualquer intervenção que ele faça, seja no Rio de Janeiro ou em qualquer outro lugar, não tem o brilho que a Polícia Militar vem fazendo há décadas.

Eles têm que aprender muito conosco sobre Segurança pública. Eles podem saber de trabalho de fronteira. Mas, de policiamento, de ações sociais e de defesa social para o estado democrático de direito deste País, são as polícias militares que o fazem.

Então, eu vou falar para as Forças Armadas, eu vou pedir para o nosso presidente, eu vou pedir para o nosso Congresso, porque pouco eu falo do Governo Federal.

Nos respeitem, e entendam que não sobrevivem sem a Polícia Militar, provado no acontecimento do Espírito Santo. E falo para cada policial militar, para cada comandante-geral: não se acovarde. Se mandar para os estados, tem que parar; nós temos que mostrar o valor que temos; nós temos que ter vergonha na cara e mostrar que somos, sim, militares de primeira classe.

Obrigado, presidente.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Pela ordem, presidente. Para falar pelo Art. 82.

 

O SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PSL - V. Exa. tem o tempo regimental de cinco minutos, deputado Paulo Lula Fiorilo.

 

O SR. TENENTE NASCIMENTO - PSL - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PSL - Pela ordem.

 

O SR. TENENTE NASCIMENTO - PSL - Para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PSL - Com anuência do orador, V. Exa. tem dois minutos.

 

O SR. TENENTE NASCIMENTO - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Acabamos de ouvir o deputado Sargento Neri, da nossa corporação.

Quero dizer o seguinte: que durante o recesso, nós estivemos, sim, lá em Brasília, acompanhando, realmente, essa reforma da Previdência, tão importante.

E, no Senado, junto ao nosso líder, senador Major Olímpio. E lá, nós vimos, que está entrando, que está em tramitação, juntamente com essa reforma, uma PEC e que vem diferenciar, sim, o olhar com todo esse rigor para as nossas polícias militares, para que possamos ser reconhecidos, sim, como militares, está dentro dessa PEC, para que ela venha para os estados, sim, para regulamentar e não para que seja novamente discutida a reforma da Previdência. Então, a PEC que está no Senado vem realmente para que possa ser discutida e possamos ter o reconhecimento das Polícias Militares e de nós, como os militares.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, telespectadores da TV Alesp, assessoria das bancadas, vou aproveitar aqui pelo Art. 82 para fazer uma reflexão rápida, mas importante.

Eu tenho acompanhado o noticiário e vi que o governador Doria tem jogado a rede na direção do ministro Moro. Parece ser só especulação, mas por trás está colocado o objetivo do Doria, ser candidato a presidente da República e começar a se distanciar do Bolsodoria, que era o mote que o levou à vitória. Já levou o Frota, do PSL. Agora parece que quer levar o Moro, e pode ainda lançar um candidato a prefeito do PSL, claro, porque tem uma relação aí dúbia com o governador. Aliás, dúbia, não, uma boa relação com o governador, o que daria a ele dois palanques, o do prefeito e o da deputada federal do PSL, a deputada Joice.

Eu entendo que a política é feita de decisões importantes, e parece que o Doria tem tomado as suas, primeiro quando resolve viajar pelo mundo e dialogar com a China, quando o presidente, Bolsonaro, odeia os chineses, porque são comunas. Depois quando dialoga com o Moro, tentando levá-lo para as hostes do PSDB. Tenho a impressão, deputado Carlão Pignatari, que o Governo Doria é um governo em construção permanente, e se levar o Moro, quem sabe não pavimente as suas intenções para a disputa de 2022.

Enquanto isso, a gente acompanha a baixa execução orçamentária nas principais pastas. Poderia dar um exemplo: a gente teve, agora, a possibilidade de dialogar com o secretário de Habitação, e se olharmos o empenho da sua secretaria, do ponto de vista orçamentário, se comparado com o ano passado, ele empenhou 38% a menos, o que significa muito pouco para uma demanda tão grande, no caso da Habitação. Se olharmos outras secretarias, a mesma coisa.

Então, esse Governo é hábil em produzir notícia, e ele tem uma grande dificuldade em executar as suas tarefas governamentais. Esse é o Governo do João Agripino Doria, que tem feito marketing todos os dias, permanentemente. Agora, é preciso reconhecer as coisas boas do governador. Um governador que dialoga com a China, e mostra a importância que tem dialogar com a China; um governador que se preocupa com o meio ambiente, e que dialoga com Macron, enquanto a gente tem um presidente brigando com o Macron.

Aliás, parece-me que o presidente Bolsonaro, presidente Gil Diniz, recuou nessa briga internacional. No primeiro momento ele disse: “Eu só aceito dinheiro do G7 se o Macron retirar o que disse sobre mim.” O Macron não retirou, ele retirou esse pedido para poder aceitar. Agora é a questão da soberania. Mas soberania é o que nós já temos, é o que preconiza a Constituição. O presidente não precisa pedir soberania para usar o recurso.

O presidente precisaria se preocupar em governar, até porque, deputado Gil, na semana passada nós tivemos, aqui em São Paulo, um acontecimento que, na minha parca experiência e o senhor na sua, nunca deve ter... nunca vivenciou, que foi um dia se transformar em noite, por conta das queimadas, queimadas que o Bolsonaro, o presidente Bolsonaro não reconhece junto com o presidente Trump, queimadas que o presidente Bolsonaro entende que não existem, como não existem os índices do Ibge, da Fipe, do Inpe, de nenhum outro órgão. Esse é o presidente Bolsonaro.

E eu queria deixar um alerta ao senhor, que tem uma relação muito próxima com o presidente da República: abra o olho, abra o olho; o tal de João Agripino Doria tem sido muito rápido nas suas negociações. Já levou um deputado federal, daqui a pouco lança uma deputada federal pelo PSL a prefeito de São Paulo. Leva o ministro para ser vice na sua chapa, e o presidente vai ficar: “ah, tá ok”. Tá ok?

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PSL - Pela ordem, nobre deputado Carlão Pignatari.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Gostaria de fazer uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PSL - É regimental.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB – PARA COMUNICAÇÃO -Primeiro, gostaria de falar para o deputado Fiorilo que discórdia nas palavras, nas coisas, ele não vai conseguir fazer. Soberania sim que o presidente Bolsonaro quer reconquistar, que o seu partido entregou para as ONGs, para a Venezuela, para Cuba, para onde foi possível.

Essa é a soberania que o presidente, corretamente, quer voltar a conquistar para o Brasil. A história de Bolsonaro, de João Doria, de 2022. Nós estamos a três anos e meio. Não fique nervoso. O PT não vai voltar ao governo nunca mais. Isso é o que o povo brasileiro quer. É o que o povo brasileiro quer.

Então, você, não se preocupe. Eu acho que são algumas preocupações que a gente não deve ter. O senhor é uma pessoa experiente, que defende o PT há 30 anos, tá certo? Vinte anos, ou dez anos, ou 20 anos, e que já passou muito perto das benesses do poder, e gostou, e gostou, mas não vai ter a sua oportunidade mais.

A coisa que o presidente Bolsonaro, que tive a honra de votar no segundo turno, sem nenhuma dificuldade, para não votar no candidato do PT, para que não voltasse aquela quadrilha que formou, durante 15 anos, em Brasília... Por isso que nós fizemos um voto opcional. Optamos, e estou vendo que está sendo um grande presidente da República, mesmo contra a vontade do nobre deputado aqui, que eu tenho, assim, um respeito enorme, mas que fica sempre querendo fazer discórdia.

Não é sim. Isso aqui não são meninos de grupo de escola. Aqui são pessoas decentes e corretas, que querem fazer um Brasil melhor, porque o seu partido ficou lá 13 anos e não conseguiu fazer, e sim vender o governo brasileiro para quem fosse aqui da nossa América do Sul, principalmente para a Venezuela, principalmente para Cuba, para o Equador. Enfim, para vários lugares.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Tenente Nascimento.

 

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Então, não se preocupe. O povo brasileiro não quer vocês mais no poder. A eleição de 2022 é em 2022. Nós temos eleição de 2020, nós temos muito tempo pela frente, e, quanto a isso, nós vamos fazer uma discussão muito melhor a partir dos próximos três anos. Aí sim nós vamos voltar a discutir sobre eleições.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para uma comunicação.

 

O SR PRESIDENTE – TENENTE NASCIMENTO – PSL – Tem a palavra o nobre deputado Paulo Lula Fiorilo, para comunicação.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT – PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, eu entendo líder do Governo, que hoje deve estar com a cabeça quente. Ontem o time de coração perdeu de dois a um do Grêmio. Agora, o que impressiona foi a agilidade do deputado Carlão Pignatari em defender o Bolsonaro frente às acusações ao Alckmin.

Ontem, o deputado Campos Machado precisou pedir para o deputado Carlão Pignatari defender o Alckmin. Agora, falou do Bolsonaro, o deputado Carlão Pignatari é o primeiro. Nem o PSL foi defender, foi o deputado Carlão. Talvez essa aliança Bolsonaro tenha contaminado tanto o deputado Carlão, mas tanto, que ele está a um passo de ir para o PSL.

Quem sabe menos, ou pior, quem sabe mais. Está muito próximo de apoiar a candidatura do Bolsonaro, que pode ser do Doria, sei lá. Eu já estou mais confuso do que o deputado. Sabe por quê? Porque o deputado faz um esforço grande pra acusar o PT, para falar de corrupção, quando ele não consegue olhar a um metro de distância para ver o Rodoanel, o contorno, a CPTM, o Metrô, para ver cartel. Ele tem um problema de miopia.

Eu sou míope, mas uso óculos. O deputado Carlão é míope e não quer usar óculos. Sabe para quê? Para não enxergar o tamanho do roubo que foi feito embaixo das barbas dos que tinham barbas e embaixo daqueles que usam óculos. O deputado Carlão precisa parar com esse discurso fácil, parar. Até porque, deputado Carlão, vou dar dados para o senhor, que o senhor não gosta.

O senhor não conhece dados, desconhece. O senhor e o Bolsonaro estão ali, ó. Dados não existem, IBGE não existe, pesquisa não existe. Já falei, no governo Lula, a gente chegou ao menor índice de desemprego, 5,4 por cento. Eu vou falar isso para ele dizer: “isso não existe”.

É verdade. Papai Noel não existe, gnomo não existe, mas o Carlão Pignatari existe. Eu estou vendo ele. Grandão, com uma posição forte de defesa do Bolsonaro. Acho que o Doria vai perder um líder nesta Casa.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - Para uma comunicação, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO – PSL - É regimental.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE – PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, o pouco que eu falo dos problemas a nível federal é porque que nós temos muito problema no estado de São Paulo, então eu sempre me atento aos problemas, mas quanto essa diferença entre a França e o Brasil, onde o nosso presidente se posicionou; eu quero dar parabéns para o presidente. A Amazônia é nossa. Se nós quisermos colocar fogo nela e dançar em volta, é nossa.

O povo brasileiro pode. É claro que nós temos responsabilidade e preservamo-la. Tanto é que a Europa acabou com a sua reserva natural e nós mantivemos. Não tem que alugar, não tem que ceder para ninguém. O presidente está corretíssimo. Eu apoio o posicionamento dele.

E fala-se muito de internacionalizar as questões. Então, por que o Macron, presidente da França, não internacionaliza os ganhos dele em cima das ex-colônias, que são uma fortuna? E a miséria do mundo, por que não se torna fato mundial para que todas as nações cuidem? O nosso presidente está de parabéns. A Amazônia é nossa. Ele tem que defender e ele não tem que dar resposta para ninguém.

A única resposta que ele tem que dar ao mundo é que a Amazônia é do Brasil; foi o que ele fez. Se há uma queimada ou não, que às vezes eu concordo com ele que tem realmente uma dúvida nessa queimada que foi feita, se é ou não criminosa e precisa ser apurada.

Mas acima de tudo, nós precisamos entender que território tem que ser preservado, tem que ser cuidado e o que o nosso presidente está fazendo é defender nosso território. Parabéns ao nosso presidente e peço a esses representantes do mundo inteiro: podem ficar com inveja da nossa Amazônia, mas ela sempre será nossa. Obrigado, presidente.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Gilmaci Santos.

 

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O SR. MAJOR MECCA - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Nós estamos acompanhando o intenso trabalho que vem sendo feito na Câmara Federal agora com a proteção social das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares.

Vemos os nossos deputados federais policiais militares defendendo as nossas pensionistas, os nossos veteranos, todo o nosso efetivo que hoje está na ativa e tem uma expectativa muito grande sobre o seu futuro.

Nós acompanhamos, nesses últimos dias, a Carta de Vitória, que foi assinada através de um consórcio dos governos Sul e Sudeste para que venha para o estado a competência da inatividade dos policiais militares e Corpos de Bombeiros Militares.

Nós temos uma expectativa muito grande em relação às decisões que serão tomadas em relação a esses homens e mulheres, porque são poucos os parlamentares que conhecem na verdade a atividade que exercem os policiais militares e os bombeiros militares.

Nós temos um número de policiais assassinados, de policiais que acabam praticando suicídio em consequência da perda da família, número de separações conjugais muito grande por conta da atual situação que atravessam de estresse físico, psicológico, extremamente intensos.

Poucos parlamentares sabem que por mês o policial militar trabalha 14 horas a mais que os trabalhadores que tiram 40 horas semanais, só contando 12 por 36, sem tirar os horários em delegacias os policiais apresentando o flagrante, escalas extras, dias de folga que vão prestar depoimento em juízo.

O policial militar, o bombeiro militar em carga horária, quando são feitas as contas, trabalha muito mais que 40 anos que qualquer trabalhador comum num nível de insalubridade e desgaste físico e psicológico extremamente alto. Então, é esse apelo que fazemos, nesse momento, aos parlamentares e governadores, para que olhem para esses homens e mulheres de forma a serem justos com essa categoria: os policiais militares e bombeiros militares.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, nobre deputado.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, nobre deputado Carlão Pignatari.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Quero pedir a suspensão da presente sessão até 16 horas e 30 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Havendo acordo de lideranças, antes de fazer a nossa suspensão, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, esta Presidência, atendendo solicitação do nobre deputado Emidio de Souza, cancela a sessão solene convocada para o dia 30 de agosto de 2019, às 10 horas, com a finalidade de homenagear o jurista Sepúlveda Pertence.

Nobre deputado Carlão Pignatari, até 17 horas? Não concorda com a suspensão? Ok. Havendo acordo de lideranças, esta Presidência suspende a nossa sessão até as 16 horas e 30 minutos.

 

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- Suspensa às 16 horas e 22 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 32 minutos, sob a Presidência do Sr. Cauê Macris.

 

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O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Reaberta a sessão.

Ordem do Dia.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Há sobre a mesa requerimento do nobre deputado Tenente Coimbra, nos termos do Art. 84, inciso I, do Regimento Interno, para entregar à comitiva oficial para visita técnica ao porto de Singapura, no período de 31 de agosto a 6 de setembro, em Singapura.

Esclarece ainda que a viagem não acarretará ônus ao Erário.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do disposto no Art. 6, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma sessão extraordinária, a realizar-se hoje, dez minutos após o término da presente sessão, ou às 19 horas caso a sessão não atinja o seu tempo limite, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

Item 1 - Projeto de lei 727, de 2019.

Antes de dar início à votação dos requerimentos, queria agradecer aqui a Câmara Municipal de Itirapina, na figura do seu presidente, o Dr. Fernando, que hoje traz a Câmara Jovem para visitar o nosso Parlamento estadual.

Então, peço uma salva de palmas aqui dos deputados presentes aos vereadores jovens da cidade de Itirapina. (Palmas.)

Há sobre a mesa requerimento de urgência do Projeto de lei 113, de 2019, de autoria da nobre deputada Isa Penna.

Para discutir pelo tempo restante de seis minutos, o nobre deputado Douglas Garcia.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, caros pares aqui presentes, é uma honra retornar a esta tribuna, à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, queria saudar toda a Casa, aos servidores da Assembleia, ao público que nos assisti aqui na galeria da Assembleia Legislativa, e também da TV Alesp.

Senhores, hoje mais cedo assisti ao pronunciamento da deputada Isa Penna com relação ao seu projeto, que já me manifestei contrário por diversas razões, a principal delas é que esse projeto trata a mulher, qualquer um que se autodeclarar mulher. Não é justo para as mulheres que qualquer homem que, de repente se achar mulher, se autodeclarar mulher e for agredida entrar nas estatísticas de violência como violência à mulher.

Isso não é justo; isso é uma afronta ao direito das mulheres, inclusive cuspir na cara das mulheres, de forma em geral. Segundo ponto: é um projeto que basicamente tira aquilo que deveria ser feito pelo próprio gabinete da deputada Isa Penna e transfere essa competência para o Estado, porque ela nada mais quer do que um dossiê de violência contra as mulheres. Por mais que eu tenha falado aos deputados que a violência deve ser combatida de forma geral e não especificamente a um determinado grupo, mas de forma geral. Veja bem, é completamente injusto. Se fosse um projeto voltado à violência doméstica, eu até entenderia, eu até viria aqui: de fato, nós temos aqui um índice de violência doméstica maior que recai sobre as mulheres, mas ela está falando de violência de forma geral.

No Brasil, mais de 91% dos homicídios que acontecem são homicídios o quê? Homens, são homens que estão morrendo, não são mulheres. Infelizmente, tanto homem quanto mulher é ruim, é péssimo. Não estou querendo relativizar aqui a vida de absolutamente ninguém, porém é um projeto desnecessário, nesse sentido.

O que a deputada Isa Penna quer, de acordo com o objetivo dela, é combater a violência contra a mulher, porém a criação desse dossiê não combate a violência contra a mulher. O que combate a violência contra a mulher é aquilo que nós temos respaldado, principalmente no Congresso Nacional, já que é muito difícil para uma Assembleia Legislativa legislar sobre Direito Penal, o que é, é garantir às mulheres o seu porte à arma de fogo, porque uma arma de fogo faz muito mais por uma mulher, para protegê-la do que o movimento feminista fez em toda sua história.

É isso que nós precisamos garantir às mulheres, o seu direito à legítima defesa. Não tem como você comparar um estuprador, sendo um homem, com a força que ele possui, a questão da estrutura óssea, à questão da estrutura muscular contra uma mulher, porque é lógico que o estuprador estaria em vantagem. Você só colocaria aí em pé de igualdade se desse à mulher a sua legítima defesa, portando, sim, uma arma de fogo. “Ah, mas o deputado quer promover a violência com mais violência.” Mentira, você não consegue combater a violência ou diminuir o índice de estupro soltando pombinha na orla de Copacabana, ou falando para o estuprador que ele não deve fazer isso, porque é lógico que ele sabe, que ele tem ciência dessas coisas.

Então, esse projeto não serve para absolutamente nada, a não ser trazer gastos para o Estado. “Ah, mas não, a gente vai usar servidores que já existem.”, servidores que poderiam utilizar o seu tempo para fazer outras coisas extremamente mais importantes. Use, é claro, os assessores do seu gabinete para poder pegar todas as relações de informações que existem de violência contra a mulher.

Você tem aí a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo. Você tem o Ministério da Justiça e de Segurança. Tem um monte de ministérios e secretarias que fornecem dados com relação à violência à mulher. E pode pegar esses dados através dessas secretarias, através desses ministérios, através dessas instituições. Não é necessário a criação de nenhum dossiê de combate à violência contra a mulher. “Ai, deputado, você é favorável à violência contra a mulher?” Não, sou radicalmente contra, mas qualquer política voltada nesse sentido, principalmente tratando-se da bancada do PSOL, eu vejo como pura hipocrisia.

Até agora eu ainda não vi o pessoal vir aqui em cima na tribuna para se dizer contrário à forma com que o seu líder de bancada tratou uma ativista aqui no Auditório Franco Montoro, quando desceu uma microfonada no braço da mulher. Aí, sim, eu vou passar a acreditar que o pessoal quer combater a violência contra a mulher, quando eles começarem por dentro do próprio partido. Enquanto isso não se iniciar, eu vou dizer que é pura demagogia, pura hipocrisia, e esse projeto não serve para absolutamente nada.

É um projeto completamente desnecessário que só vai inchar o Estado, que só vai fazer com que os servidores percam tempo fazendo o trabalho que deveria ser da assessoria da deputada Isa Penna. Ela está transferindo competência, que deveria ser do gabinete dela para o Estado. Ora, se for assim é muito fácil. Agora eu quero criar um dossiê a respeito de tudo quanto é dado, que eu quero ter na ponta do dedo, na ponta da caneta e eu quero transferir essa competência para o Estado. Não.

Quem deve fazer isso são os assessores do meu gabinete. Então, eu peço aos deputados desta Casa, votem contrários, absolutamente contrários. Votem em medidas enérgicas, substanciais, que vão garantir, sim, a segurança da mulher, e apoiem aqueles projetos que vão garantir, sim, a segurança da mulher, e que vão intimidar os bandidos, como a gente tem um projeto muito lindo da deputada Janaina Paschoal, que prevê ensinar as meninas nas escolas a lutar, a se defender.

Defesa pessoal. Isso é maravilhoso, isso é um projeto que precisa ser incentivado, e não esse tipo de projeto que está sendo trazido aqui para esta Casa neste momento. Outro projeto que eu creio ser muito bacana é a castração química aos estupradores, que está lá no Congresso Nacional, e que, inclusive, a bancada feminista nunca se colocou favorável a esse projeto, que foi protocolado pelo presidente Bolsonaro.

Então, senhores, vamos ser razoáveis. Votem com consciência, votem contrários ao projeto 113/2019.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para discutir a favor do requerimento de urgência, tem a palavra o nobre deputado Campos Machado.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, Srs. Deputados, começo dizendo que quem planta espinhos não pode andar descalço. Pensando nisso, deputado Enio Tatto, eu fui procurar em Aurélio Buarque de Holanda o que significa a palavra traição. Dante Alighieri, na sua obra “A Divina Comédia”, traçou o círculo do inferno, e colocou a palavra traição no último círculo.

Eu começo aqui me referindo a uma traidora, oportunista de quinta categoria. Traiu o seu mestre. Traiu o professor Miguel Reale. Miguel Reale e José Carlos Dias subscreveram o pedido impeachment da presidente Dilma. Aí surgiu a oportunista. Essa oportunista, que não sabe a quem servir, tem dois senhores. Não sabe se serve a Jair Bolsonaro ou se serve ao João Agripino. Ela pendura na balança.

Eu fui ler hoje... Nem devia ter lido esse lixo que a deputada Janaina colocou - aliás, deputada, desculpe -, a senhora Paschoal inseriu lá nos seus comentários no Facebook, com leviandade, com falsa ironia.

O que é que fez a rainha da indústria da cesárea? O que é que fez? Passou, escreveu 50 páginas, ou 40 linhas, se referindo ao tal dono do PTB. Deputado Roque Barbiere, eu tenho um partido só na vida, e tenho lado. A senhora Paschoal não tem lado. Ela não sai mais do palácio. Ela não sabe se é Jair Doria ou se é João Bolsonaro. Como é que eu posso admitir que esse texto de quinta categoria... O que ela se propõe a fazer aqui com uma leviandade impressionante?

Atribuir a mim, deputado Barros Munhoz, ou deputado Roque Barbiere, o dono do PTB...

A deputada Janaina Paschoal vai sair do plenário? Eu não sei falar quando a pessoa não se encontra aqui, mas esse texto aqui, deputado, está cheio de aleivosias. Além de agredir a Assembleia, dizer que a Assembleia nunca fez nada, a Sra. Paschoal, de ofensa em ofensa, se refere até às verbas de gabinete do deputado. Minha verba de gabinete, que é dentro da lei, nunca ultrapassou os limites.

Ela traz essa pequenez para discutir, traz pequenez de cargos, traz insinuações não apenas contra mim, mas contra a Casa, que eu estou aqui há 30 anos e nada fiz, que a Assembleia nunca fez um projeto que tivesse força a não ser o projeto dela, esse projeto macabro, aprovado nesse acordo falaciano - não palaciano, falaciano -, entre a Sra. Paschoal e o Sr. Governador, um projeto maluco que só tem o CRM para defendê-lo, contra mil entidades médicas.

Deputado Roque Barbiere, esse amontoado de infâmias, de insinuações de graça, por quê? A Sra. Janaina Paschoal perdeu o meu respeito quando não portou aqui como uma deputada à altura da grandeza desta Casa, quando fez insinuações a deputados e pediu que eu não falasse mais o nome dela. Não falo, só me refiro à Sra. Paschoal.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Eu fui informado agora de que a CPI do Táxi Aéreo está rolando, e a sessão já está aberta na Ordem do Dia.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Peço ao secretário-geral parlamentar que mande imediatamente parar o andamento da CPI ou de qualquer outra comissão que esteja andando na Casa, uma vez de que nós já abrimos a Ordem do Dia. Com a palavra o deputado Campos, e reponho o seu tempo.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sabe, Sr. Presidente, nesse texto, digno de um lixo, ela disse que eu apresentei um projeto que me foi solicitado por um grupo que estuda gastronomia e que esta Casa só faz homenagens, elogios, prêmios. Por que a Sra. Paschoal não consulta a história da Casa? Sabe quantos projetos de lei eu tenho aqui? Mais de 400! Verifica.

Agora, dessa maneira leviana, sem sentido... Tudo porque, na linguagem dela, eu me atrevi a questionar uma barbaridade, um projeto onde as mulheres, as parturientes, não precisam mais de orientação médica, basta declarar que querem fazer cesariana. Um projeto onde tem uma placa na parede avisando às mulheres que elas têm direito à cesariana. Todos os médicos com quem conversei, todas as entidades, Einstein, Sírio... A Organização Mundial de Saúde é contra e diz que o Brasil é a capital da cesárea.

Sabe, deputado Roque Barbiere, sim, eu impetrei uma ação judicial alegando que o projeto é inconstitucional. Está na mão do Judiciário. Vai competir ao Judiciário dizer se esse projeto, se essa lei sancionada pelo Sr. João Agripino, é constitucional ou não. É um direito que me assiste. Essa cartinha de fundo de quintal, essa sujeira, que eu vou fazer questão absoluta de requerer a juntada no meu pronunciamento.

Eu faço questão absoluta que o povo de São Paulo leia essa carta que vai ser encaminhada junto do meu pronunciamento. O que me choca, o que eu imaginava da Sra. Paschoal, uma professora de Direito lá do Largo de São Francisco?

Eu não estou questionando se ela está correta ou não no seu projeto, embora eu tenha certeza absoluta que o projeto é inconstitucional. Eu estou questionando a leviandade dela, a pequenez dela, a ironia dela, a ignorância dela em se referir a esta Casa.

Uma Casa que já abrigou Jânio Quadros, Franco Montoro, Rui Barbosa, Emílio Carlos, grandes deputados. Acho que esses deputados devem estar incomodados nos seus túmulos quando surge uma sujeira. É sujeira, isto não é política.

Isso é sujeira, isso é imundice. Isso não é maneira de uma deputada se posicionar. Por que essa agressividade? Por que essa leviandade? Por que esse lixo? Chegando a esta Casa hoje, um deputado que presidia a sessão me chamou e disse: “Campos, você viu isso aqui, que barbaridade?”.

Eu não tinha visto. Quando li fiquei consternado. Fiquei com pena da Casa e da deputada. Srs. Deputados, esta Casa merece o nosso respeito. Não merece as conclusões da Sra. Paschoal. Tem dezenas de deputados que apresentaram projetos setoriais de homenagem a quem quer que seja. Por que não se preocupa a Sra. Paschoal com a PEC 09 que eu estou defendendo?

Por que não se preocupa com a proposta que eu fiz de criar um conselho no qual os deputados terão uma participação efetiva na Casa, um programa no qual a Assembleia seja propositiva e não seja artista de segunda categoria?

Ao mesmo tempo em que eu vou requerer a juntada no meu pronunciamento, eu vou tirar uma cópia, vou por num quadro na minha sala para me inspirar a lutar contra pessoas que nem a Sra. Paschoal, a lutar contra a traição, contra a leviandade. É lá que quero me inspirar. É lá.

Eu gostaria, Sr. Presidente, que a Mesa resolvesse fazer um levantamento de todos os projetos que tenho nesta Casa em todos esses anos. E mandasse, para a senhora Paschoal, uma cópia. Ela só me trata de dono do PTB, um partido que tem 75 anos de história e tradição, que nasceu com Getúlio Vargas. E, no sangue de Getúlio, chegou nas praias de Janio Quadros. Esse partido, responsável por todas as conquistas trabalhistas que existem nesse País.

Não é um partido qualquer. O PTB não tem dono não. Tem presidente, sim. Tem presidente. Mas dono, não tem. Por isso lastimo esse ato repugnante que não ofende apenas o dono do PTB. Ofende a Casa como um todo. Será que a Casa, nesses 30 anos que estou aqui, nunca fez nada, nada? Nada, como diz, com muita leviandade, a senhora Paschoal? Vou, Sr. Presidente, entregar para V. Exa., para que faça parte desse meu pronunciamento, esse retrato da sujeira vinda de alguém que não sabe o que é lealdade.

Aproveito para dizer, sem qualquer título de vingança, que vou apresentar aqui um requerimento para que esta Casa homenageie como deve o jurista Miguel Reale Junior.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

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- É inserido texto não lido em plenário. 

 

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 “Janaína Paschoal 28/08/2019

Se a ação proposta pelo PTB prosperar, sugiro fechar todas as Assembleias Legislativas do país. O gasto com as Assembleias é muito elevado e o PTB, cujo dono habita a Alesp há décadas, está defendendo que as Assembleias não têm competência para nada.

Talvez por isso o dono do PTB, que tem o número máximo de assessores e gasta a verba de gabinete no teto, gosta tanto de fazer moções de aplauso e de repúdio. Hoje, a CCJ votará um projeto muito importante do dono do PTB: Declarar patrimônio cultural o lanche de pernil!

As mulheres da zona leste (de onde eu venho e onde o dono do PTB é eleito) quando estiverem gritando de dor, sentindo seus filhos parados, implorando uma cesariana, lembrarão aliviadas que, na Assembleia Legislativa, há um Deputado que trabalha contra o direito a escolher o próprio parto. Mas esse mesmo Deputado também luta muito pela importância do lanche de pernil!

Muitos assessores, muitas diligências, escritório grande alugado (com o nosso dinheiro), para fazer muitas moções de aplausos e defender o lanche de pernil! Sim, para isso pagamos nossos impostos.

Faz 30 anos que o dono do PTB está na Alesp. Há anos, a Alesp não aprova uma lei tão significativa para a vida das pessoas mais simples! O dono do PTB quer derrubar a lei que garante escolher o parto, pois ele quer seguir criando datas pitorescas no calendário.

Façam um levantamento da produção da Assembleia: aplausos, repúdio, dia disso, dia daquilo... Quando uma legislatura se une para fazer algo diferente (não sou só eu, muitos querem mudar), vem um Deputado acostumado ao poder e quer restringir a Assembleia ao que sempre foi.

Será que compensa gastar mais de um bilhão de reais por ano, para fazer moções de repúdio, . moções de aplausos e criar datas pitorescas no calendário? Por melhor que seja o lanche de pernil, será mesmo que 94 Deputados devem se ocupar disso e não da saúde de mulheres e bebês?

Estou tecendo essas considerações, pois entendo que muito do meu papel é jogar luz na opacidade das Assembleias. Eu acredito que os Legislativos Estaduais já podem muito mais! Está escrito nas Constituições que temos competência para legislar em saúde, educação e segurança!

Não está escrito em nenhum artigo da Constituição que o papel dos Deputados Estaduais seja criar datas pitorescas ou mesmo tratar de patrimônio histórico. Eu só estou buscando fazer com que as Assembleias cumpram seu verdadeiro papel! Que os impostos pagos sejam bem empregados!

A imprensa vive me perguntando por qual razão eu apresentei o projeto A, por qual motivo em propus a emenda B, como se fosse um crime um Deputado propor leis de verdade. Ninguém estranha uma lei para festejar o lanche de pernil. Talvez a estranha seja eu.

Bem, moral da história: se depender do PTB, as mulheres com dinheiro continuarão escolhendo seus partos e, façam parto normal ou cesariana, terão anestesia. Afinal, quem tem dinheiro não pode sentir dor. Rico é rico!

Mas, se depender do PTB, as mulheres pobres seguirão ouvindo NÃO quando dizem que preferem fazer cesariana e, ao serem submetidas ao parto normal forçado, seguirão gritando por longas horas, dada a dor da falta da anestesia.

A Assembleia Legislativa (em votação histórica), o Governador e a Primeira-dama decidiram mudar a difícil realidade das gestantes carentes no Estado de São Paulo, mas o dono do PTB prefere que elas sigam sofrendo. Faz 30 anos que o dono do PTB manda em São Paulo. É hora de mudar! Janaina Paschoal

27/08/209

Acabo de ler a petição inicial que o PTB propôs, alegando a suposta inconstitucionalidade da Lei estadual que garante a analgesia à mulher que quer fazer parto normal e o direito de decidir fazer cesariana. Vergonhosamente, esse Partido afirma que a lei não pode prevalecer, pois aumentaria custos, haja vista a necessidade de contratar anestesistas!!!! O PTB quer que as mulheres carentes sigam tendo seus filhos sentindo dor!!!! Meu Deus, o PTB quer que o Estado mais rico da federação negue as mulheres o direito à anestesia!!! Está escrito, eu não estou criando nada. E triste!

Janaína Paschoal

28/08/2019

O dono do PTB, sim o mesmo que quer retirar das mulheres o direito a decidir sobre seu próprio parto e a receber anestesia, ficou bravo porque eu votei contra sua moção de aplausos ao Presidente do STF. O dono do PTB queria que a Alesp aplaudisse um inquérito sigiloso e ilegal!

Mas não é só isso. Na pauta de hoje, item 8, consta a Moção de n. 114/19, “de autoria do dono do PTB. Ele apela ao Presidente Bolsonaro para que sancione a lei que trata do abuso de autoridade. Sim, o dono do PTB quer tirar sua anestesia e quer acabar com a Lava Jato! Há 30 anos, o dono do PTB manda em São Paulo! De que lado ele está? Precisamos mostrar a ele que os tempos são outros. Veta Bolsonaro!”

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para falar contra a urgência do projeto, a nobre deputada Leticia Aguiar.

 

A SRA. LETICIA AGUIAR - PSL - Obrigada, Sr. Presidente. Boa tarde, Srs. Deputados e Sras. Deputadas. Estamos falando sobre o requerimento de urgência do Projeto de lei nº 113, de 2019, que cria o dossiê da mulher paulista, da deputada Isa Penna, do PSOL, Partido Socialista.

O objetivo é criar uma espécie de cadastro geral de mulheres que são vítimas de violência, de dados de mulheres que são vítimas de violência no Estado. Sou contrária a esse projeto, especialmente pelo parágrafo 1º do Art. 2, que diz: “Para os fins desta lei, deverá ser considerada a identidade de gênero autodeclarada, independentemente do que constar em documento ou registro público, abrangendo assim mulheres transgênero e transexuais.”

Eu respeito cada indivíduo nas suas escolhas, sejam elas quais forem. Mas é complicado e chega a ser bizarro a gente ter que subir a essa tribuna para defender e explicar o óbvio: que mulher é mulher e que homem é homem. Isso é ciência, isso é biologia. O que entendo é que, através desse projeto da deputada Isa Penna, ela quer incluir homens que se consideram mulheres nessa relação. Sou completamente contrária a isso. Cada indivíduo tem 46 cromossomos. E cada cromossomo, diz ali os cromossomos, os pares, diz lá que mulher é XX e mulher é XY. Isso diferencia homens de mulheres. É o DNA, uma cadeia de DNA, que mostra exatamente que somos diferentes. E por isso mesmo, para mim, não faz sentido ter esse parágrafo primeiro aqui do Art. 2º dentro desse projeto.

Importante resaltar que falam tanto da violência contra a mulher, que precisa realizar políticas públicas em defesa das mulheres, eu acredito que nós temos que ter políticas públicas em defesa das pessoas: homens, mulheres, crianças, jovens, idosos. As pessoas de bem precisam estar protegidas neste País. E leis nós temos aos montes. Só precisamos aplicá-las.

Inclusive, o deputado Douglas citou aqui uma importante lei que o Partido Socialista é contra, que defende e protege as mulheres, que é os estupradores poderem retornar à sua liberdade, após cumprirem sua pena, passarem por um processo de castração química voluntária, para que eles percam o desejo, a libido deles e não cometam novas vítimas. Por que não aprovam um projeto desses? Porque é do presidente Jair Bolsonaro, enquanto deputado? Se é um projeto que efetivamente pode proteger as mulheres, que estupradores voltem à liberdade e que não realizem novas vítimas.

A gente não vê os partidos de esquerda apoiando um projeto como esse? “Ah, porque fere o direito humano do preso”. Eu lá quero saber do direito humano do preso? Eu quero saber dos direitos humanos das pessoas, das mulheres, das pessoas de bem. As mulheres são vítimas, as crianças também são vítimas desses pedófilos.

Precisa ficar claro que mulher é mulher, homem é homem, a biologia... Isso não tem nada a ver com ideologia ou religião. Isso é ciência, ciência!

A esquerda sempre quis promover a separação. Sempre quer, continua querendo, utilizando, muitas vezes, de um Parlamento, de leis, de políticas públicas, da mídia, para fazer a separação, para desunir o País.

Mas o País acordou. As pessoas de bem mostraram que estão participando, que estão ativas e são a favor da sociedade, sociedade que nós demoramos tanto para construir. Uma sociedade sólida, conservadora, que defende a família.

E volto a  repetir: não concordo com esse parágrafo primeiro do Artigo 2º. Não devemos incluir nesse projeto homens, se é um projeto para identificar violência contra mulheres. Homem não tem útero, homem não menstrua, homem não engravida. Você pode mudar isso num documento, você pode se autodeclarar diferente. É um direito seu. Não tem problema. Mas a genética não muda. O DNA não muda. E isso precisa ficar bastante claro. Nada tem a ver com ideologia e sim consciência.

E pedindo aos nobres pares aqui que pensem bem a respeito desse projeto. É um projeto que visa mostrar os números que as mulheres são vítimas de violência, mas as delegacias da mulher conseguem pontuar esses números de todo o estado de São Paulo. Para que mais uma lei? O Estado está aí para isso. Temos aqui a deputada Delegada Graciela, que é uma delegada de defesa da mulher. As delegacias apontam esses números, essas estatísticas, esses índices.

Como o deputado Douglas falou, será que ela está querendo transferir o trabalho da assessoria dela para o Estado?

Precisa ficar também essa reflexão. Sou a favor, sou membro titular da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, sou a favor da proteção dos seres humanos, homens, mulheres, pessoas de bem, sou a favor da castração química para que estupradores voltem à liberdade para não fazer novas vítimas, sou a favor de que mulher seja tratada como mulher e homem como homem. É triste ter que vir aqui explicar a verdade, o óbvio, respeitando quem se autodeclara diferente. Não há problema nenhum com isso.

Mas nós temos que respeitar, antes de tudo, a ciência, a biologia, que somos diferentes, sim, internamente. Conversando com o deputado Altair, até os ossos dos homens são diferentes dos ossos das mulheres.

Portanto, projeto ideológico como esse, para mim, não tem serventia. Inclusive, falando ainda das mulheres, nós vemos muitas mulheres - e isso eu já falei na Comissão de Defesa das Mulheres -, tem muita mulher aí mentindo nas delegacias para poder punir os seus namorados, maridos por vingança.

Na verdade, elas utilizam da Lei Maria da Penha para que possam agir com vingança. Então, isso também precisa ser mostrado. Essas estatísticas precisam também ser mostradas. Homens estão sendo punidos por mentiras de mulheres que vão denunciar, fazer falsas denúncias contra esses homens, por "n" motivos.

E, nós precisamos também identificar esses dados. E punir essas mulheres que estão mentindo, também no rigor da lei. Então, que sejamos justos em tudo o que fizermos aqui.

Esse projeto, para mim, é um projeto inócuo, que não vai ter eficácia. Nós já temos dados das delegacias de defesa da mulher, nós já temos a própria Secretaria de Segurança Pública, que está apta a fazer isso.

E eu sou completamente contrária ao parágrafo I, do Art. 2º, que é, sim, querendo colocar a ideologia de gênero: mulher que não é mulher, homem que não é homem. Eu fico até me perguntando, deputado Douglas: se um homem que se sente mulher agredir uma mulher que se sente homem, como que fica a Lei Maria da Penha? Como fica? Quem vai proteger? Quem vai ser quem aí nessa história?

Então, acho que precisa ter um pouco de bom senso e parar de colocar ideologia em tudo. É um projeto ineficaz, a meu ver. Mais uma vez, repito: triste, lamentável, ter que subir nessa tribuna para explicar o óbvio: mulher é mulher, homem é homem, e isso precisa ser respeitado.

No que depender de mim neste Parlamento - porque esse também é um dos motivos pelos quais eu fui eleita pelas pessoas que a mim confiaram -, eu estarei aqui para fazer justiça pelo que eu acredito.

A esquerda, como a gente sabe, quer dividir para conquistar. No que depender de mim, aqui eles não terão esse espaço.

Obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para falar contra, nobre deputado Gil Diniz. Ausente.

Não havendo mais oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Pela ordem, deputada Janaina.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Para encaminhar pelo PSL, o deputado Douglas.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra para encaminhar pelo PSL o deputado Douglas Garcia.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Senhores, mais uma vez eu subo a essa tribuna para pedir o óbvio: para que os senhores não aprovem um projeto completamente desnecessário para o estado de São Paulo.

Eu vou mostrar para os senhores o porquê que esse projeto é desnecessário. O primeiro ponto: ele traz mais do mesmo. Nós já temos todos os organismos necessários que mostram o mapa índice de violência contra a mulher no estado de São Paulo.

O que a deputada Isa Penna quer é terceirizar o trabalho que deveria ser do gabinete dela. Segundo: nós temos, sim, por parte da bancada do PSOL, a maior hipocrisia de todos os tempos, a maior hipocrisia que já se viu nessa Assembleia Legislativa.

E, aproveitando que a Isa Penna está dançando no meio do plenário, eu gostaria que, por gentileza, seja reproduzido o vídeo, já que nós estamos falando de violência contra a mulher. Por favor, reproduza o vídeo que mostra como que o PSOL combate a violência contra a mulher. Pode reproduzir.

 

* * *

 

- É feito exibição de vídeo.

 

* * *

 

Deputado Carlos Giannazi mostrando como é que se combate a violência, olha só. Pega o microfone e taca na ativista.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Eu queria pedir, deputado Douglas, que suspendesse o vídeo. Acho que não é o momento oportuno para ficar polemizando.

Deputado Douglas, nós estamos falando de um parlamentar...

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Estamos falando de um projeto de lei que fala sobre violência contra a mulher.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Douglas, V. Exa. está falando de um parlamentar, e não é o momento oportuno para transmitir. Vossa Excelência pode falar o que bem entender, quer falar sobre o caso, mas eu gostaria, que por favor, não fosse transmitido qualquer vídeo nesse sentido. Afinal nós estamos aqui no meio de um processo de discussão de um projeto, e esse vídeo não tem relação com o contexto do projeto.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Ok. Por mais que eu discorde de V. Exa. e continuando aqui a respeito do meu tempo, estamos falando de um vídeo do deputado Carlos Giannazi, em que ele pega o microfone e mete o microfone em uma mulher. Ele agiu com quê? Com violência contra uma mulher, e esse projeto trata de um dossiê de violência contra a mulher.

Senhores, hoje esta Assembleia Legislativa aprovou, no Conselho de Ética, dois processos contra mim por advertência. Agora, contra o deputado Carlos Giannazi, que agride mulher abertamente, não acontece nada nesta Casa, absolutamente nada. Estão aí fazendo cara de hipócritas, dizendo que lutam contra a violência à mulher? Ora, o deputado do partido do PSOL agrediu abertamente uma ativista, aqui nesta Casa. Representei na Corregedoria da Assembleia e foi arquivado.

Agora eu, por falar, por falar, tendo respaldado na Constituição do Estado de São Paulo, e na Constituição da República Federativa do Brasil a minha imunidade parlamentar, eu tive uma punição do Conselho de Ética por falar, e contra o deputado Carlos Giannazi não acontece nada? Absolutamente nada? Um projeto que trata de dossiê de violência contra a mulher, e no partido dos senhores nós temos um homem que agride mulheres abertamente.

E até agora, sejam as mulheres biologicamente ou transexuais,  não subiram a este plenário para falar contra o que aconteceu. Não subiram. Só mostra que são um bando de hipócritas. Quer representar? Representa, leve a cabo que eu trago a esta Assembleia quantas vezes forem necessárias o que está acontecendo. Nenhum projeto que é pautado aqui, seja no Conselho de Ética, seja em qualquer outro lugar é feito de forma imparcial. Sete projetos, dos sete, cinco foram arquivados.

Vamos lá punir o deputado Douglas Garcia porque tudo o que o deputado Douglas Garcia fala é polêmico. Ora, incentivar os militantes a agredirem deputado de direita não é polêmico, ora, pegar o microfone e descer no braço de uma ativista não é polêmico?

Mas vir aqui dizer a verdade, quando toca na ferida, aí não, aí não pode falar, polemiza. Ontem, por exemplo, utilizaram o tempo de encaminhamento de votação a bel prazer para falar de qualquer coisa, mas quando o deputado Douglas Garcia aqui sobe para falar de assuntos alheios que não sejam sobre o tema, ele está errado. Tem que parar e suspender, levantar a sessão e fazer o que quiser, porque não pode, ele não pode falar. Onde está a imunidade parlamentar, senhores? Só existe imunidade parlamentar quando é para agredir mulher? Pergunto à bancada do PSOL: os senhores querem aprovar um projeto nesta Casa que fala sobre dossiê contra a violência às mulheres. Eu digo aqui: estará nesse dossiê também o fato de o deputado Carlos Giannazi ter tacado o microfone nos braços de uma ativista aqui no Auditório Franco Montoro? Ana Cláudia ficou 15 dias com o braço engessado, sim.

Pergunto aos deputados desta Casa: nós não precisamos ou precisamos de mais hipocrisia? Não precisamos, senhores. Essa nova legislatura mostra que não precisa. No final do ano passado nós votamos para transformar a Assembleia Legislativa. Nós não podemos aceitar que isso se torne mais do mesmo. Nós não podemos criminalizar um deputado por falar.

O deputado deve ser, sim, criminalizado por suas ações, e eu não agredi ninguém. Não agredi absolutamente ninguém. Já o deputado do partido de V. Exa., que protocolou o projeto aqui na Casa, desceu uma porrada numa ativista. E a senhora, que deveria, sim, representar as mulheres, que deveria, sim, proteger as mulheres, não diz nada contra isso. Sou eu que sou um rapaz violento. Sou eu que sou um rapaz que não presta. Sou eu que sou um rapaz que precisa ser cassado.

Eu estou cansado, repito, cansado de tamanha hipocrisia. O deputado Enio Tatto vem e fala: “Deputado Douglas Garcia, o senhor tem que se preocupar com questões mais estruturais, o senhor está brigando muito por questões ideológicas”. O próprio deputado anteontem estava aqui falando a respeito do Lula e achincalhando o Bolsonaro, quer dizer, a bancada do PT pode falar o que quiser. A bancada do PSOL pode falar o que quiser, mas eu não posso falar o que eu quero? Devo ser criminalizado pelas minhas palavras? Onde está a representatividade do parlamentar?

Senhores, eu estou falando acima de mim. É dos senhores também. Porque hoje sou eu que estou sendo julgado no Conselho de Ética por falar, levando a cabo a questão da minha imunidade parlamentar, mas amanhã pode ser qualquer um dos senhores. Amanhã pode ser qualquer partido, pode ser o PSOL, pode ser o PT, pode ser o PSB, pode ser o PSDB, pode ser qualquer um.

Abriram precedente para esta Casa advertir deputados por fala. Pergunto onde estão todos aqueles deputados que foram muito além de simplesmente chamar um grevista de vagabundo. Onde estão aqueles deputados que foram muito além de transmitir um filme aqui na Assembleia Legislativa, que chegaram ao ponto, inclusive, de agredir uma ativista, uma mulher.

Eu não peço nada aos senhores. Eu não peço nada, apenas que sejam coerentes, e eu tenho certeza que, se a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo for uma Assembleia coerente, que eu espero que seja, esse projeto não vai passar.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Em votação o requerimento. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Verificação de votação, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É regimental o pedido de Vossa Excelência. A partir deste momento estamos fazendo soar o sinal eletrônico, pelo sistema eletrônico, durante quatro minutos, para que as Sras. Deputadas e Srs. Deputados que não se encontram em plenário tomem conhecimento da votação que se realizará.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Sr. Presidente, posso já registrar obstrução? PSL em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrada a obstrução do PSL.

 

O SR. HENI OZI CUKIER - NOVO - Pela ordem, Sr. Presidente. Colocar o Novo em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Novo está em obstrução.

 

A SRA. DRA. DAMARIS MOURA - PHS - Pela ordem, Sr. Presidente. O PHS está em obstrução. 

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Em obstrução o PHS.

 

O SR. SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente. Colocar o PRB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PRB está em obstrução

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para colocar o PT em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PT está em obstrução.

 

O SR. DANIEL SOARES - DEM - Pela ordem, Sr. Presidente. Obstrução do Democratas.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Democratas está em obstrução.

 

A SRA. CARLA MORANDO - PSDB - Para colocar o PSDB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSDB está em obstrução.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - Para colocar o PSOL em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSOL está em obstrução.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - Para colocar o Avante em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Avante está em obstrução.

 

O SR. MARCIO NAKASHIMA - PDT - Para colocar o PDT em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PDT está em obstrução.

 

O SR. RAFA ZIMBALDI - PSB - Para colocar o PSB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSB está em obstrução.

 

O SR. BRUNO GANEM - PODE - Para colocar o Podemos em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Podemos está em obstrução.

 

O SR. ROBERTO MORAIS - PPS - Para colocar o PPS em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PPS está em obstrução.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Embora não sendo líder, mas o meu líder colocou em obstrução e não está constando lá no painel.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Sebastião colocou em obstrução. Peço para que chequem o painel, porque o Republicanos está em obstrução. Talvez porque eu tenha falado PRB e não Republicanos.

Só lembrando que o próprio deputado Gilmaci pediu obstrução do PRB e como nós não temos PRB mais na Casa e sim Republicanos, por isso que o comando não foi aceito. Então, eu estava correto.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O senhor estava correto, mas é o Republicanos, porque o meu líder já pediu a obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Agora sim o Republicanos está... O líder do Republicanos pediu obstrução do PRB e não do Republicanos.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, presidente, mas agora Republicanos.

    

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Republicanos está em obstrução.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Para colocar o Progressistas em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Progressistas está em obstrução.

 

A SRA. MARTA COSTA - PSD - Para colocar o PSD em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSD está em obstrução.

 

O SR. PAULO CORREA JR - PATRIOTA - Para colocar o Patriota em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Patriota está em obstrução.

 

O SR. JORGE CARUSO - MDB - Para colocar o MDB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Com a anuência do líder Itamar Borges, o MDB está em obstrução.

 

O SR. MARCOS DAMASIO - PL - Para colocar o PL em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PL está em obstrução.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Para uma comunicação neste momento.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Enquanto estamos em processo de votação eletronicamente, não abrimos o microfone para votação ainda, dou uma comunicação ao deputado Barba.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, primeiro, a deputada Isa Penna está construindo um acordo com o deputado Gilmaci Santos para fazer uma mexida no projeto dela, que é uma palavra que tem uma crise. Está se discutindo apenas a urgência, não está discutindo ainda o mérito do projeto.

 Então, para pedir a todos os deputados... Inclusive depois, Isa Penna, você publicar qual o acordo que você está fazendo com o Gilmaci, porque pode inclusive ajudar a reduzir a resistência que tem em relação ao seu projeto e para pedir para que todos os deputados possam votar “sim” para aprovar a urgência do projeto.

 

A SRA. ISA PENNA - PSOL - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para uma comunicação, Isa, e depois vamos abrir os microfones para aqueles que não conseguiram votar nos terminais. Só lembrando, peço atenção de todos os parlamentares, que nós estamos votando a urgência de um projeto de autoria de deputados.

Então, peço encarecidamente que aqueles deputados votem a urgência de projeto de deputados. Isso é importante para que a gente continue avançando e votando outros projetos. Logo depois vamos votar a urgência do projeto da deputada Carla Morando.

Depois vamos votar a urgência do projeto da deputada Graciela. Então é importante, até para o bom andamento da Casa, diante do acordo que foi firmado com o deputado Gilmaci e a deputada Isa Penna, que os deputados realizem os seus votos. Uma comunicação, e depois vamos à votação.

 

A SRA. ISA PENNA - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Deputadas e deputados, a nossa tarefa, acima de tudo, é produzir e elaborar leis que impactem a realidade das pessoas. Esse projeto trata da compilação de dados em um relatório que vai nos ajudar a produzir e elaborar políticas públicas para combater a violência contra as mulheres.

O deputado Gilmaci veio me dizer que vai apresentar uma emenda. Portanto, não foi um acordo. Ele veio me dizer que vai apresentar uma emenda para suprimir um parágrafo de um artigo que ele e o partido dele têm resistência.

Sendo assim, será que é possível que consigamos nos unir, por um momento que seja, para aprovar um projeto cujo conteúdo é consensual? Quem aqui é contra produzir um relatório cujos dados vão servir para proteger as mulheres? Quem? Não é possível. Vocês que ficam falando “vamos deixar a ideologia de lado, vamos deixar a ideologia de lado”, e agora? Temos um projeto que é consensual. Que vai ser votado um texto que é consensual.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para concluir, deputada Isa. Para concluir, já deu o tempo de Vossa Excelência.

 

A SRA. ISA PENNA - PSOL - Faço um apelo para os deputados. O meu voto é “sim”, presidente. Por favor, colegas. Vamos votar.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para concluir, deputada Isa.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - A última comunicação. Depois vamos abrir os microfones para votação. Estamos no processo de votação.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Combinamos com a deputada Isa Penna, o meu partido. O Art. 2 diz que: “O Dossiê consistirá na elaboração de estatísticas periódicas sobre as mulheres vítimas de violência atendidas pelas políticas públicas, sob ingerência do Governo do Estado de São Paulo”. Esse é o Art. 2.

O parágrafo 1º diz que: “Para os fins desta lei, deverá ser considerada a identidade de gênero autodeclarada, independentemente do que constar em documento ou registro público, abrangendo assim mulheres transgênero e transexuais”.

Pedimos para a deputada Isa Penna para a gente suprimir esse parágrafo, tirar esse parágrafo. Apresentamos uma emenda. Ela concordou que esse parágrafo seja retirado. Porque assim atende realmente aquilo que o dossiê pede, que é a assistência e o acompanhamento às mulheres. Que entendemos que o projeto ficaria, então, de bom tamanho.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Participaram do processo de votação 38 Sras. Deputadas e Srs. Deputados, 37 votos “sim”, este presidente que não vota, quórum insuficiente para aprovar a urgência do Projeto de lei nº 103/2019, que fica com votação adiada.

Há sobre a mesa requerimento de urgência ao Projeto de Lei  nº 521/2019, de autoria da nobre deputada Carla Morando. Para falar contra o requerimento, tem a palavra o nobre deputado Teonilio Barba.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente...

 

O SR. CARLOS CEZAR - PSB - Pela ordem, Sr. Presidente, com anuência do orador, uma breve comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Restituo o tempo ao deputado Barba e passo a palavra a V. Exa., deputado Carlos Cezar.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Só para fazer o reconhecimento da presença do prefeito da cidade de Glicério, prefeito Hildo e do nosso querido vereador Ivan. Sejam bem-vindos aqui à nossa Casa.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Agradeço a presença dos senhores. Eu peço uma salva de palmas de todos os parlamentares aos nossos convidados. (Aplausos.)

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Para uma breve comunicação, deputado Barba, se for possível?

Presidente, eu conversei com a deputada Isa Penna; eu não conhecia direito  o projeto. Eu quero ler, analisar o projeto e deixar à disposição para na semana que vem a gente volte a discutir esse projeto no Colégio de Líderes; não sei se isso é possível ou não; mas aí é muito mais uma anuência do senhor.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Carlão Pignatari, só antes de passar a palavra para o deputado Barba, só lembrando o seguinte: como foi um projeto deliberado em Colégio de Líderes esta urgência eu vou colocar amanhã, terça-feira, quarta-feira; nós vamos continuar colocando até que seja votado. Se não atingir quórum de votação, com certeza na terça-feira ela acontecerá o Colégio que poderá ser dirimido qualquer tipo de dúvida. Porém, como tem um acordo nesse sentido, eu tenho que dar o mesmo tratamento ao projeto da deputada Isa Penna que eu dei ao projeto da deputada Janaina Paschoal, que teve também processo de obstrução como está tendo esse projeto.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Sr. Presidente, só mais uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para uma Questão de Ordem.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Para uma questão de ordem. Eu acho que no próprio projeto da deputada Janaina Paschoal, houve um acordo para ser retirado no fim de junho e voltar para votar em agosto o projeto, não a urgência. Eu queria pedir para a deputada Isa Penna se ela desse até terça-feira no Colégio de Líderes, para eu poder analisar corretamente isso e não pautar a Assembleia para não rejeitar, porque vai ser rejeitado, não vai passar a urgência. Então vai ficar ruim.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Carlão Pignatari, aí é uma posição da autora. No caso, da deputada Janaina Paschoal...

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Então, continua do jeito que está e o projeto não vamos votar.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - A deputada Janaina Paschoal concordou naquele momento - ela é autora do projeto - se houver acordo com concordância da autora do projeto, como não existe esse acordo...

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Presidente, lá foi diferente. Lá foi o recesso. Houve um acordo para discutir depois do recesso.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É que houve um acordo com concordância. Como não existe concordância nós vamos continuar no processo de votações sempre que tivemos sessão. Deputado Barba tem a palavra para discutir a favor.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nós inauguramos aqui hoje um novo modelo.

Vou me dirigir ao Gil Diniz, você, que é o líder, deputado Gil Diniz. Você, que é o líder da bancada do PSL: eu respeito a posição do PSL. Esse eu vou respeitar a posição.

Porque o que eu fiz com o projeto da Janaina Paschoal aqui, da deputada Janaina Paschoal, eu, enquanto deputado, e no projeto de urgência, eu acho que vocês têm toda a razão de obstruir projeto do PT e do PSOL. Não tem problema nenhum.

Agora, tem uma meia dúzia de partido aqui que eu não aceito. Vocês não votaram, vocês estão corretos. Vocês estão obstruindo. Vocês avisaram que iam obstruir. Agora, tem uma turma aqui que eu não aceito.

E, a partir de hoje, presidente, nós inauguramos um novo modelo aqui. Eu vou explicar para você, presidente. Começamos esse debate aqui ontem. Nós tínhamos a discussão da substituição da Comissão de Ética, um outro item que eu não lembro qual que era, mais seis projetos de deputados.

Isso dá oito itens. Eu, sozinho, falando item por item, dá 90 minutos nos seis projetos, mais meia hora no outro, 120 minutos. Duas horas. Fora o Art. 82. Depois, mais oito encaminhamentos, ou 80 minutos.

Daqui para frente vai ser assim, porque tem uma pá de deputados aqui que nós estamos aprovando projetos deles, da Janaina, se a Janaina for contra, a Valeira. Toda a bancada do PSL eu vou respeitar.

Mas tem uma turma aqui que não. Tem uma turma aqui que hoje, começou agora, começou agora. E, se a bancada, estou pedindo liberdade para a minha bancada, porque eu vou fazer isso, eu ia fazer ontem. Por que eu não fiz ontem? Porque eu não tinha avisado no Colégio de Líderes.

E, aí, nós vamos ver como é esse debate aqui. Porque a partir de agora vai ser assim. Porque, quando a deputada Isa me procurou para ajudar no projeto, eu falei: "Deputada, procura o Gilmaci, que ele me falou, o deputado Gilmaci Santos, que tinha um problema com o parágrafo I. Vê se dá um acordo. Às vezes é melhor se fazer um acordo que salva o conteúdo do projeto."

Porque o projeto trata de um dossiê. Antes da Lei Maria da Penha, mulher morria na pancada. Não tinha dados, não tinha estatísticas.

Quando a gente trabalha com dados, com estatísticas, é para formular política pública. E, o projeto da deputada Isa Penna, com esse acordo, que era um problema para os companheiros deputados e companheiras deputadas ligados à igreja, resolvia o problema quando tratar só da questão da mulher.

E, eu vi deputados aqui que não fizeram nenhum esforço. Então, a partir de agora é isso. Eu acho que daqui para a frente não tem que votar mais nenhum projeto de deputado aqui hoje.

A bancada do PT todinha, estou pedindo para se inscrever no projeto da deputada Carla Morando. Todo mundo. E a bancada do PSOL, faça a mesma coisa. Não tem moleza. Porque é assim que o Carlão vai entender.

E, assim, a gente diminui um pouco a parcialidade do presidente, embora eu reconheça que o encaminhamento que está sendo dado aqui está respeitando o que nós fizemos com o projeto da Janaina e dos outros deputados. Enquanto não resolveu, ele não tirou da pauta. Reconheço isso.

Então, essa é uma parte do debate que eu queria fazer. Então, peço para os companheiros meus de bancada: todos os projetos que tiver ali, nós vamos nos inscrever em todos. Leci, pode se inscrever e passar para mim, que eu faço o debate. Quem não quiser debater, nós vamos debater.

Nós temos que criar uma regra nesta Casa. O Governo está nadando de braçada. O governador João Doria está nadando de braçada aqui neste plenário. Deputado Gil, declaro respeito à posição que se adotou, do PSL. Deputado Douglas Garcia, eu não tenho problema nenhum com o que você fala. Na tribuna, você fala o que você quiser. E, nós vamos responder com a bancada do PT, não tem problema.

Pode, inclusive, passar vídeo. Conosco não tem problema. O debate vai ser aqui. Em relação aos projetos de deputados, daqui para a frente o tratamento é esse. E é na urgência. É na urgência, não é no projeto mais. Vamos fazer aqui. Nós vamos fazer o debate. Isso é a primeira coisa.

A segunda coisa, que eu queria falar agora, é parabenizar a procuradora de Curitiba Jerusa Viecili, que ontem à noite postou no Twitter dela, pedindo desculpa ao presidente Lula por ter ironizado a morte da dona Marisa, a morte do Vavá, porque é irmão do Lula, e eu conheço a dona Marisa, conheci a dona Marisa e conheci o Vavá, e a morte do Arthur, que é o neto do Lula. Quando ela faz isso, ela reconhece, primeiro um arrependimento, ela tem o direito a se arrepender, e ela está pedindo desculpa para se arrepender.

Quando ela faz isso, ela reconhece que todo o Vaza Jato que está sendo é verdadeiro; que esse povo, liderado por Deltan Dallagnol, pelo Sergio Moro, por vários procuradores, tem um lado, e o lado que algumas pessoas estão explicando muito bem, porque quem começa fazer brincadeira com morte de uma pessoa que teve um AVC, -do companheiro Vavá, que não tinha uma perna, amputada -, do Arthur, que era um menino de sete anos. Isso significa que quando eles atuaram no processo, eles já atuaram dizendo que precisava condenar pobres, negros e negras, trabalhadoras e trabalhadores deste País, porque é isso que representa o presidente Lula.

Esse pessoal é de canalhas. Ela, não, a Jerusa pediu desculpa. Ela tem o direito ao arrependimento. Agora, os outros são canalhas, canalhas, porque quando eu formo opinião sobre a morte de alguém, deputado Heni, quando eu formo opinião, quando eu ironizo, quando eu brinco, significa que aquela pessoa por mim já está condenada.

E foi desse jeito que eles debateram e discutiram todas as ações contra o presidente Lula. Eu estava no enterro do Vavá, no velório por causa do STF, que também tem uma parte preconceituosa, fascista, racista. Liberou que o Lula poderia chegar, nós já estávamos descendo o irmão do Lula, o irmão mais velho, na tumba.

Então, estou me dirigindo ao Deltan Dellagnol, estou me dirigindo a essa turma liderada por ele. Estou reconhecendo aqui e eu imagino o que essa procuradora deve estar passando agora. Ela botou, postou no Twitter dela, ontem à noite, o pedido de desculpa. A pressão, deputado Gil Diniz, você que é líder do PSL, que ela deve estar sofrendo de parte do Poder Judiciário, que mancomunado com o Ministério Público para condenar o Lula deve estar fazendo de pressão em cima dela, porque quando ela faz isso, ela reconhece a autenticidade daquilo que está sendo divulgado pelo Intercept Brasil.

Isso é uma coisa grave. Como ontem foi absolvido o ex-presidente do Banco do Brasil, - agora me esqueci o nome dele, Bendine, obrigado pela lembrança -, começa a ter algumas correções. Mas eu quero chamar a atenção, gente, igual ontem aqui quando o deputado Carlão falou que alguém ofendeu a deputada Valeria Bolsonaro lá na Comissão de Educação. Fui ali e declarei minha solidariedade a ela. Depois eu declarei aqui, você não estava presente, e disse que diria aqui dessa tribuna que nós não podemos aceitar esse tipo de comportamento, do ódio, da agressão, da agressão ao LGBT, da agressão às mulheres.

Discutir que montar um dossiê não é importante para formar dados e só começou acontecer depois que uma mulher ficou, virou cadeirante, espancada, quase morta numa cadeira de roda. Virou uma lei chamada Maria da Penha, a partir de que começa os dados, e querer questionar que dados de 91% de violência contra os homens... Não dá para comparar. Não importa. O dado poderia ser 0,1 contra a mulher. Nós temos que questionar e combater.

Deputado Campos Machado, nesta Assembleia estão acontecendo algumas coisas estranhas. Aqui está passando por um procedimento de desonestidade intelectual. Está acontecendo nesta Casa, e eu vou explicar o porquê.

Semana passada, nós presenciamos aqui um debate... Deixa eu ver se eu acho o projeto de lei. Se eu não achar, eu volto aqui depois para falar dele, sobre um projeto de lei do deputado Orlando Silva. Eu levei um susto quando ouvi nos microfones o que foi falado. Eu corri para pegar o projeto. Falei: “deixa eu dar uma olhada, eu estou ficando maluco, alguma coisa errada está acontecendo aqui, nós estamos, todo mundo, loucos”.

Porque eu ouvi aqui no microfone dizendo que o projeto de lei do deputado Orlando Silva - e ele foi retirado, ele retirou o projeto - incentivava o incesto, incentivava o sexo entre pai e filhos, incentivava o sexo entre filhos e mãe. Aí você vai lá e lê. O Artigo 2 não diz nada disso, e pessoas que disseram isso aqui são pessoas que têm formação. Não é qualquer formação.

Eu aconselho todo mundo a ler. Pode ter até o direito à dúvida no parágrafo, porque o parágrafo diz assim: “o Estatuto da Família”. Primeiro, não tratava de união, tratava-se do Estatuto da Família. Não se tratava de casamento. Um dos parágrafos, o § 2, diz o seguinte: “É considerado família, por duas ou mais pessoas, na relação de amor sócio-afetiva, e algumas coisas, por assim vai...”. É que eu acho que eu deixei na minha sala.

Aí vieram aqui e torceram o projeto. Eu entendo que tem uma frase no projeto... Eu até entendo que tem uma frase que pode até querer deixar confuso, mas fazer o que fizeram aqui foi leviano. Foi leviano. Aconselho que leiam. Foi leviandade o que fizeram aqui, e eu não tenho procuração para defender o deputado Orlando Silva, não. Eu estou falando porque eu fui ler com a maior cautela. Fui ler até a justificativa.

Eu pensei: “eu estou louco, nós estamos ficando todos loucos”. Imagina quem é o ser humano que vai colocar no projeto que pode haver relação sexual entre pai e filha, entre mãe e filho. Eu não sei, mas aqui tem vários advogados. Me parece que hoje já o incesto é considerado um crime. Parece que está em algum código. Como não sou advogado, mas tem alguns códigos dizendo que a relação entre pai e mãe...

Então, aqui tá chegando ao absurdo nesta Casa. Nós fizemos um grande debate aqui. O projeto da deputada Janaina foi bastante esmiuçado, debatido, e em momento nenhum ninguém aqui, no projeto da Janaina, tratou de gravidez de adolescente e criança de dez anos. Ontem foi falado isso aqui na tribuna. Eu assisti lá da minha sala, eu não estava no plenário.

Então, tem coisa aqui que está muito estranha, além das coisas estranhas que estão acontecendo no Brasil. Então, deputados e deputadas, eu precisava falar desse povo do Ministério Público lá de Curitiba, mas em São Paulo também tem. São Paulo tem. São Paulo aqui tem um procurador do Ministério Público chamado Cássio Conserino, onde a Carmem foi absolvida no processo o ano passado, e ele, a pedido dele, a processo dele, a perseguição dele em cima do Movimento de Moradia...

Tem quatro pessoas do Movimento de Moradia presas e tem mais seis pedidos de prisão preventiva, e as pessoas têm endereço, têm logradouro, têm nome, têm emprego fixo, mas está acontecendo.

Alguém aqui, duas semanas atrás, reclamou que nós ficamos até as 11 horas da noite e não votamos...

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Barba, para concluir.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Ontem, e hoje e na semana passada, vários deputados reclamaram que nós não votávamos. Inclusive a que reclamou estava aqui presente e não votou, depois vou dizer o nome dela em um momento oportuno. Muito obrigado pela tolerância, Sr. Presidente.

 

 O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para falar a favor, nobre deputada Erica Malunguinho.

 

A SRA. ERICA MALUNGUINHO - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a “todxs”. Primeiro, quero dizer que sou favorável ao projeto de lei da deputada Carla Morando, o 521, que estabelece a campanha “Quem ama vacina”, mas resolvi subir aqui ao plenário, na verdade, por outro motivo.

Tentei ouvir de forma muito parcimoniosa tudo o que foi dito aqui, mas acho que é importante redizer coisas. Quero parabenizar o Conselho de Ética da Casa, da Assembleia Legislativa de São Paulo, que, numa decisão histórica, não só acolheu como condenou com advertência o deputado Douglas Garcia por proferir falas de cunho violento.

Essa violência é uma violência dirigida e objetiva chamada transfobia, que é completamente diferente da violência geral. Insistentemente ele, para se opor ao projeto de deputada Isa Penna, fala que a violência tem que ser analisada de forma geral, mas existem crimes de ódio e crimes que são dirigidos a determinados grupos, como o feminicídio, como a transfobia, como a homofobia, enfim.

O Conselho de Ética condenou-o não só por esse processo, mas também por um processo que foi levantado pela Professora Bebel. Isso é um recado muito importante que a Assembleia Legislativa de São Paulo dá não apenas para este lugar como para o Brasil. É muito importante dizer que não serão toleradas práticas de discriminação, essas práticas de discriminação que são ditas de forma rasa e esdrúxula, como foi a que o deputado proferiu aqui, mas há outras práticas de discriminação aqui que são escamoteadas por discursos de respeito.

 Quando a deputada Leticia, de forma muito insipiente e frágil, fala que mulher é mulher e homem é homem, acionando o discurso biológico, da biologia, que está muito atrasado inclusive, que fala que a divisão entre pessoas parte de cromossomos, misturando cromossomos com DNA, XX, XY, não entendendo que há inúmeras variações entre isso, inclusive pessoas intersexo... Isso é desqualificar e desconsiderar o que a ciência tem produzido, enfim, coisa que infelizmente a deputada não acessa.

Mas o projeto da deputada Isa Penna não fala sobre questões biológicas - eu acho que isso inclusive deveria ser uma pauta a ser estudada, principalmente pela deputada Leticia -, fala de uma questão sociológica, de uma dimensão social do que significa ser mulher numa sociedade. Ser mulher, como disse Simone de Beauvoir, “ela se torna mulher”, ela se tornou uma mulher porque existe uma construção sociológica histórica que imputa às mulheres relações de submissão em relação ao poder patriarcal.         É disso que se trata, e a violência que é construída contra as mulheres é de cunho sociológico, e não biológico. Por isso, este lugar, que é uma Casa de Leis que trata de sociologia, que trata de sociedade, precisa agir exatamente nesse lugar, compreendendo as relações sociais que são movimentadas no decorrer da história.

Mas o fato é o seguinte: Barba, você fala de desonestidade intelectual. Eu gostaria de chegar a esse ponto, mas não há desonestidade. O que se pratica aqui é necropolítica,  política da morte. Quando se diz que mulheres transexuais não podem estar dentro de um dossiê que apura práticas de violência, significa dizer: “Vocês podem morrer”. Quando o deputado Altair Moraes escreve um projeto que fala que pessoas transexuais não podem praticar atividades esportivas, ele está falando: “Vocês podem morrer”. É disso que se trata.

Trata-se de necropolítica, como quando, de forma infame, a deputada Janaina Paschoal, o deputado Altair Moraes, sobem a esta plenário para falar sobre o projeto do deputado Orlando Silva associando a construção de família às práticas nefastas de poder, de abuso de poder sexual, fala de incesto. Isso não é desonestidade intelectual.

Têm um lugar muito programado e se dizem conservadores. Isso não é conservadorismo. Aliás, eu tenho uma coisa a dizer sobre o conservadorismo. Todo mundo é conservador. Agora, depende do que você quer conservar. Depende se você quer conservar exclusão; depende se você quer conservar constantemente a violência em relação a determinados corpos.

A questão não é o conservadorismo, é a escolha política que se tem em relação a algumas pessoas que são passíveis de terem direitos e é isso que está em jogo. Embora vocês tentem apagar as pessoas transexuais, a comunidade e a população LGBT existem. Está dito aqui. O deputado Altair Moraes, o deputado Douglas Garcia, são inimigos da população LGBT.

Eles praticam discursivamente e nas suas propostas de lei coisas que excluem essa população, que colocam essa população num lugar de marginalidade maior ao que já está submetida. É disso que se trata. E a responsabilidade de um discurso de um deputado quando ele fala aqui que expulsaria uma travesti aos tapas do banheiro, isso não é só discurso. Isso não é apenas discurso.

Isso é uma construção que, infelizmente, de forma disfórica, porque depois ele se assume e se revela homossexual; de forma disfórica ele imputa à população transexual. O nome disso é disforia, querido. Quando você não se reconhece e não entende que inclusive você teve que vergonhosamente pedir para a deputada Janaina fazer esse papel por você, você já está dizendo que existe discriminação.

Você já está dizendo que existe exclusão, que precisa de uma vírgula. Que você precisa de um esforço sobrenatural para conseguir dizer que você é o que você é, que é um homossexual. Deveria ser simples, mas não é e tem pessoas que morrem por conta disso, mas a sua disforia não permite.

Palmas para o Conselho de Ética. Deveria sim para além de uma sanção, de uma advertência, um outro processo correr, porque uma pessoa pública que é eleita para subir neste plenário para tecer violência, ela deveria estar bradando em outro lugar. Este lugar é um lugar de reelaboração das construções sociais.

É um lugar para projetar as humanidades que nos cabem. É um lugar para projetar pactos civilizatórios e não de exclusão. É um lugar para a projeção de pactos civilizatórios e não de exclusão. E não adianta subir aqui neste mesmo plenário para dizer que respeitam. Não respeitam. Isso não é respeito. Respeito se dá na dimensão de compreender a subjetividade e a identidade de qualquer outra pessoa.

Quando se sobe aqui para falar que pessoas transexuais não podem ter o direito da proteção da violência, você não me respeita. Não venham com esta querela de dizer que respeitam pessoas como eu, porque não há respeito. E quero deixar aqui registrado que a população paulista e brasileira reconheçam em algumas pessoas aqui de dentro a transfobia e a violência e a necropolítica, porque isso se chama necropolítica, política da morte.

Se você não produz práticas inclusivas, se você não pensa de forma inclusiva, você está excluindo. É isso que é praticado constantemente aqui.

Novamente, falando sobre o infame projeto do deputado Altair Moraes, que exclui a possibilidade de pessoas trans estarem em esportes, eu gostaria que vocês vissem uma entrevista na TV Alesp. Que trouxe quatro pessoas para falar de forma absolutamente equivocada, com termos absolutamente em desuso, que confundem uma coisa com outra, que confundem o que é identidade de gênero e orientação sexual.

Ou seja, não há qualificação para o debate. Agora, não pegue a sua desqualificação para o debate, não pegue a sua desonestidade, a sua necropolítica, e disfarce em forma de respeito. Porque não há respeito. Não há respeito.

Para concluir, quero também falar que a deputada Leticia deveria voltar à escola. A gente deveria voltar à escola. Na verdade, todo mundo deveria voltar à escola. Eu estudo constantemente. Mas, subir aqui para falar que as pessoas se dividem em XX e XY é, no mínimo, desconsiderar tudo o que a ciência produziu e tudo o que ela produz. Sabemos que há inúmeras variações cromossômicas e que não se restringem a essa bipolarização entre esses cromossomos.

No mais, quero reiterar que o projeto da deputada Isa não diz respeito à Biologia. É de ordem sociológica. Ela diz que as mulheres trans estão submetidas às mesmas violências que as mulheres cisgênero são submetidas. Não diz respeito ao útero. Não diz respeito a gônadas. Não diz respeito a testosterona e estrógeno. Diz respeito à Sociologia.

Diz respeito ao que essa pessoa aparenta ser. Diz respeito a uma prática de violência que é condicionada a um grupo de pessoas que são mulheres sim, a despeito do crivo de vocês. São mulheres transexuais. Não estamos reivindicando a cisgeneridade. Não estamos reivindicando sermos as mulheres biológicas. Mas não dá para achar que somos um ET ou que não estamos dentro de uma sociedade.

O que vocês querem dizer? Fico tentando compreender: que lugar é esse que vocês nos querem colocar? Porque vocês falam que não somos mulheres, falam que não somos homens. Somos o que, então? Uma coisa é fato. Uma coisa é fato: nós existimos, a diversidade existe, a diversidade é regra e é lei. Sempre foi, em todas as sociedades. A diversidade é regra e lei.

Não adianta assorear os rios. Porque os rios sempre hão de brotar. Sempre hão de criar curvas, criar rotas, transbordar, enfim. Porque a natureza está viva. É disso que se trata. Enquanto houver vida. Enquanto houver vida (porque a nossa política é pela vida) estarei aqui junto com muita gente que é decente, coerente, verdadeira, e se aprofunda nas discussões. Estarei com essas pessoas para lutar pela vida.

Abaixo à necropolítica. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para falar contra o projeto, a nobre deputada Monica Seixas.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - São tempos difíceis, em que a gente sabia e sabe que o óbvio existe. Inclusive, mata e violenta pessoas todos os dias. Mas antes ficava restrito ao foro íntimo. E agora tem a coragem de tomar o Parlamento, de tomar esta tribuna, com todo o horror que ele se aplica.

Hoje esta Casa, numa decisão histórica, advertiu o deputado Douglas Garcia por transfobia. Também fica aí um marco da nossa convivência. Não será admitido, a sociedade não admitirá que esta tribuna seja palco para crimes. Não admitiremos violência entre nós e nem com a sociedade. Douglas, que foi condenado duas vezes. Duas vezes por dizer aqui nesta tribuna que arrancaria no tapa uma mulher trans no banheiro, se a encontrasse num banheiro de mulheres.

Hoje, também, a gente começa a debater o projeto de autoria da deputada Isa Penna que quer criar o Dossiê Mulher Paulista no âmbito do estado de São Paulo.

O dossiê quer compilar dados que serão importantes de ser conhecidos, sobre a violência contra a mulher. Mas, a bancada que se diz conservadora na Casa, o PSL e o próprio Douglas Garcia, reincidente, volta a esta tribuna para cometer mais atos transfóbicos, porque o artigo que tanto provoca revolta nesse projeto de lei é simplesmente o item 2 do Artigo 1º: “O dossiê de elaboração sobre as vítimas de violência atendidas pelas políticas públicas sobre insurgências no estado de São Paulo.

Para os fins dessa lei deverá ser considerada a identidade de gênero autodeclarada”. Para fins dessa lei será considerada a identidade de gênero autodeclarada: esse é o problema do senhor Douglas Garcia, esse é o problema da senhora Leticia Aguiar, esse é o problema desse Parlamento, esse é o problema do debate dessa votação. Estamos aqui segurando uma importante votação acerca da violência da mulher porque nós temos dificuldade de respeitar as pessoas, de respeitar a identidade de gênero delas.

Temos aqui nesta Casa, explicitamente, pessoas que têm dificuldade de aceitar mulheres e homens trans. É disso que se trata e a gente tem que falar explicitamente disso. Mas ao mesmo tempo a gente tem que dizer que o recado foi dado. Numa votação histórica, o Conselho de Ética desta Casa sinalizou que nós não vamos admitir que esta tribuna torne-se palco de mais violências. Não vamos permitir que saiam das catacumbas da história violências como essas, transfobias como essas.

Do mais, do mais, me admira muito o esforço em combater um projeto que quer compilar e trazer à luz os dados sobre a violência contra a mulher. Pessoas de direita, esquerda, policiais, cidadãos, mulheres, mães, pais, etc., todos nós dizemos aqui, permanentemente, que nós somos contra todos os tipos de violência. Mas para combatê-las a gente precisa muito mais do que armas e de que um policiamento na rua.

A gente precisa de organização, de política pública e de inteligência. E para poder elaborar essa inteligência a gente precisa enxergar os números. A gente precisa saber quando e por que ocorrem violências domésticas, quando e por que ocorrem violências contra as mulheres, quando e por que ocorre violência contra os negros, para a gente entender qual é a causa da violência, qual é o fator que gera tal coisa. E a gente só vai conseguir se a gente não tiver medo de se debruçar sobre os dados.

Mas parece que a ciência aqui também é usada de forma contraditória, de forma que mais convenha às pessoas. Tanto assim que a gente assistiu hoje uma triste fala de dizer que mulher é mulher, homem é homem. Eu também concordo. Mas eu acho o que as pessoas dizem de si mesmo. Tanto é que ontem Douglas subiu nesta tribuna e disse: “Respeitem o meu lugar de fala. E eu posso, sim, sobre um projeto de mulher”.

Eu fui conversar com ele e falei assim: “Mas qual que é a sua identidade de gênero? Porque o senhor tinha dito, até então, que era gay. Agora a gente precisa entender a sua identidade de gênero para ela poder ser respeitada”. Então, homem é homem, mulher é mulher, e a gente tem que respeitar e quem diz o que é cada um conforme entende.

Isa...

Eu acho importante que vocês estejam conversando e negociando. Mas como a negociação está quente aí na frente, etc., eu só quero saber se vocês chegaram a um consenso, eu sigo a minha fala, se dou por encerrada, se vamos mesmo continuar. Tá bom. Eu encerro por aqui, então.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Estão suspensos os nossos trabalhos por dois minutos.

 

* * *

 

- Suspensa às 18 horas e 10 minutos, a sessão é reaberta às 18 horas e 13 minutos, sob a Presidência do Sr. Cauê Macris.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Reaberta a sessão.

Pela ordem, deputada Monica.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - Peço o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pergunto aos líderes presentes em plenário se concordam com o levantamento da presente sessão. Havendo anuência dos líderes, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os nossos trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje. Lembrando-os, ainda, da sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 19 horas.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 18 horas e 13 minutos.

 

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