29 DE AGOSTO DE 2019
92ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CORONEL TELHADA, CASTELLO BRANCO e CONTE LOPES
Secretaria: CASTELLO BRANCO
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - CASTELLO BRANCO
Discorre acerca da prática de soltar pipas, no Brasil e no
mundo. Defende a criação de políticas públicas para regulamentação dessa
atividade, em função dos acidentes que pode causar.
3 - CASTELLO BRANCO
Assume a Presidência.
4 - CORONEL TELHADA
Parabeniza, por seu aniversário, os municípios de Mineiros do
Tietê e Leme e o bairro da Freguesia do Ó. Mostra vídeo sobre ação voluntária,
após acidente de trânsito com morte de PM, de policial civil, ao qual agradece.
Felicita-se pela criação do 5º Batalhão de Policiamento de Choque e de dois
novos Baeps no interior de São Paulo. Fala sobre o histórico do político e
militar Romão Gomes. Relata visita ao presídio militar que leva seu nome. Tece
elogios às condições de tratamento oferecidas aos detentos no local.
5 - PRESIDENTE CASTELLO BRANCO
Saúda o deputado Gil Diniz por seu aniversário.
6 - GIL DINIZ
Faz agradecimentos por felicitações recebidas. Informa a
comemoração, pelos católicos, hoje, do Dia de São João Batista. Lê texto acerca
do religioso, a quem tece elogios.
7 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Assume a Presidência. Parabeniza o deputado Gil Diniz.
8 - CAIO FRANÇA
Pede apoio dos parlamentares a projeto de lei, de sua
autoria, em parceria com a deputada Monica da Bancada Ativista, que cria contrapartidas
para que sejam concedidos benefícios fiscais a setores econômicos, em São
Paulo. Tece críticas à forma como têm sido realizadas desonerações fiscais no
Estado. Defende a célere apreciação, nesta Casa, de proposições de deputados.
9 - MAJOR MECCA
Faz elogios ao deputado Gil Diniz. Mostra preocupação com
aspectos da reforma previdenciária, em curso em âmbito federal, relativos aos
direitos de funcionários das forças de segurança. Defende a manutenção de
benefícios desses profissionais. Critica manifestações contrárias à equiparação
da proteção social aos servidores das Forças Armadas e dos policiais militares.
10 - DANIEL JOSÉ
Reprova os deputados Carlos Giannazi e Professora Bebel Lula
por sua postura em relação a projeto de escola em tempo integral em implantação
no estado de São Paulo. Discorre acerca dos benefícios da medida, a seu ver,
para estudantes e docentes. Defende a municipalização dos anos iniciais do
Ensino Fundamental. Critica o PLC 61/19, por facilitar, segundo ele, a cultura
de absenteísmo entre professores.
11 - DOUGLAS GARCIA
Para comunicação, saúda o deputado Gil Diniz por seu
aniversário. Destaca valores e atividades em comum com o parlamentar.
12 - JANAINA PASCHOAL
Faz eco ao pronunciamento do deputado Daniel José acerca da
escola em tempo integral. Destaca a importância desse projeto para a proteção
da infância e da juventude. Defende a independência entre atividades sindicais
e de defesa da Educação. Reprova manifestações de parlamentares que a
criticaram, de forma ofensiva, segundo ela, por suas posturas políticas.
13 - CONTE LOPES
Mostra vídeo de entrevista com o rapper Dexter a respeito de
sua participação, há alguns anos, junto ao parlamentar, em programa de TV do
apresentador Serginho Groisman. Rebate críticas do artista à sua postura
política. Reprova a TV Globo pela abordagem dada ao assunto.
14 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Reitera as críticas do deputado Conte Lopes à emissora e
demonstra apoio ao parlamentar.
GRANDE EXPEDIENTE
15 - TENENTE NASCIMENTO
Para comunicação, enaltece a conduta do deputado estadual
Conte Lopes. Parabeniza o deputado Gil Diniz por seu aniversário.
16 - DOUGLAS GARCIA
Para comunicação, informa que não irá levar ao Poder
Judiciário decisão do Conselho de Ética desta Casa, que o advertiu. Pede à
deputada Maria Lúcia Amary, que preside o conselho, que receba sua sanção
publicamente, em respeito aos seus eleitores.
17 - CASTELLO BRANCO
Discorre sobre a importância da CPI do táxi aéreo, em
andamento nesta Casa. Considera que a redução tributária do preço do
combustível das aeronaves não deverá causar prejuízo ao Estado. Parabeniza o
deputado estadual Conte Lopes por sua atuação policial e parlamentar.
18 - CONTE LOPES
Assume a Presidência.
19 - MAJOR MECCA
Para comunicação, agradece os serviços prestados pelo
deputado Conte Lopes enquanto atuou como capitão da Rota. Considera que os
moradores da periferia respeitam os policiais militares.
20 - PRESIDENTE CONTE LOPES
Agradece as palavras do deputado Major Mecca.
21 - PAULO LULA FIORILO
Comunica que desembargador suspendeu a reintegração de posse
do acampamento Marielle Vive, em Paulínia. Discorre a respeito de delação
premiada à Lava Jato de ex-diretor do metrô de SP sobre esquema de propina
envolvendo empreiteiras. Defende aprovação da CPI da Dersa. Pede apoio dos
demais deputados neste sentido. Critica o governo do presidente Jair Bolsonaro.
Cobra ações do governador João Doria.
22 - MAJOR MECCA
Para comunicação, defende a instauração de CPIs nesta Casa,
pois considera que uma das funções do Poder Legislativo é fiscalizar. Defende
autonomia desta Casa em relação ao Poder Executivo. Critica programas sociais
de governos anteriores.
23 - PAULO LULA FIORILO
Para comunicação, responde o discurso do deputado Major
Mecca. Critica a política de geração de empregos do governo Bolsonaro.
24 - GIL DINIZ
Enaltece a atuação do deputado Conte Lopes. Critica que
criminosos sejam tratados como heróis no País. Defende a instauração de CPIs
nesta Casa. Esclarece que assinou lista a fim de criar CPIs para investigar a
Dersa e o Metrô. Considera que houve desrespeito ao princípio de proporcionalidade
em razão ao PSL não compor a Mesa Diretora desta Casa e tampouco presidir
comissões temáticas. Faz críticas a acordos realizados entre o PT e o PSDB.
Pondera que o governo do presidente Jair Bolsonaro vem trazendo melhorias ao
País.
25 - MAJOR MECCA
Para comunicação, manifesta seu descontentamento com a
situação social do estado de São Paulo. Cobra melhorias em prol da população
carente.
26 - APRIGIO
Para comunicação, considera que grande parte do desemprego no
País se deve a atuação de prefeitos que só permitem que empreendedores atuem em
suas cidade caso recebam benefícios.
27 - PAULO LULA FIORILO
Pelo art. 82, responde a fala do deputado Aprigio. Faz
considerações sobre a composição da Mesa Diretora desta Casa. Critica o PSL por
ter votado favoravelmente a projetos de lei de autoria do governador João
Doria.
28 - PAULO LULA FIORILO
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
29 - PRESIDENTE CONTE LOPES
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão
ordinária do dia 30/08, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.
*
* *
-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Telhada.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Presente número
regimental de Srs. Deputados e Sras. Deputadas, sob a proteção de Deus
iniciamos os nossos trabalhos.
Esta Presidência dispensa a leitura da
ata da sessão anterior. Convido o nobre deputado capitão Castello Branco para
ler a resenha do Expediente.
O
SR. CASTELLO BRANCO - PSL - Indicação, da data de
hoje, 29 de agosto de 2019, do nobre deputado Rogério Nogueira, que nos termos
do Regimento desta Casa solicita ao Sr. Governador que determine aos órgãos
competentes a realização de manutenção das escadas rolantes das estações do
Metrô e da CPTM.
A segunda indicação, do nobre deputado
Gilmaci Santos: indica também nos termos do Regimento ao Excelentíssimo Sr.
Governador do Estado a destinação de recursos financeiros na monta de 500 mil
reais para o município da Estância Turística de Tremembé, para custeio na
aquisição de medicamentos e insumos do pronto-atendimento municipal.
Terminada a resenha, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado,
Sr. Deputado.
Vamos entrar no Pequeno Expediente com
30 oradores inscritos.
Primeiro orador é o deputado Ricardo
Madalena. (Pausa.) Deputado Paulo Lula Fiorilo. (Pausa.) Deputada Janaina
Paschoal. (Pausa.) Deputado Capitão Castello Branco.
Vossa Excelência tem o tempo
regimental.
O
SR. CASTELLO BRANCO - PSL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Nobres deputados, colaboradores desta Casa, telespectadores
da TV Alesp, nosso boa-tarde. O que nos traz, hoje, ao plenário é o início de
um longo tema que vai ocupar as nossas sessões durante este segundo semestre.
Eu tenho me notabilizado como parlamentar para tratar de assuntos ligados à
atividade aérea, aviação, em qualquer das suas modalidades. E hoje vamos falar
de pipas, dos pipeiros, daquelas pessoas que gostam da atividade de trabalhar
com pipas.
Nós vamos projetar
aqui algumas imagens, e eu inicio fazendo uma colocação de que um tema
aparentemente leve, de brincadeira, recreativo, mas que vocês vão poder ter
noção da extensão dos danos que podem ser causados pela má utilização da
atividade e a necessidade premente da regulamentação sobre esta atividade.
* * *
-
São exibidas as imagens.
* * *
Então, têm sido
feitos estudos, nos últimos anos, e eles falam números bastante expressivos.
Para os senhores terem uma ideia, temos no estado de São Paulo, hoje, um milhão
de pessoas que praticam esta atividade, geralmente de final de semana. Dos 46
milhões de habitantes, pelo menos um milhão tem por hábito empinar pipa.
Somente no
município de São Paulo, nós temos 25 mil fornecedores de materiais, e é uma
tradição do mundo inteiro, principalmente no Oriente, mas hoje espalhada por
todo o planeta, e o Brasil, já, há mais de 100 anos, desenvolveu uma cultura
própria da pipa, que é muito popular e tem um apego de raiz muito grande.
Então, vamos
lá, de 25 a 30 mil lojas que fornecem materiais, apenas na cidade de São Paulo,
e não é uma atividade apenas destinada a crianças e adolescentes. Pelo
contrário, hoje muito jovens e adultos.
Próximo. Essa
atividade é realizada independente de nível social. Então, você tem crianças,
adolescentes, jovens e adultos dos mais diversos níveis sociais que praticam a
atividade da pipa, que começou de cunho recreativo, e que hoje chega a ser
entendido como esporte competitivo.
Vocês estão
vendo na tela alguns dos exemplos de encontros nacionais e internacionais
ligados a isso. Mais uma vez, espantem-se, nós vamos ter agora, em Taubaté, no
início de setembro, um encontro para 30 mil pessoas. Encontros realizados em
outras partes do mundo, ou mesmo do Brasil, têm, no mínimo 10 mil, 15 mil, 20 mil,
50 mil participantes, o que é um termômetro da abrangência social desta
atividade.
Então nós temos
aí, entre outras informações, que o Brasil é tricampeão da modalidade, com Alex
Jarro, em 2014, do Rio de Janeiro, e o Marcos, o Creck, em 2016 e 18, por São Paulo, por exemplo.
O que acontece,
na prática, Coronel Telhada - o senhor que foi policial e hoje nos dá a honra
da sua presença nesta Casa - é que o setor, como eu disse no início, carece de
uma regulamentação. Tem partes dele que são criminalizadas, mas o segmento,
pela sua grandeza, mereceria um regramento.
Por exemplo,
não há um local específico para a prática da pipa. São necessárias, portanto,
políticas públicas de gestão pública, orientadas a esta atividade, não só na
questão preventiva, da educação e conscientização, mas também nos procedimentos
de onde e como utilizar.
Por quê? A pipa
mal utilizada gera, pelo menos, três acidentes graves. O primeiro diz respeito
ao setor aéreo. Algumas pipas tem linha com mais de mil metros, mil e 500, dois quilômetros. Ela entram no
espaço aéreo e causam um estrago chamado FOD, “foreing object damage”, que é
uma sigla em inglês que significa “danos nas turbinas ou na estrutura por
objeto estranho”. Ele se torna invisível. Ele é pequeno, é leve, a linha, absolutamente,
é invisível, e ela enrosca na turbina, na hélice, causa um acidente grave.
Segundo tipo de
acidente, que é muito comum, diz respeito a motociclistas. Por quê? Em uma das
modalidades da pipa competitiva eles passam um tipo de cola na linha, o cerol,
e depois disso colocam lã de vidro, ou vidro esmigalhado, altamente cortante.
Dependendo do local que está sendo empinada a pipa, com o vento batendo, ele
baixa de altitude, há um degolamento imediato. É um acidente horrível, de
consequências quase irreversíveis. Só quem viu tem noção do estrago que causa.
E o terceiro
acidente? É com pedestres, mesmo, porque a linha fica baixa e a pessoa não vê.
Sem contar os acidentes com a rede elétrica, que causam muito prejuízo à
sociedade.
Pode ir. Bom,
terminando, Sr. Presidente, mais
30 segundos. O importante é que, embora nós tenhamos consequências graves e
danosas à sociedade, nós temos também uma atividade que vai continuar
existindo. Ela vai continuar sendo praticada e ela é bonita. Ela traz também
seus benefícios à Educação, à Cultura e à nossa sociedade.
Portanto, o
apelo que fazemos a esta Casa Legislativa, que tem por obrigação regulamentar
determinados procedimentos no estado, é que a gente, a partir de agora, comece
a desenvolver um trabalho, para que seja criado um projeto de lei que
regulamente, formalize e torne viável e segura a atividade de pipas no estado
de São Paulo, dando inclusive um exemplo para o resto do Brasil.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr.
Deputado Castello Branco. A próxima deputada é a Sra. Deputada Leci Brandão.
(Pausa.) Deputado Enio Lula Tatto. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge Lula do Carmo.
(Pausa.) Deputado Luiz Fernando Lula da Silva. (Pausa.) Deputada Maria Lúcia
Amary. (Pausa.) Deputado Cezar. (Pausa.) Deputado Alexandre Pereira. (Pausa.)
Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Deputado
Reinaldo Alguz. (Pausa.) Deputada Professora Bebel Lula. (Pausa.)
Solicito ao Sr.
Deputado Castello Branco que assuma a Presidência dos trabalhos.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Castello
Branco.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PSL - Lista de
pequenos oradores inscritos para o Pequeno Expediente. Convidamos o Coronel
Telhada. Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.
O
SR. CORONEL TELHADA - PP -
Deputado Capitão Castello Branco, que preside esta sessão, a todos que nos
assistem pelos gabinetes aqui da Assembleia Legislativa, funcionários e
assessores aqui presentes, quero saudar o cabo Salvador e a cabo Vanessa, em
nome de quem sempre saúdo a nossa Assistência Policial Militar. Quero saudar os
senhores e senhoras que se encontram presentes aqui no nosso plenário, sejam
bem-vindos, saudar todos que nos
assistem pela TV Assembleia.
Quero
começar sempre saudando os municípios aniversariantes, e hoje, nesta
quinta-feira, nós temos dois municípios que fazem aniversário: o município de
Mineiros do Tietê e também a querida cidade de Leme. Então a todos os amigos e
amigas das queridas cidades de Mineiros do Tietê e Leme, um grande abraço.
Contem com o nosso mandato.
Lembro
também que hoje, dia 29 de agosto, é o dia do aniversário de um dos bairros
mais antigos da cidade de São Paulo. Hoje o bairro da Freguesia do Ó completa
439 anos. Eu sempre fui morador da Freguesia do Ó. Eu nasci na Lapa, mas, com
dois dias de idade, já fui para a Freguesia do Ó e passei toda minha vida lá
naquela bela cidade, uma cidade, um município que, apesar de estar na cidade de
São Paulo, bem próximo ao Centro, é um município que tem suas características
pitorescas. É um município tranquilo, onde nós temos vários amigos, familiares,
o pessoal da nossa igreja, então um grande abraço a todos os amigos e amigas da
cidade da Freguesia do Ó.
Queria aqui fazer um agradecimento especial a
um policial civil. Tem um vídeo aí, Machado. Pode ir colocando o vídeo enquanto
eu falo. Meses atrás, nós estivemos aqui falando de uma grande desgraça que se
abateu na Polícia Militar, quando o cabo da Polícia Militar, o cabo Fernando
Flores, da Rota, foi assassinado pelo crime organizado. Na época, não sei se
vocês se lembram, eu coloquei aqui um vídeo do carro dele sendo alvejado pela
manhã na casa, era uma Doblo. Esse carro foi completamente destruído pelos
tiros, porque eram tiros de fuzil.
Esse
policial civil, o Ivan - ele vai até aparecer no vídeo -, gratuitamente levou
esse carro para a oficina dele e fez uma reforma geral, deixou o carro zero e o
devolveu para a família. Esse policial não tinha obrigação nenhuma, é esse que
está aí, de camisa branca, junto com o nosso amigo, o capitão da Rota, que foi
lá receber o carro em nome da família do policial militar.
Então
eu quero aqui agradecer publicamente ao policial civil Ivan, que fez essa
benfeitoria à família do policial militar, devolvendo o carro totalmente
recuperado. É aquela situação: a gente não consegue devolver a vida do policial
militar, mas foi um ato que ele fez pela irmandade das Polícias. Então,
policial civil Ivan, muito obrigado.
Deus o abençoe pelo que o senhor fez.
Hoje
nós estamos tendo mais uma Operação mais Segura realizada no estado de São
Paulo, nas rodovias. São vários policiais militares, amanhã eu falarei do
resultado dessa operação. Também queria citar aqui aos senhores, que foi criado
mais um batalhão na Polícia Militar, o Batalhão de Policiamento de Choque, o 5º
BP Choque - Canil. Então hoje nós temos mais um batalhão de Polícia de Choque,
o 5º BP Choque criado, e também estão sendo criados mais dois Baeps no
interior. Nós temos aqui os Baeps sendo criados em todo o estado de São Paulo.
Atualmente há nove Baeps, e estão sendo criados mais dois novos Baeps no
interior e mais o 5º Batalhão de Polícia de Choque - Canil. Então, parabéns ao
Sr. Governador, que tem feito um trabalho forte na Segurança Pública.
Eu
queria dizer aos senhores e senhoras; queria, inclusive, que a taquigrafia se
atentasse para, depois, mandar as palavras, a partir de agora, para o
comandante do Presídio Militar Romão Gomes. Nós temos, na Polícia Militar, um
presídio militar. Muitas pessoas não sabem disso.
O
que é um presídio militar? É onde policiais que cometem crimes são recolhidos,
é o Presídio Militar Romão Gomes. Para quem não sabe, Romão Gomes foi um
oficial da Polícia Militar, foi um coronel da Polícia Militar que lutou na
Revolução de 24, de 30 e de 32. Depois, ainda foi presidente do TJM em São
Paulo. Para os senhores terem uma ideia, tenho aqui a ficha do Romão Gomes.
Gostaria de ler para todos.
Romão
Gomes foi oficial da Polícia Militar, então, força pública à época, dos anos de
1911 a 1934. Foi deputado estadual, de 1934 a 1937, e juiz do Tribunal de
Justiça Militar de São Paulo, de 1937 a 1946. Então, Romão Gomes tem uma
carreira muito bonita no serviço público, e o Presídio Militar Romão Gomes leva
o nome dele, Presídio Militar Romão Gomes.
Hoje,
pela manhã, eu estive no Presídio Militar Romão Gomes, com o tenente- coronel
Simeira, que é o comandante do presídio militar. Estive visitando as
instalações, conhecendo as instalações. É um presídio-modelo para todo o
Brasil. Tem aí a foto, eu junto com o tenente-coronel Simeira. É um presídio
militar que, hoje, tem o número de 268 internos, dos mais variados crimes.
É
um presídio-modelo, inclusive, na situação de direitos humanos, porque o
pessoal fala tanto em direitos humanos. Nós temos um presídio, sim, que
respeita os direitos humanos e a dignidade do cidadão. Nós temos um presídio
que é modelo em limpeza e organização, tudo isso graças aos policiais militares
que trabalham lá, desde o coronel Simeira até o mais jovem soldado, que se esforçam
para fazer com que todos aqueles detentos paguem as suas penas e sejam
ressocializados para poder voltar à sociedade.
Lá,
sim, o preso é ressocializado. Deve ser um exemplo para todos nós. Então, quero
aqui transmitir parabéns ao tenente-coronel Simeira. Eu estive, inclusive, Srs.
Deputados e Sras. Deputadas, observando a alimentação dos presos. Teve alguns
deputados que subiram aqui nesta tribuna, outro dia, para falar mal do Romão
Gomes, falar mal, deputado Gil Diniz, falar que a comida não presta, que a
comida é de má qualidade, que a comida é insuficiente. Mentira! Eu estive lá e
observei. A comida, ela vem em marmitas quentinhas, ela vem em quantidade
suficiente, é de ótima qualidade.
Para
os senhores terem uma ideia, o policial militar é obrigado a levar comida de
casa, e o preso recebe a comida do Estado, uma comida de ótima qualidade. O
tratamento dos presos é o melhor possível. Estive, inclusive, no local, Gil
Diniz. Aliás, quero convidar todos deputados aqui para que façam uma comissão,
a convite do coronel Simeira, e vão lá ao Romão Gomes, conhecer o Romão Gomes,
que é um presídio-modelo, para que as pessoas que falam mal do Romão Gomes,
porque muitas pessoas falam mal, mas nunca estiveram lá.
Falar
mal é fácil, e falar mal ouvindo o preso também é complicado. O cara quer ter
um hotel de luxo, e não tem hotel de luxo. Presídio é para cumprir pena. Então,
convido todos os deputados a se deslocarem; se quiserem, até podemos fazer uma
comissão. Eu vou com os senhores e senhoras, e nós fazemos uma visita ao
Presídio Militar Romão Gomes.
Gil,
não sei se você sabe, mas lá tem lugar, inclusive, para as visitas íntimas, o
que nenhum presídio tem. Lá é respeitada a integridade do detento e da família
dele. Então, mais uma vez, parabéns ao coronel Simeira, a todos os homens e
mulheres, oficiais e praças que trabalham no Presídio Militar Romão Gomes.
Hoje, inclusive, ele tem três detentas também, mulheres que estão indo para
aquele presídio.
Então,
é um presídio-modelo para todos nós. É um orgulho para a Polícia Militar, sim,
porque nós cuidamos do nosso pessoal mesmo quando vai cumprir a pena. Ele não é
jogado num lugar qualquer, no meio de presos comuns, presos que, muitas vezes,
ele ajudou a prender, e depois, infelizmente, tem que passar por uma situação
dessa. Então, parabéns a todos os homens e mulheres do Presídio Militar Romão
Gomes.
Os
deputados, quando forem falar, pensem antes de falar, vão visitar o local, não
fiquem ouvindo história de família de preso, que só pode querer falar mal
mesmo, porque lá as pessoas são tratadas com dignidade.
Eu
solicito, Sr. Presidente, que minhas palavras, com referência ao Presídio
Militar Romão Gomes, sejam encaminhadas ao Sr. Comandante-Geral, ao Sr.
Secretário de Segurança Pública e ao Sr. Tentente-Coronel Simeira, comandante
do Romão Gomes.
Muito
obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PSL - Registrado, nobre
deputado Coronel Telhada; assim procederemos. Gostaria de aproveitar a data de
hoje antes de dar sequência aos oradores inscritos para desejar feliz
aniversário e os nossos parabéns. Que Deus abençoe, proteja e ilumine o nobre
deputado Gil Diniz, que aniversaria na data de hoje.
Na sequência, oradores
inscritos para o Pequeno Expediente desta sexta-feira, 29 de agosto de 2019:
nobre deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado professor Carlos Giannazi.
(Pausa.) Nobre deputado Douglas Garcia. (Pausa.) Deputado Roberto Morais.
(Pausa.) Aniversariante deputado Gil Diniz, V. Exa. tem o tempo regimental de
cinco minutos.
O SR. GIL DINIZ - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde,
presidente. Boa tarde a toda a Mesa, público presente na galeria, aos nossos
assessores, aos policiais militares, civis, quem nos assiste pela TV
Assembleia.
Obrigado,
presidente, pelas palavras. Gostaria de agradecer as manifestações de carinho e
as felicitações, as ligações que recebi na data de hoje da assessoria, de
vários deputados, dos próprios deputados aqui da bancada, do pessoal da nossa
liderança, dos funcionários da Casa. Então, muito obrigado.
Fico
até emocionado com as manifestações, o pessoal nas redes sociais. Geralmente a
gente tem muita crítica também, mas nesses dias de festa e de celebração o
pessoal deixa ali algumas palavras. Então, o meu muito obrigado. Deixar
novamente registrado na tribuna o meu agradecimento aos meus pais, ao Seu
Gilson e à Dona Nena, que são modelos para mim de família, de homem e de mulher
batalhadores, que sem dúvida alguma ajudaram, formaram e forjaram o meu
caráter.
Deixo
da tribuna esse meu agradecimento especial aos meus pais. Faço 33 anos,
deputado Mecca. Estou com cara de 40; é que o chassi está mais ou menos, mas o
espírito é jovial. Tenho dois meninos, um de dez, o Natan, e um de oito anos, o
Davi. Quem sabe aí logo, logo não vem mais um?
Agradecer,
Caio França, ao ex-governador do estado de São Paulo, Márcio França, que fez
contato comigo também desejando um feliz aniversário. Então, meu muito obrigado
também. Para finalizar, falei ontem que foi o Dia de Santo Agostinho para quem
é católico e faz esse modelo cristão de vida. Hoje, é o Dia do Martírio de São
João Batista. Eu queria deixar registrado da tribuna as palavras do padre
Ricardo de Barros Marques, um amigo nosso lá da Baixada Santista.
* * *
-
Assume a Presidência o Sr. Coronel Telhada.
* * *
Ele
coloca: “São João Batista foi aquele de quem o Senhor fez de sua palavra uma
espada afiada. Foi feito por Deus uma flecha aguçada, escondida em sua aljava,
do testemunho da verdade e morreu pela verdade. Era um homem de fé e esperança.
Aguardava a vinda do Messias e pregou a conversão dos pecadores. Homem
ascético, deu vigor a sua virilidade com constante penitência. A memória de sua
morte tão violenta por degola é um sinal de um cristianismo mais viril que
quase sucumbe nesses tempos nos quais faltam vigor, penitência, mortificação e
senso do dever que se deve cumprir”.
Então,
nesta data que é o meu aniversário, Dia do Martírio de São João Batista, que
nós façamos dele sinal visível da graça de Deus e que o exemplo de São João
Batista na defesa da verdade seja o nosso modelo ideal de defender a verdade a
qualquer custo, inclusive desta tribuna, desta Casa de Leis. Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado,
Sr. Deputado. Parabéns pelo aniversário. Deus o abençoe. Deputado Wellington
Moura. (Pausa.) Deputado Caio França, fará uso da palavra? Vossa Excelência tem
o tempo regimental.
O
SR. CAIO FRANÇA - PSB - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, quero
cumprimentá-los. Quero saudar a todos os funcionários desta Casa e saudar o
aniversariante do dia, o deputado Gil, parceiro, um cara do bem também, simplão
e merecedor desse momento que ele está vivendo.
Presidente,
subo à tribuna desta Casa hoje, para poder pedir aos colegas que possam nos
ajudar a tratar de um projeto que apresentei, inclusive em conjunto com a
deputada Mônica da Bancada Ativista, sobre os créditos que o Governo do Estado
abre mão em vários setores que compõem a economia do estado de São Paulo.
Recentemente aprovamos a redução de ICMS do combustível de aeronaves. E já
aprovamos outras em legislaturas passadas.
Por outras
vezes, eu lembro, que foi até o relator do projeto de lei que veio para cá,
através do governador Geraldo Alckmin, que reduziu as alíquotas dos
medicamentos genéricos. Tivemos uma discussão bastante aprofundada.
Trouxemos a
indústria farmacêutica que, embora seja importante (porque a gente sempre
lembra dos remédios quando as pessoas estão precisando) mas é uma indústria
também. Que gera muito dinheiro e que também precisa de contrapartida no
momento que a gente faz uma concessão abrindo mão, muitas vezes, de 200 a 300
milhões por ano, para qualquer setor que seja.
Então a gente
apresentou um projeto que exige, do setor beneficiado, diversos requisitos que
são materiais. Porque ficam muito soltos os benefícios fiscais que nós desta
Casa aprovamos. Para vários setores.
Assim, são
importantes? Na minha concepção, são importantes. Desde que, ou garantam a
geração de emprego, que estamos precisando muito; desenvolvimento regional, que
acho importante para algumas regiões menos desenvolvidas que a gente possa
criar facilidades para determinados setores, ou então, que ela possa trazer um
equilíbrio para determinados setores.
Caso contrário,
se isso não acontecer, a gente está simplesmente abrindo mão de recurso para
beneficiar setor “a”, “b” ou “c”. Por isso quero pedir aos colegas. A gente tem
aprovado vários projetos de deputados aqui.
Ontem,
inclusive, tivemos uma dificuldade com um projeto, com a urgência de um
projeto. Acho que todas as bancadas têm que colocar a mão na consciência para
poder avançar, ao menos, nas urgências dos projetos. Acho que isso sempre foi
de praxe da Casa. Quem quiser votar contra depois, no mérito do projeto, que
vote contra. Mas os colegas embarreirarem projetos de deputados, até mesmo na
urgência, acho que é um certo exagero por parte de algumas bancadas.
Até mesmo ontem
fomos cobrados com relação à bancada do PSB. Mas infelizmente não estávamos, na
grande maioria. A gente estava nos gabinetes quando foi votada a urgência.
Imaginei que fosse algo quase acordado em todas as bancadas. E acabou que não
avançou o projeto da deputada. Mas eu queria pedir aos colegas que possam se
aprofundar sobre esse tema, sobre as desonerações que o Governo do Estado tem
feito e, pelo perfil do governador Doria, ele fará até o final do seu mandato.
Como eu disse:
não sou contra as desonerações. Só entendo que, para que a gente abra mão de
receita no momento em que a gente tem dificuldade de valorizar os servidores
públicos, de fazer obras impactantes de infraestrutura, é importante que a
gente coloque a mão na consciência antes de abrir mão de 300 milhões de reais,
400 milhões, como foi o caso recente dos combustíveis de aeronaves.
Por isso faço
um pedido a todas as bancadas. Que a gente possa avançar nos projetos de
deputados. E aí sim, no mérito dos projetos, cada bancada que decida se quer
votar a favor, se quer votar contra, enfim, por questões ideológicas, por
identificação ou não. Acho que, avançar para que os deputados possam ter o seu
projeto votado, é o mínimo que uma Casa democrática tem que fazer.
É o meu pedido
aqui. Eu peço que essa minha fala possa repercutir e depois ser encaminhada a
todos os líderes e depois ao Colégio de Líderes. Muito obrigado presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, Sr. deputado. Próxima deputada, deputada Marta Costa. (Pausa.)
Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Jorge
Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Frederico d’Avila. (Pausa.)
Deputado Major Mecca. Fará uso da palavra? (Pausa.). Vossa Excelência tem o
tempo regimental.
O
SR. MAJOR MECCA - PSL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Uma boa tarde, Sras. Deputadas e Srs. Deputados à Mesa, aos
nossos funcionários, aos nossos irmãos das galerias, pessoal da PEC 2, um
grande abraço a todos, Gil Diniz, um amigo, uma pessoa que eu conheci o ano
passado, mas nesse curto tempo eu fiquei impressionado coma gama de valores que
você traz no seu coração e, principalmente, nas suas atitudes.
Você é uma
pessoa extremamente leal, honesta e firme em suas convicções de ajudar o
próximo e trazer para a política esses valores de servidão.
Eu falo em nome
dos policiais militares do estado de São Paulo, que em todos os lugares que eu
vou, todos se referenciam positivamente a seu respeito. E você, um soldado
temporário que serviu na nossa corporação por dois anos desenvolveu um amor imenso
a essa corporação que muitas vezes, nós temos homens que estão há muitos anos e
não tem o amor que você tem à Polícia Militar do Estado de São Paulo. Muito
obrigado pelo seu respeito. Que Deus o abençoe imensamente a você e sua
família. E que você seja próspero na sua vida política, porque você tem tudo
para isso. Parabéns por essa data especial.
Gostaríamos de
reforçar aqui a nossa preocupação com a reforma previdenciária, que está numa
etapa onde causa uma expectativa muito grande a todos nós policiais militares
do Brasil, os Corpos de Bombeiros Militares.
Já discursamos
aqui sobre as peculiaridades das nossas atividades, de como funciona a rotina
desses homens e mulheres aqui no estado de São Paulo e em todo o Brasil.
Profissionais que estão passando por uma dificuldade financeira imensa por
conta dos baixos salários que recebem. Homens e mulheres que estão atravessando
uma dificuldade muito grande em termos de assistência à Saúde, em termos de
moradia, pois desenvolvem uma atividade de extremo risco e muitas vezes residem
ao lado do crime organizado.
Tem que secar a
farda dentro de casa, passam por situações extremas de dificuldade de
assistência à Saúde, onde em nossas vaquinhas que são extremamente comuns, a
gente toda semana está comprando remédio para policial, para filho de policial.
E não bastasse essa nossa preocupação com esses homens e mulheres, com esses
profissionais, encontramos agora nessa etapa, onde nós temos que chamar atenção
de todos em relação ao momento em que passamos.
Benefícios que
não podemos perder, que não são nem benefícios, temos a integralidade, a
paridade. São ferramentas que dão suporte a esses homens e mulheres que estão
entregando a sua vida para servir e proteger o povo de São Paulo. Causou-nos
estranheza, nessa semana, nós vermos o ministro da Defesa se posicionar que
estava surpreso em saber que as polícias militares e corpos de bombeiros
militares pretendem entrar junto no projeto de lei de proteção social das
Forças Armadas.
Nós somos
militares estaduais. Nós precisamos dessas seguranças para que nós possamos dar
segurança aos nossos familiares e dar segurança adequada ao povo de São Paulo.
Concluindo, Sr.
Presidente. É um tema que nos preocupa muito. O nosso link com os policiais
militares que são deputados federais, senadores, é diário. E, estamos
extremamente preocupados, deputado Gil Diniz, com essa questão da reforma
previdenciária envolvendo policiais e militares integrantes dos corpos de
bombeiros militares.
Mais adiante
falaremos mais sobre esse tema aqui. Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, Sr. Deputado. A próxima deputada é a deputada Erica Malunguinho.
(Pausa.)
Encerrada a lista dos oradores, nós
vamos à lista suplementar.
Primeiro deputado, deputado Ricardo
Madalena. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.)
Deputado Léo Oliveira. (Pausa.) Deputado Enio Lula Tatto. (Pausa.) Deputado
Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Sebastião
Santos. (Pausa.) Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Deputada Carla Morando.
(Pausa.) Deputado Sargento Neri. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando Lula da Silva.
(Pausa.) Deputado Coronel Telhada, presidindo a sessão. (Na Presidência.)
Deputada Márcia Lula Lia. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Daniel
José.
V. Exa. tem o tempo regimental de cinco
minutos.
O
SR. DANIEL JOSÉ - NOVO -
Obrigado, presidente. Uma saudação aqui a todos os deputados presentes,
funcionários, assessores que estão assistindo, o pessoal também assistindo aqui
no plenário. Bom, nessas últimas duas semanas, os deputados que supostamente
representam a Educação neste estado fizeram tudo, menos defender a Educação.
Na semana
passada, tanto o deputado Carlos Giannazi, do PSOL, quanto a deputada Maria
Izabel, do PT, foram contra um projeto superimportante que foi lançado pelo
Governo do Estado de São Paulo na semana passada: o Ensino Em Tempo Integral.
O Ensino Em
Tempo Integral é o projeto de política pública em Educação que mais dá
resultado no Brasil. Ele faz com que os alunos aprendam 50% a mais do que os
alunos do tempo regular. Ele aumenta em 17% as chances de os alunos irem para o
ensino superior. Ele faz com que os alunos pós-formados ingressem no mercado de
trabalho com um salário de 265 reais a mais do que um aluno do período regular.
Mas, bancada do
PT e do PSOL vão contra esse projeto. Eles vêm divulgando uma série de fake
News afirmando que o ensino noturno será extinto, que o EJA vai sair das
escolas, que os professores não vão ter boas condições, mas nada disso é
verdade.
Os professores
em tempo integral poderão dar aula em uma só escola, sem viajar ao longo do dia
de uma escola para outra. Terão salário 75% maior, visto que a média de um
salário de um professor com 40 horas semanais na rede regular é 3500 reais, e
no ensino integral será de 6 mil reais.
Onde está a
lógica desses dois deputados? Aí, ontem, mais uma vez, o deputado Giannazi, do
PSOL, veio criticar outra medida muito importante da Secretaria de Educação: a
municipalização dos anos iniciais do ensino fundamental.
Isso é muito
importante. Não porque São Paulo está fazendo algo que vai além, que está
avançando em relação aos outros estados. Não, porque São Paulo está recuperando
o tempo perdido. São Paulo está tentando fazer algo que não foi feito já há
muito tempo, e que outros estados avançaram.
Isso é um
absurdo. Porque as escolas municipais têm infraestrutura melhor, as escolas
municipais têm o nível de aprendizagem superior, elas têm, uma série de
políticas públicas que fazem com que a qualidade do ensino seja superior à rede
estadual.
E
mais uma vez os deputados da esquerda, que supostamente defendem a Educação,
vão contra algo que é óbvio, algo que o estado de São Paulo já deveria ter
feito há muito tempo. E hoje, para completar a trinca de combate à Educação, a
deputada Maria Isabel protocolou o Projeto de lei Complementar nº 61, que
basicamente possibilita que os professores e funcionários das escolas faltem,
quantos dias forem para poder ir a um exame ou ao médico fazer uma consulta,
mas não só eles: eles, o sobrinho, o vizinho, o amigo.
Então,
a partir do que está escrito nessa lei, não vai ter mais nenhum tipo de
cobrança sobre as presenças dos professores em sala de aula.
A
gente sabe que dentro da classe de professores têm aqueles que se dedicam,
aqueles que correm atrás, aqueles que têm vocação, aqueles que não são
reconhecidos. Quem são os 100 melhores professores do estado de São Paulo? Eles
estão por aí, só que a gente não os conhece, porque não valorizamos os que
ensinam bem os alunos, aqueles professores que dão um resultado excelente na
rede estadual de São Paulo. Em contrapartida, a gente tem um grupo de
professores que falta bastante. O nível de absenteísmo dos professores de São
Paulo já é alto. Muitos dizem que está por volta de 30%, ou seja, a cada 10
aulas os professores faltam três. Esses números são estimativas, porque o
número preciso ainda ninguém sabe. Esses são dados muito difíceis de serem
computados, porque existe uma proteção, para quem acaba faltando.
Essa
lei acaba com qualquer restrição permitindo que qualquer funcionário das
escolas, ao apresentar um atestado, falte quantos dias forem ao longo do ano
letivo. É um projeto irresponsável que vai contra o interesse dos alunos, que
vai contra uma Educação de maior qualidade.
Então,
mais uma vez, a gente vê... Ainda bem que a gente está aqui na Assembleia para
barrar esses projetos, porque se não esses projetos iriam passar com
facilidade. Então, ainda bem que a gente está aqui, tem a deputada Janaina Paschoal,
que está aqui também com a gente, Gil Diniz, que aliás é aniversariante do dia
aqui.
Parabéns,
deputado Gil. Ainda bem que tem um grupo de deputados responsáveis e que estão
a fim de defender a Educação. Um grupo de deputados que não vão deixar esse
tipo de projeto passar para frente, porque foi isso que aconteceu ao longo
dessas últimas décadas. É por isso que São Paulo está atrás em relação aos
outros estados na Educação.
Muito
obrigado, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado,
deputado.
Próxima
deputada, deputada Janaina Paschoal.
Vossa
Excelência tem o tempo regimental.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Sr. Presidente, o senhor me permite
uma comunicação?
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - É regimental.
O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigado, Sr.
Presidente.
Sr. Presidente, apenas para parabenizar
meu nobre líder, Gil Diniz, que está fazendo aniversário hoje, seus 36 anos de
pura juventude. Trinta e três? Trinta e três. Eu falei 33, 33 anos de pura
juventude, relembrando aqui nossos tempos de militância. Ele acabou de me
lembrar, porque já faz muito tempo que a gente está na rua defendendo essas
pautas, esses valores que nós trazemos aqui para Assembleia Legislativa.
Para quem não sabe, em 2016, a gente
trabalhou juntos durante a campanha, principalmente para a vereança, que é a
ocupação de espaço na Câmara Municipal de São Paulo, andando na rua mesmo,
entregando panfleto em apoio ao mesmo candidato. Inclusive ele me lembrou de um
episódio bastante engraçado em que a gente estava entregando e um cachorro
acabou mordendo a minha panturrilha.
Ele ficou rindo no meio da rua. A gente
começou apelidá-lo de cãomunista, porque ele não gostou, no panfleto estava o
Bolsonaro, eu acho que isso chamou a atenção do cachorro. Então, são coisas que
eu passei ao lado desse deputado, que é difícil de esquecer, que eu fico muito
feliz por essa primavera que ele veio fazer. Então, fica aqui registrado um
feliz aniversário, deputado Gil Diniz. Que venham muitos outros cãomunistas
pela frente para a gente enfrentar.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado,
deputado.
Deputada
Janaina Paschoal.
A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada,
Sr. Presidente; cumprimento todos os colegas presentes, os funcionários da
Casa, cidadãos que nos brindam com suas presenças. Um cumprimento especial para o líder da nossa bancada,
deputado Gil Diniz. Deus o abençoe, muitas alegrias, viu, na sua vida, muitos
parabéns. Apesar de o colega Douglas ter dado três anos a mais, o senhor não
parece. O senhor não parece.
Bom,
eu gostaria de corroborar o início da fala do deputado Daniel José,
especificamente no que diz respeito ao estudo por período integral.
Eu realmente
fiquei muito surpresa ao ouvir outros deputados, que costumam falar da pauta da
Educação, criticarem a orientação, a linha mestra, que está não só no plano
aqui estadual, no próprio PPA. Isso está explícito no PPA, mas também na Base
Nacional Curricular, que é de aumentar o número de vagas disponíveis para o
ensino em tempo integral.
Até mesmo
durante a campanha, eu disse que ia trabalhar, esforçar-me muito para tentar
aprimorar as escolas em tempo integral. Os professores com os quais eu
conversei, que trabalham com essas escolas, estão muito satisfeitos. Dizem que
a criança tem mais rendimento.
Eu, que sou da
área de prevenção à violência, estudos com segurança, direito penal, eu tenho a
convicção de que a escola em tempo integral, além do aspecto educacional,
propriamente, tem um impacto enorme na questão da violência, porque a criança
que está na escola, o jovem que está na escola, primeiro, ele não vai ser
vítima.
A criança
pequena não vai se afogar no balde, ela não vai sofrer um acidente doméstico,
ela não vai ser atropelada porque está sozinha pela rua. O maiorzinho não vai
entrar em briga, não vai ser vítima de um crime violento, não vai ser cooptado
pelo crime.
Então, a escola
em tempo integral, primeiramente, é segurança para as crianças e adolescentes,
isso sem contar as atividades que podem ser desenvolvidas com esses jovens,
essas crianças, na área dos Esportes, na área da Cultura. Então, realmente,
quem fala contra a escola de tempo integral é contra a Educação, é contra a
criança e é contra o jovem. Porque, infelizmente, muitos parlamentares
confundem dedicarem-se à Educação com atividade sindical. Uma coisa é atividade
sindical, outra coisa é preocupação com Educação.
Falar de turno
de trabalho, salário, aposentadoria, não é algo menor, tem importância, mas é
uma pauta sindical. Olhar se a escola vai ser tempo integral ou se não vai ser tempo
integral, como é que vai ser, municipal, estadual, quais as aulas que serão
dadas, qual é a grade, como alcançar esse jovem que tem uma mentalidade muito
mais informatizada, como chamar atenção dessa juventude. Isso é preocupação com
Educação. Então são coisas bastante diferentes.
Então, fica
aqui o meu apoio ao ensino em tempo integral. Eu não sei se vai dar tempo,
Excelência, mas eu gostaria de fazer um registro sobre o que aconteceu ontem
aqui. Eu fui especialmente atacada, não vou ficar vitimizando. Acho até que tem
pessoas que atacam para que a gente revide, e essas pessoas apareçam, vamos
dizer assim, mas eu gostaria de fazer um registro sobre algumas falas que nos
colocaram, a mim e a alguns outros deputados, a deputada Leticia, o deputado Altair,
o deputado Douglas, outros deputados, como transfóbicos, como homofóbicos, pelo
simples fato de nós discordarmos de algumas pautas, de algumas partes de
algumas partes de algumas pautas.
Então, gostaria
aqui de dizer que, por exemplo, ontem, na CCJ, um dos meus projetos foi
debatido, justamente o projeto em que eu proponho que haja lutas para as
meninas em uma das aulas de educação física.
Um dos colegas
disse assim: “ah, Janaina, eu acho que esse projeto aí é discriminatório,
porque tem que dar aula para meninos e meninas, não acho certo ser só para as
meninas”. Eu argumentei. Nós ali debatemos, um outro colega pediu vistas, mas
por que eu estou contando isso? Porque em nenhum momento eu cheguei aqui para
dizer que o colega é misógino, que o colega é contra as mulheres, porque ele
pensa diferente de mim.
Então, eu acho
muito importante registrar que essa mania de adjetivar as pessoas, por força
dos seus pensamentos, não vai nos levar a lugar nenhum, e me incomoda demais o
fato de pessoas que vivem se queixando com qualquer frase, com qualquer palavra
proferida pelos outros colegas, subirem aqui e xingarem as demais, adjetivarem,
ofenderem pessoalmente, acusarem.
Então,
assim, é muito complicado isso, porque tem gente que acusa, que xinga, que
ofende, mas quando tem qualquer tipo de manifestação contrária, aí é vítima,
então não dá. Não é certo que nós sejamos estigmatizados, ofendidos, xingados
pelos nossos pensamentos justamente por pessoas que, quando qualquer um fala
qualquer coisa, se sentem ofendidas e representam. Então, eu acho que é
importante fazer esse registro.
Muito
obrigada, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sra.
Deputada. O próximo deputado, Castello Branco, falará posteriormente. Deputado
Conte Lopes, V. Exa. tem o tempo regimental, lembrando aos Srs. Deputados de
que, pelo tempo, o capitão Conte Lopes será o último a fazer o uso da palavra
no Pequeno Expediente.
* * *
- É exibido
vídeo.
* * *
Sr.
Presidente, só para terminar, isso aí passou essa noite, eu não sabia. Como não
sabia também o dia que eu fui lá, que eu fui chamado para uma entrevista na
Globo; eu era deputado. E quando eu entrei no início do programa do Serginho
Groisman - era um dos primeiros programas - chamaram os dois para me
entrevistar. Eu fui entrevistado por dois cadeeiros, só que eu já estava lá; eu
fiquei duas horas numa salinha sentado.
Espera
para ser entrevistado, como todo mundo vai; chama e você vai. E eu fiquei
esperando, quando apareceram os dois para me entrevistar. É importante colocar
que os dois faziam assaltos à mão armada, foram presos pela polícia roubando
mulheres em feira. E o que aconteceu? Fui como deputado, recebi uma denúncia,
que os funcionários da Casa de Detenção os levavam para fazer show com o carro
da cadeia, com a gasolina da cadeia e com segurança.
Então,
obviamente, se eles podem fazer show, o Bruno, o goleiro lá que matou a menina
lá também tem que ser... E todo cara que é pintor, que é pedreiro, pode sair da
cadeia para trabalhar. Então, obviamente que a nossa denúncia foi isso. Já que
a Globo mais uma vez coloca sem nos informar o que estava colocando, eu
aproveitei o nosso horário para fazer a nossa colocação.
Não
fui contra ninguém, não é nada disso. Se o camarada se recuperou, é problema
dele. Agora, infelizmente, é aquilo. Tem muita gente que aplaudiu os
ex-assaltantes. Muita gente vai no cinema e torce para o bandido.
Agora,
V. Exa. é testemunha tanto quanto eu. Quantas pessoas nos procuram aqui no
gabinete que tiveram a mãe estuprada, a filha estuprada, que foram assaltadas e
que nos procuram para ajudar? Quer dizer, é aquilo lá; na hora que são
assaltados eles não batem palma para os ex-criminosos, para os ex-bandidos.
Obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado,
Sr. Presidente, mas da Globo a gente não podia esperar outra coisa, que
valoriza o crime contra a lei. É novela somente falando bem de bandido e
traficante.
Não se sinta melindrado porque nós
conhecemos a sua história, sabemos do potencial do senhor e sabemos que este
tipo de criminoso gosta de se valorizar e a população jovem, infelizmente, não
tem muito referencial também. Parabéns pela sua carreira. Tenha certeza de que
eu e os demais deputados, a grande maioria está do seu lado também.
O
SR. CONTE LOPES - PP - Obrigado, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Encerrado o
Pequeno Expediente. Vai falar, Nascimento? O senhor quer falar alguma coisa? Eu
vou abrir o Grande Expediente, quer fazer uma comunicação?
Vamos passar ao Grande Expediente.
*
* *
- Passa-se ao
GRANDE
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. TENENTE NASCIMENTO - PSL - Vou fazer uma
comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Por favor.
O
SR. TENENTE NASCIMENTO - PSL - PARA COMUNICAÇÃO -
Queria dizer, presidente, que o capitão
Conte Lopes, deputado, exemplo de homem público a ser seguido, realmente nós
não temos nenhuma referência em contrário; nós temos só a favor. Parabéns,
Conte Lopes. Continue na sua caminhada neste Parlamento e também na sua
carreira que foi tão brilhante e exemplo para todos nós policiais militares.
Quero aproveitar também, presidente, já
foi dito neste plenário, parabenizar o nosso líder. É a primeira vez na vida
que o Gil faz 33 anos. Quero parabenizá-lo e que Deus lhe dê saúde, Gil,
sabedoria, para conduzir aquilo que Ele confiou em tuas mãos. Parabéns, Gil.
Obrigado, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr.
Deputado. Deputado Douglas.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Antes de entrar no
início do Grande Expediente, o senhor pode me conceder uma comunicação?
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - É regimental,
prossiga.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - PARA
COMUNICAÇÃO - Muito obrigado, Sr. Presidente. Apenas para responder ao meu
eleitorado. Muitas pessoas estão me questionando com relação ao que aconteceu
ontem no Conselho de Ética. Em respeito à Assembleia de São Paulo, em respeito
ao Poder Legislativo, eu sempre fui um deputado que batalhei contra essa
questão do ativismo judicial.
Muitos me
perguntaram se eu entrarei com um processo na Justiça reivindicando qualquer
coisa administrativa, regimental ou alguma coisa do tipo, porque, infelizmente,
a gente sabe que isso acontece muito. Tramita alguma coisa nas assembleias, no
Congresso Nacional e eles levam para o Supremo, levam para o Poder Judiciário.
Eu entendo que os poderes são independentes, então eu não vou levar, não vou
judicializar.
O que eu
acredito é que esta Casa é soberana para decidir sobre os seus temas. Então, já
deixando claro que não levarei a nenhum tipo de instância do Poder Judiciário.
E o segundo, Sr. Presidente, eu peço encarecidamente à querida deputada Maria
Lúcia Amary, que é presidente do Conselho de Ética...
É uma deputada
que eu tenho muito carinho. Em respeito a todo o meu eleitorado, às pessoas que
me acompanham, alguns deputados vieram me dizer: “Olha, deputado, o senhor vai
receber uma notificação e o senhor vai receber uma advertência de forma verbal,
só que a gente vai fazer aqui para que o senhor não seja tão constrangido em
uma sessão privada, uma sessão fechada”.
Sr. Presidente, em respeito aos 74.351 votos
que eu tive do meu eleitorado, eu peço à nobre deputada que não faça fechada,
que não faça privada, que faça pública mesmo. Fique tranquila, não vou trazer
absolutamente ninguém para querer fazer encrenca, para causar, ou para querer
fazer barulho. Muito pelo contrário.
Só acredito que
esse processo que acontece na Casa é um processo público, é um processo
legislativo. Somos representantes do povo. E o povo precisa ter acesso a tudo
que acontece dentro da Assembleia Legislativa. Principalmente se tratando de um
processo que, infelizmente, ao meu ver, foi injustiça. Então o meu eleitorado
tem total direito de saber o que acontece comigo aqui na Assembleia
Legislativa.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Primeiro
orador inscrito no Grande Expediente, é o deputado Rodrigo Gambale. (Pausa.)
Segundo orador, deputado capitão Castello Branco.
O
SR. CASTELLO BRANCO - PSL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Abrindo o Grande Expediente desta tarde do dia 29 de
agosto, sexta-feira. Boa tarde, telespectadores da TV Alesp.
O que nos traz
hoje é uma comissão parlamentar de inquérito, uma CPI. CPI, em termos
constitucionais, tem por objetivo uma sindicância, averiguação, levantamento de
irregularidades. Os senhores se lembram da corrida que foi para protocolar CPIs
quando do início do mandato.
Gente dormindo
no corredor de sexta-feira, 15 de agosto, até o dia 18. O objetivo era impedir
que as importantes CPIs, que deveriam tramitar por esta Casa, viessem a ser
anotadas. Entre as quais, a da Dersa.
Muito bem. O
tiro no pé é que uma das CPIs que foram aceitas foi a do táxi aéreo, na
expectativa de que esse tema não levasse a maiores discussões. O relator desta
CPI é o deputado Rodrigo Gambale. Eu era suplente. Delegado Olim está
presidindo as diversas sessões.
Essa CPI está
tomando um rumo bastante interessante na medida em que, por tratar-se de um assunto estratégico, por
tratar-se de um assunto que tem diretamente relação com Defesa Nacional e
Segurança Pública, por tratar de um assunto que movimenta um mercado
milionário, que gera centenas de milhares de empregos, e que mobiliza milhares
de aeronaves no estado mais populoso da nação, o estado mais rico da nação, por
trás dessa CPI, em consequência, vai aparecer muita coisa interessante.
Por exemplo,
que os nossos índices de acidentes aéreos têm correlação direta com uma série
de irregularidades que têm acontecido no estado de São Paulo. Como exemplo, que
vai exigir da Agencia Nacional de Aviação Civil, a Anac, novas regulamentações.
Que vai exigir, por exemplo, que se abaixe o custo atualmente existente, que é
um dos fatores predisponentes para a atual situação dos tacas, táxi aéreo
clandestino. Entre os quais, a redução do preço do combustível.
É importante
colocar, na contramão do que foi dito agora há pouco por outro deputado, que a
redução tributária nem sempre causa prejuízo ao Estado. Como assim? Reduzi
tributo e perdi receita? Negativo. Essa conta não fecha. Isso já foi falado nos
anos 70. Chama curva de Laffer. Foi Prêmio Nobel de Economia. O aumento de
carga tributária não significa aumento de receita. Portanto, o argumento
apresentado agora há pouco carece de uma leitura mais aprofundada do caderno
que dei para a pessoa estudar.
Redução
tributária, dependendo de como é feito e em que setor é feito, causa maior
arrecadação. Tanto é verdade que muitos países do mundo têm cargas tributárias
mais baixas e maiores arrecadações. Continuando na seara da Aviação, vamos dar
um tratamento muito diferenciado a isso. O relatório final a ser produzido vai
prever ações corretivas, preventivas, orientações e, principalmente,
admoestações junto ao órgão regulatório em Brasília.
Aproveito
também a oportunidade para enaltecer a nobre figura do deputado Conte Lopes. É
uma honra estar compartilhando com o senhor desta Casa.
Parabenizo-o
pelos seus anos de policial e de sucesso. E compartilho da sua leitura
cartesiana em relação a alguns procedimentos.
Eu gostaria de
agradecer também a presença dos nobres deputados da bancada do PSL, que nesta
sexta-feira estão presentes nos apoiando, nos ouvindo. E remando juntos para
que tenhamos um Brasil melhor.
Por fim,
concitamos a todos os presentes para que, na próxima semana, quando vamos ter
uma pauta interessante a ser aprovada, estejamos aqui juntos para a construção
de um novo estado de São Paulo, de um novo Brasil. Muito obrigado.
*
* *
-
Assume a Presidência o Sr. Conte Lopes.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PP - Agradeço as
palavras do nobre deputado capitão Castello Branco.
O
SR. MAJOR MECCA - PSL - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PP - Vossa
Excelência tem o tempo regimental de dois minutos, Major Mecca.
O
SR. MAJOR MECCA - PSL -
PARA COMUNICAÇÃO - Capitão conte, eu quero registrar aqui os nossos
agradecimentos aos relevantes serviços que o senhor a sua tropa prestaram a São
Paulo, à época em que o senhor foi da Rota.
Hoje nós temos
a ferramenta das redes sociais que permite a todos nós sabermos que a
comunidade da periferia nos respeita, gostam muito de todos nós, tanto que o
senhor está aqui eleito com mais de 100 mil votos, eu também com mais de 131
mil votos.
O povo da
periferia olha para todos nós como referências e sabe que o nosso trabalho é
para defender o mais pobre, é para defender o jovem negro que está na
periferia, porque os nossos patrulhamentos sempre foram, principalmente, nas
periferias da cidade de São Paulo para defender o cidadão de bem.
Essa questão de
alguns criminosos quererem disseminar a ideia de que somos agressivos,
truculentos, isso é para tentar intimidar a nossa ação. Infelizmente, ainda
existem pessoas que compram essa ideia. Quantas mulheres deram luz aos seus
filhos dentro de uma viatura nossa da Polícia, quantas pessoas nós não
socorremos a prontos-socorros, porque não tinha ambulância e nós a socorremos
acompanhamos no hospital, e fizemos questão de que o médico desse uma atenção
àquela pessoa mais pobre, mais carente, porque nós sempre compartilhamos da dor
dessas pessoas na periferia, que nós sabemos que é abandonada, sim, pelo
estado.
Não tem
saneamento básico, há escolas com dificuldade, professor ganhando pouco,
instalações precárias, hospitais com pobres empilhados em macas em corredores.
E nós policiais sempre estivemos do lado deles.
Nunca
executamos ninguém. Quando a gente se defende porque está tomando tiro - a
gente mal vê a cor de quem está empunhando a arma do outro lado, a sua idade e
outras características - é pra defender a nossa vida.
E nós temos a
obrigação aqui de dar esse testemunho porque nós conhecemos a história do
senhor e da sua tropa. É porque nós vamos às reuniões do Grêmio de Veteranos e
o senhor está lá com todos aqueles policiais antigos que fizeram muito por São
Paulo. Parabéns ao senhor e a todo o seu efetivo pelo que fizeram. Nós temos
orgulho, sim, do seu trabalho e do trabalho dos seus policiais. Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PP - Eu agradeço,
Major Mecca, pelas palavras. Vossa Excelência que também trabalhou na Rota,
trabalhou na Polícia Militar no Baep, está aqui também pelo seu trabalho em
defesa da população.
Continuando a nossa lista, chamamos o
nobre deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Nobre
deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Nobre deputado Sebastião Santos. (Pausa.)
Nobre deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Nobre deputado Paulo Lula Fiorilo.
Vossa Excelência tem o tempo regimental de dez minutos.
O
SR. PAULO LULA FIORILO - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público
presente, telespectador da TV Alesp, quero começar aqui o Grande Expediente com
uma notícia interessante e importante: “O desembargador suspende a reintegração
de posse do Acampamento Marielle Vive.”
Hoje, dia 29 de
agosto, o desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu efeito
suspensivo da reintegração de posse do acampamento Marielle Vive. A decisão
estipula suspensão pelo prazo de 90 dias, enquanto analisa as apelações dos
advogados, que requerem efeito suspensivo.
Essa decisão,
ela impede a retirada de mil famílias de um terreno lá em Paulínia. Inclusive,
o local em que acabou sendo morto um dos assentados, o Sr. Luiz Ferreira, de 72
anos, que foi atropelado. A pessoa que o atropelou já foi identificada, está
sendo punida, e assim por diante.
O problema das
ocupações é um problema seríssimo, e ele não pode, necessariamente, ser tratado
como um problema de polícia, até porque a Constituição garante o direito social
de moradia.
Nós tivemos
oportunidade de discutir ontem com o secretário de Habitação do estado, e,
agora, queremos discutir, inclusive com o Partido Novo, a importância desse
debate.
E, queria
aproveitar aqui o deputado Mellão, o deputado Gil, e outros deputados, para
trazer um outro tema, que reforça a nossa tese sobre a CPI da Dersa. Acaba de
sair mais uma matéria envolvendo um delator, o Sr. Sérgio Brasil, que faz
delação premiada para procuradores da Lava Jato, e ele conta o esquema que
alimentou, de 2004 a 2014, as campanhas do PSDB.
Vamos aos
tópicos da delação. O objetivo seria favorecer empreiteiras, financiar
campanhas de políticos, e conseguir aprovações na Assembleia Legislativa de São
Paulo e tramitações no Tribunal de Contas.
No depoimento,
o delator afirmou que o arranjo passou pelos governos Serra e Alckmin, ambos do
PSDB, e não são citados como beneficiários diretos. Entrou em operação em 2004
e funcionou até as eleições de 14. Começou com as obras da Linha 2 - Verde,
passou pela 5 - Lilás, e chegou à licitação da 6 - Laranja do Metrô.
É uma
verdadeira conexão de trilhos, que começa com um e termina com outro. É o
desembarque e o embarque. Pelo esquema, as obras dessas linhas ficaram mais
caras e mais lentas. Mais lentas eu diria que é praxe do Metrô: cara, lenta e cheia
de gente.
As empreiteiras
Odebrecht, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa pagavam as propinas.
Bom, aí, citam
vários partidos que eu não vou citar aqui por uma questão óbvia: eu não tenho
aqui ainda a prova de que esses partidos estavam envolvidos. Quem quiser leia a
matéria. Está aqui.
Quer que eu
fale do PSL?
Parte da
propina era repassada a deputados estaduais, para que os contratos antigos não
fossem questionados na Alesp. Tinha vínculos mais fortes com o esquema o
ex-deputado estadual, o atual vice-governador, e o ex-deputado estadual, hoje
deputado federal, Arnaldo Jardim.
O Sérgio Brasil
trabalhou 42 anos no Metrô. Portanto, conhece de cabo a rabo o que aconteceu,
as falcatruas, os desvios que envolveram os políticos do PSDB. O que diz o
PSDB? É o que me interessa aqui.
Lá no final da
matéria eles vão ouvir todos os que estão denunciados. O PSDB diz que
desconhece os fatos narrados por Sérgio Brasil, e que jamais recebeu recursos
vindos de desvios.
Eu não vou ler
os outros porque não me interessa. Mas, queria dizer o seguinte, deputado
Mellão: esta Assembleia aqui tem uma baita responsabilidade. Aliás, eu queria
dizer que a cada dia aumenta mais a sua responsabilidade. Não adianta fazer
discurso querendo atacar os outros quando a sua casa está cheia de lama, quando
sua piscina está cheia de ratos.
É preciso
apurar, é preciso colocar luz. E, aqueles que acham que não precisa de CPI
porque não sei quem, não sei quem, está investigando: são 24 anos de governo do
PSDB. Essa denúncia é de 2004 a 2014, são 10 anos.
Quando é que a
Assembleia vai ser altiva, vai ser independente, e vai ter a capacidade de
aprovar uma CPI para apurar os desmandos, a corrupção, o desvio de recursos
públicos?
Aliás, deputado
Mellão, do Novo, o senhor não tem nada a ver? Sim, o senhor tem tudo a ver. O
senhor e o seu partido têm que estar juntos aqui, junto com o PSL, para aprovar
a CPI da Dersa. Não basta assinar. Não quero assinatura, de assinatura nós
estamos cheios, cheios de requerimentos. Nós queremos a aprovação da CPI. Nós
queremos que o PSL, que o Novo, que o PCdoB, que o PSOL, que todos os outros
partidos aqui, mais do que assinarem, digam que querem a CPI, a sexta CPI.
Isso é
fundamental. Aliás, a gente poderia aproveitar, quem sabe hoje, aniversário de
deputado, a gente não pudesse aqui dar um presente para o estado, ter uma CPI,
a sexta aprovada. Sabe por quê? Porque cada vez eles enrolam mais; cada vez
eles querem empurrar para baixo do tapete.
Deputado
Mellão, quando eu faço referência ao senhor, não estou cobrando o senhor, ou o
Novo. Eu estou dizendo que o senhor, o PSL e o PT, vários outros partidos aqui,
têm responsabilidade. Nós precisamos cobrar todos os dias o debate sobre a CPI
da Dersa. Tem que ser permanente, tem que ser um discurso religiosamente
programado todos os dias no Pequeno e no Grande Expediente.
Nós temos que convencer o governador,
que diz que é do PSDB novo, o PSDB novo que levou o Frota, que quer, pode ter a
Joice, que pode ter o Moro. É o PSDB novo, que pode ser um apêndice, talvez, do
PSL, até porque o líder do governo, ontem, aqui, fez uma defesa inflamada do
Bolsonaro. Inflamada! Acho que o Bolsodoria entrou na cabeça do líder do
governo e não saiu mais. O Doria já está saindo, o líder, não, o líder continua
firme, duro, defendendo o Bolsonaro.
O Bolsonaro pode fazer o que quiser.
Aliás, eu queria dizer, deputado Gil Diniz, que aniversaria hoje, a situação do
Bolsonaro não é boa, não é boa, vamos dizer para o senhor. Não é boa. Não é boa
na cidade, não é boa no estado, não é boa no Brasil. E quem está dizendo isso
não é o Macron. Não é. Quem está dizendo isso são aqueles, inclusive, que
votaram no Bolsonaro, e que já se arrependeram. Eu queria dizer ao senhor que o
Bolsonaro derrete, derrete com o calor das fogueiras, derrete com a
inconsequência das suas palavras.
Por isso, Deputado Gil, eu não sou
daqueles que acha que quanto pior melhor. Eu acho que ainda há tempo, ainda há
tempo de resgatar esse país, de gerar emprego, de melhorar a qualidade de vida.
Primeiro, se a gente parar aqui de o governador antecipar eleição, porque está
apoiando até a candidata do PSL.
Aliás, o PSL também está falando em
fazer prévia, em que pese os senadores serem contra, porque acho que esse
negócio de prévia no PSL não dá certo. É, pode ser, porque como não tem
prática, não tem costume, não tem o histórico, nunca fizeram prévia e tal,
talvez isso impeça de entender a importância de um debate democrático. Ou quem
sabe, de fato, uma parcela do PSL não tem interesse na democracia interna e nem
muito menos a outra.
Então, eu acho que, primeiro, a gente
deveria fugir desse debate eleitoral. A gente deveria fazer o debate sobre o
estado, sobre o país. Nós deveríamos discutir a geração de empregos.
O governador, hoje, foi para a Alemanha,
está lá na Alemanha. Vi um vídeo dele no bandejão da Volkswagen. Fiquei
preocupado porque o governador fala muito bem Inglês, mas eu acho que ele não
fala Alemão, porque a funcionária da Volks perguntou se ele queria arroz, e ele
ficou na dúvida, não sabia e respondeu com gestos. É natural, você está num
país em que você não domina a língua, você responde com gesto.
Agora, eu acho que o gesto que o
governador deveria fazer, não é anunciar o que já existe, o que já foi
anunciado. É trabalhar, é parar com fake news e trabalhar. O estado precisa
muito. A Polícia Militar desse estado precisa muito de um governador, não de
pulso, mas de palavra, que cumpra, por exemplo, com os policiais militares
aquilo que disse que faria na campanha, aumentar o salário.
Quem sabe, deputado Mecca, o senhor, que
vem junto com o Conte Lopes da mesma área, não o convença de que ele deveria
cumprir a sua palavra, principalmente, não só com os policiais, mas com os
policiais, com os servidores públicos da Saúde, da Educação, da Segurança, do
Transporte, das várias áreas.
Bom, deixo aqui registradas, Sr.
Presidente, as minhas preocupações na tarde de hoje.
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PP - Próximo orador
inscrito, nobre deputada Janaina Paschoal. (Pausa.) Tenente Nascimento.
(Pausa.) Leci Brandão. (Pausa.) Dr. Jorge Lula do Carmo. (Pausa.) Deputada Edna
Macedo. (Pausa.) Luiz Fernando Lula da Silva. (Pausa.) Deputado Cezar. (Pausa.)
Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Deputada
Professora Bebel Lula. (Pausa.) Deputado
Coronel Telhada. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (na Presidência.) Deputado
Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Douglas Garcia. (Pausa.) Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Deputado Gil Diniz,
V. Exa. tem um prazo regimental de dez minutos.
O
SR. MAJOR MECCA - PSL - Pela ordem, Sr. Presidente, para uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PP - Vossa
Excelência tem o prazo regimental.
O
SR. MAJOR MECCA - PSL -
PARA COMUNICAÇÃO - O nobre deputado
Paulo Fiorilo citou a questão das CPIs. Nós devemos sim levar adiante essas
CPIs, porque nós, deputados, temos a missão da fiscalização do Executivo nesta
Casa. Se o Ministério Público também o tem, já está conduzindo o processo, nós
temos, sim, a responsabilidade de fiscalizar e sabermos, em detalhes, como os
recursos do estado estão sendo destinados.
Quando nós
trabalhamos, desde o final do ano passado, para que nós pudéssemos ter a
deputada Janaina Paschoal como presidente desta Casa, nós tínhamos como projeto
de gestão, principalmente, a autonomia desta Casa Legislativa, que hoje, nós
sabemos que não tem. Esta Casa não tem autonomia. Nós sabemos que o governador
dá as cartas aqui nesta Casa, como as coisas devem funcionar.
Essa é a
verdade, e os senhores, quando, em um acordo com o PSDB, para ter o
posicionamento na Primeira Secretaria, não é possível que os senhores, com toda
a experiência política, não sabiam de todas essas dificuldades, principalmente
de se instalar uma CPI para fiscalizar o governador e os seus secretários, e
todos os desmandos que foram feitos há anos passados.
Porque nós
policiais, os professores, o povo da periferia, sofremos com essa dinâmica de
política, onde existem acordos, onde se juntam todos de forma maldosa, para não
permitir que o recurso público chegue até a ponta da linha, para que policiais
militares tenham que fazer vaquinha para pagar o seu aluguel, comprar remédio.
Professores que nós visitamos, em escola do estado, deputado Paulo Fiorilo, e,
quando chove lá na Zona Leste, a criança não pode sair no recreio, porque parte
da estrutura pode cair na cabeça dela.
Quando a gente
entra em hospitais nas periferias que estão abandonados, e os diretores pedindo
pelo amor de Deus, para que nós possamos indicar uma emenda parlamentar, para
que eles possam comprar um tomógrafo, um raio-x, para poder atender as pessoas
pobres da periferia, e o recurso nunca chega.
Inúmeros
partidos passaram no governo, e o recurso não chega. Empregos estão sendo
gerados agora no governo de Jair Bolsonaro? Estão. Mais de 20 mil cargos
comissionados foram cortados? Foram. Agora, existe, de fato, um trabalho para
que se macule a imagem do presidente Jair Bolsonaro? Existe. Isso é a política.
Existe quem
realmente trabalha e quem vive de discurso, e infelizmente, subtraíram o
direito à Educação do nosso povo, para que muitos pudessem ser convencidos
desses discursos, que não levam a nada, que preferem dar uma bolsa a levar
àquela família o direito à Educação, o direito à Saúde, levar um emprego, e,
realmente, levar dignidade a uma família, para que possa haver crescimento e
evolução para aquela família.
Preferem levar
uma assistência e manter aquelas pessoas, como existem hoje nas comunidades. As
pessoas estão lá, permanecem abandonadas até hoje. Mas que faz falta a bolsa?
Lógico que faz, porque criaram um sistema, propositalmente, para que aquela
pessoa precisasse daquela ajuda, mas aquela pessoa precisa, realmente, de um
emprego, precisa de uma escola digna, o jovem precisa ter direito a ter o seu
futuro.
Muito obrigado.
Desculpe ultrapassar o tempo.
O
SR. PAULO LULA FIORILO - PT –
PARA COMUNICAÇÃO - Pela ordem, Sr.
Presidente., para uma comunicação. Com anuência do orador, e, espero,
com a tolerância da Presidência.
Sr. Presidente,
o senhor sabe, e o Major Mecca também, do respeito que tenho pelas posições do
Major Mecca, o embate que fez com o governador, como foi tratado e destratado
pelo governador Doria. Agora, é preciso colocar as informações de uma forma
clara, porque, da forma como o senhor colocou as informações, o senhor colocou
da forma mais confusa possível.
Eu sou o
neófito aqui, assim como o senhor, mas eu queria colocar de uma forma mais
clara. Primeiro, Major, no Parlamento, nós temos representações partidárias, e
os partidos devem ocupar essas representações a partir da quantidade de
parlamentares que eles elegeram. Então não é acordo que compõe, que descompõe.
A presença do PT na Mesa é um direito do PT, é um direito.
A opção que o
PSL fez foi outra, discutida com o seu líder, com a sua bancada. O PT tem uma
lógica, sempre defendeu essa lógica, que é a participação nas instâncias de
direção e na ocupação dos espaços do Legislativo nas comissões. Isso não tem
absolutamente nada a ver com apurar, constituir CPI. Aliás, o PT, se o senhor
olhar, o senhor que acompanha a política, sabe a quantidade de pedidos que fez
de CPIs ao longo destes anos.
Eu queria só
lembrar o senhor de que este Estado hegemonicamente foi governado pelo PSDB. O
senhor sabe disso, o senhor é militar, o senhor está sob a hoste do PSDB há 24
anos. E o senhor vem falar de vários partidos? Aqui só o PSDB, o DEM e o PSB,
em momentos curtos da nossa história, porque saiu o governador e o vice
assumiu.
Sobre o Bolsonaro,
vamos lá. O senhor faz um discurso aqui como se o Bolsonaro fosse vítima. O
Bolsonaro ganhou a eleição, é presidente. O que eu disse é que eu prefiro que o
Brasil dê certo, nunca que dê errado. Sabe quem paga o pato quando o Brasil dá
errado? O pobre, o trabalhador, o desempregado. Agora, o senhor dizer que o
presidente está criando emprego e cortou 20 mil cargos comissionados, parece
ser uma contradição.
Ele cortou
cargo comissionado, beleza, não tem problema, mais desemprego. Agora, gerar
emprego está difícil. O que ele disse quando falou em gerar emprego foi assim:
“Não, eu não tenho capacidade de gerar emprego, só se eu fizer concurso
público, e não vou fazer”. Não, tem sim, tem sim. Ele é presidente do maior
País da América Latina, que poderia ser uma potência, que poderia voltar a
crescer e se desenvolver.
Agora, os
índices não mostram isso. Veja o crescimento econômico: 0,6; veja o aumento de
emprego, ainda é muito baixo. A gente tem 3,3 milhões de desempregados neste
Estado, 13 milhões no País, e não adianta falar “a culpa é do PT”. Peraí, o PT já parou de governar este País
faz tempo, já passou o Temer, já está o Bolsonaro. Até quando nós vamos ter que
ficar ouvindo “a culpa é do PT”? A culpa é de quem está governando agora,
infelizmente é assim.
Dizer que o
Bolsonaro tem sido castigado... O Bolsonaro tem lá suas mídias alternativas...
O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PP - Para concluir, deputado.
O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Vou concluir naquele tempo que
eu falei para o senhor. O Bolsonaro tem as mídias que são dele, que ele usa. O
Bolsonaro está querendo matar jornal, televisão, é uma opção dele.
Agora, deputado
Major Mecca, por quem eu tenho respeito, eu tenho visitado o Estado, assim como
o senhor. Eu tenho visto a situação da polícia, eu tenho visto a situação da
Educação e da Saúde em 24 anos de governo do PSDB. Agora, eu acho que aqui nós não temos que
brigar entre nós.
O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PP - Para encerrar, deputado.
O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Eu vou encerrar no tempo
regimental do Mecca. Nós precisamos aprovar a CPI. O PSL, o PT e os outros
partidos precisam cerrar fileiras nesse sentido. Acabei de ler uma denúncia que
é escandalosa. Até quando nós vamos fechar os olhos, vamos continuar míopes?
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PP - Com a palavra o
nobre deputado Gil Diniz.
O
SR. GIL DINIZ - PSL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Presidente. Com todo respeito aqui ao nosso
deputado Paulo Fiorilo, acho que o senhor não fez apenas Filosofia na PUC não,
acho que entrou em algum curso de teatro, porque o senhor interpreta muito bem.
Sr. Paulo. Parabéns.
Já respondo a
V. Exa., mas queria fazer minhas as palavras do deputado Conte Lopes quando ele
coloca essa entrevista de ontem. Não a vi ainda, mas assisti na época àquela no
Serginho, onde o senhor debateu com aqueles dois rapazes que estavam presos e
foram liberados para entrevistá-lo, debater com Vossa Excelência.
É o que nós
falamos, deputado Douglas, da bandidolatria que existe neste País. Tem um livro
muito bom do Diego Pessi, “Bandidolatria e Democídio”, em que ele narra que as
autoridades e a mídia, de um modo geral, eles fazem bandidos de heróis no País.
É mais ou menos o que eles fizeram ali, eles trazem, deputado Major Mecca, para
a TV, em horário nobre, um pouquinho mais tarde, ex-detentos e os “glamourizam”
ali, aplaudem como se fossem algum exemplo de conduta.
Cresci
na periferia de São Paulo, ouvia Racionais, 509-E - o deputado Douglas também,
provavelmente, de onde veio - De Menos Crime e lá vai um monte de rapper.
Graças a Deus, nunca os tive como heróis. Escutava, sim, várias das músicas.
Outro dia, um integrante do Racionais veio aqui. Conheço várias das músicas
dele, cresci escutando.
Agora
a gente tem que dar um basta nisso. Por que não levam ali um policial militar
ou civil para dar uma entrevista, para falar do dia a dia do policial? Temos
vários heróis policiais militares, policiais civis. Por que não levam ali um
agente penitenciário que, ali na ponta, deputado Mecca, tem que controlar esse
tipo de pessoa?
Se
conseguiram sair do crime, espero que tenham saído, ótimo, ótimo, mas nós
precisamos parar de heroicizar bandido, vagabundo que, como o Conte falou,
estava assaltando à mão armada, estava dando tiro em inocente, estava trocando
tiro com a polícia. Então, a gente precisa dar esse basta nessa bandidolatria
que nós vivemos não só no estado de São Paulo, mas no País, de um modo geral.
Agora
respondendo ao deputado Paulo Fiorilo, concordo com a CPI. Assinei a do PT, a
CPI da Dersa. Criamos a nossa também e pedimos as assinaturas do PT. O deputado Paulo Fiorilo também assinou. Viemos
fazer o protocolo. Assinei, ontem, mais uma CPI, deputado Mecca, a do Metrô.
A
gente tem que investigar, sim, é prerrogativa. O deputado Campos Machado
sempre fala - aprendi com ele - que é uma prerrogativa, que nós não podemos
abrir mão, deputado Fiorilo, de nenhuma prerrogativa dos deputados. Só que essa
prerrogativa que o Parlamento tem, ele é contra, do Parlamento investigar os
desmandos que acontecem pelo estado. Então, nisso eu discordo dele.
Acho,
sim, que tem que ser respeitado esse nosso direito enquanto parlamentar, mas
essa é a nossa missão também. Agora, o que o deputado Major Mecca traz aqui é
uma verdade. O principal aliado do PSDB no estado de São Paulo e nesta Casa
Legislativa é o Partido dos Trabalhadores, é uma realidade. O deputado Fiorilo,
você que está em casa, você o viu dizendo aqui neste microfone de aparte: “Nós
estamos na Mesa pelo respeito que há à proporcionalidade da bancada”.
Pergunto
a você: qual é a maior bancada nesta Casa Legislativa? É a do PSL. Nós somos 15
deputados. Nós estamos na Mesa? Não! Nós presidimos alguma comissão? Nenhuma!
Nenhuma! Você que está aqui na galeria, você que está em casa, quem me ouve
pela TV e pela Rádio Assembleia, por que o PSL ficou de fora se o Regimento
fala do respeito à proporcionalidade?
O
deputado Paulo Fiorilo falou muito bem aqui. Não fiz acordo nenhum,
simplesmente pelo fato de não votar no PSDB e não votar no PT. Não foi
respeitada a proporcionalidade. Fiz mais, Major Mecca, entrei com um processo,
entrei com uma ação, exigindo respeito ao Regimento e exigindo isso que o
deputado Fiorilo acabou de falar, o respeito à proporcionalidade. O que
aconteceu? Perdi, perdemos, não houve o respeito nem pela Casa nem pelo Poder
Judiciário do Estado de São Paulo.
Então,
acredito, sim, Fiorilo, que nós precisamos investigar, nós temos que
investigar, mas eu acredito que se o voto de vocês para a Presidência da Casa,
o acordo que vocês fizeram, se tivesse sido diferente, talvez isso que você
traz aqui, das denúncias que nós podemos investigar poderia ter sido diferente,
teria sido diferente, mas é uma opção que vocês fizeram e nós respeitamos; nós
precisamos respeitar. Vocês, quando é oportuno, aliam-se ao PSDB. É um fato.
Então vamos
investigar sim quem nós precisamos investigar. Eu gostaria que você tivesse
dito o nome dos parlamentares, não tem problema. Se o meu nome estiver na
lista, não tem problema também. Pode falar, fique à vontade. Se o PSL estiver
em qualquer lista, pode falar também.
Agora nós
precisamos deixar claro que as empreiteiras que V. Exa. colocou da tribuna, são
empreiteiras envolvidas também em outros escândalos de corrupção que
ultrapassam as divisas do estado de São Paulo, que ultrapassam a fronteira do
Brasil, que inclusive investiam ali em campanhas de outros presidentes
alinhados com o governo, por exemplo, do Partido dos Trabalhadores quando
governou o país. E nós estamos aqui tentando arrumar a casa.
Vossa
Excelência fala da questão do emprego, o Major Mecca colocou muito bem. O único
setor que não cresceu emprego... Eu concordo com Vossa Excelência, está
crescendo vagarosamente, morosamente, mas nós passamos por uma das maiores
crises neste país; é fato.
É fato e
estamos nos recuperando. O PIB está aí. Achavam que ia ter contração, que
estaríamos de recessão, deputado Rafa, e cresceu 0,4. É pouco? É pouco. Espero
crescer ainda mais, mas o emprego também tem aumentado não com a celeridade que
nós gostaríamos.
Juros têm sido
reduzidos. Estamos organizando a casa, fazendo as reformas estruturantes que
nós precisamos, que vocês são contrários: reforma da Previdência, virá a
tributária agora, ano passado foi feita a Trabalhista. E nós temos um país para
cuidar. Quando o senhor fala da floresta, dos incêndios, parece que no governo
do Partido dos Trabalhadores não houve incêndio na floresta.
E se você pegar
os dados oficiais, inclusive quando o partido de V. Exa. estava no Poder, o
índice de queimadas era ainda maior. Então vamos combater também. Agora nós não
podemos relativizar, deputado Douglas, a soberania nacional. Tem gente aí que
se possível entregaria a nossa soberania nacional a quem quer que seja, e nós é
que defendemos.
Eu sinto
saudade daqueles comunistas, socialistas raiz que defendiam a soberania
nacional, não esses esquerdistas Nutella, que são entreguistas. Entregam até
sabe-se lá o quê. Então deixo registrado que na CPI da Dersa o PT tem o nosso
apoio; na CPI do Metrô, o PSOL tem o nosso apoio.
Vamos
investigar sim. Já falei várias vezes para o deputado Carlão Pignatari, líder
do Governo, que defende sim o presidente Bolsonaro. Não tenho como tolher a
palavra dele, mas que eu quero sim essa sexta CPI aprovada.
Agora, se o PT
tivesse tido uma outra postura e não se aliado ao PSDB como fez nas últimas
décadas no estado de São Paulo - novamente, o maior sócio do PT nesta Casa
Legislativa é o Partido dos Trabalhadores - talvez a história fosse diferente e
talvez essa CPI da Dersa e outras mais já estivessem aí em pleno vapor. Muito
obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Para falar pelo Art.
82.
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PP - Com o prazo
regimental de dois minutos.
O
SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Não, o Art. 82.
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PP - Ah, o 82?
O
SR. PAULO LULA FIORILO - PT - É, sou vice-líder, mas
antes o Major Mecca gostaria de um...
O
SR. MAJOR MECCA - PSL - Para uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PP - Pois não, tem o
prazo regimental.
O
SR. MAJOR MECCA - PSL - PARA
COMUNICAÇÃO - A verdade é que diante de todas essas falas o povo não é mais
tonto. Seja na esfera federal, esfera estadual, municipal, seja qual for o
partido que até hoje conduziu a administração e a gestão pública, o fez de
forma desastrosa. Desastrosa e criminosa, considerando-se o número de políticos
na cadeia, hoje, cumprindo pena. Fora os que estão sendo investigados e ainda
vão para lá. Fora os grandes empresários que, mancomunados com essa gestão,
acabou e estraçalhou com a vida de todos nós trabalhadores.
É só observar,
nós policiais, a situação que atravessamos, de penúria. Que temos que vir aqui
e ir até o Palácio dos Bandeirantes, a Secretaria de Segurança Pública, fazer
uma bela explanação detalhada do que passam os homens e mulheres da Segurança
Pública em termos salariais, de Saúde, Transporte, Educação, a que somos
sujeitados no nosso dia a dia.
Nada é feito. É
isso que o povo não suporta mais. Nada é feito. É só discurso, discurso, e não
tem uma providência para ajudar o cidadão de bem que está nas ruas, que está
trabalhando. É só conversa fiada. Só. Aqui dentro, para se trabalhar, todo
mundo sabe a dificuldade que é. A gente, para apresentar projeto, corre aqui,
corre lá, e tentam boicotar por conta do nosso posicionamento, de vir falar a
verdade.
Falar a
verdade. Ninguém está inventando. Será que alguém está inventando a situação
que atravessa a Segurança Pública, os homens e mulheres que estão morrendo no
estado de São Paulo? Será que alguém está inventando alguma coisa? A situação
que está lá em Brasília agora, a gente pedindo pelo amor de Deus, em relação à
nossa situação de proteção social, à Educação e à Saúde? Não. Não. É uma
realidade que precisamos ver, enxergar, e realmente trabalhar por essas pessoas
que precisam.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PP - Deputado
Aprigio?
O
SR. APRIGIO - PODE - Para uma Comunicação?
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PP - Vossa
Excelência tem o prazo regimental de dois minutos.
O
SR. APRIGIO - PODE -
PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, estou muito atento e escutando o pessoal
falar de partidos, falar de falta de emprego, falar de quem é responsável por
emprego. Eu diria que nenhum partido é responsável pela falta de emprego, pelo
desemprego. São os políticos, seja de qualquer partido.
Principalmente
os prefeitinhos. A maioria da falta de emprego do Brasil é falta de desempenho
do prefeito da cidade, pois só entra empresa na cidade deles se negociarem.
Sou da
construção civil. Há muito tempo trabalho com o ramo empresarial. Lembro que
uma vez, em São Caetano do Sul, lá por 1984 ou 1982, não lembro mais o nome do
prefeito, mas fui fazer dois prédios na alameda São Caetano, número 1850.
Procurei o
prefeito e ele fez sabe o quê? Ele disse: “O que você vai fazer aqui?” Falei:
“Olha, eu queria construir dois prédios de 13 andares, lá na alameda São
Caetano.” Sabe o que ele fez? Ele falou para mim: “O que precisa lá para você
construir os prédios?” Eu falei: “Não tem esgoto, não tem luz suficiente.” Ele
falou: “30 dias e o teu projeto está aprovado.
Vou pedir para
a Sabesp e para a Eletropaulo para colocar luz lá. Porque precisamos desse
empreendimento aqui.” Fiz o empreendimento e foi um sucesso lá em São Caetano
do Sul.
Hoje não. Hoje
virou uma coisa que, você vai fazer um empreendimento em uma cidade, e a
maioria dos prefeitos, para aprovar o teu projeto, tem que ter propina.
Construindo o projeto, para dar o “habite-se”, tem que ter propina.
A grande
maioria dos empresários da cidade não trabalha porque a maioria dos prefeitos -
não são todos, é lógico - não deixam. Eles se acham donos da cidade. Pensam que
vão ficar ali mil anos. Não geram emprego para ninguém. Não deixam gerar
emprego para ninguém. A cidade fica lá.
Vocês sabem que
quem movimenta a economia são os empresários. Geram emprego, geram renda. A
maioria dos prefeitos não faz isso. Não querem empresa no seu município. Estou
falando uma que eu trabalho. Já construí 8 mil apartamentos e 51 prédios em
Taboão da Serra. Foi muito difícil para construir 51 prédios. Entreguei o
último prédio agora, de 8 mil apartamentos. Mas foi muito difícil.
Estou fazendo
54 prédios em Embu das Artes, prédio de 40 ou 41 andares. O prefeito é
diferente. O prefeito falou: “O que precisa para fazer?” “Ó, precisa aprovar.”
“Então aprova os teus projetos que isso é bem-vindo para a cidade.” E outras
cidades que eu já fui tentar fazer investimentos e empreendimentos e não
consigo porque os prefeitos querem ganhar mais do que os empreendedores. Hoje
tem muita gente desempregada por falta de homens sérios nas prefeituras, por
falta de homens que dizem “eu não quero ficar desempregado, não quero que
ninguém também fique desempregado”. Mas a grande maioria não é assim. O uso e a
ocupação do solo, as empresas que vão para o município, é o prefeito que
determina. Não é o governador, não é o presidente. É o prefeito local. E a
maioria dos prefeitos é corrupta; querem extorquir as empresas, querem ganhar
mais do que os empresários.
Os empresários
querem fazer o empreendimento lá. Vão para a cidade, e o cara fica enrolando um
ano, dois anos, três anos, quatro anos. Quem é o investidor que vai investir,
que quer fazer o investimento e vai esperar cinco ou seis anos para fazer o
investimento?
Aí, ele não faz
o investimento, a população fica desempregada, quem precisava comprar ali não
compra, quem precisa trabalhar ali não trabalha. E eles também não têm a renda
que deveria ter da cidade e ficam reclamando do governo federal e do governo
estadual.
Por isso que eu
quero dar parabéns, não me lembro desse prefeito, pois já faz muitos anos, lá
de São Caetano, que fez não só eu como várias pessoas levar empreendimentos
para lá. Por isso São Caetano, hoje, é o que é.
Quero dar
parabéns para o prefeito de Embu, que também foi outro que falou “o que vocês
quiserem fazer na cidade, qualquer empresário que quiser são bem-vindos. São
vocês que geram a economia”. Estou lá com mais de três mil funcionários,
construindo esses 9.400 apartamentos. Parabéns ao prefeito de Embu, prefeito
Ney Santos.
Obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PP - Agradeço as
considerações do deputado Aprigio.
O
SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Cinco? O senhor já
deu mais dois aqui, oh? Deputado Aprigio, o senhor faz um depoimento...
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PP - Aqui é igual o
programa que quando está dando audiência, como a de V. Exa., a gente tem que
ouvir, não é? É lógico.
Depois o senhor
fala de novo. O deputado Conte permite que o senhor fale de novo; fica
tranquilo. Se o senhor for dar nomes então, ele deixa o senhor falar meia hora.
Queria voltar
aqui ao debate com o deputado Gil Diniz, sempre num nível...
O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PP – Inclusive, Vossa Excelência. Se
quiser continuar com os nomes, tem o tempo necessário.
O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Eu trouxe a lista. Se o senhor
quiser?
Eu queria fazer
o debate com o deputado Gil porque eu entendo que o debate num alto nível,
deputado, sempre ajuda a esclarecer.
O senhor fez
algumas questões aqui que eu queria ajudar a esclarecê-las.
Primeiro dizer
que eu não fiz teatro; não fiz. Eu fiz filosofia e fiz ciência política. E
filosofia eu não fiz na PUC. Eu fiz numa outra universidade, hoje, por acaso é
PUC, mas era uma Faculdade, Faculdades Associadas Ipiranga ligada à Igreja,
porque, como o senhor sabe, eu vim para São Paulo para buscar a minha vocação e
descobrir que não tinha vocação sacerdotal.
E, portanto,
não fiz teatro. Aliás, ao contrário. Eu admiro quem fez e admiro a arte cênica.
Até porque o senhor vai entender ao final.
A segunda
questão: de novo a confusão, que eu acho que o deputado precisa esclarecer.
“Ah, porque que o PSL ficou fora de tudo?” O PSL fez uma opção. Talvez porque
ainda faltasse ao PSL naquele momento a experiência do Parlamento. É natural.
Hoje eu ouço
parlamentares tecerem elogios ao deputado Mamãe Falei, ao deputado Gil Diniz,
ao deputado Douglas. Outro dia o deputado Barros Munhoz teceu um elogio ao deputado
Mamãe Falei, que todo mundo ficou admirado, dizendo: "como amadureceu esse
rapaz". Como eu ouvi elogio ao Douglas. Eu não sei se foi do próprio
deputado ou de outros aqui dizendo “como amadureceu”.
Talvez faltasse
isso, o amadurecimento. Porque, o que fez o PSL? E é uma opção do PSL. Disputou
a Presidência. Era uma opção. Tinha 15, a deputada mais votada.
O problema é
que, no parlamento, e eu acho que isso vocês já aprenderam, é a composição de
forças que conduz o processo. É verdade, está lá, na medida do possível, que se
respeite a proporcionalidade. Sempre na medida do possível. O problema é a
régua, que pode ter sido quebrada no início do debate.
Cada um usa uma
régua. Aliás, o senhor usou a régua da Justiça, buscar os meios legais. Perdeu
todos. Mas, é uma opção. Insisto, é a opção. Nós temos uma outra opção, desde a
fundação do PT. O PT, quando surge, surge para ocupar os espaços. E isso não
significa estar alinhado ao PSDB.
O que demonstra
o alinhamento ao PSDB ou não é isso aqui, deputado Gil. É a lista de votação
dos projetos do Governo. Vamos lá, deputado Gil. Vou ajudar o senhor: votação
do projeto que propôs a privatização e entrega das empresas.
O PSL deu 1, 2,
3, 4, 5, 6, 7, 8, votos. Eu estou dizendo o PSL, deputado Gil. Deputado Gil, o
senhor não pode falar: "Ah, isso aqui é comigo, isso aqui é comigo, isso
aqui é comigo." O senhor tem que assumir. O senhor é o dirigente, o senhor
é o líder. Como diz o Campos Machado: o senhor é líder.
Então, não é
mais. Desistiu. Não é? Por que eu estou dizendo isso? Porque o senhor precisa
olhar a votação. Eu não quero discurso. Quem nos acompanha pela rádio, pela TV,
tem que entender: o critério da verdade está aqui, olha. Não é a palavra que o
senhor pode falar como quiser. O critério da verdade é como o PSL se mantém.
O deputado Gil
cobra o meu tempo. O deputado Conte é sempre tolerante. Deu dois para o Mecca,
deu mais dois para o Aprigio. Não vai me dar nenhum? Porque eu quero concluir.
Aqui é que está
o critério da verdade: é a prática. E, o PT votou contra, a bancada toda. Está
aqui. Isso é um projeto, a gente pode pegar todos os outros. A ação partidária
é fundamental, e sei que o PSL avança nesse sentido, de unidade partidária, de
ter postura, de ser coerente.
É por isso que
nós estamos juntos pedindo a CPI da Dersa, é por isso que nós estamos juntos
pedindo a CPI da CPTM e do Metrô. Essa denúncia feita agora pelo Sérgio Brasil
é gravíssima.
Agora, nós,
aqui, estamos aqui discutindo, falando que é importante, que temos que aprovar,
e, infelizmente, somos poucos, somos minoria. Agora, queria dizer para o
senhor: deputado Gil, faça oposição e vote contra. É isso que vai me dizer se o
senhor está de um lado ou do outro.
Muito obrigado.
O
SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Quero aproveitar,
se tiver acordo de lideranças, para pedir o levantamento da sessão.
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PP - É
regimental. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta
Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos convoca V. Exas. para a
sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.
Está levantada a presente sessão.
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- Levanta-se a sessão às 16 horas
e 28 minutos.
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