19 DE AGOSTO DE 2019
22ª SESSÃO SOLENE OUTORGA DO COLAR DE HONRA AO MÉRITO
LEGISLATIVO DO ESTADO DE SÃO PAULO AO CORONEL OZIRES SILVA
Presidência: LETICIA AGUIAR
RESUMO
1 - LETICIA AGUIAR
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - IZABEL DE JESUS PINTO
Mestre de cerimônias, anuncia a composição da Mesa e demais
autoridades presentes.
3 - PRESIDENTE LETICIA AGUIAR
Informa que a Presidência efetiva convocara a presente sessão
solene para "Outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de
São Paulo ao Coronel Ozires Silva", por solicitação da deputada Leticia
Aguiar. Convida os presentes para ouvirem, de pé, o "Hino Nacional
Brasileiro". Justifica o motivo da solenidade. Tece considerações
elogiosas ao homenageado. Assevera que o coronel Ozires Silva é um ícone na
aviação brasileira. Comenta a criação do avião Bandeirante. Reflete sobre a
realização de sonhos. Faz relato da história familiar e profissional do coronel
Ozires Silva. Comenta a fusão das empresas Boeing e Embraer. Informa-se autora
de projeto que visa a denominar São José dos Campos como Capital Estadual da
Indústria Aeroespacial e Capital do Avião. Comemora investimentos, da ordem de
30 milhões de dólares, a serem utilizados na expansão da Embraer, na citada
cidade. Informa condecorações internacionais recebidas pelo homenageado.
Anuncia a exibição do vídeo "Paixão por voar".
4 - CASTELLO BRANCO
Deputado estadual, saúda os presentes. Cumprimenta a deputada
Leticia Aguiar pela iniciativa da solenidade. Comenta encontros com o coronel
Ozires Silva. Cita frase do homenageado sobre a existência. Agradece ao
conselho do coronel Ozires Silva.
5 - CORONEL TELHADA
Deputado estadual, cumprimenta os presentes. Manifesta contentamento
por participar da solenidade. Afirma-se admirador da aviação brasileira. Elogia
o coronel Ozires Silva. Comenta a biografia do homenageado.
6 - NEIDE PEREIRA PINTO
Presidente da Associação Invoz, saúda os presentes. Discorre
acerca de polo de ensino, pesquisa e desenvolvimento tecnológico, em São José
dos Campos, no âmbito da aviação. Elogia o coronel Ozires Silva. Tece
considerações sobre projetos de sustentação econômica para a referida cidade,
que culminou com a criação da Invoz. Comenta o trabalho e a consolidação da
empresa, no setor aeronáutico.
7 - CARLOS RIBEIRO
Vice-reitor do ITA - Instituto Tecnológico de Aeronáutica -,
saúda os presentes. Agradece o convite para participar da solenidade. Afirma
que o coronel Ozires Silva é uma referência de atitude para o país. Afirma que
estrangeiros se surpreendem com a qualidade dos aviões brasileiros. Agradece ao
homenageado.
8 - PAULO JOÃO CURY
Tenente-brigadeiro-do-ar, comandante-geral de Apoio, a
representar o Comando Geral da Aeronáutica, saúda os presentes. Tece
considerações sobre suas origens, em São José dos Campos. Agradece ao coronel
Ozires Silva. Atribui relação entre o desenvolvimento da citada cidade e a
presença da Embraer. Revela que o homenageado tem pensado em construir avião
movido a água.
9 - MANOEL DE OLIVEIRA
Presidente do Conselho Deliberativo do Invoz, cumprimenta os
presentes. Parabeniza a deputada Letícia Aguiar pela iniciativa da solenidade.
Relata testemunho do trabalho do homenageado. Assevera que segue os passos do
coronel Ozires Silva. Acrescenta que a Embraer é orgulho para o Brasil. Informa
que a cada 10 segundos um avião da Embraer decola, no mundo. Destaca a virtude,
a excelência, e a liderança como atributos do homenageado. Comenta o processo
de privatização da Embraer, liderado pelo coronel Ozires Silva.
10 - IZABEL DE JESUS PINTO
Mestre de cerimônias, anuncia a entrega de maquetes do avião
14 Bis para a deputada estadual Leticia Aguiar e para o coronel Ozires Silva.
11 - RUBENS HERÉDIA
Pesquisador de Santos Dumont, saúda os presentes. Informa que
pesquisa a vida de Santos Dumont há 18 anos. Argumenta que o invento é um
trabalho baseado na teimosia. Acrescenta que o coronel Ozires Silva complementa
o trabalho de Santos Dumont.
12 - GIL DINIZ
Deputado estadual, saúda os presentes. Tece considerações
elogiosas ao coronel Ozires Silva. Manifesta-se honrado por conhecer o
homenageado.
13 - ANDERSON SENA
Faz leitura de mensagem enviada por Francisco Gomes Neto,
presidente da Embraer.
14 - PRESIDENTE LETICIA AGUIAR
Anuncia a exibição de vídeo a ilustrar a ousadia e a atitude
do coronel Ozires Silva. Exibe foto e faz menção honrosa ao
tenente-brigadeiro-do-ar Paulo Vitor da Silva, pelo destaque no projeto
Bandeirante e na criação da Embraer. Anuncia a entrega do Colar de Honra ao
Mérito Legislativo do Estado de São Paulo ao coronel Ozires Silva.
15 - IZABEL DE JESUS PINTO
Mestre de cerimônias, convida todos para ouvirem o "Hino
do Aviador".
16 - OZIRES SILVA
Coronel e fundador da Embraer, cumprimenta os presentes.
Agradece a homenagem recebida. Argumenta que o Brasil vivencia um período
relevante em busca da transformação do país. Destaca a importância da Educação.
Afirma que recursos governamentais possibilitaram sua formação. Comenta a
comemoração dos 50 anos da Embraer, em São José dos Campos, realizada hoje.
Agradece aos amigos presentes na solenidade. Comenta o crescimento da Ânima,
empresa destinada à Educação. Agradece à deputada Leticia Aguiar pela
iniciativa da homenagem.
17 - PRESIDENTE LETICIA AGUIAR
Registra cumprimentos em nome do presidente Jair Bolsonaro.
Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.
* * *
- Assume a
Presidência e abre a sessão o Sra. Leticia Aguiar
* * *
O SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE
JESUS PINTO -
Senhoras e senhores, boa noite. Sejam todos
bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Esta sessão solene tem
a finalidade de outorgar o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de
São Paulo ao coronel Ozires Silva.
Comunicamos aos presentes que esta
sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Web e será transmitida
pela TV Assembleia no sábado, dia 24 de agosto, às 22 horas e 40 minutos; pela Net,
canal 7; TV Vivo, canal 9 e pela TV Digital, canal 61.2.
Convidamos para compor a Mesa a deputada
estadual Leticia Aguiar; o coronel Ozires Silva, homenageado da noite; tenente-brigadeiro-do-ar,
Paulo João Cury, comandante-geral de Apoio, representando o Comando Geral da
Aeronáutica; Carlos Ribeiro, vice-reitor do Instituto Tecnológico Aeroespacial,
ITA; Manoel de Oliveira, presidente do Conselho Deliberativo da Invoz; Neide
Pereira Pinto, diretora-presidente da INVOZ. Podem sentar-se, por favor.
Com a palavra, a deputada estadual
Leticia Aguiar.
A
SRA. PRESIDENTE - LETICIA AGUIAR - PSL - Boa noite. Sob a
proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Nos termos regimentais, esta Presidência
dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.
Sras. Deputadas, Srs. Deputados, minhas
senhoras e meus senhores, esta sessão solene foi convocada pelo presidente
desta Casa, deputado Cauê Macris, atendendo à solicitação desta deputada, com a
finalidade de outorgar o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São
Paulo ao coronel Ozires Silva.
Convido a todos os presentes para, em posição
de respeito, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela Camerata da
Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do segundo sargento, PM
Isael.
* * *
- É executado o Hino Nacional
Brasileiro.
* * *
A
SRA. PRESIDENTE - LETICIA AGUIAR - PSL - Agradeço à banda da
Polícia Militar, da nossa gloriosa Polícia Militar do Estado de São Paulo, pela
honrosa presença aqui conosco. Muito obrigada.
Fazer o registro das autoridades
presentes, nosso brilhante coronel Ozires Silva; tenente-brigadeiro-do-ar,
Paulo João Cury, comandante-geral de Apoio, representando o Comando Geral da
Aeronáutica; Carlos Ribeiro, vice-reitor do Instituto Tecnológico Aeroespacial,
ITA; senhor Manoel de Oliveira, presidente do Conselho Deliberativo da INVOZ;
senhora Neide Pereira Pinto, diretora-presidente da Invoz. Muito obrigada pela
presença e pela composição da Mesa aqui conosco nesta noite tão especial.
Gostaria
de registrar a presença do deputado estadual Castello Branco, muito obrigada; deputado
estadual Coronel Telhada, muito obrigada; deputado estadual Tenente Nascimento,
muito obrigada; capitão de corveta Jane da Silva Pereira Azevedo, representando
o comandante do 8º Distrito Naval, Almirante Melo; Alberto Marques Filho,
secretário municipal de Inovação e Desenvolvimento Econômico de São José dos
Campos, representando o prefeito de São José dos Campos, Felício Ramuth; Rui
Gonçalves, diretor cultural da Invoz; Pedro Luiz Costa Neto, do Conselho Consultivo
da Academia Brasileira de Qualidade; Kháled Fayez Mahassen, não sei se falei
corretamente, presidente da Academia Árabe Brasileira de Letras; Fernando Diniz,
prefeito de Caçapava; John Slattery, vice-presidente a Embraer; Pedro Veiga
Ferraz Pereira, presidente da Amaero; brigadeiro do ar José Madureira Junior,
subdiretor de fiscalização e controle da Diretoria de Material Aeronáutico e Bélico;
coronel aviador Antonio Braga. Grata pela presença de todos.
Bom, agora eu vou falar um pouco sobre
o que representa, para mim, poder realizar esta sessão solene. “O que sempre me
moveu foi a inquietação de perguntar se não existe uma melhor maneira de fazer
algo”, essa frase do engenheiro Ozires Silva expressa claramente o espírito
empreendedor do nosso homenageado. A busca por soluções inovadoras, o não
conformismo e a não acomodação. O acreditar que é possível sempre fazer mais e
melhor foi o que fez o coronel Ozires Silva se tornar um ícone da indústria aeronáutica
do Brasil.
Poucas pessoas conseguem imaginar o que
deveria ser, entre 1965 e 1968, com poucos recursos, se lançar na missão de desenvolver e
projetar uma aeronave. Produzir um avião brasileiro foi motivo de desconfiança,
chacota e principalmente críticas daqueles que hoje preferem alardear o “quanto
pior melhor” e desmerecer a criatividade, a vontade e o espírito empreendedor
dos brasileiros.
À frente do seu tempo, ele buscou as
oportunidades onde não existiam, enfrentou adversidades sem pensar em desistir
e, mantendo-se firme à sua inquietação, empenhou-se, juntamente com sua equipe,
em realizar o que para muitos era impossível ou estaria fadado ao fracasso. E
assim, realizou o maior feito da Indústria Aeronáutica do Brasil desde o 14 Bis
de Santos Dumont, quando o seu grande sonho decolou do aeroporto de São José
dos Campos com o primeiro avião chamado de Bandeirante.
Mais do que um advento tecnológico para
a época, este feito escreveu uma nova página na história, mostrando para o
mundo que há um Brasil que dá certo e que deu início a empresa que hoje está
entre as maiores indústrias da aviação mundial.
“Não sonhe grande, sonhe enorme”, com
essa outra citação, o nosso querido coronel Ozires Silva nos ensina mais uma
vez que o povo brasileiro, ou seja, qualquer um de nós é capaz de realizar. Como
ele mesmo diz: “Sonhar pequeno dá o mesmo trabalho que sonhar grande, então
vamos sonhar o possível”.
O que mais eu posso dizer sobre Ozires
Silva? Um homem de família simples, de
Bauru, que ainda nas décadas de 1940 e 1950 sonhava em produzir aviões no
Brasil e, contrariando o que para muitos era impossível, lançou-se nessa
aventura e dedicou-se de corpo e alma para realizar esse sonho.
Hoje, sou uma jovem deputada com a
missão de representar São José dos Campos e todas as cidades do Vale do Paraíba
e Litoral Norte do estado de São Paulo. Quando eu nasci, em 1980, em São José
dos Campos, o engenheiro Ozires Silva era o presidente da Embraer, e a empresa
comemorava o início de uma parceria com a Itália para produzir o avião de
ataque ar-terra, era o projeto do AMX. Ao completar seis anos - eu -, em 1986, Ozires
deixou a presidência da Embraer para assumir a presidência de outra gigante
brasileira: a Petrobras, e logo depois se tornar ministro da Infraestrutura.
Quando eu comemorei 11 anos de idade, o
coronel Ozires Silva voltou à presidência da Embraer para conduzir o processo
de privatização da empresa, o que só ocorreu em 1994. E que, dentre tantos colaboradores
importantes, muitos aqui presentes nesta noite, contou com o empenho e o
trabalho do querido amigo, Manoel Oliveira, que compõe nossa Mesa representando
todos os pioneiros da equipe chefiada pelo coronel Ozires Silva a quem eu peço
aos senhores uma calorosa salva de palmas. (Palmas.).
Bom, coronel, o tempo passou, e enquanto
eu fui me tornando uma mulher adulta, Ozires Silva já havia se tornado para
todos nós, joseenses e brasileiros, um herói: foi presidente da Varig por três
anos e criou, em 2003, a Pelenova Biotecnologia; na Anima Educação, iniciou sua
trajetória em 2008, assumindo a reitoria da Unimonte, em Santos; foi o líder máximo
da instituição até outubro de 2018; quando passou a ser o chanceler da
Universidade São Judas, em São Paulo, cargo que ocupa até hoje. No grupo, ele
também ocupa, desde 2016, a posição de presidente do Conselho de Inovação.
E por que eu estou contando tudo isso? Para
dizer que, passados mais de 50 anos, esse grande homem continua na ativa e
trabalhando forte. Recentemente, a Embraer criou uma “joint venture” com a
norte-americana Boeing. Onde todos viam problemas, fechamento de fábricas,
demissões e crises, Ozires Silva viu oportunidades. Em suas palavras: “O setor
aeroespacial e de defesa vive a expectativa de um longo período de oportunidades
e crescimento com a nova empresa criada a partir da fusão Boeing e Embraer”.
Sempre é importante ressaltar as competências
da indústria aeronáutica nacional, mas é preciso entender que os empresários
estejam abertos a parcerias para atender as demandas da Boeing e do mercado, e há
uma urgência de uma movimentação política, em âmbito estadual e federal, para
incentivar o crescimento do setor. Por esse motivo, apresentei aqui nesta Casa
um projeto de lei que oficializa uma realidade e denomina São José dos Campos Capital
Estadual da Indústria Aeroespacial e Capital do Avião. Com isso, abri os
trabalhos do meu mandato na Assembleia Legislativa em prol das ações para
valorização do “cluster” aeroespacial brasileiro.
Nos últimos meses, ações de partidos de
esquerda ligados a sindicatos dos metalúrgicos causaram muita apreensão e
expectativa sobre a transferência da linha de produção da Embraer para a cidade
de Gavião Peixoto e “fake news” de demissões em massa. Pois bem, acabamos de
receber uma excelente notícia: a Embraer anunciou, nesta segunda-feira, durante
a cerimônia de comemoração dos 50 anos da companhia, um investimento de 30
milhões de dólares na expansão da unidade de Eugênio de Melo, em São José dos
Campos.
Com a construção de novas instalações,
o local passará a ter uma capacidade para mais de quatro mil funcionários,
quase o triplo dos atuais 1.500 profissionais que trabalham nas áreas de
manufatura, desenvolvimento, engenharia, teste de estruturais e de sistemas, centro
de formação de pessoas, entre outras atividades administrativas e de pesquisa.
O coronel Ozires Silva, já recebeu
diversas homenagens. E, somente esta Casa, a Assembleia Legislativa do Estado
de São Paulo, ainda não o havia homenageado. E coube justamente a mim, uma
jovem deputada de primeiro mandato, nascida e criada em São José dos Campos, a
honra, a imensa honra, de homenageá-lo esta noite com a mais alta condecoração
desta Casa: o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo.
Ozires Silva, que é um exemplo para todos nós,
também recebeu condecorações internacionais: nos Estados Unidos, Grã-Bretanha,
Irlanda e na Suécia. Hoje, recebe uma justa homenagem e o reconhecimento pela
enorme contribuição para o desenvolvimento da indústria aeronáutica e aeroespacial
em São José dos Campos e aqui no estado de São Paulo, enaltecendo e mostrando
ao mundo todo o empreendedorismo, a criatividade e a capacidade dos brasileiros.
Tenho certeza que a homenagem dessa
noite entra para a história da Assembleia Legislativa e vai calar fundo no
coração do homem que fez o Brasil decolar. Minha saudação, meu respeito e
admiração a esse herói do Brasil, força e honra, coronel Ozires Silva.
(Palmas.).
E dando continuidade a nossa importante
noite, gostaria que todos se atentassem ao telão para a gente assistir a um
vídeo: “Paixão por Voar”.
* * *
- É exibido o vídeo “Paixão por Voar”.
* * *
A
SRA. PRESIDENTE - LETICIA AGUIAR - PSL - Gostaria de chamar
aqui para fazer o uso da palavra o deputado estadual Castello Branco.
O
SR. CASTELLO BRANCO - PSL - Veneráveis membros deste
Parlamento, deputada Leticia Aguiar, meu grande amigo Ozires Silva, demais
autoridades presentes. Querida deputada Letícia, por si só, esta homenagem que V.
Sa. presta nesta Casa, valeria o seu mandato. Meus parabéns, de coração, pela
sua iniciativa abençoada e até porque não poderia ser outra pessoa que não
fosse você.
O meu tributo a essa causa hoje é
contar alguns “causos” interessantes que agregam valor a esta homenagem. Eu
conheci o coronel Ozires Silva quando eu era cadete da Academia Militar das
Agulhas Negras, 1984, cadete do 3° ano da Aman, fazia parte do curso de
comunicações e de engenharia eletrônica. Fui visitar São José dos Campos, um
grande parque tecnológico, então fomos visitar a Engesa, na época uma potência,
a Avibras, o CTA, o ITA. Visitamos outras indústrias do parque tecnológico de
São José e, claro, a Embraer. E naquela ocasião, quem nos recebe? O então coronel
Ozires Silva. Ele não lembra disso, mas eu jamais me esqueci, porque essa frase
do sonho nos calou fundo.
Depois daquele episódio na AMAN, eu
viria a reencontrá-lo quando já tenente na então recém-criada Aviação do
Exército, onde eu era pioneiro. Havia feito curso na Marinha, estava no Batalhão
de Aviação do Exército, em Taubaté, cidade vizinha a São José dos Campos, e nós
estávamos ali dotados de helicópteros, mas já sonhávamos em ter avião. Nós
sabíamos que o Exército precisava de asas fixas, principalmente para suas missões
logísticas na Amazônia.
Então, éramos um pequeno grupo de oficiais,
tenentes - malucos na época -, pedimos autorização para o nosso general e ele
falou: “Faz de conta que você nunca pediu isso para mim.” E eu falei: “Nós
vamos lá pedir para o presidente da Embraer”, e, para nossa surpresa, quem nos
recebe? Ozires Silva!
Contamos nosso projeto secreto para
ele: “O Exército precisa ter avião, nós não podemos ficar só no helicóptero!” Ele
olhando para nós e não falava nada, pensei: “Ih, eu acho que nós vamos tomar
uma bronca”. Ele falou: “O que vocês querem?” Ele é bem direto, eu falei: “Eu quero
que o senhor nos dê o curso, de graça, dos aviões que a Embraer tem, porque
aqui é tudo tenente novo do Exército, e outra, oficialmente o Exército nunca esteve
aqui”. Silêncio – isso daí é segredo, mas está sendo filmado, agora o Brasil já
sabe – “Está autorizado”.
Daqueles cinco tenentes, dois
completaram o programa. E nós fizemos o curso do “Ground School do Bandeirantes”,
depois fizemos os voos; depois fomos voar o “Ground School de Brasília”,
fizemos o simulador, depois fizemos os voos; chegamos a pegar até “Ground
School” e o que estava nascendo, 145. E, assim nos habilitamos em asa fixa, sonhando
que o Exército fosse ter essa aviação que, infelizmente, por razões diversas,
acabou não ocorrendo. Hoje, sim, está em fase de implantação.
E
depois eu nunca mais vi aquele sonhador. Muitos anos depois, 2016, em uma fase
bastante difícil da história brasileira e, concomitantemente, uma fase difícil
da minha vida pessoal, familiar, eu e a minha esposa – Ozires Silva foi nosso
padrinho de casamento, eu pulei essa parte –, fomos procurar o nosso antigo
padrinho para pedir uns conselhos. Achamos, fomos até ele, choramos as nossas
mágoas e dissemos: “Está tudo muito ruim aqui no Brasil, nós queremos ir embora
daqui. Nós não aguentamos mais. Esse Brasil não dá mais”.
E ele olhou bem para os meus olhos e
falou assim: “Castello Branco, o senhor precisa de uma profunda reflexão da sua
existência. O senhor está errado, o que o senhor quer de mim?” Eu falei: “Eu
quero emprego!” “Emprego?” “É, o que eu estou ganhando como oficial reformado
do Exército, com três filhos, não dá.” “Você quer emprego de que?” Eu falei: “De qualquer coisa. Eu sou piloto, tenho
um monte de brevê, o senhor me manda para qualquer lugar da Embraer aí no
mundo. Se não tiver, até de faxineiro, qualquer coisa, me tira daqui”. “Eu não
vou ajudar você, para isso não”.
E aí ele passou a descrever a vida dele:
as ofertas que ele tinha recebido para trabalhar na China, na Inglaterra, no
Canadá, na Suécia, nos Estados Unidos. Todas as enormes possibilidades que ele
teve para ganhar muito mais do que ganha aqui; para ter muito mais status;
muito mais respeito e muito mais consideração, talvez, do que tivesse aqui, e
ele disse para mim com os olhos cheios de lágrimas: “Eu não fui embora, então
você também não deve ir. Fique aqui e lute pelo Brasil”.
Milagrosamente ou não, deputada Letícia,
eu aqui fiquei, fiz essa profunda reflexão e algum tempo depois surgiu o
convite para entrar na política de uma maneira totalmente inusitada, pelo nosso
presidente Jair Messias Bolsonaro, e aqui estou deputado. Portanto, o seu
conselho foi muito válido.
Indo para o final: recentemente, após
eleito, quando estive com ele pedindo mais alguns conselhos sobre como deveria
conduzir o meu mandato, ele pega na minha mão, olha nos meus olhos e diz assim:
“Castello Branco, faça valer o seu mandato e, olha, sonhe alto, pense grande,
muito grande. Comece pequenininho e trabalhe incansavelmente”.
Obrigado, Ozires Silva!
A
SRA. PRESIDENTE - LETICIA AGUIAR - PSL - Gostaria de registrar
a presença do tenente-coronel Luiz Eduardo Dionysio da Fonseca, representando o
Comando Militar do Sudeste e do inspetor de agrupamento Jorge Roberto Paschoal
Correa, representando o Comando Geral da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo.
Continuando, gostaria de chamar para fazer o uso da palavra o deputado estadual
Coronel Telhada.
O
SR. CORONEL TELHADA - PP - Boa noite a todos.
Prezada deputada Leticia Aguiar, que preside esta sessão solene, prezado
brigadeiro Cury, nosso comandante aqui de São Paulo, prezado Sr. Ozires Silva,
demais autoridades da Mesa, senhoras e senhores, quero dizer da minha alegria
de estar aqui presente nesta data tão significativa, não só pela consideração
que eu tenho pela amiga deputada Leticia Aguiar, que é minha amiga há muitos
anos já. E agora aqui, colega de Parlamento, mas também quando eu soube desta
sessão solene, eu não pude deixar de estar presente.
Eu sou oficial da Polícia Militar,
nunca trabalhei com aviação, sempre trabalhei com vagabundo, bandido. Nunca
pilotei um avião, mas pilotei muitas barcas de rota, então o meu mundo é
totalmente diferente, mas eu tenho uma admiração muito grande pelas Forças Armadas,
em especial pela nossa Força Aérea Brasileira. Também gosto muito de história
militar. E aprendi que os nossos heróis não são somente aqueles que morrem em combate
ou se ferem em combate ou participam de grandes combates. Nossos heróis são
aqueles que mudam a história, através do seu trabalho e do seu exemplo.
O coronel Ozires Silva é um desses
homens, é um exemplo para todos nós. E eu, do alto dos meus 58 anos, ainda
continuo aprendendo todo dia, como aprendi hoje, através do que foi dito aqui,
como aprendi através da leitura da história do nosso homenageado, enfim, esse é
um dos nossos heróis. É um herói brasileiro. Tenha certeza disso, não é jogando
confete, nós não precisamos disso aqui.
Quero dizer que a sua história, a sua
pessoa, a sua figura, é uma figura que ficará para sempre na história do Brasil.
O senhor mudou a história do Brasil, a história da Força Aérea Brasileira, a
história da Aeronáutica brasileira. É um motivo de muita honra poder estar aqui
nesta noite e dizer ao senhor: muito obrigado! O senhor é um exemplo para todos
nós. Eu, na internet, estava dando uma olhada na sua biografia e lá dizia o
seguinte: que o senhor faz parte da Santíssima
Trindade da Aeronáutica. Não fui eu quem disse, está na internet, eu não sei se
o senhor já viu isso; Santos Dumont, o brigadeiro Casimiro Montenegro Filho e o
coronel Ozires Silva. Então, não fui eu quem disse isso, isso está escrito e eu
faço questão de dizer que acho que essa é uma das realidades que nós temos.
A
sua figura é uma figura ímpar para o Brasil. É um prazer estar aqui com o
senhor hoje à noite, e tenha certeza que eu vou guardá-lo como exemplo para
sempre e transmitirei aos meus filhos e aos meus netos a sua história, a sua
conduta. Parabéns, Deus abençoe, muito obrigado a todos, minhas sinceras
continências ao senhor.
A
SRA. PRESIDENTE - LETICIA AGUIAR - PSL - Dando continuidade à
nossa gloriosa noite, gostaria de chamar para fazer o uso da palavra a Sra.
Neide Pereira Pinto, presidente do Instituto Invoz.
A
SRA. NEIDE PEREIRA PINTO - Boa noite,
autoridades civis e militares presentes, senhoras e senhores. Após a Segunda
Guerra, graças à robusta visão de futuro de brasileiros ilustres, dentre eles
destacamos o marechal do ar Casimiro Montenegro Filho, que trouxe para São José
dos Campos o Centro Técnico Aeroespacial e o Instituto Tecnológico de
Aeronáutica, passamos a contar com um potente polo de ensino, pesquisa e
desenvolvimento tecnológico. Dando sequência ao trabalho do marechal Montenegro,
na segunda metade da década de 1960, pelas mãos e deliberação do brigadeiro
Paulo Victor da Silva e do coronel Ozires Silva, esse trabalho foi coroado com o
início da industrialização e implantação de uma grande empresa do setor
aeronáutico: a Embraer.
Com muito trabalho, ousadia e
dedicação, nos tornamos o maior polo aeroespacial da América Latina, um dos mais
estratégicos centros tecnológicos do País e ainda com significativo
reconhecimento internacional. Dominamos o ciclo completo de desenvolvimento,
produção e suporte ao cliente de aeronaves, com competências técnicas e
tecnológicas iguais ou superiores às outras empresas no mundo. Um feito dessa
magnitude só poderia ser realizado por pessoas idealistas e comprometidas com o
desenvolvimento econômico e
tecnológico do País; por pessoas que conseguem ver além de seu tempo, que
acreditam em seus sonhos e por uma mente inquieta como a do coronel Ozires.
Na visão e opinião de qualquer pessoa,
coordenar os trabalhos, criar a indústria aeronáutica brasileira e fazer dela a
terceira maior do mundo seria o suficiente para dizer: “Fiz a minha parte e
contribuí com o meu país. Estou satisfeito!” Porém, essa lógica não se aplica ao
coronel Ozires. Após cinco décadas da criação da Embraer, o coronel Ozires,
novamente, tinha um olhar para o futuro. Diante do desafio de retomar o
crescimento – um pouquinho de emoção, desculpa – e enfrentar as adversidades trazidas
pelo cenário de crise mundial, que afetara diretamente o mercado de exportações,
no qual se baseia o setor mais importante da nossa economia, idealizou o
movimento São José 2030, para pensar, de forma planejada e coletiva, o futuro
da cidade.
Esse movimento durou de 2013 a 2017, uniu
empresários, o Poder Público e a comunidade, que dialogava em busca de projetos
que dessem sustentação econômica para a cidade nos próximos 20 anos. Apesar do sucesso
do movimento, o coronel Ozires sentia falta de uma instituição que desse
legitimidade e longevidade ao movimento. Foi com esse objetivo que nasceu a Invoz,
uma associação sem fins lucrativos que tem o propósito de apoiar projetos nos
segmentos da educação, empreendedorismo e cultura.
Nossos associados são pessoas e
empresas com trajetória profissional, que fizeram ou fazem parte dessa grande
história e se dispõem a somar forças, compartilhar competências e capital
social. Doamos nosso tempo e conhecimento em prol da prosperidade da região,
criamos pontes e damos voz a ideias e projetos de interesse da sociedade.
Buscamos caminhar na mesma velocidade das ideias e dos projetos propostos pelo
nosso mestre Ozires. Às vezes, a missão é quase impossível.
Fundada em março de 2017, a Invoz já se
consolidou por meio de projetos realizados. Criamos pontes entre as empresas
fornecedoras do cluster aeronáutico Embraer-Boeing e o Poder Público; realizamos
painéis de debates e reuniões, a fim de esclarecer as novas regras para o
fornecimento de peças e serviços após a junção dessas empresas; temos projetos
em andamento na área da cultura que visam preservar a nossa história e difundir
a cultura aeronáutica com uma excelência em padrão de qualidade.
Realizamos talk-shows e entrevistas com
pioneiros da aviação, com a finalidade de produzir conteúdos e registros para o
nosso futuro Centro de Memória Invoz; atuamos nas áreas do empreendedorismo e
da educação, fazendo parcerias com a academia, empresas e prefeitura para
viabilizar projetos como o Praticando Inovação, Pitch Empreendedor e, na semana
passada, realizamos o Congresso da Educação, em parceria com a Jovem Pan, com a
participação de 860 educadores de São José dos Campos e região.
Como nosso mestre Ozires, nós também
pensamos grande, e estamos buscando parcerias público-privadas para construir
um Centro de Cultura Aeroespacial em São José dos Campos, a Universidade do Ar
e um portal próximo à Rodovia Presidente Dutra, dentre outros projetos também
relevantes de interesse da comunidade regional e do Brasil.
Esse é um breve panorama da Invoz que
apresentamos aos senhores. Gostaríamos de agradecer imensamente a Exma. Sra. Deputada
Letícia por esta oportunidade de falar um pouquinho sobre a Invoz, e agradeço
imensamente a toda equipe e o pessoal que contribuiu para que essa linda
homenagem fosse feita ao nosso querido mestre Ozires Silva, muito obrigada.
(Palmas.)
A
SRA. PRESIDENTE - LETICIA AGUIAR - PSL - Gostaria de deixar
registrada e agradecer a honrosa presença dos filhos do coronel Ozires Silva,
Arnaldo e Ana Maria, muito obrigada pela presença.
Com a palavra agora, Carlos Ribeiro,
vice-reitor do ITA. (Palmas.)
O
SR. CARLOS RIBEIRO - Prezados brasileiros
e brasileiras, deputada Leticia Aguiar, a quem cumprimento a esse Parlamento e
a quem, em nome do ITA, agradeço pela fantástica homenagem, pela iniciativa de
prestar essa homenagem, a um grande brasileiro: Ozires Silva.
O
coronel Ozires Silva está tendo, hoje, um dia bem emocionante. Participou hoje,
pela manhã, do aniversário de um filho dileto: a Embraer, 50 anos, uma
referência para o País. E essa é, de fato, a merecida homenagem a um homem que
acredita no País e nos seus filhos, nos seus resultados.
Eu vou fazer uma rápida observação
sobre um fenômeno que deve ser comum a muitos dos que estão aqui quando têm
contato com pessoas no exterior: quando
a gente menciona, olhando para um avião no aeroporto: “Olha, aquele avião é um
avião brasileiro”. A gente percebe a cara de espanto dos estrangeiros em
determinadas ocasiões, principalmente o pessoal do dito primeiro mundo, que
olha para aquilo e fala: “Nossa, o Brasil, um país subdesenvolvido, entre aspas,
é capaz de produzir esses aviões?” E a gente fica meio desconcertado nessas
situações, sem saber exatamente o que dizer: se fica revoltado com o estrangeiro
por não acreditar na capacidade do brasileiro, ou se fica chateado com a
própria incapacidade nossa, como brasileiros, de sermos sonhadores como Ozires
Silva.
Nesse sentido, Ozires Silva, mais do
que um criador, mais do que um engenheiro, é uma referência de atitude para este
País. A atitude de fazer um sonho impossível se tornar realidade. Uma
referência para uma escola como o ITA, que tem que ser baseada, tem que ser
definida, pela crença no futuro, destilada em seus alunos e em seus docentes.
Uma escola que quer ser referencial tem que sonhar grande, como o senhor já
falou em várias ocasiões no próprio ITA, nas homenagens que lá lhe prestamos.
E
sonhar grande é uma característica dos grandes brasileiros, das grandes
personalidades mundiais, como foi citado aqui: Santos Dumont, Casimiro
Montenegro Filho, Ozires Silva e vários outros que fizeram a história da
aviação brasileira. O senhor pode não se ver com herói brasileiro, porque a
humildade é um traço dos verdadeiros personagens históricos, mas acima de tudo o
senhor é referência para todos nós. Em nome do ITA, em nome do Brasil, muito
obrigado. (Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE - LETICIA AGUIAR - PSL -
Convido, para fazer o uso da palavra, o tenente-brigadeiro-do-ar, Paulo João
Cury, comandante-geral de Apoio.
O
SR. PAULO JOÃO CURY - Boa noite. É uma
oportunidade única, eu fui brindado para representar o comandante da
Aeronáutica, mas eu viria de qualquer forma, todos sabem disso. Deputada, muito
obrigado pela oportunidade, por esta homenagem. Eu acredito que, se nós prestássemos
uma homenagem diária a Ozires Silva, não conseguiríamos ainda agradecer tudo
aquilo que ele fez pelo Brasil, especialmente pela Aeronáutica.
Eu sou um filho de São José dos Campos,
sou nascido lá, copiando um pouco, deputada, se me permitir, colocando as
datas: em 1974, em 1957 eu nasci e o senhor era aluno do ITA, e depois, em
1974, eu entrei para trabalhar na Embraer, por incrível que pareça. E de lá, um
dia, 6 de Fevereiro de 1977, eu troquei de emprego e entrei para a Força Aérea.
Ou seja, eu saí direto de uma linha de montagem de avião da Embraer e fui ser
piloto da Força Aérea Brasileira.
Então, a minha vida tem uma intimidade muito
grande com a empresa, especialmente com o major, coronel, ministro, a gente não
sabe do que chama ele, inventor, em qualquer coisa que colocarmos ele vai caber
muito bem. Mas a última homenagem que eu prestei, ministro, eu chorei tanto,
que hoje eu prometi que ia falar pouco, mas muito pouco mesmo, mas eu só queria
falar esse agradecimento que deve ficar marcado. Todos os que passaram aqui
deixaram bem claro esse traço na personalidade do nosso herói, que é: primeiro,
essa vontade de fazer diferente; segundo, de pensar grande.
Aquela frase dele de um país que
produzia bicicletas, a deputada tentou levar, eu cheguei a São José dos Campos,
quando me entendi como gente, tinha 100 mil habitantes. Cem mil habitantes, nos
anos 1970, certo, mas hoje estamos chegando perto dos oitocentos. É uma cidade
maravilhosa. Isso tem muito do traço da Embraer e dessa vontade de fazer.
Outra coisa que é importante: o País
tem, sim, exemplos de sucesso daquela tríplice hélice que nós tanto falamos,
mas pouco damos exemplos. Temos a Embrapa, que é um exemplo, mas acho que a
Embraer é o melhor estudo de caso, reitor; Academia, aqueles anos todos
formando mão de obra; o Governo, dando aquele incentivo básico, aquela ajuda,
que é impossível decolar determinadas empresas, determinados empreendimentos,
sem a mão do Governo; e, por último, o produto, porque também não adianta só a
Academia, a gente fazer papers e papers, não adianta só o Governo colocar
dinheiro em alguma coisa que não vai para frente e olhar realmente. Tinha um
produto, tinha alguma coisa a ser entregue.
A visão do ministro Ozires não era só
produzir, era produzir uma indústria aeronáutica, baseado em todo aquele
conhecimento que existia. Fico muito feliz em ver a nossa querida São José
declarada a Capital do Avião, que a gente já tinha de direito, mas agora é
direito de fato, e a minha oportunidade era essa, era falar um pouco hoje. Lá,
vendo aqueles aviões, uma frase do coronel Louzada, que estava pilotando o
KC-390 hoje, naquelas passagens, ele falou assim: “Hoje, a Embraer dominou o
céu de São José dos Campos e os seus aviões” Mais de... Quase uns 15 aviões,
todos da Embraer, todos: Phenom 100, Phenom 300, Legacy, KC-390, Embraer-190,
Bandeirante, Brasília, o meu Bandeirantezinho velho lá, pintado com as cores do
pioneiro, então, foi um dia maravilhoso e fechamos hoje com esta homenagem ao
ministro Ozires.
Eu queria agradecer, desejar ao senhor
uma vida de mais 50, não é para a Embraer, não, mais 50 anos para o senhor,
para que a gente possa fazer muito mais coisa por este Brasil, eu tenho certeza
que o senhor tem vontade de fazer. Para quem não sabe, ele está falando em
fazer um avião movido a água. Então, você imagina, nós estamos parados aqui,
falando em avião a eletricidade, mas isso já passou, e ele: “Já tem gente
pensando isso, me deixa pensar em alguma coisa diferente”.
Então, eu presto minha homenagem, o
Coronel Telhada copiando, ministro, eu queria deixar minha continência para o
senhor.
A
SRA. PRESIDENTE - LETÍCIA AGUIAR - PSL - Gostaria de convidar
para fazer o uso da palavra o Sr. Manoel de Oliveira, presidente do Conselho Deliberativo
da Invoz.
O
SR. MANOEL DE OLIVEIRA - Boa noite a todos.
Eu queria cumprimentar a nossa deputada Leticia Aguiar por essa iniciativa,
queria também cumprimentar a família do engenheiro Ozires, que está aqui, e
todos os amigos do Ozires que estão aqui presentes.
Não vim aqui fazer uma homenagem ao
engenheiro Ozires, eu vim dar o meu testemunho ao engenheiro Ozires. Eu também
eu o conheci como cadete, há 51 anos. Em 1968, o estado de São Paulo tinha
realizado dois grandes feitos: o primeiro, o professor Zerbini tinha feito a
primeira operação de coração do Brasil e da América Latina; segundo, o Ozires
tinha colocado um coração num avião.
Essas duas coisas eram tão importantes
para nós que a nossa revista, a “Revista da Escola de Aeronáutica”, nossa fonte
da época, queria fazer uma entrevista a ele. Então eu vim, como cadete do
terceiro ano, conheci o engenheiro Ozires e fiquei encantado. A partir daquele
ano, e em 51 anos, eu sigo os passos do engenheiro Ozires. Talvez, tudo o que
eu tenha hoje, e tudo o que eu aprendi, devo a esse homem.
A esse homem que não só criou uma
empresa – vocês viram hoje, hoje é aniversário da Embraer, 50 anos –, a Embraer
é, para nós, o grande orgulho nacional. Basta vocês imaginarem que, a cada dez
segundos, em algum lugar do mundo, decola um avião da Embraer. Imaginem, são
400 mil pessoas que voam nas asas da Embraer, voam nas asas do Brasil, voam nas
asas de um produto nacional. Então, eu diria que a Embraer que o engenheiro
Ozires criou é hoje, talvez, o nosso maior orgulho nacional. E aquele orgulho
nacional que nós precisamos para a gente continuar a crescer. Acho que não está
longe o sonho que todos os brasileiros têm de imaginar aquela terra prometida
do Brasil, a terra que nos dará menos injustiça e muito mais oportunidade para
os brasileiros. Esse é o grande homem, Ozires Silva, que hoje, enfim,
homenageamos.
Ozires não criou somente uma indústria,
ele criou uma escola, ele criou uma escola de pensamento. Ozires criou a escola
de pensamentos baseada lá em Aristóteles, em que a felicidade é baseada na
virtude, ou em Platão, onde o sucesso depende da excelência. Ozires, a vida
toda, se pautou na virtude e na excelência. E é por isso que a Embraer é
grande, é por isso que o Brasil tem tudo para ser grande.
Lembro-me bem do Ozires, a importância
que ele dava às pessoas e a importância que ele dava ao mercado. Porque, como
os senhores sabem, antes da criação da Embraer, portanto, antes do Ozires, nós
tivemos pelo menos oito iniciativas de se criar uma indústria aeronáutica no
Brasil, e nenhuma decolou. E por que com o Ozires decolou? Porque o Ozires teve
a visão de produzir um produto para o mundo e, ao fazer isso, ele criou aquele
mercado fundamental que fez a empresa crescer. Nosso primeiro avião, que foi o
Bandeirante, vendeu mais de 250 aviões para o mundo, sendo mais de 200 para os
Estados Unidos. O avião foi primeiro certificado nos Estados Unidos antes de
ser certificado no Brasil.
Então, eu diria que essa capacidade do
Ozires de, principalmente, liderar pessoas é o marco central dele. E é tão
importante porque, como sabem, nós passamos por muitas crises. Se me lembro
bem, eu trabalhava ao lado do engenheiro Ozires na época da privatização e
ninguém imaginava que essa empresa poderia ser privatizada, por duas razões:
95% dos empregados da Embraer eram contrários à privatização, e uma boa parte
do Governo, inclusive da própria Força Aérea, por temor que o Brasil perdesse a
sua capacidade de gerar tecnologia e inovação, também estava receosa. Então,
Ozires foi chamado de volta, lembrem-se que Ozires tinha saído da Embraer,
tinha ido lá para a Petrobras etc., e ele voltou. Voltou para quê? Para resgatar
aquilo que a Embraer precisava e, para isso, ela precisava ser privatizada.
Lembro muito bem, da janela do meu
escritório da Embraer, ver um caminhão da CUT estacionar em frente à sala do
Ozires, que estava do lado de fora, com um caixão. Eles estavam enterrando o
engenheiro Ozires, para demonstrar que eram contrários à privatização. Em cima
do caminhão da CUT estava o nosso ex-presidente Lula. Na nossa cidade, a
prefeita era a Sra. Ângela Guadagnin, de quem vocês lembram muito bem pelo viés
ideológico dela, que também insuflava a cidade inteira para que a empresa não
fosse privatizada.
Ora, como é que Ozires conseguiu vencer
tudo isso? Como é que Ozires conseguiu mudar a cabeça de 95% dos empregados a
tal ponto que os mobilizou a fazer um movimento semelhante aos movimentos de
rua que a gente vê aqui na Paulista? Só que, na época, obviamente, nós estamos
falando em 1992, nós não tínhamos as comunicações que nós temos hoje.
Então, aqueles que viveram aqueles
momentos lembram que, aqui no Viaduto do Chá, na Avenida Tiradentes, nas
principais avenidas, havia empregados da Embraer de macacão, com a prancheta na
mão, pedindo assinaturas pela sobrevivência da Embraer. Em apenas três meses e
meio, nós conseguimos um milhão e 300 mil assinaturas para que a Embraer continuasse
viva. Nós tínhamos que demonstrar, nós, empregados da Embraer, nós tínhamos que
demonstrar ao presidente Itamar, que era o nosso presidente da República na
época, que a Embraer tinha que continuar. Somente a integridade moral do
engenheiro Ozires podia fazer isso. Mesmo com todo aquele movimento contrário,
os empregados deram todo o apoio e depois a Força Aérea foi então convencida
que, sem ela, também não teríamos sobrevivido. Então, brigadeiro, aqui também
vai a nossa homenagem à Força Aérea. Tudo o que a Embraer tem, tudo o que nós
temos, eu mesmo e Ozires, devemos à Força Aérea.
Portanto, é este homem que nós
homenageamos nesta noite; este homem que criou uma nova feição por este País;
este homem que aumenta a autoestima do brasileiro, que é tão importante para
que a gente possa se desenvolver. Todos nós aqui hoje queremos, de coração, de
coração mesmo, engenheiro Ozires, lhe desejar muitos anos de vida e que
continue nos ajudando. Uma vez perguntamos por que o pessoal da Aeronáutica
consegue ser tão efetivo nas suas coisas, e a resposta uníssona: quem voa está
mais perto do céu, não é, brigadeiros?
Por tudo isso, eu queria que, ao final
dessas poucas palavras, que o aplauso que o senhor vai receber, engenheiro
Ozires, seja exatamente o nosso caloroso obrigado. Obrigado também à família do
engenheiro Ozires. Ozires sempre me disse que, se não fosse a Dona Teresinha,
não fossem os filhos, ele não teria tido condições de se dedicar tanto ao
Brasil como se dedicou. Portanto, família do nosso engenheiro Ozires, muito
obrigado também por vocês terem ajudado a esse homem a nos fazer tanto e nós
fizemos tão pouco para ele. Engenheiro Ozires, muito obrigado e então que as
palmas venham do fundo do nosso coração. Vida longa ao engenheiro Ozires. (Palmas.)
A
SRA. IZABEL DE JESUS PINTO - Nesse momento,
convidamos o Sr. Rubens Herédia, autor do projeto Museu 14 Bis, para fazer a
entrega oficial da maquete do 14-Bis para a deputada Leticia Aguiar e para o
coronel Ozires Silva.
* * *
- É feita a homenagem.
* * *
O SR. RUBENS HERÉDIA - Boa noite a
todos, senhoras e senhores; à prezada causadora de tudo isso, deputada estadual
Leticia Aguiar; uma menção especial a Neide, minha querida Neide, que por causa
de uma mensagem eu estou aqui hoje e é completamente inesperado.
A
minha admiração às Forças Armadas do Brasil, eu só estou aqui rapidamente para
dar uma pincelada, para lembrar não só Santos Dumont, mas desde Bartolomeu de
Gusmão. Então, eu diria que, no céu, as Três-Marias são compostas por três
grandes figuras, que é Bartolomeu, Santos Dumont e o coronel Ozires Silva. E
lembrando também que, eu sou palestrante de vida e obra e pesquisador de Santos
Dumont há 18 anos, sei muita coisa que ainda não estão nos livros e devo chegar
com novidades, mas este homem aprendeu como ninguém uma frase de Santos Dumont
que diz: “Acima de tudo, o inventor e o invento é um trabalho teimoso.” E nesse
ponto, meu amigo, o senhor é campeão da teimosia, é impressionante isso. Antes
de mais nada, uma salva para Santos Dumont. Vamos lembrá-lo e aplaudi-lo. (Palmas.)
Concluindo e agradecendo o momento, se
teve uma coisa que Santos Dumont acabou não conseguindo foi ser empreendedor,
empreendedor de uma indústria, porque ele veio com uma missão, e, para a nossa
sorte, temos o Ozires Silva para complementar o trabalho de Santos Dumont e
criar uma indústria aeronáutica. Que sorte a nossa. Muito obrigado.
A SRA. PRESIDENTE - LETÍCIA AGUIAR - PSL -
Gostaria de registrar a presença da Sra. Giselle Toledo, diretora comercial do Grupo
Bandeirantes de Rádio e Televisão. Gostaria de chamar para fazer o uso da
palavra o deputado estadual Gil Diniz.
O
SR. GIL DINIZ - PSL - Boa noite a todos.
Muito obrigado, Leticia Aguiar, por me dar a honra de falar em tão distinto
evento, em tão distinta solenidade. Em teu nome, cumprimento todas as
autoridades presentes aqui à Mesa, todos os senhores convidados.
O Sr. Ozires é uma referência, é um
patrimônio nacional. Eu fiz história, Ozires, me permita lhe chamar assim, e
nós sabemos dessa luta ideológica que muitas vezes há no curso de história,
muitas vezes condenando ali o regime militar, mas como é bom saber que homens tão grandiosos como o senhor
passaram por aquele período, honraram o juramento de servir a este País – se
necessário for, com a vida –, e deram tudo de si pelo nosso Brasil. Então,
muito me honra estar aqui nesta noite, muito me honra conhecê-lo pessoalmente e
o senhor é um dos grandes deste País.
Os meus filhos saberão quem foi Ozires Silva, os meus netos saberão quem foi
Ozires Silva e, novamente, o senhor é referência, o senhor é um patrimônio
nacional. Fico feliz de estar aqui nesta homenagem, onde o senhor recebe o
Colar de Honra ao Mérito Legislativo. Eu sou filho de diarista, de
pernambucana, estou hoje aqui na Assembleia Legislativa, no PSL, partido do
presidente Jair Messias Bolsonaro, ombreado aqui com a Leticia Aguiar, com o
deputado Castello Branco e muito orgulho desta noite, de poder olhar para o
senhor e ver um grande desta nação. O senhor é um dos construtores do Brasil.
Queria pedir, eu sei que já fizeram,
mas, uma salva de palmas, porque esse homem, sem dúvida alguma, é um herói
nacional e assim deve ser honrado. Meus parabéns e meu muito obrigado por tudo
o que o senhor já fez pelo nosso País. Muito obrigado, Sr. Ozires, e parabéns.
(Palmas.)
A
SRA. PRESIDENTE - LETÍCIA AGUIAR - PSL - Dando continuidade
em nossa importante noite, nós recebemos aqui a mensagem do Sr. Francisco Gomes
Neto, presidente da Embraer. Eu gostaria de convidar um amigo meu para fazer o
uso da palavra em leitura a essa mensagem do presidente da Embraer. Hoje, esta
noite, o lugar que aqui estou, eu sou grata a inúmeras pessoas, mas eu não
poderia deixar de registrar a minha gratidão pela parceria e amizade ao amigo
Anderson Sena, que eu peço que se dirija ao púlpito para fazer a leitura da
mensagem do presidente da Embraer.
O
SR. ANDERSON SENA - Boa noite a todos.
Mensagem do presidente da Embraer: “Engenheiro Ozires Silva é motivo de orgulho
para a Embraer. Ele é o grande pioneiro da Embraer e pavimentou o caminho para
a Embraer ser o que ela é hoje. Nesses 50 anos, foram a coragem e a
determinação do engenheiro Ozires que permitiram que o Brasil fosse a potência
que é hoje no setor aeroespacial. Por isso, a homenagem devida e nosso enorme agradecimento
pelos feitos do engenheiro Ozires Silva. Francisco Gomes Neto, presidente da
Embraer.”
A
SRA. PRESIDENTE - LETÍCIA AGUIAR - PSL - Voar faz parte do
imaginário de toda criança. O menino de Bauru deu asas para o Brasil. Seguindo
os passos do patrono da aviação, Santos Dumont, não mediu esforços para
imaginar, criar e ousar. O menino de Bauru sonhou, buscou e realizou. Mais do
que um homem de palavras, um homem de atitude. Acompanhemos no telão.
* * *
- É exibido o vídeo.
* * *
A SRA. PRESIDENTE - LETÍCIA AGUIAR - PSL -
E aqui gostaria de fazer um registro honroso a uma pessoa que já não está mais
entre nós, mas protagonizou, junto ao coronel Ozires Silva, uma das páginas
mais importantes da aviação brasileira. Sem dúvida, ele foi uma figura
primordial para o sucesso do projeto Bandeirantes e para a criação da Embraer.
Senhoras e senhores, peço a todos uma calorosa salva de palmas ao
tenente-brigadeiro-do-ar Paulo Victor da Silva. (Palmas.)
Meus
amigos, para mim é uma honra ser testemunha deste momento. Sou nascida em São
José dos Campos e, assim como todo joseense, aprendi a admirar aqueles aviões
que tomavam o ar de nossa cidade para ganhar o mundo. A Embraer é o orgulho do
Brasil, e quando eu poderia imaginar entregar ao fundador dessa empresa uma
homenagem singular como esta? Tenho certeza que este seria um momento disputado
por muitas pessoas. Sinto-me grata por isso.
Coronel
Ozires, aprendi a admirá-lo muito por sua trajetória e conquistas, e esse tempo
de proximidade entre nós só me fez querer ser uma parlamentar ainda melhor para
nosso povo, que não mede esforços para buscar a excelência. O senhor é a minha
referência. Nesse momento, entrego-lhe o Colar de Honra ao Mérito Legislativo
do Estado de São Paulo e tenho certeza que junto com ele está a gratidão dos
milhares e milhares de famílias que a Embraer ajudou a empregar, o sonho de
todos os meninos e meninas que sonharam voar. Junto com este Colar, também
entrego a gratidão do povo brasileiro ao nosso herói nacional, patrimônio da
humanidade, coronel Ozires Silva.
* * *
- É feita a outorga do Colar de Honra
ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo.
* * *
A
SRA. IZABEL
DE JESUS PINTO- Neste momento, convido a todos os presentes para, em
posição de respeito, ouvirmos o “Hino do Aviador”, executado pela Camerata da
Polícia Militar do Estado de São Paulo, em homenagem ao coronel Ozires Silva.
(Palmas.)
* * *
- É executado o “Hino do Aviador”.
* * *
A SRA. PRESIDENTE - LETÍCIA AGUIAR - PSL -
Muito obrigada à Banda da Polícia Militar, lindíssimo, muito obrigada.
Ouviremos agora a estrela desta noite, o nosso brilhante, querido, o nosso
homenageado da noite, o fundador da Embraer, o homem que fez o Brasil decolar:
coronel Ozires Silva.
O SR. OZIRES SILVA - Boa noite a todos.
Preciso respirar fundo. Eu queria, depois de todos esses depoimentos, não
caberia a mim falar muita coisa a mais do que foi dito. Simplesmente, eu acho
que eu ouvi muita coisa que realmente aconteceu, mas muita coisa também de
imaginação de pessoas que têm dentro do coração a vontade de realizar voos mais
amplos.
No meu caso pessoal, eu tive uma vida
muito movimentada, mas eu queria fazer uma pequena concentração de tudo isso
que foi dito aqui. Nós vivemos uma quadra no Brasil, agora, extremamente
importante. Uma quadra que pode ser de transformação ou de regressão. E
transformação para o melhor, ou nós perdemos o bonde da história, mais ou menos
como já aconteceu no passado. Mas, sem dúvida nenhuma, o que preenche a nossa cabeça
agora é que nós estamos vivendo um momento mágico, um momento mágico da nação
que pede muito mais do que nós tínhamos para dar e que teremos mesmo para dar.
Esse pensamento de grandes brasileiros que realmente acreditam que nós podemos
mudar o País é o que nós precisamos, indiferentemente da dificuldade, devemos
caminhar nessa direção.
Quando eu falo de um resumo em relação
ao que foi dito aqui, nós devemos falar de um processo importante que não foi
mencionado: o processo de desenvolvimento da Educação no País. Eu, graças a
Deus, consegui retomar a minha formação com recursos governamentais. Meus pais
não tinham recursos para pagar os meus estudos e foi o Governo, na realidade,
que me formou, mas me formou com professores que eu tive o privilégio de serem
os melhores que eu encontrei em minha vida. Muita gente fala da educação dos
militares, e que os militares utilizam muito do seu tempo e recursos para
formar seus quadros, e nesse processo de formação é que nós sabemos que um país
pode se modificar.
Eu estive lendo agora, recentemente, o
que foi que aconteceu com a Coreia do Sul em 1965. O Brasil e a Coreia do Sul
tinham uma relação de três para um; o Brasil tinha três vezes a sua renda per
capita em relação à Coreia do Sul e, se nós olharmos a Coreia do Sul hoje, a
diferença é muito grande. De modo que eu vejo que a Educação é, finalmente, a
última coisa que nós precisamos fazer para fazer com que o nosso País seja
melhor. Nós tivemos a possibilidade de fazer isso no passado, a Força Aérea me
permitiu isso e eu acabei criando a minha vida baseada nos preceitos que
aprendi nos bancos militares e de muitas escolas civis, com muitos professores
civis.
Mas eu queria pedir a cada um, depois
de todas essas colocações, que eu agradeço do fundo do coração, inclusive,
mesmo vendo que possa ter havido algum exagero, mas, sem dúvida nenhuma, eu
gostaria que nós colocássemos em nossos corações o quanto que nós temos que nos
dedicar para os nossos filhos, lembrando que para construir um cidadão nós
levamos 20, 22 anos. É um trabalho intenso que nós temos que fazer pelos nossos
filhos, nossos netos e mesmo já adultos, para que possam chegar à vitória em
seus procedimentos, nas vontades que tenham de trabalhar.
Eu confesso que eu estou bastante
cansado hoje. Nós tivemos um dia muito agitado vendo a demonstração dos 50 anos
da Embraer lá em São José dos Campos e estamos aqui ainda desfilando fatos que
nós vimos hoje. A Embraer foi uma realização da Educação e ficou extremamente
claro que sem competência, sem estudar, não chegaríamos aonde nós chegamos
hoje, de modo que eu quero fazer um profundo agradecimento aos amigos, amigos
da minha escola da Força Aérea, amigos com quem eu trabalho hoje na empresa.
Empresa essa que também é um exemplo de crescimento e de desenvolvimento.
E é justamente nesse apelo pela
Educação que nós precisamos nos concentrar fortemente por um país melhor. Eu
lamento não poder seguir mais adiante, em vez de pessoas com os olhos cansados.
Está mais do que na hora de nós nos recolhermos e começarmos a pensar o que nós
aprendemos aqui e o que nós ouvimos aqui. Eu só estranho que, quando isso é
atribuído a mim, eu olho como se fosse para um terceiro, é como se não fosse
comigo. Mas, depois de tudo isso que foi feito, nós vemos que quem quer ver
efetivamente a dedicação de cada um é a empresa Ânima, em que nós trabalhamos
hoje, e o trabalho feito pela Educação é dedicado e profundo.
A Ânima é uma empresa de Educação
criada em 2003 e nós estamos agora em 2019. Entre 2003 e 2019, ela cresceu
simplesmente de 1.000 alunos para 100 mil alunos, se dedicando profundamente à
Educação. É em relação à Educação que eu queria deixar como mensagem final,
porque se não tivesse esse brinde que recebi da Educação, eu não estaria aqui
hoje, como, também, muitos de nós não estaríamos.
O desejo mais profundo que a gente pode
ter é que cada brasileiro possa estar qualificado para partir para uma reunião
desse tipo que nós tivemos. Eu quero agradecer a deputada por ter indicado meu
nome. Agradecer o plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo por ter
aprovado a indicação do meu nome. Eu vou carregar essa estrela que indica o
reconhecimento do Estado mais rico da nossa organização governamental.
Queria, para finalizar, dizer que eu
agradeço do fundo do coração tudo que foi dito aqui, embora muitas das coisas
eu ache que não sou merecedor. Nessas condições, muito obrigado. Quero
agradecer Sua Excelência, a indicadora desta nossa reunião. Muito obrigado, de
coração, por tudo o que foi dito, sendo merecedor ou não sendo merecedor, muito
obrigado. (Palmas.)
A
SRA. PRESIDENTE - LETÍCIA AGUIAR - PSL - Podemos nos sentar
e, já para encerrar esta noite especial, maravilhosa, gostaria de deixar
registrado ao nosso homenageado, coronel Ozires Silva, em nome do nosso
presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, todo o nosso agradecimento e
reconhecimento pelo brilhante trabalho e todo o legado que o senhor construiu
para a Nação brasileira.
Agradeço a Deus, por me dar a
oportunidade de fazer parte deste momento histórico, à minha família por todo o
apoio, aos amigos e voluntários.
Ao final deste evento, entregaremos a
todos, no Salão dos Espelhos, ali ao fundo, um postal que marca este momento.
Também lá, estaremos à disposição de todos para fotos e cumprimentos.
Esgotado o objeto da presente sessão, a
presidente agradece às autoridades, à minha equipe, aos funcionários do Som, da
Taquigrafia, de Atas, do Cerimonial, da Secretaria Geral Parlamentar, da Imprensa
desta Casa, da TV Legislativa e das assessorias policiais Civil e Militar, bem
como a todos os senhores e público presente, que nos honraram muito com as suas
presenças.
Deus abençoe. Muito obrigada. Conte
conosco. Viva Ozires Silva! Muito obrigada.
* * *
- Encerra-se a sessão às 21 horas e 57 minutos.
* * *