8 DE OUTUBRO DE 2019
120ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CORONEL TELHADA, PAULO
LULA FIORILO e CAUÊ MACRIS
Secretaria: GIL DINIZ
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - DR. JORGE LULA DO CARMO
Informa ser hoje o Dia Nacional do
Nordestino. Presta homenagem ao povo desta região. Exibe vídeo sobre a cultura
do Nordeste. Afirma que, de acordo com o livro "Os Sertões", o
sertanejo é, antes de tudo, um forte. Menciona a luta pelo fim da escravidão e pela
democracia de todo o povo nordestino. Homenageia os milhares de nordestinos que
vieram tentar a vida em São Paulo, assim como os que moram lá. Pede que
abominem qualquer tipo de discriminação e de situações que não sejam
respeitosas e dignas.
3 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Informa a visita de vereadores mirins
da Câmara Municipal de Itapevi. Cancela, em nome da Presidência efetiva, sessão
solene convocada para o dia 08/11, às 20 horas, em "Homenagem à Professora
Débora Garofalo e ao Maestro Vitor Canassa", a pedido do deputado
Adalberto Freitas. Convoca sessões solenes a serem realizadas: no dia 08/11, às
20 horas, para prestar "Homenagem à Inspetora Superintendente do Comando
Geral da Guarda Civil Metropolitana, Elza Paulina de Souza", por
solicitação do deputado Adalberto Freitas; e no dia 29/11, às 20 horas, para
prestar "Homenagem à Semana Cultural Gospel no Estado de São Paulo",
a pedido do deputado Luiz Fernando Lula da Silva.
4 - GIL DINIZ
Parabeniza os nordestinos pelo seu
dia. Lembra os milhões de nordestinos que moram na Grande São Paulo. Presta
homenagem à população, que ajudou na construção do estado de São Paulo. Informa
ser comemorado hoje o Dia do Nascituro. Destaca o início dos trabalhos da
Frente Parlamentar em Defesa da Vida. Cita projeto, de sua autoria, para
incluir esta data no calendário estadual. Cita projeto semelhante, parado há
alguns anos em comissão. Exibe vídeo sobre o assunto. Discorre a respeito do
valor da vida no ventre materno.
5 - PROFESSORA BEBEL LULA
Para comunicação, informa a
realização, na última sexta-feira, de audiência, com a presença da OAB, do
Ministério Público e de entidades representativas, para discutir o fim do
Fundeb. Diz ser necessário que o mesmo se torne permanente. Afirma que, se o
Fundeb for extinto, a educação básica deve ser desmantelada, com a perda de
dois bilhões de reais para a área. Critica a desvinculação de recursos.
6 - CARLOS GIANNAZI
Exige que a Portaria nº 6 seja
revogada pela Secretaria da Educação. Considera a mesma uma afronta ao Estatuto
do Magistério Estadual, prejudicando toda a categoria dos professores. Menciona
projeto de decreto legislativo, de sua autoria, para revogar a matéria. Cita a
realização de manifestação, amanhã, na Praça da República, para pressionar o
governo estadual. Discorre sobre o atual abandono e sucateamento da rede
estadual de ensino e a falta de investimento na Educação. Critica a implantação
do Programa de Ensino Integral nas escolas. Demonstra o seu apoio às auxiliares
de Educação Infantil de Vinhedo, para que o Plano Nacional de Educação seja
respeitado e que elas sejam inclusas no quadro do Magistério.
7 - PAULO LULA FIORILO
Assume a Presidência.
8 - CORONEL TELHADA
Agradece a todos que compareceram ao
lançamento do seu livro, ontem. Demonstra-se contrário ao PL 899/19. Pede apoio
dos deputados para que o projeto seja rejeitado. Considera o mesmo uma afronta
ao funcionalismo público, que prejudica o recebimento dos precatórios. Explica
o projeto. Lembra que nas últimas semanas foi aprovado um projeto concedendo
desconto de imposto para as fábricas de automóveis. Lamenta que seja dado
desconto para o empresariado. Solicita ao governador João Doria o projeto de
reajuste salarial para a polícia de São Paulo.
9 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência.
10 - PAULO LULA FIORILO
Comemora o resultado das eleições em
Portugal. Informa o início do Sínodo da Amazônia. Convida os deputados a
participarem, hoje, da homenagem aos 70 anos da Fundação da República Popular
da China e os 45 anos das Relações Diplomáticas Brasil - China, com a presença
de diversas autoridades. Afirma que o objetivo é estreitar os laços entre os
dois países. Menciona a visita do presidente Jair Bolsonaro à China na próxima
semana e a abertura de um escritório de representação no país pelo Governo do
Estado. Destaca a necessidade de atrair indústrias chinesas, assim como de
outros países, visando ao aumento do emprego. Esclarece que esta Casa deve dar
uma contribuição importante na atração destas empresas estrangeiras para São
Paulo.
11 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Registra a presença de alunos da
ESPM.
12 - ADALBERTO FREITAS
Discorre sobre o aborto. Registra sua
participação, no último domingo, com voluntários, em evento social em
comemoração ao Dia das Crianças antecipado, na Vila da Paz, em Interlagos.
Informa que foram distribuídas lembranças para as crianças e realizados
atendimentos diversos à população.
13 - RAFAEL SILVA
Comenta o pronunciamento do deputado
Gil Diniz sobre o aborto. Menciona o documentário "Grito Silencioso",
elaborado nos Estados Unidos, em 1985, que mostra feto sendo retirado do ventre
materno. Considera o aborto pena de morte aplicada a alguém que não teve a
oportunidade de nascer. Critica posições favoráveis ao aborto. Esclarece que
este assunto deve ser discutido.
14 - CORONEL NISHIKAWA
Afirma que, em pouco tempo, deve ter
início a temporada de chuvas na região do ABC. Informa que sua assessoria
realizou vistoria em todos os leitos de rios da região. Argumenta que, se
continuarem assim, a região terá diversas enchentes, provocando várias mortes.
Diz esperar ações do Governo do Estado. Comenta o início da discussão de
projeto sobre a limpeza do rio Tietê. Esclarece que deve ser feito o
desassoreamento da bacia hídrica do ABC, para que possa ser resolvido o problema
do rio Tietê. Faz apelo ao governador João Doria para que resolvam o problema
da região. Discorre sobre a solicitação, ao governador João Doria, de
emancipação do Corpo de Bombeiros. Diz serem os mesmos serviços distintos.
Lembra projeto, de sua autoria, para implantar em escolas aulas de primeiros
socorros e combate a incêndios. Coloca-se contrário ao PL 899/19.
15 - DIRCEU DALBEN
Comenta ofício, encaminhado ao
secretário de Saúde, em relação ao Outubro Rosa. Cita o crescimento das
campanhas de conscientização da prevenção do câncer de mama e de colo de útero
nos municípios. Discorre sobre a demora no atendimento e no início de
tratamento para as pacientes que têm detectado este tumor. Pede um esforço
maior para viabilizar o tratamento para as mulheres identificadas com câncer,
já que são maiores as chances de cura quando o tumor é descoberto precocemente.
Solicita aumento nas vagas para tratamento das mulheres. Comenta projeto de
2016, que trata de autorização de recursos do Governo do Estado para as guardas
municipais. Destaca o trabalho realizado pelas guardas municipais.
GRANDE EXPEDIENTE
16 - LECI BRANDÃO
Pelo art. 82, menciona pesquisa,
publicada pelo jornal "Folha de S.Paulo", sobre publicidade e
propaganda no Brasil, relacionada à população negra. Cita números da pesquisa.
Lamenta a reduzida presença de negros em propagandas. Esclarece que isto já foi
apontado em pesquisas anteriores. Considera esta invisibilidade como racismo.
Afirma que os cargos de decisão nas agências de publicidade também precisam ter
diversidade. Diz ser o Poder Público essencial para alcançar a
representatividade. Lembra o PL 934/14, que discorre sobre o assunto. Destaca a
necessidade de mostrar as dificuldades que a população negra enfrenta no País.
17 - CONTE LOPES
Cumprimenta o deputado Coronel
Telhada pelo lançamento de seu livro. Comenta vídeo de policial em perseguição
a bandido. Informa o seu salário, de quando veio para esta Casa, como capitão
da Polícia Militar, após duas promoções por bravura. Lamenta entrevistas
concedidas por dois coronéis da Polícia Militar, à TV Globo, criticando a
atuação do policial do vídeo citado anteriormente. Afirma que um dos coronéis
nunca esteve em uma viatura. Considera o policial herói.
18 - MAJOR MECCA
Defende a atuação do policial citado
em pronunciamento do deputado Conte Lopes. Afirma que são estes homens
corajosos, como o policial, que correm riscos de vida, que produzem os números
que o estado de São Paulo tem hoje. Considera que os policiais expõem suas
vidas a todo momento. Esclarece que os coronéis que foram à televisão deveriam
ter respeito pelos homens que estão fardados na rua. Diz estar envergonhado de
ver esta matéria exibida na TV Globo. Pede ações do governo estadual em relação
à valorização dos policiais militares. Menciona o investimento de mais de 12
milhões em propaganda sobre as polícias de São Paulo. Exibe holerite de
policial militar, com salário líquido de 1.700 reais. Lamenta a falta de
valorização da categoria.
19 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Endossa o discurso do deputado Major
Mecca.
20 - ED THOMAS
Faz coro ao discurso do deputado
Major Mecca e de outros parlamentares, defensores da Polícia Militar, presentes
neste plenário. Declara apoio aos agentes de Segurança Pública. Prestigia a
figura do senador Major Olimpio. Informa que o Governo do Estado entregou,
ontem, ônibus escolares para o município de Presidente Venceslau. Parabeniza a
parceria do governo federal com o Governo do Estado. Elogia a iniciativa da
Secretaria de Educação na questão. Enaltece o investimento em Educação.
21 - FREDERICO D'AVILA
Repudia notícia do jornal "Hora
Um" que, a seu ver, teria desvalorizado ação de policiais militares. Acusa
a imprensa de ser contrária ao trabalho destes profissionais. Reprova
comentários feitos pelos especialistas de Segurança Pública, coronel José
Vicente e Diogenes de Lucca, acerca da matéria. Tece críticas à Rede Globo. Faz
comentários sobre o Sistema de Segurança Pública americano. Acusa a emissora de
alienar os telespectadores.
22 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Cumprimenta policiais civis.
23 - CEZAR
Elogia o governo municipal de Santana
de Parnaíba. Considera que o estado de São Paulo tem os melhores índices de
Segurança Pública do Brasil. Avalia que o governador João Doria tem cumprido
suas promessas na área. Exibe vídeo de aula de mandarim em escola de Santana de
Parnaíba.
24 - MAJOR MECCA
Para comunicação, parabeniza o
deputado Cezar pela qualidade das escolas e hospitais de Santana de Parnaíba.
Afirma que as reformas do quartel da Rota e do 4º BPChp - Batalhão de Choque e
Operações Especiais foram realizadas via recursos da iniciativa privada. Exibe
e comenta holerite de policial militar.
ORDEM DO DIA
25 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Assume a Presidência. Coloca em
votação requerimento, da deputada Beth Lula Sahão, com a finalidade de
"visitar a Faculdade de Ciências e Tecnologia - FCT/Unesp Presidente
Prudente e à Fatec de Presidente Prudente, nos dias 09 e 10 de outubro de
2019". Convoca sessão extraordinária a ser realizada hoje, 10 minutos após
o término desta sessão.
26 - CAMPOS MACHADO
Encaminha a votação do requerimento,
em nome do PTB.
27 - TEONILIO BARBA LULA
Encaminha a votação do requerimento,
em nome do PT.
28 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Tece considerações sobre embates
ideológicos nesta Casa. Afirma que há limites para o exercício da liberdade de
expressão. Esclarece que não deve aceitar palavras incompatíveis com as regras
internas deste Poder.
29 - CARLÃO PIGNATARI
Para comunicação, corrobora o
pronunciamento da Presidência.
30 - MÁRCIA LULA LIA
Encaminha a votação do requerimento,
em nome da Minoria.
31 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Solicita à plateia comportamento
regimental.
32 - ISA PENNA
Encaminha a votação do requerimento,
em nome do PSOL.
33 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Afirma que não deve permitir a
utilização de palavras de baixo calão neste plenário.
34 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Convoca as Comissões de Assuntos
Desportivos, de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, da Cidadania, da
Participação e das Questões Sociais, e de Finanças, Orçamento e Planejamento
para uma reunião conjunta a ser realizada hoje, um minuto após a suspensão
desta sessão; a Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento, para uma
reunião extraordinária a ser realizada hoje, um minuto após o término da
anterior; e as comissões de Segurança Pública e Assuntos Penitenciários, e de
Finanças, Orçamento e Planejamento, para uma reunião conjunta a ser realizada
hoje, um minuto após o término da anterior.
35 - DOUGLAS GARCIA
Encaminha a votação do requerimento,
em nome do PSL.
36 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Coloca em votação e declara aprovado
requerimento, da deputada Beth Lula Sahão, com a finalidade de "visitar a
Faculdade de Ciências e Tecnologia - FCT/Unesp Presidente Prudente e à Fatec de
Presidente Prudente, nos dias 09 e 10 de outubro de 2019".
37 - SERGIO VICTOR
Solicita a suspensão da sessão até as
18 horas e 50 minutos.
38 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Indefere o pedido, ante a
inexistência de acordo de lideranças. Coloca em votação o PLC 4/19.
39 - EMIDIO LULA DE SOUZA
Encaminha a votação do PLC 4/19, em
nome do PT.
40 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Suspende a sessão às 17h38min, por
conveniência da ordem, reabrindo-a às 18h59min. Convoca os Srs. Deputados para
a sessão ordinária do dia 09/10, à hora regimental, com Ordem do Dia. Encerra a
sessão.
*
* *
-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Telhada.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e convida o nobre deputado Gil Diniz para ler a resenha do
expediente.
O
SR. GIL DINIZ - PSL - Presidente, temos uma
indicação do deputado Rogério Nogueira, que indica, nos termos regimentais, ao
Excelentíssimo Sr. Governador do Estado que determine providências visando ao
aumento do policiamento na região da Etec Parque da Juventude, na capital do
Estado. Está lida a resenha, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado,
Sr. Deputado. Pequeno Expediente. Oradores inscritos. O primeiro deputado é o
deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge Lula do
Carmo. Vossa Excelência tem o tempo regimental.
O SR. DR. JORGE LULA DO
CARMO - PT - Sr. Presidente, Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, público da galeria e da TV Alesp, assessoria aqui
presente, os policiais militares aqui, boa tarde.
Hoje quero falar de um dia que muito me alegra e tenho
muita identidade. Quero falar sobre... Hoje é dia 8 de outubro. É o Dia
Nacional do Nordestino. Eu, que sou nordestino da origem, não poderia deixar de
fazer as minhas homenagens a esse povo dessa área tão rica do nosso querido
Brasil. Mas antes de falar quero pedir para a assessoria que apresente um pouco
da cultura e da história do Nordeste.
* * *
- É feita a exibição de vídeo.
* * *
Aquele senhor ali é o meu pai, 81 anos, esteve aqui
recentemente nos visitando.
Sr. Presidente, Euclides da Cunha, no livro “Os
Sertões”, escreveu que “o sertanejo é, antes de tudo, um forte”. Sábias
palavras. O Brasil, de dimensões continentais, 27 estados da nossa federação, a
cultura, a gastronomia, as personalidades de todo o Nordeste, da Bahia,
Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Ceará e
Maranhão, a luta pelo fim da escravidão de Zumbi dos Palmares, a defesa pela
democracia teve um papel importante e a contribuição nordestina.
Alagoano que sou, rendo as minhas homenagens aos
milhões de nordestinos que, assim como eu, vieram lá do Nordeste para tentar a
vida aqui em São Paulo ou em outro Estado do nosso querido Brasil. E quero aqui
render também as minhas homenagens àqueles que moram lá, que são milhões de
conterrâneos. E eu quero dizer para eles, com muito orgulho e dignidade,
características dos conterrâneos... Eu quero dizer para vocês que abominem
qualquer discriminação, qualquer situação que não seja respeitosa e que não
seja digna para o nosso nordeste. Eu quero dizer para todos os brasileiros: nós
somos todos paraíbas, com muito orgulho, e somos todos brasileiros, Sr.
Presidente.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, Sr. Deputado. Antes de chamar o próximo deputado, eu queria dar
ciência à Casa de que nós estamos recebendo a visita dos vereadores mirins da
Câmara Municipal da cidade de Itapevi. Os responsáveis são o Sr. Renato Passos
da Cruz, vereador... Está presente o Sr. Renato Passos da Cruz? Não? E a Sra.
Erondina Ferreira Godoy. Está presente? Em todo caso, sejam bem-vindos os
vereadores mirins da Câmara Municipal de Itapevi. Prazer recebê-los aqui.
Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esta
Presidência, atendendo solicitação do nobre deputado Adalberto Freitas, cancela
a sessão solene convocada para o dia oito de novembro de 2019, às 20 horas, com
a finalidade de homenagear a Profa. Débora Garofalo e o maestro Vitor Canassa.
Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esta
Presidência, atendendo solicitação do nobre deputado Adalberto Freitas, convoca
V. Exas., nos termos do Art. 18, inciso I, letra “r”, do Regimento Interno,
para uma sessão solene a realizar-se no dia oito de novembro de 2019, às 20
horas, com a finalidade de homenagear a inspetora superintendente do comando
geral da Guarda Civil Metropolitana, Sra. Elza Paulina de Souza.
Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esta
Presidência, atendendo solicitação do nobre deputado Luiz Fernando Teixeira
Ferreira, convoca V. Exas., nos termos do Art. 18, inciso I, letra “r”, do
Regimento Interno, para uma sessão solene a realizar-se no dia 29 de novembro
de 2019, às 20 horas, com a finalidade de homenagear a semana cultural gospel
do estado de São Paulo.
Próximo orador inscrito, deputado Gil
Diniz. Vossa Excelência tem o tempo regimental.
O
SR. GIL DINIZ - PSL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente, boa tarde a toda a Mesa, boa tarde
aos deputados presentes no Pequeno Expediente, ao público na galeria, aos
nossos assessores, aos policiais militares e civis dessa Casa e a quem nos
assiste pela TV Assembleia. Eu queria dar meus parabéns, também, aos milhões de
nordestinos, como o último orador colocou aqui da tribuna. São, na região
metropolitana de São Paulo, cerca de 30%, Fiorilo, de nordestinos que, assim
como eu, chegaram à rodoviária do Tietê, descobrindo a cidade de São Paulo,
vindos do nordeste.
No vídeo do
deputado Jorge do Carmo, aparecem algumas figuras, deputado Telhada, que não me
orgulho muito de ser conterrâneo: a figura do Paulo Freire, do Marighella. Mas
tudo bem; é um acidente geográfico, eu diria assim. Mas deixo registrados aqui
esses meus parabéns. Foi meu pai, seu Gilson, que me lembrou, no WhatsApp, de
que hoje era dia do nordestino, deputado Freitas. Nós precisamos render essa
homenagem a essa população que ajudou na construção não só da cidade de São
Paulo, mas de todo o estado de São Paulo também.
Ato contínuo,
hoje nós também comemoramos, na Igreja Católica... Sou católico. Terminamos a
semana da família, e a CNBB celebra, hoje, o dia do nascituro, deputado
Freitas. E nós começamos, aqui, os trabalhos da Frente Parlamentar em Defesa da
Vida. É importante também homenagear. Vou protocolizar um projeto de lei
colocando, no calendário oficial do estado de São Paulo, o dia do nascituro.
Eu sei que já
tem uma solicitação, mas é para o dia 25 de março; nós vamos colocar a data de
hoje, celebrada por todo o Brasil. Incrivelmente, esse projeto está há alguns
anos parado numa comissão: um dos nossos parlamentares sentou em cima do
projeto. Uma data que celebra o dia do nascituro, aquele que está por nascer.
Mas vamos trabalhar para que seja aprovado esse nosso projeto.
Eu gostaria de
colocar um pequeno filminho que eu passei aqui no início da Frente Parlamentar
em Defesa da Vida.
* * *
- É feita a exibição de filme.
* * *
Como eu falei,
sou católico, professo a fé católica. E, há um movimento, deputado Freitas,
dentro da Igreja, das “católicas”, pelo direito de decidir. Decidir pelo
assassinato de vidas humanas no ventre materno.
Mas, o
catecismo da Igreja Católica, essa que eu sigo, ele é bem claro quando ele fala
aqui em seu parágrafo 2270 que a vida humana deve ser respeitada e protegida de
maneira absoluta a partir do momento da concepção. Desde o primeiro momento da
sua existência, o ser humano deve ser reconhecido, devem ser reconhecidos seus
direitos de pessoa, entre os quais o direito inviolável de todo ser inocente à
vida.
Continua aqui
no parágrafo 2272 que a cooperação formal para um aborto constitui uma falta
grave. A Igreja sanciona com uma pena canônica de excomunhão esse delito contra
a vida humana.
Entre aspas,
quem provoca o aborto, seguindo-se o efeito incorrente excomunhão latae
sententiae, pelo próprio fato de cometer o delito; e, nas condições previstas,
pelo direito.
Com isso, a
Igreja não quer restringir o campo da misericórdia; manifesta, sim, a gravidade
do crime cometido, o prejuízo irreparável causado ao inocente morto, a seus
pais e a toda a sociedade.
Então, nós
deixamos registrado aqui que nós queremos salvar as duas vidas sempre.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, Sr. Deputado.
Pela ordem, deputada Bebel.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Para fazer uma
breve comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - É regimental,
Sra. Deputada.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT
- PARA COMUNICAÇÃO - Bem, informar que na última sexta-feira, dia 4, nós
tivemos um encontro, um encontro, não, uma audiência, em que a gente contou com
a presença desde a OAB até mesmo o Ministério Público e entidades
representativas, todas aí para discutir, na verdade, o fim do Fundeb.
E, nós estamos
querendo que o Fundeb, que é o Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica, se
torne permanente. Se acabar o Fundeb, Sr. Presidente, a Educação básica se
desmantelará.
E, ao mesmo
tempo em que, por exemplo, se fizer uma análise do Fundeb, o que vai acontecer,
na verdade, é que o estado de São Paulo, a Capital, vai perder dois bilhões de
reais.
Então, isso, de
certa maneira, vai significar menos recursos para a Educação. O Fundeb cuida da
Educação infantil, de creches e pré-escolas; o primeiro ciclo do ensino
fundamental e ensino médio; e, modalidades: EJA, profissionalizante. Quer
dizer, é o fim desta possibilidade da educação básica, e essa modalidade,
sobretudo.
E, para
terminar, dizer que essa luta, e nós também discutimos para não ter mais
desvinculação de recursos. Cada vez que desvincula recursos, é menos recurso
para a Segurança Pública, e menos recurso para a Educação e para a Saúde. É uma
luta de todos, não é somente minha, da Professora Bebel porque sou professora e
tenho como causa a Educação, mas de todo estado de São Paulo.
E, para
terminar: hoje eu tive uma reunião no DRU que tratou da atribuição de aulas dos
professores, e a gente informa num outro momento.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, Sra. Deputada.
O próximo deputado inscrito é o
Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Tenente Nascimento. (Pausa.) Deputado Enio
Lula Tatto. (Pausa.) Deputado Rodrigo Gambale (Pausa.) Deputado Alex de
Madureira. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputada Janaina Paschoal.
(Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. Vossa
Excelência tem o tempo regimental.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente,
Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público aqui presente, telespectador da TV
Assembleia.
Sr. Presidente,
inicialmente, eu gostaria de, primeiramente aqui, exigir que o secretário
estadual de Educação revogue ou altere a Portaria nº 6, que foi editada
recentemente, que afronta o Estatuto do Magistério Estadual, afronta o processo
de atribuição de aulas, jogando professor contra professor, criando uma grande
crise em toda rede estadual de ensino.
Um absurdo essa
portaria. Eu já protocolei, inclusive, um PDL para revogar, para anular essa
nefasta orientação da Secretaria da Educação do processo de atribuição de
aulas, que, na verdade, vai prejudicar a jornada de aulas dos professores. É um
absurdo total. É um ataque jamais visto na história da Educação do estado de
São Paulo, nesse processo de atribuição de aulas.
Então, amanhã
haverá uma grande manifestação na Praça da República, às 14 horas. Nós estaremos
lá. Está sendo mobilizada pela Apeoesp, e é muito importante, porque é uma
forma de pressionar o governo a revisar, repito, uma nefasta e perversa
portaria contra o magistério estadual.
E por falar em
rede estadual, Sr. Presidente,
eu não posso deixar aqui de comentar e também manifestar não só minha
indignação, mas para confirmar denúncias que eu venho fazendo aqui no plenário,
na Comissão de Educação, sobre o abandono da rede estadual.
Na semana
passada, foi feita uma denúncia em relação à Escola Professor Gabriel Ortiz,
uma escola da rede estadual, que fica na Vila Esperança, na zona leste de São
Paulo, que está com
falta de merenda escolar. A situação lá é tão grave que a escola colocou um
cartaz na porta, pedindo para a comunidade ajudar com mantimentos. “Estamos sem
tempero na merenda, doação voluntária. Precisamos de sal, de alho, de óleo, de
cebola, para que haja a merenda escolar”.
Então, o
governo estadual abandonou as escolas da rede, Sr. Presidente, abandonou. Não tem material de limpeza, não tem
papel higiênico nas escolas, a merenda está altamente precarizada. Então, um
governo que não investe em Educação pública. Ataca os professores, ataca os
servidores da Educação, e pretende, agora, implantar uma farsa, do PEI, a farsa
do Programa de Ensino Integral.
Eu falo que é
uma farsa porque não é para valer. Como que uma rede vai instalar um projeto de
ensino integral se não consegue nem oferecer o básico da merenda escolar, se
não tem papel higiênico nas escolas, se não tem detergente para fazer limpeza.
Como implantar Novotec, PEI, e esses projetos todos?
Então, nós
sabemos que o governo Doria está dando prosseguimento ao sucateamento e à
degradação da rede estadual de ensino, e criando factoides, criando projetos
marqueteiros. Ele disse que vai criar algumas escolas de PEI, de ensino
integral, que são escolas excludentes, porque uma escola, quando se torna de
ensino integral, se ela tem mil alunos, só vai atender 300, os outros 700 serão
matriculados em outras escolas, muitas vezes distantes das comunidades desses
alunos, superlotando, inclusive, essas outras escolas.
Então, 700
alunos serão excluídos, e 300 serão beneficiados. Esse é o projeto do Doria,
para apresentar como vitrine eleitoral para sua candidatura à Presidência da
República no ano de 2022, por isso que ele está lançando esse programa e
tentando implantar à força nas escolas, desrespeitando, inclusive, a decisão
das comunidades escolares, Sr.
Presidente.
Gostaria ainda,
Sr. Presidente, de manifestar aqui o meu total apoio às auxiliares de Educação
Infantil do município de Vinhedo, que estão hoje fazendo uma grande
manifestação para que a LDB seja respeitada, para que o Plano Nacional de
Educação seja respeitado.
O município de
Vinhedo não inclui ainda - o que é um verdadeiro absurdo - as auxiliares de
Educação Infantil no quadro do magistério. A LDB determina isso. Hoje, a
Educação Infantil faz parte da Educação Básica, Sr. Presidente. As auxiliares
não são auxiliares, são professoras. Elas devem ter esse reconhecimento no
plano de carreira do magistério do município de Vinhedo.
Então, exigimos
que o prefeito cumpra a LDB, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,
a Lei nº 9.394, de 1996, e o Plano Nacional de Educação. Tem que incluir.
Vários municípios já fizeram essa transformação. Aqui em São Paulo participei
desse processo em 2003 e 2004. O prefeito de Vinhedo tem que respeitar a lei e
incluir, e transformar os cargos dessas professoras. Elas são educadoras, são
professoras, e não auxiliares. São professoras de Educação Infantil de Vinhedo.
Essa é a reivindicação que estamos apoiando na cidade de Vinhedo, Sr.
Presidente.
Muito obrigado.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Paulo Lula
Fiorilo.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - PAULO LULA FIORILO - PT - Obrigado,
deputado Carlos Giannazi. Dando continuidade ao Pequeno Expediente, convido o
nobre deputado Coronel Telhada para fazer uso da palavra.
O
SR. CORONEL TELHADA - PP - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, assessores presentes, funcionários, todos os presentes - sejam
bem-vindos, é um prazer recebê-los aqui -, aqueles que nos assistem pela TV
Assembleia, quero saudar também o cabo Hercules e o cabo Jahnke, em nome de
quem saúdo a nossa Assessoria Policial Militar.
Sr. Presidente,
venho aqui hoje, primeiro, para agradecer aos que estiveram ontem no lançamento
do nosso livro na Livraria da Vila, no Pátio Higienópolis. Foi um sucesso.
Conseguimos vender todos os livros ontem, mas faremos novos lançamentos e, em
tempo oportuno, convidaremos os amigos para que estejam conosco na noite de
autógrafos do nosso livro “Aqui é Rota”. Muito obrigado a todos que puderam
participar.
Sr. Presidente,
venho a esta tribuna hoje para falar contra o Projeto nº 899, de 2019, que deu
entrada nesta Casa há tempos atrás. Na nossa Comissão de Relações do Trabalho e
Administração Pública, o projeto foi rejeitado, porque é um tapa na cara de
todo o funcionalismo público. Mas, mesmo sendo rejeitado, graças a artimanhas
do Regimento Interno, esse projeto está vindo para votação aqui no plenário.
Eu gostaria de
concitar todos os Srs. Deputados e Sras. Deputadas, indistintamente do partido
ou da ideologia, a que todos nós venhamos a votar contra o Projeto nº 899. Esse
projeto é, como eu disse, uma afronta ao funcionalismo.
O funcionário
público entra com uma ação contra o Estado, um direito que é seu, uma coisa
legal, uma coisa que lhe compete, demora quase 10 anos trabalhando nesse
projeto, nessa lei, nesse pedido, para, quando aprovado, acabar virando um
precatório e demorar mais 15 anos para ser pago. A média para receber um
precatório é de mais de 25 anos. Mesmo assim, na atualidade, os precatórios de
até 30 mil reais seriam pagos de imediato. Agora, graças a esse nefasto
projeto, eles querem passar o valor de 30 mil para 11 mil reais. Ou seja,
nenhum funcionário público vai ter os seus direitos de recebimento de suas
vantagens garantidos. Teremos aí praticamente um golpe em todo o funcionalismo.
Quero deixar
bem claro que nosso partido é aliado do Governo, mas nós não somos alienados,
como se costuma dizer nesta Casa. Aliado não é alienado. Estamos contra esse
projeto, trabalharemos contra esse projeto, na minha pessoa. Não falo em nome do
meu partido, falo em meu nome. Viremos aqui nos colocar contra o Projeto nº 899
e gostaria de concitar os Srs. Deputados. Tenho certeza de que estão sendo
procurados. Muitas pessoas devem estar conversando sobre esse projeto. A nossa
posição tem que ser bem clara, contra esse projeto. É um projeto que realmente
não deve prosperar.
Nós, no mês
passado, na semana passada, há 15 dias, Srs. Deputados, deputado Gil, deputado
Adalberto, deputado Rafael Silva, deputado Coronel Nishikawa... Semanas atrás,
votamos um projeto aqui praticamente dando um grande desconto de imposto para
as fábricas de carros. Ou seja, nós damos desconto para um pessoal, que é o
empresariado, e arrebentamos o funcionalismo. Não dá para entender isso. Para o
empresariado, nós tiramos INSS e para o funcionalismo nós não queremos pagar os
precatórios, queremos diminuir o valor desses precatórios.
Isso não pode
acontecer. Nós não podemos prejudicar uma classe que já está, há muito tempo,
prejudicada. É uma afronta que isso aconteça.
Então, quero
concitar a todos os senhores e senhoras deputados para que estejam conosco. Nós
vamos, possivelmente, pelo que eu ouvi falar aqui, iniciar a discussão desse
projeto hoje. E esse projeto não deve prosperar. Ele não deve ter o número de
votos suficientes nem para ser reprovado, porque a jogada é essa. É para votar
“não”, mas, no final, o “não” acaba virando “sim”. Nós temos que não votar esse
projeto para que ele não prospere e não prejudique o funcionalismo público.
E, aproveitando
esse momento, falando de funcionalismo público, queria, mais uma vez, solicitar
ao Sr. Governador que mande, o mais rápido possível, para esta Casa, o reajuste
salarial para a polícia de São Paulo. Espero que esse reajuste seja bom, temos
a promessa do Sr. Governador de que até o final desse mandato a polícia de São
Paulo seria a segunda mais bem paga do País, por que não a primeira.
Aguardamos
ansiosamente que chegue essa mensagem com o aumento para que possamos, ainda
esse ano, dar um refresco, um pouco de ar na parte salarial de toda a polícia
de São Paulo, que está muito prejudicada e merece, sim, esse reajuste salarial.
Eu iria falar
de algumas ocorrências aqui, mas nosso tempo está se encerrando e tem mais
deputados para fazer uso da palavra. Voltaremos posteriormente para falar de
várias ocorrências policiais que têm ocorrido no dia a dia e trabalhado forte.
A nossa polícia, pelo nosso estado de São Paulo.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - PAULO LULA FIORILO - PT - Passo, agora,
a Presidência ao deputado Coronel Telhada.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Coronel
Telhada.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Convido, para
suas palavras, o prezado deputado Paulo Lula Fiorilo.
O
SR. PAULO LULA FIORILO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Coronel Telhada, presidente desta sessão, Srs.
Deputados, Sras. Deputadas, público presente, telespectadores da TV Alesp,
alunos da ESPM, bem-vindos a esta Casa. Alunos da escola de propaganda, é isso?
Bem-vindos.
Quero
aproveitar o Pequeno Expediente para dizer que essa semana o mundo, de certa
forma, nos trouxe uma esperança. Primeiro o resultado das eleições em Portugal,
em que o Partido Socialista consegue fazer a maior bancada. É verdade que, para
compor o novo governo, terá que dialogar com outros partidos de esquerda, mas,
ali, temos certeza de que Portugal continuará no caminho certo. Tem ampliado o
turismo, a economia vai bem e não com a receita neoliberal, mas com uma receita
de quem sabe da importância de se valorizar o cidadão português e aqueles que
mais precisam.
A outra lufada,
importante, nesta semana, foi o início do sínodo sobre a Amazônia que vai poder
fazer um debate importante. Aliás, o papa, deputado Gil Diniz, que é católico,
inicia o debate no domingo dizendo que não é a Bíblia que coloca fogo na
Amazônia. Não é a palavra de Deus que coloca fogo na Amazônia.
Então, é
interessante, porque o problema da Amazônia não é um problema só do Brasil, até
porque ela não está localizada só no Brasil. A Amazônia, hoje, é um problema do
mundo. E vai continuar sendo do mundo enquanto a gente tiver gestores que não
entendem a importância da preservação da Amazônia.
Mas, tenho
certeza, de que essas duas notícias nos trarão sempre novidades importantes.
Tanto o debate lá em Roma como a continuidade do governo socialista em
Portugal.
Eu queria
aproveitar o tempo que me resta para fazer um convite, aqui, aos deputados e
deputadas da atividade que ocorrerá hoje, a partir das 19 horas, no auditório
Teotônio Vilela, que é a homenagem aos 70 anos de fundação da República Popular
da China e a comemoração dos 45 anos de relações diplomáticas Brasil e China.
Nós teremos aqui representantes do consulado, entre eles a Sra. Chen Beijie,
que é cônsul da China, teremos o vice-cônsul Ying Zhaoxi, o conselheiro
econômico e comercial do consulado e o vice-cônsul da China em São Paulo.
Convidamos também o
professor doutor Luís Antonio Paulino, que é do Instituto Confúcio da Unesp.
Além da Unesp, teremos também representantes e professores da Unicamp,
professor Tom Dwyer, do Departamento de Sociologia da Unicamp, o professor
Célio Hiratuka, do Instituto de Economia da Unicamp, além do ex-prefeito de
Jacareí Hamilton Mota, que foi responsável pela instalação de duas empresas
chinesas na cidade de Jacareí. Qual a ideia?
A ideia é que a gente
possa estreitar laços entre a China e o Brasil. Aliás, me disse agora há pouco
o deputado Gil Diniz que, na próxima semana, se eu não estiver enganado, o
presidente da República irá à China, lembrando que o governador esteve na
China, abriu um escritório de representação, e esta Assembleia, a maior
Assembleia do Brasil, não pode ficar fora desse debate, tanto do debate com a
China, como de outros países, para dialogar a importância da relação do Brasil
com países da Europa e da Ásia, mas, principalmente, a possibilidade de
atrairmos, para o Brasil e para o estado de São Paulo, indústrias chinesas,
italianas.
Tivemos a oportunidade de
fazer um encontro com o cônsul italiano e com empresários. Ontem, estive no
Consulado Sueco, e o cônsul sueco tem todo o interesse. Aliás, foi fazer
visitas a Marília, Santos, Mogi, Gavião, Peixoto, e tem interesse em dialogar
com as cidades do estado para ver se é possível trazer empresas para o Brasil.
Por que a gente está fazendo esse esforço?
Porque, infelizmente, o
Brasil ainda vive uma crise grave. O desemprego é muito alto aqui no estado de
São Paulo. A própria secretária Patrícia Ellen - eu procuro dar o nome da fonte
- diz que são 3,3 milhões de desempregados. O IBGE acabou de confirmar esse
dado, mas nós chegamos a dez milhões, se considerarmos subemprego e quem parou
de procurar emprego.
Então, a Assembleia
Legislativa pode e deve dar uma contribuição importante nesse debate de
emprego, tentando atrair para São Paulo empresas de outros países que possam
discutir TI, a questão das montadoras. No caso de Jacareí, a gente tem lá hoje
uma indústria que tem produzido o Tiggo, como outros carros chineses.
Então, é possível, e nós
podemos abrir portas para essas outras empresas de países que são parceiros do
Brasil e que precisam ter esse contato com os deputados e com os prefeitos,
porque muito prefeito, como o deputado Dirceu Dalben, que foi prefeito, cujo filho é prefeito,
tenho certeza que teria todo o interesse em dialogar com empresas de outros
países para que venham ao Brasil.
Muito obrigado, Sr.
Presidente. Espero contar com a presença de todos nesse evento da China, em
especial do PSL.
O SR. PRESIDENTE -
CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr. Deputado. Quero aqui
saudar a presença dos alunos e alunas da ESPM. Sejam bem-vindos todos. Muito
obrigado pela presença.
O
próximo deputado é o deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Adalberto Freitas.
Vossa Excelência tem o tempo regimental.
O
SR. ADALBERTO FREITAS - PSL - Boa
tarde a todos. Cumprimento aqui a Presidência, os assessores de ambos os lados,
os deputados aqui presentes, o pessoal da escola que estava nos acompanhando -
eles estão saindo, mas obrigado pela visita – e a quem está nos assistindo em
casa.
Eu quero fazer um relato
em cima do que o deputado Gil Diniz falou a respeito da preservação da vida.
Gil, essa questão de aborto, é aquele negócio: eu acredito que as pessoas que o
praticam, depois vão ter que acertar as contas... Quando for ter que acertar as
contas mesmo, espiritualmente falando, o negócio vai ficar pesado, vai ficar
pesado. Então, às vezes, a gente sabe que as pessoas entram em desespero e
acabam cometendo algumas besteiras, mas depois a conta vai ser muito alta.
Quero aqui deixar
registrado que, no domingo passado, eu, como voluntário, mais uma equipe de 20
pessoas, participamos, na região de Interlagos, na comunidade da Vila da Paz, de
um evento social em comemoração ao Dia da Criança antecipado.
Foram atendidas cerca de
400 crianças, distribuídos brinquedos e lembranças para as crianças e levamos o
pessoal para fazer assistência, que atenderam nas questões previdenciárias, com
os advogados que estavam lá, corte de cabelo... Levamos muitos benefícios para
aquela comunidade e só queria deixar isso registrado, presidente. Muito
obrigado a todos.
Boa tarde.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado,
Sr. Deputado. Pela lista suplementar, deputado Ricardo Madalena. (Pausa.)
Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Deputado Sebastião
Santos. (Pausa.) Deputado Castello Branco. (Pausa.) Sra. Deputada Edna Macedo.
(Pausa.) Deputado Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Deputado Rafael Silva, V. Exa. tem o
tempo regimental.
O
SR. RAFAEL SILVA - PSB -
Sr. Presidente, nobres colegas, o deputado Gil Diniz falou sobre o aborto. A
sociedade moderna entende o aborto como um recurso normal do qual a mulher
dispõe e eles falam: “Ela tem todo o direito de agir sobre seu corpo”. Deputado
Gil Diniz, acontece que ela não está agindo no corpo dela.
Ela está agindo
no corpo de uma criança inocente que quer ter o direito de nascer e de viver.
Eu me lembro - e eu enxergava - no ano de 1985, de um documentário elaborado
nos Estados Unidos com um equipamento de ultrassom de uma criança sendo
retirada do ventre materno por um aparelho que sugava a criança assim,
arrebentava com a criança.
Essa criança,
ali dentro da barriga da mãe, tentava fugir daquele aparelho, daquele
equipamento, e no momento ela abre a boca e esse documentário se chama “Grito
Silencioso”. Na internet deve ter detalhes sobre isso daí. Era uma criança
sendo assassinada de forma covarde. Aquela criança estava morrendo.
Ela estava viva
e assassinada ali, porque uma ou outra pessoa, ou duas pessoas, ou três
decidiram que ela teria que morrer. É a pena de morte sendo implantada contra
uma pessoa que não teve nem oportunidade de vir ao mundo exterior, já que o
mundo dela até aquele momento era dentro da barriga da própria mãe. Uma
covardia.
E muita gente que
se diz intelectual acha isso normal. Aliás, esse é o grande mal. As pessoas que
pensam que sabem fazem a cabeça daquelas outras mais simples, que acreditam que
matar uma criança não tem problema. “Não nasceu ainda, nós podemos matar”. Ela
foi gerada. Ela existe e está aguardando o momento exato para nascer e de
repente esse direito lhe é tirado de forma violenta, agressiva e - repito -
covarde.
Deputado Gil
Diniz, essa bandeira tem que ser levantada sim. Tenho certeza de que a maioria
dos deputados - a maioria - não aceita esse crime perverso. A maioria tem
consciência de que a vida começa a existir no momento em que aquela sementinha
é plantada e começa a virar um feto. Existe uma energia que habita todos os
seres vivos. Essa energia, uns chamam de espírito, outros chamam de alma. Essa
energia passa a habitar aquele feto no momento da concepção. Alguém pode chamar
de alma.
Não importa o
nome. Importa que, a partir daquele momento, é um ser vivo que tem direitos
plenos, mas que nem sempre são respeitados. Então, deputado Gil Diniz e demais
deputados, procurem na internet. Me lembro bem desse documentário. Foi feito
nos Estados Unidos, há 34 ou 35 anos atrás. Aquela criança que foi assassinada
naquele momento teria hoje essa idade: 34 ou 35 anos. Mas ela morreu naquele
momento. Isso está documentado e qualquer deputado poderá acessar na internet.
Só isso, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, Sr. Deputado. O próximo deputado é o Sr. Deputado Mauro Bragato.
(Pausa.) Deputado Coronel Nishikawa. Fará uso da palavra, deputado? Vossa
Excelência, portanto, tem o tempo regimental.
O
SR. CORONEL NISHIKAWA - PSL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos: Sr. Presidente, assessorias, pessoal
presente na galeria. PEC 2, estamos juntos.
Hoje vamos
falar sobre a nossa região, a região do ABC. Estamos a pouco tempo da temporada
de chuva. Esses dias, o governador esteve presente na nossa região. Foi
questionado por uma munícipe em São Caetano sobre o desassoreamento dos leitos
dos rios da nossa região. Pedi para a nossa assessoria fazer uma vistoria em
todos os piscinões e os leitos da bacia hídrica do ABC.
Se continuar do
jeito que está, vamos enfrentar sérias enchentes. Trabalhei naquela área como
bombeiro. Cansei de atender enchentes naquela região. No ano passado, houve
várias mortes em razão das enchentes. Esperamos ações lá. Estou vendo: um dos PL que vai entrar hoje, é o Projeto de
lei nº 836, sobre a limpeza do rio Tietê.
Só que a
maioria dos rios que chegam na capital, uma parte vem do ABC. O rio
Tamanduateí, todos esses rios, desaguam no rio Tietê. Então, enquanto não
arrumar os leitos dos rios que desaguam aqui no Tietê, não vai resolver muito o
problema do Tietê não.
Primeiro tem
que desassorear a nossa região, que tem uma grande bacia hídrica. O piscinão do
Jaboticabal, que foi prometido, estamos aguardando o seu início para que
minimize as enchentes na região da divisa de três municípios: São Bernardo, São
Caetano e São Paulo. Ali também já houve várias mortes. Cansei de atender
ocorrência de enchentes ali, quando estava nos Bombeiros.
Nós conhecemos
profundamente esse problema. Eu apelo ao Sr. Governador que faça o
desassoreamento da bacia hídrica da nossa região, que não é de hoje que sofre
com essas enchentes. Houve mortes e mortes. Espero que desta vez realmente
consigam resolver o problema daquela região.
Na reunião
passada em que o governador esteve aqui na nossa Casa, eu o cobrei sobre a
emancipação do Corpo de Bombeiros. O Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo
e do estado do Paraná são os únicos bombeiros ligados à polícia. São serviços
distintos. Eu comandei o batalhão, trabalhei na rua, no tático móvel, e
trabalhei no Bombeiro a maior parte da minha carreira de oficialato. São coisas
distintas. Não se faz policiamento no Bombeiro, e vice-versa. Aliás, no
policiamento, hoje, até por falta de efetivo, eu vejo o pessoal do policiamento
atendendo a algumas ocorrências em que eles podem dar atendimento.
Um dos projetos
nossos, que nós vamos apresentar - está difícil subir algum projeto nosso para
cá -, é sobre aulas de primeiros socorros e combate a incêndio como grande
curricular nas escolas estaduais. Haveria várias pessoas que poderiam ser
salvas com as ações de alunos que iriam aprender como se procede para poder
fazer uma RCP, uma respiração cardiopulmonar, uma detecção de um ataque e
algumas manobras que são fáceis de aprender, não são nada difíceis.
Isso, como
grade curricular, iria somar muito para que as crianças aprendam a socorrer
vítimas, mal súbito, parada cardíaca e assim por diante. Então, eu acho que são
medidas em que nós estamos pensando para poder melhorar a qualidade de vida de
todo mundo. Nós trabalhamos exatamente para esse tipo de atitude.
Outra coisa.
sobre o Projeto de lei no 899, que já foi abordado aqui pelo nosso
colega Coronel Telhada, eu digo o seguinte: não sei qual vai ser a votação do
nosso colega, mas eu, como funcionário público, vou votar contra. Obrigado, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, Sr. Deputado. A próxima deputada é a Sra. Deputada Carla Morando.
(Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Cezar.
(Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Dirceu
Dalben. Vossa Excelência tem o tempo regimental.
O
SR. DIRCEU DALBEN - PL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente Coronel Telhada, Sras. Deputadas e Srs.
Deputados presentes, público presente, quem nos acompanha pela TV Assembleia,
pelas redes sociais, nossos colegas de trabalho. Mais uma vez, repito: sem
vocês, não conseguiríamos realizar o nosso trabalho com eficiência. Policiais
civis, militares. E sempre agradecendo a Deus em primeiro lugar: pela vida,
pela saúde, por permitir estarmos aqui em mais uma sessão.
Sr. Presidente,
deputados, o que me traz à tribuna nesta tarde é fazer um comentário sobre um
ofício que encaminhei ao secretário da Saúde, Dr. José Henrique Germann
Ferreira, com relação ao que nós estamos trabalhando nesse mês de outubro com
mais efetividade, que é o Outubro Rosa. É a campanha para a prevenção, às
mulheres, do câncer de mama e também do câncer de colo de útero.
O que nós temos
observado, deputado Coronel Telhada e amigos deputados, é que há anos as
campanhas de conscientização estão cada vez mais nos municípios crescendo,
informando, conscientizando e orientando as mulheres.
Mas, por outro
lado, na outra ponta, o que nós temos observado e, com muita tristeza, é o
sofrimento das pacientes quando detectadas com algum tipo de tumor e que
precisa do tratamento.
São filas de
espera, demora, e com prazo de vida já delimitado. O que eu quero aqui chamar a
atenção dos colegas deputados, e, principalmente, do nosso secretário de Saúde,
o Dr. José Henrique Germann Ferreira, não que ele não esteja preocupado - é
médico, já está trabalhando, o nosso Governo do Estado tem feito um trabalho
proativo investindo na Saúde, investindo nas unidades.
Mas, que nós
pudéssemos fazer um esforço maior, concentrado, de poder viabilizar o
tratamento para essas mulheres identificadas com o câncer, porque nós sabemos
que, havendo de forma precoce, a descoberta do tumor e o tratamento iniciado,
nós teremos uma chance maior de salvar vidas e evitar o sofrimento das nossas
mulheres.
Nessa linha,
quero aqui dizer, caros nobres deputados, que muitas vezes essas mulheres
diagnosticadas com câncer aguardam em fila de espera quando, na verdade, não
podem mais postergar o tratamento por mais tempo.
O tratamento
deve ser feito tão logo ocorre o diagnóstico da doença, possibilitando a cura
da enfermidade. E, sabe-se que o diagnóstico precoce e o tratamento efetivo tem
sido motivo de sucesso na luta contra o câncer.
Nessa linha, eu
estou aqui solicitando neste ofício que a Secretaria de Saúde promova
atividades para possibilitar o tratamento das mulheres diagnosticadas com
câncer, priorizando o cartão da UBS e marcando o exame de biópsia com a
inserção na rede especializada de atendimento.
Nós temos no
estado, no estado, já as unidades indicadas para fazer o tratamento. Mas, o que
nós temos observado, deputada Leci Brandão, que muitas vezes as mulheres
diagnosticadas com câncer até chegar efetivamente na fila do Clos para ter o
atendimento já é tarde, já não tem mais o que fazer.
Então, o meu
objetivo aqui é que não basta ter aí as carretas da mamografia, que é
importante, os amigos do peito, a campanha do outubro rosa - tem que continuar
a conscientização. Mas, nós temos também, deputado Gil Diniz, de ter o
tratamento para as mulheres; nós temos que fazer um esforço, o nosso secretário
de Saúde, nós, parlamentares, o Governo do Estado, de aumentar as vagas e os
tratamentos para atender essas mulheres diagnosticadas, para que, com o tempo,
elas possam ter o tratamento e evitar sofrimento, dor, e, muitas vezes, até
levadas a óbito.
Sr. Presidente,
nobres deputados, espero que possamos, dessa forma, atender a nossa comunidade
através desse ofício ao secretário.
E, rapidamente,
já concluindo, Sr. Presidente, quero aqui fazer menção à Lei 16.111, de 2016,
que trata da autorização de recursos do Governo do Estado, do Orçamento do
Estado, para as guardas municipais.
As guardas
municipais nós entendemos que é o cumprimento da Segurança Pública muito bem
desenvolvida pelas nossas polícias estaduais. Deputado Conte Lopes, tanto a
civil quanto a militar.
Mas as guardas
municipais é um braço, é um cumprimento, e tem ajudado muito. E, na
Constituição, a obrigação da Segurança Pública é do estado. Mas, muitas vezes,
os municípios acabam criando as suas guardas municipais para ajudar nessa
Segurança.
Existe uma lei
aqui, deputado Coronel Telhada, Conte Lopes, de 2016, que falta dotação
orçamentária. E, nós estamos agora elaborando e estudando a peça orçamentária.
Gostaria aqui de sugerir que nós, desta Casa, pudéssemos colocar recursos nessa
lei, para que pudéssemos, assim, os municípios paulistas, que têm guarda
municipal, receberem um auxílio financeiro do Governo do Estado para poderem,
dessa forma, ampliar sua frota, seu equipamento, o material para que os guardas
municipais possam trabalhar com maior segurança.
Recebi hoje,
aqui na Alesp, no gabinete, o secretário de Segurança de Sumaré, a pedido do
prefeito Luiz Dalben, trazendo um projeto que vem ao encontro, ao entendimento
dessa lei, e, através desse projeto, canalizar recursos para o município de
Sumaré, para melhorar ali o atendimento da nossa Guarda Municipal para a
população, e, dentro dessa sugestão do prefeito de Sumaré, quero estender isso
para os 645 municípios paulistas, desde que tenham as guardas municipais, se
todos tiverem, e que possamos, dentro do Orçamento do estado, destinar um valor
para que possamos, nas emendas parlamentares, ou da própria Secretaria de
Segurança do estado, alocar recursos para atender esse convênio.
Então, são dois
pontos importantes. Atendimento às mulheres diagnosticadas com câncer, e também
o fortalecimento da Segurança, através da guarda municipal, em parceria com as
polícias estaduais.
É isso, Sr. Presidente, que eu tinha para
dizer. Meu muito obrigado, e que Deus nos abençoe.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado,
Sr. Deputado. O último deputado inscrito é o deputado Conte Lopes. O senhor
tem... Sinto, Sr. Deputado. O tempo está encerrado. Me perdoe. O senhor vai
falar no Grande Expediente. É isso? Ok.
Encerrado o Pequeno Expediente.
Deputada, a senhora vai falar pelo 82 ou vai
falar no Grande Expediente? Nós vamos abrir o Grande Expediente. A
senhora quem sabe. Então, a deputada Leci Brandão já havia pedido para mim. Eu
concedo a palavra, pelo Art. 82, para a senhora deputada Leci Brandão, pelo
PCdoB. Vossa Excelência tem o tempo regimental.
*
* *
-
Passa-se ao
*
* *
A
SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB -
PELO ART. 82 - Excelentíssimo Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, assessorias, público que nos assiste pela TV, todo o público que
está aí na galeria. Obrigada pela presença. Sempre é bom ter pessoas do povo de
São Paulo, seja de qualquer segmento, participando aqui da Assembleia
Legislativa.
Sr. Presidente,
primeiro, eu quero pedir desculpa, porque hoje eu não pude secretariar V. Exa.,
mas estava fazendo outras coisas. No último final de semana, foi publicado pela
pesquisa Todxs, na agência Heads, a publicidade e a propaganda feitas no
Brasil. É um levantamento que aponta que apenas 7% dos comerciais de TV são
protagonizados por mulheres negras.
Considerando
somente os comerciais protagonizados por mulheres, 70% deles são com mulheres
brancas, e apenas 17% com mulheres negras, e apenas 22% das propagandas
estreladas por homens têm os negros protagonistas. Para que a gente tenha uma
ideia, o setor de cosméticos e beleza, que, nos últimos tempos, incorporou a
diversidade em suas propagandas, porque tem uma grande parcela de consumidoras
negras, não tem mulheres negras em 55% de seus comerciais.
Agora, eu faço
questão de dizer que esse assunto, essa pauta, eu já trouxe para a minha vida
há mais de 15 anos. A gente sempre falou nessa questão de comerciais de
propaganda. Afinal de contas, mais de metade da população brasileira é a
população negra, mas elas pouco aparecem na hora que você fala de publicidade.
Esse assunto, para mim, não é novo. É que a “Folha” publicou isso nesse final
de semana, e eu achei interessante trazer aqui para nossa tribuna.
Afinal de
contas, a gente, que vive o racismo no cotidiano, sabe disso há muito tempo.
Inclusive, isso já foi apontado em pesquisas anteriores. A questão é: por que,
mesmo sabendo que a população negra é um grande mercado consumidor, a publicidade continua não enxergando?
Ou seja, existe uma invisibilidade nessa questão. A resposta é apenas uma:
racismo.
A gente sempre
diz que representatividade importa, e importa muito, mas, no caso da
publicidade e da mídia em geral, a questão não está só no fato de não termos
negros e negras na frente das câmeras. Os cargos de decisão e criatividade das
agências também precisam ter uma coisa chamada diversidade. Como aponta a
reportagem, “a falta de representatividade interna se reflete em campanhas
pouco diversas, distantes da realidade brasileira”.
Eu acredito que
o Poder Público tem um papel fundamental para que alcancemos essa
representatividade. Sr. Presidente Coronel Telhada, quero informar, e faço
questão de informar isso a V. Exa., que a questão aqui não é o crime, a polícia
que mata negros, que não mata, enfim, os policiais negros que são mortos
também. A questão é outra: estou falando da mídia. Estou falando dessa coisa
chamada agência de publicidade.
Nós
apresentamos um projeto de lei, em 2014, o Projeto nº 934, que garante a
divulgação de imagens de homens e mulheres, negros e negras, na proporção de
50% do total das imagens que são veiculadas em publicidades institucionais ou
de utilidade pública, de iniciativa da Administração Direta, Indireta e
Fundações Públicas do estado.
Esperamos que
uma próxima pesquisa... Porque tudo isso saiu na “Folha de S.Paulo” através de
uma pesquisa que foi feita. A gente espera que, na próxima pesquisa, a
realidade apresentada seja outra e a cara da propaganda seja mais diversa na
frente e atrás das câmeras, até porque essa matéria saiu naquele suplemento de
mercado.
Ou seja, no
momento, a palavra “mercado” está muito em pauta em nosso país, até por conta
do governo federal. O mercado é importante para tudo, hoje em dia, mas tenho a
obrigação de, nesta Casa, mostrar quais são as dificuldades pelas quais a população
negra passa neste país. Afinal de contas, tudo é comércio. Você liga a
televisão, o celular, seja o que for, tem sempre publicidade, tem sempre coisas
para que as pessoas comprem, enfim. Você não vê, por exemplo, mulheres negras
em comerciais de automóveis que são lançados, de condomínios que serão
construídos. Existe uma divisão, uma prioridade, uma forma como eles encaram
isso, os donos das agências, de que a população negra não atende a determinados
mercados.
Isso é uma
coisa, infelizmente, que não procede. Acho que a gente tem que chamar os
diretores das grandes agências de publicidade deste país para entenderem que
não é só a questão da mulher na beleza, no cosmético, na sensualidade. Não,
existem outras coisas que são fundamentais, e que a população negra é
consumista e que precisa ser entendida como realidade brasileira. Já passou da
hora de a gente ficar discutindo esses assuntos.
O que me
espanta é que já falo nessas coisas desde que nem sonhava chegar a esta Casa. A
partir da arte, a gente sempre cantou e contou esses problemas que existem no
Brasil. Infelizmente, deputado Conte Lopes, isso acontece. É uma pobreza, é um
desperdício, um retrocesso, mas, infelizmente, acontece.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, Sra. Deputada. Entramos, portanto, no Grande Expediente. O primeiro
deputado inscrito é o deputado Frederico d’Avila, que permuta o seu tempo com o
deputado Conte Lopes. Portanto, V. Exa. tem o tempo regimental.
SR.
CONTE LOPES - PP -
Sr. Presidente Coronel Telhada, primeiramente, quero cumprimentá-lo pelo
lançamento do seu livro “Aqui é Rota”. Parabéns por mais uma obra mostrando o
trabalho seu e da Rota, em defesa da população.
Srs. Deputados,
Sras. Deputadas, queria agradecer ao deputado Frederico d’Avila. Até vi uma
colocação dele sobre a Rede Globo de Televisão, uma perseguição de um policial
herói, um policial que, com uma moto, persegue um bandido, um ladrão de Rolex
de 17 anos, e ele faz miséria para encostar no ladrão.
É bom colocar
aqui, Coronel Telhada, que nós inventamos a Rocam lá na Rota, em torno de 82.
Eu era oficial da Rota, capitão da Rota. O trânsito tinha ficado muito difícil
em São Paulo e nós, que costumávamos atravessar da zona norte à zona sul em 15
ou 20 minutos, dificilmente conseguíamos andar. Então, inventamos o
policiamento motorizado.
Essa
perseguição de um policial a um bandido, a um ladrão de Rolex, demora alguns
minutos. E passa o vídeo na Globo, em outras televisões, o policial: “para que
eu vou te matar”. É normal, fiz isso muitas vezes na minha vida, até para
assustar o cara e o cara parar, isso é natural.
O bandido foi
preso com arma, em uma perseguição na contramão, por cima de calçada... e é bom
colocar aqui, eu sou capitão da Polícia Militar e cheguei nesta Casa em 86,
como capitão. Eu não me aposentei na Polícia Militar, eu era capitão e vim para
esta Casa porque me tiraram do policiamento de rua e me colocaram dentro do
hospital militar na época do Franco Montoro, José Carlos Dias, Michel Temer e
outros.
Eu recebo 7 mil
reais por mês da Polícia Militar. Tenho livro escrito também, Coronel Telhada,
filmes que fiz, duas promoções por bravura na Polícia Militar, meu salário é 7
mil reais na Polícia Militar. Volto a repetir, não pedi para me aposentar, não.
Aposentei por obrigação na Polícia Militar. Se você for da ativa e for eleito,
você se aposenta automaticamente.
E o que me
causa espanto é ver dois coronéis da Polícia Militar irem a público, na Globo,
um que foi, Frederico d’Avila, meu professor de psicologia na Academia. O cara
nunca pegou um bandido na vida, ele nunca pôs o traseiro em uma viatura.
Traseiro, para quem não sabe o que é, é aquele negócio que a gente senta. Isso
é o traseiro. Ele nunca pôs em uma viatura. Aliás, se ele pegou um bandido eu
renuncio o meu mandato aqui.
E o cara vai
lá, dita normas. O outro até que foi um tempo do Gate, mas depois fez mais
curso fora do que Gate, né? Ganham em torno de seus 20 mil reais da Policia
Militar e vai para os canais de televisão xingar o policial. Falar que o
policial trabalhou errado, que não é para perseguir. Meu Deus do Céu, quando
você persegue um carro roubado, você não sabe se tem sequestrador lá dentro, se
tem mulher sendo estuprada lá dentro, você não sabe quem está dentro do carro.
Da mesma forma a moto. Tanto é que era ladrão, ladrão de Rolex. E foi preso.
E os caras vão
para a televisão criticar a figura do soldado que ganha 3 mil reais por mês. E
os caras aposentados, coronel ganha 20 ou mais. E vão lá criticar, ditar
normas. Eu também não sei por que esses programas chamam eles, não é? Tem tanta
gente aí do policiamento. Chama o coronel Salles, que é o comandante da Polícia
Militar, que é um homem experiente. Chama o coronel Salles. Chama alguém da
polícia, o comandante deles.
Agora, eu não
entendo por que essa sanha, essa vontade de denegrir a polícia. O policial foi
um herói, atravessou na contramão. Eu fiz isso várias vezes com viatura de
Rota. Tem muita gente que não gosta de mim mesmo, um monte não gosta. Porque eu
trabalhei. Porque eu tive promoção por bravura, porque eu tive elogios, por
isso. Porque eu trabalhei. E tem muita gente que fica a vida inteira [Expressão
suprimida.] e chega até os altos comandos da polícia. E fica pagando moral aí
com o [Expressão suprimida.].
Vão me
desculpar. Que a Globo fale, tudo bem. Que o Caco Barcellos escreva o livro
“Rota 66”, até me dando um capítulo todo especial, do deputado matador, que eu
tive que escrever meu livro à mão, o “Matar ou Morrer” para poder responder,
mas não com a força da Globo. A gente tenta colocar o nosso lado. Então é isso.
Agora vai o
cara que é da própria corporação, vai lá e fica ditando norma, xingando o
policial, falando que está errado, que não pode. Então quer a polícia na rua
para quê? Para perseguir ninguém? Então para que vai para a rua? Então não vai
para a rua. Se o policial não pode perseguir bandido, então acaba com a
polícia. Se a polícia não pode perseguir quem está cometendo crime... Um cara
armado, que resiste, que começa a fugir da polícia, ele está cometendo o crime
de resistência à prisão. E ainda está armado. Querem mais o quê?
Mas,
simplesmente, se critica o policial. Pedindo, ainda, qual a providência que vai
ser tomada. Dê elogio para o policial. Promova o policial, como promovia o
Erasmo Dias na minha época. Promove o policial, devia fazer isso. Arriscou a
vida, podia cair, quebrar um pescoço, morrer, não, mas ele foi atrás e pegou. E
não, a gente vê o contrário. Uma perseguição aos homens que estão nas ruas,
defendendo a população.
Se São Paulo
não é o Rio de Janeiro é graças à polícia de São Paulo. Militar e Civil. É graças
à polícia de São Paulo. O Rio de Janeiro, todo tiroteio acerta criança, só não
acerta bandido. Não morre nenhum bandido e nenhum policial, morre só criança,
nunca vi igual, mas tudo bem.
Agora, aqui
não, nós somos preparados, nós somos treinados. Essa é a grande verdade. O Bope
veio treinar comigo, aqui na Rota, quando eu estava na Rota. Quando foram criar
o Bope lá. Agora, os policiais agiram corretamente e prenderam o bandido.
Dez minutos de
televisão, é o tempo que eu tenho para usar aqui. Ainda chamam duas pessoas, e
o pior é que selecionam para falar, não é, deputado Coronel Telhada? Ninguém
chama V. Exa., ninguém chama o coronel Mecca para falar, o próprio Frederico
d'Avila, que acompanha a polícia a vida inteira.
Ninguém chama.
Chamam dois para criticar. Quer dizer, é só para denegrir a polícia, o trabalho
de um soldado que está arriscando a vida, ganhando dois paus e meio por mês,
arriscando a própria vida, perseguindo bandido. Então, realmente, isso causa
revolta e indignação. Pelo amor de Deus!
Eu tenho tem 72
anos, mais de 50 anos de polícia. Parece que não melhora isso, os caras torcem
pelo bandido. Vamos mudar um pouco, vamos mudar. Coisa do outro mundo: só vão
para criticar. Não morreu ninguém, ninguém foi baleado, o bandido foi preso,
era um ladrão de Rolex. Ou ladrão de Rolex pode ficar na rua, solto? Foi preso,
armado; foi para a cadeia.
Mas fazem uma
matéria com dois coronéis, que - volto a repetir - ganham mais de 20 mil reais
por mês, aposentados. Ensinar a
trabalhar, ora, meu Deus do céu, cada tempo tem o seu tempo. Outro dia até
falava com o Frederico d'Avila, que me acompanhou muito tempo na vida.
No meu tempo,
não tinha colete à prova de bala, a gente usava um 38. Tudo mudou. Não tinha
quem falava com o bandido, éramos nós mesmos que o fazíamos. Não tinha o
pessoal preparado para falar com o sequestrador. Éramos nós mesmos que
conversávamos, não tinha nada disso, não tinha colete, não.
Lembro que,
numa ocorrência só minha, em que foi morto um tenente da Polícia Militar com um
tiro no peito. Foi baleado o investigador de polícia, o Roberto, foi baleado o
Gilson Lopes, que hoje é comandante da Polícia Militar, e foi baleado o Celso,
por um cara só, que gritava lá de dentro, segurando uma mulher e quatro
crianças: “Eu quero matar dez da Rota, depois, eu posso morrer”. Até que eu
matei ele.
Fiquei 21 anos respondendo processo, 21 anos
respondendo processo. Fui julgado como deputado por 25 desembargadores. Essa é
a função do policial, coitado. Ainda pegam dois coronéis para criticar o coitado
que está perseguindo uma moto, a ponto, realmente, de ele morrer naquela
perseguição. Agora, quando você jura perseguir bandido, jura trabalhar, você
não pode se omitir, não. Por que ele perseguiu e se colocou em risco?
Então, pare a
polícia. A partir de hoje, não tem mais polícia na rua, cada um que se
vire. Volto a repetir, eu ganho sete
mil, duas promoções por bravura, livro escrito, filmes, um monte de
ocorrências, que todo mundo sabe.
Cara que nunca
pegou uma [Expressão suprimida.] de um bandido, nunca pôs [Expressão
suprimida.], a [Expressão suprimida.], numa viatura e se prostra de coronel e
vai lá falar besteira. Vai para os quintos dos infernos. Prove que prendeu,
então. Isso é brincadeira. Pelo amor de Deus. Perdoe o desabafo, Coronel Telhada,
mas é difícil ter que ouvir isso aí de pessoas que nunca defenderam a
população.
Salvei, sim.
Caco Barcellos fez matéria sobre mim, um capítulo só para mim no livro Rota 66,
o deputado matador. Salvei sete pessoas como reféns. Nas sete, quem morreu foram
os bandidos, ou foram presos. Mas nenhum refém foi baleado ou foi morto em
ocorrências minhas. Como eu disse, nós não tínhamos nem colete à prova de bala,
era um revólver 38, e tinha que se virar com ele. Essa é a realidade.
Obrigado, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, Sr. Deputado. O próximo deputado é o deputado Delegado Olim. (Pausa.)
Deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputado
Rodrigo Gambale, que faz a permuta do seu horário com o deputado Major Mecca.
Tem V. Exa. o tempo regimental de dez minutos.
O
SR. MAJOR MECCA - PSL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Srs. Deputados, Mesa, os nossos funcionários
que nos dão suporte ao nosso trabalho, aos nossos irmãos da galeria, sejam
sempre muito bem-vindos. Complementando até o que o deputado capitão Conte
Lopes estava falando aqui sobre as críticas que foram tecidas aos policiais do
23º Batalhão num jornal da Rede Globo, é impressionante, realmente Conte Lopes,
a forma como se dispõe a prontidão, a rapidez em criticar a ação policial.
Se eles não sabem, são
esses homens corajosos que expõem a sua vida correndo o risco de morrer, de
tomar um tiro, de se acidentar assim, que produz os números que São Paulo tem
hoje. São esses homens, ou pensam que são os que o Conte Lopes citou aqui que
não saem de dentro do quartel? Que são os astronautas que fizeram curso na Nasa
que trocam tiro com bandido na rua? Não são não.
E o policial expõe a sua
vida a todo momento. Vá ver o tenente que foi atender um acidente de trânsito e
morreu. Aí esses especialistas, Conte, se o policial a qualquer atendimento
estiver com arma em punho na lateral do corpo para uma pronta reação a um
ataque, falam que o policial é violento, é truculento. “Onde já se viu já estar
com a arma em pronto emprego?”, mas tem que estar.
E esses especialistas com
a gente não discutem. Vão falar lá na televisão, na Rede Globo. Venham discutir
polícia com a gente aqui, porque querer vomitar procedimento, querer
ridicularizar o policial em rede nacional... Deveriam ter vergonha de fazer
isso, porque quem já usou uma farda deveria ao menos ter respeito a esses
homens que estão nas ruas fardados defendendo o povo paulista.
Isso é ingratidão e
desrespeito com a farda que já vestiu, porque não são especialistas no que
dizem não. Especialistas são esses homens aqui. O Coronel Telhada está ali, o
Conte Lopes, nós que trocamos tiro na rua junto com esses soldados aqui.
Está lá em cima o pai do
capitão Pontes, que na semana passada foi vítima de um roubo e foram esses
soldados que recuperaram a “res furtiva”, que foram atrás, recuperaram outros
bens, prenderam os criminosos justamente com esse espírito de persistência e servidão.
Aí vêm esses
especialistas não sei do que querer ridicularizar o trabalho do soldado em rede
nacional. Deveriam ter vergonha do que fazem, porque nós aqui ficamos com
vergonha de ver uma matéria daquela e externamos aqui, em público, a nossa vergonha
de ver uma matéria daquela como foi feita.
E aproveitando para falar
das ações do governo em relação à valorização desses bravos homens e mulheres
que estão todos os dias nas ruas defendendo o povo de São Paulo, porque o
governo implementa inúmeras ações. Uma das mais recentes foi os mais de 12
milhões numa propaganda que está passando na televisão, inclusive nos cinemas
está passando, sobre as polícias de São Paulo.
E são essas mesmas
iniciativas e proposituras que realmente valorizam o homem, que nós buscamos.
Essa semana nós apresentamos um projeto de lei complementar que busca essa
valorização, como já existe em outras categorias dentro do estado. Como a Lei
complementar nº 1.059, de 2008, onde a participação nos resultados dos agentes
fiscais de renda é extensiva aos aposentados e pensionistas. E a nossa
legislação sobre bonificação, sobre resultado, diz no Art. 10: “É vedado o
pagamento da Bonificação por Resultados, nos termos desta lei complementar, aos
inativos e pensionistas.” Ou seja, esse tratamento desigual precisa acabar,
porque os homens que mais se sacrificam - como, por exemplo, 20 policiais
mortos esse ano, 20 suicídios - esses homens precisam ser valorizados como
ações práticas como são as iniciativas de marketing do Governo do Estado de São
Paulo. Porque esse homem, Conte Lopes, que o senhor citou, é esse aqui. Por
gentileza. É esse homem aqui. Olha o holerite. Olha o holerite. Filma aqui ó.
Filma o holerite. Dá um zoom no holerite do soldado.
* * *
- É feita a
exibição de foto.
* * *
De 1.700 reais
líquidos. Sete consignados. Então, não adianta querer valorizar, aumentar a
Dejem, autorizar o policial a fazer 15 ou 20 Dejem. Esse homem vai para casa
que horas? Esse homem vai descansar que horas, se ele vendeu os 15 dias da
folga que ele tem por mês? Esse homem vai descansar em que momento? Ele vai
abraçar a esposa e os filhos em que momento? Ele dorme que hora?
Ou seja,
trabalha, e descansa carregando pedra. Soldado tem que ser assim: “Ah, o senhor
está de folga? Então, o senhor agora vai carregar pedra e encher laje para
descansar”. É dessa forma que o soldado é tratado em São Paulo. então vamos
parar com as iniciativas e ações de marketing que se gasta milhões, e vamos ter
essa disposição política para valorizar esses homens e mulheres, que os
especialistas dizem, na televisão, que expõem a vida.
Eles expõem a
vida todo dia. As pessoas que estão ao redor de um policial também correm risco
de vida. Não tem jeito. Ou existe uma fórmula mágica? Alguém tem uma fórmula
mágica? Se o policial for atacado, ele tem que se defender.
Já passei por
situações onde os policiais foram atacados, e não revidaram, para proteger os
cidadãos que estavam próximos. Os policiais têm essa consciência. O policial
não deu um tiro naquele criminoso armado. O policial não deu um tiro nele. O
policial efetuou a prisão. Agora, o policial, para eles, é como os
congressistas aqui no Brasil: “Não, a excludente de ilicitude, agir sob forte
emoção, sob efeito do fator surpresa? Não, isso é um absurdo para o policial.”
Vocês pensam
que não é um ser humano que está dentro da farda? Vocês pensam que é uma
máquina que está dentro da farda, desta farda que está aqui? Vocês acham que é
uma máquina que está aí dentro? Não é uma máquina. É um ser humano. É um homem
que está sujeito, sob os efeitos da forte emoção. O policial sabe, tem a
consciência que está arriscando a vida dele. Foi o nosso juramento.
Mas precisamos,
ao menos, ser respeitados. Algo que, verdadeiramente, em São Paulo, não somos
respeitados. Aproveitam-se... Como o governo de São Paulo, se aproveita dos
resultados produzidos por esses homens. Mas não apresenta nenhuma ação efetiva
que melhore a vida desses homens.
Os policiais
que estão aqui se agarram a essa missão aqui porque recebem uma gratificação. Porque,
se tirar a gratificação, piora a situação. Aqui, quando ganha uma gratificação,
consegue pelo menos comprar uma mistura, porque todos ganham uma miséria, seja
policial militar, seja policial civil. Se eu estiver mentindo, levanta a mão e
fala: “Major, o senhor está mentindo, policial ganha muito bem em São Paulo.”
Fala! Ganha uma miséria e é desrespeitado.
Não basta o
governo pisar em cima do policial; a gente tem que assistir a dois cidadãos que
já usaram a nossa farda quererem ridicularizar o policial em rede nacional.
Tenha santa paciência, viu. É preciso estômago para sobreviver num cenário como
esse. Parabéns aos policiais, que mesmo assim defendem São Paulo, porque não é
a primeira vez que esses caras fazem esse tipo de... Eu já fui vítima deles em
rede nacional, falando que a minha abordagem foi errada.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Major
Mecca. Não foi só o senhor; eu também já fui vítima dos técnicos de polícia,
que nunca sentaram numa viatura. Mas tudo bem.
Deputado Ed Thomas, a voz da Assembleia
Legislativa. Vossa Excelência tem o tempo regimental de 10 minutos.
O
SR. ED THOMAS - PSB - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Querido amigo na Presidência dos trabalhos: minha admiração
de sempre, que não é de hoje, não por estar deputado, mas bem antes disso.
Coronel Telhada, grande abraço. E estendo à família militar. E concordo com o
Coronel Telhada, com o nosso querido Conte Lopes e com o Major Mecca, que
acabou de usar a tribuna. E a bancada da Segurança desse Estado, tão bem representada
no Parlamento Paulista. É um privilégio conviver com todos e poder aprender,
sempre, a verdadeira Segurança.
E lembrar que a
Segurança não é o carro, não é a arma, não é toda essa tecnologia, mas cada
homem e cada mulher que veste a bandeira do estado de São Paulo. Com certeza,
esse profissional da Segurança, o policial militar, veste a bandeira do Estado.
O que eu entendo de Segurança é que quando eu preciso, chamo; simples dessa
forma e dessa maneira. E que a gente tem a melhor polícia do país, com certeza
- a do estado de São Paulo.
Quanto ao
salário, esse está bem lá atrás, e já faz muito e muito tempo. Creio que se
cada governador que chegou tivesse feito pelo menos um pouco a mais, hoje nós
pelo menos teríamos dignidade, a polícia teria um salário com dignidade. Mas a
gente precisa trabalhar para que isso aconteça, e eu me somo a todos aqui, com
muito, mas muito orgulho. Parabéns pelo manifesto, querido Conte, Mecca,
Coronel Telhada e todos.
Eu venho fazer
um agradecimento, Sr. Presidente. O dia de ontem, segunda-feira, foi um dia
muito, mas muito importante para o estado de São Paulo. Venho fazer um
agradecimento em especial ao senador Major Olímpio. A ele, minha amizade, minha
eterna gratidão, meu compromisso. Temos um orgulho muito grande. Ele é de
Presidente Venceslau, da minha região, da Grande Presidente Prudente, que é
capital regional do oeste paulista. E ele tem estado muito presente em todos os
segmentos. E não poderia ser dessa forma.
E estendo,
através da bancada federal do estado de São Paulo, através do deputado Coronel
Tadeu, da mesma forma. Por que estou dizendo isso? Porque nós tivemos uma
reunião, no mês de abril, na Unipontal, que é a União dos Prefeitos do Pontal
do Paranapanema, e ali foram compromissados ônibus escolares com as prefeituras
municipais da minha região. E parte disso já foi cumprida no dia de ontem, no
Parque Villa-Lobos, onde tivemos a entrega de 180 ônibus. Para cada ônibus, 40
crianças, com acessibilidade.
Para um
prefeito adquirir um ônibus desse, é muito difícil: 226 mil reais. É muito
dinheiro, muitas vezes, para uma prefeitura pequena, onde uma emenda impositiva
de um deputado, de uma deputada, faz a diferença na vida das pessoas. Imagina
um ônibus escolar, principalmente de onde venho. Sou um dos deputados mais
distantes da capital paulista, a 600 quilômetros daqui, onde o volume de
estradas sem asfalto é muito grande, por causa da agricultura familiar, por
causa dos nossos produtores. São muitas estradas
de terra.
Temos
municípios que têm novecentos quilômetros de terra. E, tudo isso se roda para
levar as crianças até a escola. Então, é necessário que tenhamos veículos
realmente fortes, e com segurança para os nossos meninos e meninas.
Venho fazer
esse agradecimento, em especial ao governo do presidente Bolsonaro. Nosso
muito, mas muito, obrigado. É hora de falar em respeito, em gratidão,
cumprimento da obrigação, dinheiro investido na Educação, até porque não é
gasto, não é tido como gasto, mas como investimento.
Então, nessa
primeira leva são 180 ônibus atendendo 144 municípios do estado de São Paulo.
Mas, mais chegarão, totalizando trezentos. O governo federal, através do MEC,
já distribuiu para o País mais de 500 ônibus. Mas, lembramos que temos mais de
cinco mil municípios.
É necessário
fazer um agradecimento, nessa parceria do governo federal com o Governo do
Estado de São Paulo; do governador Doria com a Secretaria de Educação, através
do secretário Rossieli, através do ministro da Educação, Sr. Abraham.
E, agradecer.
Agradecer em nome dos 15 municípios, que receberam, num total de 53 municípios
da décima região administrativa, e poder aqui dizer muito, mas muito, obrigado.
No engajamento
com deputados do estado, com deputados federais da bancada paulista que
colocaram esse recurso, e que agora ele está chegando. Muito, mas muito, feliz
de ver prefeitos e prefeitas.
Deputado Cezar,
que sabe que é, realmente, a dificuldade que é administrar, de fazer muito com
pouco, de fazer mais com menos. E isso acaba preenchendo aquele vazio de
recursos que uma prefeitura tem, que os cofres públicos têm, nesse momento de
dificuldade que nós estamos vivendo.
Então, é
necessário dizer ao governo federal, ao presidente Bolsonaro: muito, mas muito,
obrigado. É claro que muitos não vão anunciar dessa forma. A verdade é que em
poucas notícias se falou disso. Nós estamos num período em que é mais fácil
falar daquilo que não presta, daquilo que não tem mais jeito, do que aquilo que
está se dando jeito, daquilo que se está consertando, e é necessário, e ainda
vai um tempo enorme para consertar todo esse estrago que foi feito.
Mas a gente
precisa acreditar, e eu acredito. A minha região, nós não temos, em si, um
deputado federal que a represente; já tivemos, hoje, não. Então, muitas vezes o
deputado estadual tem que fazer, Aprigio, essa menção, e, ao mesmo tempo,
cumprir esse vazio de trabalho de um deputado federal.
Então, eu tenho
que usar esse tempo e dizer: muito, mas muito, obrigado, senador Major Olímpio,
pelo carinho, pelo pronto atendimento; ao deputado Coronel Tadeu, da mesma
forma: muito, mas muito, obrigado à Presidência da República, ao governo
federal.
E dizer que nós
precisamos de mais; que é necessário, realmente, mais. E, sabemos que teremos
mais. Nossas crianças com certeza merecem toda essa segurança. A Educação
merece todo esse investimento. É preciso. É o único caminho. A solução é
Educação.
É claro que
minutos atrás eu falei que a tecnologia não substitui o trabalho de um homem,
de um policial militar; que o ser humano trabalhador militar é mais importante
que qualquer outro.
Da mesma forma,
tudo é professor. Tudo é professor. É essa valorização que a gente tem que
buscar, a esses que dedicam parte da sua vida, ou toda a sua vida, para a
Educação. Então, é muito importante que se dê essa notícia, dessa presença do
governo federal no estado de São Paulo, certo? Para que melhoremos todos nós,
juntos, a vida das pessoas.
Fica aqui, mais
uma vez, o meu muito, mas muito, muito, muito obrigado. E, trabalhar, com certeza,
podendo fazer sempre mais.
Obrigado, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, Sr. Deputado.
A próxima deputada é a deputada Valeria
Bolsonaro, que permuta o seu tempo com o deputado Frederico d'Avila.
Portanto, V. Exa. tem o tempo
regimental de dez minutos.
O
SR. FREDERICO D’AVILA - PSL – Boa
tarde a todos, Coronel Telhada, demais colegas. Olha, aproveitando aqui o
discurso do Major Mecca e do Conte Lopes, e também a sua presença na
Presidência deste Grande Expediente, eu queria dizer da minha revolta para com
essa matéria do “Hora 1”, da Rede Globo, que vem bem de manhãzinha cedo,
esculhambando os soldados R. Santos e Heleno, da Rocam do 23º Batalhão do
CPA/M-5.
Isso é um
absurdo. Eu ainda eu quero dizer o seguinte. Meu chefe de gabinete, que é
ex-policial militar, cantou a bola, semana passada, que mais hora menos hora, a
televisão, ou algum meio de imprensa, ia esculhambar os policiais. Não deu
outra. Deu quatro dias, Major Mecca. Quatro dias e os policiais foram apedrejados
pela imprensa.
A Rede Globo e
a Ouvidoria estão juntas, no que diz respeito ao interesse da população em
Segurança. Tudo que é para Segurança da população a Rede Globo de televisão e a
Ouvidoria estão juntas. Inclusive, têm muitos amigos em comum, pessoas em
comum, cujo qual a Ouvidoria passa informações privilegiadas, justamente para
pichar a imagem dos policiais, como aconteceu nesse episódio.
Vocês, Conte Lopes, Coronel Telhada e Major
Mecca, têm uma desvantagem em relação a mim, porque vocês são policiais
militares. Eu não sou. Sou admirador da polícia, gosto da polícia, já fiz
várias contribuições para polícia, fosse material ou não. Ajudei a reformar o
quartel da Rota, com mais outros empresários. Arrecadamos lá mais de 700 mil
reais, na época do comando do coronel Mello Araújo, os quais nós ficamos muito
satisfeitos por poder ajudar aquele batalhão. Gostaríamos de ajudar não só a
Rota, mas ajudar a Cavalaria, o Segundo Choque, enfim, todas as unidades
policiais militares, mas foi o que nós conseguimos à época.
Agora, eu quero
dizer, eu posso falar, porque eu não sou policial militar. Eu não sou nem
militar, Coronel Telhada. Eu vou falar aqui com a câmera. Esse seu coronel José
Vicente da Silva e esse Diógenes Lucca são dois mercenários. Mercenários que se
utilizam exatamente daquilo, Coronel Telhada, que é o “cuspir no prato que
comeu”.
Esse coronel
José Vicente, segundo informação do deputado Conte Lopes, que é antigo, o
senhor que é antigo, e demais os policiais que eu conheço, nunca deu um tiro na
vida. Acho que só no estande da Polícia Militar, e olhe lá. É daqueles que o
cano da arma está sempre limpinho. E esse Diógenes Lucca diz que fazia curso,
curso, curso, curso. Quando acabaram os cursos, ele saiu da PM.
Eu quero saber
quem que deu o título de especialista em Segurança para eles. O Coronel Telhada
tem “n” processos de homicídio, o Major Mecca, o Conte Lopes, porque
trabalharam. Esses dois aí, acho que não devem ter nem ocorrência de
desinteligência, o famoso Charlie 04. Certo?
Então, aí o
fulano vem, a Globo chama, paga para ele falar contra instituição que ele foi
formado nela, 30 anos um, 20 e tantos anos o outro, pagos pelo Estado ainda,
porque eles recebem seus 18, 20, 22 mil reais por mês, e ainda recebem mais uns
30, 40 da Globo para esculhambar a instituição da qual que eles são oriundos.
Eles não
entendem nada de Segurança Pública, os dois. Vou repetir: Diógenes Lucca e José
Vicente da Silva. Se sair candidato a síndico de prédio, não ganha a eleição,
quanto mais aqui para Assembleia, para deputado federal, para vereador. Eu desafio eles a saírem candidatos. Eles, que
são especialistas em Segurança Pública, Major Mecca.
Falarem que não
podia xingar o bandido. Como é que não podia xingar o bandido? Como disse o
presidente Bolsonaro, se não xingou, devia ter atirado. Se não atirou em 20,
devia ter atirado em cinquenta. Policial é feito para ser policial. Se fosse
para ser assistente social, se fosse para ser enfermeiro, que seguisse outra
carreira. Policial é para fazer
exatamente o que aqueles dois bravos policiais da Rocam, soldado Heleno e
soldado R. Santos, fizeram. É aquilo que a população espera.
Vem esse
coronel José Vicente falar que os policiais desobedeceram as regras de
trânsito? Quer dizer que agora, em uma perseguição policial, você tem que parar
no sinal vermelho? Tenham a santa paciência. Foram falar que quebraram dois
retrovisores de dois veículos, Coronel Telhada. Hoje, a gente sabe que
dificilmente se consegue quebrar o retrovisor de um veículo, porque eles são
dobráveis. Dá para ver no filme. Tem grupo de amigos meus que quer pagar
churrasco para os policiais, que quer conhecer os policiais, que quer dar
parabéns aos policiais.
Como diz o
Major Mecca, o cara ganha três mil reais por mês para chegar após alguns dias
da ocorrência, dois especialistas que nunca deram tiro na vida, nunca mataram
ladrão, nunca prenderam ladrão, nunca entraram em uma favela, nunca fizeram
porcaria nenhuma, um viveu só de cursos e o outro era psicólogo da PM... E
psicólogos, Conte, você deve conhecer muito bem os psicólogos da PM que,
inclusive, ajudaram a fazer com que seu filho não entrasse na Academia Militar
do Barro Branco. Foi graças aos psicólogos da PM.
Então, é isso
que temos hoje: uma polícia mal paga que, quando trabalha bem, esculhambam a
polícia. E quem deu o título de especialista para esses dois? Foi o Mossad? Foi
a SWAT? Foi a Interpol? Foi a polícia israelense, foi a polícia francesa, foi o
MI6, foi a KGB, a FSB, sei lá? Quem deu o título de especialista para esses
dois? São dois bobões. Se puser em uma ocorrência policial com todos esses três
velhos de cabeça branca aqui, eles saem correndo e esses três ficam. É
brincadeira um negócio desses.
E vou dizer um
negócio aqui, Coronel Telhada: vou pedir para que encaminhem essa minha fala à
Rede Globo de Televisão. Vou pedir para a Mesa encaminhar e vou promover uma
campanha aqui, vou começar hoje. Eu ia falar daqui uns dias, mas vou começar
hoje. Em outubro de 2022 vence a concessão da Globo. Vamos fazer o “Concessão
Globo Não”. Vamos cassar a concessão da Globo. Cassar, tem que cassar. Vai
virar uma TV daquelas de bairro. Vão cassar e eles que vão vender os GNTs
deles, vão viver de TV a cabo. Televisão aberta, para eles, chega!
Agora, estão
com uma tal de uma nova novela, ou série ou sei lá o quê, que dizem que vai
promover prostituição, aborto, incesto familiar, tudo que não presta. É tudo o
que não presta. É pai pegando filha, é incesto, é aborto, é irmão com irmão, é
não sei o quê, esculhambando a polícia, é droga.
Eles devem
estar desesperados, porque o ministro Moro está apreendendo tanta droga que o
preço da droga - vocês são policiais - deve estar subindo nas ruas. E como o
pessoal da Globo usa muita droga, eles devem estar revoltados. Eles devem estar
muito revoltados. Aquela turma da Globo, a maioria, tudo usa droga. E aí vem
esculhambar policial, porque é lógico, o policial é culpado pelo preço da droga
subir.
Eu vou oficiar,
Conte, e vou pedir para você assinar, assim como o Mecca e o Telhada,
parabenizando os policiais R. Santos e Heleno pela atitude deles. Você sabe
como é, Telhada. Você, o Mecca, o Conte. Quando vocês conseguiram sobressair na
Polícia Militar, vocês tiveram a cabeça cortada de alguma maneira. O Conte foi
parar no Hospital Militar, o Mecca puseram no 2º de Choque, o Telhada ficou um
tempo na geladeira e, se não fosse o Dr. Ferreira Pinto, não voltava para a
Rota nunca mais. Então, a gente sabe como funciona isso. Sobressaiu na Polícia,
corta a cabeça. Então, a gente tem que ficar atento com o Heleno e com o
soldado R. Santos, senão vão jogá-los em uma situação bem complicada.
A polícia
americana, Conte, você a conhece melhor do que eu. Tem aquele monte de programa
no canal americano. Na polícia americana, se você dá um tiro no polícia, eles
dão 50 de volta. Um dia eu perguntei a um policial em Chicago: “Por que vocês,
aqui nos Estados Unidos, quando atiram, vocês metem bala de volta, à vontade?”.
Ele falou: “Porque aqui a nossa Constituição diz que, quando alguém agride um
agente da lei que está com o distintivo ou com a farda, ele está atirando, ele
está agredindo a população de todo o estado. E você pode usar de todos os meios
para dissuadir aquela situação”.
Então, de novo,
como disse o presidente Bolsonaro, se deu dois tiros, por que não deu 20, não
deu 30, não deu cinquenta?
Então,
exatamente, ouvi aqui, moer na bala. Tem que moer na bala mesmo. Mas moer
mesmo. Não tem acordo. Aquele moleque lá, provavelmente, 17 anos com um 38
“cabritão”, que a gente conhece, não é, Mecca? Ia fazer miséria. E,
provavelmente, porque a idade é pouca e a estabilidade emocional também não tem
nenhuma, ia disparar contra alguém, provavelmente uma mãe ou um pai de família,
que ele ia roubar e, por ventura, ia se assustar ou até tentar reagir.
Então, esse
pessoal aí que fica falando que o policial xingou, que chutou... Está ali o Dr.
Maurício, que é policial civil, isso aí é uma esculhambação. Tem que xingar,
chutar e levar para a cadeia. O cara está agredindo a sociedade. E nós vamos
cassar. Eu vou pedir, vou oficiar para o presidente Bolsonaro, para o ministro
Marcos Pontes, que é o ministro de Comunicação, Ciência e Tecnologia, para
cassar a concessão da Globo, porque ela coloca dentro do seio da sociedade tudo
o que não presta. É o enxerto do lixo. O enxerto do lixo.
Nada melhor,
como o presidente Bolsonaro quando estava operado aqui na última vez, estava
assistindo Chaves e Chapolim. Muito melhor Chaves e Chapolim do que aquela
porcaria que a gente ouve na TV Globo todos os dias.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, Sr. Deputado. Adorei o “Globo não”. Vamos trabalhar nisso.
Antes de chamar o próximo deputado...
Melhor, vou chamar o deputado Enio Lula Tatto. (Pausa.) Deputado Cezar. (Pausa.)
Enquanto V. Exa. se desloca à tribuna, quero avisar aos Srs. Deputados que
estamos sendo acompanhados, aqui, pela TV Alesp, recebemos um recado, aqui, de
um amigo, investigador Alcides, da 9ª DDM, que estão acompanhando a gente. Um
abraço a todos os amigos da Polícia Civil. Investigador Alcides, amigos da 9ª
Delegacia de Defesa da Mulher.
Deputado Cezar. (Pausa.) Deputado
Mecca.
O
SR. MAJOR MECCA - PSL - Para uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Eu vou pedir a
compreensão de V. Exa. e deixar a comunicação para após a fala do deputado
Cezar, para respeitar o horário do deputado. Estamos em cima do horário. Pode
ser?
Então, deputado Cezar, V. Exa. tem o
tempo regimental de dez minutos.
O
SR. CEZAR - PSDB - Sr.
Presidente, senhoras e senhores, imprensa, pessoal da galeria, PMs valorosos
que estão aqui, meu boa tarde.
Eu começo
sempre falando de Santana de Parnaíba, a cidade que tem a melhor gestão pública
do País e a cidade que, hoje, não faz parte do MIT e também não está
classificada como estância turística. Uma cidade de 439 anos, que nasceu do
bandeirante Domingos Jorge Velho, que teve o governador-geral do Brasil Mendes
Sá lá, visitando, em 1561, junto com o escriturário da coroa, Sr. Manuel
Fernandes. E, recentemente, outro governador, João Doria, visitou a cidade
também.
Falando de
Segurança, não fugindo do assunto Segurança, os PMs, a Polícia Militar, o
Coronel Telhada, São Paulo está batendo todos os recordes positivos de
segurança. A Polícia Militar no estado de São Paulo é a número um. Hoje nós não
temos o aparato que tem os Estados Unidos, mas São Paulo não deve nada a
ninguém. A gente tem aqui o índice. Em agosto, o índice de mortes por
homicídios foi de 6,25 por cada grupo de
100 mil habitantes. Olhem a Polícia Militar agindo aí, entendeu?
No país a média
é de 25 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes. O índice apresentado por
São Paulo é o menor registrado desde 2001. Resultado do trabalho do PSDB no
Estado, já que houve uma redução de 45% nos homicídios. Isso nós estamos
falando da Polícia Militar do Estado de São Paulo, que eu acho que não deve nada
para nenhum país ou estado. Hoje está aparelhada, é a número um.
E eu quero
falar para o Major Mecca que vai cumprir com o FG aí. Pegou um estado muito
derrubado, está cumprindo com as metas traçadas e, uma delas, é a segurança. E
eu tenho certeza de que o governador João Doria vai recompensar esses índices e
dar valor a quem tem valor neste Estado. Destaco ainda, o total de
investimentos privados no primeiro semestre de 2019... Olha, foram 67 bilhões
de investimento privado. Foram anunciados no estado de São Paulo, segundo a
Fundação Seade, 67 bilhões pela iniciativa privada. Não saiu do bolso do
contribuinte nem do nosso Tesouro. Isso aí é um grande mérito do governador do
estado João Doria, que está fazendo muito, ajudado pelas pessoas que querem o
melhor para São Paulo.
Comparando, em 2018, os
aportes cresceram mais de cinco vezes; na indústria, triplicaram em
infraestrutura. Esse é o segundo maior valor da série histórica iniciada em
1998. Além de destacar o excelente desempenho do governador Doria, confirma a
eficiência do Estado, que atinge metas consideráveis, com trabalho sério e de
resultado.
Estou falando isso,
porque antes a mim falaram muito da Segurança no estado de São Paulo. Aqui
prova o quanto o governador tem trabalhado para isso. O Governo do Estado está
fazendo o VLT chegar ao Aeroporto. Aí você pergunta para mim: “O governador
está investindo o dinheiro do Tesouro?”
Não, nenhum dinheiro do Tesouro está investido ali. O Governador buscou
acordo com a concessionária do Aeroporto de Guarulhos e esta arcará com os
custos da obra e assim vai ter desconto na outorga que paga à União.
Então, o VLT vai chegar
lá, sem o governador pôr um tostão do nosso Tesouro. Isso é outra sacada
inteligente do nosso governador. Pegou fogo aí no museu. Nós vimos o Museu
Nacional do Rio de Janeiro pegar fogo. Nós vimos, lá em Paris, também pegar
fogo na Catedral de Notre Dame. Nós vimos o Museu do Ipiranga, a história do
Brasil - e eu acho que é a União que teria que tomar conta, não é o governo -,
ser restaurado com uma PPP de 170 milhões.
De onde o governador
tirou isso? Ficou seis anos parado, uma geração de estudantes deixou de
conhecer a história do Brasil, de visitar o Museu do Ipiranga. Hoje, ele está
sendo restaurado sem pôr um tostão do Tesouro, uma ideia do governador do
estado de São Paulo João Doria, que passou pela histórica cidade de Santana de
Parnaíba.
Agora, eu vou falar um
pouco de Parnaíba, de Santana de Parnaíba atual, não aquela de 1580, 1560. Vou
falar de Educação, que é número um no estado de São Paulo. Por falar em
Educação, queria que fosse colocado um vídeo de Santana de Parnaíba, por favor.
Vocês vão ver agora o que é Santana de Parnaíba, e os meninos aprendendo
mandarim, inglês, espanhol e italiano. Vocês vão ver agora, por favor.
* * *
- É exibido
vídeo.
* * *
Olhe a sala de aula, dê
uma olhada. Santana de Parnaíba. Ali o professor está falando em mandarim, e os
alunos em mandarim. Isso é Santana de Parnaíba. Só para você saber por que
Santana de Parnaíba é a número um em educação.
O prefeito é o Dr. Elvis
Cezar, um orgulho. Santana de Parnaíba, eu vou ler para vocês agora. Nós
estivemos agora no Memorial da América Latina e fomos abençoados por vários e
vários troféus. Um deles, Santana de Parnaíba está em segundo lugar entre os municípios
com melhor segurança do Brasil. Nós estávamos falando de segurança aqui.
Santana de Parnaíba é um
município número um em Segurança Pública em São Paulo. O ranking de consultoria
é da Revista Exame, Urban Systems. A classificação de Santana de Parnaíba, em
outros indicadores, no estudo da consultoria da Revista Exame, da Urban
Systems, 19 posições com uma das melhores economias do Brasil em tecnologia e
inovação. É a 19º no Brasil.
* * *
- É exibido
vídeo.
* * *
Está vendo? Isso é
Santana de Parnaíba, 439 anos e oito anos avançando na Educação, no ensino, mas
Santana de Parnaíba não é só Segurança, Saúde. Gratidão, gratidão. A gente
queria só falar para vocês que agora, aqui no Memorial da América Latina, no 2º
Congresso Nacional de Prefeituras.
Turismo, com o projeto
“Patrimônio ao alcance de todos”; assistência social, com o projeto Crescer; e
a gestão pública, com o projeto Sistema de Georreferenciamento. Nós fomos
campeões agora aí nessa gestão pública e, pasmem, nós somos campeões em turismo
e não somos nem do MIT. Sr. Secretário de Turismo do Estado de São Paulo, olhe
para Santana de Parnaíba, monte um comitê, veja as cidades realmente que estão
no MIT.
Eu não quero tirar
ninguém de lá. Eu só quero incluir. Que faça justiça com Santana de Parnaíba,
porque ela é a história do Brasil.
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Deputado, peço a compressão de
Vossa Excelência. Nós já ultrapassamos o tempo e eu tenho que encerrar o Grande
Expediente.
O SR. CEZAR - PSDB - Então está bom. Gratidão, mas eu
volto para falar do Outubro Rosa, em Santana de Parnaíba. Gratidão a todos.
Obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado
ao deputado Cezar. Parabéns, viu? Mande um parabéns também para o Elvis, nosso
amigo, o prefeito lá de Santana. O futuro das crianças é o futuro do País.
Encerrado o Grande Expediente. Eu
consulto os deputados, porquanto eu pediria uns quinze minutos de suspensão,
mas acho que o Major Mecca quer fazer uma comunicação. Fique à vontade por
gentileza.
O
SR. MAJOR MECCA - PSL - PARA
COMUNICAÇÃO - Parabéns, viu, deputado Cezar? Eu não moro em Santana de Parnaíba, mas já ouvi de amigos que moram lá, por mais
de uma vez, o que são as escolas e os hospitais lá de Santana de Parnaíba.
Parabéns. É isso que o povo espera do trabalho de um político. E complementando
o que o deputado, nosso irmão Frederico d’Avila, estava falando da contribuição
que ele fez na reforma do quartel da Rota, que quem reformou o quartel da Rota
foi a iniciativa privada.
Não tem um
centavo do Estado lá. A mesma coisa é com o 4º Batalhão de Choque de Operações
Especiais, que foi construído, parte reformado. Um custo de mais de um milhão,
tudo em QSA, Coronel Telhada; QSA, iniciativa privada. Se não fossem os amigos,
não existiria hoje o 4º Batalhão de polícia de Choque. É em cima dessas
iniciativas do governo que sempre chamamos a atenção aqui. Ações que realmente
mudem a vida dos nossos policiais, a qualidade de vida desses policiais, desses
homens que faço questão de mostrar novamente. Por gentileza, a câmera aqui. Dá
um zoom.
* * *
- É feita a
exibição de documento.
* * *
Coloca
na tela o holerite do soldado de Polícia Militar, esse homem que arrisca a sua
vida, que morre atendendo acidente de trânsito. Dá um zoom aqui. Dá um zoom e
mostra para todo mundo ver. Salário de 1.700 reais líquido com sete
consignados. É isso que atravessa o soldado da Polícia Militar do Estado de São
Paulo. Colocou na tela, por favor, para que todos enxerguem o holerite do soldado?
É esse homem aqui. Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, Sr. Deputado Coronel Mecca. Nesse momento, passo a Presidência dos
trabalhos ao presidente da Casa, o Sr. Cauê Macris.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Cauê
Macris.
*
* *
- Passa-se à
ORDEM DO DIA
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Ordem do Dia.
Há sobre a mesa requerimento da nobre
deputada Beth Lula Sahão, com o número regimental de assinaturas, nos termos do
Art. 35 do Regimento Interno, para a constituição de uma comissão de
representação, com a finalidade de visitar a Faculdade de Ciências e Tecnologia
da Unesp, de Presidente Prudente, e a Fatec de Presidente Prudente, a
realizar-se entre os dias 9 e 10 de outubro, em Presidente Prudente.
Em votação...
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem,
deputado Campos Machado.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Para encaminhar pelo
PTB.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa
Excelência tem a palavra. Antes, porém, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos
termos do Art. 100 inciso I do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma
sessão extraordinária, a realizar-se hoje, 10 minutos após o término da
presente sessão, ou às 19 horas, caso a sessão não atinja o seu tempo limite,
com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia: Projeto de lei nº
836, de 2019.
Com a palavra, para encaminhar, o
deputado Campos Machado.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr.
Presidente, nobre deputado Cauê Macris. Deputado Sargento Neri, meu caro
deputado Sargento Neri, boa tarde.
A noite passada
tive um sonho. Sonhei que estava no Olimpo. Lá eu conversava com Eros, com
Júpiter, com Marte. Até que Zeus me chamou e me disse: “Campos Machado, qual é
o lugar mais sagrado da Assembleia?” Respondi: “O plenário.” Ele me disse:
“Não. É a tribuna.” “A tribuna? Mas, Zeus, depois do que aconteceu na semana
passada, é digno ainda chamar essa tribuna de sagrada?”
Eu sempre
entendi que aqui nesta tribuna, sim, é o lugar de maior respeito que existe
nesta Casa.
Na semana
passada, tivemos uma deputada destrambelhada, que parecia estar voando. Pena
que ela não esteja aqui. Gosto de falar na frente das pessoas. Como se fosse
uma borboleta, pronunciou palavras lendo um poema de uma Helena sabe-se lá do
quê. Deputado Barba tentou fazer a “defesa” - entre aspas, defesa com dois
esses - da deputada. Que maculou sim a honra desta Casa. Que machucou sim a
dignidade desta Casa.
A maneira como
ela proferia aquelas palavras chulas trouxeram, para esta Assembleia, uma
sombra perigosa, deputada Damaris. A internet toda, uma se comunicava com a
outra, e a pergunta que se fazia era: “é na Assembleia de São Paulo? A maior
Assembleia da América Latina? Não é possível”. Sim, a nobre deputada Isa Penna,
por quem eu tenho respeito, mas deixo de ter admiração, pela sua performance,
suas palavras desqualificadas.
Ela não atingiu
apenas um deputado, não o presidente, mas atingiu esta Casa como um todo. Não
há um deputado desta Casa que tenha um amigo, uma família que possa ter ouvido
o pronunciamento da deputada Isa Penna, que não tivesse uma imagem diferente do
que essa Casa realmente é. Nós estamos perdendo uma conquista, deputado Barros
Munhoz, de mais de 150 anos.
Essa tribuna
passou a ser palco de circo. Aqui, já se ouviu de tudo. Se ouviu o deputado
Mamãe Falei dizer, daqui, que quem votasse no PLC 04 era vagabundo. O
presidente pediu para que ele voltasse ao microfone e pudesse se retratar do
que disse. Na retratação, ele repetiu o que disse antes, e confirmou que quem
votasse no PLC 04 era vagabundo. E vejam, na entrevista que o Mamãe Falei deu
ao Estado de S. Paulo, publicada ontem ou anteontem, primeiro ele se
autodenomina o deputado mais austero dos 94 deputados desta Casa. Príncipe
Mamãe Falei. Mais austero significa que também é o mais honesto. Mais honesto,
mais sério. Mais sério, mais decente.
Aí, o deputado
Mamãe Falei, quando responde à pergunta do jornalista a respeito da ofensa que
fez aos deputados que poderiam votar no PLC 4, diz: “eu estou esperando que o
Conselho de Ética me aplique apenas uma advertência”. Aí, continua o Sr.
Arthur: que o gabinete dele tem uma vista para o parque. Não há, lá, segurança.
Mas ele acha que é aberto para que a Presidência não tenha controle sobre
funcionários fantasmas. Eu nem vou repetir aqui o que o Sr. Arthur disse a respeito
dos ministros do Supremo Tribunal Federal.
Eu tenho
impressão de que o Sr. Arthur não podia ter feito um pré-julgamento. Não sabe o
que vai acontecer no Conselho de Ética, já dizendo que está esperando uma
advertência. E assim nós estamos caminhando, como dizia Pero Vaz de Caminha. E
aqui, deputado Barros Munhoz, ainda tem algumas engraçadinhas, ainda, na Casa.
Tem alguns deputados, ou algumas deputadas, deputada Márcia Lia, que se acham
engraçadas. Se esquece do seu passado. Se esquece que tem cravada no coração e
na imagem a palavra traição. Se esquece.
Prefere, de
gracinha em gracinha, esconder o pior defeito que o PSOL pode ter: é ser
traidor ou traidora. A Bíblia diz que é preciso perdoar. Eu digo que perdoar,
até se pode, mas, esquecer, deputado
Major Mecca, não se esquece.
Deputado Barros
Munhoz, quando cheguei à minha casa na noite de quarta-feira, fui jantar,
depois, com a minha filha Larissa, ela estava completamente decepcionada com a
nossa Assembleia.
Aquela
Assembleia de outrora não existe mais, deputado Barros Munhoz. Não existe mais.
Passamos no Colégio de Líderes agora uma hora e meia para discutir o sexo dos
anjos.
Gracinha para
lá, gracinha para cá... Essas coisas: risinhos irônicos; próprio de quem trai,
próprio de quem não sabe que o maior sentimento que tem a pessoa humana é ser
leal.
Eu aceito tudo
de uma pessoa, menos a deslealdade. E, agora, como é que nós ficamos? Eu,
membro da Comissão de Ética, com o Sr. Arthur Mamãe Falei já dizendo que espera
uma advertência; se antecipa ao julgamento e diz que a sua vida é questionar, é
causar.
Para terminar,
Sr. Presidente: uma pessoa que adentra a uma reunião na Faculdade de Medicina,
que tratava de temas relativos às mulheres, Sr. Presidente, fantasiada de
vagina, é o cúmulo dos cúmulos dos cúmulos. É com isso que nós estamos
convivendo aqui nesta Casa. É com esses tipos de pessoas que esta Casa convive.
Eu não sei qual
é a providência que vai ser tomada. Mas, eu entendo, deputada Damaris, que a
Casa inteira foi atingida, foi maculada, quer pela deputada Isa Penna, quer
pela entrevista concedida pelo deputado Arthur, que, sendo do DEM, disse que o
Rodrigo Maia é um corrupto.
Com a palavra a
liderança do DEM desta Casa.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Em votação
requerimento da nobre deputada Beth Sahão.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem,
deputado Barba.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Para encaminhar em
nome da liderança do PT.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa
Excelência tem a palavra para encaminhar em nome da liderança do PT.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados,
volto a esta tribuna no dia de hoje, no início dos trabalhos aqui, aliás,
iniciou às duas e meia, cumprimentar o público que nos acompanha aqui pela
galeria, quem nos acompanha pela TV Alesp, pela Rede Alesp, deputados e
deputadas, trabalhadores e trabalhadoras desta Casa, nobre deputado Campos
Machado, o senhor falou sobre eu querer defender a deputada Isa Penna. Uma
defesa com dois “s”.
É muito
tranquilo, deputado, porque no Colégio de Líderes eu deixei clara a minha
posição. Eu disse, e vou dizer aqui agora para quem está em casa nos
assistindo, que eu conheço o poema que a deputada recitou aqui, na
quarta-feira. É o poema de uma feminista chamada... Não é Helena qualquer um. É
Helena Ferreira. Ela tem sobrenome. É uma feminista que milita nesse mundo.
Eu disse no
Colégio de Líderes que, se eu soubesse que a deputada ia ler aquele poema,
tentaria convencê-la a não ler o poema, porque eu entendo, eu conheço uma parte
desse mundo, convivo com ele. Não nego. Ele existe. Existe o grupo LGBT, existe
o movimento feminista. Nós temos que aprender a conviver com esse mundo, com as
diferenças que nele existem, mas disse que não aprovo a atitude que ela teve
aqui na tribuna, mas é preciso deixar claro, deputado Campos Machado, que eu
também disse que aqui desta tribuna já houve ataques, incitando violência.
O senhor acabou
de citar um aqui, quando o deputado Arthur nos ofendeu aqui, a todo mundo. Ele
disse que botaria a cara dos vagabundos que votassem a favor do PL 04, nas
páginas dele, para o pessoal quem é que estava votando a favor de privilégios
do funcionalismo público do estado de São Paulo.
Também, daqui
desta tribuna, toda vez que eu me sentia atacado, deputado Agente Federal
Danilo Balas... Você vê que eu faço questão de tratar pelo nome que o deputado
usou na campanha. Eu me senti meio atacado, e, enquanto deputado, a minha
bancada, ou a esquerda, eu vou defender. É tarefa minha, e toda vez que eu
atacar direita, a extrema-direita, que venham aqui defender a direita. É tarefa
de quem é militante, na sua área, defender.
Se eu estivesse
aqui atacando os agentes da Polícia Federal, era tarefa sua subir aqui para
defender, porque é assim que funciona a democracia. Então, eu disse aqui, disse
no Colégio de Líderes, e estou repetindo aqui o que eu disse lá. Eu não aprovo
o que a deputada fez, mas, aqui desta tribuna eu já fui atacado. Nós já fomos
atacados. Já fui incitado à violência, contra uma parte da esquerda, e é assim
que eu quero tratar esse debate, mas eu vim aqui tratar de um outro debate.
Primeiro, eu
quero parabenizar a Central Única dos Trabalhadores, que está realizando, desde
domingo... Começou com um encontro de mulheres, e o congresso, oficialmente,
começou ontem. A Central Única dos Trabalhadores está realizando seu 13º
Concut, Congresso Nacional da CUT, onde vai eleger um operário presidente da Central
Única dos Trabalhadores, que é da minha categoria, que é o meu companheiro
Sérgio Nobre, trabalhador da Mercedes por mais de 25 anos.
Estive lá
ontem, na abertura, e vou estar em outros dias, porque eu acompanho, faz parte
da minha militância, faz parte da minha história de vida. Uma parte dessa turma
é que me ajudou a chegar aqui, com todos os conhecimentos, com toda a luta que
nós desenvolvemos neste País na luta contra a ditadura, na luta pela
reorganização, pela redemocratização da classe trabalhadora.
Então, a CUT
fez agora 38 anos, contados desde o primeiro Contrat, em 1981. Então, é um
congresso que vai debater os ataques do atual governo em exercício, e não só do
governo federal, mas o governo estadual aqui do estado de São Paulo, e os
outros governos, do estado de Minas Gerais, do Rio Grande do Sul, que têm uma
postura de liberalismo, da economia liberal, e de querer acabar com tudo aquilo
que o estado tem que promover, e que nós somos contrários.
Nós somos
contrários à reforma da Previdência que foi aprovada. Nós somos contrários à
reforma trabalhista que foi aprovada. Nós somos contrários à PEC do teto dos
gastos. Nós somos contrários à lei da terceirização que foi aprovada. Um dia
nós vamos retomar o poder neste país e nós vamos mexer nisso. Nós vamos revogar
isso, essas lambanças todas que foram
feitas, no governo Temer, e agora em parte - quase dez meses - do governo
Bolsonaro.
Então, a CUT
está lá no congresso com 2.100 delegados, 38 delegações internacionais, que
discutem o tema da defesa da soberania nacional, defesa dos trabalhadores e
trabalhadoras, participação da OIT e trabalhadores de todos os setores do
Brasil, do campo, da cidade, rurais, servidores públicos, trabalhadores da
indústria e outros participantes, trabalhadores dos transportes e do setor
financeiro. Então, quero parabenizar essa central que foi criada com muita
luta, criada com muita greve, muita porrada em porta de fábrica, apanhando da
polícia.
E nós, quando
criamos a CUT... É uma realidade, não tem problema. Isso não é motivo de mágoa
entre nós, coronel Conte Lopes. Você nunca me viu falar desse tema aqui com
raiva. É um fato que aconteceu. Nós também demos uns tapinhas. Nós sempre
apanhamos mais do que batemos, mas que vocês bateram, bateram. Não dá para você
negar. Está registrado, tem boletim, tem vídeo, tem filme. Não dá para lutar
contra os fatos, contra a realidade.
É igual falar
da ditadura. Eu ajudei a debater na Comissão da Verdade, enquanto movimento
sindical. Não estava preocupado em caça às bruxas. Estava preocupado que se
reconhecesse que aquele foi um fato de nossa história no Brasil, e não
precisava cassar ninguém, nem prender ninguém, mas que precisa ficar registrado
para que as pessoas possam recorrer, ir lá, estudar, olhar e dizer: “Isso fez
parte da nossa história e vou lutar para que isso nunca mais volte”. Tem gente
que está lutando para que volte. Sou contrário. Isso faz parte da democracia.
Por último,
quero me dirigir a todos os deputados da Casa em relação ao que discutimos aqui
na semana passada, o projeto que foi aprovado, que não era meu, mas a emenda
aglutinativa que elaborei, negociei, junto com o líder do Governo, Carlão
Pignatari.
Quero dizer que
a emenda aglutinativa não é da bancada do PT, não é do deputado Barba. São
conhecimentos que a gente tem e foi juntando e transformamos na emenda
aglutinativa. Essa emenda é dos 63 deputados que assinaram a favor. Os 63 deputados que, através de suas lideranças,
assinaram, representam essa emenda. E mesmo também os deputados que votaram
contrariamente. Quem votou contra também ajudou a dar quórum para que a votação
fosse realizada.
Para mim, é
importante, porque é uma parte da minha vida onde trabalhei. Trabalhei durante
41 anos na indústria: 11 anos na indústria de móveis, 30 anos na indústria metalúrgica.
Então, para mim, foi importante discutir, organizar aquele projeto com os
parceiros. Fui consultar empresas, fui consultar sindicatos, consultei vários
presidentes de sindicatos, consultei o Dieese. Para quem não sabe, o Dieese é o
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos. Essa é a
frase do Dieese, o nome do Dieese.
Nós elaboramos
esse projeto para discutir lá em 2010, à beira da Fernão Dias, em um hotel que
estava abandonado, quase fechando. Acabou fechando. E ali começamos a construir
aquele projeto que aprovamos nesta Casa no dia 02 de outubro. Então, para mim,
foi um momento importante. Sofri algumas gozações, algumas brincadeiras.
Entendi as brincadeiras, por conta de estar discutindo um projeto do PSDB, um
projeto do governador João Doria. Isso não me ofende, não me afeta. Quero
repetir mais uma vez: o setor automotivo, no Brasil, hoje, as montadoras
empregam 107 mil trabalhadores. Dos 107 mil, 52 mil estão aqui em São Paulo,
quase 53. As autopeças empregam 250, quase 260 mil trabalhadores. Cento e
cinquenta e dois mil estão aqui no estado de São Paulo.
E vou continuar
reafirmando aqui: um país como o Brasil não pode abrir mão de ter indústria de
ponta. E a indústria automotiva é indústria de ponta. A indústria das autopeças
é uma indústria de ponta. A indústria da aviação é uma indústria de ponta. E o
governo brasileiro - vou afirmar aqui - entregou a parte comercial da Embraer
para a Boeing. Temos oito países no mundo que fabricavam avião. O Brasil era um
dos oito. Façam um estudo e levantem quantos países têm uma indústria de ponta,
indústria de máquina, indústria montadora, indústria de peça, indústria de alta
tecnologia. Então, são poucas as indústrias que têm isso.
Era isso o que
eu queria dizer. Muito obrigado pela tolerância, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado
Barba, só para fazer uma consideração, eu acabei de chamar o deputado Giannazi
aqui, que é o líder do PSOL, e queria que todos os deputados ouvissem.
Nós estamos vivendo um momento difícil
aqui na Assembleia. Um momento de extremos, de opostos, de uma diferenciação
ideológica muito grande em todos os extremos. E eu tenho feito todos os
esforços possíveis para tentar manter uma paz nesse processo, nesse sentido.
Agora, algumas coisas são
inadmissíveis, como, por exemplo, acabei de ser informado aqui, pela Polícia
Militar da Assembleia, que existe um grupo, inclusive com alguns parlamentares,
dentro do recinto da Assembleia, com uma caixa de som, fazendo uma
manifestação.
Vamos deixar claro o seguinte, eu sou a
pessoa mais democrática possível, acho que todos têm o direito, tem os
auditórios, podem fazer a solicitação. Mas, se os 94 deputados resolvem trazer
caixa de som para dentro da Assembleia, juntar grupos e, dentro do microfone,
se manifestar do jeito que quiser...
O direito, e aí, deputada Damaris,
concordo com a fala de V. Exa. no Colégio de Líderes, a liberdade de expressão
tem limites. Vamos deixar claro que existem regras aqui na Assembleia. A ordem
tem que ser estabelecida. Não tem cabimento esse tipo de movimentação na
entrada da Assembleia, ainda mais com uma caixa de som. Eu não vou admitir esse
tipo de posicionamento como presidente, deputado Barba.
No que pese o direito que cada
parlamentar tem, pegue um auditório, vá ao auditório, junte o grupo que for
necessário. O deputado Giannazi faz isso constantemente aqui, sempre de maneira
muito organizada, muito ordeira, inclusive com cobertura da TV Assembleia. Não
tem problema trazer os grupos para fazer debate sobre qualquer tema, agora, é
inadmissível a gente poder permitir isso.
Então, eu já determinei ao comandante
da Polícia Militar, não vou mais tolerar caixa de som dentro da Assembleia. É
inimaginável esse tipo de posição. Inclusive, aí faço uma reflexão que fiz no
Colégio de Líderes em relação ao tipo de comportamento da tribuna também. A
régua que eu vou utilizar dentro das posições de parlamentar é a régua onde o
que eu permitiria ao meu filho assistir dentro da Assembleia Legislativa e no
canal da TV Assembleia.
Essa régua vai ser utilizada. Se algum
parlamentar utilizar-se de termos de baixo calão ou qualquer outra expressão
que não seja compatível com essa régua que eu, presidente, estou adotando aqui
dentro do plenário, eu vou, em um primeiro momento, adverti-lo, em um segundo
momento, tirar a palavra do parlamentar. E aí cada um tome a decisão que assim
colocar.
Então, só para ficar claro, peço que os
deputados comuniquem e conversem com suas bancadas. Aqui não pode, deputado
Carlão, ser várzea. O direito à liberdade de expressão termina aonde começa o
direito do próximo. Então, vamos deixar claro. Senão, daqui a pouco vai existir
confronto e eu vou ser responsabilizado, depois, por esse confronto.
Então, só para deixar esse registro
aqui. Peço para que cada deputado converse com os membros das bancadas. Nós
sempre tivemos grupos recebidos aqui, em todos os momentos em que fui deputado
estadual, sempre os grupos foram organizados pelos parlamentares e nunca
tivemos os problemas que nós estamos tendo agora.
Então, não vou mais admitir esse tipo
de posição, senão, daqui a pouco, vai virar várzea. E eu não vou aceitar que a
Assembleia Legislativa do maior estado da Federação seja várzea da maneira como
está sendo colocado.
Deputado Carlão Pignatari.
Vossa Excelência vai encaminhar, dou a
palavra a V. Exa. e uma comunicação ao deputado Carlão Pignatari.
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - As
pessoas têm que saber que aqui nós não somos obrigados a pensar todo mundo
igual. Em uma casa... Agora, quatro horas, cinco horas da tarde tem que ter
mesmo um limite. Então, parabéns, presidente. Acho que mais uma medida acertada
do nobre presidente desta Assembleia.
A
SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT -
Muito boa tarde a todos e a todas que nos assistem. Colegas deputados e
deputadas, eu gostaria de fazer algumas considerações importantes que, hoje,
estão na manchete do site da Carta Campinas.
O que diz a manchete da
Carta Campinas no dia de hoje? “Gerente do WhatsApp admite que eleição
brasileira foi fraudada por envio massivo de mensagens. Um gerente do WhatsApp admitiu pela primeira vez que a
eleição brasileira de 2018 teve o uso em massa de mensagens contratadas por
empresas privadas em favor de um dos candidatos, o que significa dizer que a
eleição foi fraudada por contratação de serviço ilegal.
Na
eleição brasileira do ano passado ‘houve a atuação de empresas fornecedoras de
envios massivos de mensagens, que violaram nossos termos de uso para atingir um
grande número de pessoas’, afirmou Ben Supple, gerente de políticas públicas e
eleições globais do aplicativo WhatsApp.”
O que eu
estou falando aqui neste momento é muito grave. É muito grave porque é a
confirmação de algo
que tem sido reiteradamente colocado. Já havia, inclusive, uma confissão de que
o WhatsApp teria também contratado, teriam também sido disponibilizados na
Espanha.
E aí o que a gente vê,
aqui na eleição brasileira, é que o Tribunal Superior Eleitoral fechou os olhos
para as denúncias que foram feitas, de que teria havido, na eleição, uma forma
de fraudar recursos, uma forma de tentar mascarar recursos que foram
ilegalmente utilizados na campanha eleitoral do Sr. Jair Bolsonaro.
“A declaração aconteceu,
em palestra no Festival Gabo, como informa a reportagem do jornal Folha de S. Paulo.
O Festival Gabo é um evento que acontece na Colômbia para jornalistas e
qualquer cidadão. As fraudes do WhatsApp na eleição de 2018 não são novidades.
Em junho, o espanhol Luis
Novoa, dono da Enviawhatsapps, confirmou que empresários brasileiros
contrataram programa de sua agência para fazer disparos de mensagens em massa,
pelo WhatsApp, em favor do então candidato Jair Bolsonaro (PSL) durante a
campanha eleitoral de 2018. Em gravação obtida pelo jornal Folha de S.Paulo,
Novoa afirma que só foi descobrir do uso político quando algumas linhas
telefônicas utilizadas passaram a ser cortadas pelo aplicativo de mensagens.”
Portanto, “empresas, açougues, lavadoras de carros e fábricas brasileiras contrataram os serviços de Novoa. Até então, ele disse achar normal, pois muitas empresas utilizam os disparos pelo WhatsApp para fazer marketing comercial. A legislação veta que empresas façam campanha para candidatos, inclusive desde 2016 é proibido o financiamento de empresas. Além disso, o TSE veta o uso de ferramentas de automatização, como os softwares de disparo em massa”.
O que nós estamos
tratando aqui, neste momento, é de algo muito grave que a gente já sabia que
tinha acontecido nas eleições do ano passado. O Tribunal Superior Eleitoral,
diante dessa situação, com certeza, isso vai chover representações no TSE,
porque não há como a gente aceitar que haja uma desproporção, um peso maior
para um lado do que para o outro, porque o que se fez na campanha eleitoral de
2018 foi algo absolutamente reprovável, ilegal, impossível de se aceitar e de
se admitir, porque é óbvio que isso favoreceu um dos candidatos em detrimento
do outro.
O atual presidente da
República alega que ele gastou muito pouco na eleição. Lógico que ele gastou
muito pouco, porque as empresas pagaram por ele e ele não contabilizou. Aliás,
contribuição de empresas também é ilegal. Então, há duas ilegalidades nessa
situação.
A primeira ilegalidade é
o disparo maciço de mensagens e a segunda ilegalidade é a utilização de recursos
de empresas para financiamento de campanha eleitoral quando a legislação já
proibia que empresas doassem, aí fizeram uma matemática, uma forma de falsear a
tendência a um candidato em detrimento do outro.
Quero também aproveitar o
ensejo para fazer uma constatação de que nesse final de semana nós estivemos
rodando na região noroeste do estado de São Paulo. Fizemos um grande trabalho
naquela região. Estivemos em várias cidades, como a cidade de Fernandópolis, a
cidade de Jales, a cidade de Aspásia.
Estivemos também na
cidade do meu amigo Carlão Pignatari, lá em Votuporanga. Estivemos em
Dolcinópolis, Indiaporã, Cardoso. Enfim, fizemos várias conversas, várias
visitas a prefeitos, visitas a lideranças das cidades para ouvir as suas
demandas, para ouvir as suas necessidades, para ouvir muita reclamação de
prefeitos que estão com as suas contas numa situação muito complicada.
E por que eu digo isso?
Porque se faz urgente que tenhamos uma reforma federativa. Não é só uma reforma
política que se faz urgente no Brasil, mas também uma reforma onde haja maior
equilíbrio na distribuição de recursos públicos para a manutenção dos serviços
básicos de educação, de saúde, de assistência social, de infraestrutura, porque
o que nós estamos vendo neste País é que os municípios estão
supersobrecarregados, estão com todas as despesas para manutenção dos serviços
básicos de atendimento à população.
Os serviços públicos não
têm sido efetivados da forma como os municípios gostariam e poderiam fazer, mas
não se pensa nisso. O que nós temos visto é o desmonte das políticas públicas.
O que nós temos visto é o desmonte de programas sociais.
O que nós temos visto é
um enfrentamento maluco, um enfrentamento ideológico, um enfrentamento de ódio,
um enfrentamento de intolerância. E o que nós estamos vivendo nesta Casa não é
nem um pouco diferente do que nós estamos vendo na sociedade lá fora. É a
intolerância; é a intransigência; é o desrespeito; é o ódio; é a não aceitação
da diversidade.
Então, nós queremos dizer
que nós não podemos aceitar essa intolerância. Nós não podemos aceitar que
vidas, como algumas pessoas que estão aqui fazendo uma manifestação, que os
corpos dos trans, os corpos dos seres humanos trans têm também que merecer
respeito por parte de todas as pessoas.
Mas neste País a
intolerância, a intransigência, o ódio, fazem com que as pessoas sejam
desrespeitadas na sua forma de pensar e de agir. Portanto, é legítimo. Parabéns
a vocês que se encontram aqui. Contem com o apoio da bancada do Partido dos
Trabalhadores. (Manifestação nas galerias.)
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Eu só queria
lembrar à galeria que não é lícito qualquer tipo de manifestação durante a
utilização e durante o momento da sessão. Todos são bem-vindos. Não podendo,
porém, se manifestar, conforme o nosso Regimento Interno. Deputado Carlos
Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presidente, vou
indicar para encaminhar a deputada Isa Penna, pela liderança do PSOL.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra
a deputada Isa Penna, para encaminhar em nome da liderança do PSOL.
A
SRA. ISA PENNA - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Pediram para eu recitar o poema de novo. Vocês ouviram, né?
(Manifestação nas galerias.)
Eu queria falar
o seguinte. Eu, como deputada, na condição de representante de um projeto
político de sociedade, junto com a nossa bancada, que se reúne coletivamente e
discute todos os posicionamentos que a gente traz aqui, com absoluto respeito,
principalmente a todos e todas aquelas... Porque a gente quer abrir pontes,
ampliar diálogo.
Então, se houve
alguém que se sentiu desrespeitado com o poema que recitei aqui, que declamei,
quero dizer que, em primeiro lugar, não era essa a intenção. A intenção de
trazer o poema era, de alguma forma, tentar, por todos os meios, acessar as
pessoas.
Que acho que,
cada vez mais, infelizmente, a política brasileira está muito distante do que é
a realidade. Se não pode falar a palavra “p”, falarei a palavra prostituição. A
prostituição é uma realidade.
Agora, declamei
um poema sobre isso justamente no nosso exercício legítimo e democrático de
obstrução de um projeto de lei que é a esse projeto de lei, sim, que merece a
nossa atenção. Um projeto de lei que... Todos aqui sabem. A gente faz um
esforço. Todos os deputados aqui fazem um esforço comum de aprovar projetos no
máximo, dentro do possível, aqueles projetos que a gente consegue avançar para
um entendimento comum.
Esse projeto
trata da exclusão de um sujeito que existe na sociedade, que é tão ser humano
quanto todos nós, deputadas e deputados, de um direito constitucionalmente
garantido, que é o direito do acesso ao esporte. Assim como agora estão sendo
utilizados argumentos científicos para impedir que mulheres trans estejam em
times masculinos, argumentos científicos também serão utilizados para impedir
que essa mulher trans participe do time masculino.
Ou seja, na
prática, o que está sendo debatido e o alvoroço que acontece aqui é porque a
natureza do Projeto de lei nº 346, de 2019, do deputado Altair Moraes, é um
projeto que invisibiliza sujeitos que já morrem todos os dias no Brasil. Aí,
com todo o respeito, mas não tremo um centímetro com nenhum processo. Sou
advogada, sei muito bem das minhas prerrogativas enquanto advogada nesta
tribuna. Sei muito bem que a imunidade parlamentar ainda existe no Brasil.
Nós, da bancada
do PSOL, não nos intimidaremos. A deputada Monica Seixas, que está fazendo uma
função importantíssima, quero dizer, para todo mundo escutar: não aceitaremos
interrupções à sua fala. Não aceitaremos que tentem te calar. Porque, assim
como Marielle, você é uma mulher negra. Não aceitaremos que, neste plenário,
uma mulher negra seja calada, seja silenciada. Não aceitaremos. (Manifestação
nas galerias.)
Preciso falar,
Sr. Presidente, com o máximo respeito: nesta Casa são dois pesos e duas
medidas. Não vai me interromper para falar, né? Deixa eu terminar. São dois
pesos e duas medidas, porque quando sobe aqui em cima e usa a palavra, falam
que vagabundo tem que morrer, quando o deputado Altair Moraes fala que não vai
mais se referir à deputada Erica como “deputada Erica”, mas como “deputada
trans”, quando o Douglas Garcia, todos os dias, é obcecado nesse assunto e fala
dos vídeos, fica lá atrás, fala dos vídeos, fala não sei o quê.
Nada, em nenhum
momento, foi interrompido. E eu, recitando um poema, que é público e notório,
lindíssimo, reconhecido Brasil afora, fui interrompida duas vezes. Eu quero
dizer: existem outros poemas. Aliás, existe um poema sobre esse mesmo tema do
Carlos Drummond de Andrade. Carlos Drummond de Andrade foi um dos principais
poetas da história brasileira.
Isso é censura.
O nome disso é censura. E censura a gente já viu em outro momento da nossa
história. Nós somos deputados hoje porque vencemos a censura. Por isso, a nossa
“mandata” não vai aceitar a censura. Quanto mais vierem aqui em cima para
agredir qualquer um que seja da bancada do PSOL... Não é só a Erica; pode ser o
Giannazi, como já fizeram com ele no começo do ano, não é, deputado? O deputado
foi lá e invadiu a sua audiência, sem nem ser deputado ainda. Como
cotidianamente a Monica é interrompida aqui nessa Casa.
Enquanto isso
continuar acontecendo, nós vamos reagir. Nós temos esse direito. Eu não tenho
medo de vocês. Não tenho medo de vocês. Vou recitar, sim, e usar das minhas
prerrogativas, sim. E recitarei outros poemas, sim. Podem falar o que quiserem;
eu sei dos meus direitos. A população brasileira que me assiste... Eu preciso
dar o exemplo a eles de que quando tentarem lhes tirar a palavra, quando
tentarem lhes censurar, é preciso resistir, é preciso reagir.
Então, eu
sugiro aos deputados que meçam... Já que querem que nós do PSOL meçamos bem as
palavras antes de falar, porque parece que tem um monte de gente mal resolvida
sexualmente aqui nessa Casa... (Manifestação nas galerias.) Já que querem que a
gente meça bem as nossas palavras, meçam também as de vocês, porque tem muitos
outros poemas. Porque a mente humana não tem limites, graças a Deus. Jesus
acolheu Maria Madalena. Jesus - como me foi ensinado pela minha mãe, que é
católica - estaria, hoje, lutando contra esse Projeto de lei no 346,
de 2019, porque ele é excludente.
E eu não estou
pensando, aqui, nas grandes confederações de esportes. Temos que pensar nisso
também; isso importa. Eu estou pensando naquela menina trans, que já passa por
todas as dificuldades que uma menina tem quando passa por esse processo; já
passa por todo tipo de preconceito na família, na igreja, na comunidade, enfim.
Lá na ponta, essa menina, numa comunidade, quando quiser jogar um futebol,
quando quiser jogar um vôlei, esse projeto de lei vai ser usado para dizer que
ela não pode.
E é isso que
nós não vamos permitir, porque a gente acha que o ser humano, por ter nascido
ser humano, afinal, tem o livre arbítrio, né, gente. Na minha Bíblia, está
escrito isso, pelo menos. O ser humano, por ser ser humano, tem os direitos
constitucionais que estão previstos no Art. 5o, e nós não vamos
permitir... Se houve alguma coisa de bom foi que agora a gente tem uma galeria
cheia; agora a gente tem uma imprensa interessada. (Manifestação nas galerias.)
Cada vez mais interessada. Não sei vocês, mas não param de me ligar para falar
não do poema, mas do projeto de lei.
E me
perguntaram - e eu encerro com isso - por que eu, uma mulher que não é
transexual, assumi para mim essa pauta, no poema, na defesa e tal. Eu quero
dizer que eu quero que cada homem assuma também a luta contra a violência
contra as mulheres, pois isso é importante. Porque nós não lutamos, aqui, por
interesses corporativos de grupos determinados. Nós lutamos, aqui, por um
projeto de humanidade. E eu pergunto a vocês: o projeto de humanidade de vocês
é baseado na exclusão? É baseado na morte? É sujo de sangue? O meu não é. De
nenhum dos lados.
Eu defendo a
pluralidade de pensamento. Eu ouvi calada a fala que me precedeu, do deputado
Douglas; não vou processar ele, não vou perder meu tempo, e nem o de quem
trabalha comigo, com isso.
Mas, quero
dizer que eu respeitosamente quis me utilizar de uma ferramenta, que é a arte.
E, a arte é política, eminentemente política. Por isso, falarei de novo. E, já
aviso: tenho uma lista de poemas muito interessantes aqui, a que eu acho que
vocês poderiam ter acesso e, quem sabe, quebrar alguns preconceitos. Isso é
muito necessário nesta Casa. A gente precisa construir o caminho para o
diálogo. E, para isso, a gente precisa agir de forma não violenta.
Muito obrigada,
presidente. Censura nunca mais.
O
SR. GIL DINIZ - PSL - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Só antes de
passar a palavra a V. Exa., deputado Gil Diniz, só deixar claro à deputada Isa
Penna que todo bom debate sempre é aberto, e eu sempre, de maneira muito democrática,
sempre abri todos os debates.
Mas, não permitirei V. Exa., no que
pese o direito à imunidade, o direito que V. Exa. tem a palavra, mas eu não
permitirei a utilização de palavras de baixo calão neste plenário.
Eu já disse isso no Colégio de Líderes:
não será admitido por este presidente. É um direito que eu tenho como
presidente, e V. Exa. pode questionar em qualquer órgão em que achar
conveniente.
Sob pena, sim, de suspender a fala de
V. Exa. e sob pena, sim, de tirar a fala de Vossa Excelência. O seu direito
termina onde começa o do próximo, vamos deixar claro.
E, a liberdade de expressão não pode
ser considerada a uma coisa que se faça aquilo que bem entender. Esta Casa tem
regra; V. Exa. está chegando agora, e talvez conheça, e as atividades de onde
passou sejam diferentes. (Manifestação nas galerias.)
Eu não vou permitir. Eu não vou
permitir. Vou pedir para a Polícia Militar conversar com os manifestantes aqui.
Nós não vamos permitir qualquer tipo de posição nesse sentido aqui na
Assembleia.
Só lembrando que eu não vou permitir,
então, nesse sentido. E, já deixei muito clara a régua que eu utilizarei em
relação a esse tipo de palavra. Vossa Excelência não está na sua casa, e não
pode vir aqui falar aquilo que bem entender, da maneira como bem entender.
Com a palavra o deputado Gil Diniz.
O
SR. GIL DINIZ - PSL - Para indicar o
deputado Douglas Garcia para encaminhar pelo PSL.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a
palavra o deputado Douglas Garcia.
Antes, porém, deputado Douglas, convoco
aqui os congressos de comissões.
Convocação. Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, nos termos do disposto no Art. 18, inciso III, alínea "D",
combinado com o Art. 68, ambos do Regimento Interno, convoco reunião conjunta
das Comissões de Assuntos Desportivos, Direitos da Pessoa Humana e Finanças e
Orçamento a realizar-se hoje, um minuto após a suspensão dos trabalhos aqui
pelo plenário principal, no salão nobre da Presidência, com a finalidade de
apreciar o Projeto de lei 346, de 2019.
Convocação. Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, nos termos do disposto no Art. 18, inciso III, alínea "D",
combinado com o Art. 45, parágrafo 5º, do Regimento Interno, convoco reunião
extraordinária da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento a realizar-se
hoje, um minuto após o término do último congresso, com a finalidade de
apreciar o Projeto de lei 4, de 2019.
Convocação. Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, nos termos do disposto no Art. 18, inciso III, alínea "D",
combinado com o Art. 68, ambos do Regimento Interno, convoco reunião conjunta
das Comissões de Segurança Pública e Assuntos Penitenciários, Finanças,
Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje, um minuto após o término da
sessão anterior, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei 672, de 2019.
Com a palavra o deputado Douglas Garcia
para encaminhar.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PSL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Sr. Presidente.
Sr. Presidente,
eu queria muito que todos os projetos, encaminhamentos e debates referentes a
todos os requerimentos desta Casa fossem discutidos sobre o mérito do projeto.
Mas,
infelizmente, não é isso o que a bancada do PT faz, não é isso que a bancada do
PSOL faz. E, é claro, Sr. Presidente, ao contrário do que me acusam, de dizer
que eu estou atacando a bancada do PT, ou atacando a bancada do PSOL, isso não
é verdade.
Esses ataques
partem a princípio da bancada do Partido dos Trabalhadores. Inclusive, eu
queria aqui parabenizar a coragem da deputada Márcia Lia, que a primeira coisa
que ela fez quando eu subi a essa tribuna foi sair correndo.
Quando é para
falar, ela fala. Agora, quando é para ouvir, ela não consegue ouvir a verdade:
tem que levantar e ir embora. Isso mostra o quanto ela é empoderadíssima, não
é? Fala tanto sobre empoderamento das mulheres, mas não consegue ouvir dez minutos
de discurso aqui quando nós temos que ouvir mais de 15 minutos de pura tortura,
que é ouvir tudo aquilo que é dito pela deputada Márcia Lia.
Mas, aqui,
respondendo, ela disse que o Bolsonaro fez disparos, que através de uma rede de
robôs, através de uma rede completamente ilegal de robôs, via Whatsapp e redes
sociais. Senhores, saiu na imprensa, não faz muito tempo, não, setembro de
2019. “TSE conclui que campanha de Bolsonaro não fez disparo em massa no
Whatsapp”.
Agora, olha só.
Para surpresa da bancada do PT, o mesmo TSE que concluiu isso, nós tivemos
aqui, em março de 2019, o seguinte: “TSE multa coligação de Haddad, por
impulsionar conteúdo contra Bolsonaro”. Ah, mas é a regra máxima, não é? É a
regra máxima, não é? Acuse-os do que você faz, chame-os do que você é.
Mentirosos.
Mentirosos. Caluniadores. Caluniadores. Nós temos no nosso Brasil uma esquerda
mentirosa, caluniadora, e que quer imputar sobre nós, conservadores, sobre nós,
apoiadores de Jair Bolsonaro, tudo aquilo que eles fazem. Então, eu queria que
a deputada Márcia Lia, toda empoderada, estivesse aqui para poder responder à
minha questão, ora.
Se o Bolsonaro
é criminoso, por que o TSE não chegou a essa conclusão? Pelo contrário, pôs a
culpa a quem de direito. Trazendo ao Partido dos Trabalhadores, do PT, a
coligação de Haddad quem dissemina fake news atrás de fake news.
Senhores,
falando aqui também a respeito do que foi dito pela deputada Isa Penna, já que
ela me citou no discurso e nas entrelinhas, falando indiretas. Ninguém aqui
nesta Casa é idiota. Ninguém aqui nesta Casa é estúpido. Ninguém nasceu ontem.
Querendo falar sobre a questão de: “ai, existem pessoas aqui nesta Casa que têm
uma sexualidade dentro do armário”.
Deputada Isa
Penna, muito obrigado pela sua preocupação, mas sou muito bem resolvido
sexualmente. A senhora pode ficar tranquila com relação a isso. A realidade é
que a bancada do PSOL não aceita que um homossexual, que um gay, pense de forma
diferente deles, seja contra ideologia de gênero, seja contra depravação
cultural que é espalhada pela militância LGBT, seja contra os absurdos que essa
militância prega no nosso país, e que protege, sim, o direito das nossas
crianças não serem aliciadas, não sofrerem o abuso infantil que é pregado
através da ideologia de gênero.
Essa é a
verdade. Isso não tem nada a ver com ofender sexualidade alheia. Senhores,
vejam só que absurdo. A deputada subiu aqui, disse que falaria e falará
novamente. Ora, tudo nesta vida tem um limite. Todos tem um limite. Acima de
qualquer um, apenas Deus. Se existe um regramento, se existe, dentro desta
Assembleia Legislativa, um Regimento, ele precisa ser respeitado.
Quando eu fui
representado no Conselho de Ética, ameaçado, naquela semana que me
achincalharam. Vieram aqui nesta tribuna, um atrás do outro, para me bater,
aqui falando, através do diálogo, para descer o [Expressão suprimida.] em mim
com relação a isso, ao que foi dito pela deputada...
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Eu peço que retire das nossas
notas taquigráficas a expressão utilizada por Vossa Excelência.
O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Peço desculpas, Sr. Presidente. Tenho a humildade de
pedir desculpas. Me exaltei. Diferente do que foi dito pela deputada aqui, que
disse que falou aquelas palavras e as repetiria. Senhores, o que eu acabei de
fazer aqui, pedir desculpa.
Quando, de
certa forma, havia ofendido a deputada Erica Malunguinho, o que foi que eu fiz
aqui? Fui até o microfone e disse: “eu, sim sou um deputado que sou
radicalmente contra a utilização de banheiros femininos por pessoas
transexuais, ou por homens que pensam ser mulheres”.
Me coloquei
como contra esse tipo de política, porém, pedi desculpas pela forma, porque
entendi que havia, de alguma forma, ofendido aqueles que ouviram. Já a deputada Isa Penna, que antecedeu meu
discurso, além de dizer que falou, falaria novamente. Isso é um desrespeito ao
Conselho de Ética da Assembleia Legislativa. Isso é um desrespeito aos
deputados desta Casa.
Quer dizer
então, ela não tem limite no que fala, mas eu devo ter limite naquilo que eu
falo. Ela não tem responsabilidade do que diz, mas eu devo ter responsabilidade
no que digo. Senhores, quando foi que, durante um discurso de algum deputado
aqui, tentando trazer algum tipo de conscientização à minha pessoa, dizendo:
“deputado, o senhor não fale assim. Deputado, o senhor precisa moderar o seu
discurso com relação a isso”. Quando foi que eu disse: “você não manda em mim”,
mandei a pessoa calar a boca e fui embora batendo o pé?
Quando que eu
me comportei dessa maneira? Nunca. A deputada estadual Isa Penna envergonha a Assembleia Legislativa do Estado de
São Paulo, porque se comporta como se fosse criança. Não tem maturidade para
assumir o cargo de deputada estadual. Não tem maturidade para ser uma
representante do povo brasileiro. É por isso que representei, sim, aqui nesta
Assembleia, um pedido de cassação do mandato da deputada Isa Penna, por não
saber, de forma alguma, representando o povo brasileiro, se posicionar em uma
tribuna.
Então, senhores,
aproveitando que estamos falando do projeto de lei do deputado Altair Moraes,
peço aos deputados que votem favoravelmente a esse projeto. Esse projeto é um
projeto necessário ao estado de São Paulo, que protege as mulheres. É um
projeto que vai trazer segurança às mulheres, e não injustiça. É um projeto em
que eu vejo, sim, dentro desse projeto, e não as besteiras que são trazidas,
infelizmente, por parte da bancada do PSOL, como criação de dossiê que não vai
levar nada a lugar nenhum, é um projeto que, de fato, traz justiça às mulheres
paulistas.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Em votação o
requerimento. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo
permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.
O
SR. SERGIO VICTOR - NOVO - Sr. Presidente, peço
a suspensão dos trabalhos até as 18 horas e 50 minutos.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É regimental o
pedido de Vossa Excelência. Questiono os líderes presentes no plenário se
existe anuência para a suspensão de nossos trabalhos.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Não há anuência. Não
concordo.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Não existindo
anuência, passamos ao Item 1. Em votação.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Sr. Presidente, para
indicar o deputado Emidio para falar em nome da bancada do Partido dos
Trabalhadores. Para encaminhar.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É regimental o
pedido de Vossa Excelência.
O
SR. EMIDIO LULA DE SOUZA - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, primeiro, meu
agradecimento ao deputado Teonilio Barba, líder da bancada do PT, por me
indicar para fazer o encaminhamento. Eu queria, deputados, falar exatamente
sobre por onde começou o nosso colega deputado Douglas Garcia.
Primeiro,
ninguém da bancada do PT falou nesse debate, mas ele não consegue falar 30
segundos sem citar o nome do PT. Acho que ele aprendeu isso com o presidente da
República dele, que, na falta de ter o que mostrar ao país, só sabe agredir o
PT e não descer do palanque.
Eu lamento
realmente o nível que o debate tem atingido aqui. Primeiro, o deputado Douglas
Garcia vir a esta tribuna falar que fake news foi um problema da campanha do
Fernando Haddad, me desculpe, deputado, mas o senhor está aprendendo a falar
inverdades com uma cara normal, como se fosse a coisa mais normal do mundo.
O seu partido
foi o partido que mais espalhou fake news nessa campanha. O que mais espalhou.
O Brasil sabe disso. Não foi a nossa campanha que falou em “mamadeira de [Expressão
suprimida.]”. Pode falar [Expressão suprimida.] ou não? Está proibido também.
Não fomos nós que falamos. Não fomos nós que falamos que...
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Emidio, eu queria pedir,
da mesma maneira que estou fazendo com todo mundo, que se retirasse das notas
taquigráficas a expressão de Vossa Excelência.
O SR. GIL DINIZ - PSL - Presidente. Pela ordem,
presidente.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Gente, nós estamos chegando a um
ponto... Eu vou suspender a sessão, vou levantar a sessão. Não tem mais
condição de a gente continuar nesse tipo de posição. Não tem mais condição.
Está no limite.
O SR. EMIDIO LULA DE SOUZA - PT - Presidente, qual é a expressão nova
que estou usando? A expressão que usei foi a expressão que o Bolsonaro espalhou
no país inteiro.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Emidio, o Bolsonaro não
está na Assembleia Legislativa de São Paulo.
O SR. EMIDIO LULA DE SOUZA - PT - O senhor quer que eu fale “mamadeira
de [Expressão suprimida.]”? Eu falo.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está suspensa
a nossa sessão por conveniência da ordem.
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- Suspensa às 17 horas e 38 minutos, a
sessão é reaberta às 18 horas e 59 minutos, sob a Presidência do Sr. Cauê
Macris.
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O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Reaberta a
sessão. Sras Deputadas, Srs. Deputados, esgotado o tempo da presente sessão,
antes de dar por encerrados os trabalhos, esta Presidência convoca V. Exas.
para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia
de hoje, lembrando-os, ainda, da sessão extraordinária a realizar-se hoje, dez
minutos após o término da sessão.
Está encerrada a sessão.
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- Encerra-se a sessão às 18 horas e 59
minutos.
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