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15 DE OUTUBRO DE 2019

125ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: GILMACI SANTOS, CORONEL TELHADA e SEBASTIÃO SANTOS

 

Secretaria: CORONEL TELHADA

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - GILMACI SANTOS

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - CASTELLO BRANCO

Presta homenagem aos professores, por conta do seu dia, comemorado hoje. Exibe apresentação sobre o tema. Frisa a importância dos educadores para a sociedade. Defende a valorização da carreira do magistério.

 

3 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Homenageia os professores pelo seu dia. Anuncia a visita de alunos do Colégio Santa Amália. Cancela a sessão solene, anteriormente convocada para 18/10, às 20 horas, para fazer a "Outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo ao Presidente da República Federativa do Brasil, Sr. Jair Messias Bolsonaro", por solicitação do deputado Gil Diniz.

 

4 - DR. JORGE LULA DO CARMO

Alude ao Dia do Professor, celebrado hoje. Acusa o governo paulista de não valorizar os educadores. Combate o projeto de lei relativo ao Orçamento, enviado pelo Executivo, por, a seu ver, cortar investimentos em áreas sociais.

 

5 - PAULO LULA FIORILO

Parabeniza os professores pelo seu dia. Discorre sobre os problemas que afetam a Educação pública no Brasil. Pede que o governador João Doria sancione projeto de lei do deputado José Américo Lula. Comenta disputas internas do PSL.

 

6 - LECI BRANDÃO

Cumprimenta os professores. Cita letra de música, composta em homenagem à categoria. Lamenta as dificuldades enfrentadas pelos educadores no seu dia a dia. Tece elogios a Paulo Freire. Destaca a relevância do direito à Educação.

 

7 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência.

 

8 - CAIO FRANÇA

Para comunicação, saúda os professores pelo seu dia. Cita medidas em prol do magistério tomadas pelo ex-governador Márcio França.

 

9 - ENIO LULA TATTO

Comemora o Dia do Professor. Parabeniza o arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, por homilia feita em 12/10. Enaltece a ala progressista da Igreja Católica. Considera positiva a realização do Sínodo da Amazônia.

 

10 - GILMACI SANTOS

Assume a Presidência.

 

11 - CORONEL TELHADA

Parabeniza a cidade de Ilha Solteira pelo seu aniversário. Cumprimenta os professores pelo seu dia. Relata a morte de um policial militar. Informa que hoje é comemorado o aniversário da Rota. Opõe-se ao PL 899/19. Faz críticas à esquerda.

 

12 - JANAINA PASCHOAL

Para comunicação, concorda com o pronunciamento do deputado Coronel Telhada. Rebate as palavras do deputado Enio Lula Tatto a respeito de Jesus Cristo.

 

13 - GIL DINIZ

Comenta os discursos feitos pelo arcebispo Dom Orlando Brandes, em 12/10. Parabeniza os professores pelo seu dia. Critica o governador João Doria, por declarações que este fez a respeito das vaias que recebeu em evento da Polícia Militar.

 

14 - ALTAIR MORAES

Para comunicação, discorda do pronunciamento do deputado Enio Lula Tatto sobre Jesus Cristo. Tece considerações sobre o livre-arbítrio.

 

15 - TENENTE NASCIMENTO

Presta homenagem aos professores pelo seu dia, comemorado hoje. Exalta a importância da missão dos educadores. Cita projetos de lei, de sua autoria, relacionados à Educação. Entrega lembrança à deputada Janaina Paschoal.

 

16 - ROBERTO MORAIS

Para comunicação, saúda os professores pelo seu dia. Descreve os trabalhos da CPI que investiga a situação da Barragem Salto Grande, em Americana.

 

17 - CONTE LOPES

Parabeniza a Rota pelo seu aniversário. Considera imprópria a vaia dada a João Doria em evento da Polícia Militar. Ressalta que o governador, além de comandante da corporação, é quem tem o poder de conceder aumento salarial a seus integrantes.

 

GRANDE EXPEDIENTE

18 - CASTELLO BRANCO

Disserta sobre a prática de soltar pipa. Menciona que protocolou projeto de lei que busca instituir a atividade como patrimônio cultural e imaterial do estado de São Paulo. Exibe série de slides sobre o tema. Opõe-se ao uso de linhas com cerol. Defende a prática de maneira segura.

 

19 - CASTELLO BRANCO

Solicita a suspensão da sessão até as 16 horas e 30 minutos, por acordo de lideranças.

 

20 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Defere o pedido e suspende a sessão às 15h42min, reabrindo-a às 16h30min.

 

21 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, diz ser hoje o Dia do Professor, um dia de homenagem, luta e resistência. Afirma ser a luta contra os ataques, tanto do governo estadual como federal, ao magistério público e privado, a reforma da Previdência, censura e mordaça nas escolas, projetos inconstitucionais como o Escola sem Partido e militarização das escolas. Defende o reajuste salarial e o cumprimento da data-base. Esclarece que a Portaria nº 6/19 violenta o Estatuto do Magistério Estadual. Pede o apoio dos deputados nestas reivindicações. Lê texto de Paulo Freire, em homenagem à categoria. Ressalta o reconhecimento internacional do mesmo. Destaca a mobilização em todo o Brasil, contra os cortes orçamentários e ataques do governo João Doria, que está sucateando a rede estadual e a carreira dos professores.

 

22 - CAMPOS MACHADO

Pelo art. 82, cumprimenta todos os professores pelo dia de hoje, em nome dos deputados Carlos Giannazi e Professora Bebel Lula. Lembra a cidade de Cerqueira César, onde começou a dar os seus primeiros passos, aprendeu o valor dos professores e como caminhar pela vida. Considera a figura da professora como insubstituível na vida das pessoas. Afirma que não teria se formado advogado se não tivesse tido um empurrão de seus professores, que nunca o deixaram desanimar. Destaca a importância da Educação para o sucesso. Saúda seu professor Miguel Reale. Lembra que o mesmo foi o responsável pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, que disse ser um homem de bem. Informa que solicitará um requerimento para homenageá-lo.

 

23 - BETH LULA SAHÃO

Pelo art. 82, cumprimenta todos os professores e educadores do Estado e do País, responsáveis pela nossa formação e conhecimento. Informa já ter sido professora efetiva do Estado e do Centro Paula Souza. Lamenta o que considera o sucateamento da Educação ao longo dos governos tucanos. Comenta sua participação, hoje, nesta Casa, de manifestação contra a aprovação do PL 899/19. Esclarece que a LOA trouxe cortes profundos nos recursos da Educação, mostrando a falta de compromisso do governador com a pasta. Critica a redução dos precatórios, destinados ao pagamento de anos de esforços de funcionários públicos. Considera uma obrigação do Estado o pagamento dos servidores. Discorre sobre a extinção da Furp, responsável pela fabricação de remédios não produzidos em laboratórios privados. Destaca a importância do trabalho realizado pela instituição.

 

24 - PROFESSORA BEBEL LULA

Pelo art. 82, comemora o Dia do Professor. Afirma que o estado de São Paulo não seria o maior do País se não fosse a atuação dos professores. Considera o magistério como a mais importante categoria, formadora de todas as outras profissões. Defende o respeito aos professores. Comenta a realização, no último dia 9, de ato de emergência contra a Portaria nº 6/19. Esclarece que a portaria é um ataque à atribuição de aulas dos professores. Cita a participação de cinco mil professores. Informa a realização de ato no próximo dia 18, contra esta mesma portaria. Lamenta a falta de reajuste da categoria. Esclarece que o magistério foi a profissão que escolheu e que sempre terá. Defende a não aprovação do PL 899/19. Discorre sobre o conteúdo do projeto. Deseja um feliz dia aos professores, apesar de tudo.

 

ORDEM DO DIA

25 - RODRIGO GAMBALE

Para comunicação, deseja feliz dia aos professores. Diz ter sido criado em uma família de professores. Considera ser professor uma dádiva e um dom. Lamenta que a profissão seja pouco valorizada no País. Destaca a importância dos professores para a criação de um País decente. Presta homenagem aos professores de sua família. Agradece a sanção do projeto do Proerd, de sua autoria, que considerou de grande importância para as escolas. Cita a falta de apoio do governo. Esclarece que o projeto ajudará as crianças a se manterem longe das drogas.

 

26 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Encerra a discussão, coloca em votação e declara aprovados, requerimentos de urgência aos PLs 1061/19, do deputado Roque Barbieri; 628/19, do deputado Ataide Teruel; 568/19, do deputado Thiago Auricchio; 1512/15, do deputado Alexandre Pereira; e ao PLC 44/15, do deputado Mauro Bragatto. Coloca em votação o item 1 do método de votação, aprovado anteriormente: PLC 4/19, salvo emendas.

 

27 - VALERIA BOLSONARO

Para comunicação, parabeniza os professores. Informa que esteve durante 33 anos dentro de salas de aula da educação infantil. Considera a profissão de grande importância e relevância na formação dos indivíduos. Destaca a falta de valorização da categoria, que disse trabalhar com o coração. Discorre sobre os problemas enfrentados pelos professores. Pede uma salva de palmas a todos os professores do Brasil.

 

28 - ESTEVAM GALVÃO

Para comunicação, afirma que o Brasil somente alcançará a independência e condições dignas para todos os cidadãos se investirmos de forma plena na Educação. Presta homenagem a todos os professores. Diz que também é professor.

 

29 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA

Encaminha a votação do PLC 4/19, salvo emendas, em nome do PSOL.

 

30 - DRA. DAMARIS MOURA

Para comunicação, comemora o dia dos professores. Afirma que deve sua trajetória à sua mãe, professora de escola primária. Ressalta que a mesma dedicou toda a sua vida ao magistério. Destaca o seu intenso compromisso com a educação de crianças. Considera justo e adequado homenagear todos os professores em nome de sua mãe, Dona Jô.

 

31 - DOUGLAS GARCIA

Encaminha a votação do PLC 4/19, em nome do PSL.

 

32 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA

Para comunicação, lamenta o ocorrido na Faculdade de Direito da USP. Critica o pronunciamento do deputado Douglas Garcia. Discorre sobre incidente, ontem na Unicamp, durante palestra da deputada. Considera que o presidente da República fere a ECA quando coloca uma criança com arma na mão para tirar fotos.

 

33 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Solicita comportamento regimental dos presentes em plenário.

 

34 - PAULO LULA FIORILO

Encaminha a votação do PLC 4/19, em nome da Minoria.

 

35 - CAMPOS MACHADO

Encaminha a votação do PLC 4/19, em nome do PTB.

 

36 - TEONILIO BARBA LULA

Encaminha a votação do PLC 4/19, em nome do PT.

 

37 - PROFESSORA BEBEL LULA

Para comunicação, discorre sobre mobilização, ocorrida hoje nesta Casa. Pede que o deputado Carlão Pignatari faça uma audiência pública para discutir o PL 899/19.

 

38 - CARLÃO PIGNATARI

Para comunicação, cumprimenta as deputadas presentes pelo dia dos professores. Cita acordo para que este projeto não seja pautado hoje. Diz ser possível construir uma boa saída para este projeto.

 

39 - BARROS MUNHOZ

Encaminha a votação do PLC 4/19, em nome do PSB.

 

40 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Coloca em votação e declara aprovado o PLC 4/19, salvo emendas.

 

41 - JANAINA PASCHOAL

Requer uma verificação de votação.

 

42 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Defere o pedido. Determina que seja feita a verificação de votação, pelo sistema eletrônico.

 

43 - TENENTE NASCIMENTO

Informa que a bancada do PSL está em obstrução ao processo.

 

44 - SEBASTIÃO SANTOS

Informa que a bancada do Republicanos está em obstrução ao processo.

 

45 - PAULO CORREA JR

Informa que a bancada do Patriota está em obstrução ao processo.

 

46 - TEONILIO BARBA LULA

Informa que a bancada do PT está em obstrução ao processo.

 

47 - HENI OZI CUKIER

Informa que a bancada do Novo está em obstrução ao processo.

 

48 - CARLA MORANDO

Informa que a bancada do PSDB está em obstrução ao processo.

 

49 - SARGENTO NERI

Informa que a bancada do Avante está em obstrução ao processo.

 

50 - ALEXANDRE PEREIRA

Informa que a bancada do Solidariedade está em obstrução ao processo.

 

51 - THIAGO AURICCHIO

Informa que a bancada do PL está em obstrução ao processo.

 

52 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA

Informa que a bancada do PSOL está em obstrução ao processo.

 

53 - VINÍCIUS CAMARINHA

Informa que a bancada do PSB está em obstrução ao processo.

 

54 - LECI BRANDÃO

Informa que a bancada do PCdoB está em obstrução ao processo.

 

55 - DELEGADO OLIM

Informa que a bancada do PP está em obstrução ao processo.

 

56 - ALEX DE MADUREIRA

Informa que a bancada do PSD está em obstrução ao processo.

 

57 - MARCIO DA FARMÁCIA

Informa que a bancada do Podemos está em obstrução ao processo.

 

58 - ADRIANA BORGO

Informa que a bancada do PROS está em obstrução ao processo.

 

59 - REINALDO ALGUZ

Informa que a bancada do PV está em obstrução ao processo.

 

60 - ROBERTO MORAIS

Informa que a bancada do Cidadania está em obstrução ao processo.

 

61 - ROGÉRIO NOGUEIRA

Informa que a bancada do DEM está em obstrução ao processo.

 

62 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Registra as manifestações. Anuncia o resultado da verificação de votação, que não atinge número regimental, ficando adiada a votação.

 

63 - CARLÃO PIGNATARI

Solicita a prorrogação da sessão por 2 horas e 30 minutos, 2 horas e 29 minutos e 2 horas e 28 minutos.

 

64 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Coloca em votação e declara aprovada a prorrogação da sessão por 2 horas e 30 minutos. Coloca em votação o PL 836/19, salvo emendas.

 

65 - TEONILIO BARBA LULA

Encaminha a votação do PL 836/19, em nome do PT.

 

66 - SEBASTIÃO SANTOS

Assume a Presidência.

 

67 - EDNA MACEDO

Para comunicação, cumprimenta e saúda todos os professores da rede municipal e estadual. Destaca o seu carinho e admiração pela categoria. Afirma que os mesmos precisam ser mais respeitados pelos alunos. Demonstra sua gratidão por tudo o que aprendeu com os seus professores.

 

68 - GILMACI SANTOS

Assume a Presidência.

 

69 - CAMPOS MACHADO

Encaminha a votação do PL 836/19, em nome do PTB.

 

70 - VINÍCIUS CAMARINHA

Encaminha a votação do PL 836/19, em nome do PSB.

 

71 - CAMPOS MACHADO

Para comunicação, responde o pronunciamento do deputado Vinícius Camarinha. Afirma sempre ter defendido o ex-governador Geraldo Alckmin. Informa que tem quase 400 projetos aprovados nesta Casa. Considera lealdade como questão de alma e consciência.

 

72 - ERICA MALUNGUINHO

Encaminha a votação do PL 836/19, em nome do PSOL.

 

73 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Coloca em votação e declara aprovado o PL 836/19, salvo emendas.

 

74 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA

Solicita uma verificação de votação.

 

75 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Defere o pedido. Determina que seja feita a verificação de votação, pelo sistema eletrônico.

 

76 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA

Para comunicação, afirma que o projeto em votação discorre sobre um pedido de empréstimo para a despoluição do Rio Tietê. Informa que o projeto recebeu diversas emendas. Pede que os deputados se atentem a estas emendas. Esclarece que as mesmas têm como objetivo impor controle e transparência para que a despoluição do rio seja realmente conquistada.

 

77 - TEONILIO BARBA LULA

Informa que a bancada do PT está em obstrução ao processo.

 

78 - HENI OZI CUKIER

Informa que a bancada do Novo está em obstrução ao processo.

 

79 - TENENTE NASCIMENTO

Informa que a bancada do PSL está em obstrução ao processo.

 

80 - LECI BRANDÃO

Informa que a bancada do PCdoB está em obstrução ao processo.

 

81 - ERICA MALUNGUINHO

Informa que a bancada do PSOL está em obstrução ao processo.

 

82 - ADRIANA BORGO

Informa que a bancada do PROS está em obstrução ao processo.

 

83 - MARCIO NAKASHIMA

Informa que a bancada do PDT está em obstrução ao processo.

 

84 - VINÍCIUS CAMARINHA

Informa que a bancada do PSB está em obstrução ao processo.

 

85 - CORONEL TELHADA

Informa que a bancada do PP está em obstrução ao processo.

 

86 - ESTEVAM GALVÃO

Informa que a bancada do DEM está em obstrução ao processo.

 

87 - ALEX DE MADUREIRA

Informa que a bancada do PSD está em obstrução ao processo.

 

88 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Registra as manifestações. Anuncia o resultado da verificação de votação, que confirma a aprovação do projeto, salvo emendas. Coloca em votação as emendas nºs 1 a 15.

 

89 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA

Encaminha a votação das emendas ao PL 836/19, em nome do PSOL.

 

90 - ALTAIR MORAES

Para comunicação, lamenta que não possa expressar sua opinião nesta Casa.

 

91 - ERICA MALUNGUINHO

Para questão de ordem, pede que sejam vetadas as expressões de baixo calão do deputado Altair Moraes.

 

92 - TEONILIO BARBA LULA

Encaminha a votação das emendas nºs 1 a 15, em nome do PT.

 

93 - GILMACI SANTOS

Coloca em votação e declara rejeitadas as emendas nºs 1 a 15.

 

94 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA

Solicita uma verificação de votação.

 

95 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Defere o pedido. Determina que seja feita a verificação de votação, pelo sistema eletrônico.

 

96 - TENENTE NASCIMENTO

Informa que a bancada do PSL está em obstrução ao processo.

 

97 - VINÍCIUS CAMARINHA

Informa que a bancada do PSB está em obstrução ao processo.

 

98 - HENI OZI CUKIER

Informa que a bancada do Novo está em obstrução ao processo.

 

99 - PAULO LULA FIORILO

Informa que a bancada do PT está em obstrução ao processo.

 

100 - SEBASTIÃO SANTOS

Informa que a bancada do Republicanos está em obstrução ao processo.

 

101 - ALEX DE MADUREIRA

Informa que a bancada do PSD está em obstrução ao processo.

 

102 - CORONEL TELHADA

Informa que a bancada do PP está em obstrução ao processo.

 

103 - ANDRÉ DO PRADO

Informa que a bancada do PL está em obstrução ao processo.

 

104 - ESTEVAM GALVÃO

Informa que a bancada do DEM está em obstrução ao processo.

 

105 - SARGENTO NERI

Informa que a bancada do Avante está em obstrução ao processo.

 

106 - FERNANDO CURY

Informa que a bancada do Cidadania está em obstrução ao processo.

 

107 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA

Informa que a bancada do PSOL está em obstrução ao processo.

 

108 - MARCIO NAKASHIMA

Informa que a bancada do PDT está em obstrução ao processo.

 

109 - ALEXANDRE PEREIRA

Informa que a bancada do Solidariedade está em obstrução ao processo.

 

110 - CARLA MORANDO

Informa que a bancada do PSDB está em obstrução ao processo.

 

111 - ADRIANA BORGO

Informa que a bancada do PROS está em obstrução ao processo.

 

112 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Registra as manifestações.

 

113 - CARLÃO PIGNATARI

Para comunicação, pede que os deputados votem "não" às emendas, englobadamente.

 

114 - TEONILIO BARBA LULA

Para comunicação, pede que deputados votem "sim" a todas as emendas deste projeto.

 

115 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Anuncia o resultado da verificação de votação, quórum suficiente para rejeitar as emendas ao PL 836/19. Convoca reunião conjunta das comissões de: Constituição, Justiça e Redação e Redação e Finanças, Orçamento e Planejamento para dez minutos após o término desta sessão; Constituição, Justiça e Redação, Administração Pública e Relações do Trabalho e Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se um minuto após a reunião anterior; reunião extraordinária da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se um minuto após o término da reunião anterior; e reunião conjunta das comissões de Saúde e Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se um minuto após o término da reunião anterior.

 

116 - CAMPOS MACHADO

Para comunicação, solicita a prorrogação da sessão por um minuto.

 

117 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Indefere o pedido em razão de já ter sido prorrogada pelo tempo máximo.

 

118 - ERICA MALUNGUINHO

Para reclamação, lamenta a deselegância e a perda de civilidade, constantes neste plenário.

 

119 - CARLÃO PIGNATARI

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças. Informa que foi definido no Colégio de Líderes que seriam dadas duas horas de discussão para o PL 899/19.

 

120 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Gilmaci Santos.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e convida o nobre deputado Coronel Telhada para ler a resenha do expediente.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Sr. Presidente, nós temos aqui um documento do deputado Adalberto Freitas, requerendo, nos termos regimentais, que se registre, nos Anais da história desta Casa, voto de congratulações com a população de Ferraz de Vasconcelos pelos 65 anos do município, que foram comemorados ontem, dia 14 de outubro.

Temos também uma indicação do prezado deputado Altair Moraes, indicando, nos termos regimentais, ao Sr. Governador do estado a realização de estudos e urgentes providências no sentido de possibilitar, através de iniciativa própria desse Poder, a liberação de recursos suficientes para possibilitar a construção de uma academia ao ar livre no município de Amparo.

É somente isso, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, nobre deputado Coronel Telhada.

Iniciamos agora os nossos trabalhos com o Pequeno Expediente, já convidando, para fazer uso da palavra na tribuna, o nobre deputado Castello Branco.

 

O SR. CASTELLO BRANCO - PSL – SEM REVISÃO DO ORADOR - Nobres deputados, caros alunos, telespectadores da TV Assembleia, eu tenho a honra de abrir a tribuna hoje sendo o primeiro a parabenizar os professores brasileiros, os heróis desse país. Preparei uma rápida apresentação, cujo objetivo é enaltecer, exaltar a profissão mais importante do mundo. Grandes mestres, espirituais inclusive, fizeram menção à carreira de professor como a carreira mais importante da sociedade, porque é a partir dela que todas as outras são formadas. Tanto que no Japão o imperador só se inclina, só reverencia e só agradece aos professores.

Carreira essa que gera a maior folha de pagamento do estado de São Paulo, quase igual à da Saúde e da Segurança Pública. Carreira essa que ainda não é devidamente valorizada como deveria. Tenho certeza de que outros deputados vão falar sobre isso aqui hoje. Mas o meu objetivo, hoje, é realmente enaltecer a figura docente, a carreira do magistério.

E o faço através da professora Janaina Paschoal, professora de Direito; do professor Carlos Giannazi, da Professora Bebel, do Professor Kenny, e de tantos outros colegas que já labutaram ou labutam na área docente, e que defendem os interesses dessa classe aqui nesta Casa, com muita propriedade.

Eu, realmente, entendo que a carreira de professor deve ser a carreira mais bem remunerada, mais reconhecida, mais bem paga, enfim. A mais nobre nesta Nação, em todos os sentidos.

E, adianto que, como fui mantenedor de escola de Educação Infantil e Ensino Fundamental I durante quase 20 anos – acho que o senhor não sabia dessa minha história –, eu enalteço ainda mais os professores das séries iniciais, professores da Educação Infantil e professores do Ensino Fundamental I, que são a estrutura base, o alicerce do prédio.

A gente costuma falar muito dos professores universitários, das carreiras mais altas. A gente se esquece que o prédio só é feito quando a base é bem-feita. E, quem faz a base é aquela berçarista, aquela cuidadora, aquela assistente de classe, aquela professora dos níveis iniciais da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I, antigamente chamado ensino primário, a quem eu reconheço que talvez seja a fase mais difícil da educação de um ser humano.

Gostaria de que um dia essas professoras, essas cuidadoras, essas berçaristas, essas educadoras da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I fossem muito valorizadas, ou, se não, as mais valorizadas da carreira docente.

Não sei se nós temos uma apresentação. Se tiver, nós poderemos colocá-la, por favor. Então, é bem rápido. Eu gostaria de aqui lembrar a homenagem ao Dia dos Professores; mas, principalmente a esse professor, Henrique José de Souza, e a sua esposa, que deixou para nós esse legado: “A esperança da colheita reside na semente”.

Eu não conheço frase mais feliz e mais sábia do que essa para exemplificar a carreira de um professor. Se nós vamos ter colheita é porque alguém plantou boas sementes.

E, como eu sempre gosto de dizer: no Japão, o imperador é o único ao qual ele reverencia. A Educação tem números grandes no Brasil. São 14.405 estabelecimentos de Ensino Fundamental, 12.691 unidades pré-escolares, 5.624 escolas de nível médio, 521 instituições de nível superior, e a rede de ensino do estado de São Paulo é a maior do Brasil, com 8.981.288 matrículas este ano de 2019, sendo docentes registrados 482.519.

Quer dizer, são números impressionantes. Então, mais uma vez, minha gratidão eterna e meu reconhecimento aos eternos professores, instrutores e mestres. Brasil acima de tudo.

 

O SR. PRESIDENTE – GILMACI SANTOS – REPUBLICANOS – Obrigado, nobre deputado, pelas suas palavras.

Esta Presidência também parabeniza todos os professores do nosso país. Esta Presidência também tem a grata satisfação de anunciar que está nos visitando nesta tarde os alunos do Colégio Santa Amália, da cidade de São Paulo. Sejam bem-vindos, acompanhados pelo professor Marco Aurélio dos Santos e pelo professor Bruno Zecchin.

Sejam bem-vindos a esta Casa, é um prazer estar recebendo vocês aqui nesta tarde. Acompanhando nossos trabalhos os alunos do Colégio Santa Amália. Sejam todos bem-vindos.

Convidamos para fazer uso da palavra agora o nobre deputado Dr. Jorge do Carmo.

Enquanto V. Exa. se dirige à tribuna, uma comunicação. Esta Presidência, atendendo solicitação do nobre deputado Gil Diniz, cancela a sessão solene convocada para dia 18 de outubro de 2019, às 20 horas, com a finalidade de “Outorgar o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo ao Presidente da República Federativa do Brasil, Sr. Jair Messias Bolsonaro”.

Tem V. Exa. a palavra pelo tempo regimental.

 

O SR. DR. JORGE LULA DO CARMO – PT – SEM REVISÃO DO ORADOR – Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público da TV Alesp e da galeria que nos assiste, servidores em geral, Sr. Presidente, venho a esta tribuna mais uma vez para falar do investimento, ou melhor, da falta dele, da falta de investimento nas áreas sociais do governador do estado. Mas antes, quero falar, Sr. Presidente, aproveitar essa oportunidade para falar também da importância que têm os professores do nosso país.

Eu sou advogado de formação, mas nenhum profissional, deputada Leci, será um bom profissional se não tiver um bom professor. Então, saúdo aqui todos os professores, desde o ensino fundamental, como eu estudei, fundamental, mas hoje ensino médio, superior. Enfim, todos os professores, desde as crianças, até o adulto, até o ensino superior, onde a gente tem a oportunidade de se formar e de sermos grandes profissionais, desde que tenha grandes professores.

Então, saúdo a todos os professores por esta data, 15 de outubro, que é uma data especial para os professores. Profissão essa que, infelizmente, aqui no estado de São Paulo, não tem valor para o governador do estado. Outro dia falei nesta tribuna exatamente disso. São Paulo é a locomotiva do país, é o estado mais rico da Federação, mas, infelizmente, os professores são os menos valorizados, em comparação com outros estados, e eu citei aqui o governador do Maranhão, estado pobre, mas que valoriza os professores.

Mas, Sr. Presidente, eu quero falar da falta de investimento, como eu falava inicialmente. Na última segunda-feira, o ministro Gilmar Mendes esteve na Rede Cultura, em uma entrevista na TV Cultura, e lá ele falou que os procuradores, o pessoal da Lava Jato em Curitiba, atuam mais com marqueteiros do que como agentes da Justiça, e é inevitável não deixar de fazer a comparação com o governador do estado. Ele parece mais ser marqueteiro do que governador deste estado.

Ou seja, ele me parece um bom marqueteiro. Por que eu digo isso? Se a gente for olhar o Orçamento, a Peça Orçamentária que foi enviada para esta Casa, a gente vê exatamente a falta de compromisso do governador com as áreas sociais. Eu não vou falar de todas, porque são muitas, e meu tempo aqui é exíguo, mas vou falar da Habitação.

Se nós verificamos o Orçamento de 2019, este ano corrente, um bilhão, 679 milhões e 488 mil reais. Para 2020, previsto, 731 milhões, 649 milhões e 525 mil. Ou seja, mais de um bilhão de corte no Orçamento deste ano para habitação, 66% a menos no corte da Habitação, Sr. Presidente.

Só para ter ideia do quanto o governador faz propaganda, diz que vai criar programas habitacionais, e corta Orçamento. É uma mágica, só pode ser mágica. Como é que você faz investimento se você está cortando o recurso do Orçamento? Se a gente for falar da CDHU, cortes para o ano que vem, 260 milhões, ou seja, 18% a menos no corte da Habitação.

Se a gente for para as outras áreas, é a mesma situação, mas é impressionante o marketing que faz o governador, prometendo que vai melhorar, que vai resolver, mas, na verdade, ele está cortando os investimentos nas áreas sociais.

Estive esta semana na CDHU, e lá dizem que o programa vai avançar, vai melhorar, vai ter recurso. Agora, não sei que recurso, porque, enquanto faz uma propaganda que vai investir, que vai melhorar, que vai ter mais recurso, e lançou recentemente um programa chamado Nossa Casa... Eu não sei como é que o recurso vem. Só da iniciativa privada, pelo jeito.

Então o déficit habitacional do estado de São Paulo é da monta de dois milhões de unidades, e aí, a Peça Orçamentária, como falei aqui, ela corta orçamento, corta 66% do orçamento da Habilitação. Então, não vai ter recurso para regularização urbana e fundiária, não vai ter recurso para investimento na CDHU, não vai ter recurso para programas habitacionais, não teremos recursos para investimento algum na área de Habitação e, com certeza, nas áreas sociais.

Por isso é que eu digo, concluo dizendo, Sr. Presidente, o governador, na verdade, é um viajante e um marqueteiro muito bom, mas governar e se preocupar com as áreas sociais, isso ele não faz.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, nobre deputado. Convidamos agora o deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Paulo Lula Fiorilo.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, telespectadores da TV Alesp, assessoria das bancadas, queria aproveitar o Pequeno Expediente, primeiro, para parabenizar os professores do Estado, dos municípios, os professores da rede municipal e da rede estadual.

É uma pena que os professores não tenham muito o que comemorar, principalmente se a gente avaliar a situação salarial do Estado, o plano de carreiras, se a gente perceber a dificuldade que têm os professores, principalmente neste momento em que a gente vive uma situação em que alunas têm se automutilado, têm praticado suicídios.

A gente viu, recentemente, que o presidente da República vetou um projeto de lei que possibilitaria a criação de um grupo de profissionais para atuar na escola com psicólogos, assistentes sociais. Isso ajudaria muito os professores a enfrentarem um desafio que é grande e gravíssimo.

Estava vendo a entrevista da professora que é a mais antiga do Estado. Está há 41 anos na rede. O que ela aponta como grande problema, aquilo que é diferente do que ela viveu? A indisciplina. Por que a indisciplina é gravíssima? Porque há alunos que acabam afrontando os professores, acabam brigando com os funcionários das escolas. É preciso combater isso.

Infelizmente, o presidente da República dá um passo atrás ao vetar o projeto,  mas eu não posso deixar de parabenizar aqueles que são educadores, que se preocupam todos os dias com a qualidade do ensino, que se preocupam em combater a escuridão, as trevas, e trazer luz para poder mostrar ao mundo como ele é.

Então, queria deixar os meus parabéns e registrar esse repúdio, mais uma vez, à decisão do presidente Bolsonaro. E dizer que o Doria tem a oportunidade de sancionar o projeto do vereador José Américo, que trata exatamente disso. (Fala fora do microfone.) É o meu vício de origem. Muito obrigado aos colegas. O deputado José Américo, que foi vereador comigo na Câmara Municipal de São Paulo. Quem sabe o Doria possa aprovar, sancionar o projeto que criaria essa rede de proteção com dois profissionais importantes.

E por falar em presidente da República, em Bolsonaro, infelizmente, a gente continua assistindo, incrédulos - acho que talvez essa seja a melhor palavra -, a essa guerra agora entre o presidente da República e o presidente do partido, PSL, que ele escolheu como sua casa para ser candidato.

Não sei se todo mundo se recorda, mas o Bolsonaro procurou muito um partido que ele pudesse dizer que era seu. E encontrou o PSL do Bivar. Agora, como eles não têm um inimigo interno, ou outro inimigo para brigar, resolveram fazer a guerra interna. É a guerra de todos contra todos. É uma coisa impressionante. Nem os filósofos políticos poderiam explicar essa guerra que há entre o Bolsonaro e o PSL. Parece que os filhos estão arregando, pois vão perder dois diretórios importantes, o de São Paulo e o do Rio, que possibilitariam, inclusive, a disputa eleitoral no próximo ano.

Então, estão tentando demover o presidente da República dessa ideia de arrumar uma saída. Talvez tenha encontrado uma: hoje, a Polícia Federal promoveu uma ação contra o Bivar, lá em Pernambuco. Mais uma denúncia contra o PSL de utilização indevida de recursos das candidaturas de mulheres nas campanhas dos homens, ou de desvio de recursos. Então, estamos vivendo um momento delicadíssimo. O estado de São Paulo com 3,3 milhões de desempregados. O País com mais de 10 milhões de desempregados. E estamos assistindo a uma guerra.

Uma guerra que vem para o Estado, pois o Doria e o Bolsonaro também estão em guerra. Fizemos esse debate na Comissão de Finanças: os repasses federais diminuíram para o Estado. Não podemos permitir que haja uma contaminação, mas parece que não tem jeito. Hoje o governador, que foi vaiado em um ato da Polícia ao qual o presidente da República estava presente, acusa que quem organizou a vaia foram os deputados do PSL, senador e deputados do PSL.

Nós estamos chegando a um nível, deputado Conte Lopes, que não dá para poder comemorar absolutamente nada, por isso é muito triste essa situação. Espero que o governador tenha mais clareza do seu papel e pare de utilizar os recursos públicos para fazer propaganda e fake news e que o presidente da República pare com essa guerra interna, que ele comece a governar, porque, do jeito que está indo, vai sobrar para todo mundo e vai sobrar para quem mais precisa. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, nobre deputado. Convidamos agora a nobre deputada Leci Brandão.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB – SEM REVISÃO DO ORADOR -Excelentíssimo Sr. Presidente deputado Gilmaci, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, assessorias, alunos e professores do Colégio Santa Amália - é muito importante a vinda de vocês em um dia tão especial que é o Dia dos Professores, obrigada pela presença.

Deputada Janaina, deputado Caio, deputado Conte, deputado Gil Diniz, Tenente Nascimento, deputado Enio Tatto, eu queria apenas começar cumprimentando dois deputados que eu conheço que são professores, o deputado Carlos Giannazi, do PSOL, e a deputada Professora Bebel, do Partido dos Trabalhadores. A gente aprendeu muito com vocês antes de chegar a esta Casa. 

Eu gostaria de falar um pedacinho de uma música que foi feita em 1995, quando nós tivemos a tristeza de ver um professor receber um chute. Ele estava numa manifestação por reajuste salarial e aí, na confusão, ele caiu ao chão. Eu me lembro só da imagem daquela bota batendo no rosto do professor, e foi nesse momento que a gente fez o seguinte:

 

“Professores

Protetores das crianças do meu país

Eu queria, gostaria de um discurso bem mais feliz

Porque tudo é educação, é matéria de todo um tempo

Ensinem aqueles que pensam que sabem de tudo

a entregar o conhecimento”.

 

A entrega do conhecimento é a coisa mais importante que um professor, uma professora tem. Afinal de contas, todos nós, como bem disse ainda o deputado Jorge do Carmo, tivemos um professor, sejamos deputados, médicos, cientistas, garis, enfim, qualquer pessoa teve um professor.

O que nos entristece no dia de hoje é saber que há uma desvalorização, um desrespeito muito grande a essa classe não só na questão salarial, mas também na questão interna, nas salas de aula, em que professores são às vezes agredidos e têm que correr e esconder seus alunos quando acontecem aquelas coisas de violência nas suas comunidades. Então é muita coisa ruim, muita coisa desagradável que acontece com essa classe dos professores.

A gente não pode deixar de se lembrar de Paulo Freire, que é uma pessoa que tem sido duramente atacada por algumas pessoas que não entendem a importância que ele teve na Educação. É muito ruim quando a gente vê que existe hoje, no Brasil, um ministro da Educação que só está fazendo retrocessos neste País.

É muito ruim a gente saber que tem gente do Executivo deste País que não entende que o professor pode ter liberdade sim, dentro da sala de aula, para ministrar suas aulas sobre democracia, sobre filosofia, sobre pedagogia para os seus alunos, e ainda insistem nessa questão de escola sem partido, coisa que a gente abomina. O partido PCdoB, Partido Comunista do Brasil, abomina essa história de escola sem partido.

 O que a gente deixa neste dia é uma reflexão para que as pessoas entendam que sem educação e sem cultura este país não será fortalecido, este país não vai crescer, este país não será o país maravilhoso que todos nós queremos.

E tem mais ainda: tem gente que nem pela universidade passou, não teve essa oportunidade, mas deu muita sabedoria para este País, deu muita educação, deu oportunidade, deu cotas, deu a intenção de, seja pobre, seja rico, preto, branco, nordestino, paulistano, gaúcho, todo mundo tem o direito de saber. Todo mundo tem o direito de sentar no banco de uma universidade.

E é isso que a gente quer deixar no dia de hoje, no Dia dos Professores. Que eles sejam reconhecidos não só na questão salarial, mas sejam conhecidos, principalmente, pela dignidade da sua profissão.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, nobre deputada.

Convidamos agora o deputado Alex de Madureira. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputada Janaina Paschoal. Não vai falar. Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputada Dra. Damaris. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson. (Pausa.) Deputado Enio Tatto.

 

* * *

- Assume a Presidência o Sr. Coronel Telhada.

 

* * *

 

O SR. CAIO FRANÇA - PSB - Pela ordem, presidente, para uma breve comunicação se o deputado Enio permitir.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - É regimental.

 

O SR. CAIO FRANÇA - PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Apenas para registrar também o nosso cumprimento aos professores, aos nossos mestres educadores. Queria saudá-los e relembrar que, no ano passado, tivemos alguns avanços aqui, em relação aos professores, que eu gostaria de compartilhar rapidamente.

Primeiro, com relação à luta, nossa e do então governador Márcio França, em relação ao aumento dos professores, de 10%, que, infelizmente, a ministra Cármen Lúcia sentou em cima. Também lembrar aqui de dois grandes avanços que tivemos no ano passado. O primeiro deles para fazer com que os professores categoria “O”, os professores contratados, tivessem menos tempo na quarentena, ficassem menos tempo fora da sala de aula. A gente conseguiu fazer isso aqui e o então governador sancionou.

Outros dois temas importantíssimos, um relacionado aos professores que têm licença médica, que, desde o ano passado, passa a valer para o seu cômputo de aposentadoria e, também, com relação aos professores readaptados, que continuam, como manda a lei agora, tendo um tempo especial para a sua aposentadoria.

Então, são alguns avanços importantes que nós tivemos no ano passado e que eu gostaria de compartilhar com os professores para que, este ano, a gente tenha, ainda, se assim permitir a Assembleia e o governador assim entender, ao menos uma boa notícia a dar aos professores da rede estadual.

Era isso, presidente, obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr. Deputado. Deputado Enio.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, parlamentares aqui presentes, público que nos visita, que nos assiste, queria, também, como a deputada Leci Brandão, parabenizar todos os professores e apoiar sua luta. Precisamos defender a recuperação dos seus direitos e atender as suas justas reivindicações em todo o País. É um pessoal que trabalha muito, que tem o papel de educar e, infelizmente, são bastante injustiçados.

Assim, em nome de dois professores aqui da Assembleia Legislativa – a querida deputada, presidente da Apeoesp, Bebel, e o deputado Carlos Giannazi, do PSOL – queria cumprimentar todos os professores do Brasil.

Sr. Presidente, eu queria falar sobre um posicionamento e um discurso do bispo de Aparecida, da Arquidiocese de Aparecida, no último sábado, Dia de Nossa Senhora Aparecida. Falo do arcebispo Dom Orlando Brandes, que merece ser parabenizado.

Eu sou católico apostólico romano, sou da igreja progressista, da Teologia da Libertação, e tenho como orientadores espirituais pessoas como Dom Paulo Evaristo Arns, aquele que vendeu o palácio episcopal de São Paulo e, com o dinheiro, comprou, mais ou menos, 100 terrenos na periferia de São Paulo para construir comunidades eclesiais de base, que hoje viraram paróquias. Ele vendeu o palácio dele, da igreja, para melhorar a vida dos mais pobres.

Também falo de Dom Mauro Morelli, que era da minha região, lá de Santo Amaro, e do saudoso padre Pegoraro, que nos incentivou a entrar na política, a ajudar a construir o Partido dos Trabalhadores.

O que diz Dom Orlando Brandes no seu discurso? “Temos um dragão do tradicionalismo. A direita é violenta, é injusta, estamos fuzilando o papa, o Sínodo da Amazônia, o Concílio do Vaticano II, parece que não querem a vida. Não querem o Concílio do Vaticano II, o evangelho, porque ninguém de nós duvida que esta é a grande razão do Sínodo, do Concílio, deste santuário, a não ser a vida, tudo isso em defesa da vida.”

Lembro também que a CNBB adotou na Campanha da Fraternidade deste ano um tema social, como tem feito todos os anos. A Campanha da Fraternidade deste ano é Fraternidade e Políticas Públicas. Vale lembrar o que diz em Isaías, 27: “Serás libertado pelo Direito e pela Justiça”.

É muito bom quando a gente tem líderes - no meu caso, líder religioso, como é dom Orlando - que se posicionam sem medo. Com certeza, recebeu muitas críticas, mas se posiciona, porque esse é o papel da Igreja e esse é o papel dos evangelhos. Eu tenho certeza de que se Jesus Cristo estivesse nos dias de hoje, ele faria a mesma coisa ou seria até mais duro, porque não dá para admitir, em um país com tantas injustiças, com mais de 13 milhões de desempregados e inúmeras pessoas na miséria, com direitos sendo tirados dos trabalhadores, que um líder religioso, comprometido com o evangelho, não fizesse um discurso dessa forma, denunciando o que está acontecendo no Brasil.

Hoje, está acontecendo o Sínodo da Amazônia. Alguns acusam de oportunismo o encontro, mas esse Sínodo foi programado pelo Papa Francisco em 2017 - Bolsonaro não era nem presidente -, que decidiu enfrentar de frente o problema da Amazônia. O povo da região, como os índios, os quilombolas, os ribeirinhos, os sem-terra é perseguido e vítima da violência. E isso vem acontecendo todos os dias.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Gilmaci Santos.

 

* * *

 

Então, parabéns ao bispo Orlando Brandes pela sua posição de coragem, de firmeza e de convicção. Digo, mais uma vez: se Jesus Cristo estivesse hoje no Brasil, ele falaria isso e, com certeza, com muito mais contundência, porque para se a gente se basear nos evangelhos, na palavra de Deus, é impossível não ficarmos indignados com o que está acontecendo no Brasil nos dias de hoje.

Parabéns, Dom Orlando Brandes. A gente sabe o tanto que o senhor fortalece a Igreja e o tanto que o senhor está ao lado do povo.

Só para recordar, Dom Orlando teve uma atuação muito grande na Amazônia. Quando ele fala, ele fala com a convicção das pessoas que estiveram lá, não pessoas que se orientam pelos noticiários. Ele esteve lá, conviveu com aquele povo e defendeu aquele povo.

Era isso, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, Sr. Deputado. Convidamos agora o nobre deputado Douglas Garcia. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Coronel Telhada.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados. Todos aqui presentes, sejam bem-vindos. Aos que nos assistem pela TV Assembleia, aos funcionários e assessores, meus cumprimentos. Quero saudar a nossa assessoria policial militar, em nome da cabo Vânia e do soldado Monteiro, que eu sempre cumprimento por estarem aqui, prestando esse excelente serviço.

Eu inicio a minha fala de hoje, cumprimentando os queridos amigos e amigas da cidade de Ilha Solteira. Hoje é o aniversário, dia 15 de outubro é o dia do aniversário da querida cidade de Ilha Solteira. Então, parabéns a todos. Contem com o nosso trabalho aqui. Nós estamos à disposição no que for necessário.

Quinze de outubro também é o dia em que é comemorado o Dia dos Professores. Um abraço a todos esses amigos e amigas que diariamente procuram trazer um pouco mais de ensinamento aos jovens, às pessoas que querem aumentar o seu saber e todos nós devemos muito aos professores.

Então Deus abençoe a todos. Parabéns. Infelizmente, o Brasil lidera o ranking de violência contra os professores. Nós temos diariamente ocorrências em escolas envolvendo alunos, envolvendo criminosos. O Brasil, infelizmente, é o país que lidera a violência contra os professores.

Isso é uma coisa que nós temos que mudar. Lembro sempre, a nossa legislação é uma legislação tacanha, fraca, que permite que o crime cresça dia a dia na sociedade brasileira. Falando em violência, hoje mais um policial militar a lamentar a morte. É lá da região do Rio de Janeiro, onde um policial militar aposentado foi morto a tiros na tarde de ontem, segunda-feira.

 

* * *

 

- É exibida a imagem.

 

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É o policial militar, o sargento Rogério Silva Perfeito, que aparece nessa foto. Ele já estava aposentado e, segundo informações, ele estava na calçada quando vários criminosos passaram pelo local e efetuaram disparos de arma de fogo.

O policial chegou a ser socorrido no Hospital da Saracuruna, mas não resistiu e faleceu, infelizmente. A morte de policiais continua acontecendo e nada é feito. A nossa legislação não muda. A nossa legislação continua fraca, privilegiando o crime. Nós precisamos mudar urgentemente a nossa legislação.

Queria lembrar a todos que hoje, dia 15 de outubro, também é aniversário da Rota. A Rota completa 49 anos. Agora à tarde nós estaremos lá comemorando mais um aniversário dessa magnífica unidade da Polícia Militar do Estado de São Paulo, a qual eu tive a honra de servir como tenente e também mais de dois anos e meio comandando o Batalhão Tobias Aguiar, nossa querida Rota, a qual eu devo muito na minha carreira e mando um abraço a todos. Também quero aqui me colocar mais uma vez frontalmente contra o PL 899/19, o PL que simplesmente dá um tapa na cara do funcionalismo, que nada mais faz do que requerer seus direitos.

E seus direitos quando aceitos passam a ser precatórios que demoram anos e anos a serem pagos e assim mesmo o governo quer diminuir os valores dos precatórios alimentícios, que atualmente são na faixa de 30 mil reais, passando esse valor para 11 mil reais. É uma afronta isso. É uma afronta e nós estamos contra o PL 899 e pedimos aos demais deputados que também se coloquem contra esse PL, porque é um PL criminoso para o nosso funcionalismo.

Eu queria dizer a todos aqui - falei agora há pouco da Rota - a história da Rota, do Batalhão Tobias de Aguiar, que é um batalhão que há mais de 100 anos luta contra todo tipo de injustiça na sociedade, não só paulista como brasileira.

Para vocês terem uma ideia, nos anos 70 nós tivemos um tenente, o tenente Alberto Mendes Júnior, de 23 anos, morto dentro de uma gruta amarrado, morto a coronhadas de fuzil, morto por pessoas que diziam que lutavam pela liberdade, partidos criminosos, partidos de esquerda, que tentavam implantar o comunismo no Brasil.

Graças a Deus não conseguiram. Então nós ouvimos essa lenga-lenga dizendo que estão preocupados com a sociedade, dizendo que estão preocupados com o futuro, querendo reclamar do presidente Bolsonaro e dizer que a direita é criminosa. Criminosa é a esquerda neste País.

Criminosa é a esquerda, que procurou se completar através do povo, roubando o povo, levando o Brasil à situação quase de vergonha internacional. E vêm aqui discursar que não, que o problema é o Bolsonaro. Desde quando o problema é o Bolsonaro, que nós estamos no décimo mês de governo dele? A situação que o Brasil passa não foi o Bolsonaro que criou.

Foram os partidos passados, inclusive principalmente o PT, que esteve no poder e todo mundo sabe disso. Vêm falar de 14 milhões de desempregados. Quem criou os 14 milhões de desempregados foi o PT, não foi o Bolsonaro. Então é muita hipocrisia vir aqui com um discurso de que a direita é isso, a direita é aquilo, sendo que sentaram em cima do rabo.

Todas as merdas que fizeram, sentaram e querem dizer que não fizeram nada. Isso me revolta porque eu não sou de criticar as pessoas. Eu sou uma pessoa que respeito muito as posições, as ideologias, mas hipocrisia é uma coisa que me dói, é um tapa na cara e eu não aceito hipocrisia.

Então a esquerda que assuma a carapuça de criminalidade no Brasil, de apoio a vários organismos internacionais criminosos e não venha aqui falar do presidente Bolsonaro, que é meu amigo e eu trabalhei por ele. Então não aceito esse tipo de calúnia, mentira, contra o presidente Bolsonaro e contra o governo que ele tem feito aqui no Brasil.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, nobre deputado. Convidamos agora o nobre deputado Gil Diniz.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL – Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS – Pela ordem, nobre deputada Janaina Paschoal.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL – Uma comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS – Com a anuência do nosso líder Gil, na tribuna, tem Vossa Excelência.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - PARA COMUNICAÇÃO – Eu só queria fazer minhas as palavras do Coronel Telhada. Seja com relação ao projeto - que vai ser objeto de votação, talvez até na data de hoje, ou ao menos de discussão - que diminui o pagamento, em especial aos funcionários públicos.

E também fazer um registro - até o colega já saiu do plenário – mas de um certo inconformismo diante da fala do deputado Enio. Nem pela questão política. Porque, as divergências há, as várias versões. E eu respeito. Ouço e respeito. Acho que aqui é o palco mesmo para essas divergências. Mas me causa um certo estranhamento um ser humano acreditar que ele pode dizer o que Jesus diria se estivesse na Terra. É uma fala que me agride, porque Jesus Cristo me parece o inalcançável, o inatingível.

E quando um ser humano acredita que ele tem a capacidade de dizer o que Jesus diria, realmente é algo que chama a minha atenção. Então me parece um pouco de presunção. Nem os líderes religiosos – padres, pastores, palestrantes espíritas, pais de santo, xeiques, rabinos – podem pretender ter a capacidade de dizer o que Deus diria se estivesse na Terra.

Haja vista que para católicos e evangélicos Deus e Jesus são uma unidade, me parece também um tanto quanto pretencioso pretender alcançar o que Deus ou o que Jesus diria se estivesse na Terra. Peço até desculpas, mas eu precisaria fazer esse registro, que realmente foi uma fala que me chamou a atenção.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS – Obrigado. Com a palavra o deputado Gil Diniz.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL – SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente. Boa tarde a todos aqui presentes no Pequeno Expediente, aos policiais militares e civis, ao público na galeria, a quem nos assiste pela TV Assembleia.

Concordo, deputada Janaina. Mas, talvez, porque eles tenham um deus que não seja Jesus Cristo. Talvez, o deus destas pessoas esteja preso numa cela em Curitiba. Estive lá na Catedral Basílica Santuário Nacional de Aparecida. Realmente, o bispo, no sermão dele da manhã, ao meu ver, uma fala extremamente infeliz. Mas à tarde ele ponderou. À tarde, quando estávamos presentes, ele ponderou. Ele disse que acima das ideologias da direita e da esquerda está a verdade do Evangelho. Ponderou.

Mas é incrível que muitas dessas pessoas que agora se utilizam da fala de bispos, de padres, do Evangelho, são pessoas que muitas vezes negam o que o próprio Evangelho ensina. Por exemplo, a própria defesa da vida, desde a sua concepção até a sua morte natural. É fácil utilizar o Evangelho quando lhe convém utilizar a fala do bispo.

Vi de perto lá. O bispo, antes da missa, foi lá conversar com o presidente, conversou com toda a comitiva, e tudo o mais. Alguns padres também. Foi engraçado que um dos padres elogiou bastante o presidente. Mas não estávamos lá para isso, para fazer política ou qualquer coisa.

O presidente sempre se declarou católico. E estávamos lá para fazer as nossas orações e para participar da missa no Dia de Nossa Senhora Aparecida. O presidente já tinha ido no ano anterior. E foi agora num dia que é extremamente simbólico para o povo católico. O presidente se declara católico, e foi lá.

Mas é isso: quando convém, utilizam de qualquer fala, de qualquer subterfúgio nesse sentido. Mas, que bom que o presidente foi lá. Fez as suas orações, participou da missa em Aparecida. E agora, dessa maneira que estamos vendo, os profetas do caos profetizando, inclusive, o que Nosso Senhor poderia falar se assim eles pudessem colocar aqui dessa tribuna.

Mas eu gostaria de deixar registrado os meus parabéns, da tribuna, aos professores. Parabéns à deputada Janaina Paschoal, que representa os nossos deputados professores nesse momento. Parabéns à minha professora, dona Edilene, que me alfabetizou lá na cidade de Serra Talhada, em Pernambuco. Eu lembro quando eu vim, Gilmaci, de Pernambuco. Ela me deu uma lembrancinha, deu-me uma lapiseira, uma reguinha, que eu guardo até hoje na casa da minha mãe.

E olha, eu vim descobrir anos depois: ela é de esquerda. Ela adora Miguel Arraes e tudo mais. Só que ela sempre foi uma excelente pessoa, uma excelente professora; ela nunca colocou a ideologia acima da educação. E nunca tentou, ali, fazer proselitismo para os alunos. Deixo registrados  aqui os meus parabéns à dona Edilene e, na figura dela, a todos os professores.

Presidente, não podia deixar de falar também... Falei dessa tribuna ontem; e eu preciso deixar registrado aqui, porque falei do governador, da fala dele, mas eu não tinha visto ainda. Gostaria que passasse aqui o vídeo, se estiver pronto, da fala do governador na entrevista que ele deu ontem no Palácio dos Bandeirantes. Por favor, pode soltar.

 

* * *

 

- É feita a exibição de vídeo.

 

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Olha só a fala do governador. Primeiro, ele acusa um senador da República e alguns deputados estaduais, Conte - o senhor estava lá conosco, lá em cima, no palanque -, de orquestrar uma chuva de vaias. Mentira. Nem sabíamos que o governador estaria presente. Não sabíamos. Resolveu ir de última hora. E, para piorar ainda mais, ele tenta fazer um trocadilho: chama os deputados de comparsas. Governador, nós não somos da sua grei, não somos do seu grupo político. Tome vergonha, respeite-nos. Respeite este Parlamento.

O senhor tomou essa vaia porque o senhor merece tomar essa vaia. O senhor é oportunista, traiu o seu padrinho político, o governador Geraldo Alckmin. Ninguém gosta do senhor. Os policiais não gostam do senhor, não. Ninguém: dona Maria, seu José, as professoras. Ninguém gosta de você. Vai num bar, vai na periferia, fala do João Doria que você vai ver. Não são os deputados aqui, não. Nós podemos falar dessa tribuna.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Para conclusão, deputado.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Para concluir, Sr. Presidente. Os familiares se manifestaram e vão se manifestar outras vezes. O senhor foi oportunista, mais uma vez, na formatura dos sargentos. E te convido para ir, hoje, na formatura do 1º Batalhão de Choque, aniversário da Rota. Quarenta e nove anos da Rota. Pelos policiais, o senhor não vai ser aplaudido, não. E, mais uma vez, deixou o comandante num extremo constrangimento. Perguntou a ele se ele concordava. É claro que ele vai concordar com o senhor; é óbvio.

Mas vá lá no 1o Batalhão de Choque, no aniversário da Rota. O senhor vai tomar mais uma salva de vaias dos familiares dos policiais militares, e não dos deputados. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Tem a palavra o deputado Tenente Nascimento.

 

O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Sr. Presidente, para uma breve comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Com anuência do nobre deputado na tribuna, tem V. Exa. a palavra.

 

O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Só para... Em relação à fala do deputado que disse que se Jesus estivesse aqui na Terra, ele faria algo que ele acha que faria. Queria saber se ele tem procuração de Deus, porque agora as pessoas estão falando até por Deus, até por Jesus. Estão dizendo o que Jesus poderia ou deixaria de fazer. Então, eu queria deixar bem claro que eu não concordo, em hipótese nenhuma, com o que ele falou.

E outra deputada subiu aqui e falou sobre livre arbítrio. Falou que na Bíblia dela existe o livre arbítrio, e ela tem o direito de fazer qualquer coisa. Eu queria deixar um recado para essa deputada e para os que estão aqui: o livre arbítrio realmente existe. O livre arbítrio é Deus permitindo à pessoa fazer o que bem quiser da sua vida. Mas o livre arbítrio não livra a pessoa do julgamento. Se ela fizer o que é errado, ela paga pelo que é errado. Só uma comunicação. Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Tem a palavra o deputado Tenente Nascimento.

 

O SR. ROBERTO MORAIS - CIDADANIA - Pela ordem, Sr. Presidente. Só uma comunicação, com anuência.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Depois do Tenente Nascimento. Vamos fazer uma... Se não, nós não temos tempo para as pessoas que estão inscritas falarem.

Depois o senhor tem a comunicação. Com a palavra.

 

O SR. TENENTE NASCIMENTO – PSL – SEM REVISÃO DO ORADOR – Srs. Deputados, Srs. Ouvintes, que estão nos assistindo pela TV Alesp, presidente, venho a esta tribuna para prestar homenagem hoje àquele que é uma das maiores importâncias em nossas vidas: o professor, a professora, que tem a missão mais nobre, que é dirigir a inteligência e preparar homens e mulheres para o futuro.

O professor inspira pessoas a terem novas atitudes. Ele é capaz de levar seus alunos a todos os lugares a que desejam chegar. Se estamos aqui, devemos agradecer porque um dia tivemos um professor para nos ensinar.

Eu quero aqui falar, apresentar e agradecer, como o Gil Diniz acabou de falar da primeira professora dele, da minha professora. Vamos dar uma olhada aí nesse vídeo. dona Carolina, que me alfabetizou.

Temos ali dona Carolina, professora dona Lourdes, no segundo ano, no terceiro ano da nossa vida, tivemos aí. Primeiro ano, dona Carolina. Aí, onde eu fui alfabetizado. O segundo ano, dona Lourdes. Terceiro ano, dona Teresinha. Na quarta série, a professora dona Rosinha.

E, aqui estamos, agradecidos a Deus porque tivemos um professor para nos ensinar. Aqui, os nossos filhos iam ao colégio da Polícia Militar, onde também foram ali alfabetizados e, realmente, tivemos meninos e homens de bem.

Eu quero agradecer e parabenizar o colégio da Polícia Militar, através da professora Vânia e da professora Arlete. Mas, também quero dizer que essa é a profissão que valorizamos desde que iniciamos o nosso mandato com algumas proposituras.

Apresentamos o Projeto de lei 731, que visa a assegurar a proteção dos professores no âmbito da escola, esses profissionais. O PL 1077, Programa da Escola Estadual, que prevê ações paliativas para que ofereça segurança ao professor e ao aluno em sala de aula.

Mas, eu quero aqui fazer uma narração, presidente, da qual uma história muito linda que nós... eu acabei de ler esta semana, que diz: “a trajetória de um verdadeiro professor”, professora Janaina.

Um professor encontra um rapaz que diz ter sido aluno dele. E o jovem pergunta: “lembra de mim?” E, ele diz que não. O jovem conta que foi aluno dele; e, ele pergunta: “o que anda fazendo?”

“Ora, eu sou professor. Ah, que legal. Como eu?” “Sim, virei professor porque você me inspirou.”

Ele pergunta para o jovem qual foi o momento em que ele o inspirou a ser professor. Aí, o aluno conta a história: “Um dia, um amigo meu, estudante também, chegou com um relógio novo, lindo, e eu decidi que o queria para mim e o roubei, peguei no bolso dele.

Esse meu amigo percebeu o roubo e reclamou com você, professor. Aí, você disse: ‘O relógio do colega de vocês foi roubado. Quem o roubou devolva.’ Não o devolvi porque eu o queria para mim.

Você trancou a porta, falou para todo mundo ficar em pé, e que você passaria de um por um para revistar os bolsos de todos, até chegar ao relógio. Mas, você falou para todos fecharem os olhos, que você faria isso com os alunos de olhos fechados.

Todos fecharam os olhos, e você foi indo de bolso em bolso. E, quando chegou no meu, encontrou o relógio e o pegou. Continuou revistando todos. E, aí, quando terminou, disse: ‘Pode abrir os olhos. Já temos o relógio.’

Você não me disse nada, não mencionou o episódio nunca; não falou quem tinha roubado, também, a ninguém. E, naquele dia, você salvou a minha dignidade para sempre.

Foi o dia mais vergonhoso da minha vida, mas o dia em que minha dignidade foi salva de eu não ter me tornado um ladrão, uma má pessoa. Você nunca falou nada, você me deu uma lição de moral, e eu entendi a mensagem. Entendi que isso é um verdadeiro educador, professora Janaina, que deve fazer.

Você não lembra disso, professor, e o professor responde: “eu lembro da situação do relógio roubado, de eu ter revistado todos, mas não lembrava de você”. Mas por que não lembrava de mim? “Porque eu também fechei os meus olhos ao revistar os alunos”.

Eu quero aqui deixar essa mensagem a todos os professores, e, neste momento, eu quero convidar a deputada Janaina, em nome dos professores, deputados, a se posicionar aqui na frente, para que nós entreguemos uma lembrança. Deputada, por gentileza.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Deputado o seu tempo já esgotou. Eu preciso chamar o outro deputado.

 

O SR. TENENTE NASCIMENTO - PSL - Estamos encerrando, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Enquanto o senhor entrega, eu vou chamar o deputado.

 

O SR. TENENTE NASCIMENTO - PSL - Estamos encerrando, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Então, o senhor pode encerrar e descer, porque eu vou chamar o outro deputado.

 

O SR. TENENTE NASCIMENTO - PSL - Estamos encerrando, presidente. Não é a primeira vez que o senhor assim procede. Tivemos outros que passamos. Queremos agradecer e parabenizar a deputada Janaina, em nome dos professores deputados desta Casa. Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado deputado. Convidamos agora o nobre deputado...

 

O SR. ROBERTO MORAIS - CIDADANIA - Pela ordem, Sr. Presidente. Para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Eu vou só chamar o deputado Conte para já subir à tribuna. Enquanto ele sobe, V. Exa. tem uma comunicação.

 

O SR. ROBERTO MORAIS - CIDADANIA – PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, quero também aqui saudar todas as professoras e professores. Todo mundo na família tem um professor. Eu tenho minha irmã, Elisabete, lá em Piracicaba, professora de geografia.

Mas uma rápida fala aqui. Hoje a CPI da Barragem Grande, lá da Barragem de Americana, nós tivemos a sétima oitiva, que aconteceu lá mesmo em Americana. Estive lá com o deputado Dalben, o deputado Rafa Zimbaldi. Fomos recebidos pelo presidente da CPFL, que foi ouvido, foi questionado, aí fizemos uma visita à barragem, lá na cidade de Americana.

A CPI está no final. Ela surgiu em função de uma denúncia da TV Bandeirantes, de que romperia a barragem, e atingiria e devastaria Piracicaba e Limeira. Felizmente, isso não vai acontecer, graças a Deus, mas deu para dar um norte na questão do Meio Ambiente. São 18 cidades que soltam poluentes na barragem, e essa água, além de produzir energia, ela vai para o Rio Piracicaba.

Então, estamos muito preocupados que essas cidades, esses municípios, façam tratamento de esgoto. Piracicaba hoje tem 100% de esgoto tratado. Não adianta tratar a água do Rio Piracicaba - claro que é importante - se recebe esgoto de 18 cidades, que estão ajudantes, e mandam o esgoto para nossa cidade.

Então, a CPI vai levar até o Ministério Público, para que esses municípios façam o tratamento, e que possamos ter, na Praia dos Namorados, na Praia Azul, a volta do turismo. Aquilo era muito bonito. Hoje só tem algas, em função desse esgoto. Ali não tem mais o turismo que tinha.

Quem vai ganhar com isso é a cidade de Americana. É geração de emprego, de renda, para essa cidade, com o turismo sendo fomentado. É isso que a gente quer que aconteça nos próximos dias. O Rafa Zimbaldi vai apresentar o relatório final, para que possamos, então, encaminhar ao Ministério Público.

Obrigado, Sr. Presidente, e as pessoas que nos acompanham através da TV Assembleia.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Com a palavra o deputado Conte Lopes.

 

O SR. CONTE LOPES - PP - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos acompanha na tribuna da Assembleia. Queria também cumprimentar os professores, pelo dia deles, e cumprimentar também a Rota que faz aniversário hoje, onde eu cheguei lá, como aspirante, em 74, e saí de lá em 83, como capitão, com duas promoções por bravura, e porque havia acabado uma filosofia de combate ao crime,  quando chegou o Montoro ao governo, o Michel Temer presidente da República, e aí nós fomos afastados.

Foi o que me levou, posteriormente, a ser candidato, em 86, e estou nesta Casa até hoje. Perdi uma eleição em 2010, fui ser vereador duas vezes em São Paulo e voltei para cá. Então, queria cumprimentar o pessoal da Rota, pelo trabalho bonito que faz em defesa do povo de São Paulo. Cheguei na Polícia Militar como soldado em 67, mais de 50 anos fui cabo da Polícia Militar.

Agora, eu quero falar sobre a vaia ao governador do estado. Estou falando como policial militar, não estou falando como político.

Como político, já tomei ovada na época em que fazia campanha com o Maluf, que foi o maior governador que São Paulo já teve. Nem água em Santos tinha. Maluf levou. Tudo o que ele fez por São Paulo! Depois vêm as críticas e, quando a pessoa vai ficando velha, vão quebrando o cara no meio, como o quebraram, a ponto de condená-lo, em uma campanha política, que ele doou 200 mil reais da Eucatex para a campanha dele. Só que a Eucatex é dele. Então, ele foi condenado por doar dinheiro para ele mesmo. Mas é assim mesmo, a política é mais ou menos assim.

Eu acho um absurdo, uma estupidez, vaiar um governador do estado. Queiram ou não, o governador do Estado é o comandante da polícia. Não é o Bolsonaro. O Bolsonaro é o comandante das Forças Armadas, mas, no estado de São Paulo, é o João Doria. É ele que vai dar aumento, ele que vai assinar o aumento para a polícia. Então, não estou defendendo ninguém, estou dando uma opinião como policial. É a mesma coisa se quem tem uma firma chegar à firma e os empregados todos vaiando o cara. Ele vai dar aumento para o empregado ou vai mandar o empregado embora?

Então, sou de uma época desta Casa em que, durante 24 anos, o salário do policial militar era idêntico ao do policial civil, desde a época do governo Fleury. Até os centavos! Delegado de classe especial com coronel. Sargentos com investigadores. E os soldados com os agentes penitenciários. Com essa filosofia de atacar governador, vaiar governador, fomos perdendo, perdendo, perdendo. É óbvio que ninguém vai gostar de ser vaiado.

O cara é chamado, ele é convidado, ele é o comandante da polícia no estado de São Paulo, gostando dele ou não. Não estou chorando de amores pelo Doria, não é nada disso, mas estou falando que isso já aconteceu com o Serra, com o Alckmin. E sentimos o quê? Um ódio que se começa a criar contra a Polícia Militar. Se alguém acha que isso é inteligente, então use. Eu acho que não é, não vejo nada de inteligente nisso.

Não vi, realmente... O Gil Diniz estava do meu lado lá e não o vi proceder dessa maneira. Não foi ele que agiu dessa maneira. Mas acho que a Polícia Militar tem que parar com isso. Além do mais, eu já cobrei de comandantes que tivessem coragem e tomassem providências. Se você convida alguém para ir à sua casa e vai lá vaiar na hora de cortar o bolo do seu aniversário, você não pode aceitar. Então, o comando da Polícia Militar e a Secretaria da Segurança Pública, se houve essas coisas, têm que tomar providências contra aquele que for militar.

Agora, é óbvio que isso acaba prejudicando todo mundo. É evidente que o governador não vai se sentir bem sendo vaiado em público. Ele põe a colocação dele, mas, na prática, o que ganhamos com isso? Estou falando como policial militar, não como político.

Como político, já falei que tomei ovada do PT em várias campanhas, junto com o Maluf. Estava lá, começava um comício com dez ou quinze e, dali a pouco, vinha ovo de tudo quanto é lado. Fazer o quê? Quem não gosta da gente vaia mesmo. Quem gosta, aplaude. É o jogo da política. Mas qual é o jogo bonito disso aí? Chamar o governador, ele estar em uma solenidade e chover vaia em cima dele? Qual a vantagem para a Polícia Militar do Estado de São Paulo? É isso que eu pergunto.

É questão de análise minha. Não estou fazendo análise política. É pessoal: se o governador se sente bem e se realmente ele vai ter vontade de assinar um bom aumento para nós. Quem tem a caneta é ele. É questão de inteligência. Quem assina o aumento... Eu, por exemplo, fui promovido duas vezes por bravura. Uma, quem assinou foi o Abreu Sodré. A outra foi o Paulo Maluf. Então, até para assinar aumento ou promoção é o governador.    Nessa mania de ficar vaiando aquele que pode te ajudar, não vejo nada de muito inteligente.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, nobre deputado. Neste momento, encerramos o Pequeno Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Convidamos já o deputado Conte Lopes. Vai fazer uso da palavra pelo Grande Expediente? (Fala fora do microfone.) Ok. Por permuta, o deputado Castello Branco.

 

O SR. CASTELLO BRANCO - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Voltamos à tribuna no Grande Expediente, inaugurando a sessão de hoje, 15 de outubro, Dia do Professor, dessa vez para falar de um assunto apaixonante, de um assunto extremamente lúdico, que remete muito à nossa infância: são as pipas.

As pipas são uma das atividades mais antigas já praticadas pela humanidade.

Existem registros, na China Antiga, quatro mil anos antes de Cristo, de que já se utilizava como elemento de brincadeira ou como uma atividade profissional. Então, vamos falar um pouco do que envolve a pipa, dos seus aspectos culturais, esportivos, de alguns problemas, apontando soluções.

Então, eu gostaria, primeiro, que vocês soubessem que nós protocolizamos, hoje, um projeto de lei que busca instituir a pipa como patrimônio cultural e imaterial do estado de São Paulo por todo um arcabouço histórico, por todo um levantamento que nós fizemos com relação a isso.

A pipa, na sua prática e na sua história, traz muito do folclore, muito da tradição e muito da cultura de um povo. Não só do Brasil, como de outros povos mais antigos, como nós colocamos.

Estudos feitos nos últimos anos falam algo em torno de 30 mil lojas, 30 mil estabelecimentos comerciais somente na cidade de São Paulo, além de outras pessoas que vivem, direta ou indiretamente, relacionadas a esse tipo de atividade. Sem contar o estado de São Paulo, cujos números ainda estão sendo levantados. E, claro, no Brasil como um todo.

Hoje temos uma estimativa de que algo em torno de um milhão de pessoas no Brasil, entre adultos e crianças, soltam pipas. Segundo alguns, um milhão apenas no estado de São Paulo. E essa prática tem sido feita de uma forma irregular, de uma forma não controlada, de uma forma aleatória.

O que nós buscamos? Nós buscamos regulamentar o setor. Mas, antes disso, vamos falar um pouco dos feitos brasileiros. Somos tricampeões mundiais nessa prática. Está ali o nome dos atletas e os anos em que eles venceram. Temos expoentes que participam de torneios internacionais. O Brasil já tem uma tradição em eventos dessa natureza nas suas várias modalidades e nos seus vários tipos.

Aqui são alguns exemplos de campeonatos e de práticas no Brasil e no exterior. Ela tem um viés educacional muito forte, porque agrega valor na formação das crianças como matéria multidisciplinar e interdisciplinar. Você aprende matemática, linguagem, história, geografia, física, química. Você consegue construir habilidades e competências específicas na prática dessa atividade.

Sem contar que grandes pilotos nasceram dessa prática. Aqui relembro que eu venho da área da aviação. Empinei pipa quando era pequeno. Gostamos dessa prática, ajuda muito. Grandes pilotos da aviação civil e militar começaram a voar nesses objetos. Desde a sua construção até o seu voo, de maneira que isso está muito introjetado na cultura brasileira. Isso já faz parte, né? Inclusive lembro alguns livros famosos que estiveram. Um deles O Caçados de Pipas, que conta que a prática é muito comum no mundo inteiro.

Eu gosto sempre de lembrar a figura do professor Henrique José de Souza: “A esperança da colheita reside na semente”, de que a pipa é, sim, uma boa semente de aprendizado, de união, de agregar valor na formação das crianças.

Agora, como tudo que tem na vida, tem o lado bom e o lado ruim. Vamos falar do lado ruim daqui a pouco. Aliás, vamos falar agora. O lado ruim da pipa é que, em algumas modalidades, eles usam a linha da pipa com alguns materiais que são altamente cortantes. E esses materiais cortantes já causaram grande dor, grande prejuízo, grandes traumas e grandes acidentes, voluntários ou involuntários.

É justamente pelos aspectos culturais, educacionais e, também, pelos problemas que a pipa eventualmente possa dar, que o setor precisa ser regulamentado. E nada melhor do que uma casa de leis, do que o Poder Legislativo Estadual, para decidir sobre isso.

Já existem outros estados que saíram na frente do estado de São Paulo e estão regulamentando o setor, como, por exemplo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, que já delimitaram áreas nos municípios, que já, inclusive, construíram espaços próprios, que fizeram seus estatutos, seus regimentos, que regraram a prática e, com isso, você tem três vantagens.

Primeiro, você diminui o número de acidentes, depois você orienta o praticante a fazer aquilo com segurança e, terceiro, você formaliza a atividade, há um ganho social, um ganho esportivo, um ganho cultural muito grande.

Indo para o final da minha exposição, nós vamos defender nesta Casa a prática da pipa, a prática desse esporte e dessa atividade cultural de uma forma organizada, metódica, disciplinada e, acima de tudo, segura. Para isso, estamos contando com o apoio de várias associações, de vários praticantes, de várias pessoas, quer sejam crianças, adolescentes, jovens ou adultos, que têm procurado o gabinete, no sentido de que a gente os ajude.

Os números são muito expressivos. A quantidade de pessoas que praticam é muito grande. O volume de material que é vendido é enorme. Então, a gente não pode esconder o sol com a peneira. Passou nesta Casa recentemente, e eu fui um dos que votei a favor da criminalização de alguns tipos de fios e alguns tipos de preparação de materiais que podem causar acidentes, deixando bem claro que isso é uma coisa. Repito: eu fui a favor de que isso fosse assim aprovado para evitar um mal maior.

Porém, um outro aspecto dessa questão é a normatização, a regulamentação da prática da pipa, nos seus aspectos culturais, educacionais e esportivos, que podem e devem ser feitos. Cabe a esta Casa - repito - regulamentar essa matéria. Existe um apelo popular muito grande no sentido de que isso seja regulamentado.

Nós não podemos nos abster dessa situação. Temos que enfrentá-la, temos que resolvê-la. Conto com o apoio dos demais parlamentares. No momento oportuno, o nosso gabinete vai entregar um dossiê, como temos feito nas outras apresentações de projetos de lei, em que a gente vai explicar, de maneira didática e metódica, por que nós defendemos esse regramento e as condições dessa prática.

Muito obrigado pela audiência. Aproveito a oportunidade para agradecer a presença de alguns representantes de associações ligadas à prática da pipa, que muito nos honram. Continuamos com o gabinete de portas abertas para essas e outras soluções importantes em âmbito social.

Muito obrigado. Uma boa tarde a todos. Brasil acima de tudo.

 

O SR. CASTELLO BRANCO - PSL - Se não há mais oradores inscritos, eu solicito a suspensão do Grande Expediente e desta sessão até as 16 horas e 30 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, Sr. Deputado. Então, a sessão está suspensa até as 16 horas e 30 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 15 horas e 42 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 30 minutos, sob a Presidência do Sr. Gilmaci Santos

 

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O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Eu gostaria de utilizar a tribuna pelo Art. 82, pela liderança do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Tem V. Exa. o tempo regimental pelo Art. 82, pela liderança do PSOL.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia, hoje é o Dia do Professor, é o Dia da Professora. É um dia de homenagens, mas é sobretudo hoje um dia de luta e um dia de resistência. Um dia de luta contra todos os ataques que o governo tem feito contra o magistério público e privado do Brasil.

Não só o governo Bolsonaro, mas também o governo Doria aqui em São Paulo. Ambos atacam sistematicamente o magistério e nós estamos na grande luta. Hoje, defender o magistério, homenagear os professores, significa lutar contra a reforma da Previdência, que acaba com a aposentadoria especial.

Defender os professores hoje, homenagear os professores, significa se colocar contra a introdução da censura e da mordaça nas nossas escolas públicas e privadas, que é um ataque frontal ao magistério através de projetos nefastos e perversos, como o Escola Sem Partido. Aliás, não só nefastos e perversos, mas também como inconstitucionais.

Homenagear os professores do Brasil, as professoras do nosso país, significa se colocar contra a militarização das escolas. Significa defender aqui em São Paulo, por exemplo, o reajuste salarial, o cumprimento da data-base salarial do magistério, o cumprimento do pagamento dos 10,15% que nós ganhamos na Justiça e isso foi interceptado pelo PSDB no Supremo Tribunal Federal, e o governo não pagou até agora, uma vergonha.

Defender o magistério, sobretudo aqui em São Paulo o magistério estadual, significa se colocar contra a Portaria nº 6, de 2019, que afrontou, que violentou o Estatuto do Magistério Estadual, mudando a pontuação, mudando o processo de atribuição de aulas e prejudicando milhares e milhares de professoras e professores da rede estadual, no mínimo isso.

Então eu até gostaria que os deputados que viessem aqui na tribuna falar sobre os professores, que se colocassem nessa luta também, filiassem-se a essas lutas que eu citei. E gostaria rapidamente de primeiro apresentar aqui um texto do grande Paulo Freire, um dos maiores educadores do mundo, patrono da Educação Nacional. Foi nosso secretário municipal de Educação.

Paulo Freire é reconhecido internacionalmente por conta da sua filosofia libertária, emancipadora e libertadora e ele tem uma frase que eu gostaria de dedicar aos professores e professoras de todo o Brasil, que é um texto do Paulo Freire, do livro Pedagogia da Autonomia, de 1996, onde ele diz o seguinte: “Sou professor a favor da decência contra o despudor, a favor da liberdade contra o autoritarismo, da autoridade contra a licenciosidade, da democracia contra a ditadura de direita ou de esquerda. Sou professor a favor da luta constante contra qualquer forma de discriminação, contra a dominação econômica dos indivíduos ou das classes sociais.” “Sou professor contra a ordem capitalista vigente, que inventou esta aberração, a miséria na fartura. Sou professor a favor da esperança que me anima apesar de tudo.”

É um texto que cai como uma luva no contexto atual em que estamos vivendo, de ataques e mais ataques ao Magistério público e privado. Mas estamos reagindo, nós, professores.

Nós, integrantes da carreira do magistério, estamos reagindo com muita mobilização no Brasil e sobretudo aqui no estado de são Paulo, contra os cortes orçamentários, contra os ataques ideológicos e sobretudo contra os ataques do governo Doria, o Bolsodoria, que está sucateando e destruindo, não só a rede estadual, mas as carreiras dos profissionais da Educação. Então, viva as professoras, viva os professores, viva o magistério do Brasil inteiro.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS – Obrigado, deputado.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB – Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS – Pela ordem, deputado Campos Machado.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB – Para usar o Art. 82, pelo PTB.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS – Tem V. Exa. o tempo regimental.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB – PELO ART. 82 – Sr. Presidente, nobre deputado Gilmaci, por quem tenho muito carinho, muito apreço e muito respeito.

É um homem de Deus, que representa aqui um dos maiores líderes religiosos do País, meu amigo, o bispo Edir Macedo.

Quero aqui saudar o “Dia do Professor”, na figura de dois professores. O nobre deputado Carlos Giannazi, que defende o professor, de manhã, à tarde e à noite. É um defensor dativo daqueles que nada recebem. Só defende por amor. E a deputada Professora Bebel, que não se encontra aqui, mas que fez da Educação e da vida de professor o seu caminho pela vida.

Mas peço licença ao Sr. Presidente, nesse Dia do Professor, para tomar o trem da saudade e voltar lá para a minha pequena cidade de Cerqueira César. Uma cidade doce, meiga, romântica, onde comecei a dar os primeiros passos. Ali aprendi o valor da professora e do professor. Ali aprendi como é a vida, como deve ser a vida, como caminhar pela vida. A figura do professor é insubstituível na vida das pessoas.

Saímos crianças dos nossos lares. Vamos até a escola. Ali o professor é pai, é mãe, é tudo. As suas lições merecem o respeito de todos nós. Eu não teria me formado em direito na Faculdade do Largo de São Francisco, a mais conceituada da América Latina, se não tivesse tido um pequeno empurrão dos professores.

Eles não me deixavam desanimar. Me animavam com palavras. Me diziam que, para conseguir alguma coisa na vida, não existe nada mais importante do que a educação. No instante em que a deputada Bebel chega aqui, acabo de saudar os professores em nome da senhora e do deputado Giannazi. (Palmas.) E o que eu sinto hoje? Eu sinto saudade dos meus mestres. E saudade é espinho cheirando a flor.

Na faculdade de direito, Miguel Reale. A lealdade retratada no coração de um homem. E lealdade é a cicatriz da alma da pessoa. E lá na Velha Academia, pai e filho, Miguel Reale pai e Miguel Reale Filho, professores que me deram muita lição.  Fizeram-me acreditar que a advocacia, que a luta pelo direito é uma luta de todo ser humano.

Portanto, eu saúdo o velho Miguel Reale, que se transformou em estrela, segundo Olavo Bilac. E saúdo o professor Miguel Reale Jr., o responsável - se eu sou contra ou a favor, pouco importa - pelo impeachment da Dilma. Não estou tomando partido. Estou dizendo que ele é o responsável.

Eu estou pensando em prestar aqui uma homenagem. Nada do impeachment. Homenagem a um homem de bem, ao meu professor Miguel Reale Jr. Eu vou propor um requerimento para que possamos homenagear um homem decente, homem honrado, homem sério e homem leal, o Miguel Reale Jr.

E ao final, se eu pudesse voltar no tempo novamente, eu queria dizer ao meu professor e à minha professora: muito obrigado por eu ter me transformado em gente.

 

A SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - Sr. Presidente, para falar pelo Art. 82 pela bancada do PT.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Tem V. Exa. o tempo regimental pela bancada do PT.

 

A SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, hoje não poderia deixar de ocupar essa tribuna para cumprimentar também todos os professores e professoras, os educadores do nosso estado e do nosso país, que são responsáveis pelas nossas formações, pelo nosso conhecimento, por estarmos aqui, afinal de contas. Na minha família, eu tenho vários professores. Eu mesmo já fui professora efetiva do estado, já fui professora da Fundação Paula Souza, concursada. Exonerei-me dos dois.

Aqui, nós temos professores ilustres, como a Professora Bebel, minha companheira de bancada, o professor Giannazi, do PSOL; e tantos outros que a gente, às vezes, não consegue saber exatamente há quantos anos estão na carreira do ensino e da Educação. Mas infelizmente a gente sabe que a Educação está sendo torpedeada, vem sendo sucessivamente torpedeada, vem sendo sucateada ao longo dos anos, ao longo dos sucessivos governos tucanos que nós temos aqui no estado.

E hoje, ainda, participamos, ali na parte externa da Assembleia, de uma manifestação contra o Projeto no 899, que atinge todos os servidores públicos, mas que atinge, em especial, professores que têm nos precatórios o mínimo de recompensa, como disse há pouco, pelos esforços que fizeram, pelo desenvolvimento de suas tarefas, por essa tarefa árdua que é a de ensinar. Classes lotadas, escolas com problemas dos mais diferentes tipos.

Agora mesmo, a gente está acompanhando a chegada da Lei Orçamentária - a LOA - aqui na Casa. E a gente observa que a Educação terá cortes muito profundos, o que demonstra a falta de compromisso que infelizmente o governo João Doria tem para com a Educação.

E, essa chegada do projeto que também reduz os precatórios, dá calote nos precatórios destinados ao pagamento dos esforços realizados durante décadas dos servidores públicos, também no Dia do Professor houve essa importante manifestação aqui que eu espero que esse precatório seja retirado desta Casa, este projeto seja retirado desta Casa, porque é uma excrescência, é uma falta de compromisso, uma falta de caráter, até, eu diria, porque quando a gente deve alguma coisa para alguém a gente tem que pagar, e é obrigação do Governo do Estado pagar os precatórios, de acordo com a ordem cronológica.

Há servidores que já morreram e não conseguiram receber; e, outros estão há décadas aí à espera de receberem esses precatórios, numa justa recompensa por quem se dedicou por tantos anos à Educação, ao serviço público como um todo, independentemente da sua área de Educação.

Mas, ficam aqui os nossos cumprimentos a todos vocês, professoras e professores, que trabalham com tanto afinco, com tanta dedicação, em benefício das nossas crianças, dos nossos adolescentes e dos nossos jovens.

E, ao mesmo tempo, Sr. Presidente, queria aqui dizer a respeito da Furp: nós sabemos como que hoje a questão da extinção da Furp preocupa não apenas os trabalhadores que lá estão, os quase 900 trabalhadores que lá estão, mas, mais do que isso, preocupa também todas aquelas pessoas que são usuárias de medicamentos importantes que são produzidos com exclusividade pela Furp. Só a Furp que produz. Não tem nenhum outro laboratório privado que quer produzir esses medicamentos.

E, sabe por quê? Porque laboratório privado quer lucro; laboratório privado não está preocupado se está produzindo medicamento que vai de fato ajudar a vida das pessoas, sobretudo daquelas pessoas que têm necessidade, que estão doentes e que precisam ter a prescrição desses medicamentos.

Não, o governo não está interessado nisso. Aqui tem uma relação de vários medicamentos, entre eles um dos mais conhecidos, que apenas a Furp produz, que é o Benzetacil, que é usado muito, prescrito no Hospital das Clínicas, nas unidades básicas de saúde. E a Furp é a única que produz.

E, ninguém vai querer produzir isso. Portanto, a gente precisa aqui trazer a realidade para que toda a população paulista saiba – só um minuto, Sr. Presidente, para eu concluir – da importância desses medicamentos. Nós vamos ter novas oportunidades para ocupar esta tribuna, para trazer a nossa preocupação nesse sentido, e para pedir para deputadas e deputados desta Casa não deixarem.

Esse projeto não chegou, mas o governador já disse na imprensa que quer extinguir a Furp. Nós temos a gravação desses áudios, e, portanto, precisamos estar com olhos bem abertos.

A deputada Janaina esteve lá também, na Furp, junto comigo, para a gente... Sabe da importância do trabalho que é desenvolvido por aqueles funcionários. E, sabe que se hoje a Furp sofre problemas não é de responsabilidade dos seus trabalhadores, mas é de responsabilidade de quem, de forma proposital, trabalhou para sucatear aquela estrutura tão importante na produção de medicamentos de baixo custo e para a população de baixa renda.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA – PT – Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE – GILMACI SANTOS – REPUBLICANOS – Pela ordem, deputada Professora Bebel.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA – PT – Para falar pela vice-liderança da Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE – GILMACI SANTOS – REPUBLICANOS – Pelo Art. 82?

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA – PT – Pelo Art. 82.

 

O SR. PRESIDENTE – GILMACI SANTOS – REPUBLICANOS – Tem V. Exa. o tempo regimental.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA – PT – PELO ART. 82 – Muito obrigada, Sr. Presidente.

Boa tarde, Sr. Presidente, cumprimento também toda a assessoria, Mesa de trabalhos, cumprimento também toda a assessoria que está sentada à minha esquerda, à minha direita, a assessoria sentada à minha direita, público presente, sei que aí tem professores e professoras, numa triste, numa luta constante, cumprimento os Srs. Deputados, Sras. Deputadas, enfim, cumprimento também todos os que nos assistem através da TV Alesp.

É verdade, hoje é Dia do Professor. E, muitos falam: “Tem o que comemorar? Tem o que dizer desse dia?” Sim, tem muito o que dizer desse dia. Tem que dizer que este estado não seria o maior da nação, se não formasse grandes cérebros aqui, e que não passassem pela mão de um professor. Nós formamos todas as profissões, por isso, nós somos a mais importante categoria, e isso não é uma questão de hierarquizar, é uma questão de se colocar numa situação de entender que essa importante categoria é, se não, a estrutura de um estado, de uma nação, de um país.

Não dá para falar em país, em democracia, falar sobre vários aspectos, todas as questões, se nós não respeitarmos os professores da maneira que deviam ser respeitados. Vejam bem os senhores. Nós tivemos, no dia 9, um ato. Foi chamado um ato de emergência contra a Portaria 6. O que é essa Portaria 6? É um ataque na atribuição de aulas dos professores.

Naquele dia, deputado Enio Tatto - foi um ato -, nós reunimos cinco mil professores, e transformamos aquele ato em uma assembleia deliberativa, que chama uma outra assembleia para a Avenida Paulista no dia 18, dada a gravidade da Portaria 6, do secretário da Educação.

Aqui, os combatentes - porque professor é um combatente -, nós estamos, de novo, com zero de reajuste. Nós precisaríamos da nossa valorização. Eu costumo dizer o seguinte. Todo mundo faz falas da Educação, mas se esquecem de querer valorizar os professores.

Hoje, eu tenho muita honra. Muitos aqui costumam dizer que eu não sou professora, porque eu estou afastada. Então tá. E tem gente afastada, e continua sendo professor, mas eu não posso ser professora. Não abro mão do meu título de professora. Foi a profissão que eu escolhi, e é a profissão que eu vou morrer sendo.

Deputada eu estou, presidente da Apeoesp eu estou, mas professora sempre serei, e, com muita garra, eu digo para vocês o seguinte. Vocês estão aqui por conta do PL 899, que nós, junto com o Coronel Telhada, o companheiro Barba, do Partido dos Trabalhadores, seguramos lá na Comissão do Trabalho e Emprego.

Isso é um confisco nos nossos direitos, nas nossas contas. Ou nós fazemos essas lutas, no entendimento de que não dá mais para confiscar nossos salários, ou, simplesmente, todo o funcionalismo público vai ser responsável por ter que resolver o problema fiscal do estado.

Não. Quem entrou com ação judicial, quem fez jus a uma ação judicial aos direitos, é porque o estado já burlou os seus direitos, e por isso nós vencemos na Justiça, e nós queremos que isso seja respeitado.

Por isso, eu estou dizendo o seguinte. Não tem como aceitar o PL 899, porque diminui de 30 mil reais para 11 reais, mas no bolso vai sete mil reais. Isso é um confisco ou não é? É injusto, deputado. Por que é injusto? Porque é uma injustiça na Justiça.

Por isso, gente, eu acredito que vocês, que estão hoje, o funcionalismo que está aqui, representantes de entidade que estão presentes, fizeram um ato glorioso aqui na rampa da Assembleia Legislativa. Não vamos desistir. Nós queremos garantir os nossos direitos, e, com isso, fazer valer os nossos direitos.

Para terminar, feliz Dia dos Professores, apesar de tudo. Um forte abraço, e muito obrigada.

                       

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Ordem do Dia.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM  DO  DIA

 

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O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - Pela ordem, Sr. Presidente. Vossa Excelência vai se manifestar.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Não, é que eu ia. Não dá mais para falar pelo 82, né?

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - Dá, dá sim, é que a gente estava.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Não dá mais. Agora já entramos na Ordem do Dia.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - Ah, então não dá mais pelo artigo...

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Não, deputado, desculpe. Já entramos na Ordem do Dia.

 

O SR. RODRIGO GAMBALE - PSL - Presidente, uma comunicação pode ser feita?

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Tem V. Exa. uma comunicação.

 

O SR. RODRIGO GAMBALE - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigado, presidente. Boa tarde a todos os deputados.

Venho aqui para fazer essa comunicação desejando um feliz Dia dos Professores. Quero homenagear os professores, em nome da minha mãe, Aparecida Gambale; minha tia, Marisa Gambale; e minha irmã, Priscila Gambale. Três professoras. Família esta em que fui criado, uma família de professores, de educadores.

Sei a importância que tem essa profissão. Ser professor é uma dádiva, é um dom, ainda mais hoje, em um Brasil em que temos tão pouca valorização para aquele que dá tanto de sua vida para construir o nosso futuro.

Então, quero desejar a todos os professores deste país um feliz dia. Mesmo com todas as adversidades, com todos os problemas que a gente enfrenta, principalmente na área profissional, a gente sabe da importância que vocês, professores, têm para a criação e construção de um estado e de um país decente. Então, em nome de meus familiares, de minha mãe, tia e irmã, venho aqui fazer essa homenagem a elas, em nome de todos os professores.

E agradecer também, pois, dentro da área da Educação, consegui emplacar um projeto nesta Casa, aprovar um projeto do Proerd. O Proerd tem uma importância muito grande nas escolas, mas, infelizmente, não tem recebido apoio do governo. Os policiais militares precisam, muitas vezes, fazer vaquinhas para conseguir comprar as camisetas da formatura ou os diplomas.

Com o Governo do Estado subsidiando e fazendo com que o Proerd aconteça em todos os anos letivos, tenho certeza de que fará com que nossas crianças fiquem longe das drogas. Muitas vezes, a gente lê um livro e isso parece que muda a nossa vida. Mas se a gente não praticar essa ação nos dias seguintes, acabamos esquecendo e o nosso dia a dia volta a ser normal.

Com o Proerd em todos os anos, tenho certeza de que a quantidade de viaturas nas ruas será menor, porque a Educação, a conscientização da distância das drogas aos nossos jovens será muito mais coerente e ativa no nosso dia a dia. E agradecer ao estado de São Paulo, ao governador, que sancionou esse projeto na semana passada, no último dia 11 de outubro, fazendo com que ele seja uma realidade no estado.

Obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, há sobre a mesa um requerimento de urgência ao Projeto de lei nº 1.061, de 2019, de autoria do nobre deputado Roque Barbiere.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Há sobre a mesa requerimento de urgência ao Projeto de lei nº 628, de 2019, de autoria do nobre deputado Ataide Teruel.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Há sobre a mesa requerimento de urgência ao Projeto de lei nº 568, de 2019, de autoria do nobre deputado Thiago Auricchio.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Há sobre a mesa requerimento de urgência ao Projeto de lei nº 1.512, de 2015, de autoria do nobre deputado Alexandre Pereira.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovada a urgência.

Há sobre a mesa um requerimento de urgência ao Projeto de lei Complementar nº 44, de 2015, de autoria do nobre deputado Mauro Bragato.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Item 1 - Votação adiada do Projeto de lei Complementar nº 4, de 2019, com método de votação aprovado em 24/04/2019.

Em votação o item 1. Projeto salvo emendas.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA – PSOL – Pela ordem, gostaria de encaminhar pela bancada do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE – GILMACI SANTOS – REPUBLICANOS – Tem V. Exa. o tempo regimental para encaminhar pela liderança do PSOL.

 

A SRA. VALERIA BOLSONARO – PSL – Pela ordem, para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE – GILMACI SANTOS – REPUBLICANOS - Para uma comunicação, com a anuência da deputada, tem V. Exa. dois minutos.

 

A SRA. VALERIA BOLSONARO – PSL – PARA COMUNICAÇÃO – Eu só gostaria, também, como professora da rede básica, de parabenizar os professores. Eu não podia deixar, aqui, de prestigiar os meus colegas de trabalho. São 32 anos dentro da sala de aula. Apesar de ninguém lembrar, é muito pouco lembrado, o professor de educação infantil também é um professor de uma importância muito grande, de muita relevância.

Então, eu quero parabenizar o professor de educação infantil, o professor de educação fundamental, o professor dos cursos profissionalizantes e, finalmente, os professores universitários. Todos esses professores têm os seus méritos e todos têm uma grande importância dentro da formação dos indivíduos.

Eu gostaria de colocar aqui a nossa triste realidade como professor, falta de valorização na nossa carreira, mas, acima de tudo, o quanto nós trabalhamos com o coração, o quanto nós, acima de todas as adversidades que passamos, acima de toda a falta de reconhecimento por todas as partes da sociedade... Sofremos violência por parte dos alunos, por parte das famílias, por parte de governos que nos mantiveram à margem da sociedade até hoje, como profissionais que somos. Não tivemos incentivos, não tivemos muita ajuda. Estamos aí à margem, mas, acima de tudo, a nossa carreira é que faz com que cada um de nós esteja aqui hoje, com mérito, com força e como indivíduos respeitáveis.

Então, uma grande salva de palmas a todos os professores, não só do estado de São Paulo, mas do Brasil.

Muito obrigada.

 

O SR. ESTEVAM GALVÃO – DEM – Sr. Presidente, para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE – GILMACI SANTOS – REPUBLICANOS – Com a anuência da deputada na tribuna, tem V. Exa. a comunicação.

 

O SR. ESTEVAM GALVÃO – DEM – PARA COMUNICAÇÃO Sr. Presidente, nobres deputados, o Brasil só vai alcançar a independência que todos nós desejamos... Aquela independência em que cada cidadão tenha condições dignas de vida. Para termos condições dignas de vida é necessário que cada brasileiro tenha uma moradia, tenha um emprego, tenha comida na mesa, enfim, que tenha todas as necessidades básicas satisfeitas.

E eu digo, para nós alcançarmos a independência que lutamos de longa data, somente se nós investirmos, mas de uma forma plena, honesta, na Educação. Nós só alcançaremos a nossa independência e, principalmente, a independência econômica, se nós investirmos na Educação.

E investir na Educação, Sr. Presidente e nobres deputados, claro que depende de uma infinidade de segmentos, como foi dito hoje, aqui, por outros deputados: Giannazi, Bebel etc., mas passamos sempre pelo professor.

Então, nesta data, neste momento, eu quero render as minhas homenagens a todos os professores, mas, em especial, aos professores infantis, pré-escola e, especificamente, ao professor do ensino fundamental.

Digo isso, Sr. Presidente, porque também sou professor. Sou professor ainda da época em que o ensino fundamental era tratado como educação primária. Eu sou formado, também, como professor do tempo ainda da escola normal. Então, as minhas homenagens a todos os professores, não apenas do estado de São Paulo, mas do Brasil e do mundo.

Um abraço.

 

O SR. PRESIDENTE – GILMACI SANTOS – REPUBLICANOS – Obrigado, deputado. Com a palavra, deputada Monica, para encaminhar pela bancada do PSOL.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA – PSOL – SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos, boa tarde a todas, boa tarde a todos que assistem da plateia e de casa. Queria cumprimentar a presença de todos os lutadores da Educação que hoje comemoram o seu dia, na pessoa do meu colega de bancada, também professor, Carlos Giannazi, e todos vocês que estão aí, infelizmente, no dia de vocês, em mais um dia de luta diante de tantos ataques à categoria da Educação.

A educação é garantida pelos professores que merecem todas as nossas homenagens, mas também por todos os trabalhadores da escola, os coordenadores, os inspetores, os faxineiros, as merendeiras e todos que conseguem garantir, no dia a dia, que a escola pública seja, infelizmente, o único braço público a chegar a todos os lugares.

Porque a escola pública, ainda que precária, e ainda que haja um processo de precarização ainda maior, é o único braço público que chega a todos os lugares, a todas as pessoas e a todas as comunidades hoje. Infelizmente, esses trabalhadores e servidores públicos estão na nossa Casa hoje não para receber nossas homenagens e os nossos agradecimentos, eles estão aqui para lutar para manter um direito adquirido de não tomar calote dos precatórios públicos estaduais.

Hoje, a dívida de precatórios do estado de São Paulo chega a 23 bilhões, segundo dados do próprio governo. A maioria das pessoas que estão esperando para receber as longas parcelas, a perder de vista, são idosos e pessoas portadoras de doenças crônicas ou graves.

As pessoas estão sendo jogadas a situações indignas, porque o estado de São Paulo não paga as suas contas. O que a gente está autorizando neste projeto é o aumento da inadimplência, o aumento do poder do Governo do Estado de São Paulo de não pagar as suas contas para as pessoas mais frágeis. A gente está aqui, sucessivamente, discutindo dinheiro.

Eu queria que a gente discutisse - para além de dinheiro - projetos, mas a gente está discutindo sempre dinheiro. Hoje, por exemplo, a gente vai discutir algo que leva o nome de Renasce Tietê, mas é um projeto que se trata da autorização de tomar dinheiro emprestado de banco internacional.

Semana passada, a gente discutiu aqui a autorização do governo de emprestar dinheiro público de fundo público estadual para a indústria automobilística, com muito pouca contrapartida, e só houve contrapartida por causa da luta deste plenário. Qual é o Orçamento do estado de São Paulo que nós estamos construindo? Qual é o Orçamento do estado de São Paulo e para quem esta Assembleia está enviando dinheiro?

O projeto do governador João Doria é muito claro: é contra a Educação. É muito explícito. Ele destruiu o horário, a grade, as atribuições, firmou contrato com empresa que tinha carne adulterada, tirou o transporte escolar e agora retira esse direito que não atinge só os professores, ele atinge todos os servidores públicos.

Autorizar este projeto de lei é autorizar a inadimplência, e a inadimplência que não tem nem projeto de quitação, não tem plano do Governo do Estado de São Paulo para atingir o pagamento dos 23 bilhões devidos a pessoas em situações indignas, devido a pessoas que precisam desse dinheiro para se alimentar e continuar a viver.

No resto do meu tempo, eu quero falar sobre um outro tema, também muito importante, de luta, que diz respeito à vida das pessoas que a gente deixa viver, porque, infelizmente, a política trata algumas pessoas como corpos matáveis, aqueles que a gente não quer ver, aqueles que não merecem o direito à dignidade e à vida.

Está tramitando aqui na Casa um projeto que quer proibir as pessoas trans de praticarem esportes segundo a sua identidade de gênero. Nosso mandato recebeu - e eu quero notificar aqui o recebimento - uma nota dos estudantes de educação física, dos centros acadêmicos da PUC, da USP e da Unicamp.

A nota se coloca contra o projeto, e os estudantes de educação física alertam esta Casa que o Comitê Olímpico Internacional está debruçado sobre o tema e tem uma resolução de 2015 sobre a temática e chamam atenção que produzir legislação sem que a comunidade científica tenha tido tempo, a contento, de se debruçar sobre o tema, e desconsiderando o que já produziu o próprio Comitê Olímpico Internacional sobre a temática, é simples segregação e exclusão.

Não cabe a nós, aqui nesta Casa, ignorar o tempo da ciência sobre as coisas e querer legislar sobre o que nós não sabemos. Não é a genitália, não é a identidade de gênero das pessoas que balizam a Ciência para medir sua força, capacidade e impacto nos esportes. Existem outros tantos dados disponíveis para fazer essa aferição e é isso que pedem os estudantes de Educação Física do estado em nota enviada a esta Casa para que a gente analise.

Aos deputados que não receberam, a gente se coloca à disposição de distribuir essa nota para alimentar o debate entre os senhores e para nivelar o conhecimento entre nós. Não cabe a nós legislar sobre o que nós não conhecemos, mas cabe a nós, por outro lado, tomar muito cuidado com o orçamento do estado de São Paulo. E o orçamento do estado de São Paulo caminha cada vez mais para a ausência do Estado na vida das pessoas.

É disso que se trata deixar de pagar os precatórios, deixar de pagar as dívidas com os servidores públicos, fechar empresas públicas da importância da Furp e outras seis que já foram extintas aqui, demitir servidores públicos. Isso que se trata deixar o Estado sem o que na ponta é a escola pública, é o posto de saúde, é o remédio, é a segurança que nunca foi pública, porque ninguém aqui tem o direito de ir e vir tranquilamente para casa assegurado por esse Estado.

Então a ausência do Estado que a gente está votando de maneira acelerada para se encerrar é a ausência do serviço público e de direitos para as pessoas na ponta. Pela preservação do Estado, a gente precisa ter maior responsabilidade com o que a gente vota, maior responsabilidade com a transferência do dinheiro público.

E não é cabível, chega a parecer maluquice, a gente estar na mesma semana debruçados sobre projeto que empresta dinheiro público para a indústria automobilística, que pega dinheiro emprestado de banco internacional para pagar as contas da Casa e que pede autorização para a gente não pagar as contas que a gente tem com os servidores públicos do estado.

É necessário fazer conta e a conta tem que ser dirigida para quem é que o Estado tem que legislar, para quem é que o Estado tem que pagar, que serviços são que o Estado quer pagar. E a gente está, infelizmente, muito aceleradamente, empurrando dinheiro público do estado de São Paulo para a iniciativa privada e para pagar essa conta a gente está autorizando o Sr. João Doria a retirar os direitos dos trabalhadores, servidores públicos do estado de São Paulo.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Excelência, queria indicar o deputado Douglas para encaminhar pelo PSL.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Tem o deputado Douglas o encaminhamento pelo PSL.

 

A SRA. DRA. DAMARIS MOURA - PHS - Para fazer uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Enquanto o deputado Douglas se dirige à tribuna, com a anuência dele, tem V. Exa. uma comunicação.

 

A SRA. DRA. DAMARIS MOURA - PHS - PARA COMUNICAÇÃO - Eu gostaria só de fazer um registro muito significativo no dia de hoje. Hoje é o Dia dos Professores e eu devo a minha trajetória a uma professora de escola primária, como nós costumamos mencionar, a minha mãe. Minha mãe, que vive hoje no interior da Bahia, de onde eu venho, e que dedicou uma vida inteira ao magistério.

E eu gostaria na pessoa dela, que foi uma grande mestra, que recebia os seus alunos na sua própria casa e que se dedicou como se fosse um sacerdócio o seu talento, a sua devoção, o seu tempo, um compromisso muito intenso com a educação de crianças.

Então, eu penso que é muito justo e adequado que no dia de hoje, no Dia dos Professores, eu possa homenagear a todos na pessoa da minha mãe, dona Jô, que certamente terá acesso a esta gravação e a ela eu agora neste dia faço esta homenagem e na pessoa dela homenageio todos os professores por um trabalho tão difícil, um trabalho tão sensível, mas tão urgente, que é transformar realidades por meio da educação. Parabéns a todos os professores e à minha mãe, dona Jô, pelo dia de hoje.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigada, deputada. Parabéns a todos os professores. Com a palavra o deputado Douglas Garcia.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR – Muito obrigado, Sr. Presidente, caros pares aqui presentes. Eu gostaria de cumprimentar a todos os deputados desta Casa, aos servidores da Assembleia Legislativa, ao público que nos assiste na TV Alesp e ao público que está na galeria nos assistindo no dia de hoje.

Eu gostaria de começar o meu discurso saudando a todos os professores do nosso Brasil. Que Deus abençoe a todos. Ficam registrados os meus parabéns a todos os professores. É uma categoria pela qual tenho imenso carinho sim. Luto para que os nossos professores sejam mais preservados, ao contrário do que está acontecendo, por exemplo, no PLC 4, que prevê o aumento salarial de quem já recebe muito.

Eu já disse antes na tribuna e repito: defendo apenas, neste momento de contingenciamento e cortes no Estado, que tenhamos que trabalhar pelo aumento salarial, tanto dos agentes de Segurança Pública como dos professores, porque eles estão na linha de frente e são os que mais sofrem com relação a isso. Então, precisamos trabalhar pela valorização da classe dos professores.

Inclusive, relembrando que hoje é Dia do Professor, a minha vida intelectual passou a ser pautada a partir de um discurso de uma professora que tive na minha 8ª serie. Eu era uma pessoa introspectiva, eu era uma pessoa antissocial e não conseguia estudar direito.

Mas a partir dessa parte do ano do meu ensino fundamental, a minha professora da 8ª serie, a professora Ângela, de Matemática, ela disse para mim: “Dê uma chance ao seu cérebro, dê uma chance a você, e você vai voar longe.” Então dou os meus parabéns à professora Ângela. Nunca me esqueci dessas palavras. Nunca me esqueci da importância que ela teve em minha vida.

E não só ela como muitos professores que diariamente lutam nas escolas para que consigam, de certa forma, ter o reconhecimento do estado que, infelizmente, não tem trazido, nem pelo governo anterior, nem pelo atual. A gente precisa trabalhar para que o governo olhe mais pelos nossos professores. Mas, senhores, já que estamos falando de professores, eu gostaria de trazer um tema a essa tribuna que, infelizmente, me traz muita tristeza falar sobre isso, mas preciso falar.

Ontem foi um dia de muita tristeza para mim. Este deputado que vos fala, quando fui à Faculdade de Direito da USP, lá no Largo de São Francisco, conversar com o diretor no mês passado – melhor dizendo – para que ele abrisse as portas da USP para que fizéssemos um debate a respeito do projeto de lei Escola sem Partido, porque, até então, eu via que a USP só sediava eventos contrários a pautas de direita, pautas conservadoras. E, acreditando ser a universidade um ambiente acadêmico, pedi para que o diretor fizesse esse debate sobre o projeto de lei Escola sem Partido.

Na perspectiva, então, ontem, formamos a mesa: duas pessoas para falar favoráveis ao projeto, eu e o doutor Miguel Nagib, o criador do projeto. E também a professora Nina e o professor Gustavo, dois excelentes professores que são contrários ao projeto. Mas, repito: são excepcionais professores da Universidade de São Paulo.

O debate foi num nível extremamente surreal. Eu jamais imaginava que conseguiríamos conversar nesse nível sem ter xingamento de fascista, comunista ou qualquer coisa nesse nível, mas conseguimos fazer um debate de alto nível na Universidade de São Paulo no dia de ontem. Quando, infelizmente, no final do evento, tivemos outra fatalidade.

É muito triste perceber que é impossível a entrada de conservadores em universidades como a USP ou um federal da vida sem que haja uma espécie de retaliação por aqueles que pensam diferente, sem que haja uma espécie de ataque. É muito triste perceber que o ambiente acadêmico deixou de ser um ambiente plural e se tornou um ambiente ditatorial, um ambiente hostil àqueles que pensam de forma diferente.

Senhores, durante o nosso debate, duas pessoas que fazem parte do movimento pelo qual fui eleito, o Movimento Conservador, se retiraram para fazer o seu lanche ali na Universidade de São Paulo, quando essas duas pessoas foram perseguidas por um grupo que é radicalmente contra o projeto de lei Escola sem Partido. Adivinhem só o que aconteceu às portas da Universidade de São Paulo. Aconteceu isso aqui que vou mostrar para os senhores.

 

* * *

 

- É feita a exibição de foto.

 

* * *

 

 Pois é, esse rapaz – sei que a impressão está em preto e branco – está sangrando. É um rapaz que faz parte do Movimento Conservador. Ele estava favorável ao projeto na Universidade de São Paulo. E aconteceu isso.

Pessoas que são contrárias ao projeto de lei Escola sem Partido fizeram isso. Agora, eu pergunto aos senhores: quem é o intolerante, quem é o radical, quem são aqueles que não conseguem pensar de forma plural? Somos nós? Quem faz esse tipo de coisa aqui não merece, de forma alguma, estar solto, livre. Porque esse tipo de gente... Isso aqui é caso de polícia. Não apenas caso de política, é caso de polícia.

Infelizmente, isso acontece, senhores, nas universidades. Eu, ciente de que esse nível de baixaria pudesse acontecer na USP, o que fiz? Eu protocolei um ofício na Polícia Militar do Estado de São Paulo pedindo a presença da PM ontem, porque eu sabia que isso poderia acontecer.

Pois é, senhores. Por mais que vocês pensem que isso jamais aconteceria em uma universidade, a USP está uma barbárie. Não só a USP como muitas outras universidades brasileiras. O nível de doutrinação ideológica feita por parte de alguns doutrinadores travestidos de professores, xingando todo mundo que discorda deles de fascistas, levou a isso aqui.

Quem vai ser responsabilizado por isso? Arrancaram a camiseta do rapaz, porque ele estava com a camiseta do Movimento Conservador, e o espancaram. Acompanhei os dois até o hospital Santa Casa de Misericórdia da Santa Cecília. Acompanhei, fiz o meu papel de defender não só aqui na tribuna, como também lá fora, para que a pluralidade de ideias exista. Mas isso não é pluralidade de ideias, senhores. Isso que nós estamos lutando é contra uma ditadura.

É muito triste falar isso em pleno dia dos professores, mas nós temos professores como esse senhor aqui, o Sr. Leonardo Francisco, que é um professor da rede municipal em uma cidade do estado de São Paulo. O Sr. Leonardo Francisco disse o seguinte: “aos que estão com pena do militante que apanhou ontem” - ele disse isso no Twitter - “não confundam reação do oprimido com a violência do opressor. Escola sem Partido é censura, e com ela não se dialoga, se luta”.

É isso que os professores estão defendendo? A agressão daqueles que pensam de forma diferente? A agressão espontânea e aberta daqueles que são favoráveis ao Escola sem Partido, incentivando a violência? Eu tenho certeza de que não. Os professores não incentivam esse tipo de coisa. Quem faz esse tipo de coisa são militantes, são guerrilheiros, são pessoas terroristas. Essa ação que aconteceu ontem na Universidade de São Paulo foi uma ação terrorista. (Manifestação nas galerias.) Foi uma ação de guerrilha.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Senhoras e senhores, são todos bem-vindos, mas não pode haver manifestação enquanto o orador, o deputado está na tribuna. São todos bem-vindos aqui na nossa Assembleia, mas o deputado está com a palavra, tem todo o direito de falar, e os senhores não podem se manifestar. É o Regimento que diz isso. Muito obrigado.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - O rapaz ficou com a cabeça aberta na parte de trás. Nós tivemos dois rasgos na parte de trás da cabeça, enquanto a moça estava cheia de galos na cabeça. É um absurdo, senhores, o que aconteceu ontem na Universidade de São Paulo. Ela apanhando de homens na rua. Nós tivemos um grupo de seis pessoas batendo em duas, sendo que uma dessas duas era uma mulher. Isso é covardia. Ora, não são os senhores que tanto brigam contra o machismo? Bateram ontem em uma mulher que apoia o Escola sem Partido. Cadê o movimento feminista para poder defender essa mulher?

Senhores, isso é um absurdo. Isso não pode ficar impune. Eu, como deputado estadual, vou brigar até o fim para descobrir quem foi que agrediu essas duas pessoas pró Escola sem Partido na Universidade de São Paulo. Vou brigar até o fim para que as investigações aconteçam e para que esses militantes sejam, sim, responsabilizados de acordo com a lei.

Mas isso que aconteceu na USP só reflete o que se passa dentro das salas de aula, onde aqueles que não aceitam a pluralidade de ideias, aqueles que não aceitam a diversidade de pensamento - que é sim o que prega o Escola sem Partido -, querem descer goela abaixo uma ideologia nefasta, uma ideologia nojenta.

Impor goela abaixo das nossas crianças idiotizações atrás de idiotizações, chamando todo mundo de fascista e levando discurso de ódio para dentro do ambiente escolar, resultando nisso daqui. Vocês estão incentivando a violência, vocês estão incentivando a agressão, vocês estão incentivando tudo aquilo que não presta no nosso Brasil.

E, é por isso que o nosso País está nos últimos lugares do exame do Pisa. Então, fica aqui registrado o meu feliz Dia dos Professores aos professores. E, fora a todos os doutrinadores. Escola não é o seu lugar.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Para encaminhar.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pelo?

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Pelo PT. Pela bancada do PT.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela bancada do PT, tem V. Exa. o tempo regimental.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - Pela ordem. Com anuência do orador, eu posso fazer uma comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Tem V. Exa. o tempo, com anuência do orador.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Eu sinto muito que as pessoas estejam se machucando, Douglas, e que elas estejam brigando por coisas que nem têm embasamento, como é um projeto chamado Escola Sem Partido, que até hoje a gente não sabe do que se trata.

Mas, eu gostaria mesmo é de um Estado sem partido, um Estado laico, um estado de direito. Você sabe que ontem eu estava na Unicamp e vieram uns senhores já antigos, com uma camiseta “Movimento conservador”... (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Deputada, só para avisar, mais uma vez, a galeria que não se pode manifestar nem para um lado, nem para o outro. Por favor, mantenha-se aqui. Todos são bem-vindos, mas, em silêncio. É o Regimento que diz isso. Estou pedindo ao senhor e à senhora.

Muito obrigado.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - Eu estava numa fala, num debate na Unicamp, e chegaram umas pessoas com uma camiseta “Movimento conservador” e ficou insistentemente interrompendo a minha fala, até que eu parei a minha fala, e falei: “Garoto, você quer falar, vem aqui, por favor”. E, aí, ele não sabia o que falar, e continuou a me ofender.

Eu desci para falar para ele: “Eu estou olhando para você. Você fala para mim o que você tem para falar, e deixa a gente seguir.” E, ele não tinha absolutamente nada a dizer. Ele só queria atrapalhar.

Então, o que aconteceu por fora da USP eu não sei, eu lamento; mas, dentro da Unicamp eu fui provocada por alguém que nem sabia o que quer falar. E, se a gente vai falar da proteção da criança, do adolescente, do direito ao saber, eu preciso falar que o presidente da República fere o ECA quando coloca criança com arma na mão para tirar foto e fazer representação à violência.

Isso é expor as crianças, e isso é agredir o seu direito à infância e a uma juventude saudável.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Deputado, apenas, o senhor vai falar pela vice-liderança da Minoria.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Ah, porque do PT já tinha. Pela liderança da Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Ok. Tem V. Exa. a palavra então pela vice-liderança da Minoria.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT – SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Sr. Presidente, pela correção necessária.

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, telespectadores da TV Alesp, nós já iniciamos o debate na semana passada sobre o PL 04. E, insistimos que esse PL deveria ser retirado, em que pese o presidente da Casa diga que não é mais possível porque ele já está no processo de votação.

Talvez fosse necessário, então, que votássemos contra, até para que a gente não tenha um problema jurídico. Porque o Estado já decidiu pagar da forma como prevê o projeto.

Uma outra questão importante que está no debate aqui é o PL 899, que hoje nós tivemos um ato aqui na frente da Assembleia, com apoio da Apeoesp, do Sindicato dos Advogados, e de várias outras entidades, para dizer que não é possível a redução do valor que já é mínimo no pagamento dos precatórios, principalmente para aqueles que mais precisam, que são os pobres que estão aguardando numa fila, que muitos nem resistem ao final dessa fila.

Então, eu queria dizer que a bancada do PT tem uma posição contrária a esse PL. Tenho certeza de que outros parlamentares aqui cerrarão fileiras nesta posição, e que, quem sabe, aqui a gente não possa construir uma maioria contra esse projeto, até porque é um projeto que atinge os mais pobres, os que mais precisam, num momento em que o Brasil passa por uma dificuldade enorme com desemprego, com corte nos programas sociais.

Então, nós não podemos deixar que haja mais um retrocesso. Qual é o argumento do governador e do seu secretário de Planejamento Henrique Meirelles? O Orçamento do governo está com problema.

Eu queria dizer que o governo, no que diz respeito aos tributos estaduais, vai muito bem, obrigado: o ICMS crescendo, o IPVA crescendo, os tributos estaduais crescendo. Não estão reduzindo, não estão diminuindo.

Eu estou dizendo isso para dizer que o grande responsável pela redução do Orçamento do estado de São Paulo é o governo federal, que tem reduzido os repasses. É aí que está o problema que nós temos insistido, inclusive quando veio aqui o secretário Meirelles, nós dissemos isso a ele.

É inadmissível que o governador, por conta de uma disputa antecipada, comece a ser retalhado com o corte de repasses, e repasse em investimento, o que é pior.

Bom, queria também aproveitar, porque hoje é dia 15 de outubro, para parabenizar os professores e professoras, que se dedicam todos os dias para trazer a luz para aqueles que estão nas trevas. Eu acho que esse simbolismo, essa metáfora, é a melhor neste momento, porque, infelizmente, uma parcela pequena da sociedade vive nas trevas.

Eu já usei o mito da caverna aqui, vou usar de novo, Professora Bebel. As pessoas estão morando em uma caverna, de costas para a saída, e achando que aquele é o mundo real. Quando um sai da caverna e volta, para dizer que o mundo real não são as trevas, não são as sombras, não são os sussurros lá de fora, ele é considerado louco.

Nós estamos vivendo mais ou menos isso. Tem uma parte da sociedade brasileira que resolveu entrar na caverna e dizer que a realidade é aquela das sombras, o que não é verdade. Nós temos que colocar a luz nesse debate, temos que tirar o pessoal da caverna. Nós temos que dizer que os professores precisam ser valorizados, não no dia 15, mas no dia em que eles recebem seu holerite.

Não no dia 15, mas todos os dias que o professor entra em uma sala de aula para ajudar o aluno e ser ajudado no processo de formação e de Educação, porque eu só concebo a Educação como um processo coletivo. Eu posso saber um pouco, mas eu não sei tudo. Eu acho que é esse o grande desafio dos professores. É mostrar que uma parte também sabe, e quando a gente começa a respeitar a parte que também sabe, a Educação passa a ser uma Educação inclusiva, uma Educação conjunta.

É isso que a gente está precisando, e os professores tem feito um esforço muito grande. Infelizmente, esse esforço nem sempre é reconhecido. Não é reconhecido na reestruturação de cargos e carreiras, não é reconhecido quando continua categoria “O”, não é reconhecido quando recebe o holerite, e percebe a dificuldade que é chegar ao final do mês, e precisa ter mais de uma escola, ou precisa fazer bico depois da escola.

É essa a situação dos professores do estado de São Paulo. É essa a situação que nós precisamos combater, como precisamos combater outras situações de salários baixos, na Polícia, na Saúde, mas, quando a gente fala de Educação, a gente fala daqueles que têm um olhar diferenciado para o outro, para o que precisa sair das trevas, que precisa dar um passo poder entender o mundo, que precisa ler o mundo.

É esse o grande desafio. É ensinar e aprender a ler o mundo, porque, quando a gente fizer isso, vai ficar mais fácil, inclusive, entender todo o debate de costumes, o debate ideológico, o debate que não leva a lugar nenhum, exceto ao conflito, ao estado belicoso. Aliás, parece que é isso que o governo do presidente Bolsonaro tem feito ao longo desses quase dez meses.

É interessante, porque quando ele não tem um inimigo externo, ele constrói um inimigo interno. Hoje, o inimigo interno é o Bivar, presidente do partido do Bolsonaro. Então, ele arrumou mais um inimigo para fazer esse debate. É impressionante. Nós estamos vivendo há quase dez meses de conflito permanente, de uma guerra incessante.

Enquanto isso, a gente tem 11 milhões de desempregados no Brasil, a gente tem 3,3 milhões de desempregados no estado de São Paulo, e a gente tem uma briga que não interessa aos pobres, que não interessa aos trabalhadores, que não interessa a quem precisa ter dignidade. É esse o grande desafio que está colocado, e cada um de nós tem uma tarefa, os professores aqueles que lutam por justiça, que lutam por igualdade, que querem fazer parte dessa sociedade.

Nós precisamos deixar claro, todos os dias. Nós não podemos tolerar essa situação, e nós não podemos permitir a intolerância. Nós vivemos em um país em que a igualdade deveria ser o princípio do debate político. Enquanto isso não ocorre, a gente continua aqui acompanhando projetos que querem reduzir os precatórios para os que mais precisam. A gente continua tendo projetos que propõem extinguir empresas que poderiam contribuir com o desenvolvimento.

Nós não podemos fechar os olhos para essa situação. Infelizmente, a Assembleia constituiu uma maioria pró-governador Doria que tem aprovado quase todos - senão todos - os seus projetos. E tem uma batelada de projetos ainda para serem votados: extinção, fusão, a venda da Furp, do Oncocentro, da Sucen. E pior: ainda teremos aqui o debate sobre a reforma da Previdência no estado. Mais uma reforma. E que, com certeza, de novo, vai retirar direitos dos que mais precisam.

É sobre isso que temos que nos debruçar, é esse debate que temos que olhar. Não podemos fugir dele. Todas as vezes em que a gente fugir desse debate, a gente vai ter aumento de desemprego, redução dos direitos sociais.

Temos uma situação difícil sendo enfrentada em Brasília, com a reforma da Previdência. Daqui a pouco, vamos discutir a reforma tributária. Alguns municípios já perceberam que a reforma tributária vai retirar recursos dos municípios. São Paulo é um deles. Essa reforma pode ser mais uma reforma contra os que mais precisam. Então, não podemos permitir isso. Precisamos valorizar aqueles que lutam todos os dias por uma sociedade mais justa e igualitária. Esse é o grande desafio.

A bancada do PT se posicionou contra o Projeto nº 866, tem feito um debate aqui contra aquilo que entende que são benefícios desnecessários. Por isso, tenho insistido, junto com o líder da bancada, o deputado Barba, que esse projetou virou um projeto inócuo. Ou o governador explica por que mantém o projeto na pauta, já que os auditores estão ganhando com cálculo mensal, ou vamos ter que continuar rejeitando o projeto todas as vezes em que ele entrar em votação.

Mas está na hora de a gente superar isso, porque a Assembleia Legislativa precisa votar outros projetos importantes, projetos que pudessem ajudar o desenvolvimento das regiões, que pudessem gerar empregos e melhorar a qualidade de vida, principalmente dos que trabalham no estado e recebem um salário de miséria. Por isso, quero deixar aqui um abraço carinhoso em cada educador e educadora, que sabem a importância da sala de aula para educar, para mostrar a importância de respeitar as diferenças, de respeitar os desiguais.

Muito obrigado, Sr. Presidente. Espero dar um passo grande nesse sentido.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, para encaminhar pelo PTB.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Tem V. Exa. o tempo regimental para encaminhar pelo PTB.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Meu caro presidente, deputado Gilmaci, quero dizer, com muita clareza, que já não suporto mais essa questão de direita e esquerda. Isso é de 200 anos atrás. Vêm aqui e falam: “Eu sou da direita”. O outro lá: “Eu sou da esquerda”. O que será que o Felipão e o Tite pensam disso? É impressionante. Será que isso de direita e esquerda...

Tem gente que é extrema-esquerda, meia-esquerda, centro, meia-direita, centro-direita. O que isso traz de benefício para o povo, a não ser essas discussões baratas, rasteiras? Essa é a realidade. Há 200 anos, a Revolução Francesa acabou com isso. Mas estamos aqui.

Mas estou aqui... Mas que barulho neste plenário, Sr. Presidente. Quem quiser fazer barulho, vá tomar um café no café dos deputados. Não atrapalhem os oradores.

Sr. Presidente, eu dizia: o que faço eu aqui? Por duas razões: primeiro, porque quem propôs, quem apresentou esse projeto foi o governador João Agripino. O PSDB tem que estar aqui para defender o projeto dele, deputado Enio Tatto. Onde estão os psdbistas que não vêm aqui à tribuna defender o projeto do Sr. João Agripino? Quem tem que retirar o projeto foi quem mandou.

A Assembleia não tem esse direito. Basta o governador mandar um ofício para cá que o projeto é retirado. Esse projeto, para mim, tem apenas uma imagem: a de respeito à família fazendária.

Dia desses, o deputado Paulo, meu amigo... Ah, ele não está em plenário, não posso falar. Deputado Barros Munhoz, eu não costumo falar quando os deputados não se encontram em plenário. Pulando esse degrau, vamos lá. Eu vim aqui a esta tribuna defender não o Projeto 4, e sim a família fazendária, que merece o meu respeito. Eu não me preocupo não com as opiniões de terceiros. Por que eu vou temer o que quer que seja? Política não é lugar de covarde, política é lugar de quem tem coragem.

Eu não poderia silenciar e ficar aí sentado, fazendo de conta que não tem nada a ver. Enquanto isso, a família fazendária recebe insinuações e tentam apequená-la. Sabe como é que eu ajo, deputado Barros Munhoz? Seguindo as palavras de Paulinho da Viola: “Faça como o velho marinheiro que, durante o nevoeiro, leva o barco devagar”. E assim eu faço em relação a esse projeto. Defendo, repito, a família fazendária.

Meu nobre deputado Gilmaci, como é ridícula essa discussão do sexo dos anjos. Eu até vou dividir este plenário. Está errado. Nós temos que ter aqui, partindo da Presidência, o pessoal da direita à direita do presidente e um relógio para a direita. O pessoal da esquerda tem que ter um relógio da esquerda, e, no centro, tem que ter um outro relógio. Este aqui está quebrado ainda. As pessoas não perceberam, ainda, a reação popular. Ninguém aguenta mais falar nessa linguagem, e as pessoas têm que ser respeitadas.

Dia desses eu vi aqui que alguém teria insinuado alguma coisa sobre a cor da deputada Erica. Eu quero dizer, deputada Erica, que eu tenho muito orgulho em ser afrodescendente, muito orgulho. Tenho orgulho mesmo do meu pai. O pai do meu pai era negro; a mãe da mãe, negra. Lá no interior, na minha cidadezinha, eu senti como as pessoas fazem discriminação, como fazem até agora.

O que distingue as pessoas, deputada Erica, não é a cor, é o caráter. É isso que distingue as pessoas. Portanto, eu quero deixar claro aqui que toda vez que eu sentir uma insinuação em relação à deputada Erica apenas e unicamente com a questão de cor, eu vou estar aqui defendendo a deputada Erica. As posições dela merecem o nosso respeito. Certas ou erradas, são as posições dela. Nós temos que respeitar a deputada Erica.

Tenha a certeza, deputada Erica, que aqui não está falando esquerda nem direita não. Eu ainda vou montar aqui o esquadrão da direita, do centro e da esquerda. Quando alguém, deputado Danilo, me explicar o que quer dizer mesmo a tal da direita e a tal da esquerda... Sabe o que é isso, deputado? Há 200 anos, em uma assembleia na França, quem estava do lado direito da assembleia estava concordando que as coisas ficassem como estavam. Quem estava ao lado esquerdo eram as pessoas que queriam mudar.

E, segundo um amigo meu, um brilhante humorista,  me dizia que quem estava no centro é quem não podia ouvir direito, não podia ouvir o que dizia o orador. Por isso, não me fale mais em direita, em esquerda, em centro. Nós temos que defender o quê? Independentemente de coloração partidária, o trabalhador. Como já foi feito aqui. Quem trabalha.

Esse projeto, esse monstrengo do projeto enviado aqui, dos precatórios, não pode ser aprovado de jeito nenhum. Sabe por quê? É um projeto que deve ser chamado de projeto assassino, que se dirige apenas aos pobres. Não se dirige aos ricos. É um projeto, deputado Camarinha... A não ser que o velho perfume morumbiano fale mais alto. Aí quem é esse pobre deputado, esse pobre parlamentar, para se contrapor à força da caneta do governo João Agripino? Quem sou eu?

Porque se um deputado desta Casa parar um minutinho para pensar, eu não consigo enxergar deputados que votariam favoravelmente a esse projeto. Essa não é uma luta minha não, deputado Camarinha. É uma luta nossa, do povo de São Paulo. Nós estamos fazendo o quê? Punindo quem ganha pouco. Já não chega o que está acontecendo?

Aqui se extingue de tudo. Qualquer projeto que venha aqui. Chega um projeto novo, vamos fazer uma aposta, eu tenho certeza de que é extinção. E quando chegar o projeto da Furp, que é o remédio para o pobre? Vai acabar com o remédio para o pobre? Vamos aprovar o projeto da Furp?

Eu não tenho mais tempo, mas quero cumprimentar o Judiciário, porque impediu que fosse feito o edital de licitação que tratava da privatização de presídios. Como é que se vai entregar um presídio, deputado, nas mãos de particular? De privado? O que estão pensando? Cadeia nas mãos de empresas? Sem nenhum critério? Deputado Danilo, isso é uma aberração.

Parabéns, Judiciário de São Paulo, o Sr. João Agripino teve a derrota que merecia. E parabéns à Defensoria Pública. Foi ela que propôs a ação. Nós não podemos concordar com essa aberração, com esse insulto a nossa inteligência.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Em votação.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Pela ordem, para encaminhar em nome da bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Tem V. Exa. o tempo regimental para encaminhar em nome do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Gilmaci Santos, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, trabalhadores e trabalhadoras aqui presentes, em nome da Professora Bebel, minha companheira sindicalista que representa muito bem os trabalhadores e as trabalhadoras da Educação, quero saudar a todos os professores do estado de São Paulo e do Brasil.

Professor, uma categoria que sofre muito, que passa por vários enfrentamentos em uma sala de aula, que vem sendo, no estado de São Paulo, sucateado - todo o sistema de Educação - desde 1995, quando o PSDB assume o Governo do Estado de São Paulo, lá de Mário Covas. São ataques sobre ataques; recentemente, nos últimos anos, o fechamento de mais de três mil salas de aula.

Então, quero prestar minha homenagem hoje a esses guerreiros e guerreiras da Educação. Estou vendo a Vera, que é da minha cidade, da Apeoesp, vários companheiros e companheiras que eu quero parabenizar. Mas, nobre deputado Campos Machado, eu não tenho problema que as pessoas escolham suas posições políticas. Quem é de centro é de centro, quem é de centro-direita é de centro-direita, quem é de esquerda é de esquerda.

Aliás, começou há mais de 200 anos, quando um lenhador chamado Jacob Lebout liderou os camponeses na luta dentro da Revolução Francesa para defender o direito das trabalhadoras e dos trabalhadores, dos lenhadores e dos camponeses, os chamados jacobinos, que sentavam à esquerda do rei da França. Os girondinos, que representavam a direita, sentavam à direta.

Qual é o problema? Eu não tenho problema nenhum de o PSL dizer que é de direita. É um direito legítimo, verdadeiro e democrático. Eu não tenho problema nenhum com os companheiros deputados e companheiras que são de centro; direito legítimo e democrático.

Nós temos que parar de achar que a sociedade toda pensa igualzinho. O que eu vou combater é a direita raivosa, essa não dá para nós aceitarmos. Não dá para aceitar essa direita que prega o ódio todo dia, representada pelo presidente da República, mas, no estado de São Paulo, representada por João Doria. No Rio de Janeiro, é representada pelo Witzel; lá no Rio Grande do Sul, representada pelo Eduardo Leite.

Tem uma parte da direita liberal nesta Casa que, pelo menos, não tem pregado aqui violência nem ódio. Eu os tenho tratado com muito respeito, que é o partido Novo. Está aqui o líder, deputado Heni, que nunca atacou o presidente Lula, nunca atacou o PT, defende as suas posições de liberal. Não tem problema nenhum, está correto. A disputa política é uma trincheira de guerra. Esta Casa é uma disputa de interesses, e eu vou defender os interesses daquilo que eu acredito e daquilo que eu represento.

Eu sou uma pessoa formada e forjada na luta, na luta da porrada na porta de fábrica. É a luta do enfrentamento contra os patrões, que mandavam prender, e a polícia tinha lado, atendia a vontade dos patrões, sempre. Deputado Danilo Balas, embora o senhor seja de uma categoria diferente, na época da ditadura, nós passamos por isso.

Mas foi assim que eu fui forjado. Não trato ninguém aqui com raiva, trato todo mundo num debate respeitoso. Já fui até desrespeitado, e várias vezes sou desrespeitado, mas vou continuar fazendo o debate de esquerda, de direita, de centro, de centro-direita, contra a ultradireita. Vou fazer esse debate. Não adianta, é um debate nosso.

Nós não vamos abrir mão disso, nós não podemos entrar no jogo da grande mídia, dizendo que partido não tem mais valor, que pessoas têm valor. Não se constrói democracia, em país nenhum do mundo, sem ter um partido organizado. As pessoas se organizam em uma instituição. Qual é a instituição? A instituição partidária. Por isso, eu vou sempre defendê-la.

Essa é a primeira parte do debate que eu queria abordar. A segunda coisa é que tem um projeto nesta Casa, não vai entrar na pauta da Ordem do Dia hoje, nem na extra, que é o Projeto 899. Inclusive, estou vendo ali uma faixa da PEC 2, do pessoal da Polícia Militar, PEC que nós apoiamos, o tempo todo, para que seja aprovada. Já pedimos para ser pautada aqui.

Eu não tenho nada a ver com a corporação da Polícia Militar. Eu apenas os encaro como uma categoria de trabalhadores e trabalhadoras, mas o 899 trata do quê? Trata de precatórios. Como é que funciona isso hoje? Qualquer trabalhador, funcionário público do estado de São Paulo, que abre uma ação contra o Estado, e ganha essa ação, até 30 mil o governador é obrigado a pagar. Passou dos 30 mil, vira precatório.

E o que o governador fez? Mandou para cá um projeto que baixa, reduz em 62% ou 64%, segundo o pessoal do CPP, que baixa de 30 mil para 11 mil e uns quebrados. E se a pessoa ganhar essa ação, na hora que for receber os 11 mil, não vai receber 11, porque tem as taxas, tem despesa, tem sucumbência, aí a pessoa vai receber algo em torno de sete mil reais.

E tem pessoas que ganharam a ação em 2002, deputado Agente Danilo Balas, que o governo está pagando agora em 2019. Portanto, uma ação que ele ganhou lá em 2002, está com 17 anos atrasada, já ganhou em todas as instâncias dos tribunais e o governo arruma uma maneira de fazer ajuste fiscal em cima dos menos favorecidos, que é o pessoal exatamente que faz uma ação contra o Estado e passa a receber no máximo até quase 31 mil reais, deputado Aprigio.

Então, são os governos tentando fazer ajuste fiscal de qualquer maneira. Não basta a PEC do Teto dos Gastos, não basta a terceirização, a Lei da Terceirização aprovada hoje que pode terceirizar em todos os setores, inclusive no funcionalismo público do estado de São Paulo, no federal e no municipal. Não basta fazer a PEC da Aposentadoria. Não basta fazer a reforma administrativa.

Vocês viram o quanto vocês foram atacados a semana passada durante a semana inteira com um estudo do Banco Mundial dizendo que os trabalhadores do funcionalismo público municipal, estadual e federal ganha mais que os trabalhadores do setor privado? Só esqueceram de falar que, por exemplo, no pessoal da Saúde aqui do estado de São Paulo, tem trabalhador e trabalhadora que ganha R$ 1.400,00 no holerite.

E eu conheço a Cidinha, que é do secretário, que é do SindSaúde; conheço o Gervásio, que é do SindSaúde, e nós fizemos esse debate aqui fazendo uma apuração de quanto ganha. Então eles pegam e no Estado tem trabalho que paga bem melhor, porque as pessoas se qualificaram, estão altamente qualificadas.

As pessoas se prepararam. Nós temos enfermeiras que se prepararam, mas nós temos gente que trabalha na área da Fazenda, por exemplo, que aqui no estado de São Paulo são chamados de agentes fiscais - aliás, que é o projeto que nós estamos discutindo - que a pessoa estuda de maneira permanente para ajudar o Estado a poder arrecadar cada vez mais.

Eles pegam e vão generalizando todo mundo. Então, foi uma semana inteira de ataque. Eu estava no Congresso da CUT acompanhando. Aliás, quero parabenizar a Central pelo seu 36º ano de existência; 38º é desde o Conclat. A Central fez 36 anos dia 27 de agosto. Participei do 13º Congresso da CUT como convidado da CUT, porque eu fui metalúrgico por muito tempo.

Meu sindicato é filiado à CUT. Então eu tive a honra de participar desse congresso com grandes debates e com grandes bandeiras de luta. Mas o estudo do Banco Mundial virou na Globo News, começava às seis horas da manhã no News em Ponto e ia até virar a noite, e tentando atacar e mostrando que o governo tem que fazer a reforma administrativa para atacar o direito de vocês. Então é desse debate que nós estamos falando.

Uma pessoa com uma formação na área de Economia - porque no meio dos agentes fiscais tem - no setor privado, ganha 20 mil, 25 mil, 30 mil reais, a depender da empresa que trabalha. Tem empresa que paga menor. Então eles querem que reduza o gasto do Estado botando nas costas das trabalhadoras e dos trabalhadores do setor público deste País e também no setor privado, o ataque não para nunca.

A sanha do empresariado para ganhar dinheiro junto com a sanha dos governos que apoiam os empresários para ganharem dinheiro é de destruir e acabar de vez, de dizimar com a classe trabalhadora. Então, Sr. Presidente, eu precisava fazer aqui essa declaração e esse projeto, o 04, ainda vamos retomar o debate na bancada do Partido dos Trabalhadores. Mas vamos encaminhar para obstruir, para não votar ele, deputado Campos Machado. O senhor, que apoia, sabe do respeito que tenho pelo senhor. Mas vou retomar esse debate na bancada para ver o que a gente faz com esse projeto pela frente.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado. Pela ordem, deputado Barros Munhoz.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - Para encaminhar em nome do PSB.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Tem V. Exa. para encaminhar em nome do PSB.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, deputada Bebel.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Queria pedir uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Uma comunicação.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - Tem integral anuência.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Tem a anuência do orador. Tem V. Exa. o tempo.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigada, deputado. É o seguinte: é que, em função dessa mobilização que teve hoje, do 899, e as manifestações, eu pediria a atenção do deputado líder, o deputado Carlão Pignatari.

Se não seria o caso, deputado, de articular com a lideranças partidárias de a gente poder fazer... O senhor não gosta de audiência pública, mas é legal fazer uma audiência pública, explicitar um pouco mais, e pensar numa forma da gente resolver essa questão referente ao PL 899, que foi um pouco das discussões que tive com as entidades e representações das entidades aqui na Casa. Muito obrigada.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Pela ordem, Sr. Presidente. Com a anuência do orador, um minuto.

Deputada Professora Bebel, primeiro quero cumprimentá-la pelo Dia do Professor hoje. Você, a deputada Janaina, a deputada Valeria Bolsonaro, que são nossas mestres aqui na Assembleia. Mas quero dizer – é que a senhora não pôde ir no Colégio de Líderes hoje – que foi essa a colocação que fiz. Que fizemos um acordo para não pautar hoje, um acordo de dar duas horas por discutido, e até a semana que vem, sentar.

Eu disse que tinha conversado com você, com alguns sindicatos ou associações de aposentados, porque era você que estava me ajudando. Tudo isso com o deputado Campos. Foi a mesma fala que tivemos hoje. Então acho que dá para a gente construir. Dá para a gente construir uma saída muito boa para esse projeto. Eu disse isso. Uma pena que a senhora não pôde estar. Mas citei, inclusive, o seu nome.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Mas é que não sou da bancada.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Sim, mas não tem importância. Mas, só isso. Estava lá o deputado Barba, estava o deputado Enio Tatto, estavam todos lá ouvindo isso. Obrigado, deputada. Obrigado, nobre orador.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Com a palavra o deputado Barros Munhoz.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, senhores colaboradores da Assembleia, senhoras e senhores que nos honram com as suas presenças, senhores telespectadores da TV Assembleia, não posso deixar de falar, no dia de hoje, sobre o Dia do Professor.

Até porque, me vem à memória a imagem da minha querida mãe, inesquecível mãe, Vilma Toledo Barros Munhoz, que durante mais de 50 anos exerceu o magistério. Educou os filhos com carinho, com amor. Lutou para dar aos filhos educação, e abrir uma perspectiva de vida. E amou com o mesmo empenho, com a mesma intensidade, os seus alunos, a quem ela dedicava a maior parte da sua vida, já que chegou a lecionar em três períodos.

Quando vejo a professora de hoje, me lembro da imagem da minha querida mãe. Então, aos professores e às professoras de São Paulo e do Brasil, acho que homenageio com justiça a todas as professoras na figura da querida Bebel, presidente da maior associação de professores do Brasil, que é a nossa Apeoesp.

Quero dizer a todos eles o nosso muito obrigado, a nossa gratidão por eles, com amor, com denodo. Quem não é vocacionado, não é bom professor, não é boa professora. Essa é uma carreira que exige vocação. É a mais nobre das carreiras. Então, o meu abraço, a minha gratidão, como cidadão, como deputado e como filho de professora, que recebeu as benesses dessa dádiva de Deus.

Quero me reportar rapidamente a esse PLC 4. Sabe, é impossível que aconteça o que está acontecendo, de nós termos o fiscal e termos o julgador daquilo que o fiscal fiscaliza. E o julgador ganhando menos do que o fiscal. O julgador tributário tem que ganhar, no mínimo, o que ganha o fiscal. Ele julga, ele decide sobre aquilo que o fiscal faz. Não pode ganhar menos; e ganha menos.

Então, nesse Projeto no 4, tem uma emenda que eu consegui convencer a maioria dos deputados da Casa a aprovar, a endossar, e é justo que o projeto seja votado. Eu acho até que não votar esse projeto é um reconhecimento de culpa que ninguém aqui tem. Houve um discurso que acusou indevidamente um monte de gente, acusou de forma leviana, até, outros. Não acusou alguns.

Enfim, nós não podemos ficar com essa pecha de estarmos com medo de votar esse projeto. Então, deputado Campos Machado, que tem dignamente, brilhantemente conduzido essa luta, o meu apoio integral. Inclusive a essa emenda, que é extremamente justa.

Eu gostaria de dizer também o seguinte: eu, hoje, tive um embate com a deputada Valeria Bolsonaro e com o deputado Wellington Moura na CPI das Universidades. Eu queria dizer que realmente eu falo alto muitas vezes; aliás, muito mais do que eu gostaria de falar. E não sou só eu; tem vários oradores aqui que, quando falam, se inflamam e falam alto.

Mas nos meus 43 anos de vida pública isso nunca constituiu nenhum problema para quem convive comigo. Nem impediu que eu tivesse o respeito e convivesse muito bem com todos os deputados de todos os partidos. Por isso mesmo, fui eleito presidente da Casa - não é, deputado Enio? - com 92 votos dos 94, duas vezes. E fui líder do Governo, convivendo fraternalmente com deputados de todas as correntes partidárias da Casa.

Agora, realmente, o meu tom de voz, às vezes, é modulado pela intensidade da minha revolta. Revolta contra coisas absolutamente erradas, incompreensíveis, como eu acho que são as acusações infundadas que se fazem costumeiramente no plenário da Comissão Parlamentar de Inquérito das Universidades. Realmente, não é que eu tergiverso; muito pelo contrário. Eu sou coerente. O que a CPI está fazendo de certo, quando ela está nos trilhos, é apurar os verdadeiros erros. Tudo bem, tem o meu apoio. Agora, o que ela faz de errado, não tem mesmo.

Por exemplo, o que eu achei que era errado - e me indignei - foi isso de ser convocada uma reunião hoje para se discutir e votar um relatório de 200 páginas. É óbvio que isso não se faz. Em todas as CPIs havidas aqui ao longo dos últimos 100 anos, pelo menos, sempre houve apresentação do relatório, sempre houve tempo para as pessoas se inteirarem dele. E depois iniciar-se a discussão e, finalmente, a votação.

Aliás, na própria CPI das OSs, que o nobre deputado Chedid presidiu, que foi muito polêmica, nós fizemos este trabalho. E acabamos discutindo, na sala do deputado, com deputados de todas as correntes, e encontramos um caminho e votamos um relatório único, com parecer único. E aprovamos a CPI das OSs com conclusões positivas, afirmativas, sugestões indiscutivelmente corretas.

Agora, não é possível que depois eu venha... “Olha, você viu o vídeo? Você viu o vídeo? Você viu o vídeo?” Eu ser execrado como alguém que estivesse fugindo. Eu nunca fugi de coisa alguma na vida, e nem vou fugir, absolutamente. Eu sou um deputado que tem a coragem de enfrentar qualquer situação, e já enfrentei situações extremamente difíceis. E sempre com respeito dedicado aos outros, e dos outros dedicado a mim também.

E tirando foto nossa, minha e da deputada Bebel, não é, deputada Bebel? Tirando foto da gente como se fôssemos bandidos, estivéssemos escondidos. Não estávamos entrando, fugindo da CPI. Ah, meu Deus do céu, nós sabemos quem faz obstrução nesta Casa.

As pessoas que estavam nos acusando disso fazem obstrução nesta Casa, saem do plenário quando não querem dar número, quando querem derrubar a sessão. Isso é um instrumento legislativo. Eu sou frontalmente contra se fazer isso, por exemplo, a cada minuto. Teria que ter uma limitação. Mas é o que está no Regimento, e o Regimento tem que ser cumprido.

Então, sabre, pimenta nos olhos dos outros é refresco. Então, fazer obstrução não tem problema nenhum. Não tem problema nenhum, o cara esconde aqui, esconde lá, esconde aqui, esconde ali. Não é esconder, ele está saindo do plenário, é um direito legítimo dele. Todo país do mundo é assim.

Então, feitos esses esclarecimentos, eu quero dizer que felizmente, e eu quero parabenizar a assistência, a assessoria jurídica da Casa e da Presidência da CPI, que deu um norte: “Não, o correto é o seguinte: apresenta-se o relatório da relatora, discute-se, lê-se, se aprofunde, cada um, a deputada Bebel vai apresentar um voto separado, eu vou também, cada um procura chegar a um entendimento. Vamos dizer que somos contra no relatório da relatora, ela vai dizer o que é contra nos nossos, e vamos buscar o entendimento”.

Então, feito esse esclarecimento – não tem outra finalidade, a não ser esclarecer, porque é chato, né, eu ser chamado de “fujão”. Eu já fui chamado de quase tudo, menos de “fujão”.

Se há uma coisa da qual eu não fujo é de briga, de discussão. A vida inteira eu fiz isso, e continuo fazendo isso. Então, respeitosamente, como eu sempre fiz ao longo da minha vida, eu quero dizer que nós vamos prosseguir e, se Deus quiser, essa CPI, como outras das quais eu participei, vai ser correta.

E aqui não tem nenhuma diminuição na amizade e no respeito que tenho pelo presidente Wellington. Desentendimento que ocorre você suplanta. Eu tenho por ele mais do que respeito, admiração e consideração.

Dito isso, minha gente, eu acredito que posso finalizar com o comentário seguinte: o momento que o Brasil vive é da maior gravidade. Da maior gravidade. Então, nós temos que ter juízo e coragem para enfrentar os problemas que temos pela frente, e que são gravíssimos, apavorantes, e construir um amanhã melhor através da política.

Que somos as maiores vítimas. E, quando somos injustamente acusados, e até por colegas, o conceito de político é atingido, e isso nós temos que evitar.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS – Em votação o Item 1 – projeto salvo emendas.

As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o projeto.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL – Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS – Pela ordem, deputada Janaina.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL – Para uma verificação de votação.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS – É regimental o pedido de V. Exa.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, vamos proceder à verificação de votação pelo sistema eletrônico. A partir deste momento estamos fazendo soar o sinal intermitente por quatro minutos para que as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que não se encontram em plenário tomem conhecimento da votação que se realizará.

 

* * *

 

- É iniciada a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

* * *

 

O SR. TENENTE NASCIMENTO - PSL - Para colocar o PSL em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O PSL está em obstrução.

 

O SR. SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - Para colocar o Republicanos em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O Republicanos está em obstrução.

 

O SR. PAULO CORREA JR – PATRIOTA - Para colocar o Patriota em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O Patriota está em obstrução.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Para colocar o PT em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O PT está em obstrução.

 

O SR. HENI OZI CUKIER - NOVO - Para colocar o Novo em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O Novo está em obstrução.

 

A SRA. CARLA MORANDO - PSDB - Para colocar o PSDB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O PSDB está em obstrução.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - Para colocar o Avante em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O Avante está em obstrução.

 

O SR. ALEXANDRE PEREIRA - SD - Para colocar o Solidariedade em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O Solidariedade está em obstrução.

 

O SR. THIAGO AURICCHIO - PL - Para colocar o PL em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O PL está em obstrução.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - Para colocar o PSOL em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O PSOL está em obstrução.

 

O SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - Para colocar o PSB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O PSB está em obstrução.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - Sr. Presidente, PCdoB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O PCdoB está em obstrução.

 

O SR. DELEGADO OLIM - PP - Para colocar o Progressistas em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O Progressistas está em obstrução.

 

O SR. ALEX DE MADUREIRA - PSD - Para colocar o PSD em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Com a anuência de vossa líder, o PSD está em obstrução.

 

O SR. MARCIO DA FARMÁCIA - PODE - Para colocar o Podemos em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O Podemos está em obstrução.

 

A SRA. ADRIANA BORGO - PROS - Para colocar o Pros em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O Pros está em obstrução.

 

O SR. REINALDO ALGUZ - PV - Sr. Presidente, para pôr o PV em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O PV está em obstrução.

 

O SR. ROBERTO MORAIS - CIDADANIA - Sr. Presidente, é só para colocar o PPS em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O PPS está em obstrução.

 

O SR. ROGÉRIO NOGUEIRA - DEM - Sr. Presidente, para colocar o DEM em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O DEM está em obstrução.

 

* * *

 

- É feita a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE – GILMACI SANTOS – REPUBLICANOS – Participaram do processo de votação 35 Sras. Deputadas e Srs. Deputados, 26 votando “sim”, 7 “não”, 1 voto em branco e este deputado na Presidência. Quórum insuficiente para aprovar o Projeto 04.

Passamos ao item 2.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI – PSDB – Pela ordem, presidente. Quero pedir prorrogação da presente sessão em 2 horas e 30, 2 horas e 29 e 2 horas e 28 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE – GILMACI SANTOS – REPUBLICANOS – Esta Presidência vai colocar em votação o pedido de V. Exa. de 2 horas e 30 minutos. Está em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que concordarem com a prorrogação dos nossos trabalhos por 2 horas e 30 minutos permaneçam como estão. (Pausa.) Aprovada a prorrogação por 2 horas e 30 minutos.

Item 2 – Votação adiada do Projeto de lei 836, de 2019, que autoriza o governador. Em votação.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI – PSDB – Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE – GILMACI SANTOS – REPUBLICANOS – Pela ordem, deputado Carlão.

Item 2. Nós estamos entrando agora em votação do Projeto de lei 836, de 2019. É o projeto salvo emendas. Em votação.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA – PT – Pela ordem, Sr. Presidente. Para encaminhar em nome da bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. PRESIDENTE – GILMACI SANTOS – REPUBLICANOS – Tem V. Exa. o tempo regimental.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA – PT – SEM REVISÃO DO ORADOR – Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, o projeto 836, que trata do empréstimo, de autorizar o governador a fazer um empréstimo, é um projeto sobre o qual fizemos um debate aqui e nós, historicamente, o PT, nesta Casa, nunca votou contra empréstimos que o governo tivesse que tomar para poder fazer investimento. Seja para despoluir, seja para explodir a calha do Rio Tietê, seja para fazer um projeto de recuperação das regiões onde o rio está sendo atacado em suas matas ciliares. Isso é histórico. Eu estou entrando no meu segundo mandato aqui, mas eu fui ler esse histórico.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Sebastião Santos.

 

* * *

 

Por que eu estou entrando nesse debate? É importante, deputado Carlão Pignatari, você que é o líder do Governo, se somar o ano passado, nós discutimos, aqui nesta Casa, se não me engano, o projeto 129 ou 128, que também tratava de empréstimo.

Agora, é preciso que o governo do PSDB crie vergonha e realmente faça o investimento. Que a gente autorize a fazer o empréstimo, mas que ele pegue o dinheiro e, realmente, aplique naquilo para que está sendo tomado o empréstimo. Se for pegar todo o histórico de empréstimos nesta Casa, só no ano passado, Delegado Olim, e os desse ano, passa de um bilhão e 700 milhões de reais. Então, é importante que o povo paulista saiba disso, que o povo paulistano saiba disso.

Por quê? A gente vem aqui, autoriza o empréstimo, o governador vai lá e faz empréstimo. O Edmir Chedid deve ter autorizado aqui uns 200 empréstimos no governo PSDB. E aí toma um empréstimo. Daqui a pouco, o governo vai e manda um outro projetinho para cá, fazendo um remanejamento da verba daquele empréstimo que foi tomado para um objetivo e muda para outro objetivo.

Por esse motivo, na bancada do PT, nós fizemos uma análise do projeto. Nós não obstruímos esse projeto, nós o debatemos, nós discutimos, sem a obstrução do projeto. Mas vou deixar claro que quem vai ter que botar os 48 votos aqui é o governo e a base aliada, deputado Itamar. Você, que é o governista de primeira hora, defende tudo que o governo apresenta aqui, vocês vão ter que botar 48 votos, porque a bancada do PT não vai botar voto. Depois que vocês botarem os 48 votos, aí nós vamos votar a favor do projeto. Essa é a primeira parte do debate que eu queria fazer.

Segunda parte do debate. Eu gostaria de pedir aos deputados e deputadas que me ajudassem aqui. Estou igual ao deputado Campos Machado agora. O pessoal tira a minha atenção.

Segunda parte do debate é voltar aqui ao debate do projeto dos precatórios. O projeto dos precatórios que o governo está apresentando, nós não podemos deixar esse projeto acontecer nesta Casa. Deputado Aprigio, o projeto não pega os processos de um milhão de reais, de dois milhões de reais, de três milhões de reais.

Sabe quem o projeto quer pegar? Um trabalhador, um professor ou uma professora que ganhou um processo contra o estado e tem quase 31 mil reais para receber. O governo quer reduzir para 11 mil reais, quer fazer, deputada Edna Macedo, o ajuste fiscal em cima do funcionalismo público do estado de São Paulo.

Hoje, eu recebi uma delegação do Sindicato dos Advogados do Funcionalismo Público da Área da Saúde, que é o pessoal do SindSaúde, nos pedindo ajuda para derrotar esse projeto. O Coronel Telhada, na Comissão de Constituição e Justiça, eu, a deputada Bebel, o Coronel Telhada, o deputado Marcio Nakashima, nós derrotamos esse projeto lá na Comissão de Administração Pública e Relações do Trabalho.

Aí eles deixaram o tempo correr, porque quando se esgotam os 45 dias, tem que vir para o plenário, vem com a urgência, e nós vamos debater aqui. Esse projeto visa, mais uma vez, fazer aquilo que o João Doria gosta de fazer: tirar dos pobres para dar para os ricos, tirar dos pobres para dar para os empresários.

Eu vi aqui, nesta Casa, vários deputados - 68 ou 70 deputados - votando a favor do fechamento da Dersa, da extinção da Dersa, fechamento da Emplasa, extinção da Emplasa, fechamento da CPOS, extinção da CPOS, fechamento da Codasp; e os deputados votando, mas com a maior tranquilidade, como se os trabalhadores envolvidos nessas empresas não valessem para nada.

São 769 da Dersa. Somadas as quatro empresas, dá quase dois mil trabalhadores. Os deputados desta Casa votaram, a base aliada do governo votou a favor. Tinha o Novo, que era a favor; o PSL era a favor, e a base do governo votou a favor. Contra, apenas a companheira Leci, do PCdoB, minha amiga e companheira votou contra, a bancada do PSOL, a bancada do PT, mais alguns outros deputados, um ou outro que acabou votando contra.

Então, nós temos que parar de pegar os projetos, deputado Campos Machado, do João Doria, que favorecem apenas os ricos. Toda vez que for favorecer... Vamos imaginar que um advogado que trabalhou nesse processo cobre lá 20 por cento. De 31 mil reais, vai ter lá seis mil reais de honorários.

O trabalhador não vai mais receber os 31, vai receber 24. Tem mais outras despesas cartorárias que ele tem que pagar, 23 mil reais. Se baixar para 11, vai receber sete mil reais. Então nós precisamos mobilizar este plenário para dizer não a esse projeto. Tem um compromisso do Carlão, assumido hoje no Colégio de Líderes, de tentar construir uma emenda aglutinativa. Vamos ver para que lado vai essa emenda aglutinativa.

Eu não consegui participar do ato aqui fora hoje sobre o Projeto nº 899. Eu estava no Colégio de Líderes, mas eu sei que teve deputados da minha bancada que estiveram lá presentes: a deputada Bebel, o deputado Dr. Jorge, o deputado Paulo Fiorilo. Não sei quais outros que estiveram exatamente para apoiar, porque não é só a tensão bancada da Segurança Pública. Isso vale para os policiais. O policial que ganhou uma ação contra o Estado, se ele tiver direito na ação a 30 mil, se baixar para 11, os 30 mil viram precatório.

A bancada da Segurança Pública aqui - eu não vou chamar do que a imprensa chama - neste momento não estou vendo nenhum, mas se um tenente, um cabo, um praça, um policial, um sargento, fizer uma ação contra o Estado... Às vezes pode ser uma ação por maus-tratos, pode ser um processo trabalhista, pode ser alguma coisa que o Estado deixou de pagar e ele ganhar, se esse projeto for aprovado, passou de 11 mil reais, deputado Campos Machado, vira precatório.

É o João Doria querendo enxugar parte da folha do Estado nas costas dos que ganham menos. Não é no comissionado do governo; não é no secretariado do governo; não é nos amigos do rei; não é nos amigos do João Doria e nem é no setor privado.

É incrível como esse governador de direita funciona para os empresários, funciona para os mais ricos. Também ele tem uma empresa e ele disse que tem que acabar com o poder do Estado. Tem que reduzir o máximo o poder do Estado, mas a empresa dele foi formada, deputado Aprigio, sabe em cima de quê? Eventos públicos com o dinheiro público, ganhando, sobrevivendo, se sustentando do dinheiro público.

Foi dessa maneira, boa parte do patrimônio que ele construiu foi formada dessa maneira, em cima do dinheiro público. Então nós precisamos aqui impor uma derrota fragorosa a esse Projeto nº 899. Muito obrigado pela tolerância, Sr. Presidente.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Para encaminhar pelo PTB.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Tem V. Exa. o tempo regimental para encaminhar pelo PTB.

 

A SRA. EDNA MACEDO - REPUBLICANOS - Sr. Presidente, para uma comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Enquanto o deputado Campos Machado se dirige à tribuna, com a anuência dele tem V. Exa. o tempo regimental de dois minutos para uma comunicação.

 

A SRA. EDNA MACEDO - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO -  Eu quero cumprimentar e saudar todos os professores da rede municipal e da rede estadual do nosso estado e dizer a eles que têm o meu respeito, o meu carinho, a minha admiração. E eles precisam ser mais respeitados pelos alunos, pelos pais, porque são os mestres, são os nossos educadores, são os nossos instrutores.

Os pais são obrigados a educar, mas os professores têm a missão de instruir o nosso primeiro bê-á-bá. O nosso primeiro ABC nós aprendemos com os professores. Então eu quero render aqui a minha gratidão por tudo que eu aprendi com os meus professores e quero deixar o meu abraço carinhoso e saudá-los pelo dia de hoje, que é o Dia do Professor. Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Gilmaci Santos.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Com a palavra o deputado Campos Machado.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, estou perplexo nesta noite. Deputada Leci Brandão, eu não sei qual o caminho do PT, sinceramente eu não sei. O discurso é um, a ação é outra. Acabamos de ouvir o deputado Barba dizendo que depois que completar o número suficiente de quórum para votação, eles vão aparecer para votar “sim”.

Vota logo. O que está acontecendo? Já não é a primeira vez. Estou estranhando o “sim” da bancada do PT no caso do empréstimo de 1 bilhão de reais da tal Caoa. O PT votou tranquila e mansamente. Eu mantive minha posição. Agora, nesse projeto, o PT, que posição tem? É “sim” ou “não”?

Depois que terminar a votação, aí eles vão votar “sim”. Me desculpa, me desculpa. Isso não é posição aqui e em nenhum lugar do mundo. As posições têm que ser definitivas: inicial, no meio e no final.

Estou sim estranhando. Mas o PT faz críticas e vota “sim”? Eu faço críticas e voto “não”. O PT faz críticas e vota “sim”. Então a minha perplexidade está chegando aos limites. Mesmo assim tem alguns deputados desta Casa que acham que só eles defendem empregos. Só eles que querem empregos. Só eles que têm cara de trabalhador. Só eles trabalham. Eles fazem isso, aquilo e aquilo. E os outros? Aqui não tem dono de emprego nem ditador do proletariado.

Não votei o projeto de 1 bilhão porque mantenho a mesma perplexidade que eu mantinha antes em relação à Caoa, cujo proprietário tem uma folha corrida que começa aqui e termina lá em Guaianases. Não votei por causa disso. E também não voto nesse projeto porque é um projeto que não diz nada em lugar nenhum. Mas quero lembrar a bancada do PSB: eu fui fiel ao governador Márcio França do começo ao fim. Perdemos as eleições. O que eu faço? Me mantenho na posição.

Agora estou lendo aqui: “Doria diz que a culpa pelo corte de 108 milhões na gestão é do Márcio França.” Não posso concordar com isso. Votei no Márcio França. Votei nele. Acreditei nele. De repente, como num passe de mágica, vou dizer que ele é culpado do Orçamento? Não tenho nada com a bancada do PSB, mas está aqui, na “Folha de S. Paulo” de hoje.

Que culpa tenho eu que o governador João Agripino disse que foi a gestão Márcio França que é culpado da diminuição do recurso na área social? Não tenho culpa. Não tenho a me atribuir nada. Apenas estou me posicionando que acho incorreto um governador, ao invés de governar, criticar a gestão anterior.

Como será que se sente o governador Márcio França nesse momento, quando vê o seu nome recebendo críticas do atual governador? E a sua bancada vai inteirinha votar. Tem certas coisas que não aprendi ainda. Não aprendi. Não fui eu que disse. Está na “Folha de S. Paulo”.

Por essas e outras razões, não posso votar um projeto que não acredito. Não posso agir como o PT, que é fácil. É fácil. Venho e digo: “Não sou responsável pelo quórum”. Mas depois que meter o quórum eu voto. Vota como? Vota “sim”. Alguém, tem algum psicólogo aqui nesta sala, um especialista que possa me explicar, algum psiquiatra que possa vir e me explicar o comportamento.

A deputada Maria Lúcia Amary fez psicologia? Não, né. Quem fez psicologia aqui? Então, por favor, deputada Beth Sahão, explique-me o comportamento da sua bancada, que não estou entendendo. A senhora não vai dizer que dois e dois são cinco; só Caetano Veloso é que diz isso. Não é, deputado Danilo? Dois e dois são quatro.

O que eu estou questionando aqui... Cada bancada tem a sua posição. Eu não tenho nada com isso. Eu tenho o direito, deputada Erica, de estranhar, meu Deus do céu. De repente, passa uma nuvem escura e muda tudo? Uma ventania, um tsunami? E aí eu faço um discurso dizendo: “nós somos contra o governador, nós somos isso, somos aquilo”. E vota “sim”.

Parabéns ao deputado Carlão Pignatari. O trabalho dele, o esforço. Estou te louvando. E o PT - eu vou dizer, eu não falo por trás – causa-me perplexidade, deputado Paulo. A mudança repentina são os ventos que saem do sul e vão ao norte. E de repente, milagrosamente, vocês são favoráveis ao bilhão para a Caoa. E agora, favoráveis de novo a tomar de empréstimo. Ninguém garante, ninguém tem certeza de que vai haver esse investimento.

Agora nós vamos ouvir explicações do PT. Eles vão explicar que Jesus e Genésio são coisas diferentes. Eu respeito a posição do líder da bancada, meu amigo, deputado Barba, e do doutor Paulo, que na sessão passada fez críticas pesadas ao Projeto 04, críticas que atingiram a família fazendária. Eu não pude dizer na oportunidade, porque V. Exa. não estava em plenário, e eu não falo por trás.

Por isso, meu caro deputado Edmir Chedid, V. Exa. tem história. A família tem história. Vossa Excelência está aqui há 25 anos. E V. Exa. sabe: é difícil entender essa mudança dos ventos. Não dá para entender. Eu prego uma coisa, eu prego o amor a Deus e acendo uma vela ao diabo? Eu acho que ninguém tem que me explicar nada. Não quero explicação nenhuma. O partido não é meu; não faço parte da bancada.

Só que eu tenho o direito de ficar perplexo, de ficar perguntando a mim mesmo: o que teria acontecido? Que mistério é esse? Como tais fatos estão acontecendo aqui no plenário da maior Assembleia da América Latina? Pode ser que até o final eu entenda, com um olhar diferente.

Quem sabe eu estou precisando mesmo de uma terapeuta que me aconselhe, oriente-me a entender essa virada brusca da bancada petista. Só a terapia pode tirar de mim... Eu confesso: talvez eu precise de uma terapeuta, presidente Gilmaci, para entender essa mudança dos ventos.

 

O SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - Sr. Presidente, para encaminhar o projeto.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Para encaminhar o projeto, tem V. Exa. o tempo regimental pelo PSB.

 

O SR. VINÍCIUS CAMARINHA – PSB – SEM REVISÃO DO ORADOR – Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público que nos acompanha na TV Assembleia, nas galerias desta Casa, Sr. Presidente, é bem verdade que nós vivemos tempos difíceis na política brasileira.

Posições, extrema direita, extrema esquerda, as confusões partidárias a que a gente assiste, deputada Leci Brandão, diariamente nos telejornais, sobre os conflitos internos de cada partido, as posições pessoais dos nossos políticos e homens públicos, que, às vezes, expõem o Brasil e o estado de São Paulo.

Não são tempos fáceis; são tempos difíceis. E, a nossa bancada do PSB, o nosso PSB, que teve a coragem de enfrentar uma eleição difícil, enfrentando uma estrutura de governo que vem há mais de 30 anos no governo do PSDB.

O governador Márcio França, então vice-governador do governador Geraldo Alckmin, lançou-se candidato, contou com o apoio de grandes aliados, amigos, o PTB, o deputado Campos Machado, que foi um leal companheiro de campanha, de boas ideias.

Mas, infelizmente, quis o destino que nós não pudéssemos, deputado Aprigio, do Podemos, que caminhou conosco, e nós não pudemos vencer as eleições, uma eleição apertada, acirrada, com 3% no segundo turno a diferença que levou o atual governador João Doria nas urnas.

E é verdade que a nossa bancada do PSB fez uma profunda reflexão, deputado Campos Machado, de como seria a nossa postura aqui na Casa com a participação do ex-governador Márcio França.

A nossa postura aqui na Casa nunca foi às escondidas; muito menos, às escondidas do nosso querido companheiro presidente estadual do nosso PSB, o governador Márcio França.

E ele teve a grandeza, nobres colegas, e ele teve a grandeza de, no diálogo que teve conosco, e isso é grandeza de espírito, não é pequenez política de indicar à nossa bancada o caminho que pudesse ser o caminho de conquistas para o povo de São Paulo.

Que nós, apesar de termos perdido as eleições, deputado Márcio, que caminhou conosco, apesar de nós termos perdido as eleições, nós não deveremos trazer para esse palco, para essa Casa, qualquer rancor, qualquer ódio, que pudesse contaminar bons projetos de interesse do Governo do Estado.

A bancada do PSB, em momento nenhum, desejou participar do Governo; em momento nenhum – em momento nenhum – indicou qualquer posição no Governo de São Paulo.

Mas, nós não recusamos dialogar projetos; nós não recusamos dialogar esse projeto, que trata da despoluição do Rio Tietê. Nós não recusamos. E tantos outros projetos que estão na nossa Casa.

Então, a nossa bancada do PSB não aceita insinuações de que nós vamos para lá ou para cá, ou coisas parecidas. Não cabe à nossa bancada essas posições, mesmo que as tenha adquirido de companheiros e amigos leais que nós temos aqui nesta Casa.

Feitas essas considerações, Sr. Presidente, nós temos a tranquilidade, nós temos o equilíbrio, nós temos a honradez e a dignidade de dizer que a nossa bancada vota conforme as nossas convicções, decididas pelos nossos deputados, com a orientação do nosso presidente, Márcio França, dos nossos filiados e do nosso diretório.

A bancada do PSB não tem rabo preso com ninguém, nem com o governo, nem com PT, nem com a oposição. O nosso compromisso é com a população, sofrida, desempregada, procurando um caminho, um caminho para o desfavelamento, onde nós precisamos ter, urgentemente, um programa habitacional à altura, deputado Enio, seja o Minha Casa Minha Vida, seja pelo CDHU, mas o povo precisa de um programa habitacional para os mais pobres, precisa de um programa de geração de emprego, precisa de uma resposta do SUS.

É isso. É isso que nós precisamos começar a debater cada vez mais nesta Casa, deputada Leci Brandão. O povo está sofrendo nas ruas de todos os cantos do nosso estado de São Paulo. É bem verdade que o Parlamento do estado de São Paulo não tem a força que o Poder Executivo tem, de realizar, de executar, de fazer, mas nós temos a força política, de cobrar, de fazer enfrentamento na tribuna, como eu vejo muitos colegas, os senhores, fazendo aqui, mas o enfrentamento de interesse do povo, gente.

Todos nós aqui temos relação com as pessoas. Nós estamos vendo o cenário difícil da nossa população, e a nossa bancada do PSB tem esse compromisso de defender os bons projetos, e assim faremos, sem nenhum compromisso com nenhuma agremiação partidária, a não ser com os bons projetos que nós temos, respeitando todas elas e respeitando os amigos e companheiros que aqui estão e que sempre caminharam conosco, e que estiveram conosco em momentos importantes.

Tanto é que eu, quando cheguei a esta Casa, protocolei uma CPI que não foi uma CPI política, não. Foi uma CPI para que nós pudéssemos investigar a poluição dos rios de São Paulo. Não tem cabimento, em pleno 2019, na tecnologia que nós vivemos, nós adentrarmos em São Paulo e aquele odor horroroso, um fedor horroroso.

Uma das principais capitais da América Latina, com o PIB, com um orçamento de estado maior que a Argentina, deputado Aprigio, e eu escuto que o Rio Tietê vai ser despoluído desde o tempo do governo do Fleury. Agora, me parece que tem um projeto robusto, com tecnologia. Não é mais o desassoreamento. Porque parecia que o desassoreamento era o seguinte, tirava terra no quilômetro 83 e jogava no 85, porque não terminava nunca de desassorear o Rio Tietê e o Pinheiros.

Agora, me parece que foram buscar tecnologias que vão, definitivamente, despoluir o Rio Tietê. Está aqui no projeto, e eu vou votar favorável a esse projeto. Eu vou votar favorável a esse projeto. Eu acho um projeto importante para o estado de São Paulo, e quero acompanhar as obras. O modelo que será implementado, mas eu não vou voltar contra porque ele é do João Doria.

Eu lamento que o governador João Doria tem, em suas falas, acusado o governador Márcio França pelos desajustes do Orçamento do estado de São Paulo. O governador Márcio França foi por nove meses governador do PSDB, que ficou mais de 20 anos no governo do estado. Como é que o Márcio França é culpado de qualquer desarranjo orçamentário, sendo que ele assumiu com o Orçamento pronto, e pouco pôde manobrar ou ajustar o Orçamento, porque era período eleitoral, e isso é impedido pela legislação eleitoral?

Então, meus queridos amigos deputados, a bancada do PSB vai continuar com a sua independência, vai continuar votando de acordo com o interesse da população, com bons projetos. Não temos nenhum compromisso com o PSDB, com o PT, com o PSOL, a não ser com os bons projetos que devemos votar aqui na Casa, de interesse da população.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - Gostaria de indicar a deputada Erica Malunguinho para encaminhar pela bancada do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Tem a deputada Erica Malunguinho o tempo regimental para encaminhar pela bancada do PSOL.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, com anuência...

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Com anuência da nobre deputada Erica Malunguinho, tem V. Exa. uma comunicação.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PARA COMUNICAÇÃO - Queria dizer ao deputado Camarinha que não aceito lições dele. Vá falar em Marília, em sua casa. Eu não aceito lições dele. Nenhuma lição. Não vejo nele condições de me dar lição.

E é minha posição aqui, ao contrário de alguns, que se acham os donos do emprego, os donos do progresso. Será possível que não posso ter uma posição? Será que sou contra o povo de São Paulo? Que não quero uma Saúde boa, uma Educação boa? É só o deputado Camarinha que quer? O partido dele?

O que eu fiz, o que eu disse aqui,  é que não tenho cara para ver, para ouvir, para ler... Eu nunca aceitei pejorações em relação a Geraldo Alckmin. Sempre estive aqui, defendendo o Geraldo em qualquer circunstância. E assim vai ser minha vida. Não tenho culpa se fiz a defesa do governador Márcio França.

Agora, o que não posso aceitar é que alguns queiram ser os donos da Saúde. Será possível que quero o mal do povo de São Paulo? Não quero uma Saúde boa? Educação? Transporte? Tenho quase 400 projetos aprovados na Casa. Não tenho que provar nada a ninguém e não posso aceitar lições de quem não tem condições de dá-las. Lealdade é uma questão de alma, de consciência. Cada um faz aquilo que acha melhor.

Obrigado, Sr. Presidente. Obrigado, deputada Erica.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Com a palavra a deputada Erica Malunguinho.

 

A SRA. ERICA MALUNGUINHO - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a “todes”. Estava lendo o projeto de despoluição do Tietê e, haja vista que não há nada que trate sobre despoluição, apenas sobre empréstimo... Inclusive, achei uma matéria de 2015 que fala que a despoluição do Tietê já consumiu oito bilhões e está longe de acabar.

Enfim, acho que esse debate sobre a despoluição do rio é muito importante e precisa ser feito de forma profunda, porque já percebemos, no decorrer de anos, que o pretexto da despoluição deve estar a serviço de alguma outra coisa, menos a despoluição, porque ninguém viu nenhuma melhoria no Rio Tietê desde que começou esse processo.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Deputada, só um minutinho para corrigirmos o nosso relógio, que está marcando o seu tempo.

 

A SRA. ERICA MALUNGUINHO - PSOL - Pode deixar.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Não, vamos corrigir o seu tempo. O painel está um pouco desajustado. Está lento.

 

A SRA. ERICA MALUNGUINHO - PSOL - Eu vou falando enquanto vão regularizando.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Já está voltando, é questão de mais alguns segundos. Ok, deputada, com a palavra.

 

A SRA. ERICA MALUNGUINHO - PSOL - Ok. Enfim, o projeto trata de tudo, menos de despoluição. Acho que isso é um gancho para a gente falar de um tema que a deputada Monica gosta muito de tecer, que é a educação ambiental, que também nos leva para um outro lugar tão importante. Educação ambiental que, obviamente, também deve ser e é pautada nas escolas - olha só -, escolas que são a casa e o lugar de ação de uma das figuras mais importantes da sociedade, de todas as sociedades, que são os professores.

Fiquei muito gostosa de ouvir tantos elogios aos professores. Fui professora durante muitos anos, da educação infantil, ensino fundamental. Dei aula para professores da rede pública também durante muitos anos. Minha mãe foi professora durante um tempo de sua vida.

Acho muito interessante que todos esses elogios e agradecimentos no dia 15 de outubro não se reflitam efetivamente no que melhoraria e no que esses elogios poderiam fazer de diferente na vida dos professores. Eu queria saber quantas vezes nós discutimos aqui, por exemplo, sobre superlotação em salas de aula?

Quantas vezes nós discutimos aqui sobre salário de professores? É uma pauta constante, mas não é só sobre salário. A gente fala sobre qualidade de trabalho. O professor é um trabalhador e, como trabalhador desvalorizado neste país, arca com o ônus, sim, da desvalorização não só da sua profissão enquanto categoria, mas enquanto sujeito, enquanto o humano que o professor é.

Quantas vezes nós não temos assistido que o tema essencial da Educação no Brasil é a Escola sem Partido, ou então o ensino domiciliar? Realmente a gente está preocupada com os professores? Realmente é uma preocupação com os professores, quando eles estão sendo vítimas de perseguição por pessoas que têm uma mentalidade ideologicamente construída de forma a acabar com essa carreira?

O professor não é só o ser que ensina, ele não é um transmissor de conhecimento, está muito além disso. O professor é um mediador, é um ser generoso que faz a mediação entre o conhecimento e a necessidade de aprender. É a pessoa que está ali, no meio das relações, mediando, fazendo com que os processos formativos se tornem possíveis.

 Diferentemente do que acreditam esses defensores da Escola sem Partido, que não existe, o professor não faz lobotomia ou lavagem cerebral ou induz estudante para uma coisa ou outra, muito pelo contrário. Se os professores tivessem a condição de fazer isso sempre, não teríamos pessoas hoje que falariam asneiras como essas, não teríamos pessoas hoje que estariam defendendo projetos que são contrários a toda possibilidade de sociedade, de diversidade, de respeito e de igualdade.

Se o professor tivesse essa prerrogativa - infelizmente muitos deles estão ceifados por não terem o processo formativo que lhes é adequado por falta de investimento -, não haveria pessoas que teriam a cognição precária a ponto de tecer comentários como esses.

E olhem só, essas mesmas pessoas que falam que o professor não deve ser um ser ideológico, etc. e tal, que os professores estão praticando violência nas escolas e que, inclusive, trouxe uma foto aqui de uma situação lamentável que aconteceu na USP... Eu acho que essa pessoa que estava aqui deveria frequentar a Universidade de São Paulo.

Não que eu ache que a universidade seja o único lugar onde se conduzem os processos de aprendizagem, mas seria importante fazer um curso, tomar uma aula para, quem sabe,  começar a entender que a Educação vai muito além da indução ou de qualquer coisa a ser transmitida. Educação é mediação, é mediação.

E vejam só: essa mesma pessoa que falou da situação lamentável que aconteceu na USP foi a pessoa que aqui, neste mesmo plenário, falou que tiraria uma travesti a tapas de um banheiro. Vejam bem que anacrônico, que anacrônico. E são as mesmas pessoas que defendem um projeto que exclui pessoas trans de estarem nos esportes. Que anacrônico! São as mesmas pessoas que tiraram as mulheres trans da possibilidade de estarem no dossiê mulher, que averiguava a violência contra a mulher. Que anacrônico, que anacrônico.

De que Educação estamos falando, de que docência estamos falando? Educar é para a sociedade, a docência é para a diversidade. O professor é um ser legítimo para promover a diversidade. No entanto, os que saúdam aqui a carreira docente são os mesmos que ferem constantemente a possibilidade de uma sociedade diversa, como são todas as salas de aula.

Todas as salas de aula são diversas. Existem pessoas de diversas origens, diversas naturezas, diversas condições étnicas, orientações sexuais e identidades de gênero. Quando Campos Machado vem aqui e denuncia algo muito importante... O Campos Machado denunciou aqui piadas racistas, de cunho racista, à minha pessoa.  Isso significa o quê? Isso significa que estamos regidos por qual lei e por quais regras? E ainda dizem que eu fico dando adjetivos de transfóbico etc. Primeiro que eu nunca falei isso, mas eu quero falar sobre violências estruturais e sobre criminalização.

O racismo, assim como a homotransfobia são crimes. A homotransfobia foi tida como crime recentemente e o racismo há muito tempo, há décadas. Mas vejam bem, quem pratica racismo, assim como transfobia são racistas e são transfóbicos, logo, segundo a lei, são criminosos.

Campos Machado fez uma denúncia muito importante. Quando se faz uma moção de repúdio em relação àquele senhor lá em Santos que falou que os pardos não servem para nada etc, isso deveria ser aplicado aqui também, porque quem tem coragem de falar, Campos, imagino que dentro dessa pessoa muito mais é feito.

Essas pessoas que têm coragem de verbalizar o racismo e suas violências estruturais, elas agem muito antes, bloqueando projetos que são importantes e afirmativos em relação à reparação dessas violências, fazendo impulsionar projetos que excluem cada vez mais essas pessoas. Ou acham que o racismo é uma teoria?

O racismo é estrutural, histórico e se institucionaliza. E é sobre isso que a escola deveria tomar partido também. Isso não quer dizer sobre partido, esquerda ou direita, significa sobre o partido da sociedade, que deve ser regida pela diversidade e por todos que nela habitam. E isso diz respeito a “todes”. Não a mim, apenas, como a única trans desse lugar. Ou como dois ou três negros que tem aqui.

Esses lugares deveriam ter a reflexo da sociedade brasileira. Quando não há o reflexo há um erro. Um erro estrutural que se institucionaliza. É sobre isso que a docência deve tratar. É sobre isso que a escola deve tratar, para que nós não achemos normal termos um Brasil de maioria de mulheres e elas não estarem devidamente representadas aqui. De maioria de negros e eles não estarem em maioria nos lugares de poder. Como pode isso?

Existe um problema, sim. Existe um problema estrutural que diz respeito à Educação, que diz respeito aos parlamentos, mas o que esperar de um País que, enquanto estão saudando os professores, os incentivos à pesquisa e à docência estão em decréscimo? O que dizer desse País?

O que esperar de um País que tem um presidente, uma pessoa democraticamente eleita por acidente, que diz que prefere um filho morto a um filho gay? O que esperar de um parlamentar que sobe aqui e diz que homem com homem só faz bucho de chope? Vejam bem. Eu fico pensando aonde foi que a educação falhou. Ou, aliás, existe algo que vai muito além da escola. Algo que vai muito além da escola e que formula e foge a muitas mentalidades e que são responsáveis pela precarização, pela violência, pela pauperização e pela exclusão de pessoas.

Nunca vocês vão me ver aqui trazendo um projeto que exclua ou que tente tirar de alguém, muito menos das pessoas que estão precarizadas, algum direito. Acho que a gente poderia fazer um exercício de sermos mais afirmativas.

Obrigada.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA – PSOL – Pela ordem, presidente. Eu queria pedir uma breve comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE – GILMACI SANTOS – REPUBLICANOS – Deputada, nós vamos colocar em votação o projeto, enquanto estivermos com o sinal intermitente tocando a V. Exa. faz a comunicação. Pode ser?

Em votação o projeto salvo emendas. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis permaneçam como se encontram. Aprovado.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA – PSOL – Eu queria uma verificação de votação.

 

O SR. PRESIDENTE – GILMACI SANTOS – REPUBLICANOS – Sras. Deputadas e Srs. Deputados, vamos proceder à verificação de votação pelo sistema eletrônico. A partir desse momento estamos fazendo soar o sinal intermitente por quatro minutos, para que as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que não se encontram em plenário tomem conhecimento da votação que se realizará.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Então, vou aproveitar este tempo aqui para chamar a atenção dos senhores e colegas, muito honestamente, porque mais uma vez a gente vai votar um projeto econômico-financeiro.

Ele se trata de um pedido de empréstimo de banco nacional e internacional para uma obra que quase todo mundo aqui concorda, que é necessária, que é a despoluição do Rio Tietê, embora o projeto não fale especificamente do rio, mas, sim, da operação financeira.

Este projeto recebeu diversas emendas, que é o item que a gente vai votar a seguir. Entre elas, estão emendas importantes sobre fiscalização e transparência, que nem são da  minha bancada, mas eu peço para os senhores se atentarem também aos itens das emendas, porque a gente não pode recorrer ao erro de aprovar mais um projeto milionário de despoluição necessária do Rio Tietê e não impor a este projeto um controle e transparência para garantir que, de fato, a gente conquiste a despoluição do rio.

Então, a minha comunicação aqui pré-votação é para pedir para os senhores se atentarem para as emendas e que a gente consiga, pelo menos, num processo de redução de danos, garantir a fiscalização e a transparência da execução dessa obra, mais uma obra milionária.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Decorridos quatro minutos, o sistema eletrônico vai ficar aberto para que as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados votem “sim”, “não” ou registrem abstenção nos terminais dispostos em suas mesas.

 

* * *

 

- É iniciada a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

* * *

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Sr. Presidente, para registrar a obstrução da bancada do PT.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O PT está em obstrução.

 

O SR. HENI OZI CUKIER - NOVO - Sr. Presidente, quero colocar o Novo em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O Novo está em obstrução.

 

O SR. TENENTE NASCIMENTO - PSL - Sr. Presidente, com a anuência do líder, o PSL está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Com a anuência do líder, o PSL está em obstrução.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - Sr. Presidente, o PCdoB está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O PCdoB está em obstrução.

 

A SRA. ERICA MALUNGUINHO - PSOL - Sr. Presidente, com a anuência da líder, quero colocar o PSOL em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Com a anuência da líder, o PSOL está em obstrução.

 

 A SRA. ADRIANA BORGO - PROS - PROS em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O PROS está em obstrução.

 

O SR. MARCIO NAKASHIMA - PDT - PDT em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O PDT está em obstrução.

 

O SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - Requerer o PSB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O PSB está em obstrução.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Com anuência do meu líder, colocar o PP em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Com anuência do seu líder, o PP - Progressistas - está em obstrução.

 

O SR. ESTEVAM GALVÃO - DEM - Democratas em obstrução com a anuência do líder.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O Democratas está em obstrução com anuência do líder.

 

O SR. ALEX DE MADUREIRA - PSD - Colocar o PSD em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O PSD está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Estão abertos neste momento os microfones de aparte para a Sra. Deputada ou o Sr. Deputado que não conseguiu registrar o seu voto o faça agora.

 

* * *

 

- É feita a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS – Pergunto se mais alguma Sra. Deputada ou Sr. Deputado deseja registrar o seu voto.

Passamos então à alteração de voto. Pergunto se tem alguma Sr. Deputado ou Sr. Deputado que deseja alterar o seu voto.

Não havendo, passamos então a proclamar o resultado. Participaram do processo 76 Sras. Deputadas e Srs. Deputados. 57 votaram “sim”, 17 “não”, uma abstenção, e este presidente. Quórum que aprova o projeto, salvo emendas.

Item 2. Em votação, as emendas de 1 a 15.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL – Pela ordem.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, a deputada Mônica.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL – Eu gostaria de encaminhar pela bancada do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS – É regimental. Tem V. Exa. o tempo de 10 minutos para fazer o encaminhamento às emendas.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL – SEM REVISÃO DO ORADOR – Mais uma vez, dando um tempo, uma pausa neste importante debate, aprovado agora o projeto de tomada de dinheiro emprestado de banco nacional e internacional, que diz o governo que é para a despoluição do Rio Tietê, volto a pedir para os senhores a responsabilidade necessária com essa pauta.

O Rio Tietê percorre centenas de cidades que estão com falta de água, mata bicho, mata gente. A poluição é intragável em muitas cidades, inclusive aqui na capital.

Então concordo que muitos de vocês se sintam responsabilizados a fazer o que for necessário para a despoluição desse rio tão importante. Nesse sentido, quero pedir que a gente não faça uma votação simbólica, mas uma votação real e atenta às emendas. As emendas não foram construídas pela minha bancada...

Senhores, por favor. O plenário está agitado hoje.

As emendas não foram construídas pela minha bancada. Mas tem muitas emendas importantes para que a gente tenha um projeto e uma execução eficiente. Quero chamar a atenção, e vou pedir votação nominal, com a esperança que os senhores também aprovem um projeto mais transparente e eficiente, já que o projeto foi aprovado.

A Emenda nº 5 diz que a Artesp tem que fiscalizar a obra e mandar relatórios semestrais para a gente, para a Assembleia Legislativa, para que gente possa garantir, de conjunto, que finalmente tenhamos dinheiro investido de fato na despoluição. A Emenda 5 se trata de transparência e do acompanhamento desta Casa na execução da obra. E a Emenda no 13 pede que a Secretaria de Meio Ambiente venha quadrimestralmente aqui na Comissão de Obras e Infraestrutura, da qual eu também não faço parte, tirar todas as dúvidas que a comissão e a Casa tiverem a respeito da obra. Veja bem.

Senhores, mais uma vez eu vou pedir a colaboração de todos, então, para a gente conseguir encaminhar em conjunto. Eu vou pedir uma verificação de votação nas emendas, porque eu considero que as emendas...

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, eu gostaria de pedir atenção, porque nós temos uma oradora na tribuna. Por gentileza, que as conversas paralelas diminuíssem um pouquinho. Muito obrigado, senhores.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - Muito obrigada, presidente. A gente está aprovando aqui, acabou de aprovar, um projeto muito sério. E o que eu estava dizendo é que eu considero que eu entendo o posicionamento dos senhores de querer fazer o que for necessário pela despoluição do Rio Tietê, embora eu discorde de que a gente tenha que tomar dinheiro, mais uma vez, para isso. O que eu estou pedindo é atenção às emendas, que eu vou pedir uma verificação de votação, porque tem emendas que aperfeiçoam o texto.

Eu estou pedindo honestamente a atenção de todos da Casa, porque as emendas falam do nosso próprio controle, como Assembleia Legislativa, à execução desse projeto. As emendas não são minhas, não foram construídas pela minha bancada. Mas, das 15 emendas protocoladas, tem duas especificamente que eu quero chamar a atenção dos senhores: a Emenda no 5, que fala que a Artesp tem que acompanhar a obra e emitir relatório semestral sobre o andamento dela. Isso é importante para que a gente, de novo, não caia em mais bons anos, aí, de projeto de despoluição que não chega a um resultado feliz.

E a Emenda no 13, que pede que a Secretaria de Meio Ambiente também acompanhe e venha a cada quatro meses aqui na Comissão de Obras dizer como está o andamento da Casa e tirar dúvidas dos senhores. Eu também não componho a Comissão de Obras e Infraestrutura. Por isso, eu quero pedir a atenção dos senhores, porque esses itens aperfeiçoam o projeto, dão mais transparência e controle da execução dessa obra milionária, que essa Assembleia Legislativa...

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Mais uma vez, Srs. Deputados, pedir a gentileza. Nós temos uma oradora na tribuna. Muito obrigado.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - Que a Assembleia Legislativa acabou de aprovar. A gente aprovou, mais uma vez, o que há 20 anos o governo PSDB já faz. Então, eu peço que dessa vez, pelo menos, a gente não se isente da fiscalização, da transparência e da participação popular durante a execução desse projeto. Era isso que eu queria fazer, e chamar a atenção de todos, pois vou pedir, sim, uma verificação de votação, porque eu acho que para além do simbolismo, a gente tem que aprovar essas emendas que aperfeiçoam o projeto. Obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Em votação as emendas...

 

O SR.  TEONILIO BARBA LULA - PT - Sr. Presidente, para encaminhar pela bancada do PT.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Tem V. Exa. o tempo regimental.

 

O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Para uma breve comunicação, se o deputado Barba permitir. É rápido.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Com a anuência do orador, tem V. Exa. a palavra.

 

O SR.  ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Só dando uma explicação para a deputada que falou aqui, que não entende onde é que está, que está no Brasil, que não sei o que, que um fala isso, aquilo outro. E que eu falei que dois homens juntos fazem barriga de chope. Eu queria que me provasse que faz menino. É simples assim. É incrível, rapaz, como a gente está que não pode mais expressar nada. Nós estamos num país onde a gente não pode mais dar opinião nenhuma, não pode ser contrário, porque tudo é discriminatório. Torno a dizer: dois homens juntos – barriga de chope. Pronto, qual é o problema? Vou dizer isso 1.000 vezes.

O fato de eu cortar uma perna não quer dizer que eu viro o Saci Pererê, pô. Pelo amor de Deus. Agora, a gente não pode falar nada aqui? Tudo que fala quer cercear, quer falar “não, porque é contra”. É a verdade. Me prova que dois homens juntos fazem barriga de menino, bucho de menino.

Não fazem. É simples assim, deputada Erica. Qual é o problema? Quer dizer que a gente não pode falar mais nada aqui? A gente tem que baixar a cabeça para tudo que se fala? Não vou baixar a cabeça das minhas opiniões.

 

A SRA. ERICA MALUNGUINHO - PSOL - PARA QUESTÃO DE ORDEM - A gente teve aqui, recentemente, o caso da deputada Isa Penna, que foi recitar uma poesia que tinha palavras que provocavam ofensa etc. e tal. Por que o senhor se acha no direito de fazer a mesma coisa?

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Deputada, qual é a questão de ordem, dirigida à Presidência? Nós temos orador na tribuna e um orador aqui. A questão de ordem dirigida à Presidência.

 

A SRA. ERICA MALUNGUINHO - PSOL - Ele está querendo legitimar o preconceito e a discriminação.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Mas isso não é questão de ordem. Qual é a questão de ordem? (Fala fora do microfone.)

 

A SRA. ERICA MALUNGUINHO - PSOL - Exatamente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Ok. Com a palavra, o deputado Teonilio Barba.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT – SEM REVISÃO DO ORADOR – Obrigado, Sr. Presidente Gilmaci Santos, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, primeiro, agradecer aqui à deputada Monica Seixas, que fez a defesa das emendas.

E, esse projeto 836, nós apresentamos 15 emendas. Foram apresentadas 15 emendas dos deputados; uma emenda do deputado Thiago Auricchio; uma emenda do deputado Campos Machado; uma emenda do deputado Emidio de Souza; e, mais doze, treze emendas apresentadas em nome da bancada do PT, pela Liderança do PT.

E, por que nós apresentamos essas emendas? Se vocês pegarem...

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS – Só um minuto, deputado.

Srs. Deputados, mais uma vez eu peço, nós temos um orador na tribuna. Por favor, vamos ouvir o nosso deputado na tribuna.

Obrigado, Srs. Deputados.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT – Se vocês lerem nas nossas emendas, nenhuma das nossas emendas trata de gasto, de aumentar o empréstimo. Todas elas tratam de maior controle e transparência na execução das metas físicas, daquilo que tem que ser implementado, na despoluição do Rio Tietê, na limpeza da calha.

Porque, são vários empréstimos feitos. O deputado Paulo Fiorilo sempre diz assim, olha: “A gente autorizar o governo a fazer esse empréstimo, é mandar dinheiro para o Rio.”

E, é verdade. A nossa intenção quando apoia isso é boa; o problema é que o Governo gasta muito mal o empréstimo, quando não pega e remaneja o dinheiro do empréstimo para uma outra tarefa.

Então, nós apresentamos as emendas. E, quando a deputada Monica vem aqui fazer a defesa – eu agradeço em nome da bancada do Partido dos Trabalhadores, deputada Monica, mas vamos lá.

A Emenda 13, ampliar a fiscalização sobre a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente como forma de evitar conflito de interesses de quem fiscaliza. Por que a gente está propondo isso? É para que a fiscalização seja rigorosa. Além de rigorosa, o ano passado, somado o que foi tomado, o que nós aprovamos aqui o ano passado de empréstimo no Projeto 129, mais esse valor que está sendo discutido aqui, dá mais de um bilhão e 700 milhões de reais.

Então, tem deputados antigos aqui, como o deputado Estevam Galvão, deputado Barros Munhoz, deputado Campos Machado, vários deputados que estão aqui há muito tempo, e que já autorizaram esse governo, o PSDB, a fazer dez, doze, empréstimos para tentar cuidar dessa questão do Rio Pinheiros, do Rio Tietê.

E, aí, acaba acontecendo parte disso que eu falei. Não aplica, não fiscaliza, ninguém fiscaliza. Aqui, a Assembleia que tem a obrigação de fiscalizar, como é majoritariamente, ela é governista, não fiscaliza nada.

Então, por isso que eu voltei a esta tribuna, aqui, novamente, para aqui defender as emendas do PT. Essa é uma coisa que eu queria dizer. A outra questão que eu queria responder aqui a alguns nobres deputados é que a bancada do PT, ela tem uma maneira de atuar.

E, quem orienta a bancada do PT é o PT. Não é outro partido que orienta a bancada do PT. A bancada do PT tem posição. Quando ela acha que o projeto tem uma boa intenção, nós fazemos um debate entre o PT, tomamos posição, ou libera a bancada, ou vota todo mundo unificado.

Mas, não é deputado de outro partido que vai orientar o que o PT vai fazer aqui, não. Nenhum partido aqui tem moral, nem autorização, para querer orientar o que o PT vai fazer, ou querer discutir como é que o PT tem que atuar aqui nesta Assembleia.

Aliás, o PT aqui tem vários adversários. Começa tendo como adversários 27 deputados que foram eleitos na chapa do João Doria. São adversários políticos, disputa política. Tem um adversário, que é o PSDB e o governo João Doria. E tem um adversário político, que é o PSL, que é do Bolsonaro.

Então, nós temos postura aqui. Nós, outro dia, pegamos um projeto do governo aqui, da Educação, recomendado pela Professora Bebel, que conhece, é da área de Educação, conhece Educação como ninguém neste plenário. É professora e é representante das trabalhadoras da Apeoesp, das trabalhadoras da Educação, e dos trabalhadores.

Ela falou assim: “deputado Barba, discute esse projeto no Colégio de Líderes, porque ele é muito importante para a gente organizar as nossas escolas que estão precisando de dinheiro”. Nós não temos dúvida de disputa ideológica. Tem gente aqui que tem dúvida. Aqui não pode discutir partido, não pode discutir ideologia, não pode discutir se é esquerda ou se é direita.

 Nós podemos discutir, porque nós somos de esquerda. Nós temos uma posição política nesta Casa. Aqueles que acham que não tem que ter, nós não vamos condenar. Eu sou uma pessoa que vai defender aqui toda a estrutura partidária do país. Que todos os deputados ou deputadas têm que estar organizados em um partido. Se ele é de direita, vai para a direita, se ele é de esquerda vai para a esquerda, se é de centro, vai para o centro.

Agora, não vou admitir as pessoas subirem e “não pode discutir aqui se é esquerda ou se é direita, aqui não pode ter...”. Que história é essa de “não pode”? Aqui nós podemos discutir e divergir. Quem é de centro é de centro, quem é de direita é de direita, centro à direita é centro à direita. Tem gente que não é nada, não sabe o que é. Problema dele.

Eu vou discutir aqui. Eu não tenho dúvida de quem são meus aliados. Os aliados aqui nossos são um grupo de 15 deputados e deputadas. É o PCdoB, o PSOL e o PT. Por isso vocês são meus inimigos, deputado Estevam Galvão? Não. Nós temos divergência. Nós vamos enfrentar, fazer a disputa partidária, a disputa ideológica, a disputa de projetos.

Esta Casa é uma trincheira de guerra. Aqui tem disputa de interesses. A bancada da Segurança Pública tem um interesse. A bancada que milita aqui que veio do mundo jurídico tem um interesse de defender várias coisas. E, deputado Campos Machado, o senhor que é companheiro, amigo, aqui, deputado que eu aprendi a respeitar, eu não me intitulo proprietário de defender os trabalhadores aqui.

 Eu vou defender os trabalhadores aqui nesta Casa, e vou defender em qualquer lugar deste estado e em qualquer lugar do país. Eu não estou dizendo que isso é uma questão que pertence a mim. Eu não posso ter esse direito de pertencimento só para mim, mas muita gente aqui nesta Casa vota tudo contra os trabalhadores.

Ou quando vota para extinguir a Dersa não está votando contra os trabalhadores?  Quando vota para fechar a CPOS, está votando contra os trabalhadores. Quando vota para fechar a Emplasa, quando vota para fechar a Codasp, quando vota para fazer a junção da Prodesp, incorporando a Imesp, vai sobrar algo em torno de 30 a 40% de trabalhadores que serão demitidos.

Não tem problema vocês dizerem que vocês são a favor disso. Digam, mas não tentem se esconder. Eu vou defender os trabalhadores em qualquer lugar, e não é aqui, não, é em porta de fábrica, na porrada, enfrentando a Polícia às vezes. Não é só nesta tribuna aqui, não. Eu passei mais de 30 anos da minha vida fazendo isso. Nem por isso, eu nunca ofendi aqui um deputado que é da Polícia Civil, deputado ou deputada, ou que é da Polícia Militar. 

Eu não vou me intitular defensor dos trabalhadores. É da minha vida, foi onde eu militei. Deputado Danilo Balas, você tem que, aqui, defender os agentes da Polícia Federal, se não você não vai cumprir uma parte da sua tarefa. A mesma coisa, agora, para o deputado Conte Lopes, para o Major Mecca, atacado pelo governador ontem. Atacado! Eu não tenho nada a ver com o PSL.

Estou citando o Major Mecca porque ele foi atacado pelo governador João Doria. Foram atacados ele, o Major Olímpio, meu adversário político que está no PSL, você, que é meu adversário político, também no PSL, e o deputado Gil Diniz. Porque você vem aqui defender a polícia. Porque você vem aqui defender a PEC 2.

Então, deputados, eu não vou querer ser possessivo de dizer assim: “Aqui nenhum deputado ou deputada pode defender os trabalhadores, pois essa tarefa é minha”. Eu jamais vou fazer isso. Quem quiser, que defenda o seu mundo, a sua área, onde for sua atuação política, a sua militância política.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Em votação as emendas de 1 a 15, englobadamente. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que forem contrários queiram conservar-se como se encontram. (Pausa.) Rejeitadas.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - Sr. Presidente, para pedir uma verificação de votação.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - É regimental. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, vamos proceder à verificação de votação pelo sistema eletrônico. A partir deste momento, estamos fazendo soar o sinal intermitente por quatro minutos, para que as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que não se encontrem em plenário tomem conhecimento da votação que se realizará.

 

* * *

 

- É iniciada a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

* * *

 

O SR. TENENTE NASCIMENTO - PSL - Sr. Presidente, com anuência do líder, para colocar o PSL em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Com anuência do líder, o PSL está em obstrução.

 

O SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - Sr. Presidente, para colocar o PSB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O PSB está em obstrução.

 

O SR. HENI OZI CUKIER - NOVO - Sr. Presidente, para colocar o Novo em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O Novo está em obstrução.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Sr. Presidente, com anuência do líder, para colocar o PT em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O PT, com anuência do líder, está em obstrução.

 

O SR. SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - Sr. Presidente, para colocar o Republicanos em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O Republicanos está em obstrução.

 

O SR. ALEX DE MADUREIRA - PSD - Sr. Presidente, para colocar o PSD em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O PSD está em obstrução.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Sr. Presidente, com anuência do meu líder, para colocar o Progressistas em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Com anuência do líder, o Progressistas está em obstrução.

 

O SR. ANDRÉ DO PRADO - PL - Sr. Presidente, da mesma forma, colocar o PL em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O PL está em obstrução.

 

O SR. ESTEVAM GALVÃO - DEM - Sr. Presidente, o Democratas está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O Democratas está em obstrução.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - Sr. Presidente, o Avante está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O Avante está em obstrução.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Presidente, uma comunicação, rapidamente?

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, deputado Carlão. Uma comunicação.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Para orientar que a gente vote “não”, para rejeitar as emendas englobadamente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Registrado.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, deputado Teonilio Barba.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Para orientar e pedir para todos os deputados votarem “sim” a todas as emendas registradas neste projeto.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Está registrado.

 

O SR. FERNANDO CURY – CIDADANIA – Coloco o Cidadania em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE – GILMACI SANTOS – REPUBLICANOS – Cidadania em obstrução.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA – PSOL – Coloco a bancada do PSOL em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE – GILMACI SANTOS – REPUBLICANOS – O PSOL está em obstrução.

 

O SR. MARCIO NAKASHIMA – PDT – Coloco o PDT em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE – GILMACI SANTOS – REPUBLICANOS – O PDT está em obstrução.

 

O SR. ALEXANDRE PEREIRA – SD – Solidariedade em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE – GILMACI SANTOS – REPUBLICANOS – O Solidariedade está em obstrução.

 

A SRA. CARLA MORANDO – PSDB – Coloco o PSDB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE – GILMACI SANTOS – REPUBLICANOS – O PSDB está em obstrução.

 

A SRA. ADRAIANA BORGO – PROS – O PROS está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE – GILMACI SANTOS – REPUBLICANOS – O PROS está em obstrução.

 

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- É feita a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

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O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, participaram do processo de votação 64 Sras. Deputadas e Srs. Deputados: 13 votaram “sim”, 49 votaram “não”, uma abstenção, e este deputado na Presidência, quórum que rejeita as emendas, englobadamente.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do disposto no Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos do Regimento Interno, convoco reunião conjunta da Comissão de Constituição, Justiça e Redação e da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento a realizar-se hoje, dez minutos após o término desta sessão,  com a finalidade de apreciar o Projeto de lei Complementar nº 69, de 2019, de autoria da Mesa.

Nos mesmos termos, convoco as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados para uma reunião conjunta da Comissão de Constituição, Justiça e Redação, da Comissão de Administração Pública e Relações do Trabalho e da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento a realizar-se hoje, um minuto após o término da primeira reunião, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei nº 1.061, de 2019, de autoria do nobre deputado Roque Barbiere.

Nos mesmos termos, convoco V. Exas. para uma reunião extraordinária da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento a realizar-se hoje, um minuto após o término da segunda reunião, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei nº 628, de 2019, de autoria do nobre deputado Ataide Teruel.

Nos mesmos termos, convoco V. Exas. para uma reunião conjunta da Comissão de Saúde e da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento a realizar-se hoje, um minuto após o término da última reunião, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei nº 568, de 2019, de autoria do nobre deputado Thiago Auricchio.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, eu requeiro a prorrogação dos nossos trabalhos por um minuto.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - A sessão já foi prorrogada por duas horas e 30 minutos, deputado. Não cabe mais prorrogação. Foi prorrogada pelo máximo, não cabe mais prorrogação.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Então, paciência.

 

A SRA. ERICA MALUNGUINHO - PSOL - PARA RECLAMAÇÃO - Sr. Presidente, eu queria registrar que eu sinto muito pela deselegância constante, por gente que sai do fosso da incivilidade, que parece que saiu do final de uma partida de bolinha de gude e, outra vez, estava assoviando enquanto o congresso de comissões estava reunido, tecendo sobre votos.

Então, sinto muito pela perda de civilidade e pela deselegância constante.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Sr. Presidente, gostaria de pedir, com o acordo dos líderes, o levantamento da presente sessão e que seja consignado o acordo que nós fizemos, no Colégio de Líderes, de dar como duas horas discutido o Projeto do OPV.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, há acordo dos líderes em plenário para que seja levantada a sessão e confirme esse acordo que foi feito no Colégio de Líderes? É isso? Duas horas discutidas esta semana ao Projeto nº 699, não é isso?  Havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com o remanescente da Ordem do Dia de hoje.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 19 horas e 59 minutos.

 

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