18 DE OUTUBRO DE 2019
128ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CORONEL TELHADA e LECI BRANDÃO
Secretaria: LECI BRANDÃO
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - LECI BRANDÃO
Tece considerações sobre o Dia da Música Popular Brasileira,
comemorado ontem. Enaltece o valor histórico da cantora Chiquinha Gonzaga.
Lista gêneros musicais que compõem o patrimônio imaterial do povo brasileiro.
Celebra a arte como forma de luta a favor de minorias e da população menos
favorecida.
3 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Convoca, em nome da Presidência efetiva, sessão solene a ser
realizada no dia 11/11, às 19 horas, para "Comemoração do Dia do Veterano
Militar das Forças Armadas Brasileiras e das Forças Auxiliares", a pedido
do deputado Coronel Telhada.
4 - LECI BRANDÃO
Assume a Presidência.
5 - CORONEL TELHADA
Saúda a cidade de Pontal, e seu irmão Cláudio Telhada, pela
data comemorativa de seus aniversários. Acrescenta que hoje comemora-se o Dia
do Médico, o Dia do Pintor, e o centenário do ator Orlando Drumond, o "Seu
Peru". Lamenta a morte do policial militar aposentado, Carlos Roberto
Costa Martins Júnior, assassinado em São Gonçalo, Rio de Janeiro. Parabeniza a
Polícia Militar pela operação em roubo no aeroporto de Viracopos. Critica
matéria jornalística que sugere excesso e avaliação da Corregedoria da Polícia
Militar. Clama ao governador João Doria que conceda condecorações aos policiais.
Defende o reajuste salarial para a categoria.
6 - CARLOS GIANNAZI
Anuncia visita de integrantes do Centro de Convivência do
Idoso, do Parque da Água Branca. Valoriza o trabalho da instituição. Defende a
manutenção de contrato da entidade com ONG. Repudia comunicado da Secretaria
Municipal da Educação, de Vinhedo, contra professoras que pleiteiam participar
de manifestação. Lembra que o direito de greve é constitucional. Afirma que
deve acionar o Tribunal de Contas e o Ministério Público. Manifesta-se contra
projeto municipal, que autoriza o governo Bruno Covas a alienar terrenos. Lista
escolas ameaçadas pela medida.
7 - CORONEL TELHADA
Para comunicação, faz coro ao pronunciamento do deputado
Carlos Giannazi. Informa que deve visitar, nesta data, Igaraçu do Tietê, para
receber comenda do município.
8 - PRESIDENTE LECI BRANDÃO
Parabeniza o deputado Coronel Telhada.
9 - TENENTE NASCIMENTO
Para comunicação, parabeniza forças policiais pelo trabalho
em ocorrência de roubo no aeroporto de Viracopos, em Campinas. Ressalta que a
decisão do profissional de Segurança Pública é tomada em segundos. Critica
manifestação de advogada contra a ação policial de abater meliante que mantinha
reféns.
10 - JANAINA PASCHOAL
Para comunicação, apoia o desfecho de operação policial em
roubo no aeroporto de Viracopos. Defende a preservação da vida e da integridade
física de vítimas. Lembra conteúdo por ela ministrado em aulas de Bioética, a
respeito da tomada de decisões. Afirma que é importante não desmerecer ação
policial que obedece à lei.
11 - SARGENTO NERI
Faz coro ao pronunciamento da deputada Janaina Paschoal.
Valoriza ação policial em roubo no aeroporto de Viracopos. Lamenta a
ineficiência da legislação penal vigente. Exibe e critica vídeo de
pronunciamento de deputado federal, a respeito da Polícia Militar. Clama ao
comandante-geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo que reestruture as
classes de praças e de oficiais, com manutenção do posto imediato.
12 - EDNA MACEDO
Critica o governador João Doria por pronunciamento contra
policiais militares veteranos, em evento em Taubaté. Discorre acerca do
trabalho policial, em prol da sociedade. Tece considerações filosóficas sobre
liderança. Lembra promessas da citada autoridade, em campanha eleitoral, não
cumpridas.
13 - JANAINA PASCHOAL
Mostra-se preocupada com conflito político no PSL, a
prejudicar o governo federal e o país. Lamenta a dificuldade de discussão de
ideias, de projetos e de políticas públicas, no presente contexto. Clama aos
envolvidos que compreendam a relevância das funções que ocupam. Coloca-se à
disposição para dialogar com as partes, em prol da conciliação, se for o caso.
14 - JANAINA PASCHOAL
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
15 - LECI BRANDÃO
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão
ordinária do dia 21/10, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Lembra sessão
solene a ser realizada no dia 21/10, às 10 horas, para "Homenagem ao Dia
da Comunidade Húngara". Levanta a sessão.
*
* *
-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Telhada.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP – Presente o
número de assinaturas de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de
Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
Esta Presidência dispensa a leitura da
Ata da sessão anterior e convida a querida deputada Leci Brandão para ler a
resenha do expediente.
A
SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB – Sr. Presidente,
temos aqui uma indicação do nobre deputado Rafa Zimbaldi pedindo para que sejam
destinados recursos, liberação de recursos financeiros que serão destinados à
reforma de campus de Caraguatatuba do Instituto Federal de São Paulo.
E, um requerimento do nobre deputado
Gil Diniz pedindo para que seja registrado nos Anais desta Casa um voto de
congratulações com a população de Igaraçu do Tietê, pelo aniversário do
município a ser comemorado no dia 19 de outubro.
E, requer ainda que dessa manifestação
dê ciência ao Sr. Prefeito Jairo Segura Ruiz e ao Sr. Presidente da Câmara
Municipal.
Está lida a resenha, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP – Muito
obrigado, Sra. Deputada.
Vamos, portanto, entrar no Pequeno
Expediente, sendo o primeiro orador inscrito o deputado Mauro Bragato. (Pausa.)
Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Deputado Castello Branco. (Pausa.) Deputado
Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.)
Deputado Enio Lula Tatto. (Pausa.) Sra. Deputada Leci Brandão, V. Exa. tem o
tempo regimental.
A
SRA. LECI BRANDÃO – PCdoB
– SEM REVISÃO DO ORADOR – Excelentíssimo Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, nossos telespectadores aqui da TV Alesp, secretárias, secretários,
assessores, assessoria militar, assessoria civil, Sr. Presidente, ontem foi o
Dia da Música Popular Brasileira.
O pessoal fala,
“dia disso, dia daquilo”; ontem, foi o Dia da Música Popular Brasileira, 17 de
outubro. Foi uma data oficializada por meio da Lei 12.624, de 2012, em
homenagem à Francisca Edwiges Neves Gonzaga, mais conhecida como Chiquinha
Gonzaga.
Nesse dia, em
1847, nascia um grande ser humano, uma mulher libertária que se destacou como
compositora, pianista, maestrina; e, era também uma abolicionista ferrenha.
Compôs a
conhecidíssima música “Ó Abre Alas”. Para quem não sabe, deputado Giannazi, V.
Exa., que é da Cultura, também. “Ó abre alas, que eu quero passar”, Chiquinha
Gonzaga.
Essa marchinha
completou 120 carnavais em 2019, e não há quem não conheça essa marchinha no
Brasil. Ela faleceu em 28 de fevereiro de 1935, mas deixou a sua marca na
história da cultura brasileira de forma definitiva.
Por “música
popular brasileira” entende-se toda aquela produção musical de origem popular,
seja samba, chorinho, maxixe, frevo, coco, jongo, maracatu, forró, baião,
música caipira, moda de viola, rap, enfim, entre muitos gêneros musicais que
compõem o riquíssimo patrimônio cultural imaterial do povo brasileiro.
O samba, por
exemplo, é produzido em todo o País; mas, possui diferenças regionais que são
bem interessantes, como o samba de bumbo, o samba de breque, o partido alto, o
samba raiz, o samba de choro, o samba sincopado, o samba enredo, o sambalanço,
o samba rock, o samba reggae e a bossa nova.
Já a
denominação MPB se originou por causa de grandes compositores surgidos na época
dos anos 60. Como os críticos não tinham como definir propriamente a que gênero
musical ia pertencer, então chamamos de MPB, que acabou se tornando um gênero
musical bastante diversificado. Em tempos de retrocesso, deputado Giannazi,
está tudo muito obscuro, está tudo para trás, as ideias, principalmente, é com
satisfação e orgulho que a gente celebra a riqueza cultural do povo brasileiro,
que sempre se expressou por meio da arte. A gente sempre usou a arte como forma
de luta a favor das minorias, a favor dos menos favorecidos, a favor de toda
essa gente que o governo atual detesta e persegue, principalmente.
Viva
a música popular brasileira, viva o povo brasileiro.
Muito
obrigada, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado,
Sra. Deputada.
Antes de chamar os próximos
inscritos para ocuparem o plenário, ou a tribuna, quero dar ciência à Casa do
seguinte ofício:
Sras. Deputadas e Srs. Deputados,
esta Presidência, atendendo solicitação do nobre deputado Coronel Telhada,
convoca V.Sas., nos termos do Art. 18, inciso I, letra “R” do Regimento
Interno, para uma sessão solene a realizar-se no dia 11 de novembro de 2019, às
19 horas, com a finalidade de comemorar o Dia do Veterano Militar das Forças
Armadas Brasileiras e das Forças Auxiliares.
Aproveito para agradecer à
deputada Leci Brandão, que me apoiou nessa sessão, cedendo-me, inclusive, o
local que estava reservado para ela.
Obrigado, deputada.
Próximo deputado, deputada Valeria
Bolsonaro. (Pausa.) Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Deputado Frederico d’Avila.
(Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputada Janaina Paschoal. (Pausa.)
Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Rodrigo Gambale. (Pausa.) Deputada
Analice Fernandes. (Pausa.) Deputado Wellington Moura. (Pausa.) Deputada
Adriana Borgo. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputado Caio França.
(Pausa.)
Solicito que a Sra. Deputada Leci
Brandão assuma a Presidência dos trabalhos.
Obrigado.
*
* *
- Assume a Presidência a Sra. Leci
Brandão.
*
* *
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Seguindo a
lista de oradores inscritos, convido o nobre deputado Coronel Telhada para o
uso da palavra pelo tempo regimental.
O
SR. CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado.
Sra. Deputada,
senhores e senhoras aqui presentes, assessores, funcionários, os deputados aqui
presentes, a todos aqui no plenário, a todos os que nos assistem pela TV ou
pela rede Alesp. Quero saudar aqui também a cabo Dickman e a soldado Raquel, em
nome de quem saúdo toda a nossa Assessoria Policial Militar. Hoje nós estamos guardados
pelas mulheres, viu deputada Leci? São todas mulheres que nos guardam aqui,
então estou tranquilo e sossegado, que sei que estou bem guardado pela nossa
querida Polícia Militar.
Quero começar
aqui saudando a cidade aniversariante, que é a cidade de Pontal. Um grande
abraço a todos os amigos e amigas da querida cidade de Pontal, que hoje
aniversaria. Queiram receber aqui nosso querido abraço, e contem com nosso
trabalho aqui na Assembleia Legislativa.
Hoje, dia 18 de
outubro, é aniversário do meu irmão mais novo, do sargento Cláudio Telhada, a
quem mando um abraço também. Hoje também é comemorado o Dia do Médico. Então,
um abraço a todos os médicos, Sras. Médicas, todos os que cuidam de nós, salvam
nossas vidas. Na Polícia Militar, temos os oficiais médicos, que é um grupo
muito forte, um grupo muito instruído, um grupo que representa muito bem a
Medicina dentro da área militar.
Parabéns a
todos os médicos, não só civis, militares, mas a todos que labutam nessa
difícil missão.
Também hoje é
lembrado, deputada Leci, a senhora falou da MPB ontem, um abraço a todos os
nossos músicos. Hoje também é o Dia do Pintor, não o pintor de quadro, mas o
pintor de parede. É alguém que está sempre ao nosso lado e nós não percebemos.
Aqueles que cuidam da gente nem sempre damos atenção.
É o pintor, é o
faxineiro, é o lixeiro, é o encanador, são pessoas que fazem as coisas
funcionar. Também o mecânico, e a gente não dá a devida atenção. Mas eu queria
lembrar hoje, dia 18 de outubro, também é comemorado o Dia do Pintor, mas é o
pintor de parede. Mas vai um abraço para todo mundo, não vamos esquecer dos
pintores de quadros também, que são artistas. Então, um grande abraço a todos
os amigos pintores.
E hoje, como
curiosidade, eu sempre gosto de trazer curiosidades, eu sou um cara que gosto
muito da parte cênica, da parte artística. Hoje é o dia do centenário do
apresentador Orlando Drummond, que para quem não conhece é o Seu Peru da
Escolinha do Barulho. E, além do Seu Peru, ele tem outros inúmeros personagens
que dublou nos desenhos, no cinema, na televisão. Então, um grande abraço. Eu
não o conheço pessoalmente, o Sr. Orlando Drummond, mas é um ícone da televisão
brasileira, que hoje completa 100 anos de idade. Então, parabéns. Deus o
abençoe. Obrigado por tudo que o senhor fez pela arte brasileira, pela
televisão e saiba que nesta Casa o senhor tem vários apoiadores. Deus te
abençoe. Parabéns ao senhor e toda a família.
Pois bem, vamos
falar agora da nossa parte triste, que, infelizmente, eu diariamente venho
nesta tribuna lembrar da morte de policiais militares. Hoje, infelizmente, mais
um policial militar a lamentar. Lá no Rio de Janeiro. É o policial militar
aposentado Carlos Roberto Costa Martins Júnior, jovem ainda, 42 anos.
Ele e o pai
dele foram mortos dentro da casa, no bairro de São Gonçalo, na região
metropolitana do Rio de Janeiro. O irmão dele também ficou ferido na ação, foi
socorrido, e agora está internado em uma CTI.
Testemunhas
disseram que os criminosos invadiram o imóvel da família, no bairro Paraíso, e
efetuaram vários disparos. Os familiares suspeitam que o PM tenha sido
executado por tentar impedir que traficantes explorassem pontos de vendas de
drogas na região.
O termo é
impróprio aqui, fala em execução. É o que tá ocorrendo. Infelizmente, nós
estamos sofrendo um genocídio de policiais no Brasil. Esse policial, deputada
Leci, V. Exa. que é carioca, no Rio de Janeiro é o 46º policial morto este ano.
É um número muito grave, muito pesado. Ele deixou três filhos, esse policial
morto.
Pensem bem, só
no estado do Rio de Janeiro já são 46 policiais militares... Perdão policiais
executados. Não, são policiais militares mesmo. Se for comparar com policiais
civis, homens das Forças Armadas, acho que já chega a quase cinquenta. É o 46º
policial morto no Rio de Janeiro. É muito triste isso aqui.
Para fechar, eu
tenho alguns segundos, eu só queria aqui, mais uma vez, parabenizar a Polícia
Militar pela excelente ocorrência ontem em Campinas, onde houve um roubo no
Aeroporto de Viracopos, e nesse roubo acabaram morrendo três criminosos.
O roubo não
conseguiu se concretizar. Cinco feridos nessa ocorrência ao final, inclusive um
major da Polícia Militar, subcomandante do batalhão, major Moreira. Foi ferido,
foi operado. Pelo que consta, graças a Deus, passa bem.
Então, parabéns
aos policiais militares da região de Campinas. Parabéns ao Gate, pela ação
cirúrgica que executou, a Rota, que esteve no local. Parabéns a todos policiais
que estiveram no local. Policiais militares, parabéns ao comandante-geral da
Polícia Militar.
Eu só queria
fazer um senão aqui, para vocês, vejam como tem cara sacana na imprensa. É o
termo exato, sacana. Tem determinadas partes da imprensa que eles torcem para o
bandido. Eles querem que o bandido seja valorizado. Aqui fala, no final:
“mulher foi atingida por estilhaços”.
Eu vou ler: “A
mulher de 37 anos que foi feita refém foi submetida a uma cirurgia durante a
tarde de quinta-feira, ontem, depois de ser atingida por estilhaços. A mulher
foi mantida refém das 12 horas às 14 horas, junto de sua filha de nove meses. O
criminoso foi atingido por um disparo efetuado por um atirador de elite da PM e
morreu”. Um atirador do Gate.
“Segundo a
corporação, a mulher foi atingida por estilhaços do disparo, na região dos
glúteos, tendo sido socorrida em estado de saúde estável. Ela entrou no
hospital PUC Campinas às 14 horas e 32 minutos e foi encaminhada para cirurgia.
Não há informações sobre o estado de Saúde dela. A criança foi socorrida sem
nenhum ferimento”.
Estamos
torcendo para que ela esteja bem e se recupere logo. Realmente, é muito triste
ver essa mulher ferida. Aí vem a sacanagem no final. Aí é que está o pulo do
gato, a sacanagem. Termina assim a ocorrência. “A Corregedoria da PM vai apurar
se houve algum tipo de excesso na ação”.
Pelo amor de Deus,
para não falar outra coisa. Roubo de estabelecimento. Eu passei aqui ontem para
vocês a troca de tiros, a fuzilaria de troca de fuzis, os vagabundos todos
armados de fuzil, trocando tiro, atirando a esmo. A polícia chega, consegue
impedir esse roubo, cercar os criminosos, mataram três. Esse vagabundo tomou
uma mulher e uma criança de nove meses de refém, e a polícia matou, graças a
Deus, e é lógico que o jornal já diz que a Corregedoria vai...
Que excesso?
Tem excesso de filha da mãe aqui. Filha da mãe, para não falar outra coisa,
quando diz uma coisa dessas. Já dá a entender que teve excesso. O excesso, como
sempre, é do crime: um vagabundo armado com uma criança de nove meses como
refém. É muito triste quando vemos uma ação da imprensa como essa.
Muito triste,
porque já lança dúvidas na ocorrência. Já deixa dúvidas: “Será que o vagabundo
não foi vítima da violência da PM?” É muita sacanagem para o meu estômago, viu?
Para não falar de outro lugar do corpo.
Para fechar
aqui, permita-me, desculpe o tempo, mas estamos em poucos deputados aqui e
queria falar o seguinte: ontem, o Sr. Governador João Doria esteve no local e
fez um elogio aos policiais. Eu queria, publicamente...
Eu já falei
isso, já mandei até recado ao Sr. Governador e peço que minhas palavras sejam
encaminhadas ao Sr. Governador: quando quiser fazer algum tipo de elogio aos
policiais, por favor, chame os policiais no dia seguinte. Eles estão cansados
na hora da ação. Chame no dia seguinte e não faça elogio: dê medalhas para
esses policiais.
A Polícia
Militar tem uma medalha específica para esse tipo de ação, chamada Láurea de
Mérito Pessoal, o famoso “PMzito”, que as duas policiais que estão aqui
presentes sabem o que significa. Se o policial já tem o primeiro grau do
“PMzito”, ou da Láurea de Mérito Pessoal, dê uma outra medalha da Polícia
Militar para ele.
Nós somos
militares, não somos escolares. Não adianta ficar dando diplominha para nós,
porque o meu policial não tem gabinete, não tem escritório para pendurar
diploma. Ele trabalha na rua, fardado. O militar é homenageado com
condecorações, com medalhas, com elogios em prontuário.
É assim que
deve ser. Então, Sr. Governador, por favor, condecore os policiais que
participaram dessa ação, todos os policiais. O senhor tem o instrumento em
mãos: chama-se Láurea de Mérito Pessoal. É o mínimo que esses policiais
merecem.
Fechando aqui,
nós estamos aguardando, Sr. Governador, entrar nesta Casa o reajuste tão
aguardado pela população e pela tropa, o reajuste salarial das polícias.
Muito obrigado,
Sra. Presidente, e desculpe o tempo excedido.
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Obrigada, Sr.
Deputado. Seguindo a lista de oradores, chamo o Sargento Neri. (Pausa.)
Deputado Carlos Giannazi. Tem V. Exa. o uso da palavra pelo tempo regimental.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, nobre deputada Leci Brandão, Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, público presente, estamos recebendo hoje aqui na
Assembleia Legislativa a honrosa presença da Diva e da Solange, que são duas
integrantes do Centro de Convivência do Idoso do Parque da Água Branca.
Elas vieram
externar uma preocupação, não só delas, mas de várias pessoas que utilizam esse
centro de convivência do idoso, que é um centro de excelência administrado por
uma ONG que faz um trabalho muito importante com a população local. Elas foram
informadas de que não haverá mais a renovação do contrato com essa ONG. Isso é
altamente preocupante e é por isso que elas estão aqui pedindo ajuda para a
Assembleia Legislativa.
Estão
preocupadas, logicamente, porque o Doria tem privatizado tudo. Privatizou o
Jardim Zoológico, privatizou o Jardim Botânico, o Ginásio do Ibirapuera, está
ameaçando acabar com a Furp e com vários outros equipamentos públicos
estratégicos no atendimento à população.
Então, contem
com nosso total apoio nessa luta de vocês. Faremos gestões para que o espaço
seja mantido com o trabalho de excelência que vocês sempre tiveram e merecem
continuar tendo, pois é obrigação do Estado. Não é favor nenhum. Contem com o
nosso total apoio.
Gostaria também
de externar o meu repúdio a um comunicado que foi publicado pela Secretaria
Municipal de Educação de Vinhedo, ameaçando as professoras que não foram ainda incluídas
no plano de carreira, na carreira docente. A LDB obriga todas as prefeituras a
fazerem essa transformação dos cargos de auxiliar de educação infantil para
professora de educação infantil.
Temos a LDB,
tem parecer do Conselho Nacional de Educação, tem Plano Nacional de Educação. É
a lei, mas a prefeitura não faz. Resiste, a prefeitura de Vinhedo. As
professoras auxiliares, ainda designadas como auxiliares de educação infantil,
estão mobilizadas e vão realizar uma manifestação no dia 23. E então sai um
comunicado ameaçando, dizendo que elas não têm direito, que é ilegal, um
absurdo total. Eu fico chocado.
Como uma cidade, uma
prefeitura, fala: “Esclarecemos ainda que a Secretaria Municipal de Negócios
Jurídicos, em parecer fundamentado, concluiu que essa paralisação por parte dos
auxiliares de educação infantil não possui amparo legal”.
Meu Deus, eu acho que
essa Secretaria de Negócios Jurídicos não deve ter advogado lá, porque qualquer
pessoa leiga que conhece minimamente a Constituição Federal sabe que o direito
de greve é garantido, é um direito garantido fundamental, está lá no Art. 5º da
Constituição Federal, como também é o direito de manifestação. É um absurdo!
Isto aqui é um assédio, é
uma perseguição. Além de o município estar irregular em relação à LDB, ao
parecer do Conselho Nacional de Educação, ele também agora, deputada Leci
Brandão, afronta o Art. 5º da Constituição, o direito de greve. Está lá, é uma
conquista histórica dos trabalhadores e das trabalhadoras de todo o Brasil,
inclusive dos servidores públicos.
Então, o nosso total
repúdio a esse comunicado, Sr. Presidente. Esse comunicado, sim, afronta a
legislação. O prefeito tem que cumprir a LDB. Espero que o Tribunal de Contas
do Estado, que eu estou acionando, reprove as contas do prefeito de Vinhedo,
porque ele não está cumprindo a lei, e espero que o Ministério Público Estadual
também tome providências em relação a isso. Todo o nosso apoio à manifestação,
ou greve, ou paralisação das professoras auxiliares de educação infantil de
Vinhedo no próximo dia 23.
Para finalizar a minha
intervenção no dia de hoje, deputada Leci Brandão, eu gostaria também aqui de
fazer uma grave denúncia. Foi aprovado um projeto de lei ainda nesta semana, na
Câmara Municipal, segundo o qual o prefeito Bruno Covas foi autorizado a vender
41 terrenos aqui na cidade de São Paulo, vários deles na área nobre da cidade,
de alto valor especulativo para especulação imobiliária, em Moema, na Vila Nova
Conceição, no Itaim Bibi.
Para agravar a situação,
Srs. Deputados e Sras. Deputadas, existem terrenos que têm escolas, como a Emei
Gabriel Prestes, na Rua da Consolação. O terreno vai ser vendido com a escola,
um absurdo total. Tem outra escola, a Emef Maria Antonieta D’Alkimin, que fica
na região ali do Itaim Bibi, que também está na lista. Tem o centro de
convivência também de idosos que será vendido, ou seja, o prefeito de São
Paulo, para beneficiar o lucro das empresas que especulam os terrenos, a
especulação imobiliária da cidade de São Paulo, vai vender escolas públicas.
Uma Emei, uma escola de
educação infantil, deputado Telhada, deputada Leci Brandão. A Emei Gabriel Prestes
vai ser vendida pelo Bruno Covas. Até a Rede Globo já fez uma matéria
indignada, é um absurdo total. Nós estamos já acionando o Ministério Público
Estadual, e o vereador Celso Giannazi, na Câmara Municipal, já está tomando
todas essas providências, acionando o Tribunal de Contas.
Logicamente ele votou
contra, obstruiu a votação, mas a maioria da Câmara Municipal votou a favor
desse projeto de lei que vende, liquida o patrimônio público para beneficiar o
lucro da especulação imobiliária.
Isso é um verdadeiro
absurdo, um crime, sobretudo contra a Educação, porque escolas serão vendidas,
escolas públicas. Eu tenho certeza de que o Ministério Público vai fazer uma
intervenção. Nós já estamos acionando o MP e o GEduc, que não vai permitir que
se venda escola pública municipal. Muito obrigado, deputada Leci Brandão.
O SR. CORONEL TELHADA -
PP - Sra. Deputada,
uma comunicação.
A SRA. PRESIDENTE - LECI
BRANDÃO - PCdoB - É regimental.
O
SR. CORONEL TELHADA - PP - PARA
COMUNICAÇÃO - Quero, em primeiro
lugar, concordar com as palavras do deputado Giannazi. É um pouco de falta até
de sensibilidade fazer uma coisa dessas, vender os terrenos que estão com
escola. Isso não pode acontecer.
Na minha fala eu acabei
me excedendo no tempo e acabei esquecendo de informar que nós estamos saindo
daqui agora e nos deslocando até a cidade de Igaraçu do Tietê, onde
participaremos de um evento na Câmara Municipal, presidido pelo Dr. Aparecido
Jovanir Pena Júnior. Vão ser comemorados 66 anos de emancipação de Igaraçu do
Tietê e nós também seremos honrados com o Título de Cidadão Iguaraçuense.
Então, vou
receber o Título de Cidadão de Igaraçu do Tietê. Quero agradecer ao vereador
que fez a proposição, parabenizar a cidade de Igaraçu do Tietê e dizer a todos
dessa região que estamos à disposição aqui na Assembleia Legislativa.
Muito obrigado,
Sra. Deputada.
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Sr. Deputado,
cumprimento pela homenagem, faça uma boa viagem, que Deus o acompanhe.
Seguindo a ordem de oradores inscritos,
deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Alex de Madureira. (Pausa.) Deputada
Marta Costa. (Pausa.) Deputada Professora Bebel Lula. (Pausa.) Deputado Gil
Diniz. (Pausa.) Deputado Tenente Coimbra. (Pausa.) Deputado Vinícius Camarinha.
(Pausa.) Deputado Paulo Lula Fiorilo. (Pausa.) Deputado Emidio Lula de Souza.
(Pausa.) Deputada Erica Malunguinho. (Pausa.)
Vamos, agora, seguir a Lista
Suplementar. Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.)
Delegado Adalberto Freitas. (Pausa.) Deputada Janaina Paschoal. Tem a V. Exa. o
uso da palavra pelo tempo regimental.
O
SR. TENENTE NASCIMENTO - PSL -
PARA COMUNICAÇÃO - Eu queria dizer, presidente, parabenizar a nossa Polícia
Militar, Polícia Civil, Polícia Federal, por ocasião daquele assalto em
Campinas. Tivemos lá uma atuação ímpar dos nossos policiais das forças de
segurança.
Eu tive a
oportunidade, presidente, de, realmente, trabalhar no grupo de ações táticas
especiais e, lá, nós tínhamos um treinamento, diuturnamente. O Sargento Neri
também conhece muito bem isso. E já teve em um teatro de operações onde o
teatro de crise... Nós temos que trabalhar com segundos. Temos que trabalhar em
defesa da vida do terceiro e temos que trabalhar em defesa da nossa vida.
Mas os nossos
policiais, os nossos profissionais de segurança, as forças de segurança, elas
não estão olhando com a sua segurança e, sim, olhando com a segurança de
outrem. E eu vi um discurso inflamado de uma determinada advogada aí que não
vou mencionar o nome que “ah, fizeram isso, fizeram aquilo”. Ele estava, um dos
meliantes, estava com uma refém. Estava lá ameaçando a vida daquela pessoa que
nada tinha a ver com aquela ação delituosa.
Então, foi
muito bem acionado. Nós queremos, aqui, dizer que estão de parabéns os nossos
profissionais ao acionar e abater aquele meliante diante de uma ação muito bem
acertada, porque ele salvou uma vida. Não só uma vida, salvou algumas vidas. E
aqueles que se dispõem a enfrentar as forças de segurança, que se dispõem a
enfrentar, mediante atitudes criminosas, saibam que a nossa polícia está, sim,
firme, atenta, preparada para combater o crime organizado e esse tipo de
delito.
Então, quero
parabenizar e quero que enviem ao Gate a nossa fala aqui, nas notas
taquigráficas.
Muito obrigado.
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Sr. Deputado,
a Presidência recebe a sua fala e vai encaminhar à publicação após o seu exame
nos termos do Art. 18, inciso V do Regimento Interno.
Sra. Deputada Janaina Paschoal.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL -
PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigada, Sra. Presidente, destacando a elegância de
V. Exa. com esse terno branco, está muito bonita. Cumprimentando os demais
colegas presentes, funcionários da Casa, pessoas que vieram nos visitar.
Eu, novamente,
vou tocar nesse ponto, porque tanto o Coronel Telhada como o Tenente Nascimento
destacaram bem. Nós não podemos confundir direitos fundamentais com direitos
fundamentais de alguns.
É óbvio que,
quando uma atuação policial, uma operação policial, termina com todos vivos e
com prisões, ela é uma operação policial de absoluto sucesso, mas, muitas
vezes, por força da dinâmica do contexto daquela situação posta, infelizmente,
não é possível que todos terminem vivos e se os profissionais que estão lá
precisarem escolher entre os agressores e as vítimas, eles não podem pensar
duas vezes.
Eles têm que
preservar a vida e a integridade física das vítimas. Daí destacada a fala do
Tenente Nascimento essa questão da fração de minutos ou de segundos até.
Em aula, quando eu dou
aula de Bioética, a gente fala muito isso. O médico que está na ponta ali, no
pronto-socorro, ele tem que tomar uma decisão na fração de segundos e às vezes
o comportamento desse médico é analisado no gabinete do promotor de Justiça, do
juiz de Direito, por horas, sem se colocar na condição daquele profissional que
está na ponta.
A situação do médico do
pronto-socorro é muito parecida com a do policial que é chamado para uma
ocorrência desta natureza. Então foi uma ocorrência que movimentou a todos. Por
quantas horas nós ficamos tensos tentando saber como é que seria o desfecho da
situação daquela mãe, daquele bebê?
Então é um pouco de
insensibilidade querer culpar um profissional que agiu da maneira como deveria
ter agido e salvou as vítimas na situação, mas vamos além. Além de
insensibilidade, finda sendo, com todo o respeito, irresponsabilidade, porque
cria resistência nas pessoas pela legítima defesa dos direitos fundamentais.
Quando nós equiparamos
aquilo que não pode ser equiparado, nós desmerecemos o que tem que ser
protegido. Quando eu olho para um policial que fez o certo e digo que ele feriu
direitos fundamentais, eu estou equiparando esse policial com aquele policial -
que aí deixa de ser policial e passa a ser um criminoso - que executa, que
tortura.
Então quando eu equiparo
coisas que não são equiparáveis, eu acabo desmerecendo o que é importante. O
policial que eventualmente, infelizmente, é obrigado a matar para salvar a vida
da vítima, ele não pode ser tratado como um criminoso.
Ele não pode ser
equiparado àquele policial que abusa de poder quando alguém já está algemado,
quando alguém já está controlado e eventualmente mata. Então esse é o erro dos
grupos que se dizem defensores dos direitos fundamentais e por força desse erro
cria resistência na população à legítima defesa dos direitos fundamentais de
todos.
Então é muito importante
fazer esse resgate; é importante explicar as diferenças. O cidadão está preso?
Ele tem que ter a sua integridade física respeitada. Ele não pode ser violado;
ele não pode ser agredido; ele não pode ser torturado; ele não pode ser
executado. Então isso é direito fundamental, mas nós não podemos abandonar o
direito fundamental da vítima, que é o que aconteceu neste País por longos
anos.
Quando isso ocorre, a
população se volta contra até mesmo a ideia, até mesmo o conceito de direitos
fundamentais. Então esse resgate precisa ser feito. Ontem, houve uma operação
de sucesso no estado de São Paulo, como há um ou dois meses houve uma operação
de sucesso no estado do Rio de Janeiro quando daquela situação envolvendo o
ônibus.
Então nós temos que
diferenciar as situações para preservar o que precisa ser preservado e
valorizar a defesa dos direitos fundamentais como direitos fundamentais de
todos nós, independentemente da posição em que estejamos num determinado
contexto histórico. Muito obrigada, Sra. Presidente.
A SRA. PRESIDENTE - LECI
BRANDÃO - PCdoB - Obrigada, Sra. Deputada.
O SR. TENENTE NASCIMENTO
- PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Gostaria que nesta comunicação
também pedir que fosse enviada às forças de segurança que lá participaram dessa
operação também a fala da nobre deputada Janaina Paschoal.
A SRA. PRESIDENTE - LECI
BRANDÃO - PCdoB - Esta Presidência recebe a solicitação de
V. Exa. e encaminhará a solicitação após o exame, nos termos do Art. 18, inciso
V, do Regimento Interno.
Seguindo
a lista de oradores inscritos, convido o Sargento Neri para o uso da palavra.
O
SR. SARGENTO NERI - AVANTE - Boa
tarde, presidente. Boa tarde, demais deputados, todos que estão presentes, a
Polícia Militar que sempre está aqui assegurando os trabalhos.
Quanto à
ocorrência de Campinas, o que a senhora explanou aqui foi espetacular. Tanto a
matéria jurídica como a visão popular. Mas, para finalizar, o que o policial
faz em um ou dois segundos, o delegado demora horas para confeccionar, o
promotor demora meses para analisar e o juiz demora anos para julgar. Uma ação
de três segundos, que custa a liberdade do policial, a vida do refém ou a vida
dele próprio ou de outros companheiros.
Então é um
trabalho extremamente difícil, e o policial sempre luta contra essa legislação
penal que conhecemos muito, que é ineficiente. Porque, se ela fosse mais
eficiente, o policial atuaria com mais tranquilidade. Às vezes, no jargão
policial, falamos: é melhor dar um “pé no ouvido” no ladrão do que prender ele
por desacato. Porque o desacato não dá nada. E o “pé no ouvido” ninguém tira.
Mas é um jargão
porque não temos, realmente, uma legislação que puna o cidadão que ofende o
policial, que agride o policial. Infelizmente. Mas agradeço V. Exa. pelo
discurso. Acho que temos que defender com certeza aqueles que cumpram a lei, mesmo
dentro do seu exercício. Vou passar um vídeo agora. E vou pedir para que mande
para o comandante-geral e o nosso governador o meu pedido. Por gentileza.
* * *
- É feita a
exibição de vídeo.
* * *
Olha,
hipocrisia é esse discurso desse deputado. Não é que optou em estar com as
Forças Armadas. É o que restou para as polícias militares. Porque já cansei de
falar: as Forças Armadas usaram as polícias militares para levar pancada social
e ajeitar a vida deles. Foi isso que eles fizeram. E deixaram a Polícia Militar
para ser colocada por último. Só que tem uma ótica política da coisa.
Por que as
polícias militares entraram? Porque os generais arrumaram toda a sua vida e
ainda conseguiram mais benefícios com a inclusão da Polícia Militar. Então não
é só pegar coisa boa não.
O que tínhamos
e lutamos por anos, que é o posto imediato, vamos perder. Não estou falando de
partido, não estou falando de governo, não estou falando de nada. Estou falando
da manobra que as Forças Armadas fizeram, inteligentemente.
Agora venho
pedir para o nosso comandante-geral, porque pedi para ele no início do ano, que
faça uma reestruturação das classes. Venho pedir ao governador que mantenha o
nosso posto imediato. Os nossos policiais não podem perder o posto imediato. Os
praças não têm as mesmas promoções que têm os oficiais.
O
comandante-geral foi lá e acertou? Parabéns; eu o elogiei. Ele fez um grande
trabalho na parte política. Só que os oficiais têm promoções já garantidas na
sua carreira; e nós, praças, não.
E como que vai
ficar a nossa carreira? Então, fica o desafio para o coronel Salles, nosso
comandante-geral, para que reestruture a classe de praça. E o que esse deputado
está falando é uma pura hipocrisia. Porque nos bastidores - e dentro de uma
ótica política -, não é isso que aconteceu. Usaram as polícias para se
beneficiar.
Hoje, o
general, qualquer oficial do Exército ou praça, se ele tiver um curso, ele
recebe por um curso; se tiver dois, recebe por dois. E assim sucessivamente. À
custa das Polícias Militares do Estado de São Paulo.
Eu não aceito
isso. Eu quero, sim, o posto imediato para os nossos policiais. E clamo ao
nosso governador que realmente mantenha no estado de São Paulo. E peço mais uma
vez, presidente, que envie ao comandante-geral, ao governador, e que o coronel
Salles urgentemente reestruture a classe da Polícia Militar do Estado de São
Paulo, tanto dos praças quanto dos oficiais. Obrigado, presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Obrigada, Sr.
Deputado. Esta Presidência recebe a solicitação de V. Exa. e encaminhará à
publicação após seu exame nos termos do Art. 18, inciso V, do Regimento
Interno.
Seguindo a lista de oradores inscritos,
convido a nobre deputada Edna Macedo para uso da palavra pelo tempo
regimental.
A
SRA. EDNA MACEDO - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, Leci Brandão, boa
tarde. Srs. Deputados, Sras. Deputadas, assessores presentes no plenário,
senhoras e senhores, senhores que nos assistem através da TV Assembleia,
ocupamos esta tribuna brevemente para uma manifestação de desagravo a nossos
policiais reformados ou aposentados, que foram chamados de vagabundos que
deveriam ir para casa comer pão com mortadela com a mãe, em recente evento em
Taubaté.
O pior é que o
autor dessas infâmias foi nosso governador, em ato público e aos berros,
demonstrando mais uma vez a sua total incapacidade de conviver com críticas ou
manifestações contrárias. Convivência esta que é imprescindível a um político
de índole democrática. Aqueles policiais aposentados não vieram de berços de
ouro. A maioria, pelo contrário. Mas lutaram, se esforçaram e conquistaram seu
objetivo: ser policiais.
Sempre
estiveram na primeira linha de defesa de nossa sociedade, jamais recuaram nessa
luta e não hesitaram sequer um segundo em colocar suas vidas em risco em nosso
benefício. Sendo que uma grande quantidade se aposentou justamente por terem
ficado incapacitados, por ferimentos recebidos em serviço.
Quantos não
fizeram o sacrifício supremo e não hesitaram em dar sua vida em prol da
sociedade? E tudo isso sendo mal remunerados. E, durante muito tempo, mal
equipados. Mesmo assim, jamais recuaram no cumprimento do dever.
São esses que
foram chamados de vagabundos pelo governador. Sua Excelência há pouco tempo
declarou pomposamente que foi educado para liderar. Ledo engano. Pode ter sido,
sim, para mandar. Liderança não se aprende, governador; se conquista. E isso V.
Exa. está a anos-luz de conseguir. Isso é a minha opinião.
Por oportuno,
quando falo aqui em policiais, estou me referindo a todos: policiais civis,
militares, bombeiros; todos aqueles que militam na área da Segurança. A todos,
o nosso profundo respeito e agradecimento. É o que eu tenho dito a todas as
pessoas que eu conheço. Nós ficamos reféns das nossas palavras.
Quando a pessoa
não pensa no que vai falar, não adianta pedir desculpa. É igual a “morde e
assopra”. Essa história de morder e assoprar já passou, já era. Pensa antes,
para não chorar depois. Essa é a grande verdade.
Então, eu quero
deixar aqui para o governador a minha opinião, e dizer para ele o seguinte: a
palavra vale prata, governador, mas o silêncio vale ouro. O senhor perdeu a
oportunidade de ficar calado, porque o senhor não aceita. O senhor, quando foi
fazer a sua campanha, o senhor promete mundos e fundos. Parece até fake news.
Ou, é a história da Carochinha.
Engana, e
acontece que as pessoas ficam esperando aquilo que o senhor prometeu. É por
isso que há muito poder nas nossas palavras quando falamos. É preciso prestar
muita atenção no que a gente fala, para não ficar refém das nossas palavras.
É isso aí.
Tenho dito. Deus abençoe a todos.
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Obrigado,
Sra. Deputada.
Seguindo a lista de oradores inscritos,
convido a nobre deputado Janaina Paschoal para fazer uso da palavra.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL
– SEM REVISÃO DO ORADOR – Muito obrigada, Sra. Presidente.
Bom, muitas
vezes, a gente se manifesta, vamos dizer assim, para as paredes. Mas, o que
vale é a intenção. Então, eu vou falar menos como alguém que está num partido,
menos como alguém que hoje é deputada, e mais como uma brasileira que está
muito preocupada.
Eu estou muito
preocupada; muito preocupada com essas brigas todas, esses conflitos todos. Eu
não consigo acreditar que esses conflitos sejam reais, muito embora todas as
pessoas com as quais eu venho falando insistem em dizer que os conflitos são
reais.
Para mim, tem
alguma coisa além, não sei. Não sei se é porque nós estamos para votar no
Senado a reforma da Previdência. Respeitando divergências, eu sou defensora da
reforma da Previdência. Então, essa confusão toda, nesse momento,
indiscutivelmente prejudica o andamento da reforma.
Então, eu não
sei se alguém está jogando fogo, vamos dizer assim, ou jogando álcool, nessa
fogueira num momento bastante decisivo para o País, que é o momento da votação
dessa reforma; eu não sei se é apenas uma briga de poder, uma briga por esse
fundo eleitoral. Eu realmente não sei.
Mas, eu sei que
essa briga está fazendo mal para o País. Porque fica muito difícil discutir ideias,
discutir projetos, discutir políticas públicas, num contexto desses, num
contexto em que a maior bancada da Câmara Federal não consegue eleger um líder,
num contexto em que não existe um diálogo entre a bancada que teoricamente
apoia o presidente da República e a Presidência da República.
Então, eu venho
fazer um apelo, mesmo, a essas pessoas que foram eleitas, que estão em
Brasília: que elas, pelo amor de Deus, se acalmem, que elas compreendam que,
muitas vezes, aquele que telefona para colocar, vamos dizer assim, pilha, sabe,
para dizer, “olha, vá lá, fale isso, faça aquilo”, pode estar com a intenção de
utilizar.
Porque eu venho
conversando com as pessoas, e eu percebo que elas estão bem-intencionadas. Elas
acreditam que estão no meio desse conflito para algo bom: ou para defender o
presidente, ou para defender as ideias que originariamente eram do presidente.
Mas, elas estão, sim, se digladiando de uma maneira, aparentemente, para quem
está de fora, defendendo as mesmas bandeiras.
Mas, elas estão
se digladiando de uma maneira que só está prejudicando o próprio presidente,
seu governo, mas, sobretudo, o País. Então, eu faço um pedido para que essas
pessoas aproveitem o final de semana para sossegarem um pouco, para fazerem um
exercício leve, para se alimentarem de maneira natural, para orarem conforme a
sua própria religião, e para compreenderem que elas têm um papel, e que o papel
delas não é brigar entre si.
Com isso eu não
estou dizendo que elas têm, necessariamente, que seguir num grupo, porque às
vezes as divergências aparecem e fica impossível integrar o mesmo grupo. Mas
essa decisão de eventualmente sair de um grupo, criar o outro grupo, mudar o
rumo, precisa ser uma decisão madura, precisa ser uma decisão responsável, até
para que aquelas pessoas que estão dependendo desses líderes, vamos dizer
assim, se sintam minimamente seguras no país.
Não tem sentido
deputados federais se atacando no Twitter, no Face, no Instagram com ofensas,
com desmerecimentos. Não tem sentido. “Ah, mas sempre foi assim.” Então, assim:
o que sempre foi assim pode e deve ficar no passado. Isso não está ajudando a
nação. Eu peço encarecidamente uma reflexão. São todas pessoas adultas, tem um
ou outro mais jovem, mas ninguém mais é criança, no início da vida. São pessoas
adultas que precisam compreender a importância desse papel.
Tem
divergência, apresenta projeto, briga pelo projeto, vota favorável, vota
contrário, utiliza todos os instrumentos, vamos dizer assim, da democracia,
mas, por favor, da maneira como está o país vai perder.
Eu me coloco à
disposição para dialogar com as partes, que eu já não sei mais se são duas ou
se são mais de duas. Eu me coloco à disposição para tentar fazer uma
conciliação, seja para unir, seja para separar de maneira digna. Quem advoga sabe
que às vezes é necessário separar, mas é possível fazer uma separação de
maneira digna em prol do nosso país.
Muito obrigada,
Sra. Presidente.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - E havendo acordo de
lideranças, eu requeiro o levantamento da sessão, Excelência.
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Obrigada. Sra.
Deputada.
Sras. Deputadas e Srs. Deputados,
havendo acordo de lideranças esta Presidência, antes de dar por levantados os
trabalhos, convoca V.Sas. para a sessão ordinária de segunda-feira, à hora
regimental, sem Ordem do Dia. Lembrando-os ainda da sessão solene a realizar-se
na segunda-feira, às 10 horas, com a finalidade de comemorar o Dia da
Comunidade Húngara.
Está levantada a sessão.
*
* *
- Levanta-se a sessão às 15 horas e 22
minutos.
*
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