4 DE OUTUBRO DE 2019
40ª SESSÃO SOLENE PARA OUTORGA DO COLAR DE HONRA AO MÉRITO
LEGISLATIVO DO ESTADO DE SÃO PAULO A ÉDER JOFRE E CARLOS ALBERTO DE NÓBREGA
Presidência: CORONEL TELHADA
RESUMO
1 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - JOSÉ PAULO MARCOLINO ROSA
Mestre de cerimônias e coronel, passa a nomear a composição
da Mesa e demais autoridades presentes. Justifica ausências de autoridades
convidadas.
3 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Informa que a Presidência efetiva convocara a presente sessão
solene para "Outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de
São Paulo ao Pugilista Eder Jofre e ao Humorista Carlos Alberto de
Nóbrega", por solicitação deste deputado. Convida os presentes para
ouvirem, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro". Anuncia a exibição de
vídeos sobre as trajetórias dos homenageados. Comunica a entrega das comendas
aos Srs. Eder Jofre e Carlos Alberto de Nóbrega. Anuncia exibição musical do
tenor Mardoqueu Borghesi, com a música Con Te Partirò. Comenta que os
homenageados nasceram no mesmo ano e no mesmo mês.
4 - EDER JOFRE
Pugilista, agradece a homenagem recebida.
5 - ANDREA JOFRE
Filha de Eder Jofre, saúda os presentes. Agradece à
Presidência a iniciativa da solenidade.
6 - CARLOS ALBERTO DE NÓBREGA
Humorista, saúda os presentes. Mostra-se emocionado por
conhecer Eder Jofre, pessoalmente, nesta noite. Afirma sentir-se orgulhoso por
receber a homenagem juntamente com o pugilista, a quem elogia. Assevera que
socava o ar durante lutas do boxeador. Defende estátuas de Eder Jofre em cada
academia de boxe, no país. Destaca seu apreço pelo esporte. Narra diálogo com
taxista, que o confundira com Eder Jofre, no Rio de Janeiro. Lembra velório de
seu pai, realizado nesta Casa. Tece considerações sobre o aplauso. Afirma que a
partir de 2020 vai informar sua vida, em palestras. Comenta período em que
sentira sua carreira ameaçada, no Rio de Janeiro, em 1956. Argumenta que em
1957 estreara na TV Bandeirantes e, logo em seguida, fora convidado por Sílvio
Santos. Faz agradecimentos gerais.
7 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Afirma que esta Casa é homenageada nesta noite. Tece
considerações sobre o trabalho do policial militar. Comenta experiência no SBT.
Argumenta que jamais ouvira palavras desabonadoras a respeito dos homenageados.
Mostra-se orgulhoso por estar entre as duas personalidades. Destaca o valor da
gratidão. Acrescenta que Carlos Alberto de Nóbrega e Eder Jofre fazem parte da
história da televisão e do boxe, respectivamente.
8 - EDER JOFRE
Pugilista, faz entrega de luvas de boxe aos Srs. Coronel
Telhada e Carlos Alberto de Nóbrega.
9 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.
* * *
- Assume a Presidência e abre a sessão
o Sr. Coronel Telhada.
* * *
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JOSÉ PAULO MARCOLINO ROSA - Boa
noite. Sejam todos bem-vindos à Assembleia
Legislativa do estado de São
Paulo, onde, por iniciativa do deputado estadual Coronel Telhada, fazemos a
sessão solene com a finalidade de outorgar o Colar de Honra ao Mérito
Legislativo do Estado de São Paulo ao pugilista, o grande peso galo, o maior
pugilista de todos os tempos, Éder Jofre, e ao humorista, editor e redator de
humor, diretor Carlos Alberto de Nóbrega.
Coronel
Telhada, proponente da sessão, já se encontra no lugar da sua Presidência e
chama para compor a Mesa os homenageados, o Sr. Carlos Alberto de Nóbrega
(Palmas.), e o pugilista, o galo de ouro, Éder Jofre. (Palmas.)
Na
impossibilidade de comparecimento a este evento, nos mandaram saudações aos
homenageados e ao proponente da sessão o Sr. Governador de São Paulo, o Sr.
João Doria, o presidente da Assembleia Legislativa, o deputado Cauê Macris, o
vice-almirante Claudio Henrique Mello de
Almeida, comandante do 8º Distrito Naval, o procurador-geral de Justiça,
Gianpaolo Poggio Smanio, o secretário da Justiça e Cidadania de São Paulo, Dr.
Paulo Dimas de Bellis Mascaretti, o secretário de Agricultura e Abastecimento,
Dr. Gustavo Junqueira, o secretário da Fazenda e Planejamento, Dr. Henrique
Meirelles, a deputada estadual Adriana Borgo, o deputado estadual Delegado
Olim, o deputado estadual Barros Munhoz, o deputado estadual Estevam Galvão, o
prefeito do município de São Paulo, o Sr. Bruno Covas, e se faz representar
aqui, na pessoa do Sr. Felipe Provenzano o deputado Gil Diniz, do PSL.
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP
- Boa
noite a todos. Sob a proteção de Deus, iniciamos nossos trabalhos. Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, minhas senhoras e meus senhores, esta sessão solene
foi convocada pelo presidente desta Casa, o deputado Cauê Macris, a pedido
deste deputado, com a finalidade de outorgar o Colar de Honra ao Mérito
Legislativo do Estado de São Paulo ao Sr. Éder Jofre, grande pugilista
brasileiro, e ao senhor Carlos Alberto de Nóbrega, uma lenda da nossa TV.
Eu vou
convidar a todos agora que tenham condições físicas. Nós estamos aqui com a
Camerata da Polícia Militar do Estado de São Paulo, que está sendo regida pelo
Sargento Misael Cunha. Então, quero convidar a todos aqueles senhoras e
senhores que tenham condições físicas, para que nós nos coloquemos em posição
de respeito, para cantarmos o Hino Nacional Brasileiro, que será executado pela
Camerata do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Como dito,
sob a regência do Sr. Sargento Misael Cunha.
* * *
- É executado o Hino Nacional Brasileiro.
* * *
O SR. PRESIDENTE -
CORONEL TELHADA - PP - Esta Presidência agradece a Camerata
da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Normalmente eles seriam liberados
nesse momento, mas eu pedi a gentileza de eles permanecerem mais um pouco para,
no momento das outorgas e das condecorações, eles nos abrilhantarem com mais um
pouco dessa maravilha, que é a música que eles tocam.
São
policiais militares que trabalham como policiais militares, nos momentos,
também, em que estão escalados, e são artistas que executam essa camerata de
cordas que participa de inúmeros, centenas de eventos todos os meses.
Então,
agradecer aos senhores pela presença e pedir um pouquinho de paciência para que
permaneçam conosco aqui, porque abrilhantam o nosso evento. Muito obrigado. Uma
salva de palmas para a nossa camerata. (Palmas.)
Quero
comunicar a todos os senhores presentes que esta sessão solene está sendo
transmitida ao vivo pela TV Web e será transmitida pela TV Assembleia no dia 6
de outubro, às 22 horas e 40 minutos.
Então,
as pessoas que quiserem, depois, assistir a essa solenidade, ela será
retransmitida dia 6 de outubro, domingo, às 22 horas e 40 minutos. Neste
momento solicito ao coronel José Paulo, que hoje faz a vez aqui de mestre de
cerimônias, para que leia as indicações.
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - JOSÉ PAULO MARCOLINO ROSA - Carlos Alberto de
Nóbrega. Pai: Manoel de Nóbrega. Mãe: Dalila Afonso de Nóbrega. Nascido aos 12
de março de 1936, na cidade de Niterói, Rio de Janeiro. Pai de Carlos Alberto
de Nóbrega Filho, Marcelo de Nóbrega, Vinícius de Nóbrega, Maurício de Nóbrega
e dos gêmeos Maria Fernanda e João Vítor de Nóbrega. Iniciou a sua vida escolar
no Colégio Plínio Leite, em Niterói, no ano de 1941.
Em
1945, mudou-se para São Paulo, onde cursou o restante do primário até o segundo
ano científico. Iniciou a sua carreira artística como profissional no dia 1º de
maio de 1954 na Rádio Nacional de São Paulo, hoje Rádio Globo. Em 1956,
ingressou na Faculdade Católica de Direito - PUC de Santos.
De
1956 a 1962, trabalhou como redator de humor, diretor na TV Paulista de São
Paulo, hoje TV Globo. Em 1958, foi contratado pela TV Rio como redator de
humor. Em 1960, contratado pela TV Tupi do Rio de Janeiro. Em 1962, terminou o
curso de Direito e transferiu-se para a TV Record São Paulo como redator e
diretor.
Em
1971, recebeu o certificado de ciclo de palestras de Direito Penal - Centro
Acadêmico XI de Agosto. Em 1975, foi diretor da linha de show na TV Tupi. Em
1976, contratado pela Rede Globo como diretor e redator de humor do programa
Trapalhões.
Em
1987, foi contratado pelo Sistema Brasileiro de Televisão, onde trabalha até
hoje. Cidadão carioca, recebeu a Ordem Internacional dos Jornalistas em 1988.
Recebeu o Prêmio Qualidade Brasil International Exporters Service. De 2002, o
Prêmio Austregésilo de Athayde.
Em
2012, Cidadão Paulistano e, em 2013, o Prêmio Risadaria. Também recebeu o
Prêmio dos Melhores da Semana Nestlé; o Prêmio Tupiniquim; Troféu Bandeirantes
Melhor do Ano; Roquette-Pinto, pela Família Trapo; Supercap, em 87; 2003, 2004,
2005, Troféu Internautas; 87, 89 e 93, Prêmio de Programa de Maior Audiência
entre as afiliadas do SBT; em 88, Troféu Antártica Melhor do Ano; Antena de
Ouro em 88 e 89; Destaque do Ano em 88 e 89; 2011, Profissional do Ano; 2012,
14, 15, 16, 17, Troféu Imprensa; 2015, 16, 17, Troféu Internet.
Todos os prêmios recebidos eram como
melhor programa de humor, melhor diretor de programa humorístico e melhor
redator humorístico. Hoje, com 83 anos de idade, comanda há 32 anos o programa
“A Praça é Nossa”, que sempre nos traz alegria. É autor do livro “A Luz Que Não
se Apaga”, que fala do seu pai. E a autobiografia “Essas Coisas Só Acontecem
Comigo”. Senhoras e senhores, uma salva de palmas para Carlos Alberto de
Nóbrega. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Olha, gente,
vou falar uma coisa: esse é o resumo. Não sabem o trabalho que deu para resumir
a vida do senhor. Prossiga, por favor.
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JOSÉ PAULO MARCOLINO ROSA - Éder
Jofre nasceu em São Paulo, no dia 26 de março de 1936. É um pugilista
brasileiro e político. Éder lutava, quando amador, sob as cores do São Paulo
Futebol Clube. É considerado por especialistas internacionais como o maior peso-galo
do boxe na era contemporânea, tendo ficado conhecido pelo apelido “Galo de
Ouro”, concedido pelo escritor Benedito Ruy Barbosa.
Eder é vegetariano desde 1956, conforme
declarado no documentário “A Carne é Fraca”, produzido pelo Instituto Nina Rosa.
Como se demonstrará a seguir, Éder Jofre, boxeador duas vezes campeão do mundo,
contribuiu para fortalecer o nome do Brasil por meio do esporte, do boxe.
Além de esportista, o boxeador foi
vereador pela cidade de São Paulo. Em 2017, o pugilista recebeu a Medalha de
Honra ao Mérito Desportivo, concedida pela Câmara de Vereadores de São Paulo.
Nasceu no centro de São Paulo, na rua
do Seminário. Posteriormente, mudou-se para o bairro paulistano do Peruche.
Pertence a uma família de boxeadores. Seu pai, o argentino José Aristides
Jofre, mais conhecido como Kid Jofre, já havia sido um respeitado pugilista,
passando assim os ensinamentos para Éder, que logo aprendeu a amar a nobre
arte, apesar de sua primeira opção profissional ter sido pelo desenho arquitetônico,
curso realizado em sua adolescência.
Em 1953, Éder subia pela primeira vez
nos ringues, como amador, no torneio Forja de Campeões, patrocinado pelo jornal
“Gazeta Esportiva”. Ainda na condição de amador, disputou os Jogos Olímpicos de
1956 em Melbourne. Chegou aos jogos como um dos favoritos, já que estava
invicto como amador até então.
Mas devido à aberração da organização
brasileira, que o fez treinar com um lutador bem maior, cuja consequência foi a
quebra do seu nariz, fez com que ele lutasse sem muitas condições, tendo que
respirar pela boca, culminando na derrota em segunda luta na competição.
Profissionalmente, Éder começou em
1957, na categoria peso-galo. No ano seguinte, já era campeão brasileiro em sua
categoria. Em 1960, o argentino Ernesto Miranda conquistou o título
sul-americano dos galos, começando assim a escrever o seu nome na história do
boxe mundial.
No mesmo ano, mudou-se para os Estados
Unidos e tornou-se campeão mundial pela National Boxing Association, vencendo
por nocaute o mexicano Eloy Sanchez, no Olympic Auditorium. Um ano depois,
unificou os títulos da categoria peso-galo, vencendo o irlandês John Caldwell,
campeão da versão europeia. Éder conseguiu manter o seu título mundial até 65,
ganhando todas as lutas por nocaute.
É uma biografia bem grande. Vou ler
apenas o cartel de Éder Jofre. 81 lutas, 75 vitórias, 50 nocautes, 4 empates, 2
derrotas. Os cinturões da sua conquista estão expostos aqui. O primeiro
cinturão, da esquerda para a direita, é o cinturão do peso-galo. Ele parou de
lutar e voltou a lutar. O segundo cinturão é o cinturão do peso-pena. E o
cinturão verde foi concedido a ele em 2014 como o maior pugilista peso-galo de
todos os tempos.
Senhoras e senhores, uma salva de
palmas a Éder Jofre. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado,
coronel José Paulo, pela leitura do currículo dos agraciados. Neste momento
veremos um vídeo do pugilista Éder Jofre, que representou de maneira brilhante
o nosso País em vários campeonatos internacionais. E do humorista Carlos
Alberto de Nóbrega, que por décadas contribuiu para o desenvolvimento social e
cultural do nosso País. Uma lenda da nossa TV. Por favor, o vídeo.
* * *
- É feita a exibição de vídeo.
* * *
O
SR. PRESIDENTE – CORONEL TELHADA - PP – Bom, neste
momento, nós faremos a entrega do Colar de Honra ao Mérito.
Eu faria normalmente a entrega aqui.
Mas, eu estou vendo que tem vários familiares. Então, a senhora ajuda? Dá para
a senhora levar o Sr. Éder ali? Para a gente poder fazer aqui, até para os
familiares ficarem juntos, poderem acompanhar este momento.
Nós faremos, primeiro, a entrega da
homenagem do Colar de Honra ao Mérito Legislativo ao Sr. Éder Jofre e também ao
Sr. Carlos Alberto.
Eu vou convidar os dois para que me
acompanhem até a frente da tribuna, para que nós possamos fazer a empostação.
Eu vou convidar também os familiares que quiserem acompanhar, os familiares do
Éder, do Sr. Carlos, também, os familiares.
Eu vou pedir para o meu filho, o
capitão Telhada, me auxiliar na entrega das condecorações, porque eu faço
questão de estar com meu menino também, porque a família é uma das coisas que
nós mais honramos neste momento.
Então, vamos valorizar nossas famílias.
* * *
- É feita a entrega da homenagem.
* * *
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS – JOSÉ PAULO MARCOLINO ROSA – Com o Colar do Mérito Legislativo, os homenageados recebem um diploma onde se lê: “A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, reunida em sessão solene, concede a Carlos Alberto de Nóbrega e a Éder Jofre o Colar de Honra ao Mérito Legislativo, instituído pelo Ato de Mesa n
º 28, de 11 de novembro de 2015.
São Paulo, 4 de outubro de 2019.
Assinam: Cauê Macris e Coronel Telhada,
deputados.”
* * *
- É feita a entrega da homenagem.
* * *
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JOSÉ PAULO MARCOLINO ROSA - Convidamos
a todos para retornarem aos lugares para continuarmos com a solenidade.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Convido para
que os dois homenageados retornem para os seus locais, para que possamos
prosseguir com a solenidade.
Antes de prosseguir... Não tem gente
para quebrar formalidade como eu, viu, Sr. Carlos? Então, quero aqui mudar um
pouquinho a minha apresentação: nós teremos um número musical de um menino que
conheço desde menino, praticamente, um grande tenor. Ele vai fazer uma
homenagem aos senhores com uma música, Con Te Partirò, que é uma música
conhecida. Então, solicito para que venha à frente o tenor Mardoqueu Borghesi,
a quem eu peço uma salva de palmas. (Palmas.)
* * *
- É feita a apresentação musical.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado. Mais uma vez, quero agradecer ao tenor Mardoqueu Borghesi, que eu
conheci menininho. O papai dele está babando ali, o sargento Borghesi; estava
filmando e babando. Se eu fico orgulhoso de ver esse menino cantando, imagina o
pai. Parabéns, Borghesi, Deus abençoe vocês, viu. Essa linda voz. Deus abençoe.
Nesse momento - momento dos agradecimentos
- eu convido aqui, com a liberdade que foi... Não sei se vocês notaram: hoje,
quando nós estávamos levantando a biografia dos dois, eu tive a feliz
coincidência de ver que os dois nascerem no mesmo ano, no mesmo mês, com
diferença de alguns dias. Olha que coincidência, né? São dois ícones da nossa
história, da história brasileira.
Então, primeiro, eu convido, para que
possa ao menos dizer obrigado a todos nós e fazer uso das palavras, acompanhado
da Andrea - a filha dele - que possivelmente fará esse agradecimento em nome do
nosso querido Eder Jofre. E convido que vão até a nossa tribuna, para que
possam fazer uso da palavra.
O
SR. EDER JOFRE - Muito obrigado. (Palmas.)
A
SRA. ANDREA JOFRE - Primeiro, boa noite a
todos.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Boa noite.
A
SRA. ANDREA JOFRE - Eu quero agradecer ao
Coronel Telhada e à sua equipe por realizar esse evento. Quero também agradecer
à CNB, à Geisa Karine, que ajudou também no evento, e agradecer também ao
conselheiro Homero, do São Paulo Futebol Clube.
E muito obrigada pela presença de todos
vocês e pelo carinho com o meu pai. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Convido, para
que faça a sua saudação, nosso querido amigo, o ícone da televisão brasileira,
o Sr. Carlos Alberto de Nóbrega.
O
SR. CARLOS ALBERTO DE NÓBREGA - Do microfone eu não
tenho medo. Eu tenho medo é do meu coração, porque eu sou emotivo e hoje eu
estou muito feliz, mas eu não quero tristeza.
Quero contar uma coisa para o Éder. Fiquei
conhecendo, hoje, pessoalmente, Éder Jofre. Todas as lutas que ele fez em São
Paulo e Rio de Janeiro eu assisti, todas, foi meu ídolo. Quando ele foi
candidato a vereador, eu liguei pra a casa dele - o filho dele se lembra disso
-, falei “avisa o teu pai que eu vou votar nele”. Esse homem é um orgulho para
o Brasil.
Muito mais do que a homenagem, é o orgulho de
ter você ganhando a mesma homenagem que eu estou ganhando. Eu me sinto desse
tamanhinho perto de você. Você foi grande; você foi orgulho deste País; você
teve uma vida íntegra, bonita e nós nos orgulhamos de você.
A minha emoção hoje não é pelo prêmio.
Depois de 63 anos de carreira é difícil a gente se emocionar sendo homenageado,
principalmente esse ano, que foi um ano, assim, de grandes alegrias para mim.
Mas saber que ia estar a seu lado, Éder Jofre, é tudo que eu podia receber. Eu
gritei por você; a gente gritava; a gente socava o ar em cada soco que você
dava.
A luta com Caldwell é inesquecível, eu
nunca vou esquecer aquela luta, você foi valente; você tinha que ter uma
estátua em cada academia de boxe desse País. Então, a minha emoção, pela vida
de meus filhos, não é essa homenagem maravilhosa que eu estou recebendo, mas
saber que alguém tão grande como você dividiu esta noite maravilhosa. Muito
obrigado por você existir, Éder Jofre.
Eu não tenho nada a falar sobre a minha
vida, eu sou uma pessoa conhecida, 63 anos de carreira, todos conhecem minha
vida. Mas eu quero, nesse momento, só falar de você, dizer o quanto eu gosto e
o quanto eu respeito você.
Agora deixa eu falar uma coisa para
aliviar um pouco: eu sempre gostei do esporte. Eu fui nadador e gostava de
artes marciais também, fazia, era fortinho. Em 61, 62... 62, eu trabalhava com
o meu pai e o Golias na TV Rio e a gente fazia a Praça da Alegria, no Rio de
Janeiro. Eu peguei a Van, cheguei no Rio, peguei um taxi e falei “TV Rio, lá em
Copacabana”.
Entrei no banco da frente e o motorista
começou a conversar comigo “Olha, adoro você”. Eu falei “Muito obrigado”. “É
sensacional aquilo. Olha ...”, começou a falar. E eu falei “Muito obrigado”.
“Mas seu pai também tem muito valor. A gente vê que seu pai que bota a mãozinha
nas horas, assim mais difíceis, a gente sente que é seu pai”. E ele não está
dizendo o nome.
Ele está dizendo “Você e seu pai”.
Quando chegou na porta da TV Rio ele parou e levantou o taxímetro. Eu falei
“Ué, eu não vou pagar?” “Imagina se eu vou cobrar uma corrida do Éder Jofre”.
(Risos.)
Porque você vendo, Éder, nós éramos
parecidos quando jovens, tínhamos uma certa semelhança, inclusive, eu tinha
operado o nariz, não estava mais com o nariz de tucano. E a única vez que eu vi
de longe o Éder, sem ser na luta, foi uma vez que eu estava no Jardim América,
numa rua, numa transversal assim do Jardim América, o Éder vinha vindo com o
filho dele no carro e eu com o meu filho no meu carro.
Eu falei: “Olha lá o Éder Jofre!”. E
ele, sem saber, falou para o filho: “Olha lá o Carlos Alberto, lá!”. Então,
quis o destino que hoje eu te conhecesse pessoalmente, por isso que eu estou
emocionado.
Porque as alegrias eu tenho todos os
dias. Quando um público me trata com carinho, quando eu vejo que eu tenho
respeitabilidade, credibilidade, isso é o maior presente que eu posso ter. Esse
ano eu tive uma grande alegria, uma grande homenagem em Brasília e não estava
naquele dia emocionado como eu estou hoje.
Principalmente, Telhada, pela nossa
amizade também, pelos anos que nós nos conhecemos, nossas famílias; mas é que
esta homenagem foi em São Paulo. E São Paulo - eu não nasci em São Paulo - mas
eu sou paulista da cabeça aos pés.
Então, essa homenagem feita na Câmara
dos deputados que um dia meu pai, meu pai foi deputado constituinte em 1946.
Ele esteve aqui no seu último dia, teve aquela homenagem muito bonita para ele
no enterro dele, no velório dele, e isso tudo me trouxe muita emoção.
Telhada,
o artista vive muito do aplauso, e o aplauso vem de várias maneiras. Vem no
gesto, em “Vamos tirar uma selfie?”. Eu nunca neguei uma selfie a ninguém,
nunca neguei um autógrafo. É chato a gente ficar dando autógrafo, é um
papelzinho que o cara depois joga fora, mas eu sempre dei, porque é a troca.
Aquela
lista de prêmios que foi lida aqui foi conseguida, Telhada, com muito
sacrifício. A minha vida não foi um mar de rosas, como não é a vida de ninguém.
Por isso é que eu me orgulho, aos 83 anos, de poder dizer a vocês, talvez até
em primeira mão, que a partir do ano que vem eu vou começar a dar palestras,
com 84 anos de idade, para dizer a todos, para contar a minha vida.
Não
para contar os prêmios que eu ganhei, não para contar as cachaças que eu bebi,
mas as pedras em que eu pisei, porque tudo o que eu consegui foi com muita
luta. Eu não tive nada fácil, então eu quero mostrar a todos vocês, no Brasil,
que um velho com 84 anos vai dar um incentivo àqueles que acham que estão
fracassados.
Tem
dois filhos meus aqui que sabem disso. A gente morava no Rio de Janeiro, eu
estava na Globo. Queria sair dos Trapalhões para ir para o Jô, e o Boni não
queria. E eu disse: “Olha, acabou minha carreira, eu vou sair da Globo. Vocês
ficam no Rio até acabar o meu contrato, eu vou voltar para São Paulo, vou
advogar novamente, vou trabalhar em agência de publicidade - porque eu também
fui publicitário -, porque a minha carreira acabou”.
Acabou
nada, estava começando, Telhada. Isso foi em 1956. Em 1957 eu voltei para São
Paulo, para ficar no Silvio Santos. E uma coisa vocês não sabem, o que é o
destino... Eu não vinha para o SBT. O Augusto César Vannucci me convidou para
ser diretor da linha de show da Bandeirantes. O Walter Avancini ia fazer a
dramaturgia, e o Vannucci, a direção geral.
Eu
fui me oferecer para o Silvio antes. Eu falei: “Silvio, olha, eu vou sair da
Globo. Você quer fazer A Praça no SBT?”. Ele disse: “Não, Carlos, porque não
tem lugar, porque isso, minha estação é pequenininha, não sei o quê”. Dois
meses depois, no dia em que eu estreei na Bandeirantes, o Silvio me tirou da
Bandeirantes.
Estou
lá há 32 anos, espero não sair nunca mais do SBT. Também, com 84 anos, eu não tenho
muita coisa, mas eu quero ficar até o final da minha carreira no SBT, porque,
se eu consegui o sucesso que
A
Praça tem, o grande responsável é o Silvio Santos, porque, embora ele seja
aquele durão, aquele chefão, o dono da bola, ele nunca se meteu no meu
trabalho. Talvez eu seja o único artista que tem total carta branca no SBT, e
isso me fez conseguir A Praça, que está me dando tantas alegrias.
Já
falei demais. Muito obrigado, eternamente grato. De você, eu não esperava outra
coisa. E muito obrigado, Éder Jofre, muito obrigado. Foi um prazer enorme te
conhecer com 83 anos de idade, cara. Vida que segue, sucesso. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE -
CORONEL TELHADA - Muito bem. Seria a hora das minhas
palavras, mas eu queria dizer o seguinte: é uma um motivo de grande orgulho, a
homenagem é para esta Casa, com a presença do Sr. Éder Jofre e do Sr. Carlos
Alberto de Nóbrega, aqui nesta noite. Esta Assembleia está sendo homenageada
pela história de vida dos senhores.
Do
Eder Jofre, o próprio Carlos Alberto, já falou; ele não falou dele, mas eu
queria fazer aqui uma referência ao Sr. Carlos. Para quem não sabe, eu sou
policial militar desde os 17 anos de idade. A vida de um policial militar não é
fácil, não só pelas agruras do dia a dia, mas pela parte financeira também.
Todos
conhecem a situação da Polícia, e eu, como policial, sempre trabalhei no meu
momento de folga. Meu filho, hoje capitão Telhada, que está lá também, a vida
toda batalhou também.
Muitas
pessoas não sabem que eu passei praticamente 15 anos da minha vida trabalhando
com o SBT. Eu fiquei 15 anos, tenho vários colegas que estão aqui presentes que
trabalharam comigo - Vicenzo, Volpato, Coutinho -, enfim, vários colegas que
tivemos nesses 15 anos junto com o Sr. Augusto Liberato, uma pessoa por quem eu
tenho um grande carinho, um grande respeito, e acabamos também trabalhando com
o Sr. Carlos Alberto de Nóbrega.
O
João era recém-nascido praticamente, tem 19 anos hoje aquele menino. É um homem
já com 19 anos. Perguntei se ele quer ir para o Exército, ele falou que não. Eu
falei: está aí uma oportunidade. Um homem de 19 anos, já.
Então,
nós acompanhamos muito o Seu Carlos, a família dele e, olha, eu vou falar uma
coisa para vocês com tranquilidade, eu nunca vi qualquer pessoa falar qualquer
palavra descontente ou desfavorável à pessoa do Sr. Carlos Alberto de Nóbrega.
Quando eu falei que nós estávamos
fazendo essa homenagem, é “hors concours”, não há o que falar contrário ao Sr.
Éder Jofre e ao Sr. Carlos Alberto de Nóbrega. O carinho que ele tem, a pessoa
maravilhosa que ele é, uma pessoa bondosa, alegre, que ajuda muita gente.
Muita. A gente sabe da vida que o senhor tem e das pessoas que o senhor ajuda.
Então, eu posso dizer para os senhores,
para os dois, que aqui, hoje, praticamente com a mesma idade, viram muita coisa
na vida. Os senhores são dois homens abençoados, que Deus abençoe ainda mais os
senhores, as suas famílias, que devem ter um orgulho imenso de ter pais, avós
do naipe dos senhores. Eu me sinto orgulhoso de estar aqui entre os dois,
tenham certeza disso.
Quando nós fizemos essa homenagem, nós
fizemos no mais puro e sincero coração. É uma homenagem não só minha, da minha
equipe, do meu mandato, desta Assembleia Legislativa, dos 94 deputados que aqui
compõe o parlamento paulista. E eu quero dizer aqui a todos os presentes que
agradeço a todos os senhores, as senhoras, os familiares.
Quero tomar a liberdade de, em nome da
minha esposa, Ivânia, agradecer todas as senhoras presentes; as esposas;
filhas; netas aqui presentes e dizer o quanto é bom a gente poder homenagear a
pessoa. O quanto é bom a gente poder dizer muito obrigado por tudo o que os
senhores fizeram pelo Brasil.
Tenho certeza, pode ter certeza, Carlos
Alberto de Nóbrega, que o senhor está na história da televisão brasileira e que
o senhor jamais será esquecido. Tenha certeza disso. E o senhor Éder Jofre está
na história do esporte, do boxe brasileiro, e jamais será esquecido.
Os senhores são exemplos não só para
todos nós, mas para todo o Brasil e eu quero aqui, publicamente, dizer a minha
honra, a minha emoção de poder ter presidido, hoje, essa solenidade, que ficará
na minha história, com certeza, como um momento de grande alegria.
Deus abençoe a todos aqui presentes, a
todos os senhores. (Palmas.)
Antes de nós encerrarmos, a Andréa
pediu... Ela quer fazer um... pois não, por favor. Você quer falar no
microfone? Ah, é para mim? Muito obrigado. (Palmas.)
* * *
- É feita a entrega de luvas de box.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - Morram de
inveja. Eu ia falar para o senhor morrer de inveja, mas nós dois vamos matar os
outros de inveja.
O
SR. CARLOS ALBERTO DE NÓBREGA - Tem que ir para
o banco também, sentar lá no banco.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, Andréa. Eu quero, de verdade, agradecer essa homenagem. Eu ia falar
para o Seu Carlos, morra de inveja, mas ele matou todo mundo de inveja também.
Essa homenagem ficará guardada para sempre nas nossas lembranças, é um motivo
de muito orgulho, tenha certeza disso.
Ela falou que é da família Jofre. Muito
obrigado a toda a família Jofre, não só pela presença, mas por essa querida
lembrança. Tenham certeza disso.
E, antes de eu encerrar, queria
agradecer, temos, aqui, vários amigos. Eu estou vendo o Totó, que é camareiro
há muito tempo. Levanta aí, Totó. Há 32 anos é camareiro do Seu Carlos, é nosso
amigo. (Palmas.) Obrigado, Totó, pela presença.
Temos, aqui, também, vários atletas do
boxe presentes, tanto da atualidade como do passado. Muito obrigado a todos os
senhores e senhoras. Enfim, muito obrigado a todos. (Palmas.)
Muito bem, quero agradecer, também, o
Mardoqueu pela presença. Parabéns por essa voz maravilhosa que Deus te deu.
Quero agradecer, mais uma vez, a presença de todos. Deus abençoe a todos.
Então, neste momento, nós faremos o encerramento da solenidade.
Queria agradecer aqui e, esgotado então
objeto da presente sessão, a Presidência agradece as autoridades, a minha
equipe, os funcionários dos serviços de Som, da Taquigrafia, de Atas, do
Cerimonial, da Secretaria Geral Parlamentar, da Imprensa da Casa, da TV
Legislativa e das assessorias policiais Civil e Militar, agradecendo,
principalmente, ao Sr. Éder Jofre e ao Sr. Carlos Alberto de Nóbrega e seus
familiares e amigos aqui presentes bem como a todos
que, com as suas presenças, colaboraram para o êxito da solenidade.
Agradeço a todos, Deus abençoe, está
encerrada a solenidade.
* * *
- Encerra-se a sessão às 21 horas e 09
minutos.
* * *