8 DE NOVEMBRO DE 2019
142ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CORONEL TELHADA e SARGENTO NERI
Secretaria: SARGENTO NERI
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - SARGENTO NERI
Assume a Presidência.
3 - CORONEL TELHADA
Saúda os municípios de Guaimbé e Piacatu pelo aniversário
hoje. Menciona visita, ontem, do governador João Doria a esta Casa. Discorre
sobre os assuntos abordados com o governador. Comenta ocorrência que resultou
com a morte de cabo da Polícia Rodoviária. Esclarece que esta é a realidade da
Polícia Militar em todo o País. Lamenta que aqueles que roubam trilhões de
reais estão sendo colocados em liberdade. Exibe vídeo de sargento baleado na
nuca. Informa que o Congresso Nacional possui projetos, em tramitação há
bastante tempo, relativos à prisão em segunda instância.
4 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência.
5 - SARGENTO NERI
Divulga campanha para que a população paulista ajude a
Valentina, portadora de uma síndrome rara. Pede que os deputados ajudem na
divulgação. Discorre sobre as discussões ocorridas nesta Casa, durante esta
semana, em razão da votação do PL 899/19. Lembra que todos nesta Casa são
iguais como deputados. Afirma que continuará a brigar pela sua classe. Diz
respeitar sua graduação de sargento. Esclarece que votou contra o Governo do
Estado e a favor do funcionalismo público. Critica a atuação do deputado Gil
Diniz.
6 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Lembra a imunidade parlamentar do deputado Sargento Neri, que
permite que ele expresse as suas opiniões. Apoia o deputado Sargento Neri.
Afirma que somente aqueles que usam fardas sabem como é.
7 - JANAINA PASCHOAL
Demonstra sua tristeza em relação à decisão tomada pelo STF
ontem. Considera o momento atual como de retrocesso e desafio. Apoia a
manifestação que será realizada amanhã. Diz ser um momento bastante singular na
América Latina, com diversos conflitos. Destaca sua preocupação com a possível
ocorrência de conflitos amanhã, na manifestação. Considera ter sido o resultado
uma escolha política pelo STF. Lamenta que esta decisão possibilitará a
libertação de presos de muitos partidos que lesaram os cofres públicos. Afirma
que a decisão reforça a desesperança da população, diminuindo o papel das
instituições. Pede que todos se manifestem pacificamente e fujam de
provocações. Esclarece que o Brasil precisa ser um exemplo de paz para os
nossos vizinhos. Pede que o presidente do Senado dê andamento aos pedidos de
impeachment lá protocolados.
8 - ADALBERTO FREITAS
Ressalta a importância do pronunciamento da deputada Janaina
Paschoal. Demonstra sua decepção com o resultado da votação no STF. Considera
que é preciso mudar a legislação que permite a indicação de ministro do STF
pelo presidente da República. Lembra que o ministro Dias Toffoli já foi
advogado do PT. Esclarece que os beneficiados pela soltura ainda responderão a
processos, podendo ainda ser presos ao final de todo o processo. Pede que cada
líder de partido cuide de sua própria bancada. Comenta sua visita, esta semana,
a aldeias indígenas em Parelheiros. Exibe imagens de sua visita. Menciona a
realização do Natal das crianças indígenas todos os anos.
9 - DOUGLAS GARCIA
Considera que a cúpula do Poder Judiciário não dá exemplo
para as demais instituições e para a população. Afirma que a decisão do STF
concedeu a todos os bandidos do País uma chance para se libertarem. Diz que o
crime no Brasil compensa. Lembra que mesmo que a PEC da segunda instância seja
aprovada, os que forem soltos agora não poderão ser novamente presos já que a
lei penal não retroage. Lamenta a soltura de milhares de bandidos. Ressalta que
a população brasileira não desistirá e que irá às ruas para que a PEC da
segunda instância seja aprovada o quanto antes para salvar o futuro do Brasil.
10 - GIL DINIZ
Agradece esta Casa pela solenidade realizada hoje em homenagem
ao Proerd. Alegra-se com a presença de cerca de 70 crianças de escola da Mooca.
Responde o pronunciamento do deputado Sargento Neri. Lembra que já trabalhou na
escola de sargentos. Questiona a quantidade de emendas liberadas pelo governo
para o deputado. Considera que o mesmo não terá o voto dos sargentos nas
próximas eleições.
GRANDE EXPEDIENTE
11 - JANAINA PASCHOAL
Reflete acerca do aumento nos índices de contaminação de
sífilis e de gravidez na adolescência, anunciados pelo jornal "Folha de S.Paulo".
Revela preocupação com a falta de prevenção a doenças sexualmente
transmissíveis. Afirma que uso de medicamentos antirretrovirais e
anticoncepcionais tem reduzido a escolha por preservativos. Assevera que há
estímulo à hipersexualização de adolescentes. Clama por cuidado e retardamento
do início da prática sexual. Defende a retomada de campanhas e de discursos da
época de Cazuza.
12 - ALTAIR MORAES
Critica decisão do Supremo Tribunal Federal a respeito da
proibição da prisão antes do trânsito em julgado da decisão judicial. Exibe e
comenta vídeo a respeito do tema. Defende aprovação da PEC da segunda
instância, no Congresso Nacional.
13 - CARLOS GIANNAZI
Pelo art. 82, lista e critica políticas de privatização
adotadas pelo governador João Doria. Defende a Furp - Fundação para o Remédio
Popular. Lamenta a aprovação do PL 899/19. Acrescenta que projeto que visa a
aumentar a contribuição previdenciária, por servidores públicos estaduais, fora
anunciado hoje, pelo Poder Executivo do Estado. Afirma que deve obstruir o
trâmite da proposta, nesta Casa.
14 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Endossa o pronunciamento do deputado Carlos Giannazi, em
defesa de servidores públicos.
15 - CARLOS GIANNAZI
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
16 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão
ordinária do dia 11/11, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Lembra sessão solene
a ser realizada hoje, às 20 horas, para "Homenagem à Inspetora e
Superintendente do Comando Geral da Guarda Civil Metropolitana, Elza Paulina de
Souza".
* * *
- Assume a Presidência e abre a
sessão o Sr. Coronel Telhada.
* * *
O SR.
PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP
- Presente
o número regimental de assinaturas de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a
proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a
leitura da ata da sessão anterior e convida o nobre deputado Sargento Neri para
ler a resenha do Expediente.
O SR. SARGENTO NERI - AVANTE -
Resenha de Expediente. Temos um requerimento da Dra. Damaris Moura, deputada
estadual, e também a indicação do deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor.
Está linda resenha do Expediente.
Muito obrigado, Sr. Deputado. Pequeno
Expediente.
* * *
- Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
O SR. PRESIDENTE -
CORONEL TELHADA - PP
- Oradores
inscritos. Temos 34 oradores inscritos. Primeiro orador é o deputado Castello Branco. (Pausa.)
Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Adalberto
Freitas.
(Pausa.) Deputado Alex de Madureira. (Pausa.) Deputada Beth
Lula Sahão. (Pausa.)
Deputado Vinícius Camarinha. (Pausa.) Deputada Maria Lúcia
Amary.
(Pausa.) Deputado Daniel José. (Pausa.) Deputada Carla
Morando.
(Pausa.) Deputado Adriana Borgo. (Pausa.) Deputada Analice
Fernandes.
(Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Luiz
Fernando Lula da Silva. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Paulo
Lula Fiorilo. (Pausa.)
Deputada Delegada Graciela. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Cezar. (Pausa.) Deputado Roberto
Morais.
(Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Solicito ao deputado
Sargento Neri que assuma a Presidência desta sessão.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Sargento Neri.
* * *
O SR. PRESIDENTE - SARGENTO NERI -
AVANTE - Assumindo a Presidência dos trabalhos.
Seguindo a lista para os oradores, deputado Coronel Telhada.
O
SR. CORONEL TELHADA - PP -
Obrigado, deputado Sargento Neri, que preside esta sessão, deputada Janaina,
senhores e senhoras assessores e assessoras, funcionários desta Casa, quero
saudar a nossa Polícia Militar, na figura do cabo Sérgio e do soldado Monteiro.
Eu vou decorar o
nome de todo mundo. Pode deixar que até o final do mandato eu decoro o nome de
todo mundo. É muita gente, mas, em nome do Monteiro e do Sérgio, quero agradecer
a nossa Polícia Militar, nossa assessoria, sempre presente. Agradecer aos amigos
aqui presentes, sejam muito bem-vindos.
Quero falar que
existem dias difíceis, dias ensolarados, dias chuvosos, mas os piores dias são
os dias Toffoli. Os piores dias são os dias Toffoli. Depois da lambança que nós
vimos ontem no Brasil, vamos ver o que acontece com nossa Nação daqui para
frente, mas eu falarei nisso daqui a pouco.
Quero, antes de
tudo, iniciar saudando os municípios aniversariantes. Hoje é dia oito de
novembro. Quero saudar aqui os municípios de Guaimbé e Piacatú. Um abraço a
todos amigos e amigas dessas duas queridas cidades.
Ontem, sargento,
nós tivemos aqui, à tarde, a visita do governador, e foi aberta a palavra a vários
deputados. Eu tive oportunidade de falar com ele. Falei que os 5% realmente
foram insignificantes para a polícia e que esperamos mais, muito mais, para o
ano que vem. Mas também agradeci o fato de ele ter colocado a nossa solicitação
quanto ao apoio total, geral e gratuito no sentido de assistência judiciária
para todos os policiais militares, policiais civis, Polícia Técnico-Científica
e assistência penitenciária.
Não vi ninguém,
até agora, agradecer por isso. Acho interessante. Reclamar, todo mundo reclama.
Eu acho que tem que reclamar mesmo, porque está difícil, mas temos que ver o
lado bom da coisa também.
E não é só para
quem está na ativa, não. Hoje, nós tivemos - vou falar daqui a pouco - um
policial que, neste momento, está baleado com um tiro na nuca, um sargento
aposentado. Se esse sargento, ao invés de ter sido baleado na nuca, tivesse
matado o ladrão, ele iria precisar de um advogado.
O ladrão tem
advogado de graça, pelo crime organizado. O polícia é obrigado a vender carro,
moto, casa, para pagar o advogado. O senhor é advogado, Sargento Neri, e sabe
os valores que a turma cobra. Aqueles que se dizem amigos da polícia, só para
comparecer no distrito, é cinco, sete paus. Para começar a brincar. Não é,
deputada Janaina? Estou falando que tem que ganhar o pão de cada dia, mas não
vem falar que é amigo da tropa, porque não é. Porque está ganhando dinheiro em
cima disso.
Lembro muito
bem: na Rota, quando tivemos três policiais presos, foi 25 paus para cada um.
Tivemos que sair de chapéu na mão pedindo dinheiro para empresário para pagar
os polícias da Rota que estavam presos. E esse fala que é amigo da tropa. Não
sei onde, né? Não sei onde.
Mas agora, com
essa lei que está chegando, haverá assistência jurídica total e gratuita. Temos
uma lei... Eu e o Delegado Olim passamos uma lei aqui, fizemos um projeto,
virou lei, mas a OAB entrou com uma Adin. É lógico, estava perdendo dinheiro.
Teve que entrar com uma Adin contra a nossa lei.
Mas agora,
vindo pelo governador, vamos para cima, vamos fazer isso virar uma realidade.
Nada mais justo do que o nosso policial, o nosso agente penitenciário, que, em
serviço ou em razão do serviço, venha a cometer um crime, seja apoiado pelo
estado, por aquele por quem ele luta, por aquele que ele preserva.
Ontem, tive a
oportunidade, na reunião, de agradecer. Inclusive tem um jornal falando sobre
isso, a reunião que houve ontem, inclusive citando o nosso nome, pois falamos
do reajuste e da assistência jurídica total e gratuita para as polícias e para
a assistência penitenciária.
Muito bem.
Hoje, infelizmente, mais um policial morreu. Esse jovem policial foi baleado
dias atrás. Não sei se o Sargento Neri está sabendo. Esse é um cabo da
rodoviária, o cabo Luis Fernando Bortolotti Garcia. O cabo Luis Fernando
Bortolotti Garcia foi baleado na noite do dia cinco de novembro, em frente à
residência dele, no município de Rio Claro. Foi atingido por dois disparos de
arma de fogo, um na cabeça e outro no pescoço. Foi socorrido, mas infelizmente
não resistiu. Tinha 17 anos de serviço, 42 anos de idade. Centenas de elogios,
condecorações e amigos.
Pois é. Agora
ele está morto. Morto porque era policial militar. Quem chorará pelo cabo
Garcia? Somente a família e os amigos dele de batalhão, que daqui a um mês ou
dois já esqueceram também. Só a família. Essa é a realidade da Polícia Militar
em todo o Brasil. Todo mundo fala, fala, mas ninguém valoriza a nossa polícia.
Não se muda a lei.
O que adianta a
gente prender bandido na rua, trocar tiro com bandido na rua, se os colarinhos
brancos estão sendo colocados em liberdade? A gente troca tiro com ladrão que
rouba 100, 200, 300, mil, dez mil reais e os que roubam trilhões estão sendo
colocados em liberdade. Que país é esse? Que pouca vergonha é essa? Esse é o
nosso Brasil. Esse é o Brasil que eu, Neri e tantos outros policiais tomamos
tiro a vida toda para defender, para ver essa pouca vergonha agora.
E o pior é
aguentar os caras que vêm aqui e falam: “Está vendo? Eu não falei que o Lula
era inocente? Não falei que era uma injustiça?”. Tome, cego. Tome, cego. É o
que a gente merece. É o que a gente merece. Essa lei absurda que temos aí, que
fica passando a mão na cabeça de ladrão. É só no Brasil que o cara tem que ser
condenado em décima instância para ir preso. Brincadeira isso, viu, gente? É de
estourar o picuá de qualquer um.
Vamos
a mais um vídeo. Esse é o policial de que falei agora há pouco. Põe o vídeo na
tela, quero mostrar a hora em que ele é atacado.
* * *
-
É exibido o vídeo.
* * *
Vejam bem, esse
policial estava saindo de um banco. É um terceiro sargento, o terceiro sargento
Claudemir de Lima. Entrou na polícia em 88. Ele está lá no alto do vídeo, à
direita, não sei se dá para ver, camisa azul. Ele é o policial. Isso aí mesmo,
então solta a tela, vamos lá. Os caras estão vestidos de gari, os ladrões.
Foram os dois para cima dele, deram um tiro na nuca e outro no tórax. Olha lá,
arrebentaram o polícia, deixaram ele no chão.
Ele foi socorrido em
estado grave e está internado em estado grave. Tiro na nuca é muito complicado.
Põe de novo, Wagner, por favor. Eu não sei se houve perda de massa encefálica,
mas dificilmente a pessoa escapa e, quando escapa, escapa com sequelas. Essa é
a realidade do policial brasileiro: mesmo aposentado, tomando tiro, e vagabundo
que rouba milhões e trilhões está sendo colocado na rua para aproveitar esse
dinheiro. É revoltante isso.
Finalmente, nós falamos
aqui dessa liberação da prisão de segunda instância. Eu queria lembrar aqui que
o Senado, deputada Janaina, e a Câmara dos Deputados têm projeto para mudar
essa lei. Então muda a lei, caramba. O que estão esperando? Tem que esperar votar
contra para correr atrás da lei? Há quanto tempo esse projeto está lá para ser
votado? Vão esperar pôr na rua? É brincadeira isso, viu? É de estourar a
paciência de qualquer cristão, de qualquer brasileiro. Infelizmente, esta é a
nossa realidade: Polícia morrendo e bandido sendo colocado na rua. Muito
obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - SARGENTO
NERI - AVANTE - Obrigado, Coronel Telhada. Bem pontuado. Seguindo
a lista de oradores, Márcia Lula Lia. (Pausa.) Rodrigo Moraes. (Pausa.) Carlos
Giannazi. (Pausa.) Conte Lopes. (Pausa.) Agora assume os trabalhos como
presidente o Coronel Telhada.
* * *
-
Assume a Presidência o Sr. Coronel Telhada.
* * *
O SR. PRESIDENTE -
CORONEL TELHADA – PP - Muito obrigado, Sargento Neri, que me
rendeu aqui. Neste momento eu convido o deputado Sargento Neri para fazer uso
da palavra. Ele está lá beijando o neném dele. Sejam bem-vindos, neném e
esposa. Sargento Neri, V. Exa. tem o tempo regimental.
O
SR. SARGENTO NERI - AVANTE – Obrigado,
presidente. Boa tarde a todos, boa tarde à minha esposa, ao meu filho. Cumprimento
a Polícia Militar, toda a assessoria, a plateia. Sr. Presidente, eu vim aqui
pedir à população paulista que ajude a Valentina. Nós estamos com um programa
aí, #valentina. Ela é portadora da síndrome de Krabbe. Ela é filha do cabo R.
Gonçalves e da cabo Denise, do 9º BPM/I.
Hoje eu vim com a
camiseta da Valentina e peço a cada um da população paulista que ajude a
Valentina, ajude a fazer esse programa, esse trabalho, porque é muito dolorido para
um pai e uma mãe ter um filho com problema desses. Não só eu, como toda a minha
assessoria... Espero que o Freitas e a Dra. Janaina nos ajudem a divulgar esse
pedido. Até pediria para o Wagner, se conseguir, colocar “Eu apoio a vida
#valentina”. Também estarão no meu site, www.sargentoneri.com.br, os dados, o telefone dos pais e tudo
mais para poder ajudar.
Mas quero também falar - e
é até pertinente que minha esposa esteja aqui -, porque o próprio presidente
falou sobre um problema que eu tive aqui. Eu fui ameaçado pelo Código de Processo
Penal Militar. Olha só, o que eu mais fui na PM foi ameaçado quando entrei na
política. Fui transferido, ameaçado, tudo que vocês imaginarem. Não pela maioria,
e sim por uma minoria, porque da maioria com certeza eu recebi ajuda.
Para o senhor ter ideia, a
eleição foi num domingo, e em uma sexta-feira, minha esposa, que é subtenente
da Polícia Militar, recebeu uma ligação de um policial da administração falando
assim: “Sargento, a senhora será transferida para uma cidade.” Essa cidade
ficava a 200 km da minha casa, e por que isso?
Por uma perseguição
porque eu estava no campo político. Ela já respondeu procedimento e foi
condenada por fazer uma crítica de um buraco na frente da nossa casa. Eu até
hoje não entendo como conseguiram punir ela. Mas puniram ela e queriam
transferir ela porque não tinham peito de fazer comigo, porque são covardes.
Só os covardes fazem
isso: atacam nossas famílias para nos atingirem. Covarde é o deputado que veio
aqui usar do Código de Processo Penal Militar. Lamentável. E pode ter certeza e
fica gravado a esse deputado que eu não tenho medo algum.
Se na ativa eu já não
tinha esse receio, vocês imaginem de igual para igual como deputado, porque
aqui nesta Assembleia Legislativa, aqui dentro, ele não é coronel não e nem eu
sou sargento.
Nós somos deputados e jamais
vou abaixar a retaguarda para poder brigar pela minha classe. Querem dizer que
eu quero lutar, quero dividir a PM. Entendam como quiser. Eu quero é lutar pela
classe de praça. Eu quero é fazer com que o praça seja respeitado. Aí teve um
outro deputado que nem militar é que veio aqui e falou também sobre o Código de
Processo Penal Militar, até dando o artigo nesse processo.
Olhe, gente, o que eu já
passei no campo político na Polícia Militar de perseguição e minha esposa... E
nesse dia, na sexta-feira antes da eleição, eu falei para ela: Sinto muito. Porque
quem estava sendo atingida era ela. Ela só olhou para mim e falou assim: “Não
tem problema. Só mudam os atores. A peça vai ser a mesma. Eu rodo 200
quilômetros para trabalhar”.
Então, existem sim os
covardes, mas existem também muitas pessoas boas. Mas não queiram colocar o
Código Processo Militar para mim aqui como deputado não. Eu vou continuar
brigando pela nossa classe. Vou continuar lutando pela nossa classe. E teve outro
deputado que veio falar aqui sobre a divisa de sargento, que ele não trocaria
nada pela minha divisa de sargento.
Mal sabe ele, porque ele
nunca foi nem soldado, cabo e sargento, o quanto é sacrificante chegar à
graduação de sargento. Mal sabe ele o que passa um sargento para comandar a sua
tropa e quanto vale uma divisa de sargento. Por isso que ele fala em troca.
Nós sargentos jamais falaremos
em troca nem pela patente de coronel, porque nós temos respeito pela nossa
graduação e amamos o que conquistamos, porque a graduação de sargento não é uma
troca e nem é dada, é conquistada. Ele não ofendeu a mim. Ele ofendeu os 15.000
sargentos existentes na Polícia Militar do Estado de São Paulo, porque no nosso
âmbito de militar, de graduação, nós não pensamos em troca.
E também essa pessoa veio
falar para mim que eu me vendi para o governo, que eu sou governo, que eu
troquei a troco de emendas o meu voto, mas eu votei contra o governo. Como que
eu fiz alguma troca com o governo se eu fui contra o governo e a favor do
funcionalismo público?
E tem outro embate na
Casa. Vai vir para nós aprovarmos ou não a previdência do funcionalismo
público. E eu já falo para cada professor, para cada policial civil, para cada
funcionário da Saúde: jamais vocês terão um voto contrário aos seus ideais de
luta, pelo menos da minha parte.
Estarei sim sempre
lutando, sempre votando contra aquilo que atinge o funcionalismo público.
Tem
pessoas que acham que você debater com o governo é xingar o governo, é xingar o
governador. Temos que separar as coisas. Temos a pessoa do governador, que é o
João Doria; temos o governador, que representa o governo; e temos o próprio
governo, que são as secretarias e tudo o que está envolvido. Precisamos saber
separar essas coisas.
Cobrei o
governador sobre o aumento salarial, que foi pequeno, abaixo do esperado. Mas
não preciso xingar o governador para cobrar isso. Então, precisamos sim fazer
um trabalho para que, cada vez mais, seja valorizada a classe do funcionalismo
público. Mas não adianta vir aqui e contar historinha da carochinha. Tem que
vir aqui falar a verdade.
Só para
terminar, presidente. Eu, de certa forma, acabei falando da bancada do partido.
Mas sabemos que tiveram deputados que votaram contra o governo. Mas eu não
poderia deixar de pontuar aquele que mais critica, aquele que usa mais as redes
sociais para atingir as pessoas, aquele que se torna e quer ser o salvador da
pátria de todos os policiais.
Então quero
falar para o Gil Diniz: Gil Diniz, uma graduação de sargento não está
disponível para você trocar. E você jamais saberá o peso de uma divisa de
sargento. Isso vai ficar a vida inteira no seu coração: a vontade de pôr uma
farda e usar a divisa de sargento. Isso é uma coisa que você só vai conseguir
na outra vida.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr.
Deputado. Quero, mais uma vez, prestar apoio a Vossa Excelência. Lembrando
também a imunidade parlamentar que V. Exa. exerce no cargo e lhe dá plenas
faculdades de expressar as suas opiniões.
E também aos nossos mais de 15 mil
sargentos. O meu pai é sargento aposentado também. O nosso reconhecimento pelo valor
na missão nobre que executam. Só quem é da tropa, só quem usa farda, para saber
o que é usar farda. Os demais, fiquem tentando pensar o que é, porque nunca vão
saber.
O próximo deputado é o deputado Caio
França. (Pausa.) Deputado Frederico d’Avila. (Pausa.) Deputada Janaina
Paschoal. Vossa Excelência tem o tempo regimental.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, Sr. Presidente. Cumprimento os
parlamentares presentes, os funcionários desta Casa, as pessoas que nos visitam
hoje, os que nos acompanham pela Rede Alesp.
Tenho vários
temas para tratar hoje. Devo me inscrever outras tantas vezes porque foram
muitos os eventos e atividades da semana, e acabei não conseguindo falar sobre
os temas que eu gostaria de abordar durante a semana.
Vamos começar
pelo tema do momento, vamos dizer assim. Sei que as pessoas estão muito, muito,
muito decepcionadas. Estou triste, mas não estou decepcionada, porque eu não
tinha uma expectativa positiva com relação à decisão de ontem. Tanto é que, nas
muitas vezes que me manifestei sobre a decisão, eu disse com todas as letras:
todos os sinais são no sentido de que eles vão reverter. Então estou triste
porque a gente sempre tem uma certa esperança. Mas, decepcionada, não estou.
Infelizmente estamos
vivenciando um momento de retrocesso, um momento de desafio. A vida é mesmo
assim. Temos alguns avanços, alguns recuos. Sei que amanhã haverá uma
manifestação. Já conversei com algumas pessoas que estarão na manifestação. Dou
o meu apoio à manifestação. Mas confesso que estou tensa. Por que estou tensa?
Porque estamos vivendo um momento bastante singular na América Latina.
Estamos vivendo
conflitos no Chile, na Bolívia. Na Bolívia, por exemplo, é uma situação
praticamente de guerra. Temos situações também tensas até mesmo no Uruguai, com
uma eleição bastante acirrada, na Venezuela nem se fala, e temos no País um
grupo que efetivamente está interessado em gerar conflitos e conturbar a paz
social.
Eu fico
preocupada, nesse momento, das pessoas que estão indignadas com razão com o que
aconteceu ontem, no Supremo Tribunal Federal. Eu fico preocupada com esta
manifestação. Mas eu declaro aqui o meu apoio à manifestação, eu externo a
correção, ou seja, a legitimidade dessa indignação, e reitero que havia um
conjunto de argumentos jurídicos, tanto para manter a prisão em segunda
instância, como para reverter a prisão em segunda instância.
Quando estamos
diante de uma situação de júri que tem provas para os dois lados, nós falamos
de uma maneira pouco clássica, pouco culta em bola dividida. Esse julgamento,
ontem, no Supremo Tribunal Federal foi um típico julgamento de bola dividida.
Tanto é que o placar mostra. Havia argumentos consistentes para os dois lados.
Isso é fato.
No entanto, até
por haver esse conjunto de argumentos para os dois lados, fica evidenciado que
houve uma escolha política de combater todo o trabalho de depuração que vem
sendo feito neste País, desde o início, com o pedido de impeachment da
ex-presidente Dilma.
Foi o trabalho
no processo de impeachment, o trabalho na operação Lava Jato, algumas mudanças
feitas no sistema eleitoral e o próprio julgamento do TSE da chapa Dilma-Temer,
que muito embora não tenha terminado com a cassação, deixou muito flagrante o
tamanho da fraude que foi aquela eleição.
Então, é muito
claro, pelo menos para mim, e eu acho que a população começa a perceber que
houve uma escolha política, acima de tudo, do Supremo Tribunal Federal, de
desfazer todo esse trabalho de depuração.
É um momento grave; é um momento delicado. As
notícias que já vão aparecendo mostram que presos vinculados aos mais diversos
partidos já fizeram o pedido de liberdade. Aqui não tem nenhuma crítica aos
advogados, porque é o papel dos advogados pedir a liberdade dos seus clientes
mesmo.
Agora,
o Supremo Tribunal Federal deu o caminho para libertar presos do PT, para
libertar presos do MDB, para libertar presos do PSDB, presos de outros tantos partidos que estão envolvidos, pessoas que,
inequivocamente, lesaram aos milhões, algumas aos bilhões os cofres públicos. E
qual é o sinal que se dá para quem está na ponta?
O policial civil, militar,
federal, o promotor de Justiça o procurador da República, o juiz de primeira
instância, qual é o sinal que dá? Não adianta trabalhar direito, não adianta
fazer a sua parte, não adianta essa dedicação.
Então, é um sinal muito
negativo que o Supremo Tribunal Federal traz. Infelizmente é uma atuação que
reforça o sentimento de desesperança da população e pior, reforça discursos de
retrocesso, reforça discursos que, de alguma maneira, diminuem o papel das
instituições. Não poderíamos, nesse momento, passar por isso, mas estamos
passando. Estamos passando e eu insisto que temos que passar com a cabeça
elevada, temos que passar respeitando as instituições.
Fica aqui o meu apoio para a
manifestação e um pedido expresso de que não só se manifestem pacificamente,
mas que fujam de qualquer provocação, porque haverá provocações. Haverá
provocações. Eu nem sei se esse é o momento para essa manifestação, mas não vou
falar contra, porque eu sei o quanto isso magoa. Haverá provocações. Não é impossível que o presidente
Lula seja liberado aí até nas próximas horas. Não é impossível.
Isso pode
gerar, vamos dizer assim, uma verdadeira histeria em seus apoiadores. E, se as
pessoas que estão indignadas estiverem às ruas, e essa histeria generalizada
também estiver presente, nós podemos ter situações de conflito.
Então, para
aquele que, como eu, estão tristes com o que aconteceu ontem, decepcionados ou
não, eu peço: se forem se manifestar, estejam atentos e fujam de provocações.
Não estimulem o conflito. Não provoquem. Retirem-se de ambientes que estejam
belicosos, porque o nosso País precisa seguir sendo um exemplo de paz para os
países vizinhos. Eu acredito que essa nossa tradição é o que nós temos de mais
precioso. Paz não necessariamente se confunde com passividade. Daí o direito
que temos de exigir mudança.
Muitos
parlamentares federais, deputados e senadores, estão trabalhando para que tanto
a PEC que permite a prisão em segunda instância, como a lei que permite a
prisão em segunda instância tenham andamento.
Isso é
importante? Importantíssimo. Mais importante do que isso, me parece, é fazer
com que o presidente do Senado dê andamento aos pedidos de impeachment que
estão lá parados, inclusive um que eu apresentei contra o próprio presidente do
Supremo Tribunal Federal.
Por que eu digo
isso? Porque é capaz de a lei ser mudada pelo Congresso e o Supremo Tribunal
Federal encontrar uma interpretação para soltar essas pessoas poderosas que
eles estavam buscando um meio de soltar, como começarão a liberar ainda hoje.
Então, fica
aqui o meu pedido para todo cidadão que decidir ir às ruas amanhã: que esteja
atento, porque o momento é delicado, e quererão nos provocar para ainda dizer
que nós somos os intolerantes, que nós somos os que não cumprimos a lei, e que
nós somos os que não respeitamos as decisões do Supremo Tribunal Federal.
O caminho é
pedir o impeachment; que o impeachment tenha segmento. A CPI da Lava Toga.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado,
deputada Janaina, muito bem explicado por Vossa Excelência.
Próximo deputado: deputado Dirceu
Dalben. (Pausa.) Deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson
Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Deputada Leci
Brandão. (Pausa.)
Pela lista suplementar: deputado Gil
Diniz. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.
(Pausa.) Deputado Coronel Telhada, presidindo os trabalhos. (Na Presidência.)
Deputado Sargento Neri. (Pausa.) Deputado Adalberto Freitas.
Vossa Excelência tem o tempo
regimental.
O
SR. ADALBERTO FREITAS - PSL –
Boa tarde a todos, boa tarde ao presidente da Mesa, Coronel Telhada, nosso
presidente. Boa tarde, também, a todos os que estão aqui nos acompanhando, aos
assessores de ambos os lados, ao pessoal que está nos assistindo pela TV Alesp,
ao pessoal da Polícia Militar, que está nos guarnecendo, e ao pessoal da
galeria.
Sempre é
importante ouvir o que a nossa nobre deputada Janaina fala, pois ela fala com
propriedade, conhecemos a história dela, jurista famosa no Brasil.
E, é importante
ver a cautela que ela tem, em todos os momentos. E eu só tenho a corroborar o
que ela tem falado. Eu, como brasileiro, também, acompanhei todo esse processo.
Além de triste, estou decepcionado, porque a gente sabe que no Brasil inteiro,
não era isso que o Brasil queria.
No Brasil,
grande parte da população não esperava que acontecesse o que está acontecendo.
Mas, nós sabemos, pelo desenrolar da história, que essa questão de um
presidente da República indicar um juiz que poderá julgá-lo no futuro, isso aí
já é uma coisa que tem que mudar.
Porque a pessoa,
o camarada que, estando no comando da nação, indica um juiz que poderá
julgá-lo, em um crime que ele irá cometer, tem a segurança futura que, se
acontecer alguma coisa, vai ter um amigo dele, lá na frente, que poderá
salvá-lo.
Então, é o que
aconteceu. Isso estava escrito, estava já bem falado, bem documentado. Todo
mundo sabe que o voto de Minerva foi do presidente do STF, o Dias Toffoli, que
nós todos sabemos que foi advogado do PT no passado, teve alguns contratos com
o governo do PT.
Então, como a deputada
Janaina explicou aqui, já era mais ou menos aguardado isso, não é surpresa para
ninguém, mas o pessoal não está conseguindo mensurar o que poderá acontecer em
questões de convulsão social, que está muito próxima de acontecer.
Caso realmente
as partes que estão simpatizantes de um lado e de outro entrem em confronto,
haverá uma necessidade de um controle sobre isso, e nós vamos aguardar. As
notícias que nós temos, até então, não são muito boas. Sabemos, pelo próprio
noticiário, que o ex-presidente, que foi preso, já aguarda na soltura dele
fazer uma caravana pelo Brasil inteiro, para fazer oposição ao governo atual.
Então, ou seja,
o pessoal está indo para uma linha de confronto, e acredito até que, se
acontecer alguma coisa pior, que poderá ir contra a nossa democracia, um
contrapasso social... Eu acredito que, se provocarem, pelo que eu vejo, pela
situação atual, acredito que eles terão resposta à altura, porque não é
possível o Brasil chegar onde chegou, chegar na condição onde chegou, ser um
líder do continente, e ter uma pessoa que nós sabemos que foi imputado de
vários crimes, de várias situações...
Porque ele saiu
agora, em segunda instância, mas ainda é um criminoso. Ele é um cara que vai
ficar respondendo processo. Não é que vai sair inocentado. Ele está se valendo
de uma situação que a Justiça conseguiu promover, para ter uma soltura
provisória, até chegar ao final do processo, e se, por acaso chegar no final do
processo - que acredito que vai chegar - vai voltar para a cadeia, vai ficar
lá, se ele for culpado.
Então, ele,
como todo brasileiro, tem direito. Se o Supremo Tribunal decidiu que tem a
terceira instância, então vamos aguardar, mas ele ainda não deixa de ser uma
pessoa que esteja aí respondendo processo.
Quero também
aqui, sobre a situação que aconteceu essa semana, em todas as votações, através
da questão do governo... E, ontem, sobre a nossa bancada, eu vi alguns
parlamentares aqui, de outros partidos... Quando teve a votação do projeto de
lei do governo, eu vi alguns parlamentares vindo a esta tribuna e falar mal do
PSL, de como o PSL está, com vergonha, com não sei o quê.
Acho que cada
líder de partido, cada parlamentar, deve cuidar do seu partido e da sua
bancada. Da nossa bancada cuidamos nós. Conversei muito, ontem, com o deputado Gil Diniz, que está aqui presente. Recebi uma
informação de um repórter de um jornal, perguntando como estava minha relação
com o líder do partido, por conta de eu ter divergido em uma questão de
votação.
Deixei bem
claro, desde o começo, para o nosso líder, que a minha posição era contrária à
dele, que nós somos um partido, mas temos, dentro do nosso grupo, uma
democracia. Não temos ditadura, e eu tenho os meus argumentos. Conversei com o
nosso líder, deixei bem claro, antecipadamente, como seria a minha votação,
então, não tenho problema nenhum para estar com algum problema com o nosso
líder, muito pelo contrário.
Prezo muito o
Gil, é um grande amigo. A nossa amizade está acima até do partido, e ontem
mesmo conversamos e fizemos questão de tirar uma foto juntos e mostrar para os
jornalistas que ninguém vai colocar um contra o outro aqui. Muito pelo
contrário, nós estamos aí. Nessas oposições, um pensa de um jeito e outro pensa
de outro, que a gente chega numa composição. Isso é normal, podemos diferir de algum
projeto, de alguma forma de pensar, mas é questão de cada um.
Então, nenhum
parlamentar de outro partido, que não seja do PSL, líder de bancada, tem o
direito de subir aqui e querer incendiar, falar o que nós temos que fazer
dentro da nossa bancada. Então, Gil, estamos firmes aí, irmão. Estamos firmes.
Não vamos deixar esse pessoal vir para cima da gente, não, e vamos batalhar
juntos, como sempre batalhamos.
Quero aqui
apenas registrar que eu estive, no dia quatro de novembro último, na região de
Parelheiros, em duas aldeias indígenas. Uma chama Tekoa Tape Mirim, que
frequento há muitos anos, que é liderada por duas cacicas da etnia guarani, e a
outra é chamada Arandu Mirim. Ambas são localizadas na barragem de Parelheiros,
extremo sul de São Paulo.
Gostaria de
pedir para a técnica colocar as imagens. Estive lá com o pessoal. Sou
descendente de índios e faço questão de estar no meio deles, sempre podendo
ajudá-los. Todo ano, participo do Natal das crianças, lá em Parelheiros, em que
mais de 50 crianças são acompanhadas por nós. Vou passar o convite a todos os
parlamentares, caso queiram participar. No dia 14 de dezembro, vamos ter um
Natal das crianças indígenas. Para quem puder participar, vou deixar aberto o
convite. É só manter contato comigo e será muito bem recebido. Vamos fazer
essas crianças felizes.
Fui, também,
tratar de uma questão. Consegui junto ao governo uma liberação de banheiros.
Lá, há muitas aldeias que não têm banheiros. Então, conseguimos os banheiros,
estamos mapeando a região toda para conseguir banheiros para esse pessoal, para
que tenham um pouco mais de condições sanitárias.
Era isso o que
eu tinha para falar. Agradeço ao presidente, agradeço a todos pela atenção.
Muito obrigado e um abraço.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, Sr. Deputado. O próximo deputado é o deputado Douglas Garcia. Vossa
Excelência tem o tempo regimental.
O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR -
“Bem-aventurados os que têm fome e sede por justiça, pois eles serão saciados”.
Mateus, capítulo 5, versículo 6.
Senhores, hoje
quero veicular o meu discurso a você, cidadão brasileiro que acorda todos os
dias às cinco horas da manhã. Pega o ônibus lotado para ir trabalhar e, através
do suor do seu trabalho, através de toda força que você tem durante o mês, lá
no finalzinho, para conseguir fechar as contas e pagá-las, sustentar os seus
filhos. Minha palavra é a você, pai de família, mãe de família, estudante
brasileiro, trabalhadores em geral, que não se cansam de trabalhar, que não se
cansam de fazer com que o Brasil se torne um país melhor.
Minha palavra é
para todos aqueles que, todo santo dia, através da força do seu trabalho,
constroem o nosso país e que não pensam, de forma alguma, em roubar. Porque nós
sabemos que, muitas vezes, essa desculpa é utilizada por parte daqueles que
defendem maior intervenção estatal: “Ele roubou, uma vez que é pobre”. Ora,
essa é a maior mentira que já ouvi em toda a minha vida. Temos pessoas em nosso
país que são extremamente pobres. Todavia, isso jamais será razão, motivo ou
circunstância para que essa pessoa venha a roubar.
Mas,
infelizmente, as instituições do nosso país, principalmente se tratando da
cúpula do Poder Judiciário, não têm dado exemplo para os demais. Não têm dado
exemplo às outras cortes brasileiras.
Ontem, em uma
decisão completamente equivocada, o Supremo Tribunal Federal concedeu a todos
os bandidos do nosso país uma chance, uma chance para que eles venham se
libertar, uma chance para que eles venham às ruas. Todos aqueles que não estão
em prisão preventiva e que ainda não tiveram os seus julgamentos em trânsito em
julgado.
O que aconteceu
é uma tristeza. Causa-me, sim, tristeza. Causa-me, sim, revolta. É inenarrável
você sentir que, infelizmente, o crime, no Brasil, compensa. Ou compensou até
então, pois, ainda que viesse uma Proposta de Emenda à Constituição e fosse
emendada a questão da segunda instância, todos aqueles que foram presos até
então, que não fosse em prisão preventiva e que agora, através de ações e mais
ações no Poder Judiciário, encontraram a sua liberdade, não poderão ser
novamente presos, uma vez que a lei penal não retroagirá nesse sentido.
Então, é muito
triste, senhores, o momento por que o Brasil passa. É muito triste o momento
que nós estamos vivendo, e eu coloco toda essa responsabilidade do perigo por
que o nosso país passa nesse momento nas costas não só do Supremo Tribunal
Federal, como de todos aqueles que defendem abertamente esses bandidos.
Quando eu falo que a
esquerda brasileira abraça e defende bandidos, não é à toa. O que o Supremo
Tribunal Federal fez ontem foi muito mais do que assinar um “Lula livre”, foi
assinar que o nosso país é um país onde roubar, onde cometer crimes é, sim,
sinônimo de ser compensado. É muito triste nós termos que assistir e não poder
fazer absolutamente nada a respeito que não seja uma emenda à Constituição para
fazer com que as demais prisões não encontrem esse mesmo tipo de injustiça,
porque o que ocorreu ontem foi injustiça.
E o que mais me deixa
enojado é ver parlamentares dizendo que se trata de uma questão de anti-racismo,
porque agora “o racismo institucionalizado, principalmente no Poder Judiciário,
não vai conseguir encontrar brechas para prender a população pobre, a juventude
negra que está sofrendo nas mãos da Polícia Judiciária e de todos os entes que
compõem o Poder Judiciário brasileiro”.
É extremamente...
Senhores, eu não tenho palavras para conseguir adjetivar um parlamentar que
pensa dessa forma, e eu tive que ver ontem muitos deles comemorando. Senhores, quando
vocês comemoram a liberdade do ex-presidente Lula, vocês não estão comemorando
única e exclusivamente o fato de que o nosso país também confere impunidade a pessoas
poderosas, vocês estão comemorando o fato de que nós teremos agora milhares de
bandidos que estarão soltos.
Nós teremos o pior Natal
e o pior Ano-Novo que este Brasil já teve em sua história, graças a todos
aqueles que, de forma veemente, defendem a liberdade desses bandidos. É muito
triste, mas nós, população brasileira, é claro que não desistiremos. Iremos às ruas
hoje, vamos às ruas amanhã, depois de amanhã e quantas vezes forem necessárias
para que a Proposta de Emenda à Constituição, a PEC da 2ª instância, seja aprovada
o quanto antes no Congresso Nacional, para que a gente consiga pelo menos
salvar o futuro do Brasil e mostrar para o STF que eles não têm todo o poder.
Minha mensagem aos
ministros do STF: não se preocupem com o cabo e o soldado, porque o Exército
brasileiro é uma instituição que respeita a democracia. Preocupem-se, sim, com
o povo nas ruas, porque esse povo, que constituiu o Estado através das leis,
também é o mesmo povo que pode decidir o que deve ser feito com aqueles que não
representam a sua vontade e que não respeitam aquele cidadão que todo santo dia
sai às ruas para trabalhar e tem esse tapa na cara.
Já que esta semana nós
tivemos esse assunto trazido à tona, o tapa na cara, o maior tapa na cara que
nós tivemos foi o que o STF deu no rosto de milhões de brasileiros. Muito
obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE -
CORONEL TELHADA – PP - Muito obrigado, Sr. Deputado. O
próximo deputado é o deputado Gil Diniz. Vossa Excelência tem o tempo
regimental.
O
SR. GIL DINIZ - PSL – SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente. Boa tarde a toda a Mesa, boa tarde
aos nossos deputados presentes aqui no Pequeno Expediente e a quem nos acompanha
pela Rede Alesp, aos presentes na galeria, aos nossos policiais militares e
civis e aos nossos assessores. Douglas, Janaina, a nossa assessora Ana está
fazendo aniversário hoje. (Palmas.) Parabéns a ela, que sempre está aqui
conosco em plenário. Obrigado pelo trabalho, meus parabéns. Que Deus lhe dê
muitos anos de vida.
Gostaria de agradecer à Casa
pela solenidade feita hoje pela manhã em homenagem ao Proerd. O plenário estava
lotado de policiais militares e de outras autoridades que estiveram aqui. Veio
uma escola também ali da zona leste de São Paulo, da Mooca. Cerca de 70 crianças
estavam aqui conosco. Então é motivo de alegria.
Mas, presidente, eu não
posso deixar de responder ao deputado estadual, aquele deputado estadual sem
bancada. Ele disse que o PSL é o partido sem líder. Ele é o líder sem bancada,
líder de si mesmo. É o novo cabo Wilson.
Para quem não conhece, o
cabo Wilson é um praça que chegou aqui como deputado estadual e na última
manifestação que teve na Praça da Sé quase que não conseguiu falar porque a
tropa não deixou, os veteranos não deixaram.
E ele diz aí,
acompanhando pela Rede Alesp, que eu destratei os sargentos ao dizer que não
troco a minha insígnia de soldado temporário por uma divisa no braço dele.
Olhe, Sargento Neri, trabalhei na Escola de Sargentos. Vi muito aluno sargento
ser formado ali com muita honra, muita alegria e ajudei com meu pequeno trabalho
ali a formar vários sargentos da tropa bandeirante.
Falei da tua insígnia, da
tua divisa, sabe por quê? Porque você não honrou os mais de 30 mil votos que você
teve para entrar nesta Casa e eu sei que te dói. Eu sei que você está escutando
isso aqui. Te dói no seu coração ser cobrado pelo seu primeiro voto aqui nesta Casa
ter sido no PSDB, fardado.
Eu sei que te dói no
coração o segundo voto no PT e a tropa precisa ver sim esse vídeo. Você fardado
com as suas divisas no braço votando no PSDB. E já o desafiei aqui, Freitas, se
ele vier aqui na tribuna, para falar aos policiais militares que confiaram o
voto nele quanto em emendas o governo de São Paulo já liberou para ele.
Desafio-o novamente,
deputado líder de bancada nenhuma, líder de si mesmo. Venha aqui à tribuna e
diga quantos milhões - estou falando em milhões, não estou falando em pouca
coisa não - já foram liberados, porque eu tenho certeza de que o voto da tropa
não vai ter mais.
Convido-o a visitar todos
os batalhões do CPAM-5 ao meu lado se quiser. Não é bem-vindo. Vai ser bem
tratado porque agora é deputado e autoridade, mas como policial não é bem-vindo.
Então vem aqui e está falando de fake news e tudo o mais. Venha aqui, coloque a
fake news que eu coloquei em algum lugar. Está falando de um vídeo dele votando
no Cauê Macris.
Qual o problema? Tem
vergonha do voto? Pegou mal? Tem fake news coisa nenhuma. Pare de divulgar, aí
sim, mentira, mas não tem problema nenhum. Pode criticar à vontade, pode falar
à vontade. Novamente, parece um leão com a bancada do PSL, mas com o governador
de São Paulo está um gatinho e nós sabemos por quê. Porque tem compromisso sim com
o governo de São Paulo.
Tem compromisso sim com o
governador. Não criticou aqui da tribuna esse aumento ridículo que o governador
Doria deu aos nossos policiais. Está culpando o PSL, Sargento Neri? Pelo amor
de Deus, você foi o primeiro aqui a votar no PSDB. Então venha aqui na tribuna
e vou cobrá-lo.
Toda as vezes que eu subir
aqui nesta tribuna, se estiver aqui no plenário, vou cobrá-lo. Venha aqui na
tribuna e diga: “Não recebi nada do PSDB. Não tenho nada em emendas”. Ou diga
quanto em emendas o governador de São Paulo já liberou para o teu mandato.
Talvez sabendo que não
vai ter o voto da tropa, como eu sei que não vai ter, já está tentando
articular alguma coisa para 2022. Então precisa das emendas, precisa do cofre
do Sr. Governador aberto para conseguir atingir um outro tipo de público, porque
a Polícia Militar, os sargentos que eu respeito e sempre respeitei, desses aí
não terá o voto não.
E pare de fazer guerrinha
infantil entre praça e oficial. Temos aqui o Coronel Telhada, oficial de
Polícia Militar. Tenho o maior respeito por ele, como tenho pelos praças
também. Pare de fazer guerrinha, porque isso não cola mais e não vai ser dessa
maneira que o senhor vai conseguir o respeito da tropa.
Mas nós sabemos
que é o único tipo de discurso que tem, porque também não tem projeto. E já tem
o desprezo da tropa.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado.
Encerrado o Pequeno Expediente.
* * *
- Passa-se ao
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Grande
Expediente. Deputado inscritos. Deputado Wellington Moura. (Pausa.) Deputado
Edmir Chedid. (Pausa.) Deputado Enio Lula Tatto. (Pausa.) Deputado Agente
Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputada Damaris Moura. (Pausa.) Deputada Carla
Morando. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputada Janaina Paschoal.
Vossa Excelência tem o tempo regimental de 10 minutos.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigada, Sr.
Presidente.
Esta semana
foram publicadas duas matérias, tenho quase certeza que foi na “Folha de
S.Paulo”. Digo que foi na “Folha”, mas eventualmente posso estar equivocada.
Uma, dizendo
que o crescimento do número de pessoas contaminadas pela sífilis está
assustando os profissionais de saúde. E a outra, comparando o número de
adolescentes grávidas nos bairros mais favorecidos com os bairros menos
favorecidos da cidade de São Paulo. A diferença no número de adolescentes
grávidas nesses bairros é algo gritante.
Então, duas
matérias muito importantes, publicadas pela “Folha de S.Paulo”, que entendo que
estão diretamente relacionadas, muito embora tenham sido publicadas em datas
diversas, em contextos diversos.
Desde o
princípio, que tomei posse aqui, venho falando sobre a questão do parto. Tenho
compartilhado com os senhores que, nas minhas visitas às maternidades, recebo a
informação, dos médicos das UTIs neonatais, de que os bebês que estão lá,
muitos dos bebês, que nasceram prematuros, estão lá porque nasceram de mães
contaminadas pela sífilis. E por isso são bebês portadores de sífilis
congênita. Eu já trouxe esse problema aqui para falar da falta do medicamento,
que é um medicamento produzido pela Furp.
Mas também eu
trouxe essa questão aqui para falar do problema da falta de prevenção. O
raciocínio que estou trilhando é um pouco complexo, mas no final os senhores
vão perceber que tem lógica. Há alguns anos, tanto o Ministério da Saúde como a
Secretaria da Saúde, os órgãos de Saúde, começaram a distribuir - e aqui não
tem crítica, é só uma constatação - a distribuir os retrovirais.
Que são aqueles
medicamentos que tratam a pessoa contaminada pelo HIV. Que foi uma grande
conquista. O Brasil se transformou até num exemplo para o mundo em termos de
tratamento para o HIV. Na esteira desses medicamentos criaram-se outros
medicamentos que recebem o nome de PEP e PREP.
Esses
medicamentos servem para a pessoa tomar quando ela se submeteu ou praticou uma
relação sexual insegura. O problema, ou a questão, é que os laboratórios
desenvolveram esses tais medicamentos para o uso contínuo.
Então,
primeiro, nascem os retrovirais para tratar quem já está contaminado. Depois
vêm os PEPs para as pessoas tomarem quando praticam uma relação sexual
desprotegida ou insegura, ou acreditam que podem ter sido contaminadas. Depois
vêm os PREPs, que são medicamentos tomados com uso contínuo, para aquelas
pessoas que sempre se expõem a uma vida - vamos dizer assim - de risco de
contaminação.
O foco desses
medicamentos é o HIV. Entendam: não estou criticando a distribuição desses
medicamentos. Não estou criticando que o Sistema Único de Saúde adquira esses
medicamentos e forneça esses medicamentos. Mas tenho uma preocupação - que não
é de hoje - com o fato desses medicamentos, de alguma maneira, estimularem a
não utilização dos preservativos.
Vejam,
se os laboratórios desenvolveram um medicamento, o tal do PREP, para as pessoas que se expõem
a risco, pessoas que se prostituem, pessoas que têm relacionamento com muitos
parceiros, ou com muitas parceiras, se os laboratórios desenvolveram esses
medicamentos e os equipamentos públicos de Saúde estão distribuindo esses
medicamentos, fazendo campanhas, intui-se que essas pessoas estão fazendo sexo
desprotegidas.
Estão
fazendo sexo desprotegidas tomando essa medicação que as blinda, se é que as
blinda completamente, porque também tem um crescimento aí, tem jovens que estão
se contagiando pela Aids, mas esse medicamento, a princípio, tem o objetivo de
blindar as pessoas do HIV, mas ele não tem poder, pelo menos pelo que eu sei,
de impedir a contaminação por outras doenças, inclusive pela sífilis.
Olhem que
interessante: na medida que os laboratórios desenvolvem esses medicamentos, que
não deixa de ser uma evolução da medicina, mas que passa a ser política
pública, distribuição e até o incentivo à utilização desses medicamentos,
diminui a utilização dos preservativos. A pessoa pensa o seguinte: “ah, eu tomo
PREP, para que eu vou usar preservativo se eu já estou protegido de maneira
medicamentosa?” E fica exposto a outras doenças, sobretudo a sífilis.
Pensem no homem
casado que, eventualmente, tem um relacionamento extraconjugal com outro homem.
Tomando esse medicamento, ele vai contaminar sua esposa que vai contaminar o
bebê. Esse é um dado.
O outro dado é
o aumento da gravidez na adolescência. Existem laboratórios que têm trabalhado
pesadamente no convencimento de agentes públicos para que os órgãos públicos
adquiram e forneçam os anticoncepcionais subcutâneos. Até no meu gabinete veio
gente falar com assessor meu que era importantíssimo fazer um projeto de lei para
que o estado de São Paulo fornecesse.
Eu achei
curioso porque só eles vendem. Mas existe um trabalho forte no desenvolvimento
desses anticoncepcionais e no convencimento de autoridades para que esses
anticoncepcionais sejam fornecidos para adolescentes vulneráveis, pessoas em
situação de vulnerabilidade.
Se
a pessoa está utilizando um anticoncepcional subcutâneo, e se sente protegida
de uma gravidez, não vai usar o preservativo. E o que vai acontecer? Vai se
expor a todas essas doenças. Quem viveu - o senhor é que gosta de rock, não é,
presidente - a época Cazuza, sabe, já foi educado ouvindo falar da importância
dos preservativos.
Agora,
com essas descobertas dos laboratórios, no lugar da gente evoluir, nós estamos
voltando para trás, porque as pessoas se sentem seguras, existe um estímulo a
uma hiperssexualidade, uma hiperssexualização, inclusive de adolescentes,
ninguém mais lembra, a não ser a gente que é mais madura, do sofrimento do
Cazuza. E a meninada se sente tranquila para uma vida sexual absolutamente
desprotegida.
Então,
eu venho aqui dizer que nós temos que tomar cuidado, que os laboratórios
farmacêuticos são importantíssimos, até para a evolução da humanidade. Hoje as
pessoas vivem muito mais em decorrência das descobertas dos laboratórios farmacêuticos,
mas até por serem empresas e dependerem de recursos para sobreviver, existe
todo um investimento num marketing e que, muitas vezes, levam a situações que
são piores do que as que visam combater.
Nós precisamos
entender e voltar a falar, primeiro: no retardamento do início da vida sexual.
Eu não tenho vergonha de dizer que sexo não é para criança, sexo não é para
adolescente. Eu não tenho vergonha de dizer.
E, ao lado
disso, voltar a falar na importância do preservativo. Por que o preservativo:
previne a gravidez não planejada; previne a contaminação pelo HIV; e,
diferentemente desses remédios todos, previne a contaminação por outras doenças
sexualmente transmissíveis, sobretudo a sífilis.
A sífilis está
penalizando não só adultos, mas também crianças. Porque o impacto da sífilis na
saúde dos bebês é devastador. Não quero ferir nenhuma suscetibilidade, convivo
muito com vários grupos que se sentem incomodados apenas com a palavra
“preservativo”.
Peço a esses
grupos que me desculpem antecipadamente se de alguma maneira, mesmo sem
desejar, eu vier a ofendê-los; mas, entendo que é necessário resgatar as
políticas, as campanhas, os discursos, a linguagem, da época de Cazuza.
Porque foi só
aquela geração que viu o sofrimento dele que compreendeu a necessidade de uma
proteção maior. Então, eu não estou aqui falando que o estado não tenha que
comprar esses medicamentos, que não tenha que distribuir esses medicamentos.
Eu até tenho
minhas percepções a respeito disso, mas não é este o local, nem o momento, e
nem é esse o objetivo. O objetivo é dizer o seguinte: olha, esses medicamentos
estão aí, e a gravidez indesejada está crescendo, a sífilis está crescendo, a
saúde das crianças está padecendo. Então, nós precisamos parar para refletir.
Porque tem muito
interesse econômico por trás dessas novidades que supostamente vêm em benefício
da Saúde.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP – Muito
obrigado, Sra. Deputada.
Próximo deputado: deputado Tenente
Nascimento. (Pausa.) Deputado Dirceu Dalben. (Pausa.) Deputada Adriana Borgo.
(Pausa.) Deputado Sargento Neri. (Pausa.) Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Deputado
Vinícius Camarinha. (Pausa.) Deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Deputada
Márcia Lula Lia. (Pausa.) Deputada Delegada Graciela. (Pausa.) Deputado Thiago
Auricchio. (Pausa.) Deputado Teonilio Barba Lula. (Pausa.) Deputada Analice
Fernandes. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Delegado Olim.
(Pausa.) Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Deputado Paulo Lula Fiorilo.
(Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.)
Deputado Castello Branco. (Pausa.) Deputado Daniel José. (Pausa.) Deputado
Frederico d’Avila. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos, que, por cessão, passa o
tempo ao deputado Altair Moraes.
Vossa Excelência, portanto, tem o tempo
regimental de dez minutos.
O
SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS
– Boa tarde a todos, boa tarde ao nosso presidente, Coronel Telhada, nossos
deputados, todos os funcionários e os que estão nos assistindo hoje na TV
Alesp.
Hoje é um dia
em que eu me sinto em dois lugares: ou num circo ou dentro de um curral. Num
circo por me achar um palhaço com o que aconteceu com o STF, e num curral por
achar um burro para aceitar esse tipo de coisa.
Bom, senhores,
no mundo inteiro, diz-se que a arte imita a vida. Acredito que muitos de vocês
já ouviram falar disso. A arte imita a vida. Isso vale para todo mundo só não
vale para o nosso país. Aqui no Brasil é ao contrário, é a vida que imita a
arte. É totalmente diferente.
É
incrível que aqui seja tudo ao contrário. É a justiça se adaptando para
defender bandido, é a justiça que não defende o trabalhador, é a Suprema Corte
rasgando a Constituição e não guardando a lei. Tudo isso é muito triste. Esse é
o Brasil que eu não quero. Aliás, esse não é o meu Brasil, não é o Brasil que
eu pretendo viver toda a vida.
Por
isso que estamos aqui. Isso é um circo, onde muitos de nós somos os palhaços,
mas uma coisa é certa, eu vou lutar até o fim para que o Congresso aprove a PEC
da segunda instância, mas como eu estou dizendo que o Brasil é diferente de
todos, eu vou mostrar um vídeo e queria que prestassem muita atenção.
Como
eu disse, no mundo inteiro a arte imita a vida. No Brasil é diferente, é a vida
que imita a arte. Vamos assistir a esse vídeo, por favor.
*
* *
- É exibido o
vídeo.
*
* *
Engraçado,
né? Dá vontade de dar gargalhada com isso. Palhaço. É isso que eles acham que
nós somos: palhaços. No mundo todo, a arte imita a vida. No Brasil é diferente,
é a vida imitando a arte. Fica aqui a minha indignação contra essa porcaria que
aconteceu. Infelizmente, chamam a gente de palhaço, mas palhaços nós não somos.
Existe uma grande parcela da população que entendeu isso, e graças à Deus que o
Brasil despertou.
Obrigado
a todos. Obrigado, Sr. Deputado. Mais algum deputado vai querer falar pelo
Grande Expediente? Não? Portanto, eu encerro, de momento, então, o Grande
Expediente.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
Pela ordem, Sr. Presidente.
Deputado Telhada, eu gostaria só de utilizar a tribuna pelo Art. 82, do Regimento
Interno.
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - É
regimental. Vossa Excelência fique à vontade. Quero dar ciência aos deputados
de que o coronel comandante da nossa assistência policial militar, coronel
Robson, se encontra presente. Obrigado, comandante, pela presença do senhor
aqui.
Deputado Carlos
Giannazi, você tem o tempo regimental.
O SR. CARLOS GIANNAZI
- PSOL - PELO ART. 82
- Obrigado, Sr. Presidente deputado Coronel Telhada, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público
aqui presente, telespectador da TV Assembleia.
Hoje,
infelizmente o governador Doria anunciou que estaria protocolando aqui na Assembleia
Legislativa
mais um famigerado projeto de lei contra os trabalhadores e contra as
trabalhadoras, porque ele só apresenta projetos aqui ou contra os servidores ou
contra o patrimônio público, para privatizar equipamentos públicos, como foi o
caso da privatização do Jardim Zoológico, do Jardim Botânico, de empresas
estatais, como a Emplasa, a extinção da Emplasa, as ameaças agora em relação à
Furp, que é a Fundação para o Remédio Popular, ou também em relação ao desmonte
do Oncocentro, que é uma instituição pública importante do SUS, que faz
pesquisa e análise na área de câncer, e também próteses para pessoas que não têm
condições de pagar esse material, pessoas que fizeram cirurgias, que perderam
um olho, uma orelha, uma parte do rosto, nós temos o Oncocentro que é um órgão
público, uma fundação da Secretaria da Saúde, que cumpre um papel estratégico e
fundamental na área social, na área do Sistema Único de Saúde.
O
governo Doria anunciou que vai desmontar esse equipamento público. Então, é
isso, é um governo do desmonte do estado, do desmonte de serviços públicos, de
empresas públicas que têm uma função social importante, como, por exemplo, a
Furp.
A Furp produz
remédios para todo o Sistema Único de Saúde, para mais de 600 municípios do
estado de São Paulo. Produz remédios que não são produzidos pelos grandes
laboratórios, porque esses remédios não têm valor, não dão lucro. Mas a Furp
produz. No entanto, ela está ameaçada, basicamente, de extinção, de
privatização, como o governo já anunciou.
E agora, para
piorar a situação, o governo, esta semana, aprovou o PL 899, o projeto do golpe
dos precatórios, do calote dos precatórios. O governo deu um calote sem precedentes
em milhares de pessoas do estado de São Paulo, trabalhadores, trabalhadoras,
pais e mães, aposentados, pensionistas, quando reduziu o valor do precatório de
30 mil reais para 11 mil reais. Um golpe, um calote.
Não bastando
tudo isso, se antecipando à promulgação da reforma da Previdência na semana que
vem, a federal, ele encaminhou agora um projeto de lei para a Assembleia
Legislativa - anunciou agora pela imprensa - que é o projeto do confisco
salarial. Haverá confisco salarial no estado de São Paulo e será feito através
do que ele chama de reforma da Previdência.
Não tem nada de
reforma da Previdência nesse projeto. É um confisco salarial, pois se trata de
uma elevação da contribuição previdenciária de 11 para 14 por cento. Os
trabalhadores do estado de São Paulo não tiveram a data-base respeitada, não
tiveram a reposição das perdas inflacionárias. Por exemplo, os professores, os
servidores da Educação, os profissionais da Educação não tiveram nenhum
reajuste. Nada, absolutamente nada. Não tiveram a data-base, não tiveram os
10,15% que ganhamos na Justiça.
No entanto,
haverá redução salarial. É o SampaPrev estadual, porque ele já fez isso como
prefeito de São Paulo. Fez de tudo para aprovar o SampaPrev municipal. Deixou
para o Covas aprovar. O Bruno Covas aprovou no final do ano passado. No apagar
das luzes de dezembro, ele aprovou o projeto que confiscou o salário dos
servidores municipais de São Paulo.
Agora, a mesma
proposta vem para o estado de São Paulo. É o SampaPrev estadual, é o projeto de
confisco salarial. Não tem nada de reforma da Previdência, até porque a PEC
paralela não foi aprovada ainda. A reforma aprovada pelo Congresso Nacional,
tanto na Câmara dos Deputados como no Senado Federal, ela só vale agora para os
trabalhadores da iniciativa privada, para o INSS e para os servidores do
governo federal, da União. Não vale ainda para os municípios e estados. Tem que
aprovar a PEC paralela, tem todo um processo. Mas ele se antecipa e envia um
projeto para aproveitar e confiscar salários dos servidores públicos.
Todos serão
afetados por essa danosa e perversa proposta. É por isso que já estamos nos
organizando para enfrentar essa proposta, não só aqui na Alesp, mas, sobretudo,
junto com os trabalhadores e trabalhadoras, junto com os sindicatos,
associações. Sei que haverá uma grande mobilização dos professores, dos
servidores da Educação, dos servidores da Segurança Pública, dos servidores do
sistema prisional.
Todos estarão
nessa grande mobilização, porque é um absurdo, é um confisco. Estamos
retrocedendo. Não teve reajuste salarial, não teve reposição das perdas
inflacionárias e, ainda por cima, o governador confisca salários, três por
cento dos salários.
Fico imaginando
os servidores da Segurança Pública, que tiveram uma irrisória reposição de 5%
que não vai refrescar em nada a situação deles. E eles vão perder três por
cento. Na verdade, serão só dois por cento, pois três serão descontados já.
Parece que ele quer aprovar agora esse projeto. Então, no ano que vem, os
servidores já iniciam o ano com três por cento a menos em seus salários, porque
haverá esse confisco, mas não haverá, porque nós vamos lutar. Eu tenho certeza de
que muitos deputados, até mesmo da base do governo, vão se rebelar contra essa
proposta, Sr. Presidente.
Quero
já anunciar aqui que nós, do PSOL, estaremos na luta obstruindo o trâmite desse
projeto em todas as comissões e no plenário, mas sobretudo estaremos junto com
os movimentos aqui do estado de São Paulo para barrar também nas ruas essa
proposta de confisco salarial. Repito: não tem nada de reforma da Previdência,
é tudo mentira. É confisco salarial. Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças, eu solicito o levantamento
da presente sessão.
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA – PP - É regimental, Sr. Deputado. Quero
dizer ao senhor que conte conosco nessa luta. O Partido
Progressista aqui na Casa tem três policiais e um professor, então creio que os
quatro estarão juntos nessa luta. É um absurdo nós termos esse aumento do
desconto indevido, enquanto para outras categorias, inclusive pela proposta federal,
iria diminuir. Aqui nós vamos aumentar, então nós vamos ter que brigar, Giannazi,
porque o negócio aqui está forte. Vamos brigar.
Sras. Deputadas e
Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, antes de dar por levantados
os trabalhos, convoco V. Exas. para a sessão ordinária de segunda-feira, à hora
regimental, sem Ordem do Dia, lembrando-os ainda da sessão solene a realizar-se
hoje, às 20 horas, com a finalidade de homenagear a nossa amiga inspetora e
superintendente do Comando Geral da Guarda Civil Metropolitana, Elza Paulina de
Souza.
Agradeço a todos os senhores e senhoras por este trabalho
nesta semana e desejo um bom fim de semana a todos, e a todos que nos assistem
também pela Rede Alesp.
Está levantada a sessão.
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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 56 minutos.
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