http://www.al.sp.gov.br/web/images/LogoDTT.gif

 

14 DE NOVEMBRO DE 2019

146ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: CORONEL TELHADA e LECI BRANDÃO

 

Secretaria: LECI BRANDÃO

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - CARLOS GIANNAZI

Lê e comenta matéria jornalística sobre desobrigação de construção de escolas públicas, contida em PEC do governo federal. Acrescenta que a propositura é uma forma de transferir recursos orçamentários para a iniciativa privada. Defende a obstrução da medida, no Congresso Nacional. Informa que o governo municipal tem adotado política semelhante. Critica o neoliberalismo. Ressalta a importância da Constituição Federal.

 

3 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA

Cancela, em nome da Presidência efetiva, sessão solene convocada para o dia 22/11, às 20 horas, para "Comemoração do 142º Aniversário de São Caetano do Sul", por solicitação do deputado Thiago Auricchio.

 

4 - LECI BRANDÃO

Faz coro ao pronunciamento do deputado Carlos Giannazi. Comenta dados estatísticos do IBGE, sobre o preenchimento de vagas em universidades, por alunos negros. Defende a não restrição de direitos fundamentais, principalmente relacionados à Educação. Informa-se membro da Comissão de Educação e Cultura deste Parlamento. Critica ajuste fiscal tendente a restringir direitos sociais.

 

5 - LECI BRANDÃO

Assume a Presidência.

 

6 - CORONEL TELHADA

Saúda municípios que aniversariam nesta data. Lembra experiência profissional em Lorena. Comenta reunião com o general Campos, secretário de Segurança Pública. Informa que estivera hoje, de manhã, no 4º Batalhão de Polícia de Choque. Exibe foto com sua esposa, em homenagem aos 41 anos de relacionamento. Discorre acerca de indicações ao Governo do Estado, em defesa de nomeações de aprovados em concurso público da SAP - Secretaria de Administração Penitenciária, e de remanescentes em concurso de telecomunicação. Argumenta a favor da elaboração de lista tríplice para o Comando Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Solicita à população que envie ideias, via email, para parlamentares, a fim de participar da atividade política.

 

7 - MAJOR MECCA

Comenta reunião realizada com o secretário de Segurança Pública, ontem. Lembra promessa do governador João Doria, sobre valorização salarial de policiais militares. Afirma que não há planejamento do governo estadual para cumprimento do prometido em campanha eleitoral. Reflete acerca de projeto de proteção social das Forças Armadas, em trâmite no Senado Federal.

 

8 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência.

 

9 - CORONEL NISHIKAWA

Lê e comenta matéria a respeito da elevação nos diagnósticos de diabetes. Discorre acerca de denominação de quartel, aprovada pelos membros da Comissão de Constituição, Justiça e Redação, em homenagem a coronel bombeiro. Lembra que destina emendas parlamentares para a Saúde. Manifesta preocupação com o funcionalismo púbico.

 

10 - ERICA MALUNGUINHO

Critica o deputado Douglas Garcia por discurso proferido na sessão ordinária de ontem. Rebate posição contrária, da deputada Janaina Paschoal, a requerimento para participar de comissão de representação. Reitera compromisso ético com este Parlamento. Acrescenta que no site desta Casa há informações sobre o uso de verbas parlamentares. Aduz que há tentativa de perseguição ao seu mandato.

 

11 - CARLOS GIANNAZI

Elogia a deputada Erica Mallunguinho. Critica questionamentos à citada parlamentar, o racismo e a homofobia. Comenta proposta, do governo estadual, de modificação da carreira do magistério estadual. Assevera que a medida tende a induzir a renúncia de direitos. Lembra o não cumprimento da data-base salarial da categoria. Lembra projetos do governador João Doria contra servidores públicos.

 

12 - CARLOS GIANNAZI

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

13 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 18/11, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Telhada.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e convida a nobre deputada Leci Brandão para ler a resenha do Expediente.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - Sr. Presidente, temos aqui dois ofícios do Excelentíssimo Sr. Governador.

São Paulo, 13 de novembro de 2019. Sr. Presidente, tenho a honra de comunicar a essa augusta Assembleia, por intermédio de V. Exa., que estarei ausente do País no período de 14 a 17 de novembro de 2019, em viagem aos Estados Unidos da América, de caráter particular. Informo, ainda, a V. Exa., que durante o meu afastamento assumirá a governança do estado o vice-governador, Dr. Rodrigo Garcia. Na oportunidade, reitero meus protestos de consideração e apreço. João Doria, governador do Estado.

O segundo ofício: Sr. Presidente, tenho a honra de comunicar a essa augusta Assembleia, por intermédio de V. Exa., que estarei ausente do País no período de 20 a 25 de novembro de 2019, em viagem aos Estados Unidos da América para cumprimento de agenda oficial. Informo, ainda, a V. Exa., que durante o meu afastamento assumirá a governança do estado o vice-governador, Dr. Rodrigo Garcia.

Na oportunidade, reitero meus protestos de consideração e apreço. João Doria, governador do Estado. Está lida a resenha, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sra. Deputada. Vamos, portanto, para o Pequeno Expediente. O primeiro é o deputado Paulo Lula Fiorilo. (Pausa.) Deputado Enio Lula Tatto. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi, V. Exa. tem o tempo regimental.

 

 O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia, nós estamos mais uma vez perplexos com um novo ataque do governo federal à Educação.

São vários os ataques, mas esse daqui, Sr. Presidente, deputado Telhada, deputada Leci Brandão, é demais. Vejam só os senhores: “PEC de Bolsonaro e Guedes desobriga Poder Público de construir escolas”. Matéria hoje não só da “Folha de S. Paulo”, mas de vários sites, de vários jornais.

Ou seja, o governo federal, o governo Bolsonaro, através do seu ministro da Economia, o Paulo Guedes, está apresentando uma PEC para mudar, para alterar a Constituição Federal acabando com uma obrigatoriedade do Poder Público brasileiro em construir escolas públicas na área da Educação Infantil, no Ensino Fundamental e no Ensino Médio.

É o que diz a PEC, essa proposta de emenda à Constituição. E ela vai mais longe essa proposta porque ela também exclui da Constituição o investimento para que o Brasil possa acabar de vez com as desigualdades regionais. São dois aspectos da PEC.

Primeiro, o governo não tem mais obrigação de construir escolas para os trabalhadores, para a população que não tem condições econômicas. A Educação é um direito social, é um direito fundamental garantido pela Constituição Federal, pela LDB, pelo Plano Nacional de Educação.

Esse direito fica praticamente inviabilizado se essa PEC for aprovada, mas o que mais me chamou atenção, deputados e deputadas, é que na verdade o governo vai transferir os recursos públicos da Educação para o setor privado. É uma forma de transferir dinheiro público para enriquecer ainda mais as instituições privadas de ensino, com as quais a irmã do ministro da Economia Paulo Guedes tem relações profundas.

Ela participa de uma associação, de uma entidade que congrega universidades privadas, particulares no Brasil. Então o governo ao invés de construir escolas, ele vai transferir o dinheiro público do orçamento da Educação para a iniciativa privada, como se fosse “voucher”.

É o que o Bruno Covas, o prefeito de São Paulo, está fazendo agora, desviando dinheiro. Ele apresentou agora um projeto de lei que está tramitando na Câmara Municipal que transfere dinheiro público para escolas particulares.

Ao invés de construir creches e atender a demanda pela rede direta com profissionais de Educação concursados, com carreira, ele não. O que ele faz? Ele vai transferir dinheiro também público do orçamento da Educação para as escolas privadas da cidade de São Paulo nessa área de Educação Infantil para atender a demanda de creche. Então isso agora virou...

É a tese do neoliberalismo, do pensamento único. O Estado mínimo para os pobres na área da Educação e da Saúde e o Estado máximo para os empresários, para os ricos, para quem tem o poder econômico neste País. Esse é o neoliberalismo que está sendo instalado aqui no Brasil, mas é chocante, Sr. Presidente.

Essa proposta não pode ser aprovada, até porque ela muda totalmente a concepção do Estado brasileiro, da Constituição Federal de 1988. Isso aqui só poderia ser feito na verdade através de uma Assembleia Nacional Constituinte, porque se muda totalmente a função do Estado brasileiro.

Essa função, essa concepção, foi definida numa Assembleia Nacional Constituinte em 1987, que depois promulgou a Constituição Federal de 88, através do Ulysses Guimarães, que era o presidente, tanto do Congresso Nacional como também dessa Assembleia Nacional Constituinte, que foi considerada por ele mesmo e ficou conhecida como a “Constituição Cidadã”.

Agora eles estão querendo fazer essa alteração. Não vamos permitir isso. Haverá grandes mobilizações. As nossas bancadas do Congresso Nacional estarão mobilizadas, obstruindo e votando contra. Agora temos que conscientizar a população de que isso é um crime de lesa-pátria, de lesa-humanidade contra a Educação, mas, sobretudo, contra o povo brasileiro.

Repito: a PEC desobriga o governo a construir novas escolas públicas para atender a demanda escolar, sendo que o Brasil tem milhões de crianças, adolescentes, jovens e adultos fora das escolas porque não há vagas para todos.

Então, fica aqui o nosso protesto, a nossa indignação. Vamos lutar contra mais essa PEC nefasta e perversa do governo Bolsonaro, da dupla Bolsonaro-Guedes, porque o Chile não é aqui.

Eles não vão transformar o Brasil no Chile. O Chile só é aqui quando tem mobilização. Apoiamos as mobilizações para mudar aquele sistema neoliberal selvagem privatista. Agora, eles não vão transformar o Brasil num Chile, privatizando tudo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado.

O próximo deputado é o deputado Itamar Borges (Pausa.) Deputado Wellington Moura. (Pausa.) Deputado Roberto Engler. (Pausa.) Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputada Dra. Damaris Moura. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Cezar. (Pausa.) Deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Vossa Excelência tem o tempo regimental.

Enquanto V. Exa. se dirige à tribuna, quero dar ciência aos Srs. Deputados e Sras. Deputadas que esta Presidência, atendendo solicitação do nobre deputado Thiago Auricchio, cancela a sessão solene convocada para o dia 22 de novembro, às 20 horas, com a finalidade de comemorar os 142 anos da cidade de São Caetano do Sul. Portanto, está cancelada a sessão solene do dia 22 de novembro. Lido.

Deputada, V. Exa. tem o tempo regimental.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Excelentíssimo Sr. Presidente Coronel Telhada, Srs. Deputados Major Mecca e Coronel Nishikawa, deputado Carlos Giannazi, boa tarde.

Deputado Carlos Giannazi, quero dizer para V. Exa. que concordo em gênero, número e grau em tudo o que o senhor falou aqui em relação a essa questão de cortar as escolas. É um absurdo. É um absurdo o que estão fazendo com a Educação e com a Cultura neste País.

Ontem o IBGE divulgou uma notícia excelente. Pela primeira vez na História, o número de estudantes negros nas universidades públicas passou o número de brancos. Segundo o IBGE, o avanço dessa parcela da população é resultado, obviamente, do sistema de cotas. É fato que estamos numa trajetória de melhora desde as políticas públicas que começaram a ser adotadas durante o nosso governo anterior.

Passada essa euforia inicial, a gente precisa olhar com muita cautela esses números. Se o número de ingressantes negros nas universidades públicas é maior, precisamos saber da permanência e da conclusão do curso desses alunos. Em que condições eles estão acessando o ensino superior? Porque a gente quer saber o seguinte: há cursos em que certamente existe um grande número de alunos negros. Entretanto, existem outros cursos que eles continuam sendo invisíveis.

Ou seja, a gente precisa ir mais fundo nesses dados. Para isso, também é importante, em tempos de supressão de direitos e de ataques à Educação, a gente ficar atento para que essa notícia, que é positiva, não seja usada como argumento para acabar com políticas públicas.

Porque na semana passada uma PEC, que foi apresentada por esse presidente e pelo ministro da Economia, desobrigou o Poder Público de expandir a sua rede de escolas em regiões com carência de vagas para alunos, coisa que tem a ver com o discurso que o deputado Carlos Giannazi fez há pouco. Primeiro é preciso dizer que a Educação é dever do estado e um direito do cidadão.

A intenção desse governo que está aí, mais uma vez, é retroagir os nossos direitos. Só que a Constituição Federal diz que direitos fundamentais não podem ser restringidos. Não pode haver PEC que tenda a restringir um direito fundamental. Ou seja, a gente precisa ficar atento para que mais direitos, principalmente aqueles relacionados à Educação, não sejam suprimidos ainda mais.

A gente sempre reafirma aqui, nessa tribuna, que a nossa intenção não é atacar por atacar. A gente vem aqui é para defender aquilo a que o cidadão tem direito, defender a Educação, defender a Cultura. Aliás, a única comissão a que eu pertenço nessa Casa é a Comissão de Educação e Cultura. Por isso, eu não estou fazendo absolutamente nada de mais; estou fazendo a minha obrigação. Porque Educação e Cultura, como eu sempre disse, são dois pilares que vão fazer com que esse país, cada vez mais, seja fortalecido.

Eu não entendo como é que o entendimento econômico vai ser tirando os direitos fundamentais. Não dá para entender que a questão social só vai ser resolvida se a questão fiscal estiver equilibrada. Isso é um absurdo.

Você não precisa ser aluno de nenhuma universidade, não precisa estar fazendo nenhum curso superior de qualquer categoria para entender isso. Não dá para você achar que quanto pior para o povo, melhor. Porque o que está dando a entender para a gente é isso.

E a gente não pode ficar calado diante disso. Eu espero que haja uma reflexão, que haja um entendimento. Eu ouso dizer, até, que existem deputados e deputadas, aqui, do partido... Era o partido de quem está mandando no país; não é mais. Eu tenho certeza de que alguns parlamentares que são ou eram desse partido não concordam com algumas coisas que têm sido feitas. Está muito confuso, muito complicado.

E a gente precisa, realmente, tomar uma atitude, tentar dialogar. Eu gosto de diálogo, gosto de conversar, colocar na mesa, sem gritaria, sem brigas, sem ofensas. É muito bom dessa forma. Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sra. Deputada. Próxima deputada: deputada Janaina Paschoal. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Castello Branco. (Pausa.) Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.)

Solicito que a Sra. Deputada Leci Brandão assuma a Presidência dos trabalhos.

 

* * *

 

- Assume a Presidência a Sra. Leci Brandão.

 

* * *

 

A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Seguindo a ordem dos oradores inscritos no Pequeno Expediente, Coronel Telhada, V. Exa. tem o uso da palavra pelo tempo regimental.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP – Sra. Deputada, Srs. Deputados, senhores e senhoras assessores, funcionários da Assembleia Legislativa. Quero saudar a nossa Assessoria Policial Militar; todo dia estão presentes aqui fazendo a nossa segurança. Senhores e senhoras que estão presentes na plateia, sejam bem-vindos. A todos os que nos assistem pela TV Assembleia.

Eu quero iniciar minha fala de hoje, dia 14 de novembro, saudando três municípios que aniversariam nessa data. O primeiro município, aqui pertinho, é Santana de Parnaíba. Grande abraço a todos os amigos de Santana de Paranaíba. Serra Azul, aqui perto também. E a querida cidade de Lorena.

Eu tenho uma história com a cidade de Lorena, porque, quando saí da academia como aspirante, em 1983, fui servir na cidade de Lorena, no 23o Batalhão de Polícia do Interior. Fiquei um ano servindo naquela cidade. Então, abraço a todos os amigos e amigas da querida cidade de Lorena. Um abraço ao tenente Norival, a todos os que nos assistem. Então, aos amigos de Santana de Parnaíba, Serra Azul e Lorena, um grande abraço; contem conosco aqui na Assembleia Legislativa.

Ontem, nós tivemos aqui a visita do Sr. Secretário de Segurança Pública, o general Campos, acompanhado do secretário executivo da Polícia Militar, Coronel Camilo, que foi deputado conosco, e do secretário executivo da Polícia Civil, Dr. Youssef, onde nós questionamos alguns senões com relação à Segurança. Quero agradecer a toda a equipe do general Campos, que esteve aqui conosco e se colocou totalmente à disposição dessa Casa, deputada Leci. Falou que, dos 94 deputados, qualquer um que tenha qualquer dúvida ou necessidade de falar com o secretário, que está à disposição a equipe.

Estamos procurando trabalhar em conjunto para melhorar a situação das polícias no estado de São Paulo e, automaticamente, a Segurança no estado de São Paulo. Ainda há uma série de senões para serem resolvidos. Por mais que a gente faça, o crime cresce dia a dia, a facilidade do crime no nosso país é muito aberta; é muito tranquilo o cara ser criminoso aqui. Então, nós estamos trabalhando forte para tentar reverter essa situação da Segurança Pública, não só em São Paulo, mas no Brasil.

Hoje, pela manhã, nós estivemos no 4º Batalhão de Polícia de Choque, onde participamos da solenidade alusiva aos 11 anos do 4º Batalhão de Choque de Operações Especiais. Quero mandar um abraço especial aqui ao comandante, ao tenente-coronel Luis Augusto Pacheco Ambar, comandante do 4º BP Choque. Obrigado pela recepção. Um abraço a todos amigos e amigas do 4º de Choque, constituído do Gate, Grupamento de Ações Táticas Especiais e do COE, Comando de Operações Especiais. São duas entidades de elite da Polícia Militar que prestam excelente serviço. Inclusive houve uma demonstração de um roubo a um carro forte que ocorreu na rodovia e lá eles fizeram a demonstração para mostrar a dificuldade nessas ocorrências. O comandante, coronel Ambar, inclusive, é filho de outro coronel que me comandou muitos anos atrás no 4º Batalhão, quando eu era tenente ainda lá no 4º Batalhão.

  Tem outra foto aí Machado? Pode colocar por favor. Hoje, dia 14 de novembro, é um dia especial para mim. Quero mandar um beijo para a minha esposa porque nós estamos fazendo 41 anos de namoro. Não parece, mas esse na foto sou eu. É isso aí, Wagner. Tem que agradar a mulher, senão chega em casa sabe como é que é, não é? Você que vive sob comando também. Um beijo para a minha esposa. Quarenta e um anos de namoro. Estamos casados há quase 35 anos. Ela é uma heroína, porque para me suportar não é fácil não. Essa mulher é uma heroína. Um beijo Ivani. Amo você.

Quero dizer a todos aí que estamos firmes na batalha e contra a injustiça, a favor da população. Sempre que nós somos procurados para recebermos uma solicitação, eu, como os demais deputados, nós fazemos indicações ao governo. O que são indicações? Fazemos propostas, nós pedimos, nós orientamos, porque muitas vezes o cidadão tem uma ideia que salva toda a situação do governo. E às vezes não tem como chegar até o governo essa ideia. Então, eles passam para os deputados e nós repassamos para ao Sr. Governador.

Eu tenho aqui, por exemplo, uma Indicação nº 3322/2019, onde nós aqui solicitamos que sejam realizadas e adotadas providências para convocar os aprovados dos 416 cargos do concurso público nº CCP008/2018. São 416 vagas para SAP, para várias funções: agente técnico de assistente de saúde, dentistas, analistas de administrativos, técnicos de enfermagem. Enfim, são várias funções que estão em aberto na SAP.

Então, aqui nós pedimos ao governador que chame os aprovados nesse concurso nº 008/2018, que estão aguardando serem chamados e a Secretaria de Administração Penitenciária, SAP, está precisando.

Fizemos também uma indicação, a Indicação nº 3735/2019, onde nós solicitamos ao Sr. Governador a nomeação e posse dos remanescentes do concurso AT1/2017, para agente de telecomunicação. É um concurso que está em aberto, existem pessoas aguardando a posse e não estão sendo chamados; e tem essa vaga. A Polícia Civil está com um déficit muito grande de efetivos nos seus quadros.

Temos também aqui a Indicação nº 3746, onde nós pedimos ao Sr. Governador do estado de São Paulo para que ele faça as indicações para que sejam escolhidos para o Comando Geral da Polícia Militar - tenho até uma PEC nesta Casa - através de uma lista tríplice, como é feito em outros poderes.

O que é essa lista tríplice? Os coronéis se juntam, escolhem três nomes e indicam ao governador esses três nomes, sendo que eles sacariam desses nomes para que fosse o comandante geral. Isso é muito salutar para a corporação, porque é uma decisão. Apesar de nós sermos militares e obedecermos a ordens, e ordem dada é obra cumprida, mas é sempre um pouco mais democrático que essa ordem, que essa escolha seja feita entre os pares.

Temos uma PEC nesta Casa, salvo engano 2016, 2017, e temos também essa indicação para o governador, para que ele leve isso em consideração, para que faça essa escolha dentro dessa lista tríplice que nós propomos aqui.

Isso aqui, quero dizer a todos que nos assistem nesse momento, principalmente no interior, porque em São Paulo, não sei se os senhores sabem, mas aqui em São Paulo o nosso sinal é utilizado pela TV Câmara. Então, ao vivo só vai para o interior, nós passamos aqui em São Paulo à noite, por volta de 23 horas.

Aliás, minha mãe, toda noite assiste. Um beijo para a minha mãe também. Vocês, que nos assistem, vocês, tendo uma ideia boa, uma proposta, tragam para a gente. Passem e-mail para a gente. Está lá o meu e-mail, contato@coroneltelhada.com.br.

Passem para a gente e para os outros deputados, para um deputado que você tem contato, porque, às vezes, a sua ideia é a solução para um problema que nós temos aqui. Se der certo, a gente manda para frente, se não der certo a gente agradece, mas o importante é que vocês participem do nosso trabalho, do nosso mandato aqui, que é para isso que nós somos eleitos, para trabalhar pela população de São Paulo.

Muito obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Obrigada, Sr. Deputado, seguindo a lista de oradores, deputado Frederico d’Avila. (Pausa.) Deputado Major Mecca. Vossa Excelência tem o uso da palavra pelo tempo regimental.

 

O SR. MAJOR MECCA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, funcionários que nos dão suporte, nossos amigos, irmãos da galeria, quem nos acompanha pela TV Alesp, pela rede social, dando um retorno a todos vocês sobre a reunião ocorrida ontem, com o secretário de Segurança Pública do estado de São Paulo.

Em um primeiro momento, essa reunião era com o secretário de Finanças, Henrique Meirelles, mas compareceu o secretário de Segurança Pública, o general Campos, e a pergunta que nós fizemos ao secretário de Segurança Pública, a questão que nos traz este momento, diante desse reajuste salarial de 5%, foi em relação às constantes afirmações do governador João Doria de que as forças policiais de São Paulo, nos seus quatro anos de governo, serão a segunda melhor paga do país.

Ou seja, em um estudo, em uma conta simples, o nosso policial, para atingir o patamar de segundo colocado no Brasil, precisará de um aumento por volta de 70 por cento.

Considerando os próximos dois anos e meio de governo, em que ele pode dar um reajuste salarial, a nossa pergunta foi a seguinte: qual o planejamento, qual o plano que o Governo do Estado elaborou ao longo desses dois anos e meio, três anos restantes de governo, em termos de reajuste salarial dos integrantes das forças policiais, Polícia Militar, Civil, Técnico-Científica, agentes de Segurança Penitenciária, agentes de escolta e vigilância e agentes socioeducativos?

Qual o planejamento, qual o estudo do governo ao longo desse tempo? Qual foi a resposta obtida? Esse mesmo silêncio. Não há um planejamento em relação a essa afirmação, e esse compromisso de governo.

No entanto, resta-nos uma dificuldade muito grande de estabelecer um vínculo de confiança com o governo, que, na sua gestão, não planeja, não executa o planejamento. Porque o planejamento e a organização são indispensáveis como ferramentas para um gestor. Como se estabelecer um vínculo de confiança, se não há planejamento, se não há uma resposta respeitosa aos integrantes da Segurança Pública e aos cidadãos de bem, que tanto clamaram no último pleito eleitoral por Segurança Pública?

Nossos homens e mulheres estão cumprindo com seu dever. Estão cumprindo com seu juramento de defender o cidadão de bem com o sacrifício da própria vida, se necessário for.

No entanto, o governo não está cumprindo com os seus compromissos e não podemos abrir mão de cobrá-lo aqui desta tribuna, pois nós representamos uma categoria, representamos cidadãos de bem que esperam uma explicação respeitosa por parte do governo. Não precisa inventar nada, mas queremos uma administração séria, que apresente um planejamento em cima de tudo o que foi falado, e não só durante a campanha. Em todas as entrevistas que são dadas pelo governador, ele é bastante contundente em afirmar que a nossa polícia, até o final do governo dele, será a segunda mais bem paga do país.

E essa falta de confiança foi o que nos levou a fazer um trabalho árduo em Brasília, através dos deputados federais, das associações de Polícia Militar, de Polícia Civil, através do comando-geral de Polícia Militar, para que os militares do estado entrassem no Projeto de lei nº 1.645, que é o projeto de lei de proteção social das Forças Armadas.

Por qual motivo? Porque tínhamos um receio muito grande - e quase a certeza - em relação a nossa integralidade, a nossa paridade, que são garantias indispensáveis para nossa categoria, que não usufrui dos direitos elencados na Constituição Federal, que é uma contrapartida para quem dá a sua vida, para quem arrisca a sua vida diariamente.

Se nós não entrássemos lá, estaríamos extremamente prejudicados e desvalorizados aqui no estado de São Paulo, visto o projeto que chegou esta semana, elevando a alíquota de 11 para 14% de contribuição previdenciária. Esclareço aos nossos militares estaduais, aos integrantes da Polícia Militar do Estado de São Paulo, que nós não entraremos nesse projeto apresentado pelo governo.

Estamos inclusos no PL 1.645, que é a proteção social dos integrantes das Forças Armadas, que, hoje, tramita no Senado Federal. Tudo leva a crer que, até o final do mês, siga para sanção do presidente da República Jair Messias Bolsonaro.

Muito obrigado a todos.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Coronel Telhada.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado. O próximo é o deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Rodrigo Gambale. (Pausa.) Deputado Coronel Nishikawa. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. CORONEL NISHIKAWA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos. Sr. Presidente, assessorias, pessoal presente nas galerias, hoje vou fazer uma leitura de texto. Não tenho o hábito de fazer isso; entretanto, são números que não consigo guardar. Então, nossa assessoria aprontou um texto. Ontem, nós protocolamos junto à Presidência para que o prédio da Assembleia Legislativa fique iluminado da cor azul.

A ação visa despertar para os números sobre a doença, pois, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, estima-se que uma em cada onze pessoas no mundo tenha diabetes. Somente em 2014, a estatística apontava para 422 milhões de diabéticos, estimando-se que, em 2040, haja um aumento para 642 milhões de pessoas atingidas pela doença.

Só no Brasil, entre 2006 e 2016, segundo o Ministério da Saúde, houve um aumento de 60% no diagnóstico da doença no país. O diagnóstico passou de 5,5% da população para 8,9. O desafio passa pela falta de controle glicêmico dos pacientes: 50% dos diabéticos desconhecem o diagnóstico.

A diabete se divide em duas categorias, o tipo 1 e o tipo 2. A primeira é uma forma de diabete relacionada ao sistema autoimune, em geral identificada na infância ou adolescência. Na diabete tipo 2, a maior incidência de diabete se concentra nesse grupo, que é quando o organismo não produz insulina suficiente para controlar a taxa de açúcar no sangue ou não é capaz de usar adequadamente.

Um índice de 80 a 90% dos pacientes obesos são diabéticos tipo dois. Essa categoria representa 90% do diagnóstico de diabete no País, contra dez por cento do tipo um. Por isso, o diagnóstico precoce irá influenciar na qualidade de vida do diabético e também salvar vidas.

Ontem, na CCJ, Sr. Presidente, foi aprovada a denominação do prédio do CCB para Coronel Cianciulli, que é um dos precursores dos bombeiros aqui no estado de São Paulo. Com o comando dele, o bombeiro evoluiu tecnicamente, e nada mais justo do que denominar o prédio com o seu nome - até os familiares cobravam alguma coisa nesse sentido.

Então, eu gostaria de agradecer aos membros da CCJ, pois foi unânime a votação. Esperamos agora que passe na Comissão de Segurança Pública, da qual V. Exa. faz parte, da mesma forma. Eu tenho a expectativa de que realmente ocorra isso, porque é merecido o nome que é dado.

Aliás, eu fiquei aborrecido porque alguns oficiais começaram a criticar, para V. Exa. ficar sabendo, que eu deveria fazer outras coisas e não ficar denominando quartéis. Eu acho um absurdo nós não podermos nominar os nossos heróis, os nossos ícones dessa forma, porque, se nós não estivéssemos aqui, não seria consagrado esse nome lá.

Farei tantas vezes quanto necessário denominações em quartéis, de bombeiros ou de Polícia, de heróis que serviram na nossa corporação, pode ter certeza disso, Sr. Presidente. Eu não me arrependo, farei novamente. Das emendas que nós destinamos, 90 e poucos por cento foram todas para a área da Saúde, então nós temos feito a nossa parte sim, nós temos olhado pelo pessoal carente sim.

O Major Mecca falou sobre a nossa Previdência. O pessoal tem me questionado, e a explicação que ele deu aqui é exatamente o que está ocorrendo. Nós não nos submeteremos ao projeto de lei do governador; aliás, é uma PEC, se não me engano, para que mude o Sistema Previdenciário. Eu estou preocupado com o funcionalismo no geral. Como o Deputado Giannazi aqui citou, que não haja perdas substanciais como nós estamos vendo que podem ocorrer.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA – PP - Obrigado, Sr. Deputado. Não esmoreça não, vai se acostumando a apanhar, porque faz parte do nosso serviço.

Deputada Adriana Borgo. (Pausa.) Deputado Dirceu Dalben. (Pausa.) Deputado Sargento Neri. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Douglas Garcia. (Pausa.) Deputado Teonilio Barba Lula. (Pausa.) Deputado Roberto Morais. (Pausa.)  Deputado Tenente Nascimento. (Pausa.) Deputada Márcia Lula Lia. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputada Delegada Graciela. (Pausa.)

Pela lista suplementar, deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputado Léo Oliveira. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Enio Lula Tatto. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputada Beth Lula Sahão. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Sargento Neri. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputada Erica Malunguinho. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

A SRA. ERICA MALUNGUINHO - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, boa tarde a “todes” aqui presentes, aos telespectadores da TV Alesp.

O que me traz aqui a esta tribuna é responder, ter que falar coisas óbvias a partir do que citaram aqui do meu nome, tanto a deputada Janaina Paschoal, quanto o Douglas Garcia.

Em relação ao segundo, eu tenho um pouco de dificuldade de responder, não sei traduzir exatamente o que ele fala. Eu estava até pensando sobre a infância quando estava ouvindo a fala dele, pensando como é potente esse lugar da infância, do ser criança. E a gente vai aprendendo, à medida em que estamos ao lado de uma criança, a traduzir o choro, se o choro diz respeito à fome, se o choro diz respeito a uma vontade de ir ao banheiro, se o choro diz respeito ao sono.

 Mas eu confesso que é mais fácil traduzir isso do que o que ele fala, então vou me ater à fala da deputada Janaina, que tem uma qualidade mais possível de interlocução para poder debater.

A deputada Janaina mencionou ontem que a bancada do PSL foi contra a minha comissão de representação, votou contrária a minha comissão de representação para que eu possa exercer o meu papel institucional, meu papel legislativo em expandir e levar e, inclusive, compartilhar o que a minha representatividade política tem como necessidade de contribuição à sociedade. Da mesma forma que a sociedade faz isso em relação a minha representação política.

Uma coisa que é importante dizer é que eu não consigo atender nem a 10% dos convites que recebo, nem no Estado, nem na cidade de São Paulo, nem no Brasil, tampouco fora do Brasil, porque eu tenho responsabilidade, obviamente, com este lugar, com a minha participação política dentro do espaço da Assembleia Legislativa e também porque, obviamente, não tenho disponibilidade de tempo para tanto.

Mas um fato que eu gostaria de deixar muito explícito aqui é que, toda vez que me ausento desta Casa, procuro fazer esse tipo de representação ou quando não há sessões plenárias ou às segundas e sextas-feiras.

E outra coisa que eu acho que foi muito mais caluniosa por parte da suspeição da bancada do PSL e, consequentemente, pela fala da Janaina, foi supor que eu estava usando uma verba superior a minha verba de gabinete. Isso é uma suspeição, é calúnia e, principalmente, é uma fala irresponsável, porque esse é um dado que é muito fácil de acessar. É um dado que está no portal da transparência.

Se ela tivesse se dado ao trabalho de ver, chegaria à conclusão que eu não utilizo nem 40% da minha verba de gabinete, ela não teria uma fala como essas. Se ela tivesse o cuidado de perceber que as comissões de representação, não necessariamente, se refletem em ônus para a Casa, porque esse é um dado que também é possível acessar, ela não teria uma fala caluniosa como essa.

Então, eu venho aqui reiterar e reafirmar meu compromisso, minha responsabilidade e minha ética, não só em relação à Assembleia Legislativa, mas a tudo que diz respeito ao caráter público e à sociedade. E a repudiar, de forma veemente, essa calúnia, essa fala irresponsável, eu considero uma fala irresponsável porque não se deu ao trabalho de consultar o site da Alesp, onde há informações explícitas e nítidas acerca de todo o uso de verba que cada “deputadx” utiliza aqui dentro.

Inclusive, se ela tivesse olhado, ela iria saber que ela gastou muito mais do que eu em viagens. Então, assim, têm-se a suposta ideia de que não é uma coisa pontual em relação a minha pessoa, mas é obvio que é. É obvio que é, porque foram assinadas dezenas de comissões de representação nesse mesmo dia e, quando chegou no meu nome, obviamente, há suspeição de que eu vá... Eu não sei o quê.

Porque, obviamente, eu devo causar algum incômodo, meu nome deve ressoar de alguma forma, enfim, no imaginário de algumas pessoas. Mas o que eu quero deixar aqui reafirmado é que esses dados são públicos e uma pessoa que tem responsabilidade com uma fala pública, que é a que tece aqui, terá um mínimo de coerência em verificar isso para colocar isso no debate público.

Então, os dados estão aí para a sociedade ver a qualquer momento e perceber, enfim, e chegarmos a real conclusão de que o que foi colocado aqui e a negativa a essa comissão de representação não se trata nada mais, nada menos, do que, sim, uma tentativa de perseguição a minha pessoa.

Mas como diria nosso querido Mário de Andrade: “Pouca saúde e muita saúva, são esses os males do Brasil”.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sra. Deputada. O próximo deputado é o deputado Coronel Telhada, que se encontra na Presidência dos trabalhos e fará uso novamente da palavra a convite e por inscrição o deputado Carlos Giannazi. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, primeiro, eu quero aqui dizer para a deputada Erica Malunguinho que, na verdade, muitos têm inveja de V. Exa. por tudo que V. Exa. representa. Eu disse ontem que a deputada Erica Malunguinho é a grande novidade histórica da Assembleia Legislativa de São Paulo, por tudo que ela representa.

Esta Casa sempre foi considerada a vanguarda do atraso, uma Casa comprometida com o que há de mais conservador no pior sentido, de mais retrógrado. A própria presença da deputada Erica Malunguinho muda completamente esse cenário. Ela é a novidade. Ela é muito mais que uma deputada. Ela representa uma instituição, representa uma entidade e nos representa muito bem como deputada estadual.

E para nós é um grande orgulho que ela esteja fazendo também outros movimentos em outros lugares, porque ela é convidada. Ela é convidada para fazer palestras, para participar de outros movimentos no Brasil e fora do Brasil. E para nós é uma honra enorme ter a deputada Erica Malunguinho nos representando, representando a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Acho estranho também por que levantam esse tipo de questionamento justamente contra a deputada Erica Malunguinho, que é uma mulher negra, trans, nordestina e que, como eu disse, tem uma função importante na política brasileira, na política institucional, que desmistifica todo esse processo que há no Brasil de racismo estrutural, de machismo estrutural, de transfobia estrutural e de homofobia estrutural. Então parabéns, deputada Erica Malunguinho, pelo seu trabalho, que não se resume só ao estado de São Paulo. O seu trabalho é nacional e transnacional.

Sr. Presidente, eu gostaria de dizer que ontem o secretário da Educação, juntamente com o governador Doria, apresentou uma proposta de modificação da carreira do magistério estadual. Na verdade, transformando a carreira em duas carreiras, apresentando uma outra carreira, dizendo que haverá coexistência de duas carreiras.

E dizendo que na nova carreira que ele está apresentando, os professores que aderirem e abrirem mão da carreira anterior já entram com um salário de R$ 3.500,00 já para o ano de 2020. E depois, em 2022, esse salário chega a R$ 4.000,00. Foi o que disse ontem o secretário da Educação.

Eu, primeiro, não acredito nisso porque recentemente o governador Doria deu um verdadeiro golpe nos servidores da Segurança Pública. Primeiro, ele tinha anunciado na campanha eleitoral que os salários dos servidores da Segurança Pública seriam os maiores do Brasil até o final da sua gestão.

No entanto, ele apresentou um projeto de lei que já tramita aqui na Assembleia Legislativa oferecendo apenas cinco por cento. Só que ao mesmo tempo, ele apresentou um projeto de reforma da previdência que retira três por cento desses cinco por cento. E agora nós recebemos uma informação, deputada Erica Malunguinho, deputado Telhada, de que a Superintendência do Iamspe vai apresentar uma proposta para aumentar a contribuição do Iamspe de 2% para 3 por cento.

Ou seja, haverá o desconto de mais 1% no holerite de todos os servidores. Isso significa que, desses 5%, 4% serão descontados. Ou seja, na prática, os servidores da Segurança Pública do estado de São Paulo - pelo menos os servidores da Polícia Civil e do sistema prisional, PM fica fora disso só em relação ao Iamspe, porque tem o seu próprio instituto de Saúde - vai ter só 1% de reposição das perdas inflacionárias.

Então, tudo nos leva a crer que, por essa proposta, os professores também estão sendo enganados. Até porque, é preocupante, ele não mandou ainda o projeto de lei. Não chegou aqui, ainda, nada. Ele falou que vai encaminhar o projeto. Mas, pela fala do secretário, o professor abre mão de todos os seus direitos conquistados, de quinquênio e licença-prêmio, quando ele adere à nova carreira. É uma carreira que a remuneração será feita por subsídios. E com avaliação com prova.

Então, primeiro, que já repudiamos historicamente esse tipo de avaliação. O magistério é contra esse tipo de avaliação. Agora, quem optar pela nova carreira, pelo menos pelo que entendemos naquela rápida explanação do secretário de Educação, ele abre mão de todos os direitos conquistados: a evolução, a progresso anterior, o quinquênio, a sexta parte. Tudo aquilo, praticamente, pelo que entendemos até agora, desaparece. Então, estamos preocupados com essa proposta.

Porque, uma coisa, nós sabemos: o governador Doria é muito bom de marketing. É um marqueteiro. Ele consegue iludir vários segmentos da sociedade. Então estamos esperando chegar o projeto de lei. O projeto não foi apresentado. Vamos estudar o projeto, mas já estamos preparados para desmistificar isso para a nossa categoria profissional, para os professores. Porque, se enganou os servidores da Segurança Pública, o que esse governador não vai fazer com os professores?

Porque não pagou os 10, 15% que deve aos professores, não pagou a data- base que venceu em março. São Paulo continua não pagando nem o piso nacional salarial para as professoras das séries iniciais do ensino fundamental. Então, por que o governador, do dia para a noite, iria apresentar uma proposta maravilhosa como essa? Mas, de antemão, já estamos preocupados com essa proposta, porque quem aderir à nova carreira, abre mão de todos os seus direitos.

Um absurdo. Então, estamos preparados para enfrentar a reforma da Previdência que é, na verdade, um confisco salarial, o SampaPrev estadual. Ele vai confiscar salários dos servidores. Vai elevar a idade mínima para homens e mulheres, servidores e servidoras. É um projeto extremamente danoso para os servidores. E mais ainda esse projeto de lei que ele vai encaminhar, me parece, até o final do ano.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Havendo acordo entre as lideranças, solicito o levantamento desta sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado.

É regimental. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de segunda-feira, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Muito obrigado a todos pelos trabalhos nesta semana. Está levanta a sessão.

 

* * *

 

- Levanta-se a sessão às 15 horas e 23 minutos.

 

* * *