19 DE NOVEMBRO DE 2019
148ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: GILMACI SANTOS e CAUÊ MACRIS
Secretaria: CORONEL TELHADA
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - GILMACI SANTOS
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - CORONEL TELHADA
Felicita os municípios que aniversariam nesta data. Lembra o
Dia da Bandeira, comemorado hoje. Comenta participação em solenidade no Comando
Militar do Sudeste. Detalha a operação "Rodovia Mais Segura",
realizada nesta data, nas rodovias do Estado, juntamente com a Polícia Militar.
Critica o projeto de reforma da Previdência do Estado. Cita áreas que, a seu
ver, serão prejudicadas. Assevera que não apoiará o citado documento. Clama
apoio dos pares.
3 - CARLOS GIANNAZI
Faz coro ao pronunciamento do deputado Coronel Telhada.
Lamenta que os funcionários públicos sejam prejudicados. Tece críticas ao
governo federal. Informa a realização de ato contra o citado projeto.
4 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Agradece a presença dos alunos de Direito das Faculdades Integradas
Campos Salles e da Universidade Ibirapuera e seus respectivos responsáveis.
5 - CASTELLO BRANCO
Critica o documento da reforma da Previdência estadual.
Assevera que o governo gerará problemas, ao invés de soluções, ao Estado. Exibe
slides e tece comentários acerca do tema. Alega que o projeto precisa ser
revisto, caso contrário não será aprovado.
6 - CORONEL TELHADA
Para comunicação, anuncia a presença de trinta alunos da
Academia de Polícia Militar do Barro Branco.
7 - LECI BRANDÃO
Cumprimenta o público nas galerias. Critica o projeto da
reforma da Previdência estadual. Elogia a fala técnica do deputado Castello
Branco. Assevera que o País está em retrocesso. Lembra o Dia da Consciência
Negra, a ser comemorado amanhã. Elenca diversos atos marcados para a data, em
todo o País. Lamenta que a população negra não tenha espaço na sociedade.
Informa que na legislatura atual há três deputadas negras, nesta Casa, e que
ela foi a segunda a ser eleita. Repudia preconceitos e injustiças. Clama apoio
da população nas manifestações que ocorrerão amanhã. Agradece o convite do
deputado Teonilio Barba Lula para participar de evento em São Bernardo do
Campo, promovido pela vereadora Ana Nice.
8 - ADRIANA BORGO
Critica o reajuste salarial dos policias militares. Lastima
os pares que são contra as emendas. Manifesta indignação com comentários em
redes sociais. Tece críticas ao PLC 80/19. Elogia os policiais militares.
Comenta participação em colégio de líderes na tentativa de adiar a reforma da
Previdência estadual. Diz que, a seu ver, o documento terá que ser estudado e
não deverá ser votado neste ano.
9 - PROFESSOR KENNY
Faz coro aos pares acerca do reajuste salarial dos policiais
militares. Comenta a desvalorização dos funcionários da Educação. Corrobora com
os pares sobre a reforma da Previdência estadual. Detalha arrastão, no feriado,
na Rodovia dos Imigrantes. Lamenta preços de pedágios e falta de segurança do
local. Noticia aumento de comunidades no entorno da citada rodovia. Solicita
providências do governo na resolução dos problemas da região.
10 - MÁRCIA LULA LIA
Desaprova o PLC 80/19 e a PEC 18/19. Afirma que há uma
mobilização dos servidores contra os citados documentos. Elenca os perigos que
os policiais militares enfrentam nas ruas. Alega retrocesso. Clama resistência
dos funcionários públicos. Lembra as eleições do próximo ano. Constata ser esse
o motivo da urgência de votação, ainda neste ano. Critica os governos estadual
e federal. Solicita apoio de todas as categorias que representam o
funcionalismo.
11 - CORONEL NISHIKAWA
Corrobora com os pares acerca da reforma. Discorre sobre sua
carreira como funcionário público. Elenca os benefícios da carreira pública.
Reitera que uma das funções do Legislativo é fiscalizar o Executivo. Ratifica
que não tem intenção de prejudicar os servidores e que votará pelo melhor para
a classe.
12 - SARGENTO NERI
Discorre acerca da reforma da Previdência estadual. Lembra
que foi o primeiro deputado a propor emendas ao citado documento. Detalha as
fases que o cidadão percorre para tornar-se servidor público. Lamenta o
reajuste salarial da Segurança Pública. Alega ser contra o projeto. Elogia os
funcionários públicos, considerados pelo deputado como heróis do Estado.
13 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA
Afirma que a bancada do PSOL entrou com uma liminar contra a
reforma da Previdência estadual. Tece críticas às iniciativas de João Doria
sobre a matéria. Afirma que o governador despreza esta Casa e o funcionalismo
público. Assevera que policiais e educadores devem ser os mais atingidos com a
reforma.
GRANDE EXPEDIENTE
14 - DOUGLAS GARCIA
Exibe vídeo de alunos que cometeram violência contra
professora em escola estadual, em Bertioga. Advoga medidas punitivas para
estudantes envolvidos no episódio. Rememora casos de agressões contra
professores em escolas públicas. Defende a implantação de colégios
cívico-militares no Estado. Defende o reajuste salarial para agentes de
Educação e de Segurança Pública. Frisa dificuldades vivenciadas por docentes no
âmbito escolar. Repudia o método de ensino de Paulo Freire. Afirma ser a
Educação um direito daqueles que a buscam.
15 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Solicita o comportamento regimental das galerias.
16 - CORONEL TELHADA
Posiciona-se contra a reforma da Previdência estadual. Apoia
o discurso do deputado Douglas Garcia acerca da segurança de professores em
escolas públicas. Afirma que os educadores têm a obrigação de ensinar o que é
certo e errado para estudantes. Defende melhorias para a Educação pública.
Reitera repudio à reforma do funcionalismo estadual. Discorre acerca da matéria
que, a seu ver, não deve beneficiar os servidores públicos do Estado. Afirma
que o Progressistas é contra a reforma do funcionalismo paulista.
17 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Reitera solicitação de comportamento regimental das galerias.
18 - DOUGLAS GARCIA
Para comunicação, anuncia a presença do prefeito de
Mirandópolis Everton Sodario, neste plenário.
19 - CARLOS GIANNAZI
Elogia a presença de servidores públicos, nesta Casa,
contrários à reforma da Previdência Estadual. Tece críticas à matéria que, a
seu ver, prevê o confisco salarial e prejudica o plano de carreira de todas as
categorias. Declara ser o Executivo contrário ao funcionalismo público. Comenta
que discussões acerca do Orçamento, apresentado nesta Casa, já estão sendo
feitas. Assevera que o governador João Doria teria prometido o reajuste
salarial para agentes de Segurança Pública em sua campanha eleitoral.
20 - MAJOR MECCA
Discorre acerca da reforma da Previdência Estadual.
Declara-se contrário à matéria. Tece críticas ao governador João Doria.
Assevera o compromisso de parlamentares, desta Casa, com a população. Afirma
que o Executivo despreza manifestações e demandas apresentadas por este
Parlamento.
21 - MAJOR MECCA
Solicita a suspensão da sessão até as 17 horas, por acordo de
lideranças.
22 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Defere o pedido e suspende a sessão às 16h18min, reabrindo-a
às 17h.
23 - ALTAIR MORAES
Solicita a suspensão da sessão até as 18 horas, por acordo de
lideranças.
24 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Defere o pedido e suspende a sessão às 17h.
ORDEM DO DIA
25 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Assume a Presidência e reabre a sessão às 18h. Convoca sessão
extraordinária a ser realizada hoje, 10 minutos após o término desta sessão.
Encerra discussões, coloca em votações sucessivas e declara aprovados
requerimentos de urgência aos PLs 976/19; 292/18; e 892/19. Convoca as
Comissões de Constituição, Justiça e Redação, de Segurança Pública e Assuntos
Penitenciários, e de Finanças, Orçamento e Planejamento, para uma reunião
conjunta a ser realizada hoje, às 18 horas e 10 minutos; a Comissão de
Finanças, Orçamento e Planejamento, para reunião extraordinária a ser realizada
hoje, um minuto após o término da anterior; as Comissões de Constituição,
Justiça e Redação, e de Educação e Cultura, para uma reunião conjunta a ser
realizada hoje, um minuto após o término da anterior; e as Comissões de Defesa
dos Direitos das Mulheres, e de Finanças, Orçamento e Planejamento, a ser
realizada hoje, um minuto após o término da anterior. Suspende a sessão até as
18 horas e 32 minutos, às 18h02min.
26 - GILMACI SANTOS
Assume a Presidência e reabre a sessão às 18h44min.
27 - CAMPOS MACHADO
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
28 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão
ordinária do dia 21/11, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra sessão
extraordinária a ser realizada hoje, às 19 horas. Levanta a sessão.
*
* *
- Assume a Presidência e
abre a sessão o Sr. Gilmaci Santos.
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* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
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* *
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a
proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a
leitura da Ata da sessão anterior e convida o nobre deputado Coronel Telhada
para ler a resenha do Expediente.
O SR. CORONEL TELHADA - PP - Sr.
Presidente, temos um requerimento da prezada deputada Beth Lula Sahão
requerendo, nos termos regimentais, que se registrem nos Anais da Casa votos de
congratulações com a população de Santo Anastácio pelo aniversário do
município, a ser comemorado no dia 19 de novembro. Portanto, hoje.
Indicação do
prezado deputado Aprigio indicando, nos termos regimentais, ao Sr. Governador,
para que determine a adoção de medidas necessárias, junto aos órgãos
competentes da administração estadual, objetivando a liberação de recursos
financeiros a serem destinados para a realização de obras de infraestrutura
urbana no município de Mirassol.
É somente isso,
Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Obrigado, nobre deputado Coronel Telhada.
Entramos neste
momento no Pequeno Expediente, convidando os nobres deputados e nobres
deputadas para fazer uso de sua palavra no Pequeno Expediente. O primeiro a ser
convidado é o nobre deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Delegado Olim.
(Pausa.) Deputado Alex de Madureira. (Pausa.) Deputada Professora Bebel Lula.
(Pausa.) Deputado Enio Lula Tatto. (Pausa.) Deputado Teonilio Barba Lula.
(Pausa.) Deputado Paulo Lula Fiorilo. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do
Consumidor. (Pausa.) Deputado Coronel Telhada. Tem V. Exa. o tempo regimental.
O SR. CORONEL TELHADA
- PP - Sr.
Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, aos senhores e senhoras presentes,
sejam todos bem-vindos. Aos funcionários e assessores da Casa também. Quero
saudar a todos que nos acompanham pela Rede Alesp. E saudar também a nossa
assessoria policial militar, na pessoa da cabo Vanessa e do cabo Feitosa, aqui
diariamente cuidando da nossa Casa.
Sr.
Presidente, quero iniciar a minha saudação de hoje saudando os municípios
aniversariantes neste dia 19 de novembro. São os municípios de Santo Anastácio
e Itaóca. Então, um abraço a todos os amigos de Santo Anastácio e Itaóca.
Lembrando a todos - creio que todos devem ter lembrado - que hoje, dia 19 de
novembro, é o Dia da Bandeira. Então, é um dia muito importante para nós que
somos militares e preservamos o civismo. Dia 19 de novembro, Dia da Bandeira.
Hoje
pela manhã estivemos no Comando Militar do Sudeste, onde participamos da
solenidade do Dia da Bandeira. Estava comigo o primeiro tenente Nascimento.
Participamos, junto com todos os oficiais generais e demais autoridades, do
hasteamento da Bandeira Nacional e também da incineração de bandeiras usadas,
bandeiras que estavam inservíveis.
Quero
aproveitar e mandar um abraço ao comandante militar do Sudeste, o general do
Exército Marcos Antonio Amaro dos Santos, que presidiu a solenidade, junto com
os demais oficiais generais.
Sr.
Presidente, quero dar ciência à Casa que, na data de ontem... Ou melhor, na
data de hoje, teremos a Operação Rodovia Mais Segura, realizada pela Polícia
Militar com a participação de 8 mil 593 viaturas, distribuídas em 1.882 locais
de atuação policial, com 23 pontos de bloqueios nas rodovias do estado de São
Paulo.
Também
haverá a participação de 11 helicópteros que darão suporte aéreo para toda a
operação. O policiamento que vai ser utilizado é o policiamento tático
ostensivo rodoviário - o TOR - o BAEP, as forças táticas, e o policiamento
territorial de vários municípios envolvidos.
Quero
deixar às claras aos Srs. Deputados que temos o projeto do Sr. Governador do
Estado onde ele encaminha uma reforma da Previdência que está trazendo um
problema muito sério ao funcionalismo público estadual. Está simplesmente
tirando todos os direitos do funcionalismo público estadual. Quanto à Polícia
Militar e aos professores, foi mantido muita coisa.
Mas
eu, sendo policial militar e sendo funcionário público desde os 17 anos, não
posso me calar diante do prejuízo que as demais carreiras estão tendo, em
especial na Segurança Pública: a Polícia Civil, a Polícia Técnico-Científica, a
Secretaria da Administração Penitenciária, a Fundação Casa. Todos envolvidos na
Segurança Pública estadual.
Praticamente,
para a Polícia Civil... Eu estava conversando com um policial civil outro dia.
Para o policial civil se aposentar, já é um parto. É um parto, atualmente. Ele
tem que entrar com mil ações contra o governo na Justiça para conseguir manter
os direitos de paridade e uma série de outros direitos. Agora, com essa reforma
da Previdência, simplesmente estão sendo tirados praticamente todos os direitos
do funcionalismo público estadual.
Quero
lembrar a todos, sempre repito isso aqui: que nós, apesar de sermos base do
Governo, não estaremos apoiando essa reforma da Previdência. Já deixo isso bem
claro aqui. Estão sendo apresentadas várias emendas. Inclusive, algumas emendas
da minha parte. Queremos que essas emendas sejam aceitas. Já deixo bem claro
que, do jeito que essa reforma da Previdência está vindo, não há nem como
conversar sobre isso.
Ouvi
que o pessoal quer aprovar essa reforma ainda esse ano. Olha, vai me desculpar,
mas no tapetão e no atropelo não vai dar. É uma situação muito séria. Vai mexer
com a vida de milhões de cidadãos, porque não são só os funcionários públicos,
mas todas as famílias envolvidas.
Então,
quero concitar os demais deputados para que nós, indiferente de partido, de
apoio ou não ao governo, temos que pensar: nós somos eleitos pelo povo. Não
somos eleitos pelo governo. No meu caso, são 214 mil votos de pessoas que
concordam com o meu meio de trabalhar. Então, eu tenho que defender as pessoas
que votaram em todos nós aqui; no caso, todos os deputados.
Então,
concito os demais deputados para que nós nos unamos, para que a gente estude
todas essas emendas que vão entrar e para que a gente deixe bem claro que não
dá para arrebentar o funcionalismo público em nome de problemas que o Brasil
vem tendo há tempo. Não é o funcionário público estadual que vai pagar isso aí.
Então, contem comigo: a Polícia Civil, a Polícia Técnico-Científica, a
Secretaria de Administração Penitenciária, a Fundação Casa e os demais
funcionários públicos.
Nós
estamos assinando todas as emendas que estão chegando para a gente. E peço aos
deputados que assinem também as emendas que apresentarei ainda hoje, para que
sejam levadas, sejam estudadas pelos demais deputados, nesse projeto de reforma
da Previdência estadual.
Muito
obrigado, Sr. Presidente. (Manifestação nas galerias.)
O SR. CORONEL NISHIKAWA - PSL - Para
uma comunicação, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Deputado,
para uma comunicação... Eu queria pedir a compreensão de Vossa Excelência. Nós
estamos no Pequeno Expediente, com vários oradores inscritos. Vai tomar o tempo
dos oradores inscritos. O senhor teria a compreensão, por favor, para que a
gente dê o andamento, a continuidade aqui. Obrigado, deputado. Nós temos vários
inscritos e estão todos presentes aqui em plenário.
Convidamos,
para fazer uso da palavra, o deputado Carlos Giannazi.
O SR. CARLOS GIANNAZI
- PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Gilmaci Santos, deputados,
deputadas, público aqui presente, quero parabenizar a posição do deputado
Coronel Telhada contra a reforma da Previdência estadual. Até porque não é
reforma; é uma antirreforma, é uma destruição da reforma da Previdência
estadual, é uma destruição da aposentadoria, porque esse projeto, deputada
Márcia Lia, deputada Leci Brandão; esse projeto do Doria que foi apresentado
aqui é pior que o do Bolsonaro.
O
do Bolsonaro já é uma tragédia, já destrói a seguridade social do Brasil, vai
levar o Brasil a um inferno social. Esse do Doria é pior ainda, é um absurdo.
Então, nós temos que cerrar fileiras aqui com todos os deputados e deputadas
que realmente estejam do lado da população, dos trabalhadores e das
trabalhadoras, para obstruir, para nem deixar esse projeto tramitar aqui no
plenário, nas comissões, enfim.
É
um verdadeiro absurdo que os governos queiram jogar a conta da crise econômica,
da crise fiscal do estado, em cima dos trabalhadores, como fez agora o governo
Bolsonaro. Paulo Guedes querendo taxar os desempregados, ao invés de taxar os
ricos, as grandes fortunas. O Bolsonaro vai taxar desempregado: quem receber o
seguro-desemprego vai ser taxado. Um verdadeiro absurdo; é um ataque frontal
aos pobres, às classes trabalhadoras no Brasil.
E
nós não vamos aceitar, aqui no estado de São Paulo, que o Doria reproduza esses
ataques aos direitos dos servidores do estado de São Paulo, que já estão há
muitos anos com os salários arrochados, defasados, com as carreiras
praticamente destruídas. O que o governo estadual fez, desde Mário Covas até os
dias de hoje, com a carreira do magistério, por exemplo, que foi totalmente
destruída, arruinada pelos governos do PSDB... E várias outras carreiras. Eu me
refiro à minha, que é a carreira do magistério estadual.
Então,
esse projeto - repito - vai ter a nossa obstrução, nosso voto contrário e o
nosso total empenho para que ele não seja aprovado na Assembleia Legislativa.
Como fizemos em relação ao SampaPrev municipal, que também era do Doria aqui em
São Paulo, e em relação ao projeto federal que foi aprovado.
Nós,
do PSOL, juntamente com a bancada do PT e do PCdoB, estaremos juntos aqui. E de
outros deputados, provavelmente de outras bancadas, porque o projeto é tão
ruim, tão perverso, que até mesmo deputados da base do Governo já estão se
colocando contra ele.
O
projeto vai aumentar a alíquota de contribuição, que se trata, na verdade, de
um confisco salarial. Os servidores nem tiveram reposição das perdas
inflacionárias e já vão perder três por cento. Mais um por cento que virá em
breve, do Iamspe. Porque o servidor público paga, hoje, dois por cento. Nós já
fomos comunicados, pela Comissão Consultiva Mista do Iamspe, que está em curso
um novo reajuste, de dois para três por cento.
Ou
seja, haverá um confisco, nos salários dos servidores do estado de São Paulo -
dos professores, dos servidores da Segurança, da Saúde, do sistema prisional -,
de pelo menos quatro por cento de confisco salarial, sem que a data-base tenha
sido respeitada. Aumenta a idade mínima, e haverá uma mudança na base de
cálculo, que vai rebaixar os proventos.
Quando
a pessoa se aposentar, ela vai ganhar muito menos, porque eles mudam, aqui em
São Paulo, a base de cálculo, levando em conta também os salários mais baixos
do início da carreira. E hoje não é assim, sem a mudança da legislação.
Então,
o servidor vai se aposentar com um salário muito baixo. Pensão: a pessoa que
receber pensão só vai receber 60% do salário que o seu companheiro ou
companheira, seu marido, sua esposa, recebia. É um absurdo; é um projeto
antissocial, antipopular, que afronta a dignidade humana dos trabalhadores e
das trabalhadoras dos serviços públicos do estado de São Paulo.
Por
isso que nós estamos, aqui, nos preparando para um grande embate e uma grande
resistência na Assembleia Legislativa. Agora mesmo, está ocorrendo um ato em
frente à Assembleia Legislativa, não só com os professores, mas com vários
servidores, contra essa famigerada proposta de destruição da Previdência dos
servidores e das servidoras do estado de São Paulo.
Muito
obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Obrigado, nobre deputado Carlos Giannazi. Convidamos agora, para fazer uso da
palavra, o deputado Castello Branco. Enquanto V. Exa. se dirige à tribuna, eu
quero anunciar, cumprimentar aqui a presença dos alunos do curso de direito da
Faculdade Integrada Campos Salles, do estado de São Paulo, sob a
responsabilidade da Sra. Carolina Araújo Vidal da Silva, a convite do deputado
Daniel Soares. Sejam bem-vindos os alunos do curso de direito da Faculdade
Integrada Campos Salles.
Também os alunos do curso de direito da Universidade Ibirapuera, de São Paulo. O responsável é o professor Leonardo Davi Quintiliano. Sejam todos bem-vindos - os alunos das duas faculdades. É uma honra receber os senhores aqui nessa tarde.
Deputado, tem
V. Exa. o tempo regimental.
O SR. CASTELLO BRANCO
- PSL - SEM REVISÃO DO
ORADOR - Nobres deputados, plateia aqui presente. Muito obrigado pela presença.
O que nos traz hoje aqui é a reforma da Previdência estadual. Realmente, o
texto como vem não atende aos anseios da população e nos parece bastante
injusto.
Eu
tenho me destacado, na Casa, por abordagens técnicas. Então, convoquei um corpo
de juristas e técnicos em Previdência, para que fizessem uma análise do que foi
proposto. E nós temos usado o plenário em diversas situações para exemplificar
tecnicamente os erros. E são muitos.
Nós
mesmos estamos propondo, e eu já assinei 16 emendas. E outras que estão me sendo
propostas, que vou analisar. O fato é que: da maneira como está, realmente não
pode e não deve ser aprovado, porque traz grande prejuízo àquelas pessoas que
dedicaram 30, 40 anos da sua vida ao serviço público.
Parece
que o governo quer resolver um problema, mas não está olhando que vai gerar
outros problemas. Então, preparei uma apresentação e vou procurar ser bastante
rápido e didático.
O
senhor pode voltar à primeira transparência? Então, nós estamos falando aqui da
reforma estadual da Previdência. O pacto federativo brasileiro prevê que a
União seja responsável por alguns segmentos da Previdência e que os estados
sejam responsáveis pelos seus funcionários estaduais, assim como os municípios
pelos seus municipais. Então, nós temos, na verdade, uma regra da União, que já
foi aprovada, e coube aos estados e municípios, dentro da sua esfera, legislar
sobre as suas aposentadorias estaduais e municipais.
Nós
estamos falando aqui de duas leis. Esse slide não está presente. É o Projeto de
Emenda Constitucional no 18, de 2019, do governador, que modifica o
regime próprio de Previdência dos servidores públicos titulares de cargos
efetivos do estado e outras providências. Então, anotem esse nome: a PEC 18, de
2019.
E
outra é o Projeto de lei Complementar no 80, de 2019, também do
governador, que dispõe sobre as aposentadorias e pensões do regime próprio da
Previdência dos servidores públicos ocupantes de cargo de provimento efetivo, nos
termos do Art. 126 da Constituição do Estado.
Ou
seja, é a PEC 18 e o PLC 80 que têm uma série de incoerências. Por exemplo,
para os policiais militares. Conforme o PLC 80, os policiais da ativa e da
reserva são afetados diretamente, com o aumento da alíquota para 14 por cento. Enquanto
não sobrevier lei federal específica sobre a matéria, aplica-se aos militares.
Ou seja. Aqui já há uma incoerência, uma pegadinha que precisa de uma atenção.
Próximo
slide, por favor, senão não vai dar tempo. Exemplos de incongruência com o
texto constitucional federal. Conforme o PLC 80... Aliás, o Art. 3 da PEC não
corresponde ao contido no mesmo artigo da Emenda Constitucional Federal nº 103
para o direito adquirido, pois a parte final do dispositivo da PEC estadual
permite sua alteração. Ou seja, aqui é outra pegadinha que prejudica o funcionário
público.
Próximo.
Aqui, uma comparação entre a emenda constitucional federal e a emenda constitucional
estadual. Aqui, novamente, a gente tem uma incoerência entre uma e outra. Ou
seja, não atende.
Próxima.
Isso aqui é um caso grave. Restrição indevida ao exercício do direito de
aposentadoria. O Art. 2 da PEC 18 pretende desconstitucionalizar, relegando a lei
complementar à garantia prevista no Art. 22. E o Art. 126, o servidor, após 90
dias decorridos da apresentação do pedido necessário, independentemente de
qualquer formalidade.
Isso
aqui é muito comum. A pessoa já adquiriu o direito de se aposentar - muitos de
vocês já viveram isso, meu pai já viveu isso - e não conseguem ir para casa,
porque a burocracia é tão grande que, às vezes, ele fica dois anos depois do
direito adquirido, e eles querem revogar essa lei que, em 90 dias ele é
obrigado a ser reformado.
Próxima.
A nossa maneira de entender, essa revogação é um retrocesso às garantias do
servidor. Deu muito trabalho para aprovar isso no passado, e, realmente, não
cabe.
Próximo.
Indevida necessidade de tempo mínimo no nível ou na classe. Mais um minuto só
presidente. Diferentemente da norma federal, a PEC 18 e o PLC 80 exigem, além
dos requisitos ordinários, mais um: cinco anos no nível ou classe para garantir
a paridade. Nós entendemos que isso não procede.
Próximo.
E a emenda sugerida em sintonia com a norma federal. Enfim, a gente só quis
apresentar para vocês que está sendo feito o estudo muito sério, por juristas
muito competentes, apontando as irregularidades, sugerindo as emendas, e, no
que for referente à minha participação como parlamentar, o projeto que hora é
apresentado não passa.
Obrigado.
(Manifestação nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Obrigado deputado. Convidamos agora deputado Douglas Garcia. (Pausa.) Deputado Dr.
Jorge Lula do Carmo. (Pausa.) Deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Deputado
Rodrigo Gambale. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputada Dra.
Damaris Moura. (Pausa.) Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Passamos agora à
lista suplementar. Convidamos o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputada Leci
Brandão. Tem V. Exa. o tempo regimental.
O SR. CORONEL TELHADA - PP - Pela
ordem, Sr. Presidente.
Sr. Presidente, só uma comunicação.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Pela ordem, nobre deputado Coronel Telhada.
O SR. CORONEL TELHADA - PP -
PARA COMUNICAÇÃO - Queria comunicar
a V. Exa. e aos demais deputados que nós estamos recebendo aqui um grupo de
alunos da Academia de Polícia Militar do Barro Branco. Trinta alunos do curso
de habilitação de oficiais. Eles estão comandados aí pelo 1º tenente Marcolino.
Sejam os senhores e senhoras bem-vindos. É um prazer recebê-los aqui. Sucesso na
carreira obrigado.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Obrigado, deputado. Com a palavra a deputada Leci Brandão.
A SRA. LECI BRANDÃO -
PCdoB - SEM REVISÃO DO
ORADOR - Excelentíssimo Sr. Presidente,
Gilmaci, Coronel
Telhada, Coronel Nishikawa, deputada Adriana, Professor Kenny,
deputada querida Márcia Lia, Sras. e Srs. Deputados, assessores, assessoria
civil, militar, povo querido da galeria.
Hoje
a galeria realmente está maravilhosa, porque a representação hoje está
fantástica. Professores, pessoal ligado à Polícia Civil. Enfim, o povo dentro
da Assembleia Legislativa, para acompanhar todo esse processo covarde, esse
processo ruim, que chegou aqui a esta Casa, que é a questão da reforma da
aposentadoria.
Enfim,
eu acho que o coronel Castello Branco fez aqui uma defesa técnica,
inclusive falou da atenção dos juristas, advogados, especialistas, enfim, só que
o que o povo entende é outra coisa.
O
que o povo entende é que ele está sendo surrupiado, está sendo roubado e está
sendo abordado de uma forma muito indelicada, muito covarde, porque eu acho que
ninguém que está aqui pode concordar que um chefe do Executivo queira
prejudicar as pessoas.
Não
é uma coisa normal, sabe? Não é uma coisa de bom senso você querer prejudicar
quem já trabalhou tantos anos, pessoas que estão aí sempre se dedicando. Cada
vez mais o País está entrando em retrocesso, retrocesso de tudo que você possa
imaginar. Ninguém quer o bem de ninguém. Não dá pra entender, e é por isso que
está todo mundo com a cabeça confusa, sem saber o que vai fazer da vida.
Isso
é muito ruim, mas eu quero falar de outro problema, que é um problema que
atinge diretamente não só a minha história, como a minha vida, que é a questão
da população negra. Amanhã é o 20 de novembro, é o Dia da Consciência Negra.
Acontecerá
a Marcha da Consciência Negra aqui em São Paulo. Vai acontecer uma série de
atos espalhados por todo o Brasil, porque todo mundo está se debruçando sobre a
questão das pesquisas que estão sendo feitas pelo IBGE, que mostra que a
juventude negra está sendo assassinada diariamente, que a população negra
continua tendo seus prejuízos, continua fora dos poderes deste País, e continua
cada vez mais sem espaço para poder conquistar as suas coisas, para que as suas
demandas sejam atendidas.
Nós
temos aqui na Casa, atualmente, três deputadas negras. Três, a Casa tem noventa
e quatro. A Casa tem mais de 180 anos. A nossa história é de ser a segunda
mulher negra a entrar nesta Casa. Então, a gente tem um compromisso, porque eu
sei que existe muita reclamação pelo fato de eu vir aqui e sempre colocar a questão
da população negra nesta tribuna, mas eu tenho que fazer isso.
Tenho
que fazer porque nós somos minoria nesta Casa. Temos que fazer porque eu sou uma
mulher. (Manifestação nas galerias.) Temos que fazer porque eu não tenho
problema com nenhum partido político nesta Casa. Muito pelo contrário, eu me
dou com todos os 93 deputados, a partir do momento que me respeitem.
Quando
acontece qualquer coisa nesta Casa que envolve atitude agressiva, ou atitude de
discriminação contra a população negra, principalmente contra as mulheres
negras, eu me manifesto.
Eu
não venho aqui para atacar quem quer que seja. Enfim, não estou aqui atacando o
governador. Eu sou da esquerda, eu sou do PCdoB. Sou amiga dos deputados do PT,
do PSOL, enfim, porque estão sempre aprovando os meus projetos, e eu faço
sempre questão de assinar os projetos deles.
Agora,
o que a gente não pode concordar é com o prejuízo do ser humano. O que a gente
não pode concordar é com injustiça, e eu peço encarecidamente que amanhã, quem
puder ir para as ruas para poder pedir igualdade, acabar definitivamente com
preconceito, a gente vai ficar muito feliz.
Eu
quero agradecer ao deputado Teonilio Barba, que me convidou para estar hoje lá
em São Bernardo do Campo, onde vai haver uma sessão promovida pela vereadora
Ana Nice, do PT.
Ela
foi metalúrgica, e é uma pessoa que formou-se em história, lá na Fundação de
São Bernardo, e nós estaremos lá sim, porque a gente tem que, pelo menos um dia
neste País, falar da importância e resgatar a história da população negra, que
tanto contribuiu para o fortalecimento deste País.
Muito
obrigada, Sr. Deputado.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Obrigado, deputada Leci Brandão. Convidamos agora o deputado Enio Lula Tatto. (Pausa.)
Deputada Professora Bebel Lula. (Pausa.) Deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputada
Carla Morando. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando
Lula da Silva. (Pausa.) Deputado Cezar. (Pausa.) Deputada Adriana Borgo. Tem V.
Exa. o tempo regimental.
A SRA. ADRIANA BORGO -
PROS – SEM REVISÃO DO
ORADOR - Boa tarde a todos, a todas, Sr. Presidente, policiais militares aqui na Casa,
meus queridos alunos da Academia do Barro Branco, venho aqui hoje para deixar
um misto de indignação em relação aos projetos 78 e 79, que versam sobre os
cinco por cento de nada do reajuste dos nossos policiais militares e civis, e
contra a enganação do jurídico e do bônus que o “desgovernador” de São Paulo
tem proposto, uma vez que isso já é uma lei de 74. J
á
existe. Ele está, de novo, colocando no pacote, para dizer que é bonzinho. O
policial precisa é de poder de polícia, ele precisa estar respaldado pelo seu
comando quando se envolver em ocorrências. E mais: ele precisa de especialistas
para defendê-lo. Então, isso é um engodo.
Mas o que quero
dizer é que propusemos aqui - vários deputados - emendas contra o projeto dos
cinco por cento. Então, tem gente que é leigo, ou se faz de leigo, ou quer
atrapalhar a nossa luta, e fica aqui com “mimimi” na tribuna, nossos pares
parlamentares, falando que é inconstitucional, que isso não serve, que não sei
o quê.
Bom, são
manobras que usamos aqui para que esse projeto seja adiado, para que esse
projeto possa ganhar força e voltar para o governo com a pressão desses
parlamentares e reaver, sim, um índice que é uma miséria. É cinco por cento de
nada.
Então, quando
as pessoas falarem e criticarem a gente, os meus pares parlamentares, na
internet, onde tem um monte de gente ativista, virei à tribuna e vou falar os
nomes. Então, hoje o meu recado vai para o coronel Humberto Figueiredo, que era
comandante do CPI-9.
Ele disse que
estávamos enganando e citou o meu nome. Então, vou dizer a ele o seguinte:
quando ele era coronel, eu nunca mandei recado, eu ia até o quartel dele para
perguntar e saber das injustiças que estavam acontecendo com os meus policiais.
Então, agora,
como ele tem pretensões políticas, ele deve se informar sobre como trabalha
este Parlamento, e não ficar criticando, mesmo porque quem está enganando é
ele, que não vai receber nada, porque está no teto.
Então, não
finja que gosta de praça, que gosta de polícia. Fica na sua, porque todas as
vezes em que você criticar a mim, ao Sargento Neri, ou a alguém, vou vir à
tribuna. É daqui que vou mandar minha resposta.
É só para que
isso não vire rotina, porque não quero ficar digladiando aqui, porque tenho
mais o que fazer. Tenho que defender os meus policiais, tenho que lutar contra
essa Previdência horrorosa. Então, não me irrite. Se me irritar, vai ouvir o
que não quer. Quem fala o que quer vai ouvir o que não quer.
E os senhores,
que são alunos oficiais, eu imploro para que não deixem nunca que o caráter dos
senhores, que o coração que os levou à polícia, mude. É impressionante. Vocês
têm que competir dentro da polícia para serem promovidos e, nisso, muitos de
vocês acabam perdendo essa essência maravilhosa que está aqui no “servir e
proteger”. Então, não deixem que o sistema mude o coração dos senhores. Isso é
um apelo meu.
Bom, queria
também dizer que hoje, no Colégio de Líderes, vamos fazer uma tentativa de
adiar a Previdência, a votação, para que isso fique para o ano que vem. Gente,
é um absurdo. Um projeto tão interessante, de um impacto tão grande na vida dos
policiais civis.
Apesar de os
policiais militares terem sido retirados desse projeto, há os professores, os
servidores públicos. Temos que chamar a categoria para ser ouvida. Não podemos
aceitar uma coisa imposta pelo governo.
É assim: há
projetos bons aqui na Casa, inclusive meus, que defendem os servidores públicos
e que precisam dos 94 para que possam ir para a Ordem do Dia. Mas quando vem do
governador, vem como um trator. Não precisa que metade dos líderes... Mesmo
dizendo “nós não queremos”, ele passa, porque aqui quem manda é o Governo e
seus benefícios.
Eu não tenho
nada contra a pessoa do João Doria, mas tenho, sim, contra o jeito do PSDB de
comandar as coisas. Isso está errado. Nós não vamos nos calar. Então, venho
aqui dizer “não” aos cinco por cento. Venho aqui dizer “não” à enganação desse
bônus, viu, gente?
O polícia está
achando que vai ter aumento no bônus, mas é mentira. Não vai ter. Não é fixo. O
polícia só recebe por produtividade. Com isso, o polícia passa horas correndo
atrás de bandido, passando vergonha em audiência de custódia, colocando a vida
em risco, correndo com viaturas para cima e para baixo, prendendo quem não deve
e sendo ainda denegrido por quem deve, que são os malas.
Então, peço a
vocês, senhores: não acreditem nisso. O polícia tem que ter dignidade, tem que
aposentar com dignidade. (Manifestação nas galerias.) Isso não incorpora, não
leva para aposentadoria. Vamos parar de ser trouxa.
Muito obrigado,
fiquem com Deus e não se esqueçam: a luta muda a lei. (Manifestação nas
galerias.)
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Com a palavra o deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Professor Kenny.
O
SR. PROFESSOR KENNY - PP - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, boa tarde, nobres pares,
deputadas, deputados, todos aqueles que nos assistem das galerias.
Primeiramente, Sr. Presidente, gostaria de corroborar as palavras do meu colega
de partido, Coronel Telhada. Assino embaixo. Também as palavras da deputada
Adriana Borgo, que foram excelentes.
Realmente, é
uma verdade. Tem uma coisa que me causa uma grande dúvida: temos atualmente uma
PEC paralela em Brasília. Essa PEC, ao ser aprovada nas Assembleias Legislativas,
automaticamente, repassa-se para os municípios. Só que esse projeto que foi
enviado à Assembleia Legislativa não tem isso.
Quer dizer,
cada município que se vire. E não apenas isso: fica estranho, em um dia, você
fazer o anúncio de cinco por cento de aumento para a categoria e, no outro dia,
você retirar outros três na contribuição. Que tipo de matemática é essa?
E o mesmo vale
para a Educação. É uma área em que milito há 25 anos, onde temos professores
agredidos em sala de aula, sem estrutura nenhuma para lecionar, sem qualquer
tipo de suporte, tendo que, muitas vezes, ter o seu salário desvalorizado,
tendo que comprar materiais para poder trabalhar, que já não são fornecidos,
muitas vezes. Ao mesmo tempo, tem que servir de psicólogo, de conselheiro
tutelar. É inaceitável. Então, corroboro as palavras dos meus pares. Podem
contar com meu apoio.
Eu gostaria de
falar também de uma situação que aconteceu neste final de semana, muito grave.
Vim a esta tribuna para isso. Foi um grande arrastão que aconteceu neste
feriado, na subida da Imigrantes.
Uma situação
que já não é a primeira vez que acontece, uma situação desesperadora.
Motoristas, pais, mães, filhos, crianças no colo tendo que sair correndo a pé,
descendo a estrada a pé, no meio dos carros, devido ao ataque de marginais naquela
região.
Esse sistema
Anchieta-Imigrantes tem o maior pedágio do Brasil e um dos maiores do mundo
para um trecho tão pequeno. É um sistema que literalmente usa e abusa dos
usuários, decide quando são feitas mudanças de pistas, inversões de pistas, lucra
com a arrecadação altíssima do pedágio.
E não apenas
isso. É inacreditável. Se a mesma preocupação que eles têm em instalar radares
tivessem para instalar câmeras de monitoramento, aquela seria a estrada mais
segura do mundo. É impressionante.
Dentro dos
próprios túneis, na descida.... Os radares, antigamente, ficavam na entrada dos
túneis, mas, com o advento dos aplicativos de GPS, eles acabavam entregando a
localização dos radares. Então, eles decidiram tirar os radares das entradas
dos túneis e colocar dentro dos túneis, para que não pudessem ser detectados
pelos aplicativos.
Eu falo aqui,
para quem estiver assistindo, para quem estiver interessado em saber onde estão
os radares: no primeiro túnel, está na primeira baia de segurança; no segundo
túnel, está na segunda baia de segurança; no terceiro túnel, está na entrada do
túnel e na primeira baia de segurança. Radar não é armadilha. Radar é para
educar o motorista e não apenas para simplesmente roubá-lo no dia a dia.
Então, uma
medida precisa ser tomada. Venho alertando sobre aquela comunidade que está se
formando na junção da antiga e da nova Imigrantes. Temos uma comunidade ali que
foi construída dentro do mangue, passando por baixo das duas pistas.
Eu rezo todos
os dias para que não haja um grande incêndio, como infelizmente acontece em
comunidades de palafitas. Se isso acontecer, centenas de vidas serão perdidas e
não apenas isso: com esse incêndio, os riscos estruturais podem ser tão graves
que a gente pode ficar simplesmente isolados, a Baixada Santista do planalto,
da área da Capital do estado de São Paulo, porque as comunidades passam
literalmente por baixo daquela estrada.
Inclusive a Ecovias -
impressionante o poder que essa empresa tem - construiu um muro ali. Eu acho
que é o muro mais caro do mundo: 900 metros de muro para tentar prevenir a ação
da criminalidade que custaram 13 milhões de reais. Imaginem, 900 metros de
muro, 13 milhões de reais. É feito de ouro aquilo? Eu não sei que tipo de muro
é aquele.
É uma empresa onde, por um erro de projeto, de
uma inclinação acentuada na nova pista, foi impedida a descida de caminhões e
principalmente de fretados, de motoristas de fretados, que descem diariamente e
são obrigados a pegar a Anchieta porque não podem descer pela Imigrantes, tendo
que arriscar a vida diariamente em uma estrada sinuosa, com cargas perigosas. Toda
semana tem um grave acidente naquela estrada.
Então eu gostaria de deixar
aqui o meu desabafo e o meu pedido ao Governo do Estado para que tome providências
o mais rápido possível.
Obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE -
GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado. Com a
palavra a deputada Márcia Lula Lia.
A
SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT -
Muito boa tarde a todos, muito boa tarde a todas, aos policiais que estão aqui
visitando a Assembleia, aos professores, aos policiais civis, enfim, a todos, aos
que estão lá do lado de fora fazendo a resistência a essa PEC 18 de 2019, que é
de desesperar qualquer cidadão, porque ela retirará todos os direitos daqueles
que sonham um dia, depois de muitos anos de trabalho, de muitos anos de luta, conseguirem
o que é de direito, que é uma aposentadoria digna.
A PEC e o PLC 80 são
realmente duas peças que estão mobilizando a sociedade, estão mobilizando juízes,
promotores, delegados, policiais, professores, servidores, fiscais de renda,
enfim, todos os servidores estão numa situação muito delicada, porque militaram
a vida inteira em defesa do povo paulista, trabalhando pelo povo paulista.
Nós sabemos a quantidade
de policiais que morrem no trabalho. Nós sabemos a quantidade de pessoas que
perdem, muitas vezes, a sua possibilidade de locomoção porque ficam aleijados,
ficam com distúrbios mentais e tantos problemas.
E agora, ao invés de eles
terem benefícios, de eles conseguirem, quando estão chegando próximo da sua
aposentadoria, melhorar um pouquinho a sua condição de vida, eles vão ter um
retrocesso inimaginável.
Essa PEC 18 vai ser
motivo de resistência. As pessoas têm que ir para a rua. Eu quero mandar um
recado para o governador Doria: a sua vida não vai ser fácil daqui para a
frente, governador, porque o povo vai para a rua, porque nós vamos nos
mobilizar. Já tem muita gente lá do lado de fora, e o servidor não vai ficar
calado, não vai aceitar esse desmonte da sua estrutura, não vai aceitar o desmonte
da Previdência da forma como o governador está propondo.
E mais: ele está querendo que isso seja votado
este ano. Sabem por que? Porque ano que vem é ano eleitoral, então ele quer
fazer todas as maldades que ele tem que fazer neste ano, porque ano que vem ele
quer mentir para o povo paulista de novo, dizendo que o PSDB é o melhor partido
que tem. Olha aí o resultado do erro do povo paulista, olha aí o resultado do
erro que o povo cometeu.
Nós erramos quando
votamos - eu não, porque eu não votei, mas quem votou no Bolsonaro errou. Olha
o que está acontecendo no País. Aumentou 30% o desmatamento na Amazônia, e isso
tem influência na nossa vida, isso tem influência no clima, isso tem influência
na vida dos animais, das pessoas, tem influência na nossa saúde.
Hoje, quando o Sr. Bolsonaro
foi inquerido a respeito do aumento dos 30% de queimadas e de devastação na
Amazônia, ele preferiu se calar, assim como ele se calou para resolver o
problema do Queiroz, assim como ele se calou para explicar quem estava na casa 58
lá no condomínio Vivendas, assim como ele tem se calado com o desmonte que ele
tem feito do Estado brasileiro, com o fim da democracia, com o fim da soberania
nacional, com a entrega de todo o patrimônio do povo brasileiro.
Agora, aqui no estado de
São Paulo, eles querem tirar aquilo que o povo conseguiu, que foram poucos
direitos. A deputada Adriana, que me antecedeu, falou que ele está propondo 5%
de reajuste para os servidores, para os policiais, só que ela não falou - ou,
se falou, eu vou reforçar - que ele está aumentando em 3%: de 11 passa para 14%
o desconto da Previdência, e mais 1% no Iamspe. Então, na verdade, ele dá 5 e
tira 4, dá com uma mão e toma com a outra, é isso? É disso que se trata.
Então nós vamos fazer
resistência, mas nós precisamos dos sindicatos junto com a categoria, precisamos
de todas as categorias unificadas, todas as categorias representadas para que a
gente possa ir para a rua e para que a gente possa dizer não, não à PEC 18 e
não ao PLC 80.
Muito obrigada.
O SR. PRESIDENTE -
GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Com a palavra o deputado Coronel
Nishikawa.
O
SR. CORONEL NISHIKAWA - PSL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos, ao Sr. Presidente, às assessorias, aos deputados
aqui presentes e ao pessoal da galeria, mormente o pessoal aluno da nossa amada
Academia da Polícia Militar, onde fui aluno de 72 a 75. Sejam bem-vindos.
Na verdade, Sr.
Presidente, eu vim aqui para me manifestar e corroborar tudo aquilo que já foi
dito aqui quanto à nossa Previdência. Eu sou funcionário público, acho que foi
o único emprego que eu tive na minha vida. A minha esposa também é professora
do Estado. Então o que eu quero dizer é o seguinte, principalmente às carreiras
da Segurança, exceto os militares, que ainda deverão ser amparados pelo governo
federal e não vão ter tanto prejuízo.
Eu estava vendo o
vencimento pós-ativa, e os policiais civis receberão 60% daquilo que recebem
hoje. É um absurdo isso. Quando a gente se aposenta, é o período em que nós
mais precisamos de dinheiro. Os nossos filhos estão na escola, às vezes, muitas
vezes, você já está debilitado de saúde, então o dinheiro é necessário para
cuidarmos da saúde, principalmente da nossa família.
A família é o nosso
sustento, o nosso amparo. Não tem cabimento quem for se aposentar... Na
verdade, muitos escolheram a carreira porque sabiam que havia paridade entre
estar na ativa e estar aposentado. Outra coisa que eu sempre combati é a operação
delegada, tudo quanto é penduricalho que existe no salário de quem está na
ativa. Esquecem-se que um dia vão passar para a reserva, esquecem-se que vão
perder tudo aquilo que está hoje sendo recebido como vencimento. Então, tudo
isso vai influenciar depois. Verão, verão.
Como disse a Adriana
Borgo, eu estou, sim, no teto. Não estou preocupado comigo, a preocupação maior
é com os praças, os praças é que hoje estão muito mal remunerados. O Estado em
que existe a maior arrecadação aqui do Brasil é um dos estados em que pior se
paga à Segurança Pública.
Não é admissível essa situação atual. Foram
feitas promessas. Nós estamos aguardando o cumprimento das promessas. Eu não
sou base como o Coronel Telhada falou. Também não sou contra o governo. Nós
aqui estamos para respeitar principalmente os direitos daqueles que adquiriram
durante a sua carreira e que também ainda continuam na sua carreira.
Nós estamos aqui para
defender direitos. Nós estamos aqui para fiscalizar o Executivo, nada mais do
que isso. Quero ficar aqui os quatro anos. Cumprir com muita honra, com muita
ética, principalmente brigando pelos nossos funcionários públicos do estado de
São Paulo, que sempre foram mal remunerados. E agora a forma como vem esta Previdência
contra o funcionalismo público, eu serei um dos que vai votar contra essas
medidas que virão para cá.
Contem conosco. Desde o
início eu falei para quem quisesse ouvir: tudo quanto for medida contra a
Segurança Pública, o funcionário público, nós estaremos contra também. Então
contem conosco, seja Ministério Público, seja advogado, sejam procuradores,
sejam professores.
Toda a carreira que o Estado
agasalha para poder ter um Estado decente, nós estamos na defesa da honra
dessas categorias a que nós pertencemos. Não conheço outra coisa a não ser
funcionário público. Agora nós estamos vivendo o nosso primeiro mandato e queremos
ter a honra de estarmos sempre com vocês.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE -
GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Com a palavra o deputado
Sargento Neri.
O
SR. SARGENTO NERI - AVANTE - Boa
tarde, presidente. Boa tarde a Polícia Militar, a todos os deputados e
assessores. Boa tarde, pessoal da auditório. Desde quinta-feira, eu e meu
gabinete estamos trabalhando 12, 14, 15 horas e eu fui o primeiro deputado a
colocar a emenda no PLC 80/2019 e agora na PEC 18/2019.
Só do meu gabinete são sete
emendas, mais duas emendas da PEC e eu assinei coletivamente - acho que duas
inclusive da autoria do Coronel Telhada - acho que umas oito emendas mais ou
menos. E por que isso? A exemplo da Academia, a qual eu saúdo todos, o
funcionário público, o cidadão tem que estudar muito, mas muito. Aí ele presta
um concurso; é aprovado neste concurso; ele tem que se especializar no setor que
ele vai atuar.
Existe um contrato prévio
com o Estado após passada toda a parte de estágio, estudo, a parte probatória,
onde o Estado fala para ele: “Olha, você tem esse direito e eu quero isso de
você”. Na metade do jogo o Estado fala assim: “Você não tem mais esses direitos,
mas tem que cumprir os mesmos deveres que eu contratei você”. Isso é uma
vergonha.
Apesar de muitos não
entenderem o meu trabalho, o meu trabalho é técnico. É através da legislação
estadual e federal para que realmente possamos impedir o governo que faça essa
atrocidade com o funcionalismo público. E eu não vou falar só da Polícia
Militar porque está todo o funcionalismo público envolvido nisso.
Para os veteranos da
Polícia Militar ficou pior ainda, principalmente aqueles que aposentaram como
cabo e terceiro sargento e os pensionistas dessa graduação, porque o PL federal
1.645/2019 ainda coloca 9,5% na Previdência, coisa que eles eram isentos - eles
não contribuíam com a Previdência.
Vão incluir 9,5% a partir
de janeiro. Então o governo deu 5% de aumento, eles ainda vão ficar no prejuízo
de 4,5% devido ao PL 145/2019 da parte federal. E agora o Governo do Estado vem
e coloca 4%, onde pega os policiais civis, os agentes de Segurança Pública e dá
5% de aumento salarial. Corrigindo, aumentou três por cento. Na verdade, terão
2% de aumento.
Os veteranos da Polícia
Militar ainda terão um prejuízo. A Polícia Civil e os agentes penitenciários
terão dois por cento. Nós vamos lutar muito aqui e vocês vão perceber que não
adianta ficar fazendo discurso que vai apoiar, que vai fazer. É na hora da
votação; é na hora da votação do método; é na hora da votação do projeto que
nós temos que ver quem apoia o funcionalismo público ou não.
Aí depois eu venho aqui
na tribuna cobrar, vão achar ruim comigo, mas eu vou cobrar. Esse PL e essa PEC
não podem passar nem no método de votação nesta Casa, porque é uma vergonha e
nós não podemos deixar.
Eu acredito principalmente
que as bancadas que defendem categorias, principalmente o PT, o PSOL, o Avante,
que como dizem que eu sou líder de mim mesmo fica mais fácil de controlar - e
jamais o Avante vai dar um voto contra o funcionalismo público.
Jamais, porque nós vamos
defender sim o funcionalismo público. Então fica aqui a minha indignação por
esse aumento salarial. Fica a minha indignação por apresentar esse PL, essa PEC
e pode ter certeza que nós vamos debater, nós vamos lutar muito para impedir isso.
Em todas emendas que
forem possíveis para a PEC nós vamos fazer e nós vamos estar assinando, como me
comprometi com todo o setor do funcionalismo público. Parabéns a vocês que são heróis
do estado de São Paulo: professores, Saúde, Judiciário, Polícia Militar,
Polícia Civil, agentes penitenciários.
Parabéns a todos e não
vamos desistir.
Um abraço.
O SR. PRESIDENTE -
GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Com a palavra a deputada
Monica da Bancada Ativista.
A
SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Eu vim aqui anunciar e comunicar a Casa que o mandato
da Bancada Ativista está entrando hoje com um mandado de segurança, um pedido
de liminar para impedir a tramitação às pressas e injustificada de uma reforma
da Previdência do estado de São Paulo.
Ao enviar essa proposta aqui
para a Casa, o governador João Doria descumpriu a Constituição e não mandou
dados e estudos técnicos que expliquem e justifiquem o porquê da necessidade de
uma reforma. Sem saber se existe problema; qual é o problema; qual é o tamanho
do problema; fica impossível justificar qualquer proposta e agir na tentativa
de saná-la.
Qual é o problema que o estado
de São Paulo está resolvendo? Por que está cortando direitos? Aos jornais João
Doria disse apenas que é para não ficar para trás na história e para demonstrar
o seu apoio a Rodrigo Maia. Demonstrar apoio a Rodrigo Maia não justifica a
retirada de direitos de trabalhadores; não justifica confisco salarial; não
justifica desaposentar inativos.
Não justifica deixar trabalhadores
de trabalhos de alta pressão, como são os policiais e os professores, em
serviço até os 60, 65 anos de idade. Por isso a gente questiona na Justiça a ausência
de dados técnicos e isso é constitucional. Barrou a tramitação no Congresso
Federal e aqui deve ser usado o mesmo congresso.
É impossível analisar o
projeto sem estudos técnicos. Mas a gente quer saber. E a Presidência desta
Casa tem que agir para responder: qual é o problema da Previdência? Porque, sem
esse debate, a gente sequer tem condições de votar qualquer proposta de reforma
da Previdência.
Outro tema que
precisa ser dito é que Doria protocolou muito maldosamente uma PEC - proposta
de emenda à Constituição - entre dois feriados. O prazo para emendas é de
apenas três sessões, entre dois feriados, o que inviabilizou que a maioria dos
parlamentares desta Casa tivesse tempo hábil de estudar a matéria. Faltam
dados, também.
Falta parte do
projeto para que a gente possa estudar e conhecer a contento, e conseguir 32
assinaturas. Porque, para uma PEC, é impossível que um parlamentar apresente
emenda sozinho. Ele precisa da assinatura de 32 parlamentares. Em meio a
feriado, foi muito difícil encontrar 32 parlamentares para assinar qualquer
iniciativa em conjunto.
Por isso,
muitos dos parlamentares aqui estão encontrando dificuldade de propor alteração
no texto. Doria quer enfiar uma reforma goela abaixo. Doria quer enfiar um texto
do jeito que ele sonhou, sozinho. Doria despreza a Assembleia Legislativa tanto
quanto despreza os servidores públicos. (Manifestação nas galerias.)
Doria
desrespeita as nossas atribuições e o direito dado por nós, pela população, de
fiscalizar as suas ações. Por isso, não é aceitável que o prazo para emendas
termine hoje. Não é aceitável votar essa reforma da Previdência sem
justificativa de por que essa reforma foi apresentada nesta Casa.
Não é aceitável
votar essa reforma da Previdência no final de ano, que tem Orçamento, PPA,
contas para aprovar, e que a gente não vai ter tempo hábil de fazer o debate a
contento dessas peças tão necessárias e importantes para a vida da população de
São Paulo. Não é aceitável que o governador João Doria queira governar sozinho,
como se fosse um rei. Ele não é. Vamos dar trabalho. Vamos obstruir.
E os
servidores, tenho certeza de que vão incendiar as ruas e vão demonstrar a sua
força porque é quem, de fato, sustenta o trabalho e os serviços públicos que
atendem a população mais carente do estado de São Paulo.
Se tem um
serviço público que chega em todos os cantos do estado, que atende mães de
classe média, as pobres, as ricas, que atende as famílias, que atende os
jovens, os carentes e os de classe média, é a escola e a polícia.
A escola e a
polícia são o único braço do Estado que chega em todos os lugares.
(Manifestação nas galerias.) E a grande mobilização dessas categorias que devem
estar unidas agora. Porque vocês estão vendo que é contra vocês, de conjunto.
(Manifestação nas galerias.)
A Saúde também.
É que os policiais e os professores devem ter noção de seu tamanho. Eles são
muito grandes. Eles são 80% dos atingidos por essa reforma. Doria faz meia
boca, mas ele despreza essas categorias.
Os servidores,
de conjunto, como um todo, para derrubar, na opinião pública, os servidores vão
derrubar, na opinião pública, a retirada dos seus direitos, porque são os
servidores e serviços muito importantes para a manutenção da vida do povo pobre
do estado de São Paulo. (Manifestação nas galerias.)
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Nesse momento, encerrado o Pequeno Expediente, passamos ao Grande Expediente.
* * *
- Passa-se ao
* * *
Já convidando, para fazer uso da
palavra, por cessão de tempo, o nobre deputado Douglas Garcia.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PSL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Sr. Presidente. Quero cumprimentar a
todos os pares presentes, o público que nos assiste na Assembleia Legislativa,
aqui na nossa galeria, na TV Alesp também, e todos os servidores da Casa.
Sr. Presidente,
é com grande indignação que subo a esta tribuna hoje para contar, relatar,
denunciar um fato lamentável que ocorreu em uma das escolas públicas do estado
de São Paulo, e que eu tomarei todas as medidas cabíveis para que os
responsáveis por isso...
Sr. Presidente,
peço apenas que conserte o meu tempo ali. Está quatro minutos. Sei que eu gosto
de falar, mas o tempo correto é dez.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Por favor, corrijam o tempo do
deputado. Já estamos no Grande Expediente. Por gentileza.
O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Vou falando enquanto eles vão
corrigindo. Peço, por gentileza, que seja reproduzido um vídeo. Esse fato
lamentável aconteceu numa escola estadual na cidade de Bertioga.
* * *
- É feita a exibição de vídeo.
* * *
Alunos - vejam
só - colocaram um cesto de lixo pendurado na porta, esperaram o professor
abrir, e o cesto caiu na cabeça do professor enquanto os estudantes estavam
dando risada. Muito obrigado.
Infelizmente,
essas cenas lamentáveis ocorreram na Escola Estadual Archimedes Bava, na cidade
de Bertioga. A Diretoria Regional de Ensino da cidade de Santos afirma -
obviamente - repudiar qualquer tipo de violência. Entretanto, eles colocam que
os pais dos envolvidos serão chamados e todas as medidas pedagógicas serão
adotadas. À Diretoria Regional de Ensino de Santos: não são medidas pedagógicas
que precisam ser adotadas, são medidas punitivas.
Porque a pessoa
que faz isso, o ser humano que faz isso, tem total ciência do que faz. Não
apenas esse caso lamentável que ocorreu na escola estadual, como também tivemos
na cidade de Lins, aqui no estado de São Paulo, um professor de 62 anos que foi
agredido - teve oito pontos - numa escola estadual.
Também na
cidade de Cravinhos, aqui no estado de São Paulo, um outro professor de escola
estadual foi agredido simplesmente porque um aluno não gostou da nota. Medidas
pedagógicas? Não. São medidas punitivas. Isso não é estudante. Isso é meliante.
Quem faz esse tipo de coisa é meliante. Só espero que o governo do estado de
São Paulo venha tomar atitudes mais enérgicas no sentido de trazer segurança ao
professor dentro de sala de aula.
Talvez,
trazendo esse Escola Mais Segura, que o João Doria quer trazer para esta
Assembleia, que até agora ainda não entrou. Ou talvez, mesmo, a questão da
conversão em colégios cívico-militares. (Manifestação nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Deputado, só um minuto. Senhoras
e senhores, os senhores até há um minuto estavam indo muito bem. Portanto, eu
peço que continuem do jeito que os senhores estavam.
Não é permitido
vaiar o deputado quando ele está na tribuna. Ele tem o direito de falar o que
quiser falar. Os senhores não podem se manifestar dessa forma. Então, por
gentileza, solicito que os senhores e as senhoras se mantenham do jeito que
estavam. Porque é uma alegria ter os senhores conosco nesta sessão do dia de
hoje. Muito obrigado.
O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Senhores, o grande ministro
Abraham Weintraub, que é o melhor ministro da Educação que este País já teve...
(Manifestação nas galerias.) ...tem o programa de trazer colégios
cívico-militares para todas as cidades e todos os estados do nosso País.
João Doria
precisa atender ao chamado da população paulista e, sim, integrar ao programa
de colégios cívico-militares. Porque não podemos mais aceitar que professores
sejam agredidos na sala de aula, da mesma forma que vem acontecendo e,
infelizmente, aconteceu na cidade de Bertioga. Vou tomar todas as medidas
cabíveis para que aqueles que agrediram o professor de forma tão baixa tenham
sim a sua punição devida.
E vejam só, nas
palavras do professor: “Não machucou, mas foi uma punhalada na alma. Pensei em
abandonar a carreira”. Quantos professores hoje sabemos que, infelizmente, é
uma categoria que não é reconhecida, é uma categoria que não tem um bom
salário.
Nós, nesta
Assembleia, lutamos não só pelos policiais militares e os agentes de Segurança
Pública, mas também os profissionais de Educação, tenham sim um bom salário,
inclusive antes eu já tinha feito esse compromisso e reitero novamente. Só voto
“sim” para aumento salarial de agente de Segurança e agente educacional,
professor e todos aqueles que trabalham na rede de ensino.
Porém, o que
está acontecendo são os professores sendo cada vez mais desmotivados a
trabalhar em sala de aula diante de cenas como essa que eu trouxe a esta
Assembleia Legislativa.
E o professor
continua: “Apesar da relação difícil, ainda há alguns alunos com quem eu me dou
bem. Mas o que mais me entristece é que não teve nenhum que enfrentasse os
colegas e apontasse aquilo que estava errado”. Meu caro professor, trago a esta
tribuna o meu lamento diante da covardia que o senhor sofreu nesta escola.
Entretanto, eu,
como como ex-estudante de escola pública - porque eu estudei a vida inteira em
escola pública, escola de periferia, nascido e criado no bairro do Buraco do
Sapo, na favela do Buraco do Sapo, na zona sul da cidade de São Paulo -, sei
muito bem o que acontece em escola pública.
Nós temos lá
meia dúzia, não de estudantes, mas de meliantes, pessoas que infelizmente estão
lá única e exclusivamente para trazer furdunço, para fazer bagunça, para fazer
balbúrdia - que é o que mais eles sabem fazer -, para fumar maconha dentro da
sala de aula, para trazer drogas dentro da sala de aula, para agredir o
professor.
E
aquele que se posiciona contra ou denuncia tem a sua integridade moral e física
colocada em risco. Eu sei disso porque eu passei por isso. Falo isso com total
propriedade: com todo o respeito aos demais deputados da Casa, fui o último a
sair do Ensino Médio; pelo fato de ser o mais novo, concluí em 2012. Então, eu
tenho certa propriedade para dizer com mais atualidade aquilo que se passa
dentro das salas de aula. E infelizmente é isso que acontece. Aquele professor
que não se posiciona de forma rígida, eles simplesmente montam em cima do
professor, simplesmente fazem o professor de capacho.
É
um absurdo, senhores. Essa Assembleia Legislativa precisa tomar providências,
precisa tomar providências legislativas no sentido de proteger o professor, no
sentido de trazer mais segurança ao profissional de Educação. “Ah, mas é porque
nós não podemos discriminar; eles são menores, eles não têm consciência dos
seus atos”.
E
quem pega um cesto de lixo e pendura sobre uma porta para cair na cabeça do
professor tem consciência sobre os seus atos, sim!
Eles
não são nem um pouco inocentes, eles não são nem um pouco infantis, eles têm
total ciência do que estão fazendo. Poderia ter acontecido uma coisa muito
pior, dependendo da forma como esse cesto de lixo caísse sobre o professor.
Poderia ter acontecido algo muito mais grave.
Então,
eles têm ciência do que fazem e eles precisam, sim, ser punidos. É um absurdo que
nós tenhamos que conviver com esse tipo de gente na sala de aula.
Não
é um vasto investimento; é a quem ele é direcionado. Não adianta investir em
quem não quer estudar. Não é a falta de investimento, é o método. O método
Paulo Freire criou uma geração podre de mimada. (Manifestação nas galerias.)
Criou uma geração podre de mimada. (Manifestação nas galerias.) E
infelizmente...
O SR. PRESIDENTE -
GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Deputado, só um minuto. Senhoras e senhores, eu vou falar
mais uma vez apenas: eu vou solicitar às senhoras e aos senhores, mais uma vez,
que não façam isso. Se não, nós vamos ser obrigados a tomar atitudes, aqui,
segundo o Regimento, que não vão agradar aos senhores e senhoras.
Então,
volto a repetir: enquanto o deputado estiver na tribuna, ele pode falar, e os
senhores não podem vaiar dessa forma. Quando terminar a fala, se assim
desejarem, o façam, com todo respeito. Mas eu vou pedir, pela última vez, para
que não repitam isso.
Muito
obrigado.
O SR. DOUGLAS GARCIA -
PSL - As escolas
públicas cívico-militares, por exemplo, no estado de Goiás, Amazonas e em
muitos outros estados da federação, gastam exatamente o mesmo percentual que
uma escola convencional, exatamente a mesma quantia. Eu não estou falando de
escola cívico-militar do Exército Brasileiro, mas daquelas que eram escolas
convencionais e foram convertidas em escolas públicas cívico-militares, sendo
geridas por policiais militares e os seus professores sendo civis.
Essas
escolas estão nos melhores lugares no Exame Nacional do Ensino Médio. Dentre as
10 melhores escolas do Estado, essas escolas estão entre as 10 melhores
colocadas no Enem. Por que nós não podemos trazer isso também para o estado de
São Paulo? Por que nós não podemos fazer isso também aqui para os paulistas?
Ou
seja, essa questão de escola cívico-militar mostra muito bem que o problema não
está no investimento, porque as escolas convencionais têm o mesmo investimento
que as escolas cívico-militares, mas uma entrega, uma produção muito melhor,
com um nível de educação e qualidade de excelência muito superior àquelas
convencionais.
Senhores,
isso mostra que é uma questão única e exclusivamente de disciplina, para acabar
com essa balbúrdia, para acabar com esse absurdo que nós vimos aqui no telão,
de professor ser agredido gratuitamente na sala de aula.
Então,
como eu dizia: o método Paulo Freire criou uma geração podre de mimada, e
infelizmente agora a gente precisa trabalhar muito para conseguir reverter esse
papel. A pedagogia do oprimido fez esses nojentos jogarem um balde de lixo na
cabeça do professor. Não é porque é menor que não sabe o que está fazendo. Esse
bando de meliantes, miniprojetos de marginais, precisam ser punidos.
Até
quando nós vamos viver com professores sendo agredidos na sala de aula? Eles
falam que a Educação é um direito, por isso que nós não podemos privar aqueles
que não querem estudar de estar na sala de aula. Ora, isso é balela; uma ova. A
Educação é um dever.
A
Educação prova que ela não é para todos, mas apenas para aqueles que a buscam,
independentemente da classe social: se você é pobre, se você é rico, se você é
de classe média. A Educação é apenas para aqueles que a buscam. E aqueles que
estão hoje nas salas de aula atrapalhando a maioria de querer entrar numa
universidade pública de qualidade - aqueles que querem, sim, de fato, ter um
futuro - precisam ser extirpados da sala de aula.
Não
é com medida pedagógica, não; é com medida punitiva, sim. Eles devem ser
expulsos, eles devem ser tratados como eles querem tratar os professores na
sala de aula. Se eles querem ser marginais, que sejam em suas casas, que sejam
nas ruas, mas que deixem as escolas livres para que o estudante que de fato
quer estudar consiga entrar numa universidade federal, consiga entrar numa
universidade estadual, consiga ser alguém. Mas, infelizmente, enquanto nós
tivermos esses lixos ocupando espaço dentro do ensino, nós não conseguiremos
avançar.
É
por isso que essa Assembleia precisa legislar no sentido de trazer para cá, o
estado de São Paulo, colégios cívico-militares. Talvez trazendo aqui, através
do projeto de lei do Governo do Estado de São Paulo, o “Escola Mais Segura”,
nós consigamos converter, de alguma forma, isso em colégio cívico-militar.
Porque,
afinal de contas, além de trazer mais segurança para o professor, além de
aumentar a qualidade de ensino, nós, assim como a deputada que me antecedeu
disse, que a Polícia Militar... E sim, as escolas, estão na periferia.
Nós
aproximamos mais ainda a Polícia Militar da população, aproximamos mais ainda,
quebrando esse estereótipo de que policial militar é preconceituoso etc.,
aquela balela toda que infelizmente criam, muitas das vezes, nas salas de aula,
para tentar criminalizar a atuação do policial militar, em detrimento da vida
da juventude negra e periférica.
Quero
trazer a essa Assembleia mais uma vez: senhores, vamos acabar com isso que está
acontecendo nas salas do estado de São Paulo. Acabou. Nós não podemos mais
permitir que o professor seja tratado dessa maneira, dessa forma. Professor é
feito, sim, única e exclusivamente para receber respeito.
Eu
posso discordar de diversos posicionamentos da Professora Bebel, do professor
Carlos Giannazi, de diversos professores que estão aqui, que são deputados
estaduais. Mas eu os respeito e eu espero que esse respeito venha também por
parte das salas de aula.
Meu
muito obrigado, Sr. Presidente. (Manifestação nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Senhoras e senhores, eu acredito que todos os senhores e senhoras que estão
aqui são pessoas de bem, que conhecem leis, o Regimento, e sabem que o que
estão fazendo está errado. E, se esta Presidência tiver que tomar uma atitude
contra as senhoras e senhores, vou entender que estou tomando atitude de uma
maneira correta.
Então, peço
mais uma vez. Os senhores são bem-vindos a esta Casa, mas não podem se
manifestar desse jeito. Os senhores têm consciência disso. Então, só peço que
ajam de acordo com o Regimento, para que esta Presidência não tenha que tomar
atitudes que não vão agradar a muitos. Muito obrigado.
Agora, por permuta, convidamos o
deputado Coronel Telhada.
O SR. CORONEL TELHADA
- PP - Sr. Deputado
Gilmaci Santos, que preside essa cerimônia, Srs. Deputados, assessores, retorno
a essa tribuna para colocar o nosso posicionamento contra essa reforma da
Previdência do jeito como está vindo. Estamos apresentando uma emenda, para a
qual estou colhendo assinaturas dos deputados, pois preciso de 32 assinaturas.
Já colhemos 17. Eu creio que até o início da Ordem do Dia devemos colher essas
assinaturas e entrar com a nossa emenda.
Eu
não ia me pronunciar, mas, devido ao pronunciamento do deputado Douglas, queria
avisar os senhores e senhoras que estão aqui presentes que o deputado Douglas,
inclusive, está conosco contra essa reforma da Previdência.
Quando
a Casa se manifesta dessa maneira, faz com que o deputado repense o que ele
está fazendo. Porque o que ele passou aqui - e eu acho interessante, porque
acho que os senhores são da Educação - foi um atentado que o professor sofreu.
Eu custo a acreditar que algum professor concorde com o que foi mostrado aí.
Então,
eu acho que a gente tem que repensar um pouquinho esse negócio de ideologia e
pensar na segurança dos senhores e senhoras. Nós somos policiais militares.
Eu
estou com 30 policiais militares aqui, que hoje são alunos do curso de
habilitação, mas todos vieram da tropa. Foram soldados, cabos e sargentos, e
tenho certeza de que a maioria deles cansou de atender ocorrência em escola,
acionados pelo professor.
Professores
que foram agredidos, professores que tiveram seus bens depredados, professores
que apanharam na cara. Porque começou assim, com uma brincadeira de tacar uma
lata de lixo na cabeça do professor.
Eu não acho que
isso é brincadeira. Eu acho que isso é agressão, e merece, sim, inclusive, uma
ação penal contra quem fez isso. São menores? Respondam exatamente por isso.
Agora, me causa estranheza os senhores, da Educação, movidos por ideologia,
tomarem tal atitude. Acho que os senhores têm que estar conosco nessa luta. Se
nós não recuperarmos a Educação, o respeito ao professor, o que que nós vamos
fazer?
Como é que nós
vamos ensinar o mais jovem? Se um ato daquele, mostrado aqui de uma maneira que
rodou na rede social, as pessoas acham normal, eu não sei mais o que é errado
então. Eu acho que a gente não... Método Paulo Freire ou outro que exista não vem
ao caso. Nós estamos falando de Educação.
Estamos falando
de Educação. Educação que tem que vir de casa, Educação que tem que vir da
escola, e os senhores que são professores, os senhores e senhoras que são professores,
têm a obrigação de ensinar o que é certo ao aluno, ensinar a respeitar os mais
velhos, respeitar as instituições, porque só assim uma sociedade pode viver.
Então, eu quero
aqui colocar o meu apoio ao deputado Douglas Garcia, que se manifesta, no
sentido de valorização dos professores, uma classe tão esquecida, uma classe
mal remunerada, uma classe muitas vezes desprestigiada e, infelizmente, devido à
atitude de outros colegas, que não querem esse prestígio.
Nós temos que
entender que para o nosso país mudar, nós temos que mudar na base, na Educação.
O que esses policiais enfrentam dia a dia foi erro de Educação lá atrás. Foi falta
de um pai e de uma mãe, foi falta de um professor adequado, e hoje nós, como policiais
que somos, somos obrigados a agir e, muitas vezes, querem que a Polícia resolva
o problema que o pai e a mãe não resolveram, que a escola não resolveu.
Querem que a Polícia
resolva. A Polícia não é para ficar dando Educação. A Polícia é para prender
quando o cara comete um crime. A Educação cabe aos professores e aos pais.
Então, nós queremos o apoio dos senhores aqui sim, nesse sentido. Posso falar,
ou não? Senão a gente abre a palavra para vocês também.
Nós estamos
aqui hoje no sentido de trabalhar contra uma Previdência pelos senhores e
senhoras.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Deputado, só um minuto. No
Regimento, não tem palavra para as pessoas que estão na galeria. Eu vou pedir, mais
uma vez, para que as pessoas da galeria, por favor, não se manifestem.
Pedir aos
policiais que, por favor, comecem a identificar as pessoas que estão se
manifestando a todo momento. São alguns só, que eu tenho olhado daqui. Eu vou pedir
para os policiais. Já pedi algumas vezes, e os senhores não estão atendendo.
Então, eu vou pedir à Polícia Militar, que está aí em cima já, comece a
identificar essas pessoas, por gentileza.
Com a palavra,
Telhada.
O SR. CORONEL TELHADA
- PP - Muito obrigado, Sr. Deputado. Retomando o assunto. Tudo que
está sendo feito aqui é pelo funcionalismo hoje, e o gozado é que o próprio
funcionalismo vem aqui criticar o deputado que se impõe a favor do
funcionalismo. Não está contra o funcionalismo.
Então,
gente, vamos pensar nas atitudes, vamos pensar no que nós queremos. Nós queremos
uma sociedade melhor. Nós queremos que o cidadão saia de casa de manhã e retorne
no final do dia. Nós queremos que o cidadão vá para a escola e aprenda, e faça uma
faculdade, e seja valorizado na faculdade.
Nós
queremos que esses policiais que estão aqui voltem para casa no final do
serviço. Infelizmente, muitos não têm voltado. Então, vamos trabalhar juntos. Acho
que está na hora de a gente se unir, trabalhar junto por uma sociedade melhor,
e não ficar brigando por ideologia aqui.
A
outra deputada chegou, falou um monte de coisa do Bolsonaro, todo mundo achou
normal. O outro vem, apresenta o ponto de vista, todo mundo... Isto aqui é um
parlatório. Cada um tem o direito de falar o que quer aqui nesta tribuna, porque
ele foi eleito para isso. Todos deputados, os 94 que estão aqui, foram eleitos para colocar as suas
ideias, e têm que ser respeitados nesse ponto.
Então,
estejam com a gente, trabalhem conosco. Vamos fazer uma São Paulo, um Brasil
melhor. Vamos valorizar o nosso funcionalismo, mas, para isso, nós temos que
estar unidos, senão a gente começa a brigar entre a gente aqui, e o negócio
acaba passando, e depois todo mundo reclama. “Passou como?”. Passou por causa
disso, porque o pessoal não sabe trabalhar junto.
Então,
Sr.
Presidente,
eu quero, mais uma vez, me colocar contra essa Previdência, que está vindo de
uma maneira afobada, atropelada por esta Casa. Eu acho que, infelizmente, o
governador Doria está dando um passo muito ruim, muito ruim, porque ele deveria
esperar o que vai acontecer em Brasília, para depois tomar atitude aqui em São
Paulo e nos municípios também.
Simplesmente,
ele está atropelando, está pondo o carro na frente dos cavalos, e é por causa
disso que nós não vamos votar nessa Previdência da maneira que ela está
chegando. Vamos trabalhar essas emendas. Não temos condições. Hoje é dia 19 de
novembro. Nós não temos condições de votar essa proposta, essa PEC da
Previdência. Ela é muito ruim, ela é muito malvada, ela é muito perniciosa.
Não
sei se vocês tiveram a oportunidade. Comecem a estudar. É assustador. Não dá
para entender nada. Parece que é escrito em hieróglifos ali. O cara tem que ser
técnico. Tem que conhecer o assunto profundamente. E a Casa simplesmente aceita
essa proposta, coloca em Regime de Urgência, e quer aprovar em uma semana, 15
dias.
Então,
nossa postura vai ser bem clara. Nós somos pelo estado de São Paulo, pelo engrandecimento
do estado de São Paulo, mas nós somos pelo povo de São Paulo, que nos colocou
aqui, pelo funcionalismo, que trabalha duramente, mal remunerado, mal apoiado,
e agora querem simplesmente acabar com a carreira pública em São
Paulo.
Tenham
certeza os senhores e as senhoras. Não só os que estão presentes, mas os que
nos assistem pela Rede Alesp, de que a grande maioria dos deputados é contra essa proposta, essa
reforma da Previdência que vai chegar. Eu creio... São 57, né, Gilmaci? São 57
votos “sim” para conseguir essa aprovação. É voto qualificado. Eu acho que ele
não tem. Se tiver 30 votos é muito.
Então,
nós temos que conversar muito. Vamos conversar com calma, montar audiência
pública, trazer os técnicos do governo, para que expliquem tim-tim por tim-tim o
que eles estão propondo, para que a gente pense, ao final, “vale a pena aprovar,
não vale a pena aprovar, vamos prejudicar o povo, não vamos prejudicar o
povo?”.
É
assim que se faz. Em um governo democrático, é assim que se faz. É conversando,
é explicando, é mostrando porque, de repente, tem que fazer uma malvadeza, mas
não, a malvadeza vem goela abaixo, doa a quem doer.
Então,
eu, como funcionário público que sou desde os 17 anos de idade - 40 anos de
funcionalismo público -, mais uma vez repito que eu e o meu partido... Meu
partido que é o Dr. Kenny, que já falou aqui, o Professor Kenny, o Dr. Olim, que
é delegado de Polícia, o capitão Conte Lopes, que é oficial da Polícia Militar.
O Partido Progressista é contra esse projeto, essa PEC 18, que está entrando
nesta Casa, e nós vamos trabalhar sim, fortemente, para que seja alterada, ou para
que sejam levadas em consideração as emendas.
Então,
senhores e senhoras presentes aqui, tenho certeza de que aqui nós valorizamos
os funcionários públicos, mas, para isso, nós precisamos do apoio dos senhores e
das senhoras. Estejam conosco, nos ajudem nessa batalha. Vamos fazer de uma
forma democrática, porque a Casa é democrática, e eu tenho certeza de que, no
final, nós conseguiremos um resultado satisfatório.
Muito
obrigado, Sr. Presidente.
O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL -
Pela ordem, Sr. Presidente.
Para uma comunicação, Sr. Presidente?
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Tem V. Exa. o tempo.
O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL -
PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigado, Sr. Presidente. Sr. Presidente, apenas para
anunciar a esta Assembleia Legislativa
que estamos recebendo o prefeito de Mirandópolis, Everton Sodario. Por
gentileza, Everton, se coloque aí de pé, para o pessoal te conhecer.
Everton Sodario
é o prefeito de Mirandópolis. Foi o primeiro prefeito eleito por Jair Bolsonaro
no estado de São Paulo. Segue exatamente a mesma linha que o presidente da
República. Quero parabenizar a presença de V. Exa. nesta Assembleia Legislativa.
Tenho certeza de que, sob seu comando, a liberdade de mercado, a Escola sem
Partido, contra ideologia de gênero, e muitas outras questões vão reinar na
cidade de Mirandópolis.
Seja muito
bem-vindo. Muito
obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Seja bem-vindo, prefeito. Muito obrigado, deputado Douglas. Seja bem-vindo a
esta Casa. Convidamos agora o nobre deputado Alex de Madureira. (Pausa.) Jorge
Wilson. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.
O SR. CARLOS GIANNAZI
- PSOL - SEM REVISÃO
DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
público aqui presente, servidores e servidoras que estão hoje aqui na
Assembleia Legislativa, fazendo um grande movimento, um grande ato, uma grande
manifestação contra o confisco salarial, contra a antirreforma da Previdência,
contra a destruição da Previdência estadual.
Parabéns
pela mobilização de vocês. Muitos de vocês vieram de várias regiões do estado,
do interior paulista, da Baixada Santista, da Grande São Paulo, tem servidores
aqui da Capital, para denunciar esses dois projetos que foram protocolados pelo
Bolsodoria, para a Assembleia Legislativa.
Projetos
que destroem a aposentadoria dos nossos servidores e servidoras. Esse projeto
do Doria é pior do que aquele do Bolsonaro. Ele aprofunda o ajuste fiscal,
aprofunda a retirada de direitos dos trabalhadores e das
trabalhadoras. Então, para um projeto ser pior que o do Bolsonaro, é muito
sério.
Nós
acompanhamos todo o debate no Congresso Nacional em torno da PEC 6, que,
infelizmente, foi aprovada. Mal ela foi promulgada no Senado, o Doria, querendo
ser mais realista do que o rei, apresentou dois projetos, uma PEC e um PLC,
praticamente desmontando a Previdência Estadual, aumentando a alíquota de
contribuição de 11 para 14 por cento. Isso é um confisco salarial.
Eu já disse e
quero repetir, para quem não tem ainda a informação, que o Iamspe também vai
apresentar uma proposta de elevação da contribuição de dois para três por
cento. Teremos agora, no estado de São Paulo, na verdade, um confisco de quatro
por cento nos salários dos servidores públicos. Quatro por cento! Três do
confisco da “antirreforma” da Previdência e mais um por cento a mais do Iamspe.
É um verdadeiro absurdo.
Sem contar que,
por exemplo, para todas as categorias profissionais, não foi cumprida a
data-base salarial, que venceu no dia 1º de março. No dia 1º de março, tinha
que ter uma reposição das perdas da inflação. O governo não respeitou a lei
estadual nem a Constituição Federal, o Art. 37, que obriga todos os entes
federativos - municípios, estados e União - a concederem uma reposição. Não é
nem reajuste, é a reposição das perdas inflacionárias. Isso não aconteceu.
Aliás, há
muitos anos que não acontece, pois, o PSDB, com sua política de ódio contra os
servidores, não vem respeitando a legislação, não respeita a lei da data-base,
não respeita, para nós, professores, para nós, da Educação, a jornada do piso,
que é lei federal. Não respeita nem o piso nacional salarial.
Por isso nós
ganhamos na Justiça, através de uma ação da Apeoesp, os 10,15%, pois o piso
nacional salarial, que é baixíssimo, por 40 horas semanais, girando em torno de
2.557 reais, não é respeitado em São Paulo, que tem o maior orçamento para
Educação no Brasil e que é o ente federativo mais rico da América Latina.
Então, ele desrespeita. Estamos com 12% a menos do que o piso nacional
salarial, por 40 horas semanais.
Então, é um
ataque brutal aos salários dos servidores, que já são salários defasados e
achatados há muitos anos, repito, por essa política de ódio dos governos do
PSDB, do tucanato, do Tucanistão de São Paulo, que tem feito essa destruição
das carreiras dos servidores e também dos salários.
Agora, o
governo faz esse novo ataque com o que ele chama de reforma da Previdência, mas
estamos preparados para obstruir, para que o projeto não tenha tramitação.
Logicamente, se entrar em votação, vamos votar contra.
Estamos
conversando com vários deputados e mostrando a gravidade da situação, porque é
inadmissível que os servidores paguem a conta da crise econômica que foi
produzida pelos próprios governos, pelas elites econômicas.
Eu queria dizer
que tem muito dinheiro. Estamos também debatendo o Orçamento para o ano que
vem, 2020. Chegou já a Lei Orçamentária e há uma previsão de arrecadação de 239
bilhões de reais, quase 240 bilhões de reais, sendo que uma parte desse
dinheiro será destinada à desoneração fiscal que vai beneficiar as grandes
empresas, os grandes grupos econômicos.
Estou dizendo
isso porque tem muito dinheiro no Orçamento. Tem dinheiro para dar os 10,15%
para o magistério, tem dinheiro para pagar a data-base salarial para todos os
servidores do estado de São Paulo, tem dinheiro para aumentar o percentual do
reajuste que foi dado agora para os servidores da Segurança Pública, que foi
baixíssimo.
Os servidores
da Segurança foram enganados pelo Doria. O Doria, na campanha, disse que os
servidores da Segurança Pública, na sua gestão, teriam o maior salário do
Brasil, da América Latina, mas ele apresentou uma reposição de apenas cinco por
cento, que já foi um golpe.
Aí tem o golpe
dentro do golpe, porque tem a reforma da Previdência, que confisca três por
cento. Mais um por cento do Iamspe e, na verdade, eles vão ter só um por cento.
Sinto dizer, deputado Mecca, que V. Exas. foram enganados pelo governador.
Fico imaginando:
se o Doria engana até a polícia, imaginem o que ele não faz com os outros
servidores. (Manifestação nas galerias.) Imaginem! Ele enganou a polícia.
Enganou a Polícia Militar, enganou a Polícia Civil, enganou os servidores do
sistema prisional. O que ele não vai fazer com os professores, com os
servidores da Saúde e de outras secretarias importantes do estado de São Paulo?
Então, a nossa
luta agora é para barrar esse projeto de reforma que, além do confisco, eleva a
idade mínima para mulheres e homens. É um projeto que muda a base de cálculo,
isso é importante também. É tenebroso, porque o projeto muda aquela base de
cálculo para aposentadoria, ou seja, aquela média salarial será alterada de tal
forma que, agora, pelo projeto do Doria, do Bolsodoria, ele vai considerar
também os menores salários, aqueles salários que você tem no início da
carreira, que são salários baixíssimos.
Então, eles
puxam para baixo a média salarial. Na prática, significa que, quando o servidor
público se aposenta, diminui o provento, diminui drasticamente. Então, isso é
muito grave.
Tem uma questão
gravíssima também, que é a pensão por morte, que diminui e cai para 60 por
cento. Então, a esposa de um professor, por exemplo, se o professor morrer, ela
só vai receber 60% dos proventos. É um absurdo total, o projeto. Digo que ele é
pior do que o do Bolsonaro.
Tem várias
contradições, várias ilegalidades. Vamos acionar a Justiça, vamos tomar várias
medidas aqui para que esse projeto não seja votado, mas é muito importante que
haja uma grande mobilização de todos os servidores públicos do estado de São
Paulo, porque a reforma é tão nefasta, tão perversa e tão ampla que atinge
todos os setores do funcionalismo.
Atinge
defensores públicos, procuradores de Justiça, atinge o Tribunal de Justiça do Estado
de São Paulo, todas as secretarias. Ninguém escapa dessa fúria do Doria em
tentar destruir as nossas carreiras, em tentar confiscar salários e benefícios
dos servidores e servidoras.
Então, temos
que estar unidos durante todo esse período, convencendo os deputados, fazendo a
ocupação política da Assembleia Legislativa. Então, é o “Ocupa Alesp”. Vamos
ocupar a Assembleia Legislativa dia e noite para convencer os deputados a não
deixarem que esse projeto chegue ao plenário. É um projeto de lesa-humanidade.
Repito: tem
dinheiro no Orçamento para fazer reajustes, para pagar data-base, para dar o
reajuste dos professores. O governo faz uma opção pelos grandes frigoríficos.
Depois, vou mostrar os números para vocês, mostrando como esses grupos são
beneficiados com a política de desoneração fiscal do estado de São Paulo.
Recentemente, a
Assembleia Legislativa votou um projeto de lei dando isenção fiscal para as
empresas aéreas na compra do combustível. Reduziu o imposto de 25 para 12 por
cento. Com isso, o estado de São Paulo perde, anualmente, mais de 600 milhões
de reais, dinheiro que poderia estar sendo investido na Educação, na Saúde, nas
universidades, nas Etecs e Fatecs. E assim é com vários outros setores
econômicos do estado de São Paulo, sem que haja nenhuma contrapartida para o estado
de São Paulo.
Então, parabéns
pela mobilização. Contem com nosso total apoio na luta contra o confisco
salarial e o confisco dos direitos e da dignidade dos servidores e servidoras
do estado de São Paulo. Um abraço a vocês.
Obrigado. (Manifestação
nas galerias.).
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Com a palavra o deputado Major Mecca.
O SR. MAJOR MECCA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Uma boa
tarde, Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários da Assembleia
Legislativa que nos dão suporte, aos nossos irmãos que estão na galeria. Que
Deus os abençoe. Todos os senhores são sempre muito bem-vindos a esta Casa.
Esta Casa é a Casa do Povo, e todos nós temos que participar das demandas
dentro do nosso Estado.
Hoje nós
atravessamos um momento extremamente preocupante no estado de São Paulo, muito
preocupante, porque nós estamos diante de um governo, estamos diante de um governador
que quer gerir pela imposição.
E nós, deputados,
nós, parlamentares, temos uma responsabilidade muito grande sobre essa
fiscalização, sobre o acompanhamento de todos os passos que são levados a
efeito, através do governador do estado de São Paulo, João Doria.
Eu confesso que não
consigo compreender como nós, representantes do povo, sentamos a uma mesa de
reunião, e dessa reunião a gente possa sair sem resposta alguma, sem manifestação
e explicação alguma sobre os planejamentos do estado de São Paulo.
Eu me refiro a uma
reunião de que eu participei na semana passada, de onde resultou, na data de
ontem, num Requerimento de Informações que nós precisamos fazer para que nós
consigamos obter do Estado a resposta acerca do planejamento que a Secretaria da
Fazenda tem, acerca da recomposição salarial dos integrantes das polícias do estado
de São Paulo.
É inconcebível nós sentarmos
a uma mesa de reunião, como aconteceu, e nós não termos uma resposta sobre um
plano de gestão, de como as coisas acontecerão, seja com os integrantes das
polícias, seja com os professores do estado de São Paulo, seja com os
integrantes das demais instituições. Nós temos trabalhado dentro de um órgão do
Estado, eu no caso fui policial militar por 31 anos, ao longo desses 31 anos
servindo ao povo de São Paulo.
Fomos nós que compramos
peça para viatura, com dinheiro do nosso bolso, nós que compramos tinta para
pintar o quartel, somos nós que compramos, muitas vezes, papel higiênico para
colocar no banheiro, comprar papel sulfite para imprimir documento.
E nós sabemos dessa
realidade dentro do estado de São Paulo, em todos os órgãos, seja na Secretaria
de Educação, sejam nas demais secretarias. Nós estamos cansados, nosso idealismo,
a nossa vontade em servir ao próximo vem perdurando até o presente momento.
Nós fomos eleitos pelo
povo para dar voz a essa indignação, a esse descaso que nós atravessamos. E é impressionante
como nós somos ignorados em nossas manifestações junto ao Governo do Estado,
seja aqui em plenário, seja nas reuniões com os secretários de governo, seja
nos documentos que enviamos às secretarias.
Não é possível que uma
pessoa, que um grupo de pessoas queira conduzir o estado mais rico do nosso
País, o maior estado, que é a locomotiva da nossa Nação, de forma impositiva,
de forma a querer fazer com que todos nós participemos de um teatro para um
trabalho em benefício próprio, para que amanhã o nosso governador do estado de São
Paulo possa concorrer a presidente dessa Nação. É inconcebível a situação que
nós atravessamos no estado de São Paulo. É inconcebível.
Ontem à tarde nós
estivemos num evento onde policiais militares, junto com crianças de várias
escolas, através do Proerd, um programa que leva a conscientização às nossas
crianças, a famílias, para que nós possamos lutar na prevenção contra as drogas.
Famílias, pais, mães, crianças, policiais militares, todos nós engajados em
fazer de São Paulo um lugar melhor.
Aí nós chegamos aqui
nesta Casa, onde nós, deputados, temos uma responsabilidade enorme na produção
de leis, nós nos deparamos com uma situação onde o estado quer passar o rolo
compressor em cima dessa Casa Legislativa, empurrando projetos de lei que
prejudicam homens e mulheres, que dão seu suor, o seu sangue, para servir ao
povo de São Paulo, para proteger o povo de São Paulo, para fazer do nosso
Estado um lugar melhor.
E querem passar o rolo
compressor com projetos de lei que justamente prejudicam esses homens e essas
mulheres que estão servindo ao povo de São Paulo. É uma situação, é um momento
extremamente preocupante, muito preocupante.
No dia de hoje nós vemos
os corredores da Assembleia Legislativa, a nossa galeria tomada por homens e
mulheres que servem ao estado de São Paulo, e que estão extremamente
preocupados com seus direitos e as suas garantias.
Nós, deputados, temos que
nos manifestar contra esses projetos que passam por cima da dignidade dos
policiais, dos professores e de todos os funcionários públicos do estado de São
Paulo. Contem com o nosso apoio contra esse pacote de maldades.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE -
GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS – Obrigado, nobre deputado Major
Mecca.
O SR. MAJOR MECCA – PSL –
Sr.
Presidente, pela vice-liderança, e com o acordo com os líderes, peço a
suspensão da presente sessão até as 17 horas.
O SR. PRESIDENTE -
GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS – É regimental. Havendo
acordo de liderança, a sessão está suspensa até as 17 horas.
Está
suspensa a sessão.
*
* *
-
Suspensa às 16 horas e 18 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas, sob a
Presidência do Sr. Gilmaci Santos.
*
* *
O SR. ALTAIR
MORAES - REPUBLICANOS - Sr. Presidente, quero
pedir para reabrir a sessão às 18 horas, por favor. A suspensão agora,
reabrindo às 18 horas.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - É
regimental o pedido de Vossa Excelência. Havendo acordo, suspendemos os nossos
trabalhos até as 18 horas.
Está suspensa a
sessão.
*
* *
- Suspensa às 17
horas, a sessão é reaberta às 18 horas, sob a Presidência do Sr. Cauê Macris.
*
* *
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Reaberta a sessão, convocação:
Sras. Deputadas,
Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno,
convoco V. Exas. para uma sessão extraordinária a realizar-se hoje, dez minutos
após o término da presente sessão, ou às 19 horas, caso a sessão não atinja seu
tempo limite, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:
*
* *
- NR - A Ordem
do Dia para a 63a Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de 20/11/2019.
*
* *
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Ordem do dia.
*
* *
- Passa-se à
ORDEM
DO DIA
*
* *
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Há sobre a mesa requerimento de urgência ao Projeto de lei n° 976, de 2019, de
autoria do nobre deputado Gil Diniz.
Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada
a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem
de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.
Há sobre a mesa
requerimento de urgência ao Projeto de lei n° 292, de 2018, de autoria da nobre
deputada Analice Fernandes.
Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada
a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem
de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.
Há sobre a mesa
requerimento de urgência ao Projeto de lei n° 892, de 2019, de autoria do nobre
deputado Ed Thomas.
Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada
a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem
de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Convocação:
Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos
termos do Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos do
Regimento Interno, convoco reunião conjunta das comissões de Constituição,
Justiça e Redação, Segurança Pública e Assuntos Penitenciários, e Finanças,
Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje, às 18 horas e 10 minutos, no
salão nobre da Presidência, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei nº
1.209, de 2019.
Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do Art. 18, inciso III, alínea d,
combinado com o Art. 45, § 5º, ambos do Regimento Interno, convoco reunião
extraordinária da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento a realizar-se um
minuto após o término da anterior, no salão nobre da Presidência, com a
finalidade de apreciar o Projeto de lei nº 292, de 2018.
Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, nos
termos do Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos do
Regimento Interno, convoco reunião conjunta das comissões de Constituição,
Justiça e Redação e de Educação e Cultura a realizar-se hoje, um minuto após o
término da anterior, no salão nobre da Presidência, com a finalidade de
apreciar o Projeto de lei nº 976, de 2019.
Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, nos
termos do Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos do
Regimento Interno, convoco reunião conjunta das comissões de Defesa e dos
Direitos das Mulheres e de Finanças, Orçamento e Planejamento a realizar-se
hoje, um minuto após o término da anterior, no salão nobre da Presidência, com
a finalidade de apreciar o Projeto de lei nº 892, de 2019.
Havendo acordo de lideranças, suspendo os nossos
trabalhos até as 18 horas e 32 minutos.
Estão suspensos
os nossos trabalhos.
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* *
- Suspensa às 18
horas e dois minutos, a sessão é reaberta às 18 horas e 44 minutos, sob a
Presidência do Sr. Gilmaci Santos.
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* *
O SR. CAMPOS MACHADO -
PTB - Sr. Presidente, em conformidade com as
lideranças em plenário, requeiro o levantamento dessa sessão.
O SR. PRESIDENTE -
GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - É regimental. Sras.
Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência,
antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão
ordinária de quinta-feira, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje.
Lembrando-os, ainda, da sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 19 horas.
Está
levantada a sessão.
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-
Levanta-se a sessão às 18 horas e 45 minutos.
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