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21 DE OUTUBRO DE 2019

44ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO AO DIA DA COMUNIDADE HÚNGARA

 

Presidência: FREDERICO D'AVILA

 

RESUMO

 

1 - FREDERICO D'AVILA

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - BALÁZS JOZSEF

Mestre de cerimônias, anuncia a composição da Mesa.

 

3 - PRESIDENTE FREDERICO D'AVILA

Informa que a Presidência Efetiva convocara a presente sessão solene, a pedido deste deputado, para prestar "Homenagem ao Dia da Comunidade Húngara".

 

4 - BALÁZS JOZSEF

Mestre de cerimônias, convida o público a ouvir, de pé, o "Hino da Hungria" e o "Hino Nacional Brasileiro", executados pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, a quem agradece.

 

5 - PRESIDENTE FREDERICO D'AVILA

Demonstra alegria em realizar esta homenagem, comemorando a Revolução Húngara contra o domínio soviético. Esclarece que seu bisavô é húngaro e que sua família sempre cultivou as tradições no Brasil. Informa que a comunidade húngara veio para o Brasil após as guerras mundiais. Menciona que sua família se estabeleceu na cidade de Buri, que possui uma grande comunidade húngara, com atuação na atividade rural. Discorre sobre a dedicação da família de seu pai, em Petrolina, ao cultivo de uva, com as técnicas e a mecanização estabelecidas por técnicos húngaros em 1990. Diz que a técnica de cultivo das uvas do Vale do São Francisco foi idealizada por húngaros e, a irrigação, por israelenses. Cumprimenta o deputado Altair Moraes, presente na solenidade. Destaca a contribuição dos húngaros em várias áreas da Ciência. Afirma que a Hungria, após o fim do comunismo, tornou-se uma das economias mais pujantes da Europa. Enfatiza o estreitamento de laços entre Brasil e a Hungria. Parabeniza os primeiros ministros da Hungria e da Áustria por, a seu ver, serem fortes o suficiente para manterem suas nacionalidades. Pede que as culturas e as tradições sejam respeitadas. Considera que o excesso de liberalismo leva ao que vemos hoje na França e na Alemanha. Comenta que, apesar da profusão de raças no Brasil, todos seguem as regras do País. Diz que a Hungria e a Áustria se sairão muito melhores do que entraram no século XXI. Cumprimenta todos os húngaros que investem no Brasil e os brasileiros que investem naquela nação. Avalia que o agronegócio da Hungria é uma potência. Coloca o seu gabinete à disposição. Ressalta que onde estiver, continuará homenageando a comunidade húngara, que merece esta homenagem há muito tempo, em razão de sua contribuição para o desenvolvimento do estado de São Paulo.

 

6 - BALÁZS JOZSEF

Mestre de cerimônias, anuncia um filme turístico sobre a Hungria.

 

7 - ZOLTÁN SZENTGYORGYI

Embaixador da Hungria, cumprimenta as autoridades presentes. Diz ser uma honra participar desta solenidade. Considera a comunidade húngara no Brasil, especialmente a de São Paulo, como uma fonte de grande orgulho para sua pátria. Ressalta que esta comunidade aumenta a reputação da Hungria, com o trabalho e o empenho com que preservam a entidade nacional. Lembra que dia 23/10 é comemorado o aniversário da Revolução de 1956, na qual os húngaros lutaram contra o regime autoritário comunista. Esclarece que 1956 foi o ano que o povo decidiu não aguentar mais, e assim lutar contra os tanques soviéticos, mesmo que tivessem menos armas e recursos. Lembra que alguns dos sobreviventes desta revolução moram, hoje, aqui no Brasil. Discorre sobre as atuais relações entre seu país e o Brasil, compartilhando valores e princípios.

 

8 - SZILÁRD TELEKI

Cônsul-geral da Hungria em São Paulo, diz ser a comunidade húngara muito grande e ativa em São Paulo. Cumprimenta as autoridades e os amigos presentes. Informa que um dos jovens da comunidade preparou um documentário a revolução de 1956, que terá algumas partes exibidas ainda nesta solenidade. Esclarece que o povo húngaro sempre foi a favor da liberdade. Lê frase de um ministro do governo revolucionário, afirmando que o povo húngaro pagou com sangue para demostrar sua fé inabalável ao direito da liberdade e da justiça. Agradece a atenção de todos.

 

9 - BALÁZS JOZSEF

Mestre de cerimônias, anuncia a apresentação de duas músicas, por um coral da África do Sul, como um presente para a comunidade húngara, proporcionado pelo deputado Altair Moraes.

 

10 - ALTAIR MORAES

Deputado estadual, informa ser esta uma singela homenagem à comunidade da Hungria. Diz ser um admirador do trabalho do deputado Frederico d´Avila. Cumprimenta as autoridades presentes. Esclarece que os integrantes do coral da África do Sul vieram conhecer esta Casa e ficaram felizes de prestar esta homenagem. Afirma que os mesmos cantarão uma música em zulu, em agradecimento à vida, à saúde e a Deus.

 

11 - INTEGRANTE DO CORAL

Afirma que a música representa um agradecimento em zulu para glorificar a Deus. Informa que zulu é a língua principal da África do Sul.

 

12 - ALTAIR MORAES

Deputado estadual, agradece o deputado Frederico d´Avila, as autoridades presentes e a comunidade húngara.

 

13 - BALÁZS JOZSEF

Mestre de cerimônias, anuncia um vídeo sobre Budapeste.

 

14 - FRANCISCO MONTANO FILHO

Presidente da Associação Húngara de São Paulo, cumprimenta as autoridades presentes. Diz ser uma honra receber esta homenagem. Esclarece que a imigração húngara ocorreu em cinco ondas migratórias. Informa que a primeira delas foi após a abolição da escravatura, quando a princesa Isabel pediu que fossem enviados colonos da Europa para trabalhar nas fazendas brasileiras. Lembra que a segunda onda migratória aconteceu após a Primeira Guerra Mundial, com o estabelecimento de cerca de 100 mil húngaros em São Paulo, contribuindo para o desenvolvimento da indústria frigorífica. Relata que a terceira foi um pouco antes da Segunda Guerra Mundial, com a vinda de judeus e outros descendentes, fugindo das atrocidades da guerra. Cita a última onda, motivada pela guerra, entre os anos de 1947 e 1949. Comenta a vinda de imigrantes após a Revolução de 1956, nos anos de 1957-1958, após anos de espera em acampamentos de refugiados, pleiteando a possibilidade de vir para o Brasil. Ressalta que os húngaros esperaram o momento certo de se estabelecerem em outras terras. Esclarece que a partir de maio de 2010, foi promulgada uma lei permitindo a segunda cidadania de forma simplificada, sendo um dos requisitos, conhecer e falar a língua húngara. Comenta diversas atividades desenvolvidas pela Casa Húngara, em São Paulo. Convida todos a conhecerem o local. Agradece pela oportunidade de participar desta solenidade.

 

15 - BALÁZS JOZSEF

Mestre de cerimônias, anuncia a apresentação de um filme sobre os participantes da Revolução de 1956, que depois fugiram para o Brasil; e uma apresentação de dança folclórica húngara.

 

16 - PRESIDENTE FREDERICO D'AVILA

Afirma que o filme exibido sobre a fuga dos húngaros do comunismo foi retratado da mesma forma, em sua casa, pelo seu bisavô, que tirou 12 pessoas de sua família da Hungria. Ressalta que se alegra com a derrubada da estátua de Stalin e da estrela, colocada sobre o Parlamento Húngaro. Parabeniza o primeiro ministro húngaro e todos aqueles que são acusados de serem intolerantes, mas que somente não querem a volta do comunismo. Coloca-se à disposição de todos. Parabeniza a comunidade húngara. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Frederico D’Avila.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - BALÁSZ JÓZSEF - Gostaria também de cumprimentar aqui na sala o Excelentíssimo Sr. Embaixador da Hungria, Zoltán Szentgyorgyi; o cônsul-geral da Hungria, Szilárd Teleki; o Sr. Cônsul-geral do México, Dr. Raul Bolaños-Cacho Guzmán; a Excelentíssima Sra. Cônsul-geral de Angola, Stela da Graça Santiago; o Excelentíssimo Sr. Presidente da TV Cultura, José Roberto Maluf; o presidente da Associação Húngara de São Paulo, o Sr. Francisco Montano Filho; e o Sr. Bartosz.

Em seguida, chamaremos para compor a Mesa o Excelentíssimo Deputado Frederico D’Avila, proponente e presidente da presente sessão solene. Em seguida, o Excelentíssimo Sr. Zoltán Szentgyorgyi, embaixador da Hungria; o Sr. Szilárd Teleki, o cônsul-geral da Hungria em São Paulo; o Excelentíssimo Sr. Francisco Montano Filho, presidente da Associação Húngara de São Paulo.

 

O SR. PRESIDENTE - FREDERICO D’AVILA - PSL - Senhoras e senhores, bom dia. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Nos termos regimentais, esta Presidência dispensa a leitura da ata da sessão anterior. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, minhas senhoras e meus senhores, meus amigos e amigas, a sessão solene foi convocada pelo presidente da Casa, deputado Cauê Macris, atendendo à solicitação deste deputado, com a finalidade de “Homenagear o Dia da Comunidade Húngara”.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - BALÁSZ JÓZSEF - Agora, convidamos a todos os presentes para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro e, na sequência, o Hino Húngaro, ambos executados pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do maestro Ilustríssimo Senhor Subtenente Eliseu Dias da Silva.

Quem quiser ver as letras, estão nas pastas, na sua frente.

 

* * *

 

- É executado o Hino Nacional Húngaro.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - BALÁSZ JÓZSEF - Podemos sentar. 

 

O SR. PRESIDENTE - FREDERICO D’AVILA - PSL - Esta Presidência agradece ao subtenente Eliseu e à gloriosa Polícia Militar do Estado de São Paulo. Agradeço aos componentes da Mesa e demais autoridades presentes que vou aqui nominar: Sr. Zoltán Szentgyorgyi, embaixador da Hungria; Sr. Szilárd Teleki, cônsul-geral da Hungria em São Paulo; Dr. Raul Bolaños-Cacho Guzmán, cônsul-geral do México, que nos prestigia com a sua presença; dona Stela da Graça Santiago, cônsul-geral de Angola, também aqui nos agraciando com a sua presença; dona Zsuzsanna László, cônsul comercial do Consulado da Hungria; Dr. José Roberto Maluf, presidente da TV e Rádio Cultura, Fundação Padre Anchieta; Francisco Montano Filho, presidente da Henok, Casa Húngara - Magyar Ház; e J. C. Bartosz.

Muito obrigado a todos, e os demais que não foram nominados, sintam-se cumprimentados por esta Presidência.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - BALÁSZ JÓZSEF - Comunicamos aos presentes que esta a sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp, e será transmitida pela mesma TV no próximo sábado, dia 26 de outubro, às 21 horas, pela Net no canal 7; na TV Vivo canal 9; e para a TV digital canal 61.2.

E gostaria de convidar o Sr. Presidente da sessão, o Sr. Deputado, para realizar o seu discurso.

 

O SR. PRESIDENTE - FREDERICO D’AVILA - PSL - Bom dia a todos. Gostaria aqui de rápidas palavras, dizer da alegria de estar realizando esta sessão solene em homenagem, na verdade, do dia 23 de outubro, que será daqui dois dias, quando se comemora a Revolução Húngara contra o domínio soviético.

Queria aqui apresentar; para quem não sabe, estive com o cônsul e com a cônsul comercial também, a Zsuzsanna, a questão de quatro ou cinco meses atrás, no meu gabinete, onde nós propusemos a realização desta sessão solene. Espero que não seja a primeira, nem a última, espero que a gente consiga encher esse plenário cada vez mais.

Bom, meu bisavô é húngaro, nascido em Temesvár, a outra parte é nascida em Marienfeld, tudo era Hungria antes de ser desmembrada. E meu avô foi formado, meu bisavô, desculpa, formado em Budapeste, meu outro avô, formado em Viena, quando tudo era uma coisa só. E nós sempre cultivamos as nossas tradições aqui no Brasil.

Como todos bem sabem, a comunidade húngara, aqui no Brasil, veio em praticamente dois momentos maiores: após a Primeira Guerra e após a Segunda Guerra, de maneira mais volumosa.

Inclusive, por coincidência, nada a ver com parentesco, nós nos estabelecemos na atividade rural aqui no estado de São Paulo, no município de Buri, onde tem uma comunidade húngara bastante grande, com nomes bastante conhecidos, como Nagy, Horvath, enfim, várias pessoas que, inclusive, falam a língua húngara até hoje.

E queria aqui também fazer menção ao lado do meu pai, que nada de um húngaro tem, tem de 100% brasileiro. Está aqui um dos meus primos também, que é do Vale do São Francisco, em Petrolina – Pernambuco, onde todo o cultivo de uva - da parte de cultivo, de técnicas de cultivo e na parte de mecanização - foi estabelecido e implantado por técnicos húngaros, que vieram para cá na década de 1990, logo após o fim do comunismo.

Então, toda a técnica, a grande técnica de cultivo das uvas no Vale do São Francisco, e também a mecanização, foi idealizada por técnicos húngaros, e a parte de irrigação idealizada por técnicos israelenses, que muitas das vezes eram de família húngaras.

Queria aqui, também, cumprimentar o nosso querido deputado Altair Moraes, gostaria de fazer menção à presença dele aqui, convidá-lo para estar conosco, um grande aliado nosso.

E dizer que o que eu admiro muito na cultura húngara é a dedicação ao conhecimento. Os grandes cientistas do mundo, os grandes engenheiros, os grandes “concebedores” de novas tecnologias, quando a gente vai ver, estão na Hungria ou vieram de famílias húngaras, seja nos Estados Unidos, seja na Europa, seja em qualquer parte do mundo, com contribuições na medicina, na indústria bélica, na indústria aeronáutica, na agricultura, enfim, em várias das áreas das ciências.

Não é a toa que nós vemos que a Hungria, logo depois que acabou o terror do comunismo, a Hungria, hoje, se estabelece como uma das economias mais pujantes da Europa, com uma população de pouco mais de dez milhões de habitantes, ou seja, é do tamanho do estado do Paraná, aqui perto de São Paulo.

Tem uma economia pujante, um governo estável. Queria fazer aqui uma menção positiva ao primeiro-ministro, Viktor Orbán, que tem um grande alinhamento ideológico e político com o presidente Jair Bolsonaro e com Eduardo Bolsonaro.

O Eduardo, inclusive, pede desculpas por não estar aqui hoje, porque, como os senhores podem ver, o partido não anda dos mais tranquilos. Mas ele estaria aqui conosco hoje, e pede para que eu cumprimente, em nome dele e do presidente Jair Bolsonaro.

Então, queremos aqui estreitar os laços da Hungria com o Brasil, da Hungria com São Paulo. Os húngaros que chegaram aqui chegaram como outras colônias e nacionalidades vieram para cá, onde puderam expressar sua cultura, e onde puderam trazer o que tinham de melhor.

Diferente de outras nacionalidades e, por vezes, religiões, que chegam como convidados em determinados países e querem lá impor a sua cultura, no país onde eles são convidados, como nós vemos no processo de islamização que está acontecendo na França.

Então, queria aqui parabenizar, parabenizar - vou falar três vezes -, parabenizar o ministro Viktor Orbán por não deixar que seu país seja submetido a esse tipo de ação de gente que vem de fora, como convidado, e quer tomar conta da casa como se dele fosse.

Parabéns ao primeiro-ministro, Viktor Orbán, parabéns também ao ministro Sebastian Kurz, da Áustria, que são fortes o suficiente para manter a sua nacionalidade.

Hoje em dia, nacionalidade é tida como um palavrão para certas pessoas, e não tem nada disso. Nacionalidade, nós todos estamos aqui, eu, que sou de família austro-húngara, tenho orgulho dos dois lados, nenhuma se sobrepõe à outra.

E não é porque a Hungria é um país que foi bem recebido, os húngaros vieram aqui e fizeram a Casa Húngara, o restaurante húngaro, trouxeram a sua cultura para cá, mas nunca chegaram aqui nesta Assembleia, ou na Câmara Federal, ou na Câmara Municipal, e falaram: “Olha, agora vocês aqui têm que fazer do jeito que é na Hungria; Olha, vocês têm que fazer isso; Olha, vocês têm que se vestir desse jeito; Olha, vocês têm que se fazer...”, não.

E é o que acontece na Europa hoje. A França, hoje, está numa situação que eles não vão conseguir se libertar tão cedo.

Meu avô, que hoje tem 89 anos e infelizmente não pôde vir aqui hoje porque está com dificuldade de locomoção, fala: “Nós demoramos 700 anos para expulsar os otomanos do império austro-húngaro e agora estamos chamando eles de volta, e a Alemanha chama e ainda fala ‘Welcome refugees’.” Ok, “welcome”, sejam “welcome”, mas aqui vocês são convidados, aqui vocês não são os donos da casa, aqui vocês se submetem às nossas regras.

E é isso que a nacionalidade significa, no âmbito do que diz o presidente Bolsonaro e do que diz o primeiro-ministro Viktor Orbán. Vamos respeitar as culturas, vamos manter as tradições porque, se nós não mantermos as tradições, nós não estaríamos aqui. É ou não é verdade?

A União Soviética quis destruir a cultura húngara na sua assepsia, quis mudar a língua, quis sufocar a política húngara, e não conseguiu, não conseguiu. E, graças a Deus, hoje, a Hungria - foi só tirar as amarras do comunismo – que a Hungria se tornou uma economia pujante.

E garanto que daqui a dez ou 20 anos nós estaremos aqui nesta Assembleia fazendo esta mesma sessão solene, na sua 20ª edição, e a Hungria vai ser, quem sabe, a nova Suíça, ou a nova Alemanha da Europa.

Porque, o que eles fizeram, o que eles deixam, esse excesso de liberalismo leva ao que nós estamos vendo agora na França e na Alemanha. Então, não adianta nada você ficar achando que todo mundo é bonzinho. É lógico que vem gente boa nos imigrantes que tem, haja vista as colônias que nós temos aqui em São Paulo.

 São Paulo tem de tudo, menos paulista. Todo mundo aqui... Eu não, eu sou a primeira geração de paulista. Então, aqui tem italiano, tem árabe, alemão, judeu, muçulmano, protestante, norueguês, dinamarquês, japonês, coreano, chinês, tem todo mundo. O meu chefe de gabinete, família 100% italiana, é a segunda geração no Brasil.

Ou seja, é a profusão de nações, é a profusão de raças, mas que todos seguem, deputado Altair, todos seguem as regras do Brasil, e o Brasil é aberto quanto a isso. Você fala muito bem nessa tribuna a questão da ideologia de gênero, diz quererem impor na sociedade civil o que eles querem, ou seja, se nós não somos a favor, nós somos contra, não é?

Então, o que a Hungria faz é muito bonito, e vai colher frutos no futuro. Enquanto outros vão ter que se preocupar com aspectos sociais do aculturamento das suas nações, a Hungria, a Áustria e outros países vão sair bem melhores do que entraram neste século XXI.

Queria cumprimentar aqui, também, a todos os empresários húngaros que investem no Brasil, e os brasileiros que investem na Hungria, e dizer que esses laços comerciais devem ser ampliados. Porque a Hungria tem conhecimento tecnológico, a Hungria tem profissionais extremamente capacitados, escolas de engenharia e de tecnologia de renome internacional, que todos... A gente vê muito na Europa, quando fala que é um engenheiro húngaro, ou um técnico húngaro, todo mundo fala: “Ah, então esse aí é bom mesmo, esse é inteligente”;porque falam que é muito complicado passar nas escolas húngaras.

E a gente queria aqui - principalmente no meu setor, que é setor do agronegócio -, a Hungria é uma potência hoje, na Europa, no agronegócio. Esses dias, eu vi uma propaganda de uma máquina sueca, que foi num campo da Hungria, onde foi a maior quantidade de hectares plantados em 24 horas: foram 504,7 hectares plantados num campo da Hungria em 24 horas, uma máquina sueca num campo húngaro.

E, consequentemente, eu tenho uma prima que é casada com um alemão que tem terra na Romênia - que antigamente pertencia à Hungria, esse pedaço lá - mas que também agora está querendo investir em agricultura na Hungria, dado o potencial agrícola que a Hungria tem na área de agricultura.

Então, técnicas em agricultura, parte industrial, parte científica, vamos estreitar esses laços. Meu gabinete está aberto aqui à parte do consulado comercial da Hungria, está aqui a Zsuzsanna, da parte política também. Eu aqui me coloco também como preposto, tenho muito boa relação com o ministro Ernesto Araújo, que faz menção muito positiva ao governo da Hungria e ao destino que ela vem dando à sua política na Europa.

E, consequentemente, quanto mais nós estreitarmos esses laços, mais fortes nós seremos e vamos conseguir combater aquilo que, para nós, chegou na porta, na soleira da porta: o comunismo. E para vocês foi pior, porque ficou lá por mais de 40 anos massacrando o povo húngaro.

Então, é o fim da perseguição socialista, do comunismo, e também a profusão dos negócios, vamos aproveitar o que nós temos de melhor das nossas duas nações e trazer para a pujança econômica que os nossos dois países merecem.

Quero fazer dessa edição aqui, amanhã posso ficar quatro ou oito anos nesta Casa, depois voltar na Câmara Federal, mas vou exigir daquele meu sucessor que esteja aqui que realize esta sessão solene aqui na Assembleia Legislativa. E também onde estiver, seja em Brasília, seja em outro local, vou continuar fazendo e homenageando a comunidade húngara, que já merece essa homenagem há muito tempo.

Porque não é de hoje que a comunidade húngara, principalmente aqui em São Paulo, contribui com o desenvolvimento do nosso Estado. Sendo assim, agradeço a todos, queria desejar um bom dia a todos. E aproveitem esta sessão solene, que esta sessão solene se torne uma tradição e nós conseguimos lotar cada vez mais esse auditório.

Bom dia e obrigado a todos. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - BALÁSZ JÓZSEF - Muito obrigado pelas palavras, Sr. Deputado. E agora veremos um filme turístico sobre a Hungria, por favor.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - BALÁSZ JÓZSEF - Convido agora, para fazer o uso da palavra, o Excelentíssimo Sr. Zoltán Szentgyorgyi, embaixador da Hungria.

 

O SR. ZOLTÁN SZENTGYORGYI - Excelentíssimos deputados da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo; o deputado Frederico D’Avila; Francisco Montano Filho, presidente da associação Húngara; o senhor cônsul-geral Szilárd Teleki; membros do corpo diplomático, colegas, senhores e senhoras.

É uma grande honra para mim participar pela primeira vez na comemoração do Dia da Comunidade Húngara. Estou muito tocado por esta comemoração, em primeiro lugar porque a comunidade húngara do Brasil, especialmente aqui em São Paulo, é uma fonte de grande orgulho para minha pátria, para a Hungria, e para mim pessoalmente.

Eles aumentam a reputação da Hungria, seja com o seu trabalho, seja com o exemplar empenho com que preservam a identidade nacional. O que celebramos no dia 23 de outubro é o aniversário da nossa revolução de 1956, pela memória dos heróis que deram as suas vidas ao lutar contra um regime autoritário comunista e contra as tropas soviéticas que estiverem presentes em nossa pátria.

Mil novecentos e cinquenta e seis é o ano em que o povo húngaro decidiu não aguentar mais, eles foram para a rua e lutaram contra os tanques soviéticos com suas próprias mãos, em menor número, com menores recursos.

Os sobreviventes dessa geração que lutaram nas ruas de Budapeste ainda estão conosco, alguns deles aqui no Brasil. Mas nós estamos, no presente, nós estamos aqui no Brasil. Permita-me que eu diga algumas palavras sobre a nossa relação como o vosso país. Neste ano fizemos grandes passos para a frente: o nosso primeiro ministro, Viktor Orbán, participou na posse do presidente Bolsonaro, no 1º de janeiro de 2019.

A partir dessa data, o ritmo do desenvolvimento das nossas relações é simplesmente incrível. Tivemos a honra de receber a visita do ministro dos Assuntos Exteriores, Ernesto Araújo, em Budapeste; em setembro, nós recebemos na Hungria a ministra Damares, ministra de Estado da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria, Péter Szijjártó, realizou visita ao Brasil nos dias 7 e 8 de outubro. Em Brasília, no dia 8, reuniu-se com o ministro das Relações Exteriores, com o senhor Ernesto Araújo, com quem copresidiram a 5ª Comissão Mista Econômica Brasil-Hungria.

O ministro foi recebido em visita de cortesia pelo presidente Jair Bolsonaro. Durante a comitiva, eles exploraram iniciativas para o aprofundamento da cooperação bilateral nas diferentes áreas.

A Hungria continua a oferecer 250 bolsas de estudo de graduação e pós-graduação para estudantes brasileiros, concedida anualmente pelo Estado húngaro. O Brasil e a Hungria compartilham valores e princípios comuns, firmemente alicerçados na convicção de que a identidade nacional constitui direito humano fundamental e base para uma sociedade normal e sábia.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - BALÁSZ JÓZSEF - Muito obrigado, Sr. Embaixador. Em seguida, convidamos para fazer uso da palavra o Sr. Szilárd Teleki, o cônsul-geral da Hungria em São Paulo.

 

O SR. SZILÁRD TELEKI - Bom dia a todos. [Expressão estrangeira.] Sempre cumprimento assim os nossos compatriotas húngaros, e, graças a deus, temos uma comunidade muito grande, e uma comunidade muito ativa aqui em São Paulo.

E cumprimento vocês também, além das autoridades, membros do corpo consular, e todos os amigos do nosso país e nossa comunidade. Eu preparei o discurso, mas não vou ler, porque eu acho que ainda vamos ouvir coisas muito mais interessantes sobre essa revolução de 1956.

Porque um jovem cineasta muito talentoso, também da comunidade húngara da Grande São Paulo - ele se chama Mathias Piller -, preparou um documentário sobre essa revolução, e daqui a pouco nós vamos mostrar alguns fragmentos, algumas partes, dessa obra.

Muito bom, excelente trabalho. Então, quanto à Revolução de 1956, acho que tem várias mensagens, mas eu somente queria dar uma mensagem a todos vocês, para demonstrar como é que o povo húngaro é sempre a favor da liberdade. Então, gostaria de ler agora uma frase, citar uma frase, de um ministro do governo revolucionário, que, em 4 de novembro, no seu último dia no governo revolucionário, no prédio do Parlamento, disse o seguinte.

Acho que isso muito bem representa a atitude dos húngaros na revolução e na liberdade: “O povo da Hungria pagou com bastante sangue para demonstrar ao mundo a sua fé inabalável no direito à liberdade e à justiça.” Então essa é a mensagem, essas são as palavras que queria transmitir para vocês, mas o que vem depois, no documentário, vocês vão ouvir testemunhas sobre esses dias gloriosos da história húngara.

E eu acho que é muito mais interessante do que uma palestra, minhas palavras, porque será contada pelas pessoas que sobreviveram nesses dias, e que, agora, são membros muito honrados da nossa comunidade. E posso até dizer que são membros honrados, ou pessoas honradas, do país que os acolheu: o Brasil.

 Muito obrigado pela atenção. (Palmas)

 

O SR. - Gostaríamos de agradecer ao cônsul. Deputado Frederico D’Avila, quebrando o protocolo aqui, nós teremos um presente à comunidade Húngara: um coral da África do Sul, que vai cantar uma pequena canção juntamente com o nosso deputado. Por favor, deputado.

 

O SR. PRESIDENTE - FREDERICO D’AVILA - PSL - Deputado Altair Moraes é aliado de todas as horas; então autorizo ele a fazer tudo, viu?

 

O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Bom dia, bom dia, Zsuzsanna. Estive lá, tomei um café com ela, café muito bom por sinal. Bom dia, eu quero fazer uma singela homenagem a todos da Hungria. Sou um grande admirador do trabalho do nosso deputado Frederico D’Avila, um homem que tem trabalhado muito sério aqui na Assembleia.

É muito bem-feita essa homenagem, parabéns. Cumprimento toda a Mesa, e hoje a gente trouxe aqui - pode vir - um coral da África do Sul. Vieram conhecer a Casa, e eu pedi, e eles ficaram muito felizes em fazer uma homenagem a vocês com uma bela canção.

Não sei se vocês aceitam, é simples, mas eles vão cantar uma música em zulu, no idioma deles. E essa música - Cadê o pastor, por favor? Sobe aqui, fala ao microfone - é uma música de agradecimento. Agradecimento pela vida, agradecimento pela saúde, e, em especial, agradecimento a Deus. E eles vieram aqui agradecer a presença de vocês aqui, é uma singela... Desculpa, estou quebrando tudo o que é protocolo, nem combinei com o Frederico, mas eu já falei para ele que se ele não deixar a gente fazer nada, ele vai ficar com o cabelo igual ao meu: careca.

Então, com essa cabeleira bonita dele, ele aceitou, está certo? Por favor, pastor, essa música é de agradecimento, é isso?

 

O SR. BALÁZS JOZSEF - Bom dia a todos, temos aqui a todos os oradores da África do Sul, temos um pastor da África do Sul que vai cantar também. É uma música em agradecimento na língua zulu, e eu tenho certeza que todos vocês vão gostar, para glorificar a Deus.

Talvez você não entenda, mas é a forma com que eles, nós, glorificamos a Deus em zulu, que é a língua principal da África do Sul.

Obrigado. Microfone, se ele quiser outro.

 

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- É feita a apresentação musical.

 

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O SR. INTEGRANTE DO CORAL - Amém. O significado dessa música, girar, quer dizer que Deus ama todas as nações, e Deus é em favor de todas as nações. Então, nós temos uma outra que eu... O pastor vai poder... Ele gosta, ele já até vestiu o acessório da África do Sul, e ele já é familiar com a gente. 

 

O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - É rápido, só essa para a gente terminar e não atrapalhar vocês. Essa música eu aprendi há 20 anos atrás, e fala que a gente anda, anda, e não vê nada, procura e não acha nada. Mas, quando a gente encontra Deus, a gente encontra tudo. Então eu acho muito bacana, que fala assim, ó.

 

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- É feita a apresentação musical.

 

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O SR. - Muito obrigado, muito obrigado, deputado. Só agora, aqui, só um agradecimento, e a gente continua a nossa solenidade.

 

O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Desculpa, é que a gente tinha que trazer esse pessoal lindo e animado aqui da África, até para a homenagem. Muito obrigado ao deputado e muito obrigado a toda a Mesa. Muito obrigado a toda a comunidade húngara, que Deus abençoe a todos. E muito feliz por esta homenagem. Muito obrigado, de verdade.

 

O SR. PRESIDENTE - FREDERICO D’AVILA - PSL - Obrigado, deputado Altair, e a todos os visitantes aqui da África do Sul. Esse é o Brasil, e a Casa Legislativa do povo paulista.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - BALÁSZ JÓZSEF - Sim, aproveitamos também para cumprimentar o Excelentíssimo Sr. José Luiz Monteiro, o prefeito de Arujá, que está também com a gente. Continuando a solenidade, com também outra parte cultural, vamos assistir agora a um vídeo turístico sobre a nossa linda capital, Budapeste.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - BALÁSZ JÓZSEF - E convido agora para fazer uso da palavra, o Sr. Francisco Montano Filho, presidente da Associação Húngara de São Paulo.

 

O SR. FRANCISO MONTANO FILHO - Muito boa tarde, senhoras e senhores. Sr. Deputado Frederico D’Avila, é uma honra receber esta homenagem da Casa nesta data que para nós, húngaros, é tão importante. Eu vou fazer o uso da minha palavra aqui apenas para complementar algumas informações que o senhor nos forneceu. E para que fique registrado nos anais desta Casa que a imigração húngara se deu aqui, basicamente, através de quatro, cinco ondas migratórias.

A primeira delas, dada a abolição da escravatura. Então a princesa, que era descendente de austríacos, aconselhou seu pai a pedir ao primo, Francisco José, que mandasse colonos da Europa para trabalhar nas fazendas brasileiras.

E, assim, nós tivemos uma primeira onda, entre os anos de 1891 e 1895. Várias famílias que vieram da região de Veszprém e outras regiões. Suábios, os descendentes de outrora alemães, que desceram do navio, muito poucos, no Rio de Janeiro; alguns seguiram até o Rio Grande, mas a maioria desceu em Itajaí.

E hoje os seus descendentes povoam a cidade de Jaraguá do Sul, onde eles também, depois de décadas se considerando alemães, descobriram que a sua verdadeira origem era a Hungria. E, hoje, se sentem muito orgulhosos de serem cidadãos húngaros e lá também desenvolvem a nossa cultura e a nossa língua.

Depois, logo após a Primeira Guerra, entre os anos de 1923 e 1927, após o fatídico Tratado de Trianon, cerca de 100 mil húngaros se dirigiram para a América do Sul, chegando ao porto de Santos.

E vieram se instalar na região da Vila Leopoldina, Vila Anastácio, Lapa, alguns na Mooca, desenvolvendo, principalmente, a indústria frigorífica, que é uma técnica centenária dos húngaros. E esses frigoríficos que se desenvolveram aqui: Swift, Arno, e outros, tiveram essa colaboração dos húngaros.

Depois disso, pouco antes da guerra, já a partir do final da década de 1920 e 1930, até o início dos anos 1940, tivemos a grande onda migratória, principalmente de judeus e os seus descendentes, fugindo das atrocidades da Segunda Guerra.

E esses sim já se dirigindo para São Paulo - que era uma cidade que iniciava a sua pujança e indústria - e aqui se estabeleceram, e até hoje os seus descendentes colaboraram, e colaboram, com o desenvolvimento da cidade e do País. Após a guerra quando, depois de um breve período democrático, a Hungria se fechou, ou foi fechada, então entre os anos de 1947 e 1949, nós tivemos a última onda motivada pela guerra.

E por último, já foi falado, não vou me estender muito, da Revolução de 1956, após a qual, ainda nos anos 1957, até 1958, muitas famílias conseguiram e chegaram aqui em 1958, 1959 até 1960.

E por que isso? Por que essa demora? Pura e simplesmente, deputado, porque como todo povo civilizado, tudo deve ser feito - mesmo fugindo de uma atrocidade, ou de uma situação totalmente adversa -, deve ser feito de uma forma ordenada, de uma forma pedindo licença e aguardando, como o senhor disse, que o dono da casa os convide.

E, aqui chegando, possam encontrar uma situação favorável para o seu desenvolvimento, e para o desenvolvimento do País que os atendeu.

E assim foi: os nossos antepassados, meus tios - parentes da maioria dos húngaros que hoje aqui vivem -, amargaram, ou se submeteram a uma ordem. Às vezes dois, ou até mais anos de espera em acampamentos de refugiados, apresentando os seus papéis, apresentando as suas qualificações, pleiteando a possibilidade de vir e se estabelecer no seu novo mundo.

Coisa que, como o senhor bem lembrou, nós notamos que não é bem a maneira de agir daqueles que, hoje, se dizem refugiados. Mas que, com certeza, têm outras intenções por trás das suas atitudes.

Nós não rompemos cercas, não rompemos fronteiras, não cometemos atrocidades, nós soubemos esperar o momento de poder nos estabelecermos em outras terras, em outros costumes - respeitando esses costumes -, e com muita tristeza, por deixar a nossa pátria.

Então essa era, basicamente, a explicação que eu queria dar e complementar.  Lembrando que, a partir de maio de 2010, o governo húngaro promulgou uma lei que permite, eu diria, a naturalização, permite a segunda cidadania de uma forma simplificada. A única - praticamente a única – exigência, logicamente entendo, uma ascendência húngara, que é muito simples: é conhecer e falar húngaro.

É muito simples, então essa é a exigência para que aquele que, distante 15 mil quilômetros da pátria dos seus ancestrais, se ele se entende como um húngaro, então o mínimo que ele tem que ter é o conhecimento da língua pátria.

E para isso, nós temos, em São Paulo, uma associação, que há mais de 90 anos busca apoiar a comunidade húngara que aqui veio; hoje nós temos a Casa Húngara de São Paulo, onde oferecemos cursos da língua húngara. E tentamos propiciar a esses descendentes que possam reaver a sua cidadania, e que possam plenamente se sentir húngaros e parte integrante dessa pátria que é a Hungria.

Nessa Casa Húngara se reúnem os mais diversos grupos de atividades húngaras: vários grupos de danças - desde os pequenos até, não devo dizer idosos, mas os mais experientes -; aqueles que já não fazem parte dos grupos que se apresentam, aliás, nós vamos ver uma breve apresentação aqui; mas temos, então, grupo de xadrez; grupo de leitura da Bíblia; temos uma biblioteca; temos coral em língua húngara; temos jantares mensais; temos uma série de atividades; temos o grupo de escoteiros húngaros, que se reúnem no Colégio Santo Américo, que também é um legado da Hungria, os monges do mosteiro de Pannonhalma, da Hungria, chegaram aqui na década de 1930, e implantaram uma das escolas que foi, e ainda está, entre as melhores de São Paulo.

Enfim, os húngaros realmente têm uma presença muito forte na comunidade paulistana e brasileira, e eu convido a todos para que venham conhecer a Casa Húngara, venham se integrar, e venham aproveitar da nossa gastronomia, da nossa dança, do nosso canto, enfim, da nossa cultura.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS – BALÁZS JOZSEF - Obrigado pelas palavras do Sr. Presidente.

 E agora convido a todos para assistirem uma apresentação, de uma versão curta do filme sobre participantes da Revolução de 1956 que, depois, fugiram para o Brasil, e que ainda vivem entre nós. Um filme de 30 minutos.

 

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- É exibido o filme.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - BALÁZS JOZSEF - E depois do comovente filme, vamos assistir a uma apresentação de dança folclórica húngara, pelo nosso estagiário (Expressão em língua estrangeira.), que vai dançar brevemente, aqui na frente da Mesa presidencial. Aplausos para ele. (Palmas.)

 

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- É feita a apresentação de dança.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - BALÁZS JOZSEF - Muito obrigado, Márik. E ouviremos, agora, o discurso de encerramento, do deputado estadual Frederico d’Avila. 

 

O SR. PRESIDENTE - FREDERICO D’AVILA - PSL - Gostaria aqui de dizer que esse filme, de quase meia hora, onde falaram húngaros e húngaras que fugiram do comunismo, eu ouvi a mesma coisa dentro de casa: idêntico, danada, mesma coisa, só mudam as pessoas.

Meu bisavô tirou 12 pessoas da família da Hungria, Tchecoslováquia e da Romênia, exatamente da mesma forma, de maneira, essa mesma história: inverno, cerca, tiro, mesma coisa, não mudou nada. Eu vou ser breve aqui: a parte mais, que eu fiquei mais feliz, foi quando a senhora falou que derrubaram a estátua do Stálin, de oito metros, e a estrela vermelha de cima do Parlamento húngaro.

E nós estamos aqui, todos unidos em prol da liberdade e o nosso maior inimigo, para que ele nunca mais volte, é o comunismo. Nunca mais, esse é o maior inimigo nosso, e ele está tentando voltar.

Parabéns ao primeiro-ministro Orbán, e a todos aqueles que são acusados de loucos e intolerantes. Na verdade, não querem que aconteça tudo isso que nós vimos novamente. Parabéns à comunidade húngara, e conte sempre conosco. Obrigado. (Palmas.)

Queria agradecer aqui e, esgotado então objeto da presente sessão, a Presidência agradece as autoridades, a minha equipe, os funcionários dos serviços de Som, da Taquigrafia, de Atas, do Cerimonial, da Secretaria Geral Parlamentar, da Imprensa da Casa, da TV Legislativa e das assessorias policiais Civil e Militar, bem como a todos que, com as suas presenças, colaboraram para o êxito da solenidade.

Também gostaríamos de convidar para um coquetel no Salão dos Espelhos, logo aqui atrás e reforçar aqui o meu agradecimento a sempre presente, e gloriosa, Polícia Militar do Estado de São Paulo. Está encerrada esta sessão. 

 

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- É encerrada a sessão às 11 horas e 45 minutos.

 

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