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3 DE DEZEMBRO DE 2019

70ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

 

Presidência: CAUÊ MACRIS

 

Secretaria: ADRIANA BORGO e VALERIA BOLSONARO

 

RESUMO

 

ORDEM DO DIA

1 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Abre a sessão.

 

2 - CARLOS CEZAR

Para comunicação, discorre sobre reunião da Comissão de Constituição, Justiça e Redação. Diz acreditar que a discussão do projeto fará com que possam chegar em um melhor caminho para todos, inclusive os servidores públicos. Afirma que o líder do Governo Carlão Pignatari e as outras lideranças desta Casa estão empenhados em buscar este melhor caminho. Esclarece que foram ouvidas as preocupações de entidades. Informa que até a próxima quinta-feira deverá devolver a proposta de emenda à Constituição.

 

3 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Coloca em votação o PLC 78/19, salvo emendas.

 

4 - CARLOS GIANNAZI

Encaminha a votação do PLC 78/19, em nome do PSOL.

 

5 - PROFESSORA BEBEL LULA

Encaminha a votação do PLC 78/19, em nome da Minoria.

 

6 - TEONILIO BARBA LULA

Solicita uma verificação de presença.

 

7 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe quando constatado quórum.

 

8 - ENIO LULA TATTO

Encaminha a votação do PLC 78/19, em nome do PT.

 

9 - CAMPOS MACHADO

Encaminha a votação do PLC 78/19, em nome do PTB.

 

10 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Coloca em votação e declara aprovado o PLC 78/19, salvo emendas.

 

11 - TEONILIO BARBA LULA

Solicita uma verificação de votação.

 

12 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Defere o pedido. Determina que seja feita a verificação de votação, pelo sistema eletrônico.

 

13 - CARLOS GIANNAZI

Declara obstrução da bancada do PSOL ao processo de votação.

 

14 - TENENTE NASCIMENTO

Declara obstrução da bancada do PSL ao processo de votação.

 

15 - ALTAIR MORAES

Declara obstrução da bancada do REPUBLICANOS ao processo de votação.

 

16 - MARCIO DA FARMÁCIA

Declara obstrução da bancada do PODEMOS ao processo de votação.

 

17 - TEONILIO BARBA LULA

Declara obstrução da bancada do PT ao processo de votação.

 

18 - ALEX DE MADUREIRA

Declara obstrução da bancada do PSD ao processo de votação.

 

19 - MARIA LÚCIA AMARY

Declara obstrução da bancada do PSDB ao processo de votação.

 

20 - RAFA ZIMBALDI

Declara obstrução da bancada do PSB ao processo de votação.

 

21 - LECI BRANDÃO

Declara obstrução da bancada do PCdoB ao processo de votação.

 

22 - MARCIO NAKASHIMA

Declara obstrução da bancada do PDT ao processo de votação.

 

23 - CORONEL TELHADA

Declara obstrução da bancada do PP ao processo de votação.

 

24 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Anuncia o resultado da verificação de votação, que confirma a aprovação do projeto salvo emendas. Coloca em votação as emendas nºs 1 a 5 englobadamente.

 

25 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA

Encaminha a votação das emendas, em nome do PSOL.

 

26 - BARROS MUNHOZ

Encaminha a votação das emendas, em nome do PSB.

 

27 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Coloca em votação e declara rejeitadas as emendas nºs 1 a 5 englobadamente.

 

28 - TEONILIO BARBA LULA

Declara voto favorável às emendas do PT.

 

29 - CARLOS GIANNAZI

Declara voto favorável à emenda nº 1.

 

30 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Encerra a sessão.

* * *

 

- Abre a sessão o Sr. Cauê Macris.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.

Ordem do Dia.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

* * *

 

O SR. CARLOS CEZAR - PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, apenas para relembrar aqui, foi citado pela última deputada a falar na tribuna, a deputada Monica, sobre o pedido de vista, na Comissão de Constituição e Justiça, de minha autoria, hoje. Nós estávamos em uma discussão.

Anteriormente, havia discutido, inclusive, o deputado Campos Machado, a respeito de alguns votos que estavam colocados: o voto do relator, deputado Heni Ozi Cukier, e um voto em separado, preparado pelo deputado Emidio.

Estávamos na discussão e nós entendemos, Sr. Presidente, porque esta Casa é a casa do entendimento. É uma matéria importante para o estado, importante para as pessoas, para os servidores públicos deste estado.

Nós temos milhares e milhares de servidores e nós entendemos que quanto mais nós discutirmos, quanto mais nós debatermos, nós poderemos chegar a um caminho, encontrar um caminho.

Tenho certeza de que V. Exa. e o deputado Carlão Pignatari, líder do Governo, as lideranças desta Casa e os deputados estão empenhados em buscar o melhor caminho e entendimento, que façam com que o estado de São Paulo continue sendo o estado mais pujante da Federação e que os seus servidores possam buscar de alguma forma e estarem contemplados naqueles pleitos, já que naquela Comissão, Sr. Presidente, nós havíamos ouvido - eu e a deputada Carla Morando - algumas entidades que colocavam algumas preocupações com relação à simetria das leis, da Constituição Federal e da Constituição Estadual.

Tenho certeza de que nesses próximos momentos... Tenho até quinta-feira para devolver essa PEC. Tenho certeza, deputado Heni Ozi Cukier, de que até este tempo, nós teremos aí um bom caminho para o estado de São Paulo.

Era apenas isso.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Em votação o item 1 do requerimento de método de votação.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, para encaminhar pela liderança do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Em votação o projeto salvo emendas. Neste momento, passo a palavra a V. Exa. para poder encaminhar em nome da liderança do PSOL.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia, servidores e servidoras que, mais uma vez, vieram à Assembleia Legislativa fazer uma manifestação democrática e justa contra a farsa da reforma da Previdência estadual, contra o confisco salarial, contra o confisco de direitos e benefícios dos servidores.

Hoje, Sr. Presidente, comemora-se o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência. É um dia importante em todo o planeta para esse segmento da população, mas, infelizmente, aqui no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro encaminhou um projeto de lei para o Congresso Nacional, o Projeto de lei 6.159, que desobriga as empresas a cumprirem a cota para os trabalhadores com deficiência.

É um verdadeiro retrocesso nessa área. O Brasil vinha avançando bastante com políticas afirmativas de inclusão de trabalhadores com deficiência no mundo do trabalho, tanto nas empresas privadas como também em empresas públicas. Esse projeto está em regime de urgência na Câmara dos Deputados. É um verdadeiro absurdo, um ataque sem precedentes às pessoas com deficiência no Brasil.

Nós do PSOL, em Brasília, já estamos obstruindo o projeto, pedindo para que seja cancelada, inclusive, a urgência, porque são muitos os ataques aos trabalhadores vindos do governo federal e do governo estadual, aqui em São Paulo.

Recentemente, o Paulo Guedes apresentou algumas PECs no Congresso Nacional, uma delas taxando os desempregados, taxando o seguro-desemprego; uma outra proposta de congelamento do salário mínimo; outras propostas de congelamento de salários ou redução de salários em até 25% com redução da jornada de trabalho para governos estaduais e municipais; o fim da estabilidade no emprego para os servidores; colocou em xeque a existência dos concursos públicos de provas e títulos.

São muitos ataques aos servidores, que foram mais uma vez eleitos os responsáveis, na visão dos governos e das elites econômicas, pela crise fiscal do Estado, que nós não aceitamos em hipótese alguma.

E aqui em São Paulo nós acabamos de ter um minidebate muito rápido e superficial com o grande representante dessa corrente no Brasil, do neoliberalismo, um banqueiro que já serviu a vários governos no Brasil, que é o Henrique Meirelles, atual secretário da Fazenda do Doria, e nós cobramos dele.

Eu vi agora aqui uma faixa muito interessante que, inclusive, fala da questão da auditoria da dívida pública do estado de São Paulo, da dívida estadual. Nós queremos auditoria. Tem que ter auditoria da dívida pública estadual, como nós defendemos também auditoria da dívida pública federal. Ela tem que ser feita; inclusive tem artigo na Constituição Federal obrigando o Estado brasileiro a fazer auditoria.

Não é só um discurso de esquerda aqui, de oposição não. É um discurso que tem amparo na Constituição Federal. Auditoria da dívida pública brasileira e sobretudo da nossa aqui estadual. O secretário não respondeu à minha pergunta sobre esse tema. O máximo que ele disse foi: “Quer que dê um calote?”.

Aí ele cita Grécia, cita Portugal. Foge totalmente do debate, quando, na verdade, o que nós defendemos é uma renegociação da dívida do Estado com a União; isso pode ser feito. São Paulo fez; a Prefeitura de São Paulo já renegociou a dívida municipal, dando um fôlego para a prefeitura.

Coloquei também a questão da dívida ativa do Estado: 340 bilhões de reais, que é o valor da dívida ativa do Estado. E muitos desses devedores, dessas grandes empresas devedoras da dívida pública, são também sonegadoras de impostos. São muitas vezes beneficiadas também - ainda pior - com benefícios fiscais, com descontos do ICMS, como aconteceu agora com as empresas aéreas.

Foi votado um projeto aqui dando benefício, um desconto de 25% para 12% na compra do querosene das empresas aéreas e de vários outros setores. Então só nessa área da desoneração fiscal que não tem transparência; tem sigilo, a gente não sabe o que realmente acontece.

Nem o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo tem acesso a esses dados. Tanto é que há dois anos o Tribunal de Contas aprovou as contas do governador Alckmin, mas fez uma ressalva criticando essa política de desoneração fiscal.

Imaginem V. Exas. se até o Tribunal de Contas, que também é um puxadinho do Palácio dos Bandeirantes - é quase que um departamento que apenas homologa as decisões do Palácio dos Bandeirantes - colocou em dúvida e criticou, imaginem V. Exas. qual deve ser a situação obscura dessa política, na verdade, de desoneração fiscal, que canaliza mais de 20 bilhões de reais para grupos econômicos do estado de São Paulo sem contrapartida para a população, para os 45 milhões de habitantes.

É o dinheiro retirado do orçamento da Educação, da Saúde, do SUS, das universidades públicas - da USP, da Unesp, da Unicamp - das Etecs, das Fatecs, da Segurança Pública. É o dinheiro que faz falta no pagamento do reajuste salarial dos servidores.

Esse debate também o secretário não respondeu; não respondeu ainda outras questões. Nós colocamos que São Paulo não está ainda nem no limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal e, na verdade, que não tem crise.

Ele não consegue demonstrar a crise fiscal. O estado de São Paulo aumentou a sua arrecadação. Todas essas questões, e outras, colocamos. Não tivemos resposta do secretário Henrique Meirelles. Então fica muito claro para nós: não tem déficit da Previdência no estado de São Paulo. O estado de São Paulo não está com crise de arrecadação. Ao contrário. Porque, o dia que São Paulo entrar em crise fiscal e crise financeira, quebra o Brasil.

A verdade é essa: São Paulo não entra em crise. Porque aqui tem o maior parque industrial, o maior parque comercial, de serviço, parque tecnológico. Está tudo aqui. Então São Paulo não está com as suas finanças quebradas. Na verdade, esse projeto de reforma da Previdência nada mais é do que uma tentativa do governo de transferir dinheiro público para o pagamento da dívida pública brasileira.

É o projeto dos banqueiros nacionais e internacionais. É o banqueiro dos rentistas e especuladores da dívida pública brasileira. Começa no governo estadual, vem para o estado e para o município.

Eles querem sugar municípios e estados para transferir recursos para o pagamento da dívida pública brasileira. É disso que se trata essa reforma: uma reforma onde os trabalhadores vão trabalhar mais, por mais tempo, vão pagar mais, e vão receber menos na aposentadoria e na pensão.

O projeto é pior do que o projeto do Bolsonaro, esse projeto da reforma da Previdência. Então estamos denunciando exaustivamente o que está acontecendo aqui em São Paulo. O Doria já enganou os policiais militares e civis, dizendo que no governo dele os policiais teriam os maiores salários da Federação. E apresentou uma proposta de apenas 5% de reposição das perdas inflacionárias.

Mas não avisou os policiais que faria um desconto de 3% na reforma da Previdência. Na verdade, eles ficaram só com 2 por cento. E a Polícia Civil, pior, porque haverá, me parece, um aumento do percentual da contribuição do Iamspe, de 2 para 3 por cento. Então, na verdade, só 1 por cento. Os policiais foram enganados pelo João “Pinóquio” Doria. (Manifestação nas galerias.)

Que é mentiroso. Já conhecemos a trajetória dele na Prefeitura de São Paulo, quando ele lançou o SampaPrev municipal, quando ele entregava o fundo previdenciário dos servidores municipais para os bancos, sobretudo para o banco Itaú.

Mas, depois de uma ampla mobilização dos servidores, com 100 mil professores na porta da Câmara Municipal, derrotamos essa proposta do Doria. E vamos derrotar também aqui na Assembleia Legislativa, com a participação dos servidores e servidoras. (Manifestação nas galerias.)

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para falar pela vice-liderança da Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para encaminhar, V. Exa. tem a palavra.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa noite, Sr. Presidente; assessoria da Mesa, assessorias que estão à minha esquerda e à minha direita; Srs. Deputados e Sras. Deputadas; todos que nos assistem através da TV Alesp.

É um momento muito intenso, de luta dos servidores públicos do estado de São Paulo contra a reforma da Previdência que ora tramita aqui na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Cumprimento também todos e todas que estão presentes nas galerias. Quero dizer que é uma satisfação muito grande tê-los e tê-las aqui, pela razão do quê? Porque é algo que nos atinge frontalmente. Não é o professor, a professora, o servidor da Saúde Pública. São todos os servidores do estado de São Paulo que serão frontalmente atacados por essa reforma da Previdência. Que é um ataque que chamo a atenção para o seguinte.

Há dois instrumentos legais nesta Casa: a Proposta de Emenda Constitucional nº 18 e também o PLC 80. Já explicava isso na nossa assembleia.

A proposta de emenda constitucional tem em sua vértebra o quê? Acabar com a carreira dos servidores públicos do estado de São Paulo, sobretudo criar na forma de remuneração tal qual governadores, vereadores, deputados...

Nós não fomos eleitos. Nós passamos por concurso público e lutamos por um plano de carreira que atenda aos interesses da qualidade de ensino, dos filhos e filhas da classe trabalhadora. Esse é o debate de monta que está colocado para nós.

Nós temos claro aqui o seguinte: meus queridos e minhas queridas, aqui não há que tergiversar, aqui não há que ter dúvidas, aqui não tem como arremedar. Aqui só tem uma posição: contra a reforma da Previdência imputada sobre as nossas cabeças. (Manifestação nas galerias.)

Porque eu dialogo; eu não tenho problema de dialogar, deputado Cauê, presidente Cauê Macris. Disse isso desde o primeiro momento em que estes dois instrumentos legais entraram nesta Casa.

Não vou contar de novo a história do Plano Estadual de Educação. Quando a categoria é ouvida, ela entende. Quando ela não é ouvida, ela tem a posição que me parece muito diferente, até, de outros movimentos que atacam. Não: é pela manifestação, é a forma como democraticamente eles vêm para cá e dizem: “eu concordo, eu discordo”, levantando uma plaquetinha. É assim que fazem. Ou aplaudem ou mostram o desgosto por uma matéria tão difícil que é a reforma da Previdência.

E mais difícil para nós é o confisco de mais três por cento. Poxa, um professor... Eu pego um enfermeiro; não só, os policiais. Vamos lá, vamos pegando categorias. Agentes do trabalho escolar. Todos ganham no máximo até 2.000, 2.550 reais. Menos três mil, três por cento.

E isso tem um peso significativo no nosso bolso. É a pauperização não só de uma categoria, mas de um setor, que é o setor público, que é frontalmente atacado, com zero de reajuste e sem ter os seus direitos atendidos.

Não bastasse isso, o que se esconde através da proposta de emenda constitucional - e aí quero fazer um apelo aqui para os deputados e deputadas - é que tem, no Art. 7o da PEC, as chamadas doenças profissionais. E que colocam, na verdade, os requisitos que... Pelos requisitos que ali estão colocados, me desculpe: nós só vamos ter direito à aposentadoria depois de mortos. Senão, nada.

Ou no caso dos readaptados. Colocar numa proposta de emenda constitucional a condição de readaptados é, no mínimo, pegar uma exceção e transformar em regra. Com isso, não tem que tergiversar.

Por que estou dizendo isso? O readaptado é quem? Vamos pegar a categoria dos professores, depois a do servidor da Saúde. O readaptado é aquele, como no caso de uma professora que ficou com problemas na voz, por ter classe numerosa, por as escolas públicas não terem o avanço tecnológico que deveriam ter.

E nós temos que falar na goela para classes numerosas e ficamos com problemas nas cordas vocais. Ou ainda, para muitos que não sabem - vocês sabem, mas muito do público que nos ouve não sabe -, nós ainda temos o giz e o apagador.

Quando apaga a lousa, assenta o pó de giz nas cordas vocais e dá problema de calo nas cordas vocais. Esse é o quadro dos professores. E aí, então, ele vai para a readaptação.  N

os termos que está aqui, a proposta de emenda constitucional primeiro, não era para a exceção entrar em proposta de emenda constitucional. Segundo, exceção não é regra. A gente só pode tratar de regra geral, não de exceção.

Então, eu quero dizer que é isso. E o nosso salário, não é, gente, na forma como quer instituir e como está na proposta de emenda constitucional, é vergonhoso. É algo que eu chamaria atenção para o seguinte: meu Deus, será que os únicos males da sociedade paulista são os servidores públicos? Porque a isenção, poxa vida, o primeiro ano do governo João Doria, 19 bi de isenção fiscal.

O custo dessa reforma da Previdência é de 31 bilhões de reais. Dezenove bi, deputado Barba, mais da metade do que ele quer fazer em dez anos com a emenda, é o custo nos nossos lombos da Previdência. É esse o custo nosso.

Acredito que o secretário da Fazenda Meirelles, quando aqui esteve à tarde, tratou disso: do quanto custa. Dizer que tem rombo na Previdência? Não tem, tá? O que tem é uma coisa que aí sim, nós temos que lutar para ter essa auditoria pública lá na São Paulo Previdência, porque desde 2007 nós estamos contribuindo com 11 por cento. O Estado tem que contribuir duas vezes os 11 por cento.

Portanto, 22%, 33 por cento. Mas, pasmem, no final do ano passado, deputado Barba, foi tirado do Fundeb - Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica, que é ação diretamente ligada com ensino, 7 bilhões de reais, com o aval da Justiça para pagar aposentadorias. Nenhum acordo com essa reforma da Previdência, porque não vai adiantar.

Vai fazer essa reforma e o Estado vai continuar não colocando a sua quota-parte como faz como Iamspe, não coloca a quota-parte e agora está dizendo em aumentar 1% a mais da nossa quota-parte, quando ele nunca colocou um tostão de quota-parte.

Então é prazeroso ver a presença de vocês aqui. E dizer que nós, da bancada do Partido dos Trabalhadores, estamos à disposição para atender e ser contra essa reforma da Previdência de fio a pavio porque não há acordo com retirada de direitos. Um forte abraço.

Muito obrigada.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, deputado Barba.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Estou percebendo, como esse debate é importante, que não existe deputado suficiente, motivo pelo qual quero pedir uma verificação de presença.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Convido a deputada Adriana Borgo e a deputada Valeria Bolsonaro, para auxiliar esta Presidência na verificação de presença.

 

* * *

 

- É iniciada a verificação de presença.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Constatado quórum regimental, agradeço à deputada Adriana Borgo e à deputada Valeria Bolsonaro, por auxiliarem esta Presidência.

Pela ordem, deputado Barba.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT – Para indicar o deputado Enio Tatto para encaminhar em nome da bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Tem a palavra o deputado Enio Tatto.

 

O SR. ENIO LULA TATTO – PT – Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público que nos assiste, e todos vocês, sindicalistas, professores, funcionários públicos, que hoje, desde o meio-dia, estão aqui na Assembleia: vocês estão de parabéns por essa luta de vocês, essa garra de vocês.

Sr. Presidente, tem gente aqui - eu estava conversando com a deputada Professora Bebel sobre isso -, que saiu de sua cidade às cinco, seis, sete horas da manhã, e está aqui até esse momento.

E essa não é a primeira vez. Foram diversas. Eu falo isso para tentar sensibilizar um pouco os deputados desta Casa sobre o significado dessa reforma da Previdência na vida de cada funcionário público do estado de São Paulo.

E não só do funcionário; mas, da família do funcionário público também. É por isso que nós temos que ter muita responsabilidade, para a gente analisar esse projeto; por isso nós não devemos ter pressa para analisar esse projeto; por isso nós temos que ser transparentes, para analisar esse projeto.

Nada deve ser feito às escuras. Na semana passada, eu até discuti com o meu presidente – eu sou secretário, faço parte da Mesa juntamente com ele e com o deputado Milton Leite Filho.

Por quê? Porque eu reivindicava audiências públicas, para discutir essa reforma. E, ele me falou que, atendendo a um pedido do deputado Campos Machado, ele tinha marcado uma audiência pública para segunda-feira, ontem.

Portanto, o pedido estaria contemplado. Mesmo assim, eu falei, “precisa de mais de uma”, e eu já sabia naquele dia que nessa audiência pública não estaria presente o secretário que é o dono do cofre do estado de São Paulo, o Meirelles.

E a audiência se deu com mais de 600 pessoas. Mais de 600 pessoas, deputado Barba. Tinham mais de 30 entidades de classe do funcionalismo público.

Ou seja, foi uma bela de uma audiência pública no dia de ontem. Houve mais de 40 intervenções. Isso é audiência pública, só que o governo não mandou o secretário principal, para ouvir e para dialogar. Sabe quando que o secretário veio? Ele veio hoje, no Colégio de Líderes, para conversar somente com os deputados e, pasmem, quem coordenou a reunião não foi nem o presidente da Casa. Foi o líder do Governo que coordenou essa reunião com o secretário Meirelles.

E o secretário respondia a apenas uma intervenção de cada deputado presente. Não tinha espaço para o questionamento. E quando o secretário não falava, o próprio líder do Governo, Carlão Pignatari, pegava o microfone e tentava responder. Então, para eles, audiência pública é isso que aconteceu no Colégio de Líderes no dia de hoje.

Para nós, audiências públicas acontecem quando se tem sala ou praça lotada, com todas as partes representadas, e onde se possa dialogar, debater os diferentes pontos de vista. Só assim é possível avançar no debate, mas o governo Doria não quer isso.

Tem mais uma coisa interessante, para quem está nos assistindo. Por que o governador mandou esse projeto, que vai começar a ser discutido no plenário, em dezembro?

Todo mundo sabe que em dezembro começam as férias da maior categoria do estado de São Paulo do funcionalismo público, que são os professores, impossibilitando uma grande greve no estado de São Paulo contra a reforma da Previdência.

Aliás, Doria sentiu o problema no município, deputado Edmir Chedid, quando foi prefeito e quis fazer a reforma municipal da Previdência. Lá houve greve, manifestações, invasão da Câmara, e o trâmite da reforma foi suspenso.

Ou seja, você só muda as coisas com mobilização, com a população e os funcionários protestando, ocupando, fazendo audiências públicas. Caso contrário, não acontece nada, como eu já falei aqui.

Quero dizer também que foi bom o deputado Barba falar sobre o posicionamento de alguns partidos e alguns deputados desta Casa, porque não dá mais para, depois de nove meses, a população ainda ser enganada por um partido como o Novo, que passou a ideia que ia inovar, mas a gente percebe que o Novo nada mais é do que uma parcela do PSDB que se frustrou com o PSDB, e criou o Novo.

Essa é a verdade. E não precisou de muito tempo para a gente perceber que, nas votações, eles vão mostrando sua verdadeira cara. Vemos isso no projeto anterior, dos precatórios, e agora.

Pasmem: como pode o líder do Governo Doria, na reforma do Doria, nomear como relator da reforma, na Comissão de Constituição e Justiça, um deputado do Novo?

Você vai esperar o quê de um deputado como esse, de um partido como esse? Ele é tão Doria, ele é tão PSDB que não acatou nem as emendas dele e do partido dele, ou seja, ele fez aquilo que o Doria pediu, aquilo que o líder orientou. Ele rejeitou até as propostas deles. E aí simplesmente jogou no lixo todas as opções e possibilidades de melhorar um pouquinho o projeto. Esse é o Novo.

Outro partido desta Casa, que na verdade é um bando, o PSL, teve metade da Bancada mostrando a cara e, a gente sabe, a outra metade também fará isso, é questão de tempo. Não é um partido, é um bando, um amontoado de deputados. (Manifestação nas galerias.)

Se o Novo saiu do PSDB, alguém tem dúvida de que o PSL tem uma parte que também saiu do PSDB, frustrada? Mas tem outra parte que, na prática, tem o sangue, a alma e o coração sabem do quê? Do malufismo aqui do estado de São Paulo.

Teve um deputado, o deputado Frederico d’Avila, que, para vocês terem uma ideia, protocolou, há poucos dias, pedido aqui na Casa para homenagear o ex-presidente do Chile, o maior ditador de toda a história, um dos maiores ditadores do mundo.

Se não bastasse isso, ele ainda fez uma pegadinha. O que ele fez? Ele omitiu o nome Pinochet. Ele colocou: “Para homenagear o presidente Augusto P. Ugarte”. Suponhamos que ele tenha errado em uma folha. Fui verificar e, nas outras três folhas...

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para concluir, deputado Enio.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Concluindo. Nas outras três folhas, ele continuou abreviando o nome Pinochet. Ele colocava só um P. Ou seja, foi uma pegadinha para não chamar atenção.

Então, é isso que temos nesta Casa. Houve renovação de metade dos deputados, mas, infelizmente, como dizia Ulysses Guimarães: “Você quer ver legislatura pior? Espere a próxima.” Foi isso o que aconteceu aqui em São Paulo. E no Brasil. Essa é a grande verdade.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Enio, para concluir. Peço a gentileza de Vossa Excelência.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - A bancada do Partido dos Trabalhadores vai lutar até o final. Tomamos a decisão na bancada de ser contra a reforma da Previdência. Não tem negociação. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. RICARDO MELLÃO - NOVO - Sr. Presidente, para uma comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Mellão, não estou concedendo comunicações, apenas encaminhamentos. Foi uma linha que adotamos aqui e que tem funcionado. Se V. Exa. quiser encaminhar em nome da liderança do Novo, se tiver anuência... Sem o líder de V. Exa., V. Exa., que é vice-líder, pode encaminhar.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, para encaminhar pelo PTB.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem V. Exa. a palavra para encaminhar.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, deputado Roque Barbiere, há muito tempo aprendi que os anos sabem de coisas que os dias não sabem. É verdade, deputado Roque Barbiere, e é nessa condição que eu estou aqui na tribuna. Tem um outro ditado que não é bem ditado, é Paulinho da Viola e sua música: “Faça como o velho marinheiro que durante o nevoeiro leva o barco devagar”.

É por isso que eu já defendi aqui da tribuna que nós invertêssemos, deputado Roque Barbiere, os projetos desta Casa. Vamos votar primeiro o Orçamento. Votamos primeiro o Orçamento e depois deixamos para que, com mais vagar, mais calma, possamos atender esta massa de servidores que está aqui. Do jeito que as coisas vão indo, com essa pressa...

Eu dizia há pouco, deputado Roque Barbiere, que a próxima Fórmula 1 vai ser aqui no Brasil. Deputado Enio Tatto, tem pilotos velozes aqui. O deputado Gilmaci, 141 emendas. Eu passei à noite na casa dele e vi uma luz acesa. Adivinha quem é que estava estudando as 141 emendas? O deputado Gilmaci. O deputado Gilmaci vai ser um dos pilotos da Fórmula 1, porque ele corre rápido. O deputado Wellington também vai ser escalado.

O deputado Heni, ex-secretário adjunto da Segurança lá do governo João Agripino... Eu quero deixar claro que o deputado Heni é um grande deputado. Ele era professor do filho de um coronel excepcional chamado Zé Roberto. Em função disso, por ser um bom professor, um moço correto, muito sério, ele foi convidado para assumir um cargo na prefeitura, mas o destino mexe com as pessoas. Foi escolher logo o tal de João Agripino? Não tinha outro?

Eu quero fazer justiça, deputado Heni. Eu tenho muito respeito pelo senhor. Estou falando sério, o senhor sabe disso. Não ria não, que eu estou falando sério. Eu poderia até ser sarcástico, mas não sou com V. Exa., porque V. Exa. é um bom deputado, é estudioso. Está certo que foi um tanto quanto rápido, mas...

Deputado Barba, veja bem, o que é que nós vamos perder se votarmos primeiro o Orçamento? Diz para mim, deputado Milton Leite Filho. Votando o Orçamento, paramos, meditamos, querida deputada, uma das melhores amigas que eu tenho nestes meus quase 30 anos de política, irmã do meu querido amigo e ex-cliente bispo Edir Macedo.

Nós não vamos perder nada. Só teremos condições para encontrar o equilíbrio. Não podemos prejudicar, meu caro deputado Barba, os trabalhadores.

Encontrei os agentes penitenciários. Eles vão dormir aqui. Eles querem dormir na Assembleia. Não pode. Não têm dinheiro para pagar hotel, não sei o que vai acontecer com eles. Eles querem ficar aqui para esperar a votação.

E eu conversei com eles dizendo que talvez fosse mais razoável, deputada Edna... Essa faixa branca na sua cabeça lhe traz uma beleza ímpar, uma tranquilidade muito grande de mulheres que sabem ser mulheres. E a senhora, deputada, sabe ser mulher, sabe ser mãe e sabe ser amiga. E é muito difícil uma mulher ser mãe e amiga.

Eu posso afirmar isso porque, para quem não sabe, eu quero dizer, tenho uma agenda e, nessa agenda, há 20 anos tem uma foto. Que foto é essa? Do bispo Edir Macedo com sua irmã, Edna Macedo, que eu nunca tirei da minha agenda. Por acaso eu tenho votos dos meus amigos da Igreja Universal?

Não. Eu tenho amizade, respeito, carinho. Principalmente quando me defronto, deputado Barros Munhoz, madrugada, o dia raiando, a luz acesa e o deputado Gilmaci debruçado em cima de 141 emendas que ele recebeu no dia anterior e, em menos de 24 horas, conseguiu trazer um parecer.

Respondam-me, senhores deputados, quem desta Casa teria condição de elaborar um parecer com 141 emendas apenas em uma noite? Só um. O meu amigo, o meu irmão, deputado Gilmaci.

Sabe, deputado Conte Lopes, nós conversamos com os policiais militares, com os policiais civis, com os professores, com os serventuários. Todos eles têm expectativa. E nós não temos, nesse momento, resposta para dar para eles. Não temos. Se eu estivesse sentado lá eu estaria com uma plaquinha na mão. Estaria lá. Fazendo o quê? Defendendo o que eu acho que é o meu direito. (Palmas.)

É uma demagogia muito grande alguns deputados quererem agradar o governo em hora errada. Tem hora para agradar as pessoas. Não é porque estamos com o orçamento impositivo para dezembro que vamos ter que atender a determinação governamental.

E, por falar em orçamento impositivo, quero deixar claro que eu sou o autor do primeiro orçamento impositivo desta Casa na época do Dr. Geraldo Alckmin. E se perguntarem para mim: “Recebeu emenda?”, eu vou perguntar: “O que é emenda?”.

A única coisa que eu sei, que eu fiquei sabendo olhando para cima, olhando as estrelas, é que nós temos um partido novo, já disse isso, um partido novo na Casa, é o PDE. Esse partido tem futuro, PDE, o “Partido das Emendas”. Isso ninguém pode vir aqui me refutar. Aí diz alguém: “Campos, você está com inveja?”. Daí digo eu: por acaso, eu trabalhei, eu votei no Márcio França? Por acaso, eu concordo que o governador João Agripino possa chamá-lo de Márcio Cuba? Não posso concordar com isso.

Aquelas pessoas que seguiram Márcio França por um ano, dois, três ou quatro deveriam mostrar a sua repulsa, deveriam vir aqui a esta tribuna e discordar dessa ofensa. Eu disse que o pessoal do PT colocou Beth Lula Sahão, Jorge Lula do Carmo, Enio Lula Tatto. Eu acho também que os deputados, não são do meu partido, mas deveriam pôr: fulano Cuba. Seria mais lógico e racional.

O que eu não entendo é que não estou vendo os deputados virem aqui, da campanha do Márcio França, os que receberam ajuda e apoio, virem aqui e defender o ex-governador Márcio França. A gente tem que ser amigo nas más horas. Amigo de praia não serve.

Por isso, gostaria de me sentar no plenário - para terminar, Sr. Presidente - e ouvir os apoiadores de Márcio França virem aqui para defendê-lo nesta noite.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Em votação o item 1 do requerimento do método de votação.

Em votação o projeto salvo emendas. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Sr. Presidente, para pedir uma verificação de votação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É regimental o pedido de Vossa Excelência. A partir deste momento, vamos proceder à verificação de votação pelo sistema eletrônico. Estamos fazendo soar o sinal intermitente por quatro minutos para que as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que não se encontram em plenário tomem conhecimento da votação que se realizará.

 

* * *

 

- É iniciada a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

* * *

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, para declarar a obstrução da bancada do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSOL está em obstrução. Só lembrando a todos os parlamentares de que estamos, neste momento, votando o projeto de lei de autoria do governador do estado, que institui o aumento do bônus das polícias do estado de São Paulo.

 

O SR. TENENTE NASCIMENTO - PSL - Sr. Presidente, para colocar o PSL em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSL está em obstrução.

 

O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Sr. Presidente, para colocar o Republicanos em obstrução. 

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Republicanos está em obstrução.

 

O SR. MARCIO DA FARMÁCIA - PODE - Sr. Presidente, para colocar o Podemos em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Podemos está em obstrução.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Sr. Presidente, para botar o PT em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PT está em obstrução.

 

O SR. ALEX DE MADUREIRA - PSD - Sr. Presidente, para colocar o PSD em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSD está em obstrução.

 

A SRA. MARIA LÚCIA AMARY - PSDB - Para colocar o PSDB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSDB está em obstrução.

 

O SR. RAFA ZIMBALDI - PSB - O PSB está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSB está em obstrução.

Transcorridos os quatro minutos, neste momento vamos abrir os terminais eletrônicos para que aqueles parlamentares possam votar no sistema eletrônico. Só lembrando que ainda não abrimos os microfones de aparte para votação, apenas os terminais eletrônicos.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - O PCdoB está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PCdoB está em obstrução.

 

O SR. MARCIO NAKASHIMA - PDT - O PDT está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PDT está em obstrução.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Com a anuência do líder, colocar o Progressistas em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O líder Olim anuindo, está em obstrução o Progressistas.

Neste momento abro os microfones de aparte para aqueles parlamentares que não conseguiram registrar os seus votos nos terminais eletrônicos.

 

* * *

 

- É feita a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Nesse momento está encerrado o processo de votação. Participaram desse processo 80 Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sendo 79 votos “sim”, e este presidente que não vota. Quórum que aprova o item 1 do requerimento: projeto, salvo emendas. Em votação, o item 2 do requerimento do método de votação.

Em votação, as emendas de 1 a 5, englobadamente. As Sras. Deputadas e Srs. Deputados...

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - Pela ordem. Para encaminhar pela bancada do PSOL. 

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra Vossa Excelência. Deputada Mônica, peço desculpa a Vossa Excelência. Preciso da anuência do líder, deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, pela ordem. Para indicar a deputada Monica Seixas para encaminhar pela liderança do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Peço desculpas a V. Exa., deputado Carlos Giannazi. Eu não tinha visto V. Exa. no plenário. Por isso que concedi o encaminhamento a ela.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Só para explicar para quem está assistindo. A gente ainda não começou a votar a reforma. A gente está votando um processo de bonificação para a categoria de policiais. Mas, como expliquei e justifiquei mais cedo, a gente está num processo constante de obstruir para prolongar as votações, para que as próximas pautas não cheguem logo.

É por isso que estou aqui de novo encaminhando durante as emendas. Porque a gente tem que continuar o processo, de que não vai passar tudo no tapetão. Porque o debate é salutar. É necessário dar o tempo da Casa se organizar. Mais do que isso. Preciso dizer, mais uma vez, que a gente precisa continuar mobilizando.

Atualizando as informações. Assistindo agora, eu estava aqui, durante a sessão... (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Eu gostaria, preservando o tempo da oradora, de pedir primeiro aos deputados. Temos uma oradora na tribuna. Neste momento é importante que todos possam acompanhar a fala da oradora na tribuna. Peço, também, se possível, para que aumente o som do microfone da deputada Monica. Está preservado o tempo de Vossa Excelência. Devolvo a palavra a Vossa Excelência.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - Obrigada. Aumentaram mesmo. (Manifestação nas galerias.)

O que eu estava dizendo, então, é que a gente ainda não começou o processo de votação da reforma da Previdência, que deve começar... A expectativa é entre amanhã... Queria muito que a Casa também falasse sobre isso, que a liderança do Governo falasse sobre isso - quando vai ser expresso qual é o veredicto a que se chegou aqui. Mas mais importante do que isso é que a gente continue mobilizado.

A bancada do PSOL está trabalhando agora, ativamente, para começar a construir um rito de votação. E, para os deputados que são iniciantes aqui, eu preciso dizer que a gente escolhe como a gente vai votar antes de começar a votação. Se a gente não prepara bem esse rito de votação, a gente vota do jeito como a Presidência quer ou sugere.

Então, a gente precisa preparar um rito de votação em que os itens sejam votados um a um, para que a gente possa recuperar também as propostas de emenda e tentar construir aqui no plenário uma votação minimamente democrática.

Ouvi dizer - queria que o governo falasse sobre isso - que a partir de segunda-feira a gente vai passar a ter sessão pelas manhãs, extraordinárias, para tentar apressar. É, Heni? O Heni está concordando. É isso, Heni: segunda-feira, reforma da Previdência de manhã? A partir de que horas, Heni, por favor? Nove horas da manhã. O Novo sabe bastante coisa. É que eu não fiquei... O Meirelles podia ou não podia falar, a sessão estava abrindo etc. E eu não acho que é nosso papel ficar implorando para falar como secretário; eu acho que é papel do secretário vir e dar todas as satisfações de que a Assembleia Legislativa precisa. (Manifestação nas galerias.)

Inclusive, é constitucional que um parlamentar tenha acesso à transparência do governo, a todos os dados, e que o projeto venha completo para a Casa. Inclusive, a gente já falou sobre a diferença de tratativa entre nós, porque até hoje eu não tenho aquele calhamaço de páginas que você arrasta pela Casa, dizendo que estudou a reforma da Previdência. Não chega, né. A gente não é tão próximo assim do PSDB, do governo.

Enfim, a gente deve começar entre amanhã - ainda horário indefinido - e a próxima segunda a votação da reforma da Previdência. Hoje, a gente está votando a bonificação para a categoria dos policiais, mas a gente segue na obstrução, porque a gente tirou como diretriz, na oposição - e a bancada do PSOL assumiu esse compromisso -, ficar na obstrução integralmente a todos os projetos.

Geralmente, aqui tem o costume de votar por amostragem; se o parlamentar não está na Casa, coloca em votação. Já teve votação aqui em que a sessão abriu às sete, e às sete e dois já tinha acabado. Então, a gente está tomando o cuidado de, a partir de hoje, se quiser aprovar pauta, vai ter que pôr deputado na Casa, vai ter que votar um a um, vai ter que ganhar no voto.

E todas as votações, comissões, requerimentos vão se arrastar, no que depender da gente. Porque a gente quer dizer que no tapetão, não. No tapetão, não vai passar; sem debate, não vai passar.

E aí, a gente está fazendo esforço agora... Durante a sessão, eu estava assistindo à entrevista, ontem, que o Meirelles deu ao Roda Viva. A TV Cultura é uma televisão estatal, do Governo do Estado de São Paulo. A gente já vê a diferença da linha editorial da TV Cultura; do Roda Viva, também a gente já vê a diferença da linha editorial.

Achei que foi uma entrevista bem morna; sou jornalista por formação. Bem morna, perguntou pouco. Mas tem uma coisa que o Meirelles disse: é que no Brasil os Poderes ainda funcionam separadamente e devem ser respeitados, e que ele encara o Poder Legislativo como um poder.

Eu tenho a sensação, aqui, de que é diferente, porque nos resta muito pouco. Então, eu acho que o PSOL começou a trabalhar, a partir de agora, numa proposta de votação por destaques; não foi um rito de votação que eu tenha visto acontecer nessa Casa ainda.

A gente quer separar item a item, para que a Casa possa ter possibilidade de votar item a item na reforma da Previdência. Então, dar oportunidade para debater idade, debater alíquota, debater pensão, uma a uma.

E eu acho muito importante a Casa, que não costuma prestar atenção, que já recebeu, ali nos corredores, a orientação... Às vezes, o Carlão fica bravo, vem aqui no microfone; é porque alguém não se orientou direito com o governo.

Mas, na grande maioria das vezes, já vem aqui todo mundo muito orientado, já sabe o que fazer. Mas eu queria que todo mundo prestasse atenção, para que a gente pudesse construir um rito de votação de maneira mais democrática.

E aos trabalhadores, servidores públicos estaduais que estão mobilizados, que estão enfrentando, eu não vejo muita perspectiva de a gente levantar isso por muito tempo, a não ser pela mobilização de vocês. Então, mais uma vez eu quero pedir para as categorias se organizarem, para passar nos gabinetes, porque o governo está muito confiante.

Já falei que deve ter contado as garrafinhas, já deve saber que tem os votos mais do que suficiente. E a gente agora precisa que essas pessoas se manifestem para a gente saber quem é a favor ou quem é contra a retirada de direito das pessoas e dos servidores do estado de São Paulo.

  Além disso, o Carlos Cezar também já deu uma dica aqui, quem prestou atenção na fala dele, ele disse que até quinta-feira, não é uma semana então, olha vai devolver ainda esta semana o voto dele que ele pediu vistas na PEC da Comissão de Constituição e Justiça. Heni tem... Comissão de Constituição e Justiça já está na quinta, Heni.

Na quarta, amanhã. E porque que o Carlos Cezar vai devolver na quinta, Heni, conta para a gente descobrir dos detalhes. É amanhã, então, que tem Comissão de Constituição e Justiça. Que horas? Na semana que vem. Amanhã? Tá. Heni está dizendo que a Comissão de Constituição e Justiça é amanhã.

Então, amanhã a gente deve ver, o Carlos Cezar deve devolver o pedido da PEC que ele pediu vistas.  Então é isso mesmo. A partir de amanhã a gente já pode ter aqui iniciada a votação e aí é valendo a reforma da Previdência e a gente segue aqui firme e forte tentando entender os intermeios das negociações que se dão aqui no tapetão e literalmente no tapetão, para a gente conseguir acompanhar a contento a reforma da Previdência proposta pelo governador João Doria.

Infelizmente, viu. Infelizmente porque a gente tem poucos poderes e poucos dispositivos. Isso acontece também porque a Assembleia Legislativa tem um regimento muito antigo. No início do ano eu fui candidata à Presidência aqui da Alesp e a gente falava disso, que a Assembleia Legislativa     

 Tem muito do Regimento Interno mais antigo do País. É tão antigo que a gente assume em março, ainda, enquanto o resto do Brasil assume em janeiro. A gente tem poucos dispositivos de obstrução, de prorrogação de pauta, de adiamento, de participação, as votações se dão só em um turno, enquanto na maioria das Casas se dão em dois turnos.

Então, a gente vai ver que o PLC vai ser votado em um turno. Só a PEC vai ser votada duas vezes em dois turnos. A gente tem esse problema que faz com que a Assembleia Legislativa seja quase que um esticadinho do governo em que o presidente tem poderes absolutos para reger aqui o ritmo, com pouca participação dos deputados, com pouca expressão de democracia e com pouca liberdade e com pouca liberdade para quem é oposição para divergir de fato.

A gente está enfrentando tempos muito duros, mas sem recuar. E eu tenho certeza absoluta de que nos próximos dias a população de São Paulo deve responder porque tem apreço, ao contrário do governador, tem apreço aos serviços e aos servidores públicos, porque  todo mundo precisa de um posto de Saúde, de uma escola, mais cedo ou mais tarde e reconhece a necessidade desses trabalhadores  que são quem é de verdade o Estado.

Os governos passam, mas os servidores ficam. E o serviço público precarizado precisa de investimento e não desinvestimento. E a gente tem uma longa batalha nos próximos dias aí para preservar o direito dos trabalhadores.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - Pela ordem, Sr. Presidente.   

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, deputado Barros Munhoz.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - Para encaminhar, por menos de um minuto, pela bancada do PSB.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Com a anuência do líder Vinícius Camarinha, para encaminhar em nome da liderança do PSB.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, senhores colaboradores da Assembleia, senhoras e senhores nos honram com suas presenças, senhores colaboradores e telespectadores da TV Assembleia, eu pedi um minuto  para fugir do assunto e falar muito brevemente sobre uma situação que constrangeu bastante, me deixou bastante chateado, e pedir licença por fazer esse desabafo que vou fazer.

Eu entendo perfeitamente que a postura de todo deputado é criticável; ele está aqui para expor o seu pensamento, o seu modo de ser; votar, e o voto aqui, graças a Deus, ao contrário do que em alguns parlamentos, inclusive no Parlamento nacional, inclusive no Senado da República, o voto aqui é sempre transparente, é sempre público, aqui não existe voto secreto; no Senado, existe. Na Câmara Federal, nem lembro se existe também, mas acho que sim. Aqui, não. Aqui, não.

Então, eu acho que todo mundo tem o seu direito de agir como entende. Ele deve responder ao seu eleitorado, à sua consciência. E, respeito, inclusive, as manifestações todas. Já passei por todas aqui, em todos os momentos que vivi neste Parlamento.

Mas eu não posso conter o desabafo: eu acho que o nosso querido deputado Olim não merecia o que ele passou. Eu, quando soube, ainda me puseram o áudio, eu fiquei profundamente triste. Sabe por quê?

Porque tem muitas formas de lutar. Às vezes, a gente luta fazendo um discurso contundente; às vezes, a gente luta ficando quieto; às vezes, a gente luta por dentro, como eu falo: essa é a luta mais difícil de ser travada. É a luta lá, junto ao Governo, junto ao governador, junto aos secretários; é a luta interna a favor daquilo em que ele acredita.

E o Delegado Olim foi um exemplo nessa luta em favor da Polícia Civil. Eu fui testemunha disso. Quantos desabafos, quantos momentos de desespero, quanta tristeza, quanto nervosismo. E, quanta luta, luta séria, luta calada, luta que o enobrece.

Eu tenho orgulho de ser seu amigo. Eu conheci o senhor seu pai. Seu pai tinha um bar pequenininho, um restaurantezinho. Eu era estudante da Faculdade de Direito, Rua Pirineus. E, eu conheci lá o senhor seu pai e os seus irmãos. E o senhor tem a quem puxar, deputado Olim.

Deus o abençoe. Esqueça logo isso. Muitos aplausos o senhor continuará recebendo ao longo da sua vida pública, se Deus quiser, por questão de justiça. Continue sendo um brilhante advogado das causas boas e o brilhante deputado que é. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Em votação as emendas de 1 a 5, englobadamente.

As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem contrários, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Rejeitadas as emendas.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT – Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Pela ordem, deputado Barba.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT – Para declarar voto a favor das emendas da bancada do PT.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Perfeito. Está registrado voto favorável às emendas da Bancada do PT.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL – Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Pela ordem, deputado Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL – Para declarar voto da Bancada do PSOL à Emenda nº 1, de minha autoria.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Está registrado.

Esgotado o objeto da presente sessão, está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 20 horas e 18 minutos.

 

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