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25 DE OUTUBRO DE 2019

47ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AOS 25 ANOS DA APAMPESP - ASSOCIAÇÃO DOS PROFESSORES APOSENTADOS DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO

 

Presidência: MAURO BRAGATO

 

RESUMO

 

1 - MAURO BRAGATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - JORGE MACHADO

Mestre de cerimônias, anuncia a composição da Mesa. Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro".

 

3 - PRESIDENTE MAURO BRAGATO

Informa que a Presidência convocara a presente sessão solene, em "Homenagem aos 25 anos da Apampesp - Associação dos Professores Aposentados do Magistério Público do Estado de São Paulo", por solicitação deste deputado, na direção dos trabalhos. Destaca a justeza desta homenagem à Apampesp. Discorre sobre a história da entidade, cujo trabalho enaltece.

 

4 - CARLOS GIANNAZI

Deputado estadual, cumprimenta o deputado Mauro Bragato pela iniciativa de prestar esta homenagem à Apampesp. Destaca a participação da entidade em todas as lutas em prol do magistério e da Educação pública. Parabeniza a associação pelos seus 25 anos.

 

5 - JORGE MACHADO

Mestre de cerimônias, lê breve histórico da Apampesp.

 

6 - ROSE MARIE BISAGLIA

2ª vice-presidente e uma das fundadoras da Apampesp, destaca que a entidade contou com a ajuda de diversas pessoas e grupos. Agradece a todos aqueles que contribuíram para o crescimento da instituição ao longo dos últimos 25 anos. Relata episódios importantes na história da Apampesp.

 

7 - JULIO BONAFONTE

Diretor jurídico da Confederação Nacional dos Servidores Públicos, fala sobre o grande desenvolvimento da Apampesp desde sua fundação. Argumenta que o professor aposentado deve ter seus direitos respeitados, pelo serviço que prestou à sociedade. Tece elogios à atuação da entidade.

 

8 - ARNALDO FARIA DE SÁ

Ex-deputado federal, relembra diversas lutas das quais a Apampesp participou. Lamenta as atuais condições de trabalho do magistério. Afirma que só a Educação pode transformar o destino do Brasil. Critica a reforma da Previdência, aprovada no Senado Federal. Parabeniza a Apampesp pelos seus 25 anos de história.

 

9 - MARLI MOTTA IGARASHI

Diretora da Apampesp - Unidade Regional de Adamantina, discorre sobre os trabalhos na região.

 

10 - ORADORA

Diretora regional da Apampesp - Unidade Regional de Assis, fala sobre as lutas da entidade em Assis.

 

11 - CARMEN LÚCIA BENITES RAMOS

Diretora regional da Apampesp - Unidade Regional de Araçatuba, descreve o trabalho feito pela entidade no local.

 

12 - ARACY DIAS MENDES

Diretora regional da Apampesp - Unidade Regional de Araraquara, fala sobre o estabelecimento da instituição em Araraquara e os trabalhos desenvolvidos desde então.

 

13 - ORADORA

Vice-diretora regional da Apampesp - Unidade Regional de Bauru, relata o estabelecimento da entidade em Bauru.

 

14 - APARECIDA VENDRAMINI

Diretora regional da Apampesp - Unidade Regional de Campinas, discorre sobre as lutas da entidade na região. Defende o professor aposentado.

 

15 - ESMERALDA GUIMARÃES SIQUEIRA

Diretora regional da Apampesp - Unidade Regional de Fernandópolis, declara seu orgulho por fazer parte da entidade, cujo trabalho destaca.

 

16 - ZILDA DE SOUZA BELINELO

Diretora regional da Apampesp - Unidade Regional de Lins, ressalta a importância das lutas da instituição.

 

17 - MARIA APARECIDA BERTONCINI TOPPAN

Diretora regional da Apampesp - Unidade Regional de Marília, agradece a todos os integrantes da associação.

 

18 - MARIA APARECIDA ROMEIRO LEAL

Diretora regional da Apampesp - Unidade Regional de Mogi das Cruzes, afirma que a entidade sempre lutou pela dignidade dos professores aposentados. Descreve o trabalho junto às prefeituras.

 

19 - MARINEZ VIAN BISACCHI

Diretora regional da Apampesp - Unidade Regional de Presidente Prudente, fala sobre a representatividade da entidade na região. Agradece pela homenagem prestada à Apampesp.

 

20 - LECI BRANDÃO

Deputada estadual, destaca a importância da Educação para a sociedade. Tece críticas ao governo federal. Parabenizou a Apampesp pelos seus 25 anos de luta em prol dos aposentados.

 

21 - ELISABEL PINOTI

Representante da Apampesp - Unidade Regional de São José do Rio Preto, relata o desenvolvimento da entidade na região.

 

22 - EDNA LAZARINI SILVEIRA

Representante da Apampesp - Escritório de Santos, discorre sobre as dificuldades enfrentadas pela instituição no município.

 

23 - WALNEIDE ROMANO

Presidente da Apampesp, menciona os trabalhos realizados pela associação em Ribeirão Preto. Agradece a todas as dirigentes regionais e demais colaboradores da entidade. Relata sua trajetória na instituição.

 

24 - PRESIDENTE MAURO BRAGATO

Prestou homenagem, in memoriam, à professora Zilda Halben Guerra, fundadora da Apampesp, com a entrega de flores à família; e à professora Rose Marie Bisaglia, 2ª vice-presidente da Apampesp.

 

25 - JULIO BONAFONTE

Diretor jurídico da Confederação Nacional dos Servidores Públicos, presta homenagem a Domingos Travesso, defensor dos direitos dos aposentados e pensionistas, falecido em setembro deste ano.

 

26 - JOÃO ELÍSIO FONSECA

Representante do Sindicato dos Servidores Aposentados e Pensionistas da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, expressa sua felicidade por participar dessa homenagem à Apampesp.

 

27 - EDISON GUILHERME HAUBERT

Presidente do Mosap - Movimento Nacional dos Servidores Públicos Aposentados e Pensionistas, parabeniza a Apampesp pelos seus 25 anos. Elogia a luta da entidade. Defende os servidores públicos. Discorre acerca das demandas da categoria.

 

28 - PROFESSORA BEBEL LULA

Deputada estadual, parabeniza a Apampesp pela luta em prol de todos os professores. Defende a união entre as entidades representativas dos servidores públicos. Discorre sobre a importância da Educação.

 

29 - ÁLVARO GRADIM

Presidente da Afpesp - Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo, parabeniza a Apampesp pelos seus 25 anos de defesa dos direitos dos servidores aposentados. Homenageia os professores.

 

30 - MARIA GARCIA

Representante da Apampesp - Unidade Regional de São José do Rio Pardo, discorre sobre o papel da entidade no interior do estado, em prol de todos os funcionários públicos.

 

31 - LORETANA PAOLIERI PANCERA

1ª vice-presidente do Centro do Professorado Paulista, parabeniza a Apampesp pelos seus 25 anos de história. Propõe maiores investimentos na Educação.

 

32 - JOSÉ GOZZE

Presidente da Fespesp - Federação das Entidades de Servidores Públicos do Estado de São Paulo, destaca a justeza desta homenagem à Apampesp, a qual, afirma, sempre participou das lutas pelas demandas dos funcionários públicos. Opõe-se à reforma da Previdência. Tece críticas ao governador João Doria.

 

33 - JORGE MACHADO

Mestre de cerimônias, anuncia a leitura de um poema, pela professora Bernardete Ramos.

 

34 - WALNEIDE ROMANO

Presidente da Apampesp, expressa sua satisfação por ver a entidade homenageada nesta Casa. Descreve as atividades em comemoração dos 25 anos da associação. Frisa a necessidade de não descansar na luta pelos direitos dos servidores públicos. Apresenta demandas relativas ao magistério paulista. Defende a união de todas as entidades que representam os professores brasileiros.

 

35 - PRESIDENTE MAURO BRAGATO

Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Mauro Bragato.

 

* * *

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS – JORGE MACHADO - Muito bom dia a todos e todas, sejam bem-vindos ao Palácio 9 de Julho, a sede do Poder Legislativo do Estado de São Paulo, para esta sessão solene em comemoração aos 25 anos da Apampesp.

Para presidir os trabalhos na manhã de hoje, convido à Mesa o deputado Mauro Bragato, que é o proponente desta sessão solene. Também convido à Mesa o deputado Carlos Giannazi.

Bem-vindo, deputado. Também convido à Mesa a professora Walneide Romano, presidente da Apampesp. Parabéns, bem-vinda, professora. Também convido à Mesa o Júlio Bonafonte, diretor jurídico da Confederação Nacional dos Servidores Públicos. Também, Rose Marie Bisaglia, 2ª vice-presidente da Apampesp e uma das fundadoras da entidade, seja muito bem-vinda. (Palmas.)

 Vamos agora, respeitosamente, ouvir e cantar o Hino Nacional Brasileiro, com a Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do subtenente Eliseu.

 

* * *

 

            - É entoado o Hino Nacional Brasileiro.

           

* * *

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS – JORGE MACHADO - Nosso muito obrigado à Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do subtenente Eliseu.

Com a palavra o deputado Mauro Bragato, para a abertura oficial desta solenidade e o cumprimento às autoridades presentes.

 

O SR. PRESIDENTE - MAURO BRAGATO – PSDB - Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Nos termos regimentais, esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.

Esta sessão solene foi convocada pelo presidente desta Casa, o deputado Cauê Macris, atendendo solicitação deste deputado, com a finalidade de homenagear os 25 anos da Associação dos Professores Aposentados do Magistério Público do Estado de São Paulo, Apampesp.

Quero iniciar saudando o deputado Carlos Giannazi, a professora Walneide Romano, a Rose Marie Bisaglia, 2ª vice-presidente da Apampesp, e o Doutor Júlio Bonafonte, que aqui representa os advogados.

Eu quero iniciar dizendo que este dia de hoje é um dia especial, não apenas para os professores aposentados, aqui presentes, como também para celebrar os 25 anos da história da Apampesp, que se mistura com a vida de todos nós, que um dia fomos alunos, que tivemos um mestre a quem admirar e a nos inspirar.

Mestres que se uniram em outubro de 94 para oficializar a criação de uma entidade de classe que representasse os professores aposentados, dando origem à Apampesp.

Tive a honra de contribuir para esse movimento, atuando firmemente para que o sonho virasse realidade. Aquele grupo, liderado pela saudosa professora Zilda Halben Guerra, iniciou a maratona percorrendo vários municípios para consolidar a fundação da nova associação. Com garra e determinação, os professores aposentados também lutaram aqui na nossa Assembleia Legislativa, cobrando dos deputados apoio às reivindicações.

Durante duas décadas e meia de existência, a marca da associação tem sido a luta, a persistência e a busca do respeito e da dignidade do professor aposentado.

Hoje a Apampesp é uma realidade. Sua estrutura é sólida, com mais de 20 mil associados em todo o estado. Possui uma sede na capital paulista, 14 sedes regionais e quatro escritórios regionais. Assim como nos ensinou a professora Zilda, a Apampesp é forte e vigilante, pronta para a luta.

Um bom dia a todos.

Muito obrigado pela presença das senhoras e dos senhores. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS – JORGE MACHADO - Gostaria de passar a palavra ao deputado Carlos Giannazi, para sua saudação na tribuna. Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Bom dia a todos e a todas. É um prazer enorme estar aqui com vocês, nesse aniversário dos 25 anos da Apampesp. Quero cumprimentar o deputado Mauro Bragato pela iniciativa de propor aqui na Assembleia Legislativa a homenagem; parabenizar o Júlio, a presidente da Apampesp, a Walneide, a Rose Marie, e dizer que é um dia importante hoje, porque vocês, professoras da Rede Estadual de Ensino, estão aposentadas, porém são sempre militantes.

Quero dar o meu testemunho de que vocês sempre estiveram na luta, de todas as manifestações, de todas as lutas, não só em defesa das professoras aposentadas, mas em defesa da escola pública, das principais manifestações e atos que nós tivemos no Estado de São Paulo, ao longo de todos esses anos, primeiramente lutando contra as reformas previdenciárias que ocorreram no Brasil, que prejudicaram imensamente as trabalhadoras e os trabalhadores.

Vocês estiveram presentes na contrarreforma do Fernando Henrique Cardoso, aquela Emenda 20/1998, estiveram presentes contra a reforma da Emenda 41, aquela do Lula também, de que nós participamos ativamente.

Enfim, vocês estiveram presentes o tempo todo, estiveram presentes também contra a reforma do Temer, a do Bolsonaro, porque todas elas, sem exceção, prejudicaram o Magistério.

O Magistério foi afetado por todas essas reformas e, agora, recentemente, nós tivemos uma perda enorme. Nós perdemos, na prática, a aposentadoria especial para o Magistério, com a reforma, ou antirreforma, que foi aprovada no Senado Federal, no segundo turno.

Acabou a aposentadoria no Brasil, inclusive. Poucas pessoas terão acesso à aposentadoria, mas a Apampesp sempre esteve na luta junto com as outras entidades representativas do funcionalismo público estadual.

Então, é muito importante que vocês continuem organizadas, porque a Apampesp já tem história, ela já está escrita na história de lutas do estado de São Paulo, sobretudo em defesa do Magistério estadual, defesa dos servidores públicos do Estado de São Paulo, e em defesa sempre de uma escola pública gratuita e de qualidade.

Então, estou aqui hoje, estou passando por aqui para fazer esse cumprimento, não só como deputado estadual, membro da Comissão da Educação, mas como professor também da rede estadual, da rede municipal. A minha área de atuação profissional e de militância sempre foi a escola pública, rede estadual e rede municipal de ensino.

Todos os ataques que foram feitos, e estão sendo feitos contra os aposentados no Brasil, esses ataques devem ser repudiados por todos nós. E as professoras aposentadas da rede estadual são vítimas de uma política nefasta salarial aqui, que não contempla reajustes salariais.

A data-base salarial, por exemplo, não foi cumprida até agora. Ela venceu em março, no dia primeiro de março, e nada aconteceu até agora. Sem contar ainda que o estado deve um reajuste para todo o Magistério estadual de 10,15%, além da data-base, que não foi paga.

Nós ganhamos na Justiça. O governo foi ao Supremo Tribunal Federal, interceptou o reajuste, porque o estado de São Paulo não paga nem o piso nacional salarial. Nós estamos abaixo do piso nacional salarial, 12% a menos, um absurdo total.

Mas hoje é um dia de festa, de celebração, de comemoração, de luta também, dos 25 anos da Apampesp. Então, parabéns à Apampesp, às professoras e professores da rede estadual, parabéns, deputado Mauro Bragato, que sempre esteve à frente dessa grande luta; sempre defendeu os professores, os aposentados, aqui no estado de São Paulo.

Parabéns a vocês. Contem com o nosso total apoio. Obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JORGE MACHADO – Obrigado, deputado Carlos Giannazi, pelas palavras, o deputado amigo da Educação pública, gratuita e de qualidade.

Agora, com a palavra, a professora Walneide, para a sua palavra inicial, e a saudação aos convidados.

 

A SRA. WALNEIDE ROMANO – Bom dia a todos os presentes. Obrigada pela presença de vocês. É uma alegria muito grande para nós podermos contar com as nossas representantes regionais, e também com as nossas entidades parceiras, coirmãs, e outras entidades representativas do funcionalismo público, que estão aqui hoje, e que trabalhamos juntos.

Eu vou apresentar - vou pedir para que seja apresentada - uma sessão de fotos, mostrando como surgiu a Apampesp.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JORGE MACHADO – Em 1988, o então governador Orestes Quércia instituiu uma política de gratificações destinada exclusivamente aos professores da ativa, discriminando o professor aposentado.

Por acreditar que tal política estabelecia um tratamento desigual e injusto entre ativos e aposentados, um grupo de educadoras de São Paulo formado pelas professoras Zilda Guerra, Vali Lemann e Rose Bisaglia iniciou uma luta para restabelecer o respeito e a dignidade desses profissionais de ensino.

Além de se reunir para por em pauta as reivindicações da categoria, o grupo partiu para ações concretas. Com garra e determinação, os professores aposentados começaram a luta aqui na Assembleia Legislativa cobrando deputados da Comissão de Educação apoio às reivindicações.

Entidades representativas do magistério também foram visitadas, em busca de um trabalho conjunto. Pelo interior do estado, associações locais foram convidadas a se reunir e fortalecer o movimento surgido na Capital.

Ao passo em que o grupo crescia, os mestres aposentados viam os seus proventos defasados em relação aos profissionais da ativa.

Foi no dia 18 de outubro de 1994, durante uma assembleia-geral de professores aposentados realizada na cidade de Ribeirão Preto, com profissionais de todo o estado, que o grupo decidiu oficializar a criação da própria entidade de classe, dando origem à Associação de Professores Aposentados do Magistério Público do Estado de São Paulo.

Estamos celebrando 25 anos de existência mais jovens do que nunca. A Apampesp é uma realidade com uma sede central da Capital paulista, sedes regionais nas cidades de Adamantina, Araçatuba, Araraquara, Assis, Bauru, Campinas, Fernandópolis, Lins, Marília, Mogi das Cruzes, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, São José do Rio Pardo e São José do Rio Preto, além de escritórios regionais em Botucatu, Franca, Ituverava, Santos e Socorro, e uma sede recreativa em Itanhaém.

Juntas, elas incorporam um time de mais de 20 mil associados em todo o estado. Com corpo associativo fortalecido e um departamento jurídico atuante; além da luta na esfera estadual, a Apampesp deixa a sua marca como participante ativa da comissão consultiva mista do Iamspe em defesa da saúde do professor aposentado.

A entidade também se destaca pela presença marcante em Brasília, onde acompanha de perto a movimentação de projetos que envolvem o aposentado do magistério público.

Durante mais de duas décadas de existência, a marca da associação tem sido a luta e a persistência pela recuperação do respeito e da dignidade do professor aposentado. Incansável, esta é a Apampesp, sempre forte, vigilante e pronta para a luta. (Palmas.)

Vamos ouvir agora as palavras da professora Rose Marie. Com a palavra, professora. Ela que é a segunda vice-presidente da Apampesp, uma das fundadoras da entidade.

 

A SRA. ROSE MARIE BISAGLIA – Primeiro, bom dia para todos. O que nós acabamos de ouvir é exatamente a história da Apampesp, uma história de muita luta, de muito trabalho, começada do nada, nós não tínhamos estrutura, nós não tínhamos dinheiro, nada. Partimos com coragem e determinação.

Na minha fala, eu não quero citar nomes nem de entidade, nem de pessoas. Porque foram tantas as pessoas que nos ajudaram; as entidades todas abriram as portas para nós. Porque falar de uma e de repente esquecer de outra fica difícil.

Nunca faltou para nós apoio, amizade, determinação. Porque nós começamos do zero, e aprendemos muito nesses 25 anos; aprendemos a fazer tudo, porque nós saímos realmente do nada. Mas, com muita força, muita coragem e muita determinação.

Na verdade, a nossa associação começou em 88. Quer dizer, o nosso movimento começou em 88. Em 94 é que nós criamos a associação. Foram seis anos de luta, de trabalho, de determinação.

Conversando com as colegas daquela época, como diz um amigo nosso, aquelas das “as antigas”, porque nós somos das “as antigas”, a gente lembra quantas dificuldades nós tínhamos.

Às vezes, nós tivemos assim, precisamos fazer tal coisa. Mas, como? Como fazer? Não sabemos. Como começar? Uma vez falaram assim: “Mas, vocês não vão abrir uma associação?”

Abrir uma associação? Como se abre uma associação? Nós não sabíamos. Vinha alguém e falava, “faz assim, faz assado, eu ajudo”. E foram muitas e muitas pessoas. A cada uma que está aqui, que participou da nossa história: o nosso muito obrigado.

Não posso deixar de falar das duas grandes amigas que, comigo, começamos, juntas, em 88: a professora Zilda Halben Guerra, todo mundo sabe, uma grande guerreira, uma pessoa maravilhosa. Não está mais conosco, mas, teve o prazer de receber os dois filhos de dona Zilda aqui, Fernandinho e Márcia.

Obrigada, Márcia e Fernandinho, pela presença de vocês. Sempre brinco que eles dividiram a mãe conosco, que ela foi um pouco nossa mãe, um pouco nossa amiga, um pouco tudo. Não é, Márcia?

E a professora Vali, que também não pode estar no momento aqui, que ela está acamada. Vali está conosco ainda, falamos quase todos os dias por telefone, lembrando de tudo o que se passou, de toda a história, que foi uma história, realmente, muito rica.

Quando nós começamos esse movimento, nós sentimos - exatamente por causa do governo Quércia, com a política de gratificação, quando ele lança um abono de produtividade - que nós éramos aposentados, nós não produzíamos.

Então, com uma canetada, como se diz hoje, nós já fomos colocados de escanteio. Nós falamos: “Não, nós não podemos ficar parados. Nós temos que fazer alguma coisa.” Mas, fazer o quê? Por onde começar? Aonde ir?

Começamos pelas nossas entidades: Sempepe, Apeospe, Udemo, Apase, fomos em todas, pedindo ajuda. Vocês têm aposentados nos seus quadros; então, vocês nos ajudem, agora; não deixem fazerem conosco, professores aposentados.

Fomos para a Assembleia; nunca, nós nem sabíamos nomes de deputados. Chegamos lá, não conhecíamos ninguém. Nós íamos de porta em porta, pedindo para todo mundo. E, foi uma luta insana, totalmente sem estrutura, totalmente.

Mas, sempre alguém ao nosso lado: “Faça assim, faça assado”. E, o movimento foi crescendo. Cresceu mais do que nós esperávamos, e muito mais rápido do que nós esperávamos.

Várias outras coisas foram acontecendo, e foram nos impulsionando a fazermos mais. E, até o momento em que nós começamos a perceber que no interior - da mesma forma que nós, aqui em São Paulo, um grupo de professores, saímos à luta -, em várias cidades do interior, grupos de professores aposentados também procuraram seus deputados, seus políticos, fazendo a mesma coisa.

Começamos a fazer contato com essas cidades, e nisso crescemos muito. Cresceu bastante, porque essas cidades todas hoje são nossas sedes regionais. Depois que nós criamos a nossa associação, essas cidades, esses polos todos, são as nossas quatorze, quinze, sedes regionais.

Foi fácil? Não. Porque, ao mesmo tempo em que nós lutávamos por uma melhora para o professor aposentado, o governo tirava alguma coisa de nós. Assim que nós lutávamos, o governo tirava de nós.

Mas, não faltou, em momento nenhum, ajuda. Nesta mesa, mesmo, tem várias pessoas: Dr. Julio, deputado Carlos Giannazi, todos. Vocês todos sentados aí, professores que se aglutinaram conosco, que lutaram. E, hoje, nós estamos lutando ainda. Fazemos 25 anos, e estamos lutando.

Porque a luta veio continuando, foi continuando; e derrotas, e fracassos, e algumas coisas ficaram sensíveis, outras, não. E, chegamos até hoje, 2019. E, aonde a Apampesp está hoje? Na luta, indo à Apampesp, indo nas cidades, indo à Assembleia Legislativa, procurando deputados, procurando as entidades.

A nossa luta é a mesma de sempre, porque o Governo sempre arruma mais alguma coisa para nos jogar para lutar. Mas os amigos também estão sempre ao nosso lado; os colegas, todos, sentados aí, que tanto lutaram: reuniões intermináveis, íamos fazer passeata na Paulista, íamos lá para o Governo.

Olha, coisas, assim... Esse ano, nós conseguimos publicar um livro da nossa história. E, ontem eu recebi o livro, e li; passei a noite toda lendo o livro. Foi muito emocionante, me deixou lágrimas nos olhos, saudade das pessoas que se foram; quantos, já, que partiram. Mas, todos os que partiram deixaram o seu nome na nossa história.

E, nós estamos aqui, na luta, prontos para continuarmos, agora, com uma nova direção, professora Walneide, se juntando a nós. A Apampesp sempre acolheu os que chegaram. Sempre apareceram novas pessoas para trabalhar, novas pessoas para lutar; e, sempre com o mesmo ímpeto. Não é, Dr. Julio?

O Dr. Julio é testemunha ocular da história. E, nós estamos aqui à disposição dos professores. E o Governo espere que se ele fizer alguma coisa, nós estamos também fazendo alguma coisa. Nós não vamos parar. Não é a idade que vai nos fazer parar. Por enquanto, não. Por enquanto, nós estamos na luta.

Mas, foi tudo muito bom. Agradeço a cada um de vocês, que de alguma forma nos ajudaram; a todos aqueles que colaboraram, que vieram dar uma palavra de conforto, uma ajuda. Eu fico olhando cada uma de vocês, que eu lembro, “você fez isso, aquela fez aquilo”. É muito bom. Obrigada a todos, todos, os que participaram da nossa história.

Obrigada a todos. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JORGE MACHADO – Muito obrigado, professora.

Com a palavra, o Dr. Julio Bonafonte, que é diretor jurídico da Confederação Nacional dos Servidores Públicos, que vai fazer uso da tribuna.

 

O SR. JULIO BONAFONTE – Bom dia a todos vocês. Na verdade, nesses 25 anos, falar de Apampesp, para mim, é alguma coisa.

Eu sempre costumo dizer o seguinte: esse A maiúsculo da Apampesp é um A de “amor”. Amor ao quê? Amor à educação, de atuação. Então, quando surgiu, eu vi a Apampesp plantar aquela sementinha.

No início... A Rose contou e eu até... Vocês vão ter que escutar a verdade maior, que falava: “Olha, tem três velhas loucas que estão correndo aí e fazendo alguma confusão.” Isso aconteceu - até o meu amigo José Gozze estava presente - no Salão de Pratos do Palácio do Governo.

O secretário era o Alberto Goldman, que faleceu. E falou: “Olha, tenho aqui, vou dar uma gratificação, mas aposentado, fora.” Aposentado, fora? Nós estávamos lá: “Por que aposentado fora?” Continuou a briga e a dona Zilda falou: “Mas espera aí, você tem um bolo, vai cortar uma fatia, divide esse bolo, a fatia.

Por que o aposentado fora?” Naquela época, é engraçado, falavam assim: “gratificação de trabalho educacional” “Espera aí, secretário! Trabalho educacional. E o professor aposentado, que a vida inteira fez trabalho educacional? Ele vai ficar fora por quê?”

Então, aquela semente, hoje é uma árvore que cresceu flores, frutos. E a gente vê esses 25 anos com muito orgulho. Na verdade, com muita emoção. Defender professor aposentado... Na verdade, a Apampesp não deveria estar defendendo professor aposentado, porque o professor aposentado, a sociedade deve uma gratidão social a ele.

Eu sou fruto do professor. Alguém me ensinou a ler e a escrever. Todos nós. Então, esses mestres maravilhosos formaram gerações, continuam formando gerações.

E é incrível que essa ingratidão social, a Apampesp tenha que atuar com esse A maiúsculo para defender o professor, o respeito, a dignidade ao professor. Uma pequena parcela de salário.

Quando se fala trabalho em educacional, produtividade, mérito... a minha escola, que me ensinou a ler e a escrever, a minha escola pública era maravilhosa. Sou do tempo do Grupo Escolar. Muitos de vocês são. Os deputados, o governador, aqueles que estão em Brasília também foram formados por vocês.

É engraçado, tive a oportunidade de ir ao Japão e me chamou a atenção... Naquela ocasião, me lembrei imediatamente da Apampesp. Estava passando um senhor na rua, encostaram na parede e bateram palma.

Eu perguntei para o tradutor o que era: “É um professor.” Um professor passando e o pessoal reverenciava, batia palma. Falei: “Que pena que no meu país é diferente.” Tem que ter a Apampesp para lutar. Para lutar onde? Em qualquer lugar.

Eu sou testemunha. Em Brasília, os deputados, quando viam a camiseta com o A da Apampesp, desviavam, porque sabiam que iriam ter que enfrentar uma luta. Enfrentar o quê? Era para dizer: “Olha, não esqueça do professor.” E essa luta continua.

Hoje, tem que... A Walneide está aqui, a Zilda. “Olha, não pode sair verba do Fundeb. Fundeb, aposentado, nem pensar em tirar.” Aí começa bônus, mérito, gratificações. Toda essa política, nesses 25 anos, fez com que a Apampesp tivesse que atuar.

E por que ela tem que atuar? A Rose deixou-me dizer. Hoje, vejam bem, a Apampesp é a única entidade que cuida daqueles familiares de um professor que morreu. Nós, servidores da ativa, esquecemos que algum dia vamos aposentar; e ativos e aposentados esquecem que algum dia vão morrer.

E deixar pensionista. A entidade - eu testemunho aqui - que melhor cuida do pensionista no estado de São Paulo é a Apampesp. A professora Rose está aqui. Nas outras entidades, o familiar não sabe o que fazer. A Apampesp, não. No dia em que morrer, ela já vai cuidar da SPPrev, da aposentadoria, orienta a família.

Então, é difícil falar da Apampesp. A Apampesp se tornou o quê? Tornou-se essa bandeira, bandeira de amor. Está chegando um deputado que conhece bem a história da Apampesp, o Arnaldo Faria de Sá. (Palmas.)

Ele sabe o que eram aquelas camisetas brancas no Congresso, em todas as reformas. Hoje, a Apampesp é essa realidade, uma realidade de luta, uma realidade de dignidade. Esse A, eu digo que é o A de amor, mas amor à educação, à vocação de ser mestre, de educar.

Então, quero deixar para vocês essa mensagem: feliz de quem é sócio da Apampesp. A Apampesp veio resgatar a dignidade e o respeito do professor. Se a sociedade não consegue acordar para reverenciar essa gratidão ao nosso educador, a Apampesp está aí dizendo para o Brasil inteiro, dando exemplo, e um exemplo de mestre, porque está acostumado a educar.

É exemplo de luta, exemplo de atuação, exemplo de dignidade, de seriedade.

Então, fico feliz em estar presente e em participar dessa família Apampesp. A Apampesp é uma família. É uma família. E essa família, quando, infelizmente, alguém dessa família vem a falecer, um pouco de nós vai junto, porque faz parte do nosso sentimento, faz parte do nosso carinho.

Então, a família Apampesp está reunida, hoje, aqui. Vai fazer 25, vai fazer 50 anos, vão se sucedendo. Veio a dona Zilda, a Nair, a Hilda, está aqui a Walneide, a Rose e quantas de vocês que fazem parte dessa família.

Então, a família está comemorando hoje 25 anos. A sociedade deve muito a vocês. A sociedade tem que reverenciar vocês. Então, vocês realmente estão de parabéns. Tenho muito orgulho de pertencer a essa família.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JORGE MACHADO - Muito obrigado, Dr. Julio. Gostaria de convidar à mesa dos trabalhos o sempre deputado Arnaldo Faria de Sá. Aliás, já ofereço a tribuna para sua manifestação, por favor. (Palmas.)

 

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Bom dia a todos os professores e professoras que estão se encontrando aqui neste momento. Quero cumprimentar a Walneide, que é nossa presidente, e dizer que a Apampesp realmente fez uma grande luta em todas as reformas.

A primeira coisa que acontecia na discussão da “deforma” da Previdência era que os direitos dos professores seriam colocados sempre à margem. E a gente brigava, brigava para garantir o mínimo.

Eu me lembro, Julio, do DVS 48, que a professor Hilda, saudosa Hilda, discutia: “Olha, se aprovar esse destaque do jeito que está, nós vamos ficar fora das verbas da Educação. Se dentro das verbas da Educação já está difícil, imagina ficando fora das verbas da Educação.” Então, é uma luta muito grande.

Um deputado do Pará, Gerson Peres, falou: “Essa professora é chata, não?” Eu falei: “Não, ela é lutadora, ela tem direito, Gerson. É um direito dela.” “Mas ela é professora de português?”

Falei: “É professora de matemática” “Ué, e como ela sabe tanto esse negócio de depois da vírgula, antes da vírgula?” “Olha, professor realmente sabe bem das coisas.”

É por isso que a gente... Foi uma luta muito grande na reforma do FHC. Impedimos que os professores e professoras ficassem fora das verbas do Magistério.

Depois, veio a reforma do governo Lula, uma decepção total, porque quem deveria ajudar o professor, na verdade, estava jogando o professor na vala comum. E a gente foi lá, uma guerra muito grande.

Passamos por aquele momento, passamos depois pela Dilma, passamos pelo Michel Temer e, agora, chegamos ao governo Bolsonaro, que certamente parece que não precisa de professor, não precisa de professora, porque está simplesmente querendo tirar totalmente essa questão.

Com muita luta, a gente conseguiu uma “rebarbinha” para diminuir um pouquinho o tempo da professora e do professor, mas não é o ideal, não é o certo, não é o justo, até porque professor é como vela, ele se consome. Essa é a verdade. Ele se consome de dar sua experiência, de dar sua orientação, de dar a sua formação.

E no meu tempo, a professora, por exemplo, tempo de ginásio, tempo de escola primária, para mim era “mestra”. Hoje é “Oi, tia! Oi, tio!” Acabou tudo, virou uma zona. É uma falta de respeito total. Na verdade, a gente tem que tentar recuperar. E uma entidade que faz isso de forma magistral no magistério é a Apampesp.

É por isso que vivo todo dia totalmente atribulado, como subprefeito que sou, do Jabaquara, mas fiz questão - agradeço, Felipe, por me cobrar na hora certa - de poder chegar aqui e dar um abraço em todas vocês e dizer que a gente vai continuar nessa luta, sim.

Aqueles que chamam aposentados de vagabundos, são eles que são vagabundos. (Palmas.) Nunca trabalharam, nunca souberam o que é uma sala de aula. Eu lecionei, eu sei o que é uma sala de aula, qual a dificuldade que a gente tem. De repente, faltam recursos, faltam meios, falta condição, falta salário, falta adicional disso, falta adicional daquilo, e ainda tem o pouco caso e o total desrespeito.

Lembro da formação da Apampesp, da saudosa professora Zilda, lembro também da Nair e de outras professoras que nos deixaram. Em nome dessas três - da Zilda, da Hilda e da Nair -, quero cumprimentar todas as professoras que não estão mais entre nós, mas que estão lá em cima, vendo o nosso trabalho, acompanhando a nossa luta, que é uma luta desleal, uma luta desigual, mas a Apampesp é teimosa.

Ela vai lutar, vai perseguir, vai continuar brigando e, sem dúvida nenhuma, a falta de respeito e a falta de consideração com os professores vão, sem dúvida nenhuma, ter o troco que merecem.

O Bolsonaro, que só é presidente por causa de uma facada, acha que dá facada em todo mundo agora. E não é assim, não. (Palmas.) Tem que respeitar aqueles que lutaram, todo o tempo, pela Educação.

E é bom ele tomar cuidado. Lá na Bíblia tem as sete pragas do Egito; umas três ou quatro ele já tomou: o incêndio na Amazônia, o piche nas praias, os lobos no partido dele. Isso vai continuar.

É aquela história, reforma da Previdência, reformar a Previdência, mexer com aposentadoria, mexer com a pensão, como se o problema do Brasil fosse a Previdência...  Não é a Previdência.

O problema do Brasil é falta de providência. Tem que tomar providência para acabar com os roubos da Petrobras, Eletrobras, fundo de pensão, BNDES e o diabo a quatro. Aí é que está o problema. Então, é falta de providência, não falta de Previdência.

Na época da reforma do FHC - o Julio vai lembrar bem, ele estava lá junto com a gente -, a gente dizia que aquela reforma do FHC era a reforma do Consenso de Washington, que determinou que Previdência teria que ser capitalização.

E o Chile implantou isso. Vocês estão vendo o que está acontecendo no Chile agora. Naquela época, a gente avisava: “A Previdência chilena vai ficar no chinelo.” Nem chinelo tem mais. Acabou. A situação é desesperadora.

E ainda a Bachelet, antes de ter saído no penúltimo mandato dela, criou um “adicionalzinho”, uma “merrequinha” para poder compensar o que essa Previdência capitalizadora fez.

Na verdade, tudo se fala que a Previdência, da forma que está, vai ter uma redução de 800 bilhões, mas que o Paulo Guedes queria um bilhão e 200 milhões, e a gente sabe que não é esse o problema, mas o mercado está aí, o mercado quer, porque quer, essa reforma.

As grandes seguradoras internacionais estão aqui no Brasil, vieram desde a época de FHC e estão esperando a oportunidade de fazer a tal da capitalização, que é, sem dúvida nenhuma, fazer com que a pessoa desista de ter direito a uma aposentadoria, a uma pensão.

Isso não pode acontecer. Uma das entidades que eu mais respeito na minha vida parlamentar - eu fui parlamentar durante 32 anos no Congresso Nacional - é a Apampesp. Na época do meu gabinete, a sede da Apampesp, em Brasília, era no meu gabinete. (Palmas.)

A gente tem que dar esse carinho e essa atenção para vocês. É o mínimo que vocês merecem pela luta que têm. Falta dinheiro, faltam condições, faltam meios. Vocês, teimosamente, estão lá, querendo ser professores, na acepção da palavra, e aí, no pátio da escola, onde está guardado o seu carro, vai um desgraçado e risca seu carro, quebra o espelho, faz isso e faz aquilo, uma total falta de respeito.

Na verdade, acho que eu não posso nem culpar a sociedade por essa falta de respeito, porque a falta de respeito vem lá de cima. Eles faltam com respeito aos professores, então, isso acaba se disseminado e vem até aqui embaixo, mas não tem nada, não.

Eles têm que aprender uma lição que eles não aprenderam ainda. Respeitem os mais idosos, respeitem os mais velhos, respeitem aquelas pessoas que deram a sua vida para ensinar e para ser alguém na vida, no seu futuro refletido em um aluno ou em uma aluna.

Mas tenham certeza de uma coisa: governo nenhum vai conseguir progredir, vai conseguir melhorar, se não melhorar as condições da educação do País. Quem pode melhorar um país é a educação, só a educação pode mudar a história de um país.

O Brasil precisa disso, porque, lamentavelmente, a sociedade está degenerada, a sociedade não está sabendo mais o que está acontecendo. É a grande mídia que manda no jogo, e a grande mídia tem, hoje, um primeiro-ministro, que é o Rodrigo Maia.

O Rodrigo Maia... Político é aquela história, não tem espaço vazio. Deixaram um espaço vazio, ele foi lá e tomou.

Ele - que é bancado pelo mercado financeiro, que é representante da grande mídia - está fazendo aquilo que o governo queria fazer, mas não tem condição de fazer, e ele está fazendo. Aí vocês viram que foi aprovada, nessa semana, a reforma da Previdência, que vai ser promulgada no dia 19 de novembro.

Acho que eles querem tentar fazer alguma coisa histórica, eles acham que podem usurpar desse direito de uma data histórica, como o 19 de novembro. Mas não tem nada, não. Eles pagarão, pagarão um preço caro, pagarão um preço alto por aquilo que fazem, com a falta de respeito com a dignidade de um professor e de uma professora.

Quero encerrar as minhas palavras, dizendo: obrigada, minha mestre; obrigado, meu mestre; vocês são os responsáveis pelo pouco de dignidade que ainda existe neste país. Parabéns à Apampesp. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JORGE MACHADO - Muito obrigado, deputado. Queira tomar assento junto à Mesa, já temos lugar reservado. Esgotadas as falas da Mesa Diretora, pelo cerimonial, agora a tribuna está aberta para os representantes das regionais.

A professora Walneide vai fazer o convite para que assome à tribuna. Pedimos três minutos de fala, no máximo, na tribuna, para todas as regionais e as demais entidades que eu vou nominar dentro de instantes.

 

A SRA. WALNEIDE ROMANO - Eu gostaria, então, de convidar as nossas representantes regionais. Muitas estão conosco desde a criação e da implantação da Apampesp. Poucas são as novatas, mas eu gostaria que cada uma viesse à tribuna e falasse um pouquinho da sua experiência, do seu trabalho dentro da Apampesp, da região que representa, usando três minutinhos.

Vamos começar por Adamantina. Gostaria que o mestre de cerimônias, que está com a relação em ordem alfabética, fosse chamando, por favor. Obrigada.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JORGE MACHADO - Adamantina presente?

 

A SRA. WALNEIDE ROMANO - Presente. Professora Marli, por favor. Palmas para a nossa regional, representante de Adamantina. (Palmas.) Já se prepare, Assis.

 

A SRA. MARLI MOTTA IGARASHI - Bom dia a todos. Eu represento a regional, sou diretora da regional de Adamantina e toda aquela região que vai de Tupã até Panorama. É uma região que compõe 24 municípios.

Eu entrei, fiquei diretora, no ano passado. Então, eu ainda sou “verdinha” nas questões, mas sou filiada já há muito tempo e acompanho a luta da Apampesp sempre. Só que, agora, estou lá, lutando com mais afinco junto às associadas da minha regional.

O trabalho é árduo, é muito difícil. A gente sabe que todos os aposentados primam por um salário melhor. Agora, estamos aí na iminência até de ficarmos de fora da verba da Educação. Lá na minha região eu estou lutando bastante, e a gente tem acompanhado, buscado apoio dos prefeitos e vereadores.

Vamos com muita força, com muita garra, com muita vontade. Vamos vencer essa, se Deus quiser. (Palmas.)

 

 A SRA. WALNEIDE ROMANO - Obrigada, professora. Cleni, se você não quiser subir, pode usar este microfone aqui. Venha à tribuna.

 

A SRA. CLENI DIAS - Eu sou da regional de Assis. São 25 anos, acho que Assis tem 23. Até hoje eu sou a única regional lá. Eu ainda caçoo o pessoal que, quando vai pôr as fotos na parede de quem trabalhou lá, eu falei que eu tenho que arrumar uma foto antes e depois, até hoje. Não sei amanhã.

A luta é essa que a Marli já falou, que é muito difícil etc. e tal. Mas nós, como eles falaram, também somos muito teimosos. Então, eu consegui, por exemplo, levar o Iamspe para Assis há 20 anos, trabalhando aqui até quando a Walneide foi a presidente da CCM.

Estamos muito envolvidas. Nós temos, na região de Assis, 28 cidades que visitamos pelo menos duas vezes por ano, cada cidade.

Então, eu tenho cidades com dez quilômetros, com 20, com 30, até 230 quilômetros. Vamos ver até onde a gente consegue chegar. O grande problema e, às vezes, as pessoas dão risada, porque eu falo que a gente faz e faz sócios, mas, na nossa idade, morrem muitos.

No ano passado, eu me lembro de que a gente fez 45 sócios, o que não é fácil. Sabem quantos sobraram? Três. Vinte e oito mortes, algumas desistências. Igual a este ano em que fizemos 29 sócios, mas morreram 32; então, é complicada a nossa luta, é eterna e difícil.

Mas, por enquanto, nós estamos cheios de vontade e com ânimo ainda. Pode olhar que muitas de nós estamos aí de bengalinha. Daqui uns dias, eu também vou estar com uma, com problema de joelho, mas a cabeça é quem manda, então, a gente vai continuar. A nossa turma é muito unida. A maior parte é dos de antigamente, e estamos na luta, correndo atrás do prejuízo.

É isso aí, gente. (Palmas.)

 

A SRA. WALNEIDE ROMANO - Obrigada, Cleni.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JORGE MACHADO - Obrigado, professora Cleni. Vamos oferecer a tribuna para a próxima professora. Enquanto ela se aproxima da tribuna, eu gostaria de nominar as autoridades presentes, agradecendo a presença de Márcia Carneiro, da Liga do Professorado Católico, ela que é secretária; Maria Lúcia de Almeida, do Centro do Professorado Paulista, ela que é a 3ª vice-presidente; Rosana de Oliveira Nascimento, diretora da Aprofem; Joacy Carneiro de Mesquita, 2º tesoureiro da Afalesp. Sejam muito bem-vindos. Representando a Apase, temos a diretora-presidente, professora Rosângela Aparecida Chede.

Com a palavra, professora.

 

A SRA. CARMEM LÚCIA BENITES RAMOS - Bom dia a todos. Meu nome é Carmem Lúcia Benites Ramos, e sou diretora regional da cidade de Araçatuba há 20 anos. Meu trabalho eu faço com amor, carinho e dedicação. Continuo na Apampesp por ser uma entidade honesta, uma entidade competente, e estamos aí.

Obrigada. (Palmas.)

 

A SRA. WALNEIDE ROMANO - Nós temos também a nossa representante Aracy, de Araraquara.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JORGE MACHADO - Enquanto a representante de Araraquara se aproxima do microfone, gostaria de anunciar a presença de Álvaro Gradim, presidente da Afpesp; Edson Guilherme Haubert, presidente da Mosap; Lizabete Balisteros, da Abrapoesp; Loretana Paolieri Pancera, vice-presidente do CPP.

Com a palavra.

 

A SRA. ARACY DIAS MENDES - Bom dia. Eu sou de Araraquara e, para provar o que a amiga falou, estou eu de bengala aqui. Muitas de nós estamos precisando disso por problemas de saúde. Vamos fazer o quê? Eu estou na Apampesp como regional desde 2001, mas já participo desde a primeira reunião feita na minha cidade.

Araraquara foi uma das cidades que começou também. Tivemos uma bela reunião naquela época, numa das escolas, e o sucesso foi muito grande; mas eu já participo, como regional, há 18 anos. Eu fui vice-diretora desde a fundação, então, eu estou lá há 20 anos, praticamente. Nós procuramos fazer o possível. Este ano, eu sei que falhei bastante, porque fui conhecer a nossa colônia e, infelizmente, me acidentei, mas a gente procura manter a associação.

Vamos em frente. Que Deus nos ajude. Obrigada. (Palmas.)

 

A SRA. WALNEIDE ROMANO - Professora Danila, vice-diretora de Bauru.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JORGE MACHADO - Enquanto a professora se aproxima, quero anunciar a presença de Márcia Halben Guerra, filha da professora Zilda; também Cláudio Rosa Leopoldino, da entidade Aecoesp; Lourdes Margareth da Silva, da Afuse; Fernando Halben Guerra, também filho da professora Zilda.

Com a palavra.

 

A SRA. DANILA ZAMBONI - Bom dia a todos. Eu sou vice-diretora da regional de Bauru. Estou representando a Terezinha, porque ela está com dificuldade de andar. Ela está aí, mas ela tem um pouco de dificuldade, então, estou aqui representando-a. Quero falar para vocês que eu estou anterior à Apampesp, porque, já em Bauru havia uma organização, sob o comando do professor Geraldo Arone, que já lutava contra a política dos governantes da época.

E, nas vezes em que eles estiveram aqui em São Paulo, encontraram com dona Zilda, professora Zilda, com a professora Vali. E ele voltou entusiasmado para Bauru, dizendo: “Nós encontramos uma porção de mulheres lá, umas velhinhas, e tem uma que se chama Guerra, mas é guerreira mesmo. E nós vamos nos juntar a elas todas para formarmos uma associação. As coisas não acontecem em Bauru, as coisas acontecem em São Paulo. É lá que nós temos que ter a sede.”

Então, ele e o professor Upsiland resolveram, por bem, ir a uma reunião imensa em Ribeirão Preto. Foi criada, então, a Apampesp. Eu estava lá, porque eu estava desde antes do professor Arone.

Muito obrigada. (Palmas.)

 

A SRA. WALNEIDE ROMANO - Obrigada, Danila.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JORGE MACHADO - Obrigado, professora.

 

A SRA. WALNEIDE ROMANO - Agora, professora Aparecida Vendramini, nossa diretora regional de Campinas.

 

A SRA. APARECIDA VENDRAMINI - Eu sou diretora regional de Campinas, Aparecida Vendramini. Com muito orgulho, eu sou diretora de lá. Trabalhamos bastante. E eu vou repetir o que eu falei na LDO, pedindo que alguém se volte para o professor aposentado, porque ele é totalmente discriminado. Nós só perdemos.

Nessa reunião, muitos falaram na minha frente. Ninguém falou nada do professor aposentado. Eu nem tinha pensando em falar isso, mas eu fui tendo uma revolta, porque só pediam ponte, estrada e não sei o quê. O professor não existia. Eu falei: “Nós nos sentimos abandonadas. Lembrem-se de que vocês só estão onde estão porque passaram pelas nossas mãos.”

Obrigada. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JORGE MACHADO - Muito obrigado, professora.

 

A SRA. WALNEIDE ROMANO - Professora Esmeralda, nossa diretora regional de Fernandópolis. E já chamo também a professora Zilda, de Lins.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JORGE MACHADO - Enquanto se aproxima do púlpito, eu gostaria de anunciar e agradecer a presença de José Gozze, presidente da Assetj, também, representando a pública; Mauro Rodrigues Pinto, da Aojesp, diretor de assuntos legislativos; e ainda Maria da Guarda Rocha, da Abrapoesp. Com a palavra, professora.

 

A SRA. ESMERALDA GUIMARÃES SIQUEIRA - Bom dia a todos, a quem não tive a oportunidade de cumprimentar. Eu agradeço a Deus por este momento tão importante. Já me emocionei. Eu sou sócia da Apampesp desde 1995 e estou como diretora regional há 22 anos.

Eu agradeço muito à Apampesp, porque, enquanto eu estava na ativa, eu procurava ensinar a todos os meus alunos. Mas, com a Apampesp, eu aprendi muito, porque a luta sempre foi muito grande.

Então, como agradecer à Apampesp? Meus neurônios, com certeza, estão sempre na ativa, porque, através das barbáries que fazem com os professores aposentados, você tem que correr atrás. E a Apampesp está sempre à frente, dando exemplo para os outros também.

Temos 32 municípios, que procuramos atender da melhor forma possível, e estamos aqui hoje, saudosos, pela lembrança que temos desde o início da Apampesp. Agradecemos a todas as entidades que colaboraram para que nós estivéssemos, hoje, à frente de muitos outros, porque nós aprendemos, mas também ensinamos.

Então, é um momento realmente muito importante para todos nós. Agradecemos a presença de todos. E, àqueles que entenderam que realmente o professor aposentado tem que ter o seu valor, principalmente alguns dos deputados que aqui estão, nós agradecemos muito.

O nosso trabalho é intenso, em Brasília, no estado - aqui na Alesp -, nas Câmaras dos vereadores. E em muitos, nós levamos a informação para muitos que lá estão e não sabem, por exemplo, que nós estamos agora trabalhando com o novo Fundeb, porque percorremos várias Câmaras, e muitos dos vereadores não tinham conhecimento desse novo Fundeb.

Então, senhores vereadores, tomem cuidado, porque Fundeb é nacional, é estadual e também é municipal.

Quando nós fazemos as perguntas, e numa delas dizemos: “Quem vai nos pagar?” Até agora, nós não sabemos quem. Entendeu? Então, gente, vamos pedir a Deus para que tudo dê certo, porque o nosso Brasil realmente precisa de homens e professores com coragem de ir à frente e sempre entender que nós nascemos para servir e para lutar.

Obrigada. (Palmas.)

 

A SRA. WALNEIDE ROMANO - Professora Zilda, de Lins. E já convido a professora Aparecida, de Marília.

 

A SRA. ZILDA DE SOUZA BELINELO - Bom dia a todos. Eu estou na Apampesp há 23 anos, e na direção regional há sete anos. E é com muito prazer que eu cumprimento a Mesa, pelos deputados que pensam na Apampesp.

E eu quero dizer a vocês que é com muita honra que eu luto pela Apampesp. Eu estou aqui - eu e a minha conselheira Bernadete, de Lins -, e fazemos de tudo para que a nossa Apampesp sempre cresça e apareça, para que todos tomem conhecimento dos professores que tiveram.

Eu quero agradecer mais uma vez pelo nosso jubileu. E agradecer à nossa presidente, que está na luta sobre o Fundeb.

Muito obrigada a todos. (Palmas.)

 

A SRA. WALNEIDE ROMANO - Professora Cidinha Toppan, de Marília. E já convido a professora Cidinha Romeiro, de Mogi das Cruzes.

 

A SRA. MARIA APARECIDA BERTONCINI TOPPAN - Bem, eu acho que a Apampesp é a somatória de tudo isso, do esforço de cada um. E eu gostaria de relembrar, aqui, os que me antecederam.

Faz 12 anos que eu estou na Apampesp e eu recebi a regional de Marília de mãos muito laboriosas, de cabeças muito pensantes. E a convivência com tudo isso eu acho que só nos faz crescer. E, na luta, a gente tem ido, passo a passo, mas devagar estamos conseguindo.

Agradeço a todos. (Palmas.)

 

A SRA. MARIA APARECIDA ROMEIRO LEAL - Sou Maria Aparecida Romeiro Leal. Digo que Romeiro é o meu nome de guerra; todos me conhecem por Romeiro. A todos aqui, deputado Mauro Bragato, a todos os que estão aqui, eu quero agradecer.

Eu estou na Apampesp desde 1997. Estou também como diretora regional. Digo sempre - e eu tenho aqui testemunhas: a minha vice, o pessoal do conselho fiscal - que eu estou na Apampesp porque eu sempre acreditei numa entidade que sempre lutou com garra, com transparência.

E digo sempre: a professora Zilda nos deixou um grande exemplo de luta, de ideal; e todas nós, inclusive você, Walneide, assumimos esse ideal. Eu sou muito feliz, eu sou muito entusiasta da Apampesp. Estou lá em Mogi trabalhando bastante.

E quero dizer para vocês que estou, felizmente... A Clenir não falou, porque ela também está. Nós estamos desenvolvendo junto às prefeituras. E nós, Mogi, conseguimos já uma parceria junto ao Iprem, da prefeitura de Mogi das Cruzes.

Nessa parceria, nós podemos convidar e trazer os aposentados da prefeitura, tendo a nossa pequena mensalidade de R$ 17,60 descontada no holerite da prefeitura.

Foi um ano de trabalho, mas eu me lembro e dedico esse trabalho à professora Zilda, porque ela sempre falou para nós... Ela apenas não conseguiu; e eu tenho certeza de que nós vamos passar essa vitalidade.

Ela diz: “Eu quero estender para todo o Brasil o nome da Apampesp.” (Palmas.) Então, eu acredito. Eu quero agradecer a todas vocês, em particular ao Dr. Júlio. A gente conviveu bastante em Brasília. O deputado Arnaldo sempre nos recebeu com muito carinho. Então, eu continuo entusiasta.

Eu digo sempre por onde eu vou: enquanto Deus me der uma cabeça pensante e uma perna andante, eu vou estar lá levando o nome da Apampesp com todo o entusiasmo, com todo obstáculo.

Quero agradecer aqui, no momento em que conseguimos, com o aval da professora Walneide, comprar uma nova sede. E eu convido a todos da Mesa, se quiserem: nós vamos inaugurar.

Porque a nossa sede foi reformada, 10 anos atrás, com escada, porque nós não tínhamos espaço. E 10 anos... Agora estamos todas mais velhas 10 anos, e aí ficou complicado para todo mundo.

Foi também uma batalha junto à nossa presidente. Ela autorizou, e nós fizemos uma boa compra - né, professora? - no centro de Mogi. Eu tenho lá 27 municípios pertencendo à regional de Mogi das Cruzes.

Essa semana, estivemos em Santa Isabel e São José dos Campos. Santa Isabel saiu bastante animada. E eu acho que é isso o nosso trabalho: levar esse entusiasmo, levar essa luta, em que a gente acredita, a todos. E agradecer a todos aqueles que vestiram a camisa da Apampesp.

Pedir a Deus que nos abençoe. (Palmas.)

 

A SRA. WALNEIDE ROMANO - Agora, a professora Marinez Vian Bisacchi, nossa diretora regional de Presidente Prudente.

 

A SRA. MARINEZ VIAN BISACCHI - Bom dia a todos. É uma alegria muito grande nós estarmos aqui, hoje, comemorando na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo os 25 de fundação da Apampesp por uma iniciativa do nosso deputado Mauro Bragato, que ajudou a lançar a sementinha da criação dessa associação e que tem nos ajudado até hoje.

Nós temos uma boa representatividade na nossa região, aqui na Assembleia Legislativa: deputado Mauro Bragato, deputado Ed Thomas e em Brasília, nós sabemos, deputado Arnaldo, o senhor Julio Bonafonte; todas essas pessoas que se empenharam muito por nós em vários momentos tão difíceis de conquistas, pelas perdas que os governantes têm, assim, uma paixão por nos dar, não é verdade?          

Estamos aqui participando dessa homenagem, 25 anos. Eu participei da fundação da Apampesp, em Ribeirão Preto, há  25 anos, em 1994; e, depois, a nossa regional de Presidente Prudente foi fundada em junho de 1996, eu me lembro também, com a presença do deputado Mauro Bragato, porque nós  éramos um grupo que procurava criar uma regional e  estabelecer um contato maior com São Paulo.

E nós conseguimos, também, realizar esse sonho.

Passaram-se várias diretorias, eu estou nessa luta desde sempre e há 16 anos que ocupo o cargo de diretora regional. E nós ficamos muito felizes no dia 7 de outubro deste ano, porque a Câmara Municipal de Presidente Prudente nos homenageou - quer dizer, homenageou a Apampesp -, os 25 anos de fundação da Apampesp, desta entidade, entregando para nós uma linda placa de prata com dizeres muito bonitos de reconhecimento por nossa luta.

Foi uma iniciativa da vereadora autora, Professora Alba Lucena Gandia, que também é professora e que tem muito compromisso, lá na nossa região, com a Educação. E vai se tornar também nossa associada, porque a...

Cadê a ficha de filiação? Você trouxe? Eu esqueci. Mas a senhora vai receber; fique tranquila. Eu me lembro muito bem das nossas lutas - não é, Walneide? -, das várias Conaes que nós participamos.

Conaes desde as reuniões intermunicipais acontecidas lá em Presidente Prudente, em toda a região, em que nós defendíamos, desde aquela época, a permanência do professor aposentado na verba da Educação. Quanto que nós já brigamos a respeito disso.

Eu me lembro de uma Conae que a Walneide entrou numa sala e eu entrei em outra; e vamos lá defender o professor da verba da Educação. E ainda tinha gente que acha que não, e nós tínhamos que convencer.

E depois a coisa foi crescendo: Anhembi, a fase estadual, a fase em Brasília; e sempre conseguimos eliminar algum artigo que havia na proposta da Conae, sempre conseguimos eliminar o artigo que falava da exclusão do professor aposentado da verba da Educação. A nossa luta é de muitos e muitos anos atrás.

E agora nós estamos diante dessas duas PECs lá em Brasília, uma na Câmara e outra no senado, novamente querendo nos prejudicar. Mas nós sabemos a luta é grande, nós estamos em alerta. Estamos procurando apoio político nas câmaras, nas prefeituras, para que não aconteça esse mal.

  E eu fico muito contente de estar aqui hoje e de trazer as nossas representantes, veio a nossa querida Dirce, que é vice, a Maria Lúcia, que pertence ao conselho fiscal, a Helena Flumignan, que já foi vice-diretora, também, da Apampesp.

E estamos nessa luta que não termina nunca, não é? E fico feliz, ficamos felizes de saber o quanto vocês nos engrandecem, o quanto vocês nos valorizam. Isso, para nós, é um motivo de muito orgulho.

Muito obrigada. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JORGE MACHADO - Muito obrigado, professora Marinez, da querida Presidente Prudente. Com muita satisfação gostaria de anunciar a presença e convidar para as palavras a sua saudação à Mesa, a deputada Leci Brandão. (Palmas.)

Enquanto a deputada cumprimenta a Mesa e se dirige à  tribuna ,eu gostaria de anunciar e agradecer a presença de João Elísio, representando a CNSP, Aparecida Antonia Demambro, diretora-geral de finanças da Apase, também Flávia Regina Fiori, da Liga do Professorado Paulista - ela que é  presidente -, Rita Amadio Brito Andrade Ferraro,  a Rita Ferraro, presidente da Pública SP, e Gaspar Bissolotti Neto, presidente da Associação dos Servidores Aposentados da Assembleia Legislativa e aniversariante. Parabéns, antes de mais nada, Gaspar.

Com a palavra, deputada Leci Brandão. (Palmas.)

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - Deus abençoe, proteja e ilumine todas e todos aqui estão. Deputado Mauro Bragato, quero cumprimenta-lo por essa iniciativa dessa sessão solene maravilhosa, especial, e confesso que é muito bom ver esse plenário aqui lotado por pessoas que têm a maior responsabilidade de uma nação, que é a educação.

Eu acho que uma nação que não se preocupa com a educação e com a cultura não terá nenhuma oportunidade de crescer. Lamento muito que nesse momento o nosso País passe por um processo em que a Educação, o Meio Ambiente, os professores, os psicólogos, os filósofos, enfim, estão sendo tratados de uma forma muito deselegante e absolutamente desrespeitosa. 

É muito bom que a gente veja aqui professores aposentados, porque a questão também do aposentado é uma questão que está muito triste, muito delicada neste País.

Eu quero cumprimentar toda a Mesa, parabenizar a nossa presidente aí e dizer para nós é uma honra muito grande poder dar uma passada por aqui para dar uma palavra de agradecimento por tudo que as senhoras e os senhores fizeram, pela contribuição maior que é o saber, a única coisa que ninguém tira da gente. As outras coisas podem ser levadas, mas a sabedoria jamais.

  Esse plenário hoje está tendo uma elegância, não é? Porque elegância não é só aquela coisa de status, de roupa. Não, não é isso. Elegância é nobreza de espírito, elegância é sabedoria, elegância é o tratar bem, elegância é respeitar a democracia, elegância é respeitar a liberdade. E nesse momento a gente está precisando disso no nosso País.

Parabéns a todos. Só quero terminar dizendo que esse PL 899/19 terá voto contrário meu e da minha bancada. Como eu sou a única na bancada, quero dizer que tenham certeza disso.

Muito obrigada. Que Deus os abençoe. (Palmas.)    

 

A SRA. ELISABEL PINOTI SUZANO PASCON - Bom dia a todos. Eu sou Elisabel Pinoti Suzano Pascon, mas todo mundo me conhece por Bebel desde menina. Eu represento uma cidade de 500 mil habitantes, que é São José do Rio Preto.

Aliás, que tem até o slogan de “Califórnia Brasileira”, porque nós fazemos parte do ranking como quarta melhor cidade do Brasil para se viver, em qualidade de vida. Então, orgulhosamente, eu represento essa cidade e represento 1100 associados da Apampesp, divididos em 41 municípios. É a região que mais municípios tem e a gente está percorrendo todos eles.

Eu sou aposentada duas vezes. Então, eu estou no meu terceiro e acho que no meu último tempo de trabalho. Eu sou professora, diretora aposentada do estado, depois concursada e professora mais 20 anos na cidade de São José do Rio Preto, municipal. Eu escolhi, por opção, uma região que moram 160 mil pessoas e tráfico, e lá eu consegui mudar muita coisa.

E como eu sou passional e obstinada, contra a vontade dos meus filhos, eu assumi a Apampesp lá nem São do Rio Preto, mas já sou militante há 20 anos. Sempre estive na Praça da Sé, em todas as manifestações.

A nossa Apampesp em São José do Rio Preto está adquirindo uma outra cara, porque a gente está fazendo muito marketing, visitando muitas cidades. E dia 30, agora, haverá uma grande festa em comemoração ao nosso Jubileu de Prata.

A única coisa que eu sinto é que, nessa terceira etapa da minha vida, quando eu vejo políticos - não generalizando, viu, pessoal? - que demonstram que ou eles não aprenderam que os seus mestres ensinaram, ou cabularam as aulas, porque não se parece com a educação que nós demos a eles.

Muito obrigada. (Palmas.)

 

A SRA. - Professora Edna, nossa representante, que falará em nome dos outros representantes dos demais escritórios. Professora Edna, de Santos.

 

A SRA. EDNA LAZARINI SILVEIRA - Bom dia a todos. Eu sou de Santos, o nosso escritório tem sócios em toda Baixada Santista. Eu estou na Apampesp desde 2001, fiz parte da criação do escritório em Santos e, hoje, desde o ano passado, eu respondo pela representação do escritório em Santos.

A nossa luta lá Santos é bem difícil. Santos é uma cidade de idosos, tem muito idoso em Santos. E a nossa clientela lá, já fiz um levantamento, é mais de 70% acima de 70 anos.

Então a gente tem muita dificuldade, porque eles não frequentam muito as nossas reuniões. Ainda ontem eu fiz uma reunião onde compareceram só 23 sócios, é nessa base.

É uma dificuldade muito grande para a gente. Eles não se locomovem sozinhos, a maioria depende dos filhos, de um cuidador, de alguém para ir ao escritório, para fazer alguma coisa. Então é muito complicada a situação em Santos atrás de sócios.

Então, a nossa luta, seria ideal visitar escolas, mas eu também não tenho muito apoio não. O escritório funciona comigo, com a tesoureira e com uma secretária da Apampesp que trabalha conosco, e só.

A gente não tem muito apoio dos sócios para nos ajudar, como acontece no interior, então isso faz com que a gente não consiga crescer muito não, mas a gente está lutando e vamos chegar lá, se Deus quiser.

Muito obrigada. (Palmas.)

 

A SRA. WALNEIDE ROMANO - Obrigada, professora Edna. Bom, nós temos outros escritórios, mas as representantes não puderam comparecer, porque hoje também estão com atividades nesses locais.

Eu gostaria então de falar agora representando a nossa diretora de Ribeirão Preto, onde eu estive ontem - nós estivemos, Felipe e eu - participando das comemorações ao jubileu de prata da Apampesp. Ela não tinha condições de vir aqui hoje porque o dia foi muito cansativo entre os preparativos e a execução da solenidade.

Ribeirão Preto é uma das maiores regionais da Apampesp, o número maior de associados. Também é uma região grande, assim como São José do Rio Preto. Nossa diretora é a Daysi, e ontem o evento foi muito bom.

Duzentas e dez pessoas participaram da missa em Ação de Graças, e depois fomos para o almoço. Então eu quero parabenizar todas as nossas regionais, os dirigentes regionais de escritórios, os nossos conselheiros, os integrantes do conselho fiscal, do conselho deliberativo que aqui estão e as nossas colaboradoras nesses municípios todos que os senhores ouviram aí, pelo trabalho.

Nós vamos então agora passar a homenagear os nossos precursores, as pessoas que nos antecederam, pelas quais eu tenho muito respeito: professora Zilda; professora Nair; professora Vali, que está adoentada e não pode estar aqui.

Aprendi muito com a Zilda, assim que eu a chamava, porque eu a conheci não na Apampesp, mas trabalhando em prol do nosso Instituto de Assistência Médica, o Iamspe. Foi lá que eu conheci a professora Zilda Halben Guerra, uma guerreira mesmo, assim como o professor Pio, o professor Décio Grisi e outros que ainda continuam na batalha pelo Iamspe.

Eu tive a oportunidade de ser presidente da CCM, a primeira representando entidades de funcionários públicos, contribuintes compulsórios do Iamspe, e me associei à Apampesp no ano 2000. De lá para cá, participei do conselho deliberativo, me tornei vice-presidente e depois presidente por cinco anos do conselho deliberativo.

Hoje estou presidente desta entidade com muita satisfação, com muita honra e com muito respeito por tudo que as que me antecederam fizeram, dando o melhor de mim para continuar esse trabalho. Agora eu passo a palavra ao mestre.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JORGE MACHADO - Convido à frente o Fernando e a Márcia para receberem flores em nome da professora Zilda. Gostaria de convidar a professora Walneide e o deputado Arnaldo Faria de Sá também, para acompanhar.

 

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- É feita a homenagem. (Palmas.)

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JORGE MACHADO - Queiram retornar aos lugares. Neste momento vamos fazer também entrega de flores para a professora Rose. Eu convido a primeira vice-presidente, a professora Lucia Helena, para fazer entrega das flores. Por favor, professora Rose.

 

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- É feita a homenagem. (Palmas.)

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JORGE MACHADO - Vamos fazer agora uma homenagem a Domingos Travesso, e eu convido o Dr. Julio Bonafonte, que é diretor jurídico da Confederação Nacional dos Servidores Públicos, para falar.

 

 O SR. JULIO BONAFONTE - Bem, para mim ficou a parte mais fácil. Falar da Apampesp e falar de Domingos Travesso é uma facilidade. Quem conheceu sabe quem foi Domingos Travesso. Eu estou vendo esta bandeira que nós temos aqui na nossa Educação de São Paulo.

A professora Loretana, por quem tenho uma profunda admiração, sou do fã-clube dela, espero que ela viva 150 anos... E estou contando aqui uma passagem: ela foi Miss Piracicaba, uma das meninas mais bonitas de Piracicaba. (Palmas.)

E aí, quem foi Domingos Travesso? Quando iniciou a Apampesp: Arnaldo, José Gozze, que está aqui circulando, e todas vocês, precisavam de uma salinha, uma mesa. Onde é que vai arrumar a mesa e a salinha?

Domingos Travesso falou: “Eu sei de uma salinha e uma mesa para a Apampesp, para as professorinhas aposentadas”. E nós fomos lá para aquela salinha, para aquela mesa. Foi quando começou a Apampesp: uma mesa, uma cadeira.

Domingos Travesso é uma pessoa iluminada, é um ser humano excepcional, daqueles que, igual às professoras mestras, ensina as pessoas a viver. Eu aprendi um tantão com o Domingos Travesso. Domingos Travesso é aquele homem que nem espelho. Você olha e, como ele é um bom exemplo, você mira, e o Domingo conduz a vida, ele ensinava a viver.

Ele faleceu com 93 anos. Essa foto foi o casamento, ele tinha 70 anos de casado. Foi uma festa de 70 anos de casado. Vocês conhecem muito pouca gente que tem 70 anos de casado.

Domingos era farmacêutico de profissão, formulava remédios, e conheceu dona Dirce, a esposa... Ele tinha quatro anos a mais, ela 87, ele 91, agora recentemente. Fez 70 anos de casado, tomando vinho, com essa alegria toda.

O que Domingos Travesso fez a favor do aposentado - e aí não é só o professor, o aposentado do Brasil. Quando vocês escutam falar em paridade, o que é paridade? É igualdade.

Quer dizer, aquele que está na ativa e concedem a gratificação, concedem gratificação de Magistério, de Educação, e o aposentado fora. E nós lutávamos, e aí a Apampesp realmente pegou a bandeira de luta para o aposentado e falou “Não, nós temos que ter paridade”.

Quando foi a Emenda nº 20, que o mestre Arnaldo falou aqui... Aquela passagem da dona Hilda, era o seguinte: ela não contou direito, e eu vou contar, porque eu estava do lado. O deputado falou: “Não, vocês vão ter paridade”.

E a mestre Hilda falou: “Como paridade? Paridade o senhor tem que colocar igualdade aqui, ou aquilo fica estendido à paridade”. Ele falou: não, mas eu estou colocando “Preservar o valor real”.

Ela falou: “Olha, o senhor vai me desculpar, mas preservar o valor real não é paridade. O senhor vai preservar aquele valor, mas as concessões posteriores que forem sendo feitas, o senhor tem que colocar entre vírgulas aqui...”.

Ela falou, falou, falou. Eu estava do lado e falei: “Poxa vida”. Depois que passou, aquilo que contou, mas ela... Dona Hilda, a senhora... Hilda vinha de São Vicente direto para Brasília, devagar e sempre, a passo de tartaruga, mas a cabeça... Ele falou: “A senhora é professora de português?”. Ela falou: “Não, sou professora de matemática”.

Mas aquela paridade até hoje... Art. 40, parágrafo 4º, da Constituição Federal. É muito importante que todo mundo saiba. Hoje, quem recebe paridade, quem recebe igualdade, muito se deve à dona Hilda, muito se deve, evidentemente, à Apampesp, e muito se deve a Domingos Travesso.

Nós víamos no Senado, não tinha porta que não se abria no Senado, na Câmara. Nós levávamos panfleto. Chegamos ao cúmulo de entrar no plenário da Câmara e panfletar nas mesas dos deputados.

Aí veio a segurança e levou eu e Domingos, mas Domingos era um homem iluminado, um homem de luta e um homem que ensinava a viver. Se tinha pedra no caminho, ele recolhia as pedras e juntava para poder construir alguma coisa melhor. Não precisava estar pulando pedra não, ele recolhia.

Quando eu, mais jovem, mas não tão jovem assim, queria brigar com algum deputado, ele falava “Não, não briga, deixa ele. Se você brigar hoje, amanhã essa porta vai estar fechada para nós”. Então ele ensinava. Eu falava: “Mas ele está contra nós”. E ele dizia: “Deixa ele, ele vai mudar”.

Então é muito importante que a gente, quando está homenageando Domingos Travesso, e está homenageando, evidentemente, a dona Zilda, Hilda, a professora e todos aqueles da Apampesp. Hoje, olhem o que é importante a entidade Apampesp.

Hoje, no Brasil, todo aposentado do funcionalismo público recebe a paridade porque parte dessa luta a Apampesp fez. (Palmas.) Essa é a realidade.

Só vou, para terminar, dizer que esse homem maravilhoso que foi Domingos Travesso, além de ter dado a primeira mesinha, a primeira cadeira, quando a Apampesp queria ir a Brasília, precisava pegar um ônibus.

E era duro pegar um ônibus para ir daqui a Brasília. E às vezes não tinha dinheiro. A gente ajudava, o Domingos “Não, eu vou ajudar”. Porque ele chegou a auditor, ele só não chegou a secretário da Receita Federal, mas chegou lá como auditor federal da Receita Federal, então ele ajudava financeiramente também o ônibus.

Aliás, não posso deixar de contar essa passagem aqui, como testemunha. Em uma dessas viagens de ônibus, caravana Brasília, eu lembrei porque uma professora falou: “Puxa, nós fomos comer aquela pizza em Brasília”.

Não sei quem é a professora que está aqui presente, que lembrou uma festa que nós fizemos... Festa, juntamos uns trocadinhos para comer uma pizza e poder comemorar.

O que acontece? Esse ônibus foi assaltado no caminho. Quem está presente, aqui, você imagine isso, essa luta é tanto da Apampesp que o ônibus foi assaltado e até uma das... um tiro na perna. Isso era a Apampesp. A Apampesp no ônibus, a caminho, na luta em Brasília.

Quando as pessoas desanimam, quando alguma coisa faz com que a gente fique pensando, a Apampesp estava na luta. Aquele sacrifício, uma noite inteira para chegar em Brasília, com assalto. Até tem uma passagem interessante, porque um assaltante pegou...

A senhora... Que deu o tiro, né? Não sentiu, porque sentiu a perna quente, falou “a minha perna ficou quente”, não sabia o porque estava escorrendo sangue. Essa é Apampesp. 25 anos, ninguém lembra, a nossa memória viva. E Domingos Travesso fazia parte disso, de toda essa luta.

Ele, realmente, que iniciou o Mosap - hoje o Edson da continuidade ao Mosap - que é um instituto, Instituto em Defesa do Aposentado e Pensionista, neste País. Estamos lutando até hoje. Edson continua a luta, Domingos...

Porque o aposentado continua pagando a previdência. Pensionista paga a previdência. Para quê? A gente não sabe. Só se for para um lugar melhor lá no céu.

Então, essa luta continua. E Domingos Travesso merece ser lembrado nessa ocasião de 25 anos, porque ele fez parte. Ele é um dos que, além de plantar a sementinha, regou a sementinha para chegar nessa árvore de 25 anos que hoje é essa grande realidade que é a Apampesp.

Então, quero deixar para vocês, a exemplo da... Eu estou vendo aqui os filhos da Dona Zilda aqui. Zilda, meu Deus do Céu, uma bandeira. Era outra que nos ensinava a viver. Mais do que guerreira, ensinava a viver. Não desistia, lutava. E hoje, felizmente, fico feliz em ver a Walneide dando continuidade, unindo essa família para que a gente possa estar aqui.

Então, dói muito a saudade do Domingos Travesso, mas nós temos... É muito importante, porque ele continua, o espírito dele continua a nos guiar, para que a gente continue a luta em todos esses 25 anos da Apampesp.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JORGE MACHADO - Muito obrigado, doutor.

Já para o encaminhamento final dessa sessão solene há espaço para a manifestação de três entidades aqui, não nominadas, e eu gostaria de saber quem quer fazer uso da palavra.

Posso até convidar, por favor, o senhor quer fazer uso da palavra?

Lembrando que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela rede Alesp e também será reprisada no final de semana, inclusive pela tv aberta São Paulo, às 21 horas de domingo, dia 27.

Com a palavra.

 

O SR. JOÃO ELÍSIO FONSECA - Bom dia a todos. João Elísio Fonseca. Eu sou representante, aqui, da CNSP e do Sindap, Sindicato dos Aposentados da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Eu quero dizer que, tanto a CNSP quanto o Sindap estão felizes em participar dessa cerimônia em homenagem aos 25 anos da Apampesp, uma entidade exemplar para todas as demais, inclusive a nossa Aspal foi criada, vamos dizer, não à sombra, mas tendo como modelo a Apampesp.

A Apampesp é pioneira, a Apampesp é formada por professoras e professores lutadores e, mais uma vez digo, que servem como exemplo em cada um dos seus atos. Jamais se negaram ou deixaram de participar da luta em defesa do ensino, em defesa da Educação, em defesa da sua profissão, que é das mais nobres que nós temos, se não for a mais nobre, porque todos nós estamos aqui, hoje, porque tivemos um professor, porque tivemos uma professora.

Parabéns à Apampesp, parabéns a todos os presentes. (Palmas.)

 

O SR. EDSON GUILHERME HAUBERT - Bom dia a todos e a todas. Eu saúdo a Mesa em nome da professora Walneide, do deputado Mauro Bragato e do deputado Arnaldo Faria de Sá, sempre deputado.

Quero saudar cada uma das professoras e dos professores aqui presentes, saudar os demais dirigentes de entidades aqui presentes. Está a pública aqui que eu vou citar nacionalmente e também, no estado de São Paulo, eu saúdo todas as demais entidades com o nosso presidente da Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo, o nosso presidente que aqui está, Álvaro Gradim.

Quero saudar, também, o Dr. Julio Bonafonte, porque, quando se fala em Apampesp, não se fala sem falar no Julio. E quando se fala no Julio, fala-se no Domingos Travesso, a quem foi feita uma justa homenagem e eu quero agradecer aqui. E quero parabenizar pelos 25 anos da existência das professorinhas de São Paulo.

Nós, lá em Brasília, conhecemos tanto na Câmara quanto no Senado Federal quanto nas demais entidades, nós conhecemos as professorinhas de São Paulo com muito carinho, porque cada um de nós, aqui, em Brasília, no Brasil inteiro, quando se fala em professorinha de São Paulo, nós também nos lembramos da nossa primeira professora.

E a nossa primeira professora fez com que eu pudesse estar aqui hoje, todos vocês pudessem estar aqui, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, enfim, todos nós aqui pudéssemos participar de entidades como a Apampesp.

A Apampesp é um exemplo de luta, um exemplo de perseverança e, sobretudo, um exemplo de humildade. Para exercer um trabalho fundamental, que é a defesa da dignidade de pessoas humanas, de cidadãos brasileiros, porque a primeira professora é aquela que nos impulsionou a descobrir ou a desconfiar de que nós poderíamos ser alguma coisa neste País.

Eu, como funcionário público, e vocês todas também, a maioria de servidores públicos, servidoras públicas. E, quando se fala em servidor público, em servidora pública neste País, nós não podemos esquecer dos grandes ataques que todos os governos nos impuseram.

Todos, sem exceção. Nunca pensando em aumentar, em melhorar alguma situação, mas sempre tirar direitos. Excluir direitos, acabar com direitos de nós, aposentados, de nós, servidores também da ativa. Por quê?

O funcionário público, hoje, no País, para o governo, é um peso que eles gostariam de tirar do caminho. Mas não vão tirar do caminho, não, porque nós temos a certeza e a coragem de nos defendermos, espelhados no exemplo da Apampesp e de tantas outras entidades que estão representadas no estado de São Paulo e no Brasil inteiro.

Mas eu queria dizer uma coisa. O governo, este ano, trabalhou, praticamente, livre e sem muito incômodo na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Por quê? O próprio Poder Legislativo cerceou a liberdade e a possibilidade de estar presente nas discussões e nas comissões porque eles fechavam a porta para o servidor público. Eles fechavam a porta para o povo brasileiro.

Lá é a casa do povo brasileiro, mas eu entendo que hoje não é mais a casa do povo brasileiro, porque eles impedem a presença nas discussões. Ouvindo dirigente de entidade dizem que ouviram todo o segmento do povo brasileiro.

É mentira. E, para nós podermos reverter essa situação, nós temos que pensar politicamente para as próximas eleições. Já começar com as eleições de vereadores, de prefeitos municipais, mas já temos que pensar na próxima eleição presidencial, na renovação do Poder Legislativo federal. Câmara e Senado.

Temos que levar de volta aqueles homens que sempre estiveram lá pensando na pessoa humana, pensando na dignidade de cada um, dos professores e das professoras, dos trabalhadores e trabalhadoras, do servidor público estadual, municipal, federal e do Distrito Federal.

E, para isso, eu queria, aqui, aproveitar esta oportunidade para agradecer a disponibilidade e a coragem do deputado Arnaldo Faria de Sá lá no Congresso Nacional, que está fazendo muita falta, porque nós não tivemos um deputado que nos acompanhasse.

Eles nos recebem, mas não acompanham. Têm dificuldades para nos levar até para dentro de uma comissão. O Arnaldo Faria de Sá é o abridor de portas lá no Congresso, a casa da Apampesp lá em Brasília era lá no gabinete do Arnaldo Faria de Sá.

Eu, muitas vezes, fui lá. Lembro-me da professora Ilda Rodrigues do Tanque, essa professorinha que caminhava tranquila lá, dentro do Congresso, mas ela tinha uma tenacidade forte, e tinha, sobretudo, um apoio forte lá dentro, que era o gabinete do deputado Arnaldo Faria de Sá.

Isso nós estamos sentindo falta este ano, muito, mas muito mesmo. Então, o desejo nosso é para que essas entidades, como a Apampesp e tantas outras entidades tenham guarida lá dentro do Congresso.

Nós precisamos levar homens que estejam comungando com as nossas dificuldades, com as nossas pretensões, ou com as nossas defesas de direitos e garantias, que todo mundo adquiriu, não de graça, e não como privilégio, mas sim cumprindo os editais de concursos públicos, porque ninguém pediu além daquilo que O edital propunha.

Quem é servidor público, ele não é um desgraçado e um sem vergonha, como o governo hoje pensa, porque está gastando demais. Está ganhando demais, e não está fazendo quase nada. Essa que é a compreensão e o conceito que nós estamos sentindo hoje, que o governo pensa de nós.

Vamos reverter essa situação, vamos defender a nossa dignidade com a nossa ação, e nós, aposentados e pensionistas, nós não somos lixo. Nós somos gente, nós somos cidadãos brasileiros, que ajudamos a construir até aqui o que existe desse Brasil.

Portanto, minha gente, eu, em nome do Mosap - Movimento Nacional dos Servidores Públicos Aposentados e Pensionistas -, com o apoio intransigente, incondicional, lá na Câmara, sempre com o deputado Arnaldo Faria de Sá.

Eu preciso do deputado de novo, porque nós temos que ainda lutar pela PEC 555, ou pelo conceito da PEC 555, e sem o Arnaldo nós estamos lá jogando uma partida de futebol sem o nosso principal centroavante, essa que é a grande verdade.

Então, eu vim aqui. Fiz questão de estar aqui para reviver de novo aquele trabalho que o Julio fez juntamente com o Domingos Travesso. O Domingos Travesso falava quase que semanalmente com a gente, e a Apampesp estava sempre na conversa do Domingos Travessos.

Era um carinho tão grande, tão bonito, e a esposa dele, dona Dirce, era professora. Então, tem tudo a ver. Por isso que eu quero desejar muita sorte à Apampesp, muita sorte ao deputado Arnaldo Faria de Sá. Eu espero que ele volte para Brasília, mas não depende só de mim.

Eu acho que até vou transferir o meu título aqui para São Paulo, para também me associar com os demais, para levar esse deputado lá de volta para Brasília. (Palmas.)

Com isso, eu quero terminar com uma mensagem: Nós, somente nós, com a nossa luta, com a nossa unidade - nós temos que ter unidade - de luta, de interesses, e esquecer um pouquinho aquelas dificuldades que uma entidade é mais forte que a outra, a outra é menos do que a outra.

Enfim, ou o servidor público se une de verdade para nos defender, ou então o governo está com o caminho livre, céu de brigadeiro, para fazer o que quiser com a gente, mas não vai fazer não. Nós temos dignidade, e essa dignidade, juntamente com a luta da Apampesp, nós vamos fazer com que ela exista, e essa nossa dignidade seja reconhecida pela sociedade, pelo povo brasileiro e também pelos governos que aqui estão. Isso é muito fundamental.

Parabéns a vocês todos, e eu peço desculpa por essa minha emoção, mas isso é o que o meu coração mandou falar aqui hoje. Então, parabéns a todos os professores, a todas as professoras, e vamos em frente, porque vocês nunca, jamais, morrerão, nunca.

 As professoras e professores existem, existirão sempre nos nossos corações, porque vocês é que nos impulsionaram, vocês é que nos trouxeram para as nossas lutas, e, portanto, não podemos prescindir de ninguém.

Parabéns. Muito obrigado, e vamos em frente.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JORGE MACHADO - Muito obrigado, Dr. Edson. Quem também prestigia esta Sessão Solene é a deputada Professora Bebel, que também preside a Comissão de Educação nesta Casa de Leis, que vai fazer uma saudação à Mesa e uma breve saudação a todos os presentes. Por favor.

Enquanto a deputada se aproxima da tribuna desta Casa, lembrando que, depois da fala, vamos convidar o doutor Álvaro Gradin também para uma breve saudação nesta Sessão Solene do jubileu. Também a professora Maria Garcia, que representa a regional de São José do Rio Pardo, e depois uma página de cultura, uma página de poesia.

Com a palavra, deputada.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Bem, já é boa tarde. Passou do meio-dia, mas eu começo cumprimentando o deputado Mauro Bragato; cumprimento também a presidenta Valneide, estivemos juntas na última semana aqui na Assembleia Legislativa, e cumprimento todos e todas que estão presentes e, claro, fortalecendo mais um momento de luta dos professores.

Quando a gente fala de professores, ativos e aposentados. Somos todos professores ao longo de toda a nossa vida, e continuamos sendo professores.

Eu quero dizer para você para os senhores e as senhoras o seguinte: Eu estava entrando, quando peguei exatamente uma fala importante, que foi a fala que diz que nós temos que estar unificados. É verdade, nós temos que estar unificados.

Aqui não se trata de uma entidade ser maior ou menor, não tem pior ou melhor. Há entidades que representam, e quem escolhe a representação é cada um e cada uma de vocês, que escolhe a representação.

Então, uma vez escolhida, é essa representação que vale. Eu quero dizer que eu também estive ao lado da Apampesp, aliás, quando era bem mais mocinha, na famosa greve de 2000, essa greve foi uma greve difícil, mas foi uma grave de unidade.

Foi uma greve em que a gente, inclusive, saiu com uma gratificação, incorporamos a gratificação. Depois, fizemos uma marcha estadual dos professores aposentados, com a Apampesp, o CPP, a Apeoesp, todo mundo junto, e conseguimos reajuste salarial também extensivo a todos os professores e professoras, tanto da ativa quanto aposentados.

É muito importante este momento, porque todos entendem o seguinte: “Bom, quem está na ativa, está na ativa e ganha”. Não, nós temos uma luta que é o seguinte: Mesmo direito do da ativa tem que ser para os professores aposentados.

 E eu quero falar aqui como presidenta da Apeoesp, mas também como deputada estadual, como também presidente da Comissão de Educação, que eu tenho a honra de também representar essa importante categoria que é, senão, aquela mais importante, que forma todos os demais profissionais. Essa é a mais importante categoria.

Quantos profissionais não foram formados pela mão de vocês, pela minha mão, e nós vamos formando. Não tem jeito, a estrutura de tudo passa pela Educação. Por isso, cumprimento todos e todas que estão nessa Sessão Solene. Cumprimento mais uma vez o deputado Mauro Bragato, que promoveu; a presidenta da Apampesp, e dizer que podem também contar com meu mandato.

Estou à disposição, e na luta com vocês.

Um forte abraço, e muito obrigada.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JORGE MACHADO - Muito obrigado, deputada Professora Bebel. Convido para uma breve saudação, em virtude do adiantado da hora, o Dr. Álvaro Gradim, da Afpesp, ele é o presidente, e, na sequência, a professora Maria Garcia, a quem eu peço para já se aproximar da tribuna.

 

O SR. ÁLVARO GRADIM - Boa tarde a todas e a todos. Em nome da Afpesp, eu quero aqui cumprimentar a Apampesp, exatamente pelos seus 25 anos de existência. São 25 anos de luta em prol do servidor, professor aposentado, e nós todos sabemos que nós, aposentados, somos renegados a segundo plano.

E, logicamente, nós estamos aqui, juntamente, hoje. E agora, a partir da nossa administração na Afpesp, nessa luta pelos direitos dos servidores públicos, tanto os ativos, mas, principalmente, os aposentados.

Cumprimento a todos e fico aqui com alguns momentos só de pequena reflexão. Devo, pela minha existência, por estar aqui, por ter me tornado um profissional na área da Saúde, e por ter chegado até aqui, ao cargo de presidente da Afpesp, eu devo isso tudo aos meus mestres.

 E era uma alegria muito grande no exercício da minha profissão o dia que entrava um ex-professor meu do primário, do primeiro ano, do segundo ano, do terceiro ano, no meu consultório, para que eu o consultasse, o examinasse e o tratasse.

Isso, felizmente, era um motivo de muito orgulho para mim, e até com professores já do nível de ginásio e colegial isso também aconteceu - e aconteceu comigo até recentemente - enquanto exercia minha profissão até o ano passado.

Então, eu devo tudo que eu sou aos meus mestres; aos meus pais, que me fizeram, e que me permitiram eu me formar. Mas, principalmente a minha formação, a minha existência como ser pensante, em cima de tudo que existe hoje no dia a dia das nossas vidas, aos mestres.

E aos mestres, com carinho, eu desejo um abraço, e que todos possam juntos lutar pelos nossos direitos e pelo reconhecimento da sociedade, em especial dos nossos governantes.

Muito obrigado a todos.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JORGE MACHADO - Muito obrigado. Convido à tribuna a professora Maria Garcia, representando a regional de São José do Rio Pardo, ela que viajou mais de 250 km para prestigiar esta Sessão Solene.

 

A SRA. MARIA GARCIA - Bem, a todos, boa tarde. Estou feliz em estar aqui por ver colegas que participaram da primeira reunião em Ribeirão Preto, a famosa reunião, eu estive lá. Já sou da Apampesp desde aquela época.

Estou representando a diretora regional que não pôde vir, porque eu sou vice-diretora desde quando fundou e tenho orgulho de pertencer à Apampesp, e também orgulho por ter colaborado a levar a sede regional da Apampesp para São José do Rio Pardo quando eu era diretora de outra entidade da cidade, mas com objetivos diferentes.

Aquela entidade nossa era sobre a parte social e o nosso plano de saúde, que era do hospital de São José do Rio Pardo. Assim que eu me envolvi com a Apampesp, eu fiquei só com a Apampesp, já faz mais de 20 anos, parece-me, tudo bem.

E digo que a Apampesp tem um papel maravilhoso não só com os professores da cidade, da Secretaria da Educação, como alguns outros funcionários públicos que são de outras secretarias e também pedem orientação sobre várias partes que são da legislação e que eles não têm onde se socorrerem e não têm orientação e nós damos lá sobre pensão, sobre deixar a pensão para um ou para outro.

Tudo que é necessário da legislação nós ajudamos lá, naquilo que nós podemos, o que não podemos, a gente pede orientação aqui da sede central.

Parabenizar toda a Mesa que compõe, o Faria, que sempre... A sala lá, o diretório dele, o escritório dele era a nossa casa. A gente chegava - desde o começo da Apampesp - e ia para lá.

Ele nos acompanhava; ele lutava por nós. Nós devemos muito ao Faria, justamente por Brasília. E o senhor falou muito bem sobre ele, gostei. Concordo com tudo e mais alguma coisa, posso falar também ainda.

E também o Mauro Bragato, que é da minha região, que eu sou de Santo Anastácio, estudei no Colégio São Paulo. O senhor estudou lá também? Então eu estudei lá, porque em Santo Anastácio não tinha Escola Normal, tinha que ir em Presidente Prudente, na escola onde o professor, que é de São José do Rio Pardo - foi coincidência. O diretor lá era de uma escola particular muito boa.

A Escola Normal, vocês sabem, na minha opinião, era melhor que o curso de Pedagogia, porque eu frequentei os dois. Então eu fiz Pedagogia para poder prestar concurso para diretor e para supervisor de ensino.

Fui aprovada nos dois, mas não sei se é por causa da Pedagogia não, porque lá é um curso que até estão pensando em refazer. Devem refazer, porque a Escola Normal era muito melhor do que o curso de Pedagogia.

Cumprimentar a todos que falaram maravilhosamente sobre o papel do professor e também sobre o papel da Apampesp. Não vou repetir aqui porque vocês já estão cansados.

Um abraço a todos e quando quiserem conhecer Euclides da Cunha, procurem a Semana Euclidiana em São José do Rio Pardo, que vale a pena, tem todos os anos.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JORGE MACHADO - Muito obrigado, professora. Ainda há duas pessoas de entidades para falar e eu vou pedir muita brevidade na fala da Loretana Paolieri Pancera e do José Gozze enquanto anuncio que esta sessão solene será exibida no Programa Cidadania e Serviço Público do próximo domingo, às 21 horas, na TV aberta: canais 9 da NET, 186 da Vivo e 8 da Vivo Fibra.

Com a palavra a professora. Peço brevidade, por favor.

 

A SRA. LORETANA PAOLIERI PANCERA - Com certeza. Cumprimento a todos, a Mesa principalmente, na pessoa do deputado Mauro Bragato. Eu sou a primeira vice-presidente do Centro do Professorado Paulista, representando nesta oportunidade o nosso presidente professor José Maria Cancelliero, que precisou ir a Piracicaba, porque ele mora lá, por um motivo particular; represento também em torno de 120 mil associados, dos quais mais ou menos 60% são aposentados.

Eu acredito que da Apampesp também tem uma boa parte que também é nosso associado. Então cumprimento a todos por essa oportunidade de estar aqui muito feliz comemorando o jubileu de prata da Apampesp, uma entidade que tinha uma pessoa ligada ao CPP quase que diretamente. Eu quero citar, que é a professora Zilda Halben Guerra. Imagine o que ela era.

O deputado Faria de Sá que deve saber. Nós estamos felizes por poder participar, porque uma entidade com mais ou menos 120 mil associados, tendo na sua filiação maior número de aposentados, sempre lutando desde a sua fundação. Completaremos no ano que vem 90 anos de existência, o CPP foi fundado em abril de 1930,  então é uma história da educação.

É uma história que viveu educação. É uma entidade que sempre lutou pela educação. Por isso o prazer de nós estarmos aqui junto com a Apampesp para comemorar o seu jubileu.

Nós desejamos felicidades na caminhada, porque eu faço um desejo agora: Peço a Deus que nós estejamos aqui nos 50 anos, senão em pessoa, mas em espírito com certeza, como a Zilda está, como a Nair está, como a Euda está. Então dizer a vocês que o CPP está sempre de portas abertas, sempre participando de todas as lutas nesses últimos dias.

Então eu gostaria de dar um recado ao governador do estado. O nosso jornal tem uma frase muito certa: “Educação não é despesa; educação é investimento”. Você investe no professor, você investe na escola, você investe principalmente no aluno, porque para o CPP, em primeiro lugar na escola, é o aluno.

Você investe, você tem retorno através de um país adiantado, porque só o país que tem a educação como prioridade é que segue o seu caminho, haja vista o Japão, nós temos um grande exemplo.

Educação é prioridade. Infelizmente, nas falas dos nossos governantes a única palavra que a gente não ouve é a palavra “educação”, como se fosse uma peça descartável.

Então nós temos que nos unir cada vez mais para tirar essa pecha que a palavra “educação” tem. Educação é investimento. Educação faz um país feliz e abre todas as portas. Não as portas só de Brasília, mas as portas da vida para uma educação prioritária.

Muito obrigada.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JORGE MACHADO - Convido agora José Gozze, da Assetj Pública para sua manifestação no encerramento das falas das entidades e na sequência vamos ouvir a professora Bernadete Ramos.

 

O SR. JOSÉ GOZZE - Bom dia a todos. Quero falar em nome da Fespesp - Federação das Entidades de Servidores Públicos do Estado de São Paulo, e agora também da Pública, que é uma central exclusiva de servidores públicos e muito importante para todos nós, para todas as nossas entidades.

Eu queria dizer o seguinte, eu fui muitas vezes à Brasília lá pelos corredores do Congresso e vez ou outra a gente encontrava uma ou outra entidade também na luta nos corredores do Congresso, mas tem uma entidade que a gente encontrava todos os dias que a gente estava no Congresso, não é, Júlio?

E era a Apampesp. Então comemorar os 25 anos de Apampesp seria pouco, não fosse comemorar a grande liderança, o grande trabalho, a grande luta da Apampesp lá no Congresso Nacional, parabéns.

E eu estive ontem e antes de ontem em Brasília em homenagem ao Dia do Servidor Público. E eu vi uma coisa, deputado Arnaldo, de estarrecer. O líder do MDB, no dia e na homenagem ao servidor público, defendeu o serviço público terceirizado.

Pode existir, deputado, terceirizado no serviço público? Pois é. Então digo à Apampesp e a todos que estão presentes que essa luta que vocês fizeram até agora continue muito forte por duas coisas:

Primeiro, foi votado o final da reforma da Previdência, mas ela não acabou, porque tem mais de 50 menções de projetos complementares na reforma da Previdência. Então vai continuar, inclusive uma delas querendo juntar o regime próprio no regime geral da Previdência Social.

Por isso, deputado Arnaldo, nós torcemos, nós rezamos para que de alguma forma alguma coisa aconteça e que o senhor esteja lá o mais rápido possível.

Uma outra coisa também, vem agora a reforma administrativa, assustadora. É o fim do serviço público; é o fim do servidor público. Por isso a Central dos Servidores Públicos vai iniciar também, como aconteceu em Brasília, uma frente paulistana em defesa do serviço público e todas as entidades serão convidadas, a Apampesp com certeza.

O deputado que está presidindo a sessão também convidaremos, você é muito importante nisso; o deputado Arnaldo também será convidado e estaremos nessa frente paulista. E para terminar, agora em São Paulo - que atinge todos vocês - , o governador diminuindo o precatório de pequeno valor, que era 30 mil reais, que já era pouco, querendo baixar isso para 11mil reais, simplesmente.

E ainda chamando aposentados, como fez com os militares, de vagabundos. “Vão trabalhar, seus vagabundos. Vão para casa comer pão com mortadela com as suas famílias”. Este é o governador que nós temos e contra isso a Apampesp e todas as entidades têm de continuar a luta.

Muito obrigado.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JORGE MACHADO - Muito obrigado, Gozze. Agora convido a professora Bernadete Ramos, que vai fazer a leitura de uma poesia da professora Sueli Camargo, que é de Ribeirão Preto.

 

A SRA. WALNEIDE ROMANO - Eu quero só complementar dizendo que a professora Maria Bernadete Ramos é nossa conselheira de Lins e é a nossa representante oficial em Brasília.

 

A SRA. BERNADETE RAMOS - Homenagem ao professor pelo seu dia. “O professor, construtor de pontes e passarelas que desfazem o abismo entre pessoas apartadas pelos desníveis sociais, canais irrigando desertos, interligando mundos.

Professor: pensador incansável; demolidor de preconceitos; provocador de laços imortais; contador de história remota e presente; brotada da pedagogia do cotidiano, alastrando-se; deitando raízes profundas, embebidas de filosofia.

Professor: domador de pedras resistentes; escultor do barro escorregadio, dando-lhe forma e feições; facilitador da reflexão livre e destemida; transgressor das amarras de dogmas engessados; formador de opiniões e juízo, sem que seja preciso amordaçar ou impor.

Professor: descobridor de talentos ocultos, tesouros escondidos, diamantes ofuscados pela sombra do anonimato; maquiador de auroras chuvosas, desgostadas pelas dores da vida; acendedor de luzes nas trevas.

Professor: fingidor de coragem ilimitada, batalhando na trincheira santificada do aprender, sempre, e por outra vez, ensinar; lutador de estafante jornada, irreconhecido, mal remunerado, olivado como tantos outros trabalhadores deste País.

Professor: multiplicador da sabedoria milenar, que atravessa o túnel do tempo, cantada pela tua voz; lavrador da terra fértil, preparada, chuvada, revolvida, e adubada pelo suor da tua ciência.

Professor: educador simplesmente; protetor de semente destinada a ser flor.

Esse é o professor. (Palmas.)

 

A SRA. WALNEIDE ROMANO - Há cerca de um ano, um ano e meio, a nossa Diretoria, aqui na sede central de São Paulo, se reuniu para decidir qual seria a melhor maneira de comemorarmos os 25 anos da Apampesp. E podermos honrar uma valiosa história da nossa associação. A resposta não poderia ser diferente: com trabalho, com muito mais trabalho do que já tinha sido feito.

E então, demo-nos as mãos, todas, e começamos a abertura da nossa programação especial do Jubileu de Prata, no começo deste ano, mais precisamente no dia 28 de fevereiro, quando realizamos um antigo sonho nosso, de todos os associados. Inauguramos a nossa primeira sede regional recreativa em Itanhaém, à beira-mar.

Depois disso, também estreitamos os nossos laços com as entidades como CNSP, Mosap - ao qual somos filiados - com a Afpesp, Udemo, Apase, Aspal; fizemos um belo evento conjunto com o CPP, no último mês de agosto, pondo em foco o professor, a sua formação, a sua valorização.

Estamos agora há uns 15 dias de também realizarmos um evento dessa natureza em parceria com a Apase, que é a Associação dos Supervisores de Ensino, em Lindóia, onde iremos discutir as políticas públicas da Educação e os impactos dessas políticas para o professor aposentado.

Então esta aproximação, a nosso ver, é fundamental para o fortalecimento da nossa luta, principalmente, no momento em que todos os servidores públicos estão sofrendo ataques de todos os lados, principalmente os professores. Nos desdobramos de diversas maneiras para dar conta de tantas batalhas.

Em Brasília, lutamos atualmente contra a Reforma da Previdência. Em São Paulo e em diversos estados do Brasil, estamos mobilizados para garantir a nossa permanência no Fundeb, que é o Fundo Nacional de Desenvolvimento para a Educação Básica, e a valorização dos professores. Estamos também aqui, na Assembleia, lutando com garra contra esse PL 899, que é o PL dos precatórios, que já foi dito aqui.

Queremos muito mais; queremos recursos para o Iamspe; queremos a contraparte do governo. Sabemos que existe aqui um Projeto de lei em trâmite na Assembleia.

Então, temos que ficar em alerta sobre isso aí, porque a Apampesp não oferece, aos seus associados, convênio privado. Porque entendemos que somos compulsórios no Iamspe, então, quem tem que nos atender, à nossa saúde, é o nosso instituto, é o Iamspe.

Dois por cento do que recebemos, religiosamente, é descontado. Mas sabemos que a gestão está nas mãos do governo.

E nem sempre esse repasse é 100% para o instituto, daí todas as consequências que temos observado. Sabemos que aqui, nesta casa, existe uma Frente Parlamentar em Defesa do Iamspe. Então queremos que essa frente parlamentar atue, realmente, em defesa de uma melhor qualidade de assistência médica para a saúde do servidor público do Estado de São Paulo.

A luta é incansável e melhor reposta que podemos dar a todos os que depositam confiança no nosso trabalho, e reconhecem o valor da Apampesp, é dizer assim: unam-se a nós. A deputada Professora Bebel esteve aqui agora há pouco e manifestou o seu apoio à nossa luta, à luta do professor aposentado no Fundeb.

Todos sabemos que as nossas coirmãs possuem, em seus quadros sociais, professores da ativa e professores aposentados. Mas a Apampesp é aquela que está na frente, exclusivamente, defendendo o professor aposentado. Então peço, a essas coirmãs, que venham à luta conosco, que se unam conosco. Porque, o Fundeb, a luta está aqui em São Paulo, mas ele vai atingir todos os professores aposentados do Brasil. Do Brasil, gente.

Estamos participando em todas as comissões onde ocorrem as reuniões dos líderes, os representantes de comissões de Educação das Assembleias, estamos participando.

Já estivemos no Sul, em Florianópolis; já estivemos em Cuiabá e estaremos em março, se Deus quiser, no Ceará. Gritando, levando a nossa voz, e pedindo respeito para com o professor, o profissional da Educação aposentado, que somos nós. Porque nos aposentamos, sim. Mas, deixamos o nosso legado para a sociedade. Por isso, merecemos respeito e dignidade. É essa a nossa fala.

Não tenho palavras para descrever a alegria que é celebrar, no dia de hoje, os 25 anos, resultado do que somos e do que nos tornamos enquanto entidade. Espero e peço a Deus que me ilumine; e ao espírito Santo, que me dirija e me dê sabedoria para continuar o trabalho começado pela Rose Marie, nossa segunda vice, atualmente, pela Zilda, pela Vali, Nair, e muitas outras que já se foram.

Que possamos continuar este trabalho com honradez, com coragem, com altivez. E, principalmente, com o entusiasmo das minhas colegas que já estiveram aqui e que disseram.

Também, os nossos agradecimentos aos filhos da Zilda, que aqui compareceram: o Fernandinho e a Márcia. Os nossos agradecimentos aos que falaram sobre o senhor Domingos Travesso, que não tive a oportunidade de conhecê-lo, mas sei o quanto ele fez pela Apampesp.

Agradecimento especial ao deputado Mauro Bragato, ao deputado - sempre nosso deputado - Arnaldo Faria de Sá, precisa voltar para Brasília, urgentemente. Estou procurando lá em Brasília, como se procura agulha no palheiro, um deputado ou um senador que se sensibilize com a nossa causa, e que venha lutar conosco.

Mas, se ele não se sensibilizar, vamos fazê-lo se sensibilizar. Porque estamos com os prefeitos. As câmaras de vereadores no interior, todas, estão assinando moções de apoio à nossa luta.

Vamos em caravana, com três, quatro, cinco ônibus, se precisar. E vamos arrancar esses deputados federais dos seus gabinetes, e levá-los para lutar conosco. Porque o professor aposentado tem que ficar na verba de Educação, sim.

Muito obrigada a todos. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JORGE MACHADO - Muito obrigado e parabéns, professora Walneide. Com a palavra, para o encerramento oficial, deputado Mauro Bragato.

 

O SR. MAURO BRAGATO - PSDB - Professora Walneide, parabéns pelo dia de hoje, pelos 25 anos da Apampesp. Nós nos colocamos à disposição aqui na Assembleia. Queria agradecer aqui e, esgotado então objeto da presente sessão, a Presidência agradece as autoridades, a minha equipe, os funcionários dos serviços de Som, da Taquigrafia, de Atas, do Cerimonial, da Secretaria Geral Parlamentar, da Imprensa da Casa, da TV Legislativa e das assessorias policiais Civil e Militar, bem como a todos que, com as suas presenças, colaboraram para o êxito da solenidade.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JORGE MACHADO - Nosso muito obrigado a todos e todas. Até a próxima oportunidade. Lembrando que todos estão convidados para o coquetel e o lançamento do livro sobre os 25 anos da Apampesp, de autoria do jornalista Sylvio Micelli, jornalista e escritor, aqui no Salão dos Espelhos, o Salão Deputado Waldemar Lopes Ferraz.

Muito obrigado pela presença de todos.

 

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- Encerra-se a sessão às 12 horas e 50 minutos.

 

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