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4 DE DEZEMBRO DE 2019

71ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

 

Presidência: CAUÊ MACRIS

 

Secretaria: MARCIO DA FARMÁCIA e GILMACI SANTOS

 

RESUMO

 

ORDEM DO DIA

1 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Abre a sessão.

 

2 - CAMPOS MACHADO

Solicita uma verificação de presença.

 

3 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe quando observado quórum. Coloca em discussão, em 1º turno, a PEC 18/19.

 

4 - TEONILIO BARBA LULA

Discute, em 1º turno, a PEC 18/19.

 

5 - PROFESSORA BEBEL LULA

Discute, em 1º turno, a PEC 18/19.

 

6 - ISA PENNA

Discute, em 1º turno, a PEC 18/19.

 

7 - SARGENTO NERI

Opõe-se ao pronunciamento da deputada Isa Penna quanto à assessoria policial militar desta Casa.

 

8 - PROFESSORA BEBEL LULA

Responde ao deputado Sargento Neri. Pede serenidade a todos.

 

9 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Lê o Art. 280 do Regimento Interno desta Casa, relativo ao comportamento de manifestantes nas galerias.

 

10 - MAJOR MECCA

Discute, em 1º turno, a PEC 18/19 (aparteado pelo deputado Sargento Neri).

 

11 - ENIO LULA TATTO

Discute, em 1º turno, a PEC 18/19.

 

12 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Pede comportamento regimental dos manifestantes nas galerias.

 

13 - JANAINA PASCHOAL

Discute, em 1º turno, a PEC 18/19.

 

14 - MÁRCIA LULA LIA

Discute, em 1º turno, a PEC 18/19 (aparteada pelo deputado Enio Lula Tatto).

 

15 - CARLOS GIANNAZI

Discute, em 1º turno, a PEC 18/19.

 

16 - PAULO LULA FIORILO

Discute, em 1º turno, a PEC 18/19 (aparteado pelo deputado Arthur do Val).

 

17 - ARTHUR DO VAL

Discute, em 1º turno, a PEC 18/19.

 

18 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Determina que expressões de baixo calão sejam retiradas das notas taquigráficas. Suspende a sessão por conveniência da ordem, às 21h26min, reabrindo-a às 21h30min. Lembra a realização da próxima sessão extraordinária, com início previsto para as 22 horas. Encerra a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Cauê Macris.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da ata da sessão anterior.  Ordem do Dia.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

                                                          

* * *

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Pela ordem, Sr. Presidente. Pedir uma verificação de presença.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Convido o deputado Nascimento e o deputado Gilmaci... Ou melhor, já estamos aqui com o Marcio da Farmácia e também o Gilmaci. Convido os dois deputados. Agradeço ao deputado Nascimento. Não tinha visto aqui que nós tínhamos já dois parlamentares aqui na Mesa. Então, eu convido os dois para poderem proferir a verificação de presença solicitada pelo deputado Campos Machado.

 

* * *

 

- É iniciada a chamada.

 

* * *

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Pela ordem, Sr. Presidente. O nobre deputado Gilmaci Santos está falando de maneira tão rápida, como ele fez o parecer dele, com 141 emendas. Peço que vá mais devagar, se possível.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Solicito ao deputado Gilmaci Santos, se puder, encaminhar um pouco mais lentamente o processo de verificação de presença.

Constatado o quórum regimental.

Item 1 - Discussão e votação em primeiro turno da Proposta de Emenda nº 18, de 2019.

Para falar contra, o nobre deputado Barba. Tem a palavra Vossa Excelência.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Cauê Macris... Sr. Presidente, queria solicitar... Só para que a gente tivesse a atenção dos deputados, Sr. Presidente. Preservar o meu tempo e...

 

* * *

 

- O Sr. Presidente faz soar a campainha.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Temos um orador na tribuna. Solicito aos deputados em plenário que deem atenção. Preservado o tempo do deputado Barba.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Melhorem o som do microfone aqui, um pouco mais.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem a palavra, deputado Barba.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Quero chamar a atenção de todos os deputados e deputadas agora. Iniciamos agora o debate da PEC 18. Esta Casa vem funcionando apenas com um regimento. O nome do regimento desta Casa, hoje, para ela funcionar, chama-se deputado presidente Cauê Macris. Ele virou o regimento da Casa. Os deputados perderam a autonomia.

Os deputados perderam a independência. Acabou a autonomia dos deputados. Ele implantou isso do dia 25 para cá. Ele está convocando as extras para debater agora. Está convocando para apenas discutir a PEC. Então, os deputados não têm mais autonomia. Vocês têm o direito de espernear ou de continuar sendo muito calmos, muito mansos, aceitar o que presidente impõe.

Este debate da PEC é importante, companheiro Fábio, da Apeoesp. Nós temos duas maneiras de enfrentar o deputado Cauê Macris e não é com vontade de derrotá-lo, não. É para mostrar a ele que esta Casa tem autonomia, os deputados têm autonomia. Ele não pode fazer o que está fazendo, impondo a vontade dele aqui. E tem um bando de deputado que está igual carneirinho, aceitando. (Manifestação nas galerias.)

Vejam bem: temos duas maneiras. Já disse aqui desta tribuna. Ninguém faz oposição a vida inteira, eterna, ao projeto. Temos duas maneiras de fazer o Cauê abrir negociação, o Carlão abrir negociação, o João Doria abrir negociação. Uma maneira é os deputados entenderem que, quando a gente deixar este plenário com menos de 24 deputados, ele não consegue tocar a sessão.

A sessão cai. Se fizermos isso uma vez, duas vezes, três vezes, quatro vezes, ele vai abrir negociação. Sem isso, não vai abrir negociação. (Manifestação nas galerias.) Os partidos da base aliada têm que ter independência.

E eu sei que o líder do Governo vai se inscrever para me responder, mas vou garantir que vou responder ao líder do Governo. Então, essa é uma condição.

A outra condição para a gente derrotá-los... Estamos abertos aqui para fazer um bloco de, no mínimo, 40 deputados. Com 38 já dá, mas com 38 fica frágil. O Carlão tem a mão dura, o governo opera oferecendo emenda, oferecendo cargo.

Então, se nós montarmos um bloco de 42, 43 deputados e deputadas aqui, Delegado Bruno Lima, aí nós vamos conseguir, porque ele não consegue aprovar, ele precisa de 57 votos. Aí ele vai abrir a negociação.

Aí ele pode até congelar esse debate e abrir a negociação, e talvez, possivelmente, caminhe para discutir a PEC paralela que está sendo debatida em Brasília. Tem deputados aqui achando que vão negociar - deputados e deputadas. Tem deputados aqui achando que vão negociar a emendinha deles em separado.

Ontem nós debatemos, o deputado Heni foi o relator na Comissão de Constituição e Justiça. Aliás, ele não relatou nada, o relatório vem pronto. Viu, deputado Heni? O relatório não é seu, o relatório vem pronto da sala ou do líder do Governo, ou da Presidência desta Casa, ou do Palácio dos Bandeirantes.

O relatório vem pronto de lá, a tarefa dele foi ler. E ele lia de uma maneira imponente, como se fosse uma conquista ler uma coisa que não foi ele que preparou. Ele teve o primeiro contato provavelmente ontem, na leitura na Comissão de Constituição e Justiça. Então eu quero chamar a atenção, Tenente Nascimento. Alguns de vocês aí da bancada de Segurança Pública parece que estão doidinhos para votar isso aqui. Não são todos, mas alguns: o Tenente Nascimento, o Tenente Coimbra...

O Mecca não, o Mecca está firme, estamos juntos. E não pode, na hora que resolver o problema da Polícia, dizer “Opa, vamos votar”. Não, vamos resolver. Se é para passar alguma coisa nesta Casa, que passe no mínimo a PEC paralela que está sendo discutida lá em Brasília, porque a proposta do Cauê Macris, mandado pelo João Doria, mandado pelo Carlão Pignatari, que é o líder do Governo, é de aprovar a PEC praticamente como ela está. Talvez mexa na coisa da Polícia.

Aqui tem três ou quatro partidos que não apresentaram emenda. Ontem eu fiz uma brincadeira, deputado Sergio Victor, dizendo que vocês apresentaram emenda. Eu sei que vocês não apresentaram emenda. O senhor fez assim para mim, e eu falei para o Heni que era uma brincadeira, e ele entendeu.

Eu sei que vocês não apresentaram emenda. Eu sei que o PSDB não apresentou emenda. Eu sei que o líder do Governo está querendo fazer uma negociação em separado. A negociação tem que ter no mínimo o que foi discutido em Brasília, não dá para ser menor que isso.

Portanto, nós vamos travar aqui uma dura batalha, e eu já dei para vocês dois métodos de como podemos enfrentar. Hoje eu reconheço que o presidente Cauê Macris, que transformou a Assembleia em um castelinho e virou aqui um reizinho, está com todo o poder de como convocar. Já vai convocar duas extras para amanhã. Ele quer resolver, deputados, prestem atenção. Se o Vinícius Camarinha não quiser prestar atenção...

Ele quer resolver em seis extras apenas, e hoje são duas extras. A PEC tem dois turnos, são seis horas de debate por turno. As duas primeiras extras hoje, deputado Danilo Balas, que está conosco, está firme, não está vacilando. Tem gente do seu partido que está vacilando.

Eu estou dando nomes, vou dar mais alguns nomes aqui. (Manifestação nas galerias.) Calma, gente, um pouco de cada vez. Calma, gente, também não posso irritá-los, senão eles ficam contra nós. Precisamos ganhar aliados agora, por isso vocês têm que entender. 

Então, ele precisa de duas extras hoje, mais uma extra amanhã, e ele vai convocar duas, porque se a gente derrubar uma ele tenta fazer na outra, encerra o primeiro turno.

Já convocou para segunda-feira, e eu vou convocar vocês para segunda-feira estar aqui a partir das nove horas. Vamos ter que acompanhar como vai ser nesta Casa. Hoje a Professora Bebel, eu, vários deputados de vários partidos passaram o dia inteiro dialogando, conversando, porque nós precisamos formar um bloco de 40 deputados.

Deputado Neri também está tudo resolvido, não é, deputado Neri? Eu estou tentando chamar a atenção dos deputados porque nós precisamos formar um bloco de 40 deputados no mínimo se quisermos derrotar. E se não prestar atenção no debate, se fizer barulho... Tem deputado que já não presta atenção, porque está com o governo. Esse quer fazer barulho.

Tem uns que são dissimulados ou dissimuladas, não querem prestar atenção exatamente para não deixarem as pessoas fazerem o debate. Mas precisamos dizer o seguinte, esse debate, vamos ter que transformar essa Assembleia em uma disputa política. Entre os deputados vai ser uma guerra. Não é de brincadeira.

Precisamos, aqui, formar um bloco de 40 deputados. Estou me dirigindo a todos os deputados. Coronel Conte Lopes está conosco nessa batalha, está firme. Coronel Conte Lopes, Sargento Neri, Major Mecca, estou falando os que estão firmes. Bombeiro Nishikawa, Danilo Balas.

O Tenente Coimbra e o Tenente Nascimento estão vacilando. A bancada do PSB está vacilando. Tem gente do PSB conosco. Tem gente. Afirmaram que estão conosco, até agora, do PSB, os deputados Engler e Ed Thomas. Precisamos saber se tem mais gente.

Eu quero fazer uma lista de 40 deputados, 43 deputados que forcem esse governo a abrir a negociação, a parar.

O governo, até agora, tem que pagar as emendas impositivas deste ano. Até agora ele pagou, mais ou menos, 30 ou 40% das emendas impositivas. Os deputados não estão reclamando, sabem por quê? Tem um boato correndo forte no corredor de que tem cinco milhões de reais para cada deputado a depender do tamanho da bancada. (Manifestações nas galerias.)

Está na “Folha de S.Paulo”. Está em alguns jornais. Agora, isso aqui vai funcionar dessa maneira, eu não estou entrando no mérito, ainda, da proposta da reforma da Previdência, da PEC 18, e nem vou entrar. Hoje eu estou na questão de como podemos, não derrotar o Cauê Macris, ele é mandado, João Doria manda nele, mas manda nele e em um monte de deputados aqui. Manda. Manda.

E o Carlão cumpre essa tarefa aqui dentro, colocando muita pressão nos deputados. Então, nós precisamos, eu tenho pedido para vocês, daqui até a hora que for encerrar esse debate, todos os dias, temos que ir, vocês têm que ir conversar com os deputados. Eu também estou fazendo essa tarefa.

O PSOL vai fazer essa tarefa. A Leci vai fazer essa tarefa, a bancada do PT vai fazer essa tarefa, a bancada da Segurança, os que estão convencidos de que estão conosco, estão fazendo essa tarefa.

Falaram que o Adalberto Freitas está conosco, eu não sei se é verdade, não ouvi ele ainda, vou procurá-lo. Vou procurar cada deputado e cada deputada para pedir o apoio. Eu não estou preocupado de quem vai ser a vitória. A vitória tem que ser de vocês, do funcionalismo público, dos trabalhadores e trabalhadoras.

Ontem o deputado Heni, quando lia o relatório vindo do Palácio dos Bandeirantes, lia com uma imponência, e ele lê bem, é bem preparado. Sabe, lia com vontade, mas ele acredita naquilo, ele acredita.

A posição deles é muito clara nisso, tanto é que não apresentaram nenhuma emenda. Do jeito que veio do Palácio dos Bandeirantes, está bom para o Novo, para os quatro deputados do Novo. Mas é posição política isso, e eu entendo e respeito, mas alguns deputados e algumas deputadas aqui, não.

A Delegada Graciela, nós vamos procurá-la para conversar. Já tenho informação de que a senhora vai estar conosco. Nós estamos quase chegando a 40 deputados. Se chegar a 40 ou 42 deputados, esgota o debate aqui, e o que vai acontecer? Vai botar para votar. Eles têm que pôr 57 votos. Nós podemos declarar o nosso voto contra, que aí não conta. Quem é contra não conta como quórum para ele.

Ele precisa botar 57 votos na PEC. A PEC é 57. Deputados e deputadas, prestem atenção: é apenas a PEC que é 57 votos. Se aprovar a PEC, o PLC é apenas 48 votos favoráveis. Então, hoje eu fiz questão, pedi para a minha bancada para eu ser o primeiro a me inscrever, o primeiro a falar, que era uma provocação aos deputados e deputadas desta Casa.

A Adriana Borgo está conosco, está firme neste debate. Parte da bancada do PSL está vindo conosco no debate; tem dito para mim: “Deputado Barba, se sair igual à PEC paralela lá em Brasília...”. Aí eles ficam a favor, porque é o projeto que eles aprovaram em Brasília, que a PEC paralela é muito parecida com a Emenda 103, que foi aprovada.

Então, nós vamos precisar muito de vocês aqui nesses dias de luta. Vai ser dia de combate duro. Eu tenho certeza de que alguém vai me denunciar na Comissão de Ética, vai fazer um monte de coisas, mas eu não tenho problema com isso, não. Eu estou do lado dos trabalhadores e das trabalhadoras. (Manifestação nas galerias.)

O deputado Campos Machado está firme na luta conosco. O deputado Campos Machado está firme nessa luta conosco.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para concluir, deputado Barba.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Muito obrigado, Sr. Presidente. Ainda quero voltar à tribuna sobre esse tema.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para falar a favor da PEC nº 18 de 2019, a nobre deputada Professora Bebel.

 

A SR. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa noite, Sr. Presidente. Cumprimento a Mesa de trabalhos, assim como cumprimento os assessores à minha esquerda e à minha direita. Cumprimento todos os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas.

Cumprimento todo o público presente que atendeu ao nosso pedido de estar aqui novamente no dia de hoje, quando ontem estavam muito cansados. Não titubearam, voltaram a esta Casa e vão voltar quantas vezes for necessário, contra a reforma da Previdência. (Manifestação nas galerias.)

Eu quero também, como costumo fazer, cumprimentar todos que nos assistem através da TV Alesp. Quero explicar por que é que o presidente diz “sim” e eu estou dizendo “não”.

Eu pus no “sim” para poder ser a segunda a falar, depois do deputado Barba, mas tenho a posição contrária à proposta de emenda constitucional e ao PLC 80, e não é uma contrariedade do tipo “sou contra por ser contra”, porque esta Casa já me recebeu como presidenta da Apeoesp, e eu tive propostas, e nós temos propostas para colocar quando a gente acredita que pode mudar, na vértebra, aquilo que a gente acredita que pode ser melhor para o funcionalismo público do estado de São Paulo.

Mas, meus queridos e minhas queridas, chamo a atenção, inclusive, dos Srs. Deputados e das Sras. Deputadas. Eu não acredito e quero dizer que está havendo uma tática muito maldosa, que é: “Vamos atender a Polícia Civil, vamos atender agentes penitenciários e deixa a Educação isolada”. Eu estive na sala, não tenho problema de debater proposta. O deputado Carlão Pignatari, o que ele disse para mim? “Ah, eu levo lá para o meu assessor, depois volte aqui”. Mas, não, ele manda o seu assessor. Eu não dou papel meu para assessor. Quem representa a Apeoesp é a presidente.

Quem sobe no caminhão, quem presta contas para a categoria sou eu, não é assessor. Não por ser meu assessor, que é uma pessoa muito querida, não por isto. Mas para mim houve um desleixo com a minha pessoa.

Pegou o papel, pouco se interessou no que eu tinha para dizer, guardou e entregou para o outro assessor que eu não sei se entende o que eu quero dizer.

Eu não sei que resposta terá. Então, eu quero dizer para vocês que eu não sou ingênua, mas nenhum deputado aqui é ingênuo também de acreditar que vai incorporar emendas. Vai para o Palácio, numa canetada veta as emendas e fica valendo o texto original. Ou não foi isso que aconteceu várias vezes durante esse ano inteirinho? Não pode. Não podemos ser ingênuos.

Para mim, ou coloca no corpo da lei ou não tem emenda que dê conta para acertar essa reforma da Previdência. Tem que ser no corpo da lei, se é que a gente entende de alguma coisa que parece aqui a plebe, no meu caso, no caso de quem pensa diferente.

Não é, deputada Monica Seixas, deputada Isa Penna, deputada Leci Brandão, enfim, deputado Jorge do Carmo, meus dois deputados queridos ali, Enio Tatto, José Américo, Professor Kenny, o deputado Carlos Giannazi, deputada Graciela, uma deputada que de longe sei do trabalho que ela desenvolve em Franca pela Apeoesp subsede nossa lá?

Então não é uma questão de partido para mim, porque eu não tenho problemas de conversar com qualquer partido em nome daquilo que é melhor para o funcionalismo público. Não tenho problema. Nenhum problema. Nenhum problema. Como também não tenho problemas de sentar com alguém que eu já tive divergências, mas eu quero, no meu papel de parlamentar, fazer o que há de mais nobre no papel de parlamentar: fazer a arte da política.

Agora receber projeto e chancelar, isso não é arte da política. A arte da política envolve debater, ouvir, construir e consignar num projeto global, conjunto, que expresse a cara de quem está do lado de lá do governo e também o governo esteja intrínseco.

Este não é um governo, a gente já sabia. Vou até pedir para o som colocar aquela imagem que foi proibida que eu colocasse no dia que eu quis colocar, mas hoje eu vou colocar. Na tabela não, só quero a imagem do então naquela época candidato a governador João Doria e, hoje, o governador João Doria. Quer dizer, o discurso e a prática.

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

* * *

 

É isso. Pessoal, vou pedir só o seguinte. Sei que vocês estão indignados, e eu também. Mas a nossa indignação vai se transformar na nossa militância. Nós vamos estar aqui amanhã. Nós vamos estar aqui segunda-feira. Nós vamos estar terça. Nós vamos estar quarta. (Manifestação nas galerias.)

Vamos ocupar as imediações e nós vamos fazer a luta como tem sido. Interessante, o deputado Gilmaci veio dizer para mim: “Tá pouco, o que tá aqui. Tinha é que ter 5 mil.” O senhor quer 5 mil, deputado? Então vamos sentar com o funcionalismo público e desafiá-los também, a cada um, colocar mil. Cinco entidades, dá 5 mil. Está bom assim, deputado Gilmaci?

Faço isso, a pedido de Vossa Excelência. (Manifestação nas galerias.) Pode ser? Eu consigo trazer, pelo menos, metade dos 5 mil. Tenho certeza que eu trago. Não tenho dúvidas que as 70 entidades que envolvem o funcionalismo público consigam trazer os outros 2 e quinhentos.

Aí a gente faz a vontade do deputado Gilmaci, e coloca os 5 mil que ele pede aqui, para mostrar a força na Casa. Porque não está bom, vocês só, aqui. Tem que ter 5 mil, gente. Beleza? Vamos trabalhar? É isso. Cinco mil. Tá?

Vamos atender o pedido do deputado Gilmaci. Adoro desafio. Se é uma coisa que gosto de fazer, é de ser desafiada. Então, me desafie. Vamos ver o melhor dia de ter 5 mil. Vamos combinar qual é o melhor dia que a gente bota 5 mil aqui, para agradar o deputado Gilmaci.

Pessoal, o que está aí, no desenho da reforma da Previdência, eu já falei, repito, e vou falar tantas vezes quanto for necessário. Essa reforma da Previdência, para além do método, que foi altamente autoritário, e é autoritário... Porque só em estar pautado hoje... E me parece que está correndo horas de debate, para ter as tais das horas, quero dizer que não vamos dar nenhuma hora. Vamos aguentar até o último momento. Quero ver. Vamos passar o Natal e o Ano Novo. Nem uma hora aqui. (Manifestação nas galerias.)

Não tem acordo. Não se negocia o inegociável. Há negociação, há possível, de a gente debater. Mas não é na marra que se faz as coisas. Sempre primei muito pelo então presidente da Casa, deputado Cauê Macris. Mas quero dizer que, nesse período, eu estou achando que ele está diferente de outros períodos que tive a oportunidade de cruzar com ele aqui na Casa.

E aposto - quero apostar, quero apostar - que a capacidade dele, como do Carlão... O deputado Carlão Pignatari, que para minha tristeza, só pegou a minha emenda, e nem quis saber, hoje.

Porque, olha, senti uma diferença, deputado Cauê Macris. Quando entreguei o Plano Estadual na mão de V. Exa., Vossa Excelência quis entender o que eu tinha para dizer. Hoje não: quase fui dispensada da sala. Quase fui.

Hoje, Carlão Pignatari, levei minhas emendinhas, do jeito que ele pediu. Ué, não é para todo mundo mostrar que quer melhorar? Então tá. Levei minhas emendinhas. Ele até sugeriu que eu nem fosse, e mandasse o meu assessor. O senhor sabe que eu primo por isso. Não terceirizo.

Costumo fazer o debate de monta. O que sinto, nessa ação, deputado Cauê, pode ser um engano meu. Mas, o que sinto, é um isolamento dos professores, ficaram sozinhos, e serem essa categoria sofrida que já é.

“Deixa os professores pra lá. Nós ganhando, os policiais, a gente acerta um pouquinho ali, acerta um pouco para os agentes, acerta um pouquinho para os delegados de Polícia, e tal. E deixa a categoria dos professores, que essa aí é um caso perdido.” Mas não vamos cansar, meus queridos e minhas queridas.

Não vamos. Eu convivo com vocês - parece um absurdo falar isso - na presidência, há 10 anos. E eu tenho muito orgulho disso. Por isso. Vocês nunca me deixaram sozinha. (Manifestação nas galerias.) Nunca. Quando nós tivemos que reconhecer, nós reconhecemos. E não tem como não reconhecer que esse momento está muito autoritário.

Eu já vi por fora a Assembleia. Por dentro, não. Eu estou aprendendo a ver por dentro. E quero dizer que, diferentemente do que eu imaginava, é um espaço frio, com alguns deputados de coração aberto, mas quero acreditar que os deputados acreditem que é possível fazer alguma coisa de melhor para o funcionalismo público do estado de São Paulo. Não estou falando só pela minha categoria: pelo respeito, e porque entendo que, se não fossem os funcionários públicos do estado de São Paulo, a máquina estatal não andaria. (Manifestação nas galerias.) Não andaria.

Quero ver Judiciário andar sozinho, sem seus servidores lá. Quero ver a escola funcionar sem professor, quero ver a Saúde funcionar sem o funcionário da Saúde, sem a enfermeira, sem o médico, sem o atendente, sem aquele que limpa o chão. (Manifestação nas galerias.)

Quero ver. Sem o funcionário de escola, para ajudar, porque o funcionário é um educador também. É assim que nós concebemos. Sem o diretor da escola, também, a escola não vai. Nós somos uma corrente muito forte.

E, para atender ao deputado Gilmaci, nós vamos escolher a data e o dia, vamos marcar uma reunião com as entidades do funcionalismo, viu, deputado Gilmaci? E cinco mil pessoas, servidores públicos, estarão aqui para agradá-lo.

Não cabe aqui, mas a gente entope os corredores, porque não pode proibir a nossa entrada. São pessoas - vocês estão vendo aí - muito educadas. Tenho orgulho. (Manifestação nas galerias.) São pessoas que largam os seus lares para estar aqui.

E, por fim, não dá para aceitar também: se fala muito na alíquota. A alíquota é um problema; 14% são três por cento a menos no nosso bolso. Mas o conjunto da obra é tão ruim quanto o aumento da alíquota. Um forte abraço. E à luta. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para falar contra, a nobre deputada Isa Penna.

 

A SRA. ISA PENNA - PSOL – SEM REVISÃO DO ORADOR - Tem servidor aqui hoje ou não? (Manifestação nas galerias.) Tem servidor da Saúde? (Manifestação nas galerias.) E da Educação? (Manifestação nas galerias.) E do Judiciário? (Manifestação nas galerias.) E da Segurança? Boa.

Eu começo dizendo uma coisa de forma muito assertiva e pedindo, em primeiro lugar, ao presidente dessa Assembleia, que garanta a fala das e dos deputados. Presidente Cauê Macris, é com você mesmo que eu estou falando.

Por favor, peça aos nossos colegas que respeitem as falas que estão aqui em cima, porque nós somos deputados que estão aqui para vocalizar não as nossas demandas, deputado, mas as demandas do povo, as demandas daqueles que nos elegeram aqui. (Manifestação nas galerias.) Aqueles a quem nós devemos o máximo respeito. Aqueles a quem nós devemos, de verdade, prestar contas.

E queria começar essa fala dizendo o seguinte: o João Doria é inimigo dos servidores públicos do estado de São Paulo. (Manifestação nas galerias.) Vamos lembrar uma coisa? Quem é o Sr. João Doria? (Manifestação nas galerias.) Tudo isso. Mas o Sr. João Doria é o dono de uma das 10 maiores mansões da cidade de São Paulo.

 Lembra, gente, do “João Trabalhador”? Alguém lembra desse slogan? Foi a maior mentira que contaram, foi o maior estelionato eleitoral que já foi feito na cidade de São Paulo. João Trabalhador, a pessoa que tem simplesmente um grupo de empresas que se chama Lide, e para se fazer parte desse grupo de empresas, a taxa básica é de 50 mil reais ao ano.

Para você ser um empresário do grupo do João Doria, você precisa entrar com 50 mil reais ao ano, para participar dos eventos que o João Doria promove de articulação entre os diferentes empresários. Esse é o governador do estado de São Paulo.

 E por isso o João Doria demonstra a cada dia que ele não conhece nada do povo brasileiro, do povo trabalhador. A estratégia dele é maldosa. Sabe o que ele fez com a cabeça das pessoas? Aliás, de uma forma geral, a direita como um todo fez nesse último período no Brasil? Foi construir no imaginário da população que é terceirizada, que tem dois, três empregos precarizados, construiu a ideia de que o servidor público é a elite, que o servidor público é privilegiado.

É por isso que vocês, todos vocês, nós, mas principalmente vocês, têm a tarefa de no ponto de ônibus, no mercado, nas casas dos amigos no churrasco de domingo desconstruir essa ideia, falar para as pessoas que o servidor público é o que faz rodar, é o que garante o acesso da população do estado de São Paulo aos seus direitos. É o servidor público que garante o direito à Educação.

Ou o direito à Educação, que é garantido pela Constituição Federal, acontece por algum ente abstrato? Ou não precisa dos professores para ter Educação? Ou não precisa dos agentes escolares para a Educação? Ou não precisa dos policiais civis para ter Segurança Pública, dos policiais militares? Evidente que repensando esse modelo de Segurança Pública, na minha opinião, não é preciso dos enfermeiros para ter Saúde?

Tudo isso vai cair de onde? O servidor público, portanto, ao contrário do que se diz, é a base que possibilita ao cidadão ter acesso aos mínimos direitos, porque nós sabemos o quanto foi precarizado no estado de São Paulo o funcionalismo público. Sabemos já o que tem sido feito com a categoria dos professores, categoria essa combativa, tem o meu respeito, tem a minha gratidão, que vem lutando há anos nesse Estado contra esse modelo de privatização, de tudo aquilo que a população precisa para sobreviver.

Presidente Cauê Macris, eu sei que o seu papo deve estar muito mais interessante do que ouvir o que as pessoas têm aqui para te dizer, mas, eu estou pedindo mais uma vez para o senhor, enquanto presidente desta Casa, garantir a fala dos deputados que aqui estão. Isso é o mínimo, é o mínimo de uma democracia.

Porque se eles acham que eles vão cansar, aqui foi dito, foi desafiado, Gilmaci falou aí de 5 mil, deixa eu contar uma história, então, para o deputado Gilmaci. Eu era assessora no momento em que o Doria sofreu a sua derrota mais bonita, que foi lá o SampaPrev.

Quem é que lembra disso aí, gente? Eu também estava. E no primeiro dia que teve o ato contra o SampaPrev não tinha muita gente. Vocês sabiam disso? Nos primeiros atos contra o SampaPrev, era assim mesmo, era igual vocês estão aí. Aí, o Doria for para a TV e falou o quê? Esse projeto é a minha prioridade. Não vai haver recuo.

Foi derrotado, assim como vai ser derrotado de novo. Vai passar vergonha. Se é no débito ou se é no crédito, ele que escolhe. Mas, vai passar vergonha. Vai passar vergonha.

Porque o que a gente gosta, como disse a Professora Bebel, é de ser desafiado. Então, cada um de vocês, nos próximos dias, tem que trazer mais cinco, mais dez, mais vinte. E, é assim que esse projeto, que esse conjunto de maldade, vai ser derrotado.

Nós vamos derrotar esse projeto. Nós, juntos e juntas, vamos derrubar esse projeto. Quero pedir, inclusive, o apoio de todos vocês. O deputado Gilmaci falou em cinco mil. A gente fez um abaixo-assinado, que é “doriainimigodosservidores.com.br”.

Quem quiser acessar, por favor, ajuda a gente a divulgar. A gente está chegando nas dez mil assinaturas. Então, se alguém, se as dez mil pessoas estiverem dispostas a vir aqui, eu acho que o deputado Gilmaci vai se arrepender do que falou.

Sem repressão, presidente. Sem repressão. Deixem os trabalhadores ficarem e exercerem o seu direito. (Manifestação nas galerias.)

Não tem arrego. Abaixo a repressão. Abaixo a repressão. Abaixo a repressão. Abaixo a repressão. Abaixo a repressão. Abaixo a repressão. Abaixo a repressão. Abaixo a repressão. Abaixo a repressão. Abaixo a repressão. Abaixo a repressão. Abaixo a repressão. Abaixo a repressão. Abaixo a repressão. Abaixo a repressão. Abaixo a repressão. Abaixo a repressão. Abaixo a repressão. Abaixo a repressão.

A Professora Bebel pediu aqui para eu avisar que tem policial gravando trabalhadores que estão aqui lutando pelos seus direitos, como é garantido pela Constituição Federal. E, eu pergunto: por quê? Para quê? É para ameaçar alguém depois? É para intimidar?

Não passarão. (Manifestação nas galerias.) Não passarão. Não passarão.

Eu quero dizer a vocês uma coisa: esta Assembleia Legislativa, infelizmente, o sistema político elegeu pessoas...

Abaixo a repressão. Abaixo a repressão. Abaixo a repressão.

Eu queria pedir para a minha assessoria subir na galeria e pedir a identificação dos policiais que estão fazendo isso. Não é para isso que vocês estão aqui. Vocês são servidores.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE – Questão de Ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Questão de Ordem sobrepõe o orador na tribuna. V. Exa. tem a palavra, deputado Neri.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE – Isa, a sua assessoria não tem competência para pegar a identificação dos policiais.

 

A SRA. ISA PENNA - PSOL – Eles têm que estar usando.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE – Por Questão de Ordem, presidente, eu estou falando.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Tem a palavra.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE – Nós temos um comandante da Polícia Militar. É inadmissível a senhora mandar um assessor pegar os dados dos policiais militares, e não precisa o policial militar filmar aqui. Não precisa. Então, uma questão de ordem. Eu peço ao senhor que tome providências nesse sentido.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Devolvo a palavra para a oradora na tribuna.

 

 A SRA. ISA PENNA - PSOL - Os servidores... Presidente, eu peço que garanta meu tempo. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está garantido o tempo de Vossa Excelência. (Manifestação nas galerias.)

 

A SRA. ISA PENNA - PSOL - Eu quero dialogar aqui. Com licença, gente, nós estamos aqui para fazer uma obstrução, e é o nosso direito democrático, assim como é o meu direito democrático de ter... E é um dever, na verdade, todos os policiais presentes estarem com a sua identificação.

Então, eu não estou pedindo, muito pelo contrário. Eu tenho o máximo respeito aos policiais militares desta Casa. Me conhecem, sabem que eu não estou pedindo nada mais daquilo que é o direito de todas as pessoas, que é o direito de lutar sem ser reprimido.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para uma questão de ordem.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Preservado o tempo da oradora na tribuna, eu dou uma questão de ordem à deputada Bebel.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Eu quero me dirigir ao público presente, como eu também me dirijo aos policiais que estão nessa galeria, que sempre nos respeitaram. Que não usem de filmagem, mas que também a gente vai ter... É claro que, aquilo que a gente divergir, presidente, nós vamos expressar, não tem jeito, claro, mas vamos levar ainda na civilidade. Eu quero dizer para o Sargento Neri que os policiais contam com o nosso respeito, até porque estamos juntos nessa luta contra a reforma da Previdência.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Devolvo a palavra à oradora na tribuna.

 

A SRA. ISA PENNA - PSOL - Meu máximo respeito a todos aqueles que estão em luta. A luta é um direito nosso, e a gente não vai deixar ninguém aqui tirar esse direito. A gente sabe muito bem o regime duro ao qual os policiais estão submetidos, mas é também meu dever, como legisladora e representante do povo que sou, aqui nesta tribuna, falar aquilo que é nosso direito.

É direito dos trabalhadores lutarem sem serem filmados, lutarem sem ter nenhum tipo de repressão, e disso a gente não vai abrir mão. Então, meu máximo respeito aos policiais desta Casa. Eles sabem disso. Agora, eu vou sim exercer meu direito de palavra, para defender o direito de luta dos servidores públicos do estado de São Paulo. (Manifestação nas galerias.)

Eu quero falar uma coisa para vocês, para encerrar. Já tem gente titubeando. Já tem gente titubeando. Agora, eu quero falar em especial com os profissionais da Segurança Pública. Não se enganem com o papo de emenda, emenda no projeto. Isso vai ser vetado posteriormente pelo governador.

De vez em quando, no desespero, no desespero de quem precisa pagar as contas no final do mês, a gente acaba caindo em alguma ladainha, e não vê o outro. O seu filho vai sofrer da mesma forma se a Educação pública for precarizada. O filho de vocês, professores, vai sofrer da mesma forma se o trabalho dos policiais for precarizado, e, na hora que todos vocês precisarem de um sistema de Saúde público, ele também vai estar precarizado.

Então, todos nós temos que estar juntos. O fundamental agora é a articulação entre as categorias, uma articulação verdadeira, de trabalhadores que se olham enquanto trabalhadores e enxergam a sua dor no outro. É isso que nós precisamos fazer. Contem com o PSOL nessa luta. Viva o funcionalismo público do estado de São Paulo.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Eu queria convidar o deputado Mecca, Major Mecca, para falar a favor.

Enquanto o Major Mecca vai, leio o Art. 280 do Regimento Interno: “Os espectadores não poderão estar armados e deverão guardar silêncio, não lhes sendo lícito aplaudir ou reprovar o que se passar no Plenário.

§ 1º - Pela infração do disposto neste artigo, poderá o Presidente fazer evacuar o local destinado ao público ou retirar determinada pessoa do edifício da Assembleia, inclusive empregando força, se, para tanto, for necessário.” (Manifestação nas galerias.)

O que quero dizer a todos vocês, em primeiro lugar, aos nossos policiais militares da Assembleia Legislativa - estou vendo o coronel Róbson lá em cima -, é que nenhum assessor de deputado vai intimidar os nossos policiais, que estão trabalhando. Está certo? Então, vamos deixar claro aqui que não aceitaremos intimidação por parte de nenhum deputado.

E para os nossos convidados, que são todos bem-vindos, se não respeitarem as regras, na próxima sessão, não teremos mais convidados na galeria. Faremos com galeria fechada. (Manifestação nas galerias.) É o lícito em cima disso. Não tem problema nenhum. Será assim que será feito, já que os senhores não estão obedecendo as regras. (Manifestação nas galerias.) Não tem problema.

Com a palavra o Major Mecca. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. MAJOR MECCA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sras. Deputadas, Srs. Deputados... (Manifestação nas galerias.) Pessoal, deixem-me falar. Pessoal, deixem-me dar uma palavra aos senhores, por favor. (Manifestação nas galerias.) Pessoal, pessoal, um instante da atenção dos senhores, por favor.

Pessoal, estamos aqui para apoiar a todos os senhores. Sou contra essa reforma e vou falar a respeito aqui. (Manifestação nas galerias.) Eu gostaria, como veterano, com 32 anos de polícia...

Os senhores podem ter certeza de que, se tem alguém aqui, neste espaço, que está ao lado dos senhores, é a Polícia Militar. (Manifestação nas galerias.) Tenham essa certeza. Esses homens estão aqui trabalhando, mas, dentro dessa farda, existe um sentimento de decepção com o Governo do Estado, existe um descontentamento muito grande.

A minha missão hoje, aqui nesta Casa e neste plenário, é trazer ao conhecimento de todos os parlamentares o descontentamento dos integrantes das forças públicas do estado de São Paulo, dos professores, dos agentes penitenciários e de todos os funcionários.

Nós vivemos hoje, nesta Assembleia Legislativa, uma ofensa ao Poder Legislativo, porque o deputado tem o direito a estudar projetos, ele tem o direito a ter tempo de análise, de construção de uma convicção a respeito de um projeto que para cá é encaminhado. Não podemos nos comportar de forma a submeter um poder de estado à vontade de um homem, que hoje é o governador João Doria, que está querendo conduzir o estado de São Paulo da forma que bem entende. (Manifestação nas galerias.)

Eu, na Polícia Militar, quando no serviço ativo, me cansei de ter que cumprir ordens absurdas, cumprir ordens que feriam a dignidade não só minha, como comandante, como dos meus subordinados.

E exemplifico aqui: no ano de 2007, na então 6ª Companhia do 16º Batalhão, que justamente abrangia a área da comunidade de Paraisópolis. Assumiu o comando de uma companhia de polícia com efetivo de mais de 100 homens para trabalhar em um espaço de uma... Em um espaço dentro de um terreno, um terreno que nós entramos, assumimos o terreno, carpimos o terreno e o espaço era de um estande de vendas de um prédio.

Uma privada para mais de 100 homens. Os policiais se trocavam dentro do veículo, dentro do seu carro particular, na rua da companhia. E, assim, nós tivemos que organizar por mais de dois anos uma companhia que foi criada ali no Morumbi em um estande de vendas. E eu vivi e conheço por constatação esses absurdos. O governador quer fazer da polícia uma polícia de governo e não uma polícia de estado. (Manifestações nas galerias.)

E nós vivemos isso atualmente. Exemplifico novamente. A criação dos Baeps. Sem sede, sem efetivo porque a Polícia Militar tem um claro superior a treze mil policiais, como aconteceu e eu já citei aqui. Fui até Piracicaba, visitei o CPI e, naquele dia, estavam reunidos os comandantes de batalhão.

E falaram para mim, tinha inclusive tenentes coronéis da minha turma, “Mecca estamos quebrando a cabeça aqui para ver de onde vamos tirar policial para montar o 10º Baep, porque não tem efetivo, não tem policial, está faltando em todos os cantos e agora veio a ordem para criar”.

E a minha obrigação moral aqui, hoje, com esses policiais que ao meu lado trocaram tiro com bandidos na rua, defendemos o cidadão de bem, é trazer essa verdade, desse atropelo, dessa máquina que o governo utiliza para impor goela abaixo medidas que nos sacrificam, como essa Proposta de Emenda à Constituição nº 18, que sacrifica funcionários públicos e seus familiares.

Homens e mulheres que trabalham colocando o dinheiro do seu bolso para comprar papel sulfite, para comprar papel higiênico, para pintar a parede de instalação, para consertar viatura e daí por diante.

Colocamos dos nossos parcos vencimentos, que recebemos. E a partir de janeiro - saibam todos - os policiais estarão ganhando menos. Menos. Estão dando mais esse quinhão de sacrifício aos policiais militares. E nunca é o suficiente. Nunca é o suficiente a nos pisar, a nos menosprezar e nós estamos aqui para chamar a atenção dos senhores parlamentares. Esse desrespeito é tamanho que se estende a nossa dignidade de parlamentar. Como vamos tratar uma matéria dessa envergadura, que envolve milhares de famílias em uma semana, em duas semanas? (Manifestações nas galerias.)

Com todo o respeito à reunião que tivemos ontem com o secretário da fazenda e do planejamento, a impressão que nos dá é a de que ele não conhece o projeto na sua totalidade. É que alguém fez e encaminhou em nome dele para cá, em nome da equipe, e não sabem dar as explicações técnicas suficientes a nos permitir uma formação ou uma convicção de voto, e nos dá a certeza de que a Proposta de Emenda à Constituição nº 18 prejudica e sacrifica os funcionários públicos que ajudam o Estado.

Essa é a realidade que nós estamos vivendo hoje aqui, com manobras levadas à diante pela Presidência da Casa que - ouvindo os deputados mais antigos - há tempos não se praticava. Retirar o trabalho das comissões e subtrair uma análise colegiada, indicando-se um relator especial, que faz uma relatoria em que - todo mundo sabe - não houve análise dos documentos.

É um desrespeito que beira à improbidade. Não é possível um trato dessa forma com os funcionários e com o povo de São Paulo. Nós, parlamentares, estamos aqui representando quem? Esta Casa representa quem? Representa o povo ou o governador? Nem tempo para uma análise e para um estudo nós temos.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Obrigado, Major Mecca. Queria cobrar o deputado Heni, que é o relator da proposta de emenda, porque eu falei para ele que tinha uma proposta apartada de direito adquirido, uma emenda.

Graças a Deus, eu tenho boa memória. Eu estudei todas as emendas. Ele falou que não tinha. Então, está aqui. A Emenda 32 à proposta da emenda constitucional. Está apartado o pedido de direito adquirido. Então, eu peço ao relator que inclua também essa emenda nº 32 ao relatório.

Obrigado, deputado Major Mecca.

 

O SR. MAJOR MECCA - PSL - Obrigado ao senhor, deputado Sargento Neri. Senhores, está aí mais um exemplo de como está acontecendo os trabalhos em relação à Proposta de Emenda à Constituição nº 18. Nós precisamos assumir a nossa responsabilidade e nós não podemos votar uma proposta de tamanha importância da forma como está sendo apresentada. Isso é uma grave ofensa à dignidade de todos os parlamentares do povo de São Paulo e dos funcionários públicos.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para falar contra, o nobre deputado Enio Tatto.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público que nos assiste, em especial quem está aqui nas galerias hoje, para defender os seus direitos, parabéns a todos vocês. Parabéns. (Manifestação nas galerias.)

Sr. Presidente, deputado Cauê Macris, como deputado do PT, falo aqui desta tribuna e gostaria de fazer um registro, deputada Leci, sobre algo que nunca vi nesses 17 anos que estou nesta Casa. Nunca vi a presença de tantos policiais militares e policiais civis aqui. Chega a ser constrangedor. Qual é o temor? Será o receio da discussão da reforma previdenciária? É por isso que temos todo esse aparato aqui? É estranho.

O parlamento é o lugar do debate franco, aberto, transparente e com a participação de toda a sociedade, deputado Roque Barbiere, que é um dos decanos desta Casa... Eu sou decano do Partido dos Trabalhadores e quero fazer um pedido para o presidente Cauê Macris. Gostaria que adotasse o mesmo critério que adotou nos últimos dias nesta Casa com o público que frequenta as nossas galerias, deputada Bebel.

Se houver manifestações, que ele faça como em outros dias: suspenda a sessão ou levante a sessão. Agora, eu não ouvi em nenhum dia o presidente usar o Regimento para dizer que se houver manifestação da plenária ele chamará a força policial e retirará todo mundo aqui de dentro. Por que só fala isso agora, quando se discute a Previdência?

Eu vou falar para o senhor, nobre presidente, como deputado mais antigo aqui do PT. O senhor pode tirar esse pessoal que está aqui, mas o senhor vai ter que tirar junto com eles este deputado e pelo menos mais uns dez deputados. Eles não vão sair sozinhos. Nós vamos estar com eles. Pode ser até debaixo de cacete. Quero deixar isso bem claro.

Então, veja o que é melhor para a Casa, o que é melhor para a instituição, porque a gente não admite esse tipo de ameaça, porque quem está aqui, está aqui para defender os seus direitos, para não perder direitos, para lutar por eles e pelas suas famílias e por todo funcionalismo público do estado de São Paulo.

Outra coisa que eu quero dizer e o deputado Mecca acabou de falar aqui da tribuna. – parabéns Mecca – é que até os policiais civis e militares que estão aqui dentro hoje fazendo a segurança, obedecendo ordens, com certeza dentro deles, na alma, há angústia, porque estão trabalhando e sabendo que quem defende os direitos deles são aqueles que estão nas galerias e que, talvez pela ordem de um superior, tenham que usar a força para tirar esse pessoal juntamente com alguns deputados. Essa é a grande verdade. 

Então, é preciso tomar muito cuidado para tomar decisões dentro desta Casa, porque nada é mais legítimo do que o debate e as manifestações de todos os lados envolvidos.

Ainda sobre a proposta da Previdência, quero falar da ausência do secretário Meirelles no debate com os interessados. Ele veio aqui ontem, não veio segunda-feira quando tinham mais de 30 entidades presentes na Assembleia. Não veio conversar com todos que estavam lá fora nas manifestações lideradas, principalmente, pela nossa querida deputada Bebel, com a presença do pessoal do Magistério, veio falar somente com os deputados, porque é mais fácil.

Na reunião com o Meirelles vários deputados falaram do seu apoio à Reforma. Mas, aqui no plenário, têm medo e vergonha de manifestarem esse apoio. (Manifestação nas galerias.)

Mas vai chegar a hora da verdade. E será no momento da votação. Vão aparecer os apoiadores da Reforma e isso será divulgado pelos jornais, pelas redes sociais; todo mundo vai ficar sabendo. (Manifestação nas galerias.) Vai ficar sabendo. (Manifestação nas galerias.)

Quero ainda falar que os números que o Meirelles deu ontem revelam sua frieza. Ele não consegue ver nenhum ser humano na frente dele. É fácil colocar, de forma matemática, as coisas, porque ele não vê o que tem por trás de cada funcionário público: a família, os filhos, os netos, bisnetos. Então, para ele, tudo são números. Tudo se resume a isso.

Entre outros, ele usou um argumento que todos usam: que as pessoas estão vivendo mais por causa da medicina, dos remédios, e não sei mais o quê. Nesse ponto, pode até ter razão.

Mas ele não percebe as diferenças sociais. Aqui em São Paulo, um morador da periferia, do Jardim Ângela, de Paraisópolis, da Cidade Tiradentes, de Parada de Taipas, vive 23 anos a menos do que um cara que mora na região central, nos bairros classe média, nos bairros melhores.

Então o argumento dele, de que as pessoas viverão mais, não vale para a grande maioria do povo mora nesses lugares, só para os que já vivem melhor, ganham melhor, que têm mais condições.

E aí a gente questiona: por que descontar mais 3% dos servidores, aumentar a idade da aposentadoria, os anos de contribuição, e não mexer nos 20 bilhões de desonerações fiscais? (Manifestação nas galerias.)

Por que mexer no salário dos funcionários que ganham 2, 3, 4, 5 mil reais? Por que fazer isso se foi possível aprovar nesta Casa a proposta do governador de reduzir a alíquota de ICMS do querosene da aviação, de 25 para 12 por cento? Quem tem avião? Quem tem helicóptero? (Manifestação nas galerias.)

Para esse pessoal o Estado tem dinheiro, mas para manter ou reajustar os salários de funcionários públicos, que atendem a população, que estão na escola, no posto de saúde, no hospital, que atendem a população mais sofrida, que não tem dinheiro para pagar um plano de Saúde para ser atendido no hospital, para esses não há recursos. Isso deixa a gente indignado. Não dá para aceitar.

Por que, deputada Janaina - deputada Janaina, a senhora sabe por que estou falando isso -, não se mexe na despesa de comunicação do Governo do Estado? Que, de 147 milhões do ano passado, 2018, passou para 183 milhões neste ano, com aumento de 24%. Nisso eles não mexem.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - V. Exa. me permite?

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Deputada, eu tenho muita coisa para falar e só faltam três minutos.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Mas é que V. Exa. me citou.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Eu citei, mas acho que é só se inscrever, daí a senhora fala 15 minutos.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Não, mas é que V. Exa. me citou, injustamente. Eu peço um aparte, é questão de justiça

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Deputada, por favor.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Ele não tem obrigação de conceder aparte a Vossa Excelência.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Gostaria muito.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Porque é questão de justiça, excelência.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Preservando o tempo do orador, devolvo o tempo ao orador na tribuna. Devolvo o tempo a Vossa Excelência.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Vossa Excelência pode se inscrever, tem 15 minutos. (Fala fora do microfone.) Eu citei V. Exa. porque a senhora me citou ontem, e corretamente.

É preciso cuidar da publicidade da Assembleia, mas fico preocupado com quem fala da publicidade da Assembleia e não se preocupa com o Governo do Estado, que tem 183 milhões para gastar. Nesse caso não se vê essa preocupação. Por quê? Porque é uma deputada que logo, logo vai ter que se explicar por que tão cedo caiu no colo do Doria. (Manifestação nas galerias.) Ela vai ter que se explicar. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Eu preciso garantir. Eu não posso, deputado. Eu peço desculpa. Eu vou falar com Vossa Excelência.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Segura o meu tempo aí. (Manifestação nas galerias.) Sr. Presidente, o tempo está correndo. Reestabeleça meu tempo.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem a palavra. Devolvo a palavra a Vossa Excelência.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Só que precisa restabelecer o tempo, né.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Peço para que recoloque 30 segundos.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Então, deputada, a senhora vai ter 15 minutos para fazer essa discussão e para se defender, a não ser que V. Exa. também já tenha entrado no jogo de não se inscrever para passar o tempo rapidinho e votar às pressas a Previdência. (Manifestação nas galerias.) (Fala fora do microfone.)

Por último, registro que ela acabou de falar uma blasfêmia aqui e atingiu minha família e as minhas filhas. Mas tenho certeza absoluta de que nenhuma das minhas filhas ia se vender por 45 mil para dar o golpe na Dilma. (Manifestação nas galerias.) E com certeza... Sr. Presidente, meu tempo está correndo.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - A palavra está com V. Exa., deputado Enio Lula Tatto.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Eu não posso falar dessa forma. Eu queria que restabelecesse meu tempo.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É a galeria que não está deixando V. Exa. falar. Eu não tenho o que fazer. A palavra está com Vossa Excelência.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - O senhor é o presidente, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É, mas infelizmente eu não tenho como... O que nós vamos fazer é: na próxima sessão, não vamos permitir a presença de público no plenário. Infelizmente, é isso que nós vamos ter que fazer, porque senão nós não vamos conseguir fazer a sessão coordenar.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Restabeleça meu tempo, por favor, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Devolvo um minuto a Vossa Excelência.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Obrigado, Sr. Presidente. Eu sabia que o senhor ia ser compreensivo. Agora chegou o momento em que todo mundo vai ter que mostrar de que lado que está; todo mundo. Lá em Brasília, na época do impeachment, a pessoa falava e era respaldada pelos meios de comunicação.

Tanto é que uma pessoa totalmente desconhecida, uma advogada, com todo o respeito, que não era popular, de repente tem dois milhões de votos. Pode ter certeza que essa pessoa vai carregar nas costas, para o resto da vida, e nem não vai conseguir dormir direito, o peso do golpe que ajudou a dar na presidenta Dilma e no povo brasileiro.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para falar a favor, a nobre deputada Janaina Paschoal. Só vou lembrar mais uma vez a todos aqueles que estão no plenário que devido a esse tipo de comportamento, provavelmente na próxima sessão não permitirei mais ninguém nas nossas galerias, porque nós temos que garantir o direito dos parlamentares de utilizarem da palavra.

Como não existe o respeito por parte daqueles que estão no plenário que não cumprem as regras estabelecidas, não tem problema, eu vou deixar as galerias se manifestarem hoje e a próxima sessão, provavelmente, nós não teremos público nas galerias.

Com a palavra a deputada Janaina Paschoal.  

 

  A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL – SEM REVISÃO DO ORADOR - Eu vou iniciar dizendo ao deputado Enio LulaTatto, que quando se fala com uma ... veja deputado, V. Exa. nunca me atacou dessa forma, nunca, e as nossas divergências são conhecidas.

Quando V. Exa., se eu envolvi sua família aqui peço desculpas, mas eu quero que V. Exa. compreenda, e acho que é importante V. Exa., eu não conheço a vida de V. Exa., não sei se V. Exa. é casado, se V. Exa. tem filhas, eu falei aleatoriamente. Mas quando V. Exa. utiliza a expressão sentar no colo para um deputado pode ter uma conotação política.

Quando V. Exa. utiliza essa expressão para uma deputada tem outra conotação. Eu gostaria de dizer que não é correto V. Exa. entender que apenas as mulheres que concordam com V. Exa. merecem o respeito, porque a expressão sentar no colo tem uma conotação sexual.

Eu sou uma mulher casada, o governador do estado de São Paulo é um homem casado, às vezes em que eu conversei com ele foram aqui nas reuniões mensais e uma única reunião fora daqui, no Palácio, em algum evento que estava cheio de gente. Eu nunca tive algum tipo de proximidade com o governador e eu não admito, veja, eu não estou falando de política, eu não admito que se refiram a mim ou a qualquer outra colega como “alguém que sentou no colo”.

Se um colega da minha bancada falasse que a deputada Erica, que a deputada Leci, que a deputada Monica, ou qualquer outra deputada tinha sentado no colo de qualquer outra pessoa do campo político, artístico, uma pessoa desconhecida eu sairia em defesa das colegas porque tem uma conotação sexual.

É isto que eu estou dizendo, entendeu? Não podemos misturar as estações. Com relação à publicidade, Exa., se V. Exa. olhar as emendas que eu apresentei no PPA e na LOA, todas, Exa., retiram dinheiro da publicidade do Executivo. Se V. Exa. pedir para a sua assessoria olhar, e V. Exa. é secretário, tem acesso, todas as emendas tiram dinheiro da publicidade.

Eu critiquei o governo Doria, o governo Bolsonaro, o governo Lula, o governo Dilma, esta Casa, por gastar dinheiro com publicidade, porque eu considero, respeitosamente aos publicitários, jogar dinheiro público no lixo. Nós precisamos de hospitais e de escolas.

A Ponte de São Vicente está caindo, e nós vamos gastar milhões em publicidade? Foi disso que eu falei ontem. E, eu não falei para V. Exa., não falei isoladamente para o presidente, nem para o segundo-secretário; eu falei para a Mesa.

Eu reitero o meu ponto de vista com relação à inadequação, à inadmissibilidade de gastar dinheiro público com publicidade. Não pode. É um País carente; é um País de necessitados. É um País onde a gente está precisando fazer uma reforma, e gastando dinheiro em publicidade.

Foi disso que eu falei ontem, excelência. Então, assim: fica aqui o meu protesto com relação ao desrespeito às mulheres parlamentares e às mulheres. Nós não podemos admitir que um colega venha divergir da gente dizendo que a gente sentou no colo de alguém.

Porque essa maneira de se humilhar as mulheres que trabalham: dizer que elas subiram porque sentaram no colo. Eu não sentei, não sento, e não sentarei no colo de ninguém. É disso que eu estou falando.

As mulheres de esquerda, de direita, as mulheres da política, as que não gostam de política, têm que ser respeitadas. É essas mulheres que eu estou defendendo.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Para falar contra, a nobre deputada Márcia Lia.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL – Pela ordem, presidente. Posso fazer uma breve comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Não. Não estamos cedendo comunicação durante este debate, deputada. Estou fazendo isso com todos os deputados, e não cedi para outros. Não posso ceder para V. Exa.

Peço que se restabeleça o tempo da deputada Márcia Lia. E, agora, V. Exa. está com a palavra.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT – Bom, muito boa noite a todos, a todas.

Quero me juntar ao deputado Enio Tatto. O senhor quer falar, deputado? Por favor, eu te dou um aparte.

 

O SR. ENIO LULA TATTO – PT – COM ASSENTIMENTO DO ORADOR – Deputada Márcia Lia.

Deputada Janaina, realmente, acho que eu errei quando falei esse termo. Queria pedir desculpa. (Manifestação nas galerias.)

Mas, o que eu quis dizer, na verdade, e falei de uma forma, acho que, inoportuna. Aliás, inoportuna, não, a gente não pode falar nunca isso. É que V. Exa., realmente, e isso não retiro nenhuma palavra, que V. Exa. demorou pouco tempo aqui na Assembleia Legislativa, pouco tempo, menos de um ano, nove meses, para V. Exa. já demonstrar para todos nós, e ninguém é bobo, que V. Exa. aderiu imediatamente ao governo Doria.

V. Exa. virou uma adesista. E, V. Exa. assumiu, e o tempo vai dizer, um papel, logo, logo, que é o papel que o PSDB sempre desempenhou nesta Casa. Eu não tenho dúvida nenhuma. Nenhuma.

Então, eu quis dizer isso, que V. Exa. aderiu, V. Exa., imediatamente, ficou do lado do Governo, faz parte da base. Por mais que falem, eu não tenho dúvidas de que até o final de todas as discussões, V. Exa. não vai votar favorável à reforma da Previdência.

Então, deixar bem claro isso. Assim como todos os projetos que chegaram aqui, dificilmente, em algumas coisas pontuais, V. Exa. votou contra. Então, eu só queria explicar isso. Mas, não retirando nada, a questão do golpe.

Mas, só essa parte aí está retirada. (Manifestação nas galerias.)

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT – Bom, eu quero me juntar, eu quero aproveitar a oportunidade para eu me juntar ao deputado Enio Tatto, quando ele diz que se tentarem tirar Vossas Senhorias daqui, nós estaremos indo aí, junto com vocês, e vão ter que me carregar no colo. Vão ter que me carregar no colo, porque eu não vou sair se não me carregarem no colo.

Então, assim, nós não vamos aceitar que esta Casa, que é a Casa do povo, não receba o povo para exigir os seus direitos, e a deputada Janaina acabou de falar que ela é a favor da reforma da Previdência. Portanto, a deputada Janaina está contra o povo. Teve tantos milhões de votos, mas está contra o povo, está contra os servidores.

Aliás, diga-se de passagem, a tragédia econômica que acontece neste País. A tragédia institucional, a tragédia que todas as pessoas estão vivendo, a exemplo de Paraisópolis. O genocídio que está acontecendo neste País é resultado do golpe que deram na presidenta Dilma. É resultado dos 45 mil que ela recebeu para dar o golpe na presidenta Dilma. (Manifestação nas galerias.)

E a verdade tem que ser dita. O Bolsonaro só ganhou a eleição... Hoje a Joice deixou documentado na CPI da Fake News, deixou documentado lá que ele só ganhou a eleição - e eu quero ver qual vai ser a posição do TSE - porque os robôs, milhares e milhares e milhares de robôs, fizeram com que ele ganhasse a eleição, e todo esse povo da direita apoiou.

Agora, eu quero me ater a essa reforma da Previdência, a reforma do Doria, aquele que disse que não ia desrespeitar o servidor, aquele que disse...

 

O SR. LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT - Sr. Presidente, eu queria prestar atenção no discurso, mas os deputados não permitem.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Não são bem os deputados que não estão permitindo, deputado Luiz Fernando.

 

O SR. LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT - Preste atenção no plenário, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Eu peço desculpa a Vossa Excelência, mas não são só os deputados que não estão permitindo. Com a palavra a deputada Márcia Lula Lia.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Agora eu quero retomar a minha conversa aqui com vocês, para lembrar o que foi que o Doria disse na eleição, que ele respeitava muito os servidores, que ele respeitava demais os servidores, e que não havia necessidade de se fazer uma nova reforma da Previdência, porque aquela que tinha sido feita em 2007 já era suficiente, e que não havia necessidade.

Agora, essa reforma da Previdência... Eu vou ler algumas coisas muito rapidamente para vocês aqui, para vocês terem noção do tamanho da maldade. Eu tenho recebido, Sr. Presidente, pedidos de promotores, pedidos de juízes, pedidos de delegados, pedidos de policiais civis, pedidos de policiais militares, que estão inconformados. Sabe por quê? Porque o policial militar, que perde a vida em serviço, agora, a partir dessa reforma maldosa aqui, a mulher dele vai receber 60% do que ele recebe. É isso.

O que vocês pagam de Previdência, que o teto é 11%, vai passar a 14%, e aí alguns deputados, a exemplo da deputada Janaina, ficam aí apresentando emendas para dizer que é boazinha. “Ai, eu estou tentando ajudar, coitadinhos dos servidores”.

É disso que se trata. É a maldade. Aliás, a fala dele em relação a Paraisópolis dá o tom do coração desse sujeito que hoje é governador do Estado. Dá o tom do que significa para ele a morte de nove crianças, de nove crianças que morreram enforcadas. É disso que se trata, de crianças. (Manifestação nas galerias.)

Então, é isso. Os policiais militares estão aqui, mas o coração deles tenho certeza de que está aí com vocês. Eles gostariam de poder fazer a mesma coisa que vocês estão fazendo, porque também serão prejudicados, porque suas famílias serão prejudicadas, porque o salário que eles ganham é de vergonha.

Outro dia, deixa eu contar para vocês: eu fui a uma ocupação aqui na cidade de São Paulo, uma grande ocupação que tem lá na Vila Maria. Eu entrei lá dentro da favela, conversei com várias pessoas e sabem o que eles me contaram, as lideranças? Que eles tinham um bombeiro morando lá dentro.

Sabia, Delegado Olim? Bombeiro morando na favela. Sabe por quê? Porque não tem dinheiro para ter um lugar mais digno para morar, porque ganha salário de miséria, salário de fome. É isso. É a pior remuneração da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Sem falar dos servidores da Saúde. Tem servidor da Saúde aí? (Manifestação nas galerias.) Para os servidores da Saúde é pior ainda. Com o ticket dos servidores da Saúde, não dá para comprar uma coxinha. É uma vergonha. Eu já disse aqui e vou repetir: a minha mãe é aposentada do estado. Ela ganha mil reais. Posso trazer o holerite dela para vocês verem. Trabalhou a vida inteira, está aposentada.

Todo ano temos que fazer um ajuste para que os servidores que ganham menos no estado de São Paulo não ganhem menos do que o salário mínimo. Todo ano vem um projeto de lei aqui no final do ano para a gente poder fazer com que os servidores não ganhem menos do que um salário mínimo. É uma vergonha.

Ah, mas ontem o Sr. Meirelles esteve aqui. Sabem o que ele disse? Que o estado está endividado, que o estado não tem dinheiro, que a Previdência é um grande rombo. Sabem quem deu o rombo do estado de São Paulo? Os 25 anos do PSDB! (Manifestação nas galerias.) Sabem quem deu o rombo?

A roubalheira do Metrô, a roubalheira no “trensalão”, a roubalheira na limpeza do Tietê, a roubalheira dos milhões que estão lá na Suíça, na conta chamada “Tucano”. É disso que se trata esse rombo que foi dado no estado de São Paulo. E são protegidos.

E agora vou falar com o Judiciário, vou falar com o Ministério Público. Eu espero, agora que vocês vão ter que arcar com essa reforma da Previdência também, que não vão se aposentar tão fácil, que vocês tenham a coragem de fazer o que tinham que ter feito antes, de entrar com os processos contra aqueles do PSDB que sempre foram blindados.

E que o Tribunal de Contas do Estado também tenha a mesma coragem, porque sempre passou a mão na cabeça dos que fizeram toda a sujeira no estado de São Paulo e que deram esse rombo absurdo que hoje faz com que o trabalhador mais pobre, com que o trabalhador que mora na favela, tenha que arcar com toda essa maldade. E é muita maldade, gente. É muita maldade.

Então, eu quero dizer para vocês que haverá redução da aposentadoria, do valor da aposentadoria. Vocês terão que trabalhar muito mais tempo para poderem se aposentar. As maldades, a crueldade contra vocês é imensa. É imensa. Olha, para receberem 100% do que ganham, e já ganham pouco...

Vocês já ganham pouco; para aposentarem com 100% vão ter que trabalhar, no mínimo, 40 anos ininterruptos. Vocês têm noção do que é trabalhar 40 anos ininterruptamente para receber o salário de fome que o estado paga para o servidor público? Os professores, que têm as condições adversas da sala de aula, escolas caindo aos pedaços...

Aí a gente recebe aqui alguns secretários, e a gente trata com muito respeito, e contam um monte de lorota para a gente, que vão fazer, que vão acontecer, que vão fazer de novo, que vão refazer. Aí a gente pergunta assim: “E concurso público, vai ter?”. “Não.”

É uma grande falácia, uma grande mentira, porque nós sabemos que algumas categorias, a exemplo dos policiais técnicos, da Polícia Civil, têm uma necessidade enorme de reposição de funcionários, de servidores, porque o servidor falece e não se coloca outro no lugar, o servidor se aposenta e não se coloca outro no lugar, abre concurso e não chama...

É disso, exatamente disso, que se trata a vida dos servidores públicos do estado de São Paulo, dos professores, dos policiais civis, dos policiais militares, da Polícia Técnico-Científica, dos servidores da Saúde, dos servidores do Judiciário. Todos esses estão agora na mesma situação de vexame.

Essa reforma da Previdência é vexatória, e eu espero sinceramente que os deputados desta Casa coloquem a mão na consciência. Eu espero sinceramente que os deputados desta Casa tenham a coragem de dizer: “Nós estamos com o servidor público”.

Nós, da bancada do Partido dos Trabalhadores, estamos com vocês. Nós vamos votar contra e vamos obstruir tudo que for possível nesta Casa para que a gente mostre para o Governo do Estado de São Paulo que ninguém aguenta mais, que ninguém aguenta mais, que ninguém quer mais esse governo. Um ano de governo e ninguém aguenta mais. Acabou com uma série de coisas que nós tínhamos no estado de São Paulo, continua precarizando a Educação, acabou com os institutos de pesquisa, está acabando com um monte de coisa no estado de São Paulo, vendendo patrimônio público.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para concluir, deputada Márcia Lia.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Então, Sr. Presidente, para encerrar a minha fala, eu quero dizer para vocês: Não à reforma do governador Doria, do Pinóquio Doria. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para falar a favor da PEC nº 18, de 2019, o nobre deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia, quero saudar todos os servidores da Educação, da Saúde, da Segurança Pública, do Tribunal de Justiça, os executivos públicos aqui presentes também, do sistema prisional, da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, do Ministério Público. Estão todos aqui nesta grande luta contra a farsa da reforma da Previdência, contra o SampaPrev estadual, contra o confisco salarial.

Eu queria só dar um informe aqui, Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, e dizer que nós lamentamos que a Câmara Municipal de São Paulo acabou de aprovar um projeto agora, do PSDB, do Bruno Covas, que vai privatizar e precarizar a educação infantil da cidade de São Paulo.

Eles aprovaram agora o voucher, com o outro projeto de mãe crecheira, dando apenas 100 reais para as mães pagarem uma cuidadora, um verdadeiro retrocesso, uma destruição de uma rede de educação infantil que é considerada uma das melhores do Brasil.

A rede de educação infantil da rede direta da cidade de São Paulo é uma das melhores, e ela vai ser destruída e precarizada com a aprovação desse perverso projeto do Bruno Covas, do PSDB, de voucher, que é a transferência de dinheiro público, do nosso Orçamento público para escolas particulares. É um projeto a serviço do lucro dos empresários da Educação. Um verdadeiro retrocesso.

Mas, voltando ao nosso tema, eu vejo aqui vários servidores e servidoras que participaram ativamente da luta contra a reforma da Previdência do Fernando Henrique Cardoso, que estiveram em Brasília fazendo muitas manifestações contra a aprovação da Emenda 20. Estão aqui no plenário sendo coerentes.

Também estou vendo as mesmas pessoas que foram, em 2003, lutar contra a emenda 41, do Lula, que penalizou os servidores públicos. Vejo, também, os mesmos servidores que estavam aqui na Assembleia Legislativa em 2007, lutando contra a outra perversa reforma do PSDB, do “Tucanistão”, a reforma do ex-governador Serra, que aumentou a alíquota, que fez uma reforma contra os servidores.

Os mesmos servidores estavam aqui em 2011, quando o Alckmin aprovou o projeto da Previdência Complementar, que votamos contra aquele projeto aqui no plenário e vários de vocês estavam aqui presentes, fazendo um grande movimento contra a aprovação da Previdência Complementar.

E muitos estavam, também, aqui, ajudando os servidores municipais contra o SampaPrev do Doria. Era do Haddad, o Doria piorou e o Bruno Covas aprovou. Todos acompanharam essa luta e muitos de vocês foram lá apoiar, sobretudo os servidores da Educação. Colocamos 100 mil pessoas na frente da Câmara Municipal e praticamente derrotamos o projeto do Doria.

Ele só foi aprovado depois, mas já sem as maldades. A única coisa que o Bruno Covas conseguiu aprovar foi o aumento da alíquota, os outros artigos não foram aprovados por conta da grande mobilização dos servidores municipais, sobretudo os professores. A rede municipal estava altamente engajada nessa luta.

E hoje nós estamos, novamente, aqui, para repudiar veementemente esse confisco salarial, esse confisco de direitos previdenciários, de benefícios que nós conquistamos ao longo dos anos no estado de São Paulo para os nossos servidores.

Eu tenho insistido aqui que não há dívida, não há crise na Previdência estadual. E ontem nós fizemos um rápido e superficial debate com o Henrique Meirelles, o secretário da Fazenda, o banqueiro, o homem do mercado financeiro que tentou aprovar a reforma do temer, não conseguiu e, agora, tenta aprovar uma reforma que vai beneficiar o sistema financeiro, os bancos nacionais e internacionais, os rentistas e os especuladores da dívida pública.

Essa reforma da previdência nada mais é do que uma transferência do dinheiro da Seguridade Social para pagamento de juros da dívida pública brasileira, que já consome quase 50% do Orçamento federal. E essas transferências vêm todas dos municípios e dos estados, como nós sabemos. E isso será intensificado com as reformas previdenciárias em curso nos estados e, depois, nos municípios.

Por isso que eles querem aprovar, imediatamente, a PEC paralela, para facilitar a aprovação desses projetos e a transferência desses recursos para a União e, depois, para o mercado financeiro. Um verdadeiro saque dos especuladores e dos rentistas nos nossos fundos previdenciários. É disso que se trata o projeto.

Mas não tem dívida. Primeiro, os nossos servidores estão já há muitos anos sem reposição das perdas inflacionárias. Há uma agressão constante à lei estadual aprovada aqui, em 2006, que garante essa reposição e ao Art. 37 da Constituição Federal, que obriga os entes federativos, municípios, estados e a União a fazer, anualmente, a reposição dessas perdas inflacionárias.

Eu já fui inúmeras vezes, e esse ano já fui também, ao Ministério Público, já acionei o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, pedindo que o governo estadual seja responsabilizado e seja criminalizado, porque ele comete crime de responsabilidade e improbidade administrativa ao não cumprir, tanto o Art. 37 como também a lei estadual da reposição das perdas inflacionárias.

O que eu quero dizer é que, além disso, no caso da Educação, nós ganhamos, através da Apeoesp, a ação dos 10,15 por cento. Isso não foi pago. O Alckmin recorreu ao Supremo Tribunal Federal e interceptou o reajuste devido ao estado de São Paulo, que não paga nem o piso nacional salarial.

O Estado mais rico do Brasil paga um dos piores salários para os profissionais da Educação, como também paga um dos piores salários, se não for o pior salário, para os servidores da Segurança Pública, para o sistema prisional, para o pessoal da Fundação Casa. Todos estão na mesma situação.

Enfim, nós acompanhamos aqui a execução orçamentária. Os deputados aprovam o Orçamento e acompanham a execução orçamentária. Isso é público, as pessoas acompanham, e nós sabemos muito bem que o estado de São Paulo nem chegou ao limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal. Está bem abaixo ainda da Lei de Responsabilidade. Não há crise financeira no Estado.

Nós estamos aqui com um estudo. Eu tenho falado o tempo todo na tribuna, eu insisto nisso. Não há crise da Previdência, nós não estamos vivendo uma crise financeira no estado de São Paulo, tanto é verdade que esse estudo feito pelo Sinafresp, que é o Sindicato dos Agentes Fiscais de Renda, é um estudo que já foi distribuído para todos os deputados, um estudo muito bem feito, com dados científicos dos agentes fiscais de renda, de quem trabalha com a arrecadação do estado de São Paulo, e mostra claramente duas coisas: a primeira é a desoneração fiscal, o quanto ela prejudica as áreas sociais, mostrando e confirmando aquilo que nós já denunciamos, que anualmente o Estado canaliza mais de 20 bilhões de reais para as empresas privadas, para setores econômicos.

Exaustivamente, a gente tem feito esse debate aqui na Assembleia Legislativa. Uma outra questão que nós também levantamos, há muitos anos aqui, é a dívida pública, que não é questionada, e eu falei para o Henrique Meirelles ontem. Ele não respondeu, não falou nem da política de desoneração, falou só das empresas aéreas, deu uma justificativa não satisfatória para nós, mas não entrou na questão da dívida ativa, da dívida pública.

Nós questionamos também a não cobrança da dívida ativa do estado de São Paulo, que já passa de 340 bilhões de reais. Questionamos a dívida passiva, que é a dívida do Estado com os servidores, com o antigo Ipesp, que virou a São Paulo Previdência. Essa dívida, para nós, não foi paga.

O governo, na época, eu me lembro, e os que estavam fazendo esse debate aqui na Assembleia Legislativa lembram de que nós propusemos a CPI do Ipesp. Nós tentamos instalar uma CPI do Ipesp, porque nós queríamos, naquele momento, a devolução de mais de 100 bilhões de reais, que era uma dívida reconhecida, em 2007, pela Secretaria da Fazenda.

Agora, a secretaria está dizendo: “Não, era uma dívida só de 43 bilhões e que ela já foi paga”. Mas não há prova. Nós não temos os dados, não temos os documentos de como ela foi paga e devolvida para os servidores. Então, eu só citei algumas das dívidas: dívida pública, dívida ativa, dívida passiva, política de desoneração.

Aqui eu recomendo a leitura do documento do Sinafresp. É um documento muito importante que nos auxilia nesse debate. Enfim, todos esses dados mostram que não há crise e que o que eu estou dizendo é o seguinte: esse projeto de reforma da Previdência nada mais é - repito - do que a transferência do nosso fundo previdenciário, que é um fundo previdenciário público, para o capital financeiro nacional e internacional, para os rentistas, para os especuladores da dívida pública.

Não é à toa que o secretário da Fazenda é o Henrique Meirelles. Todo mundo conhece o Henrique Meirelles, foi presidente do Banco de Boston. É o grande representante, o homem de confiança do mercado financeiro e ele veio ser secretário da Fazenda justamente para canalizar os recursos públicos.

Essa é uma onda mundial de neoliberalismo selvagem que ataca agora todos os fundos públicos. Estão atacando o da Educação também, o da Saúde. Eles querem transferir e vão, por isso que a prefeitura já começou a privatização da Educação Infantil.

E o Paulo Guedes, que é o ministro da Educação, tem falado sobre isso, que ele pretende fazer a desvinculação das receitas obrigatórias da Educação e da Saúde, acabando com os 18% que a União é obrigada a investir na Educação nacional, nas universidades, que os 25% dos estados e municípios...

 Ele quer acabar com isso e da Saúde também, porque os estados são obrigados a investir 12% do Orçamento em Saúde, no SUS, e os municípios 15 por cento. A proposta do Paulo Guedes é acabar com a vinculação obrigatória.

Eu fico imaginando se o SUS já está subfinanciado e a Educação Pública também, porque eles não estão cumprindo mais o Plano Nacional de Educação, a Emenda nº 95 do Temer, que foi idealizada pelo Henrique Meirelles, que congelou os investimentos por 20 anos em todas as áreas sociais, sobretudo na Educação e na Cultura. Essa PEC inviabilizou o aumento do investimento em Educação no Brasil.

Aliás, congelou o investimento. Então esse é o quadro. Eles atacam os fundos públicos para transferir o Orçamento público, para financiar a margem de lucro de quem investe nos bancos.

 

O SR. ARTHUR DO VAL - SEM PARTIDO - Giannazi, você me concede um aparte de dez segundos?

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Só um minuto, eu já passo a palavra para Vossa Excelência. Infelizmente, eu sei que a Assembleia Legislativa é domesticada por essa ideologia do mercado financeiro, do ajuste fiscal, do neoliberalismo. Eles não debatem. Não tem debate sobre dívida. Vocês já perceberam que ninguém toca nesse assunto? Eles têm medo desse debate.

A Rede Globo não faz esse debate, a grande imprensa, a “Folha de S.Paulo”, o “Estadão”, porque o Parlamento está domesticado por essa lógica, a Imprensa, o Judiciário. Tudo gira em torno dos rentistas, dos especuladores e dos banqueiros e é isso que a Assembleia Legislativa vai fazer. Então eu falo que a Assembleia Legislativa não é só um puxadinho do Palácio dos Bandeirantes, do Tucanistão. É também um puxadinho do poder econômico e dessa lógica.

Por isso que nós estamos aqui hoje empenhados em obstruir e usar todos os recursos regimentais para barrar a aprovação dessa nefasta proposta de reforma da Previdência estadual, que não é reforma. É uma farsa; é um confisco salarial. É um confisco de direitos dos trabalhadores e trabalhadoras do estado de São Paulo.

Parabéns, servidores e servidoras pela mobilização, sobretudo para quem veio de muito longe, do interior paulista, da grande São Paulo, da Baixada Santista e também da capital, da zona leste, da zona sul, da zona oeste. Enfim, parabéns. E nós vamos logicamente votar contrariamente a essa nefasta proposta.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para falar contra, o nobre deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados...

 

O SR. ARTHUR DO VAL - SEM PARTIDO - Um aparte, Fiorilo?

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Dou em seguida. Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, telespectadores da TV Alesp, assessoria aqui das bancadas, nós entramos em uma discussão importante, que é a da PEC e nós precisamos aprofundar esse debate, aprofundar com dados.

Nós não podemos fazer um debate superficial no calor do debate com o Novo, com o velho, com quem vocês quiserem. Então eu vou aproveitar os meus 15 minutos para explorar aqui o que eu considero problemas gravíssimos, mas eu vou permitir dez segundos para o deputado só para ouvir...

 

O SR. ARTHUR DO VAL - SEM PARTIDO – COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - É coisa rápida. Eu só queria pedir para o pessoal da galeria, por favor. Depois do Fiorilo eu estou inscrito para falar. Eu quero ver quem é que vai ter estômago para ouvir o que eu tenho para falar para vocês. Espere aí.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - (Manifestação nas galerias.)

Eu queria dizer... Sr. Presidente, Sr. Presidente. Eu queria dizer que esse tipo de provocação não ajuda o debate. Ao contrário. Esse tipo de provocação serve para enganar as pessoas. Sabe por quê? Porque tem deputado que sai de partido para poder dizer que é de oposição, e vai votar a favor da reforma. Isso é inadmissível.

Mas vamos lá. Sr. Presidente, sou um deputado de primeiro mandato. Mas eu queria registrar algumas coisas que me chamam a atenção.

Primeiro. Nunca vi, nessa Assembleia, nunca vi, a quantidade de policiais como tenho visto hoje. Não sei se é alguma preocupação com os servidores públicos ou com os deputados. Mas confesso que não acompanhei a CPI da Merenda, que foi uma CPI importante para esta Casa, que trouxe luz a um processo de envolvimento de empresas, de parlamentares, aliás, do PSDB. Não acompanhei o debate feito, há anos atrás, da outra reforma, que era para resolver o problema da Previdência do Estado.

Vocês devem se lembrar. Eu não estava aqui. E que disseram que ia dar tudo certo. Portanto, eu queria dizer que me estranha muito essa atitude desnecessária. Porque aqui a gente tem servidores preocupados com os seus direitos. E não, pessoas que vieram só para bater palma ou para chorar. Mas para defender os seus direitos. É essa a questão que está colocada aqui hoje. (Manifestação nas galerias.)

Mas vamos ao debate da PEC. Aliás, antes do debate da PEC, preciso fazer outro registro. Sou membro da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento desta Casa. Tenho visto também, com espanto, nos últimos dias, uma tentativa permanente de rasgar o Regimento desta Casa. Permanente.

Vou dar um exemplo de hoje. Na reunião da Comissão de Finanças, pautada a questão das contas do governador, tive que discutir por mais de uma vez, com vários deputados, que não queriam que eu lesse o voto em separado. Que consideravam o voto um desrespeito ou um absurdo. Então eu queria dizer que estamos no limiar, numa linha tênue de rasgar o Regimento desta Casa.

Aliás, o que acho uma excrecência - eu queria deixar registrado aqui - é a história de relator especial. Relator especial é a falta do debate, o medo e a fuga da discussão política. Porque o relator especial faz o relatório e não debate. Não discute. Não aprova. (Manifestação nas galerias.)

Venho da Câmara Municipal de São Paulo, como outros deputados que estão aqui hoje, que tinha no Regimento uma referência para a oposição e para a situação. Aqui precisamos rever rapidamente esse Regimento, porque ele é draconiano. Aliás, ele ajuda mais a situação do que ela precisa e merece.

Agora vamos à PEC. Tive a oportunidade de participar do debate com o secretário Meirelles e de perguntar a ele se não havia outra alternativa do que pôr a mão no bolso dos trabalhadores no caso da Previdência. Ele disse que não. Porque não haveria outra fonte que pudesse crescer exponencialmente para poder resolver o déficit da Previdência.

Pois bem. Na minha opinião, a posição do secretário é de quem não tem vontade política de buscar alternativas e saídas. E busca a saída mais fácil, que é tirar de quem não tem. Vamos continuar a ideia de que ele não tem alternativas.

Então eu queria deixar aqui algumas, que poderiam ser acatadas pelo governo. A primeira: o governo do estado, infelizmente, como outros governos do PSDB, não amplia as contratações, não faz concurso. E isso é um problema gravíssimo, porque você diminui a contribuição para Previdência dos que estão na ativa e obriga o estado... (Manifestação nas galerias.)

Sr. Presidente, o deputado Arthur do Val está numa postura de provocação; é impossível. Porque ele não pode provocar. Ele, como deputado, deveria estar aqui ouvindo, mas ele prefere provocar. Então, eu queria sugerir ao deputado que ele não seguisse ordens. Aliás, o deputado Arthur do Val tem ficado aqui sentado o tempo todo, não participa do debate. Talvez ele tenha um problema com as “lives”, então ele precisa aparecer agora. (Manifestação nas galerias.)

Então, eu queria propor que o deputado, que é inteligente, que foi expulso de um partido - aliás, expulso porque quer ser candidato a outro cargo -, pudesse ouvir e não obedecesse ordens, não seguisse ordens. Porque isso depõe contra o Parlamento, depõe contra a pessoa do deputado.

Bom, queria voltar ao meu raciocínio, dizendo que se o governo não contrata, não faz concurso, é óbvio que haverá um déficit da Previdência. Segundo problema do déficit da Previdência, que o secretário não teve interesse em aprofundar o debate: o governo do estado terceiriza muitas coisas.

E o recurso da terceirização não vai para a Previdência do estado; o recurso da privatização vai para a Previdência dos celetistas. O estado poderia, se não tivesse preguiça, fazer um estudo de quanto o estado paga para as terceirizadas e propor que uma parte do que lhe é pago pudesse ir para a Previdência do estado.

Mas não faz isso. De novo, sabe por quê? É mais fácil tentar tirar dinheiro dos trabalhadores. (Manifestação nas galerias.) Esse é o governo do PSDB. Esse é o governo que não é mais social democrata. Esse é o governo que virou liberal, de extrema direita em alguns casos. (Manifestação nas galerias.)

Porque é mais fácil ser, inclusive, mais duro do que a proposta do presidente de extrema direita que governa esse país. E alguns deputados do PSDB aplaudem; aplaudem, inclusive, as ações do presidente. Ações que já se comprovou serem verdadeiras balelas, que não mudam a vida das pessoas.

A gente deveria se preocupar com aquilo que muda a vida das pessoas. Se o governo do PSDB não tivesse preguiça, ele poderia buscar as alternativas. O deputado Enio, por exemplo, tocou num dos aspectos que eu considero importantes. Dezessete bilhões de ICMS de desoneração vão para a iniciativa privada, sem que a gente, aqui nessa Assembleia, saiba quem são os beneficiados.

Dinheiro público que poderia ser utilizado para resolver parte da Previdência, sem ter que tirar dos trabalhadores. (Manifestação nas galerias.) Dezessete bilhões que o governo se recusa a informar quais são as empresas.

E sabem o que disse o secretário Meirelles? “Sobre as minhas desonerações, nós temos controle e sabemos o retorno”. Eu não quero saber das dele, eu quero saber dos 17 bilhões do governo do PSDB. (Manifestação nas galerias.) Ou nós vamos continuar querendo esconder o sol com a peneira? Sabe por quê?

E aí o terceiro argumento: essa reforma que tira dos trabalhadores - e tem deputado querendo minimizar a forma como tira, se tira mais de um, menos de outro, mas tira... Anotem: não resolve o problema da Previdência do estado, porque significa 8,5% ou 9% daquilo que precisa ser gasto, precisa ser investido na Previdência.

Então, eu queria dizer a vocês que daqui a pouco, daqui a alguns anos, o governo de plantão do PSDB vai querer, de novo, aumentar a alíquota dos trabalhadores. Vai querer de novo discutir medidas para equacionar a Previdência que eles não conseguiram equacionar em 24 anos.

O problema da Previdência tem nome e sobrenome: é PSDB que mostrou sua incompetência ao longo dos 24 anos; pior, pior. Porque se pudéssemos aqui instalara CPI da Dersa talvez a gente pudesse ajudar o Meirelles a encontrar milhões e milhões de reais que foram desviados por políticos do PSDB, e que, infelizmente, essa Assembleia acaba tendo uma maioria que impede ações desse tipo.

É uma pena. É uma pena, porque aqui disse o meu líder Barba, com toda autoridade de um líder, se aqui nós não construirmos uma maioria, que não precisa ter muito, pode ter 40, ou 42 deputados para mostrar para o governo que ele não pode tratar os trabalhadores da forma como ele está tratando nós correremos o risco dessa Assembleia sucumbir ao governador o tempo todo.

Aqui é um alerta. E é possível, sim. Temos aqui alguns deputados que estão refletindo sobre votar ou não nessa proposta. E eu espero, sinceramente, que a gente possa conseguir os 40, 42 votos para impedir essa maldade que o governo Doria quer fazer com os trabalhadores do Estado; maldade.

Primeiro porque não valoriza os seus servidores. E quando valoriza ou tenta valorizar, propõe 5% para os policiais, para a Segurança Pública. Cinco porcento que uma parte será retirada com a reforma e a outra parte não compensa as perdas inflacionárias.

Esse é o governo que era talvez lá atrás quando foi fundado tivesse a ideia da social democracia, porque o que a gente está vendo aqui, primeiro com a forma antidemocrática de tentar rasgar o regimento desta Assembleia. Rasgar quando não quer deixar ler voto em separado, rasgar quando quer propor votar o voto sem ouvir o voto contrário, rasgar quando propõe acelerar de forma impressionante os processos de discussão, quando indica relator especial, mesmo quando o relator possa ter uma previsão regimental, mas ele elimina o debate, ele reduz a discussão.

Ou aqui nós criamos coragem e aí eu queria fazer um convite aos deputados que sofrem pressão em casa, que sofrem pressão da sua categoria, que tem relações para além desse espaço que reúne 94 deputados e deputadas, que pudessem refletir sobre a maldade desnecessária que o governador propôs.

Tão desnecessária que não está esperando nem tramitar em Brasília a PEC para poder fazer aqui uma reforma que não vai resolver o problema da Previdência, que vai tirar recursos de quem já não tem e pior, que vai continuar fazendo desta Assembleia não um puxadinho, não, puxadinho é uma coisa muito boa, que vai fazer dessa Assembleia, possivelmente uma caixa de sapato que ele trata e destrata do jeito que ele quer.

E aí ele chama os deputados para jogar bola, vem com os deputados aqui para tomar um cafezinho. Essa é a relação do governador com a Assembleia. Uma relação que depõe contra cada um de nós.

Queria terminar, Sr. Presidente, dizendo não a essa reforma da Previdência e conclamar que os trabalhadores do Estado se organizem, se mobilizem para acompanhar esse debate, todos os dias, aí onde vocês estão, com a capacidade, com a condição de vocês.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para falar a favor do projeto, nobre deputado Arthur do Val.

 

O SR. ARTHUR DO VAL - SEM PARTIDO – SEM REVISÃO DO ORADOR - E aí gado, tudo bom? O Liminha aí mandou virar de costas? Peço para preservar meu tempo presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está preservado.

 

O SR. ARTHUR DO VAL - SEM PARTIDO - Estão com medo, não é? Viraram as costinhas porque o Liminha mandou. Vocês estão ganhando quanto para virar de costas? Agora é o seguinte, olha só. Eu ouvi um discurso muito bonito do Enio Tatto aqui, falando mal do PSDB. Eu quero saber de vocês onde vocês estavam quando o PT votou no PSDB para a Presidência da Casa aqui, [Expressão suprimida.]. Onde vocês estavam? Cadê o líder sindical aí? Cadê?

É [Expressão suprimida.], sim. É [Expressão suprimida.], sim. É [Expressão suprimida.], sim. É [Expressão suprimida.], sim.

Cadê o líder sindical aí? Cadê o machão aqui? Cadê o líder sindical aqui? Olha para mim. Você está com medo? Você está com medo? Você está com medo? O medroso. Olha para cá, o [Expressão suprimida.]. Está com medo de quê? Vira as costas, mesmo.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Preservado o tempo de V. Exa., eu gostaria de pedir só para retirar das notas taquigráficas a expressão “vagabundo”, e devolvo a palavra ao orador na tribuna.

 

O SR. ARTHUR DO VAL – SEM PARTIDO – Eu quero saber o seguinte, o bando de petista, que está pedindo o Lula livre aí: cadê vocês quando o partido de vocês votou no PMDB aqui para a 4ª Secretaria do golpista Temer? Cadê vocês, seus [Expressão suprimida.]? Está todo mundo com medo? Vocês estão com medo de mim? Vocês estão com medo de mim? (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Gostaria de pedir para retirar das notas taquigráficas a expressão “vagabundo”. E, devolvo a palavra ao orador na tribuna.

 

O SR. ARTHUR DO VAL – SEM PARTIDO – Vou esperar o pessoal fazer silêncio, presidente.

Olha, é o seguinte, hein, eu não quero ver... Para preservar o meu tempo, presidente, por favor.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Está preservado o tempo de Vossa Excelência. Preservo o tempo de Vossa Excelência.

 

O SR. ARTHUR DO VAL – SEM PARTIDO – Vamos esperar, presidente. Vamos esperar.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – O problema é que nós não vamos conseguir fazer com que faça silêncio no plenário.

 

O SR. ARTHUR DO VAL – SEM PARTIDO – Você é machão. Você, de boné. Você é machão, hein, meu? Atrás do vidro você é machão para caramba, hein? Você é machão, hein? Mesmo. Olha na minha cara aqui, ô machão. Você é machão mesmo atrás do vidro, hein?

É o seguinte, ó...

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Devolvo o tempo ao deputado Arthur do Val.

 

O SR. ARTHUR DO VAL – SEM PARTIDO – Vocês já cansaram? Estou vendo um pessoal sentar aí. Já cansou a perninha? O Liminha mandou levantar. Eu não quero ver ninguém sentado, não. Levanta aí, vira de costas, porra.

Cadê o Liminha aí para agitar o pessoal? Cadê o pessoal da mortadela para mandar vocês ficarem em pé? Acabou a mortadela? Cansou a perninha aí, ô seu bando de [Expressão suprimida.]?

Eu quero ver os líderes sindicais aqui. Quem é líder sindical aqui?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Eu gostaria de parar o tempo de V. Exa., suspender o tempo de V. Exa., e fazer uma solicitação ao deputado Arthur.

Acho que não é correto utilizar a expressão “vagabundo” para ninguém, nem para a população que está aqui. Estou agindo, e, aí, eu falo para os demais deputados: eu vou agir com o deputado Arthur da mesma maneira que eu agi com a deputada Isa Penna, quando ela subiu naquela tribuna e utilizou expressões de baixo calão.

Vou fazer essa solicitação. Vou fazer essa solicitação a V. Exa. para que não utilize a expressão “vagabundos”.

Mas, a palavra de V. Exa. está garantida. Devolvo o tempo de Vossa Excelência.

 

O SR. ARTHUR DO VAL – SEM PARTIDO – Eu não vou mais chamar ninguém de [Expressão suprimida.], que, senão, os caras ficam ofendidinhos.

Olha, vamos lá, hein, pessoal. Um, dois, três, todo mundo de pé e de costas. Vamos lá. O Liminha mandou, o PT mandou. O PT está dando mortadela para vocês virarem de costas. Como é que você está olhando para mim, chefe? É o senhor mesmo. Por que o senhor está olhando para mim? Vira de costas, meu. Está curioso?

Olha lá, o de braço cruzado ali: machão para caramba, hein? Você está desrespeitando a ordem do Liminha, hein, mestre? Onde o senhor estava, onde o senhor estava, quando o seu partido votou no PSDB para a Presidência desta Casa? Onde o senhor estava?

Eu não vi o senhor aqui. Eu não vi o senhor aqui protestando contra o voto do PT. Quando o partido de vocês votou no DEM, onde vocês estavam, que eu precisava de vocês aqui? Onde vocês estavam? Aí, não tinha mortadela, né?

Quando o deputado Barba – isso aqui é novidade, hein, pessoal, vamos contar as coisas aqui –, quando o deputado Barba votou a favor do projeto do Doria que dá dinheiro de vocês para o Caoa, cadê vocês? Cadê o sindicato dos metalúrgicos contra o dinheiro do trabalhador na mão do Caoa? Cadê os caras? Aí, não. Porque sobrou algum para o cara? Foi isso? Sobrou algum dinheirinho para o cara?

Cadê vocês, cara? Cadê vocês nessa hora? Eu quero saber o seguinte: o Liminha, o Liminha, Liminha, faz assim com o bracinho, olha. Faz assim com o bracinho, igual gado, mesmo, vai lá, olha. Vai. Vai tocando a boiada aí, olha. Vai tocando a boiada. Vamos lá, boiada.

 Cadê, meu? Vocês já estão cansados? Porra, vocês não aguentam nem dez minutinhos de fala, bicho? O pessoal já está sentado aí, meu. A Márcia Lia ficou até calma, já. Até ela já cansou. Você cansou, Márcia? Está cansada, já?

Eu estou aqui, eu posso ficar até meia-noite, até uma hora da manhã, se for o caso. Nós vamos acabar com privilégio. E quer saber mais? Nós vamos privatizar tudo. Vai acabar com essa [Expressão suprimida.] de sindicalista mandar e desmandar no estado. Acabou essa palhaçada de nego mamando no dinheiro do imposto do seu José e da dona Maria.

Falou? É isso mesmo. É você mesmo. Você mesmo, machão. Você de óculos aí. Por que você não vira de costas? Vira de costas. Vira de costas, machão. Atrás do vidro é fácil. Atrás do vidro é fácil. Minha briga contigo não é aqui, de terninho e gravata, não.

Eu vou acabar com o teu privilégio. Você vai parar de mamar. É isso mesmo. Cadê os líderes sindicais aí? Levanta a mão quem é machão. Levanta a mão o líder sindical aí. Quem é líder sindical aí, levante a mão. Está com medo? Eu quero ver me encarar, líder sindical. Eu quero pegar você, que toma o dinheiro dos trabalhadores. [Expressão suprimida.]. Ah, ficou ofendidinho? (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 21 horas e 26 minutos, a sessão é reaberta às 21 horas e 30 minutos, sob a Presidência do Sr. Cauê Macris.

 

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O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Esgotado o objeto da presente sessão, dou por encerrada a sessão, lembrando-os da segunda sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 22 horas.

Está levantada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 21 horas e 30 minutos.

 

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