11 DE DEZEMBRO DE 2019
74ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA
Presidência: CAUÊ MACRIS
RESUMO
ORDEM DO DIA
1 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Abre a sessão. Coloca em discussão o PLC 80/19.
2 - ENIO LULA TATTO
Discute o PLC 80/19.
3 - PAULO LULA FIORILO
Para questão de ordem, questiona a inadmissibilidade da
leitura do voto em separado, em reunião da Comissão de Finanças, Orçamento e
Planejamento, pelo presidente Wellington Moura, em reunião de 11/12. Afirma que
o presidente se baseou no artigo 71 do Regimento Interno. Esclarece que esta
decisão não está entre as competências do presidente das comissões, descritas
nos artigos 37 e 38 do Regimento Interno. Menciona questão de ordem, elaborada
pelo PT em 2012, sobre o assunto. Destaca que a leitura do voto do relator ou
do voto em separado só pode ser dispensada após consenso entre todos os
integrantes da comissão. Considera a decisão do deputado e presidente da
comissão Wellington Moura autoritária e ilegal. Pede o pronto reparo desta
ilegalidade pela Presidência da Casa.
4 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Esclarece que a questão de ordem será respondida em momento
oportuno.
5 - PROFESSORA BEBEL LULA
Discute o PLC 80/19.
6 - TEONILIO BARBA LULA
Para questão de ordem, questiona a filmagem da sessão
extraordinária de ambos os lados do plenário, com a presença da Polícia Militar
junto às câmeras.
7 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Informa que fará o questionamento ao responsável da Polícia
Militar nesta Casa.
8 - MÁRCIA LULA LIA
Discute o PLC 80/19.
9 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Informa que as câmeras instaladas em ambos os lados do
plenário pertencem à imprensa credenciada. Retifica a informação dada
anteriormente e informa que a câmera instalada ao lado esquerdo do plenário
realmente é da Polícia Militar. Esclarece que já foi pedido para que a mesma
seja retirada.
10 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA
Discute o PLC 80/19.
11 - DOUGLAS GARCIA
Discute o PLC 80/19 (aparteado pela deputada Monica da
Bancada Ativista).
12 - CARLOS GIANNAZI
Discute o PLC 80/19.
13 - GILMACI SANTOS
Para questão de ordem, afirma que o assessor do deputado
Carlos Giannazi está filmando todo o plenário, e não só o deputado na tribuna,
conforme orientação da Presidência desta Casa.
14 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Pede que o assessor do deputado Carlos Giannazi filme somente
a tribuna.
15 - CORONEL TELHADA
Discute o PLC 80/19 (aparteado pelos deputados Major Mecca,
Frederico d´Avila e Sargento Neri).
16 - ISA PENNA
Discute o PLC 80/19.
17 - SARGENTO NERI
Discute o PLC 80/10 (aparteado pelos deputados Coronel
Telhada e Adriana Borgo).
18 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Lembra a realização da segunda sessão extraordinária, hoje às
21 horas e 50 minutos. Encerra a sessão.
*
* *
-
Abre a sessão o Sr. Cauê Macris.
*
* *
- Passa-se à
ORDEM
DO DIA
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos nossos trabalhos.
Esta Presidência dispensa a leitura da
ata da sessão anterior. Ordem do Dia.
Item número 1, discussão do Projeto de
lei Complementar nº 80, de 2019. Para discutir a favor, o nobre deputado Paulo
Fiorilo. Vossa Excelência se inscreveu a favor da discussão. Então, V. Exa. tem
que riscar tua inscrição sobre a favor.
Mas, V. Exa. se inscreveu a favor da
discussão.
Então, para falar a favor, o nobre
deputado Enio Tatto. Tem a palavra V. Exa.
O
SR. ENIO LULA TATTO - PT
– Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, primeiro, eu não vou falar a
favor de jeito nenhum. Eu sou contra a reforma da Previdência. (Manifestação
nas galerias.)
Me inscrevi
para falar primeiro porque depois eu tenho outra atividade, preciso ir embora.
Queria
cumprimentar todos os deputados, funcionários, pessoal que está nos assistindo,
e, principalmente, vocês, que estão na galeria com essa luta, com essa coragem,
com essa garra. Isso é um estímulo para todos nós.
Eu falei aqui
da tribuna, ontem, que vocês não sabem como é importante estarem aqui, pois
isso fortalece a luta nossa no plenário, nos corredores, nas reuniões, nas
comissões.
Na semana
passada, foi graças às manifestações de vocês nos corredores que foram
suspensos os trabalhos aqui e, assim, não foi votada a PEC. Foi graças ao
enfrentamento que vocês fizeram. Caso contrário, naquele dia ela teria sido
votada, sim.
Além do papel
importante das deputadas do PT, do PSOL e do PCdoB, o que vocês fizeram lá fora
foi importante para o presidente tomar a decisão de encerrar a sessão e, com
isso, o projeto não foi votado.
Dessa forma,
mais uma vez, a luta da gente aqui no plenário, nos corredores, e com vocês se
mobilizando, deu resultado. Queria colocar o seguinte: o governo precisa
entender, se não entendeu ainda, que quando você vai fazer uma reforma da
Previdência, você mexe com muita coisa.
O governo
precisa entender que uma proposta que muda a Previdência envolve muitas
questões. É a vida de trabalho dos profissionais, no caso, os funcionários
públicos do estado de São Paulo. É a vida da família, da mulher ou do marido,
dos filhos, dos netos, dos bisnetos, que está em jogo.
O governo Doria
não percebeu isso. Tem outra coisa que ele não percebeu: o quanto é delicado
tratar de uma reforma Previdenciária. É só ele verificar o que está acontecendo
no mundo, o que está acontecendo na América Latina e no mundo todo.
Será que ele
não percebe o que aconteceu na Argentina? Será que ele não percebe o que
aconteceu na Nicarágua, o que está acontecendo no Chile, o que está acontecendo
na França, o que aconteceu na Grécia, quando se debate a Previdência?
O governador
achou que era fácil, que em 15 dias ia resolver a questão no estado de São
Paulo. Ele ignorou, por exemplo, que em Brasília a reforma da Previdência
demorou mais de um ano, e acreditou que a toque de caixa tudo seria resolvido.
Aqui na Alesp,
o presidente também imaginou que seria fácil, mas enfrentou a resistência de
vocês, dos deputados da oposição, e de muitos que não aceitam a reforma da
Previdência, e deu no que deu. Mas, parece que, mesmo com tudo isso, não
criaram juízo e continuam cometendo os mesmos absurdos nas comissões.
A liminar
conseguida pelo deputado Emidio parece que não serviu de lição, porque hoje
pela manhã, mais uma vez, o presidente da Comissão de Finanças, de forma
arbitrária, ditatorial, passou por cima do Regimento da Casa, e não deixou a
oposição, a bancada do PT, através do deputado Paulo Fiorilo, apreciar o voto
em separado.
O que que vai
acontecer, deputado Aprigio? Mais uma vez haverá judicialização. E mais uma
vez, vão perder na Justiça. Será que não é mais fácil fazer o processo de forma
correta, de forma regimental, sem passar por cima das regras? Mas eles têm na
cabeça que em São Paulo tudo pode, mas não é assim.
Isso está sendo
uma lição para o governo Doria e, principalmente, para a Casa. Esse episódio de
hoje pela manhã, em que a leitura do voto em separado foi impedida, já
aconteceu outras vezes na Assembleia Legislativa e, em todas as ocasiões, a
decisão final foi de que a leitura tinha de ser feita.
A questão de
ordem lida pelo deputado Estevam Galvão, que o presidente ainda não respondeu,
já foi feita outras vezes. Se o presidente for favorável ao deputado Estevam
Galvão, vai passar por cima de decisões que ele mesmo já tomou.
Imagino que não
vá acontecer isso. Imagino que a Casa, com esse episódio, vá aprender a
respeitar o Regimento.
O deputado
Mauro Bragato, que tem muitos mandatos aqui, sabe muito bem que não adianta
passar por cima do Regimento, querer atropelar. Não adianta, é perda de tempo.
Por último,
quero colocar que essa reforma, realmente, não pode ser aceita. Nós não concordamos
com a reforma. Nós da bancada do PT vamos votar contra. (Manifestação nas
galerias.)
Nós não vamos,
inclusive, negociar nenhuma emenda. Não será uma emenda aqui, outra ali, que
vai mudar o nosso posicionamento. O nosso posicionamento é “não”, é contra, por
que essa reforma não presta.
Essa reforma
tira direitos dos trabalhadores, dos profissionais, dos funcionários públicos
do estado de São Paulo. Isso está claro. E da forma como está sendo feita, de
forma açodada, mais ainda. Não dá para aceitar. Mas parece que os governos
tucanos não têm jeito.
Isso que está
acontecendo com a reforma da Previdência foi o que aconteceu, por exemplo, com
a questão da segurança, com o caso de Paraisópolis. Doria, que na campanha, fez
discursos em que estimulou o uso da violência, agora vê as consequências.
Precisaram
morrer nove jovens, nenhum com passagem pela polícia, para, depois de uma
semana, o governador voltar atrás em tudo o que falou, tudo que pregou, porque
teve uma repercussão nacional, uma repercussão mundial, equiparada ao que
aconteceu no Carandiru há muitos anos, e também na Favela Naval, em Diadema.
Os governos
daquela época acabaram com suas carreiras e não vai ser diferente com o Doria.
Vai pagar caro por isso. (Manifestação nas galerias.) Mas mais caro quem está
pagando são as famílias das nove vítimas. Essas não conseguem recuperar os
entes perdidos.
Policiais foram
afastados. O governador demorou, titubeou. Agora, afasta 38 policiais. Quer
dizer que, depois de uma semana, ele percebeu a burrice que fez, o comando que
deu? Os policiais são culpados, mas o culpado principal é quem mandou fazer
aquilo, é quem está por trás. (Manifestação nas galerias.) Essa é a política
absurda dele e do governo do PSDB no estado de São Paulo. (Manifestação nas
galerias.)
Agora, a
Assembleia Legislativa e o estado de São Paulo não vivem só de PEC, de reforma
da Previdência. Temos as contas do governador para discutir. Temos o PPA, temos
o Orçamento, além de muitos projetos de deputados na fila para serem votados.
Então, a Casa
não pode parar e ficar por conta da Previdência. Que a rotina volte à
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e que a gente possa discutir
aquilo que é de interesse de toda a população do estado, que a gente possa
voltar a discutir o Orçamento e corrigir os absurdos que vieram na Peça
Orçamentária do Executivo.
Dou um exemplo:
em vez de confiscar parte do salário dos funcionários públicos, ao passar a
contribuição previdenciária de 11% para 14%, vamos dar uma olhada, uma revisada
em todas as desonerações que existem no estado de São Paulo. São mais de 20
bilhões de reais e ninguém sabe como são feitas.
Só aí, haveria
muito dinheiro. O deputado Carlos Giannazi costuma tratar do tema, apresentando
os devedores do ICMS no estado. Onde está a Secretaria da Fazenda para fazer um
pente fino e cobrar esses devedores? Essa seria uma forma de se arrumar
dinheiro. (Manifestação nas galerias.)
Outra forma - e eu já fiz
esse levantamento - é a de avaliar os gastos em publicidade do governo. É um
absurdo. (Manifestação nas galerias.) Não tem dinheiro para Educação, não tem
dinheiro para Habitação, não tem dinheiro para Saúde, para Segurança Pública,
não tem dinheiro inclusive para o Judiciário e para a Defensoria Pública.
Aí você vai olhar o
Orçamento e vê que há um aumento de 24% em Comunicação, que está como
secretaria de governo. De onde saiu esse dinheiro?
Aí você começa a ver na
televisão, todos os dias, uma propaganda em nível nacional de “Visite São
Paulo”, e conclui que se trata de uma pré-campanha para presidente da República
em 2022. A preocupação do Doria é só essa. Não dá para admitir. (Manifestação
nas galerias.)
Todos vocês, funcionários
públicos, têm razão, e a conta é fácil de fazer. A pessoa que ganha mais de 5
mil reais, deputada Bebel, paga 27,5% de Imposto de Renda e paga 11% de
contribuição para a Previdência.
Se a alíquota subir para
14% e for somada ao desconto do imposto de renda, quase metade do salário será
deduzido. É inconcebível. Isso não é desconto, é confisco de salário. Então a
gente precisa acabar com isso.
Os deputados que estão
indecisos precisam tomar a decisão, e é bom lembrar para todos os deputados,
principalmente os novos que chegaram aqui: façam um levantamento dos deputados
federais que votaram favoravelmente à Reforma Trabalhista, façam um levantamento
para vocês verem que muitos não foram reeleitos.
Vai acontecer a mesma
coisa aqui no estado de São Paulo. A população, os funcionários, vão ficar de
olho e, pode ter certeza, vão dar resposta.
Era isso, Sr. Presidente.
A bancada do PT, mais uma vez, é contra a reforma previdenciária e favorável a
que o governo retire essa reforma e não mande outra para a Assembleia
Legislativa.
O SR. PAULO LULA FIORILO
- PT - Sr. Presidente, para uma questão de ordem.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ
MACRIS - PSDB - Antes de passar a palavra a V. Exa., já
convido a deputada Bebel para, se puder, já ir à tribuna para falar contra o
projeto. Passo a palavra a Vossa Excelência.
O
SR. PAULO LULA FIORILO - PT -
PARA QUESTÃO DE ORDEM - Sr. Presidente, com fundamento no Art. 260 e seguintes
do Regimento Interno, apresentamos a presente questão de ordem a fim de
submeter a V. Exa. a dúvida quanto à interpretação do Regimento Interno adiante
exposta.
1.
Da ilegalidade da decisão do presidente da
CFO, que inadmitiu o voto em separado
Durante os trabalhos realizados em reunião
extraordinária da Comissão Permanente de Finanças, Orçamento e Planejamento da
manhã do dia 11 de dezembro de 2019, convocada pelo Sr. Presidente nos
seguintes termos para apreciação do voto do relator ao PLC 80/2019, por
discordar do voto apresentado pelo relator, apresentei meu voto em separado.
O presidente da CFOP,
deputado Wellington Moura, de forma surpreendente e antirregimental, inadmitiu o meu voto em
separado, em uma decisão monocrática, fundamentada sua decisão no Art. 71 do
Regimento Interno, alegando, em síntese, que o voto deixou de abordar todas as
emendas de plenário apresentadas.
A decisão acerca da
inadmissibilidade, de forma monocrática, de voto em separado, não está dentre
as dentre as competências de um presidente da Comissão atribuídas por força do
disposto no Art. 38 do Regimento I:
“Artigo 37 - O presidente
da Comissão será, nos seus impedimentos e ausências, substituído pelo
vice-presidente; e, nos impedimentos e ausências simultâneas de ambos, dirigirá
os trabalhos o membro mais idoso da Comissão.
Parágrafo único - Se, por
qualquer motivo, o presidente deixar de fazer parte da Comissão ou renunciar ao
cargo, proceder-se-á a nova eleição para escolha de seu sucessor, salvo se
faltarem menos de três meses para o término do biênio, caso em que será
substituído pelo vice-presidente.
Artigo 38 - Ao
presidente da comissão compete:
I - determinar
o horário das reuniões ordinárias da comissão, dando ciência à Mesa, que fará
publicar o Ato no “Diário da Assembleia”;
II - convocar
reuniões extraordinárias, de ofício ou a requerimento de um terço, no mínimo,
dos membros da comissão;
III - presidir
às reuniões da comissão e nelas manter a ordem e a solenidade necessárias;
IV - dar
conhecimento à comissão da matéria recebida, bem como dos relatores designados;
V - em prazo
não superior a duas sessões, contadas da data do recebimento da matéria na
respectiva comissão, designar relatores e distribuir-lhes a matéria sobre a
qual devam emitir parecer;
VI - não
havendo parecer, designará novo relator para proferi-lo oralmente no curso da
reunião ou até a reunião seguinte; não o fazendo colocará a matéria em pauta
para discussão e votação;
VII - fazer
ler, pelo secretário da comissão, a ata da reunião anterior, podendo ser
dispensada a requerimento de qualquer um de seus membros, submetido o pedido à
votação;
VIII - conceder
a palavra aos membros da comissão e às deputadas e aos deputados que a
solicitarem nos termos do Regimento;
IX - advertir o
orador que se exaltar no decorrer dos debates, ou faltar à consideração a seus
pares ou aos representantes do Poder Público;
X - interromper
o orador que estiver falando sobre o vencido ou se desviar da matéria em
debate;
XI - submeter a
votos as questões sujeitas à comissão e proclamar o resultado da votação;
XII - assinar
pareceres e convidar os demais membros para fazê-lo;
XIII -
solicitar ao presidente da Assembleia substitutos para membros da Comissão, no
caso de vaga, ou do § 1 0 do artigo 43;
XIV - representar
a Comissão nas suas relações com a Mesa, com as outras comissões e com os
líderes;
XV - resolver,
de acordo com o Regimento, todas as questões de ordem suscitadas na Comissão;
XVI - prestar à
Mesa, na época oportuna, as informações necessárias ao disposto na alínea “c”
do inciso I do artigo 14;
XVII - não
permitir a publicação de expressões, conceitos e discursos infringentes das
normas regimentais.
Parágrafo único
- O presidente não poderá funcionar como relator, mas terá voto nas deliberações
da comissão, além de voto de qualidade quando for o caso.”
Insisti
argumentando que o voto em separado por mim apresentado e os argumentos nele
dispendidos discordavam do voto apresentado pelo relator e que, não poderia ser
considerado parecer, não se enquadrando nas hipóteses do Art. 71 do Regimento
Interno.
2. Da Questão
de Ordem 296, de 2012 - obrigatoriedade da leitura do voto do relator e do voto
em separado.
O artigo 56
“caput” do Regimento Interno disciplina a leitura do voto do relator, sendo
silente em relação aos votos em separado. Nos §§ 4º e 5º temos
as hipóteses em que o voto em separado é aprovado pela comissão em detrimento
do voto do relator.
“Artigo 56 -
Lido o voto pelo relator, ou, à sua falta, pela deputada ou deputado designado
pelo presidente da comissão, será ele imediatamente submetido à discussão.
§ 1º -
Durante a discussão poderá usar da palavra qualquer membro da comissão, por dez
minutos improrrogáveis; às demais deputadas e deputados presentes só será
permitido falar durante cinco minutos. Depois de todos os oradores terem
falado, o relator poderá replicar por prazo não superior a 15 minutos.
§ 2º - Encerrada
a discussão, seguir-se-á imediatamente a votação do parecer, que, se aprovado
em todos os seus termos, será tido como da comissão, assinando-o os membros
presentes.
§ 3º -
Se o parecer sofrer alterações com as quais concorde o relator, a este será
concedido prazo até a próxima reunião para redigir o parecer vencedor; em caso
contrário, o presidente da comissão designará novo relator para o mesmo fim,
que para isso terá prazo até a reunião seguinte.
§ 4º - O voto
do relator não acolhido pela comissão constituirá voto em separado.
§ 5º -
O voto em separado divergente do voto do relator, desde que aprovado pela
comissão, constituirá o seu parecer.”
Em 2012, fato
ocorrido em reunião conjunta de comissões nesta Casa, e, ante a ausência de
previsão expressa no Regimento Interno acerca da leitura do voto do relator e
do voto em separado em sua integralidade e a decisão da então presidente de ler
somente o trecho final do voto da relatora, mesmo parte dos membros tendo
solicitado a leitura integral do voto, levou o então líder da bancada do
Partido dos Trabalhadores a formular questão de ordem, em 2012, à Presidência
da Casa, que recebeu o número 296.
Argumentou-se à
época que a leitura integral do voto e não apenas das suas conclusões seria
importante para acatar ou rejeitar a proposição principal ou seus acessórios e
ainda que dependendo da força dos argumentos apresentados pode levar a uma
mudança de posição dos demais membros.
A resposta à
Questão de Ordem 296, apresentada pelo presidente da Casa, deputado Barros
Munhoz, entendeu que “o direito ao amplo conhecimento da matéria não pode ser
relativizado. Nesse sentido, tratando-se de procedimento expressamente previsto
em nosso Regimento Interno, Art. 50, inciso V, a leitura do voto do relator ou
do voto em separado só poderá ser dispensada a partir de requerimento que conte
com a anuência da totalidade dos membros presentes à reunião”.
Por fim, o
presidente declarou nula reunião conjunta das Comissões de Constituição,
Justiça e Redação e de Administração e Planejamento ocorrida aos 18 de dezembro
de 2012.
A leitura dos
votos do relator e do voto em separado vem sendo adotada desde então. São sete
anos e duas legislaturas em que é obrigatória a leitura do voto do relator e do
voto em separado, só podendo ser dispensada caso haja consenso entre os membros
da comissão.
3. Da
ilegalidade da decisão do presidente da CFOP que inadmitiu voto em separado
apresentado por deputado - distinção entre voto e parecer.
A decisão
monocrática do presidente Wellington Moura proferida em reunião da CFOP,
negando a admissibilidade do voto em separado por mim apresentado, é
autoritária e ilegal, pois o dispositivo no qual respaldou sua decisão de não
admitir o voto em separado foi o Art. 71 do Regimento Interno.
Foi solicitado
durante a reunião que o presidente suspendesse os trabalhos da comissão a fim
de que fosse ouvida a Procuradoria da Casa. O presidente da comissão negou a
solicitação, alegando que fora orientado pela “Secretaria da Comissão”.
Confundindo
parecer e voto, adota uma decisão ilegal, pois fundada no Art. 71 do Regimento
Interno que regula parecer de comissão e não o voto em separado.
Aliás, aqui
cabe transcrever trecho do agravo interposto pela Procuradoria da Casa no
Mandado de Segurança n. 2273599-90.2019.8.26.000, relator des. Alex Zilenovski,
que suspendeu a tramitação da Proposta de Emenda a Constituição - PEC 18 por
ilegalidade na tramitação da proposição na Assembleia Legislativa do Estado de
São Paulo.
A própria
Procuradoria, no agravo subscrito pelo procurador-chefe Alexandre Issa Kimura e
pelo procurador Marco Antonio Hatem Beneton, ao tratar da segunda questão
regimental, distingue as figuras do voto e do parecer:
“No Regimento
Interno não se confundem parecer e voto. Parecer é proferido em duas situações:
a) a manifestação colegiada de comissão parlamentar e b) a manifestação do
relator especial, em substituição à atuação da comissão. Voto é a manifestação
isolada do deputado no âmbito da comissão parlamentar, se aprovado pelos demais
membros, constituirá o parecer da comissão”.
Os requisitos
previstos no Art. 71 do Regimento Interno são aplicáveis ao parecer da
comissão, e não aos votos em separado.
A legalidade da
apresentação do meu voto em separado encontra respaldo no Art. 74 do Regimento
Interno, que estabelece que os membros da comissão emitirão seu juízo mediante
voto, prevendo em seus parágrafos o voto vencido, voto em separado, voto pelas
conclusões e voto com restrições.
4. DO PEDIDO
As decisões
autoritárias e desprovidas de fundamentação legal proferidas pelo presidente
deputado Wellington Moura, em reunião realizada na manhã do dia 11 de dezembro
de 2019, da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento - CFOP, contrariam o
estabelecido no Regimento Interno em seus artigos 50, 56, 71 e 74, posto que
fundadas em dispositivos regimentais que não se aplicam ao caso concreto, e os
atos praticados são nulos e merecem pronto reparo por parte dessa Presidência.
11 de dezembro
de 2019.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Recebo a
questão de ordem de Vossa Excelência. No momento oportuno, farei a resposta, só
lembrando de que fui tolerante quanto ao tempo da questão de ordem, uma vez que
ontem, com o deputado Estevam Galvão, também fui tolerante.
A questão de ordem são três minutos.
Tolerei os dez minutos em que V. Exa. fez a questão de ordem e peço aos
deputados que forem fazer, novamente, outra questão de ordem que vou começar a
me atentar ao tempo que o Regimento prevê sobre a questão de ordem de três
minutos.
O
SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Perfeito.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Perfeito?
Passo a palavra agora à deputada Professora Bebel, para falar contra o PLC
80/2019.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa noite, Sr. Presidente e toda a assessoria que
compõe a Mesa. Dirijo-me também à assessoria que se senta à minha esquerda, que
se senta à minha direita, a todos os que nos assistem através da TV Alesp,
público presente, lutadores e lutadoras aqui neste plenário. E é claro, não
posso deixar de cumprimentar os senhores e as senhoras, nobres deputados e
deputadas.
Eu subo e subiria 100,
200, 300 vezes nesta tribuna para dizer que este não é o momento de se debater
e colocar em votação uma matéria tão séria, tão fundamental na vida do
funcionalismo público do estado de São Paulo, como é a triste “deforma” da
Previdência, que na verdade vai atrapalhar a vida de cerca de um milhão de
servidores públicos do estado de São Paulo.
E seria importante fazer
uma conta maior do que essa. Seria importante entender que a reforma da
Previdência não só atinge quem irá se aposentar, quem vai entrar para o posto
de trabalho no funcionalismo público.
Ela atinge também até o
patamar de R$ 5.800,00. Aqueles que chegarem a ganhar seis, sete mil, que
pagaram pela sua aposentadoria, vão ter que contribuir com 14%, a chamada
desaposentação.
Isso é um golpe nos
servidores públicos do estado de São Paulo. Mas, mais triste que isso não é só
falar da Previdência e o impacto financeiro negativo que sobretudo nos
empobrecerá. Não é só isso, mas a incongruência desta reforma com o conteúdo
dela, que tem temas estranhos na reforma para passar goela abaixo a carreira do
funcionalismo público do estado de São Paulo e me refiro ao subsídio.
O que é o subsídio mesmo?
Subsídio é para quem tem cargos eletivos, não para quem passou em concurso
público como nós passamos. É isso que é o subsídio. É uma única remuneração. É
isso que é o subsídio. Meus queridos e minhas queridas, vocês estiveram e têm
estado presentes diuturnamente nesta Assembleia, o tempo todo. Acompanharam,
fizemos ato, assembleia.
Atos até que dispenso o
adjetivo que vou usar, mas em nome e contra essa reforma é válido. Quem é que
não fica desesperado ou desesperada com a situação de um funcionalismo público
que não tem uma política salarial digna para a sua sobrevivência? Quem é que
não fica desesperado? Pergunto-me, professor Fábio, agora na condição de
presidente da Apeoesp.
Por trás de nós, Fábio,
quantos professores estão? Quantos, professor Francisco Poli, diretores estão
por trás da entidade Udemo? Gozze, quantos funcionários públicos da Justiça não
estão e devem estar e estão aqui nesta bancada? Quantos estão? Não pensaram nas
vidas que estão por detrás. Sabem dizer que nós estamos falando de
corporativismo, como se fosse um crime o corporativismo.
Não é, não é. Crime é
fazer o que está se fazendo conosco. É impor uma reforma sem nenhum debate. Uma
audiência pública a pedido do nobre deputado Campos Machado e concedida a Vossa
Excelência. Não deveria ser assim. Esta é uma Casa de Leis. É uma Casa que tem
que se pautar na democracia e que se pressupõem no Regimento audiências
públicas.
Me desculpe,
Sr. Presidente. Mas caberia ao Sr. Presidente chamar audiência pública. Ele
deveria chamar. Não nós termos que implorar para termos uma audiência pública,
diante da diversidade de questões presentes nesta Reforma da Previdência. Falei
que tinha temas estranhos a ela. Tem? Claro que tem.
É só pegarmos a
questão, por exemplo, da readaptação. Readaptação é exceção, não é regra.
Reforma da Previdência trabalha? O que é? O que ela trabalha? “Aquela
professorinha vai querer me ensinar alguma coisa? Quem ela pensa que é?” Somos
muita coisa. (Manifestação nas galerias.)
Porque sentimos
os impactos desta reforma na nossa vida. Sabemos o que é uma previdência. Então
colocaram a readaptação no meio da proposta de emenda constitucional, e no PLC
80. Oras, mas o que é a readaptação mesmo? Ela advém do quê? Advém do quê? Da
falta de condições de trabalho.
Deputado Roque
Barbiere, sei da sua fidelidade ao governo. Sei. Mas também sei que V. Exa.
jamais concorda que um servidor público, que um professor, uma professora, um
funcionário de escola, um diretor, não tenha segurança, não tenha condições de
trabalho.
Sei disso. Sei
tanto, que acho que V. Exa. atuará no sentido que seria benéfico para todos
nesta Casa: a retirada de pauta desta reforma da Previdência. (Manifestação nas
galerias.)
Porque iremos
debater feito gente grande. Nós somos! Quando queremos, somos grandes naquilo
que acreditamos. Mas não. É questão de honra? Então vai ter a honra. A honra de
nos aguentar tanto tempo quanto for necessário aqui neste plenário. A honra de
nos enfrentar nos corredores. A honra de nos encontrarmos, nos vários eventos
que o governador e os deputados que votarem contra o funcionalismo: lá nós
estaremos.
Porque não
admitiremos mais tanta injustiça com o serviço público do Estado de São Paulo.
Não fomos nós que governamos por 24 anos este Estado. Por que é de nós que tem
que sair os 32 bilhões de reais? Por que esta pressa? Por quê? Brasília levou
um ano, quase. O estado de São Paulo está querendo aprovar em menos de um mês,
ou pouco mais que um mês.
Por que não
deixamos aprovar? Admita. Porque vocês estiveram aqui. Porque, sim, Sr.
Presidente, não gostei de fazer o que fiz na quinta.
Mas sentei na
sua cadeira, lamentavelmente, para não ir a primeiro turno aquela votação que
começaria por um método de votação. Primeiro turno da reforma da Previdência.
Sim, Sr. Presidente. O senhor se sentiu desrespeitado? Sim. Desrespeitou.
Mas, Sr.
Presidente! É difícil. A gente implora. A gente pede. A gente fala. Quando não
tem jeito, é meio que uma mãe desesperada, ou alguém desesperado para dizer:
“Para! Para por um momento, e pensa se precisa fazer isto.” Não, não precisa
fazer isto.
Aqui tem
grandes pensadores, além de professores. Tem a São Paulo Previdência criada:
Fábio, Poly, e também o Gozzi, e tantos outros dirigentes que estão presentes
nesse plenário. Foi desenhado por nós aquele conselho, não foi? Nós fizemos
gestão. E tem gestão democrática na São Paulo Previdência. Aliás, ela é
requerida agora para o conselho do Iamspe, porque nós queremos um conselho
atuante, brilhante, para garantir...
O deputado
Roque Barbiere me perguntou: “Professora Bebel, tem gente indo na minha região,
pedindo para sair do Iamspe”. Eu disse para ele o que, deputado? O que eu disse
ao senhor? “Não, deputado, eu não concordo.” Nós vamos fortalecer o Iamspe, nós
fazemos o governo pagar a quota-parte dele. (Manifestação nas galerias.) Vai
ter o conselho gestor do Iamspe, para aí nós conseguirmos fazer valer a Saúde.
Porque nem
Saúde os servidores públicos têm. Aliás, até a Saúde quem paga somos nós,
servidores públicos, com os nossos dois por cento, deputado Roque Barbiere. O
governo não põe um tostão. Ah, ele põe, mas não pode ser; tem que ser política
de estado, essa é que é a questão.
Eu digo para
vocês o seguinte: vocês são o gás que - eu diria - alimenta. E é muito
importante a presença de todos e todas aqui. Quando tomamos consciência de que
tinha a pauta de duas extraordinárias, nós corremos avisar. Vocês estão aqui.
Como estarão amanhã, se necessário for; como estarão sexta, estarão sábado,
estarão domingo, estarão segunda! (Manifestação nas galerias.) Mas vão estar
aqui.
Porque é o
seguinte. E não levem como ameaça, é o que de fato acontece: quando mexem
conosco, a gente não deixa barato. A gente não deixa barato. A gente, de certa
maneira, faz da luta uma luta incansável em nome de tudo, para garantir a
escola funcionando, a diretoria funcionando, o Judiciário funcionando, todos os
serviços públicos funcionando.
Agora, o
difícil, pessoal, já que vocês fizeram menção, é ver deputado chamar a gente de
vagabundo. Por que ele não vai fazer um pouco de serviço público e seguir as
nossas condições para ver se nós somos vagabundos? (Manifestação nas galerias.)
Não. Sabe quanto vale cada showzinho que ele dá aqui? Vale 20 mil reais; é o
jogo da vida dele. Ele sobrevive das desgraças dos servidores públicos.
Foi lá onde
estavam os professores se alimentando, foi se meter com os professores lá. Foi
se meter, ninguém estava mexendo com ele. Nós não estávamos dentro da Casa. Nós
estávamos num acampamento nosso aqui do lado, comendo a nossa quentinha,
pessoal tranquilo. Ele foi lá mexer com todo mundo.
Esse é o
deputado bom aqui da Casa, o respeitado. A plebeia aqui, quando muito, meus
queridos, é desrespeitada na comissão. Na CPI, por várias vezes, ele se dirigia
a mim de forma muito desrespeitosa. Mas eu não tenho medo dele. Aliás, que se
danem aquelas porcarias, aquele lixo que ele põe na internet. (Manifestação nas
galerias.) E quero lamentar esses dois milhões de seguidores - está certo? -
que vão ouvir essas besteiras, esse show de besteirol que esse suposto...
Esse deputado
acha que ele é a voz de um movimento. Só se forem os movimentos... Mas gente
que tem um pouco de senso crítico não aceita isso. Eu não tenho medo desse
deputado. (Manifestação nas galerias.) Não tenho. Eu acho que ele sobe aqui
ameaçando. Quero dizer que eu não tenho medo dele. Não tenho. (Manifestação nas
galerias.) É bom que ele saiba que a gente não tem medo dele.
Por último,
quero pedir a vocês o seguinte...
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para concluir, deputada Bebel.
A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA – PT - Concluirei, Sr. Presidente. Vamos ficar atentos. Se preciso
for, hoje, amanhã, sábado, domingo, segunda, terça. Nem que tenhamos que dormir
no chão, nós vamos acompanhar a votação pari passu ou a não votação e lutar
pela retirada da reforma da Previdência.
Um forte abraço
a todos.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para falar a
favor, deputada Márcia Lia.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Questão de Ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Questão de
Ordem de Vossa Excelência.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT – PARA QUESTÃO DE
ORDEM -Quero solicitar do senhor, presidente, um esclarecimento: por que a
polícia está ali em cima filmando o tempo todo? Do outro lado não sei o que é.
Não sei se é polícia, filmando e gravando, já que a coisa aqui está correndo
tranquilamente; entendeu?
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vou fazer o
mesmo questionamento de Vossa Excelência. Não sei.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT – Eu não estou
entendendo até agora, porque nunca teve isso aqui, Sr. Presidente. Nunca teve
isso.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Não foi
intenção minha, deputado Barba. Eu vou pedir ao coronel. Se ele puder me
informar. Eu tenho a mesma dúvida de Vossa Excelência.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Informar e pedir
para que pare, não é? Se a gente for filmar qualquer um da polícia, com
certeza, com razão, os deputados aqui que são da polícia vão ficar bravos,
entendeu?
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vou pedir
esclarecimentos e logo em seguida trago esclarecimento a Vossa Excelência.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Gostaria de pedir para
que o senhor pedisse para que eles parassem de filmar.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Eu não sei nem
se a câmera é da polícia. Mas vou pedir esclarecimentos e logo em seguida trago
a resposta a V. Exa., mas já te adianto que não dei nenhuma orientação nesse
sentido. Com a palavra a deputada Márcia Lia.
A
SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT – Eu
confesso a vocês que eu ia começar minha fala de outra forma. Mas, depois do
que eu estou vendo aqui e ali, eu quero reiterar o que nós dissemos hoje lá na
Comissão de Finanças: nós estamos tendo uma ditadura aqui nesta Casa. É
ditadura na Alesp. É isso. É um absurdo que nós estejamos sendo filmados dos
dois lados.
Gostaria também,
Sr. Presidente, de que V. Exa. pudesse esclarecer o que significa, de fato,
essas pessoas filmando o que está acontecendo nesta Casa.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Só preservar o tempo de Vossa
Excelência. Só lembrando ao lado...
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Então não interrompe o meu...
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vou suspendendo o tempo de Vossa
Excelência. Ao lado lá é Imprensa credenciada, tá? E a câmera daquele lado
também é da imprensa credenciada da Casa e não da Polícia Militar. Então, só
para...
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Imprensa credenciada, com
uniforme da polícia?
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Não, não, não. A câmera não é da
polícia. Os policiais, sim, mas as câmeras não são da polícia. Essa informação
que eu recebi aqui. Devolvo a palavra a Vossa Excelência.
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.
Suspende o meu prazo para decidir essa questão.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O tempo já está suspenso. Devolvo
dez segundos...
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Não, está correndo.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Devolvo 14 minutos e 10 segundos,
foi quando eu devolvi o tempo. Devolvo 14 minutos e 10 segundos a V. Exa., que
foi o tempo que quando eu interrompi V. Exa. para esclarecer que se tratam de
câmeras da Imprensa. Por sinal, os PMs que estavam em volta não são os donos da
câmera. Só para deixar registrado, a câmera é da Imprensa. Devolvo a palavra a
V. Exa., deputada Márcia Lula Lia.
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Então vamos começar de fato o
debate que temos que fazer nesta Casa no dia de hoje. Sr. Presidente, eu não
consigo falar.
Não, óbvio que
não.
O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Para uma Questão de Ordem, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem um orador na tribuna,
deputado. Eu já passo Questão de Ordem para V. Exa. quando encerrar o orador.
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Bom, então eu vou iniciar a minha
fala aqui contando para todas as pessoas que assistem, que ouvem, para os
deputados que não estavam na comissão de finanças, o que aconteceu hoje na
Comissão de Finanças.
Tivemos a
leitura de um voto, o voto do relator, o voto do governo, um voto que foi
elaborado provavelmente pelos advogados, provavelmente do Palácio do Planalto,
porque havia muitos termos em latim, deputado Campos Machado. Era um festival
de termos em latim.
E aí nós
apresentamos um voto. O deputado Paulo Fiorilo apresentou um voto e nós fomos
cerceados no nosso direito de apresentar e de ler aquilo que faria o
contraditório naquela comissão e não houve a leitura do voto para que a
Comissão pudesse, diante de dois votos, um voto a favor e um voto contrário às
emendas apresentadas aqui no plenário, para que fosse feita a decisão, fosse
tomada a decisão, por aquela Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento.
Isso é,
deputada Delegada Graciela, cerceamento de defesa, isso é o impedimento do
contraditório. Nós não tivemos a possibilidade do contraditório para apresentar
o nosso voto naquela comissão.
Portanto, por
óbvio que será judicializado mais um problema que acontece dentro desta Casa.
Nós estamos vivendo um momento em que temos a PEC 18 suspensa pelo Tribunal de
Justiça através de uma apresentação de um mandado de segurança do deputado
Emidio, da Bancada do Partido dos Trabalhadores.
O desembargador
deu a liminar, concedeu a liminar, o governo pediu a reconsideração, não foi
aceita a reconsideração, eles entraram com agravo regimental. Foi aberto prazo
para que o agravado se manifestasse em 15 dias.
Portanto, nós
temos hoje a PEC 18, essa PEC perniciosa, essa PEC que retira dos
trabalhadores, dos servidores públicos, os direitos adquiridos, muitos deles ao
longo da vida inteira, muitos deles com 20, 30, 40 anos de trabalho. Agora, vão
ter os seus direitos retirados.
E, pelo que
consta, há um pedido de suspensão da liminar lá no Supremo Tribunal Federal,
está na mão do Dias Toffoli, que é o presidente daquela Casa, para que ele
decida. E, oxalá ele tenha o bom senso, o bom senso de entender que essa
reforma da Previdência não pode.
Ela não pode
porque ela tramitou no processo legislativo desta Casa de forma absurda, ou
seja, ao invés de os deputados, daqueles que representam cada um de vocês que
está aqui, que, aliás, foram eleitos para que representassem os servidores
também, todos os servidores, nós não tivemos a possibilidade de fazer o debate
porque foi nomeada uma figura, uma ilustre figura, chamada relator especial.
E, aí, vêm
aqueles votos que são um brinco, que são uma joia, aqueles votos elaborados
para retirar, de fato, toda a possibilidade de debate nesta Casa. Então, assim,
estamos vivendo uma ditadura na Assembleia Legislativa de São Paulo: a nomeação
do relator, a não leitura do voto em separado.
Tudo isso se
constitui num cerceamento de não só cerceamento de debate, mas também
cerceamento de defesa. Então, assim, eu penso que nós estamos vivendo tempos
extremamente difíceis nesta Casa, porque eu estou no meu segundo mandato.
Eu nunca vi,
nos quatro primeiros anos, situações tão absurdas, tão abjetas, quanto nós
estamos vendo nos dias de hoje, através dessa tentativa de usurpar o poder de
debate dos deputados eleitos democraticamente nas urnas para defender o povo
paulista, para defender os servidores, para defender aqueles que de fato
precisam da nossa participação e do nosso contraditório nesta Casa.
Quero colocar
que esse PLC 80, que nós estamos discutindo agora, que é objeto deste debate, que
nós estamos fazendo aqui na tribuna, ele é, também, um complemento de retirada
de direitos dos servidores públicos do estado de São Paulo.
A proposta é o
aumento da alíquota de 11 para 14 por cento. Mas, não é só isso. O aumento é
cruel, visto que os trabalhadores deverão ter que trabalhar mais.
Especificamente, 40 anos, para receber 100% do atual salário. Então, a pessoa
que trabalhou 40 anos, ininterruptamente, será a pessoa que vai ter direito a
receber o seu salário de forma integral.
As viúvas, com
exceção do pessoal da Segurança Pública, porque foi emendado para isso,
receberam tão somente 60% do salário, através de uma pensão. Nós também fizemos
aí alguns estudos, e o governo só pretende pagar pensão integral ao servidor da
área da Segurança que morre no exercício das suas funções.
A bancada do PT
denuncia também o confisco de parte das pensões e das aposentadorias, quando
forem acumuladas. Por onde a gente olha, acabam com o abono de permanência em
serviço. Essa proposta, ela propõe uma crueldade nas regras de transição. As
regras de transição, para quem já está no serviço público e falta tempo para
aposentar, são cruéis. Elas são cruéis.
Há um confisco
evidente, um confisco claro, um confisco transparente do salário, através das
reformas do senhor João Agripino, como diz o deputado Campos Machado. O João
Agripino está cruel com o servidor público. Ele disse, lá em 2007, vocês vão se
lembrar, que não havia necessidade de se fazer uma nova reforma, porque aquela
reforma feita em 2007 já atendia aos interesses do governo do estado de São
Paulo.
Ele disse isso
na campanha. Nós passamos na semana passada aqui um vídeo, mas ele mentiu. O
Bolsodoria mentiu, mentiu para todo estado de São Paulo. O Bolsodoria mentiu, e
eu vou dizer uma coisa para vocês, o povo de São
Paulo está vendo o
que está acontecendo nesta Casa.
São muitas as
manifestações que nós temos recebido, são muitas as manifestações de servidores
e de não servidores, que viram, que assistiram as promessas que ele fez durante
a campanha, e que agora está fazendo exatamente o inverso daquilo que ele havia
combinado, inclusive com os servidores.
Está muito
claro também que esse governo, assim como o governo federal, governa para os
ricos. Ele não governa para aqueles que ganham menos. Eles não governam para
aqueles que precisam de programas sociais. Eles não governam para o servidor
que ganha pouco, que ganha dois mil, que ganha dois mil quinhentos.
É uma vergonha
o salário dos servidores da Saúde do estado de São Paulo. É inacreditável. É
inacreditável o contracheque, quando a gente analisa, de alguns servidores do
estado de São Paulo, e a gente precisa falar.
É o momento
certo agora de a gente falar, de a gente falar que os servidores não querem mais
esse governo, que os servidores se sentiram ludibriados, que os servidores se
sentiram enganados, porque o servidor cansou de ser enganado.
É isso mesmo.
(Manifestação nas galerias.) Então, o que nós queremos, e, se Deus quiser, nós
vamos conseguir, é a manutenção da liminar, a manutenção. Que Deus possa
iluminar o presidente do Supremo Tribunal Federal, o ministro Dias Toffoli,
para que ele faça o que é justo, para que ele tenha...
Deus há de
conceder a iluminação necessária para aquela cabeça, para aquela mente, para
que a gente possa suspender tudo isso, retomar o processo e fazer com que essa
reforma da Previdência seja, de fato, dialogada, e que a gente possa retirá-la.
E que também os
deputados que estão em dúvida... Por isso, peço a vocês que passem nos
gabinetes dos deputados, conversem com os deputados que estão em dúvida. Nós
temos a relação; se vocês precisarem e quiserem, nós a fornecemos para vocês.
Temos muitos deputados em dúvida, deputados que não sabem, de fato. Tragam os
seus contracheques, mostrem os seus holerites para que eles tenham consciência,
de fato, de que é impossível a gente aceitar a reforma que está proposta.
Ela é muito
pior do que aquela que foi aprovada no Congresso Nacional. Ela é muito pior.
Ela é pior porque retira direitos adquiridos; ela é pior porque aumenta o tempo
de contribuição; ela é pior porque reduz o valor das pensões e das
aposentadorias; ela é pior porque as regras de transição são piores; ela é pior
porque acaba com o abono de permanência.
Ela é pior porque
ela massacra o servidor que chega na idade de se aposentar, depois de ter
trabalhado por 30 ou 40 anos, e ele, muitas vezes já cansado, doente,
precisando comprar remédios, precisando manter a família, não terá as condições
necessárias para que sua sobrevivência seja digna.
Portanto, nós,
da bancada do Partido dos Trabalhadores, estamos aqui para dizer aos servidores
que faremos tudo o que for necessário para que possamos manter a liminar, para
que possamos fazer com que essa reforma da Previdência seja rejeitada por esta
Casa, porque ela não atende aos interesses dos servidores do estado de São
Paulo.
(Manifestação nas galerias.)
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para falar
contra a matéria, a nobre deputada Monica Seixas.
Enquanto ela vai à tribuna, só vou
fazer uma retificação. Falei aqui ao deputado Barba, que fez a solicitação: de
fato, aquela câmera é da Polícia Militar, não foi orientação minha. Pedi para
que retirassem a câmera. E as pessoas ao lado são do jornalismo. Então, só para
fazer a retificação da minha fala, para não ficar uma coisa... Não foi minha
orientação, pedi para que seja retirada. (Manifestação nas galerias.)
Com a palavra a deputada Monica.
A
SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Ufa, menos mal, né? (Manifestação
nas galerias.) Eu vi a câmera. É muito ruim que os senhores sejam recepcionados
nesta Casa, que deveria ser a Casa do povo, a casa para as pessoas se
manifestarem, de forma a se sentirem coagidos.
A Casa tem que
garantir a segurança de nós todos, mas também o bem-estar de nós todos.
(Manifestação nas galerias.) O presidente solicitou a retirada porque é
constrangedor, realmente. (Manifestação
nas galerias.)
O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Uma questão de ordem, presidente?
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Não estou dando questão de ordem
enquanto o orador estiver na tribuna. Assim que ela encerrar, eu passo a
palavra a V. Exa. para uma questão de ordem, deputado Douglas.
O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Pois não, Sr. Presidente.
A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - Posso requerer o restabelecimento
do meu tempo?
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Que seja restabelecido o tempo de
Vossa Excelência.
A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - Muito obrigada. (Manifestação nas
galerias.) Pois é, eu tinha preparado outra fala, mas preciso lembrar um fato
que tem me chamado a atenção e tem sido diferente, devo assumir, é um lugar
diferente, este em que estou, que tem sido a luta dos policiais civis, dos
agentes penitenciários, nessa batalha contra a reforma da Previdência.
(Manifestações nas galerias.)
Semana passada
os servidores foram chamados de vagabundos ou, em outra hora, pelo próprio
governador, também de vagabundos e de excrescência.
Disse que não
foi contra a polícia, mas a gente tem a comprovação de que, entre tantos que
estão aqui hoje, na luta, estão os agentes penitenciários, estão os policiais
civis, que estão em luta, que estão sendo, sistematicamente, ludibriados,
dizendo que vão tirar, que não sei o quê, que pode ficar tranquilo, que todas
as palavras vão ser cumpridas, mas vejam bem, a gente está aqui, no início do
debate do PLC.
Hoje o Cauê
convocou o debate do PLC da reforma da Previdência, que tem pitadas de
crueldade para a Polícia Civil, por exemplo.
Tem pitadas de
crueldade para todas as categorias, mas para a Polícia Civil vem com o
diferencial de que o tempo mínimo de contribuição para eles é de 30 anos.
Homens e mulheres têm a mesma idade mínima, 55 anos. Para a integralidade,
porque não vale mais o último salário, 40 anos de contribuição.
Vamos falar da
Polícia Civil, esses que foram chamados de vagabundos. A Polícia Civil está
inoperante no estado de São Paulo. Interior adentro falta inteligência, faltam
investigadores, faltam escrivães, faltam delegados, falta água, falta luz,
falta papel higiênico, o teto está caindo.
O resultado
disso é que o Brasil não investiga suas mortes, não pune as suas mortes. A
sensação de insegurança vem do fato de o Brasil solucionar apenas 8% dos
homicídios cometidos. E aí querem jogar a Polícia Militar como se fosse ela
única e exclusivamente a garantidora da lei e da ordem, quando todo o resto do
estado falha.
A Polícia Civil
tem mais de 1.500 profissionais para se aposentar agora, e soube que já
entraram na fila da aposentadoria. É, de fato, o fim da Polícia Civil. Sessenta
e cinco por cento dos policiais da Polícia Civil tem mais de 45 anos. Eles,
agora, vão ter que ficar na delegacia até os 60 ou mais, porque vão ter que
contribuir por 40 anos para não ter um declínio do padrão de vida na sua
velhice.
É isso que o
governo do estado entrega, porque diz que é a favor da Segurança Pública, que é
a favor dos policiais, mas é isso que a gente está vendo. É o fim, a extinção
da Polícia Civil, o desprezo pela polícia penal, pelos agentes penitenciários,
que vão ficar na penitenciária por longos anos, que sequer têm o direito de
escolher trabalhar perto de casa, porque não giram a lista de transferência dos
agentes penitenciários e eles estão presos longe de suas famílias para
conseguir trabalhar com holerite abaixo de três salários mínimos.
Esses “grandes
privilegiados” que têm que ter duas casas, a casa da sua família e a casa perto
do trabalho, para ter onde ficar com esse grandiosíssimo salário.
Bom, a gente
começou a discutir o PLC, porque a PEC da proposta da reforma da Previdência,
que não garante os direitos constituídos... Aqui no estado de São Paulo a gente
tem muitas anomalias, eu vivo falando sobre isso, sobre a Assembleia
Legislativa do Estado de São Paulo.
Uma delas é
isso de relatoria especial. Relator especial daqui, dali, que suprimiu o meu
direito, como parlamentar, de participar, nas comissões, e de deliberar uma
temática.
Fui eleita
aqui, mas esperam que sejamos todos fakes. Que fiquemos aqui ganhando os nossos
gordos salários para não fazer nada, para deixar o Sr. João Doria fazer o que
quer do estado. (Manifestações nas galerias.)
A PEC que uma
liminar, mandado de segurança do TJ, pediu que voltasse - não impediu de
tramitar - para análise da CCJ, garantindo o direito democrático dos
parlamentares aqui, a participação da matéria, está em julgamento agora, no
STF. O Macris pai, ontem, disse que não foi ao STF se autodenunciando, porque
ninguém tinha perguntado se ele tinha ido. (Manifestações nas galerias.)
Também estão lá
os advogados da Assembleia Legislativa, também estão lá representantes do
governo. Eu fiz questão de ligar no STF hoje, em nome do Parlamento de São
Paulo, pedi que seja garantido o meu direito, como parlamentar, de deliberar
uma matéria em comissão, direito esse não garantido por esta Casa.
Nessa semana, o Cauê
disse que ia parar. Vossa Excelência, presidente Cauê Macris,
disse que ia parar a Casa. Ninguém ia deliberar nada enquanto a Justiça não
liberasse a tramitação da PEC. Eu fiquei animada, 20 anos assistindo a greves,
aprendeu a fazer greve. Vamos fazer greve, então. (Manifestação nas galerias.)
Vamos ficar aqui, vamos
fazer greve, mas é que eles não sabem brincar disso. A greve durou só dois
dias. Uma pena. Acho que os professores poderiam ensinar, inclusive, isso,
porque têm dado, ano após ano, um show de luta e resistência para garantir os
direitos da população do estado de São Paulo. (Manifestação nas galerias.)
A reforma da Previdência
aqui do estado de São Paulo, além de ser cruel, não tem conta, não tem conta.
Eu vivo tentando dialogar, porque para algumas pessoas é ideológico. Surgiu aí
uma hipótese que o grande problema do Brasil é a Previdência.
Se a reforma da
Previdência nacional já foi uma farsa, porque não se justifica, o rombo do
estado de São Paulo é ainda pior. O que se fala é que é inadmissível que o
valor da Previdência seja maior do que das outras pastas. Pois aumente o
investimento nas outras pastas, então.
Está faltando policial?
Pode investir na polícia. Está faltando professor? Pode investir na Educação.
Está faltando na Saúde? Pode contratar médico e enfermeiro. Aumente o
investimento.
Mas não sabe de onde
tirar? Cobre da dívida ativa. A dívida ativa, sim, o que os empresários devem
para o estado de São Paulo é maior do que a Previdência. (Manifestação nas
galerias.)
Mas essa reforma da
Previdência injustificada, uma farsa, tramitando às pressas, suprimindo todos
os direitos democráticos, tem pitadas de maldade que a gente pode explicar
aqui, como a desaposentação, como a média salarial, como não garantir direitos
adquiridos, etc.
Ela também tem pitadas de
reforma administrativa. Eu venho falando sobre isso. As categorias subsidiadas
perderão adicional por tempo, quinquênio e sexta-parte.
A pegadinha que o Doria
também vem dizendo, esse inimigo da Educação, que vai transformar os
professores em categoria subsidiada. Também, portanto, correm o risco de perder
o seu adicional por tempo.
É muito mais profundo o
que está se debatendo aqui, e as pessoas estão tentando justificar o
injustificável dessa reforma da Previdência. Faço votos que a Justiça faça
valer a democracia, que restabeleça o prazo de debate. (Manifestação nas
galerias.)
Mas os senhores devem
saber que os nossos poderes aqui são muito limitados e que o Sr. Cauê Macris
tem poderes quase que ilimitados e que é ele quem dita o ritmo da Casa.
Então, a gente precisa de
todos e todas muito mobilizadas neste momento, conversando com os deputados,
fazendo valer o seu direito, apontando os outros problemas do estado, ajudando
quem está com dificuldade de fazer as contas, de que há muitas outras escolhas
a serem feitas antes de quebrar o maior pacto solidário da história deste país,
que tem a ver com distribuição de renda e cuidado dos nossos idosos, que é a
Previdência.
Nós jovens deveríamos nos
orgulhar de estarmos ativos e operantes, contribuindo para uma velhice decente
de todos aqueles que já trabalharam e já contribuíram. É uma questão de
solidariedade também, mas de sobrevida.
No SUS e na Previdência,
não se deveria mexer, porque é garantia de vida de pessoas vulneráveis, e é
essa solidariedade que falta para esses senhores que estão sentados aqui hoje.
(Manifestação nas galerias.)
Eu queria usar os meus
cinco minutos que faltam para falar de gastos do governo. Quem está na escola
pública está vendo que as escolas públicas estão sendo pintadas.
Eu sou da comunicação,
sou jornalista. A gente tem uma coisa na comunicação chamada manual de
identidade visual, em que a gente orienta exatamente quais são as tonalidades
que devem ser usadas numa logomarca para constituir uma identidade visual, para
construir uma marca.
Pois, veja bem, o manual
de identidade visual do PSDB foi transferido para o manual de pintura das
escolas públicas, que estão sendo pintadas de amarelo e de azul. O governador
do estado de São Paulo com a Sherwin-Williams - sei lá por que essa marca,
benfeitoria que essa marca está fazendo - está pintando as escolas públicas das
cores do PSDB, exatamente na mesma tonalidade do manual de identidade de marca
do partido.
Todo esse discurso de
escola sem partido está criando uma outra anomalia: parlamentares sem partidos
e escola de partido único, porque a escola está sendo usada para publicidade do
PSDB. A gente entrou com uma ação hoje porque nos resta apenas recorrer à
Justiça.
Se está faltando dinheiro
no estado, não é para pintar escola de azul e amarelo especificamente que a
gente deve gastar dinheiro nesse momento, entre outras tantas coisas. Eu vim
até vestida sem querer de amarelo e azul porque é tanto amarelo e azul que
entra na cabeça da gente, já que a gente está sendo obrigada a engolir goela
abaixo.
Eu vim aqui já
assimilando a ordem, mas que o estado não assimile, por isso a gente espera
também que a Justiça fiscalize as contas do Governo do Estado de São Paulo,
essa parceria com essa marca de tinta.
A escola pública precisa
sim de revitalização. A escola pública precisa sim de muita reforma. Tem escola
pública sem água, escola pública que nunca viu papel higiênico. A gente tem
dezenas de escolas públicas sem pessoal da faxina, sem agentes de organização
escolar. Os professores na grande maioria são da categoria “O”.
A gente está precisando
abrir concurso e contratar. As escolas públicas de fato precisam de atenção do
estado, mas a gente não pode permitir que o governador João Doria use dinheiro
e recurso público para fazer publicidade do seu partido. Lembrando que ele já
tem uma condenação na Justiça por improbidade administrativa, porque na
prefeitura de São Paulo fez política com o seu slogan de campanha.
E se eles estão em
campanha permanentemente, nós temos que estar... Meu sonho, quem me dera. Quem
me dera ao menos ter a possibilidade de participação política; que a gente
tivesse um Parlamento ativo; que a gente tivesse a oportunidade da participação
das pessoas; que a sociedade de conjunto tivesse a oportunidade de entender o
Orçamento público e participar dele, mas tudo aqui é fechado para que isso não aconteça.
O Orçamento não foi debatido direito.
As audiências públicas do
Orçamento são uma piada, com pouca possibilidade de participação. Eu como
parlamentar não posso discutir a reforma da Previdência. Vocês não podem ser
consultados e a gente é obrigado a aceitar que a conta de papel de pão e o PPT
do Meirelles vão economizar 32 bilhões. E mais do que isso, que a gente precisa
economizar esses 32 bilhões como se fosse caso de vida ou morte.
Por isso, mais uma vez eu
quero dizer para vocês que toda a mobilização é necessária, mas eu tenho falado
muito com os policiais. Não somente porque eu acho que eles estão sendo o maior
alvo de manobra do governo, usados politicamente, ludibriados, mas também
porque eu encaro essencial uma reestruturação de um Plano de Segurança Pública
do Estado de São Paulo que pare de nos matar, matar todos nós.
E para isso acontecer a
gente precisa essencialmente da reestruturação e da revisão da Polícia Civil. O
Brasil precisa investigar e entregar o resultado dos seus crimes.
A gente quer saber quem
matou, por que matou e a gente quer dizer que vidas importam, vidas periféricas
importam, vidas negras importam e por isso a gente precisa reestruturar e fazer
um planejamento de uma polícia inteligente para além da opressão que chega já
batendo nas periferias.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ
MACRIS - PSDB - Para falar a favor, o nobre deputado
Douglas Garcia.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PSL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Sr. Presidente e nobres pares aqui
presentes. Quero cumprimentar a todos nesta Casa: aos deputados estaduais aqui
presentes, público que nos assiste aqui na galeria da Assembleia Legislativa,
da TV Alesp e todos os servidores.
Senhores,
quando eu critico, de forma veemente e contundente, querem me representar no Conselho
de Ética, dizendo que quebrei uma espécie de decoro. Então só me resta agir com
sarcasmo. Porque talvez assim a minha mensagem seja entregue de forma que eu
não espante a bancada de esquerda desta Casa.
É
impressionante. A deputada sobe aqui na tribuna, olha para uma câmera e -
prestem atenção na narrativa dela: “Meu Deus do Céu, uma câmera. Ai, meu Deus
do Céu, a ditadura. Estamos em 64. Socorro”. (Manifestação nas galerias.)
Nunca vi uma
situação tão ridícula quanto esta. Aí a gente percebe por que o pessoal do PT e
o pessoal do PSOL vive dizendo, nas escolas, que teve ditadura, que teve regime
militar. “Meu Deus do Céu. Mataram milhões de negros. Mataram milhões de
índios. Mataram milhões de LGBTs.” Chega aqui, e faz escândalo por causa de uma
câmera.
Mas, sabe o que
mais me surpreende? É que, quando um policial militar está lá, fazendo a sua
atuação, muitas vezes reagindo a uma agressão, aí surge câmera até do inferno.
Brota uma câmera aqui. Brota outra câmera de lá. No caso de Paraisópolis, foi
câmera de tudo quanto é parte. É câmera descendo do céu. É câmera brotando do
esgoto.
Mas é
impressionante. Quando é para filmar a atuação do policial militar, pode ter
câmera. Mas quando é para filmar atuação de outros servidores... Porque os
senhores são servidores, ou não são servidores? São servidores, sim. Qual é o
problema? Tivemos, inclusive, essa semana, nesta Assembleia Legislativa, nos
corredores desta Assembleia, foram apreendidas duas armas brancas. Duas armas
brancas. Isso foi um verdadeiro absurdo.
Sei separar.
Não digo aqui que a totalidade da galeria que está nos assistindo age dessa
forma. Não, não é. Porque sei que ali no meio existem servidores civis, como
policiais; existem servidores civis, como professores; que se comportam e que
com certeza vieram aqui para se manifestar de forma democrática.
Mas o que
aconteceu ali, policial militar filmando, eles estão filmando para garantir a
própria segurança deles. Estão filmando para garantir a própria segurança dos
manifestantes, daqueles que estão na galeria.
Ou só pode
filmar quando o servidor em questão é um policial militar? E se tivesse
acontecido alguma coisa? Só tem medo da câmera quem está fazendo algo de
errado. Se estão se sentindo intimidados, é porque estão planejando fazer algo
de errado.
Então, deputada
Márcia Lia, deputados que estão fazendo essa inquisição toda em cima da Polícia
Militar do Estado de São Paulo! Que até semana passada, estava aí, falando mal
do governador, dizendo: “Olha só como o governador é ruim com o policial militar.
Está dando um salário mixuruca para o policial militar.” Chega aqui, a primeira
coisa que faz é chamar os policiais militares de ditadores.
Porque foi isso
que vocês fizeram. Chamaram a Polícia Militar do Estado de São Paulo, que
estava fazendo a segurança deles, para que não aconteça nenhum tipo de
barbaridade, de ditadores. “Ai, porque é ditadura. Olha só, uma câmera. É
ditadura. Pelo amor de Deus, tira essa câmera porque estou sendo torturada.”
Pelo amor de
Deus. Chegou um nível que não dá para aguentar. É um nível de hipocrisia que
não tem como aguentar. Pode filmar tudo o que é errado com relação aos
policiais militares. Mas não pode filmar a galera aqui. Inclusive, não estou
falando da totalidade, mas tem gente no meio de vocês que vem com arma para
essa Assembleia, que vem com faca para a Assembleia de São Paulo. Tem que ser
filmado sim.
Inclusive, Sr.
Presidente, já que não temos em larga escala detectores de metais, já que não
podemos ter, nos corredores desta Assembleia Legislativa, câmeras, já que não
temos o controle de entrada e saída, me sinto completamente desprotegido.
Trazendo também a questão que os deputados foram proibidos - aqueles que fazem
parte de agentes de Segurança Pública - proibidos de entrarem armados no
plenário, me sinto completamente desprotegido.
Porque não pode
filmar, não pode fazer controle de entrada, não pode ter aquela questão de
colocar um detector de metal na porta da Assembleia, a gente vai ficar nas mãos
de quem? De terroristas? Não pode acontecer isso de forma alguma.
Então, eu peço
ao presidente dessa Assembleia, com base no Art. 280, que prevê a não entrada
nessa Casa com armas brancas, que permita à Polícia Militar do Estado de São
Paulo fazer a filmagem, sim. Só tem medo de ser filmado quem está fazendo coisa
errada. Inclusive, nós temos hoje, nas ações da Polícia Militar que acontecem
nas manifestações de rua, sempre uma câmera acompanhando.
Sabem por quê?
Porque eles só mostram a parte quando a polícia está fazendo aquela evasão do
pessoal, tirando o pessoal da rua, depois que eles fazem o quê? Tacam rojão na
PM. Depois que eles tacam pedra, depois que eles agridem gratuitamente a
Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Aí sim, eles
respondem à altura, mas só aparece a câmera do “Mídia Ninja”, do “Jornalistas
Livres” quando é para filmar a reação do policial militar. Se acontecer
qualquer coisa aqui nessa galeria agora, eu tenho a mais absoluta certeza de
que só vai aparecer nas redes sociais a polícia reagindo.
Por quê? Porque
não tiveram a oportunidade de poder gravar o que aconteceu antes. A Polícia
Militar faz essa gravação para proteger a si mesma e para proteger os
manifestantes que vieram aqui para se manifestar de forma democrática.
Então, é um
absurdo serem acusados de ditadores por esse bando de hipócritas, porque é isso
que eles são: um bando de hipócritas que dizem que a polícia são ditadores
porque eles tentam fazer uma filmagem. Ah, não dá para aguentar, senhores. Esse
tipo de coisa não dá para aguentar.
E só para
consignar: a deputada Monica veio aqui, reclamou do que o Governo do Estado
está fazendo, que está pintando as escolas. Eu vou dizer uma coisa para vocês:
essa semana, na Assembleia Legislativa... Faz mais ou menos dois dias, né,
Monica?
Está
processando o Governo do Estado porque está pintando as escolas de azul e
amarelo, né? Entrando com a representação. Beleza. Eu quero saber quando é que
a Bancada Ativista vai entrar com uma representação processando os “pão com
mortadela” do PSOL por pegar as praguinhas que foram distribuídas pela Bancada
Ativista e colar nos corredores dessa Assembleia. Porque isso é vandalismo.
A senhora está
agindo com hipocrisia. O que vale para um tem que valer para o outro também.
Então, não venha aqui com discursinho impactante, “lacrofonte”, querendo se
aparecer para o seu público, quando a senhora não está agindo, não está
seguindo a sequência daquilo que está pregando.
Porque é um
absurdo, senhores. Pode pesquisar; está lá no meu Twitter, publiquei faz pouco
tempo. Está o símbolo da Bancada Ativista e as praguinhas espalhadas no chão da
Assembleia Legislativa. E o pessoal da limpeza, as meninas da limpeza, como
elas não têm o produto para tirar a praguinha...
Porque, afinal
de contas, quem imaginaria que dentro de uma Casa Legislativa um material que
leva a marca de um mandato legislativo iria fazer algo para poder vandalizar a
Assembleia de São Paulo?
As empresas que
trabalham com limpeza jamais imaginariam uma coisa dessa. Estavam lá com uma
chave rabiscando o chão, tentando tirar aquilo que colaram no chão da
Assembleia Legislativa. Isso é vandalismo.
E o mandato da
senhora não se contrapôs a isso, não fez uma crítica àqueles que saíram
distribuindo esse tipo de absurdo na Assembleia Legislativa. Aí, a senhora vai
lá e processa o Governo do Estado porque está reformando, pintando a escola.
Ah, mas é uma hipocrisia que eu vou lhe contar! Meus parabéns, deputada Monica.
A senhora está de parabéns.
Só me resta ser
sarcástico, senhores, porque não dá. A deputada vem aqui, reclama, chama os
policiais militares de ditadores. Semana passada, estava defendendo. A outra
sobe aqui, reclama do Governo do Estado porque está reformando a escola,
pintando, fazendo isso aqui, mas não diz um “A” diante dos militantes aqui,
pagos com pão com mortadela, diante do que estão fazendo. Sabe, deputada Isa
Penna, isso é um absurdo. Eu não consigo.
Então, eu vim a
essa tribuna - uma questão de ordem não seria suficiente para falar - única e
exclusivamente para falar isso. E, já que vocês estão me xingando com relação a
isso, eu sou favorável à reforma da Previdência, sim; mas não da forma como
veio trazida para essa Assembleia Legislativa.
Acredito que
deva ter uma conversa melhor com os deputados estaduais dessa Casa. Mas essa
conversa não pode partir do tamanho da hipocrisia que está sendo feito,
senhores. Porque olha, existem limites para tudo.
Meu espírito
natalino, deputada Bebel, chega até determinado ponto. Quando ultrapassa,
infelizmente a gente tem que voltar aqui e relembrar aos deputados quais são os
seus devidos lugares, que é, no mínimo, não ser hipócrita.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - O senhor me dá um aparte, aí o
senhor responde no final, um minuto?
O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Ok, está concedido um aparte a
Vossa Excelência.
A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - O
senhor quer uma água?
O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Não, muito obrigado.
A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - De nada.
O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Fica à vontade.
A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - Só para responder que eu sinto
muitíssimo pelas trabalhadoras da limpeza, me colocar à disposição delas, como
sempre estive para auxiliar, mas eu tenho certeza de que o senhor sabe que não
fui eu, obviamente, quem colou.
O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Mas o material era da senhora.
A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - Mas a Casa é uma ebulição social e
quem dera as trabalhadoras da faxina tivessem o acesso que a gente tem, porque
eu tenho certeza de que elas iam preferir ter acesso à janta, material de
limpeza decente do que qualquer outra coisa.
E hipocrisia
mesmo é dizer que os policiais precisam ter direito de matar, direito de
filmar, direito não, não, não, e defender o direito deles de não ter uma
aposentadoria assegurada pelo Estado.
Os policiais
precisam de direitos trabalhistas, de salários dignos, de se aposentar antes de
ficarem velhos na delegacia, na penitenciária, nas ruas, precisam ser
assegurados para o Estado, precisam de uma sociedade de uma cultura de paz, que
não incite a violência contra eles para que eles não possam reagir com
violência também.
Hipocrisia é
criar a violência e deixar os policiais prontos para matar e para morrer.
Respira, toma uma água e agora pode responder. E da próxima vez que o senhor
vir alguém da faxina limpando o material de quem quer que seja, o senhor pode
filmar também. Mas ajuda a limpar. Eu ajudo.
O senhor me
liga, eu venho ajudar a limpar. Mas o senhor ajuda também, tá? Porque ficar
filmando uma pessoa abaixada no chão limpando material é um pouco
constrangedor.
O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Pode aplaudir. Isso. Estou dando
um tempo para vocês aplaudirem. Beleza? Vamos lá.
Deputada
Monica, agradeço a intervenção de V. Exa., mas a responsabilidade do material
que foi disseminado não foi minha, foi da senhora, porque leva o nome do
mandato da senhora.
Então, o mínimo
que a senhora deve fazer é procurar as tias da limpeza aqui da Assembleia,
pedir desculpa às funcionárias da limpeza, a senhora deve procurar as
funcionárias da limpeza aqui da Assembleia e pedir desculpa diante do que
aconteceu. Não sou eu.
A
responsabilidade não é minha. E já que a senhora está falando da questão da
hipocrisia, eu vou voltar aqui novamente para tocar na questão de hipocrisia
aproveitando que a senhora está do lado do deputado Carlos Giannazi.
O deputado
Carlos Giannazi, para a senhora que não sabe, agrediu uma mulher aqui no final
do ano passado na Assembleia Legislativa de São Paulo, pegou o microfone atacou
no braço dela, quebrou o braço da mulher, ficou 15 dias com o braço engessado e
a senhora nunca subiu a esta tribuna para criticar o deputado Carlos Giannazi,
para chamá-lo de machista, para chamá-lo de qualquer coisa.
Então, enquanto
a bancada nunca subir aqui para falar a respeito desse assunto, os hipócritas
são os senhores e não eu, e não eu. Tá ok?
Eu só vou
respeitar a bancada do PSOL como não sendo uma bancada hipócrita, quando vocês
criticarem o Carlos Giannazi pelo fato do deputado ter agredido uma mulher.
Vocês vivem criticando o presidente da República sobre isso, mas nunca falaram
um “a” sobre o líder do partido de Vossa Excelência. Tá ok?
Aproveitando
que a deputada me lembrou de outro assunto muito importante, estava falando da
questão aqui do Escola sem Partido. Eu vou fazer uma solicitação, deputada
Carla Morando, minha querida deputada Carla Morando, de toda a bancada do PSDB
desta Assembleia Legislativa, chegou ao meu conhecimento que está rolando um
programa chamado Programa do Adolescente da Secretaria de Saúde do Estado de
São Paulo.
Já que a
deputada falou da questão da Escola sem Partido, o tema a ser disseminado
Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo é: “meninos que não se sentem
meninas, ou meninas que não se sentem meninos”.
Peço, então,
por gentileza a V. Exa., como líder do PSDB aqui na Assembleia de São Paulo,
tenho certeza de que essa não é a prioridade do Governo do Estado de São Paulo,
gastar dinheiro relacionado com a Saúde, com esse tipo de tema relacionado à
ideologia de gênero, que saiu da questão das escolas e agora está entrando até
mesmo na questão de Saúde.
Eu sei que a
senhora luta muito pela questão de Saúde do ABC, é uma das melhores deputadas
de São Bernardo do Campo, Santo André, São Caetano do Sul e vai retirar esse
tipo de conteúdo, vai conversar com o governador do estado de São Paulo, porque
já não basta a bancada do PSOL que é pura hipocrisia que defende as mulheres e
outros gêneros do tipo, nós já temos eles para ficar disseminando esse tipo de
material esdrúxulo e nojento nas salas de aula.
Então, eu peço
que o governador do estado de São Paulo venha retirar isso daqui porque isso
não faz parte da grade curricular, seja da Saúde ou seja da Educação.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para falar
contra, tem a palavra o deputado Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL
– SEM REVISÃO DO ORADOR – Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
público aqui presente, nossos valorosos servidores e servidoras, de volta a esta
tribuna no dia de hoje, Sr. Presidente, primeiro, eu gostaria de dizer mais uma
vez que nós estamos vivendo aqui uma situação inusitada. Na verdade, um
verdadeiro estado de exceção.
E, também,
sobretudo, além do estado de exceção, nós estamos vivendo aqui uma
desconstituinte, porque a PEC que foi apresentada pelo governo Doria, a PEC
número 18, ela mexe profundamente na Constituição Estadual, na Carta Magna
estadual, que foi aprovada, inclusive, aqui neste plenário.
E, existem
deputados que participaram da aprovação da Constituição Estadual. Ela está
sendo desmontada pela PEC 18, sem que haja, pelo menos, até onde eu saiba, não
foi chamada uma assembleia estadual constituinte.
Esse debate não
está posto, pelo menos por enquanto. Mas, a PEC que foi apresentada, ela altera
a Constituição estadual de tal forma que ela cai numa ilegalidade. Não é à toa
que essa questão está judicializada no Tribunal de Justiça, e, agora, também no
Supremo Tribunal Federal, que não concedeu, não derrubou a liminar. Não derrubou
a liminar, de tão grave que é o ataque à Carta Magna estadual.
Esse é o
primeiro ponto que eu gostaria de colocar aqui. O segundo ponto é em relação ao
PLC, esse PLC que está sendo debatido agora, o PLC número 80, esse PLC já teve
cinco relatores especiais.
Isso é uma
afronta também não só à Carta Magna estadual, mas à Constituição Federal.
Porque a figura do relator especial é uma figura anacrônica, que só existe
praticamente nesse regimento da Assembleia Legislativa de São Paulo.
E, esse
dispositivo, ele não foi recepcionado pela Constituição Federal. Então, é
inadmissível que a Assembleia Legislativa esteja debatendo um Projeto de lei
que teve cinco, não um, mas, cinco relatores. Isso é um absurdo total, uma
excrescência. Isso é anacrônico, é inadmissível.
Então, eu
queria levantar esses dois pontos: uma agressão à Constituição Estadual...
O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS – Sr. Presidente, Questão de
Ordem.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Questão de Ordem sobrepõe.
Preservo o tempo do orador na tribuna, doze minutos e oito segundos quando eu
suspendi o tempo dele.
Questão de
Ordem de V. Exa., deputado Gilmaci.
O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS – PARA QUESTÃO DE ORDEM - Sr.
Presidente, eu sei que V. Exa. permitiu, quando há um orador na tribuna, para
que a equipe possa filmar, gravar. Mas, somente o deputado na tribuna. Seria
isso?
Porque eu estou
vendo aqui o rapaz aqui que está filmando o deputado Giannazi não gravando
somente ele, mas toda a Assembleia, todos os deputados, e tudo o que está
acontecendo aqui.
Queria saber se
isso pode, se isso é permitido.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – É. O assessor do deputado tem a
permissão da Presidência e da Mesa para gravar apenas o orador da tribuna.
Peço, por favor, a V. Exa...
O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS – Veja que está filmando para cá,
deputado. Olha lá, olha lá. Está virando para cá, para os deputados.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Eu gostaria de pedir que V.
Exa., por favor...
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL – Sr. Presidente, pela ordem.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Não, não, não, não, não, não.
Eu gostaria de que V. Exa. por favor...
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL – Pela ordem. Vossa Excelência
agora está tentando implantar a censura aqui.
Deputado
Gilmaci Santos, não combina com V. Exa. fazer esse tipo de coisa. A imprensa
toda está filmando aqui, a TV Alesp. Qual é o problema?
O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS – A imprensa, não assessor de V.
Exa. filmar os deputados.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Eu devolvo a palavra ao orador
na tribuna.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL – Tem minha autorização para
filmar. Qual é o problema?
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Vossa Excelência não dá
autorização aqui no plenário. Quem dá autorização é o presidente.
Se a equipe de
V. Exa. continuar fazendo isso, na próxima vez não entrará. Devolvo a palavra a
Vossa Excelência.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL – Qual é o problema? Não pode
filmar deputado aqui?
Todos estão
sendo filmados aqui pela TV Assembleia. A imprensa está aqui filmando, os
servidores estão filmando. Aqui todos nós somos servidores públicos. Isso é um
absurdo total.
Gilmaci Santos,
hein. Está mais realista do que o rei. Eu vou contar tudo para o Edir Macedo.
Vou reclamar lá com o Edir Macedo. O Edir Macedo não vai gostar desse tipo de
comportamento, hein, deputado Gilmaci Santos. (Manifestação nas galerias.)
O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS – Deputado Giannazi, eu não
admito esse tipo de coisa de Vossa Excelência. Isso é preconceito. V. Exa. não
tem o direito de fazer isso. Lave a boca para falar do Edir Macedo. Eu não
admito V. Exa. falar esse tipo de coisa. Fale de mim, mas não fale das pessoas,
não. Fale de mim se quiser falar. Vossa Excelência não tem o direito de agir
dessa forma. Não admito esse tipo de coisa de Vossa Excelência.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Gilmaci Santos, ele não vai
gostar disso. Não, a Universal de Deus não vai gostar disso.
O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - V. Exa. não tem o direito de
agir dessa forma. Fale de mim. Não admito esse tipo de coisa de V. Exa. Se
quiser falar, fale de mim, a meu respeito.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Mas é, V. Exa. tem um líder. O
seu líder é o Edir Macedo. Todos sabem aqui quem é o líder da Universal de
Deus.
O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Volto a falar. Fale de mim. Edir
Macedo não está aqui para se defender. Fale de mim. O senhor é um hipócrita.
Fale de mim.
A SRA. ISA PENNA - PSOL - Aí eu quero também, presidente.
Pode ficar interrompendo assim? Eu vou ficar também.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, o deputado Gilmaci Santos tenta me censurar, tenta
implantar censura aqui na Assembleia Legislativa, censura de imagem. Deputado,
olha, a TV Alesp está filmando. Aqui tem imprensa filmando, então tudo bem o
nosso assessor de imprensa... Nosso competente assessor de imprensa não vai
filmar mais, já que isso incomoda V. Exa., mas eu vou contar tudo para o Edir
Macedo, o que V. Exa. está fazendo, eu vou falar para ele o que V. Exa. está
fazendo aqui.
Sr. Presidente,
mas vamos voltar aqui ao debate, porque eu não quero desviar o assunto. O meu
tema aqui é a farsa da reforma da Previdência. Tentam desviar, deputada Isa
Penna, nossa atenção. Eles querem fazer diversionismo para desviar o foco. O
foco principal aqui é contra luta contra a reforma da Previdência.
É uma reforma
que vai arruinar várias famílias de servidores. Nós temos aqui servidores. Nós
conhecemos muitos professores, por exemplo, que são casados com servidores da
Segurança Pública, com servidores da Saúde. Então, nós vamos ter famílias
dilaceradas, porque ambos serão prejudicados, e aí eu quero até ilustrar.
Eu quero
mostrar aqui para vocês a carta do Lucas, do menino Lucas, que fez uma carta
muito interessante. Eu queria colocar aqui no painel a carta do menino Lucas,
mostrando exatamente a situação já de ruína de muitas famílias dos servidores
públicos do estado de São Paulo. Eu vou ler rapidamente aqui.
“Querido Papai
Noel, meu nome é Lucas. Tenho nove anos. Este ano eu não vou querer presente.
Quero pedir para você levar embora o João Doria, porque ele é malvado. Ele
deixou meus pais muito tristes. Meu pai é policial e minha mãe professora. Ele
precisa ser consertado rápido, porque acabou com alegria de casa”.
Ou seja, está
acabando com o Natal das pessoas, com o final de ano, e vai arruinar as vidas
de milhares de servidores no estado de São Paulo. Agora, por que nós afirmamos
que a reforma da Previdência estadual é uma farsa, como foi a do Bolsonaro
também? Não tem diferença. Essa é pior até, isso nós já demonstramos inúmeras
vezes.
Mas eu quero
dizer que o objetivo central das reformas em curso hoje no Brasil é, sobretudo,
para canalizar dinheiro dos fundos públicos para o mercado financeiro. É disso
que se trata a reforma da Previdência.
Foi a reforma
nacional, a reforma estadual também, e as municipais que estão em curso, tudo
para pagar a dívida pública brasileira, porque, com a crise de 2008, com a
crise do capitalismo internacional, o capitalismo tem que manter a sua margem
de lucro, ele não pode perder nunca.
Então, eles
atacam agora os fundos públicos, da Previdência, da Educação, da Saúde, para
manter a margem de lucro e passar a conta da crise fiscal de 2008, a crise do
capitalismo internacional, sobretudo do capitalismo financeiro, para os
trabalhadores do mundo inteiro, e, nesse momento, eles jogaram a conta para os
países do mundo capitalista periférico, que eles chamam de capitalismo
periférico.
Então
eles querem sugar o dinheiro dos fundos previdenciários, e da Educação e da
Saúde também, como se já não bastasse a DRU, que já canaliza, já rouba 30% do
Orçamento da Saúde, da Previdência.
Como
se não bastasse Emenda 95, do Temer, que congelou os investimentos por 20 anos
em todas as áreas sociais, menos para o pagamento de juros da dívida pública,
nós temos agora essas reformas em curso no Brasil, e a proposta do Bolsonaro, a
grande proposta, o grande sonho
do Paulo Guedes.
Ele
está tentando a todo custo acabar com uma vinculação obrigatória em Educação e
Saúde. Aqueles 18% da União e os 25% dos estados e municípios, ele quer acabar
com isso, deixando a mercê de cada administração o investimento em Educação e
em Saúde também.
Mas eu quero
mostrar números, rapidamente, porque meu tempo está terminando. Eles ficam
horrorizados, os deputados da base do Governo, o PSDB, com os números
apresentados da suposta dívida da Previdência, que é, segundo o Henrique
Meirelles, de 32 bilhões de reais. Ele diz que temos que economizar, em dez
anos, 32 bilhões de reais; por ano, temos que economizar aproximadamente três
bilhões de reais.
Mas eles não
ficam escandalizados com a dívida ativa do estado de São Paulo, que é de 340
bilhões de reais. Não há nenhuma preocupação. Ninguém fala sobre isso, nenhum
partido, nenhum deputado. E temos aqui a lista dos principais devedores, que é
pública. Qualquer pessoa pode acessar o site da Secretaria da Fazenda e ver os
devedores da dívida ativa. São várias dívidas; esta é a dívida ativa.
Então, tem
vários devedores. Por exemplo, a Sadia deve um bilhão e 600 milhões de reais.
Está aqui: Sadia, ela tem essa dívida. Por que estou mostrando a Sadia? Porque
a Sadia tem isenção fiscal, tem benefício fiscal.
Além de ser
caloteira, devedora do Fisco estadual, do dinheiro que faz falta para a
Educação, para a Saúde, para a Segurança Pública, para a Assistência Social,
ela tem isenção fiscal do PSDB há muitos anos aqui no estado de São Paulo. É um
verdadeiro absurdo: é devedora, caloteira e, mesmo assim, o PSDB mantém uma
parte de isenção fiscal no pagamento do ICMS, que é o principal imposto do
nosso Estado.
Todo o ramo
frigorífico tem isenção fiscal, essas empresas todas. Tem várias aqui. Essa
Marfrig deve 600 milhões; é do ramo frigorífico também. Então, são várias.
E esse debate
aqui não entra. Por que será que as empresas não são questionadas pelos
deputados que tanto se preocupam com o que eles chamam de rombo da Previdência?
Não há preocupação. Então, dívida ativa, grandes devedores e isenções fiscais.
Temos também a
outra dívida, a dívida pública, que consome mais de 17 bilhões de reais por ano
do erário público. A nossa luta histórica na Assembleia Legislativa, desde 2007
- não só minha, mas também do deputado Raul Marcelo -, sempre foi pela
aprovação de uma auditoria da dívida pública estadual.
Queremos
auditar a dívida, como queremos também auditar a dívida pública federal, da
União. E é uma dívida só de rolagem. Essa dívida, os 17 bilhões, é só com
rolagem.
Não é nem para
pagar a dívida, é só com juros, encargos e amortizações da dívida. Então, vamos
debater. Quero a ajuda dos deputados e deputadas, das pessoas que se preocupam
tanto com o erário público.
Não vejo
manifestação nenhuma de deputados que se preocupam tanto. “Ah, isso vai
impactar.” Outro dia, defendendo o reajuste para o quadro de apoio escolar,
para os agentes de organização escolar, que ganham menos de mil reais, alguns
deputados do partido Novo diziam: “Não, mas vai ter custo. Nós somos contra”.
Mas aqui tem custo e ninguém fala nada. (Manifestação nas galerias.) Então,
vamos debater a dívida pública.
E tem mais:
queremos também debater a desoneração fiscal, a grande caixa-preta. Aí ninguém
mexe, nem o Tribunal de Contas, nem o Tribunal de Justiça, nem a Assembleia
Legislativa, ninguém sabe exatamente o que acontece com essa dívida pública.
A Assembleia
aprovou, sem o nosso voto, com o nosso voto contrário, com a nossa obstrução,
uma desoneração para as empresas aéreas, um desconto no querosene, reduzindo de
25 para 12 por cento.
Foi
recentemente, o projeto foi aprovado aqui. Com isso, o estado de São Paulo vai
perder mais de 300 milhões de reais que poderiam estar sendo investidos nas
áreas da Educação, da Saúde, da Segurança Pública. No entanto, São Paulo não
vai receber nada de volta. Não vai ter geração de novos empregos.
Eu queria saber
se a passagem aérea diminuiu no estado de São Paulo. Alguém tem notícia?
(Manifestação nas galerias.) Não? A carne diminuiu também? A Sadia recebe
isenção fiscal. O estado deveria ter algum benefício.
Então, quem
comprar o peru de Natal, tem que ver o preço lá, ver se pelo menos a Sadia fez
um abatimento, porque ela deve um bilhão e 600 milhões de reais e tem isenção
fiscal. Eu não como carne, sou vegetariano, mas quem come tem que cobrar.
Enfim, a desoneração
fiscal é um tema importante que tem que ser debatido aqui. Não há
transparência.
O próprio Tribunal de
Contas do Estado de São Paulo fez um parecer quando julgou as contas do
Alckmin, dois anos atrás, e fez uma ressalva, criticando essa política de
desoneração - o Tribunal de Contas, que também é um puxadinho do governo,
talvez mais que Assembleia Legislativa.
Até o Tribunal de Contas
do Estado de São Paulo questionou essa transferência de dinheiro público do
Orçamento para as grandes empresas do estado, para setores econômicos que, no
passado, financiavam campanhas de governadores, prefeitos, deputados estaduais
e federais e senadores aqui no estado de São Paulo, que tinham vínculos com
deputados e com partidos políticos. Agora não pode mais financiar, não tem mais
financiamento privado.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Para concluir, deputado Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Então eu concluo dizendo “não” à reforma da Previdência, à farsa da reforma da
Previdência, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ
MACRIS - PSDB - Para falar a favor, deputado Coronel
Telhada.
O
SR. CORONEL TELHADA - PP – Obrigado
pela torcida. Sr. Presidente, senhores colegas deputados, eu venho aqui hoje dizer
que, se forem atendidas todas as nossas solicitações quanto à Secretaria de
Segurança Pública, quanto à Secretaria de Administração Penitenciária, nós
estaremos a favor da reforma, mas tem que ser conversada muita coisa ainda,
porque o pessoal me falou que está tudo certo, mas eu não tive oportunidade de
ver.
Até pediria ao deputado
Carlão que, se V. Exa. tiver isso e puder encaminhar para nós, com certeza nós
conversaremos a respeito da Previdência.
Quero aproveitar, porque
hoje eu vi aqui vários deputados que me antecederam falando coisas que nem
conhecem. Acho que o deputado que é professor sabe falar sobre professor, o que
é médico sabe de medicina, mas, aqui no Brasil, quem não é técnico de futebol
conhece de polícia, não é? Porque o que eu vi de gente falando de polícia aqui,
que a polícia fez isso e aquilo, é um absurdo.
Aliás, gente que nunca
sentou o traseiro em uma viatura acha que sabe o que é polícia. O que aconteceu
na favela do Paraisópolis há muito tempo era previsto, tanto que nós temos uma
lei nesta Casa, minha e do Camilo, falando justamente sobre a Lei do Pancadão,
que é um crime que acontece todo final de semana.
Alguns deputados vêm
falar que a PM é contra a cultura, fala do funk. Nunca ninguém falou do funk,
eu falo do pancadão. Pancadão é crime, no pancadão se vendem drogas, no
pancadão se prostituem crianças, meninas. (Manifestação nas galerias.) Esse daí
gosta de pancadão. No pancadão se vendem armas, e as pessoas acham que isso é
cultura. Eu não sei, para mim, tráfico de entorpecentes... (Manifestação nas
galerias.)
Sr. Presidente, o senhor
pode mandar este cidadão ficar quieto? Por favor, Sr. Presidente, por favor,
Sr. Presidente. Quem quiser falar, se candidata e vem aqui falar, é a melhor
coisa. Então, por enquanto, é melhor ficar quieto.
Então eu ouvi aqui um
monte de besteiras sobre a polícia. Aliás, Sr. Presidente, a Comissão de
Direitos Humanos criou uma comissão aqui para ajudar na investigação do
pancadão, da ocorrência do pancadão.
Eu queria dizer a todos
que essa comissão, além de ser uma comissão totalmente tendenciosa, é feita por
pessoas que não podem estar ali, como, por exemplo, o Condepe, do Sr.
Dimitrius.
O Condepe, para quem não
sabe... Eu fiz até uma CPI sobre o Condepe; aliás, eu era o presidente da CPI.
O vice-presidente do Condepe era do crime organizado, do PCC. Ele está preso,
preso, então é típico de pessoas que gostam de bandido. Então as pessoas que
gostam de bandido estão integrando essa comissão para falar mal da polícia.
Eu tive o disparate de
ouvir hoje o Sr. Dimitrius falar que a PM matou aqueles nove rapazes por
amassamento. Alguém já ouviu falar de a PM matar por amassamento? Agora tem até
isso, a PM matar por amassamento. Eu queria lembrar a todos aqui que a Polícia
Militar não matou ninguém.
Aquelas pessoas morreram
pisoteadas pelas próprias pessoas que estavam lá. Aliás, a maioria os pais nem
sabia que estavam lá; aliás, a grande maioria que morreu nem do Paraisópolis
era, era do outro lado da cidade.
Então eu vejo que a
situação está toda errada. Se a família não sabe onde está o menor de idade,
estava no pancadão do Paraisópolis vendendo, usando drogas com prostituição e
tudo o mais.
E o pessoal acha
plenamente normal. É uma fatalidade o que aconteceu. Agora, vir acusar a
Polícia Militar de ser a causadora disso é muita cara de pau. É cara de pau ao
extremo.
Os únicos
culpados disso são as pessoas que estavam naquele pancadão. São as pessoas que
estão dentro da Paraisópolis, que promovem o crime. E a gente vê na televisão
dizendo que o pancadão incentiva o comércio. Comércio de quê? Comércio de
droga, comércio do armamento e tudo o mais.
Então, não
venham falar besteira. Se quiser fazer uma comissão, eu acho interessante,
coloquem policiais militares também. Coloquem policiais civis. Coloquem o
pessoal da Segurança Pública que vive isso todos os dias. O coronel Mecca, que
está aqui, foi do 16º Batalhão e poderia falar melhor do que ninguém o que é o
Paraisópolis, o que existe dentro do Paraisópolis. Crime organizado puro.
E o pior, que
eu fico pasmo, é quando eu ouço, de repente, falar que o governador mandou
recolher os policiais. Absurdo isso. Recolher os policiais por quê? Qual foi o
crime que esses policiais cometeram? Trabalhar.
Se eles
tivessem se recusado a entrar na favela, se eles tivessem recusado, não fazer
nada, estaria tudo bem. Eles estariam tocando o horror, cinco mil pessoas, e os
policiais estariam tranquilos.
Infelizmente a
grande realidade é essa. Os policiais estão pagando porque trabalharam. E a
imprensa se diverte com isso, porque, aqui, é novidade para alguém saber que a
imprensa não gosta da polícia? “Folha de S. Paulo”, jornal “Agora”, sempre os
mesmos jornalecos. Sempre.
Totalmente de
esquerda, porque eles entendem que falando mal da polícia eles estão falando
mal do governador Doria. Porque não têm o que falar. Vamos falar mal da
polícia, que a polícia é fascista, violenta, assim estamos falando mal do
governador.
Gente, que
cretinice, que hipocrisia, que falta de vergonha isso. Eu estou aqui, vou
defender todo dia a minha, a nossa Polícia Militar, a Polícia Civil, a Polícia
Técnico-Científica, a Secretaria de Administração Penitenciária, porque nós não
aceitamos esse tipo de coisa.
Quero
aproveitar e mandar um abraço para o coronel Ferreira, tenente-coronel
Ferreira, comandante do 16º Batalhão, que tem essa missão difícil de tocar
aquele horror que é a favela do Paraisópolis.
O SR. MAJOR MECCA - PSL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Na
noite do sábado, na madrugada de domingo, nós estivemos lá na comunidade de
Paraisópolis.
Como o senhor
disse, eu trabalhei naquela região, comandei aquela companhia. Todos os dias a
Polícia Militar prestava assistência aos moradores, por muitas vezes, por falta
de ambulância, socorremos, em viatura da Polícia Militar, moradores de lá.
Fizemos parto dentro de viaturas. Temos policiais militares que são padrinhos
de crianças, de jovens daquela comunidade.
Recebi, no meu
WhatsApp, de moradores, que moram dentro da comunidade de Paraisópolis,
gravação, de dentro de casa, do pancadão, mostrando. Falavam: “Major, como
alguém, como uma família consegue descansar com um som desses?”. Eu tenho, está
no meu aparelho que está ali em cima.
O cheiro da
maconha, quando tem um pancadão, é insuportável, mas hoje está pior ainda. Nós
ainda citamos o posicionamento do governador em posicionar, em pontos de
estacionamento, ao redor da comunidade, as equipes da Polícia Militar.
Estacionadas, paradas, proibidas de adentrar a comunidade e ajudar o cidadão de
bem.
Inclusive com
ordem de que se os policiais fossem alvejados não era para revidar e nem
acompanhar e tentar prender o criminoso. Era só para pedir apoio pelo rádio e
pedir socorro. É um desrespeito com as polícias de São Paulo o que está sendo
feito.
Nós, policiais,
sempre estivemos dentro das comunidades, ocupando terreno para defender o
cidadão de bem e combater o crime. Realmente, o que estão fazendo com a Polícia
Militar é uma total inversão de valores. Os policiais que adentraram a
comunidade do Paraisópolis haviam sido agredidos a tiros e, quando se depararam
com o fluxo, eles pararam.
Pararam e foram
recebidos por aquelas pessoas que estavam naquele pancadão. Foram agredidos com
garrafadas e pedradas. Nós temos policiais militares que, em outras situações
idênticas a essa, foram alvejados e mortos. O pancadão, os próprios moradores
da comunidade não aceitam e não querem aquela desordem lá dentro.
Obrigado.
O SR. CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, deputado.
Lembrando aqui, o deputado Mecca me falou, eu estava lembrando aqui, essa
ocorrência aconteceu por volta das quatro, quatro e meia da manhã, quando houve
esse pisoteamento, e não parou o baile.
O baile foi até as 10 horas da manhã, ou seja,
o pessoal não estava nem aí que estavam morrendo nove pessoas. Depois vêm fazer
escândalo, fazer passeata, dizendo que são vítimas de violência.
Como eu falei
dos jornais há pouco, eu me lembro de que, no dia seguinte, eu trouxe aqui um
jornal tão mentiroso. O jornal “Folha de S. Paulo” é um dos jornais que mais
mentem nesse país, e trazia o nome de uma senhora, só com as iniciais, senhora
fulana, 29 anos. Ela disse que foi acordada, naquela manhã, pelas bombas da
Polícia Militar.
Olhe, gente, é
a única pessoa no mundo que consegue dormir dentro de um pancadão e ser acordada
pelas bombas da PM. Depois ela acordou. Com o cheiro da maconha, ela não
acorda, mas com o cheiro do gás ela acordou.
Então, é uma
mentira atrás da outra. Fica esse discurso hipócrita, porque parece que não tem
o que fazer, mas a gente sabe que esse discurso contra a Polícia Militar é para
atingir o governador Doria. (Manifestação nas galerias.)
Então, o que
vocês estão fazendo, desculpe o termo, é uma baita sacanagem. A Polícia Militar
defende vocês. Quando estiverem com uma pistola na cabeça, vocês vão pedir a
Deus para que chegue uma viatura.
Então, quem
presta? É Deus e a polícia. Acabou o problema, Deus não existe, e a polícia não
presta. Mas isso é típico de pessoas como os senhores, infelizmente, pessoas
que não são muito cultas, que não são muito dadas à realidade da vida, que vêm
aqui para ganhar um lanchinho, que vêm aqui para ganhar um dinheirinho. Faz
parte disso. Eu até respeito isso.
Agora, não se
esqueçam de que essa mesma polícia que vocês estão falando mal é a mesma
polícia que vocês precisarão. Como o próprio coronel Mecca falou, a viatura não
pode entrar na favela, ou seja, a Polícia Militar está fazendo segurança de
pancadão, para eles fumarem maconha à vontade, usarem droga, fazerem sexo com
meninas de 12 e 13 anos. É maravilhoso, não é? É lindo isso.
Então, eu não
sou moralista. Acho que cada um cuida da sua vida, só que isso é crime. Como
policial, a polícia tem que agir sim, e eu quero, mais uma vez, parabenizar a
nossa Polícia Militar.
Lembrem-se: a
polícia não atacou ninguém, ela se defendeu, ela foi atacada. Quem matou
aqueles nove jovens que estavam lá, que não deveriam estar lá, mas estavam, foi
o próprio pessoal da favela, que os pisoteou.
Queria lembrar
ao Sr. Dimitrius, do famigerado Condepe, de que não existe crime de
amassamento, não existe esse crime. O pessoal está querendo inventar até uma
tipicidade jurídica para enquadrar a polícia.
Gente, é
absurdo, é revoltante. Eu sou policial militar há 40 anos, já ouvi muita
besteira contra a PM. Agora, essa besteira aqui está batendo todos os recordes.
O SR. FREDERICO D’AVILA - PSL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR -
Coronel Telhada, queria ajudar o senhor nessa constatação de que a Polícia
Militar, após esse episódio, virou o mais novo bode expiatório da imprensa.
Então, querem degolar os policiais militares e, com isso, apresentar um
sacrifício para a sociedade e, principalmente, para esses jornalecos.
Eu estava aqui
bastante definido a votar contra a reforma da Previdência. Graças a essa
plateia, estou começando a mudar de posição, porque é impressionante.
O SR. CORONEL TELHADA - PP - Não é só o senhor, não, deputado.
Muita gente está pensando assim.
O SR. FREDERICO D’AVILA - PSL - Porque é impressionante a falta do
que fazer que certas pessoas têm. Na hora que o senhor começou a falar de
pancadão, teve gente ali que acha que isso é uma manifestação cultural.
Então, ou eles
gostam da música, que é infernal, ali você só aguenta se estiver muito bêbado
ou muito intoxicado por entorpecentes. Então, deve ter gente ali que se utiliza
de muita bebida ou muitos entorpecentes.
Então, meu
apoio integral à Polícia Militar, meu apoio integral à Polícia Civil e aos
agentes penitenciários. Se o pancadão chegou a cinco mil pessoas, como consta
das aferições da Polícia Militar, quando tinha 500, deveria ter sido cumprida a
ordem de não realização de um evento como aquele, já deveria ter mandado o
choque lá e largado a borracha.
O
SR. CORONEL TELHADA - PP - Exatamente. Muito obrigado, Sr. Deputado, pela
ilustração. Eu queria aqui lembrar então e mandar um recado para o governador
também. Sr. Governador, o senhor tem que defender a sua Polícia Militar. O
senhor tem que lembrar que quando o senhor precisa é essa Polícia Militar que
está à disposição do povo e do apoio do governo.
Então, nós não admitimos
que seja a Polícia Militar colocada como bode expiatório mais uma vez da
esquerda sem discurso, porque o líder deles está preso e condenado, querendo
usar a Polícia Militar como bode expiatório para essa besteira toda.
E lembrando o que o
deputado falou também. Nós todos aqui - principalmente nós, funcionários
públicos - estamos propensos a votar “não”, estamos conversando, mas com a
manifestação carinhosa de todos vocês, a gente repensa isso.
Podem ter certeza de que
nós vamos repensar isso, porque a situação da Polícia Militar está resolvida.
Segundo o Delegado Olim, a situação da Polícia Civil, da Polícia Técnico-Científica
está resolvida e da SAP também.
Então o que eu quero
dizer para vocês: se nós ainda estivermos com os professores, com os demais
funcionários, é porque nós respeitamos muito essas pessoas. Agora, eu não sei
quem vocês representam. Eu não sei o quanto vocês estão ganhando para estarem
aqui para ficarem xingando a gente, mas estão fazendo a gente repensar.
Mais uma vez, Sr.
Presidente, muito obrigado pela oportunidade. Viva a Polícia Militar!
O
SR. SARGENTO NERI - AVANTE -
COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Coronel Telhada, um grande amigo, eu estou
entrando com um pedido judicial para uma vistoria judicial no Paraisópolis.
Isso é um mecanismo legal dentro do processo para uma vistoria judicial no
Paraisópolis no momento do baile funk juntamente com o Ministério Público.
Então, até segunda-feira
eu estou impetrando esse pedido ao Poder Judiciário. Já que o Paraisópolis é
uma coisa maravilhosa, então que o juiz do fórum da área vá lá fazer uma
vistoria judicial no momento do baile. Então eu estou pedindo ao Judiciário e
ao Ministério Público.
O
SR. CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, Sr. Deputado. Então para encerrar mais uma vez aqui, o meu total
apoio ao 16º Batalhão, o meu total apoio à Polícia Militar. Abaixo o pancadão.
Viva a Polícia Militar!
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ
MACRIS - PSDB - Para falar contra, a deputada Isa Penna.
A
SRA. ISA PENNA - PSOL -
Boa noite a todas e todos. Boa noite, gente. Eu queria olhar agora para aquela
câmera e falar: Coronel Telhada, o senhor tem que cuidar da Polícia Militar do
Estado de São Paulo e votar contra a reforma da Previdência.
É isso que o senhor tem
que fazer. Abaixo à demagogia. A gente já está cansado disso, a gente já está
cansado.
A gente vem aqui todos os
dias. Os policiais militares desta Casa todos me conhecem, todos conversam
comigo. Então, não há a menor margem para dizer que eu desrespeito esses
trabalhadores, que trabalham, infelizmente, para um governo que é sim fascista,
que é sim higienista.
Vários deles, que são
moradores da periferia, que recebem ordens e que têm que as cumprir porque
senão ficam presos, porque o regime de justiça militar é absurdo, é injusto, os
reprime. Tira o direito dos policiais de fazerem greve, tira o direito dos
policiais, porque qualquer coisa vira insubordinação.
E é por essa razão que
são eleitos falsos, mentirosos, representantes da polícia, que vêm aqui na
frente gritar. Gritar eu também sei gritar. Qualquer um sabe gritar, mas e na
hora de votar contra a reforma da Previdência? Porque eu quero perguntar: os policiais
militares têm filhos? Esses filhos será que vão para a educação pública, para a
escola pública?
Então eu acho, eu só acho
que nós vivemos numa grande sociedade e os policiais, eu tenho certeza, sabem
disso melhor do que qualquer um que está aqui, que se os professores forem
precarizados, quem sofre é o filho de vocês. Se a Saúde for precarizada, quem
sofre é o filho de vocês.
Se a Saúde for
precarizada, quem sofre é o filho de vocês. Então não há aqui uma disputa entre
quem defende bandido e quem defende policial. Eu defendo o povo. E a guerra, o
que se viu em Paraisópolis? Policial é do povo. Trabalhador é do povo.
Paraisópolis é
uma favela. Estamos no século XXI. Na verdade, o deputado não acha isso. O
deputado faz isso para enganar muita gente. Infelizmente, tem muita gente que,
no século XXI, ainda acha que tem gente que mora na favela porque quer. As
pessoas não moram na favela porque querem, gente. (Manifestação nas galerias.)
As pessoas
moram na favela porque o Brasil e o sétimo país mais desigual do mundo. Do
mundo. (Manifestação nas galerias.) Porque seis pessoas... Vejam, isso é um
dado de pesquisa. Afinal, o deputado é tão culto, né? Então me senti na
obrigação de subir o nível aqui também.
Existe um dado
que diz que seis pessoas têm a mesma fortuna que 50% da população mais pobre
somada. Entenderam? Isso significa um índice de desigualdade inédito na
história da humanidade. Isso, não sou eu que estou falando. A fonte é o
Instituto Oxfam de pesquisa, um instituto seríssimo, que é inclusive publicado
e veiculado pela “The Economist”, que é a bíblia dos tais liberais, que estão
em falta aqui na Alesp.
Porque aqui na
Alesp, de liberal mesmo, está ruim a coisa. Para ser liberal, tem que subir um
degrauzinho na escada. Aqui não. Aqui a gente só vê corporativismo.
Corporativismo e gente carguista. Gente que está aqui falando a mesma coisa,
vai fazer quatro ou fazer cinco mandatos. E está aqui falando a mesma coisa.
Tadinhos deles,
que acham que a roda da História não vai mudar. A roda da História vai mudar. E
assim como a monarquia caiu, assim como em outros momentos os senhores feudais
caíram, os imperadores caíram, vocês, coronéis, vão cair também. (Manifestação
nas galerias.)
O momento de
vocês vai passar também. Para mim é impossível ouvir...
O SR. CORONEL TELHADA - PP - A senhora me permite um aparte,
deputada?
A SRA. ISA PENNA - PSOL - Não permito.
O SR. CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado. Democracia total.
Parabéns.
A SRA. ISA PENNA - PSOL - Está lá no Regimento.
O SR. CORONEL TELHADA - PP - Aí eles falam em democracia.
A SRA. ISA PENNA - PSOL - Posso ou não posso permitir. Não
permito. Não sou obrigada. Não sou obrigada. Continuando. Falando agora sobre o
que a gente estava falando, que era o tema. Que é o que, gente? (Manifestação
nas galerias.)
Reforma. A
reforma. Porque eles vêm aqui para tentar o quê? Distrair, distrair.
O SR. CORONEL TELHADA - PP - A senhora me permite um aparte,
deputada? Sra. Deputada, a senhora me permite um aparte? É regimental.
A SRA. ISA PENNA - PSOL - Presidente, presidente. Eu já
disse que não. Eu já disse que não.
O SR. CORONEL TELHADA - PP - Mas estou pedindo de novo. A
senhora não é democrática? Por que não me permite um aparte?
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Telhada, ela não
concedeu o aparte a Vossa Excelência. Devolvo a palavra à oradora na tribuna.
O SR. CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, deputada
democrática do PSOL.
A SRA. ISA PENNA - PSOL - De nada. De nada. Pra você é
assim mesmo. Vai se acostumando. Senhor? O senhor lá é autoridade, meu filho?
Sou tão deputada quanto você.
Você acha que
tenho medo de você? Por quê? Porque você é coronel, porque você é polícia? Você
acha que você vai falar assim comigo? Sou uma mulher deputada eleita.
Coloque-se no seu lugar. (Manifestação nas galerias.)
Voltando a
falar sobre a reforma. Voltando a falar sobre a reforma. O que está se fazendo
aqui é uma chantagem com vocês. Vou dizer isso de forma muito clara. Vocês
viram que irritei.
Vocês viram que
dei uma irritadinha. Ficou nervoso. Quem não deve, não teme, gente. Quem não
deve, não fica nervoso assim não. Então fica a dica para a gente, percebendo
quem é quem nesse plenário, porque é um verdadeiro jogo de xadrez aqui.
Mas, voltando,
vamos lá. Eles estão fazendo uma chantagem aqui com vocês. “Porque os
professores vêm aqui e se manifestam, e a plateia é mal-educada, então não vou
mais votar.” Que papo é esse? Gente, alguém aqui acreditou, por algum minuto,
que são os gritos de vocês que vão fazer deputado votar “sim” ou “não” na
reforma?
Não é. São as
emendas, são os carguinhos. Ô, meu Deus. É o velho jogo do coronelismo moderno,
que ainda é vigente. E que tem gente que não quer, que não gosta. Mas tem gente
aqui para falar contra. Está irritado. Está irritado o bicho ali. Calma, fica
tranquilo. Não quero ver você de perto, deputado; nem de nenhum jeito,
deputado. Não quero ver o senhor de jeito nenhum.
Eu vou ler aqui
um texto. Não sei se vocês ficaram sabendo: da última vez que eu li um texto,
isso aqui virou de ponta cabeça. Eu vou ler um textinho aqui para vocês, hein.
O nome do texto é...
É um texto que
foi escrito para crianças, da autora Ruth Rocha, que é uma escritora muito
respeitada. E o texto se chama “O Reizinho Mandão”. Alguém entendeu?
(Manifestação nas galerias.)
“O reizinho era
um sujeitinho muito mal-educado. Mimado, desses que as mães deles fazem todas
as vontades”. Vocês estão reconhecendo alguém aqui, gente? (Manifestação nas
galerias.) Vocês que estão dizendo, hein. “E eles ficam pensando que são os
donos do mundo”.
Podia ser o
Doria, mas não é. “Eu tenho uma porção de amigos assim: querem mandar nas
brincadeiras, querem que a gente faça tudo que eles gostam. Quando a gente quer
brincar de outra coisa, ficam logo zangados. Vão logo dizendo: ‘não brinco
mais’.
E quando as
mães deles vêm ver o que aconteceu, se atiram no chão, ficam roxinhos,
esperneiam e tudo. Então, as mães deles, como eu estava contando... Precisa ver
o reizinho, que chato que ele ficou: mandão, teimoso, implicante, xereta.
Ele era tão
xereta, tão mandão, que queria mandar em tudo que acontecia no reino.” Quando
eu digo tudo, era tudo mesmo, até a Previdência dos professores, dos
enfermeiros, dos agentes de Segurança, dos trabalhadores de Segurança Pública.
“A diversão do
reizinho era fazer leis e mais leis. E as leis que ele fazia eram as mais
absurdas do mundo.” Tipo a reforma da Previdência, né gente. “Olhem só essa
lei: ‘fica terminantemente proibido cortar a unha do dedão do pé direito em
noites de lua cheia’.”
Olhem só essa
lei: ‘fica terminantemente proibido aos professores receberem uma Previdência,
uma aposentadoria digna’. “E assim o reizinho continuava mandando. Eu tenho a
impressão de que o reizinho não sabia de nada mesmo, inventou todas essas
tolices porque ele queria mesmo era mandar em todo mundo”.
E assim termina
um conto infantil, que eu achei muito adequado para a situação. Porque esse
reizinho tem nome, e ele se chama João Doria. Ele está querendo controlar o
Legislativo. Vocês, que são deputados e que foram eleitos, que são autoridades,
exerçam a autoridade de vocês.
Não tem um
bando de macho aqui nesse plenário? Não é um bando de macho? (Manifestação nas
galerias.) Mas, na hora de enfrentar o governo, cadê? Cadê a “macharada” na
hora de enfrentar o governo? Some. Eu não, eu já sou mulher. (Manifestação nas
galerias.) E, sendo mulher, eu tenho muito mais peito para enfrentar o governo
do que muito deputado aqui.
E eu quero
dizer: o meu máximo respeito... Pode ser deputado do PSDB, pode ser deputado do
PSB, pode ser deputado do PSL, pode ser deputado do Progressistas, do Podemos,
do PT, do PSOL; mas o deputado que, aqui, demonstrar que essa Casa Legislativa
ainda está de pé, não vai ter só o meu respeito, vai ganhar alguns anos para a
gente, de república, de democracia. E é isso que está em questão aqui.
(Manifestação nas galerias.) É o poder de essa Casa incidir sobre a vida
concreta do povo.
Então, eu não
venho aqui com a intenção de... Até o Coronel Telhada ficou nervoso. Eu não
tive a intenção de provocar o senhor coronel, Excelentíssimo, nobre,
ilustríssimo Coronel Telhada, mas ao contrário, eu venho aqui fazer um apelo a
todos vocês. O que está em risco é a democracia.
Não chantageiem
o povo. Chantagear o povo, vim dizer que não vai votar porque foi vaiado? Está
o quê, na terceira série? Isso aqui é um Parlamento. Isso aqui é um Parlamento.
Quem fala o que quer, não é? Minha mãe já dizia, quem fala o que quer, ouve o
que não quer.
Se você se
sente no direito de vir aqui e ofender tantos trabalhadores para dizer que
“olha, meu setor está tranquilão, eu já negociei tudo com o governo. Então, oh,
se você continuarem se expressando eu vou votar contra vocês”. Isso é
chantagem, chantagem. É absurda essa postura dos deputados. Isso não pode
acontecer em um Parlamento.
E por fim dizer
que aqueles deputados que votarem a favor da reforma, eu tenho aqui, digo em
nome do Partido Socialismo e Liberdade, a gente vai na base eleitoral de cada
um, a gente vai na base eleitoral de cada um dialogar com os trabalhadores e
fazer política na base.
Aí pega. Vocês
estão vendo? Aí é onde pega. Pois é lá que a gente vai mesmo. É lá que a gente
vai mesmo, porque quem votar não volta. Um beijo servidores públicos. Estamos
juntos até o final!
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pelo tempo
remanescente, a deputada Adriana Borgo.
A
SRA. ADRIANA BORGO - PROS - Eu passo o meu tempo
para o Neri.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra
o deputado Neri, para falar pelo tempo da deputada Adriana Borgo.
O
SR. SARGENTO NERI - AVANTE – Boa
noite presidente, boa noite demais deputados. Presidente, eu quero deixar aqui
toda a nossa solidariedade ao efetivo do 16º Batalhão, batalhão que eu
trabalhei por 17 anos.
Quero também
deixar toda a solidariedade ao tenente-coronel Ferreira, que vem fazendo um
brilhante trabalho e não poderia deixar de apoiar o nosso comandante geral. E
vou fazer um apelo ao governador: não troque nosso comandante.
Não faça esse
absurdo porque nós parlamentares militares estamos juntos. Estou errado Major
Mecca? Estou errado Coronel Telhada? Estaremos juntos, não só com o 16º
Batalhão, mas junto ao nosso comandante geral, coronel Salles, que vem fazendo
um excelente trabalho.
E não adianta
vir crucificar os nossos policiais. De polícia operacional e de favela eu
conheço. É muito fácil para a deputada Isa vir aqui e falar de comunidade. Eu
fiz um convite a outros deputados: vamos comigo em Paraisópolis uma hora da
manhã pro baile funk, chega lá para o traficante e fala “você não pode vender
mais droga”, falar para aquele que vende bebida para menor e falar “você não
pode mais vender bebida”. Eu quero ver qual o deputado, eu quero ver qual o
deputado que tem peito para fazer isso.
Eu quero ver.
Não, estou falando aqui quem vive excomungando a Polícia Militar. Falar é
fácil. Quando os professores são agredidos, a primeira coisa é ligar 190. Eu
recebi uma comissão de professores pedindo pelo amor de Deus para ter o Proerd.
E depois vem
escrachar a Polícia Militar? Eu sei o quanto a minha corporação faz pela
Educação, pela Saúde e pela sociedade paulista. Eu sei. Então, para a senhora
falar, doe o seu salário para Paraisópolis para fazer um evento bonito.
Doze meses de
doação de salário da senhora, a senhora vai construir uma coisa melhor. Mas não
venha condenar a nossa Polícia Militar. Se tiveram lá nove mortos, vocês não
sabem por quê. Os nove mortos estavam na escadaria. É por isso que eles
morreram: porque um caiu e aconteceu o que aconteceu.
O SR. CORONEL TELHADA - PP – Pela ordem, Sr. Deputado.
Permite um aparte?
O SR. SARGENTO NERI - AVANTE – Pode falar, com certeza.
O SR. CORONEL TELHADA - PP – COM ASSENTIMENTO DO ORADOR – Em
primeiro lugar, quero parabenizar V. Exa. pela defesa institucional da Polícia
Militar.
Quero aqui
responder à deputada Isa, que me citou nominalmente: eu não costumo citar nome
de deputado. Mas, já que eu fui citado nominalmente, eu acho que eu tenho o
direito de responder a ela.
Primeiro,
deputada, a senhora precisa ler melhor o Regimento. Acho que é uma coisa que a
senhora não tem feito. Mas, eu respeito, que a senhora é novinha. É iniciante,
a senhora vai aprender, ainda.
Segundo, eu
queria lembrar a V. Exa. que a última que nós perdemos para o governo dos
precatórios foi porque a senhora não estava na Casa. A senhora, que grita tanto
que vai votar, não estava aqui para votar. E, nós perdemos aquilo.
A senhora
estava, não é? A senhora cuida da sua vida e eu cuido da minha. Mas, devido ao
seu voto de não estar presente, nós perdemos o precatório.
Então, a senhora
não tem moral de vir aqui ficar gritando, me apontando, o nome, e falando de
coronel da PM. Porque, eu digo novamente, eu não cito o nome de ninguém aqui.
Mas, citou meu
nome. Chumbo trocado não dói, não é verdade? Então, a senhora se ponha no seu
lugar, pense antes de falar, e venha trabalhar, que a senhora ganha mais.
Muito obrigado.
O SR. SARGENTO NERI - AVANTE – É muito fácil crucificar a
Polícia Militar. Hoje, na Comissão de Administração e Finanças, eu falei lá:
“Eu vou fazer oposição ao governador”. Eu nunca fiz nessa Casa.
Mas, vou fazer
oposição ao governador até ele se retratar com a Polícia Militar e com o nosso
comandante-geral. É inadmissível ele dizer que arrancou 38 policiais da
operacional.
Se nem 38
tinha, o efetivo que trabalhou na Paraisópolis era de 32 policiais. E, como é
que ele veio falar que afastou 38 policiais? E, de Segurança Pública e Polícia
Militar eu conheço.
E, vou falar:
está aqui o Coronel Telhada e o Major Mecca, que trabalhou, foi operacional.
Mas, eles não foram tropa, como eu fui. Eu estou errado, Coronel?
Eu fui tropa a
vida inteira, e eu sei aonde pegar o erro do governo. Eu vou fazer vídeo, eu
vou nos batalhões, eu vou nas companhias, eu vou pegar no pé do governo.
Ou ele se
retrata no caso de Paraisópolis, ou ele apoia o nosso comandante-geral, ou ele
vai ficar exposto quanto à Segurança Pública. E, eu conheço de batalhão. Eu sei
aonde atacar o Governo.
Nem o Coronel
Telhada nem o Major Mecca conhecem de tropa como eu conheço. Porque chegou num
nível da carreira deles em que eles tiveram que comandar em âmbito de
administração.
Eu, não. Eu
fiquei a vida inteira junto com a tropa. Então, eu sei o que passa a nossa
tropa, e eu sei aonde a corda arrebenta, e eu sei aonde a parte governamental
não atinge. E, eu vou mostrar, pode ter certeza.
A
SRA. ADRIANA BORGO – PROS – Eu só queria
constatar aqui e deixar o meu voto registrado, que eu sou contra a reforma da
Previdência.
Só por um motivo: porque eu não entendi
ainda muitas coisas. Mas, eu também tenho de dizer que nós demos um passo muito
grande na Segurança Pública, conseguimos várias emendas das quais pleiteávamos.
Inclusive, a SAP. Quero te agradecer, Sargento Neri, ao Cauê Macris, por ter
levado as nossas emendas lá.
Temos conseguido incluir a SAP também.
Mas, eu gostaria de fazer um pedido aos meus amigos aqui: por favor, a gente
tem feito um trabalho todos os dias de convencer na legalidade, na necessidade,
para que a democracia seja mantida nesta Casa, mas que orientem as pessoas.
Porque, realmente, nos ofende quando
nós ouvimos algumas coisas. E, eu não estou falando como parlamentar. Eu estou
falando como mulher de um policial. Eu me sinto ofendida, porque todos os dias,
nesta Casa, nós temos visto a luta para se manter a ordem aqui.
Deputado que vêm aqui afrontar o povo.
E, inclusive, quero dizer isso, que houve um manifesto, na verdade, um
requerimento que eu assinei para que se esvaziasse a galeria, e eu assinei
pensando que era no dia, por conta do que tinha acontecido aqui, por conta das
palavras do Arthur.
Enfim, e, na verdade, aquilo era para
um ato do dia 4, não valia para o dia seguinte, eu não sabia que isso ia se
prorrogar. Então, peço desculpas pela falta de conhecimento.
Assinei, fiz uma notificação porque não
tinha mais como mudar. Mas, eu venho pedir que os senhores aqui por favor
orientem para que não haja isso.
E, também gostaria, Sargento Neri, de
agradecer a todos os policiais da Casa. Nós pedimos elogios e medalhas para
eles. Porque no dia daquela confusão aqui na Casa, eles foram empurrados, massacrados.
E, eles foram de uma presteza e de um
profissionalismo tão grande em tão pouco tempo, que eu só tenho elogios para
todos os policiais aqui da Casa, e também deixar aqui o meu apoio ao
comandante-geral da Polícia Militar, que demonstrado estar do lado da tropa, e
dizer ao governador que eu gostaria também que ele recebesse...
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputada
Adriana, eu tenho que parar a fala de Vossa Excelência. Encerramos a sessão por falta de tempo. Devolvo o
tempo de sete minutos e 17 segundos a V. Exa., assim que nós reabrimos a
sessão. Então, esgotado o tempo da presente sessão, lembrando todos os
deputados que em dez minutos teremos a segunda sessão extraordinária.
Está levantada a sessão.
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- Levanta-se a
sessão às 15 horas e 42 minutos.
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