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5 DE DEZEMBRO DE 2019

159ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: GILMACI SANTOS

 

Secretaria: CARLÃO PIGNATARI

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - GILMACI SANTOS

Assume a Presidência e abre a sessão. Convoca os Srs. Deputados para duas sessões extraordinárias, a realizarem-se hoje, respectivamente dez minutos após o término desta sessão ou às 19 horas e dez minutos após o término da primeira sessão, com Ordem do Dia.

 

2 - CASTELLO BRANCO

Discorre acerca da reforma previdenciária estadual. Afirma que a matéria deveria ser similar à reforma em âmbito federal. Frisa problemas, a seu ver, tidos na PEC 18/19. Afirma voto contrário à matéria apresentada pelo Poder Executivo.

 

3 - CORONEL TELHADA

Cumprimenta os municípios de Sertãozinho e Taubaté, que aniversariam nesta data. Comunica que hoje é comemorado o Dia Internacional do Voluntariado. Repudia a postura do deputado Arthur do Val, neste plenário, em 04/12. Presta apoio aos servidores públicos estaduais. Discorre acerca de ocorrência na comunidade de Paraisópolis, que vitimara nove jovens. Defende policiais envolvidos no caso. Tece críticas à Rede Globo que, a seu ver, desvaloriza o trabalho da Polícia Militar. Valoriza a categoria. Declara voto contrário à reforma da Previdência estadual.

 

4 - DOUGLAS GARCIA

Comenta caso de policial militar que fora atacado em ocorrência em baile funk, em São Vicente. Afirma que policiais envolvidos em ação no Baile da 17, em Paraisópolis, estão sendo acusados injustamente. Valoriza a categoria. Desconsidera bailes funk como expressão artística.

 

5 - CORONEL TELHADA

Para comunicação, endossa o discurso do deputado Douglas Garcia. Valoriza o respeito nesta Casa.

 

6 - ENIO LULA TATTO

Critica discurso do deputado Arthur do Val neste plenário, em 04/12. Assevera que os culpados pelas mortes no Baile da 17, em Paraisópolis, devem ser penalizados. Considera bailes funk como expressão cultural das periferias. Afirma que o gênero musical é apreciado por todas as classes sociais. Declara que jovens periféricos não possuem poderes aquisitivos para usufruírem de atividades culturais. Lastima a criminalização dos eventos. Rememora a historicidade de gêneros musicais marginalizados pela sociedade.

 

7 - CORONEL TELHADA

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

8 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Faz aditamento à Ordem do Dia. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 06/12, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Lembra sessão extraordinária a ser realizada hoje, às 19 horas. Levanta a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Gilmaci Santos.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

                                              

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O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Presente número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e convida o nobre deputado Carlão Pignatari para a leitura da resenha do expediente.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB – Indico, nos termos do Art. 133, inciso II e 159 da XIV Consolidação do Regimento Interno, ao Exmo. Sr. Governador para que determine ao Sr. Secretário da Saúde que sejam adotadas as providências cabíveis, visando à realização de órgãos de implantação de um AME no município de São Joaquim da Barra, da deputada Delegada Graciela.

Indico, nos termos do Art. 159, da XIV Consolidação do Regimento Interno, ao Exmo. Sr. Governador do Estado, que determine os órgãos competentes, especialmente a Secretaria de Logística e Transportes do Estado, que sejam realizados estudos e a adoção de todas as medidas necessárias para que as reservas ambientais obrigatórias dos contratos de concessão rodoviária sejam mantidas, flora nativa, nas regiões de concessão. Do deputado Bruno Ganem.

Está lida a resenha. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, nobre deputado Carlão Pignatari.

Sras. Deputadas,  Srs. Deputados, nos termos do Artigo 100, Inciso I, do Regimento Interno, convoco V.Exas. para uma sessão extraordinária, a realizar-se hoje, 10 minutos após o término da presente sessão, ou às 19 horas, caso a sessão não atinja seu tempo limite, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia: Discussão e votação em primeiro turno da Proposta de Emenda à Constituição 18/2019.

Sras. Deputadas,  Srs. Deputados, nos termos do Artigo 100, Inciso I, do Regimento Interno, convoco V.Exas. para uma segunda sessão extraordinária, a realizar-se hoje, 10 minutos após o término da 1ª sessão extraordinária, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia: Discussão e votação em primeiro turno, da  Proposta de Emenda à Constituição de nº 18, de 2019.

Entramos então no Pequeno Expediente, já convidando, para fazer uso da palavra, nobre deputado Castello Branco.

 

 O SR. CASTELLO BRANCO - PSL – SEM REVISÃO DO ORADOR - Senhoras e senhores, membros da galeria, que nos dão a honra de estar presentes, Sr. Presidente, nobres deputados, membros desta Casa, eu abro o Pequeno Expediente de hoje para falar da reforma da Previdência Social estadual.

Nós temos apresentado diversas emendas, que visam corrigir as incongruências, as irregularidades e as diferenças que existem entre o Projeto de Emenda Constitucional 18 e a Emenda Constitucional 103, federal.

No mínimo, no mínimo, a reforma estadual que está sendo proposta na PEC 18 tem que ser igual à federal. Isso é razoável, isso é legalmente correto. Isso abre para conversações de melhorias. Eu digo o seguinte: a reforma estadual tem que ser, no mínimo, igual à federal e, se possível, melhor nas especificidades de cada uma das mais de 29 categorias profissionais que estão envolvidas. Se assim não for, não me parece razoável aprovar este texto.

Tanto sob a forma quanto ao conteúdo, o texto proposto pelo Executivo vem com vícios na forma. Muito rápido, muito célere, sem cumprir as etapas, sem respeitar as audiências públicas, sem ouvir as categorias envolvidas. No conteúdo, com pelo menos 25 erros grosseiros, sem respeitar a compatibilidade e o contexto federal e ainda com algumas situações que pioram a aposentadoria do servidor estadual.

Além disso, me passa uma insegurança política, explico. Se nós propusermos várias emendas como estamos fazendo, várias correções ao texto para que ele se torne melhor, temos a sensação de que isso possa ser aprovado na Casa, subir ao governador, que veta e que volta para esta Casa sem as emendas.

Resumindo, como me é peculiar no meu caráter. Eu estou sendo sincero em dizer que da forma como as coisas estão sendo conduzidas eu votarei contra a reforma e vou, tanto quanto possível, convencer os meus colegas a votarem contra, a não ser que eu tenha a certeza absoluta de que os mais de um milhão e 200 mil servidores, inativos, pensionistas e familiares tenham a certeza de que seus direitos serão preservados ou, repito, no mínimo, equiparados ao texto federal.

Muito obrigado. Uma boa tarde a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, nobre deputado Castello Branco. Dando continuidade aqui a nossa lista do Pequeno Expediente convidando a nobre deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Deputado Alex de Madureira. (Pausa.) Deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Deputada Janaina Paschoal. (Pausa.) Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Tenente Nascimento. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando Lula da Silva. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Coronel Telhada, tem V. Exa. o tempo regimental no Pequeno Expediente.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Assessores e funcionários, ao público aqui presente, sejam bem-vindos, todos que nos assistem pela TV Assembleia. Quero saudar o cabo Salvador e o cabo Feitosa, em nome de quem eu saúdo a nossa Assessoria Policial Militar. Quero começar saudando hoje.

Nós temos um município aniversariante, que é o município de Sertãozinho e Taubaté. Querida Taubaté, área do 5º Batalhão BPM/I. Servi na região lá. Então um abraço a todos os amigos de Sertãozinho e Taubaté.

Hoje, também, é comemorado o Dia do Voluntariado. O Dia do Voluntariado é comemorado na data de hoje. Então um abraço a todos aqueles que são voluntários, que lutam pelo bem das pessoas sem esperar uma contraoferta ou um pagamento.

Eu quero ser rápido hoje, Sr. Presidente, tendo em vista que nós estamos com o governador aqui conversando vários assuntos. Eu quero dizer que, primeiro, quero me manifestar contra o que houve aqui ontem na Assembleia. Atitude ridícula de um deputado ofendendo a população, chamando a atenção do pessoal desnecessariamente.

Eu acho que a gente colocar o ponto de vista... Ninguém é obrigado a concordar comigo e eu não sou obrigado a concordar com ninguém, mas acho que respeito é uma coisa muito... Principalmente para o parlamentar que está aqui e representa 100, 200, 300, 400 mil votos. Ele tem que ter uma postura adequada. Quero dizer a esse deputado também que eu sou funcionário público desde os 17 anos.

Eu tenho 40 anos de Polícia Militar. Sou pai de um capitão da polícia que também é funcionário público. Sou filho de um sargento da PM que também é funcionário público. Sou irmão de um sargento, cunhado de sargentos, tenentes. Sou tio de cabos, de soldados.

Então, tenho muita gente na minha família que não é só funcionário público estadual, como municipal. E nenhum de nós é vagabundo. Todos nós trabalhamos muito pelo bem da população. Então vou dizer: eu, que combato tanto o pancadão, ontem, me senti num pancadão aqui. Só faltou a música.

Porque o circo já estava armado. Aí, quando o pessoal fala que se cercar a Assembleia é um zoológico, e se cobrir é um circo, fica todo mundo bravo, todo mundo ofendidinho.

Ridículo. Ridículo! O mínimo que esse deputado tem que fazer é vir aqui se desculpar. Porque ele não tem o direito de falar de ninguém. Principalmente porque não é uma pessoa que serve de exemplo para as pessoas. Ele tem que vir aqui e se desculpar com os funcionários públicos. Porque a situação dele ficou muito ruim, e ficou muito ruim para esta Casa também. Não só por ele, mas pelos deputados.

O interessante é que eu sou violento. Eu que comandei a Rota, sou violento. Os meus policiais são violentos. Agora, o que vi aqui ontem, foi o quê? Troca de carícias? Então, gente, pelo amor de Deus. Antes de falar da polícia, ponha a mão na consciência. Ou então, olhe o rabo que você tem, porque é muito grande para falar dos outros.

E, antes de falar do funcionalismo, pensa! Pensa bem. Porque são esses homens e mulheres que fazem o Estado andar. Então eles não merecem ser tratados dessa maneira. Foi ridícula a atitude do deputado ontem. Não só em ele ter desafiado o povo, como os demais deputados também, que partiram para uma agressão física que não condiz com a postura e a educação desta Casa.

Também quero dizer que estamos acompanhando a situação de Paraisópolis. Estamos do lado dos policiais do 16º Batalhão. Lamentamos, sem dúvida, a morte de qualquer pessoa, principalmente nove jovens. Não interessa como eles estavam. A gente lamenta a morte deles.

As pessoas não sabem quem estava comandando o policiamento nesse dia: uma jovem tenente. Mais uma agressiva jovem tenente. Repito: a polícia não agrediu ninguém. A polícia foi agredida. A polícia se defendeu. Quer doa isso, ou não doa, a realidade é essa.

Porque, quando as pessoas estão fazendo o que não devem, a imprensa não vai lá cobrir isso. Quando os jovens estão na rua, a madrugada toda, os pais não sabem onde estão os seus filhos. Depois, vão lá chorar perante a imprensa, que a polícia é violenta.

Então, mais uma vez, quero me colocar junto com a Polícia Militar. Em especial, o 16º Batalhão de Polícia Militar. Mandar um abraço para o coronel Ferreira e todos aqueles policiais que trabalham duro. E lamentar, mais uma vez, o que aconteceu.

O Wagner, há pouco, me falava: por que a Globo não vai lá mostrar a realidade desses pancadões, das meninas sendo exploradas sexualmente, do tráfico de entorpecentes, do tráfico de armamento? Não, não vai. Não vai porque a Globo e boa parte da imprensa só quer falar mal da polícia. Porque eles estão contra o governo, e a polícia é uma maneira deles falarem mal contra o governo.

Vi deputado falando do Bolsonaro aqui. O que o Bolsonaro tem a ver com a história? Ele já botou fogo na Amazônia. Agora ele é culpado de Paraisópolis. Então, o que está acontecendo? A gente nota que isso é tudo um movimento político, usando a Polícia Militar, mais uma vez, para um movimento político contra o governo. Isso é muito ruim, isso é feio, isso é horrível.

Essa polícia, que está sendo criticada aqui, é o único órgão que, se você estiver ou não estiver em São Paulo, se você ligar, na madrugada, no final de semana, no 190, pode até demorar, mas vai chegar um policial lá para te atender. É o único órgão, no estado de São Paulo, que funciona 24 horas por dia, 365 dias por ano. Então, aqui, me coloco sempre pronto e sempre junto à nossa Polícia Militar.

Só para fechar, Sr. Presidente. A reforma da Previdência, quero deixar bem claro que, da maneira que ela está sendo colocada aqui, não votarei a favor dessa reforma. (Manifestação nas galerias.)

Solicito mais uma vez, ao Sr. Governador que ele retire esse projeto, que ele seja reanalisado. Espere a votação em Brasília para depois discutirmos a Previdência aqui. Não é justo: três ou quatro anos, o pessoal resolvendo problema, e nós, num mês, querer resolver todo o problema da Previdência. Não concordo com isso, e não apoiarei esse projeto.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Pela ordem, Sr. Presidente. Eu solicito... O deputado vai usar a palavra? Então, o último a falar...

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado. Com a palavra, o deputado Roberto Morais. (Pausa.) Deputado Cezar. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Sargento Neri. (Pausa.) Deputada Professora Bebel Lula. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Emidio de Souza. (Pausa.) Deputada Delegada Graciela. (Pausa.) Deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Deputada Márcia Lula Lia. (Pausa.)

Passamos para a lista suplementar, convidando o deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputado Enio Lula Tatto. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Deputada Isa Penna. (Pausa.) Deputado Douglas Garcia.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Sr. Presidente. Serei bem breve, Sr. Presidente. Eu apenas subo a essa tribuna

para falar de um caso que aconteceu com um policial militar que reside na cidade de São Vicente, Baixada Santista. Sr. Presidente, nós tivemos recentemente uma polêmica gerada com relação ao caso da favela de Paraisópolis, onde nove jovens morreram, infelizmente, por intermédio de um baile funk. Repito: morreram por intermédio de um baile funk, que aconteceu na favela de Paraisópolis.

Houve toda essa polêmica, toda essa questão envolvendo os policiais militares, e muitas - muitas mesmo - pessoas subiram a essa tribuna para acusar injustamente a instituição e a corporação da Polícia Militar, antes de serem concluídas quaisquer investigações.

Então, Sr. Presidente, eu preciso primeiramente vir aqui para, sim, acusar essas pessoas, pois elas estão agindo conforme defesa daqueles que não seguem a lei. Sr. Presidente, nós tivemos o caso, na Baixada Santista, na cidade de São Vicente, de um policial militar chamado soldado PM Vitor Bruno Marcondes da Silva.

O soldado PM Vitor Bruno Marcondes da Silva estava fazendo o seu trabalho de policial militar, quando teve que fazer com que um baile funk que estava atrapalhando a vida da população no bairro de Itararé, que é no litoral de São Vicente... O que aconteceu, enquanto ele fazia essa operação de poder trazer paz, sossego e tranquilidade à população que mora no bairro de Itararé?

O policial militar foi atacado com um skate; quebraram um skate no braço do policial militar. Vejam só que absurdo, senhores. Os senhores sabem: é um material resistente. Ao ponto de quebrar isso em um policial militar... Não houve, por parte de quem quer que seja, do pessoal dos Direitos Humanos, que são contra a violência, qualquer tipo de atitude, qualquer tipo de ação em defesa do policial militar.

Me parece que só existem câmeras, e elas surgem do nada - assim de repente surgiu, brotou uma câmera, quando é para filmar o policial militar fazendo irregularidade. Não estou defendendo os policiais que fazem esse tipo de coisa - irregularidades.

Porém, é muito interessante saber que se pode filmar um policial militar fazendo isso, enquanto com o professor que doutrina, que faz aquilo que é errado, que vai à escola para dizer que a polícia é fascista, assassina e outras coisas do tipo, não pode ser utilizado o celular para poder filmar, porque aí é errado, é contra a liberdade de cátedra, você já ataca o professor, aquela coisa toda.

Então, Sr. Presidente, apenas para concluir o meu discurso, mostrando o quanto isso é uma hipocrisia: pode-se filmar o policial militar fazendo irregularidade, mas não mostra aquilo que acontece com o PM, não mostra aquilo que os PMs estão sofrendo, a exemplo do soldado Vitor Bruno Marcondes da Silva. Olha aqui: ele estava com o braço quebrado, graças à ação - repito - de um funkeiro.

Estava lá no baile funk, e ele foi sossegar a situação, para que as pessoas pudessem ficar mais tranquilas, pudessem dormir à noite, pudessem ter o seu descanso e no dia seguinte poder trabalhar, fazer as suas coisas. Está aqui, olha: o policial militar pagando um preço por nós, pagando um preço pela população.

Quer dizer, então: o povo sofre por não conseguir descansar, e quando a polícia é chamada para poder dar um jeito na situação, o próprio policial sofre porque é atacado. E você não tem nenhum tipo de direitos humanos para defender o policial militar.

O Coronel Telhada, aqui, defende - sei da história que o Coronel Telhada tem aqui na Assembleia Legislativa, muitos outros policiais que foram eleitos pela categoria, sei que também defendem. Porém, o que aconteceu aqui foi um absurdo, senhores.

Isso aqui passou despercebido e desapercebido por parte do pessoal que tanto diz que os bailes funk são expressões artísticas, expressões culturais. Agora, eu pergunto: virou expressão cultural, expressão artística quebrar um instrumento pesado no braço de um policial militar, inclusive tacando garrafada pelo seu direito de perturbar as pessoas madrugada adentro?

Virou expressão artística você se comportar como se fosse um selvagem? Não, senhores. Então eu exijo, sim, que os núcleos de direitos humanos, se defendem os direitos humanos mesmo, vão atrás do policial Vitor Bruno Marcondes da Silva.

Porque o policial Vitor Bruno Marcondes da Silva, para quem não sabe, é campeão de jiu-jitsu e já trouxe diversos títulos para o nosso Brasil. O tempo inteiro, o comando da Polícia Militar do Estado de São Paulo autoriza o policial militar a viajar para trazer títulos para o nosso país. Deve ser reconhecido.

E olha a forma como ele está sendo reconhecido: quebraram o braço de um grande atleta. Quebraram o braço de um profissional, quebraram o braço de um homem que eu tenho certeza de que infelizmente sofre os desmandos desses direitos humanos, que só defendem aquilo que não presta.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado. Com a palavra o deputado Enio Tatto.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Pela ordem, Sr. Presidente.   

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, deputado Coronel Telhada.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - O senhor me permite uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Enquanto o deputado Enio LulaTatto se dirige à tribuna V. Exa. tem a palavra.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - PARA COMUNICAÇÃO - Eu estava observando o deputado Douglas Garcia fazer uso da palavra e várias pessoas xingando o deputado. Eu acho gozado... Posso falar? Não, eu ouvi. Eu acho gozado porque esse deputado vai votar a favor de vocês.

Eu acho interessante isso. Ele é um deputado que vai votar contra a Previdência pela qual vocês estão brigando aqui. E vocês não respeitam. Só vocês são donos da verdade. É incrível isso. Não se respeita a opinião de ninguém.

Como aquele deputado estava errado de fazer o que ele fez ontem, vocês estão errados de fazer o que estão fazendo. Respeitem, pois esta Casa é democrática. Tem que se respeitar as pessoas. É inadmissível que qualquer que...

Por exemplo, eu sou uma pessoa que tem uma ideologia contrária ao PT, ao PSOL e todo mundo sabe disso. Jamais aqui eu ofendi um deputado. Jamais; o deputado Enio é testemunha disso. A minha postura é uma postura democrática com todas as pessoas.

Agora, o deputado vai lá, um deputado eleito pelo povo, representa milhares de pessoas e as pessoas chegam aqui no direito de xingar esse deputado porque ele está expressando a opinião dele. Agora, com certeza o deputado Enio também vai expressar sua opinião e nós deveríamos xingá-lo também? Gente aprendam a se comportar.

Essa Casa é de vocês. Vocês estão aqui para ganhar o que vocês lutam para ganhar. Então aprendam a valorizar o deputado que estão com vocês. O fator ideológico não quer dizer que ele é contra “a” ou “b”. É a opinião dele e tem que ser respeitada.

Eu fico muito triste, deputado Enio, deputado Gilmaci, deputado Douglas, quando eu vejo esse tipo de postura. Já fui vítima disso também e é uma postura que eu não vou dizer que é má educada porque não é. Acho que é uma postura de mal entendimento do que é a política. A política ela é feita para crescimento. Quando a gente quer crescer a gente discute ideias. Vamos aprender a ouvir a ideia de todas as pessoas e depois, no final nós tiramos o melhor para todos. Isso é democracia.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Com a palavra o deputado Enio Tatto.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, povo que nos assiste, nossos amigos presentes, quero falar para vocês que hoje a luta continua, que vamos fazer de tudo para não aprovar essa maldita reforma da Previdência aqui no estado de São Paulo. 

Eu não vi ninguém xingando. Acho que o importante é debater ideias. E ontem a plenária se comportou, se manifestou, bateu palma, vaiou, o que é normal na democracia.

O único desrespeito visto ontem aqui, deputado Coronel Telhada, Douglas, Gilmaci, foi o de um deputado que usou esta tribuna para chamar de vagabundos alguns dos presentes na galeria. Esse foi o problema do dia de ontem; no mais, debatemos pontos de vista, o que é de se esperar em uma democracia.

Sr. Presidente, queria falar ainda sobre a questão da chacina de Paraisópolis, onde nove jovens adolescentes perderam a vida. Hoje nós fizemos uma visita, pedida pelo meu líder Barba, da bancada do Partido dos Trabalhadores, e fomos conversar com o coronel Marcelino, que é corregedor da Polícia aqui no estado de São Paulo.

Também estava presente o ouvidor Benedito Mariano. E fizemos uma boa discussão. Primeiro, exigimos investigações rigorosas, transparentes e punição para aqueles que são os culpados por aquilo que aconteceu no Paraisópolis, no final de semana.

Cobramos ainda a apuração de responsabilidades pelas três mortes que aconteceram há um tempo em Guarulhos, onde pessoas foram pisoteadas em um baile funk, e pela morte de um jovem, em condições semelhantes, no Heliópolis.

Cobramos apuração rigorosa, transparente e rápida, e pedimos providências sobre o comportamento da Polícia, do comando, do governo, do secretário de Segurança Pública quanto a essas expressões culturais.

É verdade, os bailes funks são uma expressão cultural, sim, Douglas. E o problema todo está no preconceito. Só na Capital de São Paulo, o deputado Telhada sabe disso, existem mais de 300 atividades de funk na periferia. Tem mais de trezentas. Isso é sabido. Na grande maioria não há problemas: a juventude vai lá, se diverte, vira a noite, e não acontece nada.

E imaginar que o funk só existe nas periferias e só é frequentado por bandidos e traficantes é um engano. Hoje, o funk é curtido por todos os jovens. E, com certeza, tem pais aqui que o criticam em público, mas os filhos deles, à noite, vão para as baladas funk.

A questão é que quando o baile funk é feito pela classe média ou classe alta, tem segurança nas mansões ou em lugares protegidos. Quando o filho, que vai de carro com motorista particular a uma festa dessas, está tudo bem.

Agora, quando é o filho do pobre que participa, ele vai se divertir na rua, porque não tem dinheiro para pagar ingresso.

É por isso que é preciso dar condições para essas pessoas curtirem a vida com segurança. A Polícia tem de estar presente com esse objetivo.

O que não pode acontecer é o que aconteceu no Paraisópolis, ou em qualquer outro lugar. Em um evento com milhares de pessoas, a Polícia não pode usar bomba, gás lacrimogênio. Isso é um preconceito danado, é criminalizar essa atividade.

O mesmo aconteceu quando o samba começou a se popularizar: o sambista era tratado como bandido.

E o capoeirista, como era tratado? Como bandido. Eu sou da zona sul, e me lembro que há uns anos, quando surgiu o hip hop, e surgiu o Racionais MCs, do Mano Brown, eles eram tratados no cacete, na base da violência policial.

A mesma coisa está acontecendo com o funk, só que as pessoas não percebem que o funk está em todo lugar. Se você vai a uma festa de formatura de uma escola particular, uma escola com mensalidade alta, nessa festa tem funk.

Se você vai a um casamento da classe média ou classe alta, tem funk. Agora, o pessoal da periferia, o coitado que está lá, que é pobre, que não tem outra diversão, é considerado bandido, drogado.

Combata os traficantes, mas não proíba, não criminalize, essa expressão cultural. Hoje, quando falamos com o corregedor, ele falou: “Vocês têm que fazer uma reunião igual a essa com o prefeito Bruno Covas”. Porque o que falta é organizar essas atividades. A Polícia tem know-how para isso; ela sabe como fazer. Ela sabe.

A questão é de vontade política e comando para resolver o problema, e não usar da violência, como aconteceu no Paraisópolis.

Então, mais uma vez: a gente vai continuar protestando, exigindo providências, e que não se criminalize o funk, que hoje é uma realidade. A cantora Anitta, que faz sucesso no mundo todo, fala: “Se fosse olhar onde eu estaria num fim de semana à noite, eu e os meus irmãos, dois ou três anos atrás, com certeza eu estaria lá no Paraisópolis”.

Porque ela frequentava aquele ambiente, e dançava naquele ambiente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS – Deputado, para a sua conclusão, por gentileza.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT – Então, para os ricos, vale tudo: tem segurança e tem funk, agora, para os pobres, é bomba, é borracha, é chacina.

Isso a gente não vai aceitar, e a gente vai denunciar o tempo todo.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Pela ordem, Sr. Presidente. Havendo acordo de lideranças, eu solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - É regimental. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, esta Presidência, cumprindo determinação constitucional, adita à Ordem do Dia da sessão ordinária com o Projeto de lei nº 787, de 2016, vetado.

Havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoco V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Lembramos ainda da sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 19 horas.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas.

 

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