17 DE DEZEMBRO DE 2019
77ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA
Presidência: CAUÊ MACRIS
Secretaria: GILMACI SANTOS e MAURO BRAGATO
RESUMO
ORDEM DO DIA
1 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Abre a sessão. Coloca em votação e declara aprovado o PLC
74/19, salvo emendas. Coloca em votação e declara rejeitadas as emendas 1 a 7,
englobadamente, com pareceres contrários da Comissão de Constituição, Justiça e
Redação.
2 - TEONILIO BARBA LULA
Declara voto favorável às emendas 1 a 7, em nome do PT.
3 - CARLOS GIANNAZI
Declara voto favorável às emendas do PSOL.
4 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Coloca em discussão o PDL 33/19.
5 - TEONILIO BARBA LULA
Solicita verificação de presença.
6 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de
verificação de presença, que interrompe quando constatado quórum.
7 - HENI OZI CUKIER
Declara voto contrário ao PLC 74/19, em nome do Novo.
8 - TEONILIO BARBA LULA
Discute o PDL 33/19.
9 - ARTHUR DO VAL
Declara voto contrário ao PLC 74/19.
10 - BRUNO GANEM
Discute o PDL 33/19.
11 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Afirma que não é regimental manifestação da plateia.
12 - CAMPOS MACHADO
Discute o PDL 33/19.
13 - PAULO LULA FIORILO
Discute o PDL 33/19.
14 - PROFESSORA BEBEL LULA
Discute o PDL 33/19.
15 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Encerra a discussão. Coloca em votação o PDL 33/19.
16 - DR. JORGE LULA DO CARMO
Encaminha a votação do PDL 33/19, em nome da Minoria.
17 - ENIO LULA TATTO
Encaminha a votação do PDL 33/19, em nome do PT.
18 - GIL DINIZ
Encaminha a votação do PDL 33/19, em nome do PSL.
19 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Coloca em votação e declara aprovado o PDL 33/19.
20 - TEONILIO BARBA LULA
Solicita verificação de votação.
21 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Defere o pedido. Determina que seja feita a verificação de
votação, pelo sistema eletrônico.
22 - GIL DINIZ
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSL.
23 - TEONILIO BARBA LULA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PT.
24 - RAFA ZIMBALDI
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSB.
25 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSOL.
26 - JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do
Republicanos.
27 - MARCIO DA FARMÁCIA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Podemos.
28 - ANDRÉ DO PRADO
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PL.
29 - DELEGADO OLIM
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PP.
30 - ADRIANA BORGO
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PROS.
31 - SERGIO VICTOR
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Novo.
32 - MARCIO NAKASHIMA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PDT.
33 - ROGÉRIO NOGUEIRA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do DEM.
34 - SARGENTO NERI
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Avante.
35 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Anuncia o resultado da verificação de votação, que confirma a
deliberação anterior.
36 - TEONILIO BARBA LULA
Declara voto contrário ao PDL 33/19, em nome do PT.
37 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Encerra a sessão.
*
* *
-
Abre a sessão o Sr. Cauê Macris.
*
* *
- Passa-se à
ORDEM
DO DIA
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos nossos trabalhos.
Esta Presidência dispensa a leitura da
ata da sessão anterior.
Ordem do Dia.
Item 1 – Discussão e votação do Projeto
de lei Complementar 74, de 2019.
Em discussão. Não havendo oradores
inscritos está encerrada a discussão. Em votação o projeto, salvo emendas. As
Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se
encontram. (Pausa.) Aprovado.
Em votação as Emendas de 1 a 7,
englobadamente, com parecer contrário da Comissão de Constituição e Justiça. As
Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem contrários queiram
conservar-se como se encontram. (Pausa.) Rejeitadas.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT – Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Pela ordem,
deputado Barba.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT – Para declarar voto
da bancada do Partido dos Trabalhadores favorável às emendas.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Está
registrada a declaração de voto favorável à emenda.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL – Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Pela ordem,
deputado Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL – Para declarar o
voto favorável às emendas apresentadas, da bancada do PSOL.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Está
registrado o voto de Vossa Excelência.
Item 2 – Em discussão o PDL 33, de
2019.
Para discutir contra, o nobre deputado
Barba.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT – Sr. Presidente Cauê
Macris, antes de começar a discutir aqui eu quero solicitar uma verificação de
presença.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – É regimental
o pedido de V. Exa. Convido o nobre deputado Gilmaci, nosso 1º vice-presidente,
e o deputado Mauro Bragato para auxiliarem esta Presidência na verificação de
presença.
*
* *
- É iniciada a chamada.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Constatado
quórum regimental, devolvo a palavra orador na tribuna.
O
SR. HENI OZI CUKIER - NOVO - Sr. Presidente, eu queria registrar o
voto contrário da bancada do Novo no PLC 74.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
registrado o voto de Vossa Excelência.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Sr.
Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, é bom saber que nós
estamos tentando aqui encerrar o ano e ver o plenário com os deputados aqui.
Hoje, por
exemplo, o que nós vamos debater agora? As contas do governador. Eu estou
querendo ver o relator das contas do governador subir nesta tribuna para
defender as contas do governador.
O relator lá na
Comissão de Finanças foi deputado Marcio da Farmácia. Como lá nós fomos
costurando, construindo acordos, para ir avançando, então eu queria ver o relator
das contas do governador, porque nós, da bancada do PT, estamos apresentando um
voto contrário às contas do governador.
Por exemplo, as
emendas impositivas de 2018 foram pagas? Não, não foram pagas. As emendas
impositivas de 2019 foram pagas? Não, não foram pagas.
Somado tudo aí,
não chegou a 20% de emendas pagas, e aí tem um relatório preparado aqui na
Presidência, ou ali na sala do Carlão Pignatari, ou então lá no Palácio dos
Bandeirantes, chega aqui prontinho, quem vira relator tem apenas a obrigação de
colocar a assinatura lá, para defender coisas que não foram executadas.
Por exemplo,
para Habitação, lá nas contas, tinha um pouco mais de um bilhão, quase dois
bilhões de reais, preparados para serem executados. Quanto foi executado desses
quase dois bilhões de reais do Orçamento, deputado Aprígio, deputado Ed Thomas,
que diz que defende a Habitação, deputado André do Prado?
Quanto foi
executado, nas contas do governador Márcio França, o valor da Habitação? Nas
contas do governador João Doria deste
ano, o valor da Habitação?
Hoje nós
estamos discutindo contas, amanhã o Orçamento. Isso porque nós conseguimos
impedir judicialmente o debate sobre a PEC da Previdência, a PEC 18, e sobre o
PLC 80, que nós estamos judicializando, sobre uma ação atropeladora do deputado
Wellington Moura na Comissão de Finanças, quando atropelou o PLC 80, em que não
aceitou o nosso voto em separado.
Quero vê-lo
subir aqui para defender por que ele atropelou e não aceitou o voto em
separado.
Aliás, temos
uma ação judicial que impediu a PEC 18, temos uma ação judicial para poder
acabar com essa figura do relator especial e nós temos outra ação judicial
contra a atitude que o deputado Wellington Moura tomou na Comissão de Finanças.
E tem uma ADPF
impetrada pelo PT nacional... Presidente Cauê Macris, é bom que você saiba
disso: tem uma ADPF impetrada pelo PT nacional no STF em relação à figura do
relator especial.
Você já deve
ter sido notificado. Foi distribuído, está nas mãos do Barroso. São todas ações
que eu avisei que faria, como líder da bancada do PT. Além da obstrução,
faríamos a ação de judicializar. Eu não gosto disso, mas, às vezes, é o caminho
que resta.
Temos um debate
importante a fazer nesta Casa. Não tenho problema, presidente, com que o
governador João Doria consiga arregimentar 70 deputados, 65 ou oitenta. Não
tenho problema com isso. O que acho é que os deputados têm que ter uma certa
autonomia em relação a vários temas. No tema debatido aqui dos precatórios,
fizemos um bom debate. Os deputados mostraram autonomia em relação aos
precatórios.
Em relação às
contas do governador, quem aqui leu o parecer do relator? O relator é o Marcio
da Farmácia. Se eu pedir para ele fazer aqui um debate de 30 minutos
apresentando o parecer dele, ele não consegue; o parecer assinado por ele.
Porque não é ele que faz; vem pronto do Palácio dos Bandeirantes. Eles dão uma
tarefa, eles dão uma olhada, uma organizada, para preparar.
A mesma coisa
hoje: eu solicitei ao deputado Alex de Madureira que apresentasse, que fizesse
a apresentação do parecer dele, do relatório do Orçamento... Tudo bem aí,
gente? Tudo bem? Tranquilo aí? Então, ele fez um balanço do parecer dele. Ele
teve um período muito curto para trabalhar a questão do relatório dele.
Vamos discutir
amanhã, em duas extras, o Orçamento, mas tenho certeza de que essa legislatura
vai se comportar igual à legislatura passada. Vamos subir à tribuna - a
oposição -, vamos discutir, vamos apresentar nosso voto em separado, vamos
votar contra, vamos declarar apoio ao nosso voto, mas, novamente, os
parlamentares não discutirão, não vão subir aqui para defender aquilo que
fizeram.
É por isso que
fico provocando o deputado Marcio da Farmácia. Hoje, espero que ele suba aqui.
Espero que a assessoria dele faça uma síntese do voto dele, do parecer dele,
falando: “Marcio, suba lá em nome do Podemos e defenda tais e tais itens”. Esse
é o debate que temos que fazer nesta Casa.
Esta Casa, que
é o segundo maior parlamento da América Latina, perdendo apenas para a Câmara
dos Deputados, do estado que tem a economia mais pujante do país, mas que não
cresceu, a economia do estado de São Paulo... Não chegou a um por cento.
No próximo
Orçamento que o governo apresenta, ele faz uma estimativa de que a inflação
será de 3,45 e prevê que não crescerá 3,45, crescerá menos do que a inflação no
estado de São Paulo. E quando o estado de São Paulo não cresce, ele puxa a
economia do Brasil para baixo.
Nesta Casa, os
deputados e deputadas teriam a obrigação de fazer um bom debate hoje. Hoje e
amanhã, para a gente tentar encerrar o ano, amanhã ou quinta-feira ir para o
recesso, as pessoas aproveitarem o seu descanso, revisitarem as suas bases, mas
infelizmente nesta Casa falta esse debate político.
Eu vou provocar cada
relator. Eu sei que o Gilmaci está ali preocupado, porque ele é o relator da
PEC 18, não é? Não, você é do PLC 80, o da PEC 18 é o deputado Heni. Você é o
relator especial do PLC 80, e eu espero que, com essa folga que nós vamos ter
no recesso, até fevereiro o senhor esteja preparado e afiado para defender aqui
nesta tribuna o PLC 80. Espero a mesma do Heni.
O deputado Heni fez a
leitura na Comissão de maneira brilhante, sabe ler bem, mas eu quero ver, sem a
PEC 18 na mão, ele fundamentar por que foi contra tantas emendas.
Ele só defendeu duas emendas,
a 03, do Delegado Olim, e a 30, do Campos Machado, e rejeitou todas as outras.
Quando ele leu, ele leu com uma energia, parecia o Tigrão. O resultado da
leitura dele, lendo o que veio preparado do palácio do Planalto, parecia o
Tigrão.
Mas é isso, então hoje
nós vamos aqui... Estão convocadas duas extras. É lógico que só acontecerão
duas extras se o pessoal debater; se o pessoal não debater, não se inscrever...
Vou dar a dica para vocês de como é: se vocês não se inscreverem, acaba na
primeira extra.
Vocês vão fazer
exatamente que se fez na legislatura passada aqui, ninguém sobe, ninguém
discute nada, ficam caladinhos aí embaixo e votam a favor ou votam contra. É
isso, deputado Ricardo Mellão, a legislatura passada foi isso.
Eu me lembro que eu subi aqui
ora para defender porque eu me inscrevia, ora porque a deputada Leci Brandão se
inscrevia e passava o tempo para mim, me dava um aparte na fala dela, ora
porque alguém da bancada do PT passava o tempo para mim, ou eu passava para
alguém do PT, mas era só entre nós, era a oposição falando, e novamente caminha
para isso.
Eu, por exemplo, quero
ver os quatro deputados do Novo subirem aqui para defender a postura liberal,
dizer por que vocês defendem um estado enxuto, por que o estado não tem que
cuidar de Educação, por que o estado não tem que cuidar de Saúde, por que o
estado não tem que...
Vocês defendem, vocês
defendem. Então subam aqui, eu quero ver vocês se inscreverem. Se eu for votar
aqui para aumentar o recurso do Orçamento para pagar salário de professor,
vocês dizem “Não, não dá, não pode”. Então vocês têm que subir e defender,
porque eu quero ver.
O Heni, eu quero ver...
Daqui até fevereiro, ele vai ter... Deputado Heni, desculpe tê-lo chamado só de
Heni. Não, deputado Heni, o senhor foi eleito. Todo mundo aqui,
independentemente da quantidade de votos, é deputado ou deputada, e eu faço
questão de tratar dessa maneira. Eu sei o senhor até me dá liberdade para fazer
assim, mas eu prefiro.
Então ele vai ter daqui
até fevereiro para se preparar para, pelo menos, em fevereiro, quando abrir o
debate da PEC 18, subir aqui por 15 minutos. Se algum dos deputados do partido
dele for passando tempo, mais 15 do Daniel José, mais 15 do Ricardo Mellão,
mais 15 do Sergio Victor, para ele poder falar uma hora fundamentando a defesa
da PEC 18 e por que ele rejeitou todas as demandas que eu vou citar depois, lá
no debate da PEC. Só aprovou duas, a 03 e 30, a 03 do Delegado Olim e a 30 do
Campos Machado.
Então, vai ter um tempo
para se prepararem para esse debate. Vocês vão ter que ter coragem de dizer
para o funcionalismo público do estado de São Paulo... E eu não estou dizendo
dos caras que ganham 50 mil não, 60 mil.
Eu estou dizendo que
vocês vão ter que dizer para aquele que é o trabalhador da Educação, da Saúde,
por que vocês são a favor de aumentar a idade deles, por que vocês são a favor
de que o benefício tenha que ser calculado em 60%, porque os caras que ganham
30, 40, 50, 60 mil, esses também eu sou contrário.
Se é essa
reforma que vocês querem discutir eu topo. Essa eu topo. O que eu não topo
discutir é que tenha que aumentar sete anos para uma trabalhadora da Saúde
passar a ter o direito de adquirir a sua aposentadoria. Uma professora ou um
trabalhador da Educação, não precisa ser professor, pode trabalhar em uma
administrativa.
Vocês querem
discutir a aposentadoria do comando das Forças Armadas? Eu topo. Comando das
Forças Armadas, as altas patentes, que ganham muito dinheiro, 30, 40, 50 pau.
Isso eu topo. Eu não tenho problema com isso, meu problema é que estão mexendo
só na base.
Foi igual no
setor privado. Mexeram só com os trabalhadores que ganham salário mínimo.
Aumentou o tempo. Cinco anos para as mulheres, aumentou a idade para 62 anos.
Os homens já era 65, porque, na verdade, a história de aumentar para ter idade
mínima foi a mentira mais bem contada que eu vi a mídia contar, deputado Heni.
Sabe por quê?
No Brasil, antes da reforma da Previdência, para você se aposentar, se você
trabalhasse no setor privado, você tinha que ter, no mínimo, 15 anos de
contribuição e 65 anos de idade se fosse na cidade, 60 anos de idade lá no
campo e 15 anos de contribuição. Então, já tinha idade mínima. Contaram a
mentira bem contada. Na verdade, a única idade mínima que aumentaram foi a das
mulheres, que aumentou para 62 e era até 60. E 55 no campo.
Então, esse é o
debate que nós vamos fazer aqui nesses dois dias das contas do governador e
também do Orçamento.
O
SR. ARTHUR DO VAL - SEM PARTIDO - Declaro meu voto contrário ao PL 74.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
registrado o voto de Vossa Excelência.
Deputado Bruno. Só lembrando do
deputado Arthur, registrado o voto contrário ao Projeto 74.
Bruno Ganem, para falar a favor do PDL
33 de 19.
O
SR. BRUNO GANEM - PODE -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa noite a todos.
Eu faço uso
desse instrumento regimental, na verdade, já que eu já tinha me planejado, na
medida do possível, para registrar uma situação que é completamente inaceitável
e que, evidentemente, a gente não pode esperar para poder tratar desse assunto.
Não é um
assunto que nos permite esperar e é por isso que eu estou fazendo uso desse
espaço para poder registrar o caso lamentável ocorrido em Mairiporã. Uma rinha
de cães.
Os senhores
certamente acompanharam essas notícias, onde os cães eram colocados, ali, para
lutar entre si, lutar até a morte e, quando estavam morrendo, ia um médico
veterinário para ressuscitá-lo e colocá-lo lá para, mais uma vez, ser vítima
dessa atrocidade até o fim da sua vida.
E, como se não
bastasse, após a morte desse cachorro, desse Pitbull, esse animal ia para a
churrasqueira. Ia para a churrasqueira para virar churrasquinho de um bando de
selvagens que ali se divertem. Canibais, exatamente.
Pessoas que não
dá para qualificar uma pessoa como pessoa. São pessoas que, simplesmente, comem
cachorros que eles acabaram de ver morrendo ali na frente de todos. E também
essa carne vai para os outros cães.
E esse esquema
nojento é um esquema alimentado por um canil na cidade de Itu. Aí eu te
pergunto, dezenas, centenas, milhares de cachorros, será que foram mortos nessa
situação e, lamentavelmente, as pessoas foram soltas por ser considerado um
crime de menor potencial ofensivo, algo menos grave.
Aí eu pergunto
para a sociedade: será que a sociedade considera esse um crime de menor
potencial ofensivo? Será que o cidadão que está ali, vendo uma atrocidade
dessas, acha que isso é de menor potencial ofensivo?
É inaceitável, meus
amigos, é uma coisa que exige de cada um de nós uma atitude muito, mas muito
intensa, para que a gente possa mudar a legislação, que a gente sabe que é
federal, que a gente possa exigir do Poder Judiciário uma ação enérgica à
altura daquilo que está acontecendo.
Existe uma interpretação
de que os crimes devem ser somados. Se a gente conseguir garantir que o Poder
Judiciário aja conforme esse clamor da população, somando, porque cada vida
vale. Não foi ali um único crime ambiental, não foi apenas um crime de
maus-tratos, foram dezenas, para não dizer centenas.
Então, a gente precisa,
sim, exigir que esses vagabundos possam ficar presos durante décadas, durante
décadas; no nosso cálculo, pelo menos 42 anos, apesar que a minha vontade é que
eles apodrecessem na cadeia, porque eu acredito que uma pessoa que faz uma
atrocidade dessas não tem a menor condição de voltar para a sociedade, é uma
pessoa podre, é uma pessoa que realmente não tem nenhum respeito.
Para quem acha que uma
pessoa que faz isso contra um cachorro não é capaz de fazer isso contra uma
pessoa, está muito enganado. A sociedade, o nosso código e as nossas leis
precisam entender isso, porque hoje o FBI usa as informações de crimes contra
os animais para encontrar pessoas que não servem para lidar na sociedade.
São pessoas que matam
cachorros e que também matam crianças, estupram crianças, abusam de idosos e
assim por diante. Não existem pessoas que são sensíveis aos animais e não são
com as pessoas, e nem ao contrário.
Então, a gente precisa,
efetivamente, de uma atitude do nosso Congresso, que está cheio de leis paradas
- paradas -, para colocar esses vagabundos na cadeia. A gente precisa de uma
atitude do Judiciário para garantir que esse crime não seja impune.
Nós temos algumas
lideranças da causa animal que estiveram aqui presentes. Inclusive, nós
estaremos, ao vivo, daqui a pouco, através das minhas redes sociais, para que a
gente possa colocar a nossa indignação. São pessoas que realmente estão se
mobilizando, estão buscando, através de abaixo-assinados, através das suas
regiões, fazer a diferença.
Assim como eu, acredito
que cada um dos senhores não admite esse tipo de situação. Eu queria citar o
nome deles: Mara Baccala, Edson Lima,
Sheila Dibb, Odete Miguel, Felipe Monteiro e Rodolfo Oliveira.
A minha total gratidão à
iniciativa dos senhores. Nós estaremos conversando daqui a pouquinho, nós
estaremos colocando a nossa indignação para todos, através das redes sociais,
porque realmente é um momento muito triste para quem tem um mínimo de
sensibilidade à causa animal.
Eu tenho certeza de que
esta Casa é sensível à causa animal. É justamente por isso que projetos
referentes à causa animal estão caminhando. Eu até já falei aqui em relação à
própria lei contra os fogos de estampido, que já temos 73 apoios, já é
realmente um projeto próximo de ser votado, graças ao apoio dos senhores.
Mais uma vez, eu peço o
apoio dos senhores nessa mobilização para que a gente possa garantir que a
justiça seja feita. Pessoas que veem cachorros morrerem, lutarem até a morte,
para depois virar churrasco e diversão, não são seres humanos, não são seres
humanos, são pessoas que precisam ser retiradas do convívio social com a máxima
urgência.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ
MACRIS - PSDB - Para falar contra, nobre deputado Campos
Machado.
(Manifestação nas galerias.)
Gostaria, antes de passar a palavra ao deputado Campos Machado, de
agradecer a presença sempre dos nossos convidados e informar que não é lícita a
utilização da palavra pelos convidados aqui na galeria. Apenas os parlamentares
podem usar a palavra. Com a palavra, para falar contra o projeto, o deputado
Campos Machado.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB -
Sr. Presidente, meu caro deputado Cauê Macris, diz Sóstenes que “a ousadia de
alguns transforma os ouvintes em covardes”. Eu não poderia deixar de dizer...
Gostaria muito que o deputado Arthur do Val, Papai Falei, Mamãe Falei, lá sei o
que é, estivesse em plenário.
Já disse no
Pequeno Expediente: há pessoas que têm o prazer mórbido de agredir
instituições, pessoas, para que possam divulgar nas redes sociais a sua coragem.
O Vovô Falei deu uma entrevista na revista “Vejinha”, onde ele diz simplesmente
o seguinte: “Aqui na Alesp tem rachadinhas para todos os lados e nepotismo
cruzado adoidado”. Aí vem ele e faz a pergunta: “Cadê o Conselho de Ética?”.
Eu sou membro do
Conselho de Ética. Imediatamente eu mandei fazer um ofício a ele dizendo da
minha indignação. Aí disse ele na frente: “Tem erros de português”. Aí eu o
chamei de Arthur Camões. O clima está ficando insuportável aqui nesta Casa. O
governo intervém; o Judiciário acha que a Assembleia é uma espécie de sala de
visita dele, para não falar que é o quintal; e esse deputado além de insinuar
coisas...
Eu disse a ele:
“Diga para mim quais são os nomes das pessoas”. Ele me disse: “Eu posso dizer”.
E eu lhe digo agora: “Diga quais são os deputados que fazem rachadinha. Diga
quais são os gabinetes que têm nepotismo, porque desta maneira dá impressão que
é a Casa toda”.
Eu me senti,
hoje, estuprado ao ler essa revista. Podem dizer alguns: “Ah, ele tem 2 milhões
e 800 mil. E pessoas, ele tem contato”. Pouco me interessa se ele tem 2
milhões, 10 milhões, 100 milhões. O problema é dele. O meu problema é que ele
venha aqui e diga quais são os deputados que têm rachadinha, quais são os
gabinetes que têm rachadinha. E diga também quais são os gabinetes que têm
nepotismo.
É fácil fazer o
que ele faz. Planta acusações de tudo quanto é lado. E depois fica e grava. Por
favor, grave bem, seu Arthur Vai-Vai. Faz favor. Mas grava com vontade. Grava
que estou com óculos na mão. Diz para mim que estou dizendo que você é leviano.
Por favor, grava isso aí. E não adianta pôr camiseta “ficou bravinho”, não.
Está
mal-acostumado, Arthur. Mal-acostumado nos seus postos de gasolina.
Mal-acostumado nos seus negócios. Mal-acostumado nas coisas que faz, nas
ofensas que faz. Quando o conheci, com o seu pai, pensei que V. Exa. fosse ser
um deputado na acepção da palavra. Vossa Excelência já ofendeu os deputados da
Casa, chamando todos de vagabundos.
E agora, o pior
de tudo, é que ele ainda desafiou: “Cadê a Comissão de Ética?”. Pouco se
importando. Bem que eu não queria... Eu não devia ter atendido pedidos de
colegas da Comissão de Ética quando propus a ele uma pena bem maior. Analisem
comigo. Essa é uma revista vendida aos milhões, comentada, divulgada. E ninguém
diz nada?
O que me dói, o
que é constrangedor para mim é que, depois que ele ofende todo mundo, ele
desfila igual um modelo por esse plenário, sorridente, como se não tivesse
acontecido nada. E as pessoas dizem: “Ele vai gravar”. Mas eu quero que ele
grave. Pelo amor de Deus, me grava. Porque estou dizendo que V. Exa. é leviano.
É leviano e está aqui. Já repeti dez vezes. É triste, é melancólico. Seria
cômico, se não fosse trágico, o que estamos vivendo nesta Casa.
Alguma
novidade, deputada Carla Morando?
Mas vim aqui,
deputado Barba... Eu nem devia tocar nesse assunto sórdido, imundo, estúpido,
grosseiro. Aqueles que têm medo da palavra ou das redes sociais do alcunhado
“Falei” renunciem o mandato. Sumam daqui, não é o lugar de vocês. Não é lugar.
Aqui é lugar de gente que tem coragem. Não para estuprar ninguém. Não. Coragem
cívica. Mas o meu tempo está passando e não falei para que eu vim aqui.
Deputado Roque
Barbiere, deputado Barba, o Conselho de Prerrogativas apresentou uma PEC que
trata do Orçamento Impositivo. Ora, se um deputado federal recebe... Sr.
Presidente, preserve o meu tempo, que a conversa à esquerda está muito alta e
eu não consigo trabalhar.
Vejam a
desigualdade: o deputado federal recebe 15 milhões de emendas. E o líder do
governo, no Congresso, vem e diz que é normal. É normal, sim, que o deputado
receba emendas para a Saúde, Educação... Por qual motivo é que nós, o maior
estado da federação, ficamos com míseros quatro milhões e meio? Se o correto
seria... Se nós recebermos o salário de 75%, nós teríamos que ter 10 milhões e
meio a 11 milhões.
Sabe qual a
vantagem? Não ficaríamos amarrados ao governo. Porque eu entendo a necessidade
de o deputado ter que ter emenda. Mas, se nós tivéssemos garantidos os nossos
direitos, votando essa PEC que foi apresentada pelo Conselho de Prerrogativas,
nós não ficaríamos acorrentados ao governo. Teríamos condições de ter mais 10
milhões para Saúde, Educação, Transporte, parte social. Não: nós temos quatro
milhões e meio.
Aí o governo,
inteligentemente, como reconhece o próprio líder do governo no Senado, ofereceu
20 milhões se aprovar a Previdência. Nós não temos força para isso. O líder do
Governo tem toda razão. Ele montou uma base, onde os deputados que fazem parte,
legitimamente - eu quero dizer - recebem emendas bem maiores do que nós que não
temos apoio do governo.
Se nós
votássemos essa PEC justíssima, uma PEC justa, a PEC 16, nenhum de nós,
daqueles que têm olhar próprio, conduta própria, seria prejudicado.
Não me importa
se o governo vai dar 10, cinco milhões para cada deputado que votar a emenda;
pouco importa. Importa é que nós tenhamos, meu caro deputado Camarinha, meu
irmão... Em nome da Heloísa; aliás, em nome do Vicenzo, é que eu faço esse
apelo aqui. Igualdade. Se todos nós tivéssemos uma PEC justa, um direito justo
a ter 75% das emendas federais, nós teríamos mais liberdade para escolher o
lado que nós vamos querer. Para apresentar para que essas emendas? Saúde,
Educação, Trabalho, geração de empregos.
Mas não: nós
ficamos com quatro milhões e meio, enquanto o governo, corretamente... Eu não
estou criticando o líder do Governo, estou dizendo que ele age bem. Para
defender o governador, o que faz ele?
Dá mais três,
quatro, cinco milhões de reais para os deputados, quando esse dinheiro poderia
ser dado do mesmo jeito, só que legalmente, em pés de igualdade todos teriam o
mesmo valor. Mas eu indago: cadê a nossa coragem para votar a PEC 16,
apresentada por nove deputados do Conselho de Prerrogativa?
Será que tem
alguém aqui possa ser contra, deputado Barba, será que tem alguém aqui que
possa ser contra que os deputados tenham igualdade de ação? Aqueles que não são
governo na Casa não ficaríamos em situação de inferioridade em relação àqueles
que defendem o governo. Todos, sem exceção, receberiam o que a lei manda.
Eu fui autor do
projeto do Orçamento Impositivo. Deputado Roque Barbiere, deputado Caruso, no
fim do ano passado, trabalharam, mas ninguém deu ouvidos. E nós continuamos no
mesmo patamar, 4,5 milhões, fugindo da regra que é de 75 por cento.
Cada um de nós
deveria ter assegurada emendas no valor de 10,5 milhões no mínimo. O que é que
faz o governo? Com essa a mais de 6 milhões ele montou a base governista.
Eu não estou
criticando ninguém. Por isso, Srs. Deputados, tem hora que é preciso vir a
público, mostrar nossa cara, não ficar com medo de um leviano de plantão que
não faz outra coisa a não ser causar.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para concluir, deputado Campos.
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Eu vou descer um tanto, um tanto
meio contristado porque vejo que a nossa Assembleia não tem coragem para
defender aquilo que lhe pertence.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Paulo
Fiorilo, para falar contra.
O
SR. PAULO LULA FIORILO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
público presente, TV Alesp, assessoria das bancadas, nós entramos aqui num
debate importante de 2018 de dois governadores, governador Geraldo Alckmin e
governador Márcio França.
E quando nós
olhamos o debate feito sobre as contas do governador, como disse aqui o deputado
Barba, tem faltado um aprofundamento necessário, inclusive para que se tome as
decisões se nós vamos aqui rejeitar as contas ou se vamos aprová-las.
A deputada
Bebel, que acompanha a discussão da Educação, sabe que o Orçamento de 2018 teve
muitos problemas com relação a recursos para a Educação; e eu vou dizer aqui.
Vivemos um ano
de 2018 com paralisações de obras importantíssimas para o estado. Poderia
citar, por exemplo, o Rodoanel Norte, o trecho norte do Rodoanel, os contornos
do litoral, obras paralisadas.
Mesmo o
monotrilho, que o governador agora entregou três outras estações, a promessa do
governador do PSDB, ou dos governadores do PSDB. Era que o monotrilho chegaria
na Cidade Tiradentes em 2012. Agora, o governador disse que o monotrilho chegará
na Cidade Tiradentes em 2022.
A diferença é
tão pequena; dez anos. Quantas pessoas não nasceram ao longo desses dez anos
naquela região tão pobre, tão carente, tão distante do centro de São Paulo que
necessita de transporte de alta capacidade.
Se olharmos a
situação dos trilhos, deputado José Américo, que acompanha de perto, visitou os
vários ramais, sabe da ausência de investimentos e do problema de paralizações,
panes, não só na CPTM: CPTM, Metrô, monotrilhos.
Esse é um
governo das paralisações; 2018 foi um ano em que as obras pararam, em que o
Metrô, em que a CPTM, também pararam. Pior do que isso: o debate feito na
Comissão de Finanças e Orçamento acabou sendo um debate insuficiente para que a
gente pudesse, de fato, aprofundar os problemas nas contas do governador de
2018.
O próprio
Ministério Público de Contas indicou várias irregularidades, várias. Várias.
Várias. Depois vamos citar aqui. Várias. Mas, mesmo assim, o relatório
favorável às contas foi aprovado. Sei que esse relatório não contou com o voto
do Novo, do deputado Mellão, que tinha uma posição contrária.
Agora, é
preciso que se discuta aqui com os outros parlamentares, porque nós vamos dar
ao governador um selo, uma chancela, de que as contas estão corretas, o que não
é verdade. O que não é verdade.
E, nós
poderíamos aproveitar aqui a oportunidade que nos é dada todos os anos para que
a gente pudesse aprofundar esse debate, para que a gente pudesse perguntar,
deputada Bebel, quanto o governo deixou de gastar na Educação, ou quanto deixou
de aplicar no Fundeb.
Pior: o governo
do PSDB continua com uma prática de impedir a transparência no caso das
desonerações. A perspectiva para o próximo ano é de 17 bilhões de desonerações
do ICMS; 3 bilhões do IPVA.
A pergunta que
não quer calar: quais são as empresas beneficiadas por tamanha quantidade de
recursos? Deputado Cezar ou qualquer outro deputado aqui: qual é a lista das
empresas? Podia perguntar, por exemplo, para a deputada Carla Morando, que foi
relatora. Podia perguntar para o deputado Alex de Madureira, que foi o relator
da LDO no semestre passado. Mas, nós não temos, nós não sabemos.
E, o governo
Doria, esse, que é o Acelera, que é o governo que tem uma perspectiva
diferenciada, que mudou o PSDB. O PSDB era o partido da social democracia.
Agora, é do neoliberalismo puro e, se possível, tirando todos os direitos dos
trabalhadores.
Nós tivemos uma
vitória: o deputado Barba, líder da bancada, e este deputado, nós entramos com
uma ação na Justiça, e no dia 4 de novembro de 2019 o juiz de Direito Antônio
Augusto Galvão de França decidiu, num dos trechos do seu despacho, o seguinte:
“Tratando-se de interesse relacionado às verbas públicas e de procedimentos em
relação aos quais prepondera o princípio da publicidade, não há de se alegar
eventual sigilo fiscal de terceiros, notadamente de empresas diretamente
beneficiadas com isenções ou renúncias fiscais.”
O juiz teve a
lucidez de dizer que é preciso informar a Assembleia Legislativa e o Tribunal
de Contas quais são as empresas beneficiadas pelos 17 bilhões. O que faz o
governo? Recorre.
Agora, qual é o
problema do recurso do governo? E, é bom que a gente registre aqui, já quase no
final do debate legislativo neste ano. O relator juiz Dr. Osvaldo Magalhães dá
o seguinte despacho para cassar a liminar que deu 30 dias para que o governo
informasse as empresas e informasse outras questões relativas e pertinentes à
desoneração.
O que diz o
despacho que eu queria destacar aqui: “No caso em questão, não se verifica a situação
de dano irreparável ou da difícil reparação caso o fornecimento das informações
e/ou documentos pretendidos pelos agravados deputados seja postergado para a
fase probatória, ou mesmo para o final da ação”.
O que significa
isso? Que o juiz que pede a liminar não disse que não vai dar. Então, eu queria
dizer ao governador João Doria que ele podia fazer um gesto para a sociedade
paulistana, paulista, de dar publicidade, deputado Roque Barbiere. Tenho
certeza de que o pessoal de Birigui teria muito interesse em saber quais são as
empresas beneficiadas pelos 17 bilhões.
Não só Birigui.
Araçatuba, Buritama, cidades que o senhor conhece melhor do que eu, e que,
infelizmente, nós não temos essa informação. Meu tempo começa a se esgotar, e
eu preciso dizer aqui o que o Tribunal de Contas diz sobre as contas do
governador Alckmin e Márcio França. Aliás, eu vou usar esse tempo para
convencer - ou pelo menos para tentar convencer - os deputados que têm uma
preocupação orçamentária a rejeitarem as contas.
Eu vou aos
itens que considero fundamentais, e espero convencê-los. Primeiro, da
necessidade de lei específica para concessão de desoneração da receita e da
ilegalidade de se fazer renúncia de receita por decreto, e não por lei
específica, lembrando que existem 80 atos oficiais de renúncia de receita que
não foram homologados pelo Confaz, que, segundo o Tribunal de Contas,
representa uma ilegalidade. Ilegalidade.
O próprio
Ministério Público de Contas aponta que a concessão de benefícios fiscais,
relativos ao ICMS, por decreto do governador, sem trâmite pelo poder
legislativo e edição de lei específica, em desacordo com Art. 150, §6º, da
Constituição Federal, e Art. 163, §6º, da Constituição do Estado, da falta de
apontar quais medidas de compensação serão realizadas devido à renúncia de
receitas, além de informar os benefícios gerados para a sociedade, como
empregos.
Deputados, a
falta de transparência é enorme, e a recomendação de ilegalidade é clara. A
necessidade de compatibilizar os valores de renúncia de receita previstos na
LDO, que são maiores do que constam da Lei Orçamentária. Aqui há um claro
desacordo com a legislação, além de um demonstrativo regionalizado da renúncia
da receita, que não existe.
Deputado
Estevam Galvão, que é um decano, assim como o deputado Engler, até quando nós
vamos nos submeter a essa lógica perversa, que permite os governos do PSDB de
plantão aprovarem aqui as suas contas, com as ilegalidades apontadas pelo
Tribunal de Contas e pelo Ministério Público de Contas.
O Ministério
Público de Contas aponta para o descumprimento de 12 recomendações e um alerta
de anos anteriores. Entre elas, a que trata que o prazo constitucional para
pagar os estoques de precatório não será cumprido até 2024. Vários deputados
aqui estavam preocupados com os precatórios, com a famigerada lei que foi
aprovada aqui, que tirou daqueles que precisavam um valor mínimo, que reduz de
30 para onze.
Conforme o
prazo previsto no Art. 101 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias,
na redação dada pela Emenda Constitucional nº 99/2017, há responsabilidade do
governo estadual pela não aplicação dos 30% em Educação, sendo que, excluídos
os gastos com aposentadoria, como compreende a Procuradoria da República, que
no exercício em análise, representou a não aplicação, deputada Bebel, de 9,8
bilhões neste exercício.
Entre 2007 e
2018, essa quantia chegou a 81 bilhões, deputada Isa Penna. Oitenta e um
bilhões não aplicados na Educação, e esta Assembleia, um ano após o outro, vem
aprovando as contas do governador.
O próprio pleno
do Tribunal de Contas, para aqueles que acham que foi só o MP de Contas,
reconheceu que não foram aplicados recursos do Fundeb, visto que, após a
exclusão de gastos com inativos e pensionistas, verificou-se a aplicação de
apenas 79,6% dos recursos do Fundeb, em ofensa ao Art. 21 da Lei nº 11.494, de
2007.
É a
jurisprudência consolidada deste Tribunal de Contas.” Essa diferença foi de
3,41 bilhões, que deixaram de ser aplicados em 2018. Ante essa ilegalidade, a
consequência lógica é a irregularidade das contas do governador.
Mais do que
isso, é só lembrarmos das denúncias realizadas ao longo de 2018, principalmente
pelo Sr... Vou dar o nome dele. O deputado José Américo é um grande conhecedor.
Pelo Sr. Sérgio Corrêa Brasil.
É um dos
delatores das falcatruas envolvendo os consórcios, as empresas que estão
citadas nas denúncias, a questão dos laranjas, que citam, em especial, as
linhas 2 - Verde, 5 - Lilás e 6 - Laranja, além de outras denúncias que foram
realizadas.
Agora, cabe a
nós tomarmos uma decisão. Se esta Assembleia Legislativa vai ter a capacidade,
depois de um relatório feito pelo Ministério Público de Contas e referendado,
nesse aspecto do Fundeb, pelo Tribunal de Contas, apesar de o Tribunal de
Contas ter aprovado... Mas não podemos apagar aquilo que está escrito, aquilo
que o Ministério Público de Contas escreveu e aquilo que o tribunal recomendou.
Agora, cabe a
nós, deputados e deputadas, decidirmos se vamos dar o selo aprovando as contas
do governador ou se vamos aproveitar o final do ano para deixar de recuperação,
ou para não aprová-las, para que aprendam a executar o Orçamento a partir dos
ditames da lei, e não da forma como eles querem, do jeito que eles querem, como
eles querem.
Aliás, é sempre
bom lembrar aqui que essa forma é a pior possível. Quando você desrespeita as
normas constitucionais, quando você desrespeita o Regimento, o único fim é
impedir que continuem tramitando os processos no Legislativo e no Executivo.
Por isso, cabe
a cada um de nós, em especial àqueles deputados que se preocupam com a execução
orçamentária, dar um voto “não”, rejeitando as contas dos governadores Alckmin
e Márcio França, até porque, se não fizermos isso, vamos continuar, no próximo
ano, discutindo as contas do governador João Doria, até porque é uma lei
aprovada ainda na gestão do então deputado Vanderley Macris, de que, ao final
de cada ano, é preciso que se votem as contas do ano anterior.
Então, agora,
as contas dos dois governadores, do que era vice e do governador, estão nas
nossas mãos. Espero que as decisões tomadas tenham em consideração, pelo menos,
aquilo que o Ministério de Contas e o tribunal tiveram a capacidade de apontar.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para falar
contra, a deputada Professora Bebel.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa noite, Sr. Presidente, Mesa que
compõe os trabalhos da Presidência, assessorias que sentam à minha direita e
que sentam à minha esquerda, cumprimento o público presente, as Sras.
Deputadas, os Srs. Deputados, assim como também todos os que nos assistem por
meio da Rede Alesp.
Sempre é muito
importante frisar a importância, a necessidade de deixar sintonizado na Rede
Alesp, porque tudo o que acontece na política paulista, tudo que é decidido na
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, aparece na Rede Alesp. Tem sido,
aliás, muito bem veiculada por todo o estado de São Paulo.
A minha fala
aqui vai no intuito de não chancelar o que virá para que nós votemos, mas o que
disse aqui o deputado Paulo Fiorilo, conhecedor, inclusive, de todo o processo
de finanças e orçamento aqui desta Casa. Acompanhamos, aliás, neste último
período, as relatorias e os relatores especiais. E que rapidez, eu diria,
esplêndida, esses relatores tiveram para negar 151 emendas e mais um
substitutivo.
É
impressionante a rapidez. Nem leitura dinâmica dá essa capacidade de, em
segundos, ou em uma hora... Ironizando um pouco, como diria nosso nobre deputado
Campos Machado, possivelmente a gente viu as lâmpadas da casa do deputado
Gilmaci, do deputado Heni acesas, porque precisa de muito esforço para ler a
peça, que não era orçamentária, mas a peça do governo do estado de São Paulo,
enviada para esta Casa, a gente leva quase um dia para ler.
Fico
imaginando, deputado, as especificidades de cada categoria, cada uma
representada nesta Casa. E a rapidez em entender, porque é difícil entender. Eu
pego a minha categoria dos professores e como é difícil entender a forma como
ela está composta e o processo de aposentadoria.
É uma rapidez
assim que, olha, é o “The Flash”. A gente poderia até ter um prêmio para os
relatores especiais do ano, né? Para ver quem vai relatar mais rápido do que os
nobres relatores dessa proposta de emenda constitucional e também do PLC 80.
Mas eu também
quero fazer uso da palavra pelo que aconteceu no dia de ontem em Barueri.
Lamentável. Mais uma vez. E, olha, eu estou desde novembro falando para o
secretário da Educação: “Os senhores vão fazer reorganização branca”.
O que é
reorganização branca? Muda o aluno de uma escola para outra sem consultar a
comunidade e cria um problema. Foi o problema que se criou ontem.
Os alunos
novamente - sim, a Apeoesp estava lá, professores daquela escola são associados
da Apeoesp - ocuparam as escolas. Deram, de novo, uma resposta no sentido de
dizer “nós não aceitamos nada que seja tirado, nada a menos do que é nosso, que
é o direito a ter a nossa escola, a escola do meu bairro, aquela que eu escolhi
para estudar”.
Porque é assim
que está na Constituição, é assim que está no Estatuto da Criança e do
Adolescente, que garante a possibilidade de o estudante estudar próximo da sua
casa.
Então, eu quero
dizer que, apesar de o assunto parecer pequeno, ele não é pequeno. Ele é
estrutural, deputado Heni. É, de novo, a tentativa de fechar escolas. Mas,
brilhantemente, o nosso sindicato dos professores e os alunos não permitiram.
Essa é a grandeza da questão. É disso que eu tenho orgulho. Dessa luta
incessante apesar de tudo na nossa cabeça.
Eu fui acionada
por volta das 11 horas da noite ontem. Onze horas da noite, deputada Isa.
Estava lá eu nos telefones, preocupada com o que pudesse acontecer com o
policiamento. Eu tenho muito respeito pela polícia, mas estava ostensivo no dia
de ontem em se tratando de jovens que estavam defendendo um direito.
E isso foi
devidamente mediado pela nossa diretora e coordenadora da subsede.
Tranquilamente, ela poupou os alunos, não deixou nada acontecer até que a
Secretaria do Estado da Educação chegasse lá e desse ganho de causa para os
alunos. É simples assim. É por isso que eu acredito na luta incansável. É por
isso que não teve desgraceira.
Quando você tem
movimento organizado, deputada Isa, deputada Leci Brandão e deputado Jorge do
Carmo, não tem desgraceira. Você sabe lidar, você media, conversa, fala. O que
não pode é simplesmente deixar para lá, não pode.
Então, quero
parabenizar, de público aqui, a subsede de Carapicuíba, que toma conta daquelas
imediações, os professores e os alunos, que deram, de novo, uma aula de
cidadania.
Eu sei falar
das coisas que eu não gosto e sei falar das coisas que gosto. Finalmente,
ontem, depois de tanto cansaço com o secretário da Educação, ele, meio à
rapidez, eu não gosto disso, eu gosto de ter tempo, levar a diretoria, eu
estava aqui, de repente, saí correndo para lá, porque ele me chamou para uma
apresentação, finalmente.
Ela ainda não é
a dos sonhos, mas apresentou a resolução de atribuição de aulas. Tem problemas,
tem problemas, acertou uma nova reunião para quinta-feira. O bom debate é isso,
não o que estava acontecendo nesta Casa, de enfiar goela abaixo a Emenda
Constitucional 18, com mais o PLC 80, com o líder fazendo de conta que estava ouvindo a gente,
mas só estava, na verdade, tentado levar na boa conversa os policiais.
Tenho certeza de que eles serão
espertos e vão pôr no corpo, exigir que seja colocado no corpo da proposta de
emenda constitucional, deputado Aprigio, porque se não for emenda, beleza,
passa o texto original, e as emendas caem. É isso que vai acontecer, eu não
tenho dúvidas.
Eu não acho que
o governo Doria é afeto a ceder, eu não vejo isso da parte dele, mas, de
qualquer forma, quero ter a tranquilidade, deputado e presidente Cauê Macris, de que, de fato, nós vamos até fevereiro mesmo e, a partir
de fevereiro, dar andamento à proposta de emenda constitucional e ao PLC 80 por
esta Casa.
Foi isso que eu
disse aos professores hoje. Por isso, eles não estão aqui hoje, para poderem
ter as férias. Muito bom o encaminhamento, está em andamento, é o que a gente
esperava, deputado. Sei entender quando se acerta. Posso, lá na frente,
discordar do conteúdo, mas o encaminhamento está certo. Para que levar na marra
uma coisa que não estava indo bem?
Acho excelente
o encaminhamento de V. Exa., é preciso que seja dito isso. Lá na frente, é
possível que a gente tenha que sentar mais, conversar mais, ajustar, ter que
fazer algum movimento, acho que é necessário fazer. A categoria dos professores
não teve um movimento favorável a eles, deputado, não teve um.
Eu ouvi de
todas as categorias aí. Eu começo a achar, e não gosto muito de pessoal,
problema pessoal, não acho. Talvez é a opção política, como temos sofrido muita
opção política contrária a professores, talvez mais essa, senão, a gente começa
a achar que é um problema com os professores, como ficou o governo Serra contra
o professor. O governo Alckmin mediou um ano, ferrou o outro. Agora, o governo
Doria é contra professor também?
É marca do PSDB
ser contra professor, deputado Roquinho Barbieri? Não pode ser. O senhor vai
lutar para que não seja a marca dos senhores. Embora o senhor não seja do PSDB
- o senhor é do PTB, mas é governista - tenho respeito pela posição de Vossa
Excelência. Jamais ouvirá de mim qualquer posição que não seja de respeito à
posição que V. Exa. tenha. Mas vai lutar com tudo para que nos ajude nessa
luta, porque se não houver esse...
Até a Rede Globo está
atendendo ao nosso clamor, poxa vida. Aquela que queimou, aquela que junto com
muitos deputados nos chamou de vagabundos. Não estou falando os antigos, que os
antigos sempre tiveram divergência conosco. Mas eu nunca vim para esta Casa e
ouvi nos chamar de vagabundo, nunca. Ficava bravo com a gente, que a gente
fazia nossas coisas lá.
A gente parava, todo
mundo continuava, beleza. Mas a Rede Globo hoje comprou a pauta da Educação e
dos professores, por quê? Amanhã, tem um Globo Repórter inteirinho tratando do
adoecimento dos professores. É uma pergunta que tem que ser feita: por que os
professores estão adoecidos? E não tem como se tratar porque o Iamspe, que é o
hospital dos servidores, tem só dois por cento cota-parte nossa.
Não tem nada do governo,
nada. Cota-parte dos servidores públicos. Tem que atender um milhão de
servidores públicos, deputado Roque Barbiere. E aí pega o Orçamento, está tudo
cortado. Educação, quase menos um bi. Saúde, corte. Corte na questão cultural,
que aliás para surpresa minha, o Faustão deu voz a vários atores que fizeram a
fala da Cultura no domingo da forma que eu entendo que a Cultura é: parte
integrante do processo educacional.
É esse o papel da
Cultura. A Cultura é entretenimento, mas também parte integrante do processo
educacional porque se articula com a formulação da identidade. Na verdade, ela
garante a identidade de um povo, de uma nação.
Por isso a Cultura,
deputados. É triste, final de ano, digo para os senhores, não vou negar. “Não
vou negar” é uma música bonita até, mas para um outro lugar, mas eu não vou negar
que de fato a gente sofreu um cansaço neste final de ano.
Todos estamos cansados
aqui. Eu acho que isso é natural do processo legislativo, mas rico. Triste em
determinados momentos e rico em outros momentos pelo debate, pela conversa com
os deputados, pelo carinho que a gente finda neste final de ano e que a gente
volte no próximo ano com um vigor de negociação.
Que o governo,
representado pelo deputado Carlão Pignatari e também o deputado Cauê Macris,
tenha abertura para ouvir as várias vozes. A gente erra menos quando a gente
ouve mais.
Ele já teve esse papel e
me parece que como presidente ele esqueceu um pouquinho, mas espero que ele
retome esse papel novamente. Muito obrigada. Vamos terminar o ano e eu sou
contra então, voto contra conforme a bancada do Partido dos Trabalhadores.
Muito obrigada.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ
MACRIS - PSDB - Para falar contra, a deputada Isa.
Ausente. Isa Penna está presente. Retira a inscrição. Monica Seixas. (Ausente.)
Encerrada
a discussão.
Deputado
Jorge do Carmo?
O SR. DR. JORGE LULA DO
CARMO - PT - Quero encaminhar pela liderança da
Minoria.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ
MACRIS - PSDB - Tem a palavra V. Exa. para encaminhar em
nome da liderança da Minoria.
O
SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público
aqui da galeria, assessores, policiais militares, todas as pessoas que nos
auxiliam nesta Casa, volto a esta tribuna para encaminhar o PDL 33, de 2019.
Mas antes quero
falar de um outro assunto que não tive a oportunidade de falar no Pequeno
Expediente. Trata-se da famosa novela chamada monotrilho, ou melhor dizendo,
“Enganotrilho”.
Quando a gente
fala do monotrilho de São Paulo, é melhor falar que é o “Enganotrilho”, aquele
que enganou as pessoas prometendo que era o Metrô que ia construir, e que ia
resolver o problema de toda a população de algumas regiões, em especial a
região leste de São Paulo, da Vila Prudente até a Cidade Tiradentes. O
governador João Doria já inaugurou algumas estações. Ontem mesmo inaugurou as
estacões Sapopemba, Fazenda da Juta e São Mateus.
Esse tal de
“Enganotrilho”, ou ele funciona parcialmente, ou ele funciona com problemas. Ou
seja, é uma obra que era para ser concluída em 2012. Estamos só seis anos
atrasados. E muitos milhões, milhões e milhões a mais do que o orçamento
inicial.
E aquela coisa
horrorosa, uma altura de 15 metros, em que as pessoas andam de forma - eu diria
- insegura. Porque, se dá uma pane - porque todo sistema pode dar pane - como
que as pessoas se saem daquele sistema para um local seguro?
Não tem como
sair. É 15 metros de altura. Mas dizem que quem pode, manda; e quem tem juízo,
obedece. Não gosto dessa frase porque tenho juízo não para obedecer e
desobedecer. Tenho juízo para fazer as coisas corretas.
Mas o
governador, tanto o antecessor Geraldo Alckmin, inaugurou algumas estações, e o
atual também. E agora mais uma mentira. Ou seja, mais uma promessa, que
certamente não será cumprida.
Estou falando
porque fizemos a luta para que aquela região de São Mateus, Iguatemi e Cidade
Tiradentes tivesse direito ao metrô. Porque a população daquela região não é
inferior à população do Butantã, à população mais nobre, à população do centro
da cidade.
Por que o metrô
não pode ir para Cidade Tiradentes? Por quê? Não pagamos impostos? Sou defensor
que o metrô vá para a periferia da cidade e para a Grande São Paulo inclusive.
Mas não é assim que os governos do PSDB tratam o povo: metrô é só para a elite,
só para aquela região mais nobre.
Não sou nada
contra, eles têm o direito. Mas nós também temos o direito. Infelizmente, somos
relegados a um outro tipo de modal, que não é eficiente, não constrói no tempo
que devia construir.
Sou morador de
Cidade Tiradentes, no extremo da zona leste, há 32 anos. Mais uma vez, o
governador disse: “O Monotrilho - ou melhor, o “Enganotrilho” - vai até Cidade
Tiradentes em 2022”.
Olha, se
demorou seis anos para construir até São Mateus, acho muito difícil que o
governador leve esse “Enganotrilho” lá para Cidade Tiradentes. Porque precisa
de desapropriações, e muitas. Precisa garantir moradia para as pessoas que
deverão ou poderão ser removidas.
Espero que
tenha, lá, transporte de qualidade. Porque o povo da Cidade Tiradentes, do
Iguatemi, do fundão da zona leste, merece transporte de qualidade. Mas eu,
sinceramente, não acredito. Não acredito que até 2022... Assim como não
acredito também que o governador vai conseguir despoluir o Rio Pinheiros até
2022.
Então, são
tantas promessas, factoides, coisas que pode... “Ah, vou fazer, vai acontecer”.
Eu não torço para que não aconteça, porque eu não torço para o pior. Eu torço
para o melhor, desejo o melhor para o povo da nossa região. Mas eu acho muito
difícil.
Mas eu vou
ficar cobrando aqui, fiscalizando. Vou vir a essa tribuna quantas vezes eu
perceber que essa... É mais uma maneira de enganar o povo daquela região. Eu
vou ficar aqui, diligente, acompanhando, fiscalizando.
Vou requerer o
projeto. Vou requerer o projeto executivo do metrô, para saber quando vai
começar a obra, porque se para uma estação que falta para chegar ao Jardim
Colonial, a previsão é só em 2021, para chegar uma estação a mais, de São
Mateus até o Colonial, é um ano; como é que vai construir mais quatro ou cinco
estações, com muitas desapropriações, até 2022?
Eu quero pagar
para ver. E tomara que aconteça. Mas eu vou estar diligente, aqui, acompanhando
mais essa promessa do governador João Doria.
Mas eu quero
também falar - e eu vim aqui para encaminhar - sobre o projeto das contas do
governador. Eu não estava aqui no ano passado, não era deputado, então não
acompanhei a execução das contas. Mas é perfeitamente... E o deputado Paulo
Fiorilo, que falou aqui, apontou diversas irregularidades.
E aí vem, de
forma sucinta, o preâmbulo: “considera regulares e aprova as contas anuais
apresentadas pelo senhor chefe do Poder Executivo relevantes ao exercício de
2018”. Eu não posso vir aqui e dar uma chancela, com o meu voto, para coisas
que eu, sinceramente, sei que não estão regulares.
Não foram
respeitados os pareceres. A relatora, claro, disse que está regular, até porque
é obrigação dela; ela é líder da bancada do PSDB aqui. É obrigação; ela tem
compromisso com o governo e tem que fazer mesmo isso.
Não está errada
em fazer. Agora, eu não posso, a partir de um relatório que a deputada
apresentou, com o qual eu não concordo, e a partir dos apontamentos que foram
feitos, simplesmente dar uma chancela para as contas do governador.
Então, vim aqui
para reafirmar que eu vou votar contrário às contas do governador, porque nós
queremos transparência, nós queremos compromisso, nós queremos investimentos,
especialmente na Educação, na Saúde, no Transporte.
No transporte
sobre trilho, no transporte público, na EMTU. Aliás, esses dias fui reivindicar
uma linha e uma extensão de uma linha da EMTU.
Uma
dificuldade. Mas a gente vê que recurso... Por exemplo, o Orçamento do Estado é
quase 240 bilhões. E não é possível que não tenha dinheiro para as áreas sociais.
Agora, falta dinheiro para construir UBS; falta dinheiro para construir
hospitais; falta dinheiro para construir moradias.
E amanhã nós
vamos falar sobre o Orçamento aqui. E vamos ver que tem cortes nas áreas
sociais. E como é que nós vamos votar a favor de uma situação que a gente sabe
que não está regular? Não dá.
Então, nós não
podemos vir a essa tribuna simplesmente para concordar. E quem apoia o governo,
aqui, claro que não vai se inscrever para falar nem contra nem a favor. Nem a
favor, quiçá contra. “Fica tranquilo aí, vamos encerrar a discussão e vamos
deixar esse pessoal da esquerda, do PT, do PCdoB, do PSOL...”.
Aqui a gente
fica usando um termo que quem é advogado sabe, que é o “ius esperniandi”, que é
o direito de espernear. A gente fica falando aqui, depois vem o rolo compressor
e vota favorável, porque parece que está tudo lindo, parece que está tudo
maravilhoso.
Mas nós não
vamos... Nós não dormimos com essa consciência pesada. Nós dormimos com a
consciência tranquila, porque nós vamos votar aquilo que nós acreditamos que é
bom para o povo.
Aquilo que for
ruim para o estado, aquilo que for ruim para o povo do nosso estado de São
Paulo, nós vamos votar contrário. Por isso é que me inscrevi. Eu vim aqui para
dizer nós vamos votar contrário ao Projeto de Decreto Legislativo nº 33/19, do
Sr. Governador Alckmin e do Sr. Governador Márcio França.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem,
deputado Barba.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Para indicar o
deputado Enio Tatto, para encaminhar em nome da bancada do Partido dos
Trabalhadores.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra o
deputado Enio Tatto, para encaminhar em nome do PT.
O
SR. ENIO LULA TATTO - PT -
Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público que nos assiste,
companheiros e companheiras da Assembleia Legislativa, quero agradecer meu
líder, Barba, por me passar esses dez minutos de encaminhamento para falar
sobre as contas do governador de 2018.
Fiz questão de
falar porque em todos os meus mandatos aqui, e estou no quinto, sempre fiz
parte da Comissão de Finanças e Orçamento da Assembleia Legislativa.
As contas do
governador, quando vem para cá para a gente apreciar, deputada Leci, são peças
de ficção, assim como o Orçamento do estado de São Paulo. Primeiro, porque
analisamos fatos praticamente consumados.
Não conseguimos
parar uma obra, não conseguimos suspender uma obra, não conseguimos corrigir o
que está errado, quando analisamos as contas do governador. Isso é fato. Sou um
parlamentar que defende que Orçamento do Estado não tenha apenas um relator.
Devemos ter um
o relator, mas também diversos sub-relatores. Deputada Monica, eu, por exemplo,
defendo que haja um sub-relator para cuidar das universidades. Aí a gente vai
fazer um debate profundo sobre as universidades no Orçamento: do que é gasto, do
quanto é necessário.
Defendo, que haja
um sub-relator para as questões do Judiciário. Esse sub-relator vai fazer
reuniões, vai fazer audiências públicas e vai discutir o Judiciário como um
todo.
E eu defendo
sub-relatores para a Educação, Saúde e Segurança Pública. É assim que podemos
fazer uma discussão séria sobre o Orçamento.
Também defendo,
e sempre disse isso, juntamente com o saudoso, querido deputado Vitor Sapienza,
que sempre fez parte da Comissão de Finanças e Orçamento, que as contas do
governador precisam ser levadas mais a sério e, para isso, seriam importantes
as sub-relatorias, principalmente para discutir as áreas que têm a fatia maior
do Orçamento.
Infelizmente,
no governo tucano, aqui em São Paulo, a gente não tem margem para fazer isso.
Não tem.
O Tribunal de
Contas do Estado faz sempre a mesma avaliação. Aprova as contas com algumas
ressalvas, mesmo que essas ressalvas sejam repetidas todos os anos com os
mesmos itens.
Poxa, se tem
problema em um ano, que vai se repetindo, e o Tribunal de Contas não toma
providências necessárias, o que dá para fazer? Eu peguei um item aqui que a
nossa assessoria analisou, que trata de investimentos diretos, deputado
Aprigio: em 2014, houve redução de 15,67% e, em 2015, 45,9% não foi executado.
Percebe? Quase
a metade daquilo que foi orçado não foi gasto. Em 2016, 40,33%, quase a metade;
2017, 20,78% não executado; e 2018, que estamos apreciando aqui, teve 30,51%
não executado.
A presidenta
Dilma sofreu um impeachment por – dizem que foram – algumas pedaladas fiscais. Isso
nunca provado. E, vamos lembrar, essa é uma prática de praticamente todos
governadores e prefeitos. Por isso, foi cassada; tirada do poder.
Sobre esses
dados que apresentei, pergunto: isso aqui não é pedalada fiscal? Teria que cair
o governo imediatamente. Mas, infelizmente, não é desse jeito que as coisas
acontecem. Como é que se justifica isso?
Estamos falando
das contas do Governo do Estado de São Paulo. Por isso, precisamos saber por
que o Orçamento que foi aprovado na Assembleia não é cumprido.
Por exemplo, as
obras da CPTM para extensão até o Varginha não se concluem. As obras pararam no
Grajaú. O Metrô do Jardim Ângela, que chegou até o Capão Redondo, não chega ao
Jardim Ângela, M’Boi Mirim.
Por que a
maioria, maioria não, todas as obras do Metrô de São Paulo, estão paradas ou
prorrogadas com aditamentos impressionantes?
Tudo isso a
gente deveria estar discutindo aqui nas contas do ano passado. O que eu estou
percebendo? Que tem poucos deputados que se inscreveram para falar sobre isso.
Por quê? Porque não consideram importante.
Esse é o
governo tucano do estado de São Paulo. E não vemos os deputados se inscreveram
para esse importante debate, nem os antigos e nem os novos. Por quê?
Porque tem um
líder do Governo que fala o seguinte: “Não se inscrevam, que é para não
debater, porque se houver debate aparecem problemas. É para terminar logo, votar,
e acabou.”
Essa é a
realidade das contas do governador do Estado. Eu sou um deputado, e hoje vi o
deputado Arthur do Val. Aliás, ele está no plenário ou não? Não está, né? É
difícil vê-lo aqui no plenário, é impressionante. Ele acha mais fácil exercer o
mandato do gabinete, pelo celular.
É mais fácil.
Deve ser gostoso ganhar voto, deputado Barros Munhoz, sem nunca visitar um
município, sem nunca visitar um bairro, sem nunca fazer uma luta por um
hospital, por uma creche, para melhorar a polícia, para melhorar a Saúde, tudo
aquilo que a maioria dos deputados fazem no dia a dia.
De repente,
pela internet, você mete o pau, cria personagens, cria notícias fake, e aí se
elege e fica na boa. Depois, nem aparece no plenário. Só aparece no plenário
quando é para subir na tribuna para chamar todos os funcionários públicos de
vagabundos.
Daí, dá uma
entrevista, como o deputado Arthur deu hoje para a Band. Impressionante, ele
não falou das questões do nosso Estado. Falou pouca coisa. Falou da minha
família e dos meus irmãos que são vereadores, e das eleições do ano que vem.
Por quê? Porque foi expulso do DEM, para arrumar um partido e ser candidato a
prefeito ano que vem.
Ele é uma pessoa que nunca pisou na periferia,
que nunca fez uma luta para ajudar a população, principalmente a população mais
pobre do estado de São Paulo, e agora aparece na Assembleia
Legislativa falando dos outros, só para ganhar audiência.
Quero falar
para ele – seria bom que ele estivesse aqui - que não me preocupo com isso,
não. Ele pode falar, porque o eleitorado dele é o eleitorado que foi para a
Paulista para derrubar a Dilma. Esse eleitorado não me interessa. A minha luta
é outra. A minha história é outra. A história da minha família é outra, e a
gente vai prosseguir nessa história, porque a gente tem lado, e a gente sabe
quem defender.
Era isso, Sr. Presidente.
O
SR. GIL DINIZ - PSL - Pela ordem, Sr. Presidente. Para encaminhar pela
bancada do PSL.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra
Vossa Excelência.
O
SR. GIL DINIZ - PSL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa noite,
presidente, boa noite a todos os deputados aqui presentes. Eu vou utilizar esse
tempo de dez minutos para encaminhar.
Só pontuar aqui
que na Comissão de Finanças e Orçamento apresentei um voto em separado,
discordando ali da relatora, deputada Carla Morando, que eu respeito muito, mas
pedindo também a desaprovação das contas do Sr. Governador, do exercício de
2018.
Os deputados
que me antecederam já colocaram aqui vários motivos. Segui o parecer do
Ministério Público de Contas, e também ali de algumas ressalvas que o TCE fez.
É estranho, porque o Ministério Público de Contas pede a reprovação, e o
Tribunal de Contas do Estado pede a aprovação.
Então, a gente
fica, às vezes, até constrangido, deputada Beth, porque é muito diferente. Dois
relatórios, um pedindo aprovação, outro a desaprovação. A gente tenta fazer um
voto mais técnico do que político, mas parece que esses órgãos, que deveriam
ser técnicos, também acabam fazendo política muitas vezes.
Mas gostaria de
chamar a atenção também dos deputados para essa Comissão de Finanças e
Orçamento. Faz um mês que estou nela, mas já vi que é uma comissão extremamente
importante, onde há vários debates importantíssimos aqui para a Casa. Foi travado
aí o debate das Contas do governador.
Começamos, e, por conta de um acordo entre os
líderes, nós não aprofundamos ali o debate dessa questão orçamentária, mas uma
questão extremamente importante também para esta Casa. Eu gostaria que, para o
ano que vem, nós pudéssemos refletir se é necessário chegar na última semana,
deputado Douglas Garcia, com essa celeridade toda para curtir discutir, por
exemplo, o Orçamento.
Percebo aqui,
conversando com vários deputados, as dúvidas que têm, uma hora de uma maneira,
outra hora de outra, uma hora 50% para Saúde, no mínimo, depois é no máximo. O
que você tem que fazer, se você faz mais você tem que dar uma ajustada. Então,
acredito que para o que vem nós possamos aí, no decorrer do ano, esmiuçar todos
esses temas, e não chegar nos últimos dias aqui com essa pressa inteira.
Passamos um mês
discutindo a reforma da Previdência, reforma necessária para o estado de São
Paulo, assim como foi feita no governo federal. Mas essa pressa, essa questão
dos relatores especiais.
O Executivo
sempre passou o trator aqui na Casa. Desde o início do mandato eu falo isso.
Agora, o Judiciário também põe a mão. E nós deixamos, muitas vezes, de fazer o
nosso papel, esse papel que nos foi confiado. É para legislar? Claro, mas é
para fiscalizar também. Fiscalizar quem? O Executivo.
Há essa questão
do Orçamento. Amanhã, vamos votar, por exemplo, o Orçamento, mas confesso aqui
que tenho muita dúvida ainda. Muitas, mas muitas dúvidas, inclusive, se esse
Orçamento que vamos aprovar vai ser executado e quando vai ser executado.
Então, poxa, na
nossa bancada, todos são de primeiro mandato. Tem muita coisa que a gente ainda
tem que aprender, mas acho que a gente precisa ir com calma. Não precisa dessa
pressa toda para aprovar uma questão tão importante quanto a questão do
Orçamento, priorizando, é claro, a questão da Segurança Pública, a questão da
Saúde, a questão da Educação. A gente tenta sentar, discutir na bancada,
discutir tecnicamente.
É claro,
politicamente também, porque tem deputados que têm suas regiões para serem
atendidas. Às vezes um abre mão, o outro abre mão e a gente chega a um
consenso.
Então, quando a
gente vê a Comissão de Finanças e Orçamento tendo essa celeridade para trazer o
debate para o plenário, a gente fica um tanto preocupado. Amanhã, vai ser
apresentada essa questão da emenda aglutinativa. Espero que todas as bancadas
sejam atendidas, muito embora eu deixe claro aqui que tenho muita, mas muita
dúvida sobre o texto que vai ser discutido e aprovado.
Só para
finalizar, não tem como deixar de falar, esta semana não consegui falar desta
tribuna: vocês devem ter visto um vídeo do Sr. Governador dançando com uma
deputada federal nossa. Nada contra. Cada um pode fazer o que for, mas já falei
desta tribuna que o governador não guarda o luto dos nossos policiais.
Por exemplo, na
questão do cabo Fernando. Trago novamente a esta tribuna essa questão. No dia
em que o cabo Fernando faleceu, metralhado em frente à sua casa quando ia para
o serviço, o nosso governador foi jogar bola e comer pizza. Convidou alguns
deputados, tudo mais, e foi lá.
Não tem
problema nenhum. Mas no dia em que guardamos o luto, no dia em que fomos
visitar a família e prestar nossa solidariedade, é complicado ver esse tipo de
cena por parte do nosso comandante-chefe.
O dia desse
vídeo do governador dançando com essa deputada federal foi justamente o dia em
que um soldado, o soldado Melo, foi brutalmente assassinado em Piracicaba.
Tomou um tiro de fuzil.
Então, eu sei
que é complicado pedir isso ao governador. A gente sabe que ele gosta de
propaganda, de fazer muita propaganda, e que quem toca o governo de São Paulo,
na verdade, é o vice-governador, mas, governador, sensibilidade! Sensibilidade
com esses homens e mulheres que dão a sua vida, que dão o seu sangue pelo povo
de São Paulo.
Mais uma vez,
em um dia de luto... E aqui quero deixar os meus parabéns ao comandante Salles,
comandante-geral da Polícia Militar. Enquanto ele estava lá dobrando a bandeira
nacional e a entregando àqueles familiares lá em Santos, o governador estava
dançando, pulando, todo feliz.
Nada contra,
mas acho que ele deveria estar mais presente com a nossa Força de Segurança,
mais presente com as nossas famílias, com as famílias dos policiais militares e
policiais civis que dão, sim, seu suor, seu sangue e suas lágrimas pelo povo
paulista.
Então, fica
aqui novamente essa minha crítica. Não é para ficar pegando no pé, mas é duro
de ver. E a tropa sente, sente mesmo, nesse momento. Nosso comandante em chefe,
nosso governador, comemora em um dia que era para chorar pela vida de mais um
policial militar assassinado no exercício da função, vestindo a farda
cinza-bandeirante da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Em votação. Os
Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se
encontram. (Pausa.) Aprovado.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Sr. Presidente, quero pedir uma verificação de
votação.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É regimental o
pedido de Vossa Excelência. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, vamos proceder a
uma verificação de votação pelo sistema eletrônico. A partir deste momento,
estamos fazendo soar o sinal intermitente por quatro minutos, para que as Sras.
Deputadas e os Srs. Deputados que não se encontram em plenário tomem
conhecimento da votação que se realizará.
*
* *
- É iniciada a verificação de votação
pelo sistema eletrônico.
*
* *
O
SR. GIL DINIZ - PSL - Sr. Presidente, para
colocar o PSL em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSL está em
obstrução.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Sr. Presidente, para
colocar o PT em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PT está em
obstrução.
O
SR. RAFA ZIMBALDI - PSB - Sr. Presidente, para
colocar o PSB em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSB está em
obstrução.
A
SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - Sr. Presidente,
para colocar o PSOL em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSOL está em
obstrução.
O
SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Sr.
Presidente, Republicanos em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Republicanos
em obstrução.
O
SR. MARCIO DA FARMÁCIA - PODE - Sr. Presidente,
para colocar o Podemos em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Podemos em
obstrução.
O
SR. ANDRÉ DO PRADO - PL - Sr. Presidente, para
colocar o PL em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PL está em
obstrução.
O
SR. DELEGADO OLIM - PP - Sr. Presidente, para
colocar o Progressistas em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O
Progressistas está em obstrução.
A
SRA. ADRIANA BORGO - PROS - Sr. Presidente, para
colocar o PROS em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PROS está em
obstrução.
O
SR. SERGIO VICTOR - NOVO - Sr. Presidente, para
colocar o Novo em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Novo em
obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Transcorridos
os quatro minutos, neste momento vamos abrir os terminais eletrônicos dispostos
em suas mesas para que V. Exas. possam votar “sim”, “não” ou registrar
abstenção.
O
SR. MARCIO NAKASHIMA - PDT - Coloco o PDT em
obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Registrada a
obstrução. Só lembrando que ainda não abrimos os microfones de aparte porque
ainda conto votos dos terminais eletrônicos.
O
SR. ROGÉRIO NOGUEIRA - DEM - Coloco o Democratas
em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Democratas
está em obstrução.
O
SR. SARGENTO NERI - AVANTE - Sr. Presidente, quero
colocar o Avante em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Avante está
em obstrução.
*
* *
- É feita a verificação de votação pelo
sistema eletrônico.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sras.
Deputadas, Srs. Deputados,
participaram do processo de votação 78 Sras. Deputadas e Srs. Deputados: 58
votaram “sim”, 19 votaram “não”, e este deputado na Presidência, quórum
suficiente para aprovar o Projeto de decreto legislativo nº 33, de 2019.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Sr. Presidente, só
para dizer que a bancada do PT protocolou um voto contrário às contas do
governador. Queria deixar o voto da bancada no nosso voto.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Perfeito.
Esgotado o objeto da presente sessão, está levantada a sessão. Boa noite a
todos.
Está encerrada a sessão.
*
* *
- Encerra-se a
sessão às 21 horas e 1 minuto.
*
* *
- É inserido
texto não lido em plenário.
*
* *
Declaração
de Voto Contrário ao Projeto
de decreto Legislativo nº
33, de 2019, que dispõe sobre as contas
anuais do Exmo. Sr. Governador Geraldo Alckmin, referente ao exercício de 2018.
O Senhor Governador enviou a esta Casa o Balanço Geral do Estado e o Relatório sobre as Contas do Exercício Financeiro de 2018.
Comunicado
sobre o recebimento das contas, o Tribunal de Contas procedeu à sua análise e
encaminhou os resultados a este Poder, resultados estes que constituem os autos
do processo TC- 006453/989/18-8.
No Tribunal de Contas
do Estado de São Paulo foi designado relator o Conselheiro Cristiana
de Castro Moraes.
Apresentado seu relatório e parecer, o Tribunal de Contas concluiu pela
aprovação das contas relativas ao exercício de 2018.
E nesta Casa de Leis o
processo recebeu o número R.G.L: 2931 / 2019.
No dia 28 de agosto de
2019 foi publicado no Diário Oficial Legislativo o Ofício Tribunal de Contas do
Estado de São Paulo, datado de 26 de agosto de 2019.
A Relatora Carla Morando apresentou o seu voto favorável a regularidade das contas do governador.
A Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento aprovou projeto de
decreto legislativo N° 33, de 2019, que aprovou as contas do Senhor Governador
do estado de São Paulo.
Em 2018, o Tribunal
julgou irregular o uso de recursos da previdência no Fundeb e fez uma modulação
para que os recursos da ordem de R$ 3,45 bilhões devem ser devolvidos no prazo
de cinco anos. E desta forma, foram apresentadas 114 recomendações e estas
caíram em 16,2% frente a 2017, porém teve questões mais graves como a modulação
e as determinações.
A escalada da crise econômica no Estado provoca o avanço da crise nos serviços públicos e a deterioração do patrimônio do Estado.
O governo tucano, por sua vez, se recusa a aplicar outra receita para diminuir os efeitos da crise, tornando-a mais aguda. Como já vendeu todas as instituições públicas de financiamento (Banespa e Nossa Caixa), o governo Alckmin não tem mais instrumentos para dinamizar a economia estadual.
Seguindo a mesma receita, tenta fazer caixa desesperadamente vendendo imóveis públicos através do fundo imobiliário com capital de R$ 1 bilhão e, neste ano o que restou da Companhia Energética de São Paulo (CESP) por R$ 1,6 bilhão e criar subsidiárias na Sabesp. A partir de agora, existem poucos ativos estaduais atrativos para o setor privado. Boa parte deles foi vendida nos anos 90, na primeira grande onda de privatizações.
O Estado de São Paulo sacou excepcionalmente R$ 5,56 bilhões dos chamados Depósitos Judiciais, recursos depositados no sistema financeiro por governos, empresas ou pessoas físicas envolvidas em litígios.
Estes recursos ficam sob a administração da Justiça até que haja uma decisão final sobre a legalidade do pagamento ou seu volume. Estes saques foram permitidos a partir de 2015, sobretudo para o pagamento de precatórios.
Todos estes recursos são excepcionais, e não conseguirão compensar indefinidamente a queda de arrecadação de mais de R$ 18 bilhões em impostos apenas entre 2015 a 2017.
Do lado das despesas, os cortes nos investimentos são profundos: obras paradas no Metrô e na CDHU, atingindo o transporte público de massa, e a habitação em todo o Estado. As Secretarias Estaduais também pisaram “no freio” dos investimentos faz dois anos.
Conforme dados atualizados entre 2014 a 2018, os investimentos realizados já caíram 30,5% um corte de R$ 21,9 bilhões. Já os repasses para as empresas não dependentes realizarem investimentos a queda 26,7% ou 8,57 bilhões.
As despesas com custeio sofreram corte frente ao previsto de R$ 6,75 bilhões entre 2014 a 2018.
O gasto com pessoal
subiu mais de R$ 9,8 bilhões. E boa parte desta subida foi bancada pelo acordo
da dívida que fez que em 2016 a 2018 fez o governo gastar frente ao previsto
mais de R$ 8,5 bilhões com pagamentos de juros e do principal da dívida pública
Em resumo destacamos os principais motivos de rejeitar as contas do Governador em 2018:
a) da denúncia do Ministério Público paulista por improbidade contra o governador Geraldo Alckmin sobre a Odebrecht;
b) a delação premiada de Sergio Corrêa Brasil, rei das falcatruas em licitações para beneficiar as empreiteiras do cartel criminoso da Lava Jato e citado em processos licitatórios das linhas 2- verde, linha 5-lilás e linha 6-laranja.
c) a continuidade da atuação do cartel de empresas, denunciados pela Siemens, junto ao Metrô e à CPTM em 2015. Recentemente o CADE (Conselho administrativo da Defesa Econômica) puniu estas empresas com multas de R$ 535 milhões e desta forma confirmou as denúncias da Bancada do PT sobre atuação ilegal destas empresas, mas é preciso punir as autoridades que no mínimo se omitiram no combate as práticas irregulares em licitações do Estado e também investigar as denúncias de pagamento de propinas;
d) a existência e manutenção de contratos do Estado com diversas empreiteiras citadas na Lava Jato, como vem sendo revelado pela imprensa e que está no acordo de Leniência recém assinado com a Odebrecht
e) falta de transparência na aplicação dos recursos provenientes dos royalties do petróleo, especialmente com sua exclusão do gasto constitucional com Educação;
f)
da falta de transparência na renúncia de receita
de R$ 131 bilhões entre 2008 a 2018 e da
necessidade do fim do sigilo fiscal visto que o Mandado de Segurança nº0061060-13.2016.8.19.0000 do Tribunal de
Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ)12 determinou que o governo estadual prestasse
esclarecimentos sobre a relação das empresas que obtiveram benefícios fiscais
nos últimos dez anos. Na decisão, o desembargador responsável assegura que a
medida pleiteada não quebra o sigilo fiscal previsto no Código Tributário
Nacional.
g)
da necessidade de Lei específica para concessão
de desoneração da receita e da ilegalidade de se fazer renúncia de receita por
decreto, mas por lei especifica. Lembrando que existem 80 atos oficiais de renúncia
de receita que não foram homologados pelo Confaz, que segundo o Tribunal de
contas representa uma ilegalidade. O próprio Ministério Público de contas
aponta que a “concessão de benefícios fiscais relativos ao ICMS por Decreto do
Governador, sem trâmite pelo Poder Legislativo e edição de lei específica, em
descordo com o art. 150, §6º, da Constituição Federal e art. 163, §6º
da Constituição Estadual”.
h)
da falta de apontar quais medidas de compensação
serão realizadas devido a renúncia de receita, além de informar os benefícios
gerados para a sociedade, como empregos gerados.
i)
a necessidade de se compatibilizar os valores de
renúncia de receita previstos na LDO que são maiores do que os que constam da
Lei Orçamentária. Além de um demonstrativo regionalizado da renúncia de
receita.
K) o Ministério Público de contas aponta que
:para o descumprimento de 12 recomendações e 1 alerta de anos anteriores. Entre
elas a que trata que o prazo constitucional para pagar os estoques de
precatórios não será cumprido até 2024, conforme o prazo previsto no artigo 101 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias, na redação dada pela Emenda Constitucional
99/2017.
L) a responsabilidade do governo estadual pela não aplicação dos 30% em educação, sendo que excluindo os gastos com aposentadoria, como compreende a Procuradoria da República que no exercício em analise representou a não aplicação de R$ 9,8 bilhões neste exercício e entre 2007 a 2018 esta quantia chegou a R$ 81 bilhões;
M) o próprio pleno do TCE reconheceu que não foram aplicados recursos no FUNDEB visto que “após a exclusão de gastos com inativos e pensionistas, verificou-se a aplicação de apenas 79,56% dos recursos do FUNDEB, em ofensa ao art. 21 da Lei 11.494/2007 e à jurisprudência consolidada deste Tribunal de Contas”. Esta diferença foi de R$ 3,41 bilhões que deixaram de ser aplicados em 2018. Ante esta ilegalidade, a consequência lógica é a irregularidade das contas do governador.
Sala das Sessões, em
Deputado Teonilio Barba
Líder da Bancada do PT