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18 DE DEZEMBRO DE 2019

78ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

 

Presidência: CAUÊ MACRIS

 

RESUMO

 

ORDEM DO DIA

1 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Abre a sessão. Encerra a discussão, coloca em votação e declara aprovado o PLC 84/19, salvo emendas e subemenda. Coloca em votação e declara aprovada a subemenda às emendas nºs 1 e 4, restando prejudicadas as emendas citadas. Colocada em votação e declara rejeitadas as demais emendas, englobadamente.

 

2 - TEONILIO BARBA LULA

Declara voto favorável às emendas ao PLC 84/19.

 

3 - CARLOS GIANNAZI

Declara voto favorável às emendas ao PLC 84/19.

 

4 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Registra as manifestações. Coloca em discussão o PL 1112/19.

 

5 - CARLOS GIANNAZI

Discute o PL 1112/19.

 

6 - PAULO LULA FIORILO

Discute o PL 1112/19 (aparteado pelo deputado Emidio Lula de Souza).

 

7 - ENIO LULA TATTO

Discute o PL 1112/19.

 

8 - CAMPOS MACHADO

Discute o PL 1112/19.

 

9 - CAIO FRANÇA

Discute o PL 1112/19 (aparteado pelo deputado Vinícius Camarinha).

 

10 - TEONILIO BARBA LULA

Discute o PL 1112/19.

 

11 - DR. JORGE LULA DO CARMO

Discute o PL 1112/19.

 

12 - JANAINA PASCHOAL

Discute o PL 1112/19.

 

13 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Encerra a discussão do PL 1112/19.

 

14 - JANAINA PASCHOAL

Para comunicação, indaga acerca da emenda aglutinativa ao PL 1112/19.

 

15 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Suspende a sessão por um minuto, às 21h45min, reabrindo-a às 21h50min. Suspende os trabalhos por mais três minutos, às 21h50min, reabrindo-os às 21h58min. Dá conhecimento, coloca em votação e declara aprovada consulta às lideranças, para que seja dado conhecimento da íntegra e votada a emenda aglutinativa ao PL 1112/19, sendo dispensada a sua leitura. Coloca em votação e declara aprovado requerimento de método de votação do PL 1112/19. Coloca em votação e declara aprovado o PL 1112/19, salvo emendas e subemendas.

 

16 - TEONILIO BARBA LULA

Solicita uma verificação de votação.

 

17 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Defere o pedido. Determina que seja feita a verificação de votação, pelo sistema eletrônico.

 

18 - CARLOS GIANNAZI

Declara obstrução do PSOL ao processo de votação.

 

19 - TEONILIO BARBA LULA

Declara obstrução do PT ao processo de votação.

 

20 - GIL DINIZ

Declara obstrução do PSL ao processo de votação.

 

21 - MARCIO DA FARMÁCIA

Declara obstrução do Podemos ao processo de votação.

 

22 - ED THOMAS

Declara obstrução do PSB ao processo de votação.

 

23 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Registra as manifestações. Dá conhecimento do resultado da verificação de votação, que confirma a aprovação do PL 1112/19, salvo emendas e subemendas. Coloca em votação e declara aprovadas as emendas A, B e C. Coloca em votação e declara aprovada a emenda aglutinativa ao projeto. Coloca em votação e declara rejeitadas as subemendas nºs 1 a 9.

 

24 - TEONILIO BARBA LULA

Declara voto favorável do PT às subemendas nºs 1 a 9 ao PL 1112/19.

 

25 - CARLOS GIANNAZI

Declara voto favorável do PSOL às subemendas nºs 1 a 9 ao PL 1112/19.

 

26 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Registra as manifestações. Coloca em votação e declara rejeitadas, englobadamente, as demais emendas ao PL 1112/19.

 

27 - TEONILIO BARBA LULA

Declara voto favorável do PT às emendas ao PL 1112/19.

 

28 - CARLOS GIANNAZI

Declara voto favorável do PSOL às emendas ao PL 1112/19.

 

29 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Registra as manifestações.

 

30 - ALEX DE MADUREIRA

Solicita a suspensão dos trabalhos por dez minutos, por acordo de lideranças.

 

31 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Anota o pedido.

 

32 - TEONILIO BARBA LULA

Para comunicação, informa o falecimento da mãe do deputado José Américo.

 

33 - GIL DINIZ

Declara voto favorável do PSL às emendas ao PL 1112/19.

 

34 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Registra a manifestação. Convoca, para hoje, reuniões extraordinárias da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento, a ter início dentro de um minuto; e da Comissão de Constituição, Justiça e Redação, a ter início um minuto após o fim da reunião anterior.

 

35 - HENI OZI CUKIER

Declara voto favorável do Novo às emendas apresentadas pela bancada ao PL 1112/19.

 

36 - CAIO FRANÇA

Declara voto favorável à emenda de sua autoria ao PL 1112/19.

 

37 - ARTHUR DO VAL

Declara voto favorável às emendas apresentadas pelo Novo ao PL 1112/19.

 

38 - DOUGLAS GARCIA

Declara voto favorável às emendas do PSL ao PL 1112/19.

 

39 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Registra as manifestações. Defere o pedido do deputado Alex de Madureira e suspende a sessão às 22h10min, reabrindo-a às 22h17min. Convoca uma segunda sessão extraordinária, a ter início dez minutos após o término da presente sessão. Encerra a discussão, coloca em votação e declara aprovado o PL 1320/19.

 

40 - CARLOS GIANNAZI

Declara voto contrário do PSOL ao PL 1320/19.

 

41 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Registra a manifestação. Encerra a discussão do PL 1321/19.

 

42 - TEONILIO BARBA LULA

Informa que o PT encaminhará declaração de voto por escrito, contrário ao PL 1112/19.

 

43 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Registra a manifestação. Coloca em votação e declara aprovado o PL 1321/19, salvo emenda. Coloca em votação e declara rejeitada a emenda. Lembra a realização da próxima sessão extraordinária, com início previsto para as 22 horas e 28 minutos. Encerra a sessão.

 

* * *

 

- Abre a sessão o Sr. Cauê Macris.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.

Ordem do Dia.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Item 1 - Em discussão o PLC 84/2019. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão.

Em votação o projeto, salvo emendas e subemendas. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo queiram conservar-se como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Para declarar voto favorável em duas emendas do PT.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Perfeito. Não votamos ainda as emendas, mas já está registrada a declaração de voto de Vossa Excelência.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Para declarar voto favorável às emendas apresentadas.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto de Vossa Excelência.

Em votação a subemenda às Emendas de nºs 1 a 4, apresentada pelo congresso de comissões. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis queiram conservar-se como se encontram. (Pausa.) Aprovada, prejudicada as Emendas nºs 1 e 4.

Em votação as demais emendas, englobadamente, com parecer contrário. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem contrários queiram conservar-se como se encontram. (Pausa.) Rejeitadas.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Para declarar o voto favorável às emendas que foram rejeitadas.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É regimental, está declarado o voto de Vossa Excelência.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Para declarar voto favorável às emendas rejeitadas.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto de Vossa Excelência.

Item 2 - Discussão e votação do Projeto de lei nº 1112, de 2019, de autoria do Sr. Governador, que orça e fixa a receita de despesa do Estado para o exercício de 2020.

Para falar contra, o nobre deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. TENENTE NASCIMENTO - PSL - Para uma comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Nascimento, eu queria pedir a V. Exa. até com a compreensão de todos que durante o processo de discussão do Orçamento não vou ceder comunicações, até para que a gente consiga o bom andamento do trabalho, para não ficar uma discussão paralela. Então peço desculpas a Vossa Excelência.

 

O SR. TENENTE NASCIMENTO - PSL - Por um minuto?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Não, não posso, deputado Nascimento. Eu agradeço e peço desculpas a Vossa Excelência. Com a palavra o deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia.

Quero saudar as pessoas presentes hoje: os integrantes do Movimento em Defesa do Hospital Universitário da USP, que vem fazendo e organizando um grande movimento em defesa de um hospital que está sendo destruído pela Reitoria da Universidade de São Paulo, que não canaliza recursos públicos. Aliás, por uma reitoria que tem destruído serviços e setores essenciais da Universidade de São Paulo, como as creches, a Escola de Aplicação, o Hospital Universitário.

Há um verdadeiro sucateamento, uma verdadeira degradação dessas áreas importantes da Universidade de São Paulo. E o HU se insere exatamente dentro desse contexto. Apresentamos uma emenda, a pedido do movimento. Uma emenda para que o hospital continue funcionando, exatamente para financiar o pagamento, o salário dos servidores, dos profissionais da Saúde que já foram contratados, inclusive.

O Hospital Universitário cumpre um papel importante no atendimento de milhares de pessoas, não só da região do Butantã, mas de toda a região oeste da cidade de São Paulo. Então faço um novo apelo à liderança do Governo, para que essa emenda seja incorporada ao projeto que estamos debatendo agora, que é a Lei Orçamentária para 2020.

Também quero saudar as pessoas que estão acompanhando a sessão, que prestaram concurso na área do Tribunal de Justiça: os assistentes sociais, psicólogos, escreventes. Temos também alguns diretores de escola e supervisores de ensino.

E dizer também que apresentamos emendas também para que haja a chamada de todos os concursos que foram realizados. Várias pessoas foram aprovadas, foram chamadas, mas o Estado não deu posse para essas pessoas ainda, alegando falta de recursos.

Então apresentamos muitas emendas para várias áreas dos concursos que foram realizados.

Mas eu gostaria mesmo de dizer que o Orçamento, a peça orçamentária apresentada, sem a emenda aglutinativa, que não conhecemos ainda, ela será apresentada dentro de alguns instantes. Porque o debate que fizemos até agora foi em torno da Lei Orçamentária encaminhada pelo Executivo à Assembleia Legislativa.

Mais uma vez, os governos do PSDB encaminham um projeto de lei, uma Lei Orçamentária totalmente antissocial, antipopular e antidemocrática, que não atende as áreas sociais, não atende as demandas mínimas da população do estado de São Paulo.

Houve uma redução drástica, por exemplo, do orçamento da Habitação. Quase 50% do corte do orçamento da Habitação, um verdadeiro absurdo. Temos uma grande crise habitacional no estado de São Paulo. E o governo Doria cortou mais da metade do orçamento da Habitação. Isso vai prejudicar imensamente os poucos programas que temos na esfera estadual, de construção de casas populares no estado de São Paulo.

Então, na área da Habitação, estamos acompanhando e vendo que vai ser um desastre. Por isso que há emendas também nesse sentido, para que o governo repense esse Orçamento. Podemos mudar essa situação na emenda aglutinativa que será apresentada dentro de alguns instantes.

Na área da Educação, estamos chocados também. Porque é praticamente quase o mesmo Orçamento do ano passado. Houve apenas uma correção pela inflação, um aumento insignificante no orçamento da Educação. Isso significa que vamos continuar com as escolas sucateadas, degradadas.

Vamos continuar - se não for alterado esse Orçamento agora, na emenda aglutinativa - com os profissionais da Educação tendo um dos piores salários da Federação. Não haverá investimento também na construção de novas escolas.

O fato é que, se a Educação já está ruim, vai ficar muito pior, até porque o Estado, agora, lançou esse programa de escola de tempo integral, e não haverá recursos suficientes para financiar esse projeto. Porque essa escola custa, ela tem um custo muito maior do que uma escola que não é de tempo integral.

E aproveito para denunciar também, Sr. Presidente... Não posso deixar de falar aqui sobre o desmonte da Educação do estado de São Paulo, o fechamento de salas, o fechamento de turnos, em várias escolas do estado de São Paulo.

Nós tivemos um caso muito exemplar, que foi o caso da escola de Barueri, nesta semana, onde o governo fechou salas do ensino médio de uma escola estadual, a Escola Lenio de Moraes, que fica em Barueri, sem que a comunidade fosse avisada. Os pais não foram avisados, os alunos não foram informados, os professores não foram informados.

Veio uma ordem de cima para baixo, da Secretaria da Educação, praticamente fechando o ensino médio dessa escola. Mas houve uma reação dos alunos. Os alunos ocuparam a escola, como fizeram em 2015, ocupando 250 escolas que estavam ameaçadas de fechamento pelo governo Alckmin. E aí, houve uma grande movimentação dos alunos, ocupações, e o governo recuou. E isso aconteceu na escola de Barueri; foi uma vitória importante.

Mas esse processo de fechamento de salas, que é uma reorganização disfarçada, o que nós chamamos de uma reorganização branca, vem acontecendo em todo o estado de São Paulo, em centenas de escolas estaduais, tanto no ensino fundamental, como no ensino médio, mas sobretudo no ensino noturno e na Educação de Jovens e Adultos.

Quero reafirmar aqui essa denúncia, Sr. Presidente, que nós já levamos ao Ministério Público Estadual, ao Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, à Comissão de Educação. Fizemos várias denúncias sobre fechamento de salas e turnos.

O Estado, o governo Doria vem fechando salas e, com isso, impedindo, obstruindo o acesso de milhares de crianças, jovens, adolescentes e adultos à educação básica. E a educação, hoje, é um direito fundamental garantido pela Constituição Federal. Como se já não bastasse esse boicote, essa reorganização disfarçada, há praticamente um congelamento do orçamento da Educação no estado de São Paulo. Então, eu queria levantar esse ponto, até porque é uma área em que nós militamos bastante.

Não posso deixar também de denunciar a falta de recursos e, sobretudo, o corte no orçamento do Iamspe, que é o Instituto de Assistência Médica dos Servidores do Estado de São Paulo. Nós estamos vivendo um grande drama no Hospital do Servidor Público Estadual, com a falta de funcionários; faltam médicos, faltam profissionais da Saúde.

O hospital também está sucateado, superlotado, funcionando em condições extremamente precárias, por falta de investimento, porque quem financia esse hospital é o servidor público, que tem o desconto de dois por cento no seu holerite, no seu pagamento. E o Estado não oferece a contrapartida.

Foi por isso que nós apresentamos diversas emendas ao projeto de lei, para que houvesse investimento do Estado. E a nossa grande luta histórica em relação ao Iamspe é que o governo faça a contrapartida de dois por cento por servidor público, que seria a cota patronal, para que o hospital possa funcionar, para que o Iamspe possa funcionar, atendendo com dignidade os nossos servidores, de todas as Secretarias e também dos outros Poderes: do MP, do TJ, da Defensoria Pública, do Tribunal de Contas, do sistema prisional, da Polícia Civil. Só da Polícia Militar que não, porque a Polícia Militar tem o seu próprio instituto de saúde.

E a situação de calamidade não é só no Hospital do Servidor Público Estadual, não. Como eu disse, está sucateado, degradado, com o pronto-socorro totalmente superlotado. E, se o hospital funciona, é graças ao trabalho heroico e quase missionário dos servidores que estão atendendo à população.

Agora a situação de crise não é só lá no hospital, mas em todos os convênios do Iamspe, Sr. Presidente. No Ceamas, nos hospitais regionais, nas Santas Casas, nos laboratórios, nas clínicas, porque o financiamento é insuficiente. Existem regiões do estado onde o servidor quando chega no hospital que tem convênio como Iamspe, ele não é atendido porque o hospital informa a professora, o professor, por exemplo, que lá tem uma cota de atendimento e já estourou a cota, que é a cota que o Iamspe paga, que é um verdadeiro absurdo.

Aí a professora fica totalmente abandonada e sem assistência à Saúde. Ela tem que sair de Ribeirão Preto, de Presidente Prudente e ir até o Hospital do Servidor Público, no Ibirapuera. Isso é um absurdo total.

O fato é que nós apresentamos emendas par solucionar esse problema, tanto no Orçamento como também na LDO. Temos projetos de lei tramitando resolvendo essa situação de uma forma definitiva. Queria ressaltar a questão do Iamspe que é uma questão crucial para a manutenção da Saúde dos servidores e servidoras do estado de São Paulo. E muitas outras áreas que tiveram cortes também.

E não posso deixar ainda de registrar, Sr. Presidente, que nós queremos debater nesse Orçamento a auditoria da dívida pública do Estado que consome quase que 17 bilhões de reais que são canalizados para a União. Queremos auditoria dessa dívida que tem um forte impacto no Orçamento estadual.

Queremos, também, transparência e uma revisão drástica da política de desoneração fiscal que canaliza quase 20 bilhões e reais do Orçamento público para setores empresariais, com as isenções fiscais, com os descontos,  como aconteceu agora com as empresas aéreas que foram beneficiadas com um desconto, uma  redução de 25 para 12% na compra do querosene sem que o Estado tivesse nada em troca.

Um verdadeiro absurdo. Não há criação de empregos, a passagem continua cara no estado de São Paulo. São Paulo não ganhou nada com isso.

O ramo frigorífico que tem as isenções, os descontos também, a carne continua cara no estado de São Paulo, a Sadia que é uma das grandes beneficiadas pela isenção fiscal, por exemplo, é devedora da dívida. Outro dia eu mostrei a dívida dela com o Estado. Já passa de um bilhão e seiscentos milhões de reais.

Esse debate tem que ser feito quando se vota um projeto importante como esse de Lei Orçamentária para 2020. Temos aí uma previsão orçamentária de quase 240 bilhões de reais.

Queremos disputar esse recurso para as para as áreas sociais, porque o outro lado disputa. A dívida pública beneficia os banqueiros, os rentistas; os especuladores disputam a dívida pública brasileira, do outro lado setores empresariais que são articulados com o PSDB, com o governo, levam uma outra parte do Orçamento, como nós já denunciamos aqui, exaustivamente, em vários momentos, em vários debates.

Já pedimos CPI, auditoria, não há transparência nessa política de desoneração fiscal por mais que a gente faça requerimentos de informação, as informações não chegam na Assembleia Legislativa. Até o Tribunal de Contas tem dificuldade de ter acesso a essas informações. É uma verdadeira caixa preta essa questão da desoneração fiscal. Não há transparência nenhuma em relação a esse tópico.

Sr. Presidente, por tudo isso aqui a bancada do PSOL votará contrariamente a esse Orçamento do tucanato aqui do tucanistão, que é antissocial, é antidemocrático, porque não acolhe as demandas sociais.

E antissocial sobretudo porque mais do que nunca nós percebemos nessa análise que fizemos um corte drástico na Educação, congelamento no orçamento da Educação, corte drástico na Habitação, no Iamspe, não há também novos investimentos nas universidades, na USP, na Unicamp, na Unesp, no Centro Paula Souza, ou seja, no ensino superior, nós não vamos ter investimento nem no ensino técnico e tecnológico.

Então, por essas razões e outras, que serão apresentadas aqui durante o debate, é que nós, da bancada do PSOL somos totalmente contra esse Orçamento estadual do governo Doria.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Para falar contra o deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT – SEM REVISÃO DO ORADOR – Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, telespectadores da TV Alesp, assessoria das bancadas, nós chegamos ao final do ano legislativo com o principal projeto de lei enviado para esta Casa, que é o Orçamento do Estado para o próximo ano.

A responsabilidade desse debate aumenta muito, deputada Valeria, em função do montante que o Estado tem para investir para o próximo período. Mas, antes de falar do próximo período, eu queria pedir para o Machado para que a gente pudesse ter aqui um raio-x.

 

* * *

 

- É feita exibição de imagem.

 

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Se pudesse aumentar a tela, só se der. Se não der, eu vou usar aqui a minha, mesmo.

Para a gente perceber o que foi o governo Doria no ano de 2019 com o Orçamento. Reparem que secretarias importantes como por exemplo a Secretaria de Agricultura, ela tem um empenho de menos 25,3%; ou a Secretaria de Comércio e Serviços, com menos 42,3; a Secretaria de Energia, menos 28,9; Secretaria de Habitação, um absurdo, menos 38%; a Secretaria de Saneamento, menos 17,3%; por fim, Secretaria do Trabalho, menos 58,9.

Apenas duas secretarias tiveram aumento. E, é impressionante porque qualquer um aqui adivinharia quais são as secretarias que aumentaram. Uma, um aumento pífio: Ciência e Tecnologia, 8,39%; a outra, 55,77%, deputado Barba, a Secretaria de Comunicações.

A secretaria em que o Doria deve ter o maior interesse, porque é aqui que se produzem os vídeos, as fake news do governador. Porque é exatamente aqui onde o governador tem investido.

E, eu vou dizer que é triste, principalmente para algumas regiões do estado, que veio como proposta orçamentária. Mas, eu não vou falar agora porque eu preciso dar a outra notícia. Vamos mostrar o outro quadro.

 

* * *

 

- É feita exibição de imagem.

 

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Sabe quanto é que o governador tem em caixa? Trinta e três bilhões. Trinta e três bilhões, sendo que em aplicações financeiras de liquidez imediata tem mais de 23 bilhões.

Esse é o caixa do governador que não tem dinheiro. Esse é o caixa do governador que obriga os deputados da base a aprovarem reduções dos precatórios, ou aumentar a Previdência. É sobre isso que nós estamos falando. Nós não estamos falando sobre outra coisa. Nós estamos falando sobre os números frios, como é o governador.

Eu não vou detalhar mais o Orçamento porque eu preciso falar do que veio para esta Casa para o próximo ano. E, aí, eu queria começar dizendo da proposta orçamentária que o governo manda para esta Casa com um aumento de apenas 3,45 por cento.

Nem a inflação. Ou esse governo tem uma dificuldade grande de ser ousado – pelo menos no que diz respeito ao Orçamento, porque no que diz respeito à Comunicação não tem –, ou nós vamos sofrer muito para o próximo período.

Vocês viram, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, que a execução orçamentária desse ano foi muito ruim para todas as secretarias, exceto duas. Ele propõe um Orçamento, e eu queria dizer que eu não vou discutir a proposta do relator Alex de Madureira, que eu não sei se está aqui.

Está aqui o deputado Alex de Madureira, que fez um trabalho importante, apesar do tempo exíguo, que incorporou propostas que o Partido dos Trabalhadores e outros partidos apresentaram, mas que não é ainda o fim do debate. Porque está sendo gestada uma emenda aglutinativa, que nós não conhecemos.

Então, nós estamos fazendo um debate ainda sem o conhecimento do que está sendo produzido na emenda aglutinativa. Eu sou dos deputados que está no voo cego. Aliás, não só eu. Talvez 90 deputados, 89 deputados estão em um voo cego, porque nós não sabemos se as nossas propostas foram acatadas, rejeitadas, se foram diminuídas ou aumentadas.

Portanto, esse debate vai ter que ser feito aqui ainda, porque nós não podemos votar, deputado Emídio, sem o conhecimento da emenda aglutinativa. O senhor, que já foi prefeito de uma das mais importantes cidades da região metropolitana sabe disso. Ninguém vota no escuro, e nós votamos sobre números, e, por falar em números, vamos continuar.

Proposta orçamentária. Eu queria destacar aqui algumas questões que eu considero que são fundamentais. Primeiro, dizer que o governador não pode usar o argumento que o Orçamento que ele está executando é um Orçamento de um governo de oposição, com foi, segundo ele, o Márcio França, porque ele tem 41% de margem de remanejamento.

Ele poderia fazer outro Orçamento com a margem que ele tem. Isso é o básico. Aliás, todos os governos têm, alguns mais outros menos. Por exemplo, eu participei de debates em que nós conseguimos reduzir o índice de remanejamento. Aqui o governo tem a chave, o cofre, a caneta, o lápis e a possibilidade de mudar o que ele quiser.

Então, o que nós vamos votar aqui, na realidade, mais do que uma peça de ficção, é uma peça que ele pode alterar ao seu bel prazer. A Assembleia Legislativa precisa mudar a questão do remanejamento, e o PT tem insistido nisso, porque, se não mudarmos o remanejamento, o Orçamento não será o aprovado aqui nunca. Nunca.

Vamos à questão dos investimentos. É o menor percentual de investimento desde 2011. A proposta de investimento do governador é de 4,35 por cento. Nós já tivemos, por exemplo, 8,05% em 2013, em 2014, em 2015, 7,99. Esse governo está propondo reduzir investimentos.

Sabe onde que ele vai reduzir? Vou aproveitar aqui porque tem uma bancada do interior importante, preocupada, e eu preciso dizer, porque quem sabe isso mude um pouco a história do debate que faremos, assim que a emenda aglutinativa puder ser acessada pelos deputados.

Mas é impressionante, e o deputado Roque Barbiere deve estar por aqui, que Araçatuba é a região em que ele mais retira recursos. Eu não sei por que o governador está fazendo isso com Araçatuba. Não sei. Aliás, eu vou propor para o deputado Roque Barbiere que ele possa dialogar com o líder do Governo, para, quem sabe, conseguir alterar essa maldade que faz o governador.

Santos, outra região que está sendo penalizada. Talvez Santos porque tem ali uma disputa política. Já teve, os deputados da Baixada, no início do ano. Todo mundo sabe do que eu estou falando, mas eu vou continuar e depois eu volto, porque a tabela que eu queria usar eu não achei agora.

Vamos para as questões importantes. Por exemplo, Transporte e Habitação. Transporte perde 1,9 bilhão. Habitação, um bilhão. Educação 965 milhões.

Deputado Emidio, eu vou permitir um aparte.

 

O SR. EMIDIO LULA DE SOUZA - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Um aparte. Primeiro, queria cumprimentar você pelo trabalho executado, que torna clara a maneira como esse Orçamento, falta transparência nele.

Segunda coisa, dizer o seguinte, os anos que São Paulo teve mais investimentos se devem também a uma coisa que foram os investimentos do governo federal nos governos do PT em São Paulo, no Metrô, no Rodoanel e na política de Habitação, onde o “Minha Casa, Minha Vida” firmou parceria com o Estado, formando o chamado Casa Paulista, 80% federal e 20% estadual. Então, se deve a isso, deputado Paulo Lula Fiorilo.

Como atualmente, apesar de Doria e Bolsonaro serem a mesma coisa, o tal do Bolsodoria, a verdade é que a disputa política está se impondo. A tal da disputa por espaço está se impondo.

Finalmente, deputado, eu queria lembrar V. Exa. o seguinte: falou de tudo, poder que o Governo do Estado tem aqui, mas uma coisa ontem me espantou na entrevista do governador.

Ele disse sobre a reforma da Previdência: A Assembleia votará na primeira semana.” Então, é o governador ou o presidente da Assembleia que deve fixar, junto com as lideranças, qual é o momento de votar os projetos?

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Muito bem, deputado Emidio. O senhor traz aqui elementos importantes para esse debate. Queria continuar: a Educação tem a menor participação no Orçamento desde 2014.

Aliás, deputado Emidio, pela oportunidade, é interessante: os governos do PSDB sempre reclamaram de que os governos do PT não repassavam os valores referentes à desoneração da Lei Kandir, apoio aos estados exportadores. Estranhamente, não se manifestaram sobre um corte de 500 milhões.

Sabe qual é o grande problema do Orçamento do governador Doria? São os repasses federais, que diminuíram, que minguaram. Esse é o problema. Parece que o Bolsodoria só foi para a eleição e, agora, entra na disputa eleitoral. Então, é preciso estar atento ao que está acontecendo no Orçamento do Estado para entender essa proposta draconiana.

Mas vamos às regiões. Queria aproveitar aqui. Araçatuba, menos 55,2 por cento. Registro - alguns deputados conhecem o Vale do Ribeira e sabem a importância de ter recursos para aquela região -, menos 31 por cento. Santos - eu falava aqui aos deputados de Santos -, menos 25,5. Deputado de Birigui, acabei de falar: Araçatuba, menos 55,2 por cento. São José dos Campos, menos 45,9 por cento.

É impressionante como esse governo é míope, principalmente do ponto de vista de olhar as regiões mais carentes. Por que não se investe mais, por exemplo, no Vale do Ribeira? O governador lançou um programa, o “Vale do Futuro”. Estou achando que esse vale do futuro está parecendo com o monotrilho da zona leste: era para terminar em 2012 e vai terminar em 2022, e olhe lá se vai mesmo.

Como meu tempo se esgota rapidamente, preciso dizer aqui de programas que, do meu ponto de vista, são fundamentais. Por exemplo, o programa “Viva Leite”: um corte de 42,6 milhões. “Bom Prato” e “Provita”, dez milhões. Um governador não pode fazer esse tipo de maldade com aqueles que mais precisam em um momento de desemprego, de aumento da pobreza e da vulnerabilidade.

Nós não podemos permitir que esse governo aprove aqui um Orçamento que prejudica as regiões mais distantes e os pobres. Ou nós mudamos - e a emenda aglutinativa pode ser uma alternativa -, ou nós sofreremos por mais um ano, um Orçamento equivocado, sem prioridades, que não olha, por exemplo, para os policiais.

O deputado Gil Diniz, do PSL, teve a oportunidade de visitar, como o deputado Mecca, o 38º Batalhão. É uma beleza de batalhão, não é isso? É a coisa mais bonita que já vi. Aliás, não sou policial, não sou da bancada da bala, mas os que são sabem do que estou falando.

Devem estar orgulhosos de conhecer um batalhão como aquele, principalmente para quem é policial militar, para quem convive no quartel, para quem sabe a importância que tem um alojamento ou um banheiro digno.

Esse é o governador Doria. Um ano de propaganda, um ano de fake news. O balanço, queria dizer que tem que levar o governador à sua reprovação. Aliás, ele continua cometendo os mesmos erros dos governos anteriores do PSDB, sem transparência na desoneração dos recursos do ICMS, sem transparência na desoneração dos recursos do IPVA. São dados importantes que vão levar à reprovação das contas pelo Ministério Público de Contas, porque o tribunal não tem coragem de reprovar as contas. Não tem coragem. Deveria ter coragem, deveria dizer: “As contas estão reprovadas. O senhor não executou levando em consideração o que diz a legislação.” Tanto no Fundeb, como nos recursos da Educação.

Aliás, eu queria dizer que os deputados do Novo, que têm um discurso da preocupação econômica, deveriam olhar para essas questões, para dizer “não”, como dissemos no voto, ontem, às contas do governador. Não podemos permitir que o governador continue fazendo do jeito que quer, como quer, quando quer, onde quer.

Então, queria deixar aqui algumas preocupações, uma delas com as regiões do interior, em especial as regiões mais carentes. A outra com as secretarias, como Habitação e Cultura. O que fizeram com a Cultura e com a Habitação é um crime. Projeto Guri, Fábrica de Cultura.

Aliás, o deputado Alex de Madureira, quando eu o elogiei no trabalho que fez na relatoria, teve a possibilidade de especificar os projetos, porque não estavam especificados. Quem é que garantiria ali a continuidade desses projetos? A palavra de quem? O único jeito de garantir o projeto é estar escrito e ser votado, mesmo que eles queiram extinguir.

Eu espero que, na emenda aglutinativa, a gente tenha condições de ter mais recursos para o Proac, mais recursos para o Iamspe, mais recurso para a questão da Habitação. Há várias demandas colocadas, principalmente em áreas como Saúde, Educação, Segurança. Segurança foi aquinhoada, mas nós não podemos permitir que áreas importantes tenham redução orçamentária.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para falar contra o projeto, o nobre deputado Enio Tatto.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos assiste, pessoas que nos visitam, funcionários, chegamos mais uma vez à discussão do Orçamento do Estado de São Paulo. Um Orçamento que envolve muito dinheiro, mas que é mal distribuído.

Eu diria que, em termos sociais, é o pior Orçamento que já vi aqui na Assembleia Legislativa desde que eu sou deputado, há 15, 16 anos. É impressionante o quanto piorou, e quando a gente fala que piorou, a gente espera que o líder do Governo ou algum deputado da base suba aqui e defenda a proposta enviada.

Quero falar também sobre o que ficou conhecido como Bolsodoria, a combinação dos dois eleitos: Bolsonaro e o Doria, que ajudaram a eleger deputados e deputadas estaduais e federais com uma votação enorme.

Sabemos que isso está implodindo. Ninguém mais apoia ninguém. Eles se elegeram juntos, mas hoje ninguém mais apoia ninguém.

O pessoal do PSDB não apoia o Bolsonaro, mas estavam juntos aqui; e o pessoal do Bolsonaro não apoia o PSDB, mas estavam juntos aqui. Não dá para entender. Na campanha eleitoral, fizeram uma duplinha e enganaram tanto o povo, deputado Dr. Jorge, que falaram que teriam uma relação muito boa entre o estado de São Paulo e o governo federal.

Pois bem, nós estamos recebendo aqui o primeiro Orçamento do Doria, do PSDB sob o comando do Doria e com a liderança do grande Carlão Pignatari. Aí a gente verifica os números. Queda de transferências federais: R$ 1,190 bilhão de diminuição de transferências do governo federal para o estado de São Paulo.

Ou isso é boicote de um, ou é incompetência do outro de buscar dinheiro no governo federal, porque a Assembleia Legislativa nunca negou pedido de empréstimos ou financiamentos.

Empréstimos: R$ 422 milhões a menos com relação a 2018. Falo de 2018 para 2019. Isso significa a diminuição de transferências federais de 4,53% do bilionário Orçamento.

Que bela parceria. Quanta mentira contaram para a população de São Paulo. Repito, ou é boicote de um com o estado de São Paulo ou é incompetência do governo do estado de São Paulo de pegar dinheiro do governo federal. Isso está no Orçamento, gostaria que alguém questionasse o porquê disso.

Na área do transporte, que afeta muito a população, principalmente a população mais pobre, que ganha menos, que gasta com passagem, com tempo, houve diminuição de recursos. Pois bem, a secretaria dos transportes metropolitanos teve redução de R$ 813 milhões com relação ao Orçamento que está em vigor.

A Dersa, que foi vendida, R$ 155 milhões. Gostaria que alguém subisse aqui e explicasse para onde, para qual rubrica foram os R$ 155 milhões da Dersa.

E o Metrô? Como vão ser retomadas, deputado Barba, todas as linhas, se houve uma queda de R$ 180 milhões na dotação do Metrô? É estranho. E a EMTU? Houve queda de R$ 148 milhões nos recursos. Então adeus investimentos nessa rubrica.

Deputado Giannazi, a extensão da linha 5 do Metrô, na nossa querida zona sul, do nosso querido Jardim Ângela e M’Boi Mirim, foi prometida pelo governador. Teve até festa.

Só que você pega o Orçamento para 2020 e não encontra recursos. Como você vai fazer a obra se não há previsão orçamentária? Isso quer dizer que o governo mentiu para a população da zona sul.

Com a linha da CPTM, que aguarda a extensão do Grajaú até o Varginha, a história é a mesma.

Isso é um absurdo. Na área do transporte a população vai continuar com problemas. Todos os dias vemos nos jornais, na televisão, nas redes sociais, as falhas no transporte metropolitano. Metrô, CPTM, ônibus, são sempre notícia. Sem dinheiro, não haverá melhora. A tendência é piorar.

É um absurdo, é um absurdo, o que PSDB e o Doria estão fazendo. Comprometem programas importantes, como o EJA. No caso da Escola de Tempo Integral a redução foi de 4,6%. Esse é o governo do PSDB, é o governo Doria, o modo de ele organizar o Orçamento.

Corte geral na área de pessoal: R$ 1,47 bilhões. É inconcebível você ter um governo desse. Você tem uma previsão de 4% de inflação para o ano e tem no Orçamento R$ 1,47 bilhões a menos. A menos significa ainda que você tem que colocar mais 4% de inflação. Não dá para aceitar, não dá para acreditar. Então, é imperdoável.

Como foi colocado aqui, mais uma vez ele aplica apenas 25%, na Educação e inclui tudo o que pode para fazer uma mágica e atingir os 30% previstos na Constituição.

Nas universidades é a mesma coisa: R$ 7,6 bilhões a menos. É muito dinheiro, é muito dinheiro. E isso vai afetar seriamente Fapesp, USP, Unicamp, Unesp, Paula Souza, Instituto de Pesquisas Tecnológicas.

Na Habitação, deputado Jorge do Carmo, que sempre atuou nessa área, há um arrocho enorme. Como pode o Governo do Estado de São Paulo, que enfrenta um déficit habitacional e sabe que o governo federal acabou com o “Minha Casa Minha Vida”, que foi o maior programa habitacional de todos os tempos, feito pelo PT e pelo governo Lula, retirar tantos recursos? Não é, deputado Emidio, que investiu tanto em Habitação, em Osasco, quando foi prefeito.

Ele tirou mais de R$ 1 bilhão da Habitação, deputado Carlos Giannazi. O CDHU, no ano passado, recebeu 900 milhões. Foram tão incapazes que gastaram só 255 milhões, só 28% dos recursos.

Aí, este ano, passou pela cabeça dele: “Já que nós não conseguimos gastar, vamos fazer o seguinte: vamos reduzir as verbas”. Com isso, o CDHU deverá receber R$ 420 milhões, em vez dos R$ 900 milhões do ano passado.

Todo mundo sabe da dimensão do nosso déficit habitacional e o governo quer deixar o povo sem casa.

Não tem dinheiro, deputada Leci. O governo diz que não há dinheiro. Mas no Orçamento anterior havia, e não foi gasto.

Dou mais um exemplo de falta de sensibilidade do Doria: o Bom Prato. Nesse caso, deputado Gil Diniz, houve redução de dez por cento. Se a gente passa ao meio-dia perto de um Bom Prato, vai encontrar uma fila grande, principalmente na perifieria. Vá ao Grajaú; na Cidade Tiradentes; em São Miguel; no Capão Redondo e verifique quem está na fila do Bom Prato.

São desempregados; são aposentados que ganham pouco; são moradores em situação de rua que vão lá pedir depois de pedir um real no farol. Pegam esse um real ou dois reais e vão para a fila do Bom Prato para comer. Pois bem, o Doria está tirando dez por cento desse programa.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Enio, para concluir. Vossa Excelência encerrou o tempo.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - E tem mais: também o Leve Leite foi prejudicado. E quem se prejudica? São as crianças e os idosos.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Enio, já passou um minuto do tempo de Vossa Excelência.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Encerrando, Sr. Presidente. Onde há você distribuição de leite, também há fila, que tem as pessoas mais carentes do Estado. Então, infelizmente, esse é o governo Doria.

Esse é o governo que se aliou ao Bolsonaro para ganhar as eleições e esse é o governo que trata a população desse jeito, principalmente a população mais pobre, aquela que tinha que ter um cuidado especial.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para concluir, deputado Enio Tatto.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Era isso, Sr. Presidente. Por isso que não tem como a bancada do Partido dos Trabalhadores votar favoravelmente a esse Orçamento.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para falar contra, o deputado Campos Machado.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, Srs. Deputados, meu caro deputado Roque Barbiere, eu inicio lamentando profundamente o falecimento da mãe do nosso querido deputado José Américo. Quem não tem mãe sabe o que eu estou dizendo aqui nesta noite.

Quem perdeu a sua mãe entende perfeitamente que não há dor maior, aquela que dilacera os nossos corações, destrói as nossas almas. E quem tem mãe, eu gostaria de sugerir: aproveite este Natal para... Sr. Presidente, o Café dos Deputados fica onde?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Atrás da galeria, deputado Campos.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Eu queria sugerir então, aos deputados que não querem ouvir, que não têm respeito por quem está na tribuna, que o café fica entrando à direita. (Manifestação nas galerias.) Faz favor, sai do plenário, mas não atrapalhe quem está falando.

Quero continuar e dizer que não tem dor maior. Eu sofri a mais funda das dores quando perdi a minha mãe. Posso imaginar o que se passa hoje no coração do deputado José Américo. E aqueles que têm mãe, não percam a oportunidade de, nesse Natal, abraçar e beijar a sua mãe. Porque pode ser que no próximo Natal vocês não tenham essa oportunidade.

Desculpe, deputada. O destino... A senhora sabe o que é o destino, deputada Beth Sahão? O destino, dizem os gregos, “arrasta as pessoas que o consentem, e destrói aquelas que o resistem”. Ele é infalível. Ele escreve e ditas as regras da nossa vida.

Mas eu queria, inicialmente, achar profundamente estranho: por que apenas o deputado Barba e a senhora Paschoal receberam cópias das questões que podem envolver uma aglutinativa? Por que essa diferença? Somos pequenos? Não existimos? Meu nobre deputado Camarinha, você recebeu a cópia? Você recebeu a cópia? (Voz fora do microfone.)

Mas dois deputados receberam. Acaso pertencemos a uma outra Assembleia Legislativa? Existe uma outra Assembleia, que a gente não saiba? Tem duas bancadas que já estão examinando as propostas, enquanto estamos aqui, aguardando. Eu até achava que a gente devia suspender a sessão para que todos tivessem a mesma igualdade que é prevista na lei da vida.

Mas vamos lá. Vim hoje aqui para dizer três coisas. E volto a afirmar. A primeira delas é um velho provérbio. Três coisas não voltam mais na vida: a palavra dada, a flecha lançada e a oportunidade perdida. Estamos perdendo aqui hoje uma grande oportunidade. Estou defendendo que votemos a PEC 16, de 2019, que trata do Orçamento Impositivo.

Os deputados federais recebem 15 milhões de emendas. E os deputados estaduais, graças a um projeto que este deputado apresentou, recebem apenas 4 milhões e meio. É prática, é norma, é costume, que tenhamos 75% dos federais.

Acaso alguém pensa que, se forem aumentadas as nossas verbas, vamos gastar em quê? 50% é de Saúde, obrigatório. E as outras 50% vão ser dirigidas às comunidades definidas pelos deputados da Casa. Mas este não é o ponto mais importante.

 O ponto mais importante é a independência, acabar com aquilo que o governo tem para oferecer, uma emenda a mais, uma emenda a menos.

Nós teremos a independência. Independência é fundamental para um parlamentar. Como é possível, deputada Leci Brandão, que um deputado “a” tenha 4,5 milhões de emendas e um deputado “b” tenha 10, 12 ou 15?

Isso é justo? Isso é correto? Fomos eleitos para sermos tratados de maneira diferente? As emendas não são individuais, não são para o partido, não são para o deputado; são para o povo. Não há possibilidade de nenhum deputado desviar um real, deputada Leci Brandão.

Agora, os deputados, como o deputado Roque Barbiere, meu amigo, meu irmão, e o deputado André do Prado também: eles têm muitos compromissos em cidades do interior. Eles são requisitados. E como é que eles podem sobreviver politicamente se eles atendem redutos?

Agora, se eles tiverem apenas o que nós, os independentes, a oposição, recebem, como é que eles podem sobreviver politicamente? Eu quero que alguém me responda.

Os deputados federais, para votarem a Previdência, receberam 20 milhões de reais. Não posso ser leviano em dizer... Se os deputados receberam 10, um pouco menos, pouco importa. Importa que sejamos todos iguais, que possamos ter a tal independência. Se eu acho que determinada cidade precisa urgentemente de um auxílio à Saúde, minha irmãzinha deputada Edna, eu tenho condições de dar. Na situação em que nós estamos, uma parte tem condição; e a outra parte não tem.

Se nós aprovarmos, tivermos coragem de aprovar essa Proposta de Emenda Constitucional, os deputados vão se igualar. E quando chegarem a esse microfone, eles têm liberdade para votar.

E eu respeito os deputados que têm comunidades para atender, ou alguém pode imaginar que eu possa ir contra um irmão que tenho chamado Roque Barbiere? Ele precisa, ele necessita, é um deputado que fica bem na região dele. Se ele tem apenas o que a oposição e eu, que sou independente, temos, como é que ele vai sobreviver politicamente? Me diga qual é a mágica, qual é o Mandrake?

Mas, meu caro Major Mecca, a gente fala, fala, fala, e continuamos submissos. Discursos ousados são feitos aqui nessa tribuna. O Poder Legislativo, o Executivo e o Judiciário são harmônicos e independentes entre si. Que que é isso? Nessa Casa aqui, interfere o Ministério Público, interfere o Judiciário, interfere o Executivo. Eles acham que isso aqui, a Assembleia, é deles. E é muito simples.

Dia desses, eu mandei uma cópia de uma carta que eu recebi do ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, que dizia que o mais forte dos Poderes é o Legislativo. Mas nós estamos amordaçados. Vivemos à mercê do soberano, Sr. João Agripino. Não adianta as pessoas se questionarem. Essa é a realidade.

Temos a oportunidade, nós fomos eleitos, aqui não tem ninguém de favor, aqui não tem ninguém nomeado, aqui foram eleitos. E como é que nós podemos aceitar isso? Até quando? Até quando Srs. deputados? Não se levanta uma única voz.

Parece que eu estou pregando no alto de uma montanha vendo uma águia passar. Vejo a águia, mas ajo como galinha. Temos que em fevereiro nos unirmos. Esqueçam as cores partidárias. Só pensem nesta Assembleia. Pensem o que significa um deputado. Não podemos sair em 2020 mais envergonhados do que estamos saindo em 2019. Onde já se viu a maior Assembleia da América Latina?

Eu quero confessar aqui, todos sabem que eu estou sendo quase coagido para ser candidato a prefeito de São Paulo pelo PTB; não quero. Eu amo esta Casa. Aprendi a amar a Assembleia. Quem não tem amor à Assembleia não pode ficar aqui.

Dispute outro cargo, saia da política, mas não dá mais para agirmos como galinha quando tínhamos que agir como águia. Uma vez mais esqueci o nome do autor. Deputada Bebel, como é que chama o autor do livro “A águia e a galinha”?

Esse Leonardo Boff povoa o meu coração há anos, porque o que ele quer é que essa Assembleia seja formada por águias que olhe para cima, que converse com as estrelas, que veja como é bonito o esconde-esconde das estrelas no céu.

Mas, enquanto isso nós estamos aqui subservientes: Judiciário acha que aqui é filial. O Ministério Público retira todas as mordomias que poderíamos ter, mas ele mantém as deles, as mesmas e ninguém diz nada. E o Executivo, como diz o líder religioso da Assembleia de Deus Luiz Serra Madureira, ministro Samuel, o governador só gosta de viajar. E ele viaja até no que diz respeito o que é mais sagrado a esta Casa: a independência.

Sr. Presidente, meu tempo já se esvai e eu quero dizer que não podemos perder o ano que vem a oportunidade de sermos efetivamente deputados e não servos.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para falar contra, deputada Monica. (Ausente.) Deputado Caio França. Tem a palavra Vossa Excelência.

 

O SR. CAIO FRANÇA - PSB – SEM REVISÃO DO ORADOR – Sr. Presidente, Srs. Deputados, aqui nesta noite talvez nós estejamos votando o principal documento desta Casa para o próximo ano.

Portanto, eu entendo que merece toda a atenção dos colegas. Eu, há muito tempo, tenho lutado aqui por uma pauta específica na minha cidade, na minha região, na Baixada Santista, mais especificamente em São Vicente, que é a reforma da Ponte dos Barreiros, na qual a gente estima que necessita de 40 milhões de reais para se fazer a reforma.

Existe um empurra-empurra em relação à responsabilização da ponte. Eu, nessa semana, ainda, já utilizei aqui o plenário, e não pretendo me prolongar em relação a isso. Mas, é muito claro para mim e autoexplicativo um decreto do então governador Fleury, em 94, que denomina a então Ponte dos Barreiros como Ponte A Tribuna.

Portanto, a meu ver, um dever do Estado resolver essa questão. Até mesmo agora, o Judiciário vicentino, porque a interdição da ponte é judicial, acabou de confirmar isso mesmo e colaborar o que eu estou dizendo. O Ministério Público pediu e o Judiciário apontou de fato que a construção foi feita pelo Governo do Estado, e que caberá a ele fazer obras estruturantes.

Cabe à Prefeitura fazer a zeladoria da parte rodoviária apenas, portanto, da pista.

Agora, voltando ao Orçamento. Eu, conversando com os colegas, em especial, com o líder do Governo, deputado Carlão Pignatari, pedi a ele, e quero agradecer muito aqui à minha Bancada, a Bancada do PSB, onde todos os deputados apresentaram como prioridade essa pauta que eu apresentei da Ponte dos Barreiros.

Portanto, quero registrar aqui aos meus colegas, em nome do nosso líder, Vinícius Camarinha, quero agradecer a gentileza e o desprendimento. Porque, nesse momento, é difícil você ter colegas que não têm vaidade de pensar em pautas regionais. Então, quero muito agradecer aos colegas.

E, aí, nós estamos construindo, tentando construir aqui, uma emenda aglutinativa que possa substituir o relatório apresentado pelo deputado Alex de Madureira.

Conversando com os técnicos, me dizem que é impossível se especificar qualquer objeto nesse término, nessa conclusão, que nós estamos fazendo. Portanto, não poderia nem a Ponte dos Barreiros, nem nenhum outro objeto específico. As coisas têm que ficar genéricas.

Porém, conversando com o deputado Carlão Pignatari, e entendendo que há uma única rubrica na Secretaria de Desenvolvimento Regional para parcerias e convênio com municípios, nós saímos de 40 milhões de reais e estamos indo a 55 milhões de reais.

E eu confiando na palavra dele me dizendo que 15 milhões serão destinados para a Ponte dos Barreiros. Ficaremos – aqui estou sugerindo a ele espero que isso possa ser acatado também – que na justificativa do projeto – portanto, em anexo ao que foi aprovado – estará lá claro que esses 15 milhões que foram acrescidos serão específicos para esse objeto.

Eu quero acreditar que nós vamos conseguir. Eu vou estar aqui para poder cobrar que isso tudo possa ser confirmado. Porque todos sabem que muitas vezes, também, as obras para essa envergadura, para a questão de investimentos de infraestrutura, são obras que todas as regiões precisam, e eu não consegui especificar no Orçamento aqui a reforma da Ponte dos Barreiros.

Mas, eu estou acreditando na palavra do líder do Governo, e também do Governo, que sinalizou que reconhece a sua responsabilidade em relação à Ponte e aumentou o valor para essa obra específica.

A única especificação de Ponte dos Barreiros que existe no Orçamento estará nas emendas impositivas – portanto, obrigatórias –, na qual eu destinei 100%, portanto, 2 milhões, 580 mil reais para a reforma da Ponte.

Aí, sim, nós temos o que eu gostaria que tivesse aqui com um valor muito maior, porque eu sei que esse valor que eu estou dispondo não será suficiente para conseguir resolver, líder, meu líder Camarinha, o problema de 150 mil moradores que hoje atravessam a ponte de 700 metros a pé, com chuva, com sol, com problemas inúmeros, numa condição vergonhosa, humilhante, desumana, e que tem trazido noticiário não só da Baixada, mas do estado de São Paulo inteiro, diariamente, em toda a grande mídia.

 

O SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - Pela ordem, deputado. Vossa Excelência me concede um aparte?

 

O SR. CAIO FRANÇA - PSB - Claro.

 

O SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - Eu queria, como líder da nossa bancada do PSB, testemunhar o empenho de V. Exa. em relação a essa obra da Ponte dos Barreiros na cidade de São Vicente.

Vossa Excelência, desde quando houve esse problema, essa interdição por decisão judicial, é um incansável batalhador, cobrador, lutando diariamente nesta Casa para achar uma solução e, portanto, a nossa bancada, sensibilizada com a tua luta, reconhecendo o teu esforço, todos nós disponibilizamos as nossas emendas, disponibilizamos o nosso direito de emendas da nossa bancada para indicar, a seu pedido, em nosso nome, em nome da nome da bancada do PSB, os recursos necessários para que São Vicente tenha esse problema resolvido, e eu quero aqui testemunhar para o povo de São Vicente que não há uma pessoa tão preocupada, que eu conheço, que eu tenho visto aqui nesta Casa, como Vossa Excelência.

Vossa Excelência tem ido lá no local, sofrido de perto a luta do povo com esse problema, e eu vejo aqui a tua preocupação nesta noite, e vi também a disposição do líder do Governo de, dentro dessa emenda aglutinativa, alocar 15 milhões de reais para iniciar as obras dessa ponte, e vejo com bons olhos que nós teremos êxito, porque é um compromisso do líder do Governo, é um compromisso do governo.

Muito embora haja essas problemáticas burocráticas de não ter o indicativo correto de ponte no Orçamento, mas há, sem dúvida nenhuma, o compromisso do governo e está lá no Desenvolvimento Regional 15 milhões para os investimento na ponte, fruto da sua luta, com apoio da nossa bancada, para que o povo de São Vicente tenha esse problema reconhecido, em nome do teu mandato, do seu trabalho, que é, sem dúvida nenhuma, merecedor desta confiança de todos nós.

Parabéns, deputado Caio França, por essa luta de Vossa Excelência.

 

O SR. CAIO FRANÇA - PSB - Obrigado. Quero agradecer aqui as palavras do nosso líder, Vinícius Camarinha, e mais uma vez agradecer à bancada do PSB, que, gentilmente, abriu mão de outros pedidos para poder atender esse pleito, que, embora esteja em São Vicente, é claro e notório que é um problema que também diz respeito ao Governo do Estado.

Por isso eu quero reforçar a confiança, e vou aguardar até o último minuto, para ver a redação final também, tanto da emenda aglutinativa quanto do texto que será protocolado junto com o projeto, com a emenda aglutinativa, para que possa ter a garantia de que esses 15 milhões que foram acrescidos na Secretaria de Desenvolvimento Regional, que possa ser claramente determinado que foi um acordo que nós fizemos aqui para início da reforma da Ponte dos Barreiros.

Recentemente, líder, você sabe disso, nós tivemos uma reunião no Palácio dos Bandeirantes para tratar desse assunto. O governador anunciou oito milhões. Na verdade, foram entregues quatro milhões, que ainda não foi publicado o seu contrato, seu convênio. A gente espera isso para que a cidade possa, ao menos, iniciar as obras emergenciais, mas o principal, eu falava desde o início dessa discussão, que é nesse dia aqui, que nós estamos votando o Orçamento de 2020.

Nós precisamos garantir que essa rubrica que nós estamos aumentando aqui, que ela seja garantida para o início das obras totais da Ponte dos Barreiros, que tem trazido inúmeros prejuízos para milhares de moradores de São Vicente, em especial da área continental, que é a população mais humilde, e posso garantir também - e os demais colegas que são da Baixada Santista vão reconhecer isso -, é um problema que está em São Vicente, mas que tem afetado outras cidades da região. Praia Grande, Cubatão, especificamente as duas cidades, e óbvio, as demais cidades, por consequência disso.

Então, eu quero pedir aos colegas que possam fazer coro. Estão aqui de prova viva, e serão testemunhas, caso a gente consiga avançar com isso, caso a justificativa esteja clara com relação à ponte, que nós precisamos, logo no início do ano, ter o início do processo licitatório para que essa ponte possa ser, enfim, totalmente reformada, conforme orientação dos técnicos do IPT e de outras empresas que já fizeram estudos e demonstraram a importância de se fazer uma obra emergencial e total da Ponte dos Barreiros.

Quero agradecer, por fim, mais uma vez, à nossa bancada, aos oito parlamentares do PSB que abriram mão de qualquer outro pleito de sua região ou de pautas específicas para poderem me ajudar nessa luta da Ponte dos Barreiros.

A gente aguarda o descerrar dessa votação para, aí sim, ter a segurança jurídica de que temos isso previsto no Orçamento do estado. Eu fiz minha parte em relação ao que tenho direito enquanto parlamentar, que são as emendas impositivas. Cem por cento delas eu destinei para o início da reforma da Ponte dos Barreiros, mas, obviamente, isso não será suficiente para resolver esse grande problema. Espero poder contar com a sensibilidade dos colegas e, claro, com o cumprimento da palavra do Governo do Estado de São Paulo.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para falar contra, o deputado Teonilio Barba.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos acompanha aqui, este é um debate importante, o do Orçamento. Já foram apontadas aqui algumas críticas feitas pelo deputado Paulo Fiorilo, pela bancada do Partido dos Trabalhadores.

Deputado Emidio, V. Exa. que é nosso pré-candidato a prefeito de Osasco, nós mudamos ontem o método que a gente fazia na Comissão de Finanças. Suspendemos todo o debate lá, demos por encerrada a leitura dos votos, o nosso voto contrário às contas e ao Orçamento, e demos o voto do governo por lido para fazer o debate aqui da tribuna.

Ontem e hoje era o período de negociação. Conforme as negociações vão avançando, vão evoluindo, nós vamos evoluindo também para tentar encerrar hoje ainda.

Temos várias críticas. Deixei muito claro para o governo, para o líder do Governo, que, mesmo ele aceitando todas as coisas que apresentamos... E nós apresentamos coisas em conjunto, não é? Vocês apresentaram na área da Segurança Pública, um aumento de quase 30 milhões de reais para a área da Segurança Pública. Nós também apresentamos. Apresentamos na área da Cultura junto com os companheiros e companheiras deputadas do PSOL. Todo ano a gente apresenta junto. Na área da Educação, na área do Iamspe. Fomos apresentando. Então, tudo aquilo que deu para negociar...

A gente conseguiu o último item que faltava, a gente conseguiu fechar, que é a questão de que faltavam 20 milhões para o HU, que é o Hospital Universitário. Então, esse é um debate importante.

Mesmo assim, eu avisei no Colégio de Líderes, na segunda-feira, que, para fazer esse debate, para encerrar as contas do governador, que encerramos ontem, para encerrar o debate do Orçamento, iríamos continuar obstruindo. A tarefa da oposição é essa.

Quem tem que botar votos a favor para poder fechar as contas é o governo. Então, é tarefa dele botar 48 votos, 50 votos, 70 votos que ele tiver. E nós vamos continuar dizendo da questão do Orçamento, deputada Marta Costa. Hoje eu acertei, está vendo? E não deveria esquecer, pois meu sobrenome é Costa.

Vamos continuar debatendo a questão do Orçamento aqui no estado de São Paulo, porque o Orçamento... Só para vocês terem uma ideia de como o João Doria tratou a questão do Orçamento da Habitação: no ano passado, ele foi de quase dois bilhões de reais, mas o executado foi apenas um bilhão e 200 milhões de reais.

Muito pouco. Este ano, ele cortou quase um bilhão de reais do Orçamento da Habitação. Na negociação aqui, conseguimos recuperar um pouco. Recuperamos 50 milhões. Recuperamos 80 milhões na questão da negociação do Iamspe.

Recuperamos, aqui, algo em torno de 60 milhões na questão da Saúde, da Cultura, do ProAC e da Fábrica de Cultura. E, dentro da Fábrica de Cultura, tem vários pontos. O pessoal da Cultura, que tem nos acompanhado nesse debate o tempo todo, Fórum das Seis, pessoal da Cultura, são mais ou menos 40 entidades que entregaram, aqui, um abaixo-assinado para debater a questão da Cultura.

Na área da Saúde tem lá a questão de, na Educação, 54 milhões, dos quais 27 milhões para a creche, 27 milhões para reformar a escola e, agora, acrescentou mais 50 milhões para a área da comunicação social dos dois temas, da Saúde e da Educação.

Então, alguns pontos aqui nós conseguimos evoluir. O total do que debatemos, somado com o que todos os partidos apresentaram, deu uma média de 596 milhões de reais de remanejamento ou um pouco mais. Não é nada mais além disso.

Isso é uma manobra que o governo usa todos os anos para negociar conosco. Por quê? Porque o debate, aqui, até acho que melhorou nesse momento, porque teve mais partidos querendo discutir o Orçamento. Essa intenção de discutir a tarefa, de discutir o Orçamento, a emenda aglutinativa que não estava pronta, nós colocamos a quantidade de pessoas aqui, inscritas, exatamente para garantir que até lá a emenda aglutinativa estivesse pronta.

Então, aqui o que nós apresentamos, do nosso ponto de vista da bancada de oposição, o governo encaixou lá dentro da proposta de emenda aglutinativa. Além do que ele está recepcionando todas as emendas incorporadas pelo deputado Alex de Madureira, que é o relator.

Muito bem, nós, neste debate, Dr. Jorge - eu que vou passar um aparte para que a gente possa dividir o tempo, para dar tempo de o senhor falar também - nós, neste momento... Já avisei para o Carlão, falei: “Carlão, nós estamos aqui negociando, mas se vira, mobiliza a sua turma, porque vocês têm que botar 48 votos a favor aqui”.

A oposição vai fazer a tarefa dela, não votará. Vamos estar em obstrução, segurando o debate, e depois vamos votar contra. E estou apresentando um voto em separado contra, como sempre é tradição o PT fazer nesta Casa. O PT jamais concordou, até agora, não sei se um dia vai concordar, com o Orçamento que o governo apresenta.

No nosso entendimento, por exemplo, que foi previsto, na LDO, 17 bilhões e 490 milhões de reais de renúncia fiscal do ICMS e mais quase 3 bilhões de renúncia no IPVA. Não poderia fazer, porque são setores que estão sob sigilo. Nós entramos com ação no Ministério Público, eu e o deputado Paulo Fiorilo. O Ministério Público já mandou o governo esclarecer quem são esses 17, 18 setores que recebem essa renúncia fiscal.

Portanto, essa renúncia fiscal não precisaria haver para esses setores. Poderia até haver, desde que o setor se apresente e fale: “Vamos receber uma renúncia fiscal de 17 bilhões de reais, mas vamos apresentar a geração de dois mil empregos no setor, vamos aumentar a produção e a produtividade em tantos por cento no nosso setor”. E é setor de fertilizante, é setor dos fármacos, é setor químico, são vários setores, mas está tudo em sigilo.

Nós vamos judicializar novamente esse ponto, porque nós queremos transparência. Eu não sou daqueles que são contra discutir renúncia fiscal, desde que haja contrapartida. Olha o que estão fazendo no debate do DPVAT. São 200 milhões de reais, quando o governo federal abre mão do DPVAT, que deixa de ir para a Saúde nos estados, para o Orçamento dos estados e municípios. E parece que está fazendo uma coisa boa. Enganam-se. Na verdade, ele está isentando, novamente, os empresários.

Então, é o João Doria aqui e o Bolsonaro em Brasília, fazendo gestos para os empresários. Semana passada o deputado Campos Machado abordou aqui a questão do IncentivAuto. Abordou a questão do QAV.

Eu votei a favor do IncentivAuto, trabalhei e fiz a emenda aglutinativa. O governo vetou, trabalhou a questão do QAV, que é o querosene dos aviões, então, também dando dinheiro para os empresários, e nós, para negociarmos aqui 600 milhões, é um trabalho danado, deputado Gil Diniz. Você viu como é difícil.

Então, todo ano aqui, é essa penúria. Por que é assim? Porque cada vez que o governo chega para o Partido Republicanos e diz: “Vocês são da base aliada, vocês têm que votar a favor”. Ele é da base aliada, ele não é da base alienada. Ele pode se rebelar e falar: “Espere aí, eu não sou obrigado a votar a favor em tudo que você quer”.

Vocês sabem por que os deputados podem fazer isso, em todos os partidos? Porque não adianta, ele vai ter que negociar com a base aliada, não é com a oposição. Por que com a base aliada? Porque se ele perder o Republicanos, que tem seis deputados, se eu não me engano, quem são os seis deputados que vão repor? No PT, ele não vai arrumar seis deputados, certo?

Então, se o PL, que tem cinco deputados, falar: “Esse acordo da Previdência que você está propondo, nós não aceitamos”. O Carlão não vai conseguir falar: “Se não aceitar, vocês estão fora do governo”. Ele não tem outro partido para repor as cinco vagas, e assim vai sucessivamente.

Estou chamando a atenção dos deputados para quê? Para dizer que os deputados podem ser aliados do Governo, não tem problema, mas tem que ter autonomia na hora de tomar a decisão. O deputado e a bancada têm que ter autonomia, não podem se sentir pressionados pelo líder do Governo.

Então, eu quero encerrar a minha fala, presidente, e passar o tempo restante para o deputado Dr. Jorge.

 

O SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, deputado Teonilio Barba, nosso líder. Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, eu não poderia perder a oportunidade de vir a esta tribuna para falar deste projeto de lei que se refere ao Orçamento de 2020, exercício 2020.

Estamos falando, Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, de nada menos que 239 bilhões. É muito dinheiro, muito dinheiro para ser administrado pelo governador do Estado e pelo seu secretariado. Nós, esta Casa, a Assembleia Legislativa, somos quem autorizamos o governador a gastar esse dinheiro, que é o nosso dinheiro, que é o dinheiro do recurso público, dos nossos impostos, de cada cidadão deste Estado.

Mas eu quero me ater, dado o meu tempo exíguo, às questões sociais, ou seja, o corte nas áreas sociais do governador do estado, especialmente, e já foi falado aqui, deputada Leci, do Viva Leite. Quem é que precisa do Viva Leite? As pessoas mais pobres, as crianças e os idosos. 42,6 milhões de corte. Bom Prato: dez milhões de corte. Proteção social: 12 milhões de corte, e por aí vai.

Educação: 13% a menos; Saúde, Habitação, que é uma área que foi falada pelo deputado Enio Tatto, na Habitação, mais de um bilhão de corte no Orçamento. Como é que o governador anuncia que vai melhorar, que vai construir novas moradias, que vai produzir novas moradias, cortando o recurso?

Só tem uma explicação: não gastou tudo por incompetência, e agora “vamos apresentar menos, já que nós não temos competência para, de fato, gastar o recurso com seriedade, com austeridade e com responsabilidade”. Exemplo: A CDHU, inúmeros conjuntos da CDHU não são regularizados, mas o governador propõe aqui um Orçamento com o corte de 260 milhões na CDHU.

Como é que nós vamos ter regularização dos conjuntos habitacionais da CDHU, que são verdadeiros depósitos de pessoas? Porque a CDHU constrói e não regulariza, mas por que não regulariza? Primeiro, porque não tem responsabilidade nem compromisso com isso. Segundo, porque não põe recurso. O recurso que tem vai para Comunicação, para quê? Para fazer propaganda, para fazer pré-campanha e campanha para 2022, para a Presidência da República. Então é preciso, Sr. Governador, ter responsabilidade.

E nós aqui, nós do Partido dos Trabalhadores, a nossa bancada, a bancada do PSOL e as pessoas que vão votar contrárias a esse Orçamento, não podemos simplesmente dar anuência para o governador fazer o que ele quer com um corte, com um remanejamento de 41 por cento. Quarenta e um por cento de 239 bilhões é muito dinheiro, é muita margem de remanejamento.

Nós não podemos votar a favor de um Orçamento que não é social, não tem compromisso com as pessoas que mais precisam. Ele só faz corte nas áreas que as pessoas mais precisam. Então nós vamos aqui encaminhar, nós vamos votar contrários porque nós não concordamos com esse tipo de postura do governador, que apresenta um Orçamento beneficiando aqueles que já têm e prejudicando cada vez mais aqueles que não têm.

Então, nesse sentido, nós vamos votar contrários e com a consciência muito tranquila, porque nós não vamos chegar para a nossa base social, para as pessoas que mais precisam, especialmente na periferia desta cidade e do estado de São Paulo... Nós não vamos ter a consciência pesada.

Nós vamos ter a consciência tranquila de que nós propusemos, de que nós discutimos, de que nós divergimos, de que nós apresentamos emendas, de que nós questionamos, mas as pessoas, o governador e a base aliada, simplesmente ignoram e na hora de votar, votam esse Orçamento dessa maneira.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para concluir, deputado Jorge do Carmo.

 

O SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - Então eu quero, para concluir, Sr. Presidente, dizer que nós vamos votar contrários a esse Orçamento.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para falar contra, a deputada Janaina Paschoal.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Sr. Presidente. Cumprimento todos os presentes. Então vamos lá. À tarde eu já usei a palavra várias vezes para explicar o que está acontecendo na Casa e eu realmente continuo inconformada com o que está acontecendo, porque nós só recebemos a emenda aglutinativa agora, coisa de 30 minutos, nem isso.

E a emenda veio, vamos dizer assim, restringindo direitos que haviam sido garantidos no relatório do deputado Alex de Madureira.

Não é possível que nós tínhamos até um pouco tempo atrás uma verba significativa garantida para ensino em tempo integral e agora a emenda aglutinativa reduziu significativamente. Não dá. O Orçamento veio com um valor absolutamente insuficiente para ensino em tempo integral.

Eu apresentei uma emenda de bancada elevando. O deputado Alex acolheu a nossa emenda e ainda previu mais verba para ensino em tempo integral. Aí vem a emenda aglutinativa... Para quem não compreendeu, esta emenda substitui o relatório do relator. Tem gente que está entendendo que o que está aqui se soma àquilo que o relator garantiu. Não é isso. Isso aqui substitui.

Então nós estamos perdendo toda a verba de ensino em tempo integral. Aí vem 25 milhões para Comunicação Social da Secretaria da Educação. É importante? É, mas não é mais importante do que aplicar nas escolas. Hoje, tem internet, faz videozinho por WhatsApp, os secretários falando, os deputados falando, quem quiser falar, entendeu?

Duvido que alguém aqui vai se furtar, vai se negar a participar de uma campanha graciosamente. Agora, 25 milhões para Comunicação, com a internet aí gratuita, e tirar da escola de tempo integral não dá.

Nós fizemos uma emenda de bancada garantindo o término da construção de uma série de creches. O deputado Alex acolheu. Vem a emenda aglutinativa em substituição ao relatório e tira tudo da creche. Não dá.

Na Saúde, 25 milhões para Comunicação Social, internet graciosa.

Estou cansada de receber gente de Santa Casa, de visitar Santa Casa caindo aos pedaços. À tarde fizemos uma reunião com o líder do Governo, pedindo 50 milhões para o programa Santas Casas Sustentáveis. Tinha sinalizado um ok.

Quando é agora, 25 milhões para a Comunicação, e 10 milhões para as Santas Casas Sustentáveis. O povo mandando que não consegue atendimento. Fomos visitar Ubatuba: Santa Casa caindo aos pedaços, sem medicamento. Não dá.

Cultura. O pessoal das bancadas do PT e do PSOL fez várias solicitações. Foram contempladas até acima das solicitações. Mas duvido que os colegas se neguem - e aí faço uma consulta pública - que fique claro no Orçamento que parte desse dinheiro vai para o Projeto Guri. Os senhores se negam a isso?

Porque fiz uma reunião com o líder pedindo que, esses 60 milhões para a Cultura, que destinássemos ao menos 15 milhões para o Projeto Guri, para a gente não passar o susto que passou no começo do ano, que tentaram - ou disseram que tentaram, mas o susto foi real - fechar o projeto. Então tem que estar aqui claro.

“Mas o secretário quer a liberdade.” Não adianta ter liberdade. Ou esta Casa tem algum poder para dizer o que vai continuar, ou não vai continuar, onde é que se vai gastar, ou fecha a Casa. Tem que estar “Projeto Guri” claro aqui.

Outra coisa. Estou aqui com a lei de que dinheiro dos royalties do petróleo tem que ir para o fundo da Previdência. Tem uma lei aqui prevendo isso. O Orçamento que veio para esta Casa não propôs neste sentido.

Não propôs. Aí vem essa emenda aglutinativa. Como a gente não sabe qual bancada pediu, não sei qual bancada pediu isso aqui. Mas não sei a quem isso atende. Porque 65 milhões estão saindo dos municípios - ou seja, da ponta, do povo - para ir para fundo de Previdência.

“Mas tem uma lei que prevê que royalties do petróleo vai para fundo de Previdência.” Mas estou vendo municípios se engalfinharem. Não vou nomear quais. Mas estão se matando por causa dos fundos do royalty do petróleo. A gente vai tirar dinheiro do povo, da ponta, para jogar na Previdência, sendo que estamos debatendo uma reforma? Acho que não tem cabimento.

Então não sei qual foi a bancada que solicitou. Porque, se estou entendendo bem, essa emenda aglutinativa é resultado de solicitações múltiplas. Todas as bancadas fizeram as suas prioridades, e o líder do Governo compilou.

Então, se alguém solicitou, acho que era importante se manifestar, para a gente poder fazer uma tratativa, uma discussão sobre este texto. Porque não adianta nada subir aqui e falar “sou contra isso, sou contra aquilo, sou a favor disso”.

O que está em jogo aqui é esse texto que recebemos agora, para votar agora. Então, se alguém tem interesse em tirar dinheiro dos municípios para jogar em fundo da Previdência, acho importante falar claramente para a gente poder debater.

Outra coisa. O dinheiro que está indo para academia ao ar livre: 12 milhões. Será que é necessário? Será que, com tanta demanda na Saúde, na Educação, em projetos específicos, academia ao ar livre, 12 milhões, é razoável? Se eu tiver que me manifestar, entendo que não. Mas aí fica a ver dos colegas.

Tem aqui um valor de 10 milhões para a CPOS, que extinguimos aqui. Alguns foram a favor, outros foram contra, mas extinguimos. Perguntei para o líder, ele disse que é para indenização de funcionários. Não sei se o valor seria necessário nesse grau: 10 milhões para a CPOS, que é uma empresa que, na verdade, formalmente já foi extinta, muito embora ainda exista na prática.

O pessoal está dizendo que a emenda aglutinativa está sendo reconstruída. Recebo essa informação com felicidade. Porque esta aqui não tenho como aceitar. Não posso falar pela bancada. Mas eu, pessoalmente, não tenho como aceitar.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Há sobre a mesa emenda aglutinativa com número regimental de assinaturas dos Srs. Líderes.

Esta Presidência, nos termos do Art. 175, parágrafo primeiro, do Regimento Interno...

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Pela ordem, Sr. Presidente. Só um minuto, perdão.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pois não, deputada Janaina.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Não, espera aí. Não está sendo refeita a emenda?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputada Janaina, já foi protocolada a emenda...

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Mas como é que a gente vai votar um texto em que a gente não sabe qual é o final?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Foi protocolada a emenda, deputada Janaina.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Espera aí, presidente. É um minuto.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Suspendo por um minuto, sem problema nenhum.

 

* * *

 

- Suspensa às 21 horas e 45 minutos, a sessão é reaberta às 21 horas e 50 minutos, sob a Presidência do Sr. Cauê Macris.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Reaberta a sessão, suspendo por mais três minutos a sessão.

 

* * *

 

- Suspensa às 21 horas e 50 minutos a sessão é reaberta às 21 horas e 58 minutos, sob a Presidência do Sr. Cauê Macris.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Reaberta a sessão.

Em votação. Há sobre a mesa emenda aglutinativa com número regimental de assinaturas dos Srs. Líderes. Esta Presidência, nos termos do Art. 175, parágrafo 1º do Regimento Interno, consulta se os líderes presentes concordam...

Deputados, deputados, eu vou consultar, eu quero, por favor, um minuto de silêncio. É importante esse momento do procedimento, para ficar claro que existe entendimento aqui com todos os líderes no plenário.

Esta Presidência, nos termos do Art. 175, parágrafo 1º do Regimento Interno, consulta se todos os líderes presentes concordam em dar conhecimento, tornar pública essa emenda, e colocar em votação a emenda aglutinativa.

Se os Srs. Líderes estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Com anuência dos líderes presentes, deixo de ler a emenda, porque ela já é de conhecimento do plenário.

Há sobre a mesa requerimento com método de votação. Em votação o requerimento. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.

Item nº 1. Em votação o Projeto de lei, salvo emendas e subemendas.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para pedir uma verificação de votação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Eu não coloquei ainda em votação, deputado Barba.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Em votação o projeto de lei, salvo emendas e subemendas. Os favoráveis permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Queria pedir verificação de votação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É regimental. A partir deste momento, vamos fazer soar o sinal intermitente por quatro minutos, para que as Sras. Deputadas e Srs. Deputados que não se encontram em plenário tomem conhecimento da votação que se realizará.

 

* * *

 

- É iniciada a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

* * *

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente. Para declarar obstrução da bancada do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSOL está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Neste momento, transcorridos os minutos para a votação, eu gostaria de abrir os terminais eletrônicos, para que os senhores parlamentares possam votar nos terminais eletrônicos.

Faço a solicitação, por gentileza, para aqueles todos que tenham as suas digitais cadastradas, que, por favor, realizem as votações no terminal eletrônico, por conta do tempo exíguo que nós temos para esse processo de votação.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Colocar o PT em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PT está em obstrução.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Pela ordem, Sr. Presidente. Colocar o PSL em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSL está em obstrução.

 

O SR. MARCIO DA FARMÁCIA - PODE - Pela ordem, Sr. Presidente. Colocar o Podemos em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Podemos está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Neste momento, vou abrir os microfones de aparte para aqueles parlamentares que não conseguiram realizar os seus votos.

 

O SR. ED THOMAS - PSB - Pela ordem, Sr. Presidente. Colocar o PSB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSB está em obstrução.

 

O SR. JORGE CARUSO - MDB - Sr. Presidente, é possível ainda colocar o MDB em obstrução?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É possível, o MDB está em obstrução.

 

O SR. JORGE CARUSO - MDB - Perdão, perdão. Retiro o pedido, Sr. Presidente. Só para alertar.

 

* * *

 

- É feita a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Participaram deste processo 85 Sras. Deputadas e Srs. Deputados: 71 votaram “sim”, 13 votaram “não” e este presidente, que não vota, quórum que aprova o projeto de lei, salvo emendas e subemendas.

Item 2 - Emendas A, B e C, apresentadas pelo Parecer nº 1.644, de 2019, da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento. Os favoráveis permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovadas.

Item 3 - Emenda aglutinativa nº 15.867. Os favoráveis permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovada.

Item 4 - Subemendas de 1 a 9, apresentadas pelo Parecer nº 1.644, de 2019, da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento. Os contrários permaneçam como se encontram. Rejeitadas.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Sr. Presidente, para declarar voto favorável da bancada do PT ao item 4.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto favorável da bancada do PT.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, para declarar voto favorável da bancada do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto.

Item 5 - Demais emendas englobadamente. Os contrários permaneçam como se encontram. (Pausa.) Rejeitadas.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Sr. Presidente, para declarar voto favorável da bancada do Partido dos Trabalhadores ao item 5.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto favorável.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, para declarar voto favorável da bancada do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto favorável.

 

O SR. ALEX DE MADUREIRA - PSD - Sr. Presidente, queria pedir a suspensão por dez minutos.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Sr. Presidente, só para fazer um comunicado? É um minuto, uma coisa muito rápida que acho que cabe.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pois não, deputado Barba.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - É só para justificar a todos os deputados e a todas as deputadas que estão presentes que o companheiro José Américo não está aqui em função de a mãe dele ter falecido. Então, é por isso que ele não está presente. É para quem nos acompanha também da TV Assembleia e aqui da galeria.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Plenamente justificado pelo falecimento da senhora sua mãe.

 

O SR. ROGÉRIO NOGUEIRA - DEM - Sr. Presidente, posso fazer um comunicado?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Rogério, estamos com o tempo estourando para convocar um congresso de comissões. Pode ser na segunda sessão extraordinária, deputado?

 

O SR. ROGÉRIO NOGUEIRA - DEM - Pode, pode.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Sr. Presidente, só para declarar voto favorável às emendas da bancada do PSL.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto de Vossa Excelência.

Convocação. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do Art. 18, inciso III, alínea d, combinado com o Art. 45, § 5º, ambos do Regimento Interno, convoco reunião extraordinária da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento a realizar-se daqui a um minuto no salão nobre da Presidência, com a finalidade de oferecer redação final ao Projeto de lei 1112, de 2019.

Convocação. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos termos dispostos no Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 45, parágrafo 5º, do Regimento Interno, convoco reunião extraordinária da Comissão de Constituição, Justiça e Redação, a realizar-se um minuto após o término da convocação anterior, no Salão Nobre da Presidência, com a finalidade de oferecer redação final ao Projeto de lei 84, de 2019.

Peço encarecidamente que os deputados da Comissão de Finanças e Justiça possam subir ao salão nobre da Presidência. Nós temos 10 minutos para que sejam feitas essas redações finais.

 

O SR. HENI OZI CUKIER - NOVO - Sr. Presidente, só quero declarar o voto do Novo às emendas do Novo, declarar o voto da bancada favorável.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Favorável às emendas do Novo, está registrado o voto favorável às emendas do Novo.

 

 O SR. CAIO FRANÇA - PSB - Sr. Presidente, só para registrar o voto favorável também à minha emenda.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto de Vossa Excelência.

 

O SR. ARTHUR DO VAL – SEM PARTIDO - Registrar meu voto favorável às emendas do Novo.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Gostaria de registrar voto favorável às emendas do PSL.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado. Havendo acordo de lideranças, esta Presidência suspende nossos trabalhos por 10 minutos.

 

* * *

 

- Suspensa às 22 horas e 10 minutos, a sessão é reaberta às 22 horas e 17 minutos, sob a Presidência do Sr. Cauê Macris.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma segunda sessão extraordinária, a realizar-se hoje, dez minutos após o término da primeira, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

 

* * *

 

- NR - A Ordem do Dia para a 79a sessão extraordinária foi publicada no D.O. de 19/12/2019.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Item 3. Em discussão o subsídio dos deputados estaduais, PL 1320, de 2019. Lembrando a todos que o reajuste é zero.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação o projeto. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Declaro voto contrário da bancada do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Zero de reajuste, deputado Giannazi.

Continua mantendo o voto contrário?

 

 O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL – Sim.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Então está registrado o voto contrário de Vossa Excelência.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Item 4. Em discussão o subsídio do governador. Lembrando, também, a todos os deputados, reajuste zero. PL 1321, de 2019.

E lembrando a todos, também, que essa é uma obrigação constitucional do Legislativo, fixar o subsídio do governador, secretários, vices e deputados.

Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Gostaria de registrar que vamos protocolar o voto do PT, em separado, contrário ao Orçamento.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Perfeito. Está registrado.

Em votação o projeto salvo emendas. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Em votação a emenda com pareceres contrários. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem contrários permaneçam como se encontram. (Pausa.) Rejeitadas.

Esgotado o objeto da presente sessão, esta Presidência, antes de encerrá-la, lembra V. Exas. da segunda sessão extraordinária, a iniciar-se em dez minutos.

 

* * *

 

- Encerra-se a sessão às 22 horas e 18 minutos.

 

* * *

 

- É inserido texto não lido em plenário.

 

* * *

 

Declaração de voto contrário ao Projeto de lei 1112, de 2019, que dispõe sobre a Lei Orçamentária para o Exercício de 2020.

O projeto de Lei Nº 1112, de 2019, enviado pelo Exmo. Sr. Governador do Estado, orça a Receita e fixa a Despesa da Administração Direta e Indireta do Estado de São Paulo para o ano de 2019, num montante de R$ 239.136.651.215,00 (duzentos e trinta e nove bilhões, cento e trinta e seis milhões, seiscentos e cinquenta e um mil e duzentos e quinze reais)

O projeto de Lei chegou nesta casa em 30 de setembro e recebeu emendas até 29 de outubro. No dia 18 de novembro foi nomeado relator o deputado Alex da Madureira.

Em pauta pelo período regimental, o projeto recebeu 15866 emendas, que foi maior quantidade de emendas desde o projeto do orçamento para 2011. Frente a proposta orçamentária de 2018, Projeto de Nº 1112, de 2019, houve um crescimento de 13,61% ou foram apresentadas 1901 emendas a mais. O PT apresentou 5.986 ou quase 37,8% das emendas apresentadas.

O relator Alex da Madureira, só fez remanejamento e não ampliou recursos.

O Orçamento do Estado de São Paulo em 2020 será de R$ 239 bilhões, segundo o Projeto de Lei Orçamentária enviada pelo governo paulista à Assembleia Legislativa.

Nesta proposta o crescimento será de apenas 3,45% e pasmem inferior até ao crescimento da inflação (3,82%). Para termos uma ideia somente o orçamento subir abaixo da inflação a queda é de R$ 855 milhões e se levar em conta o PIB de apenas 1% este valor é superior a R$ 3 bilhões.

·              As receitas com o ICMS, principal item na arrecadação, ICMS, principal item na arrecadação, apresentarão crescimento de 5,4% em termos nominais ou 1,53% real. Em números absolutos, o ICMS passará de R$ 146,3 bilhões para R$ 154,2 bilhões. O IPVA apresentará um acréscimo nominal de 13,87% ou em valores reais subirá 9,68%, passando de R$ 14,9 bilhões para R$ 16,9 bilhões. Já o ITCMD crescerá 31% em valor nominal ou 26,5% e o imposto de renda dos servidores estaduais aumentará 6,79% nominal ou 2,86% corrigido pelo IPCA.Já as taxas sobem em valor real 15,5%, ou R$ 1,08 bilhão  Com estes números, as Receitas de impostos, taxas e contribuições de melhoria, que respondem por quase 79,7% do total das receitas, terão crescimento real de 0,72% em 2020

·             As chamadas Transferências Correntes (da União para o Estado) caem nominalmente R$ 546 milhões ou – 5,27%, já em valores corrigidos a queda é de -8,76 % ou R$ 870 milhões. Destacamos a redução nominal do IPI de 5% ou quase -R$ 62 milhões e em valores reais a queda é de R$ 110 milhões, CIDE há uma queda de quase 22% e em valores reais este valor chega a R$ 33 milhões e do salário educação de 4% ou de -R$ 99,8 milhões e em valores corrigidos R$ 191,4 milhões. Já o fundo de participação dos estados cresce 5,9% em valores nominais ou R$ 54,9 milhões

·              OS repasses para o SUS- fundo a fundo cresceram nominalmente 0,61% e cai 3,1% em valor real ou R$ 144,4 milhões.

·             As Receitas federais caem em R$ 1,27 bilhão (-13%) e as operações de crédito internas (empréstimos), lastreadas por bancos públicos, caem R$ 422 milhões (-16,8%) e as transferências de convênio da união -R$ 644 milhões ou -86,6%.

·             Os governos do PSDB sempre reclamaram que os governo do PT não repassavam valores referente a desoneração da lei Kandir e apoio aos estados exportadores e estranhamente não se manifestaram sobre o corte de 500 milhões. E também, não há explicação pelo não repasse de mais de R$ 300 milhões para compensação financeira para exploração de recursos naturais.

A previsão de 2020 na lei orçamentária de R$ 12 bilhões é uma afronta a inteligência humana, visto que em 2018 este valor foi de R$ 15,48 bilhões. Isto é um forte indicador que as previsões de renúncia de receita estão subestimadas. E que o próprio Tribunal de contas já fez duras observações neste sentido para que se aprimore o cálculo das desonerações no orçamento.

Desde de 2008 a 2018, a renúncia de receita foi de R$ 131 bilhões e o realizado foi 16,5 bilhões acima da previsão da LDO e 40,5 bilhões acima da previsão da lei orçamentária. Desta forma, o número que mais se aproxima do executado é o da LDO. A diferença entre a LDO 2020 para o orçamento 2020 aponta uma queda da renúncia de receita de quase 30% e um aumento da receita 1,1 bilhão (+0,98%). Já com o IPVA a queda da renúncia de receita é 190 milhões ou -13,8% e desta forma a receita do IPVA aumenta 130 milhões ou 1,55%.

·              A desoneração do ICMS supera no orçamento ao patamar percentual de 2017 ficando e para 2020 com 11,1% e sofre uma redução de 5% para 2019. Fica evidente que esta redução pode ser mais uma questão metodológica do que uma queda real. Já no IPVA o percentual da renúncia pulou de 6,85% para 13,89% e em valores nominais subiu R$ 642 milhões.  Para 2020, a Educação irá deixar de receber R$ 6 bilhões, a saúde R$ 2,41 bilhões, e as universidades, que entram na conta da educação, perderam R$ 1,66 bilhões.

Quanto custou esta política de desoneração fiscal para as áreas de Educação, e saúde e para as universidades, que estão dentro dos 30% para a educação. A educação em 11 anos perdeu R$ 39,3 bilhões e as universidades R$ 12,5 bilhões. Para termos uma ideia o orçamento da secretaria de Educação em 2019 é de R$ 32,1 bilhões e os recursos do tesouro para as três universidades paulista é de R$ 10,47 bilhões. Dessa forma, podemos afirmar que em dez anos de renúncia de receita realizada foi perdido um orçamento na secretaria de educação e com as universidades.

Na saúde as desonerações representam R$ 15,7 bilhões a menos em 10 anos, e isto representa 88% dos recursos do Tesouro que constam do orçamento de R$ 17,77 bilhões para o ano de 2019.

O governo Doria pretende mais R$ 82 bilhões de desonerações fiscais, e com isto, vai retirar R$ 24 bilhões da educação, R$ 7,93 bilhões das universidades e R$ 9,94 bilhões da saúde.

Do lado das despesas podemos verificar um aumento nominal das despesas com o custeio 4,5% de aumento em relação aos gastos com o funcionalismo público e 7,2% em relação às demais despesas de custeio. O governo do Estado prevê uma inflação de 4,1%, portanto em valores corrigidos o gasto com pessoal subirá apenas 0,4% (R$ 512 milhões) e o custeio 3,1% (R$ 2,97 bilhões). No total o governo deve gastar R$ 7,6 bilhões a mais com o custeio da máquina pública.

Outro absurdo é que a margem do governador é de 41%, enquanto por recomendação do Tribunal de Contas deve ser igual a previsão de inflação, que no caso do Estado, é de 3,8%.

Utilizando a estimativa inflacionária do governo para 2020, o pagamento de salários do funcionalismo público civil cairá R$ 2 bilhões (-4,5%) e para os servidores militares o aumento chega a R$ 890 milhões ou 13,3%. Estes valores projetam que não há espaço para elevação salarial para servidores civis e haverá dificuldades para cumprir o dispositivo constitucional da revisão salarial, segundo a PLOA 2020.

O orçamento para o ano de 2020 mostra a falta de sensibilidade social, pois no momento de crise onde os menos favorecidos necessitam de amparo do Estado, o governo Geraldo Alckmin corta investimentos necessários para a população, onde na educação se prevê cortar em 59,57% os recursos para construção creches e no geral caiu R$ 120,5 milhões (-19,6%).

Na saúde, a redução importante de R$ 273 milhões (-28,9%) e  para rede Lucy Montoro em 2,5%, além de reformas na secretaria que caíram quase 58% ou R$ 110 milhões e para compra de equipamentos -R$ 86 milhões ou 45%. Já na segurança pública o corte chegou a R$ 294 milhões ou -49% a queda de recursos para adequação das instalações da polícia militar (-R$ 290 milhões ou -92%). Na habitação, sem a CDHU, o corte chega a R$ 429 milhões ou -67,9% e na CDHU chegou a R$ 260 milhões.

Nos transportes Metropolitanos o corte é de R$ 511 milhões, várias linhas da CPTM sofrerão cortes como a linha 7 (-85%) e o metro sofreu corte de 180 milhões e a EMTU de R$ 148 milhões. Os cortes nos programas sociais, mesmo tendo aumento de impostos, são graves, como o Viva Leite (-R$ 42,6 milhões) ou no Bom Prato (-R$ 10 milhões).

Em relação ao Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza que é financiado pelo ICMS cobrado sobre produtos supérfluos, no caso do Estado de São Paulo esses 2% são cobrados sobre bebidas alcoólicas e fumo. O governo Geraldo Alckmin não projeta repasse de maneira correta, os recursos para o FECOEP previstos para 2020 os recursos caíram cresceram12,7% ou R$ 83,5 milhões, porém os repasses para algumas ações vai diminuir como o Viva Leite (-R$ 42,6 milhões) ou no Bom Prato (-R$ 10 milhões).

Deste modo, o aumento de taxação de 2% a mais sobre a cerveja e fumo, que em tese deveria aumentar recursos para estas ações não vem ocorrendo, mostrando total desinteresse em priorizar o combate à exclusão social e a miséria.

O nível de investimentos para o ano de 2020 também não serão favoráveis para alavancar a economia paulista, pois tanto os investimentos como inversões financeiras apresentam a menor participação na despesa desde 2011.

O PLOA 2020 mostra que o corte chega a R$ 3,9 bilhões ou -18% em valores corrigidos pela a inflação projetada pelo governo para o ano que vem. Já queda dos investimentos diretos será de 22,27% ou R$ 2,98 bilhões em termos em termos reais. Além da queda dos investimentos diretos do governo do Estado, também observamos a redução dos investimentos das principais Empresas Estatais para 2020, tais como o Metrô (-12%), a CDHU (-21%), a IMESP (-52%), e a Agencia de Fomento (-51,7%).

Já a SABESP (+3,45%) entre as principais empresas estatais, elevarão seus orçamentos para o próximo exercício. No geral, os investimentos das Empresas Estatais terão perdas reais de 11,4% ou -R$ 940 milhões em 2020.

A queda de investimentos por secretarias corresponde R$ 2,98 bilhões em relação ao anos anterior, as principais quedas reais ocorreram nas Secretarias de Transportes Metropolitanos (-37,8%), Educação (-19,6%), Segurança Pública (-41,3%), Habitação (-67,9%),Administração Penitenciária (-79,7%), Saúde (-28,9%) Secretaria de Agricultura (-2,7%) e Secretaria de Esporte e Lazer (-40,0%) perdem recursos com  investimentos.

Em relação a juros e encargos esse terá uma redução de 0,94% ou R$ 115 milhões e a amortização do principal da dívida terá uma redução de R$ 3,2 bilhões ou 0,4%.

Ainda em relação às despesas, o governo do estado não vem respeitando os gastos constitucionais exigidos pela constituição do estado, que determina que o Estado terá que no mínimo gastar com educação 30% das receitas resultante dos impostos, incluindo recursos provenientes de transferências.

Ocorre que o executivo paulista computa nesses gastos a despesas previdenciárias, isso implica que na verdade os gastos com a educação correspondem 25,51% das receitas que implica em uma queda de R$ 7,66 bilhões. Se retirado todo o gasto previdenciário, como o Ministério Público Federal fez ao questionar a Lei do SPPREV, o governo paulista deixaria de aplicar mais de R$ 9,1 bilhões na educação ou apenas 23,43%.

Estes dados deixam claro que a Educação definitivamente nunca foi prioridade do Governo Paulista. Levantamento feito para o voto das contas do governador de 2018 aponta que, de 2007 a 2018, deixaram de ser aplicada no Gasto Constitucional com a Educação a quantia R$ 81 bilhões. Se for somado o valor previsto para 2018 e 2019 este valor chega a R$ 98,3 bilhões.

Considerando as despesas totais com as Universidades Públicas Paulistas e o Centro Paula Souza em 2020, em todas as suas fontes de recursos, podemos destacar que USP (4,2%), UNESP (7,4%), UNICAMP (1,9%) terão ganhos em seus orçamentos. Já o Centro Paula Souza terá uma elevação de 2,7% em seu orçamento em relação ao ano anterior.

A Faculdade de Medicina de Marília (11,3%) e Rio Preto terá um aumento em seu orçamento (4,3%) e Univesp -5,5%.  A Fapesp apresenta crescimento de 3,4%.  Destacamos aumento no gasto com pessoal na USP (8,4%), na Unesp de 11,1% e queda de investimentos na USP (-42,2%), Unesp (-84%) e Paula Souza (-64,8%).

Pela primeira vez, e por pressão do Tribunal de Contas, o governo apresenta um quadro com o cálculo do 9,57% e que subestima a receita do ICMS- quota parte do Estado em R$ 1,25 bilhão. Pelo fato de ser proibido vinculação de recursos a habitação, manifestamos que é ilegal o desconto de mais de R$ 600 milhões para as universidades e desta forma deixaria de ser aplicado algo próximo a R$ 174,7 milhões.

O Iamspe mais uma vez não terá recursos do Tesouro iguais a da contribuição dos servidores estaduais. Os servidores contribuíram com R$ 1,063 bilhão e o governo do Estado, com apenas R$ 386 milhões, o que representa uma diferença de R$ 689 milhões. O governo do Estado se quer chega a metade dos recursos alocado pelos servidores. Mesmo alocando mais 50 milhões, esta realidade não se alterou de modo significativo.

O orçamento de 2020, no seu artigo décimo autoriza governo paulista a fazer empréstimos por antecipação de receita em até 5% do orçamento, ou seja, até o valor de R$ 11,5 bilhões. Lembro que no governo Quércia e Fleury estas operações levaram ao enfraquecimento da boa governança das finanças públicas estaduais e o aumento do endividamento público. O pior é que não há na peça orçamentária um quadro que de transparência a estes empréstimos.

Desta forma, o receituário tucano deve continuar com baixos investimentos, redução de secretarias e enxugamento de órgãos, baixos salários, falta de aplicação dos 30% na educação, de não aplicação dos 2% de recursos do tesouro no Iamspe, de cortes generalizados nas ações orçamentárias para a área social e de privatizações.

A margem de remanejamento elevada aponta um orçamento fictício e as operações de antecipação de receita de R$ 11, 5 bilhões ampliam este movimento e ainda realçam a baixa transparência da ação governamental.

Sala das Sessões, em

Deputado Teonilio Barba

Líder da Bancada do PT