22 DE NOVEMBRO DE 2019
54ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AOS 25
ANOS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO - UNIFESP
Presidência: TEONILIO BARBA LULA
RESUMO
1 - TEONILIO BARBA LULA
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - SALVADOR GEORGE DONIZETI KHURIYEH
Mestre de cerimônias, anuncia a
composição da Mesa.
3 - PRESIDENTE TEONILIO BARBA LULA
Informa que a Presidência Efetiva
convocara a presente sessão solene, a pedido deste deputado, juntamente com os
deputados Enio Lula Tatto e Márcia Lula Lia, em "Comemoração aos 25 anos
da Unifesp - Universidade Federal de São Paulo". Convida o público a ouvir,
de pé, o "Hino Nacional Brasileiro", executado pela Banda da Polícia
Militar do Estado de São Paulo; a quem agradece.
4 - SALVADOR GEORGE DONIZETI KHURIYEH
Mestre de cerimônias, anuncia a
exibição de um vídeo institucional da Unifesp.
5 - MARIA APARECIDA DE ANDRADE MORAIS
MACHADO
Pró-reitora de Cultura e Extensão
Universitária, representando o magnífico reitor da Usp, Profº Vahan Agopyan,
discorre acerca da homenagem prestada aos 25 anos da Unifesp.
6 - NEWTON LIMA NETO
Consultor do Instituto Federal São
Paulo, representando o reitor Eduardo Antônio Modena, comenta assuntos
relativos à esta sessão.
7 - DÁCIO ROBERTO MATHEUS
Reitor da Universidade Federal do
ABC, representando a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições
Federais de Ensino Superior, tece comentários a respeito da temática da
presente solenidade.
8 - MARIMÉLIA PORCIONATTO
Representante da Secretaria Regional
da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, parabeniza a Unifesp pelos
25 anos e pela homenagem recebida.
9 - NELSON SASS
Vice-reitor da Unifesp, discorre
sobre o tema desta solenidade.
10 - FLÁVIA
CRISTIANE KOLCHRAIBER
Enfermeira, doutoranda pelo Programa
de Pós-Graduação da Escola Paulista de Enfermagem, mestre em Saúde Coletiva e
especialista em Saúde da Família e Comunidade, celebra o aniversário de 25 anos
da Unifesp.
11 - LAÍS VALES
MENNITTI
Doutora em Nutrição, estudante
egressa do Instituto Saúde e Sociedade do Campus Baixada Santista, faz
comentários sobre a universidade homenageada hoje por esta Casa.
12 - THABATA GANGA
Cientista tecnológica e engenheira
biomédica pelo Instituto de Ciência e Tecnologia, Campus São José dos Campos e
diretora tecnológica da Ekoar, empresa de educação tecnológica instalada no
CIETEC/USP e parceira do MCTIC, conta sobre a sua história e experiência com a
Unifesp.
13 - PAULA APARECIDA VIEIRA
GERALDELLI
Pedagoga pela Escola de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas do Campus Guarulhos, e professora de Educação
Infantil da Rede Municipal de Guarulhos, demonstra sua emoção em homenagear a
Universidade Federal de São Paulo.
14 - IVO FERREIRA
Graduando de Relações Internacionais
pela Escola Paulista de Política, Economia e Negócios do Campus Osasco, presta
homenagem à Unifesp pelo aniversário de 25 anos.
15 - CÁSSIO NASCIMENTO
Licenciado em Ciências com ênfase em
Matemática, pelo Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas do
Campus Diadema, fala sobre a Universidade Federal de São Paulo.
16 - VERÔNICA FERNANDES DE CAMPOS
Graduanda do curso médico pela Escola
Paulista de Medicina do Campus São Paulo, congratula a Unifesp pelos seus 25
anos.
17 - PROFESSORA BEBEL LULA
Deputada estadual, enaltece a
Universidade Estadual de São Paulo pelo aniversário de 25 anos.
18 - SORAYA SOUBHI SMAILI
Reitora da Unifesp, discorre sobre a homenagem,
prestada por este Legislativo, à Unifesp.
19 - PRESIDENTE TEONILIO BARBA LULA
Cumprimenta as autoridades presentes.
Agradece os deputados Enio Lula Tatto e Márcia Lula Lia, proponentes desta
sessão solene juntamente com este deputado. Elogia a atuação da Professora
Bebel Lula, deputada estadual e presidente da Apeoesp. Enaltece o presidente
desta Casa, deputado Cauê Macris, por não autorizar a homenagem ao ditador
Pinochet. Lembra trechos marcantes de pronunciamentos de ex-alunos da Unifesp, durante
esta homenagem. Rememora suas origens em Minas Gerais até a chegada em São
Paulo. Destaca sua responsabilidade em prestar esta homenagem a Unifesp.
Discorre sobre o seu histórico de vida e trabalho. Considera que o Brasil é
atrasado na área de ciência e tecnologia, quando se comparam os investimentos
feitos por países de primeiro mundo. Menciona projetos, de sua autoria, para
discutir a indústria e o enfrentamento à intolerância religiosa neste
Parlamento. Comenta sobre a situação da indústria de transformação hoje no
País. Defende a geração de empregos e renda para o desenvolvimento da economia.
Critica os projetos enviados pelo governador João Doria para aprovação nesta
Casa. Afirma que o modelo de governar de João Doria envolve a desestatização, a
privatização, a junção, a concessão e a extinção de empresas. Esclarece que o
debate principal neste momento, nesta Casa, é a reforma da Previdência
estadual. Lamenta que o projeto apresentado seja totalmente diferente do já
aprovado em Brasília, que considera ruim. Parabeniza a Unifesp pelos 25 anos.
Agradece todos os presentes. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.
* * *
- Assume a Presidência e abre a sessão
o Sr. Teonilio Barba Lula
* * *
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - SALVADOR GEORGE DONIZETI KHURIYEH - Sejam
bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Meu nome é Salvador
Khuriyeh.
É uma honra estar
aqui participando com vocês desta sessão solene. E, por iniciativa dos deputados
Enio Tatto; Teonilio Barba, que é o líder da Bancada do Partido dos Trabalhadores,
e da deputada Márcia Lia, nós daremos, então, início à sessão solene em
comemoração aos 25 anos da Unifesp, a Universidade Federal de São Paulo. Sejam
todas e todos bem-vindos.
Gostaria de chamar
para compor a Mesa o deputado estadual Teonilio Barba, que irá presidir a
sessão. Gostaria de convidar também, para participar conosco da Mesa, a professora
Dra. Soraya Soubhi Smaili, reitora da Unifesp, é uma honra tê-la conosco. Gostaria
de convidar também a professora Dra. Maria Aparecida de Andrade Morais Machado,
pró-reitora de cultura e extensão universitária, representando o reitor da USP,
professor Vahan Agopyan, é uma honra tê-la conosco. (Palmas.)
Gostaria de convidar o professor Dr.
Dácio Roberto Matheus, reitor da Universidade Federal do ABC, representando,
nesse instante, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais
de Ensino Superior – Andifes, uma honra.
Gostaria também de chamar para compor a
Mesa conosco a professora Dra. Marimélia Porcionatto, secretária regional da
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC. (Palmas.)
Eu gostaria de chamar para compor a Mesa
conosco também, o professor Dr. Newton Lima Neto, representando o reitor
Eduardo Antonio Modena, do Instituto Federal São Paulo, um prazer tê-lo conosco;
para a extensão da Mesa, eu gostaria de convidar também para participar conosco
o Dr. Nelson Sass, vice-reitor da Unifesp. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - TEONILIO BARBA LULA - PT
- Sob a sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos
trabalhos. Nos termos regimentais, a Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, minhas senhoras e meus
senhores, esta sessão solene foi convocada pelo presidente desta Casa, o
deputado Cauê Macris, atendendo à solicitação deste deputado, Teonilio Barba,
juntamente com o deputado Enio Tatto, deputada Márcia Lia, com a finalidade de
comemorar os 25 anos da Unifesp, Universidade Federal de São Paulo.
Convido a todos os
presentes para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro que
será executado pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a
regência do subtenente Eliseu, a quem quero, desde já, agradecer pela honrosa
presença.
*
* *
- É executado o Hino Nacional
Brasileiro.
* * *
O SR. PRESIDENTE - TEONILIO
BARBA LULA - PT
- Agradecer novamente a execução do Hino Nacional
Brasileiro pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, e um agradecimento
especial, em nome do tenente Eliseu, regente da banda. Muito obrigado.
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SALVADOR GEORGE
DONIZETI KHURIYEH - Gostaríamos de
registrar a presença das seguintes personalidades que se apresentam neste
cerimonial: gostaríamos de registrar a presença do Sr. Eduardo Minas,
secretário de Cultura do município de Diadema, representando o prefeito Lauro
Michels; Dr. Danilo Stanzani Junior, secretário de Saúde de São José dos Campos,
representando o prefeito Felicio Ramuth; o Sr. Alberto Alves Marques Filho,
secretário de Inovação e Desenvolvimento Econômico do município de São José dos
Campos; Sr. Jorge Taiar, secretário de Desenvolvimento Urbano do município de
Guarulhos, representando o prefeito Gustavo Henrique Costa.
Professor Dr. Otavio Luiz Rodrigues Junior,
membro do Conselho superior da Capes, representando o presidente Anderson
Correia; a professora Dra. Lúcia Yoshida, coordenadora geral de expansão e
gestão da Educação em Saúde, representando a diretoria de Desenvolvimento da Educação
em Saúde da secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação; Dr. Nacime
Salomão Mansur, superintendente de hospitais afiliados das Associação Paulista
para o Desenvolvimento da Medicina; Sr. Rodrigo Moraes, assessor especial de
São Paulo da Cinemateca Brasileira, representando o superintendente Roberto Barbeiro;
o Dr. Lauro Domingos Moretto, vice-presidente da Academia Nacional de Farmácia.
Eu preciso da lista
anexa, Flávia, para que eu possa fazer a leitura dos professores. Obrigado. Gostaria,
também, de saudar a presença da professora Dra. Isabel Marian Hartmann de Quadros,
pró-reitora de graduação; professora Dra. Lia Rita Azeredo Bittencourt, pró-reitora
de pós-graduação e pesquisa; professor Dr. Pedro Fiori Arantes, pró-reitor de
planejamento; professor Dr. Anderson da Silva Rosa, pró-reitor de assuntos
estudantis; professor Dr. Murched Omar Taha, pró-reitor de gestão com pessoas;
Sra. Tânia Mara Francisco, pró-reitora de administração; professora Dra. Andréa
Rabinovici, chefe de gabinete da reitora, e assessora do gabinete; professora
Dra. Ieda Longo Maugeri, superintendente de administração da reitoria.
Professora Dra. Beatriz Castilho, vice-diretora
acadêmica do campus São Paulo; professor Dr. Fúlvio Alexandre Scorza, vice-diretor
da Escola Paulista de Medicina; professora Dra. Janine Schirmer, diretora da
Escola Paulista de Enfermagem; professor Dr. José Roberto Ferraro, diretor
superintendente do Hospital Universitário; professor Dr. Odair Aguiar Junior,
diretor acadêmico do campus da Baixada Santista; professora Dra. Magali
Aparecida Silvestre, diretora acadêmica da Escola de Filosofia, Letras e
Ciências Humanas do campus de Guarulhos; professor Dr. Flamínio de Oliveira
Rangel, vice-diretor acadêmico do Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas,
do campus de Diadema.
Professora Dra.
Regiane Albertini de Carvalho, vice-diretora acadêmica do Instituto de Ciência
e Tecnologia do campus de São José dos Campos; professora Dra. Luciana Massaro
Onusic, diretora acadêmica da Escola Paulista de Política, Economia e Negócios,
do campus de Osasco; professor Marcos Xavier, coordenador da comissão de
implantação do Instituto das Cidades, do campus zona leste; e o Sr. Ricardo
Oliveira Anido, representando a secretária estadual de Desenvolvimento Econômico,
Patricia Ellen da Silva.
Gostaria, também, de
citar a presença do professor Dr. Álvaro Nagib Atallah, diretor do Centro
Cochrane do Brasil.
Gostaria de saudar a
presença de todos, pedir desculpa se, por um acaso, cometi equívoco na leitura
dos nomes. Vamos dar sequência, então.
Gostaríamos de fazer
o registro das seguintes mensagens: do senhor ministro de Estado da Educação,
Abraham Weintraub; Sr. ministro de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações,
Marcos Cesar Pontes; do governador do estado de São Paulo, João Doria; do Sr.
secretário da Educação do Estado, Rossieli Soares da Silva; do Sr. secretário
de Estado da Saúde, José Henrique Germann Ferreira; do Sr. secretário municipal
de Saúde, Dr. Edson Aparecido; do presidente do CNPq, professor João Luiz
Filgueiras de Azevedo; do presidente da Finep, General Waldemar Barroso Magno Neto;
da professora Dra. Wanda Aparecida Machado Hoffmann, reitora da Universidade
Federal de São Carlos e do reitor da Universidade Estadual de Campinas, professor
Dr. Marcelo Knobel.
Nesse instante, nós
iniciamos então a nossa sessão solene, e gostaríamos de solicitar à equipe
técnica que coloque, então, o vídeo, para que nós possamos assistir. O vídeo
institucional da Unifesp.
*
* *
- É exibido o vídeo.
*
* *
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SALVADOR GEORGE
DONIZETI KHURIYEH - Dando sequência à
nossa sessão, neste instante nós passaremos aos pronunciamentos. Gostaria de,
em princípio, para poder convidar para fazer o uso da palavra a professora Dra.
Maria Aparecida de Andrade Morais Machado, pró-reitora da Cultura e Extensão Universitária,
representando o reitor da USP, Vahan Agopyan. Por favor.
DRA. MARIA APARECIDA DE ANDRADE MORAIS MACHADO - Bom
dia a todos e a todas, professora Soraya, magnífica reitora da Unifesp.
Em nome do professor Vahan Agopyan, magnífico
reitor da Universidade de São Paulo, eu quero parabenizar a professora Soraya,
e todo o staff acadêmico, os estudantes, os professores, servidores técnicos e
administrativos da Universidade Federal de São Paulo, que, ao longo desses 25
anos, marcou com excelência - e agora já ramificaram em várias cidades do
estado de São Paulo - o ensino público gratuito.
E esse compromisso a
gente acompanha - eu mesma fiz alguns cursos na Unifesp, de extensão -, e a
gente pode perceber a característica inovadora, pelo menos na área da Saúde que
é a minha área, e a contribuição importante que essa Universidade faz não só
para São Paulo, não só para o Brasil, mas também para aqueles parceiros
internacionais que vocês têm.
Então, em nome da Universidade de São Paulo,
em nome do Sr. Vahan Agopyan, recebam os nossos cumprimentos, parabéns a toda a
equipe da Unifesp por esses 25 anos de contribuição significativa, não só para o
estado de São Paulo, mas para o nosso País.
Muito obrigada.
(Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SALVADOR GEORGE
DONIZETI KHURIYEH – Obrigado. Gostaria de
convidar para fazer o uso da palavra, convido para que faça uso do microfone da
Tribuna, o professor Dr. Newton Lima Neto, representando o reitor Eduardo
Antônio Modena, do Instituto Federal São Paulo.
DR. NEWTON LIMA NETO - Muito
bom dia a todas e todos. Quero cumprimentar os senhores parlamentares, na
pessoa do deputado estadual Teonilio Barba.
Agradecer, sem dúvida
nenhuma, essa iniciativa - nós, que somos coirmãos - de homenagear uma
instituição que é um orgulho para todos nós; cumprimentar a minha amiga, a
reitora Soraya Smaili. Na pessoa dos dois toda a Mesa, todo o corpo docente, discente
e técnico-administrativo da Unifesp.
Tenho aqui um duplo
papel: não posso renunciar a falar, também, da minha história junto com a
Unifesp. Porque eu era reitor da Federal de São Carlos em 1994, quando a UFSCar
se posicionou favoravelmente à criação da primeira universidade de campo no
Brasil, que era da área de Saúde: a transformação da nossa querida Escola Paulista
de Medicina em Unifesp.
Mas também aqui, com
muita honra, represento o meu reitor - reitor do Instituto Federal de São Paulo,
coirmão da Unifesp - professor Eduardo Modena que está com uma outra agenda, que
não foi possível modificá-la. Mas é muito com muito prazer que, na qualidade do
seu assessor, estou aqui hoje nessa dupla função que me alegra muito.
Logo depois, na minha
trajetória acadêmica, ainda tive o privilégio de conviver ainda mais com a Unifesp
que, como eu disse, eu vi nascer lá em 1994. Depois, me lembrei agora, que fui
presidente, Dácio, - a quem eu cumprimento, o reitor da UFABC - fui presidente
da Andifes nessa mesma oportunidade. Então eu vi nascer a Universidade da
escola, das duas escolas, a partir dessa dupla posição em que me encontrava.
Mas eu ia dizer que, logo depois, tive o
prazer de trabalhar diretamente com a Unifesp e com o Hospital São Paulo,
particularmente com o professor José Roberto - que foi anunciado, mas eu não consegui vê-lo
ainda, não sei se ele chegou -, mas quero dar um abraço nele, no Ferraro; e com
Soraya, reitora, na qualidade de presidente da Ebserh 2014/2015 - a rede de 50
hospitais do Ministério da Educação -, eu tive o privilégio de presidi-la.
E aí foi, pela
primeira vez, um trabalho muito direto de colaboração da empresa estatal do
governo federal com o nosso maior Hospital Universitário Federal, como bem apresentado
aqui no vídeo.
Toda essa trajetória,
do nascimento até este momento, passando por essa parceria da Ebserh com o Hospital
São Paulo só me fez, cada dia mais, me orgulhar dessa nossa instituição.
E isso se materializa
não só na parte acadêmica, como o Hospital Universitário, a formação de
residentes, médicos, enfermeiros, os profissionais da Saúde como um todo e,
logo depois, com a multiplicidade de outras áreas, na grande expansão
experimentada e conduzida tão brilhantemente, mais recentemente, pela Soraya.
Nós sabemos que é uma
instituição absolutamente comprometida com o desenvolvimento econômico-social
do nosso Estado e do nosso País. E os resultados mostram isso, e o
reconhecimento internacional também - nacional e internacional -, que
certamente a Soraya vai expressar no seu discurso.
Então, em nome do
nosso reitor, magnífico reitor do Instituto Federal, Eduardo Modena, e de toda a
nossa comunidade, eu estou aqui para transmitir a palavra que ele te escreveu,
Soraya, na mensagem: “A Unifesp é um orgulho para todos nós, e esse jubileu de
prata, esse momento da sua história, dessa sua trajetória mais recente,
comprova a excelência do trabalho e o enorme compromisso que a Unifesp tem”.
Quero insistir - e
desculpe retomar - o enorme compromisso que a instituição tem com os valores da
excelência acadêmica, e com os valores da construção de uma sociedade
brasileira mais justa, igual e soberana. Parabéns Unifesp, nosso orgulho.
Muito obrigado.
(Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SALVADOR GEORGE
DONIZETI KHURIYEH – Obrigado, professor Newton.
Gostaria, neste instante, de convidar para fazer o uso da palavra o reitor da
Universidade Federal do ABC, representando a Associação Nacional dos Dirigentes
das Instituições Federais de Ensino Superior, a Andifes, o professor Dr. Dácio
Roberto Matheus, com a palavra.
Dr. Dácio Roberto Matheus -
Bom dia a todas e todos. Eu quero cumprimentar o deputado Barba, em nome de
quem parabenizo esta Casa pela iniciativa na homenagem à nossa Unifesp, e
cumprimento todos os demais parlamentares.
Queria, em nome da
nossa magnífica reitora, e amiga, Soraya Smaili, cumprimentar os demais membros
à Mesa, e também toda a comunidade da Unifesp de docentes, técnico-administrativos,
e corpo discente.
Eu estou aqui numa
dupla função também: como reitor da Universidade Federal do ABC, coirmã mais
jovem da Unifesp, mas também trazendo os cumprimentos da presidência da Associação
Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior. Quero
trazer o abraço pessoal do professor João Salles, reitor da Federal da Bahia -
o nosso atual presidente -, me ligou ontem no fim da tarde e reiterou o pedido
de representação. Mas, sobretudo, de trazer um abraço carinhoso para toda a
comunidade da Unifesp.
Falar da Unifesp, na
verdade, não é desnecessário no momento em que nós estamos. Talvez, para essa
plateia, sim, que se dirigiu até esta Casa nesta manhã, para dedicar parte do seu
tempo para essa comemoração, talvez as palavras possam ser desnecessárias.
Porque, sem dúvida
nenhuma, a instituição está no coração de cada um, e cada uma de nós aqui presentes,
o que nos movimentou até esta nossa cerimônia.
Mas, sem dúvida nenhuma, falar da Unifesp é
falar de uma das mais importantes universidades brasileiras, que contribui,
como bem disse o Newton, sobremaneira para o desenvolvimento econômico e social
do nosso estado de São Paulo, e do nosso País.
Mas, neste momento, é
estar homenageando uma das representações das universidades públicas gratuitas e
de qualidade, que está sendo questionada no nosso País com muita desinformação,
com muita informação distorcida acerca do papel do ensino, da pesquisa e da
extensão que é realizada por todas as universidades neste País.
A Universidade
Federal de São Paulo contribui significativamente para o desenvolvimento da
pesquisa científica do nosso País, e juntamente com as coirmãs estaduais,
sobretudo as paulistas, mas não apenas, hoje nós temos a possibilidade de ver,
prosperar e interiorizar o ensino superior brasileiro nas últimas décadas.
E que não é insignificante,
pelo contrário, hoje, o ensino superior está nos mais profundos rincões do
Brasil e do estado de São Paulo, com a ação coordenada dos institutos federais,
das universidades federais e estaduais nós chegamos em lugares onde, antes, não
chegávamos.
Onde não se tinha oportunidade
de ensino superior garantindo educação de qualidade e, sobretudo, mudança no
padrão de vida das pessoas nas nossas comunidades.
A Unifesp, quase centenária,
comemora 25 anos. Na verdade, é a marca de uma instituição que, contradição,
sabe e tem sabido se renovar, tem sabido se reinventar e se atualizar fazendo-se
presente, nos dias de hoje, com altíssima qualidade. E, para a nossa felicidade,
amanhecemos - você vai com certeza destacar - com mais um reconhecimento
internacional, no “Times Higher Education”, de melhor instituição em Saúde e Educação
no Brasil.
Para nós é um grande orgulho poder dividir
esse dia de comemoração, de homenagem, mas, sobretudo, de reconhecimento do
papel da nossa Universidade Federal de São Paulo.
Mas também da sua
equipe diretiva, da sua equipe de professores, de técnicos administrativos e de
alunos que contribuem sobremaneira para o desenvolvimento do ensino superior,
da ciência e da tecnologia no Brasil.
Parabéns a Unifesp,
como disseram outros, orgulho para todos nós: paulistas e brasileiros.
Muito obrigado.
(Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SALVADOR GEORGE
DONIZETI KHURIYEH - Muito obrigado, professor
Dácio. Gostaria de convidar agora para fazer o uso da palavra a secretária regional
da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, professora Dra. Marimélia
Porcionatto.
A SRA. MARIMÉLIA APARECIDA PORCIONATTO - Bom
dia, em nome da SBPC eu gostaria de passar, transmitir os meus parabéns para a professora
Soraya por esses 25 anos da Unifesp e também agradecer ao deputado Barba e aos
demais deputados, por terem propiciado esta homenagem tão generosa e tão
agradável, para nós que somos da Unifesp.
Porque eu também
estou aqui, como os dois que me antecederam, com um duplo papel: eu sou
secretária regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, mas eu
também sou egressa da Escola Paulista de Medicina e sou docente da Unifesp, e é
impossível não me emocionar.
Numa outra cerimônia
que nós tivemos, eu também me emocionei muito. E é impossível não me emocionar
e ficar lembrando esses dias, de ter acompanhado, porque a minha graduação foi
quando era, ainda, a Escola Paulista de Medicina, uma escola isolada que tinha,
no ponto de vista de pesquisa e pós-graduação, éramos uma escola da área da Saúde,
das ciências biomédicas, das ciências biológicas básicas.
E ver o crescimento
que a Unifesp conseguiu nesses 25 anos, e hoje somos, como também o professor
Dácio colocou, reconhecidos internacionalmente como a melhor universidade brasileira
na área da Saúde.
Mas, além de todo esse
envolvimento na área da Saúde, ainda a Unifesp conseguiu, com a expansão em
2006, um crescimento e uma abrangência maior e hoje nós temos pesquisadores trabalhando,
virtualmente, em todas as áreas do conhecimento.
Continuamos os
estudos celulares e moleculares das áreas básicas, mas temos também o Instituto
do Mar, que estuda questões referentes aos oceanos e ao meio ambiente; temos no
campus Diadema, as áreas da química; São José dos Campos, nas áreas de engenharia
e matemática, ciência da computação; Guarulhos nas ciências humanas; Osasco,
nas ciências sociais e aplicadas.
Enfim, a Unifesp
conseguiu, nesse pequeno espaço de tempo - se a gente for pensar que 25 anos, de verdade,
é um espaço bastante curto -, nós conseguimos essa expansão com muita união e
com muita perseverança de vários docentes, estudantes e servidores que sempre
batalharam para que a Universidade fosse, de verdade, uma universidade ampla no
seu sentido completo.
E com ações que são
socialmente referenciadas e que tem sempre, acho que talvez uma das principais
características da Unifesp seja essa, independentemente, - estou falando muito
mais da área da Ciência, Tecnologia e Inovação, até por conta do meu papel aqui,
como representante da SBPC.
Mas sempre há essa
preocupação de que a pesquisa desenvolvida na Unifesp seja uma pesquisa que
tenha um importante impacto social, que tenha relevância, que vá melhorar a
vida das comunidades, em especial as comunidades mais próximas da nossa
instituição.
Então, tendo dito
isso, eu transmito então novamente os parabéns do professor Ildeu, presidente
da SBPC e os demais membros da diretoria e de todas as secretarias regionais.
Então os meus parabéns, e vamos em frente.
Obrigado. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SALVADOR GEORGE
DONIZETI KHURIYEH - Muito obrigado,
professora Marimélia. Gostaria, neste instante, de convidar para falar o vice-reitor
da Unifesp, professor Dr. Nelson Sass.
O SR. NELSON SASS - Bom
dia a todas e todos. É realmente um momento de muita emoção pessoal e na minha
posição, que eu considero um privilégio. E, evidentemente, falar alguma coisa,
considerando aquilo que foi dito antes, realmente é bastante desafiador.
Eu gostaria, inicialmente,
de agradecer ao deputado Teonilio Barba, grande iniciativa de presidir a nossa Mesa
e estendendo a todo o corpo de parlamentares desta Casa; o professor, perdão, o
deputado Enio e a deputada Márcia Lia e agradecer por esse momento muito
importante aqui.
Gostaria também de cumprimentar aqueles que
apoiam sobremaneira toda essa estrutura que chega nesse ponto; gostaria também
de, antes de ressaltar essas posições, digamos assim, também agradecer as
palavras extremamente encorajadoras.
Gostaria de
cumprimentar, através do professor Dácio, o nosso sistema de universidades
federais, que são 63 universidades aqui representando a Andifes, sempre com
palavras extremamente preciosas e encorajadoras; professor Newton, representando
o Instituto Federal.
E também dizer que esse é um momento em que,
evidentemente comemorando a Unifesp, mas ele comemora o sistema de
Universidade, como já foi dito, de Universidades como um todo. Num país como o
nosso, com tantas diferenças regionais, com tantas singularidades, esse é um
sistema absolutamente essencial para o nosso desenvolvimento.
Eu gostaria também de
cumprimentar a professora Marimélia, que falou em nome da Ciência brasileira,
num momento que sempre é - às vezes -, desalentador. Mas, por outro lado, acho
que ele tem que ser visto como uma grande oportunidade, é uma situação de
bastante desafio, digamos assim.
Bom, eu gostaria de,
como vice-reitor, agradecer muito. É um momento de congratulações, mas de
agradecimento a todos aqueles que, em última análise, fazem a diferença nesta Universidade.
Então eu, neste
momento, tenho o privilégio de estar fazendo parte da gestão como vice-reitor,
junto com a professora Soraya, celebrando o jubileu dessa Universidade que eu
também vi nascer.
Sou egresso da Escola
Paulista de Medicina, e tive, como já foi dito anteriormente, a oportunidade de
ver nascer, a partir da Escola Paulista de Medicina, essa Universidade, com
todas essas realizações que estamos sendo testemunhas ao longo de todo esse
tempo.
Mais do que comemorar,
esse é o momento de gratidão desta Casa e de reconhecimento para com a Unifesp,
do seu protagonismo, do ponto de vista da sua inserção dentro da nossa
sociedade e que começou, inicialmente, no campus que a gente chama da Vila
Clementino, que hoje é o campus São Paulo, e que sedia as duas unidades: a
Escola Paulista de Medicina e a Escola Paulista de Enfermagem.
E que, hoje, se
estende por vários municípios do estado de São Paulo, dentro desse processo de
extensão dessas cinco unidades.
Enfim, desses cinco
campi distribuídos nessa região de São Paulo e com características singulares, do
ponto de vista daquilo que se produz, em termos de conhecimento e de formação.
E também, gostaria neste momento, eu não posso deixar de agradecer a todas as
categorias de colaboradores.
Uma imensa
colaboração dentro da Universidade, em todas as suas unidades, em todos os
postos de trabalho, independentemente da sua categoria e que faz um
entrelaçamento harmonioso, a cada dia, e que resulta nesse notável acervo de
conquistas relativas à formação acadêmica diferenciada em todas as áreas de
atuação.
Quer dizer, a Escola Paulista de Medicina e de
Enfermagem com uma história, já, quase centenária - ela é de 85 e 80 anos -,
mas os campi com pouco tempo de desenvolvimento já mostram, realmente, uma atuação
extremamente diferenciada e não só do ponto de vista de formação de pessoal
altamente qualificado.
Ser, hoje, um egresso
da Universidade Federal de São Paulo é uma grife importante do ponto de vista
de reconhecimento do mercado, porque sabe que está diante de alguém que recebeu
qualificação e formação diferenciada; mas também do ponto de vista das
conquistas científicas, que a gente pode dizer, hoje reconhecidas em escala global.
Então é por isso que
a Unifesp, hoje, é uma Universidade reconhecida em escala internacional. Certamente
a professora Soraya vai aprofundar sobre isso, aliás são informações
extremamente recentes, e que colocam a nossa Universidade dentro de um ranqueamento
internacional, aliás, em todos os rankings.
Mas talvez em escala
mundial é a posição da Universidade mostrando que está avançando, quando se
compara com instituições praticamente milenares, isso realmente é o motivo
absolutamente importante.
E é importante da ressaltar que, nesse
ranqueamento, a própria “Times Higher Education” entende que a Universidade -
ou nomeia a Universidade Federal de São Paulo - em uma posição extremamente
importante, do ponto de vista de inovação social. Isso acho que é muito
importante, considerando a nossa realidade, considerando o continente onde nós
estamos, e um país-continente em que nós vivemos.
Então, tudo isso em
25 anos eu diria que não é nada mal. E, por isso, como volto a dizer, um aluno
egresso de 1982, - aliás, quando eu terminei a minha formação, em 1983, a
Escola Paulista de Medicina fez 50 anos, não é? - eu tenho um enorme orgulho de
ser Unifesp, todos somos Unifesp, e somos uma universidade pública que se
alinha com as demandas de nossa sociedade.
Entendo que ela não vê
a formação simplesmente como uma questão mercantilista, do ponto de vista de
apenas uma profissão, mas de cidadãos que sabem inserir a sua qualificação
profissional dentro dessa realidade social.
E eu diria que o que
está acontecendo e essa celebração, ela de alguma forma realinha que não existe
outro caminho para o País e para o progresso humano de forma geral, que não
seja através da Educação; então não há outro caminho que não seja a Educação
para o progresso humano em escala global.
E, principalmente,
num país como o nosso, com tamanhas diferenças, as diferenças são absolutamente
devastadoras em relação às questões sociais, volto a dizer.
Então, por isso, nós
estamos aqui para reverenciar. E aqui reverenciando também os nossos pioneiros,
que trabalharam duro para que a gente chegasse até aqui.
Essa representação
desse pioneirismo, estou vendo aqui o professor Ricardo Smith, gostaria, com
muita honra, de tê-lo aqui; e do meu querido professor Álvaro Atallah. Pioneiros,
enfim, professores docentes, extremamente importantes da Escola Paulista de
Medicina, e que nos permitiram chegar onde estamos.
E eu gostaria de
dizer que, quando nós fizemos a composição da nossa “chapa”, digamos assim, o
nome é “Unifesp em Movimento”. Não é professora, Soraya? Gostaria dizer que nós
estamos continuando em movimento, e a gente não pretende parar e a gente
gostaria, muito pelo contrário, de perenizar essa vocação dessa Universidade
para sempre.
Eu agradeço essa
oportunidade, muito obrigado a todos. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SALVADOR GEORGE
DONIZETI KHURIYEH - Muito obrigado, Dr.
Nelson. É importante informar antes da próxima etapa da nossa sessão, que essa
sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp. E gostaria, nesse
momento, de convidar estudantes e egressos das escolas e dos institutos da
Unifesp para prestar seus depoimentos sobre a sua experiência acadêmica nessa
instituição.
E, para tanto,
gostaria de convidar nesse momento, para prestar depoimento, a mestre Flávia
Cristiane Kolchraiber, enfermeira, doutoranda pelo programa de pós-graduação da
Escola Paulista de Enfermagem, mestre em saúde coletiva e especialista em saúde
da família e comunidade. Por favor, Flávia, com a palavra.
A SRA. FLÁVIA CRISTIANE KOLCHRAIBER - Bom
dia a todos e todas. É uma emoção estar aqui, eu estou tremendo. Bom, para não
tremer tanto eu escrevi um depoimento:
Primeiramente eu gostaria de agradecer esta
oportunidade de estar celebrando os 25 anos da Unifesp aqui nesta Casa, é uma
alegria poder compartilhar com vocês o que essa Universidade promoveu na minha
vida. No meu caso, são 20 anos de graduação até o doutoramento, apesar dessa
carinha de 19.
Passando por momentos
inesquecíveis dentro da sala de aula como estudante, aliás, eternamente
estudante, e também como educadora; e quando me questionei sobre o que a Universidade
me proporcionou, veio uma avalanche de pensamentos, e uma frase de um ser
humano incrível, que tem sido referência na minha vida para responder várias
questões: “Não sei, só sei que foi assim”– Ariano Suassuna sempre me ajuda a
responder minhas inquietações.
Mas, de fato, eu sei,
talvez eu não consiga descrever todas as coisas que a Universidade me promoveu,
mas algumas são bem concretas, ou talvez orgânicas, essas são traduzidas em
aprendizagens.
Se tem alguma coisa
que aprendi dentro dessa Universidade, foi a fazer amigos e amigas, alguns que
escolhi para serem família; outros que nos encontramos e desencontramos; salve
a 57; outros que surgiram em diferentes momentos na passagem da minha vida.
Mas, passando para um
outro foco no processo de ensino-aprendizagem da academia, talvez essa coisa
mais dura, ou tensa, ou densa, como a gente às vezes sente na universidade,
algo que essa Universidade me proporcionou foi o aprender a aprender.
Devo isso muito às
professoras e aos professores, e os educadores e educadoras da Escola Paulista
de Enfermagem, grandes mestres; esse espaço me proporcionou momentos de
reflexão sobre a minha própria aprendizagem, e foi a partir desse aprender a
aprender que aprendi a questionar.
Questionar o que está
posto - o que estava e o que está posto -; questionar posicionamentos;
questionar realidades, a dureza e a leveza do mundo; questionar em busca da utopia,
na busca das melhores perguntas que me ajudassem a trazer as melhores respostas
para transformar realidades.
E, nesse espaço universitário,
de muitos contrastes e diferenças, aprendi a olhar para os lados, perceber o
espaço e as pessoas; a questionar as mesmices e me inquietar com perguntas não
respondidas, ou com perguntas feitas pelos mesmos, com perguntas não realizadas.
E isso me impulsionou a refletir sobre
questões de gênero; de raça; de etnia; relações de poder; relações de questões
que seguem me incomodando quando olho para a Universidade, mas que, diferente
de 20 anos atrás, já vemos mudanças mais enraizadas, mudanças abraçadas, e isso
me alegra muito.
E, como diz Bell Hooks:
“Os estudantes estão ansiosos para derrubar os obstáculos do saber. Para isso,
precisamos reconhecer a nossa cumplicidade, e aceitação de todos os tipos de
parcialidade e preconceito”.
Nesse caminho de
aprendizagem, ou melhor, nesse caminho “humanizatório” que a universidade tem
potencial para proporcionar, garantir o respeito e a promoção da diversidade é
dever para o desenvolvimento de uma sociedade mais empática e, por que não,
mais compassiva. Que possamos garantir esse caminho por mais 25, 50, 100 anos.
Parabéns, Unifesp,
obrigada. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SALVADOR GEORGE
DONIZETI KHURIYEH - Muito obrigado à Flávia.
Gostaria de convidar para prestar o seu depoimento neste instante, a Dra. Laís
Vales Mennitti, graduada em nutrição e doutora em ciências pelo Instituto Saúde
e Sociologia do campus Baixada Santista. Desculpa pelo engano, eu disse Instituto
Saúde e Sociologia, é Instituto Saúde e Sociedade do campus Baixada Santista. Com
a palavra, Dra Laís.
A SRA. LAÍS VALES MENNITTI - Olá,
bom dia a todos! É uma honra para mim estar aqui hoje representando os
estudantes da Unifesp Baixada Santista, nesta celebração dos 25 anos da
Unifesp.
A Unifesp da Baixada
Santista entrou na minha vida no início da minha graduação em nutrição, em 2008,
e ela manteve-se presente até a obtenção do meu título de doutorado em ciências,
no início deste ano.
Nesses anos de
parceria, a Unifesp permitiu que eu vivenciasse momentos incríveis e
transformadores, um desses momentos aconteceu em 2015, no qual o meu projeto de
doutorado foi premiado em um importante prêmio internacional e, com esse prêmio,
eu tive a oportunidade de ir até a Holanda e conhecer um importante centro de
pesquisa.
E, além disso, eu
tive a oportunidade de fazer a minha primeira viagem internacional, de fazer a minha
primeira apresentação científica fora do País, fora do Brasil. Depois dessa
viagem, eu tive também a oportunidade de representar a Unifesp em outros
eventos internacionais, em diferentes países.
Além disso, a Unifesp
também foi muito importante para mim quando, em 2018, eu tive a oportunidade de
fazer o meu doutorado sanduíche na Universidade de Cambridge na Inglaterra, uma
das melhores universidades do mundo e, para mim, essa experiência foi uma das
mais marcantes, e mais extraordinárias da minha carreira e da minha vida
pessoal também;.
Além disso, foi por
meio da Unifesp Baixada Santista, que eu também tive a minha contribuição
científica reconhecida pelo Consu em 2018, e me alegra muito essa notícia.
Bom, é uma honra
fazer parte da Unifesp Baixada Santista, é uma honra estar aqui hoje celebrando
os 25 anos da Unifesp. E eu espero, um dia, que meus alunos se inspirem em mim,
da mesma forma que eu me inspirei nos grandes mestres da Unifesp, e me inspiro
até hoje. A minha carreira, hoje, permanece pautada na pesquisa científica, e
eu espero poder representar a Unifesp por muitos anos ainda.
Muito obrigada.
(Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SALVADOR GEORGE
DONIZETI KHURIYEH - Muito obrigado Dra.
Laís. Gostaria de convidar para prestar o seu depoimento, neste instante, a
cientista tecnológica e engenheira biomédica, Thabata Ganga, graduada pelo
Instituto de Ciência e Tecnologia do campus São José dos Campos e diretora
tecnológica do Ecoar, empresa de educação tecnológica instalada no Cietec da
USP e parceira do MCTIC. Com a palavra, Thabata.
A SRA. THABATA GANGA - Bom
dia a todos, é uma honra estar aqui hoje. E, para prestar esta homenagem para a
Unifesp eu vou contar um pouco sobre a minha história e a minha experiência com
essa Universidade, que eu amo tanto.
A minha experiência
com a Unifesp começou quando eu tinha 12 anos. Apesar de ter me formado em São
José dos Campos, eu cresci no bairro, na região do bairro dos Pimentas, em
Guarulhos e, quando eu tinha 12 anos, apesar do asfalto e do esgoto ainda não
ter chegado no meu bairro, a Unifesp já tinha chegado.
E anos depois eu tive
o privilégio de ser a primeira pessoa da minha família a entrar numa
universidade federal, quando eu ingressei no bacharel em Ciências e Tecnologia
e anos depois, eu também tive a oportunidade de ser a primeira engenheira da
minha família, tive a oportunidade de fazer um curso interdisciplinar.
Então eu aprendi a
importância de se fazer ciência e tecnologia para a sociedade: além de só fazer
um braço robótico, é entender por que você tem que fazer um braço robótico. E
essa foi a maior lição que essa Universidade trouxe para mim e, dentro dela, eu
tive a oportunidade de ser também a primeira mulher coordenadora geral do
centro acadêmico, meses depois, vi a Soraya ser a primeira reitora, trazendo uma
Universidade de fato plural e democrática.
E o Mão 3D tive uma experiência de a gente
criar um programa de extensão, também; de participar da criação de um projeto
de extensão que leva a tecnologia para a sociedade de fato, fazendo próteses
para crianças; de trabalhar com ciência e tecnologia na área de direitos
humanos, que é algo que ninguém imagina que pode ser feito, mas nós fizemos
dentro do CAF, num projeto em parceria com Oxford.
E tudo isso foi a
bagagem que me deu a coragem de, neste ano, criar e fundar uma empresa aqui no
Brasil, que é a Ecoar – Tecnologia Educacional. E, nessa empresa, a gente está
levando um pouco dessa interdisciplinaridade, através de centros de tecnologia
social para o resto do Brasil. Hoje, eu posso falar, com orgulho, que somos uma
empresa parceira do Ministério de Ciência e Tecnologia, e espero poder levar um
pouco da Unifesp para o Brasil inteiro.
Obrigada a todos. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SALVADOR GEORGE
DONIZETI KHURIYEH - Muito obrigado,
Thabata. Eu gostaria, dando sequência neste instante, de convidar para prestar
o seu depoimento a pedagoga Paula Aparecida Vieira Geraldelli, graduada pela Escola
de Filosofia, Letras e Ciências Humanas do campus Guarulhos e professora de
Educação Infantil da rede municipal de Guarulhos. Com a palavra, Paula.
A SRA. PAULA APARECIDA VIEIRA GERALDELLI - Bom
dia a todos e a todas. É uma emoção muito grande estar aqui falando um pouco da
nossa experiência nessa Universidade. Eu agradeço o convite para representar o
campus Guarulhos, que tem um espaço muito importante na minha vida formativa,
cumprimento as autoridades, os membros da Unifesp e os demais presentes. Vou
ler, porque eu estou um pouco nervosa.
Eu sou professora da
rede municipal de Guarulhos desde o ano de 2004, eu não tinha formação
específica na área da Educação na época, porque eu negava a pedagogia, eu
achava que, para atuar com crianças pequenas, não tinha a necessidade do curso
de pedagogia.
Eu negava a pedagogia,
mas eu nunca neguei a universidade pública, sempre desejei estudar na
universidade pública, desde que eu terminei o Ensino Médio, foram longos anos
prestando vestibular para as universidades do estado de São Paulo na área de
enfermagem: a Unifesp, a USP, a UFSCar, a Unesp.
Mas, foi no ano de
2007, que eu consegui ingressar na Universidade Federal de São Paulo, no campus
Guarulhos. E eu tenho aquela emoção até hoje, do meu primeiro dia de aula com o
professor Marcos César, porque foram longos anos tentando e ali o meu desejo
estava sendo real.
Quando eu me tornei
trabalhadora da Educação, eu vi a importância de um pedagogo e foi no curso de
pedagogia da Unifesp que as minhas práticas foram fundamentadas e confirmadas:
nas disciplinas de fundamentos teóricos práticos, aprendi a importância de
considerar os conhecimentos prévios dos meus educandos.
Na disciplina de
avaliação, aprendi que o processo avaliativo faz parte do processo de
ensino-aprendizagem; na unidade curricular Introdução ao Campo da Educação, eu
descobri o papel do pedagogo e a importância desse profissional no
desenvolvimento da primeira infância, bem como as séries iniciais do Ensino Fundamental.
A Universidade
Federal de São Paulo me formou para atuar na Educação pública. Com o seu
programa de estágio, a residência pedagógica, o docente fica imerso ao universo
escolar e essa imersão promove uma riquíssima construção de conhecimento da
dinâmica escolar.
Além disso, esse
programa promove uma formação de excelência para os professores das escolas públicas
do entorno da Unifesp. Eu costumo dizer que se o campus de Educação fosse sido criado
na Avenida Paulista, ele não teria o mesmo papel do que na periferia, o lugar
dele é lá na periferia, a universidade precisa se apropriar dos diversos
territórios, com suas diferentes estruturas físicas, sociais e culturais.
A Unifesp me tornou
uma professora melhor, me tornou uma melhor pesquisadora e para além, promoveu o encontro com pessoas muito
especiais: os professores da Unifesp, além das minhas grandes companheiras, com
as quais partilhei diversos momentos de angústias, conquistas, e o principal,
que é acreditar e insistir no potencial de nossos educandos.
Tenho uma amiga que
diz: “Os melhores professores estão na Rede Pública de ensino”, e eu acredito,
e a Unifesp contribui muito para isso. Grande parcela dos meus colegas de turma
atua na rede pública, tanto estadual quanto municipal, todos os dias a gente
sempre lembra de alguma coisa: do trabalho, dos filhos, da pesquisa.
E eu, em todos os
dias da minha vida, lembro que tive a oportunidade de estudar na Unifesp, de
tão significante que foi para mim, significativo.
Por essa razão sou
defensora da universidade pública, dos programas de permanência estudantil, da
pesquisa, sou defensora de extensão, da educação pública gratuita, laica e de qualidade.
Porque é um direito e é o lugar de esperança para muitas pessoas, assim como
foi para mim.
Sou fruto da Educação
pública, desde a educação infantil ao ensino superior; sou fruto das políticas
públicas de expansão das universidades federais, feitas por um governo
progressista.
Por isso, em tempos
de desmonte, temos que ser resistência e proteger o bem maior da Nação, porque Educação
é investimento, principalmente em um país subdesenvolvido, em que a
desigualdade é notável a cada esquina.
Tenho muito orgulho
do diploma que possuo, tenho consciência da minha prática, embasada na minha
formação de excelência. Por isso, eu desejo vida longa à Universidade Federal
de São Paulo, vida longa à Educação pública, gratuita, laica e de qualidade.
(Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SALVADOR GEORGE
DONIZETI KHURIYEH - Muito obrigado pelas
palavras, Paula. Dando sequência, eu gostaria de convidar para prestar o seu
depoimento o estudante Ivo Ferreira, graduando de relações internacionais pela
Escola Paulista de Política, Economia e Negócios, do campus Osasco. Com a
palavra, Ivo, fique à vontade.
O SR. IVO FERREIRA - Bom
dia a todos, e cumprimento a Mesa em nome da professora Soraya, um forte abraço.
E, primeiramente eu
gostaria de agradecer a professora Luciane e o professor Julio, por terem feito
esse convite a mim, para estar aqui representando o campus Osasco, fico
extremamente honrado.
Gostaria de agradecer,
também, aos responsáveis por esta sessão solene que - a fim de homenagear os 25 anos da Universidade
Federal de São Paulo - num momento de descaso e negligência com a universidade
pública, gratuita e de qualidade, todos esses atos que enalteçam a universidade
são essenciais e, por isso, fica o meu agradecimento.
E aproveito, também,
para dizer que as minhas poucas palavras vão mais ou menos nesse sentido e
espero retribuir as outras belas palavras que já vieram antes. Eu entrei na
Unifesp, no campus Osasco, que também é conhecida como a Escola Paulista de Política,
Economia e Negócios, em 2016, no curso de Relações Internacionais, estou
terminando neste ano.
E minha vivência e
experiência nesses quase quatro anos de Universidade o que mais me marcou na
Unifesp, na universidade pública, foi como ela não se limita apenas a uma
mecanização do conhecimento; que como a universidade pública é sim uma
composição de espaços de sociabilidade, de uma vida própria e carregada de
emoções.
E dessa maneira, como
todo espaço social, a universidade pública carrega momentos de tristeza,
alegria, desânimo e entusiasmo. Mas que, no fim, a articulação entre os três
pilares: a pesquisa, o ensino e a extensão, bem como o conjunto de práticas,
debates e movimentos que estão inclusos no dia a dia, possibilitam e favorecem
a formação de indivíduos humanizados, de seres preocupados com o social e com a
intencionalidade de mudanças no quadro da vida das pessoas.
A Unifesp, se insere
nesse meio, os 25 anos mostram isso: a preocupação em intervir nos meios
sociais; a preocupação na inovação social, de políticas públicas tem sido a
marca registrada da Federal de São Paulo e fico feliz em dizer que faço parte
disso. É de extrema urgência a defesa da Educação, de uma educação
humanizada e voltada em transformar pessoas, muito mais do que somente a
transferência de conteúdo.
O cenário de destruição, desmantelamento,
ameaças, difamações e corte de verbas que o Governo atual promove às
universidades é preocupante e demonstra que o pensamento autônomo, crítico e
socialmente referenciado é o inimigo.
A Unifesp, por
exemplo, tem seu significativo avanço que logrou no decorrer desses 25 anos,
ameaçado. O cenário futuro sem verbas para o pleno funcionamento de ensino,
pesquisa e extensão impossibilita os impactos sociais, políticos, culturais e econômicos;
como também a produção de conhecimento rigorosos nas diversas áreas do saber,
no qual estão colocados numa proposta de universidade.
Outro exemplo, é o
não envio de verbas, por parte do Governo, para a construção do prédio do
campus novo da Unifesp lá em Osasco, impedindo uma estrutura condizente com o
espírito a Universidade.
Por outro lado, essas
práticas por parte deste Governo demonstraram também, de certa forma, o projeto
de país baseado na intolerância, no racismo, na misoginia, na homofobia, no ódio,
destruições ambientais, e políticas de morte ou negligência com a ciência e
tecnologia. Práticas essas contrárias ao modelo emancipador que está posto no
horizonte da Educação.
Por fim, cabe a luta e mobilização pela defesa
da Educação, das práticas emancipadoras e de transformações dos indivíduos, dos
ambientes de sociabilidade solidário, de impactos e mudanças na vida das
pessoas.
Uma luta por uma universidade
diferente desta que o Governo quer implantar, pois o futuro nos pertence, e
para que nele possamos comemorar muitos outros anos da Universidade Federal de
São Paulo. Parabéns pelos 25 anos.
É isso, obrigado.
(Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SALVADOR GEORGE
DONIZETI KHURIYEH - Muito obrigado, Ivo. Convidamos
para prestar o seu depoimento neste instante, o estudante egresso Cássio
Nascimento, licenciado em ciências, com ênfase em matemática, pelo Instituto de
Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas do campus Diadema. Com a palavra, Cássio.
O SR. CÁSSIO NASCIMENTO - Bom
dia a todos e todas. À magnífica reitora Soraya Smaili; ao deputado Barba; à
minha professora querida Lídia Azales; ao Flamínio de Oliveira Rangel, professores
doutores.
A minha experiência na universidade pública é
uma experiência que, eu aprendi na Unifesp, não é uma conquista minha, é um
direito. E eu agradeço muito a Unifesp por estar inserido nesta tradição de 25
anos, que não é fácil uma universidade pública resistir a esses desmontes que
não é um momento, é um projeto. E a gente atua contra esse projeto,
principalmente em Diadema.
Em Diadema, a gente está
ali no ABCD, naquela região de lutas históricas, naquela região muito
importante para o estado de São Paulo que, apesar de ser uma região pobre, tem
estudantes, tem pessoas, tem cidadãos que querem ser respeitados.
E isso é muito
importante a gente afirmar, no dia de hoje, que aqui é um espaço de luta também,
apesar do formalismo dos 25 anos, aqui é um espaço que a gente está colocando -
no meu caso como estudante - as nossas dificuldades, angústias e conquistas.
São 25 anos. Eu espero que nos próximos 25
anos, a Unifesp não seja apenas alguns estudantes premiados que conquistam, mas
que seja o corpo da Unifesp que esteja aqui.
E que essa
democratização do ensino seja uma coisa mais comum, que a gente fale dessa luta
como algo do passado, que depois dos 25 anos, a gente possa falar assim: “Olha,
a universidade realmente tem uma democratização, todo mundo que quer estudar
pode entrar na universidade pública: pode ser médico, pode ser engenheiro, pode
ser mestre, doutor e pós-doutor e professor dessa instituição”.
Então, espero que nos
próximos 25 anos, a gente venha aqui comemorar novas caras, novos rostos e novas
possibilidades que essa Universidade pode criar para nós.
A minha trajetória na
universidade pública, eu estudei no IF, o Instituto Federal de São Paulo. E
Nilton Lima não está mais aí, não é? Dá um abraço para ele. Eu estudei no IF,
estudo na Unifesp e gosto muito fazer parte dessa Universidade, que é uma
universidade que tem um foco muito forte na questão da pesquisa, ensino e
extensão e que colabora para que a gente consiga entender qual é o nosso papel
na sociedade.
Não é apenas um papel
mercadológico, o nosso papel de cidadão. E, como cidadãos ou cidadãs, nós temos
o dever de retribuir para essa universidade pública o que a gente adquire
dentro dela. Porque, também, a gente não pode entrar numa universidade pública
e, ao sair da universidade pública simplesmente vender a nossa mão de obra para
o mercado de trabalho.
A gente não pode
fazer isso. A gente tem que sair com a consciência de que a gente teve um ensino
público, gratuito e de qualidade e reverter isso para a nossa sociedade. E é
isso que eu admiro na Unifesp; é isso eu admiro nos nossos professores.
Lídia, Flamínio, eu admiro vocês que me deram
essa base de conhecimento para poder me defender nesse mundo em que a gente
vive atualmente. Que estudar não é apenas um ato de conquista - não é um ato de
conquista -, é um ato de sobrevivência nessa sociedade que a gente vive.
A gente sobrevive
pelo estudo e, se a gente não estuda, a gente que não consegue dar a nossa
posição no mundo, a gente não consegue falar e não consegue se comunicar.
E eu gostaria de
agradecê-los e agradecê-las, muito obrigado. E eu espero que os próximos 25
anos sejam, de fato, uma democratização completa, concluída e que nós possamos
comemorar com mais carinho, com mais amor, esse excelente espaço público.
Muito obrigado,
pessoal. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SALVADOR GEORGE
DONIZETI KHURIYEH - Muito obrigado,
Cássio, quero convidar nesse instante para prestar o seu depoimento a estudante
Verônica Fernandes de Campo, graduanda do curso médico pela Escola Paulista de
Medicina do campus São Paulo. Com a palavra, Verônica.
SRA. VERÔNICA FERNANDES DE CAMPOS - Bom
dia, magnífica reitora, excelentes deputados e professores aqui presentes.
Bom, depois desse discurso maravilhoso, eu vou
tentar falar um pouco aqui. Agradeço a oportunidade de estar aqui hoje e representar
os meus colegas, me chamo Verônica Fernandes e neste ano finalizo o curso de
medicina na Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo,
eu tenho 24 anos, quase a mesma idade da aniversariante.
Eu venho do subúrbio
de Mogi das Cruzes, de uma família de classe média. Aos 18 anos, fui agraciada
com a realização do sonho de quase todos os jovens: ser aprovada em uma
Universidade Federal, mas depois da aprovação, o que vinha depois?
Ingênua, eu não tinha
ideia do que me aguardava. Para ser sincera, não demorou para que grande parte das
expectativas fosse quebrada: o campus da Universidade, na verdade, era um
bairro; os alunos não viviam só nas bibliotecas, eles também participavam da atlética
e das suas festas.
Eu venho do subúrbio
de Mogi das Cruzes, de uma família de classe média. Aos 18 anos, fui agraciada
com a realização do sonho de quase todos os jovens: ser aprovada em uma
Universidade Federal, mas depois da aprovação, o que viria?
Ingênua, eu não tinha
ideia do que me aguardava. Para ser sincera, não demorou para que grande parte
das expectativas fosse quebrada: o campus da Universidade, na verdade, era um
bairro; os alunos não viviam só nas bibliotecas, eles também participavam da
atlética e das suas festas.
Ser uma boa médica não
significava ter na ponta da a língua todos os nomes de medicamentos, mas
exercer diariamente empatia, carinho e compaixão. Foi nessa Universidade que
explorei e expandi os meus limites dia após dia, quebrando paradigmas e
construindo conhecimento.
Foram seis anos de
contato intenso com mestres, que me ensinaram desde a arte milenar da acupuntura,
até mais o último “guide line” de manejo da assepsia. Anos de imersão em
ciência de ponta e técnicas de pesquisa, anos de dedicação intensa.
Seguramente, afirmo
que poderia ter aprendido as bases da medicina da mesma maneira em outras
instituições, no entanto, eu tenho certeza que, apenas na Unifesp, na EPM, eu
pude aprender o que é paixão.
Paixão para seguir em
frente, apesar das adversidades estruturais e orçamentárias; paixão, para
atender com o esmero cada paciente e adentrar em um mundo de muitas faces,
vivências e corações; paixão pelos melhores amigos que levarei para a minha
vida, e por tudo o que vivemos juntos.
A Unifesp me levou do
subúrbio de uma cidade do interior para a cidade grande de São Paulo, para as
favelas, para o intercâmbio médico na Europa, para uma ação de medicina
preventiva no Parque indígena do Xingu, para o mundo.
Mas, ela não me levou
sozinha, levou junto comigo os meus pais, meus amigos, meus pacientes. Cada
mudança que ela provocou em mim, ecoou na minha comunidade e espero que cada
ação tomada por mim e meus colegas tenha transformado positivamente, ainda que
em uma pequena fração.
Gostaria de
parabenizar todos que estiveram envolvidos na criação, e manutenção da EPM, há
87 anos e da Unifesp, há 25 anos. Posso me orgulhar em dizer que participei de
um quarto da história da instituição, ao mesmo tempo que sou extremamente grata
pela oportunidade de ter tido uma formação médica na Unifesp.
É certo que isso
nunca poderia ter ocorrido comigo se não fosse a universidade pública, eu
reconheço os meus privilégios: minha família sempre me apoiou; nunca passei
fome; e nunca sofri preconceito racial e de orientação sexual dentre outras;
pude escolher cursar a Unifesp e não precisei trabalhar para me manter durante
o curso.
Assim, finalizo esse
discurso com um clamor a todos os presentes: por favor, continuem permitindo
que outros jovens como eu, em situações menos ou mais favoráveis, consigam
embarcar no curso de seus sonhos.
Não podemos
restringir as universidades a meras emissoras de diplomas, a universidade
pública é uma das instituições com maior poder de transformação, não só
individual, mas de todos ao redor dela, principalmente os seus alunos.
Obrigada. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SALVADOR GEORGE
DONIZETI KHURIYEH - Muito obrigado,
Verônica. Gostaria, neste instante, de anunciar também a justificativa e os cumprimentos
do deputado Barros Munhoz e anunciar a presença entre nós, e convidando para
fazer parte da Mesa também, a deputada Professora Bebel. Neste instante, eu
gostaria de convidar a reitora da Unifesp... A Professora Bebel? O.k., a deputada
Professora Bebel vai fazer o uso da palavra, para uma saudação.
A SRA.
PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Bom dia, eu começo
por cumprimentar o deputado Teonilio Barba que, além de deputado, também é
líder da Bancada do Partido dos Trabalhadores, tem feito uma frente muito
grande aqui na Assembleia Legislativa.
Cumprimento toda a Mesa,
a reitora... não peguei o nome, a Soraya, em nome de quem eu cumprimento todas
as mulheres e em nome do Barba eu cumprimento todos os homens presentes aqui
nesta solenidade.
Dizer para vocês que
os 25 anos da Unifesp culminam com muita luta. Muita, muita história, no que
diz respeito, mesmo, à ampliação do ensino público gratuito para todos e todas.
Nós acabamos de encerrar,
no mês passado, uma CPI que foi marcada por altas tensões no sentido mesmo de
trabalhar com a possibilidade de acabar com a autonomia universitária, fazer
com que os estudantes pagassem “vouchers”, pagassem mensalidades através de “vouchers”
e ter um alinhamento mesmo com a implantação do “Future-se”, esse projeto desse
ministro, que eu não sei o que - veio da
Unifesp, diz ele -, que não sei o que ele entende de Educação, pode até
entender, mas uma outra concepção de educação, que não a que nós queremos.
Nós entendemos, o
Partido dos Trabalhadores, sempre lutou para que a Ciência, a Tecnologia, também,
aliás, ela é um patrimônio. Com a Ciência e Tecnologia, de fato, nós vamos ter
soberania. Soberania, para mim, não é só o material, é também produção de
conhecimento, é a possibilidade deste País.
Caso os royalties do
petróleo, do pré-sal, fossem implantados já, eu tenho certeza que, sabe... Da
forma como está, a educação superior paulista, federal e as estaduais. As
federais e estaduais estão indo bem, imagine se tivesse os royalties do pré-sal,
onde é que nós estaríamos se tivesse mais recursos, para investir mais em
Ciência e Tecnologia?
Então eu me sinto
honrada, eu estou passando por aqui e disse para o Barba e eu nem estou muito
bem, tenho uns problemas de labirintite. Dizem que é da idade, mas eu não acho,
eu acho que é peso mesmo do trabalho. Está presente nesta Casa a reforma da Previdência,
conseguiu piorar que a nacional, não é? E vamos ter que fazer o enfrentamento.
Os professores da Educação básica deverão,
inclusive, estar indo à greve a partir de terça-feira contra essa reforma da
Previdência. Então é muito difícil aqui, a Casa, entender essa concepção de
educação que nós defendemos: o sentido da ciência, a autonomia universitária, tudo
isso está sempre em cheque na Casa e a gente tem segurado para não pautar.
Um forte abraço,
muito obrigada, e pode contar conosco.
Muito obrigada.
(Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SALVADOR GEORGE
DONIZETI KHURIYEH - Muito obrigado pelas
palavras, deputada Professora Bebel. Gostaria de convidar, neste instante, para
fazer o uso da palavra, a reitora da Unifesp, a professora Dra. Soraya Soubhi Smaili.
A SRA. SORAYA
SOUBHI SMAILI - Bom dia a todos. Eu quero inicialmente cumprimentar
ao deputado Teonilio Barba, presidente desta sessão solene, e agradecer a sua
presença e disponibilidade em realizar, em homenagear a Unifesp juntamente com
os deputados Enio Tatto, Márcia Lia e agradecer a presença da deputada Bebel, Professora
Bebel, que também nos prestigia.
E ao presidente da Casa,
o deputado Cauê Macris, que também possibilitou esta agenda. Não foi fácil,
porque é uma agenda de final de ano, a Casa está com muitos trabalhos pelo o que
eu soube, mas eu quero agradecer imensamente, porque é uma oportunidade estarmos
na Assembleia Legislativa do nosso Estado.
Eu quero, também,
agradecer ao reitor Dácio Matheus, por estar aqui presente representando a
querida coirmã Universidade Federal do ABC e a Andifes, porque o professor
Dácio também é diretor regional da nossa Associação dos Dirigentes das Instituições
Federais de Ensino Superior, a nossa Andifes. Muito importante tê-lo aqui,
temos estado juntos, às vezes eu acho que a Unifesp e a Federal do ABC já estão
virando quase que uma instituição só, de tanto que a gente tem trabalhado
juntos ultimamente, o que é muito bom, muito importante.
Professor Nelson Sass,
quero cumprimentá-lo, nosso vice-reitor, pela parceria, não só pela presença,
mas pelo trabalho conjunto que temos realizado. Não seria possível sem a sua
presença, a sua participação, o seu engajamento, é extremamente significativo e
sempre presente.
A professora Dra.
Maria Aparecida Andrade Morais Machado, pró-reitora de Extensão da USP, de Cultura
e Extensão. A cultura vem antes da extensão,
não é? Lá na Universidade de São Paulo, nossa querida universidade, a USP,
grande universidade do nosso País, exemplo para todos nós, representando aqui o
reitor Vahan Agopyan, nosso amigo e parceiro também de muitas jornadas.
Também os reitores do
Cruesp que têm sido muito presentes nas articulações que nós temos feito no estado
de São Paulo em defesa das universidades públicas, e no patrimônio que nós
construímos e temos construído para a nossa nação; deputado, reitor e prefeito
Newton Lima - que já esteve aqui presente conosco - e que representa e
representou o Eduardo Modena, também nosso querido parceiro de muitas jornadas;
a professora Marimélia Porcionatto, representando a SBPC, nossa grande
instituição-sociedade e que faz e atua há tantos anos no nosso País, em defesa
da Ciência e Tecnologia, da Inovação e que temos trabalhado muito em conjunto
com a Andifes também.
E ontem estive na
Fiocruz e estava lá o presidente Ildeu e, também, ele nos cumprimentou lá, mas
agradeço aqui a nossa querida Marimélia, presente pela SBPC; quero cumprimentar
todos os membros: os secretários das prefeituras parceiras da Unifesp; o secretário
de Cultura do município de Diadema, Eduardo Minas, aqui representando o nosso
querido prefeito, Lauro Michels; o Dr. Danilo Stanzani, secretário da Saúde de
São José dos Campos, representando o prefeito Felicio Ramuth, também o nosso
parceiro; o Sr. Alberto Alves Marques, secretário de inovação e desenvolvimento
do município de São José dos Campos; o Sr. Jorge Taiar, também secretário de Desenvolvimento
Urbano do município de Guarulhos, representando o prefeito Gustavo Henric
Costa.
Quero cumprimentar o
secretário Otávio, perdão, professor Dr. Otavio Luiz Rodrigues, que veio
representando a Capes, o presidente Anderson Correia; a professora Dra. Lúcia Yoshida,
coordenadora geral de Expansão e Gestão do ministério da Educação, nosso
ministério.
Continua o nosso
ministério, continuará, porque é o nosso Ministério da Educação e é aqui
representado pela querida Lúcia, que é também é parceira e egressa da nossa
instituição, docente da nossa instituição.
Quero cumprimentar o Sr.
Rodrigo Moraes, assessor especial da Cinemateca; o Dr. Lauro Moretto,
representando aqui a nossa Academia Nacional de Farmácia, a minha academia. Muito
orgulho, fui aceita recentemente como membro da Academia Nacional de Farmácia,
tenho muita honra de fazer parte da Academia, Dr. Lauro, muito obrigada pela
sua presença.
O Sr. Ricardo Anidro,
aqui representante da secretária Patricia Ellen Silva, do Desenvolvimento Econômico
do nosso estado de São Paulo. A secretária Patricia Ellen é uma grande parceira,
temos muitas colaborações, é um orgulho tê-la aqui representada pelo Sr. Ricardo.
Também quero cumprimentar
o professor Álvaro Atallah, do Centro Cochrane, e o Sr. Paulo Guimarães do
nosso Sintunifesp, do Sindicato dos Trabalhadores da Unifesp. São quase quatro
mil servidores e técnicos administrativos da nossa instituição, tenho muito
orgulho dos nossos técnicos e aqui representados pelo Paulo, que os representa
e representa esse Sindicato que também tem muitos anos de atuação e de luta.
Eu quero,
especialmente, cumprimentar o nosso querido Ricardo Smith - professor Ricardo
Smith -, que aqui vem representando a gestão do reitor Walter Albertoni, que
foi reitor entre 2009 e 2013 - o reitor que nos antecedeu - e tenho a grata satisfação de sempre
trabalhar com o professor Ricardo Smith e, também, representando a Colsan, que
é uma instituição parceira com a qual a Unifesp tem um convênio.
E não posso deixar de
falar e agradecer sinceramente a presença de todos os pró-reitores e assessores
que compõem a gestão da Unifesp neste momento - a nossa gestão - e os diretores
das unidades acadêmicas e universitárias aqui presentes.
Porque a Unifesp tem
que ter uma importante composição e orquestração, porque são muitas unidades,
em sete cidades - perdão, em seis cidades, são sete unidades, são sete campi - e
nós precisamos orquestrar isso sempre. E a colaboração, a participação, a
atuação dos diretores tem sido fundamental para que isso aconteça.
Então, quero
cumprimentar a presença do professor Fulvio Scorza, representando a diretoria
da Escola Paulista de Medicina; Janine Schirmer e Alexandre Pazetto, da Escola Paulista
de Enfermagem; a professora Beatriz Castilho, do campus São Paulo,
representando o campus São Paulo; a Regiane Albertini, representando o
Instituto de Ciências e Tecnologia, campus São José dos Campos; Flamínio Rangel,
representando o Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas, o
nosso Campus Diadema; a Magali Silvestre, representando aqui a Escola de Filosofia,
Letras, Ciências e Humanidades, que também é o campus Guarulhos; o Julio
Zorzenon e a Luciana Onusic, representando a Epen, a Escola Paulista de Política,
Economia e Negócios; e o professor Odair Aguiar, do campus Baixada Santista,
hoje, neste ato, representando também o Instituto do Mar e o Instituto Saúde e
Sociedade; muito obrigado queridos amigos, queridos colegas, técnicos
administrativos e estudantes que fizeram os depoimentos.
Hoje, eu escrevi uma
fala que, quando eu estava escrevendo eu disse: “Hoje não vou fazer as pessoas
chorarem, e também não vou chorar”. Mas os estudantes nos emocionaram muito, então
é quase impossível a gente falar da Unifesp, falar de todas as coisas que nós
fizemos e fazemos, sem que a gente se emocione.
E a trajetória de
vocês, e a fala de vocês, nos mostra que tudo vale a pena, tudo isso que nós
estamos fazendo e que nós estamos fazendo por merecer. E eu quero dizer que eu
vou ler agora o que eu preparei, mas a intenção era fazer uma fala um pouco
menos emocional, mas com certeza nós vamos nos emocionar um pouco.
Quero dizer que
tenham certeza de que esse gesto, aqui desta Casa, muito nos honra e é a parte
do registro histórico dessa cerimônia, que tem um enorme simbolismo para a Universidade
e os valores que a compõem. A Universidade Federal de São Paulo irá completar
em breve, daqui uns dias, no mês de dezembro próximo, os 25 anos de sua criação.
Trazendo consigo a história que, de fato, ela tem mais de 86 anos, a partir da
criação da Escola Paulista de Medicina em 1933.
Cumprimento todos
aqui presentes, mas quero dizer que nós estamos atuando conjuntamente, todos
nós, para o projeto de Universidade que é de qualidade e alinhada com o nosso
tempo.
Agradeço e cumprimento
a todos os servidores, docentes e tais que compartilham conosco desse trabalho;
agradeço a todos os estudantes de graduação, pós-graduação, especialização,
residência e ensino à distância por terem escolhido e ajudado a nossa Universidade
a ser uma universidade cada vez melhor.
A Unifesp só faz
sentido por ter as suas pessoas, que trabalham para mantê-la e para defendê-la,
servindo a nossa sociedade e ao nosso País. Como sempre dissemos, temos um
sonho e um projeto: o projeto de uma universidade plural e democrática, que
está sempre em movimento – não é, professor Nelson?
Assim temos atuado
nos últimos seis anos, desde que assumimos a gestão em 2013, porém, nos últimos
25 anos, a Unifesp vem sendo construída como universidade.
E, inicialmente, teve como seu primeiro reitor
que na época, naquele momento, era o diretor da Escola Paulista de Medicina e,
com a transformação em Universidade, passou a ser o primeiro o reitor, que foi
reitor “pro tempore”, o professor Manoel Lopes dos Santos.
E, em nome do nosso
querido professor Manoel, quero homenagear todos os reitores que posteriormente
fizeram essa história: o professor Hélio Egydio Nogueira, Ulysses Fagundes Neto,
Marcos Ferraz, Walter Albertoni. Temos orgulho de dizer que todos foram eleitos
por nossa comunidade e assim legitimamente empossados.
Esperamos que essa
história continue se repetindo, porque nós construímos esses processos e nós
sabemos o que eles significam para nós. Temos orgulho em dizer que a consulta
paritária e a eleição não trazem prejuízos às instituições federais, ao
contrário, trazem a certeza do que a comunidade quer escolher. E esses reitores
fizeram, e fazem, um bom trabalho.
Passamos por algumas mudanças e, mais
recentemente, por algumas transformações. Nos primeiros dez anos de nossa
história de universidade, tivemos os primeiros passos do que seria uma
universidade plena, sendo uma universidade, inicialmente, na área da Saúde, mas
que buscava alcançar novos e inovadores caminhos.
Podemos citar que foi
nesse período que a Universidade Federal de São Paulo aprovou as cotas raciais
e, oriundos de escola pública, antes, muito antes, da criação da lei que exigiu
as cotas.
Portanto, nós
estávamos sempre com uma certa vontade de mudar, fazer e interferir
positivamente na conjuntura e sempre tivemos ideias que foram pioneiras, e queremos
continuar assim fazendo. Mesmo com contradições e muito debate, a atuação da
Unifesp sempre foi voltada para a sociedade.
Ao final dessa
primeira fase, dos 25 anos, ou seja, esses primeiros dez anos de universidade
na área da Saúde podemos citar a decisão mais marcante de nossa história, que
foi a decisão de crescer em todas as áreas do conhecimento.
Não foi uma decisão
fácil e foi uma decisão auspiciosa, desafiadora, mas levou ao crescimento
exponencial, e a Unifesp, como é da sua vocação e da vocação da sua origem, da
Escola Paulista de Medicina, não poderia crescer só um pouco, ela tinha que
crescer 1.000%.
Então nós não nos contentávamos
com pouco, queríamos muito mais. E com um crescimento de mais de 1.000% na
graduação, quintuplicando o número total de estudantes, passou a ter mais de 13
mil estudantes de graduação, mais de cinco mil na pós-graduação stricto sensu.
E depois, juntando
todas as modalidades de ensino, mais de 22 mil estudantes em todas as
modalidades, com 52 cursos - agora 53 -,
com o novo curso de geografia; 53 cursos de graduação; 70 programas de
pós-graduação; mais de 250 projetos sociais; cerca de 100 cursos de
especialização e extensão; o maior programa de residência médica do nosso País,
a residência multiprofissional; a residência pedagógica inovadora; acabamos de
abrir os cursos de geografia, bacharelado e licenciatura; estamos ampliando a
engenharia da computação e, em breve, vamos abrir o nosso curso de direito,
concretizando e consolidando a nossa expansão.
Na pós-graduação, o crescimento foi fantástico,
isso porque a maioria dos professores contratados eram doutores e pós-doutores e
muitos vieram com a vocação e a vontade de fazer pesquisa e formar pessoas no
mestrado e doutorado.
A Unifesp tem orgulho
do seu hospital universitário, o Hospital São Paulo, cuja gestão é
compartilhada com a Sociedade Paulista para o Desenvolvimento da Medicina e
realiza um serviço de assistência, que é inequívoco para a cidade e para o
estado de São Paulo. A sua estrutura,
hoje, congrega mais de 100 ambulatórios, além de inúmeros especialidades, mais
de 600 leitos para a população, em um atendimento pelo SUS.
Nós temos orgulho de
ser SUS – Sistema Único de Saúde, e atender com o melhor de nossas capacidades
a população da cidade de São Paulo e do estado de São Paulo. Em breve, a
Unifesp, em conjunto com o hospital São Paulo, estará trazendo para a população
mais uma unidade, que é o Hospital Dia de alta resolutividade, estrutura de
excelência para o atendimento com qualidade e com rapidez.
Nós temos tido o
apoio do Ministério da Educação, para realizarmos e concretizarmos este
Hospital Universitário 2 com um investimento que foi de mais de 70 milhões de
reais ao longo destes últimos quatro anos.
Não podemos, também,
deixar de citar as instituições parceiras que nasceram da Unifesp e que brilham
em suas especialidades: tais como o Hospital do Rim; o Graacc; o Instituto do
Sono; o Ipepo; a Fidi e a Colsan.
Nós assumimos a nossa gestão em 2013, a
Unifesp tinha recém-completado 18 anos e parecia, de fato, estar atingindo uma maioridade,
mas foi um momento de turbulência da sua juventude que se iniciava, ou que estava
começando a se concretizar. Assim como houve, então, muito nesse último período
a necessidade não só de entender a expansão, mas também de consolidá-la em uma
nova identidade.
Isso dizia respeito
aos processos de uma universidade com muita tradição, porque vinha da
tradicional e da tradição da Escola Paulista de Medicina e da Escola Paulista
de Enfermagem - que com 80 anos traz a sua tradição -, mas, que também estava
em franca expansão, uma expansão multidisciplinar, tornando a universidade o
que ela deve ser: uma estrutura de caráter universal.
Nesse sentido,
avançamos na construção de uma identidade e queremos continuar a integração,
porque essa identidade ainda está em construção e na projeção de novos caminhos,
sempre com o lema de que a Unifesp é uma só, não há divisões, não há separações.
E nós combateremos todas as iniciativas que queiram trazer qualquer tipo de
separação das nossas unidades acadêmicas, da nossa história e da nossa vocação em
termos de ensino, pesquisa e extensão.
A nossa gestão
trabalhou para consolidar a expansão: organizou processos; trabalhou sistema;
nós temos incluído processos de decisão que são mais democráticos; diversos
dispositivos que garantem a continuidade da participação da nossa comunidade,
incluindo as audiências públicas nos campi e os processos de construção
conjunta, como está sendo o nosso plano pedagógico institucional e o nosso
plano de desenvolvimento institucional.
Trabalhamos para
entregar as principais estruturas físicas, apesar, ainda, de termos a questão econômica.
Mas não paramos nenhuma obra, não paramos. E a crise orçamentária que viveu o País
continua e nos afetou muito, mas nós continuamos trabalhando para conseguir
recursos; parcerias; emendas parlamentares – inclusive, recentemente, emendas
parlamentares dos deputados desta Casa, que também estão nos ajudando a
concretizar esse projeto -; contratamos mais de 1.000 docentes dos mais
qualificados, praticamente 100% de doutores, capazes de realizar pesquisa,
ensino e extensão.
Fizemos a
curricularização da extensão e implantamos os projetos acadêmicos de prestação
de serviços, o que é uma inovação. Ontem, lá na Fiocruz, professora Marimélia,
os colegas da Fiocruz me perguntavam: “Nós queremos aprender com vocês como é
que vocês fizeram, porque já ouvimos dizer que vocês estão fazendo um projeto
acadêmico de prestação de serviços, e como isso se dá junto à Agência de Inovação
Tecnológica e Social?”. Então eu disse que nós iríamos trabalhar para ampliar e
para atuar conjuntamente nisso, também.
A Unifesp é uma
universidade onde nós temos espaço e liberdade de pensamento e autonomia em
relação a governos, a partidos, a empresas ou sindicatos. Nós temos autonomia,
isto significa autonomia. Não significa soberania, autonomia significa poder
determinar os seus rumos, poder dizer para a sociedade que a mantém como é que
nós fazemos isso; poder pensar os projetos; poder ter a liberdade de pensar os
projetos, e de realizá-los.
Estamos em seis
municípios de grande porte, de regiões metropolitanas. Agradeço imensamente a
parceria com as prefeituras de São Paulo; de Santos, principalmente, mas não só,
também o prefeito de Guarujá e outros prefeitos da Baixada Santista; de Diadema;
de Guarulhos; de São José dos Campos e de Osasco.
Na cidade de São
Paulo estamos também na região da zona leste, com o nosso mais novo campus,
tanto em cursos de extensão, como de pós-graduação, realizando agora o
Instituto das Cidades, em implantação.
Somos reconhecidos na
área da Saúde, com certeza, sendo a segunda melhor universidade do nosso País
nessa área, isso dito pelo “Times Higher Education” que saiu nesta última
terça-feira, dia 19 de novembro; temos a USP, a nossa Universidade de São Paulo
e a Unifesp, como a melhor universidade na área da Saúde.
E, ao mesmo tempo,
nós temos as engenharias. Imagine, a Unifesp agora é uma universidade de muitas
engenharias, de licenciaturas, de bacharelados em diversas áreas, das ciências
exatas, humanas e biológicas, nas ciências sociais.
O “Times Higher Education”
também diz que nós somos a quinta em Ciências Sociais, isso neste último
levantamento e, além disso, figuramos pela primeira vez no ranking da área de
Educação, professora Magali, e ficamos em terceiro no País - a primeira vez que
aparecemos - e ficamos em terceiro, e a primeira federal.
Então, nós estamos
extremamente orgulhosos, é uma grata notícia. Com pouco mais de dez anos, eu
não sei bem como é que nós fizemos isso, mas certamente foi com muito trabalho.
Em pouco mais de dez anos, nós estarmos nessa posição na área de Educação, é
realmente um feito fantástico, e as pessoas todas que participam da Unifesp é
que fazem isso.
Em breve teremos o
curso de direito e, de acordo com o MEC, a avaliação segundo o IGC, a Unifesp é
a quarta melhor universidade do País, com credenciamento 5. Também salientamos
a nossa atuação em parcerias internacionais, e de acordo com o “Clarivate
Analytics”, a Universidade Federal de São Paulo está em sétimo lugar, somando todas
as áreas do conhecimento.
Portanto, hoje
estamos em todas as áreas para além das áreas de Saúde. No campo do impacto
social, a Universidade atingiu o topo no que diz respeito aos ODS - Objetivos de Desenvolvimento Sustentável,
sendo a primeira na redução das desigualdades, junto com a querida Federal do
ABC, em igualdade de gênero, e também em saúde e bem-estar, estando entre as
100 melhores do mundo, também junto com a Universidade Federal do ABC.
Nesses 25 anos, a Universidade
amadureceu muito, não sem muita discussão; nós temos muitas discussões, debates
e até embates, mas sempre em torno de ideias, em torno de projetos e de
propostas. Afinal, a universidade é um campo, não de batalhas, mas de disputas
de posições e de pensamentos.
Desenvolvemos, e
temos que continuar desenvolvendo, a democracia interna; a criação de espaços
de interlocução, como o CEUS, que é o Conselho Estratégico Universidade-Sociedade;
a formulação de políticas de gestão de pessoas; a criação de um ambiente de
grande interação na pós-graduação e inclusive com o Capes-Print e a
internacionalização; o desenvolvimento da extensão, com projetos sociais, com a
curricularização e com as empresas júnior e os projetos de impacto social; a
estruturação de programas de inovação tecnológica.
Todas as pró-reitorias
e diretorias têm atuado para o desenvolvimento de tudo isso, mas também de
políticas públicas; não temos receio em tratar de temas da sociedade, como a
inclusão de gênero, a inclusão social, a inclusão das pessoas com deficiências;
mas também no apoio aos projetos dos nossos estudantes, principalmente
atividades de esporte e de integração.
E aqui é importante
mencionar, como alguns dos estudantes também mencionaram, que a Unifesp hoje
tem cerca de 65% de estudantes que são de famílias com renda familiar inferior
a 1,5 salário mínimo, e cerca de 70%, assim como a média nacional, não é,
professor Dácio? - nossas federais, que são 63 federais em todo o País, a média
nacional é de 70% de estudantes que são os primeiros das suas famílias a
estudarem em uma universidade -, como aqui foi mencionado anteriormente.
Então, é maravilhoso
podermos fazer tudo isso e podermos integrar esses projetos. Nós temos nove
unidades universitárias e todos os diretores acadêmicos e administrativos, quero
aqui - vejo alguns diretores administrativos – agradecer.
Porque juntos nós
temos lidado com as questões de orçamento dos cortes, das difíceis batalhas
diárias que nós temos para construirmos e continuarmos a Universidade. Vejo uma
clara demonstração de que a comunidade acredita que é possível termos outros
sonhos e é possível fortalecermos a unidade entre os diferentes campi e
segmentos da nossa Instituição.
E para celebrarmos a
parte final da juventude, digamos assim, da Unifesp, queremos ainda entregar
alguns resultados.
Como o plano
pedagógico institucional, construído de maneira inovadora e participativa; uma
nova etapa do projeto acadêmico institucional, inclusive com a criação do Instituto
de Estudos Avançados e Convergentes; a nova política de Comunicação e Tecnologia;
a realização de políticas de acordos de cooperação que sejam, que tragam mais
recursos e produção de conhecimento para a nossa sociedade; o aprimoramento de
estratégias de infraestrutura, e também de execução do orçamento.
Salientando que nós demos
transparência total ao orçamento da Unifesp, desde o início da nossa gestão, e
temos discutido com a nossa comunidade todos os passos do orçamento, dos
empenhos, das compras, das execuções.
Então, isso é um legado
que nós queremos continuar: a política de pessoal, que valorize o docente e o
técnico, que dê mais saúde, principalmente em momentos como esses que nós
estamos vivendo; e a política de assistência estudantil, que possa ter um foco
muito grande no estudante.
Porque, afinal de
contas, a Universidade é dos estudantes, é desse conjunto de pessoas que nós
trabalhamos para formar, e que nos ajudam a construir conhecimento.
Vivemos um momento de
extremos, de notícias falaciosas, de ataques às universidades, mas também é o
momento de união em torno do que é este patrimônio da Nação. A Unifesp reafirma
a sua ação e continuará buscando a sua autonomia, que tem significado a nossa
capacidade de decidir sobre os nossos próprios rumos e sobre o nosso futuro,
para servir à sociedade.
Nós temos um sonho,
nós temos um projeto, e vamos continuar. Manteremos firmemente a defesa da
Universidade como espaço de liberdade do pensamento e autonomia em relação a
governos e partidos, serviremos a sociedade e, junto com ela, buscaremos o
reconhecimento público e internacional, como uma universidade comprometida com
a transformação social e com a mais elevada qualidade acadêmica.
Que tenhamos, cada
vez mais, a clareza das palavras que tanto usamos e defendemos. pois serão um objeto
do nosso exercício permanente; tenhamos clareza; tenhamos serenidade e muita
tenacidade para durar.
A nossa comunidade
acreditou que é possível construirmos sonhos juntos, que é possível fortalecermos
a unidade em torno da diversidade, que é possível prevalecermos juntos, porque
somos muitos. O conhecimento está a serviço da sociedade, da melhoria da
condição humana e, por isso, vamos ter esperança. Como disse Paulo Freire: “Esperança
do verbo esperançar, não do verbo esperar”. É tempo de esperançar.
Parabéns a todos que
fazem a Unifesp e parabéns à Unifesp pelos 25 anos, e muito obrigada a nossa
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo por esta solenidade e por esta
celebração.
Muito obrigada. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SALVADOR GEORGE
DONIZETI KHURIYEH - Muito obrigado pelas
palavras, a reitora da Unifesp, professora Dra. Soraya, muito obrigado. Eu
gostaria, antes de passar a palavra para o presidente da sessão, para que possa
fazer o uso das suas palavras, anunciar a presença, entre nós, dos visitantes
do Parlamento Jovem da Câmara Municipal de Araraquara.
Sejam bem-vindos,
estão aqui por solicitação da deputada Leci Brandão, bem-vindos.
E, neste instante, eu
gostaria de passar a palavra para a sua manifestação, ao presidente desta
sessão solene, o deputado Teonilio Barba.
Com a palavra,
deputado.
O SR.
PRESIDENTE - TEONILIO BARBA LULA - PT - Em primeiro lugar
quero saudar a toda a comunidade científica aqui presente, bom dia. Nós não
almoçamos ainda, já passou do meio-dia, então vou tratá-los com um bom-dia.
Quero primeiro agradecer
aqui a professora Dra. Soraya, nossa reitora da Unifesp, muito obrigado;
agradecer ao professor e Dr. Nelson Sass, vice-reitor da Unifesp, muito
obrigado pela presença; a professora Maria Aparecida de Andrade, Maria Machado,
pró-reitora de cultura e extensão universitária, representando aqui o magnífico
reitor da USP, Vahan Agopyan, muito obrigado pela presença.
O professor Dr. Dácio
Roberto Matheus, lá do meu glorioso ABC, onde eu fui criado, parceiro nosso do ABC,
obrigado, Dácio; a professora e Dra. Marimélia Porcionatto, secretaria regional
da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência; e o professor e Dr. Nilton
Lima, lá de São Carlos, meu amigo, correligionário partidário, agradecer a
presença dele representando aqui o nosso reitor do Instituto Federal, Eduardo
Modena.
Agradecer aos meus
companheiros, deputados Enio Tatto, e toda a bancada do PT; e a deputada Márcia
Lia, proponente desta sessão solene junto comigo; o deputado Enio Tatto, a
deputada Professora Bebel, a presidente da Apeoesp, que aqui nesta Casa foi um
ganho, mas é muito atacada nesta Casa e vocês vão ver que eu vou quebrar o protocolo
daqui a pouco.
Agradecer ao
presidente Cauê Macris e parabenizá-lo pela atitude sábia e corajosa que teve
de cancelar um ato nesta Casa que homenageava um ditador chamado Augusto Pinochet,
que prendeu mais de 80 mil pessoas, torturou mais de 30 mil e matou mais de 30
mil, mais de três mil trabalhadores e trabalhadoras no golpe dado lá no Chile em
1973.
Então, eu liguei para
ele - várias pessoas ligaram -, eu liguei, em nome da Bancada e ele teve a atitude
- que é uma ação isolada de um deputado do PSL, Frederico D’Avila, quem fez
isso -, então ele tem a prerrogativa de Presidente e não autorizou. (Palmas.)
Agora, como ninguém
preparou o que eu ia falar, eu vou falar daquela tribuna, vou quebrar o
protocolo. Pois, pelo litígio do cargo que eu estou cumprido agora, eu teria
que falar daqui, mas é dali que a gente faz a guerra, então eu vou para lá.
Eu recebi aqui a missão, encaminhada pela Dra.
Soraya, de falar da professora Valéria Petri, também vice-reitora da gestão
2013/2017, muito obrigado.
Quero iniciar a minha
fala, não sei se está presente ainda, primeiro pedindo desculpas à mestre
Flávia Luciene, está presente ainda ou não? Foi a primeira que falou aqui e já
saiu, porque eu cumprimentei todo o pessoal que fez o depoimento e me esqueci de
cumprimentá-la e vou dizer por que.
A fala dela, todo o
contexto, é muito importante, mas tem uma frase do texto que ela escreveu que
para mim marcou muito, quando ela fala assim no texto dela: “Nós estudantes,
temos que derrubar os obstáculos do conhecimento”.
Isso dá para fazer
uma tese sobre todos os problemas sociais do Brasil, que é o maior obstáculo de
qualquer estudante pobre: acessar a universidade; ou mesmo o ensino infantil;
ou ensino fundamental; ou ensino médio; ou ensino universitário.
São exatamente as
questões sociais a que o Brasil foi submetido depois mais de 500 anos de
descoberta e mais de 300 anos de escravidão e de colonização. Então aquela
frase marcou muito, eu tenho certeza de que ela tem noção do tamanho dessa
frase dentro do texto que ela escreveu.
Outra frase que
marcou muito - não sei se continua aqui ainda - foi a pedagoga Paula, ela é de
Guarulhos, não é? Quando ela diz o seguinte: “a Unifesp tem que ir aonde o povo
está, que, se fosse na Paulista, não teria a mesma importância”, porque isso
combina muito com meu modo de vida.
Algumas pessoas aqui,
no depoimento, disseram assim: “Eu estou muito nervoso na hora de falar, por
isso eu escrevi”. E imagina eu, estou aqui, no meio de uma comunidade
científica, detentores de propriedade intelectual, do conhecimento, da
organização da sociedade, e estava muito preocupado quando eu fui convidado
para presidir esta sessão, porque ninguém preparou nada para mim.
Prepararam tudo ali
para mestre de cerimônia, que já sabia o que iria falar. Eu, um deputado, operário,
vim lá de Minas Gerais descalço, com cinco anos de idade, família de dez
pessoas – todos analfabetos –, morar no quilômetro 23,5 da Anchieta, em frente
a Volkswagen, viraria um deputado desta Casa.
E aí eu brincava ali
com a professora Maria Aparecida, esta Casa tem um retrocesso muito grande:
nesta Casa se combate Paulo Freire, não é toda a Casa, são alguns deputados;
nesta Casa, um deputado quis homenagear
o Augusto Pinochet; nesta Casa, se você
falar de Adam Smith, vão falar: “Não fala desse cara, que ele é comunista”. É o
momento que nós estamos vivendo.
Vocês, a comunidade
científica das universidades públicas, federal e estadual sabem o tamanho do
ataque que está sendo de maneira concomitante. É o Bolsonaro lá em Brasília, e
o João Doria em São Paulo.
E, nesta Casa, tem
alguns deputados que falam que vocês não são mestres, vocês não são doutores,
vocês não são formadores, vocês são doutrinadores, que tem que acabar com essa
doutrina. O projeto de Escola sem Partido, ideologia de gênero, aqui tem de
tudo o que vocês imaginarem. Então, é um momento muito duro, olha a minha
responsabilidade em estar aqui fazendo esta homenagem à Unifesp pelos 25 anos. E
ontem à tarde eu estava desesperado, porque eu pedi para alguém pesquisar e
falou que a Unifesp foi criada em 33, aí depois me contaram a história ali, não
é?
E falaram: “Olha, em 33
nasceu a Escola Paulista de Medicina e Enfermagem, então pode ficar tranquilo
que, então, a Escola Paulista de Medicina e Enfermagem foi o embrião do
nascimento da Unifesp”.
E eu estava muito
preocupado, porque eu estava pensando: “Eu vou chegar aqui, e será que eu vou
ver aquele discurso neoliberal, o de extrema direita?”. Então eu fiquei muito
feliz, Cássio, você que é lá do ABC, onde nasce uma resistência operária e eu
sou operário de 11 anos trabalhando na indústria de móveis em São Bernardo do
Campo; 30 anos: cinco de Volkswagen e 25 de Ford; diretor do Sindicato dos
Metalúrgicos do ABC, o mesmo Sindicato do presidente Lula, que iniciou aquela
luta lá no ABC.
E, ao lado da Unifesp,
onde você estuda, tem um símbolo da resistência que é a Uniforja, que é uma
fábrica que entrou em concordata lá em 1996 ou 1997 e nós ocupamos aquela
fábrica, foi uma luta inglória, transformamos em uma cooperativa. E no ano da
crise, em 2008, a Uniforja faturou 250 milhões de reais.
É uma cooperativa de
autogestão, os trabalhadores são donos do negócio, tem uma parte que é
celetista, mas a outra parte é dona do negócio. E, quem entra como celetista
tem a oportunidade de em trinta e seis meses depois, virar sócio dessa
cooperativa. E eu fiz parte dessa luta, parte dessa história.
Então, para mim,
vocês me agradeceram daqui e eu é que agradeço por vocês existirem. O tamanho
da responsabilidade de vocês, com o momento político que nós estamos vivendo
não é fácil: da formação pedagógica, da formação do direito, da medicina, da
ciência política.
Eu estudei economia -
eu não sou economista -, mas eu estudei economia, eu gostava dos números; eu queria
estudar direito - a minha segunda opção era economia -, disputei uma bolsa com sete
mil alunos, eram 600 bolsas, acabei passando.
Estudei na Metodista de
São Bernardo, mas estudei na Unicamp, no Cesit - Centro de Estudo Intersindical,
cujo coordenador do curso, na época, era o professor José Roberto, um grande
professor.
Então, quando eu ouço
a fala da professora Marimélia, que é nossa representante do mundo da Ciência e
da Tecnologia, existe um atraso tão grande nesse aspecto da ciência e tecnologia.
O mundo está avançando com a indústria 4.0, está na quarta Revolução Industrial,
e nós estamos no meio da terceira. Nesses dias eu estava olhando uma pesquisa
de investimento em inovação: enquanto os Estados Unidos investem 570 bilhões de
dólares; a Alemanha quase 200 bilhões de euros; a China próximo de 200 bilhões
de dólares; o Japão próximo a 200 bilhões de dólares, eu fui olhar os dados do
Brasil em pesquisa, investimento e inovação: 70 milhões de reais.
É como Brasil é
tratado, o Brasil ainda tem uma cabeça muito agrária. O Tratado de Bretton Woods,
criação da Cepal, cujas pessoas que ajudaram a criar eu respeito muito: Celso
Furtado; Raúl Prebisch, argentino, Maria da Conceição Tavares; João Manoel de
Melo Neto. Mas, nós precisamos tirar da nossa cabeça que o Brasil é só uma das
partes do pulmão da américa latina, para sustentar o mundo na questão da nossa
produção do agronegócio, nós precisamos avançar.
Nesta Casa, eu tenho
feito um debate - como eu vim da indústria - de tentar discutir a indústria
nesta Casa. O primeiro projeto que eu apresentei nesta Casa, em 2015, quando eu
assumi - que foi o meu primeiro mandato
- foi um projeto de criar e olhar o estado de São Paulo e discutir o estado de
São Paulo, a partir da sua vocação econômica regional; a partir daquilo que
somos capazes de produzir em de cada região. O projeto foi aprovado e vetado
pelo governador, na época o governador Geraldo Alckmin.
O segundo projeto que
eu apresentei aqui, no mesmo ano de 2015, que foi o enfretamento à intolerância
religiosa, em função dos ataques que estavam sofrendo a nossa comunidade negra,
e eu sou descendente de negro com bugre: meu avô paterno nasceu na senzala,
nasceu escravizado e minha mãe era filha de bugre.
Então eu apresentei
um projeto aqui nesta Casa que, para minha felicidade, virou tema do Enem 2016,
o tema da redação do Enem 2016, então falei: “Bom, acho que nós estamos no
caminho correto”, são as lutas sociais.
Então, recentemente
nós fizemos um debate nesta Casa, sobre um projeto do Governo do Estado, que
apresentou um programa, chamado IncentivAuto. E eu ajudei a construir esse programa
dentro do programa Brasil Maior, do governo da presidenta Dilma, que é um
programa chamado Inovar Autos. O que é isso?
Todo mundo acha que, no
Brasil, temos fabricante de veículos, nós não temos, temos montadoras de
veículo. Toda a tecnologia é desenvolvida lá fora, se o caminhão da Mercedes,
ou da Volkswagen, ou da Ford - agora fechada a Ford - se batesse em uma esquina e desse um acidente
grave, a caixa-preta é mandada para fora, para estudar qual foi a origem do
problema; não somos nós que estudamos, aqui nós só montamos e produzimos. Então
nós criamos esse programa, e ele funcionou no governo Dilma, até 31 de dezembro
de 2017, aí no governo do golpista Temer e agora encerrou o programa, e entrou
agora o Programa Rota 20/30.
Como eu acompanho
muito os números do emprego e desemprego, eu gosto muito de trabalhar esses
temas e acho que é um desafio colocado para nós aqui, seja em qualquer área:
seja na ciência social, assistência, no direito, em qualquer lugar nós vamos
ter que discutir a questão do Brasil.
Nós não podemos ter
um país com 210 milhões de habitantes, e sem uma indústria de transformação;
nós temos três tipos de indústria em qualquer lugar do mundo, nem todo o país
tem as três: que é a indústria de transformação, a indústria da construção
civil, e a indústria do agronegócio.
E, a indústria de
transformação no Brasil, que já foi 32% do PIB brasileiro, hoje terminamos o
ano passado com 10.1%, com tendência de queda. Quer dizer, o Brasil, só o setor
de serviço, o terceiro setor, o serviço público, o setor financeiro, só isso
vai sustentar 210 milhões de habitantes?
Não, os países
desenvolvidos têm, em média, da indústria de transformação, algo em torno de 20
a 25% dos países mais desenvolvido. O grande exemplo é a Alemanha, que tem um “dumping”
de produção muito grande e não é de produção, é de tecnologia, é de inovação
muito grande.
Então nós precisamos
entrar nesse debate, inclusive este é um debate que eu faço muito dentro do PT,
que é o partido ao qual pertenço, tenho muita honra e orgulho. Porque eu acabei
de contar a minha vida para você em dois minutos e sou, às vezes, chamado de
ladrão e de corrupto, porque sou PT. A luta política nossa vai ser muito grande.
Todos os alunos, os
estudantes, alunos que já são mestrandos alguns, todos os depoimentos foram
muito importantes, o depoimento da reitora, da Soraya. Dizer que, antes da
política de cotas, implementada no governo Lula, a Unifesp já praticava e nós
apanhamos muito quando nós propusemos a política de cotas.
Cássio, quando o Lula
assumiu o governo, no dia primeiro de janeiro de 2003, os estudantes negros nas
universidades públicas e privadas deste País eram 1,5%; hoje devem estar na
casa de quase 20%, ou mais que isso.
E nós tivemos que
enfrentar este debate, tivemos que enfrentar o debate do Fome Zero. Quando
propôs o Fome Zero, vocês lembram que a mídia bateu e todo o setor empresarial
bateu: “Nós não precisamos de esmola, nós queremos emprego”.
É verdade. Ser miserável em São Paulo: eu
entro no bar, eu peço um copo d’água e tomo, peço o resto do lanche de alguém e
como; ser miserável no Nordeste: era andar 10 ou 15 léguas para buscar duas cacimbas
de água barrenta, para poder matar a sede da família, e não ter o que comer.
Então é muito fácil esse debate, esse discurso.
E olha, é lógico, eu
sou um dos defensores de que tem que ter a política de compensação, tem que
ter; tem que ter política de desenvolvimento social. Mas, país nenhum no mundo
vai melhorar a sua economia - que é o problema que o Brasil está enfrentando
-, se não tiver uma política séria de
geração de emprego e renda, trabalho e renda. Esse é o grande problema do nosso
Brasil, estamos em uma encruzilhada.
Este ano está bom, está crescendo. Os dados de
hoje: algo em torno de 850 mil empregos positivos. Mas de 2015 até agora, foram
destruídos quatro milhões de empregos com carteira assinada, cresceu só a
informalidade. E agora que estamos recuperando um pouco de emprego, mas um
emprego com um salário, algo em torno. Igual a proposta que o Bolsonaro está
apresentando, empregos na casa de 1.450 reais.
E, se nós estudarmos:
lá no governo Lula, que gerou mais de 15 milhões de empregos e a Dilma gerou
cinco. Quando você faz a conta dos 20 milhões, algo em torno de quase nove
milhões de empregos foram gerados na faixa de um salário mínimo; depois mais
três milhões, na faixa de até um salário mínimo e meio; depois mais dois
milhões, de dois salários mínimos até três, mas é assim que você vai recompondo
a nossa força de trabalho no Brasil.
Então o nosso desafio
é muito grande e o de vocês é maior ainda, porque vocês são educadores, o nosso
é o de lutar. Aqui no estado de São Paulo, nós temos entre - para encerrar a minha
fala - equipamentos públicos, autarquias, parques, reservas, fazendas
experimentais, equipamentos públicos como o Ibirapuera, e as empresas estatais,
que eram, no total quatorze, das quais seis tinham dependência orçamentária e
oito tinham dotação orçamentária própria.
O primeiro projeto
que o João Doria mandou à esta Casa foi um projeto chamado 01, para fechar
quatro empresas e fazer a junção de duas.
A Prodesp incorporar a Imesp. A Imesp é a Imprensa
Oficial do Estado, Prodesp é de Processamento de Dados; a Imesp tinha faturado
350 milhões de reais no ano de 2017, algo parecido em 2018, mas ele mandou
juntar as duas.
Quando junta, você
faz a sinergia de telecenter, de recursos humanos e eu passei por isso na junção
da Ford com a Volks - a chamada Autolatina -, sobra algo em torno de 30% de mão
de obra - então esses vão ser demitidos, porque são todos celetistas. E, mandou
extinguir as outras quatro.
Então, o modelo de governar
dele, o compromisso dele com os empresário são cinco palavras: desestatização,
privatização, junção, concessão ou extinção de empresas e é um compromisso dele,
fazer isso com os quase 200 equipamentos públicos que existem no estado de São
Paulo. E a CPI das Universidades, aqui citada pela professora Bebel, da qual ela
foi membro, caminhava meio que querendo indicar essas coisas.
Nós vamos ter um
desafio muito grande, vocês estudantes, professores e mestres, têm um desafio
de ajudar a reorganizar. São lutas que vamos ter que fazer, e não serão lutas
fáceis que nós estamos enfrentando. Vocês sabem, o ministro da Educação
anterior a esse o que era, e esse o que tem feito, não é?
Vocês sabem, nesta Casa
ontem, tinha um projeto de um deputado para tornar José de Anchieta o patrono
da Educação do estado de São Paulo; nós fizemos uma emenda de plenário - emendamos
ele - que nós também temos um projeto
nesta Casa, que não é nosso, é do PSOL, do deputado Carlos Giannazi, de tornar
Paulo Freire o patrono da Educação no estado de São Paulo. Então é esse o debate
que nós enfrentamos aqui, é um leão por dia.
Tem agora o debate
principal que entrou: anunciado na quarta-feira e publicado no “Diário Oficial”,
na quinta, que é a PEC da reforma da Previdência do Estado de São Paulo, que
ele não precisava fazer isso agora.
Se ele esperasse
publicar e aprovar a PEC paralela, ele não precisava fazer uma votação aqui de quórum
qualificado porque a PEC paralela vem para os estados e virar lei ordinária,
precisa apenas de 48 votos a favor para ser aprovada, mas teria que aprovar
igual em Brasília.
Ele mandou para cá
uma PEC que precisa de um quórum qualificado de três quintos, 57 votos dos 94
deputados. Então tem algumas coisas no meio, que nós estamos identificando, que
são totalmente diferentes do que foi aprovado em Brasília, que já é ruim, mas,
se comparar com a de São Paulo, ainda fica melhor. Sempre tem espaço para
piorar mais.
Então, quero
parabenizar a Unifesp pelos 25 anos; Dra. Soraya; parabenizar o vice-reitor,
Nelson; obrigado, Cássio, por você estar presente; obrigado professora Maria
Aparecida; professora Marimélia; obrigado a todos vocês.
E agradecer a nossa assessoria
dos deputados, agradecer a assessoria da Casa aqui, da Presidência, mais uma
vez agradecer à Presidência da Casa. Desejar um bom dia a todos, e dizer que a
luta continua, a luta é contínua. Quem luta pode perder, quem não luta já
perdeu. Nós somos de luta, e jamais vamos parar de lutar.
Muito obrigado.
(Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SALVADOR GEORGE DONIZETI
KHURIYEH - Muito obrigado, deputado Teonilio
Barba. Vamos dar encaminhamento a nossa sessão. Eu gostaria de convidar, neste
instante, a professora Marimélia para poder descer, para que possam posar para
uma foto oficial da Mesa e para que nós possamos fazer a foto oficial da
cerimônia, não é?
Acho que podem ficar
aí, do jeito que acharem mais adequado, se quiserem ir todo mundo e participar
da foto, acho que fica bacana, não? O que que vocês acham? Por favor, fiquem à
vontade. As pessoas que estão sentadas e quiserem se dirigir até aqui à frente,
para que possam fazer uma foto oficial com o conjunto, seria muito bom.
Vamos lá? Faz uma
foto invertida? Ninguém quer levantar?
É importante, porque
a solenidade é uma solenidade em homenagem a vocês, não é? Acho que é
importante todo mundo esteja participando.
Quero convidar os
membros da Mesa para poder retornar à Mesa, para a gente poder fazer...O.k.
Todo mundo rindo aí. (Palmas.)
Agora à Mesa, para
voltar à Mesa. Estamos próximos do encerramento, convido a todos os membros da Mesa
para retornarem à Mesa.
E, nesse instante, eu
devolvo a palavra para o presidente da sessão, deputado Teonilio Barba, para
que ele possa fazer o encerramento oficial da sessão desta sessão solene. Com a
palavra, o deputado Teonilio Barba.
O SR. PRESIDENTE - TEONILIO BARBA LULA
- PT – Esgotado então objeto da presente
sessão, a Presidência agradece as autoridades, a minha equipe, ao sereníssimo Grão-mestre
Pascoal, ao Mauro Calló, todos os irmãos do GOP, os funcionários dos serviços
de Som, da Taquigrafia, de Atas, do Cerimonial, da Secretaria Geral
Parlamentar, da Imprensa da Casa, da TV Legislativa e das assessorias policiais
Civil e Militar, bem como a todos que, com as suas presenças, colaboraram para
o êxito da solenidade.
Muito obrigado e boa tarde a todos, que
agora nós vamos almoçar, não é?
Está encerrada esta sessão.
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SALVADOR GEORGE DONIZETI KHURIYEH - Muito
obrigado a presença de todos, e a presença dos alunos de Araraquara. Muito
obrigado.
*
* *
- É encerrada a sessão às 12 horas e 44
minutos.
* * *