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25 DE NOVEMBRO DE 2019

55ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AO DIA DO OFICIAL R2

 

Presidência: TENENTE COIMBRA e CASTELLO BRANCO

 

RESUMO

 

1 - TENENTE COIMBRA

Assume a Presidência e abre a sessão. Nomeia a Mesa e demais autoridades presentes. Informa que a Presidência efetiva convocara a presente sessão solene em "Homenagem ao Dia do Oficial R2", por solicitação deste deputado. Convida o público para cantar, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro". Anuncia a exibição de vídeos a respeito do Juramento dos Oficiais R2 e do Serviço Militar Obrigatório. Anuncia declamação da "Canção do Expedicionário", por José Jantália.

 

2 - RICHARD WALLACE SCOTT MURRAY

Coronel comandante do CPOR - Centro de Preparação de Oficiais da Reserva, saúda os presentes. Parabeniza o deputado Tenente Coimbra pela iniciativa da solenidade. Tece considerações a respeito da temática da presente sessão.

 

3 - CASTELLO BRANCO

Deputado estadual, saúda os presentes. Parabeniza o deputado Tenente Coimbra pela iniciativa da solenidade. Destaca a presença de oficiais do Exército neste Parlamento. Faz breve relato da história do Exército Brasileiro. Enaltece o valor dos oficiais da reserva.

 

4 - CASTELLO BRANCO

Assume a Presidência.

 

5 - TENENTE COIMBRA

Tece considerações sobre sua atividade profissional no Exército. Menciona a presença de oficiais das Forças Armadas na política. Comenta sua atividade parlamentar. Atribui relevo à Carteira do Oficial R2. Discorre acerca da presente homenagem. Anuncia a entrega de placas aos homenageados. Enaltece a presença de oficiais R2 em cargos relevantes na sociedade. Cita fala do general Otaviano Costa sobre o simbolismo da farda.

 

6 - TENENTE COIMBRA

Assume a Presidência.

 

7 - PRESIDENTE TENENTE COIMBRA

Convida os presentes para entoarem a "Canção do Exército". Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Tenente Coimbra.

* * *

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS – JOSÉ JANTÁLIA – Senhoras e senhores, sejam muito bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Daremos início à sessão solene em homenagem ao Dia do Oficial R2. São convidados a compor a Mesa de honra: deputado estadual Castello Branco. (Palmas.) Coronel Richard Wallace Scott Murray, comandante de CPOR. (Palmas.) Capitão de fragata Almir Carlos Porto, representando o comandante do 8º Distrito Naval. (Palmas.) Primeiro-tenente Pegoraro, representando o comandante do 3º Batalhão de Choque. (Palmas.) E o presidente da Mesa, o deputado estadual Tenente Coimbra. (Palmas.)

Senhoras e senhores, o deputado estadual Tenente Coimbra fará a abertura oficial deste ato solene.

 

O SR. PRESIDENTE – TENENTE COIMBRA – PSL – Sob a proteção de Deus, declaro aberta essa presente sessão solene.

Convido a todos, na mais alta posição de respeito, a entoarmos juntos o Hino Nacional Brasileiro.

 

* * *

 

- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE – TENENTE COIMBRA – PSL – Antes de agradecer as autoridades presentes, gostaria de agradecer a todos por terem vindo na data de hoje, um dia um pouco atípico.

E uma solenidade que acabou acontecendo, até por conta da agenda da Casa, um pouco em cima da hora. Devido a algumas ausências, principalmente por conta da função militar, agradeço a presença de todos.

Sr. Luiz Fernando Valente de Souza Marcondes, presidente estratégico da Associação MMDC; Douglas Ramos, presidente da Soami, CPOR; Nei Duarte, delegado da Desg; Francisco Balthazar de Abreu Sodré Santoro, presidente da Ore; Antônio Carlos Castilho Garcia, presidente da Bore, neste ato representando o tenente Rogério, presidente do CNOR; capitão-de-fragata Almir Carlos Porto, representante do comandante do 8º Distrito Naval; primeiro-tenente Pegoraro, representando o comandante do 3º Batalhão de Polícia de Choque; tenente Ferraço, representando, neste ato, o comandante do HMASP; Luiz Lennert, vice-presidente da Associação Campineira de Oficiais da Reserva; cabo PM Amorim, representando o 3º Batalhão de Polícia Militar; primeiro-sargento Estênio, representando o comandante do 13º Batalhão de Polícia Militar; e coronel Blaszkowski, assessor parlamentar do Comando Militar do Sudeste; sem contar com as presenças já nominadas na mesa, nosso coronel-comandante do CPOR.

Antes de mais nada, gostaria de passar dois vídeos curtos. Um fala sobre o serviço militar obrigatório e o outro fala especificamente sobre Juramento dos Oficiais R2.

 

* * *

 

- É feita a exibição do vídeo.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE – TENENTE COIMBRA – PSL – Agora, um vídeo sobre o alistamento militar.

Aproveitando o momento, antes de mais nada, só citar o meu amigo, companheiro de bancada, cujo qual o Cerimonial está me devendo dez zeros já. Capitão Castello Branco, capitão do Exército Brasileiro, que muito me honra com a sua presença.

 

* * *

 

- É feita a exibição do vídeo.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE – TENENTE COIMBRA – PSL – Convido agora para fazer a Canção do Expedicionário, em formato de poesia, o meu amigo, Sr. Jantália. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS – JOSÉ JANTÁLIA – Canção do Expedicionário, de autoria de Guilherme de Almeida.

Quando tocada, a música é do inesquecível maestro Spartaco Rossi: não é o caso aqui agora.

Você sabe de onde eu venho?

Eu venho do morro, do Engenho

Da selva, dos cafezais

Da boa terra do côco

Da choupana onde um é pouco

Dois é bom, três é demais

Venho das praias sedosas

Das montanhas alterosas

Dos pampas, do seringal

Das margens crespas dos rios

Dos verdes mares bravios

Da minha terra natal

 

Eu venho da minha terra

Da casa branca da serra

E do luar do meu sertão

Venho de minha Maria

Cujo nome principia

Na palma da minha mão

Braços mornos de Moema

Lábios de mel de Iracema

Estendidos para mim

Ó minha Pátria querida

Da Senhora Aparecida

E do Senhor do Bonfim!

 

Você sabe de onde eu venho?

É de uma Pátria que eu tenho

No bojo do meu violão

E que de viver em meu peito

Foi até tomando jeito

De um enorme coração

Deixei lá atrás meu terreno

Meu limão, meu limoeiro

Meu pé de jacarandá

Minha casa pequenina

Lá no alto da colina

Onde canta o sabiá

 

Venho de além desse monte

Que ainda azula o horizonte

Onde o nosso amor nasceu

De um rancho que tinha ao lado

Um coqueiro que, coitado

De saudade já morreu

Venho do verde mais belo

Do mais dourado amarelo

Do azul mais cheio de luz

Repleto de estrelas prateadas

Que se ajoelham deslumbradas

Fazendo o sinal da cruz!

 

Por mais terras que eu percorra

Não permita Deus que eu morra

Sem que volte para lá

Sem que leve por divisa

Esse V que simboliza

A vitória que virá

Nossa vitória final

Que é a mira do meu fuzil

A ração do meu bornal

A água do meu cantil

As asas do meu ideal

A glória do meu Brasil

(Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE – TENENTE COIMBRA – PSL – Muito obrigado, Sr. Jantália, que sempre nos brinda com suas magníficas poesias.

Para quem gostou dessa é porque ainda não ouviu a de 32, que é, sem dúvida, um marco.

Convido agora para fazer o uso da palavra o coronel Richard Wallace Scott Murray, comandante do Centro de Preparações de Oficiais da Reserva do Estado de São Paulo.

Gostaria de anunciar a presença do meu amigo deputado estadual Frederico d’Avila.

 

O SR. RICHARD WALLACE SCOTT MURRAY – Excelentíssimo Sr. Deputado Estadual Tenente Coimbra, Excelentíssimo Sr. Deputado Estadual Capitão Castello Branco, Sr. Capitão-de-Fragata Almir, representando o comandante do 8º Distrito Naval, o Sr. Primeiro-Tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo Pegoraro, do 3º Batalhão de Policiamento de Choque; senhores integrantes das diferentes associações aqui representadas, integrantes do Exército Brasileiro, da Marinha do Brasil e da Polícia Militar do Estado de São Paulo, meu cordial bom dia

Eu gostaria, inicialmente, de parabenizar o deputado estadual Tenente Coimbra pela iniciativa em realizar esta sessão solene em homenagem aos nossos oficiais R2. Para nós é muito gratificante.

Eu estou fechando dois anos no comando do CPOR de São Paulo e tem sido para mim um período de grande realização profissional, onde eu pude constatar e atestar a importância que, particularmente, o Exército Brasileiro ele atribui à formação dos seus recursos humanos; em particular, a formação dos seus oficiais da reserva, dos seus oficiais R2.

Nesse sentido, eu passo à leitura do “Noticiário do Exército”, que é a palavra oficial da nossa força relativa ao Dia do Oficial da Reserva do Exército Brasileiro.

“Dia do Oficial da Reserva, Dia do Oficial R2. O Exército Brasileiro comemora, comemorou em 4 de novembro, o Dia do Oficial da Reserva, R2, instituído em reverência ao nascimento do tenente-coronel Luís de Araújo Correia Lima, idealizador dos órgãos de formação de oficiais da reserva no País.

Natural de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, e descendente de família de militares, destacou-se no Colégio Militar de Porto Alegre, na Escola Militar do Realengo, onde veio a ser instrutor, e na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, pela sua inteligência e liderança.

Como estudioso das doutrinas pós-Primeira Guerra Mundial, vislumbrou, perspicazmente, a importância da incorporação às reservas mobilizáveis de cidadãos com formação superior e conduta ilibada, o que motivou o Exército Brasileiro a criar, em 22 de abril de 1927, o Centro de Preparação de Oficiais do Rio de Janeiro, CPOR do Rio de Janeiro, organização militar pioneira na formação de oficiais R2, no formato do Reserve Officers Training Course, dos Estados Unidos da América, sendo o seu primeiro comandante o então capitão Correia Lima.

Ao longo do tempo, a ideia de criação de uma organização militar formadora de oficiais R2 evoluiu e firmou-se com a criação de diversos CPOR e de Núcleos de Preparação de Oficiais da Reserva, os NPOR, por todo o território nacional, a fim de atender as especificidades das diversas armas, quadros e serviços.

A formação do oficial R2 advém de processo meticulosamente planejado para instruir e incutir nos alunos, em um curto período de tempo, valores morais e profissionais da vida castrense.

Originalmente instituída com a duração de três anos, a formação de profissional R2 foi reestruturada para dois anos em 1942, perdurando, dessa forma, até 1966, quando foi novamente reestruturada e passou a ser realizada em um único ano de formação.

Devido às crescentes demandas na área administrativa, profissionais especializados por entidades civis de nível superior, voltados para diversas áreas de interesse da força, têm sido incorporados ao Exército por meio do estágio de serviço técnico, para a formação do oficial técnico temporário, à semelhança dos oficiais R2 médicos, farmacêuticos, dentistas, veterinários e enfermeiros, que também prestam fundamental apoio à saúde e ao bem-estar dos militares e de suas famílias, inclusive em regiões inóspitas de nosso País.

No atual processo de transformação pelo qual passa o Exército Brasileiro, impõe-se à força terrestre buscar constantemente a formação ideal e o melhor aproveitamento desses militares nas complexas e desafiadoras missões que o século XXI apresenta. Nesse contexto, cabe ao oficial R2 um papel relevante como integrante fundamental da instituição, quer pelas atividades militares que desempenha, quer pelo papel multiplicador dos valores cultuados na reserva, quando de sua saída da força terrestre.

Além de pertencer à reserva mobilizável, o oficial R2 normalmente ocupa funções relevantes na sociedade brasileira, onde exerce o papel de multiplicador dos valores castrenses, e atua como líder na construção de uma sociedade melhor.

Nessa data tão importante, o Exército Brasileiro enaltece e agradece os oficiais R2 de ontem, de hoje e de sempre pela dedicação, pela lealdade e pelo amor à instituição e ao Brasil, concitando-os a trilhar o correto caminho do dever, e a seguir os exemplos do seu patrono, o tenente-coronel Correia Lima. Parabéns a todos os oficiais R2. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - TENENTE COIMBRA - PSL - Convido, para fazer uso da palavra, o meu amigo, capitão do Exército e deputado estadual, o capitão Castello Branco. (Palmas.)

 

O SR. CASTELLO BRANCO - PSL - Senhores oficiais presentes, nobres deputados, nominata já mencionada, o nosso bom dia.

Começo parabenizando o Tenente Coimbra pela iniciativa, que muito enobrece esta Casa, e que este ano tem a oportunidade de vivenciar muitos eventos militares, trazendo para cá representatividade. E representamos, também, as Forças Armadas.

Parabéns, Tenente Coimbra, que tem feito um excelente mandato, principalmente se destacando pelo apoio aos tiros de guerra, ao oficial da reserva e aos colégios militares que o senhor tem liderado com brilhantismo. A Casa é muito feliz depois do coronel Erasmo Dias - saudoso Erasmo Dias. Antes disso, somente lá no Império é que esta Casa teve oficiais do Exército. Tivemos um longo hiato sem nenhuma representatividade militar.

Quis a providência divina que esse ano tivéssemos dois. O capitão de Aman, representando os oficiais de carreira, e um tenente brilhantemente representando os oficiais da reserva. Então temos hoje na Casa dois oficiais que representam as Forças Armadas e que defendem os nossos melhores valores, princípios e objetivos. A minha contribuição para o Dia do Oficial da Reserva, como historiador que sou, é contar um pouco da História.

Antes da vinda da Família Real, em 1808 - vamos puxar daí para não puxar antes - o exército imperial português é que dominava o oficialato. Alguns oficiais brasileiros iam fazer curso na Academia Militar de Portugal e vinham para cá servindo ao Reino de Portugal.

Foi só em 1808, com a vinda da Família Real, é que a gente começa a formar os nossos próprios oficiais. A Academia Real Militar ficava no paço, exatamente do lado do palácio de Dom João VI. E a Real Escola Naval, que passou por vários endereços até ir para a ilha de Villegagnon.

Muito bem. Essas são as nossas duas origens. O País era muito grande, muito vasto, com muitos problemas. A quantidade de oficiais formados nas escolas oficiais não era suficiente para atender as demandas do País. Então, já naquela época, eles criaram os quadros comissionados. Parecido com o que o Exército americano iria criar depois.

Os oficiais comissionados incorporavam para missões específicas, ficavam um determinado tempo, e depois saíam. A primeira a adotar isso foi a Marinha. A Marinha, até por força da sua missão externa, comissionava muitos marinheiros para missões.

O Exército depois acabou adotando o mesmo princípio, em função - como eu disse - da vastidão do território. Vamos chegar num ponto interessante da História, que foi a Guerra do Paraguai. Naquela situação - poucos sabem - três milhões de soldados, de militares, estiveram envolvidos num dos maiores conflitos da América depois da Guerra de Secessão.

A Guerra de Secessão foi imediatamente anterior, de 1860 a 1865. Logo na sequência, de 1866 a 1870, a Guerra do Paraguai. Três milhões de militares diretamente envolvidos, e outros três milhões indiretos. Não tínhamos condições de mobilizar tanta gente, 50% do efetivo do Exército e da Marinha já foram de militares comissionados.

Inclusive, pela primeira vez na História do Brasil, com a incorporação de negros nas nossas fileiras, de uma maneira pioneira também. Ao contrário do que dizem, o Exército e a Marinha já incorporavam nas suas fileiras, ombro a ombro, para lutar pelo mesmo ideal, as pessoas de diversas matizes raciais, o que não interessava. O que interessava era o combate e a vitória. Esse foi um ponto interessante. Depois disso, o Exército mantém, e a Marinha também, mas diminui.

Um outro ponto crucial da História foi na Segunda Guerra Mundial. Ali, novamente, em função de conflito, o Exército manda para a Segunda Guerra Mundial a Força Expedicionária Brasileira, cuja metade do efetivo era de oficiais e praças comissionados, que nos deram grandes heróis. O tenente Mega é um, que tem a nossa pista na Academia. Era oficial da reserva, entre outros.

É importante salientar também que o CPOR, como hoje a gente vê, ele é oriundo da missão militar francesa que trouxe essa ideia. Mas o modelo francês não se adaptava muito. E foram os americanos - que têm isso muito sofisticado - que nos deram o modelo que a gente tem hoje. Para os senhores terem uma ideia, o Exército americano hoje tem quatro carreiras de oficiais, chamados QCs, ou complementares. Quatro carreiras distintas.

Evidentemente que estamos falando de um Exército muito operacional, muito maior que o nosso, que vive em conflitos de grande monta direto, e que, portanto, tem uma necessidade e uma demanda de formar gente rápido porque as baixas também são altas.

O fato é que temos no oficial da reserva um importante pilar da instituição. O CPOR de São Paulo, por exemplo, é uma instituição secular. Ali morou a família Andrada, Bonifácio. Toda aquela área pertencia à família Andrada e Silva.

Inclusive, onde hoje é o Campo de Marte, ali pertencia a eles. E o Solar dos Andradas, hoje, recebe com muita propriedade o nosso Centro de Preparação de Oficiais e, por enquanto, também o Colégio Militar. Os oficiais da reserva hoje representam o esteio moral da nação e uma perspectiva de ampliação dos nossos valores e dos nossos princípios, num país tão carente disso. Faço minhas as palavras do Tenente Coimbra, e acredito que do deputado Frederico d’ Avila.

O ideal é que pudéssemos ter um modelo de ter muito mais centros de preparação de oficiais da reserva, muito mais capacidade de absorção. Os nossos jovens querem servir às Forças Armadas - ao contrário do que antigamente se pensava - e a gente não tem capacidade de absorção, financeira e inclusive estrutural. O que deve ser revisto.

Tive a oportunidade de servir em Israel nos anos 90. É evidente que estamos falando de uma outra realidade. Mas lá, ao completarem a sua idade, todos vão servir às Forças Armadas. Todos, absolutamente todos. Não precisa necessariamente servir no front, mas vai prestar um serviço ao País.

Isso é um sonho: se a gente tivesse aqui, com 18 anos, todos, absolutamente todo brasileiro deveria servir à sua nação seis meses a um ano, em qualquer missão administrativa, operacional, logística. Enfim, seria o seu quinhão de contribuição à construção da nação. Isso é um sonho que, quem sabe, um dia, a gente consegue realizar.

Por enquanto, não posso deixar de citar, para terminar a minha fala: o meu avô, Domingos de Lucca, que em 1914 foi oficial comissionado na Itália, combateu na Primeira Guerra Mundial, fez a Escola Militar de Caserta. Rápida, para poder ir para o front na Itália. Lá ficou, e depois que veio para o Brasil.

O meu pai, que é da turma de 48, segundo ele, o último vivo - a probabilidade dele ser o próximo na lista de chamada é de 100% - ele fez naquela época que o CPOR era de dois anos, de infantaria, da turma de 48. Então venho dessa tradição também. Assim como todos os meus tios, parentes, da época, todos fizeram o CPOR.

A elite paulista fazia o CPOR. Não é, meu amigo, grande escultor e pianista, e de Cavalaria? De maneira que a elite paulista, ou boa parte da elite paulista passou pela formação militar. Se hoje temos um esteio moral na nossa sociedade, é graças a um trabalho de muitos e muitos anos que o CPOR, brilhantemente, presta ao País.

Agradeço e parabenizo novamente essa festa bonita. Que esta Casa Legislativa receba cada vez mais eventos como esse.

Muito obrigado. Brasil acima de tudo. Deus acima de todos. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - TENENTE COIMBRA - PSL - Convido agora, para presidir os trabalhos, o Excelentíssimo Sr. Deputado Castello Branco.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Castello Branco.

 

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O SR. TENENTE COIMBRA - PSL - Só título de explicação, e seguindo a liturgia da Casa, a Mesa não pode ficar sem a Presidência, por isso fizemos essa...

Autoridades já anunciadas. Mas, novamente, tenente-coronel Murray, em nome de quem saúdo todos os militares aqui presentes; deputado Castello Branco; deputado Frederico d’Avila, em nome de quem saúdo também todos os parlamentares que não estão presentes, mas justificaram a sua ausência; e todo o staff da Casa.

Fazendo uma saudação especial aos tenentes R2 que hoje se fazem aqui presentes, cujo o qual tive a oportunidade de servir. O meu irmão, tenente Wesley, 2010; o Silva, que é da minha turma, zero-um da minha turma, também 2010; Paulinho está no fundo; Gianetti ali escondido, careca. Giannetti está perdido ali. Barreto, tenente Clara, enfim, inúmeros outros amigos que se fazem presentes na data de hoje.

Quem não me conhece, sou o primeiro tenente Coimbra, da turma de 2010, tenente oficial R2 com muito orgulho. Tive a oportunidade de servir no 6º Batalhão de Infantaria Leve, no 2º Batalhão de Infantaria Leve e no 2º Bavex. Conforme o capitão já colocou, dentro desta Casa, não havíamos representação há 16 anos dentro das Forças Armadas.

Fico muito contente, juntamente com o capitão Castello Branco, em ombrear essa renovação, ombrear os valores que nos competem, que nos trouxeram até aqui, em relação à força.

Só a título de curiosidade, no ano de 2018 elegemos, oriundos das Forças Armadas, um presidente da República, um vice-presidente, seis deputados federais e sete deputados estaduais. Tenho a honra de ser o único oficial R2 eleito entre todos esses. E, diga-se de passagem, o único estado onde tivemos dois deputados estaduais eleitos dentro das Forças Armadas foi o estado de São Paulo. Então muito nos honra com essa representatividade.

 Só um acrescendo: o amigo Teodoro, ali no canto, que eu não tinha visto, pequeno. Está diferente. Uma das primeiras coisas que fiz, quando assumi o meu mandato, é tentar devolver aquilo que me fez estar até aqui: tentar devolver e homenagear a força de alguma forma.

Assim eu fiz, logo na primeira semana quando, como já colocado pelo Castello Branco, fundei a Frente Parlamentar de Implementação das Escolas Cívico-Militares no Estado de São Paulo, cujo o qual tenho a grande satisfação de anunciar que, em 2020, teremos a primeira escola cívico-militar, que será na cidade de Campinas.

Fiz a criação da Frente Parlamentar em Defesa dos Tiros de Guerra. Tiro de Guerra, esse que muitas vezes é negligenciado pela sociedade civil e até pela nossa própria força. São 75 Tiros de Guerra no estado de São Paulo, um terço de todos os Tiros de Guerra de todo o território brasileiro.

Então, temos percorrido e homenageado esses atiradores que servem o serviço militar obrigatório e não recebem um real para isso. Colocam-se à disposição, gastam dinheiro, e muitas vezes não têm nenhum reconhecimento.

Vindo aqui na Casa, corremos para também reaver a nossa carteira do oficial R2, cujo o qual peço até para a assistência colocar algumas imagens.

 

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- É feita a exibição de fotos.

 

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Estivemos com o presidente da República, fazendo essa solicitação, tendo em vista que, em 2015, a carteira do oficial R3 foi sustada por um decreto presidencial da então presidente Dilma. Não tínhamos essa representatividade.

Nada mais é do que representatividade. Em termos de efetividade, acaba não tendo. Mas é um justo reconhecimento por aqueles que se colocaram à disposição da sociedade, que lutaram, que gastaram boa parte do tempo de sua vida, e não tinha um simbolismo. Foi sustado esse simbolismo em 2015.

Então estivemos no palácio, estivemos no Ministério da Defesa, para reaver essa carteira. Tivemos a grata notícia, a grata satisfação que, no ano que vem, vai ficar de responsabilidade das forças essa reorganização. Com certeza vamos reaver a carteira do oficial R2. Esse é o primeiro passo.

Depois, particularmente, vamos estender essa luta aos sargentos técnicos temporários, aos cabos e soldados. Mas tudo progressivamente. Então tento, como parlamentar, como representante das Forças Armadas, tentar retribuir - embora aqui, singelamente - uma pequena parte, tudo aquilo que a força meu deu.

A data de hoje é muito relevante. Ela faz simbolismo ao dia 4 de novembro, o dia do nascimento do nosso patrono Correia Lima, muito bem colocado pelo coronel na leitura da Ordem do Dia. Para quem não conhece Correia Lima foi promovido post-mortem a tenente-coronel. Ele que foi o criador do CPOR.

Em 1927 fundou o CPOR no Rio de Janeiro, em 28 em Porto Alegre, e em 30 em BH e em São Paulo. Acabou não tendo a felicidade de ver ele florescer, porque foi covardemente assassinado na Revolução de 30, e com isso teve a sua promoção pós-morte para tenente-coronel. Ele foi assassinado então quando major.

Ele deu um pontapé inicial, para estarmos aqui hoje, para que, em 32, na data mais importante que temos dentro do nosso estado, tivéssemos oficiais R2 batalhando na Segunda Guerra Mundial, principalmente na campanha da Itália, metade dos nossos oficiais fossem R2, entre eles o senhor Apollo Miguel Rezk, que foi o oficial mais condecorado de toda a Segunda Guerra Mundial, do Exército Brasileiro. Então, era um oficial R2, que muito nos brindou.

Eu vou fazer um pouco da leitura de sua biografia, de forma rápida, porque é um herói. É um nome que, para muitos, até entre nós, militares, é desconhecido.  A título de curiosidade, durante o seu funeral, em 99, o Exército americano mandou representação, e nós, não.

Então, culturalmente, é um nome que precisa ser propagado. E nós, como militares, muitos R2 aqui presentes, alunos que ostentarão, serão aspirantes, e serão oficiais R2, têm que conhecer esse nome, para nós divulgarmos as nossas raízes e os nossos heróis.

“Apollo Miguel Rezk, nascido no Rio de Janeiro em 9 de fevereiro de 1918, morreu em 21 de Janeiro de 99. Combatente, oficial R2 do Exército Brasileiro, pertenceu à Força, contingente militar brasileiro que participou da Segunda Guerra Mundial.

Participou de combates na Itália, mais precisamente em Monte Castelo e La Serra. Por sua bravura e destacada atuação nos campos de batalha na Itália, recebeu diversas condecorações no Brasil e também nos Estados Unidos.

Em 12/12/44, em Monte Castelo, comandava o seu pelotão. O tenente Apollo conquistou importante posição alemã, após violenta batalha. Pela bravura demonstrada nessa ação, o tenente Apollo foi agraciado com a Medalha Silver Star, pelo Alto Comando Americano.

Entretanto, o tenente Apollo viria a demonstrar novamente a sua coragem, determinação e desprendimento, quando, em 24 de fevereiro de 1945, conquistou La Serra, à frente de seu pelotão, atravessando extenso campo minado e sob pesada resistência inimiga. Ferido, em posição vulnerável, conseguiu suportar os contra-ataques dos alemães e, apesar do poder de fogo inimigo, logrou repeli-los, e ainda infligir-lhes severas baixas.

Por essa magnífica atuação, o tenente Apollo, já no hospital de campanha, ouviu pela Rádio BBC de Londres a seguinte notícia: ‘O comando aliado na Itália resolve louvar um oficial da Força Expedicionária Brasileira, pelos seguintes motivos: cada ação em combate é um pretexto para evidenciar suas belas qualidades de soldado e a sua excelência no comando do pelotão, conduzindo a sua tropa ao objetivo, com exemplo da sua própria coragem.’

Conquistou La Serra, em cujas ruínas se manteve até ser evacuado, ainda lutando algumas horas, depois de gravemente ferido. Sua posição estava cercada de metralhadoras inimigas, à esquerda, à frente e à direita, seis ao todo. As mais próximas distavam cerca de 15 metros do objetivo alcançado, e as mais afastadas, em torno de 80 metros.

Suportou contra-ataques, esteve cercado durante quase toda a primeira noite. Fez cinco prisioneiros. Ferido em combate às 23 horas do dia 23, só pôde ser evacuado na manhã seguinte, às 10 horas, devido ao intenso bombardeio da artilharia e morteiros a que estava sujeita sua posição. Sua audácia em marchar para o objetivo fixado, que sabia fortemente defendido, completou-se com a decisão de manter o próprio objetivo.

Revelou bravura, firmeza e acerto de decisão, excepcionando calma em presença do inimigo, exata noção dos seus deveres em combate, a par de elevado sentimento de honra militar e superior capacidade de sacrifício.

Foi condecorado com a Medalha Campanha da Cruz Combate, de 1ª classe, Medalha Sangue do Brasil, Medalha de Guerra, do governo brasileiro.

Em virtude de sua destacada ação na batalha de La Serra, o tenente Apollo recebeu do Governo dos Estados Unidos a Medalha Cruz de Serviços Notáveis, considerada uma das mais importantes condecorações americanas. Foi o maior herói da FEB na condição de oficial R2, sendo um dos poucos combatentes em todo o mundo a receber essa tão importante condecoração.”

Acredito que muitos não conheciam a história do tenente Apollo, mas muito nos honra com a sua trajetória, com a sua abnegação e colocamos no nosso juramento de defender a Pátria com, se necessário, o sacrifício da própria vida.

Ele se colocou à disposição, foi alvejado. Felizmente conseguiu continuar no combate, mas precisamos sempre cultivar os nossos heróis. O próprio Exército americano, ao brindar com essas condecorações, mostra a sua relevante pessoa, condecorações essas que, particularmente, me fizeram estar aqui hoje.

Meu bisavô, que lutou em 32, quando recebeu uma medalha, passou para minha avó, passou para minha mãe, o que me fez, quando menino, aspirar e me colocar à disposição da sociedade, pelo Exército Brasileiro, pelo serviço militar obrigatório, sim, e com isso, se não fosse o Exército, se não fosse a Força, sem sombra de dúvida, eu não estaria aqui hoje.

Mas, seguindo a linha de Correia Lima, os próprios CPOR, o NPOR, se modificaram. Conforme já colocado, começou por três anos, modificou para dois, e hoje nossa formação se completa em um ano. São 5 CPOR, 57 NPOR, ao longo da nossa Nação, sem contar com os inúmeros oficiais técnicos temporários, que nos brindam durante a formação no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva, complementando a qualificação do Exército Brasileiro.

E para materializar todo esse agradecimento, eu gostaria de convidar o tenente-coronel Murray, comandante do CPOR São Paulo, a receber uma homenagem e uma placa alusiva a este dia.

 

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            - É feita a entrega da homenagem.

 

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Representando nosso comandante militar do Sudeste, general de Exército Marcos Antonio Amaro dos Santos, gostaria de convidar o coronel Blaszkowski, assessor parlamentar do Comando Militar do Sudeste, a receber a placa em nome de nosso general.

 

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            - É feita a entrega da homenagem.

 

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Representando os futuros oficiais e aspirantes oficiais, gostaria de convidar agora o aluno oficial Luís Eduardo Granja.

 

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            - É feita a entrega da homenagem.

 

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Estou muito contente em poder homenagear, primeiramente, o comandante militar do Sudeste, em nome do coronel Blaszkowski, que comanda inclusive a nossa região militar, que acaba regendo todos os oficiais R2, o coronel Murray, que é o coordenador do CPOR, comandante CPOR e coordenador dos NPOR, e o aluno, diga-se de passagem, a surpresa, aluno Coimbra, mas não é parente meu, é coincidência de sobrenome, que é o destaque da intendência, confere? Aluno destaque da intendência que, no dia 30, vai se formar e vai ter uma honra, num brilhar conosco, a estrela de oficial.

No dia de hoje, os oficiais R2, conforme já colocado pelo coronel e pelo capitão Castello Branco, ocupam diversos cargos e papéis relevantes dentro da sociedade. É a reserva ativa, a reserva que não esquece os valores, não esquece as virtudes, não esquece as batalhas, as missões que temos, oficiais R2, em todas as missões, conforme já colocado aqui, desde 32, a Segunda Guerra Mundial, as missões de paz, entre elas o Haiti, as intervenções federais no Rio de Janeiro. Aqui temos meu amigo, tenente Lazarim, que esteve presente em algumas.

As missões humanitárias, as grandes operações estão sempre ombreadas com oficiais R2, muito também brindado pela reserva, pelas nossas associações aqui presentes, Aore, Abore, CNOR e Associação Campineira de Oficiais da Reserva, e agradeço a presença de todos. São braço forte, mão amiga importante da sociedade com o Exército. Eles que estendem a mão aos oficiais enquanto na ativa, estendem a mão aos oficiais quando passam para a reserva, e muitas das vezes auxiliam a própria Força, trazendo e capitaneando recursos, situações que, pela liturgia da formação militar, o militar da ativa acaba não conseguindo fazer.

Então, gostaria de saudar a importância das associações aqui presentes, e agradecer todos que brindam, independente de já não estarem mais vestindo camuflado, hoje estão com terno e gravata, mas compactuam dos mesmos valores e continuam batalhando por aquilo em que acreditam.

Por fim, eu gostaria de encerrar com uma famosa frase do general Otaviano Costa: “A farda não é uma simples veste que se despe com facilidade ou até indiferença, mas uma outra pele que se adere à própria alma, irreversivelmente, para sempre”.

Parabéns aos oficiais R2! Vibrem pelo seu dia, Brasil acima de tudo e Deus acima de todos! Muito obrigado.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS – JOSE JANTÁLIA - Devolvo a Presidência desta sessão solene, em homenagem ao oficial da reserva, ao deputado Tenente Coimbra.

 

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            - Assume a Presidência o Sr. Tenente Coimbra.

 

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O SR. PRESIDENTE - TENENTE COIMBRA - PSL - Quero destacar a presença do amigo líder do Governo, Carlão Pignatari, e Thiago Auricchio, nosso deputado estadual também.

Para finalizar a presente sessão solene, gostaria de convidar a todos para entoarmos a “Canção do Exército”.

 

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            - É entoada a “Canção do Exército”.

 

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O SR. PRESIDENTE - TENENTE COIMBRA - PSL - Está encerrada a presente sessão solene. Muito obrigado pela presença de todos.

 

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            - Encerra-se a sessão às 11 horas e 23 minutos.

 

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