11 DE FEVEREIRO DE 2020
6ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CORONEL TELHADA, CAUÊ MACRIS, JANAINA PASCHOAL e
GILMACI SANTOS
Secretaria: JANAINA PASCHOAL
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - JANAINA PASCHOAL
Lamenta o assalto à agência bancária na Assembleia
Legislativa. Discorre acerca da necessidade de controle de acesso de pessoas
nesta Casa. Solicita que sejam liberados recursos e providências imediatas com
relação ao ocorrido.
3 - ENIO LULA TATTO
Lastima os problemas em escolas públicas estaduais. Exibe
matéria veiculada na Rede Globo referente a escola de lata, localizada no
extremo sul da Capital, que fora incendiada em 12 de novembro de 2014 e ainda
não fora reconstruída. Tece críticas ao secretário de Educação, Rossieli
Soares.
4 - DR. JORGE LULA DO CARMO
Exibe vídeo de enchentes em bairros da zona leste, na região
do Jardim Pantanal. Lamenta a falta de investimentos do governo estadual na
região. Exige respostas imediatas do Executivo.
5 - MAJOR MECCA
Lamenta o assalto à agência bancária em 10/02, neste
Parlamento. Exige segurança em todos os setores da Casa. Assevera que
providências imediatas devem ser tomadas, antes que aconteçam fatalidades.
6 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Assume a Presidência. Reprova a fala do deputado Major Mecca
com relação a assalto a banco nesta Casa. Lamenta a morosidade do processo
licitatório para a instalação de dispositivos de segurança. Assevera que também
está preocupado com a segurança da Assembleia Legislativa. Julga inaceitável o
comportamento de alguns parlamentares com relação ao tema. Censura o fato do
efetivo policial da Casa não ter sido informado do roubo. Tece comentários a
respeito do ocorrido.
7 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência.
8 - MAJOR MECCA
Para comunicação, questiona a fala do presidente Cauê Macris.
Afirma que o problema de segurança nesta Casa é antigo. Esclarece que
continuará cobrando soluções.
9 - JANAINA PASCHOAL
Assume a Presidência.
10 - CORONEL TELHADA
Saúda os profissionais de zeladoria, pela comemoração de seu
dia. Discorre acerca das chuvas no estado, ocorridas em 10/02. Parabeniza
policiais militares, bombeiros e cidadãos comuns que auxiliaram no apoio às
vítimas. Comunica que proposta de reformulação do sistema de segurança desta Casa
fora entregue há três anos. Lamenta a morosidade do serviço público com relação
ao fato. Solicita a investigação do assalto. Exibe vídeo sobre o assunto.
Requere um maior número de efetivos na segurança na Assembleia Legislativa.
11 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência.
12 - CARLOS GIANNAZI
Faz coro ao pronunciamento do deputado Enio Lula Tatto, com
relação à escola que não foi reconstruída. Elenca escolas de lata que deveriam
ser substituídas por construções em alvenaria. Lamenta o processo de
atribuições de aulas no estado, que considera caótico. Tece críticas à
Secretaria da Educação, por questão relativa à flexibilização do horário de
trabalho dos docentes. Desaprova a postura do secretário da Pasta, Rossieli
Soares.
13 - CORONEL NISHIKAWA
Lamenta o assalto ao banco Santander, ocorrido em 10/02,
nesta Casa. Concorda com os parlamentares que exigem mais segurança na entrada
de pessoas na Assembleia Legislativa. Discorre acerca de limpeza de rios na
região do Grande ABC. Afirma que os desassoreamentos devem ser feitos nos
leitos dos rios. Solicita ajuda da população para não acumular lixo.
14 - PROFESSORA BEBEL LULA
Para comunicação, comenta o discurso do deputado Carlos
Giannazi. Declara apoio à Apeoesp.
GRANDE EXPEDIENTE
15 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA
Disserta acerca de temporais no sudeste do país.
Responsabiliza o governo Doria pelos efeitos das fortes chuvas no estado.
Assevera que os fenômenos climáticos afetam a população de diferentes formas.
Declara que deve haver escassez de água no inverno.
16 - APRIGIO
Para comunicação, faz coro ao discurso da deputada Monica da
Bancada Ativista. Comenta a situação enfrentada pela população de Taboão da
Serra, atingida pelas fortes tempestades. Tece críticas à Secretaria do Meio
Ambiente.
17 - PROFESSORA BEBEL LULA
Rememora o rompimento da barragem de Brumadinho, em Minas
Gerais. Faz comentários acerca de represas do estado que, a seu ver, correm o
risco de rompimento. Critica processo de atribuição de aulas na rede estadual
de ensino. Lembra iniciativas da Apeoesp que beneficiaram o magistério. Tece
críticas à remuneração dos docentes.
18 - ANALICE FERNANDES
Solidariza-se com a população vitimada pelas fortes chuvas no
estado. Lamenta estragos causados por temporais na região de Taboão da Serra.
Agradece secretarias que atuaram no município, perante tragédias causadas por
fenômenos climáticos. Prestigia a presidente do Fundo de Solidariedade Social,
Bia Doria, por sua atuação na cidade. Apela pelo auxílio da população àqueles
que foram vítimas de enchentes.
19 - LETICIA AGUIAR
Lamenta os estragos causados pelas tempestades. Prestigia a
Defesa Civil. Defende o investimento em segurança nesta Casa. Disserta acerca
de proposta, de iniciativa do presidente da República, que muda regras do ICMS
sobre combustíveis. Prestigia a Associação Aaflap, de São José dos Campos.
20 - CARLOS GIANNAZI
Comenta visita que fez à Escola Estadual Padre Antônio
Velasco Aragon, em Guarulhos. Repudia a Secretaria da Educação, que teria, a
seu ver, improvisado um ambiente para práticas esportivas na escola, em vez de
construir uma quadra no local. Exibe fotos e vídeos da comunidade escolar.
Elenca escolas que carecem de infraestrutura. Afirma que o estado não respeita
a legislação referente ao magistério.
21 - CONTE LOPES
Disserta acerca da insegurança desta Casa. Rememora morte de
irmão de funcionário da Assembleia Legislativa. Clama para que providências
sejam tomadas. Exibe vídeo dos possíveis assaltantes da agência bancária,
registrado por câmeras de segurança desta Casa.
22 - APRIGIO
Para comunicação, reflete acerca de problemas causados pelas
chuvas, em Taboão da Serra. Critica o Poder Executivo local.
23 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Assume a Presidência.
24 - CAMPOS MACHADO
Pelo art. 82, critica o governador João Doria por viagem, em
período de enchente, e o ministro Paulo Guedes, por ofensa a servidor público.
Isenta a Presidência desta Casa de responsabilidade por assalto em agência
bancária neste Parlamento, ocorrido ontem. Lamenta o valor das emendas
impositivas.
ORDEM DO DIA
25 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Convoca sessão extraordinária a ser realizada hoje, às 19
horas.
26 - PAULO LULA FIORILO
Solicita a suspensão da sessão por uma hora, por acordo de
lideranças.
27 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Defere o pedido. Convoca as Comissões de Constituição,
Justiça e Redação, de Defesa e dos Direitos das Mulheres, e de Finanças,
Orçamento e Planejamento para reunião conjunta a ser realizada hoje, às 16
horas e 50 minutos; e de Constituição, Justiça e Redação, de Educação e
Cultura, para reunião conjunta a ser realizada hoje, um minuto após o término
da anterior. Suspende a sessão às 16h45min.
28 - GILMACI SANTOS
Assume a Presidência e reabre a sessão às 17h52min. Coloca em
votação o PLC 4/19, salvo emendas.
29 - CAMPOS MACHADO
Encaminha a votação do PLC 4/19, salvo emendas, em nome do
PTB.
30 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Elogia o Corpo de Bombeiros por resgate realizado durante a
última madrugada.
31 - CARLOS GIANNAZI
Encaminha a votação do PLC 4/19, salvo emendas, em nome do
PSOL.
32 - JOSÉ AMÉRICO LULA
Encaminha a votação do PLC 4/19, salvo emendas, em nome do PT.
33 - JANAINA PASCHOAL
Para comunicação, defende o presidente Jair Bolsonaro. Tece
considerações a respeito de denúncia, de sua autoria, que culminara com o
impeachment de Dilma Rousseff.
34 - CAIO FRANÇA
Para comunicação, tece considerações sobre alagamentos na
Baixada Santista e Vale do Ribeira, em razão das chuvas. Transmite
solidariedade a famílias afetadas.
35 - CARLA MORANDO
Encaminha a votação do PLC 4/19, salvo emendas, em nome do
PSDB.
36 - CARLA MORANDO
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
37 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Defere o pedido. Convoca as Comissões de Constituição,
Justiça e Redação, de Defesa e dos Direitos das Mulheres, e de Finanças,
Orçamento e Planejamento para reunião conjunta a ser realizada hoje, às 18
horas e 45 minutos; e de Constituição, Justiça e Redação, de Educação e
Cultura, para reunião conjunta a ser realizada hoje, um minuto após o término
da anterior. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 12/02, à
hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra sessão extraordinária a ser realizada
hoje, às 19 horas. Levanta a sessão.
*
* *
-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Telhada.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e convida a nobre deputada Janaina Paschoal para ler a resenha
do expediente.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Muito obrigada, Sr.
Presidente. Cumprimento V. Exa. e os presentes. Indicação do deputado Enio
Tatto para que o Exmo. Sr. Governador determine a destinação de recursos
orçamentários para serem investidos na aquisição de um veículo para a
Secretaria de Meio Ambiente e Agricultura no município de Angatuba, São Paulo.
Indicação da deputada Leci Brandão
solicitando ao Sr. Governador que viabilize recursos ao município de Nova
Europa no valor de R$ 50.000,00 para aquisição de máquinas e equipamentos. É
isso, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, Sra. Deputada.
Vamos entrar no Pequeno Expediente com
os seguintes oradores inscritos: primeira oradora, deputada Leci Brandão.
(Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputada Janaina Paschoal. Vossa
Excelência tem o tempo regimental.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, Sr. Presidente. Renovo os cumprimentos
a todos.
Eu gostaria...
Até escrevi isso nas minhas redes, e venho falando desde o primeiro momento que
pisei nesta Casa. Sei também que é uma luta de V. Exa, Coronel Telhada, e
também dos deputados Coronel Nishikawa e Major Mecca. E de outros tantos
colegas que vêm se manifestando, seja em plenário, nas reuniões de bancada ou
de líderes.
Já é hora... Ou
melhor, já passou da hora desta Casa ter um controle mínimo de quem ingressa em
suas dependências. Não é possível que, na atualidade, todo e qualquer prédio
público - vou além: todo e qualquer prédio privado - tenha lá uma portaria, um
registro - ainda que simplório - de quem ingressa no estabelecimento, no
ambiente. A maioria tem sistemas de controle, com fotografia, com foto do
próprio documento de identidade.
Não estou
pedindo nada. Qualquer dentista, que qualquer um de nós consulte, qualquer
escritório de advocacia, qualquer estabelecimento dentro de um edifício, você
precisa mostrar a sua identidade, dar o seu nome, dizer onde é que você vai.
Não é assim?
Como é que se explica que na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo
qualquer pessoa possa entrar sem dizer onde vai, com quem vai falar, sem passar
por um detector de metal?
Agora estou
afastada da advocacia, mas sou advogada. Qualquer fórum tem um detector de
metal na porta. Nós precisamos, mesmo os advogados, passar por esse detector de
metal e abrir a bolsa para mostrar que não tem uma arma dentro. Qualquer sinal
de metal, a pessoa pode até vir a ser revistada, seguindo as regras de revista.
Não é possível que a Assembleia Legislativa não tenha esse controle mínimo.
Vejam, Srs.
Deputados, não estou sequer pedindo câmeras de monitoramento. Que sei que faz
parte de um plano que V. Exa. entregou ainda na legislatura passada. Sei que
faz parte de uma proposta que os colegas de bancada aqui presentes também
fizeram.
E sei que o
presidente da Casa sempre diz que a licitação está em andamento, para adquirir
estas mesmas câmeras. Sequer estou falando em câmeras, que sei que têm um
custo, têm um tempo. Estou falando de controle de entrada, de detector de metal
na porta. O investimento para esse passo mínimo é muito pequeno. Estão em
andamento na Casa licitações milionárias: 40 milhões para fins de publicidade.
Venho falando isso desde o ano passado.
Será possível
que um pequeno valor deste fundo não pode ser encaminhado para essas medidas
básicas de segurança dentro desta Casa?
É uma vergonha
que ontem uma agência bancária tenha sido roubada na Assembleia Legislativa do
Estado de São Paulo. Como é que a gente explica para o cidadão que a sede de um
dos três poderes não consegue evitar um roubo básico?
Então, Deus que
me perdoe, mas pode ser um sinal de que não se pode mais tardar para fazer algo
que é básico. Então eu reitero o pleito que fiz. Estou dizendo isso... É chato
a gente ficar falando “Olha, quando eu me candidatei...” porque parece que você
está implicando com o colega que ganhou.
O presidente
Cauê ganhou a Presidência, sua reeleição. Já no momento da campanha eu disse
que, se eu tivesse conseguido ser eleita, eu faria isso, controlaria, na semana
seguinte, o ingresso na Casa.
Eu não ganhei.
Então, o meu discurso aqui nada tem a ver com candidato derrotado, arrependido,
querendo vingança. Não é isso. Estou apelando para a racionalidade.
Diante do que
aconteceu ontem e de fatos anteriores, a administração da Casa não tomar uma
providência implicará responsabilidade por omissão por eventuais resultados que
venham a ocorrer aqui neste ambiente.
Ontem, o
patrimônio foi lesado. Significativamente. Amanhã, pode ser a integridade
física de alguém, não só dos deputados, mas dos funcionários, dos cidadãos que
circulam aqui; quiçá a vida.
Então, peço
publicamente que os colegas se unam para que façamos o que é básico para que
não passemos mais a vergonha que estamos passando hoje.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, Sra. Deputada. O próximo deputado é o deputado Paulo Lula Fiorilo.
(Pausa.) Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Deputado Enio Lula Tatto. Vossa
Excelência tem o tempo regimental.
O
SR. ENIO LULA TATTO - PT - Sr.
Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos assiste, deputados
presentes em plenário, eu queria hoje falar mais uma vez sobre a questão da
Educação.
As aulas
recomeçaram no município e no estado de São Paulo. Infelizmente, foram retomadas
com muitos problemas nas escolas. São Paulo é um estado tão rico e tem
problemas que não são solucionados, problemas que há anos vêm acontecendo.
A gente vem
denunciando, pedindo informações, realizando audiências com diversos
secretários nos últimos 16 anos, e nada muda.
Hoje, vou
voltar a tratar de uma escola sobre a qual já falei diversas vezes aqui, a E.E.
Renata Menezes dos Santos,
que foi incendiada em 2014, no dia 12 de novembro de 2014, lá na Barragem, no
extremo da zona sul, para frente de Parelheiros, do Colônia e que, acreditem,
até hoje não foi reconstruída.
Teve uma
reportagem da TV Globo que eu gostaria que o Machado colocasse para ilustrar
bem toda essa história, para a gente relembrar e ver o descaso com a educação
no estado de São Paulo.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
Essa história o
deputado Giannazi também conhece muito bem. Quantas vezes nós já fomos à
Secretaria da Educação juntos, com pais e alunos daquela região? Quantos
requerimentos foram feitos? Já passaram quatro secretários da Educação, e até
agora o problema continua sem solução.
Isso inclui o último
secretário, Rossiele Soares. No dia 7 de junho de 2019, ele respondeu a um
requerimento sobre a escola, deputada Bebel, dizendo o seguinte: “A referida
obra está planejada para ter início no segundo semestre de 2019 e terá um
investimento de 6 milhões e 479 mil reais. Para a realização dessa obra, deverá
ser celebrado um convênio com a Fundação para o Desenvolvimento, FDE.”
O que acontece: essa
reportagem da Globo foi feita em agosto, ou seja, depois da resposta dele. A
reportagem fala que a licitação ainda será feita, ou seja, alguém está
mentindo, alguém está dando uma informação totalmente errada. Por isso, fiz
mais um requerimento de audiência para ser recebido com moradores da região,
pais de alunos pelo secretário.
Grave também é o fato de
que se a escola incendiada fosse na região central, onde o poder aquisitivo é
melhor, tenho certeza de que já estaria funcionando, novinha. Lá, na zona sul,
temos essa escola com problemas, e outras: a Escola Recanto Campo Belo, como eu
falei na semana passada, e mais uma outra onde caiu o muro no dia 31 de
janeiro.
É um absurdo as aulas
serem reiniciadas dessa forma precária, com os alunos, como vimos na matéria,
terem de chegar à escola pisando na lama, ou tendo de frequentar umas salas
superlotadas em prédios inadequados para sua faixa etária.
Falaram que a licitação
estava pronta, tinha uma empresa que ganhou, e agora o novo secretário fala o
oposto. Vou lembrar mais uma vez: ele é secretário de um governo que está aí há
mais de 25 anos, do PSDB.
Gostaria, Sr. Presidente,
que fosse enviado esse relatório ao secretário da Educação e ao governador de
São Paulo, para ele receber depois que voltar de viagem, porque vive viajando.
Enchente aqui em São Paulo, na Marginal Pinheiros, Marginal Tietê, a água não
para de subir, de alagar, e ele está viajando mais uma vez. Por isso, repito,
quero que o relatório seja enviado.
Muito obrigado, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE -
CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr. Deputado. Solicito à
nossa assessoria que encaminhe as palavras do deputado Enio Tatto ao Sr.
Secretário Estadual de Educação e ao Sr. Governador do Estado, João Doria.
Próximo deputado, deputado Dr. Jorge
Lula do Carmo. Vossa Excelência tem o tempo regimental.
O
SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público da
galeria, que nos assiste, assessoria aqui presente, público da TV Alesp. Sr.
Presidente, venho a essa tribuna para denunciar, mais uma vez, um problema
gravíssimo no nosso Estado - inclusive, o deputado Enio Tatto acabou de
mencionar -, que é o problema das enchentes.
Eu moro no
fundão da zona leste, e a gente sempre tem visto que todo ano a história se
repete, deputado. Naquela região do Itaim, Jardim Romano, Vila Aimoré, Vila Any
- próximo à ponte da Vila Any -, naquela região da baixada do Pantanal, Jardim
Helena, as pessoas, todo ano, ficam submersas sob as águas e sob a promessa do
governador e do prefeito de São Paulo de resolver o pôlder do Itaim, deputado
Enio.
Pôlder do Itaim
que nunca termina. Era para terminar em novembro, a população lá acreditava que
era em novembro de 2019, mas ledo engano. Não era. Porque não terminou.
E essa semana,
antes de ontem... Já aconteceu várias vezes esse ano: o sofrimento daquelas
famílias que moram lá e, por falta de uma moradia regularizada, sem o risco de
enchentes, são obrigadas a sobreviver de forma caótica, lamentável, que é o que
nós assistimos nos meios de comunicação, na televisão.
Para o
governador, é muito fácil. Dessa vez, acabou não dando tão certo. É só fechar
as comportas da Penha, e o pessoal lá de cima, do Alto Tietê e região, que se
vire. Porque a água volta, transborda lá, e ficam submersas as ruas por um
período indeterminado. E para ele tanto faz. Dessa vez, fechou as comportas,
mas mesmo assim transbordou, tão alto foi o volume de água, de chuvas.
Mas tudo por
falta de investimento naquela região. É o Rio Tietê assoreado, é aquela região
onde tinham que ter acontecido as obras, que eram para terminar no meio de
novembro e não terminaram. E é a população, lá, que sofre com essa questão.
Trouxe hoje aqui para mostrar um pouco - as pessoas já viram pela televisão -
do sofrimento das famílias naquela região.
* * *
- É feita a
exibição de vídeo.
* * *
O SR. DR. JORGE LULA DO CARMO – PT – Srs. Deputados, só para ver a
situação que se repete, Sr. Presidente, se repete. Toda chuva é a mesma coisa
naquela região.
E, o
governador, diz: “O secretário Marcos Penido fala: ‘Vai terminar em novembro’.”
Mas, não era novembro, ele enganou as pessoas. Porque ele disse que era
novembro de 2019.
Não terminou.
Não tenho a previsão. Mas as chuvas acontecem, infelizmente, toda semana no mês
de janeiro e fevereiro. É praxe, é previsível, e a gente vê situações, cenas
como essa, de pessoas que moram lá nessa situação.
Por isso, eu
quero repudiar, dizer que o secretário precisa dar uma resposta, o governador
precisa dar uma resposta, precisa parar de viajar e cuidar de São Paulo, porque
isso aí é uma obra de...
A região do
Alto Tietê, ali, Itaquaquecetuba, Guarulhos, Poá, Suzano, aquela região do Alto
Tietê ligando com São Paulo, então é uma obra do estado de São Paulo.
Por isso, Sr.
Governador, olha para esse povo aí, porque é uma situação realmente lamentável,
tá bom?
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP – Muito
obrigado, Sr. Deputado.
Próximo deputado, deputado Tenente
Nascimento. O senhor fará uso da palavra, Tenente Nascimento? Não fará uso.
Próximo deputado é o deputado Major
Mecca.
Vossa Excelência tem o tempo regimental.
O
SR. MAJOR MECCA - PSL
– SEM REVISÃO DO ORADOR – Uma boa tarde a todos, presidente, deputadas,
deputados, nossos funcionários, que nos dão suporte, amigos da galeria, na data
de ontem foi roubada uma das agências bancárias aqui dentro da Assembleia Legislativa
de São Paulo.
Muito nos
preocupa o motivo pelo qual os projetos de segurança da instalação não são
levados adiante; projetos apresentados por deputados, inclusive, do chefe da
Assessoria Militar da Assembleia Legislativa.
Causa-nos
estranheza o motivo pelo qual não são levadas adiante essas ações que irão
proteger vidas, integridade física de todos nós, a nossa dignidade. A dignidade
daquele trabalhador que ontem estava dentro da agência bancária e foi rendido.
A integridade,
a dignidade, a vida daquele vigilante particular que estava trabalhando lá em
frente à agência bancária. Vidas são importantes para nós. Não adianta nada o
gabinete do presidente da Assembleia Legislativa ser um local impenetrável, com
meia dúzia de segurança na porta, e ninguém entra.
E o trabalhador
que está dentro da agência bancária, o funcionário que está dentro de um
gabinete atendendo à população, trabalhando demandas, está a bel prazer do
crime, do criminoso.
Ou, será que é
surpresa, é novidade para alguém aqui, a ousadia do criminoso em São Paulo?
Entrar às quatro horas da tarde aqui na Assembleia Legislativa, onde existe uma
assessoria militar, existe uma delegacia de polícia, entrou aqui armado, se
dirigiu até a agência bancária, rendeu os funcionários, subtraiu a arma do
vigilante, subtraiu dinheiro, e foi embora.
E, graças a
Deus, não se deparou com um policial militar, ou um policial civil, trocando de
posto, se deslocando num corredor. Porque o que os senhores acham que
aconteceria se um indivíduo, saindo de um roubo, se deparasse com um policial
militar fardado? O que os senhores acham que aconteceria?
Tomaria um
tiro. Viraria estatística. Mais um policial militar morto. Mais um vigilante
morto, mais um cidadão de bem morto.
Nós precisamos
nos preocupar com a vida das pessoas que estão em São Paulo e nós temos, aqui,
uma pequena amostra de que estamos desprezando a vida das pessoas que trabalham
aqui dentro.
E vou dizer
outra, não se surpreendam se, durante a madrugada, uma outra facção fechar isso
aqui e levar todos os caixas eletrônicos que têm aqui. Olha, mas não... Como
não faça? Vocês pensam que o crime não sabe?
Vocês acham que
esse criminoso não entrou aqui inúmeras vezes para estudar o ambiente? Que não
se certificou que o ambiente estava propício para a prática de um crime?
Escutem o que
eu estou falando: daqui a pouco vão vir buscar todos esses caixas eletrônicos,
aqui em uma madrugada. Vai morrer um policial aqui dentro. Vai morrer um
policial aqui dentro.
Eu faço um link
porque é um pequeno universo, mas dá para falar do estado inteiro. O descaso
que há com a vida dos policiais e do cidadão de bem. Em janeiro, agora,
percorrendo o interior de São Paulo, eu passei por cidades do interior com dois
policiais.
Dois policiais
puxando escala de 24 horas. Escala, um turno de 24 por 48. Cidades que já foram
cercadas e tomadas por facção criminosa, vítimas do cangaço.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Cauê Macris.
* * *
E é com isso
que nós precisamos nos preocupar aqui nesta Casa, porque vidas importam. Vidas
são importantes e, cada vida que nós perdemos, é imensurável para cada um de
nós. Já citei isso em outras falas.
Para concluir,
só em 2019, do dia primeiro de janeiro para cá, já foram cinco policiais
militares. Nós precisamos dar um basta urgente nesse modelo.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Major
Mecca, vou pedir licença a V. Exa. e a todos os deputados do plenário para
falar não só para V. Exa., mas para todos que usaram a tribuna a respeito do
tema Segurança Pública interna dentro do Legislativo.
Primeiro, digo que existe um grupo de
parlamentares, eu vou, depois, mencionar um por um, não são todos que
mencionaram, que fizeram essa referência, que começam a fazer populismo com as
suas bases políticas e eleitorais com temas que, antes de se falar, deveriam se
preocupar em entender aquilo que acontece e o que está por trás, dentro do
processo do que aconteceu e das instalações e das propostas que foram feitas.
Por sinal, V. Exa. nunca fez nenhuma
proposta na Segurança Pública da Casa, o que é triste, pela experiência que V.
Exa. tem dentro da atividade militar que tem, diferentemente de outros
parlamentares, como o Coronel Telhada, que, constantemente, aponta as suas
limitações.
Mas V. Exa. se equivoca quando fala que
não existe nenhum processo por parte da Mesa a respeito do tema Segurança
Pública. Talvez, se V. Exa. lesse o Diário Oficial, saberia que, no dia 25 de
fevereiro, nós temos o pregão contratado para a instalação dos detectores de
metal aqui dentro do Legislativo.
E V. Exa. também, pessoa pública que é,
deveria compreender que todo processo administrativo e a legislação... Deputada
Janaina foi muito respeitosa na sua fala, mas cobrou, claro, com seu direito, a
instalação, mas, infelizmente, nós temos uma legislação a cumprir. Uma
legislação que engessa uma compra do Poder Público.
Acho que todos aqueles que administram
qualquer atuação sabem que entre um processo de início de qualquer compra, para
comprar uma simples caneta, uma Bic, eu demoro seis meses. Seis meses para comprar
uma caneta Bic, dentro do processo licitatório. No que dirá um complexo projeto
de segurança para a sede do Legislativo?
Faz 50 anos que a Assembleia Legislativa caminha dessa
forma. Eu concordo com muitos parlamentares, deputado Enio Tatto. V. Exa. que
administra a Assembleia juntamente comigo e o deputado Milton Leite, que muitas
coisas mudaram, que nós estamos vivendo um novo momento aqui dentro da sede do
Legislativo, mas faz 50 anos, e nunca tivemos qualquer problema mais grave.
Eu acho que a demonstração de que em 50
anos nunca teve um problema mais grave, demonstra claramente que as coisas
caminhavam dessa forma de maneira muito tranquila, sem qualquer outra
necessidade.
Nesta legislatura - e a coisa aconteceu
diferentemente daquilo que nós estávamos acostumados nesta legislatura -
precisavam algumas medidas serem implementadas pelo Legislativo, e essas
medidas foram implementadas, mas não é tão simples assim quanto parece.
É muito fácil de colocar nas redes
sociais e acusar. “Não, porque a Mesa Diretora no fez isso, a Mesa não fez
aquilo”. Talvez os deputados deveriam acompanhar o Diário Oficial. V. Exa. lê o
Diário Oficial todo dia, eu sei disso, deputada Janaina, mas muitos deputados não leem, e não sabem das
decisões administrativas.
Agora, caso não queira ler o Diário
Oficial, não tem problema nenhum. As portas do meu gabinete, diferente do que
V. Exa. falou, cheias de seguranças, não são cheias de seguranças, porque eu
ando com dois agentes da Polícia Militar. Dois agentes da Polícia Militar
cuidam da parte de segurança de um chefe de poder que é o maior poder da
América Latina.
Dois, não é cheio, de portas abertas.
Vossa Excelência nunca visitou meu gabinete, deputado Major Mecca,
infelizmente, diferente de todos os outros parlamentares, que constantemente
estão lá. V. Exa. nunca entrou no meu gabinete para perguntar, se necessário,
sobre as medidas de segurança que a Casa estava implementando.
Por que não? Por que não participar da
administração da Casa? Por que não sugerir? Agora, colocar o dedo na cara,
Coronel Telhada, na hora que aparece um momento delicado para atuação do
Legislativo?
E aí nós não estamos questionando o
porquê que o botão de pânico do banco não foi acionado. Nós não estamos
questionando o porquê os funcionários do banco não chamaram a Polícia Militar
no momento do assalto, acredite se quiser.
A nossa Polícia, que é muito
competente, por sinal, parabéns ao coronel Robson e a todos os efetivos da
nossa Polícia Militar da Casa... A nossa polícia não foi chamada. Ficou sabendo
por um terceiro que tinha havido um roubo com mão armada dentro do banco.
Por que isso aconteceu? Será que existe
envolvimento de algum funcionário nesse processo? Acho que nós precisamos
levantar, a Polícia Civil está investigando esse processo.
Agora, por que roubaram somente o banco
Santander, não roubaram o banco Bradesco e Banco do Brasil? Sabe por quê,
deputado Enio? Porque o banco Santander - e olha como é difícil de saber - é o
único banco da Casa que não recolhe dinheiro todos os dias, espera juntar um
montante, às vezes chegando a até um milhão de reais dentro do banco, para
poder recolher o dinheiro, porque custa para a instituição fazer o recolhimento
do dinheiro todos os dias.
Como é que se sabia disso? Como é que
se sabia? Existe dúvida ou não existe dúvida? E, acredite se quiser, nós temos
câmeras, sim, de monitoramento na Casa. Talvez muitos parlamentares não saibam.
Nós temos já a imagem. Nós já temos a imagem de todos os envolvidos. A Polícia
já está atrás de todos os envolvidos.
Talvez V. Exa. não saiba, mas nós temos
muitos problemas aqui de pessoas que, muitas vezes, trabalharam ou trabalham na
Casa que têm antecedentes criminais. Nós tivemos problemas de roubos de
televisões internamente aqui. Foi desmantelada a quadrilha. Ou não foi,
deputado Coronel Telhada?
Então, o que eu peço aqui, como nós
temos deputados que são deputados conhecedores da Segurança Pública, não
esperem acontecer problemas para apontar o dedo na cara, não. Não façam isso,
não é legal. Muito menos querer fazer politicagem em cima de um tema sério,
podia ter gente se ferido ontem, uma coisa séria. Não falem coisas que não
saibam, deputado Carlão Pignatari, não falem.
Está aqui, publicado no Diário Oficial,
dia 25 é a licitação. Agora, a licitação é dia 25 porque eu, presidente, o
deputado Enio Tatto, o deputado Milton Leite, aconteceu o assalto ontem, nós
resolvemos o problema e vai ser publicada a licitação do detector de metal dia
vinte e cinco.
Não é um processo que está aí que está
correndo e discutindo-se há oito meses para conseguir se implementar. Poder
Público não é assim, infelizmente. Eu sou um crítico por parte da burocracia
introduzida, talvez muitas vezes por parte da nossa própria equipe. Uma equipe
muito boa por sinal, mas que muitas vezes demora para poder responder as coisas
na hora, não cumpre os prazos pré-estabelecidos.
Agora,
a hora que eu enxergo parlamentares fazendo isso para ganhar curtidinhas em
rede social num assunto tão sério, querendo colocar o dedo na cara das pessoas
sem entender... Nós vimos as reportagens que estão acontecendo de fake news,
inventando histórias de coisas que não correspondem com a realidade. Vocês me
desculpem, mas é inaceitável. Eu deveria estar neste momento presidindo o
Colégio de Líderes, mas não.
Eu
vim aqui porque é inaceitável esse tipo de posição e postura por parte de um
parlamentar do maior estado da Federação. É inaceitável! Agora, se querem
criticar, estou aberto a críticas. Não tenho problema nenhum em receber
crítica.
Eu
mesmo disputei a eleição à Presidência com a deputada Janaina. Quantas vezes eu
pedi sugestões de V. Exa. na condução da Casa? “Janaína, o que você acha que eu
devo fazer? Quais são as ações? Quais são as posições?”.
Já
deu inclusive boas sugestões dentro da condução do processo da Casa. Agora,
colocar o dedo na cara sem no mínimo ter ido conversar é difícil. É difícil de
compreender, deputado Campos Machado. É difícil de compreender esse tipo de
posição, está certo? Eu vou devolver a Presidência ao deputado Telhada, porque
nós temos...
O SR. MAJOR MECCA - PSL -
Pela ordem, presidente. Para uma comunicação.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ
MACRIS - PSDB - É comunicação ou V. Exa. vai querer bater
boca comigo aqui sobre o processo, deputado Major Mecca? Porque se for para
bater boca...
O SR. MAJOR MECCA - PSL -
O
senhor citou meu nome.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ
MACRIS - PSDB - E daí?
O SR. MAJOR MECCA - PSL -
Eu tenho o direito de responder.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ
MACRIS - PSDB - O senhor também citou meu nome. Eu não
estou respondendo a Vossa Excelência. Eu só fiz uma constatação.
O SR. MAJOR MECCA - PSL -
Pela
ordem, para uma comunicação.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ
MACRIS - PSDB - Quem vai dar a comunicação é o deputado,
nosso vice-presidente, Coronel Telhada, porque eu vou subir para presidir o
Colégio de Líderes e depois, se V. Exa. quiser fazer qualquer tipo de debate,
eu estou à disposição no momento oportuno, está certo?
Devolvo
a Presidência aqui ao deputado Coronel Telhada.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Coronel
Telhada.
*
* *
O SR. MAJOR MECCA - PSL -
Pela ordem, presidente. Para uma comunicação.
O SR. PRESIDENTE -
CORONEL TELHADA - PP - Retomando a Presidência, eu vou dar
a comunicação ao Major Mecca, mas peço aos deputados que respeitem o horário,
porque nós temos nosso horário até as 15 horas e 30 minutos e temos mais seis
deputados inscritos. Major Mecca.
O
SR. MAJOR MECCA - PSL -
PARA COMUNICAÇÃO - Estive sim várias vezes no gabinete do presidente da
Assembleia Legislativa. Já estive sim, senhor. Agora está com amnésia. Estive
sim dentro do gabinete. Conversamos sobre vários temas, sobre esta Casa, inclusive
outros. A questão é que o presidente acredita que somente ele entende de gestão
pública.
Se a licitação vai ser
dia 25 de não sei qual mês, o problema já se estende há anos. O alerta a
respeito de questões maiores que podem acontecer dentro desta Casa já faz anos.
As vidas que se perdem na
rua por omissão do poder público, pelo descaso em relação à vida de cidadãos de
bem, de policiais, isso acontece diariamente - é só ver o número de policiais
mortos.
E nós apontaremos o dedo
sim, porque agora todos nós já sabemos qual será a postura. Agora vem o pelotão
de choque, Sr. Coronel Telhada, para defender o sistema, para defender: “Olha,
realmente sempre houve uma preocupação com os policiais, com todos os cidadãos.
Olhem, nós estamos muito preocupados com todos vocês”.
Está todo mundo morrendo,
policial passando necessidade. Policial e família de policiais militares,
civis, técnico-científicos, agentes penitenciários passando por inúmeros
problemas.
Eis o número de policiais
que nos procuram diariamente com inúmeros problemas e é populismo da nossa
parte apontar os problemas.
É populismo. Falar dos
problemas é populismo. Não, não é populismo não; é a verdade do que está
ocorrendo.
O SR. PRESIDENTE -
CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado. Próximo deputado é o
deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Solicito
que a deputada Janaina assuma a Presidência dos trabalhos.
*
* *
- Assume a Presidência a Sra. Janaina
Paschoal.
*
* *
A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PSL
- Convido o deputado Coronel Telhada a fazer uso da palavra pelo prazo
regimental.
O
SR. CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, Sra. Deputada. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, assessores e
funcionários aqui presentes, boa tarde. Ao público aqui presente, sejam
bem-vindos.
Quero saudar a
nossa Polícia Militar na figura da cabo Débora e do cabo Salvador, que estão
aqui diariamente, protegendo a nossa vida e a nossa integridade. Aliás, tem
sido o assunto do debate de hoje.
Mas, antes de
debater esse assunto, quero fazer uma saudação nesse dia 11 de fevereiro, como
saúdo diariamente as cidades e as profissões. Hoje é o Dia do Zelador. É o dia
de uma pessoa que muitas vezes é esquecida, mas que trabalha diretamente com a
segurança de condomínios, de prédios, de residências, de empresas.
No geral, o
zelador é aquele que não só administra como cuida da segurança dos locais
também. Então, parabéns a todos os homens e mulheres que exercem essa profissão
de zeladoria e desenvolvem um trabalho onde procuram ajudar as pessoas e
melhorar as condições de vida.
Ontem tivemos
uma situação muito difícil na cidade de São Paulo. Quiçá, em todo o Estado.
Muita chuva. Não só São Paulo foi prejudicada. Tivemos uma morte, salvo engano,
em Botucatu. Uma coisa muito triste. Mas quero fazer referência a uma
ocorrência.
* * *
- É feita a
exibição de foto.
* * *
A uma simples
ocorrência, mas que demonstra bem o que é a Polícia Militar. Falo dessa
ocorrência porque um dos envolvidos é a minha sobrinha, a Carolina, na área do
4º Batalhão. Eu trouxe até uma foto. Estou falando disso aqui porque estava no
site da Polícia Militar.
Esta equipe,
composta por policiais do 4º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano, que é
sediada ali na região da Lapa/Barra Funda, com a base comunitária móvel,
composta pelo sargento Misael, soldado Augusto, soldado Botura e soldado
Telhada, que falei que é a minha sobrinha.
Estava tentando
acessar a ponte do Piqueri para repelir arrastões no local. Ou seja, tivemos o
problema da chuva, mas mesmo assim temos arrastões, vagabundo enchendo o saco
em dia de chuva.
Quando se
deparou com um ônibus de viagem embaixo da ponte, lotado com pessoas ilhadas,
na pista expressa, desde as 5 horas da manhã, entre os passageiros, havia até
mesmo senhoras de idade.
A equipe
prestou pronto apoio aos passageiros, retirando as vítimas do local e
levando-as para a estação da Lapa, de onde puderam seguir os seus destinos. Os
passageiros agradeceram muito o apoio da Polícia Militar, onde estavam
desesperados com a situação.
Parabéns a
esses heróis anônimos da sociedade, que estão sempre prontos a atender a todas
as demandas, muitas vezes, colocando a sua vida em risco. Quero parabenizar a
minha sobrinha e toda essa equipe do 4º Batalhão, e todos os policiais
militares e bombeiros militares que ontem tiveram um dia muito atribulado. E
saudar também inúmeros cidadãos que, sem ter qualquer obrigação, ajudaram
muitas pessoas.
Vimos na
televisão e no jornal. Estava falando do caso de um cidadão que, com a sua
escavadeira, levava e trazia as pessoas. Outros, que entraram na água para
tirar carros. Então, parabéns a todos esses homens e mulheres que ontem fizeram
a diferença pelo seu semelhante.
Entrando no
assunto “roubo à agência bancária aqui dentro da Assembleia Legislativa”, é uma
coisa que traz vergonha para todos nós, principalmente para eu que sou policial
militar. “Onde que estava o Coronel Telhada nessa hora?” Como se eu estivesse
na agência bancária. Mas todo mundo deve ter ouvido isso.
É uma situação
difícil. Há anos já estamos trabalhando nisso. Eu disse: há três ou quatro anos
atrás, no nosso último mandato, Coronel Camilo e eu fizemos uma reformulação de
todo o sistema de segurança da Casa. Fizemos um remanejamento das câmeras, da
instalação de detector de metais.
Enfim, uma
série de providências que deveriam ter sido feitas. Mas não sei qual foi o
destino disso. Como o próprio deputado já falou, a morosidade do serviço
público impede que haja celeridade nessa situação.
Mas é
necessário sim que haja celeridade. Temos vidas em jogo. Causa estranheza,
realmente, porque conversei com o tenente José Antonio, aqui da segurança da
Casa. Ele mesmo disse que a Polícia Militar não foi acionada.
É muito
estranho, isso. Não foi acionada. Não foi disparado o botão de pânico. A
Polícia Militar ficou sabendo do roubo através de terceiros. Ficou sabendo
através de outras pessoas, porque ninguém da agência comunicou a Polícia. É
muito estranho.
Ontem, inclusive,
cruzei com a deputada Monica, praticamente no mesmo horário. Né, Mônica?
Cruzamos do lado do banco. Eu, saindo do elevador. Ela, entrando. E estava tudo
tranquilo. Então causa estranheza, isso, realmente. É necessário investigar
essa situação. Muitas pessoas, às vezes, querem achar um bode expiatório.
Quero dizer que
o bode expiatório é justamente a falta de segurança na Casa.
E quero alertar
ao Sr. Presidente da Casa - até vou pedir que estas palavras sejam encaminhadas
a ele - quanto ao efetivo da Polícia Militar. O nosso efetivo é deficitário.
Todos sabem disso. Nosso efetivo está reduzido ao mínimo possível.
A nossa tropa
está puxando dois por dois ou três por três? Direto! Praticamente sem folga. O
policial que está de serviço aqui, ele não tem nem folga, ele puxa dois por
dois em cada posto, sem qualquer acusação, mas devido ao mínimo de efetivo
empregado. É necessário o reforço imediato no efetivo da Polícia Militar nesta
Casa, que a cada dia tem sido diminuído.
Inclusive,
ontem, cruzei com o coronel Róbson no corredor, ele estava na Casa trabalhando,
como todos os dias. Então, parabéns à nossa Polícia Militar e à Polícia Civil.
Isso não foi culpa da polícia. É uma situação... Ah, eu tenho um vídeo para
passar. Está no ponto? Mais um minutinho só, Sra. Presidente. Passe esse vídeo
por favor.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
Olha os
indivíduos saindo. Olha lá. O velhinho. Está vendo o velhinho de cabelo branco,
do lado? Mais branco do que o meu. Quem é o policial que vai abordar isso? Guarda-chuva,
tranquilo. Eles entraram assim, saíram assim e foram embora.
O banco não
reclamou que tinha sido roubado. Estranho, não é? Pode colocar de novo, desde o
comecinho, só para mostrar? Então, para quem acha que... Se tivesse um detector
de metais, eles teriam sido identificados.
Olha lá, estão
vendo? O velhinho. O outro segurando. Tadinho, o velhinho mal aguenta andar. Só
anda com um cano na cinta. Levaram 400 mil reais. Quatrocentos e quarenta?
Quatrocentos e quarenta. Dava uma boa feira, não é? O velho está metendo os
canos ainda. É vergonhoso.
Mas enfim, vai
o nosso recado à Presidência e a todos os deputados para que se alertem quanto
a isso. Será que vamos ter que esperar morrer um deputado, morrer um
funcionário, morrer um cidadão que frequenta a Casa? Não.
Tenho certeza
de que o Sr. Presidente tomará as medidas, mas é um alerta a todos os
deputados, um alerta que já fiz várias vezes. Como eu disse, há três anos
fizemos a reestruturação da segurança nesta Casa. O plano está pronto, é só pegar
e botar para quebrar.
Muito obrigado,
Sra. Presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PSL - Eu que
agradeço. Chamo à tribuna o deputado Carlos Giannazi e devolvo a Presidência
dos trabalhos ao deputado Coronel Telhada e a secretaria à deputada Leticia
Aguiar, a quem agradeço.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Coronel
Telhada.
*
* *
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr.
Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público aqui presente,
telespectador da TV Assembleia, primeiro, quero me associar ao que disse há
alguns minutos o deputado Enio Tatto em relação à Escola Estadual Renata
Menezes, que era uma escola de lata da rede estadual e que foi incendiada há
alguns anos e, até agora, não foi reconstruída.
Acrescentando
que existem outras escolas na mesma situação e na mesma região. Refiro-me à
Escola Estadual Hilda Kfouri, à Escola Estadual Sítio das Corujas e também à
Escola Estadual Recanto Campo Belo, que eram escolas de lata e foram
desativadas, ou por incêndio ou por desabamento, e até agora a secretaria não
reconstruiu essas escolas de alvenaria.
É
um absurdo que a rede estadual de ensino tenha ainda mais de 100 escolas de
lata em toda a rede. O estado mais rico do Brasil mantém escolas de lata
funcionando e agredindo o processo pedagógico, o bem-estar dos alunos e dos
nossos servidores da Educação.
Por
falar em Educação, não posso deixar de registrar o caos em que está a Educação
no estado de São Paulo. Além da questão da infraestrutura, que nós
constantemente denunciamos aqui na Assembleia e fora da Assembleia Legislativa,
também há um caos no processo de atribuição de aulas da rede estadual, que
começou no ano passado.
Este
ano, continua ainda esse processo. Eu acompanhei em várias diretorias de ensino
o desrespeito que foi o processo de atribuição de aulas, principalmente para os
professores da categoria “O”.
E
agora, Sr. Presidente, estamos com outra questão gravíssima, que é a questão da
organização dos horários dos professores. No geral, muitos professores acumulam
cargos. Um professor tem dois cargos na rede estadual, ou tem um cargo na rede
estadual e outro na rede municipal ou na rede privada.
E
a Secretaria da Educação, de uma forma autoritária, publicou resoluções
engessando a organização dos horários, não dando autonomia para que as escolas
organizassem esses horários, principalmente no que tange à questão da TPC, que
é aula de trabalho pedagógico coletivo.
E
isso vem prejudicando muitos professores, que estão sendo obrigados a pedir
exoneração do cargo, porque não dá para bater o acúmulo de cargos.
Isso é um
absurdo total. É uma ingerência da Secretaria da Educação, uma ingerência
autoritária, que prejudica milhares de professores da nossa rede. Então, nós
exigimos a flexibilização. E escola tem que garantir a sua autonomia de
organização das suas aulas, dos seus horários.
A Secretaria
não pode baixar uma resolução impondo horários fixos nessa área de organização
de aulas; isso é um absurdo, Sr. Presidente. Isso nunca aconteceu em rede
nenhuma, só aqui no estado de São Paulo.
Não é à toa que
esse secretário Rossieli Soares já é comparado ao ministro da Educação,
Weintraub; está desorganizando toda a rede. Desorganizou o processo de
atribuição de aulas, da organização das escolas, não abriu remoção no ano
passado para os professores, para o magistério, para os especialistas e para os
agentes de organização escolar. Só agora que ele publicou, no início do ano, o
processo de remoção. Isso desorganiza mais ainda a rede.
Assim como o
Weintraub está desorganizando a Educação, as universidades federais, o Enem, o
Sisu, o secretário Rossieli Soares, que a gente chama agora de Rossieli
Weintraub, está desorganizando a rede estadual de ensino, desorganizando as
nossas escolas, desorganizando a vida dos profissionais da Educação. Não há
investimento algum nas reformas; as escolas estão totalmente sucateadas. Nós temos
várias denúncias nesse sentido.
Então, ele
lançou o Inova, o Pei, mas escolas continuam sucateadas. Não tem nada de novo
aí. O novo do secretário é muito velho. Agora, o que nós queremos exigir agora,
Sr. Presidente - para finalizar minha intervenção de hoje -, é que o secretário
oriente as diretorias de ensino e baixe normas para flexibilizar
definitivamente a organização dos horários e as TPCs dos professores da rede
estadual, para que nenhum professor seja prejudicado e tenha que exonerar o seu
cargo por conta do acúmulo de cargo ou no próprio estado ou na prefeitura ou na
rede particular de ensino.
Peço que cópias
do meu pronunciamento sejam encaminhadas ao secretário de Educação.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado,
Sr. Presidente. Solicito, então, que nossa assessoria encaminha as cópias da
fala do deputado Carlos Giannazi ao Sr. Secretário Estadual da Educação.
Próximo deputado é o deputado Douglas
Garcia. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.)
Pela Lista Suplementar, deputado
Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputado Coronel
Nishikawa.
Deputada, eu vou conceder
posteriormente, tendo em vista que nós estamos em cima do horário; senão, o
Coronel Nishikawa não poderá fazer uso da palavra. Muito obrigado. Deputado
Coronel Nishikawa, V. Exa. tem o tempo regimental de cinco minutos. E após, nós
encerraremos o Pequeno Expediente.
O
SR. CORONEL NISHIKAWA - PSL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos. Sr. Presidente, assessorias, pessoal
do plenário. Primeiramente, eu vou citar o fato de ontem ter ocorrido um fato
lamentável. Minha vida policial... É lamentável que a gente possa ouvir que o
maior Parlamento, depois de Brasília, seja assaltado como foi ontem.
Quando cheguei
a esta Casa, estranhei que não tivesse um sistema de detecção de metais. E as
câmeras eu vi, sim, Sr. Presidente Cauê Macris. Eu vi que existem câmeras, sim.
Mas ainda acho que são em número insuficiente para a gente poder monitorar o
pessoal que entra nesta Casa.
Nós rezamos
para que ninguém seja, um dia, ferido. Não interessa se é parlamentar, se é
funcionário. Seria uma notícia que correria o mundo: que, no maior Parlamento
estadual que nós temos no Brasil, ocorra um fato desse. Ainda bem que estamos
isentando tanto a Polícia Militar como a Polícia Civil, que são os responsáveis
pela segurança da Casa.
Entretanto, da
forma como eles fazem o tipo de vigilância aqui, é impossível detectar pessoas
que adentrem aqui armados. Eles entraram armados dentro desta Casa. No banco,
que eu acho que deveria também ter seu detector, não tem, não possui.
Em qualquer
agência aí na rua, se você for adentrar com uma chave um pouquinho maior do que
aquilo que é normal, você é barrado na porta. Aqui, nós podemos entrar à
vontade.
Então, alguma
coisa tem que ser mudada, sim. Não tenho temor de dizer isso. Não estou
querendo que ninguém faça joinha, nada disso. É uma questão de segurança, sim.
Dito isso, nós,
a nossa equipe, fez um trabalho maravilhoso de leitos de rios e piscinões no
ABC. Nós fizemos uma apresentação até para o consórcio intermunicipal que os
sete municípios pertencem, na região do Grande ABC.
Colocamos todos
os leitos, a maioria toda assoreada. Piscinões cheios de lixo, assoreado. O
resultado está aí. Ocorreu a primeira morte no sábado, coisa que nós não
queríamos que ocorresse.
Nós, que fomos
bombeiros, cansamos de retirar vítimas ilhadas. Se não, desbarrancamento,
pessoas soterradas: isso tem que acabar. Nós somos o Estado que mais recolhe
impostos.
O trabalho foi
feito, foi encaminhado ao Governo do Estado. Nós encaminhamos duas, três cópias
que nós fizemos, o trabalho que nós tivemos de elencar todos os leitos de rios
e piscinões.
São Bernardo
inaugurou neste ano o piscinão do Paço Municipal. Ocorreu uma enchente na
sexta-feira de proporções iguais a quando não existia o piscinão. Alguma coisa
está errada.
Se não limpam
todo o leito do rio, toda hora que houver o enchimento do piscinão, vai haver o
transbordo. É o que está acontecendo. Não adianta aqui, no próprio Rio Tietê,
você fazer o desassoreamento se não desassorear as fontes, de onde vem, ou onde
se inicia o rio.
A população é a
grande culpada também. Eles culpam o governo, mas jogam sofás, pneus e um monte
de lixo. Eu fui chefe de gabinete do Aricanduva-Vila Formosa. Os leitos dos
rios são todos cheios de lixo. Aqui no centro também, por incrível que pareça.
Nós temos
vários pontos que nós temos de lixo. Existem ecopontos aqui na Capital, que
pode ser jogado lixo. Mas, a população ainda insiste em fazer pontos de lixo.
E, nós estamos aí sendo penalizados pela educação que o povo tem.
Então, ambas as
partes têm responsabilidade, sim. O governo tem o dever, nós temos a
responsabilidade de deixar limpos os nossos leitos.
Obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP – Deputada
Bebel, a senhora quer falar ou fala depois? Por favor. A senhora havia pedido,
eu deixei para depois, tendo em vista não interromper o horário do Coronel
Nishikawa.
V. Exa. tem o tempo regimental para
comunicação.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT – PARA COMUNICAÇÃO –
Bem, eu quero fazer uma comunicação porque me preocupa, como presidente da
Apeoesp, e com toda a demanda que eu tenho da Educação, sobretudo, essa questão
da atribuição de aulas expressada pelo deputado Giannazi, parece que tem tomado
conta da categoria.
A Apeoesp tem tido um papel e cumprido
o papel dela. E, foi a Apeoesp que conseguiu barrar a continuidade da
atribuição de aulas em todas as regiões, e onde não precisou, não precisou.
Acho isso.
Com relação à luta pela organização do
trabalho pedagógico coletivo, nós estamos com ação judicial. Inclusive, o
secretário da Educação não quis nem nos dar o abono para fazer o congresso de
um dia de abono, exatamente como um castigo, porque eu entrei com a ação judicial
em nome da categoria.
Então, só para indicar que toda ajuda é
bem-vinda, mas tem outros interlocutores, sobretudo, um sindicato estadual, que
é a Apeoesp, que responde, não pessoalmente, mas coletivamente. E sai
fortalecido nessa última semana do congresso estadual que teve e que organizou.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, Sra. Deputada. Vamos, neste momento, ingressar no Grande Expediente.
*
* *
- Passa-se ao
GRANDE
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Convido o
primeiro deputado inscrito, que é o deputado Rafa Zimbaldi, que cede seu tempo
à deputada Monica da Bancada Ativista. Vossa Excelência tem o tempo regimental
de dez minutos.
A
SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL – SEM REVISÃO DO ORADOR - Srs. Deputados o que me traz aqui
hoje é compartilhar o que foi a experiência de viver em estado de alerta no dia
de ontem.
A gente não
podia dizer que não esperava pelas chuvas, porque, há pelo menos dez anos, os
cientistas estão avisando que os fenômenos das alterações climáticas no Brasil
vão se traduzir na alteração do regime de chuvas.
Todos os
cientistas, e a gente pode ignorar a academia, eu sei que os governantes têm
ojeriza à produção acadêmica, por isso destroem a pesquisa, mas muitos deles
apontaram “vai chover mais e violentamente no verão e o período de estiagem vai
ser maior, vamos ter seca no sudeste”.
Para não dizer
que eu não avisei, deixa eu avisar desde já, vai faltar água no inverno. Vai
faltar água no inverno. Vai chover violentamente no verão. Vai chover
violentamente no verão.
Podem dizer que
não sabiam, mas em dezembro eu oficiei à Defesa Civil perguntando se estávamos
preparados para enfrentar as fortes chuvas de janeiro e fevereiro. A resposta
foi que eu poderia acompanhar a previsão de pontos de alagamento através do
site da Defesa Civil.
Eu até entrei
no site da Defesa Civil, embora não satisfeita com a resposta, mas eu não posso
acompanhar os pontos de alagamento pelo site da Defesa Civil. A informação não
está transparente, não está precisa, não está encontrável.
Pode continuar
dizendo que não sabia, mas as chuvas em Belo Horizonte, em janeiro, anunciavam
o que logo o sudeste enfrentaria. Pode dizer que não sabia, mas aí chegou no
Rio de Janeiro e no Espírito Santo.
Pode dizer que
não sabia, mas agora, pelo menos cinco pessoas foram mortas, cinco cidades
estão em estado de emergência, uma em calamidade. As pessoas estão
desabrigadas.
Em Itu, meu
município, romperam três barragens e a população está sem água. E, com a chuva
e sem recursos, o prefeito não tem condições de normalizar o abastecimento de
água. Enquanto pessoas estão debaixo d’água dentro das suas casas, outra
parcela da população está sem água na torneira.
Os senhores já
ficaram sem água? Sabem o que é cuidar de doentes e de idosos sem água? Sabem o
que é a manutenção de um hospital sem água? Sabem o que é a manutenção da vida
doméstica sem água? Essa é a situação do estado de São Paulo.
Enquanto isso,
o governo do estado de São Paulo deixou de investir 40% do recurso que deveria
ser destinado à prevenção de enchentes no estado. E o governador João Doria,
que pode continuar dizendo que não sabia, foi prefeito de São Paulo e, quando
prefeito de São Paulo, enfrentou situação semelhante, parecida, porque também deixou
de investir na prevenção de enchentes.
Inúmeros
exemplos foram citados aqui: desassoreamento de várzea de rios, desassoreamento
de piscinões, drenagem da área urbana, monitoramento de represas e barragens,
monitoramento da densidade do solo em morros, tudo isso é sabido, mas não foi
feito.
Ontem eu passei
o dia inteiro ligando de órgão em órgão tentando entender o que o estado estava
fazendo e quais eram as armas do estado para enfrentar tamanha violência contra
a população pobre. O governador, João Doria, twitteiro, não twittou ontem.
O último twitte
dele, antes de dizer que normalizou a situação da CPTM, foi dizer que estava
fazendo negócios em Dubai e que negócio se faz olhando olho no olho. Gestão se
faz no seu estado, olhando no olho da população, não ignorando os seus
problemas. O estado se materializa na vida das pessoas mais pobres através do
serviço.
Não posso dizer
que o Doria é mentiroso, porque ele sempre disse que acabaria com o estado, que
extinguiria o estado, e o resultado disso é que eu liguei na Defesa Civil ontem
e eles me disseram: “deputada, vai chover por mais onze dias, a gente controla
a previsão do tempo. Eu falei: “e agora?”. Ele falou: “agora é mobilidade do
solo”.
O que
significa, senhores? Que o solo vai se mover. Aí eu falei assim: “a gente está
falando da possibilidade de rompimento de barragens?”. “Sim”. “A gente está
falando da possibilidade de pontes caírem?”. “Sim”. “A gente está falando da
possibilidade de pessoas que moram em morros serem soterradas por suas próprias
casas?”. “Sim”. “E o que faz agora, Defesa Civil?”. “Não sei, os municípios têm
que agir, os alertas eles receberam”.
Você liga no
município, Defesa Civil do município, órgão municipal. “Vocês receberam o
alerta?”. “Sim”. “Que que vai fazer?”. “Não tem servidor, deputada. Não tem
servidor, deputada.
A gente tem
dois servidores aqui”. “Mas e as barragens, vocês já monitoraram?”. “É
privada”. “E o morro, vocês já subiram?”. “Não dá, está chovendo”. “E se cair,
para onde as pessoas vão?” “Não sei”.
E não sei é
tudo que o estado de São Paulo responde até hoje, um dia depois,
e vai continuar chovendo nos próximos dias, e a Defesa Civil sabe que o solo
está molhado e vai se mover, e os senhores sabem agora, porque eu estou
avisando que mais pessoas vão morrer, e não tem servidor, deputada.
E cadê o
governador? O governador está em Dubai, olhando no olho de empresário e fazendo
negócios. Escolhemos de conjunto não ter um governo, não ter um estado
presente. Eles perderam carros.
Esses senhores
que não se importam perderam carros, tiveram dificuldade, mancharam a fachada
das suas casas, mas são os mais pobres que estão perdendo as suas vidas.
Os fenômenos
climáticos atingem pessoas diferentes de maneiras diferentes. Nós estamos
cansados de saber que precisamos trabalhar com os novos fenômenos climáticos. A
partir de agora, vai chover violentamente todo verão, e os municípios precisam
estar preparados.
O Governo do
Estado precisa cobrar um plano de desenvolvimento urbano, que 39% dos
municípios, apenas, cumprem, para estarem adaptados ao novo regime de chuva,
para ter vazão da água e para ter aproveitamento da água da chuva, porque toda
essa água da chuva que caiu sobre São Paulo, que matou pessoas, que alagou
casas, foi jogada para o Rio Tietê, o Rio Pinheiros e, por consequência, para a
Represa Billings e nada disso vai ser usado para abastecimento humano.
E, de novo,
como eu comecei a minha fala. Para ninguém poder dizer que não sabia, vai
faltar água para abastecimento humano durante o inverno. A gente precisa de um
governo menos twitteiro, menos aventureiro, menos lobista, menos viajante e
mais presente na vida da população do Estado.
A gente precisa
parar de cortar o pouco direito trabalhista, que é a agenda prioritária da base
do governo neste poder legislativo, dos servidores públicos, e começar a pensar
que sem servidores públicos não tem defesa das vidas dos municípios, que sem a
Defesa Civil, sem bombeiros, sem engenheiros, sem a Emplasa, que já foi
extinta, a gente não consegue preservar, a gente não consegue planejar.
Eu gostaria
muito que esse meu discurso fosse encaminhado para a Secretaria de Meio
Ambiente, porque eu concordo muito com a declaração que o secretário fez nessa
manhã, de que os fenômenos climáticos são uma realidade que mata, mas eu quero
adicionar para o secretário.
Que bom que o
senhor sabe, secretário, espero que ano que vem não deixe mais pessoas
morrerem, que tome atitude de fato, para a Secretaria de Infraestrutura e para
a Casa Militar, para além do governador João Doria, que deveria estar aqui
liberando recursos para os municípios em estado de alerta e de calamidade, para
que eles possam se reconstruir e atender as quase mil famílias desabrigadas no
estado de São Paulo hoje.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado,
Sra. Deputada. Portanto, solicito à
nossa assessoria que encaminhe as palavras da deputada Monica ao senhor
secretário estadual do Meio Ambiente, ao secretário de Infraestrutura e também
ao Sr. Comandante da Casa Militar, da parte de Defesa Civil.
O SR. APRIGIO - PODE -
Para uma comunicação, Sr. Presidente?
O SR. PRESIDENTE -
CORONEL TELHADA - PP - Um minutinho, por gentileza. O
próximo deputado inscrito é o deputado Paulo Fiorilo, que permuta o seu horário
com a Professora Bebel. Vossa Excelência tem o tempo regimental de dez minutos.
Enquanto V. Exa. se desloca à tribuna, eu vou conceder uma comunicação ao
deputado por dois minutos.
O
SR. APRIGIO - PODE - PARA
COMUNICAÇÃO - Obrigado, Sr. Presidente. Eu quero concordar aqui com a deputada
Mônica na questão das enchentes. É muito sério o que está acontecendo hoje em
todo o estado de São Paulo e principalmente na região da Grande São Paulo.
Eu estou incluindo aqui
também Taboão da Serra, que está em estado de alerta. A população de Taboão da
Serra está sofrendo muito com essa enchente.
Perdeu quase tudo que
tinha ali na região aonde deu a enchente, foi mais afetada pelas enchentes. E
eu queria falar para a deputada Mônica que ela tem razão quando ela fala na
Secretaria do Meio Ambiente, até porque a Secretaria do Meio Ambiente parece
que hoje proíbe as prefeituras de fazerem limpeza nos córregos.
Não pode fazer
rebaixamento do lençol freático e vai assoreando os córregos e vai cada vez
mais ficando rasos aqueles córregos e as águas quando vêm acabam cada vez
transbordando para as ruas.
E o que a gente escuta
hoje - eu não sei se serve para vocês, para todos os prefeitos do Brasil - mas
eu vou falar para aquele que não faz o dever de casa. Mas a maioria dos
prefeitos do Brasil e daqui de São Paulo não têm conhecimento do que estão fazendo
lá na prefeitura. Eles não projetam um trabalho para 50, 100 anos daqui para
frente.
Eles fazem uma
canalização tão porca, tão barata, que acabam dizendo: “Vou resolver o problema
da enchente da minha cidade”. Mentira! Não resolvem o problema da cidade porque
o córrego está com cinco metros de fundura.
Alguns lugares acabam
aterrando e fazendo uma canalização com dois metros de fundura. O que vai
acontecer quando vem muita água naquele canal? Se esparrama pelo lugar mais
baixo. É isso que está acontecendo na maioria das cidades.
A grande parte dos
prefeitos - não leve para você essa questão de estar falando com todos os
prefeitos; estou falando com alguns - não sabem o que estão fazendo e nunca vão
resolver o problema da enchente da sua cidade. Isso eu tenho certeza porque eu
sei fazer.
Eu conheço obra e as
obras públicas que eu vejo em algumas cidades são de fazer vergonha. É uma
obra, uma coisa de fazer vergonha. Se eu fosse algum prefeito da cidade eu
teria vergonha de dizer: “Acabei com o problema da enchente da minha cidade”.
Muito obrigado, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE -
CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr. Deputado. Professora
Bebel, a senhora tem o tempo regimental de dez minutos.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, Sr. Presidente Coronel Telhada.
Cumprimento também a deputada Leticia Aguiar, também os assessores da Mesa e a
assessora.
Cumprimento os assessores
que estão sentados à minha esquerda, os que estão à minha direita, público
presente, Srs. Deputados e também todos que nos assistem através da TV Alesp.
Sempre é uma satisfação muito grande falar com cada um e cada uma de vocês que
nos assistem nas suas casas.
É muito importante esse
momento em que os parlamentares expressam suas opiniões frente aos problemas
que enfrentamos no estado de São Paulo. Eu quero também me solidarizar com as
vítimas do setor de questões climáticas, enfim, a chuva que atacou muitas
pessoas. Enfim, acabou com lares, com casas e fica sempre a dívida para o
contribuinte.
Sempre com a dívida, não
é? “No ano que vem nós vamos fazer um projeto, fazer um bacião, fazer não sei o
quê” e passam as chuvas e o problema continua. Esta é a maior das verdades.
É importante também
analisar que pouco depois que caiu, que rompeu a barragem de Brumadinho lá em
Minas Gerais, também foram apontadas outras possibilidades de queda de
barragens, por exemplo, na minha região, ali em Piracicaba, Rio Claro,
Americana, que poderia inclusive...
Se uma barragem romper
ali - e tem vulnerabilidade para isso, já se sabe que tem essa vulnerabilidade
- toma Piracicaba inteirinha pelas barragens que podem ser rompidas. Tanto que
tivemos um ex-prefeito de Piracicaba, o prefeito José Machado, e ele foi o
grande articulador do consórcio das águas. Tanto que ele foi presidente da
Agência Nacional de Águas.
Exatamente para
trabalhar com os municípios, com um agência reguladora, para que, de qualquer
maneira... Porque não tem resposta mesmo, deputado. O senhor falou
corretamente. Quem disser que resolveu, não resolveu.
É uma questão,
na verdade, de buscar uma ação conjunta. Porque não tem jeito de você
metrificar, que “até ali acabou o problema, pega Piracicaba, mas não vai
continuar em Americana, não vai continuar em Limeira”.
A possibilidade
está dada. Essa que é a questão. Então tem que ver com todas as cabeças. Os
executivos sentam para resolver um problema. Não dá para ficar fazendo discurso
em cima de coisa que a gente sabe: precisa de uma profundidade geológica,
enfim, de toda ordem, para a gente poder avançar.
Então fica aqui
toda a minha solidariedade a todos que foram atingidos pelas chuvas de ontem.
Necessárias, para termos água. Mas também, que houve problemas de ordem estrutural
na vida das pessoas, houve.
A gente quer
que, no mínimo, as prefeituras acolham, paguem moradias, até que as casas
estejam... E também pensem em alterar os locais de moradias. Porque não dá para
voltar, e depois vem uma outra chuva, e vem de novo a desgraceira toda.
Bem, mas não
subi aqui só para isso. Subi também para dizer do início desse ano letivo. E
dizer, para todos que me assistem, nos assistem: ainda sou presidenta da
Apeoesp. A Apeoesp é o sindicato dos professores do ensino oficial do Estado de
São Paulo. Tenho a honra, não é pouca coisa presidir esse sindicato, que tem
186 mil sócios, com 94 subsedes em todo o interior, capital e todo o interior
de São Paulo.
A gente vem
sofrendo problemas desde a resolução da atribuição de aulas, que a Apeoesp
barrou. A Apeoesp barrou. Aí tá, conseguimos barrar. Mas houve problema no
encaminhamento das atribuições. Erro de pontos dos professores.
Nos primeiros
dias, não tiveram problema. É preciso dizer isso. Os professores efetivos não
tiveram problema. Escolheram as suas aulas. Onde foi o problema? Foi os
chamados professores temporários, categoria “O”.
Aqueles, que
temos que lutar nesta Casa, para que tenham uma contratação digna, até que
sejam concursados e sejam dignamente, com os seus direitos iguais aos dos
professores efetivos, aqueles que já têm concurso público.
Estes passaram
por constrangimentos múltiplos. Mas a Apeoesp, ela foi até a Secretaria de
Estado da Educação e o secretário acatou a proposta da Apeoesp, de suspender as
atribuições e, ao mesmo tempo, refazer os erros dos pontos. Tanto que, dado
isto, os professores com certeza, conseguiram. Em alguns lugares, que
continuaram, a gente continua acertando. Então é importante dizer isso.
É importante
dizer que é verdade: a forma como o Inova foi colocado, a gente discorda.
Discordamos disso. A gente quer, na verdade, um debate de currículo que pense a
Base Nacional Comum Curricular.
E o Inova, que
está sendo tratado como uma parte diversificada, sim, exista, a partir das
demandas regionais. Uma parte do currículo tem que atender isso, o currículo
escolar.
Tem que atender
as necessidades, por exemplo, de um momento, de uma questão climática, de uma
questão que tem a ver com o meio ambiente. Outros, não isto. Então, essa parte
diversificada no currículo, é para tratar das diferenças de demandas regionais.
Não poderia vir
de cima para baixo, imposto. Há um princípio, colocado como empreendedorismo. A
gente acha, mas o secretário tratou de dizer que não, que ele abriria para
debates, mas ficou engessada essa questão.
E os ATPCs. Aí
é uma defesa da Apeoesp. Quem conseguiu o ATPC... Nós, na verdade, conseguimos
em 1989, em uma luta insana para que tivesse horário de trabalho pedagógico
coletivo tirando um pouco da sala de aula, para o professor poder preparar as
aulas. Isso é uma luta da Apeoesp. Eu nem era presidente, eu estava começando
no magistério. E foi uma vitória fantástica desse sindicato.
Só que, agora,
isso que era positivo está virando negativo. Não é uma contraposição. O
problema é impor, de forma peremptória, e não permitir que, conforme eu
negociei com o secretário, os pares vissem o melhor dia, o melhor horário de
fazer o ATPC, que não poderia ser imposto.
Ele,
secretário, na verdade, não respeitou a resolução, porque nós fizemos escrever
na resolução. E mais ainda: que as exceções seriam tratadas. Eu ainda chamei
atenção: “Secretário, se foram exceções de dois dígitos, digo ao senhor que tem
um problema”.
Aí tem que
parar para pensar a regra. A regra tem que atender a quase 100 por cento. E a
exceção a 0,1 ou 0,2 por cento. É isso que se tem que pensar quando se pensa em
uma regra.
O problema é:
professores não estão conseguindo acumular. É o chamado acúmulo legal:
prefeitura e estado, estado e estado, e estado e rede privada de ensino. Não
tem como fazer esses professores ficarem na marra ganhando 29,25% abaixo do
piso salarial profissional nacional. Essa é a perda. E nós temos que lutar,
deputado coronel Conte Lopes, para valorizar a polícia, valorizar os
professores.
Aliás, o Papa
está fazendo uma campanha de valorização dos professores e da Educação, porque
entende que os professores estão sendo injustiçados. Essa é a questão. Eu, por
exemplo, vou estar em maio lá no Vaticano.
Sou uma das
educadoras que estará no Vaticano em maio, porque eu quero... Se essa pauta
tomou a dimensão que tomou, temos que dar o tamanho que ela tem. E aí a gente
precisa do apoio de todos.
Não é queixa, é
questão de fato que está acontecendo. A gente tem que correr quando a gente
deveria estar implantando uma política estadual nos termos do Plano Estadual de
Educação que esta Casa aprovou em 2016.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, Sra. Deputada. O próximo deputado é o deputado Roberto Morais.
(Pausa.) Deputada Analice Fernandes. Fará uso da palavra? Vossa Excelência tem
o tempo regimental de dez minutos.
A
SRA. ANALICE FERNANDES - PSDB - Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, público que nos assiste nas galerias e você, que
também nos assiste, neste momento, pela TV Assembleia, o que me traz a esta
tribuna na tarde de hoje é para também estar aqui me solidarizando com todos os
parlamentares que passaram e viram, neste final de semana, ontem e hoje, pontos
terríveis de enchentes por todo o estado de São Paulo.
Nós vimos que,
de domingo para segunda-feira, o estado de São Paulo, de uma maneira geral,
sofreu desta calamidade. Um verdadeiro absurdo.
Na cidade de São Paulo -
eu peguei alguns dados -, em 2005, choveu o mesmo volume que choveu no dia de
segunda-feira. Então, 15 anos atrás, a cidade de São Paulo passou pelo mesmo
volume de águas que novamente nós vivenciamos na segunda-feira.
E a cidade em que eu
vivo, a cidade em que eu moro, a cidade de Taboão da Serra mais uma vez passou
por um problema bastante difícil, Conte Lopes.
Mesmo Taboão da Serra
tendo cinco piscinões e o sexto piscinão lá em Embu das Artes, nós tivemos uma
série de problemas no centrinho da nossa cidade, um volume absurdo. Choveu em
quatro horas 140 mm, o equivalente a 65% do previsto de chuva para todo o mês
de fevereiro.
Então realmente foi uma
verdadeira calamidade o que aconteceu na nossa cidade, e eu venho aqui a esta
tribuna não para criticar, eu venho aqui a esta tribuna para agradecer às
pessoas que foram solidárias com aqueles que perderam tudo, com aqueles que
precisaram, no dia de ontem e de hoje, de ajuda do Poder Público, de ajuda da
classe política.
Eu recebi um telefonema
de solidariedade do Governo do Estado de São Paulo, do vice-governador Rodrigo
Garcia; do nosso secretário Marco Vinholi, se solidarizando com tudo o que nós
vivemos ali no Centro. Foram quatro ruas, mas não importa, poderia ser apenas
uma rua. São 200 famílias que perderam praticamente tudo.
É um momento triste, é um
momento em que nós devemos nos solidarizar, e não usar daquele expediente, do
mimimi, para tentar denegrir o trabalho daqueles que vêm lutando com dignidade,
lutando com consciência, fazendo um trabalho digno, principalmente na minha cidade,
na cidade de Taboão da Serra.
A população ontem sentiu
a Prefeitura Municipal nas ruas, atuando, e eu quero, aqui da tribuna da
Assembleia, fazer também um agradecimento muito especial a algumas secretarias
que atuaram, foram presentes, foram dinâmicas, atuantes, com firmeza, com
competência.
A Dra. Raquel Zaicaner
formou imediatamente uma comissão de Saúde para orientar todas as vítimas da
enchente com relação aos perigos da leptospirose. Ela criou um comitê e começou
a fazer a vacinação em todas essas famílias que foram vitimadas.
Quero agradecer
imensamente à Secretaria da Promoção Social, à secretária Arlete Silva, pelo
brilhante trabalho. Mulher guerreira, foi para as ruas, ajudando, juntamente
com a Secretaria de Manutenção, até mesmo a limpar e lavar as casas das pessoas
vítimas dessa terrível enchente na nossa cidade.
Agradeço a colaboração
daqueles que têm sensibilidade, que doaram marmitex - e foram 600 marmitex -,
500 colchões que no final do dia nós entregamos para cada uma dessas famílias, alimento,
produto de limpeza, enfim, uma prefeitura que foi responsável e atuou de
maneira brilhante para ajudar essas pessoas que foram vítimas dessa terrível
tromba d’água.
E quero fazer
aqui também um agradecimento muito especial à presidente do Fundo Social de
Solidariedade do Estado de São Paulo, dona Bia Doria. Dona Bia Doria deixou o
Taboão da Serra faz meia hora. Esteve lá se solidarizando com o prefeito,
parabenizando a prefeitura de Taboão da Serra pela atuação, pelo brilhantismo,
pela competência de trabalho que tem. E também vendo de perto a atuação da
nossa Secretaria de Manutenção.
E eu quero,
aqui, render minhas homenagens a esse brilhante secretário de Manutenção que é
o engenheiro Daniel, que durante toda a noite esteve, rua por rua desse centro
da nossa cidade - enquanto nós estávamos de plantão na prefeitura -, visitando
as pessoas, vendo de perto o que era possível fazer.
E, depois de
duas horas, que as chuvas abaixaram o nível da água do rio... Porque é
impossível: mesmo tendo esses cinco piscinões, nós tivemos um problema sério.
Por quê? Porque o rio Poá, o rio Pirajuçara e o Joaquim Cachoeira, que desabam
no Pirajuçara... E o Pirajuçara no Pinheiros; e o Pinheiros no Tietê. Virou um
efeito dominó.
Porque se o Rio
Pinheiros não conseguia desaguar, o rio Pirajuçara logicamente não conseguia
fluir com todo o volume de água para o rio Pinheiros. E isso virou um efeito
dominó, acabou inundando aquela região praticamente central. E foi ali que
nossa equipe de Manutenção, a equipe da Defesa Civil da prefeitura atuou
brilhantemente.
Parabéns ao
engenheiro Daniel pela competência, pela coragem, pela solidariedade, pelo amor
às famílias. É assim que se faz política: trabalhando, lutando, se
solidarizando.
E a nossa
primeira-dama, presidente Coronel Telhada, lançou em Taboão, na tarde de hoje,
uma campanha interessante. Subiu no caminhão lá do Fundo Social e falou o
seguinte: “eu quero convidar”... E deu uma entrevista também, inclusive o
prefeito da cidade, para a TV Bandeirantes, falando da necessidade que essas
pessoas têm.
E eu quero
aproveitar a tribuna desta Casa, também, para sensibilizar as pessoas para a
doação de eletrodomésticos. É muito difícil você acabar recompondo a sua casa
da noite para o dia.
Então, quem
tiver também geladeira, fogão, micro-ondas, ferro elétrico, liquidificador, que
faça a sua doação no Fundo Social de Solidariedade de Taboão da Serra, ou
também na Secretaria da Promoção Social, pois nós temos todas as famílias
cadastradas. Você que fizer a sua doação pode saber para qual dessas famílias a
sua doação foi destinada.
Enfim, nós
queremos, nesse momento, que as pessoas se solidarizem, que entendam esse
processo. E que parem com essa política do “mimimi”, com essa política de
“quanto pior melhor”, essa desgraceira de que muita gente gosta, para usar do
microfone para criticar aqueles que trabalham.
Então, eu quero
parabenizar - para encerrar a minha fala - a prefeitura de Taboão da Serra, os
secretários que atuaram, principalmente o engenheiro Daniel. E aqueles que
entenderem que nós precisamos de ajuda, colaborem; não venham aqui meter o pau
naqueles que trabalham.
Muito obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado,
Sra. Deputada. Mande um abração para a primeira-dama de Taboão da Serra.
Continuando, o próximo deputado é o
deputado Dirceu Dalben. (Pausa.) E o próximo é o deputado Delegado Olim, que
permuta o seu tempo com a deputada Leticia Aguiar.
Portanto, V. Exa. tem 10 minutos,
deputada Leticia.
A
SRA. LETICIA AGUIAR - PSL
– SEM REVISÃO DO ORADOR – Boa tarde a todos, boa tarde, presidente Coronel
Telhada, deputados presentes, quem nos acompanha aqui também durante o Grande
Expediente, a todos da Rede Alesp, que nos acompanham também aqui, tanto pela
rádio quanto pela TV, todos os funcionários desta Casa, gostaria de falar de
alguns temas hoje aqui nesta tribuna, alguns temas que estão dando bastante
repercussão.
O primeiro
deles é prestar minha solidariedade às vítimas aqui das enchentes, dos
alagamentos, na cidade de São Paulo. A gente viu, não é, deputada, o estado
caótico, realmente, que se encontrou.
Eu gostaria de
parabenizar a atuação, o trabalho, de tantas pessoas em prol do outro.
Parabenizar a Defesa Civil, o Corpo de Bombeiros, os agentes de trânsito, a
Polícia Militar, a Guarda Municipal, os policiais, aqueles policiais, muito ali
à paisana, não é, que não estavam em serviço, mas prestaram a sua solidariedade
para aquelas vítimas da enchente, os voluntários, em geral, que demonstraram
empatia.
Eu acho que o
momento é de empatia, é de ajudar. Eu venho aqui ressaltar a importância de nós
buscarmos, junto ao governo do Estado, os investimentos na Defesa Civil.
Hoje, diante de
uma situação alarmante como essa, nós entendemos a importância de a gente ter
uma Defesa Civil estruturada, equipada, instruída, formada, com bons agentes.
A gente já vê
todo o esforço que eles empenham nessas missões, porque um caos como esse foi,
de fato, uma missão realizada. Mas, que a gente possa buscar mais
investimentos, para que a gente possa ter uma Defesa Civil, e todos os demais
órgãos envolvidos, possam ter mais estrutura para atender melhor a população.
Gostaria,
também, de falar a respeito do que aconteceu aqui ontem na Assembleia
Legislativa, a questão da segurança desta Casa.
Estava
conversando agora com o Coronel Telhada, ele me dizendo que apresentou,
aproximadamente três anos atrás, um estudo de viabilidade de controle de acesso
nesta Casa, para proporcionar mais segurança, não apenas para nós,
parlamentares, mas segurança para os funcionários que aqui estão, à população
que aqui vem diariamente, não apenas assistir às sessões, mas vêm aqui
conversar, trazer demandas do seu dia a dia para os deputados.
Então, fica
aqui o nosso apelo para que esse investimento em segurança seja dado também
como prioridade na Casa do povo, que precisa receber a população em segurança,
e também os funcionários desta Casa, que não podem ficar tão expostos, em
situações como aconteceu na data de ontem aqui na Assembleia Legislativa.
Um outro
assunto que eu quero pautar hoje aqui nesta tribuna é a respeito do ICMS sobre
os combustíveis. Recentemente, o nosso presidente Jair Bolsonaro fez um desafio
aos governadores de todo o Brasil para que eles retirassem o tributo ICMS sobre
os combustíveis, para que possa reduzir para o consumidor na bomba de
combustível, de fato.
É importante
ressaltar que só no estado de São Paulo, Coronel Telhada, o ICMS é responsável
por 84% da arrecadação. Então, é uma arrecadação muito alta oriunda desse
imposto.
Então, nós
sabemos que cortá-lo totalmente pode impactar diretamente os serviços públicos.
Então, é claro que precisa haver um estudo de viabilidade desse imposto.
Mas, fica aqui
o meu apelo ao governador João Doria para que ele pelo menos abra o diálogo
junto ao governo Bolsonaro, junto ao governo Federal, para estudar uma solução,
uma proposta viável, exequível, para que a gente possa, juntos, convergir para
que o imposto, o tributo do ICMS sobre os combustíveis, possa ser reduzido para
o consumidor final, para aquele trabalhador, aquele prestador de serviço, que
tanto utiliza o combustível.
Que a gente
sabe a demanda, a dificuldade, da questão tributária no País, que é pesada
sobre os ombros dos brasileiros, que já pagam tantos impostos.
Governador,
converse, ouça o que o governo Federal tem a dizer a respeito disso. Vamos
buscar juntos uma solução para o bem da população.
Por fim,
Coronel Telhada, quero deixar registrado aqui, e fazer uma saudação para a
minha cidade de São José dos Campos. Estive recentemente visitando a associação
AAFLAP, que é uma associação que faz um trabalho muito sério, muito bonito,
social, há mais de 32 anos na cidade, com crianças e adultos que têm aquelas
fissuras labiopalatais, que, inclusive, correm risco de vida.
Eles fazem um
trabalho desde a gestação da mulher, identificando aquela criança que tem
aquele problema, e são fissuras, inclusive, graves, que podem afetar
diretamente o convívio daquela criança, que podem afetar a comunicação daquela
criança, podem afetar a vida dela, sendo necessário, inclusive, cirurgias para
casos mais graves.
Essa associação
faz um trabalho já há muito tempo, há 32 anos, voluntário. Fui lá conhecer
junto com meu assessor Carlos Fávaro, um abraço para o Fávaro e para São José
dos Campos, visitamos lá a Eliana Molina, que é a presidente da associação,
conseguimos destinar um recurso de 50 mil reais lá para ajudá-los, para que
possam aumentar a estrutura deles e atender a mais pessoas, não só em São José
dos Campos, mas em todo o Vale do Paraíba.
Também deixo
registrado o meu abraço ao Dr. Alexandre, que é dentista voluntário nessa
associação, que faz, também, um trabalho incrível em prol das pessoas.
Então, vejam
como é importante a gente fazer essa união, não é deputado Aprigio? União pelas
pessoas de bem, para trabalhar pelas pessoas.
É por isso,
também, que estamos aqui, encarregados, imbuídos dessa missão, de ajudar as
pessoas e de cuidar das pessoas como representantes nesta Casa, a Assembleia
Legislativa do Estado de São Paulo.
Meu muito
obrigada, deputado Coronel Telhada.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sra.
Deputada.
O próximo deputado inscrito é o
deputado Carlos Giannazi. Vossa Excelência tem o tempo regimental de dez
minutos.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
público presente, telespectadores da Tv Alesp, de volta a esta tribuna, eu
gostaria de dizer que, no ano passado, eu estive, chamado pela comunidade
escolar da Escola Estadual Padre Antônio Velasco Aragon, visitando essa escola,
ano passado, em Guarulhos - da Diretoria de Ensino de Guarulhos -, porque a
comunidade escolar estava fazendo a grave denúncia de que a escola não tinha
quadra para as aulas de Educação Física.
E a única forma
de oferecer essas aulas era através de um improviso total, as aulas eram dadas
no pátio da escola. Um pátio pequeno, eu visitei a escola, fotografei, fiz
pedidos para que a FDE construísse a quadra para que os alunos tivessem acesso
às aulas de educação física em um local adequado.
Fiz o mesmo em
relação à Secretaria da Educação, exigindo providências, não é? Fiz um
pronunciamento aqui da tribuna pedindo para que as cópias fossem enviadas para
o governador, para a Secretaria da Educação, para a FDE.
O fato é que a
solução apresentada pela Secretaria da Educação e pela FDE foi bizarra, Sr.
Presidente. Patética. Ao invés de construir a quadra, o que a Secretaria da
Educação fez? Pediu para colocar uma tela dentro do pátio da escola, onde os
alunos recebem a merenda escolar. Um verdadeiro absurdo, Sr. Presidente, uma
afronta à dignidade dos alunos e dos servidores.
Eu quero
mostrar aqui o improviso da Secretaria da Educação para não construir a quadra.
Colocaram uma tela de nylon dentro do pátio da escola, Sr. Presidente. Temos
fotos aqui, vídeos, e eu gostaria de que os deputados e a população tivessem
acesso, porque é muito grave essa situação.
Um descaso
total, uma irresponsabilidade, Sr. Presidente, com os alunos, com os
professores, sobretudo com os professores de Educação Física.
Aqui está a
escola Padre Antonio Velasco Aragon, em Guarulhos. Aí temos o pátio da escola e
a Secretaria, em vez de construir a quadra, ela improvisou essa tela dentro do
pátio.
Ali é a
cozinha, onde tem a porta da cozinha, de espaços pedagógicos, ou seja, isso não
existe, Sr. Presidente. Isso é antipedagógico, antieducacional. O estado mais
rico do Brasil, que tem o maior orçamento estadual de Educação, se presta a
esse tipo de improviso.
Secretário da
Educação, Rossieli Soares, construa uma quadra na escola, tem recurso na FDE,
na Secretaria da Educação. Isso é uma vergonha. O secretário fala que inova, anunciou
a nova carreira do Magistério, que não é nova, é um perigo, inclusive.
Fala de bem, de inovação, de modernidade, mas,
olha a modernidade do Rossieli Soares, da Secretaria Estadual de Educação.
Improviso com tela de nylon no pátio de uma escola. Tudo isso para não
construir uma quadra para que os alunos tenham acesso às aulas de educação
física, Sr. Presidente.
Nós queremos
providências imediatas, porque a comunidade está revoltada, a comunidade
escolar, os pais dos alunos, os alunos, os professores. O conselho de escola já
se manifestou contra esse tipo de medida, esse improviso.
Então, nós
exigimos a construção imediata de uma quadra de esportes para as aulas de
educação física na Escola Estadual Padre Antônio Velasco Aragon, Sr. Presidente.
É uma
exigência, porque é um absurdo esse tipo de improviso, de descaso com a
Educação. Então, enquanto o secretário fica fazendo marketing político com esse
“Projeto Inova”, com o “Projeto de Vida”, com PEI, escola integral. Isso é tudo
uma farsa, na verdade, porque a rede continua sucateada, abandonada e
degradada, e o secretário não investe, Sr.
Presidente.
Esse aqui é só
um caso da degradação. Existem milhares de escolas nessa situação, centenas de
escolas sem quadras para as aulas de educação física. Nós temos dezenas de
escolas de lata no estado de São Paulo, como eu registrei no meu
primeiro pronunciamento de hoje, sobretudo na região de Parelheiros, Capela do
Socorro, Grajaú.
Em Guarulhos
também existem muitas escolas de lata, e nós lutamos aqui na Assembleia
Legislativa para que elas sejam transformadas em escolas de alvenaria.
Inclusive, já
apresentei projeto de lei nesse sentido, obrigando a prefeitura a transformar
todas as escolas de lata em escolas de alvenaria.
E já também há
muito tempo acionei o Tribunal de Contas e o Ministério Público denunciando
esse fato, mas nada foi feito até agora, mesmo as escolas incendiadas que eu
citei aqui e, sobretudo, deputado Enio Tatto, também, que faz essa denúncia
constantemente aqui na tribuna da Assembleia
Legislativa.
Escolas como a
Escola Hilda Kfouri, a escola Renata Menezes, a escola estadual que também foi
incendiada, a escola do Recanto Campo Belo. São escolas que não foram ainda
reconstruídas. Eram escolas de lata que não foram reconstruídas de alvenaria,
mas eu queria fazer esse registro, Sr.
Presidente.
Nós exigimos a
imediata construção da quadra para as aulas de educação física na escola Padre
Antônio Velasco Aragon em Guarulhos, e de todas as outras.
Existem muitas
escolas que eu já denunciei, já mandei a relação para a Secretaria da Educação,
pelo menos das escolas que eu tive acesso e conhecimento que não têm as
quadras, como por exemplo - tem algumas que eu conheço -, a Escola Estadual
Presidente João Goulart, que fica no Grajaú. Essa escola não tem quadra. É uma
escola antiga, e até hoje não foi construída quadra.
A Escola
Estadual Leonel Brizola, que fica Jardim Lucélia. Nessa escola também não tem
quadra para as aulas de educação física. A própria escola que foi incendiada,
escola Hilda Kfouri, não tinha quadra para as aulas de educação física, e
tantas outras que eu já citei e denunciei.
Então, Sr. Presidente, a gente não pode
aceitar esse marketing político e eleitoral da Secretaria da Educação, que
lança projetos marqueteiros, para inglês ver, PEI, o “Projeto Inova” e tantos
outros, mas a base da rede estadual continua...
As nossas
escolas continuam sucateadas e degradadas, e ataques à carreira do Magistério,
desorganização do processo de atribuição de aulas, ingerência no processo de
organização das escolas, dos horários dos professores, como eu citei no meu
primeiro pronunciamento, em relação as ATPCs, que é aquele horário pedagógico
que o professor faz fora da sala de aula, que é um horário importante.
Aliás,
registrando que o estado de São Paulo não cumpre o piso nacional salarial. Não
só o piso nacional salarial, na questão do salário, e o nosso piso estadual
está abaixo do piso que é determinado pela lei federal, que isso já é grave,
mas também não cumpre a jornada do piso, que seriam essas ATPCs, que é a famosa
Aula de Trabalho Pedagógico Coletivo.
Então, o
governo, através de resoluções, baixou uma espécie de AI-5 nesse modelo de
organização dos horários, engessando as escolas e prejudicando milhares e
milhares de professores em toda a rede estadual de ensino que não conseguem se
adequar a esses horários fixos dos tecnocratas, dos burocratas da Educação que
estão a serviço de um secretário que nem de São Paulo é.
Foi secretário no
Amazonas. Foi secretário acho que no Rio Grande do Sul. Foi ministro do Temer e
caiu aqui de paraquedas. Foi nomeado pelo Doria, mas não conhece São Paulo, não
conhece a rede. Não consultou ninguém. Não consultou os técnicos, os
supervisores de ensino, os diretores, os professores. Não consultou as
entidades representativas dos servidores da Educação e deu num verdadeiro
desastre, uma desorganização geral do processo de atribuição de aulas, dos
horários das escolas.
É um verdadeiro caos, Sr.
Presidente. Eu fui professor da rede estadual por muito tempo, por 20 anos.
Entrei em 1984 e acompanho toda a luta desde 1984. Nunca vi uma desorganização
tão grande como essa, principalmente no processo de atribuição de aulas que,
inclusive, continua.
Amanhã, por exemplo, na
Diretoria Sul 2, vai ter atribuição de aulas no Inova, porque ele desorganizou
tanto a rede que não tem professoras para pegar essas aulas.
É um caos, Sr.
Presidente. Por isso que nós estamos dizendo que esse secretario Rossieli
Soares tenta competir com o ministro da Educação no que tange à questão da
desorganização do sistema educacional do Weintraub, que inclusive está sendo
criticado até mesmo por setores da direita.
O próprio presidente da
Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, faz críticas a ele. Até o MBL está pedindo
a saída do ministro da Educação porque ele destruiu o Enem. Está destruindo as
universidades federais, reduziu o orçamento das universidades públicas e não é
diferente também aqui com esse secretário Rossieli Soares.
Muito obrigado, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE -
CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado. O
próximo deputado é o deputado Coronel Telhada, que permuta o seu tempo com o
deputado Conte Lopes.
O
SR. CONTE LOPES - PP -
Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público que nos acompanha na
tribuna da Assembleia, eu estava ouvindo os debates sobre a insegurança na
Assembleia Legislativa.
É bom colocar aqui que em
1994 a 1996 - não lembro bem a data - eu era 2º secretário da Casa. Quando fui
abrir uma cortina na minha sala, ouvi um disparo de arma de fogo que passou um
dedo da minha cabeça e foi se instalar na parede. Então há muito tempo que se
fala da segurança na Assembleia Legislativa e também acho que não foi a
primeira vez que banco foi assaltado aqui dentro não.
Acredito que outras vezes
já foi assaltado. Então não é a primeira vez que se assalta banco aqui dentro
desta Casa. Agora é lógico, passa a ser algo meio vergonhoso para a gente, não
é? A gente é ligado à Polícia. Para o cidadão, ele acha que nós estamos aqui,
Coronel Telhada, e vimos o assalto e não fizemos nada. Até vi o deputado
Delegado Olim ser cobrado ontem pelo Datena: “Que se ele estivesse no
banco...”, como se a gente estivesse vendo o assalto e lógico que não é a
realidade; o banco fica lá atrás.
Agora é evidente que
alguma coisa tem que se fazer, porque se fala muito em estatística e a
estatística é uma maravilha. A estatística é aquilo lá: “Eu comi um frango
sozinho e quatro caras acabam comendo um frango junto comigo.
Então o índice de
criminalidade caiu”. Não sei de onde, mas na verdade não é bem isso. A
bandidagem está aí sofrendo disso. Está aí o nosso funcionário do som aqui, que
perdeu o irmão há questão de dez dias atrás; foi assassinado.
Estava trabalhando num
Uber e foi morto. O cara vem assaltar dentro da Assembleia Legislativa com
tantos deputados aqui ligados à Segurança Pública, com uma companhia, uma
assessoria da Polícia Militar aqui dentro, com uma delegacia de polícia aqui
dentro, com os vigilantes armados.
Ora, eu fiz segurança do
Banco Itaú durante 10 anos. Treinei eu, o coronel Bezerra, e o Marco Antonio,
hoje coronel também. Dez anos que ficamos lá, não houve um assalto ao Banco
Itaú. E quem foi assaltar, morreu.
Porque a primeira coisa
que ensinamos ao vigilante é que, se alguém entrasse lá e falasse que era um
assalto, era para ele colocar a arma dele dentro da cabine de segurança e
atirar no cara.
E os vigilantes
passaram a fazer aquilo: reagir aos assaltos. Como colocamos também os
vigilantes à paisana, chamados de mão branca, que faziam um trabalho de
segurança em torno do banco. Então, alguma coisa realmente tem que ser feita.
O cara vir aqui
dentro assaltar! Quando o Coronel Telhada me mostra o vídeo tem a imagem do
cara que assaltou a Assembleia? Tem aí, aquele vídeo do Coronel Telhada? Do
cidadão que assaltou?
O cara é mais
velho que eu. Deve ser da minha época. Quando entrei na polícia, deve ter
começado no crime naquela época. Ele consegue entrar aqui, roubar e ir embora
com 440 mil reais?
* * *
- É feita a
exibição de vídeo.
* * *
Está até
mancando também. Estou mancando por causa de futebol. O cara está carregando
ele. Aquele é o ladrão, assaltante? O cara entra aqui na Assembleia, rouba com
todo mundo aqui dentro, e vai embora?
É dinheiro para
o crime, para os bandidos. Agora, para achar esse velho, deve procurar em algum
asilo, casa de repouso. Não adianta ficar procurando na rua. Agora, é o fim da
picada que aconteça um assalto desse aqui dentro.
Ninguém está
criticando ninguém, nem a Mesa, mas desde 64 aconteceu comigo: um disparo de
arma de fogo aqui dentro. Agora, é o fim do mundo que aconteça isso.
O cara vem
aqui, rouba, e é óbvio que, para a imprensa, foi assaltado o banco da
Assembleia. Não é Santander, não é Brasil. É a Assembleia. O banco da
Assembleia. Então fica realmente chato para todo mundo. Não é culpa de “a”,
“b”, “c”. Não é esse o problema. O problema é a cara de pau do bandido.
Como falei, um
funcionário nosso, amigo nosso, perdeu o irmão há questão de 15 dias. Os
bandidos assaltam em qualquer lugar e hora do dia e da noite. Até pensei que
era o PCC da vida que tivesse invadido, quando me ligaram ontem.
Um monte de
gente me ligando. Não. Um velho bandido que entra aqui, rouba 440 mil reais, e
vai embora com um outro arrastando ele.
Então fica aí,
Sr. Presidente, para terminar a minha colocação.
Obrigado.
O
SR. CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, deputado
Conte Lopes. Nesse momento, encerro o Grande Expediente. Pois não, deputado.
O
SR. APRIGIO - PODE -
PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, moro em Taboão da Serra há 50 anos. Conheço
muito bem Taboão da Serra. Morei nas margens de um córrego famoso na região,
que é o córrego Pirajuçara.
Há 50 anos
atrás, na minha casa, na margem do córrego, faltava três metros de água para
chegar na minha casa, com qualquer tipo de chuva. Naquele tempo, podia ser o
mais forte que fosse. Nunca chegava. Hoje a água está entrando naquela casa que
tenho lá há 50 anos. A água chove.
De lá para cá,
o que escuto de alguns políticos, como eu já disse aqui, o prefeito... Estou
dizendo que a culpa é da maioria dos prefeitos da cidade, só aquele que a
carapuça servir, ele pode se manifestar.
O que não
servir, ele que fique quieto. Estou falando dos prefeitos irresponsáveis que
tem em São Paulo, na Grande São Paulo, no estado de São Paulo. Ali, hoje, o que
escuto sempre foi: cada ano, uma chuva maior do que a outra; cada ano, uma
enchente.
E cada
enchente, os políticos profissionais - não estou falando de todos os políticos,
estou falando dos profissionais - que não têm caráter nenhum, começam a mentir
para a população, dizendo: “Esse ano choveu mais; foi a maior chuva”.
Vocês viram
isso na televisão. Quando acontecem as grandes enchentes, é que todo mundo diz:
“Mas também, foi a maior chuva de todos os tempos”. Mentira. Que maior chuva de
todos os tempos? Todo tempo choveu. Houve serviço mal feito em todo esse tempo.
Não houve uma
prevenção de que “vou fazer um serviço duradouro; vou fazer um serviço para
durar 100 anos daqui para frente e não dar enchente”. Houve serviço para daqui
a um ano.
Agora, e essas
pessoas que perdem tudo, todo ano? Trabalham o ano inteiro. No final do ano,
perdem com enchente. O cara não perde só os objetos e bens que tem em casa.
IPTU, eles têm que pagar.
Têm que se
inscrever na prefeitura para dizer que na casa dele entrou enchente? A
prefeitura não sabe os locais que dão enchente? Por que o cara tem que perder
dia de serviço para dizer que encheu a casa dele?
Quer dizer,
isso é papo de político mentiroso. Falar que a cidade é a melhor coisa do
mundo? Eu não sei onde tem essa cidade que ouvi falar aqui hoje que é Taboão da
Serra.
Não sei onde é
essa cidade. Moro lá há 50 anos e não sei. Gostaria de que o povo de Taboão da
Serra também falasse se isso está acontecendo lá ou se eu estou mentindo. Ou
quem está mentindo aqui.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, Sr. Deputado. Neste momento, passo a Presidência dos trabalhos ao Sr.
Presidente, deputado Cauê Macris.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Cauê
Macris.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Com a palavra
o deputado Campos Machado.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, para
usar a tribuna pelo Art. 82?
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa
Excelência tem a palavra pelo Art. 82, em nome da liderança do PTB.
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente,
nobre deputado Cauê Macris, esta semana foi interessante. Primeiro, inundação
no Rio Tietê e no Rio Pinheiros e o Sr. João Agripino viajando. É o item
primeiro.
O
item segundo: o ministro Paulo Guedes chama os funcionários de parasitas. Já
comecei com duas coisas: um viajando, longe, e o Rio Pinheiros transbordando e
o Tietê idem; o outro não tinha o que falar e ofendeu os funcionários,
chamando-os de parasitas. Terceiro: a demagogia nesta Casa. Qual é a culpa que
o presidente Cauê Macris tem?
Sr.
Presidente, desculpe, quero que V. Exa. preserve o meu tempo e diga aos
deputados que o café dos deputados é ali atrás, não é aqui na frente. O meu
tempo está preservado. Está parado.
Com
as conversas paralisadas, quero indagar: qual é a culpa? Estou há 30 anos na
Casa. Qual é a culpa do deputado Cauê Macris por esse assalto seguramente
planejado com a participação de gente que aqui trabalha?
Sim,
vamos lamentar os fatos, mas usar da demagogia para atacar o presidente? Tem
gente que disse aqui: “Eu sou advogado”. Mas eu também sou! Qual é o problema
em ser advogado?
O
fato de eu ser advogado quer dizer que tenho que fazer críticas aqui? Só porque
sou formado? E formado na velha e sempre querida Academia do Largo São
Francisco.
Agora,
o presidente tem que ser o quê? Crucificado? As medidas que ele pode tomar, ele
está tomando. Não é da noite para o dia que se fazem três ou quatro licitações.
Quando a Mesa fala que é preciso gastar dinheiro, a tribuna lota de deputado:
“É impossível o Legislativo gastar!”. Então, não estou entendendo.
Agora,
tratar esse tema de maneira pequena, eu digo, apequena a Casa.
Sr. Presidente,
deputado Cauê Macris, eu sou testemunha do seu empenho, do seu trabalho e do
seu sofrimento, sim. Vossa Excelência se recolhe às vezes ao seu gabinete,
sabendo que está cumprindo o seu dever e ouvindo críticas injustas aqui desse
plenário.
Portanto, eu
quero deixar claro: é demagogia barata - que me desculpem os deputados -
pretender atribuir ao presidente Macris a responsabilidade pelo assalto
ocorrido a uma agência bancária que não se preocupa com nada.
Aqui é uma
cidade. Cinco mil pessoas transitam aqui por dia. Por isso, vamos colocar o que
aqui - 10.000 soldados? E a periferia, como é que vai explicar para a periferia
se tiver 300 soldados aqui, PM?
Olha como é
difícil ser presidente. Portanto, Sr. Presidente, não se preocupe, não. A
caravana sempre passa. Vossa Excelência tem o meu apoio total e irrestrito. Eu
sou contra demagogia barata, que é o que houve aqui nessa Casa. É fácil
criticar; o difícil é fazer, Sr. Presidente.
Portanto,
nesses cinco minutos pequenos que eu tenho aqui... Eu não quero ultrapassar o
tempo, vou voltar daqui a pouco aqui para dizer a V. Exa. que V. Exa. vem
cumprindo... Desculpa, deputado Camarinha, estou terminando. Eu estava dizendo
que o deputado Cauê Macris, como presidente, está cumprindo o seu dever.
Portanto, aceite a minha mais total e irrestrita solidariedade.
Vou voltar aqui
pela questão da PEC que eu estou defendendo, do Orçamento Impositivo. O
Orçamento Impositivo, com 4.800 reais, sem ser 75% do federal, é uma ofensa. É
melhor não dar nada do que dar miséria, dar esmola. Daqui a pouco, Sr.
Presidente, virei aqui para tratar desse assunto.
Mas, por
enquanto, aceite minha solidariedade total e irrestrita.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento
Interno, convoco V. Exas. para uma sessão extraordinária a realizar-se hoje, 10
minutos após o término da presente sessão, ou às 19 horas caso a sessão não
atinja o seu tempo limite, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem
do Dia:
1 - Projeto de lei no 346,
de 2019, de autoria do nobre deputado Altair Moraes;
2 - Projeto de lei no 721,
de 2019, de autoria do nobre deputado Professor Kenny.
*
* *
- Passa-se à
ORDEM
DO DIA
*
* *
O
SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Sr. Presidente, se
houver acordo das lideranças, eu queria solicitar a suspensão dos trabalhos por
uma hora.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Antes, porém,
convocação: Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do Art. 18, inciso III,
alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos do Regimento Interno, convoco
reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Redação; de Defesa e
dos Direitos das Mulheres; e de Finanças, Orçamento e Planejamento, a
realizar-se hoje, às 16h50, no salão nobre da Presidência, com a finalidade de
ser apreciado o Projeto de lei no 961, de 2019, de autoria do nobre
deputado Tenente Nascimento.
Convocação: Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, nos termos do disposto no Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado
com o Art. 68, ambos do Regimento Interno, convoco reunião conjunta das
Comissões de Constituição, Justiça e Redação e de Educação e Cultura, a
realizar-se hoje, um minuto após o término da anterior, no salão nobre da Presidência,
com a finalidade de apreciar o Projeto de lei no 976, de 2019, de
autoria do nobre deputado Gil Diniz.
Havendo acordo das lideranças, estão
suspensos... Deputado Campos Machado não concorda com a suspensão?
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Indago a V. Exa. se
nós voltaremos, ainda, antes?
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Voltaremos, se
tudo correr bem, apenas para o levantamento da sessão, pelo entendimento que
houve no Colégio de Líderes, e para a primeira sessão extraordinária, com os
projetos combinados.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Eu gostaria de falar
no Item 1 da pauta.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Ainda é
possível. Voltando daqui a uma hora, é possível.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Então, eu estou me
inscrevendo para falar... Aliás, para encaminhar o Item 1 da pauta.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Perfeito. É
importante que V. Exa. esteja no plenário nesse momento.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Não deixarei o
plenário.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Estão suspensos
os nossos trabalhos por uma hora.
Está suspensa a sessão.
*
* *
- Suspensa às 16 horas e 45 minutos, a
sessão é reaberta às 17 horas e 52 minutos, sob a Presidência do Sr. Gilmaci
Santos.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Reaberta a sessão, já estamos na Ordem do Dia.
Em
votação o item 1. Votação adiada - Projeto de lei Complementar nº 4, de 2019,
com método de votação aprovado em 24/04/2019.
Em
votação o item 1 - Projeto, salvo emendas.
O SR. CAMPOS MACHADO -
PTB - Sr. Presidente, para encaminhar pelo
PTB.
O SR. PRESIDENTE -
GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Tem V. Exa. o tempo
regimental para encaminhar pelo PTB.
O SR. CAMPOS
MACHADO - PTB - Meu
caro presidente, homem de Deus, meu amigo, meu irmão deputado Gilmaci Santos,
acabei de saber uma notícia que me magoou profundamente, deputado Carlos
Giannazi.
A deputada do seu partido,
deputada Monica Seixas, fez uma ligação para o secretário de Infraestrutura e
Meio Ambiente para saber como ela poderia agir em relação a três ou quatro
barreiras que caíram em Itu. Atendeu o chefe de gabinete. Ela começou a
conversar e ele desligou o telefone na cara da deputada Monica Seixas.
O que é que vai fazer esta Casa?
Essa deputada acabou de ser humilhada. A humilhação feita a um deputado desta
Casa é feita à Casa toda. Ela veio falar comigo: “Deputado Campos, e o Conselho
de Prerrogativas?”.
Eu disse a ela: “Infelizmente, no
Conselho de Prerrogativas, que, para mim, é o órgão mais importante desta Casa,
você convoca uma reunião e aparecem três deputados.”
Espera, deputado Giannazi. Tenho
645 municípios do Estado para cuidar, mais os estados e o País, como
secretário-geral nacional. Eu vou e ficamos só eu e mais dois deputados. Oito
anos atrás, quando nós criamos esse departamento - eu e o deputado Rui Falcão,
testemunha aqui o deputado Emidio -, os deputados eram obrigados a tirar
fotografia na porta da Secretaria.
Nós mudamos tudo. Os secretários
têm que mandar alguém, um funcionário, ir atender o deputado lá embaixo e subir
com ele.
Agora, deputado
Carlão Pignatari, V. Exa. que é o líder do Governo, acabou de acontecer, para
mim, uma ofensa. O chefe de gabinete da Secretaria de Infraestrutura desligou o
telefone na cara da deputada Monica Seixas, quando ela apenas queria orientação
de como agir com quatro barreiras de Caieiras, Itu.
O que é isso,
onde estamos, que Casa é esta? Me responda que Casa é esta. Quem vai tomar
providência - o Conselho de Prerrogativa, que eu não consigo reunir?
Eu vou fazer um
ofício ao secretário, por conta própria, assinando como presidente do Conselho,
deputado Giannazi, reclamando do comportamento do chefe de gabinete - que eu
não sei nem quem é e também não quero saber quem é -, que foi indelicado com a
deputada Monica Seixas.
Aí, ela liga de
novo, diz a secretária: “caiu a linha”. Liga: “está em reunião”. Liga: “está no
quinto andar”. Liga: “está no banheiro”. Está em todo lugar, menos na sala onde
devia estar. Aí eu pergunto: o que fazemos nós? Nada, deputado Giannazi?
“Ah, mas foi
com a deputada Monica, ela chegou agora na Casa”. Não. Ela é deputada como nós,
com as mesmas prerrogativas. É injusto o que foi feito com ela. Eu estou
assumindo aqui, deputado Giannazi, o compromisso de mandar um ofício, hoje,
para o secretário - que, por sinal, é meu amigo, o Penido -, reclamando do
comportamento mal-educado, agressivo, estúpido e sem sentido desse chefe de
gabinete, que devia estar em todo lugar, menos lá. Ele foi indelicado,
agressivo com uma deputada, que não sabe como agir.
Deputado
Emidio, meu sempre prefeito, assistiu à conversa agora. Ela chegou desesperada:
“o que eu faço?”. O deputado Emidio ainda disse para ela o que acontece no
relacionamento entre um prefeito e as autoridades.
Então, deputado
Carlão Pignatari, eu lamento profundamente, mas eu vou... Sr. Presidente
Gilmaci, não se faz isso. Isso é ofensa. E eu não admito ofensa, como eu não
admito traição.
Mas eu vim
aqui, meus caros deputados, dizer, deputado Gilmaci: olha como essa Assembleia
funciona, olha como nós fomos tratados. Os deputados federais têm Orçamento
Impositivo de cerca de 15 milhões de reais.
Nós recebemos
salário de 75% dos federais. Eu tenho uma PEC aqui, deputado Emidio, que
pleiteia 75% das emendas dos federais. Como nós podemos ficar aqui esmolando,
com o pires na mão, e sendo humilhados? Ninguém vai dizer para mim que os
deputados não são humilhados quando precisam de emendas e não têm.
Vejam o caso do
assédio moral: eu entrei com uma representação criminal contra o governador
João Agripino e contra o meu amigo deputado Vinholi. E juntei o áudio. Está lá
à mercê de qualquer grafotécnico. Eu pergunto, deputados: o que fazemos?
Só tem emendas
aqui quem vota com o governo. Agora, quatro milhões e oitocentos? Quando
deveriam ser 11 milhões. Então, eu quero convocar, eu quero ver os deputados desta
Casa, aqueles que têm coragem. Porque esta Casa não é uma Casa de covardes.
Quem for covarde, o protocolo está ali. Renuncie ao mandato.
Nós começamos
hoje, meus colegas, amigos, deputados do PT, vamos trabalhar pela aprovação
desta PEC, que eu estou chamando de PEC da dignidade. Setenta e cinco porcento
das... Se eu estiver atrapalhando os Srs. Deputados eu posso parar.
Sr. Presidente,
onde fica o café dos deputados, Sr. Presidente?
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS – Srs. Deputados, por
gentileza...
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB – Meu tempo tem que ser
preservado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS – Nós temos um orador aqui na
tribuna, Srs. Deputados.
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB – Meu tempo tem que ser preservado,
Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS – Será preservado o tempo de V.
Exa.
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB – E o café dos deputados serve
para quê?
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS – Sim, senhor. Deputados, por
gentileza.
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB – Qual é a finalidade do café dos
deputados?
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS – Obrigado, Srs. Deputados.
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB – Prosseguindo, meu nobre
deputado Giannazi.
Não estamos
pedindo nada. Deputado Conte Lopes, nós estamos pedindo 75%, que é o correto,
de emendas para os deputados. Então, nós vamos ter 11 milhões para os
deputados, para não ficar à mercê do quê? De pressões do governo, é fácil. Não
há nada mais fácil no mundo do que eu chegar e dizer: “Você quer emenda?”
Olha o áudio.
Olha o áudio do prefeito de Chavantes, que eu já li aqui. Olha o áudio. Olha o
áudio. Quem é que vai ficar? Deputado José Américo, pressionado, o que é que
faz o deputado?
São os
municípios em cima dele, ele acaba cedendo. E, se nós tivermos essa PEC
aprovada, deputado Conte Lopes, nós vamos ter dignidade. É o mínimo o que a
gente quer aqui.
Meu tempo vai
indo e eu quero reiterar: a deputada Monica Seixas, que não se encontra em
plenário, deputada Monica Seixas, se estiver me ouvindo no seu gabinete, estou
assumindo o compromisso de enviar um ofício hoje como ainda presidente do
Conselho de Prerrogativas questionando o atendimento malcriado, sujo, que foi
dado à senhora.
A senhora não
merece isso. A senhora é deputada como as outras, deputada como o nobre
deputado Carlão Pignatari, líder do Governo, deputada como o deputado Carlos
Giannazi, como o deputado Emidio, como o deputado Conte Lopes, que tem uma
grande história nesta Casa.
Eu não aceito
isso. A partir de agora, a senhora tem um aliado contra essas pessoas que se
julgam eleitas pelo povo, que têm polpudos salários, e que não respeitam quem
foi votado nesta Casa.
Sr.
Presidente...
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL – Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB – Deputado Gilmaci, peço que V.
Exa. leve ao presidente efetivo desta Casa esta minha indignação com esse
comportamento infame do chefe de gabinete da Secretaria.
Ele não merece
estar onde está.
Por favor, Sr.
Presidente. A dignidade acima de tudo.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL – Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS
– Obrigado, nobre deputado Campos Machado. Com certeza faremos isso. Assim que
nós estivermos com o nosso presidente, levaremos a sua demanda, o seu pedido, a
sua indignação ao presidente efetivo desta Casa.
Pela ordem, deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL – Para encaminhar,
pela liderança do PSOL.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS
– Tem V. Exa. o tempo regimental.
Enquanto V. Exa. dirige a tribuna, se
V. Exa. me permite, e os Srs. Deputados também me permitem, eu queria aqui,
embora aqui na Presidência, mesmo, fazer aqui uma declaração, um agradecimento:
ontem, diante de todo o caos que a cidade de São Paulo viveu, e a gente fica
alegre de poder saber que nós temos pessoas que podemos contar.
Eu estava com um problema de madrugada,
quatro horas da manhã, uma pessoa ilhada num local, sem poder sair, e eu liguei
para o Corpo de Bombeiros, deputada Janaina, quatro horas da manhã.
E, mesmo diante de toda dificuldade, o
Corpo de Bombeiros esteve ali, resgataram a pessoa. Então, a gente quer aqui
parabenizar a Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros, mais uma vez, pelo
excelente trabalho que tem feito.
Parabenizo o nosso comandante-geral e
digo que, realmente, podem contar sempre com este deputado e com a bancada do
Republicanos, pelo trabalho de excelência que esses homens e mulheres, que
esses heróis realizam no estado de São Paulo.
Diante de tantas dificuldades, achamos
pessoas que fazem o bem, que fazem um trabalho bem feito. Parabéns, que Deus
continue abençoando o nosso Corpo de Bombeiros.
Com a palavra, deputado Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
primeiramente, gostaria de me associar ao que disse o deputado Campos Machado,
me associar à indignação do deputado Campos Machado com o que aconteceu com a
deputada Monica Seixas, com o tratamento dado por um chefe de gabinete de uma
Secretaria.
Secretaria que
é fiscalizada por nós, a Assembleia Legislativa fiscaliza o Poder Executivo.
Então, é inaceitável o que aconteceu com a deputada Monica Seixas. Nós temos
que tomar providências imediatas e urgentes contra o secretário e contra o
chefe de gabinete.
Eu proponho,
deputada Monica Seixas, que a gente convoque o secretário. Ele tem que ser
convocado pela Assembleia Legislativa em alguma comissão, deputado José
Américo, deputado Campos Machado. Vamos convocar o secretário. Ele tem que vir
depor e explicar esse ataque a uma deputada do PSOL, mas que ataca todos os 94
parlamentares.
Então, eu
proponho que possamos assinar, conjuntamente, um requerimento de convocação do
secretário e do chefe de gabinete aqui na Assembleia Legislativa.
Gostaria
também, Sr. Presidente, de manifestar a minha indignação e o meu repúdio
veemente ao que disse o Paulo Guedes, o ministro da Economia do Bolsonaro, que
atacou, covardemente e injustamente, os servidores públicos do Brasil.
Atacou os
professores, as professoras, atacou os bombeiros, os médicos do SUS, as
enfermeiras, os servidores da Segurança Pública de todo o Brasil, todos foram
atacados, todos os servidores que estão atendendo à população na ponta, na
periferia, sobretudo, foram atacados, porque o Paulo Guedes disse que os
servidores públicos do Brasil são parasitas e são os culpados pela crise
econômica e fiscal.
Primeiro, digo
que parasita é ele. Banqueiro, especulador do mercado financeiro, rentista, que
não produz um parafuso, não produz uma caneta. Esse sim é um parasita. E
acusado de ser fraudador de fundos de pensão.
Esse é o Paulo
Guedes, esse sim é um grande parasita que está a serviço de outros parasitas do
mercado financeiro com a sua política de desmonte do estado.
Então, quero
fazer esse registro, Sr. Presidente. Ele pediu desculpas ontem porque foi
atacado de todos os lados, pegou mal para o governo, nas redes sociais, toda a
opinião pública brasileira ficou contra ele e contra o governo Bolsonaro, então
ele foi obrigado a pedir desculpas, mas é o que ele pensa realmente. Ele acha,
ele defende isso, que os servidores são parasitas.
Repito,
parasita é ele. Especulador do mercado financeiro, um ministro que está a
serviço dessa lógica de especulação, do rentismo, dos banqueiros nacionais e
internacionais, que está acabando com o Brasil. E a culpa da crise fiscal, da
crise econômica do estado, é dessa política econômica.
Por exemplo, eu
não vi, ele não falou nada sobre a dívida pública brasileira. Essa, sim,
consome quase metade do orçamento do Brasil, quase metade da nossa riqueza
produzida aqui é entregue para o mercado financeiro, para a jogatina
financeira. Então, essa é uma questão gravíssima que ele não ataca, essa é a
principal causa, aliás, da desigualdade social e econômica do Brasil.
Ele não tocou,
também, na sonegação fiscal, na dívida ativa, que as empresas devem para o
estado. Ele não tocou na política de desoneração fiscal de milhares de empresas
que são beneficiadas com isenções e benefícios fiscais do governo federal.
Esses sim são
os parasitas. Quem se aproveita da dívida pública, rentistas especuladores.
Agora, atacar servidor público?
E ele fez isso
porque ele já enviou projetos de lei para a Câmara dos Deputados atacando os
servidores. A PEC emergencial, que autoriza redução de salários de servidores,
redução da jornada de trabalho com redução salarial.
A PEC
emergencial já está tramitando no Congresso Nacional. Reduz salários. Vai
enviar agora a reforma administrativa, também atacando os servidores
brasileiros, enfraquecendo concursos públicos de provas e títulos,
enfraquecendo e acabando com a estabilidade no emprego do servidor público, e
outras medidas que atacam não só os servidores, mas a prestação de serviços
públicos no Brasil.
Eles elegeram o
servidor público como bode expiatório da crise fiscal do estado, da crise
econômica, mas não atacam as verdadeiras causas. Repito, atacar servidor
público é atacar, na verdade, a prestação de serviços públicos, é atacar toda a
população que matricula os seus filhos nas escolas públicas, nas redes
estaduais, nas redes municipais, nas escolas técnicas públicas, nas
universidades públicas, a população usuária do SUS, do Sistema Único de Saúde,
dos hospitais municipais e estaduais.
E nesses
equipamentos públicos nós temos servidores, que estão sendo desvalorizados, que
estão sendo vítimas também de um processo de precarização e de retirada de
direitos e de terceirização, sobretudo, porque serviços estão sendo cada vez
mais terceirizados.
Por falar em
terceirização e privatização, não posso também deixar de registrar a nossa
indignação com a proposta do governo Bolsonaro de privatizar as creches do
Brasil com dinheiro do Fundeb, de transferir dinheiro público, do Fundeb, que é
uma conquista histórica do Brasil, e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação Básica, que foi uma lei aprovada e depois ajustada e aperfeiçoada,
porque no começo ela só beneficiava o Ensino Fundamental.
Depois de muita
luta, nós incluímos também no Fundeb a Educação Infantil, o Ensino Médio e a
Educação de Jovens e Adultos, o EJA. Nós avançamos, e agora ele quer
retroceder.
O governo
Bolsonaro privatizando creches através do dinheiro público, um absurdo total, Sr. Presidente, o que nós estamos
passando hoje no Brasil, mas esse ataque aos servidores significa, na prática,
também um ataque a própria população, como eu disse, usuária dos nossos
serviços públicos.
O fato é que
nós estamos mobilizados já em todo o Brasil para derrotar esses projetos que
foram apresentados, sobretudo a PEC emergencial, que já tramita, inclusive
agora no Senado Federal.
A proposta de
reforma administrativa e outras serão encaminhadas, e algumas que já estão
tramitando no Congresso Nacional.
Nossa bancada
do PSOL está amplamente mobilizada, fazendo obstrução, denunciando todas essas
propostas que acabam com os direitos, com a dignidade de professoras,
professores, servidores em geral da Educação, servidores da Segurança Pública,
servidores da Saúde, bombeiros e tantos outros servidores que são importantes,
estratégicos para atender a maioria da população brasileira, que não tem
condições de pagar escolas particulares, que não tem condições de pagar
convênios médicos, que não tem acesso à Segurança.
Essa população
precisa de prestação de serviços públicos com profissionais preparados, com
estabilidade no emprego, para que não sejam perseguidos, e que não podem ficar
reféns de administrações e de governos de plantão.
Então, Sr. Presidente, mais uma vez manifesto
aqui a nossa indignação, o nosso protesto veemente contra esse ataque do Paulo
Guedes, não só em palavras, quando ele fala que o servidor público é um
parasita. Parasita é ele.
Banqueiro,
especulador do mercado financeiro, acusado de fraudador de fundos de pensão.
Ele sim que não produz um único parafuso e que está privatizando tudo e agora
atacando os direitos e a dignidade dos servidores públicos de todo o Brasil.
Parasitas são o Paulo Guedes e o Bolsonaro.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O SR. JOSÉ AMÉRICO LULA -
PT – Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE -
GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS – Pela ordem, deputado José
Américo.
O SR. JOSÉ AMÉRICO LULA -
PT - Queria falar em nome da liderança do PT.
O SR. PRESIDENTE -
GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Tem V. Exa. para
encaminhar em nome da liderança do PT.
O
SR. JOSÉ AMÉRICO LULA - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado.
Boa noite, Srs. Deputados, Sras. Deputadas. Eu quero começar a minha fala de
hoje me solidarizando com a proposta exposta aqui pelo deputado Campos Machado
de ampliação das emendas impositivas de todos os deputados.
Quero em primeiro lugar
dizer aqui para quem está nos ouvindo neste momento que isso é alguma coisa
republicana, porque permite que cada deputado tenha a mesma quantidade de
recurso para destinar eventualmente para as suas bases ou para as prefeituras,
para as entidades, etc., e você tem também um montante compatível com a função
de deputado estadual no estado de São Paulo.
Hoje, a emenda impositiva
nacional concede ao deputado federal alguma coisa em torno de 15 milhões de
reais. Em São Paulo, nós temos R$ 4.950.000,00 - não chega nem a cinco milhões.
Então acho que a proposta do deputado Campos Machado é extremamente oportuna.
Mas por falar em emenda
parlamentar, eu quero registrar alguma coisa aqui com muita tristeza, que o
Governo do Estado no ano de 2019 não só não pagou as emendas impositivas - os
nossos R$ 4.950.000,00 - como não empenhou a metade das emendas que ele deixou
de pagar.
Ou seja, ele pagou alguma
coisa em torno de 40% a 50% e os outros 40%, 50% não só não pagou como não
empenhou. Isso é crime de responsabilidade cometido pelo governador João
Agripino Doria. Crime de responsabilidade!
Aqui, o líder do Governo
disse para mim: “Não, mas nós empenhamos”. Não há empenho, Srs. Deputados, sem
publicidade. Se vocês quiserem, entrem no Portal da Transparência do Governo do
Estado agora, neste momento, e examinem o que está lá, deputado Gilmaci.
Todos nós, deputados,
temos lá no máximo 50% de emendas pagas e/ou empenhadas; os outros 50% não
estão. A lei que criou a emenda impositiva supunha que no ano das emendas - portanto,
2019 - elas fossem pagas ou empenhadas para que fossem encaminhadas para restos
a pagar. O governador João Doria não fez nenhuma coisa nem outra; nem pagou,
obviamente.
Se ele não pagou é porque
ele não empenhou. Não pagou e não empenhou. Portanto, nos restos a pagar estão
importâncias genéricas, o que é absolutamente ilegal. Também se ele chegar e
dizer que ele empenhou em algum lugar é ilegal, porque não pode existir empenho
clandestino. Então o governador cometeu crime de responsabilidade.
Eu queria tratar de um
outro assunto aqui, que é um tema federal. Aproveitar que a deputada Janaina
Paschoal está presente, que é um tema federal. O governo do Paulo
Guedes/Bolsonaro cometeu recentemente uma superpedalada fiscal de 55 milhões de
reais. Nós tivemos outras pedaladas fiscais no ano passado.
E eu perguntaria para a
Janaina: Janaina, o que você acha dessas pedaladas fiscais do governo
Bolsonaro? Você também estaria disposta - como você fez no caso da Dilma - a
entrar com um pedido de impeachment pelas pedaladas fiscais do Bolsonaro?
Eu acho que a gente não
pode ter dois pesos e duas medidas. Quem achou que pedalada fiscal é suficiente
para um crime de responsabilidade, teria que entrar contra o Bolsonaro. Eu não
acho que aquilo que se chama de pedalada fiscal...
Dependendo da
circunstância, precisa discutir muito para saber se isso é suficiente para o
impeachment. Mas, na verdade, quem entrou com o impeachment contra a Dilma, o
Hélio Bicudo e a deputada Janaina Paschoal, entenderam que aquilo era crime de
responsabilidade, e entraram com pedido de impeachment.
Quero dizer:
vão entrar agora com pedido de impeachment? Tenho a resposta. Estou perguntando,
mas tenho a resposta: não vão entrar com pedido de impeachment contra o
Bolsonaro. Não vão entrar.
Assim como a
Polícia Federal não participa das investigações no Rio de Janeiro a respeito
das armas que foram apreendidas por ocasião da prisão do Lessa, que é o
principal acusado de ter matado a vereadora Marielle.
O Lessa tinha
150 fuzis das forças armadas norte-americanas. Estavam com o motorista dele,
que é o Élcio. Pois é, gente. Vocês sabiam que esses 150 fuzis estão numa
delegacia da Polícia Civil do Rio de Janeiro?
A Polícia
Federal não se interessou por esse assunto. Por que não, Polícia Federal? Por
que não se interessou sobre esse assunto? Por que não se interessou? Arma de um
país estrangeiro é um contrabando. Não tinha nota, era contrabando. Estava lá:
“US Army”. É um contrabando.
Se é um
contrabando de arma, ela está ilegal no nosso País. A Polícia Federal tinha que
abrir um inquérito sobre isso. Mas por que não vai fazer isso? Porque lá
envolve amigo do titio Jair? Não. A Polícia Federal tem que agir de maneira
republicana. Ela é uma força do Estado. Não pode se transformar no que se
transformou a CIA norte-americana.
A CIA
norte-americana hoje é uma organização de delinquentes, de extremistas de
direita, delinquentes, que o governo americano infelizmente mantém. Não pode se
transformar aquilo que durante anos e anos foi - e em parte continua sendo - o
FBI americano, uma organização de extrema-direita, ao invés de ser uma força do
estado. Uma organização de extrema-direita dentro da polícia.
A Polícia
Federal precisa tomar providência em relação aos fuzis que foram encontrados
com o Lessa, que hoje está preso em Bangu 4, mas os seus fuzis estão com a
Polícia Civil do Rio de Janeiro. Vamos investigar esses fuzis que foram
encontrados, porque vamos descobrir muita coisa a respeito das milícias e a
respeito, principalmente, do tráfico de armas no nosso País.
Mas a Polícia
Federal precisa se mobilizar para fazer isso. A Polícia Federal também precisa
agir lá no Porto de Itaguaí, no Rio de Janeiro. O Porto de Itaguaí, no Rio de
Janeiro, onde o contrabando de armas, o tráfico, etc, etc, e de produtos em
geral, se intensificou muito desde a posse do presidente Bolsonaro. E a nossa
Polícia Federal não pode ser gendarme deste ou daquele governante. Ela tem que
agir.
Ela tem que
agir como uma força do Estado, uma força republicana do Estado. Então ela
precisa investigar. Não aguento mais. Quando vou em debate de Segurança
Pública, pessoas dizendo corretamente que um dos problemas do Brasil é o
tráfico de armas. Perfeitamente.
Tudo bem que o
Brasil também é um dos grandes produtores de arma leve. Portanto, digamos
assim, os delinquentes não precisam de arma importada para poder fazer o que
eles querem fazer.
No entanto, a
arma pesada é importante. Por quê? Porque a arma pesada é uma forma que os
delinquentes têm para enfrentar o Estado. Para enfrentar a própria Polícia
Federal, a Polícia Civil, as Polícias Militares e até mesmo o Exército.
A forma de
enfrentar é com arma pesada. Então precisamos conter o tráfico de armas no Rio
de Janeiro, de arma pesada no Rio de Janeiro. Porque está indo para a mão dos
delinquentes e está indo para a mão dos milicianos. Dos milicianos.
Vimos o capitão
Adriano da Nóbrega, que foi morto domingo na Bahia, em circunstâncias ainda a
serem esclarecidas. Eu sou do PT, o governador da Bahia é do meu partido, mas
acho que ele deve explicações para a sociedade, sobre como, por que e de que
forma o capitão Adriano Nóbrega foi morto.
Aparentemente,
pelo que a técnica levantou até agora, havia tiros de dentro para fora. Então,
precisamos esclarecer, porque acho que um homem que ficou um ano fugido, que
ligou para o advogado desesperado, não iria se suicidar.
Ele estava
cercado por uma força armada, ele não iria se suicidar. De qualquer forma, o
governador da Bahia precisa dar esclarecimento. Acho que o secretário da
Segurança do governo da Bahia se precipitou convalidando tudo o que aconteceu
na operação. Então, precisamos saber, porque acho que queima de arquivo é muito
complicado.
Mas quero só
reiterar aqui, eu queria falar nesse assunto: aquelas armas que foram
apreendidas com o Élcio, amigo do Lessa, precisam ser investigadas pela Polícia
Federal. São 156 fuzis das Forças Armadas norte-americanas, contrabandeadas.
Vamos saber porque essas armas estão entrando, essas armas...
Eu não sou especialista
nisso, mas aqui tem gente que conhece bastante disso e sabe o seguinte: fuzil
de alta potência é para enfrentar polícia. É para enfrentar polícia. De repente
até para os traficantes brigarem entre si, mas é para enfrentar a polícia, para
enfrentar o Exército, e nós não podemos tolerar isso.
Muito obrigado,
Sr. Presidente. Agora quem vai falar é a deputada Carla Morando.
A
SRA. CARLA MORANDO - PSDB - Obrigada. Gostaria de
encaminhar pela bancada do PSDB.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Tem V. Exa. o tempo regimental, principalmente depois dessa referência do nobre
deputado José Américo. Tem V. Exa. o tempo regimental de dez minutos.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Vossa Excelência me
permite uma comunicação enquanto a colega toma a tribuna?
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Sim, tem V. Exa. o tempo regimental.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL -
PARA COMUNICAÇÃO - É só para esclarecer, diante do questionamento do colega,
que, por ora, não tem nenhum elemento para pedir impeachment do presidente
Bolsonaro, porque o presidente Bolsonaro não loteou a Petrobras, porque o
presidente Bolsonaro não fez ajustes com a Odebrecht, nem com a Camargo Corrêa,
nem fez palestras pelas ditaduras, nem mandou o nosso dinheiro para ditaduras
amigas para depois voltar por operações de lavagem ilícitas, porque o
presidente Bolsonaro não escolheu empresas de amigos para encher de dinheiro do
BNDES, como fez a ex-presidente Dilma a mando e em parceria com o ex-presidente
Lula, que sempre foi o garoto-propaganda do governo Dilma.
Se o colega se
dispuser a ler a denúncia que eu redigi, e eu tenho muito orgulho dessa denúncia
e, apesar de tudo o que sofri e ainda sofro, faria tudo de novo, se ele se
dispuser a ler, ele constatará que a minha denúncia mostra claramente que as
pedaladas foram um expediente fraudulento para encobrir o rombo causado pelo
peculato em série e as lavagens cometidas por todos os petistas que tomaram o
Poder, em conluio com aqueles partidos que se calaram.
As pedaladas
foram fraudes para encobrir o peculato. Eu narrei isso com muita clareza na
denúncia. Se, infelizmente, havia políticos com medo do fio que eu puxei com
aquela denúncia e que recortaram aquela denúncia para deixar apenas parte dos
crimes, a culpa não pode ser atribuída a mim. Então, se o colega se dispuser a
ler, ele vai compreender.
E eu acho muito
chato o colega vir aqui dar abracinho e beijinho e depois subir lá e ficar com
ironia. Eu não gosto disso.
O
SR. CAIO FRANÇA - PSB - Sr. Presidente, para
uma breve comunicação?
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Se tiver anuência da nobre deputada Carla Morando, tem V. Exa. o tempo para uma
comunicação.
O
SR. CAIO FRANÇA - PSB - PARA
COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, apenas para poder também ser solidário à situação
que aconteceu nos últimos dias, com relação às enchentes na Baixada Santista e
no Vale do Ribeira.
Infelizmente é
muito triste a notícia, foram mais de 140 milímetros, segundo os índices
pluviométricos na Baixada Santista. As cidades alagadas, bairros inteiros
alagados. A gente está muito preocupado.
Fiz contato com
a Defesa Civil do estado, conversei pessoalmente com alguns dos diretores da
Defesa Civil da região também. A gente tem feito contato para que as pessoas
possam ter informações corretas sobre esse assunto, porque, infelizmente, nesse
tempo de internet, acaba tendo muita desinformação.
Então, nossa
solidariedade às famílias. A gente torce para que as coisas possam melhorar e
também para que as prefeituras possam organizar ainda mais. As pessoas também
precisam contribuir. Infelizmente, muito lixo jogado de maneira errada nas ruas
acabou prejudicando também, mas nesse caso as chuvas foram muito fortes e
acabaram pegando a Baixada Santista e o Vale do Ribeira.
Então eu queria
deixar aqui a nossa solidariedade e também dizer que o nosso mandato tem feito
contato para tentar minimizar um pouco mais a situação dos moradores da Baixada
Santista e do Vale do Ribeira.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE -
GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado. Com
a palavra a deputada Carla Morando.
A
SRA. CARLA MORANDO - PSDB – SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, pessoal; boa tarde, deputados e deputadas aqui
presentes. Eu gostaria, nesta terça-feira, de primeiro me solidarizar com as
vítimas, com as pessoas que perderam as suas coisas na enchente, tanto na
região metropolitana do nosso estado, da nossa cidade, quanto também nas
regiões de Barueri, Taboão da Serra, Osasco, Botucatu, que também tiveram
muitas perdas, com bastante volume de água.
A realidade é uma: a cada
ano que se passa, chove mais, e isso vem aumentando todo ano a quantidade. A
gente precisa realmente estar se prevenindo e tentando encontrar soluções para
que isso seja minimizado. A força da natureza é muito grande, e isso é uma
coisa que a gente precisa estar lidando todos os dias.
Aqui no nosso gabinete
nós já estamos tomando algumas medidas para estar apoiando essas cidades que
tiveram esses problemas e também estar auxiliando no que for preciso. Na
verdade, essa chuva pegou tudo, inclusive a nossa cidade de São Bernardo do
Campo, mais uma vez.
No ano passado, em março,
nós tivemos ali uma tragédia muito grande. Foram 180 mm de água em questão de
horas, de duas, três horas, e teve um alagamento bastante grande que perdurou
por uma semana ali, por conta do esvaziamento de algumas áreas que não tinham
uma drenagem fácil, porque o rio também estava cheio.
Então eu sei que durante
esse ano passado nós tivemos isso. Na semana agora nós tivemos mais uma chuva
bem grande também - choveu 50 mm em 20 minutos, o que é uma quantidade de água
bastante grande -, e também não tem escoamento que aconteça tão rápido pelo
bueiro.
Porém, após 10 minutos do
cessamento dessa chuva, a água escoou toda para o piscinão, graças ao término
do piscinão, que perdurou por mais de seis anos no governo do PT, com a
corrupção toda, obras paradas.
Meu marido pegou com
obras paradas e tudo abandonado na nossa cidade, e ele vem entregando, tanto
que ele fez a entrega desse piscinão que foi o que na verdade salvou a nossa
região ali do centro, tirando algumas partes na Marechal, que teve um pedaço
que pegou. Tirando isso, no ano passado, se fosse assim, estaríamos naufragados
ali no centro mais uma vez, toda a Jurubatuba.
Então, meu marido tem
feito um trabalho muito bom e muito intenso e tem colocado a cidade em ordem.
Quem não viu isso é porque não foi até lá, e deputados e pessoas que falam que
a cidade de São Bernardo não está andando é porque não estão por lá também.
É só passar no centro,
passar nos bairros, passar na periferia que em todos os lugares nós temos ali
obras entregues, isso tudo graças à ajuda também do Governo do Estado, e também
tivemos ajuda do governo federal.
Nosso governador João
Doria liberou 30 milhões para a construção dos taludes, que foi uma das coisas
também que salvaram, nessa chuva que nós tivemos, para não desbarrancar nenhum
morro e cair e matar alguma pessoa.
Então, eu gostaria de
agradecer aqui ao nosso governador João Doria e a toda sua equipe por esse
trabalho magnífico que vêm fazendo no governo. Sabemos que tem muita coisa para
ser feita, mas as coisas estão acontecendo. Serão investidos totalmente nesses
taludes 60 milhões. Por enquanto foram 30, mas ainda tem muita obra, muita
coisa para acontecer, e o Orlando vai continuar entregando.
Então, é muito importante
a gente dizer para a população a questão do lixo, que não coloquem o lixo na
rua em momentos em que não vai passar o caminhão para recolher, porque esse
lixo vai ser carregado, vai estar entupindo galerias e vai estar provocando enchentes.
Então toda ajuda é
importante, inclusive a ajuda da população em segurar o lixo na sua casa até o
momento em que o caminhão do lixo irá passar.
Mas eu não vim aqui, na
verdade, só para falar desse assunto. Nós tivemos, algumas semanas atrás, um
deputado aqui da Casa, que inclusive entrou com uma ação pública, uma ação
popular, impedindo o prefeito Orlando Morando, meu marido, de fazer ciclovias na
nossa cidade. Isso, nosso deputado aqui da Casa Luiz Fernando entrou com essa
ação, impedindo.
E o juiz de
primeira instância - não me cabe aqui julgar a decisão dele. Foi entregue uma
foto de um lugar que não era a ciclovia, e ele aceitou aquilo como ciclovia e
proibiu, então, que o Orlando fizesse mais alguma ciclovia na cidade.
Mas o Orlando
entrou com uma representação para que seja feita uma nova análise. E ontem nós
tivemos uma solução desse problema: o desembargador Souza Nery liberou a
pintura dessas ciclo-faixas, independentemente da cor, sendo que acompanha
todas as normas de tráfico, a faixa vermelha, a faixa azul e, entre os
cruzamentos, também, que ela esteja pintada de vermelho. Isso tudo seguindo
todas as normas que são estabelecidas pelo Código Nacional de Trânsito.
Então, eu
gostaria de pedir para que o deputado Luiz Fernando parasse de tentar
atrapalhar o governo, ao invés de mandar emendas, e fizesse o que é o papel
dele: mandar emendas, ajudar a cidade. Ele teve voto lá. Foram bem menos que os
meus, mas ele teve.
Então, eu acho
que ao invés de ficar travando as prefeituras no trabalho, mande emenda, apoie
a prefeitura, pois o que a gente precisa é de ajuda, e não de pessoas que não
têm nenhum tipo de compromisso com a população a não ser com o simples de fato
de poder.
Aliás, PT é uma
coisa que a gente já conhece. É o poder a qualquer custo. Até hoje, não foi
explicada a morte do Toninho, em Campinas, do Celso Daniel, em Santo André.
E isso tudo às
custas do poder. Precisa disso? Precisa de todo esse poder? A minha pergunta é
muito simples: tudo isso traz o que para esse político ou para o ex-prefeito
Luiz Marinho, que é réu em muitas ações em São Bernardo do Campo? E para que o
poder? E você vê as pessoas ali sofrendo com tanta falta de Saúde, falta de
Educação, falta na área de Infraestrutura, por conta desse poder.
Então, eu até
estava me lembrando agora de uma das coisas muito tristes que aconteceram, que
foi ver o prefeito Luiz Marinho postando a foto de um senhor que morreu lá em
São Bernardo do Campo.
Isso é um
assunto muito ruim, muito triste. Era uma família que estava trabalhando; ele
foi carregado pela enxurrada e veio a falecer. E, não feliz, ao invés de se
solidarizar com essa família - em que sobraram lá o filho e a esposa dele -,
ele posta a foto do falecido nas redes sociais, comemorando que uma pessoa
morreu, e isso tudo foi por culpa do Orlando.
Lembrando que
durante oito anos o prefeito Luiz Marinho, do PT, esteve no poder e não fez
absolutamente nenhuma obra, não entregou nenhuma obra. Ele começou obras, e não
terminou nenhuma.
E hoje o
Orlando está entregando todas. Deputados que estão aqui, que são da nossa
região ali... O Coronel Nishikawa está na cidade, acho que ele pode até dizer
que tem obras, ali, que foram entregues. E que o PT insiste em colocar a culpa
no prefeito Orlando Morando, que é o meu marido, que eu amo muito e que vem
fazendo um trabalho maravilhoso.
Eu insisto em
dizer que essa coisa do poder a todo custo, o PT tem que entender que não
existe mais. As pessoas não gostam disso. Postar foto de uma pessoa que morreu,
comemorando, como se fosse: “olha, bem feito, morreu por culpa de uma coisa da
enchente do prefeito”.
Que foi culpa
dele, que não fez as obras. Então, eu gostaria muito de pedir que os deputados
do PT que tiveram votos, bem como todos os deputados, que pudessem encaminhar
emendas para a nossa cidade e para as nossas obras; são todas muito bem-vindas.
A gente não recusa nenhuma emenda ali; todas são bem-vindas e são aplicadas
onde o deputado quiser.
Porém, não
fique criticando e não faça nada. Faça alguma coisa; vamos trabalhar em prol da
nossa cidade, em prol da nossa população. E, é isso que eu venho aqui dizer,
esse triste episódio, mais uma vez, o PT acima de tudo e acima da Justiça.
E, além de
tudo, parabenizar o desembargador Souza Neri, que reviu o erro desse juiz de
primeira instância em proibir a ciclofaixa na nossa cidade. Continuará sendo
ciclofaixa, sim, e na cor que o povo quiser, que é o azul.
E, é assim que
continuará.
Muito obrigada
a todos.
A
SRA. CARLA MORANDO – PSDB – Presidente,
gostaria de pedir o levantamento da presente sessão.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS
– Antes, porém, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, convocação: nos termos do
Art. 18, inciso III, alínea “D”, combinado com o Art. 68, ambos do Regimento
Interno, convoco reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e
Redação, Defesa dos Direitos das Mulheres, Finanças, Orçamento e Planejamento,
às 18 horas e 45 minutos, no salão nobre da Presidência, com a finalidade de
apreciar o Projeto de lei nº 968, de 2019.
Nos termos do disposto do Art. 18,
inciso III, alínea “D”, combinado com o Art. 68, ambos do Regimento Interno,
convoco reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Redação e
Educação e Cultura, a realizar-se um minuto após o término da primeira
convocação, no salão nobre da Presidência, com a finalidade de apreciar o
Projeto de lei nº 976, de 2019.
Havendo acordo de lideranças, antes de
dar por levantados os trabalhos, convoco V. Exas. para a sessão ordinária de
amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje, lembrando-se,
ainda, da sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 19 horas.
Está levantada a sessão.
*
* *
- Levanta-se a sessão às 18 horas
e 42 minutos.
*
* *