12 DE FEVEREIRO DE 2020
7ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CORONEL TELHADA, TENENTE NASCIMENTO e GILMACI
SANTOS
Secretaria: JANAINA PASCHOAL
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - JANAINA PASCHOAL
Tece comentários acerca do PL 346/19, discutido em 11/02,
nesta Casa. Afirma-se a favor do citado documento. Argumenta que a discussão
deve pautar-se em questões fisiológicas e biológicas. Defende que não há
discussão religiosa no apoio ao projeto.
3 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Convoca as Comissões de Constituição, Justiça e Redação, de
Defesa e dos Direitos das Mulheres, e de Finanças, Orçamento e Planejamento
para reunião conjunta a ser realizada hoje, às 16 horas; e de Constituição,
Justiça e Redação, de Educação e Cultura, para reunião conjunta a ser realizada
hoje, um minuto após o término da anterior. Convoca as Comissões de
Constituição, Justiça e Redação, de Defesa e dos Direitos das Mulheres, e de
Finanças, Orçamento e Planejamento para reunião conjunta a ser realizada hoje,
às 16h20min; e de Constituição, Justiça e Redação, de Educação e Cultura, para
reunião conjunta a ser realizada hoje, um minuto após o término da anterior.
4 - MAJOR MECCA
Tece comentários acerca dos proventos dos agentes da
Segurança Pública. Compara salários atuais dos servidores com os do ano
anterior. Conclui que os efetivos da corporação não receberam aumentos
significativos. Solicita que os profissionais da área cobrem do Poder Executivo
um aumento real.
5 - TENENTE NASCIMENTO
Assume a Presidência.
6 - CORONEL TELHADA
Faz coro ao pronunciamento do deputado Major Mecca. Solicita
que o governador João Doria respeite a data-base de reajuste de salários dos
servidores públicos. Exibe fotos e elogia os trabalhos do Grupamento Aéreo da
Polícia Militar no resgate de vítimas durante as enchentes de 10/02, na
Capital. Narra ocorrências em que policiais militares foram vitimados, nos
últimos dias, no estado.
7 - MAURO BRAGATO
Lamenta a suspensão da reunião da Comissão de Constituição e
Justiça, por falta de quórum. Responde ao requerimento de informação que o
deputado Gil Diniz solicitara à Secretaria da Justiça, sobre as indenizações
pagas pelo Governo do Estado às possíveis vítimas da Ditadura Militar. Discorre
acerca do assunto.
8 - ALTAIR MORAES
Tece comentários sobre o PL 346/19. Argumenta que não há
questões ideológicas na matéria. Elogia o pronunciamento da deputada Janaina
Paschoal. Narra fatos dos direitos das mulheres na sociedade ao longo dos
tempos.
9 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência.
10 - DOUGLAS GARCIA
Questiona o pagamento de indenizações, pelo governo estadual,
para familiares de possíveis vítimas da Ditadura Militar. Elenca militares que
foram vítimas de militantes políticos. Assevera que indenizações indevidas
devem ser ressarcidas aos cofres públicos.
11 - JANAINA PASCHOAL
Alerta estudantes, pais e profissionais da Educação acerca
dos perigos da brincadeira "quebra-crânio", que vitimara uma jovem em
Mossoró - RN. Retoma sua defesa ao PL 346/19.
12 - JANAINA PASCHOAL
Solicita a suspensão da sessão até as 16h45min, por acordo de
lideranças.
13 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Defere o pedido e suspende a sessão às 15h22min.
14 - GILMACI SANTOS
Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h49min. Convoca
uma sessão extraordinária, a ter início dez minutos após o término da presente
sessão. Suspende a sessão, por conveniência da ordem, às 16h50min, reabrindo-a
às 16h52min.
15 - CAMPOS MACHADO
Pelo art. 82, pede o apoio de seus pares a proposta de emenda
à Constituição do Estado, referente ao valor das emendas parlamentares ao
Orçamento. Afirma que o Executivo beneficia deputados que votam a favor de
projetos de interesse do governo.
16 - CAMPOS MACHADO
Para comunicação, acusa o governador João Doria de pressionar
prefeitos para que estes deixem seus atuais partidos e se filiem ao PSDB.
17 - TEONILIO BARBA LULA
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
18 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão
ordinária de 13/02, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra a realização da
sessão extraordinária, prevista para as 19 horas de hoje. Levanta a sessão.
*
* *
-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Telhada.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP – Presente o
número regimental, pelo menos de assinaturas, de Sras. Deputadas e Srs.
Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos nossos trabalhos nessa tarde.
Esta Presidência dispensa a leitura da
ata da sessão anterior e convida a nobre deputada Janaina Paschoal para ler a
resenha do Expediente.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL – Muito obrigada, Sr.
Presidente. Cumprimento a todos.
É uma indicação, na verdade, um
requerimento do deputado Itamar Borges solicitando que se registre nos anais
desta Casa um voto de congratulações para com a população de Colômbia pelo
aniversário do município, a ser comemorado no dia 18 de fevereiro.
Há uma indicação do deputado Thiago
Auricchio, que solicita ao Sr. Governador determinar aos órgãos competentes a
adoção de providências em caráter de urgência e prioridade, com a finalidade de
liberar recursos financeiros para obras de infraestrutura na Escola Clotilde
Martins Zanei, localizada no município de Santo André.
Essa é a resenha, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP – Muito
obrigado, Sra. Deputada.
Vamos começar o Pequeno Expediente
chamando os oradores inscritos, e a primeira oradora já é a deputada Janaina
Paschoal.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL
– SEM REVISÃO DO ORADOR – Muito obrigada, Sr. Presidente.
Novamente,
cumprimento V. Exa. e todos os presentes. O presidente aqui da nossa CCJ,
infelizmente, não conseguimos quórum hoje, não é, presidente? Mas, tenho
certeza que semana que vem conseguiremos.
Eu gostaria de
voltar. Ontem nós ficamos aqui até, praticamente, 11 horas da noite, debatendo
um projeto de lei do deputado Altair que coloca como regra para a prática de
esportes que as pessoas concorram com pessoas do mesmo sexo, em função das
diferenças de força e também de velocidade, porque existem diferenças entre
homens e mulheres, sobretudo nessa seara física.
Foi um debate
bastante acalorado, havia até imprensa aqui presente, e houve uma tentativa de
atribuir aos colegas que estão apoiando o projeto do deputado Altair a pecha de
serem transfóbicos, homofóbicos, preconceituosos. E, haja vista que desde o
princípio eu apoio o projeto do deputado Altair, eu gostaria de fazer novamente
alguns esclarecimentos, porque desde o começo do nosso mandato eu venho falando
a respeito desse tema.
Se os senhores
se recordarem, na época da nossa campanha para a Presidência da Mesa, a
Presidência da Casa, houve uma discussão e alguns colegas disseram, inclusive,
que eu não deveria receber os votos de alguns parlamentares porque eu sempre
defendi o casamento ou a união entre pessoas do mesmo sexo, e também a adoção.
Não sei se os senhores vão recordar disso. Estou falando disso não como
demonstração de mágoa, não é nada disso, é só para um registro histórico.
Então, eu perdi
votos aqui, devo ter perdido votos como candidata, certamente perderei, porque
efetivamente sou uma defensora das liberdades individuais e entendo que a união
entre pessoas do mesmo sexo não prejudica ninguém e que não é tema do Estado
querer impedi-las de viverem conjuntamente. Entendo, ainda, que, passando por
todos os crivos que casais heterossexuais passam, essas pessoas podem adotar.
Então, eu tenho
uma visão muito ponderada nesse aspecto. Não estou, com isso, criticando os
colegas que não concordam comigo nestas questões, mas por que é importante
falar sobre isso? Porque aqueles que estão contra o projeto do deputado Altair
insistem em dizer que é uma discussão religiosa.
Não é uma
discussão religiosa, não tem nada a ver com dogmas, eu não estou apoiando o
projeto do colega por uma concepção religiosa ou por entender que a união entre
duas pessoas do mesmo sexo seria pecado. Eu nunca corroborei, muito embora
respeite, desta forma de pensar.
Não obstante, é
impossível deixar de reconhecer ser injusto para com as mulheres impor a elas a
determinação, essa onda do politicamente correto, que participem de competições
com pessoas sabidamente mais fortes do que elas, mais velozes do que elas, que
fatalmente estarão à frente delas nesta disputa, que é uma disputa física. As
mulheres tardaram a ser admitidas em vários campos da vida em sociedade, nos
esportes também.
É justo que
agora que as mulheres estão ocupando seus espaços - espaços nos quais elas
ainda ficam no segundo lugar, não no sentido da competição, mas em segundo
plano: os prêmios são melhores para as categorias masculinas, a visibilidade é
maior -, inclusive no futebol, a gente fique mais um espaço pra trás? Porque aí
serão os homens, as mulheres trans e as mulheres.
Com todo
respeito à luta por reconhecimento social, à luta por igualdade social, eu não
posso fechar os olhos para uma injustiça, porque se eu assim proceder, estarei
mais uma vez vitimando as mulheres. É uma questão física, é uma questão
biológica e fisiológica e, por mais que os ativistas queiram negar, a fisiologia,
a biologia, a natureza humana, existem.
Então, isso é
um fato. Eu vou voltar na próxima, porque eu preciso continuar nesse tema.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sra.
Deputada. Eu vou chamar o próximo deputado e depois eu leio as convocações.
Deputado Tenente Nascimento. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado
Jorge Lula do Carmo. (Pausa.) Coronel Nishikawa. (Pausa.) Agente Federal Danilo
Balas. (Pausa.) Caio França(Pausa.) Carla Morando. (Pausa.) Major Mecca.
(Pausa.)
Enquanto o Major Mecca se desloca para
a tribuna, eu vou fazer as seguintes convocações.
Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos
termos do disposto no Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68,
ambos do Regimento Interno, convoco reunião conjunta das Comissões de
Constituição, Justiça e Redação, de Defesa e dos Direitos as Mulheres e de
Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje, às 16 horas, no Salão
Nobre da Presidência, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei nº 961, de
2019, de autoria do nobre deputado Tenente Nascimento, que institui o programa
da Polícia Militar “Patrulha Maria da Penha”, que visa ao monitoramento da
segurança das mulheres vítimas de violência doméstica.
Convocação. Sras. Deputadas e Srs.
Deputados, nos termos do disposto no Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado
com o Art. 68, ambos do Regimento Interno, convoco reunião conjunta das
Comissões de Constituição, Justiça e Redação, e Educação e Cultura, a
realizar-se hoje, no Salão Nobre da Presidência, um minuto após a última
convocação, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei nº 976, de 2019, de
autoria do nobre deputado Gil Diniz, que declara José de Anchieta patrono da
Educação do estado.
Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos
termos do disposto no Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68,
ambos do Regimento Interno, convoco reunião conjunta das Comissões de
Constituição, Justiça e Redação, de Defesa e dos Direitos as Mulheres e de
Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje, às 16 horas e 20
minutos, no Salão Nobre da Presidência, com a finalidade de apreciar o Projeto
de lei nº 968, de 2019, do Tenente Nascimento.
Finalmente, Sras. Deputadas e Srs.
Deputados, nos termos do disposto no Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado
com o Art. 68, ambos do Regimento Interno, convoco reunião conjunta das
Comissões de Constituição, Justiça e Redação, e Educação e Cultura, a
realizar-se um minuto após a última convocação, no salão nobre da Presidência,
com a finalidade de apreciar o Projeto de lei nº 976, de 2019, de autoria do
nobre deputado Gil Diniz.
Estão todas convocadas. Major Mecca, V.
Exa. tem o tempo regimental.
O
SR. MAJOR MECCA - PSL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Uma boa
tarde a todos. Os amigos da galeria, sejam muito bem-vindos, aos funcionários
que nos dão suporte. Hoje é importante nós citarmos a verdade real dos fatos.
Hoje eu quero
mostrar aqui o que realmente é a percepção do maior aumento salarial, como
falou, na semana retrasada o governador João Doria, em uma entrevista em um
telejornal da Bandeirantes.
O maior aumento
salarial dos últimos tempos. Vamos lá então. Vamos mostrar o que é esse maior
aumento salarial dos últimos tempos. Eu tenho aqui em mãos o holerite de um soldado
da Polícia Militar do dia oito de janeiro de 2020, onde o soldado recebeu,
líquido, R$ 2945,00 reais. Estou com holerite do mesmo policial, o mesmo
soldado da Polícia Militar o holerite dele do mês de fevereiro. O pagamento foi
dia sete de fevereiro agora de 2020, e ele recebeu R$ 3.116,00 reais.
Então, essa é a
percepção em holerite do maior aumento dos últimos tempos que teve o soldado da
Polícia Militar, ou seja, uma diferença de R$ 170,00 no seu salário. Aqui nesse
holerite já conta o aumento da diária alimentação, cento e setenta reais.
Aí eu pego o
holerite de um terceiro sargento veterano, aposentado, sexta-parte, quinquênio.
O sargento recebeu no dia 8 de janeiro de 2020 três mil, trezentos e cinquenta
e cinco reais.
Recebeu no dia 7 de
fevereiro três mil, quinhentos e vinte e sete reais. Aumento salarial: R$
172,00 de aumento salarial teve esse terceiro sargento veterano da polícia.
Então nós constatamos que esse aumento de R$ 170,00 que nós percebemos, que os
policiais perceberam na folha salarial agora de fevereiro, é o aumento que
havia sido prometido no início do ano passado, que não chega nem próximo ao que
foi prometido e ao que foi assumido como compromisso de governo. Agora, dia 7
de fevereiro de 2020, cento e setenta reais.
Aí eu pergunto: o que
mudou, o que melhorou na vida do policial no estado de São Paulo? Respondo a
todos os senhores: nada. Não mudou nada, não melhorou em nada e isso eu falo,
eu estou mostrando o holerite do soldado da Polícia Militar e do sargento da
Polícia Militar, mas essas mesmas condições são perceptíveis pelos policiais
civis, pelos policiais técnico-científicos, pelos agentes de Segurança
Penitenciária, os policiais penais e pelos agentes socioeducativos.
Não melhorou em nada a
qualidade de vida desses homens e mulheres que defendem São Paulo, exatamente
nada. A carga de trabalho aumentou sim, o número de operações praticamente
dobrou, mas nós não reclamamos do serviço.
Nós reclamamos da falta
de compreensão e atenção do Governo do Estado de São Paulo em proporcionar a
esses profissionais condições e tempo adequado para que eles possam descansar,
recompor a sua fadiga física e psicológica e melhorar cada vez mais a prestação
de serviço ao povo de São Paulo.
Então eu chamo a atenção
para esse fato, esse pacote que foi lançado e teve início agora em janeiro, que
é muito aquém do que esperam os homens e mulheres da Segurança Pública, das
polícias de São Paulo. Então, já está aqui o nosso alerta, o nosso QRX a rede.
Associações
representativas, QRX a rede. Bancada da Segurança Pública, nós precisamos nos
movimentar, nos organizar, para cobrarmos do governo a valorização prometida em
campanha e compromisso de governo assumido no início do mandato.
Então o talão encontra-se
aberto. Vamos nos organizar. Entidades representativas de policiais militares,
policiais civis, os sindicatos da Polícia Civil, agentes penitenciários, vamos
cobrar o que é de direito nosso que não está sendo reconhecido e vamos cobrar
esse desrespeito em relação aos policiais do estado de São Paulo. Muito
obrigado.
*
* *
-
Assume a Presidência o Sr. Tenente Nascimento.
*
* *
O SR. PRESIDENTE -
TENENTE NASCIMENTO - PSL - Seguindo a lista dos oradores inscritos,
queremos chamar o deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Enio Lula Tatto.
(Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Cezar. (Pausa.) Deputado
Alex de Madureira. (Pausa.) Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Deputado
Coronel Telhada.
Deputado Coronel Telhada tem o seu
tempo regimental de cinco minutos.
O
SR. CORONEL TELHADA - PP - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Sr. Presidente. Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, funcionários e assessores aqui presentes, a todos que nos ouvem
pelos gabinetes da Assembleia Legislativa, as pessoas aqui presentes, sejam
bem-vindas.
Aos que nos
assistem pela TV Alesp. Também quero saudar o cabo Cordeiro, e o cabo ou
soldado Monteiro? Já estou te vendo como cabo. Vamos estudar. Soldado Monteiro,
em nome de quem saúdo a nossa Assistência Policial Militar, sempre presente em
todos os momentos na Assembleia Legislativa.
Quero
corroborar as palavras do Major Mecca e pedir também ao Sr. Governador. Estamos
chegando em março. Praticamente, findando a primeira quinzena do mês de
fevereiro. Temos março como uma data base para o reajuste. Que, aliás, nunca
foi cumprida. Acho que não lembro a última vez que foi cumprido março como data
base para o reajuste do funcionalismo. É um marco histórico. Acho que nunca foi
feito. Não lembro, sinceramente.
Então, pedir ao
nosso governador que faça essa diferença e cumpra a data base agora para março,
promovendo um reajuste para todo o funcionalismo público, que aguarda com muita
ansiedade esse reajuste. Um reajuste real, acima da inflação, alguma coisa que
valorize realmente os homens e mulheres do funcionalismo público estadual.
Sem esquecer,
lógico, da minha, da nossa Polícia Militar do Estado de São Paulo, da nossa
Polícia Civil, da nossa Polícia Técnico-Científica, da Secretaria da
Administração Penitenciária. Então, Sr. Governador, por favor, promova esse
reajuste agora em março, que será muito bem-vindo por todo o funcionalismo e,
com certeza, irá valorizar e muito essa classe.
Falando em
Polícia Militar, não posso deixar de citar e agradecer a nossa Polícia Militar
pelo trabalho realizado no último dia dez. Polícia Militar, Bombeiro Militar de
São Paulo, que fizeram um trabalho excelente, um trabalho de qualidade,
promovendo inúmeros salvamentos.
Quero falar
sobre o pessoal do grupamento aéreo. Pessoal que trabalha nos helicópteros
Águia. Na última segunda-feira, uma ocorrência que praticamente esteve em toda
rede social. É uma criança e uma idosa. Foram resgatadas na última
segunda-feira ali na ponte da Freguesia do Ó, na zona norte de São Paulo, para
fazer hemodiálise.
* * *
- É feita a
exibição de foto.
* * *
Olhem só a
alegria dessa criança. Ela estava presa no trânsito e foi socorrida por um
helicóptero Águia, da Polícia Militar, que socorreu essa menina. Pousou na
pista, levou essa menina e, em seguida, também levou uma senhora que estava
necessitando urgentemente de um tratamento de hemodiálise. A próxima foto, por
favor.
* * *
- É feita a
exibição de foto.
* * *
Olha a situação
dessa senhora. Foi socorrida pelo helicóptero Águia, da Polícia Militar. Ao
menos, só naquele dia, o helicóptero realizou oito resgates. As pessoas às
vezes não se apercebem do valor que tem uma vida. Não há o que pague uma vida.
Às vezes as
pessoas falam: “Nós investimos muito em Segurança. Para que helicóptero? Para
que pagar bem o policial? Para que pagar bem o bombeiro? Para que pagar bem o
enfermeiro, o médico?” São pessoas que trabalham pela vida de outras pessoas.
Essa foto representa bem o que é uma das missões da Polícia Militar.
Uma mulher que
estava ilhada. Se não tivesse sido socorrida, poderia até não sobreviver. Está
aí, graças à ação rápida da Polícia Militar e esses valorosos médicos também.
Essa pessoa foi socorrida e, se Deus quiser, está passando bem.
Então, parabéns
a todos os homens e mulheres do Grupamento de Radiopatrulha Aérea da Polícia
Militar, nosso valoroso Águia, os nossos helicópteros Águia. Parabéns a todos
da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Não posso
deixar de dizer também e citar uma triste notícia. Infelizmente, mais um
policial morto. Um policial militar aposentado que, devido aos seus parcos
salários, ainda era obrigado a fazer trabalhos de segurança.
É o cabo da
Polícia Militar Claudiomir José da Silva, que foi morto ontem lá no Guarujá. O
cabo Claudiomir, 56 anos, era aposentado e foi baleado num assalto no Guarujá.
Estava em frente a um mercado no distrito de Vicente de Carvalho quando foi
surpreendido por, pelo menos, dois criminosos.
Ele é o
terceiro PM morto em menos de uma semana na Baixada Santista. O caso aconteceu
na terça-feira por volta das 6 e 20 da tarde. As câmeras de monitoramento flagraram
o momento do crime. Até vi essa cena, muito pesada, em que o policial militar,
no chão, é baleado e morto pelos criminosos.
É mais uma realidade
triste que acontece em São Paulo, e a gente não vê ninguém lamentando a morte
desses policiais. Ontem mataram um cidadão aí numa ocorrência. Vai na rua, toca
fogo em pneu... Para mim, só de ter feito isso, já é coisa de vagabundo. Parar
e tacar fogo em pneu é coisa de vagabundo. Não venha falar que é cidadão que
morreu, porque, quando morre cidadão, ninguém se preocupa não. Aqui no Brasil
só dá bagunça quando é vagabundo que morre. Aí vai, coloca fogo em pneu, para
avenida...
Então ontem mataram um
vagabundo aí e fizeram o maior auê. Esse pai de família, 56 anos, aposentado,
foi morto e ninguém noticia, ninguém se preocupa. Então é uma realidade triste
que a nossa sociedade enfrenta, porque policiais militares, pais de família,
cidadãos trabalhadores são mortos e ninguém lembra.
Além do cabo Claudiomir
José da Silva, de 56 anos, também esta semana foi morto o cabo Carlos
Gonçalves, de 47 anos, no sábado, na porta da casa dele, uma atitude terrível.
Está bem claro aí um genocídio de policiais militares.
Sr. Presidente, eu
agradeço o tempo extra e peço a V. Exa. que a nossa assessoria, por favor,
transmita minhas palavras quanto ao pedido para a data-base ser respeitada para
março no reajuste dos funcionários públicos. Que esta mensagem seja
encaminhada, por gentileza, ao Sr. Governador, João Doria, e ao Sr.
Vice-Governador, Rodrigo Garcia.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE -
TENENTE NASCIMENTO - PSL - Assim será encaminhado. Peço que
seja encaminhado ao governador, ao vice-governador e também ao secretário de
Segurança. Isso é a famosa inversão de valores, não é, deputado Coronel
Telhada?
Seguindo
a lista de oradores inscritos, temos aqui Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado
Wellington Moura. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputada Professora
Bebel. (Pausa.) Deputado, sempre combativo, Douglas Garcia. (Pausa.)
Não
vai falar? Então eu quero chamar aqui, da nossa querida região de Presidente
Prudente, o nosso deputado, presidente da nossa CCJ nesta Casa, uma das mais
importantes comissões, deputado Mauro Bragato.
O
SR. MAURO BRAGATO - PSDB - Presidente,
Sras. e Srs. Deputados, em primeiro lugar quero agradecer ao deputado Tenente
Nascimento pela fala e também corroborar com o discurso da deputada Janaina
Pascoal sobre a suspensão da reunião da Comissão de Constituição, Justiça e
Redação de hoje.
Lamentavelmente faltou quórum. Como
disse muito bem a senhora, Janaina, esta é a principal comissão da Casa. Mas o
que eu vou tratar hoje, tem a ver com uma fala do deputado Gil Diniz, que,
nesta tribuna, informou que fez um requerimento de informação à Secretaria de
Estado da Justiça sobre as indenizações pagas pelo Governo do Estado de São
Paulo.
Nesse sentido, Sr. Presidente, gostaria
de informar que, em 24 de abril de 1970, a professora Heleny Ferreira Telles
Guariba foi presa e torturada durante a ditadura militar, conforme relatório do
Ministério do Exército. Em 1º de Abril de 1971, foi libertada, segundo
informações do Ministério da Aeronáutica e três meses depois, foi detida e
nunca mais foi vista.
Em 1985, 13 anos depois, o Estado
brasileiro, através da Lei n° 9140/95, do então presidente da República,
Fernando Henrique Cardoso, reconheceu a responsabilidade pela morte de Heleny.
Em 29 de janeiro de 1996, o juiz
corregedor geral de Justiça, Dr. Marcio Martins Bonilha, reconheceu sua prisão
e tortura e determinou a expedição da certidão de óbito de Heleny, que deixou
dois filhos: o caçula João Vicente Guariba, de quatro anos, e Francisco, de
oito anos, além da mãe, então viúva, dona Pascoalina Alves Ferreira. Eu me
emociono ao lembrar deste episódio.
Em 2001, o então governador Mário Covas
sancionou a Lei Estadual nº 10726/2001, na qual Governo do Estado de São Paulo
autoriza a “indenização a título reparatório às pessoas detidas sob acusação de
terem participado de atividades políticas no período de 31 de março de 1964 a
15 de agosto de 1979 que tenham ficado sob a responsabilidade ou guarda dos
órgãos públicos do estado de São Paulo".
Heleny foi presa pela Secretaria dos Negócios
de Segurança Pública, pelo DOPS, e teve passagem pelo Hospital Militar de São
Paulo e pelo presídio Tiradentes. Sofreu torturas, segundo relatos que se
encontram no Arquivo Público do estado de São Paulo. Foi libertada, mas nunca
apareceu.
No período em que esteve presa, foi
assistida por seu advogado, José Carlos Dias, que mais tarde se tornou ministro
da Justiça.
Eu queria dizer que João Vicente
Guariba, citado pelo nobre deputado Gil Diniz, é sim filho de Heleny. Ele e sua
família receberam sim indenização do estado de São Paulo, conforme prevê o Art.
6o da Constituição: “(...) farão jus à indenização, obedecida a
ordem de sucessão prevista no Código Civil Brasileiro”.
É função do Estado, na medida do
possível, reparar o irreparável. João Guariba teve o direito legítimo de velar
e enterrar sua mãe. Só depois de muitos anos, foi possível concretizar a perda
e ter seu luto respeitado, mesmo não havendo o corpo até os dias de hoje.
É filho de uma pessoa que lutou pela
democratização e tem orgulho disso. Uma profissional reconhecida. Formada em
filosofia pela USP, foi professora de arte dramática da faculdade de filosofia,
com mestrado e doutorado na França, e diretora do teatro.
Revelou para o teatro brasileiro
grandes figuras, como Sônia Braga, Antonio Petrin e Marília Pera. Teve sua
carreira precocemente interrompida pelo Estado e hoje empresta seu nome ao
Teatro Municipal de Santo André, à Fábrica de Cultura do Estado, no Jaçanã, ao
Teatro Studio da Cidade, localizado aqui na Praça Roosevelt, além do Centro
Cultural de Diadema.
Seu nome sempre é lembrado em livros,
filmes, peças teatrais e teses, quando o tema é a cultura e democratização do
País.
Esperamos, Sr. Presidente, que o regime
democrático no qual vivemos nos permita, a cada dia, a construção de um mundo
mais justo e que o período nefasto da ditadura pela qual o País passou nos
sirva de exemplo para que nunca mais se repita.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - PSL - Somos
solidários ao nosso querido deputado Mauro Bragato. Seguindo a lista de
oradores inscritos, queremos chamar: deputado Sargento Neri. (Pausa.) Deputada
Marta Costa. (Pausa.) Deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Deputada Leticia
Aguiar. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Vinícius Camarinha.
(Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Daniel José. (Pausa.)
Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputada Adriana
Borgo. (Pausa.) Deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.) Deputada Alessandra
Monteiro. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.)
Deputado Castello Branco. (Pausa.)
Seguindo agora a lista suplementar,
deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Enio
Lula Tatto. (Pausa.) Deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Deputado Frederico
d'Avila. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar.
(Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Altair Moraes. Tem o
tempo regulamentar de cinco minutos.
O
SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Boa tarde a todos. Venho mais uma vez a esta tribuna para
falar a respeito do Projeto 346, o nosso projeto, que mantém o sexo biológico
como critério definidor para as partidas esportivas.
Alguns não
sabem; ou sabem que é justo, mas se fazem de cegos. Bom, eu quero agradecer à
deputada Janaina Paschoal por ter falado aqui, muito bem. E também vou nessa
linha hoje, deputada, em relação às mulheres.
É uma coisa
impressionante quando a gente vê algumas deputadas subindo aqui, falando que
são feministas, que defendem mulher. É uma boca desse tamanho, uma zoada:
“vamos dar a mão, ninguém solta, até o fim, nem um passo”. Uma zoada violenta.
E, quando se
trata de defender, de fato, de verdade, as mulheres, se calam. Simples assim.
Ou trabalham contra as mulheres. Que tipo de feminismo é esse? Para vocês
entenderem, senhores, uma coisa muito clara: as mulheres têm perdido espaço, e
quando ganham espaço, homens querem tirar delas.
As mulheres não
tinham direitos, deputada Janaina, creio que a senhora já sabe disso. Deputado
Coronel Telhada, e outros que estão aqui, o deputado Douglas também. As
mulheres não tinham direito de competir.
Nas Olimpíadas,
sabe o que acontecia? As mulheres se travestiam de homens para assistirem aos
jogos olímpicos. Elas não tinham o direito de assistir aos jogos. Era uma
discriminação violenta contra as mulheres, como até hoje tem.
Com o passar do
tempo, algumas mulheres foram até presas por isso quando descobriam que eram mulheres
que estavam assistindo – não era competindo, não; estou falando de assistir aos
jogos.
Quando
descobriam que aquelas mulheres estavam travestidas de homem para assistir aos
jogos olímpicos elas eram presas. Hoje, nós vemos uma grande evolução, graças a
Deus. Hoje, as mulheres têm o direito de competir.
Aí, vem o homem
travestido de mulher – porque biologicamente não muda, eu estou falando de
genética, isso não muda, pode mudar tudo, mas a genética não muda – com todos
os argumentos que a gente já falou aqui, VO2 maior, coração maior, densidade
óssea mais forte, e, aí, quer tirar o direito que a mulher conquistou.
E, a gente tem
que ficar calado por causa de uma minoria ideológica que fica cheia de “mimimi”
e de vitimização, e que fica colocando argumentos aqui que não têm patavinas,
não têm nada a ver, com o que a gente está falando, e a gente tem que ficar
caladinho.
E, se fala
qualquer coisa: “Ah, não. É homofóbico, é transfóbico, é intolerante”.
Intolerante? Intolerante é subir aqui e colocar a minha posição de cristão, de
pastor, com uma coisa que não tem nada a ver. Eu nunca comentei religião de
ninguém aqui. Aqui eu sou deputado. Eu sou pastor na minha igreja quando eu
estou pregando.
Aqui eu tenho
que ser respeitado como deputado, como eu respeito cada um. Eu nunca falei aqui
quem é da umbanda, da “quimbanda”, da magia negra, do candomblé, católico,
evangélico, sei que tem um monte aqui. E, eu respeito. Nunca toquei em nenhuma
religião, de ninguém, e nunca levei nada para o lado religioso ou ideológico.
A minha
discussão é no campo da biologia, da anatomia, da fisiologia. Essa é a minha
discussão. E, torno a dizer, senhores: é muito simples. RG, identidade social,
não compete.
Eu nunca vi,
Coronel Telhada, eu nunca vi um RG correndo numa pista de atletismo. O senhor
já viu? Só se ele estiver no “bairro da maravilha”, estiver muito doido da
cabeça.
“Ah, mas a
minha identidade social é que eu me acho mulher.” Tu podes se achar um cavalo,
um jumento, um cachorro, uma mulher, um gato, um papagaio, uma cadeira; pode se
achar o que quiser. Isso não vai mudar o biológico. Isso não muda. Será
possível?
E, a gente
ainda vem aqui ser ameaçado. Como falaram aqui ontem: “Ah, vocês não podem
falar”. Não pode falar o quê? “Ah, porque o deputado falou que dois homens só
fazem barriga de chope”. Eu estou mentindo em quê?
Falo mil vezes:
homem com homem, barriga de chope. Acabou. Quem faz menino é homem e mulher.
Acabou. Qual é o absurdo que eu estou falando? Até isso acho que querem tirar.
Então, eu não
vou levar nada para o lado ideológico. Eu quero levar para o lado técnico, para
o lado biológico. O único estudo que existe no mundo que o COI aceitou e
recomendou – o interessante é isso, é uma recomendação, deixa eu falar para
alguns o que é recomendação.
Como o repórter
perguntou para mim, o pessoal da Globo, são sempre tendenciosos nas suas
perguntas. Perguntaram assim para mim: “Mas, deputado, o COI deu uma ordem para
que todo mundo obedecesse”. Eu disse: “Minha filha, você é repórter mesmo?
Então, leia direitinho. O COI deu uma recomendação”.
Uma vez a minha
avó recomendou para eu não subir no pé de jaca. Eu subi, caí e quebrei um
braço. Eu devia ter seguido a recomendação. Recomendação a pessoa segue se
quiser. Deu para entender ou quer que eu desenhe?
Então, vamos
deixar bem claro: é uma recomendação que nem todos os países seguem. Torno a
dizer: nós estamos falando de competição de alto rendimento.
Pelo amor de
Deus, não vamos tirar os direitos das mulheres. Nas competições hoje, sabem o
que acontece? Em todas as competições femininas e masculinas, os homens ganham
mais do que as mulheres. Quando vai se fechar um contrato, o contrato é maior
para os homens do que para as mulheres. Agora mulher tem que brigar até com
homem, pô?
Então, você que
é feminista ou que se diz feminista, defenda a mulher. Não tire o direito que
essas guerreiras adquiriram com tanto tempo.
*
* *
-
Assume a Presidência o Sr. Coronel Telhada.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, Sr. Deputado.
O próximo deputado é o deputado Douglas
Garcia. Vossa Excelência tem o tempo regimental. O Conte vai falar depois.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PSL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, caros pares aqui presentes, no ano
passado, assim que tomei posse como deputado estadual nesta Assembleia, eu
enviei um requerimento de informação para a Secretaria de Justiça, para que
eles enviassem a mim e também ao deputado Gil Diniz uma relação com os nomes e
o respectivo valor de todos aqueles que receberam indenização porque foram, entre
aspas, torturados, perseguidos ou mortos pela ditadura militar.
Recebida essa
informação por parte da Secretaria de Justiça, nós constatamos que houve o
repasse de 45 milhões de reais a essas pessoas. O que foi arguido, levantado e
questionado pelo deputado Gil Diniz era se, acaso, um daqueles nomes - e ele
escolheu especificamente um - tivesse recebido esse valor de forma indevida,
porque estamos falando de 45 milhões de reais. É 44 milhões e alguma coisa, mas
é quase 45 milhões de reais. É dinheiro. E é dinheiro para caramba.
Por isso que
nós estamos preocupados com essa questão, principalmente em se tratando de que
apenas um lado recebeu tamanha comodidade, de só...
Apenas um lado
recebeu afagos por parte do estado, porque, senhores, eu não consigo, com todo
o respeito que eu tenho ao deputado Bragato, sei que é um deputado que tem uma
história muito grande nesta Casa, que tem muito a contribuir e, inclusive, a
ensinar a mim, como parlamentar, a respeito dos trâmites que existem na
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
Entretanto, eu
não consigo olhar o passado, pelo que aconteceu, com tamanha tristeza por parte
daqueles que se levantaram contra a ordem democrática vigente.
Ordem
democrática sim, porque as pessoas poderiam sair do País, poderiam entrar no
País quando bem entendessem.
Não tinha
ninguém proibindo. Ademais, houve, por parte da esquerda radicalizada, porque
só o estado, ele teve que, sim, pegar de forma mais firme a questão de
segurança quando a esquerda já havia, há muito tempo, se radicalizado.
Senhores,
gostaria de trazer, também, a esta tribuna, as lágrimas do Sr. Carlos Argemiro
Camargo, que foi sargento do Exército do Paraná, que morreu em uma emboscada de
um grupo de militantes da força armada de libertação nacional, que era chefiada
pelo ex-coronel Jefferson Cardim de Alencar Osório.
Camargo foi
morto a tiros e sua mulher estava grávida de sete meses. Deixo aqui registrado
o meu pesar pelo Sr. Carlos Argemiro Camargo. Também deixo o meu pesar ao Sr.
Paulo Macena, que morreu através de uma explosão de bomba deixada por uma
organização comunista, que nunca foi identificada em protesto contra a
aprovação da Lei Suplicy, que extinguiu, inclusive, a UNE e a Ubes.
Deixo, aqui,
registrados os meus pesares ao Sr. Edson Régis de Carvalho, que morreu pela
explosão de uma bomba no aeroporto internacional de Guararapes; o Sr. Nelson
Gomes Fernandes, que foi morto no mesmo atentado citado no terceiro item.
Foi morto também
o Sr. Raimundo de Carvalho Andrade, durante uma tentativa de desocupação do
Colégio Estadual de Campinas; o Sr. José Gonçalves de Conceição, que foi morto
por Edmur Péricles de Camargo, que era integrante da ala Marighella, durante a
invasão da fazenda bandeira.
Foi morto o Sr.
Osiris Malta Marcondes, quando estava tentando impedir um assalto terrorista,
repito, terrorista, portanto ideológico, comunista, ao Banco Mercantil, que
eles precisavam de dinheiro para financiar dita da revolução.
Morto o Sr. Agostinho
Ferreira de Lima, o Sr. Ailton de Oliveira, o Sr. Mário Kozel Filho, que
inclusive é homenageado aqui no Comando Militar do Sudeste, Noel de Oliveira
Ramos, o Sr. Nelson de Barros, o Sr. Edward Ernest Tito Otto Maximilian, o Sr.
Eduardo Custódio de Souza, o Sr. Antônio Carlos Jeffrey, o Sr. Charles Rodney
Chandler, o Sr. Luiz Carlos Augusto, O Sr. Wenceslau Ramalho Leite, o Sr.
Estanislau Ignácio Correia.
Se eu ficar
aqui falando, Sr. Presidente,
vou durar tarde inteira, porque centenas de pessoas foram mortas por
esquerdistas. O que eu e o deputado Gil Diniz queremos saber é se, acaso, os
promotores desses assassinatos estão elencados naqueles que receberam essa
bagatela de 45 milhões de reais.
Porque, é
claro, se aqueles que receberam de forma indevida, devem sim ressarcir aos
cofres públicos. Já que esse tema está sendo levantado, fica aqui a minha
sugestão de abrirmos uma subcomissão na Comissão de Direitos Humanos para a
gente retratar esse assunto.
É importante
sim para a população, porque, já que ninguém antes teve a coragem de colocar o
dedo na ferida e trazer isso à tona, agora eu tenho certeza de que nesta
Legislatura nós assim o faremos.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr. Presidente. Próximo deputado,
deputado Conte Lopes. (Pausa.) Portanto é a senhora, deputada Janaina Paschoal.
Novamente V. Exa. tem o tempo regimental.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Sr. Presidente. Antes de seguir com o
tema, eu gostaria de alertar pais, educadores, diretores de escola e,
obviamente, as próprias crianças e os adolescentes acerca dos perigos com a
brincadeira que, infelizmente, vitimou uma jovem em Mossoró, no Rio Grande do
Norte.
A brincadeira
recebe denominações variadas, mas na última postagem que eu acessei aqui estão
chamando de “quebra crânio”. Esse é o nome significativo da tal brincadeira.
Uma pessoa fica no meio, duas do lado e passa uma rasteira na pessoa que está
no meio. Infelizmente, uma jovem, com uma vida promissora, faleceu em virtude
dessa brincadeira de muito mau gosto.
Obviamente, as
pessoas que fizeram essa brincadeira e levaram a esse resultado trágico não
estavam conscientes dos perigos envolvidos. Porém, agora, diante deste fato,
todos estão conscientes e eu estou aqui utilizando essa Casa Legislativa, Casa
do Povo, para tornar ainda mais públicos esses perigos.
Então, todos
estão conscientes dos riscos. É importante que as pessoas se neguem a
participar, tanto na condição de quem recebe a rasteira, como na condição de
quem passa a rasteira, porque, até juridicamente falando, quando nós passamos a
ter consciência dos perigos, e ainda assim praticamos o ato perigoso, podemos
responder pelo resultado.
Então, é muito
importante que os jovens, sobretudo os jovens, estejam cientes dos perigos,
para que não pratiquem e não deixem que consigo seja praticado esse
procedimento, essa brincadeira de passar rasteira.
A menina teve
traumatismo craniano, mas já há pediatras falando na imprensa sobre os riscos
de paralisia, de paralisia cerebral em virtude da batida, e de paralisia também
em termos de mobilidade. Tetraplegia, por exemplo.
Então, é muito
importante estar alerta. É importante que as escolas falem, de sala em sala.
Obviamente que proíbam, que coíbam essa prática, porque diante de um resultado
desses, daqui por diante poderá haver responsabilidade, inclusive.
Isso sem
contar, obviamente, a situação que vive hoje essa família, e eu já deixo aqui
os meus sentimentos para a família, pela perda, para os amigos da menina, e por
todas as crianças que provavelmente ficaram muito traumatizadas com essa
situação lá em Mossoró.
Voltando ao
tema, que eu já vi que não vou ter tempo de completar, mas voltando ao tema,
ainda tratando do projeto do deputado Altair, eu gostaria de lembrar da emenda
que eu apresentei ao projeto da deputada Erica, o projeto da transcidadania,
proibindo tratamentos hormonais para menores de 18 anos.
Pode parecer
que não, mas o projeto do deputado Altair tem muita relação com esta minha
emenda, por quê?
Porque os
médicos que têm mandado cartas aqui para esta Casa pedindo que nós não
aprovemos o projeto do deputado Altair usam como argumento que essas pessoas
trans não implicarão divergência de forças no esporte porque elas vão começar a
fazer tratamentos hormonais logo cedo.
Percebam a
importância dessa informação. Hoje, as pessoas trans que competem são pessoas
adultas que até fazem os tratamentos hormonais porque de tempo em tempo têm que
haver exames para verificações.
O que esses médicos
estão escrevendo nos documentos que mandaram aqui para a Casa para nos
convencer a votar contra o projeto do deputado Altair é o seguinte: “Olhem,
deputados, não tenham medo de eventual injustiça nas competições porque os
esportistas começarão a tomar bloqueadores de puberdade e hormônio desde já
para poderem participar das competições com as pessoas do sexo biológico
oposto. Então não vai ter problema de força”.
O argumento
deles me fez ter mais certeza tanto do meu voto a favor do projeto do deputado
como da necessidade de manter a minha emenda, porque nós corremos o risco de a
pressão que o glamour, que o dinheiro, a pressão desse glamour e da recompensa
econômica trazidos pelo esporte, que esta pressão sirva também de móvel para
submeter essas crianças a esses tratamentos ou pelo menos de estímulo para
fazer esses mesmos tratamentos, que são tratamentos que têm consequências
físicas, psicológicas, psiquiátricas e emocionais.
Porque os
hormônios são cancerígenos inclusive nas mulheres que tomam por conta da
menopausa, o que dirá em crianças de dez, 11, 12? Porque já estão tomando
hormônios e aquelas que vão até os 16 anos tomando hormônios.
Então é um tema
complexo, é um tema importante. É um tema que precisa ser debatido. Então esse
é um outro aspecto diretamente relacionado ao projeto do deputado Altair, que
eu torno a dizer que sou favorável a ele, votarei “sim” e peço o apoio dos
demais colegas.
Obrigado, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado,
Sra. Deputada.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Eu gostaria de pedir a
suspensão dos trabalhos, Excelência, até as 16 horas e 45 minutos.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - É regimental.
Portanto, eu vou suspender os trabalhos de momento até as 16 horas e 45 minutos.
Está suspensa a sessão.
*
* *
- Suspensa às 15 horas e 22 minutos, a
sessão é reaberta às 16 horas e 49 minutos, sob a Presidência do Sr. Gilmaci
Santos.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Convocação. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I
do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma sessão extraordinária a
realizar-se hoje, dez minutos após o término da presente sessão, ou às 19
horas, caso a sessão não atinja o seu tempo limite, com a finalidade de
apreciar a seguinte Ordem do Dia:
*
* *
-
NR - A Ordem do Dia para a 08ª sessão extraordinária foi publicada no D.O. de
13/02/2020.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Tenente Nascimento. Vou suspender por trinta segundos.
O
SR. TENENTE NASCIMENTO - PSL - Suspende por um
minuto aí para nós.
*
* *
- Suspensa às 16 horas e 50 minutos, a sessão é reaberta
às 16 horas e 52 minutos, sob a Presidência do Sr. Gilmaci Santos.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Reaberta a sessão.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Pela ordem, Sr. Presidente. Eu requeiro a V. Exa.
que possa utilizar a tribuna pelo Art. 82.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
É regimental. Vossa Excelência tem a anuência de todos para que possa falar
pelo Art. 82, pela liderança do PTB.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB -
PELO ART. 82 - Meu caro presidente, toda vez eu saúdo o homem de Deus, deputado
Gilmaci Santos. Por que será? Primeiro pelo respeito que eu tenho por ele.
Você é meu
amigo, e segundo por pertencer a uma igreja pela qual eu tenho uma grande
admiração, em virtude da amizade que me une, e eu tenho orgulho disso ao bispo
Edir Macedo.
Meu caro
deputado Barba. Eu enviei uma carta a cada deputado desta Casa, propondo que a
gente faça um mutirão e tenha como bandeira a PEC da dignidade. Não é possível,
é inadmissível que um deputado estadual, da maior Assembleia da América Latina,
tenha apenas o direito a quatro milhões e 800 mil reais de emendas, enquanto na
Câmara Federal cada deputado tem direito teoricamente a 15 milhões de reais.
Olhe, deputado
Giannazi, o disparate. Se o deputado estadual recebe 75% do salário do deputado
federal, por que motivo ele não tem direito a 75% do que recebe por emenda um
deputado federal? Eu não estou falando daqueles deputados que têm as benesses
do governo. Vamos votar a Previdência em dezembro? Vamos.
Então são dez milhões de
emendas para cada um. Eu estou dizendo, meu caro deputado Barba, com todo
respeito a sua labirintite, que espero que não piore com essa minha fala, que é
uma desumanidade tratar os deputados de maneira desigual.
De repente, com um passe
“mandrakiano”, surgem deputados por todos os cantos. Não tem ninguém no
plenário. De repente 60 e poucos deputados, todos ávidos para votar projetos do
governo.
Qual é o milagre? Será
que é um novo partido que nós criamos aqui, o PDE - Partido das Emendas? É
muito simples. Verifique quantos municípios dos deputados que votam com o Sr.
João Agripino quanto que eles conseguiram levar para os seus municípios via
convênio, via secretaria regional. E verifique os deputados que fazem oposição,
nem as míseras emendas, orçamento impositivo. Se eu não estiver atrapalhando a
conversa...
Queria que preservasse o
meu tempo, Sr. Presidente, porque eu realmente sou muito sensível. O meu ouvido
é sensível demais. Sr. Presidente, o que dizia eu? Como é que se pode admitir
que deputados que defenderam avidamente, com dedicação, com fervor, a Previdência,
sejam comandados pelo mesmo homem que chamou os servidores de parasitas?
E o governador está fora
do País, mas está sabendo que aqui na Assembleia já se articula novamente o
reinício das tratativas da Previdência.
Aí eu indago, deputado
Giannazi e grande deputado Major Mecca, que eu tive orgulho de conhecê-lo
pessoalmente por ser um homem de caráter...
Sr. Presidente, para uma
reclamação ou para uma comunicação?
O SR. PRESIDENTE -
GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Vossa Excelência pode
fazer uma comunicação, reclamação. Vossa Excelência tem o tempo que achar
necessário.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB -
PARA COMUNICAÇÃO - Obrigado, Sr. Presidente. Eu dizia, deputado Major Mecca, da
maneira desigual como os deputados são tratados nesta Casa.
Quem votasse a
Previdência teria uma bonificação de dez a 15 milhões. Mas como é que se faz
isso? Simples, o senhor está votando a
Previdência, o senhor indica um município qualquer e esse município é chamado
para assinar um convênio, dando a impressão que é o governo que fez.
Aí devido ao assédio
moral que o governador João Agripino junto com o secretário, meu amigo Marco
Vinholi, faz descaradamente junto a prefeitos de outros partidos, nós perdemos
cinco prefeitos do PTB.
Todos, com o compromisso: “Se você se filiar
ao PSDB, vai sair a sua vicinal”. Não estou sendo leviano, não. Já apresentei
aqui o áudio. O áudio do prefeito de Chavantes. Onde ficou claro, ficou
ostensiva essa ação leviana e criminosa do senhor João Agripino. Estou
esperando que o Ministério Público apure os fatos. O prefeito de Chavantes não
quis se manifestar. Quem tiver dúvida, peça um grafotécnico do áudio.
Está lá. Onde o
prefeito diz à sua secretária: “Dona Elza, precisamos assinar a provisória do
PSDB. Senão não vai sair a vicinal. Chama a dona Maria”. Aí vem a dona Maria.
“Dona Maria, não falei que precisa assinar a provisória?”
Porque o
deputado, como não está em plenário, não vou dizer o nome dele. O deputado
chama no gabinete. “Estão insistindo com a gente. Se assinar, vai sair aquele 1
milhão”. Dez dias depois, o prefeito muda de partido e vai para o PSDB.
Qual é o
milagre? Como? Em 2017 foi um prefeito para o PSDB. Em 2018, nenhum. Em 2019,
quarenta e três. É bíblico. Os pães foram multiplicados. Aí não querem que eu
fale. Falo sim. Só quero ver o que o Ministério Público vai dizer.
Está lá o
áudio. Por isso quero convocar os deputados desta Casa. Aqueles que não têm
medo. Os covardes estão fora da minha convocação. Eu dizia uma tarde dessa:
“Não podemos entrar como Tristão e sair como Isolda, entrar como Lampião e sair
como Maria Bonita”. Temos que ir até o fim. Essa PEC vai dignificar esta Casa.
Sr. Presidente,
eu queria agradecer a sua gentileza e dizer mais uma vez: toda vez que o Sr.
Presidente Cauê Macris não está aqui, a Presidência é exercida também com a
mesma dignidade, com a mesma determinação e de maneira democrática.
Parabéns, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Obrigado, nobre deputado Campos Machado, pela deferência.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente. Havendo acordo de lideranças, peço o levantamento da presente
sessão.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
É regimental, Sr. Deputado.
Sras. Deputadas e Srs. Deputados,
havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os
trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora
regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje. Lembrando-os ainda da sessão
extraordinária a realizar-se hoje às 19 horas.
Está levantada a sessão.
*
* *
- Levanta-se a
sessão às 17 horas e 3 minutos.
*
* *