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18 DE FEVEREIRO DE 2020

11ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: GILMACI SANTOS e CAUÊ MACRIS

 

Secretaria: CORONEL TELHADA

 

RESUMO

 

1 - GILMACI SANTOS

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - LECI BRANDÃO

Tece elogios ao carnaval de São Paulo. Comenta sua participação no Monobloco, no Parque do Ibirapuera, no último domingo. Elenca blocos que são ativos na política. Alega que a citada festividade pode ser um veículo de protestos populares. Anuncia que, na próxima sexta-feira, deve estar no desfile da Escola de Samba Acadêmicos do Tatuapé.

 

3 - PAULO LULA FIORILO

Detalha visitas realizadas, no final de semana, em vários municípios do Vale do Ribeira. Exalta a região como uma das mais importantes do Estado. Lamenta a falta de investimento do governo estadual na localidade.

 

4 - CORONEL NISHIKAWA

Discorre acerca da derrubada da liminar que suspendera a tramitação da PEC 18/19. Assevera que não deve votar contra o funcionalismo público.

 

5 - DR. JORGE LULA DO CARMO

Lastima as consequências das chuvas na zona leste e no Alto Tietê. Exibe vídeos acerca do tema. Apela ao Poder Executivo que libere investimentos para regularizar a situação da região.

 

6 - CORONEL TELHADA

Parabeniza municípios aniversariantes hoje. Lembra o "Dia Internacional da Síndrome de Asperger" e a importância de apoio aos familiares com crianças portadoras da doença. Discorre acerca do "Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo". Alerta familiares de jovens sobre os perigos da brincadeira da rasteira. Elogia o programa da Polícia Militar "Amigo é quem te carrega, não quem te derruba. Brincadeira sim, violência jamais!", que orienta estudantes sobre os perigos da citada brincadeira. Lê e comenta notícia publicada no jornal "A Tribuna" a respeito do 2º Baep, na Baixada Santista. Reitera sua posição de votar contra a reforma da Previdência estadual.

 

7 - DOUGLAS GARCIA

Tece críticas ao pronunciamento do deputado Carlos Giannazi acerca da decisão do governo Bolsonaro de não realizar novos concursos públicos até que seja aprovada a reforma administrativa no Congresso Nacional. Discorre acerca do serviço público no País. Desaprova as críticas do parlamentar sobre o ministro da Educação. Discorda do método de ensino de Paulo Freire. Critica a administração pública do PT no governo federal. Elogia o presidente da República.

 

8 - PROFESSORA BEBEL LULA

Rebate a fala do deputado Douglas Garcia. Tece críticas ao governo federal. Lamenta a postura do ministro Paulo Guedes. Discorre acerca da derrubada da liminar que suspendera trâmite da reforma da Previdência estadual. Solicita apoio dos pares para votar contra a citada matéria. Anuncia que professores devem estar nesta Casa, hoje, para reivindicar seus direitos.

 

9 - ALESSANDRA MONTEIRO

Solicita que o combate ao abuso infantil seja prioridade da Segurança Pública. Alerta que o número de casos de abuso infantil aumenta em festividades populares. Apela à sociedade que denuncie através do Disque 100.

 

10 - FREDERICO D'AVILA

Exibe vídeo de rodovia estadual na região de São Miguel Arcanjo que se encontra em condições precárias. Exige que o governador João Doria tome providências imediatas. Elenca rodovias no Estado que, a seu ver, precisam de reparos imediatos. Narra sua participação na Festa da Uva de São Miguel Arcanjo. Condena a Portaria 5.578/18, do DAEE, que solicita a instalação de hidrômetros em propriedades rurais.

 

11 - MAJOR MECCA

Exibe fotos de visita à Escola Estadual Pasquale Peccicacco, na Freguesia do Ó, que fora interditada pela Defesa Civil depois das chuvas na cidade. Informa que os estudantes foram remanejados para outra escola com condições precárias. Afirma que deve fiscalizar pessoalmente a medida adotada. Lamenta que prédios públicos em todas as áreas estejam com problemas estruturais. Clama ao Poder Executivo que tome providências.

 

GRANDE EXPEDIENTE

12 - FREDERICO D'AVILA

Reitera sua posição contrária à Portaria nº 5.578, do DAEE, que trata de hidrômetros em propriedades rurais. Afirma não haver canais que levem água para agricultores e indústrias. Tece críticas ao governo Doria. Comenta que deve apresentar projeto que visa a limitar a plantação de eucalipto por percentual de área agricultável.

 

13 - PAULO LULA FIORILO

Disserta acerca do Vale do Ribeira. Tece críticas ao programa "Vale do Futuro", lançado pelo governo estadual. Exibe e comenta fotos das condições de rodovias estaduais, a seu ver, impróprias para o tráfego de automóveis. Critica dificuldade de acesso e ausência de sinalização em vias. Discorre acerca do "Programa Paulista de Agricultura de Interesse Social". Lembra workshop, com consulados, nesta Casa, previsto para o dia 16/02 (aparteado pelo deputado Frederico d'Avila).

 

14 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Assume a Presidência. Lê e comenta decisões proferidas pelo ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal, referente à reforma da Previdência estadual. Convoca sessão extraordinária a ser realizada hoje, às 19 horas, ou 10 minutos após o término da presente sessão.

 

15 - TEONILIO BARBA LULA

Lastima a retomada da tramitação da reforma da Previdência estadual. Tece críticas ao presidente Cauê Macris. Discorreu acerca da absolvição de Luiz Marinho, ex-prefeito de São Bernardo do Campo, de acusações de fraude em licitação e de desvio de recursos do Museu do Trabalhador. Prestigia a figura do petista. Defende a classe trabalhadora.

 

16 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Reitera que cumpre o Regimento Interno desta Casa.

 

17 - TEONILIO BARBA LULA

Para comunicação, critica a Presidência desta Casa.

 

18 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Discorre sobre a relevância da reforma da Previdência.

 

19 - MÁRCIA LULA LIA

Para comunicação, repudia a reforma da Previdência estadual. Tece críticas aos governos do PSDB, em São Paulo. Afirma que a PEC 18/19 deve prejudicar servidores públicos.

 

20 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Reitera a relevância da reforma da Previdência estadual.

 

21 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, faz coro ao discurso da deputada Márcia Lula Lia. Repudia a reforma da Previdência estadual. Tece críticas aos governos do PSDB.

 

22 - JANAINA PASCHOAL

Discorre acerca da reforma da Previdência estadual. Manifesta desejo de ler texto final da matéria, antes de sua votação.

 

23 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA

Para comunicação, faz coro ao discurso da deputada Janaina Paschoal.

 

24 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Endossa o discurso da deputada Monica da Bancada Ativista.

 

ORDEM DO DIA

25 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Dá conhecimento e coloca em votação requerimento, do deputado Gil Diniz, para a criação de comissão de representação, com a finalidade de participar do evento "Conservative Political Action Conference", entre os dias 19/02 e 01/03, em Washington D.C., nos Estados Unidos da América.

 

26 - SEBASTIÃO SANTOS

Encaminha a votação do requerimento de criação de comissão de representação, em nome do Republicanos.

 

27 - PROFESSORA BEBEL LULA

Encaminha a votação do requerimento de criação de comissão de representação, em nome do PT.

 

28 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Responde ao pronunciamento da deputada Professora Bebel Lula.

 

29 - MÁRCIA LULA LIA

Encaminha a votação do requerimento de criação de comissão de representação, em nome da Minoria.

 

30 - PROFESSORA BEBEL LULA

Para comunicação, reitera seu pronunciamento anterior acerca de fala do presidente Cauê Macris sobre a Educação. Cobra respeito.

 

31 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Afirma que sempre tratou respeitosamente a deputada Professora Bebel Lula. Explica sua declaração anterior a respeito dos investimentos em Educação. Coloca em votação e declara aprovado o requerimento, do deputado Gil Diniz, de constituição de comissão de representação.

 

32 - VALERIA BOLSONARO

Para comunicação, rebate o pronunciamento da deputada Márcia Lula Lia. Acusa o PT de não estar verdadeiramente preocupado com o respeito às mulheres.

 

33 - HENI OZI CUKIER

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

34 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 19/02, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra a realização da sessão extraordinária, a ter início às 19 horas de hoje. Levanta a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Gilmaci Santos.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e convida o nobre deputado Coronel Telhada para ler a resenha do Expediente.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP – Sr. Presidente, nós temos aqui uma indicação da prezada deputada Delegada Graciela indicando nos termos regimentais ao Sr. Governador do estado que determine ao Sr. Secretário de Educação para que sejam adotadas as providências cabíveis, visando à adoção de medidas preventivas e de conscientização acerca dos perigos do denominado desafio da rasteira entre os alunos das unidades de ensino da rede estadual.

Assina a Delegada Graciela.

Somente isso, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS – Obrigado, nobre deputado Coronel Telhada.

Entramos no nosso Pequeno Expediente, convidando os oradores inscritos para fazer uso da palavra. O primeiro orador inscrito é o nobre deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputada Professora Bebel Lula. (Pausa.) Deputada Dra. Damaris Moura. (Pausa.) Deputada Janaina Paschoal. (Pausa.) Deputada Leci Brandão.

Tem V. Exa. deputada o tempo regimental no Pequeno Expediente.

 

A SRA. LECI BRANDÃO – PCdoB – SEM REVISÃO DO ORADOR – Exmo. Sr. Presidente Gilmaci, Coronel Telhada, Coronel Nishikawa, senhores funcionários desta Casa, telespectadores da TV Alesp, eu queria dizer para o deputado Emidio e para a deputada Bebel, que a gente lamenta muito o que aconteceu lá no Supremo, mas a luta continua. A gente tem que estar ao lado dos nossos servidores, dos nossos trabalhadores.

Mas eu quero falar de coisas mais amenas, afinal de contas, eu sou uma pessoa ligada à Cultura e não vou deixar, nunca, de falar sobre esse assunto, principalmente neste momento. Nós tivemos momentos alegres, lindos nesse carnaval de São Paulo. Está todo mundo comentando que o Carnaval de São Paulo explodiu, que se modificou, está, inclusive, trazendo mais turistas para cá, tem pessoas vindos, também, de outros estados para poder se divertir aqui, cantar, dançar, enfim.

É muita tristeza, muito ódio, muita coisa ruim, muita discussão, falta de diálogo, então a gente tem que dar esse direito às pessoas, afinal de contas, na hora que as pessoas estão no Carnaval, elas se falam, se tocam, se abraçam, e a gente também precisa falar disso.

No domingo, eu fui convidada para estar lá com o Monobloco. Meu querido Pedro Luís, que é o líder do Monobloco, nos recebeu com muito carinho, reuniu milhares de pessoas em frente ao Ibirapuera, inclusive quem estava trabalhando aqui na Assembleia ouviu a nossa voz no Parque do Ibirapuera, fiquei muito feliz com isso.

E o que mais me chamou a atenção foi que as pessoas estavam se divertindo e se posicionando politicamente contra os desmandos que acontecem no nosso País. Está acontecendo uma coisa muito boa, ou seja, nos blocos de samba, cordões, as pessoas estão se manifestando através de letras de música, de uma forma muito interessante.

Mas também preciso compartilhar que existe um bloco aqui que celebra a ancestralidade negra, “Ilú Obá De Min”. É o maior bloco feminino e afro do Brasil. E há também um bloco afirmativo, que existe aqui na cidade é o “Ilu Inã”, formado pelo Fernando Alabê e a Fefê Camilo.

Eles estavam ontem, lá, fazendo a sua apresentação. Inclusive tive o prazer de me encontrar com a deputada Erica Malunguinho, quero mandar um abraço para ela.

O “Ilú Obá De Min”, do qual sou madrinha, tem mais de 400 mulheres e eu tenho a honra de poder dizer que a gente participou do início do “Ilú Obá”, tinha pouquíssimas pessoas, hoje ele tem mais de 400 mulheres negras, brancas, de todas as etnias, mas, em sua maioria, mulheres negras.

Eu acho que, nesses momentos em que a gente viveu, o que ficou mais enraizado foi a questão da resistência. A resistência permanece, a resistência está crescendo. O Carnaval também pode ser um momento de enfrentamento, um desfile de escola de samba ou de um bloco afro pode ser mais eloquente e potente do que qualquer discurso. A gente faz discursos aqui, às vezes, que não dão tanta repercussão como quando as pessoas ouvem uma escola ou um bloco, isso é sério, isso é natural.

Em 2019, tivemos desfiles de blocos e escolas que foram verdadeiras manifestações políticas. Este ano isso certamente vai se repetir, porque os protestos não foram apenas contra quem está no poder, mas contra o ódio, contra a intolerância, contra o preconceito, contra a exclusão.

 É a forma com que esses blocos e cordões têm feito para enfrentar tudo de ruim que está acontecendo. É por aí.

Então, acho que a gente tem que ir à luta, mas sempre com a alegria do Carnaval. Não podemos perder isso. Nós estaremos, na madrugada de sexta para sábado, na Acadêmicos do Tatuapé, escola da qual sou madrinha, que me fez uma homenagem muito bonita, e estarei lá.

Eu sei que muita gente aqui da Assembleia, inclusive, assiste aos desfiles aqui de São Paulo, estão grandiosos, estão muito bons, e nós estaremos participando.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, nobre deputada Leci Brandão.

Convidamos agora, para o uso da palavra, o nobre deputado Paulo Lula Fiorilo.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, público presente, telespectadores da TV Alesp, assessorias das bancadas, eu vou usar o Pequeno Expediente para fazer um breve relato das visitas que realizei no final de semana a uma das regiões mais pobres do estado de São Paulo, a região do Vale do Ribeira.

O deputado Frederico d’Avila conhece. Está estabelecida em uma parte que eu poderia chamar talvez da entrada do Vale, na região de Itapeva, no Alto Vale, exatamente.

Bom, mas eu tive a possibilidade de passar em Capão Bonito. O prefeito Citadini estava no caminho. A gente acabou se falando por telefone, mas tive a oportunidade de conversar com outras pessoas da cidade.

Conversei com um empresário que tem trabalhado a questão de reciclagem de plástico, para produzir os saquinhos para coleta da seiva de pinus, que naquela região tem crescido muito. Depois fomos até Guapiara. Tive uma reunião com a prefeita, os vereadores e secretários lá em Guapiara. Uma conversa muito importante, em uma cidade importante daquela região, que produz pêssego, mas tem produção de outras atividades.

Depois de Guapiara, nós fomos até Apiaí. Também tive com o prefeito Luciano uma discussão sobre a questão do turismo, do desenvolvimento, que é um pouco o eixo que a gente tem levado para o interior. Depois, em Apiaí...

Meu tempo é curto, mas eu vou me debruçar no Grande Expediente com mais detalhes, mas a beleza daquela região é uma coisa impressionante. Quem não conhece, quem não visitou, quem não teve a oportunidade, vale a pena. Não estou falando de Apiaí, mas o vale o Alto Vale como um todo, mas Apiaí... Se eu puder eu vou mostrar algumas das áreas que eu visitei.

 Depois de Apiaí, nós estivermos em Itaoca. O prefeito Frederico, que esteve aqui com o deputado Frederico na semana passada... E lá, uma surpresa muito agradável. Um grupo de mulheres constituiu uma associação, e elas estão produzindo com aquilo que é plantado no campo, café da manhã e atividades gastronômicas.

Um café impressionante, que foi nos oferecido lá na prefeitura de Itaoca. Eu já queria deixar aqui registrado, no dia 16 nós estamos convidando essa entidade para que possa servir o café para os quatro consulados que vão participar do debate sobre desenvolvimento econômico.

Bom, depois de Itaoca, nós estivemos em Ribeira, uma conversa com dois ex-prefeitos lá de Ribeira, e em seguida fomos a Itapirapuã Paulista. Também tive a grata oportunidade de ali ter uma emenda do deputado Zico que estava sendo entregue. Eu pude acompanhar o prefeito João Batista, que tem um trabalho importante.

A região ali o deputado conhece. É onde a produção do pinus é muito grande. Muita gente trabalha na produção do pinus, na plantação e na coleta da seiva, o que faz com que aquela região, pelo menos a cidade Itapirapuã Paulista, não tenha desemprego.

Depois de Itapirapuã Paulista, nós fomos para Barra do Chapéu. A prefeita Janete, tivemos com os vereadores uma boa conversa, pude fazer visita ao fundo social, fui a rádio “Nossa FM”. Também uma cidade importante ali daquela região.

Em seguida, nós fomos a Bonsucesso. De lá, passei na Agrovila, que é uma experiência do MST, uma experiência exitosa. Eles estão produzindo soja, e eu diria que eles não perdem para nenhum grande agricultor do agronegócio. Eu não tenho diploma para falar disso, mas eu tenho certeza que outros aqui conhecem bem essa questão do agronegócio. Tive a oportunidade de ver máquinas, máquinas grandes, que estão sendo utilizadas para a colheita da soja. Em seguida, a gente foi para Taguaí, onde eu encerrei a agenda.

Eu vou voltar no Grande Expediente, porque eu queria levantar uma questão que para mim é fundamental, e eu não poderia deixar de fazer. A região do Alto Vale é uma das regiões mais importantes do estado de São Paulo. É importante pelo turismo, é importante para agricultura familiar, é importante porque estrategicamente divide com o estado do Paraná, e tem condições de crescer.

Infelizmente, não é isso que vem acontecendo ao longo desses muitos anos do governo do PSDB no estado de São Paulo. Então, eu queria aproveitar, depois, no Grande Expediente, para um relato mais detalhado, e para poder apresentar aqui as possibilidades que poderiam ser trabalhadas, tanto na região, como nas Assembleia, como no programa Vale do Futuro.

E acho que, se o Vale não for olhado na sua totalidade, não haverá Vale do Futuro. Podemos ter um Vale do presente, mas nunca do futuro.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, nobre deputado. Convidamos agora o nobre deputado Enio Lula Tatto. (Pausa.) Nobre deputado Coronel Nishikawa.

 

O SR. CORONEL NISHIKAWA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos, Sr. Presidente, deputados presentes nesta sessão, pessoal da assessoria e pessoal da galeria. Hoje parece que vamos ter sessão extra para votar a famigerada PEC 18.

Tenho recebido uma enxurrada de mensagens do pessoal da Polícia Civil. Pelo que estou sabendo, parece que deram uma melhorada na forma de redação para a Polícia Civil. A Polícia Militar foi excluída dessa PEC, porém ainda não temos a redação final nas nossas mãos, não sei como é que ficou.

Então, como eu disse desde o começo, se estiver totalmente desfavorável aos funcionários públicos, nós votaremos contra. Coloco a minha posição como sempre fiz: coisas que prejudiquem o funcionalismo público, nós somos contra.

Sou funcionário público de carreira, 30 anos de Polícia Militar, e agora estou deputado. Então, nós estamos aqui exatamente para preservar direitos, aqueles que possamos preservar.

Não quer dizer que, se houver o nosso voto contrário, não passará, porque o governo deve ter a maioria aqui nesta Casa, mas nós iremos fazer a nossa parte. Era isso o que eu tinha que dizer hoje.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, nobre deputado Coronel Nishikawa. Próximo orador, deputado Gil Diniz. (Pausa.) deputado Castello Branco. (Pausa.) Deputado Jorge Lula do Carmo.

 

O SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público da galeria aqui presente, assessoria, público da TV Alesp, retorno a esta tribuna para falar, mais uma vez, de um problema que assola o nosso Estado.

Assola especialmente as famílias que moram na periferia da cidade de São Paulo, no extremo da zona leste, por exemplo, mas também na região do Alto Tietê, onde a cada dia, desde o mês de janeiro, com as chuvas de verão, a gente tem visto e presenciado o sofrimento das pessoas na cidade e na Grande São Paulo.

Nessa segunda-feira, foi a vez de as chuvas castigarem a região do Alto Tietê -, Itaquaquecetuba, Poá, aquela região. Vemos uma dificuldade imensa, que já existia ali no fundão da zona leste, extremo da zona leste, Itaim, Jardim Romano: desde a semana passada, com as chuvas e as águas, as famílias estão alagadas.

Cheguei até a visitar lá semana passada e vi que as pessoas têm que andar de barco, expostas a risco de doenças, expostas a risco de diversos problemas de dignidade e falta de dignidade para aquelas famílias.

Vi inclusive uma senhora que, eu nem acreditava, mas ela falou e mostrou: famílias que pagam, lá no Itaim Paulista, na Vila Itaim, 1.920 reais, aproximadamente.

Mais de mil, quase 2 mil reais de IPTU. Sendo que a lei garante isenção de IPTU para as pessoas que sofrem com alagamento. Evidente que a pessoa tem que buscar uma solução jurídica, um remédio jurídico para garantir a sua isenção.

Mas o prefeito da cidade de São Paulo só veio decretar estado de emergência quase 10 dias depois. Uma semana depois que as famílias estavam lá naquela situação.

Ontem vimos esse mesmo caos lá na região de Jardim Romano, Itaquaquecetuba. Não sei se está disponível. Eu queria pedir para mostrar um pouco da triste realidade da tarde de ontem.

 

* * *

 

- É feita a exibição de vídeo.

 

* * *

 

Pois bem. Salta aos olhos que falta investimento. Faltam 10 anos, caindo investimento, diminuindo, diminuindo, diminuindo. Por quê? Porque não é prioridade. O transporte sobre trilho, a Linha 12 Safira, ficou interditado ali na estação Manoel Feio, em Itaquaquecetuba, na divisa de São Paulo com a região do Alto Tietê.

Então a várzea do Tietê, o assoreamento do rio Tietê, a falta de investimento na questão do combate às enchentes, infelizmente tem causado esse transtorno para as famílias daquela região.

Então, para concluir, é preciso que o governador olhe para o povo de São Paulo. Ele é governador do estado de São Paulo. Então precisa olhar para problemas caóticos como esse, para a gente não perceber, não ver, não assistir cenas lamentáveis como essa.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, nobre deputado.

Convidamos agora o nobre deputado Major Mecca. (Pausa.) Nobre deputada Alessandra Monteiro. (Pausa.) Nobre deputado Sargento Neri. (Pausa.) Nobre deputado Coronel Telhada.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Srs. Deputados, presidente deputado Gilmaci, funcionários e assessores aqui presentes, as poucas pessoas aqui na galeria, sejam bem-vindas. Aos que nos assistem pela Rede Assembleia, saudações a todos.

Quero saudar a nossa Assessoria Policial Militar na figura da cabo Ana e do soldado Ferreira. Muito obrigado pelo trabalho diário dos senhores e senhoras.

Quero começar a minha fala hoje, terça-feira, dia 18 de fevereiro, saudando os municípios aniversariantes. Hoje temos vários municípios aniversariantes: Bady Bassit, lá na região de São José do Rio Preto; Cajamar, mandar um abraço a todos os amigos de Cajamar, em especial o pessoal da Guarda Civil Municipal, o Francisco e todo o pessoal da Guarda Municipal de Cajamar; Cândido Rodrigues; Cássia dos Coqueiros, Colômbia, Embu, Itapevi, Luiziânia, Pardinho, Peruíbe.

Quero mandar um abraço especial ao meu amigo Christian, de Peruíbe, que batalha muito pela cidade, e ao nosso amigo prefeito Luiz também. Um grande abraço a todos vocês de Peruíbe, em especial ao Christian e ao prefeito Luiz. Também lembrando os municípios de Sagres, Salmourão, Sarutaiá e Taguaí. Então, um abraço a todos os amigos e amigas dessas queridas cidades que hoje aniversariam.

Hoje, dia 18 de fevereiro, também é lembrado como Dia Internacional da Síndrome de Asperger, que é um tipo de autismo. É uma preocupação que todos devemos ter hoje.

Praticamente, o autismo tem sido detectado em quase todas as famílias e é uma coisa que preocupa a sociedade, apoiar as pessoas que têm esse tipo de síndrome e também as famílias que têm filhos e parentes com a síndrome do autismo e com a síndrome de Asperger.

Outra coisa importante de lembrar hoje: dia 18 de fevereiro é o Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo. É uma desgraça que se abate em muitas famílias, o problema do alcoolismo.

Homens e mulheres viciados em álcool, uma coisa terrível. Para que todos saibam, o álcool é uma droga como qualquer outra. É uma droga permitida. É permitida, mas é permissiva. Então, é uma droga tão ruim quanto qualquer outra das drogas que existem. Então, Dia Nacional do Combate ao Alcoolismo.

Queria lembrar também que a Polícia Militar está fazendo uma propaganda, um trabalho sério junto aos jovens sobre aquela brincadeira da rasteira. Faz essa propaganda hoje na internet dizendo que “Amigo é quem te carrega, não quem te derruba”.

Então, o pessoal está com uma brincadeira besta de um ficar passando rasteira no outro. Já teve morte até de crianças com referência a isso. Pessoas que batem a cabeça violentamente no chão e acabam tendo traumatismo craniano e chegando, inclusive, à morte. Então, a Polícia Militar tem feito esse programa: “Amigo é quem te carrega, não quem te derruba. Brincadeira sim, violência jamais!”.

Queria lembrar aqui também que o jornal “A Tribuna” lançou uma matéria esta semana falando sobre o 2º Baep, o 2º Batalhão de Ações Especiais de Polícia, lá na região de Santos. Diz o seguinte: “Batalhão da PM na Baixada Santista é um dos que mais mataram civis no estado em 2019”.

Acho interessante essa imprensa distorcida, essa imprensa criminosa, hipócrita, quando ela se refere a criminosos, a vagabundos, como civis. Dá a ideia de que a Polícia Militar... Quando você fala em civis...

Em uma guerra, quando morrem civis, e não os militares, são aqueles que não deveriam morrer. Então, a ideia do jornal é justamente jogar isso, que a PM mata civis, ou seja, que a PM mata inocentes. É só na cabeça de um débil mental de um jornalista desses para passar isso aqui. Aqui ele diz o seguinte: “O 2º Baep, em 2019, matou 30 vagabundos em ocorrências.”

Parabéns ao 2º Baep. Matou muito pouco. A Rota foi 104. E eu digo o seguinte: esses 30 mortos, não foi a polícia que os matou. Foram eles que se mataram. Eles saíram de casa armados, eles resolveram enfrentar a polícia e pediram esse resultado. A polícia não quer esse resultado, tanto que tivemos inúmeros policiais mortos este ano e também não queremos, de maneira alguma, o resultado morte.

Agora, quando o bandido sai armado de casa, enfrentando a polícia, ele tem que tomar tiro, sim. E tem que morrer, sim. Eu digo sempre aqui: se tiver que chorar a mãe de alguém, que chore a mãe do bandido, nunca a mãe do policial, nunca a mãe do trabalhador. A mãe do bandido.

Então, essa hipocrisia que “A Tribuna” fez aqui é simplesmente para vender jornal. Em termos bem claros, é uma cachorrada, é uma sacanagem. Porcaria de jornal. O pessoal do litoral precisa pensar bem antes de ler essas porcarias aqui.

Para finalizar, Sr. Presidente, hoje o jornal noticia, a imprensa noticia, a mídia notícia que o Toffoli derrubou a liminar que suspendia a tramitação do projeto da reforma da Previdência nesta Casa.

Quero dizer o seguinte... Até estão chamando todo mundo, correndo para estar todo mundo aqui na extraordinária de hoje para votar a Previdência.

Eu digo e repito: eu não me sinto confortável para votar essa Previdência da maneira que está. Não vou ser um dos autores do “arrebento” do funcionalismo público, porque não concordo com a maneira como está sendo feita essa Previdência.

Então, deixo bem claro: do jeito que está vindo a Previdência a esta Casa, não contem com o meu voto. Já deixo isso bem claro agora para depois não virem me encher o saco e falar que a gente não colabora, deixo bem clara a minha postura. Essa Previdência, do jeito que está vindo, é um “arrebento” para o funcionalismo público. Não contem com o meu voto.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, nobre deputado. Convidamos agora o nobre deputado Tenente Nascimento. (Pausa.) Deputado Alex de Madureira. (Pausa.) Deputado Douglas Garcia.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Sr. Presidente. Hoje, graças a Deus, eu consegui chegar a tempo, não precisei quase me acidentar descendo a escada para conseguir falar aqui hoje.

Senhores, gostaria de saudar todos aqui presentes, os colegas deputados estaduais, aqueles que estão presentes aqui na galeria da Assembleia Legislativa, os servidores que nos assistem aqui na Assembleia de São Paulo e também todos aqueles que nos assistem através da Rede Alesp.

Senhores, eu vim aqui hoje para fazer uma fala bem sucinta, curta, rebatendo o que foi dito ontem pelo deputado estadual Carlos Giannazi, quando acusou o governo Bolsonaro de causar improbidade administrativa com relação aos seus trabalhos ao serviço público federal.

Ele disse que Bolsonaro não vai realizar novos concursos públicos, e isso é mentira. Bolsonaro disse que o governo não pode ser irresponsável e abrir concursos desnecessários.

Entre não abrir concursos desnecessários e não realizar novos concursos públicos existe um mundo de diferença, que V. Exa., como professor, deveria saber. Faltou-lhe interpretação de texto, mas, vindo de alguém que defende Paulo Freire, eu não esperaria outra coisa que não seja um analfabetismo funcional absoluto.

Foi dito pelo governo o seguinte: não é tratar os concursos públicos como algo a ser travado, mas sim como um peso muito grande, e o serviço público no Brasil, de fato, é.

O serviço público no Brasil infelizmente tem um peso muito grande, mas sabem por quê? Vocês devem lembrar da promulgação da Constituinte, a quantidade de trens da alegria. Isso inchou os quadros. Se não fizer algo, atuais servidores vão ficar sem receber lá na frente, ou seja, o que o governo federal está fazendo é proteger os atuais servidores, para que eles possam continuar recebendo seu salário.

O senhor, como servidor público, deveria defender essas ações do governo, e não agir de forma irresponsável como tem agido, e não falar besteiras como tem falado, acusando o governo Bolsonaro de fazer coisas que o governo não está fazendo.

Pelo contrário, o governo está fazendo no sentido de defender os servidores públicos, e não de prejudicá-los. Então, não é travar concursos públicos, só os essenciais, essa que é a ideia.

Ele acusou também o governo Bolsonaro de transformar o Estado em um verdadeiro caos. Se hoje o Estado está com problemas, é graças a mais de 13 anos do Partido dos Trabalhadores, o PT, no Poder - que o PSOL, partido de V. Exa., apoiou -, que causou não só escândalos e escândalos de corrupção no nosso país, como quebrou o Estado.

A péssima administração pública do PT fez com que o presidente da República hoje tenha, sim, travado os concursos desnecessários, e não todos os concursos públicos.

Nós temos aqui a acusação de improbidade administrativa. Ora, improbidade administrativa, caro deputado Carlos Giannazi, é enriquecimento ilícito, é prejuízo ao erário ou ferir os Princípios da Administração Pública. O presidente Bolsonaro não cometeu nenhum dos três, e isso mostra que o senhor é um verdadeiro ignorante com relação a assuntos jurídicos, com relação ao direito.

Permita-me lembrá-lo de que ferir os Princípios da Administração Pública quem fez foi o senhor, no ano retrasado, quando tacou um microfone no braço de uma mulher, causando uma contusão no braço dela, que teve que ficar com o braço enfaixado.

Então o senhor não tem moral nenhuma para falar do presidente da República quando o senhor é o primeiro a causar aqui um ferimento aos Princípios da Administração Pública.

Diz que o Bolsonaro é contra o funcionalismo público, quando o nosso presidente é o que mais tem atuado para conseguir proteger o nosso Estado, é o que mais tem atuado para não fazer com que o Brasil quebre da mesma forma que quebrou durante o governo do Partido dos Trabalhadores.

E, antes disso, havia ofendido o ministro Abraham Weintraub, que entregou ontem 120 ônibus para o estado de São Paulo, totalizando mais de 300 ônibus escolares para a população que mais precisa, que são os estudantes mais carentes.

O nosso ministro Abraham Weintraub, através do governo Bolsonaro, trouxe 12,84% de aumento para os professores.  Esse é o maior aumento no salário dos professores da rede básica desde 2012.

Aquilo que Dilma não teve coragem de fazer o nosso presidente Jair Bolsonaro fez. Então, o Sr. Carlos Giannazi, antes de subir aqui para acusar o ministro Abraham Weintraub, faça um exercício de reflexão. O senhor diz muitas inverdades.

A realidade é que o PSOL não tem nada a oferecer para a Educação no nosso país que não seja um emburrecimento coletivo. O único objetivo do PSOL é fazer com que as nossas crianças, os nossos estudantes sejam verdadeiros idiotas, que saiam nas ruas defendendo parasitas, que saiam nas ruas defendendo pessoas que são corruptas, defendendo ditadores à lá aquele que governa a Coreia do Norte. O PSOL é um partido repugnante nesse sentido, porque defendeu abertamente, homenageando uma pessoa que é ditadora.

E só para concluir, Sr. Presidente, já disse aqui antes, digo novamente: o PSOL é um partido que precisa ser extinto urgentemente. O TSE não pode permitir que um partido desse exista, não só pela apologia direta à ditadura, como fez à Coreia do Norte, como também pelas inverdades que são ditas nessa tribuna, no Congresso Nacional ou onde quer que o PSOL esteja.

Quer fazer uma administração boa? Eleja um presidente, e não essa vergonha aí que vocês tentaram eleger, Guilherme Boulos, que conseguiu ter menos votos que o próprio Cabo Daciolo, uma figura completamente caricata.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado. Nesse momento, vamos passar à Lista Suplementar, convidando o nobre deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputada Professora Bebel Lula.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, nobre deputado que compõe a Mesa Diretora dos trabalhos. Cumprimento também a assessoria que senta à minha esquerda e a que senta à minha direita, público presente ainda nesse plenário e Sra. Deputada aqui à minha frente, que acabei de conhecer, a Alessandra; prazer. E cumprimento também todos que nos assistem através da Rede Alesp.

Eu até não gosto de falar quando uma pessoa não está presente, mas por algum momento o deputado Douglas vai ouvir minha opinião. O que vou expressar aqui é opinião, não é nada tacanho, nada que desrespeite a pessoa do deputado.

Mas eu quero dizer que eu defendo Paulo Freire e não sou analfabeta funcional. Eu acho que cada um defende o que acredita. Eu acredito na história do Paulo Freire, que tem um método revolucionário de alfabetização de adultos.

Esse método, diferentemente de outros métodos que tratavam a Educação como uma educação bancária... O que é a bancária? É aquela que deposita, deposita conhecimento, e depois vai no fim do mês e retira através de uma provinha.

Não. Paulo Freire dizia: “não, tem que ter consciência do que está por trás da palavra. A palavra mundo. Por detrás da palavra tem uma história”. Então, é importante entender a história do Paulo Freire.

Para além de qualquer posição política, ele trabalhou com pluralidade de ideias e concepções pedagógicas. E isso é rico na Educação, isso é necessário para que de fato nós tenhamos uma Educação emancipadora, uma Educação que realmente garanta a qualidade do ensino e que o estudante saia da escola com capacidade para exercer qualquer função, desde a mais nobre até a mais simples função. E o faça com capacidade política.

Quero me ater também à questão dessa coisa de ficar acusando os 13 anos do Partido dos Trabalhadores. Parece que tem um corte. E o antes, e o depois? Está perfeito? Não, não está perfeito.

Eu não estou aqui para atirar pedras, mas vou defender o legado do Partido dos Trabalhadores, que incluiu milhares de estudantes nas escolas através do ProUni. Aquele que garantiu o direito às empregadas domésticas, que agora foram duramente atacadas pelo ministro Paulo Guedes, quando ele disse que o dólar alto permitiria que as empregadas domésticas fossem para a Disney.

Olha, que baboseira. É um absurdo fazer uma comparação dessa. Eu acho que é algo que não se fala e não deve sair da boca de um ministro.

Então, quero dizer que está muito mal assessorado o atual presidente da República. Eu nunca lembro na história alguém que falasse tanta coisa, ministros que falassem tantas coisas assim que a gente não consegue entender por que é que falam da forma como falam.

Por último, e não menos importante, é claro, vou me ater à reforma da Previdência. Eu acredito que a derrubada da liminar, tanto a do deputado Emidio de Souza, como a impetrada pela Apeoesp, aquela que tratou dos conteúdos, aquela que está dizendo que não pode ter política de subsídio porque não vai valorizar funcionário público que, por exemplo, readaptados não poderão se aposentar, porque da forma como está a emenda, a Proposta de Emenda Constitucional 18 é isto.

E, que também quem for doente, o funcionário público doente, também não vai conseguir se aposentar. Então, como é que faz? Não vai fazer a discussão correta de por que nós, professores ou servidores públicos, ficam readaptados? Estão readaptados porque não têm condições de trabalho. Simples assim.

Porque, simplesmente, os professores convivem com mais de 40 alunos por sala de aula, têm tripla jornada, têm um salário abaixo do piso salarial profissional nacional, menos de 2.888 reais. Esse é o salário do professor por 40 horas semanais.

Se isso não for uma injustiça, eu não sei o que é injustiça.

Então, peço aqui e agradeço a todos os que me ouviram, e peço, sim, apoio. Vamos lutar contra essa reforma da Previdência. Ela vem em desencontro, vai contra os servidores públicos e os serviços públicos.

Não pode ser dessa forma, está atabalhoada, sem nenhuma discussão. Então, eu quero dizer que nós temos que fazer hoje. Esta Casa vai estar cheia de professores. Estaremos aqui de volta garantindo e acompanhando essa parafernália dessa reforma da Previdência, que, na verdade, é reforma administrativa. Não tem nada de previdenciário isso aí.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS – Muito obrigado, nobre deputada Professora Bebel Lula.

Convidamos agora o nobre deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Enio Lula Tatto. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputada Alessandra Monteiro.

 

A SRA. ALESSANDRA MONTEIRO – REDE – SEM REVISÃO DO ORADOR – Boa tarde a todos e a todas; deputados e colaboradores, sociedade civil presente aqui na Casa.

Presidente, venho chamar a atenção de uma agenda muito importante e causa dita como minha prioridade de trabalho durante esse mandato, que é o combate ao abuso infantil.

A agenda de Segurança Pública do estado de São Paulo precisa tratar o combate ao abuso infantil como uma prioridade, e prioridade zero na minha opinião. E, o que couber a mim, não vou medir esforços para chamar a atenção de todos os entes públicos, privados, sociedade e terceiro setor para que a criança seja nossa principal atenção quando a gente fala sobre abuso infantil.

Eu estou aqui com uma matéria na minha mão que foi publicada no dia 12 de fevereiro pelo jornal “El País” dizendo que no Capão Redondo as crianças têm 86 vezes mais risco de sofrerem abusos do que em qualquer outro distrito da cidade e do estado de São Paulo.

E, eu quero associar esse indicador, que é um indicador que foi publicado pelo Mapa da Desigualdade da Primeira Infância, responsável por ele a Rede Nossa São Paulo, essa segunda matéria publicada no dia 13 de fevereiro pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos com dados do Disque 100, que é o disque-denúncia para casos de abuso infantil.

Eu vou cantar, gritar, dançar, esse telefone para os quatro cantos, porque o dado registrado no ano de 2018 no relatório do Disque 100 é de um aumento superior a mais de 30% das denúncias de abuso infantil no período de festas do Carnaval.

Assim como em qualquer outra festa popular, grandes aglomerações exigem da Segurança Pública maior atenção. Exercício e esforço redobrado. Acontece que, quando a gente fala sobre crianças em espaço de ajuntamentos para festas populares, a gente precisa, muito mais vezes, alertar para o fato de que, qualquer que seja a situação que qualquer um de nós presencie em espaço público sobre crianças em situação de abuso, elas devem ser denunciadas. E o Disque 100, nesse momento, é uma ferramenta muito importante.

É inaceitável, inconcebível, que a gente viva em uma sociedade com toda a modernidade que a gente prega e vive, com tecnologia, com criação de novos empregos e outros tipos de exercício de profissão, a gente admitir, ainda, esse tipo de prática desumana na nossa sociedade.

É difícil falar, porque eu teria inúmeros exemplos aqui sobre situação de crianças que foram vítimas de abuso e que, quando a gente vê uma manchete, um vídeo, um post na internet ou a gente escuta alguém falar sobre o assunto, o ouvido dói, o coração aperta. Sim, porque é a maior crueldade que um ser humano pode cometer: abusar de um vulnerável.

Então, fica aqui o meu alerta à Secretaria de Segurança do Estado de São Paulo, principalmente pela agenda do Carnaval que acontece, com números que são espantosos neste ano, que economicamente são aplaudidos, mas fica o alerta de que as consequências da ausência de uma segurança pública bem organizada na rua pode repetir o aumento desse dado já registrado pelo Disque 100 sobre situações de abuso infantil devido a festividades e ajuntamentos de pessoas nas ruas.

Eu quero pedir para que as organizações da sociedade civil, que estão com suas campanhas, folhetos informativos, adesivos, todo tipo de pulseira, o alerta para que se possa compartilhar ainda mais essa ferramenta, para que as pessoas possam se mobilizar e denunciar.

Eu diria que esses dados, talvez, sejam ainda maiores, mas pelo fato de termos uma cultura pobre de denúncia no País, a gente ainda não consegue enxergar a real situação de abuso em que nossas crianças estão vulneráveis.

Depende só da gente fazer com que esse número seja real e que a pressão social e política para que políticas públicas, de fato, funcionem e a gente erradique todo tipo de abuso infantil e a gente viva em uma sociedade mais justa, onde a criança, de fato, possa crescer com a garantia de toda segurança que já lhe é assegurada desde o seu nascimento.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Convidamos, agora, o nobre deputado Frederico d’Avila.

 

O SR. FREDERICO D’AVILA - PSL - Sr. Presidente, convidados das galerias, demais colegas, venho aqui, hoje, para falar de um tema recorrente que falo aqui, que é a condição logística do estado de São Paulo.

Peço à mesa de som, fui esse final de semana à 36ª Festa da Uva, em São Miguel Arcanjo, na região sudoeste de São Paulo e, deputado Gilmaci, as estradas concessionadas são de excelente qualidade, Major Mecca, já as estradas estaduais, as SPs, vocês podem avaliar aí pelo tipo do vídeo.

 

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- É exibido vídeo.

 

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É isso aí. É a situação da SP-250, que liga o distrito do Gramadão a São Miguel Arcanjo. A situação é calamitosa, como os senhores podem ver. Não tem acostamento, o mato já cobriu lá, Major Mecca, todo o acostamento, e, enquanto o Governo do Estado vem aí...

O governador fica passeando muito para Singapura, para Dubai, para Emirados Árabes Unidos, para tudo quanto é lugar, dizendo que trouxe um bilhão daqui, 300 milhões dali, cinco bilhões de lá. Eu quero saber quando nós vamos reparar as estradas estaduais.

As estradas estaduais estão em uma verdadeira calamidade, e queria dizer aqui que essa nossa região é uma região de pequenos municípios em população e grandes municípios em termos de extensão territorial.

Portanto, as estradas são de grandes extensões. A SP-139 agora foi recapeada, mas fizeram só o trabalho de recapeamento. Ou seja, fizeram o recapeamento, mas não fizeram a parte de sinalização e de conservação dos acostamentos.

Da mesma forma, queria aqui aproveitar para dizer que, chegando a São Miguel Arcanjo, depois desse périplo pela SP-250, fiquei muito feliz, participei do show de prêmios para os agricultores lá, junto com o prefeito, meu amigo Paulo Oreia, com o secretário da Agricultura, Wesley, também grande amigo, e queria mandar aqui um abraço para o Piá, que é o presidente da Festa da Uva lá de São Miguel Arcanjo.

Também abraçar os queridos amigos da Vinícola São Rafael, que estão estabelecidos ali em São Miguel Arcanjo, e dizer que contem com nosso mandato no apoio da vitivinicultura, e também das demais culturas de frutas ali na região de São Miguel, Pilar do Sul, ali no sul e sudoeste do estado de São Paulo.

Continuando com a questão das rodovias, eu vou falar aqui. Acho que não sei, devo estar na trigésima semana já reclamando aqui, deputado Aprigio, da SP-258, que liga o município de Capão Bonito até Itararé, na divisa com o Paraná. É um absurdo verdadeiro. O deputado Gilmaci esteve lá recentemente, conversamos a respeito.

A estrada já é concessionada, está em boas condições, só que, pelo movimento, já passou da hora de ser duplicada. Já passou da hora de ser duplicada, todos os trevos são em nível, e existe um grande, altíssimo, nível de acidentes. Inclusive, eu queria deixar aqui claro, deputado Major Mecca, que a Artesp, Agência Reguladora dos Transportes, parece mais proteger as concessionárias do que os usuários.

Então, eu vou convocar aqui, vou pedir - inclusive contar com o apoio de mais deputados - para chamar a diretoria da Artesp aqui, para ver se eles estão do lado do usuário, deputada Bebel, ou do lado das concessionárias.

Não que as concessionárias não devam ter lucro com a sua atividade, mas uma coisa é você plantar funcionários da concessionária dentro de uma agência, que seria para regular, justamente, o serviço público. É uma verdadeira esculhambação. A mesma coisa acontece na Arsesp, que é a Agência Reguladora de Águas e Energia Elétrica.

Para finalizar, tem essa portaria do Daee, que eu venho falando há algum tempo já, nº 5578, de outubro de 2018, que é um verdadeiro escândalo, que, inclusive, não foi feita nesse governo, mas o governo atual não revogou, porque é um escândalo.

Foi feita no apagar das luzes do governo anterior, e essa portaria trata de regular, colocar hidrômetros em propriedades rurais, açudes, externas, represas, hidrômetros, como aqueles que o senhor tem na sua casa, deputado Aprigio.

Essa, deputado Paulo Lula Fiorilo, chegando agora, é a política do governo. Creio eu do governo do João Doria, porque ele não revogou. Porque colocar hidrômetro em propriedade rural? O hidrômetro da nossa casa custa 300 reais.

O hidrômetro para essa finalidade, que está especificado nessa portaria, que é um verdadeiro descalabro, um hidrômetro desse custa 4 mil reais, no mínimo. Agora quero saber: o coitado do produtor do cinturão verde, ou da região do Roquinho Barbiere, a 600 quilômetros daqui, que não tem nenhuma comunicação com a bacia do Tietê, do Alto Tietê, vai colocar um hidrômetro de 4 mil reais na sua propriedade rural, no mínimo? Porque já ouvi produtor falar que pagou 9 mil reais no hidrômetro.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Para concluir.

 

O SR. FREDERICO D’AVILA - PSL - Então, para concluir, depois no Grande Expediente eu coloco mais situações nesse sentido.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Muito obrigado, deputado.

Convidamos agora para fazer uso da palavra o deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Major Mecca.

 

O SR. MAJOR MECCA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nossos funcionários que nos dão suporte às nossas atividades, os nossos irmãos que se encontram na galeria.

Hoje pela manhã estive no bairro da Freguesia do Ó. É o bairro onde fui criado, ali na Vila Bancária. Os meus pais e a minha irmã ainda residem naquele bairro maravilhoso onde realmente me sinto em casa. Mas estive lá essa manhã e fui fiscalizar a Escola Estadual Pasquale Peccicacco. Essa escola, com as chuvas que ocorreram no início desse mês, teve problemas de estrutura.

A escola está interditada pela Defesa Civil, para proteção das crianças e professores, funcionários que lá trabalham. E acontece que essas crianças, 708 crianças do ensino fundamental da Escola Pasquale Peccicacco, foram remanejadas para a Escola Professor Augusto Ribeiro de Carvalho, Piqueri.

É bastante conhecido lá na Freguesia do Ó, próximo ao Jácomo Stávale, onde estudei, fiz o colegial. Conversei com a diretora da Escola Pasquale Peccicacco, a professora Maria da Penha, que está extremamente preocupada, trabalhando para que as crianças sejam o menos impactadas possível por conta desses problemas.

Conversei com o diretor Roberto Perassi, que é o diretor do Piqueri. Conversei com pais e mães que estavam presentes na Escola, em uma reunião da qual participei também.

Porque as aulas, para essas crianças, começarão amanhã. Junto com os pais, acompanhamos, fizemos uma verificação nas salas de aula onde essas crianças, a partir de amanhã, começarão a ter aula. Olhem os senhores a sala de aula que acondicionará por volta de 30 a 35 crianças de 9 a 10 anos. Por favor, coloca na tela.

 

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- É feita a exibição de fotos.

 

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Essa é a sala de aula da Escola Estadual Professor Augusto Ribeiro, Piqueri, lá na Freguesia. Estive hoje pela manhã. Pode passar.

Olhe as condições da estrutura dessa escola estadual.

Passa novamente, por favor.

Essa é a sala de aula, com fiação exposta, uma carteira do lado. Para uma criança sentar e estudar. Amanhã haverá criança nessa sala de aula, que foi remanejada do Peccicacco para o Piqueri por conta da interdição da Defesa Civil.

Os esforços dos diretores e dos professores nessa situação são grandes. Nós nos colocamos à disposição para auxiliá-los e para contribuir com o que for preciso para que as crianças, os professores e os pais sejam o menos impactados possível.

Para os pais já acaba sendo um transtorno, porque a distância de um colégio para o outro, o deslocamento, já causa um transtorno imenso.

Deputado Frederico d’Avila, o senhor falava das rodovias. Estão aí as escolas estaduais. Citei uma que reformamos no ano passado com auxílio da iniciativa privada, a Escola Estadual Alberto Schweitzer, no Itaim Paulista, extremo da zona leste. Está aí.

Sabe, deputado, a situação dos nossos quartéis também não é diferente. É que nossos policiais... Nós chamamos, professora, de “bater caneco”. Vamos ao depósito de material de construção, vamos à casa de tintas e o pessoal fornece para nós material de construção e tudo.

E nós conseguimos manter os nossos quartéis em situações dignas para que possamos utilizar. Na verdade, é isso que acontece. Em todas as rondas que fazemos, seja em delegacias... Que também estão abandonadas, com falta de estrutura, equipamento e pessoal.

E hoje nos deparamos com essa situação. Amanhã estaremos lá novamente para acompanhar esses pais no primeiro dia de aula, às sete horas da manhã. Às seis e meia, estaremos na porta da Escola Prof. Augusto Ribeiro para acompanhar todo esse processo, pedindo ao governo que se sensibilize e resolva o mais rápido possível o caos em que vivem as nossas crianças no estado de São Paulo.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, nobre deputado Major Mecca. Neste momento, não há mais tempo para a continuidade do nosso Pequeno Expediente. Vamos entrar no Grande Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Convidamos para fazer uso da palavra o nobre deputado Sargento Neri. (Pausa.) Por permuta, o nobre deputado Frederico d’Avila.

 

O SR. FREDERICO D’AVILA - PSL - Sr. Presidente, demais colegas, dando continuidade ao assunto que abordei no Pequeno Expediente, venho falar da Portaria do DAEE nº 5.578.

Isso aqui é um escárnio com o cidadão paulista. Quer colocar - imagine só, deputado Mecca - hidrômetros nas propriedades rurais. É um absurdo que o Departamento de Águas e Energia Elétrica não saiba que o estado de São Paulo tem bacias hídricas.

Logicamente ele sabe. Dos 44 milhões de paulistas, 30 milhões estão entre Santos, Região Metropolitana de Santos e Campinas. São 30 milhões de paulistas. E 14 milhões distribuídos pelo estado inteiro.

Então, não é possível que você coloque uma regra de distribuição e acesso à água igual para todos, sendo que a população não está igualmente distribuída por todo território do estado de São Paulo.

Vejam o absurdo! Aqui no seu Art. 2º, § 1º: “O usuário responderá pela conformidade da instalação, manutenção, aferição e calibração periódica dos equipamentos hidrométricos, inclusive quanto à segurança e inviolabilidade”.

Quer dizer, o estado quer que você meça a água que você mesmo reservou. Vejam o absurdo: se você, na sua residência aqui na Capital, fizer uma captação com calhas, colocar em uma cisterna, em uma caixa d’água na garagem ou subterrânea, colocar lá um reservatório de cinco mil, dois mil ou dez mil litros de água, o DAEE quer saber se você está usando a água que você mesmo reservou.

O agricultor faz um açude, o agricultor faz uma represa para manutenção de seus animais, para manutenção de sua granja, para irrigar sua lavoura, como tem muito aqui no entorno de São Paulo, na região de Ibiúna, Mogi das Cruzes e em todo o estado de São Paulo. Acabamos de falar aqui de São Miguel Arcanjo.

O DAEE, um iluminado sentado no ar condicionado lá no prédio do DAEE, emite uma... Isso aqui não sei nem quem escreveu. O então superintendente, na época, era o Sr. Francisco Eduardo Loducca. Infelizmente, aquele que está lá hoje não revogou isso.

Vejam só o §3º: “Os equipamentos hidrométricos devem ser efetuados, a calibração, pelo usuário, seguindo as especificações do fabricante e do Instituto Nacional de Metrologia, o Inmetro, ainda quando e com frequência solicitados pelo DAE, por meio de ofício emitido pelo diretor da bacia correspondente ao local do respectivo uso.

Artigo 3º - Quando por fiscalização, ocasião de fiscalização para verificação do cumprimento das condições de outorga, ou a sua dispensa e cumprimento dessa portaria relacionados a cada equipamento hidrométrico, o usuário deverá apresentar ao DAE nota fiscal, especificação dos equipamentos, certificação pelo Inmetro ou pelo ISO.”

E aqui segue uma série de burocracias nessa Portaria 5578, para perturbar, dificultar. E nós sabemos, no final desse capítulo, dessa questão de medição de recursos hídricos aqui, professora Bebel.

Isso aqui, no final, é como você colocar um taxímetro no seu carro particular. Isso aqui, no fim, é para o governo cobrar a água que a população está reservando para si própria.  Aqui no estado de São Paulo, diferente do Vale do São Francisco, na Bahia e Pernambuco, não conheço uma obra do Governo do Estado para levar água para agricultores ou para indústrias, o que acontece lá no Rio São Francisco: levou-se água através de canais de 20, 40 km, para as populações rurais.

Aqui no estado de São Paulo, eu desconheço. Se houver, eu gostaria muito que o governador João Doria me convidasse para conhecer. Mas como ele passeia muito para Cingapura, Emirados Árabes Unidos, Dubai etc. e tal, ele não deve conhecer o interior do estado de São Paulo.

Então, os usuários de recursos hídricos, que obtiverem a dispensa, terão um prazo de um ano para se adequarem aos termos estabelecidos nesta portaria, major Mecca. Ou seja, o senhor que tratou muito com bandido, o cidadão comum, produtor rural, industrial, é tratado como bandido; após um ano, ele é um bandido, ele está usurpando o recurso hídrico.

É um verdadeiro descalabro essa portaria do DAE. Exauridos todos os meus contatos junto à Secretaria do Meio Ambiente e o DAE, eu tive, como último recurso, recorrer ao vice-governador Rodrigo Garcia que, na verdade, é o governador de fato -  ele é um homem do interior, sabe dessas preocupações do produtor rural -, para ver se ele consegue - com certeza ele tem força para ordenar - que essa portaria seja ou revogada ou adequada, major Mecca, de forma que onde existe maior população, e o recurso hídrico é mais escasso, haja uma regulação por área, e não jogando uma regra geral para todo o estado de São Paulo, onde a população, como eu disse, é dividida não de maneira equânime por todo o território.

Então, espero que o vice-governador, que na verdade é o governador Rodrigo Garcia, consiga fazer com que essa portaria seja revogada, e feita uma portaria que se adeque a cada bacia hídrica do estado de São Paulo.

Porque isso aqui não é do governo atual, é do governo anterior. Mas o governo anterior também, o governador de então, estava mais preocupado com o litoral, com a sua região, do que com a agricultura do estado de São Paulo, como bem exaltou aqui hoje o deputado Fiorilo, que esteve lá na minha região, e viu quanto o pinus e a goma resina empregam de pessoas.

Inclusive, queria contar com o senhor, apesar das nossas diferenças ideológicas.  Eu vou propor um projeto de lei aqui, já vou adiantar, que limita a plantação de eucaliptos no estado de São Paulo, por percentual de área agricultável.

Por quê? Porque o eucalipto é vida bandida. Como é vida bandida?  Ele fica lá seis anos, não dá um emprego. E aí, quando ele é cortado e levado para as empresas de celulose e papel, o ICMS vai no município onde é a sede da indústria, ou seja, aí fica rico Luiz Antônio, Jacareí, Suzano, onde é processado.

E para lá, como bem o senhor disse, o que sobra? Estradas destruídas pelas empresas. O estado tem que depois reformar essas estradas que, na sua maioria são estradas vicinais, os prefeitos não têm condição de recuperar essas estradas.

E você não gera nenhum emprego na região, porque hoje como é que acontece a colheita do eucalipto? Nada aqui tem a ver com a questão de uso e ocupação do solo, mas nós temos que limitar o percentual.

Quanto ao pinos - a que o senhor se referiu muito bem aqui -, à laranja, a outras atividades de culturas permanentes, elas dão emprego. No caso do pinos, que nem o senhor foi a uma região montanhosa, o senhor pode até colocar...

Eu sei que o senhor é um homem estudioso. Numa área plana, você põe um homem para cada 12 mil árvores; nas áreas mais dobradas, como o senhor foi lá, é um homem para cada oito mil árvores, deputado Gilmaci. Então, gera emprego, gera renda.

A goma resina é super importante. O Brasil é o segundo maior produtor mundial de goma resina. E São Paulo, dentro do Brasil, produz 78% da goma resina produzida no Brasil. E nós precisamos limitar a questão do eucalipto nos municípios, pois na nossa região as extensões dos eucaliptais tomam três, quatro municípios, como no meu caso.

Ali, eu tenho uma fazenda vizinha que começa no município de Capão Bonito, de uma mesma empresa, e termina no município de Itararé, a 90 quilômetros de distância. Não é exatamente a mesma propriedade, mas é da mesma companhia.

Ou seja, você cria um deserto de empregos. A população está cercada de riqueza, mas que vai ser processada no município a 300, 400 quilômetros dali, e o ICMS gerado vai cair só ali, Major Mecca; só vai cair ali onde é a sede da indústria.

Eu defendo que onde existem indústrias instaladas pode plantar toda a área se for o caso, e os municípios circunvizinhos. A gente tem que ter esse bom senso, mas não é possível que a riqueza de um seja em detrimento da pobreza de outros.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, nobre deputado Frederico d'Avila.

Dando continuidade ao nosso Grande Expediente, convidamos o deputado Coronel Telhada. (Pausa.) Deputado Vinícius Camarinha. (Pausa.) Deputado Major Mecca. Não vai fazer uso da palavra. Deputado Alex de Madureira. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Castello Branco. (Pausa.) Por permuta, deputado Paulo Lula Fiorilo.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público presente, telespectadores da TV Alesp, assessorias das bancadas. Quero retomar agora essa discussão do Alto Vale.

Eu sei que o deputado Frederico, que é da região, vai precisar fazer uma reunião com o deputado Mecca, mas eu vou aqui fazer uma discussão do que eu acho... E eu tenho certeza de que talvez, mesmo tendo divergências ideológicas, nós possamos ter consenso naquilo que ajuda o estado, ajuda a região.

Durante 24 anos, ou na maioria dos últimos 24 anos, esse Estado tem sido governado pelo PSDB, com Covas, Alckmin, Serra e agora Doria. Em pequenos intervalos, o DEM e o PSB tiveram participação no governo. E quando nós olhamos para essa região do Alto Vale ou do Vale do Ribeira, nós ficamos preocupados. Porque se em 24 anos não foi possível um olhar apurado para melhorar a situação da região, será que em três ou quatro esse governo vai fazer mudanças? Eu tenho dúvidas.

E eu vou dizer por que, deputado Frederico. Primeiro, queria os dados do IDH. O senhor conhece melhor que eu a região. O IDH do estado de São Paulo, de 2010, é 0,783. O pior IDH da região é Ribeirão Branco, com 0,639. Barra do Chapéu, 0,660; Bom Sucesso e Itararé, 0,660; Guapiara, 0,675; Ribeira, 0,698. O que melhora é Capão Bonito. Por quê? Porque está mais em cima, está mais próximo: 0,721.

Bom, o governador, então, lançou o Vale do Futuro, com um olhar para aquela região, porque é a região mais carente. Eu acho que é uma visão míope, e eu queria dialogar com o senhor. Míope por quê? Ele olhou o Vale Baixo, não olhou o Vale Alto.

Ele fala de Eldorado, de Registro, mas ele não fala de Itaoca, de Itapirapuã, onde estão encrustadas cidades que têm uma dificuldade grande. O senhor deu um exemplo da 250. Eu podia dar outros exemplos. E, eu vou mostrar aqui, por exemplo, a 249.

Mas, eu queria começar mostrando aqui os dados do Orçamento. Se o governador diz que quer o vale do futuro, como é possível, deputados Frederico d’Avila, Major Mecca, que o Orçamento da região de Itapeva tenha sido 3,5 menor se comparado com 2018?

Como é possível que o Orçamento da região de Registro, que é a parte do vale Baixo, tenha um aumento de 2,5%, mas é o menor valor nominal para as regiões administrativas; 0,513 milhões. É o menor.

Então, tem uma coisa equivocada, o discurso e a prática. O discurso diz: “Vale do Futuro”. A prática diz: o Vale vai continuar do passado. E, onde está o problema com o Vale, que o deputado já falou aqui e eu vou aproveitar para mostrar?

Vamos mostrar a questão da mobilidade. Dá uma olhada, deputado Frederico d’Avila, que conhece bem a região.

 

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- É feita a exibição de fotografias.

 

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O SR. PAULO LULA FIORILO - PT – Essa é a estrada, é a SP-249, que liga Apiaí a Ribeirão Branco. Reparem a situação da estrada. Não era um dia de chuva, era um dia de sol.

Tem uma pedra no meio do caminho. Aliás, não é uma pedra qualquer. Tem uma montanha no meio do caminho. As pessoas trafegam aqui a 10 quilômetros por hora. Vamos ver a outra foto.

Essa é a situação de uma estrada, a estrada que liga Apiaí a Ribeirão Branco. O deputado fez referência a outra estrada. Mas, não são só essas. Se a gente olhar a estrada de Apiaí a Itaoca, ela tem trechos que são intransitáveis. E, eu não fui numa época de chuva, está seco.

Se é verdade que o Vale é importante, por que nós não temos estradas vicinais de qualidade? Sabe qual é o problema? Escoar a produção. Os caminhões que passam vão destruindo as estradas vicinais. As prefeituras são incapazes de melhorar uma estrada como essa.

Essa estrada está parada desde 2013, e não há perspectiva de continuidade. Um outro problema grave é a questão da telecomunicação. E, a gente tem discutido com a Vivo, com a Tim.

Você vai à região e, às vezes, não têm sinais, não tem comunicação, você perde o contato com as outras pessoas. Não tem nem para telefonia móvel, nem para transmissão de dados. Problema gravíssimo.

O governador poderia ajudar? Claro que poderia. Existem projetos em outros estados em que houve redução de ICMS para as empresas que instalassem torres nessas áreas.

Sabem por que elas não estavam? Porque tem poucos moradores. Mas, tem gente que mora lá e que precisa, porque vive, produz, produz a riqueza do País. Então, nós precisamos ter um outro olhar.

Deputado, eu vou permitir um aparte.

 

O SR. FREDERICO D'AVILA - PSL – COM ASSENTIMENTO DO ORADOR – Se o senhor me permitir, a questão das vicinais, rapidamente.

Só para deixar claro o que o senhor está falando, deputado Fiorilo. Na verdade, o manual de confecção das vicinais até hoje é da década de 60, aonde o caminhão mais pesado que tinha era aqueles F-14000.

Então, é óbvio que não vai aguentar a carga que nós temos hoje. Então, é isso, é a realidade da nossa região. Parabéns pela visita.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT – Obrigado, deputado.

Bom, eu queria continuar. Eu falei, então, das estradas, falei. E, essas estradas, e essa, em especial, o deputado sabe, é a estrada que leva para hospitais, universidades. As pessoas usam todos os dias. Nós não estamos falando de uma estrada que não tem utilidade, que não tem uso.

Isso impacta na questão da produção, mas impacta na questão do turismo. Então, eu queria mostrar para vocês, para quem não conhece. Isso aqui é a cascatinha de Apiaí. Eu não sei se o deputado Frederico já esteve lá, mas é uma área de lazer pouco explorada ainda.

Eu queria mostrar outra foto, a Cachoeira da Mafalda, que também ela tem um acesso difícil, mas a beleza é impressionante. Nós estamos falando do estado de São Paulo. Eu não estou falando do Cachoeiro do Itapemirim, eu não estou falando da Disney: eu estou falando do estado de São Paulo, eu estou falando de Apiaí, a 370 quilômetros da cidade de São Paulo.

Vamos ver se tem outra. Esse aqui é o mirante, o Morro do Ouro, lá em Apiaí. Pena, pena, deputado, que uma parte, a parte esquerda desse mirante, foi queimada. Não pegou fogo porque alguém pôs fogo lá, e queimou só a parte de cima. Não queimou o mato, queimou a plataforma.

Eu tive a oportunidade de ir lá, de fazer a visita, gravar e tirar fotos. Pensem em uma coisa que é impressionante. Agora, qual é o problema: falta sinalização, falta infraestrutura, falta divulgação, falta acesso. Esse é o grande problema da região. Podemos seguir com a outra foto.

Aqui é o transporte de calcário, que é feito entre Itaóca e Apiaí, onde tem uma fábrica que produz cimento. Aliás, Apiaí, além da fábrica de cimento, tem uma outra fábrica de resina, grande, que produz, também, empregos e gera renda. Vamos seguir.

A próxima foto, bom, aqui é o que eu tinha dito no Pequeno Expediente. Itaóca, queria deixar o convite aos deputados, ao deputado, presidente Cauê, esse café da manhã foi servido na prefeitura de Itaóca pelo prefeito Frederico.

São produtos que as mulheres trabalhadoras produzem, aquele primeiro é um pastel de palmito, depois tinha caldo de cana, pamonha com torresmo, eles produziram para agregar valores e eu quero - já faço o convite -, no próximo dia 16, queria inclusive que o senhor pudesse abrir o evento, vamos trazer quatro consulados para poder dialogar com os municípios a possibilidade de empresas estrangeiras se instalarem nesses municípios. E vamos oferecer, aos cônsules, esse café que é feito lá em Itaóca, por mulheres trabalhadoras da roça.

Podemos seguir para o próximo slide, acho que esse é o último. Depois tem um vídeo, que eu vou deixar para o final, mas eu queria dizer que é possível melhorar aquela região. Por exemplo, o PPais - que é recurso do Governo do Estado, porque o PAA o governo federal cortou - pode ser utilizado para favorecer e fortalecer o trabalhador rural com a agricultura familiar.

Infelizmente, a gente ainda não vê, em especial na Educação, apesar do esforço e do diálogo que temos feito com o secretário.

Os programas para a região, em especial o Vale do Futuro, que o deputado Cauê dialogou comigo lá atrás, pode ser, sim, um programa importante, mas ele precisa olhar o Vale como um todo e, infelizmente, o Alto Vale continua distante do futuro.

Os cursos estão sendo oferecidos, eu estive em Apiaí e tinha um curso do Sebrae, mas não basta, é preciso olhar essa realidade.

E queria terminar com um convite: quem não conhece, podia dar uma olhada no que eles chamam lá de fervedouro. O fervedouro, já teve matéria, inclusive, é uma área de minas e vocês vão olhar que, quando as pessoas batem palmas ou falam mais alto, a mina reage.

Se os deputados daqui não conhecem, sugiro que façam uma visita para conhecer o que eles chamam de fervedouro. Está na estrada, antes de se chegar em Apiaí, e é uma região belíssima, que vale a pena conhecer de perto.

Deixo o convite para, no próximo dia 16, esse workshop de desenvolvimento com os quatro consulados aqui na Assembleia.

Muito obrigado, presidente. Está feito o convite, espero que o deputado Frederico possa ser o anfitrião dessa visita aos deputados que querem conhecer a região.

Muito obrigado.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Cauê Macris.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, antes de continuar os oradores inscritos, quero fazer a leitura das exposições finais de duas decisões que foram proferidas hoje pelo ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal, a respeito da suspensão da tramitação da PEC da Previdência, enviada pelo governador João Doria.

Primeiro da suspensão das seguranças, 5.340, São Paulo, feito e publicado no sítio digital do Supremo Tribunal Federal. O final é: “Ante o exposto” Ele faz a exposição dos motivos, “defiro a liminar para suspender a execução da decisão unipessoal proferida pelo relator do Mandado de Segurança nº 22733599/90, de 2019.8.26.0000 em trâmite no Tribunal de Justiça de São Paulo, a qual impediu a tramitação da PEC 18, de 2019.”.

Esse Mandato de Segurança tinha sido feito pelo deputado Emidio Pereira de Souza. E também a decisão do ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal, nº 5.351.

Essa decisão em relação a um pedido de liminar do Tribunal de Justiça, feito pelo Sindicato dos Professores de Ensino oficial do estado de São Paulo, leio também as conclusões do ministro: “Ante o exposto, defiro a liminar para suspender a execução da decisão unipessoal proferida pelo relator do Mandado de Segurança nº 2275735/60.2019.8.15.0000, em trâmite no Tribunal de Justiça do estado de São Paulo, o qual impediu a regular tramitação da PEC nº18, de 2019.”

Ou seja, ambas liminares proferidas pelo Tribunal de Justiça, foram derrubadas pelo presidente do Supremo Tribunal Federal. Diante disso, faço uma convocação.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma sessão extraordinária, a realizar-se hoje, 10 minutos após o término da presente sessão, ou às 19 horas, caso a sessão não atinja o seu tempo limite, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

Discussão e votação em primeiro turno da Proposta de Emenda à Constituição nº 18, de 2019, de autoria do Sr. Governador, que modifica o regime próprio da Previdência Social dos servidores públicos titulares a cargos efetivos do estado, e dá outras providências.

 Feito isso, convido o nobre deputado Daniel José para ir à tribuna. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Tenente Coimbra. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputada Márcia Lia. Abre mão. Deputado Teonilio Barba Lula. Tem a palavra V. Exa. pelo tempo regulamentar.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, público que nos acompanha pela TV Rede Alesp, público que nos acompanha aqui no plenário, imprensa aqui presente, vamos retomar hoje o debate da PEC 18 que, felizmente, para o presidente desta Casa, que tinha tomado uma atitude de reizinho, e aí agora ratificada a posição de regime dele, numa posição monocrática do ministro presidente do STF, Dias Toffoli.

Então, hoje, a partir das 19 horas, nós vamos fazer esse debate. Vai ser um debate importante, ainda vamos ter um período de mobilização daqui até quinta-feira, para convocar trabalhadores da Educação, da Saúde, assistentes sociais, médicos, psicólogos, policiais civis.

Tem aí um método de votação que vai ser colocado, apresentado pelo Carlão, que, como teve informação muito rápida, ele já tinha gente na fila pela manhã para protocolar o método de votação.

Vai ser um debate interessante, embora não tenha mais debate sobre o tema. A discussão sobre a PEC está esgotada. O que vai restar é encaminhamento e obstrução. Então, eu quero, desde já, convocar os deputados. Nós terminamos no final do ano o intenso debate sobre essa PEC. Um intenso debate, um debate muito pesado.

A deputada Alessandra Monteiro não estava aqui, mas está chegando agora, substituindo a nobre deputada Marina Helou, que goza da sua justa licença-maternidade. Vamos desejar toda sorte para ela e para você também, deputada Alessandra.

Mas o debate da Reforma da Previdência apresentada pelo João Doria aqui no estado de São Paulo, até agora, ele está totalmente diferente da reforma da Previdência que foi aprovada para os servidores públicos lá em Brasília. A de Brasília eu já era contra, você imagina a daqui. Nós vamos continuar trabalhando contra.

Mas você deve estar feliz, Cauê. Vocês foram eficientes para defender a posição que você estabeleceu nesta Casa, com o excremento do relator especial que houve para os dois casos, tanto o do PLC quanto o da PEC. O PLC agora tem uma decisão proferida; aliás, assinada por mim e pelo deputado Emidio, uma, outra por mim e pelo deputado Paulo Fiorilo, que é exatamente para que os dois projetos não possam andar de maneira concomitante, sendo votados em tempos diferentes e debatidos em tempos diferentes.

Então nós vamos precisar, deputado Agente Danilo Balas, dar uma rearticulada nos deputados para que o governo não atinja hoje os 57 votos que ele precisa, e nem amanhã. E o líder do governo precisa escrever o que ele fala que vai mudar, porque ele não escreve, não está escrito em lugar nenhum. “Olha, para a Polícia Civil, nós vamos mudar...”, mas não está escrito, não está escrito.

Aliás, no Colégio de Líderes, ele não quis nem falar como é que vai ser o método de votação que ele vai apresentar, porque, mais uma vez, ele vai sair trabalhando, tentando fazer pressão em cima da base aliada e de outros deputados para poder obter os 57 votos.

A primeira parte da minha fala era isso, e dizia... Infelizmente o senhor perdeu um pouco a atenção, mas deve estar feliz, porque a posição que o senhor adotou - de usar da excrecência do relator especial - é regimental, cabe esse instrumento. Não é o deputado que virou o relator especial que é uma excrecência, é o instrumento.

Toda vez que eu afirmei isto aqui, eu sempre procurei preservar a figura do deputado. O senhor é testemunha disso, mas deve estar muito feliz, porque prevaleceu a posição de reizinho do deputado presidente desta Casa, Cauê Macris, que deixou de ser presidente da Casa para atender só o pedido do governador João Doria. Ele e o líder do governo, só a mando do governo João Doria.

Este debate nós vamos retomar - e fazê-lo aqui -, mas eu queria falar de uma outra coisa agora, que é sobre a cidade de São Bernardo. Nós obtivemos, no dia 17/02, a absolvição do nosso ex-prefeito de São Bernardo de uma denúncia feita pelo Ministério Público, uma denúncia nefasta do Ministério Público, como tem sempre feito com prefeitos do PT, ou prefeitos do PCdoB, ou dirigentes - nós da esquerda. O Ministério Público tem adotado essa postura sempre nefasta.

E agora um juiz da 3ª Vara de São Bernardo acabou reconhecendo a inexistência de crime. Não é a falta de prova, como mal intencionadamente publicou o Diário do Grande ABC; na verdade, ficou provada a inexistência de crime.

Uma coisa é quando falta prova - a deputada Janaina, que é uma jurista, sabe bem disso -, outra é quando existe a inexistência de crime, é uma outra coisa, e foi comprovada a inexistência de crime do ex-prefeito Luiz Marinho, nosso pré-candidato a prefeito de São Bernardo do Campo. Não só dele, mas também de seu secretariado e parte da diretoria que o acompanhava nesse projeto.

Então foram quase dois anos de processo, de trabalho que o Ministério Público Federal tenta fazer, perseguindo de maneira nefasta o Partido dos Trabalhadores. A sentença foi... Lógico que cabe recurso, o Ministério Público Federal pode fazer o recurso ainda, pode recorrer, mas é uma decisão importante.

Por quê? O prefeito Luiz Marinho, presidente Cauê Macris, entre todos os prefeitos do Brasil, é um prefeito que, nos dois mandatos, teve os oito anos de contas dele aprovados pelo Tribunal de Contas do estado de São Paulo.

São casos raros, porque todo o nosso governo foi executado, e as obras, as construções, os programas, os investimentos, tudo foi feito com o quê? Com uma coisa que a gente chama de orçamento participativo.

O que é isso? Lá na cidade, aconteciam 20, 25 plenárias regionais, e as plenárias definiam - com a participação democrática do povo - qual era o investimento número um, número dois, número três.

A gente fazia isso por regiões. Além de aplicar o orçamento dessa maneira, a gente voltava para fazer a devolutiva e conversar com o povo. Lá ele respondia 40 a 50 perguntas. Plenárias que iam até 11 horas, meia noite, participei de várias. Então, é um método nosso de governar. Ele governou muito bem e com muito sucesso.

A cidade de São Bernardo do Campo era uma cidade alegre. Hoje é uma cidade que está bastante abandonada. O prefeito Orlando Morando, única obra que ele conseguiu realizar na cidade, de projeto dele, foi uma obra do Bom Prato, perto do Paço Municipal.

É uma obra do Bom Prato para os ricos poderem comer. Porque o cara que mora na periferia, se ele tiver que tomar dois ônibus, custa 10 reais duas passagens e ele não vai ali naquele Bom Prato comer.

Então, quem está ali próximo do Paço Municipal, perto da Prefeitura, se quiser: “Vou lá, vou comer no Bom Prato. É uma comida boa” Mas não foi feito um restaurante Bom Prato na periferia. É verdade que acaba atendendo moradores de rua, uma parte de pessoas que têm vulnerabilidade social.

O restante das obras que ele tem entregado na cidade, que ele tem contratado, são as obras que o Luiz Marinho deixou contratado. Hospital de Urgência e emergência, Corredor Leste-Oeste, tudo ficou contratado, contratos de 10 a 15 anos, são contratos de médio e longo prazo.

Você executa a obra e tem 10 a 15 anos para pagar porque nenhum prefeito, nenhuma cidade tem a capacidade de fazer o investimento e ir pagando ele à vista. Então, você faz as contratações com o Bird, com o BID, com outras instituições como o BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.

Então, quero parabenizar o meu amigo e companheiro, com quem trabalhei na Volkswagen, o prefeito Luzi Marinho, por essa vitória de ontem. Com certeza vamos trabalhar para ter outras vitórias.

Mas são vitórias mais importantes, que é a da disputa da cidade de São Bernardo do Campo, a disputa do ABC, a disputa das prefeituras do estado de São Paulo. Porque o PT não vai ficar fora de nenhuma disputa, para defender os interesses da classe trabalhadora.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Barba, só fazer uma consideração a respeito da fala de V. Exa. sobre a questão da Previdência. Entendo, V. Exa. faz todos os adjetivos em relação à minha posição.

Primeiro que nunca escondi a minha posição favorável à discussão de reformas estruturantes do estado de São Paulo. Muito menos, reformas importantes, que possam garantir recursos para os nossos 45 milhões de habitantes.

E eu sempre disse claramente que a Previdência não é uma obrigação só do governo e do Poder Executivo. A Previdência é uma responsabilidade de discussão do Poder Legislativo.

Inclusive, entendo que a posição do ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal, quando cassa as liminares suspendendo o trâmite legislativo, é mais uma demonstração do respeito que o Poder Judiciário tem com o Poder Legislativo do Estado. Afinal, é nossa competência o processo legislativo. Mais do que isso: é a reafirmação, por parte do sistema judiciário, de respeito à condução do Regimento Interno.

Este presidente jamais deixou de seguir à risca aquilo que o Regimento Interno da Casa diz. É claro que, você ter divergências a respeito do mérito, é plenamente plausível. Afinal, estamos no Parlamento. Mas o Regimento Interno sempre foi cumprido à risca.

Então quero, inclusive, parabenizar o Poder Judiciário por essa demonstração de respeito institucional que existe entre os poderes, seja ele Poder Executivo, seja ele Poder Legislativo, seja ele Poder Judiciário.

Nunca escondi de ninguém que a pauta mais importante que a Assembleia Legislativa tinha de debate, tanto no ano passado como este ano, é a discussão da Previdência.

Quando temos um rombo anual de 34 bilhões de reais frente ao maior gasto da maior secretaria, que é a Educação, de 33 bilhões de reais - ou seja, se gasta mais com o déficit previdenciário do que se gasta com a Educação no estado de São Paulo, que é a pasta que gasta mais recursos - não temos como deixar, no mínimo, de enfrentar essa discussão.

Então, só quero fazer essa consideração a Vossa Excelência. Não estou aqui para fazer debate. Ouvi V. Exa. e estou fazendo essa consideração a respeito disso. E o rito aqui é responsabilidade do Parlamento. A mudança constitucional quem faz são 57 parlamentares. Não é este presidente. O que temos que fazer é com que a gente tenha direito de fazer um debate que é extremamente importante.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, reconheço que usei bastante o adjetivo do “reizinho” em função de um instrumento desta Casa que questiono e que, aliás, foi um compromisso e um debate da sua recondução à Presidência desta Casa.

Eu pautei isso com o senhor na bancada do Partido dos Trabalhadores; o senhor está lembrado disso. O senhor prometeu. O senhor não falou que não iria mais utilizar, mas se comprometeu o máximo possível a não utilizar desse instrumento, que é o relator especial.

Em nenhum momento eu lhe fiz ataques do ponto de vista de desqualificá-lo. Tomou uma posição que é uma posição meio imperativa, uma posição monocrática. Você tomou, acabou. E o senhor me avisou que iria fazer isso.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Prevista no Regimento.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Prevista no Regimento.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Perfeito.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - E toda vez que debati isso eu disse que estava previsto no Regimento. Eu sempre fui muito claro para não restarem dúvidas, para mostrar que o senhor não estava cometendo nenhum ato ilícito.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Perfeito, deputado.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - O tempo todo eu mostrei isso. O debate sobre a reforma nós vamos fazer. Vamos ver se vocês nos derrotam, mas vamos continuar debatendo e vamos ser muito duros nesse debate, porque tem deputado aqui que não aguenta pressão. E a pressão do povo vai ser boa.

Hoje, estamos com isso aqui vazio. Amanhã não será assim. Amanhã não será assim. Amanhã, com certeza... Nós fomos pegos de calças curtas. Imaginávamos que iria acontecer, só não imaginávamos que seria depois do Carnaval. Então, já fizeram na semana pré-Carnaval, então nos pegou de surpresa. Mas no restante...

Aliás, quero até parabenizar o senhor, porque hoje o senhor até abriu para receber a imprensa, o Colégio de Líderes. Está até disposto a falar com a imprensa.

 Durante um período, o senhor ficou calado e não respondeu à imprensa sobre o tema. Falamos um dia, em que deu as confusões, e depois a gente parou. Mas quero parabenizar o senhor por isso.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência está sendo injusto. Isso não é verdade, deputado Barba.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Isso não muda a nossa posição de oposição.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência está sendo injusto. Só lembrando que todas as vezes em que qualquer emissora de televisão pede para que possam ser tomadas imagens, sempre é autorizado.

Nunca neguei que tomassem imagens do Colégio de Líderes. Se não tem emissoras de televisão tomando imagens do Colégio de Líderes é porque não existe...

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Não, eu não falei da imagem.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Eu ouvi V. Exa. e agora V. Exa., pelo princípio do bom andamento, deve me ouvir também, está certo? Da mesma maneira como sempre abri o Colégio de Líderes, eu sempre respondi à imprensa. Nunca deixei de ter qualquer tipo de resposta à imprensa sobre o processo.

O que não podemos fazer... E aí V. Exa. perdoe qualquer posição minha, mas, entre a posição do povo de São Paulo versus qualquer outra coisa, sempre vou ficar com o povo de São Paulo. E entendo que a reforma da Previdência é fundamental para 45 milhões de habitantes. Temos que fazer e encarar...

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - De quanto é o déficit, presidente?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Eu escutei Vossa Excelência...

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Eu fiz uma pergunta. O senhor falou do déficit. De quanto é o déficit?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O déficit previdenciário? Em torno de 34 bilhões. Anual. Trinta e quatro bilhões. Anual. Então, é maior inclusive do que o maior orçamento, que é de 32 bilhões. Agora, não estou dizendo aqui...

E eu tenho a minha posição. Inclusive já disse aos líderes que quero votar no processo da reforma da Previdência para deixar clara a minha posição de mérito em relação a isso.

Mas entendo e respeito a posição democrática do plenário, onde a maioria do quórum qualificado de aprovação de um projeto de emenda constitucional tem que aprovar. E se não aprovada ou se rejeitada, vamos respeitar a posição da população de São Paulo.

O que não podemos - a meu ver - é, primeiro, não enfrentarmos esse debate. Segundo: a maneira como foi conduzido esse processo, de judicialização de ações previstas no Regimento. Em momento nenhum este presidente deixou de cumprir o Regimento Interno e a prova disso é a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal, cassando os pedidos de liminar.

Uma prova concreta e clara. Deixa claro em sua decisão, inclusive, que, de maneira nenhuma, foi desrespeitado o Regimento Interno.

Agora, se algum deputado questiona figuras do Regimento Interno, seja do ponto de vista constitucional, seja do ponto de vista de mérito, é um direito de cada parlamentar, e nós vamos fazer o enfrentamento dessa discussão numa boa. Então, só para deixar clara essa posição, enquanto ocupar esta cadeira de presidente da Assembleia - por sinal com seu voto, e sou muito grato a V. Exa. -, eu sempre tomarei as posições que julgo - e pode não ser a mesma decisão de V. Exa. -, importantes ao povo de São Paulo.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, quando V. Exa. e outros deputados aqui falam do rombo das contas do governo, do rombo da Previdência, eu fico extremamente chateada, chocada, porque esse rombo foi perpetuado no estado de São Paulo pelos governos que vêm se sucedendo há anos e anos e anos, governos do PSDB.

Esse rombo existe por má gestão, e a gente sabe de tudo que aconteceu na questão do Metrô, na questão da CPTM, na questão da Simens, na questão dos acordos e na questão também - que a gente sabe e não consegue aprofundar o debate nesta Casa - das isenções que são feitas por esse governo. Portanto, o Governo do Estado de São Paulo está com essas dificuldades todas por conta da má gestão do governo do PSDB.

Quando V. Exa. diz aqui - e eu fico também chocada - que 45 milhões de pessoas do estado de São Paulo estão a favor, não é verdade.

Não é verdade que as pessoas estão a favor dessa reforma da Previdência do estado de São Paulo. Se V. Exa. pedir para que se faça uma pesquisa, vai verificar que o povo de São Paulo acha extremamente prejudicial aos servidores toda a maldade que está embutida nessa PEC, toda a maldade que está embutida para que as pessoas tenham que demorar mais 5, 10, 15, 20 anos para poder se aposentar. Muitos morrerão sem aposentar, não é isso, deputado Giannazi? 

Então, não é verdade que o estado de São Paulo está a favor disso, e também não é verdade que esse rombo tem que ser pago pelos servidores públicos. O rombo tem que ser pago por quem fez o rombo, e não foram os servidores públicos, que têm salários péssimos.

Os professores são mal remunerados, as escolas estão em condições precárias, a situação da Saúde no estado de São Paulo é vexatória. Tudo isso a gente precisa falar aqui.

Então, se a PEC precisa de fato ser votada nesta Casa, ela será votada, mas contrariamente, se Deus quiser, pela grande maioria dos deputados, porque vão ter a consciência de que votar essa PEC significa retrocesso para os servidores públicos e retrocesso para o povo paulista.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputada Márcia Lia, com todo o respeito que tenho pelo seu mandato parlamentar - V. Exa. é uma excelente deputada -, e pelo bom relacionamento que sempre tivemos, não vou, sentado na cadeira de presidente, estabelecer debates políticos com Vossa Excelência. Não vou fazer isso pela cadeira que eu ocupo.

Talvez, se eu não estivesse nesta cadeira, como já fizemos muitas vezes, eu estaria aqui fazendo o debate político, mas uma coisa é fato e precisa ser colocada: eu, em momento nenhum, disse que 45 milhões de habitantes de São Paulo são favoráveis ao projeto de Previdência, até porque nós vamos descobrir qual a população favorável ao projeto da Previdência no momento em que nós levarmos isso a voto. Isso só vai acontecer quando estes representantes aqui votarem, seja favoravelmente ou contra.

A minha posição de presidente, e aí eu sou claro... Independentemente de se você for discutir rombos previdenciários, quem deixou rombo de Previdência, não é essa a discussão que eu estou fazendo. O fato concreto é: existe um rombo, existe um rombo, disso ninguém duvida.

Seja oposição ou situação, todo mundo sabe que existe um rombo, e a minha posição de presidente é garantir que o plenário tome a decisão sobre se precisa mexer nesse rombo ou não. Essa é a minha luta de presidente da Assembleia, é isso que a população de São Paulo espera do Parlamento, seja para um lado ou para o outro, tanto é que eu já disse que eu quero votar nisso, inclusive para mostrar a minha posição política...

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Debateremos.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Não, debate eu não vou fazer, porque eu sou presidente, mas ao voto eu tenho direito. Caso V. Exas. me deem o direito de voto, eu tenho o direito de fazer o voto, caso os deputados me deem esse direito de voto.

Quero votar para mostrar a minha posição pessoal, mas não vou fazer debate, porque eu sou o presidente da Casa e acho que não fica nem legal. Acho que tem outros deputados que podem fazer esse debate com V. Exa. em relação ao tema. Mas tenho posição clara.

O que nós não podemos é tirar o direito desses deputados. Nós representamos 45 milhões de habitantes. Tirar o direito desses deputados se manifestarem, que era o que eu pedi, inclusive, à Justiça: que se manifeste, diga se eu estou errado no cumprimento do Regimento, diga se eu estou certo no cumprimento do Regimento.

Sempre tive muita clareza e sempre fui regimentalista. Vossa Excelência me conhece há tempos. Sempre cumpri o Regimento da Assembleia Legislativa à risca. E a decisão judicial dá poder ao Legislativo, que é o Poder competente para tomar a decisão previdenciária.

Não é o Judiciário; somos nós. Se nós vamos ou não fazer a reforma da Previdência, e de que maneira vamos fazer. E quem vai dizer isso são os deputados, que representam os 45 milhões.

Então, dizer para você quantos milhões de habitantes estão favoráveis ou contrários seria, inclusive, ousadia da minha parte. Eu acho que nós vamos dizer se o povo de São Paulo é favorável ou contra no momento do voto, quando a gente vir os votos aqui no plenário. Perfeito?

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Vamos a voto.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem a palavra. Só lembrando que nós temos mais inscritos aqui. Se Vossa Excelência...

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Rapidamente, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Passo a palavra a Vossa Excelência.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Porque a deputada Márcia Lia fez uma intervenção muito importante, até me citou. Eu quero me associar a ela. Deputada Márcia Lia disse isso há poucos minutos.

E para nós, realmente, esse possível rombo não é um rombo. Na verdade, existe uma farsa do rombo e uma farsa da reforma da Previdência, porque nós estamos assistindo aqui a um confisco salarial dos nossos servidores, que já estão há muitos anos, no estado de São Paulo, com os salários arrochados e defasados, sem que haja o cumprimento mínimo da data-base salarial. Há anos que a data-base salarial não é cumprida no estado de São Paulo. E mesmo o rombo é discutível.

Se houver algum rombo, esse rombo foi causado pela administração do PSDB, pelas gestões do PSDB, porque todos os servidores sempre contribuíram com a Previdência: ou com o Ipesp, no passado, ou com a São Paulo Previdência.

Todos os servidores, de todas as secretarias. O debate que nós queremos fazer... E é esse o principal debate: não é a Previdência que tem rombo; é, sim, a desoneração fiscal, que consome mais de 20 bilhões de reais do Orçamento Público.

Ou seja, 20 bilhões de reais alimentando empresários e setores econômicos que são beneficiados com benefícios e isenções fiscais no estado de São Paulo, que não geram empregos, que não contribuem em nada, nem para o desenvolvimento econômico e social do estado de São Paulo.

Nós queremos debater a dívida pública estadual, que nunca foi auditada, que consome também mais de 13 bilhões de reais. Esse é o debate que essa Assembleia Legislativa tem que fazer e apresentar propostas nesse sentido. Agora, é muito fácil atacar os trabalhadores e as trabalhadoras do estado de São Paulo através dessa farsa que é a farsa da reforma da Previdência.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputada Delegada Graciela. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Deputado Wellington Moura. (Pausa.) Deputada Adriana Borgo. (Pausa.) Deputada Janaina Paschoal. Vossa Excelência deseja a utilização do Grande Expediente? Dois minutos? Vossa Excelência tem até 10, se quiser. A palavra é de Vossa Excelência.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, Sr. Presidente. Cumprimento todos os colegas presentes. Realmente, todos nós fomos, de certa forma, tomados de surpresa pela decisão que derrubou a liminar e com a convocação de votação da PEC para esta data.

Então, eu até poderia fazer isso no formato de uma comunicação, mas, já que estava inscrita, faço uso da tribuna para solicitar.

São 16h22min. A sessão extraordinária está convocada para as 19 horas. Então, tem um interregno significativo entre 16 horas e quase 25 minutos e 19 horas. Eu quero ter o direito de ler, nessas duas horas, o texto final da PEC.

Não quero que aconteça como aconteceu quando da votação do Orçamento, que nós fomos surpreendidos por um texto perto da meia-noite, e eu precisei ser aqui indelicada durante a sessão e gritar – porque tem hora em que é necessário gritar – para ter um direito fundamental do parlamentar, que é conhecer na integralidade a norma que ele vai votar.

Então, fica aqui o registro oficial de que eu quero o texto com antecedência para poder me trancar ali na minha salinha e ler a PEC na íntegra. Eu também entendo que é um direito de todo parlamentar conhecer no detalhe a proposta de votação, ou seja, o roteiro de votação.

Estamos falando de um tema complexo, de um tema que tem impacto na vida das pessoas, de um tema que todos nós teremos que nos manifestar logo depois da votação, no dia seguinte.

Então, é necessário que saibamos exatamente o que é que nós estamos votando. Então, eu já fui à Liderança, já fui atrás do Dr. Rodrigo, eu sei que as pessoas estão trabalhando para construírem esse texto final, estamos fazendo o possível para contemplar os pleitos de todos os colegas, de todas as categorias. Durante o recesso, eu segui atendendo categorias.

Mas, não adianta dizer assim: “Olha, mudou tal item” ou “acrescentou tal direito”. Eu quero ver o que está escrito, e entendo que é um direito meu, é um direito de todos nós aqui, não importa como cada colega vai votar. Eu acho que cada um tem o direito de dar o seu voto conforme a sua convicção e se manifestar junto às suas bases, junto à população.

O que não é justo é que nós recebamos esse texto, se é que receberemos, na hora da votação. Então, assim, eu quero deixar esse registro aqui, é oficial. Eu quero ter o direito ao texto na íntegra, o texto como será votado, escrito, para eu poder estudar.

Votar de uma forma ou de outra, não importa; e, ao roteiro de votação, até porque não sei se algum colega vai propor destaque, porque foram feitas muitas emendas.

Eu, particularmente, fiz mais emendas no PLC, porque é no PLC que tem a parte das alíquotas, que é o que mais está me incomodando, é a questão das alíquotas, desde o primeiro momento.

Então, as minhas emendas foram basicamente no PLC. Eu tenho uma emenda na PEC que trata dos critérios para aposentadoria dos professores, porque eu entendo que a soma do tempo de contribuição dos professores com a idade tem que dar o número de pontos. Não é possível que exijam dos professores cinco anos a mais ou seja de contribuição, seja da idade.

Então, assim, eu fiz a emenda que favorece ou que torna, trata de maneira mais justa, a categoria dos professores. Essa emenda está na PEC. As minhas outras emendas são no PLC.

Gera um desconforto votar essa PEC sem a garantia das mudanças que nós solicitamos no PLC, sobretudo em termos de alíquota. Mas, eu compreendo, sob o ponto de vista do processo legislativo, que votar a PEC é praticamente um pré-requisito.

Então, assim, só quero fazer esse pedido aqui de forma oficial, porque se der meia-noite e eu não tiver tido acesso, e eu começar a gritar aqui, ninguém tem direito de me chamar de louca.

Porque da outra vez foi assim: “Ah, ninguém está reclamando, só ela”. Eu vou gritar novamente se eu não tiver acesso ao texto.

É isso. Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL – Para uma comunicação, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Posso só terminar de chamar a lista aqui para a gente chamar o próximo? Senão, algum deputado pode se sentir... Se bem que faltam dois minutos.

Eu passo uma comunicação a V. Exa. Passo a palavra para V. Exa. por dois minutos. Não vai fazer muita diferença chamar um orador ou não. Ele fica inscrito por dez minutos para a próxima sessão.

Dou uma comunicação a Vossa Excelência.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL – PARA COMUNICAÇÃO – Eu só vim aqui me somar aos apelos de Janaina Paschoal, que é uma votação densa e difícil. Eu espero mesmo que a gente tenha acesso ao conteúdo antes de votar, o que é bem difícil. A gente sabe como funcionam essas coisas.

Conhecer o rito de votação seria só conversar com a mocinha primeira da fila aqui, eu estou tentando falar com ela se a gente vai tomar um café. Eu me dispus a pagar um chocolate, mas ela não sai da fila. Então, a gente já sabe que é o roteiro dela que vai vencer.

Mas, Janaina, é, realmente, muito difícil, e eu tenho certeza de que parte da Casa já sabe o que vai acontecer, porque negociou, como tudo o que é negociado a portas fechadas. Nem todos os setores são chamados a negociar juntos.

Se a senhora for gritar, me convida, eu grito junto com a senhora dessa vez. E espero que não seja chamada de louca, porque isso é uma violência de gênero. Vamos debater hoje, estamos na disposição e me somo. Se for para parar tudo e gritar, me chame que, dessa vez, a gente vai juntas.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Gostei dessa somatória das deputadas e quero me somar a Vossas Excelências. Peço ao líder do Governo que, por favor, distribua o texto fruto da possibilidade do roteiro.

Porque, como você vai formatar o novo texto da PEC? É o roteiro que vai dizer o que vai ser o texto. Então, o que eu pedi ao líder do governo? Peço que ele distribua a todos os deputados que assim o desejam, peço que ele pegue aquele roteiro e transforme no texto, porque o roteiro, de fato, é complexo.

Quando você faz destaques, você não consegue ver o destaque, na prática, formatado em texto. Então, eu pedi para ele unificar o roteiro, dar o extrato do roteiro em um texto, para que todos os parlamentares se sintam à vontade no processo de votação.

Então, vendo essa aliança difícil de acontecer entre Janaina Paschoal e deputada Monica, eu me alio a V. Exas. E peço, também, faço esse apelo ao líder do Governo.

Deputado Sebastião?

 

O SR. SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - Queria pedir o uso da tribuna pelo tempo da liderança.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É que eu ainda não abri a Ordem do Dia. Preciso abrir a Ordem do Dia. Agora são 4 horas e 31 minutos.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência vai falar pelo Art. 82? Posso encaminhar um roteiro aqui? Eu me equivoquei e abri a Ordem do Dia. Vou ler aqui.

Temos um requerimento, assinado pelo deputado Gil Diniz, com o número regimental de assinaturas, nos termos do Art. 35 do Regimento Interno, para a constituição de uma Comissão de Representação, com a finalidade de participar do evento “Conservative Political Action Conference”, a realizar-se entre os dias 19 de fevereiro e 01 de março, em Washington D.C., nos Estados Unidos da América, sem ônus para este poder. Coloco em votação.

Vossa Excelência vai encaminhar em nome do PRB, pela liderança do PRB, tem a palavra Vossa Excelência.

 

O SR. SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - Pela liderança do Republicanos.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Desculpa, Republicanos. Não existe mais PRB.

 

O SR. SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, senhores que nos assistem das galerias, funcionários, pessoas que estão sintonizadas na TV Alesp, o que me traz a esta tribuna, presidente, é uma discussão que deve vir a esta Casa também e que fala muito próximo aos municípios do estado de São Paulo, que é o ranqueamento das estâncias e dos municípios.

O que significa? A Lei 1.261, de 2015, fala que estabelece condições, requisitos para as classificações de estâncias e municípios de interesse turístico e dá outras providências correlatas.

Seu Art. 1º fala que a classificação de municípios turísticos, assim considerados como estâncias ou municípios de interesse turístico, far-se-á por lei estadual, observadas as condições e atendidos os requisitos mínimos estabelecidos nessa lei complementar.

No parágrafo único diz que todas as estâncias, independentemente de sua natureza ou vocação, serão classificadas por lei como estâncias turísticas. E aí a lei vai falando sobre seus itens.

E aqui ela diz também na questão, possui expressivo... Possuir expressivo atrativo turístico de uso público, de caráter permanente, naturais, culturais ou artificiais, que identifique a sua vocação voltada para alguns ou algum dos segmentos abaixo relacionados, sintetizados nesse anexo.

E fala aqui sobre o que seriam os itens que poderiam levar um município a ser estância ou, também, município de interesse turístico, que é o turismo social, o ecoturismo, o turismo cultural, religioso, turismo de estudo e intercâmbio, turismo de esporte, turismo de pesca, turismo náutico, turismo de aventura, turismo de sol e praia, turismo de negócios e eventos, turismo rural e turismo de saúde, e no seu Art. 5º diz: “o projeto de lei que objetive a classificação de município como estância turística ou como de interesse turístico deverá ser apresentado por qualquer deputado, devidamente instruído, com os seguintes documentos...”.

E aí ele vai falando os documentos, e eu queria aqui chegar no Inciso II: “caberá à Secretaria do Estado competente para os assuntos relacionados ao Turismo manifestar-se sobre cada projeto, e, para efeito do disposto no Art. 6º desta Lei Complementar, elaborar ranqueamento das estâncias e dos municípios de interesse turístico, com base nos requisitos estabelecidos nesta Lei Complementar, escalonados de acordo com a matriz de avaliação proposta em regulamento, para efeito de classificação de, no máximo 70 estâncias e 140 municípios de interesse turístico, que serão habilitados a receber recursos do Fundo de Melhoria dos Municípios Turísticos, previsto no Art. 146 da Constituição do Estado”.

Agora, Sr. Presidente, veja que a lei foi definida, esta Casa se debruçou sobre ela, hoje temos 70 instâncias e 140 municípios de interesse turístico. Agora, por acaso, temos uma discussão paralela - e que tem chegado nesta Casa a preocupação dos prefeitos que se tornaram município de interesse turístico - que vão colocar mais alguns municípios.

Eu não sei se é um, se são dez, se são 20, se são 200, e que serão encampados aos municípios de interesse turístico.

Errado. A lei diz claro. Serão 70 estâncias e 140 municípios. Essa lei fechou-se. Não dá para fazer um puxadinho na lei. Tem que se mandar para esta Casa uma nova lei, respeitando o posicionamento desta Casa, dos deputados desta Casa, e nós vamos ser contra qualquer puxadinho que exista, para mais um município ou para menos um município.

O que está em questão agora é o ranqueamento, que já está atrasado, e que deveria já ter sido ranqueado. Três estâncias descerem para município de interesse turístico, três municípios subiram para estâncias.

Após isso ocorrer, estaremos aqui abertos para uma nova discussão, para a segunda ou terceira fase de municípios de interesse turístico. Mas, neste momento, dizer que vão se juntar todos os interessados, e que farão aqui um ranqueamento de todos os interessados?

Pode ter certeza que este deputado estará contra qualquer posicionamento que haja por parte da Secretaria de Turismo, por parte do Sr. Governador do Estado, referente a essa questão do ranqueamento das questões das estâncias turísticas e dos municípios de interesse turístico.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Em votação.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para indicar a deputada Bebel para encaminhar em nome da bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra a Professora Bebel, para encaminhar em nome do PT.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, Mesa Diretora dos trabalhos. Cumprimento todos, a companheira também - companheira no bom sentido. Enfim, cumprimento toda a assessoria, da minha esquerda e minha direita, o público presente, que já está chegando. Espero que mais pessoas venham.

Já articulamos, inclusive, para vir, viu, deputado? Porque a gente entende que nós vamos acompanhar par e passo essa discussão. Não é discussão, essa imposição, na verdade, da reforma da Previdência.

Vamos combinar que... De dezembro até o presente momento, qual é o debate de mérito que a Casa permitiu que fosse feito, para que nós pudéssemos convencer ou sair convencidos? Porque é isso que... Quando se faz um debate de mérito, a gente garante é isso. Quando você se abre para o debate, é isso. É mediar, às vezes media.

Agora, sequer houve mediação. Sequer.

Por isso que, peremptoriamente, todo mundo correu para a Justiça. Todo mundo correu para a Justiça. Inclusive, o sindicato que presido. Então quero dizer que é lamentável, execrável essa condução dos trabalhos da forma como está sendo feito aqui.

Tenho respeito às instituições democráticas. Tenho respeito ao presidente, à Presidência. Mas não posso concordar com esse método autoritário que está acontecendo aqui na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Sei perfeitamente que muitos hão de dizer: “Mas, deputada, se a maioria dos deputados votarem, não foi autoritário”. Pergunte ao bastidor, então, o que foi oferecido. Porque, se algum deputado acredita que uma emenda em cima, feita nas coxas, vai ser incorporada, e o governador não vai vetar, desculpe.

Deixaram de olhar o organograma das emendas. E deixaram de enxergar “vetado, vetado, vetado e vetado”. Porque vi, aos montes, emendas vetadas, uma atrás da outra.

Então, esse papo de que “tem emenda, contemplei”. Contemplou mesmo? O senhor foi chamado para discutir, deputado Barba? Não? Deputada Márcia Lia, foi chamada para discutir alguma coisa? Deputada Leci Brandão?

Não fomos. Ah, mas já imagino quem foi chamado. Temos que entender a república no sentido republicano do termo. E não, república - vou até dilatar a palavra - como se eu fosse um soberano. Isso não é república. Isso é tirania. Isso é tirania, que temos nesta Casa.

Fico assistindo, fico indignada com várias e várias posições. Às vezes, se o deputado - e aí o presidente, estou me referindo - se a coisa não vai de acordo com ele, ele é grosseiro com a gente. Vou falar que ele é mesmo. Vou dizer que ele é essa doçura que ele está hoje? Não é? Não é mesmo.

A gente tem que ser sempre da mesma forma. Sempre. Não tenho medo de ser chicoteada, não. Até porque, com o chicote, também a gente sabe lidar. A gente já sentou em mesas de negociação de formas diversas.

Agora, o conteúdo da reforma é ruim. Chamo a atenção. Primeiro, que não é reforma da Previdência. É administrativa. Está contida na Proposta de Emenda Constitucional nº 18, no PLC 80. Por que é reforma administrativa?

Porque institui a figura do elemento subsídio. Subsídio é acabar com planos de cargos e salários. É acabar com o concurso. Que, aliás, alinhado com o governo federal. Alinhado.

Então quero dizer, também, a questão dos readaptados, a questão das pessoas que adoeceram. Saiu isso da PEC? Alguém pode me dizer se saiu? Porque, do jeito que está, ninguém vai poder adoecer mais.

Se adoecer, não se aposenta. Então quero lamentar profundamente a forma como está sendo encaminhada essa reforma. E, me parece, a deputada Márcia Lia está no microfone. Quer fazer uso da palavra? Eu concedo para ela.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Não, Bebel. Vou pedir para me manifestar pelo 82, depois. Pode continuar a sua fala. Obrigada, obrigada. Obrigada pelo aparte.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Eu daria o aparte, com certeza.

Mas digo que é isso. Digo mais: não tenho nenhum problema em concordar com “a”, “b”, “c”, “d” em nome de um bem comum. Já tive brigas homéricas com deputados e deputadas.

E também teve momentos em que construí, e vamos construir coisas juntas, ou juntos. Mas não vou, em hipótese alguma, deixar passar crer. E quero dizer: isso não é ameaça, é um dever.

É um dever de cada um de nós, que discordamos da reforma da Previdência, colocarmos o “nominho” dos deputados que foram favoráveis na boca do povo. Porque se votar, não volta. Já houve vários momentos em que a gente fez isso e, de fato, o deputado não voltou.

Acho impressionante, porque pega a Educação. Eu estava lá na sala e ouvi o deputado Cauê Macris falar em números da Educação. Deputado, Educação é investimento, não é gasto. Se o senhor assim entende, o senhor está equivocado. Educação é investimento. O que não é justo? É isenção fiscal, é o chamado “bolsa-empresário”. É dar ao empresário toda isenção do mundo para que ele fique mais milionário.

Mas citar a cifra da Educação, a rubrica da Educação como gasto, desculpe, é um desconhecimento do ponto de vista de concepção do que significa uma política pública de Educação, sobretudo para um estado como o estado de São Paulo, que precisa, sim, de jovens, de crianças e de adolescentes muito bem formados.

Senão, não estariam os prefeitos dos diversos municípios se mobilizando para terem o Fundeb permanente. O Fundeb permanente é um Fundeb que tem que ter continuidade para que tenhamos investimentos na Educação. Investimento na Educação. Na visão do deputado presidente Cauê Macris, é gasto, é meio que jogar dinheiro fora. Não, não pode ser dessa forma.

Agora, se há rombo, também é um problema de gestão. Então, uma gestão de 25 anos do PSDB foi temerária e agora precisa arrancar. Ou o PL 899 não foi uma tacada nas costas dos servidores públicos, de todos os servidores, de todos aqueles que faziam jus aos seus precatórios?

E acabaram praticamente reduzidos a pouco mais de sete mil reais. Quem tem hoje uma ação não recebe mais do que isso. E foi um votinho a mais que ele teve na frente, que o governo teve na frente.

Então, quero lamentar. Quero lamentar essa maneira autoritária, tirana. Não vou me calar em nenhum momento, em que pese... É claro, a gente tem que ter o respeito entre nós. Ninguém aqui é desrespeitoso com ninguém, mas não acho correto.

É interessante que fizeram o serviço direitinho, não é, deputada Leci Brandão? Foi tão bem-feitinho. Pegaram o feriado de Carnaval e fizeram o calendário. Beleza, mas a gente vai estar acordado. Não se preocupem, esta Casa lota. Se não for hoje, amanhã ela lota. E aí a gente mostra a que veio.

No mais, agradeço a oportunidade de estar, mais uma vez, nesta tribuna. E dizer que vamos lutar veementemente contra o PL e contra a emenda constitucional que versa sobre a Previdência. E dizer mais ainda aos deputados: não caiam nesse canto da sereia de emendas que serão contempladas, porque depois ele veta e fica o projeto original.

É isso, muito obrigada.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Pela ordem. Para encaminhar?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Antes de passar o encaminhamento a V. Exa., só vou falar à Professora Bebel, que fala tanto em respeito entre os colegas: Professora Bebel, V. Exa. não assistiu ao que falei de maneira correta.

Talvez fosse importante prestar atenção. Até se for utilizar e colocar palavras na minha boca antes de entender aquilo que falei, seria importante que V. Exa. entendesse e assistisse corretamente o que eu disse.

Em momento nenhum eu falei que Educação era gasto. A comparação que eu fiz era de que não era aceitável gastar 34 bilhões de reais em gasto previdenciário, e gastar menos do que se gasta em Previdência, com Educação.

Foi essa a posição que eu fiz. Falar isso, e comparar o que eu disse, de que é um gasto com Educação de 32 bilhões de reais, é uma coisa totalmente diferente. Vossa Excelência me desculpe, mas não vou aceitar colocar palavras na minha boca, muito menos me usar na tribuna, para colocar na minha boca aquilo que eu não falei.

Tem a palavra Vossa Excelência, para encaminhar, deputada Márcia Lia.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Eu não vou bater boca com V.Exa., e vou passar a palavra à deputada Márcia Lia.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - A deputada Márcia Lia me dá um tempinho?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Não cabe aparte, deputada Bebel.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT – Pela ordem, Sr. Presidente, está correndo o meu tempo lá.

Quero aproveitar esse momento para me solidarizar com todas as mulheres que foram insultadas no dia de hoje, na pessoa da jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo. Deputada Leci Brandão, olhe a que ponto chegou o presidente da República desse País.

Bolsonaro, na manhã de hoje, insulta repórter da Folha, com insinuação sexual. “Ela queria dar um furo a qualquer preço”.

Todas as nossas deputadas estão chocadas com a forma como, deselegantemente, sem nenhum pingo de respeito ao cargo que ele ocupa, de presidente da República, ele faz essa insinuação quando se reporta à jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo.

Repito, é terrível, mas foi o que ele disse. “Ela queria dar um furo a qualquer preço”. É muito baixo. Ele é medíocre, ele insulta as mulheres quando ele insulta a jornalista Patrícia.

Ele insulta cada uma de nós. Um presidente da República tem o dever de representar as mulheres, mesmo eu não tendo votado nele, ele é o presidente dessa República, ele jamais poderia ter usado algo tão medíocre, algo tão baixo, para se reportar a uma mulher. Essa insinuação sexual é extremamente indelicada com todas as mulheres brasileiras.

Acho que ele não está no uso das faculdades mentais de um ser que deve governar o País com seriedade, com respeito, com dignidade e com a forma republicana de tratar as questões.

O presidente Jair Bolsonaro, no dia de hoje, extrapola todos os limites aceitáveis, todos os limites possíveis de aceitar que um homem se reporte a uma mulher, ainda mais uma moça que tem um histórico extremamente importante à frente do jornal, como o jornal Folha de S.Paulo.

Ele o fez porque, em um determinado momento, lá atrás, a jornalista foi quem fez a matéria dizendo dos fake news que o presidente da República utilizou de forma irregular. Diga-se que o Tribunal Superior Eleitoral, sabendo disso, deveria tomar posição, e não toma.

Não toma posição. O Judiciário não toma posição em relação a isso. E a jornalista fez uma matéria acusando a utilização de robôs, a utilização de fake news, a utilização de mentira para que ele ganhasse as eleições, como de fato aconteceu.

E agora, como ele não tem como se defender diante da CPMI das Fake News, ele coloca gente para mentir lá. Nós vimos um depoimento... Esse sujeito também vai se submeter a processo judicial, porque o que ele fez é falso testemunho. Ele vai se submeter ao Judiciário, porque é falso testemunho o que fez o representante de uma das empresas que soltavam fake news a torto e a direito.

E ele, como não tem qualidade, não tem sustentação do debate, ele se reporta às pessoas utilizando o exercício do cargo de presidente da República de forma machista, para agredir covardemente uma mulher.

Porque ele é covarde. E, na condição de covarde, ele se reporta da forma como se reportou à jornalista. Eu espero, sinceramente, que muitas pessoas possam se manifestar a respeito de um ato tão vil, de um ato tão asqueroso de uma pessoa que deveria nos representar, e não achincalhar com o cargo de presidente da República.

Então, jornalista Patrícia, se sinta respeitada por essa Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Estamos hipotecando... (Fala fora do microfone.) A senhora carrega o nome Bolsonaro, a senhora não pode mesmo hipotecar. A senhora acha que isso está certo, deputada?

Fique à vontade, é um direito que a senhora tem. É um direito que a senhora tem; a senhora carrega o nome Bolsonaro no seu nome. A senhora tem que defendê-lo mesmo. Mas eu não; eu não tenho que defendê-lo. Eu não tenho que defender esse presidente da República que trata as mulheres da forma como tem tratado reiteradamente as nossas mulheres!

Não posso aceitar. E não vou aceitar. A senhora me desculpe, mas eu não vou aceitar. Não se trata uma mulher, uma jornalista, da forma como o presidente... Ele não se investe da função de presidente da República.

Ele não se investe, ele não consegue demonstrar que ele é a autoridade maior desse País. Fica fazendo brincadeirinha, “chincalhotas”, achincalhando as pessoas, desrespeitando as mulheres, os negros, os índios, as minorias. Botando fogo na Amazônia. É disso que se trata.

Desrespeitado pelo mundo inteiro. É motivo de gozação, motivo de charges pelo mundo inteiro, fazendo chacota com o nosso presidente da República. E agora ele fecha com chave de ouro. Então, eu quero hipotecar a nossa solidariedade à jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo.

Eu nem a conheço pessoalmente, mas eu me senti extremamente agredida, na medida em que ele desrespeitou publicamente uma mulher, dizendo essa grosseria, essa coisa feia, essa coisa machista, essa coisa misógina, que um presidente da república jamais poderia fazer.

Hoje, já são 14 partidos que se alinham contra o presidente Jair Bolsonaro. E vamos agregar mais e mais partidos, porque o que está acontecendo nesse País é uma barbárie.

O que está acontecendo nesse País é o retrocesso do retrocesso do retrocesso. Nós não nos calaremos, deputada Leci Brandão. Nós vamos mobilizar as mulheres para que ele seja “impeachmado”.

Porque ele não pode fazer o que ele acha que ele pode, falar o que ele acha que ele pode falar, desrespeitar as pessoas como ele desrespeitou.

E, para encerrar minha fala, eu quero utilizar este espaço final para me solidarizar também com os petroleiros. Nós temos mais de 21 mil petroleiros em greve neste momento neste País.

Infelizmente, a grande mídia esconde o que está acontecendo. Mas, os caminhoneiros estão se somando aos petroleiros. Outras categorias estão se somando. E, este País já, já, vai virar o fundo do quintal sabe Deus do quê.

Mas, é isso que está acontecendo no momento de hoje: os petroleiros estão paralisados porque buscam respeito às condições de trabalho, porque querem que o nosso patrimônio continue sendo patrimônio do povo brasileiro.

Querem e exigem que eles possam garantir que o nosso patrimônio continue na mão do nosso povo. Estão defendendo a soberania nacional. Portanto, estamos hipotecando a nossa solidariedade à greve dos petroleiros.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT – Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Pois não, Professora Bebel.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT – Para comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Tem a palavra V. Exa.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT – PARA COMUNICAÇÃO – Eu quero aqui, primeiro, colocar de fato o que o senhor falou, e foi o que o senhor falou. Se o senhor entende que eu desrespeito as pessoas, me aponte onde e quando eu desrespeitei. Não desrespeitei.

Eu fui desrespeitada várias vezes, mas eu não desrespeitei. Essa é uma questão.

A segunda questão, a questão referente à Educação como gasto, quando o senhor coloca em rombo, e coloca a Educação, o senhor tornou a Educação uma pauta negativa, sim.

O senhor não está dizendo que foi um investimento feito. Ora, o senhor falou de um rombo de 34 bi, e que a Educação gasta tanto. Ficou uma pauta negativa, sim. Por isso, soa, para quem está então, culpados. Culpada da reforma da Previdência, da necessidade de ter uma reforma da Previdência, é a pasta da Educação.

Não é, deputado. Desculpe. Se tem uma pauta que ela não pode ser vista como negativa é a Educação. Agora, o senhor vai entender uma coisa, o senhor deve entender uma coisa: que o fato, eu votaria no senhor, e se a candidata fosse a mesma, eu iria votar no senhor de novo. Hipoteco o meu voto.

Então, por ser a pessoa da deputada, mas, enfim, o que eu não concordo. Então, houve uma briga de voto. Eu não estou retirando voto. Voto dado é voto dado. O senhor que falou, votou em mim, eu respondi.

Mas, quero dizer para o senhor o seguinte, deputado: eu tinha uma impressão muito boa do senhor, assim, em que pese o senhor ser do PSDB, e eu briguei sempre contra o PSDB. Sempre.

Não contra por ser contra: a política do PSDB. Mas, quando eu estive nesta Casa negociando o Plano Estadual de Educação, acreditei que esse momento da Previdência talvez tivesse isso.

Me mandou para o Carlão Pignatari, que, até agora, não me deu nenhuma resposta. Isso é respeito, deputado? O senhor acha que eu sou a mesma sindicalista. Não. Eu sou deputada tanto quanto os demais 93 que estão aqui.

E, eu quero ser tratada como tal, respeitada, sobretudo. (Palmas.)

E, gostaria de ter esse respeito do senhor.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Professora Bebel, tanto respeito V. Exa. que sempre nós dialogamos na maior absoluta tranquilidade. V. Exa. esteve recentemente na minha sala, conversamos.

Tudo aquilo que eu posso dentro das minhas possibilidades eu faço. Agora, de fato, eu reafirmo aquilo que eu disse: houve um erro de interpretação por parte de V. Exa. da minha fala.

O que eu quis dizer, e eu vou reafirmar novamente, para não pairar dúvida: o maior gasto do Estado é com Previdência, que são 34 bilhões, maior do que o Estado dispendia com Educação, que é o maior gasto do Estado, que é o maior investimento do Estado, que é a maior recolocação do Estado.

E, não temos como, nós, parlamentares, discutir. Não temos como. Não temos como a gente negar que existe, hoje, um rombo previdenciário, que se gasta mais que Educação. Isso quer dizer o quê? Que eu defendo que se gaste mais com Educação do que se gasta com Previdência.

O final da minha fala, foi isso que eu quis dizer. Em momento nenhum eu quis trazer Educação para pauta negativa, pelo contrário, V. Exa. negociou o Plano Estadual de Educação comigo, quando fui líder do Governo.

Sabe que nós chegamos a um consenso que jamais foi chegado nesta Casa dentro de um sindicato que sempre trabalhou de maneira de oposição aos projetos do governo. Primeira vez na história que a Apeoesp apoiou um projeto de governo foi o plano estadual de Educação, que eu negociei com V. Exa., como sindicalista naquela época e agora como deputada.

Então, primeiro o respeito que eu tenho por V. Exa. e eu acho que mostrei isso ao longo do tempo, dos anos, pelo que V. Exa. representa, não só pelo mandato, mas pelo trabalho de Vossa Excelência.

Agora, entre colocar uma coisa que eu disse que não foi aquilo que eu disse, talvez V. Exa. tenha visto uma parte da minha fala e isso, talvez, tenha levado a entender que eu quis criticar a Educação.

É isso que, inclusive, eu não posso deixar acontecer. A minha fala não foi, em momento nenhum, fazer qualquer tipo de alusão negativa à pauta Educação. Pelo contrário, está certo?

Com a palavra a Sra. Valeria Bolsonaro. Para comunicação ou encaminhamento?

 

A SRA. VALERIA BOLSONARO - PSL - Comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Posso só votar então o requerimento, deputada Valeria, e passo a comunicação. Porque aí a gente encerra os nossos pedidos de pauta.

Em votação requerimento apresentado pelo deputado, líder do PSL, Gil Diniz. Os favoráveis permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Agora, sim, dou a palavra, para uma comunicação, a V. Exa. e faço uma retificação da convocação da extraordinária. Eu disse discussão e votação e, na verdade, como estamos com a discussão encerrada, será votação apenas do Projeto de Emenda Constitucional 18, de 2019. Com a palavra, para comunicação, Vossa Excelência.

 

A SRA. VALERIA BOLSONARO - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Como disse a deputada Márcia Lia, eu sou Bolsonaro, sim, com muita honra graças a Deus e, principalmente, mulher.

E eu gostaria de saber onde estavam essas mesmas mulheres tão ofendidas e aguerridas quando aquele ser humano ofendeu uma mulher, a atriz Regina Duarte, dizendo que ter vagina não faz do ser humano uma mulher. Não vi nenhuma deputada do seu partido que foi gritar lá e defender as mulheres.

Também não vi nenhuma mulher do seu partido ir defender a ministra Damares, quando aquele outro ser humano disse que se os pais dela não tivessem “trepado” ela não teria nascido.

Então, a gente vê que a senhora não está nem um pouco preocupada, e nem as pessoas mulheres do seu partido, com as mulheres do Brasil. O que vocês têm é um bando de ideologia, uma hipocrisia sem tamanho, que não defende nenhuma mulher aqui.

Então, graças a Deus, continuo como mulher, Bolsonaro com muito orgulho, porque eu defendo mulher e não ideologia.

Muito obrigada.

 

O SR. HENI OZI CUKIER - NOVO - Queria pedir o levantamento da sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É regimental. Questiono os líderes do plenário se concordam com o levantamento da sessão. Havendo concordância, antes de dar por levantados os trabalhos, convoco V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje, lembrando-os, ainda, da sessão extraordinária, que se realizará hoje, às 19 horas.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 17 horas e 08 minutos.

 

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