20 DE FEVEREIRO DE 2020
13ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: GILMACI SANTOS
Secretaria: CARLOS GIANNAZI
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - GILMACI SANTOS
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - LECI BRANDÃO
Discorre acerca da votação da reforma da Previdência
estadual, nesta Casa, em 19/02. Lamenta episódios de agressão envolvendo
parlamentares, neste plenário. Acusa a mídia de responsabilizar a oposição
pelos ataques. Tece críticas à postura do deputado Frederico d'Avila, na noite
de 19/02. Lembra samba-enredo da escola de samba Estação Primeira de Mangueira.
3 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Endossa o discurso da deputada Leci Brandão.
4 - MAJOR MECCA
Disserta sobre a atuação da Polícia Militar. Afirma ser a
categoria desvalorizada. Critica agressões envolvendo parlamentares desta Casa,
em 19/02, durante a votação da reforma previdenciária estadual. Assevera que a
PEC 18/19 deve prejudicar policiais militares. Tece críticas à matéria.
5 - CARLOS GIANNAZI
Faz coro ao discurso do deputado Major Mecca sobre a reforma
da Previdência estadual. Afirma que a matéria deve prejudicar professores.
Discorre sobre audiência pública, de sua iniciativa, realizada em 19/02, que
tratara do descredenciamento de uma escola para crianças autistas, no Campo
Belo.
6 - CONTE LOPES
Discursa sobre a votação da reforma da Previdência estadual,
nesta Casa. Rememora caso de agressão em escola pública, na zona oeste, envolvendo
alunos e policiais. Tece críticas ao pronunciamento do governador sobre o
episódio. Comenta ataque ao senador Cid Gomes, no Ceará. Defende o
funcionalismo público.
7 - CORONEL TELHADA
Informa ser hoje comemorado o Dia da Justiça Social. Repudia
agressões durante discussão de projetos, neste plenário. Defende a Polícia
Militar. Critica a iniciativa do senador Cid Gomes, que tentara entrar em um
batalhão da Polícia Militar com uma retroescavadeira, no Ceará. Declara voto
contrário à reforma da Previdência estadual.
8 - CARLOS GIANNAZI
Acusa o Departamento de Perícias Médicas de obrigar
professores a atuarem com a saúde fragilizada. Exibe vídeo de educadora da
Escola Estadual Julieta Caldas Ferraz, em Taboão da Serra, que teria desmaiado
durante o expediente. Mostra fotos de alagamento na Escola Estadual Doutor
Kyrillos, no Butantã. Combate o sucateamento de escolas estaduais. Tece
críticas ao secretário da Educação, Rossieli Soares.
9 - JANAINA PASCHOAL
Discorre acerca de sua visita, acompanhada do deputado Arthur
do Val, à escola bilíngue Emebs Helen Keller, na Aclimação. Acrescenta que a
instituição atende alunos com deficiência auditiva. Defende o ensino de
matérias em Libras. Declara-se favorável ao ensino da Língua Brasileira de
Sinais no magistério.
10 - CORONEL TELHADA
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
11 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão
ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.
*
* *
-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Gilmaci Santos.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Presente
o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e convida o nobre deputado Carlos Giannazi para ler a resenha
do expediente.
O SR. CARLOS
GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente deputado Gilmaci Santos, nós temos duas indicações: uma do
deputado Jorge Caruso e uma outra da deputada Damaris Moura. Está lida a
resenha do expediente.
O SR.
PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Muito obrigado, nobre deputado Carlos Giannazi. Neste
momento, vamos iniciar o nosso Pequeno Expediente, convidando para fazer uso da
palavra o nobre deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Delegado Olim.
(Pausa.) Deputada Janaina Paschoal. (Pausa.) Deputado Paulo Lula Fiorilo.
(Pausa.) Deputado Tenente Nascimento. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.)
Deputado Coronel Telhada. (Pausa.) Deputada Edna Macedo. (Pausa.) Deputado Alex
de Madureira. (Pausa.) Deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Deputado Coronel
Nishikawa. (Pausa.) Deputada Leci Brandão, tenha V. Exa. o tempo regimental.
A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB – SEM REVISÃO DO ORADOR - Excelentíssimo Sr. Presidente Gilmaci,
deputados, deputadas, deputado Carlos Giannazi, assessores desta Casa, público
que nos assiste pela nossa TV Alesp, a votação da reforma da Previdência foi
adiada para o dia três, acho, inclusive que foi uma medida assertiva, porque
foi feita com todos os líderes e a Presidência desta Casa.
E, o que me
causa espanto é hoje saber que toda a imprensa, e seja a mídia de um modo
geral, o Brasil inteiro tomou conhecimento dos acontecimentos aqui de ontem,
que foram, realmente, muito tristes, muito ruins, agressões físicas, agressões
verbais, xingamentos, deboches, enfim.
Acho,
inclusive, que uma parte da mídia fez uma tomada de imagem seletiva. Porque o
que fica parecendo para o público telespectador é que a esquerda é que agrediu,
a esquerda foi que fez o tumulto.
E, a coisa não
é bem assim. Eu acho que tem gente que gosta de provocar pessoas. A mim,
ninguém me provoca muito, porque eu venho aqui, dou a minha resposta sempre que
sou provocada.
E, tem uma
coisa que me chamou a atenção. Eu acho que independente de religião, as coisas
só vão acontecer se Deus quiser. Ninguém pode dizer: “Nunca mais isso vai
acontecer. Vocês não vão voltar. A esquerda acabou.” Isso não pode ser dito
dessa forma. Só se Deus quiser.
Se Deus não
quiser, se ele não determinar, volta. Tem uma coisa na religião de matriz
africana, que é um orixá chamado Tempo. O Tempo é um orixá fantástico. Porque
hoje você diz uma coisa e o Tempo faz com que aquilo mude, sabe?
As pessoas, às
vezes, estão numa situação, sabe, muito tranquila, e de repente caem, e assim é
a vida. Mas, é importante que as pessoas saibam que eu não me manifestei na
questão física, não me manifestei mostrando faixas. Nada disso.
Não é por medo,
não é por covardia; é porque o meu perfil não é esse. Eu não posso fazer as
coisas porque as pessoas querem que eu faça. Eu faço aquilo que eu acho que
deve ser feito.
E, aproveito
também para mandar um recado para o deputado Frederico d’Avila, que teve uma
atitude muito ruim ao fazer uma posição de estar atirando na plateia, atirando
aí na galeria.
Eu acho que
isso é muito ruim, isso é um retrocesso. A gente não está na ditadura. Estão
querendo, sim, que a gente caminhe para ditadura. Mas, eu tenho certeza de que
a esquerda não vai deixar que essa ditadura aconteça.
Afinal, quem
estava na galeria eram pessoas por quem a gente tem que ter respeito,
funcionários públicos, funcionário público não é vagabundo. Funcionário público
não é parasita. Funcionário público, servidor público, entendeu, não é
irresponsável.
As pessoas
estão preocupadas, sim, em perder os seus empregos. As pessoas estão
preocupadas, sim, em não poder ter mais condições de sustentar as suas
famílias.
Eu acho que
seja um gari, seja um professor, seja um enfermeiro, seja quem for, funcionário
público tem que ser respeitado.
E eu só espero,
sinceramente, que os deputados desta Casa que são a favor dessa reforma da
maldade, da crueldade, que eles aproveitem agora esses dias – só dia 3 que voltará
a acontecer uma coisa aqui -, aproveitem para fazer uma reflexão.
Aproveitem para
não tornar a vida das pessoas de forma ruim, que as pessoas não tenham chance
de poder ter um fortalecimento de poder ter crescimento, de poder ter igualdade
de condições. A gente não vai participar, sabe, de baderna. Eu tentei até
acalmar alguns ânimos aqui.
Mas, eu sou
pequena. Não tenho força. Já tenho 75 anos, não posso me meter em confusão,
poderia até quebrar minha perna, meu pé, sei lá. E, aí, eu não ia poder continuar
a minha parte artística, porque eu preciso dela.
Ainda bem que
eu ainda posso cantar. Aliás, eu gostaria de dizer que amanhã estarei na
avenida, lá na Acadêmicos do Tatuapé, em frente da escola, é a quinta escola,
passa de madrugada.
E, domingo, se
Deus quiser, eu estarei na Estação Primeira de Mangueira, que, aliás, está com
uma letra de samba maravilhosa. Aproveitem, aproveitem, vocês que não gostam da
esquerda, leiam a letra do samba-enredo da Estação Primeira de Mangueira, que
ela diz tudo, diz tudo o que está acontecendo.
É por isso que
a gente tem um diferencial nesta Casa. Eu posso não ter, é como eu digo, eu não
tenho a quantidade intelectual, acadêmica, e tal, que a maioria aqui tem. Mas,
acho que as pessoas estão perdendo o rumo, estão perdendo a educação, e estão
perdendo o respeito. A gente tem que se respeitar.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Obrigado, nobre deputada e parabéns pela sua fala. Concordo com a senhora em
número, gênero e grau.
Convidamos para fazer uso da palavra o
deputado Major Mecca.
O
SR. MAJOR MECCA - PSL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente e todos os funcionários, amigos
que estão nas galerias, ótima tarde, sejam bem-vindos.
Ontem todos
nós, policiais do estado de São Paulo, ficamos sem entender o que estava
acontecendo aqui neste plenário. O que nós, operadores de Segurança Pública,
esperamos dos parlamentares? O que nós, policiais, esperamos do Poder
Executivo? Do Poder Judiciário?
Nós esperamos
que todos esses gestores entendam a atual situação que atravessam os policiais
no estado de São Paulo. Nós esperamos que, aqui, nesta Casa de Leis, se entenda
a situação que nós, policiais e nossas famílias, atravessamos no estado de São
Paulo.
Não é justa
para nós a situação que atravessamos. Além de todo o estresse psicológico e
físico, do número de policiais mortos no estado de São Paulo, nós sermos
cobrados por mais esse quinhão que prejudica o policial e seus familiares.
Nós sabemos,
nós entendemos o sacrifício de todas as demais categorias, dos professores, dos
médicos, dos enfermeiros, mas eu quero chamar a atenção, aqui, para o desalento
e a revolta de todos os policiais na noite de ontem.
Todos estavam
acompanhando essa matéria importantíssima para todos nós. E fica essa guerra
ideológica. Uma agressão chegando ao ponto de agressão física, de briga aqui na
frente. Que é um exemplo péssimo para quem espera de nós trabalho.
Porque nós
estávamos em um momento de trabalho. Quem está exercendo a sua atividade, trabalhando,
daqui a pouco levantam todos vocês aí e começam a sair na mão, a dar socos um
no outro.
Em que empresa,
em que lugar acontece isso? Nós trabalhamos assim nos nossos quartéis? Robson,
a gente levanta, sai da viatura e começa a dar soco um na cara do outro? Começa
a se xingar? Ninguém trabalha desse jeito. Isso não é um ambiente de trabalho.
Quem nos elegeu
tem uma expectativa em relação às nossas tomadas de decisão. Quais são as
fontes de informação que nós temos? Que eu tenho? O Sindicato dos Delegados da
Polícia Civil, dos investigadores, da Polícia Técnico-Científica, os policiais
civis e militares, que nós participamos em grupos de WhatsApp, e todos eles
estão extremamente revoltados, mesmo com a aprovação das emendas que foram
feitas aqui em primeiro turno.
Eles não
concordam com isso. E a função nossa, como representantes desses homens e
mulheres, é trazer essa insatisfação, aqui, para o plenário.
Mas nós temos
que fazer isso de forma civilizada, porque a impressão que se dá é a de que a
promoção dessa bagunça vai favorecer, na votação de segundo, que a coisa seja
feita na tratoração, se passe por cima de todas as intenções dos nossos
eleitores, de todos os propósitos legítimos que nós temos aqui, de quem nós
representamos, e se passe a lei e se permaneça no prejuízo quem está na ponta
da linha, trabalhando, sejam os policiais, os professores, os médicos, os
enfermeiros.
Porque a
insatisfação, hoje, desses profissionais, é muito grande.
Eu tenho uma
aproximação de mais de 31 anos da atividade policial, e eu acompanho a
manifestação dos policiais militares, dos policiais civis, a revogação do Art.
133, que permanece na PEC, que fala sobre as incorporações, que prejudicará
inúmeros sargentos e oficiais, que, no seu horário de folga, se prestam a dar
aula nas escolas de formação, e daí por diante.
Ou seja,
policiais militares também estão inclusos nesse pacote? Estão, porque a PEC 18
tem um viés de reforma administrativa. Tem, porque esse tema que eu acabei de
citar, do Art. 133, que fica revogado na PEC, isso é reforma administrativa.
Isso não é
reforma previdenciária, e nós estamos aqui para demonstrar essa insatisfação,
essa falta de diálogo com os policiais, com os professores, com todas as
categorias envolvidas.
O meu voto
“não” - e permanecerá “não” - por essa reforma, se dá até mesmo pelo
desrespeito a nós, parlamentares, de participarmos e representarmos as nossas
categorias nesse processo, nessa construção de reforma.
Nós sabemos que
o país precisa de reformas, só que essa reforma começar de quem encontra-se no
topo da pirâmide, e não se iniciar por quem está na base da pirâmide, que são
os que ganham menos, os que se sacrificam mais.
O estado precisa
enxugar? Precisa. Por exemplo, você pega aqui o Poder Legislativo, são 2.995
cargos comissionados. Isso precisa diminuir? É lógico que precisa, e é por aí
que deve se começar a gestão do estado.
Muito obrigado
a todos. Nós continuaremos no trabalho, junto aos demais parlamentares, e
levando o que pensam os nossos policiais.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Com a palavra o deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Castello Branco.
(Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs.
Deputados, gostaria de me associar ao que disse o sargento Mecca, em
relação a essa reforma da Previdência, que também vem dentro dela um truque,
deputada Leci Brandão, uma reforma administrativa contra os servidores do
estado de São Paulo.
Uma das
maldades... São muitas maldades dentro da PEC e dentro do PLC, mas uma das
grandes maldades dessa reforma da Previdência nefasta e perversa do governador Doria é a questão da regra
de transição. É algo monstruoso o que está nesses dois projetos, porque
praticamente não tem regra de transição.
Uma professora
ou uma servidora do Poder Judiciário, ou da Secretaria da Saúde, enfim, de
qualquer órgão público, que tem ainda um tempo de um ano ou dois anos para se
aposentar, se a reforma for aprovada do jeito que ela foi apresentada, essa professora vai ficar mais cinco, seis
anos para se aposentar.
Se um
escrevente do Judiciário estiver numa situação semelhante, se faltarem seis
meses para ele se aposentar, ele vai ficar mais cinco ou seis anos na fila de
espera. Um absurdo total, mas eu vou voltar a esse tema.
Nós vamos
debater muito e apresentar as contradições e as maldades e perversidades tanto
do PLC 80 como também da PEC 18. Ambas representam a farsa da reforma da
Previdência do governo Doria aqui em São Paulo.
Mas eu gostaria de dizer
que ontem eu coordenei uma audiência pública aqui no Plenário José Bonifácio
junto com pais de alunos, alunos, entidades, que trouxeram uma denúncia
gravíssima que eu já tinha repercutido aqui na tribuna há alguns dias atrás
sobre o descredenciamento de uma escola de educação especial, uma escola que
atendia alunos autistas. Cento e cinquenta e cinco alunos ficaram praticamente
numa situação muito difícil.
O estado tinha um
credenciamento, um convênio, com uma escola, que é uma escola tradicional que
atende alunos autistas já há mais de 40 anos, que tem um projeto pedagógico. É
uma escola que tem o reconhecimento da sociedade; tem o reconhecimento dos pais
de alunos e do nada a escola foi descredenciada.
No primeiro momento e no
final de janeiro entrei em contato com a Diretoria de Ensino e fui informado
que havia uma questão burocrática, um erro, talvez uma fraude num documento que
não tinha sido entregue corretamente.
Enfim, não tinha uma
justificativa talvez burocrática ou jurídica para o descredenciamento da
escola. Mas o que me preocupou é que a comunidade escolar toda defende a
escola: as professoras, os servidores da escola, mas principalmente os pais e
os alunos.
E ontem nós ouvimos
relatos desses pais e também desses alunos aqui. Todos os relatos foram
registrados. Nós vamos encaminhá-los ao governador Doria, ao secretário
estadual de Educação e ao Ministério Público Estadual, porque essas famílias
foram deixadas entregues à própria sorte.
Por exemplo, deputada
Leci Brandão - porque a escola fica aqui no Campo Belo - crianças que moram na
região, moram no Grajaú, na Cidade Ademar, no Jardim Ângela, que frequentam a
escola do Campo Belo, foram transferidas para regiões distantes: Tatuapé,
Tucuruvi, Mauá, Diadema.
É inviável uma criança
nessas condições, uma criança autista... Primeiro, que já houve a quebra do
vínculo com a escola. Se tem uma questão jurídica e burocrática, a Secretaria
da Educação tem que resolver isso com a escola. Ela não pode sacrificar um trabalho
de 40 anos, um trabalho de excelência.
E quem diz isso são os
pais. Os 155 pais defendem escola, estão horrorizados, perplexos e revoltados
com esse descredenciamento. Então eu já estou acionando o Ministério Público
Estadual, acionando de novo a Secretaria da Educação, porque a secretaria tem
que resolver essa situação.
Muitas das crianças não
vão estudar mais porque as escolas em que elas foram matriculadas são escolas
distantes. Fica inviável o transporte até lá.
Outras crianças foram
matriculadas em algumas escolas que não têm o mesmo projeto pedagógico dessa
escola, os pais não querem. Enfim, o fato é que um projeto pedagógico de
qualidade foi destruído por conta de questões burocráticas e jurídicas que a
Secretaria da Educação tinha que ter resolvido.
Tinha que ter feito um
acordo com a escola e não poderia ter sacrificado 155 crianças que gostavam da
escola, estavam aprendendo, tendo um desenvolvimento muito importante, tinham
vínculos emocionais com essa escola.
Então nós exigimos que a
secretaria tome providências em relação a isso e trate esses alunos e essas
famílias com dignidade.
Muito obrigado, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE -
GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, nobre deputado
Carlos Giannazi. Com a palavra o deputado Rafael Silva. (Pausa.) Deputado
Douglas Garcia. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputada Marta
Costa. (Pausa.) Deputado Frederico d’Avila. (Pausa.) Deputada Alessandra
Monteiro. (Pausa.) Deputada Adriana Borgo. (Pausa.) Deputado Sargento Neri.
(Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Vinícius Camarinha. (Pausa.)
Deputado Conte Lopes.
O
SR. CONTE LOPES - PP -
Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que acompanha da
tribuna da Assembleia, ontem tivemos aqui O debate sobre a Previdência dos
funcionários.
Volto a colocar
que, na minha vida política, em 30 e tantos anos, sempre votei favorável ao
funcionário público. Quando houve a votação da mesma Previdência na Câmara
Municipal, eu era vereador.
Fui chamado
pelo prefeito. Até falei com o Bruno Covas na época. Eu disse que eu votaria
contra porque sou funcionário público há 52 anos. Já vou para 53, quando entrei
na Polícia Militar como soldado. Então acho uma incoerência votar contra.
Também voto favorável a tudo que é do funcionário público.
Quando houve o
aumento para os funcionários desta Casa, votei favoravelmente. Teve gente que
votou contra. Votei favoravelmente. Vou votar contra por quê? Quando houve o
aumento de 5% para a Polícia, que o Doria deu, queríamos muito mais. Mas também
votamos favorável. É melhor receber 150 a 200 do que não receber nada.
Essa é a regra
de verdade, o meu modo de pensar. Obviamente que ontem falei, para os deputados
do governo, que eu ia votar contrário e vou votar contrário à Previdência.
Então é essa a nossa colocação, que votamos favoráveis ao funcionário público.
Vi vários debates aqui.
Mais uma vez, a
Polícia Militar é chamada ao debate por causa de uma ocorrência de quatros
policiais que vão à escola e acabam tendo um entrevero, uma porrada com os
alunos. Como aconteceu porrada aqui ontem: deputado, deputada, um dando porrada
no outro.
Lá também
aconteceu. Se o policial errou, cabe à justiça e cabe aos seus superiores
analisar onde ele errou. O importante é colocar o seguinte: esse policial foi
chamado por uma diretora de escola. Ele não estava numa festa, ele não estava
passeando. Alguém chamou e alguém determinou que ele fosse lá.
O jovem da
confusão já tinha sido mandado embora. Eu pergunto: se uma diretora de escola
manda alguém embora da escola, e o cara não quer ir, é certo isso também? O que
ela faz? Cadê a autoridade dela como diretora?
No final acaba
chamando a Polícia. Não vou analisar a ocorrência dos policiais, que não cabe a
mim analisar se está certo, se está errado, se eles se precipitaram ou não. Aí
é outro problema. Outro problema.
Já falei várias
vezes: é muito fácil falar que se domina uma pessoa facilmente. Eu, com mais de
50 anos de Polícia, sei que não é fácil. Não dá para dobrar o bracinho e pôr
para trás, como ensinam, e está tudo normal, não.
Você pega um
cara, às vezes, mais forte do que você. Então, ou você realmente dá rasteira,
joga no chão e segura, ou então você vai apanhar. Então esse é o procedimento
policial. Que cabe, é óbvio, aos seus superiores, analisarem. Mas não, de cara,
“o policial está errado”. De cara, “o policial está errado”. Até o governador.
O governador estava lá em Brasília. “Eu já mandei afastar”. Como, mandar
afastar?
Vocês mandam o
policial para uma ocorrência. Quando dá certo, vocês reúnem lá no Palácio, dá
uma medalha para todo mundo, bate palma, e “a ocorrência é nossa”. É gozado,
igual filho bonito. É igual filho bonito.
Quando a
ocorrência é bonita, todo mundo quer ser pai, doutor Carlos Giannazi, nosso
professor e deputado. Quando a ocorrência é bonita, do policial, “pera aí, vem
cá, traz homenagem, vamos lá, chama a imprensa”. Quando a ocorrência não dá
como deveria ser a ocorrência, “manda embora, mata esse cara aí; ele é
totalmente contrário”.
Só que mandaram
ele lá. A diretora pediu e alguém mandou ele lá. Deu errado? Ele pode ser
punido? É outro problema. Agora, tem que ser analisado. Agora, o governador sai
do pedestal dele para analisar o que o soldado fez ou deixou de fazer? Sei lá,
está tudo errado. Coisas absurdas. Está aí o Cid Gomes, tomando tiro da Polícia
lá no Ceará. Senador da República, sobe num trator e vai invadir o quartel?
Está todo mundo
louco, estou achando. Está todo mundo ficando meio louco. Até esta Casa mudou.
Todo mundo quer sair na porrada, um quer bater no outro. Não se debate mais
nada.
Ontem, por
exemplo, estavam analisando se votam a Previdência ou não. Aí entra o cara que
é do Bolsonaro, o outro que é do Lula, entra esquerda, entra direita e o
funcionário público no geral, que a maior parte não estava nem aqui... É
lógico, tem uma minoria que vem. E aí não se discute, na verdade, do que o
funcionário precisa.
Hoje, se tornou
o inimigo público número um. Funcionário público é a pior porcaria que existe.
Só que a gente vai ao Palácio: “Não, estamos contratando mais cinco mil
policiais, não sei quantos professores!”.
Só que esses
cinco mil policiais que estão contratando hoje, daqui a 30 anos, vão se
aposentar também. Ou como tenente, ou como sargento, ou como coronel. Da mesma
forma o professor. E vão realmente levar problema, novamente, para a
Previdência. Vamos ficar a vida inteira virando em cima disso aí.
Obrigado, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Obrigado, nobre deputado Conte Lopes. Convidamos o deputado Roberto Morais.
(Pausa.) Deputado Cezar. (Pausa.) Deputado Tenente Coimbra. (Pausa.)
Passamos à lista suplementar convidando
o deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputado
Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Léo Oliveira. (Pausa.) Deputada
Márcia Lia. (Pausa.) Deputado Enio Lula Tatto. (Pausa.) Deputado Coronel
Telhada.
O
SR. CORONEL TELHADA - PP -
Sr. Presidente, Srs. Deputados, assessores e funcionários, todos os que nos
assistem pela Rede Alesp, quero saudar a nossa Polícia Militar na figura da
Assessoria Policial Militar da Assembleia, o cabo Cordeiro e o cabo Róbson,
que, diariamente, têm trabalhado pela segurança de toda esta Casa.
Hoje é dia 20
de fevereiro, é o “Dia Mundial da Justiça Social”. Uma coisa que todos almejam,
que toda a sociedade tenha justiça, que todas as pessoas tenham seus direitos
respeitados. Mas não vamos confundir direitos respeitados com excesso de
direitos. Devemos ter nossos direitos respeitados, mas temos que ter os nossos
deveres também, cumprir os nossos deveres. Então, só lembrando que hoje é o
“Dia da Justiça Social”.
Eu vi os
deputados que me antecederam falando dos problemas que ocorreram nesta Casa
ontem e quero dizer que, mais uma vez, senti vergonha de estar aqui. Já estive
em muitas muvucas em minha vida. São 41 anos de serviço como policial militar.
Já entrei em briga, já fui a rebelião na casa de detenção, pancadaria na rua,
tiroteio. Já vi de tudo, não é, Conte?
Mas o que a
gente tem visto aqui tem ultrapassado o que vi na rua. É vergonhoso. Os
deputados e deputadas ontem se portaram de uma maneira, não vou nem falar
infantil, mas uma postura totalmente irregular. Irregular.
Eu senti
vergonha de pertencer a este Parlamento ontem. A televisão e a imprensa estão
falando nisso. Acho que todos nós temos nossos anseios, lutamos pelo que
achamos certo. Na votação, quem tem mais voto ganha e é assim que funciona. Mas
ver o que vimos ontem aqui, pancadaria, um querendo acertar o rosto do outro e
tomando celular. Enfim, uma coisa horrível. Horrível.
E aí o que acho
interessante é que o pessoal vem falar que a minha polícia, a nossa Polícia
Militar, é violenta. Policial militar está em um confronto, está trocando tiro
com ladrão, está em uma muvuca, em um tiroteio na rua, em uma briga na rua, e o
policial militar é violento.
E o que vimos
ontem aqui? E é a Polícia Militar que é violenta? Hein, Róbson? Somos nós? É brincadeira.
Deputados se estapeando, se empurrando, um xingando e ofendendo a mãe do outro.
Que absurdo. Absurdo! Então, isso aqui é bem claro de como as pessoas são. As
pessoas não se respeitam, as pessoas partem para a ignorância, mas, quando
querem se justificar, botam a culpa na polícia.
A grande
realidade é essa, haja vista o que aconteceu no Ceará também. Um débil mental,
um débil mental - porque aquele cara é débil mental - toma uma máquina pesada,
uma escavadeira, uma retroescavadeira - não sei que máquina é aquela, não sou
dessa área -, enfim, uma escavadeira, e me lança esse carro contra o povo que
estava dentro do quartel.
Um erro não
justifica o outro. Não vou falar se greve é... Eu acho que greve nas polícias é
uma coisa totalmente irregular, mas não justifica o cara pegar um trator e
jogar em cima do povo.
Isso é
tentativa de homicídio. Ou não, Conte? Mudou o regulamento? O Código Penal
mudou? Não mudou, não é? Tentativa de homicídio, além de atentado contra uma
instalação militar. E agora está querendo sair de vítima, porque tomou um tiro.
Tomou tiro...
É um jegue
ainda, porque, se fosse eu que atirasse, ele não ia estar reclamando não, não
ia estar reclamando não. O cara que venha fazer uma besteira para cima de mim
para ele ver o que vai acontecer com ele.
Então, é esse o perfil do
político brasileiro. Ele acha que, porque é político, pode tudo, que ele vai
matar os outros e vai ficar batido. Isso não existe aqui, não existe. O que ele
fez não foi só um atentado à vida daquelas pessoas que estavam ali, foi um
atentado às instituições também.
Eu espero que pague por
isso e que a imprensa ponha a mão na consciência e pare de passar a mão na
cabeça de quem não presta, pare de passar a mão na cabeça de quem não presta.
São dois exemplos para nós
refletirmos: o que aconteceu nesta Casa ontem e o que aconteceu ontem no estado
do Ceará. Duas coisas vergonhosas para a política, duas coisas que jamais
deveriam acontecer. Ontem, estes dias, eu também tenho sido pressionado porque
eu votei “não”, e eu digo e repito: eu não vou votar a favor dessa Previdência.
Eu sou funcionário
público há 41 anos, desde os 17 anos de idade. O que estão fazendo com o
funcionalismo não é certo. O funcionalismo público está pagando por todas as
mazelas que os governos passados cometeram no Brasil.
Roubaram, roubaram,
roubaram e agora querem que o funcionalismo pague a conta. Isso não é certo.
Não contem com o meu voto, eu já disse e repito, e todos os senhores que estão
votando também pense no que estão fazendo.
Nós sabemos que é
necessária uma série de reformas no Brasil, mas dessa maneira não, colocando o
funcionalismo como bode expiatório. Vamos atrás de quem roubou o Brasil, botar
esses caras na cadeia e fazer devolver o dinheiro. Pode ter certeza de que vai
lucrar muito mais do que arrebentando o funcionalismo público.
Então eu quero dizer aqui
a todos que eu continuo trabalhando de uma maneira certa, forte, correta,
legal, de uma maneira legítima, sem baixaria - que eu não preciso disso -, mas
respeitando todas as pessoas e respeitando os meus princípios. Por isso, eu vou
manter o meu voto como “não” para essa Previdência.
Muito obrigado, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE -
GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, nobre deputado.
Com a palavra o deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputada Carla Morando.
(Pausa.) Deputado Vinícius Camarinha. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, de volta a esta tribuna, eu gostaria de
trazer aqui para o plenário mais uma denúncia em relação ao Departamento de
Perícias Médicas do estado, que me parece que deve seguir uma orientação do
governo do PSDB. Era assim no governo Serra, era assim no governo Alckmin e está
sendo pior ainda agora no governo Doria.
Eu me refiro aqui à
tentativa - muitas vezes até vitoriosa - do Departamento de Perícias Médicas,
que é uma vitória perversa e nefasta também, de obrigar professoras e
professores a trabalharem adoentados. Pessoas que estão adoentadas, com laudos
médicos, não têm as suas licenças referendadas pelas perícias médicas do
estado, um verdadeiro absurdo.
Os nossos profissionais
da Educação estão adoecendo por conta da superlotação de salas, da violência
nas escolas, da jornada estafante de trabalho e são obrigados a trabalhar
doentes. A situação é tão grave e desumana que nós tivemos um caso muito sério
que eu gostaria de mostrar aqui no nosso telão da Assembleia Legislativa.
Na Escola Estadual
Julieta Caldas Ferraz, uma escola pública estadual de Taboão da Serra, uma
professora que não tem condições de trabalhar - está adoentada e só consegue se
locomover com andador dentro da escola - está em uma situação tão grave que ela
desmaiou dentro da sala de aula.
Nós temos um vídeo aqui
mostrando esse momento, a professora sendo socorrida, professora da Escola
Estadual Julieta Caldas Ferraz. Ela foi socorrida pelas colegas professoras,
porque o Departamento de Perícias Médicas não concedeu a ela uma licença para
que a professora fizesse um tratamento médico e depois voltasse ao trabalho.
É assim, de uma forma
desumana e perversa e covarde, que o estado vem tratando os profissionais da
Educação, Sr. Presidente. Os profissionais adoecem e são obrigados a trabalhar
adoecidos. É um ataque à dignidade humana das nossas educadoras e dos nossos
educadores.
Gostaria ainda,
Sr. Presidente, no pouco tempo que eu tenho, de continuar mostrando o
sucateamento da rede pública de ensino, das nossas escolas. Como eu tenho
denunciado exaustivamente, há muito tempo, elas estão degradadas e sucateadas.
A FDE -
Fundação para o Desenvolvimento do Ensino - não faz reformas, parece que não
tem planejamento nenhum. Essa autarquia detém um orçamento de bilhões de reais,
e a função dela é construir escolas, reformar escolas, comprar material
didático escolar. Mas ela não faz as reformas das escolas estaduais. Por isso
que as escolas estão caindo, desabando, estão sendo inundadas pelas chuvas.
Então, eu tenho
mais um caso aqui que eu quero apresentar no plenário. E quero exigir
providências imediatas do governo estadual. Me refiro à Escola Estadual Dr.
Kyrillos, que fica no Butantã.
Vejam só a
situação dessa escola: uma chuvinha só inviabiliza o funcionamento da escola.
Salas ficam inundadas e inviabilizadas. São várias salas, corredores inundados.
Tem vídeo também. Essas são fotos, mas temos vídeos que foram feitos da escola
inundada. Salas de aula, corredores, parte administrativa da escola. A escola é
obrigada a suspender as aulas.
Há um prejuízo
pedagógico para os alunos. Qualquer chuva... Porque não tem reforma dos
telhados, deputado Conte Lopes. O governo não faz reforma das escolas
estaduais.
Isso aqui é só
um exemplo, é para ilustrar a situação geral da rede estadual. Isso não é
pontual; essa é uma realidade da rede estadual de ensino. E eu convido os
deputados que visitem as escolas estaduais. O deputado ou deputada não precisa
ir muito longe. Aqui mesmo, no centro da cidade, aqui nas imediações.
Essa é uma
escola do Butantã, que está nessa situação. Imaginem V. Exas., deputado Coronel
Telhada, deputado Gilmaci Santos, uma escola do Grajaú, uma escola no Jd.
Ângela, uma escola em Guaianases, uma escola na periferia de Osasco, na
periferia de Guarulhos, em Franco da Rocha.
Enfim, na
Grande São Paulo e mesmo no interior paulista, na região do ABC, na região da
Baixada Santista. É um verdadeiro descaso. As escolas estão nessa situação.
Aí eu vejo o
secretário da Educação falando em PEI, em projeto Inova Educação, em tecnologias,
que vai colocar internet. Mas nada disso funciona, porque se ele não consegue
fazer nem a lição de casa, se ele não consegue nem reformar as escolas - nem
aulas muitas escolas estão tendo, por conta dessa degradação -, eu fico
imaginando como vai ter o Inova.
Não tem nem
professores para lecionar as matérias do Inova. Tem uma crise aí, eu já
denunciei isso. Começou no processo de atribuição de aulas.
Então, queria
fazer essa denúncia, Sr. Presidente, e pedir para que cópias do meu
pronunciamento fossem encaminhadas ao secretário de Educação e ao governador
Doria, para que as providências sejam tomadas imediatamente em relação a essa
escola que eu citei, do Butantã, a Escola Estadual Dr. Kyrillos.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Obrigado, nobre deputado. Dando continuidade aqui, chamamos a deputada Janaina
Paschoal.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, Sr. Presidente. Cumprimento os colegas
presentes, os funcionários todos da Casa, as pessoas que vieram nos visitar.
Hoje pela manhã, eu visitei, junto com o deputado Arthur do Val, a Escola Helen
Keller, uma escola que eu descobri que existe há muito pouco tempo, em virtude
da visita daquelas famílias de crianças com deficiência auditiva. E eu
considero uma escola muito importante, porque eles têm o ensino médio para
crianças com deficiência auditiva. E se trata de uma escola bilíngue.
O que significa
dizer “é uma escola bilíngue”? É uma escola que ensina em Libras e também no
português.
Então, a libra
é o primeiro idioma dessas crianças. Então, foi uma experiência importante. Pude
conversar com o professor Neivaldo, que é uma referência nessa seara, professor
de matemática, professor de física, professor de Libras.
Eu agradeço
toda a equipe que me recebeu, tanto da direção da escola, como da DRE da
região. E, ficaram conosco a manhã inteira respondendo todas as dúvidas, e
explicando os vários processos de ensino das crianças com deficiência auditiva.
É uma escola
que funciona há muitos anos. Para os senhores terem uma ideia, esse professor
Neivaldo, que hoje tem 50 anos de idade e leciona já há quase 20 anos na
escola, estudou quando criança na Helen Keller.
E, eu fiquei
surpresa ao descobrir que é a única escola bilíngue de ensino médio no Brasil.
E, existe um pleito das famílias de uma multiplicação de instituições de ensino
com essas características.
E, eu acho que
eu já falei sobre isso aqui, mas eu gostaria de reiterar: por que existe esse
pleito? Porque, as famílias e as próprias crianças e adolescentes explicam,
eles dizem que é diferente aprender química com um professor de química, ter o
intérprete traduzindo para Libras, e aprender química com um professor de
química que já fala em Libras.
Se esse
professor é também um deficiente auditivo, que é o caso do professor Neivaldo,
a comunicação fica ainda mais fácil, porque ele entende exatamente quais são as
dificuldades daquelas crianças, daqueles jovens, para conseguir compreender o
que ele está passando.
Essa reunião
foi muito importante porque quanto mais eu estudo sobre esse tema, quanto mais
eu ouço as pessoas, eu percebo o seguinte: existe uma demanda enorme de jovens
com deficiência auditiva para aprender.
E, existe uma
demanda de pessoas capacitadas para lecionar nessas condições. Então, o que eu
conversei com esses educadores todos, que cederam seu tempo, considero que
cederam seu tempo para mim, eu disse o seguinte: “Por que nós não começamos a
formar esses jovens que são deficientes auditivos e que, por esta deficiência
têm uma dificuldade de ingresso na vida profissional, por que nós não começamos
a preparar esses jovens para serem eles próprios professores das novas gerações
de crianças com deficiência auditiva. Não sei se eu estou sendo clara.
Nós temos leis
para obrigar as empresas a contratarem, e multas, e esse debate todo, se as
cotas serão mantidas, se não serão mantidas, se serão substituídas por uma
multa. Todo esse debate é saudável, é importante, é necessário.
Mas, falta uma
política de preparo desses grupos para atender o próprio grupo. Não teria nada
mais interessante, mais racional, do que eu pegar esses jovens, que querem
estudar, que querem se profissionalizar, e prepará-los para serem professores
dos jovens que estão chegando, em Libras.
E, eu pude
conversar com os adolescentes de uma turma, e foi interessante, porque, sem eu
tocar nesse assunto, vários deles disseram que querem ser professores, que
querem fazer pedagogia.
Por que não
pensar em escolas de ensino médio, como nós tínhamos antigamente, de magistério
para Libras. Então, assim, eu estou dividindo com os senhores essas minhas
reflexões porque eu acredito que nós precisaremos enfrentar esse debate num
futuro próximo.
Assumi o
compromisso com os educadores e com os jovens que nos receberam de pedir uma
agenda com o secretário da Educação estadual, porque com o municipal eu já
conversei, para que nós pensemos em um caminho para multiplicar essa
experiência de sucesso da escola Helen Keller.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O
SR. CORONEL TELHADA - PP - Havendo acordo de
lideranças, solicito o levantamento da presente sessão.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
É regimental o pedido de Vossa Excelência.
Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
havendo acordo de lideranças esta Presidência, antes de dar por levantados os
trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora
regimental, sem Ordem do Dia.
Está levantada a sessão.
*
* *
- Levanta-se a
sessão às 15 horas e 20 minutos.
*
* *