27 DE FEVEREIRO DE 2020
15ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CORONEL TELHADA, TENENTE NASCIMENTO e CASTELLO
BRANCO
Secretaria: TENENTE NASCIMENTO
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - JANAINA PASCHOAL
Faz esclarecimentos sobre o direito adquirido, incluído na
reforma da Previdência. Reitera o entendimento de que esta não é a hora de
fazer manifestações, em razão da situação atual no mundo. Ressalta que não
houve nenhuma doença que tenha movimentado tantas autoridades. Destaca os
pronunciamentos do ministro da Saúde e equipe multidisciplinar do estado de São
Paulo, sendo cautelosos e evitando o pânico na população. Considera que as
autoridades têm o dever de adotar posição de cautela e precisam assumir suas
responsabilidades, evitando situações nas quais o vírus possa se propagar.
3 - CORONEL NISHIKAWA
Discorre sobre agressão a agentes penitenciários em Guariba e
Piracicaba. Afirma ser esta uma profissão de risco, que promove comportamentos
agressivos e altos índices de suicídio. Considera alta a idade de aposentadoria
estipulada para categoria na reforma da Previdência. Esclarece que, apesar de
ter votado a favor da reforma previdenciária, está analisando qual será o seu
voto no segundo turno. Destaca que, se o seu voto for mudado, terá sido por
livre e espontânea vontade, não por pressão.
4 - TENENTE NASCIMENTO
Assume a Presidência.
5 - CORONEL TELHADA
Diz ser hoje o Dia Nacional do Idoso. Lembra a batalha do Mar
de Java, nesta mesma data em 1942, na qual a Marinha aliada foi derrotada pela
japonesa. Cita dados da Polícia Militar para o Carnaval. Lamenta que as pessoas
continuem reincidindo nos mesmos problemas. Informa o falecimento do cabo
Magalhães, da Rota.
6 - CARLOS GIANNAZI
Comenta a atual situação dos agentes de organização escolar.
Afirma que esta é uma categoria importante e que, sem eles, as escolas não
funcionam. Lamenta que a categoria seja altamente discriminada do ponto de
vista salarial. Diz serem vítimas de assédio, desvio de função e expostos à
violência. Critica a falta de condições de trabalho e salarial. Exibe vídeo,
apresentado em curso de formação para diretores que ingressaram agora,
criminalizando os agentes de organização escolar. Repudia a secretaria de
Educação por permitir a exibição deste vídeo. Exige providências imediatas e
que os servidores sejam valorizados.
7 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência.
8 - CASTELLO BRANCO
Defende a reforma tributária, a redução dos impostos e a
melhor aplicação dos mesmos. Exibe slides a respeito do assunto. Define suas
pautas de trabalho: combustível sem imposto, IPVA e IPTU. Discorre sobre este
último imposto.
9 - CASTELLO BRANCO
Assume a Presidência.
10 - CORONEL TELHADA
Informa o falecimento da irmã Eva Catarina. Presta condolências
à família Veiga. Discorre sobre a morte de policiais durante o Carnaval, nos
estados de Minas Gerais, Pará, Maranhão e Bahia. Critica o deputado federal
Igor Kannário por xingar os policiais militares, de cima do carro alegórico,
durante o Carnaval. Lembra que o deputado tem passagens por tráfico de
entorpecentes. Repudia a atitude do deputado federal.
11 - CARLOS GIANNAZI
Discorre sobre sua visita à Escola Estadual Doutor Kyrillos.
Exibe fotos da escola. Lamenta que diversas salas de aulas, laboratório e
biblioteca estejam desativadas em razão de inundação. Destaca que há dez anos a
diretoria da escola pede uma reforma estrutural. Critica a Secretaria de
Educação por não realizar reformas das escolas estaduais. Cita a falta de
material, de internet e de estrutura. Exige que seja feita a reforma estrutural
desta escola. Afirma que este descaso pode ser considerado como improbidade
administrativa.
12 - CARLOS GIANNAZI
Reafirma sua disposição de luta contra a reforma da
Previdência, a ser votada no próximo dia 3 de março. Afirma que está
mobilizando servidores de diversas categorias, para que haja uma grande
manifestação nesta Casa, a "Ocupa Alesp". Esclarece que a reforma irá
prejudicar e dificultar o acesso dos servidores à Previdência estadual. Apela
aos deputados para que reflitam, analisem e estudem melhor as propostas
apresentadas. Lê editorial de hoje da "Folha de S. Paulo", a respeito
da divulgação, pelo presidente da República, de mensagem apoiando a
manifestação que ocorrerá dia 15 de março. Considera como uma afronta ao Estado
Democrático de Direito e às instituições.
13 - CARLOS GIANNAZI
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
14 - PRESIDENTE CASTELLO BRANCO
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão
ordinária de 28/02, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Adita a Ordem do Dia
da sessão de 3/3. Levanta a sessão.
*
* *
-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Telhada.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e convida o nobre deputado Tenente Nascimento para ler a
resenha do expediente.
O
SR. TENENTE NASCIMENTO – PSL – Temos aqui uma
indicação. Indico, com fundamento no Art. 159 da Consolidação do Regimento
Interno, ao Exmo. Sr. governador do estado de São Paulo, a realização dos
estudos e urgentes providências no sentido de possibilitar a liberação de
recursos financeiros para a aquisição de um veículo adaptado para transporte de
pessoas portadoras de necessidades especiais no município de Potim. Deputado
Altair Moraes.
Temos outra indicação. Indico, nos
termos do Art. 159, da Consolidação do Regimento Interno, ao Exmo. Sr.
governador que determine aos órgãos competentes a elaboração dos estudos
objetivando implementar o programa Futuro do Pontal, dedicado ao
desenvolvimento do Pontal do Paranapanema, nos mesmos moldes do programa
recentemente lançado, Vale do Futuro. Deputado Itamar Borges.
Está lida a resenha, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP – Obrigado, Sr.
Deputado.
Vamos, portanto, começar o Pequeno
Expediente com os oradores inscritos. A primeira deputada é a Sra. Deputada
Janaina Paschoal. V. Exa. tem o tempo regimental.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL
– SEM REVISÃO DO ORADOR – Obrigada, Sr. Presidente. Cumprimento V. Exa., os
demais colegas presentes, os funcionários da Casa, as pessoas que nos
acompanham pela Rede Alesp e as que vieram nos brindar com suas presenças.
Primeiramente,
gostaria de fazer um esclarecimento, haja vista os e-mails que recebi, ainda
sobre a reforma da Previdência. Muitas pessoas não estão compreendendo, quando
a gente diz que colocou no texto da PEC o respeito ao direito adquirido.
O que é isso?
Isso significa que o funcionário público - não importa a categoria, pode ser de
qualquer carreira - que hoje já preenche os requisitos para se aposentar pode
seguir trabalhando tranquilo, porque, mesmo havendo a reforma, quando este
funcionário decidir se aposentar, daqui um ano, dois, três, dez, ele poderá
fazer jus às regras de hoje, ou seja, as regras anteriores às da reforma.
Muita gente não
está entendendo o que é que significa colocar no texto da Constituição a
garantia do direito adquirido. Então, eu venho aqui fazer este esclarecimento.
Venho também
reiterar o que escrevi nas minhas redes, e venho sendo bastante atacada em
virtude disso. Reitero o entendimento de que não é hora de fazer manifestação,
nem à esquerda, nem à direita.
Não estou com
isso desmerecendo manifestações, desmerecendo os direitos constitucionais, só
entendo que o mundo está passando por um momento delicado. Se os senhores forem
cautelosos com relação à história recente, perceberão que não houve, na
história mais próxima, nenhuma doença que movimentou tantas autoridades.
Em Veneza eles
cancelaram o Carnaval. Nos Estados Unidos, o presidente Trump acabou de nomear
o vice-presidente como coordenador do grupo que está trabalhando com essa
situação do coronavírus. Estão analisando postergar as Olimpíadas, por causa
das aglomerações.
Ontem eu
assisti atentamente o pronunciamento do ministro da Saúde. Assisti também
atentamente o pronunciamento da equipe multidisciplinar que o governador
instituiu para acompanhar essa situação.
Entendo que as
autoridades que se pronunciaram foram bastante cautelosas, tomaram todos os
cuidados para não gerar pânico na população, o que me parece um procedimento
adequado, mas, diferentemente da leitura que vem sendo feita, não incentivaram
o descuido.
Se os senhores
prestarem atenção, quando o ministro da Saúde foi indagado sobre viajar ou não
viajar, o que foi que ele respondeu? Vamos fazer imperar o bom senso. Se é uma
viagem necessária, uma viagem de trabalho, uma viagem que já está toda
organizada, quem sou eu para pedir para a pessoa parar a vida? Nós não podemos
parar a vida. Foi isso que o ministro respondeu. No entanto, se for possível
evitar, vamos fazer imperar o bom senso.
Não me parece
razoável, diante destas circunstâncias, que autoridades à direita e à esquerda
estejam a convocar manifestações. Eu nem estou entrando no mérito das
manifestações em si.
Poderíamos
ficar uma tarde toda debatendo isso aqui. Agora, nós estamos vivendo um momento
delicado. Eu estou vendo os parlamentares à direita e à esquerda convocando
manifestações, pedindo apoio para material, para carro de som.
Será que essas
pessoas não conseguem entender que o mundo está passando por um momento
delicado? “Ah, Janaina, por que você não falou contra o Carnaval?”. Antes do
Carnaval, o coronavírus não estava no Brasil. Se os senhores perceberem, a OMS
hoje se mostrou muito preocupada com a chegada do coronavírus no Brasil, que é
a primeira ocorrência da doença na América Latina.
Nós temos
alguns fatores que nos socorrem? Temos. Somos um país quente, estamos num
momento quente, numa fase quente do ano, o que dificulta a transmissão. Como
bem disse o ministro da Saúde, somos um país jovem. Esse vírus vitima mais as
populações de idade mais avançada.
Então isso não favorece a
propagação. Pode ser - queira Deus, assim seja - que os efeitos desse vírus no
Brasil não sejam os mesmos que estão aparecendo nos demais países, mas as
autoridades têm o dever de adotar uma posição de cautela.
Eu vejo dessa forma.
Então não é possível conceber que parlamentares não assumam suas
responsabilidades de - óbvio - não gerar pânico na população, até porque
estamos analisando, como bem disse o ministro, mas não criar situações para
aumentar o risco de propagação de um vírus que por ora é letal.
Obrigada, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE -
CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sra. Deputada. O
próximo deputado é o deputado Paulo
Lula Fiorilo. (Pausa.) Sra. Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Delegado
Olim. (Pausa.) O deputado Tenente Nascimento não fará uso da palavra. Deputado
Major Mecca. (Pausa.) Deputado Douglas Garcia. (Pausa.) Deputado Coronel
Nishikawa, V. Exa. então tem o tempo regimental.
Eu
solicito ao Tenente Nascimento que assuma a Presidência dos trabalhos, porque
em seguida, após o Coronel Nishikawa, eu farei uso da palavra. Vossa Excelência
tem o tempo regimental, Sr. Deputado.
O
SR. CORONEL NISHIKAWA - PSL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos, assessorias, Sr. Presidente,
deputados, ao pessoal da galeria. Primeiramente, eu gostaria de falar sobre
agentes penitenciários.
Nós tivemos uma
ocorrência ou duas ocorrências de agressão a agentes penitenciários, uma na
cidade de Guariba - uma mulher, uma agente penitenciária - e também em
Piracicaba - um agente penitenciário.
O que eu quero
dizer com isso? Dizer que é uma profissão de risco como a nossa ou a minha, que
foi de rua. São profissões de alto risco. O procedimento dentro de uma cela não
é fácil.
Quem já
conviveu com isso, como nós já visitamos vários presídios quando nós
trabalhamos no sistema penitenciário, o agente penitenciário fica isolado com um
monte de presos nas alas ou nas celas, como são conhecidas, e com isso o seu
comportamento às vezes começa a ficar agressivo também.
O índice de
suicídios, assim como dos policiais militares, dos policiais em geral, é alto.
Não é um índice normal. Portanto, eu vejo inclusive na reforma que estão
colocando bem alta a idade de aposentadoria desses agentes - eu tive a
oportunidade de ler durante o período de Carnaval.
A transição
praticamente não existe. Aumenta-se muito o tempo de trabalho para aqueles que
estão para se aposentar. Eu votei pela reforma. Entretanto, eu estou pensando o
que nós vamos fazer agora.
Eu confesso que
o estudo que nós fizemos... Nós sentamos em dois, três para poder reavaliar.
Não é nada salutar da forma como está sendo procedida a reforma previdenciária
do estado de São Paulo.
Outra coisa que
eu quero deixar bem claro: nunca trabalhei por pressão. Não sou panela de
pressão para trabalhar por pressão. Não aceito pressão. Eu represento 45
milhões de habitantes aqui no estado de São Paulo. Eu sou um dos 94 aqui. Então
eu tenho voto e o meu voto é meu; não é de mais ninguém.
Vão falar: “Mas
nós elegemos você”. Sim, elegeram, só que para representá-los aqui dentro e
aqui nós vamos representar da forma que nós identificarmos a necessidade atual.
Se nós reformarmos a nossa conduta ou nosso voto, será por livre e espontânea
vontade, não por pressão. Repito: não aceito pressão de ninguém, seja do
governo, seja de quem quer que diga que tenha me eleito.
Tem gente aí postando que
me elegeu e que eu não deveria ter votado contra os funcionários públicos.
Entretanto, da forma como nos foi apresentada, aprioristicamente, era uma
transição tranquila. Entretanto, nós tivemos a oportunidade... Vou repetir:
durante o carnaval, eu não fui pular não, fui estudar.
Nós lemos, nós entendemos
que a reforma, da forma como foi colocada, está muito dura. Então, cabe uma
reflexão, vamos ver o que nós vamos fazer agora no segundo turno. Repetindo:
não trabalho com pressão, seja lá de quem for.
Obrigado.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Tenente
Nascimento.
*
* *
O SR. PRESIDENTE -
TENENTE NASCIMENTO - PSL - Seguindo a lista de oradores
inscritos, quero convidar o deputado Coronel Telhada para fazer uso da palavra
pelo tempo regimental de cinco minutos.
O
SR. CORONEL TELHADA - PP - Sr.
Deputado, Sras. e Srs. Deputados aqui presentes, assessores, funcionários,
público aqui presente, todos que nos assistem pela TV Alesp, quero saudar aqui
a nossa Assessoria Policial Militar, na figura do cabo Salvador, do soldado
Thiago e do cabo Tonello, que aqui representa o nosso Corpo de Bombeiros.
Os demais policiais são
todos da Assessoria Policial Militar. Saúdo sempre nossos policiais militares
valorosos, que trabalham não só em defesa desta Casa, mas de todo o estado de
São Paulo.
Vou começar a nossa fala
hoje saudando os dias, comemorando hoje, dia 27 de fevereiro, o Dia Nacional do
Idoso. Grande parte desta Casa já está nesse dia, não é? Passamos dos 60 anos,
já somos idosos.
Daqui a dois anos eu já
estou chegando nessa fase também. Hoje a fase do idoso é uma fase tranquila,
aumentou o tempo de vida do cidadão, o que é muito bom. Esperamos, se Deus
quiser, chegar até os 70, 80 anos. Então parabéns a todos os amigos e amigas
que já estão na boa idade, contem com o nosso apoio.
Também na parte de
história militar, eu sempre faço uma referência. Hoje, dia 27 de fevereiro - o
capitão Castello Branco, que é um estudioso, deve saber disso -, dia 27 de
fevereiro de 1942 foi o dia da Batalha do Mar de Java, entre a Marinha japonesa
e a Marinha aliada, uma grande batalha em que os aliados perderam.
Segundo os compêndios que
falam sobre isso, foi a maior batalha naval de superfície desde a 1ª Guerra
Mundial. Nós, brasileiros, temos um grave defeito: nós não conhecemos a
história mundial e muito menos a história do Brasil, e muitas vezes a história
vem deturpada, então é bom nós fazermos essas referências para lembrar de
pessoas jovens que morreram defendendo a liberdade do mundo, a liberdade de
todos os cidadãos de bem.
Carnaval, vamos falar um
pouquinho de Carnaval. Eu peguei alguns dados aqui da Polícia Militar para que
nós conversássemos sobre o Carnaval, que ontem se encerrou. Vou falar primeiro
da parte de trânsito urbano.
Só para você terem uma
noção do que é o trabalho da Polícia Militar - muitas pessoas não conhecem o
dia a dia... Só para vocês terem uma ideia, nestes dias de Carnaval, só aqui na
cidade de São Paulo, o trânsito efetuou mais de 17 mil ações com teste de
etilômetro, com 17.631 condutores submetidos ao teste.
Olha só, gente, só em São
Paulo, de 17 mil condutores fiscalizados, 1.397, praticamente 1.400, foram
autuados por dirigir sob efeito de álcool. Olha que coisa louca! Tanta
propaganda, tanta coisa, e nós continuamos com 1.400 pessoas autuadas por
estarem sob em efeito de álcool ou por se recusarem a fazer o teste.
Dessas pessoas, 11
pessoas foram autuadas em flagrante. Com toda a campanha que nós temos para
beber e não dirigir, nós ainda temos números assustadores dessa maneira.
Foram fiscalizados 6.132
carros e 535 motos nas rodovias estaduais.
Nós tivemos a
Operação Carnaval 2020, que foi do dia 21 até o dia 25 de fevereiro. Portanto,
mais de 22 mil quilômetros de malha rodoviária que foram fiscalizadas.
Foram
empregados 3.500 policiais militares, homens e mulheres, em 125 bases
operacionais, e mais de 800 viaturas. Vejam que efetivo trabalhou no Carnaval,
isso só nas estradas, fora o que trabalhou no policiamento. Enfim, a Polícia
Militar praticamente toda empenhada nessa Operação Carnaval.
Foram
utilizados 998 etilômetros, 107 radares portáteis, para que se mantivessem as
ordens nas estradas. Número grave, que seria interessante os Srs. Deputados
ouvirem.
Vítimas feridas
gravemente. Nós tivemos uma queda de 12% no número de 2019 para 2020. Mas,
mesmo assim é um resultado assustador. Em 2019 foram 96; em 2020, 84 pessoas
feridas gravemente.
Vítimas fatais,
ou seja, mortos. Em 2019, 21; em 2020, 14. Teve uma queda de 33 por cento.
Sempre é bom falar em quedas em números graves. Mas, 14 pessoas perderam a vida
nesse Carnaval. Pensem nisso, 14 pessoas, só aqui em São Paulo.
O total geral
de acidentes com e sem vítimas: em 2019 foram 824, em 2020, 817. Ou seja, nós
tivemos um decréscimo, tivemos uma queda, em todos os números.
Parabéns à
Polícia Militar, e aos cidadãos, também, que estão mais conscientes.
Só como número,
seria interessante falar que nós tivemos 34.750 autuações. Aumentou
praticamente 10 por cento; 4.086 motoristas dirigiram sob efeito de álcool.
Novamente, 4 mil motoristas, sendo que 98.103 pessoas realizaram teste de
etilômetro. Sessenta e cinco pessoas foram autuadas em flagrante pelo crime de
embriaguez ao volante.
Foram feitas
6.095 autuações, 2.522 autuações por ultrapassagem na contramão. Enfim, números
que continuam sendo assustadores, porque apesar de todo o trabalho feito para
se evitar acidentes, as pessoas ainda continuam reincidindo nos mesmos
problemas.
E, nas nossas
estradas, 19 pessoas foram presas; 17 procurados pela Justiça foram
recapturados; três toneladas e meia de drogas apreendidas, entre maconha e
cocaína; 19 armas de fogo apreendidas, e 400 mil maços de cigarro apreendidos.
Isso foi o
resultado da Polícia Militar, só na parte de trânsito, tanto urbano quanto
rodoviário.
Quero fechar.
Farei uso da palavra novamente posteriormente. Mas, quero aqui dar ciência aos
amigos de que hoje a Polícia Militar, em especial a Rota, está de luto. Nós
perdemos um querido policial, veterano, o cabo Magalhães, muito antigo.
É uma pena que
o Conte não esteja aqui, porque eu sei que o cabo Magalhães trabalhou
diretamente na equipe do então tenente Conte Lopes. O cabo Magalhães era muito
antigo na Polícia Militar, muito querido.
Faleceu na data
de hoje o cabo José Pereira Magalhães, muito querido. O corpo está sendo velado
lá no Batalhão Tobias de Aguiar. Saindo daqui eu passarei lá para dar um abraço
na família dele.
E, dizer do
nosso sentimento por uma perda de um grande policial militar. A Rota sente hoje
a perda desse grande irmão policial militar, cabo Magalhães. Descanse em paz,
meu amigo.
Posteriormente,
voltarei para falar de mais mortes de policiais militares.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - PSL – Seguindo a
lista de oradores inscritos, queremos chamar o deputado Itamar Borges. (Pausa.)
Deputado Carlos Giannazi.
Deputado Carlos Giannazi tem o seu
tempo regulamentar de cinco minutos. Com a palavra o deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL
– SEM REVISÃO DO ORADOR – Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
telespectador da TV Assembleia.
Sr. Presidente,
queria aqui abordar novamente a situação dos agentes de organização escolar da
rede estadual de ensino, que representa um segmento muito importante de
trabalhadores, de trabalhadoras da Educação.
Sem eles, as
escolas não funcionam. Os professores são importantes, os gestores, os
coordenadores, os diretores, os supervisores de ensino. Mas, sem os agentes de
organização escolar, a escola nem abre, porque são eles os responsáveis pela
abertura da escola, pelo funcionamento das escolas, fazendo o trabalho de
secretaria, de pátio, enfim.
É um trabalho
fundamental para que a escola possa funcionar. E, esses servidores são
altamente discriminados do ponto de vista salarial. O salário de um agente de
organização escolar não chega a mil reais. Não chega a mil reais, é um absurdo
total. Vale-coxinha de dez reais.
Eles são
vítimas de assédio moral, de perseguição, de desvio de função. Enfim, estão
expostos à violência. É um trabalho muito difícil, muito precarizado. Não há
valorização, nem salarial e nem das condições de trabalho e nem funcional, mas,
além de tudo isso, agora os agentes de organização escolar foram surpreendidos
por um vídeo que compõe um curso de formação para os diretores que ingressaram
agora através do concurso público da rede estadual.
Então, a
secretaria está oferecendo curso para esses diretores ingressantes, e em um
componente do curso aparece vídeo criminalizando ainda mais os servidores,
satanizando, usando o agente de organização escolar como um péssimo exemplo de
comportamento. Pega como exemplo de um agente de organização escolar que não
faz as suas funções corretamente, que trata mal a comunidade.
Um absurdo eles
fazerem isso justamente para com o agente de organização escolar. Isso é uma
afronta à dignidade desses servidores, que já são afrontados do ponto de vista
salarial, funcional e das condições de trabalho. Eu quero mostrar um vídeo para
que V. Exas. saibam da gravidade da situação, da perversidade da Secretaria
Estadual de Educação.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
É um absurdo
total. Deputado Castello Branco, veja só V. Exa. o que a Secretaria Estadual de
Educação está fazendo com os agentes de organização escolar. Eu não entendo
como que o secretário de Educação, o secretário Rossieli permite que um vídeo
desse seja utilizado para formar diretores, criminalizando, satanizando,
queimando os agentes de organização escolar da rede estadual de ensino, que já
são massacrados no dia a dia, no cotidiano, como eu disse.
Recebem,
salários baixíssimos, aviltantes, são vítimas da violência, do assédio moral,
de perseguições, e ainda são obrigados a serem satanizados dessa forma pela
Secretaria Estadual de Educação.
Então, nós
exigimos providências imediatas. Primeiro que esse vídeo seja retirado do
curso, e que haja punição, que haja uma investigação sobre o que aconteceu, e
que a Secretaria da Educação venha a público e se retrate publicamente para os
servidores do quadro de apoio escolar, sobretudo para os agentes de organização
escolar.
Nós queremos
apurar quem aprovou essa perversidade, esse vídeo nefasto contra os agentes de
organização escolar. Já aproveito a oportunidade, encerrando aqui meu
pronunciamento, para exigir que os servidores do quadro de apoio escolar, para
que os agentes de organização escolar sejam valorizados, do ponto de vista da
progressão funcional, do ponto de vista salarial, e do ponto de vista também da
sua jornada de trabalho, que tem que ser reduzida para seis horas.
Eu tenho um
projeto aqui tramitando, que passou por quase todas as comissões, porque ele
também trabalha com Educação, tem desgaste como tem o professor, e ele também
merece uma jornada reduzida sem redução salarial, e que providências sejam
tomadas imediatamente contra esse nefasto vídeo que foi apresentado num curso
de formação para professores ingressantes.
Que as cópias
do meu pronunciamento, Sr. Presidente, sejam encaminhadas para o secretário
estadual de Educação e para o governador Doria.
Muito obrigado.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Coronel
Telhada.
*
* *
O SR. PRESIDENTE -
CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado. Então
conforme solicitação do Sr. Deputado Giannazi, peço à assessoria que encaminhe
as cópias taquigráficas do discurso dele para o Sr. secretário estadual de
Educação e para o Sr. governador João Doria.
Encerrada
a lista dos oradores inscritos, nós passamos para a lista suplementar,
convidando o deputado Marcio da Farmácia. (Pausa.) Deputado Delegado Olim.
(Pausa.) Deputado Castello Branco, V. Exa. tem o tempo regimental.
O
SR. CASTELLO BRANCO - PSL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, hoje, quinta-feira
pós-Carnaval, estamos no plenário para falar de um dos assuntos mais
importantes da gestão pública no Brasil: impostos.
Desde o início do nosso
mandato nós temos advogado a favor da reforma tributária, que em outras
palavras significa redução dos impostos e uma melhor aplicação destes recursos.
Assim sendo, o Brasil tem
a mais alta carga tributária do mundo; está entre os três países que mais
cobram impostos no mundo. O estado de São Paulo tem a maior carga tributária do
Brasil e a cidade de São Paulo tem a maior carga tributária do estado.
Portanto, você, cidadão
paulista, você que mora na cidade de São Paulo, está entre as pessoas que mais
pagam impostos no mundo. Parabéns a você que veste esse chapéu humilhante de
ser cidadão na cidade de São Paulo.
Chega! Essa é a palavra
que vai permear o nosso discurso este ano. E as nossas pautas têm sido em cima
de três pilares. Primeiro: combustível sem imposto. O combustível em vários
países do mundo já não é tributado há muito tempo porque é uma mola propulsora
da economia.
Segundo: o imposto sobre
veículos automotores. Outra vergonha, que é você comprar um veículo e ter que
pagar aluguel todos os anos para usar um veículo que você comprou.
E finalmente o IPTU -
Imposto Predial e Territorial Urbano - que é outra vergonha, porque você compra
o seu imóvel e você é obrigado a pagar aluguel o resto da vida para morar nele,
senão vejamos.
O IPTU na cidade de São
Paulo, por exemplo, apenas para pegar esse fato emblemático, é uma péssima
relação custo-benefício entre o que o cidadão paga e o que ele recebe de volta
supostamente para melhoria.
O IPTU é no mínimo
injusto. Primeiro, ele não pode ser um aluguel e para muitos é um aluguel; é
como se fosse. Segundo, ele não pode expulsar as pessoas de suas próprias
residências, das suas casas, que elas compraram com muito sacrifício.
Quer dizer, você compra o
imóvel com muito sacrifício e se você não toma cuidado você não consegue pagar
o IPTU e você vai ter o seu imóvel confiscado. O Estado vai pegar para ele
aquilo que você comprou e você então é obrigado a vender.
Isso já é um fato para
milhões de moradores da cidade de São Paulo, conforme nós vamos ver nos dias
seguintes, onde no mês de março eu falarei praticamente todos os dias sobre a
questão tributária.
Basta de injustiça, basta
de extorsão e basta de confisco, porque na nossa maneira de ver isso é uma ação
negativa e nefasta para a cidadania. Nós queremos o respeito à propriedade, o
respeito à transparência, à simplicidade de cálculo. O cidadão não entende
exatamente por que ele paga esse determinado imposto. É complexo, é confuso. Em
algumas cidades desce goela abaixo.
E a previsibilidade. Todo
ano no mês de dezembro você pergunta: “Qual será o imposto no ano que vem?”.
Você não sabe, não há previsão e não raras vezes as prefeituras erram.
A contribuição do IPTU é
vinculada à gestão. Nós sabemos que você quer uma contrapartida aos serviços de
zeladoria, manutenção da cidade e às melhorias contínuas que, infelizmente, não
ocorrem na prática.
Eu gostaria de deixar
claro também que este não é um discurso contra a atual gestão, contra o atual
prefeito, pelo contrário. O que a gente vê hoje são mais de 100 anos de uma
história ruim que culmina com a situação que nós estamos hoje, senão vejamos.
É um absurdo a péssima
relação custo-benefício. É simplesmente desproporcional. O IPTU de 2020, por
exemplo, chegou para a maioria dos brasileiros, em especial para os paulistas,
assustadoramente alto, tanto pelos valores quanto pela falta de previsão orçamentária.
Você que se vire para pagar o que apareceu lá, quanto à possibilidade de você
perder o imóvel, caso você não consiga pagar.
O sonho de todo
brasileiro, e isso aqui é uma piada, mas de bom gosto, é que os reajustes
salariais fossem tão arrojados quantos os aumentos do IPTU, porque é totalmente
desproporcional o aumento do IPTU, em relação ao aumento salarial.
Milhões de cidadãos
brasileiros, em especial os paulistas, descobriram agora, no mês de fevereiro,
que não vão ser capazes de pagar o IPTU das suas residências.
Indo para o final, Sr.
Presidente, a legislação do município de São Paulo atribui que o valor máximo
de aumento anual do IPTU para as residências seja de 10%, e que o valor máximo
de aumento anual do IPTU para o comércio e indústria seja de 15 por cento.
Sabem o que significa na
prática, nobres ouvintes da galeria e telespectadores da TV Alesp? Significa o
seguinte, que você, em 60 anos, terá pago o equivalente a seis vezes o valor do
seu imóvel residencial, que você, que é dono de um pequeno negócio, ou está
tocando o seu empreendedorismo, que tem um imóvel comercial, em 50 anos você
terá pago 17 vezes o valor do seu imóvel.
Ou seja, na prática, a
situação da cidade continua igual: alagamento, pavimentação de péssima
qualidade, saúde deficitária e educação deficiente. O cidadão pagador de
impostos, cada vez mais oprimido, com a sensação de impotência.
Resumo parcial, terminando a minha
apresentação de hoje: o IPTU, valor arrecadado pela prefeitura de São Paulo,
entre 2011 e 2016, subiu quatro vezes mais que o Produto Interno Bruto
brasileiro. Houve um aumento real, senhores, de 36% em cinco anos, já
descontada a inflação do período. É uma piada.
E a participação do IPTU
da cidade de São Paulo no Produto Interno Bruto brasileiro aumentou 29% no
mesmo período. Em suma, é uma situação insustentável.
Nós contamos com um
batalhão de associações e organizações, como, por exemplo, o “Movimento IPTU
Mais Justo”, presidido pela Sra. Cristina Buchain, entre outros que já se
mobilizam esse ano para que a cidade de São Paulo, para que as cidades do
Brasil tenham um IPTU mais justo e mais honesto.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE –
CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, senhor deputado.
O
próximo orador é o deputado Daniel José. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife
do Consumidor. (Pausa.)
Convido
o capitão Castello Branco para assumir a Presidência dos trabalhos.
*
* *
-
Assume a Presidência o Sr. Castello Branco.
*
* *
O SR. PRESIDENTE -
CASTELLO BRANCO – PSL – Na lista suplementar, convidamos o nobre
deputado Coronel Telhada.
O
SR. CORONEL TELHADA - PP –
Muito obrigado, Capitão Castello Branco, que preside esta sessão.
Retornamos à tribuna para
falar de fatalidades que aconteceram nesse Carnaval. Terminei o último discurso
falando do falecimento do querido amigo cabo Magalhães, da Rota, e também não
posso deixar de citar aqui o falecimento de uma querida amiga, na minha igreja,
da Congregação, lá da nossa região da Freguesia do Ó, mais especificamente na
Vila Picinin.
É uma pessoa que me
conhece praticamente desde que eu nasci, a irmã Eva Catarina, que era esposa do
nosso saudoso irmão Danielzinho Vega. Nossos sentimentos para toda a família, a
família Vega, em especial à Meire, ao Roberto e à Rutinha, filhos da irmã Eva,
e a toda a família, a todos os amigos. Nossos sentimentos pelo falecimento da
irmã Eva Catarina. Sabemos que está em bom lugar.
Sr. Presidente, também
quero aqui falar que nesse Carnaval nós perdemos vários policiais militares por
nosso Brasil. O primeiro policial que eu vou falar é um policial de Minas
Gerais, que faleceu no dia 23, último domingo. O cabo da Polícia Militar Alexandre
Maestri morreu lá em Poços de Caldas.
Eles estavam de serviço
na avenida Wenceslau Braz, quando um indivíduo, em alta velocidade, atropelou
os policiais militares que estavam na rua. O cabo Sérgio Alexandre Maestri
faleceu no local; não houve como socorrer, e infelizmente faleceu no local. E o
soldado Abraão, que estava com ele, foi socorrido com uma grave fratura no
fêmur.
O cabo Maestri deixa dois
filhos e a esposa e, segundo consta, a esposa também está grávida. Então esta é
uma triste realidade da nossa Polícia Militar. Nossos sentimentos à família do
cabo Sérgio Alexandre Maestri.
Também no Pará nós
perdemos um policial militar no dia 25, última terça-feira. No Pará nós
perdemos o cabo da Polícia Militar Weberton Moura Araújo, cabo Moura. Ele foi surpreendido...
Eles estavam no patrulhamento e foram surpreendidos por criminosos, por uma
dupla que atirou contra a viatura.
Ele morreu, e o outro
policial ficou ferido, chegou a ser socorrido e não corre risco de vida, mas
infelizmente o cabo Weverton Moura Araújo faleceu vítima de arma de fogo, mais
uma fatalidade da nossa Polícia Militar.
No Maranhão também, no
dia 26, ou seja, ontem, quarta-feira, o sargento da Polícia Militar Washington
Ferreira Nogueira, de 52 anos, foi assassinado com um tiro na cabeça no início
da manhã, na região metropolitana de de São Luís.
Ele estava indo para o
serviço quando foi abordado por indivíduos que efetuaram um disparo na cabeça
do sargento, que pertencia ao 8º Batalhão de Polícia.
Ele foi vítima de uma
tocaia, e a arma de fogo do sargento foi levada pelos criminosos. Ele passava
naquele local todo dia, pois se deslocava para o serviço, e no caminho para o
Batalhão ele acabou sendo morto com um tiro na cabeça.
O último policial de que
eu quero falar aqui é da Bahia, um caso mais grave ainda. Um cabo da Polícia
Militar da Bahia, o cabo Antônio José Pereira Braga, de 49 anos, foi encontrado
morto com sinais de tortura.
Vejam bem, a gente vê
tanta reclamação de que a Polícia Militar é violenta, mas, quando um policial morre,
ninguém se comove. Quando morre um cachorro, todo mundo fica comovido, mas,
quando morre um policial, ninguém se preocupa.
Esse cabo Antônio José
Pereira Braga foi assassinado com sinais de tortura, porque o corpo dele foi
encontrado enforcado e parcialmente queimado - o corpo estava somente trajado
de cueca. Ele era um policial muito bem considerado no batalhão pela postura
disciplinada e discreta, elogiado pelos comandantes.
Pertencia à Polícia
Militar do Estado da Bahia há 23 anos e deixou esposa e duas filhas. Nossos
sentimentos aos queridos amigos da Bahia pelo falecimento do Cabo Antônio José
Pereira Braga.
Eu não posso deixar de
falar, neste momento, da Polícia Militar da Bahia, porque um débil mental... É
deputado federal porque foi eleito, porque para mim é um débil mental, e não é
só isso, é criminoso também, um tal de Igor Kannário. Esse indivíduo fala que é
cantor lá na Bahia, capitão Castello Branco, e, durante o carnaval, xingou
vários policiais militares do alto do carro alegórico.
É fácil gritar com
policial militar em cima de um carro alegórico com todo mundo olhando, queria
ver ele gritar com os policiais ali se estivesse na frente deles. Ofendeu os
policiais, chamou os policiais de nomes impróprios.
Esse Igor Kannário devia
ser Igor cretino, não Kannário. Esse Igor cretino Kannário é um indivíduo que,
segundo consta, estive vendo, tem passagens por tráfico de entorpecente e é
deputado federal.
Então, é o que eu falo a
todos os amigos aqui, é isso que eu não entendo no nosso Brasil, é isso que eu
não entendo no Brasil. Um cara que é envolvido com crime, tem vídeos dele na internet fumando maconha
com indivíduos de uma facção criminosa na Bahia, com passagens por tráfico, é
deputado federal.
Como é que nós vamos
melhorar este país a partir do momento que nós temos pessoas desse naipe
eleitas como deputado?
Então é caso de a gente
pensar: enquanto nós temos um policial militar morto, torturado, um cretino de
um deputado federal eleito por bandidos se dá ao trabalho de ficar ofendendo os
policiais militares da Bahia. Então aqui o meu repúdio total ao Igor cretino
Canário, que infelizmente, atualmente, está no mandato de deputado federal.
Tomara que seja o único e que ele vá para o lugar dele, que é bem longe daqui.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE -
CASTELLO BRANCO - PSL - Na lista suplementar, o próximo
deputado inscrito é o professor deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, de volta a
esta tribuna no dia de hoje, eu queria informar que visitei pela manhã a Escola
Estadual Dr. Kyrillos, uma escola que fica na zona oeste de São Paulo.
Uma escola que eu já
tinha apresentado aqui no plenário como escola que estava alagada por conta da
falta de reformas, que não foram feitas, logicamente, pela FDE e pela
Secretaria de Educação.
Hoje eu me reuni com a
comunidade escolar, conversei com pais, com professores, e constatei in loco a
situação de gravidade da escola. Eu inclusive fotografei, filmei; tenho as
fotos aqui que eu trouxe, para que os deputados e as deputadas possam ver, e o
telespectador que está acompanhando a nossa sessão aqui de hoje na Assembleia Legislativa.
Então, aqui são
fotos do pátio da escola. O laboratório de ciências está desativado porque está
inundado, a biblioteca foi desativada também, porque foi inundada, existem
salas de aulas desativadas na Escola Estadual Dr. Kyrillos, o pátio da escola
está também inundado.
Enfim, a escola
vive uma situação de calamidade pública, e os pais revoltados, os professores,
e com razão: até porque, há dez anos, a direção da escola pede uma reforma
estrutural e nada, deputado Castello Branco, deputado Telhada. A situação
agrava agora.
O que acontece
nesta escola, acontece em milhares de escolas da rede estadual de ensino: há
anos que venho denunciando que a Secretaria Estadual de Educação, através da
sua autarquia, o seu braço, FDE, não realiza as reformas das escolas, não faz
reformas estruturais.
Então, quando
nós temos um episódio de chuvas intensas em São Paulo - não só na capital e na
Grande São Paulo, mas em todo o estado -, essa fragilidade, esse descaso e essa
omissão da Secretaria da Educação e da FDE aparecem. Não é porque está chovendo
muito, e vai chover muito mais, com o desequilíbrio ambiental, com o
aquecimento global, vai chover mais, a gente vai ter muitos problemas no mundo,
em São Paulo, em todos lugares, com a questão das chuvas.
Mas a secretaria
não faz reformas, a questão não é a chuva, é que não tem reforma, não tem
investimento em Educação no estado de São Paulo, as nossas escolas estão
sucateadas, degradadas. Aqui é só uma ilustração de uma delas; milhares de
escolas estão desabando hoje no estado de São Paulo.
Essa é a escola
do Doria, é a escola do Rossieli, é isso que eles oferecem: é a inovação, é o
Inova, a PEI, aquela escola integral que eles estão anunciando, a Nova
Carreira... Tudo novidades.
São, na
verdade, novidades só no marketing, porque a realidade das escolas estaduais é
exatamente esta daqui, e piora, esta escola ainda... Eu visitei outras escolas
em situação muito pior, já mostrei aqui inclusive, na Assembleia Legislativa,
já acionei o Ministério Público, o Tribunal de Contas, para que providências
sejam tomadas.
Mas esta escola
representa o retrato da rede estadual de ensino, o retrato do descaso, da
leviandade e da irresponsabilidade do governo Doria, do governo PSDB, da
Secretaria Estadual da Educação, de FDE, desse secretário Rossieli Soares - que
a rede já chama de Rossieli Weintraub, porque está destruindo a Educação -, um
marqueteiro, fica fazendo marketing - Inova, Nova Carreira, PEI -, e olha só a
situação da rede estadual de ensino.
Eu conversei
com os professores, não tem material, não tem internet nas escolas, não tem
nada, as escolas estão na idade da pedra ainda, não tem estrutura nenhuma,
então não tem como inovar, não tem como melhorar nestas condições.
Então eu quero,
da tribuna, Sr. Presidente, fazer uma exigência aqui agora: que a FDE faça a
reforma estrutural da Escola Estadual Dr. Kyrillos. Faço aqui, da tribuna, esta
exigência: que a FDE tome as providências para que a escola não passe mais por
essa situação; não só a Dr. Kyrillos, mas todas as escolas.
Não é possível
que não haja um planejamento, um mapeamento, com tantos técnicos, tantos
tecnocratas, burocratas, na Secretaria da Educação, tantos cargos lá dentro,
não é possível, engenheiros, que não haja um plano de ação, que não haja
prevenção, que não haja um planejamento para as reformas das escolas estaduais.
Não é possível,
são mais de 90 diretorias de ensino, com técnicos. Isso só tem um nome, Sr.
Presidente: descaso, leviandade, irresponsabilidade. E, crime também, porque
não investiga a Educação. É crime. As pessoas devem ser criminalizadas. Isso é
crime de responsabilidade e improbidade administrativa.
Espero que o
Ministério Público tome providências, e o Tribunal de Contas também, em relação
a essas denúncias que eu venho fazendo já há muitos anos aqui na tribuna, na
Comissão de Educação, junto ao Ministério Público, porque é inadmissível que o
estado mais rico do Brasil trate a Educação dessa maneira.
Eu gostaria,
Sr. Presidente, que cópias do meu pronunciamento também fossem enviadas ao
governador Doria, e ao secretário estadual de Educação, e também ao presidente
da FDE.
E que as
providências sejam tomadas urgentemente. Reforma estrutural da Escola Dr.
Kyrillos, zona oeste, e de todas as escolas da rede estadual que estão
sucateadas, degradadas e abandonadas pelo governo estadual.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PSL – Nobre deputado
Carlos Giannazi, atendendo a sua solicitação, será enviada cópia taquigráfica
da sua manifestação ao Exmo. Sr. Governador, ao secretário de Educação e ao
presidente da FDE.
O senhor tem direito à palavra.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL
– SEM REVISÃO DO ORADOR – Sr. Presidente, eu queria, na minha última
intervenção de hoje, dizer duas coisas. A primeira, reafirmar a nossa
disposição de luta contra a reforma da Previdência, a farsa da reforma da
Previdência, que será votada no próximo dia 3, na terça-feira, às 19 horas.
Nós estamos
mobilizando todos os servidores do estado de São Paulo, da Educação, da
Segurança Pública, do sistema prisional, da Saúde, do Tribunal de Justiça, do
Ministério Público, da Defensoria Pública, do Tribunal de Contas, de todas as
secretarias, para que haja uma grande manifestação no dia 3 aqui na Assembleia
Legislativa.
Nós vamos fazer
o ocupa Alesp. A Alesp será ocupada pelos servidores públicos do estado de São
Paulo, para convencer os deputados a votar contra essa perversidade, essa farsa
da reforma da Previdência, que, na verdade, vai prejudicar, vai impedir, vai
dificultar, ainda mais, o acesso dos nossos servidores à Previdência estadual.
Então, dia 3,
haverá manifestação às 14 horas, o dia todo, aqui na Assembleia Legislativa.
E, faço um
apelo aos deputados que votaram a favor, para que façam uma reflexão, para que
possam analisar e estudar melhor essa proposta e sobretudo os dados que nós
apresentamos aqui desmascarando o déficit da reforma da Previdência.
Nós
apresentamos inúmeros dados aqui, falando da dívida ativa, da dívida pública,
da política de desoneração, falando a verdade sobre a questão orçamentária do
estado de São Paulo, desmontando o argumento do governo e, sobretudo, do
Henrique Meirelles, que é o atual secretário da Fazenda.
Porque eu vejo
deputados que foram eleitos pelos servidores públicos, deputado Telhada,
votando contra os servidores, traindo a sua própria categoria. Como que um
servidor público, seja ele da Segurança Pública, da Saúde, da Educação, como
ele vota contra os seus colegas? Como que depois ele volta? Como ele vai encarar
de novo?
Um professor
não pode votar contra o professor. Porque, depois, como que ele volta para uma
sala de aula, como que ele vai encarar os professores? Como que um militar vota
contra servidores, e depois ele vai encontrar os servidores no quartel, na
delegacia de polícia, no sistema prisional?
Na política,
traição não tem perdão. Então, é importante, sobretudo deputados que foram
eleitos com os votos dos servidores, não importa a categoria, é importante que
votem contra a reforma da Previdência, porque ela vai prejudicar os seus
colegas.
Depois, V.
Exas. não terão mais coragem de voltar a conversar com esses servidores, porque
serão cobrados. Não haverá perdão para esse tipo de traição.
Então, dia
três, às 14 horas, nós estaremos mobilizados aqui na Assembleia Legislativa, com milhares e milhares de servidores, de
todas as secretarias, escreventes, oficiais de Justiça, técnicos do Ministério
Público, professores, professoras, quadro de apoio escolar, sistema
prisional, Polícia Civil.
Todos estarão
aqui para conversar com os deputados
da base e aqueles que votaram a favor. Nós queremos convencer no argumento que
esse projeto é perverso.
Também, para
encerrar a minha intervenção de hoje, Srs. Deputados, eu queria aqui repercutir o editorial de hoje da
“Folha de S. Paulo”, que eu concordo imensamente.
Eu tenho muitas
críticas à “Folha de S. Paulo”, mas esse editorial reflete a
atual situação do Brasil em relação ao que aconteceu agora, na terça-feira de
Carnaval, com a posição do presidente Bolsonaro em divulgar, pelo WhattsApp,
apoio a uma manifestação que vai acontecer no dia 15 de março, que, na nossa
opinião, esse comportamento do presidente afronta o estado democrático de
direito, afronta as instituições.
É um
comportamento, inclusive, que pode levar a crime de responsabilidade. Afronta o
Art. 85 da Constituição Federal, mas eu quero só ler rapidamente aqui, para
encerrar minha intervenção de hoje, que representa também o que eu penso, e
muitos setores da sociedade brasileira.
“Na tentativa
de promover o ato...”. Esse ato do dia 15. “...a escória do bolsonarismo
difunde mensagens de ataque e insulto ao Congresso Nacional, e exaltação a
oficiais militares, um apelo a sua intervenção”.
Ou seja, de
defesa da Ditadura Militar, de golpe, de intervenção militar. “Trata-se de
golpismo de extrema direita, francamente minoritário no Brasil. Os aloprados
foram atiçados pelo ministro Augusto Heleno, que acusou o congressista de
chantagem.
A imagem do
titular da segurança institucional, general da reserva, e o vitupério que
endereçou ao Parlamento estampa um dos panfletos da manifestação.”
Terminando.
“Diante das demonstrações reiteradas de desprezo pela institucionalidade, e de
violações de requisitos legais, de honra, decoro e dignidade para o exercício
da Presidência, talvez apenas o medo do impeachment possa deter a perigosa
aventura de Bolsonaro.
As constantes estocadas contra as balizas do
estado democrático de direito, seguidas de recuos táticos, não parece obedecer
apenas a necessidade do presidente de desviar a atenção do público de temas
para ele espinhosos, como sua proximidade com milicianos, ou a inapetência de
seu governo em fazer a máquina administrativa funcionar.”
Assino embaixo
nesse editorial. Olha que sou um crítico das posições da “Folha de S.
Paulo”, mas o
editorial retrata o que vários segmentos da sociedade estão pensando hoje, a
OAB, a CNBB, vários setores da imprensa.
Até o PSL
soltou uma nota contra. O PSL, que era o partido até ontem do presidente
Bolsonaro, porque é uma afronta ao estado democrático de direito, isso é crime
de responsabilidade.
Aí pode
caracterizar, sim, uma tentativa de golpe. Já se falou em AI-5. Então, há uma
movimentação nesse sentido, mas a sociedade brasileira não vai tolerar que isso
aconteça. Haverá manifestação também contrária, e muito grande. Até porque aqui a “Folha de S.
Paulo” falou de
“escória”, de “aloprados”. Esse grupo já é minoritário, sempre foi minoritário
na sociedade brasileira, e está mais minoritário ainda, tamanho o desastre do
governo Bolsonaro no Brasil.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Havendo acordo entre as lideranças, eu solicito o
levantamento desta sessão.
O
SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PSL - É
regimental. Sras. Deputadas e Srs.
Deputados, esta Presidência, cumprindo disposição constitucional estadual,
adita à Ordem do Dia os seguintes projetos de lei vetados pelo governador:
Projeto de lei nº 1.241, de 2015; Projetos de lei nºs 273; 614; 628; 710; e
1.061, de 2019.
Havendo acordo de líderes, antes de dar
por levantados os trabalhos, convoco V. Exas. para a sessão ordinária de
amanhã, neste plenário, à hora regimental, sem Ordem do Dia.
Está levantada a presente sessão.
*
* *
- Levanta-se a
sessão às 15 horas e 35 minutos.
*
* *