14 DE FEVEREIRO DE 2020
1ª SESSÃO SOLENE PARA OUTORGA DO
COLAR DE HONRA AO MÉRITO LEGISLATIVO DO ESTADO DE SÃO PAULO PARA OS POLICIAIS
FEDERAIS DANILO CÉSAR CAMPETTI, FLÁVIO ANTÔNIO GOMES E JOÃO PAULO DONDELLI
Presidência: AGENTE FEDERAL DANILO
BALAS
RESUMO
1 - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS
Assume a Presidência e abre a sessão.
Anuncia a composição da Mesa. Informa que a Presidência convocara a presente
sessão solene, para fazer a "Outorga do Colar de Honra ao Mérito
Legislativo do Estado de São Paulo para os agentes federais Danilo César Campetti,
Flávio Antônio Gomes e João Paulo Dondelli", por solicitação deste
deputado, na direção dos trabalhos. Convida o público a ouvir, de pé, o
"Hino Nacional Brasileiro". Discorre sobre a condecoração a ser
conferida nesta sessão. Dá conhecimento de mensagem, enviada pelo presidente
Jair Bolsonaro, referente a esta solenidade.
2 - EDUARDO BOLSONARO
Deputado federal, tece comentários
sobre o assunto da presente sessão.
3 - PRESIDENTE AGENTE FEDERAL DANILO
BALAS
Lê histórico e anuncia a exibição de
vídeo acerca da carreira dos homenageados, destacando sua participação na
segurança do então candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro. Presta
homenagem, com a outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de
São Paulo, aos Srs. Danilo César Campetti, Flávio Antônio Gomes e João Paulo
Dondelli, agentes da Polícia Federal.
4 - GIL DINIZ
Deputado estadual, discorre sobre o
assunto da presente solenidade.
5 - FLÁVIO ANTÔNIO GOMES
Agente da Polícia Federal, agradece
pela homenagem recebida. Descreve o atentado sofrido pelo então candidato à
Presidência Jair Bolsonaro, em 06/09/18.
6 - JOÃO PAULO DONDELLI
Agente da Polícia Federal, agradece pelo
recebimento do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo.
7 - DANILO CÉSAR CAMPETTI
Agente da Polícia Federal, agradece
pela homenagem que lhe foi feita nesta solenidade.
8 - PRESIDENTE AGENTE FEDERAL DANILO
BALAS
Destaca a justeza desta homenagem aos
agentes federais Danilo César Campetti, Flávio Antônio Gomes e João Paulo
Dondelli, integrantes da equipe de segurança do então candidato à Presidência,
Jair Bolsonaro, e que estavam presentes quando este sofreu um atentado, em
06/09/18. Informa que os três agentes foram convidados para a equipe por
indicação sua. Enaltece os homenageados. Faz agradecimentos gerais. Encerra a
sessão.
* * *
- Assume a
Presidência e abre a sessão o Sr. Agente Federal Danilo Balas.
* * *
O SR. PRESIDENTE - AGENTE FEDERAL
DANILO BALAS - PSL - Senhoras e senhores,
muito boa noite. Solicito aos presentes que tomem assento. Iniciaremos esta
solenidade. Sobre a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Nos termos
regimentais, esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.
É com muito orgulho e satisfação que
damos as boas-vindas e agradecemos a todos pela presença nesta noite de 14 de
fevereiro de 2020, data marcante para a história dos brilhantes homenageados.
Composição da Mesa. Para compor a Mesa
desta Presidência, convidamos as seguintes autoridades: excelentíssimo Sr.
Deputado Federal Eduardo Bolsonaro; excelentíssimo tenente-brigadeiro do ar
Carlos de Almeida Baptista Junior; excelentíssimo Sr. Superintendente da
Polícia Federal do Estado de São Paulo, delegado federal Lindinalvo Filho;
excelentíssimo Sr. Deputado Estadual Gil Diniz.
Anunciamos também a presença das
seguintes autoridades: Dr. Antônio Domingues Farto Neto, promotor de Justiça de
Sorocaba, representando o presidente da Associação Paulista do Ministério Público;
Dr. Antônio Garola Neto, subdelegado da região de Sorocaba, da Associação dos
Diplomados da Escola Superior de Guerra; Dr. Fernando Augusto Battaus, delegado
de Polícia Federal, chefe de Ribeirão Preto; tenente Eldo Bastos, assessor
parlamentar do Comando Militar do Sudeste, representando, neste momento, o
general de exército Marco Antônio Amaro dos Santos; Dr. Maurício José Lemos
Freire, delegado de Polícia Civil; Sr. Sérgio Antonio Reze, presidente da
Associação Comercial de Sorocaba; coronel PM Marcel Lacerda Soffner, diretor de
Comunicação Social da Pró-PM; Sra. Hilda Burmaian, cônsul-geral da República da
Armênia; Sr. Washington Luiz da Cunha, presidente do instituto social O Caminho
da Vida; Sr. Antônio Carlos Luz Magalhães, agente de fiscalização financeira do
Tribunal de Contas do Estado de São Paulo; Dr. Emílio Migliano Neto, juiz de
Direito do TJ São Paulo e da Segunda Zona Eleitoral; professor Wagner de
Oliveira, do Conselho Regional de Educação Física; professor Valter Ferreira,
pastor da Igreja Adventista; Sr. Luiz Antonio Zamuner, presidente do Conselho
Superior da Fundec; Sr. Carlos Olivari e Cláudia Conte, pastores da Igreja
Família da Fé, e Sra. Jane da Silva Pereira Azevedo, capitão de corveta,
representando, neste momento, o vice-almirante Sergio Fernando de Amaral Chaves
Junior. (Palmas.)
Senhores parlamentares, senhoras e
senhores, esta sessão solene foi convocada pelo presidente desta Casa, deputado
Cauê Macris, atendendo solicitação deste deputado, com a finalidade de
“Outorgar o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo aos
agentes federais Danilo César Campetti, Flávio Antônio Gomes e João Paulo
Dondelli”, pela atuação na segurança e pela ação que frustrou a tentativa de
homicídio ao presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, nas eleições de
2018.
Canto do Hino Nacional. Convido a todos
para que, juntos, e em pé, entoemos o Hino Nacional Brasileiro – letra de
Joaquim Osório Duque Estrada e música de Francisco Manuel da Silva –, que será
executado pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, regida pelo
maestro tenente, músico Paulo Almeida do Nascimento.
*
* *
- É executado o Hino Nacional
Brasileiro.
*
* *
O SR. PRESIDENTE - AGENTE FEDERAL
DANILO BALAS - PSL - Anunciamos a
presença também do delegado de Polícia Federal Rogerio Giampaoli, chefe da
delegacia de Sorocaba. Senhoras e senhores, comunicamos aos presentes que esta
sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela Rede Assembleia e será
retransmitida no sábado, 15 de fevereiro, às 21 horas pela NET, Canal 7, pela
TV Vivo, Canal 9 e pela TV Digital, Canal 61.
Leitura sobre o histórico da
condecoração: “O Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo é
conferido pela Assembleia Legislativa a pessoas naturais ou jurídicas,
brasileiras ou estrangeiras, civis ou militares, que tenham atuado de maneira a
contribuir para o desenvolvimento social, cultural e econômico de nosso estado
e de nosso País, como forma de prestar-lhes, pública e solenemente, uma justa
homenagem”.
Agradecimento: “Por compromissos
agendados anteriormente, o nosso presidente da República, Jair Messias
Bolsonaro, não pôde comparecer, porém fez questão de encaminhar ofício a esta
Casa Legislativa em agradecimento e dando os parabéns aos agentes federais
homenageados”.
Neste momento, teremos palavra do
deputado federal Eduardo Bolsonaro.
O SR. EDUARDO BOLSONARO -
Presidente Danilo Balas, colega de Polícia Federal, satisfação estar aqui,
parabéns pela homenagem. Eu só esclareço inicialmente que eu sou o primeiro a
falar – não seria essa a ordem protocolar – por motivo de voo, que eu tenho que
pegar um voo daqui a pouco para Brasília, mas bacana ver aqui uma Mesa tão
seleta. Brigadeiro Baptista Junior, para quem não conhece, eu acredito que é o
nome responsável pelo Centro de Lançamento de Alcântara.
Com todo respeito ao comandante
Bermudez, ao brigadeiro Flávio e ao pessoal da assessoria, mas ele é quem,
quando era demandada alguma audiência pública, estava dentro do Congresso, e o
principal entrave para que fosse feito o Centro de Lançamento de Alcântara
estava dentro do Congresso Nacional, para que o acordo entre Brasil e Estados
Unidos passasse a surtir efeito. Parabéns, brigadeiro Baptista Junior.
Superintendente Regional de Polícia
Federal de São Paulo, Dr. Filho, satisfação tê-lo aqui também. Caso eu não seja
reeleito, eu retorno para a ativa da PF, então tem que tratar bem. Satisfação
ter o senhor aqui, certamente nos honra muito.
Gil Diniz, que está vendo aí como é ser
um Bolsonaro. Todos que estão próximos tomam porrada, igual o presidente toma
todo dia. Satisfação ter você aqui ao meu lado e certamente agora, com a saída
da presidência da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, a gente
vai estar junto aqui em São Paulo, pode ter certeza disso.
Meus caros, eu não posso nem me alongar
muito, por conta do horário. Primeiro, é uma satisfação estar aqui em São
Paulo, uma satisfação bater foto com os senhores. Às vezes as pessoas
perguntam: “Ah, te incomoda?”, ou falam: “Ah, você é muito paciente”. Gente,
para nós é uma satisfação imensa, sabe?
Eu fico imaginando o contrário, os
outros parlamentares que, quando saem à rua, acontece o oposto. Então eu dou
graças a Deus de contar com esse carinho de vocês, e podem contar comigo
quantas vezes for que a gente vai estar ali batendo a nossa foto, é o mínimo
que a gente pode fazer em retribuição a esse carinho de vocês.
Tenho que estender um pouquinho aqui:
obrigado pela presença, professor escrivão de Polícia Federal Scandiuzzi,
lotado em Santos, uma salva de palmas. (Palmas.) Já li o seu livro, “Eu,
Escriba”, e lembro das histórias que o senhor contava do argentino, lembra?
Depois a gente conta de novo.
Marquinhos da Fenapef. Estou vendo mais gente boa aqui também, Garcia, enfim, e
os colegas homenageados de hoje: Dondelli, Campetti e Flávio.
Eu já me acostumei a falar um pouquinho
sobre isso. Eu faço um exercício mental para segurar a emoção, porque, se
deixar levar, você vai às lágrimas mesmo, porque foi um momento muito difícil.
Depois que tudo isso ocorreu, quando
você começa a analisar os fatos e ver tudo, eu fiquei imaginando o seguinte:
quando há um caso notório desses - e aqui tem uns colegas da polícia que não me
deixaram mentir -, ele passa a ser objeto de estudo nas academias de polícia,
em todas elas, dentro e fora do Brasil.
Certamente, quem não conhece o Jair
Bolsonaro vai criticar, e muito, os senhores. A quantidade de vezes que eu
ouvi: “Poxa, Eduardo, como é que deixou isso acontecer? Eu avisei!”, “Eu
avisei”, “Eu falei”. Eu quero ver quem é que ia conseguir segurar o presidente
para ele não fazer aquilo, ou vocês acham que a equipe de segurança não
aconselhava?
Dr. Gabriel, obrigado pela presença.
Hoje em dia, quantas vezes os senhores acham que eu não escuto alguém falar
comigo, “Eduardo, toma cuidado. Aquele quebra-queixo ali na saída do Palácio do
Alvorada, de repente vai ter alguém ali e vai fazer uma maldade”?
Mas é o jeito dele, e ele não consegue
se furtar de ser dessa maneira. Então ele é espontâneo, ele é aberto, ele gosta
de estar em contato com os senhores, e eu vou narrar um pouquinho aqui como foi
um pouco antes daquela facada no Jair Bolsonaro.
Ele estava gravando vídeos, um outro
segurança estava gravando vídeos, o que era normal, havia carreatas, pessoas
pedindo apoio, mandando abraço - enfim, falando de pautas da candidatura.
Só que ele estava errando muito, então
ele foi aconselhado: “Olha, Jair, vamos voltar para o Rio de Janeiro. É aqui ao
lado de Juiz de Fora, de repente amanhã, com a cabeça mais tranquila, retomar a
campanha, e aí você vai conseguir ter mais disposição para fazer tudo certinho.
Parece que o senhor está um pouco cansado”. E ele: “Ah, tudo bem, vamos lá”.
Só que, quando ele estava se dirigindo
para o carro com o pessoal da segurança preparado para sair, um outro segurança
mostrou para ele um vídeo da multidão do lado de fora, e aí ele não conseguiu.
Ele falou: “Olha, não dá, sabe? Vinte,
30 mil pessoas do lado de fora vieram aqui só para me ver, vou ter que ir lá”,
e ele mesmo falava que seria a última oportunidade em que ele iria a público naquele
tipo de situação.
Então, quando ele faz isso, vocês acham
que ele espera para formar a segurança, para o pessoal fazer a precursora, ver
como é que está o caminho? Não. Ele se mete no meio da multidão, e o máximo que
deu para os colegas fazerem foi um cordão ao redor ali.
Então vai aquele cordão de isolamento,
tentando minimamente fazer a segurança, ver quem está perto. Se vocês olharem
as imagens, tem outras imagens do Adélio Bispo antes, ainda no evento de Juiz
de Fora, mas alguns momentos antes da facada.
O Carlos Bolsonaro está filmando atrás
do carro – então, o carro está na frente e o Carlos Bolsonaro está atrás do
carro –, filmando o Jair Bolsonaro, que estava do outro lado.
Em determinado momento, quis Deus que
ele entrasse no carro. Quando ele entra no carro, o Adélio Bispo passa, e
depois ele volta já com a faca na mão – acho que está enrolada em um jornal ou
saco plástico, se não me engano.
Naquele momento em que acontece a
facada, eu tenho que destacar e tenho que elogiar o trabalho dos senhores.
Primeiro, porque havia uma viatura acompanhando e a extração foi rapidíssima.
Nas palavras dos médicos de Juiz de Fora: “Cinco minutos a mais, três minutos a
mais: morte”.
Por quê? Porque ele perdeu em torno de
dois litros de sangue, já ia começar a faltar sangue para o coração bombear,
tanto que eles falam que “chegou a morrer e voltar”. Em uma dessas aí é que foi
checada a pressão dele, e se diagnosticou que, em que pese não estar sangrando
muito, o sangramento era interno, um sintoma de facada mesmo, típico desse tipo
de ferimento.
Tanto que no começo o Flávio Bolsonaro,
não sei se vocês vão lembrar, tuitou: “Ah, foi só superficial, não foi nada tão
grave”. Nesse momento, eu, que estava com o Gil lá em Mogi das Cruzes, e o Dr.
Gabriel, a gente relaxou.
Quando fomos para a casa do Dr. Gabriel
– Dr. Marcelo, perdão. Dr. Gabriel está aqui, advogado. Do Dr. Marcelo
ortopedista –, a gente viu que a situação era um pouco mais grave do que essa e
tocamos o carro, indo lá para Juiz de Fora, prezado comandante Palumbo.
Enfim, essa extração rápida, ter um
carro acompanhando de perto, ter a sagacidade de fazer a extração, ter
diagnosticado que era uma facada – porque, no meio daquele zum-zum-zum, o
próprio Jair Bolsonaro achou que fosse um soco – e saber quais eram os
hospitais próximos, isso daí salvou a vida do meu pai.
Obrigado. (Palmas.)
Eu não gosto muito de falar porque
parece que a gente está se vitimizando, então tento me concentrar para não me
emocionar muito, mais ainda é difícil. Enfim, ele próprio tem dificuldade de
falar isso, mas, muito obrigado.
Eu sei que para muitos é a esperança de
um momento político no Brasil: depois de tanto tempo da situação de
roubalheira, pela primeira vez, conseguir eleger um presidente da República de
fora disso tudo, que tem seus erros e acertos, mas sempre, acertando ou
errando, pensando no bem da população, e não em interesses e conchavos; mas,
para nós, era o nosso pai ali.
Depois houve várias outras cirurgias. O
Carlos acompanhou mais de perto, esteve junto com ele, lá dentro do hospital,
24 horas por dia. Eu, depois, acabei retomando a campanha, o Flávio também, mas
fica aqui o nosso agradecimento, porque esse trabalho de vocês realmente foi
essencial, junto com os médicos.
Essa aqui não deixa de ser também,
Danilo Balas, colega da Polícia Federal, Dr. Filho, colegas da PF aqui
presentes, uma homenagem a todos aqueles policiais – federais, militares,
civis, rodoviários, guardas municipais – que levam a sua vida e têm atos tão ou
mais heroicos do que esse, mas por vezes não vêm ao conhecimento do público.
O trabalho de vocês é valorizado, nós
temos um ministro da Justiça e um presidente que valorizam esse trabalho, e
isso daqui é uma forma de expressar também toda a nossa gratidão aos senhores.
Muito obrigado, boa
noite. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE - AGENTE FEDERAL
DANILO BALAS - PSL - Senhoras e senhores,
dando sequência a esta solenidade, teremos a leitura de breve currículo dos
homenageados: Danilo César Campetti – nascido em Votuporanga, filho de Geraldo
Campetti e Erlete Suely Dezan Brum – é casado com Vanessa Mauri Campetti, pai
do João Otávio e da Maria Clara.
Formado em direito no Centro
Universitário do Norte Paulista e pós-graduado em direito público pela
Universidade Potiguar, ingressou na Polícia Civil do Estado de São Paulo em
1999, no cargo de Investigador de Polícia, e em 2007 ingressou na Polícia
Federal, no cargo de agente de Polícia Federal. Atualmente trabalha na
Delegacia de Polícia Federal de São José do Rio Preto.
Principais cursos na área policial: é
professor de armamento e tiro e professor de segurança de dignitários na Academia
Nacional de Polícia; é operador tático do Grupo de Pronta Intervenção da
Polícia Federal e é negociador policial formado pelo Comando de Operações
Táticas.
Principais missões na Polícia Federal:
atuou na consecução da segurança das eleições de 2010; participou da Copa das
Confederações e da segurança do papa Francisco durante a Jornada Mundial da
Juventude em 2013; atuou também em ações de segurança na Copa do Mundo de 2014;
participou da segurança dos ministros da Justiça em 2014 e 2016.
Atuou também na segurança das
Olimpíadas em 2016; atuou em diversas operações policiais em comunidades na
cidade do Rio de Janeiro e por todo o Brasil; participou da deflagração de
diversas operações da Polícia Federal, dentre elas, várias fases da Operação
Lava Jato; atuou na segurança do ex-presidente Barack Obama, quando de sua
visita em São Paulo, e participou da segurança de diversos chanceleres e chefes
de estado estrangeiros em eventos promovidos pelo Ministério das Relações
Exteriores.
Esse é o currículo de Danilo Campetti.
(Palmas.)
Flávio Antônio Gomes – nascido na
cidade de São Paulo, filho de Fátima Pierette Gomes e de Flávio Santiago Gomes
Neto – é casado com Carolina Perez Martinez. Principais cursos: bacharel em
ciências policiais de segurança e ordem pública pela Academia de Polícia
Militar do Barro Branco, curso terminado em 1997; bacharel em educação física
pela Escola de Educação Física da Polícia Militar do Estado de São Paulo e
bacharel em direito pela Universidade de Guarulhos.
Na Polícia Militar do Estado de São
Paulo, serviu nas seguintes unidades: 15º Batalhão de Polícia Militar
Metropolitano, em Guarulhos, trabalhando no policiamento ostensivo; 3º Batalhão
de Polícia de Choque, unidade responsável pelas ações de controle de distúrbios
civis e rebeliões em presídios no estado de São Paulo; 1º Batalhão de Choque
ROTA – Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar.
Ingressou na Polícia Federal em 2009 e
serviu nas seguintes unidades policiais: Núcleo Especial de Polícia Marítima -
NEPOM, sediado na cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná; trabalhou no Comando de
Operações Táticas, unidade de elite da Polícia Federal com sede em Brasília, e
na Delegacia de Repressão a Entorpecentes, em São Paulo.
Principais missões na Polícia Federal:
participou da deflagração de diversas operações da Polícia Federal, de combate
ao tráfico internacional de drogas, de combate à pedofilia e combate à
corrupção, dentre elas várias fases da Operação Lava Jato; participou da equipe
de proteção pessoal do príncipe de Mônaco, Alberto II, quando de sua visita em
São Paulo, em 2011.
Participou da segurança dos Jogos
Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, e participou da equipe de proteção
pessoal do então candidato à presidência da República, Jair Messias Bolsonaro,
nas eleições de 2018. Esse é o currículo de Flávio Antônio Gomes. (Palmas.)
João Paulo Dondelli – nascido em
Piracicaba, filho de Osni Francisco Dondelli e de Marlene Varella Dondelli – é
casado com Michelle Demetrio Dondelli e pai da Lorena. Principais cursos:
bacharel em ciências policiais de segurança e ordem pública pela Academia de
Polícia Militar do Barro Branco e em direito pela Universidade Bandeirantes –
Uniban.
Ingressou na Polícia Militar em 1995;
possui o curso de entrada tática com explosivos, ministrado pela Law Enforcement
and Military Training School em 1999; possui o curso de formação profissional
de papiloscopista policial federal, ministrado na Academia Nacional de Polícia
em 2004; é formado instrutor de armamento e tiro pela Academia Nacional de
Polícia em 2009.
Principais missões na Polícia Federal:
além das dezenas de operações de inteligência com flagrantes nas áreas de
investigações antidrogas em grande parte do território nacional e
principalmente no território paulista – ROTA Caipira –, foi designado para a
consecução da segurança nas seguintes missões.
Participou da segurança nos Jogos
Pan-Americanos na Cidade do Rio de Janeiro; atuou na segurança do papa Bento
XVI e também do papa Francisco quando em visita à cidade de Aparecida; atuou na
segurança do candidato à presidência da República, Jair Messias Bolsonaro,
desde o início da campanha até a sua posse, no dia 1º de janeiro de 2019. Este
é o currículo de João Paulo Dondelli. (Palmas.)
Neste momento assistiremos um breve
vídeo sobre os trabalhos dos homenageados.
*
* *
- É exibido o vídeo.
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* *
O SR. PRESIDENTE - AGENTE FEDERAL
DANILO BALAS - PSL - É isso aí, esses são
os verdadeiros. Neste momento, teremos a outorga da condecoração; convidamos os
homenageados para postarem-se em posição de destaque aqui à frente, próximos à
Mesa desta Presidência, para que possamos outorgar o Colar de Honra ao Mérito
Legislativo do Estado de São Paulo aos policiais federais Danilo César
Campetti, Flávio Antônio Gomes e João Paulo Dondelli.
Convidamos, para fazer a entrega das
condecorações, o tenente-brigadeiro Carlos Alberto Baptista, o superintendente
da Polícia Federal, Dr. Filho, e o deputado Gil Diniz. Neste momento,
convidamos também os familiares para participar da entrega das condecorações
aqui à frente.
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* *
- São feitas as outorgas do Colar de
Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo.
*
* *
O SR. PRESIDENTE - AGENTE FEDERAL
DANILO BALAS - PSL - Senhoras e senhores,
solicitamos que retornem aos seus lugares para darmos sequência a esta
solenidade. Agradecemos a presença também do Dr. Renato Pupo, delegado de
Polícia e vereador em São José do Rio Preto.
Importante agradecer também a presença
dos demais agentes federais, policiais federais, que vieram abrilhantar este
momento dos nossos colegas homenageados na data de hoje.
Convidamos os agraciados a retornarem
aos seus locais. Dando sequência a esta solenidade, teremos palavras do
deputado estadual Gil Diniz. (Palmas.)
O SR. GIL DINIZ - PSL -
Boa noite a todos. Gostaria de agradecer a presença de vocês, agradecer e dar
meus parabéns ao meu amigo e colega de bancada, Danilo Balas, Agente Federal
Danilo Balas, policial militar – alguns conhecem como Balas, outros,
Mascarenhas; já na Polícia Militar é só “Masca”, “O Masca”, descobri depois
isso aí.
Então, meus parabéns, Balas, não
existiriam outros a serem homenageados que merecessem esta justa homenagem. O
meu boa-noite ao tenente-brigadeiro Baptista Junior e ao superintendente da PF,
Dr. Filho. Muito obrigado pela presença de vocês.
E o que falar dos meus amigos Campetti,
Dondelli e Flávio? Flávio é da zona leste, ZL, vira e mexe está pegando o seu
ônibus ali na região da Celso Garcia, também – acompanho pela rede social.
Eu sempre digo que nós devemos honrar
nossos heróis, e que bom que nós estamos homenageando, em vida, não pós-morte,
não estamos lá celebrando um, dois, dez, vinte anos.
São ventos de mudança, o país vem
mudando e homenageamos hoje três policiais federais que, vejam vocês, meus
filhos vão ler nos livros de história, vão ver a foto dos três aqui. Vossos
filhos também vão ver essas fotos. Vocês viram a história, Balas, sendo escrita
de perto.
Hoje é um dia de celebração, mas como
aquele dia foi angustiante, foi dolorido para nós. Mas antes de chegar àquele
fatídico 6 de setembro de 2018, gostaria de relembrar: o deputado Eduardo, que
falou aqui primeiramente, foi ele que me elegeu, junto com a família dele
confiou em mim.
Em setembro de 2014, Dondelli, eu
conheci o Eduardo lá no bom lugar, perto do Palmeiras, ali perto do Estádio do
Palmeiras, entregando panfleto. Ele, o Carlos Bolsonaro e o Pinduca – um
pessoal que trabalha com eles há muito mais tempo – entregando panfleto.
E quis, alguns dizem o destino, eu digo
Deus, que eu passasse justamente naquela esquina ali da Matarazzo com a
Pompeia. Atravessei a rua e o cumprimentei, falei que votaria nele – e
realmente votaria nele, por conta do trabalho do pai dele.
Imagina, doutor, o Eduardo, carioca,
Balas, falando com aquele sotaque, imagina essa rivalidade São Paulo-Rio. Foi
muito bem votado, fez mais de 80 mil votos nessa sua primeira eleição.
Naquela tarde ali, atravessei a rua, o
cumprimentei e ele perguntou o que eu fazia da minha vida - eu falei que era
carteiro, na época - e onde eu morava, eu falei: “Na favela da Vila Flávia, lá
na zona leste”. Aí o Carlos: “Ô, Duda, peraí, meu! Carteiro favelado... pô, tem
jeito! Peraí”.
O Carlos pegou o telefone e ligou para
o pai dele – final de semana, deve estar lá no Instagram do Eduardo, dia 13 ou
14 de setembro de 2014, procurem lá que vocês vão ver uma foto minha com o
Eduardo e com o Carlos –, “Ô, pai, tô com o Gil aqui, ele é carteiro, fala com
ele”.
Aí eu: “Caramba, e agora? Ô, deputado,
tô em sentido, posso descansar?”, e ele: “Porra, meu, tu é carteiro ou tu é
milico?”; falei: “Não, capitão, eu sou carteiro, mas fui soldado PM
temporário”, e ali começou uma amizade. Eduardo foi eleito, me convidou a
trabalhar com ele e vim ser assessor do deputado federal Eduardo Bolsonaro.
Quatro anos depois, em setembro também,
eu, nas ruas do estado de São Paulo, dessa vez em Mogi, entregando panfletos
com o Eduardo Bolsonaro e pedindo votos a ele, ao deputado federal Jair
Bolsonaro, então candidato à presidência, e pedindo votos a mim, candidato a
deputado estadual.
Em setembro, Flávio, também, quatro
anos depois, olha que 180. Silvério deve estar por aqui. Entregando panfletos
ali, Dudu, lá de Brasília, me ligou:
“-Você está perto do Eduardo?
-Estou!
-Afasta ele, está perto de alguém?
-Muita gente!
-Afasta ele.”
Já
senti que alguma coisa estava acontecendo de estranho. Tirei ele do meio do
povo, passei o telefone e ele começou a chorar. Nunca tinha visto o Eduardo
chorando. Falei:
“-É, a situação é grave. O que
aconteceu?
-Meu
pai sofreu uma facada, um atentado”.
Pegamos o carro, fomos à casa do Dr.
Marcelo - como o Eduardo relatou aqui - e partimos para Juiz de Fora. No
caminho fomos vendo aquelas imagens, e como doía ver aquela faca entrando no
corpo do capitão.
Passei aquela madrugada em Juiz de Fora,
na UTI, ao lado do Eduardo, do Carlos e do Flávio. Vi o desespero dos policiais,
nos encontramos no outro dia, pela manhã, no hotel. Campetti ligou para mim
para saber para qual hospital iria, se para o Sírio ou para o Einstein, porque
precisava fazer a precursora.
E
como foi triste aquela noite vendo o nosso capitão entre a vida e a morte, mas
lutando pela vida. E graças a Deus, sobreviveu. Como Eduardo falou, sobreviveu graças...
Olha como Deus é bom, não é? Como é fantástico. Você falou, Balas, você leu o currículo
dos três.
Olha o nível dos policiais que estavam
ao lado do presidente para poder salvar a vida do presidente. Isso é fantástico,
é um ato de heroísmo, um ato de bravura. Vocês aqui... Quantas vezes eu
presente, vi vocês trabalhando, em combate, preservando a vida do presidente,
da família dele.
Então, meus senhores, mais do que
merecido, é o pouco que nós podemos fazer neste momento para homenageá-los;
homenagear as famílias de vocês e dizer: “São heróis!” São heróis em vida, são
heróis reais que nós precisamos falar para os nossos filhos, falar para os
nossos meninos, mostrar para os nossos estudantes.
O Brasil tem jeito e está mudando. Nós
acreditamos no capitão Jair Bolsonaro, presidente do país. Vocês viram, vocês
acompanharam ao lado dele: a humildade que ele tem, o jeito com o qual tratou
cada um de vocês, o jeito que ele me tratou, Balas. Não porque ele é presidente
- nós sabemos que ele está mudando a realidade de um país como um todo -, mas
ali era um amigo, era um filho, era um pai. E quis Deus que vocês estivessem
ali para salvar a vida do hoje presidente da República.
Meus parabéns, meus amigos, que Deus vos
abençoe, que preserve as vossas vidas e que sempre possa trazer vocês em
segurança para as suas famílias. Sei que fizeram um juramento de, se necessário
for, dar a vida por cada um de nós, pessoas que talvez vocês não conheçam.
E, se for necessário, vocês levarão até
o fim esse juramento. Mais do que merecido, contem conosco e tenho em vocês
bons amigos. Parabéns a vocês e a todos os seus familiares. Boa noite.
O SR. PRESIDENTE - AGENTE FEDERAL
DANILO BALAS - PSL - Neste momento, para
entendermos a dinâmica dos fatos ocorridos no dia do atentado ao presidente da República,
inicialmente ouviremos palavras do agente federal Flávio Antônio Gomes.
O SR. FLÁVIO ANTÔNIO GOMES -
Cumprimento o deputado estadual Agente Federal Danilo Balas, na pessoa de quem
cumprimento as demais autoridades aqui presentes.
Cumprimento meus irmãos de turma da
Academia de Polícia Militar do Barro Branco - aspirantes 97, meus irmãos da
Polícia Militar, da Polícia Civil, das Guardas Municipais de São Paulo, da
Polícia Federal, da Agência Brasileira de Inteligência, meus familiares e
amigos.
Boa noite a todos.
No dia 6 de setembro de 2018, por volta
das 6h30min da manhã, Dondelli e eu chegamos à Base Operacional da Barra da
Tijuca, no Rio de Janeiro, e nos encontramos com os agentes federais Aldemar e Judson.
Embarcamos nas duas viaturas Pajero blindadas e às 6h45min paramos as viaturas
em frente à casa do Zero Um. Logo em seguida chegou o Arthur, completando a
equipe de cinco policiais federais que deslocaria um comboio até Juiz de Fora,
em Minas Gerais.
Outros dois policiais federais da
equipe fixa, designados para a missão, Felipe e Ramal, já estavam em Juiz de
Fora fazendo o trabalho da equipe precursora.
O Zero Um saiu de sua casa e, como de
costume, cumprimentou animadamente cada um dos policiais, fazendo brincadeiras
e comentários sobre os últimos acontecimentos políticos. Após alguns minutos de
uma conversa informal, ele mudou a expressão: seriedade e preocupação tomaram o
lugar das risadas.
Mencionou algo sobre não ser difícil
acontecer um atentado contra ele, já que muita gente estava interessada em
manter-se no poder. Sabíamos que ele tinha razão e ficamos em silêncio. Logo em
seguida, chegou um veículo com os dois fiéis escudeiros do Zero Um: Max e Cordeiro.
Nesse dia não tomamos café, nem comemos
pão com manteiga na varanda do Zero Um, como fazíamos quase sempre. O combinado
era tomarmos café da manhã na Casa do Alemão, restaurante tradicional
localizado em Petrópolis, na Região Serrana do Rio.
Embarcamos nas viaturas e, seguidos por
outros veículos da comitiva, partimos com destino à cidade de Juiz de Fora. Por
volta das 9h00min, paramos no local combinado, tomamos um café reforçado e
continuamos viagem.
Chegamos à entrada da cidade e nos
encontramos com a equipe precursora e mais seis agentes federais de Juiz de
Fora que nos apoiariam naquele dia. Seguimos a agenda do candidato.
Na parte da manhã visitamos o hospital
da Associação Feminina de Prevenção e Combate ao Câncer de Juiz de Fora e, logo
após, almoçamos em um restaurante da cidade, todos na mesma mesa.
O Zero Um fazia questão de que todos
comêssemos juntos, sem diferenciar quem fazia parte da comitiva e quem estava
na segurança.
Saímos do restaurante e partimos para o
evento da tarde. Evento, por sinal, que mais nos preocupava, porque aconteceria
em um ambiente aberto. A programação era fazer um ato público em frente à
Câmara Municipal da cidade e de lá ir para Praça Dr. João Penido, conhecida
popularmente como Praça da Estação, importante e histórico local em Juiz de
Fora onde o Zero Um realizaria um discurso.
Quando desembarcamos das viaturas, vimos
um grande número de pessoas na rua. Fizemos um primeiro círculo de contenção,
formado por policiais federais, e um segundo, por policiais militares de Minas
Gerais que estavam à paisana nos apoiando.
A massa nos espremia e os círculos não
permaneciam uniformes, era humanamente impossível evitar que alguém encostasse
no Zero Um. Bastaram alguns metros andando no meio da multidão para todos
estarem ofegantes e suados, o desgaste muscular e o estresse eram intensos.
Com muito custo, chegamos ao ponto onde
o Zero Um iria embarcar novamente na viatura blindada para se deslocar para a
Praça da Estação. A porta estava aberta, e o Cordeiro fez indicação para que
ele entrasse na viatura, mas o Zero Um olhou à frente e viu inúmeras pessoas
ainda querendo cumprimentá-lo, desviou do caminho da porta e disse que
continuaríamos a pé até a praça.
Ele já tinha feito isso em outras
ocasiões, não gostava de decepcionar as pessoas que iam aos eventos para cumprimentá-lo
e tirar foto.
Continuamos. De vez em quando ele subia
no ombro de um dos apoiadores para cumprimentar as pessoas ao longe, em um
desses momentos ele se abaixou. Foi o momento do golpe.
Foi assim mesmo, rápido, vi a camiseta
dele com um pequeno rasgo. Nesse exato momento ele nos disse, “Levei um soco!”,
mas percebi que havia sido algo mais grave. Na hora, o sentimento foi de
fracasso, de que aquilo não poderia ter acontecido, entretanto, ali não havia
espaço para sentimentos.
Rapidamente, com os demais policiais
federais, abrimos caminho no meio da multidão e colocamos o Zero Um no chão de
um bar para entender o que havia acontecido de fato. Levantei a camiseta e vi o
corte na barriga com um pouco de sangue e a gordura do abdome.
Gritei: “Facada! Pega a viatura”. Nesse
instante, uma pessoa de dentro do bar jogou um pano na minha direção, que usei
para pressionar o ferimento e estancar o sangramento.
Parte da nossa equipe estava em outra
frente de batalha, prendendo o agressor e evitando que a multidão o linchasse,
pouco tempo se passou e comecei a ouvir o som da sirene. Carregamos o Zero Um
até a viatura em meio a muita gritaria e confusão.
Quando as portas se fecharam, faltou ar.
Lá dentro estava muito quente e abafado, muita gente respirando ofegantemente e
falando alto. No banco de trás, com outro agente federal e o filho do candidato,
Carlos, fui apoiando a cabeça do Zero Um com a mão esquerda e, com a direita,
continuava a estancar o sangramento.
No trajeto, perguntei o estado de
consciência do candidato: “Zero Um, de zero a cinco, como está a sua
consciência?”, ele levantou a mão com a palma aberta, indicando cinco. Respondi
firmemente para ele, “Porra, Zero Um, sustenta!”. Chegamos a Santa Casa de Juiz
de Fora rapidamente. Eu só parei de pressionar o ferimento quando, na porta da
sala de emergência, um médico colocou a mão em cima do pano e me disse que dali
em diante era com eles.
Saímos da sala cansados, demos alguns
passos e sentamos no chão do corredor do hospital. Uma enfermeira se aproximou
e me ofereceu um copo d’água, aceitei, dei um gole e virei o resto da água na
cabeça, tentando baixar a temperatura. Senti que havia direcionado toda a energia
física e mental para lidar com aquilo tudo, não foi fácil.
Depois do primeiro atendimento na sala
de emergência e verificada a gravidade, fomos informados que o Zero Um iria
direto para o centro cirúrgico, por conta da hemorragia interna.
Ficamos em prontidão na porta do centro
cirúrgico durante todo o período da cirurgia, para nós, quem tinha tentado
matá-lo poderia não estar sozinho e tentar terminar o que começou. O
procedimento médico chegou ao fim, e a equipe da Santa Casa informou que a
cirurgia havia corrido bem.
Dias depois fomos convocados para ir a
Brasília. Passamos em consulta com psicólogos, fomos entrevistados por
professores da matéria Segurança de Dignitários e Autoridades e respondemos
questionários para um futuro estudo de caso.
Lembro que a primeira pergunta do
questionário foi: “Na sua opinião, o que deve ser feito para que um fato dessa
natureza não ocorra novamente?”. Respondi de pronto: “Para que um fato dessa
natureza não ocorra novamente, um candidato à presidência da República não pode
ter contato corpo a corpo com as pessoas em um local aberto. Os comícios devem
ser feitos em locais fechados e com controle de acesso na entrada”.
Após essa batida em Brasília, voltamos às
nossas atividades. Fizemos a segurança do Zero Um e de sua família no Hospital
Albert Einstein, em São Paulo; e depois na casa dele, na Barra da Tijuca, no
Rio de Janeiro.
Não iria permanecer na missão até o
final, pois estava com as férias marcadas para dezembro. Viajaria com a minha
esposa, Carol, para Praga, para passear e visitar a irmã dela, mas o atentado
mexeu comigo.
Senti que a missão não havia terminado,
fiquei uns dias pensando, conversei com ela e com algumas outras pessoas sobre
qual decisão tomar: me desligar da missão e viajar - até porque o Zero Um já
estava em recuperação - ou cancelar as minhas férias.
A Carol foi a primeira a me dizer que
eu deveria continuar na missão e ir até o fim. Cancelei as passagens e decidi
ficar até o último dia. Tornou-se ponto de honra entregar o Zero Um para tomar posse
como presidente do nosso País.
O coordenador na nossa equipe,
Alexandre Ramagem – hoje meu amigo e atual diretor da Agência Brasileira de Inteligência
–, como uma espécie de reconhecimento, escolheu seis agentes federais para
correrem ao lado do Rolls-Royce presidencial da Catedral de Brasília até o
Congresso Nacional, local onde o presidente eleito assinaria o termo de posse e
efetivamente assumiria a presidência da República do Brasil. Que honra: fui um
dos escolhidos!
Quando as sirenes das viaturas
começaram a soar, os cavalos da Guarda Imperial começaram a trotar e o Rolls-Royce
começou a avançar, me emocionei. Um filme rápido passou na minha mente, lembrei
de tudo que passamos nos quase cinco meses de missão, mas o sentimento não era
mais de fracasso, era de redenção, de dever cumprido. Com todas as dificuldades
e percalços, estávamos conduzindo o presidente eleito do nosso País.
A nossa equipe começou com 18 policiais
federais e terminou com mais de 50. Recebemos o apoio de muitas pessoas, mas
também fomos criticados; críticas construtivas são sempre bem-vindas, diferentemente
de insinuações e acusações de pessoas que não estavam no local dos fatos – muitas
delas sequer são da área da Segurança Pública. Ouvimos coisas do tipo: “Não
trabalharam direito”, “Como não evitaram a agressão?”, “Deixaram-no levar a
facada”, e por aí vai.
No ano passado, em uma das formaturas
de novos policiais militares do estado de São Paulo, o coronel Salles, comandante
geral, passou a seguinte mensagem à tropa: “Não espere o reconhecimento
daqueles que não conhecem o cheiro da pólvora ou calor dos incêndios”. A mais
pura verdade. Hoje vejo que cada um cumpriu com dedicação e profissionalismo o seu
papel e estava onde e quando deveria estar.
Os médicos da Santa Casa que atenderam o
Zero Um em Juiz de Fora nos disseram que o socorro rápido foi decisivo para a
sobrevivência do presidente. Chegamos rápido porque os colegas da equipe
precursora acertadamente escalaram dois colegas da Polícia Federal de Juiz de
Fora para dirigir as viaturas, pois eles conheciam a região melhor do que nós;
com relação aos profissionais da Santa Casa, médicos e enfermeiros, uma palavra
define o atendimento ao Zero Um: eficiência.
Sem a intervenção deles, e depois a
intervenção do Dr. Macedo e de sua equipe, o resultado seria outro. Por isso,
esta homenagem, esse Colar que recebo hoje, dedico a todos que não estão aqui
presentes, mas que são igualmente merecedores. Parabéns, meus amigos. Missão
cumprida.
Encerro esse relato agradecendo
novamente a confiança do meu amigo, deputado estadual Agente Federal Danilo Balas,
que me convidou para a nobre missão.
Obrigado a todos.
O SR. PRESIDENTE - AGENTE FEDERAL
DANILO BALAS - PSL - Convidamos agora,
para fazer o uso da palavra, o agente federal João Paulo Dondelli.
O SR. JOÃO PAULO DONDELLI -
Prezado deputado Danilo Balas, em nome de quem cumprimento todas autoridades
presentes à Mesa; excelentíssimo superintendente da Polícia Federal de São
Paulo, delegado de Polícia Federal Lindinalvo Alexandrino de Almeida Filho, que
tem nos acompanhado lado a lado por dez anos como chefe em Ribeirão Preto e São
Paulo, agradeço a presença e estendo meus cumprimentos às demais autoridades
policiais, em especial aos meus irmãos de equipe: agente de Polícia Federal
Sandro Lindolfo Zanovelo Fogaça e Vital dos Santos Souza Neto.
Cumprimento todos os policiais
militares, civis e guardas municipais aqui presentes - guardando sempre em meus
pensamentos, sinto-me ainda perfilado em nossa centenária instituição -; excelentíssima
cônsul geral da Armênia no Brasil, Sra. Hilda Brumaian, honra-me com a presença
e volto também os meus pensamentos aos nossos mártires cristãos; amada esposa
Michelle e querida filha Lorena; meu digno pai, Sr. Osni Francisco e querido
irmão Luiz Vicente; família; amigos de coração; honoráveis convidados, boa
noite.
Como o colega Flávio discorreu bem,
anteriormente, sobre toda a situação que nós passamos no dia, pelo trabalho
realizado – e por isso seremos homenageados como policiais paulistas – durante
todo o período completo da campanha eleitoral de 2018, até a posse do nosso presidente
da República, Jair Messias Bolsonaro.
Ações que certamente permanecerão em
nossa história como indivíduos e Nação. São dias intensos – e a história muda
quando pessoas comuns fazem coisas extraordinárias –, históricos para a nossa
democracia.
Ao longo da denominada Operação Messias,
com ápice em Juiz de Fora, fomos recrutados e indicados pelo amigo Danilo Balas
para além do exercício do dever profissional, mas clamados à prática de uma
vocação cuja formação dos três já transcorre há décadas, através de diversas
áreas técnicas e, acreditem, essa vocação já foi testada inúmeras vezes – naquele
dia não foi a primeira, e não seria diferente.
Nessas ocasiões, o que nos direciona ao
bom combate, com êxito – e isso é uma experiência de 21 anos na área
operacional que eu vivo –, é uma equipe multidisciplinar, competente e
experiente. Eu sempre fui privilegiado de trabalhar continuamente em equipes nas
quais agrego algum conhecimento e algumas amizades, e lá não foi diferente.
Eu não ia discorrer sobre a segunda
frente de combate que o Flávio mencionou, mas enquanto ele estava lá com a
guerra no chão do bar, tentando, com os outros colegas e toda a equipe,
minimizar o problema, eu estava com o colega Marcelo Ramal – agente lá no Rio
Grande do Norte, valoroso e profissional – tentando decidir a melhor forma de
extrair o Adélio do meio daquela turba, que ainda estava com a atenção direcionada
ao atentado.
Só que nós não podíamos tirá-lo de lá
naquele momento, porque no local que visualizei para a retirada do Adélio
estava a viatura do candidato, o Zero Um. Havia uma encruzilhada: saco o Adélio
e aumento exponencialmente o risco de vida para mim e para a nossa equipe ou eu
aguardo o Pelotão de Choque da Polícia Militar fazer o nosso apoio? E não saberíamos,
depois, aprofundar a investigação do que viria a seguir.
A primeira decisão... Foram dois
fatores que me fizeram tomar a decisão de sacar o Adélio de lá: o primeiro foram
as características que eu citei, a experiência e saber até onde vai o limite de
uma equipe experiente – o Marcelo Ramal é também muito experiente –, e o
segundo fator que me levou, de fato, a fazer aquilo ali, foi um diálogo que eu
tive com o candidato Jair Bolsonaro em frente a um elevador, lá em Osasco, 15
dias antes.
Iria ter um evento em uma rede de televisão
entre os candidatos à presidência, e ele recebeu a informação de que havia um
púlpito vazio lá para um ex-presidente preso e sem registro de candidatura. Ele
ficou injuriado com aquilo, olhou para mim e falou assim: “Federal, império da
lei, não tem registro e tá condenado”, e eu, “Império da lei, Zero Um”, “Vamos
pra guerra?”, “Vamos pro combate!”, e seguimos para o debate.
Retornando agora ao 6 de setembro,
acreditem ou não, o segundo fator que me fez tomar aquela decisão foi essa
frase que me veio à mente: “Império da lei”. Juntamente com o Marcelo Ramal, saquei
o Adélio daquela turba, foi uma situação muito difícil, de violência e rapidez.
E, graças a Deus, conseguimos encontrar
um local seguro e aguardar o resgate do Pelotão de Choque da Polícia Militar que
foi feito para dar um apoio para a gente.
Então, excelentíssimo Sr. Deputado
Danilo Balas, eu recebo com alegria e humildade a outorga do Colar de Honra ao
Mérito e dedico a todos vocês que aqui estão ou que não puderam estar presente,
pois, sem exceção, foram fundamentais em meu convívio, para que eu tivesse as
formações pessoal e profissional para atuar naquela missão.
Agradeço ainda a Deus por exercer sua
infinita bondade e nos dar a oportunidade de viver.
Obrigado.
O SR. PRESIDENTE - AGENTE FEDERAL
DANILO BALAS - PSL - Senhoras e senhores,
neste momento ouviremos palavras do agente federal Danilo César Campetti.
O SR. DANILO CÉSAR CAMPETTI -
Boa noite a todos. Gostaria de cumprimentar o presidente desta sessão, deputado
estadual Agente Federal Danilo Balas, e aproveito para estender os cumprimentos
a todos os servidores da Casa e dizer que a razão de nós três estarmos nessa
equipe foi a indicação do Danilo Balas, a indicação dele que nos levou até a
composição dessa equipe.
Faço aqui também um registro, o
deputado Eduardo Bolsonaro acabou de sair, mas queria deixar meus cumprimentos
a ele; deputado estadual Gil Diniz, que andou mais de 600 quilômetros até um
primeiro evento em que eu tive a honra de ser homenageado, em Votuporanga.
Esteve lá e em seguida em São José do
Rio Preto, por iniciativa, aqui também presente, do meu amigo vereador Renato
Pupo, na Câmara Municipal de São José do Rio Preto - no dia do aniversário da
sua esposa, esteve lá também, a Alessandra. Obrigado, muito obrigado, meu irmão,
pela deferência.
Gostaria também de cumprimentar aqui o
tenente-brigadeiro do ar, comandante Baptista Junior, cumprimentando-o, eu
estendo os cumprimentos a todos os componentes aqui integrantes das Forças
Armadas; policiais militares; gostaria também de cumprimentar um grande amigo,
que é o delegado de polícia Maurício José Lemos Freire, e em nome dele também cumprimento
a todos os policiais civis aqui presentes.
Ele é o grande responsável por trazer o
curso, em 2005, da SWAT, para o qual nós tivemos, inicialmente, mais de 300
candidatos e logramos serem aprovados 29, um total de 29, um grande amigo das
fileiras da Polícia Civil.
Cumprimento também nosso chefe
superintendente regional da Polícia Federal aqui em São Paulo, Dr. Filho, e em
nome dele eu gostaria de cumprimentar todos os policiais federais aqui presentes;
meus irmãos do GTI - Grupo de Pronta Intervenção; policiais federais que agora
eu estou ombreando no Comando de Operações Táticas, que estão aqui no GIS
ombreando comigo – o GIS é o Grupo de Investigações Sensíveis – e que estão
aqui presentes, obrigado pela presença, meus irmãos.
Gostaria de estender os cumprimentos a
minha família: minha esposa, Vanessa; meus pais, que estão aí; meus filhos, João
Otávio e Maria Clara; estender os cumprimentos aos meus irmãos, João Paulo Dondelli,
Flávio e aos seus familiares, que nos honram muito a presença; gostaria de
também cumprimentar a todos que se deslocaram de São José do Rio Preto, de
cidades longínquas, para vir prestigiar a nossa homenagem aqui.
Cumprimento também um grande amigo de
longa data, meritíssimo Sr. Dr. Emílio Migliano Neto. Ainda nas fileiras da
Polícia Civil, foi a primeira autoridade que eu tive a honra de fazer a
segurança.
Muito obrigado, doutor, pela presença. Cumprimento
também os guardas municipais aqui presentes; os amigos que se deslocaram de
Catanduva, de São José do Rio Preto. Está aqui o João, o Ricardo Rivelato,
estou vendo aqui o Charneski, instrutor.
Inicio com uma missão um pouco mais
complicada, já que me foi dada pelos dois, então tudo bem, vamos cumprir: ontem
ocorreu um fato muito terrível para nós, policiais federais – e eu acredito que
para a família policial como um todo –, e em nome dos três aqui homenageados eu
externo as condolências aos familiares do policial federal Ronaldo Heeren, que
foi morto durante a diligência na Favela do Rola, em Santa Cruz, zona oeste do
Rio de Janeiro.
Eu gostaria que a gente pudesse elevar
o nosso pensamento no momento de descanso em nossas residências para que o Nosso
Senhor Jesus Cristo, o receba ao seu lado e conforte seus familiares. Foi uma diligência
normal, diligência corriqueira, que acabou vitimando nosso colega.
Gostaria de cumprimentar também todos
aqueles que se fizeram presentes aqui hoje: vejo representantes da nossa Fenapef;
vejo o escrivão Scandiuzzi também, muito obrigado pela presença.
Incumbiram-me de falar sobre a missão
como um todo: foram 149 dias ininterruptos de imersão operacional na complexa
missão de consecução da segurança do então candidato à presidência da República,
Jair Messias Bolsonaro – operação policial que teve início muito antes, com a
escolha dos integrantes da equipe.
Especificamente, no que se refere a nós
três, eu já falei que vale salientar a imprescindível indicação do deputado
estadual Danilo Balas – muito obrigado novamente, meu irmão –, a quem
agradecemos pela confiança.
Inicialmente, com 18 integrantes, os
policiais federais designados tinham uma característica em comum: a
voluntariedade. Todos que lá estavam pleitearam a conquista da vaga, não houve imposição,
ninguém foi obrigado a ir para essa equipe, ao contrário, as vagas foram
disputadas e os candidatos, rigorosamente selecionados. A indicação ratificada
pela coordenação era comemorada e agregava elemento motivacional.
Sabíamos que não seria nada fácil, tendo
em vista a polarização política e ideológica aliada à popularidade crescente do
candidato, que notoriamente movia multidões por onde passava.
Mas, se para alguns esse contexto denotaria
um cenário de dificuldades intransponíveis – visto que se tratava de fato novo,
peculiar no âmbito da doutrina de segurança de presidenciáveis –, para os que
se propuseram a compor esse grupo, constituía um desafio tático a ser
solucionado pela conjugação de princípios operacionais, dentre eles, o que eu
reputo o mais importante: o espírito de corpo.
Segundo alguns autores, trata-se de
recurso coletivamente incorporado que permite a cada um dos membros de um grupo
integrado participar do capital individualmente adquirido por todos os outros,
e foi o reflexo dessa identidade coletiva que permeou a atuação da equipe, evidenciada
em todos os eventos planejados e executados no âmbito dessa missão.
Para a conjugação de esforços, não havia
barreiras institucionais. Por mais de duas décadas de atuação policial, mantive
como dogma a concepção de que não devemos nos ater ao “sobrenome”, entre aspas,
das instituições policiais.
Sejam militares, civis ou federais,
todos os policiais enfrentam no campo de batalha um inimigo comum. E a
integração e união de forças proporcionam elevada superioridade técnica e
tática as quais empreendem eficiência ao cumprimento da missão.
Nessa esteira, notória era a
participação de policiais voluntários, inclusive aposentados, em todos os
locais que comparecíamos e que, mesmo em dias de folga, não hesitavam em
ombrear conosco na proteção do candidato.
Dessa forma, já era prevista a
realização de “briefings”, ou seja, reuniões preliminares, com aqueles irmãos
aliados, os quais cumpriam com excelência tudo o que fora previamente
estabelecido. A esses obstinados guerreiros, minha continência e homenagem.
O agradecimento, realmente, meus irmãos,
a todos aqueles que, aonde a gente ia, todos que estavam de folga: policiais,
agentes de segurança - mesmo particulares -, segurança privada, era comum – não
é, Gil? – a gente chegar aos locais e essas pessoas já estarem esperando uma
liderança para a gente fazer essa reunião para eles poderem compor com a gente.
Foi assim também em Juiz de Fora,
policiais militares auxiliaram lá. Aí fica o meu agradecimento e a minha
homenagem. Alguns poderiam dizer que isso poderia se chamar “efeito Bolsonaro” de
multidões, porque o Bolsonaro era muito ligado à política; eu costumava chamar
de esperança, esperança de todos aqueles que se doavam um pouco para lutar por
um país melhor.
O trabalho policial é o ensejo
permanente de gerenciamento de riscos, e esse fator é potencializado nas
operações de segurança de dignitários e autoridades.
É bem verdade, contudo, que não há, em
qualquer hipótese, a possibilidade de anular o risco – quem é policial sabe, a
gente trabalha sempre com a minimização de riscos –, vide, por exemplo, os
atentados que vitimaram quatro presidentes norte-americanos durante o exercício
do mandato, são eles: Abraham Lincoln (1835), James Garfield (1881), William McKinley
(1901) e John Fitzgerald Kennedy – o JFK, como a gente conhece – (1963), todos
eles foram vitimados.
Todavia, em 1981, a tentativa de
assassinato de Ronald Reagan, enquanto deixava compromisso público em
Washington DC, não se consumou em virtude da atuação do líder da equipe, que,
após a extração do protegido, durante o trajeto, não hesitou em manter o
planejamento inicial e determinou o deslocamento do comboio ao hospital de
referência, mesmo sob os protestos do mandatário, que, achando que não tinha
sofrido nenhum ataque, solicitou que dirigissem até a Casa Branca.
Ao chegar ao hospital, o presidente
saiu andando do carro, mas logo desabou. Soube-se depois que ele havia sido
alvejado por um disparo de arma de fogo, e a decisão de ir ao hospital
imediatamente salvou sua vida.
Foi assim também em Juiz de Fora, vocês
sabem disso. É notório que o ponto crítico de toda a operação ocorreu no
atentado perpetrado no dia 6 de dezembro de 2018, em Juiz de Fora – e o
planejamento foi seguido.
Assim como no caso do mandatário
americano, acima referido, a disciplina no estrito cumprimento do planejamento,
bem como a conjugação de diversos fatores positivos – tais como a produtividade
e a competência da equipe médica da Santa Casa local; a rápida transferência do
candidato ao Hospital Albert Einstein, em São Paulo; bem como os 24 dias de
internação aos cuidados da exímia equipe médica do Centro de Terapia Intensiva
daquela instituição hospitalar –, contribuíram sobremaneira para a manutenção
da vida do então candidato Jair Messias Bolsonaro.
Nesses termos, eu gostaria de prestar
aqui uma homenagem também a toda a equipe do Dr. Macedo. Não sei se alguém está
presente, mas na simplicidade dele – vocês se lembram –, todo dia de manhã nós
estávamos trocando o plantão no hospital e o Dr. Macedo, ele mesmo, vinha e
passava todo o boletim médico para nós.
Dois dias depois que o presidente foi
transferido – eu acompanhei a transferência –, ele teve que ser novamente
submetido a uma cirurgia para, segundo o dr. Macedo, sanar alguns reflexos
daquela facada que ainda restaram mesmo depois.
Ele disse para gente: “Olha, eu abri
novamente, só que eu apurei e constatei cada centímetro do intestino dele”. Durou
oito horas, e foi motivo de grande tensão para a gente – o Flávio e o Dondelli
lembram. Durou oito horas a cirurgia, depois houve outras ao decorrer e, graças
a Deus, o nosso Zero Um está firme e forte.
Por fim, vale ressaltar o privilégio de
conviver durante quase cinco meses com a companhia do presidente Jair Bolsonaro
e de seus familiares. É bem verdade que a atuação policial dirigida à segurança
de dignitários e autoridades é naturalmente invasiva e deve lidar com
diferentes interesses, tais como segurança e privacidade.
A correta mensuração desses fatores,
sempre aliada ao bom senso, proporciona o alcance do objetivo pretendido,
adequando-se de forma eficiente ao trabalho e assegurando ao protegido e
familiares o sagrado direito à privacidade. Com o decurso do tempo da atuação
assecuratória, é natural e pretendido que ocorra uma sinergia entre os
protetores e protegidos para o melhor desempenho das atividades.
A simplicidade – deputado meu xará,
Danilo Balas, e Gil – sempre aqui repetida, com a qual o presidente se dirigia
aos integrantes da equipe, o fácil trato, sem burocracia, bem como suas
recorrentes demonstrações de humildade e justiça, proporcionaram à equipe um
ambiente propício à conclusão exitosa dos trabalhos.
Não raro, éramos surpreendidos com a
presença do presidente, já eleito, nos nossos postos de trabalho, em sua
residência no Rio de Janeiro, o qual permanecia em conversa conosco por longos
períodos e recorrentemente dizia: “Guerreiro, esse negócio de presidente não
sobe na minha cabeça, não”.
Humano e atento aos fatos, intervém a favor
de integrantes da equipe no dia 28 outubro de 2018, pouco depois de sagrar-se
vitorioso no certame eleitoral, a favor desses dois - já estava eleito e se
preocupou com o ato de injustiça que estava sendo cometido contra esses dois.
Pela primeira vez, uma equipe de
segurança – que ao final da missão somava aproximadamente 50 integrantes, como o
Flávio falou – foi convidada, com acompanhantes, para o coquetel de posse
presidencial no Palácio Itamaraty.
Diversos outros fatos corroboram o
tratamento adequado e o sentimento de gratidão para com os policiais que
atuaram nessa missão. Afastando o eventual deslumbramento que porventura tenha acometido
alguns integrantes – mesmo porque, como foi dito, a equipe era composta de
policiais federais experimentados, componentes e líderes de equipes em outras missões
com diversos chefes de estado e governo, e não nos cabia cair no deslumbramento,
nós não podíamos, nós tínhamos que fazer o nosso trabalho, nós tínhamos que
atuar –, a empatia era natural.
Nessa esteira, podemos afirmar, sem
sombra de dúvidas, que o capitão Jair Messias Bolsonaro é imune aos efeitos
colaterais e perniciosos do poder e, como o Flávio disse sobre a questão de que
todo dia a gente tomava café com ele, era todo dia de manhã. Ele chegava lá e
dizia: “Guerreiro, voluntário para buscar os pães” E, sempre quem estava
entrando ia buscar, e ele ia fazer o café.
Quando a gente retornava, o café estava
pronto. E nós nos sentávamos à mesma mesa que ele recebia representantes de
estado estrangeiros, com a mesma caneca da Frozen e com leite condensado.
Foi assim também, meus amigos, no dia
29 de outubro, de manhã, no dia que ele se sagrou vitorioso. É por isso que nós
podemos afirmar, peremptoriamente, que Jair Messias Bolsonaro é imune a esses
efeitos; foi assim também depois de mais de nove meses que nós já não tínhamos
contato – porque a Polícia Federal saiu, pois logo que o presidente toma posse,
o Gabinete de Segurança Institucional assume - eu fui designado a compor a equipe
de segurança do ministro de Justiça e Segurança Pública, Sérgio Fernando Moro.
E
estive um dia com o ministro Moro e o diretor-geral da Polícia Federal, Dr.
Valeixo, no Palácio da Alvorada. Nesse dia, o presidente estava retornando de
uma cirurgia, ainda estava com a cinta que protege, e quando ele veio
acompanhar o ministro Moro e o nosso diretor-geral ao carro, eu estava compondo
a equipe, estava no carro de trás, até falei com minha colega.
Minha colega disse: “Aí, o presidente.
Você podia me apresentar, eu queria tirar uma foto com ele”. Eu falei: “É só
você sair da viatura que nada vai mudar”; e ela falou: “Não, mas é um absurdo”;
e eu falei: “Não, pode sair”, e nós saímos. A hora que me viu, ele falou:
“Campetti, vem cá!”.
Ele veio, me deu um abraço, conversamos
lá por alguns minutos, ele fez uma brincadeira lá: “Essa moleza, com o Moro você
não está trabalhando nada, tem que vir trabalhar comigo de novo”; e eu falei: “Estamos
à disposição, presidente”, para provar que realmente nada mudou. Como a gente
diz – não é meus irmãos? – nada mudou.
Finalizando, estendendo essa homenagem
a todos os colegas que compuseram a Equipe Messias, assim denominada, e
dirigindo-me em especial aos meus amigos aqui também homenageados, Flávio e Dondelli,
componentes comigo, inicialmente, do núcleo São Paulo – nós fomos os únicos de
São Paulo que compuseram a equipe no início dessa missão –, com os quais tive a
honra de construir uma verdadeira irmandade, que certamente perdurará pelo
restante da nossa existência.
Externo toda a minha gratidão, meus
irmãos, pela lealdade, parceria e proteção mútuas - como o Dondelli disse,
foram muitas batalhas, não só externas -, ao passo que aproveito a oportunidade
para retificar uma mensagem eternizada nos meios militares que preconiza: “As
amizades forjadas no campo de batalha jamais fenecem”.
Obrigado, meus irmãos. Obrigado, que
Deus acompanhe a todos.
O SR. PRESIDENTE - AGENTE FEDERAL
DANILO BALAS - PSL - Já chegando ao fim
desta solenidade, teremos palavras breves do proponente.
Tenente-brigadeiro Baptista, delegado
Lindinalvo Filho, Dr. Filho, Gil Diniz – meu colega de bancada, deputado
estadual –, senhoras e senhores militares e civis aqui presentes, muito
obrigado por estarem numa sexta-feira à noite, Valentine’s Day -14 de fevereiro,
até quase 22h00min., aqui em nossa companhia.
Ouvimos o relato de policiais federais
que realmente estavam no dia do ocorrido. É muito fácil comentar atrás de uma
câmera ou no sofá de casa que o policial errou ou acertou, mas difícil mesmo é
estar no local da ocorrência, por isso fiz questão de homenageá-los, porque
vocês merecem, meus irmãos, e vocês sabem exatamente o que aconteceu no dia do
atentado, sem delongas.
Em meados de 2018, recebi uma ligação
de Brasília, do setor responsável pela segurança dos candidatos à presidência
da República. Era um convite para compor a equipe que faria a segurança do
então candidato à presidência Jair Messias Bolsonaro.
Minha resposta foi que não poderia
fazer parte da equipe por questões óbvias: sairia candidato a deputado estadual,
naquele mesmo ano. Uma outra pergunta me foi feita: se eu conhecia e indicaria
algum policial federal para efetuar o trabalho mencionado.
Disse que sim e passei para Brasília o
nome de três policiais federais: Flávio Gomes, João Paulo Dondelli e Danilo Campetti
– sem receio de errar, uma vez que conhecia o trabalho de cada um de vocês.
A homenagem de hoje reconhece o
trabalho desempenhado nas eleições, quando esses policiais efetuaram toda a
segurança do nosso presidente. Foram meses de viagens por todo o Brasil e
situações adversas até o momento do atentado contra o presidente.
Sem a rápida atuação deles, o
presidente não estaria vivo. Vocês salvaram a vida de Jair Messias Bolsonaro e
também salvaram nosso País. (Palmas.)
Meus irmãos, vocês honram cargo que são
investidos e são motivo de orgulho a seus familiares, aos amigos, aos colegas
de trabalho e a todo o povo brasileiro, e por isso são merecedores da mais alta
condecoração do Legislativo paulista. Parabéns, meus irmãos, o Brasil os
agradece. Muito obrigado.
Queria agradecer aqui e, esgotado então
objeto da presente sessão, a Presidência agradece as autoridades, a minha
equipe, os funcionários dos serviços de Som, da Taquigrafia, de Atas, do
Cerimonial, da Secretaria Geral Parlamentar, da Imprensa da Casa, da TV
Legislativa e das assessorias policiais Civil e Militar, bem como a todos que,
com as suas presenças, colaboraram para o êxito da solenidade.
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- É encerrada a sessão às 21 horas e 44
minutos.
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