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14 DE FEVEREIRO DE 2020

1ª SESSÃO SOLENE PARA OUTORGA DO COLAR DE HONRA AO MÉRITO LEGISLATIVO DO ESTADO DE SÃO PAULO PARA OS POLICIAIS FEDERAIS DANILO CÉSAR CAMPETTI, FLÁVIO ANTÔNIO GOMES E JOÃO PAULO DONDELLI

 

Presidência: AGENTE FEDERAL DANILO BALAS

 

RESUMO

 

1 - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS

Assume a Presidência e abre a sessão. Anuncia a composição da Mesa. Informa que a Presidência convocara a presente sessão solene, para fazer a "Outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo para os agentes federais Danilo César Campetti, Flávio Antônio Gomes e João Paulo Dondelli", por solicitação deste deputado, na direção dos trabalhos. Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro". Discorre sobre a condecoração a ser conferida nesta sessão. Dá conhecimento de mensagem, enviada pelo presidente Jair Bolsonaro, referente a esta solenidade.

 

2 - EDUARDO BOLSONARO

Deputado federal, tece comentários sobre o assunto da presente sessão.

 

3 - PRESIDENTE AGENTE FEDERAL DANILO BALAS

Lê histórico e anuncia a exibição de vídeo acerca da carreira dos homenageados, destacando sua participação na segurança do então candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro. Presta homenagem, com a outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo, aos Srs. Danilo César Campetti, Flávio Antônio Gomes e João Paulo Dondelli, agentes da Polícia Federal.

 

4 - GIL DINIZ

Deputado estadual, discorre sobre o assunto da presente solenidade.

 

5 - FLÁVIO ANTÔNIO GOMES

Agente da Polícia Federal, agradece pela homenagem recebida. Descreve o atentado sofrido pelo então candidato à Presidência Jair Bolsonaro, em 06/09/18.

 

6 - JOÃO PAULO DONDELLI

Agente da Polícia Federal, agradece pelo recebimento do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo.

 

7 - DANILO CÉSAR CAMPETTI

Agente da Polícia Federal, agradece pela homenagem que lhe foi feita nesta solenidade.

 

8 - PRESIDENTE AGENTE FEDERAL DANILO BALAS

Destaca a justeza desta homenagem aos agentes federais Danilo César Campetti, Flávio Antônio Gomes e João Paulo Dondelli, integrantes da equipe de segurança do então candidato à Presidência, Jair Bolsonaro, e que estavam presentes quando este sofreu um atentado, em 06/09/18. Informa que os três agentes foram convidados para a equipe por indicação sua. Enaltece os homenageados. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Agente Federal Danilo Balas.

 

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O SR. PRESIDENTE - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PSL - Senhoras e senhores, muito boa noite. Solicito aos presentes que tomem assento. Iniciaremos esta solenidade. Sobre a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Nos termos regimentais, esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.

É com muito orgulho e satisfação que damos as boas-vindas e agradecemos a todos pela presença nesta noite de 14 de fevereiro de 2020, data marcante para a história dos brilhantes homenageados.

Composição da Mesa. Para compor a Mesa desta Presidência, convidamos as seguintes autoridades: excelentíssimo Sr. Deputado Federal Eduardo Bolsonaro; excelentíssimo tenente-brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista Junior; excelentíssimo Sr. Superintendente da Polícia Federal do Estado de São Paulo, delegado federal Lindinalvo Filho; excelentíssimo Sr. Deputado Estadual Gil Diniz.

Anunciamos também a presença das seguintes autoridades: Dr. Antônio Domingues Farto Neto, promotor de Justiça de Sorocaba, representando o presidente da Associação Paulista do Ministério Público; Dr. Antônio Garola Neto, subdelegado da região de Sorocaba, da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra; Dr. Fernando Augusto Battaus, delegado de Polícia Federal, chefe de Ribeirão Preto; tenente Eldo Bastos, assessor parlamentar do Comando Militar do Sudeste, representando, neste momento, o general de exército Marco Antônio Amaro dos Santos; Dr. Maurício José Lemos Freire, delegado de Polícia Civil; Sr. Sérgio Antonio Reze, presidente da Associação Comercial de Sorocaba; coronel PM Marcel Lacerda Soffner, diretor de Comunicação Social da Pró-PM; Sra. Hilda Burmaian, cônsul-geral da República da Armênia; Sr. Washington Luiz da Cunha, presidente do instituto social O Caminho da Vida; Sr. Antônio Carlos Luz Magalhães, agente de fiscalização financeira do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo; Dr. Emílio Migliano Neto, juiz de Direito do TJ São Paulo e da Segunda Zona Eleitoral; professor Wagner de Oliveira, do Conselho Regional de Educação Física; professor Valter Ferreira, pastor da Igreja Adventista; Sr. Luiz Antonio Zamuner, presidente do Conselho Superior da Fundec; Sr. Carlos Olivari e Cláudia Conte, pastores da Igreja Família da Fé, e Sra. Jane da Silva Pereira Azevedo, capitão de corveta, representando, neste momento, o vice-almirante Sergio Fernando de Amaral Chaves Junior. (Palmas.)

Senhores parlamentares, senhoras e senhores, esta sessão solene foi convocada pelo presidente desta Casa, deputado Cauê Macris, atendendo solicitação deste deputado, com a finalidade de “Outorgar o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo aos agentes federais Danilo César Campetti, Flávio Antônio Gomes e João Paulo Dondelli”, pela atuação na segurança e pela ação que frustrou a tentativa de homicídio ao presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, nas eleições de 2018.

Canto do Hino Nacional. Convido a todos para que, juntos, e em pé, entoemos o Hino Nacional Brasileiro – letra de Joaquim Osório Duque Estrada e música de Francisco Manuel da Silva –, que será executado pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, regida pelo maestro tenente, músico Paulo Almeida do Nascimento.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. PRESIDENTE - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PSL - Anunciamos a presença também do delegado de Polícia Federal Rogerio Giampaoli, chefe da delegacia de Sorocaba. Senhoras e senhores, comunicamos aos presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela Rede Assembleia e será retransmitida no sábado, 15 de fevereiro, às 21 horas pela NET, Canal 7, pela TV Vivo, Canal 9 e pela TV Digital, Canal 61.

Leitura sobre o histórico da condecoração: “O Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo é conferido pela Assembleia Legislativa a pessoas naturais ou jurídicas, brasileiras ou estrangeiras, civis ou militares, que tenham atuado de maneira a contribuir para o desenvolvimento social, cultural e econômico de nosso estado e de nosso País, como forma de prestar-lhes, pública e solenemente, uma justa homenagem”.

Agradecimento: “Por compromissos agendados anteriormente, o nosso presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, não pôde comparecer, porém fez questão de encaminhar ofício a esta Casa Legislativa em agradecimento e dando os parabéns aos agentes federais homenageados”.

Neste momento, teremos palavra do deputado federal Eduardo Bolsonaro.

 

O SR. EDUARDO BOLSONARO - Presidente Danilo Balas, colega de Polícia Federal, satisfação estar aqui, parabéns pela homenagem. Eu só esclareço inicialmente que eu sou o primeiro a falar – não seria essa a ordem protocolar – por motivo de voo, que eu tenho que pegar um voo daqui a pouco para Brasília, mas bacana ver aqui uma Mesa tão seleta. Brigadeiro Baptista Junior, para quem não conhece, eu acredito que é o nome responsável pelo Centro de Lançamento de Alcântara.

Com todo respeito ao comandante Bermudez, ao brigadeiro Flávio e ao pessoal da assessoria, mas ele é quem, quando era demandada alguma audiência pública, estava dentro do Congresso, e o principal entrave para que fosse feito o Centro de Lançamento de Alcântara estava dentro do Congresso Nacional, para que o acordo entre Brasil e Estados Unidos passasse a surtir efeito. Parabéns, brigadeiro Baptista Junior.

Superintendente Regional de Polícia Federal de São Paulo, Dr. Filho, satisfação tê-lo aqui também. Caso eu não seja reeleito, eu retorno para a ativa da PF, então tem que tratar bem. Satisfação ter o senhor aqui, certamente nos honra muito.

Gil Diniz, que está vendo aí como é ser um Bolsonaro. Todos que estão próximos tomam porrada, igual o presidente toma todo dia. Satisfação ter você aqui ao meu lado e certamente agora, com a saída da presidência da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, a gente vai estar junto aqui em São Paulo, pode ter certeza disso.

Meus caros, eu não posso nem me alongar muito, por conta do horário. Primeiro, é uma satisfação estar aqui em São Paulo, uma satisfação bater foto com os senhores. Às vezes as pessoas perguntam: “Ah, te incomoda?”, ou falam: “Ah, você é muito paciente”. Gente, para nós é uma satisfação imensa, sabe?

Eu fico imaginando o contrário, os outros parlamentares que, quando saem à rua, acontece o oposto. Então eu dou graças a Deus de contar com esse carinho de vocês, e podem contar comigo quantas vezes for que a gente vai estar ali batendo a nossa foto, é o mínimo que a gente pode fazer em retribuição a esse carinho de vocês.

Tenho que estender um pouquinho aqui: obrigado pela presença, professor escrivão de Polícia Federal Scandiuzzi, lotado em Santos, uma salva de palmas. (Palmas.) Já li o seu livro, “Eu, Escriba”, e lembro das histórias que o senhor contava do argentino, lembra?

Depois a gente conta de novo. Marquinhos da Fenapef. Estou vendo mais gente boa aqui também, Garcia, enfim, e os colegas homenageados de hoje: Dondelli, Campetti e Flávio.

Eu já me acostumei a falar um pouquinho sobre isso. Eu faço um exercício mental para segurar a emoção, porque, se deixar levar, você vai às lágrimas mesmo, porque foi um momento muito difícil.

Depois que tudo isso ocorreu, quando você começa a analisar os fatos e ver tudo, eu fiquei imaginando o seguinte: quando há um caso notório desses - e aqui tem uns colegas da polícia que não me deixaram mentir -, ele passa a ser objeto de estudo nas academias de polícia, em todas elas, dentro e fora do Brasil.

Certamente, quem não conhece o Jair Bolsonaro vai criticar, e muito, os senhores. A quantidade de vezes que eu ouvi: “Poxa, Eduardo, como é que deixou isso acontecer? Eu avisei!”, “Eu avisei”, “Eu falei”. Eu quero ver quem é que ia conseguir segurar o presidente para ele não fazer aquilo, ou vocês acham que a equipe de segurança não aconselhava?

Dr. Gabriel, obrigado pela presença. Hoje em dia, quantas vezes os senhores acham que eu não escuto alguém falar comigo, “Eduardo, toma cuidado. Aquele quebra-queixo ali na saída do Palácio do Alvorada, de repente vai ter alguém ali e vai fazer uma maldade”?

Mas é o jeito dele, e ele não consegue se furtar de ser dessa maneira. Então ele é espontâneo, ele é aberto, ele gosta de estar em contato com os senhores, e eu vou narrar um pouquinho aqui como foi um pouco antes daquela facada no Jair Bolsonaro.

Ele estava gravando vídeos, um outro segurança estava gravando vídeos, o que era normal, havia carreatas, pessoas pedindo apoio, mandando abraço - enfim, falando de pautas da candidatura.

Só que ele estava errando muito, então ele foi aconselhado: “Olha, Jair, vamos voltar para o Rio de Janeiro. É aqui ao lado de Juiz de Fora, de repente amanhã, com a cabeça mais tranquila, retomar a campanha, e aí você vai conseguir ter mais disposição para fazer tudo certinho. Parece que o senhor está um pouco cansado”. E ele: “Ah, tudo bem, vamos lá”.

Só que, quando ele estava se dirigindo para o carro com o pessoal da segurança preparado para sair, um outro segurança mostrou para ele um vídeo da multidão do lado de fora, e aí ele não conseguiu.

Ele falou: “Olha, não dá, sabe? Vinte, 30 mil pessoas do lado de fora vieram aqui só para me ver, vou ter que ir lá”, e ele mesmo falava que seria a última oportunidade em que ele iria a público naquele tipo de situação.

Então, quando ele faz isso, vocês acham que ele espera para formar a segurança, para o pessoal fazer a precursora, ver como é que está o caminho? Não. Ele se mete no meio da multidão, e o máximo que deu para os colegas fazerem foi um cordão ao redor ali.

Então vai aquele cordão de isolamento, tentando minimamente fazer a segurança, ver quem está perto. Se vocês olharem as imagens, tem outras imagens do Adélio Bispo antes, ainda no evento de Juiz de Fora, mas alguns momentos antes da facada.

O Carlos Bolsonaro está filmando atrás do carro – então, o carro está na frente e o Carlos Bolsonaro está atrás do carro –, filmando o Jair Bolsonaro, que estava do outro lado.

Em determinado momento, quis Deus que ele entrasse no carro. Quando ele entra no carro, o Adélio Bispo passa, e depois ele volta já com a faca na mão – acho que está enrolada em um jornal ou saco plástico, se não me engano.

Naquele momento em que acontece a facada, eu tenho que destacar e tenho que elogiar o trabalho dos senhores. Primeiro, porque havia uma viatura acompanhando e a extração foi rapidíssima. Nas palavras dos médicos de Juiz de Fora: “Cinco minutos a mais, três minutos a mais: morte”.

Por quê? Porque ele perdeu em torno de dois litros de sangue, já ia começar a faltar sangue para o coração bombear, tanto que eles falam que “chegou a morrer e voltar”. Em uma dessas aí é que foi checada a pressão dele, e se diagnosticou que, em que pese não estar sangrando muito, o sangramento era interno, um sintoma de facada mesmo, típico desse tipo de ferimento.

Tanto que no começo o Flávio Bolsonaro, não sei se vocês vão lembrar, tuitou: “Ah, foi só superficial, não foi nada tão grave”. Nesse momento, eu, que estava com o Gil lá em Mogi das Cruzes, e o Dr. Gabriel, a gente relaxou.

Quando fomos para a casa do Dr. Gabriel – Dr. Marcelo, perdão. Dr. Gabriel está aqui, advogado. Do Dr. Marcelo ortopedista –, a gente viu que a situação era um pouco mais grave do que essa e tocamos o carro, indo lá para Juiz de Fora, prezado comandante Palumbo.

Enfim, essa extração rápida, ter um carro acompanhando de perto, ter a sagacidade de fazer a extração, ter diagnosticado que era uma facada – porque, no meio daquele zum-zum-zum, o próprio Jair Bolsonaro achou que fosse um soco – e saber quais eram os hospitais próximos, isso daí salvou a vida do meu pai.

Obrigado. (Palmas.)

Eu não gosto muito de falar porque parece que a gente está se vitimizando, então tento me concentrar para não me emocionar muito, mais ainda é difícil. Enfim, ele próprio tem dificuldade de falar isso, mas, muito obrigado.

Eu sei que para muitos é a esperança de um momento político no Brasil: depois de tanto tempo da situação de roubalheira, pela primeira vez, conseguir eleger um presidente da República de fora disso tudo, que tem seus erros e acertos, mas sempre, acertando ou errando, pensando no bem da população, e não em interesses e conchavos; mas, para nós, era o nosso pai ali.

Depois houve várias outras cirurgias. O Carlos acompanhou mais de perto, esteve junto com ele, lá dentro do hospital, 24 horas por dia. Eu, depois, acabei retomando a campanha, o Flávio também, mas fica aqui o nosso agradecimento, porque esse trabalho de vocês realmente foi essencial, junto com os médicos.

Essa aqui não deixa de ser também, Danilo Balas, colega da Polícia Federal, Dr. Filho, colegas da PF aqui presentes, uma homenagem a todos aqueles policiais – federais, militares, civis, rodoviários, guardas municipais – que levam a sua vida e têm atos tão ou mais heroicos do que esse, mas por vezes não vêm ao conhecimento do público.

O trabalho de vocês é valorizado, nós temos um ministro da Justiça e um presidente que valorizam esse trabalho, e isso daqui é uma forma de expressar também toda a nossa gratidão aos senhores.

Muito obrigado, boa noite. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PSL - Senhoras e senhores, dando sequência a esta solenidade, teremos a leitura de breve currículo dos homenageados: Danilo César Campetti – nascido em Votuporanga, filho de Geraldo Campetti e Erlete Suely Dezan Brum – é casado com Vanessa Mauri Campetti, pai do João Otávio e da Maria Clara.

Formado em direito no Centro Universitário do Norte Paulista e pós-graduado em direito público pela Universidade Potiguar, ingressou na Polícia Civil do Estado de São Paulo em 1999, no cargo de Investigador de Polícia, e em 2007 ingressou na Polícia Federal, no cargo de agente de Polícia Federal. Atualmente trabalha na Delegacia de Polícia Federal de São José do Rio Preto.

Principais cursos na área policial: é professor de armamento e tiro e professor de segurança de dignitários na Academia Nacional de Polícia; é operador tático do Grupo de Pronta Intervenção da Polícia Federal e é negociador policial formado pelo Comando de Operações Táticas.

Principais missões na Polícia Federal: atuou na consecução da segurança das eleições de 2010; participou da Copa das Confederações e da segurança do papa Francisco durante a Jornada Mundial da Juventude em 2013; atuou também em ações de segurança na Copa do Mundo de 2014; participou da segurança dos ministros da Justiça em 2014 e 2016.

Atuou também na segurança das Olimpíadas em 2016; atuou em diversas operações policiais em comunidades na cidade do Rio de Janeiro e por todo o Brasil; participou da deflagração de diversas operações da Polícia Federal, dentre elas, várias fases da Operação Lava Jato; atuou na segurança do ex-presidente Barack Obama, quando de sua visita em São Paulo, e participou da segurança de diversos chanceleres e chefes de estado estrangeiros em eventos promovidos pelo Ministério das Relações Exteriores.

Esse é o currículo de Danilo Campetti. (Palmas.)

Flávio Antônio Gomes – nascido na cidade de São Paulo, filho de Fátima Pierette Gomes e de Flávio Santiago Gomes Neto – é casado com Carolina Perez Martinez. Principais cursos: bacharel em ciências policiais de segurança e ordem pública pela Academia de Polícia Militar do Barro Branco, curso terminado em 1997; bacharel em educação física pela Escola de Educação Física da Polícia Militar do Estado de São Paulo e bacharel em direito pela Universidade de Guarulhos.

Na Polícia Militar do Estado de São Paulo, serviu nas seguintes unidades: 15º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano, em Guarulhos, trabalhando no policiamento ostensivo; 3º Batalhão de Polícia de Choque, unidade responsável pelas ações de controle de distúrbios civis e rebeliões em presídios no estado de São Paulo; 1º Batalhão de Choque ROTA – Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar.

Ingressou na Polícia Federal em 2009 e serviu nas seguintes unidades policiais: Núcleo Especial de Polícia Marítima - NEPOM, sediado na cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná; trabalhou no Comando de Operações Táticas, unidade de elite da Polícia Federal com sede em Brasília, e na Delegacia de Repressão a Entorpecentes, em São Paulo.

Principais missões na Polícia Federal: participou da deflagração de diversas operações da Polícia Federal, de combate ao tráfico internacional de drogas, de combate à pedofilia e combate à corrupção, dentre elas várias fases da Operação Lava Jato; participou da equipe de proteção pessoal do príncipe de Mônaco, Alberto II, quando de sua visita em São Paulo, em 2011.

Participou da segurança dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, e participou da equipe de proteção pessoal do então candidato à presidência da República, Jair Messias Bolsonaro, nas eleições de 2018. Esse é o currículo de Flávio Antônio Gomes. (Palmas.)

João Paulo Dondelli – nascido em Piracicaba, filho de Osni Francisco Dondelli e de Marlene Varella Dondelli – é casado com Michelle Demetrio Dondelli e pai da Lorena. Principais cursos: bacharel em ciências policiais de segurança e ordem pública pela Academia de Polícia Militar do Barro Branco e em direito pela Universidade Bandeirantes – Uniban.

Ingressou na Polícia Militar em 1995; possui o curso de entrada tática com explosivos, ministrado pela Law Enforcement and Military Training School em 1999; possui o curso de formação profissional de papiloscopista policial federal, ministrado na Academia Nacional de Polícia em 2004; é formado instrutor de armamento e tiro pela Academia Nacional de Polícia em 2009.

Principais missões na Polícia Federal: além das dezenas de operações de inteligência com flagrantes nas áreas de investigações antidrogas em grande parte do território nacional e principalmente no território paulista – ROTA Caipira –, foi designado para a consecução da segurança nas seguintes missões.

Participou da segurança nos Jogos Pan-Americanos na Cidade do Rio de Janeiro; atuou na segurança do papa Bento XVI e também do papa Francisco quando em visita à cidade de Aparecida; atuou na segurança do candidato à presidência da República, Jair Messias Bolsonaro, desde o início da campanha até a sua posse, no dia 1º de janeiro de 2019. Este é o currículo de João Paulo Dondelli. (Palmas.)

Neste momento assistiremos um breve vídeo sobre os trabalhos dos homenageados.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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O SR. PRESIDENTE - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PSL - É isso aí, esses são os verdadeiros. Neste momento, teremos a outorga da condecoração; convidamos os homenageados para postarem-se em posição de destaque aqui à frente, próximos à Mesa desta Presidência, para que possamos outorgar o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo aos policiais federais Danilo César Campetti, Flávio Antônio Gomes e João Paulo Dondelli.

Convidamos, para fazer a entrega das condecorações, o tenente-brigadeiro Carlos Alberto Baptista, o superintendente da Polícia Federal, Dr. Filho, e o deputado Gil Diniz. Neste momento, convidamos também os familiares para participar da entrega das condecorações aqui à frente.

 

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- São feitas as outorgas do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo.

 

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O SR. PRESIDENTE - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PSL - Senhoras e senhores, solicitamos que retornem aos seus lugares para darmos sequência a esta solenidade. Agradecemos a presença também do Dr. Renato Pupo, delegado de Polícia e vereador em São José do Rio Preto.

Importante agradecer também a presença dos demais agentes federais, policiais federais, que vieram abrilhantar este momento dos nossos colegas homenageados na data de hoje.

Convidamos os agraciados a retornarem aos seus locais. Dando sequência a esta solenidade, teremos palavras do deputado estadual Gil Diniz. (Palmas.)

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Boa noite a todos. Gostaria de agradecer a presença de vocês, agradecer e dar meus parabéns ao meu amigo e colega de bancada, Danilo Balas, Agente Federal Danilo Balas, policial militar – alguns conhecem como Balas, outros, Mascarenhas; já na Polícia Militar é só “Masca”, “O Masca”, descobri depois isso aí.

Então, meus parabéns, Balas, não existiriam outros a serem homenageados que merecessem esta justa homenagem. O meu boa-noite ao tenente-brigadeiro Baptista Junior e ao superintendente da PF, Dr. Filho. Muito obrigado pela presença de vocês.

E o que falar dos meus amigos Campetti, Dondelli e Flávio? Flávio é da zona leste, ZL, vira e mexe está pegando o seu ônibus ali na região da Celso Garcia, também – acompanho pela rede social.

Eu sempre digo que nós devemos honrar nossos heróis, e que bom que nós estamos homenageando, em vida, não pós-morte, não estamos lá celebrando um, dois, dez, vinte anos.

São ventos de mudança, o país vem mudando e homenageamos hoje três policiais federais que, vejam vocês, meus filhos vão ler nos livros de história, vão ver a foto dos três aqui. Vossos filhos também vão ver essas fotos. Vocês viram a história, Balas, sendo escrita de perto.

Hoje é um dia de celebração, mas como aquele dia foi angustiante, foi dolorido para nós. Mas antes de chegar àquele fatídico 6 de setembro de 2018, gostaria de relembrar: o deputado Eduardo, que falou aqui primeiramente, foi ele que me elegeu, junto com a família dele confiou em mim.

Em setembro de 2014, Dondelli, eu conheci o Eduardo lá no bom lugar, perto do Palmeiras, ali perto do Estádio do Palmeiras, entregando panfleto. Ele, o Carlos Bolsonaro e o Pinduca – um pessoal que trabalha com eles há muito mais tempo – entregando panfleto.

E quis, alguns dizem o destino, eu digo Deus, que eu passasse justamente naquela esquina ali da Matarazzo com a Pompeia. Atravessei a rua e o cumprimentei, falei que votaria nele – e realmente votaria nele, por conta do trabalho do pai dele.

Imagina, doutor, o Eduardo, carioca, Balas, falando com aquele sotaque, imagina essa rivalidade São Paulo-Rio. Foi muito bem votado, fez mais de 80 mil votos nessa sua primeira eleição.

Naquela tarde ali, atravessei a rua, o cumprimentei e ele perguntou o que eu fazia da minha vida - eu falei que era carteiro, na época - e onde eu morava, eu falei: “Na favela da Vila Flávia, lá na zona leste”. Aí o Carlos: “Ô, Duda, peraí, meu! Carteiro favelado... pô, tem jeito! Peraí”.

O Carlos pegou o telefone e ligou para o pai dele – final de semana, deve estar lá no Instagram do Eduardo, dia 13 ou 14 de setembro de 2014, procurem lá que vocês vão ver uma foto minha com o Eduardo e com o Carlos –, “Ô, pai, tô com o Gil aqui, ele é carteiro, fala com ele”.

Aí eu: “Caramba, e agora? Ô, deputado, tô em sentido, posso descansar?”, e ele: “Porra, meu, tu é carteiro ou tu é milico?”; falei: “Não, capitão, eu sou carteiro, mas fui soldado PM temporário”, e ali começou uma amizade. Eduardo foi eleito, me convidou a trabalhar com ele e vim ser assessor do deputado federal Eduardo Bolsonaro.

Quatro anos depois, em setembro também, eu, nas ruas do estado de São Paulo, dessa vez em Mogi, entregando panfletos com o Eduardo Bolsonaro e pedindo votos a ele, ao deputado federal Jair Bolsonaro, então candidato à presidência, e pedindo votos a mim, candidato a deputado estadual.

Em setembro, Flávio, também, quatro anos depois, olha que 180. Silvério deve estar por aqui. Entregando panfletos ali, Dudu, lá de Brasília, me ligou:

“-Você está perto do Eduardo?

-Estou!

-Afasta ele, está perto de alguém?

-Muita gente!

-Afasta ele.”

 Já senti que alguma coisa estava acontecendo de estranho. Tirei ele do meio do povo, passei o telefone e ele começou a chorar. Nunca tinha visto o Eduardo chorando. Falei:

“-É, a situação é grave. O que aconteceu?

 -Meu pai sofreu uma facada, um atentado”.

Pegamos o carro, fomos à casa do Dr. Marcelo - como o Eduardo relatou aqui - e partimos para Juiz de Fora. No caminho fomos vendo aquelas imagens, e como doía ver aquela faca entrando no corpo do capitão.

Passei aquela madrugada em Juiz de Fora, na UTI, ao lado do Eduardo, do Carlos e do Flávio. Vi o desespero dos policiais, nos encontramos no outro dia, pela manhã, no hotel. Campetti ligou para mim para saber para qual hospital iria, se para o Sírio ou para o Einstein, porque precisava fazer a precursora.

 E como foi triste aquela noite vendo o nosso capitão entre a vida e a morte, mas lutando pela vida. E graças a Deus, sobreviveu. Como Eduardo falou, sobreviveu graças... Olha como Deus é bom, não é? Como é fantástico. Você falou, Balas, você leu o currículo dos três.

Olha o nível dos policiais que estavam ao lado do presidente para poder salvar a vida do presidente. Isso é fantástico, é um ato de heroísmo, um ato de bravura. Vocês aqui... Quantas vezes eu presente, vi vocês trabalhando, em combate, preservando a vida do presidente, da família dele.

Então, meus senhores, mais do que merecido, é o pouco que nós podemos fazer neste momento para homenageá-los; homenagear as famílias de vocês e dizer: “São heróis!” São heróis em vida, são heróis reais que nós precisamos falar para os nossos filhos, falar para os nossos meninos, mostrar para os nossos estudantes.

O Brasil tem jeito e está mudando. Nós acreditamos no capitão Jair Bolsonaro, presidente do país. Vocês viram, vocês acompanharam ao lado dele: a humildade que ele tem, o jeito com o qual tratou cada um de vocês, o jeito que ele me tratou, Balas. Não porque ele é presidente - nós sabemos que ele está mudando a realidade de um país como um todo -, mas ali era um amigo, era um filho, era um pai. E quis Deus que vocês estivessem ali para salvar a vida do hoje presidente da República.

Meus parabéns, meus amigos, que Deus vos abençoe, que preserve as vossas vidas e que sempre possa trazer vocês em segurança para as suas famílias. Sei que fizeram um juramento de, se necessário for, dar a vida por cada um de nós, pessoas que talvez vocês não conheçam.

E, se for necessário, vocês levarão até o fim esse juramento. Mais do que merecido, contem conosco e tenho em vocês bons amigos. Parabéns a vocês e a todos os seus familiares. Boa noite.

 

O SR. PRESIDENTE - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PSL - Neste momento, para entendermos a dinâmica dos fatos ocorridos no dia do atentado ao presidente da República, inicialmente ouviremos palavras do agente federal Flávio Antônio Gomes.

 

O SR. FLÁVIO ANTÔNIO GOMES - Cumprimento o deputado estadual Agente Federal Danilo Balas, na pessoa de quem cumprimento as demais autoridades aqui presentes.

Cumprimento meus irmãos de turma da Academia de Polícia Militar do Barro Branco - aspirantes 97, meus irmãos da Polícia Militar, da Polícia Civil, das Guardas Municipais de São Paulo, da Polícia Federal, da Agência Brasileira de Inteligência, meus familiares e amigos.

Boa noite a todos.

No dia 6 de setembro de 2018, por volta das 6h30min da manhã, Dondelli e eu chegamos à Base Operacional da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e nos encontramos com os agentes federais Aldemar e Judson. Embarcamos nas duas viaturas Pajero blindadas e às 6h45min paramos as viaturas em frente à casa do Zero Um. Logo em seguida chegou o Arthur, completando a equipe de cinco policiais federais que deslocaria um comboio até Juiz de Fora, em Minas Gerais.

Outros dois policiais federais da equipe fixa, designados para a missão, Felipe e Ramal, já estavam em Juiz de Fora fazendo o trabalho da equipe precursora.

O Zero Um saiu de sua casa e, como de costume, cumprimentou animadamente cada um dos policiais, fazendo brincadeiras e comentários sobre os últimos acontecimentos políticos. Após alguns minutos de uma conversa informal, ele mudou a expressão: seriedade e preocupação tomaram o lugar das risadas.

Mencionou algo sobre não ser difícil acontecer um atentado contra ele, já que muita gente estava interessada em manter-se no poder. Sabíamos que ele tinha razão e ficamos em silêncio. Logo em seguida, chegou um veículo com os dois fiéis escudeiros do Zero Um: Max e Cordeiro.   

Nesse dia não tomamos café, nem comemos pão com manteiga na varanda do Zero Um, como fazíamos quase sempre. O combinado era tomarmos café da manhã na Casa do Alemão, restaurante tradicional localizado em Petrópolis, na Região Serrana do Rio.

Embarcamos nas viaturas e, seguidos por outros veículos da comitiva, partimos com destino à cidade de Juiz de Fora. Por volta das 9h00min, paramos no local combinado, tomamos um café reforçado e continuamos viagem.

Chegamos à entrada da cidade e nos encontramos com a equipe precursora e mais seis agentes federais de Juiz de Fora que nos apoiariam naquele dia. Seguimos a agenda do candidato.

Na parte da manhã visitamos o hospital da Associação Feminina de Prevenção e Combate ao Câncer de Juiz de Fora e, logo após, almoçamos em um restaurante da cidade, todos na mesma mesa.

O Zero Um fazia questão de que todos comêssemos juntos, sem diferenciar quem fazia parte da comitiva e quem estava na segurança.

Saímos do restaurante e partimos para o evento da tarde. Evento, por sinal, que mais nos preocupava, porque aconteceria em um ambiente aberto. A programação era fazer um ato público em frente à Câmara Municipal da cidade e de lá ir para Praça Dr. João Penido, conhecida popularmente como Praça da Estação, importante e histórico local em Juiz de Fora onde o Zero Um realizaria um discurso.

Quando desembarcamos das viaturas, vimos um grande número de pessoas na rua. Fizemos um primeiro círculo de contenção, formado por policiais federais, e um segundo, por policiais militares de Minas Gerais que estavam à paisana nos apoiando.

A massa nos espremia e os círculos não permaneciam uniformes, era humanamente impossível evitar que alguém encostasse no Zero Um. Bastaram alguns metros andando no meio da multidão para todos estarem ofegantes e suados, o desgaste muscular e o estresse eram intensos.

Com muito custo, chegamos ao ponto onde o Zero Um iria embarcar novamente na viatura blindada para se deslocar para a Praça da Estação. A porta estava aberta, e o Cordeiro fez indicação para que ele entrasse na viatura, mas o Zero Um olhou à frente e viu inúmeras pessoas ainda querendo cumprimentá-lo, desviou do caminho da porta e disse que continuaríamos a pé até a praça.

Ele já tinha feito isso em outras ocasiões, não gostava de decepcionar as pessoas que iam aos eventos para cumprimentá-lo e tirar foto.

Continuamos. De vez em quando ele subia no ombro de um dos apoiadores para cumprimentar as pessoas ao longe, em um desses momentos ele se abaixou. Foi o momento do golpe.

Foi assim mesmo, rápido, vi a camiseta dele com um pequeno rasgo. Nesse exato momento ele nos disse, “Levei um soco!”, mas percebi que havia sido algo mais grave. Na hora, o sentimento foi de fracasso, de que aquilo não poderia ter acontecido, entretanto, ali não havia espaço para sentimentos.

Rapidamente, com os demais policiais federais, abrimos caminho no meio da multidão e colocamos o Zero Um no chão de um bar para entender o que havia acontecido de fato. Levantei a camiseta e vi o corte na barriga com um pouco de sangue e a gordura do abdome.

Gritei: “Facada! Pega a viatura”. Nesse instante, uma pessoa de dentro do bar jogou um pano na minha direção, que usei para pressionar o ferimento e estancar o sangramento.

Parte da nossa equipe estava em outra frente de batalha, prendendo o agressor e evitando que a multidão o linchasse, pouco tempo se passou e comecei a ouvir o som da sirene. Carregamos o Zero Um até a viatura em meio a muita gritaria e confusão.

Quando as portas se fecharam, faltou ar. Lá dentro estava muito quente e abafado, muita gente respirando ofegantemente e falando alto. No banco de trás, com outro agente federal e o filho do candidato, Carlos, fui apoiando a cabeça do Zero Um com a mão esquerda e, com a direita, continuava a estancar o sangramento.

No trajeto, perguntei o estado de consciência do candidato: “Zero Um, de zero a cinco, como está a sua consciência?”, ele levantou a mão com a palma aberta, indicando cinco. Respondi firmemente para ele, “Porra, Zero Um, sustenta!”. Chegamos a Santa Casa de Juiz de Fora rapidamente. Eu só parei de pressionar o ferimento quando, na porta da sala de emergência, um médico colocou a mão em cima do pano e me disse que dali em diante era com eles.

Saímos da sala cansados, demos alguns passos e sentamos no chão do corredor do hospital. Uma enfermeira se aproximou e me ofereceu um copo d’água, aceitei, dei um gole e virei o resto da água na cabeça, tentando baixar a temperatura. Senti que havia direcionado toda a energia física e mental para lidar com aquilo tudo, não foi fácil.

Depois do primeiro atendimento na sala de emergência e verificada a gravidade, fomos informados que o Zero Um iria direto para o centro cirúrgico, por conta da hemorragia interna.

Ficamos em prontidão na porta do centro cirúrgico durante todo o período da cirurgia, para nós, quem tinha tentado matá-lo poderia não estar sozinho e tentar terminar o que começou. O procedimento médico chegou ao fim, e a equipe da Santa Casa informou que a cirurgia havia corrido bem.

Dias depois fomos convocados para ir a Brasília. Passamos em consulta com psicólogos, fomos entrevistados por professores da matéria Segurança de Dignitários e Autoridades e respondemos questionários para um futuro estudo de caso.

Lembro que a primeira pergunta do questionário foi: “Na sua opinião, o que deve ser feito para que um fato dessa natureza não ocorra novamente?”. Respondi de pronto: “Para que um fato dessa natureza não ocorra novamente, um candidato à presidência da República não pode ter contato corpo a corpo com as pessoas em um local aberto. Os comícios devem ser feitos em locais fechados e com controle de acesso na entrada”.

Após essa batida em Brasília, voltamos às nossas atividades. Fizemos a segurança do Zero Um e de sua família no Hospital Albert Einstein, em São Paulo; e depois na casa dele, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

Não iria permanecer na missão até o final, pois estava com as férias marcadas para dezembro. Viajaria com a minha esposa, Carol, para Praga, para passear e visitar a irmã dela, mas o atentado mexeu comigo.

Senti que a missão não havia terminado, fiquei uns dias pensando, conversei com ela e com algumas outras pessoas sobre qual decisão tomar: me desligar da missão e viajar - até porque o Zero Um já estava em recuperação - ou cancelar as minhas férias.

A Carol foi a primeira a me dizer que eu deveria continuar na missão e ir até o fim. Cancelei as passagens e decidi ficar até o último dia. Tornou-se ponto de honra entregar o Zero Um para tomar posse como presidente do nosso País.

O coordenador na nossa equipe, Alexandre Ramagem – hoje meu amigo e atual diretor da Agência Brasileira de Inteligência –, como uma espécie de reconhecimento, escolheu seis agentes federais para correrem ao lado do Rolls-Royce presidencial da Catedral de Brasília até o Congresso Nacional, local onde o presidente eleito assinaria o termo de posse e efetivamente assumiria a presidência da República do Brasil. Que honra: fui um dos escolhidos!

Quando as sirenes das viaturas começaram a soar, os cavalos da Guarda Imperial começaram a trotar e o Rolls-Royce começou a avançar, me emocionei. Um filme rápido passou na minha mente, lembrei de tudo que passamos nos quase cinco meses de missão, mas o sentimento não era mais de fracasso, era de redenção, de dever cumprido. Com todas as dificuldades e percalços, estávamos conduzindo o presidente eleito do nosso País.

A nossa equipe começou com 18 policiais federais e terminou com mais de 50. Recebemos o apoio de muitas pessoas, mas também fomos criticados; críticas construtivas são sempre bem-vindas, diferentemente de insinuações e acusações de pessoas que não estavam no local dos fatos – muitas delas sequer são da área da Segurança Pública. Ouvimos coisas do tipo: “Não trabalharam direito”, “Como não evitaram a agressão?”, “Deixaram-no levar a facada”, e por aí vai.

No ano passado, em uma das formaturas de novos policiais militares do estado de São Paulo, o coronel Salles, comandante geral, passou a seguinte mensagem à tropa: “Não espere o reconhecimento daqueles que não conhecem o cheiro da pólvora ou calor dos incêndios”. A mais pura verdade. Hoje vejo que cada um cumpriu com dedicação e profissionalismo o seu papel e estava onde e quando deveria estar.

Os médicos da Santa Casa que atenderam o Zero Um em Juiz de Fora nos disseram que o socorro rápido foi decisivo para a sobrevivência do presidente. Chegamos rápido porque os colegas da equipe precursora acertadamente escalaram dois colegas da Polícia Federal de Juiz de Fora para dirigir as viaturas, pois eles conheciam a região melhor do que nós; com relação aos profissionais da Santa Casa, médicos e enfermeiros, uma palavra define o atendimento ao Zero Um: eficiência.

Sem a intervenção deles, e depois a intervenção do Dr. Macedo e de sua equipe, o resultado seria outro. Por isso, esta homenagem, esse Colar que recebo hoje, dedico a todos que não estão aqui presentes, mas que são igualmente merecedores. Parabéns, meus amigos. Missão cumprida.

Encerro esse relato agradecendo novamente a confiança do meu amigo, deputado estadual Agente Federal Danilo Balas, que me convidou para a nobre missão.

Obrigado a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PSL - Convidamos agora, para fazer o uso da palavra, o agente federal João Paulo Dondelli.

 

O SR. JOÃO PAULO DONDELLI - Prezado deputado Danilo Balas, em nome de quem cumprimento todas autoridades presentes à Mesa; excelentíssimo superintendente da Polícia Federal de São Paulo, delegado de Polícia Federal Lindinalvo Alexandrino de Almeida Filho, que tem nos acompanhado lado a lado por dez anos como chefe em Ribeirão Preto e São Paulo, agradeço a presença e estendo meus cumprimentos às demais autoridades policiais, em especial aos meus irmãos de equipe: agente de Polícia Federal Sandro Lindolfo Zanovelo Fogaça e Vital dos Santos Souza Neto.

Cumprimento todos os policiais militares, civis e guardas municipais aqui presentes - guardando sempre em meus pensamentos, sinto-me ainda perfilado em nossa centenária instituição -; excelentíssima cônsul geral da Armênia no Brasil, Sra. Hilda Brumaian, honra-me com a presença e volto também os meus pensamentos aos nossos mártires cristãos; amada esposa Michelle e querida filha Lorena; meu digno pai, Sr. Osni Francisco e querido irmão Luiz Vicente; família; amigos de coração; honoráveis convidados, boa noite.

Como o colega Flávio discorreu bem, anteriormente, sobre toda a situação que nós passamos no dia, pelo trabalho realizado – e por isso seremos homenageados como policiais paulistas – durante todo o período completo da campanha eleitoral de 2018, até a posse do nosso presidente da República, Jair Messias Bolsonaro.

Ações que certamente permanecerão em nossa história como indivíduos e Nação. São dias intensos – e a história muda quando pessoas comuns fazem coisas extraordinárias –, históricos para a nossa democracia.

Ao longo da denominada Operação Messias, com ápice em Juiz de Fora, fomos recrutados e indicados pelo amigo Danilo Balas para além do exercício do dever profissional, mas clamados à prática de uma vocação cuja formação dos três já transcorre há décadas, através de diversas áreas técnicas e, acreditem, essa vocação já foi testada inúmeras vezes – naquele dia não foi a primeira, e não seria diferente.

Nessas ocasiões, o que nos direciona ao bom combate, com êxito – e isso é uma experiência de 21 anos na área operacional que eu vivo –, é uma equipe multidisciplinar, competente e experiente. Eu sempre fui privilegiado de trabalhar continuamente em equipes nas quais agrego algum conhecimento e algumas amizades, e lá não foi diferente.

Eu não ia discorrer sobre a segunda frente de combate que o Flávio mencionou, mas enquanto ele estava lá com a guerra no chão do bar, tentando, com os outros colegas e toda a equipe, minimizar o problema, eu estava com o colega Marcelo Ramal – agente lá no Rio Grande do Norte, valoroso e profissional – tentando decidir a melhor forma de extrair o Adélio do meio daquela turba, que ainda estava com a atenção direcionada ao atentado.

Só que nós não podíamos tirá-lo de lá naquele momento, porque no local que visualizei para a retirada do Adélio estava a viatura do candidato, o Zero Um. Havia uma encruzilhada: saco o Adélio e aumento exponencialmente o risco de vida para mim e para a nossa equipe ou eu aguardo o Pelotão de Choque da Polícia Militar fazer o nosso apoio? E não saberíamos, depois, aprofundar a investigação do que viria a seguir.

A primeira decisão... Foram dois fatores que me fizeram tomar a decisão de sacar o Adélio de lá: o primeiro foram as características que eu citei, a experiência e saber até onde vai o limite de uma equipe experiente – o Marcelo Ramal é também muito experiente –, e o segundo fator que me levou, de fato, a fazer aquilo ali, foi um diálogo que eu tive com o candidato Jair Bolsonaro em frente a um elevador, lá em Osasco, 15 dias antes.

Iria ter um evento em uma rede de televisão entre os candidatos à presidência, e ele recebeu a informação de que havia um púlpito vazio lá para um ex-presidente preso e sem registro de candidatura. Ele ficou injuriado com aquilo, olhou para mim e falou assim: “Federal, império da lei, não tem registro e tá condenado”, e eu, “Império da lei, Zero Um”, “Vamos pra guerra?”, “Vamos pro combate!”, e seguimos para o debate.

Retornando agora ao 6 de setembro, acreditem ou não, o segundo fator que me fez tomar aquela decisão foi essa frase que me veio à mente: “Império da lei”. Juntamente com o Marcelo Ramal, saquei o Adélio daquela turba, foi uma situação muito difícil, de violência e rapidez.

E, graças a Deus, conseguimos encontrar um local seguro e aguardar o resgate do Pelotão de Choque da Polícia Militar que foi feito para dar um apoio para a gente.

Então, excelentíssimo Sr. Deputado Danilo Balas, eu recebo com alegria e humildade a outorga do Colar de Honra ao Mérito e dedico a todos vocês que aqui estão ou que não puderam estar presente, pois, sem exceção, foram fundamentais em meu convívio, para que eu tivesse as formações pessoal e profissional para atuar naquela missão.

Agradeço ainda a Deus por exercer sua infinita bondade e nos dar a oportunidade de viver.

Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PSL - Senhoras e senhores, neste momento ouviremos palavras do agente federal Danilo César Campetti.

 

O SR. DANILO CÉSAR CAMPETTI - Boa noite a todos. Gostaria de cumprimentar o presidente desta sessão, deputado estadual Agente Federal Danilo Balas, e aproveito para estender os cumprimentos a todos os servidores da Casa e dizer que a razão de nós três estarmos nessa equipe foi a indicação do Danilo Balas, a indicação dele que nos levou até a composição dessa equipe.

Faço aqui também um registro, o deputado Eduardo Bolsonaro acabou de sair, mas queria deixar meus cumprimentos a ele; deputado estadual Gil Diniz, que andou mais de 600 quilômetros até um primeiro evento em que eu tive a honra de ser homenageado, em Votuporanga.

Esteve lá e em seguida em São José do Rio Preto, por iniciativa, aqui também presente, do meu amigo vereador Renato Pupo, na Câmara Municipal de São José do Rio Preto - no dia do aniversário da sua esposa, esteve lá também, a Alessandra. Obrigado, muito obrigado, meu irmão, pela deferência.

Gostaria também de cumprimentar aqui o tenente-brigadeiro do ar, comandante Baptista Junior, cumprimentando-o, eu estendo os cumprimentos a todos os componentes aqui integrantes das Forças Armadas; policiais militares; gostaria também de cumprimentar um grande amigo, que é o delegado de polícia Maurício José Lemos Freire, e em nome dele também cumprimento a todos os policiais civis aqui presentes.

Ele é o grande responsável por trazer o curso, em 2005, da SWAT, para o qual nós tivemos, inicialmente, mais de 300 candidatos e logramos serem aprovados 29, um total de 29, um grande amigo das fileiras da Polícia Civil.

Cumprimento também nosso chefe superintendente regional da Polícia Federal aqui em São Paulo, Dr. Filho, e em nome dele eu gostaria de cumprimentar todos os policiais federais aqui presentes; meus irmãos do GTI - Grupo de Pronta Intervenção; policiais federais que agora eu estou ombreando no Comando de Operações Táticas, que estão aqui no GIS ombreando comigo – o GIS é o Grupo de Investigações Sensíveis – e que estão aqui presentes, obrigado pela presença, meus irmãos.

Gostaria de estender os cumprimentos a minha família: minha esposa, Vanessa; meus pais, que estão aí; meus filhos, João Otávio e Maria Clara; estender os cumprimentos aos meus irmãos, João Paulo Dondelli, Flávio e aos seus familiares, que nos honram muito a presença; gostaria de também cumprimentar a todos que se deslocaram de São José do Rio Preto, de cidades longínquas, para vir prestigiar a nossa homenagem aqui.

Cumprimento também um grande amigo de longa data, meritíssimo Sr. Dr. Emílio Migliano Neto. Ainda nas fileiras da Polícia Civil, foi a primeira autoridade que eu tive a honra de fazer a segurança.

Muito obrigado, doutor, pela presença. Cumprimento também os guardas municipais aqui presentes; os amigos que se deslocaram de Catanduva, de São José do Rio Preto. Está aqui o João, o Ricardo Rivelato, estou vendo aqui o Charneski, instrutor.

Inicio com uma missão um pouco mais complicada, já que me foi dada pelos dois, então tudo bem, vamos cumprir: ontem ocorreu um fato muito terrível para nós, policiais federais – e eu acredito que para a família policial como um todo –, e em nome dos três aqui homenageados eu externo as condolências aos familiares do policial federal Ronaldo Heeren, que foi morto durante a diligência na Favela do Rola, em Santa Cruz, zona oeste do Rio de Janeiro.

Eu gostaria que a gente pudesse elevar o nosso pensamento no momento de descanso em nossas residências para que o Nosso Senhor Jesus Cristo, o receba ao seu lado e conforte seus familiares. Foi uma diligência normal, diligência corriqueira, que acabou vitimando nosso colega.

Gostaria de cumprimentar também todos aqueles que se fizeram presentes aqui hoje: vejo representantes da nossa Fenapef; vejo o escrivão Scandiuzzi também, muito obrigado pela presença.

Incumbiram-me de falar sobre a missão como um todo: foram 149 dias ininterruptos de imersão operacional na complexa missão de consecução da segurança do então candidato à presidência da República, Jair Messias Bolsonaro – operação policial que teve início muito antes, com a escolha dos integrantes da equipe.

Especificamente, no que se refere a nós três, eu já falei que vale salientar a imprescindível indicação do deputado estadual Danilo Balas – muito obrigado novamente, meu irmão –, a quem agradecemos pela confiança.

Inicialmente, com 18 integrantes, os policiais federais designados tinham uma característica em comum: a voluntariedade. Todos que lá estavam pleitearam a conquista da vaga, não houve imposição, ninguém foi obrigado a ir para essa equipe, ao contrário, as vagas foram disputadas e os candidatos, rigorosamente selecionados. A indicação ratificada pela coordenação era comemorada e agregava elemento motivacional.

Sabíamos que não seria nada fácil, tendo em vista a polarização política e ideológica aliada à popularidade crescente do candidato, que notoriamente movia multidões por onde passava.

Mas, se para alguns esse contexto denotaria um cenário de dificuldades intransponíveis – visto que se tratava de fato novo, peculiar no âmbito da doutrina de segurança de presidenciáveis –, para os que se propuseram a compor esse grupo, constituía um desafio tático a ser solucionado pela conjugação de princípios operacionais, dentre eles, o que eu reputo o mais importante: o espírito de corpo.

Segundo alguns autores, trata-se de recurso coletivamente incorporado que permite a cada um dos membros de um grupo integrado participar do capital individualmente adquirido por todos os outros, e foi o reflexo dessa identidade coletiva que permeou a atuação da equipe, evidenciada em todos os eventos planejados e executados no âmbito dessa missão.

Para a conjugação de esforços, não havia barreiras institucionais. Por mais de duas décadas de atuação policial, mantive como dogma a concepção de que não devemos nos ater ao “sobrenome”, entre aspas, das instituições policiais.

Sejam militares, civis ou federais, todos os policiais enfrentam no campo de batalha um inimigo comum. E a integração e união de forças proporcionam elevada superioridade técnica e tática as quais empreendem eficiência ao cumprimento da missão.

Nessa esteira, notória era a participação de policiais voluntários, inclusive aposentados, em todos os locais que comparecíamos e que, mesmo em dias de folga, não hesitavam em ombrear conosco na proteção do candidato.

Dessa forma, já era prevista a realização de “briefings”, ou seja, reuniões preliminares, com aqueles irmãos aliados, os quais cumpriam com excelência tudo o que fora previamente estabelecido. A esses obstinados guerreiros, minha continência e homenagem.

O agradecimento, realmente, meus irmãos, a todos aqueles que, aonde a gente ia, todos que estavam de folga: policiais, agentes de segurança - mesmo particulares -, segurança privada, era comum – não é, Gil? – a gente chegar aos locais e essas pessoas já estarem esperando uma liderança para a gente fazer essa reunião para eles poderem compor com a gente.

Foi assim também em Juiz de Fora, policiais militares auxiliaram lá. Aí fica o meu agradecimento e a minha homenagem. Alguns poderiam dizer que isso poderia se chamar “efeito Bolsonaro” de multidões, porque o Bolsonaro era muito ligado à política; eu costumava chamar de esperança, esperança de todos aqueles que se doavam um pouco para lutar por um país melhor.

O trabalho policial é o ensejo permanente de gerenciamento de riscos, e esse fator é potencializado nas operações de segurança de dignitários e autoridades.

É bem verdade, contudo, que não há, em qualquer hipótese, a possibilidade de anular o risco – quem é policial sabe, a gente trabalha sempre com a minimização de riscos –, vide, por exemplo, os atentados que vitimaram quatro presidentes norte-americanos durante o exercício do mandato, são eles: Abraham Lincoln (1835), James Garfield (1881), William McKinley (1901) e John Fitzgerald Kennedy – o JFK, como a gente conhece – (1963), todos eles foram vitimados.

Todavia, em 1981, a tentativa de assassinato de Ronald Reagan, enquanto deixava compromisso público em Washington DC, não se consumou em virtude da atuação do líder da equipe, que, após a extração do protegido, durante o trajeto, não hesitou em manter o planejamento inicial e determinou o deslocamento do comboio ao hospital de referência, mesmo sob os protestos do mandatário, que, achando que não tinha sofrido nenhum ataque, solicitou que dirigissem até a Casa Branca.

Ao chegar ao hospital, o presidente saiu andando do carro, mas logo desabou. Soube-se depois que ele havia sido alvejado por um disparo de arma de fogo, e a decisão de ir ao hospital imediatamente salvou sua vida.

Foi assim também em Juiz de Fora, vocês sabem disso. É notório que o ponto crítico de toda a operação ocorreu no atentado perpetrado no dia 6 de dezembro de 2018, em Juiz de Fora – e o planejamento foi seguido.

Assim como no caso do mandatário americano, acima referido, a disciplina no estrito cumprimento do planejamento, bem como a conjugação de diversos fatores positivos – tais como a produtividade e a competência da equipe médica da Santa Casa local; a rápida transferência do candidato ao Hospital Albert Einstein, em São Paulo; bem como os 24 dias de internação aos cuidados da exímia equipe médica do Centro de Terapia Intensiva daquela instituição hospitalar –, contribuíram sobremaneira para a manutenção da vida do então candidato Jair Messias Bolsonaro.

Nesses termos, eu gostaria de prestar aqui uma homenagem também a toda a equipe do Dr. Macedo. Não sei se alguém está presente, mas na simplicidade dele – vocês se lembram –, todo dia de manhã nós estávamos trocando o plantão no hospital e o Dr. Macedo, ele mesmo, vinha e passava todo o boletim médico para nós.

Dois dias depois que o presidente foi transferido – eu acompanhei a transferência –, ele teve que ser novamente submetido a uma cirurgia para, segundo o dr. Macedo, sanar alguns reflexos daquela facada que ainda restaram mesmo depois.

Ele disse para gente: “Olha, eu abri novamente, só que eu apurei e constatei cada centímetro do intestino dele”. Durou oito horas, e foi motivo de grande tensão para a gente – o Flávio e o Dondelli lembram. Durou oito horas a cirurgia, depois houve outras ao decorrer e, graças a Deus, o nosso Zero Um está firme e forte.

Por fim, vale ressaltar o privilégio de conviver durante quase cinco meses com a companhia do presidente Jair Bolsonaro e de seus familiares. É bem verdade que a atuação policial dirigida à segurança de dignitários e autoridades é naturalmente invasiva e deve lidar com diferentes interesses, tais como segurança e privacidade.

A correta mensuração desses fatores, sempre aliada ao bom senso, proporciona o alcance do objetivo pretendido, adequando-se de forma eficiente ao trabalho e assegurando ao protegido e familiares o sagrado direito à privacidade. Com o decurso do tempo da atuação assecuratória, é natural e pretendido que ocorra uma sinergia entre os protetores e protegidos para o melhor desempenho das atividades.

A simplicidade – deputado meu xará, Danilo Balas, e Gil – sempre aqui repetida, com a qual o presidente se dirigia aos integrantes da equipe, o fácil trato, sem burocracia, bem como suas recorrentes demonstrações de humildade e justiça, proporcionaram à equipe um ambiente propício à conclusão exitosa dos trabalhos.

Não raro, éramos surpreendidos com a presença do presidente, já eleito, nos nossos postos de trabalho, em sua residência no Rio de Janeiro, o qual permanecia em conversa conosco por longos períodos e recorrentemente dizia: “Guerreiro, esse negócio de presidente não sobe na minha cabeça, não”.

Humano e atento aos fatos, intervém a favor de integrantes da equipe no dia 28 outubro de 2018, pouco depois de sagrar-se vitorioso no certame eleitoral, a favor desses dois - já estava eleito e se preocupou com o ato de injustiça que estava sendo cometido contra esses dois.

Pela primeira vez, uma equipe de segurança – que ao final da missão somava aproximadamente 50 integrantes, como o Flávio falou – foi convidada, com acompanhantes, para o coquetel de posse presidencial no Palácio Itamaraty.

Diversos outros fatos corroboram o tratamento adequado e o sentimento de gratidão para com os policiais que atuaram nessa missão. Afastando o eventual deslumbramento que porventura tenha acometido alguns integrantes – mesmo porque, como foi dito, a equipe era composta de policiais federais experimentados, componentes e líderes de equipes em outras missões com diversos chefes de estado e governo, e não nos cabia cair no deslumbramento, nós não podíamos, nós tínhamos que fazer o nosso trabalho, nós tínhamos que atuar –, a empatia era natural.

Nessa esteira, podemos afirmar, sem sombra de dúvidas, que o capitão Jair Messias Bolsonaro é imune aos efeitos colaterais e perniciosos do poder e, como o Flávio disse sobre a questão de que todo dia a gente tomava café com ele, era todo dia de manhã. Ele chegava lá e dizia: “Guerreiro, voluntário para buscar os pães” E, sempre quem estava entrando ia buscar, e ele ia fazer o café.

Quando a gente retornava, o café estava pronto. E nós nos sentávamos à mesma mesa que ele recebia representantes de estado estrangeiros, com a mesma caneca da Frozen e com leite condensado.

Foi assim também, meus amigos, no dia 29 de outubro, de manhã, no dia que ele se sagrou vitorioso. É por isso que nós podemos afirmar, peremptoriamente, que Jair Messias Bolsonaro é imune a esses efeitos; foi assim também depois de mais de nove meses que nós já não tínhamos contato – porque a Polícia Federal saiu, pois logo que o presidente toma posse, o Gabinete de Segurança Institucional assume - eu fui designado a compor a equipe de segurança do ministro de Justiça e Segurança Pública, Sérgio Fernando Moro.

 E estive um dia com o ministro Moro e o diretor-geral da Polícia Federal, Dr. Valeixo, no Palácio da Alvorada. Nesse dia, o presidente estava retornando de uma cirurgia, ainda estava com a cinta que protege, e quando ele veio acompanhar o ministro Moro e o nosso diretor-geral ao carro, eu estava compondo a equipe, estava no carro de trás, até falei com minha colega.

Minha colega disse: “Aí, o presidente. Você podia me apresentar, eu queria tirar uma foto com ele”. Eu falei: “É só você sair da viatura que nada vai mudar”; e ela falou: “Não, mas é um absurdo”; e eu falei: “Não, pode sair”, e nós saímos. A hora que me viu, ele falou: “Campetti, vem cá!”.

Ele veio, me deu um abraço, conversamos lá por alguns minutos, ele fez uma brincadeira lá: “Essa moleza, com o Moro você não está trabalhando nada, tem que vir trabalhar comigo de novo”; e eu falei: “Estamos à disposição, presidente”, para provar que realmente nada mudou. Como a gente diz – não é meus irmãos? – nada mudou.

Finalizando, estendendo essa homenagem a todos os colegas que compuseram a Equipe Messias, assim denominada, e dirigindo-me em especial aos meus amigos aqui também homenageados, Flávio e Dondelli, componentes comigo, inicialmente, do núcleo São Paulo – nós fomos os únicos de São Paulo que compuseram a equipe no início dessa missão –, com os quais tive a honra de construir uma verdadeira irmandade, que certamente perdurará pelo restante da nossa existência.

Externo toda a minha gratidão, meus irmãos, pela lealdade, parceria e proteção mútuas - como o Dondelli disse, foram muitas batalhas, não só externas -, ao passo que aproveito a oportunidade para retificar uma mensagem eternizada nos meios militares que preconiza: “As amizades forjadas no campo de batalha jamais fenecem”.

Obrigado, meus irmãos. Obrigado, que Deus acompanhe a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PSL - Já chegando ao fim desta solenidade, teremos palavras breves do proponente.

Tenente-brigadeiro Baptista, delegado Lindinalvo Filho, Dr. Filho, Gil Diniz – meu colega de bancada, deputado estadual –, senhoras e senhores militares e civis aqui presentes, muito obrigado por estarem numa sexta-feira à noite, Valentine’s Day -14 de fevereiro, até quase 22h00min., aqui em nossa companhia.

Ouvimos o relato de policiais federais que realmente estavam no dia do ocorrido. É muito fácil comentar atrás de uma câmera ou no sofá de casa que o policial errou ou acertou, mas difícil mesmo é estar no local da ocorrência, por isso fiz questão de homenageá-los, porque vocês merecem, meus irmãos, e vocês sabem exatamente o que aconteceu no dia do atentado, sem delongas.

Em meados de 2018, recebi uma ligação de Brasília, do setor responsável pela segurança dos candidatos à presidência da República. Era um convite para compor a equipe que faria a segurança do então candidato à presidência Jair Messias Bolsonaro.

Minha resposta foi que não poderia fazer parte da equipe por questões óbvias: sairia candidato a deputado estadual, naquele mesmo ano. Uma outra pergunta me foi feita: se eu conhecia e indicaria algum policial federal para efetuar o trabalho mencionado.

Disse que sim e passei para Brasília o nome de três policiais federais: Flávio Gomes, João Paulo Dondelli e Danilo Campetti – sem receio de errar, uma vez que conhecia o trabalho de cada um de vocês.

A homenagem de hoje reconhece o trabalho desempenhado nas eleições, quando esses policiais efetuaram toda a segurança do nosso presidente. Foram meses de viagens por todo o Brasil e situações adversas até o momento do atentado contra o presidente.

Sem a rápida atuação deles, o presidente não estaria vivo. Vocês salvaram a vida de Jair Messias Bolsonaro e também salvaram nosso País. (Palmas.)

Meus irmãos, vocês honram cargo que são investidos e são motivo de orgulho a seus familiares, aos amigos, aos colegas de trabalho e a todo o povo brasileiro, e por isso são merecedores da mais alta condecoração do Legislativo paulista. Parabéns, meus irmãos, o Brasil os agradece. Muito obrigado.

Queria agradecer aqui e, esgotado então objeto da presente sessão, a Presidência agradece as autoridades, a minha equipe, os funcionários dos serviços de Som, da Taquigrafia, de Atas, do Cerimonial, da Secretaria Geral Parlamentar, da Imprensa da Casa, da TV Legislativa e das assessorias policiais Civil e Militar, bem como a todos que, com as suas presenças, colaboraram para o êxito da solenidade.

 

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- É encerrada a sessão às 21 horas e 44 minutos.

 

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