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2 DE MARÇO DE 2020

17ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: CORONEL TELHADA, CAUÊ MACRIS e CONTE LOPES

 

Secretaria: CONTE LOPES

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - JANAINA PASCHOAL

Discorre acerca de veto ao PL federal 51/19. Informa que conversara com deputados federais no final de semana, acerca do tema. Apela aos parlamentares que apoiem o veto. Elogia os deputados federais que já declararam apoio público ao documento.

 

3 - DR. JORGE LULA DO CARMO

Exibe vídeo e detalha os problemas da Linha 15-Prata, do monotrilho. Apela ao secretário de Transportes e ao governador do estado que tomem providência com relação ao problema.

 

4 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Assume a Presidência. Sugere que o deputado Dr. Jorge Lula do Carmo solicite auxílio para a Comissão de Transportes e Comunicação. Lê e comenta a resposta à questão de ordem, apresentada pelo deputado Campos Machado em 19/02, relativa à tramitação da PEC 18/19. Convoca os Srs. Deputados para duas Sessões Extraordinárias, a realizar-se em 03/03, a primeira às 9h15min; e, a segunda, 10 minutos após o término da primeira.

 

5 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência.

 

6 - ENIO LULA TATTO

Exibe vídeo e tece comentários acerca dos problemas da Linha 9-Esmeralda, da CPTM. Solicita a realização de audiências públicas para evitar a privatização das Linhas 8 e 9 da CPTM. Cobra do governo que essas audiências sejam transparentes.

 

7 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA

Cancela, em nome da Presidência efetiva, sessão solene convocada para o dia 06/03, às 19h, para "Homenagem aos compositores, violeiros e cantores brasileiros: Pereira da Viola e Dito Rodrigues", a pedido do deputado Enio Lula Tatto.

 

8 - CARLOS GIANNAZI

Lamenta a convocação de sessão extraordinária a ser realizada amanhã, para tratar da reforma da Previdência estadual. Apela aos pares para que não compareçam à sessão. Assevera que deve haver mobilizações e que os servidores devem ocupar esta Casa. Denuncia erros nas folhas de pagamentos dos docentes da rede de ensino estadual. Exige que o secretário da Educação faça correção imediata nos holerites, para que os servidores não sejam prejudicados.

 

9 - CONTE LOPES

Reitera seu voto contra a reforma da Previdência estadual. Alega não ser contra nem a favor do governo e, sim, a favor do funcionalismo público. Defende a classe. Tece comentários acerca do motim dos policiais no estado do Ceará.

 

10 - CONTE LOPES

Assume a Presidência.

 

11 - CORONEL TELHADA

Parabeniza o município de Olímpia, que aniversaria nesta data. Saúda o Dia Nacional do Turismo. Exibe fotos de criança de 20 dias, resgatada por policias militares em um bueiro na zona norte da capital. Elogia os agentes envolvidos na ação. Exibe vídeo de carro resgatado pela Guarda Municipal de Americana. Parabeniza os profissionais que fizeram o resgate. Relata mortes de agentes policiais no estado do Ceará. Lamenta que ruas tenham sido interditadas durante o carnaval. Questiona os gastos do Poder Público com o evento. Solicita prestação de contas do prefeito Bruno Covas.

 

GRANDE EXPEDIENTE

12 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência.

 

13 - TENENTE NASCIMENTO

Repudia pronunciamento do deputado federal Igor Kannário contra policiais militares, durante o carnaval, na Bahia. Exibe vídeo sobre o tema. Informa que protocolara projeto que visa a criar a carteirinha estudantil digital gratuita.

 

14 - TENENTE NASCIMENTO

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

15 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 03/03, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra sessões extraordinárias a serem realizadas amanhã, a primeira às 9 horas e 15 minutos e, a segunda, dez minutos após o término da primeira. Levanta a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Telhada.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e convida o nobre deputado capitão Conte Lopes para ler a resenha do Expediente.

 

O SR. CONTE LOPES - PP - Indicação: “indico, nos termos do Art. 159 da 14a Consolidação do Regimento Interno, ao Exmo. Sr. Governador do Estado de São Paulo que se digne a tomar providências urgentes e necessárias visando a promover o aumento do número do efetivo policial militar e implementação de ações preventivas do controle de criminalidade no município de Mogi das Cruzes, objetivando, assim, coibir o crescimento do número de roubos e furtos de automóveis na cidade”. A indicação é da nobre deputada Alessandra Monteiro.

E indicação: “indico ao Sr. Governador a liberação de recursos para a Santa Casa de Misericórdia e Asilo dos Pobres de Batatais, do município de Batatais”. Indicação do nobre deputado Jorge Caruso.

Está lida a resenha do Expediente, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado.

Pequeno Expediente. Oradores inscritos. A primeira deputada é a deputada Janaina Paschoal.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, Sr. Presidente. Cumprimento V. Exa. e todos os deputados presentes, os funcionários da Casa, as pessoas que nos brindam com suas presenças, os que nos acompanham a distância.

Eu gostaria de seguir tratando de um tema de interesse nacional, que é um tema que vai ser determinante para... Não digo nem para o sucesso, mas para o funcionamento do governo do presidente Jair Bolsonaro.

Amanhã, no Congresso Nacional, será apreciado o Veto no 52, que foi lançado relativamente ao Projeto 51/19, que foi votado em dezembro de 2019. Este projeto não se confunde com o orçamento, nem com a LDO, nem com a LO, nem com o PPA.

Ele foi enviado para o Congresso para alterar o Orçamento. Então, em virtude da minha fala aqui na sexta-feira, o fim de semana foi muito conturbado; para mim, especialmente.

No sábado e no domingo, tive a oportunidade de conversar com vários deputados federais, todos muito gentis ao fazerem contato. Houve deputados que se manifestaram em suas redes, gravando vídeos.

Alguns tentando esclarecer o que aconteceu, outros entendendo que eu cometi uma grande injustiça, ou até que teria agido com - vamos dizer assim - leviandade. Não é nada disso.

Eu entendi muito bem que houve o momento da PEC das Emendas Impositivas Coletivas; entendo muito bem que tem o momento da votação do Orçamento. E houve este momento de votação de um projeto encaminhado pelo presidente, no qual foi apresentado um substitutivo dando 90 dias para o Poder Executivo pagar as emendas que, somadas, chegam à casa dos 30 bilhões, sob pena de crime de responsabilidade. Isso foi aprovado pelo Congresso em votação simbólica.

Muitos deputados entraram em contato para explicar: “doutora, é diferente a regra no Congresso. Na Assembleia, vocês têm mais tempo de fala, têm mais oportunidade de fala. No Congresso, não; nós somos 500 na Câmara, mais de 80 no Senado. É impossível nós tomarmos a palavra”.

Então, tudo bem. Mas os líderes têm direito a falar. Os líderes têm. E a verdade é que este PL 51 foi votado em votação simbólica, e ele prejudica muito o exercício do governo do presidente Jair Bolsonaro.

A questão não é ser o presidente Jair Bolsonaro, fosse quem fosse o presidente, esta regra seria muito prejudicial, porque ela impacta a própria divisão dos poderes: o papel do Legislativo é criar normas, fiscalizar a execução destas normas, participar da elaboração do Orçamento, sim, fiscalizar a execução do Orçamento, mas não é papel do Legislativo executar o Orçamento no lugar do Poder Executivo. O próprio nome diz, existe o Poder Legislativo e o Poder Executivo.

Em virtude de tudo isto, o presidente da República vetou o trecho problemático que constava do substitutivo que foi aprovado como PL 51/19. O presidente vetou. O veto recebeu o número 52, tem gente confundindo: o PL era 51, o veto é 52.

O veto voltou para a apreciação do Congresso Nacional, será votado amanhã. Muito embora eu tenha magoado algumas pessoas, eu insisto que essa polêmica toda foi e é positiva porque amanhã não haverá desculpas.

O Congresso Nacional tem que estar lá em peso, aqueles que se dizem defensores do governo têm que estar lá em peso para defender o veto número 52, sob pena do presidente perder completamente o controle sobre a execução do Orçamento, por isso que muita gente está falando em parlamentarismo indireto.

Então, fica aqui o pleito para aqueles que se declaram representantes, defensores do governo Jair Bolsonaro, para aqueles que assim não se declaram, mas reconhecem que existe uma divisão de poderes no nosso País, para que votem a favor da manutenção do veto.

Já existem as emendas individuais impositivas, já existem as emendas de bancada ou coletivas impositivas. Não tem sentido avançar tanto no montante do Orçamento, e pior, determinar um prazo de 90 dias para execução sob pena de crime de responsabilidade.

Isto significa amarrar por completo o chefe do Poder Executivo. Quero lembrar - um minutinho só para fechar, Sr. Presidente - que nós estamos diante de normas que, se aprovadas agora, valerão para os próximos governantes.

Então, não podemos agir como se estivéssemos criando algo apenas para este presidente, os presidentes futuros de todo e qualquer partido serão impactados também. Então, eu não estou falando contra o Poder Legislativo, eu estou falando a favor da divisão dos poderes.

Eu peço, e aqui tomo a liberdade de parabenizar aqueles parlamentares que, já durante o final de semana, mesmo não sendo do partido que era o do presidente, ou dos partidos que dão base ao presidente, vieram a público declarar que votarão a favor do veto. Então, fica, aqui, meu pedido, não como deputada estadual, mas como cidadã: que todos compareçam amanhã e votem a favor do veto.

Desculpem, eu não sou contra manifestação, mas não adianta faltar em uma sessão tão importante e depois subir em caminhão e dizer que está tendo golpe.

É isso, Sr. Presidente. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sra. Deputada. O próximo deputado é o deputado Dr. Jorge Lula do Carmo, fará o uso da palavra? Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Cauê Macris.

 

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O SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público da TV Alesp, público da galeria e da assessoria aqui presente, venho a essa tribuna para falar, mais uma vez, de um problema que se torna corriqueiro no nosso estado, mais especificamente ali na região leste da cidade.

Venho falar mais uma vez do monotrilho. O monotrilho surgiu em 1996, Sr. Presidente, como uma promessa de campanha do então candidato a prefeito da cidade de São Paulo, Celso Pitta. E desde então, desde aquela época que a gente já alertava, os técnicos do Sindicato dos Metroviários já alertavam que esse modal não iria funcionar.

Primeiro que não iria atender a demanda, que era muito alta para aquela região, e segundo que esse modal estava ultrapassado, mas, infelizmente, os governos do PSDB, que governa este Estado há 30 anos, praticamente, só o PSDB, ignoraram os pareceres técnicos de todas as pessoas que são especialistas nessa área, e implantaram o famigerado “enganotrilho”.

Só em 2019, Sr. Presidente, foram quase 60 paralisações. Quase 60 paralisações, só no ano de 2019. No ano de 2020, não tem sido diferente. Toda semana nós temos problemas nesse modal chamado monotrilho, que eu costumo chamar ele de “enganotrilho”, porque as pessoas realmente foram enganadas.

Para continuar a minha fala, eu gostaria de apresentar aqui exatamente pequenos trechos do que tem acontecido durante esse período com esse modal de transporte público.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

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Pois bem, como percebe-se, é um modal que não vem funcionando, e, além de não atender a demanda, ele também não funciona. É quebrado, é parado, é paralisado. São problemas todos os dias, praticamente.

Então, a população que acreditou que esse modal iria resolver tem sofrido com esse modal de transporte público, que custou bilhões, ainda está custando bilhões aos cofres públicos, e até hoje nós não temos previsão.

Só para vocês terem ideia, Sr. Presidente, a empresa que é fabricante, Bombardier, fabricante dessa bomba, que parece uma bomba na mão das pessoas... Porque um modal que tem 15 metros de altura, e quando você tem um problema, você não sabe exatamente como sair, como se locomover.

A população fica em estado de choque, em estado de desespero, por causa desse modal que não funciona na zona leste, e não funciona no Brasil.

Isso estava ultrapassado, mas o governo do PSDB achou por bem trazer. E agora, pior que isso, a expectativa é de que venha uma equipe técnica do Canadá para fazer a inspeção, e até então o monotrilho, ou melhor, o “enganotrilho”, vai continuar parado no nosso Estado.

Então, trago aqui essas informações. Quero pedir para o nosso presidente para encaminhar essas informações ao secretário de Transportes, Alexandre Baldy, e ao governador do Estado, o Doria, e também quero ver a possibilidade de nós convidarmos o secretário, Sr. Presidente, para explicar o porquê de tanta paralisação, de tantos problemas nesse modal de transporte público em São Paulo.

Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Agradeço ao nobre deputado. Sugiro, inclusive, em relação ao convite, para que V. Exa. possa fazer na Comissão de Transporte.

Tenho certeza de que todos os membros da comissão acatarão a sugestão de Vossa Excelência. Solicito à Secretaria Geral Parlamentar que, por favor, envie as demandas solicitadas por V. Exa. àqueles que são por direito e àqueles que V. Exa. assim o desejar.

Sras. Deputadas e Srs. Deputados, venho a este plenário fazer a resposta a uma Questão de Ordem apresentada pelo nobre deputado Campos Machado, na 11ª Sessão Extraordinária, realizada no dia 19 de fevereiro de 2020.

“Em 19 de fevereiro de 2020, no curso da Décima Primeira (11ª) Sessão Extraordinária, o nobre Deputado Campos Machado submeteu à Presidência questão de ordem relativa à tramitação da Proposta de Emenda nº 18, de 2019, à Constituição do Estado (PEC nº 18/2019), que modifica o Regime Próprio de Previdência Social dos servidores públicos titulares de cargos efetivos do Estado e dá outras providências.

Sua Excelência apontou que tramitam no Egrégio Tribunal de Justiça paulista dois mandados de segurança - autos nº 2273599-90.2019.8.26.0000 e nº 2275735-60.2019.8.26.0000 - “objetivando o trancamento da tramitação” da mencionada PEC, e que em ambos foram concedidas liminares “no sentido de que esta Casa de Leis se abstivesse de prosseguir com a tramitação da PEC, até a análise de mérito da matéria”.

Assinalou, ainda, que o Excelentíssimo Senhor Presidente do Egrégio Supremo Tribunal Federal, Ministro Dias Toffoli, “determinou a suspensão” das referidas liminares.

Ressaltou o nobre Deputado Campos Machado, porém, que “a decisão do Supremo Tribunal Federal não incide diretamente sobre o mérito argumentado nas peças judiciais ingressadas”, a ser objeto de apreciação pelo Colendo Órgão Especial do Tribunal de Justiça.

Defendeu o ilustre Parlamentar, com base em tais considerações, que o “Plenário desta Assembleia Legislativa tenha o dever de se abster de qualquer votação da Proposta de Emenda Constitucional nº 18/2019” até que sobrevenha o julgamento das duas ações mandamentais.

E, neste sentido, requereu à Presidência que “não convoque qualquer sessão para deliberação” da aludida propositura.

Eis, em síntese, o objeto da questão de ordem, que a Presidência passa a responder.

Cabe destacar, desde logo, que as indagações lançadas na questão de ordem giram em torno de aspectos já levados ao exame do Judiciário, e que no âmbito daquele Poder foram devidamente apreciados pelas instâncias competentes, incluindo a mais alta Corte brasileira, cujo Presidente permitiu que a PEC nº 18/2019 voltasse a tramitar.

Por si só, essa circunstância seria plenamente suficiente para, à luz do princípio da Separação dos Poderes, caracterizar-se como imprópria a pretensão de trazer para a esfera do Parlamento, como matéria supostamente ensejadora de dúvida ou de insegurança jurídica, assuntos que assim não se apresentam, porquanto — repita-se — já apreciados pelo Judiciário.

Tal pretensão mostra-se ainda mais imprópria quando se verifica (e esta Presidência se deterá, logo adiante, nesse ponto) que um dos fundamentos adotados pelo Excelentíssimo Senhor Presidente do STF para permitir a retomada da tramitação da PEC nº 18/2019 reside, precisamente, na necessidade de proteger o princípio da Separação dos Poderes, que repele a possibilidade de ingerência do Judiciário em matéria de interpretação, aplicação e alcance de normas de Regimento Interno de Casa Legislativa. 

Em breve rememoração dos fatos, cumpre consignar que enquanto subsistiram os efeitos das decisões monocráticas proferidas liminarmente pelos Excelentíssimos Senhores Desembargadores Relatores do Mandado de Segurança nº 2273599-90.2019.8.26.0000 e do Mandado de Segurança nº 2275735-60.2019.8.26.0000, elas foram fiel e integralmente observadas pela Assembleia Legislativa. Cioso de seus deveres, este Presidente as cumpriu e fez cumprir.

Ao mesmo tempo, porém, valendo-se das vias processuais cabíveis, a Assembleia Legislativa, por meio de sua Douta Procuradoria, buscou obter, junto ao STF, provimento que permitisse o prosseguimento da tramitação da PEC nº 18/2019.

E, como é notório, no último dia 17 de fevereiro, o Exmo. Sr. Ministro Dias Toffoli, presidente da Corte Suprema, deferiu, nos autos da Suspensão de Segurança nº 5340, ‘liminar para suspender a execução da decisão unipessoal proferida pelo Relator do Mandado de Segurança nº 2273599-90.2019.8.26.0000, em trâmite no Tribunal de Justiça paulista, a qual impediu a tramitação da PEC nº 18/19 daquele Estado’.

E, na mesma data, deferiu, nos autos da Suspensão de Segurança nº 5351, ‘liminar para suspender a execução da decisão unipessoal proferida pelo relator do Mandado de Segurança nº 2275735-60.2019.8.26.0000, em trâmite no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, o qual impediu a regular tramitação da PEC nº 18/19 daquele Estado’.

Da decisão prolatada nos autos da Suspensão de Segurança nº 5340, destaca-se o seguinte trecho:

‘(...) constato que a plausibilidade jurídica está devidamente comprovada, tendo em vista a manifesta existência de grave lesão à ordem pública, na medida em que a decisão ora impugnada, ao impedir a tramitação de proposta de emenda constitucional, sob o pretexto de transgressão a normas regimentais, invadiu atribuição típica do Poder Legislativo, embaraçando, a princípio, o regular exercício das funções legislativas.

A invocação do princípio da razoabilidade, a incidir sobre prazo previsto em Regimento Interno de Casa Legislativa Estadual, implica inegavelmente em indevida intromissão do Poder Judiciário em norma interna de outro poder, devendo ser sempre rememorado que não cabe ao julgador sindicar as razões políticas pelas quais estabelecidos referidos prazos, nem mesmo com fundamento na suposta relevância da matéria em discussão.

(...)

É importante consignar que os atos ‘interna corporis’ são exercidos com fundamentação política. Neles, a valoração de motivos é insuscetível de controle jurisdicional.’

Invocando precedente de sua relatoria, o Exmo. Sr. Presidente do STF apontou, ainda, que a ‘Suprema Corte já decidiu, reiteradas vezes e por ampla maioria, que ‘não é possível o controle jurisdicional em relação à interpretação de normas regimentais das Casas Legislativas, sendo vedado ao Poder Judiciário, substituindo-se ao próprio Legislativo, dizer qual o verdadeiro significado da previsão regimental, por tratar-se de assunto interna corporis, sob pena de ostensivo desrespeito à separação de poderes, por intromissão política do Judiciário no Legislativo’’.         

Está claro, assim, a mais não poder, que o Exmo. Sr. Ministro Dias Toffoli, em suas decisões:

1º) reconheceu a manifesta natureza “interna corporis” da matéria submetida ao Egrégio Tribunal de Justiça paulista nos autos dos Mandados de Segurança nº 2273599-90.2019.8.26.0000 e nº 2275735-60.2019.8.26.0000;

2º) proclamou a impossibilidade de ingerência judicial em matéria dessa natureza, sob pena de ofensa ao princípio da separação dos poderes; e,

3º) por isso mesmo, permitiu que a PEC nº 18/2019 retomasse sua regular tramitação.

Sendo assim, adotar - como o nobre deputado Campos Machado pretende que esta Presidência faça - o entendimento de que as decisões prolatadas nos autos da Suspensão de Segurança nº 5340 e da Suspensão de Segurança nº 5351 não seriam bastantes à retomada da tramitação da PEC nº 18/2019, equivaleria a negar autoridade a decisões emanadas da Presidência da mais alta Corte judicial do País.

Mas não é só. A adoção do entendimento advogado pelo ilustre autor da questão de ordem teria, ainda, outra implicação, igualmente grave do ponto de vista institucional e jurídico. Significaria admitir que, por si só, o fato de ter sido submetido ao Poder Judiciário questionamento acerca de determinado aspecto da tramitação de uma proposição legislativa, imporia para o Parlamento e para os seus membros, em relação a ela, a impossibilidade de desempenhar as competências e as prerrogativas que lhes são conferidas constitucionalmente, até que o processo judicial se encerrasse.

Por óbvio, se e quando há determinação judicial neste sentido, tal impossibilidade é de ser observada. E foi precisamente o que se verificou “in casu”, enquanto subsistiram os efeitos das liminares concedidas pelos Exmos. Srs. Desembargadores Relatores dos dois mandados de segurança já mencionados.

A partir, porém, do advento das decisões prolatadas pelo Exmo. Sr. Presidente do STF, também já referidas, deixou de haver óbice jurídico à prática dos atos do processo legislativo pertinente à PEC nº 18/2019.

CONCLUSÃO

Por todo o exposto, e considerando, especialmente:

1º) que a matéria objeto de questionamento judicial perante o Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, relativamente à PEC nº 18/2019, reveste-se de natureza “interna corporis” do Legislativo, tendo sido expressamente reconhecida como tal pela Presidência do STF; e

2º) que o Exmo. Sr. Presidente do STF, Ministro Dias Toffoli, ao permitir a retomada da tramitação da PEC nº 18/2019, acentuou que, entre as razões que o levaram a assim decidir, estava a necessidade de proteger o princípio da Separação dos Poderes; esta Presidência entende que, com o advento das decisões proferidas pela Presidência do STF no último dia 17 de fevereiro, nos autos da Suspensão de Segurança nº 5340 e da Suspensão de Segurança nº 5351, NÃO há qualquer óbice jurídico para o prosseguimento da tramitação da PEC nº 18/2019.

Portanto, esse prosseguimento depende, única e exclusivamente, da atuação desta Assembleia.

Ao assim decidir, esta Presidência age, como é do seu dever, no sentido de respeitar o princípio da Separação dos Poderes, e de garantir que, cumprindo tal princípio, a Assembleia Legislativa paulista possa desempenhar plenamente as competências que a Constituição lhe reserva.

São estas as considerações que cabia à Presidência fazer, em resposta à questão de ordem suscitada em 19 de fevereiro de 2020 pelo nobre deputado CAMPOS MACHADO.

CAUÊ MACRIS

Presidente

 

Peço que se encaminhe cópia ao autor, e que se publique a resposta no Diário Oficial de amanhã.

Convocação. Sras. Deputadas,  Srs. Deputados, nos termos do Artigo 100, Inciso I, do Regimento Interno, convoco V.Exas. para uma sessão extraordinária, a realizar-se amanhã,  dia 03 de março, terça-feira, às nove horas e 15 minutos da manhã, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia: Votação em Segundo Turno da Proposta de Emenda à Constituição, nº 18/2019, de autoria do nobre governador, que modifica o Regime Próprio de Previdência Social dos servidores públicos titulares de cargo efetivo do Estado de São Paulo, e dá outras providências.

Convocação. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do Artigo 100, Inciso I, do Regimento Interno, convoco V.Exas. para uma segunda sessão extraordinária, a realizar-se amanhã, dia 03 de março, terça-feira, 10 minutos após o término da primeira sessão extraordinária, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia: Votação em Segundo Turno, da PEC nº 18/2019.

Devolvo a Presidência dos nossos trabalhos ao nosso vice-presidente, deputado Coronel Telhada, para que possa dar continuidade ao Pequeno e ao Grande Expediente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Prosseguindo no Pequeno Expediente, o próximo deputado é o deputado Paulo Lula Fiorilo. (Pausa.)  Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Tenente Nascimento. (Pausa.) Deputado Enio Lula Tatto. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. ENIO TATTO - PT – Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público que nos assiste, deputados presentes em plenário, eu vou falar sobre o transporte, sobre a Linha 9 da CPTM, Linha Esmeralda, na zona sul da capital.

Gostaria que fossem colocadas as fotos. Eu fiz uma visita às obras da extensão do Grajaú até o Varginha. Há pouco mais de um mês, o governador fez uma grande festa, lançando o início das obras e prometendo seu término para 2022. Vou lembrar que a última previsão para a sua conclusão era 2021. Adiaram por mais um ano.

 

                                               * * *

- São exibidas as fotos.

                                               * * *

 

Só para vocês terem uma ideia, essa polêmica vem desde 2010. Vejam a estação Varginha. Vejam a situação em que está. Apenas um trator fazendo a terraplanagem, um mês e meio depois de o governador ter ido lá e feito uma grande festa.

Essa aí é a estação Mendes, que também está bastante atrasada. Mas pelo menos estão trabalhando, e tudo indica que ela vai ser entregue. A dúvida é por que não fizeram primeiro a estação Varginha, que se interliga com o terminal de ônibus de Varginha, que atende a toda a região de Parelheiros, Embu-Guaçu, Jardim dos Álamos, Colônia, Barragem.

Mas tudo bem; estão fazendo, vamos comemorar a entrega dessa estação o mais rapidamente possível.

Agora, o ritmo das obras da estação Varginha é lamentável.  Aliás, não tem obra; apenas um trator trabalhando, depois de um mês e meio do anúncio da retomada dos trabalhos. A gente não vai ter essa estação, Carlos Giannazi, tão cedo.

E também a respeito dessa linha, lembro que é uma das linhas que o governador quer privatizar. Teve uma audiência pública semana passada, e muita gente foi lá para participar. O deputado Carlos Giannazi, se não me engano, também foi, né?

E o que aconteceu? Eles arrumaram um auditório pequeno, deputado Dr. Jorge do Carmo, onde cabiam, parece, 130 pessoas. E quando os moradores das linhas 8 e 9 - as duas linhas que pretendem privatizar - chegaram; quando lideranças populares, sindicalistas e o próprio deputado Carlos Giannazi chegaram lá, foram impedidos de entrar na audiência pública porque o auditório já estava lotado.

Quem estava lá dentro? Ninguém sabe. Tudo indica que foi uma tática, deputado Telhada: encheram os auditórios de pessoas - sei lá, funcionários -, para não deixar quem estava interessado participar.

O pessoal ficou lá fora esperando. Por isso, reivindicamos mais audiência pública; o deputado Carlos Giannazi já falou que programou uma para o dia dezesseis. Estou junto nessa.

Vamos trazer os interessados para a Assembleia Legislativa. Vamos ver se o Executivo manda os representantes da CPTM, da Secretaria de Transporte, para participar dessa audiência pública para esclarecer à população.

Não dá para privatizar duas linhas da CPTM a toque de caixa. Como ficarão as obras? Vão atrasar mais ainda se houver a privatização? A demora vai continuar? A gente cobra agilidade. Por quê? Pela sua importância para a população daquela região. É o principal meio de transporte de massa. Lá só tem ônibus, carro, táxi. E só tem essa linha da CPTM na região.

Então, cobramos do governador transparência, democracia na realização das audiências públicas. E - por que não? - uma audiência pública lá na região, para a gente tratar junto com a população essa questão. Era isso, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado. O próximo deputado é o deputado Carlos Giannazi.

Enquanto se dirige à tribuna, eu quero fazer um cancelamento. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esta Presidência, atendendo solicitação do nobre deputado Enio Tatto, cancela a sessão solene convocada para o dia seis de março de 2020, às 19 horas, com a finalidade de homenagear os compositores, violeiros e cantores brasileiros Pereira da Viola e Dito Rodrigues.

Lido.

Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia. Quero tratar rapidamente de dois assuntos, Sr. Presidente. O primeiro é em relação ao que nós ouvimos agora.

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Cauê Macris, anunciou que chamou duas sessões extraordinárias para amanhã, uma às 9h15 e outra 10 minutos em seguida. Um absurdo total.

Isso é um golpe no funcionalismo público, porque a previsão é de que nós estaríamos votando a reforma da Previdência à noite, às 19 horas. Então, essa é uma manobra espúria, que nós não vamos aceitar. Espero que não tenha nenhum deputado nesse horário.

De manhã, às nove e 15 da manhã? Amanhã haverá uma grande mobilização aqui na Assembleia Legislativa, com um ato às 14 horas, mas me parece que o presidente está passando na frente, para desmobilizar os servidores que estarão presentes aqui, de todo o Estado.

Não foi isso que ele anunciou agora? Eu fiquei perplexo com isso, mas nós temos que denunciar exaustivamente. Faço um apelo para que nenhum deputado dê quórum, porque isso é um golpe contra os servidores, para passar essa reforma, essa farsa da reforma, totalmente nefasta e perversa.

Então, hoje nós estamos assistindo um golpe. Um golpe aqui dentro da Assembleia Legislativa, contra os servidores, porque o acordado para nós é que a votação seria às 19 horas. Agora, não houve nenhum acordo, nenhuma reunião de líderes para que houvesse mudança no horário.

Então, como o presidente da Assembleia sabe que amanhã haverá uma grande mobilização de vários servidores, de vários setores do funcionalismo aqui na Assembleia Legislativa.

Ele dá um golpe, chamando a sessão para as nove e quinze da manhã, mas os servidores estarão aqui, porque nós vamos agora representar a nossa rede de contatos, mobilizar para as nove horas da manhã.

Nós vamos ocupar a Assembleia Legislativa, porque aí não vai votar nem às nove horas, nem às dez, nem às 19 horas, porque os servidores estarão mobilizados aqui.

Eu faço um apelo para que os deputados não deem quórum e não coloquem as suas digitais agora nesse golpe que foi anunciado há cinco minutos atrás. Quero também, Sr. Presidente, denunciar mais uma vez a Secretaria de Educação. Esse secretário da Educação, o Rossieli Weintraub - é assim que ele é conhecido hoje na rede estadual -, está desmontando toda a rede.

Além do processo tumultuado, do desastre que foi o processo de atribuição de aulas, além da denúncia que nós já fizemos de que não houve remoção, abertura de concurso de remoção no ano passado, o secretário abriu remoção agora, no início do ano, que é um outro absurdo total.

Agora nós estamos recebendo muitas denúncias dos professores, em todo o Estado, de que há erros nos pagamentos. Os servidores estão tendo acesso já à folha de pagamento pela internet. Então, erros gravíssimos, para menor. Os servidores vendo que só vão receber 500, 400 reais.

Então, há uma revolta geral na rede de ensino em relação a isso. Então, nós exigimos que o secretário da Educação faça a correção urgente, para que no próximo dia cinco nenhum servidor seja prejudicado por essa incompetência, por essa leviandade, por essa irresponsabilidade da Secretaria da Educação, de uma gestão desastrosa, que prejudica professores, alunos, servidores em geral.

A Educação está sendo desmontada no estado de São Paulo. É um processo de atribuição desastroso. Remoção agora no início do ano. Isso nunca aconteceu na rede estadual. Pagamento errado de milhares de professores, principalmente professores que tiveram agora jornada ampliada, não vão receber o que eles deveriam receber.

É um desastre, uma desorganização geral, me parece, da rede estadual, com vários ataques aos professores e ao Magistério. Então, nós exigimos que o secretário de Educação faça uma correção imediata dessas informações que foram colocadas nos holerites dos professores, que não podem ser prejudicados pela incompetência, pela leviandade e pelo descaso da secretaria da Educação com o Magistério e com os servidores da Educação, que já estão com os salários arrochados, defasados, que já estão sendo atacados de várias maneiras, principalmente pela nefasta reforma da Previdência, que, na prática, acaba com a aposentadoria especial.

Então, secretário da Educação, faço aqui um apelo, uma exigência. Faça a correção imediata desse erro terrível, que vai afetar os salários dos professores. Então, o professor vai receber 300 reais, 400 reais agora, no dia cinco, deputado Telhada. Isso é um absurdo total. Nós exigimos correção imediata da Secretaria da Educação.

E atenção. Golpe na Assembleia Legislativa. As sessões foram chamadas para amanhã, às 9:15 da manhã. Então, todos os servidores amanhã, aqui na Assembleia Legislativa, a partir das 9 horas, para fazer frente a mais um golpe dentro do golpe, porque a Reforma já é um golpe contra os servidores.

Agora tem um golpe dentro do golpe, patrocinado pela Presidência da Assembleia Legislativa, a serviço do governador Doria.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado. Próximo deputado é o deputado Rodrigo Gambale. (Pausa.) Deputado Coronel Telhada falará posteriormente.

Pela lista suplementar. Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputada Dra. Damaris Moura. (Pausa.) Deputado Castello Branco. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Enio Lula Tatto. (Pausa.) Deputado Conte Lopes, V. Exa. tem o tempo regimental.

 

O SR. CONTE LOPES - PP - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos acompanha da tribuna da Assembleia, boa tarde.

Vi o presidente da Casa chamar sessão extraordinária para a votação da Previdência amanhã, a partir das 9:15 da manhã. O deputado Paulo Fiorilo falou a respeito das pressões que recebemos aqui.

Primeiro, não temos que receber pressão nenhuma. Quando o Doria perdeu a votação da Previdência no Município de São Paulo, como prefeito, o meu voto foi decisivo porque votei com os funcionários. Ele pode ter ganho depois. Até nem foi ele que ganhou. Foi o Covas.

Eu voto contra porque sou funcionário público há 52 longos anos, quando entrei na Polícia Militar como soldado. Não adianta vir falar que “ah, mudou, porque a Polícia Militar, agora, vai federal”. 

É lógico, hoje está o Bolsonaro lá. Então mudaram a lei para Brasília. Obviamente, se mudar o presidente da República - a gente está nisso há mais de 32 anos, aqui nesta Casa - e você muda de novo e acabou, vem pra cá.

Então, como funcionário público, não voto contra o funcionário público. Só isso. Não voto. É questão de consciência. Como falei para o Doria e falei para o Covas quando vereador em São Paulo.

Aqui também, nos seis mandatos que tive aqui, 24 anos, nunca votei contra o funcionário público. Só isso. Então, não é questão de ser a favor ou contra o governo. Não é nada disso. Não voto contra. É óbvio, aumenta a Previdência de 11 para 14, vai atingir todo o funcionalismo. Não resta a menor dúvida. Então a gente tem o nosso voto. Somos contrários a essa modificação.

Primeiro, porque não acho certo colocar o funcionário público, civil ou militar, como inimigo público da Nação. Porque, no mesmo dia em que fui convocado, solicitado a ir ao Palácio, que ia ser dado aumento para a Polícia, eu pensava em 20%, 25%, e deram 5%, eu já estava lá, estava na festa e já me chamaram, o secretário me ligou e eu fui.

No mesmo dia, o próprio governador dizia que estava convocando ou estava contratando não sei quantos policiais militares, não sei quantos policiais civis.

Meu Deus do céu. O policial militar que entra na Polícia hoje, daqui a 30 anos vai se aposentar também. Da mesma forma o civil. Se ele não morrer, como aconteceu comigo: não morri e estou aqui até hoje. Então, é aí que está o problema. Então o pessoal quer contratar, faz uma festa que contratou, “aumentamos o efetivo”. Não é por aí.

Depois fala que o funcionário é o culpado? Tem funcionário ganhando uma nota mesmo, que não acaba mais. Então esse aí devia ser atingido. Não o PM, o delegado de Polícia, o investigador de Polícia, o professor.

Precisa atingir os maiores. Então, na verdade, é isso. Então o governo está correndo atrás e a gente vai aguardar. Estamos há muito tempo acompanhando isso e falando isso.

Eu queria falar também sobre o que aconteceu no Ceará. Estamos nesta Casa há mais de 30 anos. Em 1987, no governo Quércia, o secretário Fleury, que foi PM, foi policial militar, houve também uma greve aqui.

Acompanhamos como deputado. O que aconteceu? Os policiais que participaram daquela greve foram expulsos da Polícia Militar. Então, é importante colocar que é proibido greve nas polícias militares.

Não estou falando nem a favor nem contra o que aconteceu lá. É problema de cada um, cada um é responsável pelos seus atos.

A gente, é óbvio, até pelos cabelos brancos e pela idade, a gente aconselha, porque aqueles que foram expulsos, centenas deles, em 87, andaram pelo nosso gabinete anos e anos, porque não conseguiam arrumar um emprego.

Por quê? Porque onde eles apresentavam a documentação para algum emprego, algum serviço, estava lá: “Expulso da PM”. E a pessoa que é expulsa da PM dificilmente vai conseguir um emprego, não é? Então, foi um problema para todos eles.

Então, é bom ter um pouco de cautela, porque às vezes a pessoa corre atrás de pseudolideranças: “Vamos acabar com o governo, vamos trucidar todo mundo, é agora, é agora”. E depois dá no que dá, as consequências são outras. Não resta a menor dúvida.

Então, ficam aí as nossas colocações por conhecimento do que já vivemos. Tem gente falando aí de movimento para todo lado, mas vamos devagar, porque, como eu disse, os governos mudam.

Os governos mudam. Hoje tem um governo, amanhã tem outro. Então, toma cuidado. E a ação contra os policiais militares corre na Justiça Militar e demora alguns anos. Normalmente, nesses anos, os governos também mudam.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr. Deputado. Solicito que V. Exa. assuma a Presidência dos trabalhos para que eu possa fazer uso da palavra.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Conte Lopes.

 

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O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PP - Prosseguindo o Pequeno Expediente, convocamos o nobre deputado Coronel Telhada para uso da palavra pelo tempo regimental.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, deputado capitão Conte Lopes. Saúdo a todos os presentes aqui, a todos os que nos assistem pela TV Assembleia. Quero saudar nossa Assessoria Policial Militar, na figura da cabo Debora e do cabo Dallo, que estão sempre aqui fazendo a nossa segurança.

Quero começar o dia de hoje, dia 2 de março, saudando o município aniversariante, o município de Olímpia, que, na data de hoje, comemora mais um aniversário. Um abraço a todos os amigos e amigas da querida cidade de Olímpia. Estive várias vezes aí, é um pessoal muito bacana. Um grande abraço a todos.

Hoje também, dia 2 de março, é o Dia Nacional do Turismo. Um abraço a todos os que trabalham nessa missão. O turismo tem crescido muito no Brasil. Minha esposa, inclusive, é formada em turismo também. Um abraço a todos os que labutam na missão de trazer turistas e cuidar dos turistas aqui no Brasil.

Uma ocorrência da Polícia Militar a que quero fazer menção hoje, uma bela ocorrência, temos fotos aí, foi uma ocorrência que aconteceu na 2ª Cia do 9º Batalhão, na zona norte de São Paulo.

Vejam que absurdo, gente: uma criança de 20 dias jogada em um bueiro. Não sei se dá para vocês verem na foto da direita. Não sei se dá para o Machado fazer um zoom, mas a criança está dentro do bueiro, dentro da água. Não sei como essa criança não morreu. É um absurdo.

Mas, enfim, os policiais militares foram acionados por um cidadão que disse que ouviu um choro de criança de dentro do bueiro. Eles chegaram ao local - o cabo Izidoro, o cabo Rafael, o soldado Vernini e o soldado Alessandro - e realmente constataram que havia uma criança dentro do bueiro.

Resgataram a criança, analisaram os sinais vitais e levaram a criança até o pronto-socorro do Hospital Vila Nova Cachoeirinha. Constataram que era uma menina com 20 dias de vida, a idade do meu netinho Cássio, que nasceu agora. A ocorrência foi apresentada no 13º DP. Então, mais uma vida salva pela Polícia Militar.

Falando em vida salva, temos um vídeo de 41 segundos; não sei se está no ponto. Consegue colocar, Machado, por favor? Veja se consegue.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Isso é para mostrar o que faz todo dia a Guarda Municipal de Americana, que teve uma bela ocorrência. O carro caiu dentro da água, o motorista estava embriagado, segundo consta.

Eles não só entraram no córrego, que é um esgoto a céu aberto, como retiraram as pessoas que estavam dentro. Destombaram o veículo, retiraram as pessoas e ainda fizeram ressuscitação em duas pessoas. Salvaram essas seis pessoas.

Então, parabéns aos guardas civis municipais. Quatro viaturas de GCM, duas viaturas de Romu e duas viaturas de área, totalizando dez policiais. Aos guardas municipais e aos policiais militares de Americana que conseguiram resgatar essas pessoas...

Eu soube aqui que o inspetor Cabral era o chefe das equipes. Parabéns a todos. Vou tentar levantar direitinho o nome dos policiais para mandar um elogio a todos esses policiais militares.

Falando em fatalidades, infelizmente, no Ceará, nós perdemos um agente penitenciário: é o Paulo Vitor Passos Teixeira, de 25 anos, que estava voltando da casa da namorada quando sofreu uma emboscada e foi morto por criminosos que o localizaram como sendo agente da Secretaria de Administração Penitenciária.

Ele foi morto com disparos nas costas. Algumas pessoas foram capturadas, que trocaram tiro com esse indivíduo. Está sendo averiguado se foram eles, realmente, os autores dessa morte do agente penitenciário Paulo Vitor Passos Teixeira, um jovem de 25 anos.

Também no Ceará, morreu um policial militar. Foi encontrado o corpo de um policial militar vítima de latrocínio. É o cabo da Polícia Militar Heitor de Amorim Silva, de 31 anos. Ele estava na corporação desde 2009, estava na 3a Companhia do 14o Batalhão de Polícia Militar. Então, abraço aos policiais militares do Ceará, que infelizmente têm essa morte a lamentar.

E, para fechar aqui, Sr. Presidente, estou fazendo um documento à prefeitura de São Paulo, para saber realmente dos gastos desse carnaval. Nesse final de semana, nós tivemos o pós-carnaval, que foi um inferno; a cidade virou de ponta cabeça novamente.

As principais vias de trânsito fechadas. Ou seja, se você tiver que socorrer alguém, se você tiver uma necessidade, você não consegue se deslocar.

E aqui eu tenho uma documentação dizendo que a prefeitura gastou 36,6 milhões de reais no carnaval. Trinta e seis milhões. Esse dinheiro poderia muito bem ser aplicado em outra coisa. Mas aqui o jornal também diz que foram atraídos muitos turistas para São Paulo.

E a prefeitura declarou a jornalistas que o retorno à cidade, com o carnaval, seria de 2,6 bilhões. Eu queria saber de onde surgiram esses números. De onde surgiram esses números aqui?

Falar é fácil; eu quero ver provar. E também a propaganda que as empresas que patrocinaram o carnaval estão fazendo não vai de encontro à Lei da Cidade Limpa? Então, eu queria saber.

Eu faço solicitação a V. Exa. para que minhas palavras sejam encaminhadas ao Sr. Prefeito de São Paulo e ao Sr. Secretário Municipal de Turismo, para que informem a essa Casa, realmente, os verdadeiros gastos da prefeitura de São Paulo com o carnaval e quanto foi arrecadado, mostrando onde foi arrecadado esse dinheiro.

Solicito que o Sr. Secretário Municipal de Turismo da Cidade de São Paulo e o Sr. Prefeito nos informem, por favor, sobre esse gasto absurdo no carnaval, porque eu não sei qual é a intenção disso.

Além de ferrar todo o trânsito, um dinheiro que poderia ser empregado na Saúde, na Educação e na Segurança está sendo empregado no carnaval. Eu não sei qual benefício isso traz para a população.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - O SR. CONTE LOPES - PP - Eu agradeço a Vossa Excelência. A solicitação de V. Exa. será encaminhada ao prefeito e ao secretário de Turismo do Município de São Paulo.

Encerrado o Pequeno Expediente, passamos ao Grande Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - O SR. CONTE LOPES - PP - Com a palavra, o nobre deputado Gil Diniz. (Pausa.) Com a palavra, o nobre deputado Tenente Nascimento.

Passamos a Presidência da sessão ao nobre deputado Coronel Telhada.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Coronel Telhada.

 

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O SR. TENENTE NASCIMENTO - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos. Presidente, sempre presente aqui, nosso nobre deputado Coronel Telhada; e coronel Conte Lopes, que está sempre presente aqui, no Grande e no Pequeno Expediente, apresentando a defesa dos nossos irmãos policiais militares, Polícia Civil.

E tivemos agora o encerramento, praticamente, do carnaval. A cabo Débora e também nossos assessores, nossa assessoria, que aqui se faz presente, sem a qual não seria possível que nós pudéssemos desempenhar uma função importante, que é falar a vocês que estão nos ouvindo as pautas importantes, o que está acontecendo no nosso estado e também no nosso Brasil.

Na minha fala aqui hoje, eu quero, Coronel Telhada... O senhor já falou sobre isso aqui. Eu venho reiterar, Sr. Presidente, o repúdio público contra a ordem dada para aquele deputado federal, um tal de cantor, Igor Kannário, um deputado federal, quando ele ofende os policiais militares que ali estavam trabalhando naquela época de carnaval.

Porque o policial militar... Nessas épocas, nós entrávamos naqueles horários - não é, Coronel Telhada? - 24 para daqui a pouco. Nem íamos para casa, ficávamos praticamente aquartelados, e assim foi feito com os nossos policiais irmãos lá da Bahia. Eles trabalham diuturnamente, e lá eles não têm o direito de ter as suas horas de folga nesta época.

E ali, para dar àqueles que ali estavam fazendo o seu lazer uma condição segura. E nós vimos aqui em São Paulo a Operação Carnaval, que foi de sucesso total: grandes apreensões, tiveram apreensões de mais de 150 celulares, em que as pessoas iam ali para fazer outro tipo de atividade.

Então, quero parabenizar ao Capitão Derrite, deputado federal, que entrou com uma representação junto à Câmara Federal, que venha responder no Conselho de Ética e venha retirar aquelas palavras ofensivas aos nossos irmãos policiais militares lá da Bahia, e também se ele ofendeu os nossos irmãos policiais militares e também a família daqueles que ali estavam prestando um bom serviço.

E quero que a Comissão analise e que ele retire e venha se desculpar, porque a família policial militar está realmente contrariada com esta provocação feita por um deputado federal, eleito para defender o povo, que estava ali falando mal e desse propósito à nossa Polícia Militar.

Sr. Presidente, eu também quero aqui falar que protocolei, nesta Casa... O vídeo está no ponto aí? Pode passar o vídeo? Então vamos ver o vídeo antes de entrarmos em outro assunto.

 

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- É exibido o vídeo

 

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Ele acabou de matar o projeto político dele, né? Ele mesmo se matou, porque isso não se faz. Isso não se faz, e covardemente vem aqui em cima. Vai, desce lá... Nós temos realmente hombridade para reprimir e coibir qualquer ação contrária à sociedade e àqueles que ali estavam para realmente fazer a sua diversão.

Sr. Presidente, eu também protocolei nesta Casa um projeto de lei para criar a carteirinha estudantil no âmbito do estado de São Paulo, a digital. Aquela que o governo Jair Bolsonaro apresentou no Congresso e era uma medida provisória, que acabou por ser vencida, então interrompeu.

Então, nós fizemos aqui no estado de São Paulo, juntamente com alguns outros estados, demos entrada no projeto para que o estudante venha a ter a sua carteira digital sem custo nenhum e que possa também usufruir das medidas que elas dão: aquela condição dos benefícios para que possamos sim ter aqui o nosso estudante também a carteirinha digital.

Na era em que nós estamos vivendo hoje, uma condição totalmente digital, banco, enfim, todas as coisas, que os nossos estudante possam - eu sou estudante também, eu sou acadêmico de direito, estou no quarto ano e vou fazer a minha pelo estado de São Paulo, digital também -  ter esta carteirinha aqui em São Paulo, sem a necessidade de pagar qualquer custo adicional. Tem um vídeo também sobre isso aí?

 

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- É exibido o vídeo

 

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Não, não. Esse aí era sobre a versão anterior. Então, eu quero dizer o seguinte: que agradecemos todos, que Deus abençoe a todos vocês que estão nos vendo, e que este projeto venha a ser aprovado, para benefício de nossos estudantes, os estudantes aqui do estado de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. TENENTE NASCIMENTO - PSL - Sr. Presidente, havendo acordo entre as partes, eu peço o levantamento da sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Das lideranças. Ok. Havendo acordo entre as lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de quinta-feira. Lembrando-os ainda das sessões extraordinárias, a realizarem-se amanhã, às nove e 15 da manhã. Muito obrigado a todos.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 40 minutos.

 

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