3 DE MARÇO DE 2020
14ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA
Presidência: CAUÊ MACRIS e ANALICE FERNANDES
RESUMO
ORDEM DO DIA
1 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Abre a sessão. Coloca em votação o item 2 do requerimento de
método à PEC 18/19.
2 - DR. JORGE LULA DO CARMO
Encaminha a votação do item 2 do requerimento de método à PEC
18/19, em nome do PT.
3 - JOSÉ AMÉRICO LULA
Encaminha a votação do item 2 do requerimento de método à PEC
18/19, em nome da Minoria.
4 - CARLOS GIANNAZI
Encaminha a votação do item 2 do requerimento de método à PEC
18/19, em nome da Minoria.
5 - BETH LULA SAHÃO
Para comunicação, questiona a Presidência sobre a falta de
água na Casa.
6 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Informa os parlamentares que foram quebrados canos e
danificados fios, tendo portas de vidro quebradas, além de diversos danos à
esta Casa, que ainda serão contabilizados.
7 - DOUGLAS GARCIA
Encaminha a votação do item 2 do requerimento de método à PEC
18/19, em nome do PSL.
8 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA
Encaminha a votação do item 2 do requerimento de método à PEC
18/19, em nome do PSOL.
9 - ISA PENNA
Encaminha a votação do item 2 do requerimento de método à PEC
18/19, em nome do PSOL.
10 - ADRIANA BORGO
Encaminha a votação do item 2 do requerimento de método à PEC
18/19, em nome do PROS.
11 - CAMPOS MACHADO
Encaminha a votação do item 2 do requerimento de método à PEC
18/19, em nome do PTB.
12 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Coloca em votação nominal o item 2 do requerimento de método
à PEC 18/19.
13 - TEONILIO BARBA LULA
Para questão de ordem, faz questionamentos sobre o processo
de votação.
14 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Esclarece a dúvida do deputado Teonilio Barba Lula.
15 - CARLÃO PIGNATARI
Para questão de ordem, faz questionamentos sobre o item em
votação. Pede para que todos votem "sim" nas emendas em votação.
16 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Responde a dúvida do deputado Carlão Pignatari.
17 - CAMPOS MACHADO
Para questão de ordem, questiona se a Emenda nº 32, de sua
autoria, seria votada agora.
18 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Responde que a mesma será votada neste momento.
19 - TEONILIO BARBA LULA
Informa a obstrução do PT ao processo de votação.
20 - CARLOS GIANNAZI
Informa a obstrução do PSOL ao processo de votação.
21 - TENENTE NASCIMENTO
Informa a obstrução do PSL ao processo de votação.
22 - ADRIANA BORGO
Informa a obstrução do PROS ao processo de votação.
23 - SEBASTIÃO SANTOS
Informa a obstrução do Republicanos ao processo de votação.
24 - MARCIO NAKASHIMA
Informa a obstrução do PDT ao processo de votação.
25 - ALEX DE MADUREIRA
Informa a obstrução do PSD ao processo de votação.
26 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Registra as manifestações. Anuncia o resultado da verificação
de votação, que confirma a aprovação do item 2 do requerimento de método à PEC
18/19. Coloca em votação o item 3 do requerimento de método.
27 - ERICA MALUNGUINHO
Encaminha a votação do item 3 do requerimento de método à PEC
18/19, em nome do PSOL.
28 - GILMACI SANTOS
Encaminha a votação do item 3 do requerimento de método à PEC
18/19, em nome do Republicanos.
29 - ANALICE FERNANDES
Assume a Presidência.
30 - ALTAIR MORAES
Encaminha a votação do item 3 do requerimento de método à PEC
18/19, em nome do Republicanos.
31 - HENI OZI CUKIER
Encaminha a votação do item 3 do requerimento de método à PEC
18/19, em nome do Novo.
32 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Assume a Presidência.
33 - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA
Encaminha a votação do item 3 do requerimento de método à PEC
18/19, em nome do PT.
34 - PROFESSORA BEBEL LULA
Encaminha a votação do item 3 do requerimento de método à PEC
18/19, em nome do PT.
35 - MAJOR MECCA
Encaminha a votação do item 3 do requerimento de método à PEC
18/19, em nome do PSL.
36 - EMIDIO LULA DE SOUZA
Encaminha a votação do item 3 do requerimento de método à PEC
18/19, em nome da Minoria.
37 - PROFESSORA BEBEL LULA
Encaminha a votação do item 3 do requerimento de método à PEC
18/19, em nome da Minoria.
38 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Coloca em votação nominal o item 3 do requerimento de método
à PEC 18/19.
39 - CARLÃO PIGNATARI
Para questão de ordem, pede que os deputados votem
"não" neste item do requerimento de método.
40 - TEONILIO BARBA LULA
Informa a obstrução do PT ao processo de votação.
41 - CARLOS GIANNAZI
Informa a obstrução do PSOL ao processo de votação.
42 - TENENTE NASCIMENTO
Informa a obstrução do PSL ao processo de votação.
43 - LECI BRANDÃO
Informa a obstrução do PCdoB ao processo de votação.
44 - MARCIO NAKASHIMA
Informa a obstrução do PDT ao processo de votação.
45 - ALEX DE MADUREIRA
Informa a obstrução do PSD ao processo de votação.
46 - ADRIANA BORGO
Informa a obstrução do PROS ao processo de votação.
47 - ED THOMAS
Informa a obstrução do PSB ao processo de votação.
48 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Registra as manifestações. Anuncia o resultado da verificação
de votação, número que confirma a rejeição do item 3 do requerimento de método
de votação à PEC 18/19.
49 - CARLÃO PIGNATARI
Para comunicação, lembra os deputados da realização de
reunião da Comissão de Constituição, Justiça e Redação, para exarar parecer
sobre a redação final proposta de emenda à Constituição aprovada, a ocorrer
logo após esta sessão.
50 - CARLOS CEZAR
Para comunicação, lamenta que Sorocaba não tenha sido
contemplada com uma nova linha de transporte público. Diz ser a cidade sede de
uma grande região metropolitana, que possui aproximadamente dois milhões de
habitantes. Ressalta que este transporte ajudaria a desafogar as rodovias
Castello Branco e Raposo Tavares, assim como as marginais de São Paulo. Apela
ao líder do Governo Carlão Pignatari para que sensibilize o governador João
Doria e o secretário de Transportes para que isto possa ser revertido.
51 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Convoca reunião extraordinária da Comissão de Constituição,
Justiça e Redação, para hoje, às 14 horas e 30 minutos.
52 - CORONEL TELHADA
Para comunicação, diz ter votado não na reforma da
Previdência. Parabeniza a Polícia Militar pela sua atuação hoje nesta Casa.
Cumprimenta o coronel Robson e todos os envolvidos. Esclarece que os
manifestantes atacaram a polícia e depredaram parte deste Parlamento, inclusive
gabinetes de deputados. Considera que deveria ser feito boletim de ocorrência
contra estes sindicatos que incentivaram a violência.
53 - TEONILIO BARBA LULA
Para comunicação, informa que protocolará a declaração de
voto contrária do PT. Repudia o ocorrido hoje nesta Casa. Considera que a
presença da Tropa de Choque não era necessária, que somente a Polícia
Legislativa poderia ter atuado. Informa que vários manifestantes foram
atingidos. Lamenta que a Tropa de Choque tenha vindo à esta Casa para atirar,
bater e jogar spray de pimenta nos manifestantes.
54 - CARLÃO PIGNATARI
Para comunicação, parabeniza o presidente Cauê Macris pela
condução dos trabalhos e a Polícia Militar por resguardar a segurança dos
deputados. Diz respeitar os manifestantes que lutam pela categoria. Menciona a
presença de caminhão de som, incentivando os manifestantes a invadirem e
quebrarem a Casa, o que não é considerado democracia. Agradece aos 59 deputados
que ajudaram a melhorar a vida do povo paulista. Destaca a importância da
presença da Tropa de Choque hoje neste Parlamento. Pede que os responsáveis, identificados
por meio de vídeos, sejam representados a pagarem os danos. Parabeniza o
coronel Robson pela atuação.
55 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Esclarece que a democracia consiste em 45 milhões de
habitantes, representados por 94 deputados, que tem voz e voto nesta Casa.
Afirma que, como presidente deste Parlamento, tem a obrigação de garantir que
os deputados possam livremente manifestar suas posições. Informa que foram
detectados, entre os manifestantes, 19 "black blocs", já devidamente
qualificados por meio de vídeos, que vieram à esta Casa quebrar tudo e causar
confusão. Considera que, diante deste fato, a polícia agiu corretamente.
Parabeniza o coronel Robson, os policiais desta Casa e todos que vieram
auxiliar. Destaca que a polícia apenas reagiu à depredação de indivíduos que
vieram impedir a votação. Ressalta que, enquanto for presidente, garantirá o
direito de todos os deputados falarem e votarem, independentemente de suas
posições. Encerra a sessão.
*
* *
- Assume a Presidência e
abre a sessão o Sr. Cauê Macris.
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O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS -
PSDB - Presente o número regimental de Sras.
Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos
trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.
Ordem do dia.
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* *
- Passa-se à
ORDEM
DO DIA
*
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O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Votação
em segundo turno. Adiada. Proposta de emenda Constitucional no 18,
de 2019. Estamos indo, neste momento, para o roteiro, para o item 2.
O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Para
indicar o deputado Dr. Jorge para encaminhar em nome da bancada do Partido dos
Trabalhadores.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Dr. Jorge encaminha em nome
da liderança do PT.
O SR. DR. JORGE LULA
DO CARMO - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público da
galeria, público da TV Alesp. Sr. Presidente, o que nós vimos hoje aqui, nessa
Casa, nesse plenário, e no entorno da Assembleia Legislativa, é uma praça de
guerra.
Infelizmente,
o PSDB e os deputados aliados do governo Doria conseguiram, aqui, destruir os
direitos dos trabalhadores, dos servidores públicos do estado de São Paulo, que
se planejaram, estudaram, passaram num concurso público e tinham uma
expectativa de que iriam se aposentar com um determinado tempo de contribuição.
Mas,
infelizmente, veio um governo nefasto, um governo que não tem nenhum
compromisso com a sociedade paulista e paulistana; que não tem nenhum
compromisso com os professores, com os servidores públicos em geral, da Polícia
Civil, da Polícia Militar, da Saúde, da Educação.
Vem
um governo e vêm os deputados que têm compromisso com esse governo e que,
muitas vezes, foram votados pelos servidores públicos. Deputado Luiz Fernando,
foram pedir voto para o servidor público na sua cidade, na sua região.
E
hoje dão um golpe no servidor público, frustrando as expectativas que ele tinha
de se aposentar, com direito adquirido constitucionalmente. É lamentável.
E
mais do que isso: o que nós vimos aqui foi a polícia batendo nos servidores,
agredindo, jogando bomba, gás de pimenta contra as pessoas que estão
decentemente aqui lutando pelos seus direitos. E contra esse desmonte do
serviço público, que é o que tem feito o governo Doria no estado de São Paulo.
Nós só temos a lamentar.
E
dizer para os servidores: nós caímos de pé, nós caímos de cabeça erguida. A
bancada do Partido dos Trabalhadores, a bancada de esquerda e os deputados e
deputadas que honraram o voto de vocês e que têm compromisso com vocês não
traíram vocês, não traíram a confiança de vocês.
Mas,
infelizmente, tem gente que quando está na eleição promete que não vai fazer a
reforma. Foi o que fez o então candidato a governador João Agripino Doria. Não
vou fazer a reforma. Pelo contrário, fez a deforma da Previdência. Piorou a
Previdência.
E, para as
mulheres, e, para as mulheres, aumentou em sete anos o tempo de trabalho para
poder se aposentar. Ou seja, é um governo que não tem compromisso com
servidores, em especial, com as mulheres, porque já trabalharam, já fizeram,
doaram todo o seu tempo para o serviço público.
E, na hora de
se aposentar, no meio, no fim, na reta final da sua aposentadoria, vem um
governo, vem um governo com esse espírito nefasto de destruir, de, com seus
aliados, com os deputados e deputadas aqui que se prestaram a esse papel, que
se prestaram a esse lamentável papel de votar, sim, a essa famigerada reforma
da Previdência, vem um governo que governa este estado há 30 anos, quase. Desde
1995, só o PSDB governando o estado de São Paulo.
E, no entanto,
estamos aqui para presenciar, lamentavelmente, essas cenas de batalha de
guerra. No estado democrático de direito, no estado onde a democracia é o pilar
principal, onde a Constituição nos assegura isso, nós vivemos aqui hoje foi a
repressão contra os servidores, a Polícia batendo nos trabalhadores.
E isso não é de
um estado democrático. Isso não é possível, não é previsível, num governo e
numa Casa Legislativa, num estado democrático de direito.
Por isso, Sr.
Presidente, é lamentável. Eu votei em você para presidente, mas, eu,
sinceramente, você e as pessoas que votaram contra, a favor dessa reforma, eu
me sinto envergonhado de dizer: não valeu a pena votar em você, porque nós
queremos aqui é gente que defende o povo.
Nós queremos
deputados aqui que tenham compromisso com o povo, que sejam, realmente,
compromissados com a defesa da garantia de direitos, com a defesa da melhoria
da qualidade de vida do povo paulista.
Por isso, nós
queremos repudiar e dizer para os servidores e servidoras: nós nos orgulhamos
de vocês. Valeu a pena lutar. Valeu a pena.
Lutar sempre.
Vencer, depende, talvez. Mas, nós caímos de pé, porque a bancada aqui do
Partido dos Trabalhadores votou dignamente contra essa reforma. Porque nós não
defendemos a piora da qualidade de vida do povo. Nós defendemos melhorar a vida
dos trabalhadores, dos servidores, que têm, a duras penas, lutado para defender
os seus direitos.
E, aí, eu quero
que o senhor saiba que o estado que tem o estado mais rico, o maior Orçamento
do Brasil, 239 bilhões, nós sabemos exatamente as dificuldades que existem.
Mas não é na
Previdência. A dificuldade e a falta de gestão, a má gestão, é na corrupção, é
nas obras, é dando recurso para os amigos, e não tirando dos trabalhadores.
Mas, o que é
que faz o governo do PSDB? O que faz aqui o governo e os deputados aliados?
Tira direito dos trabalhadores, reprime os trabalhadores, bate nos
trabalhadores, faz com que as pessoas fiquem aqui, venham lutar pelos seus
direitos, e apanhem, e tenham o dissabor de vir na Casa Legislativa, na
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, a casa da democracia, um dos
maiores parlamentos da América Latina, para ser chicoteado, para ser apanhado,
para ter bomba de gás lacrimogênio.
Só faltou jogar
aqui no plenário. Aliás, chegou aqui também para nós o gás lacrimogênio,
deputada Márcia Lia. Chegou, porque a Polícia, a Polícia do PSDB, a Polícia do
governo Doria, a Polícia, que deveria defender os trabalhadores, está aqui para
reprimir, para atender aos anseios e ao pedido do governo do Partido dos
Trabalhadores, do governo.
O Partido dos
Trabalhadores está aqui para defender vocês, e o governo do PSDB está aqui
exatamente para reprimir vocês. Só tenho a lamentar. Só tenho a dizer que para
nós foi uma grande decepção a gente ver esta Casa, que teve uma grande reforma
aqui na eleição de 2018, que elegeu mais de 52 deputados novos, e eu sou um
deles, mas uma grande maioria, infelizmente, para votar contra os interesses do
povo, para votar contra os trabalhadores, para vir aqui e para dizer: “eu fui
eleito e você me deu um cheque em branco”.
Deputado
não ganha cheque em branco. Deputado ganha compromisso com o trabalhador, com o
servidor, com a sua base, com a sua região, e, na hora de votar aqui, ele não está
autorizado a fazer o que ele quer, da maneira que ele quer, votar do jeito que
ele bem entender, porque será cobrado, será cobrado na urna, será cobrado na
próxima eleição, na sua base.
Então,
eu fico com a consciência em paz, tranquila, porque nós lutamos até o fim.
Defendemos os trabalhadores, os servidores, e vamos continuar essa luta. Vamos
à justiça. Vamos tentar de todas as formas derrubar essa famigerada reforma, ou
melhor, deforma da Previdência.
Por
isso, cada um aqui, que ocupou essa galeria, cada um que ocupou o entorno dessa
Assembleia, cada um que saiu do seu trabalho, depois de uma manobra regimental
aqui do presidente... Porque a sessão extraordinária estava prevista para hoje
às 19 horas.
Para
desmobilizar, para desarticular, para desorganizar as pessoas que vêm lutar
pelos seus direitos, o presidente da Assembleia, de uma forma golpista, de uma
forma ilegítima, infelizmente, autoritária - não é porque é regimental que não
é autoritária - mudou a Sessão Extraordinária para hoje às nove e 15 da manhã.
Então,
eu quero dizer que, para nós foi uma batalha. Foi uma batalha. Os servidores
perderam, é bem verdade, mas, certamente saberão dar a resposta. Certamente, em
2022, saberão dar a resposta aos deputados que traíram a confiança deles, e ao
governador, que apresentou essa reforma nefasta aqui, para piorar a vida dos
servidores.
Por
isso, tenho certeza, quem votou a favor dessa reforma certamente vai ter o seu
retorno, e eu tenho orgulho de ter dito aqui “não” a essa reforma nefasta. “Não”
à piora da vida dos servidores, e o Partido dos Trabalhadores e eu votamos “não”,
e votaria quantas vezes fossem necessárias para melhorar a vida dos servidores.
Muito obrigado, Sr.
Presidente.
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT
- Pela ordem, Sr. Presidente. Para indicar o deputado José
Américo, para encaminhar pela liderança da Minoria.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Tem a palavra o deputado José Américo, para
encaminhar pela liderança da Minoria.
O SR. JOSÉ AMÉRICO
LULA - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a
todos os Srs. Deputados e Sras. Deputadas, Sr. Presidente. Eu queria começar a minha fala
lastimando os acontecimentos que eu jamais imaginei que pudessem acontecer na
Assembleia Legislativa. Infelizmente, Sr. Presidente, com a sua conivência.
A
manifestação lá fora foi duramente reprimida. Aqui também, na nossa galeria,
também reprimida. Me corrige o nosso líder aqui, e eu sou obrigado a concordar
com ele, Sr. Presidente, que não foi com a sua conivência. Foi você quem mandou.
Diante das reclamações, você insistentemente repetia: “a Polícia Militar tem
que cumprir o seu dever”. Ou seja, fazer isso.
Acho
que isso não fortalece o senhor. Enfraquece o senhor. Eu nunca vi uma Assembleia
Legislativa
mais fraca do que esta. A sua Presidência vai ser marcada pela fragilidade,
pela interferência do Executivo, pela interferência dos outros poderes aqui na
nossa Casa.
Infelizmente,
acho que é um legado que não está na altura daquilo que o senhor prometia, e
que eu mesmo imaginei que o senhor pudesse fazer. Infelizmente, é um triste
legado.
Bem,
mas sobre o mérito da questão que estamos discutindo, quero dizer para vocês.
Gente, na verdade, segundo o próprio governador Doria, a economia que ele vai
propiciar com essa reforma terrível, com essa reforma absurda, essa reforma da
Previdência absurda... O que ele vai economizar é mais ou menos três bilhões
por ano, deputado Aprigio.
Três
bilhões por ano. Isso é um pouco mais que um por cento do Orçamento. Então, eu me
pergunto. Por que que ele tá fazendo tanto esforço? Isso tem tudo a ver com as
politicagens que o nosso frívolo governador fez no carnaval. Tem tudo a ver.
Política é a única coisa que ele sabe fazer; é política.
Ou seja, pega os
servidores para Cristo, retira direitos dos mais fracos, não faz uma reforma de
natureza progressiva, não protege aqueles que ganham menos e arranca três
bilhões por ano.
Não vai fazer diferença
no Orçamento do Estado, mas vai permitir... E aí nós ligamos com a frivolidade
da ação política desse governador. Vai servir para que, gente? Para mostrar
para o poder econômico que ele também é capaz de destruir o Estado brasileiro.
É isso que ele quer
mostrar, que ele é capaz de destruir o Estado brasileiro, que ele é capaz de retirar
direitos, porque uma parte da burguesia brasileira, do empresariado brasileiro,
que na verdade convive com a delinquência quando essa própria parte se confunde
com a delinquência, porque são contrabandistas, são sonegadores contumazes,
porque desrespeitam legislação trabalhista.
Pois é, esse setor semi delinquente
do poder econômico brasileiro que tem como norte a destruição do nosso Estado,
a destruição dos direitos dos trabalhadores, dos servidores públicos e dos
trabalhadores em geral.
Então o Doria está
sinalizando para essa gente que ele também é capaz de destruir o Estado
brasileiro. É isso que ele quer mostrar, ou seja, está fazendo política da
mesma maneira frívola que ele fez fantasiado de alguma coisa que eu não entendi
direito no carnaval de São Paulo, Bahia, etc, etc.
Ele ficava rodopiando,
deputado Luiz Fernando, pelos camarotes do Rio de Janeiro. Disse que era um
negócio assim assustador. Você estava lá tomando uma cerveja e de repente
aparecia o Doria e ele com aquele jeitinho dele que ele anda na ponta do pé e
tal.
Então ninguém entendia
direito. O Campos Machado falou que tinha uma fantasia, mas que ele estava
fantasiado de alguma coisa. Eu não entendi direito a fantasia do nosso
governador. Colombina?
Não, é, talvez, enfim.
Podia ser um pierrô ali, parece que ele tinha aquele negócio do pierrô. Pois é,
gente. Nada contra o carnaval. O carnaval é fabuloso, bonito, legal, adoro, mas
ele ficou fazendo política no carnaval assim como ele está fazendo política com
a reforma da Previdência, com o direito dos trabalhadores, com o direito dos
servidores.
Vai aumentar a alíquota,
vai dificultar, vai aumentar o tempo de aposentadoria, aumentar o tempo para a
pessoa se aposentar e vai aumentar a alíquota, o que é terrível, terrível, e
não tem sequer uma distinção entre aqueles que ganham mais ou que ganham menos.
Pessoal, eu vou parar por
aqui, porque como eu estou falando aqui pela Minoria, eu vou ceder o tempo para
o líder do PSOL para concluir a fala, o deputado Carlos Giannazi. Giannazi, por
favor.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito
obrigado, deputado José Américo, pela cessão do restante do seu tempo. Eu quero
rapidamente fazer mais um apelo aqui aos deputados e deputadas lendo um texto
aqui sobre direitos. Nós estamos assistindo aqui um desmonte da Constituição,
um desmonte dos direitos previdenciários dos servidores.
É um texto da juíza
federal Raquel Domingues do Amaral que ela fez para os jovens estudantes de
Direito, mas eu quero direcionar a todos os deputados e deputadas que estão
votando nessa farsa da reforma da Previdência.
Ela diz o seguinte: “Sabem do que
são feitos os direitos, deputados e deputadas? Sentem o seu cheiro? Os direitos
são feitos de suor, de sangue, de carne humana apodrecida nos campos de
batalha, queimada em fogueiras! Quando abro a Constituição no Art. 5º, além dos
signos, dos enunciados vertidos em linguagem jurídica, sinto cheiro de sangue
velho!
Vejo cabeças rolando de guilhotinas, jovens mutilados,
mulheres ardendo nas chamas das fogueiras! Ouço o grito enlouquecido dos
empalados. Deparo-me com crianças famintas, enrijecidas por invernos rigorosos,
falecidas às portas das fábricas com os estômagos vazios! “Os direitos são feitos de fluido
vital.
Para se fazer o
direito mais elementar, a liberdade, gastou-se séculos, e milhares de vidas
foram tragadas, foram moídas na máquina de se fazer direito, a revolução. Tu
achavas que os direitos foram feitos pelos janotas, que têm assento nos
parlamentos, nos tribunais? Engana-te. O direito é feito com carne do povo. Quando se revoga um
direito, desperdiça-se milhares de vidas.
É isso que V.
Exas. estão fazendo aqui. Revogando um direito fundamental que é o direito à
aposentadoria e Previdência. Vocês estão desperdiçando milhares de vidas que
lutaram para que tivéssemos esse direito garantido. Os governantes que usurpam
direitos, como abutres, alimentam-se dos restos mortais de todos aqueles que
morreram para se converterem em direitos.
Quando se
concretiza um direito, eterniza-se essas milhares de vidas que lutaram para que
tivéssemos acesso à Previdência, à aposentadoria. Quando concretizamos um direito,
damos um sentido à tragédia humana e à nossa própria existência. O direito e a
arte são as únicas evidências de que a odisseia terrena teve algum
significado.”
É um texto
muito direto. Espero que V. Exas. possam contribuir e possam refletir e pensar
um pouco melhor antes de votar nos itens que restam ainda. Porque V. Exas.
estão sendo cúmplices da retirada de direitos previdenciários.
Estão
destruindo uma conquista histórica da população, dos servidores, não só do
estado de São Paulo, mas de todo o Brasil. Vossas Excelências estão desmontando
a Previdência de milhares e milhares de servidores, de 800 mil servidores.
Somos 1.200
servidores na ativa, aposentados, pensionistas. Representamos 6 milhões de
pessoas em todo o estado de São Paulo. Vossas Excelências estão deixando as
digitais. A História não vai perdoar deputado que vota contra o povo, contra
professores, contra policiais, contra servidores da Educação, contra
escreventes, contra oficiais de justiça que estão lá fora apanhando da Polícia.
Quero fazer
mais um protesto e uma denúncia gravíssima. Tem vários servidores machucados e
apanhando da Polícia lá fora. É um absurdo, a complacência da Assembleia
Legislativa, do presidente da Assembleia, que é complacente com a repressão
brutal e criminosa contra os nossos servidores e servidoras.
A
SRA. BETH LULA SAHÃO - PT – PARA COMUNICAÇÃO - Eu
só queria trazer para o senhor que acho que alguém cortou a água. Porque o meu
gabinete, onde fui agora, não tem água mais. Nem na torneira e nem nos
banheiros.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Canos foram
quebrados na Assembleia.
A
SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - Então é preocupante.
Porque estamos vivendo um momento onde a higiene tem que ser levada...
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Concordo com
Vossa Excelência. Concordo com Vossa Excelência. Concordo.
A
SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - Temos muita gente
aqui para lavar as mãos. Então precisaria tomar uma providência.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Infelizmente
tivemos canos e fios quebrados, portas de vidro quebradas, portas de gabinetes
danificadas. Tivemos vários danos que vamos contabilizar depois.
Deputado Nascimento, passei a palavra à
deputada Beth para depois passar para o Nascimento. Peço a V. Exa. compreensão.
Deputado Tenente Nascimento.
O
SR. TENENTE NASCIMENTO - PSL - Com a anuência do
líder, para encaminhar pelo PSL, deputado Douglas Garcia.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra
o deputado Douglas Garcia para encaminhar em nome da liderança do PSL.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PSL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Sr. Presidente. Quero cumprimentar a
todos os pares aqui presentes, nobres deputados estaduais desta augusta Casa de
leis; servidores que nos assistem; os que nos acompanham na galeria da
Assembleia Legislativa e também através da Rede Alesp.
Senhores, venho
a esta tribuna lamentar as cenas que ocorreram nos corredores desta Assembleia
e do lado de fora. Mas quero tecer essa crítica não é à Polícia Militar do
Estado de São Paulo, não. Mas sim aos verdadeiros responsáveis.
As cenas de
guerrilha e o terrorismo que os ditos “manifestantes”, entre aspas, fizeram
nesta Assembleia Legislativa. Pareciam que tinham lido o Mini Manual do
Guerrilheiro Urbano, e entraram na Assembleia Legislativa de São Paulo para
colocar em prática.
Porque,
senhores, está circulando vídeos, acredito que muitos deputados tenham recebido,
de policiais militares que foram agredidos aqui na porta da Assembleia
Legislativa. E eu tenho que ver hipócritas vindo até aqui, fazendo: “Aí, presidente,
estão agredindo os manifestantes, presidente. Faça alguma coisa.” Mentira! É
mentira.
Deputados de
esquerda trouxeram militantes para esta Casa para fazer depredação ao
patrimônio público e para agredir policiais militares de forma gratuita. Foi
isso que aconteceu aqui, hoje.
Então deixo
aqui, presidente, registrado o meu repúdio ao que foi dito contra a Polícia
Militar, principalmente por parte de uma deputada aqui que ficou completamente
aborrecida pelo fato de termos alguns policiais civis, inclusive aqui dentro do
plenário, que estavam armados.
Eu me sinto
muito bem seguro com policiais armados aqui, não tenho problema nenhum, principalmente,
o que muito me surpreende vindo de pessoas que todo santo dia, quando se olha
no espelho, tem que ver um canhão, achando ruim de ver uma arma na mão de um
policial.
Ah, pelo amor
de Deus! Pelo amor de Deus! Eu não tenho paciência com esse tipo de gente. Os
policiais estão aqui para garantir a nossa segurança. Então, eu me sinto muito
seguro, sim, tanto com a Polícia Militar como com a Polícia Civil. E quero aqui,
Sr. Presidente, dizer também, parabenizar esta Casa pela aprovação da reforma
da Previdência.
Vou trabalhar também
agora que nós estamos nas emendas aglutinativas, para que os deputados votam
favoráveis a algumas emendas, porque nós precisamos fazer com que essa reforma seja
semelhante à reforma de Paulo Guedes e de Bolsonaro.
Porém, eu
preciso colocar alguns pingos nos is, algumas inverdades e algumas meias verdades
e omissões que não foram ditas nesta tribuna, principalmente por parte da
bancada de esquerda.
O deputado
Carlos Giannazi, a deputada Monica e a deputada Isa Penna vieram aqui e disseram
que estão trabalhando pelos aposentados, trabalhando pela Previdência, que o PSOL
trabalha muito para fazer com que os aposentados tenham seus direitos
garantidos.
Está aqui,
olhem, pode puxar no site que vocês vão conseguir, oficial, um documento oficial. Um dos devedores aqui da
reforma da Previdência, um dos devedores da Previdência. Previdência! Aqui, olhe:
“Partido Socialismo e Liberdade, PSOL, está devendo um montante de 400 mil
reais. É quase meio milhão de reais que o PSOL está devendo para a Previdência.
Então, eu quero
saber - cadê o pessoal aqui para poder se explicar com relação a isso - quem é
que está tirando o direito de quem? Se nós estamos tendo que reformar a
Previdência, hoje, é porque os senhores estão jogando nas costas dos
trabalhadores, dos servidores, dos aposentados, quase meio milhão que o PSOL está
devendo para a Previdência. Ah, assim fica fácil querer questionar, assim fica
fácil querer falar mal.
Não tem
autoridade moral nenhuma para vir a esta tribuna para falar qualquer coisa que
seja. Antes tem que limpar a própria casa, antes tem que arrumar o próprio
quarto, para depois querer criticar. É um verdadeiro absurdo.
E, senhores, também
quero deixar aqui a minha crítica, é um absurdo. Hoje diversas escolas, muitos
estudantes ficaram sem aula. Sabem por que ficaram sem aula? Porque, olhem só o
que a Apeoesp fez aqui.
Isso aqui foi
direcionado pela Apeoesp, o sindicato, aí dos professores do estado de São
Paulo: “Feche sua escola e compareça.” É um pedido para fechar escola, isso
mesmo que vocês estão vendo. “Feche sua escola e compareça.”
Quer dizer,
então, os professores que estavam..., “professores” que estavam aqui fazendo
aquele estardalhaço todo com relação à reforma, simplesmente resolveram fechar
a escola, vieram aqui e deixaram os estudantes sem aula. Isso daqui é um
absurdo.
Eu vou enviar
um ofício para o secretário de Educação. Eu quero, sim, que cada “professor”,
porque para mim isso não é professor, que faltou no seu trabalho para estar
aqui prejudicando estudante tenha, sim, o seu desconto salarial.
E antes que
algum deputado venha reclamar, principalmente se tratando dos que representam a
categoria, como por exemplo a deputada Professora Bebel, inclusive a deputada
Professora Bebel outro dia fez greve vindo aqui à Assembleia.
Fiquei de dar
uma olhada na folha de pagamento dela para saber se foi descontado o dia em que
ela esteve em greve e veio aqui para a Assembleia trabalhar, porque não é justo
ela aderir a uma greve não aderindo à greve, de fato.
Se os seus
colegas tiveram o desconto na folha, a senhora também tem que representar,
porque os estudantes estão sendo prejudicados, porque os aposentados estão
sendo prejudicados. E não é graças aos deputados que votaram favoráveis à
reforma da Previdência.
É porque nós
temos, sim, infelizmente, muitas pessoas que dão calote, assim como o Partido
Socialismo e Liberdade, que não tem moral nenhuma para falar contra nenhum
deputado que votou favorável à reforma da Previdência nesta Casa.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE
- CAUÊ MACRIS - PSDB - Em votação.
A SRA. MONICA
DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - Com anuência do meu líder, para encaminhar pela bancada do
PSOL.
O SR. CARLOS
GIANNAZI - PSOL - A deputada Monica Seixas vai encaminhar pela liderança do PSOL.
O SR. PRESIDENTE
- CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra V. Exa. para encaminhar em nome da liderança do
PSOL.
A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Espero que vocês estejam bem. Eu não estou
muito. Estava ali no fundo respirando gás de pimenta, acho que os senhores
todos sentiram que chegou até aqui. Lá fora o cenário é de guerra, bastante
coisa quebrada pelos corredores, também bastante bomba e bastante gente
machucada lá fora. Soube que o Choque fecha e isola a gente aqui dentro.
E essa calmaria aqui é uma
calmaria à custa de muita guerra lá fora. Num estado que amanheceu de luto
hoje. Porque algumas semanas atrás eu subi aqui nessa tribuna para falar das
previsões da própria Defesa Civil sobre as chuvas.
E também disse que faltava
servidor na Defesa Civil para atuar na ponta; que, embora houvesse previsão de
desmoronamento, faltava servidor para salvar as vidas. Inclusive, me lembro de
ter dito aqui que quando a gente escolhe não olhar para iminente risco à vida
das pessoas, todos nós aqui temos sangue nas mãos.
Hoje eu não vi policial
subir aqui para lamentar a morte dos dois bombeiros. Eu não vi. Mecca subiu.
Desculpa, Mecca; me corrigindo. Não vi o luto, não vi a dor. E eu preciso
lembrar que, embora não estejam na reforma da Previdência, esses servidores
deram a sua vida para o pós, para tentar socorrer pessoas que a Defesa Civil e
o estado de São Paulo não deram conta de salvar. Embora eu tenha subido aqui
para falar que eu sabia que ia acontecer, porque a própria Defesa Civil sabia
que ia acontecer.
E me disse - eu vou repetir
exatamente o que eles me disseram - “não tem servidor, deputada”. E esses
trabalhadores da Defesa Civil, os servidores do estado de São Paulo - porque
tem municipal e estadual -, vão ter confisco salarial agora. Vão ter mais
dificuldade para se aposentar.
E aí vem aqui dizer que
defende a Segurança Pública, mas eu preciso dizer que esses dois bombeiros que
morreram hoje tentando salvar pessoas estavam lá junto com as outras nove
pessoas. Estavam lá porque não tem servidor na Defesa Civil, porque não tem
concurso e não tem interesse de cuidar do serviço público. E o serviço público
é isso na ponta; é o cuidado das pessoas mais pobres.
Queria eu que essa
Assembleia tivesse se locomovido com tal urgência para falar sobre as chuvas
dos próximos dias, para falar sobre as pessoas que ainda correm risco de vida,
para falar sobre as centenas de famílias desabrigadas que o governo do estado
de São Paulo ainda não protegeu.
Queria eu que a gente
estivesse aqui reunido para falar dos baixos salários dos policiais que vocês
vivem querendo dizer que protegem, até mesmo dos bombeiros. Queria eu que a
gente tivesse um plano para vencer o déficit de mais de 22 mil policiais civis
que falta contratar, das delegacias caindo, sem papel higiênico, tal qual a
escola pública que nunca viu papel higiênico.
Mas estão aqui. Nessa falsa
calmaria, forjados nesse castelo de mármore, a base de muito sangue e suor de
servidores públicos dos dois lados, dos policiais que atiram a mando dessa
Presidência que nem se mexeu enquanto essa Casa inteira era quebrada, enquanto
os senhores sorriam, falavam da vida, do final de semana e passavam tranquilos
sobre o futuro dessas pessoas. Mas o futuro dessas pessoas não é só delas, é o
futuro de todas as pessoas que defendem o serviço público.
E ninguém aqui está
preocupado com um estado que resista ao novo regime de chuvas. Ninguém aqui está preocupado com
os fenômenos climáticos e em salvar vidas. Ninguém aqui está preocupado com o
Corpo de Bombeiros deficitário. Ninguém aqui está preocupado com a quantidade
de servidores públicos que faltam em todas as categorias.
Doria está
usando os senhores de massa de manobra, porque está competindo por uma extrema
direita, mostrando que é o senhor do mercado. Mas o senhor do mercado tem um
projeto aqui na Assembleia Legislativa, que está na tal lista, lá, do
Camarinha, e que ninguém apoia para ele vir aqui para votação, que quer colocar
critérios para desonerações fiscais, para ceder desconto para as empresas.
Porque, se
existe problema financeiro, a gente precisa ver quem é que está deixando de
arrecadar, e por quê, e, não punir os servidores que já são mal pagos, os mais
mal pagos do País.
Os professores
não ganham nem o piso nacional, e é uma vergonha. O Governo do Estado de São
Paulo não paga nem o piso nacional para os professores. O meu projeto não anda,
porque eu não faço parte dos acordos.
Ninguém aqui
está disposto a controlar e fiscalizar o que o governo deixa de arrecadar. Está
faltando dinheiro, mas a gente está abrindo mão de arrecadar. É muito triste o
que a gente está vivendo.
Um dos dias
mais tristes da minha vida política, porque é horrível a sensação de você saber
que tem gente lá fora se machucando, lutando pelo seu direito a uma
aposentadoria digna, pessoas que não ganham dez por cento do que a gente ganha
aqui, do que os senhores ganham, do que eu ganho, lutando pelo seu direito à
aposentadoria.
E a gente é
obrigada a ficar aqui, resistindo aqui, porque, senão, iriam votar à revelia,
iriam votar por cima da gente. A gente gritando, microfone desligado, e os
senhores olhando para a tela do celular.
Mais um dia em
que esta Assembleia Legislativa não produz nada para a população do estado de
São Paulo, e não se move para defender a vida das pessoas. Eu queria lamentar.
Queria lamentar o dia de hoje, queria lamentar essa legislatura, e queria
lamentar tão grave ataque aos servidores públicos.
Eu vou dividir,
eu vou passar o resto da minha fala para a deputada Isa Penna.
A
SRA. ISA PENNA - PSOL
– SEM REVISÃO DO ORADOR – Fazer coro, em primeiro lugar, com o que disse a
minha colega deputada Monica Seixas.
Queria dizer
que nós vivemos, e a nossa geração, e eu digo a nossa geração política, ainda
vai viver muito caos, no sentido de que nós passamos por um momento de
transição da economia, cultura, política, e isso é em âmbito global.
Nós estamos
vivendo o impacto disso aqui hoje. Quando nós colocamos que os servidores
públicos são parasitas, como foi falado aqui, quando nós colocamos que os
servidores públicos são vagabundos, como foi falado aqui por alguns deputados
que se posicionaram obviamente a favor da reforma da Previdência que acabou de
ser aprovada, isso é reflexo de uma disputa.
E a disputa que
está colocada no pano de fundo é: o que é direito e o que é o direito das
pessoas pelo simples fato de elas existirem. Eu acredito que hoje, dentro da
esquerda, nós... Ser de esquerda quer dizer pouca coisa, né?
Mas, eu diria
para as pessoas, o que é ser de esquerda? É uma linha que acredita que tem
muitas linhas que vêm, que existem dentro dela, e que coexistem; mas, ser de
esquerda, fundamentalmente, é acreditar que uma pessoa, simplesmente por
existir, pela sua existência, ela é digna de direitos: direito à Educação,
direito à Saúde.
E, que,
portanto, isso não pode ser, o acesso a esses direitos não pode ser uma questão
de mercadoria. Não pode ser uma questão, um privilégio de poucos. É por isso
que nós somos fundamentalmente contra as privatizações que acontecem, e que
vocês tanto falam: privatiza, privatiza, privatiza.
A reforma da
Previdência, e uma das consequências mais maléficas que ela tem, é o
crescimento dos chamados fundos privados de pensão. Eles vão crescer, os bancos
que estão adorando.
Quem lucra por
trás das reformas da Previdência são eles, os grandes bancos.
O
problema é que... E assistam um filme que se chama... Putz agora deu branco. Se
chama... Como é que é o nome do fulano? Esqueci o nome.
Quando
uma instituição dessa vai à falência, o trabalhador perde todo o direito que
ele teve, tudo aquilo que foi acumulado. Agora tem uma série também que fala
sobre isso, super-atual, chama “Years and years”. Ou seja, não somos nós, da
esquerda comunista, que estamos falando isso. Há uma crise vindo, e o que está
em disputa nessa crise é quem são os detentores de direitos, quem merece
direitos, e ser de esquerda é acreditar que todos merecem direitos, e que, por
isso, eles não podem ser privatizados, e ninguém pode ser excluído do acesso a
eles.
É
por isso que nós votamos contra a reforma da Previdência, e é por isso que nós
vamos continuar nos posicionando dessa forma, enquanto bancada do PSOL, partido
esse do qual me orgulho muito.
Muito
obrigada, Sr. Presidente.
A SRA. ADRIANA BORGO - PROS -
Pela ordem, Sr. Presidente.
Para encaminhar pelo PROS.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Tem a palavra Vossa Excelência.
A SRA. ADRIANA BORGO -
PROS - SEM REVISÃO DO
ORADOR - Boa tarde a todos. Bom dia,
né? Eu quero dizer, deputada Monica, eu estava lá no Guarujá, eu estava no
momento em que eu vi o corpo do nosso bombeiro, o Moraes, sendo resgatado.
Depois
eu vi o do bebê também. Nós passamos uma madrugada bastante triste naquele
lugar, os policiais ali sem nenhum tipo de meios para socorrer aquelas famílias
naquela ribanceira.
Já
são mais de 40 pessoas desaparecidas. A população revoltada, e eu pedi aqui,
fiz um vídeo e coloquei no grupo das lideranças dos deputados, para que esta votação
fosse adiada.
Não
para que desse tempo para V. Exa. chegar para votar, mas para que a gente
tivesse humanidade, humanismo com aquelas famílias, com aquelas pessoas, que
não são só do Guarujá, de toda a Baixada, mas nada foi levado em consideração.
Fiz
uma operação de guerra para poder vir aqui dar o meu voto contrário. Por que o
meu voto contrário? Eu sou sim a favor da reforma, mas não dessa forma. Eu
quero deixar bem claro aqui que minha intenção, quando nós começamos a discutir
aqui as emendas da Polícia Civil e também dos agentes penitenciários e do
servidor público... Muita coisa foi melhorada.
Eu
tenho que agradecer ao Cauê Macris. Tenho sim que agradecer ao Carlão, porque
eles nos ouviram em muitas coisas, mas, no dia que esse texto chegou em cima da
hora nesta Casa, eu não faço o jogo, porque eu não tenho lado aqui. O meu lado é
da verdade, o meu lado é do povo.
Quando
esse texto chegou aqui, eu convidei a deputada Janaina, porque nós encontramos
um Art. 6º, que deixava uma ideia dúbia, uma colocação no texto, e nós viemos
junto com o Sargento Neri até esta bancada aqui, conversar com o Cauê.
Ele
disse que nós teríamos que deixar para o texto final, e não dá para acreditar em
um governador que não cumpre suas palavras.
Eu
subi na galeria e, lá em cima, junto com todas as entidades da Polícia Civil,
da Polícia Técnico-Científica e de todos os servidores, nós perguntamos o que é
que eles queriam. Eles disseram: “deputada, é perigoso votar dessa forma”. Por
isso o meu voto foi “não”. Por isso o meu voto foi consciente.
Agradeço
o Sargento Neri, o Nishikawa, que também mudou o seu voto, indo nessa linha de
pensamento, que isso era prejudicial ao servidor. Nós não podemos ter dúvida em
uma coisa que diz respeito à vida e aposentadoria dos servidores.
Então,
venho aqui dizer aos senhores que eu não sou e nunca fui nesta Casa uma mulher mimimi,
que tenho medo, ou que eu fui taxada ou discriminada, ou que alguém me tratou
com machismo, nada disso, mas eu também sou muito mulher para dizer e me
posicionar da forma que eu acho correta, na forma que eu acho que o meu coração
deve, e, principalmente, na forma que o povo quer.
Então,
eu quero dizer aqui que eu estou com o meu coração ferido, deixando aqui o meu
sentimento pelos bombeiros que faleceram ali - nós não encontramos ainda um
deles - e por todas aquelas pessoas que estão lá, e dizendo que hoje é um dia
triste, duplamente, pela tragédia e por essa vergonha que eu vi aqui na Alesp.
Muito
obrigada.
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB -
Sr. Presidente, para
encaminhar pelo PTB.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ
MACRIS - PSDB - Tem a palavra Vossa Excelência.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr.
Presidente, nobre deputado Cauê Macris, ao final desta votação, eu quero
lamentar profundamente, deputado Enio Tatto, o que esta Assembleia fez hoje.
Votamos um monstrengo,
ofendemos a dignidade dos servidores públicos simplesmente para atender a
vontade de um governador que se acha poderoso demais, um homem desumano,
insensível, traidor, porque traiu o Geraldo Alckmin vergonhosamente e eu não
acredito nas pessoas que traem.
E quero que alguém venha
aqui e diga para mim que o Sr. João Agripino não traiu o seu criador, Geraldo
Alckmin. Mandou para a Casa, deputado Conte Lopes, esta reforma que só agrada
aquelas pessoas que têm ligação direta com o governo.
Porque não é possível que
a gente aprove uma proposta sem sentido, desproposital, que não atende ninguém,
que prejudica a Polícia Militar de São Paulo.
Aí a minha primeira
dúvida: digam-me qual foi o dispositivo que atendeu a gloriosa Polícia Militar
de São Paulo nessa proposta da Previdência. Qual foi? O deputado Major Mecca, o
deputado Conte Lopes, o deputado Telhada foram frontalmente contrários.
Causou-me surpresa
algumas mudanças no meio do caminho. Eu fiquei surpreso com alguns
comportamentos que de um lado mostravam que a bandeira da Polícia Militar de
São Paulo pairava acima de tudo.
De repente não é mais
isso. O que teria mudado? A deputada Adriana acabou de deixar a tribuna com a
sua simplicidade, mas com a sua autenticidade de mulher digna, de mulher
honrada, de mulher simples, de mulher humilde.
Ela deixou claro que não
podia votar esse monstrengo. Mas o que me chama a atenção, deputada Bebel, não
é isso. É a falta de sensibilidade do Sr. João Agripino.
O mundo pegando fogo em
São Paulo - desastres ambientais, ecológicos, enchentes e ele desfilando lá na
escola de samba do Rio de Janeiro, dançando, cantando alegremente.
Enquanto isso eu indago:
e o bombeiro que está soterrado? E o policial militar que foi morto em serviço?
E as famílias que perderam tudo? Por que o governador não foi visitar essas
famílias? Por quê? Por que só se preocupou em escolas de samba? Não perdeu uma.
Aí indago: isso é sensibilidade? Essa é a mesma sensibilidade que ele teve
quando enviou essa proposta da Previdência.
Conversava eu com o
ex-governador Márcio França. Ele se mostrou surpreso. Ele teve a coragem de
afirmar que não concordava e não pode concordar com esta Previdência.
Agora, seria
mais fácil para mim se eu abraçasse as benesses do governo. Ora, tive tantos
anos e anos no governo. Por que não continuar? Por que não sorrir para o lado
do senhor João Agripino? A verdade é que não dá para concordar com certos
comportamentos que alguns deputados desta Casa tiveram.
Alguns até se
fantasiaram hoje aqui. Botaram bandeira, só para desfilar junto com o Doria na
escola de samba. Todos embandeirados aqui, achando que estão prestando um
serviço ao povo de São Paulo.
Não estão, não.
Eu estava lendo o jornal. Até pensão por morte vai diminuir. Tudo vai ser
prejudicado com essa Previdência. Tudo. A não ser os novos “doristas”. Ah, como
tem novos “doristas” aqui. Tem. Homens, mulheres. “Doristas” apaixonados.
“Doristas” cheios de paixão.
Aí eu indago: e
o povo de São Paulo? Onde está a preocupação desses deputados com o servidor
público? Nenhuma. Interessa o novo partido, criado nesta Casa esse ano, ano
passado: o PDE, Partido das Emendas. É isso que interessa. Eu queria requerer
também que constasse o meu procedimento com a manifestação do Focae, Fórum de
Carreiras do Estado.
Eu não poderia
encerrar sem deixar patente a minha tristeza, a minha decepção, o meu lamento
profundo. Este é o pior Legislativo de toda a História do Estado. Estou aqui há
30 anos e nunca vi coisa igual. Ô, Assembleia ruim. Ô, Legislativo péssimo.
Nunca vi coisa igual. Pelo jeito da carruagem, jamais esse recorde será
ultrapassado.
Eu imaginava
que a Assembleia, renovada pelo Novo, com novos deputados, viesse aqui para
defender o quê? Pelo menos, o povo de São Paulo. Mas não acontece isso. Por
isso, Sr. Presidente, é com tristeza, é profundamente triste.
Hoje o meu
coração está amargurado. Vou para minha casa hoje. Vou fazer uma indagação na porta
da minha casa: o que fui fazer na Assembleia Legislativa na manhã de hoje?
Assistir
deputados feitos cordeiros, em fila, um querendo ultrapassar o outro para votar
“sim”, deixando o líder do Governo todo sorridente. A cada “sim”, ele sorria.
Será que é isso
que o povo de São Paulo merece de nós? É isso que o povo de São Paulo quer de
nós? Nós não somos contra a Previdência, não. Queríamos outra Previdência,
justa, humana, não essa, feita em conformidade com a desumanidade de um homem
chamado João Agripino, que não tem sensibilidade, que não sabe o que é
lealdade.
Perguntem ao Geraldo
Alckmin o que ele fez com o ex-governador. Perguntem. E termino perguntando:
onde estão os “ex-alckmistas” da Casa? Onde estão os “ex-alckmistas”? Ah, se
ele voltar em 2022, vai ter uma fila que começará lá na rua.
Para terminar, Sr.
Presidente, quero deixar o meu lamento, a minha tristeza e a minha decepção.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Sras. Deputadas, Srs. Deputados, vamos proceder à verificação de votação pelo
sistema eletrônico. A partir deste momento, estamos fazendo soar o sinal
intermitente por quatro minutos para que as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados
que não se encontrem em plenário tomem conhecimento da votação que se
realizará.
*
* *
- É iniciada a
verificação de votação pelo sistema eletrônico.
*
* *
O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT -
Sr. Presidente, é sobre a votação.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Pois não, uma questão de ordem sobre o processo de votação. Vossa Excelência
tem a palavra.
O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT -
PARA QUESTÃO DE ORDEM - A questão do Item 3, como o senhor vai dar o comando da
votação?
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Não tem comando, na verdade. Como já estamos em votação nominal, os deputados
votam “sim” ou votam “não”, favoravelmente ao Item 3, que são as emendas 30 e
as emendas de número 3 e 32, salvo...
O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT –
Não. Aí é o Item 2. O Item 3 é outro.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Minto. É. O Item 3, de qualquer maneira, não tem comando. Os deputados votam
“sim” ou “não”. Não cabe comando na votação nominal.
O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT -
Sim.
Ainda, Sr,
Presidente, para botar o PT em obstrução.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Perfeito, o PT está em obstrução.
O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Uma
questão de ordem, Sr. Presidente?
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Uma questão de ordem. É sobre o processo de votação?
O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PARA
QUESTÃO DE ORDEM - Sobre o processo de votação: nós vamos votar agora...
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
O Item 2. Estamos votando as emendas de números 30, 3 e 32, salvo as partes
destacadas que foram rejeitadas no primeiro turno.
O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Quer
dizer, se a gente não acatar essas emendas, a PEC vai ser aprovada da maneira
que veio pelo governo, que não é isso que fizemos...
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
As emendas ficam fora do texto da PEC.
O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Ficam
fora do texto.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Exatamente.
O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB – Então,
peço que mesmo as pessoas que são contra as emendas, para amenizar um pouco,
votem “sim” para acatar as emendas.
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr.
Presidente, eu entendi bem o que disse o deputado Carlão, mas eu queria ser
mais realista ainda.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Perfeito.
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Por
exemplo, a PEC que eu apresentei, a 32, que trata do direito garantido, ela vai
ser votada agora?
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
A emenda, na verdade, que V. Exa. apresentou.
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - A
emenda.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
A emenda que V. Exa. apresentou é uma das que estão sendo votadas neste
momento. Então, os deputados que votarem “sim” serão favoráveis à emenda de V.
Exa. e às outras duas emendas apresentadas pelos deputados, tirando as partes
destacadas da votação que foi feita no primeiro turno. É isso.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr.
Presidente, quero declarar obstrução da bancada do PSOL.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
O PSOL está em obstrução.
O SR. TENENTE NASCIMENTO - PSL -
Sr. Presidente, com anuência do líder, para colocar a bancada do PSL em
obstrução.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Com anuência do líder Gambale... Não o vejo no plenário, mas V. Exa. é
vice-líder e coloca o PSL em obstrução.
A SRA. ADRIANA BORGO - PROS -
Sr. Presidente, para colocar o PROS em obstrução.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
O PROS está em obstrução.
O SR. SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - Sr.
Presidente, para colocar o Republicanos em obstrução.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
O Republicanos está em obstrução.
O SR. MARCIO NAKASHIMA - PDT -
Sr. Presidente, o PDT está em obstrução.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
O PDT está em obstrução.
O SR. ALEX DE MADUREIRA - PSD -
Sr. Presidente, para colocar o PSD em obstrução.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Transcorridos os quatro minutos, neste momento estou abrindo os terminais eletrônicos
para que os deputados possam votar “sim”, “não” ou registrar abstenção nos
terminais postos nas suas mesas.
Neste momento,
vamos abrir os microfones de aparte para aqueles parlamentares que não
conseguiram registrar os seus votos nos terminais eletrônicos.
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB -
Sr. Presidente, para votar “sim”.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.
A SRA. LETICIA AGUIAR - PSL -
Sr. Presidente, para votar “sim”.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.
O SR. ROQUE BARBIERE - PTB -
Sr. Presidente, para votar “sim”.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.
Pergunto se
mais algum Sr. Deputado ou Sra. Deputada gostaria de registrar o seu voto.
O SR. ESTEVAM GALVÃO - DEM -
Sr. Presidente, para votar “sim”.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.
A SRA. ADRIANA BORGO - PROS -
Sr. Presidente, para votar “sim”.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.
A SRA. EDNA MACEDO - REPUBLICANOS -
Sr. Presidente, para votar “sim”.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.
A SRA. MARIA LÚCIA AMARY - PSDB -
Sr. Presidente, para votar “sim”.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.
A SRA. ANALICE FERNANDES - PSDB -
Sr. Presidente, para votar “sim”.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.
O SR. CAIO FRANÇA - PSB - Sr. Presidente,
para votar “sim”.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.
O SR. ED THOMAS - PSB - Sr. Presidente,
para votar “sim”.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.
O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB -
Sr. Presidente, eu sei que não é o momento, mas só uma fala aqui. Nós temos
mais uma votação ainda... Para poder destacar as emendas que eram os acordos...
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado
Carlão, não cabe... Mais uma votação destacada. Para o item 3 do roteiro.
Deputado Carlão, como vota Vossa Excelência? Já votou.
O SR. RAFAEL SILVA - PSB - Sr.
Presidente, para votar “sim”.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.
O SR. DIRCEU DALBEN - PL - Sr. Presidente,
para votar “sim”.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.
O SR. JOSÉ AMÉRICO LULA - PT - Sr.
Presidente, para votar “sim”.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.
O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - Sr.
Presidente, para votar “sim”.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.
O SR. REINALDO ALGUZ - PV -
Sr. Presidente, para votar “sim”.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.
O SR. APRIGIO - PODE - Sr.
Presidente, para votar “sim”.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.
O SR. MARCIO NAKASHIMA - PDT - Sr.
Presidente, para votar “sim”.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.
O SR. CORONEL TELHADA
- PP - Sr. Presidente, pela garantia dos
direitos da Polícia Civil, Polícia Técnico-Científica e SAP, eu voto “sim”.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.
O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Sr.
Presidente, para votar “sim”.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.
O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT -
Sob orientação do Sindicato dos Delegados da Polícia Civil, eu voto “sim”.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado
Barba, não cabe orientação de Vossa Excelência. Está registrado o voto “sim” de
Vossa Excelência.
O SR. ROBERTO ENGLER - PSB - Sr.
Presidente, para votar “sim”.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.
A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB -
Sr. Presidente, para votar “sim”.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.
A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA – PT -
Eu vou votar “sim” em respeito ao deputado...
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
registrado o voto “sim”. Não, não cabe, deputada Bebel.
A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - Não,
eu quero dizer. Eu vou dizer.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem
mais algum Sr. Deputado ou Sra. Deputada que gostaria de registrar o seu voto?
O SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - Sr.
Presidente, para votar “sim”.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.
A SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - Sr.
Presidente, para votar “sim”.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.
O SR. EMIDIO LULA DE SOUZA - PT - Sr.
Presidente, para votar “sim”.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Sr.
Presidente, para votar “sim”.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.
O SR. PAULO CORREA JR - DEM -
Sr. Presidente, para votar “sim”.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.
Este presidente
registra também o voto “sim”.
Eu pergunto se mais algum deputado ou
Sra. Deputada gostaria de registrar o seu voto? (Pausa.)
Não havendo mais registro de voto,
neste momento passamos à alteração de voto. Pergunto se algum Sr. Deputado ou Sra.
Deputada gostaria de alterar o seu voto. (Pausa.)
Não havendo alteração de voto, está
encerrado o processo de votação. Participaram desse processo 85 Sras. Deputadas
e Srs. Deputados, sendo 85 votos “sim”, quórum suficiente, que aprova o item 2
do roteiro de votação.
Item nº 3.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL – Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Pela ordem,
deputado Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL – Quero indicar a
deputada Erica Malunguinho, para encaminhar pela liderança do PSOL.
A
SRA. ERICA MALUNGUINHO – PSOL
– SEM REVISÃO DO ORADOR – Boa tarde a “todes”. Acho que enfim chegou... Som.
Aqui, voltou. Tudo bem? Acho que agora chegou no nível em que a dita ordem está
estabelecida.
Acho muito
interessante pensar que a ordem se estabelece a partir da ideia de que precisa
conter quem está lutando pelos seus direitos.
Eu queria saber
quem estabelece a ordem, quem estabelece a ordem, quem estabelece a ordem de um
estado que é rebelde. Porque, até onde eu sei, o estado deveria ser
correspondente, nós, parlamentares, deveríamos ser correspondentes das lutas,
indagações e anseios da população.
E, se essa
população diretamente atingida pela reforma da Previdência está se dizendo
contrária a ela, quem é rebelde nessa situação? Eu considero que o estado é
rebelde. Eu considero, sim, que esses parlamentares que votam a favor disso são
rebeldes.
Agora, eu quero
saber quem contém a rebeldia desses que vão contra o povo. É anacrônico. Mas,
como toda lógica sistêmica do poder, ela se baseia a partir da dominação e de
uma classe que é escolhida para decidir sobre a vida de outros. Isso não se
mostra diferente.
Eu estava
ouvindo o deputado Daniel José fazendo um malabarismo aqui matemático. Achei
superinteressante. Cadê o Daniel? Onde está o deputado Daniel? Achei
interessantíssimo. Estava tentando entender o seu malabarismo matemático, para
pensar economia, como é que a Previdência e esse setor econômico possa vir a
estar quebrado.
E, logo, o
estado precisa extorquir, novamente, o contribuinte para sanear, sanar suas
contas.
O, Daniel, me
responda uma coisa: o estado nos cobra, da hora em que a gente nasce, nossos
familiares estão pagando constantemente, com sua força de trabalho, pagando
impostos diversos, pagando transporte público, pagando por um sistema de saúde
ineficiente, por uma educação também ineficiente.
Aí você acha
que realmente é justo cobrar mais de um estado que já é ineficiente. A lógica
não deveria ser contrária? Por exemplo, é óbvio que uma população com menos recurso
e mais extorquida, ela vai, obviamente, diminuir a possibilidade de manuseio e
de circulação econômica.
A questão é que
o que diverge disso tudo, obviamente, é que eu acredito, eu acredito, que as
pessoas, os trabalhadores, a população comum, precisa, sim, ser exonerada,
precisa, sim, não ser sacrificada constantemente, como o estado insiste em
sacrificar.
Ao invés de
oferecer isenção fiscal para grandes empresas, o estado poderia pensar em como
isentar as pessoas de pagar três vezes, quatro vezes, por aquilo que elas nem
recebem de volta.
Agora, pedir
sensibilidade para pessoas que foram amalgamadas nas hóstias do conforto; é uma
coisa meio impossível. E, quem não foi amalgamado assim, compra essa mesma
ideia.
Quando
Janaina Paschoal, semana passada... Eu estava com isso aqui lembrando, fiquei a
semana inteira lembrando, deputada Janaina, quando, naquele rompante você foi falar
que a esquerda precisa ser varrida, e, olhando para a esquerda, primeiro eu
quero deixar uma coisa muito explícita. Eu acho que eu falei diversas vezes
aqui sobre o meu posicionamento em relação a esses campos ideológicos.
Eu
acho que é equivocado... Acho não, é equivocado eu me colocar dentro de uma amarra.
É óbvio que eu nunca serei de direita, por uma questão óbvia, histórica, mas
também não me reduza ao que é esquerda.
Muito
antes disso, e muito depois, eu sou datada de uma construção política histórica,
e, quando você fala que o deputado Douglas, que o PT não aguenta porque o
Douglas é um negro livre, porque é conservador, o que eu, enquanto pessoa preta,
eu não tenho procuração da negritude global, mas eu posso te dizer, a partir de
pesquisa e de estudo que, antes de você falar sobre negritude, você tem que
falar sobre branquitude, pensar sobre isso.
Que
lugar é esse? Que lugar é esse? Que lugar é esse que constrói o meu lugar
enquanto pessoa negra ou lugar dele enquanto pessoa negra? Isso é anterior.
Agora, o que me revolta em relação ao Douglas não é o conservadorismo, ou ele
ser de direita - sei lá que lugar ele se coloca -, é ele reproduzir uma mente
colonizada. Esse que é um absurdo.
Ele
poderia ser conservador. Pode fazer suas escolhas. Agora, o que é absurdo, o
que me choca é uma mentalidade colonizada, que faz uma junção de uma porção de
conceitos que ferem, inclusive, a população preta, a população pobre e
periférica, da qual ele e eu fazemos parte.
Isso
é que é anacrônico. Não é o conservadorismo, não é a posição política, é
incoerência, é a mente colonizada, e isso não é a esquerda que liberta. Nunca a
direita, mas também não a esquerda. O nome disso é consciência negra.
Anacrônico
é uma coisa que não confere com outra. Acho que sabe sim. Para com isso, gente.
Continuando,
é muito triste saber e observar este plenário vazio. É muito triste observar este
plenário vazio, mas eu espero que a sociedade compreenda que uma hora, em algum
momento, alguém vai ser saqueado. Não adianta. Em algum momento, alguém vai ser
saqueado e alguém será subtraído. A única política pública que funciona no
estado de São Paulo é a força militar. É a única que funciona.
Isso
é absolutamente triste. Monica, por favor. Sim, por favor. A Monica acabou de
recolher nos corredores da Alesp o artefato que foi utilizado contra os
servidores públicos, e estes artefatos, pasmem, estão fora da validade. Para
além de toda a violência e truculência atrelada a essa situação, eles estão
fora de validade.
Isso
é razoável? Isso não é razoável. Não. Isso não é razoável. Isso não é razoável.
Isso não é razoável. Isso não é razoável. Não é razoável. É violência tampouco
usar artefatos fora do prazo de validade, mas, enfim, eu quero retomar essa
narrativa, que tem tomado uma grande proporção aqui, sobre essa polarização
entre a esquerda e a direita, na qual, repito, Janaina, eu fiquei muito mexida
com sua fala na semana passada. Você falando que vai usar sua inteligência para
varrer o PT.
Eu
fico pensando. O PT não está no poder. O PT não é governo. O PT não é governo
federal, não é Governo do Estado, não é governo do município.
Até quando vocês vão se
debruçar sobre esse passado para dizer sobre os problemas do presente? Até
quando vai passar pano para o presidente - que isso não sou eu quem digo e não
é uma esquerda quem diz - que é uma vergonha nacional, que tem além de
declarações absurdas, uma completa instabilidade emocional e uma completa precarização
cognitiva para gerir um país?
E nesse sentido sobre
esquerda ou direita, você se torna uma pessoa responsável sim não só pelo fato
de ter ajudado a colocar este presidente no poder, como pelo fato da deposição
da outra presidenta, que por crimes menores ou iguais - ou nem sei se isso se
diz crime mais neste País - este mesmo presidente que está agora no poder não
foi deposto. Eu quero saber que balança é essa que é utilizada.
E para concluir, Sr.
Presidente, a questão não está, felizmente, em relação à direita ou esquerda. A
questão está em quem olha para as pessoas, quem tem coragem, coerência e
verdade para chegar próxima das populações pobres, carentes, faveladas, classe
trabalhadora não privilegiada obviamente deste País, quem chega perto com a
cara limpa, com o queixo para cima e troca uma ideia no horizonte.
É sobre isso que nós
estamos falando, porque a maioria de nós tem vergonha de fazer, porque afinal
de contas, quem tem as calças sujas não consegue sentar nas cadeiras de ouro.
O SR. SEBASTIÃO SANTOS -
REPUBLICANOS - Para indicar o deputado Gilmaci Santos
para encaminhar pelo Republicanos.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ
MACRIS - PSDB - Tem a palavra o deputado Gilmaci Santos
para encaminhar em nome da liderança do Republicanos.
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público
que nos acompanha aqui pela Rede Alesp, senhoras e senhores, são três temas
aqui que nós vamos tratar de maneira bem rápida.
Primeiro, aqui dizer ao
nobre presidente que nós estamos do seu lado, parabenizar pela condução dos
trabalhos no dia de hoje, nobre presidente Cauê Macris.
Quero também lamentar
aqui cenas que agora há pouco estava vendo alguns filmes de policiais sendo
agredidos aí fora de maneira covarde e os policiais não reagindo.
É muito triste o que nós
vimos ali: policial sendo agredido sem reação. Em nenhum momento os policiais
se revoltaram contra a população. Então parabenizar... Deputada Márcia, quando
você está falando, eu não te atrapalho. Por favor, contenha-se. Fique no seu
lugar, por gentileza.
Por gentileza, quando for
a sua vez, a senhora vem falar. Agora é a minha vez de falar e lamentar muito o
que aconteceu com esses policiais. Mas dizer também que este deputado aqui
votou na PEC 18, votou nas emendas com a consciência tranquila sabendo que está
fazendo o melhor para o estado de São Paulo, para a população futura. Então o
meu voto é consciente, tranquilo, sem nenhum stress. Giannazi, contenha-se no
seu lugar.
Não me interessa a sua...
Giannazi, por favor. Presidente, preserve o meu tempo aqui. O deputado está
atrapalhando. Preserve o meu tempo, por gentileza. O deputado está atrapalhando.
É ridículo o que você está fazendo, deputado.
A
SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT -
O deputado tem o direito. Não, não está atrapalhando.
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Ele está atrapalhando.
A
SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT -
Continue a sua fala, deputado.
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Continue
sendo o ridículo que você é. Fique na frente. Mostre o Giannazi ridículo aqui
na frente, por gentileza. E dizer uma coisa somente, nobres deputados, que eu
estou muito triste com o que aconteceu aqui nesta tarde, nesta manhã, com o
deputado Campos Machado.
Um deputado que eu
respeito, que eu tenho a maior consideração por ele. Um decano, uma pessoa que
ama este plenário, uma pessoa que ama esta Assembleia, que ama o Legislativo,
que defende o Legislativo, mas que, infelizmente, subiu aqui nesta tribuna no
dia de hoje, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, para falar um monte de besteira,
um monte de abobrinha.
Essa é a realidade do
deputado Campos Machado quando ele sobe nesta tribuna para falar de
evangélicos, para falar de homens de Deus, para falar de justiça. Eu queria
dizer para o senhor, deputado Campos Machado, que eu te respeito como jurista,
como advogado, que de justiça o senhor entende muito.
O senhor entende muito de
justiça e eu o admiro por isso, mas de justiça divina o senhor não entende
nada. E o senhor não é a pessoa ideal para falar aqui de justiça divina?
De justiça, o
senhor entende. O senhor é um grande advogado, grande jurista. Eu respeito o
senhor. Agora, justiça divina, o senhor não entende nada. O senhor não tem
moral para falar de justiça divina e falar de deputados evangélicos que estão
cumprindo. Misturou a religião.
O senhor não
tem o direito de fazer isso. Respeitamos o senhor e esperamos que o senhor
continue respeitando a bancada evangélica, que vota com consciência. Agora,
volto a falar: de justiça divina o senhor não entende nada.
Eu queria
passar o meu resto de tempo para o deputado Altair Moraes. O restante do tempo
que resta para o deputado Altair Moraes. Obrigado, Sras. Deputadas, Srs.
Deputados. Deputado Altair, aqui é com o senhor agora, o restante. Que não
continue aqui o nobre deputado Giannazi, sendo ridículo aqui na frente.
*
* *
- Assume a Presidência a
Sra. Analice Fernandes.
*
* *
A
SRA. PRESIDENTE - ANALICE FERNANDES – PSDB - É
regimental. tem a palavra o nobre deputado Altair.
O
SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Obrigado a todos. Quero registrar hoje, que já fiz o meu
voto muito consciente pela reforma da Previdência.
Alguns
deputados disseram que ninguém tem coragem de subir. Subi para falar do meu
voto. Subo novamente para reafirmar: votei com consciência a favor do povo.
Votei “sim”. E voto “sim” mil vezes de acordo com a minha consciência. Então
reafirmo isso sem problema nenhum.
Não tenho
problemas com vaias. Já sou acostumado com esse tipo de coisa. Mas quero me
dirigir hoje, senhora presidente, e a todos os nossos amigos e, em especial, ao
nosso decano chamado Campos Machado.
Um homem
poético e que fala que não se envolve com os perfumes “morumbianos”. Que fala
muito bonito. Até gosto e considero muito o deputado Campos Machado, que
deveria ser um grande exemplo para todos nós, com o tempo que o senhor tem
aqui.
É o meu
primeiro mandato. Sou criança na frente do senhor. O senhor já é patrimônio
tombado daqui da Casa. Com todo o respeito, claro. Mas o senhor já é patrimônio
tombado aqui da Casa.
Tenho muito
respeito pelo senhor. Gosto de verdade do senhor. O senhor deveria nos ensinar
um pouco mais, já que somos novos aqui. O que o senhor fez aqui foi um
desrespeito muito grande com o povo evangélico, com os representantes cristãos.
O que o senhor
fez hoje aqui foi muito feio, deputado Campos Machado. Foi feio. Sabe por quê?
Porque o senhor não levou para o lado político. O senhor levou para o lado
religioso.
E isso não se
faz. Isso é muito feio, vindo de uma pessoa com o quilate do senhor, com tanto
tempo de Casa, que fala tão bem, que fala manso. Gosto de ouvi-lo, de verdade.
Mas hoje o
senhor foi desrespeitoso com a classe evangélica. O senhor foi desrespeitoso
com aqueles que servem a Deus. O senhor confundiu a política com a religião.
Desculpa, se
vamos entrar na Bíblia, o senhor vai apanhar pra caramba. Então, deixa eu ficar
sem usar a Bíblia. Porque, se eu usar a Bíblia, o senhor vai ser desmoralizado
aqui. Não discuta Bíblia comigo não. Porque, de Bíblia, eu entendo.
Agora, não vou
entrar nesse mérito. Quero ficar no mérito político, como fizemos. No mérito
político. Espero que o senhor, como um decano, como um deputado respeitado por
todos aqui na Casa, inclusive por mim...
Nunca o
desrespeitei, nem estou desrespeitando. Estou pontuando algo que achei
extremamente errado da sua parte. Vou sempre fazer isso com qualquer deputado
que seja. Posso respeitar. Pode ser de direita, de esquerda.
Se eu tiver um
posicionamento e me sentir ofendido, vou subir na tribuna e vou falar sim. Não
estou ofendido por “mimimi”, não. É questão de justiça, deputado Campos,
questão de justiça.
O senhor sobe
aqui e diz sobre homens que têm vidas com Deus, e votaram com consciência,
porque o senhor votou contrário. Isso é
desrespeito. E isso eu não aceito. Não vou aceitar, jamais, em minha vida.
Continuo
dizendo, como falei desde a primeira vez: nunca subi para ofender ninguém
pessoalmente como o senhor fez hoje aqui. O senhor ofendeu os cristãos, os
pastores que tem aqui, os homens de Deus.
O senhor
ofendeu. O senhor foi ofensivo. O senhor foi extremamente ofensivo com aqueles
que defendem uma fé. Não levo nada para o lado religioso. Já falei várias
vezes. Sei que existem muitos aqui.
Tenho meus
embates com a deputada Erica Malunguinho. Tenho sim. A gente discorda em
algumas coisas. Mas nunca ofendi a sua religião, deputada. Nem a da deputada,
nem de ninguém. Não entro em mérito religioso com ninguém aqui. Agora, para o
senhor subir aqui, cantar de galo, dizer que conhece a Bíblia, que a Bíblia é
justa, e que aqueles que não votaram vão pagar?
Me poupe! Sou
um pastor. O senhor quer discutir Bíblia comigo? O senhor vai levar um pau
violento. Não sou jurista. Jamais vou entrar nessa onda com o senhor, porque
sei que vou apanhar muito, já que o senhor é um ótimo jurista.
Isso, eu sei.
Tenho consciência e tiro o chapéu para o senhor. Agora, não venha entrar no
assunto de Bíblia comigo não, que o senhor apanha. A hipocrisia é uma das
piores coisas que existem. É você falar do que não conhece profundamente, ou
falar do que não vive.
Obrigado a
todos.
O
SR. HENI OZI CUKIER - NOVO - Pela ordem, Sr.
Presidente. Eu queria encaminhar pela bancada do Novo.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra
V. Exa. para encaminhar em nome da bancada do Novo.
O
SR. HENI OZI CUKIER - NOVO -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos, Sr. Presidente, queridos colegas.
Estou meio em
dúvida, não está muito claro para mim o que está acontecendo aqui hoje. De
verdade, estou questionando e tentando entender. Pelo que eu saiba, a reforma
da Previdência foi aprovada para o Brasil inteiro já.
Todos os
trabalhadores do Brasil vão se aposentar mais tarde. Todos. Por quê? Porque os
brasileiros, hoje, vivem mais. Agora, não estou entendendo o que tem que
acontecer de diferente em São Paulo.
Os funcionários
públicos do estado de São Paulo, eles não têm que trabalhar mais, se todos os
outros brasileiros vão trabalhar mais? Todos. Todos os outros brasileiros. Isso
já foi decidido. Passamos um ano inteiro, no Brasil, discutindo isso. E esse
processo democrático chegou a uma conclusão, a de que os brasileiros vivem mais
e eles têm que trabalhar mais.
Então, o que
está acontecendo no estado de São Paulo? A mesma coisa que já aconteceu em 11
outros estados, inclusive muitos estados que são administrados por aqueles aqui
da oposição, que são contra. Não consigo entender como isso se conecta. No
Ceará, Camilo Santana, do PT, aprovou já. No Maranhão, o Flávio Dino, do PCdoB.
Pernambuco. No Piauí, o Wellington Dias, do PT. Também aprovaram.
Então, o que
está acontecendo? Só São Paulo que não tem... Só os funcionários públicos do estado
de São Paulo, eles não vão ter que trabalhar tanto quanto os outros
brasileiros? Isso não faz sentido. É isso que está em jogo aqui. Estamos
validando uma discussão que já aconteceu no Brasil inteiro e que já foi
decidida. Estamos replicando uma decisão nacional. É simples.
Eu escuto
várias pessoas aqui, algumas da oposição, que ficam batendo muito e falando:
“Não, porque estamos defendendo o direito dos trabalhadores”. Estão, sim. É do
direito de vocês, mas existe outra parcela da população. É uma minoria que está
fazendo muito barulho versus uma maioria...
Estou falando
de 44 milhões de pessoas. São 44 milhões de pessoas que estão em silêncio e que
querem que isso aconteça, porque querem uma redistribuição. (Manifestação nas
galerias.)
É, elas querem
que isso aconteça. Elas querem uma redistribuição dos recursos de uma forma
mais equilibrada.
Não dá para
termos 34 bilhões destinados à Previdência enquanto a gente gasta 33 bilhões
com Educação e 11 com Segurança. Não tem cabimento isso. Não é esse pequeno
grupo que vai ditar o que o resto da população inteira vai receber. (Manifestação
nas galerias.) A maioria silenciosa quer que isso aconteça.
Inclusive, é
tão interessante o que acabou de acontecer, porque as emendas que eu acatei,
elas tiveram uma votação unânime. Foram 86 votos a favor das emendas que eu,
como relator, acatei e que fui tão criticado aqui, o tempo inteiro, pela
oposição.
Mas como? Todo
mundo votou a favor. Vocês concordaram com as emendas que eu entendi que eram
necessárias. Inclusive, uma delas ajuda os funcionários públicos, que é a
emenda que fala dos 90 dias.
A partir do
momento em que o funcionário der entrada no seu pedido para aposentadoria, eu
não acho que funcionário público tem que ser penalizado pela ineficiência do
estado. Aí sim, ele tem que ter a aposentadoria garantida em até 90 dias. Essa
é uma emenda que acatei.
Também escutei
muito aqui, muitos discursos dizendo: “Ah, não, porque...” E alguns sérios,
debates sérios que tenho até que comentar, o do Paulo Fiorilo, como ele trouxe
argumentos reais. “Ah, mas então porque temos desoneração?” Bom, nós, do Novo,
não somos a favor das desonerações e não votamos no IncentivAuto, Barba. Nós
não votamos a favor disso. Então, quando você traz o argumento da desoneração,
ele não funciona para nós do Novo. Nós temos coerência na nossa atuação, e é
isso que tem que ficar claro aqui.
Eu
queria falar de um outro ponto importante, que é um pouco do processo do que
aconteceu aqui. O tempo inteiro, eu me eximi de vir aqui discutir, mas hoje eu
achei que as discussões passaram do limite, para variar. E o tempo inteiro a
gente falando...
Nós
do Novo fazemos economias maiores do que todos os outros deputados, então...
Enfim, vários deputados vindo aqui falando: “nós estamos em guerra”. E
transformaram isso aqui num palco de guerra.
Só
que isso aqui não é uma guerra, gente. Isso não é guerra; nós não estamos em
guerra. Nós estamos numa Casa democrática, onde nós viemos discutir e debater o
que tem que ser discutido.
E
não é isso que está acontecendo, porque o Campos veio criticar eu dizer que
isso aqui parece um estádio. Realmente, Campos, acho que você tem razão. Não
parece um estádio; é pior que um estádio.
Isso
daqui é pior do que um estádio. Isso aqui tinha que ser um lugar de discussão,
de debate, sem retóricas vazias, falando o assunto sério que nós temos que
resolver aqui. E não é o que aconteceu. Eu vi raras vezes, raros argumentos -
um deles do Paulo Lula Fiorilo - falando assuntos reais. Fora isso, a gente não
teve assunto real.
A
gente teve só guerra, quebradeira, destruição, tentativa de invasão. A gente
ficou trancado aqui dentro do plenário, e a Alesp está sendo destruída lá fora.
Enfim, isso não me parece que é uma democracia.
Democracia
é sobre tolerância, sobre o contraditório, argumentos, opiniões diferentes.
Nada disso aconteceu aqui. Não pode acontecer. É só retórica e gritaria, fala o
que quiser, qualquer coisa. Tudo bem.
Eu,
na minha relatoria, ao contrário de alguns ataques, inclusive do Barba, li o
projeto inteiro. E eu sei cada emenda que foi proposta, Barba. Cada uma. E eu
acatei duas delas: a 3 e a 30, do Olim e do Campos.
E
a outra do Campos, que era do direito adquirido, tinha outros conteúdos que não
valiam a pena e, por isso, não podia ser acatada, porque o meu poder como relator
é simplesmente aceitar ou rejeitar. Só isso, e não de ficar fazendo emendas
dentro da própria emenda.
Então,
Barba, o que eu fiz aqui foi ler, foi trabalhar. Infelizmente, você não foi à
CCJ escutar a leitura do meu relatório. Eu li por quase duas horas. Você entrou
e saiu um pouquinho; não ficou lá ouvindo inteiro. Então, isso aqui foi
pensado, isso aqui está alinhado com o que a gente acredita, está alinhado com
o que os meus eleitores me colocaram aqui para fazer. Isso é democracia. Você
tem o direito de defender o seu lado, eu vou defender o meu.
Eu
quero só finalizar. Eu quero parabenizar o presidente Cauê pela condução.
Realmente, não tem sido fácil. Em vários momentos, comentei com você,
presidente, que isso aqui tinha se tornado qualquer outra coisa menos uma Casa
Legislativa.
Hoje,
passou dos limites, e a sua condução foi impecável nesse processo todo. As
críticas e acusações de que não houve debate não são verdadeiras. E aí eu tenho
que cumprimentar o líder do Governo também, deputado Carlão.
Houve
várias, dezenas de audiências com o pessoal da SPPrev para debater.
Pouquíssimos deputados estavam ali. E aí eu tenho que comentar e parabenizar os
outros que quiseram participar do debate: deputada Janaina, deputado Olim e
vários outros que quiseram.
O
Caio mesmo, eu vi em várias dessas reuniões. Mas a maioria não estava na
reunião. Então, dizer que não teve espaço para debate... São Paulo está com
essa reforma desde novembro tramitando aqui.
Enfim,
eu quero encerrar minha fala e dizer que São Paulo caminhou, avançou. Nós vamos
ter mais equilíbrio e mais recursos direcionados para as áreas centrais e
principais de 44 milhões de pessoas que estão esperando serviços decentes e
Segurança, Saúde e Educação.
Obrigado.
O SR. TEONILIO
BARBA LULA - PT - Sr. Presidente, para indicar o deputado Luiz Fernando para encaminhar em
nome da bancada do PT.
*
* *
- Assume a Presidência o
Sr. Cauê Macris.
*
* *
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra o deputado Luiz Fernando para encaminhar
em nome do PT.
O
SR. LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT – Sr. Presidente, Srs. Deputados, queria saudar os
servidores aqui presentes.
Queria falar
com as pessoas que estão em casa. O governo Doria, com os seus deputados,
aprovaram uma desnecessária reforma da Previdência. Já foi. Já foi, e eu quero
deixar claro: agora estão votando as emendas, e eu sou contra as emendas
porque, se estivesse sério esse projeto, não precisaria emendar. E eu quero
chamar a atenção de cada deputada, de cada deputado, porque a gente vê
discursos aqui, olha, sou isso, sou aquilo...
Quero dizer,
deputado Campos Machado, que eu compreendi as suas falas quando se referiu aos
evangélicos, e eu sou evangélico. Na minha igreja perguntaram, deputado, por
que eu votaria contra a reforma da Previdência.
E, como disse o
pastor que me antecedeu, eu fui na palavra. E, a palavra diz, em Salmos 82,
deputado Campos Machado, “até quando defendereis os injustos e tomareis partido
do lado dos ímpios? Defendei a causa do fraco e do órfão. Protegei os direitos
do pobre e do oprimido; livrai o fraco e o necessitado. Tirai-o das mãos dos
ímpios”.
E, diz mais,
deputado Campos Machado. E, desta forma eu respondi quando me perguntaram por
que eu era contra a reforma da Previdência. Diz o seguinte: Isaías 10:1,2.
Fala: “Ai dos
que decretam leis injustas, e dos escrivães que escrevem perversidades para
privar da Justiça os pobres e para arrebatar o direito dos aflitos do meu povo,
despojando as viúvas e roubando os órfãos”.
Então, quero
dizer, deputado, que concordo com V. Exa., que quem tira direito do povo fere a
palavra frontalmente. E, isso tem acontecido na política brasileira.
Agora, com essa
nova política, isso, então, disseminando a ponto de ver, há poucos dias, a
rainha do golpe se vangloriar e dando uma de doida dentro deste plenário,
falando um monte de coisa das esquerdas, é um povo que se levantou - eu acho
que do inferno - para tirar o direito do pobre, da viúva, do órfão e do
servidor público.
Eu quero, de
forma pragmática e objetiva, dizer a você que está em casa: é uma vergonha o
que aconteceu hoje aqui. Eu gostaria que vocês registrassem, porque, todos nós,
que estamos aqui, fomos postos por vocês.
Registrem cada
posicionamento nosso, cada discurso; mas, sobretudo, cada voto nosso. E, hoje,
esta Casa tirou o direito dos pobres, dos trabalhadores, dos servidores
públicos, homens e mulheres que prestam concurso para servir.
Quem são eles?
Os policiais militares, os policiais civis, as enfermeiras, todos os servidores
públicos de forma geral, os nossos professores e professoras. E, hoje, esta
Casa disse a eles o seguinte: “Não a vocês.”
Nenhum
privilégio foi tirado aqui. Muito pelo contrário: como foi denunciado nesta
tribuna, alguns privilégios, a poucos, foram mantidos. Nós, quando defendemos a
defesa da Polícia Civil e a Polícia Militar, é porque nós brigamos para todos,
e não só para a cúpula dessas polícias.
E, nós, quando
defendemos o servidor público, diferentemente do Heni, que me antecedeu, nós
estamos defendendo o povo, porque quem serve neste estado não são os políticos,
e, sim, os nossos servidores públicos.
Então,
a nossa posição é muito tranquila em relação a isso. Quero, nesses poucos
minutos que ainda antecedem, porque vou dividir o tempo com a deputada Bebel...
Eu queria dizer, Sr. Presidente, da tragédia que acometeu a Baixada Santista, onde nós
tivemos seis mortes e 44 pessoas desaparecidas.
Quero
me solidarizar com todas as famílias da Baixada Santista, sobretudo de São
Vicente, do Guarujá e da cidade de Santos, onde acometeu o maior número de pessoas.
Muito obrigado, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Sras. Deputadas e Srs. Deputados, vamos proceder à verificação de votação.
A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Não.
O tempo é meu.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Desculpa. Peço desculpa.
A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - No
meu tempo, o senhor não vai mandar mais, por favor.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Devolvo a palavra à deputada Bebel.
A SRA. PROFESSORA
BEBEL LULA - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - O senhor quer ser o presidente da fala de todo
mundo aqui. Pessoal, quando teve um período aqui que eu me retirei, e que fui
até o caminhão, eu própria fui uma das que quase foi atingida por uma bala
dessas aqui.
Eu
não estou inventando, porque, se tivesse provocação dos dois lados, eu me limitaria
a dizer que as pessoas tinham provocado. Não. Gratuitamente, as bombas,
deputado Barba, saíam de dentro da Assembleia para atacar servidores públicos,
para tirar de lá.
Agora,
o que é que está errado? Está errado se reunir? Está errado sentar aqui dentro?
Porque o deputado Heni disse o quê? Disse que é democrática a Casa. É
democrática para ele, mas não para nós.
Ela
não tem nada de democrática. A Casa é democrática porque ele ocupa cargos, e
depois ele vai pegar cargos em primeiro e segundo escalão.
É
isso que está em questão. Por isso a Casa é democrática. Eu aprendi... (Manifestação
nas galerias.) Eu vou pedir só para vocês
me deixarem falar, por favor. Muito obrigada.
Eu
aprendi, na minha humilde vida sindical, que esse presidente aí tem muito que
aprender em termos de presidir uma Mesa, porque a maioria tem que saber ser
maioria, e respeitar a minoria, porque hoje nós somos minoria.
Vamos
pagar para ver. Vamos ver se, depois dessa estraçalhada que fizeram com os
servidores públicos do estado de São Paulo, eles vão perenizar no poder.
Duvido. Eu ouvi um dia no café um dos deputados dizer o seguinte: “ah, falou
que se votar não volta. Eu votei um monte de vezes contra, e voltei.”
Vamos
ver se vai voltar mesmo. Vamos ver se o Novo vai ter a bancadinha de quatro que
tem. Vamos ver. O Heni colocou aqui uma questão lamentável, porque ele cita os
governos que fizeram, e eu posso até não concordar, mas ele não diz que a
reforma da Previdência da Bahia tem 18 anos e nove meses de transição.
Deputado
Heni, o senhor não leu. Então, ele não leu. Ele não leu, e está aí fazendo,
colocando tudo nesse bloco, dessa porcaria dessa reforma que aprovaram, e quero
ver, porque onde vocês forem nós vamos estar.
Não
vamos dar sossego para vocês. Vocês vão aprender com quantas letras se faz um
alfabeto. Vocês vão dançar conforme a nossa música também.
Aqui
vocês mandam. Lá fora, não. Lá fora somos nós. É conosco. E aí, só um recadinho
aqui para o deputado presidente, a majestade. Vamos falar com a majestade
agora. Por que ele aprovou? Porque ele entuchou de polícia aqui dentro. Por
isso ele aprovou, por isso ele estava seguro.
Estava
na dele, do tipo: “Não, vou aprovar mesmo. Vai ser assim, vai ser assado”.
Beleza. Então, lamento. Quero dizer que nunca me ajoelhei diante de governos
autoritários e jamais essa categoria dos professores que foram injustiçados se
ajoelharam.
De
joelhos, nunca. De cabeça erguida, sempre. Jamais!
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Eu
quero indicar o deputado Emidio de Souza para falar pela liderança da Minoria.
O SR. RODRIGO GAMBALE - PSL - Não.
Esse encaminhamento eu já autorizei o Barba antes. Agora eu estou na fila, por
gentileza. Indicar o deputado Major Mecca para encaminhar pelo PSL.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O
deputado Rodrigo Gambale estava... Só para explicar. A deputada Márcia Lia não
tem como saber porque ela não estava aqui.
O SR. RODRIGO GAMBALE - PSL - Sim,
mas eu acabei de deixar o...
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Só
vou explicar para a deputada Márcia Lia. O deputado Rodrigo Gambale veio ao
microfone e o deputado Barba pediu autorização para que fosse feito e ele
concedeu a solicitação. Então, queria pedir a V. Exa. se pode fazer o mesmo
gesto agora e que possa ser o deputado Mecca. Depois eu passo a palavra a Vossa
Excelência, pode ser?
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Perfeito.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Então,
o deputado Major Mecca para encaminhar em nome da liderança do PSL.
O
SR. MAJOR MECCA - PSL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Pessoal, vamos falar em nome dos policiais do estado de
São Paulo. Vamos agradecer ao grande gestor, governador João Doria.
Obrigado, governador,
pelos 5% de aumento. Muito obrigado, governador, pelo digno tratamento que o senhor
deu aos nossos policiais na reforma da Previdência. Muito obrigado.
Os senhores sabem que tecnicamente
um policial vive em média oito anos menos que um cidadão comum? O policial vive
oito anos menos. Nós gostaríamos de agradecer a polícia de São Paulo pela folga
que o Governo do Estado de São Paulo compra do policial.
O policial trabalha 18, 20,
24 horas e tem o seu horário de folga comprado pelo Estado, pelo governo, porque
o policial não tem direito à dignidade da folga.
Nós queremos agradecer ao
grande gestor João Doria por todos esses benefícios de não ter folga, de não
ter salário, de não ter nossa dignidade respeitada. Neste momento, nós temos no
município do Guarujá, litoral paulista, mais de dez vítimas de soterramento,
dentre elas, dois policiais militares, dois bombeiros: o cabo de Polícia
Militar Moraes, o cabo de Polícia Militar Batalha, integrantes do 6º Grupamento
de Bombeiros, que socorrendo uma criança parcialmente encoberta de lama, foram
vítimas de um segundo deslizamento.
O cabo Moraes teve uma
parada cardíaca, sendo socorrido ao pronto-socorro e o cabo Batalha não foi
encontrado até o presente momento. Pergunto ao governador, pergunto ao povo do estado
de São Paulo: o que mais é preciso por parte dos policiais para que essa
categoria seja valorizada? Amanhã, duas bandeiras dobradas serão entregues para
as esposas, para os pais.
Os senhores
sabem o que significa, para uma esposa, para os pais, receberem a notícia, pela
televisão, de que o marido, que o filho, morreu soterrado tentando salvar
vidas? Tivemos, em 2019, 31 policiais militares assassinados; 21 policiais
praticaram o suicídio. Um número exorbitante de policiais com depressão.
A Psicologia da
Polícia, levando adiante árduo trabalho por adolescentes, filhos de policiais
militares, policiais civis, técnicos-científicos, policiais penais, que estão
com filhos adolescentes vítimas de depressão, alcançando até o suicídio.
Novamente, eu
pergunto: o que é preciso para que vocês ouçam o clamor e o pedido de socorro
dos policiais no estado de São Paulo? Que defendem a todos nós, protegem as
nossas vidas.
Trabalhamos com
equipamento vencido, colete balístico vencido. Quando o governo faz marketing e
propaganda, falando que criou 17 Baeps, é mentira, porque ele tirou policial do
policiamento comunitário, das bases, de outros programas de policiamento, para
montar um batalhão que não tem estrutura alguma de inteligência policial.
Porque não se faz ações de polícia sem inteligência. Essa hipocrisia, no estado
de São Paulo, que não suportamos mais. Não suportamos.
As expectativas
e a esperança dos nossos policiais, operacionais ativos, veteranos,
pensionistas, é muito grande diante da bancada da Segurança Pública que se
instalou aqui no último pleito eleitoral.
As expectativas
em cima de todos nós são muitas, para mudanças reais. Mudanças verdadeiras,
para que se melhore a vida de um cidadão de bem que está derramando o seu
sangue para defender a nossa vida, para defender o estado democrático de
direito.
Porque com a
ausência da Polícia não existe paz. Não existe situação de normalidade dentro
do estado. São por esses homens e mulheres que venho aqui dar voz, e pedir
socorro a todos esses parlamentares, ao governador do estado de São Paulo, que
ontem, em Minas Gerais, criticou o governador de Minas por um reajuste salarial
justo, pois aquele gestor reconheceu sim os policiais que se dedicaram em
Mariana, em Brumadinho, e no combate ao crime naquele Estado.
Nós, aqui, mal
somos ouvidos. O estado que apresenta os melhores indicadores criminais do
País. E onde está o compromisso de governo, de fazer das nossas polícias a
segunda Polícia mais bem paga do Brasil? Onde está?
O que mais
precisamos fazer para dar prova do nosso espírito vocacionado, para dar prova
de que damos a nossa vida pela vida do próximo? O que mais é preciso? Estaremos
no enterro desses policiais. Estaremos apertando a mão da viúva, do pai, da mãe
que perdeu o seu ente querido, levando o nosso apoio moral. E o Estado? O que
fará? O que está fazendo?
Estamos
abandonados no estado de São Paulo. Queremos que o compromisso de governo seja
cumprido, porque palavra de homem não faz curva. Assim nós aprendemos dentro de
casa, no seio da família, e aprendemos na polícia, combatendo o crime,
defendendo o cidadão de bem.
Dia 1º de
março, domingo agora, foi a data-base. A data-base é 1º de março, não é o mês
de março. É dia 1º de março. Cadê o reconhecimento a esses homens e mulheres
que defendem o povo paulista? Onde está o reconhecimento? Onde está o respeito,
a grande atenção e a consideração a quem defende o nosso estado e defende a
nossa Nação?
Não bastam só
falácias. Não basta marketing. Isso leva a crer que estão fazendo manobras para
obterem vantagens pessoais. E o nosso objetivo aqui é lutar pela população,
pelo povo, por quem realmente precisa. Fica aqui o nosso repúdio à postura do
gestor João Doria, que não cumpre com sua palavra. (Manifestação nas galerias.)
A
SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Sr. Presidente, para
indicar o deputado Emidio de Souza para encaminhar pela liderança da Minoria.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra
o deputado Emidio.
O
SR. EMIDIO LULA DE SOUZA - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
público que nos acompanha pela TV Assembleia, pelas galerias do plenário,
primeiramente, eu gostaria de me somar à deputada Bebel e a outros que já
falaram aqui, dizendo que o dia de hoje ficará manchado não apenas na vida
política do presidente Cauê Macris. Fica manchado, uma mancha de vergonha na
história da Assembleia Legislativa de São Paulo.
Eu nunca vi uma
repressão brutal como a que foi feita aqui hoje, dentro da Casa e também nas
ruas que cercam a Assembleia Legislativa. Fiquei impressionado que até nos
corredores da Assembleia Legislativa balas de borracha foram disparadas.
A deputada
Márcia Lia e eu respiramos gás de pimenta ao tentarmos conter o avanço da Tropa
de Choque nos corredores da Assembleia Legislativa, em uma demonstração de que
a Casa que era para ser a casa de debate, a casa de conversa, a casa de
entendimento, a casa de construção democrática, se tornou palco da repressão. (Manifestação
nas galerias.)
No outro
período em que fui deputado, convivi aqui com vários presidentes, inclusive com
o pai do atual. Convivi com Walter Feldman, convivi com Vanderlei Macris,
convivi com Rodrigo Garcia. Nunca vi. Fui 1º secretário na gestão do Sidney
Beraldo. Nunca vi repressão tão vergonhosa como essa, atitude tão covarde
tomada dessa forma.
A segunda coisa
que eu queria dizer: queria dizer que, hoje, esta Assembleia Legislativa
sepulta... Fico impressionado como alguns deputados vêm aqui e ainda desafiam
os outros, desafiam o público para culpar aqueles que estão lutando arduamente
para defender os seus direitos.
Bebel, hoje,
muitos milhares de servidores, centenas de milhares, voltarão para suas casas
refazendo o plano de suas vidas. Alguém pega uma água para mim, fazendo o
favor? Refazendo os planos de suas vidas!
Entraram no
serviço público para se aposentar dignamente, entraram tanto no Judiciário, no
Legislativo e nas carreiras de que tanto se fala aqui, de policiais, de
bombeiros, de professores... Entraram com uma expectativa e, hoje, pela ação
desta Casa, pela obediência desta Casa ao João Doria, eles perderão essa
expectativa de direito e terão que refazer os planos de suas vidas.
E ainda querem
que os que estão sofrendo a retirada de direitos sofram calados, sem poder se
manifestar. Ainda há gente aqui apoiando a ação da PM. Ora, ninguém é contra a
PM corporação.
Mas os exageros
nós vamos ser contra sempre. Aqueles que vão protestar, aqueles que vão à Casa
de Leis fazer o seu pedido aos deputados para que não votem dessa ou daquela
forma não podem ser humilhados dessa forma. Isso é escandaloso na história
dessa Casa. Eu acho que ficará realmente uma mácula que terá que ser contada na
história política de São Paulo como um dia da vergonha nessa Casa.
Eu
quero também aproveitar para dizer que nesse debate ficou muito claro aqueles
que têm desprezo pelo serviço público e aqueles que valorizam o serviço
público. No Brasil, virou moda, infelizmente, deputado Campos, acusar o
servidor pelas desgraças do país.
É
a coisa mais fácil. O que o ministro Paulo Guedes, do governo Bolsonaro, chama
de parasita são os que todos os dias, às sete da manhã, estão nas salas de
aula, na frente de 30, 40 alunos, para ensiná-los a ler, a escrever e a
entender. (Manifestação nas galerias.) São os médicos, que nos atendem na
periferia.
E
veja V. Exa., até agora, na tal dessa nova epidemia do “coronavírus”, deputado
Enio, foi pelas mãos de três pesquisadores da Universidade de São Paulo - não
foi nenhuma particular - que se sequenciou o genoma para descobrir a sequência
do vírus. Será que as pessoas não conseguem pensar no valor do serviço público?
Será que não conseguem valorizar, será que não conseguem pensar que quando você
retira serviço público, você está tirando de quem mais precisa?
O
equilíbrio de contas do estado pode ser buscado e deve ser buscado, mas não à
custa de retirar direitos, à custa de economizar naquilo que não precisa. De o
João Doria parar de fazer propaganda como faz, de fazer corretamente a
arrecadação financeira das grandes empresas, que não faz. E esse serviço
público, tão vilipendiado, tão...
Eu
quero dizer também uma coisa à minha colega deputada Janaina Paschoal: na
sessão passada, a deputada Janaina se referiu ao PT dizendo que ela jamais vai
permitir que o PT volte a governar o país. Deputada, eu quero dizer primeiro
que o PT não depende em nada da senhora.
Nós
não chegamos ao governo com o seu apoio e vamos voltar sem o seu apoio. Nós não
precisamos do seu apoio; nós precisamos do apoio do povo brasileiro.
(Manifestação nas galerias.)
Eu
queria ver a senhora com a mesma bravura reclamar da associação do governo do
presidente Bolsonaro e seus filhos com o crime organizado e com os milicianos.
Eu gostaria muito de ver a senhora responder quando duas jornalistas, a
jornalista Vera Magalhães e a jornalista Patrícia Campos Mello, foram ofendidas
pessoalmente, de natureza grave, pelo presidente da República.
Não
há uma palavra sua contra isso. A senhora continua culpando quem saiu do
governo há quatro anos. Será que não deu tempo ainda de consertar o país que
vocês falam que estava destruído, e que não estava?
Eu
queria ver a sua palavra contra a militarização crescente do governo federal.
Queria ver a sua palavra, que é jurista, sobre a ameaça do presidente de
convocar manifestações contra o Supremo Tribunal Federal e contra a Câmara dos
Deputados e o Senado Federal. (Manifestação nas galerias.)
É
isso que a senhora precisa falar. E para varrer o PT, para impedir o PT de
chegar ao poder, é muito fácil, deputada: basta a senhora fazer mais, o seu
governo fazer mais do que nós fizemos.
Hoje,
quatro milhões de famílias moram debaixo de um teto por conta do programa
“Minha Casa, Minha Vida”. Dez milhões de pessoas tiveram acesso à luz, pela
primeira vez, por conta do programa “Luz para Todos” em todo o país, inclusive
no estado de São Paulo.
Outros três
milhões e meio chegaram à universidade por conta do ProUni. Um milhão e 200 mil
famílias no nordeste tiveram acesso à água por conta de um milhão e 200 mil
cisternas construídas ali, para as pessoas que mais precisam. Faça mais do que
isso e tire o PT.
Só que vocês
não fazem nada. Vocês são um governo medíocre, vocês são um governo servil aos
americanos. Vocês são um governo que não sabe o que é fala de patriota, e são
os mais impatriotas que existem, são contra o País, estão vendendo o patrimônio
público, não conseguem propor nada de diferente para este País, olham os pobres
com desprezo.
É muito fácil,
presidente. Faça a reserva cambial que nós fizemos, de 370 bilhões de dólares,
para aguentar essa variação que está tendo agora no dólar cambial; a variação
cambial que está tendo no dólar.
É isso que a
senhora precisa fazer. Não se preocupe com o PT. Se preocupe com a vida do povo
brasileiro. Se o dia que a senhora fizer mais e melhor do que o PT, a senhora
tem alguma razão para falar do nosso governo e do nosso legado.
Eu quero
conceder o restante do tempo à nobre deputada Professora Bebel.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT – Eu só quero,
deputado Emidio, daqui mesmo eu quero fazer uma pergunta, porque eu saí
indignada da última vez, que a gente fez, de forma pacífica, um cartaz dizendo
que o presidente – na minha opinião também é – machista, misógino, e todos os
nomes que merece aí do ponto de vista.
E, uma das deputadas, de forma baixa,
disse que nós não prestávamos. Eu gostaria de chamar a deputada e perguntar: o
que é não prestar? Só isso.
Muito obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Esgotado o
tempo do deputado Emidio, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, vamos proceder à
verificação de votação pelo sistema eletrônico.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA – PT – Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Pela ordem,
deputado Barba.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA – PT – Sr. Presidente, para
colocar o PT em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – O PT está em
obstrução.
O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB
– Pela ordem, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Pela ordem,
deputado Carlão Pignatari.
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB – PARA QUESTÃO DE
ORDEM - Nós estamos votando agora a supressão de quatro itens da PEC original,
que foi um acordo que nós fizemos com os sindicatos, com as associações,
inclusive, de várias carreiras públicas de São Paulo.
Então, por isso que eu quero pedir que
se vote “não”, para poder a gente retirar do texto da PEC original, para que
não fique nenhuma dúvida do que a gente for fazer no PLC, algum item da PEC
possa atrapalhar.
* * *
- É iniciada a verificação de
votação pelo sistema eletrônico.
* * *
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL – Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Deputado
Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL – Eu quero declarar
obstrução da Bancada do PSOL.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – O PSOL está
em obstrução.
O
SR. TENENTE NASCIMENTO – PSL – Com anuência do
líder, colocar o PSL em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Com anuência
do líder Gambale, o PSL está em obstrução.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB – Pela ordem, Sr.
Presidente. Eu só quero indagar se esse acordo foi feito entre todas as
lideranças.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Deputado
Campos, eu não participei de nenhum acordo. Quem construiu o acordo foi o
deputado líder do Governo. Pergunta ao líder do Governo, que pode...
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB – Se foi feita entre
as grandes lideranças, nós não temos nada a opor.
A
SRA. LECI BRANDÃO – PCdoB – O PCdoB está em
obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – O PCdoB está
em obstrução.
O
SR. MARCIO NAKASHIMA - PDT – O PDT está em
obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – O PDT está
em obstrução.
O
SR. ALEX DE MADUREIRA – PSD – Para colocar o PSD
em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – O PSD está
em obstrução.
A
SRA. ADRIANA BORGO – PROS – Pôr o PROS em
obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – O PROS está
em obstrução.
O
SR. ED THOMAS - PSB – O PSB em obstrução,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Com anuência
do líder, o PSB está em obstrução.
Transcorridos
os quatro minutos, neste momento estou abrindo o sistema eletrônico, para que
os deputados possam, pelo
sistema eletrônico, digitar “sim”, “não” ou “abstenção”, nos terminais
dispostos em suas mesas.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Neste momento, vamos
abrir os microfones de aparte para aqueles deputados
que não conseguiram realizar o seu voto pelos terminais eletrônicos.
O SR. ROQUE BARBIERE -
PTB - Pela ordem, Sr. Presidente. Para votar
“não”.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o
voto “não” de Vossa Excelência.
O SR. EDMIR CHEDID -
DEM - Pela ordem, Sr. Presidente. Para votar
“não”.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o
voto “não” de Vossa Excelência.
A SRA. ADRIANA BORGO -
PROS - Pela ordem, Sr. Presidente. Para votar
“não”.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o
voto “não” de Vossa Excelência.
O SR. ESTEVAM GALVÃO - DEM - Pela ordem, Sr. Presidente. Para votar
“não”.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o
voto “não” de Vossa Excelência.
O SR. ED THOMAS - PSB - Pela ordem, Sr. Presidente. Para votar
“não”.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o
voto “não” de Vossa Excelência.
O SR. CAMPOS MACHADO -
PTB - Pela ordem, Sr. Presidente. Para votar
“não”.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o
voto “não” de Vossa Excelência.
O SR. REINALDO ALGUZ - PV - Pela
ordem, Sr. Presidente.
Para votar “não”.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto
“não” de Vossa Excelência.
O SR. ALEX DE
MADUREIRA - PSD - Pela ordem, Sr. Presidente. Para votar
“não”.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o
voto “não” de Vossa Excelência.
A SRA. MARIA LÚCIA
AMARY - PSDB - Pela ordem, Sr. Presidente. Para votar
“não”.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o
voto “não” de Vossa Excelência.
A SRA. PRESIDENTE -
ANALICE FERNANDES - PSDB - Pela ordem, Sr. Presidente. Para votar
“não”.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o
voto “não” de Vossa Excelência.
O SR. BRUNO GANEM -
PODE - Pela ordem, Sr. Presidente. Para votar
“não”.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o
voto “não” de Vossa Excelência.
A SRA EDNA MACEDO -
REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente. Para votar
“não”.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o
voto “não” de Vossa Excelência.
O SR. APRIGIO - PODE -
Pela ordem, Sr.
Presidente. Para votar “não”.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o
voto “não” de Vossa Excelência.
O SR. MARCIO NAKASHIMA
- PDT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para votar
“não”.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o
voto “não” de Vossa Excelência.
O SR. ENIO LULA TATTO
- PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para votar
“não”.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o
voto “não” de Vossa Excelência.
Pergunto
se algum Sr. Parlamentar ou Sra. Parlamentar gostaria de registrar o seu voto.
Eu registro o voto “não” também. O presidente registra o voto “não”.
O SR. RAFAEL SILVA -
PSB - Pela ordem, Sr. Presidente. Para votar
“não”.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o
voto “não” de Vossa Excelência.
O SR. PRESIDENTE -
GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente. Para votar
“não”.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Está registrado o voto “não” de Vossa Excelência.
Pergunto se
mais algum Sr. Deputado ou Sra. Deputada gostaria de registrar o seu voto.
O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Para
votar “não”.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
registrado o voto “não” de Vossa Excelência.
O SR. CORONEL TELHADA - PP - Coronel
Telhada vota “não”.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
registrado o voto “não” de Vossa Excelência.
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT -
Para votar “não”.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
registrado o voto “não” de Vossa Excelência.
O SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT -
Para votar “não”.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
registrado o voto “não” de Vossa Excelência.
A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB -
Votar “não”.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
registrado o voto “não” de Vossa Excelência.
O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - Para
votar “não”.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
registrado o voto “não” de Vossa Excelência.
O SR. EMIDIO LULA DE SOUZA - PT -
Voto “não”.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
registrado o voto “não” de Vossa Excelência.
Pergunto se
mais algum Sr. Deputada ou Sra. Deputada gostaria de registrar o seu voto. Não
havendo registro de voto, passamos a alteração de votos. Pergunto se algum Sr.
Deputado ou Sra. Deputada gostaria de alterar o seu voto.
O SR. SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS -
Alterar de “sim” para “não”.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
registrada a alteração de voto do deputado Sebastião.
O SR. ROBERTO MORAIS - CIDADANIA -
De “sim” para “não”.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
registrada a alteração de voto de Vossa Excelência.
O SR. CARLOS CEZAR - PSB - Para alterar o
meu voto de “sim” para “não”.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
registrada a alteração de voto de Vossa Excelência.
O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL -
Para alterar o meu voto de “sim” para “não”.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
alterado o voto de Vossa Excelência.
Pergunto se
mais algum Sr. Deputado ou Sra. Deputada gostaria de alterar o seu voto. Não
havendo então alterações de voto, está encerrado o processo de votação.
Participaram
deste processo 80 Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sendo 80 votos “não”,
quórum suficiente para rejeitar o item 3.
O SR. CARLÃO PIGNATARI -
PSDB
- PARA COMUNICAÇÃO - Fazer um apelo aos líderes aqui da Assembleia Legislativa que
nós temos agora imediatamente a redação final da Comissão de Constituição e Justiça,
que nós precisamos fazer com que dê quórum logo após esta sessão.
O SR. CARLOS CEZAR - PSB
- PARA
COMUNICAÇÃO - Eu quero lamentar, Sr.
Presidente, que havia uma expectativa muito
grande de que a cidade de Sorocaba fosse contemplada com a extensão da Linha 8 -
Diamante com o transporte de trem de passageiros e fomos surpreendidos pelo jornal
Cruzeiro do Sul e pela rádio Cruzeiro do Sul com a informação de que Sorocaba
não será contemplada com esse transporte público de passageiro, uma vez que
havia essa expectativa que isso acontecesse.
Sorocaba
é uma sede de região metropolitana. São mais de 740 mil habitantes só na cidade
de Sorocaba. No entorno, são perto de dois milhões de habitantes que com
certeza teriam um transporte mais barato, menos oneroso para a população que
trabalha aqui em São Paulo, além de desafogar a rodovia Castelo Branco, a
Raposo Tavares e até as marginais. Enfim, isso causou um drama muito grande.
Eu
tenho certeza de que não apenas eu, mas a deputada Maria Lúcia Amary, o deputado
Danilo Balas, enfim, vários outros deputados estamos empenhados em sensibilizar.
Faço
até um apelo ao líder do Governo, o deputado Carlão Pignatari, para que
possamos sensibilizar o governador João Doria, sensibilizar o secretário Alexandre
Baldy para que isso possa ser revertido e Sorocaba seja contemplada.
Aliás,
parabenizo Vossa Excelência, presidente, porque Americana está contemplada e
tenho certeza de que Sorocaba também será revista.
Apenas
isso. Obrigado.
O SR. CORONEL TELHADA -
PP - Pela ordem.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ
MACRIS - PSDB - Antes de passar a palavra a Vossa
Excelência, convocação. Srs. Deputados, Sras. Deputadas, nos termos do disposto
do Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 45, parágrafo quinto,
ambos do Regimento Interno, convoco reunião extraordinária da Comissão de
Constituição, Justiça e Redação, a realizar-se hoje, às 14 horas e 30 minutos,
no salão nobre da Presidência, com a finalidade de oferecer redação final a Proposta
de Emenda à Constituição nº 18, de 2019.
Para
uma comunicação, deputado Telhada.
O SR. CORONEL TELHADA -
PP - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, para uma
comunicação. Eu votei “não” na Previdência. Então eu tenho muita tranquilidade
de vir aqui neste microfone agora - não fui antes por causa do tempo que se
esgotava - para parabenizar a Polícia Militar pela ação de hoje.
Muitos
deputados se levantaram, se colocaram contra, o que eu entendo, até porque
estavam numa luta ideológica, mas eu tenho certeza de que a maioria dos
deputados aqui estão felizes e contentes com a ação da Polícia Militar.
Quero
parabenizar o coronel Robinson, presidente da Assessoria Militar, também o
comandante do 12, que colocou as tropas do Choque que estiveram aqui. Para quem
não sabe, o cabo Robson aqui da assessoria foi ferido e socorrido por
terroristas, porque não são manifestantes.
Manifestantes
estão aqui gritando, exercendo direitos, mas lá fora pessoas atacaram a
polícia. O meu gabinete está depredado como a maioria dos gabinetes dos
deputados.
Os banheiros estão depredados. As
portas da Assembleia estão quebradas. Eu entendo até, Sr. Presidente, que
deveria ser feita uma relação de tudo depredado e encaminhada para que fosse
feito inclusive o boletim de ocorrência contra esses sindicatos que aqui
estiveram hoje para que façam o ressarcimento do que quebraram aqui na Casa.
Então, parabéns ao coronel Robson e a
todos os policiais militares presentes. Parabéns à tropa de choque. Se não
fossem os senhores hoje, aqui, com certeza teria sido muito pior. Além disso,
estou fazendo um documento ao comandante geral, parabenizando e elogiando todos
os senhores.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT -
PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, primeiro, declarar que estamos protocolando
uma declaração de voto contrário à PEC 18 nesse momento. E também para dizer
que, ao contrário, e com todo o respeito ao Coronel Telhada, tenho que repudiar
o que aconteceu aqui hoje. Não era necessário chamar a tropa de choque aqui.
Inclusive, isso
é um desrespeito com a Polícia que trabalha aqui dentro. A Polícia que trabalha
aqui dentro, o tempo todo, dá conta de lidar com todas as manifestações aqui,
sem disparar um tiro, sem ter uma agressão.
Então, também
vou estudar o que aconteceu aqui hoje, para fazer, inclusive, se for preciso,
uma ação contra a Força Tática, em função de que vários tiros de borracha...
Tem várias pessoas atingidas. Tomamos spray de pimenta.
Estive lá em
cima. Conversei com o comandante José Antonio. Fiz um acordo com ele. Que ele
retirava a tropa de choque, que o pessoal não invadiria. Ele botou a Polícia
dele aqui dentro e a Polícia dele não foi agredida aqui dentro.
Os
manifestantes ficaram o tempo todo aqui no plenário sem agredir. Que a Polícia
legislativa aqui está acostumada a ter um tipo de tratamento.
A tropa de
choque do João Doria é só para atirar, para bater e para jogar spray de
pimenta. Então, repudiar a tua ação, presidente, porque eles estavam aqui a
mando do senhor.
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB -
PARA COMUNICAÇÃO – Primeiro, quero cumprimentá-lo pela perfeita condução dos
trabalhos aqui hoje. Ao senhor, à Polícia Militar de São Paulo, ao coronel
Robson, à Polícia Civil, que resguardaram a segurança de nós, deputados.
A gente fala
que as pessoas vêm aqui fazer reivindicação, lutar pela sua categoria. Temos
que ter respeito.
Mas, quando
você tem um caminhão lá fora, que o seu locutor estava incitando aquelas
pessoas que estavam lá a invadir, a depredar, a quebrar tudo para que a gente
pudesse ter, isso não é democracia.
Não é isso que
queremos para São Paulo. E agradecer a todos os deputados da Assembleia
Legislativa, em especial aos 59 que nos ajudaram, com certeza, a melhorar a vida
do povo paulista. Presidente, a você, ao coronel Robson, meus parabéns.
Foi de extrema
importância, sim senhor, a tropa de choque. Tem vídeos e mais vídeos aqui na
Assembleia. Pseudomanifestantes - para mim, isso não é manifestamente;
manifestante é quem, democraticamente, defende o seu direito.
Espero que as
filmagens da Assembleia Legislativa consigam pegar quem fez para que seja
representado para pagar pelos danos que causou. Afinal de contas, é um
patrimônio público.
Parabéns,
presidente.
Coronel, parabéns
a você e a toda a Polícia Militar e à Polícia Civil de São Paulo.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Antes de
passar. Em dois minutos começa uma nova sessão. Acho que aqueles deputados que
quiserem falar, podem falar.
Mas quero me manifestar nesse momento.
Antes de encerrar, tenho mais um minuto e meio para me manifestar. Fiquei
calado durante a condução desses trabalhos. Mas quero também dizer, a todos os
deputados e deputadas, a quem vou me dirigir claramente no dia de hoje.
A democracia da representatividade dos
45 milhões de habitantes é feita por 94 parlamentares que têm direito a voz e
voto. Que vêm aqui a este plenário e colocam as suas posições, sejam elas quais
forem e para qual lado for.
Mas colocam, e têm que ter o direito.
Qualquer outra representação que não seja a dos 94 deputados, fugimos das
possiblidades e da linha do que a Constituição determina, que é a representação
dos poderes.
Esses poderes estão representados pelo
Poder Legislativo. A hora que eu, como presidente da Assembleia, independente
das posições de cada um... Fui agredido o dia todo. Tenho obrigação de garantir
que vocês, deputados estaduais, possam vir aqui livremente expressar e
manifestar a posição de vocês.
Aí quero... De maneira infeliz, por
conta de um direito de manifestação que todos reconhecemos e legitimamos, todos
aqueles que vêm se manifestar de posição contrária, infelizmente detectamos, no
meio dessas pessoas, que, de maneira pacífica vêm à sede do Legislativo fazer a
sua manifestação, seja contrária ou favorável ao projeto de lei, identificamos
19 sujeitos, os chamados “black blocs”, que vieram à sede do Legislativo, todos
eles já devidamente qualificados pelas câmeras do Poder Legislativo, unicamente
com o intuito de quebrar tudo, de causar confusão para impedir o direito desses
parlamentares.
Aí, diante desse fato, não vou
generalizar. A manifestação, ela é legítima. Cada um que vem aqui vai ser
sempre respeitado, mas, diante desse fato, desses 19 sujeitos “black blocs”, a
polícia agiu corretamente.
Então, quero cumprimentar aqui o
coronel Robinson e todos os policiais militares da Assembleia Legislativa de São
Paulo e aqueles que vieram auxiliar. (Palmas.) A Polícia Civil também. Porque a
polícia não agiu, a polícia reagiu a uma ação de depredação por conta de 19
indivíduos que vieram trazer problemas ao Legislativo para impedir o processo
de votação. Não podemos deixar de reconhecer a atividade de todos os que
estiveram aqui.
E eu vou, independentemente da
posição... Eu respeito cada um, o que pensam de mim ou deixam de pensar.
Enquanto eu estiver, porque fui eleito, como presidente da Assembleia, vou
garantir o direito dos senhores, dos 94 parlamentares, de virem aqui falar e
votar. Está certo?
Esgotado o
objeto da presente sessão, está levantada a sessão.
Logo mais, peço
ao deputado Gilmaci que possa abrir a sessão ordinária.
Está levantada
a sessão. Em dois minutos, Gilmaci abre a sessão ordinária.
Muito obrigado
e um bom dia a todos.
* * *
- Encerra-se a
sessão às 14 horas e 31 minutos.
* * *