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3 DE MARÇO DE 2020

14ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

 

Presidência: CAUÊ MACRIS e ANALICE FERNANDES

 

RESUMO

 

ORDEM DO DIA

1 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Abre a sessão. Coloca em votação o item 2 do requerimento de método à PEC 18/19.

 

2 - DR. JORGE LULA DO CARMO

Encaminha a votação do item 2 do requerimento de método à PEC 18/19, em nome do PT.

 

3 - JOSÉ AMÉRICO LULA

Encaminha a votação do item 2 do requerimento de método à PEC 18/19, em nome da Minoria.

 

4 - CARLOS GIANNAZI

Encaminha a votação do item 2 do requerimento de método à PEC 18/19, em nome da Minoria.

 

5 - BETH LULA SAHÃO

Para comunicação, questiona a Presidência sobre a falta de água na Casa.

 

6 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Informa os parlamentares que foram quebrados canos e danificados fios, tendo portas de vidro quebradas, além de diversos danos à esta Casa, que ainda serão contabilizados.

 

7 - DOUGLAS GARCIA

Encaminha a votação do item 2 do requerimento de método à PEC 18/19, em nome do PSL.

 

8 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA

Encaminha a votação do item 2 do requerimento de método à PEC 18/19, em nome do PSOL.

 

9 - ISA PENNA

Encaminha a votação do item 2 do requerimento de método à PEC 18/19, em nome do PSOL.

 

10 - ADRIANA BORGO

Encaminha a votação do item 2 do requerimento de método à PEC 18/19, em nome do PROS.

 

11 - CAMPOS MACHADO

Encaminha a votação do item 2 do requerimento de método à PEC 18/19, em nome do PTB.

 

12 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Coloca em votação nominal o item 2 do requerimento de método à PEC 18/19.

 

13 - TEONILIO BARBA LULA

Para questão de ordem, faz questionamentos sobre o processo de votação.

 

14 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Esclarece a dúvida do deputado Teonilio Barba Lula.

 

15 - CARLÃO PIGNATARI

Para questão de ordem, faz questionamentos sobre o item em votação. Pede para que todos votem "sim" nas emendas em votação.

 

16 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Responde a dúvida do deputado Carlão Pignatari.

 

17 - CAMPOS MACHADO

Para questão de ordem, questiona se a Emenda nº 32, de sua autoria, seria votada agora.

 

18 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Responde que a mesma será votada neste momento.

 

19 - TEONILIO BARBA LULA

Informa a obstrução do PT ao processo de votação.

 

20 - CARLOS GIANNAZI

Informa a obstrução do PSOL ao processo de votação.

 

21 - TENENTE NASCIMENTO

Informa a obstrução do PSL ao processo de votação.

 

22 - ADRIANA BORGO

Informa a obstrução do PROS ao processo de votação.

 

23 - SEBASTIÃO SANTOS

Informa a obstrução do Republicanos ao processo de votação.

 

24 - MARCIO NAKASHIMA

Informa a obstrução do PDT ao processo de votação.

 

25 - ALEX DE MADUREIRA

Informa a obstrução do PSD ao processo de votação.

 

26 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Registra as manifestações. Anuncia o resultado da verificação de votação, que confirma a aprovação do item 2 do requerimento de método à PEC 18/19. Coloca em votação o item 3 do requerimento de método.

 

27 - ERICA MALUNGUINHO

Encaminha a votação do item 3 do requerimento de método à PEC 18/19, em nome do PSOL.

 

28 - GILMACI SANTOS

Encaminha a votação do item 3 do requerimento de método à PEC 18/19, em nome do Republicanos.

 

29 - ANALICE FERNANDES

Assume a Presidência.

 

30 - ALTAIR MORAES

Encaminha a votação do item 3 do requerimento de método à PEC 18/19, em nome do Republicanos.

 

31 - HENI OZI CUKIER

Encaminha a votação do item 3 do requerimento de método à PEC 18/19, em nome do Novo.

 

32 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Assume a Presidência.

 

33 - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA

Encaminha a votação do item 3 do requerimento de método à PEC 18/19, em nome do PT.

 

34 - PROFESSORA BEBEL LULA

Encaminha a votação do item 3 do requerimento de método à PEC 18/19, em nome do PT.

 

35 - MAJOR MECCA

Encaminha a votação do item 3 do requerimento de método à PEC 18/19, em nome do PSL.

 

36 - EMIDIO LULA DE SOUZA

Encaminha a votação do item 3 do requerimento de método à PEC 18/19, em nome da Minoria.

 

37 - PROFESSORA BEBEL LULA

Encaminha a votação do item 3 do requerimento de método à PEC 18/19, em nome da Minoria.

 

38 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Coloca em votação nominal o item 3 do requerimento de método à PEC 18/19.

 

39 - CARLÃO PIGNATARI

Para questão de ordem, pede que os deputados votem "não" neste item do requerimento de método.

 

40 - TEONILIO BARBA LULA

Informa a obstrução do PT ao processo de votação.

 

41 - CARLOS GIANNAZI

Informa a obstrução do PSOL ao processo de votação.

 

42 - TENENTE NASCIMENTO

Informa a obstrução do PSL ao processo de votação.

 

43 - LECI BRANDÃO

Informa a obstrução do PCdoB ao processo de votação.

 

44 - MARCIO NAKASHIMA

Informa a obstrução do PDT ao processo de votação.

 

45 - ALEX DE MADUREIRA

Informa a obstrução do PSD ao processo de votação.

 

46 - ADRIANA BORGO

Informa a obstrução do PROS ao processo de votação.

 

47 - ED THOMAS

Informa a obstrução do PSB ao processo de votação.

 

48 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Registra as manifestações. Anuncia o resultado da verificação de votação, número que confirma a rejeição do item 3 do requerimento de método de votação à PEC 18/19.

 

49 - CARLÃO PIGNATARI

Para comunicação, lembra os deputados da realização de reunião da Comissão de Constituição, Justiça e Redação, para exarar parecer sobre a redação final proposta de emenda à Constituição aprovada, a ocorrer logo após esta sessão.

 

50 - CARLOS CEZAR

Para comunicação, lamenta que Sorocaba não tenha sido contemplada com uma nova linha de transporte público. Diz ser a cidade sede de uma grande região metropolitana, que possui aproximadamente dois milhões de habitantes. Ressalta que este transporte ajudaria a desafogar as rodovias Castello Branco e Raposo Tavares, assim como as marginais de São Paulo. Apela ao líder do Governo Carlão Pignatari para que sensibilize o governador João Doria e o secretário de Transportes para que isto possa ser revertido.

 

51 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Convoca reunião extraordinária da Comissão de Constituição, Justiça e Redação, para hoje, às 14 horas e 30 minutos.

 

52 - CORONEL TELHADA

Para comunicação, diz ter votado não na reforma da Previdência. Parabeniza a Polícia Militar pela sua atuação hoje nesta Casa. Cumprimenta o coronel Robson e todos os envolvidos. Esclarece que os manifestantes atacaram a polícia e depredaram parte deste Parlamento, inclusive gabinetes de deputados. Considera que deveria ser feito boletim de ocorrência contra estes sindicatos que incentivaram a violência.

 

53 - TEONILIO BARBA LULA

Para comunicação, informa que protocolará a declaração de voto contrária do PT. Repudia o ocorrido hoje nesta Casa. Considera que a presença da Tropa de Choque não era necessária, que somente a Polícia Legislativa poderia ter atuado. Informa que vários manifestantes foram atingidos. Lamenta que a Tropa de Choque tenha vindo à esta Casa para atirar, bater e jogar spray de pimenta nos manifestantes.

 

54 - CARLÃO PIGNATARI

Para comunicação, parabeniza o presidente Cauê Macris pela condução dos trabalhos e a Polícia Militar por resguardar a segurança dos deputados. Diz respeitar os manifestantes que lutam pela categoria. Menciona a presença de caminhão de som, incentivando os manifestantes a invadirem e quebrarem a Casa, o que não é considerado democracia. Agradece aos 59 deputados que ajudaram a melhorar a vida do povo paulista. Destaca a importância da presença da Tropa de Choque hoje neste Parlamento. Pede que os responsáveis, identificados por meio de vídeos, sejam representados a pagarem os danos. Parabeniza o coronel Robson pela atuação.

 

55 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Esclarece que a democracia consiste em 45 milhões de habitantes, representados por 94 deputados, que tem voz e voto nesta Casa. Afirma que, como presidente deste Parlamento, tem a obrigação de garantir que os deputados possam livremente manifestar suas posições. Informa que foram detectados, entre os manifestantes, 19 "black blocs", já devidamente qualificados por meio de vídeos, que vieram à esta Casa quebrar tudo e causar confusão. Considera que, diante deste fato, a polícia agiu corretamente. Parabeniza o coronel Robson, os policiais desta Casa e todos que vieram auxiliar. Destaca que a polícia apenas reagiu à depredação de indivíduos que vieram impedir a votação. Ressalta que, enquanto for presidente, garantirá o direito de todos os deputados falarem e votarem, independentemente de suas posições. Encerra a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Cauê Macris.

 

* * *

 

            O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.

Ordem do dia.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Votação em segundo turno. Adiada. Proposta de emenda Constitucional no 18, de 2019. Estamos indo, neste momento, para o roteiro, para o item 2.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Para indicar o deputado Dr. Jorge para encaminhar em nome da bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Dr. Jorge encaminha em nome da liderança do PT.

 

O SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público da galeria, público da TV Alesp. Sr. Presidente, o que nós vimos hoje aqui, nessa Casa, nesse plenário, e no entorno da Assembleia Legislativa, é uma praça de guerra.

Infelizmente, o PSDB e os deputados aliados do governo Doria conseguiram, aqui, destruir os direitos dos trabalhadores, dos servidores públicos do estado de São Paulo, que se planejaram, estudaram, passaram num concurso público e tinham uma expectativa de que iriam se aposentar com um determinado tempo de contribuição.

Mas, infelizmente, veio um governo nefasto, um governo que não tem nenhum compromisso com a sociedade paulista e paulistana; que não tem nenhum compromisso com os professores, com os servidores públicos em geral, da Polícia Civil, da Polícia Militar, da Saúde, da Educação.

Vem um governo e vêm os deputados que têm compromisso com esse governo e que, muitas vezes, foram votados pelos servidores públicos. Deputado Luiz Fernando, foram pedir voto para o servidor público na sua cidade, na sua região.

E hoje dão um golpe no servidor público, frustrando as expectativas que ele tinha de se aposentar, com direito adquirido constitucionalmente. É lamentável.

E mais do que isso: o que nós vimos aqui foi a polícia batendo nos servidores, agredindo, jogando bomba, gás de pimenta contra as pessoas que estão decentemente aqui lutando pelos seus direitos. E contra esse desmonte do serviço público, que é o que tem feito o governo Doria no estado de São Paulo. Nós só temos a lamentar.

E dizer para os servidores: nós caímos de pé, nós caímos de cabeça erguida. A bancada do Partido dos Trabalhadores, a bancada de esquerda e os deputados e deputadas que honraram o voto de vocês e que têm compromisso com vocês não traíram vocês, não traíram a confiança de vocês.

Mas, infelizmente, tem gente que quando está na eleição promete que não vai fazer a reforma. Foi o que fez o então candidato a governador João Agripino Doria. Não vou fazer a reforma. Pelo contrário, fez a deforma da Previdência. Piorou a Previdência.

E, para as mulheres, e, para as mulheres, aumentou em sete anos o tempo de trabalho para poder se aposentar. Ou seja, é um governo que não tem compromisso com servidores, em especial, com as mulheres, porque já trabalharam, já fizeram, doaram todo o seu tempo para o serviço público.

E, na hora de se aposentar, no meio, no fim, na reta final da sua aposentadoria, vem um governo, vem um governo com esse espírito nefasto de destruir, de, com seus aliados, com os deputados e deputadas aqui que se prestaram a esse papel, que se prestaram a esse lamentável papel de votar, sim, a essa famigerada reforma da Previdência, vem um governo que governa este estado há 30 anos, quase. Desde 1995, só o PSDB governando o estado de São Paulo.

E, no entanto, estamos aqui para presenciar, lamentavelmente, essas cenas de batalha de guerra. No estado democrático de direito, no estado onde a democracia é o pilar principal, onde a Constituição nos assegura isso, nós vivemos aqui hoje foi a repressão contra os servidores, a Polícia batendo nos trabalhadores.

E isso não é de um estado democrático. Isso não é possível, não é previsível, num governo e numa Casa Legislativa, num estado democrático de direito.

Por isso, Sr. Presidente, é lamentável. Eu votei em você para presidente, mas, eu, sinceramente, você e as pessoas que votaram contra, a favor dessa reforma, eu me sinto envergonhado de dizer: não valeu a pena votar em você, porque nós queremos aqui é gente que defende o povo.

Nós queremos deputados aqui que tenham compromisso com o povo, que sejam, realmente, compromissados com a defesa da garantia de direitos, com a defesa da melhoria da qualidade de vida do povo paulista.

Por isso, nós queremos repudiar e dizer para os servidores e servidoras: nós nos orgulhamos de vocês. Valeu a pena lutar. Valeu a pena.

Lutar sempre. Vencer, depende, talvez. Mas, nós caímos de pé, porque a bancada aqui do Partido dos Trabalhadores votou dignamente contra essa reforma. Porque nós não defendemos a piora da qualidade de vida do povo. Nós defendemos melhorar a vida dos trabalhadores, dos servidores, que têm, a duras penas, lutado para defender os seus direitos.

E, aí, eu quero que o senhor saiba que o estado que tem o estado mais rico, o maior Orçamento do Brasil, 239 bilhões, nós sabemos exatamente as dificuldades que existem.

Mas não é na Previdência. A dificuldade e a falta de gestão, a má gestão, é na corrupção, é nas obras, é dando recurso para os amigos, e não tirando dos trabalhadores.

Mas, o que é que faz o governo do PSDB? O que faz aqui o governo e os deputados aliados? Tira direito dos trabalhadores, reprime os trabalhadores, bate nos trabalhadores, faz com que as pessoas fiquem aqui, venham lutar pelos seus direitos, e apanhem, e tenham o dissabor de vir na Casa Legislativa, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, a casa da democracia, um dos maiores parlamentos da América Latina, para ser chicoteado, para ser apanhado, para ter bomba de gás lacrimogênio.

Só faltou jogar aqui no plenário. Aliás, chegou aqui também para nós o gás lacrimogênio, deputada Márcia Lia. Chegou, porque a Polícia, a Polícia do PSDB, a Polícia do governo Doria, a Polícia, que deveria defender os trabalhadores, está aqui para reprimir, para atender aos anseios e ao pedido do governo do Partido dos Trabalhadores, do governo.

O Partido dos Trabalhadores está aqui para defender vocês, e o governo do PSDB está aqui exatamente para reprimir vocês. Só tenho a lamentar. Só tenho a dizer que para nós foi uma grande decepção a gente ver esta Casa, que teve uma grande reforma aqui na eleição de 2018, que elegeu mais de 52 deputados novos, e eu sou um deles, mas uma grande maioria, infelizmente, para votar contra os interesses do povo, para votar contra os trabalhadores, para vir aqui e para dizer: “eu fui eleito e você me deu um cheque em branco”.

Deputado não ganha cheque em branco. Deputado ganha compromisso com o trabalhador, com o servidor, com a sua base, com a sua região, e, na hora de votar aqui, ele não está autorizado a fazer o que ele quer, da maneira que ele quer, votar do jeito que ele bem entender, porque será cobrado, será cobrado na urna, será cobrado na próxima eleição, na sua base.

Então, eu fico com a consciência em paz, tranquila, porque nós lutamos até o fim. Defendemos os trabalhadores, os servidores, e vamos continuar essa luta. Vamos à justiça. Vamos tentar de todas as formas derrubar essa famigerada reforma, ou melhor, deforma da Previdência.

Por isso, cada um aqui, que ocupou essa galeria, cada um que ocupou o entorno dessa Assembleia, cada um que saiu do seu trabalho, depois de uma manobra regimental aqui do presidente... Porque a sessão extraordinária estava prevista para hoje às 19 horas.

Para desmobilizar, para desarticular, para desorganizar as pessoas que vêm lutar pelos seus direitos, o presidente da Assembleia, de uma forma golpista, de uma forma ilegítima, infelizmente, autoritária - não é porque é regimental que não é autoritária - mudou a Sessão Extraordinária para hoje às nove e 15 da manhã.

Então, eu quero dizer que, para nós foi uma batalha. Foi uma batalha. Os servidores perderam, é bem verdade, mas, certamente saberão dar a resposta. Certamente, em 2022, saberão dar a resposta aos deputados que traíram a confiança deles, e ao governador, que apresentou essa reforma nefasta aqui, para piorar a vida dos servidores.

Por isso, tenho certeza, quem votou a favor dessa reforma certamente vai ter o seu retorno, e eu tenho orgulho de ter dito aqui “não” a essa reforma nefasta. “Não” à piora da vida dos servidores, e o Partido dos Trabalhadores e eu votamos “não”, e votaria quantas vezes fossem necessárias para melhorar a vida dos servidores.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para indicar o deputado José Américo, para encaminhar pela liderança da Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra o deputado José Américo, para encaminhar pela liderança da Minoria.

 

O SR. JOSÉ AMÉRICO LULA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos os Srs. Deputados e Sras. Deputadas, Sr. Presidente. Eu queria começar a minha fala lastimando os acontecimentos que eu jamais imaginei que pudessem acontecer na Assembleia Legislativa. Infelizmente, Sr. Presidente, com a sua conivência.

A manifestação lá fora foi duramente reprimida. Aqui também, na nossa galeria, também reprimida. Me corrige o nosso líder aqui, e eu sou obrigado a concordar com ele, Sr. Presidente, que não foi com a sua conivência. Foi você quem mandou. Diante das reclamações, você insistentemente repetia: “a Polícia Militar tem que cumprir o seu dever”. Ou seja, fazer isso.

Acho que isso não fortalece o senhor. Enfraquece o senhor. Eu nunca vi uma Assembleia Legislativa mais fraca do que esta. A sua Presidência vai ser marcada pela fragilidade, pela interferência do Executivo, pela interferência dos outros poderes aqui na nossa Casa.

Infelizmente, acho que é um legado que não está na altura daquilo que o senhor prometia, e que eu mesmo imaginei que o senhor pudesse fazer. Infelizmente, é um triste legado.

Bem, mas sobre o mérito da questão que estamos discutindo, quero dizer para vocês. Gente, na verdade, segundo o próprio governador Doria, a economia que ele vai propiciar com essa reforma terrível, com essa reforma absurda, essa reforma da Previdência absurda... O que ele vai economizar é mais ou menos três bilhões por ano, deputado Aprigio.

Três bilhões por ano. Isso é um pouco mais que um por cento do Orçamento. Então, eu me pergunto. Por que que ele tá fazendo tanto esforço? Isso tem tudo a ver com as politicagens que o nosso frívolo governador fez no carnaval. Tem tudo a ver. Política é a única coisa que ele sabe fazer; é política.

Ou seja, pega os servidores para Cristo, retira direitos dos mais fracos, não faz uma reforma de natureza progressiva, não protege aqueles que ganham menos e arranca três bilhões por ano.

Não vai fazer diferença no Orçamento do Estado, mas vai permitir... E aí nós ligamos com a frivolidade da ação política desse governador. Vai servir para que, gente? Para mostrar para o poder econômico que ele também é capaz de destruir o Estado brasileiro.

É isso que ele quer mostrar, que ele é capaz de destruir o Estado brasileiro, que ele é capaz de retirar direitos, porque uma parte da burguesia brasileira, do empresariado brasileiro, que na verdade convive com a delinquência quando essa própria parte se confunde com a delinquência, porque são contrabandistas, são sonegadores contumazes, porque desrespeitam legislação trabalhista.

Pois é, esse setor semi delinquente do poder econômico brasileiro que tem como norte a destruição do nosso Estado, a destruição dos direitos dos trabalhadores, dos servidores públicos e dos trabalhadores em geral.

Então o Doria está sinalizando para essa gente que ele também é capaz de destruir o Estado brasileiro. É isso que ele quer mostrar, ou seja, está fazendo política da mesma maneira frívola que ele fez fantasiado de alguma coisa que eu não entendi direito no carnaval de São Paulo, Bahia, etc, etc.

Ele ficava rodopiando, deputado Luiz Fernando, pelos camarotes do Rio de Janeiro. Disse que era um negócio assim assustador. Você estava lá tomando uma cerveja e de repente aparecia o Doria e ele com aquele jeitinho dele que ele anda na ponta do pé e tal.

Então ninguém entendia direito. O Campos Machado falou que tinha uma fantasia, mas que ele estava fantasiado de alguma coisa. Eu não entendi direito a fantasia do nosso governador. Colombina?

Não, é, talvez, enfim. Podia ser um pierrô ali, parece que ele tinha aquele negócio do pierrô. Pois é, gente. Nada contra o carnaval. O carnaval é fabuloso, bonito, legal, adoro, mas ele ficou fazendo política no carnaval assim como ele está fazendo política com a reforma da Previdência, com o direito dos trabalhadores, com o direito dos servidores.

Vai aumentar a alíquota, vai dificultar, vai aumentar o tempo de aposentadoria, aumentar o tempo para a pessoa se aposentar e vai aumentar a alíquota, o que é terrível, terrível, e não tem sequer uma distinção entre aqueles que ganham mais ou que ganham menos.

Pessoal, eu vou parar por aqui, porque como eu estou falando aqui pela Minoria, eu vou ceder o tempo para o líder do PSOL para concluir a fala, o deputado Carlos Giannazi. Giannazi, por favor.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, deputado José Américo, pela cessão do restante do seu tempo. Eu quero rapidamente fazer mais um apelo aqui aos deputados e deputadas lendo um texto aqui sobre direitos. Nós estamos assistindo aqui um desmonte da Constituição, um desmonte dos direitos previdenciários dos servidores.

É um texto da juíza federal Raquel Domingues do Amaral que ela fez para os jovens estudantes de Direito, mas eu quero direcionar a todos os deputados e deputadas que estão votando nessa farsa da reforma da Previdência.

Ela diz o seguinte: “Sabem do que são feitos os direitos, deputados e deputadas? Sentem o seu cheiro? Os direitos são feitos de suor, de sangue, de carne humana apodrecida nos campos de batalha, queimada em fogueiras! Quando abro a Constituição no Art. 5º, além dos signos, dos enunciados vertidos em linguagem jurídica, sinto cheiro de sangue velho!

Vejo cabeças rolando de guilhotinas, jovens mutilados, mulheres ardendo nas chamas das fogueiras! Ouço o grito enlouquecido dos empalados. Deparo-me com crianças famintas, enrijecidas por invernos rigorosos, falecidas às portas das fábricas com os estômagos vazios! “Os direitos são feitos de fluido vital.

Para se fazer o direito mais elementar, a liberdade, gastou-se séculos, e milhares de vidas foram tragadas, foram moídas na máquina de se fazer direito, a revolução. Tu achavas que os direitos foram feitos pelos janotas, que têm assento nos parlamentos, nos tribunais? Engana-te. O direito é feito   com carne do povo. Quando se revoga um direito, desperdiça-se milhares de vidas.

É isso que V. Exas. estão fazendo aqui. Revogando um direito fundamental que é o direito à aposentadoria e Previdência. Vocês estão desperdiçando milhares de vidas que lutaram para que tivéssemos esse direito garantido. Os governantes que usurpam direitos, como abutres, alimentam-se dos restos mortais de todos aqueles que morreram para se converterem em direitos.

Quando se concretiza um direito, eterniza-se essas milhares de vidas que lutaram para que tivéssemos acesso à Previdência, à aposentadoria. Quando concretizamos um direito, damos um sentido à tragédia humana e à nossa própria existência. O direito e a arte são as únicas evidências de que a odisseia terrena teve algum significado.”

É um texto muito direto. Espero que V. Exas. possam contribuir e possam refletir e pensar um pouco melhor antes de votar nos itens que restam ainda. Porque V. Exas. estão sendo cúmplices da retirada de direitos previdenciários.

Estão destruindo uma conquista histórica da população, dos servidores, não só do estado de São Paulo, mas de todo o Brasil. Vossas Excelências estão desmontando a Previdência de milhares e milhares de servidores, de 800 mil servidores.

Somos 1.200 servidores na ativa, aposentados, pensionistas. Representamos 6 milhões de pessoas em todo o estado de São Paulo. Vossas Excelências estão deixando as digitais. A História não vai perdoar deputado que vota contra o povo, contra professores, contra policiais, contra servidores da Educação, contra escreventes, contra oficiais de justiça que estão lá fora apanhando da Polícia.

Quero fazer mais um protesto e uma denúncia gravíssima. Tem vários servidores machucados e apanhando da Polícia lá fora. É um absurdo, a complacência da Assembleia Legislativa, do presidente da Assembleia, que é complacente com a repressão brutal e criminosa contra os nossos servidores e servidoras.

 

A SRA. BETH LULA SAHÃO - PT – PARA COMUNICAÇÃO - Eu só queria trazer para o senhor que acho que alguém cortou a água. Porque o meu gabinete, onde fui agora, não tem água mais. Nem na torneira e nem nos banheiros.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Canos foram quebrados na Assembleia.

 

A SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - Então é preocupante. Porque estamos vivendo um momento onde a higiene tem que ser levada...

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Concordo com Vossa Excelência. Concordo com Vossa Excelência. Concordo.

 

A SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - Temos muita gente aqui para lavar as mãos. Então precisaria tomar uma providência.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Infelizmente tivemos canos e fios quebrados, portas de vidro quebradas, portas de gabinetes danificadas. Tivemos vários danos que vamos contabilizar depois.

Deputado Nascimento, passei a palavra à deputada Beth para depois passar para o Nascimento. Peço a V. Exa. compreensão.

Deputado Tenente Nascimento.

 

O SR. TENENTE NASCIMENTO - PSL - Com a anuência do líder, para encaminhar pelo PSL, deputado Douglas Garcia.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra o deputado Douglas Garcia para encaminhar em nome da liderança do PSL.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Sr. Presidente. Quero cumprimentar a todos os pares aqui presentes, nobres deputados estaduais desta augusta Casa de leis; servidores que nos assistem; os que nos acompanham na galeria da Assembleia Legislativa e também através da Rede Alesp.

Senhores, venho a esta tribuna lamentar as cenas que ocorreram nos corredores desta Assembleia e do lado de fora. Mas quero tecer essa crítica não é à Polícia Militar do Estado de São Paulo, não. Mas sim aos verdadeiros responsáveis.

As cenas de guerrilha e o terrorismo que os ditos “manifestantes”, entre aspas, fizeram nesta Assembleia Legislativa. Pareciam que tinham lido o Mini Manual do Guerrilheiro Urbano, e entraram na Assembleia Legislativa de São Paulo para colocar em prática.

Porque, senhores, está circulando vídeos, acredito que muitos deputados tenham recebido, de policiais militares que foram agredidos aqui na porta da Assembleia Legislativa. E eu tenho que ver hipócritas vindo até aqui, fazendo: “Aí, presidente, estão agredindo os manifestantes, presidente. Faça alguma coisa.” Mentira! É mentira.

Deputados de esquerda trouxeram militantes para esta Casa para fazer depredação ao patrimônio público e para agredir policiais militares de forma gratuita. Foi isso que aconteceu aqui, hoje.

Então deixo aqui, presidente, registrado o meu repúdio ao que foi dito contra a Polícia Militar, principalmente por parte de uma deputada aqui que ficou completamente aborrecida pelo fato de termos alguns policiais civis, inclusive aqui dentro do plenário, que estavam armados.

Eu me sinto muito bem seguro com policiais armados aqui, não tenho problema nenhum, principalmente, o que muito me surpreende vindo de pessoas que todo santo dia, quando se olha no espelho, tem que ver um canhão, achando ruim de ver uma arma na mão de um policial.

Ah, pelo amor de Deus! Pelo amor de Deus! Eu não tenho paciência com esse tipo de gente. Os policiais estão aqui para garantir a nossa segurança. Então, eu me sinto muito seguro, sim, tanto com a Polícia Militar como com a Polícia Civil. E quero aqui, Sr. Presidente, dizer também, parabenizar esta Casa pela aprovação da reforma da Previdência.

Vou trabalhar também agora que nós estamos nas emendas aglutinativas, para que os deputados votam favoráveis a algumas emendas, porque nós precisamos fazer com que essa reforma seja semelhante à reforma de Paulo Guedes e de Bolsonaro.

Porém, eu preciso colocar alguns pingos nos is, algumas inverdades e algumas meias verdades e omissões que não foram ditas nesta tribuna, principalmente por parte da bancada de esquerda.

O deputado Carlos Giannazi, a deputada Monica e a deputada Isa Penna vieram aqui e disseram que estão trabalhando pelos aposentados, trabalhando pela Previdência, que o PSOL trabalha muito para fazer com que os aposentados tenham seus direitos garantidos.

Está aqui, olhem, pode puxar no site que vocês vão conseguir, oficial, um  documento oficial. Um dos devedores aqui da reforma da Previdência, um dos devedores da Previdência. Previdência! Aqui, olhe: “Partido Socialismo e Liberdade, PSOL, está devendo um montante de 400 mil reais. É quase meio milhão de reais que o PSOL está devendo para a Previdência.

Então, eu quero saber - cadê o pessoal aqui para poder se explicar com relação a isso - quem é que está tirando o direito de quem? Se nós estamos tendo que reformar a Previdência, hoje, é porque os senhores estão jogando nas costas dos trabalhadores, dos servidores, dos aposentados, quase meio milhão que o PSOL está devendo para a Previdência. Ah, assim fica fácil querer questionar, assim fica fácil querer falar mal.

Não tem autoridade moral nenhuma para vir a esta tribuna para falar qualquer coisa que seja. Antes tem que limpar a própria casa, antes tem que arrumar o próprio quarto, para depois querer criticar. É um verdadeiro absurdo.

E, senhores, também quero deixar aqui a minha crítica, é um absurdo. Hoje diversas escolas, muitos estudantes ficaram sem aula. Sabem por que ficaram sem aula? Porque, olhem só o que a Apeoesp fez aqui.

Isso aqui foi direcionado pela Apeoesp, o sindicato, aí dos professores do estado de São Paulo: “Feche sua escola e compareça.” É um pedido para fechar escola, isso mesmo que vocês estão vendo. “Feche sua escola e compareça.”

Quer dizer, então, os professores que estavam..., “professores” que estavam aqui fazendo aquele estardalhaço todo com relação à reforma, simplesmente resolveram fechar a escola, vieram aqui e deixaram os estudantes sem aula. Isso daqui é um absurdo.

Eu vou enviar um ofício para o secretário de Educação. Eu quero, sim, que cada “professor”, porque para mim isso não é professor, que faltou no seu trabalho para estar aqui prejudicando estudante tenha, sim, o seu desconto salarial.

E antes que algum deputado venha reclamar, principalmente se tratando dos que representam a categoria, como por exemplo a deputada Professora Bebel, inclusive a deputada Professora Bebel outro dia fez greve vindo aqui à Assembleia.

Fiquei de dar uma olhada na folha de pagamento dela para saber se foi descontado o dia em que ela esteve em greve e veio aqui para a Assembleia trabalhar, porque não é justo ela aderir a uma greve não aderindo à greve, de fato.

Se os seus colegas tiveram o desconto na folha, a senhora também tem que representar, porque os estudantes estão sendo prejudicados, porque os aposentados estão sendo prejudicados. E não é graças aos deputados que votaram favoráveis à reforma da Previdência.

É porque nós temos, sim, infelizmente, muitas pessoas que dão calote, assim como o Partido Socialismo e Liberdade, que não tem moral nenhuma para falar contra nenhum deputado que votou favorável à reforma da Previdência nesta Casa.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Em votação.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - Com anuência do meu líder, para encaminhar pela bancada do PSOL.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - A deputada Monica Seixas vai encaminhar pela liderança do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra V. Exa. para encaminhar em nome da liderança do PSOL.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Espero que vocês estejam bem. Eu não estou muito. Estava ali no fundo respirando gás de pimenta, acho que os senhores todos sentiram que chegou até aqui. Lá fora o cenário é de guerra, bastante coisa quebrada pelos corredores, também bastante bomba e bastante gente machucada lá fora. Soube que o Choque fecha e isola a gente aqui dentro.

E essa calmaria aqui é uma calmaria à custa de muita guerra lá fora. Num estado que amanheceu de luto hoje. Porque algumas semanas atrás eu subi aqui nessa tribuna para falar das previsões da própria Defesa Civil sobre as chuvas.

E também disse que faltava servidor na Defesa Civil para atuar na ponta; que, embora houvesse previsão de desmoronamento, faltava servidor para salvar as vidas. Inclusive, me lembro de ter dito aqui que quando a gente escolhe não olhar para iminente risco à vida das pessoas, todos nós aqui temos sangue nas mãos.

Hoje eu não vi policial subir aqui para lamentar a morte dos dois bombeiros. Eu não vi. Mecca subiu. Desculpa, Mecca; me corrigindo. Não vi o luto, não vi a dor. E eu preciso lembrar que, embora não estejam na reforma da Previdência, esses servidores deram a sua vida para o pós, para tentar socorrer pessoas que a Defesa Civil e o estado de São Paulo não deram conta de salvar. Embora eu tenha subido aqui para falar que eu sabia que ia acontecer, porque a própria Defesa Civil sabia que ia acontecer.

E me disse - eu vou repetir exatamente o que eles me disseram - “não tem servidor, deputada”. E esses trabalhadores da Defesa Civil, os servidores do estado de São Paulo - porque tem municipal e estadual -, vão ter confisco salarial agora. Vão ter mais dificuldade para se aposentar.

E aí vem aqui dizer que defende a Segurança Pública, mas eu preciso dizer que esses dois bombeiros que morreram hoje tentando salvar pessoas estavam lá junto com as outras nove pessoas. Estavam lá porque não tem servidor na Defesa Civil, porque não tem concurso e não tem interesse de cuidar do serviço público. E o serviço público é isso na ponta; é o cuidado das pessoas mais pobres.

Queria eu que essa Assembleia tivesse se locomovido com tal urgência para falar sobre as chuvas dos próximos dias, para falar sobre as pessoas que ainda correm risco de vida, para falar sobre as centenas de famílias desabrigadas que o governo do estado de São Paulo ainda não protegeu.

Queria eu que a gente estivesse aqui reunido para falar dos baixos salários dos policiais que vocês vivem querendo dizer que protegem, até mesmo dos bombeiros. Queria eu que a gente tivesse um plano para vencer o déficit de mais de 22 mil policiais civis que falta contratar, das delegacias caindo, sem papel higiênico, tal qual a escola pública que nunca viu papel higiênico.

Mas estão aqui. Nessa falsa calmaria, forjados nesse castelo de mármore, a base de muito sangue e suor de servidores públicos dos dois lados, dos policiais que atiram a mando dessa Presidência que nem se mexeu enquanto essa Casa inteira era quebrada, enquanto os senhores sorriam, falavam da vida, do final de semana e passavam tranquilos sobre o futuro dessas pessoas. Mas o futuro dessas pessoas não é só delas, é o futuro de todas as pessoas que defendem o serviço público.

E ninguém aqui está preocupado com um estado que resista ao novo regime de chuvas. Ninguém aqui está preocupado com os fenômenos climáticos e em salvar vidas. Ninguém aqui está preocupado com o Corpo de Bombeiros deficitário. Ninguém aqui está preocupado com a quantidade de servidores públicos que faltam em todas as categorias.

Doria está usando os senhores de massa de manobra, porque está competindo por uma extrema direita, mostrando que é o senhor do mercado. Mas o senhor do mercado tem um projeto aqui na Assembleia Legislativa, que está na tal lista, lá, do Camarinha, e que ninguém apoia para ele vir aqui para votação, que quer colocar critérios para desonerações fiscais, para ceder desconto para as empresas.

Porque, se existe problema financeiro, a gente precisa ver quem é que está deixando de arrecadar, e por quê, e, não punir os servidores que já são mal pagos, os mais mal pagos do País.

Os professores não ganham nem o piso nacional, e é uma vergonha. O Governo do Estado de São Paulo não paga nem o piso nacional para os professores. O meu projeto não anda, porque eu não faço parte dos acordos.

Ninguém aqui está disposto a controlar e fiscalizar o que o governo deixa de arrecadar. Está faltando dinheiro, mas a gente está abrindo mão de arrecadar. É muito triste o que a gente está vivendo.

Um dos dias mais tristes da minha vida política, porque é horrível a sensação de você saber que tem gente lá fora se machucando, lutando pelo seu direito a uma aposentadoria digna, pessoas que não ganham dez por cento do que a gente ganha aqui, do que os senhores ganham, do que eu ganho, lutando pelo seu direito à aposentadoria.

E a gente é obrigada a ficar aqui, resistindo aqui, porque, senão, iriam votar à revelia, iriam votar por cima da gente. A gente gritando, microfone desligado, e os senhores olhando para a tela do celular.

Mais um dia em que esta Assembleia Legislativa não produz nada para a população do estado de São Paulo, e não se move para defender a vida das pessoas. Eu queria lamentar. Queria lamentar o dia de hoje, queria lamentar essa legislatura, e queria lamentar tão grave ataque aos servidores públicos.

Eu vou dividir, eu vou passar o resto da minha fala para a deputada Isa Penna.

 

A SRA. ISA PENNA - PSOL – SEM REVISÃO DO ORADOR – Fazer coro, em primeiro lugar, com o que disse a minha colega deputada Monica Seixas.

Queria dizer que nós vivemos, e a nossa geração, e eu digo a nossa geração política, ainda vai viver muito caos, no sentido de que nós passamos por um momento de transição da economia, cultura, política, e isso é em âmbito global.

Nós estamos vivendo o impacto disso aqui hoje. Quando nós colocamos que os servidores públicos são parasitas, como foi falado aqui, quando nós colocamos que os servidores públicos são vagabundos, como foi falado aqui por alguns deputados que se posicionaram obviamente a favor da reforma da Previdência que acabou de ser aprovada, isso é reflexo de uma disputa.

E a disputa que está colocada no pano de fundo é: o que é direito e o que é o direito das pessoas pelo simples fato de elas existirem. Eu acredito que hoje, dentro da esquerda, nós... Ser de esquerda quer dizer pouca coisa, né?

Mas, eu diria para as pessoas, o que é ser de esquerda? É uma linha que acredita que tem muitas linhas que vêm, que existem dentro dela, e que coexistem; mas, ser de esquerda, fundamentalmente, é acreditar que uma pessoa, simplesmente por existir, pela sua existência, ela é digna de direitos: direito à Educação, direito à Saúde.

E, que, portanto, isso não pode ser, o acesso a esses direitos não pode ser uma questão de mercadoria. Não pode ser uma questão, um privilégio de poucos. É por isso que nós somos fundamentalmente contra as privatizações que acontecem, e que vocês tanto falam: privatiza, privatiza, privatiza.

A reforma da Previdência, e uma das consequências mais maléficas que ela tem, é o crescimento dos chamados fundos privados de pensão. Eles vão crescer, os bancos que estão adorando.

Quem lucra por trás das reformas da Previdência são eles, os grandes bancos.

O problema é que... E assistam um filme que se chama... Putz agora deu branco. Se chama... Como é que é o nome do fulano? Esqueci o nome.

Quando uma instituição dessa vai à falência, o trabalhador perde todo o direito que ele teve, tudo aquilo que foi acumulado. Agora tem uma série também que fala sobre isso, super-atual, chama “Years and years”. Ou seja, não somos nós, da esquerda comunista, que estamos falando isso. Há uma crise vindo, e o que está em disputa nessa crise é quem são os detentores de direitos, quem merece direitos, e ser de esquerda é acreditar que todos merecem direitos, e que, por isso, eles não podem ser privatizados, e ninguém pode ser excluído do acesso a eles.

É por isso que nós votamos contra a reforma da Previdência, e é por isso que nós vamos continuar nos posicionando dessa forma, enquanto bancada do PSOL, partido esse do qual me orgulho muito.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

A SRA. ADRIANA BORGO - PROS - Pela ordem, Sr. Presidente. Para encaminhar pelo PROS.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra Vossa Excelência.

 

A SRA. ADRIANA BORGO - PROS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos. Bom dia, né? Eu quero dizer, deputada Monica, eu estava lá no Guarujá, eu estava no momento em que eu vi o corpo do nosso bombeiro, o Moraes, sendo resgatado.

Depois eu vi o do bebê também. Nós passamos uma madrugada bastante triste naquele lugar, os policiais ali sem nenhum tipo de meios para socorrer aquelas famílias naquela ribanceira.

Já são mais de 40 pessoas desaparecidas. A população revoltada, e eu pedi aqui, fiz um vídeo e coloquei no grupo das lideranças dos deputados, para que esta votação fosse adiada.

Não para que desse tempo para V. Exa. chegar para votar, mas para que a gente tivesse humanidade, humanismo com aquelas famílias, com aquelas pessoas, que não são só do Guarujá, de toda a Baixada, mas nada foi levado em consideração.

Fiz uma operação de guerra para poder vir aqui dar o meu voto contrário. Por que o meu voto contrário? Eu sou sim a favor da reforma, mas não dessa forma. Eu quero deixar bem claro aqui que minha intenção, quando nós começamos a discutir aqui as emendas da Polícia Civil e também dos agentes penitenciários e do servidor público... Muita coisa foi melhorada.

Eu tenho que agradecer ao Cauê Macris. Tenho sim que agradecer ao Carlão, porque eles nos ouviram em muitas coisas, mas, no dia que esse texto chegou em cima da hora nesta Casa, eu não faço o jogo, porque eu não tenho lado aqui. O meu lado é da verdade, o meu lado é do povo.

Quando esse texto chegou aqui, eu convidei a deputada Janaina, porque nós encontramos um Art. 6º, que deixava uma ideia dúbia, uma colocação no texto, e nós viemos junto com o Sargento Neri até esta bancada aqui, conversar com o Cauê.

Ele disse que nós teríamos que deixar para o texto final, e não dá para acreditar em um governador que não cumpre suas palavras.

Eu subi na galeria e, lá em cima, junto com todas as entidades da Polícia Civil, da Polícia Técnico-Científica e de todos os servidores, nós perguntamos o que é que eles queriam. Eles disseram: “deputada, é perigoso votar dessa forma”. Por isso o meu voto foi “não”. Por isso o meu voto foi consciente.

Agradeço o Sargento Neri, o Nishikawa, que também mudou o seu voto, indo nessa linha de pensamento, que isso era prejudicial ao servidor. Nós não podemos ter dúvida em uma coisa que diz respeito à vida e aposentadoria dos servidores.

Então, venho aqui dizer aos senhores que eu não sou e nunca fui nesta Casa uma mulher mimimi, que tenho medo, ou que eu fui taxada ou discriminada, ou que alguém me tratou com machismo, nada disso, mas eu também sou muito mulher para dizer e me posicionar da forma que eu acho correta, na forma que eu acho que o meu coração deve, e, principalmente, na forma que o povo quer.

Então, eu quero dizer aqui que eu estou com o meu coração ferido, deixando aqui o meu sentimento pelos bombeiros que faleceram ali - nós não encontramos ainda um deles - e por todas aquelas pessoas que estão lá, e dizendo que hoje é um dia triste, duplamente, pela tragédia e por essa vergonha que eu vi aqui na Alesp.

Muito obrigada.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, para encaminhar pelo PTB.   

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra Vossa Excelência.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, nobre deputado Cauê Macris, ao final desta votação, eu quero lamentar profundamente, deputado Enio Tatto, o que esta Assembleia fez hoje.

Votamos um monstrengo, ofendemos a dignidade dos servidores públicos simplesmente para atender a vontade de um governador que se acha poderoso demais, um homem desumano, insensível, traidor, porque traiu o Geraldo Alckmin vergonhosamente e eu não acredito nas pessoas que traem.

E quero que alguém venha aqui e diga para mim que o Sr. João Agripino não traiu o seu criador, Geraldo Alckmin. Mandou para a Casa, deputado Conte Lopes, esta reforma que só agrada aquelas pessoas que têm ligação direta com o governo.

Porque não é possível que a gente aprove uma proposta sem sentido, desproposital, que não atende ninguém, que prejudica a Polícia Militar de São Paulo.

Aí a minha primeira dúvida: digam-me qual foi o dispositivo que atendeu a gloriosa Polícia Militar de São Paulo nessa proposta da Previdência. Qual foi? O deputado Major Mecca, o deputado Conte Lopes, o deputado Telhada foram frontalmente contrários.

Causou-me surpresa algumas mudanças no meio do caminho. Eu fiquei surpreso com alguns comportamentos que de um lado mostravam que a bandeira da Polícia Militar de São Paulo pairava acima de tudo.

De repente não é mais isso. O que teria mudado? A deputada Adriana acabou de deixar a tribuna com a sua simplicidade, mas com a sua autenticidade de mulher digna, de mulher honrada, de mulher simples, de mulher humilde.

Ela deixou claro que não podia votar esse monstrengo. Mas o que me chama a atenção, deputada Bebel, não é isso. É a falta de sensibilidade do Sr. João Agripino.

O mundo pegando fogo em São Paulo - desastres ambientais, ecológicos, enchentes e ele desfilando lá na escola de samba do Rio de Janeiro, dançando, cantando alegremente.

Enquanto isso eu indago: e o bombeiro que está soterrado? E o policial militar que foi morto em serviço? E as famílias que perderam tudo? Por que o governador não foi visitar essas famílias? Por quê? Por que só se preocupou em escolas de samba? Não perdeu uma. Aí indago: isso é sensibilidade? Essa é a mesma sensibilidade que ele teve quando enviou essa proposta da Previdência.

Conversava eu com o ex-governador Márcio França. Ele se mostrou surpreso. Ele teve a coragem de afirmar que não concordava e não pode concordar com esta Previdência.

Agora, seria mais fácil para mim se eu abraçasse as benesses do governo. Ora, tive tantos anos e anos no governo. Por que não continuar? Por que não sorrir para o lado do senhor João Agripino? A verdade é que não dá para concordar com certos comportamentos que alguns deputados desta Casa tiveram.

Alguns até se fantasiaram hoje aqui. Botaram bandeira, só para desfilar junto com o Doria na escola de samba. Todos embandeirados aqui, achando que estão prestando um serviço ao povo de São Paulo.

Não estão, não. Eu estava lendo o jornal. Até pensão por morte vai diminuir. Tudo vai ser prejudicado com essa Previdência. Tudo. A não ser os novos “doristas”. Ah, como tem novos “doristas” aqui. Tem. Homens, mulheres. “Doristas” apaixonados. “Doristas” cheios de paixão.

Aí eu indago: e o povo de São Paulo? Onde está a preocupação desses deputados com o servidor público? Nenhuma. Interessa o novo partido, criado nesta Casa esse ano, ano passado: o PDE, Partido das Emendas. É isso que interessa. Eu queria requerer também que constasse o meu procedimento com a manifestação do Focae, Fórum de Carreiras do Estado.

Eu não poderia encerrar sem deixar patente a minha tristeza, a minha decepção, o meu lamento profundo. Este é o pior Legislativo de toda a História do Estado. Estou aqui há 30 anos e nunca vi coisa igual. Ô, Assembleia ruim. Ô, Legislativo péssimo. Nunca vi coisa igual. Pelo jeito da carruagem, jamais esse recorde será ultrapassado.

Eu imaginava que a Assembleia, renovada pelo Novo, com novos deputados, viesse aqui para defender o quê? Pelo menos, o povo de São Paulo. Mas não acontece isso. Por isso, Sr. Presidente, é com tristeza, é profundamente triste.

Hoje o meu coração está amargurado. Vou para minha casa hoje. Vou fazer uma indagação na porta da minha casa: o que fui fazer na Assembleia Legislativa na manhã de hoje?

Assistir deputados feitos cordeiros, em fila, um querendo ultrapassar o outro para votar “sim”, deixando o líder do Governo todo sorridente. A cada “sim”, ele sorria.

Será que é isso que o povo de São Paulo merece de nós? É isso que o povo de São Paulo quer de nós? Nós não somos contra a Previdência, não. Queríamos outra Previdência, justa, humana, não essa, feita em conformidade com a desumanidade de um homem chamado João Agripino, que não tem sensibilidade, que não sabe o que é lealdade.

Perguntem ao Geraldo Alckmin o que ele fez com o ex-governador. Perguntem. E termino perguntando: onde estão os “ex-alckmistas” da Casa? Onde estão os “ex-alckmistas”? Ah, se ele voltar em 2022, vai ter uma fila que começará lá na rua.

Para terminar, Sr. Presidente, quero deixar o meu lamento, a minha tristeza e a minha decepção.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, vamos proceder à verificação de votação pelo sistema eletrônico. A partir deste momento, estamos fazendo soar o sinal intermitente por quatro minutos para que as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que não se encontrem em plenário tomem conhecimento da votação que se realizará.

 

* * *

 

- É iniciada a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

* * *

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Sr. Presidente, é sobre a votação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pois não, uma questão de ordem sobre o processo de votação. Vossa Excelência tem a palavra. 

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - PARA QUESTÃO DE ORDEM - A questão do Item 3, como o senhor vai dar o comando da votação?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Não tem comando, na verdade. Como já estamos em votação nominal, os deputados votam “sim” ou votam “não”, favoravelmente ao Item 3, que são as emendas 30 e as emendas de número 3 e 32, salvo...

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT – Não. Aí é o Item 2. O Item 3 é outro.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Minto. É. O Item 3, de qualquer maneira, não tem comando. Os deputados votam “sim” ou “não”. Não cabe comando na votação nominal.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Sim.

Ainda, Sr, Presidente, para botar o PT em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Perfeito, o PT está em obstrução.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Uma questão de ordem, Sr. Presidente?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Uma questão de ordem. É sobre o processo de votação?

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Sobre o processo de votação: nós vamos votar agora...

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Item 2. Estamos votando as emendas de números 30, 3 e 32, salvo as partes destacadas que foram rejeitadas no primeiro turno.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Quer dizer, se a gente não acatar essas emendas, a PEC vai ser aprovada da maneira que veio pelo governo, que não é isso que fizemos...

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - As emendas ficam fora do texto da PEC.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Ficam fora do texto.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Exatamente.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB – Então, peço que mesmo as pessoas que são contra as emendas, para amenizar um pouco, votem “sim” para acatar as emendas.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, eu entendi bem o que disse o deputado Carlão, mas eu queria ser mais realista ainda.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Perfeito.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Por exemplo, a PEC que eu apresentei, a 32, que trata do direito garantido, ela vai ser votada agora?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - A emenda, na verdade, que V. Exa. apresentou.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - A emenda.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - A emenda que V. Exa. apresentou é uma das que estão sendo votadas neste momento. Então, os deputados que votarem “sim” serão favoráveis à emenda de V. Exa. e às outras duas emendas apresentadas pelos deputados, tirando as partes destacadas da votação que foi feita no primeiro turno. É isso.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, quero declarar obstrução da bancada do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSOL está em obstrução.

 

O SR. TENENTE NASCIMENTO - PSL - Sr. Presidente, com anuência do líder, para colocar a bancada do PSL em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Com anuência do líder Gambale... Não o vejo no plenário, mas V. Exa. é vice-líder e coloca o PSL em obstrução.

 

A SRA. ADRIANA BORGO - PROS - Sr. Presidente, para colocar o PROS em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PROS está em obstrução.

 

O SR. SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - Sr. Presidente, para colocar o Republicanos em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Republicanos está em obstrução.

 

O SR. MARCIO NAKASHIMA - PDT - Sr. Presidente, o PDT está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PDT está em obstrução.

 

O SR. ALEX DE MADUREIRA - PSD - Sr. Presidente, para colocar o PSD em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Transcorridos os quatro minutos, neste momento estou abrindo os terminais eletrônicos para que os deputados possam votar “sim”, “não” ou registrar abstenção nos terminais postos nas suas mesas.

Neste momento, vamos abrir os microfones de aparte para aqueles parlamentares que não conseguiram registrar os seus votos nos terminais eletrônicos.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, para votar “sim”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.

 

A SRA. LETICIA AGUIAR - PSL - Sr. Presidente, para votar “sim”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.

 

O SR. ROQUE BARBIERE - PTB - Sr. Presidente, para votar “sim”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.

Pergunto se mais algum Sr. Deputado ou Sra. Deputada gostaria de registrar o seu voto.

 

O SR. ESTEVAM GALVÃO - DEM - Sr. Presidente, para votar “sim”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.

 

A SRA. ADRIANA BORGO - PROS - Sr. Presidente, para votar “sim”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.

 

A SRA. EDNA MACEDO - REPUBLICANOS - Sr. Presidente, para votar “sim”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.

 

A SRA. MARIA LÚCIA AMARY - PSDB - Sr. Presidente, para votar “sim”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.

 

A SRA. ANALICE FERNANDES - PSDB - Sr. Presidente, para votar “sim”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.

 

O SR. CAIO FRANÇA - PSB - Sr. Presidente, para votar “sim”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.

 

O SR. ED THOMAS - PSB - Sr. Presidente, para votar “sim”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Sr. Presidente, eu sei que não é o momento, mas só uma fala aqui. Nós temos mais uma votação ainda... Para poder destacar as emendas que eram os acordos...

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Carlão, não cabe... Mais uma votação destacada. Para o item 3 do roteiro. Deputado Carlão, como vota Vossa Excelência? Já votou.

 

O SR. RAFAEL SILVA - PSB - Sr. Presidente, para votar “sim”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.

 

O SR. DIRCEU DALBEN - PL - Sr. Presidente, para votar “sim”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.

 

O SR. JOSÉ AMÉRICO LULA - PT - Sr. Presidente, para votar “sim”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - Sr. Presidente, para votar “sim”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.

 

O SR. REINALDO ALGUZ - PV - Sr. Presidente, para votar “sim”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.

 

O SR. APRIGIO - PODE - Sr. Presidente, para votar “sim”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.

 

O SR. MARCIO NAKASHIMA - PDT - Sr. Presidente, para votar “sim”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Sr. Presidente, pela garantia dos direitos da Polícia Civil, Polícia Técnico-Científica e SAP, eu voto “sim”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Sr. Presidente, para votar “sim”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Sob orientação do Sindicato dos Delegados da Polícia Civil, eu voto “sim”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Barba, não cabe orientação de Vossa Excelência. Está registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.

 

O SR. ROBERTO ENGLER - PSB - Sr. Presidente, para votar “sim”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - Sr. Presidente, para votar “sim”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA – PT - Eu vou votar “sim” em respeito ao deputado...

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “sim”. Não, não cabe, deputada Bebel.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - Não, eu quero dizer. Eu vou dizer.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem mais algum Sr. Deputado ou Sra. Deputada que gostaria de registrar o seu voto?

 

O SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - Sr. Presidente, para votar “sim”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.

 

A SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - Sr. Presidente, para votar “sim”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.

 

O SR. EMIDIO LULA DE SOUZA - PT - Sr. Presidente, para votar “sim”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Sr. Presidente, para votar “sim”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.

 

O SR. PAULO CORREA JR - DEM - Sr. Presidente, para votar “sim”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “sim” de Vossa Excelência.

Este presidente registra também o voto “sim”.

Eu pergunto se mais algum deputado ou Sra. Deputada gostaria de registrar o seu voto? (Pausa.)

Não havendo mais registro de voto, neste momento passamos à alteração de voto. Pergunto se algum Sr. Deputado ou Sra. Deputada gostaria de alterar o seu voto. (Pausa.)

Não havendo alteração de voto, está encerrado o processo de votação. Participaram desse processo 85 Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sendo 85 votos “sim”, quórum suficiente, que aprova o item 2 do roteiro de votação.

Item nº 3.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL – Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Pela ordem, deputado Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL – Quero indicar a deputada Erica Malunguinho, para encaminhar pela liderança do PSOL.

 

A SRA. ERICA MALUNGUINHO – PSOL – SEM REVISÃO DO ORADOR – Boa tarde a “todes”. Acho que enfim chegou... Som. Aqui, voltou. Tudo bem? Acho que agora chegou no nível em que a dita ordem está estabelecida.

Acho muito interessante pensar que a ordem se estabelece a partir da ideia de que precisa conter quem está lutando pelos seus direitos.

Eu queria saber quem estabelece a ordem, quem estabelece a ordem, quem estabelece a ordem de um estado que é rebelde. Porque, até onde eu sei, o estado deveria ser correspondente, nós, parlamentares, deveríamos ser correspondentes das lutas, indagações e anseios da população.

E, se essa população diretamente atingida pela reforma da Previdência está se dizendo contrária a ela, quem é rebelde nessa situação? Eu considero que o estado é rebelde. Eu considero, sim, que esses parlamentares que votam a favor disso são rebeldes.

Agora, eu quero saber quem contém a rebeldia desses que vão contra o povo. É anacrônico. Mas, como toda lógica sistêmica do poder, ela se baseia a partir da dominação e de uma classe que é escolhida para decidir sobre a vida de outros. Isso não se mostra diferente.

Eu estava ouvindo o deputado Daniel José fazendo um malabarismo aqui matemático. Achei superinteressante. Cadê o Daniel? Onde está o deputado Daniel? Achei interessantíssimo. Estava tentando entender o seu malabarismo matemático, para pensar economia, como é que a Previdência e esse setor econômico possa vir a estar quebrado.

E, logo, o estado precisa extorquir, novamente, o contribuinte para sanear, sanar suas contas.

O, Daniel, me responda uma coisa: o estado nos cobra, da hora em que a gente nasce, nossos familiares estão pagando constantemente, com sua força de trabalho, pagando impostos diversos, pagando transporte público, pagando por um sistema de saúde ineficiente, por uma educação também ineficiente.

Aí você acha que realmente é justo cobrar mais de um estado que já é ineficiente. A lógica não deveria ser contrária? Por exemplo, é óbvio que uma população com menos recurso e mais extorquida, ela vai, obviamente, diminuir a possibilidade de manuseio e de circulação econômica.

A questão é que o que diverge disso tudo, obviamente, é que eu acredito, eu acredito, que as pessoas, os trabalhadores, a população comum, precisa, sim, ser exonerada, precisa, sim, não ser sacrificada constantemente, como o estado insiste em sacrificar.

Ao invés de oferecer isenção fiscal para grandes empresas, o estado poderia pensar em como isentar as pessoas de pagar três vezes, quatro vezes, por aquilo que elas nem recebem de volta.

Agora, pedir sensibilidade para pessoas que foram amalgamadas nas hóstias do conforto; é uma coisa meio impossível. E, quem não foi amalgamado assim, compra essa mesma ideia.

Quando Janaina Paschoal, semana passada... Eu estava com isso aqui lembrando, fiquei a semana inteira lembrando, deputada Janaina, quando, naquele rompante você foi falar que a esquerda precisa ser varrida, e, olhando para a esquerda, primeiro eu quero deixar uma coisa muito explícita. Eu acho que eu falei diversas vezes aqui sobre o meu posicionamento em relação a esses campos ideológicos.

Eu acho que é equivocado... Acho não, é equivocado eu me colocar dentro de uma amarra. É óbvio que eu nunca serei de direita, por uma questão óbvia, histórica, mas também não me reduza ao que é esquerda.

Muito antes disso, e muito depois, eu sou datada de uma construção política histórica, e, quando você fala que o deputado Douglas, que o PT não aguenta porque o Douglas é um negro livre, porque é conservador, o que eu, enquanto pessoa preta, eu não tenho procuração da negritude global, mas eu posso te dizer, a partir de pesquisa e de estudo que, antes de você falar sobre negritude, você tem que falar sobre branquitude, pensar sobre isso.

Que lugar é esse? Que lugar é esse? Que lugar é esse que constrói o meu lugar enquanto pessoa negra ou lugar dele enquanto pessoa negra? Isso é anterior. Agora, o que me revolta em relação ao Douglas não é o conservadorismo, ou ele ser de direita - sei lá que lugar ele se coloca -, é ele reproduzir uma mente colonizada. Esse que é um absurdo.

Ele poderia ser conservador. Pode fazer suas escolhas. Agora, o que é absurdo, o que me choca é uma mentalidade colonizada, que faz uma junção de uma porção de conceitos que ferem, inclusive, a população preta, a população pobre e periférica, da qual ele e eu fazemos parte.

Isso é que é anacrônico. Não é o conservadorismo, não é a posição política, é incoerência, é a mente colonizada, e isso não é a esquerda que liberta. Nunca a direita, mas também não a esquerda. O nome disso é consciência negra.

Anacrônico é uma coisa que não confere com outra. Acho que sabe sim. Para com isso, gente.

Continuando, é muito triste saber e observar este plenário vazio. É muito triste observar este plenário vazio, mas eu espero que a sociedade compreenda que uma hora, em algum momento, alguém vai ser saqueado. Não adianta. Em algum momento, alguém vai ser saqueado e alguém será subtraído. A única política pública que funciona no estado de São Paulo é a força militar. É a única que funciona.

Isso é absolutamente triste. Monica, por favor. Sim, por favor. A Monica acabou de recolher nos corredores da Alesp o artefato que foi utilizado contra os servidores públicos, e estes artefatos, pasmem, estão fora da validade. Para além de toda a violência e truculência atrelada a essa situação, eles estão fora de validade.

Isso é razoável? Isso não é razoável. Não. Isso não é razoável. Isso não é razoável. Isso não é razoável. Isso não é razoável. Não é razoável. É violência tampouco usar artefatos fora do prazo de validade, mas, enfim, eu quero retomar essa narrativa, que tem tomado uma grande proporção aqui, sobre essa polarização entre a esquerda e a direita, na qual, repito, Janaina, eu fiquei muito mexida com sua fala na semana passada. Você falando que vai usar sua inteligência para varrer o PT.

Eu fico pensando. O PT não está no poder. O PT não é governo. O PT não é governo federal, não é Governo do Estado, não é governo do município.

Até quando vocês vão se debruçar sobre esse passado para dizer sobre os problemas do presente? Até quando vai passar pano para o presidente - que isso não sou eu quem digo e não é uma esquerda quem diz - que é uma vergonha nacional, que tem além de declarações absurdas, uma completa instabilidade emocional e uma completa precarização cognitiva para gerir um país?

E nesse sentido sobre esquerda ou direita, você se torna uma pessoa responsável sim não só pelo fato de ter ajudado a colocar este presidente no poder, como pelo fato da deposição da outra presidenta, que por crimes menores ou iguais - ou nem sei se isso se diz crime mais neste País - este mesmo presidente que está agora no poder não foi deposto. Eu quero saber que balança é essa que é utilizada.

E para concluir, Sr. Presidente, a questão não está, felizmente, em relação à direita ou esquerda. A questão está em quem olha para as pessoas, quem tem coragem, coerência e verdade para chegar próxima das populações pobres, carentes, faveladas, classe trabalhadora não privilegiada obviamente deste País, quem chega perto com a cara limpa, com o queixo para cima e troca uma ideia no horizonte.

É sobre isso que nós estamos falando, porque a maioria de nós tem vergonha de fazer, porque afinal de contas, quem tem as calças sujas não consegue sentar nas cadeiras de ouro.

 

O SR. SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - Para indicar o deputado Gilmaci Santos para encaminhar pelo Republicanos.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra o deputado Gilmaci Santos para encaminhar em nome da liderança do Republicanos.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público que nos acompanha aqui pela Rede Alesp, senhoras e senhores, são três temas aqui que nós vamos tratar de maneira bem rápida.

Primeiro, aqui dizer ao nobre presidente que nós estamos do seu lado, parabenizar pela condução dos trabalhos no dia de hoje, nobre presidente Cauê Macris.

Quero também lamentar aqui cenas que agora há pouco estava vendo alguns filmes de policiais sendo agredidos aí fora de maneira covarde e os policiais não reagindo.

É muito triste o que nós vimos ali: policial sendo agredido sem reação. Em nenhum momento os policiais se revoltaram contra a população. Então parabenizar... Deputada Márcia, quando você está falando, eu não te atrapalho. Por favor, contenha-se. Fique no seu lugar, por gentileza.

Por gentileza, quando for a sua vez, a senhora vem falar. Agora é a minha vez de falar e lamentar muito o que aconteceu com esses policiais. Mas dizer também que este deputado aqui votou na PEC 18, votou nas emendas com a consciência tranquila sabendo que está fazendo o melhor para o estado de São Paulo, para a população futura. Então o meu voto é consciente, tranquilo, sem nenhum stress. Giannazi, contenha-se no seu lugar.

Não me interessa a sua... Giannazi, por favor. Presidente, preserve o meu tempo aqui. O deputado está atrapalhando. Preserve o meu tempo, por gentileza. O deputado está atrapalhando. É ridículo o que você está fazendo, deputado.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - O deputado tem o direito. Não, não está atrapalhando.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Ele está atrapalhando.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Continue a sua fala, deputado.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Continue sendo o ridículo que você é. Fique na frente. Mostre o Giannazi ridículo aqui na frente, por gentileza. E dizer uma coisa somente, nobres deputados, que eu estou muito triste com o que aconteceu aqui nesta tarde, nesta manhã, com o deputado Campos Machado.

Um deputado que eu respeito, que eu tenho a maior consideração por ele. Um decano, uma pessoa que ama este plenário, uma pessoa que ama esta Assembleia, que ama o Legislativo, que defende o Legislativo, mas que, infelizmente, subiu aqui nesta tribuna no dia de hoje, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, para falar um monte de besteira, um monte de abobrinha.

Essa é a realidade do deputado Campos Machado quando ele sobe nesta tribuna para falar de evangélicos, para falar de homens de Deus, para falar de justiça. Eu queria dizer para o senhor, deputado Campos Machado, que eu te respeito como jurista, como advogado, que de justiça o senhor entende muito.

O senhor entende muito de justiça e eu o admiro por isso, mas de justiça divina o senhor não entende nada. E o senhor não é a pessoa ideal para falar aqui de justiça divina?

De justiça, o senhor entende. O senhor é um grande advogado, grande jurista. Eu respeito o senhor. Agora, justiça divina, o senhor não entende nada. O senhor não tem moral para falar de justiça divina e falar de deputados evangélicos que estão cumprindo. Misturou a religião.

O senhor não tem o direito de fazer isso. Respeitamos o senhor e esperamos que o senhor continue respeitando a bancada evangélica, que vota com consciência. Agora, volto a falar: de justiça divina o senhor não entende nada.

Eu queria passar o meu resto de tempo para o deputado Altair Moraes. O restante do tempo que resta para o deputado Altair Moraes. Obrigado, Sras. Deputadas, Srs. Deputados. Deputado Altair, aqui é com o senhor agora, o restante. Que não continue aqui o nobre deputado Giannazi, sendo ridículo aqui na frente.

 

* * *

 

- Assume a Presidência a Sra. Analice Fernandes.

 

* * *

 

A SRA. PRESIDENTE - ANALICE FERNANDES – PSDB - É regimental. tem a palavra o nobre deputado Altair.

 

O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Obrigado a todos. Quero registrar hoje, que já fiz o meu voto muito consciente pela reforma da Previdência.

Alguns deputados disseram que ninguém tem coragem de subir. Subi para falar do meu voto. Subo novamente para reafirmar: votei com consciência a favor do povo. Votei “sim”. E voto “sim” mil vezes de acordo com a minha consciência. Então reafirmo isso sem problema nenhum.

Não tenho problemas com vaias. Já sou acostumado com esse tipo de coisa. Mas quero me dirigir hoje, senhora presidente, e a todos os nossos amigos e, em especial, ao nosso decano chamado Campos Machado.

Um homem poético e que fala que não se envolve com os perfumes “morumbianos”. Que fala muito bonito. Até gosto e considero muito o deputado Campos Machado, que deveria ser um grande exemplo para todos nós, com o tempo que o senhor tem aqui.

É o meu primeiro mandato. Sou criança na frente do senhor. O senhor já é patrimônio tombado daqui da Casa. Com todo o respeito, claro. Mas o senhor já é patrimônio tombado aqui da Casa.

Tenho muito respeito pelo senhor. Gosto de verdade do senhor. O senhor deveria nos ensinar um pouco mais, já que somos novos aqui. O que o senhor fez aqui foi um desrespeito muito grande com o povo evangélico, com os representantes cristãos.

O que o senhor fez hoje aqui foi muito feio, deputado Campos Machado. Foi feio. Sabe por quê? Porque o senhor não levou para o lado político. O senhor levou para o lado religioso.

E isso não se faz. Isso é muito feio, vindo de uma pessoa com o quilate do senhor, com tanto tempo de Casa, que fala tão bem, que fala manso. Gosto de ouvi-lo, de verdade.

Mas hoje o senhor foi desrespeitoso com a classe evangélica. O senhor foi desrespeitoso com aqueles que servem a Deus. O senhor confundiu a política com a religião.

Desculpa, se vamos entrar na Bíblia, o senhor vai apanhar pra caramba. Então, deixa eu ficar sem usar a Bíblia. Porque, se eu usar a Bíblia, o senhor vai ser desmoralizado aqui. Não discuta Bíblia comigo não. Porque, de Bíblia, eu entendo.

Agora, não vou entrar nesse mérito. Quero ficar no mérito político, como fizemos. No mérito político. Espero que o senhor, como um decano, como um deputado respeitado por todos aqui na Casa, inclusive por mim...

Nunca o desrespeitei, nem estou desrespeitando. Estou pontuando algo que achei extremamente errado da sua parte. Vou sempre fazer isso com qualquer deputado que seja. Posso respeitar. Pode ser de direita, de esquerda.

Se eu tiver um posicionamento e me sentir ofendido, vou subir na tribuna e vou falar sim. Não estou ofendido por “mimimi”, não. É questão de justiça, deputado Campos, questão de justiça.

O senhor sobe aqui e diz sobre homens que têm vidas com Deus, e votaram com consciência, porque o senhor votou contrário.  Isso é desrespeito. E isso eu não aceito. Não vou aceitar, jamais, em minha vida.

Continuo dizendo, como falei desde a primeira vez: nunca subi para ofender ninguém pessoalmente como o senhor fez hoje aqui. O senhor ofendeu os cristãos, os pastores que tem aqui, os homens de Deus.

O senhor ofendeu. O senhor foi ofensivo. O senhor foi extremamente ofensivo com aqueles que defendem uma fé. Não levo nada para o lado religioso. Já falei várias vezes. Sei que existem muitos aqui.

Tenho meus embates com a deputada Erica Malunguinho. Tenho sim. A gente discorda em algumas coisas. Mas nunca ofendi a sua religião, deputada. Nem a da deputada, nem de ninguém. Não entro em mérito religioso com ninguém aqui. Agora, para o senhor subir aqui, cantar de galo, dizer que conhece a Bíblia, que a Bíblia é justa, e que aqueles que não votaram vão pagar?

Me poupe! Sou um pastor. O senhor quer discutir Bíblia comigo? O senhor vai levar um pau violento. Não sou jurista. Jamais vou entrar nessa onda com o senhor, porque sei que vou apanhar muito, já que o senhor é um ótimo jurista.

Isso, eu sei. Tenho consciência e tiro o chapéu para o senhor. Agora, não venha entrar no assunto de Bíblia comigo não, que o senhor apanha. A hipocrisia é uma das piores coisas que existem. É você falar do que não conhece profundamente, ou falar do que não vive.

Obrigado a todos.

 

O SR. HENI OZI CUKIER - NOVO - Pela ordem, Sr. Presidente. Eu queria encaminhar pela bancada do Novo.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra V. Exa. para encaminhar em nome da bancada do Novo.

 

O SR. HENI OZI CUKIER - NOVO - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos, Sr. Presidente, queridos colegas.

Estou meio em dúvida, não está muito claro para mim o que está acontecendo aqui hoje. De verdade, estou questionando e tentando entender. Pelo que eu saiba, a reforma da Previdência foi aprovada para o Brasil inteiro já.

Todos os trabalhadores do Brasil vão se aposentar mais tarde. Todos. Por quê? Porque os brasileiros, hoje, vivem mais. Agora, não estou entendendo o que tem que acontecer de diferente em São Paulo.

Os funcionários públicos do estado de São Paulo, eles não têm que trabalhar mais, se todos os outros brasileiros vão trabalhar mais? Todos. Todos os outros brasileiros. Isso já foi decidido. Passamos um ano inteiro, no Brasil, discutindo isso. E esse processo democrático chegou a uma conclusão, a de que os brasileiros vivem mais e eles têm que trabalhar mais.

Então, o que está acontecendo no estado de São Paulo? A mesma coisa que já aconteceu em 11 outros estados, inclusive muitos estados que são administrados por aqueles aqui da oposição, que são contra. Não consigo entender como isso se conecta. No Ceará, Camilo Santana, do PT, aprovou já. No Maranhão, o Flávio Dino, do PCdoB. Pernambuco. No Piauí, o Wellington Dias, do PT. Também aprovaram.

Então, o que está acontecendo? Só São Paulo que não tem... Só os funcionários públicos do estado de São Paulo, eles não vão ter que trabalhar tanto quanto os outros brasileiros? Isso não faz sentido. É isso que está em jogo aqui. Estamos validando uma discussão que já aconteceu no Brasil inteiro e que já foi decidida. Estamos replicando uma decisão nacional. É simples.

Eu escuto várias pessoas aqui, algumas da oposição, que ficam batendo muito e falando: “Não, porque estamos defendendo o direito dos trabalhadores”. Estão, sim. É do direito de vocês, mas existe outra parcela da população. É uma minoria que está fazendo muito barulho versus uma maioria...

Estou falando de 44 milhões de pessoas. São 44 milhões de pessoas que estão em silêncio e que querem que isso aconteça, porque querem uma redistribuição. (Manifestação nas galerias.)

É, elas querem que isso aconteça. Elas querem uma redistribuição dos recursos de uma forma mais equilibrada.

Não dá para termos 34 bilhões destinados à Previdência enquanto a gente gasta 33 bilhões com Educação e 11 com Segurança. Não tem cabimento isso. Não é esse pequeno grupo que vai ditar o que o resto da população inteira vai receber. (Manifestação nas galerias.) A maioria silenciosa quer que isso aconteça.

Inclusive, é tão interessante o que acabou de acontecer, porque as emendas que eu acatei, elas tiveram uma votação unânime. Foram 86 votos a favor das emendas que eu, como relator, acatei e que fui tão criticado aqui, o tempo inteiro, pela oposição.

Mas como? Todo mundo votou a favor. Vocês concordaram com as emendas que eu entendi que eram necessárias. Inclusive, uma delas ajuda os funcionários públicos, que é a emenda que fala dos 90 dias.

A partir do momento em que o funcionário der entrada no seu pedido para aposentadoria, eu não acho que funcionário público tem que ser penalizado pela ineficiência do estado. Aí sim, ele tem que ter a aposentadoria garantida em até 90 dias. Essa é uma emenda que acatei.

Também escutei muito aqui, muitos discursos dizendo: “Ah, não, porque...” E alguns sérios, debates sérios que tenho até que comentar, o do Paulo Fiorilo, como ele trouxe argumentos reais. “Ah, mas então porque temos desoneração?” Bom, nós, do Novo, não somos a favor das desonerações e não votamos no IncentivAuto, Barba. Nós não votamos a favor disso. Então, quando você traz o argumento da desoneração, ele não funciona para nós do Novo. Nós temos coerência na nossa atuação, e é isso que tem que ficar claro aqui.

Eu queria falar de um outro ponto importante, que é um pouco do processo do que aconteceu aqui. O tempo inteiro, eu me eximi de vir aqui discutir, mas hoje eu achei que as discussões passaram do limite, para variar. E o tempo inteiro a gente falando...

Nós do Novo fazemos economias maiores do que todos os outros deputados, então... Enfim, vários deputados vindo aqui falando: “nós estamos em guerra”. E transformaram isso aqui num palco de guerra.

Só que isso aqui não é uma guerra, gente. Isso não é guerra; nós não estamos em guerra. Nós estamos numa Casa democrática, onde nós viemos discutir e debater o que tem que ser discutido.

E não é isso que está acontecendo, porque o Campos veio criticar eu dizer que isso aqui parece um estádio. Realmente, Campos, acho que você tem razão. Não parece um estádio; é pior que um estádio.

Isso daqui é pior do que um estádio. Isso aqui tinha que ser um lugar de discussão, de debate, sem retóricas vazias, falando o assunto sério que nós temos que resolver aqui. E não é o que aconteceu. Eu vi raras vezes, raros argumentos - um deles do Paulo Lula Fiorilo - falando assuntos reais. Fora isso, a gente não teve assunto real.

A gente teve só guerra, quebradeira, destruição, tentativa de invasão. A gente ficou trancado aqui dentro do plenário, e a Alesp está sendo destruída lá fora. Enfim, isso não me parece que é uma democracia.

Democracia é sobre tolerância, sobre o contraditório, argumentos, opiniões diferentes. Nada disso aconteceu aqui. Não pode acontecer. É só retórica e gritaria, fala o que quiser, qualquer coisa. Tudo bem.

Eu, na minha relatoria, ao contrário de alguns ataques, inclusive do Barba, li o projeto inteiro. E eu sei cada emenda que foi proposta, Barba. Cada uma. E eu acatei duas delas: a 3 e a 30, do Olim e do Campos.

E a outra do Campos, que era do direito adquirido, tinha outros conteúdos que não valiam a pena e, por isso, não podia ser acatada, porque o meu poder como relator é simplesmente aceitar ou rejeitar. Só isso, e não de ficar fazendo emendas dentro da própria emenda.

Então, Barba, o que eu fiz aqui foi ler, foi trabalhar. Infelizmente, você não foi à CCJ escutar a leitura do meu relatório. Eu li por quase duas horas. Você entrou e saiu um pouquinho; não ficou lá ouvindo inteiro. Então, isso aqui foi pensado, isso aqui está alinhado com o que a gente acredita, está alinhado com o que os meus eleitores me colocaram aqui para fazer. Isso é democracia. Você tem o direito de defender o seu lado, eu vou defender o meu.

Eu quero só finalizar. Eu quero parabenizar o presidente Cauê pela condução. Realmente, não tem sido fácil. Em vários momentos, comentei com você, presidente, que isso aqui tinha se tornado qualquer outra coisa menos uma Casa Legislativa.

Hoje, passou dos limites, e a sua condução foi impecável nesse processo todo. As críticas e acusações de que não houve debate não são verdadeiras. E aí eu tenho que cumprimentar o líder do Governo também, deputado Carlão.

Houve várias, dezenas de audiências com o pessoal da SPPrev para debater. Pouquíssimos deputados estavam ali. E aí eu tenho que comentar e parabenizar os outros que quiseram participar do debate: deputada Janaina, deputado Olim e vários outros que quiseram.

O Caio mesmo, eu vi em várias dessas reuniões. Mas a maioria não estava na reunião. Então, dizer que não teve espaço para debate... São Paulo está com essa reforma desde novembro tramitando aqui.

Enfim, eu quero encerrar minha fala e dizer que São Paulo caminhou, avançou. Nós vamos ter mais equilíbrio e mais recursos direcionados para as áreas centrais e principais de 44 milhões de pessoas que estão esperando serviços decentes e Segurança, Saúde e Educação.

Obrigado.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Sr. Presidente, para indicar o deputado Luiz Fernando para encaminhar em nome da bancada do PT.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Cauê Macris.

 

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O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra o deputado Luiz Fernando para encaminhar em nome do PT.

 

O SR. LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT – Sr. Presidente, Srs. Deputados, queria saudar os servidores aqui presentes.

Queria falar com as pessoas que estão em casa. O governo Doria, com os seus deputados, aprovaram uma desnecessária reforma da Previdência. Já foi. Já foi, e eu quero deixar claro: agora estão votando as emendas, e eu sou contra as emendas porque, se estivesse sério esse projeto, não precisaria emendar. E eu quero chamar a atenção de cada deputada, de cada deputado, porque a gente vê discursos aqui, olha, sou isso, sou aquilo...

Quero dizer, deputado Campos Machado, que eu compreendi as suas falas quando se referiu aos evangélicos, e eu sou evangélico. Na minha igreja perguntaram, deputado, por que eu votaria contra a reforma da Previdência.

E, como disse o pastor que me antecedeu, eu fui na palavra. E, a palavra diz, em Salmos 82, deputado Campos Machado, “até quando defendereis os injustos e tomareis partido do lado dos ímpios? Defendei a causa do fraco e do órfão. Protegei os direitos do pobre e do oprimido; livrai o fraco e o necessitado. Tirai-o das mãos dos ímpios”.

E, diz mais, deputado Campos Machado. E, desta forma eu respondi quando me perguntaram por que eu era contra a reforma da Previdência. Diz o seguinte: Isaías 10:1,2.

Fala: “Ai dos que decretam leis injustas, e dos escrivães que escrevem perversidades para privar da Justiça os pobres e para arrebatar o direito dos aflitos do meu povo, despojando as viúvas e roubando os órfãos”.

Então, quero dizer, deputado, que concordo com V. Exa., que quem tira direito do povo fere a palavra frontalmente. E, isso tem acontecido na política brasileira.

Agora, com essa nova política, isso, então, disseminando a ponto de ver, há poucos dias, a rainha do golpe se vangloriar e dando uma de doida dentro deste plenário, falando um monte de coisa das esquerdas, é um povo que se levantou - eu acho que do inferno - para tirar o direito do pobre, da viúva, do órfão e do servidor público.

Eu quero, de forma pragmática e objetiva, dizer a você que está em casa: é uma vergonha o que aconteceu hoje aqui. Eu gostaria que vocês registrassem, porque, todos nós, que estamos aqui, fomos postos por vocês.

Registrem cada posicionamento nosso, cada discurso; mas, sobretudo, cada voto nosso. E, hoje, esta Casa tirou o direito dos pobres, dos trabalhadores, dos servidores públicos, homens e mulheres que prestam concurso para servir.

Quem são eles? Os policiais militares, os policiais civis, as enfermeiras, todos os servidores públicos de forma geral, os nossos professores e professoras. E, hoje, esta Casa disse a eles o seguinte: “Não a vocês.”

Nenhum privilégio foi tirado aqui. Muito pelo contrário: como foi denunciado nesta tribuna, alguns privilégios, a poucos, foram mantidos. Nós, quando defendemos a defesa da Polícia Civil e a Polícia Militar, é porque nós brigamos para todos, e não só para a cúpula dessas polícias.

E, nós, quando defendemos o servidor público, diferentemente do Heni, que me antecedeu, nós estamos defendendo o povo, porque quem serve neste estado não são os políticos, e, sim, os nossos servidores públicos.

Então, a nossa posição é muito tranquila em relação a isso. Quero, nesses poucos minutos que ainda antecedem, porque vou dividir o tempo com a deputada Bebel... Eu queria dizer, Sr. Presidente, da tragédia que acometeu a Baixada Santista, onde nós tivemos seis mortes e 44 pessoas desaparecidas.

Quero me solidarizar com todas as famílias da Baixada Santista, sobretudo de São Vicente, do Guarujá e da cidade de Santos, onde acometeu o maior número de pessoas.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, vamos proceder à verificação de votação.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Não. O tempo é meu.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Desculpa. Peço desculpa.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - No meu tempo, o senhor não vai mandar mais, por favor.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Devolvo a palavra à deputada Bebel.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - O senhor quer ser o presidente da fala de todo mundo aqui. Pessoal, quando teve um período aqui que eu me retirei, e que fui até o caminhão, eu própria fui uma das que quase foi atingida por uma bala dessas aqui.

Eu não estou inventando, porque, se tivesse provocação dos dois lados, eu me limitaria a dizer que as pessoas tinham provocado. Não. Gratuitamente, as bombas, deputado Barba, saíam de dentro da Assembleia para atacar servidores públicos, para tirar de lá.

Agora, o que é que está errado? Está errado se reunir? Está errado sentar aqui dentro? Porque o deputado Heni disse o quê? Disse que é democrática a Casa. É democrática para ele, mas não para nós.

Ela não tem nada de democrática. A Casa é democrática porque ele ocupa cargos, e depois ele vai pegar cargos em primeiro e segundo escalão.

É isso que está em questão. Por isso a Casa é democrática. Eu aprendi... (Manifestação nas galerias.)  Eu vou pedir só para vocês me deixarem falar, por favor. Muito obrigada.

Eu aprendi, na minha humilde vida sindical, que esse presidente aí tem muito que aprender em termos de presidir uma Mesa, porque a maioria tem que saber ser maioria, e respeitar a minoria, porque hoje nós somos minoria.

Vamos pagar para ver. Vamos ver se, depois dessa estraçalhada que fizeram com os servidores públicos do estado de São Paulo, eles vão perenizar no poder. Duvido. Eu ouvi um dia no café um dos deputados dizer o seguinte: “ah, falou que se votar não volta. Eu votei um monte de vezes contra, e voltei.”

Vamos ver se vai voltar mesmo. Vamos ver se o Novo vai ter a bancadinha de quatro que tem. Vamos ver. O Heni colocou aqui uma questão lamentável, porque ele cita os governos que fizeram, e eu posso até não concordar, mas ele não diz que a reforma da Previdência da Bahia tem 18 anos e nove meses de transição.

Deputado Heni, o senhor não leu. Então, ele não leu. Ele não leu, e está aí fazendo, colocando tudo nesse bloco, dessa porcaria dessa reforma que aprovaram, e quero ver, porque onde vocês forem nós vamos estar.

Não vamos dar sossego para vocês. Vocês vão aprender com quantas letras se faz um alfabeto. Vocês vão dançar conforme a nossa música também.

Aqui vocês mandam. Lá fora, não. Lá fora somos nós. É conosco. E aí, só um recadinho aqui para o deputado presidente, a majestade. Vamos falar com a majestade agora. Por que ele aprovou? Porque ele entuchou de polícia aqui dentro. Por isso ele aprovou, por isso ele estava seguro.

Estava na dele, do tipo: “Não, vou aprovar mesmo. Vai ser assim, vai ser assado”. Beleza. Então, lamento. Quero dizer que nunca me ajoelhei diante de governos autoritários e jamais essa categoria dos professores que foram injustiçados se ajoelharam.

De joelhos, nunca. De cabeça erguida, sempre. Jamais!

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Eu quero indicar o deputado Emidio de Souza para falar pela liderança da Minoria.

 

O SR. RODRIGO GAMBALE - PSL - Não. Esse encaminhamento eu já autorizei o Barba antes. Agora eu estou na fila, por gentileza. Indicar o deputado Major Mecca para encaminhar pelo PSL.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O deputado Rodrigo Gambale estava... Só para explicar. A deputada Márcia Lia não tem como saber porque ela não estava aqui.

 

O SR. RODRIGO GAMBALE - PSL - Sim, mas eu acabei de deixar o...

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Só vou explicar para a deputada Márcia Lia. O deputado Rodrigo Gambale veio ao microfone e o deputado Barba pediu autorização para que fosse feito e ele concedeu a solicitação. Então, queria pedir a V. Exa. se pode fazer o mesmo gesto agora e que possa ser o deputado Mecca. Depois eu passo a palavra a Vossa Excelência, pode ser?

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Perfeito.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Então, o deputado Major Mecca para encaminhar em nome da liderança do PSL.

 

O SR. MAJOR MECCA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Pessoal, vamos falar em nome dos policiais do estado de São Paulo. Vamos agradecer ao grande gestor, governador João Doria.

Obrigado, governador, pelos 5% de aumento. Muito obrigado, governador, pelo digno tratamento que o senhor deu aos nossos policiais na reforma da Previdência. Muito obrigado.

Os senhores sabem que tecnicamente um policial vive em média oito anos menos que um cidadão comum? O policial vive oito anos menos. Nós gostaríamos de agradecer a polícia de São Paulo pela folga que o Governo do Estado de São Paulo compra do policial.

O policial trabalha 18, 20, 24 horas e tem o seu horário de folga comprado pelo Estado, pelo governo, porque o policial não tem direito à dignidade da folga.

Nós queremos agradecer ao grande gestor João Doria por todos esses benefícios de não ter folga, de não ter salário, de não ter nossa dignidade respeitada. Neste momento, nós temos no município do Guarujá, litoral paulista, mais de dez vítimas de soterramento, dentre elas, dois policiais militares, dois bombeiros: o cabo de Polícia Militar Moraes, o cabo de Polícia Militar Batalha, integrantes do 6º Grupamento de Bombeiros, que socorrendo uma criança parcialmente encoberta de lama, foram vítimas de um segundo deslizamento.

O cabo Moraes teve uma parada cardíaca, sendo socorrido ao pronto-socorro e o cabo Batalha não foi encontrado até o presente momento. Pergunto ao governador, pergunto ao povo do estado de São Paulo: o que mais é preciso por parte dos policiais para que essa categoria seja valorizada? Amanhã, duas bandeiras dobradas serão entregues para as esposas, para os pais.

Os senhores sabem o que significa, para uma esposa, para os pais, receberem a notícia, pela televisão, de que o marido, que o filho, morreu soterrado tentando salvar vidas? Tivemos, em 2019, 31 policiais militares assassinados; 21 policiais praticaram o suicídio. Um número exorbitante de policiais com depressão.

A Psicologia da Polícia, levando adiante árduo trabalho por adolescentes, filhos de policiais militares, policiais civis, técnicos-científicos, policiais penais, que estão com filhos adolescentes vítimas de depressão, alcançando até o suicídio.

Novamente, eu pergunto: o que é preciso para que vocês ouçam o clamor e o pedido de socorro dos policiais no estado de São Paulo? Que defendem a todos nós, protegem as nossas vidas.

Trabalhamos com equipamento vencido, colete balístico vencido. Quando o governo faz marketing e propaganda, falando que criou 17 Baeps, é mentira, porque ele tirou policial do policiamento comunitário, das bases, de outros programas de policiamento, para montar um batalhão que não tem estrutura alguma de inteligência policial. Porque não se faz ações de polícia sem inteligência. Essa hipocrisia, no estado de São Paulo, que não suportamos mais. Não suportamos.

As expectativas e a esperança dos nossos policiais, operacionais ativos, veteranos, pensionistas, é muito grande diante da bancada da Segurança Pública que se instalou aqui no último pleito eleitoral.

As expectativas em cima de todos nós são muitas, para mudanças reais. Mudanças verdadeiras, para que se melhore a vida de um cidadão de bem que está derramando o seu sangue para defender a nossa vida, para defender o estado democrático de direito.

Porque com a ausência da Polícia não existe paz. Não existe situação de normalidade dentro do estado. São por esses homens e mulheres que venho aqui dar voz, e pedir socorro a todos esses parlamentares, ao governador do estado de São Paulo, que ontem, em Minas Gerais, criticou o governador de Minas por um reajuste salarial justo, pois aquele gestor reconheceu sim os policiais que se dedicaram em Mariana, em Brumadinho, e no combate ao crime naquele Estado.

Nós, aqui, mal somos ouvidos. O estado que apresenta os melhores indicadores criminais do País. E onde está o compromisso de governo, de fazer das nossas polícias a segunda Polícia mais bem paga do Brasil? Onde está?

O que mais precisamos fazer para dar prova do nosso espírito vocacionado, para dar prova de que damos a nossa vida pela vida do próximo? O que mais é preciso? Estaremos no enterro desses policiais. Estaremos apertando a mão da viúva, do pai, da mãe que perdeu o seu ente querido, levando o nosso apoio moral. E o Estado? O que fará? O que está fazendo?

Estamos abandonados no estado de São Paulo. Queremos que o compromisso de governo seja cumprido, porque palavra de homem não faz curva. Assim nós aprendemos dentro de casa, no seio da família, e aprendemos na polícia, combatendo o crime, defendendo o cidadão de bem.

Dia 1º de março, domingo agora, foi a data-base. A data-base é 1º de março, não é o mês de março. É dia 1º de março. Cadê o reconhecimento a esses homens e mulheres que defendem o povo paulista? Onde está o reconhecimento? Onde está o respeito, a grande atenção e a consideração a quem defende o nosso estado e defende a nossa Nação?

Não bastam só falácias. Não basta marketing. Isso leva a crer que estão fazendo manobras para obterem vantagens pessoais. E o nosso objetivo aqui é lutar pela população, pelo povo, por quem realmente precisa. Fica aqui o nosso repúdio à postura do gestor João Doria, que não cumpre com sua palavra. (Manifestação nas galerias.)

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Sr. Presidente, para indicar o deputado Emidio de Souza para encaminhar pela liderança da Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra o deputado Emidio.

 

O SR. EMIDIO LULA DE SOUZA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos acompanha pela TV Assembleia, pelas galerias do plenário, primeiramente, eu gostaria de me somar à deputada Bebel e a outros que já falaram aqui, dizendo que o dia de hoje ficará manchado não apenas na vida política do presidente Cauê Macris. Fica manchado, uma mancha de vergonha na história da Assembleia Legislativa de São Paulo.

Eu nunca vi uma repressão brutal como a que foi feita aqui hoje, dentro da Casa e também nas ruas que cercam a Assembleia Legislativa. Fiquei impressionado que até nos corredores da Assembleia Legislativa balas de borracha foram disparadas.

A deputada Márcia Lia e eu respiramos gás de pimenta ao tentarmos conter o avanço da Tropa de Choque nos corredores da Assembleia Legislativa, em uma demonstração de que a Casa que era para ser a casa de debate, a casa de conversa, a casa de entendimento, a casa de construção democrática, se tornou palco da repressão. (Manifestação nas galerias.)

No outro período em que fui deputado, convivi aqui com vários presidentes, inclusive com o pai do atual. Convivi com Walter Feldman, convivi com Vanderlei Macris, convivi com Rodrigo Garcia. Nunca vi. Fui 1º secretário na gestão do Sidney Beraldo. Nunca vi repressão tão vergonhosa como essa, atitude tão covarde tomada dessa forma.

A segunda coisa que eu queria dizer: queria dizer que, hoje, esta Assembleia Legislativa sepulta... Fico impressionado como alguns deputados vêm aqui e ainda desafiam os outros, desafiam o público para culpar aqueles que estão lutando arduamente para defender os seus direitos.

Bebel, hoje, muitos milhares de servidores, centenas de milhares, voltarão para suas casas refazendo o plano de suas vidas. Alguém pega uma água para mim, fazendo o favor? Refazendo os planos de suas vidas!

Entraram no serviço público para se aposentar dignamente, entraram tanto no Judiciário, no Legislativo e nas carreiras de que tanto se fala aqui, de policiais, de bombeiros, de professores... Entraram com uma expectativa e, hoje, pela ação desta Casa, pela obediência desta Casa ao João Doria, eles perderão essa expectativa de direito e terão que refazer os planos de suas vidas.

E ainda querem que os que estão sofrendo a retirada de direitos sofram calados, sem poder se manifestar. Ainda há gente aqui apoiando a ação da PM. Ora, ninguém é contra a PM corporação.

Mas os exageros nós vamos ser contra sempre. Aqueles que vão protestar, aqueles que vão à Casa de Leis fazer o seu pedido aos deputados para que não votem dessa ou daquela forma não podem ser humilhados dessa forma. Isso é escandaloso na história dessa Casa. Eu acho que ficará realmente uma mácula que terá que ser contada na história política de São Paulo como um dia da vergonha nessa Casa.

Eu quero também aproveitar para dizer que nesse debate ficou muito claro aqueles que têm desprezo pelo serviço público e aqueles que valorizam o serviço público. No Brasil, virou moda, infelizmente, deputado Campos, acusar o servidor pelas desgraças do país.

É a coisa mais fácil. O que o ministro Paulo Guedes, do governo Bolsonaro, chama de parasita são os que todos os dias, às sete da manhã, estão nas salas de aula, na frente de 30, 40 alunos, para ensiná-los a ler, a escrever e a entender. (Manifestação nas galerias.) São os médicos, que nos atendem na periferia.

E veja V. Exa., até agora, na tal dessa nova epidemia do “coronavírus”, deputado Enio, foi pelas mãos de três pesquisadores da Universidade de São Paulo - não foi nenhuma particular - que se sequenciou o genoma para descobrir a sequência do vírus. Será que as pessoas não conseguem pensar no valor do serviço público? Será que não conseguem valorizar, será que não conseguem pensar que quando você retira serviço público, você está tirando de quem mais precisa?

O equilíbrio de contas do estado pode ser buscado e deve ser buscado, mas não à custa de retirar direitos, à custa de economizar naquilo que não precisa. De o João Doria parar de fazer propaganda como faz, de fazer corretamente a arrecadação financeira das grandes empresas, que não faz. E esse serviço público, tão vilipendiado, tão...

Eu quero dizer também uma coisa à minha colega deputada Janaina Paschoal: na sessão passada, a deputada Janaina se referiu ao PT dizendo que ela jamais vai permitir que o PT volte a governar o país. Deputada, eu quero dizer primeiro que o PT não depende em nada da senhora.

Nós não chegamos ao governo com o seu apoio e vamos voltar sem o seu apoio. Nós não precisamos do seu apoio; nós precisamos do apoio do povo brasileiro. (Manifestação nas galerias.)

Eu queria ver a senhora com a mesma bravura reclamar da associação do governo do presidente Bolsonaro e seus filhos com o crime organizado e com os milicianos. Eu gostaria muito de ver a senhora responder quando duas jornalistas, a jornalista Vera Magalhães e a jornalista Patrícia Campos Mello, foram ofendidas pessoalmente, de natureza grave, pelo presidente da República.

Não há uma palavra sua contra isso. A senhora continua culpando quem saiu do governo há quatro anos. Será que não deu tempo ainda de consertar o país que vocês falam que estava destruído, e que não estava?

Eu queria ver a sua palavra contra a militarização crescente do governo federal. Queria ver a sua palavra, que é jurista, sobre a ameaça do presidente de convocar manifestações contra o Supremo Tribunal Federal e contra a Câmara dos Deputados e o Senado Federal. (Manifestação nas galerias.)

É isso que a senhora precisa falar. E para varrer o PT, para impedir o PT de chegar ao poder, é muito fácil, deputada: basta a senhora fazer mais, o seu governo fazer mais do que nós fizemos.

Hoje, quatro milhões de famílias moram debaixo de um teto por conta do programa “Minha Casa, Minha Vida”. Dez milhões de pessoas tiveram acesso à luz, pela primeira vez, por conta do programa “Luz para Todos” em todo o país, inclusive no estado de São Paulo.

Outros três milhões e meio chegaram à universidade por conta do ProUni. Um milhão e 200 mil famílias no nordeste tiveram acesso à água por conta de um milhão e 200 mil cisternas construídas ali, para as pessoas que mais precisam. Faça mais do que isso e tire o PT.

Só que vocês não fazem nada. Vocês são um governo medíocre, vocês são um governo servil aos americanos. Vocês são um governo que não sabe o que é fala de patriota, e são os mais impatriotas que existem, são contra o País, estão vendendo o patrimônio público, não conseguem propor nada de diferente para este País, olham os pobres com desprezo.

É muito fácil, presidente. Faça a reserva cambial que nós fizemos, de 370 bilhões de dólares, para aguentar essa variação que está tendo agora no dólar cambial; a variação cambial que está tendo no dólar.

É isso que a senhora precisa fazer. Não se preocupe com o PT. Se preocupe com a vida do povo brasileiro. Se o dia que a senhora fizer mais e melhor do que o PT, a senhora tem alguma razão para falar do nosso governo e do nosso legado.

Eu quero conceder o restante do tempo à nobre deputada Professora Bebel.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT – Eu só quero, deputado Emidio, daqui mesmo eu quero fazer uma pergunta, porque eu saí indignada da última vez, que a gente fez, de forma pacífica, um cartaz dizendo que o presidente – na minha opinião também é – machista, misógino, e todos os nomes que merece aí do ponto de vista.

E, uma das deputadas, de forma baixa, disse que nós não prestávamos. Eu gostaria de chamar a deputada e perguntar: o que é não prestar? Só isso.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Esgotado o tempo do deputado Emidio, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, vamos proceder à verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA – PT – Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Pela ordem, deputado Barba.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA – PT – Sr. Presidente, para colocar o PT em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – O PT está em obstrução.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB – Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Pela ordem, deputado Carlão Pignatari.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB – PARA QUESTÃO DE ORDEM - Nós estamos votando agora a supressão de quatro itens da PEC original, que foi um acordo que nós fizemos com os sindicatos, com as associações, inclusive, de várias carreiras públicas de São Paulo.

Então, por isso que eu quero pedir que se vote “não”, para poder a gente retirar do texto da PEC original, para que não fique nenhuma dúvida do que a gente for fazer no PLC, algum item da PEC possa atrapalhar.

 

* * *

 

- É iniciada a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

* * *

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL – Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Deputado Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL – Eu quero declarar obstrução da Bancada do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – O PSOL está em obstrução.

 

O SR. TENENTE NASCIMENTO – PSL – Com anuência do líder, colocar o PSL em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Com anuência do líder Gambale, o PSL está em obstrução.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB – Pela ordem, Sr. Presidente. Eu só quero indagar se esse acordo foi feito entre todas as lideranças.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Deputado Campos, eu não participei de nenhum acordo. Quem construiu o acordo foi o deputado líder do Governo. Pergunta ao líder do Governo, que pode...

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB – Se foi feita entre as grandes lideranças, nós não temos nada a opor.

 

A SRA. LECI BRANDÃO – PCdoB – O PCdoB está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – O PCdoB está em obstrução.

 

O SR. MARCIO NAKASHIMA - PDT – O PDT está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – O PDT está em obstrução.

 

O SR. ALEX DE MADUREIRA – PSD – Para colocar o PSD em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – O PSD está em obstrução.

 

A SRA. ADRIANA BORGO – PROS – Pôr o PROS em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – O PROS está em obstrução.

 

O SR. ED THOMAS - PSB – O PSB em obstrução, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Com anuência do líder, o PSB está em obstrução.

Transcorridos os quatro minutos, neste momento estou abrindo o sistema eletrônico, para que os deputados possam, pelo sistema eletrônico, digitar “sim”, “não” ou “abstenção”, nos terminais dispostos em suas mesas.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Neste momento, vamos abrir os microfones de aparte para aqueles deputados que não conseguiram realizar o seu voto pelos terminais eletrônicos.

 

O SR. ROQUE BARBIERE - PTB - Pela ordem, Sr. Presidente. Para votar “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “não” de Vossa Excelência.

 

O SR. EDMIR CHEDID - DEM - Pela ordem, Sr. Presidente. Para votar “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “não” de Vossa Excelência.

 

A SRA. ADRIANA BORGO - PROS - Pela ordem, Sr. Presidente. Para votar “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “não” de Vossa Excelência.

 

O SR. ESTEVAM GALVÃO - DEM - Pela ordem, Sr. Presidente. Para votar “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “não” de Vossa Excelência.

 

O SR. ED THOMAS - PSB - Pela ordem, Sr. Presidente. Para votar “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “não” de Vossa Excelência.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Pela ordem, Sr. Presidente. Para votar “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “não” de Vossa Excelência.

 

O SR. REINALDO ALGUZ - PV - Pela ordem, Sr. Presidente. Para votar “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “não” de Vossa Excelência.

 

O SR. ALEX DE MADUREIRA - PSD - Pela ordem, Sr. Presidente. Para votar “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “não” de Vossa Excelência.

 

A SRA. MARIA LÚCIA AMARY - PSDB - Pela ordem, Sr. Presidente. Para votar “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “não” de Vossa Excelência.

 

A SRA. PRESIDENTE - ANALICE FERNANDES - PSDB - Pela ordem, Sr. Presidente. Para votar “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “não” de Vossa Excelência.

 

O SR. BRUNO GANEM - PODE - Pela ordem, Sr. Presidente. Para votar “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “não” de Vossa Excelência.

 

A SRA EDNA MACEDO - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente. Para votar “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “não” de Vossa Excelência.

 

O SR. APRIGIO - PODE - Pela ordem, Sr. Presidente. Para votar “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “não” de Vossa Excelência.

 

O SR. MARCIO NAKASHIMA - PDT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para votar “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “não” de Vossa Excelência.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para votar “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “não” de Vossa Excelência.

Pergunto se algum Sr. Parlamentar ou Sra. Parlamentar gostaria de registrar o seu voto. Eu registro o voto “não” também. O presidente registra o voto “não”.

 

O SR. RAFAEL SILVA - PSB - Pela ordem, Sr. Presidente. Para votar “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “não” de Vossa Excelência.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente. Para votar “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “não” de Vossa Excelência.

Pergunto se mais algum Sr. Deputado ou Sra. Deputada gostaria de registrar o seu voto.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Para votar “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “não” de Vossa Excelência.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Coronel Telhada vota “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “não” de Vossa Excelência.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Para votar “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “não” de Vossa Excelência.

 

O SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - Para votar “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “não” de Vossa Excelência.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - Votar “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “não” de Vossa Excelência.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - Para votar “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “não” de Vossa Excelência.

 

O SR. EMIDIO LULA DE SOUZA - PT - Voto “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “não” de Vossa Excelência.

Pergunto se mais algum Sr. Deputada ou Sra. Deputada gostaria de registrar o seu voto. Não havendo registro de voto, passamos a alteração de votos. Pergunto se algum Sr. Deputado ou Sra. Deputada gostaria de alterar o seu voto.

 

O SR. SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - Alterar de “sim” para “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrada a alteração de voto do deputado Sebastião.

 

O SR. ROBERTO MORAIS - CIDADANIA - De “sim” para “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrada a alteração de voto de Vossa Excelência.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PSB - Para alterar o meu voto de “sim” para “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrada a alteração de voto de Vossa Excelência.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Para alterar o meu voto de “sim” para “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está alterado o voto de Vossa Excelência.

Pergunto se mais algum Sr. Deputado ou Sra. Deputada gostaria de alterar o seu voto. Não havendo então alterações de voto, está encerrado o processo de votação.

Participaram deste processo 80 Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sendo 80 votos “não”, quórum suficiente para rejeitar o item 3.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Fazer um apelo aos líderes aqui da Assembleia Legislativa que nós temos agora imediatamente a redação final da Comissão de Constituição e Justiça, que nós precisamos fazer com que dê quórum logo após esta sessão.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Eu quero lamentar, Sr. Presidente, que havia uma expectativa muito grande de que a cidade de Sorocaba fosse contemplada com a extensão da Linha 8 - Diamante com o transporte de trem de passageiros e fomos surpreendidos pelo jornal Cruzeiro do Sul e pela rádio Cruzeiro do Sul com a informação de que Sorocaba não será contemplada com esse transporte público de passageiro, uma vez que havia essa expectativa que isso acontecesse.

Sorocaba é uma sede de região metropolitana. São mais de 740 mil habitantes só na cidade de Sorocaba. No entorno, são perto de dois milhões de habitantes que com certeza teriam um transporte mais barato, menos oneroso para a população que trabalha aqui em São Paulo, além de desafogar a rodovia Castelo Branco, a Raposo Tavares e até as marginais. Enfim, isso causou um drama muito grande.

Eu tenho certeza de que não apenas eu, mas a deputada Maria Lúcia Amary, o deputado Danilo Balas, enfim, vários outros deputados estamos empenhados em sensibilizar.

Faço até um apelo ao líder do Governo, o deputado Carlão Pignatari, para que possamos sensibilizar o governador João Doria, sensibilizar o secretário Alexandre Baldy para que isso possa ser revertido e Sorocaba seja contemplada.

Aliás, parabenizo Vossa Excelência, presidente, porque Americana está contemplada e tenho certeza de que Sorocaba também será revista.

Apenas isso. Obrigado.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Pela ordem.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Antes de passar a palavra a Vossa Excelência, convocação. Srs. Deputados, Sras. Deputadas, nos termos do disposto do Art. 18, inciso III, alínea “d”,  combinado com o Art. 45, parágrafo quinto, ambos do Regimento Interno, convoco reunião extraordinária da Comissão de Constituição, Justiça e Redação, a realizar-se hoje, às 14 horas e 30 minutos, no salão nobre da Presidência, com a finalidade de oferecer redação final a Proposta de Emenda à Constituição nº 18, de 2019.

Para uma comunicação, deputado Telhada.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, para uma comunicação. Eu votei “não” na Previdência. Então eu tenho muita tranquilidade de vir aqui neste microfone agora - não fui antes por causa do tempo que se esgotava - para parabenizar a Polícia Militar pela ação de hoje.

Muitos deputados se levantaram, se colocaram contra, o que eu entendo, até porque estavam numa luta ideológica, mas eu tenho certeza de que a maioria dos deputados aqui estão felizes e contentes com a ação da Polícia Militar.

Quero parabenizar o coronel Robinson, presidente da Assessoria Militar, também o comandante do 12, que colocou as tropas do Choque que estiveram aqui. Para quem não sabe, o cabo Robson aqui da assessoria foi ferido e socorrido por terroristas, porque não são manifestantes.

Manifestantes estão aqui gritando, exercendo direitos, mas lá fora pessoas atacaram a polícia. O meu gabinete está depredado como a maioria dos gabinetes dos deputados.

Os banheiros estão depredados. As portas da Assembleia estão quebradas. Eu entendo até, Sr. Presidente, que deveria ser feita uma relação de tudo depredado e encaminhada para que fosse feito inclusive o boletim de ocorrência contra esses sindicatos que aqui estiveram hoje para que façam o ressarcimento do que quebraram aqui na Casa.

Então, parabéns ao coronel Robson e a todos os policiais militares presentes. Parabéns à tropa de choque. Se não fossem os senhores hoje, aqui, com certeza teria sido muito pior. Além disso, estou fazendo um documento ao comandante geral, parabenizando e elogiando todos os senhores.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, primeiro, declarar que estamos protocolando uma declaração de voto contrário à PEC 18 nesse momento. E também para dizer que, ao contrário, e com todo o respeito ao Coronel Telhada, tenho que repudiar o que aconteceu aqui hoje. Não era necessário chamar a tropa de choque aqui.

Inclusive, isso é um desrespeito com a Polícia que trabalha aqui dentro. A Polícia que trabalha aqui dentro, o tempo todo, dá conta de lidar com todas as manifestações aqui, sem disparar um tiro, sem ter uma agressão.

Então, também vou estudar o que aconteceu aqui hoje, para fazer, inclusive, se for preciso, uma ação contra a Força Tática, em função de que vários tiros de borracha... Tem várias pessoas atingidas. Tomamos spray de pimenta.

Estive lá em cima. Conversei com o comandante José Antonio. Fiz um acordo com ele. Que ele retirava a tropa de choque, que o pessoal não invadiria. Ele botou a Polícia dele aqui dentro e a Polícia dele não foi agredida aqui dentro.

Os manifestantes ficaram o tempo todo aqui no plenário sem agredir. Que a Polícia legislativa aqui está acostumada a ter um tipo de tratamento.

A tropa de choque do João Doria é só para atirar, para bater e para jogar spray de pimenta. Então, repudiar a tua ação, presidente, porque eles estavam aqui a mando do senhor.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO – Primeiro, quero cumprimentá-lo pela perfeita condução dos trabalhos aqui hoje. Ao senhor, à Polícia Militar de São Paulo, ao coronel Robson, à Polícia Civil, que resguardaram a segurança de nós, deputados.

A gente fala que as pessoas vêm aqui fazer reivindicação, lutar pela sua categoria. Temos que ter respeito.

Mas, quando você tem um caminhão lá fora, que o seu locutor estava incitando aquelas pessoas que estavam lá a invadir, a depredar, a quebrar tudo para que a gente pudesse ter, isso não é democracia.

Não é isso que queremos para São Paulo. E agradecer a todos os deputados da Assembleia Legislativa, em especial aos 59 que nos ajudaram, com certeza, a melhorar a vida do povo paulista. Presidente, a você, ao coronel Robson, meus parabéns.

Foi de extrema importância, sim senhor, a tropa de choque. Tem vídeos e mais vídeos aqui na Assembleia. Pseudomanifestantes - para mim, isso não é manifestamente; manifestante é quem, democraticamente, defende o seu direito.

Espero que as filmagens da Assembleia Legislativa consigam pegar quem fez para que seja representado para pagar pelos danos que causou. Afinal de contas, é um patrimônio público.

Parabéns, presidente.

Coronel, parabéns a você e a toda a Polícia Militar e à Polícia Civil de São Paulo.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Antes de passar. Em dois minutos começa uma nova sessão. Acho que aqueles deputados que quiserem falar, podem falar.

Mas quero me manifestar nesse momento. Antes de encerrar, tenho mais um minuto e meio para me manifestar. Fiquei calado durante a condução desses trabalhos. Mas quero também dizer, a todos os deputados e deputadas, a quem vou me dirigir claramente no dia de hoje.

A democracia da representatividade dos 45 milhões de habitantes é feita por 94 parlamentares que têm direito a voz e voto. Que vêm aqui a este plenário e colocam as suas posições, sejam elas quais forem e para qual lado for.

Mas colocam, e têm que ter o direito. Qualquer outra representação que não seja a dos 94 deputados, fugimos das possiblidades e da linha do que a Constituição determina, que é a representação dos poderes.

Esses poderes estão representados pelo Poder Legislativo. A hora que eu, como presidente da Assembleia, independente das posições de cada um... Fui agredido o dia todo. Tenho obrigação de garantir que vocês, deputados estaduais, possam vir aqui livremente expressar e manifestar a posição de vocês.

Aí quero... De maneira infeliz, por conta de um direito de manifestação que todos reconhecemos e legitimamos, todos aqueles que vêm se manifestar de posição contrária, infelizmente detectamos, no meio dessas pessoas, que, de maneira pacífica vêm à sede do Legislativo fazer a sua manifestação, seja contrária ou favorável ao projeto de lei, identificamos 19 sujeitos, os chamados “black blocs”, que vieram à sede do Legislativo, todos eles já devidamente qualificados pelas câmeras do Poder Legislativo, unicamente com o intuito de quebrar tudo, de causar confusão para impedir o direito desses parlamentares.

Aí, diante desse fato, não vou generalizar. A manifestação, ela é legítima. Cada um que vem aqui vai ser sempre respeitado, mas, diante desse fato, desses 19 sujeitos “black blocs”, a polícia agiu corretamente.

Então, quero cumprimentar aqui o coronel Robinson e todos os policiais militares da Assembleia Legislativa de São Paulo e aqueles que vieram auxiliar. (Palmas.) A Polícia Civil também. Porque a polícia não agiu, a polícia reagiu a uma ação de depredação por conta de 19 indivíduos que vieram trazer problemas ao Legislativo para impedir o processo de votação. Não podemos deixar de reconhecer a atividade de todos os que estiveram aqui.

E eu vou, independentemente da posição... Eu respeito cada um, o que pensam de mim ou deixam de pensar. Enquanto eu estiver, porque fui eleito, como presidente da Assembleia, vou garantir o direito dos senhores, dos 94 parlamentares, de virem aqui falar e votar. Está certo?

Esgotado o objeto da presente sessão, está levantada a sessão.

Logo mais, peço ao deputado Gilmaci que possa abrir a sessão ordinária.

Está levantada a sessão. Em dois minutos, Gilmaci abre a sessão ordinária.

Muito obrigado e um bom dia a todos.

 

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- Encerra-se a sessão às 14 horas e 31 minutos.

 

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