19 DE MARÇO DE 2020
30ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CORONEL TELHADA, JANAINA PASCHOAL e DOUGLAS GARCIA
Secretaria: JANAINA PASCHOAL
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - JANAINA PASCHOAL
Considera insuficientes as providências tomadas, até o
momento, pelo governo estadual, no combate à crise provocada pelo coronavírus. Defende a adoção de medidas mais drásticas.
Alude às consequências da proliferação do vírus na Itália.
3 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Cancela a sessão solene em "Celebração do Dia do
Profissional de Contabilidade", anteriormente convocada para 27/04, às 20
horas, por solicitação do deputado Itamar Borges.
4 - JANAINA PASCHOAL
Assume a Presidência.
5 - CORONEL TELHADA
Parabeniza os municípios que aniversariam nesta data. Lembra
que hoje é o Dia do Artesão. Combate recomendação de libertação de
presidiários, feita pelo CNJ, por conta da crise do coronavírus.
Defende a manutenção de visitas no sistema prisional.
6 - MAJOR MECCA
Declara que é preciso seguir à risca as recomendações da OMS
para combater a disseminação do coronavírus. Sugere
ao governo estadual medidas que tratam da proteção dos
servidores da Segurança e da Saúde, bem como de seus familiares.
7 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência.
8 - CARLOS GIANNAZI
Tece críticas a medida provisória editada
pelo governo federal, que autoriza as empresas a cortar o salário de seus
funcionários. Descreve projetos de lei, de sua autoria, que versam sobre a
garantia de direitos em meio à pandemia da Covid-19.
9 - MAJOR MECCA
Para comunicação, comenta o pronunciamento do deputado Carlos
Giannazi. Cobra da Arcolimp,
empresa que presta serviços a esta Casa, a liberação de funcionários que façam
parte de grupos de risco.
10 - DOUGLAS GARCIA
Cobra retratação do embaixador da China no Brasil, a quem
acusa de ter ofendido o presidente Jair Bolsonaro.
Parabeniza o Itamaraty por sua resposta à declaração da embaixada.
Responsabiliza as autoridades chinesas pela pandemia do coronavírus.
11 - JANAINA PASCHOAL
Concorda com o pronunciamento do deputado Major Mecca com relação à Arcolimp.
Recomenda a permanência em casa, na medida do possível. Pede a todos que
busquem ajudar os que vierem a passar por dificuldades financeiras durante a
pandemia da Covid-19.
12 - MAJOR MECCA
Para comunicação, discorre sobre o impacto da crise do coronavírus sobre os pequenos e microempresários. Faz
sugestões acerca do uso de espaços pela Secretaria da Saúde.
13 - GIL DINIZ
Defende o deputado federal Eduardo Bolsonaro,
que criticou o governo chinês pelo modo como este lidou com a crise do coronavírus. Condena a reação que a embaixada da China no
Brasil teve às declarações do parlamentar. Reprova atitudes do governador João
Doria.
14 - JANAINA PASCHOAL
Para comunicação, comenta notícias que recebeu acerca de
possíveis tratamentos para a Covid-19. Frisa a
importância da Furp em um momento como este.
15 - DOUGLAS GARCIA
Assume a Presidência.
16 - CORONEL TELHADA
Propõe ao governo estadual que seja permitido aos policiais
militares exercer sua função na cidade em que vivem, por conta da redução da
frota de ônibus em circulação. Critica a Rede Globo pela sua cobertura da
coletiva de imprensa dada pelo presidente da República.
GRANDE EXPEDIENTE
17 - CARLOS GIANNAZI
Para comunicação, informa a publicação no Diário Oficial da
Resolução nº 27, da Secretaria de Educação, suspendendo contratos na área da
Educação. Afirma que esta medida do governador João Doria promoverá o
desemprego de milhares de pessoas no estado de São Paulo. Lamenta a publicação
do decreto. Informa ter apresentado um projeto de decreto legislativo para
anular esta resolução.
18 - CARLOS GIANNAZI
Para comunicação, critica o funcionamento, em tempos de
pandemia, do Poupatempo e do Detran. Lamenta que os funcionários estejam sendo
expostos a riscos ao atender a população. Ressalta que os mesmos estão sem
equipamentos de proteção. Apela para que o Governo do Estado suspenda os
atendimentos. Denuncia a falta de sabonetes e álcool gel em todas as unidades da
Fundação Casa no Estado. Apela ao governador João Doria que resolva esta
situação. Considera como uma ameaça à saúde e à vida dos servidores, dos
adolescentes e dos próprios familiares.
19 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência.
20 - MAJOR MECCA
Para comunicação, apela ao governador João Doria, conforme
indicação apresentada pelo seu mandato, para que a Polícia Militar retorne ao
horário de trabalho 8 x 40. Esclarece que este horário
é importante para as questões relacionadas ao uso de equipamentos de proteção
individual, que podem chegar a 12 quilos no corpo dos policiais. Explica que a
atual carga horária pode trazer problemas de saúde, principalmente para a
coluna e articulações. Pede que sejam disponibilizados equipamentos de proteção
individual para o atendimento de ocorrências pelos policiais.
21 - DOUGLAS GARCIA
Para comunicação, rebate as afirmações de que o governo
federal não está tomando providências para o combate do coronavírus.
Lista diversas medidas do governo Jair Bolsonaro para
o combate do vírus. Esclarece que o mesmo tem batalhado muito para que o vírus
não se propague pelo País. Afirma que estão tentando denegrir a imagem do
governo federal.
22 - GIL DINIZ
Para comunicação, concorda com o pronunciamento do deputado
Coronel Telhada em relação à Segurança Pública. Afirma que o governo está
complicando a vida dos policiais. Lembra que os filhos dos policiais estudam em
escolas públicas, assim como os profissionais da Saúde, e em breve estarão sem
aulas. Discorre sobre as medidas anunciadas pelo ministro Sérgio Moro, de
suspender as visitas nos presídios. Considera este um momento de grande
responsabilidade. Diz ser a medida do ministro Moro efetiva no combate ao coronavírus. Lamenta que ministros do Supremo Tribunal
Federal queiram liberar presos das cadeias, causando aumento nos índices
criminais do País. Sugere que as decisões de Sérgio Moro sejam aplicadas em
todos os presídios do País.
23 - GIL DINIZ
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
24 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Anota o pedido. Adita a Ordem do Dia. Convoca os Srs.
Deputados para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do
Dia. Levanta a sessão.
* * *
-
Assume
a Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Telhada.
* * *
- Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Presente
o número regimental, pelo menos de assinaturas, de Sras.
Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos
trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e
convida a nobre deputada Janaina Paschoal para ler a resenha do expediente.
A SRA. JANAINA
PASCHOAL - PSL - Muito obrigada, Sr. Presidente. Cumprimento os
presentes. Lendo a presente indicação do deputado Altair Moraes que requer ao Sr. Governador a realização de estudos e providências no
sentido de possibilitar a destinação de um kit esportivo para o município de
Mococa.
Um requerimento de autoria do deputado Itamar Borges
solicitando congratulações desta Casa à população de Capão Bonito pelo
aniversário do município, a ser comemorado no dia 2 de abril. Está lida a
resenha, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, deputada.
Vamos para o Pequeno Expediente. Oradores inscritos. O primeiro orador inscrito
é o deputado Paulo Lula Fiorilo. (Pausa.) Deputado
Delegado Olim. (Pausa.) Deputada Janaina Paschoal, V.
Exa. tem o tempo
regimental.
A SRA. JANAINA
PASCHOAL - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, Sr.
Presidente. Cumprimento V. Exa.,
cumprimento os funcionários presentes, o deputado Giannazi,
aqueles que estão na Casa, nos seus gabinetes. Cumprimento - não tem ninguém,
porque a Casa está fechada - os que nos acompanham a distância.
Eu gostaria, uma vez
mais, muito respeitosamente, de dizer que entendo que, apesar do governador e a
sua equipe estarem se esforçando para combater essa crise, a meu ver, não estão
tomando as medidas adequadas para a seriedade da situação.
Hoje, por exemplo, o
governador deu uma entrevista coletiva anunciando que seguirá admitindo visitas
nos presídios, porque é direito dos presos.
Compreendo que existe a
preocupação com eventual levante, revolta. E que admitir a entrada de um
visitante seria uma maneira de, digamos assim, tentar controlar
esse risco.
Ocorre que o momento,
agora, apresenta um risco ainda maior, que é o risco de contaminação dos
próprios presos, dos parentes dos presos, dos funcionários do sistema
prisional, dos parentes dos funcionários e das pessoas que estiverem nos
ônibus, nos trens, viajando junto com esses visitantes.
O argumento do
governador de que não teve nenhum caso dentro do sistema, com todo o respeito,
é risível. Porque a hora que tiver um caso, aquilo vai ser como enfileirar
peças de um dominó.
Então não podemos
permitir o primeiro caso. Não consigo compreender a maneira de raciocinar do
nosso governador. Logo ele, que viaja tanto. Logo ele, que é tão cosmopolita.
Não estou falando isso
para atacar politicamente. Estou falando isso porque o que está acontecendo na
Itália e em outros países - mas acho que a Itália é o exemplo mais dramático -
é como se estivéssemos dentro de um filme de ficção científica. Então temos que
ser radicais nesse momento.
O governador erra com
relação a essa questão dos presídios. O governador erra com relação a apenas
recomendar fechar igrejas, cultos, templos religiosos em geral; recomendar
fechamento de bares, restaurantes, shoppings.
Existem momentos da
vida de um gestor público, e não importa se ele é de direita, de esquerda, do
partido. Não importa, gente. Não é disso que estou falando, por favor. Mas
existem momentos na vida de um gestor público que ele tem que ser muito duro,
muito corajoso, enfrentar todas as críticas. E tomar as medidas necessárias.
Estamos diante do maior
ataque dos últimos tempos. “Ah, mas as pessoas têm direito a ir e vir, mas as
pessoas têm direitos fundamentais, mas existe a Economia”.
Sou professora de
Direito. Não gosto de ficar falando isso, porque parece que a pessoa está se
colocando como melhor que os demais. Sou professora de Direito. Há momentos
excepcionais que não só permitem, como ensejam, determinam, requerem, obrigam a
privilegiar aqueles direitos que estão sendo primordialmente atacados.
No caso, estamos
falando do bem jurídico vida, do bem jurídico
integridade física, do bem jurídico saúde individual e Saúde pública.
O governador precisa,
para ontem, determinar o fechamento de todos os templos religiosos. Tenho um
livro publicado, tratando de liberdade religiosa. Sou uma defensora de todas as
religiões. Costumo dizer que a minha religião é Mateus 18,20: “Onde houver
pessoas reunidas em Meu nome - no caso, Deus - lá Eu estarei”. Lá Ele estará.
Não tem nenhum conteúdo
religioso na minha fala. Muito pelo contrário. Mas o governador precisa
determinar o fechamento. Porque essas pessoas reunidas em cultos permitirão a
proliferação desse vírus.
Os líderes religiosos
que estão fazendo campanha para manter os cultos abertos poderão ser
processados criminalmente pelo crime de periclitação
da vida e também pelo crime de epidemia, que é hediondo, por sinal. A depender
do tom, já estamos diante do crime de apologia a esse tipo de crime.
Então, peço desculpas
por ser radical, mas o momento exige. E o governador do estado de São Paulo,
infelizmente, muito embora esteja fazendo as coletivas, esteja atendendo a
imprensa, e ele é uma pessoa educada, ele é gentil, mas ele não mudou a postura
desde o momento em que esteve aqui na Casa e disse que não era necessário nada
muito radical, porque o problema ainda não se apresentou.
Na hora em que o
problema se apresentar, vai vir aos montes. Gente se asfixiando dentro de casa
sem ter quem socorra. E mesmo se tiver quem socorra, o
sistema não vai dar conta, e não estou falando só do sistema público, mas
também do privado.
Então, nesse primeiro
momento, eu peço que o governador, pelo menos, reveja essa questão dos templos
e determine o fechamento. Determine o fechamento de todos os estabelecimentos,
danceterias, casas noturnas.
Ele tem titubeado no
tom. Ele fala que vai fechar, depois fala que é
recomendação. Passou do momento de recomendar. Já deveria ter fechado há muito
tempo.
Por enquanto é isso, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP -
Obrigado, deputada Janaina. Deixem-me fazer um cancelamento: Sras. Deputadas,
Srs. Deputados, esta Presidência, atendendo solicitação do nobre deputado
Itamar Borges, cancela a sessão solene convocada para o dia 27 de abril de
2020, às 20 horas, com a finalidade de celebrar o Dia do Profissional de
Contabilidade. Está lido, obrigado.
O próximo é o deputado
Sebastião Santos. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Castello
Branco. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando Lula
da Silva. (Pausa.) Deputada Alessandra Monteiro. (Pausa.)
Peço para a deputada
Janaina assumir, para que eu possa fazer uso da palavra, por gentileza.
* * *
- Assume a Presidência
a Sra. Janaina Paschoal.
* * *
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PSL -
Seguindo com a lista dos oradores inscritos, chamo à tribuna o Exmo. Sr. Deputado Coronel Telhada, dizendo que V. Exa. tem o prazo regimental de
cinco minutos.
O
SR. CORONEL TELHADA - PP - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Obrigado. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, assessores e
funcionários, hoje em bem menor número, devido ao problema que enfrentamos no
mundo, nossa Polícia Militar, sempre presente, que hoje eu saúdo na figura do
cabo Cordeiro e do cabo Luiz. Nossa Polícia Militar sempre atenta e pronta para
o trabalho. No final, até vou falar sobre isso. Saudar a todos que nos assistem
pela Rede Alesp.
Hoje é dia 19 de março.
Temos 16 municípios aniversariando nesta data. Vamos colocar, por favor. Temos
os municípios de Arandu, Aspásia, Barra Bonita, Caiuá, Corumbataí, Cravinhos, Flora Rica, João Ramalho,
Meridiano, Panorama, Ribeirão Pires - olhem quantas cidades hoje, hein? -, São
José da Bela Vista, São José do Rio Pardo, São José do Rio Preto - grandes
cidades! -, Taiaçu - grande Taiaçu! -, e Vitória Brasil.
Então, aos colegas, aos
amigos e amigas desses 16 municípios, o nosso abraço, a nossa disposição em
trabalhar por todo o estado de São Paulo. Muito obrigado a todos, um grande
abraço a todos vocês.
Hoje, 19 de março,
também é o Dia do Artesão. Eu estava conversando agora com os meus assessores,
que falaram que hoje, na Igreja Católica, é o Dia de São José, que é pai de
Jesus e justamente, pelo que consta, era um artesão.
Então, talvez até por
causa disso, seja esse dia. Dia do Artesão, um abraço a todos os carpinteiros,
oleiros, enfim, todos aqueles que trabalham com as mãos, que fazem artesanato.
Um abraço e sucesso nas suas missões diárias, que fazem um mundo cada vez
melhor, uma sociedade cada vez melhor.
Pois bem, eu queria
fazer um comentário sobre uma notícia que saiu antes de ontem dizendo que “o
CNJ recomenda a libertação de presos para evitar a disseminação do coronavírus”.
Olha só. A gente é orientado a ficar preso em casa e o CNJ quer colocar os
presos na rua. Eu não sei, acho que estou ficando retardado. Só pode ser isso.
Eu não entendendo o que está acontecendo no Brasil, Douglas. Acho que eu sou
retardado, é o termo exato para dizer.
“O presidente do
Conselho Nacional de Justiça, Dias Toffoli, que
também comanda o Supremo Tribunal Federal, baixou, na terça-feira, recomendação
aos tribunais e juízes de todo o País, com regras para diminuir o contágio pelo
coronavírus em presídios e no sistema socioeducativo
destinado aos menores.” Ou seja, é o que eu falo, este país é um país feito
para bandidos. Bandido, até na hora da crise, tem regalia, porque o povo é
preso e o bandido é liberado.
“O texto pede que os
juízes avaliem caso a caso a possibilidade de revogação de prisões provisórias
de mulheres gestantes, lactantes, mães ou pessoas responsáveis por crianças de
até 12 anos ou por pessoa com deficiência, assim como idosos,
indígenas...”.
Ué, indígena é
diferente? Não entendo... É diferente, Mecca? Morre
mais, morre menos? “Indígenas, pessoas com deficiência ou que se enquadrem em
grupo de risco.”
A minha nora está com
um nenezinho de um mês em casa, é lactante, e a minha netinha tem cinco anos.
Ela se enquadra nisto aqui e está trancada dentro de casa, não pode sair.
Está apavorada com a
saúde das crianças, não pode sair, mas o Dias Toffoli
acha que a mãe que está presa e que tem nenezinho pode ir para a rua. Gente, eu
não entendo a cabeça desse povo aqui, não entendo. É um absurdo isto aqui.
“O mesmo vale para
pessoas em presídio com ocupação superior à capacidade ou sem equipe de Saúde
no estabelecimento, ou em locais que favoreçam a propagação do coronavírus” - ou seja: o mundo todo. “A medida também
sugere a revogação de prisões preventivas com prazo superior a 90 dias ou que
estejam relacionadas a crimes praticados sem violência ou ameaça.”
Que beleza! Este é o
País dos bandidos. É um absurdo isto aqui. Enquanto a população está se
trancando, eles estão pedindo para os presos irem para a rua para evitar o coronavírus.
Eu não sei qual a
orientação que vale. Nós não podemos sair na rua, mas os presos podem. No
Brasil, essas coisas... Sabe, se não fosse trágico,
seria cômico. Que absurdo isto aqui.
A deputada falou há pouco das visitas. Eu sou contra o encerramento das
visitas. Eu acho que aumenta o contágio, com tudo o que a senhora falou eu
concordo, só que nós temos que partir para o lado da segurança. O que é pior: a
ameaça de um contágio, de repente, que é muito grave, sem dúvida, ou uma
rebelião total nas cadeias, como nós tivemos esta semana?
A senhora não tenha
dúvida, deputada, que, se proibirem as visitas nos presídios, haverá uma
rebelião. As cadeias vão virar, como a gente costuma
dizer, e pode ter certeza de que vai morrer trabalhador, vai morrer agente
penitenciário, vai morrer bandido.
Então, eu acho que a
melhor orientação realmente, se eu fosse o secretário de Administração
Penitenciária, eu faria isso mesmo. Eu faria uma contenção de visitas, uma
cautela redobrada, com asseio, com álcool gel, lavando as mãos, enfim, uma
cautela redobrada.
Não tem como evitar
essas visitas, infelizmente não tem. Se não, nós teremos rebeliões; ou seja, o
que está ruim pode ficar pior. Eu acho que nós temos que avaliar o menos pior, como falava um coronel nosso na Academia do
Barro Branco. Ele falava que não existia melhor, existe o menos
pior. Nós temos que avaliar o menos pior e ver
a situação.
Por enquanto, é isso.
Eu farei uma nova intervenção posteriormente para falar sobre a situação de
alguns policiais militares. A Polícia Militar continua trabalhando a todo
vapor, só que os policiais não estão conseguindo se locomover.
Não tem ônibus para os
policiais, principalmente os do interior. Então eu vou fazer uma próxima
intervenção e falarei disso novamente, lembrando a todos: cautela, higiene
pessoal e evitar aglomeração.
Muito obrigado, Sra. Presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PSL -
Eu que agradeço, deputado. Devolvo a Presidência a V. Exa., mas antes chamo à tribuna o nobre deputado Major Mecca. Vossa Excelência tem o prazo regimental de cinco
minutos.
* * *
- Assume a Presidência
o Sr. Coronel Telhada.
* * *
O
SR. MAJOR MECCA - PSL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos. O isolamento é a medida recomendada pela
Organização Mundial da Saúde. Nós devemos seguir essa orientação à risca,
porque vamos lutar contra a disseminação comunitária, que é a etapa que nós
estamos atingindo agora, neste momento.
É o instante em que o
vírus chega à população, aos trabalhadores que utilizam o transporte público,
às periferias, onde nós temos grande aglomeração de pessoas. E nós sempre
citamos aqui nesta tribuna a nossa cobrança ao governo em relação à malha de Saúde,
que não atende, nas situações de normalidade, as demandas de Saúde do nosso
estado.
Dentre as medidas
adotadas pelo governo do estado para minimizar o impacto dessa pandemia nas
redes de Saúde e também na economia, hoje nós apresentamos uma indicação ao
governo do estado em relação à proteção dos policiais, dos operadores de
Segurança Pública, que estão à frente de trabalho para defender a sociedade, em
relação aos descontos promovidos em folha de pagamento, quando de afastamento
por problemas de saúde.
Nós precisamos atentar
que os nossos policiais, quando são afastados por motivo de saúde, têm
descontos de auxílio-alimentação, do cartão de alimentação, que são levados a
efeito em sua folha de pagamento, e nós precisamos, neste momento, suspender
estes descontos.
Uma medida que foi
anunciada hoje pela manhã isentando do pagamento da conta de água as pessoas de
baixa renda. Nós precisamos incluir neste hall de beneficiários os nossos
policiais.
Nossos policiais
militares hoje, em São Paulo, estão submetidos a um grau de risco extremo em
relação à sua saúde, e nós precisamos atentar para a questão da subsistência,
não só do policial, como também dos seus familiares.
Quando há um impacto na
economia, o primeiro corte que o empresário faz é em relação à segurança. E nós
temos muitos policiais que prestam atividade extra no setor de segurança que já
foram os primeiros a perder o bico.
Nós sabemos que a Dejem atinge, dos 83 mil
policiais, por volta de oito mil policiais, não dando suporte ao problema financeiro
da nossa tropa. Então, essas medidas adotadas pelo governo precisam ser
estendidas aos profissionais da Segurança Pública - aos policiais militares,
aos policiais civis, aos policiais técnico-científicos, aos policiais penais -,
pois são os homens e mulheres que estão nas ruas, além de todos esses
problemas, como foi citada agora há pouco, pelo
Coronel Telhada, a questão do deslocamento casa-quartel, quartel-casa.
Estamos atentos,
fazendo várias indicações, contatos com os nossos irmãos policiais militares
que são parlamentares federais, em relação ao auxílio que tanto o estado quanto
a União podem contribuir com o socorro aos cidadãos de bem e, principalmente,
aos operadores da Segurança Pública, aos operadores da área de Saúde, em
relação ao seu orçamento: impostos que neste momento são importantes que estes
homens e mulheres sejam poupados, para que eles possam continuar dando
sustentação, subsídio aos seus familiares.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PSL -
Obrigado, Sr. Deputado. Deputado Carlos Giannazi, V. Exa. tem o tempo regimental.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR
- Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
telespectador da TV Assembleia, a corda sempre quebra do lado do mais fraco,
realmente.
O governo federal
editou uma medida provisória que permitirá que as empresas cortem salário e
jornada, a metade dos trabalhadores. É um verdadeiro absurdo isso.
E, nessa medida
provisória, entre outros pontos, também haverá uma ajuda para os trabalhadores
informais de apenas 200 reais.
Mas, o que me chama a
atenção aqui, além dessa ajuda de 200 reais para os trabalhadores informais, é
que as empresas já estão autorizadas pela medida provisória a fazer um corte
salarial dos trabalhadores e trabalhadoras.
Isso é um absurdo
total, porque nós estamos já apresentando aqui na Assembleia Legislativa várias
medidas. Eu já apresentei alguns projetos. Quero até citar um deles, exatamente
indo na contramão desse tipo de procedimento.
Os governos sempre
acabam beneficiando o poder econômico, as grandes empresas, os empresários, os
bancos, os latifundiários. E eu apresentei, Sr.
Presidente, um projeto de lei que garante a continuidade do pagamento dos
auxílios e benefícios dos servidores afastados por conta da crise do coronavírus.
Porque o TJ já anunciou
que fará cortes em relação ao vale-refeição, ao vale-transporte. E ontem me
manifestei contra, fiz uma crítica a esse procedimento do Tribunal de Justiça.
Mas, eu tenho certeza
que o Executivo também... Nós conhecemos muito bem aqui os governos do PSDB:
vão fazer esse ataque contra os servidores da Educação, da Segurança Pública,
do sistema prisional, da Saúde.
Então, nós nos
antecipamos, e eu apresentei esse projeto de lei, que, na prática, proíbe corte
desses benefícios, desses auxílios, que acabam, na prática, apenas
complementando os baixíssimos salários dos nossos servidores.
E nós não vamos
permitir e tolerar que num momento de crise, o governo se aproveite da situação
para fazer os cortes nos auxílios e benefícios, como vale-transporte,
vale-refeição, vale-alimentação. Às vezes, tem seguro-saúde.
É um momento em que o
governo se aproveita da situação de fragilidade dos servidores para fazer
cortes. O projeto de lei já foi apresentado, e ele é uma forma de proteger,
neste momento, os trabalhadores.
Porque é inconcebível, Sr. Presidente, que isso esteja acontecendo. Quero registrar
também um outro projeto que eu apresentei aqui e que,
na verdade, foi uma iniciativa.
Quem apresentou o
projeto ao nosso mandato foi o Núcleo de Defesa do Consumidor da Defensoria
Pública do Estado de São Paulo, através do Dr. Rafael, do Núcleo da Defensoria
Pública.
É um projeto
importante, que garante o seguinte: adota medidas no âmbito do estado de São
Paulo para proteger a população e garantir o acesso aos serviços essenciais no
período de duração da pandemia da Covid-19.
Então, esse projeto de
lei, em suma, garante a continuidade da prestação dos serviços pelas
concessionárias de água, de energia elétrica, de gás, de tratamento de esgoto,
para toda a população, e também para aquelas pessoas que não tiveram condições
de fazer o pagamento, até por conta da crise.
Muitas pessoas não
terão condições: os trabalhadores da informalidade, os trabalhadores que estão
desempregados, os trabalhadores que terão seus salários reduzidos por conta
dessa Medida Provisória que o governo federal assinou,
esse termo beneficiando as empresas, mas não os trabalhadores.
Então, esse projeto de
lei que nós protocolamos também aqui, em nome da Defensoria Pública - repito,
do Núcleo de Defesa do Consumidor da Defensoria Pública - é um projeto
importante também que garante para a população carente, à população pobre, à
população, sobretudo, que vai ficar numa dificuldade muito grande por conta dessa
crise, sem poder pagar esses serviços das concessionárias.
As concessionárias
prestam um serviço público, um serviço público essencial. Então, elas são
controladas pelo governo, e o governo tem que tomar essas medidas.
Por isso, nós
apresentamos esses dois projetos: esse, de autoria, na verdade, da Defensoria
Pública do Estado de São Paulo e o que eu apresentei no nosso mandato, que
impede qualquer tipo de desconto, Sr. Presidente, dos
servidores, de auxílios e benefícios dos servidores do Executivo, do
Judiciário, do Ministério Público. Enfim, de todos os órgãos, e também,
inclusive, das estatais, até porque o trabalhador não pode pagar pela crise, Sr. Presidente. Nós temos que cobrar dos
ricos, dos super ricos.
Por isso que nós sempre
defendemos, não é de hoje, que haja a taxação das grandes fortunas, das grandes
heranças, que haja cobrança de lucros e dividendos, porque isso não existe no
Brasil. O Brasil é um dos poucos países no mundo onde não há imposto sobre
lucro e dividendos.
É um verdadeiro absurdo.
Não se cobra no Brasil IPVA de quem compra um helicóptero, uma lancha. Não dá.
É por isso que o Brasil continua sendo também um dos países que têm uma das
maiores desigualdades econômicas e sociais do mundo.
Então, esses dois
projetos que eu apresentei se contrapõem a essas medidas do governo de
penalizar, de jogar a conta da crise nas costas dos trabalhadores.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, Sr. Deputado.
O
SR. MAJOR MECCA - PSL -
Pela ordem, Sr. Presidente. Para
uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - É
regimental. Prossiga.
O
SR. MAJOR MECCA - PSL -
PARA COMUNICAÇÃO - Só aproveitando,
antes da minha comunicação, complementando o que o deputado Giannazi
citou, o ITCMD, que é o imposto sobre transmissão por causa mortis,
de bens.
São Paulo pratica 4% de
imposto, sendo que outros estados todos praticam, por orientação, até 8%, e nós
aqui cobramos um mínimo. É uma afronta a quem mais precisa. Compactuo da sua
fala, viu, deputado Giannazi.
Eu gostaria de alertar
aqui. A empresa de limpeza, Arcolimp, que presta
serviços aqui na Assembleia Legislativa... Hoje pela manhã eu conversei com uma
senhora que estava exercendo sua atividade de limpeza. É uma senhora de 61
anos. Uma outra senhora, que também estava exercendo
suas atividades, sofre de asma.
Então, gostaria de
alertar aos responsáveis por essa empresa, que atentem para o grupo de risco
dos seus trabalhadores. É uma senhora de 61 anos, que pega condução para vir
para o serviço, muitas vezes pega ônibus, trem, metrô, e está inclusa no grupo
de risco. A empresa de limpeza Arcolimp, que presta
serviço a esta Casa.
Tomem providência. Eu
mandei uma mensagem agora para o deputado Milton Leite, 2º secretário, para que
a 2ª Secretaria atente a essa questão. Para que a empresa preste atenção no seu
quadro de funcionários que prestam serviço.
Há funcionários que são parte do grupo de risco, acima de 60 anos, com doenças
graves, que não podem ser contaminadas, porque podem ser levadas à morte, ao óbito.
É preciso seriedade neste momento.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE -
CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr. Deputado. Próximo
deputado, deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Douglas
Garcia. Vossa Excelência tem o tempo regimental.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - O deputado comandante Mecca pediu para avisar que não é para mandar as
funcionárias embora.
É apenas para preservá-las. Não é para demiti-las, apenas para conseguir
preservar a saúde das funcionárias.
Senhores, eu subo a
esta tribuna hoje para repudiar as palavras que foram endossadas pela Embaixada
da China no Brasil. Vejam só que absurdo. Nós temos
aqui o embaixador chinês. Ele simplesmente endossou as palavras de um tal Santiago, dizendo que a família Bolsonaro
é o grande veneno deste país.
Ontem foi um bafafá
danado por causa de um tweet que o Eduardo Bolsonaro fez, e em nenhum momento nesse tweet, nessa publicação, o Eduardo Bolsonaro
atacou um chefe de estado, mas a embaixada da China se sentiu com autoridade de
atacar o presidente do Brasil.
A embaixada da China no
Brasil atacando o presidente brasileiro. É uma ofensa pessoal. Isso daqui é um
absurdo. E onde que a imprensa fez todo esse alarde? Onde a imprensa apareceu
dizendo que a Embaixada da China no Brasil estava errada? Não teve uma nota
sequer. Passaram simplesmente a achincalhar o deputado federal Eduardo Bolsonaro.
Criticaram a fala do
Eduardo Bolsonaro, mas não criticam os deputados
federais do PT quando eles falam que os Estados Unidos da América são ladrões
de petróleo ou quando falam que eles são opressores, imperialistas. Você não vê
a embaixada norte-americana pedindo para que o deputado X ou o deputado Y venha
se retratar porque está causando problemas econômicos no Brasil.
Sabe por quê? Porque no
Ocidente nós temos o costume de dar a prerrogativa ao deputado, à deputada, da
liberdade de expressão, uma vez que eles têm uma imunidade parlamentar, mas na
China eles vivem sob uma ditadura comunista. Na China, eles não estão
acostumados a ter liberdade de expressão. Infelizmente, o povo chinês sofre com
isso.
Então, muito
mal-acostumados com isso, eles ficaram extremamente uma bolha de sabão,
ofendidinhos, pedindo para que o Eduardo Bolsonaro
retire as suas palavras. Ora, vamos retirar também as palavras dos
parlamentares que vivem ofendendo Israel, quando esses mesmos parlamentares
tentam defender o terrorismo palestino que, infelizmente, ocorre na Faixa de
Gaza, que, infelizmente, ocorre no Oriente Médio.
Nós temos, sim, que
fazer com que o nosso País seja respeitado. Então eu parabenizo a nota que foi
editada hoje pelo Itamaraty, que foi editada hoje pelo ministro Ernesto Araújo.
Nós não podemos simplesmente olhar para um lado e fingir que o outro não está
atacando. O que está acontecendo no nosso Brasil é pura e simplesmente uma
hipocrisia, senhores.
Continuando aqui, nós
exigimos que a embaixada chinesa no Brasil peça perdão, peça desculpas ao
presidente da República por tê-lo ofendido dizendo que ele é um veneno para o
nosso País. Se acaso a embaixada chinesa assim o fizer, aí eu concordo que o
deputado federal Eduardo Bolsonaro também deveria
retirar as suas palavras, mas enquanto isso não ocorre, nós exigimos que a
embaixada chinesa retire as suas palavras contra o presidente da República.
O povo chinês sofreu e
enfrentou como guerreiro, sim, o “Chinavírus”, o coronavírus. Enfrentou essa peste que aconteceu lá na Ásia
e, infelizmente, chegou aqui no nosso País, mas as autoridades chinesas são
responsáveis, sim.
Nós temos aqui o
prefeito de Wuhan - foi veiculado pela imprensa - que admitiu ter omitido
informações sobre o coronavírus. Ele admitiu ter
omitido informações.
Além disso, senhores, o
próprio presidente da China escondeu o coronavírus
por duas semanas.
Ou seja, o Sr. Eduardo Bolsonaro não está errado. A responsabilidade disso aqui,
do “Chinavírus”, é, sim, das autoridades chinesas que
não tomaram conta, e essa pandemia se espalhou pelo mundo.
Tivessem tido pelo
menos a coragem de ter avisado... Mas todos aqueles que tentaram avisar, todos
aqueles que tentaram se pronunciar na China, sejam jornalistas, sejam médicos,
eram perseguidos pela ditadura chinesa, pela ditadura do - relembro aos senhores
- Partido Comunista Chinês.
Então eles não têm
autoridade moral nenhuma para criticar o deputado federal Eduardo Bolsonaro, porque eles são os verdadeiros perseguidores
alheios.
E o que mais me causa
repulsa, para concluir, Sr. Presidente, é que o deputado
federal Rodrigo Maia se acha na condição de falar por todos os deputados
federais da Câmara dos Deputados, pedindo desculpa em nome de todos os
deputados.
Ele teve menos voto do
que eu como deputado estadual, e não tem representatividade para falar em nome
do Parlamento brasileiro. Eu já tinha falado aqui a respeito da perseguição que
os cristãos estamos sofrendo na China e encaminhei, sim, as notas taquigráficas
para o consulado chinês.
Então eu peço novamente
para que as minhas notas taquigráficas aqui do meu discurso sejam encaminhadas
para o consulado chinês e diga o seguinte: a responsabilidade pela pandemia
mundial é, sim, das autoridades chinesas, única e exclusivamente das
autoridades chinesas, porque, quando tiveram a prerrogativa de avisar ao mundo
o que estava acontecendo, resolveram perseguir aqueles que tentaram e não
cuidaram do seu país.
Agora querem meter o
bedelho na forma como nós trazemos a organização ao nosso Brasil.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP -
Muito obrigado, Sr. Deputado. Próximo deputado, deputado Caio
França. (Pausa.) Deputado Alex de Madureira. (Pausa.) Deputado Adalberto
Freitas. (Pausa.)
Pela lista suplementar.
Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Caio
França. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.)
Para fazer uso
novamente da palavra, seguindo os que já falaram, convido a deputada Janaina
Paschoal. Vossa Excelência tem o tempo regimental.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR
- Obrigada, Sr. Presidente. Quero me unir ao deputado
Major Mecca. Na verdade, fazendo uma solicitação,
tanto à empresa terceirizada como ao presidente da Casa.
Que ele tome a
iniciativa de dispensar esses funcionários que estão no grupo de risco. A bem da verdade, eu até já expressei essa opinião a ele,
respeitosamente, ele é o presidente da Casa.
Já que não vamos votar,
talvez fosse o caso de avaliar, ou fechar a Casa, ou dispensar mais
funcionários, para que evitemos esse deslocar de pessoas.
Acho que nesse momento
é importante ter presente que não é que as pessoas não queiram trabalhar. É
que, neste momento, todo mundo que puder ficar em casa estará auxiliando a
sociedade.
Eu, por exemplo, me
organizei. Estou aqui hoje. Mas amanhã pretendo trabalhar remotamente, auxiliar
de dentro da minha casa.
Quero também convidar
as pessoas, que procurem se organizar. Todas as pessoas que têm os seus
funcionários, as suas casas, que procurem se organizar e dispensem esses
funcionários. Deixando claro: dispensar não é demitir. Dispensar de comparecer
ao trabalho.
Sei que nem todos
podem. Porque, por exemplo, as enfermeiras estarão trabalhando intensamente
nesse período. Os médicos em geral, profissionais de Saúde.
Então, precisarão dos
seus auxiliares domésticos para cuidar da casa, cuidar dos filhos, ajudar nesse
desafio enorme que recai sobre os profissionais de Saúde nesse momento. Outros
profissionais, policiais, os que trabalham no sistema prisional.
Então sabemos que nem
todo mundo tem condição de dispensar, ou seja, de permitir que o seu
funcionário doméstico fique em casa.
Mas peço que aqueles
que têm essa condição, que poderão ficar dentro das suas casas, que se
organizem para liberar esses funcionários, orientando esses funcionários a
também ficarem nas suas casas.
Porque o que está
acontecendo é que muitas pessoas que estão sendo dispensados do trabalho,
jovens sendo dispensados das escolas, ainda estão interpretando esse momento
dramático que estamos atravessando como sendo recesso, como sendo férias.
Tem gente indo para a
praia. E aí o mal pode até ser maior, porque aí vai levar o vírus para cidades
menores, para o litoral, para o interior, onde há menos estrutura.
Então, qual que é o
pedido que faço? De conscientização de todos, aqueles que puderem trabalhar a
partir de suas casas, que assim procedam. Aqueles que puderem se organizar para
cuidar dos filhos, da casa, dos afazeres domésticos, nesse período de
isolamento, que dispensem os funcionários domésticos, pedindo a esses funcionários
que eles também permaneçam dentro das suas residências. “Ah, mas eu tenho
primo, eu próprio tenho uma chacarazinha no interior, uma casa na praia, o ar é
mais puro, tem menos foco”. Ok.
Pode ir para o
interior? Pode. Pode ir para a casa na praia? Pode? Para fazer isolamento. Não
é para ir para a praia, não é para ir para a balada, não é para passear. Porque
não podemos disseminar esse vírus. Então isso é muito importante.
Essas pessoas que têm
os seus funcionários domésticos, ou os pequenos comerciantes que podem
dispensar alguns dos funcionários, em podendo, eu peço que antecipem o
pagamento dos salários, para que esses funcionários também possam fazer as suas
comprinhas e se isolarem nas suas casas nos próximos dias.
Se não puder antecipar
o salário, que antecipe um valor para que essas pessoas possam fazer as suas
compras. A gente está vivendo um período excepcional. Então, tem que abrir mão daquele rigor: “Ah,
eu pago salário no dia 30, eu pago salário no dia 25”.
É possível antecipar
uma parte? Antecipe, porque aí esse funcionário vai fazer a sua compra, vai
poder ajudar um parente que não tem condição de fazer a sua compra. É uma
guerra diferente, mas não deixa de ser uma guerra contra um inimigo comum da
humanidade, um inimigo invisível.
Outra coisa: muitas
pessoas têm, em suas residências, funcionários que não são, vamos dizer assim,
vinculados, não são registrados, porque fazem uma faxina uma vez por mês.
Obviamente, esses
funcionários precisam ficar em suas casas, mas também precisam se alimentar.
Então, qual é o pedido que faço? Procurem ajudar esse funcionário a fazer uma
compra neste momento, para que ele possa fazer o seu isolamento.
O brasileiro, nós somos
um povo bom, mas a gente não tem internalizado ainda o princípio do
voluntariado, como tem, por exemplo, o americano. Nós ainda somos muito
dependentes do estado.
Então, todos nós
queremos que o estado, seja no âmbito federal, estadual ou municipal, forneça
essas cestas básicas, forneça esses vales, esses vouchers. Ótimo! O problema é
o seguinte: se os números começarem a subir da maneira como os gráficos mostram
na Europa - e na Itália, em especial -, não teremos esse tempo para o estado
mandar essas cestas básicas, esses vouchers, e essas pessoas fazerem suas
compras.
Então, estou pedindo
encarecidamente para que quem conhece uma família que
não tem nenhuma fonte de renda, que depende de vender no farol, que depende de
fazer uma faxina, ajude essa família com um valor para fazer uma compra básica,
para que essa família possa ficar trancada nos próximos 15 dias.
Esse isolamento, quanto
maior, para este momento, melhor, porque temos que fazer com que o vírus não
circule, para não ter uma explosão nos números de infecção, de agravamento e,
sobretudo, de morte.
Muito obrigada, Sr. Presidente.
O
SR. MAJOR MECCA - PSL -
Sr. Presidente, para uma comunicação?
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP -
Obrigado, Sra. Deputada. Pois não, deputado Major Mecca.
O SR. MAJOR MECCA -
PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Em complementação, o impacto na
economia ocasionado por essa pandemia já é uma realidade. Vemos as quedas
abruptas nas bolsas de valores e sabemos que as grandes empresas, os grandes
grupos, sobreviverão a esse impacto na economia.
Já existe uma campanha
na rede social em relação aos pequenos e microempresários. Não nos esqueçamos
dessa categoria.
Quando tivermos que
fazer aquisição de alimentos, de qualquer tipo de mantimentos, utensílios,
vamos fazê-lo com os pequenos e microempresários. Vamos fazer no armazém
próximo à nossa casa.
Vamos fazer a
solicitação de alimento naquele pequeno restaurante de um amigo, naquele
pequeno restaurante que está próximo à nossa moradia. Isso será de fundamental
importância para a sobrevivência desses profissionais.
Existe um receio muito
grande de uma quebradeira dessas pequenas e microempresas. E são os que mais
geram emprego em nosso país. É a pequena e a microempresa.
Mudando de assunto,
passando para a parte da Saúde, hoje, pela manhã, eu conversava com o deputado Fiorilo a respeito de espaços que existem nas periferias.
Onde eu morava, na Freguesia do Ó, na Vila Penteado, divisa com a Vila Brasilândia, tem vários campos de futebol, o Campo do
Bonfim, o Campo do Vega, o Itapicuru, onde eu joguei
muita bola quando moleque.
Podem ser instalados,
nesses pontos das periferias, hospitais de campanha que possam dar suporte de
atendimento à grande demanda que vai surgir muito em breve.
Sabemos que a
disseminação comunitária é um receio e depende muito,
eu repito, do nosso poder de nos mantermos em isolamento.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP -
Obrigado. O próximo deputado é o deputado Gil Diniz. Vossa Excelência tem o
tempo regimental.
O
SR. GIL DINIZ - PSL – SEM REVISÃO DO ORADOR – Boa tarde a
todos. Obrigado, presidente. Boa tarde aos deputados presentes aqui no Pequeno
Expediente, ao público que está aqui na galeria, aos nossos policiais militares
e civis, aos funcionários da Casa, e quem nos acompanha pela Rede Alesp.
Queria fazer também,
novamente, minhas as palavras do deputado Douglas Garcia. O momento, Douglas,
exige seriedade. Exige seriedade.
Nós estamos vendo as
ações do governo federal, do governo estadual, e do governo municipal também.
Agora, acredito que todos nós aqui temos o direito de manifestar as nossas
opiniões. E, fomos eleitos para isso, Coronel Telhada.
Quando o deputado
Eduardo Bolsonaro vem a público, você pode concordar
ou discordar dele. Mas é direito dele, como cidadão brasileiro.
E, principalmente,
deputado Major Mecca, como parlamentar. Foi eleito
para isso, o deputado federal mais bem votado na história deste País, um milhão
e 800 mil votos.
Aí, ele se manifesta, e
ele fala sobre a ditadura chinesa. A gente precisa perguntar: cadê os bons
jornalistas aqui no Brasil? Pergunta lá para o embaixador chinês.
A China é uma ditadura
ou não é? É governada pelo Partido Comunista Chinês, o
seu PCC? Nós temos o nosso PCC aqui, eles têm o PCC deles lá. Ou não? Lá tem
cerceamento de informação, ou não? Ou, lá, a internet é livre, a imprensa é
livre?
O coronavírus,
Covid-19, bem colocado aqui, Douglas, essa gripe
chinesa, ou o “Chinavírus”, começou ou não começou na
China? As reportagens que nós vimos aqui há semanas falavam inclusive de um
médico que faleceu, Douglas, estava te perguntando aqui agora.
“Morte de médico que
fez alerta sobre o coronavírus gera revolta na China.
O governo anuncia investigação.” Mas, no corpo da matéria fala aqui: “Li Wenliang é apontado como um dos primeiros a apontar a
existência do surto do coronavírus”, e alertar
autoridades, e ser convocado pela polícia pela atitude.
Ou seja, ele começou a
alertar o povo lá da cidade de Wuhan, e foi chamado, Mecca,
pela polícia para prestar esclarecimento por quê? Porque estava alardeando ali
essa contaminação. Semanas depois, o vírus se espalha pelo mundo.
Então, o deputado
Eduardo Bolsonaro vai, coloca a sua posição, e, para
nossa surpresa, Douglas, vem o embaixador chinês, endossado pela Embaixada,
pelas redes sociais da Embaixada Chinesa no Brasil, conta verificada, não só
atacar o parlamentar, mas atacar o presidente da República.
Vossa Excelência
colocou aqui dizendo que o presidente Bolsonaro é um
veneno para este Brasil, ele e sua família. Olha, Israel nos chamou, anos
atrás, de “anão diplomático”.
Mas, quem tem um
verdadeiro anão diplomático aqui no Brasil é a China. Vocês cerceiam seus
cidadãos. Vocês vivem numa ditadura, impõem ao seu povo uma ditadura. Não vamos
impor uma ditadura aqui.
Querem cercear o
cidadão brasileiro, querem cercear um parlamentar eleito pelo povo de São
Paulo. Mas, como desgraça pouca é bobagem, lá vem o caroneiro
João Doria. “Caronavírus”, né?
A China tem a gripe chinesa, tem os seus vírus, aqui em São Paulo nós temos
outros vírus, né?
Esse aqui é o “caronavírus”. Lá vem o governador de São Paulo. Lamentável
e irresponsável a declaração feita pelo filho do presidente, o deputado Bolsonaro SP, o Eduardo Bolsonaro
sobre a China.
“Além do absurdo de
minimizar a pandemia e convocar manifestações”, já foge do assunto, Douglas, já
foge totalmente do assunto, “e protocolos mundiais de saúde, colocando em risco
milhares de vidas, agora ele envergonha os brasileiros com declaração
preconceituosa sobre o mais importante parceiro comercial do Brasil. Minha
solidariedade ao povo chinês pela luta contra o coronavírus.”
O deputado Eduardo Bolsonaro não atacou o povo chinês. Não atacou o povo
chinês. Agora, esse almofadinha aqui, esse governador
leite com pera, criado aí no carpete da vovó, está falando o quê em nome do
povo brasileiro? Ele não fala nem pelo povo de São Paulo.
Cadê os deputados aqui
do PSDB? Vamos discutir. A deputada Carla Morando veio outro dia falar que
vamos discutir. O marido dela fazendo videozinho em rede social para defender o
patrão.
Ora, toma vergonha,
governador. Toma vergonha. Repito, dia oito de março, aqui no Ibirapuera, 18
mil mulheres aqui na Corrida do Dia da Mulher. Esperado um público de 40 mil
mulheres aqui no Ibirapuera. Veio aqui na Assembleia chamar os parlamentares
para jogar futebol na sua casa, em um rachão contra os secretários.
Ele está muito
preocupado com a saúde do povo de São Paulo mesmo. CNN, novamente, 1.300
pessoas, CNN Brasil, inauguração. Mil e trezentas pessoas. O presidente do
Senado agora infectado. O governador estava lá, do lado do presidente do
Senado.
Então, toma vergonha
governador. O senhor não está preocupado coisa nenhuma com o povo chinês. O
senhor está preocupado em fazer campanha eleitoreira antecipada com essa
tragédia que nós estamos vivendo. Então, deixo aqui a minha solidariedade ao
deputado Eduardo Bolsonaro e meu repúdio ao
embaixador chinês e à Embaixada da China no Brasil, que atacou o nosso o
presidente Jair Messias Bolsonaro.
Presidente, se
possível, enviar as notas taquigráficas à Embaixada da China no Brasil.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, Sr. Deputado. Portanto, solicito à nossa assessoria que encaminhe as
palavras do deputado Gil Diniz à Embaixada da China no Brasil.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Pela ordem, Sr. Presidente. Para uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - É
regimental, Sra. Deputada.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigada. Um pouquinho antes de
começar o plenário, a doutora Érica Rocha, que é médica no interior de São
Paulo, me mandou um artigo científico dizendo que a cloroquina está sendo
considerada um medicamento adequado para o combate do corona.
E agora um assessor,
que está trabalhando à distância, me mandou aqui a informação de que o
presidente Donald Trump anunciou nos Estados Unidos a
fabricação em quantidade dessa cloroquina para os pacientes com coronavírus.
Então, eu faço esse
anúncio aqui. Considero uma excelente notícia, para que os médicos brasileiros,
os pesquisadores brasileiros, as autoridades sanitárias, o mais rapidamente
possível, se debrucem sobre essa informação.
Eu recebi de uma
médica, depois o presidente dos Estados Unidos anunciou. Porque, a depender, se
nós não tivermos, podemos tentar - e com isso eu não estou fazendo nenhum tipo
de politicagem, é fato mesmo - utilizar os laboratórios públicos, aqui em São
Paulo, a Furp, para uma produção rápida e em larga
escala.
Aliás, eu fiz duas indicações
para o governador, e escrevi o que disse a ele há muito tempo atrás, quando
debatemos sobre a Furp. O laboratório público é
importante por causa da segurança medicinal.
Quando ele me perguntou
sobre isso, eu falei da Aids,
de situações que nós vivenciamos. Nada tão drástico como este momento, sem
diminuir a seriedade dos anteriores, mas eu acho que agora estamos vivendo um
exemplo claro do que é uma emergência medicinal, e porque é importante ter um
laboratório.
Então fica aqui esse
registro, e um pedido para a população que, independentemente dessas questões
políticas, que não discriminem os brasileiros, ou mesmo os estrangeiros que
estão em território nacional, porque eu tenho recebido mensagens de brasileiros
de origem oriental que estão sendo discriminados.
Então, que a gente tome
esse cuidado, porque é um momento mesmo grave para a humanidade, um momento de
união, de solidariedade e de colaboração.
Muito obrigada, Sr. Presidente.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Douglas Garcia.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PSL -
Agradeço as palavras, nobre deputada. Continuando a lista dos oradores
inscritos na lista suplementar, convido para fazer uso da palavra o nobre
deputado Coronel Telhada. Vossa Excelência tem o tempo regimental.
O
SR. CORONEL TELHADA - PP - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Sr. Deputado. Retorno a esta tribuna.
Como eu havia dito
anteriormente, a Polícia Militar está trabalhando aí 100%, a todo vapor na
Segurança no estado de São Paulo.
Inclusive, muitos
policiais sem equipamento, máscaras, sem luvas nas viaturas de rádio patrulha,
atendendo todo o tipo de pessoa, tendo todo tipo de contato.
Lembrando que esses
policiais também estão sujeitos a um contágio, e depois até a passar para a sua
família. Então, é muito preocupante a situação dos policiais militares, dos
médicos, dos lixeiros, aquelas pessoas que continuam trabalhando pela
sociedade.
Nós recebemos aqui um
e-mail de alguns policiais militares. Ele saúda aqui o meu assessor, Roberto, e
fala o seguinte: “Sobre a possibilidade, se isso for possível. Devido a Covid-19, não está tendo ônibus para nós, PMs do interior, irmos ao serviço
e retornarmos do serviço. Veja se é possível, quem for do interior, puxar o
serviço na cidade que reside”.
Ou seja, o que eles
pedem aqui? Para o pessoal que é do interior, parar de viajar e ficar na cidade
onde reside. Primeiro, trabalhando ali porque ele vai ser útil na cidade
também.
Segundo, aumentando a
possibilidade de contágio nas suas viagens. E terceira e principal causa: não
tem condução disponível para os policiais. É um absurdo. É um absurdo aqui no
estado de São Paulo e no Brasil.
O policial militar é
uma das poucas profissões que ainda continua totalmente à disposição da
população. Ele não consegue ônibus para se deslocar. Aqui, nós todos já
tentamos projetos para fazer com que se consiga condução de graça para
policiais.
Existe aí uma norma que
só dois policiais por ônibus e nós cansamos de ver ônibus viajando vazio e o
policial militar com o dedão na estrada pedindo carona. É um absurdo. É
vergonhoso o policial fardado na estrada pedindo carona, mas o
pessoal aceita isso com normalidade.
Já ganha um parco
salário e ainda é obrigado a ficar de carona na estrada com o dedão. Então aqui
um apelo ao governo para que reveja aí as escalas dos policiais, procurando
manter os homens mais próximos de suas cidades, até por esse problema de...
Aqui ele fala: “Em
Sorocaba, os ônibus da empresa Cometa estão com frota e horários reduzidos”. Ou
seja, os ônibus reduzidos, os PMs
não. Segundo passou nos jornais da região: “com saída de duas em duas horas e
sem cortesia para os policiais fardados”.
Um absurdo isso.
Diminuiu o ônibus, o policial não tem como se locomover e nem aquela
determinação, aquela orientação que tem para dois policiais fardados no ônibus
está tendo agora.
É um absurdo isso aí. O
Vale do Ribeira também. “A linha que faz São Paulo-Ilha
Comprida está temporariamente indisponível”. “A Cometa Itapetininga-São
Paulo, só três horários no dia”. “Paraná com fronteiras fechadas não deixa os
ônibus que servem os PMs das
cidades do seu estado passarem”. Então a situação é essa. A situação da Polícia
Militar é complicada.
Estão trabalhando sem
condição de se locomoverem, sem condição de cautela até pelo uso de máscaras e
luvas. Então solicito aqui ao Sr. Governador... Peço
até, Sr. Presidente, que as palavras sejam
encaminhadas ao governador para que veja essa parte de condução dos policiais
militares.
E só para encerrar, eu
vi os deputados que me antecederam falando aí do problema do Bolsonaro. Eu ontem, infelizmente, estava em casa à noite
de castigo e minha mulher - às vezes a mulher não obedece a
gente, como se eu mandasse em casa - estava vendo a Globo - olhe só, Mecca, vendo a Globo; a Ivania
vendo a Globo, aquela porcaria - e estava passando o jornal e eu tive a
oportunidade de ver o presidente e seus ministros falando sobre o coronavírus. Falou, falou e mostrou.
No final, ao invés do
repórter falar sobre a necessidade do acautelamento, de evitar aglomeração, o
repórter falou da máscara do presidente. É um absurdo isso.
Numa época em que nós
estamos pedindo união, colaboração, a imprensa fica com politicagem barata,
falando que o presidente não deveria estar de máscara, que a máscara é para
quem está com o vírus, não é para quem não está com vírus. Ou seja, tudo o que
ele falou não valeu nada.
A preocupação daqueles tranqueiras era falar que o presidente não podia
estar usando a máscara ou se tirou ou se pôs a mão. Gente, eu tenho vergonha.
Eu tenho vergonha do que acontece no Brasil. Nós temos pessoas morrendo, a
sociedade toda isolada, os juízes querendo colocar preso na rua. E a população
presa em casa e a imprensa ainda falando mal porque o presidente está de
máscara ou está sem máscara. Pelo amor de Deus.
É gozação isso, não é
sério, não é sério. A gente se preocupa, a gente trabalha, mas quando a gente
vê essas coisas aí a gente fica envergonhado de ter
uma parte de nossa mídia tão podre assim, tão chula dessa maneira, que ao invés
de trabalhar pelo bem da população só pensa no próprio umbigo.
Porque eles estão
apavorados porque o Bolsonaro falou que vai tirar a
grana deles e eles são tão altruístas que só pensam no próprio umbigo - para
não falar na outra parte do corpo, porque estão com medo que vão perder grana.
Então fica aqui o meu
repúdio a essa imprensa desnecessária, chula, criminosa, porque ao invés de
estar trabalhando pela população, está trabalhando contra a população.
Eu repito aqui: eu
votei no Bolsonaro, tranquilamente votaria novamente.
Bem ou mal, quem goste ou não goste, o Bolsonaro é o
nosso presidente. Vamos fazer uma Presidência ótima para os brasileiros.
Vamos deixar o momento
da questão política para as campanhas. Nós estamos numa situação de emergência.
Esse é o momento de todo mundo trabalhar juntos. Aqui, eu falo com os deputados
- nós temos deputados de todas ideologias aqui.
Nós discutimos,
o que é normal, às vezes, acaloradamente. Às vezes alguns até se exaltam um
pouco mais, mas a gente tem uma vivência aqui, um cotidiano tranquilo, porque
nós temos que ter tranquilidade.
Se nós não tivermos
tranquilidade para resolvermos os problemas, quem vai sofrer é o cidadão lá
embaixo. Então peço a mesma coisa a todos que ficam, desnecessariamente,
discutindo se o presidente usa máscara ou não, se fala da China ou não. Temos
tanta preocupação para nos atermos e estamos perdendo tempo com porcaria. É
vergonhosa a situação do Brasil.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PSL -
Encerrado o Pequeno Expediente.
* * *
- Passa-se ao
* * *
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, ontem foi
publicado, no Diário Oficial, uma resolução da Secretaria da Educação, a
Resolução nº 27, que suspende os contratos de convênios de prestação de
serviços na área da Secretaria da Educação, na área de transporte escolar,
sobretudo de alunos com deficiência, no preparo e distribuição de refeições.
Essa medida do
governador Doria, através do secretário de Educação, vai causar um grande
desemprego. Vamos ter milhares e milhares de pessoas desempregadas no estado de
São Paulo.
Não é o momento de se
fazer isso, governador Doria. Um absurdo.
Apresentei, no dia de
hoje, um PDL, projeto de decreto legislativo, sustando, revogando, anulando
essa Resolução nº 27 que, repito, vai causar um desemprego em massa no estado
de São Paulo.
Porque os trabalhadores
que prestam serviços nas nossas escolas... Lembrando que a rede estadual de
ensino é uma rede enorme. Tem quase cinco mil escolas. Cinco mil escolas. Nós
temos quase quatro milhões de alunos matriculados.
É um absurdo que o
governo faça isso nas nossas escolas, rompendo os contratos com esses
trabalhadores do preparo de alimentação, da distribuição dos alimentos, da
merenda escolar. E também, sobretudo, do transporte escolar de crianças com
deficiência da rede estadual.
Então é uma medida
perversa e cruel contra os trabalhadores. Ou seja, o Doria, hipocritamente, vai
aumentar o desemprego e a miséria social no estado de São Paulo. Por isso que
apresentei esse PDL sustando a Resolução nº 27.
Só mais uma comunicação,
para encerrar a minha participação, com a anuência dos nobres deputados?
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Não
posso deixar de fazer uma denúncia, também em relação ao governo estadual,
sobre o Poupatempo. Está funcionando e o Detran também.
Mas os servidores que
trabalham, tanto no Detran
como no Poupatempo, estão sendo penalizados, expostos
a essa crise, a essa pandemia. Inclusive, já há manifestação, já há greve.
Os servidores não
querem trabalhar porque eles estão expostos, sem segurança, sem equipamentos.
Então há uma crise, tanto no Detran
como no Poupatempo. Então apelamos ao governador que
suspenda, provisoriamente, o atendimento no Detran e no Poupatempo.
E também uma outra grave denúncia na Fundação Casa. A Fundação Casa
não tem mais sabonete, não tem mais gel com álcool para os servidores, para os
familiares, e mesmo para as pessoas que estão lá dentro.
Então faço um apelo,
aqui, ao governo Doria, para que resolva essa situação comprando, no mínimo, o
material de limpeza: o sabonete e o gel com álcool para todas as unidades da
Fundação Casa.
Essa denúncia vem de
uma forma geral. É uma situação generalizada dentro das unidades da fundação
Casa em todo o estado de São Paulo. Então isso ameaça a saúde e a vida dos
servidores, dos adolescentes que estão cumprindo o processo socioeducativo, e
também dos seus próprios familiares.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
* * *
- Assume a Presidência
o Sr. Coronel Telhada.
* * *
O
SR. MAJOR MECCA - PSL -
PARA COMUNICAÇÃO - Considerando essa etapa de crise que atravessamos no estado
de São Paulo, como já foi falado por vários parlamentares aqui na tribuna, eu
gostaria de alertar o governador João Doria em relação a uma indicação minha,
já apresentada, para que a Polícia Militar retorne a fazer o seu horário de
oito por quarenta na atividade operacional, que era o horário que, quando me
formei aspirante, nós fazíamos.
Esse horário é
importantíssimo em questões da utilização de equipamentos de proteção individual,
como colete, cinturão com pistola, carregadores, lanternas, algemas, fazendo um
peso sobre o corpo do policial de aproximadamente 12 quilos.
E existe orientação
médica de que 12 horas ininterruptas de trabalho, de atividade operacional,
trazem grandes prejuízos à saúde, ao organismo do policial militar, como
problemas de coluna e articulações.
É um momento adequado
para a implementação dessa indicação que fiz, do
retorno do oito por quarenta, fazendo também a observação que foi feita pelo
Coronel Telhada, de equipamentos de proteção individual para atendimentos de
ocorrência, considerando a alta vulnerabilidade do policial no atendimento de
várias naturezas de ocorrência, seja em um “Charlie 04”, que é uma discussão,
uma briga, como em ocorrências mais graves.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP -
Obrigado, Sr. Deputado.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Sr.
Presidente, para uma breve comunicação?
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP -
É regimental, prossiga.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigado,
Sr. Presidente.
Sr.
Presidente, muitas injustiças são ditas por parte de alguns parlamentares a
respeito do governo Bolsonaro, dizendo que ele não
está fazendo nada para combater o “chinavírus”.
Então, venho hoje aqui dizer que isso não passa de uma mentira. Inclusive,
relacionei algumas.
Ele entrou com
requerimento de estado de calamidade pública, que foi, inclusive, reconhecido
pela Câmara dos Deputados. Foram disponibilizados 84 bilhões de reais para a
população vulnerável, 60 bilhões de reais para a manutenção de empregos,
antecipação do 13º salário, inclusão de um milhão de pessoas no
Bolsa Família e maior prazo para recolher também o Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço.
Nós também temos três
meses para recolher o Simples Nacional, o imposto zero para determinados
produtos médicos, zero por cento de IPI para produtos de combate ao coronavírus. Finalizou, inclusive, medidas de apoio aos
trabalhadores autônomos.
O Banco do Brasil
disponibilizou uma linha de crédito de 24 bilhões de reais para créditos de
pessoal, 48 bilhões de reais para crédito às empresas.
Nós também temos a
infraestrutura, em que temos investimentos em ações emergenciais na aviação
civil. A aviação civil, infelizmente, foi muito impactada, mas o governo
federal está atendendo. O fechamento de fronteiras em nosso país e o retorno de
brasileiros que estão no exterior.
Isso sem falar de mais
de 430 milhões de reais que foram distribuídos aos estados e também, Sr. Presidente, gostaria de relembrar as vacinas. Tivemos 75
milhões de doses de vacinas de gripe convencional para esses mesmos estados,
distribuídos pelo governo federal.
Então, o governo Bolsonaro tem batalhado muito contra o “chinavírus”
para que isso não se propague em nosso país, além, é claro, do investimento em
propaganda.
Então, aqueles que
dizem inverdades a respeito disso não sabem, ou estão única e exclusivamente
tentando denegrir a imagem de um governo íntegro que tem batalhado para que a população
tenha esse respaldo.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP -
Muito obrigado, Sr. Deputado.
O
SR. GIL DINIZ - PSL - Sr.
Presidente, para uma breve comunicação?
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP -
É regimental, prossiga.
O
SR. GIL DINIZ - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, gostaria de concordar com o senhor, quando trata dessa
questão da Segurança Pública envolvendo nossos policiais.
Essa questão é
vergonhosa, dos policiais terem que ficar na beira da estrada pedindo carona. E
agora, em um momento de crise, algumas empresas estão cancelando essas duas
vagas a que os policiais teriam, entre aspas, “direito”, quando poderíamos
ampliar essas vagas. Justamente neste momento de calamidade, estamos complicando
ainda mais a vida do policial.
Quero fazer uma
sugestão ao governador também: os policiais estão empenhados, mas tem filho de
policial que frequenta escola pública. Esses meninos vão ficar onde quando as
aulas forem paralisadas?
Tem uma série de questões.
E dos profissionais da Saúde idem. Então, o governo precisa apresentar,
mostrar, e acho que Assembleia Legislativa está disposta a colaborar com o
Executivo estadual para tomar essas medidas.
E outra coisa, Sr. Presidente: o ministro Sergio Moro tomou algumas
decisões envolvendo a população carcerária que está nos presídios federais. Ele
pediu a suspensão da visita a esses presídios. Na contramão, vai lá o STF, o
ministro Marco Aurélio, pedindo o quê? A progressão de regime, que presas
lactantes vão para a rua, e tudo mais.
Então
eu acho que é um momento também de responsabilidade. Acredito que a medida do
Sergio Moro é muito mais eficaz e efetiva não só para a transmissão do vírus à
população carcerária, no caso a suspensão das visitas... E que o preso entenda
também que não é momento de ir para a rua pegar o vírus e voltar para a
penitenciária.
Agora,
nos causa estranheza e vergonha um ministro do STF utilizar essa pandemia para
querer abrir as portas da cadeia e colocar ainda mais criminosos nas ruas. Não
é só o vírus que vão transmitir não: vão aumentar os índices criminais, vão
aumentar o número de assaltos, vão aumentar o número
de homicídios.
Então
fica aqui a sugestão ao ministro, ao STF e ao Conselho Nacional de Justiça para
que tomem as sugestões do ministro Sergio Moro e apliquem em todos os
presídios, sejam federais, sejam estaduais.
Vamos
manter o preso realmente preso e cerceado da população de bem, que passa por
esses problemas envolvendo o coronavírus.
Muito
obrigado, Sr. Presidente.
O SR. GIL DINIZ - PSL -
Sr. Presidente, se tiver acordo entre as lideranças,
solicito levantar a presente sessão.
O SR.
PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr.
Deputado, é regimental.
Sras.
Deputadas e Srs. Deputados, esta Presidência, cumprindo
determinação constitucional, adita à Ordem do Dia os seguintes projetos:
Projeto de lei nº 1339, de 2019; e Projeto de lei nº 1340, de 2019.
Havendo
acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os
trabalhos, convoca V. Exas. para
a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Obrigado a
todos.
Está
levantada a sessão.
* * *
-
Levanta-se a sessão às 15 horas e 46 minutos.
* * *