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21 DE MAIO DE 2020

18ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA EM AMBIENTE VIRTUAL

 

Presidência: CAUÊ MACRIS

 

RESUMO

 

ORDEM DO DIA

1 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Abre a sessão. Coloca em discussão o PL 351/20.

 

2 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA

Discute o PL 351/20.

 

3 - PROFESSOR KENNY

Para questão de ordem, questiona o presidente Cauê Macris a respeito da emenda apresentada pelo deputado Caio França.

 

4 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Informa que não houve nenhuma emenda protocolada após o início da sessão. Ressalta que a mesma não pode ser protocolada antes do início da sessão.

 

5 - CAIO FRANÇA

Para questão de ordem, esclarece que, antes de iniciar a discussão do projeto, protocolou uma emenda de plenário com as devidas assinaturas.

 

6 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Pede que a SGP volte o chat até o início da sessão para que possa acompanhar todas as solicitações. Menciona que só foram solicitadas questões de ordem após o início da discussão do projeto. Esclarece que não cabe protocolar emenda de plenário sem ser via chat. Lê todas as mensagens do chat desde o início da sessão.

 

7 - CAIO FRANÇA

Para questão de ordem, pede que o presidente coloque todas as mensagens do chat na tela para que todos possam acompanhar.

 

8 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Pede que o deputado Caio França verifique se a mensagem foi enviada para todos os parlamentares ou não. Afirma que se a mensagem houver sido mandada particularmente, não será válida.

 

9 – CAIO FRANÇA

Para questão de ordem, informa que a solicitação via chat consta em seu celular. Diz que o presidente conduziu o início da sessão de maneira muito rápida.

 

10 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Discorda da afirmação do deputado Caio França de que conduziu a sessão muito rapidamente. Considera que o deputado pode ter se confundido em sua solicitação.

 

11 - CAIO FRANÇA

Para questão de ordem, lamenta que sua solicitação não tenha sido recebida.

 

12 - PAULO LULA FIORILO

Discute o PL 351/20.

 

13 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Informa que reconsiderou o pedido do deputado Vinícius Camarinha de solicitar a inscrição do deputado Rafael Silva para discutir o projeto.

 

14 - TEONILIO BARBA LULA

Para questão de ordem, esclarece que sua questão de ordem tem como objetivo aperfeiçoar o método de debate do modo virtual. Sugere que o presidente primeiramente indique os deputados que possuem questões de ordem, para então iniciar a discussão do projeto. Pede que este critério seja adotado a partir de hoje, evitando assim mal entendidos, como o ocorrido hoje, com o deputado Caio França.

 

15 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Diz estar de acordo com o deputado Teonilio Barba Lula. Esclarece o ocorrido na sessão de hoje, referente à emenda de plenário do deputado Caio França. Informa que o deputado Caio França enviou um e-mail para a SGP, cuja resposta foi lida, dizendo o momento exato na qual a emenda de plenário deveria ser apresentada.

 

16 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA

Para questão de ordem, questiona o presidente sobre a hierarquia entre a inscrição para discutir o projeto e a questão de ordem no ambiente virtual.

 

17 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Esclarece que a regra é a mesma: a questão de ordem para e suspende a fala dos parlamentares.

 

18 - GIL DINIZ

Para questão de ordem, lê artigo 75, referente às emendas às propostas. Ressalta que não estão sendo cumpridas as normas referentes à convocação de sessões extraordinárias.

 

19 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Pede que o deputado Gil Diniz formule sua questão de ordem.

 

20 - GIL DINIZ

Para questão de ordem, explica que teve dificuldades no início da sessão para conectar a internet, e que outros deputados poderiam ter tido este problema. Afirma que os deputados querem assinar a emenda do deputado Caio França.

 

21 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Ressalta que as regras são estabelecidas por critérios regimentais e que já foram utilizadas em outras sessões. Lembra que na questão de ordem o parlamentar deve fazer indagações sobre o método regimental.

 

22 - MARCIO NAKASHIMA

Para questão de ordem, informa que o chat do seu computador não segue a mesma ordem do chat da TV Alesp. Considera que, em um momento extraordinário como este que estamos vivendo, não deveria ser válida a sequência do chat. Pede que seja feita uma votação para verificar se a emenda do deputado Caio França será acolhida ou não. Menciona a dificuldade de conexão à internet para diversos deputados. Afirma que o presidente está sendo radical demais. Questiona se o que vale é o chat da TV Alesp ou do seu computador, já que são diferentes.

 

23 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Informa que estão logados em plenário nove computadores e que todos os chats estão idênticos. Esclarece que todos os processos são conferidos após a sessão. Discorre sobre o que deve ser apresentado em questões de ordem.

 

24 - CARLOS CEZAR

Para questão de ordem, discorre sobre o sistema de encerramento da votação nas sessões virtuais. Considera que como não há mais a votação simbólica, mas sim duas chamadas, enquanto a votação não é encerrada, o parlamentar deveria poder votar ainda, já que pode ter tido problemas na internet, como já ocorreu com o deputado. Questiona a expressão "ao iniciar a discussão" do artigo 175 do Regimento Interno. Afirma que em razão de dificuldades devido à internet, ainda estaria em tempo da emenda de plenário do deputado Caio França ser apresentada.

 

25 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Esclarece que os deputados devem votar somente na primeira ou segunda chamada. Afirma que a emenda de plenário deve ser apresentada no início da sessão. Lê os atos que disciplinam as sessões virtuais.

 

26 - DOUGLAS GARCIA

Para questão de ordem, refere-se ao artigo 9º da Constituição Estadual sobre a proposição de emendas. Discorre sobre a emenda aditiva do deputado Caio França. Esclarece que, em virtude do fechamento da Alesp em 18 de março, os deputados não podem mais ir ao plenário para se manifestarem e assim não podem ser considerados usos e costumes que sempre foram usados. Pede que o presidente dê uma oportunidade para que a emenda do deputado Caio França seja apresentada.

 

27 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Reafirma que a emenda de plenário deve ser apresentada antes do início da discussão. Lembra que os deputados aprovaram a suspensão das sessões presenciais em votação.

 

28 - SARGENTO NERI

Para questão de ordem, considera que o presidente deveria abrir um espaço para que os deputados apresentassem suas emendas de plenário. Informa troca de e-mails com a SGP sobre assinatura digital, o que é também cabível em emendas. Pede que o presidente pergunte antes do início das discussões se há emenda de plenário.

 

29 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Esclarece que, se o deputado perdeu o prazo para apresentar a emenda, não cabe ao presidente fazer com que o mesmo a apresente. Ressalta que o deputado Caio França perdeu o prazo para a apresentação de sua emenda. Diz que não é este o seu papel como presidente da Casa. Pede que não perguntem mais a respeito deste assunto, que já está resolvido.

 

30 - PROFESSOR KENNY

Para questão de ordem, destaca que não tempo de digitar a questão de ordem no chat antes de iniciar as discussões e que o procedimento é inexequível. Diz que o mesmo seria facilmente derrubado na Justiça ou no Ministério Público.

 

31 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Pede que o deputado entre na Justiça ou no Ministério Público caso não concorde com o procedimento. Afirma que se tempo de se inscrever para discutir o projeto, há também tempo de pedir uma questão de ordem.

 

32 - CAIO FRANÇA

Para questão de ordem, destaca a dificuldade de se protocolar a emenda antes do início da discussão. Esclarece que a emenda de plenário é muito equilibrada e que deveria ser ouvida. Menciona que não há mudança significativa para o projeto. Pede que o presidente reconsidere a questão.

 

33 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Informa que houve um minuto e 30 segundos entre a abertura da sessão e a primeira inscrita, tempo suficiente para se pedir uma questão de ordem. Esclarece que o uso e costume é do plenário e não do ambiente virtual.

 

34 - RAFAEL SILVA

Discute o PL 351/20.

 

35 - DR. JORGE LULA DO CARMO

Discute o PL 351/20.

 

36 - CARLOS GIANNAZI

Discute o PL 351/20.

 

37 - PROFESSORA BEBEL LULA

Discute o PL 351/20.

 

38 – SARGENTO NERI

Para questão de ordem, faz questionamentos sobre a verificação de presença em ambiente virtual. Questiona a obrigatoriedade de se confirmar que o deputado está logado na sessão em andamento.

 

39 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Informa que o deputado deve estar logado na plataforma para que se considere presente na sessão. Esclarece que, para ser aceito, o deputado deve estar com a imagem na tela. Diz que no momento, 62 parlamentares estão presentes na sessão.

 

40 - FREDERICO D'AVILA

Discute o PL 351/20.

 

41 – TENENTE COIMBRA

Para questão de ordem, faz questionamentos sobre a verificação de presença em ambiente virtual.

 

42 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Informa que o deputado deve estar logado na plataforma para que se considere presente na sessão. Esclarece que, para ser aceito, o deputado deve estar com a imagem na tela.

 

43 - BETH LULA SAHÃO

Discute o PL 351/20.

 

44 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Lembra a realização da segunda sessão extraordinária hoje, às 17 horas e 10 minutos. Encerra a sessão.

 

* * *

 

- Abre a sessão o Sr. Cauê Macris.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.

Ordem do Dia.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

                                                                

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Discussão e votação do Projeto de lei nº 351, de 2020. Estão abertas as inscrições para os parlamentares poderem se inscrever. Só lembrando que as inscrições valem apenas quando nós fizermos a abertura no chat, então a partir de agora.

Está inscrita a deputada Monica Seixas. Tem a palavra Vossa Excelência.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - Oi, boa tarde a todos. Nem deu tempo, hein? Estava digitando e já abriu a câmera.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Foi a primeira a se inscrever. Tem a palavra V. Exa. pelo tempo regimental, deputada Monica.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sobre a antecipação do feriado, a gente já vem dizendo; eu acho importante reafirmar. Trata-se de uma medida paliativa que vai permitir que os mais pobres continuem em casa, tenham a possibilidade aqueles que estão obrigados ao trabalho de ficar por cinco dias em casa, mas o projeto é uma medida paliativa de uma capital que apresenta sinais dramáticos de que precisa de medidas restritivas de verdade não só para que as pessoas fiquem em casa, mas também para que as pessoas não viajem e tenham condições materiais de ficar em casa.

Acho que é uma medida que a gente vai votar favorável nesse início por entender que é melhor isso do que nada, mas, ao mesmo tempo, falta ao governador do estado de São Paulo coragem de enfrentar uma parcela do seu eleitorado com quem ele se casou quando fez a campanha, que é o Bolsonarismo.

O Bolsodoria precisa acabar e ele precisa tomar coragem de verdade, se distanciar do medo de defender a quarentena para valer e tomar medidas restritivas para a cidade de São Paulo, que é o epicentro da crise hoje no País.

A Assembleia Legislativa precisa adicionar ao debate do feriado alguns debates. Primeiro, a questão da remuneração de servidores; depois, a condição de segurança dos interiores.

A gente já viu nesses dois dias diversos relatos de trânsito, de manifestação em rodovia por parte de populares, interior sendo ocupado por pessoas vindas da capital achando que estavam de férias; o supermercado aqui da minha cidade completamente lotado de carros da capital. Ficar em casa significa ficar em casa.

Não é para viajar; não estão de férias; não é passeio. Por isso o governo do Estado de São Paulo precisa ter mais responsabilidade e a gente está pedindo que auxilie municípios, estâncias turísticas, litoral, para controlar o tráfego de pessoas para que elas possam de fato fazer o que é necessário neste momento, que é ficar em casa.

De partida, presidente, tem uma emenda, uma proposta de emenda versando sobre isso. A gente ainda não entendeu qual é o processo correto. A gente tem um exemplo que a gente apoiou emendas pelo chat aqui.

De qualquer forma, a gente mandou email, e aí eu gostaria que ao final da nossa fala o senhor revisasse para a gente como vai ser o processo de protocolos e assinaturas de emendas a esse projeto, para que a gente já possa se precaver e fazer da forma correta.

Obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Obrigado, deputada Monica. Eu tenho algumas solicitações de questões de ordem. A primeira questão de ordem é do Professor Kenny. Deputado Kenny, tem a palavra V. Exa. para a sua questão de ordem antes de eu passar para a próxima inscrição.

 

O SR. PROFESSOR KENNY - PP - Olá. Boa tarde, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Boa tarde.

 

O SR. PROFESSOR KENNY - PP - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Estou subscrevendo a emenda apresentada pelo deputado Caio França. Também já foi protocolada pelo email, então eu tinha que confirmar essa inscrição.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Kenny, não houve nenhuma emenda de plenário protocolada. O rito da emenda de plenário é: aberta a sessão, como já foi anteriormente, é necessária a solicitação de emenda de plenário dizendo que está sendo feita. O protocolo só pode ser feito de acordo com o Art. 175 pós início de sessão.

Não cabe protocolo de emenda antes do início da sessão, conforme o Art. 175 prevê, e não foi feito nenhum protocolo e nenhuma solicitação antes do início da discussão, está certo? Então não tem nenhuma emenda de plenário solicitada aqui por nenhum deputado.

A próxima questão de ordem é do deputado Caio França. Tem a palavra V. Exa., deputado Caio.

 

O SR. CAIO FRANÇA - PSB - O senhor me escuta?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Perfeitamente, deputado Caio. Tem a palavra Vossa Excelência.

 

O SR. CAIO FRANÇA - PSB - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Presidente, eu primeiro fiz uma questão de ordem antes do senhor iniciar a discussão, inclusive está aqui no chat.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Aonde?

 

O SR. CAIO FRANÇA - PSB - Além disso, para poder garantir, eu protocolei através da SGP, conforme a orientação do ato da Mesa.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Qual o horário da questão de ordem?

 

O SR. CAIO FRANÇA - PSB - Mandei um email oficial do meu gabinete apresentando um protocolo de uma emenda de plenário, inclusive com as devidas assinaturas.

Eu gostaria que V. Exa. pudesse, inclusive, acompanhar aqui o chat para o senhor poder ver que antes do senhor iniciar a discussão, eu pedi uma questão de ordem, inclusive pontuei “emenda de plenário”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Caio França, para que não exista nenhuma contradição, eu estou pedindo para que a Secretaria Geral Parlamentar volte o chat aqui para que eu possa acompanhar a narrativa que V. Exa. está colocando e ter segurança daquilo que eu estou dizendo.

Mas pelo que eu acompanhei, a sua questão de ordem foi depois da inscrição da deputada Monica e depois que ela iniciou a discussão. E só lembrando que emenda de plenário, as assinaturas dela têm que ser via chat, como nós já fizemos em outras maneiras.

Para não falar que eu não estou respondendo, eu estou pedindo para voltar o chat aqui para eu olhar para ver se não houve qualquer erro de minha parte ao longo desse processo, perfeito? Então estou voltando aqui.

 

O SR. CAIO FRANÇA - PSB - Só para completar da minha parte, eu sei que há a questão do chat. Eu fiz mais para a segurança de todos os colegas, porque são vários colegas que assinaram a emenda de plenário.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É que a assinatura de emenda de plenário é no chat. Não cabe assinatura de emenda de plenário sem ser via chat. Estou voltando aqui o chat, vamos lá. Às 14 horas e 31 minutos, eu abro a inscrição para que os deputados se inscrevam. Às 14 horas e 31 minutos, Monica Seixas se inscreve.

Às 14 horas e 31 minutos, o deputado Vinícius Camarinha inscreve o deputado Rafael Silva. Também não cabe inscrição de outro parlamentar pelo deputado Camarinha. Paulo Fiorilo, às 14 horas e 31 minutos, pede a inscrição. Dr. Jorge do Carmo, às 14 horas e 31 minutos, pede inscrição.

O deputado Professor Kenny, às 14 horas e 31 minutos, depois de ter iniciado a discussão pela deputada Monica, pede uma questão de ordem.

Às 14 horas e 31 minutos, o deputado Carlos Giannazi se inscreve. Às 14 horas e 31 minutos, o deputado Luiz Fernando Teixeira se inscreve. Às 14 horas e 32 minutos, V. Exa. pede uma questão de ordem. Eu quero que volte o chat antes da inscrição para ver se tem alguma questão de ordem antes das inscrições no início da sessão.

 

O SR. CAIO FRANÇA - PSB – PARA QUESTÃO DE ORDEM - Presidente, o senhor pode colocar no plenário para que a gente possa ver esse chat que o senhor está dizendo? Porque o meu está diferente aqui, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pode. Eu vou pedir então para que coloque no plenário. É possível para que todos os deputados acompanhem o que eu estou dizendo para acompanharem via câmera? É possível? Estão voltando aqui, mas a letra está muito pequena para fazer a leitura. Só para não ter nenhuma dúvida...

 

O SR. CAIO FRANÇA - PSB - Tem uma questão de ordem minha, inclusive eu coloco “emenda de plenário” escrito.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Só se V. Exa. fez essa questão de ordem não para todos, deputado Caio. Pode acontecer, como já aconteceu com outros parlamentares, e aí não é considerada válida essa sua questão de ordem. Era importante até ver para quem que você faz essa questão de ordem.

Tem que ser sempre para todos, para que todos possam acompanhar. A letra está muito pequena, não dá para acompanhar. Só mais alguns segundos para a gente não ter qualquer tipo de dúvida, deputado Caio, sobre o procedimento.

 

O SR. CAIO FRANÇA - PSB - Perfeito. Eu fiz ainda antecipadamente ...

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Subiu. Agora sim está na tela.

 

* * *

 

- É exibida a imagem.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Eu quero que volte antes da abertura da inscrição, lá em cima quando eu abri a sessão, só para ter segurança, a primeira fala. Às 14 horas e 30 minutos, o deputado Marcio Nakashima libera o microfone.

Não tinha iniciado ainda a sessão. O deputado Paulo Fiorilo foi o primeiro a falar depois da minha abertura da sessão. Ele fala: “Me inscreve”. O deputado Carlos Giannazi, o segundo a falar, diz para se inscrever. O deputado Vinícius Camarinha inscreve o deputado Rafael Silva às 14 horas e 31 minutos. O deputado Paulo Fiorilo: “Me inscreve”.

O deputado Carlos Giannazi: “Me inscreve”. O deputado Vinícius Camarinha: “Favor inscrever o deputado Rafael Silva”. O deputado Paulo Fiorilo: “Me inscreve”. Neste momento eu abro as inscrições. Todos os deputados estão acompanhando? “Estão abertas neste momento as inscrições para a discussão do Projeto nº 351. As inscrições deverão ser feitas pelo chat”.

Neste momento se inscreve a deputada Monica Seixas. Eu passo a palavra para ela. O deputado Vinícius Camarinha inscreve o deputado Rafael Silva. O deputado Paulo Fiorilo se inscreve. O deputado Jorge do Carmo se inscreve. O deputado Professor Kenny pede uma questão de ordem.

Já havia começado a discussão pela deputada Monica. Vossa Excelência pede a questão de ordem às 14 horas e 31 minutos, depois do deputado Professor Kenny. Eu acho que fica claro para todos os parlamentares que o procedimento foi correto, deputado.

 

O SR. CAIO FRANÇA - PSB – PARA QUESTÃO DE ORDEM - Só para o senhor ter noção, presidente. Eu estava aberto aqui com dois… Para não ter nenhuma dúvida eu estou aberto com um computador e com o celular. Eu pedi no celular; no meu aqui consta.

Eu só lamento, presidente, que assim, a gente está numa sessão virtual, que é uma sessão diferente. A gente tem que ter, e o senhor está correndo de uma maneira que não há necessidade de fazer dessa maneira.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Caio, eu discordo de Vossa Excelência. Você me desculpe, com todo o respeito que eu tenho. Em momento nenhum eu corri. Eu abri a sessão, declarei Ordem do Dia, comecei a sessão, pedi para que abrissem as inscrições.

Depois as inscrições foram feitas; eu chamei o primeiro orador. Vossa Excelência podia ter pedido uma questão de ordem. Eu daria tranquilamente uma questão de ordem, até porque se tem uma coisa que eu nunca fiz foi atropelar procedimento, deputado Caio.

Vossa Excelência talvez tenha se equivocado na sua solicitação, mas o procedimento é correto e não existe nenhuma posição de correr nesse sentido.

 

O SR. CAIO FRANÇA - PSB – PARA QUESTÃO DE ORDEM - Eu lamento, mas, enfim, respeito a sua posição, mas lamento aqui porque eu fiz a questão de ordem; inclusive fiz na SGP antecipadamente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Não, não cabe questão de ordem antecipadamente, deputado Caio. Vossa Excelência sabe disso como deputado.

 

O SR. CAIO FRANÇA - PSB - Antes do senhor iniciar ...

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem mais alguma questão de ordem, deputado Caio França? Não? Então vamos para o próximo inscrito. É o deputado Rafael Silva, que se inscreve via deputado Vinícius Camarinha.

Não cabe inscrição via deputado. Pedir, deputado Rafael, que V. Exa. faça a sua inscrição via chat, está certo? Qual é o próximo inscrito? Tem a palavra o deputado Paulo Fiorilo para discutir.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra V. Exa., deputado Paulo.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, primeiro registrar aqui que esse método com relação às emendas de plenário poderia ser revisto pela Mesa para que não ocorresse esse tipo de transtorno numa emenda que poderia contribuir muito com o debate desse projeto que antecipa o feriado do dia 9 de Julho.

Como nós estamos num processo novo de aprendizagem, eu acho que caberiam alternativas para poder evitar esses contratempos. Eu também já passei por isso e acho que a gente tinha que modificar o procedimento, porque às vezes a gente tenta escrever no chat ou demora ou entra depois.

O caso do deputado Caio é um exemplo. A gente teve outros em reunião de comissões também. Então queria deixar registrado aqui não só ao deputado Caio, mas a todos os deputados que se manifestaram.

Eu também enviei o meu aceite por orientação da minha bancada para a SGP e estava aqui pronto para poder também declarar o meu aceite à emenda do deputado Caio, que é uma proposta que nós apresentamos ontem no voto em separado da bancada do Partido dos Trabalhadores na reunião das comissões, que propunha a instalação de barreiras e também as informações necessárias.

Aliás, o voto que a bancada do PT, o voto lido pela deputada Bebel ontem, o voto trazia outras questões que eu quero trazer aqui para o debate. Mesmo que não haja possibilidade de aprová-las, as emendas apresentadas, mas é preciso que a gente crie aqui uma condição de debate, de aprofundamento, para melhorar o enfrentamento à pandemia.

Até porque, como eu já disse anteriormente, infelizmente, o Legislativo tem ficado distante dos centros de decisões e de participações importantes nesse momento. Tem sido relegado ao Legislativo o papel de aprovar as iniciativas do governo do estado. Eu acho que isso é muito pouco para um Legislativo deste tamanho e com esta importância. E queria dizer que a gente apresentou essa questão das barreiras sanitárias.

Nós apresentamos a proposta de incluir, no mínimo, dois deputados naquele grupo que foi constituído pelo governador para acompanhar a pandemia. Já disse isso, vou repetir: a cidade de São Paulo tem uma comissão e que tem assento legislativo. É um erro crasso do governador achar que só o Poder Executivo ou a ciência poderiam ajudar nesse debate.

Eu acho que aqui a gente tem deputados que têm condições de contribuir e que poderiam inclusive ser o canal entre a Assembleia e o Executivo para apresentar sugestões e propostas. Infelizmente, parece que o governo do estado não se interessa, não se preocupa com essa possibilidade de ampliar aquele comitê com a representação do legislador.

A outra questão que nós apresentamos faz parte do plano que apresentamos ao governo do estado de combate à pandemia com iniciativas para mitigar a situação daqueles que precisam ficar em casa. A Monica Seixas disse isso. Não basta pedir para as pessoas ficarem em casa. Elas precisam ter as condições objetivas para ficarem em casa.

Elas precisam ter comida; elas precisam ter crédito; elas precisam ter o apoio do Estado. Eu acho que é este o grande desafio que, infelizmente, o governador tem passado ao largo e só os pedidos de ter que ficar em casa têm sido insuficientes.

Aliás, a gente tem visto o que aconteceu com o feriado prolongado na cidade de São Paulo. Muita gente indo ao litoral, ao interior, como se fosse um feriado para ser aproveitado longe de casa, transportando o vírus para outras regiões, para outras pessoas.

É uma pena que, infelizmente, o governo não percebe a importância de construir ou fortalecer barreiras sanitárias para evitar a circulação. Principalmente nas cidades do interior e do litoral.

A terceira questão que colocamos foi a importância do isolamento social. Eu, como deputado estadual, apresentei uma emenda propondo o isolamento mais radical, o lockdown. Essa emenda virou mais uma “fake news” contra o Governo do Estado.

É impressionante como o gabinete do ódio tem funcionado a todo vapor. Eles construíram vários “cards”, várias informações. Fui procurado por vários jornalistas perguntando se tinha sido aprovado, se ia votar hoje.

Aliás, inclusive, com foto do Doria e do presidente desta Casa dizendo que o projeto ia ser votado. Até o próprio governador se equivoca no desmentido à “fake news”, dizendo que era um projeto.

Na realidade, era uma emenda que a gente apresentou para o debate ontem. O debate nas três comissões se alongou, foi até perto das 22 horas. Faz parte da concepção deste deputado e de alguns outros que compõem a Assembleia, de que era necessário que o governador ouvisse os prefeitos das cidades que estão vivendo uma situação delicada, próximo de colapsar o sistema de Saúde, para que ele tivesse a coragem de decretar o lockdown por um período curto.

Porque a gente tem acompanhado, ao longo dos últimos 60 dias, o governador...  “A partir do dia tal vai abrir.” Depois não abre. “Vai prorrogar mais um tanto.” Isso vai criando uma insegurança, uma incerteza nas pessoas, que faz muito, mas muito mal.

Primeiro, porque nem nós, que somos deputados, temos acesso às informações do governo com relação aos planos do governo para combater a pandemia ou para tentar mitigar a situação dos que mais sofrem.

Parece que, a cada coletiva, nós e a população como um todo vai saber o que está se passando na cabeça do governador, do secretário e assim por diante. O que acho muito, muito ruim.

A ideia do lockdown é uma ideia ousada. Aliás, que vem ganhando força. O próprio governador já disse isso: “Ah, se não houver redução da circulação, a medida a ser tomada é o lockdown”.

O problema é que ele vai falando, vai falando e vai criando um movimento contra esse fechamento mais duro por parte daqueles negacionistas, daqueles que acham que o vírus é uma gripezinha, daqueles que acham que o brasileiro tem uma resistência enorme porque vive pulando em esgoto porque falta saneamento básico.

Acaba perdendo o debate da narrativa. Vide o que está acontecendo com os empresários. O presidente da Fiesp tem assumido o papel de fazer o combate ao Doria.

Então acho que é preciso que, além da ciência, o bom senso pudesse, nesse caso, se sobrepor às pesquisas eleitorais, ao vacilo permanente do governador. Quem sabe, se ele ouvisse mais o prefeito de São Paulo e o seu secretário de Saúde, ele pudesse avançar numa proposta necessária, com antecipação.

Porque, infelizmente, como o governador, o prefeito e o presidente da República não conseguiram prever iniciativas antes que a epidemia pudesse tomar essa proporção de pandemia.

Se a gente tivesse comprado respiradores, se a gente tivesse comprado EPI, se a gente tivesse se preparado com a ciência, com o exemplo dos outros países, talvez hoje a gente não estivesse vivendo nessa situação tão delicada, em que a cada dia a gente tem mil, 800, 700 pessoas morrendo.

São pessoas que têm famílias, que têm filhos, que têm netos, que perdem as suas vidas. Em especial, as pessoas que moram nas periferias, onde o sistema já colapsou.

Os hospitais da cidade de São Paulo já não têm mais vaga nas periferias. E é onde as pessoas têm uma dificuldade muito maior de isolamento. E não adianta pedir para ficar em casa porque não tem Netflix, não tem Now, não tem quartos e cômodos suficientes.

Elas precisam sobreviver, elas precisam comer, elas precisam buscar alternativa para continuar vivendo. Falta, por parte do governo do PSDB, do governador João Doria, a sensibilidade para entender essa situação tão delicada. Por isso, nós aqui poderíamos dar uma contribuição importante.

Poderíamos aproveitar o projeto de antecipação do feriado do dia 9 de Julho para propor outras iniciativas. Essa, por exemplo, como apresentou o deputado Caio França, que fazia parte do nosso voto em separado. Ou mesmo a participação de deputados no comitê que acompanha o combate à pandemia. Ou até uma discussão mais ampla sobre o isolamento social mais radical.

Como não temos testes para propor outro tipo de isolamento, como os exemplos do mundo mostram que, onde os países não trataram a pandemia com o isolamento. Vejam o caso da Suécia, que o crescimento é maior, proporcionalmente a outros países em que o número tem batido cifras impressionantes.

O Brasil caminha a passos largos, principalmente porque a doença - vários deputados aqui são do interior e sabem o que está acontecendo -, agora está caminhando para o interior do Estado.

A região de Presidente Prudente tem aqui o deputado Mauro Bragato. Sabe o que está acontecendo e como estão vivendo os que moram nessa região. Então é preciso que a Assembleia possa dar uma contribuição importante. Infelizmente, ontem fizemos um debate longo, em que, quem sabe, a gente pudesse ter construído uma alternativa em vez de, simplesmente, antecipar o feriado.

As medidas que o governo tem tomado, o governo do Estado, o governo municipal, são as medidas do achismo. Essas são as piores medidas. Ah, vamos tirar carros das ruas. Então, rodízio radical. Vamos bloquear ruas, bloqueia algumas.” “Agora vamos tentar os feriados.

E depois dos feriados, vamos fazer lockdown? Será que o governo vai ter coragem de assumir essa postura ousada, mas necessária? Porque os empresários estão preocupados com a produção, claro. Mas, se não tivermos pessoas que possam consumir, pessoas que possam trabalhar, do que adianta a gente ter produção? A produção é consequência se cresce a demanda das pessoas.

Infelizmente, um setor da população, guiado pela visão do presidente, essa visão negacionista, tem entendido que a melhor saída é tomar cloroquina, remédio para combater piolho, para combater sei-lá-o-quê, como uma forma de evitar o contágio com o vírus, esse vírus que é letal, que é fatal e que, infelizmente, tem levado muita gente à morte.

O estado de São Paulo está chegando perto dos 6 mil. A cidade de São Paulo tem sido o epicentro desse número extraordinário de mortes. Precisamos dar respostas. Infelizmente - e digo com muita tristeza - o governador não está preocupado com as respostas. O governador tem se pautado por pesquisas eleitorais, pelo debate fácil. E não está disposto a enfrentar essa discussão.

Termino sugerindo que esta Assembleia pudesse, mesmo que não aprove o projeto, mas que o presidente desta Assembleia e a Mesa Diretora pudessem dialogar com o governador, propondo que tivessem assento nessa comissão criada para o combate à pandemia, representantes do Legislativo.

Não precisa nem ser da oposição. Coloquem o líder do Governo, o líder do PSDB. Coloquem um governista. Mas coloquem alguém para que a gente possa ter uma interlocução permanente e diária.

Termino aqui com uma outra observação. Tenho certeza que o deputado Jorge do Carmo também deve trazer. A Assembleia criou uma comissão para acompanhar a execução orçamentária. Em especial dos recursos destinados ao combate ao coronavírus e à Covid-19. Infelizmente, parece que essa comissão não tem funcionado como deveria. É triste isso.

É triste constatar que um instrumento, criado pelo Parlamento para poder ser fiscalizador auxiliar no sentido de indicar caminhos e buscar saídas, tenha se submetido a uma lógica da disputa política, a lógica que não contribui e não ajuda quem mais precisa nesse momento.

Estamos falando de recursos públicos. Estamos falando de gastos necessários. Estamos falando de pessoas que poderiam ajudar, inclusive, na fiscalização. Sugeri ao deputado Jorge do Carmo e vou fazer publicamente se o deputado Jorge do Carmo me permitir.

Acho que a comissão deveria trazer o secretário de Saúde ou o doutor Dimas Covas. Para que ele pudesse falar com a comissão quais são os planos da Secretaria de Saúde, os gargalos. Quais são os problemas que a secretaria tem enfrentado nesse combate? Quais são os próximos passos que serão dados?

Coisas que a população precisa saber e não deve ser pega de surpresa a cada coletiva, ou informada pelos jornais um dia antes de as medidas serem adotadas. Como esse caso dos feriados, que as pessoas foram pegas de surpresa. Muita gente não parou.

E, quem parou, uma parte desceu para o litoral, aqueles que têm condições. Outra parte circula pelas ruas, fazendo com que o vírus continue circulando e contaminando pessoas, levando a óbito. Pessoas que poderiam continuar vivendo e ter a esperança de ver os seus filhos e netos crescerem, casarem e terem filhos.

É muito triste, e infelizmente digo isso.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para concluir, deputado Paulo.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Para concluir, Sr. Presidente. Digo isso como um alerta para que os deputados possam ajudar no debate.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Obrigado. Só, antes de passar. Levei um certo tempo para dar as questões de ordem porque estava reorganizando quais são elas. Vou passar todas as questões de ordem, a aqueles deputados que tenham, a partir de agora.

Reconsiderei o pedido do deputado Vinícius Camarinha, a respeito da inscrição do deputado Rafael Silva, que parece que está com dificuldades de se inscrever. Como ele é líder do PSB, vamos reconsiderar a inscrição. Peço desculpas ao deputado Rafael Silva. Será o próximo inscrito.

Vamos às questões de ordem. Fizeram pedidos de questões de ordem: deputado Barba, deputada Monica, deputado Gil Diniz, deputado Marcio Nakashima, deputado Carlos Cezar e deputado Douglas Garcia.

Vamos começar pelo deputado Barba, primeira questão de ordem. Qual é a questão de ordem de V. Exa., deputado Barba? O som de V. Exa. precisa ser ativado. Agora sim, estamos ouvindo.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Boa tarde, Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados.

Sr. Presidente, a minha questão de ordem se refere exatamente ao ponto anterior, para a gente poder aperfeiçoar o método do debate. O trabalho remoto, para nós, é uma coisa nova.

A Assembleia virtual é uma coisa nova. Não é a primeira vez que aconteceu de, antes de dar a questão de ordem, primeiro colocar uma pessoa que está inscrita para falar. Qual é a minha sugestão para a gente evitar, exatamente o que aconteceu? É esgotar primeiro as questões de ordem.

A minha questão de ordem não está no sentido de obstrução. Está no sentido de aperfeiçoar o método. Então precisamos, primeiro, esgotar as questões de ordem. Porque, esgotadas as questões de ordem, a gente vai para as inscrições.

Eu, por exemplo, me inscrevi para a questão de ordem, à uma e 35. Depois disso, já deu a palavra para o deputado Paulo Fiorilo. E tinham lá outras questões de ordem.

Então a minha fala é no sentido de pedir a V. Exa. para a gente adotar esse critério. Primeiro, abriu a sessão, vamos olhar primeiro as questões de ordem. Se as questões de ordem não tratarem do tema, V. Exa. tem o direito de retomar e falar “não está tratando do tema, você está tentando obstruir”.

Então, se a questão de ordem está tratando dos temas, se todas as questões tratam do tema, esgota as questões de ordem, e aí a gente entra nos inscritos, para evitar esse mal-estar gerado agora.

Conversei com o deputado Caio França há 10 minutos. Falei: “Caio França, a emenda de plenário não pode ser apresentada por escrito. Ela tem que ser apresentada no plenário, antes dele abrir a discussão, antes de alguém começar a discutir.”.

Então, o deputado Caio França estava extremamente orientado, tanto pela assessoria dele, mas também consultei na assessoria para dar essa força para o deputado Caio França.

Tanto é que eu já estava preparado, colocado, inscrito. Na hora que o senhor consultasse quem concordava com a emenda do deputado Caio França, eu já estava pronto para dar o meu “concordo”, porque eu estava inscrito. Era só para dar o “enter”. Ia chegar para o senhor. Era para todo mundo ter feito isso.

Acontece que isso ia gerar um problema. Porque, ao ter 19 assinaturas, tem que ser dado publicidade. Encerrava-se o debate, não tinha nem discussão nenhuma hoje, e retomaria o debate amanhã. Então, Presidente, fazer esse pedido. Se o senhor topa usar esse método. Da gente, antes de entrar no debate, já esgotar todas as questões de ordem que tratarem diretamente do tema.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Barba, estou totalmente de acordo com Vossa Excelência. Só para deixar claro aqui, para ficar bem registrado o acontecido.

A primeira questão de ordem levantada só foi solicitada depois que a deputada Monica iniciou a sua fala. Nenhum deputado tinha feito questões de ordem antes do início da deputada Monica.

Estou totalmente de acordo que temos que esgotar todas as questões de ordem. Tenho feito isso. Só não passei as questões de ordem depois da fala do deputado Paulo Fiorilo, antes, porque, como a gente passou o chat para todos acompanharem, perdi toda a ordem do chat em relação às questões de ordem. Foi o tempo que precisei para reorganizar as questões de ordem.

Perfeito, deputado Barba? Mas vamos proceder exatamente como V. Exa. está falando. Só para não pairar dúvida. O deputado Caio França protocolou, via o email da SGP, à uma e 22, uma emenda de plenário referente ao PL 351, de 2020. Ele recebeu a resposta da Secretaria Geral Parlamentar, que é a seguinte, às 14 horas e 2 minutos. Ou seja, 28 minutos antes da sessão iniciar.

Prezado deputado.

A emenda de plenário deve ser apresentada em momento oportuno. Qual seja, após a abertura da sessão virtual, antes de iniciar a discussão da propositura, nos termos do Art. 175, inciso II do Regimento Interno.

Os aceites dos demais parlamentares deverão ser feitos via chat na mesma oportunidade. E, posteriormente, enviados por email para esta mesma Secretaria. Estamos à disposição para qualquer esclarecimento.”

Então existia o conhecimento do parlamentar, do deputado Caio França, a respeito do tema. Da mesma maneira, deputado Barba, que V. Exa. está colocando que conversou com ele 10 minutos antes.

Vou passar às demais questões de ordem, deputado Barba. Se V. Exa. quiser fazer outra, eu passo oportunamente, depois que os demais deputados fizerem. Perfeito? Peço para que faça novamente.

A próxima, deputada Monica. Tem a palavra para a sua questão de ordem, deputada Monica.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - PARA QUESTÃO DE ORDEM - A questão de ordem é justamente essa. A gente está num ambiente virtual, que é um ambiente novo.

Se estivéssemos em plenário mesmo, com os parlamentares indo até a lista, que é física, assinar a inscrição, quem chegasse ao microfone e assinasse uma questão de ordem teria hierarquia sobre as falas.

A convocação para a minha fala foi tão rápida que comecei a minha fala falando “nossa, ainda estou me organizando”. Porque a sessão mal tinha começado e já abriu aqui para eu me inscrever.

Quando eu estava começando, parlamentar de primeira viagem, o senhor já me corrigiu muitas vezes, regimentalmente, dizendo: “A senhora gostaria de fazer uma questão de ordem?” “A senhora está querendo fazer isso?” “A senhora está querendo fazer aquilo?

A minha fala, seja ela a primeira intervenção, inscrita ou não, sinaliza para isso. Existe um grupo de parlamentares querendo aprovar uma emenda. Eu queria que o senhor orientasse dizendo como fazer em ambiente virtual. Então são duas coisas. A hierarquia da inscrição de questão de ordem deve valer mesmo que…

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputada Monica, V. Exa. precisa formular a sua questão de ordem. Por favor, formule a sua questão de ordem. Ate agora. V. Exa. não

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - A minha questão de ordem é exatamente essa.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Qual é a questão de ordem de Vossa Excelência?

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - No ambiente físico, eu queria que o senhor respondesse para mim, qual é a hierarquia? Inscrever a fala na lista de inscrição, ou uma questão de ordem no microfone?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Eu já respondi ao deputado. Estou ouvindo Vossa Excelência.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - Foi muito rápido. Todos nós sabemos que foi muito rápido. E que, na hierarquia regimental, o Caio teria direito à questão de ordem dele antes que eu chegasse à tribuna para falar, apesar de ter me inscrito primeiro, ao abrir a fala.

 E a minha fala terminou com essa questão. Como a gente procede para apresentar a emenda? A minha fala terminou e foi a primeira, e o senhor já me corrigiu muitas vezes. Então, o senhor poderia ter me dito: “isso é uma questão de ordem, deputada?”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputada Monica, vamos lá. Nós temos uma regra. A regra não foi cumprida, e eu estou cumprindo exatamente à risca. Vossa Excelência não precisava ter se inscrito. Vossa Excelência começou a sua fala, e o deputado Caio e o deputado Kenny fizeram questões de ordem posteriores.

De fato, num ponto a senhora tem razão: a questão de ordem para e suspende, como o deputado Barba colocou, até fala de parlamentar. Está certo? Só não o fiz na fala do Paulo Fiorilo pelo tempo que eu precisei para reorganizar as questões de ordem.

Mas a questão de ordem para, inclusive, fala de parlamentares. Como não houve questões de ordem antes do início da sua fala, regimentalmente foi a maneira como foi colocada, e está correta dentro do cumprimento do Regimento Interno da Casa.

Próxima questão de ordem, deputado Gil Diniz. Tem a palavra V. Exa., deputado Gil.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Agora sim, estamos ouvindo. Tem a palavra o deputado Gil para a sua questão de ordem.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Presidente, Art. 175: “as proposições poderão receber emendas nas seguintes oportunidades: I - quando estiverem em pauta; II - ao iniciar a discussão, devendo, neste caso, ter o apoiamento de um quinto, pelo menos, dos membros da Assembleia e ser comunicados ao plenário”.

Presidente, nesse ambiente virtual, por exemplo, não está sendo respeitada a questão da convocação das extraordinárias. O Regimento prevê: duas extraordinárias, uma ordinária no meio e depois a convocação de outras extraordinárias. Ou seja, o ambiente virtual é um momento extraordinário.

Eu estou aqui na Assembleia Legislativa. A internet aqui no meu gabinete é horrível, aqui no quarto andar. Tentei, e falei com o deputado Caio França, falei com outros parlamentares...

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Qual é a questão de ordem de V. Exa., deputado Gil? Eu preciso que V. Exa. formule. A questão de ordem é para formular questões de ordem. (Vozes sobrepostas.) Qual é a questão de ordem de Vossa Excelência?

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Estou lendo aqui, estou formulando, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Não, a questão de ordem é para formular questões de ordem. Vossa Excelência não está formulando uma questão de ordem. Qual é a questão de ordem de Vossa Excelência? (Vozes sobrepostas.) Não, não, não. Vossa Excelência tem que formular.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Presidente, respeita...

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Estou respeitando. Vossa Excelência tem que formular a questão.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - O senhor não vai atropelar. Todo mundo aqui, o Brasil está vendo o que o senhor está fazendo.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem que formular a questão de ordem. Os três minutos são para formulação, e não para utilizar para falar aquilo que bem entender, deputado Gil Diniz. (Vozes sobrepostas.) Qual é a questão de ordem de Vossa Excelência?

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Eu estou formulando a minha questão de ordem, presidente. Respeita o meu tempo regimental. Está rasgando o Regimento nessa Casa...

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Qual é a questão de ordem de V. Exa., deputado Gil Diniz? Vossa Excelência não vai, no grito, passar por cima de todos os parlamentares. (Vozes sobrepostas.) Existe um Regimento nesta Casa, e V. Exa. tem que respeitar o Regimento Interno desta Casa. Vossa Excelência não está respeitando. Qual é a questão de ordem de V. Exa., deputado Gil Diniz?

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Eu tenho três minutos. O senhor não pode rasgar o Regimento, presidente. Respeita a minha fala. Eu tenho três minutos... Está me atrapalhando.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Não para falar o que bem entender, e sim para formular questão de ordem. Qual é a questão de ordem de Vossa Excelência? Vossa Excelência, talvez, no grito, não vai conseguir ganhar. (Vozes sobrepostas.) Aqui existem regras. Vossa Excelência tem que respeitar as regras desta Casa. Vossa Excelência, que está no primeiro mandato, tem que respeitar as regras desta Casa.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Para que isso, presidente?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Qual é a questão de ordem de V. Exa., deputado Gil Diniz?

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - O senhor não me deixa formular.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Então, por favor, formule. Qual é a questão de ordem de V. Exa., deputado Gil Diniz?

 

O SR. GIL DINIZ - PSL – PARA QUESTÃO DE ORDEM - A questão de ordem é que no início da sessão eu estava tentando conectar, ia fazer aqui a minha questão de ordem. Os atos de Mesa que V. Exa. protocolou, publicou no Diário Oficial, não falam sobre isso. A maioria dos deputados desconhece esse processo.

Mais de um quinto dos 94 deputados quer, sim, assinar essa emenda do deputado, e o senhor não permite, presidente, porque isso não está regulamentado, inclusive nos seus atos. Eu espero que o senhor reconsidere isso, porque o Brasil está assistindo...

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Gil Diniz, V. Exa. tem que entender que no Parlamento existem regras colocadas. (Vozes sobrepostas.) Existem regras colocadas no Parlamento, que são estabelecidas por critérios regimentais. Os critérios regimentais... E V. Exa. está querendo ganhar no grito, está certo?

Só lembrando aos parlamentares que a partir das 14 horas já estava aberto para conexão. Então, não me venha dizer que não estava conectando, entrou às 14 horas e 30 minutos.

Isso daí não entra nessa conversa. Vossa Excelência podia ter entrado 30 minutos antes na sessão; não entrou 30 minutos antes. Existe uma regra que já foi utilizada em outras sessões.

Então, vamos... As regras colocadas e o Regimento interno são muito claros quanto a isso, perfeito? Não é... E o tempo de questão de ordem, até para prevalecer sobre a fala, não é para o parlamentar falar aquilo que ele bem entender, e sim fazer uma indagação sobre o processo e o método regimental adotado. Vamos deixar claro a respeito disso.

Deputado Marcio Nakashima, para sua questão de ordem, tem a palavra Vossa Excelência. Liberar o som do deputado Marcio. Agora, sim, deputado; pois não.

 

O SR. MARCIO NAKASHIMA - PDT - Consegue me ouvir?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Agora perfeitamente, deputado Marcio. Pode falar.

 

O SR. MARCIO NAKASHIMA - PDT - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Sr. Presidente, a minha questão de ordem é a seguinte: o senhor passou, listou aqui o chat pela TV Alesp. E no meu chat, aquilo que eu tenho aqui no meu computador, não segue a ordem que está aí na TV Alesp. Eu acho que nesse ambiente, nós estamos vivendo num momento de exceção, nós estamos vivendo num momento totalmente atípico.

Estamos fazendo essa sessão aqui de forma virtual, para não interromper nossos trabalhos. Eu já tive inúmeros problemas de internet, estou com problema na minha casa.

Eu fiz a sessão anterior do meu gabinete aí na Assembleia Legislativa e também estava com problema de internet. Então, assim: não pode valer a sequência do chat, porque o chat que o senhor tem aí é diferente do que eu tenho aqui.

Então, eu sugiro o que seria a forma mais democrática, mais transparente, para que todos os que estão nos acompanhando, estão nos assistindo... Que façamos uma votação de que essa emenda pode ser acolhida ou não. É simples, Sr. Presidente. Nós estamos vivendo num momento totalmente diferente; todos nós estamos tentando nos adequar, com tecnologia.

Tem deputados que não conseguem participar da sessão, porque têm essa dificuldade. Eu mesmo, ontem, quando fui votar, estava no trânsito, conectei via celular, recebi uma ligação bem na hora em que o senhor me chamou.

Eu fui apertar para desligar a ligação, caiu minha conexão do zoom. Quando consegui reconectar, pedi para V. Exa., que falou: “já passou o momento de votação”. Não pude proferir meu voto.

Então, assim, nós estamos vivendo um momento de exceção. Acho que o senhor está sendo radical demais com um momento, sabe, em que não cabe essa radicalização toda, deputado.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Marcio, vamos lá. A questão de ordem de V. Exa. foi colocada. Tem mais alguma questão de ordem colocada?

 

O SR. MARCIO NAKASHIMA - PDT - Ainda não acabei meu tempo, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Não, mas eu preciso que Vossa... Não, o tempo... (Vozes sobrepostas.) Vamos deixar claro, deputado Marcio: o tempo é para questão de ordem, o tempo não é para falar aquilo que bem entende.

 

O SR. MARCIO NAKASHIMA - PDT - A minha questão de ordem é... Então, vou falar sobre... Não é para falar o que bem entende, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Qual é a questão de ordem de V. Exa., deputado Marcio?

 

O SR. MARCIO NAKASHIMA - PDT - Nós não estamos no plenário, onde podemos utilizar do nosso...

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Não, o tempo não é...

 

O SR. MARCIO NAKASHIMA - PDT - A minha questão de ordem, então vou ser bastante... Eu queria explicar para que todos os que estão acompanhando entendessem exatamente o que está se passando aqui.

A minha questão de ordem é: o que vale - o chat que a TV Alesp apresentou ou aquele que está no meu computador, que é diferente do que a TV Alesp apresentou? Eu tenho certeza de que é diferente de vários outros deputados que também estão conectados, fazendo a transmissão ao vivo.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Marcio, nós temos nove computadores logados neste mesmo ambiente virtual. Os nove computadores estão idênticos. Idênticos. Com IPs diferentes e ações diferentes.

Então, é claro que o que existe de diferença não é a ordem de fala dos deputados; são frações de segundo que possam existir de diferença entre um chat e outro. Fora isso, não existe nenhuma diferença em cima daquilo que está sendo colocado.

Só lembrando que todos os processos são claramente conferidos depois da sessão, para que pudessem ser arquivados no processo. Os chats, inclusive, são arquivados também nos processos. Está certo?

Próximo inscrito, deputado Carlos Cezar. Tem a palavra V. Exa. para a sua questão de ordem, deputado Carlos Cezar. E lembrando os parlamentares: questão de ordem, o tempo de questão de ordem não é para que os parlamentares falem aquilo que bem entendem. Questão de ordem é para entrarem e poderem formular as dúvidas regimentais que possam existir.

Não pode parar uma sessão para uma questão de ordem, e o parlamentar querer colocar aquilo que bem entende. Não é para isso que serve o instrumento de questão de ordem. Só para deixar claro. E nós vamos cumprir à risca, é para isso que serve.

Próximo deputado, Carlos Cezar, tem a palavra Vossa Excelência.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PSB - Sr. Presidente, pela ordem. O senhor me ouve?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Estamos ouvindo perfeitamente, deputado Carlos Cezar.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PSB - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Sr. Presidente, como foi colocado, eu tenho, na verdade, duas questões de ordem. A primeira é a respeito do sistema de encerramento de votação. Quando nós estávamos no plenário, até V. Exa. declarar que está encerrada a votação, a votação está aberta.

No momento que nós estamos vivendo, nós não temos mais as votações simbólicas, são todas nominais. E aí, há uma primeira chamada e uma segunda chamada. E eu entendo - ou deveria - que enquanto não se encerra a votação, deveria dar oportunidade para aqueles que estão pedindo para votar votarem.

Eu não consegui votar. Também estava assistindo à sessão pelo celular, da última vez, e acabou caindo. Na hora em que eu entrei, o Carlos Giannazi tinha acabado de votar, e tinha passado o meu nome ali. Na segunda chamada, estava.

Entendi, V. Exa. explicou, mas gostaria de que, como esse momento é um momento único que nós estamos vivendo, é um momento, também, de a gente fazer uma reflexão e dar uma certa tolerância, porque não estava encerrada a votação. Até se encerrasse a votação, tudo bem; não cabe mais. Se ainda não encerrou a votação, faço esse apelo a V. Exa. a respeito disso.

A outra questão é a dúvida regimental que eu tenho, e por isso também é uma questão de ordem. É que o Art. 175, no inciso II, fala que “ao iniciar a discussão”... Ou seja, ao iniciar a discussão, não se deu o encerramento. Para se iniciar, tem que estar no meio da discussão.

Vossa Excelência deve e já teve uma atitude nobre ao voltar, ao mudar, ao se desculpar e abrir para que o deputado Rafael Silva pudesse fazer a sua manifestação, uma vez que ele tem dificuldade - todos nós sabemos - visual para poder manusear um computador, para poder se posicionar ou fazer uma inscrição no chat.

Então, há uma dificuldade dele e de muitos outros deputados que têm dificuldade. Então, se nós vamos ficar aqui: quem é mais rápido para digitar no chat...

Depois, pela resolução que foi feita também, e aí a outra dúvida regimental: V. Exa. daria três minutos para aqueles que estão assinando a emenda de plenário, ou seja, aqueles que estão concordando com a emenda de plenário, não necessariamente que estejam inscritos no chat, mas que possam falar se realmente acordam, se tem as 19 assinaturas, as 20 assinaturas, sei lá quantas assinaturas que apoiam essa emenda de plenário.

Então, minha dúvida regimental é quanto a esse termo do Art. 175 do Regimento, inciso II: “ao iniciar a discussão”. A discussão já iniciou, então eu entendo que ainda está em tempo de se apresentar uma emenda de plenário.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vamos por partes, deputado Carlos Cezar. Em relação à votação: a votação deve se dar no momento da chamada do parlamentar, mesmo que não tenha se encerrado o processo de discussão.

Então, no momento da chamada do parlamentar, o parlamentar, na primeira chamada, pode realizar o seu voto; ou, na segunda chamada, pode realizar o seu voto.

Em relação à interpretação do Art. 175, são usos e costumes da Casa; sempre foi feito desta maneira. A emenda de plenário deve ser antes dos primeiros segundos do primeiro orador inscrito; tem que ser apresentada a emenda de plenário. São usos e costumes da Casa. Vossa Excelência já está aqui há vários mandatos, assim como eu, e sabe que é desta maneira que funciona.

E para aqueles que não leram, até porque... E aí eu sugiro aos parlamentares que leiam os atos disciplinando as sessões em ambiente virtual. Eu vou ler, para deixar muito claras as regras escritas, porque muitos estão colocando que não existe clareza, não existe regra. As regras escritas:

Art. 1o-B do Ato da Mesa Diretora prevendo as possibilidades em ambiente virtual: As proposituras que admitirem o oferecimento de emendas na fase de que trata o artigo 175, inciso II, do Regimento Interno, poderão recebê-las, observando-se, além do disposto nos incisos II e IV do artigo 1º-A, e nos respectivos §§ 1º e 2º, o seguinte:

I - a apresentação de emenda somente poderá ocorrer no momento processual previsto no inciso II do artigo 175 do Regimento Interno, ou seja, antes do início da discussão. Assim que abre a discussão é que pode ser feito. Depois de começada, não pode mais.

“II - no curso da sessão, e previamente ao momento mencionado no inciso I deste artigo, o Parlamentar que pretender apresentar emenda deverá comunicá-lo ao Presidente”. Não existiu nenhuma comunicação.

“III - recebido o texto da emenda, o Presidente o enviará digitalmente, pelos meios hábeis, para todas as Senhoras Deputadas e Senhores Deputados presentes no recinto virtual;

IV - consumado o envio, o Presidente aguardará por 5 (cinco) minutos, ao fim dos quais indagará às Senhoras Deputadas e Senhores Deputados se desejam manifestar apoiamento à emenda;

V - verificada a existência de apoiamento em número correspondente ao mínimo exigido no inciso II do artigo 175 do Regimento Interno, o Presidente receberá a emenda, adotando-se as providências regimentais pertinentes.”

Então, existem usos e costumes da Casa, existe Regimento Interno. Não foi feita apresentação. O que está sendo feito aqui é uma maneira de aquilo que não foi feito no momento oportuno... De se “tratorar” o Regimento e os usos e costumes da Casa. E isso, eu, como presidente, não vou aceitar.

Próxima questão de ordem é do deputado Douglas Garcia. Tem a palavra V. Exa., deputado Douglas Garcia.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Muito obrigado, Sr. Presidente. Sr. Presidente, a minha questão de ordem se baseia no Art. 9o da Constituição do Estado de São Paulo, que fala sobre a organização do Poder Legislativo.

Diz o seguinte: “o Poder Legislativo é exercido pela Assembleia Legislativa, constituída de deputados eleitos e investidos na forma da legislação federal para uma legislatura de quatro anos”.

Dentro do exercício do nosso poder como Legislativo, nós temos também a proposição de emendas. E o Art. 172 do Regimento Interno diz o seguinte: “as emendas são aditivas, supressivas, modificativas, substitutivas ou aglutinativas”. E já no seu parágrafo 1o, diz: “emenda aglutinativa é a que faz acréscimo à proposição principal”.

Sr. Presidente, na tentativa de ser colocada aqui, pelo deputado Caio França, uma emenda aditiva, ou seja, que não vai mudar substancialmente o projeto em si, ele não conseguiu, devido a uma questão de entendimento do senhor, de que ele havia feito isso de forma errônea ao que diz o Regimento Interno.

O senhor acabou de falar sobre usos e costumes da Casa. Como é que nós podemos falar sobre usos e costumes da Casa se no próprio dia 18 de março o senhor fechou a Assembleia Legislativa e nem mesmo os deputados podem ir ao plenário para poder acompanhar a sessão, para poder falar na sessão, da forma como está acontecendo na Câmara dos Deputados, onde os deputados podem ter acesso ao plenário, na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, onde os deputados podem ter acesso ao plenário e na Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina, onde também os deputados podem ter acesso ao plenário?

De bate-pronto, eles podem pedir questão de ordem, protocolar emenda de plenário, ao vivo e a cores.

De acordo com o que nós estamos vivendo hoje e que o senhor promulgou um ato da Mesa no dia 18 de março para o exercício do Poder Legislativo, nós não podemos considerar usos e costumes daquilo por que a Assembleia sempre se pautou, porque nós estamos vivendo uma situação atípica, Sr. Presidente.

Então, eu peço, com base em todos esses artigos, em pleno exercício do Poder Legislativo na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, para que o senhor retorne e dê oportunidade para que o deputado Márcio França coloque em votação essa emenda de plenário, porque muitos deputados podem fazer. Está nas mãos do senhor.

O senhor pode mostrar que é democrático ou um ditador como o governador do estado de São Paulo tem sido um ditador.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Douglas, vamos por partes. Como uma emenda de plenário pode ser apresentada no decorrer da discussão?

A emenda de plenário tem que ser apresentada antes do início da discussão. O projeto não pode retornar às comissões no decorrer, depois de iniciada a discussão. O que está sendo feito aqui é uma posição e uma tentativa de mudar aquilo que a Casa sempre fez.

E vamos deixar claro: a Assembleia Legislativa suspendeu as sessões presenciais, inclusive com o voto de Vossa Excelência. Vossa Excelência votou para que a Assembleia Legislativa suspendesse as sessões presenciais.

Então vamos deixar essa posição muito clara. E sim, o parlamentar pode apresentar as emendas dentro do que consta no Regimento, desde que apresente nos momentos oportunos que o Regimento prevê, o que não ocorreu no dia de hoje.

O próximo inscrito para uma questão de ordem é o deputado Neri.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Boa tarde, presidente. Presidente, eu concordo com V. Exa. quando fala da apresentação de emenda antes do primeiro orador. No entanto, como todos já bateram, nós estamos em uma situação digital.

Não houve tempo. Não há possibilidade, muitas vezes, através da conexão, através de muitas coisas, de se fazer um trabalho de chat através de protocolar emendas.

No caso, ao meu ver, a Presidência deveria abrir espaço para que os deputados apresentassem as emendas de plenário, como o espaço, que não está no Regimento, quando o senhor pede para que se inscreva como orador ou como questão de ordem, mas exige aí o uso e costume também da parte digital.

Ad cautelam, eu enviei um e-mail para a Secretaria Geral Parlamentar em 11 de maio perguntando sobre assinaturas digitais em documentos a serem encaminhados. A assessoria parlamentar da Secretaria Geral me informou que assinaturas digitais nas emendas de plenário são cabíveis; este é um ponto. Então a emenda do Caio França com assinaturas digitais é cabível.

Antes de começar o primeiro orador, ad cautelam dessa Presidência... Não está no Regimento, mas deveria ser de cautela perguntar se tem alguma emenda de plenário para ser apresentada antes de abrir a palavra para o orador, porque o espaço, o tempo que nós temos para mandar para o chat, muitas vezes, devido à conexão do deputado, devido ao local em que ele está, ele não tem essa possibilidade. Então o Regimento está impedindo a condução desse trabalho, está impedindo que nós...

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Neri, por favor, formule a questão de ordem de Vossa Excelência.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - Eu estou formulando, presidente. Eu estou formulando.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Até agora não recebi ainda a questão de ordem de Vossa Excelência.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - Essa condução do trabalho às vezes não nos permite que apresentemos emendas de plenário, porque o tempo do primeiro orador, a apresentação da emenda... O senhor não abre espaço para isso, e deveria abrir espaço para que pudéssemos protocolar emenda de plenário, mas não é feito.

Então a minha questão de ordem é que o senhor abra espaço para que, antes do primeiro orador, faça-se a apresentação das emendas de plenário, porque no plenário físico é muito fácil; no digital não é.

Então nós temos que ter, sim, essa determinação do senhor que apresente a emenda de plenário antes do primeiro orador, como está no Regimento, e o senhor mesmo acabou de nos falar da parte virtual. Esta é a minha questão.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Neri, se um deputado perdeu o prazo de poder fazer a apresentação no momento oportuno, não cabe ao presidente ficar socorrendo ou fazendo qualquer outra mudança para garantir que o deputado apresente a questão de ordem. Está disciplinado, está claro, já foi utilizado em outras sessões, então não é nenhuma novidade para os parlamentares.

A verdade é: perderam o prazo para apresentação das emendas. Eu não posso aqui controlar quem tem emenda e quem não tem emenda, até porque eu recebo “n” solicitações de todos os parlamentares, não é o meu papel.

O meu papel é coordenar a sessão. Perdeu-se o prazo, não apresentou no momento oportuno, não cabe mais. Processualmente, na Justiça, quando acontece isso, é exatamente dessa maneira que acontece. Perfeito?

Só lembrando aos parlamentares que tem mais duas questões de ordem que eu vou passar ao Professor Kenny e ao Caio França. Sobre esse assunto, já é página virada, não temos mais discussões sobre isso. Então peço que não se formulem mais questões de ordem sobre esse tema, porque já está decidido.

O próximo é o deputado Kenny. Tem a palavra V. Exa., deputado Kenny. Só um minutinho... Agora sim, com o áudio aberto.

 

O SR. PROFESSOR KENNY - PP - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Sr. Presidente, só para dizer que o Regimento, dessa forma, simplesmente é inexequível. O aplicativo Zoom não permite copiar e colar, então, a partir do momento...

É só você fazer as contas: a partir do momento de “Estão abertas as inscrições, com a palavra a deputada Monica”, somente nesse tempo não tempo de digitar questão de ordem.

O próprio aplicativo, nas especificações técnicas dele, diz que pode levar de um a três segundos até que o chat esteja alcançável, e só essa pausa tem menos de três segundos, então é inexequível. Isso seria facilmente derrubado na Justiça e no Ministério Público.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Então eu peço que V. Exa. ingresse na Justiça e no Ministério Público, porque, se existe tempo para se inscrever para poder discutir o projeto, existe tempo para solicitar a questão de ordem; a lógica é exatamente a mesma.

Vossas Excelências estão tentando forçar uma situação que não é correspondente. Se o deputado tem o tempo para se inscrever para falar, ele não tem o tempo para colocar?

Se V. Exa. não concorda, Professor Kenny, é um direito de V. Exa. ingressar na Justiça contrariamente aos procedimentos da Casa, perfeito?

Deputado Caio França, tem a palavra V. Exa. para a sua questão de ordem.

 

O SR. CAIO FRANÇA - PSB - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Presidente, eu novamente quero reforçar alguns argumentos que já estão sendo trazidos pelos colegas. O senhor deve ter visto, inclusive no protocolo que eu fiz na SGP, que vários colegas já assinaram, inclusive em número maior do que exige o Regimento Interno.

Passado isso, presidente, o senhor falou de usos e costumes. Usos e costumes é quando já se tem um tempo utilizando aquela ferramenta. A questão da internet, da videoconferência, nós fizemos a primeira três semanas atrás, então a gente não pode considerar isso como usos e costumes.

Além de tudo, reforçando o que já foi dito pelos colegas, presidente, a questão de ordem, de forma hierárquica, supera a inscrição, e eu entendo os colegas. A maioria dos colegas queria se inscrever porque quer discutir o tema, e o senhor rapidamente começa a discutir com a primeira inscrita.

Então, além de tudo, além de ser rápido aqui, eu preciso combinar com os colegas que querem se inscrever para que não se inscrevam antes da minha colocação, para que o senhor possa ler primeiro a questão de ordem; senão, o senhor sempre vai ler primeiro a inscrição da colega, e ela já começa a discutir, porque senão é possível também que o senhor diga que não tem ninguém para discutir e que o senhor já deu por discutido o projeto.

Fica difícil desse jeito, presidente. Eu insisto: se o senhor conhecer, a emenda é equilibrada, não traz grandes mudanças em relação ao tema principal. O que a gente está querendo, na verdade, é que o Governo do Estado possa dar condições e menos preocupação para as cidades litorâneas e do interior em relação à preocupação com a quantidade de pessoas que pode vir para essas regiões, presidente.

A emenda não tem mudança significativa, e por esse motivo também eu consegui o apoio de diversos colegas, presidente. Eu peço que o senhor possa reavaliar essa decisão sua, para que a gente possa colocar a emenda de plenário; o senhor convoca congresso de comissões e eu tenho certeza que a gente vai conseguir avançar com isso.

Eu havia conversado já, inclusive, no governo em relação a isso. Eu aguardava um feedback em relação a isso, e simplesmente o governo não me deu. Eu peço que o senhor avalie de novo a questão hierárquica entre questão de ordem e inscrição para discutir o projeto, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Caio França, entre o início da sessão e a primeira inscrição foram quase um minuto e 30 segundos, entre abertura da sessão e início da discussão, o primeiro inscrito e discutido.

Esse tempo é tempo suficiente para qualquer parlamentar fazer questão de ordem; nenhuma foi entrada. Existe uma “forçação” de barra por conta de uma posição que foi solicitada e errada dos parlamentares que queriam apresentar questões de ordem. Os usos e costumes que eu digo são do plenário, não são do ambiente virtual.

A vida inteira só pôde se apresentar emenda de plenário antes do primeiro segundo da discussão de algum parlamentar. Depois que o parlamentar falou um segundo, já não cabe mais emenda de plenário. Isso todos os parlamentares - como o senhor, que está há vários mandatos aqui - sabem que acontece desta maneira. Perfeito?

Vamos agora, esgotadas as questões de ordem, ao próximo inscrito. É o deputado Rafael Silva. Deputado Rafael Silva, tem a palavra Vossa Excelência.

 

O SR. RAFAEL SILVA - PSB - Sr. Presidente, nobres colegas, mais uma vez eu participo dessa sessão importante da Assembleia Legislativa e percebo que o trabalho de V. Exa. é árduo, porque as questões acabam envolvendo interesses de deputados que querem inclusive melhorar o projeto, mas existe todo um regimento.

Dentro do assunto coronavírus, eu tenho percebido uma preocupação muito grande, mesmo no Brasil, em se encontrar uma solução definitiva para o assunto. Eu acho que está equivocado. Através da minha formação, através do pouco que eu sei, eu entendo que a busca da verdade e a busca das soluções é tudo que importa para o ser humano.

A própria filosofia foi criada para explicar os fatores naturais como naturais, e não como produto das vontades de um deus. Deus disso, deus daquilo, deus do vento. Eles tinham muitos deuses, então todos os fenômenos naturais ficavam através dos deuses. Aí a filosofia veio para questionar, para indagar.

Inclusive, o princípio básico da sabedoria é o reconhecimento da própria ignorância. Na medida em que o camarada acha que é acadêmico, isso e aquilo, que está acima de todos, ele cria uma faixa impermeável entre ele e o mundo. Já falei aqui que o René Descartes preferiu ler o livro do mundo do que o livro das escolas, dos doutores que queriam explicar tudo. Ele quis ler o livro do mundo.

E, com certeza, ele foi muito mais importante para a filosofia, para tudo, do que aqueles doutores que se fechavam em uma sala e achavam que sabiam tudo. Então, eu tenho percebido a busca de soluções: “vamos descobrir aí um antídoto que acabe com tudo…”. Não.

Esse vírus, hoje, é impossível eliminarmos. Poderá ser possível dentro de um tempo, mas hoje é impossível. A não ser com a vacina, mas quanto tempo vai demorar para a vacina ficar pronta? Muito tempo, são muitos testes.

Eu faço uma operação inversa: se um agrônomo pega uma área de terra para plantar árvores - sejam quais forem, árvores frutíferas ou não - de dez em dez metros, em 5% da terra, as árvores crescem fortes, e no restante não.

Em 10%, elas vão mais ou menos, mas depois morrem. Em 85% da terra, elas não vão para lugar nenhum. Umas nem dão sintomas de que vão nascer, outras dão sintomas fracos. Assim é o comportamento do vírus.

Mas o agrônomo pede uma amostra da terra, que ele vai analisar. Análise vem de “análysis”, do grego, que significa dividir em partes para poder entender as coisas. Hoje, existem equipamentos eletrônicos maravilhosos, microscópios que não existiam décadas atrás e hoje eles existem.

Hoje, você tem condições de localizar um vírus minúsculo como o corona e até perceber como ele atua. Mas eu não estou notando a vontade de se analisar a fertilidade da terra, ou seja, transformando isso para o interior do organismo humano, para o sangue; não existe essa vontade.

Alguém pode falar que existe, subir em cima de um livro e falar um montão de bobagem, porque nós todos falamos bobagem, eu também falo. Só que a minha bobagem atual é a da pesquisa, é a da busca.

Inclusive, nós tivemos os filósofos, os céticos - cético dá a impressão daquele que não acredita em nada, o ceticismo é a busca de uma resposta, é a busca de uma verdade. É a dúvida, sim, mas é a dúvida para buscar a verdade.

Tem até aquela frase: “Penso, logo existo”. As pessoas até dão uma conotação diferente, ali é uma verdade que foi encontrada. Se eu penso é porque eu existo; quem não existe não pensa. É uma verdade, porque dentro da filosofia existem correntes que acham que não existem verdades absolutas.

Eu também acho que não existem verdades absolutas, mas aí: uma família, uma festinha, 28 pessoas, uma pessoa contaminada assintomática. Ela contaminou 13 pessoas das 28, das 13 ali estavam presentes três irmãos. Os três irmãos foram contaminados de forma grave e os três morreram. Foram internados em hospitais diferentes e morreram em dias subsequentes.

As outras dez pessoas contaminadas não tiveram problema algum, mas porque os três irmãos tiveram problema? Será que o vírus leu na identidade o nome deles? Não, é que o vírus encontrou dentro deles a fertilidade necessária para se reproduzir. Ele se reproduz, entra um numa célula e saem milhares. Ele se divide, usa o interior da célula e aquilo tudo é fabricado em pequenos filhos que saem junto com ele.

Mas foi feito um estudo profundo para se ver a semelhança entre os três irmãos em muitos casos coincidentes. E aquele que não tem sintomas? Hoje nós temos aí uma mentira, em Ribeirão Preto se fala que tem 600, 700 pessoas que foram contaminadas; um estudo da USP fala que foram mais de 8.000 pessoas.

Então preste atenção, você que está me ouvindo, porque você pode ser um fator de informação para outras pessoas. Por que nós tivemos 8.000 pessoas e aparecem poucas pessoas? Porque esse grande número de pessoas que apresentam no sangue o resíduo da defesa contra o vírus não apresentavam sintomas.

Então, as pessoas que não apresentam sintomas não são apenas 30%, não. Existem estudos que falam que 30% não apresentam sintomas, 55% apresentam sintomas fracos, 10% apresentam sintomas que depois logo desaparecem, com tratamento desaparecem, e 5% apenas têm gravidade. Seria interessante um estudo profundo nessas pessoas que não têm sintomas.

O que elas têm de diferente no corpo, daquela que entra para um estado grave, crítico, e são 5% apenas. De 5%, mais ou menos metade vai a óbito.

Mas eu não ouvi, até hoje, pesquisadores falando nisso. Como eu não ouvi nenhum pesquisador antes, quando eu falei que o ônibus levaria morte, dor e sofrimento - aliás, o transporte coletivo - para todos os bairros.

Eu não ouvi as emissoras de rádio e televisão falarem desse assunto. E eu mandei comunicado para todos os cantos, principalmente estado de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Mandei comunicado para órgãos de comunicação, mas por que os políticos não falaram “ônibus vai levar a doença”? Por que os pesquisadores, os doutores, por que eles não falaram por onde o vírus entra?

Gente, mas por que não falaram que o vírus é transportado dentro das pessoas? E que esse vírus veio de avião, alguns vieram de navio, e que eles iriam para os bairros de ônibus?

Mas por que não falaram isso? Por quê? Será que é ignorância dos doutores? Será que é interesse? Ou será que isso aí não dá mídia? Porque falar de ônibus também é negócio meio esquisito. Falar que os prefeitos e governadores do País, o estado de São Paulo, eu não tenho nada contra governadores e contra prefeitos.

É uma realidade. Eu acompanhei, inclusive, no Amazonas eu mantive contato, o Mandetta falou que não era ônibus, não, falava que os barcos também carregavam as pessoas, e que isso aí significaria uma contaminação fantástica. E aconteceu. Eu falei antes, muito antes. Mas os doutores da ciência, não. Parem com isso, gente!

Nós temos que analisar todos os fatores, e eu percebo que agora eles estão acordando, pondo máscaras nos ônibus, por quê? Eles deixaram a dor, o sofrimento, ir principalmente para os lares pobres.

Como é que um camarada vai se isolar na casa, onde dormem cinco, seis, no mesmo cômodo? Vai se isolar como? Dentro de uma bolha? E dinheiro? E a vida deles? Alguém tem que ir para a rua. Aí eles falam: não, nem todo mundo que foi contaminado foi dentro do ônibus.

O ônibus leva as pessoas. Muita gente se contaminou. E não foram apenas 30%, não, e eu tenho certeza de que foi muito mais. A pessoa assintomática à doença, a pessoa não tem sintomas, e aí aquele que levou para o ônibus, levou para outras pessoas. Isso não tem nada a ver com ônibus, com trem, com metrô. Mas eles receberam o vírus.

Em São Paulo, o transporte coletivo carregava, por dia, 15 milhões, 14 milhões de pessoas. Hoje leva menos, mas são milhões de pessoas.

Existe um estudo sério que fala que o ambiente mais perigoso para a contaminação é o ambiente hospitalar, onde esses doentes são recebidos. Em segundo lugar - esse estudo não é de ontem, não -, em segundo lugar, o ambiente mais próprio para contaminar as pessoas é o ônibus. É o transporte coletivo, repito, principalmente o ônibus.

Mas o que eles fizeram? Foram para o metrô, para o ônibus. E o que eles fizeram? Não fizeram nada. Eu alertei aí em São Paulo, nós tínhamos sessões na Assembleia, hoje a sessão é virtual, eu alertava, eu fiz um documento, eu tenho prova de que eu mandei. Documento escrito, eu falei. Mas, de nada! Agora, faltam leitos nos hospitais em muitas regiões. A pessoa morre esperando na fila.

E outra, esse número aí, de 18, é mentiroso. Não que eles queiram mentir. Não tem exame de todo mundo. Eles não conseguiram examinar todo mundo. Então, é triste nós vermos essa realidade.

Encerrando, Sr. Presidente. Chegando ao ponto final. Senhores doutores, Sócrates falava: “eu sei mais que os outros?”. Sócrates falava. Nasceu no ano 470 AC. “Eu sei que nada sei.” Quando a pessoa se enche do entendimento, de que sabe, ela não sabe nada. Ela está numa coisa a menos do que os outros.

O princípio da sabedoria, um princípio básico é o reconhecimento da própria ignorância, é você partir dali, num ponto: não sei, vou buscar. O pessoal fala do ceticismo, de ir buscar. Mas não foram buscar um estudo profundo naquele que não tem sintoma. E aquele que tem sintoma grave, tem diferença?

Existem microscópios poderosíssimos. Se forem utilizados, e se a inteligência deles for utilizada, eu tenho certeza de que teremos muitos alcances, muitas vitórias. Repito, para quem não viu o começo, está nos vendo agora.

Não sou formado em Medicina. Não tenho conhecimento de Medicina, mas eu estudei Psicologia, Sociologia e Filosofia. Eu tenho graduação em Filosofia, e aprendi com esse pessoal, lá atrás.

Tenho pós-graduação em Sociologia, aprendi um pouco, estudei, mas eu só me referi a isso porque esses senhores doutores, fechados num ambiente, um tubinho de ensaio, têm que ter humildade.

Outra coisa, procurem ver o nome William I. Thomas. Ele era do Instituto John Hopkins, sabem o que ele era? Ele era negro, ele limpava o chão. Foi ele quem descobriu a cura para a doença do bebê azul, que matava muitas crianças.

Ele fazia limpeza. Ele tinha conhecimento. E no dia de uma cirurgia de uma criança nesse estado, o médico falou: chama o William. Mas ele não pode entrar aqui, só doutores. Chama! E salvaram a criança. É bom saber.

Vacina vem de vaca, foi descoberta de uma forma esquisita. Vem de vaca, a vacina. Procurem saber.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para concluir, deputado. O tempo de V.Exa. se esgotou, deputado Rafael.

 

O SR. RAFAEL SILVA - PSB - Procurem saber, procurem saber. A pólvora, quando foi criada, há dois mil anos, na China, foi por um acaso. Já estou encerrando, Sr. Presidente, já estou encerrando. Eles queriam descobrir uma coisa e sem querer descobriram outra.

Então, Sr. Presidente, quero pedir aos doutores. Como René Descartes falou, tenham humildade e busquem a verdade de uma forma correta. Usem a filosofia de Platão, de Aristóteles, de Sócrates. Pensem.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Rafael, já passou 40 segundos. 

O próximo inscrito é o deputado Jorge do Carmo. Tem a palavra V. Exa., deputado Jorge.

 

O SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, cumprimento todos, e público da TV Alesp. Sr. Presidente, eu me inscrevi para falar, nesta tarde, do PL 351/20, que versa sobre a antecipação do feriado de 9 de julho, para o próximo dia 25 de maio, em razão da circunstância de excepcionalidade na saúde pública, a pandemia.

Mas, Sr. Presidente, antes de falar sobre o referido PL, eu trago aqui outras ponderações, e reputo-as pertinentes. Estamos vivendo, na cidade de São Paulo, no estado de São Paulo, no Brasil e no mundo, um problema muito grave, gravíssimo, que é a pandemia. 

A gente viu os colegas que me antecederam falando que os números são alarmantes no estado. Quase 5.500 mortes já ocorreram. Na capital de São Paulo, são mais de três mil mortes, dados das últimas informações dos boletins.

E o que acontece? Eu sou deputado estadual, mas minha área de atuação, inclusive onde eu moro e onde eu sou mais cobrado, é na zona leste da Capital. E para falar da zona leste é preciso também falar das periferias, ?

Nós temos visto, que na capital de São Paulo, os principais bairros onde as mortes e os casos da Covid-19 mais ocorrem são exatamente onde as pessoas têm mais dificuldades, em razão da falta de infraestrutura, em razão da qualidade de vida, da falta de políticas públicas que possam permitir a elas que fiquem em casa e tenham condições.

Recursos, por exemplo, para que não tenham que sair para trabalhar, especialmente aqueles que estão na economia informal, que não têm renda, dependem de ações do governo, de recursos emergenciais - que nós já aprovamos aqui nesta Casa, desvinculação de fundos para que o governador e o prefeito, no caso da calamidade pública, possam utilizar no combate à Covid-19.

Mas, voltando à questão da Capital, a gente tem visto que as regiões mais periféricas são aquelas que, lamentavelmente, infelizmente, nós temos visto que mais pessoas morrem.

Pegar um exemplo aqui: Brasilândia, na zona norte da Capital; Sapopemba, na zona leste; Grajaú, na zona sul; Cidade Tiradentes, na zona leste; Itaquera, também na zona leste; Capão Redondo, na zona sul. Enfim, todos os bairros que eu citei aqui são da periferia da cidade.

Mas, voltando para a zona leste, eu não consigo entender por que o governador João Doria e o prefeito Bruno Covas não entenderam a necessidade de se instalar um hospital de campanha na zona leste.

Nós temos já no estado de São Paulo, na cidade de São Paulo, melhor dizendo, um hospital de campanha no Anhembi, outro no Pacaembu, outro no Ginásio do Ibirapuera, um mais recente inaugurado no Heliópolis. Agora, onde mais?

A zona leste tem mais de 50% da população paulistana e, infelizmente, até hoje, nem o governador, nem o prefeito, quiçá o secretário do estado, José Henrique Germann, e o secretário do município, Edson Aparecido, entenderam que é importante se construir um hospital de campanha na zona leste.

Nós já propusemos, encaminhei ofícios, outros parlamentares também, propus na comissão – que já falo dela, comissão da qual faço parte -, mas, infelizmente, a população da zona leste de São Paulo não tem o respeito, infelizmente, dos nossos governantes. E eu vejo isso com tristeza, com chateação, porque não é possível que o governador e o secretário dele, e o prefeito e o secretário, também, não percebam essa importância.

Vou falar de um caso lamentável, ? A exemplo de tantas mortes que nós tivemos na Capital: uma pessoa que estava no Itaim Paulista, Sr. José Rodrigues de Oliveira, contraiu a doença. Foi - por conta de não ter hospital de campanha e os leitos de UTI já estarem todos ocupados, quase 100% saturados -, ele teve que ser remanejado para o Hospital de Parelheiros, ou seja, do extremo da zona leste para o extremo da zona sul da cidade de São Paulo.

E esperávamos que ele fosse para lá para se salvar, infelizmente e lamentavelmente, ele veio a óbito neste dia de hoje. Isso é para dizer que essa dificuldade de se construir um hospital de campanha na zona leste, infelizmente, faz com que mais pessoas possam morrer em nossa região e que teríamos tanta facilidade, tantos recursos.

Nós já aprovamos, aqui na Casa, para que o governador possa fazer não só hospitais de campanha, mas que compre respiradores, que invista na Saúde, mas, infelizmente, a gente não tem tido essa atenção do governador e do prefeito da cidade de São Paulo.

Então, eu quero lamentar, dizer que esse Sr. José Rodrigues de Oliveira, eu não diria que se tivesse um hospital de campanha na zona leste ele poderia não ter morrido. Mas, se tivesse um atendimento mais próximo, e não tivesse que se deslocar tanto, quem sabe a gente conseguiria evitar que não só ele morresse, mas que tantas outras pessoas não fossem a óbito nas periferias da cidade de São Paulo e, em destaque, na zona leste de São Paulo.

Então, eu quero dizer que nós estamos muito preocupados com os investimentos que nós aprovamos na Casa, mas que eles não estão, talvez, atendendo onde mais poderiam ser destinados, ou seja, nas periferias da cidade de São Paulo e nas periferias, também, das cidades que têm necessidade do isolamento social e de atenção dos governantes, dos prefeitos e do governador.

Quero aproveitar também, Sr. Presidente, para falar da comissão. Eu faço parte de uma comissão de fiscalização de acompanhamento dos gastos instituídos por nós, liberados, aprovados por nós e, também, os gastos que o governador possa utilizar no combate à pandemia da Covid-19.

Essa comissão é coordenada pelo nobre deputado Barros Munhoz e nós estamos aprovando requerimento, questionando a falta de transparência, a falta de prestação de contas, o superfaturamento de compras de determinados equipamentos. Mas, enfim, a gente não está conseguindo, de certa forma, avançar.

Essa comissão poderia ter mais autonomia. Os governantes, o secretário e o governador, poderiam trazer mais prestação de contas para nós, mais transparências, infelizmente a gente não está tendo está transparência.

E eu quero, inclusive, propor - vou propor isso na comissão – que a gente convide o secretário de estado de Saúde para que ele participe de uma reunião nossa, que é todas as quintas-feiras às 10 horas. Hoje, infelizmente, não teve, o coordenador acabou cancelando essa reunião.

Mas, voltando ao tema, Sr. Presidente, nós estamos falando da antecipação do feriado. Nossa bancada apresentou uma emenda - um voto em separado, melhor dizendo - fazendo algumas sugestões, algumas propostas.

Entre elas, três eixos que poderiam ser aplicados no estado e na cidade de São Paulo, especialmente. O primeiro eixo seria do isolamento social horizontal; o segundo eixo, a segurança alimentar e sanitária para todos; e o terceiro eixo é a produção de trabalho e atividades produtivas.

Ou seja, não basta a gente decretar que as pessoas não saiam de seus bairros e vão para as ruas. Não basta o governador cada hora instituir uma alternativa, uma medida.

É preciso fazer com que as pessoas tenham condições de ficar em suas casas, porque se as pessoas não têm dinheiro para pagar as suas contas, se as pessoas não têm recursos para manter a sua família, para poder conseguir ficar em casa, elas não vão conseguir ficar em casa. Não é uma questão de consciência, é uma questão de necessidade.

A gente vê - escuta falar, ? - e vê na mídia: “Fica em casa”. Mas fica em casa como? Se as pessoas não conseguem pagar as suas contas e não conseguem ter recursos, minimamente, para manter a sua subsistência.

Então, não dá para fazer aqui um discurso de que não queremos o isolamento social. Nós queremos, sim, e defendemos o isolamento social, mas é preciso que tenha isolamento social com condições, com dignidade, para que cada um possa se manter, manter seus recursos, manter suas contas pagas em sua casa.

Já é difícil manter o distanciamento em casa. Na periferia, temos famílias que moram em um mesmo cômodo, em um barraco, dependendo da comunidade onde estão. E tem três, quatro, dez pessoas da mesma família.

Como é que se mantém o isolamento, o distanciamento? É difícil. E quando a gente consegue, mesmo assim, manter o distanciamento social, o isolamento, ao não sair de casa, não se tem também as condições para que as pessoas consigam ficar em casa.

Por isso, quero dizer da importância do feriado. Nós já vivemos o feriado de ontem, o feriado de hoje. Amanhã, em São Paulo, é ponto facultativo. Segunda-feira, se for aprovado hoje o PL 351, será feriado no estado de São Paulo.

Mas é feriado para as pessoas ficarem em casa. É preciso ter condições para que elas permaneçam em casa, para que elas paguem suas contas, para que elas vão ao mercado e tenham condições de comprar alimentos para sua subsistência.

Nesse sentido, apresentei, dentre as emendas que vamos propor ao outro PL, ao PL 350, que é aquele coletivo dos deputados, para que a gente possa aprovar a isenção do pagamento das prestações da CDHU. Mas isso vou discutir em outro momento, no momento em que a gente esteja discutindo aquele projeto.

Era isso, Sr. Presidente, que eu queria colocar. Quero dizer que é importante ter o feriado, mas não basta ter feriado, não basta antecipar o Natal, não basta antecipar o Ano Novo, não basta antecipar qualquer feriado se as pessoas não tiverem condições de ficar um feriado, uma semana, dois meses, três meses em suas casas com dignidade, dignidade no sentido de sua subsistência, de ter condições para morar com dignidade.

Nós já reduzimos nossos subsídios, reduzimos a verba de gabinete, destinamos os recursos da Assembleia, do fundo da Assembleia, mas nós estamos em uma condição em que dá para reduzir.

E quem não tem vai reduzir o quê, se já não tem sequer como comprar alimentos para se manter vivo? As pessoas acabam, infelizmente, apelando, saindo de suas casas para comprar alimentos para sua subsistência.

Era isso, Sr. Presidente, que eu queria dizer. Agradeço a oportunidade e desejo uma boa tarde a todas as deputadas e a todos os deputados.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O próximo inscrito é o deputado Carlos Giannazi. Tem a palavra o deputado Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, assistindo a nossa sessão pela TV Assembleia, primeiro, quero prestar a nossa solidariedade e nosso apoio aos familiares das vítimas da Covid-19.

Milhares de pessoas morrem por dia no Brasil e é muito importante que possamos, no mínimo, prestar apoio de solidariedade a essas famílias, deixando o nosso abraço fraternal a essas famílias em um momento de muita dor.

Já que o presidente da República não faz isso, ele fala “e daí?”, ele vai andar de jet ski, ele ameaça organizar churrasco, enfim, então, é dever de cada parlamentar, de cada pessoa que tem cargo público, no mínimo, prestar solidariedade às vítimas do coronavírus.

Eu quero entrar diretamente no ponto central do nosso debate sobre o combate à pandemia. Para nós, é muito claro que o combate à pandemia tem dois grandes pilares. O primeiro deles é o isolamento social, é a quarentena. Logicamente, acompanhada de investimento pesado na Saúde Pública, no SUS, dando amparo para socorrer a população no Sistema Único de Saúde. Esse é o pilar central.

O segundo pilar importante, assim como o isolamento, é o pilar da proteção social. Refiro-me aqui aos projetos de renda básica, como conseguimos aprovar com muita dificuldade no Congresso Nacional, uma renda emergencial de 600 reais, que é pouco e atende apenas uma parte da população.

Ela não é suficiente, está muito aquém de atender às demandas da sociedade para que as pessoas possam ficar em casa com o mínimo de dignidade.

E lembrando que, na verdade, foi a oposição, foi a esquerda que propôs os 600 reais, e lembrando ainda que o Paulo Guedes, no início, propôs 200 reais. A nossa luta, da esquerda, da oposição e dos movimentos sociais foi responsável por que chegássemos a 600 reais. Repito, é pouco ainda. Esse valor não é suficiente e alcança apenas uma parte da população.

Eu fiquei chocado agora, porque o Paulo Guedes disse ontem a um grupo de empresários que as próximas parcelas serão reduzidas, que ele vai reduzir para 200 reais.

Isso mostra claramente que o governo Bolsonaro é um governo antipovo, antipopular e contra os pobres. O Paulo Guedes está na “Folha de S.Paulo” de hoje, na primeira página. O Paulo Guedes está defendendo a redução de 600 reais para 200. É uma política genocida, assassina, porque sem proteção social não tem como se enfrentar a pandemia. É um verdadeiro absurdo.

Não é à toa que, hoje, protocolamos mais um pedido de impeachment contra o Bolsonaro. É um pedido de impeachment popular assinado por mais de 500 movimentos sociais, entidades e movimentos da sociedade civil organizada e por sete partidos de oposição.

Então, é mais um pedido de impeachment, porque me parece que já tem 30 pedidos de impeachment no Congresso Nacional, de impedimento do Bolsonaro.

Já está muito claro para todos nós que ele cometeu vários crimes de responsabilidade: ataca a Saúde Pública, ataca as instituições, o Supremo. Ele estimulou e participou de manifestações contra o Supremo Tribunal Federal, contra o Congresso Nacional. Ataca a imprensa o tempo todo, ataca os partidos políticos, tem várias denúncias que já foram protocoladas, são vários crimes de responsabilidade.

Isso sem contar o que o Moro fez, seu ex-aliado, seu companheiro de governo até ontem, seu grande aliado da Lava-Jato, que fez sérias denúncias contra ele, sendo que uma delas é de interferência na Polícia Federal, denúncia de falsidade ideológica. São várias as denúncias feitas pelo ex-ministro Sergio Moro, ex-ministro da Justiça, que era considerado por alguns o justiceiro. São várias!

E mais um pedido foi protocolado hoje pelos grupos populares, pelos setores populares da sociedade e pelos partidos progressistas, pelos partidos de esquerda, que têm todo o nosso apoio.

O Bolsonaro tem que ser parado. O Brasil está indo direto para o abismo e o Bolsonaro está empurrando o povo brasileiro para um grande inferno social, porque ele aposta no caos, ele aposta na confusão, na tensão.

E há quem diga que ele planeja um autogolpe. Quanto mais confusão, melhor; o terreno fica mais fértil para um autogolpe. Mas não vamos permitir isso, porque a sociedade vem se mobilizando, as instituições democráticas estão atentas. Temos que garantir que haja pesos e contrapesos para deter essa onda autoritária em curso hoje no Brasil pela extrema-direita, que tenta impor o seu projeto.

Enfim, agora a proteção social é fundamental. Não podemos esperar nada do governo Bolsonaro em relação a isso, porque ele não defende o isolamento social e muito menos a proteção social.

Porém, aqui em São Paulo, é um absurdo o que vem acontecendo, porque o Doria também, embora defenda o isolamento social, não investe no isolamento social. É um governador que tem um comportamento covarde, que é movido pelas pesquisas. É como uma biruta de aeroporto, ele vai de acordo com o vento, se posiciona de acordo com a direção do vento.

Até ontem ele era “Bolsodoria”, defendia o Bolsonaro. Ele viu que os ventos mudaram e mudou também. Ele muda, ele vai para o centro, vai para a extrema-direita, vai para qualquer lado.

Talvez, se em algum momento o Lula voltasse a ter prestígio, ele virasse “lulista”, porque ele não tem personalidade política, não tem posição. É um governo fraco, um governo covarde e, repito, que tem seus interesses eleitorais.

No entanto, ele tem o discurso, que é correto, do isolamento social, da quarentena, mas não investe, fica fazendo experiência junto com o Bruno Covas, com esse rodízio absurdo que foi feito na semana passada, que superlotou o transporte público de São Paulo, expondo ainda mais a população.

E aquelas barreiras que foram feitas na cidade de São Paulo também, aquilo não funcionou. São Paulo virou uma cobaia do Bruno Covas e do governador Doria. Agora, a antecipação dos feriados. São medidas paliativas, improvisadas, amadoras, que não atacam o cerne da questão.

O cerne da questão, neste momento, além do isolamento... Se o Doria tem mesmo interesse em manter o isolamento social - e há quem defenda o lockdown -, tem que investir na proteção social. São Paulo não aprovou a renda básica para a população.

O povo tem noção do perigo. A população está apavorada, está desesperada, porque, de um lado, tem o vírus, as pessoas estão morrendo nas periferias.

A população pobre está morrendo no Grajaú, na Brasilândia, em Guaianases, no Jardim Ângela, em Parelheiros. As mortes estão se alastrando pela periferia de São Paulo, pela Grande São Paulo e já caminhando a passos largos para o interior paulista e para a Baixada Santista. Estamos acompanhando. São Paulo está virando o epicentro do coronavírus no Brasil e na América Latina; talvez no mundo. O estado de São Paulo e a cidade também. O deputado Jorge do Carmo falou: são mais de três mil mortes na cidade de São Paulo. No estado, seis mil.

Então, isso é muito grave. E não tem investimento, nem do Doria e nem do Bruno Covas, em renda emergencial para socorrer, sobretudo, essa população pobre que não tem como ficar em casa e que, muitas vezes, não tem nem casa para ficar. Essa é a grande verdade.

Então, sem um projeto que proteja essa população de desempregados, de trabalhadores informais, de pessoas em situação de rua, de moradores das favelas, das comunidades, da periferia, de trabalhadores intermitentes, de professores eventuais, de trabalhadores da Cultura, que foram totalmente abandonados pelo governo Doria...

E pelo governo federal nem se fala! Colocaram lá a patética e bizarra Regina Duarte. Uma vergonha nacional, o que aconteceu com a Regina Duarte. Nem vou entrar nesse debate agora, mas quero debater isso em outro momento.

Mas os trabalhadores da Cultura estão totalmente abandonados e já passando necessidades, passando fome. Estamos socorrendo esses trabalhadores com cestas básicas. Estão em uma situação muito difícil, assim como professores eventuais, que estão na mesma situação, e vários outros segmentos que foram abandonados pelo Doria.

Todos se lembram, tenho insistido nessa denúncia: o Doria demitiu vários trabalhadores no auge da pandemia. Demitiu quando rompeu os contratos dos transportadores escolares, das merendeiras das escolas públicas terceirizadas, das cuidadoras das crianças deficientes. Foram todos demitidos.

Aqui em São Paulo, o Bruno Covas praticamente fechou o Mova, demitiu todos os professores, rompeu os contratos. O Mova, o Movimento de Alfabetização de Adultos, é um movimento importante que combate o analfabetismo na cidade de São Paulo.

Então, ao invés de os governos darem a proteção social, eles jogam os trabalhadores na rua, no desespero. Aí esses trabalhadores, desesperados, ameaçados pelo vírus e, de outro lado, pelo abandono, pela fome, logicamente, ficam sem alternativa e viram presa fácil do bolsonarismo, da extrema-direita, daquelas pessoas que defendem que a terra é plana, dos negacionistas, do movimento anticiência, “antitudo”, antidemocracia, que dá golpes, esse pessoal que defende o AI-5.

E também fico chocado porque vejo pessoas, até parlamentares ligados às igrejas evangélicas, sobretudo, defendendo esse tipo de posição, que é uma posição contra o cristianismo. É uma posição que incentiva a morte, é a posição da morte. Vejo deputados ligados às igrejas.

Eu não sei, dizem que essas defesas de alguns setores, não de todos, logicamente, mas de alguns setores religiosos, é por conta do dízimo, porque as igrejas estão vazias e aí tem que pagar o dízimo. Como é que fica essa situação?

Então, alguns setores estão pressionando os fiéis a entrarem nesse movimento para quebrarem o isolamento social. Ficam pressionando o governador e o Bolsonaro a liberarem as igrejas e cultos religiosos, não porque estejam preocupados com a fé, mas preocupados com o pagamento do dízimo.

Então, é preocupante. Essa posição - e eu sou cristão da Teologia da Libertação - é uma posição contra o cristianismo. É uma posição que defende a morte e não a vida.

Então, o que estou dizendo é o seguinte: sem proteção social não tem saída, nada vai funcionar. Não vai funcionar o fechamento de ruas, não vai funcionar o feriado. Isso não funciona, porque a maioria da população está abandonada.

Estamos aqui perdendo o nosso tempo sem que esse debate seja central. Proteção social, renda básica estadual e renda básica municipal! São Paulo tem condições de fazer isso, tanto a Prefeitura, que é a prefeitura mais rica da América Latina, quanto o estado de São Paulo, que é o mais rico.

Aprovamos o Orçamento de 240 bilhões de reais. São Paulo paga quase 20 bilhões, canaliza 20 bilhões de reais para os setores empresariais, para os setores econômicos. Por que não pode canalizar esse recurso, por exemplo, de 20 bilhões para a renda básica, para amparar a população da periferia, que está saindo às ruas porque não tem alternativa?

Os pequenos comerciantes, aquela pessoa que tem um negócio no bairro, que tem um mercadinho, um bar, enfim, um estabelecimento comercial, não pode abrir, vai quebrar, vai perder tudo e o estado não socorre essa pessoa.

Então, olha, faço um apelo aos deputados e deputadas que estão levando a sério, de fato, o combate à pandemia. Esforcem-se, pressionem para que haja investimento em renda básica nos municípios e no estado.

Isso é fundamental para que a gente possa salvar a população. E temos recursos para isso. Eu já falei: o estado tem recursos. Todos aqui acompanham o Orçamento. Nós aprovamos o Orçamento e acompanhamos a execução orçamentária. Tem dinheiro, sim. Tem que priorizar investimentos.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para concluir, deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Então, apresentei duas emendas que, infelizmente, não foram acatadas, que caminhavam exatamente nessa direção.

Então, proteção social já e fora Bolsonaro!

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O próximo inscrito é o deputado Luiz Fernando. Vossa Excelência tem a palavra para discutir o projeto. Não está. O deputado Luiz Fernando está ausente neste momento. Então, ele poderá se reinscrever.

Deputada Professora Bebel. Vossa Excelência tem a palavra para discutir o projeto. A deputada Professora Bebel precisa ligar o som. Agora, sim. Vossa Excelência tem a palavra.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Bem, boa tarde, Sr. Presidente. Boa tarde a todos que nos assistem e ouvem através da TV Alesp. É sempre uma satisfação muito grande. Enfim, é muito importante que as pessoas que acompanham a TV Alesp deem e participem da vida da Assembleia Legislativa no que diz respeito à vida dos paulistanos.

Bem, eu estou aqui na condição de debater o Projeto 351/2020, que prevê inclusive a antecipação do feriado de 9 de julho. Nós apresentamos na comissão, nas três comissões que se reuniram ontem, um voto em separado e um substitutivo.

E um voto em separado que colocava mesmo questões básicas do por que a gente defende um isolamento social horizontal. E é importante entender o sentido disso. Não é uma bela palavra nem nada. É que, na verdade, essa concepção de isolamento, ela não é só parte...

Ela na verdade preserva os setores essenciais, porque nós não podemos ficar sem remédio, nós não podemos ficar sem comida, não pode faltar o transporte da comida que vai para o interior, para a Capital, enfim, tem que ter no mínimo essa infraestrutura básica para que a população possa viver.

E de que forma nós concebemos esse projeto? Em cima de um plano emergencial tão logo, acho que uma semana depois que nós começamos a trabalhar virtualmente, um plano emergencial para enfrentar o coronavírus e seus efeitos na economia. Portanto, uma preocupação global.

Não só do adoecimento de cada um, mas como é que garantia que cada um e cada uma que ficasse nesse isolamento social pudesse se manter e, ao mesmo tempo, o impacto na economia também, de certa maneira, pudesse ter um impacto não só por via economicista.

Muitos falam muito dessa questão, mas digo que o tripé central para a garantia do direito à vida é primeiro a existência. Segundo, tem um sistema único e público de saúde. Terceiro, emprego, salário e renda.

E sobre esse tripé, nós construímos então… São sete eixos, mas para o nosso voto, nós construímos três eixos. Um que trata do isolamento social horizontal. O segundo que trata da sustentabilidade…

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputada Bebel, eu vou pedir desculpas a V. Exa., preservado o teu tempo. Eu tenho uma questão de ordem aqui.

Tinha combinado até com o próprio deputado Barba que questões de ordem teriam inclusive precedência sobre falas de deputados. Então, passo a palavra para o deputado Sargento Neri para a sua questão de ordem. Deputado Neri.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Obrigado, presidente. Eu queria saber, presidente, no caso de verificação nominal de presença, como será feito um aparte virtual. E até agora todas as sessões que eu participei não houve ainda. Então, eu queria saber como será procedida a verificação de presença nominal no caso da votação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Não cabe requisição de verificação de presença porque nós estamos controlando a presença. Se tiver menos de 24 deputados presentes conectados, eu automaticamente derrubo a sessão, mesmo que algum deputado não faça essa solicitação, deputado Neri.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - É que nós, presidente, nós não temos aí, porque parece que a Assembleia tem mais computadores logados. Então nós não sabemos…

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - São oito computadores. Vossa Excelência pode reduzir oito computadores do número de participantes. Nós temos 70 deputados, 70 participantes logados na ferramenta, menos oito, nós temos nesse momento 62. Então sempre subtrai oito logs, oito computadores que estão.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - Obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Obrigado. Peço desculpas à Professora Bebel, e devolvo a palavra a Vossa Excelência. Deputada Bebel, pelo tempo que V.Exa. tinha preservado antes da questão de ordem.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Então, eu dizia que nossa proposta, ela se assenta em três eixos centrais. O isolamento social horizontal, a segurança sanitária e alimentar, é claro, nós temos que ter o mínimo de garantias, equipamentos de proteção individual, enfim, tudo aquilo que é necessário para nos conter contra a doença e também prever, e alimentar, porque não tem...

Como é uma doença que trata de imunidade... Quer dizer, eu olho para a população vulnerável na rua. Quer dizer, são pessoas já predispostas. Se contraírem o coronavírus, dificilmente vão viver. Isso é dado, porque mexe com a questão respiratória, pulmão.

Isso, com certeza, a gente tem que garantir para dar condições para que a pessoa possa ficar em casa. E a proteção do trabalho, da atividade produtiva, isso, sem dúvida nenhuma, com alguns incentivos...

Tranquilamente fizemos essa discussão na bancada que, olha, foi totalmente assim solta, não é, do ponto de vista se somos ou não... Não! Estamos numa sociedade capitalista e, claro, vai precisar de emprego e renda para os trabalhadores e trabalhadoras.

Mas nesse momento o isolamento social horizontal tem que ser uma regra. Eu não estou nem na radicalidade do meu companheiro que coloca o lockdown. Pode ser até que venha, por conta até... Veja bem, nessa noite a gente teve 18.859. Já se somam 824 mortes em 24 horas. Duzentos e noventa e seis mil infectados nesse país.

Então, eu só tenho que, frente à rejeição da nossa proposta, nós vamos votar favorável ao PL 351. Vou votar, é o que tem para hoje. Mas poderia ser aprimorado, sim, pela emenda de plenário do deputado Caio França, que lamentavelmente foi vencida por uma questão...

Presidente, de forma muito respeitosa, se puder aprimorar a forma de como a gente vem a poder apresentar essas emendas, eu acho que isso garante mais. Eu vejo que a proposta ali do deputado Caio, inclusive, tem questões colocadas no nosso voto, que propõe os bloqueios nas estradas, que até o dia de ontem tinha uma liminar, depois derrubaram a liminar.

E é natural. Veja bem, eu sou de Piracicaba, minha família é de Águas de São Pedro. Eu estou passando esse período de quarentena aqui em Águas de São Pedro. É assim, não tem ninguém na rua. Então, é um dos menores municípios do País.

Mas o pessoal que vem de São Paulo para cá passar o final de semana pode vir infectado, e vai infectar. Você vai pegar no supermercado, se tiver lojas abertas, vai pegar na loja. Até que o prefeito está cumprindo o decreto de calamidade pública conforme o Governo do Estado de São Paulo.

Porém, se vier a ser aberto, se vier uma porta aberta para todos, nós vamos ter problemas. Mas aqui teve um caso. Veja bem, o menor município do País, teve um caso de infectado.

Ainda bem que a moça se curou, mas nós tivemos um caso aqui. Então, é um caso, mas é um caso em, estou falando, uma cidade com pouco mais de três mil habitantes, que moram aqui. Praticamente seria um vilarejo de São Paulo, uma rua de São Paulo, talvez. Estou falando disso.

Agora, eu fico preocupada, e quero chamar a atenção, que o governador poderia assumir essa liderança, de assumir esse isolamento social horizontal. Isso seria, assim, uma demonstração muito grande. Sim, ele ia, claro, ser apedrejado.

Os bolsonaristas que me perdoem, mas, desculpem, cadê o compromisso com a vida? Vem falar que tem desemprego. Desemprego já tinha, já estávamos aí com 15% de desempregados no País. Então, não me venha falar em desemprego agora. Exatamente fruto de um plano econômico que não gerou nada.

E não vem falar aqui, porque quem está governo são vocês. Portanto, a pecha tem que ser de vocês. O governo Bolsonaro, o presidente Bolsonaro. Eu vou falar governo, vou respeitar, porque ele é presidente. Teria que se mostrar na liderança, como liderança nacional, e dar exemplo para a população brasileira.

Não o mau exemplo que ele dá às vezes, em aglomerados de pessoas. Não se importar com as autoridades sanitárias. Falar que a OMS não sabe de nada. Como isso? Sabe a Organização Mundial da Saúde é autoridade em saúde pública no mundo, mas chamo atenção para uma questão também. Eu acho que São Paulo hoje é o epicentro do coronavírus no País, e é muito ruim para o governador isso. É ruim para nós, porque há mais possibilidade de sairmos infectados.

Então, por que não assumir a liderança, como fez na Itália? Na Itália a gente assistia os corpos saírem em caminhões de guerra. Os nossos nem caminhões de guerra são. É uma geladeira que deixa gelando o corpo, para jogar nas valas à noite. Ou eu não vi o depoimento de uma vítima que assistiu, que jogou a terra com a máquina?

É dolorido, gente. Estamos falando de vidas, de seres humanos. Nós estamos falando que um de nós pode estar nessa situação também. Sabe, muitos dos deputados... Uma deputada, inclusive, teve o coronavírus, sabe que não é uma doença fácil. É uma doença difícil.

Graças a Deus, ninguém de nós foi acometido aí pela morte, mas salvamos com vida, mas vamos torcer para que todos também salvem com vida. Para salvar com vida tem que ter condições, tem que ter Saúde. Portanto, fazer esse isolamento não é porque o isolamento vai curar. É importante dizer isso também. Não vai curar.

O que vai acontecer é que a curva abaixa. Se a curva abaixar, aí o sistema público não entra em colapso. Se ele não entrar em colapso, vai cuidar daquelas pessoas que já estão doentes, e vão desocupando os leitos, para poder cuidar de todos. É assim que se deu em os outros países. Não vai ser diferente.

Fala da cloroquina, hidroxicloroquina. O ruim não é se é ou não é. O ruim é a propaganda, da forma como está sendo feita, como se fosse a salvação. Não. As autoridades médicas, se assim entenderem...

Eu acho que o ministro Márcio Teich, quando ele deixa o governo, ele deixou porque ele disse: “olha, quem quiser tomar cloroquina, assine aqui uma autorização, porque tem efeitos colaterais”.

O deputado Caruso deu um depoimento da esposa dele. Beleza, deu certo para ela, mas não dá para outro. Nós temos que procurar... Nós não temos a vacina. Nós não temos ainda um remédio que, no mínimo, amanhe esse vírus, que, dizíamos ontem na comissão, é invisível, que pode estar aí em qualquer lugar e nos pegar também.

Então, vamos olhar como se fôssemos nós também um dos possíveis contaminados, ou um da nossa família. Até a semana passada eu estava muito preocupada. Meu sobrinho é de Florianópolis. Estava em quarentena aguardando o exame. Graças a Deus ele não estava infectado, mas eu estava preocupada.

Então, eu acredito, meus queridos e minhas queridas deputadas, que nós podemos... Não pensa que a vida nossa vai ser fácil. Veja bem, nós estamos vendo tantas coisas. Conversei tanto com o deputado Carlão Pignatari. Tenho olhado os professores.

Nós estamos falando de 25 mil professores que estavam com aulas até o mês de março, e agora têm seus holerites zerados. Vai ficar vulnerável ou não? Porque o professor é chefe de família, e não vai ganhar mais do que mil reais, porque eu sei que são os professores eventuais. Mas nenhuma resposta, ele disse que vai estourar o caixa.

Então, por favor. Por que nós estamos fazendo tanta economia? Por que nós aprovamos os PLDs? Por que a gente...? Para poder ajudar. Agora, a gente ajuda, mas a mão é de mão única? Eu hoje, por exemplo, em uma atitude, acho que nós, a sociedade civil, também temos que fazer isso.

Chamei o Sindicato da Saúde, diz estar aqui a Casa do Professor, onde hospeda os professores. Coloquem os profissionais que ainda não estão, ou que, se vocês não fizeram opção para os infectados, aí nós vamos deixar, no mínimo, 50 lugares, que é um espaço que os professores têm para vir, para fazer exame médico. Mas, como está parado, por que não oferecer?

Oferecemos. Cada um está fazendo a sua parte nessa pandemia. Então, por que é que o Governo do Estado não trata também, com uma política de estado, aqueles que, depois que passar a pandemia, eles vão precisar de muito... A Secretaria de Estado da Educação vai precisar...

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para concluir, deputada Bebel.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Os temporários, os professores da categoria “O”, que têm - eu vou terminar, deputado - o seu contrato, mas estão sem aula.

Então, fica um apelo aqui para o governo, e declaro meu voto aí no PL 351, de 2020, porque ainda é uma pequena saída. A gente espera uma saída mais estrutural para o isolamento social.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Próximo inscrito, deputado Frederico d’Avila. Tem a palavra V. Exa., deputado Frederico.

 

O SR. FREDERICO D’AVILA - PSL - Boa tarde, Sr. Presidente, prezados colegas deputados. Estou aqui ouvindo atentamente o pronunciamento de cada um dos senhores.

Antes de tudo, eu só queria colocar aqui que eu não vejo esse mau exemplo que a Professora Bebel falou no governo Bolsonaro. Porque nós, no caso do governo do PT, da Dilma e do Lula, nós tivemos o João Vaccari, conhecido como “mochila”.

Tivemos o André Vargas, que foi preso. Tivemos o Paulo Okamoto, que vendeu a MP das montadoras. Nós tivemos do Juquinha da Valec, que acharam uma conta de mais de 40 milhões de reais, um funcionário público da Valec.

E por fim, o próprio governador da Bahia, hoje senador, Jaques Wagner, que mandou colocar no helicóptero do governo as iniciais do seu nome, GJW, governador Jaques Wagner. Então, de mau exemplo quem sabe falar muito bem é o próprio PT.

Bom, voltando aí à questão do Projeto de lei nº 351, e das medidas que nós precisamos tomar em relação à ativação da economia.

Eu acho que aqui o caso é muito simples. Nós temos que observar aqueles que estiveram à nossa frente, os países do hemisfério norte que estiveram à nossa frente, não só na questão climática, mas também na de contaminação, que foi o caso, primeiro, da Itália, de países vizinhos, como a Alemanha, o sul da Itália, ali onde quase encosta na África. Então tivemos, ali, casos isolados de bastante... Taxa de proporção bastante alta perante a população e aprender com essas regiões.

O que nós já vimos? A própria primeira-ministra alemã, Angela Merkel, já dizendo que os métodos que foram adotados não foram eficazes, pelo contrário, eles proliferaram ainda mais a questão do contágio do coronavírus através do fechamento, do isolamento das famílias dentro de casa.

Consequentemente, aquelas pessoas que saíram para, eventualmente, fazer uma compra, ir à farmácia ou a alguma atividade essencial na rua acabavam trazendo a contaminação por inteiro para dentro da sua residência e para a sua família.

Então, a própria ministra Angela Merkel, primeira-ministra, chanceler alemã, reconheceu, publicamente, que o método utilizado por eles não foi eficaz, pelo contrário, foi ineficiente e ajudou a proliferar ainda mais.

Vimos, também, casos de sucesso, como foi o caso de Israel. Importante dizer que Israel é um país que está sempre sob constante ameaça. Ameaça das mais variadas. Então... Ameaça de guerra, ameaça de ataques, ameaça de terrorismo, então, a ameaça de uma pandemia...

O fato de os próprios israelenses terem essa consciência e esse treinamento desde a mais tenra idade, nós vimos que Israel deu um verdadeiro show de, vamos dizer, de condução da economia nesse tempo de pandemia, uma vez que eles não chegaram a fazer nenhum lockdown.

Pelo contrário, eles reduziram o ritmo da sua atividade, se eu não me engano, a 30% e, depois, foram aumentando paulatinamente.

O que eu falei recentemente com amigos e conhecidos de Israel é que o país está retomando, está praticamente a 60, 70%, já retomou a...

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Frederico, eu peço desculpas a V. Exa., preservado o seu tempo, dez minutos e 50 segundos. Eu tenho uma questão de ordem aqui, do Tenente Coimbra, e nós tínhamos definido que as questões de ordem são precedentes às falas dos parlamentares, então, depois, devolvo o seu tempo.

Deputado Tenente Coimbra, qual é a questão de ordem de Vossa Excelência?

 

O SR. TENENTE COIMBRA - PSL - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Pela ordem, Sr. Presidente.

Primeiro gostaria de pedir desculpa por interromper a fala do nobre amigo e deputado Frederico d’Avila, mas é mediante a solicitação de verificação de presença que eu tenho uma dúvida.

Se nessa formatação on-line, tendo em vista que diversos deputados estão logados, mas não estão presentes na sessão, eles não estão com seu computador, e utilizando, inclusive, da mesma prerrogativa nas votações que não estamos fazendo por aclamação, com obrigatoriedade do deputado, em vídeo e em áudio, confirmar o seu voto e, consequentemente, a sua presença, eu pergunto se na verificação de presença existe a obrigatoriedade do próprio deputado, em vídeo e em áudio, confirmar que está logado na sessão, pois podemos, inclusive, ter algumas contas que podem ser fakes ou que estão apenas com a foto, mas o deputado não está acompanhando a sessão propriamente dita.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Da mesma maneira que nós acreditamos na boa fé dos parlamentares que assinam a lista e estão presentes, o deputado estando logado, nós consideramos a presença do parlamentar, deputado Tenente Coimbra. Tanto é que todos os parlamentares podem conferir, através dos participantes, as suas presenças.

Agora, se o Poder Legislativo for acreditar que não existe boa fé de cada um dos parlamentares que foram logados, e eu vi a cara de todos eles aqui na minha frente, vejo a cara de todos eles, até porque eu tenho a tela aqui, não só a mim, como a Secretaria Geral Parlamentar da Casa, nós estaremos desconfiando de cada um dos parlamentares.

Então, o deputado estar logado e, sendo ele logado, até porque para aceitar dentro da sala o deputado tem que ter a imagem dele, da sua presença e da sua participação, nós levamos na boa fé de que o deputado que esteja com a tela minimizada está participando da sessão, deputado Coimbra.

 

O SR. TENENTE COIMBRA - PSL - Não desacreditando da boa fé de nenhum deputado, mas assim, juntamente como no Parlamento que assinamos a lista e fazemos, constantemente, chamadas para verificar a presença no plenário, muitos deputados assinam a lista e não se encontram fisicamente, no caso do plenário, e aqui fisicamente na frente dos seus computadores e de seus celulares.

Eles podem ter assinado “pseudamentea lista, ter aberto a sessão ou estarem logados, mas não estarem participando efetivamente da sessão.

Eu sei que é uma formatação nova, que o Regimento não amarra, mas eu faço essa questão de ordem por entender que tem diversos deputados que estão com seus computadores, já têm a perspectiva de ser uma longa sessão, de a votação acontecer só daqui a algumas horas, e não estão acompanhando a sessão propriamente dita.

Então, a questão de ordem se faz nesse sentido, pois, da mesma forma, no presencial, onde se coloca o nome, mas pode não estar fisicamente, incluindo até derrubar uma sessão caso esse deputado não esteja fisicamente, acredito que no on-line se dá da mesma forma.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Perfeito. Só para registrar, todos os deputados, para serem logados, precisam ter as suas imagens, o seu vídeo divulgado. Então, todos eles foram logados com o próprio parlamentar entrando, para não correr o risco de um assessor entrar em nome do deputado. Todos eles foram logados com as suas imagens para entrar.

Vossa Excelência mesmo, deputado Coimbra, eu acompanho aqui, participa de quase todas as sessões, se não forem todas, V. Exa. mesmo deixa o seu vídeo, a grande maioria das vezes, desativado.

Então, eu sempre considerei que V. Exa. estava presente na sessão e, dessa maneira, temos feito com todos os parlamentares. Neste momento nós temos 62 parlamentares presentes na sessão.

Perfeito? Está respondida a questão de ordem de Vossa Excelência e, neste momento, devolvo a palavra ao orador que estava com a palavra, pedindo já desculpas ao deputado Frederico d’Avila, e devolvo o tempo remanescente que ele ainda tinha.

 

O SR. FREDERICO D’AVILA - PSL - Obrigado, Sr. Presidente, sem o menor problema.

Mas, continuando aqui, eu gostaria aqui de citar esses países que tiveram um grande sucesso no combate ao coronavírus com as suas medidas, que foram a Coreia do Sul, Israel, Japão, até a Suécia, que foi um caso bastante citado, e países que eu não vou lembrar. Apesar de nós estarmos entrando na primavera no hemisfério norte, são países que têm temperaturas bem menores que as do Brasil.

Então nós vemos que pior, muito pior do que aquilo que está acontecendo é manter as pessoas enclausuradas, dentro de casa e fazendo esse contágio, vamos dizer, vamos chamar de contágio através de uma sonda.

Sonda é justamente aquela “ultrapessoa” que sai de casa para fazer alguma coisa, uma compra na farmácia, uma compra no mercado e, quando volta, contamina toda a sua família. Então nós temos que tomar as providências necessárias, como lavar as mãos, colocar a máscara, utilizar o álcool gel e voltar ao trabalho o quanto antes.

O problema que nós vamos experimentar não é de agora, o problema que vamos experimentar é o problema de desemprego, de falta de renda, que vai começar a se manifestar daqui a 60 ou 90 dias.

Tem gente que vai sair do seu emprego, ou foi dispensado do seu emprego, ou está suspenso do seu emprego, que provavelmente não voltará, porque a empresa não terá mais como voltar.

Eu queria até aqui citar a própria região natal do querido presidente Cauê Macris, região de Americana, que é uma região altamente industrializada, comércio fortíssimo, é um corredor, vamos dizer, do PIB brasileiro, está naquela região da Bandeirantes.

Nós precisamos voltar a trabalhar. Todo o comércio, toda a indústria, todos os informais precisam voltar a trabalhar, porque tem gente que vive daqueles 100, 150 reais que ele faz durante o dia com as suas pequenas vendas.

Eu quero relembrar aqui, como eu falei ontem, que muitos dos informais se abastecem do comércio e da indústria formal, então, por conta disso, nós temos que retomar a economia, guardados os devidos cuidados com a saúde.

Nós não podemos promover a carestia de algumas coisas e a pobreza imposta pelo governador. O deputado Carlão Pignatari, a quem eu muito respeito, líder do Governo, meu amigo, gosto muito dele, foi um grande prefeito de Votuporanga, rebateu dentro de toda a sua posição de líder do Governo, rebateu a minha fala quando eu falei que o governador João Doria é um psicopata.

Eu vou dizer aqui que ele está desprovido de suas faculdades mentais, porque se não for isso, o que ele está fazendo é de extremo mau-caratismo, ou pior, ele está usando do seu cargo para prejudicar a população paulista.

Então, eu quero aqui colocar três questões principais para que nós todos reflitamos. A quem interessa esse lockdown promovido pelo governador João Doria e pelo prefeito Bruno Covas? Quais são os interesses atendidos por esses lockdown? Quais são os interesses?

Até agora só se fala em questão de saúde e nós já vimos que isso aí vários especialistas, inclusive três renomados professores da Universidade de Jerusalém, falaram que as medidas que estão sendo tomadas, em sua maioria, são equivocadas.

Terceiro, eu conheço vários deputados do PSDB, que são meus amigos, gosto muito deles. Não vou citar nomes aqui, que são principalmente do interior, que eu duvido que concordem com a atuação do governador João Doria.

Vocês sabem muito bem: interior paulista pujante do jeito que é, não pode ficar à mercê de sandices cometidas por esse governador, que está fazendo, nada mais, nada menos...

Eu não consigo entender qual é o interesse que está por trás do que ele está fazendo. Se não tem interesse, tem loucura. E loucura é o que eu acabei de falar, é desprovimento das faculdades mentais.

Nós temos que nos debruçar para conter a epidemia e, em segundo lugar, fazer a economia voltar a funcionar, em um ritmo paulatino, calmo, com segurança, observando aquelas medidas eficazes, já comprovadas, que evitam a transmissão do coronavírus, e não ficar na onda de achismos e no Fla-Flu que o governador do estado está fazendo, que, mais uma vez, eu repito, está promovendo a pobreza.

O futuro é incerto para certas pessoas e, para outras, é um futuro já certo de que elas não vão voltar ao mercado de trabalho.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Próxima inscrita é a deputada Beth Sahão. Só lembrando que temos mais cinco minutos e 40 segundos para encerrar essa primeira sessão extraordinária.

Então, digo que a deputada Beth terá o seu tempo fragmentado e concluído na próxima sessão, daqui dez minutos. Deputada Beth, precisa ativar o seu som. Passo a palavra a Vossa Excelência.

 

A SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - Sr. Presidente, deputadas e deputados, estava acompanhando aqui a fala dos deputados e das deputadas que me antecederam e tenho concordância com aquilo que colocou a deputada (Inaudível.), sobretudo.

Acho que nós temos que ter uma responsabilidade, agora mais do que nunca. Acho que a nossa posição enquanto parlamentares, o parlamento mais importante estadual do País e da América Latina tem que ser pautado necessariamente pela responsabilidade.

É claro que a gente está vindo aqui e estamos elencando todas as críticas que nós temos em relação às posturas adotadas pelo governador Doria, mas há momentos em que é preciso levar em conta aquilo que pregam as autoridades sanitárias do nosso País, do nosso estado e, sobretudo, a Organização Mundial de Saúde.

Quando todas elas são unânimes no seu posicionamento em relação ao isolamento social, acho que o mínimo que nós temos que fazer enquanto agentes políticos eleitos é seguir essa orientação.

O Brasil dispõe, no estado de São Paulo, de centros acadêmicos e universidades de profunda excelência. Isso é tão verdadeiro que os nossos cientistas e pesquisadores têm mantido uma conversa permanente com pesquisadores que estão trabalhando na busca de uma vacina em outras universidades, em outros centros internacionais de pesquisa.

Portanto, propor o isolamento social não significa um lockdown. Lockdown, para mim, é aquilo que você fecha tudo, não deixa ninguém circular, coloca até a polícia, se for o caso, para tirar as pessoas da rua.

Nós estamos aqui votando uma antecipação de um feriado. E essa antecipação de feriado, é preciso deixar isso muito claro, não é, eu penso que não deveria ser para as pessoas passearem, para as pessoas tirarem férias, porque já tem um avanço muito grande desse número de Covid-19, de infectados e de mortes no interior de São Paulo.

Eu vou citar alguns números de um estudo que foi divulgado ontem, exatamente ontem, do aumento de algumas regiões. A cidade de Presidente Prudente teve um crescimento de 379% no número de infectados.

A cidade de Rio Preto, da minha região, vizinha, teve um aumento de (Inaudível.) por cento do número de infectados. A cidade vizinha do deputado Carlão Pignatari também. A cidade de Ribeirão Preto teve um aumento de 234 por cento. A Grande São Paulo apresentou um aumento de 104 por cento.

Então vocês veem como esse vírus também está avançando de uma forma muito rápida e agressiva pelas cidades do interior.

Isso tudo precisa estar no nosso horizonte, para que a gente, quando estamos aqui discutindo e votando um projeto desses, a gente precisa ter isso em mente, até porque o governo vai pôr medidas restritivas, mas também precisa disciplinar a saída de veículos, o deslocamento desses veículos, porque se amplia nos feriados o deslocamento dos veículos, me desculpe, mas nós vamos dar um tiro n’água, porque nós vamos tirar pessoas de circularem na Grande São Paulo, na cidade de São Paulo e vamos deslocá-las para o interior. Então isso é que a gente tem que evitar.

É claro que todo mundo tem saudade, é claro que todo quer estar com seus familiares. Eu mesma tenho irmãos que estou há meses sem vê-los. Todo mundo morre de vontade de abraçar seus entes queridos, seus amigos etc.

Esse é um ponto importante também, sabe por quê? Porque, inclusive, a gente sabe que ao sairmos dessa pandemia, nós vamos ter um tsunami de problemas mentais, um tsunami de problemas de origem psiquiátrica, que afetam as pessoas.

Eu, na qualidade de psicóloga, me preocupa muito esse estresse que é provocado pela quarentena, mas, pelo que indicam esses cientistas, pelo que indicam a medicina e a ciência, a gente entende que não tem outra alternativa a não ser estimularmos o isolamento social e promovermos o aumento desse isolamento social. O que me interessa é o que dizem as autoridades brasileiras, sobretudo, as autoridades da Organização Mundial de Saúde.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputada Beth, eu vou pedir desculpas a Vossa Excelência. Preservado o tempo de 9 minutos e 45 segundos, V. Exa. poderá continuar logo em seguida.

Esgotado o tempo da presente da sessão, em dez minutos voltaremos para a próxima sessão extraordinária.

Está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 17 horas.

 

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