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10 DE AGOSTO DE 2020

35ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: CORONEL TELHADA e DOUGLAS GARCIA

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - CARLOS GIANNAZI

Denuncia a tentativa do governador João Doria em induzir a população a acreditar que é possível a volta às aulas em outubro do presente ano. Comenta entrevista do secretário da Educação Rossieli Soares, na qual tenta mostrar a importância das crianças na escola. Lembra que há em São Paulo mais de 24 mil mortos pelo coronavírus. Esclarece que pesquisas e estudos mostram que a volta às aulas provocará muitas mortes, já que as crianças são vetoras do coronavírus. Considera uma irresponsabilidade a reabertura das escolas. Afirma ser o presidente Jair Bolsonaro o responsável pelos 100 mil brasileiros mortos. Critica a falta de política pública de enfrentamento ao vírus no País.

 

3 - DOUGLAS GARCIA

Assume a Presidência.

 

4 - CORONEL TELHADA

Coloca-se a favor do fim do estado de calamidade do estado de São Paulo. Diz ser contra o PR 14/20, que propõe o retorno dos deputados para sessões online. Parabeniza as cidades aniversariantes de hoje e do final de semana. Cumprimenta todos os pais do Brasil pelo dia comemorado ontem. Lamenta a morte de dois soldados e um sargento da Polícia Militar neste final de semana. Explica a ocorrência. Critica o governador João Doria pelo não cumprimento de promessas de campanha, referentes à Polícia Militar do estado de São Paulo. Informa que, apesar do crescimento da criminalidade no Estado, a polícia está cada vez mais engessada. Presta solidariedade à família dos policiais mortos.

 

5 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência.

 

6 - MARCIO DA FARMÁCIA

Menciona visitas a cidades do Estado, em reuniões com entidades e associações comercias, com o objetivo de elaborar projetos para combater o desemprego após a pandemia. Ressalta a dificuldade de empresas para retomar as atividades e a geração de empregos. Cita a falta de atenção e de diálogo com estas entidades pelos governos municipais. Reforça a necessidade da união de forças para criar novas possibilidades para os cidadãos de São Paulo. Informa que a Ciesp quer criar iniciavas para retomada do crescimento, assim como o comércio local. Lembra a realização de eleições este ano.

 

7 - DOUGLAS GARCIA

Discorre sobre o assassinato de três policiais militares neste final de semana. Afirma que o crime organizado tomou conta do estado de São Paulo. Critica o afastamento de policiais de suas funções ao participarem de ocorrências com óbitos de bandidos. Esclarece que os policiais que combatem o crime não podem ser perseguidos e afastados, mas devem ser condecorados pelo governo. Defende o fim do Condepe, que atua somente na defesa das minorias e nada faz pelos policiais militares. Pede que o presidente da entidade se posicione a favor dos policiais. Questiona o posicionamento da Secretaria de Segurança Pública em relação ao afastamento dos policiais que enfrentam os bandidos.

 

8 - MAJOR MECCA

Lamenta a perda de quatro policiais militares neste final de semana. Informa que, no primeiro semestre, 63 policiais militares foram mortos no Estado. Critica o posicionamento do governador do Estado em relação a estes números, assim como a política que dificulta a atuação dos policiais. Considera a legislação do Estado fraca, privilegiando o criminoso e condenando o policial. Combate as medidas de prevenção e o combate ao coronavírus pelo Governo do Estado. Menciona a indignação dos policiais com o não cumprimento das promessas de campanha do governador João Doria. Cita estas promessas.

 

9 - CARLOS GIANNAZI

Demonstra sua preocupação e indignação com o possível envio de um projeto de reforma administrativa contra os servidores públicos e fundações e empresas públicas de São Paulo. Afirma que o mesmo ainda não foi protocolado nesta Casa. Cita a perda de diversos direitos e benefícios pelos servidores, assim como a extinção de empresas públicas e fundações do Estado. Informa algumas destas empresas. Esclarece que não permitirá que este projeto seja aprovado nesta Casa.

 

10 - DOUGLAS GARCIA

Assume a Presidência.

 

11 - CORONEL TELHADA

Comemora a reabertura do Hospital Sorocabano neste final de semana. Parabeniza o prefeito Bruno Covas. Posiciona-se contra o projeto de reforma administrativa informado no pronunciamento do deputado Carlos Giannazi. Lembra a morte de outro policial militar, além dos três informados em seu pronunciamento anterior. Cobra as promessas de campanha do governador João Doria.

 

12 - MAJOR MECCA

Critica ações do governo estadual em relação aos servidores da Segurança Pública. Considera que o projeto da reforma administrativa acabará de vez com a polícia do Estado. Informa a morte de 63 policiais militares apenas no primeiro semestre de 2020. Diz ser este número inadmissível. Combate o não cumprimento de promessas de campanha para os policiais do estado de São Paulo. Esclarece que continuará lutando pelos policiais militares.

 

13 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência.

 

GRANDE EXPEDIENTE

14 - DOUGLAS GARCIA

Discorre sobre sua preocupação com a aprovação do PL 2630 no Congresso Nacional. Informa que o projeto estabelece a mordaça e a censura à população brasileira. Comenta o projeto e suas supostas inconstitucionalidades. Considera que esta lei promoverá o País a um regime totalitário. Combate o convite do deputado Rodrigo Maia a Felipe Neto para discutir este projeto. Afirma que o povo não concordará com este projeto e que todos têm direito à liberdade de expressão. Diz ter protocolado uma moção para que, oficialmente, a Alesp solicite o arquivamento deste projeto de lei.

 

15 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA

Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 11/08, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Telhada.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Presente número regimental de assinaturas de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior, e recebe o Expediente.

Oradores inscritos. Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Castello Branco. (Pausa.) Deputada Janaina Paschoal. (Pausa.) Deputado Jorge Lula do Carmo. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -  SEM REVISÃO DO ORADOR -  Sr. Presidente, Srs. Deputados, telespectador da TV Assembleia. Sr. Presidente, quero, mais uma vez aqui, denunciar essa tentativa do governador Doria em tentar induzir a população a acreditar que é possível a volta às aulas, seja no dia 8 de setembro, seja no dia 7 de outubro.

Primeiro, foi patética aquela entrevista da semana passada, do secretário Rossieli Weintraub, onde ele até chora, faz uma cena de cinema, lágrimas de crocodilo, e tenta mostrar para a população a importância, óbvia, da presença das crianças na escola, dizendo que o afastamento da criança da escola pode resultar na exploração do trabalho infantil, aumenta a exploração do trabalho infantil, da exploração sexual, da pedofilia.

Ele enumera o óbvio na sua fala, mas na verdade com a intenção de convencer a população, de forçar a população a acreditar que é possível e que é necessária a volta às aulas neste momento tão difícil em que o estado de São Paulo já tem mais de 24 mil pessoas mortas pelo coronavírus. O Brasil já tem mais de 101 mil mortos, também pelo coronavírus.

E ele, atendendo aos interesses das escolas particulares, deixa muito claro isso, o secretário da Educação, quando diz que dialogou com a Undime e com a associação. Ele agradece o diálogo abertamente, ali na televisão, com a associação dos donos das escolas particulares.

E ele adia, logicamente, porque há uma pressão da opinião pública contra a volta às aulas, porque várias pesquisas, vários estudos, vários especialistas mostram claramente que a volta às aulas vai significar um verdadeiro genocídio da Educação.

Todos sabem. Não precisa ser cientista para saber que uma criança é vetora do coronavírus. Se você abre as escolas, os alunos levam o coronavírus para suas famílias, matam seus pais, os seus avós, os seus tios, os membros da sua comunidade, e levam o vírus também. Contaminam, logicamente, os seus professores e todos os profissionais da Educação, os agentes de organização escolar.

Isso é óbvio, não precisa ser cientista. Não precisa fazer muita força. Uma pessoa que tem um neurônio sabe disso. Agora, o governador, através do secretário, insiste que ele adiou para o dia 7, mas aí tem um truque que eu quero denunciar, Sr. Presidente, que tem a pegadinha.

Ele diz: "Mas dia 8 de setembro as escolas que decidirem abrir as suas portas para o acolhimento dos alunos, para fazer uma recuperação, essa escola já estará autorizada, desde que a escola decida, seja ela pública ou privada". Ou seja, ele adiou para o dia 7 de outubro a volta às aulas, porém já autorizou a abertura no dia 8 de setembro. É isso que ele fez, Sr. Presidente.

E ainda utilizou uma professora bem-intencionada, do interior paulista, da cidade de São Carlos, que está atendendo seus alunos na calçada, na rua, praticamente, ali atendendo um ou outro aluno, para dar algum tipo de amparo. Utilizou essa professora ainda para tentar fundamentar a sua tese de abrir as escolas já parcialmente no dia 8 de setembro, com essa desculpa de acolhimento, de recuperação.

 Ali ele está atendendo já aos interesses das escolas particulares, até porque não fica claro como será esse acolhimento, se vai ser em sala de aula, vai ser em forma de aula.

Nada disso ficou claro, então isso é muito perigoso, Sr. Presidente, porque é de uma irresponsabilidade criminosa o que o governador Doria está fazendo, guiando-se pelos interesses da Fiesp, da Associação Comercial, dos donos das grandes escolas particulares de São Paulo, e não se guiando nunca, na verdade, pela ciência, nem pelas orientações da Organização Mundial da Saúde.

É um governo fake news aqui em São Paulo, que segue, na verdade, o mesmo comportamento do presidente Bolsonaro, responsável pelas 100 mil mortes. Amplos setores da sociedade estão denunciando: Bolsonaro é o grande responsável por esse massacre, por essa mortandade.

Mais de 100 mil pessoas morreram no Brasil, porque não há política pública de enfrentamento ao coronavírus. Nós nem temos um ministro da Saúde. O ministro é um general que não é médico; é interino.

Isso é um crime, Sr. Presidente, que está acontecendo no Brasil. E o presidente Bolsonaro responderá criminalmente, eu tenho certeza, nos tribunais internacionais por esse genocídio que está ocorrendo no Brasil, pela sua omissão e pelas suas ações de sabotagem do isolamento social no Brasil.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado. Próximo deputado, deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Alex de Madureira. (Pausa.) Deputada Leticia Aguiar. (Pausa.)

Solicito ao deputado Douglas Garcia que assuma a Presidência dos trabalhos para que eu possa fazer uso da palavra.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Douglas Garcia.

 

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O SR. PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PSL - Retomando a lista dos oradores inscritos no Pequeno Expediente, eu gostaria de convidar o nobre deputado Coronel Telhada. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr. Presidente, deputado Douglas Garcia. Saudar o deputado Marcio da Farmácia, que se encontra conosco aqui no plenário. Quero saudar todos os senhores e senhoras que nos acompanham pela Rede Alesp, saudar em especial o cabo Luís, que aqui hoje representa a nossa Assessoria Policial Militar. Muito obrigado, Luís, pela presença, pelo apoio.

Eu quero, antes de iniciar a minha fala aqui, dizer mais uma vez aos deputados e a todos que nos assistem que eu sou contra a continuação do estado de calamidade no estado de São Paulo.

Entendo que nós temos que terminar o estado de calamidade, porque já se vão cinco meses. O que deveria ser feito, já foi feito; não há necessidade de prosseguirmos com o estado de calamidade, porque só está permitindo uma série de ações suspeitas por parte do governo e de várias prefeituras.

Então, insisto aqui aos Srs. Deputados para votarmos o término do estado de calamidade. Também quero me posicionar contra o PR 14, de 2020, que propõe que nós paremos de trabalhar. Vergonhoso, vergonhoso. A população voltando a trabalhar, pedindo para voltar a trabalhar, e nós, deputados, queremos ficar em casa online. É vergonhoso isso.

Eu entendo que aqueles deputados que têm problema de saúde e problema de idade, acima dos 60 anos, podem, se assim quiserem, prosseguir no sistema online, mas os demais deputados devem estar aqui presentes para trabalhar e fazer o que foram eleitos, para o que foram eleitos, cumprir a sua missão. Então, eu me posiciono contra e trabalharei contra essa vergonhosa postura de querermos continuar online.

Eu me assustei agora há pouco até com o discurso do colega deputado - eu sou muito respeitador nas posturas, nas pessoas - ao acusar o presidente Bolsonaro de 100 mil mortes. Eu sabia que ele tinha tocado fogo na Amazônia, eu sabia que ele tinha jogado petróleo nas nossas costas brasileiras. O que mais que ele fez de errado? Fez muita coisa errada. Tudo o que acontece, aliás, é culpa dele. Eu acho que ele está até envolvido naquela bomba do Líbano.

Sinceramente eu acho que tem até alguma coisa a ver. Agora mais essa que eu não sabia também, que ele é responsável pelas 100 mil mortes no Brasil. Que perigo, não é? Perigo.

Ele, desde o começo, alertou contra os problemas do isolamento, que eu sempre fui contra também. Alertou da cloroquina, foi gozado por isso: “absurdo”. Ninguém tem a fórmula, mas, quando o cara propõe alguma coisa, é absurdo.

Então, vejo que a esquerda está sem discurso, não tem discurso, não tem o que falar. O cara está trabalhando e trabalhando forte, vê no norte e nordeste o que está acontecendo. Vamos inventar fake news, vamos falar... Aliás, gritam tanto contra as fake news e adoram fake news. Vergonhoso o que a gente vê neste País.

Pois bem, quero aqui iniciar meu discurso falando que no último sábado, dia oito de outubro, foi o aniversário de duas queridas cidades: Votuporanga e Alvinlândia. Votuporanga é a terra do Carlão Pignatari. Um abraço a todos os amigos de Votuporanga, tenho parentes lá, tenho meus familiares lá - a Caciely, a Micaely, minhas primas, enfim. A todos os nossos familiares lá em Votuporanga, um grande abraço, e para Alvinlândia também.

Dia nove, que foi ontem, domingo, foi o aniversário de Socorro e Elisiário. Socorro, a família do meu pai mora lá, tenho muitos amigos em Socorro. Aliás, sábado eu estive em Socorro e ontem foi aniversário da querida cidade de Socorro.

Mandar um abraço para todos os queridos amigos de Socorro: o cabo Morais, a Glauce, o próprio prefeito Bozola, enfim, todos os amigos e amigas da querida cidade de Socorro. Hoje, dia 10 de agosto, é aniversário da cidade de Castilho. Um abraço aos amigos e amigas da querida cidade de Castilho.

Lembrando que ontem foi Dia dos Pais, quero aqui parabenizar a todos os pais presentes que nos assistem, aos senhores todos que são pais aqui também. Lembrando que é um dia especial, porquanto nós devemos estar com nossos filhos, nossa família, nossos netos - eu já tenho três netos -, é um dia muito precioso para a gente.

Ontem, no Dia dos Pais, foi um dia muito triste para a Polícia Militar. A Polícia Militar estava de luto devido a uma ocorrência que aconteceu no sábado, dia oito. Uma ocorrência gravíssima, uma ocorrência até inesperada – eu, com a minha experiência policial, posso falar que é uma ocorrência inesperada - onde nós perdemos esses três jovens policiais: o sargento Oliveira Junior, o soldado Vitor e o soldado Menezes. Deixa a imagem, quero falar de cada um deles, por favor.

Quero lembrar o seguinte: esse jovem sargento que está ao centro, José Valdir de Oliveira Junior, 37 anos, estava há 14 anos na Polícia Militar. Deixou uma filha adolescente, a Gabriele, salvo engano de 16 anos, e a esposa Bianca está grávida de gêmeos. Esses gêmeos vão nascer sem o pai já.

O soldado Victor Rodrigues Pinto da Silva, que está à esquerda na foto, 27 anos de idade, estava na Polícia Militar há sete anos. A esposa Ana Carolina também está grávida do primeiro filho do casal. Finalmente, o soldado Celso Ferreira Menezes Junior, 33 anos, 10 anos de Polícia Militar. Ele é filho de um policial civil e deixa mais uma família enlutada.

Pois bem, esses policiais foram abordar um carro sábado de madrugada, cinco horas da manhã, já terminando o turno de serviço, e ali aquele indivíduo se apresentou como sendo policial civil. Eles até pegaram a arma que o policial tinha para verificar a procedência da arma, mas aquele indivíduo - que não era policial civil, estava com um documento falso - tinha outra arma com ele, sacou aquela arma e matou os três policiais militares.

Ele atirou contra os três policiais militares; um dos três ainda conseguiu revidar e matar aquele criminoso que ninguém sabe o que aconteceu, porque, pelo que consta, era um empresário na área de eventos. Enfim, uma coisa louca que aconteceu, mas que fique bem clara a situação da nossa Polícia Militar, esta é nossa realidade. Muitas vezes, a pessoa fala “nossa, mas a Polícia é violenta”; não, a Polícia não é violenta.

Estão aí os policiais, numa abordagem de rotina, uma abordagem tranquila e, de repente, aquele indivíduo, em um dia de fúria - não sei o que aconteceu exatamente, se estava drogado, se não estava -, passa a atirar contra os policiais e mata três policiais militares: 37, 33 e 27 anos.

Quem devolve a vida desses heróis? Ninguém, mas nós vamos ouvir sempre as mesmas merdas. Desculpe o termo: sempre as mesmas merdas, porque neste País quem vale é bandido, quem vale é quem fala mal do governo, quem vale é quem fala mal da família, da sociedade. Quem defende a sociedade como esses três homens não têm valor nenhum. Esses três meninos, os três têm idade para serem meus filhos, não têm valor nenhum. Amanhã ninguém vai lembrar desses caras.

Agora eu pergunto: e se fosse o inverso? Se ao invés deles terem sido mortos, eles tivessem matado aquele indivíduo? Como estaria hoje? “Polícia mata empresário, polícia mata estudante, mata office boy.” Sempre alguma coisa, não é? Assassinou, colocou arma na mão, violência”. Os três já estariam recolhidos.

Eu quero mandar um alerta à Secretaria de Segurança Pública e à Polícia Militar, que nós somos culpados disso, porque a nossa tropa está acovardada, porque hoje o policial militar que mata um bandido é simplesmente trucidado dentro da Polícia Militar. Só pelo fato, Douglas, de um policial atirar em um bandido, ele é transferido do batalhão, esteja certo, ou não. Já arrebenta a vida do polícia, ele é recolhido do patrulhamento.

Olha aí o resultado. É isso o que a Polícia Militar quer? E eu quero mais uma vez me colocar frontalmente contra o governador. Mentiroso. Ele mentiu na campanha, falando que estava apoiando o Bolsonaro, mentira, pois ele desmentiu e se colocou contra o Bolsonaro. Mentiu que valorizaria e apoiaria a Polícia Militar. Mentiu porque, a partir do momento que assumiu, não fez nada pela PM até agora. Aliás, só atrapalhou.

Seria o primeiro que iria na televisão dizendo que queria pedir desculpas para a família, caso os policiais tivessem matado aquele indivíduo. “Eu quero pedir desculpas para a família, os policiais estão recolhidos, estão presos”.

É isso que a nossa tropa ganha, uma porcaria de um salário e a falta de garantia total no cumprimento das suas missões. Eu falo isso com muito conhecimento de causa, porque fui patrulheiro a vida inteira.            

Vergonhoso o nosso governador com relação às atitudes contra a Polícia Militar. O crime cada dia cresce mais, e a Polícia Militar, cada dia mais engessada. É esse o apoio, governador, que o senhor falou que daria para a Polícia? “Puxou arma para a polícia, vai para o cemitério.”

Quem vai para o cemitério, o ladrão ou o policial? Porque quem está indo para o cemitério é o policial. Quando vai o ladrão, o policial é preso, o policial é transferido, o policial é tratado como criminoso.

Então cada vez menos a nossa tropa está entrando em combate, certo Mecca? Cada vez menos entrando em combate. Por quê? Porque eles sabem que se enfrentarem o crime, serão tratados como criminosos. Vergonhosa a atitude do governo do estado de São Paulo em relação às ações da Polícia Militar.

Então, eu quero mandar todo o meu apoio para as famílias desses três policiais militares. Dizer da nossa tristeza em ver três jovens desses mortos, por uma sociedade que não os valoriza, por um governo que não os respeita e por uma lei que trata bandido como herói e polícia como criminoso.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PSL - Continuando a lista dos oradores inscritos no Pequeno Expediente, gostaria de chamar para fazer uso da palavra o nobre deputado Adalberto Freitas. (Pausa.)

Entrando na lista suplementar, o nobre deputado Itamar Borges (Pausa.), nobre deputado Delegado Olim. (Pausa.), nobre deputado Marcio da Farmácia. Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos. E eu convido o nobre deputado Coronel Telhada para assumir os trabalhos na Presidência.

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Coronel Telhada.

 

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O SR. MARCIO DA FARMÁCIA - PODE - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente. Boa tarde deputado Mecca, deputado Douglas. Gostaria de cumprimentar todos os funcionários da Alesp, nossa segurança. Presidente, peço permissão para tirar a máscara, estamos respeitando a distância.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Fique à vontade, a distância é regulamentar.

 

O SR. MARCIO DA FARMÁCIA - PODE - Gostaria até de mostrar, presidente, que todos nós usamos o álcool, fazemos a higienização. A Assembleia está preparada para poder fazer os trabalhos na Casa, e respeitando o isolamento, como deve ser respeitado.

Então, presidente, venho hoje na tribuna, porque tenho visitado algumas cidades do estado de São Paulo, e tenho feito várias reuniões com a Ciesp, com associações comerciais das cidades. A gente tem feito tratativas para que a gente possa elaborar um projeto futurista, até mesmo instantâneo.

 Para que a gente possa sanar essa decorrência, essa avalanche que está acontecendo dentro do estado de São Paulo - na capital não é diferente, e nas cidades do ABC também - que é justamente essa avalanche do desemprego. A gente percebe que antes da pandemia já tinha o desemprego, durante a pandemia estacionou - ficou tudo estacionado -, mas agora que a gente percebe que a pandemia está diminuindo aqui, na capital, porque a gente tem essa percepção de que as pessoas querem ir para a rua, as pessoas querem ir trabalhar, as pessoas querem fazer suas atividades.

A gente percebe que agora parece que vai vir uma avalanche de desemprego. Por que, presidente? Porque a gente está percebendo que as empresas que estão restabelecendo seus trabalhos, o comércio que vem restabelecer o seu trabalho, eles estão sentindo uma dificuldade de ajuda, de planejamento, dificuldade intensivamente de que a gente possa dar nossa posição para essas empresas.

Que elas possam retomar e voltar à geração de emprego, às atividades, que possam elaborar e levar o pão de cada dia à mesa do cidadão, porque o que nós temos que respeitar, hoje, dentro do estado de São Paulo, é que todo cidadão que tem o seu emprego tem dignidade, ele consegue manter a sua família trabalhando. Aí, a sociedade consegue andar a passos lentos, pós-pandemia, mas vai poder andar. Agora, sem emprego, é muito difícil.

Presidente, eu tenho percebido intensivamente, na maioria das cidades que eu tenho andado, que os governos municipais, muitos deles não têm dado a atenção necessária a essas associações.

O Ciesp, por exemplo, a própria associação comercial da cidade não tem reunido os comerciantes e também a indústria para poder criar naquele local, naquele âmbito de circunferência que cada município tem, o diálogo para reconstruir a cidade.

Nós precisamos unir as forças, sim, nós precisamos ter unidade com essas empresas, unidade com esse comércio, para que a gente possa criar possibilidade para o cidadão de São Paulo. O cidadão de São Paulo tem que trabalhar, tem que cuidar da família dele.

Eu tenho me reunido bastante nesses municípios. Inclusive, sexta-feira foi minha última reunião, à noite. Nós nos reunimos em Diadema, que é a cidade onde eu moro. O comércio tem pedido, a indústria tem pedido, a gente ouviu palavra por palavra o que está acontecendo dentro do município.

Está faltando ouvir essa população, a população que gera emprego, a população que faz a renda de ISS para os próprios municípios. O cidadão paga o imposto dele, então ele tem direitos. Mas o cidadão que não tem emprego, como paga o imposto, como a prefeitura vai sobreviver se faz o recolhimento?

A prefeitura não vende nada, não comercializa nada. A prefeitura vive do recolhimento de impostos, mas, para isso, nós temos que ter o comércio funcionando, para isso nós temos que ter a indústria funcionando para que elas possam fazer a geração de emprego e manter a comunidade.

Hoje a gente percebe que, dia a dia, não está havendo planejamento para isso. Precisamos, presidente, de alguma maneira. Eu me ponho à disposição e tenho certeza de que os 94 deputados aqui também se põem à disposição para que possa realmente ter um diálogo franco e crescente disso.

O Ciesp tem procurado, de todas as maneiras, poder criar iniciativa para esse crescimento e não tem tido resposta. O comércio local tem tido e, principalmente, presidente, só para encerrar, dentro dos próprios municípios, porque a gente sabe que começa a geração no município e passa para o Estado, mas se o município não tomar providência de dar um carinho especial e atenção especial a esses geradores de emprego, presidente, a tendência é ficar pior.

Nós, aqui, temos responsabilidade de bater à porta de cada prefeitura e orientar, passar informação para esse coletivo começar a ter voz ativa, presidente. Nós estamos em uma época de eleição, presidente. Este ano, independente da epidemia, vão ter as eleições agora. Se esses candidatos não abrirem diálogo, tanto com o Ciesp quanto com associações comerciais, como vai ter a sobrevivência ano que vem?

É importante nós pegarmos firme nesse trabalho e criar a geração de emprego, que é mantida pelas indústrias e pelo comércio no estado de São Paulo e dentro dos municípios em que nós vivemos.

Obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, deputado. Próximo deputado é o deputado Douglas Garcia. Vossa Excelência tem o tempo regimental

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Sr. Presidente. Quero cumprimentar a todos os deputados presentes, público que nos assiste na Rede Alesp e todos os servidores da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. É com muita tristeza que subo a esta tribuna hoje, para falar a respeito do que aconteceu neste final de semana, continuando a toada do discurso feito pelo Coronel Telhada.

Três policiais militares foram assassinados. Três policiais militares foram mortos. Três policiais militares que não puderam comemorar felizes o Dia dos Pais com os filhos. Senhores, eu sempre bati muito com relação à bandidagem, ao crime organizado que, infelizmente, tomou conta do estado de São Paulo. Nós estamos vendo poucas ações efetivas do Governo do Estado para combater o crime organizado.

Subo a esta tribuna hoje para continuar algo que foi muito bem citado pelo deputado Coronel Telhada. Esses policiais militares que combatem o crime organizado, que estão na linha de frente, que estão no front, que estão batalhando para proteger a população, para proteger o cidadão, o que acontece com esses policiais quando eles matam um bandido, quando eles fazem com que o bandido vá para o cemitério? Ou quando eles, em defesa da população...

Não digo aqui por mera diversão ou por mero entretenimento, porque policial nenhum é assassino. Policial não faz isso para poder se divertir. Ele faz isso para poder proteger a população e proteger a si mesmo. Proteger a si mesmo contra essa bandidolatria que tomou conta do estado de São Paulo e do nosso Brasil.

Infelizmente a Polícia Militar do Estado de São Paulo não é uma polícia letal. É uma polícia que precisa responder à altura do nível de criminalidade que tomou conta deste País.

Infelizmente, os nossos policiais, quando enfrentam o crime organizado, quando estão nas ruas para poder enfrentar os bandidos, eles são simplesmente afastados, são simplesmente retirados. Isso desanima qualquer policial militar a trabalhar.

Eu tive a informação - inclusive, nobre deputado Coronel Telhada, nobre deputado Major Mecca, que estão aqui e trabalham na PM do estado de São Paulo e trabalharam durante muito tempo, e estão aqui na defesa da categoria - de que 15 policiais militares da Força Tática, a mando do Comando da Polícia Militar da capital, simplesmente por terem participado de ocorrências onde houve óbito de bandidos, onde houve óbito de ladrão, foram assassinados.

Essa informação chegou e preciso confirmar com relação a essa informação. É por isso, Sr. Presidente, que peço que as notas taquigráficas do meu discurso sejam encaminhadas à Secretaria da Segurança Pública. E talvez, quiçá, ao Comando da Polícia Militar do Estado de São Paulo, para que respondam se isso verdadeiramente é real. Porque isso desanima a tropa, isso desanima qualquer policial militar de trabalhar.

Os policiais que combatem o crime não podem ser penalizados sendo afastados do seu serviço. Eles têm que ser, sim, comemorados. Eles têm que ser, sim, aplaudidos. Não podem ser perseguidos por intermédio de núcleos de Direitos Humanos. É por isso que defendo o fim dessa porcaria chamada Condepe. O estado de São Paulo vai ser muito mais feliz quando o Condepe acabar.

Fiz um requerimento, faz mais de um ano, na Comissão de Direitos Humanos, pedindo para o Condepe vir aqui e apresentar o que ele tem feito de efetivo na proteção da vida dos policiais militares, que também são humanos.

Ninguém do Condepe veio aqui nesta Assembleia para expor qualquer nível desse plano, qualquer tipo de ação envolvendo a proteção à vida dos policiais militares. Nem sequer mesmo mandaram uma carta, um ofício ou qualquer coisa explicitando isso.

Para o Condepe só é humano se você for negro, se você for LGBT, se você for índio, se você for anão, se você for uma minoria, mas, se você for policial militar, você não pode ser considerado como humano. Para o Condepe, parece que os policiais militares são demônios.

Inclusive, eu gostaria que o próprio senhor Dimitri Sales, como presidente do Condepe, tomasse uma atitude de pessoa que verdadeiramente defende os direitos humanos e viesse se posicionar a favor dos policiais militares, pelo menos uma vez.

Porque, a vida inteira, o Condepe sempre se posicionou favoravelmente aos bandidos. É por isso que precisamos acabar com esta porcaria que está como um parasita no estado de São Paulo, só defendendo aquilo que não presta.

Eu gostaria de questionar à Secretaria da Segurança Pública se é mesmo um desejo do Comando que aqueles policiais militares que enfrentam os bandidos sejam retirados das ruas, porque isso, para mim, não é você querer proteger o policial militar, é você simplesmente fazer com que ele seja penalizado por ter uma atuação correta, por ter uma atuação baseada em princípios, que durante a sua época no Curso Superior de Formação de Soldados ele teve sim essa fé, ele teve sim preconizada dentro dos seus valores a proteção do cidadão paulista, custe o que custar, a sua própria vida, inclusive.

Então, não faz o menor sentido esse tipo de ação de afastar os policiais militares da linha de frente, principalmente aqueles que também fazem parte da Força Tática, dentre outros tipos de batalhões, que também precisam ser condecorados, precisam sim ter um reconhecimento deste Estado, que, infelizmente, não entrega aos nossos policiais militares aquilo que eles necessitam.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr. Deputado. O próximo deputado é o deputado Major Mecca. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. MAJOR MECCA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, demais deputados que se encontram presentes na sessão, nossos amigos que acompanham a TV Alesp. Nós tivemos um final de semana muito, muito triste no estado de São Paulo. Quando nós chegamos ao ponto de ter que escolher o velório e o enterro que nós vamos comparecer, é porque a situação chegou em um ponto insustentável.

Este final de semana nós, a família policial militar, o povo, o cidadão de bem de São Paulo enterrou quatro policiais militares: uma equipe de Força Tática do 23º Batalhão - Sargento Oliveira Júnior, soldado Menezes e soldado Victor - e também o cabo Almeida, do 11º Batalhão, que se envolveu em um acidente saindo do seu turno de serviço no sábado pela manhã.

O cabo Almeida com uma esposa grávida de oito meses. O sargento Oliveira Júnior com a esposa esperando filhos gêmeos, também para ter nenê esta semana ou na semana que vem. A mesma situação do soldado Victor. Quatro policiais militares mortos em serviço, em um final de semana.

Nós estamos fechando o primeiro semestre de 2020 com 63 policiais militares mortos no estado de São Paulo. Quando nós somamos 16 homicídios, 22 policiais militares servindo São Paulo mortos pelo coronavírus, 12 suicídios, 13 policiais vítimas de acidente, 63 policiais militares mortos no estado de São Paulo.

Como pode o governador do estado de São Paulo, João Doria, todo o seu governo, não classificar um número desses de policiais militares mortos como um genocídio? Genocídio resultante de uma política de governo que amarra as mãos, as pernas dos nossos policiais militares, que já não têm apoio de uma legislação fraca, de uma legislação que privilegia o criminoso e condena o policial.

O governador do estado de São Paulo é o primeiro a se manifestar em ocorrências policiais ao lado de entidades malignas de direitos humanos e da grande mídia que demoniza os nossos policiais, seres humanos que estão dentro de uma farda dando o seu sangue, a sua vida e o seu suor para defender o cidadão de bem.

O governador tem sim que responder, através de um impeachment, por todas as medidas que está adotando em São Paulo, as vítimas do coronavírus no nosso Estado, porque as medidas adotadas de prevenção e de combate cabem aos governadores e aos prefeitos e não estão tomando essas medidas alicerçadas em medidas técnicas.

Estão utilizando de palanque político uma calamidade sanitária. Os nossos policiais em São Paulo, hoje, estão mais que indignados. Indignados porque foram vítimas de várias mentiras de um governador que prometeu o segundo melhor salário. Um governador que prometeu assistência jurídica gratuita. Um governador que prometeu viaturas blindadas.

Um governador que prometeu um armamento digno à altura do policial combater o crime nas ruas. Um governador que prometeu o pagamento de substituição ao sargentos e aos cabos da PM e mentiu. Mentiu para todos nós e, hoje, ele crucifica e ataca policiais que se indignaram contra essas mentiras; policiais que foram chamados de vagabundos pelo governador.

E hoje todos os projetos que ele envia para esta Casa são para desprestigiar e condenar os nossos policiais à miséria, como foi a suspensão do pagamento de um terço de férias e a antecipação do 13º salário através de um decreto.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado. O próximo deputado pela lista suplementar é novamente o deputado Carlos Giannazi. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, nobre deputado Coronel Telhada, de volta a esta tribuna, eu gostaria de manifestar a nossa preocupação, mas, sobretudo, a nossa indignação com um boato, uma boataria que vem surgindo já há alguns dias no estado de São Paulo sobre uma possível reforma administrativa que o governo Doria está preparando contra os servidores públicos, contra os serviços públicos e contra as nossas fundações e empresas públicas.

Pelo menos até hoje, o projeto não foi protocolado aqui na Assembleia Legislativa. Mas para nós não há dúvidas de que o governo vai aproveitar a pandemia, a crise de Saúde Pública no Brasil e no estado de São Paulo para passar a boiada, assim como o Ricardo Salles disse naquela famigerada e macabra reunião do dia 22 de abril, onde nós tivemos ali um festival de absurdos. Uma reunião que era para, na verdade, organizar uma política de combate à pandemia, nós ali tivemos outros debates.

Mas o fato é que ele falou em passar a boiada, sobretudo, também, contra os servidores públicos. O Paulo Guedes disse que ia colocar uma granada na bolsa do inimigo e o inimigo era o servidor público brasileiro. E agora, Sr. Presidente, o que nós assistimos? O governador Doria me parece que está preparando uma reforma administrativa contra os servidores.

Há boatos de extinção da sexta-parte, da licença-prêmio, de evolução funcional, a estipulação de um plano de demissão voluntária e também, sobretudo, de venda, de extinção.

Nem é venda, porque ele já, inclusive, privatizou algumas empresas públicas. Agora, trata-se da extinção de empresas públicas e de fundações do estado de São Paulo, inclusive algumas que já foram privatizadas.

Eu me refiro aqui à Fundação Zoológico, que está nessa lista que recebemos, que já foi inclusive privatizada na aprovação de um projeto aqui na Alesp -  nós votamos contra, logicamente; à Furp, uma fábrica para o remédio popular, importante, principalmente neste momento de pandemia, Sr. Presidente.

A Furp entra na lista de empresa pública a ser extinta, e a Fundação Oncocentro, o que é mais grave ainda. Essa fundação cumpre um papel estratégico na área do tratamento do câncer. Visitamos essa fundação, ela é muito importante, ela pertence ao SUS, à Secretaria da Saúde. Seria um verdadeiro crime a sua extinção.

Temos ainda a Fundação Florestal, que cumpre um papel importante do ponto de vista ambiental. A CDHU, Sr. Presidente! A CDHU está na lista de empresas públicas que serão extintas. A EMTU, que atua na área do transporte intermunicipal do estado de São Paulo. Imesp, Daesp, Itesp!

São dez empresas e fundações públicas na lista para serem extintas. Então, há um grande terrorismo, até porque essas fundações têm uma importância estratégica no desenvolvimento social do estado de São Paulo. Elas geram muitos empregos também.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Douglas Garcia.

 

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É um absurdo que haja esse terrorismo e que o governo aproveite a pandemia para passar a boiada, apresentando uma proposta perversa e danosa como essa, que ataca a prestação de serviços públicos para a população do estado de São Paulo, sobretudo da área da Saúde, porque aqui nós temos a Furp e a Fundação Oncocentro, que são duas instituições importantes na área da Saúde Pública que serão extintas pelo governador Doria.

Além também dos boatos em relação à extinção de direitos e benefícios dos servidores do estado de São Paulo, que já estão com salários arrochados, defasados, congelados, que não têm o cumprimento da data-base salarial, que foram vítimas agora do confisco salarial e previdenciário, por conta da nefasta reforma da Previdência, que nós votamos contra aqui na Assembleia Legislativa.

Então, não bastasse tudo isso, mais ataques. Estaremos atentos, Sr. Presidente, para fazer a resistência. Não vamos permitir que uma proposta como essa seja aprovada aqui na Assembleia Legislativa, principalmente neste momento de pandemia, porque a nossa luta agora é em defesa da vida.

Estaremos preparados para fazer o enfrentamento contra qualquer proposta de ataque a essas fundações e empresas públicas, ao desmonte dos serviços públicos no estado de São Paulo e também de ataque aos servidores do estado de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PSL - Continuando a lista dos oradores inscritos no Pequeno Expediente, eu gostaria de convidar para fazer uso da palavra o nobre deputado Coronel Telhada. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Presidente. Retornando à tribuna da Assembleia Legislativa, saudando a todos os presentes, todos que nos assistem pela TV Alesp, saudando, neste momento, o cabo Armando, em nome da nossa Assessoria Policial Militar.

Eu retorno para lembrar alguns assuntos que não houve como falar na primeira intervenção. Queria aqui... A gente é justo: tem que falar mal, a gente fala; tem que falar bem, a gente fala. Acho que é o princípio de justiça. A gente não pode só ficar falando mal das pessoas. As coisas boas têm que ser citadas também.

Então, quero dizer que acabei de receber a notícia de que, neste final de semana, foi reaberto o Hospital Sorocabana, que é uma luta nossa há muito tempo. Então, quero agradecer e parabenizar o prefeito Bruno Covas, porque há muito tempo a sociedade... Há dez anos a sociedade briga pela reabertura do Hospital Sorocabana, lá na Lapa.

Não tive a oportunidade de estar... Esteve lá, Mecca? Não, né? Esteve lá? Abriu todo o hospital ou foi só uma ala? Ah, não, mas agora não. Eu quero ir lá conhecer, não sei se foi reaberto todo o hospital ou somente uma ala, mas já é um avanço. A gente vai trabalhar para que seja todo o hospital reativado. É uma necessidade da nossa região oeste, ali da Lapa e adjacências.

Então, Prefeitura de São Paulo, parabéns pela reabertura do Hospital Sorocabana. Gostaria que transmitisse, por favor, Sr. Presidente, estas palavras ao prefeito Bruno Covas, que sei que ele está “p... da vida” comigo por causa da nossa passagem pelo Hospital do Anhembi, para lembrar que a gente não só bate, não é, Mecca? A gente alisa também. Então, um abraço à prefeitura. Obrigado, prefeito Bruno Covas.

Foi citado há pouco aqui, as pessoas que estão nos ouvindo em casa até nos mandaram um recado aqui sobre o que foi dito sobre as pessoas criticarem agora o governo Bolsonaro devido à perda de muitas pessoas.

O Marcio da Farmácia até falou do desespero do comércio para voltar a trabalhar. Então, me mandaram aqui, não sei se vai ser possível a câmera mostrar, só para mostrar que nos mandaram alguma lembrança aqui... Aí, veja se consegue puxar, não sei se dá. Está muito longe.

Mas, enfim, deixa que eu leio aqui, por favor. Só lembraram, olha só: “STF proíbe Bolsonaro de interferir nas decisões dos estados e municípios sobre coronavírus”. Ou seja, o STF, aquele que adora mandar no Brasil e não dar exemplo, proibiu o nosso presidente de intervir nos estados.

Ele é presidente, mas não pode intervir nos estados e nos municípios no que diz respeito ao coronavírus. Por quê? Porque está uma loucura total. Está um samba doido, cada um faz o que quer com esse negócio de pandemia.

Agora mesmo, o deputado Giannazi falou dessa reforma da Previdência. Eles estão tentando fazer a gente voltar para o sistema online - viu, Mecca, Douglas, fiquem ligeiros nisso -, voltar para o sistema online para passar isso aqui de porteira aberta também, essa reforma administrativa que vai acabar com o nosso funcionalismo.

Então, a gente diz aqui: o governador não só mente quando ele fala que apoia as polícias, como ele fala que apoia... É mentira, não apoia, não. Cada vez é uma malvadeza que chega a esta Casa. Votamos contra, nós três aqui votamos contra a reforma da Previdência e estamos apanhando por causa disso.

Jamais votaria contra o nosso funcionalismo, mas sabemos o que representou votar contra a Previdência aqui. E nós votaremos contra essa reforma administrativa e qualquer prejuízo que se traga ao funcionalismo.

Então, eu também quero lembrar aqui que falamos dos três policiais que foram mortos, essa fatalidade que ocorreu neste final de semana com esses três heróis da Polícia Militar, o sargento Oliveira Junior, o soldado Victor e o soldado Menezes, mas quero lembrar também que tivemos a morte de outro policial militar no sábado, que foi o cabo Junior, não sei se o Mecca lembrou disso. O cabo Junior, do 11º Batalhão.

Não sei se dá para mostrar, para puxar no zoom. O cabo Junior está aqui no meu Instagram. Ele morreu saindo do serviço e indo para casa. Então, é considerada morte em serviço também. O cabo Junior, a esposa dele está grávida de oito meses.

Então, foram quatro policiais em serviço neste final de semana e mais um policial que morreu em Olímpia, não sei se foi devido ao coronavírus ou outro problema, mas está aí: policiais morrendo como moscas.

Governador, fique tranquilo. Não está morrendo bandido. Fique tranquilo. É só policial que está morrendo. Não precisa ficar bravo. Quando morre bandido, todo mundo fica nervoso. Queimam pneu, o governador recolhe o policial, manda para cadeia. Então, está do jeito que o diabo gosta: bandido com força total, bandido metendo os canos e polícia morrendo.

É assim, mas não foi isso que você prometeu. Não foi isso. Mentira desde o começo. Então, nós, aqui na Assembleia, estaremos sempre contra essas atitudes criminosas, hipócritas, do Governo do Estado de São Paulo, na figura do governador João Doria. Ele despreza a Polícia Militar, destrata a Polícia Militar, trata policiais militares como criminosos e os criminosos são abençoados pelo governo de São Paulo.

É uma coisa linda de se ver. Nós, que lutamos a vida toda contra o crime, somos policiais militares e estamos aqui nesta Casa, é uma coisa revoltante. Revoltante, nojenta e cada vez nos traz mais asco, essas atitudes governamentais do estado de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PSL - Continuando a lista dos oradores inscritos no Pequeno Expediente, na lista suplementar, convido para fazer uso da palavra o nobre deputado Major Mecca. E convido o deputado Coronel Telhada para reassumir os trabalhos desta Presidência.

 

O SR. MAJOR MECCA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Bom, pessoal, novamente uma boa tarde a todos que nos assistem e nos acompanham pela TV Alesp. Dando continuidade ao que eu falei no início da minha fala, há alguns minutos, eu falava sobre as medidas que o governador João Doria e a sua equipe vêm adotando, prejudicando os policiais militares, os policiais civis, os técnico-científicos e os policiais penais.

A mais recente é a construção de uma reforma administrativa que acabará de vez com a polícia do estado de São Paulo. Os nossos policiais militares, ao longo dos últimos anos, nas últimas décadas, já vêm aos poucos sendo destruídos. Os nossos policiais, as suas famílias...

Se hoje qualquer um de nós for conversar com o pai e com a mãe do soldado Menezes, com quem eu conversei ontem, no enterro desse jovem policial no Cemitério da Paz, no Morumbi, os senhores vão constatar que esses pais enterraram ontem, no Cemitério da Paz, o seu coração e a sua vontade de viver junto com aquele jovem.

E isso é uma rotina que está acontecendo, em que nós precisamos dar um basta! São vidas. Pelo amor de Deus, acordem para o que está acontecendo no estado de São Paulo! Medidas que nós podemos classificar como um genocídio contra uma categoria que defende o cidadão de bem em São Paulo. É inaceitável. Sessenta e três policiais militares mortos somente no primeiro semestre de 2020. É inadmissível a postura que o governo vem adotando, de punição aos nossos policiais.

Nos últimos meses, nesse primeiro semestre de 2020, nós estamos acompanhando, estamos percebendo uma política de governo que vem demitindo policiais militares. Demitindo, mandando embora, cassando aposentadorias de policiais militares, única e exclusivamente como uma medida e uma postura covarde, de vingança, se vingando porque os nossos policiais resolveram demonstrar indignação, demonstrar que não aceitam esse tratamento desumano que nós estamos tendo no estado de São Paulo.

Será que nós temos que ouvir mentiras, dentro dos nossos quartéis, do próprio governador? Ouvir mentiras dentro dos nossos quartéis, das delegacias de polícia, cabo Armando, do próprio governador, e não demonstrar indignação?

Porque o governador falou, dentro dos nossos quartéis, dentro do quartel do Comando Geral, que nós seríamos uma polícia forte, valorizada, com o segundo melhor salário do Brasil.

Inúmeras promessas, para, logo na sequência, nos chamar de vagabundos. Mandar uma reforma previdenciária, aqui para esta Casa, em que nós votamos “não”. Como falou aqui o Coronel Telhada, o deputado Douglas Garcia, nós votamos “não”, porque prejudicou, e muito, os policiais civis; e, inclusive, os policiais militares.

Muitos sargentos e oficiais foram prejudicados, acabaram passando para a inatividade do dia para a noite; não era a intenção, mas tiveram que fazê-lo para preservar direitos.

E agora o governo quer enviar para esta Casa uma reforma administrativa que extingue, acaba com licença-prêmio, com quinquênio, com sexta-parte. Inclusive, se colocando, em entrevistas, dizendo que o policial permanece cinco anos sentado aguardando um quinquênio, 20 anos sentado aguardando uma sexta-parte. Eu o convido novamente, governador e quem quiser, a sentar no banco de uma viatura comigo. Não precisa ser por cinco anos; por um turno de serviço.

Esse turno indigno à saúde física e mental do patrulheiro, de 12 horas. Venha ficar 12 horas conosco, numa viatura, para o senhor ver o que significa a atividade policial militar; venha, para o senhor ver. Eis aqui a nossa indignação, e nós não deixaremos de manifestá-la, não abandonaremos a trincheira. E continuaremos lutando pelos nossos policiais.

Muito obrigado.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Coronel Telhada.

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr. Deputado. Encerrado o Pequeno Expediente, vamos, portanto, para o Grande Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP – Srs. Deputados, temos os seguintes oradores inscritos: Deputado Alex de Madureira. (Pausa.) Deputado Enio Lula Tatto. (Pausa.) Deputado Ed Thomas. (Pausa.)

Deputado Major Mecca, que permuta o seu horário com o deputado Douglas Garcia. Portanto, deputado Douglas, V. Exa. tem os 10 minutos regimentais.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, eu subo a esta tribuna no Grande Expediente para expor uma preocupação não apenas da população do estado de São Paulo, como a de todo o Brasil.

No mês de maio para o mês de junho, eu encaminhei, à Procuradoria-Geral da República, considerações a respeito do PL 2.630, apontando todas as inconstitucionalidades que este PL traz para o sistema jurídico, para o ordenamento jurídico do nosso país.

É extremamente preocupante que este PL tenha sido aprovado no Senado da República. Pior ainda: é extremamente preocupante que a Comissão de Constituição e Justiça tenha aprovado este PL, dando a ele a legitimidade de ter certa constitucionalidade. Mas este projeto de lei é 100% inconstitucional; o PL 2.630 é um PL que traz a mordaça, que traz a censura, que cala a população brasileira.

E eu enviei, para o procurador-geral da República, o Sr. Augusto Aras, caso este PL venha a ser aprovado no Congresso Nacional e torne-se parte do ordenamento jurídico...

Porque eu tenho certeza absoluta, Sr. Presidente, de que nós temos uma esperança, ainda, chamada Jair Messias Bolsonaro, que pode vetar este PL na sua íntegra, apesar de nós termos um Congresso Nacional que aparentemente está compromissado em censurar a população brasileira.

Apesar disso, eu enviei ao procurador-geral da República, caso o Congresso Nacional venha a derrubar o veto do presidente da República sobre o PL 2.630, para que ele venha a agir e procurar o Judiciário no sentido de derrubar este projeto de lei, apresentando as suas inconstitucionalidades.

A limitação do envio de mensagens por presunção de má-fé afeta diretamente a expectativa do tratamento digno a que todo cidadão pensa ter direito. O que está comunicado com essas limitações é que toda pessoa gozará de presunção de fraudulência, o que viola frontalmente o princípio da dignidade da pessoa humana, expresso no dispositivo inaugural da Carta Republicana.

Ou seja, este projeto de lei tira esta questão de a pessoa estar utilizando, enviando mensagens sem ser por má-fé. Todo mundo que teria que enviar uma mensagem estaria fazendo isso, através de uma presunção de má-fé. Tira da pessoa a sua dignidade. Isso desrespeita a dignidade da pessoa humana. O projeto de lei já começa ruim a partir desse princípio.

O Art. 10, tido como o coração do projeto de lei, uma vez que disciplina quais são as boas práticas para a proteção da sociedade, está eivado de inconstitucionalidade e precisa ser integralmente rejeitado, sob pena de aviltamento de garantias constitucionais, que podem ser abolidas.

A prática oriunda de verificadores de fatos independentes evidencia que a idealização do PL não está lastreada no melhor entendimento sobre aquilo que versa, e desvia do objeto pretendido, a saber: fomento da diversidade de informações e o fortalecimento do processo democrático no Brasil.

Um apontamento deveras pertinente é trazer à baila que os verificadores de fato, supostamente independentes, não são tão independentes assim. Tomemos, por exemplo, a agência Lupa, uma das verificadoras de fatos independentes. O endereço eletrônico da agência Lupa fica sediado nos provedores do UOL. Conflito ético, senhores, uma vez que o Grupo UOL pertence também ao Grupo Folha, os dois estão entrelaçados. O conflito ético e de interesses é evidente.

Além do que, possuir uma agência de checagem supostamente independente em seus quadros, se aprovada a lei, infringirá, mais uma vez, regras concorrenciais e de mercado, posto que um grupo midiático, no caso o Grupo Folha, terá controle sobre publicações alheias por intermédio de sua agência de checagem, podendo classificar blogs e sites verdadeiramente independentes.

As atribuições conferidas aos provedores de conteúdo na internet violam expressamente a garantia constitucional do acesso à jurisdição, bem como criam no universo cibernético um tribunal paralelo e de exceção regrado pelo gosto do cliente. A atribuição de poder jurisdicional dos provedores de internet não tem razão de ser.

Vejamos o que diz o Pacto San José da Costa Rica, norma internacional integrada pela Constituição Federal por força do Decreto nº 678/92: “Art. 8º - Garantias Judiciais. Toda pessoa terá o direito de ser ouvida, com as devidas garantias, e dentro de um prazo razoável, por um juízo ou tribunal competente, independente e imparcial, estabelecido anteriormente por lei, na apuração de qualquer acusação penal formulada contra ela, ou na detenção de seus direitos e obrigações de caráter civil, trabalhista, fiscal, ou de qualquer outra natureza”.

Senhores, este projeto de lei que tramita hoje na Câmara dos Deputados infringe uma série de outras leis nas quais o Brasil tem seus pilares, como o Pacto San José da Costa Rica, como a própria Constituição da República. Ele dá aos servidores, aos provedores de internet a função jurisdicional.

Ora, nós temos hoje já no ordenamento jurídico brasileiro todo o aparato necessário para punir qualquer pessoa que utiliza de uma informação falsa para prejudicar outrem. Nós não precisamos criar uma lei para censurar, perseguir, amordaçar a população. A internet não é casa da mãe Joana.

 Se a internet se comportasse como o Supremo Tribunal Federal se comporta, eu concordaria que a internet seria a casa da mãe Joana, porque diferentemente do que acontece no mundo virtual, as regras não mudam da noite para o dia.

Existe o juizado, existe o Tribunal de Justiça, que vai condenar uma pessoa por danos morais, que vai condenar uma pessoa pelo fato de ela ter divulgado informação com o intuito de prejudicar outra pessoa; diferentemente do Supremo, que muda o entendimento da noite para o dia.

Então, nós não precisamos criar esta Lei nº 2.630 para fazer com que a população brasileira seja cerceada no seu direito fundamental. Eu estarei entregando para a Folha de S. Paulo, vejam só, “Folha de S. Paulo”, para uma agência como a agência Lupa para verificar se o conteúdo que é compartilhado por meio das redes sociais é verdadeiro ou falso. Ora, a Folha de S. Paulo é um dos grupos que mais divulgam fake news neste País.

Este projeto de lei está baseado na mais pura inconstitucionalidade, e se ele for aprovado aqui no nosso Brasil, ele é capaz de estabelecer um regime totalitário, a la um regime nazista, a la um regime soviético.

E o presidente da Câmara dos Deputados, o Sr. Rodrigo Maia, ao invés de se preocupar em aprovar aquilo que vai ao encontro da população brasileira para ajudar os brasileiros a enfrentar este momento difícil que s estamos passando com relação à pandemia do coronavírus, está convidando um imitador de focas, está convidando um moleque, ele não passa de um moleque...

Um moleque não, alguns costumam dizer que ele é um menino que está aí trabalhando no YouTube, porque é um garoto e representa a juventude. Garoto coisa nenhuma, o Sr. Felipe Neto já tem seus 30 e poucos anos, que espécie de Peter Pan é esse? Isso daí já deixou de ser menino faz muito tempo.

E o Sr. Rodrigo Maia está lá convidando uma pessoa que durante os seus vídeos do YouTube incentiva as crianças a fazerem de tudo o que há de errado, porque não adianta o pai educar, não adianta a mãe educar, trazer para os seus filhos os valores, para depois a criança ir se envenenar assistindo ao Felipe Neto. E o Sr. Felipe Neto foi convidado pelo Rodrigo Maia para ir discutir a respeito de um PL que traz a censura, que traz a mordaça, para a população brasileira.

Ora, tome vergonha na cara, Sr. Rodrigo Maia. Fica convidando um imitador de focas, uma pessoa que não tem o menor caráter, uma pessoa que não tem gabarito nenhum, que não tem conteúdo nenhum, uma pessoa rasa, para discutir um projeto de lei que traz a censura para a população, que, de acordo com a sua visão, vai considerar aquilo que é fake news e aquilo que não é fake news, aquilo que é notícia falsa e aquilo que não é notícia falsa?

Não. O povo brasileiro não vai aceitar o estabelecimento dessa ditadura através da Câmara dos Deputados, que já passou no Senado da República e agora está chegando na Câmara dos Deputados, no nosso País.

Nós temos o direito à liberdade de expressão. Nós temos o direito, é claro, de também processar aqueles que divulgam informações falsas, mas nós não precisamos de uma lei nova para censurar e amordaçar a população, porque hoje o ordenamento jurídico já nos permite fazer isso.

A internet não é a casa da mãe joana, a internet não é o Supremo Tribunal Federal. Nós temos, sim, que fazer com que as notícias falsas sejam combatidas. Nós não apoiamos notícias falsas, mas nós também não apoiamos a censura, nós não apoiamos a perseguição.

E tudo aquilo que o Congresso Nacional tem, através desse Projeto de lei nº 2.630, é apoiar a censura, é apoiar a perseguição, é apoiar o estabelecimento, a permanência, a manutenção, desse establishment nojento que infelizmente existe no nosso País para manter durante muito tempo caciques e mais caciques no poder, e não dar a força que a população tem para poder vir às redes sociais se posicionar, a força que a população tem para utilizar, através da internet livre, passando informações verdadeiras, passando informações sobre os fatos, conversando.

O que vocês querem é fortalecer essa imprensa mentirosa tirando da população o seu direito à liberdade de expressão e arrancando a internet livre.

E é por isso, Sr. Presidente, que, para concluir o meu discurso, estou protocolando nesta Assembleia Legislativa uma moção para que oficialmente a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo venha a solicitar à mara dos Deputados, endereçado ao presidente Rodrigo Maia, o imediato arquivamento deste projeto de lei.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado. Próxima deputada, deputada Leticia Aguiar. (Pausa.) Deputado Teonilio Barba Lula. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge Lula do Carmo. (Pausa.) Deputado Vinícius Camarinha. (Pausa.) Deputado Sargento Neri. (Pausa.) Deputado Wellington Moura. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Tenente Nascimento. (Pausa.) Deputado Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputada Janaina Paschoal. (Pausa.) Deputado Coronel Telhada, não fará uso da palavra. (Na Presidência.) Deputado Luiz Fernando Lula da Silva. (Pausa.) Deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.) Deputada Adriana Borgo. (Pausa.) Deputado Marcio da Farmácia. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Rodrigo Gambale. (Pausa.) Deputado Daniel José. (Pausa.) Deputado Castello Branco. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Coronel Nishikawa. (Pausa.) Deputado Adalberto Freitas. (Pausa.)

Encerrado o Grande Expediente.

Sras. Deputadas e Srs. Deputados, esgotado o assunto da presente sessão, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, terça-feira, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de quinta-feira. Muito obrigado a todos.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 39 minutos.

 

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