24
DE AGOSTO DE 2020
43ª
SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência:
DOUGLAS GARCIA, GIL DINIZ e CASTELLO BRANCO
RESUMO
PEQUENO
EXPEDIENTE
1
- DOUGLAS GARCIA
Assume
a Presidência e abre a sessão.
2
- CASTELLO BRANCO
Parabeniza
o governo federal pela regulamentação da Lei Aldir Blanc, que trata da
concessão de auxílio emergencial para trabalhadores do setor da Cultura.
Apresenta estudo contrário ao PL 529/20.
3
- GIL DINIZ
Assume
a Presidência.
4
- DOUGLAS GARCIA
Informa
que a CPI das Fake News, em andamento nesta Casa, decidiu arquivar
requerimentos que ele havia apresentado, sem nem mesmo apreciá-los. Considera o
fato uma violação de seus direitos como parlamentar. Acusa a comissão de
perseguição política.
5
- CARLOS GIANNAZI
Tece
críticas a Rossieli Soares, secretário da Educação de
São Paulo, por entrevista em que este declarou apoio ao retorno das aulas
presenciais. Afirma que o Executivo não dialoga com as entidades
representativas dos profissionais da Educação.
6
- CASTELLO BRANCO
Assume
a Presidência.
7
- GIL DINIZ
Discorre
acerca de ação judicial que moveu contra um veículo de imprensa, ao qual acusa
de divulgar fake news a seu respeito. Afirma já ter sido vítima de notícias
caluniosas no passado. Dá exemplo de caso ocorrido em 2018.
8
- MAJOR MECCA
Menciona
episódios de agressão a policiais militares. Lamenta o afastamento de um
sargento da PM, em Marília, após este ter apreendido um carro em situação
irregular, que pertencia a uma vereadora da cidade. Cobra respeito aos
policiais.
9
- GIL DINIZ
Endossa
o discurso do deputado Major Mecca. Dá continuidade ao seu relato sobre ação
que moveu contra o "Brasil 247", por notícia falsa a seu respeito.
Informa que perdeu o referido processo. Tece críticas à juíza responsável pela
decisão.
10
- DOUGLAS GARCIA
Assume
a Presidência.
11
- CARLOS GIANNAZI
Pede
ao Senado que aprove a Proposta de Emenda à Constituição Federal nº 15/15, que
torna permanente o Fundeb. Ressalta que a proposta já foi votada na Câmara dos
Deputados. Defende a importância da matéria, que considera fundamental para o
futuro da Educação no País.
GRANDE
EXPEDIENTE
12
- GIL DINIZ
Elogia
o sargento Alan, por abordagem a motorista filha de vereadora à Câmara
Municipal de Marília. Assevera que o policial militar cumprira sua função.
Critica a comandante por punir o servidor da Segurança Pública, em defesa da
filha da parlamentar. Informa que deve representar a autoridade nos órgãos
responsáveis. Afirma que há oficiais que têm medo do governador do Estado.
13
- GIL DINIZ
Assume
a Presidência.
14
- CARLOS GIANNAZI
Faz
coro ao pronunciamento do deputado Gil Diniz. Critica o PL 529/20. Reflete
acerca de políticas de privatização do PSDB. Destaca o trabalho realizado pelo
Oncocentro. Lamenta a intenção do governo estadual de retirar a isenção do
IPVA, para deficientes. Comenta artigo publicado pelo jornal "Folha de S.
Paulo", que acusa o governo estadual de afrontar a ciência e a pesquisa.
15
- DOUGLAS GARCIA
Lembra
ocorrências sofridas e toleradas pelo presidente Jair Bolsonaro. Tece
considerações sobre perseguição que tem sofrido na CPI das Fake News. Critica
ações de Antifas e o PSOL. Assevera que pretende se defender reiteradamente.
Critica o deputado Arthur do Val.
16
- DOUGLAS GARCIA
Pelo
art. 82, reitera crítica ao deputado Arthur do Val, e a Marcelo Aguiar de
Castro, assessor do parlamentar. Afirma que o citado deputado nada representa
na política de São Paulo. Defende que a Rede Globo de Televisão explique
delação de doleiro.
17
- JANAINA PASCHOAL
Agradece
aos que participaram de audiência pública sobre projeto que pretende extinguir
a Ouvidoria da Polícia Militar. Anuncia que dia 14/09, às 9 horas, deve ser
lançada a frente parlamentar pela celeridade na adoção de bebês. Defende emenda
aglutinativa, de sua iniciativa, a projeto da deputada Marina Helou (aparteada
pelo deputado Douglas Garcia).
18
- JANAINA PASCHOAL
Solicita
o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
19
- PRESIDENTE GIL DINIZ
Defere
o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 25/08, à
hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão.
* * *
-
Assume
a Presidência e abre a sessão o Sr. Douglas Garcia.
* * *
- Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
O
SR. PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PTB - Presente o número
regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e recebe o expediente.
Abrindo a lista dos oradores inscritos no
Pequeno Expediente, gostaria de chamar para fazer uso da palavra o nobre
deputado Castello Branco. Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco
minutos.
O SR. CASTELLO BRANCO - PSL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, telespectadores da
Rede Alesp de comunicação, é um
prazer mais uma vez estar aqui na tribuna deste plenário hoje, dia 24 de agosto
de 2020, no Pequeno Expediente.
Eu vou dividir a minha fala em duas
partes. A primeira, enaltecendo alguns atos que devem ser valorizados do
governo Bolsonaro e, na segunda parte da minha fala, vamos falar sobre o
famigerado, o maldoso Projeto de lei nº 529, que está sendo proposto pelo Sr.
Governador.
Eu fiz uma pequena apresentação da
primeira parte.
* * *
- São exibidas as imagens.
* * *
No dia 29 de julho, sábado, o presidente
Jair Messias Bolsonaro sancionou a Lei Aldir Blanc, repassando 1,5 bilhão de
reais para os estados e municípios e criando o auxílio emergencial para o setor
cultural, bastante afetado pela pandemia do coronavírus. O secretário de
Cultura, Mário Frias, na assinatura deste importante decreto... Serão três
parcelas de 600 reais que beneficiarão artistas e profissionais da Cultura.
Segundo o estudo da Abrape,
Associação Brasileira dos Promotores de Eventos, cerca de 580 mil profissionais
do setor perderam seu emprego devido à quarentena, gerando um prejuízo no setor
cultural de cerca de 219 milhões de reais. Eu me sinto à vontade para falar. Minha
mãe é pianista; eu fui um artista de teatro uma grande época da minha vida. É
um setor que me é muito querido, então o que é bom tem que ser divulgado,
parabéns.
Até maio foram encerradas 7,8 milhões de
vagas de emprego devido à pandemia, segundo o IBGE. É um número assombroso que,
infelizmente, pegou este governo. O auxílio emergencial criado pelo presidente
Bolsonaro fez a desigualdade social registrar o menor patamar da história,
beneficiando 60 milhões de brasileiros, o que eu considero um bom exemplo do
uso do Erário Público e méritos à sua equipe do Ministério da Economia.
Por fim, esse auxílio emergencial está
aqui mostrado pelas estatísticas do IBGE; é um estudo dos últimos 20 anos. É um
gráfico demonstrando que a gente está apresentando uma distribuição de renda
favorável neste momento da pandemia e diminuindo a desigualdade social.
Agora nós vamos falar do vergonhoso
Projeto de lei nº 529, que eu estou alcunhando de “O pacote da maldade”, o
ajuste fiscal que causará muitos prejuízos à população brasileira e, em
especial, ao estado de São Paulo. Quem é que ganha com esse pacote? É a
pergunta que eu faço para vocês.
Você, população que existe, não existe
vácuo de poder. Se eles estão imobilizando companhias; se eles estão acabando
com serviços; se eles estão vendendo o patrimônio público, quem é que vai
assumir isso no final? Quais são os interesses escusos e inconfessáveis que
estão por trás deste Projeto de lei nº 529?
É uma maldade sem fim nem começo, o que eu
chamo de interesses escusos e inconfessáveis. Para que vocês tenham uma ideia
do que eu estou falando, enquanto o pacote da Previdência foi mal feito pela
equipe do Sr. Governador, este foi bem feito, mas ele junta assuntos díspares
que vão causar grande prejuízo a nossa economia já debilitada.
Eu faço um alerta a você da população,
você inclusive de origem mais simples que acha que isso não vai te afetar: vai
afetar a toda a sociedade paulista. Eu vou ter oportunidade durante essa semana
e nas próximas de diariamente vir a este plenário e apresentar um estudo
técnico, acadêmico, fazer a minha sustentação oral mostrando ponto a ponto
todas as incoerências, a inconstitucionalidade, a maldade, a má-fé que está por
trás desse Projeto nº 529.
Concito a população, a todos vocês que
estão me ouvindo. Entrem na internet, pesquisem o que é o Projeto de lei nº
529. Ele é extenso, uma sopinha de letras, mas imprima, leia, pegue uma caneta
marca-texto, procurem se inteirar do que está acontecendo, nos ajude a parar.
Srs. Parlamentares, parem com este absurdo que está sendo proposto aqui.
Como o tema é vasto e eu vou indo para o
final da minha fala, Sr. Presidente Douglas Garcia, eu termino dizendo: atenção
ao que está sendo feito contra a população do estado de São Paulo. Somos
contra, diga não a esse ajuste fiscal. Diga sim à justiça fiscal; diga sim a um
pacote que realmente faça bem à população de São Paulo, porque isso que está aí
realmente será desastroso.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PTB - Continuando a lista dos
oradores inscritos no Pequeno Expediente, eu gostaria de chamar para fazer uso
da palavra o nobre deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Nobre
deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Deputado
Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputada Janaina Paschoal. (Pausa.) Deputado Ed
Thomas. (Pausa.)
Deputado Alex de Madureira. (Pausa.)
Deputado Luiz Fernando Lula da Silva. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.)
Deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado
Frederico d'Avila. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Adalberto
Freitas. (Pausa.)
Gostaria de chamar o nobre deputado Gil
Diniz para assumir os trabalhos aqui na Presidência, pois na sequência eu farei
uso da palavra.
* * *
-
Assume
a Presidência o Sr. Gil Diniz.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PSL - Com a palavra o nobre
deputado Douglas Garcia.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Agradeço ao nobre deputado Gil Diniz. Gostaria de
cumprimentar aqui o Sr. Presidente, cumprimentar o nobre deputado Castello Branco,
cumprimentar o nobre deputado Carlos
Giannazi, sempre deputados muito ativos que sempre vêm a esta tribuna para
defender os valores, as pautas pelas quais os senhores foram eleitos pela
população do estado de São Paulo.
Sr.
Presidente, eu venho aqui hoje a esta tribuna para comentar os últimos casos
que aconteceram no nosso Brasil, assuntos que repercutiram e também assuntos
“interna corporis” que, infelizmente, acontecem nesta
Assembleia Legislativa e que eu não posso deixar de falar.
Lamentavelmente,
Sr. Presidente, foi mudado o entendimento desta Casa, nobre deputado Castello
Branco, porque o senhor, muito embora não participe de determinadas comissões,
até então poderia entrar com um requerimento para fazer qualquer tipo de ação,
seja solicitando a presença de secretário de Estado, seja solicitando que a
comissão faça determinada ação no sentido de conseguir aprimorar e ajudar a
população no estado de São Paulo naquele âmbito e naquela temática pela qual
aquela comissão existe.
O
senhor, como não titular da comissão, não pode votar e não pode pedir vista.
Entretanto, nada impede que o senhor possa, além de apresentar um requerimento,
falar durante o tempo de cinco minutos. Isso foi uma coisa que sempre existiu
nesta Assembleia Legislativa.
Qual
foi a minha surpresa quando eu entrei com requerimentos na CPI das Fake News?
Afinal de contas, é, sim, uma comissão. Com pleno entendimento da procuradoria
da Casa de que eu tinha poderes, de que eu poderia fazer isso sem nenhum
problema, a CPI resolveu deliberar sobre o assunto e invalidar todos os meus
requerimentos, não no sentido de negá-los, mas por entender que eu não possuo
legitimidade para entrar com este tipo de requerimento.
Ou
seja: acabou de mudar o entendimento da Casa. A partir deste entendimento da
CPI, ao que parece, nenhum deputado mais pode entrar com requerimento em uma
comissão da qual ele não é titular. Isso sempre aconteceu na Assembleia
Legislativa. Me pergunto: o que foi que aconteceu?
A
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo agora possui uma comissão
parlamentar de inquérito que é maior do que o Parlamento? É maior do que uma
decisão da Mesa? Simplesmente cria jurisprudência do nada? Simplesmente muda o
entendimento do Regimento Interno do nada?
Eu
vou entrar sim com uma questão de ordem. Vou levar uma questão de ordem à Mesa
Diretora da Assembleia Legislativa. O que está acontecendo na CPI das Fake News
é a instrumentalização dessa CPI para perseguição política do deputado Douglas
Garcia, do deputado Gil Diniz também, de todos aqueles que se posicionam como
conservadores e todos aqueles que apoiam esse governo. É um absurdo, senhores.
Eu
entrei com um requerimento; o objeto do requerimento é legítimo. Fala sobre as
eleições de 2018, o mensalinho do PT, a questão do Twitter, pedindo para que
seja investigado na CPI das Fake News quando da candidatura fracassada do Sr.
Luiz Marinho, que foi uma vergonha para o estado de São Paulo, uma vergonha
para o Partido dos Trabalhadores, e eu não tenho legitimidade.
Ora,
se eu não possuo legitimidade, por que os demais 93 deputados da Casa podem
então abrir requerimentos em CPIs ou comissões das quais eles não são
titulares, que é uma coisa muito comum? Eu já vi acontecer. Não pode ser mudado
o entendimento por uma CPI assim da noite para o dia.
A
Mesa Diretora da Assembleia Legislativa precisa se posicionar, e eu vou
procurar o Judiciário sim, porque está sendo instrumentalizada uma CPI desta
Casa para perseguição política e isso está ficando cada vez mais escandaloso.
Então,
Sr. Presidente, eu vou voltar aqui mais no Grande Expediente para falar sobre
esse assunto, porque algumas coisas que foram ditas durante essa sessão em que
foi deliberado e decidido o arquivamento dos meus requerimentos não dá para
engolir, de deputados que, infelizmente...
Alguns
colegas nossos dizem que eu não tenho legitimidade para falar quando o assunto
é fake news, justamente esses deputados cujo próprio movimento está sendo
investigado pelo Ministério Público, porque o seu guru além de propagar fake
news, também está envolvido com lavagem de dinheiro.
Eu
vou voltar a esta tribuna e vou falar sobre isso. Eu espero que, se esse
deputado for homem o suficiente, venha aqui ao plenário para poder ouvir também
isso de perto.
Muito
obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PSL - Obrigado, nobre deputado.
Seguindo a lista de oradores, convido o nobre deputado Marcos Damasio. (Pausa.)
Convido à tribuna o nobre deputado Carlos Giannazi. Vossa Excelência tem o
tempo regimental.
O SR. CARLOS
GIANNAZI - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
telespectador da TV Assembleia, na semana passada, o secretário estadual da
Educação, Rossieli Soares, que eu chamo de “Rossieli Weintraub”, Sr. Presidente, por
incrível que pareça, continuou insistindo na tese de volta às aulas. E ele faz
isso, deputado Castello Branco, de uma forma subliminar, de uma forma que eu
diria sub-reptícia, disfarçada.
Primeiro,
na sua entrevista, o título é o seguinte: “Se possível, volto com escolas nem
se for por um dia, diz secretário de Educação de São Paulo”. Que absurdo. Daí
ele elenca, ele começa a falar o óbvio, que logicamente todos nós concordamos
da importância da escola.
Eu
pincei algumas frases aqui em que há total concordância entre todos nós, mas
que ele utiliza, ele manipula essas afirmações para convencer
a população a aderir à volta às aulas, ou seja, ao genocídio educacional, até
porque todos os estudos e pesquisas mostram claramente que isto não é possível.
Pesquisas científicas dão conta de que não é possível a volta às aulas nem em
setembro, nem em outubro e muito menos em novembro e dezembro, esta é a grande
verdade.
Ele diz o seguinte: “Um bimestre
inteiro faz uma diferença muito grande”. Ele falando: “A gente não pode
minimizar a importância da escola”, óbvio. “Olha, quando você tem as crianças
na escola, você evita o abuso sexual nas casas e nas famílias, porque a criança
pode denunciar na escola e aí o professor aciona a direção, a direção aciona o
Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente”, óbvio.
Ele fala que as crianças estão com
ansiedade, estão ficando deprimidas também. É lógico, aliás, todos nós, o
Brasil inteiro, o mundo inteiro está ansioso e depressivo nesta crise sanitária
que é uma crise política e social também.
Ele diz ainda: “setenta e cinco por cento das crianças estão ansiosas, a
caminho da depressão". Ele faz isso para tentar, de uma forma, repito,
subliminar e sub-reptícia, convencer a população que tem que voltar às aulas.
É um absurdo total isso, presidente
Gil Diniz, eu fico chocado. Ele sabe que isso não é possível, ele está na
verdade fazendo média com os donos das escolas particulares, com esse setor,
com a associação inclusive, porque ele dialoga com a associação dos donos das escolas
particulares.
Ele não dialoga com as entidades
representativas dos profissionais da Educação, nem do campo público nem do
campo das escolas particulares. Ele não conversa com o Sinpro,
com a Federação dos Professores do Estado de São Paulo, com a Apeoesp, com o
CPP, com a Udemo, com a Apase,
as entidades pelo menos estaduais que representam os profissionais da Educação.
Ele dialoga com o Conselho Estadual
de Educação, que é um conselho extremamente privatista, que é um braço do
governo estadual, do governo Doria. Ele dialoga com setores empresariais, mas
não dialoga com os profissionais da Educação, que são os verdadeiros
responsáveis pelo processo em si da aprendizagem, que estão no chão da escola
todos os dias e poderiam dar uma grande contribuição.
Então, presidente, é um grande
absurdo e quero repudiar a fala do secretário. O PSDB nunca se preocupou com a
Educação no estado de São Paulo e agora está dizendo que nenhum aluno ficará
para trás, tudo mentira. Nunca teve investimento em Educação no estado de São
Paulo. O tucanato destruiu a Educação estadual, desde 1995 ela vem sendo
sucateada em todas as suas gestões.
Então, não há preocupação nenhuma do
governo Doria com a Educação, isso é uma falácia, uma mentira. Ele quer
convencer a população a mandar seus filhos para as escolas, e a população não
vai aceitar isso porque ela sabe do processo de contaminação.
Então, Sr. Presidente, só para
concluir, queria dizer o seguinte: secretário “Rossieli
Weintraub”, por favor, aproveite este momento, nós
não vamos voltar, V. Exa. sabe disto. Aproveite o momento para reestruturar as
escolas da rede estadual, coloque o FDE para trabalhar.
As escolas precisam ser
reestruturadas com ventilação, com arejamento, elas precisam ser reformadas.
Sr. Secretário, inaugure um programa de internet para todos os alunos, de
internet banda larga para os alunos, professores. Entregue computadores e
celulares inteligentes para os nossos alunos poderem acessar minimamente as
aulas online.
Nenhum programa desses foi
estabelecido até agora, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, o que o governo faz é
isto: "nenhum aluno ficará para trás", mas não distribuiu
computadores, não deu banda larga para os alunos e nem para os professores, que
estão trabalhando em dobro e sem recursos; eles estão pagando a mais na energia
elétrica, na banda larga de internet e o estado não deu sua colaboração.
Então, quero repudiar veementemente
esta entrevista do secretário, porque não haverá volta às aulas em 2020,
porque, se ocorrer a volta às aulas, haverá um genocídio da Educação, morte dos
profissionais da Educação, de familiares dos alunos e dos próprios alunos.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PSL - Obrigado, deputado. Convido o nobre deputado capitão
Castello Branco a assumir os trabalhos.
* * *
-
Assume a Presidência o Sr. Castello Branco.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PSL - Dando prosseguimento à lista de oradores inscritos para o
Pequeno Expediente do dia 24 de agosto de 2020, chamamos agora o nobre deputado
Dr. Jorge Lula do Carmo. (Pausa.) Coronel Telhada. (Pausa.) Professora Bebel
Lula. (Pausa.) Sr. Daniel José. (Pausa.) Nobre deputada Marina Helou. (Pausa.)
Nobre deputado Gil Diniz, V. Exa. tem o tempo regulamentar.
O SR. GIL DINIZ - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado,
presidente. Boa tarde aos deputados presentes aqui no Pequeno Expediente, aos
nossos assessores, aos policiais militares e civis desta Casa e a quem nos
acompanha pela Rede Alesp.
Presidente, semana passada eu subi
aqui à tribuna para falar de uma ação que movi contra uma rede de mentiras, um
blog de mentiras, deputado Major Mecca, que eu processei em primeira instância
e perdi. Recorri para segunda instância, perdi e tive que pagar uma sucumbência
- nessa não, em uma anterior - de seis mil reais, nessa eu ainda vou ter que
pagar.
Alguns críticos vieram
relativizar, deputado Castello Branco, os ataques à minha pessoa. Citei a
decisão da magistrada, que eu questiono, ela não leu o que eu escrevi. Não leu,
mas para ilustrar, alguns críticos: “Olha, você é deputado agora, você pode
pagar as custas de seis mil, dez mil.”.
Não é isso,
não se trata disso, se trata de justiça. Justiça, mas para provar. Porque não é
por conta de ser deputado, que isso não deveria influenciar em absolutamente
nada. O juiz, deputado Major Mecca, precisa ser justo. Olha o que aconteceu
comigo em abril de 2018, deputado Carlos Giannazi.
Gostaria de
colocar um vídeo, por gentileza.
*
* *
- É exibido
o vídeo.
*
* *
O
SR. GIL DINIZ - PSL - Olhem só. Isso foi na porta da Polícia Federal,
salvo engano, dia 08 de abril de 2018. Esse rapaz, que eu nunca vi na minha
vida, deputado Carlos Giannazi, não sei quem é, nunca tive contato com ele, foi
lá na porta da Polícia Federal. Tinha lá os militantes dizendo: “Bom dia, Lula.
Bom dia, presidente Lula.”
E olha só,
jamais incentivei esse tipo de atitude. O rapaz saiu correndo, adentrou as
fileiras dos policiais e olha só - gostaria de colocar um print aqui - a
matéria que saiu minutos depois: “Agressor de Manuela d’Ávila é Gildevanio Ilso dos Santos Diniz,
Gil Diniz, assessor de Eduardo Bolsonaro.” - o blog “Brasil 247”.
Olha só:
“Já foi identificado o homem que agrediu a presidenciável do PCdoB, Manuela
d’Ávila, durante uma manifestação pela liberdade do ex-presidente Lula em
Curitiba, onde ele está preso. O rapaz se chama Gildevanio
Ilso dos Santos Diniz, assessor do deputado federal
Eduardo Bolsonaro do PSL - São Paulo. O parlamentar é filho do pré-candidato ao
Palácio do Planalto pelo PSL, Jair Bolsonaro.”
Aí coloco
para vocês aqui: “Gil Diniz agrediu Manuela d’Ávila”. Olha só, que coisa. Eu em
São Paulo, trabalhando, assessor parlamentar do deputado federal Eduardo
Bolsonaro. Essa situação aconteceu em Curitiba. Esse blog sujo não teve o
cuidado, cuidado nenhum de me procurar, de procurar o gabinete. Simplesmente
colocou.
Só que aí,
meus senhores, desencadeou uma série de situações. Colocaram meu endereço na
internet. Põe aí você no Google, agora. Põe aí: “Gil Diniz agride Manuela
d’Ávila”. Você irá conseguir o endereço da minha casa. Você irá conseguir o
telefone residencial. Você irá conseguir o nome e o CPF dos meus pais e,
obviamente, o meu também.
Gostaria de
passar os próximos. Olha aqui: “Identificado o agressor da Manuela”. Deixo aqui
da tribuna, hein. Isso faz tempo já. Já entrei com processo e vou explicar.
Todos os meus dados expostos, os meus filhos expostos, meus pais expostos,
minha esposa exposta. Olha só. Por favor, passa o próximo. Mais um. Por favor,
o próximo. Pode passar o próximo. Olha só. Eu me senti moralmente - só mais um
minuto, presidente - com um dano irremediável, Major Mecca, e entrei com um
processo contra esse blog. Perdi.
Por favor,
volta um pouquinho. Na decisão. Aí. “Com efeito a liberdade de imprensa -
penúltimo parágrafo - consistente em direito fundamental basilar do atual
regime democrático, é um importante instrumento para a preservação do
pluralismo de ideias de um Estado. Tendo a sua garantia assegurada
constitucionalmente.”
Passa para
o próximo, por favor. “Conclui-se, assim, que a garantia à manifestação do
pensamento, não é ilimitada, ao contrário encontra restrições nos demais
dispositivos constitucionais, devendo ocorrer a ponderação de interesses”.
E a
magistrada segue, dizendo: “Pois bem, na hipótese sob cometo não se constata
excesso na forma como a questão foi abordada no uso de expressões indevidas”.
Ela me nega o pedido liminar e depois julga o mérito, e eu perco. Eu recorro,
Mecca, para o Colegiado e perdi também.
Chegaram
agora as custas, deputado Castello Branco. Irei pagar 4 mil reais de custas
advocatícias para o advogado do “Brasil 247”. Passa para mim, por favor, mais
um. Por quê? Porque a “247” fez uma errata horas depois, Major Mecca, e olha
só. Olha a errata: “Erramos. Homem que provocou Manuela não é assessor de
Eduardo Bolsonaro”. Não colocam o meu nome, não explica absolutamente nada.
Passa o próximo.
Olha a
errata deles, vejam a errata: “O homem que provocou a presidenciável do PCdoB,
Manuela d’Ávila, durante uma manifestação pela liberdade do ex-presidente Lula
em Curitiba, nesta segunda-feira, 09, foi apontado como Gildevanio
Ilso dos Santos Diniz, assessor do deputado federal
Eduardo Bolsonaro, em São Paulo. O parlamentar, filho do pré-candidato ao
Palácio do Planalto pelo PSL, Jair Bolsonaro, negou a informação que havia sido
compartilhada no Facebook pelo jornalista Luís Costa Pinto.”
Encerro,
presidente. Que errata vagabunda esta aqui. Que palhaçada esta aqui. Que
Justiça é essa que nós temos? Que Justiça é essa que nós temos? Vou voltar à
tribuna, presidente, para continuar denunciando esses magistrados e denunciando
essa imprensa porca que coloca, Major Mecca, as nossas vidas em risco todos os
dias. Colocam as nossas famílias em risco. Isto aqui não é brincadeira. Isto
aqui não é brincadeira.
Peço,
presidente, que mande as notas taquigráficas ao presidente do Tribunal de
Justiça de São Paulo e ao CNJ, mas eu volto a esta tribuna para continuar denunciando,
porque tem mais nesse assunto aqui, simplesmente absurdo e abominável.
Muito
obrigado Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PSL
- Muito obrigado, nobre deputado Gil Diniz. Próximo inscrito como orador,
deputado Rodrigo Gambale. (Pausa.)
Deputado Sargento Neri. (Pausa.) Deputada Leticia Aguiar. (Pausa.)
Agora iniciamos a lista suplementar. Nobre deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Delegado Olim. (Pausa.) Rodrigo Gambale. (Pausa.) Nobre deputado Major Mecca. Vossa Excelência tem o tempo regulamentar.
O SR. MAJOR MECCA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Uma boa tarde, Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados. Parece que para nós, policiais do estado de São Paulo, principalmente para nós, policiais militares, o sofrimento e as ofensas em cima da nossa categoria não têm limite.
Este ano aqui nós já fomos, os nossos veteranos da nossa Polícia Militar, já fomos chamados de vagabundos pelo governador Agripino Doria. Nós tivemos um coronel da Polícia Militar que foi destratado pelo governador dentro do quartel do Comando-Geral, em uma reunião ao vivo que houve dentro do quartel do Comando-Geral.
Na semana
passada, nós tivermos um ocorrido em Marília, e todos nós estamos acompanhando
as várias ocorrências, as várias situações em que policiais militares, cumprindo
a sua missão, cumprindo a sua tarefa, fazendo abordagens, fiscalizando, nas
ruas de São Paulo, para defender a vida, a integridade física e a dignidade das
pessoas no nosso Estado.
Os policiais - todo mundo está acompanhando - ultimamente são agredidos fisicamente, são xingados, e parece que nada é suficiente para que alguma providência seja adotada para a proteção dos nossos policiais no exercício da sua atividade.
Na semana passada, no município de Marília, o sargento Alan e a sua equipe fizeram uma abordagem para uma fiscalização em um veículo. O sargento Alan, trabalhando no policiamento de trânsito, detectou a falta do pagamento de licenciamento, dois pneus carecas dianteiros, e adotou as providências que a legislação de trânsito do Código de Trânsito Brasileiro determina que fossem adotadas.
Compareceu ao local o pai da senhora que conduzia o veículo, que é marido de uma vereadora da cidade de Marília. A vereadora de Marília ligou no celular do sargento, que a atendeu com toda a educação e cortesia e explicou o motivo pelo qual as providências estavam sendo adotadas, e explicou as condições que ele poderia liberar, se ela sanasse os problemas ali no local.
Foi falado que não seria sanado e, na sequência, o sargento recebe a ligação da comandante do seu batalhão, do 9º Batalhão do Interior, perguntando para ele o que foi feito. Ele explicou com toda a educação, com toda a cortesia e, infelizmente, a autofagia da Polícia - que eu trabalhei 31 anos, e sei como acontece. A tenente-coronel pergunta se ele sabe quem ele é, porque ele está apreendendo o veículo de uma vereadora.
Poderia ser o veículo do governador, de qualquer que fosse a autoridade. A lei foi feita para todos. No sábado último agora, eu fui até Marília, para visitar e dar o nosso apoio e o nosso abraço ao sargento Alan, que é um profissional com mais de 25 anos de Polícia, um sargento altamente qualificado no policiamento de trânsito.
Essa ocorrência foi sábado retrasado. Na segunda-feira, o sargento já havia sido afastado das suas atividades de trânsito e movimentado. Eu liguei no Comando de Policiamento do Interior-4 na quinta-feira, e estou aguardando a resposta. Por que as providências foram adotadas nesse sentido?
Como eu não
recebi, eu quero deixar bem claro ao Comando da Polícia Militar, o coronel
Alencar é meu amigo, é filho de praça como eu, sou filho de um veterano que
foi praça.
Nós vamos
oficiar, através da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de
São Paulo, porque eu quero saber quais as providências adotadas ao Comando do
9º Batalhão de Polícia Militar do Interior.
Muitas vezes, eu, como parlamentar, não sou recebido nos quarteis da PM com o devido respeito, e isso não é só uma fala minha, é de inúmeros parlamentares, deputado Gil Diniz, deputado capitão Castello Branco, deputado Douglas Garcia, deputados federais, senadores, os deputados estaduais oriundos da corporação, muitas vezes, não têm o devido tratamento dentro dos nossos quarteis.
Eu já falei isso para o comandante-geral, para o subcomandante, para o coordenador operacional e para inúmeros coronéis. O mesmo respeito que a Polícia Militar, que todos os nossos soldados, temos pelo povo na rua, nós exigimos aqui de todas as autoridades, seja do governador, seja de quem for.
O sargento Alan não será punido por estar trabalhando. Não será, porque as provas são límpidas, são nítidas e contundentes, de que ele estava trabalhando. E o desrespeito com o meu gabinete, em não terem respondido até agora quais foram as providências adotadas. Isso precisa ter um fim, porque eu não aprendi, dentro da Polícia Militar, a desrespeitar ninguém, seja meu superior, seja meu subordinado.
Sempre respeitei a todos, e eu estou aqui nesta Casa Legislativa hoje para defender os policiais militares, e hoje estou aqui em nome do sargento Alan, sargento da Polícia Militar que, na segunda-feira, tinha sido retirado do curso que estava fazendo, porque ele me mostrou a documentação, e durante a semana foi colocado rapidamente para refazer o curso que está aqui na Capital fazendo, começou hoje.
O seu advogado
já está protocolando no Tribunal de Justiça Militar a representação, para que
as providências legais sejam adotadas à comandante do 9º Batalhão do
Interior.
Nós exigimos respeito à nossa farda e à nossa Polícia, e os comandantes da Polícia Militar precisam ter consciência de que a política suja, a política desonesta, a política que nos massacra, que coloca os nossos policiais passando fome, não merece o nosso respeito.
Não merece uma vereadora que liga durante a madrugada para uma comandante de Batalhão, sendo que ela já falou com o sargento que está na rua. É porque ela está praticando tráfico de influência, e ela tem que ter o seu mandato cassado na Câmara dos Vereadores de Marília, porque isso é querer impor autoridade, é querer estar em cima da lei, e ninguém está acima da lei.
Os nossos policiais hoje sofrem, porque eles vão querer aplicar a lei, e sempre tem alguém para dizer: “com quem você pensa que está falando? Quem você pensa que é?”. No caso, é o sargento Alan, autoridade de Polícia Militar Administrativa, que tomou a decisão de apreender um veículo.
Se eu sou
comandante do batalhão, faria uma operação “Tolerância Zero”, se fosse o caso
até mesmo na porta da Câmara dos Vereadores. Quem sair sem cinto, com pneu
careca, desrespeitando a Lei de Trânsito, vai ter o veículo apreendido. E quem está
apreendendo? Um soldado de Polícia Militar, autoridade de Polícia
Administrativa, porque é isso que a lei diz.
O soldado é
autoridade e não pode ser destratado, desrespeitado por ninguém no exercício da
sua atividade. É extremamente triste, mas isso ainda
acontece no nosso País.
Obrigado.
O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PSL
- Dando sequência aos oradores inscritos na lista suplementar, deputado
Carlos Giannazi. (Pausa.) Nobre Deputado Gil Diniz. Vossa Excelência tem o
tempo regulamentar.
O SR. GIL DINIZ - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Volto aqui a esta tribuna, Sr. Presidente. Não retiro uma única vírgula do que o deputado Major Mecca pontuou aqui. No Grande Expediente, Major, vou falar sobre isso. Vou representar a comandante também. Vou mandar para o Comando-Geral, vou mandar para a Corregedoria, e sei que o TJM já está sendo acionado.
Isso que aconteceu em Marília, a gente sabe que muitas vezes acontece, essas punições veladas que alguns comandantes acabam dando para os seus subordinados, mas isso tem que acabar dentro da Polícia Militar. A gente vai falar mais sobre isso durante esta tarde.
Mas eu gostaria, Sr. Presidente, de continuar falando aqui sobre o início da minha fala no Pequeno Expediente, quando coloquei a decisão da magistrada sobre a questão ali do “Brasil 247”. A magistrada, na sua decisão, o que ela argumentou? Que houve uma errata, deputado Douglas Garcia, e que essa errata foi suficiente para que não houvesse danos à minha honra, à minha moral.
Mas, vejam só vocês. Digo mais uma vez, quem nos assiste aqui na Rede Alesp. Esta aqui foi a porca errata do “Brasil 247”. Põe a decisão, por favor, a segunda página da decisão da magistrada, por gentileza. Mais um pouquinho. Aqui, essa aqui, só um momento.
Olha só. Se ela disse que a errata funcionou, por que o jornalista Lula Falcão, um jornalista aí que nos meios de esquerda é respeitado, colocou aqui: “agressor de Manuela d'Ávila, protegido pela PF, ajuda Evânio Santos Diniz, assessor do deputado Eduardo Bolsonaro em São Paulo, via Luis Costa Pinto”?
Ou seja, a errata, Sra. Magistrada, não surtiu efeito nenhum, e eu provo para Vossa Excelência. Coloca aí no Google agora, dia 24/08, 15h15 da tarde. Joga aí no Google: “agressor de Manuela D'Ávila é funcionário de Bolsonaro na Câmara Federal.” Está num blog aqui: Esquilo Político, deputado Douglas Garcia - jornalismo contra o fascismo. “Agressor de Manuela D'Ávila é funcionário de Bolsonaro na Câmara Federal”.
“O
agressor da deputada estadual Manuela D'Ávila, que teve cobertura da
Polícia Federal, é Gildevânio Ilso
dos Santos Diniz, assessor parlamentar de Eduardo Bolsonaro. Não foi difícil
localizar sua página no Facebook”, deputado Adalberto Freitas.
Olha
só: “o agressor da deputada é lotado no gabinete de Eduardo Bolsonaro com cargo
comissionado; conforme tivemos acesso, o mesmo foi nomeado em 11 de setembro de
2015”.
Exatamente
na época, deputado Major Mecca, eu era lotado, era um assessor parlamentar, com
muito orgulho por trabalhar no gabinete do deputado federal Eduardo Bolsonaro e
ajudá-lo aqui em São Paulo.
“Ainda
segundo informações, o mesmo deveria estar em expediente durante o ato de
agressão a Manuela. Conferimos a informação com o gabinete do parlamentar
Eduardo Bolsonaro.
A
pessoa que passou a informação pediu para não ser identificada, após informarmos
que era uma reportagem sobre o ocorrido, mas confirmou que o assessor
parlamentar costuma se ausentar em horário de trabalho com uma certa
frequência”, deputado Douglas Garcia. Isso aqui é uma piada.
“O
que mais espantou foi a atitude da Polícia Federal, que não só deu amparo ao
agressor, como não ouviu a vítima e ajudou na fuga de Gil Diniz. Pior que isso
foi a polícia não conseguir identificar uma pessoa que foi tão facilmente
encontrada por internautas.
Pior
que isso é saber que um desclassificado desses quer ser deputado estadual”. E
aqui, Major Mecca, tem um post meu, um comentário, eu
dizendo: "sou pré-candidato a deputado estadual pelo PSL São Paulo".
Eu
gostaria de indagar novamente a essa magistrada: qual efeito que essa porca
errata surtiu? Nenhum, zero. Tanto é que os meus dados continuam expostos na
rede social, nos buscadores, principalmente no Google.
E
reafirmo aqui: se acontecer algo contra mim, contra a minha família, minha
esposa, meus filhos, é graças a decisões de magistrados como esses. E o pior:
não foi só uma. Eu recorri.
E
pior, Major Mecca: por perder a ação, eu vou ter que pagar os advogados. Quatro
mil reais de honorários advocatícios. É essa Justiça que nós queremos? Já é a
segunda matéria que eu venho aqui, deputado Douglas...
E
quando nós fazemos um ofício, um pedido à CPI das Fake News desta Casa, é
negado, porque nós não somos membros da comissão. É uma vergonha para esta Casa
Legislativa, é uma vergonha para este Parlamento que deputados sejam tratados
dessa maneira.
Mas
nós não vamos desistir, Douglas. Vamos continuar acionando os meios legais. Mas
para esses magistrados aqui, eu deixo o meu repúdio: à primeira instância, ao
colegiado que julgou depois. É simplesmente absurdo o que os senhores vêm
fazendo, protegendo criminosos que expõem as nossas vidas e as nossas famílias.
Muito
obrigado, Sr. Presidente. E peço que as notas taquigráficas sejam enviadas ao
presidente do Tribunal de Justiça e ao Conselho Nacional de Justiça.
Muito
obrigado, Sr. Presidente.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Douglas Garcia.
* * *
O SR. PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PTB - Solicito
à taquigrafia que encaminhe para onde o deputado solicitou. Continuando a lista
dos oradores inscritos no Pequeno Expediente, na lista suplementar, gostaria de
convidar, para fazer o uso da palavra, o nobre deputado Carlos Giannazi. Vossa
Excelência tem o tempo regimental.
O SR. CARLOS GIANNAZI -
PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, nobre deputado Douglas Garcia, Srs.
Deputados, Sras. Deputadas, queria fazer aqui um apelo aos senadores da
República para que amanhã, terça-feira, votem, em caráter de extrema urgência o
Fundeb - o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais da Educação.
Nós
apelamos ao Senado para que o projeto de lei, aprovado já pela Câmara dos
Deputados, seja votado na íntegra, sem destaque, sem emendas, exatamente como
ele foi apresentado para o Senado. Um Fundeb que seja permanente, que seja
incorporado, agora, à Constituição Federal; um Fundeb que aumente os recursos
para a Educação Pública brasileira.
E
o projeto aprovado pela Câmara aprovou 23 por cento. Houve um aumento
importante e significativo; longe de ser o ideal, porque a nossa luta era por
um aumento de 40% e para que também seja mantida a terminologia de
“profissionais da Educação”. Até então o Fundeb era o Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização do Magistério.
Agora,
de valorização de todos os profissionais da Educação, incorporando também,
inclusive, os servidores do quadro de apoio escolar e as nossas educadoras de
Educação Infantil, que estão fora do Fundeb.
Então,
esse é o projeto que nós temos que aprovar amanhã. E sobretudo incorporando,
mantendo o CAQ - o Custo Aluno Qualidade. Esse é um fator fundamental na defesa
da Educação Pública. E o Fundeb é muito importante, porque ele financia
praticamente a Educação Pública brasileira.
Nós
temos muitos desafios pela frente, Sr. Presidente. O Brasil ainda tem dois
milhões de alunos fora do ensino fundamental; nós temos ainda 80 milhões de
jovens e adultos que não conseguiram concluir alguma etapa da educação básica.
Sem
contar os 13 milhões de analfabetos; o Brasil ainda não conseguiu oferecer
escolas para essas pessoas. Então, é uma dívida histórica que o Brasil tem com
a Educação Nacional, e a aprovação do Fundeb, amanhã, é primordial nesse
sentido.
Existe
uma ampla mobilização nacional para que isso ocorra. E ocorra rapidamente, até
porque, além do Fundeb, estabelece que esse fundo vence a sua validade
exatamente agora no final do ano: no dia 31 de dezembro, acaba o Fundeb.
E,
se não for aprovado o novo Fundeb, nós vamos ficar sem esse importante
instrumento de financiamento da Educação. E nós estaremos, com isso,
prejudicando mais de 20 milhões de alunos matriculados nas escolas públicas do
Brasil.
Então,
é importante que cada deputado, que cada deputada também pressione os seus
partidos políticos, os seus senadores, para que eles aprovem amanhã,
terça-feira, o Fundeb. O Fundeb permanente; o Fundeb que aumenta os recursos
para a Educação Pública brasileira; que garante o Custo Aluno Qualidade, o
famoso CAQ - isso é fundamental; que inclua todos os profissionais da Educação
no Fundeb, não só o magistério.
O
magistério está incluído, mas nós temos que também incluir todos os
profissionais da Educação. E que não haja inclusão de outros itens que não são
relacionados à Educação.
Já
tentaram aprovar voucher no Fundeb, tentaram incluir, nas verbas do Fundeb, o
pagamento com as aposentadorias. Isso é proibido por lei; está lá no Art. 70 da
LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Então,
amanhã, o Brasil inteiro estará irmanado e lutando para aprovar, no Senado, a
nova lei do Fundeb. Agradeço a força e participação de todas as pessoas
envolvidas nessa empreitada em defesa da Educação Pública brasileira.
O SR. PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PTB - Encerrando
a lista dos oradores inscritos no Pequeno Expediente, eu passo agora ao Grande
Expediente.
* * *
- Passa-se ao
GRANDE EXPEDIENTE
* * *
O SR. PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PTB - Quero
chamar, para fazer uso da palavra, a nobre deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.)
Nobre deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Nobre deputado
Rodrigo Moraes. (Pausa.) Nobre deputado Itamar Borges. (Pausa.) Nobre
deputada Professora Bebel Lula. (Pausa.) Nobre deputado Caio
França. (Pausa.) Nobre deputado Major Mecca, que, por permuta, oferece o
tempo ao nobre deputado Gil Diniz.
O SR. GIL DINIZ - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Mais uma vez
na tribuna, presidente. Como eu falei anteriormente, queria assinar embaixo o
que o deputado Major Mecca falou aqui sobre a conduta, a correção e o
profissionalismo do sargento Alan, lá de Marília.
Para
quem não viu a ocorrência, esse sargento de Polícia Militar abordou um veículo
dois sábados atrás. Esse veículo estava com os pneus carecas e com o
licenciamento vencido. E para o azar do sargento Alan, profissional de Polícia
Militar, quem estava no carro, quem dirigia, quem conduzia aquele carro era a
filha de uma vereadora de Marília.
Aí,
começou, deputado Douglas Garcia, aquilo que nós abominamos, que nós queremos
extirpar da política: aquela coisa de “você sabe com quem você está falando?”.
Foi mais ou menos isso que aconteceu. O sargento deu opções, ali, para que se
pagasse o licenciamento via aplicativo; veio o pai da menina; a vereadora
ligou.
E
a vereadora tinha o contato da comandante do batalhão - 9o Batalhão
do Interior, Major Mecca? Do 9o Batalhão do Interior,
comandado por uma tenente-coronel. As informações que chegaram é que ela está
lá há mais ou menos dois meses, salvo engano. E a tenente-coronel, a comandante
do batalhão, oficial de Polícia Militar, ligou para o sargento e questionou o
procedimento que ele estava tendo ali naquela ocorrência.
E
ele explica, Major Mecca, para ela, tudo o que ele fez, legalmente, dentro da
lei; cumpriu a sua função. Agora, a fala da tenente-coronel é surreal:
“sargento, o senhor está descumprindo uma ordem da comandante. O carro é da
vereadora. Quem você pensa que é?”
Meu
Deus do céu. A comandante do batalhão, ao invés de ter explicado para a
vereadora o porquê de o carro estar sendo apreendido e como ela poderia
remediar aquela situação, dentro da legalidade, não: ela foi dar carteirada no praça, ela foi dar carteirada no sargento. E o tirando,
Major Mecca, da rua; punindo. É uma punição que nós sabemos que existe na
Polícia Militar, infelizmente. Punições veladas. Essa ficou escancarada, ainda
bem.
Eu
fui soldado temporário da Polícia Militar; passei dois anos na Escola Superior
de Sargentos. Uma escola de vida, deputado Douglas Garcia. Uma escola de vida.
O cabo Ortega, que foi para a reserva como sargento Ortega, foi uma espécie de
pai para mim naquela unidade.
Chamava todo mundo de “Joe”: “O
Joe, vem cá.”
Quantas vezes ele não me aconselhou? Nunca o vi destratar um subordinado ou
um soldado temporário, por exemplo. Os superiores: o
sargento Wilson foi para a reserva; chegou a subtenente, foi para a reserva
como segundo-tenente.
Sempre nos aconselhando, sempre nos deixou claro que hierarquia enverga mas
não quebra. Explicava para a gente o militarismo e como era, como funcionava
ali na unidade: “sim, senhor”, “não, senhor”; a continência.
E quando a gente se depara com uma situação como essa, a gente fica triste,
porque nós amamos a Polícia Militar do Estado de São Paulo. Nós defendemos os homens e mulheres da
gloriosa corporação de Tobias Aguiar. Aí, me vem uma oficial, me vem uma
comandante, como essa, e joga tudo no lixo.
Meu Deus do céu, o que essa senhora queria? O que ela queria humilhando, destratando, um
sargento? E o pior: ameaçando de punir, e puniu. Vai responder.
Vou representá-la no comando-geral; vou representá-la na Corregedoria se preciso for; no TJM. Sei que o advogado já está tomando as devidas... Mas pode contar com o meu mandato.
Ora, parei na Av. Aricanduva ano passado para tentar, Mecca, cumprimentar
um policial militar que, em confronto com um vagabundo, acertou um tiro nele e
o matou. Fiquei parado 40 minutos ali na avenida para tentar falar para o
policial: “É isso que nós esperamos da Polícia Militar do Estado de São Paulo: se rendeu, está preso; não se rendeu, saco”. E foi uma dificuldade enorme para
conseguir, porque achavam que eu, como deputado, estava ali para prejudicar os
policiais. E não é isso.
Falo aqui para o Comando da Polícia Militar e para os seus oficiais: nós queremos ajudar a tropa, mas se ajudem
também. Cortem na carne também. Atitudes como essas são abomináveis, não importa o posto, não importa a graduação, não importa se tem uma Estrela Gemada no ombro ou uma divisa no braço: isso é abominável, essa situação que aconteceu em Marília. Abominável.
Se eu estivesse na pele dessa tenente-coronel, eu repensaria a forma como
conduzi minha carreira e como cheguei até ali. Porque, como eu disse, em dois anos
de Polícia Militar como soldado PM temporário, jamais fui destratado por um superior, por um soldado, por um cabo,
por um sargento, por um subtenente, por um tenente, ou por um coronel full, da
maneira como ela destratou aquele policial militar que estava cumprindo o seu
dever. Não fez nada de errado.
É isso que dói: saber que nós temos comandantes como essa senhora. É
como o Mecca falou aqui: tem hora que dá
vontade de falar algumas verdades, mas a gente segura pelo amor que a gente
tem à Polícia Militar. Mas não é possível aos oficiais de postos, comandantes.
Parece, Mecca, que tem uma distância, um muro, entre nós. Nós, que queremos ajudar as forças de segurança, parece que eles gostam de manter uma
certa distância; muitas vezes nós não somos convidados para solenidades.
Olha lá aquela medalha que nós fomos indicados para receber, a
Medalha Tobias Aguiar. Faz mais de seis meses, até hoje nós não recebemos, justamente porque tem oficiais que têm medo do governador do estado de São Paulo.
E, para finalizar, presidente, eu deixo aqui um recado, não digo ao alto
oficialato, não; eu falo para os tenentes, para os aspirantes a tenente, para
quem está nos bancos escolares da Academia Militar
do Barro Branco, academia que eu já pintei muito, viu, Mecca, já fui fazer pequenos reparos nela e serviços gerais. E, com muito orgulho, usava meu casquete e meu macacão cinza.
Mas falo para eles: tenham a sua carreira na Polícia Militar, façam o melhor pelos seus policiais e pelo
povo de São Paulo. E quando chegarem nos últimos postos, não pensem no cargo
seguinte, a aposentadoria, a reserva. Batam no peito, vocês fizeram o juramento de defender o povo de São Paulo com a própria vida se necessário. Estão com medo de um governador canalha e covarde por quê? Por quê?
É lamentável essa tenente-coronel, e nós vamos representá-la, sim. Ela vai responder, sim, porque ela cometeu, no mínimo, uma série de ilícitos, e nós vamos cobrar o Comando da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PTB - Continuando a lista dos oradores inscritos no Grande Expediente, eu
gostaria de chamar para fazer uso da palavra o nobre deputado Dr. Jorge Lula do
Carmo. (Pausa.) Nobre deputado Rodrigo Gambale. (Pausa.) Nobre deputado
Sebastião Santos. (Pausa.) Nobre deputado Castello Branco. (Pausa.) Nobre
deputado Alex de Madureira. (Pausa.) Nobre deputado Ed Thomas. (Pausa.)
Nobre deputado Carlos Giannazi. Vossa
Excelência tem o tempo regimental. Solicito ao nobre deputado Gil Diniz que
assuma a Presidência dos trabalhos.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Gil Diniz.
* * *
O SR. CARLOS
GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs.
Deputados, Sras. Deputadas, deputado Gil Diniz, deputado Douglas Garcia, eu
quero me associar ao que V. Exa. disse, deputado Gil Diniz, em relação à denúncia feita pelo deputado Major Mecca. É muito grave o que aconteceu, e isso deve
ser apurado com rigor. A pessoa que cometeu essa improbidade administrativa tem
que ser punida com veemência.
Até o Ministério Público tem que investigar, o secretário de Segurança Pública, a Corregedoria, o
comandante-geral da Polícia Militar. Nós temos que dar uma resposta efetiva a
esse tipo de perseguição a um funcionário, a um servidor da Segurança Pública que estava cumprindo o seu dever.
Ele tem que ser, inclusive, homenageado por isso, e não punido e
transferido. Então, me associo ao que disse V. Exa., deputado Gil Diniz, e também o Major Mecca.
Sr. Presidente, eu vim à tribuna no Grande Expediente para
continuar denunciando esse macabro e nefasto PL nº 529, do governador Doria, que representa um desmonte amplo, geral e
irrestrito do patrimônio público, um dos piores projetos de toda a história do tucanistão, do tucanato, aqui em
São Paulo.
É um desmonte jamais visto na história do nosso Estado, e olha que o estado
de São Paulo sempre foi o grande laboratório dessas políticas de estado mínimo, de políticas neoliberais, de destruição do estado, de ataques aos servidores públicos e aos serviços públicos, principalmente a partir de 1995, quando o PSDB assume o Governo do
Estado e constrói, vai construindo, maioria aqui na Assembleia Legislativa.
E nós temos a intensificação de algo que já
existia, sem dúvida nenhuma, mas que é altamente intensificado, com potência total, pelos governos tucanos de plantão até os dias de hoje.
Mas o governador Doria conseguiu realmente acelerar ainda mais esse
processo de uma forma jamais vista. Esse Projeto de lei nº 529 comete vários ataques ao patrimônio público e, sobretudo, à prestação de serviços públicos à população, que será a maior atingida por esse PL nº 529, Sr. Presidente.
Além da extinção de instituições de
pesquisa e de fundações importantes para o desenvolvimento social, científico, tecnológico e econômico do estado de São Paulo, esse
projeto tem maldades cruéis, como, por exemplo, só para citar uma delas, porque eu venho à tribuna falando de várias, mas uma delas, que me chamou muito
a atenção, além da Fosp, da extinção da Fundação Oncocentro de São Paulo, que é uma instituição do SUS, do Sistema Único de Saúde que trabalha com pesquisa na área do câncer, com diagnóstico na área do câncer.
Ela também cumpre um papel importante na fabricação e na construção de prótese facial para pessoas que fizeram cirurgias
de câncer no pescoço ou na cabeça; pessoas, por exemplo, que fizeram uma
cirurgia de câncer no rosto, no olho, e precisam de
uma prótese, porque se não ela ficaria com um buraco no olho, ou na boca, ou na orelha.
Então o Oncocentro realiza a fabricação e a produção das próteses para essas pessoas, e atendendo
também as pessoas de baixa renda, sem condições econômicas, de uma forma personalizada, de uma forma humana.
O Oncocentro, a Fundação, está na lista do Doria para ser extinta. Inclusive,
saiu uma matéria interessante na “Folha de S. Paulo” dando conta, mostrando exatamente o que eu estou falando, no sábado agora.
Essa matéria vale a pena ser lida, eu recomendo a leitura, que o deputado que ler
essa matéria com certeza não vai votar a favor desse projeto. Mas, além disso, Sr. Presidente, entre tantas
outras maldades uma outra também me chamou a atenção, que é justamente o aumento do IPVA para toda a população.
Mas, sobretudo, tem uma perversidade tão cruel ali que eu fiquei chocado,
que ele tira a isenção do IPVA, o diminui drasticamente, para as pessoas com
deficiência. As pessoas com deficiência praticamente não terão mais o desconto do IPVA, deputado Gil Diniz, deputado Douglas
Garcia.
Uma pessoa com deficiência, que não tem recursos financeiros, que era
beneficiada ali pelo menos parcialmente com uma isenção fiscal do IPVA, ela
perde esse benefício.
Pensei: “Acho que, já que ele vai fazer uma reforma tributária, eu penso que o governador deveria
então taxar pelo IPVA, ou seja, cobrar o IPVA, por exemplo, de quem não paga
IPVA”.
Por exemplo, se uma pessoa compra um iate aqui em São Paulo, ela não paga
IPVA; se ela comprar um jato ou um helicóptero, ela não paga IPVA. Mas ele vai
tirar o IPVA justamente das pessoas com deficiência. Então é uma perversidade sem precedentes.
E um outro tema também, Sr. Presidente, que me chama a atenção e que é grave, inclusive, eu quero divulgar aqui
um artigo publicado hoje na “Folha de S. Paulo” também, sobre o mesmo tema, o PL que se chama, o título é o seguinte: “PL nº 529, o vírus que ataca a ciência paulista”. Esse artigo é da Paula Minoprio, e ela coloca aqui vários dados interessantes.
O primeiro é que em plena pandemia São Paulo é o estado que representa hoje o epicentro
da crise do coronavírus. Já são quase 30 mil pessoas mortas no estado de São Paulo, e nesse ambiente o
Doria faz um ataque mortal à ciência, à pesquisa científica.
Ela dá conta do seguinte: que 40% das
publicações sobre Covid-19 no Brasil são feitas por cientistas das nossas três universidades públicas, da USP, da Unicamp e da Unesp; e
que 20% das pesquisas realizadas no Brasil são feitas pela USP, pela
Universidade de São Paulo.
São exatamente essas universidades que o
Doria ataca com o 529, porque no Projeto, no Art. 14, ele pode retirar os
fundos de reserva dessas três universidades
e da Fapesp também.
Com isso, ele vai
prejudicar logo de início mais de 180 mil alunos dessas universidades que são
financiados pela Fapesp, Sr. Presidente, lembrando que as universidades,
durante o período de pandemia, já perderam, por conta da crise econômica, mais
de 670 milhões de reais.
Por
tudo isso, esse PL 529 representa também um ataque à ciência, à pesquisa e
ataca frontalmente a Fapesp, que é a fundação que financia a pesquisa no estado
de São Paulo e as nossas três universidades, ataca a ciência e ataca,
sobretudo, pesquisas relacionadas à área da Saúde e de combate ao coronavírus.
Então,
por tudo isso e muito mais nós estamos vindo à tribuna quase que diariamente
apresentar as maldades, as perversidades desse projeto do governador Doria, de
desmonte.
Eu
falo que agora é um desmonte amplo, geral e irrestrito, porque ele atinge
várias áreas do estado de São Paulo. Por tudo isso, nós vamos obstruir e votar
contrariamente ao PL 529.
Muito
obrigado, Sr. Presidente,
O
SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PSL - Muito obrigado, nobre
deputado. Com a palavra o deputado Douglas Garcia. Vossa Excelência tem o tempo
regimental de dez minutos.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PTB -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Sr. Presidente. Sr. Presidente, ontem
foi gerada uma polêmica nas redes sociais, uma gritaria, um bafafá, um
fala-fala por causa da fala, de um posicionamento do presidente da República
Jair Bolsonaro. Eu vim aqui, a esta tribuna, hoje, comentar a respeito disso.
Deputado
Gil Diniz, em janeiro de 2016 o presidente Jair Bolsonaro, quando era deputado
federal, estava em Porto Alegre. Viraram um balde de purpurina na cabeça dele.
Estava lá.
Qual
foi a reação dele? Ele deu risada, tratou isso como se fosse uma piada, apesar
de que aqueles que fizeram isso o fizeram no sentido de fazê-lo perder a linha,
ficar nervoso, ir para cima, avançar, agir com violência.
Logo
depois, em abril do mesmo ano de 2016, ele foi cuspido no Congresso Nacional.
Imagine, deputado Gil Diniz, que coisa horrível levar um cuspe do Jean Wyllys.
Atravessar o rio Pinheiros a nado é muito mais higiênico. Eu fico imaginando a
situação drástica por que o presidente da República Jair Bolsonaro passou
naquele momento. Ele não reagiu. Em agosto de 2017 chegaram a tacar objetos e
agredir-lhe em Ribeirão Preto. Pois é, não reagiu também.
Agora
nós tivemos, em setembro de 2018, que foi o que aconteceu? Uma facada. Pois é,
senhores, passou por toda essa situação. Alguns podem até não ter gostado da
fala do presidente Bolsonaro para o jornalista, mas é inegável que em muitas
oportunidades ele teve a chance de usar a violência e escolheu a tolerância.
Escolheu a tolerância. E eu invejo a tolerância que o presidente Jair Bolsonaro
teve em todos esses episódios.
Invejo
a tolerância que o presidente Bolsonaro em todos esses episódios, por que?
Porque eu não vou tolerar o que está acontecendo nesta Assembleia Legislativa
comigo na CPI das fake news.
A
deputada Monica, o deputado Paulo Fiorilo... Paulo Fiorilo principalmente,
utiliza a CPI das fake news para me perseguir, depois vai lá à própria CPI, a
maior hipocrisia da face da Terra, dizer que está trabalhando com análises
técnicas, que não está lá para querer beneficiar a esquerda ou atacar a direita.
A
outra deputada, Monica, enche a boca quando fala da questão de fake news,
empresas fazendo financiamento de ataques ou apoio às manifestações. Quando
essas manifestações são democráticas não tem problema nenhum, porque na
concepção da deputada Monica manifestações democráticas são as manifestações
dos antifas, em que eles vão às ruas com rojão, coquetel molotov, agridem
policiais militares, são levados à delegacia depois de quebrar o outro na
porrada, simplesmente pelo outro ter um posicionamento político diferente do
seu. Isso é uma manifestação democrática.
Então,
de acordo com o que ela mesma disse na CPI das fake news, os senhores podem
pegar inclusive, tem a gravação, não tem problema nenhum, porque o PSOL utiliza
de algumas empresas lá no Congresso Nacional para trabalhar em suas redes
sociais, sendo contratadas utilizando dinheiro público, mas aí tudo bem, aí
está tranquilo.
É
uma maravilha, não tem razão nenhuma para chamar essas pessoas para virem aqui
na CPI das fake news para poder depor, ou esclarecer, ou tirar dúvidas com
relação ao financiamento de dinheiro público para patrocinar esse tipo de ato,
porque eles chamam os atos contra o presidente da República de atos
antidemocráticos. Eu fico impressionado com a cara de pau, eu fico impressionado.
Por
quê? Porque uma hora está falando “nós não podemos nos manifestar contra as
instituições, as instituições são democráticas”. A Presidência da República é
uma instituição democrática que foi obviamente constituída pela Assembleia
Nacional Constituinte de 88. Existe no nosso Brasil, baseado nos pilares da
democracia. Então, se for levar ao pé da letra, todas as manifestações contra o
presidente da República são antidemocráticas.
Por
que não está sendo perseguida na CPI das fake news? Porque é claro que essa CPI
está sendo instrumentalizada. E eu vou repetir isso aqui quantas vezes forem
necessárias, porque eu sou chato, sim, eu sou insuportável, sim, e eu não vou
me cansar até eu conseguir derrubar cada requerimento relacionado a mim nesta
CPI das fake news, nem que eu tenha que peticionar cem vezes por dia mandatos
de segurança no Tribunal de Justiça.
Nem
que eu tenha que fazer com que mil requerimentos, cem de cada tipo de
requerimento meu arquivado nas CPIs venham a ser transbordados na sala de todos
os membros titulares da CPI das fake news desta Assembleia Legislativa, nem que
eu tenha que fazer no mínimo cem questões de ordem por dia utilizando os meus
três minutos, aos quais eu tenho direito, à Presidência desta Casa, mas eu não
vou permitir que essa CPI seja utilizada para atacar o deputado Douglas Garcia.
Por
quê? Porque o objeto dela não é esse, o objeto dela é pesquisar, investigar o
Sr. Luiz Marinho, relacionado à questão do “mensalinho” do PT, esse é o objeto.
Por quê? Porque está falando das eleições de 2018.
Os
ataques antidemocráticos do ministro Alexandre de Moraes ao deputado Douglas
Garcia naquele inquérito do fim do mundo, que a desembargadora, se eu não me
engano, Ludmila Lins Grilo - ou juíza, não sei exatamente -, Ludmila Lins Grilo
está trabalhando em um livro documentando essa situação com maestria. Esse fato
é posterior às eleições, não tem nada a ver, então o que está fazendo na CPI
das fake news?
Então,
assim, a cara de pau da deputada Monica ainda não é pior que a cara de pau do
deputado Arthur do Val, porque ele diz que em matéria de fake news eu não posso
falar, não posso abrir a boca. Deputado Gil Diniz, que está aqui, eu não vou
conseguir terminar a minha colocação. Se eu não conseguir terminar, eu vou
pedir pelo Art. 82, mas eu vou falar.
O
deputado Gil Diniz, que está aqui, de forma espetacular, exemplar procurou o
Ministério Público do Estado de São Paulo, o Tribunal de Justiça e o Conselho
de Ética desta Assembleia Legislativa contra o deputado Arthur do Val, o mesmo
que disse que eu não tenho moral para falar sobre fake news.
Por
quê? Porque o deputado Arthur do Val mentiu na cara larga e não foi qualquer
tipo de mentira, foi uma mentira que, caso judicialmente comprovada, pode
inclusive incorrer em crime, porque está assinado um documento público, porque
a folha de ponto de um assessor parlamentar é, sim, um documento público,
recebe dinheiro público.
Houve
um determinado dia no mês de julho de 2019 que o seu assessor resolveu tirar
recesso. A Casa fica em recesso relacionado a recesso de plenário, os trabalhos
da Casa continuam funcionando normalmente.
Não
estou questionando a forma com que os deputados organizam administrativamente o
seu gabinete, porque esse não é meu papel, cada um tem a sua liberdade para
fazer com que a sua unidade administrativa funcione da melhor forma que convier.
Acontece
que o deputado Arthur do Val jurou de pé junto em um vídeo que ele publicou no
seu canal do YouTube, coisa que ele sabe fazer perfeitamente bem, que é vir
aqui na Assembleia Legislativa para fazer vídeo e ganhar dinheiro sendo
monetizado e mais absolutamente nada, porque o trabalho dele como deputado
estadual se resume a isso.
O
gabinete dele é o gabinete do ócio, o gabinete mais ocioso da Assembleia
Legislativa. Não faz absolutamente nada, vai lá para poder fazer seu
videozinho, ganhar dinheiro às custas da estrutura da Assembleia Legislativa.
Olha
que coisa maravilhosa, é muito fácil ser deputado desse jeito. Quisesse abrir
mão do mandato, ficasse fazendo esse tipo de fiscalização do lado de fora da
Assembleia para saber quanto gasta menos.
Mas
o senhor prometeu, de pés juntos, que o seu assessor tinha sido abonado
determinado dia do mês de julho, quando esse assessor estava lá no Chile. Olha
que coisa mais linda, olha que economia de gastos! Pagando assessor com
dinheiro público para ele trabalhar? Não, para ele ir para o Chile. É uma
maravilha. Não é uma maravilha?
Aí
o deputado Gil Diniz solicitou informações que chegaram através da lei de
acesso à informação, que a lei de acesso à informação é um instrumento legal e
está aqui. Recebeu os documentos conforme o solicitado e, para a sua surpresa,
o deputado Gil Diniz constatou que o livro de ponto revela assinatura de
entrada e saída do citado servidor chefe de gabinete do noticiado Sr. Deputado
Arthur do Val, que era o Marcelo Aguiar de Castro, no dia 12 de julho. Está
aqui, olha.
Está
recebendo dinheiro da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, seu
trabalho como assessor, para ir para o Chile. E disse para o seu próprio
eleitorado nas redes sociais que havia dado falta. Isso daqui é fake news, isso
daqui é mentira. E não é qualquer tipo de mentira, não.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - Para falar pelo Art. 82, em nome da
liderança do PTB.
O
SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PSL - É regimental, deputado
Douglas. Pode continuar.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PTB -
PELO ART. 82 - Muito obrigado, Sr. Presidente. E ainda teve a cara de pau de
vir aqui à CPI das fake news dizer que eu não tenho legitimidade para falar de
fake news. O senhor não apenas mentiu, mas se acaso comprovado no Tribunal de Justiça,
no Ministério Público, no Conselho de Ética desta Assembleia Legislativa,
mentiu de forma criminosa e vai responder, sim.
Ora,
economia de gastos? Esses deputados gastam muito. Quer um deputado que gasta
mais que V. Exa. que vem para esta Assembleia não fazer nada e ainda recebe
dinheiro público, seus assessores, para ir para o Chile, não fazer nada? Não
faz nada para esta Assembleia Legislativa, tem o gabinete mais ocioso desta
Casa.
Vossa
Excelência lave a sua boca com cândida antes de citar o meu nome, porque veio a
essa CPI dizer que em matéria de fake news eu não posso abrir a boca. O senhor
não tem hombridade, o senhor não é homem o suficiente sequer para assumir os
seus próprios erros, para dizer que não passa de um mandrião, engana o seu próprio
eleitorado, mente a torto e a direito, recebe dinheiro público para não fazer
absolutamente nada.
O
deputado Mamãe Falei é a maior vergonha que a Assembleia Legislativa do Estado
de São Paulo elegeu nos últimos anos. E eu digo isso sem medo de errar, porque
pelo menos o pessoal do PT e do PSOL revela quem eles realmente são, agora o
senhor não, o senhor trabalha na base da canalhice, o senhor trabalha na base
do mau-caratismo, o senhor trabalha na base da imoralidade.
Mente
sem mais, sem menos, de forma compulsória e ainda acha que tem moral para vir a
esta Assembleia Legislativa dizer que deputado tem moral ou não tem moral para
falar de fake news, logo o maior propagador de fake news desta Casa, cujo
movimento e seu guru são investigados pelo Ministério Público por fake news e
lavagem de dinheiro. Não tem moral para falar do deputado Douglas Garcia.
Responda
primeiro, se Deus quiser, essa representação que o deputado Gil Diniz fez no Ministério Público e que, com certeza, o
senhor terá que responder no Conselho de Ética. E, se Deus quiser, vai
responder no Tribunal de Justiça do estado de São Paulo, porque assinar um
documento em que a informação é falsa, sendo abonado por um deputado estadual?
Isso é crime, isso é grave. Não é apenas uma fake news.
O senhor tire a trave do seu olho, deputado. Tire a
trave do seu olho antes de falar, antes de abrir a boca para falar do deputado
Douglas Garcia, antes de abrir a boca para falar do deputado Gil Diniz. Estou
sendo extremamente tolerante aqui e agora. Porque as palavras que o senhor
merece ouvir são indizíveis nesta tribuna. Pior mesmo do que o discurso feito
pela deputada Isa Penna, que era proibido para menores de 40 anos.
O senhor é uma vergonha para a Assembleia
Legislativa. Espero mesmo que o senhor se candidate a prefeito desta cidade.
Para mostrar o quanto o senhor é irrelevante no cenário político
municipal, estadual e nacional. Um zero à esquerda. Vai conseguir ficar abaixo,
até mesmo, do Guilherme Boulos, aquele invasor de terra. Por quê? Porque não
representa nada. É odiado pela esquerda. É odiado pela direita. Ninguém suporta
olhar para a cara de Vossa Excelência. Porque o senhor não representa
absolutamente nada.
Tolerante, sim, tolerante foi o presidente da
República. Que, durante muito tempo, durante muitos anos, suportou cusparada,
suportou acusações sem fim. É purpurina, é ovo, é pedrada, é facada. E não fez
absolutamente nada. Não reagiu. Isso é exemplo de tolerância. Agora, se tem uma
coisa que a população brasileira não está suportando mais, e vai às ruas exigir
uma resposta, é principalmente para a família Marinho.
Porque eu aguardo explicações da família Marinho dos
doleiros, onde valores superiores a 1 bilhão teriam sido repassados a eles. Que
a Rede Globo venha a público se manifestar. Que a Rede Globo venha a público,
já que quer ser o bastião da moralidade e da transparência. Comece primeiro
arrumando a própria casa. Não seja um adolescente rebelde que quer mudar o mundo mas não arruma nem mesmo o seu próprio quarto.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - GIL
DINIZ - PSL - Muito obrigado,
nobre deputado. Convido a fazer uso da palavra a nobre deputada Janaina
Paschoal. Vossa Excelência tem o tempo regimental de 10 minutos.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, Sr.
Presidente. Cumprimento V. Exa., deputado Douglas também, os colegas que estão
nos respectivos gabinetes, os funcionários da Casa, as pessoas que nos
acompanham. Na verdade são alguns avisos e agradecimentos. Agradecimentos às
pessoas que participaram, na manhã de hoje, da audiência pública do PL do
deputado d’Avila, que trata da Ouvidoria.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - Pela ordem. Vossa Excelência me permite um aparte?
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Claro.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR -
Apenas para parabenizar V. Exa. pela audiência
pública que ocorreu hoje de manhã. Foi uma audiência pública exemplar.
Parabenizar V. Exa. por essa atitude honrosa de convidar tantas pessoas que
puderam contribuir com o debate.
Foi uma audiência pública que eu levo, como
deputado, a primeira experiência de uma audiência em que vou conseguir agregar
para esta Assembleia Legislativa, vindo da nobre deputada Janaina Paschoal.
Parabenizar em nome de todos os deputados que participaram.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Que bom. Muito obrigada, deputado Douglas. Foi
mesmo. Achei que foi uma manhã muito proveitosa de trabalho. Então agradeço a
todos que participaram.
Vossa Excelência inclusive, e os que acompanharam.
Quem sabe nasce, dessa conversa inicial, uma emenda de plenário, uma emenda
aglutinativa ou alguma reflexão para aprimorar essa instituição que está em
debate. Acho que foi um diálogo muito construtivo.
Aproveito para agradecer todos os colegas, deputado
Gil e deputado Douglas inclusive, que assinaram e apoiaram a instalação da
Frente Parlamentar pela celeridade na adoção de bebês. A Frente foi instalada.
Houve a publicação no Diário Oficial neste final de semana.
Alguns colegas, que já eram membros de oito frentes,
tinham pedido para ser membros, mas não puderam ser membros porque existe um
número limite. Então já informo que, nestes casos, eu autorizei a alteração da
condição de membro para a condição de apoiador.
Mas eu agradeço a todos os colegas. Sem o apoio de
cada qual, não teríamos conseguido instalar essa Frente. O ato formal de
instalação da Frente vai ocorrer no dia 14 de setembro, também uma
segunda-feira, às 9 da manhã, com pessoas que trabalham com a questão da adoção
nos mais diversos postos profissionais, com acadêmicos também, que militam
nessa seara. O nosso intuito não é crítica, não é dizer que as coisas como
ocorrem estão erradas. O nosso intuito é verificar o que pode ser melhorado.
Então, o objetivo desse encontro é esse. Já ficam
todos os colegas convidados. Como eu fiz agora, na questão da Ouvidoria, vou
enviar um convite formal para todos os líderes de bancada.
Mas os colegas todos estão convidados. As pessoas
que quiserem nos acompanhar e participar também serão muito bem-vindas. Ao
longo desse período, desse interregno que tem até lá, vou trazendo mais
detalhes, os nomes dos palestrantes, e assim por diante.
Eu estava acompanhando o Colégio de Líderes. Eu não
sou líder, mas procuro acompanhar todos os colégios. Sempre ocorrem às
segundas-feiras. Amanhã, na primeira extraordinária, muito provavelmente será
votado o projeto da deputada Marina Helou. A deputada Marina Helou, que
apresentou o projeto da primeira infância, com intenções muito nobres,
propósitos nobres.
Porém, eu, ao lado de outros colegas, que nos
preocupamos com alguns pontos do projeto, trabalhamos e temos pronta uma emenda
aglutinativa. É uma emenda aglutinativa que retira alguns dispositivos, altera
um pouquinho a redação de outros. Eu já tenho 35 assinaturas nessa emenda
aglutinativa. Porém, para apresentar a emenda, preciso de 63 assinaturas.
Eu sei que, com essa situação da pandemia, muitos
colegas, por medo por estarem no grupo de risco, não têm comparecido à Casa.
Eu, durante o final de semana, enviei áudios para vários colegas, dizendo que
nós podemos levar a emenda até a casa do colega para ele assinar. Mas seria
muito importante ter essas 63 assinaturas para que nós possamos aprimorar o
projeto da colega.
A colega foi muito gentil, muito receptiva. Esteve
no meu gabinete. Faço um agradecimento público. Nós discutimos inciso por
inciso da emenda aglutinativa. Até houve alguns avanços, porém existem alguns
pontos em que, efetivamente, não conseguimos chegar num denominador comum. Vou
dar dois exemplos, mas existem outros tantos.
Existe um rol de situações em que a colega entende
que as crianças estão numa situação de vulnerabilidade. Dentre essas situações,
a privação de educação está lá descrita. Nós, por cautela, colocamos um
parágrafo único prevendo que não se considera privação de educação o ensino
domiciliar. Deixando muito claro, na emenda - e falei isso para a colega também
-, que com isso não estamos querendo legislar, regulamentar, disciplinar o
ensino domiciliar.
Não é isso. Nós só queremos evitar que aquelas
famílias que, no estado de São Paulo, praticam o ensino domiciliar - e são
muitas famílias -, por força desse projeto, passem a ser ainda mais perseguidas
do que já são.
Porque, infelizmente, conheço situações de famílias
que praticam o ensino domiciliar - mais popularmente conhecido como
homeschooling - que têm que responder ações, por exemplo, de perda de guarda do
poder familiar sobre o seu filho, sua filha. Quando a gente conversa com a
criança, a criança sabe ler, sabe somar. A criança tem conhecimentos de Geografia
e de História.
Já falei sobre o tema. Sou muito honesta em
asseverar que eu, pessoalmente, não sou uma adepta do homeschooling. Sequer sou
uma defensora no sentido de, vamos dizer assim, estimular a prática.
Não é essa a minha visão. Sou muito apaixonada por
escola. Tenho uma outra perspectiva. Mas, sabendo que a sociedade é plural, não
me parece justo que as famílias e as pessoas que pensam de uma maneira
diferente da minha sejam perseguidas por escolher dar um outro tipo de educação
para os seus filhos. Então, nós pedimos para a deputada acrescentar esse
parágrafo. Ela disse que isso é algo absolutamente fora de discussão.
Tem outro dispositivo, que trata dos espetáculos
culturais, do acesso das crianças à Cultura. Houve uma primeira emenda, inclusive
do deputado Douglas, para colocar que tinha que respeitar a faixa etária.
Mas outros colegas sugeriram, porque, essa emenda
aglutinativa, apresentei num primeiro momento em meu nome, mas vários colegas
participaram, que se deveria evitar a sexualização das crianças.
A deputada Marina disse que não aceita esse trecho.
Ela tem medo desse trecho porque ela entende que, a depender da perspectiva,
até mesmo o filme da Branca de Neve poderia ser visto como uma forma de
sexualização.
Eu respeito o pensamento da colega, mas não consigo
ver que seja disso que os colegas estejam tentando proteger as crianças. Aí a
deputada Marina, tentando chegar num consenso, sugeriu, simplesmente, retirar
esse inciso.
Então, assim, se não conseguirmos chegar num
denominador comum, ela prefere tirar o dispositivo a deixar essa parte em que
nós colocamos “evitar a sexualização das crianças.” Quando a deputada falou,
confesso que até achei positivo. Falei: “Que bom, estamos construindo.”. Só que
depois eu fiquei pensando, porque o trabalho parlamentar parece fácil, mas ele
não é. Depois eu fiquei pensando: “Espera aí.
A gente está fazendo uma lei para disciplinar a
primeira infância e não vamos falar nada de espetáculos culturais?”. Se
simplesmente retirarmos o dispositivo, o que nós estaremos fazendo é o
seguinte: autorizando.
Então, se a gente está fazendo uma lei que
disciplina tudo da primeira infância, nós temos que tratar dos espetáculos
culturais, das exposições, e fazer essas vedações de maneira muito explícita,
porque tivemos problemas sérios no passado recente, como aquela exposição em
que uma criança pequena acabou tendo acesso ao corpo de uma pessoa nua.
Não tem nada de ilícito um corpo nu, mas é algo
muito problemático quando você está falando de uma criança de três ou quatro
anos. Então não dá para tirar o dispositivo. A bem da verdade, temos que
deixá-lo ali da maneira mais explícita possível em termos de proteção.
Eu trouxe dois exemplos. Foi uma reunião muito longa
com a colega. Agradeço, à colega, a disponibilidade, mas realmente existem
alguns pontos em que eu acredito que não conseguiremos chegar a um denominador
comum.
Então eu peço encarecidamente que aqueles colegas
que queiram ler a emenda aglutinativa, eu envio por WhatsApp, peço para levar
na casa. Aqueles que queiram assinar, mais ainda.
Eu já disse que estamos dispostos a ir até para
outras cidades para colher a assinatura, para que nós possamos, amanhã,
apresentar essa emenda quando entrar em votação o projeto da deputada Marina
Helou.
Digo isso de maneira transparente, sem nenhum
demérito à colega. Eu sei das boas intenções, mas temos que ter segurança.
Sobretudo quando tratamos de crianças tão pequenas.
Muito obrigada, Sr. Presidente.
A SRA. JANAINA PASCHOAL -
PSL - Havendo acordo de
lideranças, Excelência, eu peço o levantamento da presente sessão.
O SR. PRESIDENTE - GIL
DINIZ - PSL - É regimental.
Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta
Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a
sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de
quinta-feira.
Está
levantada a presente sessão.
* * *
- Levanta-se a sessão às
16 horas e 13 minutos.
* * *