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31 DE AGOSTO DE 2020

48ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: CORONEL TELHADA e DOUGLAS GARCIA

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - JANAINA PASCHOAL

Afirma que Resolução do Ministério da Saúde, sobre a necessidade de informação à autoridade policial, de aborto em razão de estupro, encontra alicerce judicial. Reflete acerca da responsabilidade do Estado, quanto ao tema. Assevera que a medida tende a reduzir a impunidade. Manifesta respeito por opiniões contrárias. Acrescenta que discussão similar fora observada quando da promulgação da Lei Maria da Penha.

 

3 - DOUGLAS GARCIA

Assume a Presidência.

 

4 - CORONEL TELHADA

Lista e parabeniza municípios paulistas que aniversariaram no final de semana. Acrescenta que o bairro Freguesia do Ó comemorara aniversário no domingo. Anuncia e lamenta mortes de policiais militares. Transmite condolências às famílias enlutadas.

 

5 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência.

 

6 - DOUGLAS GARCIA

Critica o governador João Doria por posição contrária à presença de banhistas em praias. Comenta fala de epidemiologista da OMS, em defesa da liberdade para a prática de atividades. Assevera que o estado não deve interferir na rotina de domicílios. Defende o uso da hidroxicloroquina contra a Covid-19, a seu ver politizada pelo governo estadual.

 

7 - CARLOS GIANNAZI

Lamenta censura ao jornalista Luis Nassif, ao informar compra, pelo BTG Pactual, de carteira de crédito do Banco do Brasil, abaixo do preço. Informa que protocolara o PL 112/20, que objetiva garantir bolsa alimentação para todos os alunos da rede estadual de ensino, durante a pandemia. Critica o governo estadual pelo não fornecimento de alimentação para a totalidade dos alunos. Lembra episódio da farinata, quando João Doria fora prefeito da capital.

 

8 - DOUGLAS GARCIA

Assume a Presidência.

 

9 - CORONEL TELHADA

Defende a retomada de atividades profissionais, principalmente no setor de eventos. Assevera que trabalhadores da categoria estão sem fonte de renda. Afirma que há aglomeração no transporte público, nos mercados, nos shoppings e em aviões. Critica o governo estadual por não combater pancadões.

 

10 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência.

 

11 - DOUGLAS GARCIA

Reflete acerca de operação, da Polícia Federal, contra o PCC. Defende atuação ativa, do Governo do Estado, frente à criminalidade organizada. Afirma que a Secretaria de Segurança Pública oferece comodismo à marginalidade. Lamenta assassinatos de policiais. Critica o Condepe e a Ouvidoria da Polícia Militar.

 

12 - CARLOS GIANNAZI

Parabeniza integrantes do coletivo "Somos Todas Professoras", por participação em seminário. Clama pelo reconhecimento de direitos de docentes de creches. Manifesta-se contra o retorno das atividades escolares, durante a pandemia. Informa que em Manaus houve reabertura das instituições de ensino e a contaminação de 342 professores. Conclui que greve geral da Educação e desobediência civil devem acontecer, caso o governo estadual determine o reinício de aulas presenciais.

 

GRANDE EXPEDIENTE

13 - DOUGLAS GARCIA

Para questão de ordem, comenta o art. 260 do Regimento Interno desta Casa. Clama à Presidência que analise seu direito de apresentar requerimentos em comissões.

 

14 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA

Informa que deve dar resposta em momento oportuno.

 

15 - DOUGLAS GARCIA

Pela ordem, solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

16 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 01/09, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Telhada.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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 O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da ata da sessão anterior e recebe o expediente. Vamos iniciar o Pequeno Expediente com os seguintes oradores inscritos.

O primeiro orador é o deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.)  Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Alex de Madureira. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputada Janaina Paschoal. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, Sr. Presidente. Cumprimento V. Exa., todos os deputados presentes, os funcionários da Casa, as pessoas que nos acompanham.

Eu queria tecer algumas ponderações sobre um tema que ganhou destaque desde a semana passada. É um tema polêmico. Mas eu queria trazer algumas informações do ponto de vista técnico-jurídico. Trata-se de uma resolução editada pelo Ministério da Saúde, que disciplina, cria um procedimento para aquela situação em que a mulher vítima de estupro procura o sistema de Saúde para interromper a gravidez com base na previsão constante do próprio Código Penal, que possibilita essa interrupção.

O Ministério da Saúde inova nessa resolução quando determina que os médicos e os profissionais de Saúde que participaram desse depoimento, de tomada de depoimento da mulher vítima, e do procedimento de interrupção da gravidez, que esses profissionais de Saúde precisam informar à Polícia sobre o crime ocorrido.

Muitos formadores de opinião, parlamentares também, sobretudo os que se apresentam como representantes da causa feminina, estão tentando suspender a vigência dessa resolução.

Muito embora eu compreenda que é um tema difícil, sob o ponto de vista técnico-jurídico a resolução está alicerçada. Por quê? Porque é da nossa cultura, da nossa história jurídico-penal, que o estupro era um crime processável mediante ação penal privada, em virtude da privacidade, para preservar a privacidade da vítima, a intimidade da vítima.

Entretanto, a necessidade da vítima contratar um advogado para promover a ação também gerou impunidade. Eu me lembro de casos que a mulher, mal atendida, via todo o processo ser anulado e o seu algoz ficar livre.

Então foi uma luta bastante grande conseguir que o estupro passasse a ser processável mediante ação penal pública incondicionada. O que isso significa? O Ministério Público promove a ação. A pessoa vítima não precisa contratar um advogado, pagar um advogado, promover a ação.

Então isso tem um lado positivo. Por que a pessoa, além de sofrer um crime dessa magnitude, ter que arcar com os custos do processo? Essa pessoa não precisará mais. Mas tem um lado mais complicado, que pode até ser visto como um lado negativo.

É que a mulher vítima - e aí o homem também pode ser vítima - não tem mais o poder de dizer “não quero que esse crime seja investigado, que haja o processo; não quero me expor; não quero prestar um depoimento e dizer que sofri uma violência sexual”. Não existe mais essa possibilidade.

Toda a nossa legislação é no sentido de dizer que o profissional de Saúde, que tem contato com um crime processável mediante ação penal pública incondicionada, precisa noticiar.

Como em 2018 mudou a natureza da ação, no caso do crime de estupro, já vem ocorrendo várias reformas nessa seara, o Ministério da Saúde baixa essa resolução, dizendo que os profissionais de Saúde precisam informar à Polícia.

Tem muita gente incomodada com essa resolução, por entender que isso invade a privacidade da vítima, que já está procurando o sistema de Saúde. Existe o temor de que a mulher não procurará o sistema de Saúde. Então esse é um lado. Não estou desmerecendo o debate.

Porém, nós temos que olhar também o outro lado, porque o estuprador fica numa situação confortável. Principalmente aquele estuprador que prática o ato reiteradamente, ou porque tem proximidade com a vítima, ou porque tem poder sobre a vítima.

Violenta essa mulher, engravida a mulher, que procura o sistema de Saúde e interrompe a gravidez. Não existe uma notificação compulsória, uma notificação automática. Ele fica numa situação confortável, porque essa mulher terá o ônus de denunciar.

Eu tenho olhado essa resolução, sobretudo pelo aumento do número de estupros no nosso País, com um olhar de combater essa impunidade, porque essa mulher procura o sistema de Saúde. Não foi ela que denunciou, foram os médicos. O processo vai tramitar automaticamente. É como se ela não tivesse esse ônus de ela fazer a denúncia e enfrentar esse agressor.

Então eu sei que o tema é polêmico. Eu respeito as ponderações, mas eu gostaria de que as pessoas refletissem se não estaríamos, mediante esta resolução, trazendo mais uma forma de proteger e prevenir esse crime tão grave. A bem da verdade, é o mesmo debate que aconteceu em torno da Lei Maria da Penha. Posso terminar o raciocínio, excelência?

Quando foi publicada a Lei Maria da Penha, houve toda uma discussão; a mulher representa, o marido ou companheiro começa a ser processado e, no meio do processo, ela pede para parar.

Eu mesma sempre fui muito defensora da mulher ter voz, da mulher decidir, mas não foi este o posicionamento que prevaleceu, o próprio Supremo Tribunal Federal disse: é um crime que não admite retratação da representação; começou o processo, vai até o final.

Por quê? Porque se entendeu que essa mulher vítima sofria uma pressão para voltar atrás. O raciocínio que acabou prevalecendo para a Lei Maria da Penha é também o raciocínio que está prevalecendo agora, o Estado vai promover essa ação, o Estado vai defender essa vítima.

Pode-se concordar, pode-se discordar, mas o alicerce jurídico é robusto e eu gostaria de pedir que as pessoas olhassem essa resolução com este olhar, sobretudo para essas vítimas adolescentes, essas mulheres que estão em situação de constantes estupros. Me parece mais um instrumento de proteção do que de dominação, como vem sendo noticiado.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sra. Deputada. Próximo deputado, deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Deputado Teonilio Barba. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Solicito que o deputado Douglas Garcia assuma a Presidência para que eu possa fazer uso da palavra.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Douglas Garcia.

 

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O SR. PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PTB - Convido o nobre deputado Coronel Telhada para fazer o uso palavra. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, assessores aqui presentes, funcionários, todos que nos assistem pela Rede Alesp, quero saudar o cabo Dalo, em nome de quem saúdo a nossa assessoria policial militar, e a Silvia, em nome de quem sempre saúdo também os nossos funcionários da manutenção.

Hoje nós estamos em uma segunda-feira, dia 31, mas eu queria fazer referência que no último sábado, dia 29, tivemos aniversário de municípios aqui no estado de São Paulo. Dia 29 de agosto, foi aniversário do município de Mineiros do Tietê e também do município de Leme; um abraço a todos os amigos e amigas das cidades de Leme e de Mineiros do Tietê.

Também dia 29 de agosto foi aniversário do meu bairro, Freguesia do Ó, que completou 440 anos. É um dos bairros mais antigos de São Paulo, nasci e fui criado na Freguesia e estamos até hoje lá. Então, abraço a todos os amigos e amigas da nossa querida Freguesia do Ó, esse bairro tão antigo, que muito fala da história de São Paulo. Domingo, dia 30 de agosto, foi aniversário da cidade de Itaí. Um abraço a todos os amigos e amigas de Itaí.

Infelizmente, neste último final de semana, de sexta-feira para cá, tivemos muitos falecimentos de policiais militares, vítimas inclusive, da Covid-19. Queria falar, em primeiro lugar, de um grande amigo, de um policial militar que trabalhou comigo, o cabo Osmar Batista da Silva Junior. Patrulheiro de rota, um excelente pai de família, profissional muito amigo nosso, conhecia a família do Osmar.

Infelizmente também vítima, ele faleceu na sexta-feira, lá no Hospital da Polícia Militar. O cabo Osmar faleceu aos 47 anos de idade. Eu queria em meu nome, em nome da minha família, transmitir a toda a família do cabo Osmar os nossos sinceros sentimentos. E aos nossos irmãos de Rota, do Batalhão Tobias de Aguiar, um grande abraço.

No sábado, faleceu um outro policial militar, amigo também, o cabo Ronaldo Borges de Souza, do 9º Batalhão de Polícia Militar Metropolitana, também com 47 anos. Conheço o Ronaldo desde que ele tinha 12 anos de idade, o irmão dele trabalhava comigo, era o 1º Sargento Everaldo, que faleceu há 20, 30 dias atrás, também de Covid-19.

O Ronaldo foi acometido por um problema de pulmão, não sei se é Covid, ou não, mas infelizmente era o irmão mais novo da família. Faleceu. Quero mandar um abraço para toda a família Borges de Souza, pelo falecimento do querido amigo Ronaldo, do Reco. Que descanse em paz.

Não bastasse esses falecimentos, também tivemos a perda de um jovem soldado da Polícia Militar, o soldado Boldrin, que faleceu no último domingo. Ele estava em “itinering”. O que é isso? Ele estava saindo do serviço. “Itinering” é quando o policial está indo para o serviço ou voltando do serviço. É considerada morte em serviço.

O Boldrin estava se deslocando para a Baixada Santista, na Rodovia Imigrantes, quando se envolveu em uma colisão com um veículo. Ele estava com uma motocicleta e ficou em estado gravíssimo, infelizmente. Não faleceu. Jovem policial militar também do 1º Batalhão Tobias de Aguiar da Rota, mais uma perda muito triste para a Polícia Militar.

E, finalmente, hoje fui informado da perda de um veterano, que conheci na Academia da Polícia Militar do Barro Branco, hoje aposentado. É o 3º Sargento Paulo Eustáquio Moraes. O então soldado Eustáquio, depois cabo Eustáquio, foi durante muitos anos, corneteiro na Academia de Polícia Militar do Barro Branco.

Ele trabalhou somente na Academia, de 1981 a 2002. Praticamente 21 anos somente na Academia. Era um policial muito querido por todos os cadetes na época, por todos os oficiais, até pela maneira tranquila, ele era muito brincalhão, um grande gozador, e infelizmente, também hoje, faleceu. Inclusive, peguei essa foto de uma homenagem que o coronel Romanek, comandante da Academia do Barro Branco, fez ao sargento Eustáquio devido ao seu passamento desta, se Deus quiser, para uma vida muito melhor.

Então é isso, Sr. Presidente. Posteriormente, voltarei para falar sobre o estado de isolamento, que deve retornar o mais rápido possível à normalidade, mas falaremos em seguida.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PTB - Chamo para fazer uso da palavra o nobre deputado Dr. Jorge Lula do Carmo. (Pausa.)

Solicito ao nobre deputado Coronel Telhada que assuma os trabalhos da Presidência para que eu possa fazer uso da tribuna.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Coronel Telhada.

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Convido para fazer uso da palavra o deputado Douglas Garcia.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Sr. Presidente. Quero aqui cumprimentar o Sr. Presidente, deputado Coronel Telhada, cumprimentar o deputado Carlos Giannazi e cumprimentar, especialmente, o deputado Maurici. Seja muito bem-vindo a esta Casa de Leis. A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo o recebe com as devidas boas-vindas.

Queria começar o meu discurso, Sr. Presidente, comentando a respeito do discurso do governador do estado de São Paulo, Sr. João Doria, que ficou um pouco assustado com a quantidade de pessoas que desceu à Baixada Santista, que foi ao litoral do estado de São Paulo.

Ora, o governador João Doria, ao comentar a respeito disso, comete uma contradição gigantesca, porque ele acredita que, nas escolas de ensino municipal e de ensino estadual, não irá acontecer exatamente a mesma coisa? Que, com as crianças dentro daquele mesmo ambiente, não vai acontecer exatamente a mesma coisa?

E digo mais: já que o governador João Doria gosta de seguir recomendações da área da Saúde, da Ciência, técnicas, etc., conforme ele enche a boca para falar, a própria Organização Mundial da Saúde comentou a realização de uma megafesta em Wuhan, onde nasceu a questão do coronavírus, onde tivemos o início da pandemia.

O epidemiologista diz que ninguém pode ser culpado por querer viver a sua vida como antes da pandemia. Está aqui, Sr. Governador. O próprio epidemiologista da OMS, Organização Mundial da Saúde, diz que ninguém pode ser culpado por querer retornar à sua vida como era antes da pandemia.

E ele foi além, deputado Coronel Telhada. Disse ainda que as pessoas estão proibidas de fazer eventos dentro de suas próprias casas, dentro do seu próprio ambiente privado.

Ora, se eu quiser fazer qualquer tipo de evento dentro da minha casa, eu faço. O estado não é ninguém para querer intervir na minha casa. O estado não é ninguém para querer intervir na casa de quem quer que seja, porque a casa é local inviolável.

E o governador João Doria deu a entender que, se fosse o caso, ele colocaria até mesmo a Polícia Militar à disposição para poder invadir a casa alheia, para poder fazer com que as pessoas tenham a sua residência violada.

Foi o que deu a entender, mesmo ele sabendo que isso é impossível, de acordo com a própria lei. Porém, nos últimos dias, a lei foi tão infringida, os direitos fundamentais do povo foram tão pisoteados que não me surpreenderia caso esse governador irresponsável faça isso.

O governador João Doria trata da situação do estado de São Paulo completamente longe da realidade, completamente longe daquilo que temos por princípios no cuidado com a população paulista.

Se quisesse ter cuidado com a população paulista no combate à Covid-19, teria, desde o início, orientado a Secretaria da Saúde a fazer e a seguir os protocolos de tratamento da doença de forma precoce, com a questão da hidroxicloroquina, que muitos cientistas e muitos médicos dizem que funciona, sim.

Mas o governador decidiu ignorar tudo isso. Ignorou por pura birra ideológica, por pura birra política. Está em franca decadência o seu Governo do Estado de São Paulo. João Doria é um verdadeiro fracassado como combatente à Covid-19, fracassado como pessoa e fracassado como governador, porque quebrou o estado de São Paulo, porque é responsável por uma política genocida que tirou a vida de milhares de pessoas no estado de São Paulo, que não cuidou da população paulista como deveria e que resolveu ignorar os bailes funk que aconteciam, um atrás do outro, nas periferias do estado de São Paulo.

Mas não podia ver, como aconteceu, infelizmente, em uma cidade do interior, em Araraquara, por exemplo, agentes do estado agindo para retirar uma pessoa que estava sentada da praça. Isso é um perigo, um perigo sanitário, um perigo à Saúde. Mas os bailes funk não. Para isso, o governador “faz a egípcia”, finge que não vê, ignora.

O Sr. Governador vem querer dizer, com peito aberto, como se fosse dono da ciência, como se cientista fosse, como se fosse um médico, mandando as pessoas ficarem presas dentro de casa, sabendo que elas não têm sustento, sabendo que não conseguem trazer 600 reais... Não trazem o pagamento do aluguel e, muito menos, as compras mensais.

Se acaso a política de ficar preso dentro de casa, o isolamento funcionasse, o próprio governador não teria pegado coronavírus, o que mostra que, cientificamente falando, esse negócio de ficar em casa é um verdadeiro fracasso, tanto quanto a própria política adotada pelo governador do estado.

Eu volto aqui para terminar o meu discurso relacionado a isso, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado. Pela lista suplementar, deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi, V. Exa. tem o tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia, inicialmente, eu quero prestar a minha total solidariedade ao grande jornalista Luis Nassif, que está sendo vítima de censura e a censura é proibida pela Constituição Federal.

Luis Nassif, no seu canal do YouTube, no jornal “GGN”, publicou artigos e matérias falando sobre a compra de carteiras do Banco do Brasil pelo banco, uma instituição financeira também conhecida no Brasil, a BGT Pontual, cujo proprietário é o André Esteves, que foi preso no ano passado, se eu não me engano. Ficou preso por conta de denúncias contra as suas operações financeiras nesse banco.

E lembrando também que esse banco teve como um dos fundadores o atual ministro da Economia, o Paulo Guedes, e ele publicou matérias dando conta dessa compra. O banco Pontual comprou carteiras de crédito do Banco do Brasil e tem denúncias dizendo o seguinte, que essas carteiras valeriam três bilhões de reais e, no entanto, elas foram vendidas por aproximadamente 300 milhões.

E aí o banco entrou na Justiça e conseguiu uma decisão suspendendo, obrigando o Luis Nassif, que é um jornalista muito sério, que todos respeitam, que já trabalhou em vários veículos de comunicação, na “Folha de S. Paulo”, na “Veja”...

Enfim, uma pessoa, um jornalista, um profissional extremamente conceituado no jornalismo brasileiro. Então, ele está sendo vítima de censura. Então, toda a nossa solidariedade ao Luis Nassif.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Douglas Garcia.

 

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E quero, Sr. Presidente, aproveitar a oportunidade para manifestar aqui a nossa indignação com o governador Doria. Eu venho denunciando isso aqui exaustivamente desde o início da pandemia.

Logo que começou a pandemia, eu apresentei o Projeto de lei nº 112, de 2020, instituindo uma bolsa alimentação para todos os alunos da rede estadual de ensino. Ou seja, que a merenda escolar continuasse sendo fornecida através de um cartão com um valor que pudesse representar o que o estado vinha investindo nas escolas.

O governador não acatou o nosso pedido, nem a nossa indicação. O nosso projeto de lei está paralisado aqui na Assembleia Legislativa. O que o governador fez, com muito sacrifício, depois de muitas críticas? Ele institui só em abril um programa atendendo apenas 700 mil alunos dos 3.500.000. Apenas 700 mil, aqueles inscritos no Bolsa Família; os outros ficaram de fora.

A Defensoria Pública, juntamente com o Ministério Público, entrou com uma ação na Justiça obrigando o governador a pagar a bolsa alimentação para todos os alunos da rede estadual. O governador recorreu da decisão da Justiça contra o pedido da Defensoria e do Ministério Público e suspendeu o pagamento que seria para todos os alunos da rede estadual, que estão passando por uma grande necessidade.

As famílias estão desempregadas, no entanto o governador Doria, de uma forma mesquinha, não paga para todos os alunos o auxílio-alimentação, a bolsa alimentação. Agora, é um absurdo, Sr. Presidente, porque é o governador da farinata. Quando prefeito de São Paulo, ele tentou dar para os alunos da rede estadual a famosa farinata, que é aquela farinha do lixo, de restos de alimentação.

Ele foi duramente criticado, recuou e agora ele nega alimentação para a maioria da rede estadual de ensino. Essa bolsa que ele implantou é de apenas R$ 55,00. Seria mais ou menos dois reais por dia, que isso não alimenta ninguém, Sr. Presidente. Então, eu faço um apelo aqui para que a Assembleia Legislativa tome providências.

De que forma? Pressionando o governador a atender a decisão da Justiça, que foi paralisada por enquanto, mas o pedido da Defensoria Pública e do Ministério Público, e também aprovando o nosso projeto de lei. Está aqui na Comissão de Justiça. É o PL 112/20, que cria, que autoriza o estado a criar uma bolsa alimentação para todos os alunos da rede estadual durante a pandemia.

É simples, a Assembleia Legislativa tem que atuar, Sr. Presidente. Ela está paralisada. Não vota nada, não tem votação nenhuma aqui na Assembleia Legislativa. É um Poder morto na cidade de São Paulo que está a serviço do gabinete do Doria. É um absurdo isso, que a Assembleia não tenha contribuído para melhorar a situação da população do nosso estado.

Então, faço esse apelo. Vamos aprovar a bolsa alimentação para todos os alunos da rede estadual. O nosso PL é o PL 112/20.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PTB - Continuando a lista dos oradores inscritos no Pequeno Expediente, eu gostaria de chamar para fazer o uso da palavra o nobre deputado Coronel Telhada. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Sr. Presidente, Srs. Deputados, 165 dias, cinco meses e meio. É isso que nós temos em alguns setores da sociedade, onde trabalhadores estão sem trabalhar há 165 dias. O estado de isolamento e pandemia começou para valer dia 15 de março, nós estamos no dia 31 de agosto.

Nós temos profissionais que até hoje não retornaram às suas atividades normais, é absurdo isso. Como essas pessoas podem sobreviver, sustentar a sua família, pagar as suas contas, cinco meses e meio parados?

Estou falando aqui em nome daquelas pessoas que trabalham com eventos, trabalham com shows, trabalham com espetáculos, que vivem disso. Sempre viveram disso, e agora estão proibidos de trabalhar.

Quando nós falamos em uma possível abertura do estado de isolamento, nós ainda temos pessoas proibidas de trabalhar. Essas pessoas que trabalham em buffets, em espaços de eventos, são assessores, decoradores, DJs, as empresas de iluminação, empresas que montam, montadores de festas, garçons, faxineiros, recepcionistas, músicos, aqueles que fazem bolos, doceiros, aqueles que fazem comida, os artistas em geral, todos estão parados até o momento.

Isso é uma grande hipocrisia. Por que não podem ser liberados os eventos, as festas, desde que sejam observados todos os itens, observadas todas as normas que já estão sendo feitas para as demais funções? A higienização, o uso de máscara, evitar muitas pessoas juntas.

Nós temos aí um tempo em que não se pode fazer evento, porque falam que não podemos ter pessoas próximas, mas nós temos aglomeração no metrô, nós temos aglomeração nos ônibus, nós temos aglomerações nos mercados, nós temos aglomerações nos shopping centers, nós temos aglomerações nos aviões.

Eu estive viajando agora, poucos dias atrás. Fiz uma viagem rápida e fiquei abismado, porque no aeroporto o tempo todo se fala: “vamos evitar aglomeração, vamos evitar ficar junto, olha a área de isolamento, se afaste”.

Quando você entra no avião, só falta um sentar no colo do outro. Quer dizer, para ganhar dinheiro não precisa fazer isolamento, o povo pode sentar um no colo do outro. Agora, quando não é isso, o povo não pode nem respirar.

Então, é um absurdo o que estão fazendo com as pessoas que trabalham com eventos. Nós precisamos rever urgentemente essa hipocrisia que está sendo feita nessa área, e eu venho aqui nesta tarde, falar, solicitar ao Sr. Governador João Doria para que reveja com urgência essa área do setor público e do setor privado, as pessoas que vivem desse tipo de serviço.

Foi liberado agora, ultimamente, o uso dos vestiários em academias, porque, segundo a própria notícia, o risco de contágio pelas superfícies é pequeno. Se foi liberado o uso dos vestiários e academias, por que não liberamos os salões de festas?

Então, é uma grande hipocrisia, que precisa ser revista urgentemente. Eu estou aqui inclusive com a norma que libera os vestiários, e eles falam justamente isso, que os vestiários estão liberados para uso.

Então, Sr. Governador, vamos liberar os setores de eventos e de festas para a vida normal o mais rápido possível. É urgente se faça essa adaptação, pois esses profissionais não aguentam mais passar necessidades, porque os impostos continuam sendo cobrados. Eles têm que pagar os impostos.

Quem tem um salão, quem tem um clube, quem tem um buffet está pagando todas as suas contas, mas não está podendo trabalhar. Nós tivemos, há pouco tempo, o aumento do preço de remédio, do preço de gasolina, aumento disso, aumento daquilo, e as pessoas sem poder trabalhar. É muita hipocrisia. Não podemos aceitar isso.

Interessante é que o governo nada faz quanto aos malditos pancadões que acontecem em todo o estado de São Paulo. Nós temos aglomeração, cometimento de crime, e nem a Polícia pode agir, porque eles estão livremente para poder fazer o que quiserem.

Aqui no estado de São Paulo, infelizmente, os pancadões estão acontecendo, e os profissionais que trabalham com eventos e com festas estão passando necessidade, porque não podem trabalhar.

Eu solicito, Sr. Presidente, que as minhas palavras, que o que foi dito aqui hoje, seja enviado pela Taquigrafia para o Sr. Governador do estado de São Paulo e para o Sr. Prefeito da cidade de São Paulo também, para que sejam liberados com urgência todos os locais de festas, eventos e shows, para que os profissionais dessas áreas possam voltar a ter uma vida digna e poder voltar a sustentar as suas famílias e manter os seus negócios.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

 O SR. PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PTB - Solicito à Taquigrafia que faça o encaminhamento do discurso do deputado Coronel Telhada ao Governo do Estado de São Paulo e à Prefeitura da cidade de São Paulo.

Solicito ao nobre deputado Coronel Telhada que reassuma os trabalhos na Presidência, para que eu possa fazer o uso da palavra.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Coronel Telhada.

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Convido o deputado Douglas Garcia para fazer uso da tribuna.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, enquanto o inútil do governador João Doria está preocupado em instalar câmeras nos uniformes dos policiais militares, a Polícia Federal deflagrou, nesta manhã, uma operação contra o Primeiro Comando da Capital, o PCC.

Apenas aqui no estado de São Paulo, ela fez 32 buscas e apreensões e 33 mandados de prisão. Isso no estado de São Paulo, sendo que essa operação aconteceu em diversos estados brasileiros.

Eu sempre disse - e é uma das lutas do meu mandato, uma das bandeiras que eu defendo enquanto deputado estadual - que o PCC, assim como outras facções criminosas, no estado de São Paulo e em muitos outros estados, mas principalmente aqui, que é o centro comercial brasileiro, irá perder a força quando nós tivermos, no Palácio dos Bandeirantes, um governador que atue ativamente contra o crime organizado, e não nessa política fracassada de segurança preventiva.

Bandido não está preocupado com questão de segurança preventiva; ele vai olhar para isso e dar risada. Enquanto nós não tivermos, no estado de São Paulo, um governo que se preocupe ativamente em acabar com o crime organizado, nós sempre vamos depender de operações que vêm por parte da União, aqui representada pela Polícia Federal. É sempre a Polícia Federal, é sempre o Ministério Público Federal.

A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo... E aqui eu tiro completamente os policiais, porque os policiais não têm nada a ver com isso; tanto a Polícia Militar como a Polícia Civil fazem um excelente trabalho. Mas essa política de comodismo, de deixar os bandidos reinarem em absoluto no estado de São Paulo, se tornou enraizada no estado de São Paulo. 

Nós tivemos aqui, se não me engano, um tal de Elias, em agosto do ano passado, dizendo que o PT tinha um diálogo “cabuloso”. Falava: “O PT tem um diálogo ‘cabuloso’ com ‘nóis’, mano” - desse jeito.

Me pergunto se também é uma política do PSDB ter um diálogo “cabuloso” com facções criminosas, porque até agora nós não tivemos uma operação ativa, que dê manchete, que mostre à população que o governo está preocupado em combater a bandidagem; nós não tivemos.

O que nós tivemos, como foi trazido aqui pelo nobre deputado Coronel Telhada, foram policiais militares morrendo, policiais militares assassinados. É o cidadão que acorda cedo para ir trabalhar, chega em casa tarde, à noite, e não sabe se no final do mês ainda terá todos os seus pertences, se terá dinheiro para conseguir pagar as suas contas.

Porque nós temos um governo ineficaz, ineficiente, fraco, que não se mostra com a disposição para combater o crime, apenas para punir injustamente os policiais militares usando aquela porcaria do Condep - eu não vou descansar de falar mal daquilo até aquilo ser extinto - e usando aquela porcaria da ouvidoria de polícia.

Eu apoio 100% o projeto de lei do deputado Frederico D'Avila para extinguir aquilo ali. Aquilo ali virou, sei lá, um “puxadinho” de três partidos políticos que se unem ideologicamente, instrumentalizam a ouvidoria para poder criminalizar a atuação da Polícia Militar.

Sr. Presidente, eu solicito que as notas taquigráficas do meu discurso sejam encaminhadas ao governador do estado de São Paulo, Sr. João Doria, com as seguintes palavras: governador, tome vergonha nessa sua cara de pau e trabalhe em prol da população paulista, contra o Primeiro Comando da Capital, contra o crime organizado.

Coloque os bandidos na cadeia, porque o senhor tem poder para fazer isso, sim. O senhor tem poder para colocar a Secretaria de Segurança Pública não com uma política de segurança apenas preventiva, mas com uma política de segurança ativa, que vá atrás dos bandidos, que os intimide e os coloque no seu devido lugar.

Nós não podemos esperar por um milagre que aconteça no estado de São Paulo; aparecer, de vez em quando, a Polícia Federal para colocar o PCC no seu devido lugar e mostrar que o estado tem força para combater isso, sim. O estado tem poder e tem força para combater isso, sim. Basta apenas querer.

Nós ainda teremos, se Deus quiser, um governador sentado no Palácio dos Bandeirantes que tenha vontade de fazer isso, porque aparentemente o PSDB não tem.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado. Solicito que a nossa assessoria encaminhe as cópias taquigráficas do discurso do deputado Douglas Garcia.

Próximo deputado, deputado Carlos Giannazi. Fará uso pelo tempo solicitado; dois tempos - 10 minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Sr. Deputado, presidente, Coronel Telhada. Gostaria, inicialmente, de volta à tribuna no dia de hoje, Sr. Presidente, de parabenizar todas as participantes do seminário “Somos Todas Professoras”, que é um coletivo de educadoras de educação infantil de vários municípios do estado de São Paulo, de mais de 50 cidades.

É um coletivo organizado para lutar pelos direitos e pela dignidade de todas as educadoras de educação infantil, que em muitos municípios não são consideradas professoras, não são enquadradas ainda, por incrível que pareça, na carreira do magistério, na carreira docente, embora já exerçam, desde o início, desde o ingresso no serviço público da área da Educação, o trabalho de docência. Logo, elas são todas professoras. Por isso que o lema do movimento é esse - “somos todas professoras”.

Em algumas regiões isso já acontece, logicamente, como São Paulo, na Capital. As ADIs já tiveram seus cargos reenquadrados no cargo de professoras de educação infantil em Belo Horizonte e em várias cidades, mas em muitas outras isso ainda não acontece.

Então, são professoras de fato exercendo o trabalho de docência, mas não são reconhecidas, não têm direito à aposentadoria especial, não têm direito ao Piso Nacional Salarial, não têm direito à evolução funcional das professoras do Ensino Fundamental.

É isso que vem acontecendo com essas professoras, que são as responsáveis por cuidar da primeira infância. Tanto se fala, Sr. Presidente, na primeira infância, vamos investir na primeira infância”, mas as prefeituras não investem em quem realmente cuida e educa a primeira infância, que são as professoras das creches, essas educadoras.

Então, a luta desse grupo, que é um grupo bem organizado de educadoras, vem nesse sentido, para que haja o reconhecimento, para que as câmaras municipais aprovem leis reconhecendo, enquadrando essas professoras na carreira do magistério de cada prefeitura do estado de São Paulo.

Foi um seminário bem-sucedido, com vários relatos, que durou dois dias. Começou aqui pela Assembleia Legislativa na sexta-feira e foi realizado durante todo o sábado, com mais de 50 municípios. Então quero manifestar mais uma vez o nosso apoio e dizer que estamos empenhados para que haja de fato esse reconhecimento também do ponto de vista legal, do ponto de vista salarial e do ponto de vista da melhoria das condições de trabalho.

Aproveito ainda, presidente Coronel Telhada, a oportunidade para divulgar aqui uma notícia importante sobre essa tentativa do governador Doria, juntamente com seu secretário Rossieli Weintraub, em obrigar, em tentar convencer a população de que é importante a volta às aulas, ou agora no dia 8 de setembro, ou no dia 7 de outubro, como eles estão anunciando.

Tem uma matéria que saiu agora, recentemente, dizendo que em Manaus, que já abriu as suas escolas há 15 dias, houve a contaminação de 342 professores em apenas 15 dias. Deputado Mauro, em 15 dias 342 professores foram contaminados. E os estudos, os testes sorológicos, feitos aqui pela Prefeitura, pela gestão Bruno Covas, também demonstram o aumento da contaminação já entre os alunos da rede municipal de ensino.

Todos os estudos mostram que haverá uma bomba de contaminação nas nossas escolas, porque a escola é uma bomba de contaminação. Você tem ali, quando começou a pandemia, as escolas foram fechadas, logicamente, para evitar que houvesse a propagação do vírus.

Pesquisas mostram que do início da pandemia até agora, por exemplo, houve uma redução drástica do atendimento em pronto-socorro infantil de crianças, porque, como as crianças não estão mais frequentando as escolas, elas não estão se contaminando com gripe, resfriado, e tantas outras viroses que ocorrem normalmente dentro de uma escola. Agora, se uma virose inofensiva, como uma gripe, causa tantos atendimentos em pronto-socorro infantil, imagine com o coronavírus, cuja propagação é muito maior.

Então, nesse sentido, Sr. Presidente, não é possível mais a volta às aulas em 2020. Essa é a grande realidade. Todos os estudos científicos mostram isso, todos os pesquisadores, todos os sanitaristas sérios estão dizendo que isso não é possível, que a volta às aulas só pode acontecer quando houver vacinação em massa, testagem em massa, quando houver segurança sanitária de fato. Aí você pode voltar às aulas. Fora isso, não será possível.

Só para concluir, Sr. Presidente, o Governo tem que, nesse período, porque as escolas vão permanecer fechadas, essa é a verdade, porque os professores não voltam. Mesmo que haja determinação do Governo, haverá greve geral da Educação, haverá desobediência civil. Os profissionais da Educação não retornarão mais às escolas no ano de 2020.

O que o Governo tem que fazer nesse período em que as escolas estão fechadas, pelo menos para os alunos e professores? O Governo tem que reestruturar as escolas, formar grupos, equipes de engenheiros e arquitetos, e fazer uma reformulação, uma reestruturação, de todas as escolas públicas do estado de São Paulo, para garantir arejamento, ventilação, para garantir que não haja mais escolas de lata no estado de São Paulo.

Eu tenho aqui os dados mostrando que nós temos mais de cem escolas de lata no estado de São Paulo. Então, como voltar às aulas numa escola de lata, sem isolamento térmico, sem isolamento acústico. Isso é impossível.

Então o Governo tem que reestruturar as escolas, tem que criar um programa, eu falei, agora há pouco, no meu pronunciamento: um programa de alimentação escolar para todos os alunos.

O Doria está recorrendo na Justiça para impedir que a Secretaria da Educação faça um cartão, uma bolsa-alimentação, para os três milhões e 500 mil alunos da rede estadual. O Governo tem que aproveitar e montar um programa de distribuição de computadores e internet grátis, banda larga, para todos os alunos da rede estadual, para todos os professores. É isso que o governo tem que fazer.

O governo tem que montar um programa de assistência à saúde mental dos nossos profissionais da Educação e dos nossos alunos também. Isso o governo tem que fazer, Sr. Presidente, mas o governo só pensa em determinar, em tentar... Ele faz, na verdade, uma propaganda subliminar, sub-reptícia, tentando convencer a população da volta às aulas.

A última entrevista que eu vi do Rossieli Weintraub foi vexatória, foi deprimente, quando ele apresenta a importância da escola dizendo que nenhuma criança ficará para trás, que a Educação é importante, que a escola cumpre um papel fundamental no processo educativo, que a criança fora da escola corre o risco da exploração sexual infantil, que a criança fora da escola fica ansiosa e fica depressiva, então tem que voltar.

É isso que ele estava dizendo, o óbvio, mas se aproveitando da situação para convencer a população da volta às aulas.

Então, Sr. Presidente, queria registrar que essa é a nossa posição. Nós não voltaremos. Eu falo como professor, como diretor de escola. Não haverá volta às aulas, os professores não voltarão, secretário.

Essa é a verdade. Então não adianta fazer propaganda sub-reptícia, subliminar, isso não funciona mais, até porque as pesquisas mostram, a sociedade diz, os pais...

A última pesquisa mostrou que quase 80% dos pais de alunos são contra a volta às aulas no estado de São Paulo. O secretário sabe disso. Então, secretário, coloque a FDE para trabalhar em defesa das escolas, dos alunos. A FDE sempre foi acusada de ser o antro da corrupção. Tem um orçamento de bilhões de reais, tem que canalizar esses recursos, tem que canalizar todo o seu grupo técnico para, exatamente, reformular fisicamente as escolas da rede estadual.

Essa é a função da FDE neste momento, e a criação dos programas, compra de computadores, celulares inteligentes, banda larga para todas as crianças, todos os alunos da rede estadual e também para os professores, programa de alimentação escolar para todos os alunos, não só 700 mil, mas 3 milhões e 500 mil, programa de assistência à saúde mental, porque ninguém escapa impunemente de um confinamento como esse, de tantos meses, Sr. Presidente.

Há muito gente com adoecimento emocional, psicológico e até psiquiátrico por conta do isolamento social, porque faz parte, infelizmente. Por isso que o Estado tem que garantir a assistência a essas pessoas com programas de prevenção e de ajuda a essa área de saúde mental.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado. Neste momento, encerro o Pequeno Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Muito obrigado, Sr. Presidente. Sr. Presidente, a minha Questão de Ordem é com fundamento no Art. 260, do Regimento Interno da Assembleia Legislativa, bem como na Constituição Federal, no Art. 58, §3º, na Constituição Estadual, no Art. 13, § 2º, e também no próprio Regimento Interno, nos Arts. 34, 34-A, 34-B, 34-C e 34-D.

Recentemente a CPI das Fake News mandou arquivar todos os requerimentos que eu fiz na condição de parlamentar, ainda que não membro da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga as “fake news cometidas durante o ano de 2018. O deputado Paulo Fiorilo, junto com a deputada Monica, aparentemente em uma tentativa de se vingar da minha atuação legislativa na Assembleia de São Paulo, fez uma manobra para conseguir fazer com que todos os meus requerimentos fossem arquivados, sequer fossem apreciados. Isso rasgando completamente o Regimento Interno, sinalizando que nenhum deputado desta Casa que não faz parte de uma comissão não pode apresentar requerimento, ou seja, eles ferraram com a própria Minoria, da qual eles são líderes.

Então eu entrei aqui com o requerimento, com uma questão de ordem. Gostaria de agradecer ao PTB, que me ajudou muito na elaboração desta Questão de Ordem. Isso posto, nobre presidente, formulo a presente Questão de Ordem com o fito de receber de V. Exa. manifestação sobre se é legítimo ou não parlamentar desta Casa de Leis, não sendo membro de CPI, e sob a égide dos dispositivos do Regimento Interno aqui esposados, apresentar requerimentos perante aquele colegiado.

Então, eu entrego a V. Exa., por escrito, esta Questão de Ordem, e solicito que, o quanto antes, a Mesa Diretora da Casa me responda.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr. Deputado. Eu solicito que a nossa assessoria receba essa Questão de Ordem de V. Exa., que será respondida dentro dos prazos regimentais e após a análise da referida documentação, Sr. Deputado.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - Peço o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - É regimental. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, terça-feira, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia da última quinta-feira.

Muito obrigado a todos.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 23 minutos.

 

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