18 DE SETEMBRO DE 2020
60ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CORONEL TELHADA e CARLOS
GIANNAZI
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - JANAINA PASCHOAL
Afirma-se parlamentar que age de modo
independente. Lista entidades constantes do PL 529/20, por ela visitadas.
Comenta reunião com pesquisadores do Instituto da Pesca, ameaçados pela
matéria, em razão da possível concessão do parque da Água Branca. Lamenta a
possibilidade de desocupação de quatro edifícios da entidade, a ser realizada a
partir de segunda-feira. Comenta visita à citada instituição.
3 - CARLOS GIANNAZI
Critica o governo estadual por
pretender fechar cursos técnicos e tecnológicos do Centro Paula Souza. Afirma
que a medida deve prejudicar alunos e professores. Acrescenta que há inclusive
reestruturação realizada sem debate com funcionários. Aduz que o almoço nas Etecs também deve ser extinto. Manifesta-se contra o
retorno das aulas presenciais. Defende a convocação da superintendente para
explicar as medidas.
4 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência.
5 - CORONEL TELHADA
Informa que hoje comemora-se o Dia
dos Símbolos Nacionais. Enaltece o valor do civismo. Informa que em 18/09/44 a
Força Expedicionária Brasileira conquistara Camaiore,
cidade italiana, durante a Segunda Guerra Mundial. Comemora o aniversário da 5ª
Constituição brasileira, formulada em 1946. Comenta visita do secretário
nacional da Segurança Pública, coronel Carlos Renato Machado Paim. Defende a
tomada de providências para reduzir conflitos entre policiais.
6 - JANAINA PASCHOAL
Tece considerações a favor de cursos
técnicos. Informa que sugerira meio de conciliar o conflito a envolver a
desocupação de edifícios do Instituto da Pesca. Indaga qual o motivo da
necessidade de ampla mudança na referida entidade. Defende o respeito à
transparência nas informações. Critica a condução do PL 529/20. Lamenta o
silêncio do governo estadual quanto ao tema.
7 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência.
8 - CARLOS GIANNAZI
Lamenta crítica do presidente Jair
Bolsonaro aos professores. Afirma que há uma aliança bolsonarista pela
Covid-19. Comenta orientação da OMS que vincula o retorno às aulas presenciais
à redução da contaminação do vírus. Compara o número de mortes no Brasil com
outros países. Conclui que não há política pública destinada ao combate da
doença. Critica associações empresariais que defendem a reabertura das escolas.
9 - GIL DINIZ
Comenta reunião com o secretário nacional
da Segurança Pública, realizada hoje, nesta Casa. Lamenta desentendimentos
entre policiais militares e civis. Defende o fortalecimento das categorias.
Coloca-se à disposição para defender policiais militares que se sintam
desrespeitados. Lembra presença em inauguração de pista de pouso no aeroporto
de Congonhas. Acrescenta que discutira com a delegada de Polícia Fernanda Herbella, por ofensa a policial militar que ocupara vaga de
estacionamento. Clama por respeito a qualquer pessoa. Defende a tomada de
medidas para solucionar divergências entre policiais.
10 - JANAINA PASCHOAL
Para comunicação, lembra que durante
o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, a delegada Fernanda Herbella a protegera de agressão física.
11 - GIL DINIZ
Para comunicação, conclui que a
delegada agira sem isonomia.
12 - CARLOS GIANNAZI
Para comunicação, defende a
regulamentação urgente da Lei 14.017/20, a favor dos profissionais da Cultura.
Reflete acerca da dificuldade em aprovar a matéria. Lamenta medidas desfavoráveis
à Educação.
13 - CARLOS GIANNAZI
Solicita o levantamento da sessão,
por acordo de lideranças.
14 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Defere o pedido. Convoca os Srs.
Deputados para a sessão ordinária de 21/09, à hora regimental, sem Ordem do
Dia. Levanta a sessão.
* * *
-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr.
Coronel Telhada.
* * *
-
Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
O SR. PRESIDENTE -
CORONEL TELHADA - PP -
Presente o número regimental de assinaturas
de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção
de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência
dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente. Pequeno
Expediente.
Oradores
inscritos. O primeiro orador é o
deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Jorge
Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado
Wellington Moura. (Pausa.) Deputado Ricardo Mellão. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge
do Carmo. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputada Leticia Aguiar.
(Pausa.) Deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.)
Deputada Adriana Borgo. (Pausa.) Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Deputado Major
Mecca. (Pausa.) Deputado Coronel Telhada, fará uso
da palavra posteriormente. Deputado Douglas Garcia. (Pausa.) Deputado Marcos
Damasio. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando da Silva.
(Pausa.) Deputada Dra. Damaris Moura. (Pausa.) Deputada Janaina Paschoal. Vossa
Excelência tem o tempo regimental.
A SRA. JANAINA PASCHOAL
- PSL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada,
Sr. Presidente. Cumprimento V. Exa., os colegas
presentes, os funcionários da Casa, as pessoas que
nos acompanham.
Pois
bem, eu queria falar um pouquinho sobre questões práticas
- na verdade até já tenho
levantado algumas, envolvendo o PL 529. Sempre lembrando que eu me considero uma parlamentar independente, votando com o
Governo quando as propostas são boas, e contra o Governo quando as propostas
são ruins.
E
em muitas oportunidades trabalhei arduamente para melhorar os projetos do
Governo antes de eles serem apreciados no plenário.
Pois bem, desde que o PL 529 chegou à
Casa,
eu venho realizando reuniões presenciais, online, e visitas, tanto
pessoalmente, como por meio da minha assessoria.
Já noticiei que visitei o Imesc,
visitei o Instituto de Criminalística, a Polícia
Técnico-Científica,
no caso, a Superintendência, a minha equipe visitou
assentamentos do Itesp; fizemos uma série de reuniões. E há alguns
dias, na verdade acho que uma semana e meia, fui procurada pelos pesquisadores
do Instituto da Pesca.
O
Instituto da Pesca vai ser impactado pelo PL 529,
porque existe a previsão da concessão do Parque da Água
Branca. E eles me procuraram, solicitaram uma reunião online.
E
eu tinha em mente que o objeto da reunião seria debater o PL, tanto que eu
procurei marcar um pouquinho mais adiante, e eles
insistiram muito na urgência da reunião online. Fizemos
essa reunião, e eles me trouxeram uma informação muito intrigante.
A
informação foi a seguinte: que apesar de haver a previsão da concessão do
parque, e, obviamente, de haver a possibilidade,
sendo o PL aprovado, de o Instituto da Pesca ser impactado, eles receberam a
informação de que, já nesta semana que se iniciará segunda-feira, os prédios do Instituto precisarão
ser esvaziados para fins de mudança.
E
eles ficaram muito surpresos porque estavam contando
com o tempo de trâmite do PL para um debate mais
amadurecido, e a mudança já está praticamente sendo feita.
Diante dessa emergência, eu fui hoje pela manhã visitar
o Instituto da Pesca, que fica lá dentro do Parque da Água Branca.
São quatro edifícios.
Em um dos edifícios há um laboratório de análise
da qualidade da água muito bem equipado, muito
bem instalado, um prédio que passou por reformas até recentes com gasto considerável
de dinheiro público. O outro prédio é o que eles chamam de quarentenário.
Seria um prédio menor, com recipientes
gigantes, vamos dizer assim, onde peixes possivelmente infectados, ou peixes
que estão chegando de regiões menos conhecidas, poderiam ser observados para
fins de uma desinfecção.
O
terceiro prédio é
onde
há, onde está instalado,
há 90 anos, um aquário
com vários peixes, várias
espécies
que servem não só para visitação, mas também para pesquisa.
E ainda o quarto prédio, que eles chamam de prédio
administrativo, onde ocorrem aulas de especialização e de mestrado, onde há uma
biblioteca, um auditório; também muito recentemente reformado com gasto
considerável de dinheiro público.
A
informação que eles receberam sem nenhuma explicação maior é que já na semana
que vem a mudança desse primeiro prédio, que é o prédio administrativo,
ocorrerá.
Ninguém
explicou para eles o que será feito dos quatro prédios do Instituto da Pesca
aqui na Capital, exatamente para onde eles vão, como serão as instalações,
sobretudo aquelas que receberão os equipamentos de laboratório e os peixes que
estão no aquário.
Ninguém
explicou nada disso para eles e eles também não conseguem compreender por que
essa pressa em esvaziar os quatro prédios do instituto, se no próprio parque há
outros tantos prédios vazios e, podemos dizer, até abandonados.
Eu
gostaria que o Executivo - seja a pasta da Agricultura, que cuidava do parque
em um primeiro momento, seja a pasta do Meio Ambiente, que é a que cuida do
parque atualmente - fornecesse informações, primeiro para os próprios
pesquisadores do Instituto da Pesca, mas em especial para esta Casa, para o meu
gabinete primordialmente, porque eu estou buscando informações técnicas
relativas a este PL 529, desde o momento em que ele chegou a esta Casa.
Então,
peço, Sr. Presidente, que esta fala seja encaminhada, tanto para o secretário
do Meio Ambiente, como para o secretário da Agricultura, pedindo detalhamento
de quais são os planos das pastas para os quatro prédios do Instituto da Pesca.
E
também o porquê da pressa e por que, de certa forma, esta Casa está sendo
desrespeitada, na medida em que ações concretas estão sendo adotadas antes
mesmo de o projeto ser debatido na CCJ, que é o primeiro passo no trâmite de
uma propositura legislativa.
Muito
obrigada, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sra. Deputada. Portanto, solicito a nossa
assessoria que encaminhe as palavras e as questões levantadas aqui pela Janaina
Paschoal ao secretário do Meio Ambiente e ao secretário de Agricultura.
Próximo
deputado, deputado Rodrigo Gambale. (Pausa.) Deputado Tenente Nascimento.
(Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Frederico d’Avila. (Pausa.)
Deputado Sargento Neri. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Carlos
Giannazi, V. Exa. tem o tempo regimental.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR – Sr. Presidente, Srs.
Deputados e Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, o governo Doria,
não contente com o desmonte do estado, da prestação de serviços públicos que
ele tenta promover com a aprovação do PL 529, está também investindo
paralelamente em outras áreas da administração pública.
Uma delas é o Centro Paula Souza,
que administra as Etecs e Fatecs
do estado de São Paulo, ou seja, responsável pelo ensino técnico e tecnológico
do estado de São Paulo. Ele começou agora um desmonte de vários cursos de Etecs e Fatecs.
Recebi inclusive um ofício que foi
protocolado na Superintendência do Centro Paula Souza para a senhora Laura Laganá, que é a superintendente do Centro Paula Souza.
O ofício foi assinado pela
professora Sirlene Sales Maciel, que é a presidenta eleita na última eleição do
sindicato dos trabalhadores do Centro Paula Souza, dando conta desse desmonte.
Primeiramente, o fechamento de
vários cursos. Em plena pandemia, o governo Doria, através do Centro Paula
Souza, vai fechar cursos técnicos e tecnológicos nas Etecs
e Fatecs, promovendo o desmonte dos cursos e
impedindo o acesso de milhares de adolescentes ao ensino técnico do estado de
São Paulo.
Fechamento de cursos técnicos, que
são fundamentais. O Centro Paula Souza sempre apresentou as Etecs
e Fatecs como cartão postal, cartão de visita,
dizendo que é o melhor ensino técnico e tecnológico do Brasil.
No entanto, eles começam agora um
processo de desmonte, inclusive através de um memorando e de uma circular.
Tenho aqui os números: a nº 77, de 2020, e a nº 06, de 2020.
Ambas as
circulares apontam na direção desse desmonte de cursos, fechamento de cursos,
que vão, em primeiro lugar, prejudicar os alunos, que não terão mais acesso a
esses cursos. Em segundo lugar, os próprios professores, que em plena pandemia
estão trabalhando, fazendo o trabalho remoto, serão demitidos no meio de uma
pandemia, Sr. Presidente.
É um
absurdo total esse desmonte. Inclusive os trabalhadores do Centro Paula Souza,
os professores, funcionários, o pessoal do quadro administrativo, os servidores
do quadro de apoio, já estão enfrentando, juntamente com os alunos, uma
reestruturação extremamente perversa.
Uma
reestruturação que vem de cima para baixo, que não houve a concordância da
comunidade escolar, não houve debate. Uma reestruturação perversa que vai
extinguir, por exemplo, o ensino integrado, o ensino técnico com o ensino
médio. Aquele ensino integral, que o aluno fica o dia todo na escola, que tem
direito ao almoço.
Esse curso
que tem o nome oficial - tenho aqui o nome desse curso, Sr. Presidente -, que é
justamente o Ensino Técnico Integrado ao Médio, o Etim. Esse curso vai desaparecer,
ou será drasticamente reduzido.
É um curso
de excelência das nossas Etecs, que oferece o ensino
médio de qualidade, e o ensino técnico. O aluno fica o dia todo, tem direito ao
almoço, a uma alimentação minimamente digna.
Esse curso
vai praticamente desaparecer com essa reestruturação. E no lugar eles irão
precarizar o atendimento nessa área. Então, haverá o fim do almoço para os
alunos. Não haverá mais almoço nas Etecs, que foi uma conquista, fruto de uma ampla
mobilização de alguns anos atrás, inclusive de ocupações de unidades de Etecs, que resultou exatamente em uma pressão para que o
governo estadual - o governo Alckmin - introduzisse o almoço para esses alunos,
que têm direito também a alimentação escolar.
Haverá
desemprego de vários professores, porque vários cursos serão extintos nesse
processo. E, ao mesmo tempo, o documento também critica a obrigatoriedade de
volta às aulas, Sr. Presidente.
Foi
organizada uma pesquisa extremamente parcial, dirigida, tentando induzir os
professores a optarem exatamente pela volta às aulas. É uma denúncia que
aparece também nesse ofício.
Então, Sr.
Presidente, só para concluir o meu pronunciamento, quero repudiar veementemente
essa decisão do Centro Paula Souza, de desmonte de cursos das Etecs e Fatecs do estado de São
Paulo, desmonte do Ensino Técnico e Tecnológico. Dizer que hoje estou
protocolando um requerimento na Comissão de Educação, convocando a
superintendente do Centro Paula Souza, Sra. Laura Laganá,
para depor, explicar esse desmonte dos nossos cursos.
E também,
Sr. Presidente, peço que esse ofício seja publicado no Diário Oficial, para que
toda a população tenha acesso ao que vem acontecendo no Centro Paula Souza,
sobretudo em relação a essas denúncias.
Muito
obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP -
Muito obrigado, Sr. Deputado. Próximo deputado, a deputada Marta Costa.
(Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.)
Pela lista suplementar, deputado Agente Federal
Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Solicito ao deputado Carlos
Giannazi que assuma Presidência dos trabalhos. Por favor, Giannazi.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Carlos Giannazi.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando sequência à lista de oradores inscritos, com a palavra o nobre
deputado Coronel Telhada.
O SR. CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr.
Deputado, Sra. Deputada Janaina Paschoal, deputado Carlos Giannazi, a todos que
nos assistem pela Rede Alesp. Saudar, na figura do
cabo Hércules, a nossa Assessoria Policial Militar.
Hoje, dia 18 de
setembro de 2020, sexta-feira, comemoramos o Dia dos Símbolos Nacionais. Sempre
é bom lembrar que são os símbolos importantes da nossa Pátria, do Brasil, que
têm de ser mantidos com o devido respeito.
Muitas vezes hoje a
educação fica devendo, porque a maioria dos jovens nem conhecem os nossos Símbolos
Nacionais, e muito menos os respeita. Então é necessária uma retomada do nosso
civismo, da nossa simbologia, dos nossos símbolos maiores, que representam a
história e o povo do Brasil.
No dia 18 de
setembro de 1944, temos uma parte da história da Força Expedicionária
Brasileira bem forte, que foi a Conquista de Camaiore,
um vilarejo no norte da Itália, onde as tropas brasileiras conseguiram, através
de uma ação presente, conquistar aquela cidade, que se encontrava em poder das
tropas nazistas.
Hoje também, dia 18
de setembro, é o dia em que se comemora o
aniversário da nova Constituição brasileira, a 5ª Constituição brasileira, que
foi instituída no dia 18 de setembro de 1946, pelo então presidente Eurico
Gaspar Dutra. Sempre é bom lembrar que as nossas Constituições procuraram
manter os direitos individuais de todos cidadãos brasileiros.
Hoje nós
tivemos o prazer de receber nesta Casa o secretário nacional de Segurança
Pública, que foi trazido aqui pelo meu amigo, deputado federal Capitão Derrite, também pelo meu amigo Major Veiga, que é um dos
assessores do secretário nacional de Segurança Pública, lembrando que tanto o
deputado federal Derrite quanto o Major Veiga foram
meus tenentes no Batalhão Tobias de Aguiar.
E hoje
tivemos o prazer da visita do secretário nacional de Segurança Pública, o
coronel da Polícia Militar, Carlos Renato Machado Paim, que é coronel da
Polícia Militar do Distrito Federal, lembrando e parabenizando nosso
presidente, que é a primeira vez que o secretário nacional de Segurança Pública
é um policial militar, coisa que é lógica, mas acho que todo mundo é cego, não
percebe essas coisas.
O
secretário de Segurança Pública tem que ser policial, ou policial civil ou
policial militar. São as pessoas que vivem esse serviço. Quando se fala que o
secretário de Saúde não é médico, o secretário de Agricultura não conhece o
campo, é a mesma coisa. Todo mundo reclama disso, mas quando você fala que
secretário de Segurança Pública é promotor, é não sei o quê, ninguém acha
anormal.
É a mesma
coisa que colocar um cara para comandar um time de futebol, colocar um
engenheiro para comandar um time de futebol, que nunca viu uma bola na frente,
só sabe fazer a bola no papel. É a mesma coisa a polícia. A polícia tem que ser
comandada por quem conhece a polícia.
Então,
parabéns ao coronel Paim, pela ação que vem desenvolvendo junto à Secretaria
Nacional de Segurança Pública. Veio aqui conhecer a polícia, tendo em vista que
ele é de outro estado, conhecer a Polícia Militar do Estado de São Paulo, o nosso
Corpo de Bombeiros. Já esteve em vários quartéis, em várias instituições.
E hoje,
junto com o nosso presidente Cauê Macris e mais alguns deputados, tivemos o
prazer de conversar, de termos uma conversa franca, e falarmos de diversos
assuntos de Segurança Pública, e estreitarmos o nosso relacionamento com um
setor tão importante quanto o setor de relações públicas.
Quero aqui
lembrar mais uma vez. Nós continuamos tendo problemas de relacionamento entre a
Polícia Civil e a Polícia Militar. Ontem aconteceu um problema idiota, sempre
um problema idiota. Sempre um que não quer se identificar, outro que acha que é
mais autoridade, enfim, aquelas porcarias de sempre, que geram mal-estar, geram
uma perda de energia, geram uma perda e um empenho de pessoal desnecessário.
Como eu
falei aqui, para mim, quem está envolvido nisso deveria ser transferido,
deveria ficar preso. É o melhor jeito de resolver o problema. Não é ficar
passando a mão na cabeça de ninguém, não. Policial não se identificou para
outro policial, ele tem que responder por isso. Existe uma norma a respeito
disso. Existe uma normatização a respeito do próprio secretário de Segurança
Pública.
Eu peço aqui ao Sr. Secretário que cumpra essa resolução. Toda semana
nós estamos tendo problema porque ninguém está sendo advertido, ninguém está
sendo punido.
Enquanto não se tomar providências enérgicas quanto a esses problemas
que estão ocorrendo entre a Polícia Civil e a Polícia Militar, problemas
idiotas, enquanto não se tomar providências, não vai parar o problema. Ou seja,
o policial que não quis mostrar a funcional, o outro policial que está com uma
viatura descaracterizada e acha que todo mundo é obrigado a saber que ele é
policial.
Então, se não se tomar nenhuma providência enérgica, nós continuaremos
gastando energia, gastando efetivo, retirando patrulhamento da rua, que deveria
estar caçando bandido, resolvendo “zica” entre
polícias.
Então, Sr. Secretário de Segurança Pública, solicito que o senhor tome
as medidas necessárias para que se extingam, de uma vez por todas, esses
problemas de relacionamento entre a Polícia Civil e a Polícia Militar, que deve
cessar de uma vez por todas.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Com a palavra a
nobre deputada Janaina Paschoal.
A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigada, Sr.
Presidente.
Antes
até de seguir com o tema, eu queria só registrar que sou uma defensora
aguerrida dos cursos técnicos. Entendo até que o Brasil haveria de investir
mais na formação técnica, porque nem todo mundo tem o perfil acadêmico, mas
todos precisam ter uma profissão. Eu vou levantar a situação que o colega
trouxe e, muito embora, em regra, divirjamos em várias searas, nesta, com
certeza, será um trabalho convergente.
Ainda
na temática do Instituto da Pesca, eu deixei de fazer um registro, que é o
seguinte: eu sempre procuro buscar algum grau de entendimento, de conciliação.
Então, eu perguntei às pessoas que nos receberam - eu digo “nos” porque fui eu
e a minha equipe - se haveria possibilidade de abrir mão de um ou dois dos
quatro prédios e eles se mostraram muito solícitos em encontrar o caminho do
meio, especialmente com relação aos andares onde hoje há os escritórios
administrativos, porque estes podem ser reorganizados, realocados.
Mas
eles têm uma preocupação muito especial com o Aquário, por causa da segurança
dos peixes, e com o laboratório, ou melhor, os laboratórios, porque transferir
os laboratórios pode comprometer as pesquisas e as próprias instalações.
Aí
eu acrescento àquelas perguntas que fiz uma mais: por que tantas obras e tantas
mudanças? Isso é um ponto que tem me intrigado. Nós, depois de muito debate, de
muitos ajustes, votamos o PL 01 e também que tratava de determinadas empresas,
o famoso PL da desestatização.
Depois,
também aprovamos as concessões do Zoológico, do Instituto Botânico, fizemos
muitos ajustes nos projetos. Eu também fiz muitas visitas técnicas para
trabalhar nesses ajustes. Foi uma conquista da Casa.
O
que nós percebemos é que o governo recebe várias autorizações, mas não consegue
efetivar plano nenhum. Agora, novamente, chegaram vários pedidos de autorização
para uma série de medidas muito, muito, muito radicais, digamos assim, e eu
pergunto: se não conseguiram concretizar nem as concessões já aprovadas no
início do ano passado, se não conseguiram vender as empresas que já poderiam
ter sido vendidas, por que já vieram pedir mais autorizações? E por que sempre
tantas obras?
Eu
lembro que nós autorizamos a desestatização da CPOS e, na sequência, iniciaram
uma obra no prédio da CPOS. Eu expedi o ofício. Na época disseram que era uma
exigência do Ministério Público, mas, agora, o Instituto da Pesca, novamente, fez
toda uma adaptação com gasto de dinheiro público e haverá uma mudança para
receber esse instituto no prédio para o qual estão dizendo que eles serão
transferidos, estão fazendo reformas.
Provavelmente
reformarão esses prédios recentemente reformados para receber ainda não sabemos
qual serviço ou qual equipamento público que passará a ficar instalado nos
prédios do Instituto da Pesca.
Então
fica aqui a dúvida. Se o governo não consegue concretizar o que anuncia, que
fará quando pede as autorizações, por que tantos pedidos de autorização? Na
Câmara dos Vereadores houve um processo parecido, solicitação de uma série de
autorizações sem uma concretização, sem uma efetivação.
O
que esta Casa quer - e obviamente eu não posso falar pela Casa, mas eu tenho
conversado com vários colegas, de várias legendas - é o respeito da completude
das informações.
Nós
podemos divergir, nós podemos brigar, nós podemos dizer se a linha que o
governo quer seguir é ou não é aquela que eu, como parlamentar, representante
daquelas pessoas que votaram em mim, defendo ou não defendo. O que é muito
complicado é trabalhar no vácuo.
E
este Projeto 529 tem apresentado, ele está sendo conduzido de uma maneira muito
diferente daquela pela qual foram conduzidos os projetos anteriores. Eu lembro
que subi a esta tribuna, expus várias dúvidas com relação ao PL 01, as equipes
técnicas do Executivo vieram aqui, sanaram as nossas dúvidas. Idem com relação
aos institutos.
Agora,
deve ser a minha décima intervenção aqui, fora as redes sociais, fora os
telefonemas, os ofícios, as visitas pedindo informações técnicas e o governo
não atende. Este silêncio enseja uma série de pensamentos, todos ruins.
Assusta
e revolta, Sr. Presidente, que secretários de Estado estejam dando entrevistas
dizendo que o projeto será aprovado. Como assim, se as perguntas mais básicas
não foram respondidas?
Então,
Sr. Presidente, peço, por favor, que some à primeira fala esta fala e a
encaminhe também para o secretário da Agricultura e para o secretário do Meio
Ambiente.
Muito
obrigada.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Coronel
Telhada.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sra.
Deputada. Portanto, solicito à nossa assessoria que também encaminhe as cópias
das notas taquigráficas das palavras da deputada Janaina Paschoal ao secretário
do Meio Ambiente e ao secretário da Agricultura.
Próximo deputado é o deputado Carlos
Giannazi. Vossa Excelência tem o tempo regimental.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
telespectador da TV Assembleia, primeiro, eu quero aqui repudiar veementemente
o que disse ontem o “despresidente” Bolsonaro, o “despresidente” da destruição
nacional, atacando mais uma vez os professores, atacando os educadores, as
educadoras do Brasil, dizendo que os professores não querem trabalhar.
Por isso que os
professores, sobretudo através das suas entidades representativas, das suas
associações, dos seus sindicatos, são contra a volta às aulas. Isso é
repugnante e é deplorável que mais uma vez o governo Bolsonaro ataque de uma
forma covarde os professores e as professoras do Brasil. E dizer, Sr.
Presidente, que me parece que tem uma aliança agora no Brasil bolsonarista pela
Covid-19.
Acho que deveria ser esse
o nome: “Aliança Bolsonarista pela Covid-19”, onde até alguns setores que se
mostravam um pouco mais civilizados, defensores em tese da Ciência, defensores
do processo civilizatório brasileiro, que se opunham inclusive à barbárie
bolsonarista em várias áreas, agora me parece que eles se uniram todos em torno
dessa aliança, defendendo a volta às aulas e distorcendo, utilizando, sobretudo,
um documento da Organização Mundial da Saúde que fala em volta às aulas, mas há
uma distorção terrível.
Eu vi agora. Eu estou
aqui inclusive com a revista “Veja”, que faz parte agora, me parece, dessa
aliança. Então, é a capa agora desse final de semana da revista “Veja”,
repercutindo, me parece, essa aliança que eu estou citando aqui. Então: “A vez
das escolas.
Até a cautelosa
Organização Mundial da Saúde é a favor da volta às aulas presenciais,
recomendação seguida em diversos países. No Brasil, a maioria ainda permanece
fechada”.
Obviamente que as escolas
permanecem fechadas no Brasil. Agora, há uma omissão aqui na matéria da revista
“Veja” e pelas pessoas que estão utilizando indevidamente as orientações da
Organização Mundial da Saúde.
A Organização Mundial da
Saúde diz o seguinte: que antes da reabertura, antes de você reabrir as
escolas, você tem que reduzir e conter a transmissão. O Brasil não reduziu e
nem conteve a transmissão do coronavírus até agora. Aliás, o Brasil tem 135 mil
pessoas mortas.
Está em segundo lugar, só
perde para os Estados Unidos. O Brasil está na frente da Índia em termos de
pessoas mortas e a Índia tem um bilhão e 300 milhões de pessoas, de habitantes.
O Brasil tem 210, 220
milhões de pessoas; é bem diferente. Mesmo assim a Índia está atrás do Brasil.
Lá tem acho que 85 mil pessoas mortas; o Brasil tem 135 mil pessoas mortas e no
estado de São Paulo a situação é muito pior.
Só o estado de São Paulo,
que tem aproximadamente 45 milhões de habitantes, já tem 35 mil pessoas mortas,
que é uma quantidade superior à da Espanha, que tem quase que a mesma
quantidade de pessoas.
Ou seja, o estado de São
Paulo tem mais pessoas mortas e contaminadas pelo coronavírus do que um país
inteiro europeu, que é a Espanha. Então, é um absurdo. O Brasil não tem
condições de voltar, porque nós não reduzimos e nem houve a contenção aqui da
transmissão.
Ao contrário, a situação
é grave no Brasil. Nós não temos políticas de combate ao coronavírus; essa é a
grande verdade. O governo federal lavou as mãos desde o início. O Bolsonaro
falou que era uma gripezinha. “E que só 800 pessoas morreriam”?.
Daí ele continua tripudiando ainda, participou de manifestações sem máscara.
Tripudiou e continua tripudiando o tempo todo como se não existisse a pandemia
no Brasil.
Então, agora eu fico
chocado porque outras associações empresariais que se colocam como defensoras
da Educação como, por exemplo, Todos Pela Educação, Instituto Ayrton Senna,
Fundação Lemann, a “Folha de S. Paulo”, o “Estadão”, a “Veja”, que eu mostrei
agora, estão todos irmanados para defender os interesses empresariais, os
interesses econômicos em detrimento da vida e da saúde pública.
Então, por isso que eles
estão agora fazendo todo um movimento para que haja a volta às aulas. É um
absurdo total. Essa é uma decisão contra a vida, contra a saúde pública e é por
isso que nós, professores, educadores e educadoras do Brasil, não voltaremos
nem com resolução, nem com decreto, nem com lei.
Não haverá volta às aulas no dia sete de outubro, como a resolução do Doria determina, como já vem apontando o governo estadual, tanto é que muitos municípios já estão se rebelando contra essa decisão, dizendo que não haverá volta às aulas em 2020.
Nós só voltaremos com vacinação, com testagem em massa, com controle, com segurança sanitária. É o que diz a Organização Mundial da Saúde - tem que ter segurança sanitária. O Brasil não tem, o Brasil vive o platô das mortes. Teve uma leve queda, mas nós estamos com mais de 800 pessoas morrendo por dia no Brasil. Então, não é possível a volta às aulas.
Os professores do Brasil, os profissionais da Educação não voltarão. Haverá greve geral, haverá desobediência civil. Nós vamos às cortes internacionais. Mas nós vamos defender a vida.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado. Próximo deputado, deputado Gil Diniz.
Presidente, gostaria de colocar a reunião que nós fizemos hoje com o secretário nacional de Segurança Pública - o senhor esteve presente -, o coronel Paim. Agradecer também ao major Veiga e ao capitão Guilherme Derrite, deputado federal pelo estado de São Paulo.
É muito boa essa aproximação do governo federal com a Assembleia Legislativa. Espero que hoje seja o início de uma grande parceria. Nos colocamos à disposição do secretário, de todos os seus auxiliares, para ajudar na questão da Segurança Pública, tanto aqui na cidade, no estado de São Paulo, quanto no Brasil.
Sei que o secretário fez uma enorme agenda, foi à Rota, falou com o comandante-geral, com o delegado-geral da Polícia Civil. Então, é excelente que o governo federal, que seu secretário venha a São Paulo, venha a esta Casa Legislativa e se coloque, também, à disposição.
No mais, Sr. Presidente, queria trazer aqui a público - também conversamos hoje sobre isso - essa questão dessa briga entre polícias. Polícia Militar, Polícia Civil. Está saindo, a meu ver, um pouco do controle. Já vimos aí aquela questão de um rapaz que se dizia policial civil, tinha uma funcional falsa e, quando foi abordado, acabou assassinando três policiais de Força Tática.
Claro que a gente não quer generalizar aqui; tenho o maior respeito à Polícia Civil. Mas eu não acho que é de bom tom continuar alimentando essa guerra entre polícias. A gente precisa, sim, fortalecer os nossos agentes de Segurança Pública.
E também tenho um amigo, o Delegado Olim, que eu respeito demais. Ouvi um áudio dele outro dia num grupo de policiais militares de que eu participo; ele falando da questão da ocorrência, que se precisasse ele iria ao local.
Mas eu me coloco também, aqui, à disposição dos nossos policiais militares que porventura se sintam desrespeitados por algum outro policial; aí, independe se é delegado, agente, oficial ou praça.
Coloco aqui o meu mandato, a minha assessoria à disposição. Também, eu digo isso porque, Coronel Telhada, dias atrás, com o presidente da República, em Congonhas, fomos inaugurar a pista de pouso.
Olha que situação, deputada Janaina Paschoal: no começo do meu mandato, eu tive uma discussão com a delegada Fernanda Herbella, ali no aeroporto de Congonhas. Ela faltou com o respeito com um policial militar, sargento Marcelo, que trabalha comigo, porque ele teve a ousadia de parar a viatura oficial desta Casa na vaga da delegada.
E ela o ofendeu na minha frente; eu disse que ela teria que respeitar o policial, porque ele também era policial. Só que ela não sabia que eu era deputado. Mas, ainda assim, quando ela soube que eu era deputado, ela continuou desrespeitando o policial e desrespeitando a mim. Isso há cerca de um ano. Deixei para lá.
Agora, olhem
vocês: há 15 dias, estou lá com a minha esposa, estou lá com o presidente da
República, e um rapaz, que não sabia dessa nossa discussão ali há um ano, foi tentar me apresentar para ela, de
bom coração. “Olha, delegada, aqui está o deputado estadual Gil Diniz.”
Olha a resposta dela: “Com ele, eu não falo. Já tive
uma discussão. Com ele, eu não falo.” Na frente da minha esposa. Uma falta de
educação, uma falta de ética, uma falta de postura. Delegada, aprendi com os
meus pais a respeitar qualquer pessoa, independente se eu concorde com ela ou
não.
Ali estava um representante do Poder Legislativo do
Estado de São Paulo e uma representante da polícia judiciária do nosso estado
de São Paulo. Um bom dia, e eu respondi a ela: “Bom dia, Sra. Delegada.” Ela
não me respondeu. Falei três vezes e ela não me respondeu. Na quarta, com o
nariz torcido, ela respondeu.
Se uma delegada, com a comitiva presidencial, na
frente da minha família, trata um deputado estadual dessa maneira, como que ela
não trata um soldado de Polícia Militar, um sargento de Polícia Militar, um
cabo, um oficial de Polícia Militar, quando ele vai apresentar uma ocorrência
em sua delegacia? Então eu deixo registrado. Peço que envie as minhas palavras
para o secretário de Segurança Pública, para o Delegado Geral de Polícia Civil.
Porque, se não forem tomadas medidas enérgicas,
medidas que resolvam esse conflito entre polícias, vai ficar mais difícil ainda
trabalhar aqui no Estado de São Paulo. E se não for uma delegada como ela, que
parece que tem alguns parentes que são juízes, desembargadores, pouco me
importa. Pouco me importa.
Ela tem que respeitar qualquer cidadão paulista.
Qualquer um. Com mandato, sem mandato, policial militar, policial civil. Então
eu peço mais energia da parte do Sr. Secretário porque não vou permitir que os
nossos policiais, militares ou civis, sejam desrespeitados por pessoas com
atitudes como dessa delegada.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE -
CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, Sr. Deputado.
Solicito
à nossa assessoria que envie as cópias taquigráficas da reclamação do deputado
Gil Diniz ao Sr. Secretário de Segurança Pública e ao Sr. Delegado Geral da
Polícia Civil de São Paulo.
A SRA. JANAINA PASCHOAL -
PSL - Sr. Presidente, V. Exa. me
permite uma comunicação?
O SR. PRESIDENTE -
CORONEL TELHADA - PP - É
regimental, Sra. Deputada.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Eu queria fazer um registro.
Peço para o deputado Gil que compreenda que não tem nada a ver com a pessoa
dele. Eu realmente não sei das particularidades do conflito. Lembro até quando
ocorreu, V. Exa. dividiu comigo a situação. Só que somente hoje V. Exa. falou o
nome da delegada.
Eu queria, só por uma questão de justiça, fazer um
registro. Não com relação à situação concreta, mas quando do processo de
impeachment, tentaram me bater no aeroporto.
Eu não era deputada e nem pensava em ser deputada.
Não foi daquela vez que passou na televisão e nas redes sociais. Foi uma outra
vez. Justamente esta delegada me socorreu. Vamos dizer assim, me protegeu na
situação.
Tanto é que é uma imagem e um nome que não esqueço,
porque, quando você está literalmente apanhando, a pessoa que te estende a mão,
é uma imagem... Ela me protegeu e eu só queria fazer esse relato, vamos dizer
assim, não para tirar a razão de Vossa Excelência, mas talvez para mostrar que,
numa outra situação, onde uma pessoa que naquele momento não tinha nenhum
cargo, nenhuma autoridade, ela atuou como uma policial dedicada.
Então eu queria fazer esse registro e um agradecimento
por essa dedicação e por esse cuidado com uma cidadã que estava sofrendo uma
violência. Então é só por uma questão de justiça, deputado Gil Diniz.
Obrigada, Sr. Presidente.
O
SR. GIL DINIZ - PSL - Sr. Presidente,
para uma breve comunicação?
O SR. PRESIDENTE -
CORONEL TELHADA - PP - Por
gentileza.
O
SR. GIL DINIZ - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Isso, para mim, teria que ser a
regra. Que bom que tem esse relato aqui. Mas isso só me mostra que é um peso e
duas medidas na decisão dessa delegada. Porque Gil Diniz não era uma figura
pública.
O sargento Marcelo, da Polícia Militar, também não
era uma figura pública. A Janaina Paschoal era uma figura pública,
nacionalmente conhecida, até pela questão do impeachment da presidente Dilma
Rousseff. A senhora era uma figura nacional.
Então, eu espero que o meu caso seja uma exceção e
essa conduta com a senhora seja a regra. Só que, nesse caso, a senhora é
conhecida nacionalmente. Já era conhecida nacionalmente e a delegada tomou essa
providência.
Comigo
foi diferente. Eu era um recém deputado eleito, ex-assessor do deputado federal
Eduardo Bolsonaro. Estava ali com o meu sargento de Polícia Militar e ela não
me identificou. Ela veio me identificar depois, e continua com essa postura.
Eu
estava ali em Congonhas, nessa última ocasião, tranquilo, com a minha família,
com a minha esposa. Não tinha por que ela ter essa reação, mas eu espero
realmente que no meu caso seja uma exceção. Eu só venho a público aqui e coloco
da tribuna, por quê? Porque foi a segunda vez, e dessa vez em frente à comitiva
presidencial e a minha família.
Totalmente
antiética, mas eu espero, sim, que seja um caso isolado, que seja uma questão
pessoal da delegada comigo, que a regra dessa delegada em sua delegacia, ali no
Aeroporto de Congonhas, seja atuar dessa maneira como ela atuou com Vossa
Excelência.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr.
Deputado. Deputado Giannazi, prossiga.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Para fazer uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - É regimental.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, eu quero fazer um
apelo e, ao mesmo tempo, uma exigência ao governo estadual, para que
regulamente, em caráter de extrema urgência, a Lei Federal nº 14.017, de 2020,
que trata da renda básica emergencial para os trabalhadores da Cultura, a Lei
Aldir Blanc.
Aldir
Blanc, um grande compositor da música popular brasileira. Foi em homenagem a
ele que essa lei foi aprovada. Uma lei, que o Congresso aprovou, que teve a
iniciativa do Congresso Nacional, da oposição, repito aqui, da Câmara dos
Deputados. Então, essa é uma lei do povo brasileiro, dos artistas, e sobretudo
dos trabalhadores da Cultura.
A
lei foi aprovada, Sr. Presidente,
e até agora o estado de São Paulo não regulamentou a lei. Os nossos
trabalhadores da Cultura, não só os artistas, mas também quem está por trás do
palco, da cena, os iluminadores, os técnicos, as pessoas que trabalham atrás da
cena artística. São milhares de pessoas, e estão passando fome, passando
necessidades, porque elas não têm acesso, Sr. Presidente, a nenhum tipo de renda emergencial.
Nós
aprovamos, com muita luta, com muito sacrifício, essa lei no Congresso
Nacional, agora os estados e municípios devem regulamentar, mas o estado de São
Paulo está fazendo corpo mole para fazer o pagamento, e as pessoas estão
passando necessidade, tendo sua sobrevivência afetada por essa burocracia, Sr. Presidente.
Então,
nós exigimos que o governo estadual, através da Secretaria da Cultura,
regulamente imediatamente a Lei nº 14.017, a Lei de Cultura Aldir Blanc, para
socorrer, para dar amparo aos nossos trabalhadores da Cultura. A mesma
exigência vai para os prefeitos do estado de São Paulo, sobretudo para o
prefeito Bruno Covas.
Os
nossos trabalhadores da Cultura não podem ser abandonados dessa forma. Repito,
foi uma lei que nós aprovamos com muita luta, mesmo com o governo Bolsonaro
sendo contra. Como nós aprovamos o Fundeb, o governo Bolsonaro sabotando o
Fundeb. A renda básica emergencial, também proposta da oposição.
Agora,
o governo Doria tem que pagar, porque alguns estados já estão pagando. O
Maranhão já regulamentou. Os trabalhadores da Cultura do estado do Maranhão já
estão recebendo, e São Paulo, que é o estado mais rico da Federação, que não
aprovou nenhum projeto que nós apresentamos aqui de renda básica emergencial,
em nenhuma área.
Eu
apresentei aqui o projeto para socorrer os 35 mil professores temporários, os
eventuais, que estão sem receber até agora, Sr. Presidente. Seis meses passando fome e necessidade. Os
transportadores escolares, que foram totalmente abandonados também pelo
governo, e vários outros segmentos.
O
fato é que o governo Doria não apresentou nenhuma proposta para socorrer os
vários setores que ficaram abandonados e estão abandonados ainda durante a
pandemia.
Muito
obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado. Alguém tem mais alguma
coisa? Bom, esgotado o assunto da nossa sessão.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presidente, havendo acordo entre as
lideranças, e não havendo mais nenhum orador inscrito, eu solicito o
levantamento desta sessão.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, deputado.
Então, havendo acordo de lideranças, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, esta
Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a
sessão ordinária de segunda-feira, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Muito
obrigado a todos. Um bom final de semana.
Está levantada a sessão.
* * *
- Levanta-se a sessão às
15 horas e 19 minutos.
* * *