30 DE SETEMBRO DE 2020

67ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: CORONEL TELHADA, FREDERICO D'AVILA, CASTELLO BRANCO, DOUGLAS GARCIA e GILMACI SANTOS

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS

Critica o PL 529/20. Enaltece a importância da Sucen no combate a doenças e em realização de exames laboratoriais. Exibe e comenta slides sobre a abrangência da instituição. Assevera que a propositura deve afetar a população do estado de São Paulo. Clama a seus pares que votem contra a matéria.

 

3 - CARLOS GIANNAZI

Faz coro ao pronunciamento do deputado Agente Federal Danilo Balas. Lembra e critica a Reforma da Previdência, nesta Casa. Lamenta cassação de liminar, pelo Supremo Tribunal Federal, a favor do Governo do Estado, para cobrança de contribuição de pensionistas. Critica o PL 529/20.

 

4 - DOUGLAS GARCIA

Afirma que o Governo do Estado visa a favorecer a China com privatizações. Critica a intenção do governo estadual de obrigar pessoas a submeterem-se à vacinação. Assevera que não há comprovação científica de sua eficiência. Acrescenta que o estado de São Paulo não deve ser cobaia da OMS e do citado país. Conclui que deve acionar o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo contra o governo estadual.

 

5 - FREDERICO D'AVILA

Assume a Presidência.

 

6 - CASTELLO BRANCO

Critica o PL 529/20. Exibe e comenta slides a respeito da CDHU. Enatece a importância da companhia para a habitação. Critica discursos dos deputados Carlão Pignatari e Alex de Madureira a favor da citada propositura.

 

7 - CORONEL TELHADA

Informa que hoje comemora-se o Dia da Polícia Civil, o Dia do Tático Ostensivo Rodoviário, o Dia da Secretária, o Dia do Capelão da Marinha, o Dia Nacional do Jornaleiro, e o Dia Mundial do Tradutor. Lamenta a morte do policial militar André Luiz Roberto, assassinado por criminosos. Critica o Governo do Estado por medidas contra profissionais da Segurança Pública. Tece considerações contra o PL 529/20. Reitera o trabalho do grupo PDO contra a matéria.

 

8 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência.

 

9 - FREDERICO D'AVILA

Parabeniza a Polícia Civil e o Tático Ostensivo Rodoviário. Afirma que há carência de policiais na seccional de Itapeva. Critica o PL 529/20. Aduz que a majoração tributária constante da matéria deve afetar a população pobre. Lamenta a omissão da Prefeitura, a seu ver, no combate a pernilongos. Clama a seus pares que votem contra a citada propositura.

 

10 - SARGENTO NERI

Cumprimenta a Polícia Civil e o Tático Ostensivo Rodoviário. Lista medidas do grupo PDO contra o PL 529/20. Lembra fiscalização realizada no Hospital de Campanha do Anhembi. Exibe e critica slide a respeito de ordem de transferência de policial envolvido em ocorrência. Afirma que o servidor da Segurança Pública deve ser preservado. Indaga até quando coronéis se submeterão a ordens do governador. Lembra que fora expulso de quartel quando em campanha. Clama por postura do comando, a negar a transferência do policial militar para localidade distante da família. Reflete acerca de juramento da Polícia Militar.

 

11 - ED THOMAS

Critica o PL 529/20. Lê e comenta ofício do promotor Marcos Akira Mizusaki, direcionado à Presidência desta Casa, em oposição à citada matéria. Reflete sobre insegurança jurídica na seara fundiária no oeste paulista. Valoriza a relevância do Itesp. Clama ao Governo do Estado que invista em regiões carentes.

 

12 - CARLOS GIANNAZI

Faz coro ao pronunciamento do deputado Ed Thomas. Critica o governador João Doria por competir com o presidente Jair Bolsonaro, a seu ver, principalmente na seara ambiental. Comenta decisão judicial contra medida de Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente. Destaca a importância do Instituto Florestal. Clama pela reprovação do PL 529/20.

 

GRANDE EXPEDIENTE

13 - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS

Comenta investigação da Polícia Federal contra postos e distribuidora de combustíveis, com envolvimento do PCC. Reflete acerca de medidas adotadas na Operação Raio X. Lamenta desvios de verbas da Saúde, durante a pandemia. Anuncia desarticulação de associação criminosa na fronteira entre Brasil e Uruguai, no Rio Grande do Sul. Tece considerações sobre sua atuação como policial federal. Destaca operação de apreensão de 12 toneladas de drogas, pelo 6º Baep, em Diadema. Lamenta a transferência de policiais militares que participaram da ocorrência. Lembra que fora transferido em razão de enfrentamento com bandido, em 1997. Comenta operação contra desvio de recursos dos Correios.

 

14 - FREDERICO D'AVILA

Assume a Presidência.

 

15 - CASTELLO BRANCO

Assume a Presidência.

 

16 - FREDERICO D'AVILA

Lamenta a não reedição do Convênio 100, pelo governo estadual. Afirma que a medida deve afetar agricultores. Manifesta-se contra o PL 529/20. Lamenta a possibilidade de majoração da alíquota do ITCMD, o que deve favorecer a mudança de sede de empresas para outros estados. Critica o governador João Doria. Clama à autoridade que se manifeste a respeito da citada matéria. Tece considerações sobre aumento de preços, caso a propositura seja aprovada. Acrescenta que esta Casa tem perdido sua competência em detrimento do Poder Executivo.

 

17 - DOUGLAS GARCIA

Critica o PL 529/20. Lamenta a forma como a matéria tem sido tramitada nesta Casa. Manifesta-se contra a posição do relator especial, deputado Alex de Madureira. Lembra que pleiteara a flexibilização das atividades profissionais, via decretos legislativos, durante períodos da quarentena. Responsabiliza o governador João Doria pela crise econômica no Estado. Afirma que o PSDB detém poder de influência em instituições estaduais. Ressalta que, na prática, não existe independência entre os Poderes. Reflete acerca de denúncia do deputado Carlos Giannazi, sobre a concessão de cerca de 30 milhões de reais em emendas parlamentares, para deputados que votarem favoravelmente à propositura em tela (aparteado pelo deputado Frederico d`Avila).

 

18 - DOUGLAS GARCIA

Assume a Presidência.

 

19 - CASTELLO BRANCO

Critica o PL 529/20, e o governador João Doria. Exibe e comenta slides sobre as intenções constantes da referida propositura. Discorre acerca de inconstitucionalidades na matéria, a seu ver. Lamenta discursos dos deputados Carlão Pignatari e Alex de Madureira em sessão extraordinária realizada ontem. Acrescenta que há interesse financeiro e econômico na propositura. Ressalta que o projeto deve afetar a carga tributária, o custo de vida, o emprego, a Educação e serviços essenciais. Conclui que o Governo do Estado não cumpre o que promete. Lista e parabeniza parlamentares que se manifestaram contra a matéria. Clama à população que não vote em candidato apoiado por parlamentar favorável ao PL 529/20.

 

20 - BARROS MUNHOZ

Comemora 30 anos de existência do Hospital Municipal de Itapira. Tece considerações sobre a criação do SUS, em 1997. Reflete acerca de iniciativas de sua autoria, a favor da instituição e da Saúde. Destaca a qualidade do saneamento básico e da Educação na citada cidade. Elogia a Polícia Federal por operações anunciadas pelo deputado Agente Federal Danilo Balas. Critica Sergio Moro. Defende a redução no número de delegados na Polícia Civil, para valorização na remuneração da categoria. Manifesta-se contra a extinção do Itesp e a transferência de suas atividades para a Secretaria da Agricultura. Critica o PL 529/20. Enaltece o valor do diálogo. Menciona emenda da deputada Janaina Paschoal, à matéria. Afirma que no Brasil há benefícios em emendas parlamentares.

 

21 - GILMACI SANTOS

Para comunicação, rebate o discurso do deputado Castello Branco. Acrescenta que deve votar a favor do PL 529/20. Comenta apoio do Republicanos a cidades.

 

22 - TEONILIO BARBA LULA

Pelo art. 82, ressalta a necessidade de uma organização entre os deputados para que tentem derrubar o PL 529/20. Discorre sobre o que os deputados podem fazer a partir do pedido de encerramento da discussão do projeto. Lembra que os deputados integrantes do PDO, apesar de se manifestarem contrários ao projeto, não se inscreveram na discussão do projeto. Considera que, apesar de ser difícil derrotar o governo, ainda existe esta possibilidade. Afirma que várias bancadas da Casa se juntaram contra este projeto. Diz que irá divulgar os deputados que votarem a favor do projeto. Destaca que não é possível defender a demissão de cerca de 5.700 funcionários em meio a uma pandemia. Pede que os deputados se mantenham em obstrução para ver quantos votos o governo terá.

 

23 - GILMACI SANTOS

Assume a Presidência.

 

24 - FREDERICO D'AVILA

Para comunicação, afirma que o governo não cumprirá com a promessa de oferecer emendas parlamentares aos deputados em troca do voto no PL 529/20.

 

25 - MÁRCIA LULA LIA

Pelo art. 82, considera o PL 529/20 como uma aberração jurídica. Critica a extinção do Itesp e da CDHU. Lamenta que o secretário não tenha respondido as suas questões. Questiona quem irá cuidar da assistência técnica aos pequenos agricultores, indígenas, quilombolas, entre outros. Destaca que o projeto acaba com a prestação de serviços para toda a comunidade. Afirma que os serviços não conseguirão ser absorvidos pelas secretarias. Repudia a elevação de tributos estaduais, assim como a venda de imóveis do Estado e a demissão de funcionários públicos.

 

26 - CASTELLO BRANCO

Para comunicação, discorre sobre a carreira do secretário Mauro Ricardo, responsável pela elaboração do PL 529/20.

 

27 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA

Pelo art. 82, ressalta que o Governo do Estado não está vendendo as instituições, mas sim extinguindo, demitindo servidores públicos e acabando com a prestação do serviço para a população. Critica o fechamento do hospital Oncocentro. Afirma que a gestão de João Doria não é transparente na publicação da arrecadação e gastos do Estado. Relata que os seus requerimentos de informação não foram respondidos. Considera injustificável a aprovação deste projeto pela Casa, já que não foram apresentados os dados relativos ao rombo das contas públicas e a economia proporcionada pela aprovação do projeto. Diz que este Parlamento não cumpre o seu papel. Esclarece que o governo tentará extinguir o tempo de discussão do projeto. Critica a designação de relator especial.

 

28 - DOUGLAS GARCIA

Pelo art. 82, concorda com o pronunciamento da deputada Monica da Bancada Ativista. Afirma que cada deputado que votar favorável ao PL 529/20, contribuirá para que esta Casa seja envergonhada. Esclarece que o projeto acaba com a vida da população paulista. Critica o aumento de impostos e do desemprego no Estado. Ressalta que o Ministério Público Estadual deveria fazer uma investigação de oficio. Diz que os deputados precisam demonstrar ao governo que este Legislativo é independente. Lembra que o papel dos deputados é proteger a população. Pede que os deputados que forem contra a aprovação, que obstruam a votação do projeto. Considera esta uma guerra de emendas parlamentares contra o bom senso.

 

29 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

30 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 01/10, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra sessão extraordinária a ser realizada hoje, às 19 horas. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Telhada.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Nesta data de hoje, dia 30 de setembro de 2020, iniciamos o Pequeno Expediente com os seguintes oradores inscritos: o primeiro orador é o deputado Agente Federal Danilo Balas. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, nobres deputados que nos acompanham, servidores desta Casa, policiais militares e civis que estão nos guardando, aqui, diariamente, e todos os que nos acompanham pela TV Assembleia.

Hoje será um dia importante aqui desta Casa. Votaremos o Projeto de lei no 529, de 2020, projeto esse de autoria do governador. E, dentre outras maldades, visa a extinguir algumas empresas que trabalham no estado de São Paulo. Já falamos do Oncocentro, falamos da EMTU, outras empresas. 

E hoje estamos aqui com uma importante empresa, a Sucen que, na verdade, é a Superintendência de Controle de Epidemias. Aqui eu trago: você sabe o que é a Sucen? O que a população e a Saúde Pública perderão caso o Projeto de lei no 529 seja aprovado hoje na Assembleia? 

Como eu disse, Sucen é a Superintendência de Controle de Epidemias, e a criação foi em 1970. Tem 50 anos. Uma autarquia vinculada à Secretaria da Saúde e trabalha com o controle de doenças transmitidas por vetores e hospedeiros. Também atua com pesquisas e atividades importantes, com avanço científico e tecnológico. E a Sucen também atua de forma articulada com órgãos que participam do SUS. 

Vejam os senhores: nós estamos no ano da pandemia, em que o governo foi, no mês de março, e pediu a todos que ficassem em casa, que usassem a máscara. A economia parou, e nosso estado de São Paulo teve alguns servidores e alguns guerreiros que continuaram o seu trabalho. Cito aqui servidores da Saúde, servidores da Segurança Pública. Muitos morreram da Covid-19.

E estranhamente o Governo do Estado quer extinguir a Sucen. A Sucen tem um programa de controle de doenças, que não são só a malária, que foi falada aqui por alguns deputados, e até pelo governo, que passou para a imprensa inverdades. A Sucen controla malária, doença de chagas, esquistossomose, leishmaniose, dengue, febre amarela e a chicungunha.

Então, atentos para o que a Sucen faz. Ela dá suporte técnico e treinamentos para aqueles servidores que estão espalhados no estado de São Paulo. Esses servidores são treinados, são capacitados para retornarem aos seus municípios e atuarem no combate de endemias, epidemias. Tem pesquisas de campo, o monitoramento de espécies, por exemplo, a de moluscos; e também realiza exames laboratoriais.

Essa é a empresa que o governo, através do PL 529, quer extinguir. A Sucen faz um trabalho importantíssimo, muitas vezes invisível. Nós não conseguimos encontrar um servidor da Sucen, porque muitas vezes ele está em cima de uma árvore, no trabalho de campo, colhendo mosquitos e espécies causadoras de doenças. Muitas vezes, infelizmente, é um trabalho invisível.

E o governo não dá a devida atenção a esses servidores. Temos servidores dedicados nos 645 municípios do estado de São Paulo. A Sucen é dividida em 10 regionais: Região Metropolitana de São Paulo; São Vicente; Taubaté; Sorocaba, que é a minha cidade, toda a região de Sorocaba ali; Campinas; Ribeirão Preto; São José do Rio Preto; Araçatuba; Presidente Prudente e Marília.

Vejam os senhores: o efetivo da Sucen está espalhado por todo o Estado. E aqui, na capital, faz um excelente trabalho de pesquisa, de tabulação de dados, de treinamentos. Não há como levar aos municípios para que o município faça tudo isso; há necessidade de uma coordenação estadual.

Os funcionários, na grande maioria, trabalham em regime de CLT; apenas 44 funcionários efetivos são estáveis. Mas infelizmente esse projeto de lei nefasto, que quer acabar com algumas empresas - para concluir, Sr. Presidente -, esse PL 529 ataca não só servidores que honram a sua instituição, que defendem o estado de São Paulo e nosso País. Esse PL ataca a população do nosso estado de São Paulo.

Aqui, trago algumas fotos de servidores da Sucen trabalhando em campo, colhendo espécimes e vetores, lá em cima da árvore. Quero saber se alguém do Palácio do Governo vai subir nessa árvore aí para fazer a colheita de espécies e fazer esse trabalho de controle de epidemias.

São colhidos mosquitos e larvas, e o estudo é feito para que haja o combate, em todo o estado de São Paulo, através dessas 10 regionais, das epidemias e problemas que a nossa população pode vir a ter.

Então, infelizmente, esse PL 529 quer extinguir mais uma empresa, mais uma superintendência, uma autarquia; na verdade, Superintendência de Controle de Epidemias. Eu votarei contra esse PL 529, e peço a todos os deputados desta Casa que votem a favor do povo paulista e contra o Projeto de lei no 529, de 2020.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr. Deputado. Quero pedir desculpas a V. Exa., pois não fui eu que apertei o alarme, que deve ter sido disparado lá em cima. Jamais interromperia a fala de um deputado.

Próximo deputado é o deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Frederico D'Avila. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputada Janaina Paschoal. (Pausa.) Deputado Maurici. (Pausa.) Deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, primeiramente quero parabenizar o deputado Danilo Balas pela intervenção que ele fez e dizer que nós nos associamos ao que disse V. Exa. aqui contra a extinção da Sucen.

É um absurdo mesmo, deputado Danilo Balas, em plena pandemia, o governo Doria apresentar um projeto de lei acabando com a Sucen, que é a Superintendência de Controle das Endemias do Estado de São Paulo.

 Isso não tem cabimento. Vossa Excelência está coberto de razão e tem todo o nosso apoio contra a aprovação, na totalidade, desse famigerado PL 529, que nós vamos derrotar hoje aqui na Assembleia Legislativa.

Sr. Presidente, foi votada, no início do ano, a reforma da Previdência aqui na Assembleia Legislativa. A polêmica reforma da Previdência, contra os servidores estaduais. Todos se lembram, aqui, de que teve até espancamento de servidores: a Tropa de Choque, que foi chamada, espancou professores dentro da Assembleia Legislativa. E ela foi acionada pelo presidente da Assembleia Legislativa.

Agora, nós avisamos e alertamos os deputados que estavam votando a favor de que ela traria prejuízos imensos aos trabalhadores do estado de São Paulo, mas também aos pensionistas e aposentados. E os efeitos perversos estão aí.

Infelizmente, o governo Doria conseguiu derrubar uma liminar do Tribunal de Justiça, que nós tínhamos conseguido aqui, através do Fórum Permanente das Carreiras de Estado, para suspender a cobrança, a contribuição de pensionistas e inativos, que estava abaixo do teto do INSS.

Nós conseguimos uma liminar. Esse desconto foi suspenso, porque é inconcebível, por exemplo, que um servidor aposentado, que ganhe, por exemplo, 1.050 reais, tenha um desconto de 12% nos seus proventos; ou um pensionista que ganhe esse valor.

O projeto de lei, na sua perversidade, tinha e tem um artigo, porque virou lei, agora, dizendo que em caso de deficit previdenciário o governo poderia fazer essa cobrança.

E o governo, em plena pandemia, através de um decreto, instituiu essa cobrança. Eu apresentei um PDL para revogar, para anular. O PDL está tramitando aqui, e eu peço o apoio de todos os deputados e deputadas.

Mas o fato é que essa liminar dada pelo TJ foi derrubada no Supremo Tribunal Federal. O governo conseguiu derrubar, por enquanto, essa liminar. Isso significa que o governo Doria vai cobrar de pensionistas e aposentados que ganham 1.050, 1.100 reais. Eles serão tungados, terão um confisco de 12 por cento. Quem ganhar de 3.000 a 6.101 reais vai ter um confisco de 14%, Sr. Presidente. É um absurdo isso.

O custo de vida aumentou, a situação econômica do Brasil é grave, é gravíssima, e o Doria, em plena pandemia, apresentou um decreto, que foi publicado no Diário Oficial, dizendo que há um deficit orçamentário na Previdência.

Isso não é verdade, porque o governo deve bilhões de reais para a São Paulo Previdência, dinheiro que foi confiscado, foi retirado do antigo Ipesp, que era o Instituto de Previdência, que depois foi transformado na São Paulo Previdência.

E o governo não pagou a dívida. Então, quem deve, na verdade, é o estado para os servidores, para a Previdência estadual. Então, quero repudiar essa cobrança dos aposentados e pensionistas do Estado, sobretudo, essa cobrança perversa, Sr. Presidente, para quem ganha até 3.000 reais. Se um servidor ganha 1.500 reais, ele vai ter um desconto de 12% no seu holerite.

Então, manifesto aqui a minha indignação e alerto, porque eu disse isso quando o projeto estava sendo debatido. E não fomos ouvidos. Muitos deputados: “eu vou votar a favor da reforma da Previdência”. Votaram a favor e votaram contra os aposentados e pensionistas.

Agora, muitos deputados, aqui, vão deixar as suas digitais, aprovando o PL 529, que vai extinguir 10 fundações, 10 instituições públicas do Estado de Bem Estar Social. Instituições importantes para o desenvolvimento social, humano, científico e econômico do estado de São Paulo. Eu faço aqui um apelo para que os deputados votem contrariamente ao PL 529.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado. Próxima deputada, deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.) Deputada Damaris Moura. (Pausa.) Deputado Alex de Madureira. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando da Silva. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Douglas Garcia. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Sr. Presidente. Quero cumprimentar a todos aqui presentes.

Sr. Presidente, é o seguinte - hoje foi anunciado: “governo de São Paulo assina contrato para ter 46 milhões de doses da CoronaVac. O governador do estado de São Paulo, João Doria, anunciou hoje a assinatura do contrato do governo estadual com o laboratório chinês, Sinovac, para o fornecimento do primeiro lote da CoronaVac, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo Instituto Butantan, em parceria com os chineses. Segundo o acordo firmado, São Paulo receberá 46 milhões de doses até dezembro”.

No ano passado, o governador João Doria anunciou o Invest São Paulo na China. Eu já denunciei aqui nessa tribuna, já levamos ao Ministério Público, já levamos à Procuradoria-Geral da República. O governador do estado de São Paulo está simplesmente vendendo as nossas instituições, está vendendo o estado de São Paulo aos seus amigos chineses.

E agora, recentemente, ele também anunciou que a vacina seria obrigatória. Eu já falei antes e repito: eu não serei vacinado obrigatoriamente. Se o João Doria quiser que eu me vacine, ele vai ter que vir aqui à Assembleia tentar dar algum jeito.

E assim eu convido toda a população do estado de São Paulo a fazer uma desobediência civil também, porque o governador não tem o poder de dizer quem deve se vacinar e quem não deve se vacinar com a “vachina”.

E mais: quanto foi dito nessa matéria aqui... Quarenta e seis milhões de doses da CoronaVac, da “vachina”: quanto é que isso aqui vai custar? Será que vai ser mais barato, mais caro do que os sacos cadavéricos que ele enfiou lá dentro da Furp, que agora vão vencer no mês de outubro, e com os quais o governo do estado de São Paulo não sabe mais o que fazer, porque vai gastar milhões de reais, vai jogar tudo no lixo?

Se acaso isso aqui, senhores, não der certo, vai ser mais uma para a conta do governador do estado de São Paulo, porque ele é um irresponsável. Não deu certo na compra dos respiradores, para lá de aparentemente superfaturados; não deu certo na compra dos sacos cadavéricos; e, agora, ele compra 46 milhões de doses, em contrato, da “vachina”, sendo que não existe nenhuma eficácia comprovada da “vachina”.

Chegou ontem, já quer fazer com que toda a população do estado de São Paulo seja vacinada até o final do ano. Isso é um absurdo. Eu provocarei todas as instituições que puderem ser convocadas.

Conto aqui com o apoio do deputado capitão Castello Branco e de muitos outros deputados também; tenho certeza, o deputado Gil Diniz. Nós não nos dobraremos à vontade do governador do Estado.

Vou provocar o Ministério Público do Estado de São Paulo, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, a Procuradoria-Geral da República. Essas instituições precisam de se mover, precisam de se mexer para defender a população paulista. Dinheiro sendo gasto à toa.

O governador do estado de São Paulo, irresponsável, trouxe para a Assembleia um PL suicida, trouxe para a Assembleia um PL da maldade. Além de querer fazer com que as pessoas, agora, sejam vacinadas de forma obrigatória, quase compulsiva, arrastando as pessoas na rua para irem ao hospital ser vacinadas, agora gasta dinheiro público com uma vacina que não tem nenhum tipo de comprovação científica, que não tem nenhum tipo de comprovação técnica, não tem nada. Nada!

O estado de São Paulo não será cobaia da OMS. O estado de São Paulo não será cobaia dos laboratórios chineses. O estado de São Paulo não será cobaia de uma agenda globalista, que este governador irresponsável quer trazer para nós.

O Ministério Público do Estado de São Paulo, a Promotoria de Justiça de Saúde precisa de se posicionar urgentemente contra isso. Dinheiro sendo gasto à toa.

Provocarei, sim, o Tribunal de Justiça, entrarei com todas as ações coletivas que eu puder para derrubar este contrato, a assinatura deste contrato. É inadmissível, senhores, o que o governador do estado de São Paulo está fazendo com a população.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado. Próximo deputado, deputado Castello Branco. Vossa Excelência tem o tempo regimental. Eu passo, neste momento, a Presidência da Casa para o deputado Frederico D'Avila.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Frederico D'Avila.

 

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O SR. CASTELLO BRANCO - PSL – SEM REVISÃO DO ORADOR -Pequeno Expediente do dia 30 de setembro de 2020, Assembleia Legislativa de São Paulo. Deputado Castello Branco fará hoje diversas apresentações, todas contra o Projeto de lei 529, apelidado de “o pacote da maldade com requintes de crueldade”.

E, ontem à noite, surgiu o “cavalo de Doria” ou o “cavalo de Troria”. Cavalo de Troria, que remete à guerra onde uma coisa aparentemente boa, que era um presente, no fundo era uma grande maldade.

Vou defender agora, no Pequeno Expediente, a CDHU. Fiz uma pequena apresentação em que a gente vai falar um pouco sobre esta grande empresa, mais uma que o Governo do Estado quer acabar. Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo, empresa do governo estadual vinculada à Secretaria de Habitação, foi criada em 1949 e ainda é atual e é o maior agente promotor de moradia popular do Brasil.

Ela tem por finalidade executar programas habitacionais para o povo em todo o território, voltados para a população de baixa-renda, principalmente na faixa de um a cinco salários mínimos. A CDHU é hoje uma das maiores companhias habitacionais do mundo e movimenta perto de 1,5 bilhão de reais por ano.

A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo iniciou suas atividades construindo e comercializando por volta de 39 mil novas unidades habitacionais, número que compõe cerca de 3.600 conjuntos habitacionais, em 639 municípios.

Ou seja, 97% de um total de 645 cidades que existem no estado de São Paulo - são dados do ano passado -, o que corresponde a cerca de 2,2 milhões de pessoas que são atendidas, número superior à população da grande maioria dos municípios brasileiros.

Aqui temos um mapa importante que mostra as áreas territoriais, as unidades entregues e a urbanização, lembrando que um dos grandes problemas do estado de São Paulo - na minha maneira de entender, entre outros, evidentemente - é habitação e questão de terras. A questão de habitação, um problema crônico, vinha sendo muito bem gerenciada até agora.

Aqui temos uma tabela de distribuição de unidades habitacionais entregues e atendimentos em urbanização de comunidades de baixa-renda, as favelas, entre 1967 e 2010, a média por habitante, a média de recursos e o grande trabalho que fez de mudar a população de baixa-renda para uma habitação digna, principalmente, repito, na grande São Paulo.

Aqui um outro dado, que a produção de moradias em escala movimenta o mercado da construção civil, gera emprego e não é uma construtora; ela contrata via licitação. A atuação da CDHU vai além da construção de moradias e, desde 1989, ela tem promovido também importantes ações de desenvolvimento urbano, como, por exemplo, o programa de atuação em favelas e áreas de risco, como já dito.

A arrecadação da CDHU, a carteira de mutuários, créditos ativos: 295 milhões e cento e trinta e quatro. A inadimplência em queda: 53 mil e 106; 17,99 por cento. Adimplência de 242.028; ou seja, 82 por cento. Uma arrecadação total de 794 milhões, 53 mil e novecentos e dois.

Ou seja, “não” ao PL 529, porque a extinção da CDHU representará com certeza absoluta uma lacuna quanto ao atendimento das famílias de baixa-renda, de zero a três salários mínimos mensais, em razão dos critérios para atendimento habitacional via parceria público-privada, que é o modelo do Doria e a extinção de programas sociais.

A CDHU é a entidade mais importante da política pública e habitacional no interior do estado e desempenha um papel essencial em cidades de pequeno porte que não possuem estrutura nem equipes técnicas próprias. Finalmente, a CDHU constrói unidades habitacionais destinadas aos beneficiários não apenas pela comercialização via compra, mas também nos programas de dignidade e de longa vida.

Terminamos? Conclusão: a extinção da CDHU representa a não-observância e o verdadeiro retrocesso em relação à execução do Plano Estadual de Habitação e todos os seus programas.

Significa que, no tocante à regularização fundiária e urbanização, uma vez que a contratação de agentes privados que só visam lucro por meio de parcerias e licitações não vai possibilitar a continuidade de tais ações, quais sejam atender a população de baixa renda do nosso Estado, sem condições financeiras de pagar.

Finalizando, Sr. Presidente. Ontem, eu vi uma tentativa aqui até nobre, deputados que compõe a mesa hoje, do venerável deputado Carlão Pignatari e do Alexandre de Madureira. Trouxeram alguns slides muito simples, alguns até malfeitos, cópia e cola do deputado Mauro... Mauro Ricardo?

Mas uma tentativa de defender o indefensável, justificar o injustificável e provar o que não pode ser provado. Vamos ter continuidade, estão aqui os documentos, estamos há mais de um mês estudando profundamente e realmente não há nada que indique que esse projeto de lei seja saudável, correto e justo. Somos todos um só.

 

O SR. PRESIDENTE - FREDERICO D’AVILA - PSL - Obrigado, deputado Castello Branco. Prosseguindo com a lista de oradores, chamo agora o deputado Coronel Telhada. O senhor tem os cinco minutos regimentais.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Sr. Presidente, senhores deputados, todos que nos assistem pela TV Assembleia, quero saudar aqui o cabo Salvador e o cabo Peluco, em nome de quem saúdo nossa assessoria policial-militar. Hoje é dia 30 de setembro de 2020. Quero começar saudando a Polícia Civil de São Paulo, porque hoje é o dia da Polícia Civil de São Paulo.

Quero também saudar os nossos amigos e irmãos de armas do TOR - Tático Ostensivo Rodoviário, também criado no dia 30 de setembro de 1987 pelo então coronel Ralph Rosário Solimeo, que era o CPRv na época. O Neri foi do TOR, né? Sargento Neri, deputado, pertenceu ao TOR também; parabéns aos amigos e amigas do TOR.

Também hoje, dia 30 de setembro, é o dia da secretária; um abraço a todas as senhoras e também homens que fazem essa função de secretário, que executam essa função de auxiliar de controle, parabéns a todos pelas suas missões.

Hoje, na Marinha do Brasil, também é comemorado o dia do capelão da marinha, uma função muito importante de apoio espiritual em todas as religiões dos oficiais da Marinha, das praças da Marinha; um abraço a essas pessoas que exercem tão nobre missão.

Também quero mandar um abraço para uma função que aos poucos está se acabando: jornaleiro. Com a mídia hoje, com a informática, parece que a função de jornaleiro hoje está caindo um pouquinho, muita gente hoje está deixando de adquirir o material impresso, mas hoje, dia 30 de setembro, é o dia nacional do jornaleiro; um abraço a todos os senhores que executam essa missão.

Também é o dia mundial do tradutor, aquelas pessoas que trabalham na função de traduzir livros, textos, filmes, enfim; parabéns a todos que executam essa missão tão importante. Infelizmente, hoje nós temos a lamentar a morte de um policial militar, o soldado André Luis Roberto, do 3º Batalhão de Polícia de Choque.

Um jovem policial militar de poucos anos de vida, eu não tenho exatamente a data de nascimento dele, mas creio que não tenha mais de 30 anos de idade.

Este policial estava de folga em trajes civis indo para casa, quando foi abordado por uma motocicleta com outros indivíduos que o identificaram como policial militar e efetuaram inúmeros disparos contra o soldado André Luis Roberto, que ficou gravemente ferido, chegou a ser socorrido, mas infelizmente faleceu.

É mais um policial militar que morre por ser policial militar, ele foi morto porque foi identificado como policial militar e foi fuzilado por esses criminosos.

O pessoal do batalhão ainda chegou a perseguir os criminosos, mas não conseguiram deter; eles abandonaram o veículo e fugiram a pé lá pela Chácara do Sonho Azul, na área do 37, na zona sul de São Paulo. Então, queria dizer para o Sr. Governador ficar tranquilo, só quem morreu foi polícia.

Se tivesse morrido bandido, com certeza estaria preocupado, estaria movimentando a tropa, estaria xingando da letalidade policial, mas pode ficar tranquilo.

O polícia morreu, mas o bandido está bem, o bandido está solto, o bandido está feliz, mas o polícia, o jovem, o menino ainda, está morto. Eu queria ver o senhor ir no funeral desse policial explicar para o pai e para a mãe dele o que o senhor tem feito pela polícia e a segurança em São Paulo, explicar como é que o filho deles morreu simplesmente pelo fato de ser policial.

Se ele tivesse matado esses criminosos, com certeza estaria pendurado agora, estaria sendo transferido, estaria respondendo processo, estaria recolhido ou quem sabe até preso no (Inaudível.) porque praticou excesso.

Então, a realidade hoje é essa: a polícia presa e bandido na rua, polícia morrendo e bandido sendo consolado, sendo mantido vivo e ainda com carinhos. Esta é a política, infelizmente, do governo do estado de São Paulo; uma política onde o bandido se dá bem e o policial paga com a vida.

Nós já perdemos salário, perdemos nossas vantagens, cada dia agora com esse projeto maldito 529 - que vai passar nesta Casa porque já está tudo fortalecido - vamos perder direitos, vamos aumentar impostos, as pessoas serão prejudicadas e muita gente nem está percebendo isto. “Ah, o problema não é comigo, o problema é com a Furp, com o Iamspe, com o Oncocentro, dane-se, não é comigo, eu não tenho câncer mesmo”, vão falar.

Só que você pode precisar disso um dia e, quando você precisar, você vai se lembrar disso que está acontecendo. Muita gente precisa e vai ficar na rua da amargura. A nossa Saúde, infelizmente, já está com inúmeros problemas e nós estamos aqui piorando a situação com a aprovação desse Projeto 529. Quero aqui, para fechar, dizer que nós, deputados do PDO, entramos com mais um mandado de segurança.

É o segundo mandado de segurança que entramos contra o Projeto 529 e hoje, dia 30 de setembro, saiu a resposta negando a liminar.

Ok, mas para deixar bem claro que estamos tomando todas as providências possíveis para que nós ao menos tentemos impedir o desenvolvimento desse famigerado projeto, porque somente toda a população de São Paulo será prejudicada com a aprovação do Projeto 529. É muito triste isso.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

 

O SR. PRESIDENTE - FREDERICO D’AVILA - PSL - Obrigado, Coronel Telhada. Dando prosseguimento à lista de oradores, chamo agora o deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Coronel Nishikawa. (Pausa.) Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Deputado Rodrigo Gambale. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.)

Já entrando na lista suplementar, deputado Delegado Olim. (Pausa.) Agora eu solicito ao deputado Coronel Telhada que assuma a Presidência dos trabalhos, o próximo inscrito da lista sou eu, deputado Frederico d’Avila.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Coronel Telhada.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Convido o deputado Frederico d’Avila para o uso da palavra.

 

O SR. FREDERICO D’AVILA - PSL - Sr. Presidente, prezados colegas, eu não sabia que hoje é aniversário do TOR, Sargento Neri. Queria parabenizar o TOR pelo excelente trabalho que faz em nossas rodovias, é o equivalente a uma força tática das rodovias, apreendendo drogas, entorpecentes, carros roubados, máquinas agrícolas que são roubadas, animais que são roubados no interior, veículos, cargas.

Parabéns ao TOR e não podia deixar de prestar aqui meu reconhecimento e desejar meus parabéns à Polícia Civil do Estado de São Paulo, que hoje é o dia da Polícia Civil. Parabéns a todos que integram a Polícia Civil. Lamento muito, Coronel Telhada e deputado Sargento Neri, o desmonte a que a Polícia Civil está sendo submetida.

O deputado Castello Branco deve ter verificado isso nas suas andanças pelo estado, não só aqui na capital, mas também no interior: várias delegacias com muitas vagas a serem preenchidas, outras seccionais também bastante deficitárias em termos de pessoal.

Queria aqui chamar atenção para a nossa seccional de Itapeva, a região que eu represento, onde também existe um desfalque muito grande na quantidade de policiais civis na seccional e nas delegacias do entorno, a que são submetidas, e também a Polícia Militar, que também tem vários claros lá na região do 54º BPMI.

Bom, uma vez registrados esses parabéns a estas duas importantes instituições, queria aqui dar prosseguimento ao que vinha comentando ontem em relação ao 529. Estamos vendo na mídia uma grande cobertura sobre a extinção de determinados órgãos do Estado, porém o que estamos vendo? Que está sendo dada pouca cobertura pela mídia em relação ao aumento de impostos, é esse o pior da história.

A extinção dessas empresas e institutos, alguns são totalmente descabidos e outros podem até ser justificados, mas, como bem disse o deputado Castello, o Oncocentro é um absurdo, a Fapesp é um absurdo, a própria CDHU é um absurdo.

Uma vez que a própria CDHU gera 1% do que é adicionado à faixa de 17% do ICMS, então, se você vai extinguir a CDHU, você teria que tirar automaticamente 1% da faixa de 18% do ICMS.

E ali há itens inconstitucionais, como é o caso da Fapesp, ou seja, a Fapesp só pode ser extinta através de lei, tem que mudar a Constituição do Estado de São Paulo. Me admira muito a assessoria técnica legislativa do Palácio ter redigido isso achando que ia cair em um pré-primário e ninguém ia observar esta situação.

Mas o pior de tudo é que esse aumento de impostos vai cair justamente sobre a população mais pobre, a população mais pobre é que vai pagar mais impostos em cima de tudo, desde os alimentos até os itens de higiene pessoal, tudo será colocado em cima da população mais pobre.

O que é mais calamitoso é que acontece o seguinte: depois de passarmos por todo esse processo de extinção de algumas empresas - foram praticamente extintas, faliram, fecharam e não têm retorno -, aqueles que saíram combalidos da pandemia agora vão ser esfaqueados através de novos impostos patrocinados pelo Sr. Mauro Ricardo e pelo governador João Doria.

Para finalizar aqui minha fala, queria aproveitar para colocar na tela em relação à Prefeitura de São Paulo, queria aqui por gentileza a imagem. Essa aí é a administração da Prefeitura de São Paulo, então eu queria já dizer o seguinte: ainda não sei em quem vou votar, mas em quem não vou votar eu já sei, porque essa aí já é de uma semana. Ele já está com uma nova remessa dessa, de mosquitos.

Está um inferno verdadeiro a região próxima ao rio Pinheiros, que todas as moradias em volta do rio Pinheiros estão acometidas por verdadeiras nuvens de pernilongos.

E a Prefeitura não faz absolutamente nada. Ou seja, o que nós estamos vendo aqui? Como o PSDB tem se comportado: aumenta impostos, fecha equipamentos públicos e aumenta impostos nas costas de quem mais precisa nesse momento.

Portanto, o 529, eu sou integralmente contra. Apesar de até terem coisas lá dentro que são boas, mas devido ao conteúdo ser totalmente maculado por porcarias que foram colocadas ali através desse pessoal que quer, justamente, escarnear quem sobrou da pandemia, eu sou integralmente contrário. Vamos fazer o possível para que esse projeto não vá adiante.

Eu queria também pedir o apoio de todos os nossos colegas, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, que não permitam que essa calamidade seja implantada no nosso Estado.

Muito obrigado. Sr. Presidente. (Manifestação nas Galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado. O próximo deputado é o deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputada Edna Macedo. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Deputado Barros Munhoz. (Pausa.) Deputado Sargento Neri. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - Boa tarde, Presidente. Boa tarde a todos os deputados. Quero cumprimentar o meu amigo, cabo Peluco. Nós trabalhamos juntos na Força Tática, no 16o. Prazer tê-lo aqui, no qual eu cumprimento todos os policiais militares.

Na pessoa do tenente da reserva Santana, cumprimentar os integrantes do TOR. Eu menciono ele porque foi um professor meu no policiamento de TOR, 1o BPRV. Cumprimentar, na pessoa da doutora Ana Carina Marinho, e também do investigador Marcos, grandes amigos, a Polícia Civil, que a gente tanto respeita e tem um apreço. O meu pai, quero cumprimentar ele também, porque é um policial civil aposentado.

Quanto ao 529, nós, do PDO, entramos com dois mandados de segurança pedindo liminar. Estamos preparando um agravo regimental. Então somos totalmente contra, porque ele esconde um aumento dos impostos e a venda patrimonial do Estado. Quero também dizer da campanha da cidade de São Paulo.

É só os paulistas se lembrarem do nosso vídeo no hospital de campanha do Anhembi, dos 1.870 leitos que o prefeito e o governador mentiram para a população. Aí já fica a dica para quem não votar nessa campanha.

Já vou pedir para colocar o primeiro slide. Recebi a mensagem da mulher de um policial. “Nos ajudem, por favor. Mandaram ele para longe, muito longe. Temos três filhos pequenos.” Passa o outro slide por favor. “Em cumprimento à determinação do subcomandante da PM, solicito à vossa assessoria a apresentação imediata dos policiais militares abaixo relacionados.” As OPM. Então o subcomandante está determinando ao coronel da DP, da diretoria, para que transfira o policial.

Passa o outro slide. Aqui, o boletim geral, outorgado pelo Comandante Geral, e a transferência do policial. Ele era do interior, da cidade de Jaú. Se envolveu em ocorrência. E o comando mandou ele para a capital, a 400 quilômetros da casa dele.

Como é que pode isso aí? Aí eu vou falar do Comando, acham ruim. O governador tem culpa nisso? Diretamente. Esse monstro tem diretamente culpa nisso. Porque é ordem dele. Mais absurdo é o Comandante Geral cumprir essa ordem.

Nós precisamos ter comandante. Aí eu falo diretamente aos coronéis, aí eles acham ruim. Mas não tem mais perspectiva de carreira. Só se quiserem uma boquinha do Governo do Estado, que é o que acontece.

Vão ficar sacrificando os policiais por uma boquinha no Estado, numa secretaria? Vamos começar a comandar essa Polícia Militar. Ordem absurda não se cumpre. Policial militar entrou numa ocorrência, resultado morte, ele tem que ser preservado. Aí todo mundo mete o pau no governador.

Todo mundo mete o pau no governador. E tem que falar mesmo, porque é ele que deu a ordem. Mas ninguém fala nada do general que é secretário de Segurança Pública. E ninguém fala nada dos comandos da Polícia Militar.

Até quando nós vamos ficar com coronéis suportando isso, essas ordens do governador? É falta de comando. O coronel Alencar que me desculpe. Tenho grande admiração por ele. Conheço ele desde segundo tenente. Mas estamos precisando de um comandante na PM.

É inadmissível uma mulher mandar uma mensagem dessa para mim, com três filhos pequenos. O cara arriscou a vida dele, teve a ocorrência, manda o cara a 400 quilômetros da casa dele. Se o cara teve a ocorrência aqui, estão mandando para o interior. Se teve a ocorrência no interior, estão mandando para a capital.

Já oficiei à Secretaria de Segurança Pública. O general ainda não informou para nós. Eu já pedi para oficiar à Comissão de Direitos Humanos da OAB, à Comissão de Direitos Humanos do Ministério Público.

Alguém tem que resolver essa patifaria na Polícia Militar. Há 27 anos eu vejo isso. Eu mesmo já fui transferido várias vezes. O Coronel Telhada também. Muitos. Por que fazem? “Eu sou coronel, acabou o meu tempo, já consegui tudo o que eu queria na PM, preciso de mais alguma coisa. Vou agradar o governador.” E com isso ferra os policiais militares. Até quando?  E pode fechar o quartel para mim.

Só para terminar, presidente. No 9o I, eu fui expulso do quartel quando eu estava fazendo campanha. Um oficial foi num dia fazer campanha para deputado federal. Ele entrou. No outro dia, não deixaram eu entrar. Eu fui expulso de vários quartéis. Podem falar que eu quero dividir a PM. Não é o caso.

Eu só quero uma postura do nosso comando, uma postura de comandante. Que ele fale assim: “Não vou transferir. Ele vai ficar interno, o que seja”. Mas não, tirar do lado da família dele. Isso mostra a grande fraqueza que nós temos no comando da Polícia Militar. Eu quero a resposta do secretário. O secretário tem que dar uma resposta sobre isso aí.

Toda semana eu vou buscar um caso e mostrar aqui. Isso daí, secretário, não vou falar para o governador, porque o governador, já falei uma vez aqui: o governador não usa farda e o governador não fez juramento em comandar a PM.

Lá no Barro Branco, está escrito lá no telhado: escola de comandantes. Então, cumpram o que está escrito no telhado do Barro Branco. Sejam comandantes dessa instituição, e parem de arrebentar com os nossos policiais.

Obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado. Sr. Deputado. O próximo deputado é o deputado Ed Thomas.

 

O SR. ED THOMAS - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputados e deputadas, público que nos assiste pela TV Assembleia, cidadãos do estado de São Paulo, com certeza a fervura dessa casa tem número: é o Projeto 529, que não é apenas e tão somente uma responsabilidade dos 94 deputados, mas que atinge toda a população do estado de São Paulo.

Quem sabe eles não receberam. Eu digo “eles” aqueles mais atingidos por esse projeto em todos os segmentos. Do bolso até a Saúde, passando pelo não cumprimento da lei, e assim não havendo a justiça com igualdade.

Eu tomo a liberdade de, desse microfone da Assembleia Legislativa, fazer a leitura do ofício do Ministério Público do Estado de São Paulo, a 3a Promotoria de Justiça, Presidente Prudente, ao Sr. Presidente desta Casa, Sr. Cauê Macris. Esse ofício, enviado pelo digno promotor, doutor Marcos Akira Mizusaki.

“Com profunda tristeza, tomei conhecimento de que tramita nesta honrosa Casa legislativa o Projeto de lei nº 529, de 2020, encaminhado pelo Sr. Governador do Estado, que trata da extinção da Fundação Itesp, Fundação Instituto de Terras de São Paulo José Gomes da Silva.

Sem embargo da necessidade da redução de gastos públicos e da discricionariedade de decisão desta Casa sobre o projeto em tela, além de inúmeras outras notas de apoio e informações técnicas, já recebidas por Vossa Excelência, gostaria tão somente de acrescentar algumas informações que reputo relevantes para o conhecimento de V. Exa. e de todos os deputados.

Estou no Ministério Público há 25 anos, atuando basicamente neste período no Pontal do Paranapanema. Ao longo destes anos, sou testemunha do brilhante e primoroso serviço prestado por esta valorosa fundação em nossa região, desde a sua instituição, fruto do árduo trabalho desempenhado pelos seus dedicados servidores.

Tenho que a sua extinção, sem dúvida, representa um grande retrocesso, revelando um verdadeiro desfalque na implementação e continuidade das políticas fundiárias no estado de São Paulo. Desta forma, venho pelo presente solicitar de V. Exa. e dos demais honrados deputados estaduais a rejeição do mencionado projeto, por estar dissonante ao interesse público, notadamente em nossa região. A segunda, talvez a primeira mais pobre do Estado.”

Assina o digno promotor, doutor Marcos Akira Mizusaki. Sou um deputado distrital, embora o sistema ainda não exista. É o sistema que eu acredito, em representatividade.

Eu venho de Presidente Prudente, no oeste paulista, décima região administrativa do Estado, conflitos fundiários. Muitos resolvidos, e muitos a se resolver. Mas onde há uma insegurança jurídica tamanha. Tamanha.

Entraram governadores, saíram governadores. Nós continuamos, apesar da distância. A gente encurta isso através da representatividade política, porque a política diminui essa distância. Isso é minha obrigação.

É triste saber que, estando distante, ficam distantes também os incentivos e o investimento. É quase que na fatia do bolo orçamentário, em todas as vezes que estive aqui, apenas um pontinho para o interior do estado de São Paulo. É muito triste a gente ser chamado de corredor da fome, corredor da miséria, terra de presídios e conflitos.

Do outro lado, o Vale do Ribeira. Já não seria de um bom pensamento, de uma boa gestão, o governador investir nos lugares que mais precisam? Mas não foi assim. E agora piora. E piora muito. Piora demais. O Itesp passa de 500 funcionários. O trabalho de regularização não é só rural, também é urbano. Também é urbano. É só um pedacinho do projeto. É só um pedacinho. Eu voltarei a esse microfone para falar de toda essa atrocidade.

O cidadão e a cidadã do estado de São Paulo ainda não se aperceberam do estrago que será feito, principalmente no aumento de impostos. E eles vão aumentar. Na retirada de direitos especiais daqueles que precisam de uma prótese, daqueles que precisam de mobilidade porque são deficientes. É de uma maldade tremenda. Acreditem todos aqueles que estão nos assistindo. É de uma maldade tremenda.

Neste momento, jamais, em nenhum outro momento também. Mas neste, que é crucial, em que vivemos uma quebradeira total, promovida principalmente por governadores deste País, querendo o povo na miséria e, simplesmente, para que não se faça justiça. Esse projeto tira das pessoas praticamente todo o direito de luta, de dignidade e de respeito. É um projeto, com certeza, sem respeito.

Sabemos que algo precisa ser feito, que precisa ser enxuto. Mas sabemos também que a roubalheira que fizeram com o País nesse período de duzentena - que não é quarentena - é gravíssima. É gravíssima. Teremos muitas notícias e muitos capítulos a seguir.

Muito obrigado pela tolerância, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado. Deputado Carlos Giannazi, V. Exa. tem o tempo restante do Pequeno Expediente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, quero me associar ao que disse o deputado Ed Thomas, se manifestando mais uma vez em defesa do Itesp. Parabéns, deputado Ed Thomas pela sua posição crítica de combate ao PL 529.

Quero dizer, Sr. Presidente, que o governador Doria, me parece que ele tem inveja do Bolsonaro. Tem inveja do Bolsonaro. Ele se elegeu com o Bolsodoria. Pegou carona no bolsonarismo.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - Pela ordem, Presidente. O tempo do deputado Giannazi está errado. Começou com dois minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Obrigado, deputado Douglas Garcia. Ele pegou carona, o governador Doria pegou carona no bolsonarismo. Foi eleito e depois abandonou, pelo menos na aparência, o bolsonarismo.

Mas ele, na verdade, procura competir e ser melhor - ou pior - do que o Bolsonaro em várias áreas, mas sobretudo nessa área ambiental. Enquanto nós temos um ministro destruidor do Meio Ambiente, que é o Ricardo Salles, que está desmontando os mecanismos de fiscalização, o Brasil está pegando fogo.

A Amazônia, o Cerrado, o Pantanal, os nossos biomas todos sendo destruídos porque há um afrouxamento da fiscalização e uma tentativa de afrouxamento, sobretudo, da legislação ambiental, como aconteceu agora nessa reunião do Conama, em que o antiministro do Meio Ambiente, o Ricardo Salles, que é o destruidor do Meio Ambiente do Bolsonaro, ele aprovou duas resoluções abrindo a possibilidade de exploração da restinga e dos manguezais do Brasil.

A Justiça Federal, de uma forma acertada, interferiu e conseguiu a suspensão dessa decisão. Mas o Doria, não contente com o que o Bolsonaro está fazendo com o Brasil, ele quer competir também. O que faz o Bolsonaro? 

Para concluir. No PL 529, o governador Doria tenta destruir o trabalho do Instituto Florestal, que é um instituto importante, estratégico na defesa da biodiversidade, na defesa da conservação dos biomas paulistas, como o cerrado e a mata atlântica.

É um instituto fundamental nessa área de pesquisa, de ciência, tem cientistas, tem servidores especializados, fazendo a conservação dos nossos biomas, fazendo a conservação da biodiversidade, fazendo estudos, fazendo um trabalho importante de educação ambiental, fazendo um trabalho importante de combate ao comércio ilegal de madeiras no estado de São Paulo.

O que faz o governador Doria: ele inclui o Instituto Florestal numa suposta fusão com o Instituto Geológico, com o Instituto Botânica. Para destruir os três, ele disse que vai fundir. Isso é uma destruição, Sr. Presidente. Nós conversamos com os três institutos e há um consenso de que haverá, na prática, a extinção desses institutos. Então, nós estamos diante de um crime ambiental.

O PL 529 comete vários crimes contra a população. Mas um deles é o crime ambiental. Esse é um dos vários motivos que têm que levar a Assembleia Legislativa a rejeitar no dia de hoje o PL 529; porque o deputado que deixar a sua digital, ou a deputada que deixar a sua digital, num voto favorável a esse projeto, vai pagar muito caro lá na frente, porque estará dando uma grande contribuição para, repito, um crime ambiental no estado de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado. Encerrado o Pequeno Expediente, passa-se ao Grande Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Grande Expediente. Oradores inscritos: deputado Ricardo Mellão. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. Fará uso da palavra, V. Exa. tem o tempo regimental.

Passo a Presidência da sessão para o deputado Frederico dAvila.

 

O SR. AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Frederico dAvila, Srs. Deputados aqui na Casa, aqui presentes, servidores e policiais militares que nos acompanham, policiais civis, retorno a esta tribuna para passar um pouquinho dos últimos acontecimentos esta semana; falar de um outro assunto.

Falamos já do PL 529, mas trago algumas ações das forças de segurança em nosso Estado e pelo Brasil. Pertenci à Polícia Militar por 12 anos, estou na Polícia Federal há 15; trabalho há 27 anos na Segurança blica de nosso País, e não poderia deixar de vir aqui, meu amigo Ed Thomas, Prof. Castello, não poderia deixar de vir aqui exaltar as forças de segurança, certo, comandante Barros Munhoz e querido Douglas Garcia?

Começo por uma operação da Polícia Federal que investiga postos de distribuidoras de combustível em operação com lavagem de dinheiro e facção criminosa. O PCC movimentou 30 bilhões de reais, e a Justiça determinou o bloqueio de 730 milhões. Setenta empresas investigadas e 13 pessoas presas.

Ora, senhores, o PCC é uma força nacional, e exporta, inclusive, sua tecnologia de ataques e eliminação de outros bandidos. Tivemos isso no Paraguai, na Bolívia. Operação essa da Polícia Federal que teve 43 mandados de busca em apartamentos, em empresas, no Paraná, Santa Catarina e na Bahia.

Foram apreendidos iates, jetski, mansões e relógios muito caros. Então, esta foi uma atuação da Polícia Federal, nossa querida Polícia Federal, aqui em nosso País.

Segunda ocorrência: uma ação conjunta com a Polícia Federal, a Polícia Civil aqui de São Paulo e o Ministério Público aqui de São Paulo. Esta semana a Operação Raio-X visitou a Secretaria da Saúde de São Paulo, a Câmara de Vereadores, também visitamos o Hospital Geral de Carapicuíba e também o Hospital Municipal Antonio Giglio, em Osasco. Senhoras e senhores, 237 mandados de busca.

As forças de Segurança estão chegando: a Polícia Federal, a Polícia Civil, o Ministério Público, com as investigações, estão chegando nos desvios de verbas da área da Saúde.

Mais uma vez, infelizmente, servidores maus-caracteres se aproveitaram da pandemia, deste momento difícil que o País enfrentou, para surrupiar o dinheiro público.

Próxima operação, trago aqui: a Polícia Federal desarticula associação criminosa que movimentou mais de 230 milhões entre o Brasil e o Uruguai. A Polícia Federal lá do Rio Grande do Sul atuou na Operação Ialá, crimes de evasão de divisas, câmbio ilegal e lavagem de dinheiro, lá na fronteira do sul do País, Brasil-Uruguai.

Mais de um milhão de reais de valores foram movimentados em algumas contas bancárias, que somam 230 milhões de reais. Então, parabéns à Polícia Federal do Rio Grande do Sul.

Para quem não sabe, quando nós temos essas megaoperações, além da Polícia Federal daquele estado, outros policiais federais do País, preferencialmente de estados próximos ali, Paraná, Santa Catarina, até São Paulo, se deslocam até o estado para dar cumprimento às ordens judiciais. Isso é fruto muito do trabalho de quem vai a campo.

Isso falo com propriedade porque, como agente federal, fui a campo acompanhar, fotografar, filmar, nossa atividade também de interceptação telefônica. Todo esse nosso trabalho segue para o inquérito policial. E a atuação conjunta de Ministério Público Federal, Polícia Federal e a Justiça Federal resultam numa operação como essa no Rio Grande do Sul.

E não acaba por aí. Quem participou da operação cumpriu, às vezes, mandados de prisão que encontrou armas e joias na residência; ele é chamado a depor em juízo, lá no Ministério Público. Então a importância da prova, da colheita da prova, uma prova robusta, que vai levar o criminoso para trás das grades. Então esse é o trabalho das polícias no Brasil. Eu falo agora da Polícia Federal.

Próxima ocorrência: alguns colegas parlamentares já vieram à tribuna e abordaram esse assunto: 6º Baep, Batalhão de Operações Especiais, detém oito e apreende cerca de 12 toneladas de drogas. Senhores, não são 12 quilos, nem 120 quilos: são 12 toneladas de drogas.

Foram oito suspeitos detidos, e um enfrentou o Baep lá e conseguiu o seu lugar lá em outro plano. E talvez muito abaixo da terra. Foram 12 toneladas, a operação foi em Diadema, tráfico de drogas e, como disse, oito homens foram presos em flagrante pelo crime de tráfico, organização criminosa, porte ilegal de armas.

O que me chamou a atenção nessa ocorrência de Diadema, que policiais militares, cumprindo o seu papel, havia um comandante, um capitão, sargentos, cabos e soldados nessa ocorrência.

E digo aqui, parabéns à Polícia Militar, porque poucas vezes nós vimos tanta droga assim mesmo em apreensões da Polícia Federal. Doze toneladas é muita droga. Então parabéns, policiais militares.

O que nos chama a atenção, presidente, é que esses policiais que participaram dessa ocorrência foram retirados da rua, transferidos da atuação policial. Isso é um absurdo. Desde o ano de 1997, fui policial militar por 12 anos, já atuava na rua de 97 para frente.

Eu fui movimentado da atividade operacional para uma atividade no centro de São Paulo, na época, chamado Proar, porque tive um enfrentamento com bandido, e o bandido veio a óbito.

Então desde aquela época, 97, 98, o policial que enfrenta bandido é retirado da rua. Os nossos deputado aqui, militares, policiais, e o nosso presidente Frederico dAvila, que é um irmão da Polícia Militar também, e das forças de segurança, sabem muito bem o que eu estou falando.

E a última ocorrência de hoje: parabenizo, mais uma vez, a Polícia Federal, a Operação Postal Off, um esquema criminoso de prejuízo de quase cem milhões aos cofres públicos, envolvendo empresários e funcionários dos Correios, aqueles maus funcionários. Havia subfaturamento de valores devidos à Empresa Brasileira de Correios, além do desvio para esses servidores e empresários de valores de pessoas que precisavam dos Correios.

Foram vários mandados de busca e apreensão, inclusive, de afastamento de servidores dos Correios, e a soma de 94 milhões de reais, mais ou menos, de prejuízo aos cofres públicos. Crimes de corrupção passiva e ativa, estelionato, organização criminosa, e violação de sigilo funcional.

Então, senhores, venho até esta tribuna, como um dos representantes da Segurança blica, exaltar a atuação da Polícia Militar, da Polícia Civil, do Ministério Público, também, que é parceiro, e da nossa querida Polícia Federal. Deus abençoe a todos os integrantes da Segurança blica de nosso País e de nosso Estado, que, infelizmente, já são maltratados há muitos anos.

Muito obrigado a todos.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Frederico dAvila.

 

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O SR. PRESIDENTE - FREDERICO D’AVILA - PSL - Obrigado, deputado Danilo Balas. Dando prosseguimento à lista de oradores, chamo agora o deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Frederico dAvila, fará uso da tribuna, e peço ao deputado Castello Branco que assuma esta Presidência.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Castello Branco.

 

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O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PSL - Deputado Frederico dAvila, V. Exa. tem o tempo de dez minutos no Grande Expediente.

 

O SR. FREDERICO D’AVILA - PSL - Querido presidente Castello Branco e prezado ministro Barros Munhoz, aproveitando a sua presença, eu queria aqui, aproveitando mesmo da sua presença, que foi ministro de estado, secretário da Agricultura aqui em São Paulo, um homem que conhece a nossa agricultura paulista, dizer, ministro Barros Munhoz, da minha decepção para com a condução da Secretaria de Agricultura do nosso estado de São Paulo.

Infelizmente, ela, que já era cambaleante, agora está pior ainda, pior do que nunca. E recentemente emitiu-se um Decreto da Secretaria da Fazenda, que é o 61.156, que eu peço o cuidado de o senhor solicitar à sua assessoria, que revoga, através do princípio da noventa, deputado Ed Thomas, o Convênio Cem que se criem condições favoráveis para insumos agrícolas.

Ou seja, deveria terminar no dia 31 de março, e desde 1997 todos os governadores que estiveram à frente do Palácio dos Bandeirantes reeditaram o Convênio Cem e celebraram-no novamente no Confaz.

Então, o que nós vamos ver? s vamos ver insumos subindo para todos os agricultores a partir do dia primeiro de janeiro de 2021. Todos os insumos: químicos, minerais, tudo. Tudo o que é beneficiado pelo Convênio Cem terá o seu benefício fiscal cancelado.

Mais uma vez o governador João Doria se utiliza do que está ao seu alcance para imolar, imolar, as últimas instâncias da economia, que ainda estão conseguindo sobreviver, que é o caso da agricultura, que passa agora por um bom momento, por uma condição cambial, mas que na hora do aperto, ministro Barros Munhoz, normalmente os governos nos abandonam.

O senhor já deve ter visto isso várias vezes quando, em momentos de intempéries climáticas ou problemas mercadológicos, problemas de câmbio, como foi em 2005, 2006, o governo federal e o estadual praticamente abandonaram todos os produtores rurais.

A sua rego, que é uma região cafeeira, quantas vezes nós já vimos produtores de café daquela região serem, grandes produtores, bons produtores, médios produtores também, geradores de muito emprego, já passaram por muitas dificuldades por conta de questão climática ou de preços, e sem nenhum amparo ou apoio do governo federal ou estadual.

Então, agora o governador João Doria quer se aproveitar do que está ao seu alcance para imolar fiscalmente a população economicamente ativa, que restou, como bem disse ontem o deputado Douglas nesta tribuna, dizendo da proposta, nãodo 529, mas também de outras, tantas outras, propostas que ele apresenta.

Então, ontem eu vim aqui a esta tribuna e coloquei na nossa sessão extra a questão da exportação, da centrifugação, de como as empresas vão saindo aqui do estado de São Paulo, uma vez que se mude a alíquota de ITCMD.

Então o que vai acontecer: as empresas médias, pequenas, grandes, as grandes são as primeiras a sair, vão mudar o seu domicílio fiscal para outros estados. Vão para Rondônia, Roraima, Amapá, porque são estados que vivem basicamente de repasses federais, e uma vez que a sua sede mude para esses lugares, eles vão ter uma grande receita, uma vez que eles vão criar condições favoráveis para que você leve a sede da sua empresa para lá. São Paulo, pela primeira vez, creio eu, deputado Barros, estará espantando investidores, presidente Castello Branco, espantando investidores.

A capital dos negócios do Brasil, que é a capital de São Paulo, o estado locomotiva do Brasil, que é o estado de São Paulo, está centrifugando aquilo que resta de empreendedorismo que tem como objetivo final o estado de São Paulo.

É inacreditável, é inacreditável, que isso tenha saído de um governador que se diz gestor. Gestor de coisa nenhuma, ele deve ser gestor de fumaça, que ele sabe vender muito bem fumaça, ar condicionado no Alasca, e consegue vender aquecedor em Belém do Pará. Nisso ele é bom, no marketing ele é muito bom.

Agora, o que acontece aqui é que é impressionante que a parte técnica do Governo coloca essas coisas e manda isso para a Assembleia, deputado Ed Thomas. É inacreditável.

Eu queria aqui desta tribuna, ficaria muito satisfeito se uma hora que seja possível o governador Geraldo Alckmin se manifestasse a respeito de o que ele acha desse Projeto nº 529.

Falei aqui ontem, também na presença do ministro Barros Munhoz, quando ele era presidente desta Casa, governador Alckmin, com o apoio do nosso querido Barros Munhoz, zerou, deputado Castello Branco, imposto para pão, macarrão, todos os derivados de trigo, biscoito, bolacha, massas. Zero, deputado Ed Thomas. Zero.

Segundo o nosso crupiê dos Bandeirantes, o Sr. Mauro Ricardo, tudo o que é abaixo de 18% será tido como incentivo fiscal. Quer dizer então que nós vamos ter no dia seguinte à sanção desse projeto - Deus nos livre - nós teremos massas, pão, macarrão, farinha de trigo tributados em 18 por cento.

Quem vai sofrer? É óbvio que a população mais pobre. O custo de vida vai subir, a inflação dos alimentos vai aumentar, o transporte dos alimentos vai aumentar e também o próprio óleo diesel que é utilizado na produção dos alimentos vai se tornar mais caro e vai impactar em toda a cadeia alimentar do nosso Estado.

É inacreditável o que tem feito esse pombinho de igreja chamado João Doria, que sentou na cadeira de governador, eu acho que ele se inspirou naquele que morreu, deputado Castello Branco, da Coreia do Norte, Kim Jong-il.

Ele quer partido único, ele quer opinião única, quer mandar as ordens do Palácio de cima para baixo. A Assembleia para ele seria boa se fosse uni partidária, que também, depois desse 529, não serve para absolutamente nada.

Existe aqui um recuo da Assembleia, o senhor que está aqui há muitos anos, o deputado Ed Thomas também está aqui há muitos anos. É o recuo das competências da Assembleia. Recua, recua, recua, recua até chegar a uma inexpressividade em relação à atuação desse Poder em relação ao Estado.

Veja só quanta competência nós já entregamos ao Executivo. Se nós compararmos a nossa Assembleia, a Câmara Municipal ou mesmo a Câmara Federal, nós vamos ver que temos muitas competências restritas ou que foram tolhidas, às vezes por culpa da própria Casa em ceder espaço para o Executivo.

Então fico aqui muito triste, porque quando se apresenta um projeto dessa natureza que o governador João Doria apresentou, esse 529, já mostra, deputado Ed Thomas, uma fraqueza do Poder Legislativo, que ele está subjugado aos interesses do Executivo, e, consequentemente, aqui nós deveríamos ser a representação do povo de São Paulo, mas nós não conseguimos, justamente, fazer valer a opinião do paulista.

E, agora, nós vamos experimentar - Deus nos livre, vou repetir aqui -, espero que esse 529 não passe, mas, caso passe, nós vamos experimentar uma coisa jamais vista aqui no estado de São Paulo, que é a expulsão, a centrifugação. O estado de São Paulo será um ambiente hostil para quem quer investir em São Paulo, que era a locomotiva do Brasil.

Espero que não aconteça, mas se passar São Paulo vai ser colocado no passado, vai ser o Estado do “era”: era locomotiva, era pujante, era atrativo para negócios.

Graças ao governador João Doria, se esse 529 passar, nós vamos nos transformar, praticamente, em um Estado socialista, que quer arrancar tudo daqueles que restaram com alguma capacidade de geração de riqueza.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PSL - Muito obrigado, nobre deputado Frederico d’Avila. Dando sequência aos oradores inscritos no Grande Expediente de 30 de setembro, convidamos o deputado Dr. Jorge Lula do Carmo. (Pausa.) Dra. Janaina Paschoal. (Pausa.) Deputado Maurici. (Pausa.) Deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.) Deputada Dra. Damaris Moura. (Pausa.) Deputado Alex de Madureira. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando Lula da Silva. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Neste momento, convidamos o nobre deputado Douglas Garcia para a sua fala no Grande Expediente. Vossa Excelência tem o tempo regulamentar de dez minutos.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, mais uma vez eu subo a esta tribuna para pedir, implorar aos deputados da Assembleia de São Paulo para que votem “não” ao PL 529. Esse PL é um absurdo.

É maçante o discurso repetitivo, ter que dizer 100 vezes a mesma coisa, mas não foi me dada a autorização pelo povo do estado de São Paulo para me cansar, muito pouco foi me dada essa autoridade como deputado estadual para deixar de cobrar o governo.

Então, novamente, eu subo aqui para apelar à consciência dos deputados desta Assembleia, que pelo menos analisem a forma como foi feito esse projeto de lei nesta Assembleia Legislativa. Aliás, não tem nem como analisar a forma, porque para você analisar uma forma ela precisa existir. Não existiu. O processo legislativo não existiu.

Nós tínhamos esse projeto na CCJ, o governo viu que não daria quórum, João Doria, veio ventos do Palácio dos Bandeirantes, entrou aqui na Assembleia Legislativa um vendaval, um furacão, quase que arranca o Palácio 9 de Julho do lugar, querendo que esse projeto seja aprovado no máximo até quarta-feira.

Então o presidente da Casa fez a relatoria especial, relator especial, com todo o respeito, novamente, eu digo aqui, pelo deputado Alex de Madureira, que tem um valor imensurável para a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Ele não pode fazer a apreciação de mais de 600 emendas em um período de 24 horas. Isso é humanamente impossível.

Então, Srs. Deputados, avaliem pelo menos a forma com que esse projeto foi atropelado, com que foi tratorado nesta Assembleia Legislativa. É um desrespeito com esta Casa de Leis, é um desrespeito com a Assembleia de São Paulo.

Aumento de imposto à população paulista. “É, mas não mexe na alíquota”. Na base de cálculo mexe, sim, aumenta o imposto, sim. O poder de compra do cidadão paulista diminui, sim. A inflação aumenta, sim. O custo de vida aumenta, sim.

O PL 529 é um absurdo legislativo, uma aberração legislativa, sim. E é importante que a população que está nos assistindo neste momento tenha ciência de que o responsável por isso é o governador João Doria, principalmente através de sua política do “fique em casa”.

Desde o primeiro dia em que o estado de São Paulo foi colocado em quarentena eu protocolei um decreto legislativo nesta Assembleia pedindo a flexibilização, com todos os cuidados preventivos com relação ao coronavírus, mas dando a oportunidade para a população economicamente ativa trabalhar.

Não foi pautado, obviamente, porque nesta Assembleia quem manda é o governo, quem faz é o governo, quem dá as cartas é o governo e ninguém tem mais poder, absolutamente nenhum que não seja obedecer às vontades do governo.

Na segunda prorrogação, na primeira prorrogação, melhor dizendo, da quarentena, protocolei outro decreto legislativo que faria com que a população economicamente ativa novamente conseguisse trabalhar para trazer o sustento, o pão de cada dia para a sua casa. Até então nós ainda não tínhamos o auxílio emergencial do governo federal, trazido pelo presidente da República Jair Bolsonaro.

A minha intenção era fazer com que a população não passasse fome e o Estado não quebrasse, mas não foi pautado por esta Casa e o principal discurso do governador era: fique em casa.

Na segunda vez em que foi prorrogada a quarentena, eu novamente entrei com outro, terceiro decreto legislativo. Ignorado. Quarto decreto legislativo: ignorado. Ação judicial: basicamente o Tribunal de Justiça sequer analisou. Representação no Ministério Público.

Eu quero aqui parabenizar o PSDB. Os senhores fizeram a lição de casa direitinho, porque não bastou apenas a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, os senhores conseguem ter poder e uma influência gigantesca nas demais instituições do Estado, que jamais outro partido político jamais conseguiria.

Então eu quero, aqui, infelizmente, dizer a realidade para a população paulista. A realidade é que aquilo que está escrito na Constituição sobre a independência dos Poderes não existe.

Estudante de Direito, eu quero, infelizmente, jogar um balde de água fria na sua cabeça. Existe o Direito, aquele que você aprende na faculdade, e aquilo que você vive no dia a dia, principalmente depois que você se aproxima do Poder Legislativo, você vê a realidade dos fatos. É que a democracia não é respeitada.

E por falar em democracia não ser respeitada, senhores, o que foi aquilo? Aquilo dito ontem, aqui, pelo Exmo. Sr. Deputado Carlos Giannazi, por quem eu tenho um respeito enorme, faz uma luta combativa contra o PL 529, a respeito das emendas.

Essa história de 30 milhões de reais para cada deputado votar favoravelmente ao PL 529. Caso isso se confirme, senhores, estão fraudando a democracia. Isso é um absurdo, isso é grave.

Essa denúncia trazida à tribuna nesta Assembleia, ontem, é gravíssima. É uma intervenção direta do Poder Executivo no Poder Legislativo. É, sim, a consolidação do mensalão do Doria na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Rios de dinheiro jorrando do Palácio dos Bandeirantes para aumentar o imposto da população do estado de São Paulo, para trazer o desemprego à população do estado de São Paulo, para fazer com que a população do estado de São Paulo não consiga comprar o arroz e o feijão de cada dia.

E essa Assembleia vai aprovar esse projeto de que forma? Como os deputados desta Casa vão olhar para o rosto da população que está nas ruas e dizer: “Olha, em plena pandemia, depois que o governador mandou você se enfiar dentro da sua casa, cidadão paulista, perder tudo o que você tem, não conseguir trazer sustento para os seus filhos, esse mesmo governador enviou um projeto aqui, para a Assembleia Legislativa, para aumentar imposto, para que o arroz e o feijão da sua casa ficassem mais caros. Sabe como foi que eu votei? Eu votei ‘sim’”. Com que cara?

Eu queria entender com que coragem os deputados vão conseguir dizer um absurdo desses para a população do estado de São Paulo. E mais, caso se concretizem as provas, apareçam, desses 30 milhões que estão jorrando para cada deputado que votar favorável, aí sim vai ficar mais vergonhoso ainda.

 

O SR. FREDERICO D’AVILA - PSL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Eu queria também dizer que, assim como o arroz e o feijão, eu queria saber como os deputados vão explicar aos portadores de doenças crônicas, como diabetes, como pressão alta, como refluxo, enfim, todos aqueles que tomam medicação diária, como vão explicar à população que ela deixa de pagar a faixa de 7% de ICMS no medicamento e vai pagar 18 porque o João Doria, agora, precisa arrecadar para o Estado.

Então, quer dizer que precisa ganhar dinheiro nas costas de quem tem doença crônica. A pessoa é culpada por ter doença crônica e vai ter que pagar mais que o dobro de impostos sobre os medicamentos de uso contínuo, que vão sair de 7 e vão para 18, porque graças ao crupiê do Palácio, Sr. Mauro Ricardo, tudo o que é abaixo de 18 é incentivo fiscal.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - Muito obrigado pela intervenção, deputado Frederico d’Avila.

E, por falar em medicamento, o governador João Doria é especialista em sucatear um serviço, em sucatear uma instituição, em sucatear aquilo que ele não quer mais para, depois, é claro, a gente tem, infelizmente, um histórico, um histórico.

Eu não estou aqui acusando A ou B, mas nós temos um histórico de corrupção envolvendo o nome do PSDB. E a Furp é um exemplo disso. E agora parece que está querendo jogar por debaixo do tapete, fazendo com que a Furp seja extinta.

Agora que o senhor falou de medicamentos eu lembrei. Lembrei também, deputado Frederico d’Avila, da denúncia gravíssima de que o superintendente da Furp só tem a 6ª série. Colocaram uma pessoa para trabalhar com a questão de farmacêutica que só tem a 6ª série.

E ele, quando chegou lá para tomar posse, chegou dizendo: “Eu sou um soldado do João Doria.”. Dessa forma. Olha só que coisa mais humilde de se dizer. Com aqueles funcionários.

Eu votarei favorável a esse PL se o superintendente da Furp conseguir resolver a fórmula de Bhaskara. Se ele for capaz de resolver a fórmula de Bhaskara eu votarei favorável a esse PL. Mas nós temos uma pessoa que não tem a menor competência técnica para dirigir uma instituição tão importante para o estado de São Paulo lá sentado.

E o que o governador quer? E tome sucateamento. E tome emenda parlamentar. E tome aumento de imposto. E quem mais vai tomar no meio dessa história toda é a população do estado de São Paulo enquanto esse crápula que está lá no Palácio dos Bandeirantes não for expulso de lá.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PSL - Obrigado, nobre deputado Douglas Garcia. Convidamos V. Exa. para presidir a Mesa.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Douglas Garcia.

 

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O SR. PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PTB - Convido o nobre deputado capitão Castello Branco para fazer uso da palavra. Vossa Excelência tem o tempo regimental de dez minutos.

 

O SR. CASTELLO BRANCO - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Nobres deputados, Grande Expediente do dia 30 de setembro de 2020, quarta-feira, 16 horas e 05 minutos. Talvez eu faça, aqui, hoje, o discurso mais importante do meu mandato até agora. É um discurso seriíssimo porque é uma denúncia, é um momento de reflexão.

Nós estamos diante de um dos momentos mais graves do estado de São Paulo. Um ponto de inflexão na sua história, um “crux”, um termo de montanhismo que diz que você tem que tomar uma séria decisão.

E nós estamos vivendo esse momento histórico no qual o governador João Agripino da Costa Doria Junior toma uma decisão seriíssima, colocando o Projeto de lei 529 em pauta com uma série de improbidades, de erros grosseiros que vão levar o estado de São Paulo a tomar um caminho errado.

Ele, que se diz gestor, tecnocrata, ele que se diz empreendedor pegou o caminho errado. Eu posso dizer isso com toda a tranquilidade, porque eu votei nele, mas, infelizmente, esse senhor traiu as suas convicções e as suas pautas iniciais. Naquele cenário ele era uma opção e hoje ele é uma grande decepção.

Eu preparei uma apresentação para que o público entenda o que é o Projeto de lei 529, o pacote da maldade com requintes de crueldade, o cavalo de Doria ou o cavalo de “Trória” em comparação à guerra de Troia, na qual os gregos, para entrar na grande fortaleza troiana travestiram seus guerreiros, mentindo, dentro de um cavalo. É isso que ele está fazendo.

Eu abro com esta frase de Elie Wiesel, Nobel da Paz de 1986, que o oposto do amor não é nenhum ódio, é a indiferença. Que o oposto da arte não é a feiura, é a indiferença, o oposto da fé não é nenhuma heresia, é a indiferença e o oposto da vida não é a morte, é a indiferença. Portanto, nós estamos aqui, hoje, mostrando que não estamos indiferentes a este absurdo que é colocado hoje pelo governador Doria.

Para vocês terem uma ideia do que estamos falando, aqui na tela nós temos cada uma dessas bolinhas que representam, deputado Barba, uma das coisas que o governador quer mexer. São 18 coisas diferentes, cada uma em uma área completamente diferente, algumas disléxicas, uma verdadeira esquizofrenia administrativa, nada com nada, algumas pequenas verdades no meio de um monte de mentiras. Desdobrando esses 18 dariam até 26, ou seja, nós já tivemos oportunidade.

Ali no meio o PL 529 mexendo em tudo isso, supostamente para fazer uma reforma administrativa, supostamente para fazer um equilíbrio fiscal, mas, na verdade, este projeto traz interesses financeiros escusos e inconfessáveis. Esse projeto traz, no mínimo, três grandes interesses.

Eu vou ser bem claro e depois a gente vai discorrer sobre isso, mas o primeiro é o interesse imobiliário. Por trás de cada uma dessas empresas que vão fechar tem bilhões de patrimônio imobiliário que vão ser vendidos para amigos de, casados com ou apadrinhados de.

Muito bem, então a primeira coisa aqui é que nós estamos falando de um patrimônio bilionário e por isso que ele pode pagar emendas voluntárias para deputados, que já está na conta de 30 milhões, para quê? Porque ele já fez a conta; é barato. O que ele vai vender de patrimônio paga isso.

Segundo motivo: ele está querendo desmontar para pôr outra empresa no lugar, porque tem alguns serviços essenciais que não vão poder deixar de existir. Ele vai abrir uma licitação pública e por coincidência vai assumir alguma que vai vender o serviço mais caro, pior, ainda vai ganhar e provavelmente vai ser amigo do, casado com ou aparentado de.

E o terceiro motivo, deputado Frederico d'Avila, pelo qual ele quer acabar é porque… Nós vamos falar daqui a pouco do Sr. Mauro Ricardo Costa, o pai da maldade, o dono do cachorro, que tem interesses outros por trás desta reforma. Eu vou só resumir aqui alguns pontos da inconstitucionalidade deste projeto.

Ele pretende ampliar os poderes do Executivo em face do Legislativo e Judiciário, assim como a relação das instituições autônomas. Preste atenção, população de São Paulo. Não é só um PL administrativo não. Dentro dele ele vai dar um cala a boca no Ministério Público, na Assembleia Legislativa de São Paulo, na Defensoria Pública.

Ele está tirando os poucos poderes que nós tínhamos como legisladores estaduais. A Constituição de 1988, a Constituição Cidadã, trouxe alguns problemas. Um dos problemas foi que tirou a autonomia dos estados e a pouco a autonomia que nós tínhamos ele vai tirar com esse projeto de lei, ou seja, diminui impostos. Legislar sobre impostos não é mais agora autonomia nossa, vai ser de procedência do Estado.

O projeto autoriza a extinção de dez entidades governamentais sem diálogo, sem audiência pública, sem ouvir a categoria, sem absolutamente nada. Três, o governo também pretende que o superavit orçamentário dos Poderes Legislativo, Judiciário, Ministério Público e Defensoria sejam transferidos para a conta única do Tesouro.

Ele está punindo quem fez economia. Ele queria fazer a mesma coisa com as universidades. Aquelas empresas que dão lucro, que não dão prejuízo, ele quer o lucro delas. Isso é um absurdo do ponto de vista contábil.

Ele pune quem dá resultado. Quatro, o projeto ainda pretende desvirtuar a finalidade de fundos criados para adequado desenvolvimento de serviços relevantes para a sociedade paulista.

Cinco, o texto original desse projeto de lei, que, aliás, foi lastimável, de forma péssima. Foi uma coisa, enfim… O seu Art. 14 prejudica a administração dos Poderes Legislativo, Judiciário, Ministério Público, Defensoria e ainda a prestação de serviços públicos em favor da população mais carente.

Ele disse que quer ajudar os mais carentes. Discurso retórico, oratória baixa, demagoga. Sexto, o texto original em seu Art. 16 dispõe que fundos especiais de despesas poderão ser destinados para diversas atividades, ou seja, ele vai gastar como quer. E por fim, em razão das suas diversas inconsistências jurídicas, este projeto de lei tem muitos pontos que são inconstitucionais e, com certeza, vão ser judicializados.

Terminada a minha exposição técnica, eu gostaria de dizer o seguinte: eles estão dizendo que a nossa oposição é burra, palavras literais; eu diria que não. Faltam propostas; ele disse que falta proposta. Esse projeto de lei é tão ruim que ele devia ser extinto de cabo a rabo. Isso não deveria ter vindo para cá.

Você não consegue nem argumentar e nem negociar com um negócio desse; é inegociável. Eu aproveito a oportunidade, deputado Carlão Pignatari, deputado Alex de Madureira, que pessoalmente me têm de bom trato e que os consideram muito educados... Inclusive considero que tenham boa índole, boa-fé, tentaram fazer uma sustentação oral ontem de defesa. Coitados, a defesa do indefensável.

A justificativa do injustificável. A defesa técnica do que não tem a matemática. O projeto tem má-fé. Eu vou dizer mais o seguinte. Eu sei o que eu estou falando. Eu falo tecnicamente como administrador, com formação de contador, como auditor que fui. Não tem negociação o PL 529. Ele deveria ser fatiado, dividido, analisado separadamente caso a caso e discutido.

Um projeto que já tem 622 emendas não é uma coisa séria, não vai ser realizado. Ele está profundamente errado. Eu repito que os grandes interesses que estão por trás desse projeto de lei são puramente financeiros e econômicos. Em nada têm a ver com a reforma administrativa do Estado, nem de redução fiscal.

São interesses muito maiores. Gostaria de também deixar claro que o nosso cenário atual pós pandemia não permitiria um projeto de lei neste momento. Ele além de ser ruim na forma e no conteúdo, ele é ruim no momento em que ele é apresentado.

Ou seja, é um teatro de mau gosto. Ele vai aumentar a carga tributária; ele vai aumentar o custo de vida; ele vai aumentar mais ainda o desemprego.

Tem alguns analistas do nosso gabinete que já fizeram uma conta que vai até 100 mil desempregos diretos. Não são os desdobramentos do processo e vai acabar com serviços essenciais, além de prejudicar a Educação. Ou seja, nós estamos diante de um governo que - lamento dizer - não é confiável.

E como dito por grandes autoridades experientes desta Casa, além de não ser confiável, não cumpre aquilo que promete; não cumpre aquilo que trata; não cumpre aquilo que intenciona fazer.

Então, não tem credibilidade e não tem como ficar do lado de um governo desse. O suposto equilíbrio fiscal, a reforma administrativa, não procedem. Afinal de contas, o governo Doria não está entregando o que anuncia.

Muito bem, quem é que vai ganhar com tudo isso? Alguém vai ganhar e não é o povo de São Paulo. Já indo para o meu final, presidente, eu defendia aqui a redução do ICMS da Aviação porque justifiquei, achei que era bom, achei que ia gerar emprego. Me matei para defender um negocinho desse tamanhinho assim.

O senhor me avisou, deputado Barba. Fui passado de otário, me deram “passa moleque” e no final ele vem com um negócio deste aqui que eu fiz papel ridículo aqui nesta Casa. Queria agradecer o discurso de outros deputados que me antecederam ontem e hoje.

Deputado Barba, parabéns pelas suas colocações; Deputado Mellão; Paulo Fiorilo falou com muita propriedade; Enio Tatto; Leci Brandão; Caio França; Edna Macedo. Ed Thomas, Barros Munhoz, que já falou, já me deu uma aula e vai falar novamente após eu; Frederico d'Avila; Dra. Janaina Paschoal; Carlos Giannazi; Daniel José; Douglas Garcia, entre outros.

Ou seja, pela primeira vez nesta Casa talvez a maldade nos una, porque nós não estamos falando mais de um discurso ideológico que pode ser até saudável, mas estamos falando de um discurso de salvar o estado de São Paulo, de salvar emprego, de salvar famílias. A maldade é tão grande que nos deixa até atônitos assim.

Eu estou emocionado. Eu vou terminando meu discurso desejando e dizendo o seguinte: temos umas eleições municipais pela frente. Eu vou fazer uma relação de todos os deputados que forem votar a favor dessa palhaçada. Eu vou colocar o nome dele, o partido dele. É um direito dele votar. Ele vai estar recebendo, mas eu quero que a população saiba.

Aquele deputado daquele partido, daquela cidade, que vai apoiar aquele prefeito e aquele vereador. Você, cidadão, olhe nessa lista e não vote nesse prefeito ou nesse vereador que esse deputado vai apoiar, porque ele não merece o nosso crédito porque ele está vendido.

Muito obrigado. Somos todos um só.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PTB - Agradeço ao nobre deputado pelas palavras. Continuando a lista dos oradores inscritos no Grande Expediente, eu gostaria de chamar para fazer uso da palavra o nobre deputado Coronel Telhada. (Pausa.) Nobre deputado Caio França, que por permuta passa o tempo ao Exmo. Sr. Deputado Barros Munhoz, ministro de Estado.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Oi, pessoal. Boa tarde a todas e a todos. Saudar o nosso querido presidente Douglas, saudar todos os deputados, as queridas deputadas aqui presentes, servidores. Faz tempo que não venho aqui a tribuna. Vou até pedir licença para tirar a máscara, estou com uma distância bem… Mantém?

Então, tudo bem. Sinceramente, é que eu tenho dificuldade. Não é nada não, eu não consigo falar, mas tudo bem. Eu entendo, a causa maior sobrepõe-se à menor. Tudo bem, um pequeno sacrifício vale a pena. Mas eu queria dizer, até peço desculpas, o tema é outro, mas eu não quero tocar fora da pauta, mas hoje é um dia muito especial para a minha querida Itapira.

Nós estamos comemorando, querida deputada Márcia Lia, 30 anos do Hospital Municipal de Itapira. Nós começamos em 1977, quando eu assumi a prefeitura, um trabalho muito sério em prol da Saúde Pública. Eu ouvia falar que tinha que ter pronto-socorro. Aí eu fui visitar um recém-inaugurado em Mogi Mirim e tinha lá um equipamento bonito e um paletó colocado em cima desse equipamento.

Aí eu perguntei para o enfermeiro que estava lá - foi de noite que nós fomos: E esse equipamento aqui para que serve? Ele: “Para que serve eu não sei. Nós usamos como cabide”. Eu falei: Custa 400 mil reais esse equipamento. Enfim, era uma coisa fora da realidade. Então, eu fui estudando, estudando, estudando, estudando.

Vivi uma época importante, que era o movimento pela Saúde Pública no Brasil, que foi ganhando força e que acabou se transformando no SUS. A criação do SUS veio dessa época. Eu vivi essa época, 1977.

Aí, então, eu fui montar um sistema de Saúde de atenção preventiva, atenção primária da população com orientação da Organização Mundial de Saúde. Deputado Barba, eu só consegui comunista para trabalhar lá.

Aí me chamaram de comunista, me chamaram… Eu falei: Minha gente, eu não sou comunista, mas o que eu posso fazer se só médico comunista topa trabalhar por salário e fazer Medicina de Saúde Pública? Era para muita gente da Saúde Pública o início da Saúde Pública verdadeira.

E aí eu parti para criar um PPA. Não era mais pronto-socorro, era posto de pronto atendimento. Coisa fantástica; é a entrada do serviço de Saúde; é a entrada do sistema de Saúde. E foi bonito, foi ótimo. Criamos um serviço de laboratório e a atenção primária foi bem atendida, mas aí faltava a secundária.

E como é que faz com a secundária? A Santa Casa de Misericórdia não era nem santa e nem muito menos de misericórdia. Não permitia convênio com o INSS e não atendia de graça. Então, eu não tive outra alternativa a não ser lutar desesperadamente para criar um hospital municipal, algo impossível para uma cidade naquela época de 50 mil habitantes.

E consegui, graças a Deus, com apoio do povo da minha cidade, com o apoio do governador da época, Orestes Quércia, com o apoio de muita gente transformar algo tido como absolutamente impossível em algo possível. Um hospital digno que atende tão bem quanto ou melhor do que qualquer hospital particular que cobra caro dos seus beneficiários.

E assim, meu querido Gilmaci, nós fomos em frente e hoje estamos comemorando 30 anos. O serviço municipal de Saúde era um funcionário que atendia o telefone para destinar a ambulância, mais nada. Hoje, são 800 funcionários. Então, eu lamento estar aqui hoje. Gostaria de estar lá em Itapira.

Estão me homenageando numa placa lá. É duro para mim estar aqui e não estar lá hoje, mas eu quero dizer o seguinte, minha gente, que se tudo que eu fiz na minha vida não valeu a pena nada, a minha vida valeu se apenas o hospital municipal for considerado como uma parte de uma luta minha. Foi duro, como é difícil você fazer as coisas neste País. Foi duro.

A oposição que eu sofri foi trágica. Processos foram movidos contra mim, luta de toda espécie, perseguição de toda sorte. Nós fizemos o hospital municipal e hoje já atendeu, já salvou mais de 30 mil pessoas em 30 anos. Então, eu faço questão de registrar. A vida não é só feita de coisas ruins. Hoje, uma comemoração fantástica para uma cidade que pode se orgulhar.

Em matéria de Saneamento Básico, 100% de água tratada, 100% de esgoto coletado e tratado e 100% do lixo coletado e destinado num aterro sanitário. Educação desde o zero ano nas creches até a faculdade de graça e Saúde, como eu mencionei. Então, eu me sinto feliz e realizado. Agora, me sinto triste.

Queria fazer uma homenagem ao Danilo. Primeiro, eu demorei para saber por que o Danilo era sempre chamado antes de mim na chamada, antes do Barros Munhoz. Eu falei: Mas que negócio é esse de “D” antes do “B”? Aí ele me explicou que ele é agente, então ele entra antes do Barros Munhoz. Mas eu queria parabenizar em nome dele a Polícia Federal.

Olha, eu vou fazer uma crítica ao Moro. Doutor Moro, o senhor não fez nem um décimo do que a Polícia Federal está fazendo no tempo em que o senhor ficou lá. Aliás, para ser bem franco, o senhor não fez nem um centésimo. Eu acho que o senhor é mais vedete do que dirigente, viu? Doutor Moro, a Federal agora está trabalhando. Parabéns à Federal.

Aliás, eu acho, vou tomar a liberdade aqui de falar uma... Eu já estou na idade de poder falar o que penso, então eu queria dizer o seguinte: vamos reduzir o número de delegados na nossa Civil e vamos melhorar, vamos qualificar. É o que a Federal fez; é o que a Federal é.

Não adianta você ter 150 mil servidores, todos mal remunerados, todos vilipendiados. Mas para concluir, eu queria dizer alguma coisa sobre o 529. Hoje, foi um dia muito triste para mim.

Desde que eu entrei na Secretaria da Agricultura, eu criei a carreira do assistente técnico agropecuário, valorizei os engenheiros agrônomos, os veterinários, os zootecnistas. Isso é uma unanimidade na Secretaria da Agricultura. Ontem, eu disse que era um absurdo, a meu ver, extinguir-se o Itesp transferindo-se o trabalho executado pelo Itesp à Secretaria da Agricultura. E repeti e disse, e falo e afirmo: a Secretaria está com 300 Casas de Agricultura sem fazer nada.

É óbvio que não fazem nada não é porque os servidores são maus servidores. Quem me conhece sabe que eu jamais falaria isso. Jamais falaria isso. A minha vida inteira eu me dediquei a valorizar o servidor público da Secretaria da Agricultura, até porque fui secretário e fui ministro.

E se há uma coisa boa neste País, é servidor público. Não é servidor privado, não. É que o servidor público tem que trabalhar esmiuçado na pequena crítica, conceito absolutamente jogado, pisoteado por muita gente.

Então, quero lamentar. Para mim, é uma espada no coração essa carta que recebi do meu querido amigo Sergio Dill. É óbvio que o que eu quis dizer e repito... É uma loucura você dizer que está fechando o Itesp e vai passar para a... A secretaria está fechando as portas, está querendo extinguir as Casas de Agricultura.

Nós sabemos disso. Eu estou até evitando isso. Estou até evitando. Tenho participado de um grupo que está pedindo ao vice-governador que não permita isso. Esse projeto, não é hora de se discutir. Vamos melhorar essa situação.

Para concluir, eu queria dizer o seguinte sobre o 529: tem muita coisa com a qual não concordo e uma é essa. Acho que não precisam ser dez empresas extintas. Por que não pode ser oito? Por que não pode ser sete? E algumas, tenho crença de que não tem sentido extinguir. Falei do Itesp e posso falar também da EMTU.

A Artesp não tem a mais remota capacidade de assumir nada. Aliás, ela não se assumiu ainda, nem funcionários ela tem. A Artesp não tem quadro de funcionários, minha gente. Você vai lá com qualquer assunto e demora cinco anos, oito. Eu tenho assuntos de dez anos, 12 anos, 14 anos parados na Artesp. É uma trágica empresa. Trágica.

Agora, o que quero defender é o seguinte, minha gente: eu acredito piamente que nada resiste ao diálogo. Acho que temos que continuar batalhando. Como é que vai ficar isso? Como melhorar essa situação? Sempre existe, sempre existe. Eu vi uma emenda que está correndo, da deputada Janaina.

Será que ela é a coisa mais certa? Será que não é ela, será que é outro compromisso, outro projeto de lei? Várias vezes, quando presidente e quando líder do Governo, condicionei: “Vamos aprovar se, em seguida, vier um outro projeto assim, assim, assado”. Várias vezes eu fiz isso.

Então, quero dizer que lamento essa onda de que está havendo dinheiro. Para mim, nunca houve e jamais vai haver. E para a grande maioria, tenho certeza absoluta, senão para a totalidade dos companheiros. Benefícios de emendas...

Talvez haja algum país do mundo onde isso não exista, mas, no Brasil, é assim. É assim. Então, desculpe, meu caro Gilmaci. Obrigado pela atenção de todos. Agradeço, Sr. Presidente, a gentileza, inclusive, de me ouvir. E parabéns ao Danilo, mais uma vez.

E orgulho de ser itapirense, que tem um hospital municipal que atende o pobre com a mesma dignidade com que atende o rico.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Sr. Presidente, o senhor concede que eu faça uma comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PTB - É regimental. Vossa Excelência tem a palavra para uma comunicação.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigado. Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, eu estava no gabinete e fiz questão de descer ao plenário correndo. Eu estava ouvindo o pronunciamento do grande deputado Castello Branco. Cada vez que ele sobe à tribuna, ele traz coisas interessantes para gente, dados, informações preciosas.

Ele tem muito conteúdo em seus discursos, em suas falas, em seu posicionamento. É uma pessoa que é uma grata surpresa para nós nesta Casa. Mas uma coisa me chamou atenção e fiz questão de descer até aqui.

No final da sua fala, nobre deputado Castello Branco, o senhor diz que vai divulgar nas suas redes sociais o nome de todos os deputados que votarem favoravelmente a esse projeto. Vai divulgar e vai, inclusive, dizer os prefeitos que eles estão apoiando.

Eu vim aqui ajudar V. Exa., facilitar isso para o senhor e dizer que vou votar favorável. Meu nome é Gilmaci Santos, vou votar favorável e vou apoiar vários prefeitos em várias cidades, inclusive o prefeito da Capital de São Paulo, que disputa a eleição hoje e está em primeiro lugar, que é o Celso Russomano. Estarei apoiando e inclusive fazendo parte da coordenação da campanha.

Pode soltar isso na rede social do senhor. Fique bem à vontade. Isso não nos preocupa, porque o que fazemos aqui não fazemos escondido. Já fui à tribuna e disse que sou favorável ao projeto. O senhor tem a sua ideologia, o senhor tem o seu pensamento e eu tenho o meu. Eu acho que esse jogo não é bom. A maneira que o senhor está fazendo, com ameaças, não é boa para ninguém, para a democracia, para ninguém. Considero V. Exa., sei de sua capacidade, mas não concordo com esse tipo de coisa.

Então, volto a falar: sou Gilmaci Santos, voto favorável, sou do Republicanos e apoio vários prefeitos, inclusive o Celso Russomano aqui na Capital; em Campinas, estamos com o Republicanos também apoiando um prefeito lá.

Osasco também, o Republicanos apoiando um prefeito; Sorocaba, inclusive o prefeito em primeiro lugar nas pesquisas; e mais 140 cidades onde o Republicanos terá candidatura à majoritária, fora outras em que estamos apoiando pessoas que não são do Republicanos, mas estão coligadas.

Então, deputado Castello Branco, o senhor fique à vontade e, se precisar de mais algum dado a respeito, é só me procurar que estou à sua disposição.

Obrigado.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Sr. Presidente, para falar pelo Art. 82 em nome da bancada do Partido dos Trabalhadores e juntar aos cinco minutos, dois minutos de reclamação, ao final dos cinco.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUGLAS GARCIA - PTB - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Tem o deputado Barba a palavra pelo Art. 82 em nome da liderança do PT. E gostaria de chamar para assumir os trabalhos da Presidência o nobre deputado Gilmaci.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente Douglas Garcia, nobres deputadas Márcia Lia, Monica Seixas, nobres deputados, eu agora não vim fazer discurso político.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Gilmaci Santos.

 

* * *

 

Nosso primeiro trabalho aqui hoje, é começar a organizar, desde já, para tentar derrotar o Projeto 529. Não é fácil, porque há a mão pesada do governo pelos corredores, de 30 milhões de reais de emendas para cada deputado que votar a favor.

Isso é o que circula nos bastidores. (Fala fora do microfone.) Não, Monica, são 30 para cada deputado: 15 em 2021 e 15 em 2022. Entendeu? (Fala fora do microfone.) Isso. Um bi e meio.

Segunda coisa: o que vamos fazer aqui hoje? Primeiro, vim aqui às quatro e meia para vigiar, para ver se não iria ter golpe. Parece que não vai ter. Paulo Fiorilo, se você me ajudar aqui, senão me tira a concentração.

O que vamos fazer aqui hoje? Ontem, completaram seis horas de discussão. Ainda tem uma lista de deputados inscritos, ainda faltam os deputados contrários se inscreverem.

O que o governo tem que fazer hoje, se ele não quiser seguir a lista de discussão? Ele vai ter que pedir o encerramento da discussão e tem que votar.

Na hora em que pedir o encerramento da discussão, cada líder partidário tem o direito de encaminhar por dez minutos. Depois vamos votar e ver quem tem maioria. Se ele não vencer, segue a lista. Se ele vencer, está encerrado o debate e caiu a lista.

Aí vamos para o método de votação. Depois, o roteiro de votação. E aí cada líder de cada partido, de cada bancada, mesmo quando for um deputado só, ele pode ajudar nisso. Por que estou explicando isso? Espero que os deputados que estão nos gabinetes estejam nos ouvindo.

Eu tenho um vídeo para responder, mas não vou responder hoje. Semana passada, eu disse que achava que uma pessoa do PDO não votaria contrário. Fui perguntar ao deputado Frederico d’Avila, para saber se ele era do PDO. É do PSL e é do PDO, então já descobri quem é. Tem a deputada Leticia Aguiar, o deputado bombeiro Nishikawa e, se não me engano, o Major Mecca. Se não me engano, esses três são do PDO.

O PDO nos garantiu, o tempo todo, que estava contrário ao projeto, mas ninguém se inscreveu até agora. Ninguém do PDO se inscreveu até agora. Então, quero ver. E os deputados que são contrários, vou querer vê-los aqui hoje, porque existe uma pequena possibilidade. É muito difícil derrotar o governo, é muito difícil, mas existe uma pequena possibilidade de, pelo menos, esticar bastante a corda.

E esse deputado, eu vou responder ao vídeo dele depois disso, depois da votação. Vou esperar a votação. Vou esperar para ver como é que ele vai votar. É por isso que vou esperar. A depender da votação dele, peço desculpas. A depender da votação dele, eu falo: “Não, não tem desculpa”. Aí o cacete vai comer aqui na tribuna. É desse jeito que funciona. Ele está fazendo uma acusação que eu reconheço que tem um erro da minha parte. Mas vou aguardar a votação, viu, deputado Frederico d’Avila? É do seu partido. Eu vou esperar.

Bom, qual é o outro problema que vamos enfrentar aqui? É o grande debate, Douglas Garcia. O grande debate é que esse projeto é tão ruim que conseguiu juntar o PT, a oposição, mais deputados do PSL, mais deputados do Novo. Eu entrei ali agora e acabei de cumprimentar o deputado Frederico d’Avila pelo discurso que ele fez da tribuna aqui ontem. Reconheço que foi um discurso pesado, forte, e de quem está com posição firme para votar contra o projeto.

Tem uns que ficam assim: “Não sei, não sei...”. O governo me desafiou, falou assim: “Você quer apostar o quê? Você quer apostar que vocês dançaram?”. Vamos ver, não vou apostar nada.

O governo tem máquina, o governo tem dinheiro, o governo tem a mão pesada, o governo tem cargos. Vários deputados que vão votar aqui têm que dizer, Gilmaci, que têm cargos no governo. E se você ficar contrário, você perde esses cargos.

Eu também vou fazer igual o meu amigo coronel Castello Branco. Vou dizer o nome dos deputados. Já disse o nome de uma hoje: Maria Lúcia Amary, lá em Sorocaba, é a favor do projeto. Carla Morando, em São Bernardo, cujo marido é candidato à reeleição, é a favor do projeto. Rafa Zimbaldi eu não sei ainda.

É candidato em Campinas. Não o ouvi se manifestar até agora. E eu vou dizer, vou publicar. Vamos fazer isso. É guerra. É guerra.

Você não teve coragem, Gilmaci, em seu discurso de ontem, de falar que o projeto demite 5.700 trabalhadores. Se você estivesse defendendo que as empresas fossem extintas e que realocassem esses trabalhadores para outros postos, eu ainda iria falar assim: “O Gilmaci é coerente, é razoável”.

Em um momento de pandemia, em um momento de 13,6% da população economicamente ativa desempregada! São dados de hoje da Pnad Contínua. Então é isso que estamos debatendo, é isso que estamos discutindo, é quem está do lado de quem.

Como é que se ataca uma empresa como a Itesp, uma empresa como a CDHU, uma empresa como a EMTU? A Sucen, Superintendência de Combate às Endemias, como a leishmaniose, a chicungunha, a febre amarela e outras. E mata o borrachudo na praia. Não se mata o borrachudo jogando veneno no ar.

Sabe como é que mata? Os agentes da Sucen têm que entrar mata adentro, tem que botar o remédio para ficar pingando o dia inteiro lá nas nascentes. O borrachudo vai beber água e morre. É assim que se combate.

E aí dizem que é cabide de emprego. Nós, deputados, muito bem assalariados - neste momento com salário reduzido -, falamos que... Tem deputado aqui falando que um trabalhador, um funcionário público que ganha cinco mil, seis mil reais, é privilegiado. E a imprensa faz isso. Dentro do funcionalismo público, tem uma parte dos servidores muito bem qualificada que ganha um bom salário.

Daqui a pouco, vão dizer que vocês, policiais, que devem ganhar, no máximo, cinco mil reais e olhe lá - não sei, posso estar cometendo uma blasfêmia aqui... Vão dizer que vocês são privilegiados.

Têm que carregar um colete, um coldre, um colete à prova de balas, têm que ficar em pé aqui o tempo todo, não podem sentar um minuto. Dói a coluna. Aí vão dizer que vocês são privilegiados.

Esse é o governo do PSDB, mas não é só do PSDB. Esse é o governo do Gilmaci Santos. Esse é o governo da base aliada. Então, é contra isso que estamos lutando aqui hoje.

Precisamos organizar direitinho. Para encerrar, presidente: aqui, hoje, nós não vamos votar nada. Vamos ver quantos votos o governo tem. Mesmo que seja contrário, não entra naquela de, para ajudar o governo, votar contra. Quem votar contra antes da hora estará ajudando o governo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. FREDERICO D’AVILA - PSL - Uma comunicação, Sr. Presidente?

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Para falar pelo Art. 82 pela liderança da Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Tem Vossa Excelência... Pela ordem, deputado Frederico.

 

O SR. FREDERICO D’AVILA - PSL - Enquanto a deputada se dirige, eu poderia fazer uma comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Sim, V. Exa. pode fazê-lo enquanto ela chega à tribuna.

 

O SR. FREDERICO D’AVILA - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Complementando o que disse o líder Barba, eu queria dizer o seguinte: eu não fui procurado com essa oferta de 30 milhões, deputado Barba, mas quem foi e cedeu a isso vai ser como aquele vidente que tinha na televisão, o Walter Mercado.

Vai prometer e não vai levar. E o que vai levar vai vender todas as suas atribuições para o Executivo e nunca mais irá recuperá-las.

Portanto, quem acreditar nessa promessa desses 30 milhões estará acreditando em um conto de fadas, em um conto de fazer dormir para crianças. Então, eu não fui procurado, mas quem foi procurado e acreditou no Sr. João Doria, infelizmente...

É só tirar a referência do que ele já prometeu aos aliados, inclusive, e nunca cumpriu.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado. Com a palavra, a deputada Márcia Lula Lia.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - PELO ART. 82 - Muito boa tarde a todos e a todas. O que me traz aqui, é óbvio, é a discussão do PL 529, que é uma verdadeira aberração jurídica.

É uma verdadeira aberração ao método e às técnicas de elaboração legislativa. É um verdadeiro balaio de gato. Tem muita coisa dentro do mesmo balaio e ninguém entende o que, de fato, isso aqui significa.

Mas antes de fazer minhas considerações técnicas, quero dizer de uma situação muito preocupante e quero denunciar isso aqui ao vivo, para as pessoas ouvirem, para as pessoas saberem: a extinção do Itesp significa que ninguém mais vai controlar a regularização fundiária deste Estado.

Este Estado tem muita terra devoluta, terras que estão nas mãos de grandes latifundiários. Tem processo judicial julgado pela Justiça do estado de São Paulo há mais de 50 anos e que ninguém tira de dentro da gaveta para pegar essas terras e fazer a reforma agrária, entregar para os trabalhadores para que façam o plantio de alimentos. Tem muita gente interessada em acabar com o Itesp. E tem muita gente interessada em acabar com a CDHU.

Aquela história que o secretário veio contar aqui ontem não enganou ninguém. Quando ele diz que a Caixa Econômica Federal vai financiar a construção de moradias de baixa renda, não é verdade. Acabaram com o financiamento de pessoas que ganham de zero a três salários mínimos.

Eu o desafiei a me dizer onde é que está esse financiamento. Por óbvio, ele fingiu que não entendeu e não respondeu. Ele não respondeu as minhas questões. Quem é que vai cuidar, de fato, da assistência técnica aos pequenos agricultores, aos quilombolas, aos indígenas, àqueles menos favorecidos? E ele não respondeu.

Eles querem extinguir também... Na verdade, eles não querem extinguir, eles querem juntar o Instituto Geológico com o Instituto Florestal com o Instituto... São três institutos. Não estou achando, mas são três institutos. Eles tentam juntar os três em um mesmo instituto. É não entender, de fato, o que significa cada um desses institutos.

Eu fui conversar com o secretário de Agricultura, e o secretário disse que ele vai fazer uma revolução na secretaria dele, só que ele não tem um centavo para fazer a revolução.

Eu disse: “como é que o senhor pretende fazer isso, secretário, se o seu orçamento, a cada ano que passa, é reduzido? As Casas de Agricultura estão em petição de miséria, tanto do ponto de vista físico quanto do ponto de vista da estrutura dos servidores.”

E ele, por óbvio, disse que vai fazer aos pouquinhos. Aí ele extingue toda a prestação de serviço, ele acaba com toda a prestação de serviço para a comunidade e depois ele vai ver como ele vai resolver.

Aliás, ontem, quando vários deputados e deputadas questionaram o secretário Mauro Ricardo, ele disse várias vezes: “Vai ser absorvido pela Secretaria de Saúde, vai ser absorvido pela Secretaria de Agricultura.”

Impossível! A secretaria não tem a menor condição de sobrevivência, que dirá de absorver mais serviços. Para se conseguir um exame se demora, às vezes, dois anos. A pessoa descobre que está com câncer e depois não consegue fazer um exame, morre antes de conseguir fazer um exame. Agora vai absorver serviços feitos pelo Oncocentro? Vá contar para outro. Não é verdade, é uma grande mentira, é para passar dinheiro para a iniciativa privada, é para entregar o patrimônio público, é para vender o patrimônio público.

Esse projeto prevê a elevação de tributos estaduais, ICMS, IPVA, também pretende a venda de inúmeros imóveis do patrimônio do Estado, a securitização de recebíveis, ou seja, você vende as receitas do Estado a preço de banana.

Também pretende alterar o sistema de pensão, de fundos do Estado. A Fapesp, as universidades vão perder muito recurso e parece que o governador pretende demitir em torno de seis mil funcionários, seis mil servidores públicos. É uma barbaridade, gente.

Tem muito mais coisas que esse projeto de lei prevê. É o fim do Estado, é o fim do Estado para entregar na mão dos amigos do rei.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem a deputada Monica.

 

  A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - Gostaria de encaminhar pelo Art. 82, pela bancada do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Tem V. Exa., deputada. Deputado, o senhor quer falar por uma comunicação? Tem V. Exa. o tempo regimental enquanto ela se dirige à tribuna.

 

O SR. CASTELLO BRANCO - PSL - Uma comunicação, por gentileza.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Tem Vossa Excelência.

 

O SR. CASTELLO BRANCO - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Faltou complementar na minha fala, eu gostaria de deixar registrado, um estudo que nós fizemos sobre o pai dessa maldade, o dono do cachorro, Mauro Ricardo da Costa. Nós levantamos a vida desse senhor, que começa lá atrás.

É formado na Fundação Getúlio Vargas, menino de boa formação, teve várias passagens, e não vai dar tempo, nobre presidente desta Mesa, de discorrer sobre o currículo. Mas eu vou falar duas ou três coisas que vocês vão entender.

A primeira, ele chegou a São Paulo em 2005. Foi secretário municipal de Finanças do prefeito José Serra. Já não precisa dizer mais nada. Depois do Serra ele foi para o Governo do Estado. Depois serviu na Secretaria da Fazenda. Depois acompanhou o Kassab. Depois foi para Salvador com ACM Neto e com Beto Richa na Secretaria do Paraná.

Depois foi trabalhar no Senado Federal com o senador Serra, e depois veio trabalhar na prefeitura com Bruno Covas. Depois ele trabalhou em várias gestões, e por onde passou deixou o seu nome registrado, mãos de tesoura, homem faz tudo, algoz do funcionalismo, entre outras palavras que não posso aqui dizer para não ferir o Código de Ética desta Casa. Ele era conhecido por um cara ruim, mau, que por onde passava causava destruição e dor.

Vamos lá: na Bahia ele ganhou o apelido de Maurinho Malvadeza, conhecido pelo polêmico e absurdo reajuste no IPTU de Salvador, em 2003, que até hoje está na Justiça. Na passagem pelo Paraná, ele ficou conhecido como a morte dos funcionários. Por quê? Ele foi responsável por uma série de maldades no governo do Beto Richa.

Depois ele lançou outro pacote de maldades na Assembleia Legislativa do Paraná, deputada Monica, quer dizer, ele já vem ganhando experiência, ele só vem aplicar agora em larga escala no estado de São Paulo uma série de maldades que ele já aprendeu há mais de 30 anos, o chamado corte de custeio da máquina pública. O pacote ficou conhecido lá como tarifaço.

Bom. A ficha dele continua, é enorme, ou seja, o governo contratou realmente um profissional do mal para fazer o mal.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado. Com a palavra a deputada Monica da Bancada Ativista, para falar pelo Art. 82 pela liderança do PSOL.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - PELO ART. 82 - Boa tarde, presidente; boa tarde a todos. A gente está debruçada sobre um pacote de maldades, um projeto de lei extenso que versa sobre reforma tributária, reforma administrativa e extinção de empresas e serviços públicos.

Mais uma vez eu vou chamar a atenção para esse novo capítulo da história do estado de São Paulo. Não está vendendo, concedendo para manter o serviço vigente. Está, sim, baixando as portas, extinguindo a empresa, demitindo servidores e inviabilizando para a população, que precisa desse serviço, um atendimento.

A gente está falando, inclusive, do fechamento de um hospital, que é o Oncocentro, nesse momento da história do Brasil em que a gente está reivindicando a importância da Saúde pública, da Saúde gratuita e da importância que tem o Oncocentro para atendimento de pessoas com câncer.

O governo vai e diz: “preciso fazer um ajuste fiscal, preciso economizar 10 bi”. Ele diz, a imprensa acredita, porque eu estava assistindo aos noticiários, estavam tratando como pacote da economia e etc, mas eu não sei quem é que viu, mas eu não vi os números. Eu não vi nem os números do rombo.

Ajuste fiscal pressupõe que o governo está com dificuldade de pagar as contas. Só que esse não é um governo transparente. É preciso falar disso também. A gente acompanha na linha fina a arrecadação e os custos do Estado disponíveis para a população. A gente conseguiu agora acompanhar até abril. Até abril o Governo do Estado de São Paulo vinha batendo recordes de arrecadação. Depois disso, limpo.

Você pede para se reunir com o secretário, você manda requerimento de informação. Quantos requerimentos de informação sem resposta do governo coleciona esta Casa? O meu gabinete já tem uma centena, que não cumpre o prazo legal de respostas. Eu não tenho acesso à informação.

Agora estão dizendo para a gente que querem economizar 10 bi porque precisam. Primeiro, não acredito que precisem. Vamos abrir o mapa das contas da arrecadação e do gasto? Onde gastaram? Por que a conta não está fechando? Vamos prestar contas de onde foi o desajuste?

Porque esse governo não teve auxílio emergencial, esse governo não teve linha de crédito para o pequeno agricultor, para comerciante. Onde foi que esse governo gastou? Onde está o desajuste? Quer abrir a caixa-preta dos contratos que fez? Vamos discutir isso?

Não vamos discutir isso. “Ah, mas vamos economizar 10 bi.” Onde? Onde? Porque a gente está falando da extinção de empresas superavitárias, que se autossustentam. Isso não é economia, é só extinção de empresa mesmo. É maldade. “Ah, mas aí tem o aumento de impostos que podem ser responsáveis por quase 50% por quem conseguiu fazer a conta”.

Esse é um detalhe importante, esse projeto tem 69 páginas. Aí você vai falar: “deputada, são 69 páginas.” São 69 páginas de centenas de artigos de temas diferentes e cada um deles impacta de maneira diferente sobre a vida da população do estado de São Paulo.

Cada empresa, cada aumento de imposto, cada regulamento, a gente precisa de muito estudo e muita conta para entender o aqui vai mudar na ponta. E política pública não é pastel, que vai parir de uma hora para outra, e vai tentar enfiar goela abaixo, de que a gente tem que aprovar.

Mas se o projeto é ruim, a Assembleia Legislativa não tem dados de que, primeiro, existe um rombo, e depois que esse projeto vai mesmo economizar, ou trazer alguns recursos, por que vai aprovar? Não sei. É injustificável. É injustificável a postura desta Casa, que sequer se defende, como poder Legislativo.

Não cumpre o seu papel de fiscalizar, não cumpre o seu papel de calcular e proteger a população. Está de cabeça baixa para os mandos e desmandos de um governador, que acha que vai governar sozinho.

O Barba falou, eu vou reforçar. Primeira coisa, noventena. O governo tem até esta semana para tirar esse projeto da Assembleia Legislativa, senão não pode aplicar o aumento dos impostos no ano que vem.

Então, estão desesperados por esta semana. Por isso, hoje, vão tentar extinguir o nosso tempo de debate. Extinguir o nosso tempo de debate não é automático. O governo vai ter que votar aqui, e a gente pode recusar, se, de fato, tiver mesmo uma maioria na obstrução.

Depois disso a gente pode encaminhar, e depois disso a gente segue a votação pelo rito de votação que a gente escolher votar, porque a gente tem que escolher como é que a gente vai votar. A gente não pôde escolher votar nas comissões, porque a gente estava perguntando: mas e os custos, e os gastos, e a planilha?

Mostra para a gente a entrada e a saída, o básico. Por que essa empresa, e não outra? Por que cinco mil? A gente não pôde perguntar. Aqui tem essa arbitrariedade, essa barbárie, que é relator especial. Mas a gente pode escolher como a gente vai votar: destaques, emendas, resgatar parte dos trechos. Então, vamos ver quem quer.

Agora, meus colegas, está muito forte por aí, não é a primeira eleição, a gente já sabe, não é a primeira votação assim, a gente já viu no passado, boatos de que o governador manda até helicóptero para buscar parlamentar no interior, para fazer ele votar. Estão dizendo que está ameaçando demitir os cargos que tem no governo.

Estão dizendo que estão oferecendo 30 milhões em emendas, a mais, para o parlamentar que for favorável, desses que estão silenciosos, que não defendem o projeto porque não tem como defender esse projeto, que é ruim.

Se for verdade, 50 vezes 30 milhões, o governo vai gastar 1,5 bilhão nessa conta, para querer economizar 10 milhões no final, que nem provou que vai. Se isso for verdade, a gente vai ver.

Mas, sabem o que eu acho? Acho que está na hora de a gente parar de fingir que a gente não está vendo. Está na hora de parar de fingir que não existe uma farra dos cargos comissionados no Governo do Estado de São Paulo, parar de fingir que não existe parlamentar aqui que anuncia obra nas suas cidades muito acima do valor de emenda que tem legalmente.

Está na hora de a gente instalar uma CPI aqui, porque esses senhores que atacam os serviços públicos, e os servidores públicos estatutários, que prestam serviço para a população na ponta, estão com medo de perder os seus cargos comissionados, alocados no governo.

Então, está na hora de a gente falar disso, e eu espero um dia concluir aqui a investigação de quais são os nomes dos parlamentares que se sujeitam a esse tipo de desserviço.

                                                                                                             

O SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, deputado Douglas Garcia.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - Para falar pelo Art. 82, em nome da liderança do PTB.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Tem V. Exa. o tempo regimental, Art. 82, pela liderança do PTB.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, eu quero aqui, em raras exceções, em situações completamente raríssimas, tão raríssimas quanto o cometa Halley, ou qualquer outro tipo de fenômeno astronômico, astrológico, seja lá qual for a terminologia, concordar em gênero, número e grau com o que foi dito pela deputada Monica.

O que o Governo do Estado de São Paulo está fazendo, o que o governo João Doria está fazendo, vai além da questão material, porque é surreal. João Doria conseguiu trazer um projeto para esta Assembleia Legislativa tão ruim, mas tão ruim, que não existem pessoas, não existe ideologia, não existem pensamentos filosóficos, políticos de esquerda e de direta que consigam concordar com tamanho absurdo, deputada Monica.

É inenarrável o que o Governo do Estado quer fazer com a população paulista. Cada deputado que votar favorável a esse projeto de lei estará contribuindo para que a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo seja envergonhada, para que a Assembleia de São Paulo seja, infelizmente, infelizmente, tachada de puxadinho do Palácio dos Bandeirantes.

Srs. Deputados, o Projeto de lei 529 é um projeto de lei que acaba com a vida da população paulista. João Doria é um verdadeiro irresponsável. Nós já demos dinheiro demais para o governador, e vejam só o que aconteceu. Ninguém confia nesse homem.

Vamos abrir mão, mais uma vez, dos cofres públicos e, pior ainda, de uma forma tão agressiva, aumentando impostos, desempregando milhares de paulistas, tudo para fazer as vontades de um homem que, de acordo com o que foi falado aqui, concordo, é 10% lá, deputada Monica, 10% do valor total que ele quer: 10 bilhões, ele está tirando 1,5 bilhão para emenda parlamentar.

O Ministério Público do Estado de São Paulo deveria fazer uma investigação de ofício. Mas está circulando aí que é o mensalão do Doria. É um absurdo isso, senhores. É uma vergonha para o Legislativo paulista permitir que tamanho absurdo seja concretizado nesta Casa de leis.

João Doria precisa ser barrado. E esta Assembleia Legislativa, ao fazer que esse projeto de lei seja devolvido para o Palácio dos Bandeirantes, sem ser aprovado aqui, passará esse sinal para o Palácio dos Bandeirantes, para o Poder Executivo, para o Governo do Estado de São Paulo, que nós somos o Legislativo independente.

Nós somos o Legislativo livre. Trinta milhões em emendas parlamentares é fraudar a democracia. É vender o seu voto, é vender o seu caráter. E eu tenho certeza absoluta de que os deputados não irão se dobrar a tamanha vergonha.

Isso é uma vergonha, senhores, uma vergonha. Tão vergonhoso quanto as próprias reações do Governo do Estado, aumentando imposto e tirando da população mais carente do estado de São Paulo.

É lamentável. É lamentável que nós tenhamos que subir a esta tribuna para dizer o óbvio, dizer que nós não estamos aqui para atacar a população, mas protegê-la. Esse é o papel do deputado estadual, do deputado federal, dos políticos.

É proteger a população, e abrindo mão desses direitos fundamentais que a população tem, respeitando seu trabalho, a livre iniciativa de poder, ainda ter o poder aquisitivo de comprar o pão, de comprar o alimento.

Não é respeitar a população, porque nós estaremos tirando da população esse poder, a partir da aprovação desse projeto. E o governo está desesperado, porque só tem até a sexta-feira para conseguir aprová-lo.

Deputados da Assembleia de São Paulo, aqueles que forem contra esse projeto, obstruam. Obstruam ao máximo. Vamos juntos fazer uma forte aliança pela sanidade, porque esse projeto de lei é uma guerra de emendas parlamentares contra o bom senso.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado Douglas. Pela ordem, deputada Monica.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - Pela ausência de parlamentares presentes, e com o acordo de todos, eu gostaria de pedir o levantamento desta sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje, lembrando-os ainda da sessão extraordinária, a realizar-se hoje, às 19 horas.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 17 horas e cinco minutos.

 

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