30 DE SETEMBRO DE 2020
38ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA
Presidência: CORONEL TELHADA e CAUÊ
MACRIS
Secretaria: GILMACI SANTOS e TENENTE
NASCIMENTO
RESUMO
ORDEM DO DIA
1 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - CAMPOS MACHADO
Solicita verificação de presença.
3 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Defere o pedido. Determina que seja
feita a chamada de verificação de presença, que interrompe quando constatado
quórum.
4 - PROFESSORA BEBEL LULA
Para questão de ordem, indaga à
Presidência a necessidade da aplicação do disposto no art.150, I, do Regimento
Interno desta Casa, no trâmite do PL 529/20.
5 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Informa que deve dar resposta em
momento oportuno.
6 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA
Para questão de ordem, defende a
competência da Comissão de Constituição, Justiça e Redação para apreciar o PL
529/20.
7 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Informa que deve dar resposta em
momento oportuno.
8 - CARLÃO PIGNATARI
Para questão de ordem, afirma que a
questão de ordem não deve ser usada como ferramenta de obstrução.
9 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Afirma que a questão de ordem é
regimental.
10 - DOUGLAS GARCIA
Para questão de ordem, indaga à
Presidência se promessa de concessão de emenda parlamentar fere o processo legislativo.
11 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Informa que deve dar resposta em
momento oportuno.
12 - CARLÃO PIGNATARI
Discute o PL 529/20.
13 - GIL DINIZ
Para questão de ordem, defende o
distanciamento social entre os parlamentares.
14 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Afirma que o pronunciamento do
deputado Gil Diniz não se trata de tema afeto à questão de ordem. Coloca em votação requerimento, do deputado Carlão
Pignatari, de encerramento da discussão do PL 529/20.
15 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA
Para questão de ordem, solicita à
Presidência a leitura das assinaturas constantes do requerimento, para
conferência.
16 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Informa que o requerimento está
disponível para leitura.
17 - CAMPOS MACHADO
Encaminha a votação do requerimento
de encerramento da discussão do PL 529/20, em nome do PTB.
18 - SERGIO VICTOR
Encaminha a votação do requerimento
de encerramento da discussão do PL 529/20, em nome do Novo.
19 - LECI BRANDÃO
Encaminha a votação do requerimento
de encerramento da discussão do PL 529/20, em nome do PCdoB.
20 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA
Para questão de ordem, indaga ao
deputado Coronel Telhada o motivo pelo qual ele está a presidir a sessão.
21 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Afirma que é o terceiro presidente desta
Casa.
22 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA
Para questão de ordem, informa que no
requerimento constatara número de assinaturas inferior ao necessário.
23 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Informa que há 34 assinaturas.
24 - TEONILIO BARBA LULA
Encaminha a votação do requerimento
de encerramento da discussão do PL 529/20, em nome do PT.
25 - CAMPOS MACHADO
Para questão de ordem, indaga à
Presidência se o deputado Gilmaci Santos, como 1º
vice-presidente, não deveria assumir a Presidência.
26 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Indaga ao deputado Gilmaci Santos se ele tem a intenção de assumir a
Presidência.
27 - GILMACI SANTOS
Para comunicação, afirma que não
pretende assumir a Presidência nesta sessão.
28 - CAMPOS MACHADO
Para questão de ordem, afirma que não
há possibilidade regimental de continuidade da sessão.
29 - PROFESSORA BEBEL LULA
Para questão de ordem, afirma que não
há vacância na Presidência.
30 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Informa que o presidente Cauê Macris
determinara que ele assumisse a Presidência.
31 - DOUGLAS GARCIA
Para questão de ordem, lê o art. 20
do Regimento Interno. Indaga o que impossibilita o deputado Gilmaci
Santos de assumir a Presidência.
32 - GILMACI SANTOS
Explica o motivo pelo qual está
impedido de assumir a Presidência desta sessão.
33 - PAULO LULA FIORILO
Para questão de ordem, clama ao
deputado Coronel Telhada que abra mão da Presidência, diante do exposto.
34 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Informa que não tem o poder de
determinar que o presidente Cauê Macris ou o 1º vice-presidente, deputado GIlmaci Santos, assumam a Presidência. Afirma que vai
cumprir o Regimento Interno desta Casa.
35 - GIL DINIZ
Para questão de ordem, defende o
cumprimento do Regimento Interno desta Casa, quanto à substituição na
Presidência. Afirma que este Parlamento está rendido à orientação do governador
João Doria.
36 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Reitera que ocupara a Presidência por
determinação do presidente Cauê Macris. Afirma que o presidente Cauê Macris não
estava presente na abertura da sessão. Sugere a interessados a confirmação via
vídeo da sessão. Assevera que não lhe cabe abandonar a Presidência da sessão.
37 - PROFESSORA BEBEL LULA
Para questão de ordem, indaga ao
deputado Coronel Telhada se ele deve permanecer na Presidência, durante a
votação.
38 - CORONEL TELHADA
Dá resposta afirmativa à questão.
39 - ENIO LULA TATTO
Para questão de ordem, reflete sobre
o andamento da sessão. Afirma que a estratégia do governo é alcançar, nesta
sessão, 48 votos. Acrescenta que se o deputado Coronel Telhada permanecer na
Presidência, deve ser responsabilizado pelo resultado da votação.
40 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Afirma que não deve aceitar ameaça.
41 - DOUGLAS GARCIA
Para questão de ordem, indaga o
motivo pelo qual o presidente Cauê Macris encontra-se impossibilitado de
presidir a sessão.
42 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Reitera que não tem competência para
determinar explicações do presidente Cauê Macris.
43 - CAIO FRANÇA
Para questão de ordem, informa que
vídeo confirmara a presença do presidente Cauê Macris na abertura da sessão.
Defende a suspensão da sessão por dois minutos, para análise da filmagem.
44 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Afirma que, em obediência ao
Regimento Interno, não há como suspender a sessão durante votação.
45 - CAIO FRANÇA
Para questão de ordem, reitera à
Presidência clamor pela conferência do vídeo da sessão.
46 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Determina a suspensão da sessão por
dois minutos, às 20h23min, reabrindo-a às 20h27min.
47 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Assume a Presidência.
48 - ERICA MALUNGUINHO
Encaminha a votação do requerimento
de encerramento da discussão do PL 529/20, em nome do PSOL.
49 - ARTHUR DO VAL
Encaminha a votação do requerimento
de encerramento da discussão do PL 529/20, em nome do Patriotas.
50 - PROFESSORA BEBEL LULA
Para questão de ordem, indaga à
Presidência se é válida a primeira parte da sessão.
51 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Dá resposta afirmativa à questão.
52 - ADRIANA BORGO
Encaminha a votação do requerimento
de encerramento da discussão do PL 529/20, em nome do PROS.
53 - GIL DINIZ
Encaminha a votação do requerimento
de encerramento da discussão do PL 529/20, em nome do PSL.
54 - CAMPOS MACHADO
Para questão de ordem, afirma que o
discurso do deputado Arthur do Val pode ensejar a nulidade da sessão. Defende a
apuração antes de ser levada a efeito a votação.
55 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Informa que deve dar resposta em
momento oportuno.
56 - ERICA MALUNGUINHO
Para questão de ordem, comenta fala
do deputado Campos Machado.
57 - CAIO FRANÇA
Encaminha a votação do requerimento
de encerramento da discussão do PL 529/20, em nome do PSB.
58 - ED THOMAS
Encaminha a votação do requerimento
de encerramento da discussão do PL 529/20, em nome do PSB.
59 - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA
Encaminha a votação do requerimento
de encerramento da discussão do PL 529/20, em nome da Minoria.
60 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Lembra sessão extraordinária a ser
realizada hoje, dez minutos após o término desta sessão. Encerra a sessão.
* * *
- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Telhada.
* * *
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da ata da sessão anterior. Ordem do Dia.
* * *
- Passa-se à
ORDEM DO DIA
* * *
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Meu caro presidente, dentro do que o Regimento, requeiro a V. Exa., que preside neste momento a Casa, seja feita regimentalmente uma verificação de presença.
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - É regimental, Sr. Deputado. Sr. Deputado, eu, contando aqui, de momento, há quórum. Mas não há mais não. É regimental, Sr. Deputado, a solicitação de Vossa Excelência. Portanto solicito ao Sr. Deputado Gilmaci Santos e ao deputado Tenente Nascimento que façam a devida verificação de presença desta sessão extraordinária.
* * *
- É iniciada a chamada.
* * *
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Constatado quórum regimental, retomamos a sessão.
Discussão e votação do Projeto de lei nº 529, de 2020.
A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente, eu gostaria de fazer uma questão de ordem.
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - É regimental, Sra. Deputada. Vossa Excelência tem o tempo de dois minutos.
A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Muito obrigada, Sr. Presidente. Senhor Presidente, formulo a presente questão de ordem, com a finalidade de obter de Vossa Excelência...
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Sra. Deputada, só um minutinho, por gentileza. Solicito aos Srs. Deputados presentes: atenção, por gentileza. Atenção nas palavras da deputada Bebel, que está fazendo uma questão de ordem, para que este presidente possa ouvi-la.
A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - PARA QUESTÃO DE ORDEM – Sr. Presidente, formulo a
presente questão de ordem, com a finalidade de obter de Vossa Excelência
esclarecimentos acerca da aplicação do disposto no Art. 135, inciso I do
Regimento Interno em relação à admissibilidade do Projeto de Lei nº 529, de
2020, de autoria do Sr. Governador e que estabelece medidas voltadas ao ajuste
fiscal e ao equilíbrio das contas públicas e dá providências correlatas.
O Regimento Interno estabelece em seu Art. 135, inciso
I as situações que impedem a admissão das proposições, dentre elas quando a
proposição for manifestamente inconstitucional.
O substitutivo apresentado pelo relator especial,
deputado Alex de Madureira, ao Projeto de lei nº 529, de 2020, apresenta
disposições manifestamente inconstitucionais, pois altera ou revoga, através de
lei ordinária, vários artigos de leis complementares. Vejamos:
Art. 42, inciso I (alteração tácita).
Art. 58, incisos 11, 111 e IV.
Art. 60 “caput”.
Art. 68, incisos VIII e IX.
Os artigos acima mencionados contrariam o que
estabelece o Art. 23 da Carta Constitucional do Estado de São Paulo, posto que
pretendem alterar leis complementares por intermédio de lei ordinária.
Não se admite a alteração de lei complementar por
intermédio de lei ordinária. A Lei Complementar é a via pela qual deve-se
legislar sobre determinados assuntos elencados no Art. 23 e, para aprovação,
deve contar com o voto da maioria absoluta dos membros do Parlamento, enquanto
que o quórum de aprovação de uma lei ordinária é o de maioria simples.
Desta forma, em caso de proposição que pretenda
alterar leis complementares, essas alterações devem ser feitas por leis
hierarquicamente superiores ou do mesmo escalão, pois uma lei que tem quórum
especial de aprovação não pode ser alterada por outra cujo quórum de aprovação
seja simples.
Isto posto, considerando que o Projeto de lei nº 529,
de 2020, não atende aos pressupostos de admissibilidade estabelecidos pelo Art.
135, inciso I, do Regimento Interno, com base nos Arts.
260 e seguintes do mesmo diploma legal, suscitamos a presente questão de ordem,
indagando a Vossa Excelência sobre a necessidade da aplicação do dispositivo
regimental que não admite a tramitação das proposições contrárias às suas
disposições, ou ainda a adoção das medidas necessárias ao exato cumprimento do
Regimento Interno desta Casa.
São Paulo, 30 de setembro de 2020.
Esta é a minha questão de ordem.
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sra. Deputada. Solicito que entregue
esta questão de ordem. Nós recebemos e será respondida em tempo oportuno.
Discussão e votação.
A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - Questão de ordem, presidente. Eu gostaria de
apresentar uma questão de ordem à Mesa.
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Por gentileza.
A SRA. MONICA DA BANCADA
ATIVISTA - PSOL - PARA QUESTÃO DE ORDEM – Sr. Presidente, o § 1º do Art.
31 do Regimento Interno prescreve que compete à Comissão de Constituição,
Justiça e Redação manifestar-se a respeito de todos os assuntos quanto ao
aspecto constitucional, legal e jurídico. O Art. 134 do Regimento Interno, por
sua vez, determina que “as proposições deverão ser redigidas em termos claros e
sintéticos e conter a devida justificativa”.
O parecer
apresentado pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação, ainda que por
relator especial designado, não se pronunciou sobre a inexistência de qualquer
nota explicativa ou relatório contendo a estimativa de impacto orçamentário e financeiro
das leis, como reza o artigo 113 do ADCT da Constituição Federal:
Constituição
Federal de 1988. Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
Art. 113. A
proposição legislativa que crie ou altere despesa obrigatória ou renúncia de
receita deverá ser acompanhada da estimativa do seu impacto orçamentário e
financeiro.
Observe-se
que, evocando a competência exclusiva da Comissão de Constituição e Justiça,
não se pugna nesta questão de ordem pela análise de mérito sobre eventuais
estimativas de impacto, que sequer foram apresentadas, o que, sabe-se, seria da
competência da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento (CFOP).
Quer-se
apontar, tão somente, que, junto ao PL 529/20, não foi apresentado qualquer
documento formal que apontasse a racionalidade da medida de ajuste, a saber,
sequer uma nota explicativa a confrontar, minimamente, por exemplo, o volume de
custos a serem cortados com a extinção de entidades descentralizadas e o volume
de recursos que serão dispensados com a prestação terceirizada dos serviços,
como anuncia a justificativa do projeto.
Trata-se,
portanto, de falha de natureza constitucional formal, a macular a tramitação do
PL 529/20, o que deveria ter sido expressamente analisado pela CCJR, neste
caso, pelo parecer do relator especial que lhe fez as vezes, configurando, por
sua vez, uma omissão do referido parecer.
Caso
contrário, como poderão os parlamentares analisar o mérito do Projeto de lei nº
529/2020, sem dados financeiros suficientes para formarem sua convicção acerca
das vantagens de cada assunto tratado no projeto, como aumento de contribuição
para o Iamspe, extinção de entidades, aumento de
tributos, retirada de isenções, entre outros aspectos?
Nesse sentido,
o parecer apresentado pelo relator especial em substituição à Comissão de
Constituição, Justiça e Redação na análise do Projeto de lei nº 529/2020, não
foi omisso ao deixar de se manifestar sobre elemento essencial para apreciação
de uma propositura?
Ao não
apresentar tais dados, o Projeto de lei nº 529/2020 não se mostra inepto, com
justificativa deficiente, desafiando a inteligência do Art. 134 do Regimento
Interno?
Assim, nos
termos do art. 65 c/c Art. 18, inciso I, alínea “h” do Regimento Interno da
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, pugno pela apreciação desta
questão de ordem.
Sala das
Sessões, em 30 de setembro de 2020.
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sra. Deputada. Esta mesa recebe a
questão de ordem de Vossa Excelência. Será respondida em tempo oportuno. Com a
palavra, o deputado Carlão Pignatari.
O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pela ordem, presidente.
O SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - Questão de ordem, presidente. Questão de ordem,
presidente.
O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Questão de ordem, presidente.
Acho que a questão de ordem é regimental, é um direito de todos os deputados
fazê-la. Mas não pode ficar fazendo como ferramenta de obstrução. Não é
possível isso, presidente. Não é possível. Questão de ordem para virar
ferramenta de obstrução? Acho que as pessoas têm que vir aqui, tem que falar, e
convencer a votar “sim” ou “não”.
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Deputado Carlão, Srs. Deputados, por gentileza.
Questão de ordem é regimental. Portanto, V. Exa. tem a palavra, deputado. Um
minutinho e já passo a V. Exa. a palavra. Deputado Douglas Garcia tem dois
minutos com a questão de ordem.
O SR. DOUGLAS GARCIA -
PTB - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Muito obrigado, Sr.
Presidente, pela educação de Vossa Excelência. Apesar de eu respeitar muito o
deputado Carlão Pignatari, existe respeito nesta Casa. Tenho certeza que V.
Exa. compreenderá.
Sr.
Presidente, na semana passada fiz uma questão de ordem com o presidente Cauê
Macris, e fui atendido no sentido do processo legislativo a que segue um
projeto de lei nesta Casa de leis.
Sr.
Presidente, com base no Art. 1o, parágrafo único da Constituição
Federal, nessa mesma fundamentação, fiz uma questão de ordem questionando sobre
a retirada de todos os artigos do meu projeto de lei.
Porque a deputada
Monica tinha protocolado durante esse processo, que foi um verdadeiro absurdo.
O presidente, deputado Cauê Macris declarou isso como improcedente, e mandou
retirar essa emenda. Dentro dessa mesma lógica, venho aqui diante do senhor.
Com base no
Art. 1o, parágrafo único da Constituição Federal, e considerando as
denúncias dos deputados Barba e do deputado Giannazi, de que o processo
legislativo pode estar sendo fraudado por promessa de envio de emendas
parlamentares, o que coloca em xeque a legitimidade e a higidez do sistema
representativo, de modo que os deputados votarão a favor do projeto não porque
ele é bom, e sim por razões obscuras; formulo a presente questão de ordem para
que seja respondido se, no entender desta Casa, a promessa de vantagens para
direcionar uma decisão de voto, não viola o processo legislativo, fraudando,
assim, a democracia.
Essa é a minha questão de ordem, baseada no
Art. 1o, parágrafo único da Constituição da República, de que o
processo legislativo nesta Casa de leis está eivado, uma vez que nós temos
denúncias, vindas do Poder Executivo, de que estaria comprando os parlamentares
para votarem “sim” a este projeto de lei absurdo que foi trazido a esta Casa.
Esta Casa
precisa ter liberdade para votar um projeto, Sr. Presidente. O processo
legislativo está viciado, uma vez que temos denúncias do Poder Executivo
intervindo através de emendas parlamentares.
Solicito a V.
Exa. que responda a minha questão de ordem.
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado. Sr. Deputado. Recebo a vossa questão
de ordem. Será respondida em tempo oportuno.
Com a palavra, o deputado Carlão Pignatari.
O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
ouvindo agora o deputado Douglas Garcia, um deputado que eu tenho um respeito
enorme por ele, eu já disse aqui várias vezes. Ele precisava ir no microfone e
nominar, dizer o nome dos deputados que estão sendo comprados pelo Governo.
O senhor tem que respeitar uma casa de leis. O senhor
não pode ficar falando sem nominar. Senão pode ser qualquer um dos 94
deputados. O senhor tem que ter respeito. Vá fazer a denúncia, sim. Mas nomine,
diga o nome. Porque não é possível falar sobre governos e deputados sendo
vendidos na Assembleia Legislativa de São Paulo. O senhor sempre tem que ter
precaução.
O maior parlamento da América Latina, onde as pessoas
vêm aqui para discutir o seu dever e o seu direito de votar “sim”, de votar
abstenção, de votar “não” ou de ficar em obstrução. Nós não podemos ficar com
achismo, usando a honra das pessoas, usando a honra desses deputados. Não é
possível, isso. Não é possível, isso.
Mas vamos, agora, ao tema que todos nós estamos aqui,
que é o PL 529. Eu já disse várias e várias vezes nesta tribuna: as pessoas, ao
contrário do que o deputado Douglas afirmou, que votarem contra este projeto,
estão votando contra 40 milhões de pessoas. Esse recurso que será economizado,
que será para o governo de São Paulo, irá fazer que, no próximo ano, o ano mais
difícil da história, o ano mais difícil da história...
O SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - Pela ordem, deputado Carlão. Me concede um aparte?
O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Não. É o ano mais difícil da história. Esse ano
tivemos alguns benefícios do governo federal. São Paulo perdeu aproximadamente
quase 15 bilhões de reais em arrecadação de ICMS.
Pela crise que houve, não foi aqui na cidade de São
Paulo, na capital, não foi no estado de São Paulo, não foi no Brasil só. Foi no
mundo. O mundo está passando por uma dificuldade econômica enorme.
A partir desse momento o governo federal, presidente
Bolsonaro, ministro Paulo Guedes, acertadamente postergaram o pagamento das
dívidas dos estados por 10 meses, para o ano que vem. Só para São Paulo, isso,
para São Paulo, para São Paulo, temos que ter, sim.
O SR. GIL DINIZ - PSL - Questão de ordem, presidente. Questão de ordem,
presidente. Questão de ordem, presidente.
O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - No meio do discurso?
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - É sobre o processo, deputado?
O SR. GIL DINIZ - PSL - Questão de ordem.
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Um minutinho só, deputado Carlão. Por gentileza.
Questão de ordem.
O SR. GIL DINIZ - PSL - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Presidente, o deputado Cauê
Macris fez um ato, se não me engano, um ato da Mesa, ou um ato próprio do
presidente, sobre o distanciamento social dos deputados neste plenário. De, no
mínimo, um metro e meio, salvo engano.
Pelo que consta, há vários deputados, principalmente
da base, que não estão respeitando este processo. Acredito que estamos num
tempo de pandemia, como muitos falaram: questão de máscara, distanciamento
social. Para o governo, hoje, não existe pandemia. Não tem grupo de risco.
O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Presidente, qual é a questão de ordem, presidente?
O SR. GIL DINIZ - PSL - A questão de ordem é se deve-se ou não ter o
distanciamento social, conforme o ato feito pelo presidente desta Casa.
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Deputado Gil Diniz, isso não é questão de ordem. Isso
que o senhor está fazendo é um alerta. Um minutinho, por gentileza. As cadeiras
já estão numa distância regulamentar. Solicito aos Srs. Deputados, portanto,
que mantenham a distância regulamentar de um metro e meio. Srs. Deputados…
O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Mas…
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Um minutinho só, deputado Carlão. Por gentileza. Srs. Deputados,
peço um minutinho de V. Exa. Recebi à mesa um requerimento do deputado Carlão
Pignatari, tendo em vista que já se passaram seis horas de discussão.
Requerimento. Sr. Presidente, requerendo, nos termos
do Art. 194, parágrafo único do Regimento Interno, o encerramento da discussão
do Projeto de lei nº 529, de 2020, constante da presente Ordem do Dia. Deputado
Carlão Pignatari, com as assinaturas regulamentares.
Pois não, deputado.
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Para encaminhar pelo PTB.
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Eu preciso colocar em votação.
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Não, encaminhar. Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Um minutinho, por gentileza.
O SR. DANIEL JOSÉ - NOVO - Eu gostaria de saber se existe o número regimental de
assinaturas. E gostaria que fossem nominados os que não querem continuar a
discutir um projeto que aumenta impostos no estado de São Paulo.
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Está aqui na mesa. Se o senhor pode conferir, o senhor
pode conferir. Nós vamos colocar em votação, Sr. Deputado. Pois não, Sra.
Deputada.
A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Eu gostaria que o senhor lesse para a gente, por
favor, conferir, se tem os 32. Até para respeitar o distanciamento social, não
quero ir até o senhor.
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Não entendi, deputada Monica. Para conferir?
A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - O senhor pode ler, por favor, para a gente conferir a
questão de ordem, se tem 32 assinaturas?
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Tem, sim senhora. Qualquer deputado que tenha qualquer
dúvida, por gentileza, pode se aproximar e conferir as assinaturas.
Em votação. Pois não. Para encaminhar, deputado Campos
Machado, pela liderança do PTB.
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, eu somente queria que V. Exa. pedisse
silêncio.
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Solicito à Casa, por gentileza, que se mantivesse em
silêncio para ouvir o pronunciamento do deputado Campos Machado.
O SR. CAMPOS MACHADO -
PTB - Srs. Deputados, antes de vir a esta sagrada tribuna,
eu fui ao dicionário “Aurélio” para verificar o que quer dizer “vergonha”. O
que quer dizer “vergonha” segundo Aurélio Buarque de Holanda? Desonra que
ultraja e humilha. Desonra ou humilhação.
É este
sentimento que eu trago dentro de mim hoje: o da vergonha. Esta Casa no chão,
submissa, rastejando feito uma serpente. Uma casa que não sabe da sua grandeza.
O deputado
Douglas, da sua maneira, ele não mentiu, não. Da sua maneira, ele disse uma
coisa certa. Houve uma cooptação de parlamentares. E ninguém vem me desmentir
aqui. Gente que, repentinamente, ao sabor do vento, mudou de opinião.
Esta vergonha,
depois de 30 anos, que eu passo nesta noite; eu que imaginava que esta Casa,
que abrigou Ulysses Guimarães, Jânio
Quadros. Franco Montoro, fosse uma casa que ouvisse o passado. O passado é a
ponte que nos conduz ao presente e nos leva em direção ao futuro.
Onde está a
honra desta Casa, que nesta noite entrega, de porteira fechada, a Assembleia de
São Paulo, a maior da América Latina, nas mãos do senhor João Agripino? Onde
está?
Eu estava
lendo aqui. Até a Defensoria Pública é contra esse monstrengo, esse “projetocídio”. Um projeto que é um genocídio de todos os
programas sociais. E é um suicídio para os deputados que votarem. Prestem
atenção. O futuro não vai perdoar o presente.
Quem vai
explicar que a Defensoria Pública vem aqui, se manifesta e diz que esse projeto
é inconstitucional? Quem vai explicar? Diz, deputada Leci
Brandão, como explicar essa vergonha?
Aí tem um deputado aqui na Casa que foi nomeado
relator especial. Até gosto dele, mas ontem ele veio aqui e usou a palavra
mentira, mentira. Será que ele sabe o que é mentira? Será que ele leu um dia
algum dicionário para saber o que é mentira?
Mas, para ofender alguns parlamentares, ele falou que
quem está na oposição está mentindo. Mentindo está ele, que não apreciou 600
emendas. Mentindo está ele, que enganou, com seu parecer, a honra dos
paulistas.
Não há um ser humano só, Coronel Nishikawa,
que tenha condição de examinar 600 emendas em menos de 24 horas. Aí ele diz que
é mentira da oposição. Pode vir qualquer deputado.
Vejam que o presidente Cauê Macris talvez se inscreva.
Vai falar o quê? O que pode falar contra esse projeto que está aqui? Projeto do
estado quer demitir servidor e aumentar convênio. O que é isso? Mas vai cumprir
o papel que lhe foi outorgado pelo Palácio dos Bandeirantes.
Enquanto isso, meu amigo, deputado Luiz Fernando, e o
povo? O povo? Quem é o povo? Os pobres? Mas quem são os pobres? Os humildes?
Mas quem são os humildes? Eu indago, será que aqui ninguém tem consciência?
Consultem a consciência e verifiquem se é correto o que nós vamos fazer daqui a
pouco.
Nesta noite, deputado Major Mecca,
eu me sinto envergonhado, 30 anos na Casa e nunca vi uma vergonha dessas. De
repente os deputados, alguns, mudaram como se fossem nuvens. O céu, de repente,
azulou. Estava escuro, ficou claro.
O deputado Douglas não teve o objetivo de ofender quem
quer que seja, ele simplesmente foi retratar uma realidade. Que me disseram há
dois meses: “Eu não voto nunca esse projeto” e, hoje, cordeiros, mansos,
silenciosos, acovardados, alguns com medo de represália.
E eu dizia a um parlamentar há pouco: “Não tenha medo
de represálias. Eu vou estar ao seu lado para defendê-lo”. Não é o governo que
vai defendê-lo não, não é a liderança do Governo que vai defendê-lo não. Eu
estou assumindo o compromisso de defender esse deputado que é vítima de uma
maldita carta anônima.
É por isso, deputado Major Mecca,
que eu estou triste. Tem lágrimas, deputada Leci
Brandão, que rolam pelas faces e outras pelo coração. Nesta noite meu coração
está transbordando de lágrimas de vergonha, de humilhação. O que posso eu
fazer? Ser um Dom Quixote, ser escudeiro Sancho Pança e seu cavalo Rocinante a lutar contra moinhos de vento?
Podemos perder, mas vamos perder de cabeça erguida. Eu
não vou ter vergonha de andar pelo estado, de ir aos bairros e dizer que eu
votei contra a extinção da EMTU, da CDHU. Fala-se tanto.
Ontem colocaram aqui no painel explicações de quem não
sabe o que está falando. Nem o líder do Governo nem o relator especial sabiam o
que estavam falando. Mas o que fizeram? Decoraram um trecho, como maus
artistas, com falastrões da política, expuseram o quadro.
É por isso, Sr. Presidente... Meu tempo está se
esvaindo. Eu me sinto envergonhado. Um ex-vereador, hoje deputado desta Casa,
me disse: “Campos, você não conhece a maldade do Sr. João Agripino. O
sentimento de vingança que ele traz no peito”. E hoje ele se vinga do povo de
São Paulo.
Eu quero ver, o PTB vai dizer cidade por cidade,
município por município. Nós vamos lançar 200 prefeitos, 200 vices e 5.200
vereadores. Eu vou dizer para todo o PTB do estado: deputados da Assembleia
traíram o povo mais humilde, mais honrado, um povo empobrecido.
Obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP
- Muito obrigado, Sr. Deputado.
Em
votação. (Vozes sobrepostas.)
Eu
vou fazer uma solicitação à nossa assessoria, deixe todos os microfones
ligados, por gentileza. Se não, o deputado fala comigo. Eu ouvi a deputada
Monica, é isso?
A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL
- Eu tinha combinado com o Daniel
José que ia deixá-lo fazer um pela ordem primeiro.
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP
- Deputado Daniel José. Questão de
ordem?
O SR. DANIEL JOSÉ - NOVO - Presidente, quero indicar o deputado Sergio Victor
para encaminhar pela bancada do Novo.
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP
- É regimental. Cadê o deputado
Sergio Victor? Deputado, V. Exa. tem o tempo regimental para encaminhar pela
bancada do Novo.
Quero
saudar, aqui, a deputada Leci Brandão, faz tempo que
eu não a vejo. Prazer em vê-la, querida.
O SR. SERGIO
VICTOR - NOVO - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa noite, presidente, boa
noite, caros deputados, boa noite, todos aqui da Casa hoje presentes. Boa noite
às pessoas que nos assistem pela TV Alesp.
Meus amigos, temos uma missão muito importante esta
noite, barrar o Projeto de lei 529, que vai aumentar impostos e passar a conta
para a população que mais está sofrendo neste momento de pandemia. E, mais uma
vez, o governo, em vez de reduzir despesas para resolver o problema, vai
assinar o boleto e passar a conta para a população pagar, deputado Daniel José.
No meio de uma pandemia em que 800 mil pessoas
perderam seus empregos, milhares de empresas fecharam, famílias perderam seus
entes queridos, renda e emprego, a forma como o governo vai resolver esse
problema é uma pá de cal para terminar de afundar as pessoas que estão sofrendo
nessa crise.
O governo estima um rombo de 10,4 bilhões de reais
para o ano que vem e, quando a gente viu, deputado Heni,
o plano de marketing do governador João Doria, divulgando que seria uma reforma
administrativa, uma modernização administrativa, inclusive vários veículos da
imprensa acolhendo e utilizando os mesmos termos, por um momento eu até
acreditei que a gente veria uma boa solução para essa proposta.
Muito pelo contrário. Vamos aqui aos fatos. Esse
Projeto de lei 529, de 2020, encaminhado pelo governo, foi estruturado em três
eixos. O primeiro deles, enxugamento da estrutura administrativa. E a gente na
expectativa de que esse fosse o pilar principal desse projeto, mas não.
Economia prevista de 585,7 milhões de reais.
O deputado Daniel José trouxe aqui muito bem ontem,
isso não significa, deputado, nem 0,2% do Orçamento. Mas espera aí, se o
problema é orçamentário, a redução de despesas é só isso? Eu preciso dar dois
exemplos aqui, deputado Gil Diniz, para ficar mais claro o meu ponto.
Cada deputado estadual da bancada do Partido Novo da
Assembleia Legislativa de São Paulo economiza, mais ou menos, por ano, dois
milhões de reais reduzindo o número de assessores, abrindo mão de verba de
gabinete, de carro oficial, de auxílio moradia, seguro saúde, gratificações,
dentre outras coisas.
Se todos os 94 deputados estaduais desta Casa fizessem
a mesma coisa, esta Casa economizaria 188 milhões de reais. É quase um terço da
economia prevista pelo governo neste projeto.
E o meu segundo exemplo, que eu preciso dar e aqui eu
parabenizo o presidente Cauê Macris, vejo aqui ele agora em plenário,
parabenizo o presidente Cauê Macris e todos os deputados desta Casa pela...
(Pausa.) Não gostaram dos parabéns, Cauê. Mas eu te parabenizo mesmo assim pela
medida dura que a gente tomou aqui na Alesp, no
começo da pandemia.
Foi aprovado um projeto de lei, aqui nesta Casa, que
reduzia em 30% o salário dos deputados e mais várias medidas de redução de
despesas com uma economia prevista de, mais ou menos, 320 milhões de reais.
Isso foi mais da metade do que a economia prevista nesse Projeto de lei 529,
encaminhado pelo governo.
Olha, o Governo do Estado de São Paulo, com um
orçamento de 210 bilhões de reais, manda para cá e diz para a gente que a única
medida de redução de despesa vai economizar apenas 585 milhões de reais? É
sério? Não tem cargos comissionados? Não tem gordura para queimar? A gente vai
passar essa conta para a população?
Zero vírgula dois por cento do Orçamento enquanto eu
acabei de dar aqui bons exemplos de como a gente pode reduzir e cortar na
própria carne? Para mim, deputado Ricardo Mellão, ou é má fé ou é
incompetência.
O segundo eixo, a realocação de recursos financeiros.
E aqui eu vou ter que utilizar um pouco dos argumentos do deputado Daniel José,
porque ele falou muito bem ontem. Isso aqui é um incentivo para todos os
gestores das fundações, dos fundos aqui que vão ter o superavit
alterado para que os gestores gastem todo esse recurso. Se você tiver economia,
se você fizer uma boa gestão, o Governo do Estado de São Paulo vai lá sacar e
aproveitar esse dinheiro.
Mas, para mim, o ponto mais intrigante e, inclusive,
inconstitucional é a redução do repasse para as universidades e para a Fapesp.
Durante toda a pandemia eu não vi ninguém enaltecer mais a ciência, deputada
Monica, do que o governador João Doria, mas, na primeira oportunidade que ele
teve, esse projeto de lei veio aqui e tira dinheiro justamente das
universidades e da Fapesp. Isso vai ter um dano muito grande para a pesquisa e
para a ciência no longo prazo. E, por isso, obviamente, a gente é contrário a
esse item.
Eu, como presidente da Comissão de Ciência e
Tecnologia, inclusive, jamais poderia deixar isso daqui passar. E o terceiro
eixo, o que eles chamam de melhoria da administração tributária, aqui serão 4,5
bilhões de reais. Ou seja, dos 10,4 bilhões que o governo prevê como um rombo,
metade da solução está em aumentar imposto.
E aqui, como o deputado Ricardo Mellão disse muito bem
ontem, esse é o cavalo de Doria. O Art. 24 autoriza o estado a aumentar imposto
sem a permissão da Alesp. Não é possível que a gente
vai deixar isso passar por aqui. Desde o começo do mandato eu vejo diversos
deputados reclamando que esta Casa tem pouca autonomia, que a gente tem pouca
competência legislativa, e aqui a gente está entregando um cheque em branco
para, talvez, uma das principais oportunidades que esta Casa tem de legislar.
Bom, vamos lá, esse artigo aqui é um pouco mais
técnico, vou dar uma colada aqui. O Art. 24 quer dar permissão ao Poder
Executivo para reduzir ou manter benefícios fiscais. É isso o que diz. O
problema aqui é que o projeto de lei define como benefício fiscal qualquer
alíquota abaixo de 18 por cento.
Quais são os produtos que têm alíquota abaixo de 18
por cento? São os produtos da cesta básica, medicamentos genéricos,
carnes, aves, ovos, farinha, material de construção. Aí eu te pergunto: quem é
que vai ficar mais afetado com esse aumento de imposto?
Ontem eu tive que, infelizmente, ouvir aqui o deputado
Carlão Pignatari, líder do Governo, por quem eu tenho um respeito enorme, falar
bobagem de que o Novo defende os ricos, defende os empresários.
Mas eu tenho uma pergunta: se o ICMS, deputado
Wellington, é o imposto sobre o consumo, quando você aumenta ICMS, quando você
aumenta o imposto, esse aumento vai prejudicar mais o rico, que consome uma
parte do seu salário, ou vai prejudicar mais o pobre, que consome 100% do seu
salário? Essa é a dúvida.
Eu fico sempre me perguntando por que eu tenho que
ouvir ainda que o Partido Novo defende os ricos e os empresários. E mais um
exemplo que eu preciso dar também, o deputado relator desse projeto, inclusive,
Alex de Madureira, subiu nesta tribuna e disse: “Tem serviços que são prestados
na sua casa que você paga 18% de imposto e a empresa repassa apenas 9% para o
estado”.
Olha, deputado Alex de Madureira, se isso de fato
acontece, esse projeto de lei não resolve isso. Vários dos benefícios fiscais
são concedidos diretamente lá na caixa preta da Fazenda, inclusive sem passar
por esta Casa, e esse é um exemplo. Esse tipo de benefício fiscal em nenhum
lugar está escrito, aqui no Art. 24, que isso resolveria esse problema. O que
esse Art. 24 vai fazer na prática é aumentar imposto.
Nesse mesmo mês, a gente viu essa discussão
acontecendo também lá no governo do Rio Grande do Sul. E o governador Eduardo
Leite mandou um projeto similar a este, que também aumentava impostos, mas pelo
menos ele teve a transparência de colocar no projeto quais artigos, quais
categorias teriam quais aumentos de alíquota. E, é claro, obviamente, que a
bancada do Partido Novo da Assembleia do Rio Grande do Sul também combateu e
conseguiu barrar esse aumento de imposto.
Para finalizar, meus queridos amigos, esse problema
orçamentário não tem bala de prata. É urgente que a gente foque em reduzir mais
despesas e dar mais liberdade para os empreendedores, para os trabalhadores
conseguirem empreender e retomar sua atividade econômica com mais facilidade,
com mais rapidez. Para todo problema complexo tem uma solução simples, elegante
e completamente errada. E esse projeto aumenta imposto, não reduz despesa e
passa a conta para a população pagar.
Obrigado.
A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - Sr. Presidente, eu quero, por favor, encaminhar pelo
PCdoB.
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - É uma honra ouvi-la, Sra. Deputada. Por gentileza, V. Exa. tem o tempo regimental para encaminhar pelo PCdoB.
Deputado, ia fazer o encaminhamento também?
O SR. RODRIGO GAMBALE - Gil Diniz. Deputado Gil Diniz, na sequência.
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Posteriormente, V. Exa. encaminha, ou melhor, o indica para encaminhar. Por gentileza, Deputada Leci Brandão.
A SRA. LECI
BRANDÃO - PCdoB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Deus abençoe, proteja e
ilumine a todas e a todos que aqui estão. Sr. Presidente, é um prazer revê-lo,
porque eu não vejo V. Exa. desde março.
Inicialmente eu quero fazer um agradecimento aqui ao
deputado Barba, do Partido dos Trabalhadores, e também à deputada Professora
Bebel, que é uma pessoa que teve um contato constante conosco virtualmente na
nossa Comissão de Educação, e o deputado Barba também pelas orientações que me
deu, até pelo fato de eu não estar podendo vir aqui.
As pessoas ficam perguntando: “O que aconteceu, você
esteve doente?”. Graças a Deus, não, mas eu tive que me cuidar, porque senão
com a idade que eu estou agora, vocês souberam do meu aniversário, me
cumprimentaram, eu tenho que tomar mais cuidado ainda. Mas, às vezes, não é só
o vírus que preocupa a gente. Também nos preocupa a falta de sensibilidade de
governantes. E a gente sabe que eu nunca ocupei aqui este púlpito para poder
atacar governo e atacar outros deputados, atacar outras siglas.
Eu sou a única deputada, com muita honra, do Partido
Comunista do Brasil. Sei que a palavra “comunista”, hoje, neste País, é
considerada um palavrão, que tem gente que quando quer xingar fica falando dos
comunistas, só que comunista não é melhor nem pior que ninguém, é igualzinho. A
única diferença é que a gente apoia o socialismo.
Nós gostamos, sabe, de projetos sociais, nós gostamos
do povo. O comunista quer preservar, vou dar um exemplo bem simples. Ele gosta
de comer queijo, dizem que queijo é coisa de rico. O comunista come queijo e
pode até tomar um vinho, mas ele quer que o outro também tome. Tem que ser
igual, entendeu? Tem que ter igualdade para todo mundo. Essa é a diferença do
comunista.
Mas eu quero também explicitar aqui que a gente que é
da oposição não tem nada contra os deputados que são de outra ideologia.
Entretanto, nós sabemos que esse projeto é um projeto que vai prejudicar
milhares de pessoas.
É inadmissível que, no estado de São Paulo, que é o
estado mais rico deste País, tenha um governador que não tem sensibilidade, que
não cuide, não esteja preocupado com a questão da Saúde, não esteja preocupado
com as universidades, não esteja preocupado com os quilombolas, não esteja
preocupado com as pessoas que têm determinadas doenças que são sérias.
Então, mexeu com coisas que são muito sérias para os
seres humanos, principalmente quando você olha esse momento de pandemia, em que
todo mundo está perdendo seus entes queridos, as pessoas estão perdendo,
inclusive, não só a questão de saúde, mas também perdendo emprego, perdendo
moradia, perdendo tudo.
Vem na lista das coisas que serão privatizadas a
questão da CDHU, que é a moradia, a única forma que o pobre tem de conseguir um
lugar para morar é através da CDHU. A gente sabe que é uma coisa extremamente
necessária.
Quando você vê que querem tirar o superavit
das universidades, mas que estão comprometidos com questões de planejamento, e
a gente sabe que esse superavit é para a bolsa dos
estudantes, que é inclusive para a questão de pesquisa, a gente nunca precisou
tanto de pesquisador e de cientista como estamos precisando agora.
Está o mundo todo debruçado para querer saber como vai
ser a vacina, se vai ser boa, se não vai, enfim, então são muitos exemplos de
coisas que são importantíssimas para os seres humanos, são importantíssimas
para os servidores públicos.
Vou repetir uma coisa que eu falei aqui há algum
tempo: servidor público não é vagabundo, servidor público está ali para servir
o povo. Para isso diz lá que o trabalho é público, que é público e é do povo.
Então a gente não pode ser contra servidor público e
não pode extinguir serviço público, porque não dá para entender o interesse
pela iniciativa privada, o interesse pelos mais ricos, o interesse pela elite,
uma elite que acha que nós ainda estamos no sistema escravagista, como eu disse
ontem aqui e estou repetindo.
A escravidão acabou, entre aspas, em 1888. Só que
muita gente neste País ainda enriquece à custa do suor dos mais pobres, à custa
de prejudicar pessoas, à custa de prejudicar famílias.
Eu, infelizmente, não posso contar com mais deputados
na bancada, porque na minha bancada sou eu só, mas procuro cumprir aqui a minha
missão. Quando tenho qualquer dúvida, de qualquer tema, de qualquer coisa, eu
busco a orientação com colegas nos quais eu tenho confiança, porque a gente não
pode desconfiar de todas as pessoas.
É claro que tem gente que não dá para conversar, não
dá nem para trocar uma conversa simples, porque a pessoa está querendo, de
repente, dar uma rasteira ou está querendo inventar coisas da sua vida, que
você não faz.
A política, infelizmente, tem também essas sequelas.
Quero também agradecer à deputada Márcia Lia pela nossa ouvidoria aí, entendeu?
O Dr. Ricardo Yamasaki está muito feliz porque está
tudo certo.
Falar para o deputado Jorge do Carmo que V. Exa.
quando falou da questão dos moradores, o pessoal da CDHU vai fazer o que com o
carnê? Vai para a iniciativa privada, e aí, como é que vai ficar? A pessoa vai
ter que jogar fora o carnê, sair da casa?
A gente tem certeza de que ninguém vai construir os
apartamentos na periferia, porque são apartamentos simples. O que você vê em
São Paulo é construção de espigão. O que tem de construção de prédios, de
torres em São Paulo como nunca se viu e vão querer fazer mais.
Agradecer ao deputado Enio Tatto, que é outra pessoa também que me orienta bastante,
que sabe que a gente tem uma história de vida de muita luta, de muitos
obstáculos, mas esses obstáculos a gente conseguiu superar com simplicidade,
buscando sabedoria com quem sabe mais do que a gente.
Porque hoje eu não tenho mais a oportunidade de ter a
sabedoria da minha mãe, mas tenho dos meus companheiros aqui de plenário que
sempre me orientam quando eu tenho qualquer dúvida.
Então, eu não tenho nenhum problema de pedir para que
me ajudem, para que me auxiliem, porque a gente está numa turma só. É a turma
que está a favor do povo. É a turma
que sabe o que é sofrimento. É a turma que não tem vergonha de lutar. É a turma
que não faz acordo esquisito.
É a turma que não aparece nunca aqui, mas na hora de
ser contra o povo está todo mundo presente. A gente sabe disso e eu não gosto
de citar nomes. Cada um vai botar a carapuça que achar, mas qualquer que seja o
resultado, o povo de São Paulo tem que saber que existem aqui deputados que
estão afinados com eles, que têm compromisso com eles, porque não dá para a
gente aceitar que uma pessoa que leva o voto do eleitor de São Paulo, voto de
gente simples, gente vulnerável, que tem a coragem de chegar aqui dentro deste
plenário e não cumprir a sua missão.
Porque eu acho que quem é eleito pelo povo tem que vir
para cá para defender tudo aquilo que o povo necessita, trazer as
reivindicações, trazer as lutas, as pautas populares. Não é ficar aqui
divagando, xingando os partidos de oposição, porque o que mais se faz aqui é
xingar a oposição.
Eu nunca xinguei ninguém, até porque eu sou uma pessoa
extremamente respeitada nesta Casa, graças a Deus, pelo meu comportamento
também. Ofensas não valem, mas agradecimentos eu faço, como eu fiz, inclusive.
Ontem, até me perguntaram por que eu me dirigi à
deputada Janaina Paschoal. Eu me dirigi à deputada Janaina porque ela
apresentou uma opinião em relação a uma questão que eu também aprovo e eu não
tenho nenhum problema de ser favorável ao que ela diz. Eu disse a ela que o meu
problema com ela foi quando ela fez o impeachment da Dilma. É isso aí, ela sabe
disso.
Nunca deixei de falar, mas na hora que ela faz uma
coisa que é favorável e que é interessante para os seres humanos vai ter o meu
apoio. Leci Brandão da Silva é desse jeito: simples,
direta, verdadeira e uma pessoa que respeita absolutamente todo e qualquer
deputado desta Casa.
Muito obrigada, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP -
Muito obrigado, Sra. Deputada.
A
SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL -
Questão de ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Questão
de ordem, Sra. Deputada Monica.
A
SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - PARA
QUESTÃO DE ORDEM - Só para entender, porque eu não entendi por que o senhor
está presidindo a sessão hoje. O senhor pode explicar para os presentes?
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Sra.
Deputada, eu sou o 3º vice-presidente e essa determinação é do Sr. Presidente.
Eu estou presidindo a sessão cumprindo minhas obrigações para qual fui eleito
por todos vocês.
A
SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - Desculpe,
eu não entendi.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Não
entendeu o quê, Sra. Deputada?
A
SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - O
presidente abriu mão da Presidência?
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Sim,
senhora.
A
SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - Ele
não é o presidente hoje?
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Ele
é o presidente da Assembleia. O presidente da sessão neste momento é o Coronel
Telhada.
A
SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - Segunda
questão de ordem, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Segunda
questão de ordem.
A
SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - PARA
QUESTÃO DE ORDEM - Eu contei as assinaturas do objeto que a gente está votando
agora e eu contei 30 assinaturas. Eu não reconheço as assinaturas dos
parlamentares. Elas são bastante parecidas, mas eu contei 30 assinaturas.
Então, eu estou questionando oficialmente se tem 32 assinaturas em cima da sua
mesa.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Pois
não, Sra. Deputada. Eu contei 34 assinaturas, inclusive pedi a nossa assessoria
que identificasse as respectivas assinaturas e a lista está em minha mão. Se a
senhora quiser tomar ciência, por gentileza.
A
SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - Posso
dar ciência aos meus colegas?
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Lógico.
Nós estamos em votação. Mais alguma questão de ordem?
Então,
em votação.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Pela
ordem.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Pela
ordem, Sr. Deputado Barba.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Para
encaminhar em nome da bancada do Partido dos Trabalhadores.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - É
regimental. Vossa Excelência tem o tempo regimental. Nós estamos em votação,
Sras. e Srs. Deputados. Questão de ordem é uma coisa, mas não existe outro tipo
de interpelação. Por gentileza, deputado Barba com a palavra.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, eu sei que é
regimental o Coronel Telhada estar presidindo esta sessão, mas a única
oportunidade do senhor, que era contra, votar este projeto é se tiver uma
votação nominal. Portanto, quando o senhor vai para a Presidência e o deputado
Cauê Macris com toda garantia fica no plenário podendo até encaminhar, terá o
direito ao voto.
Coisa
que se ele tivesse sentado na cadeira, o líder do Governo para fazer votá-lo ia
ter que fazer um requerimento de encaminhamento de votação nominal e era um
outro debate que nós teríamos que fazer. Por que eu estou dizendo? Nós estamos
num momento agora que tem vários deputados inscritos e deram seis horas de debate.
Ele
não pode encerrar sem o pedido de encerramento de discussão. Portanto, nós
vamos encaminhar todo mundo, a oposição vai encaminhar. Eles não vão
encaminhar, é a prática deles, a não ser que o Cauê encaminhe para responder
algum de nós. Quando esgotar vão para votação.
Na
hora que nós fomos votar esse encerramento de discussão, estou reivindicando,
solicitando a todos os deputados que são contrários ao projeto que ninguém
vote. Vamos ver se eles vão conseguir botar 48 votos. A partir do momento que eles
botarem 48 votos, aí nós podemos votar.
O
governo pegou pesado. Primeiro, operou com a esperteza e até um pouco de
covardia quando mobilizou sexta, sábado e domingo a sua base aliada sem avisar
no Colégio de Líderes, sem avisar que teria sessão na segunda-feira. Isso é
covardia e é esperteza; essa a primeira coisa.
Segunda
coisa, vou provocar aqui os deputados do PDO. Eu não vi ontem nenhum deputado
do PDO inscrito para poder fazer o debate. São 11 deputados que dizem que são
contrários. Eu estou vendo parte do PSL, que falou que é contrária, ir fazer o
debate, inscrita para fazer o debate.
Terceira
coisa, que cada líder de bancada pode encaminhar. Um deputado é líder de sua
bancada. Eu quero ver esses deputados, um que faz, dois ou três, que são deputados
separadamente, isolados no partido, subirem aqui, Gil Diniz, e fazer
encaminhamento, porque vai esticando a corda.
O
governo está tentando encerrar esse debate hoje. Se não encerra esse debate
hoje é uma derrota para o presidente Cauê Macris, é uma derrota para o governo.
Então, cada deputado de bancada individual que subir aqui para discursar a
favor ou contra vai ajudar na obstrução. Não adianta falar que é contra o
projeto e ficar calado ou na hora que começar a votação votar “não” para dar
quórum.
Esse
é o debate se tiver uma chance. Eu acho que é muito difícil, deputada Janaina
Paschoal, a gente derrotar o governo, muito difícil, porque o governo operou e
operou forte. Me dizia que as operações começaram nas vicinais. A operação
começou nas vicinais, para você ter uma ideia. Uma hora eu vou traduzir para
vocês o que é isso; vou deixar como uma incógnita.
Além
que disse que tem nos corredores, nos bastidores, operação econômica muito
forte. Disse que a operação econômica é para 2021 e 2022. Está nos corredores
aí, está nos bastidores. Tem na imprensa, alguém já perguntou, e o governo
opera porque o governo tem dinheiro, o governo tem base aliada.
Então,
ele opera para trazer... Tem deputados e deputadas aqui que desde o dia 3 de
agosto não tinham aparecido nesta Casa. Teve uma votação aqui que buscaram um
deputado de helicóptero.
Na
hora que chegou o deputado de helicóptero aí derrubaram todas as inscrições
deles. Tem deputado aqui que eu vou ter que responder, não hoje, e ele sabe que
eu estou falando com ele; ele fala que eu fiz uma acusação contra ele. Se ele
estiver certo eu vou saber ou não.
No
momento devido eu estando errado vou pedir desculpa; eu não estando, que eu
quero ver como é que vai ser a posição aqui na hora do projeto, como é que vai
votar, porque eu vou saber. Conforme ele votar eu vou saber. Conforme ele votar
eu vou pedir desculpa e vou bater nele. Conforme ele votar eu só vou pedir
desculpa.
Mas
é isso gente. Isso aqui é uma Casa Legislativa. Tem uma parte dos deputados
aqui que agem cordeiramente. Sem trocadilho, gente. Cordeiramente na maneira de ser cortês, de ser muito
acessível, muito fácil. Uma coisa, eu não tenho problema com os deputados que
são aliados ideologicamente. Isso faz parte da disputa política. Eu não tenho
problema de perder aqui nesta Casa, nesta tribuna.
Eu,
desde o dia 3 de agosto, todos os debates que tem que fazer eu estou aqui e não
precisaria, podia estar em casa. Mas você imagina, Gil Diniz, eu, do PT, o
líder do PT, se eu não estou num debate deste. Se eu pego um coronavírus nesta semana eu estava lascado. Você imagina a
imprensa toda aqui e os deputados tudo denunciando: “O líder do PT estava
ausente”. Não basta ser o líder, qualquer deputado do PT.
Agora,
o governo operou forte. O Carlão Pignatari operou forte. Tem que respeitar a
habilidade dele, um líder com muito poder. O presidente da Casa atuou muito forte.
Faz parte, eles são da base aliada.
Eles
são do mesmo partido do João Doria, do João mentiroso, do João que está
enganando o povo de São Paulo dizendo que com esse projeto vai modernizar com a
precarização, com o fechamento de instituições, de empresas, de autarquias.
A
Furp fabrica remédio popular gratuito. No estado de
São Paulo, o custo da Furp, segundo o secretário
Márcio Monteiro, é de 90 milhões de reais para fazer 30 milhões de reais de
remédio. Noventa milhões de reais, perto do que vocês dão para os empresários:
23 bilhões, 600 milhões de reais. Isso é uma bagatela. Vocês deviam ter
vergonha de falar que isso é um custo muito alto para o estado.
Então,
vocês têm que parar de mentir para o povo de São Paulo. Vocês vêm destruindo
este estado de São Paulo desde 1995. É que antes a sanha privatista do PSDB era
menor.
Aí
tem a sanha privatista dos partidos conservador e liberal de direita, igual
produzida aqui no debate pelo deputado Gilmaci
Santos, que veio aqui e disse que teve coragem de defender, mas não falou que o
projeto demite 5.700 trabalhadores concursados no estado de São Paulo.
A
deputada Maria Lúcia Amary, quero ver ela explicar em
Sorocaba, onde ela é candidata a prefeita, que ela votou a favor do projeto que
demite 5.700 trabalhadores. Deputada Carla Morando, quero ver explicar em São
Bernardo, que é líder do PSDB e que aprova um projeto que demite 5.700
trabalhadores. Deputado Rafa Zimbaldi, que fazia dias
que eu não via e eu vi que está aqui hoje, que é candidato a prefeito em Campinas.
Não
sei se você vai votar a favor ou contra. Se votar contra, tudo bem, mas se
votar a favor quero ver explicar para o povo de Campinas que votou pelo
fechamento do Itesp, da Furp, da CDHU, da EMTU, da Sucen, do Daesp, do Instituto
Florestal. Eu quero ver essa explicação e eu quero ver os deputados da base
aliada.
Eu
fui procurado - me permite, peço vênia à deputada Janaina por ela - para
assinar uma emenda dela. Eu ainda fiz uma orientação. Eu falei: “Deputada, se
eu fosse a senhora não apresentava essa emenda, porque se eu sou o governo eu
orientava toda a base aliada a assinar sua emenda, porque a sua emenda tirava
quatro empresas corretamente, mas o restante do projeto...”. (Fala fora do
microfone.)
Sim,
ela tira, estou falando. Estou dizendo que ela tira, estou falando isso. Agora,
se eu sou governo, o projeto é só as quatro empresas. São dez empresas, a
concessão de nove parques estaduais, a extinção de 12 fundos, dos quais seis
são fundos especiais de despesa ligados à área da Saúde; aumento do ITCMD e
aumento do ICMS e retira o IPVA.
Só
vai ficar com o desconto do IPVA aquele cadeirante de doença profissional
severa ou profunda que tem o carro totalmente adaptado. Esse é o projeto do
PSDB, que o Carlão Pignatari chamou de projeto de modernizar o estado, da
modernização do estado. A modernização do estado para o PSDB e seus aliados é
destruindo a classe trabalhadora, os trabalhadores e as trabalhadoras.
Muito
obrigado, Sr. Presidente.
A
SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - Pela
ordem.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Deputada
Monica.
A
SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - Para
indicar a deputada Erica Malunguinho para encaminhar
pela bancada do PSOL.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - É
regimental.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Para uma
questão de ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Questão
de ordem. Um minutinho só, deputada Erica, por gentileza.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PARA
QUESTÃO DE ORDEM - Sr. Presidente, estando presente em plenário o 1º
vice-presidente, deputado Gilmaci Santos, eu indago
de V. Exa.: quem que teria que presidir estando aqui? O presidente está lá, o
2º vice está aqui.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Perfeito.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Eu indago
a V. Exa. se não seria o caso de V. Exa. passar a Presidência para o 2º vice,
porque é fácil prever o que está vindo no horizonte. É só raciocinar comigo.
Portanto, Sr. Presidente, eu acho que regimentalmente deveria assumir o 1º
vice-presidente, que se encontra ali, o meu amigo e meu irmão deputado Gilmaci Santos.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Bem
colocado por Vossa Excelência. Eu solicito ao Sr. Deputado Gilmaci
Santos se V. Exa. tem intenção de assumir a Presidência dos trabalhos. Eu não
posso determinar isso. Não há hierarquia entre os deputados, mas se somente
houver desejo de V. Exa., senão prosseguirei nos trabalhos da presente sessão
extraordinária.
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS – PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente Coronel Telhada, eu abro mão da
Presidência hoje para V. Exa. presidir esta sessão, que está conduzindo de
maneira extraordinária. Vossa Excelência tem o meu apoio.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado,
Sr. Deputado. Muito obrigado.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr.
Presidente, pela ordem.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Pois
não, Sr. Deputado.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Aqui não é
um colégio infantil.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Deputado,
a questão de ordem, por gentileza.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - A questão
de ordem é essa, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Pois
não.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PARA
QUESTÃO DE ORDEM - A minha questão de ordem é que não tem, não há
possibilidade regimental. O presidente está no plenário, o 1º vice em plenário,
o 2º deputado está bem aí e chama o terceiro, apenas o terceiro? Desculpe, para
o terceiro não poder votar porque está presidindo a Casa se for necessário?
A
SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Questão
de ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Questão
de ordem. Deputada Bebel, por gentileza.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - A
questão de ordem é na mesma questão.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Qual
a questão de ordem?
A
SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - PARA
QUESTÃO DE ORDEM - Não tem, não há vacância. Só faz sentido assumir…
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Mas
não há vacância. Não estou entendendo. Srs. Deputados, um minutinho, calma.
Senhores e senhoras, por gentileza. Não há questão de vacância e não há questão
de hierarquia. O presidente da Casa me chamou e determinou que eu assumisse a
Presidência dos trabalhos. Estou cumprindo, assumi a Presidência.
Está
aqui o 1º vice-presidente. Se ele tiver intenção e queira assumir a
Presidência, na hora eu passo a Presidência para ele, mas eu não posso
determinar isso a ele. Entendam isso, aí está o presidente, deputado Cauê
Macris presente. Eu não posso determinar isso a ele. Ele é o presidente. Mas eu
aceitei quando ele me convidou, senhora. É para isso que eu sou o 3º
vice-presidente.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - Questão de
ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Qual
questão de ordem, Sr. Deputado Douglas Garcia?
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - PARA
QUESTÃO DE ORDEM - Sr. Presidente, o parágrafo único do Art. 20 do Regimento
Interno diz: “Compete ainda aos vice-presidentes desempenhar as atribuições do
presidente quando este lhes transmitir o exercício do cargo por estar impedido
ou licenciado”. Eu quero saber qual é o impedimento e onde está a licença do
Sr. Presidente Cauê Macris.
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Questão
de ordem. O meu impedimento legal: eu encaminhei, discuti esse projeto de lei.
Então, legalmente eu não posso assumir a Presidência neste momento para este
projeto.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - E o do
presidente desta Casa?
O
SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Questão
de ordem, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Questão
de ordem, deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO LULA FIORILO - PT - PARA
QUESTÃO DE ORDEM - Sr. Presidente, eu entendi e se o senhor puder me ajudar com
a questão de ordem...
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Lógico.
O
SR. PAULO LULA FIORILO - PT - O presidente
desta Casa pediu para o senhor presidir a sessão?
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Exato.
O
SR. PAULO LULA FIORILO - PT - E o
senhor assumiu essa tarefa, essa missão.
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Difícil tarefa.
O
SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Entenderam
inclusive que o senhor vota contra o Projeto nº 529.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Contra
o projeto, exato.
O
SR. PAULO LULA FIORILO - PT - E
possibilita ao presidente e ao 1º vice, que são favoráveis ao projeto, a
votarem a favor. A minha questão de ordem: se o senhor, que é contrário ao
projeto, está cumprindo uma missão, o senhor, com a consciência do senhor, que
é contrário ao projeto, pode abrir mão da Presidência, porque nós temos aqui o
presidente e o 1º vice-presidente, que se o senhor abrir mão podem assumir e o
senhor é contrário ao projeto e sabe - só para concluir - que se permanecer aí
vai possibilitar ao governo ter 48 votos.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Um
minutinho, por gentileza. Eu quero esclarecer uma coisa a todos deputados
presentes. Os senhores estão tomando atitudes precipitadas e indevidas, que
fique bem claro isso aqui. O Sr. Presidente me chamou, não poderia estar
presente e me pediu para eu assumir a presente sessão. Assim eu fiz e assumi a
sessão, abri a sessão.
O
presidente compareceu e o 1º vice-presidente estão presentes. Eu não tenho
poder de determinar que eles assumam a sessão, entendam isso, e não posso
abandonar a Presidência da sessão, não posso. Não foi para isso - um minutinho
- que eu fui eleito.
Eu
fui eleito para cumprir o Regimento e assim eu o farei, favorável ou contra. Um
minutinho, por gentileza. Vocês não deixam eu falar, como vocês querem falar?
Eu vou cumprir o Regimento da maneira que está escrito, quer gostem ou não
gostem. Mais alguma questão de ordem?
O SR. GIL DINIZ - PSL - PARA QUESTÃO
DE ORDEM - Questão de ordem, presidente. Presidente, Regimento Interno
da Assembleia Legislativa, na página 17 fala aqui: “Seção II - Do Presidente”.
Se você pular aqui para a página 22, ela fala no ponto dez, § 2º: “O presidente
não poderá, senão na qualidade de membro da Mesa, oferecer qualquer proposição,
nem votar, exceto nos casos de empate e de votação nominal”.
Vou dar prosseguimento. § 3º: “Para tomar parte em
qualquer discussão, o presidente deixará a Presidência e não a reassumirá
enquanto se debater a matéria que se propôs a discutir”. Na Seção III,
presidente, do nosso Regimento Interno, que eu acredito que ele é soberano, ele
fala dos vice-presidentes.
No Art. 19, deputado Campos Machado, o senhor que é um
regimentalista e nos ensina muito aqui, ele fala:
“Sempre que o presidente não se achar no recinto à hora regimental do início dos
trabalhos” - e deixa claro aqui – “o 1º vice-presidente substitui-lo-á no
desempenho de suas funções, cedendo-lhe o lugar logo que for ele presente”.
O presidente está presente na sessão e o 1º
vice-presidente está presente na sessão, mas continua, § 1º: “O mesmo farão os
demais vice-presidentes em relação ao 1º vice-presidente. § 2º - Quando o
presidente tiver de deixar a Presidência durante a sessão, as substituições
processar-se-ão segundo as mesmas normas”.
Está muito claro aqui no Regimento qual que é a ordem,
Sr. Presidente, mas nós sabemos que este Regimento não vale para nada quando é
para ser a favor do Governo do Estado de São Paulo. Rasgam o Regimento, cospem
no Regimento, atropelam todo o processo legislativo, que eu vou falar
posteriormente.
O próprio Regimento Interno - a gente precisa deixar
claro para o povo de São Paulo - deixa claro que o presidente teria que ter
convocado uma sessão extraordinária, deputado Major Mecca,
via Diário Oficial e não o fez. Então, fica claro para o povo de São Paulo que
esta Assembleia Legislativa está rendida ao governador. Cospem, rasgam o
Regimento Interno desta Casa.
O
SR. CAIO FRANÇA - PSB - Tem que ganhar no voto, presidente.
O
SR. GIL DINIZ - PSL - É absurdo o que acontece, mais uma vez, nesta Casa, Sr. Presidente.
A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Questão de ordem! Questão de ordem!
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP -
Deputado Gil. Pessoal, um minutinho, por gentileza. Questão de ordem. Dei a
palavra à deputada Erica Malunguinho. Questão de
ordem. Até agora não estou vendo a questão de ordem.
A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Sou eu, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP -
Os senhores estão discutindo Regimento. Eu vou repetir: a determinação do
presidente foi para que eu assumisse. No momento da abertura, eu assumi e o
presidente não estava aqui. (Falas fora do microfone.) Não estava.
O
SR. CAIO FRANÇA - PSB - Estava, sim.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Não estava. A partir do momento em que assumi...
(Falas fora do microfone.) Pessoal, no grito ninguém vai ganhar comigo. Pelo
amor de Deus. No grito ninguém vai ganhar comigo. Se for para gritar, eu grito
no microfone. Poxa.
Se alguém tem alguma dúvida, por favor, solicite as
imagens. É simples assim. A partir do momento em que assumi, eu não tenho como
obrigar o presidente ou o primeiro vice-presidente a assumirem.
Eu não vou abandonar a Presidência. Jamais faria
isso. Se nós somos deputados, nós temos responsabilidade com o Regimento
também. (Fala fora do microfone.) A senhora não pode fazer essa acusação. É
grave o que a senhora faz.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Questão de ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Se for para trocar acusações aqui, vamos ficar
longe.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Questão de ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Qual é a questão de ordem, deputada Bebel, por
gentileza?
A
SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - PARA QUESTÃO DE ORDEM - A questão de ordem é a
seguinte: se, na hora da votação, o senhor vai ficar aí na Mesa.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Eu sou o presidente. Eu estou assumindo.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Então está dito. Trocou um voto por dois. É isso.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Pois não. Para encaminhar, a deputada Erica Malunguinho.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - Questão de ordem! Questão de ordem, Sr. Presidente.
O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Pela ordem, Sr. Deputado.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - Questão de ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Tem um deputado com a palavra. É questão de ordem?
O
SR. ENIO LULA TATTO - PT - É uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Não, não vou dar comunicação. Gente, estamos em
processo de votação, não tem comunicação.
O
SR. ENIO LULA TATTO - PT - Questão de ordem.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Questão de ordem.
O
SR. ENIO LULA TATTO - PT - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Sr. Presidente, quero deixar bem claro e todos
os deputados aqui estão sabendo. A imprensa está cobrindo. Tem muita gente,
principalmente pessoas interessadas, que está acompanhando todo esse processo
desse PL 529. Também estão assistindo de Casa. Deve estar uma audiência muito
grande na TV Alesp.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Que bom.
O
SR. ENIO LULA TATTO - PT - O que a gente sabe aqui, e é fácil a gente saber isso, a gente vai saber
na hora da votação, é que o governo, até este momento, tinha 47 votos, faltando
apenas um. Apenas um. Qual foi a jogada? Todo mundo está sabendo, isso vai ser
denunciado e vai sobrar para Vossa Excelência.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - O senhor está me ameaçando, deputado?
O
SR. ENIO LULA TATTO - PT - Não.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Vossa Excelência está me ameaçando? É isso? É isso?
O
SR. ENIO LULA TATTO - PT - Não estou. Estou argumentando.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Senhor, qual é a questão de ordem que V. Exa., além
da ameaça, vai fazer?
O
SR. ENIO LULA TATTO - PT - Qual foi a jogada? O deputado presidente Cauê Macris, ele é favorável ao
projeto, mas, se ele estiver presidindo, ele não pode votar; ele se retirou.
E o deputado Gilmaci a
mesma coisa, se retirou para poder votar. Com eles dois votando, chega-se aos
48 votos exatos e vamos conferir. Portanto, no final desta votação, se tiver 48
votos favoráveis e for aprovado esse projeto, a culpa cairá toda sobre Vossa
Excelência. Era isso.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - E se não tiver?
O
SR. ENIO LULA TATTO - PT - Aí eu estou errado.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Então vamos ver.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - Questão de ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Questão de ordem, deputado Douglas. Pessoal, venham
com questão de ordem. O deputado veio fazer questão de ordem e me ameaçou. Eu
não entendi. É questão de ordem, deputado Douglas?
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - PARA QUESTÃO DE ORDEM - É questão de ordem, Sr. Presidente. No Parágrafo
Único que acabei de ler, do Regimento Interno, Sr. Presidente, o deputado Gilmaci acabou de dizer qual foi o seu impedimento. O
Regimento exige que se entregue ou o impedimento, que se especifique qual é o
impedimento, ou a licença.
Como o deputado Gilmaci já
mostrou qual o seu impedimento, eu gostaria de saber qual é o impedimento do
deputado Cauê Macris, ou a licença apresentada pelo deputado Cauê Macris. O
Regimento exige isso, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Os senhores entendam uma coisa, por gentileza: eu
não tenho como obrigar o deputado Cauê Macris a vir aqui dizer qual é o
impedimento dele ou se ele deve assumir a sessão. Não tenho.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - Mas é antirregimental.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Não tenho, gente. Com a palavra, a deputada Erica Malunguinho. Deputada Erica, a senhora vai encaminhar?
O
SR. CAIO FRANÇA - PSB - Presidente, uma questão de ordem.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Questão de ordem.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Deputado
Caio França.
O
SR. CAIO FRANÇA - PSB - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Presidente, a gente tem um vídeo do presidente
Cauê Macris no início da sessão extraordinária. Por que V. Exa. não suspende
por dois minutos a sessão e assiste o vídeo que estamos pedindo? Se ele não
estivesse aqui, aí V. Exa. continua a presidir. Caso contrário, o senhor passa
a Presidência para ele. É isso, presidente. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Pessoal, entendam uma coisa: Regimento Interno. Em
processo de votação, só podemos encaminhar ou atender à questão de ordem. Eu
não tenho como suspender. Senhores e senhoras, eu não tenho como suspender a
sessão estando em processo de votação. Não tenho, não tenho.
O
SR. CAIO FRANÇA - PSB - Presidente, estou pedindo uma questão de ordem para que V. Exa. possa
verificar o vídeo do início da sessão extraordinária.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Pessoal, eu estou seguindo o Regimento. Eu estou seguindo
o Regimento.
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Presidente, só uma questão de ordem. Há pouco, o
deputado Gil Diniz...
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Atenção, gente. Vai fazer questão de ordem?
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Questão de ordem.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Questão de ordem.
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Agora há pouco, o deputado
Gil Diniz veio ao microfone de apartes e solicitou que a bancada da base estava
fazendo aglomeração. O que está acontecendo aqui agora, Sr. Presidente? A
oposição está toda aglomerada aqui, presidente. Olha só.
O
SR. GIL DINIZ - PSL - Combinação, combinação.
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Olha como estão aqui, presidente.
O
SR. GIL DINIZ - PSL - Estou combinando, estou combinando.
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Olha como estão, presidente. Então, eu reponho a
questão de ordem do deputado Gil Diniz.
O
SR. GIL DINIZ - PSL - É isso, estou combinando. Estou combinando de votar “não” e derrotar o
governo, que é uma vergonha isso. É verdade. É isso.
O
SR. CAIO FRANÇA - PSB - Presidente, ganhar e perder faz parte, só não pode ser fora da regra.
Estou pedindo que V. Exa. possa suspender a sessão por um minuto e assistir ao
vídeo. O vídeo! Se ele estiver aqui, o senhor para de presidir e dá para ele.
Se ele não estiver, V. Exa. continua tocando a sessão.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Vossa Excelência tem esse vídeo?
O
SR. CAIO FRANÇA - PSB - Tenho o vídeo, ele está aqui na técnica.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Então, dois minutos. A sessão está suspensa.
(Palmas.)
* * *
-
Suspensa às 20 horas e 23 minutos, a sessão é reaberta às 20 horas e 27
minutos, sob a Presidência do Sr. Coronel Telhada.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP -
Pessoal, retomando a sessão extraordinária. Foi constatado no vídeo, o Sr.
Presidente está ao meu lado. Realmente ele estava presente. Portanto, neste
momento, passo a Presidência da Assembleia Legislativa ao presidente Cauê
Macris. (Palmas.)
* * *
-
Assume a Presidência o Sr. Cauê Macris.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Em votação o requerimento. Para encaminhar, a deputada Erica Malunguinho.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - Questão de
ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Não, nós vamos agora caminhar para o processo de encaminhamento.
A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL
- Questão de ordem, presidente?
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Não vou conceder questão de ordem neste momento.
A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL
- O senhor não pode, é questão de
ordem.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB –
Gostaria de que soltassem o tempo da deputada Erica Malunguinho,
por favor. Peço à técnica. Tem a palavra. (Fala fora do microfone.)
A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL
- Questão de ordem, presidente. A
gente quer saber se o senhor pode assumir, a partir de agora, uma sessão que
começou de forma irregular...
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Não, não teve nada irregular.
A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL
- ...deste momento, sem recomeçar. E
essa é uma questão de ordem, não é o tempo de fala da deputada Erica Malunguinho.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Não é questão de ordem, é o tempo de fala da deputada.
A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL
- O senhor não pode fazer isso,
embora ache que pode.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Posso, posso.
A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL
- A gente já provou, mais de uma vez,
que o senhor não pode.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Vossa Excelência já entrou na justiça diversas vezes. Se V. Exa. discordar,
entre na Justiça para questionar. Eu vou tomar conta e vou controlar a sessão.
A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL
- A gente vai entrar, mas quero que o
senhor responda a minha questão de ordem.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Ninguém aqui vai ganhar no grito. A palavra está... Eu posso assumir, estou
presidindo e sou o presidente da Assembleia.
A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL
- Está bom, mas a gente quer saber se
não tem que começar do início, porque essa sessão é nula. (Falas fora do
microfone.)
A SRA. ERICA MALUNGUINHO - PSOL - Presidente, preciso que meu tempo seja restabelecido.
O senhor é o presidente, mas não é o dono da Assembleia Legislativa.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
O tempo de V. Exa. está correndo, conforme o Regimento diz. Vossa Excelência
pode continuar o tempo.
A SRA. ERICA MALUNGUINHO - PSOL – O senhor não é dono da Assembleia Legislativa,
tampouco do Regimento Interno. Espero que meu tempo seja restabelecido. O
senhor é o presidente, mas não é o dono. (Falas fora do microfone.)
Ganha
no voto, mas tenho que ter o meu tempo restabelecido, deputado Carlão. Eu tenho
que ter meu tempo restabelecido. Era uma questão de ordem que estava em curso.
Não é justo que eu perca o meu tempo de fala por conta disso. Eu preciso que
meu tempo seja restabelecido. (Falas fora do microfone.)
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Restabeleço o tempo de V. Exa., devolvo os dez minutos e vamos continuar a
sessão.
A SRA. ERICA
MALUNGUINHO - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa noite. Dez minutos
novamente. Boa noite a “todes”. Boa noite a quem nos
assiste na TV Assembleia.
Na Assembleia Legislativa tem de tudo. Tem acareação,
tem rompimento do Regimento Interno, tem obediência ao governo, obediência ao
governo, obediência ao governo, obediência ao governo. Tem de tudo, menos o
Poder Legislativo como representativo e pautando as demandas da população de
São Paulo.
Este lugar, nitidamente, tornou-se o que todo mundo já
previa: o quintal do Palácio dos Bandeirantes. Eu não sei por que estamos aqui.
Estamos cumprindo um papel alegórico. Os votos que tivemos são alegóricos? Não
é possível. Contra fatos não há argumentos. Não à toa, só subiram dois
deputados para debater o projeto, a favor do 529.
E aí a Presidência e o governo de São Paulo têm usado
de todas as artimanhas possíveis para aprovar esse projeto. Rasgar o Regimento
não é mais um problema. Na verdade, o Regimento nem existe mais.
Estamos aqui lidando compulsoriamente com conchavos,
com articulações por baixo do pano, com troca de favores e com alianças
espúrias. É com isso que estamos lidando.
Coronel Telhada, ainda bem que o senhor desceu da
Presidência, porque, à medida que o senhor não abrisse mão da Presidência, o
senhor estaria abrindo mão do seu voto. E como alguns companheiros e
companheiras aqui falaram, inclusive do PDO, isso comprometeria a integridade
do seu grupo político.
Eu viria falar aqui de uma outra coisa, viria falar
aqui da tentativa do deputado Carlão e do Alex de Madureira, que é o relator
especial, de tentarem convencer este Legislativo a partir de um powerpoint. Em
um país em que se incriminam pessoas a partir de powerpoint, não seria nada
estranho tentar convencer um grupo de deputados a partir de um powerpoint.
Deixe-me explicar uma coisa: na Educação, na área da
Educação, a gente aprende que existe alfabetização e letramento. O processo de
alfabetização é quando a gente vai decifrar os códigos, o código alfabético, as
letras, somar uma letra com outra, fazer sílabas, criar palavras, etc. e tal. O
letramento é uma atividade profunda do processo de alfabetização. Diz respeito
a produzir crítica, analisar o que está escrito, entender figuras de linguagem.
Então, o Carlão e o Alex de Madureira, quando
apresentam o powerpoint, eles acham que não temos letramento. Eles acham que a
gente não consegue ler que a ideia de um estado enxuto e moderno, na verdade, é
um estado precário, um estado mínimo que não é mínimo, é ausente.
E isso é especialidade, sim, do grupo político chamado
“Social Democracia”. Aliás, quem não lembra da Vale do Rio Doce, vendida por
três bilhões quando tinha reservas minerais avaliadas em 100 bilhões? O mínimo
que o PSDB deveria aceitar, em 25 anos de governo de São Paulo, é que são
péssimos gestores, porque estão tentando remendar um rombo histórico.
E a gente sabe muito bem que esse projeto de reforma
administrativa não diz nada sobre a Covid, não tem
nada a ver com a crise econômica surgida pela Covid.
Ele diz respeito aos interesses anteriores, ao plano de governo do João Doria.
Diz respeito ao processo de precarização, de vulnerabilização, porque a gente sabe que Doria não gosta
de pobre. E não só ele. A gente viu como a Bia Doria pensa sobre a população em
situação de rua. Isso faz parte da classe dominante brasileira, quiçá paulista.
Eles olham para quem é atendido pela Furp com ojeriza. Acham que as secretarias vão dar conta do
apoio técnico, vão dar conta de produzir o que a Furp
produz. Daqui a pouco vão fechar o Poupatempo, vão fazer a gente tirar
documento na Secretaria da Justiça. Imagina, todo mundo lá? Ou talvez no
Palácio dos Bandeirantes.
A gente precisa entender que o estado, assim como seus
órgãos e toda a sua ramificação, ela é feita, eu sei, de forma pensada,
elaborada. Tem setores, tem lugares que podem, sim, ser repensados, mas isso
deve ser feito de forma profunda.
Não dá para chegar com um projeto que não diz quanto
se economiza, que não diz para onde vão os funcionários, que não diz como essa
mão de obra será reaproveitada dentro do governo. E, principalmente, como a
população vai receber esses serviços.
Isso é inadmissível. Inadmissível. Ou então o Palácio
dos Bandeirantes, quem sabe, a liderança do PSDB aqui, ou o gabinete dos
deputados que votam a favor, vão produzir remédio? Ou vão produzir apoio
técnico às famílias que estão assentadas, que é o trabalho do Itesp? Ou vão
oferecer transporte público? Acho que poderiam bater na porta de cada gabinete
e solicitar esses serviços.
O Instituto Florestal, para vocês terem uma ideia, representa
0,003% dos 10 bilhões que o governo pretende recuperar, 0,003. Isso não é
ajuste, isso não é reequilíbrio, isso é um projeto de governo, um projeto de
governo que desde sempre se orientou pela precarização da vida da população, principalmente
os mais pobres, voltando à artimanha, à construção política do PSDB.
Eu queria que as gestões tucanas apresentassem um
relatório positivo do que fizeram em termos de melhoria da vida da população. O
exemplo mais gritante que nós temos, o Metrô de São Paulo, o transporte
público, que é de responsabilidade do estado. Eu queria saber quem considera
aquilo minimamente suficiente para o tanto de gente que mora nessa cidade. Quem
considera?
Eu sei quem considera: quem não anda de metrô, quem
anda nos seus carros oficiais, quem anda com motorista não tem dimensão da
realidade. As escolas públicas do estado de São Paulo, há 25 anos o PSDB gere
esta cidade e o resultado que nós temos é uma péssima gestão, a gente não pode
assinar, a gente não pode assinar propostas do governo, porque eles já
demonstraram que não sabem gerir porque eles pensam no estado como uma máquina,
como se não tivesse gente, gente no início, no meio e no fim desse processo.
É disso que estamos falando, é sobre isso,
absolutamente sobre isso. Não é possível, nós nem deveríamos estar aqui. Nós
temos 30% de parlamentares no grupo de risco.
Nós estamos aqui numa outra artimanha que nos obrigou
a estar aqui, e isso só foi possível porque enfiou um projeto cabeludo como
esse e tirou, inclusive, gente que a gente nunca vê por aqui, porque a gente
sabe quem está todo dia aqui, a gente sabe quem participa das discussões.
E a gente sabe quem não está aqui, a gente sabe quem
vem apenas para votar, apenas para cumprir as demandas do governador sem o
mínimo de criticidade, porque a questão é só uma: “vou apoiar o governo” e
contrariando o que o presidente, ontem, falou que na sessão virtual do Colégio
de Líderes disse que a oposição vota contra só porque é oposição. Isso não
existe.
Quantos projetos aqui tiveram votação simbólica e
foram enviados pelo governo? E não teve um mínimo zero, zero de oposição
tampouco da oposição. Isso não confere. Agora o que confere é que os projetos
da oposição são barrados, suspensos desde a Comissão de Constituição e Justiça.
Essa é uma verdade, essa é uma verdade.
Para concluir, para concluir, tem uma música do
Gonzaguinha inspirada, Campos, que adora uma poesia, que é uma música do
Gonzaguinha que fala assim: “há um lado carente dizendo que sim e essa vida da
gente gritando que não.” O lado carente é exatamente essa vontade predatória,
esse desespero do governo em injetar as suas vontades, em destruir…
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para concluir,
deputada Erica.
A SRA. ERICA
MALUNGUINHO - PSOL - E a vida da gente dizendo que não são exatamente os
cinco mil funcionários públicos que vão perder seus empregos, uma parcela muito
grande desses deputados e a população que não é consultada, que não é
consultada. É isso.
O
SR. ARTHUR DO VAL - PATRIOTA - Pela
ordem, presidente. Encaminhar pela liderança do Patriota.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem
a palavra Vossa Excelência.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Questão
de Ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Depois
do encaminhamento do deputado Arthur, eu dou a palavra a Vossa Excelência.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Obrigada.
O
SR. ARTHUR DO VAL - PATRIOTA - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa noite a todos. Eu quero começar aqui falando,
obviamente, do governador João Doria. Eu apoiei o governador João Doria em
2016, quando ele foi candidato à Prefeitura. Eu apoiei o governador João Doria
quando ele foi candidato ao governo em 2018. Eu tenho que vir aqui e ter a
honra de pedir desculpa a todos os senhores que estão presentes e a toda a
população de São Paulo. (Palmas.)
Eu
vou mandar um recado aqui para você, João Doria, e para mim, aqui, não tem
meias palavras. [Expressão suprimida.]. Eu não vou usar palavrão aqui porque eu
não quero que nenhuma palavra fique fora do meu discurso. [Expressão
suprimida.]. Eu tenho vergonha de um dia ter acreditado no senhor.
Eu
quero deixar bem claro para todo mundo que me assiste aqui o que o João Doria
está fazendo. Eu não vou gritar, eu não vou amassar papel, eu não vou xingar
ninguém. Eu quero que isso fique muito claro para todo mundo que me assiste
nunca mais ter dúvida. O João Doria hoje está fazendo de tudo para aumentar
imposto em remédio. Você não ouviu diferente, ele está aumentando imposto em
remédio.
E
como aqui estamos numa Casa Legislativa, não adianta só falar do Doria, vamos
falar dos nossos nobres colegas. Eu não tenho pretensão, sinceramente, aqui, de
pagar de amiguinho de ninguém, não. E eu sei que tem uns deputados aqui, e vou
citar nome por nome, que estão com vergonha de votar "sim" a esse
projeto.
Então,
vamos começar. Primeiro deles, Coronel Nishikawa.
Você é um cara nota 10, coronel. Eu gosto do senhor. Quantas vezes a gente não
toma café ali, a gente não conversa, a gente não troca ideia? O senhor vive
falando que apoia o Bolsonaro, que é contra o Doria, que não sei que, que não
sei o que lá.
Responda
aqui, olhando no meu olho, como o senhor vai votar em relação a esse projeto. O
senhor vai votar "sim"? O senhor não sabe? Então, vou fazer uma
pergunta bem direta para o senhor: o senhor acha certo aumentar imposto de
remédio hoje? Então, por que o senhor vai votar a favor?
Fica
uma dúvida no ar, e eu não quero insinuar nada, pelo amor de Deus, mas estão
dizendo por aí que o Doria está oferecendo aumentar emenda, está oferecendo até
dinheiro vivo para quem votar a favor, porque esse projeto realmente é
vergonhoso. Eu não acho que o senhor seja desse tipo.
Então,
eu peço um comprometimento do senhor com cidadãos paulistanos para que o senhor
não aumente imposto em remédio, porque a dona Maria e o seu João, quando forem
à farmácia comprar remédio e pagarem mais caro, vão pagar por conta do voto do
senhor hoje. Por favor, não faça isso com a gente.
Vamos
falar outro aqui, Daniel Soares. Cadê o Daniel Soares? Daniel Soares, cadê
você? Você não vai votar "sim" em relação ao projeto, cara? Aparece
aí, meu. Cadê o Daniel Soares? É um cara gente boa; ele entra calado aqui e sai
mudo. Bem discreto, para ninguém nem saber como ele votou. Eu vou fazer questão
de colocar aqui para os meus milhões de inscritos saberem que o senhor está
votando "sim" para aumentar imposto.
O
senhor está votando pelo aumento de imposto. Cadê você, Daniel Soares? Eu nunca
briguei com o senhor, eu nunca falei nada contra o senhor. Agora o seguinte, o
senhor vai ter que chegar à sua igreja, chegar lá para os seus fiéis e falar:
“Oi, fiel, eu votei ‘sim’ em relação ao aumento da porcaria do seu remédio.”
[Expressão suprimida.]. O que é isso?
O
pessoal está com vergonha de votar "sim"? Vem aqui e abra vosso voto,
[Expressão suprimida.]. Por que não mostra a cara aqui? Por que não põe a cara
aqui? Aí vai pôr o dedinho lá e sai correndo. Aí reclama: “Ah, vai lá o
youtuber mostrar para todo mundo.” Vou mostrar para todo mundo, sim, [Expressão
suprimida.].Vou mostrar, sim,
Quem
mais, fala mais nome aí? Quem mais está indeciso? Tem uma (Inaudível.) que está
em cima do muro aí, não sabe se vai aumentar remédio ou se não vai. Pô, aqui a
gente vota tudo com convicção. A Janaina está aqui. Todo voto que a Janaina vai
fazer, seja popular, seja impopular, ela vem aqui e mostra a cara.
Eu
tenho um milhão de divergências com Gil Diniz e Douglas Garcia aqui. Eu não os
vejo também se escondendo quando vão votar coisas até impopulares. O Tenente
Coimbra? O Tenente Coimbra é um cara gente boa. Não dá para aumentar imposto de
remédio. Coimbra, pô, não dá.
Delegada
Graciela, gente boa, gosto dela, faz um excelente trabalho. Delegada Graciela,
cadê a senhora, por favor? Eu quero que a senhora… Quando eu editar o vídeo,
vou colocar fotinho aqui para todo mundo saber quem é. Por favor, não veio? Ela
não veio? Então, que bom que não veio, porque não vai votar a favor. Meus
parabéns, Daniela Graciela, Delegada Graciela que não está aqui para votar a
favor desse absurdo.
Quem
mais, fala mais aí. Vamos pegar os que estão indecisos porque a galera que o
governo já… Não sei se eu falar essa palavra se vou
tomar processo, [Expressão suprimida.], aí não respondo processo assim? Esses
daí não têm mais o que fazer mesmo, mas a galera que está em cima do muro,
“[Expressão suprimida.], mano, isso aqui vai me ferrar com meu eleitor.” Cadê
você agora? Eu quero você aqui para votar "sim", e eu vou falar que
você está votando "sim".
Eu
sou candidato a prefeito aqui de São Paulo. Eu não teria moral de pedir voto
para o cara falando que eu aumentei o remédio dele. Eu quero ver dos candidatos
a prefeito aqui quem é que vai ter coragem para pedir voto no dia 15 de
novembro falando que votou "sim" nessa porcaria. (Palmas.) Eu quero
ver.
Bruno
Ganem, o defensor dos animais. Bruno Ganem é um cara, gente… Ele está doente?
Então, não está? Ótimo, Bruno Ganem. Então, não vai votar a favor. Parabéns,
Bruno Ganem.
Quem
mais? Tenente Nascimento. Pô, Tenente Nascimento, você é gente boa, Nascimento.
Não aumente remédio, Nascimento. O Nascimento é gente boa. O Nascimento vai vir
com a gente. Tenho certeza que vai vir. O Nascimento é conservador. O
Nascimento não vai fazer isso com a gente.
Quem
mais que tem aí? Eu estou vendo muita gente do PSDB aqui. Incrível, né, cara?
Quinta-feira. Hoje é… Até perdi a noção do tempo. Hoje
é quarta-feira, amanhã tem debate, estou até um pouco ansioso. Quarta-feira;
que horas são agora? Estou tão louco aqui. Dez para as nove da noite. Nunca vi
tanto peessedebista aqui para votar, meu. Mas como tem PSDB nessas horas, hein?
Rafa
Zimbaldi. Ô, Rafa Zimbaldi,
como é que vai ser, Rafa Zimbaldi? Ô, Rafa Zimbaldi, não dá para aumentar, não dá para aumentar
imposto no remédio, Rafa Zimbaldi. Espero que o
senhor vote com a gente também.
Quem
mais tem aí? Outro, quem mais? Quem mais que tem aí? Tem gente, hein? Eles
precisam de 48 deputados. Será que vão ter 48 fotinhos no meu próximo meme? Eu
espero que não, eu espero que não.
É
o seguinte: vocês estão fazendo… Eu estou não discordando do Gil, não
discordando do Douglas, que não está discordando do Barba, que não está
discordando da Monica do PSOL. [Expressão suprimida.] que ele une até as
pessoas que não conseguiam nem se olhar direito para se cumprimentar aqui.
[Expressão suprimida.].
E
detalhe, hein? Detalhe, assim, sem querer puxar para esse lado, mas vocês sabem
quem é líder na pesquisa em São Paulo, né? Bruno Covas. Eu quero ver o Bruno
Covas, que inclusive deu a diretoria de um hospital para o Cândido Vaccarezza, condenado do mensalão, e agora o pessoal do PT
não vai ficar mais gostando do meu discurso, quero ver ele ter a cara de pau de
falar, "João Doria, acelera, viu, gestor, viu", acelerou no imposto
do remédio mesmo.
Pessoal,
nós estamos aumentando imposto de remédio. Vamos falar de novo aqui, nós
estamos aumentando imposto no remédio. No remédio, no ovo, na farinha. Em tudo,
no ITCMD. Sua mãe morre, ela vai ter que pagar imposto para lhe deixar a
herança. E agora ele quer aumentar.
O
Doria, lá nos Jardins, na casa dele, de 50 milhões, ele está querendo um teco
do seu patrimônio, porque o dele já está feito. A gente vai fazer o quê, cara?
A gente vai assistir ao Regimento aqui sendo rasgado?
Eu
quero ver a cara dos caras que estão em cima do muro, terem a coragem de vir
aqui e falar: eu votei "sim" nessa porcaria. João Doria me liberou
uma emenda, eu vou tirar foto com ele lá, ao lado de alguma obra que ele vai
inaugurar na minha cidade, vou pedir voto ali, e tal, mas, olha, eu aumentei o
remédio da dona Maria.
Eu
quero ver quem é que vai ter a coragem de fazer isso, porque no meu Facebook,
no meu YouTube, no meu Instagram, amanhã, está a foto de todos eles. Amanhã.
Dependendo da votação hoje, amanhã, todo o estado, todo o Brasil, vai saber
quem é que vota para aumentar remédio.
Adalberto
Freitas, gente boa. Adalberto Freitas é gente boa. Adalberto Freitas é gente
boa. Adalberto, vem com a gente, Adalberto. Eu não quero pôr a sua foto amanhã.
E não sou só eu, porque não sou o bonzão, não. É todo mundo aqui. É desde os caras
mais à direita, os caras mais à esquerda, mais para cima, mais para baixo.
Todo
mundo vai falar que você aumentou imposto sobre remédio. Claro, imposto sobre
remédio não tem ideologia, irmão. Se vota no Lula, se vota no Boulos, se vota
no Bolsonaro, você não quer aumentar imposto da vovó. Você não quer fazer isso,
cara. Você está fazendo isso agora. Eu vou implorar aqui para você, não faça
isso. Não faça isso. Por favor, não faça
isso, em nome do mínimo de decência que a gente pode ter.
Questão
de ordem para a Professora Bebel.
Era
só isso. Muito obrigado, e meus pêsames aos cidadãos de São Paulo.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Só um minutinho, Bebel. Tem mais alguém que vai
encaminhar?
A SRA. ADRIANA BORGO - PROS - Sim, eu vou, presidente.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB
- Então,
Adriana Borgo, peço que você vá à tribuna, e dou a
palavra para a deputada Professora Bebel, para a questão de ordem.
A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Serei muito respeitosa na minha pergunta.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pois não.
A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - PARA QUESTÃO DE ORDEM - A questão é a seguinte, presidente. A primeira parte da reunião
será válida?
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sim, ela é válida.
A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - No meu entendimento, não, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pois no meu é.
A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Não. Tudo bem.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O que vale neste momento é o meu entendimento.
A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Então podemos recorrer dessa posição.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Por favor. É um direito de Vossa Excelência. Deputada
Adriana Borgo tem a palavra, para encaminhar.
O SR. ED THOMAS - PSB - Pela ordem, Excelência, para encaminhar logo depois.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É que não cabe inscrição de encaminhamento. Peço a
V.Exa., por favor, no momento oportuno faça a sua solicitação.
A SRA. ADRIANA BORGO - PROS – SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa noite a todos. A minha fala vai ser bem sucinta. Deputado
Barba, eu quero lhe dizer uma coisa. Eu não tenho preço.
Eu
entrei nesta Casa depois de muitos anos, lutando, sem pretensões políticas,
para fazer a diferença. A Adriana Borgo, do dia 15 de
março de 2018, não existe mais, porque desde que eu entrei nesta Casa, eu só
vejo pessoas passarem com rolo compressor, em cima das verdades de seres
humanos que votaram na gente.
Então,
quero dizer ao senhor que, quando criamos o PDO, foi porque eu, Marcio
Nakashima e outros deputados de um voto só, queríamos fazer a diferença. E nós
descobrimos que o voto em conjunto era a solução. Então, eu não tenho preço. Eu
não me vendo. O senhor pode ter certeza que os meus amigos parlamentares, que
são do PDO, com certeza não vão votar contra o povo.
Graças
a Deus que o Coronel Telhada desceu, porque seria, dentre tantas decepções que
eu já tive aqui, a minha maior decepção. Obrigada, Coronel Telhada. Obrigada.
Eu confio no senhor, eu confio no PDO. E ninguém aqui do meu grupo, eu quero
dizer aqui que eu não quero passar a vergonha de ter alguém do meu grupo
vendido, porque eu não me vendo e não compactuo com quem faz isso.
A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Pela ordem, presidente.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB
- Deputada
Janaina Paschoal.
A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Em nome da liderança do PSL, Excelência, eu indico o
deputado Gil Diniz para encaminhar.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra o deputado Gil Diniz para encaminhar
pela liderança do PSL.
O SR. GIL
DINIZ - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa noite, presidente. Boa noite
a toda a Mesa. Boa noite aos meus nobres pares. Povo de São Paulo, acabou a Covid. Olhem aqui, deputado Caio França, que situação. Não
tem grupo de risco, não tem idoso, deputado Ed. Não tem, é 70, 80, 90 anos,
deputada Edna.
Esse Governo do Estado de São Paulo faz milagre. Faz
aleijado andar. Nego quebrou a perna e está aqui para votar. Incrível!
Parabéns, João Doria, parabéns. Mas a gente vai responder na urna. O povo de
São Paulo está vendo.
Não vou sacanear o deputado Arthur. Ele sabe que eu
não gosto dele, e ele não gosta de mim. Deputado, não pode fazer propaganda
aqui, que você é candidato a prefeito, dessa tribuna. Você pode ser impugnado.
Não faz isso, não. Não faz isso, não. Fica a dica. Fica a dica.
Agora, para os outros candidatos a prefeito,
principalmente, PSDB, DEM, MDB, e tudo o mais, vou fazer um desafio aqui para
vocês. E vou conferir no site de vocês, deputado Barba. Coloque lá o João
Doria, coloque, grude a imagem, coloque lá o “Acelera”, para você ver o
resultado, na sua campanha. Coloque lá.
Para vereador, boa sorte, gestor, não é gestor? Esse
canalha enganou o povo de São Paulo, da capital, do estado, mas não vai enganar
o povo brasileiro, não. Governo medíocre, só sabe, deputada Edna, ganhar no
tapetão aqui. É o pior tipo de política que existe no país. Mas é o pior.
Mesquinhos, autoritários.
Vejam a mídia que está aqui, só gostam de falar com a
bancada de esquerda. Isso é muito claro. A gente sobe aqui, arrebenta o
governo, coloca os nossos argumentos. E quando vão convidar ali, claro, é PT,
PSOL, a gente sabe que eles têm esse viés ideológico também. Mas que bom que,
pelo menos, estão mostrando isso. Isso é ótimo. Mostre para o povo da cidade de
São Paulo, para o povo do estado de São Paulo, a vergonha que está acontecendo
aqui.
Eu sei que o Regimento, não sou regimentalista,
mas gosto de sentar no meu gabinete e papirar o
Regimento Interno. Eu sei aqui que o melhor assessor desta Casa, nesse sentido,
é o assessor do PSOL, o Marcos. Entende muito de Regimento. Entende muito de
Regimento. E ajuda quando preciso, meus assessores, ele ajuda também.
Tem assessores do PSDB que já me ajudaram também,
deputado Giannazi. A gente precisa reconhecer. Precisam reconhecer que sou
deputado de primeiro mandato, e que não tinha nenhum curso, nenhuma formação
para ser deputado. Então, a gente precisa aceitar todos os grupos. O PT também.
Todos os dias a gente senta aqui e lê o Regimento Interno.
E olhe a situação que a gente viu hoje. Sei que o
Regimento prevê que a gente precisa se ater ao tema que está em discussão.
Nunca é respeitado. O presidente só quer respeitar o Regimento quando lhe
convém, e quando convém ao governador. Levantei uma questão de ordem aqui,
falando sobre a questão dos presidentes e dos vice-presidentes, e nós mostramos,
por A+B, que o presidente Cauê Macris estava aqui na hora do início da sessão,
à hora regimental, e não assumiu os trabalhos.
Vou pedir para colocar aqui no vídeo, por gentileza.
Coronel Telhada ali, olhem, quem está ali, quem está ali, o presidente da Casa.
E a gente precisa sair de baixo, deputado Enio Tatto, e o senhor foi muito
didático. Por que jogaram essa bomba no colo do Coronel Telhada, que respeito
muito. Porque o Telhada, declaradamente, vai votar "não", mas
utilizaram, deputada Leci, o Regimento ao modo dele,
para jogar a responsabilidade do Coronel Telhada, que eu respeito muito, e sei
que vai votar "não" conosco aqui, para derrotar esse projeto bizarro,
ridículo, que tira, entre outas coisas, tira o poder desta Casa Legislativa, deputado
Sergio Victor.
Ora, é o Parlamento abrindo mão do seu poder, eu nunca
vi isso. Olhe como são, anjos querubins, criaturas celestiais, deputado Mellão.
Eu queria aqui um PSDB que fizesse o bem para o povo de São Paulo. Não faz.
Eles têm maioria. Eles sempre vencem.
Era para nossas escolas, deputada Erica, serem as
melhores. Era para a Saúde ser a melhor, a Segurança Pública também. Eles
conseguem aprovar tudo. Conseguem aprovar tudo. Mas rasgam o Regimento, cospem
no Regimento, e fica por isso mesmo.
Aí, foi a fala do presidente, "recorra à
Justiça". Como dói ouvir um presidente desta Assembleia Legislativa falar
"recorre para outro Poder". Danem-se, recorram a outro Poder. Olhem,
a Presidência vai passar. Esse mandato vai passar. A Assembleia Legislativa de
São Paulo fica. Ninguém aqui é maior que esse Poder. Ninguém aqui é maior do
que o povo de São Paulo, representados aqui por cada um de vocês. É fácil
chegar aqui e falar "recorra à Justiça". Danem-se.
O Regimento fala que questão de ordem precede a fala.
É muito claro. O que o presidente faz? Desliga os microfones do plenário, para
os deputados serem cerceados na sua fala. Autoritário, ditador. Doria aprendeu
com Cauê, ou Cauê aprendeu com Doria? Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?
Absurdo. Rasgam o Regimento, rasgam a Constituição do Estado de São Paulo,
deputado Campos Machado. Rasgam, cospem no povo de São Paulo.
Vejam só vocês aqui. Usar o Regimento também, convido
aí, sei que muitos deputados vão votar "sim", sem nem ler o projeto.
Nem sabem o que está votando. O líder do Governo mandou votar "sim",
ele vai votar "sim". Nem leu o projeto. Os funcionários aí, peguem os
deputados depois, vamos conversar; os das autarquias, perguntem para ele o que
é o Oncocentro, o que o Oncocentro
faz. E as outras autarquias também. Não sabem, não têm ideia do que é. Não têm
ideia de impacto orçamentário, talvez não saibam o que é impacto orçamentário.
Está fazendo peso aqui na Assembleia, um peso morto
nesta Assembleia. Só, só atrapalha, só vota com o governo, e não é por
convicção, é por fisiologismo barato. Horrível isso, ridículo isso, mas deixo
aqui para vocês, mais uma vez, o que o PSDB, o que o deputado Cauê Macris fez
mais uma vez, rasgando o Regimento.
Vossas Excelências, na sexta-feira, foram para Casa sem saber que existiria uma sessão extraordinária aqui na segunda-feira. Para quem não sabe, no sábado também nós temos o Diário Oficial. O presidente, segundo este Regimento aqui, que rege os trabalhos desta Casa, quando convém ao governador, quando convém ao PSDB...
Olha o que ele fala aqui, no seu Art. 101... Art. 100: “A sessão extraordinária poderá ser convocada: I - pelo presidente da Assembleia, de ofício; II - pelos líderes, em conjunto”.
Primeiro parágrafo: “não poderão ser convocadas mais de duas sessões extraordinárias entre duas ordinárias”. Parágrafo segundo: “o disposto no parágrafo anterior não prevalecerá no caso de apreciação de proposições em regime de urgência ou de prioridade, dependentes de votação, cuja tramitação expire dentro de cinco dias”.
Terceiro parágrafo: “só poderá ser realizada a sessão extraordinária observados o disposto no inciso III do Art. 98 e...”. Art. 101: “sempre que for convocada sessão extraordinária, o presidente comunicá-lo-á às deputadas e aos deputados em sessão e em publicação no Diário da Assembleia”. Parágrafo único: “se ocorrem circunstâncias que não permitam a comunicação prevista nesse artigo, a Mesa tomará, para supri-la, as providências que julgar necessárias”.
Ora, por que nós só fomos avisados da primeira extraordinária na segunda-feira? Por quê? Porque os deputados de oposição, que votariam “não”, estavam desmobilizados. Queria atropelar, mais uma vez, o processo regimental. Mas vão perder. Vão perder. Olhem aqui a lista dos deputados que assinaram esse requerimento bizarro.
Mais uma vez, tem 10 deputados que podem usar 15 minutos do seu tempo para discutir o projeto. E querem encerrar esse debate antes do tempo, meu Deus do céu. Uma vergonha quem assinou esse requerimento para acabar a discussão, sendo que os deputados querem continuar discutindo. Repito mais uma vez: o PSDB é um câncer para o estado de São Paulo. Quarenta e cinco, nem no micro-ondas.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para concluir, deputado Gil.
O SR. GIL DINIZ - PSL - Vamos
extinguir esse partido do estado de São Paulo. (Palmas.) Muito obrigado, Sr.
Presidente.
O SR. ED THOMAS - PSB - Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, deputado Ed Thomas.
O SR. ED THOMAS - PSB - Para encaminhar pela vice-liderança do PSB, com anuência do líder.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem a palavra. O líder, acho que não está presente no plenário. Como vice-líder, tem a palavra Vossa Excelência.
O SR. ED THOMAS - PSB - E eu gostaria de indicar o deputado Caio França.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Ah, o deputado Caio França. Perfeito. Tem a palavra o deputado Caio França, para encaminhar.
Para uma questão de ordem, deputado Campos Machado.
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Sr. Presidente, desceu uma nuvem negra nesta Casa. A fala do deputado Arthur trouxe um clima total de desconfiança desta Casa, Sr. Presidente. Essa fumaça, deputado Major Mecca, não é a fumaça vinda do Pantanal nem da Amazônia, não; é a fumaça que nasceu da fala de um deputado, da tribuna, insinuando fatos que podem tornar essa sessão nula. Porque ele trouxe fatos gravíssimos, que precisam, que devem ser apurados, antes de qualquer votação, pelo amor de Deus, Srs. Deputados.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Campos, qual é a questão de ordem de Vossa Excelência?
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - É esta: se os fatos que o deputado Arthur trouxe aqui, de emendas, de dinheiro, se é que ouvi bem... Eu pergunto a V. Exa.: é para se continuar a sessão ou é para se evitar que amanhã o Judiciário possa, por qualquer razão, interferir, tendo em vista esses fatos gravíssimos que o deputado Arthur trouxe aqui, e é inteira responsabilidade dele? Deixo a Vossa Excelência.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - No momento oportuno, responderei a V. Exa., mas isso não infere em nenhum artigo do Regimento. Eu gostaria, por favor, que as questões de ordem fossem direcionadas aos artigos do Regimento. Deputada Monica.
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente...
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Campos, V. Exa. já fez a questão de ordem de V. Exa., e eu vou responder no momento oportuno.
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Eu trouxe uma questão ética...
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vou responder no momento oportuno. Deputada Erica, qual é a questão de ordem de Vossa Excelência?
A SRA. ERICA MALUNGUINHO - PSOL - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Só retificando a fala do Campos, que ele falou que tem uma nuvem negra, mas é uma nuvem branca, pois a maioria daqui é gente branca, né. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Caio França, tem a palavra para encaminhar.
Veja: o governo se mobilizou pra caramba para conseguir ter voto, e a gente sabe disso. Já foi falado aqui: nós estamos num período de pandemia e, para colocar praticamente 90, 94 deputados aqui, teve mobilização. Então, vamos seguir o rito normal, pelo menos na sessão, porque na tramitação das comissões não teve nada disso, nada. Nomeou relator especial, que apresentou o mesmo relatório do relator original.
E aí, presidente, eu vou fazer questão de poder reforçar aqui, porque já passei por uma situação parecida na sessão virtual. Eu quero lembrar, também, que nós estamos assim... Tem alguns colegas deputados que não podem votar, mas quero lembrar que eu, desde o início, pedi e solicitei que a sessão fosse híbrida, permitindo que mesmo colegas que se sintam mal por conta da Covid pudessem estar votando.
Então, aí foi um entendimento do Colégio de Líderes, que não acatou essa minha sugestão e de outros colegas que estavam aqui. Passado isso, vamos todo mundo lembrar: na sessão em que nós votamos o adiantamento do feriado de nove de julho, deputados que votaram “não” ajudaram o governo, porque o governo não conseguiu colocar 48 votos favoráveis à proposta.
Então, senhoras e senhores, para não ter nenhuma dúvida: todo mundo que está na Assembleia, os deputados que estão aqui presentes - votar “não” antes de o governo conseguir colocar 48 votos favoráveis, sinceramente, é votar “sim”. É melhor, aí sim, votar “sim” do que ser um voto “não”, porque ninguém vai entender.
E aí, nós também não podemos deixar a pessoa enganar todo mundo. Votou “não” sem o governo ter colocado 48 votos lá, é claro que a pessoa está ajudando a passar um projeto. E se ele não quer, o único caminho é obstruir. Não tem abstenção e não tem “não”, a não ser que a pessoa se sujeite a isso, mas aí eu acho que pelo menos tem que ser franco e votar “sim”.
As pessoas que estão lá fora, os servidores do Itesp, do Oncocentro, da Furp, da CDHU - todos eles já sabem isso de cabo a rabo. Para explicar outro dia na imprensa, foi difícil, porque de fato é complicado você explicar isso. Quem vota “não” está ajudando? Está ajudando. Então, meus amigos, aqueles que nos acompanham, que estão aí virtualmente conseguindo acompanhar essa sessão, fiquem atentos.
Se tiver 48 votos, enfim, o governo se mobilizou e venceu essa batalha. Assim como já venceu outras, já venceu a Previdência aqui, e nós conseguimos votar “não”. Dessa vez, conseguimos trazer pessoas que têm pensamentos antagônicos, porque o projeto aumenta a carga tributária aqui em São Paulo, dos remédios, da cesta básica e de outros produtos mais, e também acaba com serviços públicos que são essenciais para o povo mais carente.
O Itesp, volto a falar... Está aqui o meu parceiro Ed Thomas, lá do Pontal do Paranapanema, que conhece bem e sabe o quanto foi importante o Itesp para o Pontal, porque regularizou terras devolutas. E onde estava o Cidade Legal, que é o programa da Secretaria Estadual de Habitação para regularizar esse tipo de atividade? Não estava lá. Quem estavam lá eram os técnicos do Itesp, nos sítios, nos quilombos.
Da mesma forma, no Vale do Ribeira. No Vale do Ribeira, não tem uma cidade, de Itariri até a Barra do Turvo, que não conheça o Itesp. Todo mundo conhece. A “prefeitada”, coitada, fica com medo de se expor contra o governo, porque o governo, à mingua, fica dando emenda de 200, 100, para poder fazer um asfalto aqui, outro acolá. Têm medo de se expor.
Os colegas da Sucen, os servidores da Sucen. Tive uma reunião virtual, uma audiência pública, e são mais uma vez os municípios mais pobres que vão ser prejudicados. Porque os municípios maiores, os que têm mais dinheiro, têm condição de ter uma prefeitura, deputado Daniel, com vigilância sanitária forte, organizada, com técnicos competentes.
Mas e os pequenos municípios, hein? E os pequenos municípios? Esses, eu posso garantir que dependem muito da organização, do planejamento, da orientação, da capacitação dos servidores da Sucen. Ontem, eu fiz a minha fala aqui e acabei me esquecendo dos servidores da Sucen. Então, queria aqui ser solidário a eles. Nós estamos num período de pandemia e estamos nada mais nada menos do que extinguindo a Sucen. É, de fato, incompreensível; não tem como justificar isso.
Eu vou...
O SR. ED THOMAS - PSB - Só um aparte.
O SR. CAIO FRANÇA - PSB - Claro, deputado Ed.
O SR. ED THOMAS - PSB - Deputado Caio...
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Ed, não cabe aparte. Nós estamos no encaminhamento.
O SR. CAIO FRANÇA - PSB - Bom, então eu posso passar a palavra para ele aqui, para substituir só, presidente?
O SR. GINIL DIZ - PSL - Só quando ajuda o governo.
O SR. CAIO FRANÇA - PSB - Pode ser, presidente?
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Aí, pode.
O SR. CAIO FRANÇA - PSB - Então, eu vou pedir que o Ed Thomas possa encerrar essa fala.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Mas aí ele conclui a fala.
O SR. CAIO FRANÇA - PSB - Claro. Reforço: quem quer votar “não”... Quem quer derrubar o projeto não pode votar “não” até que o governo coloque 48 votantes aqui no plenário.
Eu assinei a emenda da deputada Janaina, e o fiz com propriedade, com responsabilidade, sabendo que a gente poderia salvar alguma coisa de toda essa tragédia que a gente está vivendo e pode viver aqui, na noite de hoje. Mas a gente vai lutar até o fim.
Eu fui alertado, até, por um grupo de advogados da minha cidade. Presidente Prudente faz fronteira com o estado do Mato Grosso. É onde começa o estado, lá em Presidente Epitácio - 90 quilômetros, mais 60 quilômetros no Paraná. Nós temos uma guerra fiscal instalada há muito tempo, de empresas que vão embora atrás de benefícios em outros estados.
E a região já perdeu, e perdeu muito. Com esse aumento que se tem, de impostos, o que resta vai embora. Essas empresas não ficarão. E não é algo que vai acontecer só lá; em toda a divisa do estado de São Paulo, elas estarão migrando para outros estados por causa de incentivos fiscais. Aí, a geração de renda e o emprego vão embora.
Aí, São Paulo, a locomotiva do país... Mas está a lenha. A verdade é essa. E mesmo sem vagão, não vai se aguentar em cima dos trilhos, de jeito nenhum. Há um caixa que foi esfacelado, que acabou, e é preciso arrecadar. E as pessoas humildes vão pagar por isso mais uma vez, mais já do que pagaram? Enquanto acontecia o “fica em casa”, as pessoas eram machucadas e surrupiadas, roubadas.
Eles já não acreditam mais em nós, na classe política, de forma nenhuma. Nós poderíamos, na noite de hoje, dar um grande exemplo, dizendo “não”; “não” com maioria. Não é para aumentar impostos, não; não é para tirar os incentivos de deficientes, não; o remédio não pode, não; o alimento não pode.
Uma Defensoria Pública que, desde 2007 até agora, 2020, atendeu a dois milhões de pessoas, levando, acima de tudo, a dignidade de encontrar a Justiça através da lei e da defesa da lei. São os pobres que precisam disso. Os ricos contratam, empurram seus processos para 20 anos, com muito, mas muito dinheiro. E aqueles que mais precisam?
E o sonho da casa própria, que vai embora? “Ah, a Caixa vai financiar”. Se estiver negativado, não vai financiar. E o CDHU vem, faz um trabalho: vamos regularizar, vamos melhorar. Certo, esse sonho realmente vai embora.
Quero parabenizar o Danilo Balas, deputado. Me emocionei com o vídeo que ele mostrou, aqui, das próteses do Oncocentro. Uma pessoa que um câncer levou um olho, levou o nariz, levou a orelha, levou parte da face, o céu da boca. Isso não é para dar lucro, é para gastar mesmo! É para gastar mesmo.
A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. ED THOMAS - PSB - Parabéns, deputado Danilo. Parabéns. São essas as pessoas que vão perder, os mais simples e os mais humildes.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para concluir, deputado Ed.
O SR. ED THOMAS - PSB - Concluindo, Sr. Presidente. Atenção, população de São Paulo: vocês acham que a Covid é um grande vírus? Esse vírus que mexe no bolso vai acabar de sepultar tantos que gostariam de levantar suas portas e começar outra vez. E o estado não está ajudando.
Muito obrigado.
A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. CORONEL TELHADA - PP - Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, deputado Telhada.
O SR. CORONEL TELHADA - PP - Para encaminhar pela liderança do PP.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É regimental.
A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Mas eu estava aqui no microfone.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pode ser a deputada Bebel primeiro, deputado?
A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Eu já cedi duas vezes. Deixa encaminhar o deputado Luiz Fernando...
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É que ele pediu primeiro, deputada Bebel.
A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Pois é, deputado, mas enquanto o deputado Ed...
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - A não ser que o deputado Telhada abra mão, para que ele possa fazer o encaminhamento. Se não, o deputado Telhada tem a palavra. Abrindo mão, aí sim, pode o deputado Luiz Fernando encaminhar em nome do...
A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Obrigada. Pela ordem, então, presidente. Para encaminhar, o deputado Luiz Fernando, pela liderança da Minoria.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra pelo tempo remanescente da sessão. São sete minutos.
Existe um termo novo no dicionário chamado “aporofobia”, que é a fobia ao pobre. E eu estou trazendo isso hoje, porque hoje esta Assembleia Legislativa vai tomar, talvez, uma das decisões mais importantes que esta Casa tomou ao longo dos últimos anos.
Ela vai decidir se ela vai apoiar o governador João Doria a fazer, talvez, uma das maiores maldades já feitas no nosso estado, ou se esta Assembleia será aquela que irá levantar-se e defender o patrimônio de São Paulo, as políticas públicas de São Paulo, os servidores públicos de São Paulo.
O governador, como foi dito - e todos acompanharam -, manda um projeto de lei para esta Casa tentando acabar com 10 empresas públicas, entre empresas, fundações e autarquias.
Ele pretende, não finalizar essas empresas, mas acabar com as políticas que essas empresas fazem, empresas essas construídas ao longo da história de estado. E que, pasmem, jamais em sã consciência qualquer gestor responsável pensaria em concluir.
No mesmo projeto, esse governador pretende aumentar os impostos da cesta básica. E esse projeto, para os senhores terem uma ideia, é tão ruim que ele juntou todo mundo nesta Casa contra o projeto. O orador que me antecedeu, um tal de Arthur Mamãe Falei - que têm dito que nem aqui na Casa aparece, com muita dificuldade aparece aqui na Casa - veio aqui hoje contra esse projeto.
A gente vê o Novo, o partido que vem defender o fim de políticas públicas, contra esse projeto. A gente vê o pessoal do Bolsonaro, que vem destruindo o país, contra esse projeto. Aí, a gente vê o PT, o PSOL, o PCdoB e outros partidos, muita gente do PSB e vários outros partidos - eu não vou ficar citando todos - contrários.
Por que juntaram tanta gente contra esse projeto? Pela maldade que é trazida no escopo desse projeto. Querem acabar com a CDHU. Não é contra a empresa CDHU, não; eles querem acabar com a política de construção de habitação popular para as famílias de baixa renda.
Eles querem acabar com o Itesp. “Ah, mas o que é o Itesp?”. O Itesp é aquele órgão que dá assessoria técnica ao pequeno e ao médio produtor. Eles querem acabar com o Instituto Florestal. O que faz o Instituto Florestal? Além de pesquisa e manutenção, ele é que faz a guarda dos parques e da floresta que ainda não conseguiram derrubar.
Eles querem acabar com a EMTU, Empresa Metropolitana de Transporte Urbano. O que essa empresa faz? Ela regula o transporte entre as cidades nas regiões metropolitanas, na Grande São Paulo, na Baixada Santista, na região de Campinas, na região de Sorocaba, de Ribeirão Preto, e outras.
Eles querem acabar com a Fundação do Remédio Popular, que faz medicamento de baixo custo, sobretudo aqueles que os grandes laboratórios não querem fazer. Mas também fazem medicamentos para que não estoure o preço, e a nossa população, sobretudo de baixa renda, possa ter acesso a esse medicamento. Para se ter uma ideia, a Furp vende medicamento de baixo custo para mais de 3.000 municípios no Brasil.
E eles querem acabar com isso tudo. Eles querem acabar com a Fundação Oncocentro, de que o deputado Ed Thomas, que me antecedeu, falou: ela faz próteses para pessoas que têm câncer, além de fazer pesquisas para se combater esse câncer.
Querem acabar com a Sucen, como disse o deputado Caio França, num momento de pandemia. Olha a inconsequência e a irresponsabilidade do governador João Doria ao querer acabar com a Sucen. O que a Sucen faz?
Nós temos um problema que mata... Só não mata tanto quanto a Covid porque São Paulo perdeu o controle, o governador não enfrentou como tinha que enfrentar. Mas a dengue, quem cuida disso é a Sucen. A febre maculosa e tantas doenças com vetores - quem cuida disso é a Sucen. E o governador quer acabar.
Querem acabar com o Instituto de Criminalística, enfim. E uma série de outras situações que esse projeto do mal pretende trazer à nossa população. Como foi denunciado aqui, aumenta imposto, o imposto da cesta básica.
E aí, eu quero me dirigir aos deputados da Casa, com o devido respeito a cada um: aqui, nós vamos decidir, hoje, a que nós estamos aqui. Se nós viemos aqui para fazer a diferença ou se nós viemos aqui atrás de nos beneficiar.
E aí, nesse momento, eu quero me dirigir a essa deputada linda, minha querida Marta Costa, e à deputada Edna Macedo, duas deputadas que se posicionaram: “nós somos contra esse projeto”.
São duas deputadas que representam igrejas e, atrás delas, uma população muito humilde, que servem. E elas estão aqui para dizer o seguinte: “nós vamos, com dignidade, defender o voto de vocês na gente; vocês confiaram na gente não para que nós aumentássemos o valor da cesta básica e não para que nós ajudássemos um governador, independentemente da proposta que o governador tenha feito, a fazer passar esse rolo compressor, em que a população de baixa renda é que vai pagar”.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Luiz, peço desculpas a Vossa Excelência, mas encerrou o tempo desta sessão, então preciso suspender a fala de Vossa Excelência.
Esgotado o tempo, em 10 minutos abriremos a segunda sessão extraordinária.
O SR. LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT - Obrigado, Sr. Presidente.
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- Encerra-se a sessão às 21 horas e 30 minutos.
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