8 DE OUTUBRO DE 2020
71ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: GILMACI SANTOS e CAUÊ MACRIS
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - GILMACI SANTOS
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - MAJOR MECCA
Exibe vídeo sobre a execução do cabo Jefferson Ferreira, da Rota,
em junho. Lamenta que o governo não tenha, ainda, concedido indenização e
pensão à viúva do policial. Cobra providências do comando da Polícia Militar.
Acusa o governador de descaso para com as forças de Segurança.
3 - CASTELLO BRANCO
Rende homenagem ao cabo Jefferson Ferreira, morto em junho.
Afirma que a Polícia não tem seu trabalho reconhecido em São Paulo. Opõe-se ao
PL 529/20, de autoria do Executivo, que propõe medidas de ajuste fiscal.
Discorre sobre o impactos da aprovação da propositura.
4 - CORONEL TELHADA
Declara-se contrário ao PL 529/20. Afirma que o governador
João Doria está tentando responsabilizar esta Casa pelo não cumprimento de
promessas feitas durante a campanha. Propõe a realização de CPI para investigar
os gastos do governo durante a pandemia de Covid-19.
5 - MAURICI
Descreve a vinda do diretor da Artesp
à Comissão de Transportes e Comunicações desta Casa. Considera que a empresa
não tem condições de assumir as funções da EMTU, cuja extinção está prevista no
PL 529/20. Acusa o governo de gerir o Estado irresponsavelmente.
6 - DR. JORGE LULA DO CARMO
Informa que hoje se comemora o Dia do Nordestino. Comenta que
é oriundo do nordeste do País. Faz breve histórico de sua trajetória
profissional e política. Declara que sempre buscou ajudar as pessoas, com
seriedade e dignidade. Presta homenagem a todos os nordestinos.
7 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Concorda com o pronunciamento do deputado Dr. Jorge Lula do
Carmo.
8 - CASTELLO BRANCO
Critica parlamentares que estão prestando apoio ao PL 529/20,
de autoria do governo estadual. Alerta que o voto favorável à matéria trará
consequências eleitorais aos seus autores. Dá conselhos à população acerca da
importância da cultura e do caráter.
9 - ALTAIR MORAES
Comemora o Dia do Nordestino, celebrado hoje. Apresenta
estatísticas acerca do número de nordestinos e seus descendentes em São Paulo,
destacando sua contribuição para a história e a cultura paulistas. Presta
homenagem a seus pais.
10 - JANAINA PASCHOAL
Homenageia os nordestinos, cujo dia é comemorado hoje.
Explica seu posicionamento quanto ao PL 529/20. Descreve emenda aglutinativa,
de sua autoria, que não obteve o número regimental de assinaturas. Informa que
deverá apresentar requerimento de método de votação ao projeto.
11 - JANAINA PASCHOAL
Para comunicação, comunica que poderá rever sua posição em
relação ao PL 529/20, se o governo aceitar um método de votação que dê conta de
suas objeções à matéria.
12 - DOUGLAS GARCIA
Comenta as palavras da deputada Janaina Paschoal. Argumenta
que o método de votação proposto pela parlamentar não sana todos os problemas
que, a seu ver, existem no PL 529/20, sobretudo no que tange a alterações
tributárias. Pede à deputada que mantenha seu voto contrário à matéria.
13 - PAULO LULA FIORILO
Opõe-se à ideia de que a retirada de algumas empresas do PL
529/20 tornaria aceitável o projeto. Tece críticas aos parlamentares favoráveis
à propositura. Avalia que é preciso prosseguir na luta contra o projeto.
Comenta pronunciamento do deputado Campos Machado, feito em outra ocasião.
GRANDE EXPEDIENTE
14 - CASTELLO BRANCO
Endossa os discursos anteriores contra o PL 529/20. Alerta
para risco de confisco. Compara o texto da matéria ao Cavalo de Troia. Critica
o aumento de impostos e do custo de vida em São Paulo. Pede união entre os
colegas para alterar a composição da Mesa nas próximas eleições.
15 - DOUGLAS GARCIA
Comenta o discurso da deputada Janaina Paschoal. Cobra
independência do Legislativo. Critica o discurso do deputado Wellington Moura,
na sessão de ontem. Esclarece que a maioria dos deputados 'bolsonaristas'
são contra a matéria. Afirma que deve divulgar os nomes dos seus pares que
votarem a favor da aprovação do PL 529/20. Pede respeito aos votos dos cidadãos
conservadores. Ressalta que a população é contra o projeto em tela.
16 - CARLOS GIANNAZI
Critica o Projeto Escola Integral, proposto pelo secretário
estadual da Educação, Rossielli Soares. Informa que
as escolas devem ter redução de alunos, caso trabalhem em turno único. Alerta
para superlotação de salas de aula. Afirma que o PEI exclui alunos que
trabalham. Comunica que já acionou o Ministério Público Estadual contra o
projeto. Lembra que os professores também serão prejudicados. Tece críticas ao
PL 529/20. Ressalta que não houve audiência pública para debate com a
população. Alerta para compra de votos com emendas parlamentares. Clama a seus
pares apoio contra a propositura (aparteado pelo deputado Castello Branco).
17 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA
Lista as consequências da aprovação do PL 529/20. Critica
fala da deputada Janaina Paschoal. Considera a matéria inconstitucional.
Discorre sobre o quórum para votação. Pede para que os colegas mantenham a
obstrução. Afirma que o texto deve ser reprovado em sua totalidade. Defende a
manutenção do Fundo da Defensoria Pública, a favor do acesso gratuito à
Justiça. Esclarece que as empresas citadas na propositura já estão com o
Orçamento previsto para 2021 zerado. Defende o Orçamento das universidades.
18 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Assume a Presidência.
19 - TENENTE COIMBRA
Defende seu voto de abstenção durante tramitação do PL
529/20. Lembra que a Mesa desta Casa foi composta por meio de votação. Afirma
que foi eleito defendendo a diminuição do Estado. Discorre sobre a isenção de
impostos na compra de veículos por pessoas com deficiência. Alega que é preciso
rever essas regras. Esclarece que o PL 529/20 deve ser melhorado. Ressalta que
não faz parte da base do governo.
20 - GIL DINIZ
Critica atuação do deputado Vinícius Camarinha nesta Casa, a
respeito da tramitação do PL 529/20. Menciona aumento de impostos previstos no
texto. Cita sua expulsão do PSL, homologada por esta Casa, neste momento de
discursos contra a referida matéria. Rebate fala do deputado Tenente Coimbra
sobre abstenção. Afirma que o deputado mencionado compôs quórum para a
deliberação do projeto. Tece críticas ao posicionamento da deputada Janaina
Paschoal. Pede o apoio da bancada do PSL. Considera o texto apresentado
inconstitucional. Alega que o governo não tem votos suficientes para aprovação.
Clama por mais independência do Legislativo. Comenta denúncias de compra de
votos com emendas parlamentares. Lista parlamentares em grupo de risco de
contaminação por Covid-19, presentes (aparteado pelos deputados Tenente Coimbra
e Douglas Garcia).
21 - PROFESSORA BEBEL LULA
Para comunicação, diz estar preocupada com votação do PL
529/20. Considera a aprovação do texto entrega do patrimônio paulista. Critica
o discurso do deputado Wellignton Moura, no dia de
ontem. Lamenta o posicionamento da deputada Janaina Paschoal.
22 - TEONILIO BARBA LULA
Discorda do pronunciamento da deputada Janaina Paschoal,
quanto à emenda aglutinativa ao PL 529/20. Repudia a extinção de entidades
essenciais. Lista o número de funcionários em cada uma das empresas previstas
no texto. Critica a questão de ordem apresentada por Itamar Borges, que impede
novos encaminhamentos da mesma bancada. Comenta união entre os parlamentares de
partidos diferentes, contrários à citada matéria. Parabeniza o deputado Douglas
Garcia pelo discurso contra a propositura (aparteado pelos deputados Douglas
Garcia e Sargento Neri).
23 - CAIO FRANÇA
Para comunicação, comunica a mudança na vice-liderança do
PSB.
24 - TEONILIO BARBA LULA
Para questão de ordem, esclarece que, após as falas pelo art.
82, entrarão na Ordem do Dia. Lembra que aqueles que já encaminharam a votação
do PLC 04 não poderão fazê-lo novamente e então será pautada a votação do PL
529/20. Lembra que para a deliberação do projeto serão necessários 48 deputados
presentes. Informa que solicitará verificação de presença.
25 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Esclarece que não poderá deliberar o projeto se não houver 48
deputados presentes.
26 - CARLÃO PIGNATARI
Pelo art. 82, defende o direito de manifestação dos
parlamentares. Ressalta que, em razão da obstrução pela oposição, não foi
possível construir um relatório na Comissão de Constituição, Justiça e Redação.
Esclarece que foi construído um roteiro de votação, juntamente com diversos
deputados, para que o governo pudesse acatar a vontade do Legislativo em alguns
temas. Menciona a retirada do Itesp, Oncocentro, Furp e Imesc do projeto. Destaca
a retirada da nova regulamentação do ITCMD do texto. Critica a atuação dos
deputados Gil Diniz e Douglas Garcia durante os dois anos de mandato. Afirma
que o Parlamento é soberano.
27 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Informa a nomeação do deputado Caio França como vice-líder do
PSB.
28 - PAULO LULA FIORILO
Pelo art. 82, questiona o porquê da não retirada das outras
seis empresas do PL 529/20. Lamenta a não retirada do Instituto Florestal, CDHU
e EMTU. Esclarece que a regulamentação do ITCMD, como está hoje no projeto, não
altera a arrecadação atual. Afirma que não foi colocada a atualização do valor
do imóvel. Pede que, antes da retirada, sejam consultados especialistas.
Destaca a falta de debate do projeto. Cita o baixo orçamento da Fapesp, que se
for aprovado, significará, para o deputado, o fim da ciência no Estado.
29 - GIL DINIZ
Para comunicação, afirma que defende toda a população da
mesma maneira. Defende-se da acusação do deputado Carlão Pignatari. Afirma que
os apoiadores do governo também não construíram nada. Critica a construção do
roteiro de votação do PL 529/20, sem a participação de 40 deputados.
30 - PROFESSORA BEBEL LULA
Pelo art. 82, afirma que o papel do deputado é legislar e
fiscalizar o Executivo. Ressalta que, apesar da retirada de quatro órgãos do
projeto, o mesmo é péssimo. Critica o excesso de vetos aos projetos desta Casa
pelo governo João Doria. Ressalta que diversos partidos estão juntos na
oposição ao projeto pela sociedade paulista. Pede que os deputados repensem
suas posições. Posiciona-se contrariamente ao PL 529/20, que disse ser a
entrega do patrimônio paulista e o enxugamento da máquina.
31 - DOUGLAS GARCIA
Pelo art. 82, responde as acusações feitas pelo deputado
Carlão Pignatari. Critica o governo de João Doria, que não considera digno do
cargo de governador do Estado. Informa ter protocolado diversos projetos de
lei, durante a pandemia de coronavírus, para ajudar a
população, que não foram apreciados. Lamenta o excesso de vetos aos projetos de
deputados deste Parlamento. Afirma que este Legislativo não tem independência,
força e nem voz. Considera que o governo estadual não faz nada para ajudar a
população paulista e não dá voz ao Legislativo.
32 - CARLÃO PIGNATARI
Para questão de ordem, pede que o deputado Douglas Garcia
retire o que disse na tribuna e respeite o cargo do governador do Estado.
33 - BARROS MUNHOZ
Para questão de ordem, pede que sejam excluídas as expressões
antirregimentais usadas pelo deputado Douglas Garcia. Lê artigo do Regimento
Interno a respeito do assunto.
34 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Defere a retirada das expressões. Esclarece que há limites na
tribuna e que os deputados não podem fazer ofensas pessoais a quem quer que
seja. Diz ser válido a todos de maneira unânime.
35 - CARLÃO PIGNATARI
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
36 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Anota o pedido.
37 - TEONILIO BARBA LULA
Para questão de ordem, reforça a fala do presidente Cauê
Macris. Diz que os deputados da oposição foram ofendidos por diversas vezes na
tribuna. Ressalta que o presidente poderia interromper a fala do orador nestes
momentos, de acordo com o Regimento Interno. Pede que o presidente siga o
Regimento.
38 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Afirma que será rigoroso quanto a ofensas na tribuna. Defere
o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de amanhã, à hora
regimental, sem Ordem do Dia. Lembra a realização da sessão extraordinária, a
realizar-se hoje, às 19 horas e 10 minutos. Levanta a sessão.
* * *
- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Gilmaci
Santos.
* * *
- Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos
os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão
anterior e recebe o expediente.
Entramos, então, nos nossos trabalhos aqui, já no Pequeno
Expediente, convidando o primeiro orador inscrito, que é o deputado Major Mecca. Deputado Major Mecca, fará
uso da palavra? Tem V. Exa. o tempo regimental no Pequeno Expediente.
O SR. MAJOR MECCA - PSL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, todos os
que nos acompanham pela TV Alesp. Eu gostaria de
trazer à memória de todos os parlamentares desta Casa um fato ocorrido
aproximadamente quatro meses atrás, para que nós possamos explorar o tema.
Por gentileza, coloca na tela a
execução de um policial militar integrante da Rota, o cabo Jefferson, na porta
da casa dele. Faz favor.
* * *
- É exibido o vídeo.
* * *
Nestas imagens, o cabo Jefferson
está saindo de casa para ir trabalhar. Foi atropelado. Integrantes do crime
organizado desembarcam do veículo e executam o policial.
Isso na porta da casa dele, com a
esposa do lado de lá, do outro lado do portão, ouvindo tudo e correndo para
dentro de casa, desesperada. Essa execução desse policial ocorreu no dia 20 de
junho de 2020. Os senhores estão vendo aí a ousadia e a agressão dos criminosos.
O cabo Jefferson trabalhou comigo na Rota noturna. Muito obrigado à
técnica.
Esse fato ocorreu no dia 20 de
junho, há quatro meses. Até o presente momento, o Governo do Estado de São
Paulo não pagou a indenização para a viúva, e a viúva não está recebendo a
pensão. O policial deixou esposa e dois filhos, e a família se alimenta do quê,
deputado? Eu pergunto ao governador João Doria, capitão Castello Branco, do que
a família se alimenta?
Por favor, falem se há descaso
maior, se há desrespeito maior com um homem, com um ser humano, com um operador
de Segurança Pública, um policial militar, do que isso?
O policial se dedica para defender
a sociedade, com um salário de miséria, se expõe. Olha o que acontece com um
policial que combate o crime em São Paulo - é executado na porta de casa. E a
família, até agora, não recebeu o amparo do governo.
Isso é crime contra a humanidade, é
um crime à dignidade da pessoa humana. Isso sem dizer que até agora o caso não
foi esclarecido, governador, Sr. Secretário da Segurança Pública, general
Campos. General, a tropa está abandonada.
O senhor está onde, no
ar-condicionado, atrás da mesa? Lugar de comandante,
de líder, é ao lado da tropa, e o senhor sabe fazer isso, a sua formação lhe
mostrou que um comandante, um líder, está sempre ao lado da tropa. E a nossa
tropa está abandonada.
A família do cabo Jefferson,
repito, até agora não recebeu a indenização, e a esposa ainda não recebe a
pensão desse militar, que dedicou uma vida para defender o povo de São Paulo e
hoje está abandonado. O cabo Fernando, que também foi integrante da minha
companhia na Rota vespertina, terceira companhia, executado a tiros de fuzis na
porta de casa. Até agora, governador João Doria, ninguém foi preso, o crime não
foi esclarecido.
Isso é uma vergonha para o estado
de São Paulo, é uma vergonha. O governador João Doria, eu não sei em que
planeta, em que mundo ele está. Coloca as fotos, por favor, para mim. Olha só
mais esta: olha a arma que o policial civil recebeu na academia de polícia - um
revólver calibre 38. Está aí a fonte: “Revista Veja”. Policiais civis da
academia de polícia recebem como carga um revólver calibre 38 de não sei
quantas décadas atrás.
Onde está o gestor João Agripino
Doria, que abandonou as polícias, abandonou o povo do estado de São Paulo?
Agora apresenta um absurdo como esse Projeto de lei no 529, que
aumenta impostos, aumenta o preço de alimentos, itens da cesta básica, aumenta
preço de remédios.
Esse senhor deve estar vivendo
dentro de uma bolha, deve gerir São Paulo trancado dentro de um contêiner, com
várias pessoas o abanando e o elogiando, puxando o saco dele, para que ele dê
risada. Esse sim está contente e satisfeito, achando que é o cara, enquanto São
Paulo está abandonado. Os nossos policiais passando fome, passando
miséria.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS -
REPUBLICANOS - Para conclusão, deputado.
O SR. MAJOR MECCA - PSL - Para
conclusão, Sr. Presidente: além de terem um terço de férias suspenso,
antecipação do décimo-terceiro, familiares de policiais que perderam o emprego,
agora ele quer aumentar o preço da comida que o policial põe na mesa, que o
povo de São Paulo põe na mesa. Isso é uma vergonha para o estado de São Paulo.
Nós precisamos tomar uma atitude e colocar as coisas nos seus devidos lugares
aqui no estado São Paulo.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado. Com a palavra,
o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Itamar
Borges. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson. (Pausa.)
Deputado Alex de Madureira. (Pausa.) Deptuada
Carla Morando. (Pausa.) Deputado Castello Branco.
O SR. CASTELLO BRANCO - PSL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Pequeno Expediente do dia 8 de outubro de 2020,
quinta-feira, 14 horas e 40 minutos. Estamos aqui falando com a população de
São Paulo. E, aproveitando a introdução feita pelo Major Mecca,
eu me ajoelho, junto com ele, na despedida de heróis, porque esse policial que
se foi era um herói, mais um herói anônimo que dá a sua vida pelo estado de São
Paulo.
Pior do que isso é não ser
reconhecido, não haver gratidão. Meu pai já dizia que a justiça é o berço da
gratidão; quando você não é grato, você não vai ter justiça. E, de fato, o
estado de São Paulo padece de gratidão, de reconhecimento e de justiça. É
perigoso.
Eu trouxe para vocês hoje o resumo
do pacote da maldade. São algumas lâminas que vão mostrar para vocês os efeitos
funestos do 529. Senão, vejamos: se não bastasse o descaso com a Segurança
Pública e o abandono da nossa tropa, como há pouco mostrado pelo Major Mecca, nós temos aqui algumas frases de efeito e a
conclusão do projeto de lei que o Sr. Governador quer impor goela abaixo nesta
Casa, mas não conseguirá.
E eu lembro Martin Luther King,
quando disse que a verdadeira medida de um homem não é como ele se comporta em
momentos de conforto e conveniência, mas como ele se mantém altivo em tempos de
controvérsia e desafio, que é o tempo que vivemos agora. “E que tempos são
estes em que temos que defender o óbvio?”, dizia Bertolt Brecht.
Defender a extinção desse Projeto
de lei no 529, fazer com que ele saia da pauta, porque ele é
nefasto, é o óbvio, mas não parece que é o óbvio para alguns. Senão, vejamos:
os aumentos de impostos diretos, do ICMS, do ITCMD, do IPVA: Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços; Impostos sobre Transmissão Causa Mortis e
Doações, que para mim é o pior; e Imposto de Veículos Automotores. Os três vão
causar aumento no custo de vida da população.
Extinção de órgãos estatais ligados
à Saúde, como, por exemplo, a Fosp, a Furp e a Sucen. E um órgão
importantíssimo ligado ao transporte urbano e à mobilidade de crianças com
deficiência, que é a EMTU, que atende 134 municípios. Reduz os recursos
financeiros de pesquisas das universidades: USP, Unicamp, Unesp e Fapesp. Isso
é um tiro no pé da Educação brasileira, que tem, no estado de São Paulo, um dos
seus principais fomentadores de pesquisa científica.
Retira de órgãos públicos saudáveis
financeiramente, alterando, na política dos fundos de despesa, para injetar
dinheiro em coisa ruim. Ou seja, ele tira dinheiro de lugar bom para colocar
dinheiro em lugar ruim. Por que será, né? Deputado Jorge do Carmo, deve ser uma
coincidência: de um lugar que dá certo, para colocar num lugar que dá errado.
No estado de São Paulo, por
exemplo, eles vão pegar os fundos de despesa do Ministério Público, Defensoria
Pública, Procuradoria-Geral do Estado, Tribunal de Contas. Ou seja, vai ser um
desastre.
E a venda do patrimônio ativo do
estado. Quantas e quantas gerações se sacrificaram, quantos e quantos governos
fizeram muito para ter os seus ativos imobiliários, e agora ele quer vendê-los
a preço de banana, para interesses pessoais de leilão. São 89 imóveis nessa
primeira fase, mas nós sabemos que tem muito mais imóveis que irão na
sequência. Patrimônio bilionário do estado que vai ser vendido.
E, por fim, a concessão: vai
terceirizar os parques estaduais. Ele já fez isso em 25 parques, e agora vai
fazer nestes aqui: Complexo Olímpico da Água Branca, Parque Villa-Lobos,
Cândido Portinari, Parque Chácara da Baronesa, Parque da Juventude Dom Paulo
Evaristo Arns, Parque Estadual de Belém Manoel Pitta, Parque Ecológico do
Guarapiranga, Parque da Água Branca, que é o Fernando Costa, e o Complexo
Olímpico. Ou seja, tudo aquilo que é bom, a que a população tinha acesso
gratuito, agora há controvérsias sobre o que será feito.
Para terminar, Sr. Presidente,
pense, Sra. Deputada e Sr. Deputado desta Casa, na sua responsabilidade e no
compromisso com o seu eleitor, que o colocou aqui para que o senhor reduza o
custo de vida, para que o senhor pague menos impostos, para que o dinheiro seja
mais bem aplicado na Educação e na Saúde, o que de fato não é feito com este projeto
de lei.
Concluindo, nós aqui manifestamos
mais uma vez o nosso repúdio a esse nefasto projeto de lei, que não passará
nesta Casa, se Deus quiser.
Obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Deputado Adalberto
Freitas. (Pausa.) Deputada Dra. Damaris Moura. (Pausa.) Deputado Coronel
Telhada.
O
SR. CORONEL TELHADA - PP - Sr. Presidente, Sras. Deputadas,
Srs. Deputados, todos os que nos assistem pela Rede Alesp,
quero saudar aqui o cabo Rodrigues, em nome de quem saúdo a assessoria da
polícia militar desta Casa; também o cabo Jean, que está lá do outro lado. No
nome dos dois, saúdo toda a nossa assessoria policial militar.
Sr. Presidente, também
quero aqui, nesta data, me colocar frontalmente contra esse terrível projeto, o
529, que é um tapa na cara da população do estado de São Paulo. O governador
João Doria conseguiu uma coisa que nunca ninguém tinha conseguido: ele
conseguiu unir todos os partidos, aqui na Assembleia, contra ele - a esquerda,
a direita, o centro, as ideologias. Isso é para ver como o projeto é ruim.
Ninguém concorda com ele.
Eu estava olhando aqui
na “Folha de S. Paulo”, apesar de que a “Folha de S. Paulo” não me passa
credibilidade, é um jornal em que eu não confio. Mas ela traz aqui hoje que o
governo do Doria está tão ruim que nem o pessoal do PSDB consegue falar do
governo Doria. Diz aqui: “tucano de berço, Covas esconde PSDB em material de
campanha da reeleição”.
Ou seja, até o
candidato do PSDB em São Paulo, que é o Bruno Covas, está escondendo que é do
PSDB. Ele não precisa esconder, todo mundo sabe, né? Mas não está falando.
E muito menos
relacionando o nome dele com o João Doria. Por quê? Porque todo mundo percebeu
que ele está levando o governo para o fundo do poço, e ninguém quer ir junto;
porque o que ele faz aqui nesta Casa é uma amostra de como ele tem tratado todo
o estado de São Paulo.
Os meus antecessores,
aqui, falaram do tratamento da Polícia Militar. Foi lembrado que há meses o
policial morre em razão da função, é executado na porta de casa, coisa que
quase aconteceu comigo - eu não morri, mas fui baleado na porta de casa. E o
governo não faz a mínima obrigação, que é pagar a família do polícia; o governo
não faz a mínima obrigação, que é cuidar da tropa, é cuidar do seu estado.
Ou seja, todas as
promessas que foram feitas em campanha serão jogadas, mais uma vez, no lixo. E
a desculpa vai ser jogar nas costas da Assembleia: “Eu não dei o aumento da
polícia porque a Assembleia não aprovou o 529; eu não aumentei os professores
porque a Assembleia não aprovou o 529”.
Ou seja, ontem veio um
deputado nesta tribuna, cheio de dizer nomes aqui. Eu não vou dizer o nome
dele, porque eu sou um cara respeitoso, mas ele citou meu nome várias vezes
aqui, dizendo que a Polícia Militar não vai ter colete, não vai ter viatura, não
vai ter um monte de coisa por culpa minha e dos outros deputados policiais
militares, porque nós estamos contra o 529.
Ué, o Doria não ia
cumprir a promessa de jeito nenhum. Agora quer jogar nas costas da gente que
ele não vai cumprir a promessa? É muito mau-caratismo fazer isso. E o pior: é
mau-caratismo o deputado vir aqui querer defender um projeto indefensável,
querer dizer que o estado vai passar uma situação difícil porque a Assembleia
não aprovou essa falcatrua que o governo quer fazer aqui.
Nós, do grupo PDO,
durante a campanha, fiscalizamos inúmeras ações, constatamos inúmeras
irregularidades. Só em duas ações nossas, nós evitamos que fossem gastos 608
milhões; só em duas ações. Imaginem o que esse governo gastou durante a
pandemia.
Nós, do grupo PDO,
estamos com uma CPI; até pedimos apoio dos deputados para assinarem, uma CPI
para investigarmos os gastos na pandemia. Ninguém quer assinar. Por que ninguém
quer assinar? Medo do quê? De chegar à verdade?
Então, a realidade é
uma só: se gastou rios de dinheiro nessa pandemia, rios e rios de dinheiro, e
agora querem acabar com o povo, querem aumentar impostos. O deputado Castello
Branco mostrou aqui: ICMS, IPVA, ITCMD, sobre causa mortis, que foi ampliado
para uma série de situações.
Até o cidadão que vai
se divorciar agora vai ter impostos em cima; o que se separa, separação
judicial, enfim. O pessoal deficiente físico vai ser prejudicado.
A Furp,
Oncocentro, tudo faliu, tudo fechado. Eu quero fazer
um desafio ao Governo do Estado de São Paulo: eu desafio o governo a pegar a Furp, que está, segundo ele, mal das pernas, e dar para
qualquer deputado administrar aqui. Qualquer deputado; não precisa ser eu, não.
Qualquer deputado eu tenho certeza de que tem capacidade de tocar aquela
empresa e levantar aquela empresa.
Porque aquela empresa
está do jeito como está por culpa do governo PSDB, que há 20 anos não investe
na Furp, há 20 anos não contrata funcionários, há 20
anos não faz melhorias no local.
E outra: quando nós
estivemos visitando, nós fomos informados de que mais de cinco grandes
laboratórios mundiais já foram conhecer o local. Por quê? Porque eles já têm
certeza da venda.
É uma sacanagem total,
gente. Só quem... Não vou falar “cego” com respeito às pessoas que têm
deficiência visual; mas só quem não quer não vê a sacanagem que o governo está
querendo fazer com o estado de São Paulo no 529.
Enquanto nós
estivermos aqui, nós não deixaremos prosperar esse terrível projeto que está
tentando acabar com a população de São Paulo, acabar com o funcionalismo, criar
aumentos, ampliar ICMS, criar impostos e aumentos. Nós não deixaremos que isso
aconteça, estamos atentos.
Muito obrigado, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS -
REPUBLICANOS - Obrigado, deputado. Deputado Carlos Cezar. (Pausa.)
Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Maurici.
Tem V. Exa. o tempo regimental no Pequeno Expediente.
O SR. MAURICI - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, eu, me
referindo inicialmente ao seu pronunciamento, deputado Coronel Telhada, quero
dizer que o deputado que esteve aqui ontem... Eu fiquei confuso: não sei se o
discurso que ele fez foi um discurso escatológico, anunciando o fim do mundo,
porque ele dizia que o governador Doria vai fazer isso com a Saúde, vai fazer
aquilo com a Segurança, vai fazer aquilo com a Educação.
Quer dizer, não sei se aquilo era
um discurso escatológico, em que ele anunciava o advento do fim do mundo, ou se
aquilo era um conjunto de ameaças a esta Casa, no sentido de: “Olha, votem
contra a sua consciência, porque senão o governador Doria vai acabar com o
estado”. Como se fosse necessário rejeitar o Projeto 529 para que o governador
Doria pudesse completar esse seu intento.
Mas, na verdade, Sr. Presidente, o
que me trouxe a esta tribuna hoje foi o fato de que ontem esteve na Comissão de
Transportes e Comunicações o diretor-geral da Artesp.
Quando ele foi perguntado sobre se havia feito a Artesp
algum estudo sobre a condição que ela teria, a possibilidade que ela teria de
absorver as atividades da EMTU, para a nossa surpresa, Sr. Presidente, a
resposta foi a seguinte: a Artesp tem inúmeras
atribuições hoje; ela está tentando dar conta das suas atribuições.
A Artesp
tem o seu corpo técnico, hoje, ganhando metade de salário do que paga o seu
congênere, a ANTP, que é a Agência Nacional de Transportes. Portanto, o risco
de fuga de profissionais qualificados da Artesp para
o mercado é alto. O diretor-geral nos disse que a empresa está com muita
dificuldade de fazer a sua função de fiscalização, seja de obras, seja de
autorizações, permissões e concessões, seja do próprio transporte coletivo, e
que, pasmem, nenhum estudo foi feito.
Nenhuma avaliação foi feita - se a Artesp tem condição de garantir a sequência de atividades
da EMTU sem que essas atividades sofram uma solução de continuidade. Isso
significa que esse pacote não é só um saco de maldades, mas é também uma
demonstração cabal da irresponsabilidade com que o governador procede à gestão
do estado.
Então, quero que fique registrado
isso, porque não são palavras que eu inventei, são palavras que eu ouvi ontem,
nesta Casa, na audiência pública com o diretor-geral da Artesp.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado Maurici. Com a palavra, a deputada Monica da Bancada
Ativista. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.)
Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando Lula da
Silva. (Pausa.) Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Deputada
Marta Costa. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge Lula do Carmo.
O SR. DR. JORGE LULA
DO CARMO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr.
Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, eu venho a esta tribuna para falar
um pouco sobre esse dia que é tão especial quanto os outros; mas hoje nós
comemoramos, Sr. Presidente - hoje é 8 de outubro -, o Dia do Nordestino.
Eu, nordestino que sou, de origem,
nasci lá no estado de Alagoas e vim para São Paulo em busca de uma vida melhor.
Assim, a exemplo de milhões e milhões de outros nordestinos e nordestinas,
assim como pessoas de outras regiões do nosso país vieram para a grande cidade,
para São Paulo, para tentar a vida.
Mas lembro, Sr. Presidente, da
minha difícil trajetória até chegar a esta tribuna. Chegar a esta tribuna não foi fácil,
foram mais de 30 anos de luta, política, militância, trajetória, mas lembro
quando me criei, minha infância na roça, no interior do interior.
Eu
morava não era no interior, era no interior do interior, na roça onde tinha
ainda candeeiro, ou seja, não tinha energia elétrica, não tinha asfalto,
nenhuma benfeitoria até a gente ter o governo do Partido dos Trabalhadores.
Então hoje no nordeste
tem, nos lugares mais longínquos, energia elétrica, água - através da
transposição do Rio São Francisco -, mas lembro de quando saí de lá em busca de
uma vida melhor e cheguei a São Paulo na década de 1980.
Fui morar de favor na casa
da minha tia - aliás, quero mandar um grande beijo para ela, minha tia Gedalva, que mora lá em Itaquera,
na zona leste, e, junto com meu tio, que já não está mais conosco, tio Genalro, me receberam como se fosse filho deles.
Lá eu fiquei por sete meses e fui
tratado como filho, mas eu não vim para ficar na casa do meu tio e da minha
tia, até porque vim para vencer. Saí de lá um dia e falei: “Tia, vou mais pra
lá e não é porque a senhora me tratou mal, a senhora me tratou muito bem, como
se eu fosse seu filho, mas eu não vim aqui para ficar escorado e encostado, vim
para vencer na vida”, e ousei ser advogado. Dezesseis anos fora da escola, mas
eu quero ser advogado, eu vou ser advogado.
Meu esforço e o apoio que eu tive da
minha família me fizeram, graças a Deus, me formar em direito e depois sempre
continuando. Eu achava que só era possível melhorar a vida das pessoas através
da política.
Minha formação, minha capacidade
intelectual, sempre utilizei em prol de ajudar as pessoas que não tiveram a
mesma condição. Apesar de que minhas condições não foram fáceis, foram sempre
difíceis, mas acredito em uma coisa: sempre com esforço, com boa vontade, a
gente consegue vencer na vida.
Então, hoje é dia dos nordestinos,
assim como eu - exemplo de milhões, como já falei -, pessoas que vieram para
São Paulo para trabalhar na construção civil, na obra, em qualquer lugar com
serviço, mas sempre com dignidade.
Aprendi uma coisa com meu pai e com
minha mãe - minha mãe, dona Lenira, lá de Alagoas, do
interior, de Anadia, e meu pai, José Aristides, José Otávio, assim conhecido na
região. Mas dizer da honra e da alegria que é vir para São Paulo, vencer na
vida, trabalhar com seriedade, com dignidade.
Aqui eu encontrei companheiros da
luta. O primeiro vereador com que eu trabalhei em São Paulo foi o vereador
Henrique Pacheco, e o Henrique Pacheco um dia falou assim para mim: “Jorge, vai
estudar, porque você pode ser um grande advogado”. E não é que coloquei na
mente?
Fui estudar, me formei em direito -
16 anos fora da escola, como já falei -, passei no exame da Ordem na primeira
fase e na segunda fase, mas tudo com muito esforço e sacrifício. Isso é para
dar exemplo de que, quando a gente quer, a gente consegue, com dignidade, com
seriedade, com responsabilidade.
Então, eu fiz da minha luta política
e social sempre procurar ajudar as pessoas, com muita seriedade ajudar os que
mais precisam. Por isso, estou hoje nesta tribuna para dizer: vale a pena lutar
e defender os trabalhadores, defender as pessoas, porque foi assim que eu
conquistei, foi assim que eu cheguei e é assim que milhões de brasileiros
vieram do nordeste - de onde eu também vim - ou de qualquer outro lugar do País
para vencer na vida e conquistar nosso espaço com muita dignidade e seriedade.
Parabéns a todos os nordestinos,
parabéns ao povo brasileiro que, com muito esforço, também conquistou... Está
ali meu conterrâneo também nordestino, parabéns a todos os nordestinos por este
8 de outubro em prol da luta de todos vocês.
Um abraço. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Parabéns, deputado Jorge do Carmo. O senhor que é um verdadeiro representante
do nordestino, do nordeste. Ao senhor e a todos os nordestinos, não somente os
que estão em São Paulo, mas todos os nordestinos do nosso Brasil afora, essa
gente lutadora, batalhadora, de coragem e que sempre acredita em um dia melhor,
parabéns a todos os nordestinos.
Com a palavra o deputado Dirceu Dalben.
(Pausa.) Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Neste momento vamos passar à lista suplementar.
Deputado Jorge Wilson. (Pausa.) Deputado Delegado Olim.
(Pausa.) Deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.)
Deputado Castello Branco pela lista suplementar.
O SR. CASTELLO BRANCO - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Eu complemento
a minha fala no Pequeno Expediente do dia 8 de outubro, quinta-feira, pela
lista suplementar, com duas frases de um grande professor brasileiro, Henrique
José de Souza, fundador da Sociedade Teosófica e da Sociedade Brasileira de
Eubiose.
O professor Henrique tinha duas
frases lapidares que muito têm a ver com o atual momento por que passa o estado
de São Paulo, que ele tanto gostava: “a esperança da colheita reside na
semente”, do díptico em latim “spes messis in semine”. Nós
temos nesta Casa a grande responsabilidade de plantar boas sementes, de plantar
o bem.
Eu sempre falava para os meus
alunos, quando me perguntavam se valia a pena plantar. Eu dizia que sim,
porque, se você plantar uma semente de abacaxi, você vai colher o quê? Abacaxi.
E se você plantar uma semente de
morango? Morango. E se eu plantar uma semente de arroz? Arroz. Se eu plantar
uma semente de eucalipto, vou colher uma árvore. Eu ficava assim, brincando com
eles durante muito tempo, e eles diziam: “Professor, mas isso é óbvio”.
Não é, não. As pessoas querem
plantar o mal e querem colher o bem, as pessoas querem plantar coisa errada e
colher coisa boa, as pessoas querem se curvar a determinadas situações aqui na
Casa, aprovando projeto de lei ruim, e esperam colher coisa boa depois. Eu não
sei qual é a lógica disso.
Os meus alunos, não satisfeitos com
essa frase, diziam assim: “Bom, mas eu não preciso estudar, eu posso ser
jogador de futebol, com todo o respeito, eu posso ser do tráfico de drogas, eu
posso fazer outras coisas onde vou ganhar mais dinheiro”.
Eu disse: “Negativo. Vá estudar, vá
se capacitar, vá se preparar para a vida, porque jogador de futebol não é todo
mundo que vai conseguir ser, é um grupo muito pequeno, e mesmo assim você tem
que ter um bom nível cultural para poder futuramente gerenciar sua própria
vida”.
Na questão do tráfico de drogas, eu
brincava com eles que nenhum traficante que eu conheço passou dos 35 anos, ou
ele foi morto pela facção rival ou pela polícia ou está preso; portanto, é uma
profissão curta. Jovens do Brasil, “realização através do caráter e da
cultura”, esta era a segunda grande frase do mestre. Realização através do
caráter e da cultura.
Presta atenção na profundidade,
caráter: tomar a decisão certa na hora certa, quando necessário for tomar,
apesar de todos os reveses, isto é caráter. Cultura: conhecimento técnico,
ampliação do estado de consciência. Vá fundo naquelas questões, não se contente
com a superficialidade das coisas, pesquise, estude, aprofunde e depois aja com
caráter.
Pois estas são as minhas mensagens
de hoje para você, população de São Paulo que nos acompanha
pela rede de comunicação Alesp, para os colegas
deputados que compartilham conosco deste plenário todos os dias e atualmente
diante de um grande dilema, que é colocar o estado de São Paulo nos seus
verdadeiros caminhos de pujança, de soberania e de riqueza.
Estamos afastados desse caminho
atualmente, na minha opinião, por má gestão, má interpretação de dados,
interesses escusos e inconfessáveis que agora querem ser corrigidos com o
pacote das maldades que é o Projeto de lei 529, por exemplo, entre outros
graves problemas que o estado precisa corrigir.
Ao glorioso estado de São Paulo, que
foi protagonista de grandes mudanças históricas neste País, que a Assembleia
Legislativa tenha a altivez moral e o caráter de tomar as decisões corretas.
Brasil acima de tudo e Deus acima de
todos.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Parabéns, deputado. Com a palavra o deputado Altair Morais, outro nordestino.
O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, todos da Rede Alesp,
hoje, para mim e para uma grande população que mora aqui em São Paulo, 13% da
população de São Paulo...
Na verdade, estou com alguns dados aqui:
são 5,6 milhões de nordestinos, guerreiros que vieram do nordeste
e foram acolhidos por esta cidade de grandes trabalhadores.
Hoje é o Dia do Nordestino, e eu sou
nordestino de raiz. Sou pernambucano da cidade de Recife com muito orgulho;
comedor de cuscuz, como minha vó dizia, criado com leite de cabra. A sua
também, Janaina? Raiz nordestina da nossa deputada Janaina.
Com muito orgulho venho fazer esta
fala singela, simples, mas de todo o meu coração. O povo nordestino é um povo
guerreiro, um povo aguerrido, um povo que foi muito injustiçado, mas um povo
que sempre sonhou com o melhor.
Hoje, em São Paulo, temos quase seis
milhões de nordestinos. Muitos ajudaram a levantar esta cidade, outros viraram
empresários, trabalhadores; uma grande população desse maravilhoso estado de
São Paulo, os nordestinos vieram e fizeram história.
Alguns dizem assim: “Nós estamos no
mesmo barco”, eu não acredito nisso. Acredito que estamos no mesmo mar, alguns
no barco, outros no iate, outros em lancha, outros nadando e outros se afogando
neste mar.
Então, não estamos no mesmo barco,
estamos no mesmo mar. Àqueles que estão no barco: vamos tentar jogar uma rede
para salvar, vamos jogar uma boia para atrair aqueles que estão nadando e
outros que estão se afogando.
Então, povo nordestino, o meu
abraço, o meu carinho; ao meu pai, um nome maravilhoso, Austrogildo Pereira de Oliveira. Quando a gente
fala para ele “Pai, seu nome é feio”, ele fala “Não, Astrogildo é feio, agora Austrogildo não, porque é ‘aus’”.
Eu respeito, é meu pai e eu digo que o nome dele é lindo. Então um beijo para
meu pai, seu Austrogildo, militar aposentado da
reserva, e dona Marisa Moraes,
professora.
Com muito carinho, deixo um beijo
para o meu nordeste e todos os nordestinos que estão hoje na cidade de São
Paulo. Contem conosco, com o nosso mandato, e que Deus abençoe o nosso nordeste.
Abraço, senhores.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Parabéns, deputado Altair, nordestino e poeta. Como sempre, os nordestinos são
sempre artistas e poetas, a maioria. Neste momento, nós encerramos, não tem
mais oradores inscritos no... Ah, tem a deputada Janaina, perdão.
A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigada,
Sr. Presidente. Cumprimento V. Exa. e os colegas presentes, em especial o
colega Altair, que recordou aqui o Dia do Nordestino. Eu posso homenagear todos
os nordestinos na memória dos meus avós, Julio
Paschoal e Anita Paschoal. Tenho lá minhas raízes em Pernambuco também, em
Olinda.
Gostaria hoje de conversar não só
com o pessoal da Assembleia, mas com a população, porque já começaram os
ataques, e dizer que tenho sido transparente em todas as minhas posições nesta
Casa.
Quando chegou o 529 aqui na Casa, eu
chamei o líder do Governo aqui onde eu fico sempre sentadinha e falei:
“Deputado Carlão, esse projeto não passa desse jeito. O senhor divida esse projeto”.
Eu, por exemplo, concordo com vários
pontos, mas não tenho como votar “sim”, porque dei minha palavra dentro da Furp e dentro do Oncocentro. Se o
senhor não excluir determinadas instituições, é impossível passar esse projeto.
Já disse aqui uma série de vezes que
ele insistiu, que tinha os votos, e eu abandonei o diálogo, porque, quando uma
pessoa não quer ouvir, não adianta a gente falar.
Preparei uma emenda aglutinativa. Eu
e os meus assessores batemos de porta em porta para tentar colher assinaturas,
conseguimos 30 assinaturas. Nesta emenda aglutinativa, o que eu propus? A
retirada da Furp, do Oncocentro,
do Itesp e do Imesc.
A base não assinou porque está dando
suporte ao projeto na íntegra, e a oposição não assinou com o argumento, que eu
respeito, de que tem que ir para o tudo ou nada - ou livra todas as empresas ou
não livra nenhuma.
Eu respeito essa linha de
pensamento, mas eu não concordo com ela. Desde o primeiro momento, eu deixei
evidente que prefiro salvar uma parte e priorizo as empresas que têm ligação
com a Saúde.
Ainda gostaria de tentar salvar a Sucen também, que a minha assessoria acompanhou os
trabalhos. Por que eu estou dizendo tudo isso? Quando percebi que não ia ter as
assinaturas necessárias na emenda aglutinativa, passei a trabalhar em um método
de votação.
O que é isso? O método de votação
são aqueles quesitos que vamos avaliar na votação do projeto. No meu método de
votação, que está rodando nos grupos de Whatsapp há
dias... Aliás, a emenda aglutinativa eu já fiz há mais de 15 dias, e o método
já tem bem uma semana, não tem novidade.
No meu método, eu excluo Furp, Oncocentro, Imesc, Itesp e, em razão dos estudos que fiz durante o
trâmite do projeto, peço a exclusão dos capítulos que tratam do ITCMD, que é o
aumento do Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação, porque, na minha
avaliação, a forma que esse projeto chegou nesse capítulo é confiscatória.
Como advogada, conheço vários casos
de pessoas que têm uma casa, às vezes um apartamento na praia, e que não
conseguem fazer o inventário porque, apesar de terem patrimônio, não têm dinheiro
para pagar o tributo. O governo alegou que queria coibir fraudes, porém, ao
tentar pegar quem frauda, iria penalizar toda a população. Então, no meu método
de votação, propus excluir o ITCMD.
Venho obstruindo, junto com várias
bancadas, em razão da impossibilidade de diálogo dentro desta Casa. Ontem,
durante a reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito das Quarteirizações,
comentei com o colega Camarinha - aqui presente - que estava chateada com a
maneira que o líder do Governo vinha conduzindo esse projeto dentro da Casa,
porque, quando chegou o PL 01, eu trabalhei para melhorar o projeto, votei
“sim”.
Chegou a Reforma da Previdência, eu
trabalhei para melhorar o projeto, mudar as alíquotas. Esta Casa inovou, fez
uma reforma da Previdência que é um exemplo para os outros estados. Tenho
convicção de que trabalhei severamente e arduamente para isso, votei “sim”.
Chega esse projeto, o líder do
Governo diz que não precisava do nosso trabalho, que ele já tinha os votos.
Falei isso para o deputado Camarinha e ele falou: “Mas, doutora, o que a
senhora está exigindo de mudanças?”. Eu falei: “Estou exigindo que retirem
essas quatro empresas e toda a parte do ITCMD”, sem nenhuma... Vossa Excelência
me concede uma comunicação para terminar, presidente?
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Tem V. Exa. a comunicação.
A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigada. Sem
nenhuma esperança de ser atendida nesse pleito. O deputado Camarinha, fazendo
as vezes de líder do Governo, tomou a missão para si e passou a dialogar com o
governo no sentido de atender a minha emenda aglutinativa na forma de um método
de votação. Estou sendo aqui muito transparente.
Ontem conversei com vários colegas,
uns no sentido de que deveria aceitar esse acordo, outros no sentido de que não
deveria aceitar. Ainda estou esperando o líder do Governo falar publicamente
que as empresas serão retiradas, que o ITCMD será retirado para um estudo
posterior, mas para que seja um trabalho menos confiscatório, poupando as pessoas
da classe média, que é sempre quem paga. Ainda estou aguardando essa
manifestação pública do líder do Governo. Agora, minha decisão é dura.
Muitos colegas disseram: “Não, vamos
enfrentar, para mostrar que aqui a gente tem força, que o governador não
manda”. Eu falei: “Não, mas espera aí, e se eles conseguem convencer mais dois
e eles ganham na íntegra? Eu vou condenar o Oncocentro,
o Imesc, o Itesp, a Furp,
uma vez que tenho a chance de melhorar?
E se eles convencem mais dois e
mantêm o ITCMD, como fica a minha situação, vendo famílias que não conseguem
fazer o inventário porque não podem pagar o tributo?”.
Então, a vida parlamentar tem a ver
com eleger prioridades. Aliás, eu elegi essa prioridade ano passado, quando fui
visitar a Furp e o Oncocentro.
Um abraço ao Oncocentro. Quando o governador esteve
aqui, eu defendi a Furp na frente de todos os
colegas, o Oncocentro idem. Eu elegi prioridades, de
forma que, se o governo vier aqui e falar publicamente o que está falando
veladamente, eu vou aceitar esse acordo.
Não estou falando pela bancada, não
estou falando pelo grupo que se formou contra o projeto, estou falando por mim,
porque eu quero dormir com a consciência tranquila, porque eu não vou conseguir
conviver, caso eles consigam convencer dois e ganhem na íntegra, com uma pessoa
não conseguir fazer seu tratamento contra o câncer porque eu decidi ser
intransigente.
É isso, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Obrigado, deputada Janaina. Com a palavra o deputado Douglas Garcia.
O SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado,
Sr. Presidente. Quero aqui cumprimentar todos os deputados desta Casa. Quero
aqui, assim como a deputada Janaina Paschoal, conversar com todos os demais
deputados a respeito desse projeto de lei. Nós estamos agora nos 45 do segundo
tempo, próximos de votar o PL 529.
Bom, de acordo com o que foi falado
aqui pela deputada Janaina Paschoal, o interesse do governo seria separar e
retirar desse projeto de lei, destacando algumas empresas para que elas não
fossem extintas, dentre elas o Oncocentro, a Furp, etc.
Entretanto, não foi aceito nesse
projeto nenhuma aglutinativa, nenhuma emenda. O processo legislativo não foi
respeitado, e a principal parte do projeto, que é a essência do projeto
inclusive, não está presente nesse destaque que o governo pretende colocar no
roteiro de votação, que é principalmente o parágrafo único do Art. 24, que fala
relacionado à questão do ICMS.
Portanto, ainda pode haver aumento
de imposto caso esse projeto seja aprovado, ainda com os destaques colocados
aqui pela deputada Janaina Paschoal. A deputada Janaina Paschoal é uma deputada
que eu respeito.
Tenho um respeito enorme pela
senhora, sei da importância que a deputada tem aqui na Assembleia Legislativa,
foi eleita com mais de dois milhões de votos, tem uma legitimidade
incomensurável para esta Casa de Leis.
Entretanto, Sr. Presidente, só para
conseguir controlar meu tempo, começou com dois minutos e agora estou perdido.
O senhor poderia, por gentileza, pedir para o pessoal da técnica me dar uma
ajuda?
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS -
REPUBLICANOS -
Com certeza, deputado. Vamos corrigir o tempo de Vossa Excelência.
O SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - Muitíssimo obrigado, só para eu
poder saber quanto eu parei, porque fiquei confuso.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS -
REPUBLICANOS -
Vossa Excelência tem mais três minutos.
O SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - Obrigado. Deputada Janaina Paschoal
é uma deputada que respeito muito. Entretanto, como eu disse aqui, esse projeto
de lei não faz com que, ainda com esses destaques protocolados através do
método de votação, ainda assim pode haver aumento de imposto. Isso vai impactar
muito na vida do cidadão paulista.
Deputada Janaina, a senhora pode não
apenas salvar essas empresas como todas aquelas que queremos salvar, inclusive
a própria Sucen, não dando voto para o governo. Muito
respeitosamente, deputada Janaina, eu acredito que a senhora pensar que o voto
da senhora vai fazer com que o governo simplesmente separe esse projeto,
tirando essas empresas, a senhora me perdoe.
Eu acredito que isso é pensar com um nível de
prepotência muito grande, que o governo estaria pensando em trocar o seu voto
por quatro ou cinco empresas, retirando essas empresas desse projeto.
Não
acredito que seja isso, até porque vi outros deputados conversando com o
governo também, pedindo para que essas empresas fossem retiradas. Só aceitaram
votar favoravelmente a esse projeto - não vou citar nomes porque não quero
expor absolutamente ninguém - se essas empresas fossem retiradas.
Então não
é uma questão de depender única e exclusivamente do voto da senhora, mas o voto
da senhora pesa. Pesa bastante, porque estamos nos 45 do segundo tempo, em uma
guerra.
Uma
guerra para que a população do estado de São Paulo se veja livre do aumento dos
impostos. Vou dar um exemplo para a senhora. Peça para que o governo também
inclua, no roteiro de votação, a retirada do parágrafo único do Art. 24. Tenho
certeza absoluta - absoluta! - que encontrará uma resistência gigantesca.
Ainda
mais que estamos falando em confiar no governador do estado, em confiar no
senhor João Doria. Confiar? Com todo o respeito que tenho à base do Governo na
Assembleia Legislativa, não dá para confiar no PSDB. Não tem como confiar no
PSDB. Nós estamos agora, deputada, depois de uma batalha gigantesca, fazendo
com que esta Assembleia Legislativa consiga, pela primeira vez...
E não é
só por mera questão de “vamos derrubar porque é do João Doria”. Não. É porque o
projeto é ruim mesmo, ainda com esses destaques. Deputada Janaina, com todo o
respeito que tenho a V. Exa., eu lembro que poucos dias atrás fui até a CCJ,
quando esse projeto ia ser pautado pela primeira vez. Cheguei perto da porta da
CCJ. Vossa Excelência achou que eu estivesse dando quórum para o Governo com
esse projeto. Imediatamente V. Exa. publicou nas redes sociais, me denegrindo.
As pessoas vieram me cobrar.
Até hoje
V. Exa. não me pediu desculpas com relação a isso. Eu tive que publicar
desmentindo. Agora a senhora vem aqui dar justificativas para poder votar
favorável a este projeto? Não me parece coerente, não me parece lógico.
Vossa
Excelência está agindo contra os seus próprios princípios e vai muito além,
muito além do que meramente o destaque a essas empresas. Posso retirar diversas
falas, diversas publicações e diversas razões que a senhora mesma deu para que
esse projeto não seja votado; pelo contrário, para que esse projeto seja
arquivado.
Então vou
apontar isso aqui para todas as pessoas. Vou levar isso adiante, não ameaçando
a senhora, mas é muito triste saber que, infelizmente, a senhora está
simplesmente caindo nessa narrativa do governo de que, retirando essas
empresas, estaria o cidadão paulista 100% resguardado e seguro.
Quando
não está, por uma razão única e simples: nós não podemos confiar no governador
João Doria. O Art. 24 continua aumentando imposto. Não mudou em absolutamente
quase nada na essência do projeto.
Muito
obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Muito
obrigado, Sr. Deputado. Com a palavra, o deputado Paulo Lula Fiorilo.
O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs.
Deputados, Sras. Deputadas, nós estamos chegando muito próximo de um desfecho
do 529. E parece, pelo que tenho ouvido nos corredores e agora na tribuna, que
o desfecho pode ser ruim.
Não para
quatro empresas, não para o ITCMD, mas para as outras seis empresas, para a
cesta básica, para os remédios. Pode ser ruim para os 5.600 funcionários, pode
ser ruim para aqueles que vão ter que pagar mais IPVA.
Não
consigo entender a lógica de que, ao excluir quatro e tirar o ITCMD, a gente
consegue tirar o problema de um projeto tão complexo e tão pernicioso não só
para os servidores, mas para o estado. Nós vamos mexer no Instituto Florestal,
que é responsável por combater incêndios, porque tem áreas de pesquisa.
Ontem, a
deputada Isa postou a foto de um incêndio em Mairiporã. O deputado Gil se
dispôs a acionar os bombeiros. O Instituto Florestal é um dos responsáveis por
isso. Agora, como a deputada Janaina não visitou o Instituto Florestal, pode ir
para o saco, pode ir para o embrulho, não tem problema.
Segundo.
Eu ouvi aqui o deputado Campos Machado usar uma fábula para tratar de um
assunto importante. Ele falou da águia e da galinha. Vou gastar 30 segundos. A
fábula é muito bonita. É um fazendeiro que criava uma águia junto com as
galinhas.
Até que, um dia, um viajante disse ao fazendeiro: “Isso não é uma
galinha, é uma águia”. O fazendeiro disse: “Não, isso é uma galinha”. Ele pegou
a águia, pôs no braço e falou assim: “Águia, voe”. A águia olhou para baixo,
viu as galinhas e pulou, continuou ciscando.
O
viajante não desistiu. No dia seguinte, voltou à fazenda, subiu a montanha mais
alta, pôs a águia no braço e falou: “Águia, você é uma águia. Voe”. A águia
abriu as asas de quatro metros e voou.
Eu queria
fazer um paralelo. Esta Assembleia é a fazenda. O fazendeiro é o Doria. Sabe
qual é o problema dele? É que aqui muitos perceberam que são águias, e que
podem voar.
Aqueles
que não querem voar vão pagar um preço histórico contra seis empresas, contra
5.600 funcionários, contra aqueles que precisam da cesta básica. Essa vai ser a
mácula daqueles que votarem “sim” hoje aqui.
Vou dizer
mais: o ITCMD, que estão propondo retirar, vou contar para vocês. A proposta do
ITCMD só teria arrecadação a mais para o estado se ele tivesse a capacidade de
cobrar os imóveis no valor real.
Hoje ele
cobra porque tem um decreto, que é questionado na Justiça. Quem tem advogado,
quem tem dinheiro, não paga. Sabe quem paga ITCMD neste Estado? O pobre, que
tem imóvel acima de 70 mil, e a classe média.
O estado
tirou, quando enviou o projeto para cá, esse artigo que possibilitava cobrar o
valor real. Deixou de um jeito que pode continuar a ser questionado. Ao retirar
o artigo do ITCMD - vou dizer muito claramente -, sabe o que vai acontecer com
o estado?
Vai
perder 1 bilhão do que arrecada, não do que arrecadaria, porque vai ter um
questionamento grande na Justiça, porque está recuando de um debate que poderia
ser para avançar.
Claro que temos problema. Para mim o ITCMD
deveria ser o imposto para retirar dinheiro de bilionário, não de pobre. Agora,
esse governo covarde quer retirar dinheiro de pobre. Isso, nós não vamos
permitir. E não é o argumento de tirar, porque, se tirar o ITCMD, não vai
abalar absolutamente nada o governo. Absolutamente nada. Não há ganho nenhum,
porque os caras vão continuar pagando o que pagam.
Então não
vamos ser enganados. O governo colocou um bode na sala para ser retirado agora
num acordo espúrio. Não podemos permitir. (Voz fora do microfone.) Eu até daria
um aparte para o senhor. É que o Pequeno Expediente não permite. Se fosse o
Grande Expediente, eu daria.
Nós
precisamos continuar lutando contra esse projeto. Aqui houve uma unidade de
pessoas de ideologias díspares, mas que entenderam que esse projeto prejudica
as pessoas mais pobres deste estado.
Tem
vários dados que vou usar depois. Eu já falei antes: impressionante como esse
governo fez esse projeto no joelho. Não fez estudo. Não discutiu com os
institutos. Não diferenciou quem dava prejuízo e quem não cumpria metas, porque
esse governo já queria acabar com esses institutos no ano passado, antes de ter
projeto, antes de ter pandemia.
Nós vamos
acreditar em quem? Nesse governador que não tem palavra? Aqui nós vamos ver -
vou terminar, Sr. Presidente - quem tem compromisso com o estado e quem está se
vendendo. Aliás, por falar em venda, eu vi muita gente falar. Alguns por 30
moedas. Outros, talvez, pelo orgulho ou pela vontade de bater no peito e dizer
“eu sou melhor que os outros”. Esse tipo de postura nos levará ao erro e à
derrota.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Muito
obrigado, Sr. Deputado Paulo Fiorilo.
* *
*
- Passa-se ao
* *
*
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, neste momento, passaremos ao Grande Expediente,
convidando para fazer uso da palavra o deputado Major Mecca.
(Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado
Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do
Consumidor. (Pausa.) Deputado Alex de Madureira. (Pausa.) Deputada Carla
Morando. (Pausa.) Deputado Castello Branco.
O SR. CASTELLO BRANCO - PSL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Deputado Castello Branco no Grande Expediente do dia 8 de
outubro de 2020, quinta-feira, 15 horas e 30 minutos. Fazendo voz às palavras
do deputado Paulo Fiorilo, fazendo voz às palavras do
deputado Douglas Garcia, da deputada Janaina Paschoal, do deputado Coronel
Telhada, da deputada Monica da Bancada Ativista. Enfim, pessoas do bem que se
unem pelo bem.
O
que está acontecendo aqui hoje é um atentado conta a soberania do estado.
Gostei do tom confiscatório. É exatamente isso que vai acontecer. Nós vamos ser
confiscados. O Projeto de lei nº 529, famigerado pacote das maldades com
requintes de crueldade, o Cavalo de “Troria”, um
pouquinho de coisas boas com um monte de coisas ruins juntas, vem para
confiscar os nossos bens.
Atenção,
família do estado de São Paulo. Você, que trabalha duro 18 horas por dia, de
segunda a sábado. Você, que demorou 30 anos para construir o seu patrimônio.
Muito bem, agora o governador vem com um pacote de medidas que, literalmente,
vai tirar aquilo que é seu. Desculpe a sinceridade, mas isso é um fato.
Ele
vai pegar dinheiro da sua transmissão, de um patrimônio que é seu, e vai
aumentar os seus impostos. Ele vai aumentar o seu custo de vida. Numa planilha
básica que foi feita pelos meus assessores, se isso for aprovado, o aumento no
custo de vida da cesta básica paulista vai aumentar em no mínimo 20%, pela
régua do ICMS e de outros fatores que vão contribuir para isso. Ou seja, não dá
para aprovar um projeto de lei desse.
Temos
uma oportunidade histórica de nos unirmos. Como estadistas que todos nós somos
nesta Casa, que temos uma visão de futuro, quis o destino que pessoas com
visões diferentes se unissem em prol do bem comum. Isso é lindo sob o ponto de
vista histórico, porque podemos inclusive vencer a eleição da Mesa no ano que
vem. Pronto, falei. (Palmas.)
Se
nós quisermos, podemos mudar essa realidade da Mesa no ano que vem, porque
sabemos que é a partir da Mesa, pelo estatuto, que se rege a Casa. Nós temos
essa oportunidade de nos unirmos e de
pleitearmos uma mudança que é lícita, que é justa, que é legal, de alternância
de poder. Eles descumpriram o papel deles, e agora vamos ter que cumprir o
nosso. Nós temos essa oportunidade de nos unirmos dentro de uma pauta
diferente, com uma visão diferente, e fazer uma gestão da Casa diferente.
Mudança, transformação e renovação, já aqui lançando
as eleições da Mesa da Alesp para 2021, que de fato
ocorrerá. Vimos a força que nós temos. Coerente. Temos alguns pontos de
dissonância, que não interessam agora. Interessam os nossos pontos de contato.
Assim, a gente vai poder construir um Brasil melhor.
Eu realmente acredito nesta fala. Como eu disse ontem: nós não somos deputados,
nós estamos deputados. Nosso mandato é temporário.
Nossa vida é fugaz, e a gente vai embora uma hora.
Quantos de nós perdemos entes queridos nesse ano de 2020? Que desembarcaram,
como a gente fala na Marinha. Deus puxou a ficha e desembarcou. A qualquer
momento a gente vai desembarcar também. E o que a gente deixou aqui? Qual foi o
nosso legado nesta passagem?
Essa é a nossa mensagem para a população de São
Paulo e principalmente para as crianças, adolescentes e jovens do Brasil e do
estado de São Paulo, que um dia estarão em nosso lugar e vão perguntar: “O que
fizeram os deputados da 19ª Legislatura, lá em 2020? Que atitudes eles tomaram
contra o pacote das maldades? Em que posição eles se colocaram diante desse tom
confiscatório?”. Que postura, que atitude, que comportamento nós tivemos?
Aqui está a chance de mostrarmos a missão para a
qual nós viemos. Juntos somos mais fortes, porque no fundo somos todos um só.
Eu gostaria, neste momento, com a permissão do
presidente, de passar a palavra ao nobre deputado Douglas Garcia.
O SR. PRESIDENTE -
GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - É regimental. Tem o deputado Douglas Garcia a palavra.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, eu gostaria de concluir algumas palavras no
meu discurso e agradecer ao capitão Castello Branco por passar o restante do
tempo.
Outra questão que deve ser colocada é: a deputada
Janaina Paschoal apresentou aqui um acordo que foi feito pelo Governo. O João
Doria não gosta do acordo, simplesmente veta, manda para esta Casa um outro
texto. Desta vez, bem mais enxuto, muito mais fácil de ser aprovado. E consegue
fazer a sua vontade ser canalizada nesta Assembleia Legislativa. O que está em
jogo não é simplesmente a gente brigar para que os impostos do cidadão paulista
não aumentem. O que está em jogo é a independência do Legislativo.
Se o João Doria aprovar um projeto dessa magnitude,
absurdo como está, nesta Casa de Leis, não tem mais sentido a existência desta
Assembleia. Eu digo isso não por repulsa à democracia, mas por repulsa a essa
interferência do Poder Executivo no Legislativo, essa influência direta. É um
absurdo, senhores.
Mais ainda: quero colocar já que foram trazidas aqui
as palavras de um deputado por quem tenho muito respeito, que é o deputado
Wellington Moura. O deputado Wellington Moura veio ontem à tribuna, falou,
citou nomes de deputados. Mostrou um conhecimento riquíssimo relacionado à
questão fiscal, dizendo que ia faltar aquilo, aquilo outro, em área “x”, em
área “y”.
O engraçado é que esse enorme conhecimento o
deputado Wellington Moura não demonstrou quando fez aquela questão de ordem
capenga - mas que questão de ordem capenga! - para saber se o voto “não” iria
computar ou não. Sr. Vice-líder do Governo, com certeza - com certeza! -
saberia que o voto não entra para poder ser computado como voto útil.
E mais, senhores: não querendo falar em nome do
presidente da República - não falo em nome de Jair Messias Bolsonaro, não falo
em nome do Marcos da Costa, candidato a vice-prefeito pelo PTB na chapa entre
PTB e Republicanos -, mas eu quero deixar uma coisa bastante clara.
Os deputados que foram eleitos na onda Bolsonaro, ou
que se dizem bolsonaristas, estão contra esse
projeto. A maioria está contra esse projeto, a esmagadora maioria contra este
projeto. E não apenas por ser João Doria, não, mas porque é um projeto ruim.
Diante de tudo o que aconteceu este ano, diante de
todo o poderio que o João Doria exerceu nesta Assembleia Legislativa, é uma
vergonha os deputados que foram eleitos na onda Bolsonaro, fazendo arminha, “verde e amarelo”, virem a esta Assembleia
Legislativa e votarem “sim” a este projeto. Vai ficar marcado. Vai ficar
marcado e vai deixar digital. Não é qualquer projeto que se trata isso aqui.
Não é qualquer projeto. É um projeto que vai ficar marcado.
O seu voto “sim” ou o seu voto “não” pode custar a
sua eleição em 2022. Pode ter a mais absoluta certeza que vou ser a primeira
pessoa a relembrar. Ah, vou fazer questão. Vão ficar com raiva, vão ficar com
ódio de mim. Vou fazer questão de mostrar, porque foi muito fácil, na hora da
campanha, utilizar esse nome para ser eleito.
Depois que foi eleito, tem que continuar defendendo
as mesmas bandeiras. Tem que continuar defendendo a luta contra o aumento de
impostos. Tem que continuar defendendo que o estado de São Paulo não seja
vendido aos amigos do governador do estado. Tem que continuar fazendo frente a essa
social-democracia endêmica que tomou conta do estado
de São Paulo.
É inadmissível deputados que receberam voto dos
conservadores estarem confiando no João Doria. E eu digo isso aqui também à
deputada Janaina Paschoal, porque muitos conservadores que confiaram no
presidente da República...
E não aqui dizendo que a senhora, durante a
campanha, disse que não é “bolsominion”, tampouco bolsonarista.
É verdade isso, porém a senhora recebeu votos dos conservadores.
Como deputada, acredito que a senhora deva respeitar
essa parcela da sociedade e fazer ser feita a vontade deste povo aqui na
Assembleia. O povo é contra o 529. Não dá para ignorar a vontade do povo. Não
dá para ignorar a voz das ruas, senhores. Não dá para ignorar, porque os
senhores serão cobrados quando a fatura chegar.
Quando a fatura chegar, vem aqui para esta
Assembleia para votar contra os seus próprios princípios, para depois, na
primeira viagem do presidente da República ao estado de São Paulo, querer tirar
“fotinha” do lado dele. E depois fazer carinho no
governador do estado de São Paulo, que tanto bateu no presidente da República.
Sejamos um tanto quanto menos hipócritas, senhores.
Temos as redes sociais, que não vão deixar escondida para ninguém a atuação dos
deputados nesta Assembleia.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE -
GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Com a palavra, deputado Adalberto Freitas. (Pausa.)
Deputada Dra. Damaris Moura. (Pausa.) Deputado Coronel Telhada. (Pausa.)
Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Maurici.
(Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs.
Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia, quero fazer duas
graves denúncias.
A
primeira, contra o secretário da Educação, Rossieli Weintraub, governo Doria. Sr. Presidente, venho mais uma
vez denunciar, porque já denunciei várias vezes, mas não é possível. Hoje fui a
várias escolas, conversei com professores e com algumas comunidades escolares.
Tenho recebido muitas denúncias de que o Rossieli Weintraub está aproveitando a pandemia, as escolas
fechadas.
Estamos
vivendo uma grande crise na Educação, e o secretário tentando passar uma boiada
na Educação também. O que ele está fazendo? Está tentando passar na marra, de
uma forma autoritária e covarde, o PEI, o Programa de Escola Integral, que é a
verdadeira farsa histórica do PSDB aqui em São Paulo, da escola de tempo
integral. O projeto muda o nome. Agora é Programa de Educação Integral, que é
uma verdadeira farsa, Sr. Presidente.
Por que é
uma farsa? Uma escola estadual com 1.200 alunos, quando se torna uma escola de
PEI, integral, o que acontece? Ela não vai atender mais 1.200 alunos. Ela tem
que ter uma redução drástica de alunos.
Ela só
vai atender no máximo 300 alunos, porque ela vai funcionar num turno único. Mas
o que vou fazer com os outros 900 alunos? O governo vai espalhar esses alunos.
Vai superlotar as outras escolas e salas de outras escolas.
É um
projeto altamente excludente, porque ele não leva em conta que uma boa parte
dos alunos do ensino médio estão trabalhando. O aluno trabalha, tem aluno
trabalhador, ainda mais nesta crise.
É um
programa perverso. Essa é uma farsa. Ele quer implantar para ter uma vitrine no
estado de São Paulo, porque sabe que não vai conseguir implantar em todas as
escolas.
Nós temos
mais de 4 mil escolas na rede estadual, mas ele precisa de uma vitrine. Nós,
que somos da rede estadual, já conhecemos essa novela, esse filme, essa
cantilena.
Já
inventaram tantos projetos. Já teve Escola Padrão. Já teve Profic,
já teve Cefam. O Cefam,
muito bom o projeto, mas são projetos passageiros, que não ficam, porque eles
cumprem um papel governamental, e não um papel de estado.
Acontece
que esse projeto é excludente. Ele prejudica o atendimento da demanda escolar.
Ele prejudica os nossos alunos. Não há adesão, Sr. Presidente. Nós já fizemos
esse debate.
As
escolas, aliás, fizeram o debate ano passado. O governo foi derrotado. Mas, não
contente com a derrota, o governo tenta aproveitar a pandemia para passar a
boiada do PEI.
Acionei
hoje o Ministério Público. Estou acionando a nossa Comissão de Educação e o
Tribunal de Contas do Estado, porque isso é uma agressão covarde e nefasta à
gestão democrática da escola pública.
Sr.
Presidente, fica aqui esta denúncia contra o Rossieli
Weintraub que, de uma forma autoritária e farsesca,
tenta introduzir, na marra, o PEI na rede estadual, prejudicando alunos e
professores que serão duramente prejudicados.
A outra
denúncia é sobre o 529. É um absurdo que a Assembleia Legislativa se preste a
votar o 529. Primeiro, por tudo o que ele significa de ruim, de nefasto para o
estado de São Paulo, para os 45 milhões de habitantes. Tivemos aqui vários
vícios regimentais, várias irregularidades, relatoria especial.
Não
tivemos debate. Não houve audiência pública em torno desse projeto. As
fundações não participaram de debates. Não vieram aqui os seus representantes.
Teve vários vícios que já denunciamos.
Agora, o
mais grave de tudo é o que está rolando nos bastidores, que é a compra de votos,
que é o mensalão tucano. “Tucanistão” baixando um
mensalão aqui dentro da Assembleia Legislativa e comprando deputados com
emendas parlamentares.
É
o que se fala no cafezinho, no corredor, até a imprensa já está falando. Já tem
matéria na “Folha de S.Paulo”, todo mundo falando que
o Doria está desesperado, porque o projeto é tão ruim, mas tão ruim, que até o
deputado da base do governo, fiel, que deve uma fidelidade canina ao governo
tucano, tem dificuldade.
Ele
fala: “Doria, esse projeto é muito difícil, Doria. Como eu vou votar em um
projeto desses? Eu vou ser considerado um traidor”. Daí vem o Doria e oferece:
“Mas eu te dou 30, 40 milhões em emendas parlamentares”.
Talvez,
aí, tenha cargos no meio. Só Deus sabe o que está acontecendo nos bastidores,
porque se chega a nós, e vários deputados já disseram isso, que tem mensalão
tucano. O “Tucanistão” baixou aqui e está cooptando
os deputados.
Agora,
nós vamos fiscalizar. As nossas bancadas irão fiscalizar as execuções das
emendas parlamentares dos deputados que votarem a favor desse projeto, deputado
Castello Branco.
Porque,
se um deputado aparece com emenda de 30 milhões, ele está fugindo, aqui, da
legislação, das emendas impositivas, do orçamento impositivo que está dentro da
lei. Tem um regramento para essa questão de emenda parlamentar.
Agora,
se tem um deputado em uma região, lá, distribuindo emendas para cima e para
baixo, acima do valor estipulado aqui pelo orçamento impositivo dentro da lei,
nós vamos denunciar, porque daí vai ser a prova de que houve mesmo compra de
votos aqui na Assembleia Legislativa. Então, isso é muito grave, Sr.
Presidente.
É
um projeto devastador dos serviços públicos, os deputados sabem disso, e agora
o deputado vai ter que optar: ou ele fica com as emendas, com o governo, ou ele
fica ao lado do povo de São Paulo.
Ele
foi eleito para defender a população, defender o SUS, defender a ciência, a
pesquisa, o meio ambiente, defender o Iamspe,
defender a carteira dos advogados do Ipesp, a
carteira dos serventuários extrajudiciais, que também está sendo ameaçada, Sr.
Presidente, o Instituto Florestal, o Instituto de Botânica.
O
deputado tem que defender, aqui, todos os institutos de pesquisa, a USP, a
Unesp, a Unicamp, a Fapesp. Essa é a função do deputado. O deputado foi eleito
para defender o povo, os 45 milhões de habitantes, e não o governo Doria, que é
um governo marqueteiro que já destruiu a prefeitura, já privatizou tudo o que
ele encontrou pela frente e, agora, pretende também privatizar todo o estado de
São Paulo, dilapidar o patrimônio público. Isso nós não vamos permitir.
Então,
faço um apelo, aqui, para que os deputados da base do governo pensem direito,
porque o deputado que deixar a sua digital no voto a favor do 529 nunca mais
será esquecido pelo povo, mas da pior forma possível.
O
deputado Castello Branco queria um aparte. Pois não, deputado, Castello Branco.
O SR. CASTELLO BRANCO
- PSL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Bom,
eu gostaria de explicar para a população de São Paulo as emendas aglutinativas
que vão ser propostas hoje, deputada Monica, para a população entender o que é
isso.
Você
tem um pacote de maldades, e a emenda aglutinativa diz o seguinte: “Eu vou
tirar algumas maldades do pacote”. Mas isso não muda o veneno. Prestem atenção.
Eu tenho 25 maldades dentro desse pacote e, dentro de cada pacotinho, eu tenho
um monte de pílulas de maldade.
Aí,
“emenda aglutinativa” é o nome bonito, jurídico, para dizer o seguinte: “Está
bom, vai, continua com o seu pacote de maldade, dos 25 eu tiro cinco”. Mas o
veneno continua. Esse projeto tem que ser negado na íntegra. Não se pode
aceitar nada dele, é um erro. É um erro estratégico.
A
emenda aglutinativa: “Eu aceito, mas desde que tire o parágrafo terceiro, o
item IV, o parágrafo ‘d’”. Não! Ele é ruim de cabo a rabo. Tem que tirar ele
todo. Essa Assembleia tem que derrotar o 529, mandar arquivar essa porcaria e
nunca mais voltar um negócio parecido com esse a esta Casa.
Lembrem
a seguinte analogia, comparação: é um pacote de maldade cheio de veneno, vai
matar todo mundo. Não adianta tirar uma, duas ou três pílulas do pacote de
maldades, vai continuar sendo um veneno.
Obrigado,
deputado Carlos Giannazi.
O SR. CARLOS GIANNAZI
- PSOL - Obrigado. Sr. Presidente, antes de
terminar, repito aos deputados da base do governo: nós vamos fiscalizar a
execução das emendas parlamentares.
Tenho
certeza de que a minha líder, a deputada Monica Seixas, vai colocar toda a
nossa assessoria para fazer essa fiscalização. O Gil Diniz vai fazer a mesma
coisa, o Mecca, todos aqui, sem exceção, fiscalizarão
emenda por emenda para saber quem está recebendo emenda.
É
isso, Sr. Presidente. Vote contra o PL 529.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado Carlos
Giannazi. Com a palavra a deputada Monica da Bancada Ativista no Grande
Expediente.
A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA -
PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Bom, que o
PL 529 é um pacote de maldades e que pode inviabilizar diversos serviços
públicos essenciais, que pode subir o preço do mercado, que pode subir o preço
dos medicamentos, que pode colocar em risco as nossas áreas de preservação
ambiental, a vida dos quilombolas no estado de São Paulo todo mundo já sabe. A
gente está aqui há mais de um mês discutindo isso.
Mas
a grande notícia do dia é que a deputada Janaina Paschoal, que subiu várias
vezes a esta tribuna, que discutiu com secretário, que vem aqui, inclusive,
contribuindo para o entendimento da inconstitucionalidade desse projeto que
confisca fundos de autarquias autônomas, que não demonstra econômica ou
financeiramente que vai ter alguma efetividade, que não demonstra quem é que
vai fazer os atendimentos caso haja extinção de empresas, mudou de posição.
Aí
vocês vão olhar para mim e perguntar: “É só isso?”, “Acabou?”, “Não tem mais
jeito?”. Vou explicar.
Contra
números não há discussão. Nós somos 94 deputados, certo? O presidente Cauê
Macris conta quórum, mas não vota, então 93. Nós temos oito deputados que todos
nós sabemos que estão afastados ou não vêm. Oitenta e quatro deputados
votantes. Oitenta e quatro deputados votantes é o que nós teremos esta noite.
Desses 84 deputados votantes, o presidente Gilmaci,
hoje, reconhece o bloco dos quarenta.
Já
é bastante conhecido nesta Casa o bloco dos quarenta. A gente fez grupo de
WhatsApp, a gente fez a lição de casa com o deputado Camarinha, que agora está
fazendo o dever do líder do Governo e faz lista, faz chamada, faz reunião. A
gente sabe muito bem quem nós somos e o que a gente quer. O bloco dos quarenta
é reconhecido na Casa.
Dividido
por dois, vence quem tiver 43, não é isso? A matemática está errada? Vence quem
tiver 43, é esse o jogo que a gente está jogando hoje. A gente sentou para
conversar e a gente viu que, se o Coimbra, o Nascimento e o Bruno Lima
mantivessem a palavra de serem contrários a esse projeto, nós seríamos quarenta
e três.
E
foi isso que a gente colocou na mesa para a deputada Janaina Paschoal ontem.
Ela estava querendo tirar quatro empresas, e a gente provou matematicamente que
dependia da Janaina Paschoal a gente rejeitar o projeto inteiro, porque o grupo
dos 40 virou 43 ontem.
* * *
-
Assume a Presidência o Sr. Cauê Macris.
*
* *
E
esta Casa sabe disso. A Janaina sabe disso. Nós, do bloco dos 40, sabemos
disso, porque a gente fez as contas e gente falou: “vamos derrubar o projeto
inteiro e salvar as quatro empresas, e salvar as dez empresas, e salvar a
Defensoria Pública”, que vai ter o que o governo chama de superavit
confiscado, mas é o que é importante para eles começarem o ano que vem, para
garantir o atendimento às famílias.
Ontem
a gente chegou à conclusão de que a gente tinha vencido. Hoje, a deputada
Janaina sobe aqui para dizer que, para salvar quatro empresas, ela mudou de
lado. Essa é a notícia. E aí eu vou dizer para o Coimbra que mudar de lado com
a Janaina é enterrar seis, é aumentar o imposto, é confiscar fundo, é aprovar
um projeto inconstitucional.
Nós
éramos 43 ontem, e vocês sabiam. E quando a gente chegou, finalmente, ao número
para derrotar o governo, está aqui fazendo malabarismo argumentativo para dizer
que prefere salvar quatro. É nivelar por baixo. E a matemática todo mundo
conhece. Contra números não há argumento. A gente sentou, a gente reuniu, a
gente acordou e nós íamos vencer.
Espero
que, expostas ao eleitor que está me assistindo as contas dos 43, possa ficar
bem entendido o que está acontecendo hoje. O Governo do estado de São Paulo,
ontem, ia perder.
O
Governo do estado de São Paulo, ontem, ia tomar rejeição, e nós íamos salvar o
estado de São Paulo desse projeto. O que ia acontecer? O governo ia ter que
recompor, ia ter que reprotocolar outro projeto,
porque o 529 baseia o Orçamento.
É
importante dizer também que essas quatro empresas estão dizendo que vão salvar
no rito de votação, não é aglutinativa. O governo não assinou a aglutinativa,
não existe um texto alternativo.
O
que vai acontecer é que vão votar essas empresas separadas, e tem que ter o
comprometimento de muita gente para votar “não” só a essas empresas e “sim” a
todo o resto, o que é bastante arriscado.
Mas,
no Orçamento, essas empresas estão com o orçamento zerado. O governo está
mantendo no Orçamento que essas empresas não vão existir, que esse serviço não
vai existir ano que vem, então não há segurança. Não existe esse argumento de
que “estou fazendo esse esforço para salvar quatro”. A gente poderia fazer um
esforço para salvar muitos.
A
gente tem reunião do “blocão” daqui a pouco, a gente
tem reunião dos 40. Espero voltar a ser 43. Se o Carlão parar de ligar para
vocês, a gente consegue ser 43 mais tarde e entregar essa derrota para o
governador João Doria e salvar o estado de mais um ataque descabido por parte
do governador João Doria.
Entre
tantas coisas que a gente poderia destacar, eu vou fazer mais um apelo em nome
do acesso, da defesa, da assistência gratuita jurídica no estado de São Paulo,
que é a Defensoria Pública. Boa parte do trabalho da Defensoria Pública é
atendimento da vara da família. A gente está falando de divórcios, pensões
alimentícias, violência doméstica, proteção às crianças, proteção às mulheres
vulneráveis.
Com
o confisco do fundo da Defensoria mais o corte previsto no orçamento da
Defensoria Pública, hoje a gente pode estar entregando a essas famílias,
milhares delas, que precisam da Defensoria Pública para se defender, a
inviabilização desse serviço no estado de São Paulo. Acho triste ter que falar isso
num mundo, num plenário, num cenário com tantos advogados, entre eles a
deputada Janaina Paschoal.
Falar
da Fapesp também, que não foi retirada. A alteração fala do confisco do superavit de 2020, que pode colocar o ano de 21 em risco
para pesquisa e para ciência no estado de São Paulo. Então é um projeto que a
gente pode ficar aqui discutindo tudo o que a gente já discutiu ao longo desses
meses.
É
um projeto que chegou ao ponto que, quando a gente sentou com o bloco dos 40,
que é bastante diferente - cada um aqui tem um problema diferente com esse
projeto -, quando a gente se olhou, a gente falou assim: “a gente pode não
aceitar nada, a gente pode não só salvar o seu, mas a gente pode salvar a
população como um todo desse grande ataque, então vamos rejeitar esse projeto”.
A
gente pode ficar aqui falando dele, mas o central, mesmo, é que ontem nós
éramos 43. Todo mundo sabia que nós éramos 43 e que estávamos prontos para
votar e ser maioria porque, matematicamente, era impossível que esse cenário
mudasse para um número maior para o lado do governo, com os números de
afastados e com o número de pessoas fechadas no nosso bloco.
Então,
mudar de lado agora e mudar para o lado “sim” é desistir de um plano de vitória
e entregar a extinção de seis empresas e autarquias públicas, o confisco, o
aumento de impostos e o acachapamento das pessoas
mais pobres do estado de São Paulo, que contavam com a gente, que contavam com
os Srs. Parlamentares para que a gente não baixasse a cabeça mais uma vez para
um ataque injustificado do governador João Doria.
A
gente desistiu? A gente não desistiu. Se o governo quisesse fechar com a
deputada Janaina Paschoal, tinha assinado a aglutinativa dela, que tem só 17
assinaturas.
Nem
o governo se compromete com isso de entregar aqui, no plenário, um projeto
melhorado. No rito de votação, é muito difícil conquistar e prever isso, porque
a gente pode ficar derrubando quórum, porque ainda há margem. Então, é muita,
não é inocência, eu acho que é vontade de não ganhar, porque ontem a gente tinha
condições para, se a gente continuasse unido.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
O próximo inscrito é o deputado Rodrigo Gambale, que
faz uma cessão de tempo com o deputado Tenente Coimbra, que tem a palavra para
falar, para utilizar a tribuna.
O
SR. TENENTE COIMBRA - PSL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, boa tarde a
todos. Venho aqui falar do PL 259. Não tive a oportunidade de fazer esta
semana. Estava vendo in loco algumas mudanças lá no Vale do Ribeira, uma região
esquecida, assentamentos de terra que foram conseguidos com o governo federal,
e hoje eu tenho a oportunidade de falar.
Durante a semana,
muitas ilações e mentiras foram faladas tanto sobre o projeto, tanto sobre as
pessoas que nele vão votar “sim”, vão votar “não” ou votaram, como meu caso,
“abstenção”.
Vou falar do porquê da
minha votação, mas, primeiro, importante falar que durante diversos discursos
alguns deputados, principalmente da bancada do PT, criticaram o rito e a forma
célere que foi tratada pela Mesa, mas eu gosto de lembrar que esta Mesa que ali
está foi votada e composta pelos mesmos deputados que estão reclamando.
Então, colocando
inclusive com as próprias palavras do Castello Branco, que me antecedeu, salvo
engano, no Pequeno Expediente, que isso sirva de lição, porque quando foram
feitas as composições, quando aceitaram esse tipo de coisa, ganharam espaços,
projetos, etc., não pensaram em outra situação.
Falando especificamente
sobre o Projeto 259, eu não tenho discurso populista, eu me elegi com o
objetivo de diminuir a máquina pública. O projeto tem pontos ruins, sim, por
isso vamos lutar para melhorá-lo.
Enquanto não melhorar,
vamos fazer obstrução, mas eu não tenho discurso populista, não. Eu me elegi
colocando que quero diminuir a máquina pública e não vou fazer, saindo daqui da
Assembleia, indo comemorar com manifestante, sendo que o meu pensamento é
outro.
Precisamos, sim,
enxugar o estado. E muito me impressiona que alguns deputados que se elegeram
com discurso liberal, ou liberal na economia, conservador nos costumes, fazer
um discurso pró-máquina pública maior. Então, esse é o primeiro ponto. Outro
ponto que é importante, do projeto, é referente aos PCDs.
Nós temos que, sim, rever algumas coisas. Hoje, em isenção de IPVA, isenção de
30 por cento. Só no estado de São Paulo são mais de 100 mil veículos por ano.
Isso cresce mais de 25 por cento.
Hoje, Neri, se você
tiver tendinite, você consegue pegar um veículo. Eu, por exemplo, caí de moto,
tenho duas placas e oito parafusos no ombro. Eu poderia, seria legal, mas não
seria moral.
Isso, na verdade, virou
um grande comércio. A pessoa pega um carro e, três anos depois, vende o carro.
Quantos carros já foram oferecidos assim? Então precisa, sim, rever essas
regras.
Precisa, sim, rever a
regra do Iamspe. Hoje a conta não fecha. Você coloca
o seu pai, você coloca o seu filho, e a conta não fecha. Foi feito isso,
recentemente, até no Exército Brasileiro, em que o FUSEx,
no caso, o plano de saúde, teve que fazer, sim, essas readequações.
Mas o projeto tem
pontos ruins que precisam, sim, ser melhorados. O imposto sobre causa mortis.
Isso é confisco. Isso tem que ser melhorado, isso tem que ser ajustado.
Existem, dentro, as
empresas que estão sendo solicitadas as extinções. O projeto não trata como vai
ser a subsequência desse serviço, como o Oncocentro e
o Itesp. Isso precisa ser revisto.
A questão do ICMS, que
eu acho que é o grande debate desse projeto. O governador falou que não vai
aumentar imposto nem de produto alimentício, nem de produto farmacêutico, mas,
governador, sua palavra não vale nada, tem que estar no projeto. Já cansamos de
escutar promessas, promessas falsas, que acabam não contando e, no final, tudo
se muda e tudo se faz química ou se faz malabarismo.
Por fim, reitero que
projeto, para mim, não tem capa; projeto, para mim, tem conteúdo. Tentaram
insinuar como se eu fosse, inclusive, base do governo. Já protocolei dois
processos de impeachment, já entrei com mandado de segurança, já entrei,
juntamente com o PDO, com representação no Ministério Público, com
representação da Polícia Federal.
Vi mandos e desmandos
de um governo ruim, um governo de bosta, um governo que não sabe o que está
fazendo, mas precisamos melhorar o projeto. Isso é um fato.
Ficar aqui só levantando
bandeira contra, “já que o projeto é do Doria, vamos obstruir”, vamos olhar o
projeto, vamos ver o que dá para tirar. Contem comigo em relação a isso.
Enquanto não melhorar o projeto, eu vou continuar na obstrução.
Obrigado, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
O próximo inscrito é o deputado...
O
SR. SARGENTO NERI - AVANTE -
Pela ordem, presidente, pelo 82.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
É que ainda não terminei a lista dos inscritos. Eu preciso terminar a lista dos
inscritos para depois poder passar a palavra pelo 82, deputado Neri.
O próximo inscrito é o
deputado Gil Diniz.
O
SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente. Boa tarde aos deputados
presentes aqui no Grande Expediente, boa tarde aos nossos funcionários, aos
policiais militares e civis, a quem nos acompanha
pela rede Alesp.
Como eu disse em
discursos anteriores, o governo faz milagre. Agora o governo tem um novo líder,
ou um colíder, Camarinha, que está costurando algumas propostas, não sei se a
mando do Carlão, não sei se a mando do presidente da Assembleia, não sei se a
mando do governador do estado de São Paulo.
Eu queria perguntar
para o povo de Marília se eles vão votar no 19, no Podemos, ou se eles vão
votar no PSDB. Mas, só para avisar, o Camarinha costura aqui um acordo para
aprovar um projeto que, sim, aumenta imposto. Como eu disse, esse governo faz
milagre. Ele tira coelho da cartola aos 45 do segundo tempo, e a gente precisa
vir aqui falar, colocar.
Respeito a posição do
Tenente Coimbra. Não sou mais da bancada do PSL. Está ali, Gil Diniz, sem
partido. Incrivelmente, o presidente aceitou a minha saída do partido, a minha
expulsão neste momento de discussão.
Faz mais de mês que eu
estou expulso, fui expulso junto com o Douglas Garcia, mas só neste momento,
quando nós fazemos obstrução, eu utilizo o tempo de encaminhamento, por
exemplo, do PSL, o presidente aceitou oportunamente a minha expulsão.
E, Coimbra, desculpa, o
senhor não fez obstrução, o senhor votou “abstenção”. Não foi uma obstrução de
fato, o senhor acabou dando quórum. Eu espero, sinceramente, que o senhor vote
“não” a esse projeto, porque é ruim, é péssimo, é inconstitucional.
O
SR. TENENTE COIMBRA - PSL -
COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Fiquei em abstenção, sim, porque o projeto tem
pontos positivos e pontos negativos...
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Deputado Coimbra, eu vou pedir desculpa a Vossa Excelência. Na hora do Grande
Expediente não pode...
O
SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO -
Claro que pode.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Acho que cabe. Desculpa. Está no Grande Expediente. Nesse ponto vocês têm
razão. É no Pequeno que não pode. Desculpem-me.
O
SR. TENENTE COIMBRA - PSL -
Eu me abstive porque o projeto tem pontos importantes e, lógico, tem pontos
ruins, que precisam ser melhorados. Mas a obstrução fica clara, tendo em vista
que eu não assinei a lista em nenhum desses dias anteriores à sessão, segunda,
terça, quarta e hoje, automaticamente, na quinta.
Então fica clara a
obstrução, como você mesmo sabe. Eu já conversei com você em relação a isso.
O
SR. GIL DINIZ - SEM PARTIDO -
Exatamente, concordo, mas eu digo que, no momento da votação, não houve
obstrução, houve o quórum regimental e quase que o projeto foi aprovado aqui.
A gente disputou o voto
praticamente no braço no momento. Mas eu digo isso não é para constrangê-lo, é
porque, sinceramente, eu espero o seu voto contrário. Espero que V. Exa. venha
conosco, porque o projeto é ruim. Realmente aumenta imposto, tira poder desta
Assembleia Legislativa.
Todo mundo sabe aqui
que eu sou oposição ao governador de São Paulo. Todos sabem que eu fiz desde o
início aqui essa oposição ao governo, não a oposição que o PT ou o PSOL fazem.
Neste momento, a
deputada Janaina sinaliza que vai mudar o seu voto. Vai mudar de “não” - ela
fez obstrução - mas neste momento ela vota “sim”, porque o governo tirou quatro
empresas ali que ela gostaria de tirar: Furp, Oncocentro, mas o projeto continua péssimo, continua ruim.
Esse governo não tem
compromisso com coisa nenhuma. Então, eu peço ao Coimbra, ao Nascimento, aos
deputados da bancada do PSL que votem “não” e que façam obstrução.
Não deem quórum para o
governador, porque esse projeto é péssimo para o povo de São Paulo. E eu falo
aqui para a deputada Janaina Paschoal: não mudou nada esse projeto, deputada.
Esse projeto é inconstitucional.
Como eu disse, o
governo faz milagre que alguém do Direito, renomada, figura pública, que é de
destaque, dois milhões de votos, quer votar “sim” num projeto inconstitucional.
Mas por quê? Não mudou nada, só fez ali algumas vontades e somente neste
momento, quando o governo sabe que não tem voto, deputado Carlos Giannazi.
Eles cederam. Eles já
podiam ter negociado antes; já podiam ter cedido anteriormente; já podiam ter
assinado, por exemplo, a aglutinativa dela, que fala do mesmo teor dos
destaques que governo agora neste momento vai aceitar.
Você precisa entender -
quem está em casa - que o governo faz um projeto, faz esse pacote de maldade,
mas coloca, deputado Douglas, alguma gordurinha ali para começar a negociar com
o Parlamento e ir tirando.
Desta vez a arrogância,
a prepotência foi tão grande que eles não quiseram tirar nada, e perderam, foram humilhados aqui. E só quando perderam:
“Vamos abrir mão dessas empresas”. O deputado Coimbra colocou bem, a gente
precisa mudar a questão ali dos deficientes, dos PCDs.
É uma demanda nossa. Nós sabemos que há fraude.
A gente precisa mudar
essa regra do jogo, mas o governo queria passar o trator aqui também. Tirar a
isenção, por exemplo, de autistas, deputado Douglas. Para você ter uma ideia,
quem está em casa, o autista que tem esse benefício ia perder essa redução no
IPVA, que nós criticamos tanto, que muitos aqui têm projetos para reduzir ou
extinguir o IPVA.
O SR. DOUGLAS GARCIA
- PTB - Pela
ordem, deputado Gil. Me concede um aparte?
O SR. GIL DINIZ -
SEM PARTIDO -
Aparte.
O SR. DOUGLAS GARCIA
- PTB - COM
ASSENTIMENTO DO ORADOR - Parabenizar as palavras de V. Exa., deputado Gil
Diniz. Esse projeto, além de ser um pacote de maldades, não está pensando em
enxugar o estado de forma alguma.
Esse projeto é focado
em aumento de arrecadação, uma vez que ele mexe com a base de cálculo, e pode
impactar diretamente na vida das pessoas menos favorecidas, porque esse projeto
vai aumentar sim, infelizmente. Vai aumentar, fazer com que o poder de compra
da população seja reduzido.
Então, é inadmissível,
deputado Gil. Votar “sim” a esse projeto é votar contra os nossos valores,
votar contra tudo aquilo que nós defendemos durante a campanha. Apenas para
pontuar isso e parabenizar V. Exa. pela defesa do cidadão paulista, porque
durante a sua campanha V. Exa. se comprometeu em defender esses valores e agora
tem representado muito bem o cidadão do estado de São Paulo.
O SR. GIL DINIZ -
SEM PARTIDO -
Muito obrigado, deputado Douglas Garcia, mas a gente precisa pontuar aqui da
tribuna. O Parlamento está abrindo mão de uma prerrogativa sua. Está abrindo
mão de poder. Está dando mais poder para o governo de São Paulo. A gente está
ratificando hoje, deputada Bebel, que esta Casa é um puxadinho do Palácio do
Governo.
Eu nunca vi isso. Não é
o Executivo que nos dá mais poder, que fortalece o Poder Legislativo. É o Poder
Legislativo que diz: “Olha, agora, governador, o senhor pode por decreto mudar
as alíquotas de ICMS que sejam até 18%, tirar ali essas reduções, esses
benefícios”. Eu nunca vi isso na minha vida.
Então, eu rogo sim aqui
aos deputados do PSL, aos meus amigos - não sou mais da bancada, mas tenho uma
boa relação - que não votem com o governador. Votem com o povo de São Paulo.
Abram aí enquetes nas suas redes sociais - Instagram, Twitter Facebook. Entrem em “lives” do YouTube para
vocês verificarem o clamor do povo de São Paulo, o clamor dos vossos eleitores.
Não ajudem, por favor,
o PSDB mais uma vez a tratorar e vencer uma votação
neste plenário, porque, se o projeto fosse bom, vá lá, mas é um projeto horrível,
que a base do governo está votando aqui com vergonha, deputado Barba. Estão se
arrastando aqui aos microfones com vergonha.
Mais uma vez, a gente
precisa falar para o povo de São Paulo: acabou a Covid.
Para o governo de São Paulo, para o governador, acabou a Covid.
Deputado Ataide Teruel, 72 anos, grupo de risco.
Todos os dias aqui para votar com o governador. Pegou Covid,
não vinha na Assembleia; agora vem. Deputado Barros Munhoz, 75 anos, decano
desta Casa. Carlão Pignatari, 61 anos. Roberto Morais.
Carlão, grupo de risco.
Cadê? Vamos respeitar o grupo de risco. Mauro Bragato,
66 anos. Não é grupo de risco? Acabou o grupo de risco? Vamos lá, Nishikawa, 71 anos. Cezar, 67 anos. Tenente Nascimento, 66
anos. Não tem mais grupo de risco? Acabou a Covid
aqui? Agora pode? Para votar com o governador pode? Para votar com o governador
manda helicóptero, manda buscar em casa, faz o que for possível.
E olha, para conseguir
48 votos aqui está difícil, hein? Estão transpirando sangue. Como eu falei
ontem, vamos vender cara essa vitória ao governo - se é que vão vencer. E essa
venda não é com emenda parlamentar não. É com a nossa honra, com a nossa
dignidade. Dignidade de olhar no olho do nosso eleitor e falar aqui: “Estou
fazendo o que eu prometi que ia fazer e vou fazer até o final”.
É um projeto péssimo
que aumenta imposto no estado de São Paulo e só beneficia o governador do
estado de São Paulo e os seus pares, que não estão pensando no nosso povo, no
nosso estado. Estão pensando apenas num projeto de poder. O PSDB é um câncer
para o estado de São Paulo e para o Brasil; 45 nem no microondas.
Obrigado, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - O
próximo inscrito é o deputado Luiz Fernando, por cessão de tempo para o
deputado Teonilio Barba. Tem a palavra Vossa
Excelência.
A SRA. PROFESSORA
BEBEL LULA - PT - Pela
ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela
ordem, deputada Bebel.
A SRA. PROFESSORA
BEBEL LULA - PT - Queria
fazer uma comunicação.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem
a palavra V. Exa., deputada Bebel.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - PARA
COMUNICAÇÃO - Bem, eu estou um pouco preocupada com esse período que a gente
está passando, essa correria toda para votar um PL que é a entrega do
patrimônio paulista, lamentavelmente. E eu acredito sinceramente que falta um
voto. Portanto, a bala de prata está aí, deputado Gil: um voto. Um voto basta
ceder.
Para
nós não tem mudança nesse projeto, porque ele é tão ruim, deputado Giannazi,
que não cabe mudança pontual. Ele tem que ser retirado. Tem que ser retirado
pelo bem do povo paulista.
Acredito
francamente que, se passar esse PL, lamentavelmente o povo paulista perde,
diferente do que dizia ontem o deputado Wellington Moura, deputado Barba. Dizer
que nós vamos perder se o PL não passar, não. Nós vamos perder se o PL passar,
deputado Nascimento.
O
Coronel Telhada nem preciso dizer, porque ele está aqui o tempo todo alertando,
assim como o Conte Lopes, Douglas Garcia, enfim. É um PL que acabou fazendo um
arco de alianças de A a Z, de tão ruim que é.
Agora,
não é permissível, na minha opinião, que uma pessoa coloque em risco a vida dos
paulistanos. Eu acho que isso tem que ficar uma marca neste Parlamento. Não é
aceitável que sempre a mesma pessoa venha fazer a diferença aqui neste plenário
para entregar o povo paulistano.
Muito
obrigada, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB -
Pelo tempo remanescente de oito minutos, deputado Barba, V. Exa. tem a palavra.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Ok, Sr.
Presidente. Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, eu
primeiro quero falar, dialogar com vocês aqui, porque o que vai acontecer daqui
para frente já estava planejado.
Parece
que foi um jogo de cena por um período, a resistência de uma determinada pessoa
para depois apresentar uma proposição, embora ela tenha falado comigo da
proposição dela no primeiro dia que ela elaborou. Pediu para que eu assinasse.
Eu não assinei, porque a emenda da deputada Janaina salva quatro empresas.
Salva o ITCMD, Imposto de Transmissão Causa Mortis e entrega o resto.
É
essa a palavra, Conte Lopes. É uma proposta entreguista. E hoje já começaram as
justificativas porque poderá ser apresentado isso num roteiro de votação,
destacando aqueles pontos de interesse dela. Já começou a justificar no Pequeno
Expediente e no Grande Expediente. Ela quer salvar quatro empresas?
A
CDHU tem 535 trabalhadores. A EMTU tem 566 trabalhadores. A Fosp,
que é a Fundação Oncocentro de São Paulo, tem 82
trabalhadores. A Furp tem 798 trabalhadores.
O
Itesp tem 548 trabalhadores, e aqui o Imesc tem 199 trabalhadores.
Olhe quantos trabalhadores tem a Sucen, deputado
Douglas Garcia: 1.098 trabalhadores, sendo 957 ativos e 281 aposentados.
O
Zoológico tem 281 - é maior do que o Imesc. A Furp tem 798, que ela está pedindo também para salvar.
Então, esses são os números para quem quiser ter os números. Se quiser dar uma
olhada, pode olhar.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - Pela ordem, deputado Barba. Vossa
Excelência me concede um aparte?
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Concedo. Um
minutinho.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR -
Deputado Barba, eu parabenizo V. Exa., apesar de nós termos divergências
políticas, por estar fazendo a defesa desse projeto, inclusive muito
importantes esses dados que o senhor está trazendo aqui neste momento.
Apesar
de eu achar, deputado Barba, que o governo não tem coragem de responder nenhuma
das questões técnicas que o senhor está trazendo, porque até agora o governo
não conseguiu responder nenhuma das questões técnicas que foram trazidas pelo
deputado Paulo Fiorilo.
Inclusive
o deputado Paulo Fiorilo, com todo o respeito que eu
tenho ao deputado Alex de Madureira, deixou o deputado Alex de Madureira em
maus lençóis outro dia aqui no plenário. Se não fosse o Carlão nos 45 do
segundo tempo para conseguir salvar, o deputado Alex Madureira teria passado
uma das maiores vergonhas desta Assembleia Legislativa.
Então,
eu quero parabenizar. Se fosse para ter um debate técnico, eu não queria me
meter com o deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Ele é bom.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - Mas eu desafio aqui o governo a
responder pelo menos uma única questão que está sendo levantada pelos deputados
aqui desta Casa. Muito obrigado, deputado Barba.
O
SR. SARGENTO NERI - AVANTE - Pela ordem.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Um minutinho. Para você um minuto,
está bom?
O
SR. SARGENTO NERI - AVANTE - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR -
Barba, só quero informar, deputado, que foi feita a juntada da manifestação do
presidente da Casa, no agravo. Já está na mesa do relator aguardando
julgamento. Então, o agravo que o PDO entrou foi recepcionado.
A
Casa foi intimada a responder. O presidente respondeu através de manifestação e
agora está na mesa do relator e pode ser julgado a qualquer momento. Então,
torço para que a gente consiga um bom resultado no agravo. Obrigado, Barba.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Obrigado,
Sargento Neri. Retomando aqui, então veja bem, Coronel Telhada. Qual o golpe
que se está tentando dar aqui hoje? Prestem atenção nessa. O primeiro item da
pauta, quando entrar na Ordem do Dia, é o 04, dos fiscais da Fazenda. O segundo
item da pauta é o 529.
Primeiro,
aprovou-se aquele golpe da questão de ordem apresentada pelo golpista,
governista, Itamar Borges, o mesmo do veto das bebidas, que quer conversar
comigo.
Terá
problema; não tem acordo com o veto das bebidas. E, ao encaminharmos na Ordem
do Dia, se tiver 48, porque é deliberação - está caindo o número ali -, vai ter
que ter 48 presentes para poder deliberar, porque eu vou convocar uma verificação
de presença, e, para deliberar, tem que ser 48 presentes, não vale só a
plaquinha.
Então,
se conseguir botar 48, aí ele vai entrar com o debate do 529 na Ordem do Dia.
Ao encaminharmos na Ordem do Dia, não podemos mais encaminhar, porque eles deram
um golpe com uma questão de ordem apresentada pelo Itamar Borges, combinado ou
na sala do Cauê, ou na sala do Carlão, ou no Palácio dos Bandeirantes, porque
não foi no gabinete do deputado Itamar Borges que foi feita a redação daquela
questão de ordem, aquela questão de ordem tem nome.
Aí
ele vai esgotar o debate dos encaminhamentos na Ordem do Dia, e aí nas outras
duas extras vai para votação. Então ele montou uma estratégia, deputado Conte
Lopes, para encerrar hoje esse debate aqui do 529. Para encerrar, ele vai ter
que botar 48 votos a favor ali.
Quem
está com desculpa de que já teve o seu pleito atendido, é só desculpa gente. Eu
não tinha dúvida disso desde o começo. Eu não tinha dúvida disso desde o
começo. Eu falei para a deputada Monica Seixas: a senhora é uma mulher de fé,
que acredita.
Eu
jamais acreditei. Já começou a justificar na página dela. Começou a justificar
aqui hoje desta tribuna, dizendo: “Olha, eu preciso votar. Eu preciso dar o 48º
voto se eles tiverem só 47”. Então, isso chama... Isso tem um nome, isso tem
vários nomes. Cada um pode usar o nome que quiser.
Eu
jamais imaginei, deputado Douglas Garcia, pelas divergências que eu tenho de
debate com o senhor, de questão... O senhor é conservador, de direita, e eu sou
um cara de esquerda, progressista, sabe?
Eu
na tese política sou um cara marxista e leninista. No Brasil, não se aplica
isso, mas é isso que eu sou. Jamais imaginei que eu ia parabenizar o senhor por
um discurso aqui da tribuna.
Eu
vi suas duas intervenções na tribuna aqui hoje fazendo um apelo para a deputada
Janaina não trair. Isso que ela vai fazer - se ela fizer - chama-se traição.
Ela fez campanha colada com o nome do Bolsonaro.
Teve
dois milhões de votos, além da questão da atuação dela, porque estava colada na
imagem do Bolsonaro. Dois milhões e 62 mil votos. E o senhor duas vezes desta
tribuna hoje fez um apelo para ela que os votos dela valem muito mais do que
atender ao Carlão Pignatari e ao Cauê Macris.
Estou
parabenizando o senhor pelo seu discurso. Hoje, eu vi isso acontecer. Então,
deputados e deputadas, eu vou encerrar o meu tempo aqui. Vou descer, vou ficar
daquele microfone ali de baixo.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado
Carlão Pignatari.
O SR. CARLÃO
PIGNATARI - PSDB - Eu
queria falar pelo Art. 82, presidente.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa
Excelência tem a palavra para falar pelo Art. 82 da tribuna. Em nome da
liderança do Governo, o deputado Carlão Pignatari.
O SR. CAIO FRANÇA -
PSB - Pela ordem, presidente.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Pois
não, deputado Caio França.
O SR. CAIO FRANÇA -
PSB - PARA
COMUNICAÇÃO - Só para confirmar que a gente encaminhou aqui uma mudança na
vice-liderança do PSB e foi constatado. Só para confirmar que já consta para V.
Exa. essa mudança.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Vou
checar e dou a resposta em seguida, enquanto o deputado Carlão usa a palavra,
perfeito?
O SR. CAIO FRANÇA -
PSB - Ok,
obrigado.
O SR. TEONILIO BARBA
LULA - PT - Uma
questão de ordem, presidente.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Pois
não. Preservado o tempo do deputado Carlão, V. Exa. a palavra, Barba.
O SR. TEONILIO BARBA
LULA - PT - PARA
QUESTÃO DE ORDEM - Ok. Depois das falas do Art. 82, aí nós vamos entrar
na Ordem do Dia, certo?
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Perfeito.
O SR. TEONILIO BARBA
LULA - PT - A
Ordem do Dia deste Projeto nº 04 todo mundo já a partir de ontem… Quem
encaminhou ontem não pode encaminhar mais, com a questão de ordem apresentada
pelo Itamar Borges. Para deliberar são 48 votos.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Perfeito.
O SR. TEONILIO BARBA
LULA - PT - Tem
que ter na plaquinha 48 votos lá, e eu já vou antecipar que eu vou fazer uma
verificação de presença, porque, para deliberar, tem que ter 48 deputados no
plenário. Esta é a minha questão de ordem.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa
Excelência nem cabe verificação de presença se tiver mais de 24 deputados no
plenário. O que a Presidência não pode é colocar em deliberação se não tiver 48
assinaturas no ponto.
O SR. TEONILIO BARBA
LULA - PT - Ok.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Eu
passo para o item próximo, o item nº 2, perfeito? Deputado Carlão Pignatari.
O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PELO
ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, quando eu vejo aqui
na tribuna vários deputados criticando o projeto, criticando o governo, eu acho
que é o papel da democracia e do Parlamento. Cada um de nós tem o direito de
ter um pensamento e ter voz. Presidente, eu gostaria, se pudesse parar a
conversa aqui na frente, eu acharia de extrema importância, preservando o meu
tempo, presidente.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Peço o restabelecimento do tempo de V. Exa. e dou a palavra a Vossa Excelência.
O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB -
Ouvindo alguns deputados, eu acho que nós temos o direito de ter voz e vir
aqui. Esse é o Parlamento, o maior Parlamento da América Latina. Mas vir aqui
defender direito de rico, presidente, não é o papel de parlamentar. Vir aqui
defender o direito de doadores da campanha não é o papel de parlamentar. É
muito triste ver isso no Parlamento, muito triste.
Muito claro o que nós estamos vendo. Mas o PL 529,
infelizmente, presidente, nós tínhamos que fazer uma construção, e eu levei um
relatório para a CCJ que, infelizmente, com a obstrução da oposição, nós não
conseguimos fazer, porque ali era o papel. Ali era o local de se acatar
emendas, de se tirar emendas ou de fazer um novo relatório. Ali na CCJ, na
Comissão de Constituição e Justiça, que, infelizmente, foi obstruído. Isso foi
muito claro.
Então, eu acho que nós construímos… Vários
deputados construíram o roteiro de votação, e nesse roteiro de votação o
governo sempre assumindo um compromisso de acatar a vontade do Legislativo
sobre alguns temas.
No meu roteiro de votação, presidente, nós estamos retirando
do projeto o Itesp com o pedido de vários e vários deputados. Vários deputados,
principalmente os das regiões onde tem os assentamentos e as invasões de terra.
O Oncocentro, a Furp, o Imesc, o governo não
enviará novamente esse projeto para extinção dessas empresas. Isso é um
compromisso que o governo está fazendo. Se por ventura o governo não respeitar,
nós vamos botar na gaveta e não vamos votar esse projeto.
E também retirar do texto, deputado Barros Munhoz, a
regulamentação nova do ITCMD. Tem algumas coisas dúbias, mas que estão sendo
retiradas do texto. E aí, sim, imediatamente enviar um novo texto, para que a
gente possa aperfeiçoar e melhorar.
Esse é o papel do Parlamento. Então acho que é isso que nós
temos que fazer. E eu junto com vários deputados, a pedido de vários deputados,
a deputada Janaina, o deputado Barros Munhoz, o deputado Reinaldo Alguz, o deputado Alexandre Pereira, o deputado Vinícius
Camarinha, o deputado Mauro Bragato, enfim, vários
deputados pedindo a retirada principalmente do Itesp, porque é de extrema
importância - Dr. Reinaldo Alguz, que eu já disse.
Mas nós estamos todos juntos, e também retirar...
Como a deputada Monica não conhece o roteiro, ela vem aqui e
faz ilações. E não tem jeito, nós estamos tirando sim as universidades e a
Fapesp do texto do projeto de lei.
Nós estamos tirando. A senhora não leu. A senhora tem que
ter compromisso de vir aqui… Depois que a senhora vir o roteiro votando “sim”
ou “não”, a senhora tem todo o direito de falar.
A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL -
O senhor pode me mostrar, por favor? A gente gostaria de conhecer.
O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Por
favor, eu estou falando, deputada; tenha respeito. Eu não interrompo a senhora
aqui no microfone. Não, senhora. A senhora respeite. Respeite o orador,
qualquer orador que esteja na tribuna. Então, isso foi retirado do texto, das
disposições transitórias. Então, essas são as pessoas que vêm aqui fazer
crítica.
Eu vejo o deputado Gil Diniz berrando, gritando. O deputado
Major Mecca, o deputado Douglas Garcia. O que é que
vocês em dois anos de mandato construíram para o povo de São Paulo?
Nada. Nada, pela incompetência de vocês fazerem alguma coisa
correta e boa. Só ficam fazendo discurso. Nós temos que ter ação, e o governo
de São Paulo tem ação, presidente.
Então, esses são alguns compromissos que o governo de São
Paulo está fazendo, de retirar essas empresas, de retirar o ITCMD, de retirar a
Fundação de Amparo à Pesquisa, de retirar as universidades, porque isso nós
queremos fazer, nós queremos melhorar. Inclusive retirando do texto, a pedido
de alguns deputados.
Infelizmente os deputados que são os deputados da bala em
momento algum vieram me pedir, mas alguns deputados que são policiais aqui do
nosso Parlamento pediram para que se tirasse o fundo dos bombeiros e o fundo da
Polícia Militar do texto, que está retirado da Caixa Previdenciária. Também retirei
do texto, que não acho justo.
Então, não interessa se o governo quer fazer ou não, o
Parlamento é soberano. Então, presidente, era isso que eu gostaria. Nós estamos
construindo juntos um roteiro de votação…
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para
concluir, deputado.
O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Para
melhorar o projeto. Obrigado, presidente.
O SR. PAULO LULA
FIORILO - PT - Pela
ordem para falar pelo Art. 82, com anuência do meu líder.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Com
anuência do líder do PT, V. Exa. tem a palavra pelo Art. 82.
O SR. GIL DINIZ -
SEM PARTIDO - O senhor vai dar comunicação,
presidente?
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Vou
dar. Pode ser uma comunicação entre cada fala, para respeitar o Art. 82?
Eu faço aqui o registro
que foi protocolado pelo líder, Vinícius Camarinha, a nomeação do deputado Caio
França como vice-líder da bancada do PSB. Então, a partir de agora, V. Exa.
passa a ser vice-líder do PSB.
Com a palavra o
deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO LULA FIORILO - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente,
Sras. Deputadas, Srs. Deputados, acho que é importante que a gente possa
entender o que o deputado Carlão Pignatari, líder do Governo, traz como
informação para o debate. Vamos tentar fazer por partes para poder entender o
todo.
Primeiro,
diz aqui que a pedidos tira quatro empresas ou institutos para poder melhorar o
projeto. É preciso perguntar por que essas quatro e não as outras seis, que
essa é a grande dúvida.
Nós
estamos falando do Instituto Florestal, que não está na lista do deputado, o
Instituto Florestal que tem um papel importante no combate aos incêndios, na
pesquisa. Por que mantém a extinção da CDHU ou da EMTU, que não são empresas
que dão prejuízos?
O
deputado precisa vir aqui explicar porque ele só conta uma parte. Ele contou a
parte do acordo público, precisa contar por que o resto não entrou.
Segundo:
o deputado Carlão vem aqui e diz o seguinte: “Nós vamos retirar o ITCMD. Nossa!
Que ganho. Eu já disse aqui e vou repetir: o ITCMD, do jeito que o governo
mandou, não altera absolutamente nada o que é arrecadado hoje.
Eu
vou dizer por quê. O governo não teve a coragem, se queria aumentar a
arrecadação, de colocar na lei a questão da atualização do valor do imóvel.
Retirou… Sabe o que ele retirou, que esse é o grande debate que está colocado?
Eu
não posso ceder aparte, que é o Art. 82, deputado. Eu pude ouvi-lo com calma,
com paciência para responder. Não colocou porque agora ele pode retirar. Parece
o bode na sala. “Olha, retirou o ITCMD.” Sabe o que vai acontecer, deputado
Carlão? Sugiro o senhor a consultar a Receita, porque o estado vai perder um
bilhão do que arrecada dos três. Eu vou dizer por quê.
O
senhor não acredita em mim, não precisa acreditar. Eu sou da oposição, para o
senhor eu não faço nada. Como oposição, eu fiscalizo, que é o meu papel. Eu vou
dizer para o senhor o que vai acontecer: hoje os grandes advogados entram com
ações e impedem que seus clientes paguem o ITCMD porque é por decreto que
decide a atualização do valor do imóvel. A hora que o governo retirar o que o
senhor está dizendo que é um ganho, o governo vai perder um bilhão.
Sugiro
que o senhor, antes de fazer isso, consulte os especialistas, os universitários
porque o governo, na realidade, quando propôs isso, sabia que poderia ser o
bode na sala para poder negociar uma alteração que não vai mudar em nada.
Sabe
onde está o grande problema da arrecadação? Na desoneração que vocês estão
propondo de forma linear. E o governo diz assim: “Não, não, não vamos mexer”. O
governo, não, o governo Doria. O governador diz o seguinte: “Não, cesta básica
não vai ter nenhum problema”.
Bom,
eu quero saber se vai retirar o artigo que diz que a desoneração é linear,
porque aí eu acredito. Enquanto não fizer isso, quem vai pagar o pato são os
pobres, porque a cesta básica vai continuar 20% linear. O governo não teve a
coragem, a pachorra de fazer um debate com detalhe para saber de quem tinha que
tirar e de quem não tinha.
Nós,
deputado Alguz, temos todo o interesse de saber quem
são os beneficiados pela isenção. Hoje o governo avançou um passo; na LDO,
trouxe informações mais precisas. É onde nós podemos ver aonde está indo o
dinheiro do estado: para a cesta básica, para remédios, para o agronegócio,
para uma série de áreas.
Antes,
a gente não tinha nem essa informação, porque vinha na LDO de forma
absolutamente, hermeticamente fechada. Começou a abrir uma portinha, quem sabe
a gente agora entre para ver o que é.
Depois
o deputado disse aqui que vai retirar as universidades. Vou dizer para vocês:
as universidades são as que mais vão sofrer. Vai retirar o quê? Vai manter a
ideia de superavit de 2019 ser mantido para fazer o
desconto? Se for isso, a Fapesp vai ter um orçamento de 600 milhões quando
deveria ter de um bilhão e duzentos! É quase a metade.
Nós
não podemos acreditar nesse discurso fácil. É que eu não vi. Sabe por que eu
não vi? Porque isso parece que está sendo negociado por um lado. Só teve
discurso. E, se a Fapesp tiver só 600 milhões, vocês, que vão votar
"sim", estão decretando o fim da ciência neste estado. O deputado
Barros Munhoz sabe a importância que tem a Fapesp, as universidades, eu não
preciso falar aqui.
Então,
eu queria, para concluir, dizer o seguinte… Só para concluir, Sr. Presidente,
queria só dizer o seguinte…
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa
Excelência pode concluir, V. Exa. tem a palavra.
O
SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Muito obrigado. Eu queria só dizer
o seguinte: nós estamos num momento crucial, e eu falei aqui que nós não
podemos ser, neste momento, deputados de segunda categoria.
A
gente tem falado isso faz tempo, e aqui a gente percebeu que muitos deputados
resolveram ser águias, diferentes de alguns que ainda continuam no quintal do
governador.
Muito
obrigado, Sr. Presidente.
A SRA. PROFESSORA
BEBEL LULA - PT - Pela
ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela
ordem deputada Bebel.
A SRA. PROFESSORA
BEBEL LULA - PT - Sou
a mais velha do grupo.
O SR. DOUGLAS GARCIA
- PTB - Fique à
vontade, Professora Bebel.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem
preferência.
A SRA. PROFESSORA
BEBEL LULA - PT - Então,
eu quero falar pelo Art. 82.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem
a palavra Vossa Excelência. Eu tinha assumido o compromisso que V. Exa. faria a
comunicação entre uma fala e outra. Tem a palavra Vossa Excelência.
O SR. GIL DINIZ -
SEM PARTIDO - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, só gostaria de
responder ao deputado Carlão Pignatari quando diz que estamos na tribuna
defendendo rico. Eu acho que o voto do rico e do pobre é o mesmo voto aqui.
Acho que cada um tem
seu título de eleitor e exerce a sua cidadania. Eu defendo desde a minha mãe,
que é diarista, até o dono de granja, abatedor de frangos, exportador para a
China. Não tenho problema nenhum quanto a isso.
E realmente eu não
construí nada nestes dois anos, quase dois anos, deputado Daniel. Se a pessoa
tivesse construído alguma coisa como o secretário Alexandre Baldy,
que foi preso estes dias e voltou agora para a Secretaria, deputado, realmente.
Não construí
absolutamente nada, como eu também não vi, não vi ninguém do partido do
governador, junto com nossos policiais militares ou civis nos velórios,
deputada Bebel, sepultamentos, construindo alguma coisa conosco, tentando
construir.
Olhe aqui, estão
dizendo que estão construindo um novo projeto, mas deixaram, no mínimo, 40
deputados de fora, não chamaram ninguém. Estão construindo onde isso?
Mas a crítica do
deputado Carlão, eu aceito e para mim é um elogio. É praticamente uma coroa
neste Parlamento ser criticado pelo líder do governador João Doria. Está
penando aqui, transpirando sangue para conseguir 48 presenças neste plenário.
Muito obrigado, Sr.
Presidente.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT – PELO
ART. 82 - Boa tarde, Sr. Presidente, Mesa de
trabalhos. Também cumprimento as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados. Eu subo a
esta tribuna mais uma vez. Desde que entrei nesta Casa, deputado Maurici, é essa a toada.
As
coisas são assim: pontualmente vai lá, mexe num ponto e empurra, vai empurrando
com a barriga. Eu não posso ser cobrada de que tenho que fazer algo, porque eu
não sou Executivo. Executivo é o Sr. Governador.
Nós
estamos aqui para legislar, para fiscalizar, e isso aqui é uma excrecência,
apesar dos órgãos que serão retirados, ainda que sejam retirados. Porque vir
dizer para mim “Olha...”. Desculpe, deputado Barros, se o senhor sabe o que
está sendo tratado sobre as universidades, por favor nos conte, porque eu não
sei.
O
mínimo que se esperava aqui neste Parlamento... Não estou cobrando V. Exa., o
senhor não é líder do Governo, mas se o líder do governo, ainda com nossa
oposição, tivesse a grandeza de subir aqui e falar: “Vou fazer isso, vou fazer
assim, vou fazer assado, piririparará, e os senhores
votem "sim" ou "não" do jeito que acharem”. Agora, ficar
tentando convencer no blá blá
blá, nós não somos crianças.
Eu
já vi aqui projeto ser aprovado, dizer que tirou, deputado, e depois vai lá o
governo e veta. O governo Doria não tem, não conta com nossa confiança. Nesse
sentido, não.
Quantos
vetos, deputado Barba, estão aí na lista? Foram todos supostamente negociados,
e depois vai lá e veta. “Ah, são...” - como é que se fala? - “projetos de
deputados”. Não interessa que projeto é, interessa que tem uma negociação e
tinha que ser respeitada. Essa é a questão.
Eu
não aceito a fala de que os deputados - isso eu falo por todos, inclusive
aqueles com os quais eu não concordo - não trabalham. Deputado sai daqui às
duas horas da manhã, é convocado sem sequer ser avisado de antemão.
Como
assim? E a gente está aqui garantindo a presença, ainda que sabendo que somos
minoria, porque tenho clareza do nosso papel. Tenho clareza, mas tenho clareza
também que para mim maioria tem que saber ser maioria. Maioria não pode ser
rolo compressor.
Isso
não dá certo, porque, senão, a gente não estaria num arco de aliança tão
diverso, como está agora. Imagine se eu imaginaria que a bancada do Novo, um
dia, pudesse estar todo mundo num bloco só, quando a gente é díspar, em termo
de concepção de estado, mas em questões aqui que nos unificam. Claro, nós temos
que estar juntos, porque não é pelo Novo, não é pelo PT, é pela sociedade
paulista. É por eles.
Esse
projeto, ainda que retire... Eu vi aqui o deputado Reinaldo Alguz.
Eu quero dizer que o PV de Piracicaba colocou em público uma questão, que é
muito ruim o deputado votar nesse projeto, porque vai na contramão do partido
Verde, por exemplo, o Instituto Florestal.
Então,
vamos pôr a mão na consciência, cada um. Não votou ainda. Vamos ver o que nós
podemos amadurecer, até o final da sessão, e dizer "não" a esse PL
529. Está na hora de a gente dizer "não", porque, se não, desculpe, é
de novo a entrega do patrimônio paulista, é o enxugamento da máquina, e nós,
mais uma vez, vendo passar.
Devia
ter, deputado Castello Branco, alguma coisa no Regimento que exigisse uma
diferença um pouco maior, porque ganhar por um voto não pode ser vitória. Não
pode ser.
Deveria
exigir, pelo menos, como o meu sindicato, que é até mais cuidadoso nisso. O Barba
participa disso. Tem que ter, no mínimo, 10%. Aqui, não. Por um voto, leva.
Acho que tem que qualificar isso.
Muito
obrigada.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - Pela
ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem
a palavra V.Exa., deputado
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - Para
encaminhar pelo Art. 82, em nome da liderança do PTB.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -Tem
a palavra Vossa Excelência.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - PELO
ART. 82 - Muito obrigado, Sr. Presidente. Quero cumprimentar todos os deputados
aqui presentes. Sr. Presidente, assomo à tribuna para encaminhar em nome do
Art. 82, pela liderança do PTB, apenas para responder a algumas acusações que
me foram feitas.
Eu respeito todos os
deputados desta Casa, respeito principalmente o deputado Carlão, mas tem uma
coisa que me irrita muito é dizer que eu não faço nada pelo estado de São
Paulo. Falar isso é uma ofensa pessoal para mim. Pelo menos para mim, deputado
Carlão Pignatari, é uma ofensa pessoal, apesar do carinho gigantesco que eu
tenho por Vossa Excelência.
Eu não fiz nenhum acordo com o governador João Doria, durante esse
tempo que estou na Assembleia, porque não faço acordo com [Expressão
suprimida.].
O governador do estado
de São Paulo, se tivesse feito alguma coisa boa para o estado, não teria feito
esse rombo de 10 bilhões de reais. Foi trazido aqui para a Assembleia para os
deputados ficarem se matando, para tentar ajustar os cofres públicos.
O governador do estado
de São Paulo, se se importasse com esse estado, não deixaria a Clave de Sol
naquele estado em que se encontra hoje, não deixaria a ponte pênsil de São
Vicente às largas, tirando inclusive aquele posto da Polícia Militar, que ali
deveria estar. Se o governador do estado de São Paulo prestasse para alguma
coisa, ele cuidaria do estado. Não admito que V.Exa., apesar do respeito que
tenho pelo senhor, venha a esta tribuna e diga que eu não faço nada pelo estado
de São Paulo.
Trabalho, sim, trabalho
muito mais inclusive do que aquele governador [Expressão suprimida.], que está
no Palácio dos Bandeirantes.
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Para
uma questão de ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado
Douglas, vou preservar o tempo de Vossa Excelência.
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Vou
pedir ao orador na tribuna para que retire a palavra que ele disse. Isso não é
assim, o Parlamento não pode ser assim. Nós temos que ter educação com as
pessoas. É um deputado que eu respeito muito. Se não quiser respeitar a pessoa,
que respeite o cargo do governador de São Paulo. Não pode ser assim.
Deputado Douglas,
respeito o senhor. Tenho um respeito enorme e gosto de você, mas acho que isso
não é saudável num Parlamento, esse tipo de palavreado aqui dentro da
Assembleia, o maior Parlamento da América Latina, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem
a palavra, deputado Douglas.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PTB - Muito
obrigado, Sr. Presidente. Deputado Carlão, eu não retiro o que eu disse, porque
esse é o sentimento pessoal que eu tenho. E uma coisa que eu disse aqui na
tribuna foi "aquilo que você faz da sua vida profissional reflete muito
também da sua vida pessoal". E o que eu tenho por pessoal ao governador do
estado de São Paulo é exatamente isso.
[Expressão suprimida.].
Estivesse, deputado Carlão Pignatari, o senhor no governo do estado, faria
muito melhor do que o governador está fazendo hoje.
Agora, é injusto eu
assomar à tribuna e dizer que os deputados que o senhor apontou, deputado Gil,
deputado Douglas, deputado X, deputado Y, não fazem nada pelo estado de São
Paulo. Deputado Carlão, durante a época da pandemia, eu protocolei diversos
decretos legislativos aqui nesta Assembleia Legislativa, para se contraporem
aos decretos do governador João Doria, e nem sequer foram pautados.
Quantos deputados aqui
protocolaram projetos de lei, protocolaram decretos legislativos também, para
conseguir ajudar a população, durante a pandemia. Mas essa Assembleia não
apreciou. Não apreciou, sabe por quê? Porque, infelizmente, nós temos aqui
também, na Mesa da Assembleia Legislativa, sendo direcionada, o próprio partido
do governador do estado de São Paulo. Ou seja, a Assembleia de São Paulo está
rendida às vontades do governador João Doria.
Então, como é que nós
iremos conseguir trabalhar com isso? Como é que a gente consegue produzir
alguma atividade legislativa, se tudo que a gente for fazer, tem que depender
única e exclusivamente do governador. Como é que esse Legislativo tem vida, se
a gente aprova os nossos projetos, chega no governador, e simplesmente veta?
E esta Assembleia nunca
pauta um veto do governador João Doria. Que representativa tenho eu, que
representativa têm os senhores, que representatividade tem a oposição, que
representatividade tem a situação? Ninguém tem representatividade nenhuma. O
único que manda nesta Assembleia é o governador João Doria, porque tudo que ele
veta nunca é pautado aqui.
Nós não temos
independência, nós não temos força, nós não temos voz. E o senhor vem dizer que
nós não conseguimos fazer nada? Nós não estamos conseguindo produzir atividade
legislativa necessária para o povo do estado de São Paulo, porque o governador
do estado de São Paulo, ao que tudo indica, transformou esta Assembleia num
quintalzinho do Palácio dos Bandeirantes.
E além de transformar
isto daqui num quintalzinho do Palácio dos Bandeirantes, ele não faz nada para
ajudar a população paulista.
O Ministério Público do
Estado de São Paulo apontando milhões paralisados na obra da Saúde, e o governo
do estado nunca falou nada disso aqui na tribuna da Assembleia. O Ministério
Público em cima do governador do estado de São Paulo, graças aos escândalos do
"Covidão". O Governo do Estado de São Paulo
nunca falou sobre isso aqui na tribuna da Assembleia. Ministério Público em
cima do governador João Doria, respeito ao Alexandre Baldy,
o governo do estado nunca se posicionou aqui na tribuna desta Assembleia.
Então, é muito fácil o
senhor simplesmente olhar para os demais, apontar os seus erros, mas nunca vem
aqui defender veementemente o governador e as trapalhadas que ele faz, como,
por exemplo, deputado Carlão Pignatari, o esforço que V.Exa. fez para ajudar o
pessoal que trabalha na parte de Educação Física e academia, e o governador, na
maior cara de pau, no Palácio dos Bandeirantes, anunciar para todo mundo que os
funcionários poderiam utilizar, quando ele tinha proibido as academias de
funcionarem. E muitas pessoas foram à falência, graças a isso.
[Expressão
suprimida.]. É injusto V.Exa. vir aqui e dizer que nós não construímos nada.
Nós não construímos nada porque o governador do estado de São Paulo não dá o
espaço, vez, voz, democracia, respiração ao Legislativo paulista, para fazer
qualquer coisa nesse sentido.
[Expressão
suprimida.].
Muito
obrigado, Sr. Presidente.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS -
PSDB - Pela ordem,
questão de ordem? São coisas ...
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS -
PSDB - Pela ordem,
Vossa Excelência.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Gostaria
de usar o Art. 82, com anuência da minha líder.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS -
PSDB - Tem
anuência, deputada Monica? (Pausa.) Tendo anuência, V.Exa. tem a palavra.
Questão
de ordem, deputado Barros Munhoz.
O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - Presidente, eu solicitaria de
V.Exa. que determinasse a exclusão das expressões incorretas e
antirregimentais, pronunciadas pelo deputado Douglas. O Art. 110, Inciso XIV do
Regimento Interno desta Casa, diz, claramente, "nenhuma deputada ou deputado
poderá referir-se à Assembleia, ou a qualquer de seus membros, e de modo geral
a qualquer representante do poder público, em forma descortês ou
injuriosa".
Portanto,
é antirregimental fazer o que o deputado Douglas fez. E, assim sendo, eu peço a
V.Exa. que determine a retirada dessas expressões, dos nossos Anais.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS -
PSDB - Todas as
questões de ordem de V.Exa. são sempre muito bem embasadas, e de pronto já
deferidas por esta Presidência, assim como já deferi as demais retiradas que
V.Exa. colocou.
E já
alerto os parlamentares que a tribuna é um espaço democrático de exercício da
voz e daquilo que pensam os parlamentares. Porém, existem limites. O
Legislativo, e a tribuna do Legislativo, não podem ser um espaço onde se fala o
que bem se quer e bem entende, com ofensas pessoais a quem quer que seja.
Deixo
aqui essa solicitação aos parlamentares, que caminhem dentro dos campos
democráticos, colocando e exercendo as suas opiniões, emitir as suas opiniões,
mas com respeito às pessoas e às autoridades constituídas do nosso estado e do
nosso País.
Assim
será válido para todos, de maneira unânime, assim como bem expressou o deputado
Barros Munhoz.
O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS -
PSDB - Pela ordem
eu não vou conceder, porque nós temos um orador. Questão de ordem eu concedo.
O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Queria pedir, se houver acordo de
lideranças, se nós podemos levantar a presente sessão.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS -
PSDB - Nós temos
um orador na tribuna, preciso respeitar o orador na tribuna.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Para não votar o 529 agora, eu
retiro a minha inscrição.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS -
PSDB - Está
retirada a inscrição? Deputado Barba, tem alguma ponderação para fazer?
O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT – PARA QUESTÃO DE ORDEM -Com relação à fala do senhor, quero
reforçar a fala do senhor nesse sentido, mas quero que o senhor e o deputado
Barros Munhoz, que acabou de formular a questão de ordem, de maneira muito
correta, façam sempre uso disso, não só quando atacam alguém de vocês.
Nós
já fomos chamados aqui de burros, nós já fomos chamados aqui de vagabundos, nós
já fomos chamados aqui de um monte de coisas, e o senhor, pelo Art. 18, o
senhor poderia interromper a fala de qualquer deputado que estiver usando
dessas expressões na tribuna. Mas eu quero que o senhor faça isso.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS -
PSDB - Tem razão
Vossa Excelência. Perfeito. Farei daqui para a frente. Muitas vezes eu não me
atento, mas, se não me atentar, por favor, peço que me alerte sempre nos
momentos, caso eu não me atente. Mas vou ser bem rigoroso quanto a isso.
Perfeito?
Retirada
a inscrição pelo Art. 82, questiono se os líderes presentes em plenário
concordam com a proposta do deputado Carlão Pignatari, de levantamento da
presente sessão.
Havendo
concordância das lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os
trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora
regimental, sem Ordem do Dia, lembrando-os todos da sessão extraordinária a
realizar-se hoje, às 19 horas e 10 minutos, conforme publicado.
Está
levantada a sessão.
* * *
-
Levanta-se a sessão às 17 horas e um minuto.
* * *